Download PDF
ads:
JUÇARA BORDIN
Briófitas do centro urbano de Caxias do Sul,
Rio Grande do Sul, Brasil
Dissertação apresentada ao Instituto de
Botânica da Secretaria do Meio Ambiente
como parte dos requisitos para obtenção
do título de MESTRE em
BIODIVERSIDADE VEGETAL E
MEIO AMBIENTE, na Área de
concentração de Plantas Avasculares e
Fungos em Análises Ambientais
SÃO PAULO
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
JUÇARA BORDIN
Briófitas do centro urbano de Caxias do Sul,
Rio Grande do Sul, Brasil
Dissertação apresentada ao Instituto de
Botânica da Secretaria do Meio Ambiente
como parte dos requisitos para obtenção
do título de MESTRE em
BIODIVERSIDADE VEGETAL E
MEIO AMBIENTE, na Área de
concentração de Plantas Avasculares e
Fungos em Análises Ambientais
ORIENTADOR: DRA. OLGA YANO
ads:
Dedico a minha família,
meu porto seguro,
pelo seu apoio e amor!
IV
Agradecimentos
Deus, “não tenho palavras para agradecer Tua bondade, dia após dia me cercas com fidelidade. Nunca me
deixes esquecer que tudo o que tenho, tudo o que sou e o que vier a ser vem de Ti, Senhor.”
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), agradeço pela concessão da
bolsa durante o período do mestrado.
Dra. Olga Yano, obrigada por me aceitar sob sua orientação, por dividir comigo um pouco do seu enorme
conhecimento, por dedicar seu tempo, sua atenção e paciência. Obrigada pelo exemplo de determinação,
competência e profissionalismo. Obrigada pelos conselhos, pelo carinho, pelos “puxões de orelha” sempre que
necessários e pelas guloseimas que tornaram o mestrado muito mais “doce” do que normalmente dizem ser!
Luiz Bordin e Lourdes Saccaro Bordin, meus queridos pais, obrigada pela vida que me deram, pelos
cuidados e pelo amor incondicional. Obrigada por terem me “ensinado no colo o sentido da vida”, os valores e a fé.
Obrigada mãe, pelos biscoitos e pães sempre feitos com tanto amor. Obrigada pai, pelo cuidado ao arrumar minha
mala tentando fazer caber tudo e mais um pouco! Enfim, obrigada pelo apoio, pela companhia em grande parte das
coletas e pelo infinito amor de vocês!
Mauro André Bordin, meu irmão querido. Obrigada pelo enorme apoio e ajuda em todos os momentos.
Obrigada pelos e-mails engraçados que sempre me faziam rir, por comprar minhas passagens, por cuidar dos
assuntos “informáticos”, enfim, por ser esta pessoa fantástica que és! E a Aline Benedetti, agora Benedetti Bordin,
mais que cunhada, amiga e irmã. Obrigada por deixar sua cidade e sua família para passar em Caxias do Sul todos
os finais de semana em que eu estava lá. Obrigada pelas conversas, pelos conselhos, pelas risadas! Amo muito vocês
dois!
Denilson Fernandes Peralta, colega briólogo, amigo e “irmão substituto aqui em São Paulo”, obrigada pela
confecção das ilustrações, pela leitura de parte deste trabalho, por ajudar sempre que solicitado com muita paciência
e atenção, pelos conselhos e sugestões e, principalmente, pelo ombro amigo sempre por perto, me ouvindo e me
suportando todos os dias. Obrigada pela companhia agradável e divertida, pelos convites para ir ao campo ou para
passear e por ser um excelente “guia turístico” nesta cidade imensa e encantadora! Tua amizade é muito preciosa e
insubstituível!
Inês Bordin, “tia Inês”, gostaria de poder te abraçar e dizer obrigada por tudo, mas Deus te chamou antes
que eu pudesse fazer isso.... Que os anjos lá no céu falem por mim...
Rosane Carrer Mantovani, minha amiga de todas as horas e conselheira para todos os assuntos. “Foi Deus
quem te escolheu para ser a melhor amiga que eu pudesse ter. Amigos, para sempre, para sempre amigos, sim, se
Deus quiser!”, Obrigada por existir!
Adriana Brunetto, Aline Benedetti Bordin, André Zilli, Carlos Alberto Corso (Caloca), Mauro André
Bordin, Ricardo Mantovani, Rosane Carrer e Rosângela Molon, amigos que, apesar da distância, sempre estiveram
perto pois nunca saíram do meu coração. Obrigada por sempre me receberem com muito carinho cada vez que
retornava a Caxias do Sul. Não tem preço e nunca serão esquecidas as visitas e os jantares organizados cada vez que
eu voltava para casa. Amo vocês!
Dr. Ronaldo Wasum, amigo e curador do Herbário da Universidade de Caxias do Sul, obrigada pelo auxílio
em algumas coletas, pela organização das exsicatas e, principalmente, pelos conselhos, pelo carinho e pelo eterno
incentivo em continuar estudando a Scientia Amabilis. Este trabalho é fruto da tua persistência!
V
Dra. Luciana Scur, obrigada pela tua amizade, pelo incentivo, pelos conselhos e pelo exemplo de
determinação e profissionalismo. Obrigada por me receber sempre com carinho em meio a tantas atividades que tens
e por auxiliar sempre que foi preciso.
Dr. Pedro Antônio Reginato, obrigada pelo incentivo (apesar de eu ter escolhido a Botânica e não a
Geologia, como preferias!), pelas palavras amigas, pelos e-mails engraçados, pelas brincadeiras, pelos conselhos
sérios, enfim, obrigada pelo auxílio e pela amizade, “querido chefinho”.
Adriana Brunetto, Eduarto Pasini, Francieli Sbersi, Luciane Brancher, Matheus Sartori, Rodrigo Cardoso,
Rosângela Molon, Sidnei Grando, Sofia Maboni e Taciana Ziembowicz, obrigada pelo auxílio nas coletas e pela
amizade. Matheus, obrigada por estar sempre disposto a me acompanhar e fotografar tudo. Tua amizade é especial,
guri!
Valéria Wasum e Rosângela Molon, amigas e técnicas do Herbário da Universidade de Caxias do Sul,
obrigada pelo auxílio com as exsicatas, pelo apoio e amizade. Valéria, tuas risadas e teu jeito prático de resolver
tudo são únicos! Rosângela, obrigada pela Júlia e pela alegria que ela nos trás.
Janete Scopel, amiga de toda a vida! Obrigada pelo incentivo e por não deixar nunca de acreditar em mim!
Eliana Verona, amiga e secretária do Museu de Ciências Naturais da Universidade de Caxias do Sul,
obrigada pelo apoio e carinho e pela alegria com que sempre me recebes!
Amigos dos grupos de orações Jesus Bom Pastor e São Luiz Gonzaga, da Renovação Carismática Católica
de Caxias do Sul, obrigada pelas orações e pelo carinho. Amo vocês!
Lucy Corsetti Piazza, obrigada pelo exemplo de vida e profissionalismo, pela amizade, carinho, incentivo e
pela constante intercessão.
Iane Paula Rego Cunha Dias, amiga e irmã de coração, maranhense de “faca na bota”, que me mostrou que
tudo é possível quando temos determinação e coragem de enfrentar as dificuldades. Amigas que nasceram pela fé!
Luciana da Silva Canêz, és meu exemplo! Profissional dedicada, responsável, organizada e competente.
Amiga de tão pouco tempo, mas de todas as horas, que sabe ouvir, aconselhar e até xingar se necessário. Obrigada
pelas inestimáveis dicas e conselhos de quem já passou por um mestrado e pela leitura crítica de parte deste
trabalho, contribuindo imensamente. Obrigada pela agradável companhia nas caminhadas diárias, nos momentos de
descanso e lazer e por não me deixar esquecer, em nenhum momento, que a bondade e o amor não podem sair de
nossos corações e assim, todas as dificuldades serão superadas. Lu, tua amizade é muito preciosa, daquelas que são
para a vida toda!
Adriano Afonso Spielmann, obrigada pelas valiosas contribuições dadas ao ler parte deste trabalho, pela
imensa disponibilidade em ajudar, pela amizade, companhia e exemplo de profissionalismo e competência.
Fernanda Ferrari, Priscila da Silva e Sandra Vieira da Costa, amigas do “quarto sete”, obrigada pela
companhia, pelo auxílio em todos os momentos e por tornar nosso quarto uma extensão de nossas casas.
Priscila da Silva, irmã paulistana da “Zona Leste”, obrigada pelas risadas, pelas nossas longas conversas na
hora de dormir, pela companhia nos passeios ou no alojamento, pelos conselhos e por estar sempre disposta a ajudar
em tudo o que fosse necessário, não importando a hora ou o lugar.
Angélica Righetti da Rocha, Fernanda Ferrari e Kleber Renan dos Santos, obrigada pela companhia nas
missas de todos os domingos. A amizade e o carinho de vocês tornaram especial cada dia vivido longe de casa
nestes dois anos. Vocês são especiais! Kleber, obrigada por tua alegria e tranqüilidade contagiantes, mesmo diante
das dificuldades. Obrigada por estar sempre por perto, me ajudando antes mesmo que eu pudesse te pedir. E, é claro,
tuas músicas e tuas vitaminas esquisitas (mas gostosas!) não serão esquecidas!
VI
Berta Lúcia Pereira Villagra, obrigada pelo cuidado que tens com cada um dos teus amigos que moram no
alojamento e pelo exemplo de determinação e vontade de vencer, além da companhia nos estudos, desde a seleção
para o mestrado até durante as disciplinas cursadas.
A todos que estiveram no alojemanto neste período, em especial aos queridos e inesquecíveis amigos:
Adriano Afonso Spielmann, Andréia Araújo, Angélica Pavezzi Barbero, Angélica Righetti da Rocha, Berta Lúcia
Pereira Villagra, Camila Francieli da Silva Malone, Diógina Barata, Eduardo Custódio Gasparino, Fernanda Ferrari,
Fernanda Karstedt, Fernanda Ramlow, Giseli Areias Nóbrega, Iane Paula Rego Cunha Dias, Kleber Renan dos
Santos, Luciana da Silva Canêz, Luciana Jandelli Gimenes, Luciane Crossetti, Milton Félix Nunes Martins, Patrícia
Jungbluth, Priscila Silva, Sandra Vieira da Costa e Susana Martins, amigos do alojamento que se tornaram minha
família em São Paulo e que tornaram aquele prédio cinza em um lar, com momentos tristes e felizes, sempre vividos
com bom humor e alegria. Sem a companhia de cada um seria impossível estar aqui! Amo vocês!
Dr. Jefferson Prado, obrigada por estar sempre disponível a ajudar, pelos inúmeros conselhos e
contribuições e pelas conversas descontraídas na hora do café (ou do chá!).
Dra. Carla Ferragut e Dr. Eduardo Gomes, obrigada pelo auxílio com a aplicação dos índices de
similaridade.
Marina Francisca dos Santos e Elisabeth Maria Simões Villafranca, técnicas da Seção de Briologia e
Pteridologia, obrigada pelo auxílio sempre que necessário e pela agradável companhia na Seção. Marina, obrigada
pelo carinho, pelos infinitos cuidados e por ter me adotado como seu “anjinho”. És muito especial!
Daniel Moreira Vital e Dra. Sandra Regina Visnadi, pesquisadores da Seção de Briologia e Pteridologia e
Elisabete Aparecida Lopes, da Seção de Curadoria de Herbário, obrigada pela companhia e pelo incentivo.
Regina Yoshie Hirai, recém chegada à Seção, obrigada pelo incentivo, pela agradável companhia e pelas
longas conversas após o trabalho.
Bruno Gualberto, estagiário da Divisão de Fitotaxonomia, obrigada pelo carinho.
Márcia Ângelo (Marcinha), secretária da Pós-Graduação, obrigada por nos receber sempre sorrindo e pela
eficiência com que tudo é resolvido.
Funcionários da Biblioteca, Maria Helena Simões Costa Fernandes Gallo, Suely Paiva de Caldas e Jeferson
Aparecido de Souza; do Xerox, Maria Ramos Pereira Oliveira, Sirléia Clementina Ferreira e Rosalina de Mattos e
Pós-Graduação do Instituto de Botânica, obrigada pelo auxílio e pela atenção com que sempre fui recebida.
Dra. Maria Salete Marchioretto, curadora do Herbário PACA, obrigada por permitir consultar parte da
coleção de briófitas.
Elton Leonardo Boldo e Marcos Raimmann, funcionários da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul,
obrigada pela cessão dos mapas, fotos e outras informações.
Enfim, a todos que contribuíram para que este trabalho fosse realizado, MUITO OBRIGADA!
VII
Índice
Resumo ................................................................................................................................ XIV
Abstract ................................................................................................................................ XV
Introdução ................................................................................................................................ 1
1. Caracterização geral das briófitas ................................................................................... 1
2. Briófitas urbanas e estudos briológicos no Rio Grande do Sul ....................................... 2
Objetivos .................................................................................................................................. 4
Material e métodos .................................................................................................................. 5
1. Caracterização das áreas de estudo ................................................................................. 5
1.1. Região Central ..................................................................................................... 7
1.2. Universidade de Caxias do Sul .......................................................................... 10
1.3. Jardim Botânico de Caxias do Sul ..................................................................... 10
2. Métodos de coleta e tratamento das amostras ............................................................... 13
Resultados e Discussão .......................................................................................................... 15
1. Tratamento taxonômico ................................................................................................. 16
Chave artificial para identificação das famílias de briófitas .................................... 16
Anthocerotophyta ..................................................................................................... 20
Anthocerotaceae ................................................................................................. 20
Anthoceros punctatus L. ............................................................................ 20
Nothotyladaceae ................................................................................................. 21
Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk. ....................................................... 21
Phaeoceros laevis (L.) Prosk. ...................................................................... 23
Marchantiophyta ....................................................................................................... 24
Aneuraceae ......................................................................................................... 24
Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell ................................................ 24
Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle ...................................................... 25
Aytoniaceae ........................................................................................................ 27
Plagiochasma rupestre (J.R. Forst. & G. Forst.) Steph. . ............................. 27
Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi ............................................................. 28
Balantiopsidaceae ............................................................................................... 29
Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle .................................................... 29
Chonecoleaceae .................................................................................................. 30
Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle ......................................................... 30
Fossombroniaceae .............................................................................................. 31
Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk. ................................................ 31
VIII
Geocalycaceae .................................................................................................... 33
Clasmatocolea vermicularis (Lehm.) Grolle ............................................... 33
Lophocolea bidentata (L.) Dumort. ............................................................. 34
Lophocolea muricata (Lehm.) Nees ............................................................. 34
Lophocolea platensis C. Massal. .................................................................. 35
Jubulaceae .......................................................................................................... 37
Frullania brasiliensis Raddi ......................................................................... 37
Frullania ericoides (Nees) Mont. ................................................................. 39
Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont. ......................................... 40
Frullania montagnei Gottsche ..................................................................... 41
Lejeuneaceae ...................................................................................................... 42
Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst. ......................................... 44
Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. ................................... 45
Anoplolejeunea conferta (C.F.W. Meissn. ex Spreng.) A. Evans ................ 47
Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn. ..................................................... 48
Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. ............................................. 49
Drepanolejeunea araucariae Steph. ............................................................ 50
Frullanoides densifolia Raddi ...................................................................... 51
Lejeunea cancellata Nees & Mont. .............................................................. 52
Lejeunea cardotii Steph. .............................................................................. 53
Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda ........................................... 54
Lejeunea flava (Sw.) Nees ........................................................................... 56
Lejeunea glaucescens Gottsche .................................................................... 58
Lejeunea laetevirens Nees & Mont. ............................................................. 59
Lejeunea phyllobola Nees & Mont. ............................................................. 61
Lejeunea setiloba Spruce ............................................................................. 62
Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans .............................................. 63
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans ........................ 64
Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn. .............................................. 65
Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. ......................................................... 67
Microlejeunea globosa (Spruce) Steph. ....................................................... 68
Lepidoziaceae ..................................................................................................... 70
Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe ................................. 70
Marchantiaceae ................................................................................................... 70
Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees .................................................................... 71
IX
Marchantia papillata Raddi ......................................................................... 72
Metzgeriaceae ..................................................................................................... 72
Metzgeria albinea Spruce ............................................................................. 73
Metzgeria conjugata Lindb. ......................................................................... 74
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees ................................................................. 75
Metzgeria fruticola Spruce ........................................................................... 76
Metzgeria furcata (L.) Dumort. .................................................................... 77
Metzgeria herminieri Schiffn. ...................................................................... 79
Metzgeria psilocraspeda Schiffn. ................................................................ 80
Metzgeria uncigera A. Evans ....................................................................... 81
Pallaviciniaceae .................................................................................................. 82
Pallavicinia lyellii (Hook.) S. Gray ............................................................. 83
Symphyogyna aspera Steph. ......................................................................... 84
Pelliaceae ............................................................................................................ 85
Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce ..................................... 85
Plagiochilaceae ................................................................................................... 86
Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont. ............................................... 87
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb. ..................................... 88
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb. ......................................................... 89
Plagiochila micropteryx Gottsche ................................................................ 89
Plagiochila montagnei Nees ........................................................................ 90
Plagiochila patentissima Lindenb. ............................................................... 92
Porellaceae ......................................................................................................... 92
Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn. ........................................................... 93
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis. ................................................ 94
Porella swartziana (F. Weber) Trevis. ......................................................... 95
Radulaceae ......................................................................................................... 96
Radula javanica Gottsche ............................................................................ 97
Radula nudicaulis Steph. .............................................................................. 97
Radula sinuata Gottsche ex Steph. .............................................................. 99
Radula tectiloba Steph. .............................................................................. 100
Radula voluta Taylor .................................................................................. 101
Bryophyta ............................................................................................................... 102
Bartramiaceae ................................................................................................... 102
Philonotis cernua (Wilson) D.G. Griffin & W.R. Buck ............................ 102
X
Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad. ............................................... 103
Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid. ......................................................... 104
Brachytheciaceae .............................................................................................. 105
Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel ......................................... 105
Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp. .............................................. 106
Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot ............................................. 107
Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger .......................................... 107
Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger ......................................... 108
Bruchiaceae ...................................................................................................... 109
Trematodon longicollis Michx. .................................................................. 109
Bryaceae.............................................................................................................. 110
Brachymenium hornschuchianum Mart. .................................................... 111
Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere ............................. 112
Bryum argenteum Hedw. ............................................................................ 114
Bryum chryseum Mitt. ................................................................................ 115
Bryum limbatum Müll. Hal. ........................................................................ 116
Gemmabryum acuminatum (Harv. ex Hook.) J.R. Spence & H.P. Ramsay .. 117
Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay ............ 118
Rosulabryum densifolium (Brid.) Ochyra .................................................. 120
Dicranaceae ...................................................................................................... 120
Bryohumbertia filifolia (Hornsch.) J.-P. Frahm ......................................... 121
Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid. ......................................................... 122
Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger .......................................... 124
Campylopus occultus Mitt. ......................................................................... 125
Campylopus pilifer Brid. ............................................................................ 125
Holomitrium olfersianum Hornsch. ............................................................ 126
Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm ..................... 127
Ditrichaceae ...................................................................................................... 129
Ditrichum subrufescens Broth. ................................................................... 129
Entodontaceae .................................................................................................. 129
Erythrodontium longisetum (Hook.) Paris ................................................. 129
Erpodiaceae ...................................................................................................... 130
Aulacopilum glaucum Wilson .................................................................... 130
Fabroniaceae ..................................................................................................... 131
Dimerodontium mendozense Mitt. ............................................................. 131
XI
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck ................................ 133
Fissidentaceae ................................................................................................... 134
Fissidens angustifolius Sull. ....................................................................... 135
Fissidens asplenioides Hedw. .................................................................... 137
Fissidens elegans Brid. .............................................................................. 138
Fissidens guianensis Mont. ........................................................................ 139
Fissidens inaequalis Mitt. .......................................................................... 141
Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell ................................ 142
Fissidens pellucidus Hornsch. .................................................................... 143
Fissidens radicans Mont. ........................................................................... 145
Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson ...................................................... 145
Fissidens scariosus Mitt. ............................................................................ 147
Fissidens submarginatus Bruch ................................................................. 148
Fissidens taxifolius Hedw. ......................................................................... 149
Funariaceae ....................................................................................................... 150
Physcomitrium subsphaericum Schimp. ex Müll. Hal. .............................. 150
Hypnaceae ........................................................................................................ 152
Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck ................................... 152
Ctenidium malacodes Mitt. ........................................................................ 153
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt. .............................................................. 154
Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck .................................................... 155
Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth. ................................................. 157
Hypopterigiaceae .............................................................................................. 157
Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid. ex Müll. Hal. .................................. 157
Lembophyllaceae ............................................................................................. 158
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck ........................................... 158
Leucodontaceae ................................................................................................ 159
Leucodon julaceus (Hedw.) Sull. ............................................................... 159
Meteoriaceae .................................................................................................... 160
Meteorium deppei (Müll. Hal.) Mitt. .......................................................... 160
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk. .......................................... 161
Mniaceae .......................................................................................................... 162
Plagiomnium rhynchophorum (Hook.) T.J. Kop. ...................................... 162
Pohlia nutans (Hedw.) Lindb. .................................................................... 163
Myriniaceae ...................................................................................................... 165
XII
Helicodontium capillare (Hedw.) A. Jaeger .............................................. 165
Neckeraceae ..................................................................................................... 166
Neckera scabridens Müll. Hal. ................................................................... 166
Neckera villae-ricae Besch. ....................................................................... 167
Porotrichum longirostre (Hook.) Mitt. ...................................................... 168
Orthodontiaceae .................................................................................................. 169
Orthodontium pelluscens (Hook.) B.S.G. .................................................. 169
Orthotrichaceae ................................................................................................ 170
Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere .................................... 171
Groutiela tumidula (Mitt.) Vitt .................................................................. 172
Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt ......................................................... 174
Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad. .............................. 175
Macrocoma tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt ............................... 176
Macromitrium punctatum (Hook. & Grev.) Brid. ...................................... 177
Schlotheimia jamesonii (Arn.) Brid. .......................................................... 178
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr. .................................................. 180
Zygodon viridissimus (Dicks.) Brid. .......................................................... 181
Polytrichaceae .................................................................................................. 182
Atrichum androgynum var. oerstedianum (Müll. Hal.) Nyholm ................ 182
Pogonatum pensilvanicum (Hedw.) P. Beauv. ........................................... 183
Polytrichum juniperinum H.B. Willd. ex Hedw. ........................................ 184
Pottiaceae ......................................................................................................... 185
Barbula indica (Hook.) Spreng. ex Steud. ................................................. 186
Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander ............................................ 187
Didymodon australasiae (Hook. & Grev.) R.H. Zander ............................ 188
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger ......................................................... 189
Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A. Crum ............................... 190
Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann .................................................... 190
Tortella humilis (Hedw.) Jennings ............................................................. 192
Weissia controversa Hedw. ........................................................................ 193
Ptychomitriaceae .............................................................................................. 193
Ptychomitrium sellowianum (Müll. Hal.) A. Jaeger ................................... 194
Ptychomitrium vaginatum Besch. .............................................................. 195
Rhachitheciaceae .............................................................................................. 196
Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander ......................................... 196
XIII
Sematophyllaceae ............................................................................................. 197
Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck ............... 198
Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck .......................................... 199
Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt. ................................................. 201
Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. ex Broth. .......................... 202
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. .............................................. 204
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton ......................................... 205
Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. ................................................. 207
Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt. .......................... 208
Sematophyllum swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & H.A. Crum ............... 210
Thuidiaceae ...................................................................................................... 210
Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp. ..................................... 211
Thuidium tomentosum Besch. .................................................................... 211
2. Distribuição geográfica no Brasil e novas ocorrências ............................................... 213
3. Comparação com os demais trabalhos de briófitas urbanas no Brasil ........................ 221
4. Distribuição dos táxons nos diversos substratos ......................................................... 234
5. Comparação entre as áreas de estudo .......................................................................... 239
Conclusões ............................................................................................................................ 247
Referências Bibliográficas .................................................................................................. 248
Índice das Figuras ............................................................................................................... 260
Índice das Tabelas ............................................................................................................... 262
XIV
RESUMO – (Briófitas do centro urbano de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil). No centro
urbano de Caxias do Sul foram selecionadas três áreas de estudo, com maior ou menor influência
antrópica e onde a vegetação encontra-se em diferentes graus de preservação. O tratamento
taxonômico apresenta chave artificial para identificação dos gêneros e espécies; cabeçalho
taxonômico; ilustração para as novas citações e para táxons com ilustrações deficitárias ou
indicação de trabalhos com ilustração; descrição diagnóstica para a diferenciação das espécies e
distribuição geográfica no Brasil e no Rio Grande do Sul. Foram encontrados 159 táxons,
pertencentes a 86 gêneros e 47 famílias. Anthocerotophyta está representada por três espécies,
dois gêneros e duas famílias; Marchantiophyta, por 63 espécies, 29 gêneros e 16 famílias e
Bryophyta, por 91 espécies, uma variedade e uma subespécie (93 táxons), 56 gêneros e 29
famílias. As famílias com maior riqueza específica são Lejeuneaceae (20 espécies e 10 gêneros),
Fissidentaceae (12 espécies e 1 gênero), Orthotrichaceae e Sematophyllaceae (9 espécies e 5
gêneros), Pottiaceae (8 espécies e 8 gêneros), Bryaceae (8 espécies e 4 gêneros), Metzgeriaceae
(8 espécies e 1 gênero), Dicranaceae (7 espécies e 4 gêneros) e Plagiochilaceae (6 espécies e 1
gênero) e as demais famílias com menos de cinco espécies em um ou dois gêneros. São citadas
três novas ocorrências para o Brasil: Bryum chryseum Mitt., Fissidens taxifolius Hedw. e Pohlia
nutans (Hedw.) Lindb. e 50 novas citações para o Estado do Rio Grande do Sul, sendo que
destes, um pertence à Anthocerotophyta, 23 à Marchantiophyta e 26 à Bryophyta. Em
comparação com os demais estudos de briófitas urbanas desenvolvidos no Brasil, Caxias do Sul
apresenta o maior número de táxons, sendo que as espécies mais comuns ou mais bem adaptadas
a estas áreas também foram encontradas nos demais trabalhos. Entre as três áreas estudadas no
centro urbano, observou-se maior similaridade entre as duas áreas onde a vegetação encontra-se
em melhor estado de conservação, diferenciando-se da área onde a antropização é maior e a
vegetação encontra-se menos preservada.
Palavras chave: briófitas urbanas, Caxias do Sul, Anthocerotophyta, Marchantiophyta,
Bryophyta
XV
ABSTRACT – (Bryophytes of the urban center of Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil).
Three areas of study at the urban center of Caxias do Sul were selected, with higher or lower
antropic influence and where the vegetation is in different levels of preservation. The taxonomic
treatment presents artificial key for identification of the genera and species; taxonomic heading;
illustration for the new citations and for taxa with deficient illustrations or indication of works
with illustration; diagnostic description for the differentiation of the species and geographical
distribution in Brazil and in Rio Grande do Sul State. One hundred and fifty nine taxa were
found, belonging to 86 genera and 47 families. Anthocerotophyta is represented by three species,
two genera and two families; Marchantiophyta, by 63 species, 29 genera and 16 families and
Bryophyta, by 91 species, a variety and a subspecies (93 taxa), 56 genera and 29 families. The
families with larger specific richness are Lejeuneaceae (20 species and 10 genera),
Fissidentaceae (12 species and 1 genus), Orthotrichaceae and Sematophyllaceae (9 species and 5
genera), Pottiaceae (8 species and 8 genera), Bryaceae (8 species and 4 genera) , Metzgeriaceae
(8 species and 1 genus), Dicranaceae (7 species and 4 genera) and Plagiochilaceae (6 species and
1 genus) and the other families with less than five species in one or two genera. Three new
records are mentioned to Brazil: Bryum chryseum Mitt., Fissidens taxifolius Hedw. and Pohlia
nutans (Hedw.) Lindb. and 50 new records for the state of Rio Grande do Sul, among them, one
belongs to Anthocerotophyta, 23 to Marchantiophyta and 26 to Bryophyta. In comparison with
the other studies of urban Bryophytes developed in Brazil, Caxias do Sul presents the largest
number of taxa, and the most common species or better adapted into these areas were also
collected in other works. Among the three areas studied at the urban center, larger similarity was
observed among the two areas where the vegetation is in better conservation status, unlike the
area in which the human occupation is larger and the vegetation is less preserved.
Key words: urban bryophytes, Caxias do Sul, Anthocerotophyta, Marchantiophyta, Bryophyta
1
Introdução
1. Caracterização geral das briófitas
As briófitas são plantas criptogâmicas avasculares e relativamente simples, com ampla
distribuição geográfica e especialmente predominantes nas regiões tropicais e subtropicais
(Lemos-Michel 2001). Estão classificadas em três divisões: Anthocerotophyta (Stotler &
Crandall-Stotler 2005), Marchantiophyta (Crandall-Stotler & Stotler 2000) e Bryophyta (Buck &
Goffinet 2000).
As relações filogenéticas entre estas três divisões ainda permanecem incertas (Goffinet
2000), uma vez que musgos, hepáticas e antóceros compõem um grupo basal na linhagem das
plantas terrestres, com poucas características em comum, levantando dúvidas sobre a afinidade
entre eles (Crandall-Stotler 1984). Apesar dos estudos recentes com modernos marcadores
moleculares, a incerteza sobre a monofilia ou parafilia do grupo continua (Shaw & Renzaglia
2004), mostrando que a relação com as embriófitas e a posição que cada linhagem ocupa dentro
do grupo depende estreitamente dos caracteres utilizados nas análises.
De maneira geral, as briófitas caracterizam-se por seu tamanho pequeno, podendo variar
de poucos milímetros até um metro, como ocorre com alguns musgos de hábito pendente e
presença de gametófitos talosos ou folhosos, clorofilados e fotossintetizantes (Lemos-Michel
2001). Apresentam parede celular celulósica e, algumas vezes, cutícula e alternância de gerações
bem definida. A geração assexuada e diplóide é representada por um esporófito de vida efêmera,
não ramificado, dependente e aderido ao gametófito (geração sexuada), que é haplóide,
fotossintetizante, perene e livre, produzindo os órgãos sexuais: anterídios e arquegônios
(Schofield 1985).
São abundantes em ambientes úmidos e sombrios, no interior de matas ou são típicas de
áreas urbanas (Lemos-Michel 2001). Também ocorrem em hábitats aquáticos (Delgadillo &
Cárdenas 1990) e em lugares secos e desérticos, já que são adaptadas à dessecação e sobrevivem
como esporos dormentes ou gametófitos secos (Margulis & Schwartz 2001). Por tolerarem
condições ambientais extremas estão amplamente distribuídas pelo mundo, desde ambientes
árticos, tundra e florestas boreais até florestas tropicais, ambientes submersos, cavernas escuras e
rochas expostas, tolerando também aspersão de água salgada, mas nunca sendo encontradas em
ambiente marinho (Delgadillo & Cárdenas 1990, Frahm 2003).
As briófitas desenvolvem-se nos mais diversos substratos: troncos vivos ou em
decomposição, ramos, húmus, superfície de rocha, solos calcáreos, argilosos ou arenosos, folhas
vivas e outros materiais orgânicos. Também podem ocorrer sobre telhados, muros e calçadas,
além de substratos não usuais, como cascos de tartaruga e calçados velhos (Frahm 2003). Muitas
2
são epífitas como Pilotrichella e Schlotheimia, outras são terrícolas como Bryum, algumas são
saxícolas, como Frullania e espécies de Pottiaceae e há, ainda, as aquáticas, como algumas
espécies de Fissidens e Riccia (Lemos-Michel 2001).
Possuem grande importância ecológica, já que participam do processo de sucessão
vegetacional dos ecossistemas, pois normalmente desenvolvem-se agrupadas, formando extensos
tapetes que recobrem determinadas áreas, evitando a erosão nestes locais e servindo de substrato
para o desenvolvimento de outras plantas. Participam também da formação do solo, dos ciclos do
carbono e nitrogênio e como componentes importantes da biomassa (Lisboa & Ilkiu-Borges
1995).
São utilizadas como bioindicadoras por serem sensíveis às variações ambientais (Lisboa
& Ilkiu-Borges 1995); na medicina, para o tratamento de doenças cardiovasculares e da pele e
por possuírem propriedades antissépticas, diuréticas, antibióticas e antitumorais (Ando & Matsuo
1984). Além disso, são utilizadas na horticultura como aditivos no solo, meio para germinação
de sementes, em vasos de bonsai para retenção da umidade e estabilidade do solo, em jardinagem
e em aquários, por proporcionarem oxigênio aos peixes e substrato para a deposição dos ovos
(Ando & Matsuo 1984).
Representam o segundo maior grupo de plantas terrestres (Frahm 2003), com cerca de
17.800 espécies, sendo que 3.980 espécies ocorrem na América Tropical (Gradstein et al. 2001)
e 2.961 espécies no Brasil, distribuídas em 111 famílias e 450 gêneros (Yano & Peralta 2007a).
No entanto, segundo Lemos-Michel (2001), diante da enorme área geográfica que o Brasil
possui, a brioflora brasileira é ainda pouco conhecida.
Dados sobre briófitas no Brasil ainda são muito escassos (Shepherd 2003), mas existem
diversos catálogos do grupo organizados por Yano (1981a, 1984a, 1989, 1995 e 2006) que
sumarizam o conhecimento do grupo no Brasil. Para antóceros e hepáticas, o recente guia de
Gradstein & Costa (2003), baseado nos mesmos catálogos de Yano, é uma importante ferramenta
prática para identificação das espécies.
2. Briófitas urbanas e estudos briológicos no Rio Grande do Sul
Estudos com briófitas urbanas são de fundamental importância, pois fornecem dados
sobre a ocorrência e distribuição geográfica de espécies que suportam o convívio com a
ocupação humana (Bastos & Yano 1993) e fornecem subsídios para futuras pesquisas ecológicas,
principalmente na área de biomonitoramento ambiental, já que elas são utilizadas principalmente
como indicadoras da poluição atmosférica (Yano & Câmara 2004).
Apesar da grande importância, há poucos trabalhos publicados no Brasil que se referem
às briófitas em áreas urbanas (Câmara et al. 2003), não sendo mencionado nenhum para a região
3
Sul do Brasil. O primeiro estudo abordando este assunto foi de Yano (1984c), que registrou
Aulacopilum glaucum Wilson em áreas urbanas de diversas cidades do Brasil. Em seguida,
Visnadi & Monteiro (1990) estudaram as briófitas urbanas da cidade de Rio Claro, São Paulo;
Bastos & Yano (1993) trabalharam com os musgos urbanos da cidade de Salvador, Bahia;
Lisboa & Ilkiu-Borges (1995) inventariaram a brioflora urbana de Belém, Pará, indicando seu
potencial como indicadoras de poluição urbana. Visnadi & Vital (1997) trataram das briófitas da
casa de vegetação do Instituto de Botânica, São Paulo; Mello et al. (2001) trataram das briófitas
do Orquidário Municipal de Santos, São Paulo; Molinaro & Costa (2001) estudaram as briófitas
do arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Câmara et al. (2003) trabalharam com os
musgos urbanos do Recanto das Emas, Distrito Federal; Yano & Câmara (2004), inventariaram
as briófitas de Manaus, Amazonas e Vital & Bononi (2006), fizeram levantamento das briófitas
ocorrentes sobre tumbas em cemitérios da região metropolitana de São Paulo.
Para o Estado do Rio Grande do Sul, com base nos catálogos de Yano (1981a, 1984a,
1989, 1995 e 2006) e em Yano & Bordin (2006) são citadas 706 espécies de briófitas, em 230
gêneros e 82 famílias, o que corresponde a 24% do número de espécies conhecidas para o Brasil.
Segundo Sehnem (1953), a flora briológica do Rio Grande do Sul é rica e variada devido à
posição geográfica do Estado, já que o mesmo se acha numa situação florística privilegiada, pois
sofreu irradiações da flora neotrópica que imigrou com a mata higrófila, da flora campestre do
Brasil central, do pampa sulino e da flora austral-antártica.
Diversos botânicos passaram pelo Rio Grande do Sul com o objetivo de explorar as
plantas vasculares, entretanto, apenas Lindman, Saint-Hilaire e Sellow coletaram briófitas.
Sellow chegou ao Estado em 1823 e permaneceu durante quatro anos, tendo suas coletas de
musgos citadas em 1840 no fascículo I da Flora Brasiliensis de Martitus. Lindman permaneceu
no Rio Grande do Sul por oito meses, durante a Expedição Regnelliana de 1892, mencionando
57 musgos e 24 hepáticas e um antócero em sua obra “A Vegetação do Rio Grande do Sul”.
Brotherus (1900) citou 94 espécies de briófitas coletadas também neste período. Além destes,
também coletaram musgos no Estado o reverendo Kunert, o padre Dialer e botânicos como
Tweedie e Malme, que exploraram as fanerógamas, mas coletaram alguns musgos que lhes
chamaram especial atenção (Sehnem 1953).
Posteriormente foram desenvolvidos trabalhos no Estado por Bartram (1952) que
trabalhou com coletas de Sehnem, publicando 13 espécies novas. Sehnem (1953, 1955, 1969,
1970, 1972, 1976, 1978, 1979, 1980) publicou diversas famílias de musgos na série intitulada
Musgos Sul-brasileiros; Baptista (1977) iniciou os estudos das hepáticas publicando um guia
para os gêneros da família Lejeuneaceae na Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul; Bueno (1984,
1986) publicou trabalhos referentes a gêneros de Jungermanniales, exceto Lejeuneaceae e ao
4
gênero Balantiopsis; Lemos-Michel (1980, 1983, 1999, 2001) trabalhou com hepáticas e alguns
musgos; Lemos-Michel & Yano (1998) estudaram o gênero Bryopteris; Lemos-Michel & Bueno
(1992) publicaram sobre o gênero Bazzania; Lorscheitter (1973, 1977) trabalhou com hepáticas
folhosas; Oliveira (1973) estudou as espécies de Radula; Vianna (1970, 1971, 1976, 1981a,
1981b, 1981c, 1985, 1988, 1990), estudou as hepáticas talosas; Farias (1982, 1984, 1987),
desenvolveu estudos com a família Polytrichaceae e Yano & Bordin (2006) citaram novas
ocorrências de briófitas no Rio Grande do Sul. Nenhum trabalho específico com briófitas
urbanas foi realizado no Estado.
Para o município de Caxias do Sul são conhecidas apenas as coletas de Sehnem (1969,
1970, 1976, 1978, 1979 e 1980) em Vila Oliva, interior do município, entre os anos de 1940 e
1950, de Wasum, entre 1980 e 1990, cujas exsicatas estão no Herbário da Universidade de
Caxias do Sul (HUCS), além de Yano & Bordin (2006), que citam algumas coletas realizadas
neste município. Torna-se necessário, portanto, a realização de estudos visando conhecer a
brioflora do local e fornecer dados para futuros estudos ecológicos.
Objetivos
1. Realizar o levantamento florístico das briófitas do centro urbano de Caxias do Sul;
2. Verificar a distribuição geográfica das espécies encontradas (Brasil e Rio Grande do Sul), com
base na literatura;
3. Comparar a ocorrência das espécies coletadas em logradouros públicos (Região Central –
CENTRO) com espécies ocorrentes em áreas preservadas no centro urbano (áreas antropizadas
do Campus da Universidade de Caxias do Sul – UCS e do Jardim Botânico de Caxias do Sul –
JBCS);
4. Comparar os resultados obtidos com dados publicados sobre briófitas urbanas do Brasil;
5. Contribuir com dados taxonômicos para a elaboração da flora briofítica do Rio Grande do Sul
e para futuros trabalhos ecológicos.
5
Material e métodos
1. Caracterização das áreas de estudo
O município de Caxias do Sul (51
o
00’W, 29
o
30’S), localiza-se na extremidade leste da
Encosta Superior do Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul (figura 1).
Figura 1. Localização do município de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.
Possui área de 1.643,913 Km
2
, altitude média de 750-760 m na sede, variando entre 900 e
1000 m; temperatura média de 15,9
o
C e pluviosidade média de 1.821 mm/ano. É o maior
município do interior do Estado, com população aproximada de 412.053 habitantes
(www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php, consultado em 03.05.2007), sendo que 92,5% da
população reside na área urbana. Caxias do Sul é o segundo maior pólo metal-mecânico do
Brasil, com cerca de 15 mil estabelecimentos em seu parque industrial
(http://www.simecs.com.br, consultado em 10.07.2002), constituindo também o centro geo-
Mapa obtido através do programa DIVA-GIS, versão 5.2 (Hijmans et al. 2005)
6
econômico da região de colonização italiana, classificada pelo IBGE como Região Viticultora de
Caxias do Sul (Ramos 2006).
A formação geológica do município é caracterizada por rochas vulcânicas da Formação
Serra Geral e por arenitos da Formação Botucatu (Renne et al. 1992). O relevo pertence à
unidade geomorfológica Planalto das Araucárias cujas formas foram esculpidas sobre as rochas
efusivas ácidas da formação Serra Geral e sobre as rochas areníticas da formação Botucatu.
Possui, portanto, relevo montanhoso, com características geomorfológicas bastante heterogêneas,
variando desde formas amplas e aplanadas até vales estreitos e profundos (Brena 2003).
O clima, segundo o sistema de Köppen se enquadra na zona fundamental temperada ou
“C”, tipo fundamental temperado úmido ou “Cf” e variedade “Cfb”, ou seja, com chuvas bem
distribuídas ao longo de todos os meses do ano, sem variação suficiente entre os meses de
máxima e mínima para caracterizar o clima como tendo um período chuvoso e outro seco
(Moreno 1961), ressaltando, entretanto, a existência de uma variedade de microclimas devido à
topografia acidentada e as diferentes altitudes. Entre os meses de maio e agosto a temperatura
mantém-se relativamente baixa e ocorrem os efeitos típicos do inverno das regiões de clima
temperado, com intensas invasões de frentes polares e fortes chuvas, acompanhadas de quedas
bruscas da temperatura (Ramos 2006).
De acordo com Scur (2006), as condições climáticas, o relevo, os aspectos edáficos e os
recursos hídricos determinam no município a ocorrência de três formações vegetais distintas:
Floresta Ombrófila Mista (matas com Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze), Savana
Gramíneo-Lenhosa (campos) e Floresta Estacional Decidual, que fazem parte das nove regiões
fitogeográficas do Estado, determinadas por Veloso et al. (1991), no projeto RADAMBRASIL.
Estudos florísticos e fitossociológicos desenvolvidos no município por Scur (2006) e
Ramos (2006), constataram a alteração da vegetação primitiva e observaram formações vegetais
em diversos estágios de sucessão (formações arbóreas - matas primárias e secundárias; pastagens
e capoeira). Estas alterações acentuaram-se nos últimos anos devido ao aumento da migração
para o município, elevando assim o número de construções e acelerando o processo de
degradação da vegetação original.
No centro urbano de Caxias do Sul ocorrem poucas áreas com vegetação nativa devido às
profundas alterações causadas pela urbanização. No local foram selecionadas três áreas de
estudo, com maior ou menor influência antrópica e onde a vegetação encontra-se em diferentes
graus de preservação: Região Central - CENTRO (área fortemente antropizada, vegetação
original pouco preservada); Universidade de Caxias do Sul – UCS e Jardim Botânico de Caxias
do Sul - JBCS (áreas antropizadas, porém em intensidade menor, vegetação mais preservada),
ver figura 2.
7
1.1. Região Central (CENTRO)
A Região Central do município (CENTRO) abrange uma área de aproximadamente 75
hectares, formada pelos bairros Centro, São Pelegrino e parte dos bairros Nossa Senhora de
Lourdes e Exposição. No local concentram-se estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais e o
trânsito de veículos e pedestres é muito intenso, caracterizando uma área fortemente antropizada,
com vegetação pouco preservada, ocorrendo espécies nativas apenas nas praças e parques, além
de árvores isoladas utilizadas na arborização urbana. Ocorrem quatro praças, com espécies
arbóreas nativas e exóticas, localizadas nos bairros Centro, Nossa Senhora de Lourdes e São
Pelegrino e dois parques municipais: Parque Cinqüentenário e Parque de Exposições Presidente
Getúlio Vargas ou Parque dos Macaquinhos (figura 3).
O Parque Cinqüentenário, localizado no bairro de São Pelegrino possui área de
aproximadamente 4,5 hectares e as principais espécies arbóreas nativas que ocorrem no local são
Allophilus edulis Niederl., Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze, Cupania vernalis
Cambess., Eugenia uniflora L., Ilex paraguariensis St. Hil., Inga sessilis Mart., Mimosa
scabrella Benth., Sebastiania commersoniana (Baillon) L.B. Sm. & R.J. Downs, Senna
macranthera (Coll.) H.S. Irwin & Barneby, Tabebuia alba (Cham.) Sandwith, Zanthoxylum
rhoifolium Lam., entre outras. Também ocorrem espécies exóticas como Acacia mearnsii De
Wild., Chorisia speciosa St. Hil., Jacaranda mimosaefolia D. Don., Ligustrum japonicum
Thunb., Magnolia grandiflora L., Platanus sp., Tipuana tipu (Benth.) Kuntze, entre outras, que
estão bem distribuídas em toda a área. O parque foi recentemente revitalizado e é amplamente
utilizado como passeio público (Boldo 2006).
O Parque de Exposições Presidente Getúlio Vargas, mais conhecido como Parque dos
Macaquinhos, localiza-se no bairro Exposição e possui área aproximada de 10,2 hectares. Foi
criado em 1952 para abrigar as exposições da Festa Nacional da Uva e teve seu paisagismo
desenvolvido pelo Irmão Theodoro Luiz Malagarriga, que respeitou as características do local,
levando em conta as nascentes de água para a formação de lagos e os desníveis do terreno para a
formação de recantos de contemplação e descanso. Ocorrem no local, áreas abertas apenas com
gramíneas ou vegetação herbácea, quadras poliesportivas, pistas de caminhada e ciclismo,
parque de diversões infantil, lagos e bosques com espécies arbóreas nativas e exóticas,
destacando-se Acca sellowiana (Berg.) Burret., Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze,
Chorisia speciosa St. Hill., Erythrina crysta-galli L., Prunus myrtifolia Urb., Syagrus
rhomanzoffiana (Cham.) Glassm., entre outras. Atualmente, o parque é bastante utilizado pela
população como área de lazer e prática de esportes (Vasquez 2002).
8
Figura 3. A. Mapa esquemático da Região Central. B. Praça Dante Alighieri, C. Praça Dante
Marcucci, D. Parque dos Macaquinhos, E. Parque Cinqüentenário.
B C
E
D
Foto: M.A. Bordin
Foto: M.A. Bordin
Foto: Prefeitura Municipal de Caxias do Sul
Foto: E. Boldo
1
2
Rua Vinte de Setembro
Rua Bento Gonçalves
Rua Pinheiro Machado
Avenida Júlio de Castilhos
Rua Sinimbú
Rua Os dezoito do Forte
3
4
1. Praça Dante Alighieri, 2. Parque Cinqüentenário, 3. Parque dos Macaquinhos, 4. Praça Dante Marcucci.
Fonte: Prefeitura Municipal de Caxias do Sul
(modificado) Escala: 1: 1430 m
A
BAIRRO SÃO
PELEGRINO
BAIRRO CENTRO
BAIRRO
EXPOSIÇÃO
BAIRRO
NOSSA
SENHORA DE
LOURDES
9
9
Áreas de Estudo
Região Central (CENTRO)
Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Jardim Botânico de Caxias do Sul (JBCS)
Fonte: Prefeitura Municipal de Caxias do Sul
Figura 2. Perímetro urbano de Caxias do Sul e áreas de estudo. Escala: 1: 10.000 m
8
10
1.2. Universidade de Caxias do Sul (UCS)
A Universidade de Caxias do Sul (UCS) foi criada em 1967 e possui área de 68 hectares,
sendo 17, 28 ha. ocupados por vegetação. O primeiro registro da área data de 1921, quando
existia no local a antiga Estação Experimental de Viticultura e Enologia e sete ha eram ocupados
por vinhedos. Em 1929, foram plantadas nos locais inapropriados para o cultivo de uva, espécies
frutíferas nativas e exóticas como nogueiras, castanheiras, ipês, araucárias, carvalhos, amoreiras,
angicos, entre outras, muitas das quais permanecem no local até hoje (Boletim Ambiental da
Universidade de Caxias do Sul 2004).
Antes da ocupação da área pela Estação Experimental e, desde 1974, pela Universidade
de Caxias do Sul, a mata primária do local já havia sido derrubada pelos primeiros imigrantes
italianos que colonizaram a região. Cerca de 90% da vegetação original foi destruída, portanto, a
vegetação hoje existente no Campus é resultado da sucessão secundária das áreas anteriormente
ocupadas por vinhedos, por espécies nativas e exóticas plantadas no local e por remanescentes da
mata primária que ali existia.
Foram estabelecidas pelo Projeto Urbanístico da Cidade Universitária 32 áreas verdes,
nas encostas e entre as construções (figura 4), das quais 30 foram amostradas. As duas áreas
onde não foram realizadas coletas tratam-se de matas de vegetação nativa, com declividade
acima de 20%, portanto, áreas não antropizadas ou com pouca influência antrópica (Boletim
Ambiental da Universidade de Caxias do Sul 2004).
1.3. Jardim Botânico de Caxias do Sul (JBCS)
O Jardim Botânico de Caxias do Sul (JBCS) foi criado pela Lei Municipal nº 3.926, de 7
de dezembro de 1992 e localiza-se junto à represa São Paulo, na Bacia Hidrográfica do Arroio
Dal Bó. Sua área total é de 50 hectares, sendo que cerca de 45% é constituída por vegetação
nativa, ou seja, Floresta Ombrófila Mista (matas com Araucaria angustifolia) e 15% está
ocupada por vegetação exótica (Cupressus, Eucaliptus, Pinus, entre outras) o que constitui parte
de um reflorestamento da década de 1950, quando esta área foi adquirida e destinada à
construção de três grandes represas para abastecimento à cidade de Caxias do Sul (figura 5). Nos
banhados naturais do Jardim, são encontrados inúmeros indivíduos de Eryngium horridum
Malme e E. megatotamicum Malme, vulgarmente conhecidos por gravatás
(http://www.caxias.rs.gov.br/meioambiente/jardim/jardim1.php4, consultado em .03.05.2007).
As principais coleções do JBCS são de palmeiras (Palmetum “Karl von Martius”) e de
cactáceas. O público visitante ainda é pequeno por tratar-se de uma área recentemente criada e
pela carência de infra-estrutura, no entanto no local já ocorrem diversos trabalhos de educação
ambiental com alunos das escolas da rede municipal e estadual de ensino.
11
.
Figura 4. A. Campus da Universidade de Caxias do Sul. B. Remanescentes da mata nativa, C.
Bosques entre os prédios (espécies nativas e exóticas).
B C
Foto: E. Boldo
Foto: E. Boldo
A
Fonte: Universidade de Caxias do Sul
Escala: 1: 4.000 m
12
Figura 5. A. Jardim Botânico de Caxias do Sul. B. Palmetum com mata nativa ao fundo, C. Lago
com mata nativa ao fundo.
Lago
Mata nativa
Arboreto
Parreiras
Arbustivas
Jardins
Aquáticas
Acesso
Estacionamento
Marco
Pórtico
Pontilhões
Mirante
Apoio
Praça
Pesquisa
Estufa
Casa de vegetação
Adega
Anfiteatro
A
Fonte: Prefeitura Municipal de Caxias do Sul
B
C
Foto: J. Bordin
Foto: E. Boldo
13
2. Métodos de coleta e tratamento das amostras
As amostras analisadas foram provenientes de coletas realizadas na área de estudo, no
período de agosto de 2005 a novembro de 2006 e ainda de exsicatas depositadas no Herbário da
Universidade de Caxias do Sul (HUCS).
O método de coleta, preservação e herborização foi baseado em Yano (1984b). As coletas
foram realizadas através de varredura nas áreas selecionadas (figura 2), coletando em todos os
substratos disponíveis: solo, rochas, troncos e galhos de árvores, raízes e base de troncos,
madeira em decomposição, cercas, telhados, muros e calçadas, manualmente ou com ajuda de
espátulas ou facas para desprender o material mais fortemente aderido ao substrato.
Na Região Central as coletas foram realizadas ao longo de toda a extensão das ruas 20 de
Setembro, Bento Gonçalves, Pinheiro Machado, Júlio de Castilhos, Sinimbu e Os dezoito do
Forte, bem como em todas as ruas transversais a estas, incluindo as áreas das praças e parques.
Na área da Universidade de Caxias do Sul, foram realizadas coletas em todas as 30 áreas
verdes já referidas, assim como nas áreas destinadas ao estacionamento e ao passeio público.
No Jardim Botânico de Caxias do Sul as coletas foram realizadas nos locais onde ocorre
visitação pública, trilhas, bordas e interior das matas e bosques.
Não foram realizadas coletas nas áreas de vegetação nativa por tratar-se de áreas sem ou
com pouca influência antrópica, não contempladas nos objetivos do trabalho, que se referem
apenas a levantamento em áreas urbanas antropizadas.
A identificação das amostras baseou-se na observação de caracteres morfológicos do
gametófito e esporófito, com auxílio de estereomicroscópio e microscópio óptico, na Seção de
Briologia e Pteridologia do Instituto de Botânica de São Paulo.
O sistema de classificação utilizado foi o de Stotler & Crandall-Stotler (2005) para
Anthocerotophyta, Crandall-Stotler & Stotler (2000) para Marchantiophyta e Buck & Goffinet
(2000) para Bryophyta.
A identificação das espécies foi baseada nos trabalhos de: Bartram (1949), Bastos (2004),
Buck (1998), Castle (1964a, 1964b, 1966), Churchill & Linares C. (1995), Costa (1999), Dismier
(1884), Farias (1982), Florschütz (1964), Frahm (1979, 1991), Fulford (1966, 1976), Gradstein
(1975, 1994), Gradstein & Costa (2003), Hässel-de-Menéndez (1962, 1989), Heinrichs &
Gradstein (2000), Hell (1969), Hirai et al. (1998), Hornschuch (1840), Inoue (1989), Jiménez et
al. (2005), Lemos-Michel (2001), Menzel (1991), Ochi (1980), Oliveira-e-Silva & Yano (2000a,
2000b), Peralta (2005), Pursell (1994, 1997), Ramsay & Cairns (2004), Reiner-Drehwald (1994,
1995, 2000), Sastre-de-Jesús (1987), Schuster (1980, 1992), Sehnem (1969, 1970, 1972, 1976,
1978, 1979, 1980), Sharp et al. (1994), Stotler (1970), Swails (1970), Visnadi (2002), Vital
14
(1980), Yamada (1982), Yano (1981b), Yano & Mello (1999), Yano et al. (2003) e Zander
(1993).
O tratamento taxonômico apresenta chave artificial para identificação dos gêneros e
espécies; cabeçalho taxonômico (epíteto, basiônimo, obra-prínceps e tipo); ilustração ou
indicação de trabalhos com ilustração; descrição diagnóstica para a diferenciação das espécies e
distribuição geográfica no Brasil e no Rio Grande do Sul. As abreviações dos autores dos
epítetos específicos foram baseadas em Brummitt & Powell (1992), os periódicos dos cabeçalhos
taxonômicos em Bridson & Smith (1991) e os termos técnicos utilizados nas descrições em
Luizi-Ponzo et al. (2006) e Yano (1992).
Foram ilustradas as espécies que são novas ocorrências e aquelas em que as ilustrações
são deficitárias, baseando-se no hábito do gametófito observado em estereomicroscópio e
microscópio óptico, acoplado a câmara clara. Ilustraram-se as principais características utilizadas
na identificação, em diversas escalas, mantendo-se o padrão dentro da mesma família. Para as
espécies não ilustradas foram indicados trabalhos com ilustração, preferencialmente brasileiros,
o que facilita a localização para futuras consultas.
A distribuição geográfica brasileira foi baseada nos catálogos de Yano (1981a, 1984a,
1989, 1995 e 2006) adotando-se as seguintes siglas para os Estados brasileiros: AC: Acre, AL:
Alagoas, AM: Amazonas, AP: Amapá, BA: Bahia, CE: Ceará, ES: Espírito Santo, FN:
Arquipélago Fernando de Noronha, GO: Goiás, MA: Maranhão, MG: Minas Gerais, MS: Mato
Grosso do Sul, MT: Mato Grosso, PA: Pará, PB: Paraíba, PE: Pernambuco, PI: Piauí, PR:
Paraná, RJ: Rio de Janeiro, RN: Rio Grande do Norte, RO: Rondônia, RR: Roraima, RS: Rio
Grande do Sul, SC: Santa Catarina, SE: Sergipe, SP: São Paulo e TO: Tocantins. A distribuição
geográfica no Rio Grande do Sul foi baseada nos catálogos de Yano (1981a, 1984a, 1989, 1995 e
2006) e em Yano & Bordin (2006), sendo indicados os municípios com os nomes antigos e os
nomes atuais correspondentes e, quando possível, as localidades.
As novas ocorrências para o Brasil estão indicadas com dois asteriscos (**) e as novas
ocorrências para o Rio Grande do Sul com um asterisco (*).
As amostras foram depositadas no Herbário Científico do Estado “Maria Eneyda P.
Kauffmann Fidalgo” (SP), com duplicatas no Herbário da Universidade de Caxias do Sul
(HUCS).
A classificação dos táxons conforme o substrato onde foram coletados seguiu (Gams
1932) e Robbins (1952), sendo que os corticícolas foram aqueles que ocorreram sobre caules e
ramos de árvores e arbustos, terrícolas os que ocorreram sobre solo, rupícola sobre rochas ou
cascalho, casmófitas sobre substratos artificiais, muros, calçadas, concreto, paredes e telhas e
epixílica (sobre troncos e ramos caídos ou em decomposição).
15
Para a comparação florística entre as três áreas estudadas, foi elaborada uma matriz de
presença e ausência de táxons e a partir dela fez-se o agrupamento entre os três locais. Para isto
foi utilizado o índice de similaridade de Jaccard (Margurran 1989) e a ligação por média de
grupo usando o programa Past versão 1.73 (Hammer et al. 2001).
O índice de Jaccard foi aplicado com o objetivo de avaliar a semelhança entre a brioflora
das três áreas de coleta, não levando em consideração dados quantitativos, pois o mesmo baseia-
se apenas na presença ou ausência das espécies (Margurran 1989). O resultado é expresso em
porcentagem, sendo que quanto mais próximo de 100, mais similares são as áreas.
Resultados e Discussão
Foram identificadas 157 espécies, uma subespécie e uma variedade (159 táxons),
agrupados em 86 gêneros e 47 famílias, correspondendo a 5% do número total de táxons
ocorrentes no Brasil (2.961, conforme Yano & Peralta 2007a) e a 22% do número de táxons
ocorrentes no Rio Grande do Sul (705 táxons, baseado nos catálogos de Yano 1981b, 1984b,
1989, 1995 e 2006 e Yano & Bordin 2006).
No centro urbano de Caxias do Sul, dentre os táxons encontrados, Anthocerotophyta está
representada por três espécies, dois gêneros e duas famílias; Marchantiophyta, por 63 espécies,
29 gêneros e 16 famílias e Bryophyta, por 91 espécies, uma variedade e uma subespécie (93
táxons), 55 gêneros e 29 famílias.
Entre as hepáticas, a família com maior riqueza específica é Lejeuneaceae (20 espécies e
10 gêneros), seguida por Metzgeriaceae (8 espécies e 1 gênero), Plagiochilaceae (6 espécies e 1
gênero), Radulaceae (5 espécies e 1 gênero), Geocalycaceae (4 espécies e 2 gêneros), Jubulaceae
(4 espécies e 2 gêneros), Pallaviciniaceae (2 espécies e 2 gêneros), Porellaceae (3 espécies e 1
gênero), Aneuraceae, Aytoniaceae, Marchantiaceae (2 espécies e 1 gênero) e as demais com uma
espécie.
Entre os musgos, a família com maior riqueza específica é Fissidentaceae (12 espécies e 1
gênero), seguida por Orthotrichaceae e Sematophyllaceae (9 espécies e 5 gêneros), Pottiaceae (8
espécies e 8 gêneros), Bryaceae (8 espécies e 4 gêneros), Dicranaceae (7 espécies e 4 gêneros),
Hypnaceae (5 espécies e 5 gêneros), Brachytheciaceae (5 espécies e 3 gêneros), Polytrichaceae
(3 espécies e 3 gêneros), Neckeraceae (3 espécies e 2 gêneros), Bartramiaceae (3 espécies e 1
gênero), Fabroniaceae (2 espécies e 2 gêneros), Mniaceae (2 espécies e 2 gêneros),
Meteoriaceae, Ptychomitriaceae e Thuidiaceae (2 espécies e 1 gênero) e as demais com uma
espécie e um gênero.
16
1. Tratamento taxonômico
Chave artificial para identificação das famílias de briófitas
1. Gametófitos talosos ou folhosos (dísticos); esporófito com seta ausente ou, quando presente,
efêmera e hialina .............................................................................................................................2
1. Gametófitos sempre folhosos, disposição helicoidal dos filídios; esporófito com seta
persistente e marrom, fotossintetizante quando jovem ................................................................. 22
2. Gametófitos sempre talosos, plurilobulados; esporófitos formados por pé e cápsula;
crescimento contínuo do esporófito .......................................................................................3
2. Gametófitos folhosos ou talosos, bilobulados; esporófitos formados por pé, seta e
cápsula; crescimento limitado do esporófito.......................................................................... 4
3. Esporos pretos, superfície verrucosa; pseudoelatérios pardos a negros............. Anthocerotaceae
3. Esporos amarelados, superfície lisa ou levemente equinulada; pseudoelatérios pardos a
amarelados........................................................................................Notothyladaceae (Phaeoceros)
4. Gametófitos talosos............................................................................................................ 5
4. Gametófitos folhosos........................................................................................................ 10
5. Gametófitos irregularmente ramificados, bipinados ou tripinados; ramificações delgadas,
curtas; nervura mediana ausente; sem rizóides, escamas ou cerdas .............................. Aneuraceae
5. Gametófitos não ramificados ou regularmente ramificados, dicotômicos ou pinados;
ramificações largas, longas ou curtas; nervura mediana presente; com rizóides, escamas ou
cerdas .............................................................................................................................................. 6
6. Talo uniestratificado com cerdas na margem................................................Metzgeriaceae
6. Talo pluriestratificado sem cerdas na margem................................................................... 7
7. Talo com poros respiratórios.......................................................................................................8
7. Talo sem poros respiratórios ....................................................................................................... 9
8. Poros formados por 5-6 anéis de células alargadas de paredes espessas (apenas 2-3
visíveis na face dorsal); conceptáculos em forma de taça...............................Marchantiaceae
8. Poros formados por 1 ou 6-7 anéis de células de paredes delgadas ou espessas; sem
conceptáculos ....................................................................................................... Aytoniaceae
9. Escamas dorsais cobrindo os anterídios e arquegônios; rizóides marrons ou incolores; nervura
mediana claramente diferenciada............................................................................ Pallaviciniaceae
9. Escamas ventrais reduzidas; rizóides esbranquiçados; nervura mediana pouco diferenciada......
..................................................................................................................................Marchantiaceae
10. Anfigastros reduzidos ou ausentes ................................................................................. 11
17
10. Anfigastros presentes, inteiros, bífidos ou trífidos......................................................... 15
11. Anfigastros ausentes; filídios inteiros; margem dos filídios denteada ou lisa ........................ 12
11. Anfigastros reduzidos, menores que a largura do caulídio ou ausentes; filídios bilobados;
margem dos filídios inteira...................................................................................... Chonecoleaceae
12. Margem dos filídios denteada .................................................................. Plagiochilaceae
12. Margem dos filídios inteira ............................................................................................ 13
13. Gametófitos crescendo em pequenas rosetas; rizóides purpúreos na face ventral......................
............................................................................................................................. Fossombroniaceae
13. Gametófitos não crescendo em rosetas; rizóides hialinos, amarelados a marrons na face
ventral............................................................................................................................................ 14
14. Gametófitos ramificados, epífitos; lobos dos filídios mais largos que longos, planos;
lóbulos presentes ....................................................................................................Radulaceae
14. Gametófitos não ramificados, terrestres; lobos dos filídios mais longos que largos,
profundamente côncavos ou planos; lóbulos ausentes.............................................Pelliaceae
15. Anfigastros inteiros ................................................................................................................. 16
15. Anfigastros bífidos ou trífidos................................................................................................. 18
16. Margem dos anfigastros denteada ou lisa; anfigastros alongados....................Porellaceae
16. Margem dos anfigastros sempre lisa, sem ornamentação; anfigastros curtos,
arredondados ........................................................................................................................ 17
17. Margem dos lóbulos do filídio denteada; lobos do filídio ovalado-retangulares a ovalado-
triangulares; trigônios geralmente presentes; filídios planos ...................................... Lejeuneaceae
17. Margem dos lóbulos do filídio inteira; lobos do filídio oblongo-retangulares, triangulares a
ovalados; trigônios ausentes; filídios côncavos ........................................................ Geocalycaceae
18. Filídios filiformes; anfigastros fidos ou trífidos.......................................Lepidoziaceae
18. Filídios não filiformes; anfigastros nunca trífidos .........................................................19
19. Filídios bífidos ou bilobados; anfigastros assimétricos, bífidos ou bilobados, cada lobo com
um dente lateral............................................................................................................................. 20
19. Filídios inteiros, ovalados a orbiculares ou triangulares a cordados; anfigastros apenas
bífidos ou inteiros.......................................................................................................................... 21
20. Filídios bilobados, côncavos, distantes; anfigastros assimétricos.........Balantiopsidaceae
20. Filídios inteiros ou bífidos, planos, contíguos a imbricados; anfigastros duplamente
bífidos ou inteiros............................................................................................. Geocalycaceae
21. Lóbulos dos filídios paralelos ao caulídio, sempre bem desenvolvidos, galeados, sacados,
canaliculados ou oblongo-cilíndricos...............................................................................Jubulaceae
21. Lóbulos dos filídios perpendiculares ao caulídio, reduzidos ou inflados ............. Lejeuneaceae
18
22. Musgos acrocárpicos...................................................................................................... 23
22. Musgos pleurocárpicos................................................................................................... 35
23. Filídios com lâmina vaginante .............................................................................Fissidentaceae
23. Filídios sem lâmina vaginante.................................................................................................24
24. Células da lâmina do filídio papilosas ou mamilosas .................................................... 25
24. Células da lâmina do filídio lisas ................................................................................... 27
25. Papilas sempre no ápice das células (distais); margem serrulada ou serreada com dentes
pareados ou simples; caulídios tomentosos................................................................ Bartramiaceae
25. Papilas sobre o lúmen da célula, não no ápice; margem inteira, crenulada ou denteada com
dentes simples, não pareados; caulídios não tomentosos.............................................................. 26
26. Lâmina com camada dupla de células; secção transversal da costa com 1 banda de
estereídios..................................................................................................... Rhachitheciaceae
26. Lâmina com camada simples de células; secção transversal da costa com 2 ou 1 banda
de estereídios............................................................................................................Pottiaceae
27. Filídios ovalados a oblongos; gametófitos em rosetas ou estoloniformes .............................. 28
27. Filídios lineares a lanceolados; gametófitos sempre eretos, em tufos..................................... 30
28. Margem inteira em todo o filídio ou serrulada no ápice; filídios não espatulados ............
................................................................................................................................ Bryaceae
28. Margem serreada ou serrulada em todo o filídio ou apenas no ápice; filídios geralmente
espatulados ........................................................................................................................... 29
29. Gametófitos estoloniformes ou em rosetas; margem dos filídios inteiramente serrulada ou
serreada; margem não bordeada ou bordeada com 2-4 fileiras de células lineares............Mniaceae
29. Gametófitos em rosetas, não estoloniformes; margem dos filídios inteira, serreada apenas no
ápice; margem bordeada com 1 fileira de células alongadas .........................................Funariaceae
30. Filídios não subulados; secção transversal da costa sem lamelas .................................. 31
30. Filídios subulados; secção transversal da costa geralmente com ou sem lamelas ......... 33
31. Filídios falcados ou ligulados.......................................................................... Ptychomitriaceae
31. Filídios não falcados e não ligulados ......................................................................................32
32. Gametófitos verdes a verde-escuros; base do filídio alargada; margem inteira, serrulada
no ápice ................................................................................................................ Bruchiaceae
32. Gametófitos verde-claros a amarelados; base do filídio estreita; margem serrulada em
todo o filídio...................................................................................................Orthodontiaceae
33. Filídios com súbula sulcada; filídios sempre alongados, lanceolado-lineares........Ditrichaceae
33. Filídios com súbula não sulcada; filídios oblongos, oblongo-lanceolados ou lanceolados .... 34
19
34. Secção transversal da costa sempre com lamelas ventrais; células alares não
diferenciadas; região basal formando bainha....................................................Polytrichaceae
34. Secção transversal da costa com ou sem lamelas dorsais; células alares bem
diferenciadas, amareladas, grandes; região basal não formando bainha.............. Dicranaceae
35. Filídios dispostos em 3 fileiras, sendo uma fileira ventral; gametófitos estoloniformes, ramos
ascendentes dendróides ........................................................................................Hypopterygiaceae
35. Filídios espiralados ou complanados, nunca com 1 fileira ventral; gametófitos estoloniformes
ou não, ramos ascendentes nunca dendróides ............................................................................... 36
36. Gametófitos estoloniformes, ramos frondosos............................................................... 37
36. Gametófitos não estoloniformes..................................................................................... 38
37. Filídios complanados, ligulados ou oblongo-lanceolados; células lisas .................Neckeraceae
37. Filídios não complanados, ovalados, cordados ou triangulares; células papilosas ou
pluripapilosas .................................................................................................................Thuidiaceae
38. Costa presente, facilmente visível, inteira...................................................................... 39
38. Costa ausente, indistinta ou curta e dupla ...................................................................... 43
39. Células papilosas, 1-7 papilas por célula; base dos filídios auriculada..................Meteoriaceae
39. Células lisas ou mamilosas; base dos filídios não auriculada ................................................. 40
40. Gametófitos verde-escuros a marrom-avermelhados; filídios fortemente contorcidos
quando secos, oblongos a lanceolados, sempre mais longos que largos; células superiores
arredondadas, mamilosas ou lisas ...................................................................Orthotrichaceae
40. Gametófitos verde-claros a amarelados; filídios levemente contorcidos quando secos,
ovalados a oblongos, geralmente mais largos que longos; células superiores fusiformes,
lineares, romboidais ou hexagonais, lisas ............................................................................ 41
41. Margem dos filídios inteira ou levemente denticulada ..........................................Fabroniaceae
41. Margem serreada, serrulada ou crenulada............................................................................... 42
42. Células alares bem diferenciadas, dispostas em 4-6 fileiras; margem crenulada, serreada
na metade superior; margem não bordeada.......................................................... Myriniaceae
42. Células alares não diferenciadas ou pouco diferenciadas; margem serreada ou serrulada
em todo o filídio; margem bordeada formada por 1-2 fileiras de células alongadas ou não
bordeados .....................................................................................................Brachytheciaceae
43. Costa ausente........................................................................................................................... 44
43. Costa dupla e curta ou indistinta .............................................................................................47
44. Células pluripapilosas; ápice dos filídios com apículo hialino; margem crenulada em
todo o filídio pela projeção das papilas................................................................ Erpodiaceae
20
44. Células lisas ou unipapilosas; ápice dos filídios sem apículo hialino; margem inteira ou
levemente serrulada ou denteada no ápice ........................................................................... 45
45. Gametófitos paleáceos, pendentes; filídios longo-lanceolados, com constrição logo acima da
região basal; ápice apiculado.................................................................................Lembophyllaceae
45. Gametófitos não paleáceos, não pendentes; filídios ovalados, ausência de constrição logo
acima da região basal; ápice acuminado ....................................................................................... 46
46. Filídios esquarrosos, fortemente côncavos; células alares bem diferenciadas, ovaladas a
retangulares .......................................................................................................Entodontaceae
46. Filídios juláceos, não côncavos; células alares pouco diferenciadas, curto-retangulares ..
........................................................................................................................ Leucodontaceae
47. Células alares diferenciadas, em grupos de 3 células, infladas ou levemente infladas; margem
inteira ou crenulada no ápice; células lisas ..........................................................Sematophyllaceae
47. Células alares pouco diferenciadas ou, quando diferenciadas, não infladas; margem serrulada
ou serreada no ápice ou inteira; células papilosas ou lisas.............................................. Hypnaceae
Anthocerotophyta
Anthocerotaceae
Anthoceros punctatus L., Spec. Plant. 2: 1139. 1753.
