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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM
CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE
SIMONI STEINER
AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO CURSO DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS: UM ESTUDO EMPÍRICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Vitória
2004
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SIMONI STEINER
AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO CURSO DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS: UM ESTUDO EMPÍRICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Contábeis da Fundação
Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade,
Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre em
Ciências Contábeis – nível profissionalizante.
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Augusto Ricardino Filho
Vitória
2004
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Dedico este trabalho ao
s
meus pais Paulo Miraglia Steine
r
e Norma Andrade Steiner,
aos meus irmãos Max e William
.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contexto
Grandes transformações vêm ocorrendo no âmbito da educação superior no
Brasil nos últimos oito anos: a mudança da legislação educacional, a partir de 1996,
e a implantação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (INEP,
2004). Tudo isso acompanhado de ampla discussão sobre a qualidade desse
ensino.
Em uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, de 13 de junho de 2003,
que trata da desigualdade social entre os brancos e os negros, verifica-se que o
salário aumenta em função do crescimento do nível de escolaridade: os indivíduos
que possuem nível de escolaridade até a 4ª série recebem rendimento em média de
R$ 289,60. Já os estudantes do ensino superior chegam a receber em média R$
2.596,00. Esse pode ser um dos motivos que explica o crescimento do número de
Instituições de Ensino Superior em todo o Brasil, conforme o Censo da Educação
Superior de 2003 demonstrado na Tabela 1:
Tabela 1: Crescimento do nº de IES nos últimos oito anos
Período 1996 2000 2002 2004
Número de IES
922 1.180 1.637 2081
Crescimento %
28% 38,7% 28%
Fonte: Inep (2004).
O número de Instituições de Ensino Superior em 1996 aumentou de 922 para
2081 IES em abril de 2004, havendo um crescimento de 125,7%. Segundo o (INEP,
2004) os estados brasileiros que mais cresceram foram: São Paulo, Espírito Santo,
Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais. Em Brasília, o Instituto de
Educação Superior (Iesb) é uma das Instituições particulares que mais cresceu. Ao
iniciar suas atividades em março de 1998, possuía 320 alunos com dois cursos
oferecidos. Em 2000, passou para mais de 3.000 estudantes distribuídos em mais de
uma dezena de cursos.
Essa demanda, aparentemente positiva, deve ser observada sob dois
prismas:
1) O primeiro indica um maior número de estudantes e, conseqüentemente, mais
profissionais com nível superior. De acordo com o Ministério da Educação, esse
contingente de brasileiros com diploma de curso superior representa 14% da
população, pretendendo o Ministério da Educação aumentar esse patamar em 2008
para 30%, um número baixo, ainda, se comparado ao dos Estados Unidos (80%), ao
da Inglaterra (48%), ou ao da Argentina (39%). (REVISTA VEJA, 2000).
2) O aspecto negativo da questão diz respeito à qualidade do ensino ministrado.
Diante das mudanças na Legislação, dificilmente as IES que estão iniciando suas
atividades possuem todos os requisitos mínimos exigidos. Segundo o MEC as
Instituições de Ensino Superior devem atender aos seguintes itens considerados
importantes para a manutenção da qualidade de ensino conforme o Decreto 3.860,
artigo 17, de 9 de julho de 2001 do Ministério da Educação (BRASIL, 2001):
Grau de autonomia assegurado pela entidade mantenedora;
Plano de desenvolvimento institucional;
Independência acadêmica dos órgãos colegiados da instituição;
Capacidade de acesso a redes de comunicação e sistemas de informação;
Estrutura curricular adotada e sua adequação com as diretrizes curriculares
nacionais de cursos de graduação;
Critérios e procedimentos adotados na avaliação do rendimento escolar;
Programas e ações de integração social;
Produção científica, tecnológica e cultural;
Condições de trabalho e qualificação docente;
Auto-avaliação realizada pela instituição e as providências adotadas para
saneamento de deficiências identificadas;
Os resultados de avaliações coordenadas pelo MEC.
Para mensurar tais efeitos e, ao mesmo tempo, acompanhar o
desenvolvimento das novas IES, o Ministério da Educação criou a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (que institui um processo regular de avaliação de ensino e a
valorização do magistério) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(institui o Exame Nacional de Cursos - Provão, o Censo da Educação Superior, a
Avaliação das Condições de Ensino e a Avaliação Institucional).
A avaliação dos cursos de graduação teve início em 1996, quando o primeiro
Exame Nacional de Cursos foi aplicado aos alunos concluintes de três cursos. O
curso de Ciências Contábeis participou pela primeira vez em 2002 e não obteve
resultado satisfatório. Um curso superior, conforme o artigo 43 da LDB (BRASIL,
1996), tem como um de seus objetivos “formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua”.
Os conceitos do Provão, e, ainda, a média das dez melhores faculdades de Ciências
Contábeis, em atividade no país, são inferiores à nota mínima necessária para
aprovação no curso. Esses dados indicam que as IES não estão alcançando um de
seus objetivos.
O Resumo Técnico do Exame Nacional de Cursos (INEP, 2003), contém um
questionário com perguntas aos 423.946 formandos dos 5.897 cursos das 26 áreas.
O objetivo foi obter a opinião sobre sua percepção dos cursos e revelar o perfil dos
estudantes brasileiros. Algumas respostas serão reproduzidas, dada a similaridade
com o tema em estudo nesta pesquisa:
- Dos alunos que cursam Ciências Contábeis, 68% trabalham;
- As horas dedicadas ao estudo, fora das salas de aula, estão limitadas a uma
ou duas;
- 15% afirmaram desconhecer o projeto pedagógico da Instituição de Ensino
Superior onde estudam;
- No que diz respeito as atividade de pesquisa 33% responderam que não se
interessaram ou não tiveram oportunidade de desenvolvê-las e 20%
responderam que não lhes foi solicitada atividades dessa natureza.
As características da região onde os cursos se encontram estabelecidos é
uma outra questão a ser observada e discutida. Pesquisa realizada pelo Conselho
Federal de Contabilidade (1996), intitulada O Perfil do Contabilista Brasileiro,
constatou que 45% dos formandos em Contabilidade e muitos egressos de cursos
superiores em Contabilidade permanecem na região em que estudaram. Esses
dados são importantes à medida que a inclusão de disciplinas com características
regionais está prevista no Parágrafo 1º do artigo 4º item C da Resolução nº 3 de 5
de outubro de 1992:
O
s conhecimentos obrigatórios constantes das Categorias I, II, e III
deverão ser ministrados sob a forma de uma ou mais disciplinas, a critério
de cada instituição, em atendimento a situações específicas de natureza
regional ou institucional e aos interesses dos corpos docente e discente.
Além de indícios de problemas com o ensino superior citado anteriormente,
Marion (2003, p. 2) identifica algumas insuficiências no ensino de contabilidade no
Brasil:
docentes de contabilidade que não produzem pesquisa na área;
Docentes pouco preocupados com a metodologia do ensino das disciplinas
que ministram aos seus alunos;
Instituições que meramente reproduzem, entre si, as ementas das
disciplinas. Não há preocupação com inovações;
O perfil deste aluno será de alguém que não sabe encontrar soluções, não
tem pensamento crítico, não é criativo, não tem raciocínio contábil e,
dificilmente, será um pesquisador.
Para evitar que os problemas já descritos permaneçam e que as IES possam
adequar-se aos tempos atuais, os Pareceres e Resoluções do MEC são importantes,
porque definem as diretrizes curriculares dos cursos. Neles estão inseridas as
competências e habilidades que o aluno deve ter para tornar-se um profissional
capaz de atender as demandas do mercado de trabalho. Atualmente é na Resolução
6 (BRASIL, 2004) que constam as exigências ao atendimento das Diretrizes para o
curso de Ciências Contábeis e a descrição do perfil e as competências e habilidades
desejadas aos formandos.
1.2 Caracterização do Problema
O MEC - Ministério da Educação e Cultura - recomenda algumas
competências e habilidades inerentes à profissão contábil. As Instituições de Ensino
Superior – IES - conceitualmente deveriam estar preparadas para formar alunos que
atendessem a esses quesitos. O aumento do número de IES, o expressivo
percentual de conceitos C, D e E constatados pelo Provão, a pesquisa de Marion
(2003, p. 2) que mostra insuficiências no ensino contábil, a preocupação com o
ensino também voltado para a região onde a Instituição está estabelecida e a
opinião dos alunos que fizeram o provão em 2003, todos esses itens, observados
em conjunto, mostram problemas que podem comprometer os objetivos do Ministério
da Educação e Cultura, estabelecidos pela Lei de Diretrizes Bases da Educação,
Pareceres e Resoluções e descaracterizar o perfil dos formandos dos diversos
cursos e, em particular, o de Ciências Contábeis.
Diante desse quadro, a questão que esta pesquisa procurará responder é:
Qual a relação entre as competências e habilidades dos formandos do curso
de Ciências Contábeis do Estado do Espírito Santo e as recomendadas pelo MEC
em 2002, a partir da percepção dos formandos e coordenadores no ano de 2003?
1.3 Objetivos da Pesquisa
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo geral desta pesquisa é verificar a relação das competências e
habilidades dos formandos do curso de Ciências Contábeis do Estado do Espírito
Santo com as recomendadas pelo MEC.
1.3.2 Objetivos específicos
1. Verificar se as competências e habilidades descritas no projeto pedagógico das
IES estão de acordo com as recomendadas pelo MEC, segundo os coordenadores,
e em que grau de intensidade vêm sendo desenvolvidas, segundo a ótica dos
formandos;
2. Identificar a existência de disciplinas com características programáticas regionais,
de acordo com Parágrafo 1º do artigo 4º item C da Resolução nº 3 de 5-10-1992 do
MEC;
3. Diagnosticar o perfil do formando do curso de Ciências Contábeis do Estado do
Espírito Santo no ano de 2003, em relação a sexo, idade, satisfação e avaliação do
curso.
1.4 Justificativa
A opção por um trabalho desta natureza decorre da importância da qualidade
na educação para o desenvolvimento da sociedade em geral e da relevância do
ensino de contabilidade como área específica de interesse na formação de
profissionais, cujo desempenho é essencial ao bom funcionamento e aos resultados
de todo tipo de organização.
Por meio da verificação do Planejamento Institucional, assim como do
desenvolvimento prático, será diagnosticado o nível de qualidade educacional com o
fim de se proporem soluções;
Segundo Marion (2003, p. 2), existem poucas pesquisas empíricas, e estas
têm sido realizadas procurando identificar efetivamente as ineficiências no ensino
superior (seja por parte dos alunos e dos professores, seja por parte da
coordenação e Instituição) para demonstrar as verdadeiras causas desse problema.
1.5 Metodologia de Pesquisa
Metodologia significa, “etimologicamente, o estudo dos caminhos, dos
instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental, a serviço
da pesquisa” (DEMO, 1981, p. 7).
Para responder às questões da pesquisa delineada neste primeiro capítulo,
optou-se por adotar as seguintes metodologias: a pesquisa bibliográfica e a
pesquisa de campo.
1.5.1 Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica, segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 183):
abrange toda bibliografia tornada pública em relação ao tema de estudo,
desde jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses até meios de
comunicação orais: rádio, gravações em fitas magnéticas e audiovisuais:
filmes e televisão com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto
com tudo que foi escrito.
No capítulo 1, com o objetivo de demonstrar antecedentes para esta
pesquisa, foram coletados dados em jornais e revistas que publicam reportagens
sobre a educação do país atualmente, bem como nos sites do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep.
No capítulo 2, foram coletados dados para fundamentação teórica desta
pesquisa, baseada na Lei de Diretrizes Bases da Educação – LDB, Resolução
3/1992, Resolução 6/2004 e pareceres: 146/2002, 067/2003, 108/2003 e 289/2003.
No capítulo 3, com o objetivo de demonstrar as características do Estado do
Espírito Santo, encontram-se expostos os resultados das pesquisas realizadas em
sites como o da Agência do Desenvolvimento do Espírito Santo – Aderes e as
revistas da Federação das Indústrias do Espírito Santo – Findes.
1.5.2 Pesquisa de Campo
Martins e Lintz (2000, p. 50) definem questionário como “um conjunto
ordenado e consistente de perguntas a respeito de variáveis, e situações, que se
deseja medir ou descrever”. Para a execução deste trabalho, essa técnica foi
aplicada aos alunos do 7º ou 8º período. As perguntas utilizadas no questionário
foram do tipo fechadas dicotômicas, como definem Martins e Lintz (2000, p. 50),
“uma pergunta com duas respostas possíveis” e, em sua maioria, perguntas de
estimação ou avaliação, “uma pergunta com respostas com vários graus de
intensidade para um mesmo item”, como definem Marconi e Lakatos (2003, p. 204);
e uma pergunta aberta, “chamadas livre ou não limitadas”, conforme Marconi e
Lakatos (2003, p. 204).
As vantagens do questionário como instrumento de coleta de dados, segundo
Marconi e Lakatos (2003, p. 201), são:
Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados;
Atinge maior número de pessoas simultaneamente;
Abrange uma área geográfica mais ampla;
Economiza pessoal, tanto em adestramento quanto em trabalho de campo;
Obtém respostas mais rápidas e mais precisas;
Há maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato;
Há mais segurança, pelo fato de as respostas não serem identificadas;
Há menos risco de distorção, pela não influência do pesquisador;
Há mais tempo para responder e em hora mais favorável;
Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do
instrumento;
Obtém respostas que materialmente serão inacessíveis.
Nesta pesquisa a principal vantagem para que se obtivesse um maior número
de respondentes foi a entrega do questionário aos alunos em horário de aula,
porque a devolução foi imediata e a presença da pesquisadora sanou algumas
dúvidas surgidas no momento.
As desvantagens de um questionário, segundo Marconi e Lakatos (2003,
p.202), são:
Percentagem pequena dos questionários que voltam;
Grande número de perguntas sem respostas;
Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas;
Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas;
A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma
uniformidade aparente;
Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão
influenciar a outra;
A devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização;
O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos torna
difícil o controle e a verificação;
Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, invalidando,
portanto, as questões;
Exige um universo mais homogêneo
.
Das desvantagens citadas, a principal é que “A dificuldade de compreensão
por parte dos informantes leva a uma uniformidade aparente”. Em se sabendo de tal
limitação, as competências e habilidades recomendadas pelo MEC apenas foram
citadas de acordo com o Parecer 146/2002, sem maiores explicações para não
induzir os entrevistados a esta ou àquela resposta.
As opções de respostas às perguntas do item 2.1 ao 2.8 obedecem a uma
Escala de Intensidade que varia em quatro graus. Segundo Marconi e Lakatos
(1999, p. 121) as respostas a um questionário podem dar idéia de escala que varia
de três a cinco graus. Essa escala facilita ao formando responder sobre o grau de
intensidade do desenvolvimento das competências e habilidades.
Conforme dados do (INEP, 2004), existem 24 Instituições de Ensino Superior
no Estado do Espírito Santo que oferecem o curso de Ciências Contábeis. Das 24
existentes, oito não possuíam formandos. Das dezesseis remanescentes, com uma
IES não conseguimos contato, o que resultou na aplicação do questionário a 15 IES
que possuíam formandos em 2003. Para preservar o anonimato e o sigilo das
informações prestadas, os nomes das IES foram substituídos por letras do alfabeto
de A até P.
Para se verificar a existência de disciplinas com características regionais, foi
aplicado um questionário aos coordenadores de curso com duas perguntas para
cada Instituição. A opção pelo questionário (Apêndice B) foi devido à dificuldade de
acesso ao Projeto Pedagógico, pois não foi autorizado pelos Diretores.
1.5.3 Cálculo de Amostragem
No sentido de verificar se a amostra examinada está de acordo com a
amostra mínima considerável dentro da população, ou seja, se o número de alunos
que responderam ao questionário é relevante em relação ao número de alunos
matriculados, recorreu-se à fórmula de cálculo amostral para universos de população
finita, conforme a fórmula de cálculo de amostra mínima (COCHRAN, 1964, p. 75):
n – Número de alunos mínimos para a amostra.
0
n – Número de alunos que responderam ao questionário
N – Número de alunos matriculados (população)
A Tabela 2 descreve o resultado do cálculo de amostra de cada IES para ser
comparado com o número de alunos pesquisados. Se o número de alunos
pesquisados for maior que o número de alunos mínimos para a amostra, isso
significa que a amostra é considerável para a pesquisa. Para efeito de comparação,
as casas decimais, constantes da última coluna à esquerda, foram “arredondadas”
para maior.
Tabela 2: Resultado do Cálculo de Amostra Mínima
Instituição de Ensino
Superior
Nº de Alunos
Matriculados
Nº de Alunos
Pesquisados
Nº de Alunos mínimos
p/ Amostra
A 10 6 3,75 ~ 4
B 25 19 10,80 ~ 11
C 35 11 8,40 ~ 9
D 52 47 24,68 ~ 25
E 60 37 22,88 ~ 23
F 38 32 17,37 ~ 18
G 72 52 30,19 ~ 31
H 109 74 44,07 ~ 45
I 20 18 9,47 ~ 10
J 40 24 15
L 26 22 11,91 ~ 12
M 37 18 12,10 ~ 13
N 90 41 28,16 ~ 29
O 36 23 14,03 ~ 15
P 17 14 7,67 ~ 8
TOTAL 667 438
Como se pode verificar na Tabela 2, as amostras em todas as Instituições
estão além da amostra mínima considerável para a pesquisa.
