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COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO E
PRODUTIVIDADE DE CAFEEIRO ARÁBICA -
CULTIVAR TOPÁZIO MG 1190 - SOB
DIFERENTES ORIENTAÇÕES CARDEAIS
GRÉCIA OIAMA DOLABELA BICALHO
2007
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GRÉCIA OIAMA DOLABELA BICALHO
COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO E PRODUTIVIDADE DE
CAFEEIRO ARÁBICA - CULTIVAR TOPÁZIO MG 1190 - SOB
DIFERENTES ORIENTAÇÕES CARDEAIS
Tese apresentada a Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
área de concentração em Fisiologia Vegetal,
para a obtenção do título de “Doutor”.
Orientador
Prof. Dr. José Donizeti Alves
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2007
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Bicalho
, Grécia Oiama Dolabela .
Comportamento fisiológico e produtividade de cafeeiro arábica –
cultivar topázio MG 1190 - sob diferentes orientações cardeais
/ Grécia Oiama Dolabela Bicalho. – Lavras : UFLA, 2007.
72 p. : il.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Lavras, 2009.
Orientador: José Donizeti Alves.
Bibliografia.
1. Café. 2. Fenologia. 3. Coffea arabica Topázio MG1190. 4.
Comportamento fisiológico. 5. Produtividade. I. Universidade Federal
de Lavras. II. Título.
CDD –
633.738151
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GRÉCIA OIAMA DOLABELA BICALHO
COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO E PRODUTIVIDADE DE
CAFEEIRO ARÁBICA - CULTIVAR TOPÁZIO MG 1190 - SOB
DIFERENTES ORIENTAÇÕES CARDEAIS
Tese apresentada a Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
área de concentração em Fisiologia Vegetal,
para a obtenção do título de “Doutor”.
APROVADA em 19 de junho de 2007
Profa. Ângela Maria Soares UFLA
Prof. Luiz Edson Mota de Oliveira UFLA
Dr. Rodrigo Luz da Cunha EPAMIG
Dr. Gabriel Ferreira Bartolo EMBRAPA
Prof. José Donizeti Alves
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
À MEMÓRIA DE:
Affonso Dolabella Bicalho e Maria de Oliveira Bicalho meus pais queridos,
meu maior e profundo agradecimento, pelo amor incondicional, pela minha
formação educacional e profissional, pelo respeito à natureza e as pessoas.
OFEREÇO E DEDICO
NA CIÊNCIA, EXISTEM QUESTÕES INGÊNUAS, QUESTÕES
ENTEDIANTES, QUESTÕES APRESENTADAS DE MODO
INADEQUADO.
MAS CADA QUESTÃO É UM GRITO PARA ENTENDER O MUNDO.
NÃO EXISTE PERGUNTA ESTÚPIDA.
Carl Sagan
AGRADECIMENTOS
A DEUS pela vida e pela fé sempre presente.
À UFLA por permitir meu aprendizado.
Ao CNPq pela concessão da bolsa.
À UNIMONTES, Instituição onde leciono e que agora ingresso na
pesquisa.
À EPAMIG de Patrocínio/MG onde o experimento foi implantado
especialmente: Jaime, Lázaro, Ronaldo e demais funcionários.
AO MEU ORIENTADOR: Dr. José Donizeti Alves pelo apoio,
ensinamentos em Café, amizade, brincadeiras, ajuda e compreensão em todas as
etapas.
À FAMÍLIA pelo apoio em todos os sentidos e em todos os momentos
da vida;
Aos MESTRES que me ensinaram e abriram as portas para a busca do
conhecimento: Luiz Edson, Ângela, Amauri, Evaristo Mauro, Renato;
A Dra. Ângela Maria Soares, Co-Orientadora, pelo apoio e
ensinamentos em Ecofisiologia;
Aos COLEGAS da Fisiologia Vegetal da época: Ana Hortência, Rupert,
Soami, Alessandro, Andrea, Paulo Cairo, João Paulo, Dárlan, Lisandro, Marcos,
Teresa, Morbeck, Daniela, Hyrandir, Marcus, Lenaldo, Giandré, Érico, Silvia,
Claudia, Rayres, Cristina, Cyntia, Saulo, que me auxiliaram em alguma etapa e
particularmente a Daniela e Dárlan que me ajudaram nas discussões, estatística,
informática e montagem final da tese.
A todo corpo Técnico Administrativo e Funcionários da Fisiologia
Vegetal/UFLA em especial: Marcelo, Evaristo, Izonel, Tanham, Joel, Sr.
Odorêncio, Lena, Barrinha.
Demais Departamentos da UFLA: Química: Dra. Maria das Graças
Cardoso e Dra. Celeste Maria Patto de Abreu e, Biologia: Dr. Evaristo Castro,
Dr. Douglas, Ciência dos Alimentos, Biblioteca, Xérox, PRPG.
Ao Dr. Paulo Tácito Gontijo, Dra. Sara Chalfoun e Dr. Rodrigo Luz da
EPAMIG/Lavras.
Ao Dr. Darcy Roberto Lima da ABIC /Café e Saúde.
Ao Dr. Gabriel Ferreira Bartholo da EMBRAPA-CAFÉ.
Aos Cafeicultores Brasileiros e principalmente aos Mineiros por essa
bebida maravilhosa: O CAFÉ; e a todos que direta ou indiretamente
contribuíram para que eu chegasse até aqui, que não é o fim, mas o início de
uma nova etapa, MEU MUITO OBRIGADO.
Grécia Oiama
LAVRAS, 2007
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS
....................................................................................i
LISTA DE TABELAS .............................................................................. viii
RESUMO....................................................................................................ix
ABSTRACT.................................................................................................x
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................1
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................3
3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................8
3.1 Histórico e caracterização do material vegetal ...............................................8
3.2 Condições gerais da área experimental...........................................................9
3.2.1 Características do solo .................................................................................9
3.2.2 Características ambientais..........................................................................10
3.3 Descrição dos tratamentos, delineamento experimental e condução do
experimento ........................................................................................................14
3.4 Avaliações.....................................................................................................17
3.4.1 Crescimento vegetativo..............................................................................18
3.4.2 Potencial hídrico e trocas gasosas..............................................................18
3.4.3 Produção....................................................................................................18
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
.............................................................20
4.1 Crescimento vegetativo.................................................................................20
4.2 Crescimento Reprodutivo.............................................................................47
4.3 Avaliações de DFFFA (µmol m
-2
s
-1
), A (µmol m
-2
s
-1
), gs (mmol m
-2
s
-1
),
Ψ
foliar/
(-MPa)......................................................................................................52
5 CONCLUSÕES
.......................................................................................68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................69
i
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1 Extrato simplificado do balanço hídrico decendial, janeiro
a dezembro de 2004, CAD=100 mm, Patrocínio,
MG....................................................................................
11
FIGURA 2 Deficiência hídrica acumulada para os anos de 2002 a
2004 para a localidade de Patrocínio, MG........................
12
FIGURA 3 Temperaturas médias decendiais dos anos de 2002 a 2004
comparadas com a média histórica para a região de
Patrocínio, MG.................................................................
13
FIGURA 4 Armazenamento de água no solo para os anos de 2002 a
2004 para a localidade de Patrocínio, MG........................
14
FIGURA 5 Esquema do posicionamento das linhas de plantio em
relação ao norte verdadeiro (Norte – Sul, 0 – 180
O
,
Nordeste – Sudoeste, 45
O
– 225
O
, Leste - Oeste 90
O
270
O
, Sudeste – Noroeste 135
O
– 315
O
)..........................
15
FIGURA 6 Representação esquemática demonstrando as quatro
direções das linhas de plantio (N-S, NE-SO, L-O e SE-
NO) e os oito tratamentos ou modalidades de exposição à
irradiância solar, norte (N), nordeste (NE), leste (L),
sudeste (SE), sul (S), sudoeste (SO), oeste (O), noroeste
(NO), situando a unidade experimental e a parcela útil
avaliadas no experimento.................................................
16
FIGURA 7 Evolução da altura de plantas de cafeeiro Topázio
MG1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO).120%.........................
21
FIGURA 8 Evolução do diâmetro de copa de cafeeiro Topázio
MG1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO)...................................
22
FIGURA 9 Crescimento do diâmetro de copa de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO) durante os primeiros
dois anos de produção......................................
23
ii
FIGURA 10 Evolução do maior raio de copa de cafeeiro Topázio
MG1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO) avaliado no período da
manhã. (As barras representam o erro padrão da
média)................................................................................
24
FIGURA 11 Crescimento do maior raio de copa de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO) avaliado no período da
manhã durante os primeiros dois anos de
produção...........................................................................
25
FIGURA 12 Evolução do maior raio de copa de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO) avaliado no período da
tarde. (As barras representam o erro padrão da
média)...............................................................
26
FIGURA 13 Crescimento do maior raio de copa de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO) avaliado no período da
tarde durante os primeiros dois anos de
produção...........................................................................
27
FIGURA 14 Evolução do comprimento de ramo de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
da manhã........................................................
29
FIGURA 15 Crescimento do comprimento de ramo de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
no período da manhã durante os dois primeiros anos de
produção............................................................................
30
FIGURA 16 Evolução do comprimento de ramo de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
iii
da tarde. (As barras representam o erro padrão da
média)...............................................................
31
FIGURA 17 Crescimento do comprimento de ramo de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
no período da tarde durante os dois primeiros anos de
produção...........................................................................
32
FIGURA 18 Evolução do comprimento total dos ramos de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
pelo somatório dos ramos medidos no período da manhã
e da tarde...........................................................................
33
FIGURA 19 Crescimento total dos ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado pelo
somatório dos ramos medidos no período da manhã e da
tarde durante os dois primeiros anos de produção............
