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MARCOS VINICIUS MEIADO
A PLANTA FACILITADORA TRISCHIDIUM MOLLE (BENTH.) H. E.
IRELAND (LEGUMINOSAE) E SUA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE
DE PLANTAS EM AMBIENTE SEMI-ÁRIDO NO NORDESTE DO BRASIL
RECIFE
2008
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2
MARCOS VINICIUS MEIADO
A PLANTA FACILITADORA TRISCHIDIUM MOLLE (BENTH.) H. E.
IRELAND (LEGUMINOSAE) E SUA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE
DE PLANTAS EM AMBIENTE SEMI-ÁRIDO NO NORDESTE DO BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Biologia Vegetal da Universidade Federal de
Pernambuco, como parte dos requisitos necessários para
a obtenção do título de Mestre em Biologia Vegetal.
Orientadora: Profa. Dra. Eliana Akie Simabukuro
Co-orientador: Prof. Dr. Mauro Guida dos Santos
RECIFE
2008
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Meiado, Marcos Vinicius.
A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) e sua relação com a comunidade de plantas em
ambiente semi-árido no Nordeste do Brasil / Marcos Vinicius
Meiado. – Recife: O Autor, 2008.
85 folhas. il.,fig., tab.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de
Pernambuco. CCB. Programa de Pós-Graduação em Biologia
Vegetal, 2008.
Inclui bibliografia, apêndice e anexo.
1. Trischidium molle. 2. Leguminosae. 3. Plantas semi-árido.
I. Título.
582 CDU (2.ed.) UFPE
580 CDD (22.ed.) CCB – 2008-028
4
“O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove"
Chover
Chover Chover
Chover -
--
- Cordel do Fogo Encantado
Cordel do Fogo Encantado Cordel do Fogo Encantado
Cordel do Fogo Encantado
5
“À pessoa mais importante da minha vida, minha irmã
Vanessa Meiado, por todos os sacrifícios e incentivos”
Dedico
DedicoDedico
Dedico
6
AGRADECIMETOS
Aos meus pais, Marcia Malaman e Ouvídio Meiado, pelo amor e carinho desde
sempre, por acreditar em mim e no meu trabalho mesmo sem entender nada, por me
incentivar e apoiar durante todos esses anos, permitindo assim a minha formação profissional.
A minha irmã Vanessa Meiado, pelo amor, companheirismo, incentivo, dedicação,
carinho e por muitas vezes abrir mão dos seus sonhos para a realização dos meus.
A minha irmãzinha e afilhada Ana Carolina Meiado que, com a sua alegria, simpatia e
com suas músicas (Minhoca, minhoca, me dá uma beijoca), alegrou os meus dias enquanto eu
escrevia a dissertação.
A minha orientadora, Dra. Eliana Akie Simabukuro, por despertar em mim a
curiosidade de um pesquisador, por todos os ensinamentos e apoio durante os últimos 5 anos e
por continuar acompanhando o meu trabalho, mesmo de longe.
Ao meu co-orientador, Dr. Mauro Guida dos Santos, por todo apoio, incentivo e
momentos de descontração dentro e fora do Laboratório de Fisiologia Vegetal.
A minha eterna co-orientadora (madrasta científica) e amiga, Dra. Luciana Iannuzzi,
por sempre acreditar em mim, por incentivar o meu crescimento profissional e em especial,
pela sua amizade, atenção e carinho.
Ao Dr. Ivany Ferraz Marques Válio e à Dra. Jarcilene Silva Almeida-Cortez, por
aceitarem fazer parte da minha banca, pelas belas palavras ditas durante a defesa da minha
dissertação e por todas as críticas e sugestões dadas para melhorar o meu trabalho.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, por todos os
ensinamentos durante o período do mestrado.
Aos mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal que iniciaram o
mestrado comigo, pela amizade e companheirismo durante esses 2 anos.
Ao IBAMA Pernambuco, na pessoa do Sr. Francisco de Assis Araújo, pela
autorização para a realização do estudo no Parque Nacional do Catimbau.
A todos os integrantes do Laboratório de Morfotaxonomia Vegetal da Universidade
Federal de Pernambuco, em especial a mestranda Polyhanna Gomes, pelas identificações das
espécies presentes no banco de sementes.
À Dra. Rita de Cássia Araújo Pereira, pela identificação das espécies pertencentes à
família Asteraceae encontradas no banco de sementes.
À Dra. Inara Roberta Leal, pelo exemplo de profissionalismo e por toda atenção dada
nos últimos meses.
7
Ao Dr. Paulo Jorge Parreira dos Santos do Laboratório de Dinâmica de Populações, da
Universidade Federal de Pernambuco, por disponibilizar os equipamentos necessários para a
análise da matéria orgânica do solo.
À Dra. Ariadna Valentina Lopes, pela ajuda com as referências bibliográficas.
À Dra. Virág Venekey, minha grande amiga pra sempre, por toda sua amizade,
companheirismo nos agradáveis “programas de índio”, por toda ajuda e atenção dada a mim e
a minha família. Mais uma vez e sempre, köszönön!
À Dra. Flávia Carolina Lins da Silva, pela sua amizade desde o inicio do estágio, por
todos os ensinamentos e por sempre acreditar em mim, me acompanhar e incentivar.
À doutoranda Priscila Porchat Murolo, a Pri (senão ela briga), minha “mais nova
aquisição de amizade” (como ela mesma diz), por todo o apoio com a avaliação do solo, pela
sua amizade, incentivo e sugestões dadas para melhorar o meu trabalho.
À doutoranda Adaíses Simone Maciel da Silva, por toda a amizade desde o início, por
toda a ajuda com as referências bibliográficas e pelas excelentes conversas pelo MSN.
À doutoranda Alba de Oliveira Lemos, pela amizade e pelos agradáveis momentos de
discussão no Laboratório de Fisiologia Vegetal.
À doutoranda Veralucia Santos Barbosa, pela amizade e por todos os conselhos e
sugestões dados para melhorar o meu trabalho.
À doutoranda Walkiria Rejane de Almeida, por todo o auxílio nas análises estatísticas.
A minha grande amiga Cristina Dália Maia Aguiar, pela amizade incondicional, pelo
carinho e atenção nesses anos e pelo exemplo de vida que ela representa pra mim.
A minha amiga mais verdadeira Viviane Freire Lira, Vivi’s Lira ou simplesmente Lira,
por todo seu carinho e pelos momentos de alegria e descontração na Liralândia, desde o inicio
da nossa amizade.
As minhas “grandes” amigas Laís Angélica Borges e Mellissa Sousa Sobrinho, por
todas as conversas, por todo carinho, amizade, incentivo e momentos de descontração.
As minhas amigas e companheiras “catimbauensis”, Kelaine de Miranda Demetrio,
Carolina Nunes Liberal e Elisângela Lucia de Santana Bezerra, pela amizade,
companheirismo, pelas nossas aventuras no campo e por toda a ajuda nas coletas de solo para
a realização da minha dissertação.
A minha grande amiga e mais nova mestranda, Laura Carolina Leal de Sousa, por toda
amizade durante esses anos, por acreditar em mim, por me incentivar e acima de tudo, por eu
ser responsável por um “pouquinho” da sua formação e interesse profissional.
8
Ao amigo Bruno Rafael Monteiro Rodrigues, por toda a sua ajuda com as referências
bibliográficas e pelas sugestões dadas durante a preparação do trabalho.
A todos os integrantes do Laboratório de Fisiologia Vegetal, Alba de Oliveira Lemos,
Bruna Dias Silveira de Souza, Bruno Rafael Monteiro Rodrigues, Flávia Carolina Lins da
Silva, Gabriela Burle Arcoverde, Gabriela Frosi, Karla Viviane de Figueiredo, Larissa Simões
Corrêa de Albuquerque, Laura Carolina Leal de Sousa, Marciel Teixeira de Oliveira, Paulo
Roberto de Moura Souza Filho, Talita Câmara dos Santos Bezerra, Veralucia Santos Barbosa,
por toda amizade, credibilidade e confiança.
A minha estagiária, Larissa Simões Corrêa de Albuquerque, pela sua amizade, por
se interessar pelo meu trabalho e por me proporcionar momentos de aprendizado-ensinamento
mútuos.
Aos eternos “anexos” do Laboratório de Fisiologia Vegetal, Bruno Cavalcanti Vila
Nova de Albuquerque, Carolina de Barros Machado da Silva, Daniela Maria de Sousa Moura
e Eloína Maria de Mendonça Santos, por toda amizade e pelos agradáveis encontros nos
sushis.
Aos amigos da graduação que continuam comigo, Bruna Martins Bezerra, Cristina
Dália Maia Aguiar, Geruso Vieira de Miranda Junior, Keyla Roberta Menezes Silva de Souza,
Patrícia Fernandes Neres, Renata Azambuja Gomes, Tacyana Pereira Ribeiro de Oliveira e
Viviane Freire Lira, pela amizade e companheirismo nesses 6 anos.
E por último e não menos importante, a minha “grande” amiga Viviane Fontoura
(Vicky), que de perto ou de longe, me apóia e incentiva com sua amizade e carinho, por todos
os momentos agradáveis nos restaurantes, bares, cinemas e casa dos amigos, além de garantir
e compartilhar alguns dos meus vícios: “FBI! Freeze!”. Vicky, true friendship never ends!
9
SUMÁRIO
Páginas
LISTA DE FIGURAS............................................................................................
10
LISTA DE TABELAS...........................................................................................
12
APRESENTAÇÃO.................................................................................................
13
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................
14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................
19
MANUSCRITO (A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E.
Ireland e sua relação com a comunidade de plantas em ambiente semi-árido no
ordeste do Brasil).................................................................................................
25
Abstract............................................................................................................
26
Introdução........................................................................................................
27
Materiais e Métodos........................................................................................
28
Resultados e Discussão....................................................................................
33
Referências......................................................................................................
42
CONCLUSÕES......................................................................................................
70
RESUMO...............................................................................................................
71
ABSTRACT...........................................................................................................
72
APÊNDICE............................................................................................................
73
ANEXO..................................................................................................................
75
10
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1
Localização do Parque Nacional do Catimbau, uma área de Caatinga no estado de
Pernambuco, região Nordeste do Brasil. (A) América do Sul, (B) região Nordeste do
Brasil e (C) estado de Pernambuco.....................................................................................
48
Figura 2
Precipitação (mm) e temperatura média C) da região do Parque Nacional do
Catimbau, Buíque (PE), nos anos de 2006 e 2007. Fonte: Dados Serviço Geológico do
Brasil (CPRM).....................................................................................................................
49
Figura 3
Área de estudo (A), vista geral (B), flores (C), frutos e sementes (D) de Trischidium
molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) no Parque Nacional do Catimbau, Buíque
(PE)......................................................................................................................................
50
Figura 4
A temperatura do ar (°C), B umidade relativa do ar (%) e C intensidade luminosa
(µmol·m
-2
·s
-1
) (média ± desvio padrão) sob copa (1 m) de Trischidium molle (Benth.)
H. E. Ireland (Leguminosae) e em local aberto (5 m) (n = 10), no Parque Nacional do
Catimbau, Buíque (PE). Dados obtidos na estação chuvosa...............................................
51
Figura 5
Umidade do solo (média ± desvio padrão - %) sob copa (1 m) de Trischidium molle
(Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) e em local aberto (5 m) (n = 10), no Parque
Nacional do Catimbau, Buíque (PE). Dados obtidos na estação chuvosa..........................
52
Figura 6
Matéria orgânica (média ± desvio padrão - %) presente no solo coletado na estação
chuvosa abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)
(1 m) e em local aberto (5 m) (n = 10), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque
(PE)......................................................................................................................................
53
Figura 7
Germinação (%) de sementes de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) distribuídas abaixo da copa da planta-mãe (1 m) e em local aberto
(5 m), na superfície do solo e enterradas (5 cm de profundidade) (n = 10), no Parque
Nacional do Catimbau, Buíque (PE)...................................................................................
54
Figura 8
Germinação final (%) de sementes de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) (média ± desvio padrão) distribuídas abaixo da copa da planta-mãe
(1 m) e em local aberto (5 m), na superfície do solo e enterradas (5cm de profundidade)
(n = 10), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE). (A) germinação em diferentes
distâncias em relação à planta-mãe, (B) germinação em diferentes profundidades e (C)
interação entre os dois fatores.............................................................................................
55
Figura 9
Sobrevivência de plântulas (%) de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) localizadas abaixo copa da planta-mãe (1 m) e em local aberto (5 m)
(n = 10), com e sem proteção contra predação de plântulas, durante a estação seca de
2007, no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE)........................................................
56
11
Figura 10
Sobrevivência de plântulas (%) de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) recrutadas no final da estação chuvosa e associadas aos parentais
(n = 10), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), em relação à distância da
planta-mãe...........................................................................................................................
57
Figura 11
Número total de plântulas que emergiram nas amostras de solo coletadas ao final da
estação seca e chuvosa, nas profundidades 0-5 e 6-10 cm, abaixo da copa de
Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (1 m) e em local aberto (5 m)
(n = 10), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE)...................................................
58
Figura 12
Hábito (A e C) e freqüência de ocorrência (B e D) de indivíduos e espécies observadas
nas amostras de solo coletadas no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), na
estação seca e chuvosa........................................................................................................
59
Figura 13
Número de indivíduos (A) e de espécies (B) pertencentes às famílias observadas nas
amostras de solo coletadas no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), na estação
seca e chuvosa.....................................................................................................................
60
Figura 14
Abundância de sementes (média ± desvio padrão) que germinaram nas amostras de solo
coletadas abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)
(1 m) e em local aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), durante a
estação seca e chuvosa. (A) abundância entre os ambientes (distância em relação à
planta enfermeira), (B) abundância entre as estações e (C) interação entre os dois
fatores..................................................................................................................................
61
Figura 15
Riqueza de espécies (média ± desvio padrão) que germinaram nas amostras de solo
coletadas abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)
(1 m) e em local aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), durante a
estação seca e chuvosa. (A) abundância entre os ambientes (distância em relação à
planta enfermeira), (B) abundância entre as estações e (C) interação entre os dois
fatores..................................................................................................................................
62
Figura 16
Índice de diversidade de Shannon-Wiener (média ± desvio padrão) das espécies que
germinaram nas amostras de solo coletadas abaixo da copa de Trischidium molle
(Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (1 m) e em local aberto (5 m), no Parque
Nacional do Catimbau, Buíque (PE), durante a estação seca e chuvosa. (A) abundância
entre os ambientes (distância em relação à planta enfermeira), (B) abundância entre as
estações e (C) interação entre os dois fatores......................................................................