Tipo: Europa, habitat in Angliae, Italie uliginosis, umbrosis (lectótipo OXF (hb. Dillenius),
designado por Proskauer 1958 em Rabenh. Kryptog. 6(3): 1307; isolectótipo H-SOL, n.v.)
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Hell (1969).
Gametófitos verdes a verde-claros, em rosetas pequenas, 1,5-2,5 cm diam., monóicos;
superfície ventral lisa; dorsal ocasionalmente lamelada; bordo levemente laciniado, crenado;
epiderme formada por células irregulares. Esporófitos longos, cilíndricos; columela bem
desenvolvida; invólucro liso, 2-3 mm alt. e bordo superior irregular; cápsula longa (até 2,5 cm
alt.), valvas aderidas no ápice; esporos enegrecidos, tetraédricos, com superfície verrucosa;
pseudoelatérios pardos a negros, com 2-6 células e espessamento irregular em algumas paredes,
às vezes ramificados.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de
Caxias do Sul, caminho para IB, barranco úmido, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29151
(SP385529).
21
Distribuição no Brasil: AM, BA, CE, RJ, RS (Dois Irmãos, Cascata São Miguel; Viamão,
Parque Saint Hilaire), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos esporos enegrecidos, com superfície rugosa e pelos
pseudoelatérios com paredes irregularmente espessadas. Pode ser confundida com as espécies de
Phaeoceros que possuem esporos amarelados.
Hell (1969) também separa Anthoceros de Phaeoceros pelos grandes canais internos
presentes no talo de Anthoceros e ausentes (presentes apenas nas cavidades que contém algas
cianofíceas) em Phaeoceros.
Ocorre no solo úmido, até 800 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada no solo, em local úmido, na beira da mata.
Notothyladaceae
1. Esporos com superfície lisa; pseudoelatérios com células de paredes delgadas...........................
...................................................................................................................Phaeoceros bulbiculosus
1. Esporos com superfície levemente equinulada; pseudoelatérios com células de paredes
espessas. ...............................................................................................................Phaeoceros laevis
*Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk., Rapp. Comm. VIII Congr. Inst. Bot. Paris: 69. 1954.
Basiônimo: Anthoceros bulbiculosus Brot., Flora Lusitanica 2: 430. 1804.
Tipo: Portugal, Coimbra, nos taludes de una vala, Cabrises, 23-4-1954, A. Fernandes, J.B. Neves
& A. Santos s.n. (neótipo UC 985943, designado por Proskauer 1958, em Rabenh. Kryptog. 6(3):
1318, n.v.).
Figura 6
Gametófitos verde-escuros, em rosetas suborbiculares, 2-3 cm diam., dióicos; superfície
ventral côncava; dorsal plana, sem poros, lisa; bordo sinuado. Esporófitos com invólucro liso de
bordo irregular; cápsula castanha; esporos amarelos, translúcidos, com superfície levemente
equinulada e contorno irregular; pseudoelatérios pardo-pálidos com 1-4(-5) células
irregularmente curvadas, de paredes delgadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29201 (SP385666).
Distribuição no Brasil: SP
22
Comentários: reconhecida pelos esporos grandes, de superfície levemente equinulada, diferindo
assim de Phaeoceros laevis (L.) Prosk. que apresenta esporos pequenos e de superfície rugosa.
As espécies de Phaeoceros diferem de Anthoceros pois o último apresenta esporos de
coloração escura.
Ocorre no solo úmido e rochas, até 800 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletado em área antropizada, no solo úmido.
Figura 6. Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk. a. aspecto geral do gametófito com
esporófitos; b. pseudoelatérios; c. esporos (O. Yano & J. Bordin 29201, SP385666).
23
Phaeoceros laevis (L.) Prosk., Bull. Torrey Bot. Club 78(4): 346. 1951.
Basiônimo: Anthoceros laevis L., Spec. Plant. 2: 1139. 1753.
Tipo: Europa, Italien, in Florenz (lectótipo FI, designado por Proskauer 1958 in K. Müller,
Rabenh. Krupt. Flora Deutschl. 6(3): 1815, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Hässel de Menéndez (1962) e Oliveira-e-Silva & Yano
(2000a).
Gametófitos verde-escuros, em rosetas suborbiculares, 2-3 cm diam., dióicos; superfície
ventral côncava; dorsal plana, sem poros, lisa; bordo sinuado. Esporófitos com invólucro liso de
bordo irregular; cápsula castanha; esporos amarelos, translúcidos, variando consideravelmente
em tamanho com superfície levemente equinulada; pseudoelatérios castanho-amarelados,
formados por 1-4 células cilíndricas com espessamento das paredes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, beira do lago do Zoológico, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29121 (HUCS29523,
SP385499); idem, no barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29125 (HUCS29527,
SP385503).
Distribuição no Brasil: AM, BA, DF, ES, GO, MG, MS, PE, RJ, RS (Dois Irmãos, Cascata São
Miguel; Novo Hamburgo, Sanga Funda; Taquari, Águas Claras; Viamão, Parque Saint Hilaire),
SC e SP.
Comentários: a espécie é bastante variável (Schuster 1992) e pode ser reconhecida pelos esporos
de superfície equinulada.
Difere de Anthoceros punctatus L. pela ausência de lacunas no gametófito, que em A.
punctatus L. são grandes e numerosas (Howe 1898).
Ocorre em solo úmido, rochas e ao longo das margens de rios, até 1250 m de altitude
(Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada em barrancos, em beira de lago.
24
Marchantiophyta
Aneuraceae
1. Gametófitos verde-escuros a marrons; secção transversal do talo quase paralela; rizóides
curtos na margem ........................................................................................Riccardia cataractarum
1. Gametófitos verde-claros, brilhantes, secção transversal do talo plano-convexa; rizóides
ausentes ..................................................................................................... Riccardia chamedryfolia
*Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell, Bolm. Univ. São Paulo 335, Bot. 25: 97. 1969.
Basiônimo: Aneura cataractarum Spruce, Bull. Soc. Bot. France 36 (suppl.): 195. 1889.
Tipo: Paraguai, 1882, Balansa 3704a, 4245 (síntipo MANCH, designado por Meenks 1987 em J.
Hattori Bot. Lab. 62: 171; isosíntipo G, n.v.).
Figura 7
Gametófitos talosos, verde-escuros a marrons nas partes velhas, prostrados, formando
placas bem aderidas ao substrato; ramificações irregulares, às vezes bifurcadas; ápice inteiro com
poucas papilas mucilaginíferas; secção transversal do eixo principal do gametófito quase
paralela, 5-6 camadas de células e 1-2 células na extremidade, sem asas; células curto-
retangulares, rombo-hexagonais no centro, menores, curto-retangulares na margem; margem
inteira, com células diferenciadas; 1-4 oleocorpos cilíndricos, fusiformes nas células medulares;
rizóides na margem do talo curtos, abundantes.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, sobre troncos, 18-IV-2006, E. Pasini 60 (HUCS28207, SP383060).
Distribuição no Brasil: DF, GO, MG, MS, MT, RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito pequeno, bem aderido ao substrato, irregularmente
ramificado, sem nervura e a secção transversal do eixo principal com células centrais grandes,
rombo-hexagonais em 5-6 camadas, diferenciadas na margem, menores, curto-retangulares.
Difere de Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle, pois esta apresenta gametófitos mais
largos, ramificações irregulares mais curtas e ausência de rizóides.
Cresce sobre barrancos, rochas ou entre gravetos em decomposição, em lugares muito
úmidos, freqüentemente onde corre água, ficando muitas vezes submersas, formando pequenas
placas que se entrelaçam com outras plantas que crescem no local (Hell 1969).
25
*Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle, Trans. Brit. Bryol. Soc. 5: 772. 1969.
Basiônimo: Jungermania chamedryfolia With., Bot. Arr. Veg. Great Britain 2: 699. 1776.
Tipo: Grã Bretanha, Yorkshire, Elm-Gragg-Well s.n. (lectótipo OXF, designado por Grolle 1969
em Trans. Brit. Bryol. Soc. 5(4): 773; isolectótipo H-SOL, n.v.).
Figura 8
Gametófitos talosos, verde-claros, brilhantes, sinuosos, entrelaçados, formando placas
aderidas ao substrato, irregularmente ramificados; ápice obtuso, com papilas mucilaginíferas;
secção transversal do eixo principal do gametófito plano-convexa, 5-7 camadas de células e 1-2
células nas bordas, sem formar uma asa contínua; margem inteira, sem células diferenciadas;
células alongadas; um oleocorpo por célula; rizóides ausentes.
Figura 7. Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell. a. aspecto geral do gametófito; b. secção
transversal do talo; c. células da margem do talo (E. Pasini 60, SP383060).
26
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29238p.p. (HUCS29586, SP385703).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, DF, ES, MG, MT, RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito largo com muitas ramificações curtas e a ausência de
rizóides na margem do talo.
Difere de Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell, pois esta apresenta nervura,
poucas papilas mucilaginíferas e presença de rizóides na margem do talo.
Cresce em barrancos ou rochas próximas de rios, aderidas ao substrato (Costa & Yano
1988), às vezes totalmente submersas e sempre em lugares molhados (Hell 1969).
Foi coletada em barranco úmido, associada a Fissidens angustifolius Sull.
Figura 8. Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle. a. aspecto geral do gametófito; b, c, d.
secção transversal do talo; e. células do ápice do talo com papilas mucilaginíferas (D.F.
Peralta 2212, SP368629).
27
Aytoniaceae
1. Gametófitos verde-acinzentados ou verde-prateados; margem do talo inteira ou levemente
ondulada; poros rodeados por um anel de células de paredes espessadas; escamas ventrais com 1-
2 (-3) apêndices inteiros, agudos ou acuminados; receptáculos femininos sobre a linha mediana
do talo, sésseis ou com pedúnculo curto. .....................................................Plagiochasma rupestre
1. Gametófitos verde-claros; margem do talo crenulada; poros rodeados por 6-7 anéis de células
de paredes delgadas; escamas ventrais com 2-3 apêndices geminados, lanceolados, longos;
receptáculos femininos terminais, longamente pedunculados. .................. Reboulia hemisphaerica
Plagiochasma rupestre (J.R. Forst. & G. Forst.) Steph., Bull. Herb. Boissier 6: 783. 1898.
Basiônimo: Aytonia rupestris J.R. Forst & G. Forst., Char. Gen. Plant. ed 2: 148-149. 1776.
Tipo: Madeira, Funchal, Quinta do Bom Sucesso, 12-V-1982, Sérgio & Nobrega 3873 (neótipo
LISU, designado por Bischler & Sergio 1984 em Cryptogamie, Bryol. Lichénol. 5: 173;
isoneótipo BM, G, IMADJ, PC, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Hässel de Menéndez (1962).
Gametófitos talosos, membranosos, cespitosos; verde-acinzentados ou verde-prateados,
purpúreos e muito escuros na superfície ventral, margem ondulada, verde ou negro-arroxeada;
poros pouco acima das células epidérmicas, rodeados por 4-6 células que formam um anel com
células de paredes engrossadas; câmaras de ar dispostas irregularmente em 3-7 fileiras no meio
do talo e 2-3 fileiras nos extremos; escamas ventrais grandes, imbricadas, purpúreas com 1-2(-3)
apêndices inteiros, agudos ou acuminados, avermelhados ou hialinos. Receptáculos femininos
sobre a linha mediana do talo, subsésseis ou com pedúnculo curto; disco com vértices cônicas
sobre os invólucros; esporos globosos, amarelados; elatérios amarelados, às vezes bifurcados
com 2-4 bandas helicoidais.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco rochoso, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29212 (HUCS29574, SP385677).
Distribuição no Brasil: BA, GO, MG, PE, PR, RJ, RS (Bento Gonçalves; Bom Jesus; Caxias do
Sul; Gramado; Ivoti; Jaguari; Montenegro; Porto Alegre; Rolante; Rosário; Santa Cruz; Santa
Maria; São Leopoldo; São Sepé; Tenente Portela; Torres; Vacaria; Viamão, Parque Saint
Hilaire), SC e SP.
28
Comentários: reconhecida pela coloração verde-acinzentada ou verde-prateada dos gametófitos,
com bordos e face ventral negro-arroxeadas. Também pelo anel único de células com paredes
espessadas que circunda os poros.
É semelhante a Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi, porém esta apresenta talo verde-
claro, uma fileira de escamas purpúreas com apêndices grandes, agudos e bífidos na superfície
ventral, câmaras de ar superpostas, 2-5 invólucros no disco do receptáculo feminino e elatérios
delgados, com 3 bandas helicoidais.
Segundo Yano (1981b), esta espécie cresce preferencialmente sobre paredões abruptos,
sobre rochas perto de cachoeiras e barrancos, geralmente calcáreos, bem úmidos, parcialmente
iluminados ou, às vezes, expostos aos raios solares diretos, formando placas ou tapetes cobrindo
grandes extensões.
Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi, Opusc. Sci. Bologna 2(6): 357. 1818.
Basiônimo: Marchantia hemisphaerica L., Spec. Plant. ed. 1,2: 1138. 1753.
Tipo: Europa, habitat in Europe paludosis (síntipo OXF, designado por Isoviita 1970 em Acta
Bot. Fennica 89: 22; isosíntipo H-SOL, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Hässel de Menéndez (1962).
Gametófitos talosos, cespitosos, verde-claros, purpúreos na superfície ventral e nos
bordos. Talo dicotomicamente ramificado, margem crenulada; poros rodeados por 6-7 anéis de
de 8-9 células de paredes delgadas; 2-3 câmaras de ar superpostas no talo; escamas ventrais
grandes, imbricadas, purpúreas, 1-2 apêndices geminados, lanceolados, longos, com células
maiores na direção da base. Receptáculos femininos com pedúnculos delgados, claros; discos do
receptáculo com 4-7 lóbulos obtusos; esporos amarelados; elatérios com 2-3 bandas helicoidais.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre rochas, 17-VIII-2006, E. Pasini 121 (HUCS28899, SP383615); idem, mata
ao lado da escadaria do IB, barranco, no solo, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29146
(HUCS29550, SP385524).
Distribuição no Brasil: RS (Bento Gonçalves; Bom Jesus; Canoas; Dois Irmãos, Morro Reuter
(atual município de Morro Reuter); Gramado; Gravataí; Jaguari; Mostardas; Nova Petrópolis;
Porto Alegre; Rosário; Santa Maria; São Francisco de Paula; São Leopoldo; São Pedro; Tenente
Portela; Torres; Vacaria; Viamão, Parque Saint Hilaire).
29
Comentários: reconhecida pelo talo verde-claro, com uma fileira de escamas purpúreas com
apêndices grandes, agudos e bífidos na superfície ventral, formando uma linha mediana de
coloração escura. As câmaras de ar superpostas, o número de invólucros no disco do receptáculo
feminino e os elatérios delgados, com 3 bandas helicoidais também são características
diagnósticas desta espécie, além dos discos do receptáculo com 4-7 lóbulos obtusos.
É semelhante a Plagiochasma rupestre (J.R. Forst. & G. Forst.) Steph., porém esta
apresenta gametófito com coloração acinzentada, receptáculo feminino com pedúnculo subséssil
ou muito curto, disposição irregular, em 3-7 fileiras das câmaras de ar e anel único de paredes
engrossadas que circunda os poros.
Foi coletada na mata, sobre rochas e solo, em local úmido.
Balantiopsidaceae
*Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle, Österr. Bot. Zeitschr. 111: 24. 1964.
Basiônimo: Jungermannia argillacea Nees in Martius, Flora Brasil. enum. plant. 1(1): 338.
1833.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Serra de Estrella (isótipo G, hb. Nees, n.v.).
Figura 9
Gametófitos verde-claros a verde-amarelados, delgados, emaranhados. Filídios distantes,
côncavos, ovalado-orbiculares, desigualmente bilobados; ápice arredondado ou agudo;
anfigastros pequenos, distantes, bífidos, assimétricos.
Material examinado: BRASIL, RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, no barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29127 (HUCS29529, SP385505).
Distribuição no Brasil: DF, ES, GO, MG, MT, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pela coloração verde-clara, filídios distantes, côncavos e anfigastros
muito pequenos.
Ocorre em terras íngremes e ao longo de estradas, até 1000 m de altitude (Gradstein &
Costa 2003).
Foi coletada sobre barranco, na mata.
30
Chonecoleaceae
Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle, Revue Bryol. Lichénol. 25: 295. 1956.
Basiônimo: Jungermannia doellingeri Nees in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 104. 1844.
Tipo: Brasil, E. Ule 255 (neótipo designado por Grolle 1956 em Revue Bryol. Lichénol. 25: 295,
n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Grolle (1956) e Yano & Luizi-Ponzo (2006).
Figura 9. Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle. a. aspecto geral do gametófito masculino;
b. aspecto geral do gametófito feminino; c. células do lobo do filídio bífido; d, e. anfigastros; f.
ápice do perianto (D.F. Peralta 1601, SP368414).
31
Gametófitos verde-olivas ou verde-escuros a purpúreos, opacos, crespos, frágeis. Filídios
côncavos, bilobados, ovalado-retangulares a quadrado-orbiculares; ápice arredondado; células
pequenas, poligonais; lóbulos estreitos; anfigastros reduzidos ou ausentes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 474p.p. (HUCS28481, SP383067); idem, nas ruas
arborizadas, 26-IV-1983, O. Yano & J.R. Pirani 6955 (SP182010).
Distribuição no Brasil: DF, ES, MG, MS, PR, RJ, RS (Caxias do Sul; Esmeralda, Estação
Ecológica de Aracuri; Farroupilha, Praça da Biblioteca Municipal; Getúlio Vargas; Jiruá; Júlio
de Castilhos; Montenegro; Passo Fundo; Porto Alegre, Parque da Redenção; Rosário do Sul,
Praça Dr. Julio Bozzano; Santo Ângelo; São Francisco de Paula; Sapucaia do Sul), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios bilobados e pelo tamanho pequeno do gametófito.
Tem como principal característica a cor verde-escura, opaca e quando fértil, o gametófito
coberto por esporos marrom-escuros. Ocorre geralmente sobre troncos e ocasionalmente pode
ser encontrada sobre rocha. (Yano et al. 2003). É comum sobre estipe ou base de palmeiras em
praças, jardins botânicos ou bosques (Yano & Luizi-Ponzo 2006).
É tolerante a seca, comum em vegetação de cerrado, restinga, parques e áreas altamente
poluídas, até 1000 m de altitude (Gradstein & Costa 2003). Geralmente está associada a locais já
alterados ou sujeitos ao pisoteio (Yano et al. 2003).
Foi coletada em local urbanizado, associada com Frullania ericoides (Nees) Mont. e
Microlejeunea globosa (Spruce) Steph.
Fossombroniaceae
*Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk., Bryologist 58(3): 197. 1955.
Basiônimo: Jungermannia porphyrorhiza Nees in Martius, Flora Brasil. enum. plant. 1(1): 343.
1833.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, in Serra da Piedade, Martius s.n.
Figura 10
Gametófitos prostrados, verde-claros, freqüentemente crescendo em pequenas rosetas.
Filídios dísticos, contíguos a imbricados; ápice arredondado; margem inteira ou levemente
crenulada no ápice; rizóides numerosos na face ventral, purpúreos, longos; células grandes.
Esporófito com seta curta, cápsula esférica, abertura irregular.
32
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre paredão de rocha úmida, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29048 (SP383809).
Distribuição no Brasil: BA, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PE, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos claros, em pequenas rosetas e pelo esporófito com
abertura irregular da cápsula.
Destaca-se pela reprodução vegetativa por meio de gemas originadas na superfície dorso-
lateral do caulídio e ocorre em solo ou rochas em lugares abertos, freqüentemente ao longo de
rodovias, até 1000 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre rochas úmidas, em área antropizada.
Figura 10. Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk. a. aspecto geral do gametófito com
esporófito; b. aspecto geral do gametófito em vista lateral com rizóides; c. lobo do filídio; d.
células do lobo do filídio; e. secção transversal do caulídio; f. esporo (D.M. Vital 3027,
SP88452).
33
Geocalycaceae
1. Anfigastro inteiro ou bífido; filídios inteiros; gametófitos não planos, geralmente curvados
para o lado. ...........................................................................................Clasmatocolea vermicularis
1. Anfigastro bífido ou duplamente bífido; filídios inteiros ou bífidos; gametófitos planos..........2
2. Filídios inteiros...................................................................................Lophocolea platensis
2. Filídios bífidos.................................................................................................................... 3
3. Lâmina e margem dos filídios inteiramente ciliadas; anfigastro inteiramente ciliado, com dois
dentes apicais curtos e com ou sem dentes laterais.........................................Lophocolea muricata
3. Lâmina e margem dos filídios inteiras; anfigastro não ciliado, com dois dentes apicais longos e
dois laterais curtos.......................................................................................... Lophocolea bidentata
Clasmatocolea vermicularis (Lehm.) Grolle, Revue Bryol. Lichénol. 29: 78. 1960.
Basiônimo: Jungermania vermicularis Lehm., Linnaea 4: 361. 1829.
Tipo: África do Sul, Mt. Tafelbug, Ecklon s.n. (holótipo S, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003).
Gametófitos verde-amarelados, emaranhados. Filídios opostos, imbricados, côncavos,
ovalados, inteiros; ápice arredondado; anfigastros variáveis, inteiros ou bífidos, com um dente
lateral de 1-2 células e uma papila; células arredondadas, trigônios ausentes. Perianto fortemente
inflado.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, no barranco, sobre rochas, 20-IX-2005, J. Bordin 124 (HUCS27621, SP379685).
Distribuição no Brasil: ES, MG, MS, RJ, RS (Porto Alegre), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pequenos, amarelados, filídios arredondados, os
superiores côncavos, anfigastros muito variáveis, bífidos ou inteiros, com ou sem papilas e dente
lateral de 1-2 células. Os gametófitos não são planos e encontram-se geralmente virados para o
lado. Ocorre em solo úmido e rochas, ao longo de rios, riachos e submersos em água corrente
(Gradstein & Costa 2003). Foi coletada sobre rocha, em local úmido.
34
Lophocolea bidentata (L.) Dumort., Recueil d’Observ. Jungerm.: 17. 1835.
Basiônimo: Jungermania bidentata L., Spec. Plant. ed. 1, 2: 1132. 1753.
Tipo: In Europae, ericetis umbrosis (síntipo OXF, designado por Isoviita 1970 em Acta Bot.
Fennica 89: 18; isosíntipo H-SOL, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Fulford (1976, como Lophocolea coadunata (Swartz)
Nees).
Gametófitos verde-claros a escuros com a idade, emaranhados. Filídios contíguos a
imbricados, alternos a opostos, retangulares a ovalados, bífidos até ¼ da lâmina ou menos;
lâmina e margens inteiras; anfigastros não ciliados, duplamente bífidos, 2 dentes apicais longos,
3-8 células, 2 dentes laterais curtos, 1-3 células; células hexagonais, não papilosas, trigônios
ausentes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, mata do Bloco F, no solo úmido, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29167p.p. (HUCS29559,
SP385545); Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre tronco podre na mata, 6-X-2006, O. Yano
& J. Bordin 29250 (HUCS29597, SP385715).
Distribuição no Brasil: AC, AM, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PE, PR, RJ, RR, RS (Porto
Alegre), SC e SP.
Comentários: diferencia-se de Lophocolea platensis C. Massal., pois esta apresenta gametófitos
menores, filídios inteiros, arredondados, anfigastros mais largos, duplamente bífidos, com 1-2
dentes laterais curtos.
Ocorre no solo, madeira em decomposição ou rocha, até 1500 m de altitude (Gradstein &
Costa 2003). Também ao longo de riachos, troncos de árvores, samambaias ou folhas,
normalmente em florestas (Fulford 1976). Foi coletada na mata úmida, sobre tronco em
decomposição e no solo, associada com Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck.
Lophocolea muricata (Lehm.) Nees in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 169. 1845.
Basiônimo: Jungermannia muricata Lehm., Linnaea 4: 363. 1829.
Tipo: África do Sul, Mt. Tafelberg, Ecklon s.n.
Ilustração: Fulford (1976).
35
Gametófitos amarelados a castanhos, emaranhados. Filídios contíguos a imbricados,
alternos, retangulares, patentes, bífidos até ¼ da lâmina; lâmina e margem ciliadas; anfigastros
pequenos, inteiramente ciliados, bífidos, 2 dentes apicais curtos, com ou sem dentes laterais;
células arredondadas, 1-3 papilas, trigônios ausentes. Perianto longo, 3-lobado.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, sobre troncos em decomposição, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 502p.p. (HUCS28095,
SP383004).
Distribuição no Brasil: ES, MG, RJ, RS (Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados, Parque
Nacional dos Aparados da Serra; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri; São Francisco de
Paula, Colinas de São Francisco, Floresta Nacional de São Francisco de Paula), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito com aspecto espinhoso devido aos inúmeros cílios
presentes na margem e superfície dos filídios e anfigastros.
Ocorre sobre troncos de árvores e samambaias, ramos, folhas e madeira em
decomposição (Fulford 1976). Foi coletada na mata, sobre troncos em decomposição, associada
com Lejeunea glaucescens Gottsche e Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt.
*Lophocolea platensis C. Massal., Atti Acad. Sci. Med. Nat. Ferrara 80 (3-4): 12. 1906.
Tipo: Argentina, Buenos Aires, prope La Plata, XI-1888, Spegazzini s.n. (holótipo hb.
Massalongo 16; isótipo FI, G, n.v.).
Figura 11
Gametófitos verde-claros a amarelados, delgados. Filídios inteiros, ovalados a sub-
retangulares, alternos a opostos, imbricados; ápice arredondado; lâmina e margens inteiras;
anfigastros sub-quadrados a ovalados, duplamente bífidos; 1-2 dentes laterais curtos, com 1-2
células; células rombo-hexagonais, trigônios ausentes ou pequenos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29202, 29204, 29209 (SP385667;
SP385669; HUCS29572, SP385674); Universidade de Caxias do Sul, no barranco, sobre rocha
alterada, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29128 (HUCS29530, SP385506); Jardim Botânico de
Caxias do Sul, beira do riacho, barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29192 (HUCS29543,
SP385570).
36
Distribuição no Brasil: BA, ES, GO, MT, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios inteiros, arredondados e imbricados, côncavos em vista
dorsal e pelo anfigastro duplamente bífido, mais longo do que largo, com 1-2 dentes laterais
curtos.
Diferencia-se de Lophocolea bidentata (L.) Dumort. pois esta apresenta gametófitos
maiores, filídios bífidos e anfigastros mais longos, bífidos com dentes apicais longos, 3-8 células
e laterais curtos. É uma espécie comum e ocorre no solo, rochas, troncos de árvores ou raízes, até
1000 m de altitude (Gradstein & Costa 2003). Foi coletada sobre solo e rochas, em parques e na
mata, sempre em locais úmidos.
Gradstein & Costa (2003), citam L. platensis C. Massal. para o Rio Grande do Sul, pois
consideram que o material brasileiro de L. platensis C. Massal. foi previamente identificado por
Fulford (1976) como L. semiteres (Lehm.) Mitt. Grolle (1985), diferencia claramente L. platensis
C. Massal. de L. semiteres (Lehm.) Mitt., citando apenas a ocorrência da primeira para o Brasil.
Aceitando as diferenças entre L. platensis C. Massal. e L. semiteres (Lehm.) Mitt.
propostas por Grolle (1985), considera-se L. platensis C. Massal. como citação nova para o Rio
Grande do Sul, enfatizando que o material brasileiro de L. semiteres (Lehm.) Mitt., examinado
por Fulford (1976), não foi visto para fins de comparação.
Figura 11. Lophocolea platensis C. Massal. a. aspecto geral do gemetófito, vista ventral; b.
células do lobo; c, d. anfigastros. (D.M. Vital 2234, SP88003).
37
Jubulaceae
1. Lóbulos dos filídios galeados ou sacados; anfigastros ovalados ou largo-obovados.................. 2
1. Lóbulos dos filídios cilíndricos, canaliculados, laminares ou oblongos; anfigastros sub-
quadrados a retangulares, oblongos ou oblongo-ovalados.............................................................. 3
2. Lóbulos dos filídios galeados; perianto com pêlos, escamas ou verrugas; estilete laminar;
anfigastros imbricados, ovalados; gametófitos com ramificações irregulares.........................
................................................................................................................... Frullania ericoides
2. Lóbulos dos filídios sacados; perianto liso ou com cílios na base; estilete triangular;
anfigastros distantes, largo-obovados; gametófitos com ramificações dicotômicas................
................................................................................................................. Frullania glomerata
3. Anfigastros bífidos até do seu compr., mais largos que longos, subquadrados a retangulares;
base dos anfigastros sem constricção; lóbulos cilíndricos e inflados ou laminares e canaliculados;
ápice dos lobos dos filídios ovalado, mucronado........................................... Frullania brasiliensis
3. Anfigastros bífidos até ¼ do seu compr., mais longos que largos, oblongo-ovalados; base dos
anfigastros constricta; lóbulos oblongo-cilíndricos ou canaliculados; ápice dos lobos dos filídios
agudo ou obtuso, não mucronado.....................................................................Frullania montagnei
Frullania brasiliensis Raddi, Soc. Ital. Atti. Sci. Mod. 19: 36. 1822.
Tipo: Brasil, Raddi s.n. (isótipo NY, hb. Hooker, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Lemos-Michel (2001) e Stotler (1970).
Gametófitos grandes, escuros, castanho-esverdeados a castanho-avermelhados,
irregularmente ramificados. Filídios imbricados; lobos ovalados; ápice mucronado, recurvado
para o lado ventral; lóbulos cilíndricos e inflados ou laminares e canaliculados, subparalelos ao
caulídio; estilete filiforme, 3-5 células de compr., com papila terminal; anfigastros bífidos,
imbricados, subquadrados a retangulares, base auriculada. Perianto oblongo-cilíndrico, liso, sem
ou com poucas quilhas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29234 (SP385699); Universidade de
Caxias do Sul, na mata, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 22-XII-2005, J. Bordin et al.
212 (HUCS27306, SP379499); idem, Mata do Quiosque, sobre tronco de Araucaria angustifolia,
17-I-2006 J. Bordin & E. Pasini 292 (HUCS27439, SP379742); idem, beira da mata, sobre
troncos, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 168 (HUCS27199, SP379702); idem, na mata, base
do tronco de Araucaria angustifolia, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 169p.p. (HUCS27200,
38
SP379852); idem, na mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 171a
p.p., 171b p.p. (HUCS27197; HUCS27294); idem, na mata secundária, sobre troncos, 17-VII-
2006, E. Pasini 118p.p. (HUCS28898, SP383614); Jardim Botânico de Caxias do Sul, beira do
caminho, sobre tronco de Pinnus, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 430p.p.
(HUCS28001, SP379912).
Distribuição no Brasil: BA, CE, DF, ES, GO, MG, PE, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal
Estadual de Espigão Alto; Bento Gonçalves; Bom Jesus; Cambará do Sul, Fortaleza dos
Aparados, Parque Nacional dos Aparados da Serra; Canela, Floresta Nacional de Canela, Parque
das Sequóias, Parque do Caracol; Canoas; Dois Irmãos; Esmeralda, Estação Ecológica de
Aracuri; Gramado; Ivoti; Lavras do Sul; Montenegro; Muitos Capões; Nonoai; Nova Petrópolis;
Novo Hamburgo; Osório; Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo; Planalto, Parque
Florestal Estadual de Nonoai; Porto Alegre; Rio Grande; Santa Cruz do Sul; Santo Ângelo; São
Francisco de Paula, Aratinga, Colinas de São Francisco, Floresta Nacional de São Francisco; São
José dos Ausentes; São Leopoldo; Soledade; Tenente Portela; Torres; Vacaria; Viamão), SC e
SP.
Comentários: reconhecida pela cor escura, avermelhada, filídios com ápice mucronado,
recurvado ventralmente e perianto liso e cilíndrico.
Segundo Yano & Mello (1999) a espécie apresenta variações morfológicas, dificultando
sua identificação, mas apresenta os lobos do filídio geralmente côncavos com o ápice
mucronado, margens lisas e base dorsal cordiforme. Os anfigastros são imbricados, gibosos,
bífidos até de seu compr. e, quando fértil, pode ser facilmente reconhecida pelo perianto
cilíndrico e arredondado em secção transversal.
Devido a grande variação morfológica, ao identificar a espécie é importante que sejam
observadas porções adultas do caulídio, pois são as mais características (Lemos-Michel 2001).
Ocorre comumente sobre cascas de árvores, troncos, solos ou rochas, até 2200 m de
altitude (Gradstein & Costa 2003), geralmente isolada (Lemos-Michel 2001).
É uma espécie relativamente comum na área de estudo, tendo sido coletada em parques e
matas abertas, sempre sobre troncos, associada com Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.)
Schiffn., Frullania ericoides (Nees) Mont., Groutiella apiculata (Hook.) Crum & Steere,
Macrocoma tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt, Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R.
Buck, Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont., Radula tectiloba Steph. e R. sinuata
Gottsche ex Steph.
39
Frullania ericoides (Nees) Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2, 12: 51. 1839.
Basiônimo: Jungermannia ericoides Nees in Martius, Flora Brasil. enum. plant. 1(1): 346. 1833.
Tipo: Brasil, in Morro de Villa Ricca, Martius s.n. (lectótipo STR, designado por Grolle 1968
em Trans. Brit. Bryol. Soc. 5(3): 541; isolectótipo S-PA, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Lemos-Michel (2001), Vanden Berghen (1976) e Yano &
Mello (1999).
Gametófitos castanho-esverdeados, irregularmente ramificados. Filídios imbricados,
enrolados quando secos; lobos ovalados, auriculados na base sobre o caulídio; ápice
arredondado; lóbulos galeados, curtos, mais largos do que longos; estilete laminar com
espessamento basal; anfigastros bífidos, imbricados, ovalados, com um dente lateral. Perianto
ovalado, recoberto por pêlos, escamas ou pequenas verrugas, 3-5 quilhas em secção transversal.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Pinheiro
Machado, sobre tronco de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 159a (HUCS27223, SP379475);
idem, sobre tronco de Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 474p.p. (HUCS28481,
SP383067); Bairro Panazzolo, beira da rua, sobre rochas, 6-II-2006, S. Maboni 32
(HUCS28477); Bairro de Lourdes, Rua Pinheiro Machado, sobre tronco de Salix, 12-XI-2005,
J. Bordin 164a p.p. (HUCS27220, SP379473); Parque Cinqüentenário, na base do tronco de
Araucaria angustifolia, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29070 (SP385448); Parque dos
Macaquinhos, sobre tronco de arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29225, 29233
(HUCS29581, SP385690; SP385698); Universidade de Caxias do Sul, na mata, sobre troncos,
22-XII-2005, J. Bordin et al. 203p.p. (HUCS27261); idem, na mata, sobre tronco de Schinus,
3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 171b p.p. (HUCS27294); idem, na mata ao lado do Bloco I,
sobre tronco, 1-X-2006, J. Bordin & I.P.R. Cunha 521 (HUCS29649); Jardim Botânico de
Caxias do Sul, sobre tronco de arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29249 (HUCS,
SP385714).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, CE, DF, ES, FN, GO, MG, MS, MT, PB, PE, PR, RJ, RS
(Barracão, Parque Florestal Estadual de Espigão Alto; Bom Jesus; Canoas; Planalto, Parque
Florestal Estadual de Nonoai; Porto Alegre), SC, SE e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com lobos enrolados quando secos, lóbulos galeados e
perianto triquilhado com pêlos, escamas ou pequenas verrugas na superfície.
40
Confunde-se com Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont., mas esta apresenta
ápices dos lobos arredondados e arqueados, lóbulos sacados, portanto, mais longos e perianto
com cílios na parte inferior.
Ocorre no interior ou borda de matas, em locais sombreados (Lemos-Michel 2001),
bosques abertos, restingas, plantações e parques (Gradstein & Costa 2003), em lugares habitados
ou onde a vegetação sofreu alguma degradação (Behar et al. 1992).
Foi coletada em ruas, parques e matas abertas, sobre troncos e rochas, associada com
Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle, Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R.
Buck, Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, Frullania brasiliensis Raddi, F.
glomerata (Lehm. & Lindenb.) Nees & Mont., Macrocoma tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.)
Vitt, Microlejeunea globosa (Spruce) Steph., Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck,
Radula tectiloba Steph. e Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann.
Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2, 9: 46. 1838.
Basiônimo: Jungermannia glomerata Lehm. & Lindenb., Nov. Min. Cogn. Stirp. Pugillus 5: 21.
1833.
Tipo: Brasil, Serra de Estrella, Beyrich s.n.
Ilustração: Yano & Mello (1999).
Gametófitos verde-amarelados a castanho-esverdeados, ramificados dicotomicamente.
Filídios imbricados; lobos orbiculares; ápice arredondado, levemente arqueado; lóbulos sacados;
estilete triangular, (1-)2-3 células larg., 4-6 células compr.; anfigastros bífidos, distantes, largo-
obovados. Perianto liso ou ciliado na parte inferior.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro de Lourdes, Rua
Pinheiro Machado, sobre tronco de Salix, 12-XI-2005, J. Bordin 164a p.p. (HUCS27220,
SP379473); Centro, Rua Visconde de Pelotas, sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-2005,
J. Bordin, V. Reis & E. Franco 220p.p. (HUCS27300, SP379493); idem, Rua Os 18 do Forte,
sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 221p.p. (HUCS27291,
SP379707); Parque dos Macaquinhos, sobre tronco de arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29228 (SP385693); Parque Cinqüentenário, sobre tronco de Tipuana, 3-X-2006, O. Yano &
J. Bordin 29069 (SP385447); Universidade de Caxias do Sul, sobre tronco de Yucca, 28-I-2006,
J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin 353a p.p. (HUCS27493, SP383047); idem, na mata, sobre
tronco de Sloanea, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 172p.p. (HUCS27201, SP379853); idem,
Bloco 57, 13-IV-2006, J. Bordin 467p.p. (HUCS28478, SP383065); idem, na mata, sobre
41
troncos, 17-VII-2006, E. Pasini 117 (HUCS28902, SP383618); idem, Biolago, sobre rocha, 4-X-
2006, O. Yano & J. Bordin 29156 (SP385534); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da
mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 448p.p. (HUCS28045,
SP382979).
Distribuição no Brasil: BA, CE, DF, MG, MS, MT, PR, RJ, RS (Torres) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios orbiculares, anfigastros largo-obovados e lóbulos
sacados, além do estilete triangular com a base mais larga.
Diferencia-se de Frullania ericoides (Nees) Mont., por esta apresentar lóbulos galeados e
perianto com escrescências em toda a superfície.
Geralmente encontrada sobre troncos de árvores, arbustos, galhos (Costa & Yano 1998) e
rochas, até 2400 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Cresce associada com: Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck,
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, Frullania ericoides (Nees) Mont.,
Lejeunea flava (Sw.) Nees, L. phyllobola Nees & Mont., Macrocoma tenue subsp. sullivantii
(Müll. Hal.) Vitt, Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck, Plagiochilla corrugata (Nees)
Nees & Mont., Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn., P. reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis., P.
swartziana (F. Weber) Trevis., Radula javanica Gottsche e Syntrichia pagorum (Milde) J.J.
Amann.
Frullania montagnei Gottsche in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 456. 1845.
Tipo: Guiana Francesa (holótipo W; isótipo STR, n.v.).
Ilustração: Stotler (1970).
Gametófitos castanhos a marrom-avermelhados, irregularmente ramificados. Filídios
imbricados; lobos ovalados; ápice agudo ou obtuso, curvado para o lado ventral; lóbulos
canaliculados ou oblongo-cilíndricos, mais longos do que largos; estilete filiforme com 3-4
células compr.; anfigastros bífidos, imbricados, oblongo-ovalados, curvados para o lado ventral.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, beira da mata, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 17-XII-2005, J. Bordin & D.F.
Peralta 183p.p., 184p.p. (HUCS27208, SP379856; HUCS27206, SP379854).
Distribuição no Brasil: AM, MG, RJ e RS (Montenegro).
42
Comentários: reconhecida pelos filídios com lobos ovalados, ápice obtuso, curvado para o lado
ventral, nunca apiculado ou mucronado e anfigastros longos, com margens e ápices curvados
para o lado ventral, com uma constricção basal.
Ocorre sobre cascas de árvores, abaixo de 1200 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Coletada sobre tronco de Araucaria angustifolia, associada com Acrolejeunea torulosa
(Lehm. & Lindenb.) Schiffn. e Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis.
Lejeuneaceae
1. Anfigastros bífidos ...................................................................................................................... 2
1. Anfigastros inteiros ..................................................................................................................... 4
2. Lobos dos filídios variáveis, arredondados, ovalados, orbiculares, não triangulares; ápice
dos lobos arredondado, truncado, obtuso ou agudo, não apiculado; lóbulos reduzidos ou
inflados, cobrindo menos de a do lobo; anfigastros imbricados a distantes.......................10
2. Lobos dos filídios triangulares, ovalados a cordados ou ovalado-orbiculares; ápice dos
lobos agudo a apiculado ou arredondado a obtuso; lóbulos inflados ou reduzidos, cobrindo
a ou mais de ½ do lobo; anfigastros distantes ...................................................................... 3
3. Ocelos presentes; lobos triangulares; ápice dos lobos longo, agudo a apiculado; lóbulos
cobrindo a ou ½ do lobo; células oblongas a arredondadas ........................................................ 17
3. Ocelos ausentes; lobos ovalados a cordados ou ovalado-orbiculares; ápice dos lobos
arredondado a obtuso; células rombo-hexagonais ou hexagonais ................................................18
4. Margem dos lóbulos denteada, com 5-10 dentes; lóbulos inflados, triangulares ou
ovalado-triangulares...............................................................................................................5
4. Margem dos lóbulos inteira ou com até 2 dentes; lóbulos reduzidos ou inflados,
ovalados, orbiculares, oblongo-retangulares ou triangulares.................................................6
5. Margem dos lóbulos com 5-7 dentes; células oblongo-hexagonais; trigônios pequenos a
médios ........................................................................................................... Acrolejeunea torulosa
5. Margem dos lóbulos com 6-10 dentes; células arredondadas; trigônios grandes .........................
......................................................................................................................Frullanoides densifolia
6. Ápice e margem inferior dos lobos dos filídios fortemente dobradas para o lado ventral,
formando uma dobra canalicular; oleocorpos grandes......................................................... 19
6. Ápice e margem inferior dos lobos dos filídios planos ou levemente dobrados para o lado
ventral, não formando dobra canalicular; oleocorpos pequenos ou não observados ............. 7
7. Lóbulos fortemente inflados, como pequenos sacos aqüíferos; margem dos lobos virada para o
lado ventral.................................................................................................Anoplolejeunea conferta
43
7. Lóbulos reduzidos ou inflados, não como sacos aqüíferos; margem dos lobos plana ou apenas
com o ápice virado para o lado ventral ........................................................................................... 8
8. Trigônios grandes, cordados; lóbulos reduzidos, com até 2 dentes na margem; filídios
imbricados .......................................................................................... Acanthocoleus trigonus
8. Trigônios pequenos, não cordados; lóbulos inflados ou reduzidos, sem dentes na
margem; filídios contíguos a distantes................................................................................... 9
9. Anfigastros orbiculares, ápice truncado a arredondado; lobos orbiculares a ovalados; ápice dos
filídios arredondado a obtuso; lóbulos reduzidos ou inflados, ovalados... Archilejeunea parviflora
9. Anfigastros suborbiculares, ápice arredondado; lobos oblongo-ovalados; ápice dos filídios
agudo-apiculado; lóbulos reduzidos, ovóide-oblongos............................. Lopholejeunea nigricans
10. Filídios distantes ou contíguos....................................................................................... 11
10. Filídios imbricados ou contíguos ................................................................................... 12
11. Anfigastros trapezoidais ou arredondados, com dente lateral....................Lejeunea laetevirens
11. Anfigastros não trapezoidais, sem dente lateral......................................... Lejeunea phyllobola
12. Trigônios grandes........................................................................................................... 13
12. Trigônios pequenos a médios, inconspícuos ou ausentes .............................................. 14
13. Anfigastros grandes, ovalados, contíguos a imbricados; lobos dos filídios ovalados a
orbicular-ovalados..................................................................................................... Lejeunea flava
13. Anfigastros pequenos, orbiculares, distantes; lobos dos filídios ovalados a ovalado-falcados ..
............................................................................................................................ Lejeunea cristulata
14. Anfigastros ovais a oblongos; células hexagonais a poligonais..................................... 15
14. Anfigastros orbiculares a ovalados; células rombo-hexagonais ou redondo-quadradas 16
15. Lóbulos reduzidos com dente apical filiforme de 3-4 células; trigônios pequenos a médios.....
...............................................................................................................................Lejeunea setiloba
15. Lóbulos inflados ou reduzidos com dente apical de 1 célula; trigônios ausentes ou
inconspícuos..........................................................................................................Lejeunea cardotii
16. Ápice dos lobos arredondado, levemente agudo ou truncado; trigônios pequenos ...........
..................................................................................................................Lejeunea cancellata
16. Ápice dos lobos arredondado a obtuso, não truncado; trigônios inconspícuos..................
............................................................................................................... Lejeunea glaucescens
17. Lobos dos anfigastros com 2 células alt. e 2 células alongadas na base; ápice dos lobos dos
filídios agudo, longo; margem dos filídios inteira, com 2-4 dentes na parte interna; filídios
distantes...............................................................................................Drepanolejeunea araucariae
44
17. Lobos dos anfigastros com 2 células alt., sem as 2 células alongadas na base; ápice dos lobos
dos filídios agudo a apiculado, curto; margem dos filídios inteiramente crenulada; filídios
contíguos a imbricados....................................................................... Drepanolejeunea anoplantha
18. Lóbulos grandes, inflados, cobrindo mais de ½ do lobo; filídios contíguos a imbricados
.............................................................................................................. Microlejeunea bullata
18. Lóbulos geralmente reduzidos, cobrindo menos ou até ½ do lobo....................................
............................................................................................................. Microlejeunea globosa
19. Lóbulos inflados, oblongo-retangulares, com 1 dente apical longo......Leucolejeunea unciloba
19. Lóbulos retangulares, dente apical curto ou inconspícuo ...............Leucolejeunea xanthocarpa
*Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst., Contr. Bot. Univ. Michigan Herb. 18: 101.
1992.
Basiônimo: Lejeunea trigona Nees & Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2, 5: 61. 1836.
Tipo: Peru, Laguna, Santa Cruz, d’Orbigny s.n (holótipo STR; isótipo PC-Mont, n.v.).
Figura 12
Gametófitos verde-escuros com partes enegrecidas, emaranhados. Filídios imbricados;
lobo ovalado; ápice arredondado-obtuso a apiculado, reflexo; células arredondadas, menores nas
margens; trigônios cordados; lóbulos triangulares a ovados, reduzidos, com até 2 dentes na
margem; anfigastros inteiros, orbiculares, distantes a contíguos.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29232 (SP385697).
Distribuição no Brasil: SC e SP.
Comentários: reconhecida pela coloração verde-escura, filídios com lobos ovalados, apiculados e
anfigastros orbiculares.
Ocorre sobre rochas ao longo de riachos, bosques e matas semi-decíduas e em áreas com
uma estação seca prolongada, ca. 1000 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coleada em área úmida, antropizada.
45
*Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. in Engler & Prantl, Natürl. Pflanzenfam.
ed. 1, 3(1): 128. 1893.
Basiônimo: Jungermannia torulosa Lehm. & Lindenb. in Lehmann, Nov. Min. Cogn. Stirp.
Pugillus 6: 41. 1834.
Tipo: Guiana (holótipo S, hb. Hooker, n.v.).
Figura 13
Gametófitos pardos a verde-amarelados, prostrados, ramificados, ramos flageliformes.
Filídios imbricados; lobos ovalado-orbiculares; ápice arredondado a obtuso; margem ventral
plana ou curvada para cima; células oblongo-hexagonais, trigônios pequenos a médios; lóbulos
Figura 12. Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst. a. aspecto geral do gametófito, vista
ventral; b, c. lobos do filídio; d. anfigastros; e. células do lobo do filídio com trigônios; f.
secção transversal do caulídio (O. Yano & J. Bordin 29232, SP385697).
46
inflados, ovalado-retangulares, 5-7 dentes na margem; anfigastros inteiros, ovalados a obovados,
imbricados a contíguos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, base de tronco de Araucaria angustifolia, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin
169p.p. (HUCS27200, SP379852); idem, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 208p.p.
(HUCS27264, SP379859); idem, Zoológico, sobre tronco de Araucaria, 17-XII-2005, J. Bordin
& D.F. Peralta 184p.p. (HUCS27206, SP379854); idem, beira da mata, tronco de Cupressus, 18-
VI-2006, J. Bordin, M.A.Bordin & A. Benedetti 519 (HUCS28586, SP383074); Jardim Botânico
de Caxias do Sul, nos galhos das árvores, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29243 (SP385708).
Distribuição no Brasil: AC, AL, AM, BA, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, RO, RR e
SP.
Figura 13. Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. a. aspecto geral do gametófito
com ramo flageliforme, vista ventral; b. lobo e lóbulo do filídio; c. anfigastros; d. células do
lobo do filídio com trigônios; e. dentes da margem do lóbulo (D.M. Vital 3009, SP88447).
47
Comentários: reconhecida pelos ramos filiformes, filídios com lobos levemente falcados e
lóbulos inflados, com 5-7 dentes de 1-2 células na margem.
Pode ser confundida com Frullanoides densifolia Raddi, mas difere, pois esta apresenta
os lobos dos filídios levemente falcados, apiculados com ápice recurvado para o lado ventral e
anfigastros maiores com ápice truncado, curvado para o lado ventral.
Ocorre geralmente sobre troncos de árvores isoladas ou em matas úmidas (Yano & Costa
1992), em ambientes relativamente secos e abertos, em restingas e florestas decíduas, raramente
sobre rochas, até 800 m de altitude (Gradstein & Costa 2003). Conforme Gradstein (1994) esta é
a espécie mais comum de Acrolejeunea nos neotrópicos.
Foi coletada em matas ou beira de matas, sobre troncos e base de troncos, associada com
Frullania brasiliensis Raddi, F. montagnei Gottsche, Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum &
Steere e Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad.
Anoplolejeunea conferta (C.F.W. Meissn. ex Spreng.) A. Evans, Bull. Torrey Bot. Club 35:
175-176. 1908.
Basiônimo: Jungermannia conferta C.F.W. Meissn. ex Spreng. in Linnaeus, Syst. Veg. ed. 16,
4(2): 325. 1827.
Tipo: Peru.
Ilustração: Bastos (2004) e Gradstein & Costa (2003).
Gametófitos verde-amarelados a castanho-claros, prostrados. Filídios imbricados; lobos
ovalados; ápice arredondado a obtuso; células ± arredondadas; trigônios pequenos; lóbulos
fortemente inflados, ovalados, margem livre enrolada para dentro; anfigastros inteiros, obovados,
contíguos, ápice arredondado, base truncada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 213
(HUCS27307, SP379500).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, PA, PE, PR, RJ, RS (Cambará do Sul, Fortaleza dos
Aparados; Canela, Floresta Nacional de Canela; Gramado; São Francisco de Paula, Aratinga,
Colinas de São Francisco, Veraneio Hampel), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos lóbulos inflados, como pequenos sacos aqüíferos (Lemos-
Michel 2001) e pelos anfigastros inteiros, mais estreitos na base.
48
Ocorre sobre troncos e arbustos em florestas sub-montanas e matas, normalmente em
hábitats expostos, até 2400 m de altitude (Gradstein & Costa 2003). A espécie ocorre em floresta
ombrófila, muçununga, campo rupestre e floresta estacional, crescendo como corticícola e
epixícola (Bastos & Yano 2006). Foi coletada na mata, sobre tronco de Araucaria angustifolia.
*Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn., Spec. Hepat. 4: 716. 1911.
Basiônimo: Jungermannia parviflora Nees in Martius, Flora Brasil. enum. plant. 1: 353. 1833.
Tipo: Brasil, ad. Fl. Amazonam, Martius s.n (holótipo STR, W; isótipo G 20381, n.v.).
Figura 14
Gametófitos verde-amarelados a marrom-esverdeados. Filídios contíguos a imbricados;
lobos orbiculares a ovalados; ápice arredondado a obtuso, curvado para o lado ventral; células ±
arredondadas, trigônios pequenos; lóbulos variáveis, freqüentemente reduzidos ou ovalados, com
dente curto e papila hialina marginal, quando bem desenvolvidos; anfigastros inteiros,
orbiculares, pequenos, contíguos a distantes; ápice tuncado a arredondado.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Pinheiro
Machado, sobre tronco de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 159p.p. (HUCS27255, SP379477).
Figura 14. Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn. a. aspecto geral do gametófito, vista
ventral; b. lobos do filídio; c. anfigastros; d. células do lobo do filídio; e. secção transversal do
caulídio (J. Bordin 159p.p., SP379477).
49
Distribuição no Brasil: AC, AM, AP, BA, ES, MS, MT, PA, PE, RJ, RO, RR, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos lobos orbiculares a ovalados dos filídios, com lóbulos reduzidos.
A espécie é comum em base de troncos, raízes e rochas, em hábitats periodicamente
inundados, ao longo de riachos ou rios, em florestas tropicais, úmidas e sub-montanas, em toda a
América Tropical, do nível do mar até 1500 m de altitude (Gradstein 1994). Foi coletada sobre
troncos, em ruas arborizadas, associada com Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill &
W.R. Buck.
*Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph., Spec. Hepat. 5: 325. 1913.
Basiônimo: Lejeunea anoplantha Spruce, Trans. & Proc. Bot. Soc. Edinburgh 15: 189. 1884.
Tipo: Peru, M. Campana, R. Spruce 231c (lectótipo MANCH, designado por Bischler 1964 em
Revue Bryol. Lichénol. 33(1-4): 134, n.v.).
Figura 15
Gametófitos verde-claros a amarelados, delgados. Filídios eretos, contíguos a levemente
imbricados; lobo triangular, ápice agudo a apiculado, margem crenulada; células oblongas a
arredondadas; trigônios grandes; 2 ocelos na base do lobo; lóbulo ovalado, inflado, dente apical
longo com papila hialina; anfigastros bífidos, pequenos, distantes, cada lobo com 3 células de alt.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Lauraceae, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29220p.p. (HUCS29578, SP385685);
Universidade de Caxias do Sul, Mata do Museu, sobre tronco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29155 (HUCS29555, SP385533).
Distribuição no Brasil: AM, BA, ES e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delicados, filídios contíguos a distantes, com lobos
triangulares e ápice agudo, 2 ocelos na base do lobo e pelos lóbulos inflados, cobrindo a metade
do lobo, com dente longo e papila hialina.
Diferencia-se de Drepanolejeunea araucariae Steph. pois esta apresenta filídios com
ápice agudo, muito alongado, filídios com margem inteira, apenas com 2-4 dentes curtos na parte
interna e anfigastros com lobos de 3 células de altura, 2 células na base e sinus amplamente
aberto. Ocorre sobre cascas de árvore, até 2000 m de altitude (Gradstein & Costa 2003). Foi
50
coletada sobre troncos, em parques e na mata, associada com Microlejeunea globosa (Spruce)
Steph.
Drepanolejeunea araucariae Steph., Hedwigia 35: 80. 1896.
Tipo: Brasil, Serra Geral, in folha Araucariae, E. Ule 213 (holótipo G 8088, n.v.).
Ilustração: Bastos (2004) e Gradstein & Costa (2003).
Gametófitos delgados, verde-claros a amarelados. Filídios distantes; lobo triangular,
ápice longo, agudo, finalizando com 1-2 células superpostas; margem inteira, 2-4 dentes curtos
Figura 15. Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. a. aspecto geral do gametófito; b.
lobo e lóbulo do filídio; c. lobo do filídio em vista dorsal mostrando ocelos; d. anfigastro (O.
Yano & J. Bordin 29220p.p., SP385685).
d
51
na parte interna; trigônios pequenos; 1-2 ocelos na base do lobo; lóbulo ovalado, fortemente
inflado, cobrindo ½ do lobo; anfigastros distantes, bífidos, cada lobo com 2 células de alt. e 2
células na base.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, sobre tronco de arbusto na beira do riacho, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29244p.p.
(HUCS29591, SP385709).
Distribuição no Brasil: AP, BA, MG, RJ, RS (Serra Gaúcha), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delgados, filídios distantes, lobo triangular com
ápice longo, margem com 2-4 dentes na parte interna e anfigastros bífidos com sinus
amplamente aberto, lobos com 2 células de altura, sem células diferenciadas na base.
Diferencia-se de Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. pois esta apresenta filídios
contíguos a imbricados, ápices dos lobos mais curtos, margem crenulada e anfigastros sem as
duas células na base de cada lobo e sinus menos aberto.
Ocorre sobre troncos e folhas de árvores, de 700-2000 m de altitude (Gradstein & Costa
2003). Foi coletada sobre troncos, em local úmido, associada com Drepanolejeunea araucariae
Steph., Lejeunea flava (Sw.) Nees e Microlejeunea bullata (Taylor) Steph.
Frullanoides densifolia Raddi, Critt. Brasil.: 14. 1822.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Corcovado, Raddi s.n. (holótipo PI; isótipo BM, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Lemos-Michel (2001).
Gametófitos verde-escuros a castanho-escuros, prostrados. Filídios imbricados; lobos
ovalados, levemente falcados; ápice agudo a obtuso, recurvado para o lado ventral; células
arredondadas; trigônios grandes; lóbulos inflados, ovalado-triangulares, 6-10 dentes de 1-3
células; anfigastros inteiros, obovados, grandes, imbricados, ápice arredondado a truncado,
recurvado, base auriculada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro Exposição, sobre
tronco de árvore, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 322p.p. (HUCS27453,
SP379755); Parque Cinqüentenário, sobre tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29065
(SP385443); Universidade de Caxias do Sul, beira da mata, sobre tronco de Hovenia, 13-IV-
2006, J. Bordin & R.Wasum 466 (HUCS28488, SP383073).
52
Distribuição no Brasil: AM, BA, CE, ES, GO, MG, PA, PR, RJ, RS (Carazinho; Sarandi; Santa
Cruz; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com lobos levemente falcados e ápice agudo, recurvado
para o lado ventral e lóbulos com pequenos dentes.
Pode ser confundida com Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn., mas esta
apresenta filídios com lobos ovalado-orbiculares, ápice arredondado a obtuso, não recurvado
para o lado ventral e anfigastros inteiros, ovalados a obovados, imbricados a contíguos.
A espécie foi encontrada em floresta estacional, crescendo como corticícola (Bastos &
Yano 2006). Ocorre também sobre rochas e solo (Lemos-Michel 2001), em ambientes expostos,
ao longo de estradas, até 2000 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada em ruas arborizadas e parques, associada com Lejeunea flava (Sw.) Nees e
Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad.
*Lejeunea cancellata Nees & Mont. in Ramón de la Sagra, Hist. Phys. Bot. Plant. Cell. Cuba 9:
472. 1842.
Tipo: Cuba, in corticibus arborum, Auber s.n. (lectótipo PC (hb. Mont.), designado por Grolle
1985 em J. Hattori Bot. Lab. 58: 197, n.v.).
Figura 16
Gametófitos verde-amarelados, brilhantes, prostrados. Filídios imbricados a contíguos;
lobos ovalados; ápice arredondado a levemente agudo ou truncado; células rombo-hexagonais,
paredes delgadas, trigônios pequenos; lóbulo pequeno, levemente inflado, côncavo, ovalado a
triangular, dente apical curto, papila hialina proximal; anfigastros distantes, bífidos, orbiculares a
ovalados, mais largos do que longos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, sobre rocha úmida perto do Biolago, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29163 (SP385541);
Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre tronco de arbusto na beira do riacho, 6-X-2006, O.
Yano & J. Bordin 29245 (HUCS29592, SP385710).
Distribuição no Brasil: AL, BA, CE, ES, MS, MT, RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com lobos ovalados com ápice arredondado ou agudo, às
vezes curvado para o lado ventral e pelos lóbulos côncavos, com dente apical.
53
O ápice do lóbulo é muito variável, de arredondado até ± agudo. Encontra-se geralmente
sobre casca de árvore (Reiner-Drehwald 2000). Foi coletada sobre rocha e tronco, em lugares
úmidos.
*Lejeunea cardotii Steph., Bot. Gaz., Crawfordswille 7: 356. 1882.
Tipo: U.S.A., Louisiana.
Figura 17
Gametófitos verde-escuros, delgados. Filídios contíguos a imbricados; lobos ovalados;
ápice arredondado; células poligonais, trigônios ausentes ou indistintos; lóbulos variáveis
reduzidos ou inflados, ovóides com dente apical de 1 célula, ocasionalmente curvado; anfigastros
distantes, bífidos, oval-oblongos, 2-3(-4) células na base e 2(-3) superpostas no ápice.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, base
do tronco de Araucaria angustifolia, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29060 (SP385438).
Distribuição no Brasil: MS, PR e SP.
Figura 16. Lejeunea cancellata Nees & Mont. a. aspecto geral do gametófito com perianto,
vista ventral; b. lobo do filídio; c. anfigastros; d. células do anfigastro; e. células do lobo do
filídio; f. lóbulo do filídio (O. Yano & J. Bordin 29163, SP385541).
54
Comentários: reconhecida pelos filídios com lobos arredondados cobertos parcialmente pelos
lóbulos ovóides, com dente apical pequeno e pelo anfigastro com forma alongada.
Ocorre em troncos, ramos e bases de árvores sendo considerada tolerante a ambientes
perturbados e áreas urbanas (Schuster 1980).
*Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda, J. Hattori Bot. Lab. 89: 19. 2000.
Basiônimo: Crossotolejeunea cristulata Steph., Hedwigia 35: 75. 1896.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Glaziou s.n. (holótipo G 18055; isótipo JE, n.v.).
Figura 18
Gametófitos verde-claros a castanho-amarelados. Filídios contíguos a imbricados; lobos
ovalados a ovalado-falcados; ápice arredondado; células irregulares, ± hexagonais a quadradas
nas margens; trigônios presentes; lóbulos reduzidos, ± retangulares ou bem desenvolvidos,
inflados, com dente apical alongado; anfigastros distantes, bífidos, orbiculares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, Mata em frente ao MUCS, sobre tronco de Cupania vernalis, 22-XII-2005, J. Bordin et al.
