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UNIVERSIDADE DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
ARROZ TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS:
CONTROLE DO ARROZ-VERMELHO, PERSISTÊNCIA
DE HERBICIDAS E FLUXO GÊNICO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Silvio Carlos Cazarotto Villa
Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
2006
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ARROZ TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS: CONTROLE DO
ARROZ-VERMELHO, PERSISTÊNCIA DE HERBICIDAS E
FLUXO GÊNICO
por
Silvio Carlos Cazarotto Villa
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Agronomia, Área de Concentração em Produção Vegetal, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Agronomia.
Orientador: Prof. Dr. Enio Marchezan
Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
2006
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Villa, Silvio Carlos Cazarotto, 1981-
V712a
Arroz tolerante a imidazolinonas: controle do arroz-vermelho,
persistência de herbicidas e fluxo gênico / por Silvio Carlos Cazarotto
Villa; orientador Enio Marchezan. Santa Maria, 2006.
53 f. : il.
Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Santa Maria,
Centro de Ciências Rurais, Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
RS, 2006.
1. Agronomia 2. Arroz irrigado 3. Sistema Clearfield 4.
Imazapic 5. Imazethapyr 6. IRGA 422 CL 7. Only
®
8. Tuno CL. I.
Marchezan, Enio, orient. II. Título
CDU: 633.18.03
Ficha catalográfica elaborada por
Luiz Marchiotti Fernandes CRB 10/1160
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM
____________________________________________________________________
© 2006
Todos os direitos autorais reservados a Silvio Carlos Cazarotto Villa. A reprodução
de partes ou do todo deste trabalho só poderá ser com autorização por escrito do
autor.
Endereço: Av. Roraima, Depto de Fitotecnia, prédio 44, sala 5335. Bairro Camobi,
Santa Maria, RS, 97105-900
Fone (0xx)55 2208451; (0xx)55 99355092; End. Eletr: [email protected]
____________________________________________________________________
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a dissertação de Mestrado
ARROZ TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS: CONTROLE DO ARROZ-
VERMELHO, PERSISTÊNCIA DE HERBICIDAS E FLUXO GÊNICO
elaborada por
Silvio Carlos Cazarotto Villa
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Agronomia
COMISSÃO EXAMINADORA:
Enio Marchezan, Dr.
(Presidente/Orientador)
Hector Vicente Ramirez Benitez, Dr. (IRGA)
Sérgio Luiz de Oliveira Machado, Dr. (UFSM)
Santa Maria, 30 de março de 2006.
DEDICATÓRIA
Aos meus Pais
Ademir Villa
Cleci Cazarotto Villa
Aos meus irmãos
Cledemir
Mateus
Aos meus afilhados
Rafael
Bruna
AGRADECIMENTOS
À DEUS.
À toda minha família, pelo apoio, carinho, dedicação em minha formação e
pelas horas de convivência que lhes foram suprimidas.
À minha namorada Fernanda, pela compreensão, amor, carinho e constante
incentivo.
Ao professor Enio Marchezan, pela amizade, dedicação, ensinamento e
orientação durante os cursos de Graduação e Pós-Graduação. Aos professores
Sérgio Luiz de Oliveira Machado, Luis Antonio de Avila e a professora Lia Reiniger
pela co-orientação e amizade.
À Universidade Federal de Santa Maria, por ter me acolhido desde a
formação Técnica até a conclusão do curso de Pós-Graduação.
Ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, pela oportunidade de
realização do curso.
À CAPES pelo apoio financeiro.
Aos estagiários e ex-estagiários do Setor de Agricultura da Universidade
Federal de Santa Maria, em especial aos bolsistas Gustavo Mack Telo e Paulo
Fabrício Sachet Massoni pelo apoio nos trabalhos de pesquisa e aos meus sempre
amigos, Gelson Difante, Tommi Segabinazzi e Ricardo Posser da Silva.
Aos colegas do curso de Pós-Graduação em Agronomia, em especial aos
colegas Edinalvo Rabaioli Camargo, Fernando Machado dos Santos e Victor
Marzari, pelo convívio e amizade de vários anos.
À TODOS meus amigos que tornaram a minha vida em Santa Maria, durante
esses anos, mais feliz e agradável.
À todos aqueles que, direta ou indiretamente contribuíram pelo êxito do
trabalho, os meus sinceros agradecimentos.
RESUMO
Dissertação de Mestrado em Agronomia
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria
ARROZ TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS: CONTROLE DO ARROZ-
VERMELHO, PERSISTÊNCIA DE HERBICIDAS E FLUXO GÊNICO
AUTOR: SILVIO CARLOS CAZAROTTO VILLA
ORIENTADOR: ENIO MARCHEZAN
Santa Maria, 30 de março de 2006.
O arroz-vermelho (Oryza spp.) é um dos principais fatores limitantes da
produtividade de grãos do arroz irrigado (O. sativa L.). Após várias décadas de
busca de alternativas para o controle seletivo do arroz-vermelho, desenvolveram-se
genótipos de arroz tolerante a herbicida do grupo químico das imidazolinonas, o qual
controla eficiente e seletivamente esta planta daninha. Para estudar e melhor
entender esta tecnologia, conduziu-se dois experimentos em Santa Maria-RS no ano
agrícola 2004/05. O primeiro experimento (Capítulo I) teve como objetivos: 1) avaliar
a eficiência do controle de arroz-vermelho com o herbicida Only
?
(imazethapyr 75 g
L
-1
+ imazapic 25 g L
-1
), 2) avaliar o residual do herbicida no solo através dos danos
causados no azevém e em arroz não tolerante e 3) avaliar a taxa de ocorrência de
cruzamento natural entre o arroz-vermelho e o arroz cultivado. O herbicida testado
controla eficientemente o arroz-vermelho em arroz tolerante. Embora tenha-se
observado fitotoxicidade, não houve redução na produtividade da cultivar tolerante.
O estande inicial da cultivar IRGA 417 é afetado pelo residual do herbicida presente
no solo. Ocorre cruzamento natural entre o arroz-vermelho e o arroz cultivado, sendo
que a taxa de ocorrência obtida no experimento foi de 0,065%. O segundo
experimento (Capítulo II) teve como objetivo avaliar o controle de arroz-vermelho e o
desempenho de dois genótipos de arroz irrigado, IRGA 422 CL e Tuno CL,
tolerantes a herbicidas do grupo das imidazolinonas a doses e épocas de aplicações
do herbicida Only
?
, em áreas com alta infestação de arroz-vermelho. Constata-se
que o híbrido é mais tolerante ao herbicida Only
?
, quando comparado à cultivar
IRGA 422 CL, sendo possível a utilização de dose total de até 2,0 L ha
-1
no híbrido,
em áreas com alta infestação de arroz-vermelho, sem afetar a produtividade. O
controle de arroz-vermelho é total com aplicação fracionada do herbicida em pré e
pós-emergência (PRE + POS), desde que o total aplicado não seja inferior a 1,25 L
ha
-1
. Esta condição é atendida pelo tratamento com 0,75 L ha
-1
em PRE mais 0,5 L
ha
-1
em POS, o qual propicia a menor dose total dentre aqueles com 100% de
controle, não afetando a produtividade e com fitotoxicidade semelhante ao
tratamento com 1,0 L ha
-1
em POS, utilizado como referência.
Palavras-chave: Sistema Clearfield, imazapic, imazethapyr, IRGA 422 CL, Only
®
,
Tuno CL.
ABSTRACT
M.S. Dissertation in Agronomy
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria
IMIDAZOLINONE TOLERANT RICE: RED RICE CONTROL,
HERBICIDE PERSISTENCE AND OUTCROSSING
AUTHOR: SILVIO CARLOS CAZAROTTO VILLA
ADVISER: ENIO MARCHEZAN
Santa Maria March 30, 2006.
Red rice (Oryza spp.) is one of the main limiting factors to rice (O. sativa L.) yield.
After several decades searching for red rice control tools, it was developed
imidazolinone tolerant rice, to selectively control red rice. To better understand this
technology it were conducted two experiments in 2004/05, in Santa Maria, Rio
Grande do Sul state, Brazil. The first experiment (Chapter I) had the objective of: 1)
evaluate red rice control by imidazolinone herbicides in Clearfield rice; 2) evaluate
the imidazolinone herbicide carryover effect on rygrass and non-tolerant rice (IRGA
417) and 3) evaluate the outcrossing rates between Clearfield rice and red rice. The
herbicides tested control red rice. Although injury to Clearfield rice was observed, the
herbicide did not affected yield. It was observed herbicide carryover to non-tolerant
rice, reducing plant stand. There was natural outcrossing between Clearfield rice and
red rice, at rates of 0.065%. The second experiment (Chapter II) had the objective of
evaluate the herbicide Only
®
(imazethapyr 75 g L
-1
+ imazapic 25 g L
-1
) in different
application rates and timing on two genotypes, IRGA 422 CL and Tuno CL, to the
imidazolinones herbicides. When compared with the cultivar, the hybrid was more
tolerant to the herbicide Only
®
. It was possible to apply rates of up to 2.0 L ha
-1
in the
hybrid, without affecting rice yield. Red rice control was total with split application of
Only
®
in PRE and POST, with rates above 1.25 L ha
-1
. The most efficient treatment
was with application of 0.75 L ha
-1
in PRE followed by 0.5 L ha
-1
in POS, because, it
was the lowest rate that promoted 100% control, with relatively low toxicity to the
cultivar and without affecting rice yield.
