Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
Avifauna do Rio Paraguai, Pantanal de Cáceres, Mato
Grosso.
Josué Ribeiro da Silva Nunes
São Carlos SP
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Avifauna do Rio Paraguai, Pantanal de Cáceres, Mato
Grosso.
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
Avifauna do Rio Paraguai, Pantanal de Cáceres, Mato
Grosso.
Josué Ribeiro da Silva Nunes
Tese apresentada à Coordenação do Programa
de Pós-graduação em Ciências Biológicas,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Doutor em Ciências, Área de
concentração Ecologia e Recursos Naturais.
Orientador: Dr. Manoel Martins Dias Filho
São Carlos SP
2010
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
N972ar
Nunes, Josué Ribeiro da Silva.
Avifauna do Rio Paraguai, Pantanal de Cáceres, Mato
Grosso / Josué Ribeiro da Silva Nunes. -- São Carlos :
UFSCar, 2010.
256 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2010.
1. Ave aquática. 2. Pantanal Mato-grossense (MS e MT).
3. Diversidade biológica. 4. Rios. 5. Baías. 6. Conservação
biológica. I. Título.
CDD: 598.2924 (20
a
)
A Paula (vida)
Ao Davi (inspiração)
A Ana Julia (amor)
Ao Paulo (carinho)
AGRADECIMENTOS
Ao Fundo de Amparo a Pesquisa no Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), pelo apoio
logístico para a realização desta tese.
A UFSCar pela possibilidade de qualificação em uma universidade de tamanha
qualidade. Espero que esta relação não termine aqui.
A UNEMAT, onde sei que ainda tenho uma longa caminhada, e sei que tenho muito a
contribuir e construir.
Ao convênio UFSCar/UNEMAT/FAPEMAT, por meio do qual foi possível realizar esta
qualificação.
A coordenação de Pós-graduação da UFSCar, que de forma tão competente nos auxiliou
durante estes quatro anos.
Ao incrível Manoel, meu orientador. Meu Deus! Como admiro esse homem e o
conhecimento que possui seu profundo interesse pelos organismos alados e pela vida.
Ao professor José Eduardo dos Santos, que nos auxiliou durante esse período e que com
sua competência demonstrou o que se espera de um doutor e da importância dessa
formação para o país.
A professora Carolina Joana da Silva, que desde a muito, vem-me orientando na vida
acadêmica e que se tornou uma amiga em todos os momentos.
A Miramy Macedo, amiga que me inspirou em muitos momentos, pelos bons momentos
em que trabalhamos juntos e pelo ótimo aprendizado que tive.
A professora Odete Rocha, pelas contribuições valiosas e apontamentos para melhoria
do trabalho.
Ao Magno Botelho Castelo Branco, que conhecia através da dissertação e tese e pude
conhecer melhor ainda, durante a defesa na banca, obrigado pela contribuição.
Ao professor Evaldo Luiz Gaeta Espindola, pelas contribuições ao trabalho e pelo
interesse com que dedicou-se a leitura do manuscrito, muito grato.
A prof. Angélica, pela simpatia e contribuições ao trabalho.
A Paula, depois desses anos e das muitas experiências que tivemos, creio que estamos
irremediavelmente ligados, o tanto que vivemos, parece não caber nos anos que
estamos juntos, e o amor que sinto parece não caber mais em meu coração e o cabe,
explode por cada poro do meu corpo e inunda por completo qualquer ambiente em que
eu esteja presente, e assim sigo, mergulhado neste amor por toda a minha vida.
Ao Davi, filho da minha vida e do meu coração, que não está mais aqui, mas enquanto
esteve mudou completamente a minha vida, meu modo de enxergar o mundo e de reagir
às situações. Tenho certeza de que ninguém neste mundo me ensinará mais que você me
ensinou meu filho. Amor eterno.
A Ana Julia, que como o nome diz, é agraciada e cheia de vida, e tem sido a alegria em
meu dia-a-dia. Com sua inteligência me surpreende a todo o momento e sua companhia
tem sido motivação para todas as situações. Jamais imaginei que pudesse ter uma filha
tão linda, inteligente, meiga, adorável, e com tanta sorte, pois é a cara da mãe. Se existe
beleza em um milagre, você é a melhor representação dela.
Ao Paulo, meu 3
o
filho, e todos durante o doutorado! Jamais imaginei que poderia ser
tão produtivo, você ainda nem chegou, mas é esperado com amor e carinho, amo
você. Chegou e partiu, este pequeno intervalo foi o suficiente para amá-lo
profundamente, te amo filho.
A minha sogra Donata e ao meu sogro Paulino, que tem me apoiado muito em todos os
momentos.
Aos meus irmãos, Silvia, Aézio, Dora, Wilson, Nunes, Zé, Edinho, Laine, Marilza,
Vando, Inácio, Luiz Carlos, Ana Lucia e Angélica, todos moram em meu coração e me
ajudam mesmo em silencio, mesmo às vezes distante, mesmo sem nos vermos com a
freqüência necessária, sei que estive sumido nestes quatro anos, mas agora estou de
volta!!!!!!!!!!!
A Marilza sempre presente em minha vida, sempre como um exemplo de luta e de
vitória. Pois a vitória não esta nas coisas palpáveis.
Ao Vando e Ana Rita, que foram sempre um apoio oportuno nos momentos difíceis.
A Leliane e Marcio, pela companhia e conversas em nossa casa, foram e serão bons
momentos.
A minha mãe, doze anos se passaram desde que nos deixaste, mesmo assim consigo
ainda hoje, ouvir claramente sua voz, e ver sua face, penso hoje em tudo que sou e em
tudo que vivi, nas decisões corretas que tomei, se cheguei onde cheguei, se vivi o que
vivi, foi por tudo que aprendi com você, mãe você jamais será esquecida, pois você vive
em mim, muito do que sou, é você.
Ao meu pai, homem valoroso, forte e trabalhador como jamais conheci outro,
comprometido com a família e com as coisas de Deus, aprendi muito com você, e
espero ter para ensinar aos meus filhos agora. Seis anos se passaram desde que o Sr.
partiu mas sei que vive em mim.
A todos os meus sobrinhos, Diego in memoriam, Douglas, Tiago, Aézio Jr., Claudinha,
Elisa, Eloisa, Simone, Débora, Joel, Tatiana, Estevão, Rafaela, Maria Eduarda, Isaque,
Wilsinho, Leliane, Fabio, Fabiano, Sinho, Camila, Breno, Rafael, Tarso, Tamis, Edson
Jr., Emanuel, Mariana, Rodolfo Emanuel, Edervan, Flavia, Moacir, Andre Luiz, Taila,
Luiz Carlos e Gabi, sei que são muitos, mas amo a todos vocês com a mesma
intensidade.
A todos os amados irmãos da IBN Missionária, vocês foram fundamentais nestes quatro
anos, caminhamos juntos e juntos chegamos.
Especialmente ao Marcos e Luiz (Luizinho) colegas do STEMAT, nossas aulas são
maravilhosas mesmo, especiais, com a alegria de um e a seriedade do outro, ficou
perfeito.
Aos colegas de doutorado, muitos se tornaram amigos, todos queridos, ao Claumir,
Jesus, Darci e Darcizinha, Luciana, Márcia, Patrícia, Solange, Anderson, José Ricardo,
Ricardo, Vitor, Mara, Lívia, Salete, Chiquinho, Aguinel, Rodolfo, Solange, Marilene,
Amintas, Gabriela, Alex, Nelson e Eurípedes.
Em especial a Mara, companheira de coleta e de longas conversas nas noites
pantaneiras, só nós sambemos a dureza que é coletar no Pantanal, não é mesmo???
Ao seu Farias, sem você talvez não conseguíssemos chegar nos lugares de difícil acesso,
quem teu seu Farias não precisa de GPS!!!! Pelas conversas e aprendizado.
A Lívia, amiga, da graduação ao doutorado, muitas lutas juntos não??? te admiro muito.
Ainda quero agradecer a Nazareth, Cândida e Robson, me recordo com saudade, da
nossa graduação e de como vocês foram fundamentais, para a conclusão dela, pois
fizeram daquele momento, um momento de alegria, que me fazem neste momento, anos
depois, sorrir novamente.
A Lina rcia, grato pela amizade e conversas nas nossas muitas andanças no trecho
Cuiabá-Tangará-Cuiabá, já sinto saudades.
A Wilkinson pela companhia e conversas em algumas das idas a campo.
Ao Boni, meu amigão e companheiro de todos os momentos, sempre me esperando, esta
entre os olhos que expressam mais felicidade ao me ver, estamos juntos a mais de seis
anos e espero que por muitos mais, sou apaixonado por você, meu melhor amigo, meu
cachorrinho.
Ao Pedrinho da Descalvados, que nos recebeu e permitiu ficar na fazenda ao longo
destes anos, esse lugar é inesquecível, todos deviam conhecer.
As aves, seres incríveis que dominam os céus, sou grato pelo convívio que têm me
proporcionado nestes últimos anos e durante minha vida, sempre tivemos uma relação
de respeito e admiração, vejo isso nos inúmeros encontros que tivemos e que ainda
teremos. Amo todas vocês.
A Deus, que tem sido ao longo de toda a minha existência, a força revelada através da
fé, da esperança e do amor. Que me tem feito enxergar através das dificuldades, que me
tem feito olhar para a solução e não para os problemas, fez-me entender que o que vale,
são as pessoas e não as coisas.
3 Quando eu era filho em companhia de meu pai,
tenro e único diante de minha mãe,
4 então, ele me ensinava e me dizia:
Retenha o teu coração as minhas palavras;
guarda os meus mandamentos e vive;
5 adquire a sabedoria, adquire o entendimento
e não te esqueças das palavras da minha boca,
nem delas te apartes.
6 Não desampares a sabedoria,
e ela te guardará;
ama-a, e ela te protegerá.
7 O princípio da sabedoria é:
adquire a sabedoria;
sim, com tudo o que possuis,
adquire o entendimento.
8 Estima-a, e ela te exaltará;
se a abraçares, ela te honrará;
9 dará a tua cabeça um diadema de graça
e uma coroa de glória te entregará.
10 ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras,
e se te multiplicarão os anos de vida.
11 no caminho da sabedoria, te ensinei
e pelas veredas da retidão te fiz andar.
12 em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos;
se correres, não tropeçaras.
13 Retém a instrução e não a largues;
guarda-a, porque ela é a tua vida.
Provérbios 4: 3-13
RESUMO
O Pantanal possui cerca de 730 espécie de aves das quais cerca de 80 são aquáticas,
sendo a região com maior riqueza e abundância de aves aquáticas do continente. O
estudo foi realizado com o objetivo de registrar a ocorrência e distribuição da avifauna
bem como aspectos ecológicos, ao longo dos 140 km do Rio Paraguai no trecho entre a
área urbana da cidade de Cáceres-MT e a Fazenda Descalvados e em 13 baías parentais
ao longo do rio. Avaliar a importância da conservação destes ambientes para a dinâmica
da avifauna pantaneira também é objeto deste estudo. As coletas foram realizadas de
barco em velocidade constante. Todos os indivíduos avistados ou ouvidos foram
registrados, sendo anotados ainda dados sobre o ambiente do entorno e as condições
climáticas. Foram registradas no total 315 espécies, distribuídas em 65 famílias e 22
ordens, totalizando 44.300 avistamentos. Das espécies encontradas sete são
consideradas ameaçadas segundo a lista da IUCN e 78 segundo a lista da CITIES. O
trecho RIOIII do Rio Paraguai foi o que apresentou maior diversidade e abundância,
entre as baías o ponto BJCRE, que é isolada do rio, apresentou maior riqueza e
abundância. O rio que possui três trechos diferentes caracterizados pela sinuosidade, o
primeiro trecho caracterizado como RIOI é o mais sinuoso de todos (s= 2,2), o trecho
RIOII é o mais retilíneo, (s= 1,4) e o último trecho é o de transição para planície possui
sinuosidade igual a 2,1. Dentre todos os trechos os mais sinuosos são os que possuem
maior diversidade sendo que o trecho RIOIII é o mais diverso e abundante, pois
associado a sinuosidade, tem o fato de estar em uma área bem preservada e na planície
de inundação, outro fator que favoreceu a alta diversidade, o setor RIOI foi o segundo
mais diverso e RIOII foi de longe o menos diverso e menos abundante. Estatisticamente
houve diferença significativa tanto para período hidrológico quanto para ponto de coleta
e entre composição de espécies. Evidenciou-se a importância de áreas vegetais
contínuas nessa região para a avifauna.
Palavras-chave: Pantanal, diversidade, rios, baías, aves, conservação.
ABSTRACT
The Pantanal has about 730 bird species, of about 80 are aquatic birds, being the most
rich and abundant region with aquatic birds of the continent. This study was realized
with the aim to registration the occurrence and distribution of the birds as well as their
ecological aspects, over 140 km of the Paraguai river, between the urban area of
Cáceres-MT county and Descalvados farm, and in 13 parental lakes over the Rivers, to
evaluate the importance and conservation of those environment to the birds dynamics
also is interest of this study. The samples were realized by boat with constant speed, all
the individuals observed or heard were registered, it were also noted data about
surround environment and the climatic conditions. It was registered 315 species,
distributed into 65 families and 22 orders, totalizing 44.300 sightings. Of the found
species, seven are threatened follow IUCN and 78 follow CITIES. The excerpt RIOIII
of the Paraguai river was shown bigger diversity and abundance, between the lakes,
BJCRE which is isolated of the river, shown bigger richness and abundance. The river
had three different excerpts characterized by the sinuosity, the first excerpt called RIOI
is the most sinuosity of all (s= 2,2), the excerpt RIOII is the most straight, (s= 1,4) and
the last one, is the transition excerpt for plain had sinuosity equal to 2,1. Between all
excerpts the most sinuously are that posses bigger diversity being that the RIOIII is the
most diverse and abundant, cause associated with the sinuosity, the excerpt is on an area
well preserved and on the flood plain, another point which favor the high diversity, the
excerpt RIOI were the second most diverse and RIOII were by far the less diverse and
less abundant. Statistically there were significant difference as for hydrologic period as
sample of collect and species composition. It was evidenced the importance of
continuous vegetation areas on this region for birds.
Key-words: Pantanal, diversity, rivers, lakes, birds, conservation.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Tipos vegetacionais no Pantanal Mato-grossense........................
35
FIGURA 2.
Localização da área de estudo no Rio Paraguai, do município
de Cáceres á sede da Fazenda Descalvados, Cáceres MT ........
38
FIGURA 3.
Trecho I do Rio Paraguai entre a cidade de ceres e a Baía
Canto Grande ...............................................................................
40
FIGURA 4.
Imagem do trecho I do Rio Paraguai na Ponte “Marechal
Rondon“ e do cais com os barcos atracados no porto da cidade
de Cáceres ....................................................................................
41
FIGURA 5.
Imagem do trecho I do Rio Paraguai, evidenciando a morraria,
porção final do trecho ..................................................................
42
FIGURA 6.
Trecho II do Rio Paraguai entre a Baía Canto Grande até a Baía
Das Éguas/Paca ............................................................................
43
FIGURA 7.
Imagem do trecho II do Rio Paraguai, evidenciando a morraria .
44
FIGURA 8.
Trecho II do Rio Paraguai entre as baías Natalino e Éguas/Paca
45
FIGURA 9.
Trecho III do Rio Paraguai entre a Baía Canto Grande até a
Baía Das Éguas/Paca ...................................................................
46
FIGURA 10.
Trecho III do Rio Paraguai entre as baías Natalino e a Fazenda
Descalvados..................................................................................
47
FIGURA 11.
Baía do Malheiro possui ligação direta com o rio, esta
localizada no início do treco I do rio Paraguai ............................
48
FIGURA 12.
Baía do Malheiro, ligada direto ao rio Paraguai ..........................
49
FIGURA 13.
Baía Retiro Velho, conectada diretamente ao rio Paraguai .........
50
FIGURA 14.
Baía Retiro Velho, conectada direta ao rio Paraguai ...................
51
FIGURA 15.
Baía Boca Tampada, isolada do rio Paraguai ..............................
52
FIGURA 16.
Baía Boca Tampada, isolada do rio Paraguai ..............................
52
FIGURA 17.
Baía do Toma Vara, isolada do rio Paraguai ...............................
53
FIGURA 18.
Baía do Toma Vara, isolada do rio Paraguai ...............................
54
FIGURA 19.
Baía Simão Nunes, conectada direto ao rio Paraguai ..................
55
FIGURA 20.
Características da Baía Simão Nunes na estiagem set/08 ............
56
FIGURA 21.
Baía Canto Grande, conectada direto ao rio Paraguai .................
57
FIGURA 22.
Baía Canto Grande, conectada direto ao rio Paraguai .................
58
FIGURA 23.
Baía Jauru Velho, conectada indiretamente ao rio Paraguai .......
59
FIGURA 24.
Baía Jauru Velho, conectada indiretamente ao rio Paraguai .......
60
FIGURA 25.
Baía Natalino, conectada diretamente ao rio Paraguai ................
61
FIGURA 26.
Baía Natalino, conectada diretamente ao rio Paraguai ................
62
FIGURA 27.
Baías das Éguas e Paca conectadas indiretamente ao rio
Paraguai .......................................................................................
63
FIGURA 28.
Baías das Éguas e Paca conectadas indiretamente ao rio
Paraguai .......................................................................................
