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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Renan Piazzon Peres
CONTROLE DA PRODUÇÃO EM UMA
INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA COM
CCM INTELIGENTE
Taubaté – SP
2010
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ii
Renan Piazzon Peres
CONTROLE DE PRODUÇÃO EM UMA
INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA COM
CCM INTELIGENTE
Dissertação apresentada para obtenção do Título de
Mestre pelo Curso de Pós-graduação em Engenharia
Mecânica do Departamento de Engenharia Mecânica
da Universidade de Taubaté.
Área de Concentração: Automação Industrial e
Robótica (Automação Industrial)
Orientador: Prof. Dr. Wendell de Queiróz Lamas
Co-orientador: Prof. Dr. João Sinohara da Silva Sousa
Taubaté – SP
2010
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P437c
Peres, Renan Piazzon.
Controle dD
produção HPXPDLQG~VWULDVXFURDOFRROHLUD
com CCM inteligente./ Renan Piazzon Peres. – Taubaté:
Unitau, 2010.
108 f. :il;30 cm.
Dissertação (Mestrado) – Universidade de Taubaté.
Faculdade de Engenharia Mecânica. Curso de Mestrado em
Engenharia Mecânica.
Orientador: Wendell de Queiróz Lamas
1. Redes industriais. 2. CCM Inteligente. 3.
Automação da produção. I. Universidade de Taubaté.
Departamento de Engenharia Mecânica. II. Título.
CDD(21) 658.5
iii
RENAN PIAZZON PERES
CONTROLE DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA COM
CCM INTELIGENTE
Dissertação apresentada para obtenção do Título de
Mestre pelo Curso de Pós-graduação em Engenharia
Mecânica do Departamento de Engenharia Mecânica
da Universidade de Taubaté.
Área de Concentração: Automação Industrial e
Robótica (Automação Industrial)
Orientador: Prof. Dr. Wendell de Queiróz Lamas
Co-orientador: Prof. Dr. João Sinohara da Silva Sousa
Data: _____________________________
Resultado: _____________________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Wendell de Queiróz Lamas Universidade de Taubaté
Assinatura ______________________________
Prof. Dr. João Sinohara da Silva Sousa Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de São Paulo
Assinatura ______________________________
Prof. Dr. Valesca Alves Correa Universidade de Tauba
Assinatura ______________________________
Prof. Dr. Carlos Frajuca Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de São Paulo
Assinatura ______________________________
iv
Dedico este trabalho primeiramente a
minha esposa Regiane pelo incentivo, ao
meu pai e mãe, Ademir e Ivone, pela
educação a mim oferecida e a Deus que
me iluminou neste caminho.
À Rockwell Automation por ter fornecido
suporte e materiais complementares para
os estudos realizados.
v
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Wendell de Queiróz Lamas, pela habilidade e dedicação demonstrada
na orientação deste trabalho, sendo de extrema importância a sua contribuição.
Ao Prof. Dr. Jo Sinohara da Silva Sousa, pela dedicação na co-orientação deste
trabalho.
Ao Prof. Dr. Cícero Couto de Moraes, pela experiência passada ao longo dos anos
que trabalhamos em projetos e desenvolvimentos de painéis elétricos pela empresa
Lavill Ltda.
À empresa Rockwell Automation que proporcionou os dados deste trabalho,
acreditando nos resultados e nos benefícios que serão obtidos por meio da
capacitação de seus empregados, como forma de potencializar resultados e manter
interação sólida entre empresa e Universidade.
À usina Cabrera Energética que proporcionou os dados para o estudo de caso deste
trabalho.
À Universidade de Taubaté, que cedeu os laboratórios e os materiais para os testes.
vi
“No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade”.
Albert Einstein
vii
PERES, R. P. Controle de produção de produção em uma indústria
sucroalcooleira com CCM inteligente. 2010. 107f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade de
Taubaté, Taubaté.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar as características e conceitos da
aplicão de centros de controle de motores inteligente, demonstrando as vantagens
da utilização de rede industrial no controle da produção, especificamente o protocolo
DeviceNet®, e reunir em um documento as informões sobre a utilização e
aplicões de diferentes configurações de acionamento e comando de motores
instalados em um CCM. Para isso, foram realizados estudos e simulações de
acionamentos elétricos protegidos por relés de sobrecarga em diferentes
configurações de ligações e tecnologias utilizadas em instalações elétricas
industriais, alterando os equipamentos, montagens e sinais recebidos para comando
e proteção das cargas, bem como, observando os dados referentes aos custos de
engenharia, instalação e materiais. Para as quatro oões analisadas foram
estimados os tempos de projeto, instalação e valores estimados dos produtos e
serviços necessários, fornecendo uma tabela comparativa entre as opções
estudadas, além de concluir que o uso de CCM inteligente conectado ao aplicativo
de supervisão IntelliCENTER® se apresentou como a melhor solução, pois agrega
as melhores características técnicas dos painéis elétricos, bem como a
disponibilidade de monitoramento e controle da produção, com a utilização da rede
DeviceNet®. Além dos valores envolvidos na aquisição e startup, também foram
observados os possíveis ganhos operacionais do sistema inteligente, pois permite
via sistema supervisório os diagnósticos instantâneos, alarmes e desligamentos que
localizam os defeitos nos acionamentos controlados.
Palavras-chave: Automação da produção; CCM inteligente; Redes industriais.
viii
PERES, R. P. Manufacturing control in a sugar and alcohol plant with intelligent
MCC. 2010. 107p.. M.Sc. thesis (Masters Degree in Mechanical Engineering) –
Department of Mechanical Engineering, University of Taubate, Taubate, Brazil.
ABSTRACT
This work aims to present the intelligent motor control center characteristics and
concepts by showing the advantages of the industrial network application in the
manufacturing control, more specific the DeviceNet® protocol and gather in one
document the information about the application and how to use different
configurations of drivers and motor control installed in a MCC. In order to gather this
information several studies and simulation were made by changing the equipment,
assembling and signals in electric drivers protected by overload relays with different
technologies and kind of connections used in industrial installations and comparing
the engineering, assembling, and material costs. For the four analyzed options of
drivers, the project development time, installation, product costs and necessary
services were estimated showing a comparative table between options. This study
will prove that the intelligent MCC connected to the IntelliCENTER® software is the
best solution because uses the best technical solution and also have the ability to
monitor and control manufacturing, using DeviceNet® network. Besides the
acquisition and start up values it was also observed the operational benefits of the
intelligent system, showing alarms, instantaneous diagnostics, and problems in the
components of the controlled starter, by means supervisory system.
Keywords: Manufacturing automation; Intelligent MCC; Industrial Networks.
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Estrutura geral de acionamento de motores............................... 26
Figura 2 Relé bimetálico convencional ..................................................... 27
Figura 3 Relé de sobrecarga eletrônico (E1).............................................
27
Figura 4 Relé de sobrecarga eletrônico com rede DeviceNet® (E3+)...... 29
Figura 5 CCM compartimentado com gavetas extraíveis..........................
31
Figura 6 Posições operacionais das gavetas extraíveis............................
32
Figura 7 CCM não compartimentado com gavetas fixas ..........................
33
Figura 8 Arquitetura de rede integrada .....................................................
35
Figura 9 Sala de painéis elétricos – CCMI recepção, preparo e extração
39
Figura 10
Motores do setor picador / difusor .............................................. 40
Figura 11
Configuração de instalação de CCM convencional interligado
via multicabos..............................................................................
43
Figura 12
Mesa de comando e controle das moendas................................
44
Figura 13
Diagrama funcional da configuração com CCM convencional.... 45
Figura 14
Configuração de instalação de CCM convencional com
interligação via cabo de rede e acionamento com botões e
sinaleiros.....................................................................................
52
Figura 15
Diagrama funcional da configuração com CCM convencional
com interligação via cabo de rede e acionamento com botões e
sinaleiros..................................................................................... 54
Figura 16
Configuração de instalação de CCM convencional com
interligação via cabo de rede e acionamento com IHM.............. 61
Figura 17
Diagrama funcional do CCM convencional com interligação via
cabo de rede e acionamento com IHM....................................... 63
Figura 18
Configuração de instalação de CCM inteligente com IHM,
interligação via rede ................................................................... 70
Figura 19
Diagrama funcional da configuração com CCM inteligente com
interligação via rede ................................................................... 72
Figura 20
Vista frontal do CCM inteligente ................................................. 81
Figura 21
Vista frontal do CCM no intelliCENTER®....................................
82
x
Figura 22
Configuração das entradas e saidas do rele inteligente ............ 83
Figura 23
Detalhe de monitoramento da gaveta de acionamento ............. 84
Figura 24
Documentação referente a gaveta do CCMI ............................. 85
Figura 25
Registro de eventos ................................................................... 85
Figura 26
Função ADR da rede DeviceNet® ..............................................
86
Figura 27
Gráfico com os resultados unificados ........................................ 92
Figura 28
Fluxograma da produção de açúcar e álcool ............................ 109
Figura 29
Interligação entre dispositivos da rede DeviceNet® ...................
118
Figura 30
Relação entre CAN e DeviceNet® e as camadas do modelo
OSI .............................................................................................
119
Figura 31
CIP no modelo OSI .....................................................................
120
Figura 32
Frame de dados utilizado pela rede DeviceNet® ....................... 121
Figura 33
Seção vertical típica do CCMI .................................................... 124
Figura 34
CCMI com duas redes diferentes ............................................... 124
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Dados da produção de açúcar e álcool, ano base 2007............... 38
Tabela 2
Dados estimados para produção na usina Cabrera no ano 2013.
38
Tabela 3
Principais circuitos etricos da usina ...........................................
39
Tabela 4
Acionamentos elétricos da usina Cabrera Energética ................. 40
Tabela 5
Interligação entre gaveta de acionamento do CCM e bornes....... 46
Tabela 6
Interligação entre mesa de comando e bornes............................. 46
Tabela 7
Interligação em campo entre bornes da mesa de comando e
CCM.............................................................................................. 47
Tabela 8
Equipamento de automão......................................................... 47
Tabela 9
Valores dos materiais do CCM com fiação a botões ................... 48
Tabela 10 Valores dos materiais da mesa de comando................................ 49
Tabela 11
Materiais para instalação em campo.............................................
50
Tabela 12
Mão de obra utilizada na opção por CCM com fiação a botões....
51
Tabela 13
Interligação entre gaveta de acionamento do CCM e bornes do
FLEX /O........................................................................................
55
Tabela 14
Interligação entre mesa de comando e bornes do CLP................ 55
Tabela 15
Interligação em campo entre FLEX I/O (CCM) e CLP (mesa de
comando)...................................................................................... 56
Tabela 16
Equipamento de automão: CLP e FLEX I/O.............................
56
Tabela 17
Valores de materiais do CCM com interligação via cabo de rede
e acionamento com botões e sinaleiros........................................
57
Tabela 18
Valores de materiais da mesa de comando com interligação via
cabo de rede e acionamento com botões e sinaleiros................. 58
Tabela 19
Materiais para instalação em campo entre FLEX I/O (CCM) e
CLP (mesa de comando) ............................................................ 59
Tabela 20
Mão de obra utilizada na opção por CCM com rede até mesa de
comando....................................................................................... 60
Tabela 21
Interligação entre gaveta de acionamento do CCM e bornes do
FLEX I/O........................................................................................
64
Tabela 22
Interligação entre mesa de comando e bornes do CLP............... 64
xii
Tabela 23
Interligação em campo entre FLEX I/O (CCM) e CLP (mesa de
comando)....................................................................................
65
Tabela 24
Equipamento de automão: CLP, IHM e FLEX I/O.....................
65
Tabela 25
Valores de materiais do CCM com interligação via cabo de rede
e acionamento com IHM.............................................................. 66
Tabela 26
Valores de materiais da e mesa de comando com interligação
via cabo de rede e acionamento com IHM................................... 67
Tabela 27
Materiais para instalação em campo entre FLEX I/O (CCM) e
CLP (mesa de comando) ........................................................... 68
Tabela 28
Mão de obra utilizada na opção por CCM com rede até mesa de
comando com IHM ..................................................................... 69
Tabela 29
Interligação entre gaveta de acionamento do CCMI e bornes..... 73
Tabela 30
Interligação entre mesa de comando e bornes do CLP.............. 73
Tabela 31
Interligação em campo entre CCMI e CLP (mesa de comando).. 74
Tabela 32
Equipamento de automão: CLP, IHM e FLEX I/O .................... 74
Tabela 33
Valores de materiais do CCM inteligente com interligação via
cabo de rede e acionamento com IHM......................................... 75
Tabela 34
Valores de materiais da mesa de comando com interligação via
cabo de rede e acionamento com IHM......................................... 76
Tabela 35
Materiais para instalação em campo entre (CCM) e CLP (mesa
de comando) ................................................................................ 77
Tabela 36
Mão de obra utilizada na opção por CCMI com rede até mesa
de comando..................................................................................
78
Tabela 37
Quadro de cargas do CCM inteligente.......................................... 80
Tabela 38
Tabela resumo de custos de engenharia...................................... 87
Tabela 39
Tabela resumo de custos de instalação e montagem ..................
88
Tabela 40
Tabela resumo de custos de materiais ........................................ 89
Tabela 41
Tabela de referência e valores dos cursos dos equipamentos de
automação ................................................................................... 90
Tabela 42
Tabela unificada com resumo de custos ..................................... 91
Tabela 43
Tabela de tempos para de normalização em caso de
manutenção................................................................................. 98
Tabela 44
Tabela resumo de custos de normalização em caso de 99
xiii
manutenção ...............................................................................
Tabela 45
Padrão arquivo EDS................................................................... 122
Tabela 46
Relação entre o comprimento do cabo e sua taxa de
Transmiso ................................................................................ 123
Tabela 47
Especificações do software InteliCENTER® ............................... 125
xiv
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1
Reação de Gay-Lussac ..............................................................
116
xv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADR
Auto Device Recovery
CAN
Controller Area Network
CAGED
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CBO
Classificação Brasileira de Ocupações
CCM
Centro de Controle de Motores
CCMI
Centro de Controle de Motores inteligente
CIP
Commom Industrial Protocol
CLP
Controlador Lógico Programável
DCS
Distributed Control System – Sistema de controle distribuído
DI
Digital Input Cartão de entrada digital do CLP
DO
Digital OutputCartão de saída digital do CLP
EDS
Eletronic Data Sheet
ETA
Estação de Tratamento de Afluentes
ETE
Estação de Tratamento de Efluentes
IEEE
the Institute of Electrical and Electronics Engineers
IHM
Interface Homem Máquina
ISO
the International Organization for Standardization
MACID
Media Access Control Identifiers
MTE
Ministério do Trabalho e Emprego
NCS
Networked Control Systems
PTC
Sensor de temperatura para proteção de equipamentos
PROFIBUS
Process Field Bus
SCADA
Sistema supervisório de controle e aquisição de dados
ODVA
Open DeviceNet® Vendor Association
OSI
Open Systems Interconnection
TC
Transformador de corrente
xvi
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 18
1.1 Introdução 18
1.2 Revisão da literatura 21
1.3 Objetivos 23
1.4 Metodologia 24
2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO 25
2.1 Conceitos de acionamento de motores 25
2.2 Centro de Controle de Motores (CCM) 29
2.3 Centro de Controle de Motores Inteligente (CCMI) 33
2.4 Produção de Açucar e Alcool 35
2.4 A Usina Cabrera Energética 36
3 SISTEMAS PROPOSTOS 41
3.1 CCM convencional interligado por multicabos 42
3.2 CCM convencional interligado por cabo de rede com mesa de comando
equipada com botoeiras 52
3.3 CCM convencional interligado por cabo de rede com mesa de comando
equipada com IHM 61
3.4 CCM inteligente interligado por cabo de rede com mesa de comando equipada
com IHM 70
3.5 Simulações 79
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 87
4.1 Resultados obtidos 87
4.2 Análise dos resultados 93
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 101
5.1 Conclusões 101
5.2 Sugestões de trabalhos futuros 102
REFERÊNCIAS 103
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 106
xvii
ANEXO 1 – PROCESSO PRODUTIVO DA FABRICAÇÃO DE AÇUCAR
E ÁLCOOL 108
ANEXO 2 – REDE DEVICENET® 118
18
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. INTRODUÇÃO
Para a alimentação de plantas industriais com grande quantidade de motores
é utilizado um painel elétrico denominado CCM (centro de controle de motores) que
possui características mecânicas e elétricas especiais, possibilitando o controle e
acionamento de diversas cargas de maneira customizada, facilitando a manutenção
com conjuntos extraíveis a quente (painel energizado) e comando automatizado via
equipamentos conectados a redes industriais, provendo capacidade de controlar e
gerenciar os acionamentos dos circuitos.
CCMs são painéis completos, montados e que acomodam dispositivos para
proteção, seccionamento e manobra de cargas. Possuem uma função específica
nos sistemas de distribuição de energia elétrica em unidades comerciais e
industriais, que é capacitar essas unidades para melhor gerenciamento, operação e
manutenção dos motores disponíveis pelo processo (WEG, 2008; ROCKWELL
AUTOMATION, 2009; SIEMENS, 2009).
A característica principal de um CCM inteligente é que seus componentes
principais (inversor, soft-start e relés inteligentes) podem comunicar em rede,
enviando e recebendo dados para um controlador lógico programável (CLP), uma
interface homem máquina (IHM) ou um sistema SCADA (Supervisory, Control, and
Data Acquisition). Designa-se rede ao conjunto de equipamentos e aplicativos
utilizados para propiciar o tráfego de informões entre os diversos níveis
hierárquicos e participantes de um processo industrial (BLAIR et al., 2001).