34
FIGURA 20 Evolução no número de nós em ramos de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
no período da manhã. (As barras representam o erro
padrão da média)...............................................................
36
FIGURA 21 Formação de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
da manhã durante os dois primeiros anos de produção.....
37
FIGURA 22 Evolução no número de nós em ramos de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
no período da tarde. (As barras representam o erro padrão
da média)...............................................................
38
FIGURA 23 Formação de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
iv
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
da tarde durante os dois primeiros anos de produção.......
39
FIGURA 24 Evolução no número total de nós em ramos de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
pelo somatório dos nós quantificados no período da
manhã e da tarde...............................................................
40
FIGURA 25 Formação total de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado pelo
somatório dos nós quantificados no período da manhã e
da tarde durante os dois primeiros anos de
produção............................................................................
41
FIGURA 26 Evolução no número de folhas em ramos de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
no período da manhã. (As barras representam o erro
padrão da média)...............................................................
42
FIGURA 27 Formação de folhas em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
da manhã durante os dois primeiros anos de produção.....
43
FIGURA 28 Evolução no número de folhas em ramos de cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
no período da tarde. (As barras representam o erro padrão
da média)...............................................................
44
FIGURA 29 Formação de folhas em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
da tarde durante os dois primeiros anos de produção.......
45
FIGURA 30 Evolução no número total de folhas em ramos de cafeeiro
v
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO);
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado
pelo somatório das folhas quantificadas no período da
manhã e da tarde.............................................
46
FIGURA 31
Formação total de folhas em ramos de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado pelo
somatório das folhas quantificadas no período da manhã e
da tarde durante os dois primeiros anos de
produção...........................................................................
47
FIGURA 32 DFFFA - valores médios medidos em cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), nos meses de maio,
j
ulho, agosto, setembro de 2003 e março, maio, junho e
j
ulho de 2004, média dos dois anos. (As barras
representam o erro padrão da média).....
53
FIGURA 33 Fotossíntese (A) e seus valores médios em cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO),
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO) avaliado
nos meses de maio, julho, agosto e setembro de 2003. (As
barras representam o erro padrão da média)..............
55
FIGURA 34 Fotossíntese (A) e seus valores médios em cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado em diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO),
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO) avaliado
nos meses de março, maio, junho e julho de 2004. (As
barras representam o erro padrão da média).....................
56
FIGURA 35 Condutância estomática (gs) avaliado em cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado nas diferentes orientações
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO),
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), nos meses
de maio, julho e agosto (época seca) e setembro (época
chuvosa) no ano de 2003. (As barras representam o erro
padrão da média)....................................................
57
FIGURA 36 Condutância estomática (gs) avaliado em cafeeiro
Topázio MG 1190 implantado nas diferentes orientações
vi
cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO),
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), nos meses
de março (época chuvosa), maio, junho e julho (época
seca) no ano de 2004. (As barras representam o erro
padrão da média).......................................................
58
FIGURA 37 Potencial hídrico de antemanhã de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado nos meses de
março, maio, junho, julho e agosto de 2003. (As barras
representam o erro padrão da média).....................
60
FIGURA 38 Potencial hídrico de antemanhã de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado nos meses de
março, maio, junho, julho e agosto de 2004. (As barras
representam o erro padrão da média).....................
61
FIGURA 39 Potencial hídrico de antemanhã de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO): avaliado nas estações
chuvosa (verão) e seca (inverno) no período de 2003-
2004. (As barras representam o erro padrão da
média)...............................................................................
62
FIGURA 40 Potencial hídrico de meio dia -12h - de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais:
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
de 2003. (As barras representam o erro padrão da
média)..............................................................
64
FIGURA 41 Potencial hídrico de meio dia (12h) em cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado no período
de janeiro, março, abril, junho, julho e agosto de 2004.
(As barras representam o erro padrão da média)..............
65
FIGURA 42 Potencial hídrico do meio dia (12h) de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais
norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste
vii
(L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado nas estações
chuvosa (verão) e seca (inverno) no período de 2003-
2004. (As barras representam o erro padrão da
média)...............................................................................
66
FIGURA 43 D.P.V. de cafeeiro Topázio MG 1190 implantado em
diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-
sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado nas estações chuvosa (verão) e seca
(inverno) no período de 2003-2004 nos meses de maio,
j
ulho, agosto setembro de 2003 e março, maio junho e
j
ulho de 2004. (As barras representam o erro padrão da
média).......................................................
67
viii
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1 Características químicas e físicas da amostra superficial
(0 a 20 cm) do LV e da área experimental, coletada em
Julho de 2000....................................................................
10
TABELA 2
Produtividade de cafeeiros (sacas/ha) Topázio MG 1190
em 2002, 2003 e 2004 implantados em diferentes
orientações cardeais e colheitas realizadas em relação ao
caminhamento solar manhã (M), tarde (T) e Total (Σ).
Patrocínio – MG, 2004.....................................................
49
TABELA 3
Produtividade de cafeeiros (sacas/ha) Topázio MG
1190, média de três colheitas plantados em função dos
direcionamentos cardeais (N-S, NE-SO, L-O, SE-NO),
realizadas em relação do caminhamento solar manhã
(M) e tarde (T) e Total (Σ). Patrocínio – MG, 2004.........
50
TABELA 4
Produtividade de cafeeiros (sacas/ha) Topázio MG
1190, total (Σ) de três colheitas plantados em função dos
direcionamentos cardeais (N-S, NE-SO, L-O, SE-NO),
realizadas em relação do caminhamento solar manhã
(M) e tarde (T) Patrocínio – MG, 2004............................
51
ix
RESUMO
BICALHO, Grécia Oiama Dolabela. Comportamento fisiológico e
produtividade de cafeeiro arábica - cultivar topázio MG 1190 - sob
diferentes orientações cardeais. 2007. 72p. Tese (Doutorado em Fisiologia
Vegetal) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
O estudo do desenvolvimento fenológico e produtividade de cafeeiro
arábica – variedade TOPAZIO MG 1190, de dois a quatro anos de idade,
implantado em diferentes orientações cardeais (N-S, NE-SO, L-O, e SE-NO) na
região de Patrocínio, Minas Gerais, teve suas avaliações iniciadas em outubro de
2002 quando as plantas apresentavam-se com dois anos de idade e, a partir daí,
mensalmente, nos dois lados das plantas no sentido transversal à linha de
plantio, voltados para as ruas adjacentes. A unidade experimental foi constituída
de cinco fileiras com 15 plantas, sendo considerada como parcela útil quatro
plantas consecutivas das três fileiras centrais. A análise do crescimento durante
os anos de setembro de 2002 a outubro de 2004 revelou crescimento segundo
padrão sazonal, com taxas acentuadas na primavera/verão, intercaladas por um
período de crescimento lento no outono/inverno; além de mostrar que para as
quatro direções das linhas de plantio, não houve diferenças significativas de
crescimento vegetativo. O somatório das três primeiras produções da lavoura
verificou-se não haver diferenças entre posicionamentos das fileiras e nem em
relação aos lados da planta voltados para as ruas, levando-se em consideração o
caminhamento solar. Análises fisiológicas de trocas gasosas e de potencial
hídrico também revelaram não haver diferenças entre os tratamentos, uma vez
que a lavoura se encontrava sob condições de radiação em níveis saturantes; a
temperatura na faixa adequada, sem estresse hídrico durante todas as épocas do
ano. Os resultados, no entanto, não descartam a possibilidade de haver
favorecimento fisiológico para um ou mais direcionamentos das fileiras em
relação aos pontos cardeais.
Comitê de Orientação: Prof. José Donizeti Alves – UFLA (Orientador), Profa. Ângela
Maria Soares – UFLA (Co-orientadora)
x
ABSTRACT
BICALHO, Grécia Oiama Dolabela. Physiological behavior and productivity
of arabica coffee - MG cultivar topaz 1190 - cardinals under different
guidelines. 2007. 72p. Thesis (
Doctorate Plant Physiology) - Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG.
The coffee plant study of phenological development and productivity
using TOPAZIO MG 1190 variety, was realized in different cardinal directions
(N-S, NE- SW, E-W, and SE-NW) in the region of Patrocínio, Minas Gerais.
The evaluations were initiated in October/2002, when the plants were two years
old and, since this time, every month, on the both side of plants transversal of
the sowing line, facing adjacent towpath. The experimental unit was made up of
five rows containing15 plants, four consecutive plants of the three central rows
were considered as the useful plot. The plant growth analysis was made in the
four sowing line directions, and did not show significant differences, altough the
seasonal growth pattern had accentuated growth rates in the spring/summer,
combined with a period of slow growth in the fall/winter. The physiological
analyses of gaseous exchanges and water potential also revealed no differences
among the treatments, once the crop was under radiation conditions at saturated
levels; and the temperature in the appropriate range, without water stress during
the whole year. In relation to the production, the sum of the first three crops did
not show differences among the row positins and neither in relation to the sides
of the plant facing the towpath, taking into account the solar path. Considering
all those aspects, it is possible to conclude that were neither reductions nor
physiological aspects favoring for any directioning of the rows. Therefore, from
the phenologic and productive point of view, the coffee grower of this area,
according to his convenience, has the
possibility of choosing the direction of the
coffee lines in relation to the cardinal orientations without compromising his
production.