63
12
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1
Variáveis do solo (média ± desvio padrão) coletado na estação chuvosa abaixo da copa
de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (1 m) e em local aberto
(5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE)......................................................
64
Tabela 2
Velocidade média de germinação (meses
-1
) e tempo médio de germinação (meses) de
sementes de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (média ± desvio
padrão) colocadas para germinar abaixo da copa da planta-mãe (1 m) e em local aberto
(5 m), na superfície do solo e enterradas, no Parque Nacional do Catimbau, Buíque
(PE).....................................................................................................................................
65
Tabela 3
Família, espécie, habito e número de indivíduos (N) presentes no solo coletado sob a
copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae), na estação seca e
chuvosa. Índices de significância (p) de testes de χ
2
para abundância de sementes
presentes nos solo, resíduos de estandardização (R.E) para valores de p < 0,01 e
freqüência de ocorrência (F.O.) das espécies.....................................................................
66
Tabela 4
Resultado do ANOVA Dois Fatores (distância e estação) dos dados de abundância (A),
riqueza (B) e diversidade de espécies (C) que germinaram nas amostras de solo
coletadas abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)
(1 m) e em local aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), durante
a estação seca e chuvosa.....................................................................................................
69
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
13
APRESETAÇÃO
Em ambientes semi-áridos, onde as condições ambientais são mais severas, as plantas
apresentam muitas estratégias de desenvolvimento para a ocorrência nesses locais, como a
abscisão foliar no período da seca, acúmulo de água em ramos, troncos e raízes, além da
transferência da função fotossintética das folhas para os ramos de muitas plantas suculentas.
Nesse ambiente, a dinâmica da comunidade pode ser influenciada pela presença de
plantas perenes. Árvores e arbustos, que mantém suas folhas durante todo o ano, amenizam as
condições ambientais abaixo de suas copas proporcionando a ocorrência de muitas espécies.
Essas espécies enfermeiras ou facilitadoras provavelmente possuem a capacidade de se
estabelecer no ambiente mesmo sem a ajuda de outras plantas.
Nos últimos anos, vários trabalhos foram desenvolvidos em regiões áridas e semi-
áridas pelo mundo todo demonstrando essa interação positiva entre plantas, denominada
“síndrome de plantas enfermeiras”. A maioria dos trabalhos publicados relaciona o efeito de
uma espécie, chamada de enfermeira, com o desenvolvimento de uma ou duas espécies que
crescem em associação com essa planta. Muitos desses estudos foram desenvolvidos com
gramíneas, porém poucos são os trabalhos que visaram à influência que as plantas enfermeiras
exercem sobre a diversidade de espécies e a dinâmica de formação dos bancos de sementes do
solo nesses ambientes.
Sob a copa das árvores e dos arbustos, as espécies encontram condições favoráveis
para o seu desenvolvimento e o favorecimento pode refletir na abundância e riqueza de
espécies que ocorrem na forma de sementes, permanecendo viáveis no solo por toda a estação
desfavorável para o seu desenvolvimento.
Diante do contexto, o objetivo dessa dissertação foi avaliar a influência do arbusto
Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) sobre a comunidade de plantas no
Parque Nacional do Catimbau, município de Buíque, Pernambuco. O efeito facilitador foi
mensurado: a) pela abundância, riqueza e diversidade de espécies que compõe o banco de
sementes; b) pela avaliação das modificações micro-climáticas; c) pelo acompanhamento da
germinação e do estabelecimento das plântulas produzidas pelas enfermeiras.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
14
FUDAMETAÇÃO TEÓRICA
1. Interações entre plantas
Plantas crescendo próximas uma das outras podem influenciar seus vizinhos de
diversas maneiras. Sendo assim, a ocorrência de uma espécie em determinado ambiente pode
ser fortemente influenciada pelas interações entre as plantas que afetam a estrutura e a
dinâmica da comunidade, resultando em um balanço entre as interações positivas e negativas
(Callaway, 1997; Choler et al., 2001; Tirado e Pugnaire, 2005; Padilha e Pugnaire, 2006). Se
os efeitos negativos prevalecem, a interação resulta em competição ou interferência, uma
conseqüência do compartilhamento de recursos, como água, nutrientes, luz ou espaço
(Connell, 1983; Callaway et al., 1996; Tielbörger e Kadmon, 2000), ou da liberação de
substâncias químicas que vão prejudicar as plantas próximas. Em seu estudo sobre a
distribuição, emergência e sobrevivência de plântulas de Artemisia herba-alba Asso
(Asteraceae) no deserto de Negev, Friedman e Orsham (1975) observaram um baixo número
de plântulas emergidas sob os adultos co-específicos e justificaram essa observação com o
efeito inibidor de substâncias químicas liberadas pelas raízes e ramos aéreos das plantas
parentais.
Indivíduos já estabelecidos podem exercer influência nas sementes que estão dispersas
no ambiente. A interação existente entre plantas, da mesma espécie ou de espécies diferentes,
é denominada por Ferreira (2004) como “interferência”, que pode ocorrer pela ação de fatores
bióticos como a competição e a alelopatia (substâncias químicas produzidas por outros
indivíduos). A inibição da germinação ou do desenvolvimento inicial é exercida por
substâncias químicas presentes no solo liberadas pelas plantas que são denominadas
aleloquímicos (Ferreira, 2004). Quando este fenômeno ocorre no ambiente, um maior número
de plântulas estabelecidas pode ser favorecido por um tipo de dispersão primária que garanta
um distanciamento maior das sementes ou por uma dispersão secundária eficiente.
Os efeitos positivos e negativos ocorrem simultaneamente numa comunidade
(Callaway et al., 1996; Callaway e Walker, 1997; Holmgreen et al., 1997) e mudam com o
tempo e local (Armas e Pugnaire, 2005), sendo influenciados também pelas características
fisiológicas e de desenvolvimento das espécies (Callaway e Walker, 1997). Tradicionalmente,
a competição vem sendo mais estudada (Padilha e Pugnaire, 2006) e os modelos ecológicos
focaram por décadas apenas as interações negativas entre as plantas (Bruno et al., 2003).
Entretanto, nos últimos anos, as interações positivas vêm despertando o interesse de
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
15
pesquisadores pelo mundo todo, principalmente em ambientes árido e semi-árido, onde essas
interações positivas podem prevalecer em detrimento às negativas (Fowler, 1986; Armas e
Pugnaire, 2005; Padilha e Pugnaire, 2006). Porém, por ser um tema recente na ecologia de
comunidades, a elaboração de modelos e a inclusão da facilitação em livros de ecologia
teórica ainda é lenta (Bruno et al., 2003).
Em ambientes onde os fatores abióticos são extremos e a disponibilidade de recurso é
limitada, o estabelecimento de plântulas pode ser favorecido pela presença de algumas plantas
adultas que amenizam essas condições abióticas severas (e.g. Cavieres et al., 2006). A
influencia positiva das plantas adultas no estabelecimento das plântulas é chamada de
“síndrome das plantas enfermeiras” (Niering et al., 1963), e é um dos primeiros exemplos de
que a associação espacial entre plantas pode ser mais favorável do que prejudicial (Padilha e
Pugnaire, 2006).
Outras vantagens, além do cuidado parental, são reportadas para as plantas que
ocorrem em associação com outras espécies. As plantas enfermeiras podem amenizar as
condições ambientais desfavoráveis abaixo de suas copas, como a alta intensidade luminosa.
O sombreamento proporcionado por essas plantas reduz a evaporação de água do solo
(Holmgren et al., 1997), diminui a temperatura do ar e do solo (Franco e Nobel, 1989; Moro
et al., 1997) e reduz também a radiação que chega nas plantas (Egerton et al., 2000). Essa
amenização nos fatores abióticos protege as plantas dos danos causados pelas temperaturas
extremas e da baixa umidade nos ambientes semi-áridos, além de ser favorável para o
recrutamento de plântulas de espécies lenhosas, como por exemplo, Quercus emoryi Torr.
(Fagaceae) (Weltzin e MacPherson, 1999).
As plantas enfermeiras também podem aumentar a disponibilidade de água no solo
abaixo de suas copas (Moro et al., 1997; Kröpfl et al., 2002; Pugnaire et al., 2004). As raízes
de algumas espécies translocam a água armazenada nas profundidades do solo e liberam
próxima a superfície. Essa re-locação da água torna o recurso disponível para as plantas que
ocorrem abaixo das copas dessas plantas enfermeiras e aumenta seu teor de umidade e taxa de
crescimento (Padilha e Pugnaire, 2006).
A disponibilidade de nutrientes no solo abaixo das plantas enfermeiras também é
superior devido à decomposição das folhas e ao acúmulo de sedimentos, ocasionando alta
taxa de mineralização e a ocorrência de grandes populações de microorganismos (Callaway et
al., 1991; Moro et al., 1997; Tielbörger e Kadmon, 2000; Padilha e Pugnaire, 2006). Portanto,
as interações positivas entre raízes possibilitam a transferência do nitrogênio das plantas
facilitadoras para as espécies assistidas. Além disto, a infecção ectomicorrízica possibilita
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
16
uma maior absorção de nutrientes via fungos que favorece a assimilação do carbono durante a
fotossíntese (Padilha e Pugnaire, 2006).
Em campos e em áreas abertas, plantas que crescem próximas a espécies não
palatáveis ou próximas a plantas com muitos espinhos possuem vantagens quando
comparadas com indivíduos que crescem em locais sem a presença dessas plantas. A
ocorrência dessas enfermeiras pode proteger as plantas que crescem sob suas copas contra o
ataque de predadores (Callaway, 1995; Padilha e Pugnaire, 2006). Além disso, as plantas
enfermeiras geralmente são grandes atrativos para polinizadores que, durante a visita a sua
copas, podem eventualmente visitar e polinizar também as flores das espécies assistidas
(Callaway, 1995).
A facilitação parece ser um processo essencial não apenas para a sobrevivência e
crescimento das plantas, mas também à dinâmica da comunidade e sua diversidade em muitos
ecossistemas (Pugnaire et al., 1996). Os exemplos dessas interações positivas são mais
evidentes em ambientes onde as condições abióticas são mais severas (e.g., Valiente-Banuet e
Ezcurra, 1991; Valiente-Banuet et al., 1991; Callaway, 1992; Aguilera e Lauenroth, 1993;
Callaway et al., 1996; Pugnaire et al., 1996; Wied e Galen 1998; Tielbörger e Kadmon, 2000;
De Villiers et al., 2001; Tirado e Pugnaire, 2003; Ludwig et al., 2004; Cavieres et al., 2005;
2006; Gómez-Aparicio et al., 2005; Acuña-Rodriguez et al., 2006).
No Brasil, poucos trabalhos foram feitos abordando a interação positiva entre plantas,
podendo ser citado os estudos recentes de Dias et al. (2005) e Duarte et al. (2006). No
primeiro caso, o estudo foi realizado em ambiente de Restinga e o papel de Clusia hilariana
Schltdl. (Clusiaceae) como planta enfermeira foi sugerido pelos autores que ressaltaram os
benefícios proporcionados pelos arbustos na riqueza, diversidade e sobrevivência de plântulas
em associação com a espécie.
Por outro lado, Duarte et al. (2006) estudando as Florestas de Araucária da região Sul
do Brasil, concluíram que a espécie Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (Araucariaceae)
atua como uma planta enfermeira no ecossistema estudado. Segundo os autores, o beneficio
principal proporcionado para as plantas assistidas é a atração de dispersores que promovem a
colonização de outros ambientes e a regeneração de novas áreas.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
17
2. Germinação, estabelecimento e recrutamento de plântulas
A germinação das sementes e o estabelecimento das plântulas no campo podem ser
influenciados por vários fatores bióticos e abióticos tais como a luz, temperatura,
disponibilidade hídrica, tipo de solo, gases (oxigênio, dióxido de carbono e etileno),
alelopatia, competição, predação e ataque de patógenos (Ferreira, 2004; Melo et al., 2004).
Segundo Barbosa (2003) e Melo et al. (2004), a deficiência de água no solo,
ocasionada por um longo período de estação seca, parece ser um dos fatores que mais
interfere no sucesso do estabelecimento e sobrevivência de plântulas na Caatinga. Porém, esta
característica marcante do ecossistema não exclui a ocorrência das outras interações.
Em 1970, Janzen apresentou um modelo qualitativo do padrão de distribuição de
plântulas em relação aos parentais para as Florestas Tropicais. De acordo com este estudo, o
padrão de dispersão dos indivíduos em uma população depende da interação entre a densidade
das sementes dispersadas e a probabilidade delas sobreviverem em relação à distância dos
indivíduos parentais. Esse modelo, conhecido como “hipótese de fuga”, propõe que até uma
certa distância do indivíduo parental ocorre uma maior distribuição de plântulas e,
conseqüentemente, uma grande taxa de mortalidade devido principalmente à ação de
predadores, parasitas e patógenos que podem atuar mais intensamente nas sementes e/ou
plântulas presentes sob a copa da planta mãe.
Ao contrário do proposto por Janzen (1970), o qual indicou que plântulas teriam maior
chance de recrutamento e sucesso de estabelecimento quando a semente germina em locais
mais distantes da planta mãe, em ambientes inóspitos com poucos locais favoráveis para o
estabelecimento, podem ser observadas estratégias inversas. O fenômeno da antitelecoria
ocorre com algumas espécies da família Cruciferae, Labiatae, Asteraceae e Plantaginaceae,
que têm suas sementes dispersas com um tipo de mucilagem que adere e proporciona a
permanência das sementes próximas a sua parental (Fahn e Werker, 1972).
Ferreira et al. (1987) sugeriram que a sobrevivência de plântulas de Anadenanthera
falcata (Benth.) Speg. (Leguminosae), no Cerrado, não depende da densidade ou da distância
dos indivíduos parentais, questionando a validade do modelo de Janzen para esse ecossistema.
Resultados similares foram encontrados por Barbosa (1992) em seu estudo na Caatinga com
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan (Leguminosae). Segundo Barbosa e Barbosa
(1996), o modelo de Janzen parece não ser válido para espécies de ambientes semi-áridos.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
18
3. Banco de sementes
Quando as sementes não são dispersas e se acumulam no solo, estas podem formar um
banco de sementes que permanecem viáveis, caso possuam algum tipo de dormência.
Segundo Fenner (1995), a reserva de sementes dormentes presentes no solo é freqüentemente
referida como banco de semente do solo e está presente em vários habitats onde plantas
superiores crescem.