Devido aos diversos recursos fornecidos por cada dispositivo conectado à
rede, é possível receber antecipadamente um alarme de problemas potenciais,
eliminar o desligamento desnecessário, isolar falhas de modo a reduzir o tempo de
parada e distribuir ou equalizar as cargas enquanto o problema es sendo
solucionado, além de reduzir os trabalhos de fiação, espaço físico e tempo de
instalação.
19
O desenvolvimento dos produtos é constante, gerando aumento de fluxo de
dados e alterando as características das limitações das redes de controle no
ambiente industrial. Atualmente no mercado, existem três tecnologias de redes
industriais com maior utilização: DeviceNet®, PROFIBUS® e MODBUS®
(ROCKWELL AUTOMATION, 1999).
Devido à necessidade de supervisão, comando e controle com o menor
número de equipamentos e conexões, surge o CCM inteligente, onde sua principal
característica é a utilização do relé de proteção de estado sólido multifunção,
substituindo o relé de proteção bimetálico de sobrecarga convencional, agregando
em um único equipamento as funções de conexão à rede de comunicação e
proteção do motor. Esse tipo de relé possui sdas incorporadas, permitindo que
ele faça o papel do cartão de saída do CLP (ROCKWELL AUTOMATION, 1999).
A capacidade de comunicação e supervisão via rede, presente nos
dispositivos de partida do CCM inteligente, proporciona diversas vantagens
permitindo: aperfeiçoar o processo, maximizar a produção e minimizar os riscos de
operação. A facilidade de comunicação possibilita o gerenciamento de dados e a
troca de informações sobre os acionamentos, recebendo alarmes e gráficos de
tendência, além de confiabilidade do processo por meio da supervisão do seu
comportamento. As informões podem estar presentes em uma IHM local ou em
computador de supervisão remota (ROCKWELL AUTOMATION, 1999).
Junto ao desenvolvimento tecnológico que traz consigo dispositivos mais
compactos, mais eficientes e de maior capacidade de trabalho, também devido à
contribuição de novos modelos de programação adotados, a descentralização tem
proporcionado um melhor compartilhamento de recursos e de informações por meio
dos chamados sistemas distribuídos (KNIHS et al., 2000).
Um exemplo da eficiência que as redes de campo proporcionam para um
melhor controle e supervisão da operação e manutenção de um processo é o setor
de ustulação da Votorantim Metais, unidade de Juiz de Fora, onde adotou-se uma
configuração baseada em um sistema de controle e supervisão unificados,
permitindo a centralização do controle e manutenção, a facilidade e agilidade no
diagnóstico de falhas no sistema, além de um histórico de dados de grande
confiabilidade, proporcionando às equipes de operação e manutenção melhores
condições para acompanhamento da produção e do funcionamento de seus ativos.
20
Esse fato foi comprovado pela redução do mero de paradas na unidade e o
aumento da confiabilidade do processo (LARA et al. , 2009).
O CCM inteligente, associado à instrumentação, CLP, SCADA, interligação
remota e bancos de dados com os relarios de processo, possibilita a melhoria no
gerenciamento do processo e o aumento da qualidade dos mais variados processos
produtivos, aumentando a confiabilidade e a precisão dos mesmos (DEUS et al.,
2007; MEULENBROEK e FREEMAN, 2009).
As redes de comunicação de tempo real, também conhecidas por sistemas de
controle via redes (NCS Networked Control Systems), têm obtido cada vez mais
espaço no meio industrial face à sua grande disponibilidade e ao baixo custo atual
da tecnologia de redes, sendo amplamente utilizado para conexão de sensores,
atuadores e controladores na implementação de sistemas de controle realimentado.
Em certos processos, as características temporais dos sistemas de tempo real m
participação decisiva no desempenho do processo, assim a observação das
características dos fluxos de mensagens suportados, tais como a sua periodicidade
e o comprimento de mensagens relacionado, se fazem necessários. Assim sendo,
torna-se interessante o cálculo do tempo de resposta das mensagens em um NCS
para comparar a capacidade dessas redes de controle para satisfazer os requisitos
da aplicação de controle suportada (SANTOS et al., 2003; DECOTIGNIE, 2009;
VALENTIM et al., 2009).
O setor sucroalcooleiro tem paulatinamente investido em tecnologias para
aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos e aprimorar o
reaproveitamento de resíduos. Nessa linha, a cogeração tem recebido grandes
investimentos, incentivados pelo rápido retorno financeiro dos mesmos. Esses bons
resultados foram incentivadores dos investimentos na automatizão dos processos,
particularmente no setor de utilidades, incluindo, assim, o acionamento e controle
dos motores, onde as redes de campo e os CCMs inteligentes ganharam espaço
(SIEMENS, 2008).
21
1.2. REVISÃO DA LITERATURA
Rockwell Automation (1999) apresentara os principais conceitos de CCM
inteligente, destacando as características dos equipamentos desse fabricante de
equipamentos de automão para redes de comunicação tipo Remote I/O e
DeviceNet®
Knihs et al. (2000) apresentara os principais conceitos sobre as redes de
comunicação, suas vantagens e principais características, destacando a utilização
no ambiente industrial, principalmente no tocante às topologias e aos tipos de rede
mais eficientes nesse ambiente, assim como a tendência de padronização.
Blair et al. (2001) apresentara as necessidades e os requisitos para
cabeamento, características de dispositivos inteligentes e o aplicativo/programação
requerido para integrar as novas tecnologias associadas aos sistemas de controle
de motor. Também foram revistas discussões, mudanças filosóficas, vantagens e
desvantagens da sua adoção, que foram observadas durante a instalação e a
partida de um sistema na planta. Outro destaque fora a explanação a respeito do
critério de seleção da rede de campo a ser adotada no projeto, comparação entre o
sistema convencional e o inteligente.
Pieretti et al. (2003) apresentara os dados específicos sobre a cogeração em
usinas do setor sucroalcooleiro, destacando informações como aumentos na
produção, investimentos realizados e economia com utilidades.
Santos et al. (2003) apresentara os resultados obtidos com a implementação
de um pequeno processo com NCS baseado nos protocolos CAN® e PROFIBUS®
para comparão das propriedades temporais dessas redes para satisfazer os
requisitos da aplicão de controle suportada.
Deus et al. (2007) apresentara a melhoria obtida no gerenciamento do
processo e aumento da qualidade das bobinas de aço produzidas em forno de
recozimento da empresa CSN, a partir da implantação de um sistema de controle
automático dos ciclos térmicos desse equipamento, destacando a integração de um
CCMI ao sistema. Por meio dessa implementação, comprovaram-se diversos
benefícios como a otimização dos padrões operacionais, retorno financeiro e ganho
pela redução nos desvios de qualidade.
22
Lavill (2008) apresentara os requisitos das normas de construção de painéis
elétricos e CCM, com os modelos construtivos e necessidade específica de projetos.
Cosan (2008) apresentara o desempenho produtivo e financeiro do ano de
2007 para o grupo COSAN. As informões financeiras e produtivas das usinas, que
o consideradas para a análise econômica deste trabalho, foram aqui
apresentadas.
Siemens (2008) apresentara as tecnologias da fabricante disponibilizadas
para interligação de redes, em todos os veis, e suas aplicações no setor
sucroalcooleiro.
Weg (2008) apresentara as características estruturais, como tipos de
gabinetes, cabeamento e conexões.
Decotignie (2009) apresentara o potencial do protocolo Ethernet aplicado ao
ambiente industrial. Diversos protocolos de comunicação utilizados como
barramento de campo foram observados e tiveram suas características comparadas.
O padrão IEEE 802.3 fôra considerado como referência nessas observações.
Características técnicas, desempenho, problemas, evolução da tecnologia e
funcionamento em tempo real foram relacionados nesse trabalho. Também foram
discutidas as diferentes propostas e padronização para a Ethernet industrial.
Lara et al. (2009) apresentara a modernização do sistema de controle da
planta de produção de zinco da Votorantim Metais, na unidade de Juiz de Fora.
Buscaram uma solução para a migração dos painéis sinóticos até então adotados,
que proporcionasse maior robustez e confiabilidade à planta, além da absorção de
todas as unidades de aquisição de dados físicos existentes no campo.
Meulenbroek e Freeman (2009) apresentaram a evolução dos sistemas de
distribuição de energia elétrica, destacando os CCM inteligentes e suas aplicações
típicas em ambientes industriais, assim como alguns esquemas de ligações em rede
e particularmente salientando a presença de DCS / SCADA para gerenciamento da
planta. Também foram mencionadas as vantagens e desvantagens da utilização de
CCM inteligente, em termos técnicos e econômicos, em comparação ao CCM
convencional.
O guia de seleção de CCM da Rockwell Automation (2009) apresentara as
características estruturais, como tipos de gabinetes, cabeamento, conexões etc. A
tecnologia envolvida na linha IntelliCENTER® destacara sua capacidade de
23
conectividade por meio de protocolo de rede de campo DeviceNet® e sua facilidade
de programão.
Siemens (2009) apresentara a linha SIPLUX® de painéis de baixa tensão,
apropriados para utilizão com CCM inteligente. Foram destacadas as
características estruturais físicas dos painéis, sua capacidade de modularidade, tipo
CCM extraível, a estrutura de cabeamento, o sistema de proteção para os motores
conectados ao CCM e sua capacidade de conexão por meio de protocolo de
comunicação PROFIBUS®.
Valentim et al. (2009) apresentara uma metodologia para análise dos tempos
de resposta dentro de uma rede de controle multiciclos. O caso teste apresentado
fôra modelado com o objetivo de verificar o determinismo do protocolo quando
submetido a um ambiente onde existam várias requisões de serviço executando
seus ciclos temporais em paralelo com as mensagens de tempo real.
Cabrera (2010) apresentara as informões produtivas e investimentos
financeiros da Usina Cabrera Energética, que é a base para a análise técnica e
econômica deste trabalho.
Caged/Mte (2010) relacionara uma lista atualizada contendo as profises
exercidas no Estado de São Paulo, devidamente catalogadas e identificadas por um
digo adotado para cada uma, segundo seus próprios critérios, assim como os
sarios praticados para as mesmas.
Cosan (2010) apresentara os principais valores ligados à produção de etanol
pela indústria sucroalcooleira e avaliara qual o seu impacto na matriz energética
brasileira.
Unica (2010) apresentara informações do mercado brasileiro e internacional
do açúcar e do etanol, dados da produção, investimentos no setor e dados
econômicos.
1.3. OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é apresentar um estudo com as características
e conceitos da aplicação de CCM inteligente e demonstrar as vantagens da
utilização de rede industrial no controle da produção, especificamente o protocolo
24
DeviceNet®, responsável por interligar os dispositivos de campo aos níveis de
comunicação superiores.
O objetivo específico é apresentar um estudo de caso com as comparações
entre as aplicações de diferentes configurações de acionamentos instalados em um
processo produtivo alimentado por centro de controle de motores, destacando para
cada caso elaborado as suas características técnicas, os investimentos necessários
e seu impacto na produção.
1.4. METODOLOGIA
Serão relacionados cenários com diferentes tecnologias e conceitos para o
comando e supervisão de um processo produtivo, comparando-os por meio da
análise de investimento necessário para colocar em operação cada cenário
estabelecido, sendo observados os recursos de controle de produção e manutenção
disponibilizados para cada opção estudada.
No capítulo dois, o processo objeto deste estudo é detalhado, com especial
atenção para as tecnologias e características de acionamentos de motores e CCMs,
inclusive os CCMs inteligentes. As principais características da rede DeviceNet®,
particularmente aplicadas ao processo em questão, também são apresentadas,
assim como dados produtivos e financeiros da usina Cabreira Energética.
No capítulo três é realizado o estudo dos sistemas propostos, onde as
tecnologias escolhidas, a partir do que normalmente é aplicado nas indústrias do
ramo, são descritas e analisadas, com base na sua aplicação às características
básicas adotadas e descritas em seu início.
No capítulo quatro são descritos os resultados obtidos, por meio da
comparação dos resultados de cada opção elaborada, técnico-financeiro, além da
avaliação de um caso específico, também hipotético, porém igualmente baseado em
relatos de defeitos que ocorrem nas indústrias do setor sucroalcooleiro.
O capítulo cinco relaciona as conclusões e as sugestões de trabalhos futuros.
25
CAPÍTULO 2 – DESCRÃO DO PROCESSO
2.1 CONCEITOS DE ACIONAMENTOS DE MOTORES
Os circuitos elétricos necessitam de dispositivos de proteção e comandos que
o instalados em invólucros popularmente conhecidos como painéis elétricos.
Visando padronizar as exigências elétricas e mecânicas, a norma NBR IEC
60439-1 estabelece os critérios de montagem, testes e classificação dos modelos
dos equipamentos utilizados e definindo o painel elétrico como conjunto de manobra
e comando de baixa tensão: Combinação de equipamentos de manobra, controle,
medição, sinalização, proteção, regulação, etc., em baixa tensão, completamente
montados, com todas as interconexões internas elétricas e estrutura mecânica
(ABNT, 2003).
Além dos requisitos estabelecidos pela norma NRB IEC 60439-1, o projeto
deve atender os critérios estabelecidos por outras normas de instalações, dentre
elas: NBR 5410, instalações elétricas de baixa tensão; NR 10, segurança em
instalações e serviços em eletricidade; e IEC 60947, dispositivos elétricos.
O acionamento elétrico normalmente é utilizado para partida de motores e o
mesmo deve possuir dispositivos de proteção contra curto circuito, sobrecarga e
possibilitar o comando local ou externo, bem como o seccionamento da energia para
poder realização de manutenções periódicas. A Figura 1 ilustra um exemplo de
estrutura geral adotada para o acionamento de motores.
26
Figura 1 – Estrutura geral de acionamento de motores.
O acionamento elétrico mais utilizado é do tipo partida direta, que possui em
seu circuito um dispositivo denominado relé térmico, responsável pela proteção de
sobrecarga dos motores. Essa proteção é acionada a partir de uma curva de
comportamento retardado, simulando a mesma sobrecarga admitida nos motores
antes de gerar problemas funcionais.
No mercado existem diversos dispositivos com tecnologias diferentes, que
possuem recursos e funções de proteção adicionais e dentre os relés de sobrecarga
pode-se destacar três modelos: rebimetálico, relé de sobrecarga eletrônico (E1) e
relé de sobrecarga eletrônico com rede DeviceNet® (E3+).
O relé bimetálico convencional, ilustrado na Figura 2, oferece as fuões:
contatos para circuitos de controle (NA/NF);
botão para reset;
seleção de reset: manual/automática;
sensível a perda de fase.
27
Figura 2 – Relé bimetálico convencional (cortesia: Rockwell Automation)
O rede sobrecarga eletrônico (E1), ilustrado na Figura 3, oferece ao motor
as mesmas proteções do relé bimelico convencional, porém com melhor
sensibilidade e funções melhoradas. Suas principais características são:
contatos para circuitos de controle (NA/NF);
botão para reset;
seleção de reset: manual/automática;
sensível a perda de fase;
compensação da temperatura ambiente;
componentes de estado sólido, maior precisão e confiabilidade;
circuito térmico de memória, aprimorando o modelo térmico;
baixo consumo de energia (¼ do consumo do relé bimetálico);
ampla faixa de ajuste (um dispositivo eletrônico cobre a faixa de quarto
relés de sobrecarga bimetálico);
proteção contra perda de fase (três segundos = dez vezes mais rápido
que o relé bimetálico);
classe de desarme regulável (10A/15A/20A/30A).
Figura 3 – Relé de sobrecarga eletrônico (E1) (cortesia: Rockwell Automation)
28
O relé de sobrecarga eletrônico com rede DeviceNet® (E3+), ilustrado na
Figura 4, oferece ao motor as mesmas proteções do rede sobrecarga eletrônico
(E1), porém com funções melhoradas e supervisão realizada via comunicação da
rede DeviceNet®. Suas principais características são:
proteção contra sobrecarga térmica;
proteção contra perda de fase;
proteção contra rotor bloqueado;
proteção contra travamento de eixo;
proteção contra sub-carga térmica;
proteção contra desbalanceamento de corrente;
proteção contra fuga terra;
leitor de PTC, podendo monitorar a temperatura com sensor instalado
fisicamente no motor;
seleção de reset: manual/automática;
classe de desarme regulável de 5A a 30A com incrementos unitários;
monitoração de corrente por fase;
monitoração de corrente individual por fase em porcentagem;
monitoração de corrente média;
monitoração de corrente média em porcentagem;
monitoração de capacidade térmica utilizada;
monitoração de corrente de fuga à terra;
monitoração de porcentagem de desbalanceamento de corrente;
quatro entradas digitais configuráveis (24 V
CC
), sinalizadas via led;
duas saídas a relé (configuráveis), sinalizadas via led;
uma saída de trip a relé (configurável), sinalizada via led;
indicação de funcionamento da rede, sinalizada via led;
circuito incorporado permite um comando de reset por rede;
funções de alarmes com ajustes independentes da proteção;
comunicação em DeviceNet®;
circuito incorporado que permite o comando de reset por rede;
diagnóstico via palavra de status do dispositivo;
diagnóstico via palavra com status de desarme (15 variáveis);
diagnóstico via palavra com status de alarme (15 variáveis);
29
diagnóstico de tempo estimado para um desarme por sobrecarga;
diagnóstico de tempo para rearme após uma sobrecarga;
histórico das últimas cinco falhas.