Figura 17. Lejeunea cardotii Steph. a. aspecto geral do gametófito; b. células do lobo e lóbulo
do filídio; c. anfigastros; d. células do lobo do filídio (O. Yano & J. Bordin 29060,
55
188p.p. (HUCS27281, SP379703); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre
tronco, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 268p.p. (HUCS27385, SP379717).
Distribuição no Brasil: MG, PE, RJ, SC e SP.
Figura 18. Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda. a. aspecto geral do gametófito com
perianto; b. células do ápice do lobo do filídio; c. células do lóbulo do filídio; d, e. anfigastros;
f. células da margem do perianto (Schäfer-Verwimp 7620, SP386116).
56
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delgados, lobos ovalados com lóbulos inflados,
côncavos e anfigastros pequenos, curtos, mais largos do que longos.
Em plantas com lóbulos reduzidos, os lobos são normalmente curvados para o lado
dorsal, enquanto que os filídios com lóbulos desenvolvidos são ± côncavos para o lado ventral
(Reiner-Drehwald & Goda 2000).
Cresce sobre troncos ou epífila em florestas úmidas, entre 900-1500 m de altitude
(Reiner-Drehwald & Goda 2000). Foi coletada no interior da mata, sobre troncos, associada a
Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans, Neckera villae-ricae Besch., Thuidium delicatulum
(Hedw.) Bruch & Schimp. e Radula tectiloba Steph.
Lejeunea flava (Sw.) Nees, Naturgesch. Eur. Leberm. 3: 277. 1838.
Basiônimo: Jungermannia flava Sw., Nova Gen. Spec. Plant. Prodr.: 144. 1788.
Tipo: Jamaica, Swartz s.n. (lectótipo UPS, designado por Grolle 1976 em Feddes Repert. 87:
201; isolectótipo BM, S, n.v.).
Ilustração: Bastos (2004), Gradstein & Costa (2003), Oliveira-e-Silva & Yano (2000a) e Reiner-
Drehwald (2000).
Gametófitos amarelo-esverdeados. Filídios contíguos a imbricados, obliquamente
estendidos; lobos ovalados a orbicular-ovalados; ápice arredondado a obtuso; células
arredondadas a hexagonais, marginais menores, trigônios grandes; lóbulos de tamanho variável,
inflados, ovalados, dente apical de 1 célula, papila hialina na base do dente; anfigastros
contíguos a imbricados, bífidos, ovalados, mais largos do que longos, ápice 1-2 células, base
levemente auriculada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Pinheiro
Machado, sobre tronco de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 159p.p. (HUCS27227); idem, Rua
Visconde de Pelotas, sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco
220p.p. (HUCS27300, SP379493); idem, Rua Garibaldi, sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-
2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 218p.p. (HUCS27298, SP379491); nas ruas arborizadas,
sobre tronco de Ligustrum, 26-IV-1983, O. Yano & J.R. Pirani 6937 (SP182012); Parque
Cinqüentenário, sobre troncos, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 236p.p. (HUCS27337,
SP379504); idem, sobre tronco de Sloanea, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 227p.p.
(HUCS27356, SP379881); idem, sobre tronco de Araucaria, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29058 (SP385436); Parque dos Macaquinhos, sobre tronco de Cinnamomum, beira da mata, 21-
I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 320 (HUCS27454, SP379756); idem, sobre tronco de
57
arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29218 (HUCS29577, SP385683); Bairro Exposição,
beira da rua, sobre tronco, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 322p.p. (HUCS27453,
SP379755); Universidade de Caxias do Sul, mata do Bloco F, sobre tronco de Tabebuia, 4-X-
2006, O. Yano & J. Bordin 29168 (SP385546); idem, Biolago, sobre rocha, 4-X-2006, O. Yano
& J. Bordin 29157 (HUCS29556, SP385535); idem, Mata do IB, barranco, no solo úmido, 4-X-
2006, O. Yano & J. Bordin 29149p.p. (HUCS29552, SP385527); idem, Biolago, sobre tronco de
Hovenia, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29137 (SP385515); Jardim Botânico de Caxias do Sul,
na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 458p.p.,
(HUCS27008, SP379918); idem, sobre tronco de arbusto, na beira do riacho, 6-X-2006, O. Yano
& J. Bordin 29244p.p., 29259p.p. (HUCS29591, SP385709; HUCS29603, SP385724).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RR,
RS (Bom Jesus; Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados; Canela, Floresta Nacional de Canela,
Parque as Sequóias; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracari; Rondinha, Parque Florestal
Estadual de Rondinha; São Francisco de Paula, Veraneio Hampel Hotel; São José dos Ausentes),
SC, SE e SP.
Comentários: reconhecida pela coloração verde-amarelada, pelo gametófito com filídios
obliquamente inseridos e pelos anfigastros muito grandes e orbiculares.
O lóbulo é muito variável e no material examinado, o dente apical do lóbulo e a papila
hialina são pouco visíveis.
É comum sobre troncos, rochas e solo, em florestas tropicais, matas, restingas, plantações
e parques, até 2400 m de altitude (Gradstein & Costa 2003), ocasionalmente sobre troncos caídos
em decomposição (Reiner-Drehwald 2000). Foi coletada sobre troncos e solo úmido, em ruas
arborizadas, parques, praças e beira de matas, associada com Archilejeunea parviflora (Nees)
Schiffn., Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck, Drepanolejeunea
araucariae Steph., Frullanoides densifolia Raddi, Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.)
Mont., Lejeunea setiloba Spruce, Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad.,
Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt., Metzgeria furcata (L.) Dumort., Microlejeunea
bullata (Taylor) Steph., Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. ex Broth. e Telaranea
nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe.
58
*Lejeunea glaucescens Gottsche in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 378. 1845.
Tipo: Brasil (hb. Nees, n.v.).
Figura 19
Gametófitos verde-claros, opacos. Filídios contíguos a distantes; lobos ovalados a
orbiculares; ápice arredondado a obtuso; células redondo-quadradas, levemente diferenciadas na
margem, grandes; trigônios inconspícuos; lóbulos variáveis, ovalados ou triangular-ovalados,
reduzidos ou inflados, dente apical curto, papila hialina proximal; anfigastros distantes, bífidos,
sub-orbiculares a ovalados.
Figura 19. Lejeunea glaucescens Gottsche a. aspecto geral do gametófito com perianto; b.
lobo e lóbulo do filídio; c. células do lobo do filídio; d. anfigastro; e. perianto (J. Bordin et al.
502p.p., SP383004).
59
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco, 3-X-1006, O. Yano & J. Bordin 29051p.p. (SP383812); Jardim Botânico de Caxias
do Sul, sobre troncos em decomposição, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 502p.p. (HUCS28095,
SP383004).
Distribuição no Brasil: AC, BA, CE, DF, ES, MS, MT, PE, PR, RJ, RR, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delicados, lobos dos filídios arredondados e lóbulo
com dente apical pouco visível.
A espécie é comum nos troncos de árvores em florestas tropicais, até 1100 m de altitude
(Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos de árvores e troncos em decomposição em parques e na mata,
associada com Lejeunea laetevirens Nees & Mont., Lophocolea muricata (Lehm.) Nees e
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt.
*Lejeunea laetevirens Nees & Mont. in Ramón de la Sagra, Hist. Phys. Bot. Plant. Cell. Cuba 9:
469. 1842.
Tipo: Cuba, in corticibus et lignis repentem, Auber s.n. (holótipo G; isótipo STR, W, n.v.).
Figura 20
Gametófitos verdes a amarelo-claros. Filídios distantes a contíguos; lobos ovalados; ápice
arredondado a obtuso; células hexagonais, trigônios pequenos; lóbulos variáveis, ovalados,
inflados, dente apical pequeno, 2-3 células ou 1 única célula globosa, papila hialina proximal;
anfigastros distantes, bífidos, arredondados ou trapezoidais, com dente lateral formado por uma
célula.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29051p.p. (SP383812); Universidade de Caxias do
Sul, na Mata do Museu, sobre tronco de Sloanea, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 190, 191p.p.
(HUCS27278, SP379484; HUCS27284, SP379489); idem, interior da Mata da Capela, sobre
tronco de Nectandra, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 176p.p. (HUCS27194, SP379700);
idem, Mata do Museu, sobre tronco, O. Yano & J. Bordin 29153p.p. (HUCS29554, SP385531);
Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre tronco, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini &
T. Ziembowicz 445p.p. (HUCS28042, SP382977); idem, orla da mata, sobre troncos, 12-IV-
2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 435a p.p. (HUCS28059, SP382988); idem, na mata,
60
sobre troncos, 12-IV-2005, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 455 (HUCS28057, SP382986);
idem, na mata de Pinus, sobre troncos, 12-IV-2005, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz
437p.p. (HUCS28149, SP383019); idem, O. Yano & J. Bordin 29191 (HUCS29542, SP385569).
Distribuição no Brasil: AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, FN, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE,
RJ, RR, SC, SE e SP.
Comentários: no material examinado, foram observadas grandes variações no lóbulo e
anfigastros, porém a espécie pode ser reconhecida pelos gametófitos delicados, verde-
amarelados a verde-claros, emaranhados, com filídios distantes, células diferenciadas na margem
do lobo e anfigastros trapezoidais, com dente lateral bem distinto.
Há muita variação nos anfigastros e nos lóbulos e conforme Reiner-Drehwald (2000),
quando o lóbulo é reduzido, com um dente de (1-)2 células, os anfigastros possuem margem
irregular, com dentes laterais grandes. Já os lóbulos desenvolvidos estão associados a anfigastros
com margem inteira.
Figura 20. Lejeunea laetevirens Nees & Mont. a. aspecto geral do gametófito, vista ventral; b.
células do lobo e lóbulo do filídio; c, d. anfigastros (O. Yano et al. 14306, SP229502).
61
Geralmente cresce sobre cascas de árvore, ramos e troncos podres e sobre rochas (Reiner-
Drehwald 2000). Também ocorre em florestas tropicais, matas, cerrado, restinga, plantações,
parques e árvores isoladas (Gradstein & Costa 2003). Bastos (2004) encontrou a espécie na zona
urbana de Salvador (Bahia), epifitando árvores de praças e avenidas.
Foi coletada sobre troncos em parques e na mata, associada com Lejeunea glaucescens
Gottsche, L. phyllobola Nees & Mont., Metzgeria fruticola Spruce, M. furcata (L.) Dumort.,
Radula tectiloba Steph. e Thuidium tomentosum Besch.
Lejeunea phyllobola Nees & Mont. in Ramón de la Sagra, Hist. Fis. Pol. Natur. Bot. Cuba 9:
471. 1842.
Tipo: Cuba, Ramón de la Sagra s.n. (lectótipo PC-Mont., designado por Reiner-Drehwald 2000
em Tropical Bryol. 19: 103; isolectótipo STR, MANCH, CC 21527, n.v.).
Ilustração: Bastos (2004) e Reiner-Drehwald (2000).
Gametófitos amarelados a verde-claros. Filídios distantes; lobos ovalados a
arredondados; ápice arredondado a obtuso; células ± hexagonais, marginais menores, trigônios
pequenos a médios; lóbulos variáveis, quando reduzidos ± retangulares, dente 1-2(-4) células e
quando desenvolvido, inflados, ovalados, dente 1 célula, papila hialina apical; anfigastros
distantes, bífidos, ovalados a orbiculares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29237 (HUCS29585, SP385702); idem, no
barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29241, 29242p.p. (HUCS29589, SP385706;
HUCS29590, 385707); Universidade de Caxias do Sul, interior da Mata da Capela, sobre tronco
de Nectandra, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 176p.p. (HUCS27194, SP379700); idem, na
mata, sobre tronco de Sloanea, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 174b p.p. (HUCS27293,
SP379872); idem, na mata, sobre tronco de Cupania vernalis, 22-XII-2005, J Bordin et al.
200p.p. (HUCS27286, SP379870); idem, na mata secundária, sobre troncos, 17-VII-2006,
E. Pasini 116p.p. (HUCS28893, SP383609); idem, Mata do Museu, sobre tronco, 4-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29153p.p. (HUCS29554, SP385531); Jardim Botânico de Caxias do Sul,
interior da mata, sobre troncos, 12-XII-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 448p.p.
(HUCS28045, SP382979); idem, sobre tronco podre, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29186
(HUCS29537, SP385564).
Distribuição no Brasil: AC, AL, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MS, MT, PA, RJ, RS (s.l.), SC e SP.
62
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delicados com filídios arredondados, lóbulos
inflados sem dente apical visível e anfigastros pequenos.
Cresce sobre cascas de árvores e, ocasionalmente, sobre troncos caídos e podres (Reiner-
Drehwald 2000). Também sobre rochas em florestas tropicais e restingas, até 250 m (Gradstein
& Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos e no solo em parques e na mata, associada com Frullania
glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont., Lejeunea laetevirens Nees & Mont., L. phyllobola Nees
& Mont., Metzgeria fruticola Spruce, Neckera scabridens Müll. Hal., N. villae-ricae Besch.,
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck, Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont.,
Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn., Radula nudicaulis Steph. e Sematophyllum galipense
(Müll. Hal.) Mitt.
*Lejeunea setiloba Spruce, Trans. & Proc. Bot. Soc. Edinburgh 15: 281. 1884.
Tipo: Brasil, Amazonas, Manaos juxta fl. Negro ostia, in cortice, R. Spruce s.n. (holótipo
MANCH, CC 16964; isótipo G 9369, n.v.).
Figura 21
Gametófitos esverdeados a amarelo-pálidos. Filídios contíguos a imbricados; lobos
ovalados; ápice arredondado a obtuso; células hexagonais a poligonais, trigônios pequenos a
médios; lóbulos variáveis, reduzidos com base retangular e dente filiforme de (2-)3-4(-6) células
de altura ou base triangular e dente de 1-3 células de altura, inclinado, papila hialina apical;
anfigastros distantes a contíguos, bífidos, ovais a arredondados, ápice 1-2 células.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco de Sloanea, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 227p.p. (HUCS27356,
SP379881); idem, sobre tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29052 (HUCS29471,
SP383813); Universidade de Caxias do Sul, na mata, sobre tronco de Sloanea, 3-XII-2005, J.
Bordin & L. Bordin 174p.p. (HUCS27193, SP379849); Jardim Botânico de Caxias do Sul,
interior da mata, sobre troncos, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 504p.p. (HUCS28146, SP383023).
Distribuição no Brasil: AM, CE, MS e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios arredondados, lóbulos reduzidos, dente apical longo,
inclinado, com papila hialina e anfigastros pequenos, distantes a contíguos.
63
Cresce sobre a base de troncos e raízes de árvores grandes, sobre troncos e ramos caídos,
em decomposição, sobre rochas e raramente sobre o solo (Reiner-Drehwald 2000), até 1100 m
de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coleada sobre troncos, em parques e na mata, associada com Lejeunea flava (Sw.)
Nees, Metzgeria furcata (L.) Dumort., Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck e Radula
nudicaulis Steph.
Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans, Torreya 7: 228. 1907.
Basiônimo: Lejeunia unciloba Lindenb. in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 311. 1845.
Tipo: Brasil (Vienna nº 6234, Lindenberg hb, n.v.).
Ilustração: Bastos (2004), Gradstein & Costa (2003) e Schuster (1980).
Gametófitos verdes a castanho-esverdeados, prostrados, ramificados. Filídios grandes,
imbricados; lobos oblongo-ovalados; ápice arredondado a obtuso, dobrado para o lado ventral;
margem inferior levemente arqueada para o lado ventral; células arredondadas com oleocorpos
Figura 21. Lejeunea setiloba Spruce. a. aspecto geral do gametófito com perianto, vista
ventral; b, c. lóbulo do filídio; d. células do lobo do filídio; e. anfigastro (O. Yano & J. Bordin
64
grandes, segmentados; trigônios pequenos; lóbulos grandes, inflados, oblongo-retangulares, 1
dente apical alongado; anfigastros imbricados, inteiros, orbiculares, grandes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Cinnamomum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 477p.p. (HUCS28479, SP383066);
Universidade de Caxias do Sul, Mata da Biblioteca, sobre tronco de Cabralea, 4-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29159, 29161 (SP385537; SP385539); Jardim Botânico de Caxias do Sul,
interior da mata, sobre troncos, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 268p.p.
(HUCS27386, SP379717).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, ES, MG, PA, PE, RJ, RS (Serra Gaúcha), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com lobos grandes, levemente falcados, com margem
inferior e ápice curvados para o lado ventral e pelos lóbulos grandes, oblongo-retangulares,
inflados, com dente apical alongado.
Difere de Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans pois esta apresenta
coloração mais amarelada, ápices e margens dos lobos visivelmente enroladas para o lado ventral
e lóbulo retangular, com dente apical inconspícuo.
Ocorre sobre troncos e raízes em florestas e matas, até 1300 m de altitude (Gradstein &
Costa 2003). Foi encontrada em floresta ombrófila, floresta estacional e cerrado, crescendo como
corticícola (Bastos & Yano 2006).
Foi coletada sobre troncos, na mata e áreas antropizadas, associada com Brachymenium
hornschuchianum Mart., Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda, Neckera villae-ricae
Besch. e Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis.
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans, Torreya 7: 229. 1907.
Basiônimo: Jungermannia xanthocarpa Lehm. & Lindenb. in Lehmann, Nov. Stirp. Pugillus 5:
8. 1833.
Tipo: Brasil, ad, Novum Friburgum, Beyrich s.n. (lectótipo S, designado por Grolle & Piippo
1990 em Ann. Bot. Fennici 27: 212; isolectótipo NY, STR, W, n.v.).
Ilustração: Bastos (2004), Gradstein & Costa (2003) e Schuster (1980).
Gametófitos verde-amarelados a castanhos, prostrados. Filídios grandes, imbricados;
lobos suborbiculares a oblongo-ovalados; ápice arredondado; margem inferior e ápice involutos
formando uma dobra ventral canalicular; células arredondadas; oleocorpos grandes,
65
segmentados; trigônios grandes; lóbulos inflados, retangulares, dente apical curto ou
inconspícuo; anfigastros imbricados, inteiros, suborbiculares a reniformes, grandes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29073 (HUCS29482, SP385451); Universidade de
Caxias do Sul, na Mata do Quiosque, sobre tronco de Castanea, 17-I-2006, J. Bordin &
E. Pasini 293p.p. (HUCS27431, SP379734); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata,
sobre troncos, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 276 (HUCS27411, SP379516).
Distribuição no Brasil: BA, CE, ES, GO, MG, PE, RJ, RS (Bom Jesus; Canela, Floresta Nacional
de Canela, Parque do Caracol; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracurí; Nova Petrópolis; Passo
Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo; São Francisco de Paula, Floresta Nacional de São
Francisco de Paula; São José dos Ausentes), SC e SP.
Comentários: reconhecida pela coloração amarelada a castanho, pelos lobos dos filídios com
margem fortemente enrolada para o lado ventral, formando uma dobra ventral canalicular, pelos
lóbulos grandes, retangulares, com dente apical curto ou inconspícuo e pelos trigônios grandes,
muito salientes.
Em grande parte do material examinado o dente apical do lóbulo era inconspícuo.
Difere de Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans pois esta apresenta tamanho
menor, coloração mais esverdeada, margens menos curvadas para o lado ventral e lóbulos
inflados, com dente apical alongado.
Geralmente é encontrada sobre troncos de árvores e arbustos isolados (Costa & Yano
1998). Também ocorre sobre rochas em florestas, matas, restingas e manguezal até 2500 m de
altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada em parques e no interior de matas, associada com Sematophyllum galipense
(Müll. Hal.) Mitt.
*Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn., Consp. Hepat. Archip. Ind.: 293. 1898.
Basiônimo: Lejeunea nigricans Lindenb. in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 316. 1845.
Tipo: Indonésia, Java (holótipo W; isótipo G, n.v.).
Figura 22
Gametófitos verde-escuros a pardos, prostrados. Filídios contíguos a imbricados; lobos
oblongo-ovalado; ápice agudo-apiculado, às vezes curvado para o lado ventral; células
66
hexagonais a arredondadas, trigônios pequenos; lóbulos ovóide-oblongos, reduzidos, dente
apical curto; anfigastros inteiros, ovalados a suborbiculares, pequenos, distantes; ápice
arredondado.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 158p.p. (HUCS27163, SP379697).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pela coloração verde-escura com partes enegrecidas, pelos filídios
com ápice agudo-apiculado e pelos anfigastros distantes, pequenos e arredondados.
Foi encontrada em floresta ombrófila, crescendo como corticícola e epixícola (Bastos &
Yano 2006). Também ocorre sobre rochas em florestas, até 1000 m de altitude (Gradstein &
Costa 2003).
Foi coletada em área antropizada, sobre tronco, associada com Brachymenium
hornschuchianum Mart. e Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck.
Figura 22. Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn. a. aspecto geral do gametófito com
perianto, vista ventral; b. lobo do filídio; c. lóbulo do filídio; d. células do lobo do filídio (O.
Yano 1370, SP134012).
67
*Microlejeunea bullata (Taylor) Steph., Hedwigia 29: 90. 1890.
Basiônimo: Lejeunea bullata Taylor, London J. Bot. 5: 398. 1846.
Tipo: Lesser Antilles, St. Vincent, on bark, Guildiing s.n. (holótipo G ex hb. Lindenberg 6718,
n.v.).
Figura 23
Gametófitos verde-claros, ramificados. Filídios contíguos a imbricados; lobos ovalado-
orbiculares; ápice arredondado; células hexagonais, oleocorpos ovóides a fusiformes, 1 por
célula; lóbulos grandes, inflados, cobrindo mais de ½ do lobo, dente apical alongado, curvo;
anfigastros distantes, bífidos, ovalados a oblongos, pequenos.
Figura 23. Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. a. aspecto geral do gametófito, vista ventral;
b. aspecto geral do gametófito, vista dorsal; c. células do lobo e lóbulo do filídio; d. lobo em
vista dorsal mostrando ocelo; e. anfigastro (O. Yano & J. Bordin 29160, SP385538).
68
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, Mata da Biblioteca, sobre troncos, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29160 (SP385538);
Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre tronco de Schinus, 18-IV-2006, J. Bordin et al.
494p.p. (HUCS28022, SP379927); Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre tronco de arbusto na
beira do riacho, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29244p.p. 29259p.p. (HUCS29591, SP385709;
HUCS29603, SP385724).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, CE, DF, ES, MG, MS, MT, PE, PR, RJ, RR, SC, SE e SP.
Comentários: reconhecida pelo tamanho muito pequeno do gametófito, pelos filídios distantes,
arredondados, com lóbulos grandes, cobrindo mais de ½ do lobo.
Difere de Microlejeunea globosa (Spruce) Steph. pois esta apresenta filídios com lóbulos
menores que cobrem ½ do lobo e oleocorpos grandes, esféricos.
É comum sobre cascas de árvores, em florestas temperadas, matas e restingas, até 2400 m
de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos na mata úmida, associada com Drepanolejeunea araucariae
Steph., Lejeunea flava (Sw.) Nees e Metzgeria herminieri Schiffn.
*Microlejeunea globosa (Spruce) Steph., Spec. Hepat. 5: 821. 1915.
Basiônimo: Lejeunea globosa Spruce, Bull. Soc. Bot. France 36 (suppl.): 193. 1889.
Tipo: Paraguai, ad Guarapi.
Figura 24
Gametófitos verde-claros, ramificados. Filídios distantes, estendidos; lobos ovalados a
cordados; ápice arredondado a obtuso; células rombo-hexagonais, marginais menores, trigônios
inconspícuos, oleocorpos esféricos ou alargados, 1 por célula; lóbulos geralmente reduzidos,
retangulares, cobrindo menos ou até ½ do lobo, com um dente de 1-2(-3) células de altura;
anfigastros distantes, bífidos, oblongos, pequenos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 474p.p. (HUCS28481, SP383067); Parque dos
Macaquinhos, sobre tronco de arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29217 (SP385682); idem,
sobre tronco de Lauraceae, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29220p.p. (HUCS29578, SP385685).
Distribuição no Brasil: ES, PA, SC, SE e SP.
69
Comentários: reconhecida pelo tamanho pequeno do gametófito, pelos filídios com lobos
arredondados e lóbulos reduzidos que cobrem menos ou até ½ do lobo.
Difere de Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. pelos filídios com ápices dos lobos
arredondados e lóbulos maiores, cobrindo grande parte dos lobos.
Ocorre sobre troncos de árvores, em florestas tropicais e restingas, até 1000 m de altitude
(Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos, em parques e ruas urbanizadas, associada com Chonecolea
doellingeri (Nees) Grolle, Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. e Frullania ericoides
(Nees) Mont.
Figura 24. Microlejeunea globosa (Spruce) Steph. a. aspecto geral do gametófito com perianto,
vista ventral; b. células do lobo e lóbulo do filídio; c, d. anfigastros (C. Giancotti 575,
70
Lepidoziaceae
Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe, Bull. Torrey Bot. Club 29: 284. 1902.
Basiônimo: Cephalozia nematodes Gottsche ex Austin, Bull. Torrey Bot. Club 6: 302. 1879.
Tipo: Cuba, Wright s.n. (lectótipo MANCH 20348a, designado por Grolle 1975 em J. Bryol. 8:
490; isolectótipo G 14793, NY, DUCKE, n.v.).
Ilustração: Fulford (1966, como Telaranea sejuncta (Ångstr.) Arnott), Gradstein & Costa (2003),
Oliveira-e-Silva & Yano (2000a).
Gametófitos verde-claros, delgados, ramificados. Filídios distantes, filiformes, divididos
em 2-4 filamentos uniseriados, 1 célula de larg., 2 células longas na base, 3-6 células de compr.;
anfigastros variáveis, bífidos ou trífidos, pequenos, 1-2 células de compr.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, no barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29145p.p. (HUCS29549, SP385523); idem,
Mata do IB, barranco, no solo, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29149p.p. (HUCS29552,
SP385527); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, no solo, 18-IV-2006, J. Bordin
et al. 497p.p. (HUCS28099).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, RJ, RR, RS (Gramado;
Guaíba), SC, SE e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delgados com filídios filiformes, longos, com duas
células alongadas na base e anfigastros pequenos, bífidos ou trífidos, menores do que os filídios.
Geralmente encontrada sobre solo humoso no interior da mata ou na base dos troncos de
árvores e arbustos (Costa & Yano 1998), também sobre rochas em ambientes sombreados e
úmidos, nas florestas tropicais e planícies até 2400 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi encontrada no interior da mata, sobre o solo, associada com Lejeunea flava (Sw.)
Nees, Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm e Pallavicinia lyellii (Hook.)
S. Gray.
Marchantiaceae
1. Gametófitos sem poros respiratórios; secção transversal com células hialinas em feixe ventral,
menores do que as células corticais; receptáculos com cerdas nos bordos........Dumortiera hirsuta
1. Gametófitos com poros respiratórios; secção transversal com células em uma única camada;
receptáculo com bordos lisos. .........................................................................Marchantia papillata
71
Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees in Martius, Flora Brasil. enum. plant. 1(1): 307. 1833.
Basiônimo: Marchantia hirsuta Sw., Nova Gen. Spec. Plant. Prodr.: 145. 1789.
Tipo: Jamaica, Swartz s.n. (holótipo S; isótipo MW, UPS, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Hässel de Menéndez (1962).
Gametófitos talosos, verde-escuros, não ramificados ou com 1-2 dicotomias; margem
inteira. Talo sem poros respiratórios, com ou sem rizóides marginais; face ventral com
numerosos rizóides esbranquiçados partindo da nervura; escamas ventrais reduzidas; secção
transversal com células hialinas em feixe ventral, menores do que as células corticais.
Receptáculos pedunculados, com cerdas nos bordos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre rochas e solo, 17-VII-2006, M. Sartori 115 (HUCS28894, SP383610); idem,
na mata, perto da cachoeira do IB, sobre rocha, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29141
(HUCS29546, SP385519); idem, Mata do IB, barranco, solo, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29143 (HUCS29547, SP385521); Jardim Botânico de Caxias do Sul, beira do riacho, barranco,
4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29190p.p. (HUCS29541, SP385568).
Distribuição no Brasil: AC, AM, DF, ES, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, RS (Bom Jesus; Cambará
do Sul; Caxias do Sul; Gramado; Gravataí; Ivoti; Jaguari; Montenegro; Novo Hamburgo,
Cascata São Miguel; Rio Grande; Porto Alegre; Santa Maria; São Francisco de Paula; São
Leopoldo; Tenente Portela; Vacaria; Viamão, Parque Saint Hilaire), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos grandes, verde-escuros, bem aderidos ao substrato
por inúmeros rizóides esbranquiçados que partem da nervura e chegam até a margem e pela
ausência de poros.
Diferencia-se de Marchantia papillata Raddi, pois esta apresenta talo menor e mais
estreito, presença de poros, menor quantidade de rizóides e escamas avermelhadas com
apêndices na superfície ventral.
Cresce sobre rochas ou solo úmido, formando placas (Costa & Yano 1988), também perto
de cachoeiras, cavernas e em florestas tropicais montanhosas antropizadas ou não, de 150 até
3500 m de altitude, mais comum abaixo de 2000 m de altitude (Bischler-Causse et al. 2005).
Foi encontrada na mata sobre rochas e solo, sempre em locais úmidos e sombreados,
associada com Plagiomnium rhynchophorum (Hook.) T.J. Kop.
72
Marchantia papillata Raddi, Critt. Brasil.: 20. 1822.
Tipo: Brasil, G. Raddi s.n.
Ilustração: Costa & Yano (1988) e Hässel de Menéndez (1962).
Gametófitos talosos, verde-escuros, coriáceos, purpúreos na superfície ventral,
ramificados dicotomicamente; margem sinuosa. Talo com poros formados por 5-6 anéis de
células alargadas de paredes espessas (2-3 anéis visíveis na face dorsal); face ventral com
rizóides hialinos e escamas avermelhadas, imbricadas sobre a nervura; secção transversal com
células em uma única camada. Receptáculos pedunculados, bordos lisos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro de Lourdes, sobre
muro de tijolos, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 475 (HUCS28201); Jardim Botânico de
Caxias do Sul, beira do riacho, no barranco, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 277
(HUCS27409, SP379514).
Distribuição no Brasil: AM, MG, MS, MT, PR, RJ, RS (Cerro Largo; Lavras do Sul; Novo
Hamburgo; Santa Cruz; Viamão), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos vários receptáculos radiados distribuídos sobre o talo e pelas
escamas avermelhadas, com apêndices na superfície ventral.
Difere de Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees, pois esta apresenta gametófitos grandes, verde-
escuros, bem aderidos ao substrato por inúmeros rizóides esbranquiçados que partem da nervura
e chegam até a margem e pela ausência de poros.
Cresce sobre paredão úmido ou nas margens de rios encachoeirados (Costa & Yano
1988), normalmente em locais pouco elevados (até 500 m de altitude), mas já coletada em
altitudes superiores a 1200 m de altitude, na Argentina (Bischler-Causse et al. 2005).
Foi coletada em áreas fortemente antropizadas e em borda de mata, sempre onde há muita
umidade.
Metzgeriaceae
1. Costa em secção transversal com 2 fileiras de células epidérmicas na superfície dorsal. .......... 2
1. Costa em secção transversal com 3-4 fileiras de células epidérmicas na superfície dorsal........ 6
2. Ramificações dicotômicas regulares ou irregulares; 1-2 rizóides por célula na margem e
superfície ventral da costa, ausentes na lâmina...................................................................... 3
73
2. Ramificações dicotômicas irregulares; 1 ou 2-3 rizóides por célula na margem e
superfície ventral da costa e lâmina. ...................................................................................... 5
3. Costa em secção transversal com 2 fileiras de células epidérmicas na superfície ventral;
ramificações dicotômicas irregulares.....................................................................Metzeria albinea
3. Costa em secção transversal com 2 ou mais fileiras de células epidérmicas na superfície
ventral; ramificações dicotômicas regulares ................................................................................... 4
4. Costa em secção transversal com (2-)3-4(-6) células epidérmicas na superfície ventral;
rizóides curtos, eretos; ápice do talo obtuso; papilas mucilaginíferas presentes .....................
.................................................................................................................Metzgeria conjugata
4. Costa em secção transversal com 3-4 fileiras de células epidérmicas na superfície
ventral; rizóides longos; ápice do talo truncado; papilas mucilaginíferas ausentes.................
................................................................................................................Metzgeria herminieri
5. Costa em secção transversal com 3-4 fileiras de células epidérmicas na superfície ventral;
gemas marginais em grande quantidade; rizóides longos.................................... Metzgeria furcata
5. Costa em secção transversal com 2 fileiras de células epidérmicas ventrais; gemas marginais
escassas; rizóides curtos ou longos ....................................................................Metzgeria uncigera
6. Gemas arredondadas, abundantes na superfície ventral do talo.........Metzgeria dichotoma
6. Gemas liguladas, elípticas ou arredondadas, pouco freqüentes na margem ou superfície
ventral do talo.........................................................................................................................7
7. Costa em secção transversal com 4-5 fileiras de células na superfície ventral.............................
............................................................................................................................ Metzgeria fruticola
7. Costa em secção transversal com 5-6 fileiras de células na superfície ventral.............................
................................................................................................................... Metzgeria psilocraspeda
Metzgeria albinea Spruce, Bull. Soc. Bot. France 36 (suppl.): 201. 1890.
Tipo: Brasil, prope Rio de Janeiro, Glaziou 7378 (holótipo MANCH, n.v.).
Ilustração: Costa (1999).
Gametófitos talosos, verde-claros a amarelados; ramificações dicotômicas irregulares;
ápice truncado, papilas mucilaginíferas presentes; costa levemente arqueada em ambos os lados,
secção transversal com 2 fileiras de células epidérmicas na superfície dorsal e ventral, células
medulares pequenas, 12-16, em 4 camadas; gemas marginais liguladas; rizóides eretos, curtos ou
longos, esparsos, 1 por célula na margem e superfície ventral da costa. Dióica. Gametófito
feminino com invólucro arredondado, hirsuto; rizóides eretos em toda a margem.
74
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, caminho para o IB, sobre troncos, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 305 (HUCS27434,
SP379737).
Distribuição no Brasil: AC, BA, CE, DF, ES, MG, PE, PR, RJ, RS (Bom Jesus; Cambará do Sul,
Itaimbezinho, Parque Nacional dos Aparados da Serra; Caxias do Sul, Vila Oliva; Esmeralda;
Gramado; São Francisco de Paula; São Leopoldo, Fazenda São Borja; Viamão), SC e SP.
Comentários: reconhecida pela secção transversal da costa com 2 fileiras de células epidérmicas
na superfície ventral e 2 na superfície dorsal; 12-16 células medulares, normalmente em 4
camadas
Conforme Costa (1999), o talo é uniformemente hirsuto, com 2 rizóides por célula na
margem, a medula apresenta 12-23 céulas, em 3-4(-5) camadas e não há papila mucilaginífera no
ápice. Hell (1969), observou gametófitos masculinos sem rizóides e femininos com poucos
rizóides nos bordos. O material examinado está de acordo com a descrição de Hell (1969),
indicando que pode haver variação morfológica na espécie.
Cresce sobre troncos, ramos e folhas de árvores ou arbustos vivos ou em decomposição,
paredões rochosos, até ca. 1800 m de altitude (Costa 1999).
Foi coletada sobre troncos, na mata.
Metzgeria conjugata Lindb., Acta Soc. Sci. Fenn. 10: 495. 1875.
Tipo: Irlanda, Hibernia, Killarney, Glena ad cort. Arb. Velusti, 22-VII-1973, S.O. Lindberg s.n.
(síntipo H-SOL 260020, n.v.).
Ilustração: Costa (1999) e Alvarenga et al. (2007).
Gametófitos talosos, verde-claros a verde-amarelados; ramificações dicotômicas
regulares; ápice obtuso, papilas mucilaginíferas presentes; costa arqueada para o lado ventral,
secção transversal com 2 fileiras de células epidérmicas na superfície dorsal e (2-)3-4(-6) na
superfície ventral; células medulares de (10-)13-24, em 3-4 camadas; gemas marginais raras,
liguladas a elípticas; rizóides curtos, eretos, 1-2 por célula na margem e superfície ventral da
costa. Monóica. Gametófito feminino com invólucro arredondado, hirsuto; rizóides eretos em
toda a margem.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro Exposição, Rua
Santos Dumont, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 312p.p. (HUCS27450,
SP379752); Parque dos Macaquinhos, interior da mata, sobre troncos, 21-I-2006, J. Bordin,
75
S. Grando & R. Cardoso 316 (HUCS27455, SP379757); Jardim Botânico de Caxias do Sul,
interior da mata, sobre tronco de Zanthoxyllum, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori
268p.p. (HUCS27385, SP379716).
Distribuição no Brasil: CE, ES, GO, MG, PR, RJ, RS (Esmeralda; São Francisco de Paula, Serra
do Faxinal; Santa Cruz, Parque da Gruta; Taquari, Morro da Toca Ventosa; Tenente Portela,
Parque Florestal Estadual do Turvo; Viamão, Parque Saint Hilaire) e SP.
Comentários: reconhecida pela secção transversal da costa com 2 fileiras de células epidérmicas
na superfície dorsal e, geralmente, 3-4 fileiras na superfície ventral, com medula de 13-24
células, em 3-4 camadas.
No material examinado os rizóides na margem eram escassos, ocasionalmente em pares,
mas nunca em grupos de 3, estando de acordo com as observações de Schuster (1992), mas
diferindo da descrição de Costa (1999), na qual a espécie apresenta 2 rizóides por célula,
misturados com 1 ou grupos de 3 rizóides, raramente apresentando regiões sem rizóides.
Possui semelhança com Metzgeria furcata (L.) Dumort., mas esta apresenta menor
tamanho, secção da costa com células menores e bem orientadas, rizóides simples e muitas
gemas na margem.
Cresce sobre tronco de árvores vivas, eventualmente sobre tronco em decomposição ou
superfície rochosa, na mata atlânica, mata de galeria, matas secundárias e formações campestres,
até 2000 m de altitude (Costa 1999).
A espécie não suporta dissecação prolongada, sendo mais facilmente encontrada em
locais úmidos e sombreadas (Schuster 1992).
Foi coletada sobre troncos, em ruas arborizadas e parques, associada com Brachymenium
hornschuchianum Mart.
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 504. 1844.
Basiônimo: Jungermannia dichotoma Sw., Prodr. Fl. Indiae Occidentalis: 145. 1788.
Tipo; Jamaica, s.d., Swartz s.n. (holótipo W, n.v.).
Ilustração: Costa (1999) e Costa & Yano (1988).
Gametófitos talosos, verde-escuros a verde-amarelados; ramificações dicotômicas
irregulares; ápice truncado, papilas mucilaginíferas presentes; costa arqueada para ambos os
lados, em secção transversal com 3-4 fileiras de células epidérmicas dorsais e (4-)5-6(-7)
ventrais; células medulares grandes, (12-)16-30, em 4-6 camadas; gemas abundantes,
76
arredondadas, originadas na superfície dorsal do talo; rizóides curtos, falcados, numerosos na
superfície ventral da costa, lâmina e margem, 1-2(-3) por célula. Dióica. Gametófito feminino
com invólucro arredondado, hirsuto; rizóides delgados na margem.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 480 (HUCS28202, SP383056); Universidade de
Caxias do Sul, estacionamento, sobre tronco de Cupressus, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 289
(HUCS27429, SP379732); idem, sobre troncos, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin
355p.p. (HUCS27489); idem, Bloco F, sobre tronco de Myrsine, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29169 (HUCS29560, SP385547).
Distribuição no Brasil: DF, GO, MG, PB, PE, RJ, RS (Bom Jesus, Serra da Rocinha; Excolônia
Santo Ângelo (atual município de Agudo); Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Rio
Grande; São Francisco de Paula), SC e SP.
Comentários: reconhecida pela coloração escura, gametófitos emaranhados, com ramificações
dicotômicas curtas, secção transversal da costa com 3-4 fileiras de células epidérmicas dorsais e,
geralmente, 5-6 ventrais e pelas células medulares grandes e numerosas 16-30, em 4-6 camadas.
Cresce sobre troncos de árvores, rochas ou madeira em decomposição (Hell 1969), até
1600 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos, em áreas degradadas, associada com Brachymenium
hornschuchianum Mart., Neckera scabridens Müll. Hal e Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn.
Metzgeria fruticola Spruce, Trans. & Proc. Bot. Soc. Edinburgh 15: 554. 1885.
Tipo: Equador, Andes Quitenses in Monte Tunguragua, R. Spruce s.n. (holótipo MANCH;
isótipo NY, n.v.).
Ilustração: Costa (1999).
Gametófitos talosos, verdes-claros a amarelo-esverdeados; ramificações dicotômicas
irregulares; ápice truncado, papilas mucilaginíferas presentes; costa arqueada para o lado ventral,
secção transversal com 3 fileiras de células epidérmicas dorsais, 4-5 ventrais; medula 14-22
células, 4-5 camadas; gemas pouco freqüentes, arredondadas, liguladas na margem; rizóides
falcados, longos ou curtos, na margem, superfície ventral da costa e lâmina, 2-3 por célula.
Dióicas. Gametófito feminino com invólucro arredondado, hirsuto.
77
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, nas ruas
arborizadas, sobre tronco de Ligustrum, 26-IV-1983, O. Yano & J.R. Pirani 6933 (SP182008);
Universidade de Caxias do Sul, na Mata em frente ao MUCS, sobre tronco de Sloanea, 22-XII-
2005, J. Bordin et al. 191p.p. (HUCS27284, SP379489); idem, na mata, sobre tronco de Cupania
vernalis, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 200p.p. (HUCS27286, SP379870); idem, Mata do IB,
sobre tronco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29138 (HUCS29535, SP385516); Jardim Botânico
de Caxias do Sul, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz
441p.p. (HUCS28005, SP379916).
Distribuição no Brasil: PR, RJ, RS (Canela; São Francisco de Paula), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos verde-amarelados, delgados, longos, costa
fortemente arqueada para o lado ventral, com 3 fileiras de células epidérmicas dorsais, 4-5
ventrais, medula com 14-22 células e margem densamente hirsuta.
As gemas na margem são abundantes, diferindo da descrição de Costa (1999) onde as
gemas eram pouco freqüentes. As células da medula foram observadas em menor número,
diferindo de Costa (1999), onde foram observadas 22-58 células. Não foram observados rizóides
na superfície ventral da lâmina.
A espécie ocorre sobre troncos de árvores vivas, de 800 até 1100 m de altitude (Gradstein
& Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos, na mata e ruas arborizadas associada com Lejeunea
laetevirens Nees & Mont., L. phyllobola Nees & Mont., Neckera villae-ricae Besch.,
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck, Radula nudicaulis Steph. e R. tectiloba Steph. e
Schlotheimia jamesonii (W.-Arnott) Brid.
Metzgeria furcata (L.) Dumort., Recueil d’Obs. Jungerm.: 26. 1835.
Basiônimo: Jungermannia furcata L., Spec. Plant. 2: 1136. 1753.
Tipo: Europa, s.c., s.d. (lectótipo AC; epitipo OXF; isoepitipo H-SOL, designado por Grolle &
So 2002 em Cryptogamie, Bryol. 23(2): 119, n.v.).
Ilustração: Costa (1999) e Costa & Yano (1988).
Gametófitos talosos, verde-claros a amarelados; ramificações dicotômicas irregulares,
próximas umas das outras; ápice obtuso, papilas mucilaginíferas presentes; costa arqueada para o
lado ventral, em secção transversal com 2 fileiras de células epidérmicas dorsais, 3-4 fileiras
78
ventrais; medula 16-17 em 4 camadas orientadas; gemas marginais elípticas a liguladas, muito
freqüentes; rizóides eretos, longos, 1 por célula na margem, superfície ventral da costa e lâmina.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Garibaldi, 27-
XII-2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 218p.p. (HUCS27298, SP379491); Parque
Cinqüentenário, sobre tronco de Leguminosae, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 231p.p.
(HUCS27336, SP379503); idem, sobre tronco de Cinnamomum, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29056 (HUCS29473, SP383817); Parque dos Macaquinhos, sobre tronco de arbusto, 6-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29226 (SP385691); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre
troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 445p.p. (HUCS28042, SP382977);
idem, sobre troncos, 18-V-2006, E. Pasini 67, (HUCS28110, SP383016); idem, interior da mata,
sobre troncos, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 504p.p., (HUCS28146, SP383023); idem, sobre
tronco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29079, 29179, 29258 (HUCS29487, SP385457;
HUCS29494, SP385557; HUCS29602, SP385723).
Distribuição no Brasil: AC, BA, GO, MG, PE, PR, RJ, RS (Nonoai, Parque Florestal Estadual de
Nonoai; Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo; Porto Alegre, Morro da Polícia; Santo
Ângelo; Viamão, Praia do Tigre, Parque Saint Hilaire), SC e SP.
Comentários: reconhecida pela secção transversal da costa, com 16-17 células na medula, em 4
camadas bem orientadas.
Conforme Schuster (1992) o número de células da medula é, usualmente, 9-10, porém no
material examinado foi observado um número maior, entre 16-17 células.
Assemelha-se com Metzgeria conjugata Lindb., porém esta apresenta talos maiores,
secção transversal da costa com maior número de células, rizóides marginais em pares e gemas
raras na margem do talo.
Cresce sobre troncos, ramos e folhas de árvores vivas, ocasionalmente sobre bambu, cipó,
palmeira ou solo, até 1500 m de altitude (Costa 1999).
Foi coletada sobre troncos de árvores e arbustos, nas ruas arborizadas, parques e na mata,
associada com Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck, Lejeunea flava
(Sw.) Nees, L. laetevirens Nees & Mont., L. setiloba Spruce e Sematophyllum subpinnatum
(Brid.) E. Britton.
79
Metzgeria herminieri Schiffn., Österr. Bot. Zeitschr. 61: 261. 1911.
Tipo: Guadalupe, s.d. l’Herminier s.n., s.d., ex hb. Schiffner (holótipo FH, n.v.).
Ilustração: Costa (1999).
Gametófitos talosos, verde-claros a verde-amarelados; ramificações dicotômicas
regulares; ápice truncado, sem papilas mucilaginíferas; costa arqueada, 2 fileiras de células
epidérmicas na superfície dorsal, 2-3(-4) na superfície ventral; medula com 10-14 células em 3-4
camadas; gemas pouco freqüentes, arredondadas a elípticas na margem; rizóides falcados, curtos
a longos na margem e superfície ventral da costa, 1-2 por célula. Dióica. Gametófito feminino
com invólucro obovado, hirsuto.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco de Sebastiania, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29061 (HUCS29476, SP385439);
Universidade de Caxias do Sul, atrás da quadra de tênis, sobre troncos, 4-X-2006, O. Yano &
J. Bordin 29134 (SP385512); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre tronco
de Schinus, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 494p.p. (HUCS28022, SP379927).
Distribuição no Brasil: BA, ES, PR, RJ, RS (Esmeralda; Santa Cruz, Parque da Gruta; Santa
Maria; São Francisco de Paula, Reserva do IBDF), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito delgado, verde-amarelado e pela secção transversal da
costsa, mostrando 2 fileiras de células epidérmicas dorsais e, normalmente, 2-3 ventrais.
O material examinado apresenta diversas gemas discóides a elípticas na margem e não
apresenta rizóides na superfície ventral da lâmina, diferindo da descrição de Costa (1999), que
observou material com rizóides na superfície ventral da lâmina e as gemas raramente foram
observadas. As células medulares aparecem em número de 10-14, diferindo de Costa (1999) que
observou (5-)13-14(-23) células.
Cresce sobre tronco de árvores vivas, solo ou superfície rochosa úmida, ocorrendo desde
o nível do mar até ca 2000 m de altitude (Costa 1999).
Foi coletada sobre troncos, em parques e na mata, associada com Microlejeunea bullata
(Taylor) Steph.
80
*Metzgeria psilocraspeda Schiffn. in Schiffner & Arn., Österr. Akad. Wiss. Math.–Naturwiss.
Kl. Denkschr. 111: 25. 1964.
Tipo: Brasil, São Paulo, prope Pirituba, non Taipas, prope São Paulo, 750m, 8-II-1901, Schiffner
1764 (holótipo W 780, n.v.).
Figura 25
Gametófitos talosos, verde-amarelados a castanhos; atenuados com ramificações
dicotômicas irregulares, curtas; ápice truncado, papilas mucilaginíferas presentes; costa
levemente arqueada para o lado ventral, secção transversal com 3-4 fileiras de células
epidérmicas dorsais; 5-6 ventrais; medula 15-22 células grandes, 3-4 camadas; gemas originadas
na superfície dorsal do talo, liguladas a elípticas; rizóides eretos a levemente falcados, longos, na
superfície ventral da costa, lâmina e margem, 1 por célula. Dióica. Gametófito feminino com
invólucro arredondado, densamente hirsuto.
Figura 25. Metzgeria psilocraspeda Schiffn. a. aspecto geral do gametófito, vista ventral;
b
.
secção transversal do talo; c. rizóides da margem do talo (J. Bordin et al. 198 , SP379706).
81
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na Mata em frente ao MUCS, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 198
(HUCS27289, SP379706); Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre tronco de arbusto na beira
do riacho, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29253 (SP385718).
Distribuição no Brasil: ES, MG, PR, RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos grandes, verde-amarelados a castanhos, margem
curvada para o lado ventral, região dorsal da lâmina e costa densamente hirsutas, secção
transversal da costa com 3-4 fileiras de células epidérmicas dorsais, 5-6 ventrais e medula com
15-22 células grandes.
Cresce sobre troncos de árvores vivas, raramente sobre superfície rochosa, até ca. 2000 m
de altitude, predominando na mata atlântica, podendo eventualmente ser encontrada em áreas
urbanas (Costa 1999).
Foi coletada sobre troncos, na mata úmida.
*Metzgeria uncigera A. Evans, Ann. Bot. 24: 276. 1910.
Tipo: Porto Rico, Monte Morales, próximo a Utuado, on tree trunk, 19-III-1906, M.A. Howe
1128 (holótipo YU; isótipo NY e MICH, n.v.).
Figura 26
Gametófitos verde-amarelados a verde-claros; planos, com ramificações dicotômicas
irregulares; ápice obtuso, papilas mucilaginíferas presentes; costa levemente arqueada para o
lado ventral, secção transversal com 2 fileiras de células epidérmicas ventrais e dorsais; medula
com 10-12 células em 3-4 camadas; gemas marginais escassas, liguladas a elípticas; rizóides
curtos ou longos, na superfície ventral da costa, lâmina e margem, esparsos, 1 por célula. Dióica.
Gametófito feminino com invólucro arredondado, hirsuto.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Ligustrum, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29221 (SP385686).
Distribuição no Brasil: ES, MG, PE, PR, RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pela secção transversal da costa com 2 fileiras de células epidérmicas
ventrais e dorsais e pelas células medulares em pequena quantidade, variando entre 10-12.
82
Foram observadas papilas mucilaginíferas nos ápices dos ramos e as gemas marginais
eram escassas, diferindo da descrição de Costa (1999) onde as gemas marginais eram freqüentes
e não havia papilas mucilaginíferas.
É encontrada sobre troncos e folhas de árvores vivas, como epífila facultativa, entre 500 e
1200 m de altitude (Costa 1999), em regiões de alta umidade (Schuster 1992). Foi coletada em
parque, em área antropizada.
Pallaviciniaceae
1. Margem bordeada com 1-2 fileiras de células estreitas; gametófitos não ramificados ou com
uma bifurcação; arquegônios rodeados por um anel de escamas formando um invólucro em
forma de copo...................................................................................................... Pallavicinia lyellii
1. Margem não bordeada; gametófitos ramificados, 1-3 bifurcações; arquegônios rodeados por
uma escama laciniada não formando anel em forma de copo.........................Symphyogyna aspera
Figura 26. Metzgeria uncigera A. Evans. a. aspecto geral do gametófito, vista ventral;
b
. secção
transversal do talo; c. rizóides da margem do talo (O. Yano & J. Bordin 29221, SP385686).
83
Pallavicinia lyellii (Hook.) S. Gray, Nat. Arr. Brit. Plant. 1: 685. 1821.
Basiônimo: Jungermannia lyellii Hook., Brit. Jungerm.: 77. 1816.
Tipo: British Isles, Grã Bretanha, Hampshire, New Forest, Cadnam Bog, 6-V-1812, Lyell s.n.
(lectótipo BM, designado por Grolle & Piippo 1986 em Acta Bot. Fennica 133: 60-61, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Hell (1969).
Gametófitos talosos, verde-claros a verde-alaranjados, prostrados, não ramificados ou
com uma bifurcação; ondulados; margem inteira ou com dentes de 1-3 células de compr.,
bordeada com 1-2 fileiras de células grandes, mais longas e mais estreitas do que as células da
lâmina; oleocorpos esféricos e fusiformes; secção da nervura com um feixe único de células
prosenquimáticas; rizóides abundantes, marrons. Dióica. Gametófitos femininos com
arquegônios dispostos na face dorsal ao longo da nervura, rodeados por um anel de escamas que
formam um invólucro em forma de copo. Gametófitos masculinos com anterídios cobertos por
uma escama denteada, dispostos em ambos os lados da nervura, distantes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, no barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29145p.p. (HUCS29549, SP385523).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, DF, MS, MT, PA, RJ, RS (São Francisco de Paula), SC e
SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito verde-claro, delgado, com poucas ou sem
ramificações, pela secção transversal do gametófito com um único feixe de células
prosenquimatosas, além da margem bordeada com 1-2 fileiras de células diferenciadas, grandes e
alongadas.
Difere de Symphyogyna aspera Steph., pois esta apresenta secção transversal do talo com
2 feixes de células prosentimáticas na base e uniformidade das células do talo, não apresentando
margem bordeada com células diferenciadas.
Cresce sobre solo úmido ou madeira em decomposição, isoladas ou formando pequenas
placas (Hell 1969). Também ocorre em rochas, base de troncos e florestas não muito degradadas
(Gradstein & Costa 2003). Foi coletada na mata, em barranco, associada com Telaranea
nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe.
84
Symphyogyna aspera Steph. in McCormick, Bot. Gaz. 58: 403. 1914.
Tipo: México, Xalapa & Texolo, W.I.G. Land & Charles R. Barnes s.n. (holótipo G 9897;
isótipo Y, n.v.).
Ilustração: Hell (1969) e Oliveira-e-Silva & Yano (2000a).
Gametófitos talosos, verde-claros, ondulados, prostrados com parte ascendente,
ramificados, 1-3 bifurcações distanciadas; ondulados, retos ou sinuosos; margem inteira, não
bordeada; células isodiamétricas, curto-retangulares; oleocorpos abundantes, esféricos ou
fusiformes; secção transversal da nervura com um feixe de células prosenquimáticas no ápice e
dois na base; rizóides incolores ou marrons, abundantes na região da nervura. Dióica.
Gametófitos femininos com arquegônios dispostos sobre o lado dorsal de nervura, cobertos por
uma escama laciniada. Gametófitos masculinos com anterídeos recobertos por escamas
laciniadas, dispostos no lado dorsal na nervura, imbricados.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, escadaria para IB, no barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29140 (SP385518); Jardim
Botânico de Caxias do Sul, beira do caminho, no solo, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini &
T. Ziembowicz 460 (HUCS28002, SP379913); idem, barranco, no solo, 18-IV-2006, E. Pasini 65
(HUCS28058, SP382987); idem, beira do riacho, barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29189 (HUCS29540, SP385567).
Distribuição no Brasil: AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, RJ, RS (Excolônia
Santo Ângelo, atual município de Agudo), SC e SP.
Comentários: reconhecida pela secção transversal da nervura com um feixe de células
prosentimatosas no ápice e dois feixes na base e pela margem com células uniformes, não
bordeada com células diferenciadas.
Difere de Pallavicinia lyellii (Hook.) S. Gray, pois esta apresenta margem bordeada com
células diferenciadas, alongadas e um feixe único de células prosenquimáticas na nervura.
Cresce sobre solo úmido, em lugares sombreados, no interior da mata, formando placas,
geralmente pouco extensas (Hell 1969) até 2200 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Coletada sobre solos úmidos, em locais antropizados e sombreados.
85
Pelliaceae
*Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce, Trans. & Proc. Bot. Soc. Edinburgh 15:
531. 1885, non N. confluens Taylor ex W. J. Hooker & Wilson.
Basiônimo: Jungermannia confluens Hook. f. & Taylor, London J. Bot. 3: 478. 1844.
Tipo: Terra do Fogo, Cape Horn.
Figura 27
Gametófitos verde-claros, prostrados. Filídios planos a profundamente côncavos; lobos
grandes, complanados, ereto-patentes, algumas vezes imbricados, oblongo-arredondados,
inteiros; margem inteira; células grandes; oleocorpos presentes; rizóides hialinos ou marrom-
claros; invólucro formado por pseudoperianto curto e tubular; cápsulas redondo-ovaladas,
normalmente com deiscência irregular, abrindo-se em 4 valvas; elatérios muito curtos.
Figura 27. Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce. a. aspecto geral do gametófito
com esporófito, vista ventral; b. lobo do filídio; c. células do ápice do lobo do filídio; d. esporo;
e. elatérios (O. Yano & J. Bordin 29049, SP383810).
86
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Parque
Cinqüentenário, paredão de rocha, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29049 (HUCS29469,
SP383810); Universidade de Caxias do Sul, no barranco, sobre rocha alterada, 4-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29129 (HUCS29531, SP385507); idem, barranco, sobre solo, 4-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29124 (HUCS29526, SP385502); Jardim Botânico de Caxias do Sul, beira
do riacho, no barranco, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 278 (HUCS27410,
SP379515).
Distribuição no Brasil: DF, ES, MG, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios planos com lobos grandes e inteiros e os rizóides
hialinos.O gênero aproxima-se de Fossombronia, mas a estrutura do invólucro, grande, formado
na extremidade do ramo é diferente, assim como a posição horizontal dos lobos. Difere também
pela coloração dos rizóides, avermelhados em Fossombronia e hialinos em Noteroclada.
Ocorre em solo úmido ao longo de rios, entre 400-2500 m de altitude (Gradstein & Costa
2003). Foi coletada em parques e beira de mata, sobre rochas e solo, sempre em locais muito
úmidos.
Plagiochilaceae
1. Filídios crispados; margem dorsal e ventral denteada e ondulada..........Plagiochila corrugata
1. Filídios não crispados; margem dorsal e ventral inteira ou denteada, não ondulada............... 2
2. Margem dorsal dos filídios inteira; margem ventral inteira ou denteada no ápice. ........ 3
2. Margem dorsal dos filídios denteada ou inteira; margem ventral denteada ou inteira. .. 4
3. Margem ventral dos filídios com dentes curtos, de 1-5 células; filídios imbricados, sub-
retangulares a subovalados; margem dorsal com base curto-decurrente; trigônios grandes;
propágulos na superfície ventral. .................................................................Plagiochila martiana
3. Margem ventral com dentes longos, de 4-7 células; filídios contíguos, oblongo-ligulados;
margem dorsal com base longo-decurrente; trigônios pequenos; propágulos ausentes.................
................................................................................................................ Plagiochila patentissima
4. Propágulos presentes na superfície ventral dos filídios; margem ventral com dentes
curtos, de 1-4 células; filídios contíguos, sub-retangulares. .......... Plagiochila micropteryx
4. Propágulos ausentes na superfície ventral dos filídios; margem ventral com dentes
longos ou curtos, de 2-6 células; filídios imbricados, ovalado-ligulados ou ovalado-
oblongo................................................................................................................................ 5
87
5. Margem dorsal dos filídios revoluta; margem ventral denteada; células arredondadas,
alongadas na base; trigônios grandes; gametófitos com ramificações dicotômicas...................... .
........................................................................................................................Plagiochila disticha
5. Margem dorsal dos filídios reflexa; margem ventral inteira ou denteada; células alongadas em
todo o filídio; trigônios pequenos; gametófitos com ramificações irregulares. .............................
....................................................................................................................Plagiochila montagnei
Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2, 5: 52. 1836.
Basiônimo: Jungermannia corrugata Nees in Martius, Flora Brasil. enum. plant. 1(1): 378-379.
1833.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, ad Villam Riccam (Ouro Preto), Martius s.n.
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Lemos-Michel (2001).
Gametófitos verde-amarelados a castanhos, irregularmente ramificados. Filídios
imbricados, subovalados, mais longos que largos; margem dorsal denteada, reflexa, 5(-7) dentes
pequenos, de 1-2 células, base longo-decurrente; margem ventral denteada, com ondulações;
células arredondadas; trigônios grandes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Hovenia, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29197 (SP385662); Universidade de
Caxias do Sul, na mata, sobre tronco de Sloanea, 3-XII-2005, J.Bordin & L. Bordin 172p.p.
(HUCS27201); idem, sobre tronco de Schinus, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 189 (HUCS27268,
SP379863); idem, interior da mata, 17-VII-2006, E. Pasini 114p.p. (HUCS28896, SP383612);
idem, na mata, sobre troncos, 17-VII-2006, E. Pasini 116p.p. (HUCS28893, SP383609); idem,
na mata secundária, sobre troncos, 17-VII-2006, E. Pasini 118p.p. (HUCS28898, SP383614).
Distribuição no Brasil: AC, BA, DF, ES, GO, MG, PE, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal
Estadual de Espigão Alto; Bom Jesus; Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados, Parque
Nacional dos Aparados da Serra; Canela, Floresta Nacional de Canela; Esmeralda, Estação
Ecológica de Aracurí; Gramado; Muitos Capões; Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai;
Nova Petrópolis; Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo; Porto Alegre; São Francisco
de Paula, Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Veraneio Hampel), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo aspecto crespo em vista ventral, devido aos filídios imbricados
com margem acentuadamente ondulada, denteadas, curvadas para o lado ventral.
88
Cresce sobre troncos de árvores vivas (Yano & Colletes 2000), abundante nos ambientes
sombrios do interior de matas e em locais bem iluminados (Lemos-Michel 2001), até 2300 m de
altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos na mata ou em parques, associada com Frullania brasiliensis
Raddi, Lejeunea phyllobola Nees & Mont., Neckera scabridens Müll. Hal., Radula javanica
Gottsche, R. sinuata Gottsche, R. tectiloba Steph. e Schlotheimia jamesonii (W.-Arnott) Brid.
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb., Spec. Hepat. fasc. 4: 108. 1840.
Basiônimo: Jungermannia disticha Lehm. & Lindenb. in Lehmann, Nov. Stirp. Pugillus 6: 64.
1834.
Tipo: Guiana (hb. Hooker; lectótipo W, designado por Heinrichs & Gradstein 2000 em Nova
Hedwigia 70 (1-2): 164; isolectótipo G 23627, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Heinrichs & Gradstein (2000).
Gametófitos verdes a castanho-escuros, dicotomicamente ramificados. Filídios
imbricados, ovalado-ligulados; margem dorsal inteira ou com 0-2 dentes, revoluta, base longo
decurrente; margem ventral levemente reflexa, denteada, dentes triangulares, ciliados, curtos ou
longos, 2-6 células; células arredondadas, alongadas na base; trigônios grandes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Schinus, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29219 (SP385684); Universidade de
Caxias do Sul, estacionamento, sobre tronco de Cupressus, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini
290p.p. (HUCS27441, SP379744); idem, na mata, sobre tronco de Schinus, 22-XII-2005,
J. Bordin et al. 195 (HUCS27273, SP379868); idem, mata do MUCS, sobre tronco de arbusto, 4-
X-2006, O. Yano & J. Bordin 29162 (SP385540).
Distribuição no Brasil: AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, RJ,
RR, RS (São Francisco de Paula), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos dicotomicamente ramificados, pelos filídios
ovalado-ligulados, ereto-patentes, com longos dentes na margem ventral e base dorsal longo
decurrente.
Assemelha-se com Plagiochila montagnei Nees, porém esta apresenta filídios mais largos
e curtos, com poucos dentes na margem ventral, curtos e curvados.
89
Cresce sobre cascas de árvores e rochas, em planícies, florestas tropicais submontanas e
restingas, até 900 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos de árvores e arbustos, em parques e na mata, associada com
Radula javanica Gottsche.
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb., Spec. Hepat. Fasc. 1: 12. 1839.
Basiônimo: Jungermannia martiana Nees, Linnaea 6: 617. 1831.
Tipo: Brasil, Martius s.n.
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Lemos-Michel (2001) e Oliveira-e-Silva & Yano (2000a).
Gametófitos verde-escuros a castanhos, dicotomicamente ramificados. Filídios
imbricados, sub-retangulares a subovalados, com base alargada; margem dorsal inteira, reflexa,
base curto-decurrente; margem ventral inteira, denteada no ápice, dentes curtos, 1-5 células;
células arredondadas, marginais quadráticas a retangulares; trigônios grandes, triangulares.
Propágulos presentes na superfície ventral.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Ligustrum, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29222 (HUCS29579, SP385687).
Distribuição no Brasil: AC, AL, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RJ, RS
(Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Rondinha, Parque Florestal Estadual de
Rondinha), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios densamente imbricados e margem com poucos dentes.
Caracteriza-se pelos filídios alargados na base, decurrentes e porção apical truncada ou
levemente arredondada em pequenos dentes (Yano et al. 2003).
Cresce geralmente sobre a base de troncos de árvores, podendo ocasionalmente ocorrer
sobre rochas (Yano et al. 2003), em planícies e florestas tropicais submontanas, até 1100 m de
altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada em parques, sobre troncos.
Plagiochila micropteryx Gottsche, Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 5, 1: 107. 1864.
Tipo: Colombia, Bogota, prope Tocarema, Lindig s.n.
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Inoue (1989).
90
Gametófitos castanhos a verde-escuros, dicotomicamente ramificados. Filídios contíguos
ou pouco distantes, sub-retangulares; margem dorsal inteira ou com 1-2 dentes, revoluta, base
longo-decurrente; margem ventral levemente curvada, dentes curtos na porção apical, com 1-4
células; células arredondadas; trigônios pequenos; propágulos na superfície ventral dos filídios;
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre tronco de castanheira, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 211 (HUCS27262,
SP379857); idem, na mata, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 215p.p. (HUCS27266,
SP379861); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E.
Pasini & T. Ziembowicz 440 (HUCS28008).
Distribuição no Brasil: AC, BA, MG, PA, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de
Espigão Alto; Canela; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri; Nonoai, Parque Florestal
Estadual de Nonoai; Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo; Rondinha, Parque
Florestal Estadual de Rondinha; São Francisco de Paula, Colina de São Francisco) e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos com filídios contíguos a distantes, muitos
propágulos presentes na superfície ventral dos filídios e dentes curtos na margem.
Diferencia-se Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb., que apresenta filídios
sub-ovalados, imbricados, com dentes longos na margem ventral.
É comum sobre cascas de árvores e rochas em planícies, florestas tropicais e restingas,
normalmente perto de riachos, até 1000 m de altitude (Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos na mata úmida, associada com Brachymenium
hornschuchianum Mart.
*Plagiochila montagnei Nees in Nees & Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2, 5: 531. 1836.
Tipo: French Guiana, Leprieur s.n. (lectótipo STR, designado por Heinrichs & Gradstein 2000
em Nova Hedwigia 70(1-2): 170; isolectótipo G 23640, JE, STR, W hb. Lindenberg 449, n.v.).
Figura 28
Gametófitos verde-amarelados a marrom-esverdeados, poucas ramificações, irregulares.