A entrada das sementes no banco ocorre durante a dispersão, com a chuva de
sementes. Se as condições ambientais não são favoráveis para a germinação ou
estabelecimento das plântulas, as sementes tendem a formar bancos transitórios relacionados
com a sazonalidade do ambiente (Thompson e Grime 1979; Bradbeer, 1994; Fenner, 1995;
Almeida-Cortez, 2004). Caso as sementes possuam algum tipo de dormência primária ou as
condições ambientais estabeleçam dormência secundária, as sementes tendem a serem
incorporadas a um banco permanente que mantém sua viabilidade por longo período (Bekker
et al., 1998). Deste modo, a semente sairá do banco quando ocorrer: a) quebra da dormência e
a semente germinar; b) deterioração pela ação de patógenos; c) predação por animais; d)
morte natural das sementes com a perda da capacidade germinativa (Abdul-Baki e Anderson,
1972; Bradbeer, 1994; Harper, 1994; Almeida-Cortez, 2004). A existência desse banco em
determinadas situações representa uma dinâmica de re-colonização que pode se estender
durante décadas, dependendo do tipo do banco formado e das espécies que compõe esse
banco (Harper, 1994).
Em ecossistemas áridos e semi-áridos, os bancos de sementes são importantes
elementos da comunidade onde as plantas anuais representam uma grande parte da flora e
suas sementes podem permanecer viáveis por muitos anos (Pake e Venable, 1996). Esses
bancos são caracterizados pela alta variabilidade espacial e temporal e particularmente
afetados pelo padrão espacial da vegetação (Guo et al., 1998). Segundo Pugnaire e Lázaro
(2000), interações positivas entre plantas podem influenciar diretamente a dinâmica de
formação de banco de sementes em ambientes semi-áridos e a ocorrência de plantas
facilitadoras nesses ambientes é uma característica chave para a estruturação da comunidade
vegetal. A composição do banco de sementes (abundância e riqueza de espécies presentes no
solo) vai depender de múltiplas interações inter-específicas como a facilitação por arbustos e a
competição por recursos com plantas próximas (Guo et al., 1998; 1999; Pugnaire e Lázaro,
2000). Além disso, as características do processo de dispersão de propágulos redistribuem as
sementes que irão compor o banco e regenerar novas áreas (Duarte et al., 2006).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
19
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Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
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Manuscrito a ser enviado ao periódico Journal of Arid Environment
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
26
A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) e sua
relação com a comunidade de plantas em ambiente semi-árido no ordeste do Brasil
M.V. Meiado
a
, E.A. Simabukuro
b
a
Laboratório de Fisiologia Vegetal, Departamento de Botânica, Universidade Federal de
Pernambuco, Av. Professor Moraes Rego s/n, Cidade Universitária, CEP: 50670-901, Recife,
Pernambuco, Brasil (marcos_meiado@yahoo.com.br).
b
Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba, Av. Darci Carvalho Daffener 200,
Alto da Boa Vista, CEP: 18043-970, Sorocaba, São Paulo, Brasil.
Abstract
The interaction between Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) shrubs and a
plant community in a semiarid environment was evaluated to answer the following questions:
(1) Do abiotic factors differ under the canopy of shrubs when compared to the open field? (2)
Is the resource availability higher under the canopy of plants than in the open field? (3) Do T.
molle shrubs promote intraspecific facilitation in semiarid environments? (4) Do maternal
nurse effects increase the seedling survival? (5) Is the soil seeds bank influenced by the
presence of shrubs and environmental seasonality? This study was conducted in the National
Park of Catimbau, Brazilian Northeast, which is a priority conservation area. The shrubs of T.
molle were considered nurse plants due the promoting of more favorable conditions to
germination and establishment of the community under their canopies, softening extreme
conditions. The resource availability and all the abiotic factors assessed were significantly
different under the canopies and open fields. However, the shrubs did not favor the
germination of their own seeds. This species can germinate at open fields and after the
development of its canopies it promotes a favorable site for other species’ germination.
Therefore, the soil seeds bank is influenced by the presence of the nurse plant and
environmental seasonality corroborating the hypothesis on the spatio-temporal variability of
soil seeds banks in semiarid environments.
Keywords: abiotic factors; resource availability; plant parental care; seedling survival; soil
seed bank.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
27
1. Introdução
As interações entre plantas são fortemente influenciadas pela estrutura e dinâmica da
comunidade, sendo responsáveis pela presença ou ausência de determinadas espécies no
ambiente (Callaway, 1997; Tirado e Pugnaire, 2005; Padilha e Pugnaire, 2006). A ocorrência
de plantas próximas umas das outras é prejudicada pela competição por recursos (Connell,
1983) e, freqüentemente, interações negativas são mais relatadas na literatura (Padilha e
Pugnaire, 2006). Esse tipo de interação pode ocorrer entre indivíduos da mesma espécie e
segundo a “hipótese de fuga”, proposta por Janzen (1970), a distribuição espacial dos
indivíduos em uma população depende da relação entre a densidade de sementes dispersadas e
a probabilidade das plântulas sobreviverem em relação à distância dos parentais. De acordo
com essa hipótese, a taxa de mortalidade das plântulas é maior sob a copa da planta-mãe
devido à competição e a ação de predadores, parasitas e patógenos que podem atuar mais
intensamente nas sementes e/ou plântulas localizadas próximas de seus parentais.
Por outro lado, o desenvolvimento de algumas plantas próximas pode ser benéfico e
essa relação torna-se positiva (Callaway, 1995). Interações positivas entre plantas, onde uma
espécie favorece a germinação e o estabelecimento de outras, são conhecidas como facilitação
ou “síndrome das plantas enfermeiras” (Niering et al. 1963; Callaway, 1995; Padilha e
Pugnaire, 2006). Nessas interações, uma planta enfermeira favorece o desenvolvimento de
outras espécies abaixo de suas copas, proporcionando um local mais favorável para o seu
desenvolvimento, amenizando fatores ambientais extremos (temperatura e intensidade
luminosa), alterando características do substrato ou aumentando a disponibilidade de recursos
(água e nutrientes do solo) (Callaway et al. 1991; Rostagno et al., 1991; Dawson, 1993). Essas
enfermeiras também atuam de forma indireta eliminando competidores em potencial,
introduzindo outros organismos que trazem benefícios para as plantas assistidas, como
microrganismos do solo, micorrizas e polinizadores, além de proporcionar proteção contra
herbívoros (Callaway, 1995). Esse tipo de interação positiva também ocorre entre indivíduos
da mesma espécie e o cuidado parental dessas plantas garante o estabelecimento das plântulas
e a re-colonização dos ambientes (Wied e Galen, 1998).
Interações positivas e negativas entre plantas ocorrem simultaneamente em
praticamente todos os ecossistemas (Callaway e Walker, 1997), porém, em ambientes áridos e
semi-áridos, onde as condições abióticas são mais extremas, as interações positivas podem
prevalecer (Armas e Pugnaire, 2005; Padilha e Pugnaire, 2006). Nesses ambientes, os bancos
de sementes são caracterizados pela alta variabilidade espacial e temporal e são afetados pelos
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
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padrões espaciais da vegetação (Pake e Venables, 1996; Guo et al., 1998). Os bancos de
sementes formados sob a copa de árvores e arbustos perenes acumulam um grande número de
propágulos. Essa característica é explicada pelas condições proporcionadas por essas plantas
que ocasionam um maior número de indivíduos abaixo de suas copas e uma quantidade maior
de sementes produzidas e dispersadas, além de maior proteção contra ataque de predadores de
semente (Aguiar e Sala, 1997; Pugnaire e Lázaro, 2000). As plantas facilitadoras também
podem ser utilizadas como poleiros para aves ou abrigo temporário para outros animais
frugívoros que dispersam sementes e aumentam a abundância e a riqueza de espécies do
banco sob suas copas (Pausas et al., 2006). Conseqüentemente, o acúmulo de sementes no
solo é maior sob a copa e decresce com o distanciamento da planta (Moro et al., 1997; Guo et
al. 1998).
Diante desse contexto, este estudo teve como objetivo principal avaliar a interação do
arbusto Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) com a comunidade de
plantas em ambiente semi-árido no Nordeste do Brasil, testando cinco hipóteses: (1) os fatores
abióticos diferem sob a copa de T. molle quando comparados com locais abertos; (2) a
disponibilidade de recursos é maior sob a copa dos arbustos; (3) arbustos de T. molle
promovem a facilitação intra-específica em ambiente semi-árido, proporcionando um local
favorável para a germinação e o estabelecimento de suas plântulas; (4) a sobrevivência das
plântulas de T. molle é favorecida pela proximidade dos parentais; (5) a formação do banco de
sementes do solo é influenciada pela presença dos arbustos e pelas estações do ano.
2. Materiais e Métodos
2.1. Área de estudo e espécie estudada
O estudo foi desenvolvido no Parque Nacional do Catimbau (08º37’S 37º09’W),
localizado entre os municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim (PE), a 290 km de Recife
(Figura 1). Essa área está inserida na depressão sertaneja, uma vasta superfície plana de
rochas cristalinas que representa a estrutura geológica dominante da Caatinga (Andrade-Lima,
1981). O parque possui 62000 ha, faz parte da bacia do Jatobá e sua área é considerada
prioritária para a conservação por apresentar um alto grau de susceptibilidade à desertificação,
elevada biodiversidade florística e tensão ecológica (Giulietti et al., 2004), além de ser um
local de extrema importância biológica com espécies raras e de distribuição endêmica (Silva
et al., 2004). O clima da área de estudo é definido como semi-árido quente, com temperatura e
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
29
precipitação médias anuais de 25 ºC e 1095,9 mm, respectivamente, e chuvas concentradas
entre os meses de abril a junho (SUDENE, 1990). A figura 2 apresenta os dados de
temperaturas médias e precipitações de 2006 e 2007 (período da realização dos
experimentos), fornecidos pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
A vegetação do local apresenta uma fisionomia predominantemente arbustiva, com
poucos e bem distribuídos representantes arbóreos e a presença mais representativa do estrato
herbáceo ocorre apenas durante a estação chuvosa (Figueirêdo et al., 2000; Andrade et al.,
2004). Segundo Rodal et al. (1998), são reconhecidos quatro principais biótopos no Parque
Nacional do Catimbau: (1) as vertentes a sotavento, situadas entre 600 e 800 m, com caatinga
de areia e vegetação xerófila arbustiva caducifólia espinhosa sobre sedimento arenoso, (2) o
topo aplainado da chapada e a barlavento, entre 600 e 800 m, com vegetação arbustiva sub-
caducifólia não espinhosa, (3) as partes mais elevadas, entre 900 e 1000 m, denominadas de
campo rupestre com vegetação em moita, herbácea ou arbustiva perenifólia não espinhosa e
(4) o “sopé” de algumas serras situadas no topo da chapada, a cerca de 800 m de altitude e
localmente denominados de “brejos de pé-de-serra” (floresta estacional o espinhosa). Este
estudo foi desenvolvido no primeiro biótopo descrito, i.e., caatinga de areia (Figura 3A).
Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Figura 3B-D) foi escolhida como provável
planta enfermeira considerando a sua ampla distribuição na área estudada e por ser uma
espécie lenhosa que mantém suas folhas durante todos os meses do ano (Gómez-Aparicio et
al., 2004), além do fato de apresentar um grande número de plântulas sob a copa dos
parentais. A espécie pertence à família Leguminosae e recentemente foi reincorporada ao
gênero Trischidium Tul., anteriormente conhecida como Bocoa mollis (Benth.) Cowan
(Ireland, 2007). Sua distribuição geográfica está relacionada com solos arenosos,
principalmente em Caatinga com altitudes de 200 a 500 m, podendo ser encontrada em
planície costeira e no Cerrado (Queiroz, 2007). Exsicata do material botânico foi identificada
e incorporada ao Herbário UFP – Geraldo Mariz com registro 43340.
Para cada hipótese testada foram marcados aleatoriamente 10 arbustos de T. molle,
totalizando 50 indivíduos da espécie estudada. Todos os parâmetros avaliados (condições
micro-climáticas, disponibilidade de recursos, germinação e a formação do banco de sementes
da comunidade), exceto a sobrevivência de T. molle, foram comparados entre dois micro-
ambientes: sob a copa dos arbustos selecionados (a uma distância de 1 m do caule) e em local
aberto (ponto aleatório sem a influência da vegetação, a uma distância de 5 m de cada
indivíduo selecionado).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
30
2.2. Efeito de T. molle nas condições micro-climáticas
Dados de temperatura (°C), umidade relativa do ar (%) e intensidade luminosa
(valores obtidos em lux e transformados para µmol·m
-2
·s
-1
de acordo com Torres et al., 2001)
foram mensurados na estação chuvosa (único período de ocorrência do estrato herbáceo). As
medições foram realizadas em intervalos de 1 h, das 6:00 até as 18:00 (nos dias 17 de abril, 15
de maio e 12 de junho de 2007), na superfície do solo, com o auxílio de um Termo-
Higrômetro Digital (Interno Incoterm 7429) e Luxímetro Digital (ICEL LD 510),
respectivamente.
As médias de temperatura, umidade relativa do ar e intensidade luminosa foram
comparadas entre os dois ambientes, ao longo do dia, pelo teste ANOVA de Medidas
Repetidas (ambiente como fator principal e horário do dia como fator de repetição).
2.3. Efeito de T. molle na disponibilidade de recursos
Para analisar a influência de T. molle na disponibilidade de recursos foi mensurada a
porcentagem de umidade e de matéria orgânica, além da caracterização química do solo
coletado abaixo da copa dos arbustos e nos locais abertos. Para cada parâmetro avaliado
foram coletadas 10 amostras contendo aproximadamente 200 g de solo da camada superficial
(0 - 5 cm), durante a estação chuvosa.
Para a determinação do percentual de matéria orgânica, as amostras de solo foram
homogeneizadas e secas em estufa a 85° C por 48 h, para obtenção do peso seco. Após esse
procedimento, as amostras foram incineradas a 475° C, por 4 h. A porcentagem de matéria
orgânica foi obtida pela diferença entre o peso seco e o peso da fração pós-incineração
(Wetzel e Likens, 1990).
Para a avaliação da umidade do solo, as amostras foram coletadas, inicialmente
pesadas em balança de precisão e mantidas em estufa a 85º C por 48 h, até a secagem. A
umidade foi obtida a partir da diferença entre o peso do solo úmido e seco.
Amostras de solos coletadas em cada micro-ambiente foram enviadas para o
Laboratório de Fertilidade do Solo da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária
IPA, onde foi realizada sua caracterização química.