Figura 4 - Re de sobrecarga eletrônico com rede DeviceNet® (E3+) (cortesia: Rockwell Automation)
2.2 CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES (CCM)
CCMs são painéis elétricos completos que acomodam equipamentos para
proteção, seccionamento e manobra de cargas. Tem uma função específica nos
sistemas de distribuição de energia elétrica em unidades comerciais e industriais.
São os painéis onde estão conectados os cabos provenientes das cargas. Apesar de
aproximadamente 85% das cargas industriais serem motores (motivo do nome
Centro de Controle de Motores), o termo carga é abrangente, podendo significar
qualquer equipamento que consuma energia elétrica, como estufas, resistores, etc.
(LAVILL, 2004).
A utilizão do CCM é destinada a instalações industriais que apresentam:
grande número de cargas comandadas;
necessidade de máxima continuidade de operação;
segurança do operador na operação, supervisão e manutenção;
30
instalação centralizada para facilitar a operação e manutenção;
elevada compactação, possibilitando a redução de área necessária.
O CCM possui características mecânicas de separação, de acordo com suas
divisões internas, sendo classificadas as unidades de construção do conjunto
(ABNT, 2003).
seção: unidade entre duas separações verticais sucessivas;
subseção: unidade entre duas separações horizontais sucessivas em
uma seção;
compartimento: seção ou subseção fechada (com aberturas
necessárias para interconexão, controle ou ventilação).
Os CCMs são montados em duas configurações de isolamento entre as
unidades funcionais, podendo ser compartimentados ou não.
No CCM compartimentado, os equipamentos de proteção e manobra de cada
carga estão montados em compartimentos isolados por barreiras mecânicas,
restringindo que possíveis problemas possam afetar as demais unidades funcionais,
conforme ilustrado na Figura 5. Nesse modelo compartimentado, as unidades
funcionais podem ser montadas em estruturas removíveis denominadas gavetas,
que podem ser extraídas do CCM com o mesmo em funcionamento, ou com
montagem em placas de montagem fixas.
31
Figura 5 – CCM compartimentado com gavetas extraíveis (cortesia: Rockwell Automation)
Os conjuntos extraíveis apresentam características de retirada dos módulos
de uma forma segura e sem a necessidade de ferramenta. Essa funcionalidade
facilita os trabalhos de manutenção, reduzindo os tempos de parada, pois as
operações de extração e inserção das gavetas ocorrem com o CCM energizado,
limitando a desconexão de energia a apenas aquele ramal que necessita de uma
intervenção.
As gavetas extraíveis apresentam as seguintes características:
modularidade do sistema, permitindo ampliação;
manutençãocil e rápida;
intercambiabilidade funcional, permitindo uso de gavetas reservas;
elevada segurança, pois permite a manutenção em setores isolados
sem o desligamento dos demais circuitos.
As gavetas extraíveis possuem quatro posições de operação, que são
utilizadas em diferentes etapas da operação e manutenção dos circuitos, conforme
32
ilustrado na Figura 6, sendo as conexões elétricas dispostas de acordo com as
posições de operação (ROCKWELL, 2009):
conectada – linha, carga, controle, rede e terra estão conectadas;
teste – controle, rede e terra estão conectadas;
desconectada – sem conexão elétrica;
retirada – sem unidade funcional.
Figura 6 – Posições operacionais das gavetas extraíveis (cortesia: Rockwell Automation)
Como opção ao CCM compartimentado, existe o modelo não
compartimentado que apresenta a montagem em placas fixas, com os conjuntos
funcionais instalados sem separação mecânica, conforme ilustrado na Figura 7.
33
Figura 7 – CCM não compartimentado com gavetas fixas (cortesia: Lavill)
2.3 CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES INTELIGENTE (CCMI)
A característica principal de um CCMI é que seus componentes principais
(inversor, soft-start e relés inteligentes) podem comunicar em rede, enviando e
recebendo dados para um controlador lógico programável (CLP), uma interface
homem quina (IHM) ou um sistema SCADA (Supervisory, Control, and Data
Acquisition). Designa-se rede ao conjunto de equipamentos e aplicativos utilizados
para propiciar o tráfego de informações entre os diversos níveis hierárquicos e
participantes de um processo industrial (BLAIR et al., 2001).
A utilização de redes de comunicação industrial com CCMI é uma solução
que possibilita o monitoramento e controle da produção, reduzindo o tempo de
parada de horas para minutos, com diagnósticos completos que localizam com
precisão os pontos problemáticos, auxiliando a manutenção a programar e executar
correções pontuais.
34
Em conjunto com o CCMI é fornecido um programa aplicativo denominado
IntelliCENTER®, utilizado para o monitoramento dos dados gerados pelos
equipamentos instalados no mesmo, sendo suas principais características
(ROCKWELL, 2009):
plug and play, com fácil acesso aos dados de configuração;
disponibiliza um prontuário técnico eletrônico, de acordo com as novas
recomendações da norma NR10 contendo: manuais dos
equipamentos, diagramas elétricos e lista de materiais;
registro de eventos, fornecendo os horários e condições de possíveis
problemas intermitentes;
supervisão do sistema elétrico em funcionamento sem a necessidade
de acesso físico eliminando o uso de trajes especiais.
A tecnologia da informão tem sido determinante no desenvolvimento da
tecnologia da automão, definindo hierarquias e estruturas de aplicação ao
ambiente industrial nos seus mais diversos setores, desde as indústrias de processo
e manufatura até aos sistemas logísticos. Para escolha de uma rede industrial, deve-
se observar os requisitos: determinismo, flexibilidade, custo efetivo, confiança,
segurança, facilidade de uso, protocolo aberto e padronizado.
Para permitir o tráfego de informações entre os níveis hierárquicos, as redes
devem possuir uma estrutura baseada em objetos e conexões entre eles, conforme
o modelo baseado no padrão CIP (Commom Industrial Protocol), ilustrado na Figura
8.
35
Figura 8 – Arquitetura de rede integrada (cortesia: Rockwell Automation)
2.4 PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL
O vasto território do Brasil e seu clima favorável possibilitam uma grande
oferta de terras disponíveis para a produção de cana-de-açúcar. Atualmente 8,8%
das terras agricultáveis do Brasil, ou 7,9 milhões de hectares, o usados na
produção de cana-de-açúcar, sendo o maior produtor do mundo, tendo produzido
mais de 568 milhões de toneladas ou 33% da produção mundial na safra 2008/09. O
Brasil é um dos maiores consumidores de açúcar, aproximadamente 12,4 milhões
de toneladas na safra 2008/09 (UNICA, 2010).
O uso de etanol como combustível no Brasil atingiu 13,4 milhões de m
3
em
2006, sendo cerca de 40% do combustível usado em motores automotivos (ciclo
Otto). A agroindústria da cana gerou, também, 11,3 TWh de energia elétrica e
mecânica em acionamentos, na maioria para uso próprio, o que equivale a 3% de
36
toda a energia elétrica consumida no país. O uso do bagaço como combustível foi
de 20,2 Mtep (mega toneladas equivalentes de petróleo) (COSAN, 2010).
Em 2000, foi estimado que com a implementão adicional de tecnologias
comerciais poderia resultar em reduções de até 13% em custos de produção no
Centro-Sul. Os processos novos incluem a agricultura de precisão; sistemas
integrados de colheita e transporte de cana e palha; maior automão industrial e
novos processos de separação (caldo e processamento final) (PIERETTI et al.,
2003).
Como opção de matriz energética, existe um ganho potencial na produção de
energia da biomassa da cana, pois a energia em uma tonelada métrica de cana,
adicionando a palha, é equivalente a 2/3 da energia em um barril de petróleo. Essa
biomassa pode ser recuperada a custos relativamente baixos e menos da metade é
usada hoje. Tecnologias disponíveis podem gerar energia elétrica adicional,
correspondente a 30% a mais do valor de venda do açúcar e do etanol, com bagaço
e 50% da palha (PIERETTI et al., 2003).
Devido a essa projeção de aumento da utilização da automão industrial nos
processos da instria sucroalcooleira, foi realizado o estudo de caso em uma usina
indicada com referência no setor, comparando as aplicões de diferentes
configurações de acionamentos instalados em um processo produtivo.
2.5 A USINA CABRERA ENERGÉTICA
O grupo Cabrera, com tradição de mais de 100 anos na atividade agrícola e
pecuária, atua em nove estados brasileiros e sempre buscou inovações tecnológicas
para cumprir da melhor maneira possível o seu principal objetivo: produzir alimentos
(CABRERA ENERGÉTICA, 2010).
O grupo Cabrera diversificou suas atividades e ingressou no setor
sucroalcooleiro com a instalação de uma usina de açúcar na região do triângulo
mineiro. O protocolo de intenções foi assinado com o Governado do Estado de
Minas Gerais e estão na fase final da licença de instalão(CABRERA
ENERGÉTICA, 2010).
37
O investimento inicial foi de cerca de R$ 143.000.000,00, com previsão de
início de moagem para o ano de 2009. No primeiro ano a intenção é moer 800 mil
toneladas em terra própria e em finalizar o empreendimento com 3 milhões de
toneladas de cana. Para atender a esse objetivo, a companhia cultiva, colhe e
processa a cana-de-açúcar, principal matéria-prima utilizada na produção de açúcar
e álcool. Os canteiros de mudas contam com cerca de 1.000 hectares de cana-de-
úcar (CABRERA ENERGÉTICA, 2010).
A Cabrera Energética tem pautado as suas ações com a maior
responsabilidade social e ambiental, procurando fazer de Limeira do Oeste, situada
em Minas Gerais, um sustenvel pólo produtor de açúcar e álcool, sendo estimada
a geração de até 1.500 empregos diretos (CABRERA ENERGÉTICA, 2010).
O período de safra é de 180 a 210 dias de produção, de acordo com os dias
de chuva. Para a safra do ano de 2010, a previsão é de 5.000 t/dia em 160 dias de
produção. As conversões estimadas de cada tonelada de cana para etanol ou
úcar são:
1 tonelada de cana = 85 litros de etanol hidratado;
1 tonelada de cana = 120 kg de úcar (a usina ainda o produz
úcar, sendo prevista a fabricação de 25.000 sacas (1.250 t) por dia
em 2013);
1 tonelada de cana = 250 kg de bagaço (combustível para a geração
de vapor na caldeira e cogeração de energia).
A cogeração de energia também é considerada como produto final do
processo, sendo utilizado atualmente 9 MWh para consumo próprio da usina, e
previsão para exportar energia (venda para concessionárias de energia) de 50 MWh
em 2013/2014.
A Tabela 1 relaciona os dados da produção de açúcar e de etanol obtidos da
carta financeira trimestral da COSAN, ano base 2007 (COSAN, 2008). Considerando
a semelhança entre essa usina e a Cabrera Energética, tais valores seo utilizados
como referência de preço e custo médio da produção sucroalcooleira da usina
Cabrera Energética.
38
Tabela 1 – Dados da produção de açúcar e álcool, ano base 2007
Descrição Açúcar
(R$/t)
Etanol
(R$/mil litros)
Preço médio unitário 683
897
Custo médio unitário 433
674
Despesas administrativas gerais
85
108
Ganho por unidade 165
115
Para estimar os ganhos operacionais, segue simulação de 200 dias de
produção, processando 3.000.000 toneladas de cana, o correspondente a 15.000
t/dia, produzindo, 1.250 t de açúcar, 625.000 l de etanol e 50 MWh de energia,
conforme relacionado na Tabela 2.
Tabela 2 – Dados estimados para produção na usina Cabrera no ano 2013
Descrição Açúcar Etanol Energia
Ganho por unidade 165,00 R$/t
115,00 R$/mil litros
154,18 R$/MWh
Produção por dia 1.250 t
625.000 l
50 MWh
Receita por dia R$ 206.250,00
R$ 71.875,00
R$7.709,00
Receita por hora R$ 8.593,75
R$ 2.994,79
R$ 321,20
Receita total por dia R$ 285.809,00
Receita total por hora
R$ 11.909,74
As instalações elétricas da usina Cabrera possuem um sistema de quatro
veis de tensões de funcionamento:
138 kV
CA
– interligação com a CEMIG;
13,8 kV
CA
– distribuição elétrica dos alimentadores;
440 V
CA
– alimentação dos circuitos motores;
220 V
CA
– alimentação dos circuitos administrativos.
Após a cabine de medição e proteção (138 kV
CA
), a energia é rebaixada por
transformadores e ligada a um barramento de distribuição (13,8 kV
CA
), responsável
pela alimentação dos demais circuitos compostos de transformadores, CCMI e
painéis de distribuição. A unidade possui 14 circuitos principais de distribuição,
conforme apresentado na Tabela 3.
39
Tabela 3 – Principais circuitos elétricos da usina
Circuito
Descrição
1 CCMI da caldeira
2 CCMI da concentração de caldo
3 CCMI do sistema hídrico.
4 CCMI do transporte de bagaço, ETE e ETA
5 CCMI dos produtos químicos, fermentação e destilaria
6 CCMI da recepção, preparo e extração
7 CCMI da vinhaça
8 CCMI do picador, desfibrador
9 Serviços auxiliares
10 Iluminação
11 Adutora
12 Administrativo
13 Oficinas
14 Casa de força (geradores)
Os painéis elétricos e CCMI o distribuídos em sala de painéis elétricos,
próximas às unidades funcionais a serem alimentadas, conforme ilustrado nas
Figuras 9 e 10.
Figura 9 – Sala de painéis elétricos
– CCMI receão, preparo e extração (cortesia: Cabrera
Energética)
40
Figura 10 – Motores do setor picador / difusor (cortesia: Cabrera Energética)
O processo produtivo é composto por aproximadamente 285 acionamentos,
sendo os mesmos de diferentes potências e modelos, classificados como partida
direta, soft-start e inversores de freqüência, conforme apresentado na Tabela 4.
Tabela 4 – Acionamentos elétricos da usina Cabrera Energética
Potência (CV) Tipo de
partida
0,25 a 5 6 a 15 20 a 50 60 a 175 400
Total
Direta 79 48 33 11 4 175
Soft-start 21 40 3 64
Inversor de
frequência
24 2 20 46
Total de acionamentos elétricos
285
41
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS PROPOSTOS
Os estudos foram realizados em diferentes configurações de montagens
elétricas utilizadas em CCM para acionamento de motores do processo
sucroalcooleiro, tendo como base a usina Cabrera Energética, onde há CCMI e rede
DeviceNet® em funcionamento.
Foram considerados os valores de mão de obra e material das disciplinas
envolvidas no estudo: engenharia, projeto, construção, instalação, comissionamento,
partida e programão de CLP / IHM.
Com o intuito de padronizar as mesmas solicitações funcionais, foi adotado
como referência o acionamento do tipo partida direta.
Seguem relacionadas às necessidades que serão atendidas por qualquer
método estudado, considerando as condições de proteção e comunicações externas
solicitadas:
disjuntor, contator e relé de sobrecarga (proteção térmica);
proteção de aquecimento do motor com sensor PTC;
proteção contra fuga terra;
acionamento externo:
o botão liga;
o botão desliga;
o botão de emergência na porta do CCM;
sinalização externa:
o ligado;
o desligado;
o defeito;
o sobre temperatura - sensor PTC;
o fuga terra;
o pronto para partir (refere-se à monitoração de duas condições: gaveta
conectada e disjuntor de potência ligado).
Foram considerados os acionamentos de 25 motores de corrente alternada
trifásicos, assíncronos do tipo gaiola de esquilo, que é o mais utilizado em
instalações industriais, de 5 CV (3,7 kW) / 440 V
CA
~ 60 Hz.
42
Para os valores de hora trabalhada, foram utilizadas como referência as horas
nominais, não considerando benefícios ou encargos para os mesmos, de acordo
com salários de base do ano.
Os dados foram obtidos no CAGED/TEM (SERT-SP, 2010), órgão ligado ao
Governo do Estado de o Paulo, que calcula o salário médio dos profissionais
admitidos nos últimos seis meses no mercado de trabalho formal, a partir das
referências dos profissionais da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações):
engenheiro eletricista de projetos, código CBO: 214320, com salário
mensal de R$4.960,00 - 160 horas mensais a R$31,00 por hora
trabalhada;
eletrotécnico - produção de energia, código CBO: 313110, com salário
mensal de R$1.422,00 - 160 horas mensais a R$8,89 por hora
trabalhada.
Este trabalho utiliza os mesmos valores em todas as opções elaboradas para
análise, com intuito de padronizar os valores das horas dos profissionais envolvidos,
mantendo os valores independentes dos conhecimentos necessários de cada
profissional.
3.1 CCM CONVENCIONAL INTERLIGADO POR MULTICABOS
A primeira configuração analisada foi com CCM convencional equipado com
disjuntor magnético, contator tripolar e relé bimetálico/eletrônico. O comando e
sinalização são realizados pela mesa de comando, via botões e sinaleiros
conectando a fiação ponto a ponto (necessidade de conjunto de cabos entre botões
e sinaleiros, com os contatos de estado do acionamento), conforme ilustrado na
Figura 11, indicando a quantidade de conexões elétricas entre o CCM e mesa de
comando.
43
Figura 11 – Configuração de instalação de CCM convencional interligado via multicabos (cortesia:
Rockwell Automation)
A sinalização externa é disponibilizada nos bornes ao lado da gaveta do
CCM, que se interligada com os sinaleiros na mesa de comando, sendo
necessários 14 cabos para os sete estados monitorados.
