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muito mais aos 50 do que aos 60. Eu acho que na sua balança você começa a
ter outros valores que não só a estética, o visual. Você fala assim: - “Ah!
dane-se se alguém vir minha unha mal feita, eu não tenho a obrigação de
mostrar aos outros que eu fiz a unha”. A mulher mais nova, no final de
semana, vai se encontrar com as amigas e não pode estar com a unha mal
feita, senão vão dizer que é relaxada. Quando você chega a certa idade, você
diz: - “Essa semana não estou a fim de fazer, dane-se o que os outros vão
pensar”. Você já tem mais autoconfiança, é diferente. Não sei como explicar
isso, mas conforme vão passando os anos você vai relaxando mais nessas
obrigações. (Ivanilde, 52 anos, empresária)
Não sei se os mais jovens só vão ao salão quando estão precisando e as mais
idosas, no caso, não dão tanta importância a isso. Mas o que eu vejo quando
vou ao salão é essa faixa dos 30 aos 50 anos, que estão lá fazendo unha toda
semana, fazendo o cabelo mais de uma vez ao mês. Acho que nessa idade, as
pessoas estão se mostrando mais. Querem se afirmar jovens: estou
envelhecendo, amadurecendo, mas continuo enxuta, continuo me cuidando,
continuo bonita.
Mas seguindo essa lógica, não era para as mulheres quanto mais velhas
mais freqüentarem o salão?
Mas aí eu acho que depois de um tempo elas não dão tanta importância.
Muda o conceito do que é salão para elas.
Então me fala: o que é um salão para a mulher de 30 a 50 e o que é um
salão pra a mulher acima de 50?
De 30 a 50 é mais um lugar para ela se sentir melhor, arrumar-se, sentir-se
mais bonita. Talvez para passar o tempo, algumas das vezes. É como se
fosse uma parte social. Ela está se relacionando com outras mulheres da
idade dela. De 50 anos para cima, as mais velhas, que vão chegando à
terceira idade, não têm essa necessidade de estar vivendo aquele lado social.
Eu acho que tem um apelo social, de convivência, de sociedade no salão. Eu
vejo isso pelas conversas, fofocas, “tititi”, essas coisas. As mulheres mais
velhas não têm tanto isso. Elas já estão querendo viver com os filhos, com os
netos, com o marido. Elas não têm mais esse apelo de vaidade. Eu acho que
depois de um tempo vira uma futilidade, talvez. Elas pensam: - “Ah! Eu não
preciso disso”. Já perceberam que o marido não presta atenção se elas
fizeram a unha, se cortaram o cabelo ou pintaram de uma cor diferente.
(Fabrícia, 23 anos, trainee)
Quando a idade se encontra mais avançada, a partir dos 50 anos, a crença é que a
preocupação e a cobrança com a aparência pessoal gradativamente diminuam, reduzindo as
idas a salões de beleza. Como se o passar da idade liberasse a mulher da obrigação de se
apresentar sempre de unhas feitas ou cabelos pintados e a maturidade colocasse outras