Os dados de umidade do solo, porcentagem de matéria orgânica e a caracterização
química dos nutrientes presentes nas amostras de solo coletadas sob a copa dos arbustos e no
local aberto foram comparados através do teste t de Student pareado.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
31
2.4. Efeito dos parentais na germinação e estabelecimento das plântulas de T. molle
Após o período de dispersão das sementes (setembro de 2006), foram marcados
indivíduos com características semelhantes (altura e tamanho da copa) para a observação da
germinação em campo. Para a avaliação do potencial de formação de banco de semente da
espécie estudada, os frutos desses indivíduos foram coletados e as sementes (n = 10) foram
colocadas para germinar na superfície do solo e enterradas a 5 cm, distantes 1 e 5 m da planta-
mãe. Para avaliar a dispersão secundária e/ou predação de plântulas, as sementes dispostas na
superfície do solo foram protegidas por uma estrutura de madeira forrada com tela branca que
manteve as condições ambientais de temperatura, disponibilidade drica e intensidade
luminosa. Além disso, outra amostra de 10 sementes foi mantida na superfície do solo sem a
proteção da tela. As características germinativas e de estabelecimento das plântulas foram
avaliadas mensalmente por 15 meses e foram calculados o tempo médio (meses) e a
velocidade média de germinação (meses
-1
) das sementes de T. molle submetidas aos diferentes
tratamentos (Ranal e Santana, 2006). O critério para considerar sementes germinadas foi a
emergência das plântulas.
As médias de porcentagem final da germinação (transformadas em arcoseno√%),
tempo médio e velocidade média de germinação das sementes de T. molle foram avaliadas
através do teste ANOVA Dois Fatores (profundidade e distância em relação à planta-mãe)
(Ranal e Santana, 2006). A diferença entre o número total de plântulas de T. molle
estabelecidas abaixo da copa dos adultos co-específicos e no local aberto foi verificada pelo
teste χ
2
, assim como as plântulas estabelecidas com ou sem a tela de proteção contra o ataque
dos predadores.
2.5. Sobrevivência das plântulas de T. molle associadas aos co-específicos
Para avaliar a sobrevivência das plântulas de T. molle associadas aos adultos co-
específicos foram amostradas áreas circulares de 150 cm de raio, totalizando uma área
amostral de 70,65 m
2
. Essas áreas foram amostradas devido à ausência de plântulas em
distâncias maiores que 2 m dos parentais. A partir de cada individuo selecionado foram
criadas três categorias de distância em relação à planta-mãe: 0 a 50, 51 a 100 e 101 a 150 cm.
Dentro de cada área foi mapeado o número de plântulas presentes e a distância em relação aos
parentais. O experimento foi montado no final da estação chuvosa (junho de 2006) e o
acompanhamento da sobrevivência das plântulas foi realizado mensalmente por 15 meses.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
32
Após o período de observações, a sobrevivência dos indivíduos entre as categorias de
distância foi avaliada através do teste ANOVA de Medidas Repetidas (categorias de distância
como fator principal e mês como fator de repetição).
2.6. Influência da facilitação e da sazonalidade na formação de banco de sementes
Para a avaliação do banco de sementes foi selecionada uma área em que os 10
indivíduos marcados possuíam uma distância mínima de 10 m entre si. A coleta do solo foi
realizada em junho (estação chuvosa) e dezembro de 2006 (estação seca) e os procedimentos
descritos abaixo foram empregados para as duas coletas. Com o auxílio de um coletor (25 x
25 x 5 cm) foram coletadas amostras do solo sob a copa da espécie estudada e em local
aberto. Em cada ponto foram coletadas amostras em duas profundidades: 0 a 5 e 6 a 10 cm,
totalizando 80 amostras (10 indivíduos x 2 distâncias x 2 profundidades x 2 estações).
Para a avaliação da germinação, o solo foi colocado em bandejas e mantido em casa de
vegetação com suprimento hídrico diário. A avaliação foi realizada semanalmente durante 12
meses, com o revolvimento do solo em intervalos de três meses. O banco de sementes do solo
foi estimado pela germinação de sementes viáveis e não dormentes e o critério para considerar
germinação foi a emergência das plântulas (Pugnaire e Lázaro, 2000). O índice de diversidade
de Shannon-Wiener (Log
2
) foi calculado para cada amostra coletada e os valores de
abundância e riqueza das amostras também foram registrados (Joshi et al., 2001).
A freqüência de ocorrência (F.O.) de cada espécie foi determinada para as amostras
coletadas na estação seca e chuvosa, seguindo o seguinte critério: a) distribuição constante
aquelas espécies presentes em mais de 75% das amostras, b) freqüentes aquelas presentes
entre 50 e 75%, c) comuns quando presentes entre 25 e 50% e, d) raras aquelas que ocorreram
em menos de 25 % das amostras.
As plântulas emergidas foram transferidas para vasos individuais para o
desenvolvimento e posterior identificação das espécies. As espécies foram classificadas de
acordo com seu hábito (herbácea, arbustiva e arbórea) e os indivíduos da família Cactaceae
foram considerados a parte (cacto) (Andrade et al., 2004). Exsicatas de espécimes que
floresceram provenientes do banco de sementes foram identificadas e incorporadas ao
Herbário UFP – Geraldo Mariz (Apêndice 1).
Comparação entre o número de sementes germinadas nas amostras de solo coletadas
nos dois micro-ambientes (sob a copa e local aberto) foram analisadas usando o teste χ
2
para
cada espécie, com α igual a 0,01. Quando uma diferença significativa no número de sementes
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
33
entre os dois micro-ambientes foi encontrada, a relação espécie-específica de facilitação com
T. molle foi testada através das aplicações de resíduos estandardizados (R.E.), obtidos pela
fórmula: R.E. = O - E / E, onde O e E foram os valores observados e esperados,
respectivamente. Os valores de R.E. acima de 2 foram considerados significativos. Com essa
análise dos dados de abundância de sementes foi possível avaliar quais espécies foram
influenciadas (positivamente ou negativamente) pela presença dos arbustos de T. molle, em
cada uma das estações (López et al., 2007). A F.O. e o número total de espécies e indivíduos
observados em cada um dos hábitos foram comparados, em ambas as estações, pelo teste χ
2
.
A fim de se comparar a influência da presença do arbusto e da variação sazonal na
formação de banco de sementes, os dados de abundância, riqueza e diversidade foram
separados entre os micro-ambientes (sob a copa da espécie estudada e local aberto) e entre as
estações (seca e chuvosa). Os valores médios de abundância, riqueza e diversidade foram
comparados entre as distâncias e as estações através do teste ANOVA – Dois Fatores.
Todas as análises estatísticas descritas anteriormente, exceto a comparação da
abundância de sementes para a aplicação dos resíduos estandardizados, foram realizadas no
programa STATISTICA 7 com nível de significância igual a 0,05. A normalidade dos dados e
a homogeneidade das variâncias foram verificadas através do teste Shapiro-Wilk e Levene,
respectivamente (Zar, 1999).
3. Resultados e Discussão
3.1. Efeito de T. molle nas condições micro-climáticas
Todos os fatores abióticos avaliados neste estudo (temperatura, umidade relativa do ar
e intensidade luminosa) foram significativamente diferentes entre os dois micro-ambientes
estudados (abaixo das copas e nos locais abertos), corroborando a primeira hipótese testada.
De acordo com Pugnaire et al. (2004), os fatores abióticos são os principais responsáveis pela
alteração no balanço das interações entre plantas, influenciando a estrutura e dinâmica da
comunidade. Em ambientes semi-áridos, esses fatores afetam principalmente a comunidade
herbácea e a amenização do estresse abiótico proporcionada pelas plantas enfermeiras
(mecanismo da facilitação) é uma das causas da associação das herbáceas com os arbustos
(López et al., 2007).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
34
A presença da vegetação proporcionou a diminuição da temperatura, parâmetro que
apresentou valores significativamente maiores nos locais abertos, em todas as avaliações ao
longo do dia (F = 15221; gl = 1; p < 0,0001), sendo observada uma temperatura máxima de
35,1 ºC (às 12 h) nos locais abertos. Sob a copa dos arbustos, a temperatura não ultrapassou
os 28 ºC e se manteve mais constante ao longo do dia (Figura 4A). A umidade relativa do ar
(URA) decresceu com o aumento da temperatura. Sob a copa dos arbustos, onde foram
registradas as menores temperaturas (21,3 ± 0,3 °C), foram observados os maiores valores de
URA (85,2 ± 0,4 %). Fora da copa, a URA foi menor, decrescendo rapidamente nas primeiras
horas da manhã (F = 3851; gl = 1; p < 0,0001; Figura 4B). A intensidade luminosa (IL) se
manteve baixa e constante ao longo do dia sob a copa da espécie estudada. A figura 4C
mostra que as médias de IL observadas nesse micro-ambiente foram significativamente
menores desde a primeira avaliação, às 6 h (F = 10,7566; gl = 1; p < 0,0001).
As plantas se beneficiam pelo sombreamento causado pela vegetação e, na maioria dos
casos, os benefícios da redução da irradiação são relacionados apenas aos efeitos secundários
ocasionados por esse sombreamento, como por exemplo, o retardo da evaporação da água do
solo (Holmgren et al., 1997) e a amenização das temperaturas extremas (Franco e Nobel,
1989; Moro et al., 1997). Entretanto, existem evidências diretas dos benefícios causados pela
redução da irradiação. Segundo Egerton et al. (2000), o sombreamento pode amenizar o
estresse causado pela diminuição da temperatura em plântulas de Eucalyptus pauciflora
Sieber ex Spreng. (Myrtaceae). Essa redução na intensidade luminosa também aumenta a
eficiência fotossintética e favorece o equilíbrio hídrico do vegetal através do controle da
movimentação estomática e da redução da transpiração em plantas sob estresse hídrico
(Larcher, 2000). Conseqüentemente, a redução da radiação fotossinteticamente ativa
observada sob a copa das plantas enfermeiras pode ser favorável para o recrutamento de
plântulas de algumas espécies lenhosas, como por exemplo, Quercus emoryi Torr. (Fagaceae)
(Weltzin e MacPherson, 1999). Esse favorecimento é mais evidente em ambientes semi-
áridos, pois a alta intensidade luminosa pode ser prejudicial para o desenvolvimento de
plântulas que se estabelecem sob a influência da baixa disponibilidade hídrica no solo
(Larcher, 2000).
3.2. Efeito de T. molle na disponibilidade de recursos
Foi observada uma menor umidade no solo em todas as amostras coletadas nos locais
abertos quando comparadas com as amostras coletadas abaixo da copa de T. molle
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
35
(t = 10,7566; gl = 18; p < 0,0001; Figura 5). A disponibilidade de água no solo pode restringir
a ocorrência de determinadas espécies e influenciar diretamente a facilitação (Callaway,
1995). Sendo assim, a restrição de água no solo altera o potencial drico foliar e,
conseqüentemente, o desenvolvimento das plantas que ocorrem nesses ambientes. Essa
alteração foi observada em plântulas de Stipa tenuis Phill. (Poaceae) crescendo em locais
abertos e sendo favorecida pela presença da planta enfermeira Larrea divaricata Cav.
(Zygophyllaceae), em regiões semi-áridas da Argentina (Kröpfl et al., 2002). A umidade do
solo também foi significativamente diferente sob a copa da planta enfermeira Retama
sphaerocarpa (L.) Boiss. (Leguminosae) quando comparada aos locais abertos, em regiões
semi-áridas da Espanha (Moro et al., 1997; Pugnaire et al., 2004).
A porcentagem de matéria orgânica e as características químicas do solo coletado nos
dois micro-ambientes também apresentaram diferenças significativas. Foi observada a
presença de matéria orgânica em maiores porcentagens nas amostras coletadas abaixo da copa
da espécie estudada (t = 4,8039; gl = 18; p = 0,0002; Figura 6), como sugerido por Callaway
et al. (1991) e Moro et al. (1997). A caracterização química do solo apresentou diferenças
significativas, exceto nos valores de pH e saturação por base (Tabela 1). Não foi identificada a
presença de sódio e os valores semelhantes de pH indicam que não há interferência desse fator
na disponibilidade dos elementos no solo.
As concentrações significativamente superiores dos demais nutrientes (N, P, Ca, Mg,
K, Al) observadas no solo coletado abaixo da copa de T. molle indicam que a característica
química do solo é fortemente influenciada pela presença da espécie estudada, corroborando a
segunda hipótese deste trabalho. Além disso, os valores da capacidade de troca de cátions
(CTC) maiores que 5 cmol
c
.dm
-3
observados nas amostras coletadas abaixo da copa de T.
molle indicam que o solo apresenta alto teor de matéria orgânica, maior capacidade de
retenção de nutrientes e de umidade (Lopes e Guilherme, 2004). Dessa forma, a produtividade
das herbáceas no Parque Nacional do Catimbau pode aumentar abaixo da copa da espécie
estudada devido a maior disponibilidade de nutrientes. Resultados similares foram observados
por Weltzin e McPherson (1999) ao estudarem a produtividade vegetal abaixo da copa de Q.
emoryi. De acordo com os autores, foram encontradas concentrações de nutrientes, tais como
N, C e K, cerca de duas vezes maior abaixo da copa quando comparado aos locais abertos.
Esse aumento de nutrientes sob a copa dos indivíduos está relacionado com a idade e o
tamanho das plantas enfermeiras, diminuindo significativamente em locais abertos (Ludwig et
al., 2004).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
36
Por outro lado, menores concentrações de nutrientes não limitam o estabelecimento de
plântulas de algumas espécies e, mesmo quando não ocorre o incremento de nutrientes no solo
abaixo das copas das plantas enfermeiras, o efeito facilitador dos arbustos pode ser observado
devido a amenização de outros fatores abióticos, como umidade e temperatura do solo
(Franco e Nobel, 1989).
A ausência de determinadas espécies tolerantes ao estresse hídrico fora do domínio
dos arbustos, sugere que a produtividade e a ocorrência dessas espécies são limitadas pelos
nutrientes. Com isso, a composição florística abaixo da copa das plantas enfermeiras pode ser
completamente diferente quando comparadas com locais abertos, como será discutido mais
adiante. Sendo assim, o enriquecimento de nutrientes no solo e a competição por água
parecem ser dois importantes processos reguladores na interação entre arbustos e herbáceas
em ambientes semi-áridos (Ludwig et al., 2004).
3.3. Efeito dos parentais na germinação e estabelecimento das plântulas de T. molle
A maioria dos estudos relacionados com o recrutamento de plântulas aborda apenas as
interações competitivas, porém, essa fase inicial do desenvolvimento de uma planta pode ser
influenciada também por interações positivas. Segundo Wied e Galen (1998), muitos
exemplos de facilitação foram descritos em vários ecossistemas. Todavia, a maioria deles se
concentra em interações inter-específicas, enquanto que as relações benéficas proporcionadas
pelos co-específicos não são muito reportadas. Alguns estudos sobre o cuidado parental das
plantas foram desenvolvidos em ambientes áridos e semi-áridos (Wied e Galen, 1998; Weltzin
e McPherson, 1999), porém, essa interação positiva nunca foi reportada para plantas da
Caatinga.