Os botões de acionamento liga/desliga são disponibilizados na mesa de
comando, conforme ilustrado na Figura 12, sendo interligado com os bornes ao lado
da gaveta do CCM, tornando necessários três cabos para os dois comandos.
Para atender aos requisitos das proteções solicitadas, são necessários
adicionar os relés de fuga terra e PTC, pois os relés de sobrecarga convencionais
não disponibilizam essas proteções, conforme diagrama ilustrado na Figura 13.
44
Figura 12 – Mesa de comando e controle das moendas (cortesia: Usina Rafard)
Foram realizados os levantamentos para comparação dos resultados,
segundo as Tabelas 5 a 8, que relacionam as características técnicas desse
equipamento.
45
Figura 13 – Diagrama funcional da configuração com CCM convencional
46
Tabela 5 – Interligação entre gaveta de acionamento do CCM e bornes
Descrição
Nº de
cabos
Nº Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 3 75
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
10 250
Contato de estado relé fuga terra 2 50
Contato de estado relé PTC 2 50
Conexões externas com motor
Sensor PTC 2 50
Motor 4 100
Total 23 575
Tabela 6 – Interligação entre mesa de comando e bornes
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 3 75
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
10 250
Contato de estado relé fuga terra 2 50
Contato de estado relé PTC 2 50
Total 17 425
47
Tabela 7 – Interligação em campo entre bornes da mesa de comando e CCM
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 3 75
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
10 250
Contato de estado relé fuga terra 2 50
Contato de estado relé PTC 2 50
Total 17 425
Tabela 8 – Equipamento de automação
Descrição
Nº de
pontos
Total
Conexões internas de controle
Entrada digital 0 0
Saída digital 0 0
Total 0 0
Nessa opção de montagem o serão utilizados os equipamentos de
automação, sendo todo comando e sinalização realizados por botões e sinaleiros.
As Tabelas 9 e 10 relacionam os materiais necessários para a montagem dos
acionamentos projetados no CCM e na mesa de comando, respectivamente, bem
como os valores de referência utilizados no estudo.
48
Tabela 9 – Valores dos materiais do CCM com fiação a botões
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Acionamento no CCM
Disjuntor motor magnético
25 140M 150,00
3.750,00
Contato auxiliar do disjuntor
25 100SC 15,00
375,00
Contator tripolar
25 100C 90,00
2.250,00
Relé térmico bimetálico
25 193EA 150,00
3.750,00
Relé térmico eletrônico com rede
DeviceNet® (E3+)
0 193EC 600,00
0,00
Disjuntor monopolar
termomagnético
25 1492 20,00
500,00
Contator auxiliar 120 V
CA
75 700CF 15,00
1.125,00
Sinaleiro 120 V
CA
100 800F 20,00
2.000,00
Fim de curso (gaveta conectada)
25 LIMIT 15,00
375,00
Botão soco giratório (emergência)
25 800F 35,00
875,00
Relé de fuga terra
25 50GS 800,00
20.000,00
TC tipo toróide para relé fuga terra
25 TC 50,00
1.250,00
Relé sensor PTC de motor
25 PTC 150,00
3.750,00
Bornes e terminais
575 1492 3,00
1.725,00
Chaparia e diversos
25 RA 1.000,00
25.000,00
Bastidor de flex I/O (175 entradas /
25 saídas), 6 cartões (32DI) +
cartão (32DO)
0 Flex 9.500,00
0,00
Scanner de rede DeviceNet®
0 SDN 2.000,00
0,00
Rede DeviceNet®
0 DNET 1.000,00
0,00
Total
66.725,00
49
Tabela 10 – Valores dos materiais da mesa de comando
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Mesa de comando
Botão liga (NA)
25 800F 20,00
500,00
Botão desliga (NF)
25 800F 20,00
500,00
Sinaleiro 120 V
CA
175 800F 20,00
3.500,00
Bornes e terminais
425 1492 3,00
1.275,00
Chaparia e diversos
1 RA 2.500,00
2.500,00
CLP (50 entradas / 175 saídas), 2
cartões (32DI) + 6 cartões (32DO)
Compact
Logi
23.000,00
0,00
CLP (0 entradas / 0 saídas)
Compact
Logi
8.000,00
0,00
IHM
Panel
View 10
7.500,00
0,00
Total
8.275,00
Conforme levantamento realizado nas Tabelas 5 a 8, apresentando as
quantidades de interligações necessárias entre os equipamentos, pode-se realizar o
estudo dos materiais utilizados na instalação e interligação entre CCM, mesa de
comando e motores.
Para uniformizar os estudos, se considerada a distância padrão entre
motores e CCM de 50 m, sendo alimentados 25 motores, onde todos os circuitos
alimentadores serão compostos por seis cabos até os motores.
As interligações entre mesa de comando e CCM, serão realizadas conforme a
quantidade de cabos apresentada na Tabela 7, com distância percorrida de 80 m,
sendo considerado o eletroduto com barras de 3 m, totalizando 27 barras para cada
lance de eletrodutos.
Para conduzir os 425 cabos instalados serão previstos seis lances de
eletroduto, os resultados estão apresentados na Tabela 11.
50
Tabela 11 - Materiais para instalação em campo
Descrição
Quant.
[m/motor]
Quant.
para 25
motores
Valores
unitários
[R$/m]
Valores
totais
[R$]
Materiais para interligação do motor
Cabos unipolar # 4,0 mm
2
300 7.500 m 3,50 26.250,00
Materiais para interligação do CCM com mesa de comando
Cabos de comando # 1,5 mm
2
80 34.000 m 2,00 68.000,00
Cabo de rede 0 0 15,00 0,00
Eletroduto 2 - 162 pçs 30,00 4.860,00
Total
99.110,00
A Tabela 12 relaciona os tempos estimados para a realização das tarefas
necessárias para o projeto e instalação do sistema em estudo, com ênfase na
arquitetura proposta.
51
Tabela 12 – Mão de obra utilizada na opção por CCM com fiação a botões
Descrição
Quant.
[min/motor]
Quant. para
25 motores [h]
Engenharia
Diagrama unifilar da instalação 30 12,50
Diagrama funcional do acionamento 30 12,50
Projeto do CCM e interligações internas 40 16,67
Projeto das interligações na sala elétrica entre
CCM e mesa de comando
60 25,00
Projeto elétrico do CLP, flex I/O e IHM
0 0,00
Especificação de materiais 60 25,00
Programação do CLP / IHM 0 0,00
Total
220 91,67
Valor considerado de Engenharia / Projeto
R$31,00 / h R$ 2.841,66
Tempo de montagem e instalação
Cabos de poncia 60 25,00
Cabos de controle e comando entre CCM e mesa
de comando
212,5 88,54
Infra-estrutura elétrica entre CCM e mesa de
comando
106,25 44,27
Fabricação de CCM e mesa de comando 800 333,33
Partida e comissionamento 400 166,67
Total
1578,75 657,81
Total de horas [h] Eletricista a R$8,89 / h
657,81 R$ 5.166,67
Total de horas [h] Engenheiro a R$31,00 / h
(somente na partida e no comissionamento)
166,67 R$ 5.847,95
Valor total
R$ 11.014,62
52
3.2 CCM CONVENCIONAL INTERLIGADO POR CABO DE REDE COM MESA DE
COMANDO EQUIPADA COM BOTOEIRAS
A segunda configuração analisada foi projetada com CCM convencional
equipado com disjuntor magnético, contator tripolar e relé bimetálico/eletrônico. O
comando e sinalização são realizados pela mesa de comando via botões e sinaleiros
que são conectados a um CLP, responsável por concentrar todos os sinais e
comunicar via rede industrial com um bastidor de E/S remota (Flex I/O), instalado no
interior do CCM.
Essa configuração possui a mesma quantidade de fiações que a configuração
anterior, porém as mesmas serão realizadas dentro dos conjuntos de manobra
(CCM e mesa de comando), entre os bornes das gavetas do acionamento até as
unidades de E/S remota (Flex I/O) no CCM e dos botões e sinaleiros até o CLP na
mesa de comando, sendo instalado em campo, somente um cabo de rede industrial,
conforme ilustrado na Figura 14, indicando a quantidade de conexões elétricas
internas e rede entre o CCM e mesa de comando.
Figura 14 – Configuração de instalação de CCM convencional com interligação via cabo de rede e
acionamento com botões e sinaleiros (cortesia: Rockwell Automation)
53
Para atender os requisitos das proteções solicitadas, é necessário adicionar
os relés de fuga terra e PTC, pois os relés de sobrecarga convencionais não
disponibilizam essas proteções. Entre o CCM e a mesa de comando será instalado
somente um cabo de rede que interligará a unidade de E/S com o CLP, conforme
diagrama ilustrado na Figura 15.
A sinalizão externa é disponibilizada na borneira ao lado da gaveta do
CCM, que será interligada com os cartões de entrada da unidade de E/S em campo,
sendo necessários 14 cabos para os sete estados monitorados.
Os botões de acionamento liga/desliga são disponibilizados na mesa de
comando sendo interligados com o cartão de entrada do CLP, tornando necessários
três cabos para os dois comandos.
Para o acionamento do motor é necessária a interligação com os cartões de
saída da unidade de E/S remota, sendo necessários dois cabos para o comando
liga/desliga.
54
Figura 15 – Diagrama funcional do CCM convencional com interligação via cabo de rede e acionamento com botões e sinaleiros
55
Para os estudos foram realizados os levantamentos e tabulações para
comparação dos resultados, segundo as Tabelas 13 a 16.
Tabela 13 – Interligação entre gaveta de acionamento do CCM e bornes do
Flex I/O
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 2 50
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
10 250
Contato de estado relé fuga terra 2 50
Contato de estado relé PTC 2 50
Conexões externas com motor
Sensor PTC 2 50
Motor 4 100
Total 22 550
Tabela 14 – Interligação entre mesa de comando e bornes do CLP
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 3 75
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
10 250
Contato de estado relé fuga terra 2 50
Contato de estado relé PTC 2 50
Total 17 425
56
Tabela 15 – Interligação em campo entre
Flex I/O
(CCM) e CLP (mesa de comando)
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 0 0
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
0 0
Contato de estado relé fuga terra 0 0
Contato de estado relé PTC 0 0
Cabo de rede entre Flex I/O e CLP
1 1
Total 1 1
Tabela 16 – Equipamento de automação: CLP e
Flex I/O
Descrição
Nº de
pontos
Total
Conexões internas de controle no Flex I/O do CCM
Entrada digital 7 175
Saída digital 1 25
Total 8 200
Conexões internas de controle no CLP da mesa de comando
Entrada digital 2 50
Saída digital 7 175
Total 9 225
Nessa opção de montagem são utilizados equipamentos de automação
somente para coletar os sinais e comunicar via rede industrial, mantendo a interface
com o operador por botões e sinaleiros.
As Tabelas 17 e 18 relacionam os materiais necessários para a montagem
dos acionamentos projetados no CCM e na mesa de comando, respectivamente,
bem como os modelos e valores de referência utilizados no estudo.
57
Tabela 17 – Valores de materiais do CCM com interligação via cabo de rede e acionamento com
botões e sinaleiros
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Acionamento no CCM
Disjuntor motor magnético
25 140M 150,00
3.750,00
Contato auxiliar do disjuntor
25 100SC 15,00
375,00
Contator tripolar
25 100C 90,00
2.250,00
Relé térmico bimetálico
25 193EA 150,00
3.750,00
Relé térmico eletrônico com rede
DeviceNet® (E3+)
0 193EC 600,00
0,00
Disjuntor monopolar
termomagnético
25 1492 20,00
500,00
Contator auxiliar 120 V
CA
75 700CF 15,00
1.125,00
Sinaleiro 120 V
CA
100 800F 20,00
2.000,00
Fim de curso (gaveta conectada)
25 LIMIT 15,00
375,00
Botão soco giratório (emergência)
25 800F 35,00
875,00
Relé de fuga terra
25 50GS 800,00
20.000,00
TC tipo toróide para relé fuga terra
25 TC 50,00
1.250,00
Relé sensor PTC de motor
25 PTC 150,00
3.750,00
Bornes e terminais
550 1492 3,00
1.650,00
Chaparia e diversos
25 RA 1.000,00
25.000,00
Bastidor de Flex I/O (175 entradas /
25 saídas), 6 cartões (32DI) +
cartão (32DO)
1 Flex 9.500,00
9.500,00
Scanner de Rede DeviceNet®
0
SDN 2.000,00
0,00
Rede DeviceNet®
0
DNET 1.000,00
0,00
Total
76.150,00
58
Tabela 18 – Valores de materiais da mesa de comando com interligação via cabo de rede e
acionamento com botões e sinaleiros
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Mesa de comando
Botão liga (NA)
25 800F 20,00
500,00
Botão desliga (NF)
25 800F 20,00
500,00
Sinaleiro 120 V
CA
175 800F 20,00
3.500,00
Bornes e terminais
425 1492 3,00
1.275,00
Chaparia e diversos
1 RA 2.500,00
2.500,00
CLP (50 entradas / 175 saídas), 2
cartões (32DI) + 6 cartões (32DO)
1
Compact
Logi
23.000,00
23.000,00
CLP (0 entradas / 0 saídas)
Compact
Logi
8.000,00
0,00
IHM
Panel
View 10
7.500,00
0,00
Total
31.275,00
Conforme levantamento realizado nas Tabelas 13 a 16, apresentando as
quantidades de interligações necessárias entre os equipamentos, pode-se realizar o
estudo dos materiais utilizados na instalação e interligação entre CCM, mesa de
comando e motores.
Para uniformizar os estudos, se considerada a distância padrão entre
motores e CCM de 50 m, sendo alimentados 25 motores, onde todos os circuitos
alimentadores serão compostos por seis cabos até os motores.
As interligações entre mesa de comando e CCM serão realizadas, conforme
quantidade de cabos apresentado na Tabela 15, com distância percorrida de 80 m,
sendo considerado o eletroduto com barras de 3 m, totalizando 27 barras para cada
lance de eletroduto, para conduzir um cabo de rede instalado será previsto um lance
de eletroduto, os resultados estão apresentados na Tabela 19.
59
Tabela 19 – Materiais para instalação em campo entre
Flex I/O
(CCM) e CLP (mesa de comando)
Descrição
Quant.
[m/motor]
Quant.
para 25
motores
Valores
unitários
[R$/m]
Valores
totais
[R$]
Materiais para interligação do motor
Cabos unipolar # 4,0 mm
2
300 7.500 m 3,50 26.250,00
Materiais para interligação do CCM com mesa de comando
Cabos de comando # 1,5 mm
2
0 0 2,00 0,00
Cabo de rede - 80 m 15,00 1.200,00
Eletroduto 2 - 27 pçs 30,00 810,00
Total
28.260,00
A Tabela 20 relaciona os tempos estimados para a realização das tarefas
necessárias para o projeto e instalação do sistema em estudo, com ênfase na
arquitetura proposta.
60
Tabela 20 – Mão de obra utilizada na opção por CCM com rede até mesa de comando
Descrição
Quant.
[min/motor]
Quant. para
25 motores [h]
Engenharia
Diagrama unifilar da instalação 30 12,50
Diagrama funcional do acionamento 30 12,50
Projeto do CCM e interligações internas 40 16,67
Projeto das interligações na sala de paiis
elétricos entre CCM e mesa de comando
5 2,08
Projeto elétrico do CLP, Flex I/O e IHM
30 12,50
Especificação de materiais 80 33,33
Programação do CLP / IHM 60 25,00
Total
275 114,58
Valor considerado de Engenharia / Projeto
R$31,00 / h R$ 3.552,08
Tempo de montagem e instalação
Cabos de poncia 60 25,00
Cabos de controle e comando entre CCM e mesa
de comando
10 4,17
Infra-estrutura elétrica entre CCM e mesa de
comando
10 4,17
Fabricação de CCM e mesa de comando 787,5 328,13
Partida e comissionamento 393,75 164,06
Total
1.261,25 525,52
Total de horas [h] Eletricista a R$8,89 / h
525,52 R$ 5.085,94
Total de horas [h] Engenheiro a R$31,00 / h
(somente na partida e no comissionamento)
164,06 R$ 4.671,88
Valor total
R$ 9.757,82
61
3.3 CCM CONVENCIONAL INTERLIGADO POR CABO DE REDE COM MESA DE
COMANDO EQUIPADA COM IHM
A terceira configuração analisada foi projetada utilizando CCM convencional
equipado com disjuntor magnético, contator tripolar e relé bimetálico/eletrônico. O
comando e sinalizão são realizados pela mesa de comando via IHM que é
conectada a um CLP, responsável por concentrar todos os sinais e comunicar via
rede industrial com um bastidor de E/S remota (Flex I/O), instalado no interior do
CCM.
Essa configuração possui menor quantidade de fiões instaladas na mesa
de comando que a configuração anterior (devido à troca de botões e sinaleiros pela
IHM), porém as mesmas serão realizadas dentro dos conjuntos de manobra (CCM e
mesa de comando), entre os bornes das gavetas do acionamento aas unidades
de E/S remota (Flex I/O) no CCM e entre IHM e o CLP na mesa de comando, sendo
instalado em campo, somente um cabo de rede industrial, conforme ilustrado na
Figura 16, indicando a quantidade de conexões elétricas internas e rede entre o
CCM e mesa de comando.
