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instalam e, no decorrer do tempo, evoluem até as modernas fábricas, sendo esse
percurso acompanhado pela organização de instituições de representação dos
interesses dos trabalhadores, das antigas corporações de ofício medievais (guildas)
às associações de trabalhadores.
Na segunda fase do desenvolvimento capitalista, ocorre o avanço das formas
de produção industrial, a partir de transformações nos conhecimentos científicos e
sua crescente aplicação produtiva e prática, tais como o surgimento da energia
elétrica e da indústria automobilística e a evolução das indústrias química,
petroquímica e farmacêutica.
Surgem, nesse estágio, as empresas capitalistas verticalmente integradas, ou
seja, grandes corporações manufatureiras que atuam na completa fabricação dos
produtos, desde seus insumos e componentes mais básicos até o produto final, e
para isso contratam 50 a 100 mil trabalhadores, reunindo-os, na maioria das vezes,
em um mesmo espaço produtivo. Nesse processo de evolução industrial, cria-se o
lócus concentrado de trabalho, que possibilita altos níveis de interação social e
política e novas formas de representação e de ação por parte dos trabalhadores, a
partir das uniões fabris e do desenvolvimento do sindicalismo. Trata-se de um novo
sindicalismo, mais organizado em instituições representativas dos anseios dos
trabalhadores e colaboradores (POCHMANN, 1997).
Segundo o autor, no momento atual, vive-se fase de transformações
tecnológicas, com modificações estruturais nos processos econômicos, sociais,
políticos e culturais. O avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs) conduz a uma etapa pós-industrial e pós-fordista, com o crescimento do setor
de serviços e a perda relativa de importância do setor manufatureiro na composição
do produto interno de um país ou região.
Em paralelo, processa-se a desestruturação do modelo de grande empresa
manufatureira verticalmente integrada. As novas tecnologias
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ampliam as
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Segundo Pinto (2005), a tecnologia é um conceito importante, difuso e confuso. É uma noção
polissêmica. É um conceito importante porque a vida contemporânea é cada vez mais repleta de
técnicas. É uma noção difusa porque tem uso genérico, presente em todos os níveis de
conhecimento. Cabe aqui enfatizar a diferença entre técnica e tecnologia. A técnica é o modo de
produzir alguma coisa e, nesse sentido, não é necessariamente uma coisa, uma ferramenta ou um
objeto. A técnica é um dado da realidade objetiva, um produto de percepção humana que retorna ao
mundo em forma de ação, materializado em instrumentos e máquinas. A técnica é, pois, um objeto de
estudo. Por outro lado, na definição de Pinto (2005), a tecnologia é o Logus ou a ciência da técnica. É
o estudo, a teoria, a análise, a discussão da técnica. Nesse sentido, a tecnologia não é um produto da
ciência; ela própria é uma ciência.