Os frutos da espécie estudada são deiscentes e após a sua deiscência natural, as
sementes permanecem presas à planta-mãe por algumas semanas, possuindo dispersão
zoocórica (Rocha et al., 2004) do tipo ornitocórica mimética (sensu Van der Pijl, 1982). No
Parque Nacional do Catimbau, as sementes dispersadas em setembro de 2006 permaneceram
no solo sem germinar por quatro meses, independente de sua localização (Figura 7), iniciando
o processo germinativo apenas no mês de fevereiro de 2007, com o início da estação chuvosa
(ver Figura 2). Após este período, a germinação foi superior e mais rápida nas sementes que
permaneceram enterradas a 5 cm de profundidade (F = 7,7259; gl = 1; p = 0,0086; Tabela 2).
A porcentagem final de germinação, contudo, foi significativamente maior em sementes que
permaneceram abaixo da copa da planta-mãe e enterradas quando comparada com os demais
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
37
tratamentos (1 metro superfície: p = 0,0002; 5 metros superfície: p = 0,0002 e 5 metros
enterrada: p = 0,0042; Figura 7). A permanência das sementes na superfície do solo,
independente da distância em relação à planta-mãe, exerce uma influência negativa na
germinação das sementes de T. molle (F = 79,0229; gl = 1; p < 0,0001; Figura 8A).
Provavelmente, as condições estressantes de alta temperatura e intensidade luminosa na
superfície do solo foram determinantes para a perda de viabilidade ao longo dos primeiros
quatro meses em campo após a dispersão (estação seca). A redução da temperatura e o
aumento da URA, proporcionados pela ação facilitadora dos parentais, não foram efetivos
para a manutenção de viabilidade e germinação das sementes de T. molle. Por outro lado, as
sementes enterradas foram beneficiadas pela redução da temperatura e intensidade luminosa
proporcionada pelo solo e essa redução promoveu a melhor preservação da qualidade
germinativa das sementes da espécie estudada (Figura 8B).
A interação entre os dois fatores testados (distância da planta-mãe e profundidade)
(F = 7,7099; gl = 1; p = 0,0087) indicou que apenas a germinação das sementes que foram
enterradas sofreu uma influência positiva da presença do arbusto. Dessa forma, as sementes
de T. molle que permaneceram na superfície do solo, independente da distância em relação à
planta-mãe, não apresentaram diferença significativa na porcentagem final de germinação
(Figura 8C). Além disso, a baixa porcentagem final de germinação observada foi compensada
pela alta produção de sementes por indivíduo, garantindo assim um grande número de
plântulas emergidas no final da estação chuvosa.
Independente da estação do ano, não foi observada a predação de sementes de T. molle
no período de pós-dispersão, nem a dispersão secundária. As sementes que permaneceram no
solo protegidas pela tela germinaram e formaram plântulas normais (abaixo da copa = 45
plântulas, locais abertos = 40 plântulas) e a mortalidade dessas plântulas após o período de
avaliação (11,1% abaixo da copa e 15,8% nos locais abertos) não apresentou diferença
significativa entre os dois micro-ambientes
2
= 0,5261; gl = 1; p = 0,4683; Figura 9). A alta
taxa de sobrevivência observada nos dois micro-ambientes estudados indica uma estratégia
reprodutiva eficiente em ambientes semi-áridos. Essa eficiência está relacionada com o
tamanho das sementes de T. molle (5,5 - 8 mm de comprimento, 4 - 5,5 mm de largura e 4 -
5,5 mm de espessura, ver Ireland, 2007), com o tipo de germinação (hipogea, onde os
cotilédones permanecem sob o solo) e com a alocação de recurso para o crescimento inicial
(maior investimento no sistema radicular). Tais características proporcionam a proteção do
tecido de reserva que permanece enterrado no solo, além da rápida produção de longas raízes
que favorece a absorção de água nas camadas mais profundas do solo e garante a
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
38
sobrevivência das plântulas em locais abertos, sem a influência da vegetação, os quais estão
sujeito à baixa disponibilidade hídrica e alta temperatura e intensidade luminosa.
Resultados similares acerca do estabelecimento de plântulas foram observados em
estudos realizados com outras espécies de Leguminosae (Barbosa, 1992) e, segundo Barbosa
e Barbosa (1996), o modelo da hipótese de fuga de Janzen parece não ser válido para espécies
lenhosas de ambientes semi-áridos. Em seu estudo com Anadenanthera macrocarpa (Benth.)
Brenan (Leguminosae), na Caatinga, Barbosa (1992) encontrou resultados opostos ao modelo
de Janzen: um grande número de plântulas sob a copa, porém, não significativamente
diferente ao grande número de plântulas fora da copa da planta-mãe. Sendo assim, o
estabelecimento de plântulas na Caatinga parece estar relacionado com outros fatores e não à
distância dos parentais, como a produção de um grande número de sementes com tegumento
rígido que garante, inicialmente, a proteção contra as condições desfavoráveis durante o longo
período de estação seca (Barbosa, 2003). Outra estratégia é a sincronização fenológica e a
dispersão das sementes em plena estação chuvosa, não necessitando, nesse caso, de uma
proteção parental tão pronunciada (Barbosa et al., 2003).
Por outro lado, o cuidado parental em ambientes semi-áridos pode ser decisivo para o
estabelecimento de plântulas devido à redução do estresse causado pela falta d’água sob a
copa dos arbustos parentais (Wied e Galen, 1998). Segundo Wied e Galen (1998), os adultos
de Frasera speciosa Dougl. ex Griseb (Gentianaceae) e Cirsium scopulorum (Greene)
Cockerell ex Daniels (Asteraceae) exercem um efeito positivo significativo no
estabelecimento das plântulas co-específicas, em regiões semi-áridas dos Estados Unidos.
3.4. Sobrevivência natural das plântulas de T. molle associadas com os co-específicos
Na avaliação do recrutamento das plântulas de T. molle em relação à distância dos
parentais, foi observado que a taxa de sobrevivência diminuiu drasticamente durante a estação
seca e todos os indivíduos recrutados (2,6%) se localizaram exclusivamente na primeira
categoria de distância criada (0 - 50 cm abaixo da copa dos arbustos co-específicos;
F = 18,2210; gl = 1; p < 0,0001), corroborando a hipótese predita (Figura 10).
Este padrão de distribuição também foi observado em plântulas de F. speciosa e o
agrupamento abaixo da copa dos parentais mostra que, no campo, a sobrevivência dessas
plântulas é favorecida pela proximidade dos adultos (Wied e Galen, 1998). Outro exemplo de
distribuição agrupada de plântulas co-específicas foi observado por Weltzin e McPherson
(1999), onde plântulas de Q. emoryi foram localizadas quase que exclusivamente próximas
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
39
aos seus parentais. Amostras de solo coletadas pelos autores, na área de estudo, indicaram que
o banco de semente da espécie é concentrado abaixo da copa da planta-mãe e os diásporos são
dispersos secundariamente, em baixa freqüência, para locais abertos. Esse mesmo padrão de
acúmulo de sementes apenas abaixo da copa da planta-mãe também foi observado no presente
estudo, característica que será discutida adiante no item 3.5.
Sendo assim, a drástica redução de plântulas observada que ocasionou a ausência de
plântulas de T. molle na comunidade pode ser um reflexo de outros eventos, como a predação.
Além disso, a ocorrência exclusiva de plântulas abaixo da copa dos parentais, após os 15
meses de avaliação, indica o favorecimento da planta-mãe na sobrevivência das plântulas da
espécie estudada, corroborando a hipótese predita. De fato, independente do ecossistema
estudado, o ataque às plântulas no período de estabelecimento é um dos principais fatores que
influenciam a regeneração de áreas (Sork, 1987; Gómez et al., 2003). Esse ataque às plântulas
de T. molle se intensificou durante a estação seca, provavelmente devido ao desaparecimento
do estrato herbáceo e a queda natural de folhas das espécies caducifólias, ocasionando uma
menor disponibilidade de recursos para os herbívoros.
Em ambientes semi-áridos, a predação de plântulas é alta e a sobrevivência varia
espacialmente, sendo significativamente maior sob a copa das plantas, como observado em
Quercus pyrenaica Willd. (Fagaceae) em ambientes semi-áridos da Espanha (Gómez et al.,
2003). De acordo com Sork (1987), a predação é o principal fator que influencia a
sobrevivência de plântulas de Gustavia superba (Kunth) O. Berg (Lecythidaceae) e os fatores
abióticos, tais como a intensidade luminosa, são menos importantes durante o processo de
recrutamento da espécie, como observado no presente estudo.
3.5. Influência da facilitação e da sazonalidade na formação de banco de sementes
O banco de sementes do solo foi representado por 24 espécies distribuídas em 16
famílias na estação seca e 14 espécies pertencentes a 10 famílias na estação chuvosa (Tabela
3). Independente da estação do ano ou do ambiente de coleta (sob a copa da espécie estudada
ou nos locais abertos), um maior número de sementes foi observado nas amostras coletadas
nos primeiros 5 cm de profundidade (estação seca sob a copa: χ
2
= 137,0629; gl = 1;
p < 0,0001; estação seca locais abertos: χ
2
= 52,2992; gl = 1; p < 0,0001; estação chuvosa
sob a copa: χ
2
= 17,6330; gl = 1; p < 0,0001; estação chuvosa locais abertos: χ
2
= 6,0504;
gl = 1; p = 0,0139; Figura 11). Resultados similares foram observados por Guo et al. (1998)
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
40
em ambientes áridos dos Estados Unidos, onde o número total de sementes decresceu com o
aumento da profundidade do solo.
As herbáceas anuais foram representadas pela maioria das espécies (estação seca:
χ
2
= 43,6667; gl = 3; p < 0,0001 e estação chuvosa: χ
2
= 27,7143; gl = 3; p < 0,0001) e
indivíduos (estação seca: χ
2
= 2580,8050; gl = 3; p < 0,0001 e estação chuvosa:
χ
2
= 985,3081; gl = 3; p < 0,0001) encontrados no banco de sementes, seguidas pelas árvores
e arbustos em ambas as estações (Figura 12A e C). A ocorrência de plantas anuais em maior
freqüência nas amostras de solo coletadas em ambientes áridos e semi-áridos é uma das
características dos bancos de sementes desses ecossistemas que apresentam uma sazonalidade
marcante (Pake e Venable, 1996; Guo et al., 1999). Na maioria dos casos, as sementes dessas
espécies são pequenas e presentes em grandes quantidades nas primeiras camadas do solo
(Guo et al., 1998; 1999).
Na avaliação da freqüência de ocorrência (F.O.), um maior número de espécies foi
considerado rara e ocorreu em menos de 25% das amostras. Porém, esta diferença foi
significativa apenas na estação seca (estação seca: χ
2
= 15,0000; gl = 3; p = 0,0018 e estação
chuvosa: χ
2
= 6,0000; gl = 3; p = 0,1116). Quando a F.O. foi avaliada em relação ao número
de indivíduos de cada espécie, a categoria constante (mais de 75% das amostras) foi
significativamente maior na estação seca (χ
2
= 710,9398; gl = 3; p < 0,0001) devido à
presença de poucas espécies constantes como Mollugo verticillata L. (Molluginaceae), que
contribuíram com um grande número de sementes nas amostras (Figura 12B e D). Por outro
lado, na estação chuvosa, foi observado um maior número de indivíduos na categoria
freqüente (χ
2
= 265,1737; gl = 3; p < 0,0001).
Poaceae foi a família mais representativa com quatro espécies em ambas as estações
(Figura 13) e Leguminosae, também com quatro espécies, foi a única família que apresentou o
maior número de hábitos observado (árvore, arbusto e herbácea). A ocorrência de várias
espécies dessa família com hábitos diferenciados era esperada, pois de acordo com Queiroz
(2007), Leguminosae é o táxon mais representativo em ambientes semi-áridos no Nordeste do
Brasil, apresentando o maior número de espécies endêmicas.
A produção de sementes de algumas herbáceas e sua incorporação ao banco de
sementes foi favorecida pela presença de T. molle, caracterizando-a como planta enfermeira.
Em geral, o número total de sementes decresceu com o distanciamento dos arbustos, como
sugerido por Guo et al. (1998). Este padrão de distribuição de sementes agrupadas abaixo da
copa dos arbustos foi observado na maioria das espécies deste estudo, tais como Gomphrena
sp. (Amaranthaceae), M. verticillata, Paspalum arenarium Schrad (Poaceae) e Vernonia
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
41
chalybaea Mart. ex DC. (Asteraceae), as quais apresentaram abundância significativamente
maior sob a copa dos arbustos. Entretanto, exceções foram observadas nas duas estações e
padrões de distribuições inconsistentes também foram encontrados. Aristida adscensionis L.
(Poaceae) foi mais freqüente em solo coletado em locais abertos (Tabela 3). De acordo com
Larcher (2000), gramíneas pertencentes ao gênero Aristida L. são xerófitas que ocorrem
naturalmente em locais abertos, pois possuem a morfologia adaptada para evitar a dessecação.
Essas plantas apresentam um extenso sistema radicular e formam grandes tufos com gemas
capazes de retomar o crescimento, as quais são protegidas por lâminas foliares. Todas essas
características as tornam capazes de ocorrer em locais abertos sem os benefícios
proporcionados pelas plantas enfermeiras e justifica a maior abundância de sementes e F.O.
da espécie observada nas amostras coletadas nos locais abertos.
Sementes de T. molle foram observadas apenas nas amostras de solo coletadas abaixo
dos arbustos, indicando o acúmulo dessas estruturas sob a copa dos adultos co-específicos.
Porém, essas sementes, como visto anteriormente, não possuem capacidade de formar banco
permanente (sensu Thompson e Grime, 1979). O acúmulo de propágulos abaixo da copa dos
parentais também foi observado por Weltzin e McPherson (1999) em sementes de Q. emoryi.
Nesses casos, a permanência de sementes na superfície do solo sem germinar, por um
determinado período, pode ser a chave para uma dispersão secundária eficiente quando o
dispersor está presente no ambiente. Esta dispersão secundária garante a ocupação de habitats
diferentes daqueles onde os parentais se encontram, favorecendo com isso o recrutamento em
locais com maiores chances de sobrevivência.