Filídios imbricados, ovalado-oblongos ou ovalado-ligulados; margem dorsal inteira ou com 0-2
dentes no ápice, reflexa, base longo-decurrente; margem ventral reflexa, inteira ou pouco
denteada, dentes curtos ou longos, curvados, triangulares ou alongado-triangulares, 2-5 células
de compr.; células superiores alongadas, basais mais estreitas e longas; trigônios pequenos.
91
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco de Sebastiania, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29062 (SP385440).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, ES, PA, PE, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pouco ramificados, filídios com margem ventral
inteira ou com poucos dentes, curtos ou longos, curvados e pela margem dorsal com base longo-
decurrente.
O material examinado apresenta alguns filídios, especialmente os superiores, com
margem ventral lisa e dentes apenas no ápice e outros com dentes curtos em toda a margem,
estando de acordo com a descrição de Heinrichs & Gradstein (2000), onde os dentes,
ocasionalmente, podem estar apenas no ápice.
Difere de Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb., pois esta apresenta filídios
esquarrosos, mais longos, com dentes na margem ventral maiores e em maior número.
Figura 28. Plagiochila montagnei Nees. a. aspecto geral do gametófito, vista ventral; b. lobos
dos filídios; c. células do lobo do filídio; d. margem do lobo do filídio (O. Yano & J. Bordin
29062, SP385440).
92
Cresce sobre rochas em planícies e florestas tropicais, até 1200 m de altitude (Gradstein
& Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos, em área antropizada.
Plagiochila patentissima Lindenb., Spec. Hepat. 64. 1840.
Tipo: Brasil, prope Rio de Janeiro (hb. Hooker, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003) e Inoue (1989, como Plagiochila raddiana Lindenb.).
Gametófitos amarelo-claros a esverdeados, dicotomicamente ramificados, ramificações
longas; filídios contíguos a levemente imbricados, oblongo-ligulados; margem dorsal inteira,
levemente revoluta, base longo-decurrente; margem ventral inteira ou denteada no ápice, dentes
distantes, longos, 4-7 células; células arredondadas; trigônios pequenos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco de Sebastiania, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29062 (SP385440); Jardim
Botânico de Caxias do Sul, sobre tronco, 5-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29184 (HUCS29499,
SP385562); idem, na mata, sobre tronco de arbusto, 5-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29185
(SP385563).
Distribuição no Brasil: ES, MG, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de Espigão
Alto; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri; Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai;
Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo; Rondinha, Parque Florestal Estadual de
Rondinha; São Francisco de Paula), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos grandes (ca. 5 cm alt.), amarelo-claros, filídios
contíguos, longo-ligulados com longos dentes no ápice.
Diferencia-se de Plagiochila micropteryx Gottsche, pois esta apresenta filídios distantes,
com dentes mais curtos no ápice e grande número de propágulos na superfície ventral dos
filídios.
Cresce sobre cascas de árvores e rochas, em florestas, até 1400 m de altitude (Gradstein
& Costa 2003). Foi coletada sobre tronco de árvores e arbustos, em parques e na mata.
Porellaceae
1. Margem dos lóbulos dos filídios e anfigastros inteiramente ciliada ..............Porella brasiliensis
1. Margem dos lóbulos dos filídios e anfigastros inteira ou ciliada na base................................... 2
93
2. Margem dos anfigastros ciliada na base; ápice dos anfigastros reflexo; margem dos
filídios inteira, reflexa; filídios com lóbulos canaliculados, oblongo-ovalados; células
alongadas, marginais quadráticas..................................................................... Porella reflexa
2. Margem dos anfigastros inteira ou com poucos cílios na base; ápice dos anfigastros
arredondado; margem dos filídios inteira, não reflexa; filídios com lóbulos aplanados,
oblongos; células arredondadas, marginais menores .................................Porella swartziana
Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn., Nova Acata Acad. Caes. Leop. Carol. German. Nat. Cur.
60: 246. 1893.
Basiônimo: Schultesia brasiliensis Raddi, Critt. Brasil.: 10. 1822.
Tipo: Brasil, Raddi s.n. (holótipo NY ex hb. Hooker, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Lemos-Michel (2001), Oliveira-e-Silva & Yano (2000a) e
Swails (1970).
Gametófitos grandes, verde-acastanhados a marrons, irregularmente ramificados,
prostrado ou pendentes. Filídios contíguos a imbricados, lobos oblongos a retangulares, ápice
arredondado, margem inteira; lóbulos laminares, aplanados, com margem ciliada; células
arredondadas a rombo-hexagonais; anfigastros inteiros, grandes, ápice arredondado, margem
inteiramente ciliada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 482b p.p. (HUCS28484, SP383069);
Universidade de Caxias do Sul, sobre troncos, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin
355p.p. (HUCS27489); idem, sobre tronco de Yucca, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S.
Bordin 353 (HUCS27492, SP383046); idem, na mata, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et
al. 196p.p. (HUCS27287, SP379704); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre
troncos, 28-IV-2006, J. Bordin et al. 501 (HUCS28097, SP383006); idem, interior da mata,
sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 448p.p. (HUCS28045,
SP382979).
Distribuição no Brasil: DF, MG, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de Espigão
Alto; Bom Jesus; Canoas; Montenegro; Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Pareci
Novo, Montenegro (atual município de Pareci Novo); Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo
Fundo; Porto Alegre; São Francisco de Paula; São Leopoldo; Vacaria), SC e SP.
94
Comentários: reconhecida pelos anfigastros e lóbulos dos filídios inteiramente ornamentados
com margens denteadas e ciliadas.
Difere de Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis. que apresenta anfigastros com
ápices reflexos, ciliados e denteados apenas na base.
Ocorre sobre cascas de árvores, troncos e rochas sombreadas até 1500 m de altitude
(Gradstein & Costa 2003). Foi coletada sobre troncos na mata e nas ruas arborizadas, associada
com Brachymenium hornschuchianum Mart., Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R.
Buck, Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont., Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees,
Lejeunea phyllobola Nees & Mont. e Radula tectiloba Steph.
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis., Mem. Reale Ist. Lomb. Cl. Sci. ser. 3, 4: 408. 1877.
Basiônimo: Jungermannia reflexa Lehm. & Lindenb. in Lehmann, Nov. Stirp. Pugillus 5: 5.
1833.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Serra de Estrella, Beyrich s.n. (holótipo W; isótipo NY, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Lemos-Michel (2001) e Swails (1970).
Gametófitos verde-escuros, regularmente ramificados, prostrados ou pendentes. Filídios
imbricados; lobos ovalados, alongados, estreitando-se em direção ao ápice, ápice arredondado ou
obtuso, margem inteira, inferior reflexa; lóbulos canaliculados, oblongo-ovalados, margem
inteira, reflexa; células alongadas, marginais quadráticas; anfigastros grandes, imbricados, ápice
reflexo, margem inteira na porção superior, ciliada ou denteada na base.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, base do tronco de
Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 163p.p. (HUCS27164, SP379848); idem, sobre tronco de
Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 479p.p., 485p.p. (HUCS28079, SP382998;
HUCS28486, SP383071); idem, sobre tronco de Cinnamomum, 14-IV-2006, J. Bordin & L.
Bordin 487p.p. (HUCS28479, SP383066); Bairro de Lourdes, sobre tronco de Senna, 14-IV-
2006, J. Bordin & L. Bordin 469p.p. (HUCS28206); Universidade de Caxias do Sul, Mata da
Creche, sobre troncos, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 298p.p. (HUCS27432, SP379735);
idem, sobre tronco de Yucca, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin 353a p.p.
(HUCS27493, SP383047); idem, na mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin &
L. Bordin 171c p.p. (HUCS27295, SP379873); idem, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al.
202 (HUCS27263, SP379858); idem, Zoológico, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 17-XII-
2005, J. Bordin & D.F. Peralta 183p.p. (HUCS27208, SP379856).
95
Distribuição no Brasil: AM, ES, MG, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de
Espigão Alto; Forromeco (atual município de Carlos Barbosa); Montenegro; Nonoai, Parque
Florestal Estadual de Nonoai; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Poço Preto, Valões;
Portão; Rio Grande; Santa Cruz, Boa Vista; São Francisco de Paula, Taimbé; São Leopoldo,
Quilombo, Arroio Kruse), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos ápices dos anfigastros acentuadamente reflexos e com
ornmentação apenas na base.
Difere de Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn. pois esta apresenta gametófitos maiores e
mais claros e lóbulos dos filídios e anfigastros inteiramente cilidados.
Ocorre sobre cascas de árvores, troncos e rochas sombreadas até 1500 m de altitude
(Gradstein & Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos em ruas e matas, associada com Brachymenium
hornschuchianum Mart., Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck,
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.)
Mont., F. montagnei Gottsche, Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans, Meteorium
nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk., Radula tectiloba Steph. e Syntrichia pagorum (Milde) J.J.
Amann.
Porella swartziana (F. Weber) Trevis., Mem. Reale Ist. Lomb. Cl. Sci. ser. 3, 4: 407. 1877.
Basiônimo: Jungermannia swartziana F. Weber, Hist. Musc. Hepat. Prodr.: 18. 1815.
Tipo: Jamaica, Swartz s.n. (holótipo NY ex hb. Hooker, n.v.).
Ilustração: Gradstein & Costa (2003), Lemos-Michel (2001) e Swails (1970).
Gametófitos verde-escuros a castanhos, irregularmente ramificados, prostrados ou
pendentes. Filídios imbricados; lobos oblongo-ovalados, ápice arredondado, margem inteira;
lóbulos aplanados, oblongos, paralelos ao caulídio, margem inteira; células arredondadas,
menores na margem; anfigastros inteiros, alongados, margem inteira, ápice arredondado, sem ou
com poucos cílios na base.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Os 18 do Forte,
sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 221p.p. (HUCS27291,
SP379707); Parque Cinqüentenário, sobre tronco de Chorisia, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29055 (HUCS29472, SP383816); Parque dos Macaquinhos, sobre tronco de arbusto, 6-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29227, 29235 (SP385692; SP385700); Universidade de Caxias do Sul, na
96
mata, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 216 (HUCS27304, SP379497), idem mata do
MUCS, sobre tronco de arbusto, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29152p.p. (SP385530).
Distribuição no Brasil: BA, ES, GO, MG, PE, PR, RS (Nonoai, Parque Estadual Florestal de
Nonoai; Planalto, Parque Estadual de Nonoai; Santa Cruz; São Leopoldo) e SP.
Comentários: reconhecida facilmente pelos anfigastros com margens inteiras e pouco denteadas
na base, diferindo por estas características de Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn., que possui
anfigastros inteiramente ciliados ou denteados e de Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis.,
que possui anfigastros reflexos, com dentes ou cílios apenas na base.
Ocorre sobre cascas, troncos, rochas ou solo de 100 até 700 m de altitude (Gradstein &
Costa 2003). Foi coletada sobre troncos em parques, ruas e na mata, associada com Fabronia
ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont.,
Radula tectiloba Steph.
Radulaceae
1. Gemas presentes em toda a margem dos lobos dos filídios; lóbulos cobrindo menos de ½ do
caulídio....................................................................................................................Radula tectiloba
1. Gemas ausentes nas margens dos lobos dos filídios; lóbulos cobrindo ½ ou mais do caulídio.. 2
2. Base dos lóbulos cobrindo totalmente o caulídio............................................................... 3
2. Base dos lóbulos não cobrindo totalmente o caulídio........................................................ 4
3. Base dos lóbulos cobrindo todo o caulídio, não o ultrapassando; região carinal fortemente
inflada; lóbulos sub-retangulares, ápice arredondado; filídios fortemente imbricados. ...................
...................................................................................................................................Radula sinuata
3. Base dos lóbulos cobrindo todo o caulídio e ultrapassando-o; região carinal as vezes inflada;
lóbulos ovalados, ápice obtuso; filídios sub-imbricados.............................................Radula voluta
4. Base dos lóbulos auriculada, cobrindo ¾ do caulídio; lóbulos pequenos, sub-quadrados,
ápice obtuso a agudo; lobos oblongo-ovalados; filídios contíguos a sub-imbricados .............
........................................................................................................................Radula javanica
4. Base dos lóbulos arredondada, cobrindo ½ do caulídio; lóbulos grandes, quadrados,
ápice arredondado; lobos arredondados a orbiculares; filídios imbricados a contíguos..........
.....................................................................................................................Radula nudicaulis
97
Radula javanica Gottsche in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 257. 1845.
Tipo: Java, ad, Sadjara, Prov. Bantam, Blume s.n.
Ilustração: Castle (1966) e Gradstein & Costa (2003).
Gametófitos verde-amarelados a castanho-claros, irregularmente ramificados. Filídios
contíguos a sub-imbricados; lobos oblongo-ovalados, freqüentemente falcados, ápice
arredondado; lóbulos pequenos, subquadrados, ápices obtusos a agudos, base auriculada
cobrindo ca. ¾ do caulídio, região carinal inflada; células rombo-hexagonais, marginais
menores.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro de Lourdes, sobre
muro de tijolos, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 473 (HUCS28205); Universidade de Caxias
do Sul, estacionamento, sobre tronco de Cupressus, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 290p.p.
(HUCS27441, SP379744); idem, na mata, sobre tronco de Sloanea, 3-XII-2005, J. Bordin &
L. Bordin 172p.p. (HUCS27201, SP379853); idem, Bloco 57, sobre tronco de Hovenia, 13-IV-
2006, J. Bordin 467p.p. (HUCS28478, SP383065).
Distribuição no Brasil: AC, AM, AP, BA, ES, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RJ, RS (Planalto,
Parque Florestal Estadual de Nonoai), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios contíguos a sub-imbricados, com lobos freqüentemente
falcados e pelos lóbulos subquadrados com ápices obtusos a agudos, cobrindo parte do caulídio.
Cresce sobre cascas de árvores e rochas sombreadas, até 1000 m de altitude (Gradstein &
Costa 2003).
Foi coletada sobre muro de tijolos e troncos, em áreas antropizadas e na mata, associada
com Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont., Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R.
Buck, Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont. e Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.)
Lindenb.
*Radula nudicaulis Steph., Spec. Hepat. 4: 174. 1910.
Tipo: Brasil, Serra do Itatiaia, 2100m, III-1894, E. Ule 436 (holótipo G 20986, n.v.).
Figura 29
Gametófitos castanhos a marrom-avermelhados, regularmente ramificados. Filídios
imbricados a contíguos; lobos arredondados a orbiculares, ± falcados, ápice arredondado a
98
obtuso; lóbulos grandes, quadrados, ápice arredondado, base arredondada cobrindo ca. ½ do
caulídio, região carinal inflada, margem superior sinuosa; células arredondadas, marginais
menores.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre tronco de Sloanea, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 174p.p. (HUCS27193,
SP379849); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E.
Pasini & T. Ziembowicz 441p.p. (HUCS28005, SP379916).
Distribuição no Brasil: ES, MG, PR, RJ e SP.
Figura 29. Radula nudicaulis Steph. a. aspecto geral do gametófito, vista ventral;
b
. células do
lobo do filídio; c. células da margem do lobo do filídio; d. lóbulo do filídio (J. Bordin & L.
Bordin 174p.p., SP379849).
99
Comentários: reconhecida pelos lóbulos quadrados que cobrem ca. ½ a do caulídio, com
margem superior sinuosa, formando pequenas reentrâncias e região carinal inflada.
Cresce sobre cascas de árvores, solo ou rocha, de 800-2700 m de altitude (Gradstein &
Costa 2003).
Foi coletada sobre troncos, na mata, associada com Lejeunea phyllobola Nees & Mont.,
L. setiloba Spruce, Metzgeria fruticola Spruce e Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck,
Radula nudicaulis Steph. e Schlotheimia jamesonii (W.-Arnott) Brid.
Radula sinuata Gottsche ex Steph., Spec. Hepat. 4: 161. 1910.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Caldas, 1854, G.A.Lindberg s.n. (holótipo G 23330, n.v.).
Ilustração: Castle (1964b) e Gradstein & Costa (2003).
Gametófitos verde-amarelados, irregularmente ramificados. Filídios imbricados; lobos
ovalados, grandes, ápice arredondado a obtuso, curvado para o lado ventral; lóbulos sub-
retangulares, ápice arredondado, base cobrindo o caulídio, auriculada, formando um
abaulamento, região carinal fortemente inflada, margem superior sunuosa; células arredondadas
a rombo-hexagonais, não diferenciadas na margem.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre troncos, 17-VII-2006, E. Pasini 118p.p. (HUCS28898, SP383614); Jardim
Botânico de Caxias do Sul, beira da mata, sobre troncos, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 488p.p.
(HUCS28108).
Distribuição no Brasil: ES, MG, PR, RJ, RS (Bom Jesus; Cambará do Sul; Canela; Canoas; Cruz
Alta; Gramado; Nonoai; Porto Alegre; São Francisco de Paula; Viamão), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios densamente imbricados, com ápices arredondados,
fortemente curvados para o lado ventral, lóbulos cobrindo o caulídio, com abaulamento na base e
região carinal fortemente inflada.
Cresce no solo ou madeira em decomposição, 500-2000 m de altitude (Gradstein & Costa
2003).
Foi coletada sobre troncos, formando emaranhados, na mata, associada com Frullania
brasiliensis Raddi, Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk. e Plagiochila corrugata
(Nees) Nees & Mont.
100
Radula tectiloba Steph., Hedwigia 27: 298. 1888.
Tipo: Porto Rico, in córtice, P.E.E. Sintensis 65 (holótipo G 19941, n.v.).
Ilustração: Castle (1964a), Gradstein & Costa (2003) e Lemos-Michel (2001).
Gametófitos verde-amarelados a castanhos, regularmente ramificados. Filídios
imbricados, alternos; lobos ovalados, ligeiramente falcados, ápice arredondado, margem
ondulada; lóbulos sub-retangulares a quadráticos, ápice obtuso a agudo, base cobrindo menos de
½ do caulídio, células arredondadas, pouco diferenciadas na margem. Perianto liso,
campanulado.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 485p.p. (HUCS28486, SP383071); Parque
Cinqüentenário, sobre tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29053 (SP383814); Parque dos
Macaquinhos, sobre tronco de arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29216, 29236
(SP385681; SP385701); Universidade de Caxias do Sul, beira da mata, 22-XII-2005, J. Bordin
217p.p. (HUCS27303, SP379496); idem, Mata do Museu, sobre tronco de Sloanea, 22-XII-2005,
J. Bordin et al. 191p.p. (HUCS27284, SP379489); idem, Mata da Creche, sobre troncos, 17-I-
2006, J. Bordin & E. Pasini 298p.p. (HUCS27432, SP379735); idem, sobre tronco de
Eucalyptus, 20-IV-2005, J. Bordin 126p.p. (HUCS26615, SP379680); idem, sobre tronco de
Cupania vernalis, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 188p.p. (HUCS27281, SP379703); idem, na
mata, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 196p.p. (HUCS27287, SP379704); idem, na
mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 171d p.p. (HUCS27296,
SP379874); idem, na mata, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 203p.p. (HUCS27261);
idem, na mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 171b p.p.
(HUCS27294); idem, na mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin 171c p.p.
(HUCS27295, SP379873); idem, interior da mata, 17-VII-2006, E. Pasini 114p.p. (HUCS28896,
SP383612); idem, atrás da quadra de tênis, sobre tronco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29133,
29136 (SP385511; SP385514); idem, mata do MUCS, sobre tronco de arbusto, 4-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29152p.p. (SP385530); Jardim Botânico de Caxias do Sul, orla da mata,
sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 435a p.p. (HUCS28059,
SP382988); idem, na mata, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 5-X-2006, O. Yano &
J. Bordin 29174, 29254 (SP385552; HUCS29600, SP385719).
Distribuição no Brasil: BA, ES, GO, MS, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de
Espigão Alto; Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados, Parque Nacional dos Aparados da Serra;
101
Esmeralda, Estação Ecológica de Aacuri; Muitos Capões; Nova Petrópolis; Rondinha, Parque
Florestal Estadual de Rondinha; São Francisco de Paula, Veraneio Hampel), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelas margens dos filídios com inúmeras gemas, dando o aspecto de
ondulada e pelos lóbulos com ápice alongado que cobrem uma parte pequena do caulídio.
Cresce sobre cascas de árvores, madeira em decomposição ou rochas, até 1650 m de
altitude (Gradstein & Costa 2003).
É uma espécie muito comum no local de estudo, tendo sido coletada sobre troncos de
árvores e arbustos, em áreas antropizadas e no interior da mata, associada com Donnellia
commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck, Frullania brasiliensis Raddi, F. ericoides (Nees) Mont.,
Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda, L. laetevirens Nees & Mont., Macrocoma
orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad., M. tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt,
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk., Metzgeria fruticola Spruce, Orthostichella
pentasticha (Brid.) W.R. Buck, Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont., Porella brasiliensis
(Raddi) Schiffn., P. reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis., P. swartziana (F. Weber) Trevis.,
Schotheimia jamesonii (W.-Arnott) Brid. e Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp.
Radula voluta Taylor in Gottsche et al., Syn. Hepat.: 225. 1845.
Tipo: in Hibernia prope Dunkerron, Taylor s.n. (holótipo hb. Gottsche B; isótipo G, PC, n.v.).
Ilustração: Castle (1964b), Gradstein & Costa (2003) e Lemos-Michel (2001).
Gametófitos verde-claros a amarelados; irregularmente ramificados. Filídios sub-
imbricados, lobos orbiculares, ápice arredondado; lóbulos grandes, ovalados, ápice obtuso, base
auriculada cobrindo todo o caulídio e ultrapassando-o; células arredondadas, não diferenciadas
na margem.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, beira da mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin et al. 461p.p. (HUCS28017,
SP379922).
Distribuição no Brasil: ES, MG, RJ, RS (Barracão Parque Florestal Estadual de Espigão Alto;
Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com grandes lobos, arredondados e lóbulos ovalados
com ápice obtuso e base auriculada, cobrindo todo o caulídio e ultrapassando-o.
102
Cresce sobre cascas de árvores e rochas, 500-2400 m de altitude (Gradstein & Costa
2003).
Foi coletada sobre troncos, na beira da mata, associada com Meteorium nigrescens
(Hedw.) Dozy & Molk.
Bryophyta
Bartramiaceae
1. Gametófitos pequenos (até 1cm alt.); margem com dentes simples ou raramente duplos............
...............................................................................................................................Philonotis cernua
1. Gametófitos moderadamente robustos ou pequenos (até 3cm alt.); margem com dentes sempre
pareados (duplos). ........................................................................................................................... 2
2. Gametófitos verde-claros a acinzentados; filídios triangular-lanceolados, não falcados;
costa subpercurrente, não escabrosa......................................................... Philonotis uncinata
2. Gametófitos verde-amarelados; filídios oblongo-lanceolados, falcados; costa percurrente
ou subpercurrente, escabrosa...................................................................... Philonotis hastata
Philonotis cernua (Wilson) D.G. Griffin & W.R. Buck, Bryologist 92(3): 376. 1989.
Basiônimo: Glyphocarpus cernuus Wilson, J. Bot. (Hooker) 3: 383. 1841.
Tipo: Ilhas Britânicas
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos pequenos (até 1 cm alt.), verde-amarelados a castanhos, delgados, eretos.
Filídios distantes na base, contíguos a imbricados no ápice, ovalado-lanceolados; ápice obtuso a
agudo; costa forte, percurrente ou excurrente; margem serrulada na metade superior com dentes
simples ou raramente duplos; células superiores retangulares com papilas no ápice; basais
maiores, quadráticas, laxas, lisas. Esporófitos com cápsulas globosas, rugosas quando secas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre paredão de pedra úmida, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29047 (HUCS29468, SP383808);
Universidade de Caxias do Sul, beira do lago do Zoológico, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29123 (HUCS29525, SP385501).
Distribuição no Brasil: DF, GO, MT, RJ, RS (Bom Jesus, Fazenda do Cilho) e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pequenos, delgados, verde-amarelados, filídios
ovalado-lanceolados, margem serrulada na metade superior com dentes simples e pelo esporófito
103
com cápsulas globosas, escuras e rugosas quando secas. Foram observadas papilas nos ápices das
células da margem.
Difere de Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad. por esta apresentar gametófitos
maiores, verde-amarelados, filídios oblongo-lanceolados, falcados, apiculados, com margem
serreada e dentes duplos.
Cresce no solo, desde altitudes moderadas a altas (Sharp et al. 1994), sobre pedra úmida,
próxima a corredeiras de água (Yano & Peralta 2007b).
Foi coletada sobre rochas e no solo, sempre em locais muito úmidos.
Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad., Taxon 8: 74. 1959.
Basiônimo: Hypnum hastatum Duby in Mor., Syst. Verz.: 132. 1846.
Tipo: Java, ad rupes abruptas juxta fl. Tjapus, Duby 1813.
Ilustração: Lisboa (1993), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos pequenos a médios (até 2 cm alt.), verdes a verde-amarelados, eretos,
delgados. Filídios contíguos, oblongo-lanceolados, falcados; ápice agudo; costa forte,
percurrente ou subpercurrente, escabrosa, com pequenos dentes; margem serreada até abaixo da
metade com dentes pareados; células superiores transparentes, oblongas com uma papila no
ápice; basais laxas, levemente diferenciadas. Esporófitos com cápsulas globosas, rugosas quando
secas.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, 3-
X-2006, sobre paredão de pedra, O. Yano & J. Bordin 29046 (HUCS29467, SP383807); Parque
dos Macaquinhos, no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29208 (SP385673);
Universidade de Caxias do Sul, sobre rocha, estrada para IB, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29132 (SP385510).
Distribuição no Brasil: AM, CE, GO, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, RO, RS (Bom Jesus, Fazenda
do Cilho; Caxias do Sul, Ana Rech - Faxinal) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-lanceolados, falcados, ápice acuminado,
margem dos filídios serreada com dentes duplos, costa escabrosa e células com papilas nos
ápices.
Difere de Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid., pois esta apresenta filídios com ápice
longamente acuminado e células longo-retangulares com papilas no ápice.
104
Cresce sobre húmus e rocha, em florestas montanhosas (Sharp et al. 1994), ambiente
úmido, sombrio e iluminado (Yano & Peralta 2007b).
Foi coletada em parques e na mata, sobre solo ou rocha, em locais úmidos.
Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid., Bryol. Univ. 2: 221. 1827.
Basiônimo: Bartramia uncinata Schwägr., Spec. Musc. Suppl. 1(2): 60. 57. 1816.
Tipo: Guadalupe e Martinica, Richard s.n.
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos pequenos a moderadamente robustos (até 3 cm alt.), verde-acinzentados,
esbranquiçados na base, eretos, simples ou esparsamente ramificados. Filídios contíguos a
imbricados, triangular-lanceolados; ápice acuminado; costa forte, subpercurrente; margem
serreada até perto da base com dentes pareados; células superiores longo-retangulares, papilosas
no ápice; basais maiores, laxas. Esporófitos não observados.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, descida para IB, sobre rochas com água corrente, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29139
(HUCS29536, SP385517).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, DF, ES, GO, MG, MT, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RO,
RS (Canguçu; São Leopoldo; Porto Alegre; Santo Ângelo), SC , SP e TO.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos robustos, verde-acinzentados, filídios longamente
acuminados, ápices revolutos, margem serreada até a metade do filídio e serrulata em direção a
base, com dentes duplos, menos visíveis na base.
No material examinado não foram observados filídios com costa excurrente, conforme
observações de Dismier (1884), entretanto, Sharp et al. (1994), afirmam que Philonotis uncinata
(Schwägr.) Brid. é um complexo de muitas variações morfológicas e dentro da mesma
população, e eventualmente, no mesmo gametófito, podem ser encontrados filídios com costa
percurrente, subpercurrente e excurrente.
Difere de Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad., pois esta apresenta filídios com
ápice agudo, costa escabrosa e células retangulares, curtas.
Cresce em solo úmido ou molhado (Sharp et al. 1994), sobre rochas, troncos e ao longo
de rios (Allen 1999), podendo ocorrer submersa, em ambiente sombrio ou cachoeiras (Yano &
Peralta 2007b).
105
Foi coletada sobre rochas, em local muito úmido, com água corrente.
Brachytheciaceae
1. Filídios oblongos, oblongo-lanceolados, oblongo-ovalados, longo-acuminados ou
abruptamente curto-acuminados; margem serrulada; base não bordeada....................................... 2
1. Filídios ovalados a oblongo-ovalados, gradualmente curto-acuminados; margem serreada;
base bordeada por células diferenciadas ........................................................................................ 3
2. Filídios oblongo-lanceolados, gradualmente longo-acuminados; costa até da lâmina .....
............................................................................................................ Aerolindigia capillacea
2. Filídios ovalado-lanceolados, abruptamente curto-acuminados; costa até ½ da lâmina .....
........................................................................................................ Brachythecium plumosum
3. Margem dos filídios inteiramente serreada; células longo-lineares; ápice dos filídios
acuminado, contorcido; gametófitos verde-amarelados a castanhos ... Rhynchostegium serrulatum
3. Margem dos filídios serrulada, serreada apenas na parte superior; células fusiformes a lineares;
ápice dos filídios agudo ou obtuso, não contorcido; gametófitos verdes a verde-claros. ............... 4
4. Filídios ovalados; células lineares; células alares ± diferenciadas, retangulares; costa até
da lâmina ................................................................................ Rhynchostegium riparioides
4. Filídios oblongo-ovalados; células fusiformes a lineares; células alares bem
diferenciadas, quadráticas; costa até ½ ou a da lâmina ............. Rhynchostegium scariosum
Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel, Nova Hedwigia 52(3-4): 322. 1991.
Basiônimo: Pilotrichum capillaceum Hornsch. in Martius, Flora Brasil. 1(2): 58. 1840.
Tipo: Brasília, Rio de Janeiro, XI-1823, Beyrich s.n. (lectótipo BM-Hooker, designado por
Menzel 1991 em Nova Hedwigia 52(3-4): 322; isolectótipo BM-Hampe, M-Wilson, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gemetófitos delgados, verde-amarelados a verde-claros, irregularmente ramificados,
emaranhados. Filídios distantes a contíguos, esquarrosos, oblongo-lanceolados, gradualmente
longo-acuminados; costa delgada até da lâmina; margem serrulada em todo o filídio; células
fusiformes; células alares um pouco diferenciadas, curto-retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, Mata em frente ao Museu, sobre raízes de Sloanea, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 192
(HUCS27299, SP379492).
106
Distribuição no Brasil: PR, RJ, RS (Gramado; São Francisco de Paula; Montenegro, Linha São
Pedro; Santa Cruz), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos muito delgados, verde-amarelados, filídios
esquarrosos, longo-acuminados, com margem inteiramente serrulada.
É semelhante a Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp., porém esta apresenta
coloração mais escura, filídios imbricados, côncavos, curto-acuminados, com margem serrulada
apenas no ápice.
Cresce sobre galhos de árvores e arbustos, entre 700 e 1700 m (Sharp et al. 1994).
Foi coletada na mata, sobre raízes.
Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp. in Bruch et al., Bryol. Eur. 6(52-54): 8. 1853.
Basiônimo: Hypnum plumosum Hedw., Spec. Musc. Frond.: 257. 1801.
Tipo: Europa.
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gametófitos delgados, verde-claros, prostrados. Filídios imbricados, côncavos, ovalado-
lanceolados, abruptamente curto-acuminados; costa até ½ ou da lâmina; margem serreada no
ápice e serrulada em todo o filídio; células superiores fusiformes, pequenas; basais maiores,
retangulares; alares um pouco diferenciadas; sub-quadradas a retangulares.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro Panazzolo, sobre
rochedos, 6-II-2006, S. Maboni 32p.p. (HUCS27523).
Distribuição no Brasil: RS (Carlos Barbosa, Salto Ventoso).
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalado-lanceolados, côncavos, com ápice acuminado e
margem serreada apenas no ápice, levemente serrulada em todo o filídio
Diferencia-se de Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel, pois esta apresenta
coloração mais clara e filídios longamente acuminados, com margem fortemente serrulada.
Cresce sobre rochas molhadas, perto de riachos, algumas vezes sobre troncos de árvores
em locais úmidos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada sobre rochas, associada com Fissidens taxifolius Hedw.
107
Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot in Tourr., Bull. Soc. Bot. France 60: 231. 1913.
Basiônimo: Hypnum riparioides Hedw., Spec. Musc. Frond.: 242. 1801.
Tipo: Alemanha, “in regionibus montosis Angliae”, ad saxa rivolorum.
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Peralta & Yano (2006).
Gametófitos verdes a verde-claros, irregularmente ramificados, emaranhados. Filídios ±
complanados, distantes a contíguos, ovalados; ápice obtuso a agudo; costa até da lâmina;
margem serreada no ápice, serrulada até a base; base bordeada com 1-2 fileiras de células
alongadas; células superiores e medianas lineares; basais longo-retangulares; alares não muito
diferenciadas, laxas, retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29205p.p. (HUCS29570, SP385670);
Universidade de Caxias do Sul, mata do IB, sobre rocha úmida, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29147 (SP385525); idem, sobre pedra úmida, perto da cachoeira, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29165p.p. (SP385543).
Distribuição no Brasil: PR, RJ, RS (Sapiranga, Picada Verão), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalados, distantes, margem serreada no ápice e
serrulada até a base, com células lineares, longas. Os filídios do ramo principal são um pouco
diferenciados, com ápice agudo e base mais larga.
É facilmente diferenciada de Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger e
R. serrulatum (Hedw.) A. Jaeger pelo formato dos filídios curtos e ovalados, enquanto que nas
outras espécies os filídios são oblongo-ovalados ou ovalado-lanceolados.
Cresce sobre rochas, ocasionalmente em solo e raramente em madeiras, nas áreas úmidas
e em água corrente (Sharp et al. 1994), em altitudes médias até grandes (Bartram 1949).
Foi coletada em parques e na mata, sobre solo e rochas, sempre em locais úmidos,
asssociada com Fissidens angustifolius Sull. e Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger.
Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger, Ber. Thätigk. St. Gallischen Naturwiss. Ges.
1876-77: 374. 1878.
Basiônimo: Hypnum scariosum Taylor, London J. Bot. 5: 65.1846.
Tipo: Equador, Floresta das Esmeraldas Jameson s.n. (holótipo G, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
108
Gametófitos verde-claros, irregularmente ramificados, emaranhados. Filídios ±
complanados, oblongo-ovalados, gradualmente curto-acumindados; ápice agudo a obtuso; costa
forte, até ½ ou da lâmina; margem serreada, serrulada na base; células fusiformes a lineares,
ligeiramente menores no ápice; basais laxas, retangulares, em uma fileira distinta; alares
diferenciadas, quadráticas, geralmente bordeadas com 1-2 fileiras de células alongadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
beira da mata, barranco, no solo, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 314
(HUCS27456, SP379758); idem, sobre rochas, S. Maboni 33 (HUCS27755, SP379909); idem,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29205p.p., 29215 (HUCS29570, SP385670;
HUCS29576, SP385680); Bairro de Lourdes, sobre muro de tijolos, 14-IV-2006, J. Bordin &
L. Bordin 473 (HUCS28205, SP383059).
Distribuição no Brasil: GO, MS, MT, PE, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de
Espigão Alto; Cambará do Sul, Fortaleza; Caxias do Sul, Ana Rech - Faxinal; Garibaldi,
Marcorama) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios pequenos, oblongo-ovalados, margem serreada,
serrulada na base e pelas células lineares a fusiformes, alares quadráticas, muito bem
diferenciadas.
Difere de Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger, pois este apresenta filídios com
ápice acuminado, mais longo e células lineares, mais alongadas.
Ocorre sobre ramos e troncos de árvores, em áreas úmidas (Sharp et al. 1994) e também
sobre rochas, em médias e elevadas altitudes (Bartram 1949).
Foi coletada em parques e avenidas, sobre rochas, muros e no solo, em locais úmidos,
associada com Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot.
Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger, Ber. Thätigk. St. Gallischen Naturwiss. Ges.
1876-77: 370. 1878.
Basiônimo: Hypnum serrulatum Hedw., Spec. Musc. Frond.: 238. 1801.
Tipo: U.S.A., Pensilvania, Lancaster.
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-amarelados a castanhos, emaranhados. Filídios ± complanados,
distantes, ovalado-lanceolados a oblongo-ovalados; ápice acuminado, normalmente contorcido;
109
costa até da lâmina; margem inteiramente serreada; células apicais e medianas longo-lineares;
basais lineares a retangulares; alares curto-retangulares, às vezes bordeadas por células
alongadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 317 (HUCS27460, SP379762);
Universidade de Caxias do Sul, dentro de um vaso, 11-I-2006, J. Bordin & R.C. Molon 259
(HUCS27400, SP379728).
Distribuição no Brasil: PR e RS (Caxias do Sul, Ana Rech; São Francisco de Paula, Floresta
Nacional).
Comentários: reconhecida pelos filídios com ápice normalmente contorcido, margem
inteiramente serrulada e células longo-lineares.
Conforme Buck (1998), esta é uma espécie muito variável, apresentando filídios muito
distantes ou contorcidos, estreitos com ápice acuminado ou ovalados com ápice curto-
acuminado.
Difere de Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger, por este apresentar filídios mais
curtos, com ápice agudo a obtuso e células lineares, mais curtas.
É semelhante a Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel, porém esta possui
gametófitos mais delgados, filídios esquarrosos, distantes, com ápices mais longos e células
menores e mais estreigas.
Cresce no solo, húmus ou troncos de árvores e arbustos úmidos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada no solo, em parques e áreas antropizadas.
Bruchiaceae
Trematodon longicollis Michx., Flora Bor. Amer. 2: 289. 1803.
Tipo: U.S.A., North Carolina, in arenosis Carolinae, Michaux s.n.
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gametófitos pequenos verdes a verde-escuros, em tufos. Filídios oblongos, base alargada,
levemente contorcidos quando secos; ápice gradualmente longo-linear; margem inteira,
levemente serrulada no ápice; costa subpercurrente; células apicais e medianas quadráticas,
irregulares, basais curto a longo-retangulares. Esporófitos com seta longa, marrom-avermelhada,
curvada; cápsula ovóide, sulcada e peristômio bem desenvolvido.
110
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, beira do lago do Zoológico, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29122 (HUCS29524,
SP385500).
Distribuição no Brasil: AM, DF, ES, MG, PE, PR, RJ, RO, RS (Montenegro; Pareci Novo; São
Leopoldo; São Miguel das Missões, Campestre), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo esporófito com seta longa, marrom-avermelhada e cápsula longa,
sulcada. Conforme Sharp et al. (1994), a costa é percurrente, entretanto, no material examinado a
costa finaliza logo abaixo do ápice, mostrando que há variação nesta característica.
Cresce no solo, em baixas a moderadas elevações (Sharp et al. 1994).
Bryaceae
1. Filídios curtos, ovalados a ovalado-oblongos; cápsulas nutantes ou pêndulas........................... 5
1. Filídios longos ou curtos, oblongos, oblongo-ovalados ou oblongo-lanceolados; cápsulas
eretas ou sub-eretas ........................................................................................................................ 2
2. Filídios curtos, triangulares, ovalados a ovalado-lanceolados ou levemente oblongo-
lanceolados...................................................................................................................................... 3
2. Filídios longos, oblongos a lanceolados............................................................................. 4
3. Filídios curto-ovalados a oblongo-ovalados; costa forte, excurrente; margem bordeada por
células curto-retangulares...................................................................................Gemmabryum exile
3. Filídios ovalado-lanceolados ou ovalado-lanceolados, estreitos; costa delgada, até b da lâmina
ou subpercurrente; margem inteira, não bordeada. ................................Gemmabryum acuminatum
4. Ápice dos filídios capilar, hialino; margem bordeada com 1-2 fileiras de células
alongadas; filídios contorcidos quando secos .................... Brachymenium hornschuchianum
4. Ápice dos filídios não capilar e hialino, gradualmente longo-acuminado; margem
bordeada com 2-3 fileiras de células alongadas; filídios ± contorcidos quando secos ............
........................................................................................................ Brachymenium speciosum
5. Gametófitos robustos, margem dos filídios serreada na metade superior; bordeada com 2-3
fileiras de células alongadas; filídios distantes, oblongo-lanceolados ..... Rosulabryum densifolium
5. Gametófitos pequenos, margem dos filídios inteira ou levemente serrulada, não bordeada ou
bordeada com 3-6 fileiras de células longo-retangulares; filídios imbricados; ovalados, ovalado-
oblongos ou oblongo-ovalados........................................................................................................ 6
6. Margem dos filídios levemente serrulada; bordeada com 3-6 fileiras de células longo-
retangulares; ápice dos filídios agudo ou curto-acuminado.......................... Bryum limbatum
111
6. Margem dos filídios inteira; não bordeada; ápice dos filídios aristado, apiculado ou ±
acuminado .............................................................................................................................. 7
7. Filídios ovalados; células apicais hialinas; células alares levemente diferenciadas, quadráticas;
ápice apiculado.................................................................................................... Bryum argenteum
7. Filídios oblongo-ovalados ou ovalados; células apicais não hialinas; células alares bem
diferenciadas, quadráticas, em fileiras orientadas; ápice aristado com célula hialina ......................
................................................................................................................................ Bryum chryseum
Brachymenium hornschuchianum Mart., Icon. Pl. Crypt. 36. pl. 20. 1834.
Tipo: Brasil, in Prov. Miravum generalium, ad arborum radices, Martius s.n.
Ilustração: Ochi (1980).
Gametófitos verde-escuros, emaranhados, formando tapetes. Filídios oblongos a oblongo-
lanceolados, contorcidos e juláceos quando secos e ereto-patentes quando úmidos; ápice aristado,
capiliforme, hialino; margem inteira, reflexa na base, inteiramente bordeada com 1-2 fileiras de
células longas, estreitas, amareladas; costa delgada até da lâmina; células hexagonais ou
rombo-hexagonais, largas; basais curto-retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Pinheiro
Machado, Posto Comboio, sobre tronco de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 158p.p., 159c,
163p.p. (HUCS27163, SP379697; HUCS27226; HUCS27164, SP379848); idem, sobre tronco de
Cinnamomum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 477p.p. (HUCS28479, SP383066); idem,
sobre tronco de Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 479p.p. (HUCS28079,
SP382998); ruas arborizadas, sobre tronco de Ligustrum, 26-IV-1983, O. Yano & J.R. Pirani 693
(SP182009); Bairro Exposição, Rua Santos Dumont, sobre troncos, 21-I-2006, J. Bordin, S.
Grando & R. Cardoso 312p.p. (HUCS27450, SP379752); Parque dos Macaquinhos, sobre tronco
de Ligustrum, 15-X-2005, J. Bordin 151p.p. (HUCS27224, SP379476); Parque Cinqüentenário,
sobre tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29064 (HUCS29478, SP385442); Universidade de
Caxias do Sul, na mata, sobre troncos, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 299 (HUCS27445,
SP379748), idem, sobre troncos, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin 354p.p.
(HUCS27488, SP383043); idem, na mata, sobre troncos, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 215p.p.
(HUCS27266, SP379861); idem, na mata do Museu, sobre tronco de arbusto, 4-X-2006, O. Yano
& J. Bordin 29154 (SP385532); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre ramos de
árvore, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 503 (HUCS28104).
112
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, PR, RJ, RS (São Leopoldo, São Salvador (atual município
de Salvador do Sul)) e SP.
Comentários: reconhecida pelo seu hábito, formando tapetes com aspecto aveludado, pelos
filídios contorcidos, oblongo-lanceolados com longo ápice capiliforme, hialino e margem
bordeada com 1-2 fileiras de células alongadas e amareladas. Também pode ser reconhecida pela
costa delgada terminando bem perto do ápice e as células basais da lâmina retangulares (Yano &
Costa 1992).
Diferencia-se de Gemmabryum acuminatum (Harvey in W.J. Hooker) J.R. Spence & H.P.
Ramsay, pois esta apresenta filídios mais curtos, sem borda de células diferenciadas, ápice curto-
acuminado e células da lâmina romboidais, mais estreitas.
Assemelha-se com Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere, que apresenta
filídios um pouco mais curtos, com ápice não hialino e borda bem diferenciada, larga, de 2-3
fileiras de células alongadas.
Cresce geralmente em casca ou galhos de árvores isoladas ou de florestas mais abertas
(Yano & Costa 1992).
Foi coletado sobre troncos de árvores e arbustos, em ruas, parques e na mata, associada
com Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander, Colobodontium vulpinum, Leucolejeunea
unciloba (Lindenb.) A. Evans, Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn., Macrocoma frigida
(Müll. Hal.) Vitt, Metzgeria conjugata Lindb., Plagiochila micropteryx Gottsche, Porella
reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis. e Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann.
*Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere, Bryologist 51(2): 98. 1948.
Basiônimo: Leptotheca speciosa Hook. f. & Wilson, Icon. Plant. Rar. 8: 748. 1845.
Tipo: Jamaica (hb Brown, n.v.).
Figura 30
Gametófitos verde-amarelados a castanhos. Filídios oblongo-lanceolados ou oblongos, ±
contorcidos e juláceos quando secos e ereto-patentes quando úmidos; ápice gradualmente longo-
acuminados; margem inteira, reflexa na parte mediana e basal, denticulada no ápice, bordeada
com 2-3 fileiras de células estreitas e alongadas; costa até da lâmina ou excurrente nos filídios
apicais; células superiores grandes, romboidais ou rombo-hexagonais, menores no ápice; basais
retangulares, mais largas.
113
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, sobre troncos, 27-VIII-1992, R. Wasum s.n (HUCS8613).
Distribuição no Brasil: SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-lanceolados, gradualmente longo-acuminados
com borda bem diferenciada, larga, com 2-3 fileiras de células alongadas.
Figura 30. Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere. a. aspecto geral do gametófito
com esporófito; b, c. filídios; d. células do ápice do filídio; e. células da base do filídio (D.M.
Vital 2674, SP90720).
114
Diferencia-se de Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay, pois
este apresenta filídios mais curtos, sem borda de células diferenciadas, ápice curto-acuminado e
costa finalizando pouco abaixo do ápice.
Assemelha-se com Brachymenium hornschuchianum Mart., porém este apresenta filídios
mais longos com ápice hialino e apenas 1-2 fileiras de células alongadas, amareladas na borda.
Cresce em troncos de árvores, raramente sobre solo (Ochi 1980).
Foi coletada na mata, sobre troncos.
Bryum argenteum Hedw., Spec. Musc. Frond.: 181. 1801.
Tipo: Ad muros, tecta rupes Europaes.
Ilustração: Costa (1994) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos pequenos, prateados a verde-esbranquiçados. Filídios imbricados, juláceos,
ovalados; ápice apiculado ou ± acuminado; margem inteira; costa forte, sub-percurrente a
excurrente; células hexagonais a longo-hexagonais; basais quadráticas e apicais hialinas.
Esporófitos pendentes, seta castanho a marrom escura, cápsula oblongo-piriforme, verdes a
castanhas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, no solo, 12-XI-
2005, J. Bordin 166p.p. (HUCS27161, SP379696); Parque Cinqüentenário, paredão de rocha, 3-
X-2006, O. Yano & J. Bordin 29171p.p. (HUCS29562, SP385549); Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Cabralea canjerana, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 20230p.p. (HUCS29583,
SP386695); Universidade de Caxias do Sul, beira da estrada, sobre o asfalto, 17-I-2006, J. ordin
& E. Pasini 307 (HUCS27425); idem, Museu, nas calhas da sacada, 11-I-2006, J. Bordin &
R.C . Molon 258 (HUCS27403, SP379731); idem, sobre rochas, 11-VIII-2005, A. Brunetto s.n.
(HUCS26624, SP379688); idem, beira da mata, no solo, 18-VI-2006, J. Bordin, M.A. Bordin &
A. Benedetti 516 (HUCS28591, SP383079); Jardim Botânico de Caxias do Sul, no solo, entre as
pedras do calçamento, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29263 (HUCS29607, SP385728).
Distribuição no Brasil: AL, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MT, PB, PE, PR, RJ, RR, RS
(Cachoeira, Campos (atual município de Cachoeira do Sul); Porto Alegre; São Francisco de
Paula; São Leopoldo, São Salvador (atual município de Salvador do Sul)), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito pequeno, prateado, juláceo, com células apicais dos
filídios hialinas.
115
Normalmente o esporófito não está presente (Sharp et al. 1994), entretanto ele foi
observado em um espécime do material examinado.
É uma das espécies mais comuns, bem conhecida e amplamente distribuída do gênero
(Ochi 1980). Ocorre no solo, rochas, troncos de árvores, paredes de cimento, telhados e outros
locais abertos ou semi-sombreados (Sharp et al. 1994).
Foi coletada em substratos variados: troncos, solo, rochas, asfalto e calhas de alumínio,
em parques, ruas e beira da mata, associada com Bryum limbatum Müll. Hal., Gemmabryum
exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay e Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann.
**Bryum chryseum Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 304. 1869.
Tipo: Guatemala. Volcán del Fuego, Godman et Salvin 304 (holótipo NY; isótipo H, n.v.).
Figura 31
Gemetófitos verde-escuros a amarelados. Filídios imbricados, côncavos, ovalados ou
ovalado-oblongos; ápice aristado, célula apical hialina; margem inteira; costa longo-excurrente;
células hexagonais, grandes; basais quadradas; alares diferenciadas, quadráticas em fileiras
orientadas perto da margem.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, beira da mata, na escada, sobre rochas, 13-I-2006, J. Bordin 279 p.p. (HUCS27381,
SP379712).
Distribuição no Brasil: Esta é a primeira citação para o Brasil. Na América a espécie ocorre no
México, Guatemala, Bolívia e Chile (Ochi 1980).
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalados, com ápice aristado, hialino, pelas células
alares diferenciadas, quadráticas, em fileiras e pelas células próximas a margem que diminuem
de tamanho em direção ao ápice.
Assemelha-se com Bryum limbatum Müll. Hal., porém este apresenta gametófitos
maiores, filídios mais alongados, ápices mais curtos sem célula hialina apical e margem
bordeada com 3-6 fileiras de células alongadas, bem diferenciadas.
Cresce em locais úmidos a relativamente secos, em penhascos ou grandes rochas, em
locais abertos ou semi-sombreados (Sharp et al. 1994).
Foi coletada sobre rochas, na mata, associada com Weissia controversa Hedw.
116
Bryum limbatum Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 2: 573. 1851.
Tipo: Costa Rica, in reg. Montosa, A.S. Oersted s.n.
Ilustração: Ochi (1980), Oliveira-e-Silva & Yano (2000b) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos verdes a verde-claros. Filídios imbricados, ovalados ou ovalado-oblongos;
ápice agudo ou curto-acuminado; margem levemente serrulada, bordeada com 3-6 fileiras de
células longo-retangulares, mais estreitas; costa subpercurrente, percurrente ou curto-excurrente;
células hexagonais, pequenas; basais bem diferenciadas, quadráticas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, no solo, 12-IX-
2005, J. Bordin 166p.p. (HUCS27161, SP379696).
Distribuição no Brasil: DF, ES, MG, PR, RJ, RS (Bom Jesus, Fazenda do Cilho; Estação São
Salvador (atual município de Salvador do Sul)), SC e SP.
Figura 31. Bryum chryseum Mitt. a. aspecto geral do gametófito; b, c, d. filídios; e. células
do ápice do filídio; f. células da lâmina do filídio; g. secção transversal do caulídio (J.
Bordin 279p.p., SP379712).
117
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalados com ápice agudo ou curto acuminado,
bordeado com 3-6 fileiras de células bem diferencidas, alongadas.
Observou-se variação nos ápices dos filídios, que são agudos em alguns e curto-
acuminados em outros e na costa que vai de sub-percurrente a curto-excurrente.
É muito semelhante a Bryum chryseum Mitt., diferenciando-se pelo ápice alongado com
célula apical hialina e ausência de borda nesta espécie.
Cresce sobre rochas molhadas, ao longo de riachos (Sharp et al. 1994) e também sobre
solo (Yano & Colletes 2000).
Foi coletada em solo batido, em local antropizado, associada com Bryum argenteum
Hedw.
*Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay, Phytologia 87(2): 65. 2005.
Basiônimo: Brachymenium acuminatum Harv. ex Hook., Icon. Pl. Rar. 1: 19. 1836.
Tipo: figura original de W.J. Hooker (holótipo BM, n.v.).
Figura 32
Gametófitos verde-amarelados, formando tapetes. Filídios imbricados, ovalado-
lanceolados; ápice curto-acuminado a agudo; margem inteira, levemente serrulada na parte
superior; costa subpercurrente; células romboidais alongadas, estreitas; basais mais curtas e
largas. Esporófitos com seta marrom, cápsulas marrom-esverdeadas, eretas a nutantes, oblongo-
piriformes com opérculo hemisférico.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, no barranco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29126 (HUCS29528, SP385504).
Distribuição no Brasil: RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-lanceolados, curtamente acuminados, com
células romboidais, muito estreitas.
Foram observados alguns filídios com margem levemente serrulada na região apical e
costa percurrente ou curto-excurrente, estando de acordo com Ochi (1980), que observa a grande
variabilidade dos filídios.
Cresce sobre solo pobre cobrindo rochas ou fendas de rochas, em lugares abertos a pouco
sombreados (Ochi 1980).
Foi coletada sobre barranco, em lugar úmido, na mata.
118
*Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay, Phytologia 87(2): 67. 2005.
Basiônimo: Bryum exile Dozy & Molk., Ann. Sci. Nat. Bot. ser 3, 2: 300. 1844.
Tipo: Java, Sumatra.
Figura 33
Figura 32. Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay. a. aspecto geral do
gametófito com esporófito; b. filídios; c. células do ápice do filídio; d. células da lâmina do
filídio; e. secção transversal do caulídio; f. dentes do peristômio; g. ânulos (O. Yano & J.
Bordin 29126, SP385504).
119
Gametófitos verde-amarelados, eretos, em tufos densos. Filídios distantes a contíguos,
esquarrosos quando úmidos, ovalados a oblongo-ovalados; ápice aristado a curto-acuminado;
margem inteira, bordeada com 1-2 fileiras de células alongadas na metade superior; costa forte,
percurrente ou curto-excurrente; células superiores hexagonais ou rombo-hexagonais, medianas
maiores, basais diferenciadas, quadráticas ou curto-retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
paredão de rocha, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29171p.p. (HUCS29562, SP385549).
Distribuição no Brasil: BA, DF, MS, PE, RJ, RR e SP.
Figura 33. Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay. a. aspecto geral
do gametófito com esporófito; b. filídios; c. células do ápice do filídio; d. dente do exóstoma; e.
dente do endóstoma (O. Yano et al. 10677, SP220372).
120
Comentários: reconhecida pelo formato dos filídios que são ovalados, largos, com ápice aristado,
enquanto que em Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay os filídios são
mais alongados.
Cresce em solo úmido ou relativamente seco, entre rochas ou fendas, em locais
ensolarados ou semi-sombreados (Sharp et al. 1994).
Foi coletada em parques, sobre rocha úmida, associada com Bryum argenteum Hedw.
Rosulabryum densifolium (Brid.) Ochyra in Ochyra, Zarnowiec & Bednareck-Ochyra, Biodiv.
Poland 3: 162. 2003.
Basiônimo: Bryum densifolium Brid., Bryol. Univ. 1: 855. 1827.
Tipo: inter muscos Americanos in Anibus lectos neglectum sterilonque invenimus.
Ilustração: Oliveira-e-Silva & Yano (2000b) e Sharp et al. (1994), ambos como Bryum
densifolium Brid.
Gametófitos verde-escuros, em tufos. Filídios distantes, ereto-patentes quando secos,
oblongo-lanceolados; ápice acuminado; margem serreada na metade superior, inteiramente
bordeados com 2-3 fileiras de células alongadas; costa forte, percurrente a curto-excurrente;
células superiores rombo-hexagonais; basais curto-retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, no solo úmido, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29173 (HUCS29563, SP385551).
Distribuição no Brasil: BA, DF, ES, MG, PE, PR, RJ, RS (Canoas; Colônia Nova Wuerttenberg
(atual município de Panambi); Porto Alegre; São Francisco de Paula; São Salvador (atual
município de Salvador do Sul), SC, SP e TO.
Comentários: distingue-se pelo tamanho grande dos gametófitos, filídios oblongo-lanceolados,
margem serreada na metade superior, bordeada ao longo de todo o filídio, além do dente apical
hialino.
Normalmente ocorre em locais úmidos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada sobre o solo úmido, na mata.
Dicranaceae
1. Filídios dispostos em verticilos ao redor do caulídio............................... Bryohumbertia filifolia
1. Filídios dispostos regularmente ao redor do caulídio, não em verticilos.................................... 2
121
2. Margem dos filídios duplamente denteada; filídios não subulados .....................................
......................................................................................................... Holomitrium olfersianum
2. Margem dos filídios inteira ou denteada no ápice; filídios subulados. .............................. 3
3. Células alares não diferenciadas .....................................................Microcampylopus curvisetus
3. Células alares bem diferenciadas ................................................................................................4
4. Costa em secção transversal com lamelas de 1-2 células; margem revoluta. .................... 5
4. Costa em secção transversal sem lamelas; margem inteira................................................6
5. Ápice dos filídios longo-acuminado, serreado, capilar, hialino; costa do tamanho da base do
filídio; seção transversal da costa com 1 camada de estereídios e 2 de leucocistos ........................
............................................................................................................................ Campylopus pilifer
5. Ápice dos filídios acuminado, denteado, não capilar e hialino; costa da largura da base;
secção transversal da costa com 2 camadas de estereídios e 2 de leucocistos..................................
................................................................................................................ Campylopus heterostachys
6. Gametófitos retorcidos quando secos; células alares bem diferenciadas, quadráticas a
arredondadas......................................................................................... Campylopus flexuosus
6. Gametófitos não retorcidos quando secos; células alares pouco diferenciadas, quadráticas
a arredondadas........................................................................................Campylopus occultus
Bryohumbertia filifolia (Hornsch.) J.-P. Frahm, Cryptogamie, Bryol. Lichénol. 3: 366. 1982.
Basiônimo: Dicranum filifolium Hornsch. in Martius, Flora Brasil. 1: 12. 1840.
Tipo: Brasil, prope Novo-Friburgum, Beyrich s.n. (lectótipo JE, designado por Frahm 1991 em
Flora Neotropica, monograph 54: 32, n.v.).
Ilustração: Frahm (1991).
Gametófitos verde-amarelados, em tufos. Filídios imbricados, em fascículos ao redor do
caulídio, linear-lanceolados, subulados; ápice longo-acuminado; margem inteira, serreada no
ápice; costa excurrente, da largura da base; em secção transversal com bandas ventral e dorsal
de estereídios; células superiores pequenas, retangulares; basais retangulares, menores na
margem; alares diferenciadas, infladas, retangulares, avermelhadas ou hialinas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, na mata, sobre troncos caídos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 442,
450 (HUCS28006, SP379917; HUCS28080, SP382999).
122
Distribuição no Brasil: BA, CE, ES, MG, PE, PR, RJ, RR, RS (Cambará do Sul, Fortaleza dos
Aparados, Parque Nacional dos Aparados da Serra; Portão), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos em tufos, filídios longos, linear-lanceolados,
dispostos em fascículos ao redor do caulídio e pela secção da costa com duas bandas de
estereídios, sendo a dorsal maior.
Segundo Frahm (1991), o tamanho do gametófito e o comprimento dos filídios são muito
variáveis nesta espécie.
Ocorre no solo úmido, madeira em decomposição (Sharp et al. 1994), na base de troncos,
solo rochoso, ao longo de rodovias e clareiras (Frahm 1991).
A espécie foi coletada na mata, sobre troncos caídos.
*Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid., Mant. Musc. 4: 71. 1819.
Basiônimo: Dicranum flexuosum Hedw., Spec. Musc. Frond.: 145. 1801.
Tipo: 145 Dicranum flexuosum Dill. T 47. F. 33, Timm s.n. (lectótipo G, designado por Frahm
1991 em Flora Neotropica, monograph 54: 93, n.v.).
Figura 34
Gametófitos verde-brilhantes, em tufos. Filídios imbricados, longo-lanceolados; ápice
gradualmente acuminado; margem inteira, denteada no ápice; costa excurrente, ½ ou da
largura da base; secção transversal com uma camada dorsal de estereídios e duas camadas de
leucocistos, uma com células maiores, retangulares e outra com células arredondadas; base
auriculada; células superiores e medianas romboidais a quadráticas; basais retangulares e alares
infladas, quadráticas a arredondadas, hialinas ou avermelhadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, na
base do tronco de Araucaria angustifolia, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29059 (HUCS29475,
SP385437); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin,
E. Pasini & T. Ziembowicz 456 (HUCS28071, SP382990).
Distribuição: PE, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos com aspecto retorcido quando secos e filídios
longo-lanceolados, com uma camada de estereídios dorsais e duas camadas de leucocistos.
123
Os gametófitos são variáveis em tamanho, largura da costa e área ocupada pelas células
basais (Sharp et al. 1994).
Difere de Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger, pois este apesenta filídios mais
longos e secção da costa com duas camadas de estereídios e duas de leucocistos.
Cresce sobre solo, terra que cobre rochas, cascas e base de troncos de árvores, em vários
tipos de florestas (Frahm 1991).
Foi coletada sobre e na base de troncos, na mata e em parques.
Figura 34. Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid. a. aspecto geral do gametófito; b. filídios; c.
células da lâmina do filídio; d. secção transversal na região do ápice do filídio; e, f. secção
transversal na região mediana do filídio (D.F. Peralta 1580, SP368394).
124
Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger, Ber. Thätigk. St. Gallischen Naturwiss. Ges.
1870-1871: 421. 1872.
Basiônimo: Dicranum heterostachys Hampe, Flora 48: 581. 1865.
Tipo: Peru, Prov. Carabaya, Sandia, Hasskarl s.n. (holótipo BM; isótipo S, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos delgados, verde-amarelados, em tufos. Filídios imbricados, oblongo-
lanceolados, subulados; ápice acuminado; margem inteira, revoluta, denteada no ápice; costa
excurrente, ½ da largura da base; secção transversal com lamelas dorsais de 1-2 células de altura,
2 camadas de estereídios (dorsal e ventral) e 2 de leucocistos (ventrais), uma menor e outra
maior com células de paredes rômbicas; base auriculada; células superiores curto-retangulares;
basais retangulares, estreitas na margem, hialinas; alares longo-retangulares, hialinas ou
avermelhadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre solo batido úmido, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29050 (HUCS29470, SP383811);
Parque dos Macaquinhos, sobre tronco de Lagestroemia, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29239
(HUCS29587, SP385704); Universidade de Caxias do Sul, no solo, 20-IX-2005, J. Bordin 129,
(HUCS26644, SP379691); idem, beira da mata, sobre tronco de Cupressus, 18-VI-2006,
J. Bordin, M.A. Bordin & A. Benedetti 514 (HUCS28587, SP383075); Jardim Botânico de
Caxias do Sul, interior da mata, sobre troncos, 18-IV-2006, E. Pasini 61p.p. (HUCS28147);
idem sobre tronco em decomposição, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 436
(HUCS28151).
Distribuição no Brasil: BA, CE, GO, MG, MT, PI, PR, RJ, RR, RS (Bom Jesus, Fazenda do
Cilho; Caçapava do Sul, Minas de Camaquã; Jaquirana; São Francisco de Paula, Fazenda
Violeta) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-lanceolados, com margem revoluta e secção da
costa com 2 camadas de estereídios e 2 de leucocistos.
É semelhante a Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid., porém este apresenta filídios mais
curtos, base ovalada e secção da costa com apenas uma camada dorsal larga de estereídios. Além
disto, conforme Frahm (1991), esta espécie é facilmente distinguida de Campylopus flexuosus
(Hedw.) Brid. pelas paredes estreitas das células basais da lâmina, pelas células alares que
ocupam parte da costa, pelo ápice serreado e pelos grandes leucocistos ventrais.
125
Ocorre sobre troncos de árvores e florestas em declínio, até 2000 m (Sharp et al. 1994).
Foi coletada em parques e na mata, no solo, sobre troncos e troncos em decomposição,
associada com Atrichum androgymum var. oerstedianum (Müll. Hal.) Nyholm.
Campylopus occultus Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 86. 1869.
Tipo: Brasil, Paraná, Weir 66 (holótipo NY; isótipo F, H-BR, n.v.).
Ilustração: Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-amarelados, em tufos. Filídios imbricados, ovalado-lanceolados, ápice
longo, agudo; margem inteira, denteada no ápice, revoluta na base; costa excurrente, da
largura da base; secção transversal com uma camada dorsal de estereídios e duas camadas
ventrais de leucocistos; base auriculada; células superiores pequenas, subquadradas; basais curto-
retangulares; alares infladas, curto-retangulares, pouco diferenciadas, hialinas ou avermelhadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, no
solo, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 228p.p. (HUCS27368, SP379892).
Distribuição no Brasil: BA, DF, ES, GO, MA, MG, MS, PA, PR, RJ, RR, RS (Canela;
Montenegro; Pelotas, Campus Universitário; Portão; Porto Alegre; Rio Grande; São Francisco de
Paula; São Leopoldo, São Salvador (atual município de Salvador do Sul)), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalado-lanceolados e secção da costa com uma camada
dorsal de estereídios e duas camadas ventrais de leucocistos, uma com células grandes,
retangulares e outra com células menores, arredondadas, intercaladas entre as células maiores.
Cresce em solo turfoso ou arenoso úmido, sobre tocos de árvores e rochas arenosas, até
2000 m (Frahm 1991).
Foi coletada em parques, no solo, associada com Sematophyllum galipense (Müll. Hal.)
Mitt.
Campylopus pilifer Brid., Mant. Musc.: 72. 1819.
Tipo: Italy, Ischia, Bridel s.n. (lectótipo B, designado por Frahm 1991 em Flora Neotropica,
monograph 54: 152, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994).
126
Gametófitos verde-escuros, eretos, em tufos. Filídios imbricados, lanceolados; ápice
gradualmente longo-acuminado, capilar, hialino; margem inteira, serreada no ápice, revoluta;
costa larga, excurrente, do tamanho da base; em secção transversal com lamelas dorsais de 1-2
células de altura, uma camada dorsal de estereídios e duas de leucocistos com paredes rômbicas;
base levemente auriculada; células superiores ovais a oblongo-romboidais, alongadas na
margem; basais longo-retangulares, hialinas; alares pouco diferenciadas.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, no
solo, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 233 (HUCS27366, SP379890); Universidade de
Caxias do Sul, barranco, no solo, 20-IX-2005, J. Bordin 120 (HUCS26638, SP379690).
Distribuição no Brasil: AL, AM, BA, DF, ES, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RR, RS (Canela) e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos eretos, em tufos rígidos, filídios com ápice capilar,
hialino, serreado e secção da costa com lamelas de 1-2 células, camada dorsal de estereídios e
duas camadas de leucocistos, uma ventral com células grandes de paredes sinuosas e outra
central, com células menores, arredondadas, afastadas.
Difere das demais espécies estudadas pelos filídios lanceolados e pelo ápice longo,
capilar, hialino, serreado.
No material examinado, foram observadas 1-2 células nas lamelas costais, diferindo da
descrição de Frahm (1991), que observou 3-4 células de altura nestas lamelas. Segundo Frahm
(1991), as longas lamelas costais que estocam água são adaptações desta espécie aos hábitats
secos. Assim, as lamelas mais curtas observadas podem estar relacionadas ao clima mais úmido
no local de estudo e, portanto, à maior disponibilidade de água, não exigindo que as lamelas
sejam tão longas.
Ocorre sobre rochas expostas, solo seco, ao longo de rodovias e trilhas (Frahm 1991).
Foi coletada em parques, no solo, em barrancos.