Comitê de Orientação: Prof. José Donizeti Alves – UFLA (Orientador), Profa. Ângela
Maria Soares – UFLA (Co-orientadora)
1
1 INTRODUÇÃO
A espécie Coffea arabica L. foi introduzida no Brasil em 1727,
originada do sudoeste da Etiópia, sudeste do Sudão e norte do Quênia, cujas
regiões eram restritas e marginais às demais espécies. Pela sua origem, nos vales
das regiões montanhosas da Abissínia, onde cresce permanentemente sob densas
florestas tropicais ao abrigo de altas temperaturas e com precipitação bem
distribuída, é originalmente considerada uma espécie adaptada a sombra, embora
no Brasil, a maioria das lavouras seja conduzida a pleno sol com produções
atingindo patamares muito superiores ao de seu local de origem.
A cultura cafeeira a pleno sol apresenta uma grande diversidade em
termos de crescimento e produção, levando-se em conta os diferentes talhões de
uma propriedade. É comum observar em uma mesma lavoura cafeeira
implantadas em regiões montanhosas como no Sul de Minas Gerais e Zona da
Mata, variações no crescimento e desenvolvimento dos componentes vegetativos
e reprodutivos das plantas, dentro e entre talhões. Estas variações, de maneira
geral, são atribuídas as curvas de nível que impõem naturalmente, modificações
do posicionamento das fileiras do café em relação aos pontos cardeais.
Dos estados tradicionalmente produtores de café como Minas Gerais,
São Paulo e Paraná, a cafeicultura migrou para regiões antes consideradas
marginais como as do cerrado mineiro, Oeste e Sudoeste baiano, Goiás e Mato
Grosso onde, apesar de climas mais quentes e com déficits hídricos acentuados,
está conseguindo elevadas produtividades. Nessas regiões, que ampliaram a
fronteira agrícola para cultura do café, as lavouras passaram a ser implantadas
em solos com topografia plana a ondulada, surgindo com isso a possibilidade de
escolher o direcionamento cardeal das fileiras de plantio, sem a preocupação de
aumentar a erodibilidade do solo, muito comum em topografias acidentadas.
2
Nas condições onde ocorrem diferenças no direcionamento das fileiras
dos cafés, impostas por curvas de nível em solo acidentado, ou escolha aleatória
em solos de topografia plana a levemente ondulados, observa-se marcantes
diferenças relacionadas aos estados fitossanitário, nutricional, fisiológico e
morfológico do crescimento e desenvolvimento de folhas e ramos, bem como de
carga de frutos, entre os lados da planta, voltadas para as ruas (Alves &
Livramento, 2003). Estas observações permitem concluir que os dois lados da
planta, relacionados com o posicionamento solar, comportam-se como se
pertencessem a diferentes lavouras.
Analisando o desenvolvimento da planta como um todo, percebe-se
então que, apesar de rítmico, existe um controle endógeno mediado pelo clima,
que confere um crescimento assíncrono, de modo que algumas partes estão
crescendo enquanto outras estão inativas ou em baixa atividade. O entendimento
entre as causas e os efeitos desse fenômeno permanece ainda desconhecidos.
Tendo em vista que o direcionamento das linhas de plantio do cafeeiro
em relação aos pontos cardeais afeta o comportamento das plantas, o presente
trabalho tem como objetivo de estudar o desenvolvimento fenológico e a
produtividade da variedade Topázio MG1190, implantado em diferentes
orientações cardeais, na região de Patrocínio, Minas Gerais.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O cafeeiro apresenta flutuações sazonais de crescimento freqüentemente
associadas a fatores climáticos limitante, que em geral prevalecem em cada
região de cultivo (Rena & Maestri, 1986, 1989; Nacif, 1997). Os componentes
da planta mais influenciados pelo clima são a altura, o crescimento de ramos e o
número de flores; e os elementos do clima que mais se correlacionam com os
incrementos em altura e o comprimento dos ramos são a radiação solar, a
evaporação, a temperatura média e a duração da máxima (Jaramillo & Valencia,
1980).
De maneira geral, nas regiões cafeeiras do Brasil como o Cerrado
Mineiro e Sul de Minas Gerais, ocorre um crescimento vegetativo rápido na
estação quente e chuvosa (setembro a março) e outro de baixa atividade na
estação seca e fria (março a setembro) (Carvalho 1985; Amaral, 1991; Nacif,
1997). Este crescimento sazonal está bem estabelecido em termos de
macroclima. Por outro lado, percebe-se dentro de uma mesma lavoura que o
cafeeiro tem grande capacidade de se adaptar a variações do ambiente
(microclima), mediante modificações morfológicas, bioquímicas e fisiológicas,
principalmente das folhas.
Verifica-se no trabalho de Gindel (1962), um dos poucos a estudar a
influencia da direção das fileiras do cafeeiro em relação aos pontos cardeais, que
folhas situadas do lado da planta que fica mais exposto ao sol, à tarde,
apresentam crescimento reduzido devido às altas intensidades de radiação solar,
associado às temperaturas elevadas. Santinato et al. (2003, 2001) aponta
diferenças entre a produção e incidência de pragas e doenças entre os
direcionamentos das linhas de café. Segundo esses autores em áreas frias, é
notório o efeito de doenças nas faces Sul e em áreas quentes, o efeito da
4
escaldadura reduzindo a produtividade. Analisando as duas primeiras safras
mostrou para a primeira, uma superioridade dos posicionamentos Leste – Oeste
e Sudeste – Noroeste sobre os demais. Já na segunda, todos os direcionamentos
apresentaram idênticas produtividades. Na média, os posicionamentos Sudeste –
Noroeste e Leste - Oeste foram superiores, com produtividades de 69 e 76 sacas
beneficiadas por hectare, contra médias de 59 e 62 sacas beneficiadas por
hectare para as posições Norte – Sul e Nordeste – Sudoeste, respectivamente.
Considerando que o incremento em irradiância causa elevação da temperatura
foliar (Kumar & Tieszen, 1980) esta assume maior importância na fisiologia do
cafeeiro do que propriamente a temperatura do ar (Rena & Maestri, 1986).
A literatura é escassa em termos de informações quanto à influência da
localização das fileiras do café em relação a orientações dos pontos cardeais.
Alves & Livramento (2003) após extensa revisão sobre o padrão de crescimento
entre os lados das plantas voltados para as ruas de café, concluíram que eles se
comportam como se fosse pertencentes a lavoura diferentes. Em uma lavoura
onde um lado da linha de café recebia sol pela manhã e outro pela tarde, foi
verificado, na parte da planta, que recebia sol no período da manhã, maior
crescimento de ramos e de área foliar e ausência de sintomas de deficiência
mineral A coloração verde intensa das folhas estava correlacionada com maiores
teores de clorofilas. Em relação ao estado fitossanitário, esta parte da planta
apresentou menor ocorrência de lesões causadas pelo bicho-mineiro e maior
infecção produzida pela ferrugem. Em adição a estas modificações, foram
também observados, apesar da alta transpiração, elevados valores de potencial
hídrico foliar, o que é característico de uma planta bem hidratada, menores
temperaturas e baixa resistência estomática concomitantemente a maiores taxas
fotossintéticas.
A outra parte da planta que estava exposta ao sol da tarde, apresentava
menor crescimento de ramos e de folha e estas estavam visivelmente cloróticas
5
fato esse relacionado à intensa degradação de clorofila com a concomitante
síntese de carotenóides, uma classe de pigmento acessório da fotossíntese que
tem por função proteger as clorofilas da foto-oxidação. Essas folhas mostravam
também maiores temperaturas, alta resistência estomática, baixas taxas
fotossintética e transpiratória e baixos valores de potencial hídrico,
apresentando, no entanto, turgescência foliar. Apesar dessas características
aparentarem negativas, este lado da fileira do café produziu mais frutos que o
outro lado que recebia sol pela manhã. A maior produção de frutos no lado da
fileira que recebe sol no período da tarde confirma os resultados da literatura que
mostram que as produções mais elevadas são em cafeeiros cultivados a pleno
sol.
Estes autores concluíram que o clima exerce um forte efeito nas
características observadas de modo que o lado que recebeu sol pela manhã,
desenvolve-se mais e é característico de uma lavoura implantada em região de
clima mais ameno, com menor nível de radiação (600 a 1000 µE.m
-2
.s
-1
),
temperatura na faixa de 18 a 22
0
C e alta umidade relativa. Por outro lado, a
outra parte da planta exposta ao sol da tarde, com menor desenvolvimento,
mostrou características morfo-anatômicas de uma lavoura conduzida em
ambiente com maior insolação (> 2000 µE.m
-2
.s
-1
), temperaturas superiores a
34
0
C e baixa umidade do ar.
Encontram-se na literatura vários trabalhos investigativos envolvendo
plantas com o cultivo de cafeeiros sombreados e a pleno sol. Carelli et al. (2001)
estudando o efeito de diferentes níveis de sombreamento no crescimento e na
produção do cafeeiro, observaram que a massa seca e a área foliar aumentaram
com o nível de sombreamento, sem, contudo haver alterações na massa foliar
específica pelo nível de radiação. Por outro lado, plantas cultivadas a pleno sol,
apesar de ficarem com internódios e diâmetro de copa menor, apresentaram
maiores produções de café. Mesmos em condições moderadas de sombreamento,
6
a produção das plantas foi menor do que a pleno sol, indicando com isto um
baixo nível de radiação fotossinteticamente ativa.