A abundância, riqueza e diversidade de espécies presentes no solo coletado abaixo da
copa da T. molle foi significativamente maior quando comparados com os locais abertos
(Figura 14, 15, 16 e Tabela 4). Esta diferença foi mantida entre as estações do ano, sendo
observada maior abundância, riqueza e diversidade de espécies no solo coletado da estação
seca. Os benefícios que a espécie proporciona com a facilitação podem ser decisivos para a
ocorrência de determinados grupos, pois 57,7% das espécies presentes no banco ocorreram
exclusivamente sob a copa de T. molle. As médias de diversidade (2,41 ± 0,3) encontradas nas
amostras coletadas na estação seca sob da copa de T. molle foram similares às observadas por
Pugnaire e Lázaro (2000) nas amostras de solo coletadas abaixo dos arbustos de R.
sphaerocarpa e significativamente maiores que as médias de diversidade encontradas nos
locais abertos da área estudada (1,91 ± 0,4) (Tabela 4). Os resultados deste estudo corroboram
a hipótese da variação espaço-temporal dos bancos de sementes em ambientes semi-áridos e
sugerem que as condições micro-climáticas abaixo da copa de T. molle selecionam fortemente
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
42
as espécies que estão em associação com a planta facilitadora, compondo o banco de sementes
sob sua copa.
Devido à grande abundância de T. molle no ambiente estudado e a manutenção das
suas folhas durante todas as estações do ano, os benefícios proporcionados pela espécie
podem influenciar de forma direta toda a comunidade de plantas no Parque Nacional do
Catimbau, principalmente as herbáceas anuais.
A capacidade que as sementes de T. molle possuem de germinar e de se estabelecer em
locais abertos sem a presença de uma planta enfermeira garante a ocupação de novas áreas e
confere à espécie a capacidade de criar um micro-ambiente favorável para o desenvolvimento
da comunidade vegetal abaixo de suas copas. Conseqüentemente, essa espécie está em
vantagem frente às outras plantas enfermeiras que necessitam da facilitação para se
estabelecerem em ecossistemas semi-áridos. Sendo assim, a preservação dessa espécie e a sua
utilização em ações de reflorestamentos de áreas arenosas em ambientes semi-áridos no
Nordeste do Brasil podem garantir os benefícios proporcionados por ela, como também um
aumento na diversidade de espécies que ocorrem nesses ambientes extremamente sazonais.
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48
Figura 1. Localização do Parque Nacional do Catimbau, uma área de Caatinga no estado de
Pernambuco, região Nordeste do Brasil. (A) América do Sul, (B) região Nordeste do Brasil e
(C) estado de Pernambuco.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
49
2006
0
50
100
150
200
250
J F M A M J J A S O N D
Precipitação Acumulada (mm)
.
18
20
22
24
26
28
Temperatura Média (°C)
.
Precipitação
Temperatura
2007
0
50
100
150
200
250
J F M A M J J A S O N D
Precipitação Acumulada (mm)
.
18
20
22
24
26
28
Temperatura Média (°C)
.
Figura 2. Precipitação (mm) e temperatura média (ºC) da região do Parque Nacional do
Catimbau, Buíque (PE), nos anos de 2006 e 2007. Fonte: Dados Serviço Geológico do Brasil
(CPRM).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
50
Figura 3. Área de estudo (A), vista geral (B), flores (C), frutos e sementes (D) de Trischidium
molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE).
A
B
C
D
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
51
20,0
22,5
25,0
27,5
30,0
32,5
35,0
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Temperatura (ºC) . .
1 metro
5 metros
A
40
50
60
70
80
90
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Umidade Relativa do Ar (%) .
.
B
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo (horas)
Intensidade Luminosa (µmol.m-2.s-1)
. .
.
1 metro
5 metros
C
Figura 4. A temperatura do ar (°C), B umidade relativa do ar (%) e C intensidade
luminosa (µmol·m
-2
·s
-1
) (média ± desvio padrão) sob copa (1 m) de Trischidium molle
(Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) e em local aberto (5 m) (n = 10), no Parque Nacional do
Catimbau, Buíque (PE). Dados obtidos na estação chuvosa.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
52
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
1 metro 5 metros
Umidade do solo (%)
Figura 5. Umidade do solo (média ± desvio padrão - %) sob copa (1 m) de Trischidium molle
(Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) e em local aberto (5 m) (n = 10), no Parque Nacional do
Catimbau, Buíque (PE). Dados obtidos na estação chuvosa.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
53
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
1 metro 5 metros
Maria Orgânica (%)
Figura 6. Matéria orgânica (média ± desvio padrão - %) presente no solo coletado na estação
chuvosa abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (1 m) e
em local aberto (5 m) (n = 10), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
54
0
10
20
30
40
50
60
S O N D J F M A M J J A
2006 2007
Germinabilidade (%)
1 metro - superfície
1 metro - enterrada
5 metros - superfície
5 metros - enterrada
Figura 7. Germinação (%) de sementes de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) distribuídas abaixo da copa da planta-mãe (1 m) e em local aberto (5 m), na
superfície do solo e enterradas (5 cm de profundidade) (n = 10), no Parque Nacional do
Catimbau, Buíque (PE).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
55
1 metro 5 metros
Distância
0
10
20
30
40
50
60
Germinação Final (%)
Superfície Enterrada
Profundidade
0
10
20
30
40
50
60
Germinação Final (%)
Figura 8. Germinação final (%) de sementes de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) (média ± desvio padrão) distribuídas abaixo da copa da planta-mãe (1 m) e em
local aberto (5 m), na superfície do solo e enterradas (5cm de profundidade) (n = 10), no
Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE). (A) germinação em diferentes distâncias em
relação à planta-mãe, (B) germinação em diferentes profundidades e (C) interação entre os
dois fatores.
Superficie
Enterrada
1 metro 5 metros
Distância
0
10
20
30
40
50
60
Germinação Final (%)
A
B
C
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
56
0
20
40
60
80
100
J A S O N D
Sobrevivência das Plântulas (%)
1 metro - protegido
1 metro - desprotegido
5 metros - protegido
5 metros - desprotegido
Figura 9. Sobrevivência de plântulas (%) de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) localizadas abaixo copa da planta-mãe (1 m) e em local aberto (5 m) (n = 10),
com e sem proteção contra predação de plântulas, durante a estação seca de 2007, no Parque
Nacional do Catimbau, Buíque (PE).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
57
0
10
20
30
40
50
60
70
S O N D J F M A M J J A
2006 2007
Sobrevivência das Plântulas (%)
.
0 - 50 cm
51 - 100 cm
101 - 150 cm
Figura 10. Sobrevivência de plântulas (%) de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) recrutadas no final da estação chuvosa e associadas aos parentais (n = 10), no
Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), em relação à distância da planta-mãe.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
58
1 metro
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
6 - 10 cm
0 - 5 cm
Plântulas ()
5 metros
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
6 - 10 cm
0 - 5 cm
Plântula ()
Seca
Chuvosa
Figura 11. Número total de plântulas que emergiram nas amostras de solo coletadas ao final
da estação seca e chuvosa, nas profundidades 0-5 e 6-10 cm, abaixo da copa de Trischidium
molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (1 m) e em local aberto (5 m) (n = 10), no Parque
Nacional do Catimbau, Buíque (PE).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
59
0
200
400
600
800
1000
Herbácea Arbusto Árvore Cacto
Indivíduos ()
A
0
200
400
600
800
1000
Rara Comum Freqüente Constante
Seca
Chuvosa
B
0
5
10
15
20
Herbácea Arbusto Árvore Cacto
Espécies ()
C
0
5
10
15
20
Rara Comum Freqüente Constante
D
Figura 12. Hábito (A e C) e freqüência de ocorrência (B e D) de indivíduos e espécies
observadas nas amostras de solo coletadas no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), na
estação seca e chuvosa.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
60
0
50
100
150
200
250
300
350
Amaranthaceae
Amaryllidaceae
Asteraceae
Cactaceae
Commelinaceae
Cyperaceae
Leguminosae
Malvaceae
Molluginaceae
Phytolaccaceae
Poaceae
Portulacaceae
Rubiaceae
Scrophulariaceae
Verbenaceae
Não Identificada
Indiduos () .
Seca
Chuvosa
A
0
1
2
3
4
Amaranthaceae
Amaryllidaceae
Asteraceae
Cactaceae
Commelinaceae
Cyperaceae
Leguminosae
Malvaceae
Molluginaceae
Phytolaccaceae
Poaceae
Portulacaceae
Rubiaceae
Scrophulariaceae
Verbenaceae
Não Identificada
Famílias
Espécies () .
B
Figura 13. Número de indivíduos (A) e de espécies (B) pertencentes às famílias observadas
nas amostras de solo coletadas no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), na estação
seca e chuvosa.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
61
1 metro 5 metros
Distância
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Abundância
Chuvosa Seca
Estação
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Abundância
Figura 14. Abundância de sementes (média ± desvio padrão) que germinaram nas amostras
de solo coletadas abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)
(1 m) e em local aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), durante a
estação seca e chuvosa. (A) abundância entre os ambientes (distância em relação à planta
enfermeira), (B) abundância entre as estações e (C) interação entre os dois fatores.
Chuvosa
Seca
1 metro 5 metros
Distância
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Abundância
A
B
C
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
62
1 metro 5 metros
Distância
0
2
4
6
8
10
12
Riqueza
Chuvosa Seca
Estação
0
2
4
6
8
10
12
Riqueza
Figura 15. Riqueza de espécies (média ± desvio padrão) que germinaram nas amostras de
solo coletadas abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)
(1 m) e em local aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), durante a
estação seca e chuvosa. (A) abundância entre os ambientes (distância em relação à planta
enfermeira), (B) abundância entre as estações e (C) interação entre os dois fatores.
Chuvosa
Seca
1 metro 5 metros
Distância
0
2
4
6
8
10
12
Riqueza
A
B
C
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
63
1 metro 5 metros
Distância
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Diversidade
Chuvosa Seca
Estação
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Diversidade
Figura 16. Índice de diversidade de Shannon-Wiener (média ± desvio padrão) das espécies
que germinaram nas amostras de solo coletadas abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.)
H. E. Ireland (Leguminosae) (1 m) e em local aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau,
Buíque (PE), durante a estação seca e chuvosa. (A) abundância entre os ambientes (distância
em relação à planta enfermeira), (B) abundância entre as estações e (C) interação entre os dois
fatores.
Chuvosa
Seca
1 metro 5 metros
Distância
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Diversidade
A
B
C
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
64
Tabela 1. Variáveis do solo (média ± desvio padrão) coletado na estação chuvosa abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae) (1 m) e em local aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE).
Variáveis do Solo Unidade Abaixo da copa
(1 m)
Local aberto
(5 m)
Resultados Estatísticos
Nitrogênio (N) mg/kg
-1
6,7 ± 0,3 4,5 ± 0,2 t = 16,8321; gl = 18; p < 0,0001
Fósforo (P) mg/dm
3
8,2 ± 0,8 4,0 ± 0,7 t = 12,8598; gl = 18; p < 0,0001
Cálcio (Ca) cmol
c
/dm
3
0,60 ± 0,03 0,30 ± 0,03 t = 23,1455; gl = 18; p < 0,0001
Magnésio (Mg) cmol
c
/dm
3
0,30 ± 0,30 0,15 ± 0,01
t = 14,7361; gl = 18; p < 0,0001
Sódio (Na) cmol
c
/dm
3
0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 -
Potássio (K) cmol
c
/dm
3
0,04 ± 0,01 0,00 ± 0,00 t = 15,2298; gl = 18; p < 0,0001
Alumínio (Al) cmol
c
/dm
3
0,21 ± 0,04 0,00 ± 0,00 t = 17,5706; gl = 18; p < 0,0001
Hidrogênio (H) cmol
c
/dm
3
3,51 ± 0,02 1,97 ± 0,02 t = 194,1237; gl = 18; p < 0,0001
Enxofre (S) cmol
c
/dm
3
0,89 ± 0,07 0,49 ± 0,07 t = 12,1218; gl = 18; p < 0,0001
pH 5,2 ± 0,1 5,2 ± 0,2 t = 0,1491; gl = 18; p = 0,8832
Calagem t/ha 1,5 ± 0,3 2,5 ± 0,3 t = -6,7082; gl = 18; p < 0,0001
Capacidade de troca de cátion (CTC) cmol
c
/dm
3
6,3 ± 0,8 2,3 ± 0,2 t = 14,5930; gl = 18; p < 0,0001
Saturação por base da CTC a pH 7 (V) % 19,7 ± 0,5 19,0 ± 0,8 t = 2,3333; gl = 18; p = 0,3143
Saturação por Al
3+
da CTC efetiva (m) % 18,1 ± 0,9 0,00 ± 0,00 t = 65,3695; gl = 18; p < 0,0001
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
65
Tabela 2. Velocidade média de germinação (meses
-1
) e tempo médio de germinação (meses)
de sementes de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (média ± desvio
padrão) colocadas para germinar abaixo da copa da planta-mãe (1 m) e em local aberto (5 m),
na superfície do solo e enterradas, no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE).
Tratamentos Velocidade Média de
Germinação (meses
-1
)
Tempo Médio de
Germinação (meses)
1 metro – superfície
1 metro – enterrada
5 metros – superfície
5 metros – enterrada
0,0914 ± 0,0153
0,1282 ± 0,0014
0,1046 ± 0,0132
0,1248 ± 0,0033
7,0 ± 1,2
7,8 ± 0,1
8,0 ± 1,0
8,1 ± 0,2
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
66
Tabela 3. Família, espécie, habito e número de indivíduos (N) presentes no solo coletado sob a copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland
(Leguminosae), na estação seca e chuvosa. Índices de significância (p) de testes de χ
2
para abundância de sementes presentes nos solo, resíduos
de estandardização (R.E) para valores de p < 0,01 e freqüência de ocorrência (F.O.) das espécies.
Estação
Chuvosa
Seca
FAMÍLIA
Espécie
Hábito
p R.E. F.O.
p R.E. F.O.
AMARANTHACEAE
Gomphrena sp. Herbácea 0,1573 - Rara 2**
0,0016
a
2,2360
Rara 10**
AMARYLLIDACEAE
Habranthus sylvaticus Herb.* Herbácea - - Ausente 0 0,1573 - Rara 2***
ASTERACEAE
Helichrysum indico (L.) Grierson Herbácea 0,0186 - Freqüente
26** 0,0143 - Rara 6**
Vernonia chalybaea Mart. ex DC. Herbácea 0,0196 - Rara 9**
0,0001
a
3,0110
Comum 53
CACTACEAE
Pilosocereus catingicola subsp. salvadorensis (Werderm.) Zappi Cacto 0,3173 - Rara 2** - - Ausente 0
Pilosocereus tuberculatus (Werderm.) Byles & G.D. Rowley Cacto - - Ausente 0 0,3173 - Rara 1**
COMMELINACEAE
Tradescantia sp. Herbácea - - Ausente 0 0,3173 - Rara 1**
CYPERACEAE
Bulbostylis scabra (J. Presl. & C. Presl.) C.B. Clarke Herbácea 0,3173 - Comum 16 0,6146 - Constante 142
Cyperus meyenianus Kunth Herbácea - - Ausente 0 0,0455 - Rara 4**
LEGUMINOSAE
Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip var. latifolia (Benth.)
