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COMO ALFABETIZAR CRIANÇAS DISLÉXICAS NAS SÉRIES
INICIAIS – 2º ANO. O TRABALHO PEDAGÓGICO
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EDEMILSON FERREIRA DA SILVA
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RESUMO
Este trabalho tem por finalidade situar dentro do contexto da alfabetização um dos
fatores que influenciam determinantemente na construção da educação escolar, o
distúrbio denominado dislexia. Nesse contexto as práticas pedagógicas se
constituem em ingredientes críticos na arte de ensinar e na ciência do ensino como
primazia de condição para enfocar os métodos e as posições dos docentes frente ao
desafio que é moldar saberes na constituição do conhecimento do educando. Deve
em preferência de intuito envolver procedimentos que estabeleçam nessa relação
professores e alunos mais confiantes, críticos e reflexivos quanto à tarefa de ensinar
e aprender. É, portanto inerente da açã o humana que constitui o ato de ensinar
como sendo único em caminhos que priorizam a sua relevância de assim o ser.
Dentro de uma prática pedagógica que suscite em seus discentes o gosto pelo
aprender e, seus fazeres se tornem em atitude de costumes cada vez elaborados na
busca de uma educação de qualidade.
Palavras chaves: Dislexia, Práticas docentes, Atuação pedagógica.
1 INTRODUÇÃO
Caracterizada pela dificuldade de ler e escrever corretamente a dislexia tem
de forma abrasadora, afetado a constituição do intelecto educacional de inúmeras
crianças e conseqüentemente a intelecção de fatores primordiais ao cognitivo e as
suas áreas de atuação. No entanto o que deveria ser motivo de desanimo torna-se,
nas mãos habilidosas de profissionais competentes fonte riquíssima de estudos e
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Trabalho elaborado para conclusão de curso
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Acadêmico do curso de Pedagogia do 7º semestre da Universidade Anhanguera – Uniderp interativa
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posterior aplicações de mé todos e fazeres que visem sanar a disparidade em que se
encontram essas mesmas crianças.
É nesse contexto que foca-se o presente artigo, estabelecer parâmetros
para a ação pedagógica do docente visando se não sanar, amenizar as disparidades
de acometimento pelas quais passam suas vitimas em potencial, educandos em
construção do saber, dessa co-morbidade do ensino educacional. Dessa forma,
construir saberes que possibilitem o fazer pedagógico do docente é sem sombra de
dúvida alguma necessário para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem,
em especial no que nos remete ao ensino de crianças com distúrbios, em questão a
dislexia, vista aqui como desafios a ser vencido rumo à consolidação do ensino.
Essa construção deve ser direcionada de forma a se dar autônoma e que
facilite a auto-estima no processo de construção do educando de produzir seu
conhecimento. Daí justifica-se estabelecer parâmetros para ações que visem sanar
as dificuldades que delimitam o campo da compreensão do educando. E as formas
de abordá-la numa perspectiva de dizimá-la do convivo do educando exige não só
ações direcionadas como o envolvimento do docente com a sua intervenção
pedagógica. E o professor como o mediador delas.
2 A PRÁTICA SABERES E COMPETÊNCIAS
A prática pedagógica como divisores de águas há muito se constituiu como
uma ferramenta necessária para exercer com mais fluidez ações que direcionam o
ensino e as formas de fazê-lo. A capacidade profissional já não o é mais sinônimo
de saberes e competências exigidas para a função exercida como docente. Novas
ferramentas se fazem necessárias à administração das competências, quando nos
referimos ao fazer pedagógico.
Dado a sinuosidade da ação, o fazer pedagógico poderá esbarrar-se em
pequenos, porém consistentes obstáculos que poderão culminar em ineficiência
acirrada em se tratando da prática como um todo. Saberes e competências se fazem
necessários. Apontando então ações pautadas em sistematizar o fazer pedagógico
com suas especificidades de construir o ensino adequado e capaz. Dessa forma:
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Saberes são conhecimentos teóricos e práticos requeridos para o
exercício profissional, competências são as qualidades, capacidades,
habilidades e atitudes relacionadas a esses conhecimentos teóricos
e práticos e que permitem a um profissional exercer adequadamente
sua profissão. (LIBÂNEO, 2004, p. 77)
Quanto ao construir saberes Saviani (1998, p. 152) salienta a importância de
se construí-los adequadamente nos quesitos necessá rios a sua execução e, então,
dessa forma se capacitar a exercê-los concernentemente aos moldes da profissão.
