Competências do professor para o trabalho com a metodologia de projetos de forma eficaz 113
QUADRO 15
Características mais importantes dos professores que trabalham com projetos
Coordenadores - Escola 1 Coordenador - Escola 2 Coordenador - Escola 3
Coordenador -
Escola 4
Quais são as características mais importantes para o professor que realiza bem o trabalho com projetos?
“Perspicácia muito grande. Não basta
só a escuta pela escuta. Ele faz do
problema inicial, da pergunta inicial, da
necessidade inicial para o projeto dar
início. Ele pega isso e transforma. Não
é só criativo, tem uma boa escuta. Ele
sabe relacionar, dar significância para o
projeto acontecer.”
- “A grande característica é o professor
aprendiz. Por que no projeto ele sai do
papel de ensinante, de dono do saber,
da verdade e passa a ser aprendiz. Por
que ele vai descobrir a partir do outro.
Ele se torna o gestor. E qual o
professor que consegue fazer isso
melhor? O que não tem a arrogância da
docência. Aquele que não é dono. A
grande questão é essa, aprender junto.
Gostar de pesquisa. Ser um aprendiz
mesmo. Abrir mão da arrogância do
ensinar, que ainda é muito séria
inclusive na nossa formação. Ter uma
escuta bacana, ter respeito pelo
alunado enquanto produtor do saber.”
- “Ele tem que sentir a importância do
projeto no planejamento dele. Ele tem
que reservar um horário para o projeto,
para discutir, para refletir com o grupo,
para permitir essa troca entre os
alunos.”
- “Acho que a postura de projeto é esse
professor que prioriza a inteiração com
o saber. Projeto, na verdade é um
método para chegar na relação
interpessoal. O saber já está
estabelecido. É um método não
estático. Mas é um método. O saber
está aí. As informações estão aí.”
- “O professor tem que perguntar mais
do que dar resposta. Ele tem que
desafiar o aluno. Não chegar com
resposta pronta. O aluno pergunta e ele
devolve a pergunta para o aluno. Não
deixa as perguntas vagas.”
“Professores muito interessados no
aluno. Querem saber o que o aluno
quer aprender, o que o aluno tem de
demanda. São professores que têm um
olhar muito diferente do professor que
quer apenas passar um conteúdo.
Independente disso há professores
tradicionais também interessados no
aluno. Não é só isso que diferencia.
São professores que não tem medo de
inovar. Querem colocar na prática deles
trabalho em grupo, ele quer oferecer ao
aluno oportunidade de pesquisar
sozinho e trazer algum retorno. Eles
envolvem a família, não tem medo de
abrir a sua sala para a família, para o
especialista. Geralmente ele quer
compartilhar aquilo que está
vivenciando para outra turma ou para
outro professor.
É uma metodologia que empurra o
professor para o compartilhamento. Na
educação infantil o professor que não
estiver disposto e predisposto a
trabalhar com o grupo com o conjunto
ele já está fadado ao fracasso. A
Educação Infantil é educação de grupo.
Não tem jeito do professor dar uma
aula expositiva na Educação Infantil.
Tem que ser de uma forma lúdica. O
professor que não sabe trabalhar em
grupo geralmente ele não consegue
trabalhar com projetos. Tem professor
que aprende a trabalhar em grupos
porque ele quer trabalhar com projetos.
Ele se vê tão atraído pela proposta de
trabalhar com projetos, mas ele sabe
da dificuldade de administrar a
bagunça, no sentido do barulho, do
menino levantar, dele contar um livro,
de no meio da aula ficar tão empolgado
e sair do lugar. Isso tudo o professor
começa a perceber que é natural, faz
parte. Tem uma enorme diferença entre
o aluno curioso, interessado que se
movimenta na sala em função desta
curiosidade e deste interesse para o
aluno indisciplinado. Com pouco tempo
de prática o professor percebe.”
“São as pessoas que tem
uma visão de mundo mais
aberta. Uma coisa é você
dominar os conteúdosdo ano
que você tem que trabalhar
outra coisa que faz o
professor trabalhar com
projetos é correr atrás,
porque o projeto vai muito
além dos conteúdos que tem
que ensinar naquele ano. É
preciso buscar, estudar às
vezes uma coisa que você
nunca estudou. O professor
tem a possibilidade de
aprender muito. Buscar um
especialista e conversar com
ele, esclarecer, as dúvidas,
as questões. Quem tem uma
visão de mundo mais aberta
desenvolve projetos
maravilhosos. Porque ele
tem a sensibilidade de
perceber a questão, o que
realmente os meninos estão
querendo saber.
- “Saber problematizar. A
problematização demora
muito tempo. Não é uma
coisa simples.”
- “Não pode ser rígido, nem
autoritário. Precisa dar conta
de romper com uma prática
tradicional. Precisa pensar
uma mudança para melhorar
a sua prática, que vai tornar
seus alunos mais envolvidos
com o que fazem, mais afim
de ir para a escola. Dar
sentido ao processo de
aprendizagem.
- “Saber que pode trabalhar
questões sobre o corpo
humano com alunos de 5 e
de 14. O que vai diferenciar
é a capacidade de reflexão
dos alunos, as questões.”
- “Acompanhar as mudanças
de vida.”
-
“Comprome-
tido, interes-
sado. O pro-
fessor que gosta
de inovar, fazer
coisas dife-
rentes, de estar
buscando coisas
novas e trazer
para prender a
atenção dos
alunos e dar um
ensino de
melhor
qualidade.”
- “São pro-
fessores que
trabalham com
temas atuais,
eles envolvem
os alunos,
contextuali-
zam.”
- “O professor
que não
consegue
trabalhar com
projetos é
acomodado,
desatualizado.”
Discussão dos resultados:
• As principais características destacadas pelos coordenadores, das 4 escolas, para o professor que trabalha bem com
projetos são as seguintes:
Perspicaz, criativo, tem uma boa escuta, aprendiz, não tem a arrogância da docência, aprende junto, gosta de pesquisar, tem
respeito pelos alunos, pergunta mais do que da respostas prontas, desafia o aluno, prioriza a relação com o saber, interessado
nos alunos, quer saber o que o aluno quer aprender, não tem medo de inovar, envolve a família, não tem medo de abrir a sala
de aula, quer compartilhar o que aprende, consegue coordenar o trabalho de grupo, tem uma visão de mundo mais aberta,
comprometido, interessado, gosta de fazer coisas diferentes, de estar buscando coisas novas para prender a atenção dos
alunos e dar um ensino de melhor qualidade, atualizado, trabalha temas da atualidade, envolve os alunos, contextualiza, não é
acomodado.
Fonte: Dados da pesquisa