Holomitrium olfersianum Hornsch. in Martius, Flora Brasil. 1(2): 18. 1840.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, in monte Corcovado, Beyrich s.n.
Ilustração: Hornschuch (1840) e Mello & Yano (1991).
Gametófitos verde-escuros, eretos, em tufos. Filídios imbricados, longo-lanceolados,
crispados quando secos; base larga, amarelada, ombro distinto; ápice agudo; margem duplamente
127
denteada, inteira na base; costa forte, percurrente; células superiores isodiamétricas; basais
retangulares; alares diferenciadas, maiores.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, Mata da Capela, interior da mata, sobre troncos, 17-VII-2006, M. Sartori 114 (HUCS28901,
SP383617).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, MT, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de
Espigão Alto; Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados, Parque Nacional dos Aparados da Serra;
Canela, Parque das Sequóias; Colônia Nova Wuerttemberg (atual município de Panambi);
Gramado; Nonoai, Parque Estadual Florestal de Nonoai; Nova Petrópolis; Passo Fundo, Floresta
Nacional de Passo Fundo; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Porto Alegre;
Rondinha, Parque Florestal Estadual de Rondinha; São Francisco de Paula, Floresta Nacional de
São Francisco de Paula, Veraneio Hampel; São José dos Ausentes; Silveira Martins), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios crispados quando secos, longos, com margem denteada e
porção basal alargada na altura dos ombros.
O gametófito assemelha-se com Ptychomitrium vaginatum Besch., entretanto este é
menor, possui filídios com a base hialina e margem inteiramente lisa.
O gênero cresce em ramos e troncos de árvores (Gradstein et al. 2001).
Foi coletada na mata, sobre troncos.
*Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm, Lindbergia 11: 116. 1986.
Basiônimo: Ǻngostroemia curviseta Hampe, Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 5, 3: 355. 1865.
Tipo: Colômbia, Bogotá, Tequendama, alt. 2500m, A. Lindig. s.n.
Figura 35
Gametófitos curvados, verde-claros, em tufos. Filídios imbricados, longos, lanceolados,
subulados; margem inteira, denticulada no ápice; ápice gradualmente acuminado; costa
excurrente, secção transversal com uma banda dorsal de estereídios; células apicais e medianas
romboidais a retangulares, pequenas; basais retangulares, maiores; alares não diferenciadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Parque
Cinqüentenário, no solo, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29057 (HUCS29474, SP383818); idem,
no solo, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 238 (HUCS27358, SP379883); Universidade de
128
Caxias do Sul, interior da mata, no solo, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 205 (HUCS27279,
SP379485); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, no solo, 18-IV-2006, J. Bordin
et al. 497p.p. (HUCS28099).
Distribuição no Brasil: AM, MG, MS, RJ, RO, RR e SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito reduzido, filídios longos, subulados, estreitos, sem
células alares diferenciadas.
Ocorre no solo úmido e lugares abertos, preferencialmente em áreas perturbadas (Frahm
1991).
Foi coletada no solo, na mata, associada com Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin)
M. Howe.
Figura 35. Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm. a. aspecto geral do
gametófito com esporófito; b. filídios; c. células da lâmina do filídio; d. secção transversal do
caulídio; e. secção transversal na região do ápice do filídio; f. secção transversal na região
mediana do filídio (Schäfer-Verwimp 13085, SP386298).
129
Ditrichaceae
Ditrichum subrufescens Broth., Act. Soc. Sc. Fenn. 19(5): 6. 1891.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Caraça, in terra, E. Wainio s.n.
Ilustração: Yano & Bordin (2006).
Gametófitos pequenos delgados, verde-amarelados a amarelo-claros, em tufos. Filídios
imbricados lanceolados-lineares; costa forte; súbula sulcada, percurrente, denteada no ápice;
margem inteira; células curto-retangulares na súbula; basais retangulares, alares não
diferenciadas. Esporófitos com cápsulas eretas, alongadas, amarelo-claras, tornando-se
alaranjadas quando velhas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29210 (SP385675).
Distribuição no Brasil: MG e RS (São Francisco de Paula, Lajeado Grande).
Comentários: reconhecida pelos gametófitos verde-amarelados, filídios longos, lanceolado-
subulados, denticulados apenas na região apical do ápice e pelos esporófitos com cápsulas eretas,
amareladas.
Os filídios longos, lanceolados e delgados assemelham-se com as espécies estudadas da
família Dicranaceae, entretanto, estes apresentam gametófitos eretos e células alares
normalmente diferenciadas.
Cresce no solo sombreado e úmido, em barrancos ou rochas (Sharp et al. 1994).
Foi coletada em parques, sobre barrancos úmidos.
Entodontaceae
Erythrodontium longisetum (Hook.) Paris, Ind. Bryol.: 436. 1896.
Basiônimo: Neckera longiseta Hook., Musci Exot. 1: 43. 1818.
Tipo: “alsis montis Quindiu (Cordillera de los Andes de Cundinamara), Humboldt & Bonpland.
Ilustração: Oliveira-e-Silva & Yano (2000b), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verdes a verde-amarelados, emaranhados. Filídios imbricados, orbicular-
ovalados, côncavos; ápice abruptamente acuminado; margem inteira, levemente serreada e
curvada no ápice; costa ausente; células superiores curtas, lineares, distantes; medianas centrais
130
longo-elípticas, amareladas, marginais ovaladas; alares bem diferenciadas, ovaladas a
retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, interior da mata, sobre tronco caído, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 300 (HUCS27433,
SP379736).
Distribuição no Brasil: MG, MS, MT, PE, PR, RJ, RS (Cerro Largo, Rio Encantado; Gramado;
Montenegro, Linha Júlio de Castilho; Santa Cruz; São Francisco de Paula; São Luiz das Missões,
Bossoroca (atuais municípios de São Luiz Gonzaga e Bossoroca); Vacaria) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios côncavos, orbicular-ovalados, ecostados, com células
alares bem diferenciadas.
No material examinado não foi observada costa nos filídios, entretanto, segundo Sharp et
al. (1994), quando presente, ela pode ser curta e dupla.
Cresce em galhos e troncos de árvores e sobre rochas (Sharp et al. 1994), em ambientes
secos (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
Foi coletada na mata, sobre troncos caídos.
Erpodiaceae
Aulacopilum glaucum Wilson, J. Bot. London 7: 90. 1848.
Tipo: Nova Zelândia, Colenso 1843 (holótipo NY, n.v.).
Ilustração: Vital (1980).
Gametófitos verde-amarelados a verde-claros, emaranhados. Filídios levemente
dimórficos, imbricados quando secos, eretos e complanados quando úmidos, assimétricos ou
oblongo-ovalados, ventrais menores; ápice agudo, finalizando com apículo hialino; costa
ausente; margem levemente crenulada pela projeção das papilas; células pluripapilosas,
superiores e medianas hexagonal-arredondadas, basais retangulares, alongadas. Esporófitos com
caliptra grande, plicada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29066 (SP385444).
Distribuição no Brasil: MS, PR, RS (Caçapava do Sul; Camargo; Candelária; Canela; Carazinho;
Catuípe; Caxias do Sul, Ana Rech; Cerro Largo; Encantado; Farroupilha; Frederico Westphalen;
131
Getúlio Vargas; Guarani das Missões; Ijuí; Marcelino Ramos; Palmeira das Missões; Panambi;
Santa Cruz do Sul; Santa Rosa; São Gabriel; São Luiz Gonzaga; São Marcos; São Pedro do Sul;
Tenente Portela; Três Passos; Venâncio Aires; Vicente Dutra) e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pequenos, delgados, bem aderidos ao substrato,
filídios assimétricos, células pluripapilosas e esporófito com caliptra plicada.
Todos os membros desta família ocupam nichos ecológicos bem específicos, isto é, são
encontrados em locais onde a vegetação arbórea é bastante esparsa e em locais freqüentados por
seres humanos, tais como chácaras, pomares, jardins botânicos, praças públicas, sobre árvores ao
longo de ruas e avenidas de grandes cidades industriais (Vital 1980).
Foi coletada em parques, sobre tronco de árvore.
Fabroniaceae
1. Filídios ovalados, curtos, imbricados; ápice obtuso; base cordada; margem inteira ....................
............................................................................................................. Dimerodontium mendozense
1. Filídios ovalado-lanceolados, alongados; ápice gradualmente longo acuminado; margem
inteira a levemente denticulada..................................................... Fabronia ciliaris var. polycarpa
Dimerodontium mendozense Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 541. 1869.
Tipo: Brasilia, Montevideo, Gibert 656/657.
Figura 36
Gametófitos verde-escuros, irregularmente ramificados, formando tapetes. Filídios
imbricados, curtos, juláceos quando secos, ereto-patentes quando úmidos, ovalados, côncavos;
ápice obtuso; base cordada; costa forte até da lâmina; margem inteira; células superiores
romboidais; basais redondo-quadradas, em colunas oblíquas, orientadas da margem para o
centro. Esporófitos com seta ereta, avermelhada; cápsula cilíndrica, amarelada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Os 18 do Forte,
junto ao canteiro, no solo, 27-XII-2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 222p.p. (HUCS27302,
SP379495); idem, sobre tronco de Ligustrum, 2-XII-2005, J. Bordin et al. 181p.p. (HUCS27204,
SP379483); idem, Rua Visconde de Pelotas, no canteiro, sobre rocha, 27-XII-2005, J. Bordin, V.
Reis & E. Franco 219p.p. (HUCS27301, SP379494); Parque dos Macaquinhos, sobre tronco de
Platanus, 15-X-2005, J. Bordin 152p.p. (HUCS27228, SP379478); idem, sobre tronco de
Lagestroemia, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 481p.p. (HUCS28054, SP382983); idem,
132
sobre tronco de Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 484 (HUCS28485, SP383070);
Bairro São Pelegrino, sobre tronco de Ligustrum, 18-XI-2005, J. Bordin 130p.p. (HUCS26648,
SP379693); Parque Cinqüentenário, na base de tronco de Mimosaceae, 3-X-2006, O. Yano & J.
Bordin 29068 (SP385446); Universidade de Caxias do Sul, interior da mata, sobre muro, 17-I-
2005, J. Bordin & E. Pasini 291 (HUCS27442, SP379745); idem, sobre tronco de Eucalyptus,
20-IX-2005, J. Bordin 127p.p. (HUCS26614, SP379679); idem, na calçada, 18-VI-2006, J.
Bordin, M.A. Bordin & A. Benedetti 513 (HUCS28592, SP383080).
Figura 36. Dimerodontim mendozense Mitt. a. aspecto geral do gametófito com esporófito;
b. aspecto geral do gametófito umidecido; c. filídios; d. células da lâmina do filídio (J.
Bordin et al. 219p.p., SP379494).
133
Distribuição no Brasil: MS, PR, RS (Bom Jesus; Montenegro, Pareci Novo (atual município de
Pareci Novo); Santa Cruz; São Leopoldo, Três Portos, Praça Centenário) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios juláceos quando secos, ereto-patentes quando úmidos,
côncavos, ovalados, base cordada, costa forte, até da lâmina e células basais bem
diferenciadas.
Cresce sobre casca de árvores ou rochas, junto de rios (Sehnem 1970).
A espécie parece não ter muita especificidade por substrato, já que foi coletada sobre
troncos e base de troncos de diversas espécies de árvores, rochas, solo, muros e calçadas,
associada com Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck, Fabronia ciliaris
var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, Fissidens inaequalis Mitt. e Syntrichia pagorum (Milde) J.J.
Amann. Cresce no interior da mata, mas parece preferir ambientes urbanizados, já que foi
facilmente encontrada em ruas movimentadas, praças e parques.
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, Brittonia 35(3): 251. 1983.
Basiônimo: Fabronia polycarpa Hook., Musci Exot. 1: 3. 1818.
Tipo: Colômbia, Mt. Quindiu, near Quebrada de Toche, on branches of Quercus granatensis,
Humboldt & Bonpland s.n. (BM, NY. n.v.).
Ilustração: Buck (1983) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-escuros, brilhantes. Filídios distantes a contíguos, ovalado-
lanceolados, alongados; ápice gradualmente longo-acuminado; costa forte até ½ ou da lâmina;
margem inteira, levemente denticulada; células superiores romboidais, marginais menores;
basais quadráticas, em colunas orientadas. Esporófitos com seta e cápsula amarelada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Alfredo
Chaves, sobre raízes de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 160p.p. (HUCS27222, SP379474);
idem, sobre tronco de Ligustrum, 2-XII-2005, J. Bordin et al. 181p.p. (HUCS27204, SP379483);
idem, Rua Os 18 do Forte, sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-2005, J. Bordin, V. Reis &
E. Franco, 221p.p. (HUCS27291, SP379707); idem, próximo a Rodoviária, sobre troncos, 16-
IX-2005, J. Bordin 132p.p. (HUCS26622, SP379686); idem, sobre tronco de Ligustrum, 14-IV-
2006, J. Bordin & L. Bordin 482b p.p., 486, 487p.p. (HUCS28484, SP383069; HUCS28204,
SP383058; HUCS28056, SP382985); nas ruas arborizadas, sobre tronco de Ligustrum, 26-IV-
1983, O. Yano & J.R. Pirani 6938 (SP182013); Bairro de Lourdes, Rua Pinheiro Machado, sobre
tronco de Salix, 12-XI-2005, J. Bordin 164a p.p. (HUCS27220, SP379473); idem, sobre tronco
134
de Ligustrum, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 311 (HUCS27463, SP379765);
idem, sobre tronco de Senna, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 469p.p. (HUCS28206); idem,
sobre tronco de Jacaranda, 12-XI-2005, J. Bordin 165p.p. (HUCS27162, SP379847); Bairro São
Pelegrino, sobre tronco de Syagrus, 21-I-2006, J. Bordin & L.S. Bordin 327 (HUCS27465,
SP379767); idem, sobre tronco de Ligustrum, 18-XI-2005, J. Bordin 130p.p. (HUCS26648,
SP379693); Parque Cinqüentenário, sobre tronco de Mimosaceae, 3-X-2006, O. Yano &
J. Bordin 29067 (HUCS29479, SP385445); Parque dos Macaquinhos, sobre tronco de
Lagestroemia, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29229 (HUCS29582, SP385694); Universidade
de Caxias do Sul, na sacada, em vaso de flor, J. Bordin & R.C. Molon 259 (HUCS27401,
SP379729); idem, sobre tronco de Eucalyptus, 20-IX-2005, J. Bordin 127p.p. (HUCS26614,
SP379679).
Distribuição no Brasil: AL, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PB, PE, PR, RJ, RS
(Colônia Wuerttenberg (atual município de Panambi); Erechim; Montenegro, São Pedro; Portão;
Santo Ângelo; São Leopoldo, Vila Gonzaga), SC, SE e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pequenos, formando tapetes, esporófitos amarelos
presentes, filídios ovalado-lanceolados, gradualmente longo-acuminados com células romboidais
grandes, diferenciadas na base.
Cresce normalmente em troncos de árvores (Sharp et al. 1994) e troncos podres (Sehnem
1970), em local aberto, na margem da mata e sobre o solo em ambiente sombrio e úmido
(Valdevino et al. 2002) ou sobre árvores isoladas de parques e jardins (Yano 1994).
Foi coletada sobre troncos de diversas espécies de árvores, raízes e no solo endurecido,
em ruas, parques e praças, associada com Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill &
W.R. Buck, Dimerodontium mendozense Mitt., Frullania ericoides (Nees) Mont., F. glomerata
(Lehm. & Lindenb.) Nees & Mont., Helicodontium capillare (Hedw.) A. Jaeger, Macrocoma
tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt, Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn., P. reflexa (Lehm.
& Lindenb.) Trevis., P. swartziana (Web.) Trevis. e Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann.
Pode ser considerada uma espécie bem adaptada a ambientes urbanos, já que foi muito coletada
no centro da cidade e não apareceu na mata, nas áreas mais bem preservadas.
Fissidentaceae
1. Células da lâmina longo-hexagonais..............................................................Fissidens scariosus
1. Células da lâmina hexagonais, isodiamétricas............................................................................ 2
2. Filídios inteiramente bordeados. ........................................................................................ 3
135
2. Filídios não bordeados ou com bordo apenas na lâmina vaginante................................... 5
3. Células da lâmina dos filídios mamilosas. ............................................... Fissidens angustifolius
3. Células da lâmina dos filídios lisas, não mamilosas. .................................................................. 4
4. Gametófitos enegrecidos; células não hialinas na lâmina do filídio; filídios lanceolados,
contíguos. ...................................................................................................Fissidens rigidulus
4. Gametófitos amarelados; células hialinas na lâmina do filídio; filídios oblongo-
lanceolados, distantes.............................................................................. Fissidens inaequalis
5. Lâmina vaginante bordeada. ....................................................................................................... 6
5. Lâmina vaginante não bordeada.................................................................................................. 7
6. Lâmina vaginante inteiramente bordeada; células da lâmina do filídio unipapilosas.........
.......................................................................................................... Fissidens submarginatus
6. Lâmina vaginante com bordo apenas na base; células da lâmina do filídio pluripapilosas.
.................................................................................................................Fissidens guianensis
7. Filídios crispados quando secos.................................................................................................. 8
7. Filídios não crispados quando secos. .......................................................................................... 9
8. Filídios imbricados; costa percurrente. ............................................Fissidens asplenioides
8. Filídios distantes; costa subpercurrente.................................................Fissidens scariosus
9. Células da lâmina vaginante mamilosas.........................................................Fissidens taxifolius
9. Células da lâmina vaginante lisas, não mamilosas.................................................................... 10
10. Lâmina vaginante curta, até a do filídio; células da lâmina do filídio hialinas,
mamilosas.................................................................................................Fissidens pellucidus
10. Lâmina vaginante longa, até b do filídio; células da lâmina do filídio escuras,
papilosas............................................................................................................................... 11
11. Células da lâmina do filídio unipapilosas; margem serrulada; ápice agudo a obtuso, não
apiculado. ..............................................................................Fissidens lagenarius var. muriculatus
11. Células da lâmina do filídio pluripapilosas; margem crenulada; ápice agudo, apiculado. .........
...............................................................................................................................Fissidens elegans
*Fissidens angustifolius Sull., Proc. Amer. Acad. Arts 5: 275. 1861.
Tipo: Cuba, sine loco designato, Sullivant, Musci Cubenses 18, Wright s.n. (holótipo FH-SULL;
isótipo BM, NY, PAC, n.v.).
Figura 37
Gametófitos verdes a verde-escuros, eretos a decumbentes. Filídios distantes, ±
flabelados, oblongo-lanceolados ou linear-lanceolados; ápice agudo; costa forte, curto-
136
excurrente; margem inteira, levemente denticulada no ápice, bordeados com 1-2 fileiras de
células alongadas em toda a lâmina; lâmina vaginante ½ do filídio, bordeada com 4-5 fileiras de
células alongadas; células irregularmente hexagonais, mamilosas, maiores, oblongas na lâmina
vaginante.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29238p.p. (SP385703); Universidade de
Caxias do Sul, sobre pedra úmida, perto da cachoeira, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29165p.p.
(HUCS29586, SP385543).
Distribuição no Brasil: AM, GO, PA, RO e SP.
Figura 37. Fissidens angustifolius Sull. a. aspecto geral do gametófito com esporófito; b, c.
filídio; d. células do ápice do filídio; e. células da lâmina do filídio; f. células da base da
lâmina do filídio; g. células da margem da lâmina vaginante; h. células da margem da
lâmina, e. secção transversal do filídio na região da lâmina vaginante (O. Yano 27180,
137
Comentários: caracteriza-se pelos filídios com células mamilosas, inteiramente bordeados e a
lâmina vaginante com borda larga de 4-5 células.
Os filídios inteiramente bordeados aproxima esta espécie de Fissidens rigidulus Hook. f.
& Wilson, que difere por apresentar gametófitos enegrecidos e células da lâmina lisas, não
mamilosas. Também assemelha-se com Fissidens inaequalis Mitt., entretanto este apresenta
células lisas e hialinas na lâmina do filídio.
Cresce no solo, troncos caídos e rochas, geralmente em áreas úmidas, do nível do mar até
1100 m (Sharp et al. 1994).
Foi coletada em parques e na mata, no solo e sobre rocha, em locais úmidos, associada
com Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot e Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle.
Fissidens asplenioides Hedw., Spec. Musc. Frond.: 156-157.1801.
Tipo: in Jamaica, in paludosis alpinis Scotiae.
Ilustração: Florschütz (1964) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-escuros, brilhantes, eretos. Filídios distantes, linear-ligulados a
lanceolados, crispados quando secos; ápice agudo a mucronado; costa forte, percurrente; margem
crenulada, serrulada no ápice, não bordeados; lâmina vaginante do filídio; células
arredondadas a hexagonais, mamilosas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
beira da mata, no solo, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 318 (HUCS27461,
SP379763).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, PR, RJ, RR, RS (Bom Jesus; Caxias do Sul, Vila Oliva;
Montenegro, Estação São Salvador (atual município de Salvador do Sul); São Francisco de
Paula, Fazenda Englert; São Leopoldo; Vacaria, Passo do Socorro), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos grandes, filídios longos, crispados quando secos,
não bordeados, com células mamilosas e costa percurrente.
No material examinado, o ápice dos filídios varia de agudo a mucronado, concordando com
Florschütz (1964), que observou ápices agudos no espécime tipo e obtuso em outros espécimes
examinados, concluindo que esta não é uma boa característica para ser utilizada na diferenciação
específica.
138
Assemelha-se com Fissidens radicans Mont. pelos ápices dos filídios circinados quando
secos, mas difere pois este apresenta gametófitos eretos, delgados, com filídios distantes, mais
escuros, com células pequenas.
Cresce sobre troncos de árvores e rochas, comum em altitudes elevadas, em florestas
tropicais (Florschütz 1964). Também pode ser encontrada sobre solo, rochas úmidas ou quase
submersa nos rios e lagos (Yano et al. 2003).
Foi coletada em parques, no solo, em local úmido.
Fissidens elegans Brid., Muscol. Recent. Suppl. 1: 167. 1806.
Tipo: Dominican Republic, s.l., Poiteau s.n. (holótipo B, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-claros, eretos. Filídios contíguos a imbricados, oblongos a oblongo-
lanceolados; ápice agudo, normalmente terminando em uma célula apical hialina; costa forte,
subpercurrente, finalizando 3-8 células abaixo do ápice; margem crenulada; não bordeados;
lâmina vaginante (½-) do filídio, margem denticulada, células lisas; células arredondadas,
pluripapilosas, escuras.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, na mata, solo úmido, 5-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29178 (SP385556).
Distribuição no Brasil: AC, AM, ES, FN, GO, MG, MT, MS, PA, PE, PR, RJ, RO, RS (São
Francisco de Paula), RR, SC, SP e TO.
Comentários: reconhecida pelos filídios imbricados, oblongos, ápice agudo e células escuras,
pluripapilosas.
No material examinado não foi observado bordo diferenciado na lâmina vaginante,
entretanto, segundo Pursell (1994), uma fileira de células, variável em tamanho e ocorrência
pode estar presente, formando um bordo. Quando esta característica está presente, a espécie pode
ser confundida com Fissidens guianensis Mont.
No material examinado, Fissidens guianensis Mont., apresenta borda de 1-4 células
alongadas na base da lâmina vaginante, diferenciando-se assim de Fissidens elegans Brid. onde
esta característica não foi observada.
Também é semelhante à Fissidens diplodus Mitt., porém difere pois este apresenta filídios
com ápice agudo ou obtuso, margem serrulada e células unipapilosas. Fissidens pellucidus
139
Hornsch., também é semelhante, mas difere pelos filídios com ápice gradualmente acuminado e
células mamilosas, hialinas e Fissidens taxifolius Hedw., difere pela presença de células
mamilosas na lâmina vaginante.
Cresce no solo, sobre rochas (Sharp et al. 1994) e também sobre troncos de árvores (Yano
et al. 2003).
Foi coletada na mata, em solo úmido.
*Fissidens guianensis Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2, 14: 340. 1840.
Tipo: Guiana Francesa, s-l., Leprieur 315 (lectótipo PC, designado por Florschütz 1964 em
Mosses of Suriname 1: 47, n.v.).
Figura 38
Gametófitos verde-escuros, eretos. Filídios contíguos, flabelados; lanceolados a oblongo-
elípticos; ápice agudo, acuminado ou obtuso; margem crenulada, não bordeada; costa forte,
subpercurrente; lâmina vaginante ½ filídio, bordo na base de 1-4 fileiras de células estreitas e
alongadas; células hexagonais, infladas, pluripapilosas; células marginais 1-2 papilas marginais.
Esporófitos com seta amarela, cápsula inclinada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
interior da mata, sobre rocha, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 315p.p.
(HUCS27462, SP379764); idem, no solo úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29240p.p.
(HUCS29588, SP385705).
Distribuição no Brasil: AC, AM, AP, BA, DF, ES, GO, MS, MT, PA, PE, PI, RR, RJ, RO, SP e
TO.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-elípticos, lâmina vaginante com bordo de 1-4
células alongadas, apenas na base, células infladas, 1-4 papilas; células marginais 1-2 papilas que
projetam-se para a margem.
Segundo Florschütz (1964), a espécie é muito variável e a característica mais constante
usada para distingui-la é a presença de células infladas, pluripapilosas na lâmina. O bordo da
lâmina vaginante não é uma boa característica, pois é muito variável e pode estar ausente em
alguns filídios. No material examinado, o bordo estava presente na maioria dos filídios, tornando
possível seu uso como característica diagnóstica.
140
Assemelha-se a Fissidens elegans Brid. e foi considerada por alguns autores como
sinônimo desta espécie. Entretanto, segundo Pursell (1994), os tipos destas espécies não são
idênticos. No material examinado, a espécie é facilmente distinguida de Fissidens elegans Brid.,
pois este não apresenta bordo diferenciado na lâmina vaginante.
Difere de Fissidens submarginatus Bruch, pois esta espécie apresenta lâmina vaginante
inteiramente bordeada e células unipapilosas.
Cresce sobre troncos ou base de árvores, madeira em decomposição, rochas e,
ocasionalmente, sobre solo argiloso (Florschütz 1964).
Foi coletada em parques, no solo e sobre rochas, em local úmido, associada com
Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson e Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton.
Figura 38. Fissidens guianensis Mont. a. aspecto geral do gametófito; b. filídios; c. células do
ápice do filídio; d. células da margem da lâmina vaginante; e. secção transversal do filídio na
região da lâmina vaginante (J. Bordin 315, SP379764).
141
*Fissidens inaequalis Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 589. 1869.
Tipo: Brasil, Amazonas, fl. Negro, São Gabriel, Spruce 538 (holótipo NY, n.v.).
Figura 39
Gametófitos verde-paleáceos a amarelados. Filídios distantes, oblongo-lanceolados; ápice
agudo; costa forte, percurrente; margem inteira; inteiramente bordeados com 1-2 fileiras de
células alongadas; lâmina vaginante do filídio, bordeada; células lisas, hialinas, irregulares,
quadráticas a retangulares, longo-retangulares na base e gradualmente menores perto da margem.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Visconde de
Pelotas, no canteiro, sobre rochas, 27-XII-2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 219p.p.
(HUCS27301, SP379494).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, PA, PE, RJ, RO, RR e SC.
Figura 39. Fissidens inaequalis Mitt. a. aspecto geral do gametófito; b. filídios; c. células do
ápice do filídio; d. células da base do filídio na lâmina vaginante; e. células da base do
filídio na região oposta à lâmina vaginante; f. secção transversal do filídio na região da
lâmina vaginante (J. Bordin et al. 219p.p., SP379494).
142
Comentários: reconhecida pelo tamanho reduzido, filídios inteiramente bordeados, células lisas,
hialinas e lâmina vaginante pequena, bordeada.
Assemelha-se com Fissidens angustifolius Sull. pela presença de borda diferenciada em
todo o filídio, porém diferencia-se pois este apresenta as células da lâmina do filídio mamilosas.
Também difere de Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson pois este apresenta gametófitos
enegrecidos e células lisas na lâmina do filídio.
Cresce sobre solo argiloso, em florestas tropicais (Florschütz 1964). Foi coletada sobre
rochas, em área antropizada, associada com Dimerodontium mendozense Mitt.
*Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell, Bryologist 102(1): 126. 1999.
Basiônimo: Fissidens muriculatus Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 593. 1869.
Tipo: Brasil, Amazonas, São Gabriel, ad ramulos mortuos, VI-1852, Spruce 573 (lectótipo NY,
designado por Grout 1943 em North American Flora 15(3): 183; isolectótipo BM, n.v.).
Figura 40
Gametófitos verde-claros, eretos ou decumbentes. Filídios distantes; oblongo-lanceolados,
curtos; ápice agudo a obtuso; costa subpercurrente, finalizando 2-4 células abaixo do ápice;
margem serrulada; não bordeados; lâmina vaginante do filídio, estreita, margem serrulada,
células lisas; células irregulares, hexagonais, escuras, unipapilosas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, no
solo úmido, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29077 (HUCS29485, SP385455).
Distribuição no Brasil: AM, ES, PA, PE, RO, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com costa subpercurrente, células unipapilosas e lâmina
vaginante estreita, não encostando na margem do filídio.
Não foram observados filídios com lâmina vaginante bordeada, já que estes aparecem logo
abaixo dos filídios periqueciais (Sharp et al. 1994) e o material examinado não estava fértil.
Assemelha-se com Fissidens elegans Brid., entretanto este apresenta células pluripapilosas,
escuras. Difere de Fissidens pellucidus Hornsch. pois este possui filídios com ápice
gradualmente acuminado, células mamilosas e hialinas. Também difere de Fissidens taxifolius
Hedw., pois este possui células mamilosas na lâmina vaginante.
Cresce sobre troncos de árvore, em locais úmidos e sombreados (Sharp et al. 1994).
Foi coletada em parques, no solo, em local úmido.
143
*Fissidens pellucidus Hornsch., Linnaea 15: 146. 1841.
Tipo: Brasil, Santa Catarina, Itajaí, Erdbordem im Walde, Ule 67 (neótipo H-BR, designado por
Pursell 1994 em Bryologist 97(3): 261, n.v.).
Figura 41
Gametófitos verdes a verde-avermelhados, eretos. Filídios imbricados, oblongo-ovalados
ou oblongos; ápice agudo; costa forte, ferrugínea, subpercurrente, finalizando 2-4 células abaixo
do ápice; margem crenulada; não bordeados; lâmina vaginante (-½) a do filídio, estreita,
margem serrulada, células lisas; células mamilosas, irregularmente hexagonais, hialinas na
região basal.
Figura 40. Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell. a. aspecto geral do gametófito;
b. filídios; c. células do ápice do filídio; d. células da base do filídio; e. secção transversal do
filídio na região da lâmina vaginante (O. Yano & J. Bordin 29077, SP385455).
144
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, solo úmido, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29164 (SP385542).
Distribuição no Brasil: AM, CE, MG, MT, PA, PR, RJ, RO, RR, SC, SP e TO.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos avermelhados, filídios com costa forte, ferrugínea e
células basais de coloração clara.
É semelhante a Fissidens diplodus Mitt., F. elegans Brid. e F. taxifolius Hedw.,
entretanto F. diplodus Mitt. apresenta filídios com ápice obtuso ou agudo, margem serrulada e
células unipapilosas, F. elegans Brid. apresenta filídios com ápice apiculado, margem crenulada
pela projeção das papilas e células pluripapilosas e F. taxifolius Hedw., apresenta lâmina
vaginante com células mamilosas.
Cresce no solo úmidos (Sharp et al. 1994), argilosos, no interior da mata pluvial, em
encostas de morros (Sehnem 1972). Foi coletada na mata, em solo úmido.
Figura 41. Fissidens pellucidus Hornsch. a. aspecto geral do gametófito; b. filídio; c. células do
ápice do filídio; d. células da base da lâmina do filídio; e. células da base da lâmina vaginante; e.
secção transversal do filídio na região da lâmina vaginante (O. Yano 27075, SP362651).
145
Fissidens radicans Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2, 14: 345. 1840.
Tipo: Guiana Francesa, s.l. Leprieur 310 (lectótipo PC, designado por Florschütz 1964 em
Mosses of Suriname 1: 67; isolectótipo PC, n.v.).
Ilustração: Florschütz (1964) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-amarelados, delgados. Filídios imbricados, linear-ligulados ou
oblongo-ligulados, enrolados quando secos; ápice agudo; costa forte, subpercurrente, finalizando
5-9 células abaixo do ápice; margem crenulada; não bordeados; lâmina vaginante ½ a do
filídio, margem serrulada, não bordeada; células irregulares, hexagonais, mamilosas, curto-
retangulares na margem.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro Panazzollo, sobre
rochas, 6-II-2006, S. Maboni 32 (HUCS27523, SP379900).
Distribuição no Brasil: BA, CE, ES, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RS (São Leopoldo, Capão da
Lagoa) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com ápices crispados quando secos, costa percurrente e
células pequenas, hexagonais, diferenciadas na margem, arredondadas na lâmina vaginante.
Assemelha-se com Fissidens asplenioides Hedw. pelos ápices crispados, mas difere pois
este apresenta tamanho maior do gametófito e filídios imbricados.
Cresce sobre cascas de árvores (Florschütz 1964), madeira em decomposição (Sharp et
al. 1994) e raramente sobre rochas, do nível do mar até 700 m (Bruggeman-Nannenga & Pursell
1990). Foi coletada sobre rochas, em área antropizada.
*Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson, in Wilson in Hook. f., Flora Nov. Zel. 2: 61. 1854.
Tipo: New Zealand, North Island, Wellington, Lyell 95 (lectótipo BM, designado por Pursell
1994 em Bryologist 97(3): 263, n.v.).
Figura 42
Gametófitos enegrecidos, verde-escuros a pretos. Filídios contíguos, lanceolados; costa
forte, percurrente; ápice agudo; margem inteira, bordeada em toda a lâmina com 4-6 fileiras de
células alongadas; lâmina vaginante ou ½ do filídio, bordeada com 5-6 fileiras de células
alongadas; células lisas, irregulares; superiores arredondadas; basais arredondadas a curto-
retangulares.
146
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29240p.p. (HUCS29588, SP385705);
Universidade de Caxias do Sul, sobre pedra perto da cachoeira, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29142 (SP385520).
Distribuição no Brasil: MT, MS, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pelo tamanho grande, coloração enegrecida do gametófito e bordo
inteiro, muito largo ao redor do filídio e da lâmina vaginante.
Os filídios inteiramente bordeados aproximam esta espécie de Fissidens angustifolius
Sull. e F. inaequalis Mitt., entretanto, estes não apresentam gametófitos enegrecidos.
É uma espécie primariamente aquática, aderida às rochas em água corrente e cachoeiras,
mas também ocorre em ambientes terrestres úmidos, exibindo uma grande plasticidade
Figura 42. Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson a. aspecto geral do gametófito; b. filídios; c.
células do ápice do filídio; d. células da margem da lâmina vaginante; e. secção transversal do
filídio na região da lâmina vaginante (SP207413).
147
morfológica (Pursell 1994). Foi coletado sobre rocha, em ambiente muito úmido, associada com
Fissidens guianensis Mont.
*Fissidens scariosus Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 599. 1869.
Tipo: Peru, Andes Peruvianae, Lamas ad terram, Spruce 537 (holótipo NY, n.v.).
Figura 43
Gametófitos verde-brilhantes, simples, eretos. Filídios linear-lanceolados a oblongo-
lanceolados; ápice gradualmente acuminado a agudo; costa forte até do filídio; margem
inteira, não bordeada; lâmina vaginante (½-) do filídio, estreita, não alcançando a margem,
não bordeada; células lisas, longo-hexagonais, marginais mais estreitas. Esporófitos com
cápsulas eretas, cilíndricas, amareladas; seta amarelo-claro.
Figura 43. Fissidens scariosus Mitt. a. aspecto geral do gametófito; b. filídios; c. células do ápice
do filídio; d. células da base do filídio na lâmina vaginante; e. células da margem do filídio; f.
secção transversal na região da lâmina vaginante (D.F. Peralta 1393, SP362345).
148
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, no solo, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29181 (HUCS29496, SP385559).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, PA, PE, PR, RJ, RO, RR, SC e SP.
Comentários: reconhecida pela coloração verde-brilhante do gametófito, células longo-
hexagonais do filídio e pela lâmina vaginante curta, estreita, não alcançando a margem do filídio.
Cresce no solo úmido e sombreado (Sharp et al. 1994). Foi coletada no solo, na mata.
*Fissidens submarginatus Bruch in Krauss, Flora 29: 133. 1846.
Tipo: South Africa, Natal, in faucibus sylvarum natalensium prope Litus, Krauss s.n. (lectótipo
BM, designado por Pursell 1994, em Bryologist 97(3): 265; isolectótipo PC, n.v.).
Figura 44
Gametófitos verde-opacos, eretos ou decumbentes. Filídios imbricados, enrolados no
ápice quando secos, oblongo-lanceolados; ápice agudo-acuminado; costa forte, percurrente;
margem crenulada, não bordeada; lâmina vaginante ½ ou do filídio, inteiramente bordeada
com 1-2 fileiras de células alongadas; células uniformes, hexagonais, unipapilosas; células basais
da lâmina vaginante lisas, maiores e mais retangulares. Esporófitos com seta marrom e cápsula
ovóide.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, no
solo, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29075 (SP385453).
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, CE, DF, FN, GO, MT, MS, PA, PE, PI, RJ, RO, SC, SP e
TO.
Comentários: reconhecida pela lâmina vaginante inteiramente bordeada com 1-2 fileiras de
células alongadas e pelas células unipapilosas.
Assemelha-se com Fissidens guianensis Mont., entretanto este apresenta bordo apenas na
base da lâmina vaginante e as células da lâmina do filídio são pluripapilosas.
Ocorre em lugares abertos, plantações e vilas, raramente em florestas (Florschütz 1964).
É uma espécie primariamente terrestre e caracteriza-se pelas células da lâmina unipapilosas,
costa percurrente ou curto-excurrente e lâmina vaginante bordeada (Pursell 1997).
Foi coletada em parques, no solo.
149
**Fissidens taxifolius Hedw., Spec. Musc. Frond.: 155. 1801.
Tipo: Europa (lectótipo G, designado por Pursell 1986 em Bryologist 89(1): 35-41, n.v.).
Figura 45
Gametófitos verde-claros, em tufos, emaranhados. Filídios contíguos, oblongo-ligulados;
ápice cuspidado, agudo, obtuso; costa forte, subpercurrente; margem crenulada, não bordeada;
lâmina vaginante até do filídio; células irregularmente hexagonais, mamilosas na lâmina
vaginante.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
beira da mata, no solo, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 319 (HUCS27458,
SP379760); idem, no solo úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29195 (HUCS29564,
SP385660).
Distribuição no Brasil: Esta é a primeira citação para o Brasil. Ocorre mais ou menos por todo o
Hemisfério Norte (Sharp et al. 1994).
Figura 44. Fissidens submarginatus Bruch. a. aspecto geral do gametófito; b, c. filídios; d. células
do ápice do filídio; e. células da base da lâmina do filídio; f. células da margem da lâmina
vaginante; g. células da base da lâmina; h. secção transversal do filídio na região da lâmina
vaginante (D.F. Peralta 1220, SP362335).
150
Comentários: reconhecida pelos gametófitos grandes, margem dos filídios crenulada, ápice
cuspidado e células mamilosas na lâmina vaginante.
Assemelha-se com Fissidens diplodus Mitt., F. elegans Brid. e F. pellucidus Hornsch.,
entretanto, estes apresentam células lisas na lâmina vaginante.
Ocorre no solo úmido e sombreado e nas regiões tropicais, mais ou menos limitada a altas
elevações (Pursell et al. 1992). Foi coletada em parques, no solo úmido.
Funariaceae
*Physcomitrium subsphaericum Schimp. ex Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 2: 544. 1851.
Tipo: Guatemala, Alta Vera Cruz, Pansamalá: H. v. Türckheim in Hb. Levier.
Figura 46
Figura 45. Fissidens taxifolius Hedw. a. aspecto geral do gametófito; b. filídios; c. células do
ápice do filídio; d. células da base do filídio na lâmina vaginante; e. secção transversal do filídio
na região da lâmina vaginante (J. Bordin et al. 319, SP379760).
151
Gametófitos verde-amarelados a castanhos, em rosetas. Filídios obovados a oblongo-
espatulados, crispados quando secos; ápice agudo a obtuso; costa subpercurrente; margem
serreada na parte superior, bordeada com uma fileira de células estreitas, alongadas; células
superiores hexagonais; basais retangulares. Esporófitos com seta longa, marrom; cápsula ereta,
subesférica.
Material examinado: BRASIL, RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29203 (HUCS29569, SP385668);
Universidade de Caxias do Sul, beira do caminho para IB, barranco, no solo úmido, 4-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29150 (HUCS29553, SP385528).
Figura 46. Physcomitrium subsphaericum Schimp. ex Müll. Hal. a. aspecto geral do gametófito
com esporófito; b. filídio; c. células do ápice do filídio; d. células da margem da lâmina do
filídio; e. secção transversal da costa na região mediana do filídio; f. secção transversal do
caulídio (O. Yano & J. Bordin 29150, SP385528).
152
Distribuição no Brasil: MG.
Comentários: reconhecida pelos filídios obovados a oblongo-espatulados e pelos esporófitos com
setas longas e cápsulas eretas, subesféricas.
Ocorre no solo ou barrancos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada em parques e na beira da mata, sobre barrancos úmidos.
Hypnaceae
1. Ápice das células dos filídios com projeções papilosas.............................................................. 2
1. Ápice das células dos filídios lisos, sem projeções papilosas..................................................... 3
2. Margem dos filídios inteiramente serreada ou serrulada; filídios ovalado-triangulares,
base cordada ......................................................................................... Ctenidium malacodes
2. Margem dos filídios inteira ou serrulada no ápice; filídios ovalados ou ovalado-
lanceolados, base ligeiramente cordada .................................... Chryso-hypnum diminutivum
3. Células dos filídios curto-romboidais a curto-retangulares; células alares pouco diferenciadas,
quadráticas................................................................................................... Vesicularia vesicularis
3. Células dos filídios longo-lineares, fusiformes ou curto-oblongas; células alares bem
diferenciadas, retangulares a quadráticas........................................................................................ 4
4. Margem dos filídios inteira, base decurrente ....................................... Platygyriella densa
4. Margem dos filídios serreada no ápice, base não decurrente........... Isopterygium tenerum
Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck, Brittonia 36: 182. 1984.
Basiônimo: Hypnum diminutivum Hampe, Linnaea 20: 86. 1847.
Tipo: Venezuela. Caracas, Moritz 20 (holótipo BM; isótipo NY, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-amarelados a verde-escuros, brilhantes, emaranhados. Filídios do
caulídio eretos a patentes, ovalados ou ovalado-lanceolados; ápice gradualmente acuminado;
base ligeiramente cordada; costa inconspícua, curta, dupla, desigual; margem inteira, levemente
serrulada no ápice; células superiores e medianas lineares com projeção papilosa apical; basais
mais curtas; alares diferenciadas, pequenas, quadradas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
interior da mata, no solo, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 324 (HUCS27457,
SP379759); Universidade de Caxias do Sul, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 17-XII-
153
2005, J. Bordin & D.F. Peralta 182 (HUCS27205); idem, mata do Bloco F, no solo úmido, 4-X-
2006, O. Yano & J. Bordin 29167p.p. (HUCS29559, SP385545); Jardim Botânico de Caxias do
Sul, sobre pedras do calçamento, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 464
(HUCS28003, SP379914); idem, no calçamento, 18-VI-2006, J. Bordin et al. 510p.p.
(HUCS28076, SP382995); idem, na mata, no solo, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini &
T. Ziembowicz 453 (HUCS28073); idem, sobre troncos, 2-IX-2005, F. Marchett 374
(HUCS26639, SP 379659).
Distribuição no Brasil: AC, AM, AP, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, RJ, PR, RR, RS
(Barracão, Parque Florestal Estadual de Espigão Alto; Canela, Floresta Nacional de Canela;
Caxias do Sul, Vila Oliva; Gramado; Nonoai, Floresta Estadual de Nonoai; Passo Fundo,
Floresta Nacional de Passo Fundo; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Rondinha,
Parque Florestal Estadual de Rondinha; São Francisco de Paula), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalado-lanceolados, gradualmente acuminados,
serrulados no ápice, pelas células alongadas com projeções papilosas apicais e células alares bem
diferenciadas, quadradas, em 3-5 colunas. Os filídios do caulídio e dos ramos são levemente
diferenciados, sendo os dos ramos menores.
Cresce na base de troncos, troncos em decomposição, solo e rochas (Sharp et al. 1994),
no interior da mata (Peralta & Yano 2005).
Foi coletada em parques e na mata, sobre troncos, solo e rochas, associada com
Lophocolea bidentata (L.) Dumort.
*Ctenidium malacodes Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 509. 1869.
Tipo: Andes Bogotenes, in sylvis supra Pacho ad arbores, Weir 243.
Figura 47
Gametófitos verde-amarelados, brilhantes, cespitosos. Filídios do caulídio ovalado-
triangulares; ápice gradualmente acuminado, flexuoso; base cordada; costa dupla, curta; margem
serreada até a base; células lineares a longo-lineares com projeções papilosas no ápice; alares
quadradas a curto-retangulares. Filídios dos ramos oblongo-lanceolados; ápice gradualmente
longo-acuminado; costa dupla, curta; margem irregularmente serrulada, serreada acima da
metade; células lineares com projeções papilosas no ápice; alares pouco diferenciadas, oblongas
a quadradas.
154
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, Bloco F, no solo, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29166 (HUCS29558, SP385544).
Distribuição no Brasil: BA, MG, MS, MT, PR, RJ, SC e SP.
Comentários: os filídios do caulídio e dos ramos são bem diferenciados, ovalado-triangulares no
caulídio e oblongo-lanceolados nos ramos. A margem serreadas e as projeções papilosas são
características distintivas (Sharp et al. 1994).
Conforme Sharp et al. (1994), há muita variação no tamanho e aparência do gametófito e
dos filídios, embora as características microscópicas sejam uniformes. Cresce tipicamente sobre
rochas (Buck 1998), mas também sobre troncos, ramos de árvores e solo, em locais úmidos e
sombreados (Sharp et al. 1994). Foi coletado no solo, em local permanentemente sombreado.
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 499. 1869.
Basiônimo: Hypnum tenerum Sw., Flora Ind. Occid. 3: 1817. 1806.
Tipo: Jamaica
Ilustração: Hirai et al. (1998), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Figura 47. Ctenidium malacodes Mitt. a. aspecto geral do gametófito; b, c. filídios; d. células da
base do filídio; e. células do ápice do filídio (D.M. Vital 11636, SP202097).
155
Gametófitos verde-esbranquiçados a amarelo-esverdeados, irregularmente ramificados.
Filídios ovalado-lanceolados, ovalados ou lanceolados, eretopatentes, complanados; ápice
gradualmente acuminado; costa ausente ou curta e dupla; margem inteira, serreada no ápice;
células superiores fusiformes; basais curto-oblongas; alares poucas, quadradas a retangulares,
amareladas, em três colunas. Esporófitos com seta marrom-avermelhada; cápsulas ovaladas,
curvadas.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco de Araucaria angustifolia, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 226p.p.
(HUCS27355, SP379880).
Distribuição no Brasil: AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, PR,
RJ, RO, RR, RS (Cambará do Sul, Parque Nacional dos Aparados da Serra; Colônia Nova
Wuerttenberg (atual município de Panambi); Farroupilha; Lavras; Montenegro; Novo
Hamburgo; Porto Alegre; São Francisco de Paula; São Leopoldo), SC, SP e TO.
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalado-lanceolados, eretopatentes, complanados,
margem inteira e células alares em pequenos grupos, diferenciadas, quadráticas, amareladas.
É uma espécie muito variável (Sharp et al. 1994), difícil de caracterizar (Behar et al.
1992).
Cresce sobre troncos e base de troncos de árvores e arbustos, troncos em decomposição e
raramente sobre rochas (Sharp et al. 1994), comumente em locais secos, mas às vezes também
em ambientes encharcados (Hirai et al. 1998).
Foi coletada em parques, sobre tronco de árvore, associada com Bryoerythrophyllum
recurvirostrum (Hedw.) P.C. Chen., Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A. Crum,
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. e Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander.
*Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck, Brittonia 36: 86. 1984.
Basiônimo: Leskea densa Hook. in Kunth, Syn. Plant. 1: 61. 1822.
Tipo: México. [? Michoacán:] betwen Pazcuaro and Ario, Humboldt & Bonpland s.n. (holótipo
BM; isótipo NY, n.v.).
Figura 48
Gametófitos verde-claros a verde-dourados, brilhantes, irregularmente ramificados.
Filídios lanceolados a lanceolado-ovalados, côncavos; ápice agudo a gradualmente acuminado;
156
base decurrente; costa curta e dupla; margem inteira; margem basal decurrente; células longo-
lineares em toda a lâmina; alares diferenciadas, quadradas a curto-retangulares. Esporófitos com
seta amarelada; dentes do peristômio estriados, papilosos no ápice.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco de Cedrella, 30-XII-2005 J. Bordin & L. Brancher 232 (HUCS27334, SP379501).
Distribuição no Brasil: DF e GO.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pequenos, filídios lanceolado-ovalados, distantes,
margem basal decurrente, com 1-2 células maiores, células longo-lineares, alares bem
diferenciadas. No material examinado a forma do filídio e do ápice são muito variados e a costa
não foi observada em alguns filídios.
Cresce normalmente sobre troncos de árvores (Sharp et al. 1994). Foi coletada em
parques, sobre tronco.
Figura 48. Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck. a. aspecto geral do gametófito com
esporófito; b. filídios; c. células do ápice do filídio; d. células da lâmina do filídio; e. células da
base da lâmina do filídio; f. exóstoma e endóstoma (J. Bordin & L. Brancher 232, SP379501).
157
Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth. in Engler & Prantl, Näturl. Pflanzenfam. 1(3): 1094.
1908.
Basiônimo: Hypnum vesiculare Schwägr., Spec. Musc. Frond. Suppl. 2(2, 2): 167. 1827.
Tipo: Jamaica, Reichmond, Reider s.n. (holótipo G, n.v.).
Ilustração: Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-amarelados, prostrados, irregularmente ramificados. Filídios
dimórficos, ovalados, côncavos, dispostos em duas fileiras laterais; ápice agudo ou apiculado;
costa curta, dupla; margem inteira com células mais estreitas; células superiores curto-
romboidais; basais curto-retangulares; alares pouco diferenciadas, quadráticas. Esporófitos com
seta longa, castanho-clara; cápsula ovóide, inclinada.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Praça Dante
Alighieri, sobre tronco de Ligustrum, 3-VIII-2003, J. Bordin 19b, 20 (HUCS22331, SP262472;
HUCS22332, SP362473).
Distribuição no Brasil: AC, AM, ES, GO, MA, MG, MT, PA, PE, PI, RJ, RO, RR, RS (Cerro
Largo; Porto Alegre; São Leopoldo), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalados, largos, apiculados, com células romboidais.
Encontrada geralmente com esporófitos (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
Ocorre sobre pedra, solo, córtex vivo ou em decomposição, areia de rio e lugares úmidos
próxima de rios e cachoeiras (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b). Foi coletada em praças, sobre
troncos.
Hypopterigiaceae
Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid. ex Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 2: 8. 1850.
Basiônimo: Hypnum tamarisci Sw., Fl. Ind. Occ. 3: 1825. 1806.
Tipo: Jamaica, Swartz s.n. (holótipo UPS, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994, como Hypopterygium tamariscinum (Hedw.) Brid.).
Gametófitos dendróides, verde-amarelados, pouco ramificados, prostrados. Filídios
dimórficos, complanados, em três fileiras. Filídios laterais ovalados a oblongo-ovalados; ápice
acuminado; costa forte, lateral, até da lâmina; células curto-romboidais, mais longas na base.
Filídios ventrais menores, ovalados; ápice abruptamente acuminado; costa percurrente.
158
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29207 (HUCS29571, SP385672); idem, no
barranco rochoso, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29213 (SP385678); Jardim Botânico de
Caxias do Sul, beira do riacho, sobre tronco, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 275
(HUCS27408).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, PR, RJ, RS (Esmeralda; Porto Alegre; São Francisco de
Paula, Carapina), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos dendróides, filídios dimórficos em 3 fileiras,
ovalados, margem serreada na metade superior e costa lateral.
Ocorre sobre pedra, córtex vivo e em decomposição e xaxim, na margem de rios,
ambientes úmidos, sombrios, raramente ensolarados e secos, do nível do mar até 870 m
(Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
Forma tapetes bem visíveis devido à coloração verde-amarelada dos gametófitos, tendo
sido coletada em parques, na margem de riacho, no solo, sobre rochas e troncos, em locais
úmidos.
Lembophyllaceae
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck, Bryologist 97(4): 435. 1994.
Basiônimo: Hypnum pentastichum Brid., Muscol. Recent. 2(2): 100. 1801.
Tipo: Borbon (Reunión, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b), ambos como Pilotrichella rigida (Müll.
Hal.) Besch.).
Gametófitos verde-paleáceos, brilhantes, normalmente pendentes. Filídios contíguos,
longo-lanceolados; curvados para dentro no ápice, levemente côncavos, constrictos logo acima
da região basal; ápice abruptamente apiculado; ecostados; margem inteira, levemente denteada
no ápice; células superiores romboidais; medianas longo-romboidais; basais lineares; alares um
pouco diferenciadas, quadradas a curto-retangulaes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, interior da mata, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini
309 (HUCS27447, SP379750); idem, interior da mata, sobre tronco de Sloanea, 22-XII-2005,
159
J. Bordin et al. 193 (HUCS27271, SP379866); idem, na mata, sobre tronco de Sloanea, 3-XII-
2005, J. Bordin & L. Bordin 174p.p. (HUCS27193, SP379849); idem, J. Bordin & L. Bordin
172p.p. (HUCS27201, SP379853); na mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin &
L. Bordin 171b p.p. (HUCS27294); na mata, sobre tronco de Cupania, 22-XII-2005, J. Bordin et
al. 200p.p. (HUCS27286, SP379870); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre
tronco caído, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 274 (HUCS27412); idem, interior da
mata, sobre troncos, 3-XI-2005, R. Wasum 3068, (HUCS27402, SP379730); idem, na mata de
Pinus, sobre tronco, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 438 (HUCS28004,
SP379915); idem, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 443
(HUCS28072, SP382991); idem, sobre troncos, 18-IV-2006, E. Pasini 65 (HUCS28055,
SP382984); idem, na mata, sobre tronco caído, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini &
T. Ziembowicz 447 (HUCS28101, SP383010); idem, interior da mata, sobre troncos, 18-IV-2006,
J. Bordin et al. 500, 505, (HUCS28100, SP383009; HUCS28150, SP383020); idem, sobre
troncos, 7-VII-2004, R. Wasum 2152, (HUCS2680); idem, sobre troncos, 3-VIII-2004, R. Wasum
2158 (HUCS23935, SP372398).
Distribuição no Brasil: DF, ES, PE, RJ, RS (Caxias do Sul, Ana Rech - Faxinal; Garibaldi,
Marcorama; São Francisco de Paula, Floresta Nacional), SC e SP.
Comentários: possui gametófitos grandes, pendentes, filídios longo-lanceolados, constrictos logo
acima da região basal e curvados na parte superior.
São pendentes nos ramos e troncos de árvores, de baixas a moderadas altitudes (Sharp et
al. 1994). Também pode ser encontrada, com menor freqüência, sobre rochas (Buck 1998).
Foi coletada apenas no interior da mata, sobre troncos ou troncos caídos, associada com
Frullania brasiliensis Raddi, F. ericoides (Nees) Mont., F. glomerata (Lehm. & Lindenb.) Nees
& Mont., Lejeunea phyllobola Nees & Mont., L. setiloba Spruce, Metzgeria fruticola Spruce,
Neckera villae-ricae Besch., Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont., Radula javanica
Gottsche, R. nudicaulis Steph. e R. tectiloba Steph. Parece ter preferência por locais sombreados,
úmidos e mais bem preservados.
Leucodontaceae
Leucodon julaceus (Hedw.) Sull., Musci. Allegh.: 87. 1845.
Basiônimo: Pterigynandrum julaceum Hedw., Spec. Musc. Frond.: 81. 1801.
Tipo: República Dominicana
Ilustração: Buck (1998) e Sharp et al. (1994).
160
Gametófitos delgados, verde-escuros a amarelados. Filídios ovalados, juláceos quando
secos e ereto-patentes quando úmidos; ápice abruptamente curto-acuminado; ecostados; margem
inteira, serrulada no ápice; células superiores romboidais; medianas e basais centrais fusiformes;
basais marginais arredondadas, quadradas a curto-retangulares, alares pouco diferenciadas,
curto-retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata em frente ao Museu, sobre tronco de Schinus, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 186
(HUCS27283, SP379488).
Distribuição no Brasil: MS, PR e RS (Barracão, Parque Estadual de Espigão Alto; Nova
Petrópolis; Planalto, Parque Estadual de Nonoai; São Francisco de Paula).
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delgados quando secos, filídios juláceos, ovalados
com ápice curto-acuminado e células bem diferenciadas no centro e nas margens.
Cresce sobre troncos de árvores (Sharp et al. 1994), freqüentemente perto de riachos
(Buck 1998). Foi coletada na mata, sobre troncos.
Meteoriaceae
1. Ápice dos filídios gradualmente longo-acuminado, capilar, hialino; células unipapilosas ou
com 1-6 papilas. ..................................................................................................Meteorium deppei
1. Ápice dos filídios gradualmente curto-acuminado, não capilar e hialino; células pluripapilosas,
sempre com 4-7 papilas. ............................................................................... Meteorium nigrescens
Meteorium deppei (Müll. Hal.) Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 441. 1869.
Basiônimo: Neckera deppei Hornsch. ex Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 2: 136. 1850.
Tipo: México, Deppe & Schiedes s.n.
Ilustração: Buck (1998), Hirai et al. (1998) e Sharp et al. (1994), os dois últimos como
Papillaria deppei (Hornsch. ex Müll. Hal.) A. Jaeger.
Gametófitos verde-amarelados, opacos, mais escuros nas partes velhas, delgados,
normalmente pendentes. Filídios plicados, triangular-lanceolados, eretopatentes; ápice
gradualmente longo-acuminado, hialino, capilar; base auriculada; costa amarelada até ½ ou da
lâmina; margem papilosa-denticulada, serrulada no ápice; células superiores e medianas longo-
fusiformes, 1-6 papilas; basais lineares; alares bem diferenciadas, quadradas a curto-retangulares.
161
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre tronco de castanheira, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 207 (HUCS27265,
SP379860); Jardim Botânico de Caxias do Sul, beira da mata, sobre tronco de Schinus, 18-IV-
2006, J. Bordin et al. 490 (HUCS28032, SP382972); idem, interior da mata, sobre tronco de
Sebastiania, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 499 (HUCS28093, SP383002).
Distribuição no Brasil: BA, CE, DF, ES, MG, MS, PE, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal
Estadual de Espigão Alto; Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Passo Fundo, Floresta
Nacional de Passo Fundo) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios triangular-lanceolados, base auriculada, ápice longo-
acuminado, capilar e células fusiformes com 1-6 papilas.
Difere de Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk. pois este apresenta gametófitos
mais robustos, filídios ovalado-triangulares, mais largos e ápice curto-acuminado.
Cresce sobre ramos de árvores em matas, bosques, florestas, ocasionalmente em
superfícies de rochas úmidas (Hirai et al. 1998). Também sobre troncos em decomposição em
ambientes sombrios e raramente ensolarados (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
Parece ter preferência por locais mais bem preservados pois foi coletada sobre troncos,
unicamente no interior e beira da mata.
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk., Musc. Frond. Ined. Archip. Ind.: 160. 1848.
Basiônimo: Hypnum nigrescens Hedw., Spec. Musc. Frond.: 250. 1801.
Tipo: in Insula Jamaica, Swartz s.n. (holótipo S-PA. n.v.).
Ilustração: Buck (1998), Hirai et al. (1998), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b), todos
como Papillaria nigrescens (Sw. ex Hedw.) A. Jaeger.
Gametófitos verde-claros a verde-escuros, opacos, normalmente pendentes. Filídios
plicados, ovalado-triangulares, esquarrosos; ápice gradualmente curto-acuminado; base
auriculada; costa até ½ ou da lâmina; margem papilosa-serrulada; células superiores
romboidais, 4-7 papilas; medianas e basais fusiformes a lineares; alares quadráticas,
normalmente sem papilas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, Vila Olímpica, beira da mata, sobre tronco caído, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 297
(HUCS27427); idem, na mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 171c
162
p.p., 171d p.p. (HUCS27295, SP379873; HUCS27296, SP379874); Jardim Botânico de Caxias
do Sul, beira da mata, sobre barrancos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz
461p.p. (HUCS28017, SP379922); idem, beira da mata, sobre tronco, 18-IV-2006, J. Bordin et
al. 488p.p. (HUCS28108, SP383014).
Distribuição no Brasil: BA, DF, ES, GO, MG, MS, PA, PE, PR, RJ, RS (Canoas; Colônia Nova
Wuerttenberg (atual município de Panambi); Esmeralda; Nonoai, Parque Florestal Estadual de
Nonoai; Porto Alegre; São Francisco de Paula; São Leopoldo, São Salvador (atual município de
Salvador do Sul), Quilombo) e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos moderadamente robustos, filídios plicados,
normalmente tingidos de preto, ovalado-triangulares, gradualmente curto-acumindos e células
fusiformes, pluripapilosas.
Difere de Meteorium deppei (Müll. Hal.) Mitt. pois este apresenta gametófitos mais
delgados, filídios mais alongados e estreitos, base auriculada, ápice hialino, capilar e células
menores, fusiformes.
Cresce sobre troncos de árvores e pedras, na beira de riachos, em ambiente sombrio ou
ensolarado, úmido ou seco (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
Foi coletada no interior e beira da mata, sobre troncos e troncos caídos, associada com
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis., Radula tectiloba Steph., R. sinuata Gottsche ex
Steph., R. voluta Taylor e Schlotheimia jamesonii (W.-Arnott) Brid.
Mniaceae
1. Filídios oblongo-elípticos; margem dos filídios serreada, bordeada; ápice truncado, apiculado;
células isodiamétricas, arredondadas a curto-retangulares; filídios distantes...................................
...........................................................................................................Plagiomnium rhynchophorum
1. Filídios lanceolados; margem dos filídios serrulada, serreada no ápice, não bordeada; ápice
agudo; células fusiformes, longo-retangulares; filídios imbricados............................Pohlia nutans
Plagiomnium rhynchophorum (Hook.) T.J. Kop., Hikobia 6: 57. 1971[1972].
Basiônimo: Mnium rhynchophorum Hook., Icones Pl. Rar. 1: pl. 20, fig. 3. 1836.
Tipo: Nepal (holótipo BM, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano (1990).
163
Gametófitos verde-escuros, estoloniformes. Filídios distantes, contorcidos quando secos,
eretos quando úmidos, oblongo-elípticos; ápice truncado, apiculado; costa forte, percurrente;
margem serreada; bordeados, 2-4 fileiras de células lineares; células isodiamétricas, superiores
arredondadas a curto-retangulares; basais maiores, quadradas a retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29198 (HUCS29566, SP385663); Universidade
de Caxias do Sul, Mata da Capela, beira do caminho, no solo, 2-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin
178 (HUCS27202, SP379481); idem, na mata, beira do riacho, no solo, 17-I-2006, J. Bordin &
E. Pasini 306 (HUCS27440, SP379743); Jardim Botânico de Caxias do Sul, no caminho, entre o
calçamento, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 263 (HUCS27421, SP379524); idem,
na mata, sobre rocha, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 462 (HUCS28043,
SP382978); idem, junto a estrada, no solo, entre paralelepípedo, 18-IV-2006, E. Pasini 64
(HUCS28033, SP382973); idem, no caminho, entre as pedras do calçamento, 18-IV-2006,
J. Bordin & T. Ziembowicz 489 (HUCS28034, SP382974); idem, beira do riacho, barranco, 4-X-
2006, O. Yano & J. Bordin 29190p.p. (HUCS29541, SP385568).
Distribuição no Brasil: ES, GO, MG, PR, RJ, RS (São Borja; São Francisco de Paula; São
Leopoldo, São Salvador (atual município de Salvador do Sul), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos estoloniformes, verde-brilhantes, filídios grandes,
oblongo-elípticos e pela margem serreada, inteiramente bordeada.
Cresce em locais úmidos, sobre húmus e base de troncos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada na mata e em local antropizado, no solo, barrancos, beira de riachos e entre
pedras do calçamento de ruas, associada com Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees. Parece não ter
preferência por lugares menos impactados, e solos mais ricos, já que foi coletada tanto na mata
como em solo pobre, entre pedras do calçamento de ruas.
**Pohlia nutans (Hedw.) Lindb., Musci Scand.: 18. 1879.
Basiônimo: Webera nutans Hedw., Spec. Musc. Frond.: 168. 1801.
Tipo: in Germania.
Figura 49
Gametófitos verde-amarelados, brilhantes, falcados. Filídios imbricados, lanceolados;
ápice agudo; costa subpercurrente, finalizando 1-4 células abaixo do ápice; margem serrulada,
164
serreada perto do ápice; células superiores fusiformes; basais longo-retangulares, mais largas.
Esporófitos com seta alaranjada; cápsulas alongadas, cilíndricas a piriformes.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo úmido, 6-X-2006, J. Bordin & L. Brancher 232 (HUCS29578, SP385665); idem, no
Figura 49. Pohlia nutans (Hedw.) Lindb. a. aspecto geral do gametófito com esporófito; b.
filídios; c. células do ápice do filídio; d. células da base do filídio; e. ânulos; f. dentes do
peristômio (J. Bordin & L. Brancher 232, SP385665).
165
barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29206 (SP385671); Universidade de Caxias do
Sul, mata da Biblioteca, no solo, 1-X-2006, J. Bordin & I.P.R. Cunha 520 (HUCS29648).
Distribuição no Brasil: Esta é a primeira citação para o Brasil. A espécie ocorre no México e é
bem distribuída nos Hemisférios Norte e Sul, Antártica, Austrália e Nova Zelândia (Sharp et al.
1994).
Comentários: reconhecida pelos filídios lanceolados, longos e pela cápsula alongada, piriforme e
enrugada quando seca.
Cresce no solo, sobre base de árvores, troncos em decomposição e turfeiras (Sharp et al.
1994). Foi coletada em parques e na mata, no solo úmido e barrancos.
Myriniaceae
Helicodontium capillare (Hedw.) A. Jaeger, Ber. Thätigk. St. Gallischen Naturwiss. Ges. 1876-
77: 225. 1878.
Basiônimo: Leskea capillaris Hedw., Spec. Musc. Frond.: 221. 1801.
Tipo: Tipo: Jamaica, Swartz s.n.
Ilustração: Hirai et al. (1998) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-claros a verde-escuros quando secos, delgados. Filídios oblongo-
lanceolados a ovalados; ápice agudo a curto-acuminado; costa forte até da lâmina; margem
crenulada, serrulada na metade superior; células superiores romboidais a longo-hexagonais;
basais medianas irregulares, romboidais a quadráticas; alares bem diferenciadas, quadráticas, em
4-6 fileiras. Esporófitos com seta castanho-avermelhado, cápsula castanho a marrom, cilíndrica,
ereta a levemente inclinada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Alfredo
Chaves, sobre raízes de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 160p.p. (HUCS27222, SP379474);
idem, sobre tronco de Ligustrum, 3-VIII-2003, J. Bordin 19a (HUCS22330, SP362471); Parque
Cinqüentenário, sobre rocha, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29074 (HUCS29483, SP385452).
