62
Há épocas em que o homem racional e o homem intuitivo ficam lado a lado, um com
medo da intuição, o outro escarnecendo da abstração; este último é tão irracional
quanto o primeiro é inartístico. Ambos desejam ter domínio sobre a vida: este
sabendo através de cuidado prévio, prudência, regularidade, enfrentar as principais
necessidades, aquele, como ‘herói eufórico’, não vendo aquelas necessidades e
tomando somente a vida disfarçada em aparência e em beleza como real.
Para Einstein (apud Covey, 2005, p.21), “os principais problemas com que nos
deparamos não podem ser resolvidos ao mesmo nível de pensamento que tínhamos quando os
criamos”. Isto porque o momento já é outro, além do que a maior parte dos problemas é
resolvida pela capacidade intuitiva do líder. A atribuição maior do líder é a tomada de
decisões, e esta acontece baseada em fatos e dados e sempre associada à sua intuição.
Portanto, para Schreiber (1990, p.65) “o paradoxo da decisão é que nenhuma pode ser tomada
com pleno conhecimento de causa. Se assim fosse, qualquer computador tomaria a decisão”.
Truman, ex-presidente americano, certa vez disse a seu sucessor: “você pode estar
certo de que todas as manhãs, ao chegar no salão oval, terá que enfrentar opções impossíveis,
porque, se fossem possíveis, outros teriam decidido antes”. Provavelmente Truman, ao usar o
termo ‘impossível’, quis dizer ‘difícil’; no entanto, todo líder deve ser criativo para solucionar
problemas difíceis.
Primeiramente o líder deve saber onde se encontra, aonde quer chegar e, também, ter
criatividade e iniciativa para chegar lá, fazendo uso de suas habilidades. Portanto, não basta
ao líder ter o conhecimento, é necessário ter habilidades para bem aplicá-lo. Brian (1999, p.
213) ratifica o exposto acima ao dizer: “Não acredito que os indivíduos possuam dons
especiais. Só acredito que existe, de um lado, o talento, e de outro, as habilidades treinadas”.
Para Aristóteles (apud Gaarder, 1995, p.131), “o homem só é feliz se puder desenvolver e
utilizar todas as suas capacidades e possibilidades”. Portanto, é preciso, além do saber, saber
fazer, ou seja, desenvolver habilidades para bem aplicar os conhecimentos. Dentre as
habilidades que um líder deve ter, destacam-se: visão, disciplina, capacidade para ouvir,
comunicar-se e fazer bom uso do poder.
Visão e criatividade são características abordadas por Covey (2005,p.67), quando cita
que o líder visionário pensa grande, pensa novidade, pensa para frente e, mais importante, está
em contato com a estrutura profunda da consciência humana e do potencial criativo.
A visão e a disciplina são duas das habilidades importantes do líder. Para Covey (2005,
p.68), “a visão, a disciplina e a paixão regem o mundo”. Redmond e Tribbett (2004, p.15),
referem-se à visão de uma maneira diferenciada quando dizem que “para liderar deve-se ter
um objetivo em mente e um plano para alcançá-lo. Isso é o que se entende por visão”.
Todavia, não se desenvolve nenhuma habilidade sem que haja disciplina. Já Michelangelo