A literatura cafeeira mostra em relação à fotossíntese que sob
temperaturas acima de 35
0
C ela é quase nula (Alves, 1986); que em irradiação
(DFFFA) acima de 600 µmol.m
-2
.s
-1
ela se satura (Alves, 1986) e que ela é maior
em plantas sombreadas que a pleno sol. Por outro lado, os experimentos têm
mostrado maior produção no lado das plantas expostas a estas condições. Vale
salientar que há diferentes resultados, vantajosos e desvantajosos quanto à
fotossíntese no cafeeiro quando se compara cultivos a pleno sol com o cultivo
sombreado. De acordo com Miranda et al., 1999, o cafeeiro apresenta uma
plasticidade adaptativa. Cafeeiros cultivados a pleno sol apresentam maior taxa
fotossintética o que pode acarretar uma maior fotorrespiração, por outro lado,
cafeeiros sombreados podem ter uma maior taxa fotossintética ao permitir a
redução do déficit de pressão de vapor (DPV) da atmosfera diminuindo dessa
forma as possíveis variações que ocorrem com a temperatura foliar, promovendo
uma maior abertura estomática, conseqüentemente, maior fluxo de CO
2
para as
células do mesofilo foliar refletindo em uma maior atividade carboxilase da
Rubisco (DaMatta, 2004; Beer et al., 1997; Alves, 1986).
Alves & Livramento (2003) explicam que em lavouras cultivadas a
pleno sol, existe um gradiente decrescente de temperatura e irradiação das folhas
mais periféricas em direção às mais internas. Assim o cafeeiro que apresenta
uma adequada estrutura de dossel e que permite uma boa transmissão de luz e de
calor, a maioria das folhas recebe sombra moderada e alcançam taxas
fotossintéticas mais elevadas. Desse modo, como o incremento em matéria seca
das flores e dos frutos depende prioritariamente da fotossíntese corrente e não
das reservas de carboidratos acumulados no ano anterior, à manutenção de uma
área foliar fotossinteticamente ativa garante boa produtividade. Concluem
também com base nos trabalhos de Castillo & Lopez (1996), Cannel (1976) e
7
Huxley, (1970), que a diferenciação floral é maior a pleno sol que a sombra.
Para DaMatta et al. (2001) o sombreamento excessivo pode reduzir a
produtividade da lavoura, uma vez que promove menor fotossíntese global da
planta, maior estímulo à formação de gemas vegetativas em detrimento das
reprodutivas e menor número de nós por ramo (que é o principal componente da
produção) e de gemas florais por nó.
Comparando-se cafeeiros cultivados sob sombra com aqueles a
pleno sol, observa-se uma plasticidade bastante grande das folhas pelas
variações morfológicas e anatômicas apresentadas. De acordo com
Morais et. al. (2003), as folhas expostas ao sol apresentam cutículas e
paredes celulares mais espessas, células da epiderme mais estreitas,
parênquima paliçádico com células mais alongadas, parênquima lacunoso
espesso e com poucos espaços intercelulares e maior número de
estômatos. Segundo os autores, as características observadas no aparato
estomático e mesofílico atribuem às plantas cultivadas a pleno sol maior
atividade fotossintética, que por sua vez pode implicar em maiores ganhos
produtivos. Corroboram as idéias e os experimentos citados da relação
com o crescimento de cafeeiros arábica e o nivel de nitrogênio,
irradiância, efeitos da luz e da temperatura na atividade fotossintética e
maior produtividade os autores Marur & Faria (2003), Fahl et al. (1994),
Kumar & Tieszen (1980) e Nutman (1937).
8
3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado na Fazenda Experimental da Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), localizada no Município de
Patrocínio e conduzido de outubro de 2002 a outubro de 2004, em um talhão de
cafeeiro cultivar Topázio MG 1190 de dois anos de idade, no espaçamento de
3,0 x 0,70 m.
3.1 Histórico e caracterização do material vegetal
Em 1974, no Instituto Agronômico de Campinas - IAC, foram realizados
cruzamentos da cultivar “Catuaí amarelo” com seleções da ‘Mundo Novo’, com
o objetivo de selecionar plantas de cafeeiros mais produtivas, precoces e
uniformes em maturação. Em 1978, foram introduzidas em Minas Gerais, pela
EPAMIG, diversas progênies segregantes desses cruzamentos, conduzidas pelo
método de seleção individual com teste de progênies e estudadas quanto ao
comportamento nas diferentes regiões cafeeiras do Estado. Nas várias gerações,
selecionaram-se sempre para porte baixo, uniformidade de maturação dos frutos
e arquitetura da planta. As avaliações das populações que deram origem á
seleção denominada “Topázio”.
A cultivar Topázio possui as seguintes características semelhantes a
“Catuaí”: a maturação dos frutos é uniforme e intermediária entre “Catuaí” e
“Mundo Novo”, os frutos, quando maduros, são de cor amarela, o porte é baixo,
alcançando aos 12 anos altura pouco superior a 2,0 m e diâmetro médio de copa
de 2,0 m, as ramificações produtivas primárias e secundárias são abundantes,
apresentando maior ângulo de inserção com a base principal, o que permite
melhor arejamento e penetração de luz no interior da copa, possui excelente
9
produtividade e alto vigor vegetativo, sem apresentar depauperamento precoce
ou seca de ramos produtivos.
3.2 Condições gerais da área experimental
3.2.1 Características do solo
O solo onde foi implantada a lavoura foi caracterizado como Latossolo
Vermelho Distroférrico, textura argilosa, originalmente, sob vegetação de
cerrado. A área de relevo suave ondulado está situada a uma altitude de 934 m,
latitude 18º 57’ S, longitude de 47º 00’ W e apresenta uma precipitação média
anual de 1372 mm de chuva, concentrada nos meses de outubro a março e uma
temperatura média anual de 21,8 ºC onde o clima é classificado com Cwa,
segundo a classificação de Köppen.
Para caracterização do solo foi coletada amostras na área experimental
na camada de 0 a 20 cm de profundidade que foram analisadas química e
fisicamente (Tabela 1).
10
TABELA 1 Características químicas e físicas da amostra superficial (0 a 20 cm)
do LV e da área experimental, coletada em Julho de 2000.
CARACTERÍSTICAS VALORES
pH (H
2
O) 5,1
P
(a)
(mg/dm
3
) traços
K
(a)
(mg/dm
3
) 50,0
Ca
(b)
(mmolc/dm
3
) 3,0
Mg
(b)
(mmolc/dm
3
) 1,0
Al
(b)
(mmolc/dm
3
) 5,0
M. O
( c )
(g/kg) 29,0
Cu
(a)
(mg/dm
3
) 2,0
Fe
(a)
(mg/dm
3
) 35,0
Mn
(a)
(mg/dm
3
) 9,0
Zn
(a)
(mg/dm
3
) traços
Classe textural Argilosa
3.2.2 Características ambientais
Os dados climatológicos aqui representados foram obtidos segundo o
Boletim Agrometereológico do Café – publicado pelo Consórcio Brasileiro de
Pesquisa e Desenvolvimento do Café segundo Meirelles et al. (2004) no site:
http://www22.sede.embrapa.br/cafe/consorcio/boletim/dados/Resenha_Agromet
eorologica122004.pdf
Balanço hídrico decendial de 2004: mostra que no período de janeiro a julho
houve um excedente hídrico de 869 mm e um déficit hídrico de 221 mm entre
maio e dezembro e de apenas 2 mm e ]m dezembro (Figura 1).
11
FIGURA 1 Extrato simplificado do balanço hídrico decendial, janeiro a
dezembro de 2004, CAD=100 mm, Patrocínio, MG, Meirelles et
al. (2004).
Deficiência hídrica acumulada no ano de 2004: este ano apresentou menor
deficiência hídrica que os anos de 2002 e 2003 (Figura 2). Em dezembro de
2004, esta atingiu 221 mm, ficando abaixo dos valores observados no mesmo
período de 2002 (333 mm), 2003 (230 mm) e da média histórica (281 mm).
12
FIGURA 2 Deficiência hídrica acumulada para os anos de 2002 a 2004 para a
localidade de Patrocínio, MG. Meirelles et al. (2004).
Temperatura média do ar: a temperatura média do ar ocorrida em dezembro foi
de 22,7 °C, ficando 0,1 °C abaixo que a média histórica (22,8 °C) para o mesmo
período (Figura 3). Neste ano a menor temperatura no mês de julho de 14,0 °C,
sendo 4,1 °C menor que a média histórica (18,1 °C) para o mesmo período e de
26 °C em novembro.
13
FIGURA 3 Temperaturas médias decendiais dos anos de 2002 a 2004
comparadas com a média histórica para a região de Patrocínio,
MG. Meirelles et al. (2004).
Armazenamento de água no solo: De maneira geral a água armazenada no solo
caiu a partir de fevereiro a março chegando a um mínimo nos meses de setembro
a novembro, vindo a subir novamente refletindo o regime hídrico da região
subtraindo a água evapotranspirada (Figura 4). No terceiro decêndio de
dezembro (21 a 31/12) atingiu o limite máximo de 100 mm, valor este,
semelhante ao ocorrido em 2002 e maior que o de 2003 (69 mm).
14
FIGURA 4 Armazenamento de água no solo para os anos de 2002 a 2004 para a
localidade de Patrocínio, MG. Meirelles et al. (2004).
3.3 Descrição dos tratamentos, delineamento experimental e condução do
experimento
A lavoura foi implantada em março de 2000, em linhas posicionadas nos
sentidos Norte – Sul (0 – 180
O
), Nordeste – Sudoeste (45
O
– 225
O
), Leste -
Oeste (90
O
– 270
O
), Sudeste – Noroeste (135
O
– 315
O
) em relação ao norte
verdadeiro (Figuras 5).