64
FIGURA 29.
Baía Morrinhos, conectada indiretamente ao rio Paraguai ..........
65
FIGURA 30.
Baía Morrinhos, conectada indiretamente ao rio Paraguai ..........
66
FIGURA 31.
Baía do Morro, conectada indiretamente ao Rio Paraguai ..........
67
FIGURA 32.
Baía do Morro, conectada indiretamente ao Rio Paraguai ..........
68
FIGURA 33.
Baía do Miguel, conectada indiretamente ao Rio Paraguai .........
69
FIGURA 34.
Baía do Miguel, conectada indiretamente ao Rio Paraguai .........
70
FIGURA 35.
Baía do Jacaré, conectada indiretamente ao Rio Paraguai ..........
71
FIGURA 36.
Baía do Jacaré, conectada indiretamente ao Rio Paragua ...........
72
FIGURA 37.
Rio Paraguai, trecho entre a área urbana da cidade de Cáceres e
a Fazenda Descalvados, a: trecho RIOI, b: trecho RIOII, c:
trecho RIOIII e a silhueta das baías presentes em cada trecho ....
73
FIGURA 38.
Baías parentais do rio Paraguai, trecho entre a área urbana da
cidade de Cáceres e a Fazenda Descalvados, a: conectividade
do tipo TIR, b:conectividade do tipo IPCR, c: conectividade do
tipo DPCR.....................................................................................
74
FIGURA 39.
Planilha do Excel com os dados do levantamento .......................
79
FIGURA 40.
visualização do BD-PARAGUAI-AVES na tela do computador
80
FIGURA 41.
Nº de espécies por ordem observadas no Rio Paraguai, Pantanal
de Cáceres, Mato Grosso .............................................................
91
FIGURA 42.
Número de espécies por família, observadas no Rio Paraguai,
Pantanal de Cáceres, Mato Grosso ..............................................
93
FIGURA 43.
Número de indivíduos observados por famílias e número de
avistamento de cada família ........................................................
96
FIGURA 44.
Curva cumulativa de espécies para toda a área de estudo da
BAP, trecho Cáceres Descalvados ............................................
97
FIGURA 45.
Curva cumulativa de espécies para cada ponto de amostragem
da área de estudo da BAP, trecho Cáceres Descalvados ..........
103
FIGURA 46.
Número de espécies por coleta durante o período hidrológico
em toda a área de estudo ..............................................................
118
FIGURA 47.
Número de indivíduos por coleta durante o período hidrológico
em toda a área de estudo ..............................................................
119
FIGURA 48.
Número total de indivíduos por coleta durante cada mês (1 e 2
vazante, 3 e 4 estiagem, 5 e 6 enchente e 7 e 8 cheia ..................
120
FIGURA 49.
Número total de espécies por ponto de coleta .............................
120
FIGURA 50.
Nível do rio Paraguai (m), durante o período de jan/08 a jun/09
e número de indivíduos observados em mai/jun/08 vazante,
ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e fev/mar/09 cheia ...
124
FIGURA 51.
Precipitação pluviométrica (mm) durante o período de jan/08 a
jun/09 e número de indivíduos observados em mai/jun/08
vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e
fev/mar/09 cheia ..........................................................................
125
FIGURA 52.
Insolação (horas) no rio Paraguai, durante o período de jan/08 a
jun/09 e número de indivíduos observados em mai/jun/08
vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e
fev/mar/09 cheia ..........................................................................
126
FIGURA 53.
Evapotranspiração (mm), durante o período de jan/08 a jun/09 e
número de indivíduos observados em mai/jun/08 vazante,
ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e fev/mar/09 cheia ...
126
FIGURA 54.
Umidade relativa do ar (%) durante o período de jan/08 a
jun/09 e número de indivíduos observados em mai/jun/08
vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e
fev/mar/09 cheia ..........................................................................
127
FIGURA 55.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Freqüência
de Ocorrência (FO%) nas áreas estudadas ..................................
130
FIGURA 56.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) nas áreas estudadas ......................
133
FIGURA 57.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) no trecho RIOI do rio Paraguai ...
135
FIGURA 58.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) no trecho RIOII do rio Paraguai ..
136
FIGURA 59.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) no trecho RIOIII do rio Paraguai
137
FIGURA 60.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BMALH localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
139
FIGURA 61.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BRTVL localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
140
FIGURA 62.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BBCTP localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
141
FIGURA 63.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BTMVR localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
142
FIGURA 64.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BSMNN localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
143
FIGURA 65.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BCTGD localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
144
FIGURA 66.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BJRVL localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
147
FIGURA 67.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BBCNT localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
147
FIGURA 68.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BEPC localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
148
FIGURA 69.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BMORRI localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
149
FIGURA 70.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BMORRO localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
150
FIGURA 71.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BBCMG localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
151
FIGURA 72.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice
Pontual de Abundância (IPA) em BJCRE localizada no rio
Paraguai .......................................................................................
152
FIGURA 73.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phalacrocorax
brasilianus no rio Paraguai, nos trechos RIOI. RIOII e RIOIII,
seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem ...................
154
FIGURA 74.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phalacrocorax
brasilianus nas baías parentais do rio Paraguai, separadas por
três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR ..................
155
FIGURA 75.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phaetusa
simplex no rio Paraguai, nos trechos RIOI. RIOII e RIOIII seu
IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem ..........................
156
FIGURA 76.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phaetusa
simplex nas baías parentais do rio Paraguai, separadas por três
tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR ........................
157
FIGURA 77.
Ocorrência e abundância de Ortalis canicollis no rio Paraguai,
nos trechos RIOI. RIOII e RIOIII, seu IPA e FO nos diferentes
pontos de amostragem .................................................................
158
FIGURA 78.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Ortalis
canicollis nas baías parentais do rio Paraguai, separadas por três
tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e
IPCR.............................................................................................
159
FIGURA 79.
Distribuição das espécies nas diferentes classes de Guilda
trófico nas áreas estudadas ..........................................................
180
FIGURA 80.
Número de espécies por classe de Guilda trófico nas áreas
estudadas ......................................................................................
180
FIGURA 81.
Porcentagem de espécies por classe de Guilda trófico nas áreas
estudadas ......................................................................................
181
FIGURA 82.
Distribuição de C. undulatus na área de estudo ...........................
182
FIGURA 83.
Distribuição de C. fasciolata na área de estudo ..........................
183
FIGURA 84.
Macho de C. fasciolata pousado na ponta de um galho em
BEPC, setembro de 2008, estiagem .............................................
183
FIGURA 85.
Distribuição de A. cujubi na área de estudo ................................
184
FIGURA 86.
Distribuição de P. ochrogaster na área de estudo .......................
184
FIGURA 87.
Distribuição de O. canicollis na área de estudo ...........................
185
FIGURA 88.
O canicollis criado em fazenda do Pantanal matogrossense
sobre um banco e em característica posição de descando nos
galhos de uma mangueira (Anarcardium ocidentalis) .................
186
FIGURA 89.
Queimada as margens de BSMNN em setembro de 2008 ...........
194
FIGURA 90.
Animais domésticos encontrados no Pantanal Mato-grossense,
Acima: Cavalo Pantaneiro, (Eqqus caballus) amplamente
criado nas fazendas do Pantanal Matogrossense. Abaixo: Gado
nelore (Bos taurus) criado amplamente em todo o Pantanal
Matogrossense, sendo a principal fonte de renda dos
pantaneiros....................................................................................
195
FIGURA 91
Animais domésticos encontrados no Pantanal Mato-grossense,.
Acima: Cão jovem da raça americano (Canis familiaris) criado
para lida com gado e caça na região do Pantanal. Abaixo:
Galinhas d’ángola, (Numida meleagris) também criadas na
região............................................................................................
196
FIGURA 92
Animais domésticos encontrados no Pantanal Mato-grossense,
Acima e Abaixo: criação de galinha doméstica (Gallus gallus)
em fazenda no Pantanal................................................................
197
FIGURA 93.
Interação entre avifauna e animais domésticos no Pantanal
Mato-grossense. Acima Ovelha (Ovis aries) criação no
Pantanal, surge como nova opção, além da criaçào de gado.
Abaixo: Porco doméstico (Sus domesticus) criado solto no
Pantanal Matogrossense...............................................................
198
FIGURA 94.
Choça: tipo de armadinlha usada para captura de aves
granívoras principalmente, cracídeos e columbideos, sendo
confecionada de vários tamanhos ...............................................
201
FIGURA 95.
Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem
no Pantanal Mato-grossense, Acima: Cavalaria (Paroaria
capitata) sobre isopor; Abaixo: Pardal (Passer domesticus)
alimentando-se de restos de alimentos humanos dom galinha
doméstica......................................................................................
202
FIGURA 96
Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem
no Pantanal Mato-grossense, Acima: Anu Branco (Guira guira)
sobre pé-de-carambola (Averrhoa carambola); Abaixo:
Graveteiro (Phacelodomus ruber) limpando o telhado da casa
de fazenda no Pantanal.................................................................
203
FIGURA 97
Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem
no Pantanal Mato-grossense, Acima: Juriti (Leptotila rufaxila)
passseando na calçada da fazenda; Abaixo: Andorinha-do-rio
(Tachicineta albiventer) sobre pilastra na margem do rio
Paraguai em Fazenda no Pantanal................................................
204
FIGURA 98
Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem
no Pantanal Mato-grossense, Acima: Bico-de-prata
(Ramphocelus carbo) em pé-de-ata (Annona coriacea) em
fazenda no Pantanal; Abaixo: João-Pinto (Icterus croconotus)
em paratudo (Tabebuia aura) no Pantanal no Pátio de Fazenda
no Pantanal...................................................................................
205
FIGURA 99.
Nidificação de diferentes espécies no Pantanal Mato-grossense
próximo a residencias, Acima: Ninho de periquito barroso
(Myiopsitta monachus) em pé-de-sete-copas (Terminalia
catappa) no pátio de fazenda; Abaixo: ninho de pica-pauzinho
(Veniliornis passerinus) em tronco de abacateiro (Persea
americana), no em fazenda.........................................................
206
FIGURA 100
Nidificação de diferentes espécies no Pantanal Mato-grossense
próximo a residencias...................................................................
207
FIGURA 101.
Aves criadas como bicho de estimação em fazendas ou
comunidades tradicionais no Pantanal Mato-grossense, a:
Ortalis cannicolis Pantanensis (Arancuã do Pantanal) e b: Crax
fasciolata (Mutum Pinima)...........................................................
209
FIGURA 102
Aves criadas como bicho de estimação em fazendas ou
comunidades tradicionais no Pantanal Mato-grossense...............
210
FIGURA 103.
Acampamento montado em uma das principais praias usadas
para reprodução das gaivotas no rio Paraguai, no Pantanal
Mato-grossense ............................................................................
213
FIGURA 104.
Distribuição de espécies consideradas IECO na área de estudo
no rio Paraguai, Pantanal de Cáceres MT .................................
216
FIGURA 105.
Distribuição de espécies consideradas IECO nas guildas
tróficas na área de estudo no rio Paraguai, Pantanal de Cáceres
MT ............................................................................................
216
FIGURA 106.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Anodorhynchus
hyacinthinus no rio Paraguai, nos trechos RIOI. RIOII e RIOIII,
seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem ...................
217
FIGURA 107.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Anodorhynchus
hyacinthinus nas baías parentais do rio Paraguai, separadas por
três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR ..................
217
FIGURA 108.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Amazona aestiva
no rio Paraguai, nos trechos RIOI. RIOII e RIOIII, seu IPA e
FO nos diferentes pontos de amostragem ....................................
220
FIGURA 109.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Amazona aestiva
nas baías parentais do rio Paraguai, separadas por três tipos de
conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR ......................................
221
FIGURA 110.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Cairina
moschata no rio Paraguai, nos trechos RIOI. RIOII e RIOIII,
seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem. ..................
222
FIGURA 111.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Cairina
moschata nas baías parentais do rio Paraguai, separadas por três
tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR .......................
223
FIGURA 112.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Sicalis flaveola
no rio Paraguai, nos trechos RIOI. RIOII e RIOIII, seu IPA e
FO nos diferentes pontos de amostragem ...................................
224
FIGURA 113.
Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Sicalis flaveola
nas baías parentais do rio Paraguai, separadas por três tipos de
conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR ......................................
227
FIGURA 114.
Agrupamento de famílias com possibilidade de serem vistas em
campo juntas ................................................................................
228
FIGURA 115.
Agrupamento de famílias com possibilidade de serem vistas em
campo juntas ................................................................................
228
FIGURA 116.
Agrupamento de famílias com possibilidade de serem vistas em
campo juntas ................................................................................
229
FIGURA 117.
Agrupamento por período hidrológico ........................................
230
FIGURA 118.
Agrupamento por ponto de coleta no Rio Paraguai, pantanal
MT ...............................................................................................
231
LISTA DE TABELAS
TABELA 1.
Locais de coleta no Rio Paraguai e nas Baías parentais ..............
39
TABELA 2.
Espécies observadas em todos os pontos de amostragem ao
longo do rio Paraguai e baías parentais. Legenda: BMLH: Baía
do Malheiros; RIOI: Trecho I do Rio Paraguai; BBCTP: Baía
da Boca Tampada; BRTVL: Baía do Retiro Velho; RIOII:
Trecho II do Rio Paraguai; BTMVR: Baía do Toma Vara;
BSMNN: Baía do Simão Nunes; RIOIII: Trecho III do Rio
Paraguai; BCTGD: Baía do Canto Grande; BJRVL: Baía do
Jauru Velho; BBCNT: Baía Boca do Natalino; BEPC: Baía
Boca das Éguas/Paca; BMORRI: Baía Morrinhos; BMORRO:
Baía do Morro; BBCMG: Baía Boca do Miguel; BJCRE: Baía
do Jacaré.......................................................................................
104
TABELA 3.
Número e porcentagem de espécies em diferentes classes de
Frequência de Ocorrência (FO) em relação ao total de cada área
estudada .......................................................................................
128
TABELA 4.
Número de espécies, número de avistamentos e IPA global de
cada área estudada .......................................................................
131
TABELA 5.
Número e porcentagem de espécies em diferentes classes de
Índice Pontual de Abundância (IPA) em relação ao total de
cada área estudada .......................................................................
132
TABELA 6.
Valores de H´ em todas as área de coleta no rio Paragui e baías
parentais .......................................................................................
160
TABELA 7.
Área dos pontos de coleta no rio Paraguai e baías parentais, em
m
2
, km
2
e ha. Diversidade de Shannon, de espécies e IPA
global............................................................................................
162
TABELA 8.
Valores de H´, max e equidistribuição em todas as área de
coleta no rio Paragui e baías parentais ........................................
163
TABELA 9.
Valores de similaridade nas diferentes área de coleta no rio
Paragui e baías parentais ..............................................................
164
TABELA 10.
Valores de similaridade nas diferentes área de coleta nas baías
parentais do rio Paragui, que possuem conexão com o rio
classificadas como Temporariamente Isoladas do Rio ................
164
TABELA 11.
Valores de similaridade nas diferentes área de coleta nas baías
parentais do rio Paragui, que possuem conexão com o rio
classificadas como Indiretamente e Permanentemente
Conectadas ao Rio .......................................................................
165
TABELA 12.
Valores de similaridade nas diferentes área de coleta nas baías
parentais do rio Paragui, que possuem conexão com o rio
classificadas como Diretamente e Permanentemente
Conectadas ao Rio .......................................................................
166
TABELA 13.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria carnívoro ..................
167
TABELA 14.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria frugívoro ..................
169
TABELA 15.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria granívoro .................
170
TABELA 16.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria insetívoro .................
171
TABELA 17.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria necrófago .................
174
TABELA 18.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria nectarívoro ...............
175
TABELA 19.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria onívoro .....................
175
TABELA 20.
Espécies observadas durante o período de coleta que se
agrupam predominantemente na categoria piscívoro ..................
176
TABELA 21.
Número de espécies e porcentagem de guilda por área de estudo
179
TABELA 22.
Espécies migratórias e nômades ocorrentes no Pantanal, no rio
Paraguai, região entre a área urbana do município de Cáceres e
a Fazenda Descalvados. A nomenclatura científica, ordenação
taxonômica seguem o CBRO (2008). Deslocamento: inter
(migrante intercontinental do Hemisfério Norte), intra
(migrante intracontinental do sul e norte da América do Sul),
no (nômade). Habitats: aq (ambiente aquático), fl (florestal), cp
(campos), ce (cerrado). Guilda: on (onívoro), fr (frugívoro), gr
(granívoro), pi (piscívoro), in (insetívoro), ne (nectarívoro), ma
(malacófago), ca (carnívoro).
188
TABELA 23.
Espécies IECO e sua distribuição.G: Guilda; F= Frugívoro; I=
Insetívoro; C= Carnívoro; P= Piscívoro; O= Onívoro; G=
Granívoro .....................................................................................
215
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................
2 OBJETIVOS .....................................................................................................
2.1 Objetivo Geral ...............................................................................................
2.2 Objetivo Específico .......................................................................................
3 MATERIAL E MÉTODO ...............................................................................
3.1 ÁREA DE ESTUDO .....................................................................................
3.2 AMOSTRAGEM DA AVIFAUNA ..............................................................
3.3 LEVANTAMENTO QUALITATIVO ........................................................
3.4 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO .....................................................
