aprendeu a sempre estar ansioso, esperando algo eminente acontecer. Seu sono será
sempre agitado, marcado por despertares repentinos e, então, consequentemente, o bebê
não conseguirá distinguir se nesses intervalos de sono, já é hora de mamar porque está
com fome ou ansioso demais para esperar pelo tempo aproximado entre uma mamada
saudável e outra. Dotado, então, de uma ansiedade extrema, será até mesmo dificultoso
o processo de pegar o seio da mãe de maneira correta de modo a não engolir ar demais e
leite de menos, causando, desse modo, cólicas, e sem a quantidade de leite correta, o
que culminará em fome e em despertares mais frequentes para uma nova mamada.
Sabemos, é claro, que este não seria o único fator contribuinte para o surgimento das
cólicas, mas, sim, o entendemos como um grande determinante e/ ou agravante.
Vimos de maneira simples como o bebê é influenciado desde o ventre materno.
Passaremos, então, para a fase após o seu nascimento, logo nas primeiras mamadas.
A mulher que prezava sua liberdade para trabalhar fora e se divertir nas horas de lazer,
vai cedo descobrir que a privação de tudo em benefício de um pequeno e indefeso ser
vai agora reger toda a sua vida. Esse pequeno ser será como escreveu Melaine Klein
“sua majestade, o bebê”. Todas as suas necessidades serão atendidas pela mãe, mesmo
cansada, de maneira pronta e inquestionável. Não importa se a mãe é ou não uma
mulher inteligente, instruída ou tão pouca experiência de vida que possuir. A verdade é
que nada disso conta para o fato de ser, ou não, uma boa mãe. Não é estranho que algo
tão importante como ser mãe dependa tão pouco de uma inteligência?
Para que os bebês se convertam, finalmente, em adultos saudáveis, em indivíduos
independentes, mas socialmente preocupados, dependem totalmente de que lhes seja dado um
bom principio, o qual está segurado, na natureza, pela existência de um vínculo entre a mãe e o
seu bebê: amor é o nome desse vínculo. Portanto, se você ama o seu filhinho, ele estará
recebendo um bom princípio. (WINNICOTT, 2008, p. 17)