15
FIGURA 5 Esquema do posicionamento das linhas de plantio em
relação ao norte verdadeiro (Norte – Sul, 0 – 180
O
,
Nordeste – Sudoeste, 45
O
– 225
O
, Leste - Oeste 90
O
270
O
, Sudeste – Noroeste 135
O
– 315
O
)
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com
quatro repetições, onde foram estudados o comportamento da lavoura nas quatro
direções das linhas de plantio (Norte – Sul, 0 – 180
O
, Nordeste – Sudoeste, 45
O
– 225
O
, Leste - Oeste 90
O
– 270
O
, Sudeste – Noroeste 135
O
– 315
O
), que
proporcionaram oito tratamentos ou modalidades de exposição à irradiância
solar, leste (L), oeste (O), norte (N), sul (S), sudeste (SL), noroeste (NO),
nordeste (NL) e sudoeste (SO), respectivamente.
16
FIGURA 6 Representação esquemática demonstrando as quatro direções das
linhas de plantio (N-S, NE-SO, L-O e SE-NO) e os oito
tratamentos ou modalidades de exposição à irradiância solar, norte
(N), nordeste (NE), leste (L), sudeste (SE), sul (S), sudoeste (SO),
oeste (O), noroeste (NO), situando a unidade experimental e a
parcela útil avaliadas no experimento.
A condução do experimento ocorreu de acordo com o calendário
agrícola da cultura, recebendo todos os tratos culturais pertinentes para cada
época, com adubações calibradas em função da análise de solo e foliar. No ano
17
de plantio dividiu-se a dose de adubo aplicada em cobertura em dois
parcelamentos. A partir do 1º ano pós-plantio as adubações foram feitas em
cinco parcelamentos (out., dez., jan., fev. e mar.). O boro foi sempre aplicado no
solo em dois parcelamentos de bórax, em outubro e fevereiro e o zinco em
quatro pulverizações anuais aplicadas em alto volume com solução de sulfato de
zinco a 0,5% em agosto novembro, fevereiro e maio, da forma semelhante, em
todos os tratamentos.
O controle de pragas e doenças, quando necessário, foi realizado de
acordo com a intensidade do ataque, baseado em amostragem de campo.
Anualmente, em abril e em junho após a colheita, foram feitas aplicações
foliares para controle do “bicho mineiro” e em dezembro e janeiro,
pulverizações contra a “broca dos frutos”, conforme as recomendações para a
cultura. Nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março foram feitas
aplicações com oxicloreto de cobre a 1,0% para o controle da “ferrugem do
cafeeiro” e anualmente, após a colheita foram feitas podas de limpeza
(desbrotas).
As parcelas experimentais foram mantidas livres de plantas daninhas,
através de capinas manuais na linha de plantio e uso de herbicidas na entre linha.
Nos meses de maio e julho foram feitas “arruação” e após a colheita a
esparramação”, respectivamente.
3.4 Avaliações
As avaliações foram iniciadas em outubro de 2002 quando as plantas
apresentavam-se com dois anos de idade e, a partir daí, mensalmente, nos dois
lados das plantas no sentido transversal à linha de plantio, ou seja, voltados para
as ruas adjacentes, sempre que pertinentes. A unidade experimental foi
constituída de cinco fileiras com 15 plantas, sendo considerada como parcela útil
quatro plantas consecutivas das três fileiras centrais (Figura 6).
18
3.4.1 Crescimento vegetativo
Foram avaliadas as seguintes características de crescimento vegetativo:
altura das plantas; número de folhas, número de nós e comprimento de dois
ramos plagiotrópicos, situados no terço superior e em lados opostos da planta;
diâmetro de copa medido no sentido transversal a linha de plantio, tomando-se
como referência, as pontas dos ramos plagiotrópicos do terço inferior da planta.
3.4.2 Potencial hídrico e trocas gasosas
As avaliações foram feitas em dias predominantemente claros a fim de
se detectar possíveis variações sazonais dessas características. Para essas
medidas foram utilizadas folhas completamente expandidas situadas no terço
superior e inferior da planta, posicionadas entre o segundo e quarto internódios
do ramo, nos dois lados das plantas, no sentido transversal a linha de plantio.
O potencial hídrico de antemanhã (Ψ
W
máximo) foi realizado entre 5 e 6
horas e ao meio dia, com o auxílio de uma câmara de pressão tipo Scholander
(Soil Moisture – Modelo 3005)
Para medições de densidade de fluxo de fótons fotossinteticamente
ativos (DFFFA – µmol m
-2
s
-1
), temperatura foliar (T
f
-
°C), condutância
estomática (gs - mmol m
-2
s-
1
), fotossíntese líquida (A - µmol m
-2
s
-1
),
transpiração ( E – mmol m
-2
s
-1
) e concentração interna de CO
2
foram realizadas
utilizando-se um analisador portátil de gás ao infravermelho (IRGA), modelo
ADC LCA 4 (Hoddesdon, UK).
3.4.3 Produção
As colheitas foram realizadas separadamente, considerando-se os dois
lados das plantas voltadas para a rua, quando os frutos apresentaram mais de
90% no estádio de “cereja”. No ato da colheita foi determinado o peso dos frutos
na forma de “café da roça” por parcela. Deste foi retirado uma amostra de 2 kg,
19
que foi secada até 12 % de umidade, e posteriormente beneficiada e pesadas,
para posterior transformação desses dados em sacas de 60 kg de café
beneficiadas por hectare.
20
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Crescimento vegetativo
Independentemente da direção das linhas de plantio, observa-se que as
plantas apresentaram nos dois anos de avaliação, um crescimento em altura
segundo um padrão sazonal, com taxas acentuadas entre os meses de outubro a
maio, intercaladas por um período de crescimento lento entre os meses de maio a
setembro (Figura 7). Apesar da semelhança no padrão de crescimento, ao final
de dois anos de avaliação, verifica-se que os melhores alinhamentos foram NE-
SO e SE-NO, seguidos de L-O e por último N-S. Este último alinhamento ficou
prejudicado por apresentar as menores taxas no período de crescimento lento.
De maneira geral, o maior diâmetro da copa apresentou um acréscimo
contínuo de outubro a maio de 2004, quando então mostrou uma paralisação no
crescimento até o fim das avaliações (Figura 8). Ao final do primeiro ano,
destacaram-se os alinhamentos L-O e SE-NO, ficando em um segundo grupo, as
disposições N-S e NE-SO. No segundo ano, os melhores direcionamentos, em
ordem decrescente foram N-S, L-O, SE-NO e NE-SO. Interessante destacar que
ao final do experimento, o melhor (N-S) e o pior (NE-SO) posicionamento de
plantio para essa característica, foram aqueles que permitiram os menores e
maiores crescimentos em altura (Figura 7).
Esses resultados mostram uma inversão no particionamento de matéria
seca relacionados a altura e diâmetro de copa.
21
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
out
/
0
2
nov
jan
a
br
mai
j
un
jul
ago
s
e
t
out
/
0
3
jan
fev
m
a
r
abr
m
a
i
jun
jul
ago
out/0
4
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
CRESCIMENTO EM ALTURA (m)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 7 Evolução da altura de plantas de cafeeiro Topázio MG1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO).120%
22
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
out
/02
n
o
v
jan
a
b
r
ma
i
j
un
jul
ag
o
se
t
out/03
jan
f
e
v
mar
a
b
r
mai
jun
jul
ago
o
u
t/04
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
DIAMETRO DE COPA (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 8 Evolução do diâmetro de copa de cafeeiro Topázio MG1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO).
O diâmetro da copa na região da saia do cafeeiro mostrou-se assimétrico
entre os dois lados das plantas voltados para a linha de plantio, influenciando
com isto, o seu respectivo raio, representado pelos maiores ramos inferiores da
copa (Figura 8). Na face da planta que recebeu sol predominantemente na parte
da manhã, o comprimento desses ramos no ano de 2003, foi positivamente
influenciado quando as linhas de plantio estavam posicionadas nos sentidos L-O
e SE-NO, refletindo em maior diâmetro (Figuras 10 e 11). Já para o ano
seguinte, o raio oscilou entre os posicionamentos, sendo que o sentido SE-NO e
23
NE-SO foram os que menos favoreceram o crescimento do ramo basal. Na parte
da planta onde predominou o sol da tarde, o crescimento desse tipo de ramo foi
mais diferenciado e regular entre os anos sendo os posicionamentos N-S e SE-
NO, os que mais favoreceram o crescimento (Figuras 12 e 13). Ao final do
experimento o maior crescimento dos ramos basais das plantas no sentido N-S
foi o responsável pelo maior diâmetro de copa (Figura 8 e 9) enquanto que o
posicionamento NE-SO levou ao crescimento reduzido dos ramos e com isso o
menor diâmetro de copa observado (Figura 8 e 9).
0
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIÃO (mes/ano)
CRESCIMENTO DIAMETRO DA COPA
(cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 9 Crescimento do diâmetro de copa de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO) durante os primeiros dois anos de produção.
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4
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
MAIOR RAIO- manhã (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 10 Evolução do maior raio de copa de cafeeiro Topázio MG1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO) avaliado no período da manhã. (As barras representam o
erro padrão da média).
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIÃO mes/ano
MAIOR RAIO - manhã (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 11 Crescimento do maior raio de copa de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO) avaliado no período da manhã durante os primeiros dois
anos de produção.
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out/02
nov
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ÉPOCA DE AVALIAÇÃO (s/ano)
MAIOR RAIO tarde (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 12 Evolução do maior raio de copa de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO) avaliado no período da tarde. (As barras representam o
erro padrão da média).
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO(mes/ano)
MAIOR RAIO- tarde (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 13 Crescimento do maior raio de copa de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO) avaliado no período da tarde durante os primeiros dois
anos de produção.