N
n
n
n
0
0
1 +
=
23
1.6 Delimitação do Tema
Embora a análise do grau de conformidade das instituições de ensino superior
de Ciências Contábeis às competências e habilidades exigidas pelo MEC seja um
tema de abrangência nacional, pois existem 756 Faculdades de Ciências Contábeis
no Brasil, delimitamos a pesquisa às 24 IES no Estado do Espírito Santo que
oferecem o curso de Ciências Contábeis. A pesquisa foi aplicada apenas aos alunos
do 7º e 8º semestres, uma vez que as perguntas objetivavam obter a opinião apenas
dos formandos. A pesquisa foi elaborada em 2003 com base no Parecer 146
aprovado em 2002. Este foi revogado pelo Parecer 067/2003 relacionando as
mesmas competências e habilidades que os formandos deverão possuir e foram
enfatizadas maior liberdade e flexibilização das IES em inovar seu projeto
pedagógico para o atendimento às contínuas mudanças.
1.7 Contribuição
A contribuição desta pesquisa é disseminar informações sobre o ensino
superior de contabilidade no Estado do Espírito Santo tanto para estudantes, quanto
para professores e coordenadores de curso e a quem possa interessar bem como
diagnosticar o quanto as IES têm que evoluir para se aproximarem das
recomendações do MEC, com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino do
Curso de Ciências Contábeis.
24
2 O CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO BRASIL
2.1 Introdução
O propósito deste estudo é verificar a relação das competências e habilidades
dos formandos do curso de Ciências Contábeis do Estado do Espírito Santo às
recomendadas pelo MEC. Para uma IES chegar ao objetivo final, que é formar
alunos com competências e habilidades desejadas, ela deverá primeiramente
atender aos requisitos mínimos para a formação do aluno de nível superior e para o
aluno do curso de Ciências Contábeis, que é o foco desta dissertação e ao mesmo
tempo, as IES precisam ter mecanismos de planejamento.
Para isso, este capítulo encontra-se dividido em quatro partes:
Primeira: é feita uma abordagem sobre a formação do aluno de nível superior de um
modo geral.
Segunda: são apresentadas as diretrizes curriculares para a formação dos alunos do
curso de Ciências Contábeis.
Terceira: indica-se o planejamento da Instituição de Ensino Superior por intermédio
do Plano de Desenvolvimento Institucional e do Projeto Pedagógico.
25
Quarta: são descritos o perfil desejado e as competências e habilidades
recomendadas pelo Ministério da Educação para os formandos do curso de Ciências
Contábeis.
2.2 Requisitos para a Formação do Aluno de Ensino Superior
Segundo a Lei 9.394 de 20-12-96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(BRASIL, 1996):
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a
inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento
da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio
em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e
técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber
através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional
e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos
que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do
conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à
difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
Para que as Instituições de Ensino Superior atinjam esses objetivos, devem
atender a um determinado padrão de qualidade elaborado pelas Comissões de
Especialistas na Educação – CEE - das diversas áreas do conhecimento, instituídas
no âmbito da Secretaria de Educação Superior do MEC - SESu.
26
Conforme o Art. 17, item II, do Decreto nº 3.860, de 9 de julho de 2001, que
dispõe sobre a organização do ensino superior e a avaliação de cursos e
instituições, será avaliado o desempenho individual das lES periodicamente pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep, como se segue:
a) Grau de autonomia assegurado pela entidade mantenedora
De acordo com o art. 53 da Lei nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação – LDB (BRASIL,1996):
No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem
prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de
educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da
União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino;
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas observadas as
diretrizes gerais pertinentes;
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica,
produção artística e atividades de extensão;
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade
institucional e as exigências do seu meio;
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em
consonância com as normas gerais atinentes;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como
administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais;
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no
ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação
financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas.
Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das
universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir,
dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre:
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
II - ampliação e diminuição de vagas;
III - elaboração da programação dos cursos;
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;
V - contratação e dispensa de professores;
VI - planos de carreira docente.
27
Como se percebe no artigo 53 da Lei 9.394 da LDB (BRASIL, 1996), as IES
têm ampla liberdade e grau de responsabilidade sobre a gestão dos cursos que
oferecem. A partir dessas premissas, cabe ao INEP avaliar o quanto e como as IES
usaram dessa autonomia para criar, estruturar e promover um curso de qualidade.
b) Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI
O Plano de Desenvolvimento Institucional consiste em um compromisso da
Instituição com o Ministério da Educação a ser apresentado pela mantenedora.
Nesse documento são definidas a missão da instituição de ensino superior e as
estratégias para atingir suas metas e objetivos, abrangendo um período de cinco
anos de acordo com o Art. 6 da Resolução 10 (BRASIL, 2002, P. 2). Este ponto será
descrito no item 2.3.1 deste capítulo.
c) Independência acadêmica dos órgãos colegiados da instituição
Conforme o artigo 53 da LDB (BRASIL, 1996):
Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das
universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir,
dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre:
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
II - ampliação e diminuição de vagas;
III - elaboração da programação dos cursos;
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;
V - contratação e dispensa de professores;
VI - planos de carreira docente.
O artigo 53 da LDB (BRASIL, 1996), parágrafo único indica autonomia
didático-científica para as IES. O colegiado indicado nesse parágrafo único é
composto pelo coordenador do curso, pelos professores e pelos representantes de
alunos. Todos os itens expostos deverão estar descritos no Projeto Pedagógico.
28
Para que suas ações sejam planejadas e executadas, é necessário que as IES
façam reuniões com a participação de todos os componentes do colegiado.
d) Capacidade de acesso a redes de comunicação e sistemas de informação
Tal qual está descrito no art. 6, parágrafo 5º, item II da Resolução 10
(BRASIL, 2002, p. 2):
deverá ser inserida no PDI a descrição das instalações e equipamentos
existentes e a serem adquiridos, identificando a correlação pedagógica com
os cursos e programas implantados ou previstos e, quando for o caso, sua
disponibilidade para pesquisa.
Os equipamentos de informática são importantes para o aluno na realização
de pesquisas e exercícios práticos.
e) Estrutura curricular adotada e sua adequação com as diretrizes curriculares
nacionais de cursos de graduação
De acordo com a Resolução 6 (BRASIL, 2004), a razão da existência da
estrutura curricular adotada pelas IES está baseada nestes princípios:
Assegurar às instituições de ensino superior ampla liberdade na composição
da carga horária a ser cumprida para a integralização dos currículos, assim
como na especificação das unidades de estudos a serem ministradas;
Indicar os tópicos ou campos de estudo e demais experiências de ensino-
aprendizagem que comporão os currículos, evitando ao máximo a fixação
de conteúdos específicos com cargas horárias predeterminadas, as quais
não poderão exceder 50% da carga horária total dos cursos;
Evitar o prolongamento desnecessário da duração dos cursos de
graduação;
Incentivar uma sólida formação geral, necessária para que o futuro
graduado possa vir a superar os desafios de renovadas condições de
exercício profissional e de produção do conhecimento, permitindo variados
tipos de formação e habilitações diferenciadas em um mesmo programa;
Estimular práticas de estudo independentes, visando a uma progressiva
autonomia profissional e intelectual do aluno;
Encorajar o aproveitamento do conhecimento, habilidades e competências
adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se referirem à
29
experiência profissional julgada relevante para a área de formação
considerada;
Fortalecer a articulação da teoria com a prática, valorizando a pesquisa
individual e coletiva, assim como os estágios e a participação em atividades
de extensão, as quais poderão ser incluídas como parte da carga horária;
Incluir orientações para a condução de avaliações periódicas que utilizem
instrumentos variados e sirvam para informar a docentes e a discentes
acerca do desenvolvimento das atividades didáticas.
f) Critérios e procedimentos adotados na avaliação do rendimento escolar
De acordo com a Resolução 6 (BRASIL, 2004):
As IES deverão adotar formas específicas e alternativas de avaliação,
internas e externas, sistemáticas, englobando todos os envolvidos no
processo dos cursos, centrados em aspectos considerados fundamentais
para a identificação do perfil do formando, estando presentes o
desempenho da relação professor x aluno, a parceria do aluno com a
instituição e o professor.
É importante destacar que as Instituições devem oferecer métodos diferentes
de avaliação, assim como o caráter inter e multidisciplinar nas ações didáticas e
produções científicas à disposição da sociedade.
g) Programas e ações de integração social
O artigo 84 da LDB (BRASIL, 1996):
Os discentes da educação superior poderão ser aproveitados em tarefas de
ensino e pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo funções de
monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos. As IES
podem elaborar projetos e atender a sociedade com a participação de
alunos. Assim o aluno aprende e contribuirá para a sociedade.
h) Produção científica, tecnológica e cultural:
De acordo com a LDB (BRASIL, 1996):
Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas para realização
dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou
superior em sua jurisdição.
Parágrafo único. O estágio realizado nas condições deste artigo não
estabelece vínculo empregatício, podendo o estagiário receber bolsa de
30
estágio, estar segurado contra acidentes e ter a cobertura previdenciária
prevista na legislação específica.
A idéia é propiciar a inserção no mercado de trabalho, pois a experiência
adquirida no estágio poderá contribuir para que o aluno ponha em prática o que lhe
foi ensinado.
i) Condições de trabalho e qualificação docente
O artigo 52 da LDB (BRASIL, 1996):
As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros
profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e
cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos
temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e
cultural, quanto regional e nacional;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de
mestrado ou doutorado;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por
campo do saber.
O Ministério da Educação entende que, para que a IES atenda aos seus
objetivos, é necessário que o corpo docente seja qualificado e se dedique à
instituição implantando e pensando ações para a melhoria do curso, por isso exige o
regime integral. Na estrutura curricular existem matérias mais teóricas que precisam
de um professor que tenha um estudo mais profundo, como um mestre ou um
doutor, mas em outras disciplinas mais práticas podem existir professores sem
mestrado, mas com uma larga experiência no mercado de trabalho.
O Art. 66 da LDB (BRASIL, 1996):
A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de
pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com curso
de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título acadêmico.
31
No Art. 67 da LDB (BRASIL, 1996):
Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da
educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos
planos de carreira do magistério público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento
periódico remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na
avaliação do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na
carga de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.
Parágrafo único. A experiência docente é pré-requisito para o exercício
profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das
normas de cada sistema de ensino.
Todos esses itens que serão avaliados pelo Inep são importantes para que a
IES alcance o objetivo maior: formar alunos com as competências e habilidades
especificadas pela Resolução 6 (Brasil, 2004). Cabe às IES planejar ações que
atendam a esses objetivos.
2.3 Plano de Desenvolvimento Institucional e Projeto Pedagógico
2.3.1 Plano de Desenvolvimento Institucional
De acordo com a legislação básica para a elaboração do PDI
1
:
A elaboração do PDI deverá explicitar o modo pelo qual o documento foi
construído e a interferência que exercerá sobre a dinâmica da Instituição,
tendo como pressuposto o atendimento ao conjunto de normas vigentes. É
imprescindível, na elaboração do PDI, considerar como princípios, a clareza
e a objetividade do texto, bem como a coerência, de forma a expressar a
adequação entre todos os seus elementos, de forma a demonstrar a
viabilidade do seu cumprimento integral.
1
Legislação Básica para Elaboração do PDI: Lei Nº 9.394/1996 (LDB), Lei nº , Decreto Nº 3.860/2001, Decreto
Nº 2.494/1998, Portaria MEC N
o
1.679/1999, Portaria MEC Nº 1.466/2001, Portaria MEC Nº 301/1998,
Resolução CES/CNE N
o
10/2002, Resolução CES/CNE N
o
2/1998, Resolução CNE/CP N
o
1/1999, Resolução
CP/CNE Nº 1/2002 (art.7º), Resolução CES/CNE Nº 1/2001, Parecer CES/CNE Nº 1.070/1999
32
Descrição dos Itens de um Planejamento de Desenvolvimento Institucional:
A1 Perfil Institucional
A1.1 Da missão: qual é a missão institucional?
Breve Histórico da IES (incluindo auto-avaliação, para IES em
funcionamento);
Finalidades
Áreas de atuação e inserção regional
Diretrizes Pedagógicas
A1.2 Dos objetivos: quais são os objetivos gerais da instituição?
Descrição dos objetivos gerais da instituição
A1.3 Das metas: quais são as metas previstas para se atingirem os
objetivos gerais?
Descrição das metas – quantificação e prazos para atingir os objetivos
A2 Planejamento e Gestão Institucional
A2.1 Objetivos e Metas específicos para Planejamento e Gestão
Institucional
A2.2. Organização acadêmica e administrativa
Estrutura Organizacional e Instâncias de Decisão
Órgãos Colegiados: atribuições e Competências
Organização administrativa
Relações e parcerias com a comunidade
Cooperação e parcerias com instituições e empresas
Organização e gestão de pessoal:
• Corpo docente – estruturação, políticas de qualificação, plano de carreira e
regime de trabalho
• Corpo técnico-administrativo – estruturação e políticas de qualificação e
carreira
• Corpo discente – condições de acesso, registro e controle acadêmico,
políticas de qualificação, facilidades e oportunidades oferecidas.
A2.3. Planejamento e Organização Didático-Pedagógicos
Plano para atendimento às diretrizes pedagógicas, estabelecendo os
critérios para definição de: perfil de egressos, competências a serem
desenvolvidas, seleção de conteúdos, princípios metodológicos, processos
de avaliação, políticas de estágio prático profissional e atividades
complementares, políticas de extensão, pesquisa e iniciação científica.
A2.4. Oferta de Cursos e Programas
Listar, identificando, os cursos em quatro categorias: os já em
funcionamento, os que têm pedido de autorização tramitando no MEC;
aqueles para os quais se solicita autorização para funcionamento neste
momento; os que estejam inseridos no planejamento da IES, para futura
solicitação de autorização (IES não universitárias) ou para implantação (IES
universitárias).
Identificar também se a oferta é presencial, à distância ou fora de sede.
Pós-graduação (stricto sensu ou lato sensu);
Graduação (bacharelado ou licenciatura)
Seqüenciais (formação específica, complementação de estudos)
Formação de Tecnólogos
Programas Especiais de Formação Pedagógica
33
Programas de Extensão
Programas de Pesquisa
A2.5. Infra-estrutura Física e Acadêmica
Área física: instalações prediais
Recursos infra-estruturais e tecnológicos acadêmicos (salas de aula;
bibliotecas, laboratórios, equipamentos, informatização e outros, tanto
gerais quanto por áreas).
A2.6. Aspectos Financeiros e Orçamentários (para as IES privadas)
Estratégia de gestão econômico-financeira
Previsão orçamentária e cronograma de execução (5 anos)
Planos de investimentos
Adequação da gestão financeira prevista
A3. Avaliação e Acompanhamento do Desempenho Institucional
A3.1. Objetivos e Metas específicos para Avaliação e Acompanhamento do
Desempenho Institucional.
A3.2. Projeto de Acompanhamento e Avaliação do Desempenho
Institucional
Processos de acompanhamento e avaliação, interna e externa, das
atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão, Planejamento e Gestão.
Procedimentos e ações conseqüentes previstas, tendo em vista os
resultados de processos de auto-avaliação institucional
Formas de participação da comunidade acadêmica, técnica e administrativa.
Formas de utilização dos resultados das avaliações (internas e oficiais) na
revisão do planejamento e do PDI, tendo em vista o atendimento dos
padrões de qualidade estabelecidos interna e externamente.
A4 Cronograma de Implementação do PDI
Etapas e Cronograma de Implementação do PDI
2.3.2 Projeto Pedagógico
O Projeto Pedagógico é o princípio norteador do curso e substrato do projeto
pedagógico da Instituição de Ensino Superior. É a razão de ser do curso. É o que
determina, em grande medida, sua qualidade e seriedade, sendo, antes de qualquer
coisa, a própria proposta do curso.
De acordo com a Resolução 6 (BRASIL, 2004):
as IES deverão, na composição dos seus projetos pedagógicos, definir, com
clareza, os elementos que lastreiam a própria concepção do curso, o seu
currículo pleno e sua operacionalização, destacando-se os seguintes
elementos, sem prejuízo de outros:
34
- objetivos gerais do curso, contextualizados em relação às suas inserções
institucionais, política, geográfica e social;
- condições objetivas de oferta e a vocação do curso;
- cargas horárias das atividades didáticas e da integralização do curso;
- formas de realização da interdisciplinaridade;
- modos de integração entre teoria e prática;
- formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
- modos da integração entre graduação e pós-graduação, quando houver;
- cursos de pós-graduação lato sensu, nas modalidades especialização,
integradas e/ou subseqüentes à graduação, e de aperfeiçoamento, de
acordo com a evolução das ciências, das tecnologias e das efetivas
demandas do desempenho profissional, observadas as peculiaridades de
cada área do conhecimento e de atuação, por curso;
- incentivo à pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de
ensino e como instrumento para a iniciação científica;
- concepção e composição das atividades de estágio, por curso;
- concepção e composição das atividades complementares;
- oferta de cursos seqüenciais e de tecnologia, quando for o caso.
Ressalta-se que nos itens anteriormente citados, o PDI é o planejamento
Institucional, e o projeto pedagógico é o planejamento do curso. Para que a IES
alcance o objetivo de formar alunos com competências e habilidades desejadas, é
necessário que haja um planejamento conciso desde o perfil, gestão e estrutura da
Instituição até o planejamento acadêmico bem articulado com o conhecimento e
participação de todo o colegiado do curso.
2.4 Diretrizes Curriculares para a Formação dos Alunos do Curso
de Ciências Contábeis
Segundo Marion (2003, p. 4), a Resolução 03 (BRASIL, 1992) trouxe grande
contribuição e aprimoramento para o ensino da Contabilidade no Brasil. A partir
desta resolução ficou estabelecida a duração mínima de 2.700 horas-aula, num
mínimo de quatro e máximo de sete anos e foram estabelecidas também três
categorias de conhecimento, conforme o artigo 4º desta Resolução (Brasil, 1992):
35
Categoria I – Conhecimentos de Formação Geral de natureza humanística e
social:
a) Como obrigatórios: Língua Portuguesa; Noções de Direito; Noções de
Ciências Sociais; Ética Geral e Profissional;
b) E outros, obrigatórios ou eletivos, a critério da Instituição, tais como:
Noções de Psicologia, Filosofia da Ciência, Cultura Brasileira e outras.
