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Sendo ele próprio um dos atores mais importantes desse pro-
cesso, estando no centro dos acontecimentos na sua fase mais dinâ-
mica, a partir dos anos 1930, o autor revela notável domínio das
informações, expondo sua visão dos fatos de forma direta e clara.
Como explica (ibid.), o trabalho é produto de uma pesquisa de mais
de dez anos, exatamente, 17 anos segundo sua esposa,
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após um
sem número de consultas à Biblioteca Nacional, à ex-Biblioteca
Municipal, ao Arquivo Nacional, à Biblioteca da Câmara dos Depu-
tados, a Ministérios, à extinta Câmara dos Vereadores do antigo
Distrito Federal, assim como às Câmaras, Secretarias de Educação,
autoridades educacionais civis e militares dos estados, visitas às esco-
las, cartas de pedidos de esclarecimentos, entrevistas com antigos
professores e dirigentes, leitura de relatórios e de material bibliográ-
fico. Além de cuidadosa cronologia ao fim de cada capítulo, a obra
traz, em anexo, a transcrição de muitas leis, decretos, regulamentos,
regimentos, instruções e gráficos com dados estatísticos (ibid.).
Dada a ausência de indicações textuais sobre as bases teóricas
de sua historiografia, nos ateremos a algumas hipóteses de traba-
lho
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. Seu texto pode ser situado dentro do paradigma da história
tradicional, segundo o qual a história diz respeito, essencialmente, à
política; é uma narrativa de acontecimentos; oferece uma visão de
cima, concentrada na ação dos grandes homens; está baseado em
documentos, entendidos como registros oficiais, emanados do
governo e preservados em arquivos. Teria por base um modelo
de explicação causal; é objetiva, sendo a tarefa do historiador apre-
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O retorno aos arquivos de instituições às quais ele pertenceu e a entrevista com seu filho, o
Eng. Luís Carlos Bulhões Carvalho da Fonseca (Fonseca, 2007) não nos permitiu obter mais
informações sobre a documentação por ele utilizada e um livro sobre Ensino Técnico Comparado
que Celso não chegou a ver publicado (Ortigão, 1967, p. 41).
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A família mudou-se de casa após sua morte (1966) e os filhos não sabem informar
sobre o que foi feito de sua biblioteca. Segundo o entrevistado (op. cit.), “ele não levava
os problemas profissionais para casa”. Apenas uma informação importante recolhemos
do livro escrito por Emi Bulhões Carvalho da Fonseca, sua esposa, já falecida: a de que
Celso Suckow trabalhou por dezessete anos na elaboração do livro que ela chama de “A
História das Indústrias“ (Fonseca, 1968, p. 37).
CELSO SUCKOW_fev2010.pmd 21/10/2010, 07:5749