na teoria dos recursos. Isto porque os estudiosos desta corrente procuram demonstrar a Co-
evolução da dinâmica de mercado cada vez mais complexa e dos recursos e competências das
organizações. Outra verificação quanto às pretensões da teoria das capacidades dinâmicas
feita por Vasconcelos e Cyrino (2000), diz respeito ao estudo dos “mecanismos e processos
organizacionais capazes de explicar a acumulação e a configuração das bases de recursos das
firmas” (DIERICKX e COOL, 1989; TEECE et al., 1987; SANCHES e HEENE, 1986 apud
VASCONCELOS e CYRINO, 2000, p.32).
Assim sendo, esta abordagem entende a organização como um conjunto de recursos
relacionados aos processos de mercado, ou seja, a conexão dinâmica entre recursos
empresariais e contexto ambiental. “Partindo da concepção geral da firma como um conjunto
de recursos, esse modelo procura estudar as relações entre os processos de decisão, as ações
empreendidas e suas conseqüências gerenciais, em termos de formação, conservação e
destruição de recursos” (VASCONCELOS e CYRINO, 2000, p. 32).
As fontes de vantagem competitiva provenientes deste compilado teórico são quatro,
segundo Hogarth e Michaud (1991 apud VASCONCELOS e CYRINO, 2000), a saber:
a) O aceso privilegiado a recursos únicos, em que as rendas são derivadas
da propriedade ou do acesso a recursos raros e valiosos. Concessões,
patentes ou localizações geográficas privilegiadas são exemplos de
recursos deste tipo...É o caso das rendas ricardianas por excelência.
b) A capacidade de transformação dos fatores de produção em produtos
vendáveis no mercado. Nesse caso a vantagem competitiva deriva de
capacidades ou processos distintivos acumulados no decorrer do tempo.
A vantagem competitiva se exprime na capacidade de entregar métodos
operacionais mais eficientes que os empregados pelas firmas
concorrentes. No entanto, esses recursos e essas capacidades são fixos,
e a firma não é capaz de modificá-los, embora a vantagem competitiva
derive deles.
c) A alavancagem de recursos e capacidades. Nesse estágio, a firma é
capaz de agir deliberadamente para renovar seu estoque de recursos e
competências, aperfeiçoando e recombinando os recursos existentes
com o objetivo de criar novos produtos e mercados.
d) A regeneração de recursos e capacidades. Nesse último estágio, as
firmas devem ser capaz de criar um fluxo contínuo de inovações graças
ao desenvolvimento de competências de ordem superior, ligadas à
própria capacidade de gerar novas competências e recursos. Trata-se,
nesse caso, de construir um sistema capaz de gerar uma série
continuada de inovações a partir da reconfiguração repetida da base de
recursos da firma. (VASCONCELOS e CYRINO, 2000, p. 33).
Comparativamente à teoria dos recursos, onde os recursos e as capacidades das
organizações são vistos como variáveis de estoque, com características mais ou menos
estáticas, Vasconcelos e Cyrino (2000) salientam que na visão da teoria das capacidades