O percentual das disciplinas da categoria I deve ser distribuído entre 15 e
25% do total da carga horária.
Categoria II – Conhecimentos de Formação Profissional:
a) Conhecimentos obrigatórios de Formação Profissional básica:
Administração Geral; Economia; Direito Aplicado; Matemática e Estatística;
b) Conhecimentos obrigatórios de Formação Profissional Específica:
Contabilidade Geral, Teoria da Contabilidade, Análise das Demonstrações
Contábeis, Auditoria, Perícia Contábil, Administração Financeira e
Orçamento Empresarial, Contabilidade Pública, Contabilidade e Análise de
Custos;
c) Conhecimentos Eletivos a Critério da Instituição: Contabilidade Gerencial;
Sistemas Contábeis, Contabilidade Aplicada e outros.
O percentual das disciplinas da categoria II deve ser distribuído entre 55 e
75% do total da carga horária.
Categoria III – Conhecimentos ou Atividades de Formação Complementar,
compreendendo:
a) Conhecimentos Obrigatórios de Formação Instrumental: Computação;
b) Atividades de natureza prática, a critério de cada Instituição, escolhidas
entre as seguintes:Jogos de empresas, Laboratório Contábil, Estudo de
Caso, Trabalho de Fim de curso, Estágio Supervisionado realizado em
condições reais de trabalho, e outras.
O percentual das disciplinas da categoria III deve ser distribuído em 10 a
20% do total da carga horária.
O Parágrafo 1º do artigo 4º da Resolução 3 (BRASI, 1992), contempla a
recomendação do MEC sobre conhecimentos de natureza regional:
Os conhecimentos obrigatórios constantes das Categorias I, II, e III
deverão ser ministrados sob a forma de uma ou mais disciplinas, a
critério de cada instituição, em atendimento a situações específicas de
natureza regional ou institucional e aos interesses dos corpos docente e
discente.
A partir dessa estrutura básica, as IES têm autonomia para definir diferentes
perfis profissionais para cada área do conhecimento, garantindo uma flexibilidade de
cursos e carreiras, e promovendo a integração do ensino de graduação com a pós-
graduação. As IES devem contemplar, no perfil de seus formandos, as competências
36
intelectuais que reflitam a heterogeneidade das demandas sociais em relação a
profissionais de alto nível.
O Parecer 146 (BRASIL, 2002) foi importante para as IES redirecionarem
seus projetos pedagógicos. Assim os projetos pedagógicos poderiam ficar mais bem
estruturados contendo os objetivos do curso, o perfil do egresso e os conteúdos
curriculares para formar os alunos com essas habilidades. Esse parecer foi revogado
pelo Parecer 067 (BRASIL, 2003) que contém o mesmo perfil desejado e as mesmas
competências e habilidades que os formandos deverão possuir. A importância do
parecer 067 está na ênfase de maior liberdade e flexibilização para as IES inovarem
o projeto pedagógico em atendimento às contínuas mudanças.
Conforme o Parecer CES/CNE 067 (BRASIL, 2003), os cursos de graduação
em Ciências Contábeis deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em
sua organização curricular, os conteúdos curriculares que atendam aos seguintes
eixos interligados de formação:
I - Conteúdos de Formação Básica: estudos relacionados com outras áreas
do conhecimento, sobretudo Administração, Economia, Direito, Métodos
Quantitativos, Matemática e Estatística;
II – Conteúdos de Formação Profissional: estudos específicos atinentes às
Teorias da Contabilidade, além de suas relações com a Atuária, e da
Auditoria, da Controladoria e suas aplicações peculiares ao setor
público e privado;
III Conteúdos de Formação Teórico-Prática: Estágio Curricular
Supervisionado, Atividades Complementares, Estudos Independentes,
Conteúdos Optativos, Prática em Laboratório de Informática utilizando
softwares atualizados para Contabilidade.
Esse parecer vem demonstrar, de uma forma mais simples, os conteúdos
curriculares, não havendo nenhuma incrementação nesse sentido. Houve inovações
com a inserção do perfil desejado do formando e as competências e habilidades
descritas a seguir.
37
2.5 O Perfil desejado e as competências e habilidades dos
formandos do Curso de Ciências Contábeis
Atualmente é a Resolução 6 que possui todas as diretrizes bases para o
Curso de Ciências Contábeis no Brasil a serem observadas pelas IES.
A Resolução 6 (BRASIL, 2004), do Ministério da Educação:
Art. 2º A organização do curso de que trata esta Resolução se expressa
através do seu Projeto Pedagógico, abrangendo o perfil do formando, as
competências e habilidades, os componentes curriculares, o estágio
curricular supervisionado, as atividades complementares, o sistema de
avaliação, a monografia, o projeto de iniciação científica ou o projeto de
atividade como Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, como componente
opcional da instituição, além do regime acadêmico de oferta e de outros
aspectos que tornem consistente o referido projeto pedagógico.
Os itens mais importantes desta pesquisa referidas na Resolução 6 (BRASIL,
2004) são: O perfil do formando e as competências e habilidades.
O Perfil Desejado do Formando
O curso de graduação em Ciências Contábeis deve contemplar um perfil
profissional que revele a responsabilidade social de seus egressos e sua
atuação técnica e instrumental, articulada com outros ramos do saber e,
portanto, com outros profissionais, evidenciando o domínio de habilidades e
competências inter e multidisciplinares.
Competências e Habilidades
Competência significa: “poder detido por um indivíduo, em razão do seu cargo
ou função, de praticar atos próprios deste ou desta atribuição” e habilidade significa
“qualidade ou características de quem é hábil”. (DICIONÁRIO HOUAISS, 2004).
38
De acordo com a Resolução 6 (BRASIL, 2004) o objetivo do Ministério da
Educação com a criação das competências e habilidades é:
Quanto aos paradigmas das Diretrizes Curriculares Nacionais, cumpre, de
logo, destacar que elas objetivam ‘servir de referência para as instituições
na organização de seus programas de formação, permitindo flexibilidade e
priorização de áreas de conhecimento na construção dos currículos plenos.
Devem induzir à criação de diferentes formações e habilitações para cada
área do conhecimento, possibilitando ainda definirem múltiplos perfis
profissionais, garantindo uma maior diversidade de carreiras, promovendo
a integração do ensino de graduação com a pós-graduação, privilegiando,
no perfil de seus formandos, as competências intelectuais que reflitam
a heterogeneidade das demandas sociais’.
Quanto às competências e habilidades, de acordo com o artigo 4º da
Resolução 6 (BRASIL, 2004), o curso de graduação em Ciências Contábeis deve
possibilitar a formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes
competências e habilidades:
- utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem próprias das
Ciências Contábeis e Atuariais
;
-
demonstrar uma visão sistêmica e interdisciplinar da atividade
contábil;
- elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho
eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos
organizacionais;
- aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis;
- desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a
liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos
necessários aos controles técnicos, à geração e disseminação de
informações contábeis, com reconhecido nível de precisão;
- exercer suas funções com expressivo domínio das funções contábeis e
atuariais que viabilizem aos agentes econômicos e aos administradores de
qualquer segmento produtivo ou institucional o pleno cumprimento da sua
responsabilidade quanto ao gerenciamento, aos controles e à prestação de
contas da sua gestão perante a sociedade, gerando também informações
para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de valores
orientados para a cidadania;
- desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de
controle gerencial;
- exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são
prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados
aos diferentes modelos organizacionais.
39
Assim como a Resolução 3 (BRASIL, 1992) foi importante para o curso de
Ciências Contábeis devido à primeira estruturação curricular, o Parecer 146
(BRASIL, 2002) se destaca por determinar parâmetros mínimos sobre competências
e habilidades que os formandos devem adquirir durante o curso.
2.6 O Exame Nacional de Cursos – PROVÃO
A avaliação dos cursos de graduação teve início em 1996, quando o primeiro
Exame Nacional de Cursos (ENC) foi aplicado aos alunos concluintes de apenas três
cursos: Administração, Direito e Engenharia Civil. Desde então, paulatinamente,
foram incluídos outros cursos nesse processo. Os resultados são divididos em
conceitos de A até E de acordo com as faixas de notas por curso, ou seja, as
Instituições que tiveram notas mais altas tiveram conceito A e as IES que tiveram
menores notas tiveram conceito E.
O curso de Ciências Contábeis participou pela segunda vez em 2003 e as IES
obtiveram os seguintes resultados:
Tabela 3: Resultado do Provão 2003 do curso de Ciências Contábeis no Brasil
Conceitos Nº de IES %
A 73 16,3
B 57 12,7
C 173 38,6
D 76 17
E 69 15,4
TOTAL 448 100
Fonte: Inep (2004)
40
O que se observa nesse quadro geral é que o curso de Ciências Contábeis
possui um alto índice de instituições com conceito C, D/E representando 318 IES
(71%) dos formandos que participaram do Provão em todo o Brasil.
A avaliação do ENC/2003 foi distribuída por cursos e categorias
administrativas: Federal, Estadual, Municipal e Privada e os conceitos foram:
Tabela 4: Resultado do Provão 2003 por Categoria Administrativa
Categoria
Administrativa
Federal
%
Estadual
%
Municipal
%
Privada
%
Conceito “A/B” 65% 26 50% 20 35,3% 6 22,2% 78
Conceito “C” 27,5% 11 20% 8 35,3% 6 42,2% 148
Conceito “D/E” 7,5% 3 30% 12 29,4% 5 35,6% 125
TOTAL GERAL
448
40 40 17 351
Fonte: Inep (2004)
Na Tabela 4 percebe-se que os cursos de IES Privadas são em maior
número, representando 78% do total de IES e com resultado menos satisfatório, pois
das 448 IES, 273 possuem conceito C, D e E. As IES Federais possuem um melhor
resultado: um percentual maior de conceito A e o menor percentual de conceito D e
E.
Estes dados levam à conclusão de que 71% das instituições de ensino
superior em Ciências Contábeis no Brasil não oferecem suficiente preparação aos
seus discentes. Conquanto não sejam conhecidas pesquisas empíricas conclusivas
sobre as causas desse nível de despreparo, é razoável supor que alguns dos
motivos indicados a seguir, se não todos coletivamente, são responsáveis por essa
situação: inadequação da estrutura e da tecnologia, poucos professores com
formação acadêmica mínima além da graduação, coordenação de estágio que não
41
verifica se o aluno está exercendo suas atividades de acordo com seu curso,
ementas rígidas que só atendem ao mínimo exigido pelo MEC e bibliografia
desatualizada, além de alguns casos, o desinteresse por parte dos próprios alunos.
A média 46,2 das dez melhores no ranking do curso de Ciências Contábeis,
conforme a revista Veja, numa escala de 0 a 100, complementa o despreparo dos
formandos. Além do resultado expressivo de conceitos C, D e E, as dez melhores
IES do Brasil que obtiveram conceito A e B tiveram notas entre 41,2 a 64,0. O
Provão foi benéfico ao ensino superior por diagnosticar o nível de ensino das IES no
país. Para recuperar o mercado, algumas IES incrementaram sua qualidade, e o
percentual do número de professores com mestrado e doutorado saltou de 28% para
50%.
A partir da Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004 (BRASIL, 2004), criou-se o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) que é o novo
instrumento de avaliação superior do MEC/Inep. Ele é formado por três
componentes principais: a avaliação das instituições, a dos cursos e a do
desempenho dos estudantes. A avaliação do desempenho dos estudantes dos
cursos de graduação será realizada mediante aplicação do Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes – Eneade - que aferirá o desempenho dos estudantes
em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do
respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às exigências
decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender
temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira
e mundial e a outras áreas do conhecimento.
42
3 O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Para atender ao objetivo específico de verificar a existência de disciplinas
com características programáticas regionais, primeiramente precisamos conhecer as
potencialidades de mercado de trabalho deste Estado onde o contador será inserido.
Neste capítulo, o objetivo é descrever a localização geográfica, as características
sócio-econômicas e a educação superior.
3.1 Localização Geográfica
Situado na Região Sudeste do Brasil, o Estado do Espírito Santo ocupa uma
área de 46.047,3 km
2
e conta com uma população de 3.093.191 habitantes, dos
quais quase três milhões se concentram nas regiões urbanas. Os principais pólos
econômicos no estado situam-se nos municípios de Vitória, Vila Velha, Viana, Serra,
Guarapari e Cariacica.
Tabela 5: População por situação de domicílio no Espírito Santo e municípios da Região
Metropolitana da Grande Vitória – 1991/1996/2000
População (Em Mil)
Especificação 1991 1996 2000
Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural
Espírito Santo 2601 1.925 676 2.803 2.176 627 3.097 2.463 634
Reg.Gde Vitória 1085 1.065 20 1.182 1.165 18 1.426 1.402 24
Cariacica 275 261 13 301 290 11 324 313 11
Guarapari
88 83 6
Serra 222 221 1 270 269 1 321 320 2
Viana 44 40 4 47 44 4 53 50 4
Vila Velha 266 264 1 297 296 2 346 345 1
Vitória 259 259 266 266 292 292
Nota: Com relação à População da Região Metropolitana, no ano de 2000, está incluído o município
de Guarapari, já que este foi integrado à Região Metropolitana no ano de 1999. Não foi
incluído o município de Fundão.
Fonte: Ipes (2004)
43
O Estado do Espírito Santo possui limites com os estados da Bahia, Minas
Gerais e Rio de Janeiro, possibilitando ao Estado alternativas de atividades
econômicas, devido à integração ao mercado por meio do complexo portuário e dos
transportes rodoviário e aéreo.
3.2 Características sócio-econômicas
O Estado do Espírito Santo tem participação pequena no PIB Nacional (1,5%)
sendo 52% em comércio e serviços, 30% em indústrias e 18% em agricultura.
(IPES, 2000).
Segundo a Aderes - Agência de Desenvolvimento em Rede do Espírito Santo
(empresa pública de Direito Privado) - nos últimos anos este estado vem se
destacando como o sétimo mais competitivo do país, com crescimento maior que a
média brasileira. Sua posição no ranking nacional pode ser assim estratificada:
Maior complexo de pelotização de minério de ferro do mundo;
Maior produtor nacional de placas de aço;
Maior exportador de mármore e granito da América Latina;
Primeiro produtor e exportador mundial de celulose branqueada de fibra
curta;
Segundo produtor nacional de mamão, café, chocolate.
3.2.1 Pólos Industriais (ADERES, 2003)
O crescimento industrial do Estado do Espírito Santo tem sido maior entre os
estados brasileiros nos últimos dois anos, apresentando um quadro promissor da
Região Sudeste. Os principais pólos industriais são:
44
Mármore e Granito: o Estado do Espírito Santo possui uma das maiores reservas e é
o principal ponto de referência de rochas ornamentais do país. O setor é ainda
responsável por 6,5% do PIB Capixaba possuindo inclusive muito prestígio no
exterior, principalmente na Itália, seu principal importador. Atualmente os principais
locais de mineração das rochas estão em Cachoeiro do Itapemirim e Nova Venécia.
Fruticultura: a agricultura destaca-se por representar 40% do PIB estadual e a
Fruticultura também tem boa participação no mercado por meio de exportação.
Destacam-se o coco – anão verde e o mamão.
Indústria Moveleira: composta por 800 empresas; uma de grande porte e quatro de
médio porte, localizadas no município de Linhares e por micro e pequenas empresas
concentradas nos municípios de Linhares e Colatina (região norte) e Guaçuí e Muniz
Freire (região centro-sul).
Fabricação de produtos têxteis e confecção de artigos do vestuário e acessórios: é a
segunda atividade de maior geração de empregos no Estado. As empresas em
maior número, mas de menor porte, estão situadas no centro produtor de Vila Velha,
enquanto que em Colatina estão em menor número, mas são as de maior porte.
3.2.2 Infra-estrutura (ADERES, 2003)
O Espírito Santo, devido à infra-estrutura e à proximidade dos grandes
centros consumidores, gera expectativa de oferecer crescimento em vários setores
da economia:
45
Complexo Portuário: o complexo agrupa seis portos: o de Vitória, o de Tubarão, o de
Praia Mole, o de Ubu, o de Barra do Riacho e do Porto de Regência. Destaca-se por
representar 25% das mercadorias que entram no Brasil e pelo crescimento das
exportações via Espírito Santo.
Malha ferroviária: o estado é interligado por malha ferroviária que facilita a circulação
de mercadorias como o minério de ferro, carvão mineral, aço, ferro-gusa e calcário,
tornando assim uma das principais vias nacionais de acesso ao mercado interno e
externo.
Rede rodoviária: Destaca-se a Rodovia do Sol por obter um fluxo maior de veículos
para a região litorânea capixaba. A BR-101, a BR-262, a BR-259, a BR-482, a BR-
342 e a BR-381 ligam o estado do Espírito Santo aos estados do Rio de Janeiro,
Bahia e Minas Gerais.
Aeroporto: o aeroporto de Vitória receberá investimentos da Infraero para ampliação
com o objetivo de aumentar a capacidade de movimentação de cargas e
passageiros. O Estado possui ainda cinco aeroportos nos municípios de Guarapari,
Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus.
Telecomunicações: após a privatização desses serviços houve crescimento
significativo do setor no Espírito Santo. Os investimentos das empresas Telemar,
Vésper, ATL e Embratel são contínuos desde 2000.
Energia: é o estado que tem maior consumo de energia per capita no país. A
distribuição da energia é feita através das empresas Escelsa e Santa Maria.
46
Comércio Exterior: com a melhora na qualidade da prestação de serviços logísticos,
o Espírito Santo vem oferecendo aos usuários menores custos nas suas operações
comerciais, o que o transforma em um dos mais importantes centros logísticos do
país. O Estado conta com portos ágeis e bem equipado, infra-estrutura de
armazenagem bem estruturada, tarifas competitivas e incentivos fiscais
desenvolvimentistas.