Nesse contexto são tão necessários quanto fundamentais, evidenciando fatores
como saberes e competência e situando-os cada qual a sua especificidade e na
junção de ambos determinarmos ações dirigidas em consonância.
Isto, evidentemente, se houver concordância quanto à idéia de que o
trabalho com o saber é a especificidade da educação escolar. E que,
para cumprirem sua função político-social, os profissionais da
educação precisam dominar os fundamentos teóricos lógicos e
históricos da formação e produção do conhecimento e de sua
conversão em saber escolar. (SAVIANI, 1998, p. 152)
Numa visão arraigada sobre o que e como se define competências dentro
dos termos profissionais Libâneo (2004, p. 78) considera que toda prática se
constitui em capacidades de reunir recursos cognitivos na solução de problemáticas
constituintes de seu fazer pedagógico. E para estabelecer essas conexões deve
estar pautado em ações subjetivas que possibilitem essa interação.
Assim:
Na perspectiva sóciocrítica a competência é sinônimo de formação
unilateral (integral), formação politécnica, em que os profissionais
desenvolvem capacidades subjetivas - intelectuais, físicas, sociais,
estéticas, éticas e profissionais - visando à unidade, na ação
humana, entre capacidades intelectuais e práticas. (LIBÂNEO, 2004,
p.78)
Dessa forma, absorver competências capacita então o individuo a exercer a
sua prática com mais especificidade e dinamismo, resultando assim em uma
interação conceptual. Própria das relações estabelecidas com afinidades e afinco
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intrínsecos de uma boa relação
3
Caracterizando o afeto no trabalho do educador e
assim, facilitar o explicitar de seus objetivos a serem alcançados na aprendizagem e
no ensino do educando.
Nesse contexto as práticas pedagógicas se constituem em ingredientes
críticos na arte de ensinar e na ciência do ensino, como fatores essenciais capazes
de transmitir conhecimentos aos educandos e assim ferramentas indispensáveis no
construir de seus saberes. Sendo esse último fator essencial na aquisição de
conhecimentos.
Então como evidenciar esses quesitos necessários ao bom ensino e
conseqüentemente a uma boa aprendizagem? Como ensinar a crianças que
supostamente não absorvem facilmente os conteúdos escritos e, assim não
conseguem ler? E como fazê-los compreender que uma situação leva a outra e
sistematicamente os conduzirão ao apreender conhecimento? A tarefa não é de fácil
execução. Como agir nessa situação a que se encontra a grande maioria de
educadores com crianças disléxicas?
A resposta a estes questionamentos fica evidenciada quando nos
remetemos à condução da prática pedagógica com subsídios próprios de cada
situação, e constatar que em um ambiente alfabetizador há uma criança com
dificuldades de aprendizagem e caracterizada como distúrbios peculiares e inerentes
de disfunções do apreender, só facilita quando correta e previamente diagnosticada
desse pequeno desvio de apreender conhecimento. Daí a importância do
comprometimento profissional e da acuidade no seu fazer pedagógico.
Nesse sentido tanto comprometimento quanto o fazer pedagógico situado
dentro de uma acuidade profissional é contextualizar o educador na lógica de sua
prática, dessa forma Luckesi (2008. P. 26) estabelece que tentar definir o educador
será contextualizá-lo na sua prática, em sua prática desejável, pois, estamos
dialéticamente situados num contexto educacional somos ensinados numa ação
contínua, portanto construtor de reflexões.
E dessa forma saber conduzir com maleabilidade de procedimentos técnicas
e metodologias unificando teoria e prática, por caminhos que o educando possa
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Em relação às interações vivenciadas e presentes entre educador e educando
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assimilar em condições de primazia os seus ensinamentos com maior facilidade e,
desenvolvendo assim o seu próprio processo de ensino e aprendizagem. Traduzindo
essa prática educacional como eficaz. Como determina Santos (2008, p. 37):
Toda prática humana tem seus pressupostos teóricos, e é somente
através da explicitação e da análise desses pressupostos que ela se
torna intelegível e nos permite tomar consciência daquilo que
fazemos.