3.4.1 Espécies de Interese Especial para Conservação (IECO) ......................
3.4.2 Construção de Banco de Dados Geo-referênciados da Avifauna ..........
3.4.3 Índices utilizados na análise dos dados qualitativos e quantitativos ....
3.5 GUILDAS ......................................................................................................
3.6 ESTATÍSTICA ..............................................................................................
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................
4.1 COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA ................................................................
4.1.1 Número de Espécies ...................................................................................
4.1.2 Expécies Ameaçadas de Extinção .............................................................
4.1.3 O Pulso de Inundação e a Avifauna .........................................................
4.1.4 Frequência de Ocorrência (FO) ................................................................
4.1.5 Indíce Pontual de Abundância (IPA) .......................................................
4.1.6 Índice de Diversidade de Shannon (H’) ...................................................
4.1.7 Equidistribuição (E) ...................................................................................
4.1.8. Ìndice de Similaridade de Jaccard (J) .....................................................
4.1.9 Guildas ........................................................................................................
4.1.10 Espécies Migratórias ................................................................................
4.2 CONSERVAÇÃO E MANEJO ...................................................................
4.2.1. Ameaças a Avifauna ..................................................................................
4.2.2. Perda de Espécies ......................................................................................
4.2.3 Espécies de Interesse Especial para Conservação (IECO) .....................
4.2.4 Sugestão de Manejo ...................................................................................
5 ESTATÍSTICA .................................................................................................
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................
7 CONSIDERFAÇÕES FINAIS.........................................................................
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..............................................................
ANEXO...............................................................................................................
ÍNDICE DE ABREVIATURAS
BMALH Baía do Malheiros
RIOI Rio Paraguai I
BBCTP Baía da Boca Tampada
BRTVL Baía do Retiro Velho
RIOII Rio Paraguai II
BTMVR Baía do Toma Vara
RIOIII Rio Paraguai III
BSMNN Baía do Simão Nunes
BCTGD Baía do Canto Grande
BJRVL Baía do Jauru Velho
BBCNT Baía Boca do Natalino
BEPC Baía das Éguas e Baía das Pacas
BMORRI Baía Morrinhos
BMORRO Baía do Morro
BBCMG Baía Boca do Miguel
BJCRE Baía do Jacaré
TIR Temporariamente Isolada do Rio
IPCR Indiretamente e Permanentemente Conectada ao Rio
DPCR Diretamente e Permanentemente Conectada ao Rio
FO Frequência de Ocorrência
IPA Índice Pontual de Abundância
H’ Diversidade de Shannon-Winner
J Índice de similaridade de Jaccard
E Equidistribuição
H’ Max Diversidade máxima
ATTA Área de Transição Terrestre Aquática
29
INTRODUÇÃO
A bacia do Alto Paraguai, cujas águas atravessam terras brasileiras (nos
estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), paraguaias e bolivianas a uma distância
de 1873 km, cobre 496.000km
2
, dos quais 351.000km
2
estão no Brasil (DA-SILVA,
2000). A bacia está dividida em três regiões: a do Planalto, com altitudes de 250 a
750m; a da depressão, que atinge de 250 a 180m e a dos Pantanais, com 80 a 150m de
altitude. Destacam-se formas de relevo aplainadas e a topografia é resultante
fundamentalmente da dinâmica fluvial (ALVARENGA et al., 1984; ADAMOLI, 1986;
ANTUNES, 1986; CARVALHO, 1986; GODOI FILHO, 1986; SILVA, 1986;
LOURIVAL et al., 2000).
O Pantanal Matogrossense está totalmente inserido na bacia do alto curso
do rio Paraguai, que é toda bordejada por um sistema de serras e chapadões (Guimarães,
Parecis e Maracaju), com um desnível altimétrico de cerca de 400 a 600m em relação à
calha do rio Paraguai. Cerca de 140.000Km
2
deste território é composto por terras cujo
nível de base está entre 80 a 130m e que regionalmente é conhecido como Pantanal
(VALVERDE, 1972; AB’SABER 1988).
Esta região constitui-se na maior planície alagável do mundo,
englobando um mosaico de diferentes habitats, sustentando rica biota aquática e
terrestre. No contexto de singularidade, conservação e condição de prioridade, o
Pantanal é considerado por Olson et al. (1998) como com destaque global,
vulnerável e com grande prioridade para conservação em escala regional”. Os
dados existentes da diversidade biológica do Pantanal são pequenos e ainda
fragmentados. A principal iniciativa tomada para descrever a biodiversidade está
publicada em “Ações Prioritárias para Conservação da Biodiversidade no Cerrado e
Pantanal”, que enfoca a atenção para o bioma Cerrado (BRASIL, 1999).
O frágil equilíbrio do ecossistema Pantanal, mantido pelo pulso de
inundação (JUNK et al. 1989 e JUNK, 1999), está ameaçado pelas novas direções da
política econômica. Navegação no Rio Paraguai, rodovias e construção de diques são os
maiores problemas dentro do Pantanal, além de outros fatores como desmatamento
(SEIDL, et al., 2001), modificação da geometria hidráulica dos rios, alterações da
30
vegetação natural nas cabeceiras dos rios que o alimentam (DA SILVA et al., 2001),
queimadas e erosão (EBERHARD, 2000, SWARTS, 2000, KWAK, 2000).
O Pantanal Mato-Grossense representa a maior planície alagável do
mundo, incluindo um mosaico de diferentes habitats, que sustenta uma rica biota
terrestre e aquática, consistindo basicamente de diferentes corpos d’água que tem suas
origens e conexões com o canal principal da bacia do Alto Paraguai e seus tributários.
As características limnológicas destes lagos e de suas planícies de inundação são
demonstradas através de suas águas, da comunidade de macrófitas aquáticas, peixes e
aves (PINTO et al. 1999; DA SILVA e FIGUEIREDO 1999; NUNES, 2003; NUNES e
DA SILVA, 2005; NUNES et al. 2006 e NUNES e DA SILVA, 2009).
O Pantanal e seus ecossistemas suportam uma alta produtividade
biológica, capaz de sustentar milhares de espécimes de aves isoladas ou agrupadas em
colônias (DA SILVA et al, 2001). Estas aves se juntam nos locais denominados
“dormitórios” para pousos noturnos e “ninhais brancos” quando as espécies
predominantes são os cabeças-secas (Mycteria americana), colhereiros (Platalea ajaja),
garças (Egretta thula, Ardea cocoi e Ardea alba) e socós (Butorides striata) ou “ninhais
pretos” quando as espécies predominantes são os biguás (Phalacrocorax brasilianus) e
biguatingas (Anhinga anhinga) (SICK, 2001; OLIVEIRA, 1996).
O Pantanal é a região com maior número de aves aquáticas do continente
(SICK, 1997). Estudos estimam 730 espécies na região, incluindo aves migratórias,
visitantes acidentais e espécies introduzidas, sendo cerca de 500 espécies da região
pantaneira (DA SILVA et al., 2001). Destas, aproximadamente 80 são aquáticas
(CINTRA e YAMASHITA, 1990).
O estudo da importância dos ambientes lóticos, nticos, ATTA rea de
Transição Terrestre Aquática) e da conexão dos mesmos, realizada principalmente pelo
pulso de inundação, são fundamentais para a formação de ambientes propícios (lagos
temporários) para forrageamento das espécies de aves que ocorrem no Pantanal de Mato
Grosso. Quais e quantos organismos servem de alimento para as mesmas? Qual é a
influência do Pulso de Inundação na presença das espécies? As aves possuem diferentes
estratégias de forrageamento, pretende-se então verificar qual é a influência destas neste
tipo de sistema natural, característico do Pantanal.
Este ambiente possui grande potencial para atrair turistas, locais como: os
ninhais e lagoas temporárias, pois é grande o número de espécies que se dirigem a estes
31
ambientes para obter alimento. As praias que servem de local de reprodução para talha-
mares (Rincops nigra), taiamãs (Phaetusa simplex) e a gaivotinha (Sterna superciliaris),
as matas ciliares que servem de poleiro e área de vida para inúmeras espécies, as baías
que são berçário de peixes e mesmo os aterros são ambientes onde muitas espécies da
avifauna têm sido facilmente encontradas e observadas.
A região do Pantanal tem tido sua área original substituída por pastagens
principalmente no entorno, resultando na fragmentação de habitats, entretanto a maioria
dos estudos com a avifauna conduzidos no Pantanal não tem examinado o impacto da
fragmentação nas assembléias de aves. A maioria dos estudos tem resultado em listas de
espécies e algumas inferências acerca do comportamento, ocorrência e abundância de
espécies (WEINBERG, 1984; BROW-JR, 1986; CINTRA e YAMASHITA, 1990;
WILLIS e ONIKI, 1990; DUBS, 1992; ANTAS, 1994; SICK, 1997; TUBELIS e
TOMAS, 1999).
O grupo das aves tem sido cada vez mais utilizado como indicador de
mudanças ambientais, sejam estas de caráter natural ou antrópico. Os principais
aspectos que permitem a utilização das aves como indicadoras do estado de conservação
de uma área são: 1 - as aves são um grupo bastante conhecido, sendo sua taxonomia
estável, o que facilita a identificação em campo, mesmo sem a manipulação dos
indivíduos; 2 - trata-se de um grupo de fácil observação em campo, possibilitando a
coleta de um volume adequado de dados mesmo em levantamentos de curta duração; 3 -
algumas espécies de aves apresentam uma estreita relação com o tipo de ambiente e seu
estado de conservação, fato esse que permite a realização de inferências sobre a situação
de outros grupos de espécies ou outros grupos faunísticos (MACHADO, 1995;
RAMOS, 1997; MORAES, 1997; SIMON e RIBON, 1997).
As aves têm sido utilizadas em estudos sobre os efeitos da fragmentação
sobre a fauna por diversos autores (WILLIS, 1979; ALEIXO e VIELLIARD, 1995;
ANJOS e BOÇON, 1999; MARINI, 2001; GIMENES e ANJOS, 2003). O uso das aves
como indicador da biodiversidade apresenta facilidades (VIELLIARD, 2000). As aves
são predominantemente diurnas e vocalizam com certa frequência, o que facilita sua
detecção em campo (DEVELEY, 2004). Uma comparação realizada entre 14 diferentes
taxa, demonstrou que as aves são adequadas para a avaliação e monitoramento das
conseqüências ecológicas das alterações ambientais (GARDNER et al., 2007).
32
No entanto, inventários ou levantamentos qualitativos da avifauna
indicam apenas a presença ou ausência de uma determinada espécie na região se não
houverem dados históricos, o que não existe para muitas regiões do país, não sendo
possível detectar de forma certa a mudança na riqueza e composição de determinadas
áreas. Estudos sobre a estrutura das comunidades de aves de uma área, realizados com o
objetivo de analisar mudanças ambientais, requerem considerar aspectos como
freqüência de ocorrência, abundância e diversidade, para poder definir de forma mais
clara as condições que o ambiente se encontra e propor medidas mitigadoras.
A caracterização da avifauna em seus aspectos qualitativos e
quantitativos estabelece parâmetros para comparação com outras áreas de estudo e pode
contribuir com informações para elaboração e implementação do plano de manejo e
conservação de uma área. VIELLIARD (2000) defende a criação de um banco comum
de dados quantitativos da avifauna, unindo diversos levantamentos realizados. Esta
prática, sem dúvida, facilitaria a tomada de decisões para a conservação de espécies em
um âmbito global. Carece ainda de se levar em conta o fato de existir muitas áreas no
Brasil ainda sub-amostradas ou até mesmo não amostradas.
Alves e Silva (2000) citam a importância de levantamentos de aves em
áreas naturais distantes dos grandes centros urbanos, empregando, preferencialmente,
metodologias quantitativas e comparáveis, que venham a subsidiar análises de dados,
conservação de espécies e definição de áreas prioritárias para o estabelecimento de
novas unidades de conservação, além de auxiliar no manejo daquelas já existentes.
O Pantanal carece em geral de toda forma de estudos, ressaltando os
levantamentos faunísticos. Na região existem ainda muitas áreas não amostradas ou
fracamente amostradas. Os estudos que existem são em sua maioria baseados em
estudos antigos e que apresentam espécies que ainda necessitam de confirmação. Vale
salientar que neste período muitas espécies podem até terem sido extintas sem sequer ter
sua ocorrência registrada para a região. Outro fator importante é a invasão na área, de
espécies que se aproveitam da fragmentação, o que também não tem sido estudado,
deixando claro a lacuna que existe e as possibilidades para novas pesquisas na região.
33
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral:
O objetivo deste estudo é registrar a ocorrência e distribuição da avifauna
nos diferentes ambientes do Rio Paraguai e baías parentais no trecho entre a área urbana
da cidade de Cáceres-MT e a Fazenda Descalvados (140km). Avaliar a importância da
conservação destes ambientes para a dinâmica da avifauna pantaneira.
2.2 Objetivos específicos:
Descrever os ambientes encontrados ao longo dos diferentes períodos
hidrológicos (enchente, cheia, vazante e estiagem);
Verificar a influência das variáveis ambientais (altura da água na régua,
insolação, umidade relativa do ar, evapotranspiração e precipitação pluviométrica) na
composição da avifauna;
Avaliar a importância da conservação destes ambientes para a dinâmica
da avifauna do Pantanal.
Registrar as espécies de aves presentes ao longo do Rio e das baías;
Caracterizar através de levantamento qualitativo e quantitativo a estrutura
de comunidades das aves nesse sistema;
Criar um banco de imagens das espécies observadas para ser usada em
trabalhos futuros;
Elaborar um banco de dados geo-referenciado da distribuição da avifauna
nos diferentes períodos hidrológicos do ano.
Avaliar o potencial da região para a Educação Ambiental e turismo.
34
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 ÁREA DE ESTUDO
O Pantanal Mato-grossense está situado no extremo oeste do território
brasileiro, nos estados de Mato Grosso (compreendendo os municípios de Poconé,
Santo Antonio do Leverger, Cáceres, Barão de Melgaço e Nossa Senhora do
Livramento) e Mato Grosso do Sul (Corumbá, Ladário, Rio Verde de Mato Grosso,
Coxim, Miranda e Aquidauana).
É uma depressão sazonalmente alagável, totalmente contida na bacia de
drenagem do Alto Paraguai e compreende aproximadamente 140.000 Km
2
(RADAMBRASIL, 1982) (Figura 1). O termo Pantanal engloba um conjunto de
diferentes feições ou tipos de Pantanais, cuja existência de muito tempo é
reconhecida pelos pantaneiros e estudiosos, por isso a palavra Pantanal é comumente
usada (DA SILVA, 1996).
Está posicionado geomorfológica e hidrologicamente para atenuar e
reduzir o escoamento superficial da bacia do Alto Paraguai (PONCE, 1995),
apresentando relevo plano, 25 cm.km
-1
de leste para oeste e quase 2cm.km
-1
de Norte
para Sul, representando um imenso reservatório natural das vazões oriundas do Alto
Paraguai e de seus afluentes (CARVALHO, 1986; PONCE, 1995). Está, portanto
sujeito à alternância de períodos de secas e enchentes (ALFONSI e CAMARGO, 1986;
SEGOVIA, 2000).
Enquadra-se entre os paralelos de 16º a 22º de latitude Sul e os
meridianos de 55º a 58º de longitude Oeste. A altitude média é inferior a 200 m e a
extensão em terras brasileiras no sentido norte-sul varia de 400 a 500 km e de leste-
oeste varia de 200 a 300 km (PINTO-SILVA, 1980).
Segundo a classificação de Koppen, o clima do Pantanal do tipo
climático AW clima quente e úmido, com estação chuvosa no verão e estiagem no
inverno (AMARAL FILHO, 1986; BROWN JR, 1986). O clima do Pantanal (TARIFA,
1986) é influenciado pelo sistema climático tropical, caracterizado por apresentar duas
estações bem definidas: a chuvosa que tem seu pico geralmente de novembro a
fevereiro e a seca de maio a junho. A temperatura média anual é de 25,1ºC sendo que na
35
porção setentrional, o s mais quente é outubro com 27,2ºC e o mês mais frio é julho
com 21,4ºC.
Figura 1: Tipos vegetacionais no Pantanal Mato-grossense Fonte: PCBAP (1997).
No extremo norte do Pantanal (Cáceres e Cuiabá) os valores de
temperatura podem chegar a 40ºC em agosto, período mínimo de inundação. Segundo a
classificação climática de Thorthwaite, a região do Pantanal está situada totalmente
dentro de um clima megatérmico em razão de serem os valores de evapotranspiração
potencial anual superiores a 1.140mm caracterizando o Pantanal como área de clima
seco (ALFONSI e CAMARGO, 1986).
36
Segundo Silva (1986) a precipitação pluviométrica esta entre 1000 mm a
1300 mm no setor sul da região pantaneira enquanto na região norte do a precipitação é
de 1500 mm, podendo chegar a 2000 mm, ocasionando assim (ADAMOLI, 1982)
diferentes períodos de cheia no Pantanal.
As inundações periódicas no Pantanal têm sua origem em fatores de
ordem natural tais como: a uniformidade topográfica, os fracos desníveis de drenagem e
a predominância de litologias sedimentares recentes. Estas reduzem o escoamento das
águas superficiais resultantes das chuvas periódicas anuais que caem na bacia do Alto
Paraguai, principalmente nos seus afluentes superiores (ALVARENGA et al., 1984).