O comércio é a principal atividade econômica do Espírito Santo que está entre os
cinco primeiros estados exportadores do país. A década de 90 representou um
marco na reorientação da economia brasileira. Uma das mais importantes mudanças
foi a maior abertura do país ao exterior, reflexo de políticas que promoveram uma
abertura comercial radical e priorizaram a exportação a partir da lógica, pouco
questionada, de “inserção competitiva” na ordem global.
Segundo Fernando Cezar de Macedo, numa entrevista da revista Findes:
Para o Estado Capixaba, locatário de empresas exportadoras que mantêm
vínculos mais fortes com a economia externa vis-à-vis à nacional e possui
um instrumento fiscal específico para a atração de importadores, a maior
abertura externa tem sido apontada como o principal impulso de sua
economia que, durante década, cresceu acima da média nacional. (Findes,
2002, p. 22)
O Banco do Brasil incentiva as exportações dando condições para que
pequenas e médias empresas tenham acesso ao Comércio Exterior e, com
isso, aumentem a geração de renda e empregos. Segundo a gerente de
negócios internacionais do Banco do Brasil no Estado, o banco disponibiliza
na rede mundial de computadores as operações mais comuns, que
envolvem os processos de importação, com ênfase especial para a
exportação. (Findes, 2002, p. 84).
As dez maiores empresas do Estado do Espírito Santo, segundo a receita
operacional bruta dos setores primários, secundários e terciários, responsáveis por
gerar mais renda e emprego para a população deste Estado são as seguintes:
47
Tabela 6: As dez maiores empresas segundo a receita operacional bruta
EMPRESAS INDUSTRIAIS EMPRESAS COMERCIAIS EMPRESAS DE SERVIÇOS
CVRD COIMEX Cisa Trading
CST Petrobrás Distribuidora S. A. Cotia Trading
Aracruz Celulose S. A. Brazil Trade Telemar – ES
Escelsa Esteve S. A. Banco do Brasil
Samarco Unicafé Comércio e exportação Eximbiz
Garoto Tangara Banestes
Fertilizantes Heringer Texaco Sab SP
Nibrasco Comprofar Viação Itapemirim
Kobrasco Ipiranga Telefonia Celular
Hispanobrás Vitoriawagen MTrading
Fonte: Findes, ( 2002, p. 129)
3.2.3 Oportunidades de Investimentos (ADERES, 2003)
Os investimentos estão voltados para a indústria, energia, infra-estrutura
portuária e serviços de comércio exterior para fortalecer as diversas áreas da
economia do Estado, assim como novas oportunidades de investimento em:
Petróleo: o Estado conta com produção considerável no país gerando expectativas
de grandes negócios. Empresas multinacionais estão fazendo parcerias com a
Petrobrás e ou diretamente trabalhando no Estado.
Gás Natural:
também tem expectativas de negócios devido a reservas de gás no
Norte capixaba.
O Estado está adequando sua legislação tributária à realidade do país e à
realidade das atividades do setor de petróleo e gás natural, para tornar-se ainda
mais competitivo em relação a outros estados.
48
Uma vez exposto, de forma sintética, o elevado potencial econômico do
Estado, cabe analisar se alguma das IES pesquisadas oferecem em sua ementa
disciplinas voltada para essa realidade, de forma a preparar seus alunos para esse
mercado de trabalho, ou se tal preocupação está distante dos programas das
referidas instituições.
3.3 Educação
Sobre a Educação Capixaba, a Aderes (2003) informa:
A formação da mão-de-obra capixaba conta, atualmente, com mais de 5,1
mil estabelecimentos de ensino, considerando desde a Educação Infantil até
os cursos de Ensino Superior. Todas as regiões do Estado são beneficiadas
com unidades de ensino, não apenas o básico, de responsabilidade dos
governos municipais e estaduais, sem contar as escolas particulares, mas
também de instituições de nível superior. De Norte a Sul, passando pela
região serrana e da Grande Vitória, todos são atendidos em todos os níveis
da área de educação.
O Espírito Santo detém 99 faculdades ou centros de ensino superior e a
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Entre elas, 95 são privadas, três são
municipais e uma é estadual (INEP, 2004).
Assim como em todo o Brasil, aumentou consideravelmente o número de
Instituições de Ensino Superior no Espírito Santo, o 2º estado que mais cresceu no
setor. Este estado possui apenas 17 IES a menos que a Região Norte toda.
Tabela 7: A Evolução das Instituições de Ensino Superior no Espírito Santo
Período
1996 2000 Abril/2004
Número de IES
25 58 100
Crescimento Percentual
132% 72,5%
Fonte: Inep (2004).
49
O Espírito Santo possui vinte e quatro Instituições de Ensino Superior que
oferecem o curso de Ciências Contábeis, sendo oito IES no Município de Vitória,
duas na Serra, duas em Colatina, duas em Cariacica, uma em Viana, uma em
Afonso Cláudio, uma em Nova Venécia, uma em Vila Velha, uma em Guarapari, uma
em Aracruz, uma em São Mateus, uma em Linhares, uma em Cachoeiro do
Itapemirim e uma em Iúna.
No último Exame Nacional de Cursos, o Provão de 2003, o resultado também
não foi satisfatório, pois o resultado obtido permaneceu na mesma proporção do que
em nível nacional, com 71% em sua maioria conceitos C, D, e E para o curso de
Ciências Contábeis no Estado do Espírito Santo. Das vinte e quatro Instituições
existentes, sete não participaram do exame por não contarem com alunos no
terceiro e no quarto ano. Das 17 IES que participaram do Provão, 70,5% obtiveram
conceito C, D e E conforme Tabela 8:
Tabela 8: Resultado do Provão 2003 do curso de Ciências Contábeis no ES
Conceitos Nº de IES %
A 3 17,8%
B 2 11,7%
C 7 41%
D 3 17,8%
E 2 11,7%
TOTAL 17 100%
Fonte: Inep (2004)
Esse resultado reflete o mesmo problema que vimos no capítulo 1 em âmbito
nacional, a respeito do número elevado de IES com conceito C, D, e E. Mas, em
relação à média da nota do Provão, duas IES do curso de Ciências Contábeis do
Estado do Espírito Santo foram citadas entre as dez melhores do Brasil: em 8º lugar
a Universidade Federal do Espírito santo (Ufes) com média 42,4, e em 9º lugar a
50
Faculdade de Ciências Aplicadas Sagrado Coração (Unilinhares) com média 42,3,
numa escala de 0 a 100, segundo a reportagem da Revista Veja (2000, p.98). Ainda
que tais instituições se destaquem entre as dez melhores do país, deve-se ressaltar
que nenhuma das duas passaria por um exame de avaliação institucional, cuja nota
mínima de corte é cinco.
3.3.1 Instituições
A primeira IES no Estado foi a Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes,
fundada em 1961, localizada no Município de Vitória, oferecendo atualmente 43
cursos, inclusive 15 de licenciatura plena. O curso de Ciências Contábeis é oferecido
no horário noturno com duração de 5 anos e obteve o conceito “A” no Provão de
2002 e 2003. Na Tabela 9 são apresentadas as outras Instituições de Ensino
Superior deste Estado:
Tabela 9: Instituições de Ensino Superior do Estado do Espírito Santo
Instituição Data
Fundação
Localidade
Centro Universitário do Espírito Santo – Unesc 1967 Colatina e Serra
Fac. de C. Contábeis e Adm. de Cac. do Itapem. Faccaci, 1970 Cachoeiro do Itapemirim
Faculdades Integradas Espírito Santenses – Faesa 1972 Vitória
Centro Universitário Vila Velha – UVV 1976 Vila Velha
Faculdade de Ciên. Apl. “Sagrado Coração”– Unilinhares, 1984 Linhares
Faculdade de Ciências Humanas de Vitória – FCHV 1989 Vitória
Faculdade de Ciências Humanas de Aracruz – Facha 1989 Aracruz.
Faculdade Vitoriana de Ciências Contábeis – Favi 1990 Vitória
Faculdade de Est. Sociais Aplicados de Viana – Fesav 1995 Viana
Faculdade de Estudos Sociais do Espírito Santo – FES 1998 Cariacica
Faculdade Brasileira – Univix 1999 Vitória
Faculdade Capixaba de Nova Venécia – Univen 1999 Nova Venécia
Faculdade Cândido Mendes de Vitória – FCMV 1999 Vitória
Faculdade Nacional – Finac 1999 Vitória
Faculdades Integradas P. Anchieta de Guarapari – Fipag 2000 Guarapari
Faculdades Integradas Castelo Branco – Ficab 2001 Colatina
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos 2000 Serra
Faculdade de Ciências Contábeis de Afonso Cláudio 2000 Afonso Cláudio
Faculdade Vale do Cricaré – FVC 2000 São Mateus
Faculdade de Cariacica – Uniest 2001 Cariacica
Instituto Vitória de Ensino e Cultura – Ivec 2002 Vitória
Faculdade de Ciências Gerenciais 2003 Iúna
Fonte: Inep (2004)
51
4 PESQUISA EMPÍRICA: DESCRIÇÃO E ANÁLISE
Para se alcançarem os objetivos propostos neste estudo, foram elaborados
questionários aos formandos e coordenadores. Na seqüência, são indicadas as
respostas obtidas e é elaborada sua análise, em relação ao que foi apresentado nos
capítulos anteriores:
Para isso, este capítulo está dividido em duas partes:
Primeira: é descrita e analisada cada resposta do questionário feito aos formandos.
Segunda: são analisadas as respostas do questionário aplicado aos coordenadores.
4.1 Questionário com os Formandos
Para preservar o anonimato e o sigilo das informações prestadas, os nomes
das IES foram substituídos por letras do alfabeto de A até P.
As 15 IES serão divididas em regiões para facilitar nosso estudo:
- Região Norte (Aracruz, Colatina, Linhares e Nova Venécia): G, I, N, O, P;
- Região Central (Cariacica, Serra e Viana): A, B, M;
- Região de Vitória: C, D, E, F, H;
- Região Sul (Guarapari e Vila Velha): J, L.
52
Responderam ao questionário 438 alunos, sendo que 148 deles estão
estudando na região norte; 43, na região central; 201 estão na região de Vitória; e 46
estudam na região sul. Esse questionário contém 17 perguntas divididas em quatro
partes: características gerais do formando, satisfação dos formandos com o curso,
desenvolvimento de competências feito pelas IES nos formandos e a avaliação do
curso na ótica dos formandos.
4.1.1 Características Gerais dos Formandos
Para se conhecer melhor o perfil do formando do curso de Ciências Contábeis
do Estado do Espírito Santo, foram formuladas perguntas sobre a idade e o sexo.
Tabela 10: Características gerais dos formandos: Idade
Instituições do Ensino
Superior
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Idade > 30 anos 39% 40% 49% 41% 193 44%
Idade = ou < 30 anos 61% 60% 51% 59% 245 56%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Foi separada a idade dos formandos em maiores e menores de 30 anos, na
tentativa de diferenciar conceitualmente os alunos que terminaram o 2º grau e logo
iniciaram o curso superior daqueles que voltaram a estudar depois de alguns anos.
No Estado do Espírito Santo, os formandos do curso de Ciências Contábeis
em sua maioria estão com idade de até 30 anos. Mas, com o crescimento do número
de IES, o número de alunos que voltaram a estudar é considerável: 44%.
53
Tabela 11: Características gerais dos formandos: Sexo
Instituições do
Ensino Superior
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Sexo Masculino 43% 75% 54% 57% 230 53%
Sexo Feminino 57% 25% 46% 43% 208 47%
Total de Formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
No Estado do Espírito Santo, os formandos do curso de Ciências Contábeis
do sexo masculino predominam. Destaca-se que o número de formandos do sexo
feminino é bastante relevante e poderá ainda superar os de sexo masculino. A julgar
pelo resultado da pesquisa efetuada pelas professoras Ana Luiza Hupe e Hildete
Pereira de Melo, (2004, p. 2), no futuro haverá mais estudantes do sexo feminino do
que do masculino efetuando pesquisa científica e acadêmica do país.
4.1.2 Satisfação dos Formandos com o Curso
Com o objetivo de conhecer o grau de satisfação dos formandos com o curso
de Ciências Contábeis foram elaboradas as quatro perguntas a seguir:
Pergunta: quando você prestou vestibular, qual o motivo que o levou a escolher o
Curso de Ciências Contábeis? Resuma em, no máximo, quatro linhas.
Tabela 12: Motivos para a escolha do curso
Motivos para a
escolha do curso
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Falta de opção 15% 2% 3% 7% 38 7%
Qualificação 15% 9% 14% 0% 63 12%
Já trabalha na área 16% 13% 18% 26% 91 18%
Mercado amplo 10% 19% 11% 21% 63 12%
Possui curso técnico 12% 9% 10% 7% 53 10%
Identificação 16% 26% 17% 21% 92 18%
Influência Familiar 5% 0% 6% 4% 25 5%
Outros 11% 22% 21% 14% 87 17%
Total das Opiniões 172 53 231 56 512 100%
Fonte: Elaborado pela autora
54
Os formandos responderam com mais de um motivo de escolha do curso e
descreveram várias opiniões para a escolha do curso. Os sete motivos, listados na
Tabela 12, foram os mais freqüentes entre as 512 respostas obtidas. Conforme
demonstrado na Tabela 12, os motivos mais freqüentes foram: identificação e
atuação na área (18%), obtenção de qualificação e maior oportunidade de mercado
(12%). Essas respostas indicam que, quando os alunos escolheram o curso de
Ciências Contábeis, já conheciam o curso ou procuraram conhecer, e por isso
criaram expectativas de aprendizagem e oportunidades no mercado de trabalho. Os
motivos diversos para a escolha do curso, identificados como outros, na Tabela 12,
representando 17%, foram: futuro promissor; perspectiva de docência; oportunidade
no mercado de trabalho; curiosidade; possibilidade de ser um contador autônomo;
destino; influência de amigos; para prestar concurso; por ser um curso noturno;
bolsa de estudo; trabalhar como auditor; trabalhar na área financeira; prestar serviço
de assessoria contábil; localização da faculdade; e melhoria de renda.
Pergunta: assinale com um “x”. Faltando poucos meses para a conclusão do curso,
independentemente da faculdade ou de seus professores, você entende que,
relativamente às suas expectativas
, a atividade contábil:
a. Manteve
b. Superou
c. Não atendeu
d. Ficou abaixo
Tabela 13: Expectativa do curso
Expectativa
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Manteve 64% 40% 56% 57% 249 57%
Superou 10% 23% 19% 19% 73 17%
Não Atendeu 13% 21% 14% 15% 64 14%
Ficou Abaixo 13% 16% 11% 9% 52 12%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
55
Os formandos responderam, em sua maioria, que o curso manteve as
expectativas. Os alunos escolheram o curso e criaram expectativas de adquirir
aprendizagem e oportunidade no mercado de trabalho (conforme pergunta anterior)
e, ao término do curso, verificaram que adquiriram conhecimentos provenientes do
curso que foi escolhido e/ou podem ter sido inseridos ou melhorados no mercado de
trabalho.
Pergunta: assinale com um “x”. Quando você, por qualquer razão, informa a alguém
não ligado à sua faculdade que está cursando Ciências Contábeis, você se sente:
a. Orgulhoso
a. Indiferente
b. Constrangido
c. Outros (indicar)
Tabela 14: Sentimento retribuído á informação da ciência que está cursando
Sentiu-se
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Orgulhoso 71% 51% 64% 80% 291 66%
Indiferente 24% 40% 32% 20% 127 29%
Constrangido 3% 2% 3% 0% 12 3%
Outros 2% 7% 1% 0% 8 2%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Quanto ao sentimento provocado pela informação que cursa contabilidade,
vimos que a grande maioria dos formandos se diz orgulhosa. Outros sentimentos
representando 2% foram: satisfeito, realizado ou frustrado. Nas respostas
anteriores, vimos que o aluno conhece ou procura conhecer o curso, cria
expectativas de aprendizado e de oportunidade no mercado de trabalho. Ao dizer
que mantêm ou supera suas expectativas, o formando pode estar justificando seu
orgulho.
56
Pergunta: em qual das alternativas abaixo você se enquadra:
a. Profissionalmente, exerço ou já exerci atividade ligada à contabilidade.
b. Profissionalmente, não exerço atividade ligada à contabilidade.
c. Por enquanto me dedico apenas aos estudos.
Tabela 15: Exercício da atividade contábil
Alternativas
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Exerce ou exerceu 53% 63% 65% 75% 268 62%
Não exerce 35% 24% 29% 25% 133 30%
Apenas estuda 12% 13% 6% 0% 37 8%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Percebe-se que, no Estado do Espírito Santo, grande parte exerce ou exerceu
a atividade contábil. Esse percentual é bem próximo da realidade em todo o Brasil:
chegam a 68% os alunos que já trabalham, conforme o Resumo Técnico do Provão
(INEP, 2004).
Observando as respostas dos alunos sobre a satisfação com o curso, pode-se
dizer que os formandos em Ciências Contábeis do Espírito Santo se sentem
satisfeitos com a escolha do curso. A maioria escolheu o curso sabendo que o
conhecimento adquirido seria importante na inserção ou na ascensão no mercado
de trabalho. Ao término do curso, suas expectativas foram atendidas e a maioria dos
formandos se sente orgulhosa em informar que estuda contabilidade.
4.1.3 Desenvolvimento de Competências e Habilidades dos
Formandos
O objetivo deste estudo é verificar a relação entre as competências e
habilidades dos formandos do curso de Ciências Contábeis do Estado do Espírito
Santo e as recomendadas pelo MEC. Por isso, foram feitas perguntas levando-se
57
em consideração as competências e habilidades citadas no capítulo 2 item 2.5. As
perguntas foram publicadas pelo MEC por meio do Parecer 146 (BRASIL, 2002) e
atualmente estão contidas na Resolução 6 ((BRASIL, 2004). Para a análise do grau
de intensidade de desenvolvimento das competências e habilidades citadas, foi
elaborada uma escala que atribui diferentes graus de intensidade: nulo, baixo, médio
e alto:
NULO – Significa que a competência e a habilidade não foram desenvolvidas em
nenhuma disciplina ou em nenhuma atividade acadêmica, prejudicando o
aprendizado;
BAIXO – Significa que a competência e a habilidade foram desenvolvidas, mas
abaixo do que deveria ser trabalhado com as disciplinas ou com qualquer atividade
acadêmica para a aprendizagem;
MÉDIO – Significa que a competência e a habilidade foram desenvolvidas
razoavelmente nas disciplinas ou em qualquer atividade acadêmica, facilitando o
aprendizado;
ALTO – Significa que a competência e a habilidade foram desenvolvidas mais do
que deveria ser trabalhado com as disciplinas ou com qualquer atividade acadêmica
fixando o aprendizado.
58
Pergunta: o uso de terminologia e a linguagem própria da Ciência Contábil, como
“ativação”, “origens dos recursos”, “debitar”, na sua opinião, foram desenvolvidos ao
longo do curso com qual intensidade?
Tabela 16: Uso de terminologia contábil
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 49% 37% 41% 61% 199 45%
Médio 50% 61% 57% 37% 232 53%
Baixo 1% 2% 2% 2% 7 2%
Nulo 0% 0% 0% 0% 0 0%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
O desenvolvimento do uso da terminologia contábil começa quando os
professores usam diariamente termos inerentes à profissão contábil. Os alunos vão
se acostumando e usando quando escutam o professor, ao ouvir seus ensinamentos
em sala de aula, ou quando lêem livros voltados para a profissão e fazem pesquisas
ou outras atividades ligadas à profissão.
Primeiramente, observou-se que todas as IES desenvolveram nos seus
alunos a competência no uso da terminologia contábil, pois nenhum aluno
respondeu que foi nulo o ensino de terminologia. As Instituições de Ensino Superior
não desenvolveram com intensidade o emprego da terminologia contábil apenas
para 2% dos alunos. Conforme a Tabela 16, vimos que as respostas dos formandos
estão bastante elevadas, já que os índices médio e alto correspondem a 98% dos
alunos. No entanto, isso contraria as notas do Provão. Em alguns casos, pode
ocorrer que os alunos não conseguem responder a uma questão de prova porque
não entendem a terminologia específica da atividade contábil ou que as respostas
ao questionário não foram adequadamente compreendidas.
59
Pergunta: como você avalia as atividades de correlação entre as disciplinas
ministradas ao longo do curso de Ciências Contábeis, isto é, foram desenvolvidas
atividades onde cada disciplina é complementar às demais disciplinas?
Tabela 17: Correlação entre disciplinas
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 19% 7% 23% 26% 89 20%
Médio 74% 84% 59% 61% 292 67%
Baixo 7% 9% 17% 13% 55 12%
Nulo 0% 0% 1% 0% 2 1%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
O curso de Ciências Contábeis possui um conjunto de várias disciplinas que,
no final, contribuem para que o aluno tenha conhecimentos técnicos e teóricos. Há
disciplinas diretamente ligadas à profissão e outras que são complementares,
importantes, que agregarão valor. O professor e a IES deverão desenvolver
atividades que façam o aluno observar a interação e o uso em conjunto das
disciplinas do curso. Segundo Siqueira (2003, p.01), a interdisciplinaridade é
complexa, pois “Não se realiza sob ordens/decretos, nem tampouco tem etapas
definidas que possam ser aplicadas indiscriminadamente”.
As Instituições de Ensino Superior se desenvolveram com intensidade para
que os alunos adquirissem aprendizado da correlação entre disciplinas. Apenas 13%
consideram que o desenvolvimento dessa competência não facilitou ou não ofereceu
aprendizado. Essas respostas também mostram índices bastante elevados para
essa competência. Além do resultado do Provão, a correlação entre as disciplinas é
complexa tanto para a IES, coordenadores e professores quanto, principalmente
para os alunos. Para que haja um bom desenvolvimento dessa competência, a IES
60
tem que planejar as ementas articuladas e colocá-las em ação por meio dos
coordenadores e professores.
Pergunta: qual o grau de desenvolvimento prático na elaboração de pareceres e
relatórios?
Tabela 18: Prática de pareceres e relatórios
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO
DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 6% 2% 7% 9% 29 7%
Médio 53% 59% 47% 50% 219 50%
Baixo 38% 30% 41% 39% 169 39%
Nulo 3% 9% 5% 2% 21 4%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
A prática de pareceres deverá ser desenvolvida plenamente na disciplina de
Auditoria, pois o Auditor emite pareceres; já os relatórios à administração podem ser
mais intensificados na disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis, pois os
Analistas emitem relatórios. Durante o curso podem ser trabalhados os pareceres e
os relatórios, em atividades preparadas pelo professor em outras disciplinas.
As Instituições de Ensino Superior desenvolveram essa prática com
intensidade média para 57% dos respondentes, os índices dessa competência
continuam elevados, mesmo com um percentual de 39% para intensidade baixa.
Diante das comparativamente às notas do Provão, dificilmente os alunos teriam um
desenvolvimento tão elevado. Há elevado grau de dúvida para essa resposta.
Pergunta: em que grau foi abordado, durante o curso, práticas e situações de
aplicação da legislação societária, fiscal e trabalhista, às funções contábeis?
61
Tabela 19: Prática de aplicação da legislação
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 14% 7% 14% 7% 55 13%
Médio 60% 49% 49% 54% 233 53%
Baixo 25% 33% 34% 35% 135 31%
Nulo 1% 11% 3% 4% 15 3%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Para a prática da profissão contábil faz-se necessário o uso do Código
Comercial, Lei nº 556 de 25-06-1850, Previdenciária Lei 8.212 de 24-07-1991,
Legislação tributária Decreto - Lei 5.844 de 23-09-1943 e a Lei 6.404 das
Sociedades por Ações, conforme o Manual do Contabilista (FORTES, 2001, p. 47).
Para 66% dos alunos, as Instituições de Ensino Superior desenvolveram com
intensidade o ensino das práticas de aplicação da legislação, mas, para 34% deles,
as 72 horas/aula não foram suficientes para a aprendizagem. Essa habilidade é
desenvolvida ao longo do curso em várias disciplinas, pela importância da legislação
na atividade contábil. Mas, para atingir grau de intensidade médio e alto, a IES tem
que oferecer práticas em laboratório, pesquisas e bastante exercícios. O Provão é
um indicador de que o desenvolvimento dessa competência não está ocorrendo com
tanta intensidade quanto à apresentada pelos alunos.
Perguntas: foram aplicadas, em que intensidade, técnicas de liderança, motivação
para a geração e disseminação de informações contábeis com precisão?
62
Tabela 20: Disseminação de informações com precisão
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 17% 19% 15% 20% 71 16%
Médio 56% 49% 49% 50% 226 52%
Baixo 25% 30% 31% 24% 124 28%
Nulo 2% 2% 5% 6% 17 4%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Como o objetivo da contabilidade é gerar informações precisas para que os
usuários da contabilidade possam tomar decisões, essa pergunta caracteriza-se pela
motivação com que os professores tentam passar aos alunos a necessidade de
precisão em seus relatórios, ou seja, os dados e as informações contidas nas
Demonstrações Contábeis devem ser divulgados com valores o mais próximo
possível da realidade.
As Instituições de Ensino Superior desenvolveram o ensino que contribuiu
com a geração e disseminação de informações com precisão para 68% dos
formandos (total do % dos que responderam o grau de intensidade alto e médio)
adquirirem aprendizado. Diante das perguntas anteriores e das notas do Provão, a
expectativa é de que dificilmente um número tão elevado de alunos responderia que
o grau de intensidade foi médio e alto. Para que a IES consiga atingir esses índices
elevados, ela deve, além de ensinar e praticar as habilidades anteriormente citadas,
mostrar a importância para a sociedade da divulgação das informações com
precisão.
Pergunta: segundo o MEC – Ministério da Educação e Cultura, ao término do curso
de Ciências Contábeis, o aluno deverá estar apto a “desenvolver, analisar e
implementar sistemas de informação contábil e de controles gerenciais”. Em sua
63
opinião, considerando exclusivamente o que foi desenvolvido ao longo do curso,
seus conhecimentos atendem a tal quesito?
Tabela 21: Implementação de sistemas de informação
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 7% 2% 11% 15% 41 9%
Médio 68% 75% 59% 59% 277 63%
Baixo 24% 21% 30% 18% 113 26%
Nulo 1% 2% 0% 8% 7 2%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
A informática é um instrumento que, utilizado eficientemente no trabalho
contábil, se beneficia com agilidade de informação. Mas, para que haja essa
agilidade de informação, é necessário que as empresas tenham profissionais
criativos que saibam como transformar os dados obtidos pela informática em
informações. O profissional deverá criar ou usar sistemas de informação e relatórios
que prestem informações, conforme as necessidades da empresa.
As Instituições de Ensino Superior desenvolveram em 72% (total dos que
responderam grau de intensidade alto e médio), com grau de intensidade alto e
médio o aprendizado da implementação de sistemas de informação. Nem todas as
IES têm laboratório de informática: se os têm, não têm carga horária necessária ou
software voltados para esse fim. Além disso, o resultado do Provão indica
aprendizado abaixo do necessário. Portanto as respostas dos formandos estão com
índices elevados do grau de intensidade dessa competência também.
64
Pergunta: segundo o MEC – Ministério da Educação e Cultura, ao término do curso
de Ciências Contábeis, o aluno deverá estar apto a “dominar as funções contábeis
para a tomada de decisão”. Em sua opinião, considerando exclusivamente o que foi
desenvolvido ao longo do curso, seus conhecimentos atendem a tal quesito?
Tabela 22: Domínio das funções contábeis para decisão
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 10% 7% 14% 15% 53 12%
Médio 66% 65% 56% 70% 269 61%
Baixo 24% 26% 30% 11% 112 26%
Nulo 0% 2% 0% 4% 4 1%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Não é apenas necessário que a IES ensine o profissional contábil a
desenvolver as funções contábeis: classificar documentos e levantar as
demonstrações contábeis, calcular guias de tributos, registrar e extinguir empresas;
é necessário também que a IES possa gerar informações úteis aos usuários de
contabilidade, como fazer a análise dos custos e das demonstrações, fazer
planejamento tributário e fazer planejamento dos recursos humanos, financeiros e
econômicos.
As Instituições de Ensino Superior desenvolveram o domínio das funções
contábeis para facilitar o aprendizado para 73% dos formandos (total dos que
responderam o grau de intensidade alto e médio). Essa competência também possui
índices de resposta bastante elevados para grau médio e alto. Nas questões
anteriores, vimos que, para atingir níveis altos de desenvolvimento, a IES deve
possuir estrutura necessária e horas voltadas para a prática da atividade contábil. Se
os alunos não estão tendo desenvolvimento necessário para executar a atividade
65
contábil, dificilmente o índice para dominar as funções seria tão elevado. O
Resultado do Provão no Estado do Espírito Santo com 70,5% das IES que obtiveram
conceito C, D e E também demonstra que a maioria dos formandos não possui
domínio das funções contábeis.
Pergunta: o código de ética da profissão contábil lhe foi ensinado com que
intensidade ao longo do curso?
Tabela 23: Ensino do Código de Ética
Intensidade
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Alto 37% 37% 35% 65% 171 39%
Médio 38% 47% 40% 29% 171 39%
Baixo 21% 14% 22% 4% 83 19%
Nulo 4% 2% 3% 2% 13 3%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Todas as profissões regulamentadas possuem um código de ética. O Art.1º
do Código de Ética Profissional do Contabilista, aprovado pela resolução CFC
803/96, tem por objetivo fixar a forma pelo qual se devem conduzir os contabilistas,
quando no exercício profissional.
Destacamos a região Sul pelo alto desenvolvimento do ensino do código de
ética. O percentual dos formandos que responderam que o desenvolvimento facilitou
e fixou o aprendizado do Código de Ética é de 78% (total dos que responderam grau
de intensidade alto e médio). Observadas as ementas de algumas IES, a disciplina
Ética é oferecida no final do curso e pode ser esse o motivo das respostas dos
alunos estar com índices elevados.
66
Além das perguntas sobre o grau de desenvolvimento das competências e
habilidades recomendadas pelo MEC, perguntamos também sobre o ensino e a
preparação das Demonstrações Contábeis, ferramenta fundamental na atividade
contábil. As duas próximas perguntas não estão claramente citadas nas
competências e habilidades recomendadas pelo MEC, mas estão implícitas.
Pergunta: assinale com um “x”, na coluna apropriada, se durante o curso de
Ciências Contábeis foram ensinados os seguintes assuntos:
Tabela 24: Ensino das Demonstrações Contábeis
Demonstrações
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Alunos
sim Nº
Alunos
sim %
Balanço Patrimonial 100% 100% 99% 98% 435 99%
Dem. Do Res. do Exercício 100% 100% 99% 98% 435 99%
Dem. Das Mutações do PL 91% 86% 98% 98% 415 95%
Dem. Das Origens e Aplic. 99% 93% 98% 98% 428 98%
Dem. Do Fluxo de Caixa 89% 91% 92% 80% 393 90%
Balanço Social 58% 47% 62% 54% 255 58%
Dem. Do Valor Adicionado 35% 51% 45% 50% 188 43%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
As demonstrações contábeis são um instrumento que tem o objetivo de
informar os usuários sobre toda a movimentação econômica e financeira de uma
empresa em um determinado período de tempo. As demonstrações mínimas
indicadas em lei, que todo aluno deveria aprender, são o Balanço Patrimonial, a
Demonstração de Resultado do Exercício, a Demonstração de Lucro ou Prejuízo
Acumulado e a Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos. A Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido é obrigatória para as Sociedades Anônimas de
capital aberto. As demonstrações não abrangidas (ainda) pela lei são: as
Demonstrações de Fluxo de Caixa, Balanço Social e a Demonstração do Valor
Adicionado (ASSAF NETO, 2002, p. 49).
67
Perguntamos aos formandos se foi ensinada cada uma dessas
demonstrações. Na Tabela 24 estão mostrados a quantidade e o percentual dos
alunos que responderam sim ao ensino das Demonstrações Contábeis. Percebemos
que as demonstrações Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do
Exercício, sem dúvida foram ensinadas, pois 99% dos alunos responderam que sim.
As Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos e a Demonstração do Fluxo de Caixa também
tiveram um índice alto de alunos que disseram que foram ensinadas. O Balanço
Social e a Demonstração de Valor Adicionado possuem maior percentual de alunos
que disseram que não foram ensinadas.
Pergunta: desconsiderando-se sua eventual experiência profissional na área
contábil, os conhecimentos ministrados em sala de aula foram suficientes para que
você prepare as Demonstrações Contábeis?
Tabela 25: Preparação das Demonstrações Contábeis
Demonstrações
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Alunos
sim Nº
Alunos
sim %
Balanço Patrimonial 91% 80% 92% 93% 399 91%
Dem. do Res. do Exercício 95% 80% 90% 89% 399 91%
Dem. das Mutações do PL 61% 35% 70% 70% 278 63%
Dem. das Origens e Aplic. 66% 53% 62% 72% 277 635
Dem. do Fluxo de Caixa 62% 60% 61% 57% 266 61%
Balanço Social 29% 23% 35% 37% 141 32%
Dem. do Valor Adicionado 10% 7% 22% 22% 75 17%
Total de formandos 148 43 201 46 438 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Para ficar mais clara a dispersão entre o ensino e o aprendizado, ou seja,
para se saber se ele realmente aprendeu o que lhe foi ensinado, a Tabela 25 mostra
as diferenças entre o percentual dos formandos que responderam que tiveram
68
ensino das Demonstrações Contábeis e o percentual dos formandos que
responderam que sabem preparar as Demonstrações Contábeis:
Tabela 26: Comparação entre Ensino X Preparo das Demonstrações Contábeis
Demonstrações Total
Ensino
% Total
Preparar
% Diferenças
Balanço Patrimonial 435 99% 399 91% Redução de 8%
Dem. do Res. do Exercício 435 99% 399 91% Redução de 8%
Dem. das Mutações do PL 415 95% 278 63% Redução de 32%
Dem. das Origens e Aplic. 428 98% 277 63% Redução de 35%
Dem. do Fluxo de Caixa 393 90% 266 61% Redução de 29%
Balanço Social 255 58% 141 32% Redução de 26%
Dem. do Valor Adicionado 188 43% 75 17% Redução de 26%
Total de formandos 438 438
Fonte: Elaborado pela autora
Existe uma diferença entre ensino e aprendizagem. O que se percebe é que
houve formandos que tiveram ensinamento, mas não conseguiram aprender. O
percentual que manteve proximidade entre os alunos que responderam que as
Demonstrações Contábeis foram ensinadas, e tiveram sua prática, refere-se ao
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. A Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos e a Demonstração do Fluxo de Caixa reduziu o número de alunos que
sabem preparar estas demonstrações em 32%, 35% e 29%, respectivamente. Outra
afirmação importante é que além de haver um menor número de alunos que
responderam que o Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado foram
ensinadas, a quantidade dos que sabem preparar é menor ainda, com redução de
26%. Esses números indicam que as demonstrações que tiveram muita diferença no
percentual entre ensino e aprendizagem podem ser as que precisam ser
desenvolvidas com maior intensidade ou em mais disciplinas. Após Verificação do
Projeto Pedagógico de apenas três IES, as ementas não contêm as demonstrações:
Balanço Social e a Demonstração de Valor Adicionado. Este deve ser um motivo
69
para que os percentuais de ensino e preparação dessas demonstrações sejam
baixos.
Segundo os formandos, as oito competências e habilidades descritas na
Resolução 6 (BRASIL, 2004) estão sendo desenvolvidas pelas IES no Estado do
Espírito Santo com índices de grau de intensidade médio e alto elevados, segundo
os formandos. A competência com o grau de intensidade médio e alto mais elevado
foi o uso da terminologia contábil, já que os professores podem ter utilizado a
terminologia ao longo do curso, e a habilidade com maior índice de intensidade
baixo e nulo foi a prática de pareceres e relatórios, devido ao fato de essa prática ter
sido oferecida apenas no final do curso.
Diante dos índices de respostas dos formandos, podem surgir
questionamentos: como podem os alunos estar tão satisfeitos com o curso? Como
podem responder que foram desenvolvidas as competências e habilidades com
graus médio e alto de intensidade elevados em sua maioria, se o resultado do
Provão, como vimos anteriormente, nos mostra que a educação superior para o
curso de Ciências Contábeis em todo Brasil não é de qualidade?
Partindo do pressuposto de que as respostas dos formandos são coerentes,
relacionemos o conceito do Provão das IES que obtiveram A e E em 2003 para
verificar se o grau de intensidade se altera de acordo com o conceito do Provão:
70
Tabela 27: Conceitos do Provão X Grau de competências e habilidades segundo os formandos
IES Conceito
do Provão
Uso da
Terminologia
Correlação entre
as disciplinas
Prát. pareceres e
relatórios
Prát. e aplicação
da legislação
G A
56% Alto
44% Médio
0% Baixo
0% Nulo
21% Alto
73% Médio
6% Baixo
0% Nulo
11% Alto
60% Médio
29% Baixo
0% Nulo
13% Alto
58% Médio
25% Baixo
4% Nulo
H A
50% Alto
46% Médio
4% Baixo
0%Nulo
27% Alto
47% Médio
24% Baixo
2% Nulo
8% Alto
36% Médio
49% Baixo
7% Nulo
14% Alto
46% Médio
39% Baixo
1% Nulo
I A
39% Alto
55% Médio
6% Baixo
0%Nulo
5% Alto
61% Médio
34% Baixo
0% Nulo
5% Alto
55% Médio
28% Baixo
12% Nulo
11% Alto
50% Médio
39% Baixo
0% Nulo
N E
39% Alto
61% Médio
0% Baixo
0%Nulo
15% Alto
85% Médio
0% Baixo
0% Nulo
2% Alto
51% Médio
47% Baixo
0% Nulo
17% Alto
63% Médio
20% Baixo
0% Nulo
O E
52% Alto
48% Médio
0% Baixo
0%Nulo
30% Alto
65% Médio
5% Baixo
0% Nulo
0% Alto
84% Médio
16% Baixo
0% Nulo
13% Alto
65% Médio
22% Baixo
0% Nulo
Fonte: Elaborado pela autora
Tabela 28: Conceitos do Provão X Grau de competências e habilidades segundo os formandos
IES Conceito
do Provão
Informação com
precisão
Implem. Sist. de
informação
DomínioFunções
Contábeis
Ensino código de
Ética
G A
33% Alto
50% Médio
15% Baixo
2% Nulo
15% Alto
70% Médio
15% Baixo
0%Nulo
15% Alto
81% Médio
4% Baixo
0% Nulo
65% Alto
27% Médio
8% Baixo
0% Nulo
H A
19% Alto
42% Médio
32% Baixo
7% Nulo
14% Alto
54% Médio
32% Baixo
0% Nulo
17% Alto
49% Médio
34% Baixo
0% Nulo
26% Alto
38% Médio
30% Baixo
6% Nulo
I A
11% Alto
44% Médio
39% Baixo
6%Nulo
0% Alto
55% Médio
39% Baixo
6% Nulo
0% Alto
50% Médio
44% Baixo
6% Nulo
22% Alto
34% Médio
22% Baixo
22% Nulo
N E
0% Alto
61% Médio
39% Baixo
0%Nulo
2% Alto
59% Médio
39% Baixo
0% Nulo
5% Alto
44% Médio
52% Baixo
0% Nulo
2% Alto
54% Médio
42% Baixo
2% Nulo
O E
4% Alto
87% Médio
9% Baixo
0% Nulo
9% Alto
74% Médio
17% Baixo
0% Nulo
9% Alto
87% Médio
4% Baixo
0% Nulo
26% Alto
48% Médio
26% Baixo
0% Nulo
Fonte: Elaborado pela autora
As Tabelas 27 e 28 comparam as IES que obtiveram conceito A no Provão
com as respostas dos formandos sobre o grau de intensidade das competências e
71
habilidades, e comparam as IES que obtiveram conceito E no Provão com as
respostas dos formandos sobre o grau de intensidade das competências e
habilidades. O objetivo dessas tabelas foi verificar se os formandos responderam em
sua maioria, grau médio ou alto para as IES que obtiveram conceito A no Provão e
verificar se os formandos responderam em sua maioria, grau baixo ou nulo para as
IES que obtiveram conceito E no Provão. Observa-se que o grau de intensidade não
é muito diferente entre as Instituições com conceito A e E. Verificando as Tabelas 10
a 26 distribuídas por regiões e as Tabelas 27 e 28 comparativas com o Provão,
percebe-se que os formandos de todas as IES responderam uniformemente sem
muitas diferenças, sendo bastante otimistas em relação ao curso.
Se fizermos uma comparação entre a questão 1.2 (sobre a expectativa da
atividade contábil) do questionário e as oito competências (questões de 2.1 a 2.8),
pode-se verificar (se os alunos responderam coerentemente) que os formandos que
disseram que mantiveram ou superaram suas expectativas deveriam responder que
o grau de intensidade da competência e habilidade foi médio ou alto ou os
formandos que disseram que a expectativa do curso ficou abaixo ou não atendeu
deveriam responder que o grau de intensidade da competência e habilidade foi nulo
ou baixo:
Tabela 29: Expectativa do curso X Uso da terminologia Contábil
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
0,0% 0 3,1% 2 73,8% 48 23,10% 15
Não Atendeu
0,0% 0 9,4% 5 60,4% 32 32,20% 16
Manteve
0,0% 0 0,8% 2 48,4% 120 50,80% 126
Superou
0,0% 0 0,0% 0 43,1% 31 56,90% 41
TOTAL
0,0% 0 2,1% 9 52,7% 231 45,20% 198
Fonte: Elaborado pela autora
72
Observa-se conforme a Tabela 29, que os formandos que responderam que
ao final do curso, a atividade contábil ficou abaixo de suas expectativas, afirmou que
o grau de intensidade da competência Terminologia Contábil foi desenvolvida em
grau médio e alto em 73,8% e 23,10%, respectivamente.
Tabela 30: Expectativa do curso X Correlação das disciplinas
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
1,5% 1 20,0% 13 70,8% 46 7,7% 5
Não Atendeu
1,9% 1 15,1% 8 67,9% 36 15,1% 8
Manteve
0,8% 2 8,5% 21 69,4% 172 21,4% 53
Superou
1,4% 1 19,4% 14 47,2% 34 31,9% 23
TOTAL
1,1% 5 12,8% 56 65,8% 288 20,3% 89
Fonte: Elaborado pela autora
Observa-se na Tabela 30 que os formandos que responderam que ao final do
curso a atividade contábil ficou abaixo de suas expectativas responderam que o grau
de intensidade da competência Correlação das Disciplinas foi desenvolvida em grau
médio (70,8%) e alto (7,7%).
Tabela 31: Expectativa do curso X Prática na elaboração de pareceres e relatórios
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
6,2% 4 55,4% 36 33,8% 22 4,6% 3
Não Atendeu
1,9% 1 37,7% 20 60,4% 32 0,0% 0
Manteve
4,4% 11 34,3% 85 54,4% 135 6,9% 17
Superou
5,6% 4 41,7% 30 41,7% 30 11,1% 8
TOTAL
4,6% 20 39,0% 171 50,8% 219 6,4% 28
Fonte: Elaborado pela autora
Observa-se na Tabela 31 que os formandos que responderam que, ao final do
curso, a atividade contábil ficou abaixo de suas expectativas, responderam que o
grau de intensidade da Prática na Elaboração de Pareceres e Relatórios foi
desenvolvida em grau baixo (55,4%) e médio (33,8%).
73
Tabela 32: Expectativa do curso X Prática de aplicação da legislação
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
9,2% 6 40,0% 26 44,6% 29 6,2% 4
Não Atendeu
5,7% 3 26,4% 14 60,4% 32 7,5% 4
Manteve
1,6% 4 31,0% 77 53,2% 132 14,1% 35
Superou
6,9% 5 25,0% 18 54,2% 39 13,9% 10
TOTAL
4,1% 18 30,8% 135 53,0% 232 12,1% 53
Fonte: Elaborado pela autora
Na Tabela 32 pode-se observar que os formandos que responderam que, ao
final do curso, a atividade contábil ficou abaixo de suas expectativas responderam
que o grau de intensidade da competência da Prática de Aplicação da Legislação foi
desenvolvida em grau baixo (40%) e médio (44,6%).
Tabela 33: Expectativa do curso X Disseminação de informações com precisão
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
9,2% 6 43,1% 28 41,5% 27 6,2% 4
Não Atendeu
1,9% 1 34,0% 18 58,5% 31 5,7% 3
Manteve
2,0% 5 25,0% 62 55,2% 137 17,7% 44
Superou
6,9% 5 25,0% 18 40,3% 29 27,8% 20
TOTAL
3,9% 17 28,8% 126 51,1% 224 16,2% 71
Fonte: Elaborado pela autora
Pode-se verificar na Tabela 33 que 43,1% e 41,50% dos formandos que,
responderam que ao final do curso, a atividade contábil ficou abaixo de suas
expectativas responderam que o grau de intensidade da competência de
Disseminação de Informações com Precisão foi desenvolvida em grau baixo e médio
respectivamente.
74
Tabela 34: Expectativa do curso X Implementação de sistemas de informação
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
9,2% 6 43,1% 28 41,5% 27 6,2% 4
Não Atendeu
1,9% 1 34,0% 18 58,5% 31 5,7% 3
Manteve
2,0% 5 25,0% 62 55,2% 137 17,7% 44
Superou
6,9% 5 25,0% 18 40,3% 29 27,8% 20
TOTAL
3,9% 17 28,8% 126 51,1% 224 16,2% 71
Fonte: Elaborado pela autora
Conforme Tabela 34 os formandos que responderam que, ao final do curso, a
atividade contábil ficou abaixo de suas expectativas responderam que o grau de
intensidade da competência da Implementação de Sistemas de Informação Contábil
foi desenvolvida em grau baixo (43,1%) e médio (41,5%).
Tabela 35: Expectativa do curso X Domínio das funções contábeis para decisão
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
1,5% 1 40,0% 26 53,8% 35 4,6% 3
Não Atendeu
0,0% 0 43,4% 23 50,9% 27 5,7% 3
Manteve
0,0% 0 22,2% 55 66,1% 164 11,7% 29
Superou
4,2% 3 15,3% 11 54,2% 39 26,4% 19
TOTAL
0,9% 4 26,3% 115 60,5% 265 12,3% 54
Fonte: Elaborado pela autora
Conforme Tabela 35 os formandos que responderam que, ao final do curso, a
atividade contábil ficou abaixo de suas expectativas responderam que o grau de
intensidade da competência do Domínio das Funções Contábeis para Decisão
desenvolvida em grau médio (53,8%) e alto (4,6%).
Tabela 36: Expectativa do curso X Ensino do Código de Ética
Expectativa
Nulo Nº de
Alunos
Baixo Nº de
Alunos
Médio Nº de
Alunos
Alto Nº de
Alunos
Ficou Abaixo
4,6% 3 23,1% 15 46,2% 30 26,2% 17
Não Atendeu
1,9% 1 17,0% 9 47,2% 25 34,0% 18
Manteve
5,6% 14 18,5% 46 34,7% 86 41,1% 102
Superou
2,8% 2 12,5% 9 37,5% 27 42,2% 34
TOTAL
4,6% 20 18,0% 79 38,4% 168 39,0% 171
Fonte: Elaborado pela autora
75
Observa-se conforme Tabela 36 que os formandos que responderam que, ao
final do curso, a atividade contábil ficou abaixo de suas expectativas responderam
que o grau de intensidade da competência do Ensino do Código de Ética foi
desenvolvida em grau médio (46,2%) e alto (26,2%).
De acordo com as Tabelas de 29 a 36, observou-se que os formandos que
responderam que a expectativa ficou abaixo ou não atendeu, disseram, em sua
maioria, que o grau de desenvolvimento foi médio, e um percentual relevante
respondeu que foi alto. Os que responderam que mantiveram e superaram suas
expectativas também disseram em sua maioria que o grau de desenvolvimento foi
médio e alto.
Observadas as respostas dos formandos sobre o grau de intensidade de
desenvolvimento das competências e habilidades em relação ao Provão e às
expectativas dos alunos, pode-se dizer que, independentemente da qualidade de
ensino e da satisfação com o curso, os formandos das faculdades pesquisadas
responderam, com grau de intensidade elevado.
4.1.4 Avaliação do Curso pelos Formandos
Com o objetivo de conhecer o perfil do formando sobre a avaliação do curso
de Ciências Contábeis, foram elaboradas as três perguntas a seguir:
Pergunta: na sua opinião, o conjunto das disciplinas que compõem o curso de
Ciências Contábeis é suficiente para o exercício da profissão?
76
Tabela 37: As disciplinas são suficientes para o exercício da profissão
Avaliação
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Alunos
sim Nº
Alunos
sim %
Percentual de Formandos
57% 49% 55% 59% 242 55%
Fonte: Elaborado pela autora
O curso de Ciências Contábeis possui várias áreas de atuação distintas
como: Contabilidade Financeira, Contabilidade Tributária, Auditoria, Perícia e Análise
das Demonstrações Contábeis. A resposta dessa pergunta teve um resultado
equilibrado, pois não existe consenso de opinião. Para quase metade dos
formandos, o curso deveria oferecer mais disciplinas necessárias para que atenda
todas as áreas referidas em conjunto.
Pergunta: na sua opinião, o conceito “A, B, C, D ou E” reflete adequadamente o
desempenho global dos alunos?
Tabela 38: O provão reflete o desempenho dos alunos
Avaliação
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Alunos
sim Nº
Alunos
sim %
Percentual de Formandos
48% 36% 47% 42% 160 37%
Fonte: Elaborado pela autora
Para a maioria dos alunos o Provão não reflete adequadamente o
desempenho dos alunos, e destacam (escreveram no questionário) que as provas
são mal elaboradas, demoradas, fazendo com que o desempenho na prova fique
prejudicado.
Pergunta: no último Provão, sua faculdade obteve conceito “A, B, C, D ou E”. Na
sua opinião, esse conceito se deve: (você pode assinalar mais de uma opção):
77
Tabela 39: A quem se deve o conceito do Provão
Desempenho
REGIÃO
NORTE
REGIÃO
CENTRAL
REGIÃO DE
VITÓRIA
REGIÃO
SUL
Total
Geral Nº
Total
Geral %
Dos Professores 30% 29% 25% 24% 155 27
Dos Alunos 47% 36% 45% 44% 257 45
Da Direção 15% 20% 13% 20% 81 14
Do Coordenador 8% 15% 17% 12% 82 14
Total de Opiniões 164 45 341 25 575 100
Fonte: Elaborado pela autora
Essa pergunta obteve 575 respostas, porque o total de 438 formandos
respondeu mais de uma opção. Dos formandos 63% responderam que o provão não
reflete o desempenho dos alunos, mas nessa pergunta 45% dos formandos
responderam que o conceito do Provão se deve aos alunos, assumindo a maior
parte da responsabilidade pelo conceito do Provão. Assim pode-se perceber certa
contradição nas respostas.
Para identificarmos se o conceito do Provão pode influenciar o formando na
avaliação do curso, comparemos algumas IES:
Tabela 40: Comparação das Notas do Provão X O Provão reflete o desempenho dos alunos
IES Conceito
do Provão
Alunos Sim Nº Alunos Sim % Total de
Formandos
G A 33 63% 52
H A 39 53% 74
I A 11 61% 18
N E 20 49% 41
O E 14 61% 23
Fonte: Elaborado pela autora
Verificou-se que para estas cinco IES que obtiveram o conceito máximo (A)
ou o mínimo (E), o resultado do Provão não influencia a todos os formandos. Mesmo
os formandos da Instituição O que obteve conceito E responderam em sua maioria
que o Provão reflete o desempenho dos alunos. O conceito do provão não se deve
78
apenas aos alunos, mas também à estrutura da Instituição, à qualificação de
professor, ou seja, a todos os requisitos que são avaliados conforme o Decreto nº
3.860 (BRASIL, 2001).
4.2 Questionário com os Coordenadores
Para atender aos objetivos específicos (verificar se as competências e
habilidades descritas no projeto pedagógico das IES estão de acordo com as
recomendadas pelo MEC, segundo os coordenadores, e verificar a existência de
disciplinas com características regionais de acordo o MEC) foram formuladas duas
perguntas:
1)Quais são as competências e habilidades desejadas pela IES descritas no Projeto
Pedagógico?
2) Quais disciplinas possuem características do Estado do Espírito Santo? Favor
informar a ementa e o período.
A descrição das competências e habilidades do curso de Ciências Contábeis
das IES do Estado do Espírito Santo está no Apêndice B, devido ao fato de ser
grande o volume de informações.
Analisando-se a primeira resposta do questionário com os coordenadores,
verificou-se que as competências e habilidades inseridas no Projeto Pedagógico das
IES do curso de Ciências Contábeis do Espírito Santo atendem a Resolução 3/1992,
79
mas a maioria não descreve as competências e habilidades recomendadas pelo
Parecer 067/2003, exceto duas.
Pode-se dizer que as IES não estão planejando nem executando ações para
que as competências e habilidades recomendadas pelo MEC sejam desenvolvidas.
Conforme o item 4.1.3, no qual são tratadas as respostas dos formandos sobre o
grau de desenvolvimento das competências e habilidades, observou-se que os
índices das respostas foram elevados, pois, se as competências e habilidades não
estão descritas no Projeto Pedagógico, dificilmente a IES desenvolveria as
competências com grau de intensidade em sua maioria médio, de acordo com as
respostas dos formandos.
Ressalta-se, no item 2.3.2, que o Projeto Pedagógico é o princípio norteador,
é a razão de ser do curso. A importância dessa pergunta não está apenas em
verificar se o que está descrito no projeto, está ou não de acordo com o MEC, mas
sim se está havendo uma integração entre o que está escrito e o que está sendo
efetivamente colocado em prática pela Instituição com um único objetivo.
Analisando a segunda resposta do questionário com os coordenadores,
verificou-se que nenhuma das Instituições inseriu disciplinas com as características
regionais do Estado do Espírito Santo. Os comentários dos coordenadores estão
descritos no Apêndice B. Observa-se, no capítulo 3, item 3.3 das características
socioeconômicas, que o Estado do Espírito Santo oferece uma diversidade de
setores de mercado e abertura para novos mercados em que o profissional contábil
possa ser inserido. As IES deveriam planejar-se e inserirem disciplinas com
80
características do Estado, promover interação entre Instituições de Ensino e
Empresa, contribuindo assim com a sociedade.
81
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1 Conclusões
Nos últimos oito anos ocorreram várias mudanças na educação superior do
Brasil, tais como: a mudança da legislação educacional, a implantação do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior e o aumento do número de IES.
A avaliação dos cursos do ensino superior começou em 1996, mas o curso de
Ciências Contábeis participou pela segunda vez em 2003. Além de obter um
percentual elevado de IES com conceitos C, D e E em todo o Brasil, observou-se
que a média das dez melhores do Brasil (numa escala de 0 a 100) chegou a 46,2.
Algumas respostas dos alunos que fizeram o Provão são preocupantes tais como:
16% dos formandos nem sequer conhecem o Projeto Pedagógico. Apenas 29% dos
formandos responderam que a IES contribuiu para refletir sobre as especificidades
regionais. Apenas 42% dos alunos responderam que a IES oferece iniciação
científica. E 48% dos formandos disseram que a IES contribuiu no conjunto de
disciplinas para desenvolver senso crítico e raciocínio lógico.
Na Pesquisa O Perfil do Contabilista Brasileiro (CFC, 1996) foi contatado que
45% dos formandos e muitos egressos permanecem na região, daí a necessidade
de as IES conhecerem e oferecerem disciplinas com características da região,
preparando seus alunos para o mercado de sua localização. Além da constatação
de Marion (2003) de que o docente de contabilidade produz pouca pesquisa na área,
pouco se preocupa com metodologia de ensino, as IES não inovam suas ementas,
os alunos não são preparados para pensar criticamente e não são criativos.
82
Diante dos acontecimentos citados, a qualidade de ensino pode comprometer
os objetivos do Ministério da Educação e Cultura, descaracterizando o perfil do
formando do curso de Ciências Contábeis. O objetivo geral foi verificar a relação
entre as competências e habilidades das IES às recomendações do MEC. E
especificamente, verificar se as competências e habilidades inseridas no Projeto
Pedagógico das IES estão de acordo com as recomendadas pelo MEC, segundo os
coordenadores; verificar em que grau de intensidade foi desenvolvido, segundo a
ótica dos formandos, verificar a existência de disciplinas com características
programáticas regionais e o perfil do formando.
A questão problema desta pesquisa é: qual a relação entre as competências
e habilidades dos formandos do curso de Ciências Contábeis do Estado do Espírito
Santo e as recomendadas pelo MEC em 2002, a partir da percepção dos formandos
e coordenadores no ano de 2003? Chegou-se à conclusão de que na visão dos
formandos e coordenadores de 2003 não existe relação entre as competências e
habilidades dos formandos do curso de Ciências Contábeis do Estado do Espírito e
as recomendadas pelo MEC.
Por meio de pesquisa empírica chegou-se às respostas das questões
propostas. Perguntou-se aos coordenadores de curso das 15 IES pesquisadas quais
as competências e habilidades inseridas no Projeto Pedagógico das IES do Estado
do Espírito Santo, com o objetivo de verificar se estão de acordo com as
recomendadas pelo MEC. Conforme as respostas, verificou-se que a grande maioria
obedece à Resolução 03/92 (BRASIL, 1992). Apenas duas IES estão atualizadas
83
com as competências e habilidades, em conformidade com a Resolução 6 (BRASIL,
2004). A importância dessa questão não está apenas em verificar se as IES estão de
acordo com o parecer, mas também, verificar que, além de não estarem atualizadas
com o parecer, não está havendo interação entre o planejamento das IES e as
ações educacionais.
Utilizando-se o questionário como instrumento para obter a opinião dos
formandos, chegou-se às seguintes respostas sobre o grau de desenvolvimento das
competências e habilidades recomendadas pelo MEC: em todas as oito
competências e habilidades, a maioria respondeu que o grau de desenvolvimento foi
médio, ou seja, satisfatoriamente o suficiente para facilitar o aprendizado, com
exceção do ensino do Código de Ética, em que 39% dos formandos responderam
grau médio e 39% grau alto. A competência com o grau de maior desenvolvimento
foi “O Uso da Terminologia Contábil”, pois apenas 2% dos formandos responderam
que foi grau baixo e nenhum respondeu que foi nulo. E a competência de menor
grau foi a “Prática de Pareceres e Relatórios” com 39% dos formandos respondendo
que foi baixo e 4% respondendo que foi nulo. Isso significa que os alunos acreditam
que o desenvolvimento da prática dessa competência poderia ser mais adequado
para facilitar o aprendizado. O objetivo dessas perguntas foi verificar em que grau de
intensidade vem sendo desenvolvidas pelas IES as competências e habilidades
recomendadas pelo MEC. Segundo os formandos, as IES desenvolveram o
suficiente facilitando o aprendizado.
Observadas as respostas dos formandos sobre o grau de intensidade de
desenvolvimento das competências e habilidades em relação ao resultado do
84
Provão percebe-se que, independentemente de a IES obter conceito A ou E, os
alunos responderam em sua maioria que o grau de intensidade do desenvolvimento
das competências e habilidades foi médio. Confrontando também a resposta sobre a
expectativa do curso, mesmo os que responderam que ficou abaixo e não atendeu,
também responderam que em sua maioria o grau de intensidade das competências
e habilidades foi médio, com percentuais relevantes de grau alto. Pode-se dizer que,
independentemente da qualidade de ensino e da satisfação com o curso, os
formandos das faculdades pesquisadas responderam com intensidade elevada o
grau de desenvolvimento das competências e habilidades pelas as IES.
Em relação às demonstrações contábeis, existe uma diferença grande entre o
ensino e o aprendizado do aluno. A grande maioria respondeu que foram ensinadas
todas as Demonstrações Contábeis com exceção de Balanço Social e
Demonstração do Valor Adicionado, só uma minoria respondeu que essas
demonstrações foram ensinadas. Quanto a preparar as demonstrações, verificou-se
que os formandos sabem em sua maioria preparar as demonstrações: Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (quase todos); as
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstrações das Origens e
Aplicações de Recursos e a Demonstração do Fluxo de Caixa: 63%, 63% e 61%
respectivamente. Já o Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado,
apenas 32% e 17%, respectivamente, dos formandos responderam que sabem
preparar. Ou seja, das sete demonstrações citadas, apenas o Balanço Patrimonial e
a Demonstração de Resultado a grande maioria sabe preparar.
85
Quanto à resposta sobre as disciplinas, verifica-se que nenhuma IES possui
disciplina com características regionais do Estado do Espírito Santo. Conforme o
capítulo 3, o Estado do Espírito Santo oferece uma diversidade de setores de
mercado e abertura para novos mercados em que o profissional contábil possa ser
inserido, tais como: Agronegócio, indústria de mármore e granito, têxtil e moveleira,
comércio exterior, petróleo e gás natural.
Para alcançar o objetivo de verificar o perfil do formando, foi utilizado também
o questionário e chegou-se a estes resultados: a maioria dos formandos do curso de
Ciências Contábeis do Estado do Espírito Santo é do sexo masculino, mas com um
percentual de mulheres bem próximo e com tendência de ser a maioria para os
próximos anos. A idade dos formandos de até 30 anos, em sua maioria, indica que
os estudantes estão saindo do 2º grau e logo iniciando um curso superior. Também
com o crescimento do número de IES, estudantes com mais de 30 anos estão
voltando a estudar. Escolheram o curso porque sabem que o mercado de trabalho é
amplo, ou porque já trabalham na área e querem se aperfeiçoar; outros, porque
fizeram o curso técnico e se identificaram com a área, o que mostra que a maioria
escolheu o curso sabendo que o conhecimento adquirido seria importante na
inserção ou na ascensão no mercado de trabalho. Ao término do curso, suas
expectativas foram atendidas ou pelo conhecimento adquirido ou pela entrada ou
melhora no mercado de trabalho e, por isso, a maioria dos formandos se sente
orgulhosa em informar que estuda contabilidade. Os formandos que trabalham na
área chegam a 62%. Avaliando o curso, os formandos em sua maioria acreditam que
as disciplinas do curso são suficientes para o exercício da profissão e que o Provão
não reflete o desempenho dos alunos.
86
Portanto não existe relação entre as competências e habilidades dos
formandos do curso de Ciências Contábeis do Estado do Espírito e as
recomendadas pelo MEC. As competências e habilidades recomendadas pelo MEC
não estão inseridas no Projeto Pedagógico das IES do Curso de Ciências Contábeis
do Estado do Espírito Santo (apenas duas entre quinze). Verifica-se que muitos
alunos não sabem preparar as Demonstrações Contábeis, os formandos insatisfeitos
com o curso e estudantes das IES que obtiveram conceito C, D ou E no Provão
também responderam que o grau de intensidade desenvolvimento das competências
e Habilidades pelas IES foi médio e alto mostrando que responderam com grau de
intensidade elevado.
5.2 Sugestões
Na tentativa de contribuir para a melhora da qualidade da Educação Superior
do curso de Ciências Contábeis no Estado do Espírito Santo, apresentam-se as
seguintes sugestões:
Para que uma IES forme profissionais com o mínimo de qualidade
educacional, é necessário que atenda aos requisitos mínimos (Decreto 3.860/2001)
e às diretrizes curriculares, não apenas com finalidade de obedecer a uma legislação
ou de submeter-se a uma avaliação, mas sim, com a finalidade de garantir aos
alunos qualidade de ensino.
87
O Planejamento de Desenvolvimento Institucional e o Projeto Pedagógico
devem interagir mais entre coordenadores, professores e alunos, para todos
alcançarem juntos o objetivo de formar o aluno com as competências e habilidades
desejadas. E não basta que isso esteja descrito nos planos citados. É a partir de
ações por parte de todo o colegiado que se poderá chegar ao objetivo desejado.
As IES devem atualizar o Projeto Pedagógico com as competências e
habilidades recomendadas pelo MEC, e inserir disciplinas com características do
Estado, promovendo interação entre a Instituição de Ensino Superior e Empresas
contribuindo assim com a sociedade; devem inserir, como por exemplo,
contabilidade para empresas com atividade agropecuária nos municípios que mais
necessitam de profissionais qualificados nessa área.
Esta pesquisa limita-se à verificação da qualidade de ensino superior para o
Curso de Ciências Contábeis no Espírito Santo. As competências e habilidades
foram sugeridas pelo MEC em 2002, exigidas por meio de Resolução a partir de
2004, e o questionário com os formandos foi aplicado em 2003. Das vinte e quatro
IES existentes foram pesquisas 15, que eram as que tinham alunos no último
período. Nos próximos anos haverá mais IES com formandos, e terão mais tempo
para se preparar para atender às exigências do MEC, portanto sugerem-se
pesquisas do ensino contábil.
88
REFERÊNCIAS
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Santo. Disponível em <www.aderes.com.br>. Acesso em 14.7.2003.
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Acesso em 14.7.2003.
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dezembro de 1996. Disponível em: <www.mec.gov.br/legis/default.shtm>. Acesso
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julho de 2001. Disponível em <www.mec.gov.br/sesu/ftp/decreto/decn3860.doc>.
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___________. Edital 04 de 1997. Disponível em <www.mec.gov/sesu/ftp/edital/e04.
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___________. Parecer CES/CNE 146/2002, aprovado em 3 de Abril de 2002.
Disponível em <www.mec.gov.br/cne/pdf/ces0146.pdf>. Acesso em 13.3.2003.
___________. Parecer CES/CNE 067/2003. Disponível em <www.mec.gov.br/cne/pdf/
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___________. Resolução nº 3, de 5 de outubro de 1992. Conselho Federal de
Educação – Ministério da Educação. Diário Oficial da União de 20.10.1992. Seção I, p.
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___________. Resolução nº 6, de 8 de março de 2004. Disponível em
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89
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______________. 31 de Março de 2004. As notas no provão dos 260 melhores
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SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. Interdisciplinaridade, Sinônimo de
Complexidade. Disponível em <www.angelfire.com./sk/holgonsi/> Acesso em
30.05.2004.
91
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO COM OS FORMANDOS
92
O Questionário aos Formandos
Características Gerais
Idade: entre 20 a 30 anos ( ) mais de 30 anos ( )
Sexo: F ( ) M ( )
1. Quanto à satisfação do curso:
1.1 Quando você prestou vestibular, qual o motivo que o levou a escolher o Curso
de Ciências Contábeis? Resuma em no máximo quatro linhas:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
1.2 Assinale com um “x”. Faltando poucos meses para a conclusão do curso,
independentemente da faculdade ou de seus professores, você entende que a
atividade contábil:
a. Manteve
b. Superou
c. Não atendeu
d. Ficou abaixo
1.3 Assinale com um “x”. Quando você, por qualquer razão, informa a alguém não
ligado à sua faculdade que está cursando Ciências Contábeis, você se sente:
a. Orgulhoso
b. Indiferente
c. Constrangido
d. Outros (indicar)....................................
93
1.4 Em qual das alternativas abaixo você se enquadra:
a. Profissionalmente, exerço ou já exerci atividade ligada à contabilidade.
b. Profissionalmente, não exerço atividade ligada à contabilidade.
c. Por enquanto me dedico apenas aos estudos.
2. Quanto à satisfação do curso:
2.1 O uso de terminologia e a linguagem própria da Ciência Contábil, como
“ativação”, “origens dos recursos”, “debitar”, na sua opinião, foram desenvolvidos ao
longo do curso com qual intensidade?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
2.2 Como você avalia as atividades de correlação entre as disciplinas ministradas ao
longo do curso de Ciências Contábeis, isto é, foram desenvolvidas atividades onde
cada disciplina é complementar às demais disciplinas?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
2.3 Qual o grau de desenvolvimento prático na elaboração de pareceres e
relatórios?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
2.4 Em que grau foram abordadas, durante o curso, práticas e situações de
aplicação da legislação societária, fiscal e trabalhista, às funções contábeis?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
2.5 Foram aplicadas, em que intensidade, técnicas de liderança, motivação para a
geração e disseminação de informações contábeis com precisão?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
94
2.6 Segundo o MEC – Ministério da Educação e Cultura, ao término do curso de
Ciências Contábeis, o aluno deverá estar apto a “desenvolver, analisar e
implementar sistemas de informação contábil e de controles gerenciais”. Em sua
opinião, considerando exclusivamente o que foi desenvolvido ao longo do curso,
seus conhecimentos atendem a tal quesito?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
2.7 Segundo o MEC – Ministério da Educação e Cultura, ao término do curso de
Ciências Contábeis, o aluno deverá estar apto a “dominar as funções contábeis para
a tomada de decisão”. Em sua opinião, considerando exclusivamente o que foi
desenvolvido ao longo do curso, seus conhecimentos atendem a tal quesito?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
2.8 O código de ética da profissão contábil lhe foi ensinado com que intensidade ao
longo do curso?
( ) alto ( ) médio ( ) baixo ( ) nulo
2.9 Assinale com um “x”, na coluna apropriada, se durante o curso de Ciências
Contábeis foram ensinados os seguintes assuntos:
Assunto Sim
Não
Balanço Patrimonial
D.R. E
D. M. P. L
D. O. A. R
Fluxo de Caixa
Balanço Social
D. V. A
95
2.10 Desconsiderando-se sua eventual experiência profissional na área contábil, os
conhecimentos ministrados em sala de aula foram suficientes para que você
prepare:
Assunto Sim Não
Balanço Patrimonial
D.R. E
D. M. P. L
D. O. A. R
Fluxo de Caixa
Balanço Social
D. V. A
3. Quanto à avaliação do curso:
3.1 Na sua opinião, o conjunto das disciplinas que compõem o curso de Ciências
Contábeis é suficiente para o exercício da profissão?
sim
não
3.2 No último “Provão”, sua faculdade obteve conceito “X”. Na sua opinião, este
conceito se deve: (você pode assinalar mais de uma opção):
a. Desempenho dos Professores
b. Desempenho dos Alunos
c. Atenção da direção da faculdade
d. Atenção da coordenação do curso
96
3.3 Na sua opinião, o conceito “A, B, C, D ou E” reflete adequadamente o
desempenho global dos alunos?
sim
não
97
APÊNDICE B QUESTIONÁRIO COM OS COORDENADORES
98
O Questionário aos Coordenadores
1)Quais são as competências e habilidades desejadas pela IES descritas no Projeto
Pedagógico?
2) Quais disciplinas possuem características do Estado do Espírito Santo? Favor
informar a ementa e o período.
Respostas
Instituição A:
Resposta nº 1:
Ao traçar o perfil do formando desta instituição foram delineados os atributos
indispensáveis e/ou desejáveis esperados, de acordo com a Resolução 03/92 do
Conselho Federal de Educação (BRASIL, 1992):
Foi dividido em três partes:
a) atributos de natureza humana: senso de responsabilidade, capacidade de
discernimento para julgar e optar diante de alternativas, capacidade de desenvolver
um pensamento crítico, agilidade de raciocínio e criatividade, capacidade de vincular
suas ações às exigências de qualidade, capacidade de identificar as próprias
potencialidades e limitações;
99
b) atributos de natureza social: espírito de equipe, capacidade de envolvimento e de
participação em iniciativas de interesse comum, disponibilidade para cooperar no
equacionamento de problemas e na busca de soluções que satisfarão objetivos
profissionais comuns, capacidade de desenvolver críticas construtivas e de evitar as
destrutivas;
c) atributos de natureza profissional: visão de conjunto das áreas de ciências exatas,
humanas, e sociais abrangidas pela profissão, domínio mais aprofundado de algum
campo específico da área profissional (contabilidade gerencial, pública, aplicada à
micro e pequena empresa, comercial, com ênfase em custos, perícias contábeis,
auditoria e controladoria), conhecimento de práticas contábeis de uso internacional,
conhecimento de aspectos contábeis pertinentes a blocos socioeconômicos ou
geopolíticos específicos (contabilidade em empresas que atuam no Mercosul,
registros contábeis em microempresas e cooperativas), preocupação em manter-se
atualizado em áreas sujeitas a alterações mais freqüentes (normas brasileiras de
contabilidade, pronunciamentos técnicos de entidades de classe, a legislação
tributária e previdenciária), capacidade de avaliação minuciosa do fator
custo/benefício, preocupação com a correção de seus atos e com precisão de suas
avaliações, capacidades de administrar adequadamente o cumprimento de
cronogramas, de prioridades e de prazos estabelecidos.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 recomendadas pelo MEC.
Resposta nº 2:
Não existe nenhuma disciplina que contempla características do
Estado do Espírito Santo.
100
Instituição B:
Resposta nº 1:
As habilidades estão de acordo com a Resolução 03/92 do Conselho Federal
de Educação (BRASIL, 1992):
a) Conhecimentos gerais, mediante a compreensão do fluxo de idéias, doutrinas e
culturas ao longo da história humana que determinam o contraste entre as forças
sociais, políticas e econômicas mundiais na época presente e que traçam as linhas
mestras do comportamento humano;
b) Utilização da lógica formal e mecanismos de raciocínio que norteiam os
procedimentos principais na formação de juízos de valor e de condução de
pesquisas científicas fundamentadas na ética geral, com o exame dos valores
pessoais e daqueles estabelecidos pela sociedade;
c) Domínio escrito e falado da língua portuguesa, das técnicas de avaliação de
dados quantitativos e domínio do instrumental matemático-estatístico-financeiro, no
exercício da Contabilidade e de áreas afins à Contabilidade;
d) Habilidades intelectuais e de natureza profissional, transformando conhecimentos
em soluções de problemas concretos decorrentes do trabalho, com o cultivo de
valores profissionais e do respeito permanente às normas éticas, de modo a sentir-
se parte de uma comunidade de contabilistas, com plena consciência de suas
obrigações perante a sociedade e a classe contábil.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
101
Resposta nº 2: Na ementa desta Instituição não há nenhuma disciplina com
características do nosso Estado.
Instituição C:
Resposta nº 1:
O coordenador não nos enviou o conteúdo das habilidades em seu projeto
pedagógico, mas afirmou que estão baseadas na Resolução 03/92 do Conselho
Federal de Educação (BRASIL, 1992).
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: Apenas citou: “ Não temos”.
Instituição D:
Resposta nº 1
:
As habilidades estão de acordo com a Resolução 03/92 do Conselho Federal
de Educação (BRASIL, 1992):
a) Visão global e prospectiva;
b) Visão interdisciplinar da atividade contábil;
c) Organização nos processos de estudo e trabalho;
d) Senso crítico na interpretação das leis, regulamentos, decretos e portarias;
102
e) Meticulosidade;
f) Capacidade de análise;
g) Capacidade para compreender os processos produtivos dos diferentes
ramos de atividade;
h) Sociabilidade;
i) Visão de negócios;
j) Senso empresarial;
l) Responsabilidade social e profissional;
m) Capacidade de comunicação inclusive com o domínio da linguagem
contábil;
n) Pontualidade quanto ao cumprimento de prazos e obrigações;
o) Capacidade para recomendar e orientar decisões a partir da interpretação
dos resultados das atividades produtivas e dos cenários políticos,
econômicos e sociais.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: Em Nenhum curso desta Instituição existe disciplina que contempla
ênfase de mercado do Estado do ES.
103
Instituição E:
Resposta nº 1:
As habilidades estão de acordo com a Resolução 03/92 do Conselho Federal
de Educação (BRASIL, 1992).
Propicia também a formação de um profissional que possua visão holística,
hábito de leitura, que saiba trabalhar em equipe, que possua equilíbrio emocional
(hoje conhecido como inteligência emocional) e, especificamente falando da área
contábil, o mercado requer um profissional que atue como gestor, que "pensa o
negócio" da empresa, que analisa resultados, que faz projeções futuras e ajuda a
administrar a empresa.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: Estamos em fase de alteração do Projeto Pedagógico. Ainda não
temos nenhuma disciplina com essas características formalizadas.
Instituição F:
Resposta nº 1:
As habilidades estão de acordo com a Resolução 03/92 do Conselho Federal
de Educação (BRASIL, 1992):
104
a) Competências e habilidades para pesquisar, analisar, discernir, e participar pró-
ativamente dos processos decisórios corporativos, respondendo por todo sistema de
informações econômico-financeiras, operacionais e estratégicas, geradas pelas
operações decorrentes da gestão das entidades.
b) Devem ter visão global das variáveis ambientais próximas e remotas e de suas
influências nas alterações patrimoniais.
c) Devem ser profissionais que viabilizem a completa prestação de contas da gestão
dos agentes econômicos à sociedade, exercendo, com ética e proficiência, as
atribuições que lhe são prescritas pela legislação geral e específica.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: Eu e os professores estamos fazendo algumas reuniões e vamos
alterar a ementa do curso.
Instituição G:
Resposta nº 1
:
As habilidades estão de acordo com a Resolução 03/92 do Conselho Federal
de Educação (BRASIL, 1992):
Como decorrência do trabalho desenvolvido durante o curso, os acadêmicos
que obtiverem o título de Bacharel em Ciências Contábeis poderão:
105
a) Assumir as seguintes funções: Responsáveis Técnicos de Projetos e/ou de
Empresas de Contabilidade, Empresas de Consultoria e Assessoria Contábil;
Empresários da iniciativa privada (empreendedores); Empregados dos setor público
e privado; Profissionais liberais, consultores, professores, pesquisadores; Todas as
previstas pelo Conselho de Contabilidade;
b) Atuarem nos seguintes segmentos/setores: Empresas de Consultoria, como
Técnicos de Projetos; Empresas de Contabilidade, como profissional responsável
pela área; Empresas de Assessoria Contábil, prestando serviços de aconselhamento
profissional; Empresários da iniciativa privada (empreendedores); Empregados dos
setor público e privado; Universidades e faculdades, tanto públicas quanto privadas,
como professores/ pesquisadores.
c) Desenvolver as seguintes habilidades/posturas: Estar atento às mudanças
situacionais internas e externas à organização; Ter coerência em suas atitudes, em
seus pensamentos e ações, primando pela justiça, passando segurança aos seus
colaboradores; Manter-se continuamente atualizado; Estabelecer relações de
confiança, relacionamentos sólidos e calcados em transparências; Pensar
estrategicamente e ter comportamento ético, Saber compartilhar ações, acreditando
que o sucesso e/ou fracasso dos projetos é responsabilidade de todos os
envolvidos.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: Estamos em planejamento para o próximo ano.
106
Instituição H:
Resposta nº 1:
O coordenador não nos enviou o conteúdo das habilidades porque seu projeto
pedagógico está sendo reestruturado, mas afirmou que estão baseadas no Parecer
067/2003 (BRASIL, 2003).
Resposta nº 2: No novo Projeto será contemplada ou na ementa ou em cursos de
extensão.
Instituição I:
Resposta nº 1:
O coordenador não nos enviou o conteúdo das habilidades do projeto
pedagógico desta instituição, mas o coordenador do curso de ciências contábeis nos
informou que as habilidades em seu projeto estão baseadas na Resolução 03/92 do
Conselho Federal de Educação (BRASIL, 1992).
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: Esta Instituição não possui disciplina com características da nossa
região.
107
Instituição J:
Resposta nº 1:
As habilidades estão de acordo com a Resolução 03/92 do Conselho Federal
de Educação (BRASIL, 1992):
a) atributos de natureza humana: A Instituição incentivará por meio de disciplinas e
atividades o desenvolvimento de características que contribuirão para formação de
um indivíduo culto e equilibrado, sendo elas: senso de responsabilidade, capacidade
de discernimento para julgar e optar diante de alternativas, educação formal,
habilidade numérica, habilidades cognitivas, exatidão, questionamento, decisão,
capacidade para desenvolver pensamento crítico, agilidade de raciocínio, raciocínio
abstrato, atenção concentrada, criatividade, capacidade de exercer com ética as
atribuições e prerrogativas que lhes são prescritas através de legislação específica,
capacidade de vincular suas ações às exigências de qualidade e capacidade de
identificar as próprias potencialidades e limitações;
b
) atributos de natureza social: A Instituição promoverá atividades para desenvolver
no aluno o espírito de equipe, capacidade de envolvimento e de participação em
atividades de interesse comum, capacidade para cooperar no equacionamento de
problemas na busca de soluções que satisfaçam objetivos comuns, capacidade de
gerenciamento de pessoas, planejamento e organização;
c) atributos de natureza profissional: Ao longo do processo de aprendizagem a
instituição espera promover no aluno desenvolvimento dos seguintes atributos: visão
sistêmica, holística e interdisciplinar da área de conhecimento abrangida pela
108
profissão, proficiência no uso da linguagem contábil, sob a abordagem da teoria da
comunicação, para o usuário externo com ênfase ao usuário interno, conhecimentos
dos aspectos contábeis aplicados ao sistema socioeconômico do Estado (corredor
centro-leste, mercosul, incentivos fiscais etc.), preocupação em manter-se atualizado
em áreas sujeitas a alterações mais freqüentes, especificamente quanto à legislação
aplicada (tributária, trabalhista, societária etc.) e quanto às normas profissionais,
capacidade de avaliação judiciosa do fator custo/benefício, preocupação com a
correção de seus atos e com a precisão de suas informações e avaliações, sólidos
conhecimentos contábeis sobre empresas que atuam no setor terciário da economia;
d) atributos gerais: Durante o processo de aprendizagem a Instituição fornecerá
elementos para o aluno desenvolver o raciocínio lógico para uso da tecnologia da
informação, estimulando o uso de computadores, Internet, softwares contábeis,
administrativos, financeiros e gerenciais no desenvolvimento de trabalhos das
disciplinas do currículo pleno. Considerando as características e os atributos do
profissional que a instituição deseja formar, o perfil do formando em contabilidade
desta Instituição será o de Contador Gerencial ou Controller, caracterizado pela
ênfase que será dada ao curso para aplicação da contabilidade voltada para fins
internos da empresa, isto é, a Contabilidade Gerencial ou Controladoria
.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2
: Não existe disciplina, mas estamos oferecendo cursos de extensão
específicos .
109
Instituição L:
Resposta nº 1:
O coordenador não nos enviou o conteúdo das habilidades do projeto
pedagógico desta instituição, mas o coordenador do curso de ciências contábeis nos
informou que as habilidades em seu projeto estão baseadas na Resolução 03/92 do
Conselho Federal de Educação (BRASIL, 1992).
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: Já pensamos em fazer isto com as disciplinas optativas. Só que é
difícil os alunos entrarem num consenso, já que uns querem e outros não. Por isso
não oferecemos estas disciplinas.
Instituição M:
Resposta nº 1
:
O coordenador não nos enviou o conteúdo das habilidades do projeto
pedagógico desta instituição, mas o coordenador do curso de ciências contábeis nos
informou que as habilidades em seu projeto estão baseadas na Resolução 03/92 do
Conselho Federal de Educação (BRASIL, 1992).
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
110
Resposta nº 2: Estamos nos preparando para fazer ajustes no projeto pedagógico
para o ano que vem. Ainda não oferecemos disciplinas com características do nosso
Estado.
Instituição N:
Resposta nº 1:
As habilidades estão de acordo com o parecer do Conselho Federal de
Educação nº 067, aprovado em 2003 (BRASIL, 2003):
a) Utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem próprias das Ciências
Contábeis,
b) Desenvolver o raciocínio lógico para uso da tecnologia da informação,
estimulando a utilização de meios computacionais.
c) Demonstrar uma visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil.
d) Elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e
eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais.
e) Incentivar, por meio das disciplinas e atividades, o senso de responsabilidade,
capacidade de discernimento para julgar e optar diante de alternativas, habilidade
cognitiva, agilidade de raciocínio, atenção concentrada, capacidade de exercer com
ética as atribuições e prerrogativas que são prescritas aos alunos através de
legislação específica, revelando domínios adequados aos diferentes modelos
organizacionais.
111
f)Proporcionar ao aluno o desenvolvimento na área de conhecimento abrangida pela
profissão, proficiência da linguagem contábil, preocupação em manter-se atualizado
em áreas sujeitas a alterações mais freqüentes, especificamente quanto à legislação
aplicada (tributária, trabalhista, societária, e outros) e, quanto às normas
profissionais sólidas conhecimentos contábeis sobre qualquer segmento produtivo
ou institucional e pleno cumprimento da sua responsabilidade quanto ao
gerenciamento, aos controles e à prestação de contas da sua gestão perante a
sociedade, gerando também informações para a tomada de decisão, organização de
atitudes e construção de valores orientados para a cidadania.
g) Desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle
gerencial.
Resposta nº 2: Acreditamos que evoluímos bastante para estarmos atualizados
perante o MEC, mas ainda não alteramos toda a ementa. Boa sugestão!
Instituição O:
Resposta nº 1
:
As habilidades estão de acordo com a Resolução 03/92 do Conselho Federal
de Educação (BRASIL, 1992):
O Curso de Ciências Contábeis desta Instituição está organizado de forma a
abranger conteúdos e atividades que constituam uma base consistente para a
formação do profissional de contabilidade competente e comprometido com a causa
social da contabilidade. Nesse sentido, busca-se o desenvolvimento de um
profissional:
112
a) Proficiente em: Compreender as mutações patrimoniais em diferentes
âmbitos da empresa e elaboração das demonstrações financeiras; Elaborar
planejamentos financeiros para as empresas, alicerçados nos princípios e normas da
contabilidade; Articular, motivar e liderar equipes multidisciplinares para a captação
de dados, geração e disseminação de informações contábeis; Dominar recursos e
meios tecnológicos em suas relações com os problemas profissionais; Interpretar
não somente os fenômenos econômicos que tem que registrar, mas também os que
se desenvolvem no entorno da empresa; Aplicar as técnicas de administração e
relações humanas, em sua condição de elemento gerencial de uma instituição ou
como importante membro da sociedade;
b) Capaz de: Desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação
contábil e de controle gerencial; Exercer com ética as atribuições e prerrogativas que
lhes são prescritas através de legislação específica.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2
: Não possuímos ainda uma estrutura voltada para este fato.
113
Instituição P:
Resposta nº 1:
Ao traçar o perfil profissiográfico do formando desta instituição foram
delineados os atributos indispensáveis e/ou desejáveis esperados, de acordo com a
Resolução 03/92 do Conselho Federal de Educação (BRASIL, 1992):
a) atributos de natureza humana: senso de responsabilidade, capacidade de
discernimento para julgar e optar diante de alternativas, capacidade de desenvolver
um pensamento crítico, agilidade de raciocínio e criatividade, capacidade de vincular
suas ações às exigências de qualidade, capacidade de identificar as próprias
potencialidades e limitações;
b) atributos de natureza social: espírito de equipe, capacidade de envolvimento e de
participação em iniciativas de interesse comum, disponibilidade para cooperar no
equacionamento de problemas e na busca de soluções que satisfarão objetivos
profissionais comuns, capacidade de desenvolver críticas construtivas e de evitar as
destrutivas;
c) atributos de natureza profissional: visão de conjunto das áreas de ciências exatas,
humanas, e sociais abrangidas pela profissão, domínio mais aprofundado de algum
campo específico da área profissional (contabilidade gerencial, pública, aplicada à
micro e pequena empresa, comercial, com ênfase em custos, perícias contábeis,
auditoria e controladoria), conhecimento de práticas contábeis de uso internacional,
conhecimento de aspectos contábeis pertinentes a blocos socioeconômicos ou
114
geopolíticos específicos (contabilidade em empresas que atuam no Mercosul,
registros contábeis em microempresas e cooperativas), preocupação em manter-se
atualizado em áreas sujeitas a alterações mais freqüentes (normas brasileiras de
contabilidade, pronunciamentos técnicos de entidades de classe, a legislação
tributária e previdenciária), capacidade de avaliação minuciosa do fator
custo/benefício, preocupação com a correção de seus atos e com precisão de suas
avaliações, capacidade de administrar adequadamente o cumprimento de
cronogramas, de prioridades e de prazos estabelecidos.
Esta IES não contempla as competências e habilidades de acordo com o
parecer 067/2003 exigidas pelo MEC.
Resposta nº 2: A Instituição está articulando alterações no projeto, mas não temos
qualquer disciplina com características do Estado.
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