Distribuição no Brasil: BA, ES, GO, MG, PR, RJ, RS (Canoas; Montenegro, Estação São
Salvador (atual município de Salvador do Sul); Porto Alegre; São Leopoldo, Vila Gonzaga,
Feitoria, Arroio Kruse), SC e SP.
166
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delgados, filídios oblongo-lanceolados e células
alares bem diferenciadas, quadráticas em 4-6 fileiras.
Cresce sobre troncos de árvores, principalmente na base, raramente sobre rochas (Hirai
et al. 1998).
Segundo Sharp et al. (1994), quando esta espécie cresce em hábitats marginais, sobre
rochas ou troncos em decomposição, o ápice é normalmente mais longo e a costa relativamente
menor. No material examinado, apesar de ter sido coletado em parques e ruas, sobre troncos,
raízes e rochas, associada com Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck e Syntrichia
pagorum (Milde) J.J. Amann, estas características não foram observadas.
Neckeraceae
1. Gematófitos frondosos; margem dos filídios serrulada, fortemente serreada no ápice; costa
simples, até ½ ou b da lâmina...................................................................Porotrichum longirostre
1. Gametófitos não frondosos; margem dos filídios inteira, levemente serrulada ou serreada no
ápice; costa dupla, curta. ................................................................................................................. 2
2. Filídios fortemente ondulados, ligulados a obovados; ápice acuminado; margem inteira,
serreada no ápice. ..................................................................................... Neckera scabridens
2. Filídios sem ondulações, largo-ligulados; ápice obtuso a apiculado; margem levemente
serrulada no ápice.................................................................................... Neckera villae-ricae
Neckera scabridens Müll. Hal., Bot. Zeit. 5: 828. 1947.
Tipo: Chile australis in truncis sylvarum umbrosarum ad Antuco Novbr (lectótipo BM,
designado por Sastre-de-Jesus 1987 em Revision of the Neckeraceae and the Thamnobryaceae in
the Neotropics, p.49, n.v.).
Ilustração: Sastre-de-Jesus (1987).
Gametófitos verde-claros a verde-amarelados, brilhantes, complanados. Filídios dísticos,
assimétricos, ligulados a obovados, ondulados; ápice acuminado; costa dupla, curta; margem
inteira, serreada no ápice, revoluta nas aurículas; células superiores irregulares, hexagonais a
romboidais, curtas; basais lineares, alongadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre tronco de Sloanea, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 174b (HUCS27293,
SP379872); idem, sobre troncos, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin 355p.p.
(HUCS27489); idem, na mata secundária, sobre tronco, 17-VII-2006, E. Pasini 116p.p.
167
(HUCS28893, SP383609); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre troncos, 12-IV-
2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 439 (HUCS28044); idem, na mata, sobre tronco de
arbusto, 5-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29183p.p. (HUCS29498, SP385561).
Distribuição no Brasil: ES, MG, PR, RJ, RS (Bento Gonçalves; Montenegro, Linha São Pedro;
São Luiz das Missões, Bossoroca (atuais municípios de São Luiz Gonzaga e Bossoroca); São
Francisco de Paula), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios dísticos, fortemente ondulados com ápice acuminado e
margem serreada no ápice.
Diferencia-se de Neckera villae-ricae Besch. por esta apresentar filídios mais longos e
lisos, sem ondulações e margem levemente serrulada no ápice acuminado.
É uma espécie epífita muito comum nas florestas de páramos e montanhas da Argentina,
Chile, norte da Venezuela e leste do Brasil (Sastre-de-Jesus 1987).
Foi coletada sobre troncos, na mata ou borda de mata, associada com Lejeunea
phyllobola Nees & Mont., Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad., Metzgeria
dichotoma (Sw.) Nees, Neckera villae-ricae Besch., Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont.
e Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn.
Neckera villae-ricae Besch., Mém. Soc. Nat. Cherboug 21: 264. 1877.
Tipo: Paraguay, Guairá, Villa Rica, Balansa 1254 (holótipo BM, n.v.).
Ilustração: Sastre-de-Jesus (1987).
Gametófitos verde-claros, brilhantes, complanados. Filídios dísticos, assimétricos, largo-
ligulados; ápice obtuso a curto-apiculado; costa dupla, curta, bastante indistinta; margem inteira,
levemente serrulada no ápice; células superiores rombo-hexagonais, curtas; basais lineares a
retangulares, alongadas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, sobre tronco, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 214 (HUCS27305, SP379498); idem, na
mata, sobre tronco de Cupania, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 200p.p. (HUCS27286, SP379870);
idem, sobre troncos, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin 355p.p. (HUCS27489);
Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre tronco, 12-I-2006, J. Bordin,
R. Wasum & M. Sartori 268p.p. (HUCS27386, SP379717); idem, no tronco, 4-X-2006, O. Yano
& J. Bordin 29182 (HUCS29497, SP385560); idem, no tronco, mata do IB, 1-X-2006, J. Bordin
168
& I.P.R. Cunha 523 (HUCS29651); Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre tronco, 4-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29183p.p. (HUCS29498, SP385561).
Distribuição no Brasil: PR, RJ, RS (Arroio do Tigre; Barracão, Parque Florestal Estadual de
Espigão Alto; Bento Gonçalves; Bom Jesus, Serra da Rocinha; Caxias do Sul, Forqueta; Cruz
Alta, Colônia Nova Wuerttenberg; Dois Irmãos; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri;
Lagoa Vermelha; Montenegro, Pareci Novo (atual município de Pareci Novo), Linha São Pedro;
Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Novo Hamburgo; Panambi; Planalto, Parque
Florestal Estadual de Nonoai; Santa Cruz; Santana da Boa Vista, Fazenda Passo da Chácara; São
Francisco de Paula; São Leopoldo, Morro Dois Irmãos, Feitoria, Fazenda São Borja, São
Salvador (atual município de Salvador do Sul); São Luiz das Missões, Bossoroca (atuais
municípios de São Luiz Gonzaga e Bossoroca); Taquara; Vacaria), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos grandes, complanados, filídios lisos, sem
ondulações, com margem levemente serrulada no ápice.
Difere de Neckera scabridens Müll. Hal. pois esta apresenta filídios fortemente
ondulados, com margem serreada no ápice que é acuminado.
É freqüentemente encontrada como epífita (Sastre-de-Jesus 1987).
Foi coletada sobre troncos, na mata ou borda de mata, associada com com Lejeunea
cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda, L. phyllobola Nees & Mont., Leucolejeunea unciloba
(Lindenb.) A. Evans, Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad., Metzgeria fruticola
Spruce, Neckera scabridens Müll. Hal., Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck e Porella
brasiliensis (Raddi) Schiffn.
Porotrichum longirostre (Hook.) Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 461. 1869.
Basiônimo: Neckera longirostris Hook., Musci Exot. 1: 1. 1818.
Tipo: Temperate region um jugis Andinum, Humbod & Bonpland s.n. (holótipo BM; isótipo NY,
n.v.).
Ilustração: Costa (1994) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos grandes verde-dourados, frondosos. Filídios oblongo-lanceolados,
complanados; ápice curto-acuminado a agudo; costa até ½ ou da lâmina; margem serrulada,
fortemente serreada no ápice; células superiores oblongo-hexagonais, irregulares; medianas e
basais lineares.
169
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, sobre tronco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29177 (HUCS29493, SP385555).
Distribuição no Brasil: MG, MT, MS, RJ, RS (Bom Jesus, Serra da Rocinha; Cambará do Sul,
Fortaleza; Canela, Floresta Nacional de Canela; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri;
Gramado; Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Passo Fundo, Floresta Nacional de
Passo Fundo; Rondinha, Parque Florestal Estadual de Rondinha; São Francisco de Paula,
Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Serra do Faxinal), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelo gametófito frondoso e ápice dos filídios grosseiramente serreado,
o que distingue esta espécie facilmente das outras espécies de Neckeraceae observadas.
Conforme Bartram (1949), é uma espécie muito variável e os filídios variam de tamanho e
forma, conforme sua localização no ramo, sendo os últimos mais estreitos com dentes maioires.
Cresce sobre troncos e ramos mais baixos de árvores, sendo menos comum em rochas
calcáreas (Sharp et al. 1994). Também encontrada sobre troncos em decomposição, na mata
úmida (Costa 1994). Foi coletada sobre tronco, na mata.
Orthodontiaceae
Orthodontium pelluscens (Hook.) B.S.G. in Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 1: 240. 1849.
Basiônimo: Bryum pellucens Hook., Icon. Plant. 1: 34. 1836.
Tipo: Ecuador, in caves, Surrucucho, near Cuenca, Columbia, Jameson s.n.
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-claros a amarelados. Filídios oblongo-lanceolados, contorcidos
quando secos; ápice agudo; costa forte, subpercurrente; margem serrulada; células superiores e
medianas lineares; basais lineares a longo-retangulares. Esporófitos com cápsula ovóide-
piriforme avermelhada a marrom-claro.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, sobre barranco, sobre rochas, 20-IX-2005, J. Bordin 123 (HUCS26636, SP379689).
Distribuição no Brasil: MG, PE, PR, RS (São Francisco de Paula) e SC.
170
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pequenos e amarelados com filídios lanceolados,
contorcidos quando secos e esporófitos com cápsula avermelhada, ovóide-piriforme, sulcada
quando seca.
Ocorre sobre troncos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada sobre rochas, na beira da mata.
Orthotrichaceae
1. Margem dos filídios denteada ou levemente serrulada no ápice ou na metade superior ou as
vezes inteira..................................................................................................................................... 2
1. Margem dos filídios sempre inteira, não denteada ou serrulada no ápice................................... 3
2. Filídios lanceolados, longos; ápice gradualmente acuminado, não apiculado; margem
levemente serrulada na metade superior; células basais longo-retangulares; bordo basal
diferenciado com células maiores, retangulares..............................Macromitrium punctatum
2. Filídios oblongo-lanceolados, curtos; ápice agudo ou acuminado, apiculado; margem
inteira ou denteada no ápice; células basais arredondadas a elípticas; sem bordo basal
diferenciado............................................................................................................................ 5
3. Gemas ovóides a elípticas presentes; filídios linear-lanceolados; células superiores e medianas
pluripapilosas. .................................................................................................Zygodon viridissimus
3. Gemas ovóides a elípticas ausentes; filídios ligulados, oblongos, oblongo-ligulados ou
oblongo-lanceolados; células superiores e medianas lisas ou unipapilosas.................................... 4
4. Células superiores dos filídios mamilosas ou papilosas, não orientadas em fileiras
oblíquas perto da costa; células basais de paredes não sinuosas; bordo basal de células
diferenciadas........................................................................................................................... 7
4. Células superiores lisas, não mamilosas ou papilosas, orientadas em fileiras oblíquas
perto da costa; células basais de paredes sinuosas; bordo basal não diferenciado...................
................................................................................................................................................ 8
5. Margem dos filídios levemente denteada no ápice; cápsula ovalada, sulcada..............................
......................................................................................................................Macrocoma frigida
5. Margem dos filídios não denteada no ápice; cápsula cilíndrica, não sulcada.............................6
6. Células superiores e basais lisas, orientadas em colunas em todo o filídio; margem inteira
em todo o filídio. ......................................................................... Macrocoma orthotrichoides
6. Células superiores lisas, basais mamilosas, orientadas em colunas apenas na base;
margem crenulada na base do filídio...............................Macrocoma tenue subsp. sullivantii
171
7. Costa dos filídios excurrente; ápice fortemente apiculado, obtuso ou abruptamente acuminado,
não mucronado; bordo basal com 1-2 fileiras de células alongadas, não ultrapassando a da
lâmina............................................................................................................... Groutiella apiculata
7. Costa dos filídios subpercurrente; ápice arredondado a obtuso, mucronado; bordo basal de 1-4
fileiras de células estreitas, alongadas, ocupando a ¼ da lâmina.................. Groutiella tumidula
8. Filídios lisos ou pouco rugulosos; oblongo-lanceolados ou oblongos; ápice acuminado,
apiculado; células superiores dispostas de modo orientado................Schlotheimia jamesonii
8. Filídios fortemente rugulosos; oblongos a oblongo-ligulados; ápice abruptamente
apiculado ou mucronado; células superiores não orientadas. .............. Schlotheimia rugifolia
*Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere, Bryologist 53(2): 146. 1950.
Basiônimo: Orthotrichum apiculatum Hook., Musci Exot. 1: 45. 1818.
Tipo: México, prope Xalapan, Humboldt & Bonpland s.n. (holótipo NY, n.v.).
Figura 50
Gametófitos verde-escuros e marrons na base, emaranhados. Filídios contorcidos,
ligulados a oblongo-lanceolados, ápice obtuso ou abruptamente acuminado, fortemente
apiculado; costa forte, excurrente; margem inteira; células superiores redondo-hexagonais,
pequenas; medianas maiores; basais elíptico a longo-retangulares, unipapilosas, distanciadas,
hialinas, formando bordo de 1-2 fileiras de células diferenciadas, alongadas, na base do filídio,
até a da lâmina.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, base do tronco de Araucaria angustifolia, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin
169p.p. (HUCS27200, SP379852); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na mata, sobre tronco de
Araucaria angustifolia, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 493 (HUCS28021, SP379926).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MT, MS, PA, PE, PR, RJ, SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios com ápice fortemente apiculado, células arredondadas,
basais unipapilosas.
Diferencia-se de Groutiela tumidula (Mitt.) Vitt, pois esta apresenta filídios mais longos,
mucronados, células lisas e bordo basal mais largo, com até 4 fileiras de células diferenciadas,
alongadas.
Cresce sobre ramos e troncos de árvores (Sharp et al. 1994).
172
Foi coletada sobre troncos, na mata, associada com Acrolejeunea torulosa (Lehm. &
Lindenb.) Schiffn. e Frullania brasiliensis Raddi.
*Groutiela tumidula (Mitt.) Vitt, Bryologist 82 (1): 9. 1979.
Basiônimo: Macromitrium tumidulum Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 201. 1869.
Tipo: Peru, Andes Peruvianae, Tarapoto in truncis praecipue crescentiae, Spruce 101 (holótipo
NY, n.v.).
Figura 51
Gametófitos marrom-avermelhados na base e verde-oliva no ápice, emaranhados. Filídios
contorcidos, ovalado-ligulados ou oblongos; ápice arredondado a obtuso, normalmente
mucronado; costa forte, subpercurrente; margem inteira; células superiores redondo-hexagonais,
Figura 50. Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere. a. aspecto geral do gametófito
com esporófito; b. filídios; c. células do ápice do filídio; d. células da base do filídio (D.M. Vital
s.n., SP373020).
173
mamilosas; basais maiores, irregularmente arredondadas a alongadas formando um bordo de 1-4
fileiras de células estreitas chegando a a-¼ da lâmina.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de amoreira, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29223 (SP385688).
Distribuição no Brasil: AC, BA, CE, ES, MT, PA, RJ, RO e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-ligulados, mucronados, células mamilosas,
arredondadas e bordo basal de células diferenciadas.
Figura 51. Groutiela tumidula (Mitt.) Vitt. a. aspecto geral do gametófito; b. aspecto geral do
gametófito umidecido; c. filídios; d. células do ápice do filídio; e. células da base do filídio; f.
células da margem do filídio; g. caliptra (D.F. Peralta 2042, SP368459).
174
Diferencia-se de Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere, pois esta apresenta
filídios fortemente apiculados e células basais unipapilosas, com bordo diferenciado mais
estreito.
Cresce sobre rochas e árvores, freqüentemente em ramos horizontais, 1-3 m acima do
solo (Sharp et al. 1994), em ambientes ensolarados ou sombrios, úmidos ou secos (Oliveira-e-
Silva & Yano 2000b). Encontrada na margem da mata (Peralta & Yano 2005), restinga e
manguezal (Peralta & Yano 2006). Foi coletada em parques, sobre troncos, em local aberto.
Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt, Revue Bryol. Lichénol. n. ser. 39(2): 209. 1973.
Basiônimo: Macrocoma frigidum Müll. Hal., Bot. Zeit. 15: 579. 1857.
Tipo: Nova Granada, Prov. Rio Hacha, Serra Nevada, Schlim s.n. (lectótipo NY, designado por
Vitt 1980 em Bryologist 83(4): 409, n.v.).
Ilustração: Oliveira-e-Silva & Yano (2000b), Peralta & Yano (2006) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-olivas a castanhos, irregularmente ramificados. Filídios imbricados,
juláceos quando secos; ovalado-lanceolados; ápice agudo com um pequeno apículo; costa forte,
subpercurrente, ondulada perto do ápice; margem reflexa, inteira, levemente denteada no ápice;
células superiores arredondadas, mamilosas; medianas arredondadas a elítpticas perto da costa e
mais quadradas na margem; basais maiores, arredondadas, elípticas perto da costa. Cápsulas
sulcadas, ovalado-elípticas.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, sobre tronco, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin 354p.p. (HUCS27488,
SP383043).
Distribuição no Brasil: RJ, RS (Caxias do Sul, Bairro de Lourdes, Travessão Gablontz; São
Francisco de Paula, Linha Feixe) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-ovalados, pelas células mamilosas do filídio e
ausência de dobras.
Diferencia-se de Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad. e M. tenue subsp.
sullivantii (Müll. Hal.) Vitt, pois estes possuem filídios oblongo-lanceolados, células orientadas
em colunas e não possuem células superiores mamilosas.
Cresce sobre ramos e troncos de árvores (Sharp et al. 1994), em ambiente sombrio e
úmido, do nível do mar até 910 m alt. (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
175
Foi coletada sobre troncos, em local sombreado, associada com Brachymenium
hornschuchianum Mart.
Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad., Taxon 11: 221. 1962.
Basiônimo: Lasia orthotrichoides Raddi, Critt. Brasil.: 30. 1822.
Tipo: In Brasilia Sellow primus legit (lectótipo FI-Raddi, designado por Vitt 1980 em Bryologist
83(4): 411; isolectótipo BM-Hooker, E. Grev., n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-escuros, bastante ramificados. Filídios juláceos quando secos,
esquarrosos quando úmidos; oblongo-lanceolados; ápice agudo; costa forte, subpercurrente;
margem inteira; células superiores escuras, irregulares, arredondadas a elípticas, em colunas;
basais lisas, arredondadas a retangulares perto da costa e arredondadas na margem, em colunas.
Esporófitos com cápsula alongada, cilíndrica, marrom-avermelhada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, próximo a
Rodoviária, sobre tronco, 16-IX-2005, J. Bordin 131 (HUCS26623, SP379687); Bairro de
Lourdes, sobre tronco de Senna, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 470 (HUCS28208,
SP383061); Bairro Exposição, beira da rua, sobre tronco, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando &
R. Cardoso 322p.p. (HUCS27453, SP379755); Parque Cinqüentenário, sobre tronco, 3-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29063 (HUCS29477, SP385441); Universidade de Caxias do Sul, sobre
tronco, 28-I-2006, J. Bordin, L. Bordin & L.S. Bordin 355p.p. (HUCS27489); idem, sobre tronco
de Eucalyptus, 20-IX-2005, J. Bordin 126p.p. (HUCS26615, SP379680); idem, na mata, sobre
tronco, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 208p.p. (HUCS27264, SP379859); idem, na mata, sobre
tronco de Schinus, 2-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 177 (HUCS27195, SP379850); Jardim
Botânico de Caxias do Sul, sobre tronco de Yucca, beira do caminho, 12-I-2006, J. Bordin,
R. Wasum & M. Sartori 264 (HUCS27422, SP379525).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de
Espigão Alto; Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias do Sul; Canela, Floresta Nacional de
Canela; Colônia Nova Wuerttenberg; Cruz Alta Elsenau (ambos como atual município de
Panambi); Erechim; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri; Excolônia de Santo Angelo (atual
município de Agudo); Flores da Cunha, Parque da Vindima; Montenegro, Linha Campestre,
Linha São Pedro, Pareci Novo; Nova Petrópolis; Novo Hamburgo, São João do Deserto; Pareci
Novo; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Rio Grande; Santa Cruz do Sul, Boa Vista;
176
Santo Ângelo; São Francisco de Paula, Floresta Nacional de São Francisco de Paula; São
Leopoldo; São Leopoldo, São Salvador (atual município de Salvador do Sul), Vila Gonzaga; São
Luiz das Missões, Bossoroca (atuais municípios de São Luiz Gonzaga e Bossoroca); Vacaria),
SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delgados, juláceos, bastante ramificados, com
filídios oblongo-lanceolados e células arredondadas, lisas, em colunas bem orientadas em todo o
filídio.
Difere de Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt, pois esta apresenta gametófitos mais
robustos e filídios menores, ovalado-lanceolados, além da presença de células superiores
mamilosas. Também difere de Macrocoma tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt, pois este
possui filídios menores e mais estreitos, células menores, basais mamilosas e margem com
aparência de crenulada na base.
Cresce sobre troncos e galhos de árvores em matos ralos ou árvores isoladas (Sehnem
1978).
Foi coletada em ruas arborizadas, parques e praças, sobre troncos de árvores isoladas e
também no interior da mata, associada com Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn.,
Brachymenium hornschuchianum Mart., Frullanoides densifolia Raddi, Lejeunea flava (Sw.)
Nees, Neckera villae-ricae Besch. e Radula tectiloba Steph.
Macrocoma tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt, Bryologist 83(4): 413. 1980.
Basiônimo: Macromitrium sullivantii Müll. Hal., Bot. Zeit. 20: 361. 1862.
Tipo: Jonah Georgiae americanae ad corticem pinorum vetast. Lesquerum s.n. (lectótipo FH-
Sull, designado por Vitt 1980 em Bryologist 83(4): 413-414; isolectótipo NY , FH, n.v.).
Ilustração: Hirai et al. (1998) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos marrons a verde-oliva, irregularmente ramificados. Filídios juláceos quando
secos, esquarrosos quando úmidos; oblongo-lanceolados; ápice agudo ou acuminado; costa forte,
subpercurrente; margem inteira; células superiores arredondadas, distantes, oblíquas, menores na
margem; medianas oblíquas; basais mamilosas, em colunas, elípticas ou retangulares perto da
costa e arredondadas a elípticas na margem, dando aparência de margem crenulada. Esporófitos
com cápsula oblongo-cilíndrica, marrom quando madura, seta curta, caliptra pilosa.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro de Lourdes, Rua
Pinheiro Machado, sobre tronco de Salix, 12-XI-2005, J. Bordin 164a p.p. (HUCS27220,
177
SP379473); Universidade de Caxias do Sul, beira da mata, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 217p.p.
(HUCS27303, SP379496); idem, na mata em frente ao Museu, sobre tronco de Castanea, 22-
XII-2005, J. Bordin et al. 206 (HUCS27285, SP379490); Jardim Botânico de Caxias do Sul,
beira do caminho, sobre tronco de Pinus, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz
430p.p. (HUCS28001, SP379912).
Distribuição no Brasil: DF, PE, PR, RJ, RS (Cambará do Sul, Lajeado da Margarida; São
Francisco de Paula, Cazuza Ferreira), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delgados, filídios estreitos, oblongo-lanceolados,
margem crenulada na base, células superiores lisas, distantes, com orientação oblíqua e basais
mamilosas, em colunas.
Difere de Macrocoma orthotricoides (Raddi) Wijk & Margad., pois esta apresenta filídios
maiores, mais largos, margem inteira e células lisas e orientadas em colunas em todo o filídio.
De Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt difere pelos filídios oblongo-ovalados, mais curtos e
largos e células superiores mamilosas nesta espécie.
Cresce sobre troncos e galhos de árvores em florestas secas e abertas (Sharp et al. 1994).
Foi coletada sobre troncos em ruas arborizadas e beira de mata em locais antropizados,
associada com Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck, Fabronia ciliaris var. polycarpa
(Hook.) W.R. Buck, Frullania brasiliensis Raddi, F. ericoides (Nees) Mont., Macrocoma tenue
subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt, Radula tectiloba Steph. e Syntrichia pagorum (Milde) J.J.
Amann.
Macromitrium punctatum (Hook. & Grev.) Brid., Bryol. Univ. 1: 739. 1826.
Basiônimo: Orthotrichum puctatum Hook. & Grev., Edinburgh J. Sci. 1: 119. 1824.
Tipo: Brasil
Ilustração: Oliveira-e-Silva & Yano (2000b), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-olivas, emaranhados. Filídios contorcidos quando secos; lanceolados,
longos, ápice gradualmente acuminado; costa forte, percurrente ou subpercurrente; margem
levemente serrulada na metade superior; células superiores arredondadas ou hexagonal-
arredondadas, menores na margem, mamilosas; basais longo-retangulares com paredes sinuosas,
amareladas ou hialinas; bordo basal formado por uma fileira de células retangulares, alongadas.
178
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, beira da mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 435
(HUCS28018, SP379923); idem, interior da mata, sobre troncos, 3-XI-2006, R. Wasum 3069
(HUCS29405).
Distribuição no Brasil: AM, AP, BA, CE, ES, GO, MG, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal
Estadual de Espigão Alto; Canela, Floresta Nacional de Canela; Esmeralda, Estação Ecológica
de Aracuri; Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo; Planalto, Parque Florestal Estadual
de Nonoai; São Francisco de Paula, Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Veraneio
Hampel) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios longos, lanceolados, com base de células retangulares,
amareladas ou hialinas e bordo basal de células diferenciadas, retangulares, longas e estreitas.
Distingue-se facilmente das demais espécies observadas na família pelos filídios alongados e
presença de bordo basal diferenciado.
Cresce sobre ramos e troncos de árvores, freqüentemente em galhos caídos e,
possivelmente, nas partes superiores das árvores (Sharp et al. 1994). Também encontrada sobre
rochas (Bastos et al. 2000), em locais úmidos ou secos, sombrios ou ensolarados (Oliveira-e-
Silva & Yano 2000b).
Foi coletada sobre troncos, no interior e beira da mata.
Schlotheimia jamesonii (Arnott) Brid., Bryol. Univ. 1: 742. 1826.
Basiônimo: Orthotrichum jamesonii Arnott, Mém. Soc. Linn. Paris 1: 349. 1823.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Jameson s.n.
Ilustração: Hirai et al. (1998), Oliveira-e-Silva & Yano (2000b) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-escuros a marrom-avermelhados, densamente tomentosos,
emaranhados. Filídios contorcidos quando secos e esquarrosos quando úmidos; oblongo-
lanceolados, lanceolados ou oblongos, lisos ou pouco rugulosos; ápice acuminado a apiculado;
costa forte na base, estreita no ápice, excurrente; margem inteira; células superiores
arredondadas próximo da margem, elíptico-arredondadas a redondo-retangulares em fileiras
oblíquas perto da costa; basais longo-retangulares, sinuosas, hialinas a amareladas. Esporófitos
com cápsula cilíndrica, avermelhada.
179
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário,
sobre tronco de Leguminosae, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 229 (HUCS27355,
SP379502); idem, J. Bordin & L. Brancher 230 (HUCS27357, SP379882); Universidade de
Caxias do Sul, na mata em frente ao Museu, sobre tronco de Schinus, 22-XII-2005, J. Bordin et
al. 187 (HUCS27280, SP379486); idem, J. Bordin et al. 189p.p. (HUCS27278, SP379863);
idem, sobre tronco de Ilex, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 201 (HUCS27267, SP379862); idem,
sobre tronco de Cupania, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 199 (HUCS27270, SP379865); idem,
Bloco 57, sobre tronco de Hovenia, 23-IV-2004, R. Wasum & J. Bordin 2141 (HUCS22698);
idem, estrada para IB, sobre tronco de Dasyphyllum, beira da estrada, 17-I-2006, J. Bordin &
E. Pasini 308 (HUCS27428); idem, sobre tronco de Castanea, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini
294 (HUCS27430, SP379733); idem, sobre troncos, 20-IX-2005, J. Bordin 122 (HUCS26618,
SP379682); idem, sobre tronco de Myrsine, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 170
(HUCS27197, SP379701); idem, na mata, sobre tronco de Schinus, 3-XII-2005, J. Bordin &
L. Bordin 171d p.p. (HUCS27296, SP379874); idem, Bloco M, sobre tronco, interior da mata,
17-VII-2006, M. Sartori 109 (HUCS28892, SP383608); Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre
tronco, na orla da mata, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 265 (HUCS27424,
SP379527); idem, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz
441p.p. (HUCS28005, SP379916).
Distribuição no Brasil: BA, CE, DF, ES, GO, MA, MS, PE, PR, RJ, RS (Bom Jesus; Cambará do
Sul, Fortaleza dos Aparados; Canela, Floresta Nacional de Canela, Parque das Sequóias;
Esmeralda, Fazenda da Guabiroba; São Francisco de Paula, Fazenda Englert, Floresta Nacional
de São Francisco de Paula, Taimbezinho, Veraneio Hampel; São José dos Ausentes, Monte
Negro), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos com ramificações irregulares e ramos eretos,
filídios oblongo-lanceolados, apiculados, pouco rugulosos, com células superiores arredondadas,
orientadas em fileiras oblíquas em direção a costa. Quando fértil é facilmente identificada pelos
filídios periqueciais longos e apiculados (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
É muito semelhante a Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr. e foi considerada
sinônimo desta por muitos autores, mas difere pois esta possui filídios mais longos, fortemente
enrugados transversalmente e não apresenta células orientadas em fileiras oblíquas perto da
costa.
Lisboa (1993) coloca esta espécie como sinônimo de Schlotheimia rugifolia (Hook.)
Schwägr., baseada no fato de que as diferenças entre as duas espécies estão apenas na forma e
180
tamanho dos filídios e podem ser devido aos diferentes tipos de hábitats, com maior ou menor
disponibilidade de luz e umidade, o que influencia no caráter fortemente ou pouco rugoso dos
filídios destas espécies.
Cresce no tronco de árvores, na mata (Sehnem 1978), ocasionalmente sobre rochas
(Sharp et al. 1994), em ambiente úmido ou seco, sombrio ou ensolarado (Oliveira-e-Silva &
Yano 2000b).
Foi coletada sobre troncos, em parques, praças, matas e beira de estradas, em locais muito
ou pouco ensolarados, associada com Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk., Metzgeria
fruticola Spruce, Plagiochilla corrugata (Nees) Nees & Mont., Radula nudicaulis Steph. e
R. tectiloba Steph.
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr., Spec. Musc. Frond. Suppl. 2(1): 150. 1824.
Basiônimo: Orthotrichum rugifolium Hook., Musci Exot. 2: pl. 128. 1819.
Tipo: Jamaica, Swainson s.n. (holótipo NY, n.v.).
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos avermelhados, verdes a marrom-escuros, densamente tomentosos,
emaranhados. Filídios contorcidos quando secos e esquarrosos quando úmidos; oblongos a
oblongo-ligulados, fortemente rugulosos; ápice abruptamente apiculado ou mucronado, costa
forte, excurrente; margem inteira; células superiores arredondadas a elípticas perto da costa;
basais longo-retangulares, sinuosas, hialinas a amareladas. Esporófitos com cápsula cilíndrica,
avermelhada; caliptra mitrada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, atrás da quadra de tênis, sobre tronco, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29135 (HUCS29533,
SP385513); idem, mata do IB, sobre tronco de Cupressus, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29148
(HUCS29551, SP385526); idem, mata da Biblioteca, 1-X-2006 J. Bordin & I.P.R. Cunha 522
(HUCS29650); Jardim Botânico de Caxias do Sul, beira da mata, sobre troncos, 18-IV-2006,
J. Bordin et al. 491 (HUCS28051, SP382980); idem, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006,
J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 457 (HUCS28248, SP383018); idem, interior da mata,
sobre troncos, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 507 (HUCS28096, SP383005); idem, sobre troncos,
18-IV-2006, E. Pasini 70 (HUCS28052, SP382981); idem, sobre troncos, 17-IV-2004,
R. Wasum 2142 (HUCS23487, SP368699); idem, sobre troncos, 7-VII-2004, R. Wasum 2151
(HUCS23975, SP368873).
181
Distribuição no Brasil: AC, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RO, RS
(Barracão, Parque Florestal Estadual de Espigão Alto; Bom Jesus; Cambará do Sul, Fortaleza
dos Aparados; Itaimbezinho, Parque Nacional dos Aparados da Serra; Canela, Floresta Nacional
de Canela; Caxias do Sul, Vila Oliva; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri; Montenegro,
Campestre; Muitos Capões; Nonoai, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Nova Petrópolis;
Novo Hamburgo, São João do Deserto; Passo Fundo, Floresta Nacional de Passo Fundo;
Rondinha, Parque Florestal Estadual de Rondinha; São Francisco de Paula, Taimbé, Tainhas;
Vacaria), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos avermelhados, robustos, filídios estreitos com
numerosas rugas transersais na parte superior da lâmina e ápice mucronado ou apiculado.
É muito semelhante a Schlotheimia jamesonii (Arnott) Brid., mas difere pois esta
apresenta filídios mais longos, com pouca rugosidade, ápice com apículo mais curto e células
arredondadas, em fileiras oblíquas perto da costa.
Ocorre em ramos e troncos de árvores (Sharp et al. 1994), troncos em decomposição e
rochas (Bastos et al. 2000), em ambiente seco ou úmido, sombrio (Oliveira-e-Silva & Yano
2000b) ou aberto (Behar et al. 1992).
Foi coletada sobre troncos de árvores isoladas, em locais abertos, na beira ou no interior
da mata.
Zygodon viridissimus (Dicks.) Brid., Bryol Univ. 1: 592. 1826.
Basiônimo: Bryum viridissimus Dicks., Pl. Crypt. Brit. 4: 9. 1801.
Tipo: “in pascuis Scotiae: Rosshire; in arborum truncis, et in muris prope Kilkullen-bridge in
Hibernia, D. Brown s.n.
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gametófitos pequenos, verde-escuros, eretos, em tufos. Filídios contorcidos quando secos
e esquarrosos quando úmidos; linear-lanceolados; ápice agudo ou obtuso com um pequeno
apículo; costa percurrente ou subpercurrente; margem inteira; células superiores irregulares,
arredondadas a curto-hexagonais, pluripapilosas; células basais quadradas a retangulares,
hialinas; gemas ovóides a elípticas com 2-4 septos horizontais. Esporófitos presentes, caliptra
cuculada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Cupressus, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29224 (HUCS29580, SP385689).
182
Distribuição no Brasil: ES e RS (Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados; Muitos Capões; São
Francisco de Paula).
Comentários: reconhecida pelas gemas elípticas com 2-4 septos, filídios com células superiores e
medianas pluripapilosas, ápice com apículo hialino.
Ocorre sobre troncos e ocasionalmente sobre rochas (Lemos-Michel 1999; Sharp et al.
1994), normalmente estéril e dispersa entre outros musgos (Crum & Anderson 1981).
Polytrichaceae
1. Gametófitos com protonema persistente, em rosetas..........................Pogonatum pensilvanicum
1. Gametófitos sem protonema persistente, em tufos...................................................................... 2
2. Filídios ovalado-lanceolados, ligulados, sem base diferenciada; margem dos filídios
duplo-denteada; secção transversal da costa arredondada, com lamelas de 2-3 células alt.;
costa espinhosa; margem bordeada com células alongadas até perto do ápice........................
................................................................................ Atrichum androgynum var. oerstedianum
2. Filídios oblongos, subulados, base alargada; margem dos filídios inteira; secção
transversal da costa linear, com lamelas de 6-8 células alt.; costa não espinhosa; margem
não bordeada. ...................................................................................Polytrichum juniperinum
Atrichum androgynum var. oerstedianum (Müll. Hal.) Nyholm, Lindbergia 1: 26. 1971.
Basiônimo: Catharinea oerstediana Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 2: 558. 1851.
Tipo: Costa Rica
Ilustração: Sharp et al. (1994, como Atrichum oerstedianum (Müll. Hal.) Mitt.).
Gametófitos verde-escuros, em tufos. Filídios contorcidos quando secos, ereto-patentes
quando úmidos, lanceolados, ovalado-lanceolados ou ligulados; ápice agudo; costa forte,
espinhosa, percurrente; secção transversal mostrando 4-6 lamelas com (1-)2-3 células de altura;
margem duplo-denteada; bordeado até perto do ápice com 1-2 fileiras de células alongadas,
hialinas; células superiores hexagonais-arredondadas, basais maiores, retangulares.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no barranco úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29199 (HUCS29567, SP385664);
Universidade de Caxias do Sul, na mata, no solo, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 204
(HUCS27288, SP379705); idem, na mata, no solo, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 296a
(HUCS27446, SP379749); idem, escadaria do Bloco 57, em barranco, 17-VII-2006, E. Pasini
120 (HUCS28897, SP383613); Jardim Botânico de Caxias do Sul, beira do caminho, no
183
barranco, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 262 (HUCS27419, SP379523); idem,
beira do caminho, no solo, 12-IV-2006, E. Pasini 61 (HUCS28078, SP382997); idem, 12-IV-
2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 465 (HUCS28010, SP379920); idem, beira da
estrada, no solo, 18-IV-2006, E. Pasini 62 (HUCS28053, SP382982); idem, na orla da mata de
Pinus, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 432 (HUCS28153,
SP383021).
Distribuição no Brasil: RJ, RS (Bom Jesus, Fazenda do Cilho; Canela; Cambará do Sul; Caxias
do Sul, Criúva, Ilhéus; Esmeralda; Gramado; Montenegro; Porto Alegre; São Francisco de Paula,
Veraneio Hampel; São Leopoldo; Soledade; Vacaria; Viamão) e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos eretos, verde-escuros, filídios fortemente
contorcidos quando secos, margem bordeada com células alongadas, duplamente denteada e
secção da costa com lamelas de 2-3 células alt.
Ocorre em locais muito úmidos, principalmente à beira de regatos e nascentes, em locais
sombrios, formando extensos agrupamentos (Farias 1982).
Foi coletada em parques, praças e na mata, sobre solo, barrancos e troncos, em locais
abertos, associada com Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger
Pogonatum pensilvanicum (Hedw.) P. Beauv., Mem. Soc. Linn. Paris 1: 461. 1823.
Basiônimo: Polytrichum pensilvanicum Hedw., Spec. Musc. Frond.: 96. 1801.
Tipo: U.S.A. Pensilvânia circa Lancaster solo simili, Rev. D. Mühlenberg s.n.
Ilustração: Oliveira-e-Silva & Yano (2000b) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-claros, em rosetas, com protonema persistente. Filídios contorcidos
quando secos, espalhados quando úmidos; lanceolados, base larga, estreitando-se em direção ao
ápice; ápice gradualmente acuminado; costa forte, subpercurrente; lamelas da secção transversal
com células apicais irregulares; margem inteira, serrulada no ápice; células superiores
irregulares, arredondadas a quadradas; basais alongadas, retangulares. Esporófitos com seta
longa, amarelada, cápsula cilíndrica, caliptra lisa.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, Mata do IB, no solo, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29144 (HUCS29548, SP385522).
Distribuição no Brasil: BA, DF, ES, GO, MG, PR, RJ, RS (Bom Jesus; Cambará do Sul, Parque
Nacional dos Aparados da Serra; Canela, Salto; São Francisco de Paula), SC e SP.
184
Comentários: reconhecida pelos gametófitos muito pequenos, protonema persistente, filídios
curtos, lanceolados com base alargada e ápice serrulado, diferenciando esta das demais espécies
observadas nesta família.
É típica de solos nus e abertos e tem sido coletada do nível do mar até 2900 m (Hyvönen
1989). Também ocorre sobre pedra e barranco em ambiente seco ou úmido (Oliveira-e-Silva &
Yano 2000).
Foi coletada na mata, sobre o solo.
Polytrichum juniperinum H.B. Willd. ex Hedw., Spec. Musc. Frond.: 89. 1801.
Tipo: subalpestris, delineata exempla ex Helvetia.
Ilustração: Costa (1994), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-escuros, em tufos. Filídios contorcidos quando secos, espalhados
quando úmidos; oblongos, subulados; base larga; ápice serreado; costa forte, percurrente; secção
transversal mostrando lamelas crenuladas com células piriformes, 6-8 células de altura; margem
da lâmina involuta, inteira, serrulada no ápice; células marginais superiores da lâmina
arredondadas, obliqüamente orientadas; basais longo-retangulares, marrom-avermelhadas a
amareladas. Esporófitos com seta longa, avermelhada, cápsula cilíndrica, caliptra pilosa.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre barranco, no solo, 15-X-2005, J. Bordin 153 (HUCS27230, SP379480); Universidade de
Caxias do Sul, beira da mata, no solo, 18-IV-2006, J. Bordin, M.A. Bordin & A. Benedetti 517
(HUCS28589, SP383077); idem, na mata, barranco, 17-VII-2006, E. Pasini 122 (HUCS28900,
SP383616); Jardim Botânico de Caxias do Sul, beira do caminho, barranco, 12-I-2006, J. Bordin,
R. Wasum & M. Sartori 261 (HUCS27420); idem, beira do caminho, barranco, 18-IV-2006,
J. Bordin et al. 509 (HUCS28154, SP383022); idem, beira da estrada, E. Pasini 71
(HUCS28203, SP383057).
Distribuição no Brasil: BA, DF, ES, MG, PR, RJ, RR, RS (Bento Gonçalves; Bom Jesus;
Cambará do Sul, Taimbezinho, Parque Nacional dos Aparados da Serra; Canela, Salto; Casca;
Caxias do Sul, Vila Oliva; Encruzilhada do Sul; Gramado; Guaíba; Gravataí; Ivoti; Jaquirana;
Livramento; Mariana Pimental; Montenegro; Nova Prata; Porto Alegre, Belém Velho; Santa
Maria; São Francisco de Paula, Serra da Rocinha; São Leopoldo, Morro da Pedreira, São
Salvador (atual município de Salvador do Sul); Silveira Martins; Torres; Viamão), SC, SP e TO.
185
Comentários: reconhecida pelos gametófitos grandes, eretos, filídios oblongos, subulados, com
lâmina involuta, cobrindo parcialmente as lamelas, secção transversal com lamelas formadas por
6-8 células alt., as apicais piriformes.
É uma espécie bastante resistente, ocorrendo em diferentes ambientes com pouca
umidade (Farias 1982). Cresce sobre rochas e lageados areníticos (Bastos et al. 2000), mas é
terrícola de regiões altas (Yano & Carvalho 1995).
Foi coletada sobre barrancos, no solo, em parques ou na mata, sempre em locais abertos.
Pottiaceae
1. Costa dos filídios em secção transversal com 1 banda de estereídios................................... ..... 2
1. Costa dos filídios em secção transversal com 2 bandas de estereídios....................................... 4
2. Filídios não espatulados, oblongo-lanceolados a lanceolados, base alargada com ombro
distinto; secção transversal da costa dos filídios semicurcular com pequena banda de
estereídios, ocasionalmente ausente na porção ventral. ....................Didymodon australasiae
2. Filídios espatulados, base estreita; secção transversal da costa dos filídios circular com 1
banda grande ou pequena de estereídios, sempre presente na porção ventral........................ 3
3. Costa dos filídios excurrente, finalizando em um apículo capilar, longo, hialino; base dos
filídios bordeada com 1 fileira de 1-3 células alongadas. ................................. Syntrichia pagorum
3. Costa dos filídios percurrente, não finalizando em ápice capilar; base não bordeada..................
.............................................................................................................................Chenia leptophylla
4. Banda dorsal de estereídios menor ou igual a banda ventral. ............................................ 5
4. Banda dorsal de estereídios maior do que a banda ventral. ...............................................6
5. Filídios lanceolados a lineares, base alargada; ápice não mucronado; secção transversal da
costa semicircular, com banda ventral de estereídios maior do que a dorsal....................................
.....................................................................................................Pseudosymblepharis shimperiana
5. Filídios oblongo-lanceolados, base não alargada; ápice mucronado; secção transversal da costa
circular com 2 bandas iguais de estereídios. .....................................................Weissia controversa
6. Filídios longos, ligulados a oblongo-lanceolados; ápice agudo, apiculado; secção
transversal da costa com células grandes, diferenciadas na parte ventral superior;
propágulos ausentes........................................................................................ Tortella humilis
6. Filídios curtos, ovalado-ligulados, oblongo-ovalados a ligulados; ápice obtuso ou agudo,
mucronado; secção transversal da costa sem células diferenciadas na parte ventral;
propágulos presentes. ............................................................................................................. 7
186
7. Filídios ligulados a oblongo-ovalados; ápice agudo; costa percurrente ou excurrente; células
quadráticas a arredondadas, pluripapilosas ou com 1 papila por célula....................Barbula indica
7. Filídios ovalado-ligulados a ovalado-lanceolados; costa subpercurrente; células hexagonais,
mamilosas.............................................................................................................Hyophila involuta
Barbula indica (Hook.) Spreng. ex Steud., Nomencl. Bot. 2: 72. 1824.
Basiônimo: Tortula indica Hook., Musci Exot. 2: 135. 1819.
Tipo: Índia
Ilustração: Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-escuros a verde-amarelados ou marrons, em tufos. Filídios levemente
contorcidos, ereto-encurvados quando secos e eretos quando úmidos, ligulados a oblongo-
ovalados; ápice agudo, mucronado; costa forte, avermelhada, percurrente ou excurrente; secção
transversal oval a semicircular com duas bandas de estereídios, a dorsal maior; margem inteira,
levemente crenulada no ápice pela projeção das papilas; células superiores quadradas a
arredondadas, 1 ou mais papilas por célula; basais diferenciadas, retangulares, pluripapilosas.
Propágulos presentes, elípticos a ovalados, multicelulares, verdes a amarelados.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
no solo, 15-X-2005, J. Bordin 154 (HUCS27290, SP379871).
Distribuição no Brasil: AM, AC, BA, DF, ES, MG, MT, MS, PA, RJ, RS (Santana da Boa Vista)
e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos reduzidos, verde-escuros a marrons no ápice,
filídios ligulados com ápice mucronado e células uni ou pluripapilosas e pela presença de grande
número de propágulos elípticos a ovalados, multicelulares.
Devido ao tamanho pequeno assemelha-se com Bryoerythrophyllum recurvirostrum
(Hedw.) P.C. Chen, porém este apresenta filídios mais longos, falcados com costa subpercurrente
e células basais hialinas em 3-4 fileiras perto da margem.
Ocorre no solo úmido (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b), rochas, sobre barrancos em beira
de estradas e algumas vezes na base de troncos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada no solo, em local aberto e antropizado.
187
*Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander, Bull. Buffalo Soc. Nat. Sci. 32: 258. 1993.
Basiônimo: Phascum leptophyllum Müll. Hal., Flora 71: 6. 1888.
Tipo: Japão, Kumamoto Pref., Kuma-gun, Konose-mura, H. Takahashi, 5-X-1936 (herb. Takaki,
TNS. n.v.).
Figura 52
Gametófitos verde-brilhantes, em tufos frouxos. Filídios contorcidos quando secos e
eretos quando úmidos, espatulados; ápice agudo; costa forte, amarelada, percurrente; secção
transversal circular, com uma banda de estereídios pequena, de poucas células; margem
crenulada pela projeção das papilas; células superiores grandes, separadas, arredondado-
hexagonais, lisas; marginais menores, quadráticas ao redor de todo o filídio, papilosas; basais
longo-retangulares, hialinas.
Figura 52. Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander. a. aspecto geral do gametófito; b.
filídios; c. células do ápice do filídio; d. células da lâmina do filídio; e. células da margem do
filídio; f. secção transversal na região mediana do filídio (D.M. Vital s.n., SP373142).
188
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Ligustrum, 15-X-2005, J. Bordin 151p.p. (HUCS27224, SP379476); Bairro
Exposição, no muro, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 321 (HUCS27452,
SP379754).
Distribuição no Brasil: BA, ES, MG, PR, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios espatulados, com células diferenciadas, pequenas,
quadradas na margem e pela costa amarelada, em secção transversal com uma única banda muito
reduzida de estereídios.
Cresce sobre pedra, em ambiente seco e sombrio (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
Foi coletada em parques e em locois antropizados, sobre muros e troncos, associada com
Brachymenium hornschuchianum Mart.
Didymodon australasiae (Hook. & Grev.) R.H. Zander, Phytologia 41: 21. 1978.
Basiônimo: Tortula australasiae Hook. & Grev., Edinburgh J. Sci. 1: 301. 1824.
Tipo: Austrália, ‘King George’s Sound, New Holland’ 1791, A. Menzies s.n. (lectótipo BM,
designado por Guerra & Ros 1987 em Crypt., Bryol. Lichénol., n.v.).
Ilustração: Guerra & Ros (1987) e Jiménez et al. (2005).
Gametófitos verde-escuros, contorcidos, em tufos densos. Filídios contorcidos,
encurvados quando secos, esquarrosos quando úmidos, triangulares, oblongo-lanceolados a
lanceolados, base alargada, com ombro distinto; ápice agudo; costa forte, subpercurrente; secção
transversal semicircular ou ovalada, com pequena banda de estereídios, ocasionalmente ausente
na porção ventral; margem papilosa-crenulada; células superiores e medianas arredondadas a
redondo-quadradas, pluripapilosas; basais subquadradas a longo-retangulares, amareladas.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro de Lourdes, muro de
tijolos, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 472 (HUCS28210, SP383063); Jardim Botânico de
Caxias do Sul, beira do lago, sobre rochas, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz
452 (HUCS28020, SP379925).
Distribuição no Brasil: PR, RS (Caçapava do Sul, Ruínas do Forte) e SP.
189
Comentários: reconhecida pelos gametófitos verde-escuros, filídios oblongo-lanceolados, com
base alargada, amarelada e secção transversal da costa com pequena banda de estereídios, às
vezes ausente na porção ventral.
Assemelha-se com as espécies de Ptychomitrium vaginatum Besch. pelo formato do
gametófito e do filídio, com base larga, ombro distinto, estreitando-se em direção ao ápice, mas
difere pois este não apresenta células papilosas no filídio.
Ocorre em rochas calcáreas ou ácidas, muros, beiras de trilhas, locais secos (Jiménez et
al. 2005).
Foi coletado em áreas antropizadas e na mata, em locais úmidos, sobre muros e rochas.
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger, Ber. Thätigk. St. Gallischen Naturwiss. Ges. 1871-72:
354. 1873.
Basiônimo: Gymnostomum involutum Hook., Musci Exot. 2: 154. 1819.
Tipo: Gardner, Nepal.
Ilustração: Lisboa (1993), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gemetófitos verde-escuros a marrons, em tufos eretos. Filídios encurvados quando secos,
ovalado-ligulados a ovalado-lanceolados; ápice obtuso, mucronado; costa forte, subpercurrente;
secção transversal semicircular, com 2 bandas de estereídios, a dorsal maior; margem involuta
quando secos, denteada perto do ápice; células superiores redondo-hexagonais, mamilosas;
basais quadradas a retangulares, hialinas. Propágulos em grande quantidade, elípticos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro de Lourdes, sobre
tronco de Syagrus, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 468 (HUCS28480).
Distribuição no Brasil: AM, BA, CE, DF, ES, GO, MS, MT, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RO, RS
(São Francisco de Paula) e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios ovalado-ligulados com margem involuta quando secos,
irregularmente denteada perto do ápice e propágulos elípticos em grande quantidade. Ocorre
sobre rochas calcáreas, solo, paredes de concreto, tijolos, seixos de rios, entre outros, em locais
ensolarados e muito úmidos. É característica de locais perturbados, como muros ou calçadas de
cidades e se ocorrer em florestas é junto a estradas ou cursos d’água (Lisboa 1993). Raramente é
enconcontrada sobre córtex em decomposição (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b).
Foi coletada em local antropizado, sobre tronco de Syagrus.
190
Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A. Crum, Bryologist 55(2): 139. 1952.
Basiônimo: Syrropodon shimperiana Paris, Index Bryol. 1254. 1898.
Tipo: México, Estado de Veracruz, Orizaba, Cordova, F. Muller 1853.
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos médios, marrom-esverdeados, em tufos eretos. Filídios contorcidos quando
secos, esquarrosos quando úmidos, lanceolados a lineares, base alargada; ápice agudo a
apiculado; costa forte, excurrente; secção transversal semicircular com 2 bandas de estereídios, a
ventral maior; margem crenulada, lisa na região basal; células superiores em fileiras
longitudinais, subquadradas a arredondadas, pluripapilosas; basais quadradas a retangulares,
alongadas, estreitas, hialinas, 1-5 fileiras de células menores, alongadas perto da margem, até
acima da base. Esporófitos com seta longa, castanho-avermelhada; cápsula longa, cilíndrica,
avermelhada, ereta.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro Exposição, sobre
rochas, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 326, 313 (HUCS27451, SP379753;
HUCS27449, SP379751); Parque Cinqüentenário, sobre raízes, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29072 (HUCS29481, SP385450); Universidade de Caxias do Sul, sobre rochas, 20-IX-2005,
J. Bordin 121 (HUCS26617, SP379681).
Distribuição no Brasil: DF, GO, MG, MS, MT, PR, RJ, RS (São Salvador, atual município de
Salvador do Sul), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios alongados, lanceolados a lineares, células pluripapilosas,
secção transversal da costa semicircular, com 2 bandas de esterídios e células diferenciadas na
parte ventral superior.
Ocorre sobre troncos, solo e rochas (Sharp et al. 1994).
Foi coletada sobre rochas e raízes, em áreas antropizadas, parques e praças, associada
com Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt., Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. e Uleastrum
palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander.
Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann, Flora Mouss. Swisse 2: 117. 1919.
Basiônimo: Barbula pagorum Milde, Bot. Zeit. 20: 459.1862.
Tipo: Europa.
Ilustração: Yano & Bordin (2006) e Zander (1993).
191
Gametófitos marrom-esverdeados, em tufos encurvados. Filídios contorcidos quando
secos, esquarrosos quando úmidos, espatulados, ápice obtuso, arredondado; costa forte,
avermelhada, excurrente, finalizando com um longo, hialino ou amarelado ápice capilar, ½ do
tamanho do filídio; secção transversal circular ou com apenas uma grande banda dorsal de
estereídios; margem crenulada; células superiores quadradas a arredondadas, 4 papilas por
célula; basais retangulares, hialinas, menores na margem.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, Rua Alfredo
Chaves, sobre raízes de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 160p.p. (HUCS27222, SP379474);
idem, sobre tronco de Lagestroemia, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 481p.p. (HUCS28054,
SP382983); idem, sobre tronco de Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 482
(HUCS28056, SP382985); idem, próximo a Rodoviária, sobre troncos, 16-IX-2005, J. Bordin
132p.p. (HUCS26622, SP379686); idem, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 479p.p.
(HUCS28079, SP382998); Bairro de Lourdes, Rua Pinheiro Machado, sobre tronco de Salix, 12-
XI-2005, J. Bordin 164a p.p., 164b. (HUCS27220, SP379473; HUCS27229, SP379479); idem,
sobre tronco de Jacaranda, 12-XI-2005, J. Bordin 165p.p. (HUCS27162, SP379847); idem,
sobre tronco de Senna, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 471 (HUCS27487, SP383072); Bairro
São Pelegrino, sobre tronco de Ligustrum, 25-I-2006, J. Bordin & L.S. Bordin 328 (HUCS27464,
SP379766); Parque Cinqüentenário, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29054 (SP383815); Parque
dos Macaquinhos, na base do tronco de Cabralea canjerana, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29230p.p. (HUCS29583, SP386695); Universidade de Caxias do Sul, sobre tronco de
Eucalyptus, 20-IX-2005, J. Bordin 127p.p. (HUCS26614, SP379679).
Distribuição no Brasil: PR, RS (Bento Gonçalves; Caxias do Sul, Centro; Gramado; Ijuí; Marau;
Santo Ângelo; Uruguaiana) e SC.
Comentários: reconhecida pelos filídios espatulados com longo ápice hialino ou amarelado,
facilmente visível.
Cresce ocasionalmente sobre troncos de árvores, raramente sobre rochas (Sharp et al.
1994).
Foi coletada em ruas arborizadas, parques, praças, locais antropizados, sobre troncos de
árvores e raízes, associada com Brachymenium hornschuchianum Mart., Bryum argenteum
Hedw., Dimerodontim mendozense Mitt., Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck,
Frullania ericoides (Nees) Mont., F. glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont., Helicodontium
192
capillare (Hedw.) A. Jaeger, Macrocoma tenue subsp. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt e Porella
reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis.
Tortella humilis (Hedw.) Jennings, Man. Mosses W. Penn.: 96. 1913.
Basiônimo: Barbula humilis Hedw., Spec. Musc. Frond.: 116. 1801.
Tipo: Lancaster, Pensilvânia.
Ilustração: Hirai et al. (1998), Oliveira-e-Silva & Yano (2000b) e Yano & Peralta (2007b) e
Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-escuros, em tufos. Filídios contorcidos quando secos, eretos quando
úmidos, ligulados a oblongo-lanceolados; ápice agudo, largo, apiculado; costa forte, percurrente;
secção transversal semi-circular ou ovalada, com duas bandas de esterídios, a dorsal maior e a
ventral com células grandes, diferenciadas na parte superior; margem crenulada até ½ do filídio;
células superiores isodiamétricas a arredondadas, pluripapilosas; basais quadradas a longo-
retangulares, mamilosas, hialinas, bordeadas com uma fileira de 1-3 células longas, estreitas.
Esporófitos com seta longa, amarelada; cápsula cilíndrica.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Bairro Exposição, Chácara
Eberle, muro de basalto, 14-XII-2004, R. Wasum 2264 (HUCS24683, SP372421); Parque dos
Macaquinhos, no barranco rochoso, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29214 (HUCS29575,
SP385679); Universidade de Caxias do Sul, no barranco, II-1984, I.M.F. Guerra et al. s.n.
(HUCS124); idem, Mata da Biblioteca, tronco de coqueiro, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29158 (HUCS29557, SP385536); idem, sobre rocha úmida, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29130 (HUCS29532, SP385508).
Distribuição no Brasil: BA, DF, ES, GO, MG, MS, PR, RJ, RS (Barracão, Parque Florestal
Estadual de Espigão Alto; Colônia Nova Wuerttenberg (atual município de Panambi); Erechim;
Gramado; Nova Petrópolis; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Porto Alegre, Belém
Velho; São Borja; São Leopoldo, São Salvador (atual município de Salvador do Sul), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios ligulados, contorcidos quando secos, expondo o dorso da
costa clara e brilhante, ápice largo, margem crenulada, geralmente fraturada e secção da costa
com duas bandas de estereídios, sendo a dorsal maior.
193
Cresce sobre troncos de árvores, rochas, húmus, geralmente em lugares secos, substratos
ácidos e básicos (Hirai et al. 1998). Também sobre raízes (Oliveira-e-Silva & Yano 2000b) e
base de troncos, geralmente em ambientes parcialmente secos (Sharp et al. 1994).
Foi coletada na mata, em ruas e parques, sobre rochas, muros, barrancos e troncos.
Weissia controversa Hedw., Spec. Musc. Frond.: 67. 1801.
Tipo: Lipsiae ad rivulum post collem Bienitz.
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Zander (1993).
Gametófitos verde-escuros, em tufos eretos. Filídios contorcidos quando secos,
esquarrosos quando úmidos, oblongo-lanceolados; ápice agudo, mucronado; costa forte,
excurrente; secção transversal circular com duas bandas iguais de estereídios; margem inteira,
levemente crenulada no ápice; células superiores subquadradas a hexagonais, 4-6 papilas; basais
longo-retangulares, hialinas. Esporófitos com seta amarelada e cápsula cilíndrica, alongada,
amarelada a avermelhada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, sobre rochas, na escada, 13-I-2006, J. Bordin & R. Wasum 279p.p. (HUCS27381,
SP379712); Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre a taipa de pedra, 7-VII-2004, R. Wasum
2149 (HUCS23681).
Distribuição no Brasil: AM, BA, DF, GO, MG, PR, RJ, RS (São Leopoldo) e SC.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-lanceolados bordeados com células
diferenciadas, hialinas, estreitas, da base até ¼ da lâmina e secção transversal da costa com duas
bandas de estereídios e células grandes, diferenciadas na parte ventral superior.
Cresce sobre solo, rochas, muros e base de troncos, em altitudes baixas a moderadas
(Sharp et al. 1994).
Encontrada sobre rochas, em locais antropizados e beira da mata, associada com Bryum
chryseum Mitt.
Ptychomitriaceae
1. Filídios lanceolado-acuminados, falcados; ápice alongado, agudo; dentes do peristômio
divididos em 2 braços, unidos na base; ocorre em substratos variados. ...........................................
.............................................................................................................. Ptychomitrium sellowianum
194
1. Filídios longo-ligulados, não falcados; ápice curto, apiculado; dentes do peristômio
profundamente fendidos, separados; ocorre sempre sobre rochas. ......... Ptychomitrium vaginatum
Ptychomitrium sellowianum (Müll. Hal.) A. Jaeger, Ber. Thätigk. St. Gallischen Naturwiss.
Ges. 1872-73: 104. 1874.
Basiônimo: Brachysteleum sellowianum Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 1: 769. 1849.
Tipo: Brasil austral oriental, Montevidéu, Sellow s.n. (isótipo H, n.v.).
Ilustração: Cao et al. (2006), Costa (1994) e Lemos-Michel (1999).
Gametófitos verde-oliva, cespitosos, ramos densamente folhosos. Filídios contorcidos
quando secos e eretos quando úmidos, lanceolado-acuminados, falcados, base larga; ápice agudo,
alongado; costa forte, subpercurrente; margem inteira; células superiores arredondadas; basais
longo-retangulares, hialinas, grandes. Esporófitos com caliptra cuculiforme; peristômio com
dentes estreitos, divididos em dois braços, unidos na base.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, na mata, no solo, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 296 (HUCS27436, SP379739).
Distribuição no Brasil: ES, MG, PR, RJ, RS (Bom Jesus; Cambará do Sul, Fortaleza dos
Aparados; Canoas; Montenegro, São Salvador (atual município de Salvador do Sul); Nova
Petrópolis; Porto Alegre; São Francisco de Paula; São José dos Ausentes; São Leopoldo, Morro
da Pedreira; Vacaria, Passo do Socorro), SC e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos verde-oliva, densos, filídios contorcidos quando
secos, lanceolado-acuminados, falcados, com base larga, células basais amareladas e peristômio
com dentes divididos em dois braços, mas unidos na base.
Difere de Ptychomitrium vaginatum Besch. por este apresentar filídios não falcados,
ápice apiculado, células basais menores e mais próximas e peristômio com dentes profundamente
fendidos, separados.
Cresce preferencialmente sobre rochas em lugares secos e até expostos ao sol, raramente
sobre árvores (Sehnem 1969). Também ocorre na base do tronco de Araucaria angustifolia e
sobre suas raízes tabulares (Lemos-Michel 1999).
Foi coletada na mata, sobre solo.
195
Ptychomitrium vaginatum Besch., Mem. Soc. Sc. Nat. Cherboug 21: 262. 1877.
Tipo: Paraguai, province de Corrientes, Cerro-Hu, dans dês forêts, sur lês rochers, C.d´Orbigny
1234 (holótipo P, n.v.).
Ilustração: Yano & Colletes (2000).
Gametófitos verde-escuros, cespitosos, ramificados. Filídios juláceos quando secos e
estendidos quando úmidos, longo-ligulados, base larga, hialina, estreitando-se subtamente; ápice
curto, apiculado; costa forte, percurrente; margem inteira; células superiores e medianas
arredondadas; basais quadrático-retangulares, hialinas. Caliptra cuculiforme, peristômio com
dentes estreitos, lanceolados, profundamente fendidos, separados.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, na
base de tronco, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29071 (HUCS29480, SP385449); Universidade
de Caxias do Sul, Mata da Biblioteca, sobre rochas basálticas, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 209
(HUCS27282, SP379487); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre rochas, 18-
IV-2006, J. Bordin et al. 495 (HUCS28016, SP379921).
Distribuição no Brasil: PR, RJ, RS (Bom Jesus; Montenegro, São Salvador (atual município de
Salvador do Sul); Porto Alegre; São Francisco de Paula; São Lourenço do Sul; Vacaria), SC e
SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos verde-escuros, cespitosos, filídios longo-ligulados,
base larga, hialina e esporófito com dentes do peristômio profundamente fendidos, separados.
Os gametófitos assemelham-se com Holomitrium olfersianum Hornsch., no entanto, estes
são maiores e os filídios possuem margem fortemente denteada, lisa apenas na base que é
alargada e amarelada. Assemelha-se também com Ptychomitrium sellowianum (Müll. Hal.) A.
Jaeger, mas difere por este apresentar tamanho maior dos gametófitos, filídios contorcidos e
falcados, células basais maiores, mais distantes e alongadas e dentes do peristômio estreitos,
divididos em dois braços, unidos na base.
Cresce sobre rochas expostas ao sol ou junto de córregos (Sehnem 1969).
Foi coletada em parques e na mata, sobre rochas e base de troncos.
196
Rhachitheciaceae
*Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander, Bull. Buffalo Soc. Nat. Sci. 32: 277. 1993.
Basiônimo: Ulea palmicola Müll. Hal., Hedwigia 36: 102. 1897.
Tipo: Brasilia, Sa. Catharina, in truncis Cocois (Butiá) in Campo prope Lagunas, IX-1980,
E. Ule 696.
Figura 53
Gametófitos pequenos, verde-escuros, em tufos encurvados. Filídios oblongo-
lanceolados, espatulados, estreitos na base e mais largos no ápice; ápice curto-acuminado a
apiculado; costa percurrente ou subpercurrente; secção transversal com uma banda de estereídios
e camada dupla de células na lâmina; margem inteira, crenulada no ápice pela projeção das
papilas; células superiores arredondadas a subquadradas perto da margem, papilosas; basais
retangulares, hialinas. Esporófitos com cápsula elíptica a arredondada, castanho a amarelada,
dentes do peristômio fusionados em pares; ânulos presente. Gemas pequenas, oblongas,
multicelulares em grande quantidade.
Figura 53. Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander a. aspecto geral do gametófito com
esporófito; b. aspecto geral dos gametófitos umidecidos; c. filídios; d. células do ápice do
filídio; e. células da base da lâmina do filídio; f. secção transversal da costa; g. secção
trasnversal do caulídio; h. ânulos; i. dentes do peristômio; j. propágulos; l. esporos (J. Bordin
197
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque Cinqüentenário, na
base do tronco de Araucaria angustifolia, 3-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29078, 29172
(HUCS29486, SP385456; SP385550); Universidade de Caxias do Sul, Centro de Convivência,
sobre tronco de Cupressus, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29170p.p. (HUCS29561, SP385548).
Distribuição no Brasil: PR e SC.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos pequenos, em tufos encurvados, filídios oblongos,
espatulados, células arredondadas a quadradas perto da margem, papilosas. A presença de grande
quantidade de gemas multicelulares e o esporófito com dentes do peristômo fusionados também
são caracteres importantes.
Coletada em parques e locais antropizados, sobre troncos e base de troncos de
gimnospermas, associada com Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt., Pseudosymblepharis
schimperiana (Paris) H.A. Crum e Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton.