Figura 16 – Configuração de instalação de CCM convencional com interligação via cabo de rede e
acionamento com IHM (cortesia: Rockwell Automation)
62
Para atender os requisitos das proteções solicitadas são necessários
adicionar os relés de fuga terra e PTC, pois os relés de sobrecarga convencionais
não disponibilizam essas proteções. Entre o CCM e a mesa de comando será
instalado somente um cabo de rede que interligará a unidade de E/S com o CLP,
conforme diagrama ilustrado na Figura 17.
A sinalizão externa é disponibilizada na borneira ao lado da gaveta do
CCM, que será interligada com os cartões de entrada da unidade de E/S remota,
sendo necessários 14 cabos para os sete estados monitorados.
Os comandos de acionamento liga/desliga o realizados via IHM, instalada
na mesa de comando e será interligada via rede com o CLP.
Para o acionamento do motor é necessária a interligação com os cartões de
saída da unidade de E/S remota, sendo necessários dois cabos para o comando
liga/desliga.
63
Figura 17 – Diagrama funcional do CCM convencional com interligação via cabo de rede e acionamento com IHM
64
Para os estudos foram realizados os levantamentos e tabulações para
comparação dos resultados, segundo as Tabelas 21 a 24.
Tabela 21 – Interligação entre gaveta de acionamento do CCM e bornes do
Flex I/O
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Relé liga/desliga 2 50
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
10 250
Contato de estado relé fuga terra 2 50
Contato de estado relé PTC 2 50
Conexões externas com motor
Sensor PTC 2 50
Motor 4 100
Total 22 550
Tabela 22 – Interligação entre mesa de comando e bornes do CLP
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 0 0
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
0 0
Contato de estado relé fuga terra 0 0
Contato de estado relé PTC 0 0
IHM (touch screen) para CLP
1 1
Total 1 1
65
Tabela 23 – Interligação em campo entre
Flex I/O
(CCM) e CLP (mesa de comando)
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Relé: liga / desliga 0 0
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
0 0
Contato de estado relé fuga terra 0 0
Contato de estado relé PTC 0 0
Cabo de rede entre Flex I/O e CLP
1 1
Total 1 1
Tabela 24 – Equipamento de automação: CLP, IHM e
Flex I/O
Descrição
Nº de
pontos
Total
Conexões internas de controle no Flex I/O do CCM
Entrada digital 7 175
Saída digital 1 25
Total 8 200
Conexões internas de controle no CLP da mesa de comando
Entrada digital 0 0
Saída digital 0 0
IHM (touch screen)
1 1
Total 1 1
As Tabelas 25 e 26 relacionam os materiais necessários para a montagem
dos acionamentos projetados no CCM e na mesa de comando, respectivamente,
bem como os modelos e valores de referência utilizados no estudo.
66
Tabela 25 – Valores de materiais do CCM com interligação via cabo de rede e acionamento com IHM
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Acionamento no CCM
Disjuntor motor magnético
25 140M 150,00
3.750,00
Contato auxiliar do disjuntor
25 100SC 15,00
375,00
Contator tripolar
25 100C 90,00
2.250,00
Relé térmico bimetálico
25 193EA 150,00
3.750,00
Relé térmico eletrônico com rede
DeviceNet® (E3+)
0 193EC 600,00
0,00
Disjuntor monopolar
termomagnético
25 1.492 20,00
500,00
Contator auxiliar 120 V
CA
75 700CF 15,00
1.125,00
Sinaleiro 120 V
CA
100 800F 20,00
2.000,00
Fim de curso (gaveta conectada)
25 LIMIT 15,00
375,00
Botão soco giratório (emergência)
25 800F 35,00
875,00
Relé de fuga terra
25 50GS 800,00
20.000,00
TC tipo toróide para relé fuga terra
25 TC 50,00
1.250,00
Relé sensor PTC de motor
25 PTC 150,00
3.750,00
Bornes e terminais
550 1492 3,00
1.650,00
Chaparia e diversos
25 RA 1.000,00
25.000,00
Bastidor de Flex I/O (175 entradas /
25 saídas), 6 cartões (32DI) +
cartão (32DO)
1 Flex 9.500,00
9.500,00
Scanner de Rede DeviceNet®
0
SDN 2.000,00
0,00
Rede DeviceNet®
0
DNET 1.000,00
0,00
Total
76.150,00
67
Tabela 26 – Valores de materiais da mesa de comando com interligação via cabo de rede e
acionamento com IHM
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Mesa de comando
Botão liga (NA)
0 800F 20,00
0,00
Botão desliga (NF)
0 800F 20,00
0,00
Sinaleiro 120 V
CA
0 800F 20,00
0,00
Bornes e terminais
25 1.492 3,00
75,00
Chaparia e diversos
1 RA 2.500,00
2.500,00
CLP (50 entradas / 175 saídas), 2
cartões (32DI) + 6 cartões (32DO)
0
Compact
Logi
23.000,00
0,00
CLP (0 entradas / 0 saídas) 1
Compact
Logi
8.000,00
8.000,00
IHM 1
Panel
View 10
7.500,00
7.500,00
Total
18.075,00
Conforme levantamento realizado nas Tabelas 21 a 24, apresentando as
quantidades de interligações necessárias entre os equipamentos, pode-se realizar o
estudo dos materiais utilizados na instalação e interligação entre CCM, mesa de
comando e motores.
Para uniformizar os estudos será considerada a distância padrão entre
motores e CCM de 50 m, sendo alimentados 25 motores, todos os circuitos
alimentadores serão compostos por seis cabos até os motores.
As interligações entre mesa de comando e CCM serão realizadas conforme
quantidade de cabos apresentado na Tabela 23, com distância percorrida de 80 m,
sendo considerado o eletroduto com barras de 3 m, totalizando 27 barras para cada
lance de eletroduto. Para conduzir um cabo de rede instalado seprevisto um
lance de eletrodutos. Os resultados estão apresentados na Tabela 27.
68
Tabela 27 – Materiais para instalação em campo entre
Flex I/O
(CCM) e CLP (mesa de comando)
Descrição
Quant.
[m/motor]
Quant.
para 25
motores
Valores
unitários
[R$/m]
Valores
totais
[R$]
Materiais para interligação do motor
Cabos unipolar #4,0 mm
2
300 7.500 m 3,50 26.250,00
Materiais para interligação do CCM com mesa de comando
Cabos de comando #1,5 mm
2
0 0 2,00 0,00
Cabo de rede - 80 m 15,00 1.200,00
Eletroduto 2 - 27 pçs 30,00 810,00
Total
28.260,00
A Tabela 28, que relaciona os tempos estimados para a realização das
tarefas necessárias para o projeto e instalação do sistema em estudo, com ênfase
na arquitetura proposta.
69
Tabela 28 – Mão de obra utilizada na opção por CCM com rede até mesa de comando com IHM
Descrição
Quant.
[min/motor]
Quant. para
25 motores [h]
Engenharia
Diagrama unifilar da instalação
30 12,50
Diagrama funcional do acionamento 20
8,33
Projeto do CCM e interligações internas 20
8,33
Projeto das interligações na sala de paiis
elétricos entre CCM e mesa de comando
5
2,08
Projeto elétrico do CLP, Flex I/O e IHM
30
12,50
Especificação de materiais 40
16,67
Programação do CLP / IHM 80
33,33
Total
225 93,75
Valor considerado de Engenharia / Projeto
R$31,00 / h R$ 2.906,25
Tempo de montagem e instalação
Cabos de poncia
60 25,00
Cabos de controle e comando entre CCM e mesa
de comando
10
4,17
Infra-estrutura elétrica entre CCM e mesa de
comando
10
4,17
Fabricação de CCM e mesa de comando 575
239,58
Partida e comissionamento 287,5
119,79
Total
942,5 392,71
Total de horas [h] Eletricista a R$8,89 / h
392,71
R$ 3.713,54
Total de horas [h] Engenheiro a R$31,00 / h
(somente na partida e no comissionamento)
119,79
R$ 3.491,18
Valor total
R$ 7.204,72
70
3.4 SISTEMA COM CCM INTELIGENTE INTERLIGADO POR CABO DE REDE
COM MESA DE COMANDO EQUIPADA COM IHM
A quarta configuração analisada foi projetada com CCM inteligente equipado
com disjuntor magnético, contator tripolar e relé eletrônico com comunicação em
rede DeviceNet®. O comando e sinalização são realizados pela mesa de comando
via IHM queo conectados a um CLP, responsável por concentrar todos os sinais e
comunicar via rede industrial com os relés inteligentes, sem a necessidade de
fiações internas dos bornes das gavetas do acionamento.
Essa configuração possui uma quantidade reduzida de fiações, sendo
necessário somente um cabo de rede para interligar a IHM com o CLP e outro cabo
de rede entre o CLP e os relés, conforme ilustrado na Figura 18.
Figura 18 – Configuração de instalação de CCM inteligente com IHM, interligação via rede (cortesia:
Rockwell Automation)
Para atender os requisitos das proteções solicitadas o utilizados relés
eletrônicos inteligentes que possuem entradas e saídas digitais incorporadas, bem
como proteção de fuga terra e PTC. Entre o CCM e a mesa de comando será
instalado somente um cabo de rede que interligará os relés com o CLP, conforme
diagrama ilustrado na Figura 19.
A sinalização externa é disponibilizada via rede DeviceNet®, que reconhecerá
o relé inteligente como um nó da rede e receberá os sinais oriundos das suas
entradas digitais, bem como os alarmes e defeitos.
71
O acionamento secomandado pela IHM que enviará o sinal para o CLP,
transportando via rede o comando de liga/desliga das saídas digitais do re
inteligente.
72
Figura 19 – Diagrama funcional da configuração com CCM inteligente com interligação via rede
73
Para os estudos foram realizados os levantamentos e tabulações para
comparação dos resultados, segundo as Tabelas 29 a 32.
Tabela 29 – Interligação entre gaveta de acionamento do CCMI e bornes
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle (todos sinais via rede)
Botão liga/desliga 0 0
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
0 0
Contato de estado relé fuga terra 0 0
Contato de estado relé PTC 0 0
Conexões externas com motor
Sensor PTC 2 50
Motor 4 100
Total 6 150
Tabela 30 – Interligação entre mesa de comando e bornes do CLP
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga/desliga 0 0
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
0 0
Contato de estado relé fuga terra 0 0
Contato de estado relé PTC 0 0
IHM (touch screen) para CLP
1 1
Total 1 1
74
Tabela 31 – Interligação em campo entre CCMI e CLP (mesa de comando)
Descrição
Nº de
cabos
Total
de cabos
Conexões internas de controle
Botão liga / desliga 0 0
Sinalização: ligado, desligado, defeito,
emergência e pronto para partir
0 0
Contato de estado relé fuga terra 0 0
Contato de estado relé PTC 0 0
Cabo de rede entre CCM e CLP 1 1
Total 1 1
Tabela 32 – Equipamento de automação: CLP, IHM e
Flex I/O
Descrição
Nº de
pontos
Total
Conexões internas de controle no Flex I/O do CCM
Entrada digital 0 0
Saída digital 0 0
Total 0 0
Conexões internas de controle no CLP da mesa de comando
Entrada digital 0 0
Saída digital 0 0
IHM (touch screen)
1 1
Total 1 1
As Tabelas 33 e 34 relacionam os materiais necessários para a montagem
dos acionamentos projetados no CCM e na mesa de comando, respectivamente,
bem como os modelos e valores de referência utilizados no estudo.
75
Tabela 33 – Valores de materiais do CCM inteligente com interligação via cabo de rede e
acionamento com IHM
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Acionamento no CCM
Disjuntor motor magnético
25
140M 150,00
3.750,00
Contato auxiliar do disjuntor
25
100SC 15,00
375,00
Contator tripolar
25
100C 90,00
2.250,00
Relé térmico bimetálico
0
193EA 150,00
0,00
Relé térmico eletrônico com rede
DeviceNet® (E3+)
25
193EC 600,00
15.000,00
Disjuntor monopolar
termomagnético
25
1492 20,00
500,00
Contator auxiliar 120 V
CA
50
700CF 15,00
750,00
Sinaleiro 120 V
CA
100
800F 20,00
2.000,00
Fim de curso (gaveta conectada)
25
LIMIT 15,00
375,00
Botão soco giratório (emergência)
25
800F 35,00
875,00
Relé de fuga terra
0
50GS 800,00
0,00
TC tipo toróide para relé fuga terra
25
TC 50,00
1.250,00
Relé sensor PTC de motor
0
PTC 150,00
0,00
Bornes e terminais
150
1492 3,00
450,00
Chaparia e diversos
25
RA 1.000,00
25.000,00
Bastidor de Flex I/O (175 entradas /
25 saídas), 6 cartões (32DI) +
cartão (32DO)
0 Flex 9.500,00
0,00
Scanner de Rede DeviceNet®
1
SDN 2.000,00
2.000,00
Rede DeviceNet®
1
DNET 1.000,00
1.000,00
Total
55.575,00
76
Tabela 34 – Valores de materiais da mesa de comando com interligação via cabo de rede e
acionamento com IHM
Descrição
Quant.
[pç]
Modelo
Valores
unitários
[R$]
Valores
totais
[R$]
Mesa de comando
Botão liga (NA)
0 800F 20,00
0,00
Botão desliga (NF)
0 800F 20,00
0,00
Sinaleiro 120 V
CA
0 800F 20,00
0,00
Bornes e terminais
25 1492 3,00
75,00
Chaparia e diversos
1 RA 2.500,00
2.500,00
CLP (50 entradas / 175 saídas), 2
cartões (32DI) + 6 cartões (32DO)
0
Compact
Logi
23.000,00
0,00
CLP (0 entradas / 0 saídas) 1
Compact
Logi
8.000,00
8.000,00
IHM 1
Panel
View 10
7.500,00
7.500,00
Total
18.075,00
Conforme levantamento realizado nas Tabelas 29 a 32, apresentando as
quantidades de interligações necessárias entre os equipamentos, pode-se realizar o
estudo dos materiais utilizados na instalação e interligação entre CCM, mesa de
comando e motores.
Para uniformizar os estudos, se considerada a distância padrão entre
motores e CCM de 50 m, sendo alimentados 25 motores, todos os circuitos
alimentadores serão compostos por seis cabos até os motores.
As interligações entre mesa de comando e CCM, serão realizadas conforme
quantidade de cabos apresentado na Tabela 30, com distância percorrida de 80 m,
sendo considerada o eletroduto com barras de 3 m, totalizando 27 barras para cada
lance de eletroduto, para conduzir um cabo de rede instalado será previsto um lance
de eletroduto, os resultados estão apresentados na Tabela 35.
77
Tabela 35 – Materiais para instalação em campo entre relés (CCM) e CLP (mesa de comando)
Descrição
Quant.
[m/motor]
Quant.
para 25
motores
Valores
unitários
[R$/m]
Valores
totais
[R$]
Materiais para interligação do motor
Cabos unipolar # 4,0 mm
2
300 7.500 m 3,50 26.250,00
Materiais para interligação do CCM com mesa de comando
Cabos de comando # 1,5 mm
2
0 0 2,00 0,00
Cabo de rede 0 80 m 15,00 1.200,00
Eletroduto 2 - 27 pçs 30,00 810,00
Total
28.260,00
A Tabela 36, que relaciona os tempos estimados para a realização das
tarefas necessárias para o projeto e instalação do sistema em estudo, com ênfase
na arquitetura proposta.
78
Tabela 36 – Mão de obra utilizada na opção por CCMI com rede até mesa de comando
Descrição
Quant.
[min/motor]
Quant. para
25 motores [h]
Engenharia
Diagrama unifilar da instalação
30 12,50
Diagrama funcional do acionamento 15
6,25
Projeto do CCM e interligações internas 10
4,17
Projeto das interligações na sala elétrica entre
CCM e mesa de comando
5
2,08
Projeto elétrico do CLP, Flex I/O e IHM
10
4,17
Especificação de materiais 30
12,50
Programação do CLP / IHM 90
37,50
Total
190 79,17
Valor considerado de Engenharia / Projeto
R$31,00 / h R$ 2.454,17
Tempo de montagem e instalação
Cabos de poncia
60 25,00
Cabos de controle e comando entre CCM e mesa
de comando
10
4,17
Infra-estrutura elétrica entre CCM e mesa de
comando
10
4,17
Fabricação de CCM e mesa de comando 375
156,25
Partida e comissionamento 187,5
78,13
Total
642,5 267,71
Total de horas [h] Eletricista a R$8,89 / h
267,71
R$ 2.421,88
Total de horas [h] Engenheiro a R$31,00 / h
(somente na partida e no comissionamento)
78,13
R$ 2.379,93
Valor total
R$ 4.801,80
79
3.5 SIMULAÇÕES
Segue o projeto referente à quarta configuração (analisada no item 3.4), com
CCM inteligente equipado com disjuntor magnético, contator tripolar e relé eletrônico
com comunicação em rede DeviceNet®. Foram realizados os projetos mecânico,
elétrico e a programão do aplicativo de monitoração InteliCENTER®.
O primeiro procedimento do projeto é o levantamento do quadro de cargas
utilizadas, conforme demonstrado na Tabela 37, indicando as posições de instalação
das potências acionadas, as mesmas serão classificadas por tipo funcional:
o MCB – Unidade de entrada geral;
o DOL – Gaveta de acionamento tipo partida direta;
o DOOR – Compartimento reserva;
o DNPS – Unidade com fonte de alimentação da rede DeviceNet®.
