3.5 Conceitos básicos sobre o EEG
A eletroencefalografia é a ciência que estuda a atividade elétrica do
cérebro. Os registros da atividade elétrica cerebral são obtidos por meio de eletrodos
localizados superficialmente na cabeça (Chatrian et al., 1974). O eletroencefalógrafo
clínico correlaciona as funções do SNC, bem como as definições e doenças com certos
padrões do EEG sobre uma base empírica (Niedermeyer, 1999).
Caton em 1875, trabalhando com macacos e coelhos, foi o primeiro a
usar o EEG como identificador da atividade sensorial do cérebro. Ele analisou a
atividade neurológica diretamente no cérebro destes animais enquanto estes recebiam
estimulação visual. Ele verificou que a zona occipital do encéfalo respondia sempre que
uma luz passava em fronte dos olhos dos animais. A eletroencelografia entrou na prática
clínica depois que Adrian e Mathews demonstraram, em 1934, a veracidade dos
registros e trabalhos de Berger. A Berger, portanto, corresponde a paternidade do
método e sua aplicação clínica (apresentada em 1924). Entre os pioneiros da aplicação
da eletroencefalografia clínica destacam-se no estudo das epilepsias os nomes de Gibbs,
Davis e Lennox, assim como o de Walter na localização de tumores
intracranianos(Silveira, 2002).
Os neurônios têm a habilidade de se comunicar de forma extremamente
rápida e precisa, por longos trajetos. Em média, um neurônio forma mil sinapses e
recebe mais de 10 mil conexões. Os principais geradores elétricos cerebrais são os
neurônios piramidais, posicionados em forma de paliçada predominante nas camadas
corticais III e V, de forma paralela a superfície do escalpo. Durante o EEG, os eletrodos
no escalpo registram a atividade elétrica extracelular de um grupo de neurônios
corticais, que são potenciais de campo na zona dendrítica e potenciais de polarização
oposta na zona dos corpos celulares, produzindo um dipolo. A atividade elétrica
cerebral é espontânea e contínua, podendo ser evidenciada durante a vigília, o sono, a
anestesia e o coma, cessando apenas nos estados extremos de anoxia cerebral. É captada
sobre o couro cabeludo, base do crânio, sobre o cérebro exposto ou na profundidade do
mesmo (Montenegro et al. 2001).
Neurônios marca-passos distribuídos pelo tálamo oscilam
sincronicamente no espectro de freqüência alfa (7.5 – 12.5 Hz), estes produzem o ritmo