Em função da topografia plana, 3-5cm, sentido norte-sul e 5-25 no
sentido leste-oeste (CARVALHO, 1986) e dos afloramentos rochosos na porção sul do
Pantanal (próxima ao planalto da Bodoquena) que fizeram com que o rio Paraguai fosse
represado até conseguir alcançar a soleira das rochas e seguir em direção ao chaco
(SILVA, 1986; PONCE, 1995) as águas descem lentamente na planície pantaneira
inundando-a em quase toda sua extensão.
O “pulso de inundação” (JUNK et al. 1989) ocorre pelo trasbordamento
das águas de rios e lagos, pela precipitação direta e/ou pela água subterrânea. Durante as
enchentes essas vastas áreas são acopladas ao canal principal do rio, recebendo água,
nutrientes dissolvidos e sedimentos da área de captação, atuando como uma área de
grande produção biológica. As inundações periódicas resultam em mudanças drásticas
das condições ambientais, durante um ciclo hidrológico um mesmo local sofre estresse
por falta e por excesso de água.
De acordo com o conceito do “Pulso de inundação” a produtividade das
áreas alagáveis, é a soma da produção aquática e terrestre. As plantas em crescimento
durante a fase terrestre absorvem nutrientes do solo e estocam na matéria orgânica.
Durante a fase aquática, o material orgânico, junto com os nutrientes inorgânicos, são
transferidos para a fase aquática, servindo como base alimentar para os organismos
enquanto os nutrientes são absorvidos por algas e macrófitas aquáticas.
Durante a vazante estas últimas são depositadas nas planícies inundáveis
e servem de alimento para organismos terrestres. Por meio da decomposição os
nutrientes voltam ao solo, fertilizando-o para o crescimento das plantas terrestres
(JUNK et al., 1989; JUNK e DA SILVA, 1996; DA SILVA, 1990; NUNES, 2001; DA
SILVA et al, 2009).
37
As amostras de campo foram realizadas ao longo rio Paraguai, partindo
da área urbana da cidade de Cáceres chegando à Fazenda Descalvados percorrendo 134
km de rio nos meses de maio/2008 a maio/2009 (Figura 2). O rio foi dividido em três
trechos, sendo RIO I, caracterizado por ser um trecho altamente meândrico, estando
localizado entre a cidade de Cáceres e a Baía Canto Grande (Figura 2), RIO II apresenta
o rio mais retilíneo e mais largo, estando localizado entre a Baía Canto Grande e a Baía
Das Éguas/Paca (Figura 5), O trecho RIO III é a transição de retilíneo para rio de
planície e esta localizado entre a Baía das Éguas/Paca até a Fazenda Descalvados neste
estudo (Figura 8) (WANTZEN et al, 2005).
Também foram realizados levantamentos em 13 baías ao longo do rio
Paraguai, as baías foram divididas em categorias.
38
CERES
RIO PARAGUAI
M
A
L
H
E
I
R
O
S
RIO PARAGUAI
PRAIA
BAÍA RETIRO VELHO
BAÍA BOCA TAMPADA
PRAIA
BAÍA DO
TOMA VARA
R
I
O
P
A
R
A
G
U
A
I
RIO PARAGUAI
E
S
T
R
A
D
A
ÁREA DESMATADA
B
A
Í
A
S
I
M
Ã
O
N
U
N
E
S
R
I
O
P
A
R
A
G
U
A
I
M
O
R
R
A
R
I
A
B
A
Í
A
C
A
N
T
O
G
R
A
N
D
E
Á
R
E
A
D
E
S
M
A
T
A
D
A
R
I
O
P
A
R
A
G
U
A
I
B
A
Í
A
J
A
U
R
U
V
E
L
H
O
R
I
O
J
A
U
R
U
M
O
R
R
A
R
I
A
R
I
O
P
A
R
A
G
U
A
I
B
A
Í
A
B
O
C
A
D
O
M
I
G
U
E
L
BAÍA DO MORRO
M
O
R
R
A
R
I
A
BAÍA DO JACARÉ
R
I
O
P
A
R
A
G
U
A
I
MORRARIA
ESTRADA
FAZ. DESCALVADOS
ÁREA DESMATADA
R
I
O
P
A
R
A
G
U
A
I
B
A
Í
A
D
O
N
A
T
A
L
I
N
O
Á
R
E
A
D
E
S
M
A
T
A
D
A
FAZ. BARRANCO
VERMELHO
R
I
O
P
A
R
A
G
U
A
I
B
A
Í
A
É
G
U
A
S
P
A
C
A
B
A
Í
A
M
O
R
R
I
N
H
O
S
ÁREA DESMATADA
FAZ. STO. ANTONIO
DAS LENDAS
®
0
4km 8km 12km 16
2
BACIA DO ALTO PARAGUAI
TRECHOCERES - DESCALVADOS
CERES
FAZ. DESCALVADOS
BAÍA BOCA DO MIGUEL
BAÍA DO JACARÉ
BAÍA DO MALHEIROS
BAÍA DO MORRO
BAÍA MORRINHO
BAÍA ÉGUAS/PACA
BAÍA DO NATALINO
BAÍA JAURU VELHO
BAÍA CANTO GRANDE
BAÍA SIMÃO NUNES
BAÍA DO TOMA VARA
BAÍA RETIRO VELHO
BAÍA BOCA TAMPADA
LEGENDA
DIREÇÃO DA
CORRENTE
FAZENDA
ÁREA DESMATADA
ÁREA URBANA
ESTRADA
Figura 2: Localização da área de estudo no Rio Paraguai, do município de Cáceres á sede da Fazenda
Descalvados, Cáceres - MT. Resenhado a partir de Imagem Landsat, 2008. SEMA-MT.
Trecho 1
Trecho 2
Trecho 3
39
Tabela 1: Locais de coleta no Rio Paraguai, Tamanho dos pontos de coleta, categorias de conexão com o
rio das Baías parentais e coordenadas geográficas dos pontos.
Local
Extensão
(km)
Conexão com
o Rio
Coordenadas
Rio I
26,97
16°10'52,5" S 57°46'09,5"W
Rio II
34
16°22'13,0" S 57°46'34,7"W
Rio III
30
16°38'48,6" S 57°51'49,0"W
Baía Malheiros (BMALH)
1
DPCR
16
o
03’48,14” S 57
o
41’21,74”W
Baía Retiro Velho (BRTVL)
1
DPCR
16°10'40,7" S 57°46'51,6"W
Baía Boca Tampada (BBCTP)
1
TIR
16°10'38,0" S 57°47'01,0"W
Baía do Toma Vara (BTMVR)
1,5
TIR
16°19'29,3" S 57°46'49,8"W
Baía Simão Nunes (BSMNN)
1,5
DPCR
16°19'10,8" S 57°44'54,3"W
Baía do Canto Grande (BCTGD)
1,5
DPCR
16°21'23,5" S 57°45'37,9"W
Baía Jauru Velho (BJRVL)
2,2
IPCR
16°22'20,8" S 57°46'19,6"W
Baía Boca do Natalino (BBCNT)
1,5
DPCR
16°30'01,7" S 57°47'52,3"W
Baía das Éguas e Baía das Pacas (BEPC)
4
IPCR
16°38'05,6" S 57°62'01,9"W
Baía Morrinhos (BMORRI)
3
IPCR
16°39'40,5" S 57°50'52,6"W
Baía do Morro (BMORRO)
2
IPCR
16°42'37,2" S 57°46'30,5"W
Baía Boca do Miguel (BBCMG)
6
IPCR
16°42'45,7" S 57°44'42,1"W
Baía do Jacaré (BJCRE)
1,5
TIR
16°44'42,32" S 57°46'24,83"W
(DPCR) Diretamente e Permanentemente Conectada ao Rio, (TIR) Temporariamente Isolada do Rio e
(IPCR) Indiretamente e Permanentemente Conectada ao Rio.
O trecho I do Rio Paraguai é marcado pela sinuosidade neste trecho o rio
é formado por meandros, apresentando relevo suave e vegetação marginal típica de
mata ciliar pantaneira, parte do trecho esta situado no perímetro urbano do município de
Cáceres, caracterizado como trecho de meandro, com vegetação ciliar composta por
espécies ora lenhosa ora apenas por macrófitas aquáticas (Figura 3).
40
Figura 3: Trecho I do Rio Paraguai entre a cidade de Cáceres e a Baía Canto Grande. Fonte: Googleearth
imagem obtida em 22-10-2009.
Neste trecho fica evidenciada a importância do turismo nesta região do
Pantanal no município de Cáceres MT, muitos barcos ficam atracados no porto da
cidade para receberem turistas que visitam o município principalmente para realizar o
turismo de pesca (Figura 4).
41
Figura 4: Imagem do trecho I, do Rio Paraguai na Ponte “Marechal Rondon“ e do cais com os barcos de
turismo e particulares atracados no porto da cidade de Cáceres. Nunes, JRS, 2008.
42
A Figura 5 mostra a porção final do trecho RIO I, evidenciando a
morraria com vegetação ainda verde neste período do ano (fev. mar.) e a vegetação
marginal de grande porte. A exportação de nutrientes e matéria também fica clara
através dos bancos de macrófitas aquáticas que são transportados pelo rio.
Figura 5: Imagem do trecho I, do Rio Paraguai, evidenciando a morraria, porção final do trecho. Nunes,
JRS, 2008.
43
No trecho II, o Rio Paraguai encontra-se mais retilíneo e largo, apresenta
um afloramento rochoso (Figura 6) onde a vegetação caducifólia predomina. A
velocidade da água é maior e os bancos de macrófitas aquáticas marginais são bastante
reduzidos.
Figura 6: Trecho II do Rio Paraguai entre a Baía Canto Grande até a Baía Das Éguas/Paca. Googleearth
imagem obtida em 22-10-2009.
A vegetação no trecho II do rio é exuberante durante o período chuvoso
(Figura 7), mas perde totalmente as folhas no período de estiagem, tornando
aparentemente uma região pobre, não havendo serparação entre mata ciliar e vegetação
da morraria. A exportação de nutrientes também é evidenciada nas ilhas de macrófitas
aquáticas que são transportadas pelo rio.
44
Figura 7: Imagem do trecho II do Rio Paraguai, evidenciando a morraria. Nunes, JRS, 2008.
Essa porção final do trecho RIO II é a mais retilínea, é praticamente toda
bordejada na margem direita, pela morraria que apresenta vegetação densa com árvores
de grande porte que perdem as folhas no período de estiagem (Figura 8).
45
Figura 8: Trecho II do Rio Paraguai entre as baías: Natalino e Éguas/Paca. Nunes, JRS, 2008.
O trecho III do rio no início é retilíneo, mas a parte final volta a ser
sinuosa, também apresenta morraria sendo que na localidade de Passo Presidente a
formação rupestre é marcante no morro, a margem direita possui vegetação alta
enquanto a margem esquerda vegetação ciliar pica, este trecho é uma transição entre
retilíneo e planície alagável (Figura 9).
46
Figura 9: Trecho III do Rio Paraguai entre a Baía Das Éguas/Paca até a fazenda Descalvados.
Googleearth imagem obtida em 22-10-2009.
A vegetação ciliar do RIO III é mais baixa, embora ocorram alguns
pontos de vegetação alta, o dique marginal também é menos elevado, evidenciando a
transição para planície alagável, que pode ser observada por praticamente todo o trajeto
(Figura 10).
47
Figura 10: Trecho III do Rio Paraguai entre as baías Natalino e a Fazenda Descalvados. Nunes, JRS,
2008.
Das 13 baías selecionadas ao longo do rio Paraguai: Malheiros (Figura
11), Baía Retiro Velho (Figura 13), Baía Boca Tampada (Figura 15), Baía do Toma
Vara (Figura 17), Baía Simão Nunes (Figura 19), Baía do Canto Grande (Figura 21),
Baía do Jauru Velho (Figura 23), Baía Boca do Natalino (Figura 25), Baía das
Éguas/Paca (Figura 27), Baía Morrinho (Figura 29), Baía do Morro (Figura 31), Baía do
Miguel (Figura 33) e Baía do Jacaré (Figura 35), três são isoladas do rio, sendo elas:
Boca Tampada, Toma Vara e Jacaré, cinco são conectadas diretamente ao rio sendo
elas: Malheiros, Retiro Velho, Simão Nunes, Canto Grande e Natalino e cinco
conectadas indiretamente ao rio sendo elas: Jauru Velho, Éguas/Paca, Morrinhos, Morro
e Miguel.
48
A baía do Malheiros esta localizada em frente à Praça “Barão do Rio
Branco” sendo esta a praça principal da cidade de Cáceres, com bares e restaurantes, a
baía esta conectada diretamente ao rio o ano inteiro e possui formato alongado (Figura
11 e 12).
Ocorre também nesta baía, o lançamento do esgoto doméstico da cidade
de Cáceres, sendo que o mesmo é lançado “in natura” dentro da baía, a prefeitura da
cidade, promoveu o encanamento do efluente, mas ainda assim o mesmo é lançado
diretamente dentro da baía do Malheiros.
Figura 11: Baía do Malheiro, possui ligação direta com o rio, esta localizada no início do treco I do rio
Paraguai. Googleearth imagem obtida em 22-10-2009.
49
Figura 12: Baía do Malheiro, ligada direto ao rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A Baía Retiro Velho possui formato alongado e permanece conectada o
ano inteiro ao rio Paraguai, embora na estiagem (setembro) a ligação entre a baía e o rio
fique muito baixa, cerca de 10 cm (Figura 13).
Toda a margem da baía fica coberta por macrófitas aquáticas o ano
inteiro e a vegetação ciliar é bem pica da região servindo de poleiro para muitas
espécies da avifauna (Figura 14).
50
Figura 13: Baía Retiro Velho, conectada diretamente ao rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
51
Figura 14: Baía Retiro Velho, conectada diretamente ao rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A baía Boca Tampada situa-se ao lado da Retiro Velho, no entanto é
muito diferente, isolando-se do rio muito cedo (agosto) e seca completamente ficando
apenas úmida, quando então é tomada por macrófitas aquáticas em toda a extensão, no
período de extrema estiagem, setembro e outubro, fica com o leito limpo sem nenhum
tipo de vegetação tornando-se local propício para diferentes espécies de aves (Figuras
15 e 16).
52
Figura 15: Baía Boca Tampada, isolada do rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em 22-10-2009.
Figura 16: Baía Boca Tampada, isolada do rio Paraguai. Abdo, MAS, 2008.
A baía do Toma Vara também é isolada do rio Paraguai durante a
estiagem por um banco de areia que bloqueia todo o canal. Durante o período de águas
baixas, forma uma praia que fica coberta por gramíneas, sendo muito visitada por
anatídeos e também sítio de reprodução do taiamã (Phaetusa simplex) e gaivotinha
(Sterna superciliaris) (Figuras 17 e 18).
53
Figura 17: Baía do Toma Vara, isolada do rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em 22-10-2009.
54
Figura 18: Baía do Toma Vara, isolada do rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A baía Simão Nunes é ligada diretamente ao Rio Paraguai durante todo o
ano. Possui em sua margem esquerda um cambarazal, vegetação mono específica
característica de mata ciliar do Pantanal, formada predominantemente pela espécie
Vochysia divergens Pohl., na margem direita, a mata ciliar é estreita mas ainda bem
preservada (Figura 19 e 20).
55
Figura 19: Baía Simão Nunes, conectada diretamente ao rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
A área sofre com a ação do fogo, como pode ser avaliado na figura 18.
Valendo ressaltar que na área que esta sendo queimada, existe um ninho de Tuíuiu
(jabiru mycteria) com filhotes, a baía é margeada por macrófitas aquáticas,
predominantemente por Eichhornia azurea e E. crassipes (Figura 20).
56
Figura 20: Características da Baía Simão Nunes na estiagem set/08. Nunes, JRS, 2008.
A baía Canto Grande também é conectada diretamente ao Rio Paraguai.
Possui em sua margem esquerda vegetação ciliar bem preservada e em sua margem
direita um afloramento rochoso (morro), com vegetação caracterizada por Floresta
Decídua (Figura 21).
57
Figura 21: Baía Canto Grande, conectada diretamente ao rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
A Figura 22 evidencia ao fundo o contato da baía com o Rio Paraguai, a
vegetação ciliar da baía e a morraria.
58
Figura 22: Baía Canto Grande, conectada diretamente ao rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A baía do Jauru Velho recebe águas do rio Jauru, sendo bordejada
basicamente por um cambarazal. Possui águas pretas e transparentes, permanecendo o
ano todo conectada também ao rio Paraguai (Figuras 23 e 24).
59
Figura 23: Baía Jauru Velho, conectada indiretamente ao rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
60
Figura 24: Baía Jauru Velho, conectada indiretamente ao rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A baía do Natalino está diretamente ligada ao rio e está inserida em uma
área bastante alterada de Cerrado e pastagens, onde ocorre a criação de gado. Possui
formato alongado com ramificações (Figura 25 e 26).
61
Figura 25: Baía Natalino, conectada diretamente ao rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em 22-10-
2009.
