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Tabela 5.5 – Valores médios dos ensaios em tração nas fibras de sisal
Termicamente tratadas
Fibras
Propriedades
Não-
tratadas
1 hora 3 horas 48 horas 72 horas
Alongamento médio no limite de
resistência à tração (%)
7,6 ± 0,6 6,1 ± 0,8 6,4 ± 0,4 8,0 ± 0,8 7,2 ± 0,8
Limite de resistência à tração (MPa) 24,4 21,2 19,4 18,7 17,4
Desvio padrão 3,6 2,8 1,7 1,2 2,0
Coeficiente de variação (%) 14,8 13,4 9,0 6,6 11,7
Considerando o tempo de exposição do material ao tratamento térmico, conclui-
se que, quanto maior o tempo de tratamento, menor é sua resistência à tração, podendo
ser confirmada pelo desvio padrão e com o coeficiente de variação em torno de 11%.
O tratamento térmico a 60°C por uma hora, três horas, 48 horas e 72 horas
apresenta uma redução na resistência à tração do tecido em torno de 13%, 20%, 23% e
29%, respectivamente, em comparação à condição não-tratada.
Não se observa uma influência no alongamento com a variação no tempo de
exposição ao tratamento, uma vez que seus valores não apresentaram uma redução
proporcional ao tempo de tratamento utilizado, sendo que para 48 horas de tratamento
houve aumento no alongamento, confirmado pela Figura 5.17. Em comparação com o
material não-tratado, a redução foi por volta de 5 a 20% e o aumento após 48 horas de
tratamento foi de 5%.
A Figura 5.18 mostra o valor médio do limite de resistência à tração versus a
redução média no teor de água com o tratamento térmico. A resistência apresenta
redução proporcional à redução de água presente nas fibras.
A redução média no teor de água da fibra depois de 72 horas em estufa a 60ºC é
menor que 1%, totalizando uma redução de aproximadamente 11%, valor confirmado
pela curva de TG da fibra de sisal, Figura 5.2.
A presença de grupos hidroxilas na celulose das fibras naturais forma pontes de
hidrogênio com a água e de acordo com Saheb e Jog (1999), pontes de hidrogênio e
outras ligações são responsáveis em promover a resistência e a dureza necessária às
fibras (MILANESE et al., 2007).