O maior diâmetro da copa nos dois anos de avaliações atingiu o valor
médio de 1,8 m (Figura 8). Isto significa que para o fechamento total da rua,
existem ainda disponíveis 1,2 m, considerando que o espaçamento é de 3,0
metros. Uma vez que os ramos basais experimentaram nos dois anos de
avaliação um incremento de 30 cm; que se encontra em crescimento, e ainda não
atingiram o seu máximo crescimento vegetativo; e que as plantas no sentido das
ruas ainda não se encontravam auto-sombreadas, essas taxas e diferenças de
crescimento relacionadas ao posicionamento das fileiras, podem ser atribuídas
28
ao micro-clima formado nessa região da copa ou à competição com o
crescimento reprodutivo.
Com relação ao crescimento dos ramos no terço médio (Figuras 14, 15,
16, 17,18 e 19), verifica-se que os mesmos estavam em plena atividade
metabólica, uma vez que o diâmetro formado no sentido das ruas aumentou em
média, nos dois anos de avaliação, 70 cm, ou seja, 2,3 mais que os ramos basais
que cresceram apenas 30 cm (Figura 8). Esse crescimento foi praticamente
contínuo do início do experimento até maio de 2004, quando então atingiu um
patamar até o final das avaliações (Figura 14).
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ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
COMPRIMENTO DO RAMO manhã (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 14 Evolução do comprimento de ramo de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período da manhã.
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIÃO (mes/ano)
COMPRIMENTO DO RAMO manhã (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 15 Crescimento do comprimento de ramo de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado no período da manhã durante os dois
primeiros anos de produção.
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ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
COMPRIMENTO RAMO tarde (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 16 Evolução do comprimento de ramo de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período da tarde. (As barras representam o
erro padrão da média).
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mes/ano)
COMPRIMENTO DO RAMO tarde (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 17 Crescimento do comprimento de ramo de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado no período da tarde durante os dois
primeiros anos de produção.
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ÉPOCA DA AVALIÃO (mês/ano)
COMPRIMENTO DO RAMO total (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 18 Evolução do comprimento total dos ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado pelo somatório dos ramos medidos no
período da manhã e da tarde.
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (out2002-out2004)
COMPRIMENTO DO RAMO TOTAL (cm)
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 19 Crescimento total dos ramos de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado pelo somatório dos ramos medidos no período
da manhã e da tarde durante os dois primeiros anos de produção.
Ao final do primeiro ano o comprimento dos ramos foram os mesmos,
independentemente do posicionamento das linhas de café. Já para o segundo
ano, as direções de linhas N-S e L-O foram as que mais se destacaram, ficando
em posição intermediária SE-NO e por último NO-SE (Figuras 18 e 19). De
maneira semelhante aos ramos basais, esses ramos da parte superior da planta
mostraram um crescimento assimétrico que variou de acordo com o
posicionamento das fileiras. O lado da planta que recebeu sol pela manhã
cresceu mais quando a lavoura foi implantada no sentido N-S, seguido do
posicionamento L-O e finalmente, SE-NO e NE-SO (Figuras 14 e 15). Na parte
da planta com predomínio solar a tarde, verifica-se que os sentidos das fileiras
35
não influenciaram o crescimento dos ramos, a exceção do posicionamento NE-
SO que foi menos favorecido (Figuras 16 e 17). O mesmo padrão diferenciado
de crescimento nos dois lados das plantas foi verificado para os ramos basais
(Figuras 12 e 13). Isto significa que o microclima para as fileiras posicionadas
no sentido NE-SO não é favorável ao desenvolvimento vegetativo do cafeeiro
nos dois sentidos das fileiras.
No que se refere aos nós presentes nos ramos do terço superior das
plantas, a exceção do NE-SO, todos os outros posicionamentos proporcionaram
um acréscimo satisfatório no seu número em ramos voltados para os dois lados
da rua (Figuras 16,17,18,19,20 e 21 ) sem afetar o padrão em cada lado. É
importante destacar a grande atividade metabólica experimentadas pelas plantas,
uma vez que houve um acréscimo médio de 20 nós nos ramos superiores, para
cada lado da planta.
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ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
NÚMERO DE NÓS - man
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 20 Evolução no número de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado no período da manhã. (As barras
representam o erro padrão da média).
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIÃO (mes/ano)
NUMERO DE NÓS - manhã
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 21 Formação de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período da manhã durante os dois
primeiros anos de produção.
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ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
NÚMERO DE NÓS - tarde
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 22 Evolução no número de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado no período da tarde. (As barras
representam o erro padrão da média).
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1 ANO 2 ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mês/ano)
NUMERO DE NOS - tard
e
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 23 Formação de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período da tarde durante os dois primeiros
anos de produção.
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ÉPOCA DA AVALIÃO
NUMERO DE NOS
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 24 Evolução no número total de nós em ramos de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul
(N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado pelo somatório dos nós quantificados
no período da manhã e da tarde.
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1 ANO 2 ANO TOTAL
EPOCA DE AVALIAÇÃO(mes/ano)
NUMERO TOTAL DE NO
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 25 Formação total de nós em ramos de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado pelo somatório dos nós quantificados no
período da manhã e da tarde durante os dois primeiros anos de
produção.
Em relação ao enfolhamento do café, verifica-se que nos dois anos
consecutivos, independentemente do sentido das fileiras, houve um acréscimo
do número de folhas até meados de maio, caindo sensivelmente após a colheita,
vindo a subir novamente a partir do mês de setembro (Figura 31 e 32). Ao final
do experimento, houve uma variação no número de folhas em função do
posicionamento das linhas, de modo que plantas provenientes de linhas no
sentido L-O, SE-NO se encontravam mais enfolhadas que aquelas plantadas na
42
direção N-S e principalmente NE-SO. A título de informação existiam 14 folhas
a mais nas plantas do posicionamento L-O que aquelas do NE-SO. O maior
número de folhas presentes nas plantas no sentido L-O como se viu, reflete o
número de nós existentes (Figura 24 e 25) e o comprimento do ramo (Figura 18
e 19). Este posicionamento das fileiras coloca a disposição das plantas, uma
maior área fotossintética para a produção de fotoassimilados. A maior exposição
à radiação solar pela manhã ((Figura 27 e 28) ou a tarde (Figura 29 e 30), não
afetou o número de folhas,
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EPOCA DA AVALIAÇÃO (mes/ano)
NUM. FOLHAS manh
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NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 26 Evolução no número de folhas em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado no período da manhã. (As barras
representam o erro padrão da média).
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1° ANO 2° ANO TOTAL
EPOCA DE AVALIAÇÃO (mes/ano)
NÚMERO FOLHAS- manhã
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 27 Formação de folhas em ramos de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período da manhã durante os dois primeiros
anos de produção.
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EPOCA DA AVALIAÇÃO (mes/ano)
NUM. FOLHAS - tarde
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 28 Evolução no número de folhas em ramos de cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado no período da tarde. (As barras
representam o erro padrão da média).
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1° ANO 2° ANO TOTAL
EPOCA DE AVALIAÇÃO (mes/ano)
NUMERO DE FOLHAS - tarde
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 29 Formação de folhas em ramos de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período da tarde durante os dois primeiros
anos de produção.
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ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mes/ano)
NUM. TOTAL DE FOLHA
S
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 30 Evolução no número total de folhas em ramos de cafeeiro Topázio
MG 1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul
(N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), avaliado pelo somatório das folhas
quantificadas no período da manhã e da tarde.
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1° ANO 2° ANO TOTAL
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO (mes/ano)
NUMERO TOTAL DE FOLHAS
NORTE/SUL NORDESTE/SUDOESTE
LESTE/OESTE SUDESTE/NOROESTE
FIGURA 31 Formação total de folhas em ramos de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado pelo somatório das folhas quantificadas no
período da manhã e da tarde durante os dois primeiros anos de
produção.
4.2 Crescimento reprodutivo
De maneira geral, observou-se a bienalidade de produção, ou seja, um
ano de baixa seguido por um ano de alta (Tabela 02).
Uma das causas da bienalidade da produção em cafeeiro pode ser
atribuída ao desfolhamento. As folhas agem no suprimento dos fotoassimilados.
Após um ano de alta produção segue-se um ano de baixa produção devido a
partição dos carboidratos e de outros compostos orgânicos ser dirigida no
sentido fonte (folha) para os drenos (flores e frutos). Ocorre uma alocação de
fotoassimilados para garantir a reprodução em detrimento do crescimento
48
vegetativo. Durante o período de desenvolvimento e maturação dos frutos,
quando grandes quantidades de nutrientes são alocados da folha para os frutos
diminui gradativamente as concentrações foliares principalmente dos
macronutrientes, o que leva a queda das folhas. A concentração de nutrientes das
folhas varia conforme a produção, sendo, portanto maiores em anos de grandes
colheitas.
Em ano com grande produção, as flores e frutos sendo drenos fortes,
requisitam grande parte das reservas de carboidratos (amido) e os produzidos na
fotossíntese corrente são, preferencialmente, alocados para o desenvolvimento
dos mesmos. Em anos de baixa produção a competição entre as partes
vegetativas da planta aumenta. A perda de folhas pós-colheita também afeta
sobremaneira a produtividade da safra posterior que diminui de acordo com a
porcentagem de desfolhamento.
TABELA 2 Produtividade de cafeeiros (sacas/ha) Topázio MG 1190 em 2002, 2003 e 2004 implantados em diferentes
orientações cardeais e colheitas realizadas em relação ao caminhamento solar manhã (M), tarde (T) e Total
(Σ). Patrocínio – MG, 2004.
Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). Letras maiúsculas comparam
médias entre linhas e letras minúsculas comparam médias entre colunas.