62
Figura 26: Baía Natalino, conectada diretamente ao rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A baía das Éguas e baía das Pacas são formadas por um complexo
emaranhado de corixos que formavam anteriormente o antigo leito do rio sendo que a
baía das Pacas fica isolada do rio no período de estiagem (Figura 27). Na intersecção da
baía das Éguas e baía das Pacas, ocorre um ninhal branco e um ninhal preto, o que
aumentou consideravelmente o número de indivíduos da avifauna na região. Vale
63
ressaltar que nas últimas três expedições não houve a possibilidade de acesso ao ponto
de amostragem, pois o mesmo estava fechado por macrófitas aquáticas (Figura 28).
Figura 27: Baías das Éguas e Paca conectadas indiretamente ao rio Paraguai. Googleearth imagem
obtida em 22-10-2009.
64
Figura 28: Baías das Éguas e Paca conectadas indiretamente ao rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A Baía Morrinhos fica as margens da Fazenda Santo Antonio das
Lendas, apresentando vegetação alterada e cambarazal ao fundo, sendo que boa parte da
vegetação foi substituída por pastagens (Figura 29 e 30).
65
Figura 29: Baía Morrinhos, conectada indiretamente ao rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
66
Figura 30: Baía Morrinhos, conectada indiretamente ao rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A baía do Morro tem na margem esquerda a presença de um morro
coberto por vegetação de grande porte e a direita cambarazal. Possui uma porção
extremamente rasa, sendo que durante a estiagem boa parte do solo da baía passa a ser
avistado (Figura 31 e 32).
67
Figura 31: Baía do Morro, conectada indiretamente ao Rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
68
Figura 32: Baía do Morro, conectada indiretamente ao Rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A Baía do Miguel está localizada em frente à Fazenda Descalvados e
possui um extenso corixo que a liga ao rio Paraguai. Este ponto também ficou
interrompido pelas macrófitas aquáticas durante as três ultimas coletas, sendo que as
mesmas foram realizadas até o ponto em que era possível chegar (Figura 33 e 34).
69
Figura 33: Baía do Miguel, conectada indiretamente ao Rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
70
Figura 34: Baía do Miguel, conectada indiretamente ao Rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
A baía do Jacaré dista 3km da sede da Fazenda Descalvados sendo o
acesso realizado a pé, através de um campo de pastagens e de uma cordilheira. Esta baía
conecta-se ao rio Paraguai exclusivamente durante a cheia, por meio de um longo
corixo, que só apresenta água durante a cheia (Figura 35 e 36).
71
Figura 35: Baía do Jacaré, conectada indiretamente ao Rio Paraguai. Googleearth imagem obtida em
22-10-2009.
72
Figura 36: Baía do Jacaré, conectada indiretamente ao Rio Paraguai. Nunes, JRS, 2008.
Para efeito de visualização dos resultados, as partes do rio (RIO I, RIO II
e RIO III) foram desmembradas e colocadas lado a lado facilitando, assim, sua
compreensão e comparação da extensão de cada trecho. O trecho RIO I (Figura 37a) é
caracterizado por ser meandrático; o trecho RIO II (Figura 37b) é retilíneo e o trecho
RIO III (Figura 37c) por estar na área de transição, ficou caracterizado como
transição/planície.
O mesmo foi feito com as baías, tendo ficado dispostas lado a lado na
mesma escala facilitando a comparação do tamanho das mesmas. O agrupamento das
baías deu-se em função do tipo de conectividade que as mesmas possuem com o rio,
como demonstrado na tabela 01. O primeiro grupo de baías possui conectividade do tipo
73
TIR (Figura 38a); o segundo grupo é do tipo IPCR (Figura 38b) e o último é DPCR
(Figura 38c).
Figura 37: Rio Paraguai, trecho entre a área urbana da cidade de Cáceres e a Fazenda Descalvados, a:
trecho RIO I, b: trecho RIO II, c: trecho RIO III e a silhueta das baías presentes em cada trecho.
a
b
c
74
Figura 38: Baías parentais do rio Paraguai, trecho entre a área urbana da cidade de Cáceres e a Fazenda
Descalvados, a: conectividade do tipo TIR, b:conectividade do tipo IPCR, c: conectividade do tipo
DPCR.
a
b
c
BTMVR
BBCTP
BJCRE
BMORRI
BSMNN
BRTVL
BBCNT
BCTGD
BMALH
BEPC
BBCMG
BMORRO
BJRVL
75
3.2 AMOSTRAGENS DA AVIFAUNA
O censo das aves foi realizado entre maio/08 e março/09, buscando-se
amostrar em todos os ciclos do período hidrológico, sendo que na vazante as coletas
foram realizadas nos meses de maio/08 e junho/08, na estiagem nos meses agosto/08 e
setembro/08; na enchente, nos meses de novembro/08 e dezembro/08, na cheia, nos
meses de fevereiro/09 e março/09, para o registro das espécies e do número de
indivíduos ao longo do rio Paraguai e das baías que margeiam o rio.
As amostragens foram realizadas de barco (motor 25hp, 2t, Yamaha), à
velocidade constante média de 15 km/h ao longo dos rios e nas baías, para dessa forma
obter os transectos. Para observação das espécies da avifauna foram usados binóculos
(7x50mm) e registro fotográfico com câmera digital Canon Rebel XTI, com 12 mega
pixel de resolução. Os transectos foram definidos com auxílio de GPS, Garmim etrax
vista. Durante os censos foram observados aspectos comportamentais das espécies na
área e ambientes ocupados por elas.
3.3 LEVANTAMENTOS QUALITATIVOS
Este levantamento foi realizado ao longo do rio e das baías, considerando
a diversidade de ambientes encontrados ao longo do rio Paraguai. Consistiu em anotar
em cada mês de amostragem a presença da espécie identificada, bem como em
relacionar os locais onde as espécies são mais facilmente encontradas. Neste
levantamento foram anotadas as datas das amostragens, horário, família, espécie, tipo de
contato estabelecido (visual e/ou auditivo), número de contatos, sexo (quando possível),
aspectos comportamentais (forrageio, vôo, corte, agressivo), estrato em que a ave se
encontrava (chão, sub-bosque, dossel), local e outras observações gerais sobre a espécie
em questão.
Através do levantamento qualitativo foi possível calcular a freqüência de
ocorrência das espécies (FO) e a riqueza específica (número de espécies da área). A
ocorrência de uma espécie em um dia de amostragem é determinada pelo seu registro
naquele dia, independentemente da quantidade de contatos obtidos com esta espécie. A
76
freqüência de ocorrência (FO) determina a proporção dos dias em que a espécie foi
observada em relação ao número total de dias de levantamento, o que permite concluir
se uma espécie é regularmente encontrada ou não.
Algumas vocalizações foram gravadas em fitas cassete (esse recurso nem
sempre pôde ser utilizado, pois a movimentação de barcos a motor no rio é intensa
durante todo período de pesca) para gravador digital Panasonic. A ordenação
sistemática das espécies efetuou-se através de referências básicas sobre aves
encontradas em MEYER DE SCHAUENSEE (1970), FRISCH (1981), DUNNING
(1987), SICK (1997), SOUZA (1998); ANTAS e PALO Jr (2004) e SIGRIST (2006). A
nomenclatura utilizada foi de acordo com NBRO (2008).
3.4 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO
Para o levantamento quantitativo foi utilizado o método de amostragem
por pontos modificados (BLONDEL et al, 1970; VIELLIARD e SILVA, 1990). Os
pontos foram estabelecidos em cada unidade de paisagem e foram realizados de barco
ou a pé quando possível.
O levantamento quantitativo permitiu estabelecer parâmetros
populacionais como índice pontual de abundância das espécies (IPA), índice de
diversidade das áreas, índice de similaridade e equidistribuição, para posterior
comparação com comunidades de aves encontradas em outras áreas.
Todas as amostragens foram realizadas sempre nos mesmos pontos em
todos os meses, abrangendo toda a área ao longo do percurso realizado com o barco. Em
cada ponto de amostragem, foram realizadas paradas para que se pudesse estabelecer
contatos visuais e auditivos com as espécies da avifauna.
A cada dia de visita foram amostradas todas as áreas por um tempo
médio de uma hora em cada ponto. Estes pontos também foram registrados com
receptor GPS para posterior incorporação ao banco de dados geo-referênciados.
Durante a amostragem quantitativa foram anotadas as condições
ambientais como: vento, nebulosidade, chuva e ruído de fundo. Todas as espécies vistas
e ouvidas foram registradas, distinguindo-se a localização dos contatos obtidos para
77
evitar que contatos de diferentes indivíduos da mesma espécie fossem atribuídos a um
único indivíduo ou vice-versa.
O levantamento quantitativo foi realizado em todas as áreas selecionadas
para o estudo, tendo sido separada as diferentes fitofisionomias das áreas selecionadas.
Todas as espécies registradas em um dia de visita no levantamento quantitativo foram
também consideradas na listagem qualitativa.
Os dados obtidos foram digitalizados para posterior cálculo dos dados
ecológicos das espécies e para elaboração das cartas imagens das diferentes regiões
estudadas.
O GPS é importante neste levantamento, pois permitirá distribuir nas
cartas imagens as populações das diferentes áreas estudadas, permitindo saber
como,quando, e onde encontrar e observar as aves no Rio Paraguai, Pantanal de
Cáceres.
3.4.1 Espécies de Interesse Especial para Conservação (IECO)
Algumas espécies de aves registradas neste estudo foram classificadas
como sendo de Interesse Especial para a Conservação (IECO).
Considerou-se como sendo IECO as espécies que pudessem ser incluídas
em pelo menos duas das seguintes categorias, conforme adaptado de Almeida (2002):
- espécies ameaçadas de extinção;
- espécies de distribuição restrita e/ou com populações pequenas;
- espécies de interior de mata;
- espécies que sofrem algum tipo de ameaça na área como caça, coleta,
etc.;
- grandes frugívoros e insetívoros de sub-bosque, categorias mais
prejudicadas pela fragmentação.
78
3.4.2 Construção de Banco de Dados Geo-referênciados da Avifauna
Todos os dados resultantes das amostragens realizadas na área de estudo,
foram considerados para a elaboração de dados geo-referenciados, que foi denominado
Banco de Dados Rio Paraguai, Pantanal Cáceres, Aves (BD-PARAGUAI-AVES). Este
novo plano de informações visa organizar a atualizar informações acerca da avifauna da
região.
Para tanto, os resultados dos levantamentos foram transportados para
uma planilha Excel (Figura 39), montadas com as seguintes colunas de dados: estação
(enchente, cheia, vazante e estiagem), mês, data, hora, ordem, família, espécie, nome
comum, hábito alimentar, espécie ameaçada de extinção, espécie IECO, habitat, tipo de
contato (visual ou auditivo), número de indivíduos, freqüência de ocorrência (FO),
índice pontual de abundância (IPA), estrato (solo, sub-bosque, dossel, aéreo), área de
amostragem (local de coleta) e coordenadas geográficas obtidas através do receptor
GPS.
Cada linha da planilha foi destinada ao registro de um indivíduo ou de
um grupo de indivíduos no caso de colônias reprodutivas. Formando um banco de dados
detalhado com dados relativos às aves observadas entre o período de maio/2008 a
março/09. Quando foi concluída a inserção dos dados na planilha Excel (Figura 39),
esta foi exportada para um software de sistema de informações geográficas (TerraView
3.3.1) para produção do mapa de distribuição da avifauna (Figura 40).
79
Figura 39: Planilha do Excel com os dados do levantamento.
A figura 40 apresenta a visualização do BD-PARAGUAI-AVES na tela
do computador. A esquerda da tela encontram-se as bases cartográficas ao centro os
mapas e abaixo o banco de dados com as informações relativas a cada espécie.
O BD-PARAGUAI-AVES possibilitou várias consultas e análises da
avifauna realizadas para o presente estudo. Como será possível acrescentar
progressivamente novas informações ao banco de dados, as possibilidades de consultas
e análises são inúmeras.
80
Figura 40: visualização do BD-PARAGUAI-AVES na tela do computador.
Neste estudo, através do BD-PARAGUAI-AVES, foi possível:
- consultar parâmetros populacionais da avifauna número de espécies,
freqüência de ocorrência (FO) e índice pontual e biologia;
- consultar informações relativas à sistemática e biologia;
- relacionar espécies e ambiente;
- verificar a localização de espécies ameaçadas;
- verificar a distribuição das espécies ao longo do ano e em diferentes
estações;
- confeccionar mapas com a localização de cada espécie, distribuição ao
longo do ano, entre outros.
81
___
Ntd
3.4.3 Índices utilizados na análise dos dados qualitativos e quantitativos.
Para proceder à análise dos dados foram realizados diferentes cálculos
visando facilitar a interpretação dos dados coletados.
1- Cálculo de freqüência de ocorrência (FO)
A frequência de ocorrência expressa em porcentagem, mostra a relação
entre o número de dias em que a espécies foi encontrada e o número total de dias em
que o levantamento foi realizado, permitindo concluir se uma espécie é frequente em
um ambiente ou não (VIELLIARD e SILVA, 1990).
FO = Ndi x 100
FO: freqüência de ocorrência
Ndi: número de dias que a espécie i foi observada
Ntd: número total de dias de observação
2- Índice Pontual de Abundância (IPA)
O IPA específico é um valor que permite comparação somente entre
medidas da mesma espécie (em locais e/ou períodos diferentes), ou de conjuntos
equivalentes de espécies (VIELLIARD e SILVA, 1990).
O IPA por espécie amostrada relaciona o número médio de contatos
dessa espécie com o número total de amostras, sendo possível, através dele, estimar a
proporção de cada espécie na comunidade. É um valor relativo, comparável somente
entre medidas da mesma espécie em datas, locais e comunidades diferentes (ALEIXO e
VIELLIARD, 1995).
O IPA pode variar não só com a real abundância da espécie, mas também
com o padrão de atividade e distribuição de cada uma. Portanto, para uma análise mais
82
complexa de populações de aves é necessário o conhecimento da biologia de cada
espécie, pois algumas possuem naturalmente baixa densidade populacional ou não são
tão distintas. O uso de espécies com estas características como indicadoras de
determinado fator ambiental deve ser criterioso.
IPA = Ni
Na
IPA: índice pontual de abundância
Ni: número de contatos com a espécie i
Na: número total de amostras (pontos x visitas)
3- Índice Pontual de Abundância da comunidade ao longo do ano (IPA mensal)
O IPA mensal representa a média de toda a comunidade em cada mês e
permite verificar variações na abundância e no grau de atividade da avifauna ao longo
do ano (ALEIXO e VIELLIARD, 1995). É dado por:
Onde:
IPA
MENSAL
= Índice Pontual de Abundância mensal da comunidade;
N= Número de contatos no mês m;
N
a
= Número total de amostras mensais (Número de pontos de escuta).
___
IPA
MENSAL=
N
m
/ N
a mensal
83
4- Índice de diversidade de Shannon (H’)
O índice de diversidade permite comparar o grau de heterogeneidade das
áreas, baseado na abundância proporcional de todas as espécies da comunidade.
H’ = -∑ PI In (pi)
H’: índice de diversidade de Shannon (H’)
pi: proporção dos indivíduos da espécie i em relação ao número total de
indivíduos da comunidade
5- Indice de eqüidistribuição
O índice de equidistribuição avalia a participação numérica das espécies
na comunidade observada. A distribuição das espécies será mais próxima da relação
logarítmica natural quanto mais próximo de 1, for o valor da equidistribuição.
Para comparar o índice de diversidade de Shannon de cada área é
importante obter o índice de eqüidistribuição, que representa a relação entre a
diversidade observada (H’) e a diversidade máxima (H’max) possível para o mesmo
número de espécies.
Este índice permite conhecer o quanto de riqueza uma área pode abrigar
em função da abundância de espécies. A eqüidistribuição adota um valor compreendido
entre zero e um. O valor é máximo (um) quando todas as espécies são igualmente
abundantes e aproxima-se de zero quanto menos equilibrada for a distribuição numérica
das espécies (ALLEGRINI, 1997).
84
_____
_____
A+B+C
E: eqüidistribuição
H’: índice de diversidade de Shannon-Wiener
Hmax: diversidade ideal caso as espécies sejam repartidas
numericamente
Hmax = In (s); onde s: número de espécies da área
6- Índice de similaridade de Jaccard
O índice de similaridade de Jaccard indica, em porcentagem, a
semelhança entre duas ou mais comunidades comparando-se o número de espécies entre
as duas áreas. Para este índice são utilizados o número de espécies exclusivas para cada
área e o número de espécies comuns entre elas. Este índice é utilizado quando não se
tem dados quantitativos.
O índice de diversidade permite identificar o grau de heterogeneidade das
áreas, com base na abundância proporcional de todas as espécies da comunidade.
IsJ = C x 100
IsJ: índice de similaridade de Jaccard
A: número de espécies exclusivas da área A
B: número de espécies exclusivas da área B
C: número de espécies comuns às áreas A e B
E = H’
Hmax
85
7 Índice de dissimilaridade de Bray-Curtis
Este índice avalia, quantitativamente, a dissimilaridade entre duas áreas.
Xij e Xik = nº de indivíduos da espécie i em cada amostra (j e k).
B = ∑ (Xij – Xik)
∑ (Xij + Xik)
____________
86
3.5 GUILDAS
O uso de um índice de diversidade, qualquer que seja ele, apresenta uma
grande vantagem: facilita comparações matemáticas e estatísticas das situações
observadas, tornando mais claras as semelhanças e diferenças. Apresenta, porém, uma
grande desvantagem, que é a perda de informação biológica, reunindo duas grandezas
(riqueza e equitabilidade) num só valor numérico (CANDIDO JUNIOR, 1991).
