4 Resultados e Discussões
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uma mudança nos níveis das variáveis, uma vez que, as características do
solvente utilizado (propano) não sofrem alterações com o aumento de pressão
na temperatura estabelecida, a qual foi mantida constante devido seu
acréscimo causar a desnaturação das lipases.
Comparando todos os resultados obtidos, do comportamento da
atividade enzimática frente ao propano pressurizado, com os de Oliveira et al.
(2006b), a qual avaliou a atividade das enzimas Novozym 435, Lipozyme IM e
Yarrowia lipolytica submetidas à CO
2
, propano e butano pressurizados, pode–
se observar a concordância entre os mesmos, uma vez que este último
também reporta ganho de atividade enzimática da Novozym 435 quando esta é
pressurizada no fluido propano, e perdas de atividade não significativas para as
demais enzimas, neste mesmo fluido. Cabe salientar, também do trabalho de
Oliveira et al., que assim como com o uso de propano, o butano também trouxe
ganho de atividade para a enzima Novozym 435, em contrapartida, o CO
2
acarretou perda de atividade para todas as enzimas em qualquer condição
experimental.
O trabalho apresentado por Habulin e Knez (2001), o qual estuda a
atividade de algumas lipases na reação de esterificação de ácido butírico e
etanol em CO
2
supercrítico e propano a 100bar e 40°C, mostra que maiores
perdas de atividade foram verificadas em CO
2
e que aumento de atividade de
esterificação das lipases foi observado nos testes com propano.
É importante mencionar que vários estudos disponíveis na literatura
relacionados ao tema atual referem-se à utilização de CO
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como solvente e na
maioria dos casos, o uso deste solvente levou à perdas na atividade
enzimática, principalmente devido às características hidrofílicas do CO
2
.
Segundo muitos autores, CO
2
supercrítico poderia ser responsável pela
retirada da água essencial responsável pela manutenção da atividade
enzimática (OLIVEIRA et al., 2006 ab; FRICKS et al., 2006; PRIMO et al.,
2007).
Por outro lado, alguns estudos anteriores mostram que os solventes com
baixa constante dielétrica, tais como o propano, poderiam manter, ou mesmo
aumentar a atividade e estabilidade enzimática (KNEZ e HABULIN, 2002;
OLIVEIRA et al., 2006 ab; FRICKS et al., 2006; PRIMO et al., 2007).