Key words: Clearfield System, imazapic, imazethapyr, IRGA 422 CL, Only
®
, Tuno
CL.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................ 10
CAPÍTULO
I ARROZ CLEARFIELD: CONTROLE DO ARROZ-VERMELHO,
FLUXO GÊNICO E EFEITO RESIDUAL DO HERBICIDA ONLY
®
EM
CULTURAS SUCESSORAS NÃO TOLERANTES ............................... 16
Resumo .................................................................................... 16
Abstract .................................................................................... 17
Introdução ................................................................................ 17
Material e Métodos ................................................................... 19
Resultados e discussão ........................................................... 22
Conclusão ................................................................................ 27
Referências bibliográficas ........................................................ 27
II CONTROLE DE ARROZ-VERMELHO EM DOIS GENÓTIPOS DE
ARROZ (Oryza sativa) TOLERANTES A HERBICIDAS DO GRUPO
DAS IMIDAZOLINONAS ....................................................................... 31
Resumo .................................................................................... 31
Abstract .................................................................................... 32
Introdução ................................................................................ 32
Material e Métodos ................................................................... 34
Resultados e discussão ........................................................... 35
Conclusão ................................................................................ 41
Referências bibliográficas ........................................................ 41
LITERATURA CITADA GERAL .............................................................................. 43
ANEXOS .................................................................................................................. 49
10
INTRODUÇÃO GERAL
O arroz é uma das culturas mais importantes no mundo sendo a principal
fonte nutricional para pessoas que moram em países em desenvolvimento (CHANG
& LUH, 1991). No Brasil, representa cerca de 15% a 20% do total de grãos. A
produção de arroz no Brasil é originária, principalmente, de lavouras irrigadas do Rio
Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC), que contribuem com cerca de 60% da
produção nacional. Somente o RS, com 25% da área cultivada do País, contribui
com mais de 50% do total do arroz produzido e com 6,8% da safra de grãos, além
de representar 77% do arroz irrigado colhido no País (AZAMBUJA et al., 2004).
Apesar do Rio Grande do Sul ser o maior produtor nacional e apresentar
produtividade superior a 6 t ha
-1
, tem enfrentado sérios problemas devido a
ocorrência de arroz-vermelho, estando presente quase na totalidade das áreas
arrozeiras do Estado.
Dentre as principais razões para a crescente infestação de arroz-vermelho,
citam-se o cultivo sucessivo de arroz, o uso de sementes não isentas de arroz-
vermelho e a ineficácia das práticas isoladas de manejo adotadas pelos agricultores.
Ainda, no Estado, os principais sistemas de semeadura do arroz são o cultivo
mínimo e cultivo convencional, o que sabidamente não são os melhores sistemas
para o controle do arroz-vermelho. Já em SC, este problema é minimizado pela
utilização do sistema pré-germinado, o qual consiste em semear, sob lâmina de
água, as sementes já germinadas do arroz cultivado. Assim, as sementes de plantas
daninhas, principalmente as gramíneas, presentes no solo encharcado e com o
oxigênio praticamente ausente, não conseguem germinar.
O arroz-vermelho é considerado planta daninha, causando sérios problemas
na maior parte das áreas cultivadas com arroz irrigado do mundo. Não é aceito como
arroz tipo comercial devido a coloração avermelhada do pericarpo que não é
completamente removida durante o processo de polimento no beneficiamento,
depreciando a qualidade, e consequentemente, o valor comercial do arroz cultivado
(OLIVEIRA & BARROS, 1986; MENEZES et al., 1997). Segundo LEITÃO FILHO et
al. (1972), além da coloração avermelhada do pericarpo, o arroz-vermelho apresenta
alta debulha natural, com plantas mais altas do que as cultivares de arroz de porte
moderno sendo mais suscetíveis ao acamamento, apresenta maior perfilhamento e a
11
suas sementes possuem altos índices de dormência. Estas características fazem do
arroz-vermelho a mais importante planta daninha do arroz irrigado.
Botanicamente, o arroz-vermelho pertence a mesma espécie do arroz
cultivado. Devido à semelhança entre ambos, o controle com herbicidas torna-se
difícil (LORENZI, 1991), sendo inviável o uso de herbicidas seletivos ao arroz
(COBUCCI & NOLDIN, 1999). Assim, seu controle requer a combinação de múltiplas
ações, como: emprego de sementes isentas de arroz-vermelho, mudança no sistema
de cultivo, uso da rotação de culturas, manejo adequado da água de irrigação e
adoção de técnicas culturais alternativas (FISCHER & RAMIREZ, 1993).
O desenvolvimento de plantas de arroz tolerantes a herbicidas do grupo
químico das imidazolinonas, apresenta-se como alternativa para o controle seletivo
de arroz-vermelho na lavoura de arroz. Estas plantas foram oriundas de mutação
induzida por radiação gama e/ou transformação química por etil metanosulfonato
EMS (CROUGHAN, 1998). Os herbicidas pertencentes ao grupo químico das
imidazolinonas são inibidores da enzima acetolactato sintetase (ALS), a qual é
essencial para a síntese de aminoácidos de cadeia ramificada (valina, isoleucina e
leucina). Estes herbicidas são no geral móveis tanto no xilema como no floema,
podendo ser absorvidos e translocados tanto a partir das folhas como das raízes,
com níveis diferentes para os vários produtos. Com a inibição da síntese dos
aminoácidos há paralisação no crescimento celular e na síntese de DNA. Também
inibem o transporte de fotossintetizados a partir das folhas verdes. O uso desses
herbicidas em genótipos tolerantes constitui-se, assim, numa ferramenta eficiente
para o controle de arroz-vermelho (STEELE et al., 2002; OTTIS et al., 2003;
WEBSTER et al., 1998).
O grupo químico das imidazolinonas, ao qual pertencem os herbicidas
imazapic e imazethapyr, apresenta como principais mecanismos de dissipação a
degradação microbiana (GOETZ et al., 1990) e a decomposição fotolítica,
especialmente quando exposto à luz ultravioleta (MALLIPUDI et al., 1991). O
comportamento das imidazolinonas no solo é fortemente afetado por propriedades
do solo como o pH (LOUX & REESE, 1992), a umidade (BAUGHMAN & SHAW,
1996), o teor de matéria orgânica (STOUGAARD et al., 1990) e a textura (LOUX &
REESE, 1993). Já, a mobilidade e a eficiência geralmente decrescem com o
aumento da sorção pelos colóides do solo. A variabilidade das propriedades físicas e
químicas do solo pode provocar uma retenção diferencial dos herbicidas que, por
12
sua vez, reflete numa disponibilidade diferencial do herbicida na solução do solo,
podendo gerar uma variação no controle das plantas daninhas (GERSTL, 2000),
especialmente em grandes áreas cultivadas onde a aplicação do herbicida é feita
numa única dose. A retenção diferencial também pode acarretar numa variabilidade
no potencial de lixiviação do produto (OLIVEIRA Jr. et al., 1999) ou na sua
permanência no solo por um determinado período.
Segundo RENNER et al. (1998) herbicidas do grupo das imidazolinonas
podem apresentar residual no solo por até dois anos e, dependendo da cultura
sucessora, podem causar fitotoxicidade (BALL et al., 2003). MONKS & BANKS
(1991) observaram danos leves no milho e severo no algodão quando o imazaquin
foi aplicado na cultura da soja no ano anterior. RENNER et al. (1988) observaram
dano significativo no milho quando aplicado imazaquin um ou dois anos antes. Para
o imazethapyr, foram observados danos moderados no milho (MILLS & WITT, 1989).
JOHNSON et al. (1992) observou danos leves, mas significantes na cultura do arroz
quando aplicou-se imazethapyr na soja no ano anterior.
Os resultados de persistência do imazethapyr no solo, se baseiam em
estudos realizados nos Estados Unidos e Europa, onde as condições
edafoclimáticas são diferentes das encontradas no Brasil, o que modifica o
comportamento no solo e, conseqüentemente, a resposta de culturas não tolerantes
semeadas em sucessão. No Brasil, há indícios de que resíduos de imazethapyr
possam afetar o milho e sorgo cultivados após a soja (SILVA et. al., 1999a, 1999b).
Em solos de várzea, onde é cultivado o arroz irrigado, a persistência destes
herbicidas pode ocorrer por um período maior, pois a dissipação é rápida em solos
com temperatura e conteúdo de umidade que favorecem atividade microbiana
(GOETZ et al., 1990, LOUX & REESE 1993). Assim, deve-se utilizar o preparo do
solo e manter a área drenada sempre que possível para que a radiação solar
aumente a temperatura do solo e os microorganismos atuem na degradação destes
herbicidas.
A utilização de culturas de inverno como pastagem, na rotação lavoura-
pecuária, ou a escolha por implementar cultivares de arroz não tolerante podem ser
prejudicadas pela presença de herbicidas no solo. Segundo WILLIAMS et al. (2002),
a produção de culturas não tolerantes pode ser comprometida caso o intervalo entre
a aplicação de imazethapyr e a semeadura da cultura em rotação não for observado.
Os autores ainda salientam que o arroz não tolerante deve ser semeado a partir do
13
18º mês após a aplicação de imazethapyr. O uso continuado de arroz tolerante, sem
rotação, provocará grande pressão de seleção no arroz-vermelho, gerando biótipos
de arroz-vermelho tolerantes a esse herbicida. Por isso, preconiza-se, que após o
uso do imazethapyr por dois anos, deva-se deixar o solo em pousio por, no mínimo,
um ano ou utilizar uma cultura sucessora tolerante.
A eficiência do controle de arroz-vermelho com o uso do imazethapyr varia,
entre outros fatores, com a dose e a época de aplicação do produto. Doses de 36 a
140 g/ha aplicados em vários estágios de desenvolvimento do arroz-vermelho
mostram-se eficientes (DILLON et al., 1998; STEELE et al., 2000; WHITE &
HACKWORTH 1999), mas quando a dose aplicada em pós-emergência é elevada
pode causar injúria às plantas de arroz de cultivares com menor tolerância,
resultando em redução da produtividade.
O controle de arroz-vermelho pelo herbicida imazethapyr é afetado pelo
manejo da água, que é o fator que determina a quantidade de imazethapyr
disponível para ser absorvido pela planta, tornando-se mais disponível com umidade
do solo elevada (SCIUMBATO et al., 2003). AVILA et al. (2005) citam como sendo
necessário o estabelecimento de lamina de água até 14 dias após a aplicação do
herbicida, quando o mesmo é aplicado em pós-emergência (POS) precoce e aos
sete dias após a emergência, quando aplicado em POS-médio. Já WILLIAMS et al.
(2002) relata que se a umidade do solo baixar demais após a aplicação em pré-
emergência (PRE) ou quando o intervalo entre a aplicação em POS e a irrigação
definitiva for maior, o controle de arroz-vermelho é reduzido drasticamente,
comprometendo o sucesso deste sistema.