Sematophyllaceae
1. Células alares levemente ou não infladas.................................................................................... 2
1. Células alares fortemente infladas............................................................................................... 5
2. Células alares não infladas; filídios lanceolados a oblongo-lanceolados; margem dos
filídios levemente serrulada ou inteira. ......................................... Pterogonidium pulchellum
2. Células alares levemente infladas; filídios ovalados, ovalado-lanceolados a oblongo-
lanceolados; margem dos filídios inteira ou levemente crenulada no ápice. ......................... 3
3. Filídios ovalados, curtos; ápice acuminado, arredondado ou obtuso; células romboidais, curtas.
.................................................................................................................. Colobodontium vulpinum
3. Filídios oblongo-ovalados, ovalado-lanceolados a ovalados; ápice gradualmente curto-
acuminado, acuminado, algumas vezes apiculado; células romboidais, alongadas........................ 4
4. Filídios ovalado-lanceolados a ovalados; costa curta, dupla; margem inteira, não curvada
na base; células supra-alares curto-retangulares a quadráticas, em 3-6 colunas perto da
margem.................................................................................................. Donnellia commutata
4. Filídios oblongo-ovalados a ovalados; costa indistinta; margem inteira, não curvada na
base; células supra-alares quadráticas, em grupo triangular. .............Meiothecium boryanum
5. Filídios falcados, lanceolados ou ovalado-lanceolados...........................Sematophyllum swartzii
5. Filídios não falcados, ovalados, oblongos a oblongo-ovalados. ................................................. 6
6. Ápice dos filídios estreitamente longo-acuminado; filídios oblongo-ovalados; células
linear-flexuosas em todo o filídio..................................................Sematophyllum subsimplex
198
6. Ápice dos filídios agudo, acuminado a curto-acuminado; filídios ovalados a oblongo-
ovalados; células oblongo-romboidais a lineares, diferenciadas no ápice e na base. ............ 7
7. Células superiores dos filídios oblongo-romboidais, curtas, largas..............................................
.............................................................................................................Sematophyllum subpinnatum
7. Células superiores dos filídios lineares, linear-fusiformes a longo-hexagonais ou oblongo-
romboidais.......................................................................................................................................8
8. Células dos filídios oblongo-romboidais a lienares; filídios oblongos a oblongo-
ovalados, não rugulosos. ................................................................. Sematophyllum galipense
8. Células dos filídios linear-fusiformes a longo-hexagonais; filídios ovalados, rugulosos....
...................................................................................................Sematophyllum succedaneum
Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck in Churchill & Linares C.,
Bibliot. Jose Jeronmino Triana 12: 759. 1995.
Basiônimo: Neckera vulpina Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. ser. 2: 203. 1835.
Tipo: Guiana Francesa, Leprieur s.n. (holótipo PC).
Ilustração: Churchill & Linares C. (1995) e Florschütz-de Waard (1992).
Gametófitos verde-dourados, prostrados. Filídios ovalados, juláceos, côncavos; ápice
curto-acuminado, arredondado ou obtuso; costa curta, dupla; margem levemente crenulada no
ápice, revoluta perto da base; células superiores romboidais, pequenas; medianas e basais
romboidais, alongadas; alares diferenciadas, oblongas a retangular-arrendondadas, pouco
infladas, hialinas; supra-alares quadráticas. Esporófitos com seta curta; cápsula cilíndrica, ereta.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 158p.p. (HUCS27163, SP379697); idem, sobre tronco de
Ligustrum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin. 483p.p. (HUCS28482); idem, Rua Pinheiro
Machado, sobre tronco de Ligustrum, 12-XI-2005, J. Bordin 159p.p. (HUCS27225, SP379477);
idem, Rua Pinheiro Machado, Garagem Peretti, sobre tronco de Ligustrum, 7-XI-2005, J. Bordin
156 (HUCS27012, SP379472); idem, Rua Os 18 do Forte, junto ao canteiro, no solo, 27-XII-
2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 222p.p. (HUCS27302, SP379495); idem, Rua Garibaldi,
sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-2005, J. Bordin, V. Reis & E. Franco 218p.p. (HUCS27298,
SP379491); idem, rua Visconde de Pelotas, sobre tronco de Ligustrum, 27-XII-2005, J. Bordin,
V. Reis & E. Franco 220p.p. (HUCS27300, SP 379493); Bairro de Lourdes, sobre tronco de
Senna, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 469p.p. (HUCS28206); Parque dos Macaquinhos,
sobre tronco de Platanus, 15-X-2005, J. Bordin 152p.p. (HUCS27228, SP379478).
199
Distribuição no Brasil: AM, BA, PA, RO, RR e RS (Caxias do Sul, Centro).
Comentários: reconhecida pelos gametófitos verde-brilhantes, filídios ovalados, côncavos, com
células basais diferenciadas, levemente infladas.
No material examinado foi observada costa dupla e curta, porém, conforme (Churchill &
Linares C. 1995), ela pode estar ausente ou ser indiferenciada.
É muito semelhante a Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck, mas diferencia-se
pois esta apresenta gametófitos maiores, mais encurvados e filídios mais longos, ovalado-
lanceolados, gradualmente acuminados. Também se assemelha a Sematophyllum subpinnatum
(Brid.) E. Britton devido ao formato dos filídios ovalados, porém difere pois este apresenta ápice
curto-acuminado.
Cresce em bosques úmidos, sobre troncos e ramos de árvores, madeiras em
decomposição e rochas, em locais inundados (Churchill & Linares C. 1995) ou temporariamente
submersos (Florschütz-de Waard 1992).
Foi coletada sobre troncos e rochas, em ruas arborizadas e áreas antropizadas associada
com Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn., Brachymenium hornschuchianum Mart.,
Dimerodontium mendozense Mitt., Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck,
Frullania ericoides (Nees) Mont., F. glomerata (Lehm. & Lindenb.) Nees & Mont., Lejeunea
flava (Sw.) Nees, Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn., Metzgeria furcata (L.) Dumort. e
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis.
*Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck, Bryologist 91(2): 134. 1988.
Basiônimo: Neckera commutata Müll. Hal., Bot. Zeitung (Berlin) 15: 385. 1857.
Tipo: Brasil.
Figura 54
Gametófitos verde-claros a amarelados, prostrados, encurvados. Filídios ovalados a
ovalado-lanceolados, côncavos, gradualmente acuminados; ápice gradualmente longo-
acuminado; costa curta, dupla; margem inteira; células superiores romboidais; basais romboidais,
alongadas; alares pouco diferenciadas, subquadráticas, levemente infladas, amareladas; supra-
alares quadráticas a curto-retangulares, em 3-6 colunas perto da margem. Esporófitos com seta
amarelada a avermelhada, curta; cápsula ovalada, ereta, inflada na base; dentes do peristônio
esbranquiçados, distantes, unidos na base, encurvados quando secos, papilosos no ápice.
200
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, beira da mata, sobre tronco de Cupania vernalis, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 217p.p.
(HUCS27303, SP379496).
Distribuição no Brasil: AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, RJ e SP.
Comentários: reconhecida pelos filídios côncavos, ovalado-lanceolados, gradualmente
acuminados e esporófito com seta curta.
Diferencia-se de Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck, pois este
apresenta gametófitos menores e filídios mais curtos e arredondados. Também é muito
semelhante a Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt., mas difere pois esta apresenta
peristômio com dentes estreitos, muito próximos, amarelados e densamente papilosos.
Figura 54. Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck. a. aspecto geral do gametófito com
esporófito; b. filídios; c. células do ápice do filídio; d. células da lâmina do filídio; e. células da
base do filídio; f. dentes do peristômio (D.F. Peralta 3159, SP378109).
201
Cresce como epífita sobre árvores ou madeira em decomposição (Churchill & Linares C.
1995).
Foi coletada sobre troncos, na beira da mata associada com Macrocoma tenue subsp.
sullivantii (Müll. Hal.) Vitt e Radula tectiloba Steph.
*Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 469. 1869.
Basiônimo: Neckera boryana Müll. Hal., Syn. Musc. Frond. 2: 75. 1850.
Tipo: Ins. San Domingo (hb. Bory, n.v.).
Figura 55
Gametófitos verdes a verde-escuros a amarelados, prostrados. Filídios esquarrosos,
ovalados a oblongo-ovalados, côncavos; ápice gradualmente curto-acuminado a apiculado; costa
indistinta; margem inteira, curvada na base; células superiores romboidais; medianas mais
alongadas e basais lineares; alares diferenciadas, pouco infladas; supra-alares quadráticas,
formando um grupo triangular de células pequenas. Esporófitos com cápsula subereta quando
seca e inclinada quando úmida; seta curta, amarelada; dentes do peristômio estreitos, amarelados,
muito próximos, densamente papilosos.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, sobre tronco de
Cinnamomum, 14-IV-2006, J. Bordin & L. Bordin 476 (HUCS28209, SP383062); Parque dos
Macaquinhos, sobre raízes de arbusto, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29196, 29231
(HUCS29565, SP385661; HUCS29584, SP385696); Parque Cinqüentenário, sobre troncos, 30-
XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 236p.p. (HUCS27337, SP379504); Universidade de Caxias
do Sul, beira da mata, no solo e base de tronco de Cupressus, 18-VI-2006, J. Bordin, M.A.
Bordin & A. Benedetti 515 (HUCS28590, SP383078).
Distribuição no Brasil: AM, DF, RJ e PA.
Comentários: reconhecida pelos filídios côncavos com margem levemente curvada na base,
região alar diferenciada e peristômio com dentes estreitos, amarelados, muito próximos,
densamente papilosos.
Diferencia-se de Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck, por esta apresentar
filídios com margem inteira, não curvada e dentes do peristômio esbranquiçados, distantes, com
papilas apenas na região apical.
202
Cresce sobre árvores, principalmente sobre os ramos menores de árvores isoladas, em
lugares abertos (Buck 1998) e sobre rochas (Sharp et al. 1994).
Foi coletada no solo, troncos e base de troncos, em ruas arborizadas, parques e locais
antropizados, associada com Lejeunea flava (Sw.) Nees.
*Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. ex Broth. in Engler & Prantl, Naturl.
Pflanzenfam. 1(3): 1100. 1908.
Basiônimo: Pterogonium pulchellum Hook., Musci Exot. 1: 4. 1818.
Tipo: Colômbia
Figura 56
Figura 55. Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt. a. aspecto geral do gametófito com
esporófito; b, c. filídios; d. células do ápice do filídio; e. células da região mediana do filídio; f.
células da base do filídio; g. dentes do peristômio (D.M. Vital 13292, SP208238).
203
Gametófitos delgados, verde-escuros a verde-amarelados, emaranhados. Filídios
lanceolados a oblongo-lanceolados, côncavos; ápice gradualmente longo-acuminado; costa curta,
dupla; margem inteira ou levemente serrulada; células superiores, medianas e basais longo-
romboidais; alares em grupo triangular, quadráticas, não infladas; supra-alares não diferenciadas.
Esporófitos com seta curta, amarelada; cápsula cilíndrica, inclinada, castanho a amarelada;
dentes do peristômio simples, marrons, densamente papilosos, curtos.
Material examinado: BRASIL. R
IO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Jardim Botânico de Caxias
do Sul, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 458p.p.
(HUCS28007, SP379918).
Distribuição no Brasil: AM, BA, PA, PE, RJ, RO e SP.
Comentários: reconhecida pelo tamanho pequeno do gametófito, filídios brilhantes, estreitos,
lanceolados, gradualmente longo-acuminados, ausência de células alares infladas e esporófito
Figura 56. Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. ex Broth. a. aspecto geral do
gametófito; b. esporófito; c. filídios; d. células do ápice do filídio; e. células da lâmina do
filídio; f. células da base do filídio (D.F. Peralta 1010, SP362560).
204
com dentes do peristômio simples, marrons, curtos, densamente papilosos. Segundo Yano et al.
(2003), tem como característica principal o colorido brilhante dos filídios e as células alares
quadráticas, não infladas, de cor amarronzada.
Difere de Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck e Meiothecium boryanum (Müll.
Hal.) Mitt., pois estes apresentam filídios mais ovalados, células alares diferenciadas e
peristômio com dentes mais longos, enquanto que em Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll.
Hal., os filídios são longos, lanceolados, as células alares não são diferenciadas e os dentes do
peristômio são curtos. Conforme Buck (1998), o hábitat também diferencia esta espécie de
Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck, que cresce em lugares mais abertos e secos,
enquanto que Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. cresce em lugares sombreados e
úmidos.
Ocorre sobre troncos e ramos de árvores (Churchill & Linares C. 1995), na mata (Peralta
2005). Também sobre troncos caídos e locais temporariamente inundados (Florschütz-de Waard
1996).
Foi coletada sobre troncos, na mata associada com Lejeunea flava (Sw.) Nees.
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 480. 1869.
Basiônimo: Hypnum galipense Müll. Hal., Bot. Zeitg 6: 780. 1848.
Tipo: Venezuela, Galipan, Funck & Schlim 345 (isótipos G, BM, n.v.).
Ilustração: Buck (1998), Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos amarelo-esverdeados. Filídios côncavos, oblongos a oblongo-ovalados;
ápice agudo a acuminado; costa indistinta; margem inteira; células superiores oblongo-
romboidais a lineares; medianas e basais mais longas e estreitas; alares infladas, amareladas a
marrom-avermelhadas; supra-alares diferenciadas, quadráticas a retangulares, hialinas.
Esporófitos com seta longa, avermelhada; cápsula ovalada, pendente.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Centro, no solo, 14-IV-
2006, J. Bordin & L. Bordin 478 (HUCS20077, SP382996); Parque Cinqüentenário, no solo, 30-
XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 225, 228p.p., 237 (HUCS27367, SP379891; HUCS27338,
SP379505; HUCS27368, SP379892); idem, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 30-XII-
2005, J. Bordin & L. Brancher 226p.p. (HUCS27355, SP379880); idem, no solo, 3-X-2006,
O. Yano & J. Bordin 29076 (HUCS29484, SP385454); Parque dos Macaquinhos, no barranco
rochoso, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29211 (HUCS29573, SP385676); idem, no barranco
úmido, 6-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29242p.p. (HUCS29500, SP385707); Universidade de
205
Caxias do Sul, interior da mata, sobre troncos, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 302
(HUCS27437, SP379740); idem, sobre tronco de Castanea, interior da mata, 17-I-2006,
J. Bordin & E. Pasini 293a (HUCS27443, SP379746); idem, interior da mata, sobre troncos, 17-
VII-2006, E. Pasini 119p.p. (HUCS28895, SP383611); Jardim Botânico de Caxias do Sul, na
mata, sobre rochas, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 508p.p. (HUCS28075, SP382994); idem, na
mata, sobre rochas, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini & T. Ziembowicz 434 (HUCS28060,
SP382989); idem, sobre troncos em decomposição, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 502p.p.
(HUCS28095, SP383004).
Distribuição no Brasil: BA, CE, DF, ES, GO, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RO, RR, RS (Barracão,
Parque Florestal Estadual de Espigão Alto; Bom Jesus; Cachoeira (atual município de Cachoeira
do Sul); Cerro Largo; Montenegro, Linha São Pedro; Nonoai, Parque Florestal Estadual de
Nonoai; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai; Porto Alegre; São Francisco de Paula,
Veraneio Hampel; São Leopoldo), SC, SP e TO.
Comentários: reconhecida pelos filídios oblongo-ovalados, acuminados, células da lâmina
longas, fusiformes, células alares bem diferenciadas e células supra-alares grandes, quadráticas.
Segundo Sehnem (1978), é a menor espécie do gênero.
Difere de Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton, pois esta apresenta células da
lâmina mais curtas e supra-alares menores. De S. subsimplex (Hedw.) Mitt., difere pois este
possui filídios longamente acuminados e células lineares, mais longas.
Cresce sobre rochas e solo, raramente sobre madeira, em lugares úmidos e abertos (Buck
1998) e no interior da mata (Valdevino et al. 2002). Encontrada também crescendo sobre
madeira podre (Sehnem 1978; Yano & Peralta 2007b).
Foi coletada sobre solo, troncos e rochas, em áreas úmidas, antropizadas e no interior da
mata, associada com Bryoerythrophyllum recurvirostrum (Hedw.) Chen., Campylopus occultus
Mitt., Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt., Lejeunea glaucescens Gottsche, L. phyllobola Nees &
Mont., Lophocolea muricata (Lehm.) Nees, Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A.
Crum, Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton, Thuidium tomentosum Besch. e
Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander.
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton, Bryologist 21(2): 28. 1918 (1919).
Basiônimo: Leskea subpinnata Brid., Muscol. Recent. Suppl. 2: 54. 1812.
Tipo: Hispaniola, ad arboris, Poiteau s.n.(holótipo B, hb. Brid. 747, n.v.).
206
Ilustração: Buck (1998), Hirai et al. (1998, como Sematophyllum caespitosum) e Sharp et al.
(1994).
Gametófitos verde-escuros, opacos. Filídios côncavos, ovalados a oblongo-ovalados;
ápice curto-acuminado; costa indistinta; margem inteira, levemente reflexa na base; células
superiores oblongo-romboidais, curtas, largas; medianas e basais mais longas; alares infladas,
avermelhadas a marrom-amareladas; supra-alares quadráticas a retangulares. Esporófitos com
seta laranja a avermelhada; cápsula globosa, amarelada, ereta.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Parque dos Macaquinhos,
interior da mata, sobre rochas, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso 325 (HUCS27459,
SP379761); idem, interior da mata, sobre rochas, 21-I-2006, J. Bordin, S. Grando & R. Cardoso
315p.p. (HUCS27462, SP379764); Parque Cinqüentenário, sobre troncos, 30-XII-2005,
J. Bordin & L. Brancher 235 (HUCS27365, SP379889); Parque Cinqüentenário sobre tronco de
Leguminosae, 30-XII-2005, J. Bordin & L. Brancher 231p.p. (HUCS27336, SP379503); nas
ruas arborizadas, sobre tronco de Ligustrum, 26-IV-1983, O. Yano & J.R. Pirani 6936
(SP182011); Universidade de Caxias do Sul, na beira da mata, no solo, 3-XII-2005, J. Bordin &
L. Bordin 167 (HUCS27198, SP379851); idem, sobre tronco de Eucalyptus, 20-IX-2005, J.
Bordin 128 (HUCS26649, SP379694); idem, na Mata do Quiosque, sobre tronco de Castanea,
17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 293p.p., 294 (HUCS27431, SP379734; HUCS27430,
SP379733); idem, no solo, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 295 (HUCS27444, SP379747);
idem, sobre tronco de Eucalyptus, 20-IX-2005, J. Bordin 125 (HUCS26619, SP379683); idem,
na mata, sobre troncos caídos, 17-VII-2006, E. Pasini 119p.p. (HUCS28895, SP383611); idem,
sobre tronco de Araucaria angustifolia, 3-VII-2003, J. Bordin 21 (HUCS22333, SP362474);
idem, Centro de Convivência, sobre tronco de Cupressus, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin
29170p.p. (HUCS29561, SP385548).
Distribuição no Brasil: AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ,
RO, RR, RS (Bom Jesus, Serra da Rocinha; Cambará do Sul, Parque Nacional dos Aparados da
Serra; Canoas; Colônia Nova Wuerttenberg (atual município de Panambi); Dois Irmãos;
Erechim; Gravataí; Lavras do Sul; Montenegro; Planalto, Parque Florestal Estadual de Nonoai;
Porto Alegre; Salvador do Sul; Santa Cruz do Sul; Santo Ângelo; São Francisco de Paula,
Taimbé; São Leopoldo, Morro da Pedreira, São Salvador (atual município de Salvador do Sul);
Taquara), SC, SP e TO.
207
Comentários: reconhecida pelos filídios alargados, ovalados, curto-acuminados com células
romboidais largas e curtas. É considerada por Sehnem (1978) como uma espécie muito variável.
Difere de Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. pois esta apresenta células da
lâmina e supra-alares maiores e mais longas. S. subsimplex (Hedw.) Mitt., também é semelhante,
mas difere pela presença de filídios longamente acuminados e células lineares, mais estreitas.
Cresce formando tapetes sobre troncos vivos e rochas, em ambiente sombrio e úmido, no
interior da mata (Valdevino et al. 2002). Também sobre raízes expostas (Bastos et al. 2000),
madeira em decomposição, barrancos e solo (Crum & Anderson 1981; Yano & Santos 1993).
Segundo Sharp et al. (1994), a espécie raramente ocorre no solo, rochas e base de
troncos, entretanto, foi coletada nestes substratos na mata e em locais antropizados, parques e
praças, associada com Fissidens guianensis Mont., Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. &
Lindenb.) A. Evans, Metzgeria furcata (L.) Dumort., Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt.
e Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander.
Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 494. 1869.
Basiônimo: Hypnum subsimplex Hedw., Spec. Musc. Frond.: 270. 1801.
Tipo: India Occidentalis, D. O. Swartz s.n.
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos amarelados a verde-paleáceos. Filídios do caulídio ± côncavos, oblongo-
ovalados; ápice estreitamente longo-acuminado; costa indistinta; margem inteira; células
superiores, medianas e basais lineares a linear-flexuosas; alares infladas, amareladas; supra-
alares quadráticas. Filídios dos ramos menores, ovalado-lanceolados. Esporófitos com seta
avermelhada; cápsula ovóide, avermelhada a marrom, inclinada.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, interior da mata, no solo, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 295 (HUCS27444); idem, na
mata, no solo, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 210 (HUCS27274, SP379869); idem, estrada para
IB, sobre rocha úmida, 4-X-2006, O. Yano & J. Bordin 29131 (SP385509); Jardim Botânico de
Caxias do Sul, interior da mata, sobre rochas, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 271
(HUCS27382, SP379713); idem, na mata de Pinus, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin,
E. Pasini & T. Ziembowicz 433 (HUCS28102, SP383011).
Distribuição no Brasil: AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI,
PR, RJ, RO, RR, RS (Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados; Canela, Floresta Nacional de
208
Canela; Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri; Rondinha, Parque Florestal Estadual de
Rondinha; São Francisco de Paula; São Leopoldo), SC, SE, SP e TO.
Comentários: reconhecida pelos filídios estreitamente longo-acuminados e células lineares,
alongadas. Segundo Yano (1994), pode ser reconhecido facilmente também pelo sistema de
ramificação subpinado e de ramos horizontais, células alares infladas na base e células da lâmina
muito alongadas, sinuosas e lisas.
Diferencia-se de Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. e de S. subpinnatum (Brid.)
E. Britton, pois estes apresentam filídios com ápice mais curto, não longamente acuminado e
células da lâmina mais largas, menores.
Cresce formando grandes tapetes sobre troncos vivos e mortos, em ambiente sombrio no
interior da mata (Valdevino et al. 2002). Também em base de troncos (Bruck 1998) e margem de
regatos ou riachos (Yano 1994).
Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt., J. Linn. Soc. Bot. 12: 484. 1869.
Basiônimo: Hypnum succedaneum Hook. f. & Wilson, Fl. Antarct. II p. 420. 1847.
Tipo: Brasil, prov. Rio prope Nova Friburgum, Martius s.n., inter S. loxense e B. rivulare.
Figura 57
Gametófitos verde-paleáceos. Filídios largos, ovalados, levemente rugosos; ápice
gradualmente curto-acuminado; costa indistinta; margem inteira; células de todo o filídio linear-
fusiformes a longo-hexagonais, mais curtas no ápice; alares infladas, amareladas; supra-alares
diferenciadas, quadráticas a curto-retangulares. Esporófitos não observados.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, barranco, II-1984, I.M.F. Guerra s.n. (HUCS125).
Distribuição no Brasil: MG, PR, RJ, RS (Campestre; Gramado; Montenegro, São Pedro; Santa
Cruz; São Leopoldo) e SP.
Comentários: identificada por Buck em 1986 como Sematophyllum succedaneum (Hook. f. &
Wilson) Mitt. Assemelha-se muito com S. galipense (Müll. Hal.) Mitt., diferindo na forma dos
filídios, menores, mais largos, levemente rugulosos e gradualmente curto-acuminados.
Diferencia-se de S. subpinnatum (Brid.) E. Britton pois este apresenta filídios com ápice
mais curto e células da lâmina menores, mais largas e curtas. De S. subsimplex (Hedw.) Mitt. e S.
209
swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & H.A. Crum, difere pois estes apresentam filídios oblongo-
lanceolados, com células lineares, longas.
Cresce sobre pedras e troncos de árvores, nas bases ou raízes (Sehnem 1978). Foi
coletada sobre barranco, no solo.
Figura 57. Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt. a. aspecto geral do
gametófito com esporófito; b, c, d. filídios; e. células do ápice do filídio; f. células da base do
filídio; g. células da região mediana do filídio; h, i. dentes do peristômio (I.Gerra s.n.,
HUCS125).
210
Sematophyllum swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & H.A. Crum, Bryologist 62(3): 176. 1959.
Basiônimo: Hookeria swartzii Schwägr., Spec. Musc. Suppl. 3: 276. 1830.
Tipo: não mencionada.
Ilustração: Buck (1998) e Sharp et al. (1994).
Gametófitos verde-dourados, prostrados, formando tapetes reluzentes. Filídios falcados,
lanceolados ou ovalado-lanceolados; ápice longamente acuminado; costa indistinta; margem
serrulada na metade superior; células de todo o filídio lineares, alongadas; basais mais largas;
alares oblongas, infladas, hialinas ou amareladas; supra-alares quadráticas, pequenas. Esporófitos
com seta avermelhada; cápsula ovóide, pendente.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, sobre tronco de Cedrella, 3-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 175 (HUCS27192, SP379699);
Jardim Botânico de Caxias do Sul, sobre troncos, 18-IV-2006, E. Pasini 59p.p. (HUCS28094,
SP383003).
Distribuição no Brasil: BA, ES e RS (Barracão, Parque Florestal Estadual de Espigão Alto;
Cambará do Sul, Fortaleza, Aparados; Canela, Floresta Nacional de Canela; Passo Fundo,
Floresta Nacional de Passo Fundo; São Francisco de Paula, Veraneio Hampel).
Comentários: reconhecida pelos filídios falcados, longamente acuminados, com margem
serrulada na metade superior, diferindo por estas características das demais espécies observadas.
Cresce sobre troncos podres, ocasionalmente sobre rochas e solo ou na base de troncos,
em florestas úmidas (Buck 1998).
Foi coletada sobre troncos, na mata.
Thuidiaceae
1. Células dos filídios unipapilosas ou com até 2 papilas; filídios triangular-ovalados; ápice
gradualmente curto-acuminado......................................................................Thuidium delicatulum
1. Células dos filídios pluripapilosas, com mais de 2 papilas; filídios ovalado-cordados; ápice
abruptamente longo-acuminado. ................................................................... Thuidium tomentosum
211
Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp. in Bruch et al., Bryol. Eur. 5 (49/51): 164.
1852.
Basiônimo: Hypnum delicatulum Hedw., Spec. Musc. Frond.: 260. 1801.
Tipo: U.S.A. habitat in Pensilvania, Maryland.
Ilustração: Sharp et al. (1994) e Yano & Peralta (2007b).
Gametófitos verde-claros, frondosos. Filídios dimórficos, juláceos quando secos, ereto-
patentes quando úmidos. Filídios do caulídio triangular-ovalado, ápice gradualmente curto-
acuminado; base subcordada; margem serrulada pela projeção das papilas; costa forte, até b da
lâmina; células superiores irregulares, oblongo-hexagonais, unipapilosas; basais irregulares,
arredondadas, papilas bífidas. Filídios dos ramos menores, ovalado-triangulares; ápice pouco
acuminado; base subcordada, mais estreita; costa forte, até ½ da lâmina; margem papilosa-
serrulada; células irregulares, 2 papilas bífidas. Parafilia filiforme unipapilosa muito abundante.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, sobre tronco de Cupania, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 188p.p. (HUCS27281, SP379703);
Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre rochas, 12-I-2006, J. Bordin,
R. Wasum & M. Sartori 270 (HUCS27384, SP379715).
Distribuição no Brasil: AM, GO, MG, MT, PA, RJ, RS (Caxias do Sul, Ana Rech - Faxinal) e
SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos delicados, muito ramificados, emaranhados, filídios
triangular-ovalados, margem levemente serrulada pela projeção das papilas, células unipapilosas
e parafilia abundante.
Difere de Thuidium tomentosum Besch., pois este apresenta filídios menores, células
pluripapilosas e margem crenulada.
Cresce sobre solo, húmus, rochas, troncos ou base de troncos (Buck 1998) e também
sobre troncos mortos (Yano & Peralta 2007b).
Foi coletada na mata, sobre troncos e rochas, associada com Lejeunea cristulata (Steph.)
E. Reiner & Goda e Radula tectiloba Steph.
Thuidium tomentosum Besch., Mém. Soc. Sci. Nat. Cherbourg. 16: 237. 1872.
Tipo: México, Orizaba, Fr. Müller s.n. hb. Bescherelle (holótipo NY, n.v.).
Ilustração: Oliveira-e-Silva & Yano (2000b) e Sharp et al. (1994).
212
Gametófitos verde-escuros, relativamente robustos, frondosos. Filídios dimórficos, eretos
quando secos, esquarrosos quando úmidos. Filídios do caulídio ovalado-cordados; ápice
abruptamente longo-acuminado; base subcordada; margem papilosa-crenulada, curvada no ápice;
costa forte até da lâmina; células irregulares, redondo-hexagonais a redondo-quadradas,
pluripapilosas. Filídios dos ramos côncacos, ovalados, menores; ápice gradualmente acuminado;
base subcordada, mais estreita; costa forte, até da lâmina; margem crenulada; células
arredondadas, pluripapilosas. Parafilia abundante.
Material examinado: BRASIL. RIO GRANDE DO SUL: Caxias do Sul, Universidade de Caxias do
Sul, interior da Mata da Capela, no solo, 2-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin 179 (HUCS27203,
SP379482); idem, beira da mata, sobre tronco de Cupressus, 18-VI-2006, J. Bordin, M.A. Bordin
& A. Benedetti 518 (HUCS28588, SP383076); idem, interior da mata, na base do tronco de
Araucaria angustifolia, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 303 (HUCS27438, SP379741); idem,
interior da mata, sobre tronco, 17-I-2006, J. Bordin & E. Pasini 301 (HUCS27435, SP379738);
idem, na mata, sobre raízes de Schinus, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 197 (HUCS27269,
SP379864); idem, na mata, sobre rochas, 22-XII-2005, J. Bordin et al. 194 (HUCS27272,
SP379867); idem, Mata da Capela, sobre tronco de Sloanea, 03-XII-2005, J. Bordin & L. Bordin
173 (HUCS27191, SP379698); Jardim Botânico de Caxias do Sul, interior da mata, sobre
troncos caídos, 12-I-2006, J. Bordin, R. Wasum & M. Sartori 272 (HUCS27383, SP379714);
idem, sobre tronco de Araucaria angustifolia, 3-VIII-2003, J. Bordin 12, (HUCS22328,
SP362469); idem, interior da mata, sobre rochas, 18-IV-2006, J. Bordin et al. 508p.p.
(HUCS28075, SP382994); idem, na mata, sobre troncos, 12-IV-2006, J. Bordin, E. Pasini &
T. Ziembowicz 459 (HUCS28098, SP383007); idem, na mata de Pinus, 12-IV-2006, J. Bordin,
E. Pasini & T. Ziembowicz 437p.p. (HUCS28149, SP383019).
Distribuição no Brasil: ES, MT, MS, PE, PR, RJ, RR, RS (Bom Jesus, Fazenda do Cilho; Flores
da Cunha; Novo Hamburgo, Lomba Grande) e SP.
Comentários: reconhecida pelos gametófitos muito ramificados, verde-escuros e filídios ovalado-
cordados, longo-acuminados com células pluripapilosas.
Difere de Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp., pois este apresenta filídios
unipapilosos ou com 2 papilas bífidas e margem levemente serrulada pela projeção das papilas.
Ocorre sobre pedras, córtex vivo ou em decomposição, em ambiente sombrio, raramente
ensolarado, úmido, raramente seco, próximo a rios e cachoeiras (Oliveira-e-Silva & Yano
213
2000b). Também encontrada sobre solo e rochas (Sharp et al. 1994), em áreas abertas (Buck
1998).
Foi coletada sobre troncos, base de troncos, raízes, troncos caídos, solo e rochas, no
interior da mata, associada com Lejeunea laetevirens Nees & Mont. e Sematophyllum galipense
(Müll. Hal.) Mitt.
2. Distribuição geográfica no Brasil e novas ocorrências
Em comparação com os catálogos de Yano (1981b, 1984b, 1989, 1995 e 2006), verificou-
se que dos 159 táxons encontrados no centro urbano de Caxias do Sul (representativo da Região
Sul do Brasil), 49% também ocorrem na região Norte, 62% na região Centro-Oeste, 64% na
região Nordeste e 93% na região Sudeste (tabela 1). O elevado número de táxons em comum
entre o Sul e o Sudeste (93%) era esperado, já que as duas regiões estão próximas e possuem
características de relevo, clima e vegetação, entre outras, semelhantes. Além disso, a maior parte
dos estudos realizados estão nestas regiões, elevando significativamente o número de táxons
conhecidos.
Shepherd (2003), comenta que a maior riqueza de briófitas ocorre no bioma Mata
Atlântica e nas matas do Sul, enquanto que as partes baixas da bacia Amazônica, o Cerrado e a
Caatinga têm uma diversidade baixa. Altitudes maiores elevam o número de espécies, sugerindo
que as altas temperaturas nos locais mais baixos são desfavoráveis ao desenvolvimento de uma
brioflora rica e diversificada (Richards 1984). Devido à preferência das briófitas por ambientes
úmidos o grupo tende a ser mais bem representado nas regiões Sudeste e Sul, estando
relativamente pouco representado no Nordeste. No entanto, a maioria dos estudos taxonômicos e
florísticos a respeito das briófitas brasileiras foram feitos a partir de levantamentos nas regiões
Sul e Sudeste do Brasil (Genevro et al. 2006). Desta forma, o elevado número de táxons
ocorrentes nestas regiões pode ser, entre outros fatores, devido ao maior número de inventários
realizados.
Apenas 34% das espécies ocorrem em todas as regiões do país, 26% ocorreram em quatro
regiões e 15% estão restritas às regiões Sul e Sudeste. Este número de espécies restritas pode ser
devido à presença de diversos gêneros endêmicos e espécies com distribuição disjunta nestas
regiões, conforme mencionado por Shepherd (2003).
Estão restritos à região Sul 5% dos táxons, sendo uma hepática, Reboulia hemisphaerica
(L.) Raddi e sete musgos: Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp., Bryum chryseum Mitt.,
Fissidens taxifolius Hedw., Pohlia nutans (Hedw.) Lindb, Uleastrum palmicola (Müll. Hal.)
R.H. Zander, Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger e Syntrichia pagorum (Milde) J.J.
Amann. Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi é uma espécie bem distribuída nas regiões
214
temperadas de todo o mundo, ocorrendo no Brasil apenas na região Sul (Bischler-Causse et al.
2005), especificamente no Rio Grande do Sul.
As espécies com distribuição geográfica mais ampla no Brasil, isto é, que ocorrem em
quase todos os Estados, são: Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt., Sematophyllum
subpinnatum (Brid.) E. Britton, Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt., Lejeunea laetevirens Nees &
Mont. e Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid.
Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck ocorre simultaneamente
nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Leucodon julaceus (Hedw.) Sull. e Platygyriella densa
(Hook.) W.R. Buck. ocorrem simultaneamente nas regiões Centro-Oeste e Sul e Frullania
montagnei Gottsche e Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis., ocorrem apenas nas regiões
Norte, Sudeste e Sul. A existência de poucos táxons em comum entre as diversas regiões deve-
se, provavelmente, a falta de coletas e de estudos em todo o Brasil.
Entre as regiões Nordeste, Sudeste e Sul foram comuns dez táxons (6%), sendo que para
o Nordeste eles se restringem aos Estados da Bahia e Pernambuco, provavelmente pela
existência de um número maior de levantamentos florísticos nestes locais. São: Lejeunea
cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda, Metzgeria herminieri Schiffn., M. uncigera A. Evans,
Brachymenium hornschuchianum Mart., Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid., Chenia
leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander, Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid., Macrocoma
orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad., Orthodontium pelluscens (Hook.) B.S.G. e
Sematophyllum swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & H.A. Crum. A presença na Mata Atlântica
nestas três regiões permite a ocorrência de um grande número de táxons em comum, o que não
foi observado, provavelmente, pela falta de coletas.
Anthoceros punctatus L. ocorre nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, sendo que na
região Sul, ocorre unicamente no Estado do Rio Grande do Sul e isto se deve, provavelmente à
falta de coletas nos demais Estados.
São citadas três ocorrências novas para o Brasil: Bryum chryseum Mitt., Fissidens
taxifolius Hedw. e Pohlia nutans (Hedw.) Lindb., que correspondem a 1,8% do total de táxons
ocorrentes no Brasil. Conforme Sharp et al. (2004), Bryum chryseum Mitt. ocorre no México,
Guatemala, Bolívia e Chile, Fissidens taxifolius Hedw. ocorre no Hemisfério Norte e Pohlia
nutans (Hedw.) Lindb. ocorre no México, Hemisfério Norte, sul da América do Sul, Antártica,
Austrália e Nova Zelândia.
São novas citações para a região Sul 20 táxons (12%) e para o Estado do Rio Grande do
Sul, 50 táxons, correspondendo a 31% do total de táxons coletados. Foram identificadas 24
novas ocorrências de hepáticas e antóceros para o Rio Grande do Sul e 26 ocorrências novas de
musgos.
215
Das 20 novas citações para a região Sul, Lejeunea setiloba Spruce, Brachymenium exile
(Dozy & Molk.) Bosch & Sande Lac., Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck e Fissidens
guianensis Mont. já ocorriam em todas as demais regiões do Brasil.
Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck era citada apenas para o Centro-Oeste enquanto
que Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle e Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor)
Spruce ocorriam no Centro-Oeste e Sudeste e Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk.,
Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere e Physcomitrium subsphaericum Schimp.
ex Müll. Hal., apenas no Sudeste.
Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. e Plagiochila montagnei Nees não foram
citadas apenas para a região Centro-Oeste; Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk., para a
região Norte e Fissidens angustifolius Sull., Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt. e
Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm, para o Nordeste.
216
Tabela 1. Distribuição geográfica no Brasil das espécies coletadas no centro urbano de Caxias do Sul. * Primeira referência para o Rio Grande do Sul.
** Primeira referência para o Brasil.
TÁXONS
NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL
AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE FN MA PB PE PI SE RN MT GO DF MS ES MG RJ SP PR RS SC
Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst.*
x x x
Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. *
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel
x x x x x
Anoplolejeunea conferta (C.F.W. Meissn. ex Spreng.) A. Evans
x x x x x x x x
Anthoceros punctatus L.
x x x x x
Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn.*
x x x x x x x x x x x x x x x
Atrichum androgymum var. oerstedianum (Müll. Hal.) Nyholm
x x x
Aulacopilum glaucum Wilson
x x x x
Barbula indica (Hook.) Spreng. ex Steud.
x x x x x x x x x x x x
Brachymenium horchuchianum Mart.
x x x x x x x
Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere*
x x
Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp.
x
Bryohumbertia filifolia (Hornsch.) J.-P. Frahm
x x x x x x x x x x x
Bryum argenteum Hedw.
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Bryum chryseum Mitt.**
x
Bryum limbatum Müll. Hal.
x x x x x x x x
Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid.*
x x x x
Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger
x x x x x x x x x x x
Campylopus occultus Mitt.
x x x x x x x x x x x x x x
Campylopus pilifer Brid.
x x x x x x x x x x x x x x
Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander*
x x x x x x x
Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle
x x x x x x x x x
Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Clasmatocolea vermicularis (Lehm.) Grolle
x x x x x x x
Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck
x x x x x x
Ctenidium malacodes Mitt.*
x x x x x x x x x
Didymodon australasiae (Hook. & Grev.) R.H. Zander
x x x
Dimerodontium mendozense Mitt.
x x x x
216
217
Tabela 1. (cont.)
TÁXONS
NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL
AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE FN MA PB PE PI SE RN MT GO DF MS ES MG RJ SP PR RS SC
Ditrichum subrufescens Broth.
x x
Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck*
x x x x x x x x x x x
Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph.*
x x x x x
Drepanolejeunea araucariae Steph.
x x x x x x x
Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees
x x x x x x x x x x x x x
Erythrodontium longisetum (Hook.) Paris
x x x x x x x x
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck
x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Fissidens angustifolius Sull.*
x x x x x x
Fissidens asplenioides Hedw.
x x x x x x x x x
Fissidens elegans Brid.
x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Fissidens guianensis Mont.*
x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Fissidens inaequalis Mitt.*
x x x x x x x x x x
Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell*
x x x x x x x x
Fissidens pellucidus Hornsch.*
x x x x x x x x x x x x x
Fissidens radicans Mont.
x x x x x x x x x x x x
Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson*
x x x x x
Fissidens scariosus Mitt.*
x x x x x x x x x x x x
Fissidens submarginatus Bruch*
x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Fissidens taxifolius Hedw.**
x
Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk.*
x x x x x x x x x x x
Frullania brasiliensis Raddi
x x x x x x x x x x x
Frullania ericoides (Nees) Mont.
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont.
x x x x x x x x x x
Frullania montagnei Gottsche
x x x x
Frullanoides densifolia Raddi
x x x x x x x x x x x x
Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay
x x x x x x x x
Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay
x x x x x x x
Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere*
x x x x x x x x x x x
Groutiella tumidula (Mitt.) Vitt**
x x x x x x x x x x
Helicodontium capillare (Hedw.) A. Jaeger
x x x x x x x x x
Holomitrium olfersianum Hornsch.
x x x x x x x x x
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid.
x x x x x x x x
217
218
Tabela 1. (cont.)
TÁXONS
NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL
AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE FN MA PB PE PI SE RN MT GO DF MS ES MG RJ SP PR RS SC
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt.
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Lejeunea cancellata Nees & Mont.*
x x x x x x x x x x
Lejeunea cardotii Steph.*
x x x x
Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda*
x x x x x x
Lejeunea flava (Sw.) Nees
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Lejeunea glaucescens Gottsche*
x x x x x x x x x x x x x x
Lejeunea laetevirens Nees & Mont.*
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Lejeunea phyllobola Nees & Mont.
x x x x x x x x x x x x x x x
Lejeunea setiloba Spruce*
x x x x x
Leucodon julaceus (Hedw.) Sull.
x x x
Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans
x x x x x x x x x x x
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans
x x x x x x x x x x
Lophocolea bidentata (L.) Dumort.
x x x x x x x x x x x x x x x x
Lophocolea muricata (Lehm.) Nees
x x x x x x
Lophocolea platensis C. Massal.*
x x x x x x x
Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn.*
x x x x x x x x x x x x x x x x
Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt
x x x
Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad.
x x x x x x x x
Macrocoma tenue var. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt
x x x x x x x
Macromitrium punctatum (Hook. & Grev.) Brid.
x x x x x x x x x x
Marchantia papillata Raddi
x x x x x x x x x
Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt.*
x x x x x
Meteorium deppei (Müll. Hal.) Mitt.
x x x x x x x x x x x
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk.
x x x x x x x x x x x x
Metzgeria albinea Spruce
x x x x x x x x x x x x
Metzgeria conjugata Lindb.
x x x x x x x x
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees
x x x x x x x x x
Metzgeria fruticola Spruce
x x x x x
Metzgeria furcata (L.) Dumort.
x x x x x x x x x x
Metzgeria herminieri Schiffn.
x x x x x x x
Metzgeria psilocraspeda Schiffn.*
x x x x x x x
Metzgeria uncigera A. Evans*
x x x x x x x x
Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm*
x x x x x x x x
218
219
Tabela 1. (cont.)
TÁXONS
NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL
AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE FN MA PB PE PI SE RN MT GO DF MS ES MG RJ SP PR RS SC
Microlejeunea bullata (Taylor) Steph.*
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Microlejeunea globosa (Spruce) Steph.*
x x x x x x
Neckera scabridens Müll. Hal.
x x x x x x x
Neckera villae-ricae Besch.
x x x x x
Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle*
x x x x x x x x
Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce*
x x x x x x
Orthodontium pelluscens (Hook.) B.S.G.
x x x x x
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck
x x x x x x x
Pallavicinia lyellii (Hook.) S. Gray
x x x x x x x x x x x
Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk.*
x x
Phaeoceros laevis (L.) Prosk.
x x x x x x x x x x x x
Philonotis cernua (Wilson) D.G. Griffin & W.R. Buck
x x x x x x
Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad.
x x x x x x x x x x x x
Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid.
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Physcomitrium subsphaericum Schimp. ex Müll. Hal.*
x x
Plagiochasma rupestre (J.R. Forst. & G. Forst.) Steph.
x x x x x x x x x
Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont.
x x x x x x x x x x x x
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb.
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb.
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Plagiochila micropteryx Gottsche
x x x x x x x
Plagiochila montagnei Nees*
x x x x x x x x x
Plagiochila patentissima Lindenb.
x x x x x x x
Plagiomnium rhynchophorum (Hook.) T.J. Kop.
x x x x x x x x
Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck*
x x x
Pogonatum pensilvanicum (Hedw.) P. Beauv.
x x x x x x x x x x
Pohlia nutans (Hedw.) Lindb.**
x
Polytrichum juniperinum H.B. Willd. ex Hedw.
x x x x x x x x x x
Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn.
x x x x x x x
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis.
x x x x x x x x
Porella swartziana (Web.) Trevis.
x x x x x x x x
Porotrichum longirostre (Hook.) Mitt.
x x x x x x x
Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A. Crum
x x x x x x x x x x
Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal.*
x x x x x x x x
219
220
Tabela 1. (cont.)
TÁXONS
NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL
AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE FN MA PB PE PI SE RN MT GO DF MS ES MG RJ SP PR RS SC
Ptychomitrium sellowianum (Müll. Hal.) A. Jaeger
x x x x x x x
Ptychomitrium vaginatum Besch.
x x x x x
Radula javanica Gottsche
x x x x x x x x x x x x x x x
Radula nudicaulis Steph.*
x x x x x
Radula sinuata Gottsche
x x x x x x x
Radula tectiloba Steph.
x x x x x x x x x
Radula voluta Taylor
x x x x x x
Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi
x
Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot
x x x x x
Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger
x x x x x x x
Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger
x x
Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell*
x x x x x x x x x
Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle*
x x x x x x x x x x x
Rosulabryum densifolium (Brid.) Ochyra
x x x x x x x x x x x
Schlotheimia jamesonii (Arn.) Brid.
x x x x x x x x x x x x x
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr.
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt.
x x x x x x x x x x x x x x x x x
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt.
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt.
x x x x x
Sematophyllum swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & Crum
x x x
Symphyogyna aspera Steph.
x x x x x x x x x x x x x x x
Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann
x x x
Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe
x x x x x x x x x x x x x x x x
Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp.
x x x x x x x x
Thuidium tomentosum Besch.
x x x x x x x x x
Tortella humilis (Hedw.) Jennings
x x x x x x x x x x x
Trematodon longicollis Michx.
x x x x x x x x x x x
Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander*
x x x
Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth.
x x x x x x x x x x x x x x x x
Weissia controversa Hedw.
x x x x x x x x x
Zygodon viridissimus (Dicks.) Brid.
x x
220
221
3. Comparação com os demais trabalhos de briófitas urbanas no Brasil
Os dados obtidos foram comparados com dados de outros trabalhos desenvolvidos em
áreas urbanas no Brasil, não levando em conta a área e o esforço amostral em cada município
(tabela 2). Bastos & Yano (1993) e Câmara et al. (2003) inventariaram apenas os musgos,
portanto dados comparativos com estes trabalhos não se referem a hepáticas e antóceros.
Em todos os trabalhos as coletas foram realizadas em áreas residenciais, comerciais ou
industriais com pequeno, moderado ou intenso tráfego de pessoas e veículos, incluindo também
parques, praças, jardins botânicos ou bosques inseridos nestas áreas, porém com menor impacto
da urbanização. Somente Câmara et al. (2003), indicaram a ausência de praças ou jardins na
cidade de Recanto das Emas, Distrito Federal.
Os nomes dos táxons apresentados na tabela 2 são nomes atualmente aceitos. Os nomes
antigos, referidos por alguns autores, aparecem ao lado do nome atual e os números arábicos
indicam o trabalho onde cada sinônimo foi citado. Os táxons que ocorreram em três ou mais
áreas estão indicados com asterisco (*).
222
Tabela 2. Listagem e comparação florística entre os trabalhos com briófitas urbanas no Brasil. * espécies que ocorreram em três ou mais áreas.
TÁXONS
Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst. x
Acrolejeunea emergens (Mitt.) Steph. x x
Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn.* x x x
Acroporium longirostre (Brid.) W.R. Buck x
Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel x
Anoplolejeunea conferta (C.F.W. Meissn. ex Spreng.) A. Evans x
Anthoceros punctatus L. x
Archilejeunea badia (Spruce) Steph.
= A. recurvans (Spruce) Spruce ex Steph. x 1
Archilejeunea fuscescens (Hampe ex Lehm.) Fulford x
Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn. x x
Atrichum androgymum var. oerstedianum (Müll. Hal.) Nyholm x
Aulacopilum glaucum Wilson x
Barbula indica (Hook.) Spreng. ex Steud.* = B. cancellata C. Muell. 2 2 x
Brachiolejeunea phyllorhiza (Nees) Kruijt & Gradst. = Dicranolejeunea phyllorhiza
(Nees) Kruijt & Gradst. 3
Brachymenium hornschuchianum Mart. x
Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere x
Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp. x
Bryohumbertia filifolia (Hornsch.) J.-P. Frahm x
Bryum argenteum Hedw.* x x x x
Bryum chryseum Mitt. x
Bryum coronatum Schwägr. x x
Bryum limbatum Müll. Hal. x
Bryum paradoxum Schwägr. = B. apiculatum
Schwägr. e Pohlia apiculata (Schwägr.) H. Crum & A. Anderson 4 4
Callicostella merkelii (Hornsch.) A. Jaeger x
Callicostella pallida (Hornsch.) Ångstr.* x x x
Calymperes afzelii Sw. x x
Calymperes erosum Müll. Hal. x
Calymperes lonchophyllum Schwägr. x
Calymperes nicaraguense Ren. & Card. x
Calymperes palisotii var. richardii (Müll. Hal.) S. Edwards* x x x
Calymperes rubiginosum (Mitt.) Reese x
222
223
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS
Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Calypogeia miquelii Mont. = C. amazonica (Spruce) Steph 5
Calypogeia rhombifolia (Spruce) Steph. x
Calypogeia tenax (Spruce) Steph. x
Campylopus cryptopodioides Broth. = C. ramuliger Broth. 6
Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid. x
Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger x
Campylopus occultus Mitt. = C. beyrichianus Duby 7 x
Campylopus pilifer Brid. x
Campylopus savanarum (Müll. Hal.) Mitt. x
Campylopus surinamensis Müll. Hal. x
Ceratolejeunea coarina (Gottsche) Schiffn. x
Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Steph. x
Ceratolejeunea cubensis (Mont.) Schiffn. x x
Ceratolejeunea guianensis (Nees & Mont.) Steph. x
Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M. Schust. x
Ceratolejeunea rubiginosa Steph. x
Cheilolejeunea discoidea (Lehm. & Lindenb.) Kachroo & R.M. Schust. x
Cheilolejeunea rigidula (Mont.) R.M. Schust. x
Cheilolejeunea trifaria (Reinw. et al.) Mizut. x x
Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander x
Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle x x
Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck x
Clasmatocolea acutiloba
Schiffn. x
Clasmatocolea vermicularis (Lehm.) Grolle x
Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck* = Meiothecium negrense Spruce ex Mitt. x 8 x
Cololejeunea minutissima (Sm.) Schiffn.* x x x
Cololejeunea minutissima subsp. myriocarpa (Nees & Mont.) R.M. Schust.
Colura tortifolia (Mont.) Steph. x
Crossomitrium patrisiae (Brid.) Müll. Hal. x x
Ctenidium malacodes Mitt. x
Cyrto-hypnum involvens (Hedw.) W.R. Buck. & Crum x
223
224
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Cyrto-hypnum schistocalyx (Müll. Hal.) W.R. Buck & Crum x
Dicranella hilariana (Mont.) Mitt. x x
Didymodon australasiae (Hook. & Grev.) R.H. Zander x
Dimerodontium mendozense Mitt. x
Diplasiolejeunea brunea (Mont.) Steph. x
Ditrichum subrufescens Broth. x
Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck = Meiothecium commutatum (C.M.) Broth. 9 x
Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. x
Drepanolejeunea araucariae Steph. x
Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees x
Erpodium coronatum (Hook. & Wilson) Mitt. x
Erpodium glaziovii Hampe x x
Erythrodontium longisetum (Hook.) Paris x
Erythrodontium squarrosum (Müll. Hal.) Par. x x
Fabronia ciliaris var. ciliaris (Brid.) Brid. x
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck* x x x x
Fissidens angustifolius Sull. x
Fissidens asplenioides Hedw. x
Fissidens elegans Brid. x
Fissidens flaccidus Mitt. = Fissidens mollis Mitt. 10 10
Fissidens guianensis Mont. x x
Fissidens inaequalis Mitt.
x
Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell x
Fissidens ornatus Herzog x
Fissidens pellucidus Hornsch. x x
Fissidens prionodes Mont. = F. prionodes var. prionodes Mont. x 11
Fissidens prionodes Mont. f. puiggarii (Geheeb & Hampe) Florsch. x
Fissidens prionodes var. hornhschuchii (Mont.) Florsch. x
Fissidens radicans Mont. x
Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson x
Fissidens santaclarensisThér. = F. allenianus Brugg.-Nann. & Pursell 12
224
225
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Fissidens scariosus Mitt. x
Fissidens submarginatus Bruch x
Fissidens taxifolius Hedw. x
Fissidens termitarum (Herzog) Pursell x
Fissidens zollingeri Mont. x
Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk. x
Frullania arecae (Spreng.) Gottsche x
Frullania brasiliensis Raddi x
Frullania ericoides (Nees) Mont.* x x x x
Frullania gibbosa Nees x
Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont. x
Frullania montagnei Gottsche x
Frullania riojaneirensis (Raddi) Ångstr. x
Frullanoides densifolia Raddi x
Funaria hygrometrica Hedw. x
Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay
x
Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay
x
Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere x
Groutiella tumidula (Mitt.) Vitt x
Helicodontium capillare (Hedw.) A. Jaeger x
Helicophyllum torquatum (Hook.) Brid. x
Henicodium geniculatum (Mitt.) W.R. Buck x
Holomitrium olfersianum Hornsch. x
Hyophiladelphus agrarius (Hedw.) R.H. Zander* = Barbula agraria Hedw.
13 x 13
Hyophila involuta (Hook) A. Jaeger* x x x x x
Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid. x
Isopterygium subbrevisetum (Hampe) Broth. x
Isopterygium tenerifolium Mitt. x
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt.* x x x x
Jonesiobryum cerradense Vital ex Allen & Pursell x
Jonesiobryum termitarum Vital ex Allen & Pursell x
225
226
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Kurzia capillaris var. verrucosa (Steph.) Pócs x
Lejeunea boryana Mont. = Crossotolejeunea boryana (Mont.) Schiffn. 14
Lejeunea caespitosa Lindb. ex Gottsche x
Lejeunea cancellata Nees & Mont. x
Lejeunea cardoti Steph. x
Lejeunea cladogyna A. Evans x
Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda x
Lejeunea flava (Sw.) Nees* x x x x
Lejeunea glaucescens Gottsche x x
Lejeunea laetevirens Nees & Mont.* x x x
Lejeunea maxonii (A. Evans) X.-L. He = Rectolejeunea maxonii A. Evans 15
Lejeunea minutiloba A. Evans x
Lejeunea phyllobola Nees & Mont. = Rectolejeunea brittoniae A. Evans 16 x
Lejeunea setiloba Spruce x
Lejeunea trinitensis Lindenb. = Rectolejeunea pililoba (Spruce) Schust. x 17
Lepidopilum polytrichoides (Hedw.) Brid. x
Leucobryum martianum (Hornsch.) Hampe x x
Leucodon julaceus (Hedw.) Sull. x
Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans x
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans x
Leucomium strumosum (Hornsch.) Mitt. = L. lignicola Spruce ex Mitt.
18
Lophocolea bidentata (L.) Dumort. x
Lophocolea martiana Nees x
Lophocolea muricata (Lehm.) Nees x
Lophocolea perissodonta (Spruce) Steph. x
Lophocolea platensis C. Massal. x
Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn.* = L. muelleriana (Gottsche) Schiffn. x 19 x
Lopholejeunea subfusca (Nees) Steph. x,20
Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt x
Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad. x
226
227
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Macrocoma tenue var. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt x
Macromitrium punctatum (Hook. & Grev.) Brid. x
Marchantia papillata Raddi x
Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt. x
Meiothecium revolubile Mitt. x
Meteorium deppei (Müll. Hal.) Mitt. x
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk. x
Metzgeria albinea Spruce x
Metzgeria conjugata Lindb. x
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees x
Metzgeria fruticola Spruce x
Metzgeria furcata (L.) Dumort. x x
Metzgeria herminieri Schiffn. x
Metzgeria psilocraspeda Schiffn. x
Metzgeria uncigera A. Evans x
Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm x
Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. = Lejeunea ulicina subsp. ulicina (Taylor) Taylor ex G.L. & N. 21 x
Microlejeunea globosa (Spruce) Steph. x
Microlejeunea stricta (Gottsche, Lindb. & Nees) Steph. x
Micromitrium austinii Sull. ex Austin x
Micropterygium lechleri J. Reimers x
Micropterygium leiophyllum Spruce x
Micropterygium trachyphyllum J. Reimers x
Neckera scabridens Müll. Hal. x
Neckera villae-ricae Besch. x
Neckeropsis undulata (Hedw.) Reichard x
Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle x
Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce x
Ochrobryum gardneri (Müll. Hal.) Lindb. x x
Octoblepharum albidum Hedw.* x x x x x
227
228
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS
Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Octoblepharum cocuiense Mitt.
x
Octoblepharum cylindricum Schimp. ex Mont. x x
Octoblepharum pulvinatum (Dozy & Molk.) Mitt. x x
Orthodontium pelluscens (Hook.) B.S.G. x
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck x
Pallavicinia lyellii (Hook.) S. Gray x x
Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk. x
Phaeoceros laevis (L.) Prosk. x
Philonotis cernua (Wilson) D.G. Griffin & W.R. Buck x
Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad.* x x x
Philonotis longiseta (Michx.) Britt. x
Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid.* x x x
Physcomitrium subsphaericum Schimp. ex Müll. Hal. x
Pictolejeunea picta (Gottsche ex Steph.) Grolle x
Pictolejeunea sprucei Grolle x
Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll. Hal. ex Broth. x x
Pilotrichum evanescens (Müll. Hal.) Crosby = Callicosta evanescens Müll. Hal. 22
Plagiochasma rupestre (J.R. Forst. & G. Forst.) Steph. x
Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont. x
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb.* = P. thysanotis Spruce x 23 x
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb. x
Plagiochila micropteryx Gottsche x
Plagiochila montagnei
Nees = Plagiochila hypnoides Lindenb. 24 x
Plagiochila patentissima Lindenb. x
Plagiochila raddiana Lindenb. = P. guilleminiana Mont. e P. plicata Lindenb. & Gottsche 25
Plagiochila rutilans Lindenb. x x
Plagiochila simplex (Sw.) Lindenb. x
Plagiochila subplana Lindenb. = P. hondurensis Herzog 26
Plagiomnium rhynchophorum (Hook.) T.J. Kop. x
Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck
x
228
228
229
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Pogonatum pensilvanicum (Hedw.) P. Beauv. x
Pohlia nutans (Hedw.) Lindb. x
Polytrichum juniperinum H.B. Willd. ex Hedw. x
Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn. x
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis. x
Porella swartziana (F. Weber) Trevis. x
Porotrichum longirostre (Hook.) Mitt. x
Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A. Crum x
Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal.* x x x
Ptychomitrium sellowianum (Müll. Hal.) A. Jaeger x
Ptychomitrium vaginatum Besch. x
Radula javanica Gottsche x
Radula kegeli Gottsche x
Radula nudicaulis Steph. x
Radula sinuata Gottsche x
Radula tectiloba Steph. x
Radula voluta Taylor x
Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi x
Rhacopilopsis trinitensis (Müll. Hal.) Britt. ex Dix. x
Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot x
Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger x
Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger x
Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell x
Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle x
Rosulabryum capillare (Hedw.) J.R. Spence = Bryum capillare Hedw. 27 27
Rosulabryum densifolium (Brid.) Ochyra x
Schiffneriolejeunea polycarpa (Nees) Gradst. x
Schlotheimia jamesonii (Arn.) Brid. x
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr. x x
Sematophyllum adnatum (Michx.) Mitt. x x
Sematophyllum caespitosum (Hedw.) Mitt. x x
229
230
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. x
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) Britt.* x x x x x
Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. x x x
Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt. x
Sematophyllum swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & H.A. Crum x
Sphagnum palustre L. x
Splachnobryum obtusum (Brid.) Müll. Hal. x x
Symbiezidium transversale (Sw.) Trevis. x
Symbiezidium transversale (Sw.) Trevis. var. hookeriana (Nees) Van Beek & Gradst. x
Symphyogyna aspera Steph. x
Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann x
Syrrhopodon cryptocarpus Dozy & Molk. x
Syrrhopodon hornschuchii Mont. x
Syrrhopodon leprieurii Mont. x
Syrrhopodon ligulatus Mont.* x x x x
Syrrhopodon parasiticus (Brid.) Besch. var. parasiticus x
Syrrhopodon rigidus Hook. & Grev. x x
Syrrhopodon xanthophyllus Mitt. x
Taxilejeunea obtusangula (Spruce) A. Evans x
Taxiphyllum ligulaefolium Bartr. x
Taxithelium planum (Brid.) Mitt. x
Taxithelium pluripunctatum (Ren. & Card.) W.R. Buck x
Taxithelium portoricense Williams x
Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe
x
Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp. x
Thuidium tomentosum Besch. x
Tortella humilis (Hedw.) Jennings x
Trachilejeunea pandurantha (Spruce) Steph. x
Trematodon longicollis Michx. x
Trichosteleum papillosum (Hornsch.) A. Jaeger* = T. guianae (C. Muell.) Broth. 28 x 28
230
231
Tabela 2. (cont.)
TÁXONS Recanto das
Emas/Distrito
Federal
(Câmara et al.
2003)
Salvador/Bahia
(Bastos & Yano
1993)
Rio Claro/São
Paulo (Visnadi
& Monteiro
1990)
Manaus/Amazo
nas (Yano &
Câmara 2004)
Belém/Pará
(Lisboa & Ilkiu-
Borges 1995)
Caxias do
Sul/Rio Grande
do Sul
Trichosteleum sentosum (Sull.) A. Jaeger x
Trichosteleum subdemissum (Besch.) A. Jaeger* = T. fluviale (Mitt.) Jaeg. 29 x 29
Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander x
Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth.* x x x
Weissia controversa Hedw. x
Zelometeorium patulum (Hedw.) Manuel x x
Zoopsidella integrifolia (Spruce) R.M. Schust. x
Zoopsidella macella (Spruce) R.M. Schust. x
Zygodon viridissimus (Dicks.) Brid. x
NÚMERO TOTAL DE TÁXONS
11 21 26 73 96 159
231
232
Os táxons mais comuns, que ocorreram em quatro ou cinco municípios foram: Bryum
argenteum Hedw., Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, Frullania ericoides
(Nees) Mont., Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger, Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt., Lejeunea
flava (Sw.) Nees, Octoblepharum albidum Hedw., Sematophyllum subpinnatum (Brid.) Britt. e
Syrrhopodon ligulatus Mont. Destes, apenas Octoblepharum albidum Hedw. e Syrrhopodon
ligulatus Mont. não foram coletados em Caxias do Sul. Conforme Yano (1992), Octoblepharum
albidum Hedw. é considerada uma espécie de ampla distribuição e pode ser encontrada em
diversos substratos, entretanto a mesma não ocorre em regiões subtropicais, o que explica sua
ausência na área de estudo. Já Syrrhopodon ligulatus Mont., é uma espécie menos comum e com
distribuição mais restrita (Reese 1978), freqüentemente não coletada devido ao seu tamanho
pequeno e aos hábitats menos expostos, nas fissuras de cascas de árvores (Reese 1999).
Segundo Soria & Ron (1995) as espécies mais bem adaptadas às zonas urbanas
desenvolveram estratégias adaptativas que permitem sua sobrevivência nestes locais inóspitos.
Entre estas estratégias estão o tamanho pequeno e o hábito cespitoso, que lhes permite proteger-
se melhor de ações mecânicas, refugiar-se em pequenos nichos onde se expõem menos ao SO
2
e
reter maior quantidade de água; grande capacidade de reprodução vegetativa por fragmentação e
gemas ou desenvolvimento do esporófito, permitindo que elas se propagem rapidamente e
colonizem áreas maiores sem competir com outras espécies. Além destas estratégias, o
desenvolvimento das espécies em zonas urbanas é fortemente influenciado pelos hábitats e pelas
propriedades químicas do substrato, uma vez que normalmente o solo no meio urbano é de
caráter básico, formado pelo acúmulo de materiais de construção e resíduos ricos em nitrogênio.
Ainda com relação às espécies que melhor se desenvolvem nas áreas urbanas, Soria &
Ron (1995) indicam o predomínio das colonizadoras de vida curta, que se enquadram muito bem
ao papel das briófitas de pioneiras nas fases iniciais da sucessão ou colonizadoras de ambientes
hostis e submetidos a perturbações. Lara et al. (1991) destacam as famílias Bryaceae e Pottiaceae
por apresentarem uma notável resistência à influência urbana. Também algumas espécies de
Fissidens, encontradas em grande número nos parques e praças do centro urbano, são comuns
em solos perturbados (Richards 1984).
Entre os táxons mais comuns, Bryum argenteum Hedw. tem sido coletado em zona
urbana em grande quantidade de substratos (Bastos & Yano 1993). É heliófila e nitrófila e ocorre
em zonas de poluição média a elevada, sendo pouco freqüente em zonas não ou pouco poluídas
(Sergio 1981). Em Manaus e Belém a espécie não foi coletada e nos demais trabalhos aparece
geralmente associada com Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger, Bryum coronatum Schwägr.,
Bryum limbatum, Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay, Erpodium
glaziovii Hampe, Splachnobryum obtusum (Brid.) Müll. Hal. e Syntrichia pagorum (Milde) J.J.
233
Amann. Neste trabalho a espécie foi coletada tanto no Centro como nas áreas menos impactadas,
demonstrando sua boa adaptação a todos os ambientes.
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger é uma espécie de ampla distribuição, característica
de locais perturbados, como muros ou calçadas de cidades ou, se na floresta, junto a estradas ou
cursos de rios (Lisboa 1993). Vital & Bononi (2006) coletaram a espécie sobre tumbas em
cemitérios da região metropolitana de São Paulo, demonstrando adaptação às condições adversas
e à grande poluição atmosférica do local. Em Salvador ocorreu como terrícola ou casmófita,
tanto na zona urbana como na zona de vegetação e em Belém foi encontrada com maior
freqüência como rupícola no centro da cidade e, raramente, nos jardins botânicos. Não foi
encontrada somente na cidade de Rio Claro, e em Caxias do Sul foi coletada como corticícola,
apenas no Centro.
Frullania ericoides (Nees) Mont. é considerada pantropical (Molinaro & Costa 2001) e
cresce em local onde a vegetação está mais ou menos degradada ou onde há forte influência da
atividade humana (Vanden Berghen 1976) e ainda em lugares habitados ou visitados
periodicamente (Behar et al. 1992). Foi coletada em todos os municípios e constituiu-se na
espécie de hepática mais abundante e mais bem distribuída em Rio Claro (Visnadi & Monteiro
1990). Em Caxias do Sul, a espécie ocorre como corticícola ou rupícola, no Centro e também nas
áreas menos impactadas.
