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Lembre-te que a natureza
Te dá tudo que precisa
Pra viver nesse mundo.
É tua herança, mas, avisa!
Não queime, não mate ou polua
Se não a herança tua,
Vai virar uma carniça
(CALLOU, 2007, p.13).
No folheto Navegue com segurança (2007), Hélvia Callou “informa” às crianças e aos
jovens a forma adequada de utilizar os benefícios oriundos da Internet com “segurança”,
enfatizando as vantagens e desvantagens que a mesma proporciona. Esse folheto foi
encomendado pela Secretaria de Educação de Campina Grande e que a autora dedicou “[...] às
crianças,/ Aos jovens adolescentes,/ Aos internautas adultos/ e aos solteiros carentes/ Que na
sua euforia/ Em busca de companhia/ Cai no abismo e não sente” (CALLOU, 2007, p.02).
Esse tom educativo é recorrente nos folhetos não só de Hélvia Callou, mas também
nos versos de poetisas como Maria Julita Nunes
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, por meio de seus recentes folhetos: A
etimologia na Literatura de Cordel (2009) e O léxico português e o escravo africano (2009),
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Maria Julita Nunes é cordelista, natural da cidade de Teixeira-PB. Ela herdou a tradição poética dos Nunes-
Batista, da qual o seu pai também era descendente. O primeiro contato que ela teve com o universo da poesia
popular foi por meio das cantorias escutadas na infância. Embora despertada por esse imaginário popular desde a
infância, veio a escrever folhetos a partir da década de 90, com o seu primeiro folheto intitulado Direito de
Resposta (1998), porém, esse não veio a ser publicado. Com relação aos folhetos publicados, temos os seguintes
títulos: Estude o Dicionário se quiser saber também (2001) – parceria com Manoel Monteiro, Avante! Um, dois,
três... Fui! (2002), A Criança e o Idoso estão plantando esperança (2002), Regresso a São Saruê (2003), Rasga
Cristo o teu manto e embrulha os desgraçados! (2006), A Etimologia na Literatura de Cordel (2009), O léxico
português e o escravo africano (2009). Tivemos acesso, por meio da poetisa, aos títulos dos folhetos que não
foram publicados, em outras palavras, que estão arquivados: Direito de resposta (1998), A minha saudade chega
toda vez que a tarde morre! (1999), Eu me lembro do Teixeira, cidade do nosso sertão! (1999), Segue com Deus
(1999), Admiro os cantadores (1999), Graças a Deus (1999), São as flores do meu sertão que enfeitam a
natureza (1999), A raça do Riacho Verde (2000), Se você fizer... (2000), Nem toda língua se chupa... (2000),
Sextilhas esparsas (2001), Preservar o meio ambiente é a nossa obrigação! (2001), Onde está o teu fichu?
Pergunto à mãe Lolô (2001), Resposta à Agar ( Mesmo com “quatro olho” a cegueira continua)(2001),
Reconhecendo e agradecendo (ao Regina Coeli) (2001), Imagino ser Deus que está gritando quando ouço um
trovão no infinito (2001), A velhice é um resto de esperança que a infância deixou quando morreu ( 2001), Na
Budega de Zé de Mano tem de tudo pra comprar (2001), Uma noite de poesia (2002), Solicitações solicitadas
(2002), A cana que Juca tomou dia dez de fevereiro ( 2002), Vocábulos idos e vindos (2002), O abecedário
(2002), De “A a Z” (através do tempo) ( 2002), Desabafo de F.H.C (2002), A morada de Deus é tão distante que
é preciso morrer pra chegar lá (2003), Abc do sentimento (2003), A sobra do couro (2003), Contribua c’o
Calepino, pois muita gente vai ler(2003), Sou antiga, sou quadrada, sou do tempo da vovó, não navego na
Internet, não possuo computador (2004), Moradora do sertão onde nasci me criei, Teixeira, meu doce chão é o
lugar que mais amei! (2004), O amor é o tema mais cantado pelos seres de toda geração (2004), Boca que já
provou beijo recorda, tomando cana (2004), O amor que menos custa, custa a saudade que deixou (2004), O
amor que menos custa, custa a saudade que deixa (2004), Entupido para transmitir, desentupido pra receber
(2004), Amanhã será primavera, eu não poderei ver as flores! (2007) e “Quer pão Jujus?” (2007).