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Art. 12 – O ensino nas escolas primárias
será tão intuitiva e prático quanto possível,
devendo nele o professor partir sempre em
suas preleções do conhecido para o
desconhecido, e do concreto para o abstrato,
e abstendo-se outrossim de perturbar a
inteligência da criança com o estudo do
prematuro de regras e definições, mas antes,
esforçando-se para que seus alunos, sem se
fatigarem tomem interesse pelos assuntos de
que houver de tratar em cada lição.
Art. 91 – [...] passaram sempre, no ensino de
qualquer disciplina, do concreto para o
abstrato, do simples para o composto e o
complexo, do imediato para o mediato, do
conhecido para o desconhecido: farão o mais
largo emprego da intuição; conduzirão a
classe às regras e às leis pelo caminho da
indução; empregarão, no ensino da leitura, o
método analítico; estudarão os seus alunos
para os conduzir de acordo com a
capacidade de cada um; transformarão os
seus alunos em colaboradores; tornarão as
lições interessantes; educarão pela palavra e
pelo exemplo; evitarão a rotina e
acompanharão de parte as lições, a
experiência didática e da ciência
pedagógica.
Art. 26 – Apesar da questão dos castigos ser
um pouco contraditório, este artigo
estabelece que o professor, tanto na
distribuição dos prêmios, como na aplicação
dos castigos, deverá ter todo o cuidado em
não baratear aqueles, afim de que possam
servir de estímulo à assiduidade, conduta e
moralidade dos alunos: bem como, não
exceder-se nos castigos, para que possam
produzir os bons resultados que são de
esperar de sua prudente imposição
Art.123 - Manter a disciplina dos alunos;
aplicar com moderação e critério as
penalidades da sua competência.
Fonte: Regulamento da Instrução Pública Primária do Estado de Mato Grosso de 22 de outubro de
1910, Livro 213, p. 119-153; Regulamento da Instrução Pública Primária do Estado de Mato
Grosso de 22 de abril de 1927, Leis e Decretos, fl. 163-227. APMT (Arquivo Público de Mato
Grosso),
A comparação desses regulamentos demonstra que houve uma tentativa de
melhorar o ensino. O fato de estender a obrigatoriedade do ensino para 7 a 12 anos,
expandir o número de escolas públicas que segundo Reis (2003, p. 70), baseada no
recenseamento de 1920, era um total de 144 escolas no Estado, e subiu para 176 conforme
relatório de 1928, mas, em relação aos métodos de ensino, tenho dúvidas se de fato houve
melhorias no sentido da aplicabilidade do método analítico, de conduzir o aluno segundo a
capacidade de cada um, como também da eficácia do ensino intuitivo, que historicamente
teve a sua importância. Pela análise da instituição educativa que pesquiso, o método mais