Em consonância Brandão (2008, p. 60) enfoca que o docente quando gosta
do que faz soma a isso uma boa dose de entusiasmo e motivação que reflete em
sua prática e em seus alunos, que se envolvem e por isso aprendem.
Evidentemente as competências exigidas e necessárias para o professor
ensinar, traduz na sua prática, que aprende ensinando e ensina aprendendo nas
contextualizações de suas ações. E conseqüentemente com sua didática, sendo
essa desenvolvida no apego pelo que fazem, pois colocam emoção e entusiasmo
nas suas aulas. Logo competência e saberes a disposição da prática, que efetiva a
ação docente como única, portanto ímpar e viável no solucionar de problemas
possíveis dentro de seu campo de atuação pedagógica.
3 O DISTÚRBIO EM FOCO: DIAGNÓSTICO, ATUAÇÃO PEDAGÓGICA E COMO
APLACÁ-LO
Entender o significado literal do que se refere à palavra dislexia é
conturbante e complexo para docentes quando em fase de alfabetização de seus
alunos. No entanto para a Associação Brasileira de Dislexia - ABD - o diagnostico é
fácil de ser realizado já nos primeiros anos do educando dentro da escola. Há
características próprias do distúrbio, que se manifestam desde a primeira infância,
uma vez que a grande maioria dessa manifestação se dá devido a fatores genéticos.
Os sinais são clássicos, como determina a ABD, já na pré-escola são
determinantes para a condução do seu diagnóstico. As crianças tendem a
apresentar sintomas que devem ser levados em consideração como alertas da
disfunção. No entanto não se pode ocorrer no erro de relacionar determinados
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sintomas ao distúrbio. As crianças apresentarão sintomas como dispersão, fraco
desenvolvimento da fala e da linguagem e coordenação motora, dificuldades em
aprender rimas e canções assim como lidar com quebra cabeças e o pior, porém
significante deles o desinteresse por livros impressos.
Uma vez identificado esses sinais e, após dissociá-los de fatores correlatos
inerentes ao aprendizado
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, deve-se procurar ajuda de uma equipe multidisciplinar
que verificará todas as possibilidades antes de confirmar ou excluir o diagnostico de
dislexia. Dessa forma, encaminhamento para acompanhar o disléxico deve ser
singular as particularidades de cada caso no sentido de ser mais proveitoso e eficaz.
Nesse sentido deve-se em teor de acuidade profissional, levantar
características típicas e presentes identificados em cada fase que se estabelece o
distúrbio. O enfoque dado ao distúrbio para acelerar a descoberta dos sintomas
presentes numa condição de poder amenizá-lo e assim favorecer ao educando uma
educação de qualidade. Fica claro que o envolvimento dos profissionais com a ação
estabelece um vínculo bem maior que a ligação do docente com educando e a
instituição ao qual o aluno está inserido, valendo-se da função social da escola e a
ela inerente pela sua constituição, notável pelos saberes nos rumos do
conhecimento.
No segundo ano das series iniciais a alfabetização já desponta com suas
mais acentuadas dificuldades, a compreensão do conhecimento, podendo assim
detectar fatores a ela intrínsecos e nela tentar saná-los, visando adequação de
metodologias e competências para dispor ao educando facilidades para adquirir o
saber. Através de análises verificadas nas literaturas atuais, constatar, que as
formas de como o professor se utiliza de suas competências na direção de
consolidação do ensino são em primazia de solução a melhor das hipóteses
encontradas para justificar mudanças de rumos em seus hábitos pedagógicos.
Ele estará embasado em fundamentos que subsidiam ações no campo do
esclarecimento das dificuldades a ela inerentes e, assim estabelecer parâmetros que
direcionarão o acolhimento e as futuras ações desenvolvidas pelos profissionais
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Aqui fortalece a acuidade profissional para que não banalize esse diagnóstico como mais um caso
de criança incapaz de assimilar conhecimento e assim necessitar de ação especializada, leva-se em
consideração a ética profissional para não passar adiante problemas que pode se resolver no
cotidiano educacional.
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envolvidos, sendo estes os de dentro e os de fora da escola. Considera-se como um
todo o ambiente ao qual o aluno estará sempre a ele vinculado, o escolar e o
familiar. Todos de fundamental importância para melhoras consideráveis.
Quanto aos obstáculos, vale salientar que para desenvolver qualquer ação
ou atividade envolvendo os rumos que decididamente farã o lograr êxitos ou não
nessa investida contra o inatingível, os envolvidos no contexto podem contar com
elementos disponíveis no sentido de direcioná-los.
As pesquisas no campo da aprendizagem e do desenvolvimento
humanos oferecem subsídios que validam outras formas de
organizar os tempos e os conteúdos escolares, de modo a se
adequarem ao desenvolvimento e a aprendizagem dos educandos
sem interrupções a cada ano letivo, que contribuem para a
democratização do conhecimento e a superação ou, pelo menos, a
minimização das características excludentes que a escola pública
ainda mantém. (JACOMINI, 2004, p. 403)
Desta forma, situar a dislexia dentro do contexto da alfabetização escolar
como um dos fatores que influenciam determinantemente negativo na construção da
educação e na condução do conhecimento, é norte de ações que visem propiciar ao
educando contentamento e satisfação na aquisição de saberes e na construção de
sua compreensão de mundo e assim poder determinar sua leitura dele.
E as formas de abordá-la numa perspectiva de dizimá-la do convivo do
educando exige não só açõ es direcionadas como o envolvimento do docente com a
sua intervenção pedagógica como uma ajuda adaptada ao processo de construção
do aluno. Esse privilégio está diretamente ligado ao seu fazer enquanto profissional
e delimitado pelas formas de se pôr diante delas. Daí Provocar a reflexão sobre a
própria atividade do educador enquanto mediador do ensino na intervenção
pedagógica como instrumento do processo de construção do saber, arraigado em
cada conexão disposta a elucidar as angustias do ser humano.
Sendo o campo de atuação pedagógico tão rico faz provocar a reflexão
sobre a sua própria atividade como educador enquanto mediador do ensino e assim
entender a educação como um processo de construçã o conjunta e na atuação
baseada com sua capacidade reflexiva segundo Zabala (1998, p. 9). Entã o atentar
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para métodos de alfabetização que privilegiam situações reais e corriqueiras no
sentido de suas viabilizações no processo de ensino e aprendizagem, justifica a
ação e o enfoque dado ao distúrbio na condição de poder amenizá-lo e assim
favorecer ao educando uma educação de qualidade.
Sob essa ótica Cagliari (1998, p. 249) defende que o professor além de
ensinar, deve antes de tudo, ser um educador. E tratar com afinco das dificuldades
de aprendizagem que seus discentes enfrentam no transcorrer de seu trajeto
educacional, qualifica-o como apto no ato de alfabetizar letrando. Dessa forma,
conhecer as limitações, as causas e conseqüências advindas do processo de ensino
e aprendizagem, prepara-o ao situar suas ações, visando adequação de
metodologias e competências para dispor ao educando facilidades para adquirir o
saber. E isso implica a autonomia do educando. Nestes termos:
O crescimento pessoal dos alunos implica como objetivo último
serem autônomos para atuar de maneira competente nos diversos
contextos em que haverão de se desenvolver. Impulsionar esta
autonomia significa tê-la presente em todas e cada uma das
propostas educativas, para serem capazes de utilizar sem ajuda os
conhecimentos adquiridos em situações diferentes em que foram
aprendidos. (ZABALA, 1998, p. 102)
Para Zabala (1998, p. 103) é levar a cabo uma ação de observação de todo
o processo que envolve cada um desses alunos, no sentido de fornecer subsídios
para uma atuação autônoma na interiorização de conteúdos. Em consonância afirma
ainda que convirjam de um ambiente seguro e ordenado, condições que estimularão
o trabalho bem como o esforço para que a aprendizagem seja potencializada de
fato.
Isso implica interação ou um conjunto delas que norteiam essas ações, já
que para haver sucesso o relacionamento humano esteja presente e fecundo nessas
interações, assim Candau (2008, p. 14) afirma que o ensino-aprendizagem é um
processo que está sempre presente, de forma direta ou indireta, no relacionamento
humano. Para Zabala (1998, p. 38) essas atividades conjuntas encontram
fundamentos na zona de desenvolvimento proximal e assim constitui o ensino como
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processo de construção compartilhado de significados e orientações voltados a
autonomia desse aluno.
Nesse contexto estabelecer parâmetros para a ação pedagógica do docente
está diretamente ligado ao desenrolar pedagógico e as atitudes do docente frente às
dificuldades que se estabelecem dentro do seu campo de atuação. Segundo Cagliari
(1998, p. 6) a questão metodológica não é a essência da educação, mas apenas
uma ferramenta de auxílio para transmitir informações. Portanto a aprendizagem é
sempre um processo construtivo na mente e nas ações do individuo.
Considerando essas ações e seus parâmetros, pontua Candau (2008, p. 15)
que o grande desafio é articular sem exclusivizar nenhum deles, visa então superar
a dicotomia entre processo e o produto na atividade de ensino e aprendizagem nas
áreas específicas da dimensão lógica e da dimensão psicológica.
Dessa, forma primar por métodos de ensino que visem à inclusão de
crianças disléxicas é segundo Libâneo (1982, p. 42) dar ênfase no saber ser e
sempre postura de um educador frente aos seus conhecimentos e assim
instrumentos de ação. Essa atitude de forma alguma deve ser dissociada das duas
outras dimensões de sua prática docente, o saber e o saber fazer. Caso ocorra a
prática se tornará ineficiente.
Em consonância Nunes (1992, p. 29) salienta ainda que crianças disléxicas
podem de forma simples, não conseguir estabelecer uma conexao entre os sons e
as palavras que ouvem, portanto veem com dificuldades as articulações entre esses
dois sentidos. Daí a dificuldade na construção da consciência fonológica e:
Os métodos de ensino mais efetivos para crianças disléxicas
poderão ser radicalmente diferentes daqueles efetivos para as outras
crianças, devendo ser planejado em razão dos obstáculos
encontrados pelas crianças em sua aprendizagem. Crianças
disléxicas [...] precisam de mais atenção, precisam de mais horas de
ensino. (NUNES, 1992, pp. 11-12)
Logo laços entre o afetivo emocional e a compreensão da prática, são
quesitos necessários para uma boa prática educacional e, reunir esses fatores que
se relacionam entre si, como, a paixão pelo seu fazer e a fluência no exercer função
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docente é para Luckesi (2008, p. 28) uma ação comprometida ideologica e
efetivamente. Não se pode fazer educação sem paixão. Dessa forma:
educador é o profissional que se dedica à atividade de,
intensionalmente, criar condições de desenvolvimento de condutas
desejáveis, seja do ponto de vista do indivíduo seja do ponto de vista
do grupamento humano. (LUCKESI, 2008, p. 26)
Nesse sentido Cagliari (1998, p. 249) provoca que um professor que
conhece como a escrita, a fala e a leitura funcionam no processo de alfabetização, é
capaz de analisar qualquer coisa que aconteça com seus alunos quando leem ou
escrevem. Ninguém aprende a ler e a escrever espontaneamente sem que seja
conduzido explicita e intencionalmente pelo seu mestre, esse enfoque traduz a ação
e interação na linguagem desenvolvida entre ambos.
Para Koch (2007, p. 7-8) a principal funçao da linguagem é, neste caso, a
transmissão de informações, ação finalisticamente orientada que possibilita a prática
dos mais diversos atos. Nesse aspecto a transmissão do conhecimento que delimita
o campo da ciência pedagógica necessário para atuar diante do problema e suas
valias no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. É moldar saberes na
constituição do conhecimento do educando e as formas de situá-los no seu cotidiano
pedagógico.
4 A PRÁTICA PEDAGÓGICA: O TRABALHO DOCENTE COMO FINALIDADE
ÚLTIMA
O trabalho pedagógico como norte de ações que visem propiciar ao
educando disléxico contentamento no aprender, deve partir de uma atitude reflexiva
de práticas educadoras e, embasada pelos resultados obtidos de sua atuação.
Nesse sentido a intervenção pedagógica como uma ajuda adaptada ao processo de
construção do aluno deve atentar para métodos de alfabetização que privilegiam
situações reais e corriqueiras priorizando suas viabilizações no processo de ensino e
aprendizagem.
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Nesse sentido Alonso (2003, p. 14), atenta a importância dessa prática não
estar vinculada a modelos organizacionais ultrapassados e totalmente inadequados
à realização dos seus objetivos. Destaca ainda que o processo de ensino e
aprendizagem dos alunos não é tarefa fácil, portanto o despreparo para ação
reflexiva de seus métodos empregados também se constituem em grandes
obstáculos. Leva-se em consideração que para atuar metodologicamente o docente
deve estar munido de artifícios que subsidiem o seu fazer.
Então provocar a reflexão sobre sua própria atividade de educador enquanto
mediador do ensino, aqui relatada como fator primordial para uma boa atuação
pedagógica, compõe-se em relevância de se tratar o assunto ligado ao desenrolar
pedagógico. Sendo este, diretamente unido as atitudes do docente frente às
dificuldades que se estabelecem dentro do seu campo de atuação.
Alonso (2003, p. 15) salienta ainda que no procedimento reflexivo sobre sua
prática, o professor necessita ter como norte a preocupação com o discente mais do
que com o conhecimento a ser transmitido. Sobretudo quando tomada em confronto
com as atuais condições efetivas em que se dá o trabalho educativo. O processo
pedagógico por excelência enfoca a prática pedagó gica como construção de
saberes e fonte de conhecimento como subsídio ao ato de ensinar.
Então a compreensão do conhecimento, podendo assim detectar fatores a
ele intrínsecos e nele tentar saná-los possíveis demanda que ocasionaram o erro,
vão alertar sobre as práticas pedagógicas e os rumos a elas pertinentes no que
tange o ato de ensinar visando adequação de metodologias e competê ncias para
dispor ao educando facilidades ao adquirir o saber.
Nas series iniciais a prática educativa do ensino aprendizagem, já desponta
com uma de suas mais acentuadas dificuldades, a alfabetização e as metodologias
a ela empregada, disposta a concretizar o fato em real situação de ensino. Essa
abordagem loca ao educador responsabilidades inerentes de compreensão de sua
realidade situacional dentro do processo contextualizando-o como necessário,
competente e metodologicamente inserido conceitual, procedimental e atitudinal na
construção desses saberes. Portanto inseparável do seu ato educativo.
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Nesse sentido Demo (1993, p. 153 apud Carvalho, Ribas, Schmidt 2003, p.
26) esclarece que:
Ensinar já não significa transferir pacotes sucateados, nem mesmo
significa meramente repassar o saber. Seu conteúdo correto é
motivar o processo emancipatório com base em saber crítico,
criativo, atualizado, competente. Trata-se não de cercear, temer,
controlar a competência de quem aprende, mas de abri-lhe a chance
na dimensão maior possível.
No entanto não é isso que acontece no cotidiano de um educador que prima
em questão de suficiência promover o seu ato educativo. Para Carvalho, Ribas,
Schmidt (2003, p. 26) o professor ainda está arraigado ao modelo de sua formação e
poucos percebem que muitos dos problemas que surgem, estão diante da própria
ação docente em presença do conhecimento, devendo então desvencilhar desse
método, pois incide em grave erro de formação educacional.
Assim, urge desenvolver competências fortalecidas com os diversos tipos de
conhecimentos sociais e culturais sistêmica e organizadamente dispostas a trabalhar
as situações problemas - fonte de conhecimento que levem a reflexão de sua
prática pedagógica como finalidade ultima de seu trabalho docente. E isso implica
em saber articular suas ações, portanto planejar.
Nestes termos a necessidade de planejar como sendo inerente do ato de
ensinar Araújo, aponta:
Planejar, antecipar ações prevendo a maneira, o momento, os
participantes de determinadas atividades é um ato cotidiano e
contínuo. Em todos os momentos, conscientemente, ou não,
estamos refletindo, organizando, planejando ações, situações que
partem de problemas, desafios, lançados a nós e que demandem
tomadas de decisões. (ARAÚJO, 2005 p. 158)
Araújo (2005, p. 160) afirma ainda que as premissas do aluno como centro
do processo e sujeito de sua aprendizagem, e da motivação como motor desta,
passaram a exigir um planejamento mais flexível. Situando o ato de planejar como
detentor do saber e assim, encampasse as necessidades e curiosidades dos alunos,
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ou que partisse do aluno e não do professor. Implicando competências a trabalhar a
partir da realidade desses educandos e, dos impedimentos à aprendizagem.
Primando pela preocupação com os resultados obtidos dentro do processo e
correlato a coerência dessas ações com a aprendizagem do ensino. Portanto próprio
do fazer pedagógico como única e intrínseca atividade norteada pela ação
educativa. Essas são concepções que muitas vezes passa despercebida pelo
educador como linguagem de ensino. Portanto o professor precisa pensar nas
teorias que ampararão sua ação docente e assim permear sua prática.
Desse modo para Gomez (1998, p. 69) o professor somente conseguirá, por
meio de sua prática, contribuir para a transformação dos pensamentos dos alunos,
se souber […] mobilizar os esquemas existentes de seu pensamento. Essa
perspectiva foca à realidade sócio-histórica do aluno como sujeito do ensino-
aprendizagem concreto.
Esse paradigma enfoca a importância de se pensar as concepções de
linguagem e de ensino como pontos fundamentais para a prática pedagógica. Para
Cagliari (2004, p. 28) antes de ensinar a escrever, é preciso saber o que os alunos
esperam da escrita, qual julgam ser sua utilidade e, a partir daí, programar as
atividades adequadamente. E tendo como norte que a aquisição do conhecimento
pela criança é um processo e, portanto uma transição.
Ensinar a criança das series iniciais a ler e escrever não é um procedimento
de fácil execução, isso demanda muito trabalho, exige do professor educador que
ele seja bem mais preparado, dispondo de competência técnica amparando o seu
trabalho e conseqüentemente a sua prática docente. Nesse sentido a valorização da
identidade da criança no processo de construção do conhecimento é um momento
muito importante.
O papel do professor entã o? Buscar uma alfabetização com compreensão. A
elaboração de novas estratégias para a solução de problemas encontrados nesse
caminho exige não só esforço docente individual como também trabalho coletivo e
compartilhado. Por isso mesmo, tal processo não pode ser conduzido de forma
aleatória e assistemática.
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5 CONCLUSÕES
O papel da atuação pedagógica do docente das series iniciais deve estar
sempre, imbuído, de precipitar mudanças no contexto da alfabetização e nos
desafios encontrados pelo professor contemporâneo em suas práticas docentes e na
organização do seu trabalho. Crianças disléxicas ou acometidas por outras
disfunções que interferem no seu aprendizado colocam a importância do enfoque
pedagógico como sendo o fator essencial para se conceber uma prática educacional
ou uma educação de qualidade coerente com os paradigmas de um novo fazer
educacional.
Estar preparado para enfrentar dogmas nas disparidades ou discrepâncias
que envolvem o processo como modificador da realidade dessas crianças deve em
primazia de constituição ser o facilitador de apreender conhecimento, ser o foco
central do procedimento didático e pedagógico contextualizando uma relação de
confiança. Deve em primazia de intuito envolver procedimentos que estabeleçam
nessa relação professores e alunos mais confiantes, críticos e reflexivos quanto à
tarefa de ensinar e aprender, juntos construindo os caminhos do saber na prática
educacional.
É, portanto inerente da ação que constitui o ato de ensinar como sendo
único em caminhos que priorizam a sua relevância de assim o ser. Diante deste
contexto este trabalho alcançou o seu propósito com relevância de caráter
informativo que é situar os docentes dentro de uma prá tica pedagógica que suscite
em seus discentes o gosto pelo aprender e, seus fazeres se tornem em atitude de
costumes cada vez elaborados na busca de uma educação de qualidade.
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ANO. O TRABALHO PEDAG&#211;GICO</span> by <span
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