H.S. Irwin & Barneby
Herbácea 0,3173 - Rara 1 0,0325 - Comum 14
Continua...
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
67
Tabela 3. ... continuação.
Estação
Chuvosa
Seca
FAMÍLIA
Espécie
Hábito
p R.E. F.O.
p R.E. F.O.
LEGUMINOSAE (continuação)
Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland Arbusto
0,0027
a
2,1213
Comum 9**
0,0001
a
4,1833
Constante 35**
Leguminosae morfotipo 1 Árvore
- -
Ausente 0 0,1573
-
Rara 2
Leguminosae morfotipo 2 Árvore
- -
Ausente 0 0,1573
-
Rara 2
MALVACEAE
Pavonia sp. Herbácea - - Ausente 0 0,0143
-
Rara 6**
MOLLUGINACEAE
Mollugo verticillata L. Herbácea 0,0482 - Freqüente 31
0,0001
a
2,7330
Constante 328
PHYTOLACCACEAE
Microtea paniculata Miq. Herbácea - - Ausente 0 1,0000 - Comum 18
POACEAE
Aristida adscensionis L. Herbácea 0,0174 - Constante 102
0,0011
b
2,3078
Freqüente 115
Eragrostis cf. maypurensis (Kunth) Steud. Herbácea 0,0455 - Rara 4** 0,6547 - Rara 5**
Paspalum arenarium Schrand. Herbácea
0,0001
a
2,9155
Freqüente 68 0,0062 1,9365 Constante 120
Rhynchelytrum repens (Willd.) C.E. Hubb. Herbácea 0,3173 - Rara 1** 0,0339 - Rara 8**
PORTULACACEAE
Portulaca grandiflora Hook Herbácea - - Ausente 0 0,0455 - Rara 4**
RUBIACEAE
Diodia radula (Will & Hoffmanns) Cham. & Schltdl. Herbácea 0,0067 1,9174 Freqüente 85 0,0896 - Freqüente 68
Continua...
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
68
Tabela 3. ... continuação.
Estação
Chuvosa
Seca
FAMÍLIA
Espécie
Hábito
p R.E. F.O.
p R.E. F.O.
SCROPHULARIACEAE
Stemodia durantifolia (L.) Sw. Herbácea 0,3173
-
Rara 1**
- -
Ausente 0
Scrophulariaceae morfotipo 1 Herbácea
- -
Ausente 0 0,3173
-
Rara 1**
VERBENACEAE
Lippia sp. Herbácea
- -
Ausente 0 0,0455
-
Comum 16**
MORFOTIPO 1 Herbácea - - Ausente 0 0,3173
-
Rara 1**
* Espécie presente no solo na forma de bulbo.
** Presença exclusiva abaixo da copa da planta enfermeira.
*** Presença exclusiva nos locais abertos.
a
Espécies com abundancia de semente maior sob a copa da planta enfermeira.
b
Espécies com abundância de semente maior nos locais abertos.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
69
Tabela 4. Resultado do ANOVA Dois Fatores (distância e estação) dos dados de abundância
(A), riqueza (B) e diversidade de espécies (C) que germinaram nas amostras de solo coletadas
abaixo da copa de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) (1 m) e em local
aberto (5 m), no Parque Nacional do Catimbau, Buíque (PE), durante a estação seca e
chuvosa.
F g.l. p
(A) Abundância
Distância
Estação
Distância*Estação
(B) Riqueza
Distância
Estação
Distância*Estação
(C) Diversidade
Distância
Estação
Distância*Estação
5,4728
22,7744
0,1179
28,0474
28,0474
2,3286
23,7204
19,6715
0,6881
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0,0250
< 0,0001
0,7333
< 0,0001
< 0,0001
0,1358
< 0,0001
0,0001
0,4123
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
70
COCLUSÕES
Os arbustos de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) foram
considerados plantas enfermeiras por proporcionar condições mais favoráveis para a
germinação e estabelecimento das plantas abaixo de suas copas, amenizando as condições
abióticas e aumentando a disponibilidade de recurso durante a estação chuvosa (período que
ocorre a formação do estrato herbáceo). O favorecimento proporcionado caracterizou-se pela
diminuição da temperatura e intensidade luminosa, o aumento da umidade relativa do ar e
umidade do solo sob suas copas, além da representar um local com maior quantidade de
matéria orgânica e maior concentração de nutrientes que serão absorvidos pelas plantas
assistidas.
Esses arbustos não favoreceram a germinação das suas próprias sementes (produzidas
pela planta-mãe e dispersadas sob suas copas). A espécie possui sementes e plântulas capazes
de germinar e estabelecer, independente da ação de plantas enfermeiras. Após o
desenvolvimento de suas copas, proporciona um local favorável para a germinação e o
estabelecimento de outras espécies que irão formar a comunidade herbácea no ambiente
estudado.
Sendo assim, a formação do banco de sementes no Parque Nacional do Catimbau é
influenciada pela presença da planta enfermeira e também pela sazonalidade do ambiente.
Essas características corroboram a hipótese da variabilidade espacial e temporal dos bancos
de sementes de ambientes semi-áridos.
Por fim, as espécies que compõem a comunidade de plantas anuais nesse ambiente
respondem de maneira diferenciada à ocorrência da planta enfermeira. Em alguns casos, as
alterações nas condições ambientais proporcionadas pela presença do arbusto beneficiam o
desenvolvimento de determinadas espécies, influenciando a abundância dos indivíduos e das
sementes produzidas pelos parentais que ocorrem sob a suas copas.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
71
RESUMO
A interação entre os arbustos de Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) e a
comunidade de plantas em ambiente semi-árido foi avaliada para responder as seguintes
questões: (1) Os fatores abióticos diferem sob a copa dos arbustos quando comparado com os
locais abertos? (2) A disponibilidade de recurso é maior sob a copa dos arbustos do que nos
locais abertos? (3) Os arbustos de T. molle promovem a facilitação intra-específica em
ambientes semi-áridos? (4) Os efeitos maternais das enfermeiras aumentam a sobrevivência
das plântulas? (5) O banco de sementes do solo é influenciado pela presença do arbusto e pela
sazonalidade do ambiente? O estudo foi desenvolvido no Parque Nacional do Catimbau,
Nordeste do Brasil, uma área considerada prioritária para a conservação. Os arbustos de T.
molle foram considerados plantas enfermeiras por proporcionar condições mais favoráveis
para a germinação e estabelecimento da comunidade abaixo de suas copas, amenizando
condições extremas. A disponibilidade de recurso e todos os fatores abióticos avaliados foram
significativamente diferentes entre os dois ambientes testados. Entretanto, os arbustos não
favoreceram a germinação das suas próprias sementes. Esta espécie possui a capacidade de
germinar em locais abertos e após o desenvolvimento de suas copas, proporcionam um local
favorável para a germinação de outras espécies. Com isso, a formação do banco de sementes é
influenciada pela presença da planta enfermeira e pela sazonalidade do ambiente,
corroborando a hipótese da variabilidade espacial e temporal dos bancos de sementes de
ambientes semi-áridos.
Palavras-Chaves: fatores abióticos; disponibilidade de recurso; cuidado parental das plantas;
sobrevivência das plântulas; banco de semente do solo.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
72
ABSTRACT
The interaction between Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae) shrubs and a
plant community in a semiarid environment was evaluated to answer the following questions:
(1) Do abiotic factors differ under the canopy of shrubs when compared to the open field? (2)
Is the resource availability higher under the canopy of shrubs than in the open field? (3) Do T.
molle shrubs promote intraspecific facilitation in semiarid environments? (4) Do maternal
nurse effects increase the seedling survival? (5) Is the soil seeds bank influenced by the
presence of shrubs and environmental seasonality? This study was conducted in the National
Park of Catimbau, Brazilian Northeast, which is a priority conservation area. The shrubs of T.
molle were considered nurse plants due the promoting of more favorable conditions to
germination and establishment of the community under their canopies, softening extreme
conditions. The resource availability and all the abiotic factors assessed were significantly
different under the canopies and open fields. However, the shrubs did not favor the
germination of their own seeds. This species can germinate at open fields and after the
development of its canopies it promotes a favorable site for other species’ germination.
Therefore, the soil seeds bank is influenced by the presence of the nurse plant and
environmental seasonality corroborating the hypothesis on the spatio-temporal variability of
soil seeds banks in semiarid environments.
Keywords: abiotic factors; resource availability; plant parental care; seedling survival; soil
seed bank.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
73
APÊDICE
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
74
Apêndice 1. Número de registro das exsicatas de espécies presentes nas amostras de solo coletadas no Parque Nacional do Catumbau, Buíque
(PE), que foram depositadas no Herbário UFP – Geraldo Mariz.
Estação
Espécie Família Determinador
Seca Chuvosa
Aristida adscensionis L. Poaceae J.R. Maciel 45.918 50.916
Bulbostylis scabra (J. Presl. & C. Presl.) C. B. Clarke Cyperaceae S. Martins 45.226 45.220
Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip var. latifolia (Benth.) H. S. Irwin & Barneby Leguminosae E. Córdula 45.915 45.914
Cyperus meyenianus Kunth Cyperaceae S. Martins 45.916 -
Diodia radula (Will & Hoffmanns) Cham. & Schltdl. Rubiaceae M.F.A. Lucena 45.912 45.223
Eragrostis cf. maypurensis (Kunth) Steud. Poaceae J.R. Maciel - 45.222
Habranthus sylvaticus Herb. Amaryllidaceae A.G. Alves-Araújo 50.915 -
Helichrysum indico (L.) Grierson Asteraceae R.C.A. Pereira 45.215 45.214
Microtea paniculata Miq. Phytolaccaceae P. Gomes 45.913 -
Mollugo verticillata L. Molluginaceae A.G. Alves-Araújo 45.225 45.219
Paspalum arenarium Schrand. Poaceae J.R. Maciel 45.227 45.221
Portulaca grandiflora Hook Portulacaceae P. Gomes 50.914 -
Rhynchelytrum repens (Willd.) C. E. Hubb. Poaceae J.R. Maciel 45.917 -
Stemodia durantifolia (L.) Sw. Scrophulariaceae P. Gomes - 45.224
Vernonia chalybaea Mart. ex DC. Asteraceae P. Gomes - 50.917
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
75
AEXO
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
76
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Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
77
Each paper will be independently peer-re
viewed by international specialists. Please submit,
with the manuscript, the names and addresses of five potential referees. It is required that
potential referees not be from the same institution as the authors.
Revised manuscripts should be returned in
cluding revision notes. The revision notes should
address the issues raised in the referee report and clearly state per page (indicate paragraph
and line) which changes have been made. Additional materials may be requested at the
discretion of the editor.
Conservation research ethics [bold, like the "illustrations"]. Where
appropriate, authors should state that their research protocols have been approved by an
authorized animal care or ethics committee. Manuscripts may be rejected if they involve
protocols
which are inconsistent with commonly accepted norms of conservation research
ethics.
Conservation research ethics.
Where appropriate, authors should state that their research protocols have been approved by
an authorized animal care or ethics committee.
Manuscripts may be rejected if they involve
protocols which are inconsistent with commonly accepted norms of conservation research
ethics.
Illustrations:
Please be informed that: 1. Colour illustrations in print
will be charged on the author.
Illustrati
on costs are EURO 350 for every first page. All subsequent pages cost EURO 175.
You may include more than one figure per page. 2. Colour illustrations on the web
(ScienceDirect) are free of charge.
Please note: Because of technical complications which ca
n arise by converting colour figures
to 'grey scale' (for the printed version should you not opt for colour in print) please submit in
addition usable black and white prints corresponding to all the colour illustrations.
Please see detailed information on illustrations further below in the guide for authors.
Copyright
Submission of an article implies that the work described has not been published previously
(except in the form of an abstract or as part of a published lecture or academic thesis), that i
t
is not under consideration for publication elsewhere, that its publication is approved by all
authors and tacitly or explicitly by the responsible authorities where the work was carried out,
and that, if accepted, it will not be published elsewhere in th
e same form, in English or in any
other language, without the written consent of the Publisher.
Upon acceptance of an article, authors will be asked to transfer copyright (for more
information on copyright see http://www.elsevier.com/copyright
). This transfer will ensure
the widest possible dissemination of information. A letter will be sent to
the corresponding
author confirming receipt of the manuscript. A form facilitating transfer of copyright will be
provided.
If excerpts from other copyrighted works are included, the author(s) must obtain written
permission from the copyright owners and credit the source(s) in the article. Elsevier has pre-
printed forms for use by authors in these cases: contact ES Global Rights Department, P.O.
Box 800, Oxford, OX5 1DX, UK; phone: (+44) 1865 843830, fax: (+44) 1865 853333, e-
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2. PREPARATIO OF TEXT
Presentation of manuscript
•General
Please write your text in good English (American or British usage is accepted, but not a
mixture of these). Italics are not to be used for expr
essions of Latin origin, for example, in
vivo, et al., per se. Use decimal points (not commas); use a space for thousands (10 000 and
above).
Authors in Japan kindly note:
Upon request Elsevier Japan will provide a list of people who
can check and improv
e the English of an article (before submission). Please contact our
Tokyo office: Elsevier Japan K.K., 1-9-15 Higashi Azabu, Minato-ku, Tokyo 106-
0044,
Japan; tel.: +81-3-5561-5032; fax: +81-3-5561-5045; e-mail: [email protected]
Manuscripts must be in double-
spaced form with wide margins. A font size of 12 or 10 pt is
required. Avoid full justification, i.e., do not use a constant right-
hand margin.) Ensure that
each new paragraph is clearly indicated. Prese
nt tables and figure legends on separate pages at
the end of the manuscript. If possible, consult a recent issue of the journal to become familiar
with layout and conventions. Number all pages and lines consecutively.
Provide the following data on the title page (in the order given):
1. Title.
Concise and informative. Titles are often used in information-
retrieval systems. Avoid
abbreviations and formulae where possible.