Neste sistema, para o controle de 100% do arroz-vermelho há necessidade
de duas aspersões de imazethapyr, uma em PRE e outra em POS (STEELE et al.,
2002; OTTIS et al., 2003). Embora o controle de arroz-vermelho seja eficiente,
geralmente não chega a 100%. Em vista disso, a longo prazo, pode comprometer o
sistema pelo fato de que o arroz-vermelho não controlado, pode cruzar com o arroz
cultivado. Diversos estudos têm mostrado que o arroz-vermelho pode cruzar
naturalmente com o arroz cultivado (GEALY et al., 2003) produzindo híbridos que
poderiam incorporar características de ambos, aumentando a sua agressividade
como planta daninha (NOLDIN et al., 2002). Apesar do arroz ser uma planta
autógama, a literatura menciona a ocorrência de fecundação cruzada, em taxas ao
redor de 1% (GEALY et al., 2003; MESSEGUER et al., 2001), variando com o
14
ambiente e genótipos, tendo sido relatadas taxas de cruzamento superiores a 50%
(LANGEVIN et al., 1990).
Recentemente, pela introdução de plantas transgênicas na agricultura, muitos
estudos têm-se desenvolvidos com o objetivo de avaliar o fluxo gênico entre o arroz
geneticamente modificado (GM) e o arroz comercial não GM. Estes estudos
mostraram que ocorre fluxo gênico entre o arroz-vermelho e o arroz GM quando
cultivados lado a lado ou em distâncias curtas (SANDERS et al., 1998;
MESSEGUER et al., 2001; NOLDIN et al., 2002). Sob condições de plena sincronia
na floração entre a planta daninha e o arroz GM e considerando este arroz como
doador ou receptor de pólen, os autores reportaram taxas de cruzamento que
variaram de 0,02 a 0,26% (NOLDIN et al., 2002). MESSEGUER et al. (2001)
detectaram taxas de fluxo gênico entre o arroz GM e o não GM inferiores a 0,1% em
parcelas localizadas lado a lado. Assim, qualquer gene de tolerância introduzido em
cultivares comerciais de arroz poderá em curto espaço de tempo ser incorporado ao
complexo de arroz-vermelho infestante das lavouras comerciais, através do fluxo de
pólen das cultivares geneticamente modificados. Para isso, é necessária a avaliação
do comportamento dos híbridos resultantes, visando gerar conhecimento sobre
possíveis alterações nas características das plantas híbridas originárias do
cruzamento entre o arroz transgênico e o arroz-vermelho (NOLDIN et al., 2004).
Nas condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul, MAGALHÃES et al.
(2001) fizeram análise de mais de 250 mil sementes de arroz-vermelho e os
resultados indicam que a taxa de cruzamento entre os genótipos de arroz testados
foi baixa, variando de 0,1% a 0,04%. De acordo com os mesmos autores, a taxa de
cruzamento é dependente da coincidência da floração entre os genótipos e a
probabilidade da ocorrência de cruzamento é maior a curta distância, não existindo
em distâncias superiores a cinco metros. Nos Estados Unidos, DILLON et al. (2002)
encontraram três plantas de arroz-vermelho híbridas em 12 mil sementes analisadas
e ESTORNINOS et al. (2003) mencionam que as taxas de cruzamento entre o arroz
tolerante e o arroz-vermelho variam com a cultivar e, embora numericamente
pequeno, podem resultar em centenas ou milhares de plantas, dependendo do nível
de infestação na área. Para DILLON et al. (2002), o fluxo gênico só ocorre caso
aconteça deficiência no controle de arroz-vermelho; por isso as aplicações de
herbicidas devem ser monitoradas visando preservar esta tecnologia. Assim, com
15
possível surgimento de biótipos de arroz-vermelho tolerante a imidazolinonas, a
longevidade do sistema pode ser reduzida.
Em vista do exposto, faz-se necessário estudar a melhor combinação de
épocas e doses destes herbicidas para o controle do arroz-vermelho e os seus
efeitos no solo, além da taxa de cruzamento natural entre o arroz-vermelho e o arroz
cultivado.
16
CAPÍTULO I
ARROZ CLEARFIELD: CONTROLE DO ARROZ-VERMELHO, FLUXO GÊNICO E
EFEITO RESIDUAL DO HERBICIDA ONLY
®
EM CULTURAS SUCESSORAS
NÃO TOLERANTES
CLEARFIELD RICE: RED RICE CONTROL, OUTCROSSING AND HERBICIDE
CARRYOVER TO NON-TOLERANTS CROPS
Resumo
Após várias décadas de busca de alternativas para o controle do arroz-
vermelho, desenvolveram-se genótipos de arroz tolerante a herbicida do grupo
químico das imidazolinonas, o qual controla eficientemente esta planta daninha no
Sistema Clearfield. O experimento teve como objetivos: 1) avaliar a eficiência do
controle de arroz-vermelho com o herbicida Only
?
(imazethapyr 75 g L
-1
+ imazapic
25 g L
-1
), 2) avaliar o residual do herbicida no solo através dos danos causados no
azevém e em arroz não tolerante e 3) avaliar a taxa de ocorrência de cruzamento
natural entre o arroz-vermelho e o arroz cultivado. O delineamento experimental foi
de blocos ao acaso com três tratamentos e 12 repetições. Para determinar o fluxo
gênico entre o arroz tolerante a imidazolinonas e o arroz-vermelho, coletou e
analisou-se as panículas de arroz-vermelho não controladas. O efeito residual do
herbicida em culturas não tolerante foi verificado através de coleta de fitomassa de
azevém e do estande inicial da cultivar de arroz não tolerante semeada no ano
seguinte. O herbicida testado controla eficientemente o arroz-vermelho em arroz
tolerante e a fitotoxicidade inicial não reduz a produtividade da cultivar tolerante. O
estande inicial da cultivar IRGA 417 é afetado pelo residual do herbicida presente no
solo. Os resultados mostram também que ocorre cruzamento natural entre o arroz-
vermelho e o arroz cultivado sendo que a taxa obtida no experimento foi de 0,065%.
Palavras-chave: IRGA 422 CL, imazethapyr, imazapic, persistência.
17
Abstract
After several decades searching for tools to control red rice, it was developed
imidazolinone tolerant rice, to selectively control red rice. To better understand this
technology it were conducted two experiments in 2004/05, in Santa Maria, Rio
Grande do Sul state, Brazil. The experiment had the objective of: 1) evaluate red rice
control by imidazolinone herbicides in Clearfield rice; 2) evaluate the imidazolinone
herbicide carryover effect on rygrass and non-tolerant rice (IRGA 417) and 3)
evaluate the outcrossing rates between Clearfield rice and red rice. The experimental
design was a randomized block design, with 3 treatments and 12 replications. To
determine the outcrossing rates between Clearfield rice and red rice, it was collected
and analyzed virtually all red rice panicle in the area. The carryover affect we tested
using rygrass and a non-tolerant rice cultivar (IRGA 417). The herbicides tested
control red rice. Although injury to Clearfield rice was observed, the herbicide did not
affected yield. It was observed herbicide carryover to non-tolerant rice, reducing plant
stand. There was natural outcrossing between Clearfield rice and red rice, at rates of
0.065%.
Key words: IRGA 422 CL, imazethapyr, imazapic, persistence.
Introdução
A produtividade média de arroz no Rio Grande o Sul cresceu, nas últimas
décadas, atingindo médias acima de 6 t ha
-1
. No entanto, o fator que mais se
destaca como limitante ao aumento do potencial de rendimento é o controle
insatisfatório de plantas daninhas, especialmente do arroz-vermelho, o que ainda
causa elevadas reduções na produção do cereal. No Sul do Brasil, o arroz-vermelho
(Oryza sativa) constitui-se na principal planta daninha de áreas cultivadas com arroz
irrigado por inundação (AGOSTINETTO et al., 2001). Por pertencerem à mesma
espécie, o arroz-vermelho e o cultivado apresentam elevada similaridade
morfofisiológica, o que dificulta o controle seletivo, fazendo-se necessário utilizar
métodos culturais de controle, dentre os quais se destaca a utilização de cultivares
que detêm elevada capacidade competitiva (BALBINOT Jr. et al., 2003b).
18
Como alternativa de controle químico do arroz-vermelho, desenvolveu-se
plantas de arroz tolerantes a herbicidas pertencentes ao grupo químico das
imidazolinonas, através de mutação induzida por radiação gama e/ou transformação
química por etil metanosulfonato EMS (CROUGHAN, 1998). A partir da safra
1998/1999, pesquisadores do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA) iniciaram o
processo de transferência dessa característica, através de retrocruzamento, para
seus genótipos (LOPES et al., 2001). Os herbicidas pertencentes ao grupo químico
das imidazolinonas são inibidores da acetolactato sintetase (ALS), que é a enzima
chave na biossíntese dos aminoácidos isoleucina, leucina e valina. Esses herbicidas
são absorvidos pelas raízes e partes aéreas das plantas e translocados pela via
apoplástica, acumulando-se nos tecidos meristemáticos (VIDAL, 1997). Podem
também possuir residual no solo (RENNER et al., 1998), o que impede a emergência
de novas plântulas por um determinado período. O uso desses herbicidas em
genótipos de arroz tolerante permite o controle seletivo do arroz-vermelho e outras
plantas daninhas (STEELE et al., 2002; OTTIS et al., 2003; WEBSTER et al., 1998).
Segundo RENNER et al. (1998) herbicidas do grupo das imidazolinonas
podem apresentar residual no solo por até dois anos e, dependendo da cultura
sucessora, podem causar fitotoxicidade (BALL et al., 2003). A utilização de culturas
de inverno como pastagem, na rotação lavoura-pecuária, ou a escolha por
implementar cultivares de arroz não tolerante podem ser prejudicadas pela presença
de herbicidas no solo. Segundo WILLIAMS et al. (2002), a produção de culturas não
tolerantes pode ser comprometida caso o intervalo entre a aplicação de imazethapyr
e a semeadura da cultura em rotação não for observado. O arroz não tolerante deve
ser semeado, por exemplo, a partir do 18º mês após a aplicação de imazethapyr.