2002 2003 2004
ORIENTAÇÃO
CARDEAL
M T Σ M T Σ M T Σ
LESTE/OESTE
45,65Aa 40,69Aa 86,34A 75,73Ba 69,83Aa 145,56A 30,67Ba 23,85Aa 54,52A
NORDESTE/SUDOESTE
38,01Aa 33,25Aa 71,26A 76,45Ba 68,59Aa 145,04A 41,73Aa 32,43Ab 74,16A
NORTE/SUL
27,67Ba 24,99Aa 52,66A 86,37Aa 74,07Ab 160,44A 34,49Ba 28,52Aa 63,01A
SUDESTE/NOROESTE
32,43Ba 31,63Aa 64,06A 87,09Aa 71,39Ab 158,48A 26,23Ba 26,04Aa 52,57A
49
50
Levando-se em consideração o caminhamento solar, percebe-se que nos
anos de baixa (2002 e 2004), na média, não houve diferença de produções entre
os dois lados da planta (Tabela 02). Entretanto para o ano de alta (2003), o lado
da planta que recebeu sol predominantemente pela manhã, nos posicionamentos
N-S e SE-NO, foi mais produtivo. Porém, ao se analisar o somatório das três
safras (Tabela 03), verifica-se que não haver diferenças entre os lados e que
quando se implantou a cultura no sentido NO-SE, a parte da lavoura que recebeu
sol predominantemente no período da tarde foi prejudicada. Esses resultados
estão em concordância com aqueles observados para as características
vegetativas.
TABELA 3 Produtividade de cafeeiros (sacas/ha) Topázio MG 1190, média de
três colheitas plantados em função dos direcionamentos cardeais
(N-S, NE-SO, L-O, SE-NO), realizadas em relação do
caminhamento solar manhã (M) e tarde (T) e Total (Σ). Patrocínio –
MG, 2004.
Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
CAMINHAMENTO SOLAR
Direção
Manhã Tarde
Leste/Oeste
50,70Aa 44,81Aa
Nordeste/Sudoeste
52,08Aa 44,77Ab
Norte/Sul
49,53Aa 42,53Aa
Sudeste/Noroeste
48,60Aa 43,36Aa
51
Observa-se que de maneira geral, o posicionamento NE-SO sempre
proporcionou os menores valores de crescimento horizontal como o diâmetro de
copa (Figuras 9 e 10), crescimento de ramos no terço médio (Figuras 18 e 19),
número de nós (Figuras 24 e 25), enfolhamento (Figuras 31 e 32). Por outro
lado, este direcionamento levou a um maior crescimento vertical, aqui
representado pela altura das plantas (Figura 7).
Por outro lado, considerando-se as produtividades individuais em cada
ano (Tabela 02) e o somatório das três safras (Tabela 04), envolvendo os dois
lados da lavoura, não existem diferenças significativas em relação ao
posicionamento das fileiras.
TABELA 4 Produtividade de cafeeiros (sacas/ha) Topázio MG 1190, total (Σ) de três
colheitas plantados em função dos direcionamentos cardeais (N-S, NE-
SO, L-O, SE-NO), realizadas em relação do caminhamento solar manhã
(M) e tarde (T) Patrocínio – MG, 2004.
Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
Estes resultados mostram que o posicionamento das fileiras não alterou a
produção nas suas três primeiras safras, provavelmente porque o cafeeiro é uma
planta adaptada à sombra e em qualquer uma das posições, a radiação estava em
Direção Σ TOTAL
Leste/Oeste
95,51a
Nordeste/Sudoeste
96,85a
Norte/Sul
92,07a
Sudeste/Noroeste
91,96a
52
nível adequado. A plasticidade adaptativa das espécies às diferentes condições
de radiação solar é dependente do ajuste de seu aparelho fotossintético de modo
a garantir maior eficiência na conversão da energia radiante em carboidratos,
alguns autores sugerem que o cafeeiro possui uma grande plasticidade adaptativa
(Valio, 2001; Miranda et al.,1999). Desse modo, qualquer variação na
intensidade ou duração do período de iluminação para mais ou para menos, em
função do posicionamento da fileira, a lavoura estava sempre com níveis de
radiação saturante.
4.3 Avaliações de DFFFA (µmol m
-2
s
-1
), A (µmol m
-2
s
-1
), gs (mmol m
-2
s
-1
),
Ψ
foliar/
(-MPa)
Os dados de radiação fotossinteticamente ativa (Figura 32) corroboram
com o raciocínio de radiação saturante em todos os posicionamentos, uma vez
que de maneira geral a DFFFA ficou sempre acima de 500 µmol m
-2
s
-1
.
Analisando os valores de radiação no mês de março em 2004 pode-se perceber
que a menor taxa (equivalente a 180,5 µmol m
-2
s
-1
) apresentada é na direção
NE-SO que apesar de pontual, pode ter contribuído na somatória de todas as
características avaliadas (Figuras 8, 18, 24, 30) representado pelo baixo
investimento das plantas localizadas nessa direção (NE-SO) no crescimento,
exceção se faz à altura (Figura 7).
53
0
500
1000
1500
2000
2500
mai jul ago set mar mai jun jul media
EPOCA DE AVALIAÇÃO 2003-2004
DFFFA (umol m
-2
s
-1
)
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 32 DFFFA - valores médios medidos em cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO); leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), nos meses de maio, julho, agosto, setembro de 2003 e
março, maio, junho e julho de 2004, média dos dois anos. (As
barras representam o erro padrão da média).
Os valores de fotossíntese (Figura 33 e 34) e de condutância estomática
(Figura 35 e 36) também estão de acordo com esta hipótese por não sofrerem
variações expressivas entre si em função do posicionamento das fileiras.
Taxa fotossintética mais eficiente no ano de 2003 pode ser observada na
época seca (mês maio), ao passo que julho e agosto (época da colheita) as baixas
taxas coincidem com o desfolhamento das plantas em todas as direções (Figura
30). A retomada do processo acontece já na época chuvosa como uma forma de
investimento das plantas para a próxima produção (Figuras 33 e 34), entretanto,
54
alguns autores demonstraram que o processo fotossintético eficiente não quer
dizer necessariamente um incremento favorável à produtividade. Trabalhos
comparativos entre Coffea arábica e C. canephora baseados nas taxas e
eficiência do aparato fotossintético para diferentes genótipos classificados por
sua baixa, média e alta produtividades demonstraram que a capacidade
fotossintética não está relacionada à produtividade (Sondahl et al. 1976;
Campostrini, 1994). Mazzafera & Guerreiro Filho (1991), citam que a princípio
é possível selecionar cafeeiros mais produtivos baseado em suas taxas
fotossintéticas, mas apenas em se tratando do estádio inicial de seu
desenvolvimento o que não se aplica as plantas adultas em franca produção.
Para o ano de 2004 (Figura 34) observa-se que os cafeeiros implantados
na direção NE-SO apresentaram uma maior taxa fotossintética no mês de maio
(época seca) em relação às demais direções, talvez, uma forma compensatória do
pouco investimento do ano anterior, caracterizando o ciclo bienal da cultura.
Levando em consideração que as plantas apresentam um espaçamento entre
fileiras e, entre si, que permitem um melhor arejamento e exposição à captação
da radiação e a variedade em questão, TOPAZIO MG 1190 apresenta suas
folhas dispostas em um ângulo de inserção junto aos ramos plagiotrópicos que
facilitam essa captação, podemos presumir que o investimento das plantas em
fotossíntese (produção de fotoassimilados) retrata uma maneira de garantir os
processos reprodutivos do próximo ano e assim se adaptar melhor ao ambiente
na competição pela radiação.
Os valores de condutância estomática (gs) no ano de 2003 para o
período seco (maio, julho e agosto) foram iguais (Figuras 35) não retratando
nenhuma mudança substancial em função do posicionamento das fileiras.
Aumento expressivo se verifica na época chuvosa (setembro) onde a direção SE-
NO destaca-se com um valor de 0,05 mmol m
-2
s
-1
em relação às demais
direções. Para o ano de 2004 na época chuvosa, os maiores valores de gs se
55
encontram nas direções NE-SO e SE-NO atingindo 0,07 mmol m
-2
s
-1
e decaindo
na época seca (maio, junho e julho) sem grandes alterações. Cabe ressaltar que o
ano de 2004 foi atípico, (Figuras 1, 2,3 e 4) registrado com a menor deficiência
hídrica que os anos anteriores e com uma temperatura média do ar no mês de
julho também histórica, o que refletiu nos valores mais baixos encontrados para
a gs em todas as direções no respectivo mês (Figura 36).
0
1
2
3
4
5
6
7
mai jul ago set
ÉPOCA DE AVALIAÇÃO 2003
A (umol m
-2
s
-1
)
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 33 Fotossíntese (A) e seus valores médios em cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO) avaliado nos meses de maio, julho, agosto e
setembro de 2003. (As barras representam o erro padrão da média).
56
0
1
2
3
4
5
6
7
mar maio jun jul
ÉPOCA DE AVALIAÇÃO 2004
A (umol m
-2
s
-1
)
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 34 Fotossíntese (A) e seus valores médios em cafeeiro Topázio MG
1190 implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO) avaliado nos meses de março, maio, junho e
julho de 2004. (As barras representam o erro padrão da média).
57
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0,10
MAIO JULHO AGOSTO SETEMBRO
EPOCA DA AVALIAÇÃO 2003
gs ( mmol m
-2
s
-1)
N-S NE-SO L-O SE-NO
CHUVASECA
FIGURA 35 Condutância estomática (gs) avaliado em cafeeiro Topázio MG
1190 implantado nas diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), nos meses de maio, julho e agosto (época seca)
e setembro (época chuvosa) no ano de 2003. (As barras
representam o erro padrão da média).