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck distribui-se pela América, crescendo
sobre troncos em locais abertos (Buck 1998) e é bem representada nas áreas urbanas. Em Rio
Claro ocorre como corticícola e é um dos táxons mais abundantes e bem distribuídos, ocorrendo
associado com grande quantidade de espécies de musgos e hepáticas (Visnadi & Monteiro 1990).
O mesmo ocorre em Caxias do Sul, onde este táxon foi amplamente coletado sobre troncos de
árvores, associado com uma grande quantidade de outras espécies. Não foi coletada em Salvador
e Belém.
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt. e Sematophyllum subpinnatum (Brid.) Britt. também
são táxons de ampla distribuição geográfica (Peralta 2005), assim como Lejeunea flava (Sw.)
Nees que é pantropical (Reiner-Drehwald 2000). São muito comuns nas áreas urbanas, sendo que
I. tenerum não foi coletada no Recanto das Emas e em Belém e S. subpinnatum apenas não
ocorreu em Salvador. Lejeunea flava ocorreu em todas as áreas. Em Caxias do Sul I. tenerum foi
coletado apenas no Centro, como corticícola, enquanto que S. subpinnatum e L. flava ocorreram
em todas as áreas, em diversos substratos.
Dos 159 táxons coletados em Caxias do Sul, apenas 31 (19%) foram comuns às outras
áreas urbanas estudadas no Brasil. Provavelmente isto ocorre pelo fato de que a área de estudo
encontra-se na região Subtropical e apresenta espécies típicas desta região, diferindo dos demais
234
trabalhos que foram realizados na zona Tropical. A maioria dos táxons em comum possui
distribuição geográfica mais ampla e são menos específicos, enquanto que os demais geralmente
são mais restritos ou requerem algumas condições particulares para sua sobrevivência.
Comparando o número de táxons de Rio Claro (26) (Visnadi & Monteiro 1990), Manaus
(73) (Yano & Câmara 2004) e Belém (96) (Lisboa & Ilkiu-Borges 1995) com Caxias do Sul
(159), observou-se que o maior número de táxons ocorreu neste último local. O mesmo ocorre
quando comparado o número de táxons de musgos do Recanto das Emas (11) (Câmara et al.
2003) e Salvador (21) (Bastos & Yano 1993) com Caxias do Sul (93). Este grande número de
táxons existente na área de estudo indica a alta diversidade de briófitas no local, conforme já
havia sido observado por Sehnem (1953), que se refere à flora briológica do Rio Grande do Sul
como “rica, variada e bem interessante” e afirma que a maior riqueza está na região dos pinhais e
matas de cima da serra, onde se localiza Caxias do Sul. Provavelmente, ainda conforme Sehnem
(1953), para isto contribui a variedade de condições ecológicas e a posição geográfica do Estado.
A falta de padronização das coletas e da apresentação dos dados dificulta a comparação
entre os diversos trabalhos, uma vez que informações mais precisas a respeito de área amostrada,
tipo de vegetação, relevo, condições climáticas, entre outras, não estão claras em todos os artigos
consultados, impedindo que os dados sejam melhor analisados e permitindo apenas comparações
superficiais.
4. Distribuição dos táxons nos diversos substratos
Do número total de táxons, exclusivos ou não de um substrato, 97 (61%) foram
corticícolas, 63 (39%) foram terrícolas, 37 (23%) foram rupícolas, 12 (7%) foram casmófitas e
11 (7%) foram epixílicas (tabela 3). O alto número de táxons corticícolas já era esperado pois,
segundo Richards (1984), em regiões tropicais sempre há um número maior de espécies
corticícolas do que de outras espécies. Na região estudada, provavelmente, a presença de
vegetação arbórea distribuída por toda a área urbana cria um ambiente propício para o
desenvolvimento de briófitas, pois fornece mais sombra e umidade (Câmara et al. 2003). Visnadi
& Monteiro (1990), Câmara et al. (2003) e Yano & Câmara (2004) também observaram maior
número de táxons corticícolas em suas áreas de estudo, nas zonas urbanas. Entretanto, estudos
sobre a brioflora urbana de algumas cidades espanholas, relataram a ecassez de vegetação
arbórea nestes locais, o que levou à ausência ou a presença de raros indivíduos corticícolas
(Segura & Ron 1985; Mazimpaka et al. 1988; Soria & Ron 1990).
Foram exclusivos de um substrato 116 táxons (72%). Destes, 70 (44%) foram
corticícolas, 33 (20%) terrícolas, 10 (6%) rupícolas e 3 (1%) epixílicas. Nenhum foi
exclusivamente casmófita. Esta preferência da maioria dos táxons por substratos específicos
235
deve-se às diferentes condições de umidade, luminosidade e temperatura nas diversas áreas
amostradas, o que proporciona uma grande diversidade de microclimas e se reflete na
preferência por determinados substratos. O contrário foi observado por Molinaro & Costa
(2001), trabalhando com as briófitas do arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde não
há preferência por um tipo de substrato e isto se deve, provavelmente, à uniformidade estrutural
da área, com condições de luminosidade, temperatura e umidade do ar pouco variadas e ausência
de um gradiente microclimático.
Foram comuns a dois ou mais substratos 43 táxons (27%), distribuídos da seguinte
maneira:
a) Em quatro substratos ocorreram quatro táxons (2%): Bryum argenteum Hedw.,
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton, Thuidium tomentosum Besch. e Tortella humillis
(Hedw.) Jennings, que também são alguns dos táxons mais freqüentemente encontrados nas
áreas urbanas, indicando que os táxons mais comuns colonizam maior número de substratos
diferentes e comportam-se como oportunistas devido à escassa pressão competitiva, conforme já
havia sido observado por Lara et al. (1991) em um estudo sobre a ecologia das briófitas de
Segóvia, Espanha.
b) Em três substratos ocorreram dez (6%) táxons. Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P.
Churchill & W.R. Buck, Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid., Sematophyllum galipense (Müll.
Hal.) Mitt. e Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. ocorreram como corticícola, terrícola e
rupícola. Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck, Dimerodontium mendozense Mitt. e
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck, ocorreram como corticícolas, terrícolas e
casmófitas. Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger, Lejeunea phyllobola Nees & Mont. e
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk., ocorreram como corticícolas, terrícolas e
epixílicas.
c) Em dois substratos ocorreram 29 táxons (18%), sendo 11 hepáticas e 18 mugos. Os
substratos com maior número de táxons foram terrícola e rupícola (5 táxons), seguidos por
corticícola e rupícola (4 táxons).
Nenhum táxon foi comum a todos os substratos.
Tabela 3. Distribuição dos táxons nos diversos substratos.
Táxons Corticícolas Terrícolas Rupícolas Casmófitas Epixílicas
Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst. x
Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. x
Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel x
Anoplolejeunea conferta (C.F.W. Meissn. ex Spreng.) A. Evans x
Anthoceros punctatus L. x
Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn. x
236
Tabela 3. (cont.)
Táxons Corticícolas Terrícolas Rupícolas Casmófitas Epixílicas
Atrichum androgymum var. oerstedianum (Müll. Hal.) Nyholm x x
Aulacopilum glaucum Wilson x
Barbula indica (Hook.) Spreng. ex Steud. x
Brachymenium hornschuchianum Mart. x
Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere x
Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp. x
Bryohumbertia filifolia (Hornsch.) J.-P. Frahm x
Bryum argenteum Hedw. x x x x
Bryum chryseum Mitt. x
Bryum limbatum Müll. Hal. x
Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid. x
Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger x x x
Campylopus occultus Mitt. x
Campylopus pilifer Brid. x
Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander x x
Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle x
Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck x x x
Clasmatocolea vermicularis (Lehm.) Grolle x
Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck x x x
Ctenidium malacodes Mitt. x
Didymodon australasiae (Hook. & Grev.) R.H. Zander x x
Dimerodontium mendozense Mitt. x x x
Ditrichum subrufescens Broth. x
Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck x
Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. x
Drepanolejeunea araucariae Steph. x
Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees x x
Erythrodontium longisetum (Hook.) Paris x
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck x x x
Fissidens angustifolius Sull. x x
Fissidens asplenioides Hedw. x
Fissidens elegans Brid. x
Fissidens guianensis Mont. x x
Fissidens inaequalis Mitt. x
Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell x
Fissidens pellucidus Hornsch. x
Fissidens radicans Mont. x
Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson x x
Fissidens scariosus Mitt. x
Fissidens submarginatus Bruch x
Fissidens taxifolius Hedw. x
Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk. x
Frullania brasiliensis Raddi x
Frullania ericoides (Nees) Mont. x x
Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont. x x
Frullania montagnei Gottsche x
Frullanoides densifolia Raddi x
Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay x
Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay x
Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere x
Groutiella tumidula (Mitt.) Vitt x
Helicodontium capillare (Hedw.) A. Jaeger x x
Holomitrium olfersianum Hornsch. x
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger x
237
Tabela 3. (cont.)
Táxons Corticícolas Terrícolas Rupícolas Casmófitas Epixílicas
Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid. x x x
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt. x
Lejeunea cancellata Nees & Mont. x x
Lejeunea cardotii Steph. x
Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda x
Lejeunea flava (Sw.) Nees x
Lejeunea glaucescens Gottsche x x
Lejeunea laetevirens Nees & Mont. x
Lejeunea phyllobola Nees & Mont. x x x
Lejeunea setiloba Spruce x
Leucodon julaceus (Hedw.) Sull. x
Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans x
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans x
Lophocolea bidentata (L.) Dumort. x x
Lophocolea muricata (Lehm.) Nees x
Lophocolea platensis C. Massal. x x
Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn. x
Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt x
Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad. x
Macrocoma tenue var. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt x
Macromitrium punctatum (Hook. & Grev.) Brid. x
Marchantia papillata Raddi x x
Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt. x x
Meteorium deppei (Müll. Hal.) Mitt. x
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk. x x x
Metzgeria albinea Spruce x
Metzgeria conjugata Lindb. x
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees x
Metzgeria fruticola Spruce x
Metzgeria furcata (L.) Dumort. x
Metzgeria herminieri Schiffn. x
Metzgeria psilocraspeda Schiffn. x
Metzgeria uncigera A. Evans x
Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm x
Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. x
Microlejeunea globosa (Spruce) Steph. x
Neckera scabridens Müll. Hal. x
Neckera villae-ricae Besch. x
Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle x
Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce x x
Orthodontium pelluscens (Hook.) B.S.G. x
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck x x
Pallavicinia lyellii (Hook.) S. Gray x
Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk. x
Phaeoceros laevis (L.) Prosk. x
Philonotis cernua (Wilson) D.G. Griffin & W.R. Buck x x
Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad. x x
Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid. x
Physcomitrium subsphaericum
Schimp. ex Müll. Hal. x
Plagiochasma rupestre (J.R. Forst. & G. Forst.) Steph. x
Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont. x
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb. x
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb. x
Plagiochila micropteryx Gottsche x
238
Tabela 3. (cont.)
Táxons Corticícolas Terrícolas Rupícolas Casmófitas Epixílicas
Plagiochila montagnei Nees x
Plagiochila patentissima Lindenb. x
Plagiomnium rhynchophorum (Hook.) T.J. Kop. x x
Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck x
Pogonatum pensilvanicum (Hedw.) P. Beauv. x
Pohlia nutans (Hedw.) Lindb. x
Polytrichum juniperinum H.B. Willd. ex Hedw. x
Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn. x
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis. x
Porella swartziana (F. Weber) Trevis. x
Porotrichum longirostre (Hook.) Mitt. x
Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A. Crum x x
Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. x
Ptychomitrium sellowianum (Müll. Hal.) A. Jaeger x
Ptychomitrium vaginatum Besch. x x
Radula javanica Gottsche x x
Radula nudicaulis Steph. x
Radula sinuata Gottsche x
Radula tectiloba Steph. x
Radula voluta Taylor x
Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi x x
Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot x x
Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger x x
Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger x
Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell x
Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle x
Rosulabryum densifolium (Brid.) Ochyra x
Schlotheimia jamesonii (Arnott) Brid. x
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr. x
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. x x x
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton x x x x
Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. x x x
Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt. x
Sematophyllum swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & H.A. Crum x
Symphyogyna aspera Steph. x
Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann x
Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe x
Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp. x x
Thuidium tomentosum Besch. x x x x
Tortella humilis (Hedw.) Jennings x x x x
Trematodon longicollis Michx. x
Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander x
Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth. x
Weissia controversa Hedw. x x
Zygodon viridissimus (Dicks.) Brid. x
239
5. Comparação entre as áreas de estudo
Tabela 4. Táxons identificados em cada área de estudo: Área central (CENTRO), Universidade
de Caxias do Sul (UCS) e Jardim Botânico de Caxias do Sul (JBCS).
TÁXONS CENTRO UCS JBCS
ANTHOCEROTOPHYTA
Anthocerothaceae
Anthoceros punctatus L. x
Notothyladaceae
Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk. x
Phaeoceros laevis (L.) Prosk. x
MARCHANTIOPHYTA
Aneuraceae
Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell x
Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle x
Aytoniaceae
Plagiochasma rupestre (J.R. Forst. & G. Forst.) Steph. x
Reboulia hemisphaerica (L.) Raddi x
Balantiopsidaceae
Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle x
Chonecoleaceae
Chonecolea doellingeri (Nees) Grolle x
Fossombroniaceae
Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk. x
Geocalycaceae
Clasmatocolea vermicularis (Lehm.) Grolle x
Lophocolea bidentata (L.) Dumort. x x
Lophocolea muricata (Lehm.) Nees x
Lophocolea platensis C. Massal. x x x
Jubulaceae
Frullania brasiliensis Raddi x x x
Frullania ericoides (Nees) Mont. x x x
Frullania glomerata (Lehm. & Lindenb.) Mont. x x x
Frullania montagnei Gottsche x
Lejeuneaceae
Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst.
x
Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. x x
Anoplolejeunea conferta (C.F.W. Meissn. ex Spreng.) A. Evans x
Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn. x
Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. x x
Drepanolejeunea araucariae Steph. x
Frullanoides densifolia Raddi x x
Lejeunea cancellata Nees & Mont. x
x
Lejeunea cardotii Steph. x
Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda x x
240
Tabela 4. (cont.)
TÁXONS CENTRO UCS JBCS
Lejeunea flava (Sw.) Nees x x x
Lejeunea glaucescens Gottsche x x
Lejeunea laetevirens Nees & Mont. x x x
Lejeunea phyllobola Nees & Mont. x x x
Lejeunea setiloba Spruce x x x
Leucolejeunea unciloba (Lindenb.) A. Evans x x x
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans x x x
Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn. x
Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. x x
Microlejeunea globosa (Spruce) Steph. x
Lepidoziaceae
Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin) M. Howe x x
Marchantiaceae
Dumortiera hirsuta (Sw.) Nees x x
Marchantia papillata Raddi x x
Metzgeriaceae
Metzgeria albinea Spruce x
Metzgeria conjugata Lindb. x x
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees x x
Metzgeria fruticola Spruce x x x
Metzgeria furcata (L.) Dumort. x x
Metzgeria herminieri Schiffn. x x x
Metzgeria psilocraspeda Schiffn. x x
Metzgeria uncigera A. Evans x
Pallaviciniaceae
Pallavicinia lyellii (Hook.) S. Gray x
Symphyogyna aspera Steph. x x
Pelliaceae
Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce
x x x
Plagiochilaceae
Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont. x x
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb. x x
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb. x
Plagiochila micropteryx Gottsche x x
Plagiochila montagnei Nees x
Plagiochila patentissima Lindenb. x x
Porellaceae
Porella brasiliensis (Raddi) Schiffn. x x x
Porella reflexa (Lehm. & Lindenb.) Trevis. x x
Porella swartziana (Web.) Trevis. x x
Radulaceae
Radula javanica Gottsche x x
Radula nudicaulis Steph. x x
241
Tabela 4. (cont.)
TÁXONS CENTRO UCS JBCS
Radula sinuata Gottsche x x
Radula tectiloba Steph. x x x
Radula voluta Taylor x
BRYOPHYTA
Bartramiaceae
Philonotis cernua (Wilson) D.G. Griffin & W.R. Buck x x
Philonotis hastata (Duby) Wijk & Margad. x x
Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid. x
Brachytheciaceae
Aerolindigia capillacea (Hornsch.) M. Menzel x
Brachythecium plumosum (Hedw.) Schimp. x
Rhynchostegium riparioides (Hedw.) Cardot x x
Rhynchostegium scariosum (Taylor) A. Jaeger x
Rhynchostegium serrulatum (Hedw.) A. Jaeger x x
Bruchiaceae
Trematodon longicollis Michx. x
Bryaceae
Brachymenium hornschuchianum Mart. x x x
Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere x
Bryum argenteum Hedw. x x x
Bryum chryseum Mitt. x
Bryum limbatum Müll. Hal. x
Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay x
Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay x
Pohlia nutans (Hedw.) Lindb. x x
Rosulabryum densifolium (Brid.) Ochyra x
Dicranaceae
Bryohumbertia filifolia (Hornsch.) J.-P. Frahm x
Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid.
x x
Campylopus heterostachys (Hampe) A. Jaeger x x x
Campylopus occultus Mitt. x
Campylopus pilifer Brid. x x
Holomitrium olfersianum Hornsch. x x
Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm x x x
Ditrichaceae
Ditrichum subrufescens Broth. x
Entodontaceae
Erythrodontium longisetum (Hook.) Paris x
Erpodiaceae
Aulacopilum glaucum Wilson x
Fabroniaceae
Dimerodontium mendozense Mitt. x x
242
Tabela 4. (cont.)
TÁXONS CENTRO UCS JBCS
Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck x x
Fissidentaceae
Fissidens angustifolius Sull. x x
Fissidens asplenioides Hedw. x
Fissidens elegans Brid. x
Fissidens guianensis Mont. x
Fissidens inaequalis Mitt. x
Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell x
Fissidens pellucidus Hornsch. x
Fissidens radicans Mont. x
Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson x x
Fissidens scariosus Mitt. x
Fissidens submarginatus Bruch x
Fissidens taxifolius Hedw. x
Funariaceae
Physcomitrium subsphaericum Schimp. ex Müll. Hal. x x
Hypnaceae
Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R. Buck x x x
Ctenidium malacodes Mitt. x
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt. x
Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck x
Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth. x
Hypopterigiaceae
Hypopterygium tamarisci (Sw.) Brid. x x
Lembophyllaceae
Orthostichella pentasticha (Brid.) W.R. Buck x x
Leucodontaceae
Leucodon julaceus (Hedw.) Sull. x
Meteoriaceae
Meteorium deppei (Müll. Hal.) Mitt. x x
Meteorium nigrescens (Hedw.) Dozy & Molk. x x
Mniaceae
Plagiomnium rhynchophorum (Hook.) T.J. Kop. x x x
Myriniaceae
Helicodontium capillare (Hedw.) A. Jaeger x
Neckeraceae
Neckera scabridens Müll. Hal. x x
Neckera villae-ricae Besch. x x
Porotrichum longirostre (Hook.) Mitt. x
Orthodontiaceae
Orthodontium pelluscens (Hook.) B.S.G. x
Orthotrichaceae
243
Tabela 4. (cont.)
TÁXONS CENTRO UCS JBCS
Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere x x
Groutiella tumidula (Mitt.) Vitt x
Macrocoma frigida (Müll. Hal.) Vitt x
Macrocoma orthotrichoides (Raddi) Wijk & Margad. x x x
Macrocoma tenue var. sullivantii (Müll. Hal.) Vitt x x x
Macromitrium punctatum (Hook. & Grev.) Brid. x
Schlotheimia jamesonii (Arnott) Brid. x x x
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr. x x
Zygodon viridissimus (Dicks.) Brid. x
Polytrichaceae
Atrichum androgymum var. oerstedianum (Müll. Hal.) Nyholm x x x
Pogonatum pensilvanicum (Hedw.) P. Beauv. x
Polytrichum juniperinum H.B. Willd. ex Hedw. x x x
Pottiaceae
Barbula indica (Hook.) Spreng. ex Steud. x
Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander x
Didymodon australasiae (Hook. & Grev.) R.H. Zander x
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger x
Pseudosymblepharis schimperiana (Paris) H.A. Crum x x
Syntrichia pagorum (Milde) J.J. Amann x x
Tortella humilis (Hedw.) Jennings x x
Weissia controversa Hedw. x x
Ptychomitriaceae
Ptychomitrium sellowianum (Müll. Hal.) A. Jaeger x
Ptychomitrium vaginatum Besch. x x x
Rhachitheciaceae
Uleastrum palmicola
(Müll. Hal.) R.H. Zander x x
Sematophyllaceae
Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck x
Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck x
Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt. x x
Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. x
Sematophyllum galipense (Müll. Hal.) Mitt. x x x
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton x x
Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. x x
Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt. x
Sematophyllum swartzii (Schwägr.) W.H. Welch & Crum x x
Thuidiaceae
Thuidium delicatulum (Hedw.) Bruch & Schimp. x x
Thuidium tomentosum Besch. x x
Total de táxons: 96 105 70
244
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Número de táxons
Exclusivos
Intermediários
Freqüentes
74
57
27
No Centro ocorreram 97 táxons (60%), sendo um antócero, 40 hepáticas e 56 musgos. Na
UCS ocorreram 105 táxons (66%), sendo dois antóceros, 43 hepáticas e 60 musgos e no JBCS
ocorreram 70 táxons (44%), sendo 35 hepáticas e 35 musgos.
Para a comparação da distribuição dos táxons nas áreas, inicialmente foi calculada a
freqüência de ocorrência dos táxons: F =Pa/P*100
onde F(%)= freqüência de ocorrência
Pa= número de áreas onde o táxon foi encontrado
P= número total de áreas
Assim, conforme a freqüência de ocorrência nas áreas estudadas, os táxons foram
classificados em três categorias:
a) Exclusivos: F= 33% (encontrados em apenas uma área)
b) Intermediários: F= 67% (encontrados em duas áreas)
c) Freqüentes: F= 100% (encontrados em três áreas)
Figura 58. Freqüência de ocorrência dos táxons.
Conforme observado na figura 58 o número de táxons freqüentes, ou seja, que foram
comuns às três áreas é pequeno, e isto sugere baixa similaridade florística entre as mesmas, já
que a semelhança será maior, quanto maior for o número de componentes comuns (Pillar 1996).
Entre os 74 táxons exclusivos, a maior parte deles (36 táxons) foram encontrados no Centro,
diferenciando claramente esta das demais áreas.
Foram observados 26 táxons comuns entre o Centro e a UCS, 24 entre a UCS e o JBCS e
sete entre o Centro e o JBCS.
A análise de agrupamento realizada com dados de presença e ausência de táxons gerou
um dendrograma (figura 59) o qual mostra a formação de um grupo entre UCS e JBCS com
245
1 2 3 4
Áreas de Coleta
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Similaridade
2
3
1
UCS JBCS CENTRO
Á
reas de Coleta
Similaridade
similaridade florística de 40%. O CENTRO apresentou similaridade florística de 30% com as
outras áreas.
Assim, os resultados sugerem a diferenciação das áreas em relação a composição
florística de briófitas. Entretanto, destaca-se a necessidade de estudos delineados para comprovar
tais observações, uma vez que os dados foram coletados visando atender aos objetivos do
trabalho (florística e taxonomia).
Figura 59. Análise de agrupamento calculada pelo índice de Jaccard das espécies de
briófitas nas três áreas de estudo (UCS, JBCS e CENTRO).
As áreas da UCS e JBCS, apesar de estarem em ambiente urbano, conservam boa parte da
sua vegetação original como remanescentes entre as construções ou como bosques naturais,
permitindo o desenvolvimento de táxons que, provavelmente, não suportam elevados níveis de
poluição e urbanização, preferindo ambientes mais bem preservados. Apenas três táxons comuns
a estas áreas também foram citados em outros trabalhos sobre briófitas urbanas no Brasil:
Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. e Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt.
também ocorreram em Manaus e Belém (Lisboa & Ilkiu-Borges 1995; Yano & Câmara 2004) e
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr. foi citada por Lisboa & Ilkiu-Borges (1995) para
Belém.
246
O baixo número de táxons comuns a outras áreas urbanas demonstra que UCS e JBCS
são áreas diferenciadas dentro do centro urbano de Caxias do Sul. A maior parte dos táxons
exclusivos destas áreas são epífitos, de tamanho maior e, normalmente, bem desenvolvidos em
matas, bosques ou ambientes mais bem preservados. Entre eles destacam-se Neckera scabridens
Müll. Hal. e N. villae-ricae Besch., espécies comuns de florestas e matas (Sastre-de-Jesus 1987;
Sehnem 1980), Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere, comum em florestas e áreas
abertas, Plagiochila micropteryx Gottsche e espécies de Lejeuneaceae, que vivem em matas
sombreadas e locais muito úmidos (Richards 1984).
Com relação ao Centro, o número de táxons inventariados para esta área supera o
esperado, uma vez que este é o local menos preservado, porém, o grande número de
microhábitats, especialmente nos parques e praças possibilita maior diversidade. Conforme
Schuster (1983), as briófitas são capazes de sobreviver em pequenos nichos adequados ao seu
tamanho e sua distribuição é dependente de microclimas favoráveis à sua sobrevivência, apesar
da hostilidade que possa existir nas condições climáticas gerais de uma região. O elevado
número de táxons exclusivos (36) e o maior número de táxons comuns com outras áreas urbanas
do Brasil, mostra a baixa similaridade entre o Centro e as demais áreas estudadas.
Os táxons comuns às três áreas foram 27 (17%), sendo 16 hepáticas e 11 musgos. Entre
eles estão Bryum argenteum Hedw., Frullania ericoides (Nees) Mont., Lejeunea flava (Sw.)
Nees e L. laetevirens Nees & Mont. que também foram muito freqüentes nos demais trabalhos
com briófitas urbanas, demonstrando serem espécies bem adaptadas a áreas urbanas em
diferentes níveis de preservação, já que ocorreram tanto nas áreas mais como nas menos
preservadas. Observou-se que o número de hepáticas é maior entre os táxons mais comuns,
provavelmente porque a maioria é corticícola e, de maneira geral, o maior número de táxons foi
encontrado sobre este substrato. Além disso, a umidade elevada nos locais de coleta propiciou o
desenvolvimento das hepáticas pois, conforme Gradstein & Costa (2003), a maioria é encontrada
em locais úmidos e sombreados.
Apesar das limitações observadas, os resultados estão de acordo com o que era esperado,
mostrando uma similaridade maior entre as áreas com vegetação mais bem preservada (UCS e
JBCS), porém não muito separadas do CENTRO, que difere pela vegetação mais degradada e
presença de grande número de táxons exclusivos.
247
Conclusões
Foram identificadas 157 espécies, uma subespécie e uma variedade (159 táxons),
agrupados em 86 gêneros e 47 famílias.
As famílias de hepáticas com maior riqueza foram Lejeuneaceae (20 espécies e 10
gêneros), Metzgeriaceae (8 espécies e 1 gênero), Plagiochilaceae (6 espécies e 1 gênero),
Radulaceae (5 espécies e 1 gênero), Geocalycaceae (4 espécies e 2 gêneros), Jubulaceae
(4 espécies e 2 gêneros), Pallaviciniaceae (2 espécies e 2 gêneros) e Porellaceae (3
espécies e 1 gênero).
As famílias de musgos com maior riqueza foram Fissidentaceae (12 espécies e 1 gênero),
Orthotrichaceae e Sematophyllaceae (9 espécies e 5 gêneros), Pottiaceae (8 espécies e 8
gêneros), Bryaceae (8 espécies e 4 gêneros), Dicranaceae (7 espécies e 4 gêneros),
Hypnaceae (5 espécies e 5 gêneros), Brachytheciaceae (5 espécies e 3 gêneros),
Polytrichaceae (3 espécies e 3 gêneros), Neckeraceae (3 espécies e 2 gêneros) e
Bartramiaceae (3 espécies e 1 gênero)
São citadas três ocorrências novas para o Brasil: Bryum chryseum Mitt., Fissidens
taxifolius Hedw. e Pohlia nutans (Hedw.) Lindb.
São citadas 50 novas ocorrências para o Rio Grande do Sul (24 hepáticas e antóceros e 26
musgos).
Comparando com os demais trabalhos que se referem a briófitas urbanas desenvolvidos
no Brasil, observou-se que o número de táxons ocorrentes em Caxias do Sul (159) é
superior ao número de Rio Claro (26) (Visnadi & Monteiro 1990), Manaus (73) (Yano &
Câmara 2004) e Belém (96) (Lisboa & Ilkiu-Borges 1995). O mesmo ocorre quando
comparado o número de táxons de musgos do Recanto das Emas (11) (Câmara et al.
2003) e Salvador (21) (Bastos & Yano 1993) com Caxias do Sul (93), indicando que o
local estudado apresenta uma alta diversidade de briófitas.
A comparação entre as três áreas estudadas (CENTRO, UCS e JBCS), mostra maior
similaridade entre as áreas menos antropizadas (UCS e JBCS), diferindo do CENTRO
que é a área mais antropizada e com a vegetação menos conservada.
A vegetação existente na área urbana do município deve ser preservada, especialmente os
remanescentes de mata entre as construções, bosques e parques, já que nestes locais
desenvolve-se grande número de táxons de briófitas.
248
Referências bibliográficas
Allen, B. 1999. The genus Philonotis (Bartramiaceae Musci) in Central America. Haussknechtia
Beiheft 9: 19-36.
Alvarenga, L.D.P., Silva, M.P.P., Oliveira, J.R.P.M. & Pôrto, K.C. 2007. Novas ocorrências
de briófitas para Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21(2): 349-360.
Ando, H. & Matsuo, A. 1984. Applied Bryology. In.: W. Schultze-Motel (ed.). Advances in
Bryology, vol. 2, J. Cramer, Vaduz, pp. 133-224.
Baptista, M.L.L. 1977. Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul: Lejeuneaceae. Boletim do
Instituto de Biociências, Botânica 36: 1-135.
Bartram, E.B. 1949. Mosses of Guatemala. Fieldiana, Botany 25: 1-442.
Bartram, E.B. 1952. New mosses from southern Brazil. Journal of the Washington Academy of
Sciences 42(6): 178-182.
Bastos, C.J.P. 2004. Lejeuneaceae (Marchantiophyta) no Estado da Bahia, Brasil. Tese de
Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Bastos, C.J.P. & Yano, O. 1993. Musgos da zona urbana de Salvador, Bahia, Brasil. Hoehnea
20(1/2): 23-33.
Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2006. Lejeuneaceae holostipas (Marchantiophyta) no Estado da
Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(3): 687-700.
Bastos, C.J.P., Yano, O. & Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2000. Briófitas de campos rupestres da
Chapada Diamantina, Estado da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 23(4):359-370.
Behar, L., Yano, O. & Vallandro, G.C. 1992. Briófitas da Restinga de Setiba, Guarapari,
Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 1: 25-38.
Bischler, H. 1964. Le genre Drepanolejeunea Steph. em Amérique Centrale et Méridionale.
Revue Bryologique et Lichénologique 33(1-2): 15-179.
Bischler, H. & Sergio, C. 1984. Um neótipo pour Plagiochasma rupestre (J.R. & G. Forst.)
Steph. Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 5(1-2): 173-174.
Bischler-Causse, H., Gradstein, S.R., Jovet-Ast, S., Long, D.G. & Allen, N.S. 2005.
Marchantiidae. Flora Neotropica, Monograph 97: 214-218.
Boldo, E.L. 2006. Parque Cinqüentenário. Prefeitura Municipal de Caxias do Sul. 3p.
Boletim Ambiental da Universidade de Caxias do Sul - Informe do Instituto de Saneamento
Ambiental. 2004. nº 2.
Brena, D.A. 2003. Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do Sul. Secretaria Estadual de
Meio Ambiente/Universidade Federal de Santa Maria/Departamento de Áreas Protegidas.
http://www.coralx.ufsm.br/ifcrs/menu.htm (acesso em 23.05.2007).
249
Bridson, G.D.R. & Smith, E.R. 1991. Botânico-Periodicum-Huntianum/Supplementun. Hunt
Institute for Botanical Documentation, Pittsburg, 1068 p.
Brotherus, V.F. 1900. Die Laubmoose Der Ersten Regnellschen Expedition. Bihang til
Kongliga Svenska Vetenskaps Handlingar. Stockholm. 26(7): 1-65.
Bruggeman-Nannenga, M.A. & Pursell, R.A. 1990. The Fissidens radicans complex (Section
Amblyothallia) in the neotropics and paleotropics. The Bryologist 93(3): 332-340.
Brummitt, R.K. & Powell, C.E. (eds). 1992. Authors of plant names. Royal Botanic Gardens,
Kew, 732 p.
Buck, W.R. 1983. A Synopsis of the South American taxa of Fabronia (Fabroniaceae). Brittonia
35(3): 248-254.
Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous Mosses of the West Indies. Memoirs of The New York
Botanical Garden 82: 1-400.
Buck, W.R. & Goffinet, B. 2000. Morphology and classification of Mosses. In: A. J. Shaw & B.
Goffinet (eds.). Bryophyte Biology. Cambridge University Press, Cambridge. pp. 71-123.
Bueno, R.M. 1984. Gêneros de Jungermanniales (excl. Lejeuneaceae) no Rio Grande do Sul,
Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Bueno, R.M. 1986. O gênero Balantiopsis Mitt (Hepaticopsida) no Brasil. Rickia 13: 29-33.
Câmara, P.E., Teixeira, R., Lima, J. & Lima, J. 2003. Musgos Urbanos do Recanto das Emas,
Distrito Federal, Brasil. Acta Botanica Brasilica 17(4): 1-10.
Cao, T., Zuo, B., Guo, S-L., Hyvönen, J. & Virtanen, V. 2006. New synonyms and
combinations in the genus Ptychomitrium (Bryopsida: Ptychomitriaceae). The Journal of the
Hattori Botanical Laboratory 100: 41-52.
Castle, H. 1964a. A revision of the genus Radula. Part II. Subgenus Acroradula. Section 8.
Acutilobulae. Revue Bryologique et Lichénologique 33(1-2): 185-210.
Castle, H. 1964b. A revision of the genus Radula. Part II. Subgenus Acroradula. Section 9.
Densifoliae. Revue Bryologique et Lichénologique 33(3-4): 328-398.
Castle, H. 1966. A revision of the genus Radula. Part. II. Subgenus Acroradula. Section 10.
Ampliatae. Revue Bryologique et Lichénologique 34: 1-81.
Churchill, S.P. & Linares C., E.L. 1995. Prodromus Bryologiae Novo-Granatensis:
Introduccion a la flora de musgos de Colômbia. Biblioteca Jose Jeronimo Triana 12(1-2):1-
924.
Costa, D.P. 1994. Musgos do Pico da Caledônia, Município de Nova Friburgo, Estado do Rio de
Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 8(2):141-191.
Costa, D.P. 1999. Metzgeriaceae (Metzgeriales, Hepatophyta) no Brasil. Tese de Doutorado,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
250
Costa, D.P. & Yano, O. 1988. Hepáticas talosas do Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro,
Brasil. Acta Botanica Brasilica 1(2): 73-82. supl.
Costa, D.P. & Yano, O. 1998. Briófitas da restinga de Macaé, Rio de Janeiro, Brasil. Hoehnea
25(2): 99-119.
Crandall-Stotler, B. 1984. Musci, hepatics and anthocerotes – an essay on analogues. In.:
Schuster, R.M. (ed.). New Manual of Bryology. The Hattori Botanical Laboratory vol.2,
Nichinan, pp. 1093-1129.
Crandall-Stotler, B. & Stotler, R.E. 2000. Morfology and classification of the
Marchantiophyta. In: A. J. Shaw & B. Goffinet (eds.). Bryophyte Biology. Cambridge
University Press, Cambridge, pp. 21-70.
Crum, H. & Anderson, L.E. 1981. Mosses of Eastern North America. Columbia Univesity
Press 1-2: 1-1328.
Delgadillo M., C. & Cárdenas S., A. 1990. Manual de Briofitas. 2 ed. Cuadernos del Instituto
de Biología 8. Universidad Nacional Autonoma de Mexico, México, D.F.
Dismier, M.G. 1884. Revision des Philonotis de l’Amérique. Memoires 17. Societé Botanique
de France, II: 1-37.
Farias, H.C. 1982. A família Polytrichaceae no Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de
Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Farias, H.C. 1984. A família Polytrichaceae no Rio Grande do Sul, Brasil. I. Taxonomia.
Iheringia. sér. Bot. 32: 77-89.
Farias, H.C. 1987. A família Polytrichaceae no Rio Grande do Sul, Brasil II: Anatomia do
gametófito. Iheringia. sér. Bot. 36: 75-82.
Florschütz, P.A. 1964. The Mosses of Suriname. Part 1. E.J. Brill, Leiden.
Florschütz-de Waard, J. 1992. A Revision of the genus Potamium (Musci: Sematophyllaceae).
Tropical Bryology 5: 109-121.
Florschütz-de Waard, J. 1996. Sematophyllaceae. In: A.R.A. Goerts-Van Rijn (ed.). Flora of
the Guianas. Musci III. Royal Botanical Gardens, Kew, pp. 384-438.
Frahm, J.-P. 1979. Die Campylopus-Arten Brasiliens. Revue Bryologique et Lichénologique
45(2): 127-178.
Frahm, J.-P. 1991. Dicranaceae: Campylopodioideae, Paraleucobryoideae. Flora Neotropica.
Monograph 54: 1-238.
Frahm, J-P. 2003. Manual of Tropical Bryology. Tropical Bryology 23: 1-196.
Fulford, M.H. 1966. Manual of the Leafy Hepaticae of Latin América Part II. Memoirs of The
New York Botanical Garden 11(2): 173-276.
251
Fulford, M.H. 1976. Manual of the Leafy Hepaticae of Latin América Part IV. Memoirs of The
New York Botanical Garden 11(4): 420-485.
Gams, H. 1932. Bryocoenology (moss-societies). In.: Verdoorn Fr. (ed.). Manual of Bryology.
Martinus Nijhoff, The Hague. pp. 323-366.
Genevro, J.A., Athayde Filho, F.P. & Peralta, D.F. 2006. Briófitas de mata de galeria no
Parque Municipal Mário Viana, Nova Xavantina, Mato Grosso. Boletim do Instituto de
Botânica 18: 149-157.
Goffinet, B. 2000. Origin and phylogenetic relationships of bryophytes. In: A. J. Shaw & B.
Goffinet (eds.). Bryophyte Biology. Cambridge University Press, Cambridge. pp. 124-149.
Gradstein, S.R. 1975. A taxonomic monograph of the genus Acrolejeunea (Hepaticae) with an
arrangement of the genera of Pthychanthoideae. Bryophytorum Bibliotheca 4: 1-162.
Gradstein, S.R. 1994. Lejeuneaceae: Ptychantheae, Brachiolejeuneae. Flora Neotropica,
Monograph 62: 1-216.
Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of
The New York Botanical Garden 87: 1- 318.
Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the Bryophytes of
Tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577.
Grolle, R. 1956. Revision der Clasmatocolea Arten. Revue Bryologique et Lichénologique 25:
288-303.
Grolle, R. 1968. Miscellanea hepaticologica (81-90). Transactions of the British Bryological
Society 5(3): 541-547.
Grolle, R. 1969. Miscellanea hepaticologica (91-100). Transactions of the British Bryological
Society 5(4): 766-774.
Grolle, R. 1975. Miscellanea hepaticologica 141-150. Journal of Bryology 8: 483-492.
Grolle, R. 1976. Verzeichnis der Lebermoose Europas um benachbarter Gebiete. Feddes
Repertorium 87(3-4): 17-279.
Grolle, R. 1985. Miscellanea hepaticologica 231-240. The Journal of the Hattori Botanical
Laboratory 58: 197-202.
Grolle, R. & Piippo, S. 1986. Bryophyte flora of the Huon Peninsula, Papua New Guinea. XVI.
Pallaviciniaceae (Hepaticae). Acta Botanica Fennica 133: 59-79.
Grolle, R. & Piippo, S. 1990. Bryophyte flora of the Huon Peninsula, Papua New Guinea.
XXXVII. Leucolejeunea (Lejeuneaceae, Hepaticae). Annales Botanici Fennici 27: 119-129.
Grolle, R. & So, M.L. 2002. Typification of three old names of Metzgeria sepecies (Hepaticae):
Jungermannia furcata L. 1753, J. linearis Sw. 1988 and J. pubescens Schrank 1792.
Cryptogamie, Bryologie 23(2): 199-121.
252
Grout, A.J. 1943. Bryales: Fissidentaceae. North American Flora 15(3): 167-202.
Guerra, J. & Ros, R.M. 1987. Revision de la Seccion Asteriscium del genero Didymodon
(Pottiaceae, Musci) (=Trichostomopsis) en la Peninsula Iberica. Cryptogamie, Bryologie et
Lichénologie 8(1): 47-68.
Hammer, Ø., Harper, D.A.T. & Ryan, P.D. 2001. PAST – Paleontological Statistics Software
Package for Education and Data Analysis, versão. 1.73. Paleontologia Electronica 4(1): 1-9.
Disponível em: http://www.palaeo-electronica.gov (acesso em 30.09.2007).
Hässel de Menéndez, G.G. 1962. Estudio de las Anthocerotales y Marchantiales de la
Argentina. Opera Lilloana 7:1-297.
Hässel de Menéndez, G.G. 1989. Las especies de Phaeoceros (Anthocerotophyta) de América
de. Norte, Sud y Central: la ornamentación de sus esporas y taxonomia. Candollea 44: 716-
739.
Heinrichs, J. & Gradstein, S.R. 2000. A revision of Plagiochila sect. Crispatae and sect.
Hypnoides (Hepaticae) in the Neotropics. I. Plagiochila disticha, P. montagnei and P.
raddiana. Nova Hedwigia 70(1-2): 161-184.
Hell, K.G. 1969. Briófitas talosas dos arredores da cidade de São Paulo (Brasil). Boletim de
Botânica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo 335(25):
11-87.
Hijmans, R.J., Guarino, L., Jarvis, A., O’Bryen, R., Mathur, P., Bussink, C., Cruz, M.,
Barrantes, I. & Rojas, E. 2005. DIVA-GIS, versão 5.2, disponível em www.diva-gis.org/
Hirai, R.Y., Yano, O. & Ribas, M.E.G. 1998. Musgos da mata residual do Centro Politécnico
(Capão da Educação Física), Curitiba, Paraná, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 11:
81-118.
Hornschuch, C.F. 1840. Musci. Flora Brasiliensis 1(2): 1-100. pranchas 1-4. Monachii.
Howe, M.A. 1898. The Anthocerotaceae of North America. Bulletin of the Torrey Botanical
Club 25(1): 1-24.
Hyvönen, J. 1989. A synopsis of genus Pogonatum (Polytrichaceae, Musci). Acta Botanica
Fennica 138: 1-87.
Inoue, H. 1989. Notes on the Plagiochilaceae, XVI, Studies on some Plagiochila species in the
Neotropics. Bulletin of the National Science Museum. Tokyo, Series B, 15(2): 35-47.
Isoviita, P. 1970. Dillenius’s Historia Muscorum as the basis of hepatic nomenclature and S.O.
Linderg’s collection of Dillenian bryophytes. Acta Botanica Fennica 89: 1-28.
Jiménez, J., Ros, R.M., Cano, M.J. & Guerra, J. 2005. A new evaluation of the genus
Trichostomopsis (Pottiaceae, Bryopsida). Botanical Journal of the Linnean Society 147: 117-
127.
253
Lara, F., Lopez, C. & Mazimpaka, V. 1991. Ecologia de los briófitos urbanos en la ciudad de
Segovia (España). Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 12(4): 425-439.
Lemos-Michel, E. 1980. O gênero Frullania (Hepaticopsida) no Rio Grande do Sul, Brasil.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Lemos-Michel, E. 1983. Frullania (Jungermanniales, Hepaticopsida) no Rio Grande do Sul.
Revista Brasileira de Botânica 6(2): 115-123.
Lemos-Michel, E. 1999. Briófitas Epífitas sobre Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze no Rio
Grande do Sul, Brasil. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Lemos-Michel, E. 2001. Hepáticas Epífitas sobre o pinheiro-brasileiro no Rio Grande do Sul.
Editora da Universidade, Porto Alegre, 191 p.
Lemos-Michel, E. & Bueno, R.M. 1992. O gênero Bazzania S.F. Gray (Hepaticae) no Rio
Grande do Sul, Brasil. Hoehnea 19 (1-2): 143-149.
Lemos-Michel, E. & Yano, O. 1998. O gênero Bryopteris (Hepatophyta) no Brasil. Acta
Botanica Brasilica 12(1): 5-24.
Lisboa, R.C.L. 1993. Musgos acrocárpicos do Estado de Rondônia. Belém: Museu Paraense
Emílio Goeldi, Belém.
Lisboa, R.C.L. & Ilkiu-Borges, A.L. 1995. Diversidade das briófitas de Belém (PA) e seu
potencial como indicadoras de poluição. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série
Botânica 11(2): 131-293.
Lorscheitter, M.L. 1973. Hepáticas folhosas primitivas, novas para o Rio Grande do Sul.
Iheringia, Botânica 17: 3-17.
Lorscheitter, M. L. 1977. Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul. XIII. Lejeuneaceae. Boletim do
Instituto de Ciências Biológicas, Série Botânica 36(5): 1-139.
Luizi-Ponzo, A.P., Bastos, C.J.P., Costa, D.P., Pôrto, K.C., Câmara, P.E.A.S., Lisboa,
R.C.L. & Vilas Boas-Bastos, S. 2006. Glossarium polyglotum bryologiae: versão brasileira
do Glossário briológico. Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora.
Margulis, L. & Schwartz, K. 2001. Cinco Reinos - um guia ilustrado dos filos da vida na Terra.
3 ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.
Margurran, A.E. 1989. Diversidad Ecológica y su medición. Ediciones Vedrà, Barcelona.
Mazimpaka, V., Vicente, J. & Ron, E. 1988. Contribución al conocimiento de la brioflora
urbana de la ciudad de Madrid. Anales Jardín Botánico de Madrid 45(1): 61-73.
Meenks, J.L.D. 1987. Studies on Colombian Cryptogams XXVIII. A guide to the tropical
Andean species of Riccardia (Hepaticae). The Journal of the Hattori Botanical Laboratory
62: 161-182.
254
Mello, Z.R. & Yano, O. 1991. Musgos do manguezal do Rio Guaraú, Peruíbe, São Paulo.
Revista Brasileira de Botânica 14: 35-44.
Mello, Z.R., Lourenço, G.A. & Yano, O. 2001. Briófitas do Orquidário Municipal de Santos,
São Paulo, Brasil. I Congresso Brasileiro de Pesquisas Ambientais. CD CBPA. p. 92-94.
Menzel, M. 1991. A taxonomic review of the genera Lindigia Hampe (Meteoriaceae,
Leucodontales) and Aerolindigia gen. nov. (Brachytheciaceae, Hypnales), Bryopsida. Nova
Hedwigia 52(3-4): 319-335.
Molinaro, L.C. & Costa, D.P. 2001. Briófitas do arboreto do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro. Rodriguésia 52(81): 107-124.
Moreno, J.A. 1961. Clima do Rio Grande do Sul. Editora da Secretaria da Agricultura, Porto
Alegre.
Ochi, H. 1980. A Revision of the Neotropical Bryoideae, Musci (First Part). The Journal of the
Faculty of Education Tottori University 29(2): 49-154.
Oliveira, P. L. 1973. Espécies do gênero Radula Dumortier ocorrentes no Rio Grande do Sul,
Brasil (Hepáticas). Iheringia. sér. Bot. 18: 48-53.
Oliveira-e-Silva, M.I.M.N. & Yano, O. 2000a. Anthocerotophyta e Hepatophyta de
Mangaratiba e Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 13:
1-102.
Oliveira-e-Silva, M.I.M.N. & Yano, O. 2000b. Musgos de Mangaratiba e Angra dos Reis, Rio
de Janeiro, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 14: 1-137.
Peralta, D.F. 2005. Musgos (Bryophyta) do Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA), São
Paulo, Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica de São Paulo, São Paulo.
Peralta, D.F. & Yano, O. 2005. Briófitas da mata paludosa do município de Zacarias, noroeste
do Estado de São Paulo, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(4): 963-977.
Peralta, D.F. & Yano, O. 2006. Novas ocorrências de musgos (Bryophyta) para o Estado de
São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 29(1): 49-65.
Pillar, V.P. 1996. Variações espaciais e temporais na vegetação; métodos analíticos.
Departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em:
http://www.ecoqua.ecologia.com.br (acesso em 09.10.2007)
Proskauer, J. 1958. Nachtrag zur Familie Anthocerotaceae. Rabenhorts Kryptogamenflora 6(3):
1303-1319.
Pursell, R.A. 1986. Typification of Hedwig’s species of Fissidens. The Bryologist 89(1): 35-41.
Pursell, R.A. 1994. Taxonomic notes on neotropical Fissidens. The Bryologist 97(3): 253-271.
Pursell, R.A. 1997. Taxonomic notes on neotropical Fissidens. II. An Adendum. The Bryologist
100(2): 193-197.
255
Pursell, R.A., Bruggeman-Nannenga, M.A. & Iwatsuki, Z. 1992. Species of Fissidens
(Fissidentaceae, Musci) common in the neotropics, Asia and Africa. Bryobrothera 1: 49-55.
Ramos, A.J.K. 2006. Diversidade florística e caracterização fitossociológica de comunidades
florestais, Caxias do Sul, RS. Tese de Doutorado, Universidad de León, León.
Ramsay, H.P. & Cairns, A. 2004. Habitat, distribution and the phytogeographical affinities of
mosses in the Wet Tropics bioregion, north-east Qheensland, Australia. Cunninghamia 8(3):
371-408.
Reese, W.D. 1978. The genus Syrrhopodon in the Americas II. The Limbate species. The
Bryologist 81(2): 189-225.
Reese, W.D. 1999. Calymperaceae. In.: Bryophyte Flora of North America, Provisional
Publication. http://www.buffalomuseumofsicence.org/BFNA/bfnamenu.htm (acesso em
14.08.2007)
Reiner-Drehwald, M.E. 1994. El género Radula (Radulaceae, Hepaticae) en el Noreste de
Argentina. Tropical Bryology 9: 5-22.
Reiner-Drehwald, M.E. 1995. Las Lejeuneaceae (Hepaticae) de Misiones, Argentina III.
Drepanolejeunea y Leptolejeunea. Tropical Bryology 10: 21-27.
Reiner-Drehwald, M.E. 2000. Las Lejeuneaceae (Hepaticae) de Misiones, Argentina VI.
Lejeunea y Taxilejeunea. Tropical Bryology 19: 81-132.
Reiner-Drehwald, M.E. & Goda, A. 2000. Revision of the genus Crossotolejeunea
(Lejeneaceae, Hepaticae). The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 89: 1-54.
Renne, P.R., Ernesto, M., Pacca, I.G., Coe, R.S., Glen, J.M., Prévot, M. & Perrin, M. 1992.
The Age of Paraná Flood Volcanism, Rifting of Gondwanaland, and the Jurassic-Cretaceus
Boundary. Science 258: 975-979.
Richards, P.W. 1984. The Ecology of Tropical Forest Bryophytes. In.: R.M. Schuster (ed.).
New Manual of Bryology. The Hattori Botanical Laboratory vol.2, Nichinan, pp. 1233-1270.
Robbins, R.G. 1952. Bryophyte Ecology of a Dune Area in New Zealand. Vegetatio, Acta
Geobotanica 4: 1-31.
Sastre-de-Jesus, I. 1987. A Revision of the Neckeraceae Schimp. and the Thamnobryaceae
Margad. & Dur. In the Neotropics. Tese de Doutorado, City University New York, New
York.
Schofield, W.B. 1985. Introduction to Bryology. Macmillan Publisching Company, New York.
Schuster, R.M. 1980. The Hepaticae and Anthocerotae of North America. Columbia University
Press, New York, vol.4, 1-1334.
Schuster, R.M. 1983. Phytogeography of the Bryophyta. In.: R.M. Schuster (ed.). New Manual
of Bryology. The Hattori Botanical Laboratory vol.1, Nichinan, pp. 463-626.
256
Schuster, R.M. 1992. The Hepaticae and Anthocerotae of North America. Columbia University
Press, New York, vol. 6, 1-937.
Scur, L. 2006. Flora y Vegetación de los Pastizales de la ciudad de Caxias do Sul, RS. Tese de
Doutorado, Universidad de León, León.
Segura, T.B. & Ron, M.E. 1985. Contribución al estudio de la flora briológica de la ciudad de
Toledo. Anales Jardín Botánico de Madrid 42(1): 87-91.
Sehnem, A. 1953. Bryologia riograndensis. I. Elementos austral-antárticos da flora briológica do
Rio Grande do Sul. In: Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues”. Itajaí 5: 95-106.
Sehnem, A. 1955. Vegetationsbild der Laubmoose von Rio Grande do Sul, Brasilien.
Mitteilungen der Thüringischen Botanischen. Gesellschaft 1(2-3): 208-221.
Sehnem, A. 1969. Musgos Sul-Brasileiros. I. Pesquisas, Botânica 27: 1-36.
Sehnem, A.. 1970 Musgos Sul-brasileiros II. Pesquisas, Botânica 28: 1- 106.
Sehnem, A. 1972. Musgos Sul-Brasileiros III. Pesquisas, Botânica 29: 1-70.
Sehnem, A. 1976. Musgos Sul-Brasileiros IV. Pesquisas, Botânica 30: 1-79.
Sehnem, A. 1978. Musgos Sul-Brasileiros V. Pesquisas, Botânica 32: 1-170.
Sehnem, A. 1979. Musgos Sul-Brasileiros VI. Pesquisas, Botânica 33: 1-149.
Sehnem, A. 1980. Musgos Sul-Brasileiros VII. Pesquisas, Botânica 34: 1-121.
Sérgio, C. 1981. Alterações da flora briológica epifítica na área urbana de Lisboa nos últimos
140 anos. Boletim da Sociedade Broteriana, ser. 2, 54: 313-331.
Shaw, A.J. & Renzaglia, K. 2004. Phylogeny and diversification of Bryophytes. American
Journal of Botany 91: 1557-1581.
Sharp, A.J., Crum, H. & Eckel, P. 1994. The Moss Flora of Mexico. Memoirs of The New
York Botanical Garden 69(1-2): 1-1113.
Shepherd, G.J. 2003. Avaliação do Estado do conhecimento da diversidade biológica do Brasil
– Plantas Terrestres. Ministério do Meio Ambiente. Projeto Estratégia Nacional de
Diversidade Biológica (BRA 97 G 31). Universidade Estadual de Campinas, 60 p.
Soria, A. & Ron, M.E. 1990. Datos para el conocimiento de la flora briológica urbana de la
ciudad de Logroño. Anales Jardín Botánico de Madrid 46(2): 427-432.
Soria, A. & Ron, M.E. 1995. Aportaciones al conocimiento de la brioflora urbana española.
Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 16(4): 285-299.
Stotler, R.E. 1970. The Genus Frullania subgenus Frullania in Latin America. Nova Hedwigia
18: 397-555.
Stotler, R.E. & Crandall-Stotler, B. 2005. A revised classification of the Anthocerotophyta and
a checklist of the hornworts of North America, North of Mexico. The Bryologist 108(1): 16-
26.
257
Swails, F.S. Jr. 1970. The genus Porella in Latin America. Verlag von J. Cramer. Lehre,
Germany, 291 p.
Valdevino, J.A., Sá, P.A. & Pôrto, K.C. 2002. Musgos pleurocárpicos de mata serrana em
Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica 16(2): 161-174.
Vanden Berghen, C. 1976. Frullaniaceae (Hepaticae) africanae. Bulletin du Jardin botanique
national de Belgique 46(1/2): 1-220.
Vasquez, N. 2002. Projeto de Revitalização do Centro de Caxias do Sul. Prefeitura Municipal de
Caxias do Sul.
Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação
brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE/RADAMBRASIL, Rio de Janeiro.
Vianna, E.C. 1970. Marchantiales e Anthocerotales coletadas no Rio Grande do Sul, Iheringia.
sér. Bot. 14: 45-54.
Vianna, E.C. 1971. Considerações sobre algumas hepáticas de Gramado, Rio Grande do Sul,
Brasil. Iheringia, sér. Bot. 15: 3-17.
Vianna, E.C. 1976. Marchantiales (Hepaticopsida) coletadas no Rio Grande do Sul. Tese de
Livre Docência, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Vianna, E.C. 1981a. Sphaerocarpos mucciloi, a new hepatic from Brazil. Lindbergia 7(1): 58-
60.
Vianna, E.C. 1981b. Sobre a ocorrência nova de Monoclea Hook. (Hepaticae) no Rio Grande do
Sul, Brasil. Iheringia, sér. Bot. 26:165-167.
Vianna, E.C. 1981c. O gênero Riccia (Marchantiales) no Rio Grande do Sul, Brasil. I Subgen.
Ricciella e Thallocarpus. Rickia 9: 71-80.
Vianna, E.C. 1985. Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul. 15. Marchantiales. Boletim do
Instituto de Biociências 38: 1-213.
Vianna, E.C. 1988. Donnés additionnalles sur Riccia jovet-astiae E.C. Vianna, espècie
brésilienne (Rio Grande do Sul). Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 9(1): 73-75.
Vianna, E.C. 1990. Dados adicionais sobre Riccia fruchartii Steph. Iheringia, sér. Bot. 40:127-
130.
Visnadi, S.R. 2002. Meteoriaceae (Bryophyta) da Mata Atlântica do Estado de São Paulo.
Hoehnea 29(3): 159-187.
Visnadi, S.R. & Monteiro, R. 1990. Briófitas da cidade de Rio Claro, Estado de São Paulo,
Brasil. Hoehnea 17(1): 71-84.
Visnadi, S.R. & Vital, D.M. 1997. Bryophytes from greenhouses of the Institute of Botany, São
Paulo, Brazil. Lindbergia 22: 44-46.
258
Vital, D.M. 1980. Erpodiaceae (Musci) do Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas.
Vital, D.M. & Bononi, V.L.R. 2006. Briófitas sobre tumbas em cemitérios da Região
Metropolitana de São Paulo, SP. Hoehnea 32(2): 143-145.
Vitt, D.H. 1980. The genus Macrocoma I. Typification of Names and taxonomy of the species.
The Bryologist 83(4): 405-436.
Yamada, K. 1982. Notes on the type specimens of Radula taxa from Latin America. The Journal
of the Hattori Botanical Laboratory 52: 449-463.
Yano, O. 1981a. A checklist of Brazilian Mosses. The Journal of the Hattori Botanical
Laboratory. 50: 279-456.
Yano, O. 1981b. Aytoniaceae (Marchantiales, Hepaticopsida) no Brasil. Revista Brasileira de
Botânica 4: 89-94.
Yano, O. 1984a. Checklist of Brazilian liverworts and hornworts. The Journal of the Hattori
Botanical Laboratory. 56: 481-548.
Yano, O. 1984b. Briófitas. In: O. Fidalgo & V.L.R.Bononi (coords.). Técnicas de coleta,
preservação e herborização de material botânico. Instituto de Botânica, São Paulo. Manual n.
4. pp. 27-30.
Yano, O. 1984c. Ocorrência de Aulacopilum glaucum Wilson (Erpodiaceae, Bryopsida) no
Brasil. Anais do IV Congresso da Sociedade Botânica de São Paulo, Taubaté, pp.77-82.
Yano, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Hattori
Botanical Laboratory 66: 371-434.
Yano, O. 1990. Estudos de briófitas do Brasil: Plagiomniaceae (Bryopsida). Revista Brasileira
de Botânica 13: 103-108.
Yano, O. 1992. Leucobryaceae (Bryopsida) do Brasil. Tese de Doutorado, Universidade de São
Paulo, São Paulo.
Yano, O. 1994. Briófitas da Serra de Itabaiana, Sergipe, Brasil. Acta Botanica Brasilica 8(1): 45-
57.
Yano, O. 1995. A new additional annotated checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the
Hattori Botanical Laboratory 78: 137-182.
Yano, O. 2006. Novas adições ao catálogo de briófitas brasileiras. Boletim do Instituto de
Botânica 17: 1-142.
Yano, O. & Bordin, J. 2006. Novas ocorrências de briófitas para o Rio Grande do Sul, Brasil.
Boletim do Instituto de Botânica 18: 111-122.
Yano, O. & Câmara, P.E.A.S. 2004. Briófitas de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amazonica
34(3): 445-457.
259
Yano, O. & Carvalho, A.B. 1995. Briófitas da Serra da Piedade, Minas Gerais, Brasil. Anais 9º
Congresso da Sociedade Botânica de São Paulo, São Paulo, pp. 15-25.
Yano, O. & Colletes, A.G. 2000. Briófitas do Parque Nacional de Sete Quedas, Guairá, PR,
Brasil. Acta Botanica Brasilica 14(2): 215-242.
Yano, O. & Costa, D.P. 1992. Novas ocorrências de briófitas no Brasil. Anais 8º Congresso da
Sociedade Botânica de São Paulo, Campinas, pp. 33-45.
Yano, O. & Luizi-Ponzo, A. 2006. Chonecolea doellingeri (Chonecoleaceae, Hepaticae),
taxonomia e distribuição geográfica no Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(4): 783-788.
Yano, O. & Mello, Z.R. 1999. Frullaniaceae dos manguezais do litoral sul de São Paulo, Brasil.
Iheringia, sér. Bot. 52: 65-87.
Yano, O. & Peralta, D.F. 2007a. As briófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito
Santo. In.: M. Simonelli & C.M. de Fraga (orgs.). Espécies da flora ameaçadas de extinção
no Estado do Espírito Santo. Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica, Vitória, pp. 81-87.
Yano, O. & Peralta, D.F. 2007b. Musgos (Bryophyta). In.: J.A. Rizzo (coord.). Flora dos
Estados de Goiás e Tocantins: Criptógamos, v. 6, Universidade Federal de Goiás, Goiânia,
pp. 1-333.
Yano, O. & Santos, S.X. 1993. Musgos da Gruta de Mirassol, São Paulo. Acta Botanica
Brasilica 7(2): 89-106.
Yano, O., Mello, Z.R. & Colletes, A.G. 2003. Briófitas da Ilha de Urubuqueçaba, Santos, São
Paulo, Brasil. Iheringia, sér. Bot. 58(2): 195-214.
Zander, R.H. 1993. Genera of the Pottiaceae: Mosses of harsh environments. Bulletin of the
Buffalo Society of Natural Sciences 32: 1-378.
260
Índice das figuras
Figura 1. Localização do município de Caxias do Sul ..................................................... 5
Figura 2. Perímetro urbano de Caxias do Sul e áreas de estudo ...................................... 8
Figura 3. Área Central (CENTRO) .................................................................................. 9
Figura 4. Universidade de Caxias do Sul (UCS) ............................................................ 11
Figura 5. Jardim Botânico de Caxias do Sul (JBCS) ..................................................... 12
Figura 6. Phaeoceros bulbiculosus (Brot.) Prosk. ......................................................... 22
Figura 7. Riccardia cataractarum (Spruce) K.G. Hell .................................................. 25
Figura 8. Riccardia chamedryfolia (With.) Grolle ......................................................... 26
Figura 9. Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle ....................................................... 30
Figura 10. Fossombronia porphyrorhiza (Nees) Prosk. ................................................ 32
Figura 11. Lophocolea platensis C. Massal. .................................................................. 36
Figura 12. Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst. ......................................... 45
Figura 13. Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. .................................... 46
Figura 14. Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn. ..................................................... 48
Figura 15. Drepanolejeunea anoplantha (Spruce) Steph. .............................................. 50
Figura 16. Lejeunea cancellata Nees & Mont. .............................................................. 53
Figura 17. Lejeunea cardotii Steph. ............................................................................... 54
Figura 18. Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda ............................................ 55
Figura 19. Lejeunea glaucescens Gottsche .................................................................... 58
Figura 20. Lejeunea laetevirens Nees & Mont. ............................................................. 60
Figura 21. Lejeunea setiloba Spruce .............................................................................. 63
Figura 22. Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn. ............................................... 66
Figura 23. Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. ......................................................... 67
Figura 24. Microlejeunea globosa (Spruce) Steph. ........................................................ 69
Figura 25. Metzgeria psilocraspeda Schiffn. ................................................................. 80
Figura 26. Metzgeria uncigera A. Evans ....................................................................... 82
Figura 27. Noteroclada confluens (Hook. f. & Taylor) Spruce ..................................... 85
Figura 28. Plagiochila montagnei Nees ......................................................................... 91
Figura 29. Radula nudicaulis Steph. .............................................................................. 98
Figura 30. Brachymenium speciosum (Hook. f. & Wilson) Steere .............................. 113
Figura 31. Bryum chryseum Mitt. ................................................................................. 116
Figura 32. Gemmabryum acuminatum (Harv.) J.R. Spence & H.P. Ramsay .............. 118
Figura 33. Gemmabryum exile (Dozy & Molk.) J.R. Spence & H.P. Ramsay ............ 119
261
Figura 34. Campylopus flexuosus (Hedw.) Brid. ......................................................... 123
Figura 35. Microcampylopus curvisetus (Hampe) Giese & J.-P. Frahm ..................... 128
Figura 36. Dimerodontim mendozense Mitt. ................................................................ 132
Figura 37. Fissidens angustifolius Sull. ....................................................................... 136
Figura 38. Fissidens guianensis Mont. ......................................................................... 140
Figura 39. Fissidens inaequalis Mitt. .......................................................................... 141
Figura 40. Fissidens lagenarius var. muriculatus (Mitt.) Pursell ................................ 143
Figura 41. Fissidens pellucidus Hornsch. .................................................................... 144
Figura 42. Fissidens rigidulus Hook. f. & Wilson ....................................................... 146
Figura 43. Fissidens scariosus Mitt. ............................................................................ 147
Figura 44. Fissidens submarginatus Bruch .................................................................. 149
Figura 45. Fissidens taxifolius Hedw. .......................................................................... 150
Figura 46. Physcomitrium subsphaericum Schimp. ex Müll. Hal. ............................... 151
Figura 47. Ctenidium malacodes Mitt. ......................................................................... 154
Figura 48. Platygyriella densa (Hook.) W.R. Buck ..................................................... 156
Figura 49. Pohlia nutans (Hedw.) Lindb. .................................................................... 164
Figura 50. Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere .................................... 172
Figura 51. Groutiela tumidula (Mitt.) Vitt ................................................................... 173
Figura 52. Chenia leptophylla (Müll. Hal.) R.H. Zander ............................................. 187
Figura 53. Uleastrum palmicola (Müll. Hal.) R.H. Zander ......................................... 196
Figura 54. Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck ........................................... 200
Figura 55. Meiothecium boryanum (Müll. Hal.) Mitt. ................................................. 202
Figura 56. Pterogonidium pulchellum (Hook.) Müll. Hal. ex Broth. ........................... 203
Figura 57. Sematophyllum succedaneum (Hook. f. & Wilson) Mitt. ........................... 209
Figura 58. Freqüência de ocorrência dos táxons .......................................................... 244
Figura 59. Similaridade entre as áreas estudadas ......................................................... 245
262
Índice das tabelas
Tabela 1. Distribuição geográfica no Brasil das espécies coletadas no centro urbano de Caxias do
Sul .......................................................................................................................................... 216
Tabela 2. Listagem e comparação florística entre os trabalhos de briófitas urbanas no Brasil 222
Tabela 3. Distribuição dos táxons nos diversos substratos ................................................... 235
Tabela 4. Táxons identificados em cada área de estudo ....................................................... 239
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo