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INTRODUÇÃO
Na década de 1990 nasceu na Bahia um novo estilo musical, uma espécie do
samba, e que brevemente tomou conta da preferência musical de boa parte dos
baianos, chegando a se espalhar pelo país. Especialistas e pessoas que não gostam
do pagode até profetizaram que seria uma “onda passageira”, como outras que
surgem como uma febre e logo caem no desgosto popular. Como veremos, muitas
músicas caíram no desuso, mas, contrariamente às previsões, o pagode baiano
sobrevive até os dias atuais.
As bandas que se destacaram no nascimento do pagode foram: “É o Tchan”,
“Companhia do Pagode”, “Harmonia do Samba”, “Cafuné” e “Gang do Samba”. No
curso histórico, outras bandas também adquiriram fama, como “Dig now”,
“Pagodart”, “Nossa Juventude”, “No Styllo”, “Parangolé”, “Fantasmão”, entre muitas
outras. Algumas dessas ainda existem, sendo que passam por mudanças
constantes, desde a troca de músicos à incorporação de novos ritmos. Atualmente,
estão no auge as bandas “Psirico”, “Black Style”, “O Troco”, “Assombra”, “A
Fórmulla”, “A Bronkka”, “O Báck”, “Assombra”, “Ed City”, “Bonde dos Neuróticos”, “É
Xeke”, “Parangolé”, “Leva Nóis” e algumas outras, que se alternam no estrelato.
Como salienta Faour (2008), inicialmente essas bandas eram compostas por
cantores, músicos, dançarinos/as, que se popularizaram rapidamente, sempre se
caracterizando com sensualidade. Mini-short, minissaias e um vestuário com roupas
que quase sempre colavam no corpo, compunham a indumentária que impulsionava
as coreografias sensuais, ritmizadas por músicas como “Segure o tchan”, “Na
boquinha da garrafa”, “Agachadinho”, “Pirulito”, e tantas outras que movimentaram
os carnavais de Salvador e as festas em bairros diversos da cidade, como também
foram disseminadas para o interior do estado com fluidez. No decorrer do tempo, o
trabalho coreográfico foi assumido pelos próprios cantores, quando, Xandy, do grupo
“Harmonia do Samba”, interpretava e dançava sensualmente as letras. Atualmente,
percebemos que raras bandas convidam dançarinos para permanecer, quando
acontecem, essas contratações costumam são temporárias, apenas para
coreografar umas poucas canções, como, por exemplo, a banda “Black Style”, com a
“Mulher perereca” e “O Troco” com “A Professora”. É interessante notarmos que, a