2. Author names and affiliations.
Please give full name details for all autho
rs. Please include initials by which you wish to be
cited (e.g. T.H. Smith). Where the family name may be ambiguous (e.g., a double name),
please indicate this clearly. Present the authors' affiliation addresses (where the actual work
was done) below the names. Indicate all affiliations with a lower-
case superscript letter
immediately after the author's name and in front of the appropriate address. Provide the full
postal address of each affiliation, including the country name, and, if available, the e-mail
address of each author.
3. Corresponding author.
Clearly indicate who is willing to handle correspondence at all stages of refereeing and
publication, also post-publication.
Ensure that telephone and fax numbers (with country
and area code) are provided in addition to the e-
mail address and the complete postal
address.
4. Present/permanent address.
If an author has moved since the work described in the article was done, or was visiting at the
time, a 'Present address' (or 'Permanent address') may be
indicated as a footnote to that
author's name. The address at which the author actually did the work must be retained as the
main, affiliation address. Superscript Arabic numerals are used for such footnotes.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
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5. Abstract.
A concise and factual abstrac
t is required, (maximum length of 200 words). The abstract
should state briefly the purpose of the research, the principal results and major conclusions.
An abstract is often presented separate from the article, so it must be able to stand alone.
Reference
s should therefore be avoided, but if essential, they must be cited in full, without
reference to the reference list. Non-
standard or uncommon abbreviations should be avoided,
but if essential they must be defined at their first mention in the abstract itself.
6. Keywords.
Immediately after the abstract, provide a maximum of 6 keywords, avoiding general and
plural terms and multiple concepts (avoid, for example, 'and', 'of'). Be sparing with
abbreviations: only abbreviations firmly established in the fie
ld may be eligible. These
keywords will be used for indexing purposes. Keywords should be chosen to expand the
probability of a hit in a search programme provided by the title.
7. Introduction.
State the objectives of the work and provide an adequate ba
ckground, avoiding a detailed
literature survey or a summary of the results. While descriptive papers will be considered for
publication, the adittion of a testable hypothesis is highly recommended.
8. Materials and methods.
Provide sufficient detail to
allow the work to be reproduced. Methods already published
should be indicated by a reference: only relevant modifications should be described.
9. Results.
This should highlight the key results (and not repeat material already in figures or tables).
10. Discussion and Conclusions.
Please relate your findings to past and current published work, indicating the significance of
your contribution, with its limitations, advantages and possible applications.
11. Acknowledgements
Place acknowledgements, i
ncluding information on grants received, before the references, in a
separate section, and not as a footnote on the title page.
12.Appendices.
If there is more than one appendix, they should be identified as A, B, etc. Formulae and
equations in appendic
es should be given separate numbering: (Eq. A.1), (Eq. A.2), etc.; in a
subsequent appendix, (Eq. B.1) and so forth.
13. References.
See separate section, below.
14. Figure legends, tables, figures, schemes.
Present these, in this order, at the end of
the article. They are described in more detail below.
High-resolution graphics files must always be provided separate from the main text file (
see
Preparation of illustrations).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
80
•Further information on:
a. Text graphics.
Present incidental graphics
not suitable for mention as figures, plates or schemes at the end of
the article and number them 'Graphic 1', etc. Their precise position in the text can then be
defined similarly (both on the manuscript and in the file). See further under the section,
Preparation of illustrations. Ensure that high-
resolution graphics files are provided, even if
the graphic appears as part of your normal wordprocessed text file.
b. Plant names.
Check the International Plant Names Index:
http://www.ipni.org/index.html
Plant names are to be presented in italics. After the first mention, the name may be
abbreviated (e.g. G. chiloensis)
c. Date Analysis.
The number of replicates and a measure of variability (e.g.
standard deviation, coefficient of
variation or standard error) must be included when summary statistics such as means are
presented. Inclusions of an ANOVA table should be avoided and is only advisable when it
shows critical aspects of the experiment.
d. Mathematical formulae.
Present simple formulae in the line of normal text where possible. In principle, variables are
to be presented in italics. Use the solidus (/) instead of a horizontal line, e.g.,
X/Y rather than
X
Y
Powers of e are often more conveniently denoted by exp.
Number consecutively any equations that have to be displayed separate from the text (if
referred to explicitly in the text).
e. Footnotes.
Footnotes should be used sparingly. Number them consecutively throughout the articl
e, using
superscript Arabic numbers. Many wordprocessors build footnotes into the text, and this
feature may be used. Should this not be the case, indicate the position of footnotes in the text
and present the footnotes themselves on a separate sheet at th
e end of the article. Do not
include footnotes in the Reference list.
Table footnotes. Indicate each footnote in a table with a superscript lowercase letter.
f. Tables.
Number tables consecutively in accordance with their appearance in the text. Place f
ootnotes
to tables below the table body and indicate them with superscript lowercase letters. Avoid
vertical rules. Be sparing in the use of tables and ensure that the data presented in tables do
not duplicate results described elsewhere in the article.
g. omenclature and units.
Follow internationally accepted rules and conventions: use the international system of units
(SI). If other quantities are mentioned, give their equivalent in SI.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
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h. Preparation of supplementary data.
Elsevier now accepts elec
tronic supplementary material to support and enhance your scientific
research. Supplementary files offer the author additional possibilities to publish supporting
applications, movies, animation sequences, high-
resolution images, background datasets,
sound
clips and more. Supplementary files supplied will be published online alongside the
electronic version of your article in Elsevier web products, including ScienceDirect:
http://www.sciencedirect.com
. In order to ensure that your submitted material is directly
usable, please ensure that data is provided in one of our recommended file formats. Authors
should submit the material in electronic format together with the article and supply a concise
and descriptive caption for each file. For more detailed instructions please visit:
http://www.elsevier.com/authors.
Files can be stored on diskette, ZIP-disk or CD (either MS-DOS or Macintosh).
3. REFERECES
Responsibility for the accuracy of bibliographic citations lies entirely with the authors.
Citations in the text:
Please ensure that every reference cited in the text is also present in the reference list (and
vice versa). Any references cite
d in the abstract must be given in full. Unpublished results and
personal communications should not be in the reference list, but may be mentioned in the text.
Citation of a reference as 'in press' implies that the item has been accepted for publication.
Citing and listing of web references:
As a minimum, the full URL should be given. Any further information, if known (author
names, dates, reference to a source publication, etc.), should also be given. Web references
can be listed separately (e.g., after
the reference list) under a different heading if desired, or
can be included in the reference list.
Text:
All citations in the text should refer to:
1. Single author: the author's name (without initials, unless there is ambiguity)
and the year
of publication;
2. Two authors: both authors' names and the year of publication;
3.
Three or more authors: first author's name followed by 'et al.' and the year of publication.
Citations may be made directly (or parenthetically). Groups of references should be listed
first chronologically, then alphabetically.
Examples: "as demonstrated (Zulu et al., 1956; Smith and Li, 2002; Li and Smith, 2006).
Kramer et al. (2000) have recently shown ...."
List:
References should be arranged first alphabetically and then further s
orted chronologically if
necessary. More than one reference from the same author(s) in the same year must be
identified by the letters "a", "b", "c", etc., placed after the year of publication. Journal names
should not be abbreviated.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
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Examples:
•Reference to a journal publication:
Van der Geer, J., Hanraads, J.A.J., Lupton, R.A., 2000. The art of writing a scientific article.
Journal of Scientific Communications 163, 51-59.
•Reference to a book:
Strunk Jr., W., White, E.B., 1979. The Elements of Style, third ed. Macmillan, New York.
•Reference to a chapter in an edited book:
Mettam, G.R., Adams, L.B., 1999. How to prepare an electronic version of your article, in:
Jones, B.S., Smith , R.Z. (Eds.), Introduction to the Electronic Age. E-Publish
ing Inc., New
York, pp. 281-304.
4. PREPARATIO OF ILLUSTRATIOS
•Electronic illustrations
Please submit your artwork electronically.
General points
Always supply high-
quality printouts of your artwork, in case conversion of the electronic
artwork is problematic.
• Make sure you use uniform lettering and sizing of your original artwork.
• Save text in illustrations as "graphics" or enclose the font.
• Only use the following fonts in your illustrations: Arial, Courier, Helvetica, Times, Symbol.
• Number the illustrations according to their sequence in the text.
Use a logical naming convention for your artwork files, and supply a separate listing of the
files and the software used.
• Provide all illustrations as separate files and as hardcopy printouts on separate sheets.
• Provide captions to illustrations separately.
• Produce images near to the desired size of the printed version.
A detailed guide on electronic artwork is available on our website:
http://www.elsevier.com/artworkinstructions
You are urged to visit this site; some excerpts from the detailed information are given
here.
Formats
Regardless of the application used, when your electronic artwork is finalised,
please "save as"
or convert the images to one of the following formats (Note the resolution requirements for
line drawings, halftones, and line/halftone combinations given below.):
EPS: Vector drawings. Embed the font or save the text as "graphics".
TIFF: Colour or greyscale photographs (halftones): always use a minimum of 300 dpi.
TIFF: Bitmapped line drawings: use a minimum of 1000 dpi.
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TIFF: Combinations bitmapped line/half-
tone (colour or greyscale): a minimum of 500 dpi is
required.
DOC, XLS or PPT:
If your electronic artwork is created in any of these Microsoft Office
applications please supply "as is".
Please do not:
• Supply embedded graphics in your wordprocessor (spreadsheet, presentation) document;
Supply files that are optimised for screen
use (like GIF, BMP, PICT, WPG); the resolution
is too low;
• Supply files that are too low in resolution;
• Submit graphics that are disproportionately large for the content.
•on-electronic illustrations
If online submission is not possible, illustra
tions may be submitted by registered mail to the
editorial office (
Please note that this is not the preferred way of submission and could cause a
considerable delay in publication of the article.)
Provide all illustrations as high-quality printouts, suit
able for reproduction (which may
include reduction) without retouching. Number illustrations consecutively in the order in
which they are referred to in the text. They should accompany the manuscript, but should not
be included within the text. Clearly mark all illustrations on the back (or -
in case of line
drawings -
on the lower front side) with the figure number and the author's name and, in cases
of ambiguity, the correct orientation.
Mark the appropriate position of a figure in the article
Captions
Ensure that each illustration has a caption. Supply captions on a separate sheet, not attached to
the figure. A caption should comprise a brief title (not
on the figure itself) and a description of
the illustration. Keep text in the illustrations thems
elves to a minimum but explain all symbols
and abbreviations used.
Line drawings
Supply high-
quality printouts on white paper produced with black ink. The lettering and
symbols, as well as other details, should have proportionate dimensions, so as not
to become
illegible or unclear after possible reduction; in general, the figures should be designed for a
reduction factor of two to three. The degree of reduction will be determined by the Publisher.
Illustrations will not be enlarged. Consider the page f
ormat of the journal when designing the
illustrations.
Photocopies are not suitable for reproduction. Do not use any type of shading on computer-
generated illustrations.
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
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Photographs (halftones)
Please supply original photographs for reproduction,
printed on glossy paper, very sharp and
with good contrast. Remove non-
essential areas of a photograph. Do not mount photographs
unless they form part of a composite figure. Where necessary, insert a scale bar in the
illustration (not below it), as oppose
d to giving a magnification factor in the legend.
Note that photocopies of photographs are not acceptable.
Colour illustrations
Submit colour illustrations as original photographs, high-
quality computer prints or
transparencies, close to the size expe
cted in publication, or as 35 mm slides. Polaroid colour
prints are not suitable. If, together with your accepted article, you submit usable colour figures
then Elsevier will ensure, at no additional charge, that these figures will appear in colour on
the
web (e.g., ScienceDirect and other sites) regardless of whether or not these illustrations
are reproduced in colour in the printed version. For colour reproduction in print, you will
receive information regarding the costs from Elsevier after receipt of yo
ur accepted article.
For further information on the preparation of electronic artwork, please see
http://authors.elsevier.com/artwork.
Please note: Because of technical complications which can arise by converting colour figures
to 'grey scale' (for the p
rinted version should you not opt for colour in print) please submit in
addition usable black and white prints corresponding to all the colour illustrations.
Supplementary material published in the online version of papers.
Supplementary material such
as additional pictures, computer programs, computer
simulations, etc, can be added to a regular paper, and will be published in the online version
only.
5. SHORT COMMUICATIOS
These are concise, but complete descriptions of a limited investigation, whi
ch will not be
included in a later paper. Examples include descriptive research on seed-
germination
conditions, plant responses to salinity, animal feeding habits, etc.
Short communications should not exceed 2400 words (six printed pages), excluding
refe
rences and legends. Submissions should include a short abstract not exceeding 10% of the
length of the communication and which summarizes briefly the main findings of the work to
be reported. The bulk of the text should be in a continuous form that does no
t require
numbered sections such as Introduction, Materials and methods, Results and Discussion.
However, a Cover page, Abstract and a list of Keywords are required at the beginning of the
communication and Acknowledgements and References at the end. These
components are to
be prepared in the same format as used for full-
length research papers. Occasionally authors
may use sub-
titles of their own choice to highlight sections of the text. The overall number of
tables and figures should be limited to a maximum of three (i.e. two figures and one table).
Meiado, M.V. (2008). A planta facilitadora Trischidium molle (Benth.) H. E. Ireland (Leguminosae)...
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6. THIK OTES
Short, one page notes describing new developments, new ideas, comments on a controversial
subject, or comments on recent conferences will also be considered for publication. These
notes should be sent directly by e-mail to the Editorial Office ([email protected]).
7. PROOFS
When your manuscript is received by the Publisher it is considered to be in its final form.
Proofs are not to be regarded as 'drafts'.
One set of page proofs in PDF format will be sent by e-
mail to the corresponding author, to be
checked for typesetting/editing. No changes in, or additions to, the accepted (and
subsequently edited) manuscript will be allowed at this stage. Proofr
eading is solely your
responsibility.
A form with queries from the copyeditor may accompany your proofs. Please answer all
queries and make any corrections or additions required.
The Publisher reserves the right to proceed with publication if correction
s are not
communicated. Return corrections within 2 days of receipt of the proofs. Should there be no
corrections, please confirm this.
Elsevier will do everything possible to get your article corrected and published as quickly and
accurately as possible
. In order to do this we need your help. When you receive the (PDF)
proof of your article for correction, it is important to ensure that all of your corrections are
sent back to us in one communication. Subsequent corrections will not be possible, so pleas
e
ensure your first sending is complete. Note that this does not mean you have any less time to
make your corrections, just that only one set of corrections will be accepted.
8. OFFPRITS
The corresponding author, at no cost, will be provided with a PDF file of the article via e-
mail
or, alternatively, 25 free paper offprints. The PDF file is a watermarked version of the
published article and includes a cover sheet with the journal cover image and a disclaimer
outlining the terms and conditions of use.
For any further information please contact the Author Support Department at
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
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