80
Tabela 37 – Quadro de cargas do CCM inteligente
Loc
Item Tipo POT(kW) / IN(A) Mod
Col Pos
Tag
Nó da rede
DeviceNet®
1 MCB 250 A 12 1 A ENTRADA 1
2 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 1 N MOTOR 1 2
3 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 1 Q MOTOR 2 3
4 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 1 S MOTOR 3 4
5 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 1 U MOTOR 4 5
6 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 1 W MOTOR 5 6
7 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 1 Y MOTOR 6 7
8 DNPS
8 A 4 2 A FONTE 8
9 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 E MOTOR 7 9
10 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 G MOTOR 8 10
11 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 J MOTOR 9 11
12 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 L MOTOR 10 12
13 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 N MOTOR 11 13
14 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 Q MOTOR 12 14
15 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 S MOTOR 13 15
16 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 U MOTOR 14 16
17 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 W MOTOR 15 17
18 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 2 Y MOTOR 16 18
19 DOOR
4 3 A RESERVA 19
20 DOOR
2 3 E RESERVA 20
21 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 G MOTOR 17 21
22 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 J MOTOR 18 22
23 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 L MOTOR 19 23
24 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 N MOTOR 20 24
25 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 Q MOTOR 21 25
26 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 S MOTOR 22 26
27 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 U MOTOR 23 27
28 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 W MOTOR 24 28
29 DOL 3.7 kW / 6.08 A 2 3 Y MOTOR 25 29
81
Após a definição das cargas, é gerado o layout frontal, conforme apresentado
na Figura 20, indicando as posições dos acionamentos.
Figura 20 – Vista frontal do CCM inteligente
O CCM inteligente utiliza-se de um aplicativo denominado intelliCENTER®
para realizar o monitoramento dos sinais dos acionamentos via rede DeviceNet®,
para isso deve-se criar o CCM na base de dados do programa, conforme
apresentado na Figura 21. Esse projeto deve ser idêntico à Figura 20, a fim de
fornecer ao operador as mesmas características sicas do CCM monitorado.
82
Figura 21 – Vista frontal do CCM no intelliCENTE
Para supervisão do funcionamento do CCMI via aplicativo intelliCENTER®, as
gavetas possuem indicação do estado, o programa possui legenda para que o
operador possa intervir rapidamente em caso de falha ou monitorar o motivo do
aviso (alarme).
O monitoramento é realizado pelas entradas digitais dos relés inteligentes
(E3+), que possuem quatro entradas digitais que são conectadas a contatos que
indicam como os acionamentos estão operando, conforme indicado na Figura 22.
Para customizar as indicações de acordo com os padrões que os operadores
solicitam, o programa permite alterar ou criar as descrições das entradas e saídas
digitais (IN 0 / 1 / 2 / 3, OUT 0 / 1), vinculando seus estados de alimentação (nível
lógico 0 = zero ou 1 = um) a indicações conforme padrão da legenda do aplicativo.
83
Figura 22 – Configuração das entradas e saídas do relé inteligente
Cada gaveta possui uma tela de monitoramento detalhado, sendo acessado
com duplo clique na gaveta desenhada na vista frontal (Figura 21), sendo aberta
uma tela de monitoração detalhada. Essa tela possui dois gráficos de tendência, três
mostradores gráficos e leitura das quatro entradas e duas saídas digitais dos relés
E3+, conforme ilustrado na Figura 23.
84
Figura 23 – Detalhe de monitoramento da gaveta de acionamento
Na tela de monitoramento detalhado da gaveta pode-se acessar informões
adicionais, como porcentagem da capacidade rmica utilizada, o tempo para
desligamento (trip), o tempo para rearme em caso de desligamento e quais funções
de proteção geraram os cinco últimos desligamentos, facilitando o diagnóstico para o
operador e da manutenção com as informões de dia do evento e horário,
indicão do desarme, valores de corrente de fase e de terra.
Os desenhos, manuais e listas de peças referentes a cada gaveta de
acionamento são arquivos de maneira organizada e fácil acesso ao usuário,
facilitando em caso de manutenção e atendendo às normas de segurança, conforme
ilustrado na Figura 24.
85
Figura 24 – Documentação referente à gaveta do CCMI
Para auxílio do controle da produção, o aplicativo disponibiliza uma tabela
com histórico dos eventos realizados pelos dispositivos, possuindo filtros para
auxiliar a identificar possíveis problemas respectivos que caracterizam defeitos nos
equipamentos acionados, conforme apresentado na Figura 25.
Figura 25 – Registro de eventos
Para auxiliar o controle produtivo e de manutenção, o aplicativo fornece as
informações:
tempo acumulado de operação;
tempo de parada;
número de partidas;
data e horário do último rearme;
porcentagem da capacidadermica utilizada;
tempo para desligamento (trip);
tempo para reamer em caso de desligamento (trip);
registro dos últimos cinco eventos de desarme.
86
Um dos principais diferenciais da rede DeviceNet® é a configuração
automática após substituição de dispositivos ADR (Auto Device Recovery), que
após a retirada de um dispositivo configurado da rede, se for reposto um
dispositivo idêntico ao anterior, a função ADR irealizar o download de todas as
parametrizações antigas realizadas no dispositivo retirado, uma programação
automática das características do dispositivo, conforme ilustrado na Figura 26.
Figura 26 – Função ADR da rede DeviceNet®
87
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 RESULTADOS OBTIDOS
As Tabelas 38 a 41 apresentam resumos dos custos de engenharia,
instalação, materiais e treinamento, respectivamente, fornecendo dados para análise
das variações encontradas em cada configuração.
Tabela 38 – Tabela resumo de custos de engenharia
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3 OPÇÃO 4
Descrição
CCM com
fiação a
botões [h]
CCM com
fiação a
Flex I/O e
botões [h]
CCM com
fiação a
Flex I/O e
IHM [h]
CCM
inteligente
com rede e
IHM [h]
Engenharia
Diagrama unifilar da instalação 12,50 12,50 12,50 12,50
Diagrama funcional do
acionamento
12,50 12,50 8,33 6,25
Projeto do CCM e interligações
internas
16,67 16,67 8,33 4,17
Projeto das interligações na sala
elétrica entre CCM e mesa de
comando
25,00 2,08 2,08 2,08
Projeto elétrico do CLP, Flex I/O e
IHM
0,00 12,50 12,50 4,17
Especificação de materiais 25,00 33,33 16,67 12,50
Programação do CLP / IHM 0,00 25,00 33,33 37,50
Total de horas [h]
Engenheiro a R$31,00 / h
91,67 114,58 93,75 79,17
Valor total [R$]
2.841,66 3.552,08 2.906,25 2.454,17
88
Tabela 39 – Tabela resumo de custos de instalação e montagem
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3 OPÇÃO 4
Descrição
CCM com
fiação a
botões [h]
CCM com
fiação a
Flex I/O e
botões [h]
CCM com
fiação a
Flex I/O e
IHM [h]
CCM
inteligente
com rede e
IHM [h]
Montagem e instalação
Cabos de poncia 25,00 25,00 25,00 25,00
Cabos de controle e comando
entre CCM e mesa de comando
88,54 4,17 4,17 4,17
Infra-estrutura elétrica entre CCM
e mesa de comando
44,27 4,17 4,17 4,17
Fabricação de CCM e mesa de
comando
333,33 328,13 239,58 156,25
Partida e comissionamento 166,67 164,06 119,79 78,13
Total de horas [h]
Engenheiro a R$31,00 / h
166,67 164,06 119,79 78,13
Total de horas [h]
Eletricista a R$8,89 / h
657,81 525,52 392,71 267,71
Valor total [R$]
11.014,82 9.757,82 7.204,72 4.801,80
89
Tabela 40 – Tabela resumo de custos de materiais
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3 OPÇÃO 4
Descrição
CCM com
fiação a
botões
[R$]
CCM com
fiação a Flex
I/O e botões
[R$]
CCM com
fiação a
Flex I/O e
IHM [R$]
CCM
inteligente
com rede e
IHM [R$]
Materiais
Cabos alimentadores e de
motores
26.250,00 26.250,00 26.250,00 26.250,00
Cabos e eletrodutos entre CCM
e mesa de comando
72.860,00 2.010,00 2.010,00 2.010,00
Controle de controle de motores
(CCM)
66.725,00 76.150,00 76.150,00 5.5575,00
Mesa de comando, botões,
sinaleiros e bornes
8.275,00 8.275,00 2.575,00 2.575,00
CLP, IHM e Flex I/O
0,00 23.000,00 15.500,00 15.500,00
Programação do CLP / IHM 0,00 10.000,00 15.000,00 15.000,00
Valor total [R$]
174.110,00
145.685,00 137.485,00
116.910,00
Utilizando um sistema de controle computadorizado podem ser necessários
os treinamentos de pessoal para operação e manutenção, visando equalizar as
necessidades de conhecimento técnico e dos recursos funcionais dos
equipamentos. A Tabela 41 demonstra os valores dos cursos dos equipamentos de
automação.
90
Tabela 41 – Tabela de referência e valores dos cursos dos equipamentos de automação (cortesia:
Rockwell Automation)
OPÇÃO 1
OPÇÃO 2
OPÇÃO 3
OPÇÃO 4
Descrição Custo (R$)
Profissionais treinados
PowerFlex 70/700
Configuração e manutenção
(CCA03B)
1.500,00 1 1 1 1
Redes Ethernet®, ControlNet®
e DeviceNet®® no
ControlLogix® (COMBO1)
3.240,00 1 1 1
ControlLogix® configuração e
manutenção, usando
RSLogix5000® (CCP16B)
2.750,00 1 1 1
FactoryTalk View SE®
arquitetura (FTS-200B)
1.650,00 1 1
Valor total [R$]
1.500,00
7.490,00
9.140,00
9.140,00
A análise dos custos envolvidos em cada configuração é obtida a partir da
Tabela 42 com o resumo de custos, fornecendo dados para análise das variações
encontradas em cada configuração.
91
Tabela 42 – Tabela unificada com resumo de custos
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3 OPÇÃO 4
Descrição
CCM com
fiação a
botões
CCM com
fiação a
Flex I/O e
botões
CCM com
fiação a
Flex I/O e
IHM
CCM
inteligente
com rede e
IHM
Engenharia [R$] 2.841,66
3.552,08
2.906,25
2.454,17
Montagem e instalação [R$]
11.014,82
9.757,82
7.204,72
4.801,80
Materiais [R$]
174.110,00
145.685,00
137.485,00
116.910,00
Treinamento [R$] 1.500,00
7.490,00
9.140,00
9.140,00
Valor total [R$]
188.466,29
166.484,90
156.735,97
133.305,97
Segue a Figura 27 ilustrando o gráfico com os resultados unificados, para
disponibilizar uma melhorar visualizão dos resultados e possíveis comparações.
92
CCM com fiação
a Botões
CCM com fiação a
Flex I/O e boes
CCM com fiação a
Flex I/O e IHM
CCM Inteligente
com rede e IHM
0
20,000
40,000
60,000
80,000
100,000
120,000
140,000
160,000
180,000
200,000
E
n
g
e
n
h
a
r
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R
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Figura 27 – Gráfico com os resultados unificados
93
4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A utilização do CCMI (IntelliCENTER®) é indicada devido aos ganhos
operacionais e ao custo de instalão que é geralmente menor do que o seu
equivalente CCM com E/S tradicionais. Os usuários percebem as economias em
materiais de instalação, mão de obra e aumento da disponibilidade de
funcionamento dos equipamentos.
A automão de processos industriais é uma das ferramentas mais eficientes
para as indústrias superarem o maior de seus desafios: ganhar competitividade. Em
tempos de mercado cada vez mais disputado, de concorrência acirrada e definida
por detalhes, a automão de processos industriais torna a empresa mais ágil,
diminuindo os custos do processo de produção (WEG, 2003).
No mundo atual, é preciso produzir produtos com qualidade a um custo que
seja competitivo no mercado. Os custos podem ser minimizados nos seguintes
pontos:
custos de investimentos;
custos operacionais (manutenção e reparos);
custo da perda de produção devido à parada de máquinas/planta;
economia de custos de projeto, instalação e comissionamento:
o projeto – o número de componentes é menor, possuindo múltiplas
funções integradas, diminuindo o espaço necessário;
o instalação redução da fiação, número de conexões e espaço da sala
de painéis elétricos;
o comissionamento pré-comissionamento, pois seu comando pode ser
testado via aplicativo pprio;
o intensifica a proteção do motor com alta flexibilidade;
o redução de componentes (funções agregadas ao relés inteligentes);
o padronização das funções de comando via programa (segurança e
confiabilidade);
o alta flexibilidade na seleção das funções de comando;
o vantagens operacionais (geração de relatórios e diagnósticos);
o versatilidade e expansibilidade (possibilita expansão futura).
94
As análises foram baseadas nas mesmas solicitações funcionais do comando
do acionamento em qualquer uma das configurações, em caso de alteração nas
quantidades de acionamentos ou em algumas das configurações exigidas, os
resultados podem variar, gerando novas referências de custos.
Na simulação foram considerados acionamentos de 25 motores de corrente
alternada trifásico, assíncrono do tipo gaiola de esquilo de 5 CV (3,7 kW) / 440 V
CA
~
60 Hz, com as seguintes funções: disjuntor, contator e relé de rmico; acionamento
em campo: botão liga/desliga; sinalização em campo: ligado, desligado, defeito e
pronto para partir (gaveta conectada e disjuntor de potência ligado); botão de
emergência na porta do CCM; proteção e sinalização externa de aquecimento do
motor com sensor PTC; proteção e sinalização externa contra fuga terra.
Opção 1 (CCM convencional interligado por multicabos)
Pode-se concluir que, comparativamente aos demais, esse caso seria a pior
opção, pois é necesrio um elevado número de equipamentos, fiações e conexões,
bem como os maiores custos de infra-estrutura e engenharia.
Essa opção é recomendada para plantas com baixa tecnologia, pois não
utiliza equipamentos de automação (CLP, IHM e redes). Sua utilização é aplicável
em processos com poucos acionamentos ou em processos que seu custo de parada
não interfere no funcionamento da planta.
A supervisão e comando são realizados via botões e sinaleiros, não
oferecendo recursos preditivos, possuindo grande número de equipamentos e
conexões que oferecem possíveis pontos de falhas.
Destaca-se como ponto positivo dessa arquitetura, que em caso de falha ou
rompimento de um circuito de controle, somente o acionamento com problema será
afetado, permanecendo os demais em funcionamento.
Opção 2 (CCM convencional interligado por cabo de rede com mesa de comando
equipada com botoeiras)
Pode-se concluir que é uma configuração melhorada da opção 1, pois reduz
os custos de infra-estrutura e conexões realizadas em campo, onde normalmente
ocorrem a maior quantidade de defeitos, porém se mantém necessário o elevado
número de equipamentos, fiações e conexões internas, bem como os maiores
95
custos de engenharia necessários para programação do CLP e bastidor de E/S
remota.
Essa opção é recomendada para plantas que possuem como padrão o
conceito da opção 1, porém permite a instalação da mesa de comando a uma
grande distância do CCM, conectando os dois via rede de comunicação ou em
plantas que não utilizam funções de proteção e monitoramento avançados (relé de
fuga terra, PTC et cetera) ou ainda em locais que não aceitam redes de
comunicação para controle de dispositivos e acionamentos.
A supervisão e comando são realizados via botões e sinaleiros, não
oferecendo recursos preditivos, possuindo grande número de equipamentos e
conexões que oferecem possíveis pontos de falhas, tendo como melhoria os estados
dos acionamentos disponíveis em um CLP, que pode se comunicar com outros sub-
sistemas, porém é necessário o pessoal qualificado para acessar os equipamentos
em caso de manutenção.
Em caso de falha ou rompimento da rede de comunicação, todos os
acionamentos serão afetados.
Opção 3 (CCM convencional interligado por cabo de rede com mesa de comando
equipada com IHM)
Pode-se concluir que é uma variação com mais automação da opção 2, pois
reduz os custos de infra-estrutura e conexões realizadas em campo, porém se
mantém necessário o elevado número de equipamentos, fiações e conexões
internas, bem como os custos de engenharia necessários para programão do
CLP, bastidor de E/S remota e inclusão de IHM.
Essa opção é recomendada para plantas que possuem processos
intertravados que necessitam de visualização apresentada na IHM, conectando o
CLP e IHM via rede de comunicação.
A supervisão e comando são realizados na IHM, não oferecendo recursos
preditivos, possuindo grande número de equipamentos e conexões que oferecem
possíveis pontos de falhas, tendo como melhoria os estados dos acionamentos
disponíveis na tela da IHM e no CLP, que pode se comunicar com outros
subsistemas, porém é necessário o pessoal qualificado para acessar os
equipamentos em caso de manutenção.
96
Em caso de falha ou rompimento da rede de comunicação, todos os
acionamentos serão afetados.
Opção 4 (CCM inteligente interligado por cabo de rede com mesa de comando
equipada com IHM)
Nessa opção de ligação pode-se observar uma redução do custo dos itens
mais significativos: instalação e materiais. Essa redução é devido aos equipamentos
necessários para o funcionamento do CCM inteligente, pois seu relé de sobrecarga
inteligente (E3+) possui todas as proteções solicitadas e estão incorporados a um
único equipamento que possui comunicação com a rede DeviceNet®. Uma vez
utilizando uma rede de comunicação, todos os relés são conectados com somente
um conjunto de cabos, reduzindo também o número de cabos e conexões
necessárias.
As reduções mais significativas foram observadas nos itens relacionados à
infra-estrutura elétrica, fiação de controle, mão-de-obra para instalação, tempo de
partida e redução de equipamentos periféricos para se obter as funções de proteção
já incorporadas nas partidas inteligentes.