58
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0,10
M AO M AIO JUNHO JULHO
EPOCA DE AVALIAÇÃO 2004 (mes/ano)
g(s) mmol m
-2
s
-1
N-S NE-SO L-O SE-NO
CHUVA SECA
FIGURA 36 Condutância estomática (gs) avaliado em cafeeiro Topázio MG
1190 implantado nas diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-
S); nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-
noroeste (SE-NO), nos meses de março (época chuvosa), maio,
junho e julho (época seca) no ano de 2004. (As barras representam
o erro padrão da média).
Valores de temperatura, déficit hídrico, disponibilidade de água no solo,
déficit de pressão de vapor determinam a taxa de fotossíntese líquida e todos os
demais processos a ela relacionados com a absorção de CO
2
ficam direta e
indiretamente afetados pela radiação (Figura 32) os quais determinam as
condições microclimáticas do ecossistema e de alguma forma influenciam o
acúmulo de fitomassa, podendo afetar a produção das plantas cultivadas.
Resultados como os alcançados por DaMatta (2004) demonstram que maiores
valores de fotossíntese líquida ocorreram em cafeeiros sob condição
microclimática caracterizada por níveis mais altos de radiação solar como em
59
plantas cultivadas a pleno sol, maiores temperaturas e déficit de pressão de
vapor.
Os resultados aqui alcançados correspondem quando se avalia as
características conjuntas como DFFFA (Figura 32) mais alta no período chuvoso
de setembro a março, associadas a gs também altas (Figuras 35 e 36) e a A
(Figuras 33 e 34) no mesmo período e em todas as direções cardeais lembrando
que março de 2003 a direção NE-SO apresentou o mais baixo valor de DFFFA
e as menores taxas de crescimento (Figuras 8, 18, 24 e 30) em comparação com
as demais orientações.
Outro valor pontual, mas não menos importante, foi o obtido julho de
2004 como o menor de gs (Figura 36) e A (Figura 34) na época seca, e com uma
DFFFA (Figura 32) dentro dos valores de saturação (variando de 700 a 1900
µmol m
-2
s
-1
), o que parece não ter sido esse o fator limitante e sim o potencial
hídrico (Figura 38 e 41) e a baixa temperatura do ar (Figura 3).
Outra característica que não sofreu grandes variações em função da
disposição das fileiras foi o potencial hídrico das plantas (Figura 37 e 38) cujos
valores se situaram entre -0,6 a -1,4 MPa. Essa faixa de valores, esta dentro
daquela considerada como ausências de déficit hídrico que é de -2,5 MPa.
Portanto, a condição hídrica das plantas estava satisfatória, para todos os
posicionamentos.
Para os períodos avaliados de 2003 e 2004, o potencial medido ao
amanhecer (6h) não apresentou diferenças significativas estando os (Figuras 37 e
38). Entretanto, deve-se considerar o potencial hídrico das plantas na direção L-
O em agosto de 2003 (época seca), como o menor Ψ
w
registrado de -1,4 MPa o
que parece indicar uma maior sensibilidade à seca do que as plantas localizadas
nas demais direções, posto que, segundo os dados agrometeorológicos de
deficiência hídrica e água acumulada no solo para esse período terem sidos os
menores (Figuras 2 e 4). No ano de 2004, para o mês de julho (época seca), as
60
plantas localizadas na direção L-O atingem também o menor valor de Ψ
W
(-1,2
MPa) os quais correspondem a menor oferta de precipitação e de deficiência
hídrica para esse período.
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
jul/03 ago/03 set/03 out/03
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO 2003
POTENCIAL HIDRICO 6h (-MPa
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 37 Potencial hídrico de antemanhã de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado nos meses de março, maio, junho, julho e
agosto de 2003. (As barras representam o erro padrão da média).
61
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
mar/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04
EPOCA de avaliação 2004
POTENCIAL HIDRICO 6h (-MPa
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 38 Potencial hídrico de antemanhã de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado nos meses de março, maio, junho, julho e
agosto de 2004. (As barras representam o erro padrão da média).
Ao compararmos o Ψ
W
na estação chuvosa e seca ao amanhecer (6h), os
valores atingidos pelos cafeeiros não apresentaram potenciais menores que -0,5
MPa (época chuvosa) e não diferem nas quatro direções substancialmente,
atingindo valor máximo de -0,9 MPa (na época seca) (Figura 39).
62
0
0,5
1
1,5
2
06:00
CHUVA / VERÃO
06:00
SECA/INVERNO
EPOCA DA AVALIAÇÃO 2003-2004
POTENCIAL HIDRICO - 6h (-MPa)
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 39 Potencial hídrico de antemanhã de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO): avaliado nas estações chuvosa (verão) e seca (inverno)
no período de 2003-2004. (As barras representam o erro padrão da
média).
Ao meio dia na época chuvosa, os potenciais hídricos observados
atingem valores próximos a -2,0 MPa. nas direções L-O e SE-NO, variando de -
1,5 MPa a -1,8 para a direção NE-SO. Com pequenas variações, o mesmo
aconteceu na época seca (Figura 39). Segundo os autores Kumar & Tiezen
(1980), a condição para a ocorrência de um estresse hídrico em Coffea arábica
L.se estabelece quando valores de potencial hídrico foliar são observados em
torno de -1,5 a -1,8 MPa, mesmo em se tratando de um estresse moderado. Esta
faixa de valores pode ser observada nos cafeeiros em horários de maior demanda
evaporativa da atmosfera, mesmo não havendo restrições de água no solo. Os
resultados alcançados no experimento estão em concordância com os autores e
63
com a Figura 4, representativa do armazenamento de água no solo para o
período. Os valores verificados para o potencial hídrico foliar (Figura 40) se
caracterizam em uma faixa de condição de estresse. Caso a condição de
deficiência hídrica permaneça por algum tempo, a mesma pode ocasionar danos
ao crescimento e produção dos cafeeiros. Os distúrbios na região da raiz, por
exemplo, provocados pela deficiência hídrica acarretam ajustes específicos na
distribuição de assimilados na razão parte aérea/parte subterrânea, na floração
prematura e na abscisão das folhas.
Os valores de potencial hídrico variaram no ano de 2003 (Figura 40) do
maior valor -1,3 MPa para a direção N-S, para o menor valor -2,5 MPa
apresentado na direção NE-SO o que em tese é mais um dos fatores que pode
vir a explicar o baixo índice na evolução de crescimento de quase todas as
características analisadas das plantas localizadas nessa direção. No ano de 2004
O Ψ
FOLIAR
variou de -0,9 a -2,0 MPa (Figura 41)estando todos esses valores
associados às épocas de maior amplitude térmica e portanto ao maior DPV
(Figura 43) da atmosfera, ou seja, alta amplitude térmica alto D.P.V.
64
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
julho agosto set/03 out/03
ÉPOCA DE AVALIAÇÃO (mes/ano)
POTENCIAL HIDRICO 12 h (-MPa
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 40 Potencial hídrico de meio dia -12h - de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais: norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período de 2003. (As barras representam o
erro padrão da média).
65
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
jan/04 mar/04 abr/04 jun/04 jul/04 ago/04
EPOCA DA AVALIAÇÃO
POTENCIAL HIDRICO 12 h (-MPa
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 41 Potencial hídrico de meio dia (12h) em cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado no período de janeiro, março, abril, junho, julho
e agosto de 2004. (As barras representam o erro padrão da média).
66
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
12:00 12:00
CHUVA / VERÃO SECA/INVERNO
ÉPOCA DA AVALIAÇÃO 2003-2004
POTENCIAL HÍDRICO 12h (-MPa)
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 42 Potencial hídrico do meio dia (12h) de cafeeiro Topázio MG 1190
implantado em diferentes orientações cardeais norte-sul (N-S);
nordeste-sudoeste (NE-SO), leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste
(SE-NO), avaliado nas estações chuvosa (verão) e seca (inverno)
no período de 2003-2004. (As barras representam o erro padrão da
média).
67
0
1
2
3
4
5
6
7
mai/03 jul ago set/03 mar/04 maio jun jul/04
EPOCA DE AVALIAÇÃO 2003-2004
DPV (kPa)
N-S NE-SO L-O SE-NO
FIGURA 43 D.P.V. de cafeeiro Topázio MG 1190 implantado em diferentes
orientações cardeais: norte-sul (N-S); nordeste-sudoeste (NE-SO),
leste-oeste (L-O) e sudeste-noroeste (SE-NO), avaliado nas
estações chuvosa (verão) e seca (inverno) no período de 2003-
2004 nos meses de maio, julho, agosto setembro de 2003 e março,
maio junho e julho de 2004. (As barras representam o erro padrão
da média).
68
5 CONCLUSÕES
O estudo do desenvolvimento fenológico e produtividade de cafeeiro
arábica – variedade TOPAZIO MG 1190, implantado em diferentes orientações
cardeais na região de Patrocínio – Minas Gerais, mostrou que o crescimento
vegetativo foi favorecido pelos posicionamentos N-S, L-O, SE-NO e NE-SO.
Estas orientações cardeais somente serão comprovadas como as melhores, caso
as próximas produções apresentarem-se superiores. Por outro lado,
considerando-se as três primeiras produções não houve diferenças entre os
posicionamentos e nem em relação aos lados da planta, levando-se em
consideração o caminhamento solar. Os dados de radiação fotossinteticamente
ativa mostraram que a radiação, medida a altura da copa, para todos os
direcionamentos estava em uma região saturante, ou seja, acima do ponto de
compensação luminoso, não provocando variações nos valores de trocas
gasosas.
Levando-se em consideração todos esses aspectos, conclui-se que não
houve reduções e nem favorecimento fisiológico para nenhum direcionamento
das fileiras. Portanto, do ponto de vista fenológico e produtivo, o cafeicultor tem
a possibilidade de escolher a melhor direção das linhas de café em relação às
orientações cardeais.
69
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