Porém, o uso continuado de arroz tolerante, sem rotação, provocará grande pressão
de seleção no arroz-vermelho, gerando biótipos de arroz-vermelho tolerantes a
esses herbicidas. Por isso, recomenda-se, após o uso do herbicida por dois anos,
deixar o solo em pousio por, no mínimo, um ano.
Para que se possa atingir o nível máximo de controle nesse sistema, há a
necessidade de duas aspersões de imazethapyr, uma em pré-emergência e uma em
pós-emergência (STEELE et al., 2002; OTTIS et al., 2003). A eficiência do controle
de arroz-vermelho com o uso do imazethapyr varia, entre outros fatores, com a dose
e a época de aplicação do produto. Embora o controle de arroz-vermelho, através do
uso desses herbicidas, seja eficiente, geralmente não chega a 100%. Isso pode
19
ocasionar, a longo prazo, problemas ao sistema, pois por menor que seja a
percentagem de arroz-vermelho não controlado, este pode cruzar com o arroz
cultivado. Estudos indicam que pode ocorrer fluxo gênico entre o arroz tolerante a
herbicidas e o arroz-vermelho, fluxo que fica em menos de 1,0% (GEALY et al.,
2003). Nas condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul, MAGALHÃES et al.
(2001) fizeram análise de mais de 250 mil sementes de arroz-vermelho e os
resultados indicam que a taxa de cruzamento entre os genótipos de arroz testados
foi baixa, variando de 0,1% a 0,04%. De acordo com os mesmos autores, a taxa de
cruzamento é dependente da coincidência da floração entre os genótipos e a
probabilidade da ocorrência de cruzamento é maior a curta distância, não existindo
em distâncias superiores a cinco metros.
Já nos Estados Unidos, DILLON et al. (2002) encontraram três plantas de
arroz-vermelho híbridas em 12 mil sementes analisadas e ESTORNINOS et al.
(2003) citam que as taxas de cruzamento entre o arroz tolerante e o arroz-vermelho
variam dependendo da cultivar e, embora numericamente pequeno, podem resultar
em centenas ou milhares de plantas, dependendo do nível de infestação na área.
Segundo DILLON et al. (2002), o fluxo gênico só ocorre caso aconteça um fracasso
no controle de arroz-vermelho no campo, por isso as aplicações dos herbicidas
devem ser monitoradas em nível de campo para preservar esta tecnologia. Com o
possível surgimento de biótipos de arroz-vermelho tolerante a imidazolinonas, a
longevidade do sistema de controle pode ser reduzida.
Em vista do exposto, foi conduzido um experimento com o objetivo de 1)
avaliar a eficiência do controle de arroz-vermelho com o herbicida Only
?
(imazethapyr 75 g L
-1
+ imazapic 25 g L
-1
), 2) avaliar o residual do herbicida no solo
através dos danos causados no azevém e em arroz não tolerante e 3) avaliar a taxa
de ocorrência de cruzamento natural entre o arroz-vermelho e o arroz cultivado.
Material e métodos
O experimento foi conduzido no ano agrícola 2004/05, em um Planossolo
Hidromórfico eutrófico arênico (pH
água
(1:1)= 5,0; P= 8,0 mg dm
-3
; K= 32 mg dm
-3
;
argila= 20%; M.O.= 1,6%; Ca= 3,3 cmol
c
dm
-3
; Mg= 1,0 cmol
c
dm
-3
e Al= 0,6 cmol
c
dm
-3
), localizado na área de pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria em
20
Santa Maria-RS. O experimento foi conduzido no delineamento de blocos ao acaso
com três tratamentos e doze repetições (Tabela 1).
Para homogeneizar o banco de sementes de arroz-vermelho, um dia antes da
semeadura do arroz, distribuiu-se a lanço e incorporou-se ao solo a quantidade de
200 kg ha
-1
de sementes de arroz-vermelho, obtendo-se população média de 260
plantas de arroz-vermelho m
-2
. A semeadura da cultivar tolerante, IRGA 422 CL, foi
realizada no dia 28/10/2004, utilizando-se 120 kg ha
-1
de sementes com semeadora
de 11 linhas espaçadas em 0,175 m. A cultura foi implantada no sistema
convencional de semeadura. A adubação de base foi aplicada junto à semeadura e
constou de 7 kg ha
-1
de nitrogênio (N), 70 de P
2
O
5
, e 105 de K
2
O. A emergência
ocorreu dia 10/11/2004.
A aplicação do herbicida em pré-emergência (PRE), um dia após a
semeadura, foi efetuada com um pulverizador costal pressurizado com CO
2
munido
de pontas leque 11002, com uma vazão de 125 L ha
-1
. O grau de umidade do solo
no momento dessa aplicação encontrava-se adequado para a germinação das
sementes, sendo que na semana seguinte ocorreu precipitação pluvial de 50 mm,
constituindo-se numa condição favorável para aplicação em PRE desse herbicida. A
aplicação em pós-emergência (POS), foi efetuada aos 14 dias após a emergência
(DAE) quando as plantas do arroz cultivado encontravam-se no estádio V4
(COUNCE et al., 2000) e as de arroz-vermelho encontravam-se em V5. A vazão
utilizada foi de 150 L ha
-1
, com adição de 0,5% v.v.
-1
de óleo mineral emulsionável.
Um dia após a aplicação do tratamento em POS, a área foi inundada,
mantendo-se lâmina d’água constante de aproximadamente 5 cm de altura. Entre os
blocos havia isolamento por taipas confeccionadas por taipadeira acoplada a um
trator. As parcelas testemunhas (T1) foram isoladas das demais por placas de PVC
(0,3 m de altura), as quais foram enterradas 0,15 m no solo. Deixou-se uma borda
livre nas taipas para reter a água proveniente da chuva, evitando que a água das
parcelas extravasasse. Com isso, foi retido todo o herbicida das parcelas, para
verificar o efeito máximo do produto nas culturas sucessoras não tolerantes. O
nitrogênio foi aplicado na forma de uréia e parcelado em três épocas: 7 kg ha
-1
de N
na semeadura; 60 kg ha
-1
de N no estádio V4, um dia antes da inundação; e 60 kg
ha
-1
de N na iniciação da panícula (R0). Juntamente com a segunda aplicação de N
em cobertura, foi utilizado 500 g ha
-1
do inseticida carbofuran para controlar larvas
do gorgulho-aquático-do-arroz (Oryzophagus oryzae).
21
Aos 19 dias após a emergência (DAE), determinou-se o estande inicial
através da contagem da população de plantas em um metro de comprimento da
linha de semeadura. No mesmo local, efetuou-se a contagem do número colmos aos
23 e 48 DAE. Nessa mesma área, determinou-se o número de panículas por planta
e coletou-se 10 panículas, das quais determinou-se o número de grãos por panícula
e a massa de mil grãos. A avaliação de fitotoxicidade ao arroz tolerante foi realizada
aos 15 dias após a aplicação dos tratamentos em POS. As avaliações do controle de
arroz-vermelho foram realizadas aos 62 dias após a aplicação do tratamento em
POS (DAT), no dia da colheita, sendo os valores estimados visualmente utilizando
uma escala de 0 a 100%, onde 0= sem fitotoxicidade ou controle e 100= morte das
plantas ou controle completo.
A produtividade de grãos foi determinada através da colheita manual, em área
de 5,25 m
2
(5,0 x 1,05 m), quando os grãos apresentavam umidade média de 20%.
Após a trilha, limpeza e pesagem dos grãos com casca, os dados foram corrigidos
para 13% de umidade e convertidos em kg ha
-1
.
Para determinar o fluxo gênico entre arroz-vermelho e arroz tolerante a
imidazolinonas, coletou-se todas as panículas das plantas não controladas, nas
parcelas, onde foram aplicados os herbicidas para controle de arroz-vermelho. O
fluxo gênico foi determinado através do número de sementes de arroz-vermelho,
oriundas do cruzamento deste com o arroz tolerante, sendo utilizada a metodologia
baseada no teste de germinação (SILVA, 2003). Aos quatro dias após a semeadura
em papel de germinação foi realizada a avaliação, na qual foram consideradas
oriundas do cruzamento as plantas que germinaram normalmente.
O efeito residual dos herbicidas em culturas não tolerante foi verificado
através de coleta de fitomassa da cultura do azevém (Lolium multiflorum Lam.) e da
avaliação do estande inicial da cultivar não tolerante (IRGA 417) semeada no ano
subseqüente em um terço das parcelas. A coleta da fitomassa do azevém foi
realizada em um quadrado de 50x50 cm, aos 119 e 137 DAS, o qual foi semeado
durante o período de inverno, após a colheita do arroz, na densidade de 40 kg ha
-1
.
A avaliação do estande inicial da cultivar não tolerante foi realizada através da
contagem da população de plantas em um metro de comprimento da linha de
semeadura. No referido ano foi utilizado o sistema plantio direto para não haver
contaminação do solo entre as parcelas caso fosse realizado o preparo
convencional.
22
Os dados foram submetidas à análise de variância e as médias comparadas
pelo teste Tukey (P=0,05). Para a análise estatística, os dados de controle de arroz-
vermelho e fitotoxicidade foram transformados para
0,5)/100(yosenarcoyt ??
e os
demais dados em porcentagem foram transformados para 1yyt ?? .
Resultados e discussão
Não houve influência dos tratamentos com herbicidas no estande inicial do
arroz (Tabela 1), demonstrando que a aplicação em PRE de Only
?
, não afetou a
emergência do arroz tolerante. O número de colmos por planta do arroz, aos 23
DAE, foi menor quando se aplicou o herbicida apenas em POS, porém o número de
colmos por planta avaliado aos 48 DAE não foi afetado pelo herbicida. Isto indica
que a fitotoxicidade do herbicida, que foi superior no tratamento com a aplicação
apenas em POS, retardou a emissão de perfilhos. No entanto as plantas
compensaram essa diminuição através da emissão de novos colmos mais
tardiamente. Aos 48 DAE, a testemunha apresentou menor número de colmos por
plantas, isso se deve provavelmente à competição por espaço físico com as plantas
de arroz-vermelho (MARCHEZAN, 1994), que apresenta maior capacidade de
perfilhamento que o arroz cultivado (DIARRA et al., 1985).
O controle do arroz-vermelho obtido no experimento foi, em torno de 98-99%,
contudo o controle não foi total, possibilitando escape da planta daninha, o que pode
resultar em seu cruzamento natural com o arroz cultivado, gerando biótipos
tolerantes ao herbicida (GEALY et al., 2003). Devem ser ressaltadas duas práticas
de manejo que contribuíram para esses índices de controle do arroz-vermelho, a
aplicação precoce dos herbicidas e a irrigação imediatamente após a aplicação do
herbicida em POS, estando de acordo com relatos de WILLIAMS et al. (2002), pois a
irrigação proporciona maior disponibilidade e absorção do herbicida pelas plantas.
Além disso, a água atua como barreira física para a emergência das plantas de
arroz-vermelho, auxiliando no controle e evitando o surgimento de novas plantas.
23
Tabela 1. Estande inicial (EI), número de colmos por planta, fitotoxicidade (FITO) às
plantas de arroz irrigado aos 15 dias após a aplicação do tratamento em POS
(DAT) e controle de arroz-vermelho (AV) aos 62 DAT e na colheita da cultivar
IRGA 422 CL. Santa Maria, RS. 2006.
Tratamentos Colmos por planta
Controle de AV
Herbicida PRE
1/
POS
2/
EI
23 DAE 48 DAE
FITO
62 DAT
Pré-colheita
g de i.a. ha
-1
plantas m
-2
------- n
o
------- -------------%
4,5/
---------
Testemunha 0 0 250
ns
2,1 ab
6/
2,3 b --- --- ---
Imazethapyr
+imazapic
3/
0 100 246 1,9 c 5,3 a 23 a
99
ns
98
ns
Imazethapyr
+imazapic
50 50 234 2,3 a 5,3 a 17 b
99 98
Média 243 2,1 4,3 13 99 98
C.V.(%) 12,5 15,3 6,8 14,0
8,8 1,4
1/
Aplicação em pré-emergência;
2/
Aplicação em pós-emergência com o arroz-vermelho no estádio V
5
, segundo
escala de Counce et al. (2000);
3/
Recomendação para o cultivo do arroz Clearfield no Brasil;
4/
Para a análise, os
dados foram transformados para
0,5)/100(yarcosenyt ??
;
5/
Controle de AV e a fitotoxicidade no arroz foram
avaliados visualmente em percentagem, onde 0 corresponde a ausência de controle ou fitotoxicidade e 100 para
controle total ou morte de plantas de arroz;
6/
Na coluna, médias não seguidas da mesma letra, diferem pelo teste
de Tukey (P=0,05);
ns
Teste F não significativo em nível de 5% de probabilidade de erro.
A estatura de plantas, avaliada no momento da colheita, não foi afetada pela
aplicação do herbicida (Tabela 2). Para os componentes do rendimento, panículas
por metro quadrado, espiguetas por panícula, esterilidade de espiguetas e massa de
mil grãos, não houve diferença significativa entre os tratamentos. A produtividade de
grãos da cultivar IRGA 422 CL não foi afetada pelos tratamentos com o herbicida,
ainda que na avaliação de fitotoxicidade inicial tenha ocorrido diferenças entre os
tratamentos, evidenciando que houve recuperação das plantas. Relatos da literatura
demonstram resultados semelhantes, utilizando herbicidas do mesmo grupo (OTTIS
et al., 2003 e AGOSTINETTO et al., 2005). O tratamento com aplicação do
herbicidas apenas em POS ocasionou maior fitotoxicidade, mas sem reflexos na
produtividade. Porém, em condições adversas para o desenvolvimento da cultura,
essa fitotoxicidade pode afetar a produtividade de grãos. HACKWORTH et al. (1998)
e STEELE et al. (2000) também afirmam que a injúria causada pelo imazethapyr é
mais severa após a aplicação em POS, se comparado à aplicação em PRE.
24
Tabela 2. Estatura de plantas (Estatura), panículas por metro quadrado (PMQ), espiguetas
por panícula (EP), esterilidade de espiguetas (EE), massa de mil grãos (MMG) e
produtividade de grãos da cultivar IRGA 422 CL. Santa Maria, RS. 2006.
Tratamentos
HERBICIDA PRE
1/
POS
2/
Estatura
PMQ EP EE MMG
Produtividade
de grãos
g de i.a. ha
-1
cm nº %
4/
g kg ha
-1
Testemunha
0 0 ---
5/
--- --- --- --- ---
Imazethapyr
+imazapic
3/
0 100 74
ns
662
ns
74
ns
24
ns
28
ns
5765
ns
Imazethapyr
+imazapic
50 50 73 632 81 25 28 5764
Média 74 647 78 25 28 5765
C.V.(%) 3,5 10,8 14,0 12,3 3,8 9,8
1/
Aplicação em pré-emergência;
2/
Aplicação em pós-emergência com o arroz-vermelho no estádio V
5
, segundo
escala de Counce et al. (2000);
3/
Recomendação para o cultivo do arroz Clearfield no Brasil;
4/
Para a análise, os
dados foram transformados para
1yyt ??
;
5/
Dados não coletados devido ao alto grau de acamamento das
plantas, afetando drasticamente o crescimento e desenvolvimento da cultura;
ns
Teste F não significativo em nível de 5% de probabilidade de erro
Devido ao alto grau de acamamento das plantas na parcela testemunha,
afetando o crescimento e desenvolvimento da cultura, não foi possível avaliar os
parâmetros apresentados na Tabela 2 para este tratamento.
Para determinar o fluxo gênico entre arroz-vermelho e arroz tolerante a
imidazolinonas, coletou-se e analisou-se todas as 4637 sementes oriundas de
plantas não controladas pelo herbicida. Destas, três sementes germinaram
normalmente depois de embebidas em solução de imazethapyr, sendo consideradas
oriundas do cruzamento (SILVA, 2003). Tais resultados indicam que a taxa de
cruzamento natural entre o arroz-vermelho e o arroz tolerante a imidazolinonas foi de
0,065%. Já DILLON et al. (2002) encontraram três plantas de arroz-vermelho
híbridas em 12 mil sementes analisadas e ESTORNINOS et al. (2003) citam que as
taxas de cruzamento entre o arroz tolerante e o arroz-vermelho variam de 0,0045% a
0,0014%, dependendo da cultivar. Segundo MAGALHÃES et al. (2001), a taxa de
cruzamento é dependente da coincidência da floração entre os genótipos e a
probabilidade da ocorrência de cruzamento é maior a curta distância, não existindo
em distâncias superiores a cinco metros. Cabe ressaltar que as sementes coletadas
25
foram oriundas das plantas que estavam na parcela, ou seja, a distância entre o
arroz-vermelho e a cultivar tolerante era pequena. Embora numericamente
pequenos, esses percentuais podem resultar em centenas ou milhares de plantas,
dependendo do nível de infestação na área. Utilizando-se o número de plantas
remanescentes na parcela, calculou-se um número de cerca de 700 sementes de
arroz-vermelho tolerantes por hectare, apenas no primeiro ano de cultivo.
O efeito residual dos herbicidas em culturas não tolerantes foi mensurado
através da coleta de massa seca de azevém (Tabela 3) e estande inicial da cultivar
IRGA 417, semeados em sucessão a aplicação dos herbicidas (Tabela 4). Verificou-
se que, nas avaliações de massa seca do azevém, o tratamento com menor valor foi
a testemunha. Isto se deve a grande quantidade de palha de arroz na superfície do
solo, oriunda das plantas de arroz-vermelho e do arroz cultivado, os quais não
puderam ser colhidos devido o alto grau de acamamento das plantas na parcela
testemunha. Essa palha dificultou o estabelecimento e o desenvolvimento da cultura
do azevém, afetando a produção de massa seca.
Tabela 3. Efeito residual do herbicida imazethapyr + imazapic na massa seca (MS) do
azevém (Lolium multiflorum) coletada aos 119 e 137 dias após a semeadura
(DAS). Santa Maria, RS. 2006.
Tratamentos
HERBICIDA PRE
1/
POS
2/
MS 119 DAS MS 137 DAS
g de i.a. ha
-1
kg ha
-1
kg ha
-1
Testemunha 0 0 1997 b
4/
2760 b
Imazethapyr +imazapic
3/
0 100 2509 a 3130 ab
Imazethapyr +imazapic 50 50 2506 a 3320 ab
Média 2337 3070
C.V.(%) 12,5 13,4
1/
Aplicação em pré-emergência;
2/
Aplicação em pós-emergência com o arroz-vermelho no estádio V
5
, segundo
escala de Counce et al. (2000);
3/
Recomendação para o cultivo do arroz Clearfield no Brasil;
4/
Na coluna, médias
não seguidas da mesma letra para cada parâmetro analisado, diferem pelo teste de Tukey (P=0,05).
O estande inicial da cultivar IRGA 417 foi afetado negativamente nos
tratamentos com aplicação do herbicida no ano anterior (Tabela 4), indicando que
havia quantidade de herbicida no solo suficiente para causar fitotoxicidade ao arroz
não tolerante. Em geral, a persistência dos herbicidas do grupo das imidazolinonas
26
aumenta conforme aumenta o teor de argila e matéria orgânica do solo, diminuindo
com o aumento do pH (MANGELS, 1991; OLIVEIRA Jr. et al., 1999; STOUGAARD
et al., 1990). Segundo MARSH & LLOYD (1996), para a cultura do milho os maiores
danos de persistência do herbicida imazaquin ocorrem quando o pH for menor ou
igual a 5,5, sendo assim, nas condições do experimento, com baixo teor de argila e
de matéria orgânica, o principal fator de solo que atua na persistência destes
herbicidas é o pH. Comparando o estande inicial da cultivar IRGA 417 com o
estande da cultivar IRGA 422 CL, observa-se que este foi menor na cultivar não
tolerante. Mesmo o estande da cultivar tolerante foi afetado quando no ano anterior
utilizou-se herbicidas do grupo das imidazolinonas. Os principais mecanismos à
degradação destes herbicidas no solo são a degradação microbiana (GOETZ et al.,
1990) e a decomposição fotolítica, especialmente quando exposto à luz ultravioleta
(MALLIPUDI et al., 1991). Portanto, deve-se levar em conta o sistema de cultivo
utilizado, que foi o plantio direto, assim sendo, ocorre uma menor exposição das
partículas do solo a luz e a ação dos microorganismos, diminuindo
consequentemente a degradação destes herbicidas.
Tabela 4. Efeito residual do herbicida imazethapyr+imazapic no estande inicial (EI) das
cultivar IRGA 417 e IRGA 422 CL, na safra 2005/06, semeada um ano após a
utilização de herbicidas do grupo das imidazolinonas. Santa Maria, RS. 2006.
Tratamentos utilizados na safra 04/05
EI Redução EI
EI Redução EI
HERBICIDA PRE
1/
POS
2/
IRGA 417 IRGA 422 CL
g ha
-1
de i.a. plantas m
-2
% plantas m
-2
%
Testemunha 0 0 189 a
4/
0 159
ns
0
Imazethapyr
+imazapic
3/
0 100 137 b 28 147 7,5
Imazethapyr
+imazapic
50 50 142 b 25 149 6,0
Média 156 26,5 152 6,75
C.V.(%) 17,4 18,4
1/
Aplicação em pré-emergência;
2/
Aplicação em pós-emergência com o arroz-vermelho no estádio V
5
, segundo
escala de Counce et al. (2000);
3/
Recomendação para o cultivo do arroz Clearfield no Brasil;
4/
Na coluna, médias
não seguidas da mesma letra, diferem pelo teste de Tukey (P=0,05).
Conclusão
27
O herbicida Only
?
, controla eficientemente o arroz-vermelho em arroz
tolerante, e, embora apresente alta fitotoxicidade inicial no primeiro ano de
aplicação, não afeta a produtividade da cultivar tolerante.
O estande inicial da cultivar IRGA 417 é afetado pelo residual do herbicida
Only
?
presente no solo.
Ocorre cruzamento natural entre o arroz-vermelho e o arroz cultivado, sendo
que a taxa obtida no experimento foi de 0,065%.
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28
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31
CAPÍTULO II
CONTROLE DE ARROZ-VERMELHO EM DOIS GENÓTIPOS DE ARROZ (Oryza
sativa) TOLERANTES A HERBICIDAS DO GRUPO DAS IMIDAZOLINONAS
RED RICE CONTROL IN TWO RICE GENOTYPES TOLERANT/RESISTENT TO
THE IMIDAZOLINONES HERBICIDES
Resumo
O arroz-vermelho (Oryza spp.) é um dos principais fatores limitantes da
produtividade de grãos do arroz irrigado (O. sativa L.). Este trabalho teve como
objetivo avaliar o controle de arroz-vermelho e o desempenho de dois genótipos de
arroz irrigado, IRGA 422 CL e Tuno CL, a herbicidas do grupo das imidazolinonas a
doses e épocas de aplicações do herbicida Only
?
(imazethapyr 75 g L
-1
+ imazapic
25 g L
-1
), em áreas com alta infestação de arroz-vermelho. O experimento foi
conduzido em Santa Maria-RS no ano agrícola 2004/05. O delineamento
experimental foi de blocos ao acaso em esquema bifatorial (2x10) com quatro
repetições. O fator A foi composto por dois genótipos de arroz tolerantes as
imidazolinonas, uma cultivar (IRGA 422 CL) e um híbrido (Tuno CL); e o fator D
pelos tratamentos para o controle de arroz-vermelho oriundo de combinações de
doses e épocas de aplicação do herbicida. Constata-se que o híbrido é mais
tolerante ao herbicida Only
?
, quando comparado à cultivar, sendo possível a
utilização de dose total de até 2,0 L ha
-1
no híbrido, em áreas com alta infestação de
arroz-vermelho, sem afetar a produtividade. O controle de arroz-vermelho é total
com aplicação fracionada do herbicida em pré e pós-emergência (PRE + POS),
desde que o total aplicado não seja inferior a 1,25 L ha
-1
. Esta condição é atendida
pelo tratamento com 0,75 L ha
-1
em PRE mais 0,5 L ha
-1
em POS, o qual propicia a
menor dose total dentre aqueles com 100% de controle, não afetando a
produtividade e apresentando fitotoxicidade semelhante ao tratamento com 1,0 L
ha
-1
em POS, utilizado como referência.
Palavras-chave: Clearfield, imazapic, imazethapyr, IRGA 422 CL, Only
®
, Tuno CL.
32
Abstract
Red rice (Oryza spp.) is one of the main limiting factors to rice (O. sativa L.)
yield. It was conducted an experiment with the objective of evaluate red rice control
and the behavior of two rice genotypes, one tolerant and one resistant, to the
imidazolinones herbicides to Only
®
(imazethapyr 75 g L
-1
+ imazapic 25 g L
-1
)
application rates and timing. The experiment was conducted in Santa Maria, RS,
Brazil, in 2004/05. The experimental was a factorial in randomized block design with
four replications. The factor A included the rice genotypes: a tolerant cultivar (IRGA
422 CL) and a resistant hybrid (Tuno CL); and the factor D included the treatments
for red rice control which was a combination of rates and herbicide application timing.
When compared with the cultivar, the hybrid was more tolerant to the herbicide
Only
?
. It was possible the application of rates up to 2.0 L ha
-1
in the hybrid, without
affecting rice yield. Red rice control was total with split application of Only
?
in PRE
and POST, with the total rate above 1.25 L ha
-1
. The most efficient treatment was
with application of 0.75 L ha
-1
in PRE followed by 0.5 L ha
-1
in POS, because, it was
the lowest rate that promoted 100% control, with relatively low toxicity to the cultivar
and without affecting rice yield.
Key words: Clearfield, imazapic, imazethapyr, IRGA 422 CL, Only
®
, Tuno CL.
Introdução
O arroz-vermelho é a principal planta daninha da cultura do arroz irrigado no
mundo, reduzindo a produtividade e a qualidade do produto colhido. Após várias
décadas de busca de alternativas para o controle seletivo do arroz-vermelho,
desenvolveram-se genótipos de arroz tolerantes a herbicida do grupo químico das
imidazolinonas, através de mutação induzida por radiação gama e/ou transformação
química por etil metanosulfonato EMS (CROUGHAN, 1998). O uso destes
herbicidas em genótipos com essa característica, constitui-se numa ferramenta
eficiente para o controle de arroz-vermelho (STEELE et al., 2002; OTTIS et al., 2003;
WEBSTER et al., 1998).
A eficiência do controle de arroz-vermelho com o uso do imazethapyr varia,
33
entre outros fatores, com a dose e a época de aplicação do produto. O controle pode
atingir 100% neste sistema, mas para que este nível seja alcançado há a
necessidade de duas aspersões de imazethapyr, uma em pré-emergência (PRE) e
uma em pós-emergência (POS) (STEELE et al., 2002; OTTIS et al., 2003). Em
diferentes estádios de desenvolvimento, doses de 36 a 140 g ha
-1
foram eficientes
no controle de arroz-vermelho, mas em pós-emergência a toxicidade nas plantas é
elevada em genótipos com menor tolerância podendo resultar na redução da
produtividade (STEELE et al., 2002; PELLERIN e WEBSTER, 2004).
Nos EUA, preconiza-se à utilização de aplicações seqüenciais de
imazethapyr: uma com 70 g ha
-1
, em pré-plantio incorporado ou PRE, seguido de 70
g ha
-1
em POS, com o arroz no estádio de três a cinco folhas, independente da
textura do solo (OTTIS et al., 2003). Por outro lado, no Brasil, preconiza-se uma
única aplicação de 1,0 L ha
-1
de Only
®
em POS quando as plantas de arroz-vermelho
encontram-se no estádio de até quatro folhas. À medida que a aplicação é atrasada,
a eficiência de controle diminui, principalmente em áreas com alta infestação,
podendo ocorrer cruzamento natural entre o genótipo de arroz tolerante ao herbicida
e o arroz-vermelho (GEALY et al., 2003). O fluxo gênico ocorre quando há deficiente
controle, podendo causar o surgimento de biótipos de arroz-vermelho tolerante a
imidazolinonas, abreviando a longevidade dessa tecnologia. Por isso, é importante
também a utilização de práticas integradas de manejo visando aumentar o controle
do arroz-vermelho e reduzir a possibilidade deste cruzamento natural.
Em vista do exposto, foi conduzido um experimento com o objetivo de avaliar
o controle de arroz-vermelho e o desempenho de dois genótipos de arroz irrigado,
IRGA 422 CL e Tuno CL, a herbicidas do grupo das imidazolinonas a doses e
épocas de aplicações do herbicida Only
?
(imazethapyr 75 g L
-1
+ imazapic 25 g L
-1
),
em áreas com alta infestação de arroz-vermelho.
Material e métodos
O experimento foi conduzido no ano agrícola 2004/05, em um Planossolo
Hidromófico eutrófico arênico (pH
água
(1:1)= 5,0; P= 8,0 mg dm
-3
; K= 32 mg dm
-3
;
argila= 20%; M.O.= 1,6%; Ca= 3,3 cmol
c
dm
-3
; Mg= 1,0 cmol
c
dm
-3
e Al= 0,6 cmol
c
dm
-3
), localizado na área de pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria em
34
Santa Maria-RS. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema
bifatorial (2 x 10), com quatro repetições. O fator A foi composto por dois genótipos
de arroz tolerantes as imidazolinonas, uma cultivar (IRGA 422 CL) e um híbrido
(Tuno CL), e o fator D pelos tratamentos com Only
®
que é uma mistura formulada de
75 g L
-1
de imazethapyr e 25 g L
-1
de imazapic (Tabela 5).
Para homogeneizar o banco de sementes de arroz-vermelho, juntamente com
a aplicação da adubação de base (6, 60 e 90 kg ha
-1
de N, P
2
0
5
e K
2
O,
respectivamente), dois dias antes da semeadura do arroz, distribuiu-se a lanço e
incorporou-se ao solo a quantidade de 125 kg ha
-1
de sementes de arroz-vermelho,
obtendo-se população média de 219 plantas de arroz-vermelho m
-2
. A semeadura do
arroz cultivado foi realizada em linhas espaçadas de 20cm, no dia 29/10/2004,
utilizando-se 108 e 45 kg ha
-1
de sementes, para a cultivar e para o híbrido,
respectivamente.
A aplicação do herbicida em PRE, um dia após a semeadura, foi efetuada
com um pulverizador costal pressurizado com CO
2
munido de pontas leque 11002,
com uma vazão de 125 L ha
-1
. O grau de umidade do solo no momento dessa
aplicação encontrava-se adequado para a germinação das sementes, sendo que na
semana seguinte ocorreu precipitação pluvial de 50 mm, constituindo-se numa
condição favorável para aplicação em PRE desse herbicida. A aplicação em POS, foi
efetuada aos 14 dias após a emergência (DAE) quando as plantas do arroz cultivado
encontravam-se no estádio V4 (COUNCE et al., 2000) e as de arroz-vermelho
encontravam-se em V5. A vazão utilizada foi de 150 L ha
-1
, com adição de 0,5% v.v.
-
1
de óleo mineral emulsionável.
Um dia após a aplicação do tratamento em POS, a área foi inundada,
mantendo-se lâmina d’água constante de aproximadamente 5 cm de altura. O
nitrogênio foi aplicado na forma de uréia e parcelado em três épocas: 6 kg ha
-1
de N
na semeadura; 60 kg ha
-1
de N no estádio V4, um dia antes da inundação; e 60 kg
ha
-1
de N na iniciação da panícula (R0). Juntamente com a terceira aplicação de N,
foi aplicado 500 g ha
-1
do inseticida carbofuran para controlar larvas do gorgulho-
aquático-do-arroz (Oryzophagus oryzae).
Efetuou-se a contagem do número de colmos em um metro linear na linha de
semeadura, previamente demarcada em cada parcela, aos 24, 36 e 48 DAE. Nessa
mesma área, determinou-se o número de panículas por planta e coletou-se 10
panículas, das quais determinou-se o número de grãos por panícula e a massa de
35
mil grãos. A avaliação de fitotoxicidade ao arroz tolerante foi realizada aos 16 dias
após a aplicação dos tratamentos em POS. A avaliação do controle de arroz-
vermelho foi realizada no dia da colheita, sendo os valores estimados visualmente
utilizando uma escala de 0 a 100%, onde 0= sem fitotoxicidade ou controle e 100=
morte das plantas ou controle completo.
A produtividade de grãos foi determinada através da colheita manual em área
de 8,0m
2
(5,0 x 1,6m), quando os grãos apresentavam umidade média de 20%.
Após a trilha, limpeza e pesagem dos grãos com casca, os dados foram corrigidos
para 13% de umidade e convertidos em kg ha
-1
. Os dados foram submetidas à
análise de variância e as média comparadas pelo teste Tukey (P=0,05). Para a
análise estatística, os dados de controle de arroz-vermelho e fitotoxicidade foram
transformados para
0,5)/100(yosenarcoyt ??
e os demais dados em
porcentagem foram transformados para 1yyt ?? .
Resultados e discussão
Para produtividade de grãos, fitotoxicidade e controle de arroz-vermelho
(Tabela 4), houve interação entre genótipos e tratamentos do herbicida. O híbrido
(Tuno CL) destacou-se como genótipo mais produtivo do que a cultivar (IRGA 422
CL), independente da dose ou época de aplicação do herbicida, com exceção da
testemunha (D1). A utilização do herbicida proporcionou aumento da produtividade
de grãos em relação a testemunha, com acréscimo de 55% para a cultivar e de
121% para o híbrido. No híbrido, as doses e épocas não afetaram a produtividade de
grãos, porém para a cultivar, houve redução nos tratamentos D7 e D8 em relação a
D2. Apesar dessa diferença na produtividade deve-se considerar que a dose
utilizada em D2, abaixo da recomendada, pode não reproduzir os mesmos
resultados em diferentes condições de ambiente e manejo, ocorrendo risco de
escape de arroz-vermelho.
36
Tabela 5. Produtividade de grãos, fitotoxicidade aos 16 dias após a aplicação do tratamento em POS e controle de arroz-vermelho (AV) no dia
da colheita, em resposta a doses e épocas de aplicação do herbicida Only
?
utilizando genótipos de arroz tolerante. Santa Maria-RS,
2006
Doses de Only
? 1/
Genótipos
Produtividade de grãos
Fitotoxicidade
Controle de AV
Código do
tratamento
PRE
2/
POS
3/
Total
IRGA 422 CL Tuno CL IRGA 422 CL Tuno CL IRGA 422 CL Tuno CL
----------- L ha
-1
--------
----------------- kg ha
-1
------------ ----------------------------- %
4,5/
-------------------------
D1 0 0 0 A 4.720 c
6/
A 4.978 b --- --- --- ---
D2 0,75 0 0,75 B 8.346 a A 11.200 a A 4 e A 5 cd A 97 b A 98 b
D3 0 1,0 1,0 B 7.046 ab A 10.646 a A 22 d B 14 bc A 97 b A 98 b
D4 1,0 0 1,0 B 8.131 ab A 11.452 a A 6 e A 4 d A 97 b A 98 b
D5 0,5 0,5 1,0 B 7.511 ab A 11.190 a A 11 e A 6 cd B 97 b A 99 a
D6 0,75 0,5 1,25 B 7.495 ab A 11.143 a A 26 cd B 8 cd A 100 a A 100 a
D7 0,75 0,75 1,5 B 6.725 b A 10.792 a A 40 b B 12 bcd A 100 a A 100 a
D8 1,0 0,5 1,5 B 6.766 b A 11.409 a A 33 bc B 8 cd A 100 a A 100 a
D9 1,0 1,0 2,0 B 7.016 ab A 10.809 a A 54 a B 19 ab A 100 a A 100 a
D10 0 2,0 2,0 B 6.806 ab A 10.491 a A 57 a B 28 a A 100 a A 100 a
Média 7.056 10.411 25 10 99 99
C.V. (%) 7,6 3,3 0,2
1/
Mistura formulada de imazethapyr (75 g L
-1
) + imazapic (25 g L
-1
);
2/
Aplicação em pré-emergência;
3/
Aplicação em pós-emergência com o arroz-vermelho no estádio V
5
,
segundo escala de COUNCE et al. (2000);
4/
Para a análise, os dados foram transformados para
0,5)/100(yarcosenyt ??
;
5/
Controle de AV e a fitotoxicidade no arroz
foram avaliados visualmente em percentagem, onde 0 corresponde a ausência de controle ou fitotoxicidade e 100 para controle total ou morte de plantas de arroz;
6/
Para
cada parâmetro analisado, médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna, e de letras maiúsculas na linha diferem pelo teste de Tukey (P=0,05).
37
Na cultivar, a aplicação em POS nas maiores doses (D9 e D10) não afetou a
produtividade do arroz, ainda que a fitotoxicidade inicial tenha sido superior a 50%,
evidenciando que houve recuperação das plantas. Relatos da literatura demonstram
resultados semelhantes, utilizando herbicidas do mesmo grupo (OTTIS et al., 2003 e
AGOSTINETTO et al., 2005). Deve-se levar em conta que aumentando a dose
acima do recomendado, pode-se ter problemas de persistência destes herbicidas no
solo, o que pode causar danos a culturas sucessoras não tolerantes (WILLIAMS et
al., 2002).
O híbrido foi mais tolerante que a cultivar quando aplicou-se 1,0 L ha
-1
em
POS (D3) e naqueles tratamentos com dose total superior a 1,0 L ha
-1
(D6, D7, D8,
D9 e D10). O híbrido é mais tolerante, pois é resultado da introgressão por
retrocruzamento do gene mutante de segunda geração para tolerância a herbicidas
do grupo das imidazolinonas (RENATO LUZZARDI
1
, comunicação pessoal). Para os
tratamentos com dose total de 1,0 L ha
-1
o aumento da dose em POS ocasionou
maior fitotoxicidade (Figura 1), não se refletindo na produtividade. Porém, em
condições adversas para o desenvolvimento da cultura, essa fitotoxicidade poderá
afetar a produtividade de grãos.
Para a cultivar (Tabela 5), os tratamentos com as doses de 0,75 L ha
-1
em
PRE (D2), 1,0 L ha
-1
em PRE (D4) e a dose de 1,0 L ha
-1
fracionada (D5),
proporcionaram menor fitotoxicidade que o tratamento referência com a dose de 1,0
L ha
-1
em POS (D3). Verificou-se também que o tratamento D3 apresentou
fitotoxicidade semelhante aos tratamentos com dose total de 1,25 a 1,5 L ha
-1
(D6,
D7 e D8). Para o híbrido, os tratamentos que proporcionaram menor fitotoxicidade
foram D2, D4, D5, D6 e D8 e o tratamento referência (D3) apresentou fitotoxicidade
semelhante a D7 e D9.
O controle de 100% do arroz-vermelho foi obtido com os tratamentos com
dose total aplicada a partir de 1,25 L ha
-1
(D6, D7, D8, D9 e D10) onde ocorreu a
maior fitotoxicidade para ambos os genótipos. Deve-se ressaltar duas práticas de
manejo que contribuíram para o controle do arroz-vermelho, a aplicação precoce dos
herbicidas e a irrigação imediatamente após a aplicação do herbicida em POS,
estando de acordo com relatos de WILLIAMS et al. (2002), pois, a irrigação
proporciona maior disponibilidade e absorção do herbicida pelas plantas. Além
1
Eng. Agrônomo, M. Sc. Gerente de Pesquisa da RiceTec Sementes LTDA Av. São Paulo, 877, Bairro São
Geraldo, Porto Alegre, RS. CEP 90230-161.
38
disso, a água atua como barreira para a emergência das plantas de arroz-vermelho,
auxiliando no controle. Também, a área do experimento sendo sistematizada auxilia
na manutenção da lâmina da água uniforme e constante, e não havendo taipas,
diminui-se o problema de reinfestacão. Com isso, devemos ter cuidado, pois, em
lavouras sem essas características o controle de 100% do arroz-vermelho torna-se
mais difícil.
Para as variáveis colmos por planta, estatura de plantas, panículas por metro
quadrado, grãos por panícula, massa de mil grãos e esterilidade de espiguetas, não
houve interação entre genótipos e tratamentos do herbicida (Tabela 6).
O número de colmos por planta do arroz (24 e 36 DAE) foi menor quando
aplicou-se 1,0 L ha
-1
em POS ou com doses maiores que 1,0 L ha
-1
, porém não foi
afetado na avaliação aos 48 DAE. Isto indica que a fitotoxicidade do herbicida
retardou a emissão de perfilhos, no entanto as plantas compensaram através da
emissão de colmos após o efeito fitotóxico. Independente da época de avaliação, o
híbrido apresentou maior número de colmos por planta.
b
b
a
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0+1 1+0 0,5+0,5
Doses de Only (PRE+POS)
Fitotoxicidade (%)
Figura 1.
Fitotoxicidade do herbicida Only em genótipos de arroz tolerante, medida
aos 16 dias após a aplicação dos tratamentos em POS, em resposta a
época de aplicação do herbicida. Santa Maria, RS, 2005.
39
Tabela 6. Número de colmos por planta, estatura de plantas (Estatura), número de panículas por metro quadrado (PMQ), número de grãos
por panícula (GP), massa de mil grãos (MMG), esterilidade de espiguetas (EE) de genótipos de arroz tolerante em resposta a doses
e épocas de aplicação do herbicida Only
?
. Santa Maria-RS, 2006
Doses de Only
? 1/
Colmos por planta
Código do
tratamento
PRE
2/
POS
3/
Total
24 DAE
4/
36 DAE
4/
48 DAE
4/
Estatura PMQ GP MMG EE
5/
----------- L ha
-1
--------
------------ n
o
--------------------- cm n
o
n
o
g %
D1 0 0 0
2,7 ab
6/
3,7 ab 3,5
ns
74
ns
321 b
73 b
25
ns
21
ns
D2 0,75 0 0,75
2,9 a 4,1 ab 4,2
78
491 a
84 ab
27
17
D3 0 1,0 1,0
2,1 bc 3,3 b 3,7
78
538 a
80 ab
26
17
D4 1,0 0 1,0
2,9 a 5,0 a 4,6
80
536 a
99 a
26
15
D5 0,5 0,5 1,0
2,9 a 4,8 ab 4,8
77
513 a
91 ab
26
15
D6 0,75 0,5 1,25
2,7 ab
4,8 ab 4,7
79
528 a
84 ab
26
18
D7 0,75 0,75 1,5
2,0 bc 3,7 ab 4,6
79
471 a
81 ab
27
18
D8 1,0 0,5 1,5
2,8 ab
4,7 ab 4,8
78
510 a
94 a
27
14
D9 1,0 1,0 2,0
1,8 c 3,6 ab 4,0
78
414 ab
87 ab
27
15
D10 0 2,0 2,0
1,4 c 3,2 b 3,9
79
478 a
85 ab
27
17
Genótipos
IIRGA 422 CL
2,0 b 3,7 b 3,9 b 70 b
489
ns
64 b 29 a
20 a
Tuno CL
2,9 a 4,5 a 4,7 a 86 a
470
108 a 24 b
14 b
Média geral
2,4 4,1 4,3
78 480 86 26
17
C.V. (%)
19,3 24,0 25,0
4,5 15,8 14,0
3,5 14,1
1/
Mistura formulada de imazethapyr (75 g L
-1
) + imazapic (25 g L
-1
);
2/
Aplicação em pré-emergência;
3/
Aplicação em pós-emergência com o arroz-vermelho no estádio V
5
,
segundo escala de COUNCE et al. (2000);
4/
Dias após a emergência do arroz;
5/
Para a análise, os dados foram transformados para
1yyt ??
;
6
Na coluna, médias não
seguidas da mesma letra para cada parâmetro analisado, (dentro de cada fator), diferem pelo teste de Tukey (P=0,05).
ns
Teste F não significativo (P=0,05).
40
A estatura de plantas, avaliada no momento da colheita, não foi afetada pela
aplicação do herbicida, diferindo apenas entre genótipos. Na presença de arroz-
vermelho, AGOSTINETTO et al. (2005) verificaram que a estatura de planta reduziu
apenas quando o herbicida foi aplicado aos 45 dias após a emergência.
Os diferentes tratamentos com o herbicida não afetaram o número de
panículas por metro quadrado e de grãos por panícula. Por outro lado, a testemunha
sem a aplicação do herbicida (D1) afetou negativamente estes parâmetros devido a
alta infestação de arroz-vermelho (219 plantas m
-2
), planta daninha que, em
competição com o arroz cultivado, reduziu a produtividade de grãos, pelo fato de
afetar justamente os componentes do rendimento (BALBINOT Jr. et al., 2003a).
A massa de mil grãos e esterilidade de espiguetas não foram afetadas pelo
herbicida. O maior número de grãos por panícula e a menor esterilidade observada
no híbrido, proporcionou maior produtividade de grãos em relação a cultivar.
BALBINOT Jr. et al. (2003a), trabalhando com competição de genótipos com o arroz-
vermelho, também observaram que a cultivar híbrida obteve um maior número de
grãos por panícula, tanto na presença quanto na ausência arroz-vermelho. É
importante destacar a alta capacidade de perfilhamento do híbrido, que embora
semeado em densidade inferior a cultivar, apresentou valor equivalente para o
número de panículas por metro quadrado na colheita.
A utilização de genótipos de arroz tolerante com o herbicida Only
?
não pode
ser considerado uma solução definitiva para eliminar as infestações de arroz-
vermelho, constituindo-se em alternativa a ser complementada com outras técnicas
de manejo. Fatores edafoclimáticos e de manejo da lavoura são decisivos na
resposta dos herbicidas. Nesse sentido o melhor entendimento do efeito destes
fatores no desenvolvimento da planta de arroz tolerantes e no controle do arroz-
vermelho nesse sistema é fundamental para o sucesso dessa tecnologia. Práticas de
manejo, como por exemplo, a época de semeadura, o manejo do nitrogênio e da
irrigação, entre outras devem ser melhor entendidas.
41
Conclusão
O Tuno CL é mais tolerante ao herbicida Only
?
, quando comparado à cultivar
IRGA 422 CL, tolerando dose total de até 2,0 L ha
-1
, sem afetar a produtividade.
O controle de arroz-vermelho é total com aplicação fracionada do herbicida
(PRE + POS), desde que o total aplicado não seja inferior a 1,25 L ha
-1
. Esta
condição é atendida pelo tratamento com 0,75 L ha
-1
em PRE mais 0,5 L ha
-1
em
POS (D6), o qual propicia a menor dose total dentre aqueles com 100% de controle,
não afetando a produtividade e apresentando fitotoxicidade semelhante ao
tratamento com 1,0 L ha
-1
em POS (D3), utilizado como referência.
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Agriculture, v. 45, n. 1, p. 16-17, 2002.
49
ANEXOS
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Outubro
Temperatura (°C)
Tmin
Tmax
Anexo I Temperaturas mínimas e máximas ocorridas durante o mês de outubro
de 2004. Santa Maria, RS. 2006.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Novembro
Temperatura (°C)
Tmin
Tmax
Anexo II Temperaturas mínimas e máximas ocorridas durante o mês de
novembro de 2004. Santa Maria, RS. 2006.
50
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Dezembro
Temperatura (°C)
Tmin
Tmax
Anexo III Temperaturas mínimas e máximas ocorridas durante o mês de
dezembro de 2004. Santa Maria, RS. 2006.
0
10
20
30
40
50
60
70
9 10 13 16 17 19 24 27 31
Dia
Precipitação (mm)
Anexo IV Precipitação pluvial diária ocorrida no mês de outubro de 2004. Santa
Maria, RS. 2006.
51
0
10
20
30
40
50
60
70
4 5 6 9 10 12 13
Dia
Precipitação (mm)
Anexo V Precipitação pluvial diária ocorrida no mês de novembro de 2004.
Santa Maria, RS. 2006.
0
10
20
30
40
50
60
70
4 6 16 20 25 31
Dia do mês de Dezembro
Precipitação (mm)
Anexo VI Precipitação pluvial diária ocorrida no mês de novembro de 2004.
Santa Maria, RS. 2006.
52
Testemunha
0,5 L ha
-
1
0,75 L ha
-
1
1,0 L ha
-
1
Anexo VII
Efeito da aplicação de doses
do herbicida Only
®
em PRE
no arroz-vermelho
aos 2
DAE. Santa Maria, RS. 2006.
Testemunha
0,5 L ha
-
1
0,75 L ha
-
1
1,0 L ha
-
1
Anexo VII
I
Efeito da aplicação de doses
do herbicida Only
®
em PRE
na cultivar IRGA 422 CL
aos
2 DAE.
Santa Maria, RS.
2006.
Testemunha
0,5 L ha
-
1
0,75 L ha
-
1
1,0 L ha
-
1
Anexo IX
Efeito da aplicação de doses
do herbicida Only
®
em PRE
no híbrido Tuno CL
aos 2
DAE. Santa Maria, RS. 2006.
V
V
i
i
l
l
l
l
a
a
,
,
S
S
.
.
C
C
.
.
C
C
.
.
V
V
i
i
l
l
l
l
a
a
,
,
S
S
.
.
C
C
.
.
C
C
.
.
V
V
i
i
l
l
l
l
a
a
,
,
S
S
.
.
C
C
.
.
C
C
.
.
53
Anexo X Sintomas de fitotoxicidade do herbicida Only
®
na cultivar IRGA 422 CL.
Santa Maria, RS. 2006.
Anexo XI Plantas submetidas ao teste de germinação utilizando a metodologia
descrita por SILVA (2003) para determinar a taxa de cruzamento entre
o arroz-vermelho e a cultivar IRGA 422 CL, considerando-se oriundas
do cruzamento apenas as plantas que germinaram normalmente (a).
Santa Maria, RS. 2006.
(a)
V
V
i
i
l
l
l
l
a
a
,
,
S
S
.
.
C
C
.
.
C
C
.
.
V
V
i
i
l
l
l
l
a
a
,
,
S
S
.
.
C
C
.
.
C
C
.
.
V
V
i
i
l
l
l
l
a
a
,
,
S
S
.
.
C
C
.
.
C
C
.
.
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