Cabe salientar que utilizando uma menor quantidade de equipamentos,
reduzem-se possíveis fontes de defeitos e custos de estoque.
O uso dessa solão se apresentou como a melhor solução, pois agrega as
melhores características técnicas dos painéis elétricos: exigência de continuidade de
operação, alto nível de segurança aos operadores, inserção e retirada de circuitos
com barramento energizado, redução de equipamentos auxiliares, cabos e
conexões, bem como a disponibilidade de monitoramento e controle da produção,
com a utilização de relés inteligentes conectados à rede DeviceNet®.
Além dos valores envolvidos na aquisição e partida, também devem ser
observados os ganhos operacionais do sistema inteligente, pois permite via
supervisório os diagnósticos instantâneos, alarmes e desligamentos que localizam
os defeitos nos acionamentos controlados pelo CCMI, de modo que se possa saber
o que causou o desligamento e onde interferir.
Como ponto negativo existe a necessidade de treinamento para fornecer o
suporte técnico necessário para operação do sistema automatizado que necessita
de possíveis atualizações caso hajam alterações funcionais ou de equipamentos e
programação.
97
O aplicativo supervisório conectado à rede DeviceNet®, fornece informações
de cada componente, permitindo a verificação das tendências de comportamento e
funcionamento dos equipamentos, visualização do retrato das condições de
operação e avaliação dos dados das falhas, podendo estabelecer e programar
manutenções preventivas, minimizando assim os custos envolvidos com quebras e
paradas não desejadas, aumentando a confiabilidade dos equipamentos e também o
fator de utilizão do processo. Obtendo, assim, um índice de maior produtividade e
menor custo do produto final.
Ganhos operacionais
É importante mensurar os ganhos operacionais de recuperação da produção
em caso de falhas, elevando da disponibilidade produtiva. Para verificar essas
características segue uma comparação estimada de tempos gastos na resolução de
um problema, sendo a parada do acionamento causada por um defeito de
sobrecarga de um do motor, conforme ilustrado na Tabela 43.
98
Tabela 43 – Tabela de tempos para de normalização em caso de manutenção
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3 OPÇÃO 4
CCM com fiação a
botões
CCM com fiação a
Flex I/O e botões
CCM com fiação a
Flex I/O e IHM
CCM inteligente
com rede e IHM
Seqüencia de procedimentos realizados
Localizar o relé de
sobrecarga, que
falhou (1 min)
Localizar o relé de
sobrecarga, que
falhou (1 min)
Localizar o relé de
sobrecarga, que
falhou (1 min)
Identificar o motor
associado, via
diagramas (5 min)
Identificar o motor
associado, via
diagramas (5 min)
Identificar o motor
associado,
via IHM (1 min)
Deslocamento e
verificação do motor
(15 min)
Deslocamento e
verificação do motor
(15 min)
Deslocamento e
verificação do motor
(15 min)
Estabelecer o
motivo do desarme
(10 min)
Estabelecer o
motivo do desarme
(10 min)
Estabelecer o
motivo do desarme
(10 min)
Identificação
instantânea do
motor e motivo do
desarme (1 min)
Acionar o motor
(1 min)
Acionar o motor
(1 min)
Acionar o motor
(1 min)
Acionar o motor
(1 min)
Deslocamento e
verificação do motor
se funcionamento
Deslocamento e
verificação do motor
se funcionamento
Deslocamento e
verificação do motor
se funcionamento
Monitorar
tendências de
comportamento
Estimativa de tempo para as tarefas necessárias de análise de falha por
sobrecarga de um motor
32 min (0,53 h) 32 min (0,53 h) 28 min (0,46 h) 2 min (0,03 h)
Como base nos tempos obtidos na Tabela 43, utiliza-se os valores de receita
estimados por hora de produção obtida na Tabela 2 e obtém-se a perda de receita
em caso de defeito em um motor, não sendo computados os valores de mão de obra
ociosa, conforme visto na Tabela 44.
99
Tabela 44 – Tabela resumo de custos de normalização em caso de manutenção
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3 OPÇÃO 4
Descrição
CCM com
fiação a
botões
CCM com
fiação a Flex
I/O e botões
CCM com
fiação a Flex
I/O e IHM
CCM
inteligente
com rede e
IHM
Tempo total para
manutenção (h)
0,53 0,53 0,46 0,03
Valor de hora de
produção (R$)
R$ 11.909,74
Valor de receita perdido
R$ 6.312,16 R$ 6.312,16 R$ 5.478,48 R$ 357,29
A indústria sucroalcooleira trabalha em regime contínuo, em regime de 24
horas por dia, durante aproximadamente os 200 dias da safra, caso haja qualquer
paralisação, as horas paradas afetam diretamente o desempenho financeiro do
processo.
Essa análise foi realizada com o desligamento por proteção do relé de
sobrecarga, sem necessidade de substituição do mesmo e conseguindo identificar o
motivo do problema e sua correção em 10 minutos, porém existem casos que o
tempo de identificação e correção é superior ao estudado.
Quando não existem informões dos dispositivos via rede, o tempo utilizado
para a identificação do motivo da falha esdiretamente dependente da capacidade
intelectual do eletricista, na opção de CCMI, o aplicativo disponibiliza gráficos de
tendência, alarmes e registro de operações realizadas auxiliando a identificação da
falha.
Para casos que necessitem de substituição de equipamentos, os ganhos da
rede DeviceNet® são mais destacados, pois a mesma possibilita ativar uma função
de configuração automática ADR (Auto Device Recovery), que após a retirada de
um dispositivo já configurado da rede, se for reposto um dispositivo idêntico ao
anterior, a função ADR irá realizar o download de todas as parametrizões antigas
realizadas no dispositivo retirado, realizando a programão automática das
características do dispositivo.
100
Com isso, pode-se concluir que o retorno do investimento será obtido devido
ao ganho da disponibilidade de horas de máquinas em funcionamento. Esse efeito é
diretamente proporcional em processos contínuos, onde a hora parada da máquina
afeta diretamente o volume de produção.
Também pode-se concluir que haverá ganho na estratégia de manutenção,
pois serão computados os tempos de operação dos motores e observado se seu
comportamento está dentro das faixas aceitáveis como padrão.
101
CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. CONCLUSÕES
Existe uma forte tendência no mercado para a utilizão de CCM inteligente,
devido à possibilidade de integração com os meios de supervisão gerencial e com
controladores de processo como CLP, IHM e SCADA.
A simulação foi realizada com quatro diferentes configurações de
equipamentos e montagem. Observando os dados referentes aos custos de
engenharia, instalação e materiais é possivel identificar os benefícios da utilizão
do CCMI, dentre eles os mais notáveis são:
o redução dos custos de projeto, instalação e comissionamento;
o redução de quantidade de equipamentos;
o visualização das condições de operação;
o indicação e registro de alarmes e falhas (permitindo que a manutenção
opere de maneira preditiva, minimizando a perda de produção devido à
parada de máquinas/planta);
o conjunto de documentação eletrônica (desenhos e manuais).
Com a necessidade de redução de custos, aumento da disponibilidade das
máquinas e visando atender as exigências de segurança, conclui-se que o CCMI
(opção 4 do estudo) fornece as melhores características em acionamentos elétricos
e ganhos operacionais no controle produtivo.
A escolha das opções e configurações de ligações é determinada pelas
exigências técnicas do projeto protão, comando e sinalização; bem como a
filosofia de automação empregada.
Existem projetos que, apesar das vantagens demonstradas com o uso de
CCMI, a falta de o de obra qualificada para operar o sistema ou a desconfiança
no funcionamento do sistema de automação baseado no acionamento de motores
via sinais de rede, gera a utilizão de padrões com poucos recursos (CCM
convencional interligado por multicabos) ou sistemas de automação híbridos (junção
das opções de CCM convencional interligado por cabo de rede com mesa de
102
comando equipada com botoeiras e CCM inteligente interligado por cabo de rede
com mesa de comando equipada com IHM).
Podem ser observados em outros casos, que realizando alterações físicas
das condições estudadas (redução da distância entre CCM e mesa de comando) ou
lógicas (retirada de proteções, sinalizões e comandos) podem gerar valores
diferentes, sugerindo o uso de sistema sem automação, porém os ganhos
operacionais do CCMI superam ao longo do tempo as diferenças de aquisição que
possam ser encontradas.
5.2. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
Esse trabalho foi desenvolvido com simulações da utilização de relés de
sobrecarga convencionais e inteligentes conectados em rede DeviceNet®, porém
existem diversas tecnologias de redes de comunicação industrial disponíveis no
mercado, podendo gerar diferentes desempenhos e uma extensa faixa de
equipamentos que possuem sensibilidades e recursos agregados similares.
Os acionamentos elétricos que originalmente possuíam somente funções de
seccionamento, proteção e comando das cargas, estão agregando funções de
controle produtivo, conexão com redes de comunicação e múltiplas fuões de
proteção (sensor PTC, monitor de corrente e tensão et cetera). O desenvolvimento
dos produtos é constante, gerando aumento de fluxo de dados e alterando as
características das limitações atuais.
Como sugestão de continuidade a simulação de utilização de outras redes
industriais PROFIBUS®, MODBUS® e Ethernet®; identificando as diferenças de
desempenho, as limitações técnicas e produtos disponíveis para comunicação com
as mesmas.
103
REFERÊNCIAS
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107
Autorizo cópia total ou parcial desta
obra, apenas para fins de estudo e
pesquisa, sendo expressamente
vedado qualquer tipo de reprodução
para fins comerciais sem prévia
autorização específica do autor.
Renan Piazzon Peres
Taubaté, Outubro de 2010.
108
ANEXOS
ANEXO 1 - PROCESSO PRODUTIVO DA FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL
A seguir, o processo de produção de úcar e álcool é descrito
resumidamente, com base em material disponibilizado pela COSAN (2010), de
acordo com o fluxograma ilustrado na Figura 28.
O úcar é essencialmente constituído por uma substância chamada
sacarose, presente em plantas como a cana-de-açúcar.
Para obter o úcar em sua forma comercial, é necessário que se extraia a
sacarose, separando-a dos demais componentes da planta. A cana-de-açúcar é
constituída basicamente de água (6575%), sólidos (11–18%), fibras (8–14%) e
pequenas quantidades de ácidos orgânicos e inorgânicos, proteínas, amido, ceras,
graxas e corantes. Nos sólidos incluem-se: sacarose, glicose, frutose e sais.
A colheita da cana pode ser feita manual ou mecanicamente. No primeiro
caso, a cana é obtida inteira e no segundo caso, obtêm-se pedaços de cana de
úcar de 20 a 25 cm de comprimento.
A seguir, as etapas do processo são explicadas e identificadas pela
numeração apresentada na Figura 28.
109
Figura 28 – Fluxograma da produção de açúcar e álcool (Cortesia: Cosan)
110
Etapas anteriores à fabricação do açúcar e do álcool
Transporte e pesagem (01)
A cana é transportada às indústrias por meio de caminhões que são pesados
antes e após o descarregamento para se obter o peso de cana recebida. O objetivo
de se pesar a cana é permitir o controle agrícola, o controle da moagem e o lculo
de rendimento industrial. Além de pesada, a cana é também analisada para que se
possam definir características como a quantidade de açúcares, de água e de fibra
nela contida, a partir das quais o pagamento da cana é efetuado.
Descarregamento e estocagem de cana (02)
O descarregamento da cana pode ser feito diretamente nas mesas
alimentadoras da moenda por meio de guindastes do tipo hilo ou no tio de
estocagem para posterior alimentação no caso de falhas de transporte ou como
“pulmão” para moagem no período noturno. A cana colhida mecanicamente não
deve ser estocada, sendo assim alimentada de forma direta. De maneira a evitar a
decomposição bacteriológica, recomenda-se a renovação diária do estoque.
Alimentação e Lavagem (03)
A cana descarregada nas mesas alimentadoras é lavada ou não, dependendo
da usina. Essa lavagem tem o intuito de retirar parte de matérias estranhas, como
terra e areia, de modo a obter um caldo de melhor qualidade e evitar o desgaste
excessivo dos equipamentos. A cana colhida mecanicamente não é lavada, pois,
devido à sua forma de toletes, o arraste de sacarose pela água seria muito grande.
Preparo da cana (04)
Após a lavagem, a cana é conduzida por meio de esteiras rolantes para um
jogo de facas niveladoras, seguido do picador, do desfibrador e do eletroímã. Essa
etapa é conhecida como preparo da cana. O nivelador proporciona uma alimentação
uniforme. O picador e o desfibrador têm como objetivo aumentar a densidade,
aumentando a capacidade de moagem, e romper ao máximo as células para forçar
uma maior eficiência de extração do açúcar. Já o eletroímã visa retirar possíveis
111
materiais ferrosos que possam vir com a cana para evitar a quebra dos rolos das
moendas.
Moagem (05)
A extração dos lidos da cana é feita pelo esmagamento nos rolos das
moendas que exercem forte pressão. As moendas separam água e lidos da fibra
que formará o bagaço. A sacarose está dissolvida no caldo, portanto, o objetivo da
moagem é extrair a maior quantidade possível delidos da cana. Na prática, extrai-
se 94 a 96% do caldo da cana, que é utilizado para produzir açúcar ou álcool.
Um segundo objetivo da moagem, contudo de extrema importância, é a
produção de um bagaço final com baixa umidade para ser queimado nas caldeiras
visando a produção de energia mecânica na forma de vapor de água a alta pressão.
Embebição
No intuito de diluir os sólidos remanescentes no bagaço para aumentar a
extração, adiciona-se água ao bagaço antes de passar pelos últimos rolos. A
embebição utilizada é do tipo composta, que consiste em adicionar água entre os
últimos ternos (conjunto de três rolos da moenda) e fazer retornar o caldo extraído
desse último para o anterior e assim sucessivamente até o segundo terno.
Geração de energia
A moagem separa o caldo do bagaço. Este bagaço é conduzido, por meio de
esteiras (06), à caldeira (07) onde é queimado para a produção de vapor d’água,
com pressão média de 21 kgf/cm
2
e temperatura de 300ºC. Esse vapor é utilizado no
acionamento de turbinas a vapor, transformando energia térmica em energia
mecânica. Essas turbinas movimentam os picadores, os desfibradores, as moendas
et cetera, bem como geradores de energia elétrica (08), necessária em vários
setores da indústria. O vapor liberado nas turbinas, denominado vapor de escape, é
um vapor de baixa pressão (1,5 kgf/cm
2
) e é utilizado como fonte básica de energia
ao longo do processo de fabricação do açúcar e do álcool.
Tratamento de caldo
O caldo resultante da extração pelas moendas passa por algumas etapas de
tratamento antes de ser encaminhado à produção de açúcar e/ou álcool. Esse caldo
112
é peneirado, para remoção das impurezas mais grosseiras. No entanto, impurezas
menores (solúveis, insolúveis ou coloidais) não são removidas apenas com a
utilização de peneiras. No caso desse tipo de impurezas, uma seqüência de
procedimentos é adotada, no intuito de coagulá-las, de maneira que a decantação
possa separá-las. Após essa seqüência de tratamento, descrita a seguir, o caldo é
enviado à produção de açúcar e/ou álcool, sendo que, para o caso da produção de
álcool, o procedimento de sulfitação não é necessário.
Sulfitação (09)
A sulfitação consiste na absorção de SO
2
pelo caldo, inibindo reações que
causam a formão de cor, coagulando matérias coloidais, auxiliando na formão
de precipitados que farão o arraste de impurezas durante a sedimentação,
diminuindo a viscosidade do caldo e desinfetando o meio.
Caleagem (10)
A caleagem é feita por meio da adição de leite de cal (Ca(OH)
2
), que também
coagula material coloidal, auxilia na precipitação e arraste de impurezas solúveis e
insolúveis e eleva o pH para valores neutros.
Aquecimento (11)
O caldo é então aquecido até aproximadamente 105ºC, para acelerar e
facilitar as reações de coagulação e floculão dos colóides e não-açúcares
protéicos e emulsificar graxas e ceras. O aquecimento nessa etapa do processo visa
essencialmente aumentar a eficiência do processo de decantação e promover a
posterior retirada de ar.
Flasheamento (12)
No balão de flash, uma diminuição brusca de pressão provoca uma ebulição
espontânea do caldo eliminando assim o ar nele dissolvido que, quando presente,
dificulta a decantação das impurezas mais leves.
113
Decantação (13)
A decantação, também chamada de clarificação, é a etapa de purificação do
caldo pela remoção das impurezas floculadas nos tratamentos anteriores. O caldo,
livre das impurezas, é chamado caldo decantado e segue para a etapa de
evaporação. As impurezas constituem o que é chamado de lodo. O lodo é enviado à
etapa de filtragem, descrita a seguir.
Filtragem (14)
Para recuperar o úcar contido no lodo, procede-se com a sua filtragem.
Dessa forma separa-se o caldo filtrado do que é retido no filtro: a torta, formada
basicamente pelos resíduos retirados na decantação. O caldo retorna ao processo e
a torta é utilizada como adubo na lavoura.
Etapas da fabricação do açúcar
Evaporação (15)
Constitui o primeiro estágio de concentração do caldo proveniente da etapa
de tratamento. O caldo clarificado contém cerca de 85% de água. A evaporação tem
como objetivo reduzir essa porcentagem para aproximadamente 40%. O caldo
concentrado é chamado de xarope.
Essa evaporação é feita em evaporadores de múltiplo efeito concorrente, isto
é, o vapor gerado pela evaporação da água do caldo (vapor vegetal), presente na
caixa de evaporação anterior, é utilizado como fonte de aquecimento para a caixa
posterior.
Cozimento (16)
Saindo da etapa de evaporação, o xarope é enviado ao cozimento que é uma
nova etapa de concentração só que agora com a formão de cristais em virtude da
precipitação da sacarose dissolvida na água. Os cozedores são equipamentos
semelhantes aos evaporadores e seu produto final, cristais de açúcar envolvidos em
mel (solução açucarada), é chamado de massa cozida. Nessa etapa atinge-se uma
114
concentração entre 90 e 95ºBrix (porcentagem em peso de sólidos) à temperatura
entre 58 a 65ºC.
Cristalização (17)
A massa cozida é então enviada a cristalizadores que a resfriam lentamente
com o auxílio de água. Dessa maneira, consegue-se recuperar parte da sacarose
que ainda estava contida no mel por sua deposição nos cristais existentes
gerando o consequente aumento dos mesmos.
Centrifugação (18)
Dos cristalizadores, a massa cozida segue às centrifugas. A força centrífuga
promove a separação do açúcar. O mel removido é coletado e retorna aos
cozedores para um maior esgotamento. O açúcar descarregado das centrífugas
apresenta alto teor de umidade (0,5 a 2%) e temperatura elevada (65 a 95ºC).
Secagem
Por meio de um elevador de canecas (19), os cristais de açúcar seguem para
a secagem (20) em tambores rotativos, levemente inclinados em relação à
horizontal, e usando ar quente em contracorrente com o açúcar a ser seco. Esse
úcar pode ser comercializado como açúcar cristal, ou então, utilizado para a
fabricação de outros produtos como o úcar invertido, o açúcar refinado ou o
úcar líquido.
Armazenagem (21)
Atualmente, dois tipos de armazenagem e manipulação de açúcar
apresentam aceitação generalizada: armazenagem em sacaria e a granel. O sistema
de armazenagem em sacaria, predominante a alguns anos, vem lentamente
cedendo lugar ao sistema a granel. A armazenagem a granel traz uma série de
vantagens econômicas, sendo a principal delas o fato de assegurar uma
deterioração mais lenta que a doúcar ensacado, podendo ocorrer esse fenômeno
ou a umidificação, porém restringindo-se à supercie da pilha de estocagem sem
maiores consequências em seu interior.
115
Etapas da fabricação do álcool
A partir da cana-de-açúcar pode-se também produzir álcool. O álcool é obtido
por meio de um processo bioquímico chamado fermentação. De maneira
semelhante à produção de açúcar, para a obtenção do álcool é necessário que o
caldo receba um tratamento de purificação. As etapas realizadas durante a
fabricação de álcool são descritas a seguir.
O tratamento do caldo destinado à produção de álcool é o mesmo tratamento
realizado com o caldo destinado à produção de açúcar, excetuando-se a etapa de
sulfitação.
Resfriamento do caldo
Ao contrário do que ocorre na fabricação doúcar, o caldo que servirá como
matéria-prima na produção de álcool deve ser resfriado. É comum fazer com que o
caldo quente troque calor com o caldo frio, sendo esse aquecido e o anterior
resfriado. Não sendo suficiente, o caldo que vai para a destilaria deve passar em um
trocador de calor (22) no qual trocará calor com água fria até atingir a temperatura
de aproximadamente 30ºC.
Preparo do mosto (23)
O mosto é uma solução de açúcar cuja concentração foi ajustada de maneira
a tornar a fermentação mais eficiente. O mosto é preparado a partir do mel, caldo e
água de modo que a mistura apresente uma concentração final por volta de 16 a
23ºBrix.
Preparo do fermento
Normalmente, utiliza-se o processo de fermentação Melle-Boinot em
destilarias. Esse processo tem como principal característica a recuperação de
leveduras por meio da centrifugação do vinho.
Centrifugação do vinho (25)
Das dornas de fermentação, o vinho é centrifugado de modo a separar o
fermento. Esse fermento recuperado é denominado leite de levedura e retorna às
116
cubas de tratamento. O vinho de levedura é enviado à dorna volante (27) e
posteriormente às colunas de destilação.
O vinho que vem da fermentação é composto basicamente por componentes
em fase líquida, dentre os quais destacam-se o álcool (7 a 10ºGL) e a água (89 a
93%). Os demais componentes como glicerina, alcoóis homólogos superiores,
furfural, aldeído acético, ácidos succínico, bagacilho, leveduras e bactérias,
úcares infermentescíveis, sais minerais, matérias albuminóides, CO
2
e SO
2
são
encontrados em quantidades bem menores.
Para a separação do álcool, utiliza-se o processo de destilação no qual os
diferentes pontos de ebulição dos componentes da mistura são responsáveis pela
separação. A operação é realizada em três etapas: destilação propriamente dita,
retificação e desidratação. Em todas elas o aquecimento é feito a partir do vapor, de
forma direta ou indireta.
De modo a propiciar condições ótimas de fermentação e evitar a infecção
bacteriana, a levedura recuperada sofre um tratamento (26) antes de retornar ao
processo. Esse tratamento consiste da adição de água, reduzindo o teor alcoólico, e
de ácido sulfúrico até pH = 2,5, gerando uma mistura conhecida como pé-de-cuba.
Fermentação (24)
A fermentação ocorre em tanques denominados dornas de fermentação onde
o mosto é misturado com o pé-de-cuba na proporção de 2:1, respectivamente. Os
úcares (sacarose, glicose e frutose) são transformados em álcool, segundo a
reação de Gay-Lussac, conforme a Equação (1).
12 22 11 2 6 12 6 6 12 6
6 12 6 3 2 2
C H O H O C H O C H O
sacarose água glicose frutose
C H O 2 CH CH OH 2 CO 23,5kcal
glicose / frutose álcool gáscarbônico calor
+ +
+ +
(1)
Como mostram as reações acima, a fermentação libera gás carbônico e calor.
O gás é lavado de modo a recuperar o álcool evaporado arrastado pelo CO
2
. Devido
ao calor liberado e a necessidade de se manter a temperatura da fermentação por
volta de 32ºC um sistema de resfriamento é utilizado.
117
Após um tempo de 4 a 12 horas, a fermentação termina gerando um produto
final de teor alcoólico entre 7 e 10%, denominado vinho fermentado.
Destilação (28)
Nessa etapa o etanol é separado do vinho. O vinho, inicialmente com 7 a
10ºGL é decomposto em duas correntes: flegma (vapores com 40 a 50ºGL) e
vinhaça (que segue para a lavoura como fertilizante com menos de 0,03ºGL). Essa
etapa de destilação elimina ainda impurezas como aldeídos e ésteres.
Retificação (29)
A etapa de retificação visa concentrar o flegma proveniente da destilação de
forma a obter um grau alcoólico de 96ºGL à saída e retirar impurezas como alcoóis
homólogos superiores, aldeídos, ésteres, aminas, ácidos e bases.
Desidratação
O álcool a 96ºGL é chamado álcool hidratado. Para a produção de álcool
anidro, a 99,7ºGL é preciso utilizar ciclo-hexano como desidratante. Essa
necessidade surge do fato de que o álcool hidratado constitui uma mistura
azeotrópica. Uma mistura azeotrópica é uma mistura em que os componentes não
o separados por um processo de destilação simples. A adição do ciclo-hexano
forma uma mistura ternária com a água e o álcool cujo ponto de ebulição é menor do
que o da mistura binária inicial. Após a separação (30), o desidratante é recuperado
e reaproveitado. Algumas usinas utilizam um sistema conhecido como peneira
molecular para fazer a desidratação.
Armazenamento (31)
Os alcoóis produzidos, hidratado e anidro, são quantificados e enviados a
tanques de grande volume onde são estocados para posterior comercialização.
118
ANEXO 2 – REDE DEVICENET®
Este Anexo tem o objetivo de contribuir com os conceitos básicos a respeito
da rede DeviceNet®. Para tal, foi elaborado material com base em ODVA (2003),
que segue.
É uma rede de comunicação de baixo custo idealizada para interligar
equipamentos industriais, tais como: sensores indutivos, capacitivos, fotoetricos,
lvulas solenóides, motores de partida, sensores de processos, leitores de código
de barras, variadores de freqüência, painéis e interfaces de operação. Além de
eliminar o gasto com a instalação dos equipamentos, a rede proporciona a
comunicação entre os participantes, implementando níveis de auto-diagnóstico, nem
sempre dispovel nas instalações convencionais, conforme ilustrado na Figura 29.
Figura 29 – Interligação entre dispositivos da rede DeviceNet®
Sua utilização é uma solução simples para instrumentação de redes
industriais reduzindo os custos de instalação (cabos, bandejas, caixas de junção et
cetera) e os tempos de montagem dos equipamentos ao mesmo tempo em que
permite a intercambialidade dos instrumentos de diversos fabricantes.
119
A rede DeviceNet® foi desenvolvida pela Allen Bradley com base no protocolo
CAN® (Controller Area Network) e sua especificação é aberta e gerenciada pela
DeviceNet® Foundation. O protocolo CAN® foi desenvolvido originalmente pela
empresa Robert Bosch Corp., como uma rede digital para a indústria automobilística,
visando substituir os custos dos sistemas de cabo nos automóveis por uma rede de
baixo custo. Como esse protocolo possui baixo tempo de resposta e alta
confiabilidade vem sendo aplicado em sistemas de freios ABS e Air-Bag.
A Figura 30 ilustra a relação entre CAN® e DeviceNet® e as camadas do
modelo OSI/ISO.
Figura 30 – Relação entre CAN® e DeviceNet® e as camadas do modelo OSI (SEIXAS-FILHO, 2007)
Os chips de comunicação estão disponíveis em vários encapsulamentos para
altas taxas de temperatura e alta imunidade a ruídos, tornando-se aplicável em
ambientes industriais. Hoje existem diversos fornecedores de chips CAN®: Intel,
Philips/Signetics, NEC, Siemens, Hitachi e Motorola.
DeviceNet® é uma das três tecnologias abertas e padronizadas de rede, cuja
camada de aplicação usa o CIP. Ao lado de ControlNet® e Ethernet/IP®, possuem
uma estrutura comum de objetos. Ou seja, ele é independente do meio físico e da
camada de enlace de dados. Essa camada de aplicação padronizada, aliada a
interfaces de dispositivos e programação abertas, constitui uma plataforma de
conexão universal entre componentes em um sistema de automação, desde o chão-
de-fábrica até o nível da internet. A Figura 31 ilustra o CIP (Common Industrial
Protocol) no modelo OSI (Open Systens Interconnection).
120
Figura 31 CIP no modelo OSI
A instalação permite o endereçamento de até 64 nós (MACID – Media Access
Control Identifiers) onde cada endereço pode suportar um infinito número de I/Os,
como por exemplo um atuador pneumático de 32 válvulas ou um módulo com 16
entradas discretas. Cada equipamento possui um microcontrolador que gerencia o
armazenamento em memória não volátil do seu endereço.
O meio físico utilizado é um cabo padrão de dois pares trançados, sendo um
dos pares responsável pela distribuição da alimentação 24V
CC
nos diversos s e o
outro utilizado para o sinal de comunicação. Se mais de um participante tentar
acessar a rede simultaneamente, um mecanismo de arbítrio resolve o conflito sem
perdas de dados, diferenciando-se da Ethernet® que utiliza a detecção de colisão
com sua perda de dados, e banda de freqüência. Conforme observado na Figura 32
o quadro de dados utilizado pela rede DeviceNet®.
121
Figura 32 Quadro de dados utilizado pela rede DeviceNet® (SENSE, 2001)
Os bits de arbitration field determinam quem continua transmitindo no caso de
acesso simultâneo da rede. O control field determina o tamanho dos dados a serem
transmitidos no data field, permitindo maior flexibilidade, pois equipamentos simples
podem transmitir somente entradas I/O, trocados freqüentemente, e os instrumentos
mais complexos podem utilizar mais bytes para transmitir auto diagnósticos ou
tabela de parâmetros. A seqüência final utiliza redundância cíclica para check das
palavras transmitidas utilizando-se vários métodos incluindo CRC para detecção de
falhas, que são transparentes aos usuários.
Existem vários métodos de comunicação, dependendo do projeto do
equipamento pode-se utilizar na rede DeviceNet® comunicação dos tipos: strobed,
polled, cyclic, change-of-state e aplication-trigged.
O processo de comunicão define dois estados lógicos chamados de
dominante “0” e recessivo “1”. A rede permanece no modo recessivo somente
enquanto não há nenhuma transmissão. Qualquer participante pode tentar transmitir
informações, como na Ethernet®, se a rede o estiver ocupada. Vários controles
o utilizados no quadro de comunicação, sendo possível se efetuar, entre outras
coisas, checagem de recebimento (ACK), detecção de erros nos dados (CRC) e
detecção de erros de quadro (FORM).
Para que os produtos possam ser configurados, os fabricantes fornecem um
arquivo texto com os dados dos produtos, os chamados Eletronic Data Sheet (EDS),
que devem ser instalados nos programas de configuração da rede DeviceNet®.
122
Os arquivos EDS possuem uma numeração que é gerada a partir de um
padrão. Conforme observado na Tabela 45 de um relé eletrônico (E3+) 3-15 A, da
Rockwell Automation, firmware versão 1, arquivo número: 0001000300060100.eds.
Tabela 45 – Padrão arquivo EDS
0001 0003 0006 01 00 .eds
Grupo 1 0001 mero do fabricante
Grupo 2 0003 Tipo de produto
Grupo 3 0004 Código do produto
Grupo 4 01 Firmware maior versão
Grupo 5 00 Firmware menor versão
Um dos principais diferenciais da rede DeviceNet® é a configuração
automática após substituição de dispositivos, ADR (Auto Device Recovery), que
após a retirada de um dispositivo configurado da rede, se for reposto um
dispositivo idêntico ao anterior, a função ADR irealizar o download de todas as
parametrizações antigas realizadas no dispositivo retirado, uma programão
automática das características do dispositivo.
A rede é muito versátil, podendo-se utilizar centenas de produtos certificados,
desde sensores inteligentes até inversores de freqüência e interfaces homem-
máquina, fornecidos por vários fabricantes.
Possui uma organizão independente que gerencia as especificações da
rede visando seu crescimento mundial denominada ODVA (Open DeviceNet®
Vendor Association). A ODVA atua junto aos fabricantes fornecendo treinamento,
testes de conformidade e atividades de publicidade, por exemplo publicando os
catálogos de produtos.
Os cabos normalizados para redes DeviceNet® são compostos por dois pares
de fios (um para alimentação 24V
CC
e outro para a comunicação digital), possuindo
especificações que garantem o funcionamento da rede nos comprimentos pré-
estabelecidos, conforme apresentado na Tabela 46.
123
Tabela 46 – Relação entre o comprimento do cabo e sua taxa de transmissão
Taxa de transmissão
Tipo Função
125 kbaud 250 kbaud 500 kbaud
Cabo grosso Tronco 500 m 250 m 100 m
Cabo fino Tronco 100 m
Cabo flat
Tronco 380 m 200 m 75 m
Cabo fino
Derivação até
dispositivo
6 m
Cabo fino
Somatória de
Derivações
156 m 78 m 39 m
O CCMI possui cabeamento interno no padrão da rede DeviceNet®, com as
principais características elétricas conforme abaixo:
topologia física básica do tipo linha principal com derivões;
cabo flat com distribuição de sinal e de alimentação (24V
CC
) no mesmo
cabo;
inserção e remão de nós a quente, sem necessidade de desconectar
a alimentação da rede;
utiliza resistores terminadores de 121 ohms em cada fim de linha;
permite conexão de múltiplas fontes de alimentação.
A linha tronco DeviceNet® é roteada pelo eletroduto de controle e rede e pelo
eletroduto horizontal superior do CCMI, conforme Figura 33. O eletroduto de controle
e rede pode ter até 24 portas DeviceNet®.
A linha tronco possui duas tomadas: uma do lado esquerdo, outra no direito
da seção vertical, conforme Figura 34. A conexão da gaveta com a DeviceNet® é
feita quando a mesma está na posição de conectada ou de teste.
124
Figura 33 – Seção vertical típica do CCMI
Figura 34 – CCMI com duas redes diferentes
125
A fonte de alimentação deve ser compatível com a rede DeviceNet®, como
especificado nos padrões da ODVA. Fontes não padrozinadas podem causar danos
ao sinal e aos componentes, segue abaixo os padrões da ODVA:
valor nominal de 24V
CC
(±1%);
tempo de subida menor que 250 ms dentro de 5% de 24V
CC
com carga
total de 8 A;
proteção de limite de corrente de 8A contínuos e 10A durante os
primeiros 250 ms;
cada dispositivo consume entre 90 a 165 mA.
A Tabela 47 ilustra as especificações do aplicativo IntelliCENTER®
Tabela 47 – Especificações do aplicativo IntelliCENTE
Descrição Unidade
Freqüência de polling
máx 9.9/s – min. 1.0/s
mero recomendado de nós na rede
DeviceNet®
50 a 500 kbaud
35 a 250 kbaud
(125 kbaud não recomendado)
Tipo de mensagens explícitas de baixa prioridade
Dados mostrados a cada visualização 13
Registros gráficos de tendência 5.000
Eventos / documentos por linha 32.767
mero recomendado de nós por aplicativo
IntelliCENTER® Ilimitado
mero máximo de visualizações abertas
simultaneamente Ilimitado
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