Para resgatar partes das informações biológicas perdidas por esse
processo, após a análise dos índices obtidos com as listas dos censos, as espécies foram
analisadas agrupando-as em categorias, segundo o princípio de guildas; que é definida
com um grupo de espécies que exploram a mesma classe de recursos ambientais, de
modo semelhante. O termo agrupa espécies que apresentam uma sobreposição
significante em seus nichos, sem levar em conta a posição taxonômica (ROOT, 1967).
Todas as espécies registradas nos censos foram divididas em sete
categorias funcionais, seguindo-se e/ou adaptando-se a classificação proposta por
Hofling (1999), Motta Junior (1990), Sick (1997) e Willis (1979). Neste trabalho optou-
se por fazer uma adaptação nesta divisão incluindo a classe Piscívoros. Por tratar-se do
Pantanal essa classe faz-se bastante pertinente pois a mesma não poderia ficar oculta
dentro de carnívoros, ficando a distribuição da seguinte forma:
1 NECTARÍVOROS
2 NECRÓFAGOS
3 CARNÍVOROS
4 ONÍVOROS
5 FRUGÍVOROS
6 GRANIVOROS
7 INSETÍVOROS
8 PISCIVOROS
87
Candido Junior (1991) propôs 11 categorias de guildas, levando-se em
conta não o fator da dieta alimentar, mas também o estrato que a espécie explora e
particularidades comportamentais, ao contrário de Galli et al. (1976) cujos grupos foram
baseados exclusivamente na dieta alimentar.
Verner (1984) acredita que o grupo de guildas deve ser nimo, para
manter o sistema tão simples quanto possível e maximizar o número de espécies em
cada guilda.
Poulin et al. (1992), estudando a fenologia das plantas e a exploração de
recursos alimentares das mesmas pelas aves, classificou estas últimas em guildas
levando-se em conta apenas o aspecto alimentar.
Neste trabalho foi analisada a variação mensal de cada guilda encontrado
nas áreas de estudo. Para essa análise dividiu-se o número de espécies encontrado para
cada guilda de uma área em certo mês pelo número total de espécies desse grupo,
obtendo-se, em percentagem, a presença mensal desse grupo em uma determinada área.
88
3.6 ESTATÍSTICA
Para a análise estatística foi usado o programa SPSS 17.0. Para analisar a
significância dos dados a partir das informações, Famílias, Pontos de coleta, Período
hidrológico e tipo de conectividade, foram realizados testes de, ANOVA, Tukey e
Duncan para testar a homogeneidade dos dados e para o agrupamento.
Foram aplicados ainda os testes de Levene, Comparação múltipla, sendo
que a variável dependente foi sempre a presença da família e ainda Kolmogorov-
Smirnov.
Optou-se por realizar os testes estatísticos em nível de família, tendo em
vista o grande número de espécies encontrado, o que complicou bastante a confecção
das planilhas e análise dos dados.
89
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA
4.1.1 Número de Espécies
Durante as coletas em campo foram observadas 315 espécies distribuídas
em 22 ordens e 65 famílias, totalizando 44.300 avistamentos em 480 horas de
observação, sendo que estes valores representam, para espécies, 17% do total de
espécies encontradas no Brasil (n= 1824spp), 85% das ordens de aves existentes no
Brasil (n= 26), sendo que para família 71% destas foram identificadas neste estudo,
lembrando que o Brasil possui atualmente 92 famílias de aves conhecidas e descritas.
Vale lembrar que este é o primeiro levantamento sistematizado realizado na região.
Este estudo identificou cerca de 60% das espécies da avifauna pantaneira
que é de aproximadamente 500spp, não havendo consenso para o número exato,
(TUBELIS e TOMAS, 2003; ANTAS e PALO JR., 2004; ENDRIGO, 2005; PINHO,
2005; XARAÉS, 2005; MELO, 2006; CESTARI, 2006a,b; OLIVEIRA, 2006;
STRAUBE et al., 2006a,b; MELO et al., 2007; MORRISON et al., 2008; NUNES e
TOMAS, 2008; VASCONCELOS et al., 2008; OLIVEIRA, 2009).
Nunes et al. (2005), estudando a região da Fazenda Nhumirim no
Pantanal de Nhecolândia, identificou 272 espécies para a região. Tubelis e Tomas
(2003) publicaram uma relação com 465 espécies para o Pantanal e entorno.
No PCBAP (1997) foram identificadas 656 espécies de aves no Pantanal
matogrossense para os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo que foram
visitados apenas dez municípios da região, podendo então para os autores esse número
chegar a 700.
Das 22 ordens encontradas as que apresentaram maior número de
espécies foram Passeriformes, com 130 espécies, sendo que esta é a maior ordem da
avifauna brasileira, com 1017 espécies, perfazendo neste estudo um total de 13% das
espécies dessa ordem. Falconiformes apresentaram 24 espécies sendo que o total de
espécies dessa ordem para o Brasil é de 69. Neste estudo foi encontrado 35% do total,
90
Nunes et al. (2005) encontraram o mesmo padrão em estudo no Pantanal de Mato
Grosso do Sul.
Para os Ciconiiformes foram identificadas 21espécies. O Brasil possui 36
espécies para esta ordem sendo que nesta região do Pantanal foram encontradas 66%
deste total, o que era esperado para a região já que a maioria das espécies desta ordem
são aquáticas, ambiente predominante na região, fazendo com que estas espécies
tornem-se bastante comuns no Pantanal Matogrossense.
Os Psitaciformes apresentaram 15 espécies, sendo o total de espécies
para o Brasil de 84. Sendo assim, neste estudo foram observados 18% das espécies.
Columbiformes foi a quinta ordem em número de espécies (13), sendo que no total para
o Brasil existem 22 espécies, perfazendo então, neste estudo, 60% das espécies desta
ordem.
As ordens que apresentaram menor número de espécies foram os
Struthioniformes (com uma espécie), ressaltando que esta é a única espécie ocorrente no
país para esta ordem, os Pelecaniformes, com duas espécies sendo que no total o
número de espécies para esta ordem no Brasil é de 14. Como a maioria são espécies
predominantemente marinhas, a riqueza destas espécies no Pantanal é baixa embora a
abundância seja elevada (14% no total). Os Podicepediformes apresentaram duas
espécies de um total de cinco para o país, sendo então 40% do total. Para os
Trogoniformes com duas espécies de um total de dez do Brasil, representando 20%. Os
Galbuliformes foram representados por três espécies, de um total de 15 para o país,
sendo então 20% do total de espécies (Figura 41).
As ordens Psittaciformes, Pelecaniformes, Ciconiiformes,
Cathartiiformes, Coraciiformes, Columbiformes, Galliformes, Cuculiformes,
Passeriformes e Falconiformes foram observadas em todos os pontos de amostragem.
Nenhuma ordem foi exclusiva de um único ambiente.
91
Figura 41: Número de espécies por ordem observadas no Rio Paraguai, Pantanal de Cáceres, Mato
Grosso.
As famílias mais representativas foram Tyrannidae com 37 espécies
sendo que no total esta família possui 220 espécies no Brasil sendo que para este estudo
são 17% do total. Psittacidae com 16 espécies neste estudo totalizou 18% do total de
espécies da família que é de 84 espécies, Estudando quatro fragmentos no interior de
São Paulo, Almeida (2002), também onservou a predominância de Tiranideos entretanto
as psitacideos raramente foram observado, enquanto foram comuns neste estudo.
Nunes et al (2005) também relatam a maior ocorrência dos tiraniideos e o
fato de esta família ser características de áreas abertas, ambiente pico do Pantanal, o
que não significa necessariamente área alterada, embora muitas áreas tenham sido
abertas para a criação de gado, o que favoreceu o surgimento e aumento da polulação de
algumas espécies incluindo os tiraniídeos.
Accipitridae com 15 espécies totalizou 34% do total de espécies da
família que no Brasil é de 45 espécies. A família Emberezidae apresentou neste estudo
15 espécies, no total ela apresenta para o Brasil 75 espécies então neste estudo foram
encontrados 20% do total de espécies para essa família. Foram encontrados 14 espécies
pertencentes a família Ardeidae, no Brasil esta família conta com 21 espécies sendo que
as espécies observadas neste estudo perfazem 67% deste total.
0 20 40 60 80 100 120 140 160
STRUTHIONIFORMES
PELECANIFORMES
PODICEPEDIFORMES
TROGONIFORMES
GALBULIFORMES
CATHARTIFORMES
TINAMIFORMES
GALLIFORMES
CORACIIFORMES
STRIGIFORMES
ANSERIFORMES
APODIFORMES
GRUIFORMES
CAPRIMULGIFORMES
CUCULIFORMES
PICIFORMES
COLUMBIFORMES
CHARADRIIFORMES
PSITTACIFORMES
CICONIIFORMES
FALCONIFORMES
PASSERIFORMES
92
Vinte e uma famílias apresentaram apenas uma, espécies como
evidenciado na figura 42, incluindo as famílias, Anhingidae a Tytonidae, sendo que das
20, 14 famílias, Tytonidae, Anhingidae, Aramidae, Cariamidae, Coerebidae,
Danacobiidae, Eurypygidae, Heliornitidae, Jacanidae, Pandionidae, Passeridae,
Phalacrocoracidae, Rheidae e Rynchopidae, que possuem apenas uma espécie descrita
no Brasil.
A maioria das espécies registradas neste estudo possue distribuição
ampla e espectro ecológico largo. Foram registradas ainda espécies de área alterada e
espécies de borda bem como espécie que ainda indicam boa qualidade ambiental.
As famílias Psittacidae, Phalacrocoracidae, Anhingidae, Ardeidae,
Cathartidae, Alcedinidae, Columbidae, Cracidae, Cuculidae, Emberezidae, Tyraniidae e
Accipitridae foram observadas em todos os pontos de amostragem.
Quatro famílias foram observadas exclusivamente em um único
ambiente, sendo elas Mimidae, Momotidae, Polioptilidae e Apodidae.
A família Mimidae teve sua ocorrência restrita a BMALH, localizada na
praça principal da cidade de Cáceres. Mimus saturninus é espécie conhecida por habitar
áreas urbanizadas e pela facilidade de conviver com o ser humano.
A família Momotidae ocorreu exclusivamente em BSMNN, área
bordejada por morraria, sendo que a espécie Momotus momota foi observada
exclusivamente neste ambiente.
A família Polioptilidae teve sua ocorrência restrita a BJCRE, área mais
distante dos centros urbanos e localizada dentro da área da Fazenda Descalvados. A
espécie Polioptila dumicola foi observada nesta área.
A família Apodidae foi observada exclusivamente na localidade RIO III.
As espécies observadas foram Tachornis squamata e Chaetura Andrei. Esta área
também está distante de centros urbanos ou mesmo de comunidades tradicionais, sendo
uma área de transição para planície alagável.
93
Figura 42: Número de espécies por família, observadas no Rio Paraguai e baía parental no Pantanal de
Cáceres, Mato Grosso.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
outras
Anhimidae
Apodidae
Buconidae
Nyctibiidae
Pipridae
Podicepedidae
Ramphastidae
Sternidae
Trogonidae
Cardinalidae
Charadriidae
Ciconiidae
Fringillidae
Parulidae
Vireonidae
Cathartidae
Rallidae
Tinamidae
Tityridae
Troglodytidae
Turdidae
Alcedinidae
Anatidae
Cracidade
Strigidae
Threskionitidae
Dendrocolaptidae
Caprimulgidae
Scolopacidae
Thamnophilidae
Trochilidae
Falconidae
Hirundinidae
Traupidae
Cuculidae
Picidae
Furnariidae
Icteridae
Columbidae
Ardeidae
Emberizidae
Accipitridae
Psittacidae
Tyrannidae
94
Quando comparado o número de indivíduos (número de vezes que uma
espécie foi avistada, {vale o maior número de indivíduos avistados em uma mesma
coleta}) ao número de avistamentos (este é bem maior, pois a cada coleta os números
foram acrescidos, não importando se os mesmos indivíduos foram contados
novamente), percebe-se uma nítida mudança na escala de famílias mais observadas, pois
neste momento o que importa não é o número de espécies da família e sim quantos
indivíduos são observados e o número de contados.
Na figura 42 as quatro famílias com maior número de espécies foram:
Tyrannidae, Psittacidae, Accipitridae e Emberezidae, que são famílias com grande
número de espécies, porém quando se leva em consideração a facilidade de visualização
dos indivíduos (Figura 43) as quatro famílias mais significativas passam a ser
Ciconiidae, Ardeidae, Sternidae e Phalacrocoracidae. Embora sejam famílias com
número de espécies reduzido, possuem comportamento colonial tanto para reprodução
quanto para forrageamento, sendo avistadas em grandes bandos no momento de
forragear, nos grandes ninhais na vegetação ribeirinha, nas praias ou ainda nos
dormitórios nos fins de tarde, sendo portanto este fator observado em toda a área de
estudo.
Outro fator importante é o de que todas estas espécies são piscívoras e
esta região é altamente propicia para sua reprodução e desenvolvimento, pois apresenta
elevada piscosidade, demandando menor consumo energético para captura da presa.
Tal avaliação torna-se ainda mais importante quando se pensa no
potencial turístico, incluindo a observação da avifauna através das modalidades de
turismo ecológico, de contemplação ou de pesquisa, adicionando outros itens que
poderiam ser oferecidos aos turistas, uma vez que o turismo é quase que exclusivamente
para pesca, ficando praticamente parada durante o período de defeso.
A região carece de avaliações como esta, que evidenciem quais expécies
tem uma probabilidade elevada de ser observada e então poder ser ofertada como
produto turístico, haja vista que existe uma necessidade de planejamento para tal
atividade. Sendo assim, considera-se pelos resultados obtidos que esta região possui
elevado potencial turístico para as modalidades acima citadas, necessitando de maiores
investimentos para tornar-se uma atividade viável na região.
95
Cabe salientar ainda que das 65 familias registradas cerca de 32 foram
facilmente visualizadas neste estudo, sendo provavelmente fáceis de serem avistadas
pelos turistas.
Pivatto et al. (2007) destacam que o turismo de observação de aves,
carece de informações mais precisas e destaca em seu estudo as espécies que foram
mais citadas como sendo de interrese dos turistas para observação, sendo que
praticamente todas foram registradas neste estudo.
Tapper (2006) destaca que um número elevado de pessoas viaja e pagaria
um valor elevado para ter o privilégio de observar determinadas espécies na natureza.
Segundo este autor um em cada cinco norte americanos indica o passeio para
observação de aves.
Milhões são gastos todos os anos em equipamento, passagens,
hospedagens, aluguel de carros, alimentação e outras despesas relacionadas à
observação de aves. Norte americanos e ingleses encabeçam a lista dos que viajam para
realizar observação de aves (YOURTH 2001).
Wheatley (1995) cita o Pantanal como estando entre os principais
destinos para observadores de aves, e que a demanda vem aumentando. São 29
localidades no Brasil para visitação para observação de aves, sendo que o Pantanal
figura entre elas.
Vale ressaltar que o turismo de observação de aves é, além de tudo, uma
atividade que pode auxiliar na preservação dos recursos naturais brasileiros, pois
quando a comunidade de uma determinada área percebe o interesse dos turistas pelas
aves, e o que isso significa para a economia da região, passam a defender as aves.
Mourão (1999), diz que um fator que precisa ser observado na questão do
turismo de observação de aves, é o preparo de guias locais que estejam aptos a levar os
turistas nos locais para observação de aves, mais ainda para reconhecer as espécies por
visualização e vocalização e saber falar do seu comportamento.
A criação de cursos para formação de guias especailistas pode ser uma
saída interessante para comunidades tradicionais e mesmo jovens que vivam em cidades
de maior porte, mas que marjeam o Pantanal Matogrossense.
96
Figura 43: Número de indivíduos observados por famílias e número de avistamento de cada família.
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
outras
Mimidae
Buconidae
Tinamidae
Thamnophilidae
Picidae
Corvidae
Turdidae
Scolopacidae
Rallidae
Motacillidae
Cardinalidae
Ramphastidae
Pandionidae
Furnariidae
Danacobiidae
Traupidae
Passeridae
Falconidae
Jacanidae
Accipitridae
Anatidae
Anhimidae
Charadriidae
Threskionitidae
Icteridae
Caprimulgidae
Tyrannidae
Emberizidae
Alcedinidae
Columbidae
Cracidade
Anhingidae
Cuculidae
Cathartidae
Psittacidae
Rynchopidae
Hirundinidae
Phalacrocoracidae
Sternidae
Ardeidae
Ciconiidae
97
A figura 44 mostra a curva cumulativa de espécies para toda a área de
estudo, notando-se na mesma a tendência de estabilização. Embora possam existir
espécies não amostradas na região, acredita-se que o levantamento tenha sido
satisfatório, pois o tipo de ambiente predominantemente aquático ou ciliar não permitiu
uma extensa variação na fitofisionomia.
Figura 44: Curva cumulativa de espécies para toda a área de estudo da BAP, trecho Cáceres -
Descalvados.
A figura 45 apresenta as curvas cumulativas das espécies bem como as
espécies novas por coleta, as espécies repetidas e o número de espécies por coleta. As
curvas cumulativas de todas as áreas tenderam a estabilização com maior ou menor
intensidade, embora seja sabido que o aumento dos tipos de fitofisionomias
circunvizinhas às áreas estudadas, certamente poderia provocar aumento no número de
espécies.
Pelo resultado da curva cumulativa e riqueza específica obtida no
levantamento de cada área estudada tem-se a indicação de um levantamento satisfatório
mesmo com a riqueza variando entre 163 em RIO III (Figura 45c) e 43 em BJRVL
(Figura 45j), pois é evidente a heterogeneidade ambiental nestes ambientes, mesmo
sendo todos eles aquáticos.
Pode-se, ao comparar a diferença entre as riquezas, verificar a princípio
que alguns ambientes o mais pobres que outros, entretanto é importante salientar que
estão sendo avaliados, ambientes lóticos e lênticos, com meandros e sem meandros, de
larguras e formas variadas, diretamente conectadas ao rio ou não, permanentemente ou
temporariamente conectadas ao rio, próximos e distantes de centros urbanos, com
0
50
100
150
200
250
300
350
98
diferentes formações ciliares, com morraria marginal e sem morraria marginal, com
mata seca e caducifólia e com mata perenifólia.
Nunes et al. (2005) confirmam que o maior número de espécies da
avifauna do Pantanal estão ligados aos ambientes florestados do Cerradão às diferentes
fitofisionomias que margeam os corpos d’água e que comumente são formadas por
vegetação densa. Outro tipo de formação vegetal que agrega grande número de espécies
são as áreas abertas.
Tubelis e Tomas (1999), em levantamento realizado em cordilheiras e
capões no Pantanal de Nhecolandia, identificaram 146 espécies, sendo que a maioria
delas esteve presente na cordilheira, indicando a importância dos ambientes florestados
e ainda que florestas maiores comportam maior número de espécies. Neste estudo pode-
se observar, além disso, o fato de que áreas de mata ciliar contínuas apresentaram maior
diversidade e densidade na avifauna, evidenciando o importante efeito da conectividade
nos ambientes. Além disso, estes autores também registraram o aumento do número de
espécies de áreas antropizadas seguindo a substituição da vegetação nativa, o que foi
claramente observado neste estudo.
Pivatto et al. (2006), em levantamento realizado na Serra da Bodoquena
MS, identificou 353 espécies na avifauna de áreas usadas para o turismo na região. Essa
área está localizada na borda do Pantanal e apresentou avifauna diversificada e muito
similar a do Pantanal.
Straube et al (2006a) realizaram um levantamento da avifauna do
Pantanal de Nabileque, registrando 235 espécies em diferentes ambientes, incluindo o
aquático e ribeirinho. Entretanto como o levantamento foi realizado apenas no inverno o
número de espécies ainda pode aumentar significativamente.
Nos estudos de Almeida (2002), em quatro Fragmentos de Cerrado no
estado de São Paulo, os levantamentos de espécies apresentaram padrão de estabilização
da curva semelhante ao deste estudo, sendo que a estabilização coincidiu com o término
do levantamento, embora neste estudo algumas curvas ainda mantenham uma leve
tendência ao surgimento de espécies novas.
Atiê (2009), obteve estudando duas áreas de vegetação secundária no
município de Rio Claro SP, curva cumulativa de espécies estabilizada ao fim do
estudo.
99
Pozza (2002) apresentou padrão de curva cumulativa para duas áreas no
estado de São Paulo, sendo que mesmo com o término do trabalho as curvas não se
estabilizaram completamente indicando uma maior riqueza que a obtida.
Silva (2008), estudando dois fragmentos de Cerrado no município de
Itirapina SP, também observou a não estabilização da curva cumulativa de espécies.
0
30
60
90
120
150
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
Rio I
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
RIO II
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
0
40
80
120
160
200
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
RIO III
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
b
c
100
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BMALH
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BRTVL
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
e
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BBCTD
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
f
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BTMVR
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
g
d
101
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BSMNN
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
h
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BCTGD
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
i
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BJRVL
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
j
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BBCNT
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
k
102
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BEPC
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BMORRI
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BMORRO
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
n
l
m
103
Figura 45: Curva cumulativa de espécies para cada ponto de amostragem da área de estudo da BAP,
trecho Cáceres Descalvados, no períod entre mai/2008 a mar/2009.
A tabela 02 apresenta a relação de espécies bem como sua distribuição
por unidade amostral em todos os pontos de observação, através da presença ou
ausência dos indivíduos nas localidades, totalizando 315 espécies distribuídas nas 16
unidades amostrais, ao longo do rio Paraguai, no trecho da área urbana do munícipio de
Cáceres até a Fazenda Descalvados.
É possível identificar nesta tabela as espécies que foram registradas, em
todos os pontos amostrais, até aquelas que foram raras ou com distribuição limitada a
poucas áreas.
A maior influência na avifauna do Pantanal é sem dúvida do Bioma
Cerrado, sendo que este bioma contribui com a maioria das espécies presentes, isso
devido a ocorrência de muitas fitofisionomias do Cerrado no Pantanal. Outro fator que
favorece a presença de espécies do Cerrado, inclusive das endêmicas, é o baixo
endemismo no Pantanal, o que já foi evidenciado por Nunes e Tomas (2004). Embora já
seja conhecida também a influência do Chaco, da Floresta Amazônica, da Mata
Atlântica e até mesmo da Caatinga.
0
20
40
60
80
100
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BBCMG
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
o
0
30
60
90
120
150
mai
jun
ago
set
nov
dez
fev
mar
nº spp
BJCRE
spp novas
spp repetidas
Curva Coletor
sp por coleta
p
104
Tabela 02: Espécies observadas em todos os pontos de amostragem ao longo do rio Paraguai e baías parentais. Legenda: BMLH: Baía do Malheiros; RIOI: Trecho I do
Rio Paraguai; BBCTP: Baía da Boca Tampada; BRTVL: Baía do Retiro Velho; RIOII: Trecho II do Rio Paraguai; BTMVR: Baía do Toma Vara; BSMNN: Baía do Simão
Nunes; RIOIII: Trecho III do Rio Paraguai; BCTGD: Baía do Canto Grande; BJRVL: Baía do Jauru Velho; BBCNT: Baía Boca do Natalino; BEPC: Baía Boca das
Éguas/Paca; BMORRI: Baía Morrinhos; BMORRO: Baía do Morro; BBCMG: Baía Boca do Miguel; BJCRE: Baía do Jacaré.
Nome do Táxon
Nome em Popular
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
STRUTHIONIFORMES Latham, 1790
Rheidae Bonaparte, 1849
Rhea americana (Linnaeus, 1758)
Ema
TINAMIFORMES Huxley, 1872
Tinamidae Gray, 1840
Crypturelus parvirostris (Wagler, 1827)
Nhmabu-xororó
Crypturelus tataupa (Temminck, 1815)
Inhambu-chintã
Crypturelus undulatus (Temminck, 1815)
Jaó
Rhynchotus rusfescens (Temminck, 1815)
Perdiz
ANSERIFORMES Linnaeus, 1758
Anhimidae Stejneger, 1885
Anhima cornuta (Linnaeus, 1766)
Tachã, Anhuma
Chauna torquata (Oken, 1816)
Inhuma, tachã
Anatidae Leach, 1820
Anatinae Leach, 1820
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)
Sinhazinha, pé-vermelho
Cairina moschata (Linnaeus, 1758)
Pato-do-mato
Dendrocygninae Reichenbach, 1850
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758)
Marreca-peba, asa-branca
Dendricygna bicolor (Vieillot, 1816)
Marreca-caneleira
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766)
Irerê
GALLIFORMES Linnaeus, 1758
Cracidade Rafinesque, 1815
Crax fasciolata Spix, 1825
Mutum pinima
Ortallis canicollis (Wagler, 1830)
Aracuã-do-papntanal
Penelope ocrogaster Pelzein, 1858
Jacu-de-barriga-castanha
Aburria cujubi (Pelzeln, 1858)
Cujubi
Aburria cumanensis (Spix, 1825)
Jacutinga
PODICEPEDIFORMES Furbringer, 1888
Podicepedidae Bonaparte, 1831
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758)
Mergulhão caçador
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766)
Mergulhãozinho
PELECANIFORMES Sharpe, 1891
Anhingidae Reichenbach, 1849
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766)
Biguatinga, biuá
Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789)
Biguá
105
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
CICONIIFORMES Bonaparte, 1854
Ardeidae Leach, 1820
Ardea alba Linnaeus, 1758
Garça-branca-grande
Ardea cocoi Linnaeus, 1766
maguari, garça moura
Botaurus pinnatus (Wagler, 1829)
Socó boi baio
Bubulcus íbis (Linnaeus, 1758)
Garça vaqueira
Butorides striata (linnaeus, 1758)
Socozinho
Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766)
Arapapa
Egretta caerula (Linnaeus, 1758)
garcinha azulada
Egretta thula (Molina, 1782)
Garça-branca-pequena
Nicticorax nycticorax (Linnaeus, 1758)
Socó dorminhoco, quá,
Savacu
Pilherodrius pileatus (Boddaert, 1783)
Garça real
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824)
Maria Faceira
Tigrisoma fasciatum (Such, 1825)
Socó listrado, soc-o-boi-
escuro
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783)
Socó boi
Zebrilus undulatus (Gmelin, 1789)
socoí, socoí-zigue-zague
Threskionitidae Poche, 1904
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789)
Frango d’água, co-coró
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823)
Tapicuru-de-cara-pelada
Platalea ajaja Linnaeus, 1758
Colhereiro
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783)
Curicaca
Theristicus coerulescens (Vieillot, 1817)
Curicaca cinza, real
Ciconiidae Sundevall, 1836
Ciconia maguari (Gmelin, 1789)
Tabuíaia, maguari, joão-
grande
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819)
Tuiuiú
Mycteria americana (Linnaeus, 1758)
Cabeça-seca
CATHARTIFORMES Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
Urubu-caçador, cabeça-
vermelha
Cathartes burrovianus Cassin, 1845
Urubu cabeça amarela
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
Urubu preto
Sarcoranphus papa (Linnaeus, 1758)
urubu-rei
FALCONIFORMES Bonaparte, 1831
Pandionidae Bonaparte, 1854
Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758)
Águia pescadora
Falconidae Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777)
Carcará
Falco deiroleucus Temminck, 1825
falção-de-peito-laranja
Falco femoralis Temminck, 1822
falção-de-coleira
106
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Falco rufigularis Daudin, 1800
gavião-carijó, cauré
Falco sparverius linnaeus, 1758
quiriquiri
Herpetotheres cachinans (Linnaeus, 1758)
Acauã, Pinhé
Micrastur semitorquatus (Vielliot, 1817)
Gavião relógio
Milvago chimachima (Vieillot, 1816)
Gavião pinhé, carrapateiro
Accipitridae Vigors, 1824
Busarellus nigricollis (Lathan, 1790)
Gavião-belo
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
Gavião carijó
Buteo nitidus (Lathan, 1790)
gavião-cigarra, gavião
pedres
Buteo platypterus (Vieillot, 1823)
gavião de asa-larga
Buteogallus urubutinga (Gmelin, 1788)
Gavião preto
Circus buffoni (Gmelin, 1788)
Gavião-do-brejo, gavião-
do-banhado
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758)
gavião-tesoura
Elanus leucurus (Vieillot, 1818)
vgavião peneira
Gampsonyix swainsonii (Vigors, 1825)
gaviãozinho
Geranospizia coerulescens (Vieilliot, 1818)
gavião pernilongo
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790)
Gavião casaca de couro
Leptodon cayenensis (Lathan, 1790)
gavião-de-cabeça-cinza
Leucopternis albicollis (Kaup, 1847)
gaviãobranco
Helicolestes hamatus (Temminck, 1821)
gavião-do-igapó
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817)
Caramujeiro
GRUIFORMES Bonaparte, 1854
Eurypygidae Selby, 1840
Eurypyga helias (Pallas, 1781)
Pavãozinho
Aramidae Bonaparte, 1852
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766)
Carão
Heliornitidae Gray, 1840
Heliornis fulica (Boddaert, 1783)
Picaparra
Cariamidae Bonaparte, 1850
Cariama cristata (Linnaeus, 1766)
seriema
Rallidae Rafinesque, 1815
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)
Saracura-três-potes
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758)
Frango-d água-comum
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766)
Saracura preta (pirizero)
Porzana albicolis (Vieillot, 1819)
joão canhão, sanã-carijó
CHARADRIIFORMES Huxley, 1867
Charadrii Huxley, 1867
Charadriidae Leach, 1820
Charadrius collaris (Vieillot, 1818)
Batuira-de-coleira
Vanellus cayanus (Latham, 1790)
Mexeriquera, batuíra-de-
107
esporão
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
Quero-quero
Recurvirostridae Bonaparte, 1831
Himantopus melanurus (Vieillot, 1817)
Maçarico, Pernilongo-de-
costa-branca
Scolopacii Steijneger, 1885
Scolopacidae Rafinesque, 1815
Actitis macularius (Linnaeus, 1766)
Maçarico pintado
Bartramia longicauda (Bachstein, 1812)
Maçarico-do-campo
Calidris fuscicolis (Vieillot, 1819)
Maçariquinho, maçarico-
de-sobre-branco
Calidris melanotos (Vieillot, 1819)
Maçarico-de-colete
Tringa flavipes (Gmelinm 1789)
Maçarico-de-perna-
amarela
Tringa solitaria (Wilson, 1813)
Maçarico-solitário
Tryngites subruficollis (Vieillot, 1819)
Maçarico-acanelado
Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766)
Cafezinho
Lari Sharpe, 1891
Sternidae Vigors, 1825
Phaetusa simplex (Gmelin, 1789)
Trinta-réis-grande
(taiamã)
Sternula superciliaris (Vieillot, 1819)
Trinta-réis-anão
(gaivotinha)
Rynchopidae Bonaparte, 1838
Rynchops niger (Linnaeus, 1758)
Trinta-réis-preto,
Talhamar
COLUMBIFORMES Latham, 1790
Columbidae Leach, 1820
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886)
Pomba-do-mato
Columba livia domestica (Gmelin1789)
Pombo doméstico
Columbina minuta (Linnaeus, 1766)
Rolinha-de-asa-canela
Columbina picui (Temminck, 1813)
Rolinha-branca
Columbina squammata (Lesson, 1831)
Rolinha fogo apagou
Columbina talpacoti (Temminck, 1811)
Rolinha caldo de feijão
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)
Juriti-gemedeira
108
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)
Juruti-pupu
Patagioenas cayenensis (Bonnaterre, 1792)
Paulistinha, pomba-galega
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813)
Asa-branca
Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789)
Troca
Urupelia campestris (Spix, 1825)
Rolinha vaqueira
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)
Avoante/pomba amargosa
PSITTACIFORMES Wagler, 1830
Psittacidae Rafinesque, 1815
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758)
Papagaio verdadeiro
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766)
Papagaio trombeteiro,
curica
Anodorhynchus hyacinthinus (Lathan, 1790)
Ararauna
Ara ararauna (Linnaeus, 1758)
Arara Canindé
Ara chloropterus Gray, 1859
Arara-vermelha
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758)
Maracanã
Aratinga aurea (Gmelin, 1788)
Nandaia, periquito-rei
Aratinga leucophthalma (Statius Muller,
1776)
Periquitão
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818)
Periquito verde
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824)
Tuim
Myopsitta monachus (Boddaert, 1783)
Periquito baroso
Aratinga nenday (Vieillot, 1823)
Príncipe negro
Pionus maxilimiani (Kuhl, 1820)
Papagaio cabeça marrom,
Maitaca-verde
Primolius auricollis (Cassin, 1853)
Maracanã de coleira
Primolius maracana (Vieillot, 1816)
Mulata, maracanã-
verdadeira
Alipiopsitta xanthops (Spix, 1824)
Curraleiro, papagaio-
galego
CUCULIFORMES Wagler, 1830
Cuculidae Leach, 1820
Cuculinae Leach, 1820
Coccyzus euleri Cabanis, 1873
Papa lagartas-de-euler
Coccyzus melacoryphus (Vieillot, 1817)
Papa-lagartas-acanelado
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
Alma de gato
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817)
Alma-de-gato pequeno
109
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Crotophaginae Swainson, 1837
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758)
Anu preto
Crotophaga major (Gmelin, 1788)
Anu coroca
Guira guira (Gmelin, 1788)
Anu Branco
Taperinae Verheyen, 1956
Dromococcys phasianelus (Spix, 1824)
Peixe-frito
Tapera nevia (Linnaeus, 1766)
Saci
STRIGIFORMES Wagler 1830
Strigidae Leach, 1920
Athene cunicularia (Molina, 1782)
Coruja buraquiera
Bubo virginianus (Gmelin, 1788)
João Murucututu,
Jacurutu
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788)
Caburezinho
Megascops choliba (Vieillot, 1817)
Corujinha-do-mato
Pulsatrix perspicilata (Lathan, 1790)
João Murucututu
Tytonidae Mathews, 1912
Tyto alba (Scopoli, 1769)
Suindara
CAPRIMULGIFORMES Ridgway, 1881
Caprimulgidae Vigors, 1825
Caprimulgus parvulus Gould, 1837
Bacurauzinho, bacurau-
chintã
Caprimulgus rufus Boddaert, 1783
João-corta-pau
Chordeiles pusillus Gould, 1861
Bacurauzinho
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789)
Curiango-tesoura
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789)
Bacurau, mede-caminho
Nyctiprocne leucopyga (Spix, 1825)
Curiango preto
Podager nacunda (Vieillot, 1817)
Corucão
Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789)
Urutau ou mãe da lua
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789)
Urutau ou mãe da lua
APODIFORMES Peters, 1940
Apodidae Olphe-Galliard, 1887
Chaetura (andrei) meridionalis (Hellmayr,
1907)
Andorinhão-do-temporal
Tachornis squamata (Cassin, 1853)
Anorinhão-tesoura
Trochilidae Vigors, 1825
Trochilinae 1825
110
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788)
Beija-flor-de-garganta-
verde
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817)
Beija-flor-de-veste-preta
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812)
Besourinho-de-bico-
vermelho
Euptomena macroura (Gmelin, 1788)
Beija-flor-tesoura
Hylocaris crisura (Shaw, 1812)
Beija-flor-dourado
Phaethornithinae Jardine, 1833
Phaetornis pretrei (Lesson & Delatre,1839)
Limpa-casa, rabo-branco-
acanelado
Phaetornis ruber (Linnaeus, 1758)
Rabo-branco-rubro
TROGONIFORMES A.O.U. 1886
Trogonidae Lesson 1828
Trogon curucui (Linnaeus, 1766)
Surucuá-de-barriga-
vermelha
Trogon surrucura (Vieillot, 1817)
Surucua-variado
CORACIIFORMES Forbes 1844
Alcedinidae Rafinesque 1815
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)
Martim-pescador-grande
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764)
Martim pescador-anão,
Martinho
Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766)
Martim-pescador-da-mata
Chloroceryle amazona (Latham, 1790)
Martim-pescador-verde
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
Martim-pescador-pequeno
Momotidae Gray 1840
Momotus momota (Linnaeus, 1766)
Udu-de-coroa-azul
GALBULIFORMES Furbringer 1888
Galbulidae Vigors 1825
Galbula ruficauda (Cuvier, 1816)
Bico-de-agulha, ariramba-
de-cauda-ruiva
Bucconidae Horsfield 1821
Monasa nigrifrons (Spix, 1824)
Chora-chuva-preto, bico-
de-brasa
Nystalus chacuru (Viellot, 1816)
João bobo
PICIFORMES Meyer & Wolf 1810
Picidae Leach 1820
Campephilus malanoleucus (Gmelin, 1788)
Pica -pau-de-topete-
vermelho
Celeus lugubris (Malherbe, 1851)
João-velho, pica-pau-
111
louro
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Colaptes malanochloros (Gmelin, 1788)
Pica-pau-verde-barrado
Colaptes campestris (Vieillot, 1818)
Pica-pau-do-campo
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)
Pica-pau-de-banda-banda-
branca
Melanerpes candidus (Otto, 1796)
Pica-pau-branco, birro
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783)
Benedito-de-testa-
vermelha
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818)
Pica-pau-dourado-escuro
Picumnus albusquamatus (D'Orbigny, 1840)
Pica-pau-anão-escamado
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766)
Picapauzinho-anão
Ramphastidae Vigors, 1825
Pteroglosus castanotis (Igould, 1834)
Araçari-castanho
Ramphastos toco (Statius Muller, 1776)
Tucanuçu
PASSERIFORMES Linné 1758
Thamnophiloidea Swainson 1824
Thamnophilidae Swainson 1824
Cercomacra melanaria (Mènètriés, 1835)
Chororó-do-Pantanal
Formicivora rufa (Wied, 1831)
Papa-formiga-vermelha
Herpsilochmus atricapillus (Pelzeln, 1868)
Chorózinho-de-chapéu-
preto
Hypocnemoides maculicaudata (Pelzeln,
1868)
Cinzinha, solta-asa
Taraba major (Vieillot, 1816)
Choca, choró-boi
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764)
Choca-barrada
Thamnophilus punctatus (Shaw, 1809)
Choca-bate-cabo
FurnaRIO Idea Gray 1840
Dendrocolaptidae Gray 1840
Campyloramphus trochilirostris
(Lichteinstein, 1820)
Arapaçu-de-bico-torto,
arapaçu-beija-flor
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818)
Arapaçu-pardo
Dendroplex picus (Gmelin, 1788)
Arapaçu
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818)
Arapaçu-do-cerrado
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
Arapaçu-verde ou
subideira
Xiphocolaptes major (Vieillot, 1818)
Arapaçu-do-campo
Furnariidae Gray, 1840
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788)
Curutiê/ corruira do brejo
112
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856)
Arredio-do-rio
Furnarius leucopus (Swainson, 1838)
Amassa-barro, casaca-de-
couro-amarelo
Furnarius rufus (Gmelin, 1788)
João-de-barro
Phacelodomus ruber (Vieillot, 1817)
João-graveteiro
Phacelodomus rufifrons (Wied, 1821)
Graveteiro, João-de-pau
Schoeniophylax phryganophilus D (Vieillot,
1817)
Bichoita/ cabritinha-de-
mama
Synallaxis albilora (Pelzeln, 1856)
João-do-Pantanal
Synallaxis frontalis (Pelzeln, 1859)
Petrin
Xenops minutus (Sparrman, 1788)
Bico-virado-miudo
Xenops rutilans (Temminck, 1821)
Bico-virado-carijó
Tyrannida Wetmore & Miller, 1926
Tyrannidae Vigors, 1825
Pipromorphinae Bonaparte, 1845
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837)
Piolinho
Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853)
Sebinho-rajado-amarelo
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766)
Ferreirinho-relógio
Elaeniinae Cabanis & Heine, 1856
Elaenia chiriquensis (Lawrence, 1865)
Chibum
Elaenia cristata (Pelzeln, 1868)
Cocuruta, guaracava-de-
topete-uniforme
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822)
Cocuruta, guaracava-de-
barriga amarela
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
Risadinha
Serpophaga subcristata (Sclatter & Salvin,
1866)
Alegrinho-do-rio
Fluvicolinae, Swainson, 1832
Alectrurus tricolor (Vieillot, 1816)
Arrebita-rabo, galito
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776)
Filipe
Cnemotriccus fusccatus (Wied, 1831)
Guaracavuçu
Lathrotricus euleri (Cabanis, 1868)
Enferrujado
Contopus cinereus (Spix, 1825)
Papa-mosca-cinzento
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783)
Príncipe, Verão
Xolmis cinereus (Viellot, 1816)
Pombinha-das-almas,
primavera
Xolmis velatus (Licjsteinstein, 1823)
Noivinha-branca
113
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Fluvicola pica (Boddaert, 1783)
Lavadeira
Arudinicula leucocephala (Linnaeus, 1764)
Viuvinha, freirinha
Colonia colonus (Vieillot, 1818)
Viuvinha
Machetornis rixosa (Viellot, 1819)
Siriri-cavaleiro
Tyranninae Vigors, 1825
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818)
Bem-te-vi-pirata
Myozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766)
Bentevizinho-de-asa-
ferruginea
Myozetetes similis (Spix, 1825)
Bentevizinho-de-
penhacho-vermelho
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823)
Bem-te-vi-do-brejo
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
Bem-te-vi
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)
Bem-te-vi, neinei
Myiodynastes maculatus (Statius Muller,
1776)
Bem-te-vi rajado
Empidonomus varius (Vieillot, 1818)
Peitica
Griseotyrannus aurantioatrocristatus
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
Cinzentinho, peitica-de-
chapéu-preto
Tyrannus savana (Vieillot, 1808)
Tesourinha
Tyrannus melancholicus (Viellot, 1819)
Siriri, suiriri
Sirystis sibilator (Vieillot, 1818)
Gritador
Casiornis rufus (Vieillot, 1816)
Marronzinho, caneleiro
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789)
Maria-cavaleira
Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine,
1859)
Rabo-de-macaco, irré
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776)
Maria-cavaleira-de-rabo-
enferrujado
Attila bollivianus (Lafresnaye, 1848)
Bate-pára
Pipridae Rafinesque, 1815
Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823)
Soldadinho
Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906
Uirapuru-laranja
Tityridae Gray, 1840
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)
Caneleirinho, caneleiro-
preto
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823)
Caneleiro-de-chapéu-
preto
Tityra cayana (Linnaeus, 1766)
Araponga, anambé-
branco-de-rabo-preto
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823)
Anambé-branco-de-
114
bochecha-parda
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Passeri Linné, 1758
Corvida Sibley, Ahlquist & Monroe, 1988
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
Pitiguari
Hylophilus pectoralis Sclater, 1866
Papa-mosca, vite-vite-de-
cabeça-cinza
Vireo olivaceous (Linnaeus, 1766)
Juruviara
Corvidae Leach, 1820
Cyanocorax cyanomelas (Vieillot, 1818)
Gralha-do-pantanal
Passerida Linné, 1758
Hirundinidae Rafinesque, 1815
Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817)
Andorinha-de-dorso-
acanelado
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
Andorinha-doméstica-
grande
Progne subis (Linnaeus, 1758)
Andorinha-azul
Progne tapera (Vieillot, 1817)
Andorinha-do-campo
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)
Andorinha-pequena-de-
casa
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)
Andorinha-serradora,
andorinha-roxa
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)
Andorinha-do-rio
Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817)
Andorinha-de-sobre-
branco
Troglodytidae Swainson, 1831
Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831)
Machucador, Bate côco
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845)
Piolho-de-onça marido-é-
dia
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838)
Pai-avô
Troglodytes musculus Naumann, 1823
Curruíra
Danacobiidae Aleixo & Pacheco, 2006
Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766)
Capivareiro
Polioptilidae Baird, 1858
Polioptila dumicola (Vieillot, 1817)
Balança-rabo-de-máscara
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus amaurocalinus Cabanis, 1850
Sabiá-poca
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823
Sábia-da-mata
115
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Turdus leucomelas Vieillot, 1818
Sabiá-barranco
Turdus rufiventris Vieillot, 1818
Sabiá Laranjeira
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)
Sabiá-do-campo
Motacillidae Horsfield, 1821
Anthus lutescens Pucheran, 1855
Caminheiro-zumbidor
Coerebidae d'Orbigny & Lafresnaye, 1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
Cambacica
Traupidae Cabanis, 1847
Conirostrum speciosium (Temminck, 1824)
Figuinha-de-rabo-
castanho
Eucometis penicilatta (Spix, 1825)
Pipira-da-taoca
Nemosia pileata (Boddaert, 1783)
Saíra-de-chapéu-preto
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764)
Bico-de-prata
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783)
Tiê preto
Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye,
1837)
Canário do sapé
Thraupis palmarum (Wied, 1823)
Sanhaço da palmeira
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
Sanhaço
Emberezidae Vigors, 1825
Arremon flavirostris Swainson, 1838
Tico-tico-da-mata
Coryphospingus cucullatus (Statius Muller,
1776)
Tico-tico-rei
Paroaria capitata (d'Orbigny & Lafresnaye,
1837)
Seu Joãozinho, cavalaria
Paroaria coronata (Miller, 1776)
Cardeal
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)
Canário-da-terra-
verdadeiro
Sicalis luteola (Sparrman
Tipiu
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766)
Curió
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823)
Coleirinha do brejo
Sporophila collaris (Boddaert, 1783)
Coleiro-do-brejo
Sporophila leucoptera (Vieillot, 1817)
Patativa chorona
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)
Bigodinho
Sporophila maximiliani (Cabanis, 1851)
Bicudo
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823)
Papa-arroz
Sporophila ruficollis Cabanis, 1851
Caboclinho
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)
Tiziu
Cardinalidae Ridgway, 1901
Saltator coerulescens Vieillot, 1817
Pixoroné trinca ferro,
Sabiá-gonga
Saltator maximus (Statius Muller, 1776)
Trinca-ferro/ tempera
viola
116
Nome do Táxon
Nome em Português
BMLH
RIOI
BBCTP
BRTVL
RIOII
BTMVR
BSMNN
RIOIII
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837
Trinca-ferro
Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln,
Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne &
Zimmer 1947
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865)
canario-do-mato
Basileuterus hypoleucus Bonaparte, 1830
pula-pula
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)
mariquita
Icteridae Vigors, 1825
Agelasticus cyanopus (Vieillot, 1819)
Carretão
Ageloides badius (Vieillot, 1819)
asa-de-telha
Amblyranphus holosericeus (Scopoli, 1786)
capitão, cardeal-do-
banhado
Cacicus cela (Linnaeus, 1758)
Xexéu, japuíra
Cacicus solitarius (Vieillot, 1816)
iraúna-de-bico-branco,
tordo
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819)
pássaro preto
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766)
Encontro
Icterus croconotus (Wagler, 1829)
João-pinto
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)
vira-bosta
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788)
Graúna, iraúna-grande
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769)
Japu-guaçu
Fringillidae Leach, 1820
Carduellis magelanica (Vieillot, 1805)
pintassilgo
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766)
fim-fim
Euphonia laniirostris d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837
gaturamo-de-bico-grosso
Passeridae Rafinesque, 1815
Passer domesticus (Linnaeus, 1758)
Pardal
117
O número de espécies por coleta variou muito entre os pontos amostrais,
sendo em geral maior durante os meses de maio e junho (vazante) e agosto e setembro
(estiagem) e menor em fevereiro e março (cheia) (Figura 46).
É difícil encontrar estudos com aves que discutam a riqueza e abundância
em relação ao período hidrológico, e mesmo muitos estudos de longo prazo que
relacionam os dados a conservação do ambiente e raramente ao período hidrológico.
Os pontos RIO I e RIO III apresentaram o maior número de espécies por
mês, sendo que estes trechos são de meandro e de planície, respectivamente. O trecho
RIO II, que é retilíneo, apresentou menor número de espécies até mesmo quando
comparado a algumas baías. Estas também são áreas que inumdam menos por
apresentar relevo mais acidentado, sendo também composta predominantemente pelo
mesmo tipo de vegetação, o que diminui a heterogenidade, diminuindo também a
possibilidade de nichos para as espécies.
O trecho RIO III apresenta maior extensão de área de mata contínua, o
trecho RIO I quando deixa a zona urbana também passa a apresentar vegetação ciliar
bem conservada e na área alterada apresenta ainda as espécies de área aberta. Estudos
como os de Almeida (2002), Poza (2002), Silva (2008) e Atiê (2009) encontraram esse
mesmo padrão de riqueza maior em áreas de florestas contínuas ou em fragmentos
maiores, podendo relacionar inclusive com a teoria de biogeografia de ilhas
(MACARTHUR e WILSON, 1967; COX e MOORE 1980).
O ponto BJRVL apresentou o menor número de espécies e menor
variação mensal no número de espécies, sendo que este ponto é formado pelo rio Jauru,
que possui águas pretas e transparentes, vegetação ciliar formada por cambarazal, sendo
o ponto mais distinto entre todos os estudados.
O fato de BJRVL apresentar vegetação monoespecífica certamente
influenciou na riqueza e abundância da área, pois a heterogeneidade ambiental é baixa
(DOWNING, 1974; ALLEN e HOEKSTRA, 1974; ARMESTO, PICKETT e
McDONNELL, 1974).
A variação no número de indivíduos por ponto de coleta estáa
relacionada a muitos fatores, seja o estado de preservação da área, disponibilidade de
recursos tanto alimentares quanto para reprodução, heterogeneidade ambiental,
característica ecológica da água entre outros como mencionado por Frisch e Frisch,
(2005); Gimenes et al, (2007) e Dias (2000).
118
Figura 46: Número de espécies por coleta durante o período hidrológico em toda a área de estudo.
O número de indivíduos por coleta variou muito sendo de apenas 17
indivíduos em BJRVL (mar-2009) a 3875 indivíduos em RIOIII (set-2008), sendo que a
abundância também foi maior no período de vazante e estiagem e menor na cheia
(Figura 47).
RIO III, RIO I e BEPC apresentaram abundância muito maior quando
comparada aos outros pontos, isso se deve ao fato de que, nesses três pontos, estão
localizados os ninhais de reprodução das aves coloniais. Em RIO I um ninhal branco
exclusivamente de cabeça-seca (Myteria americana), com cerca de 500 indivíduos, em
RIO III ninhal branco de cabeça-seca (Mycetria americana) e colhereiro (Platalea
ajaja) sendo este com aproximadamente 3000 indivíduos.
No ninhal de BEPC também é misto, com presença de cabeça-seca
(Mycteria americana) e colhereiro (Platalea ajaja), sendo este com aproximadamente
1000 indivíduos. Nesta área também ocorre um ninhal preto de reprodução de biuá
(Phalacrocorax brasilianus) e biuatinga (Anhinga anhinga) que foram observados já no
final do período reprodutivo.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
BMALH
BBCTP
BRTVL
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BJCRE
BBCMG
BMORRO
BEPC
BMORRI
RIOI
RIOII
RIO III
nº spp
Mai
Jun
Ago
Set
Nov
Dez
Fev
Mar
119
Figura 47: Número de indivíduos por coleta durante o período hidrológico em toda a área de estudo.
Foi realizado o registro total de 44.300 indivíduos da avifauna do rio
Paraguai, no trecho que vai da zona urbana do município de Cáceres a Fazenda
Descalvados. Os meses com maior abundância foram junho (com 10.106 indivíduos) e
maio (com 9.575 indivíduos), compreendendo o período hidrológico de vazante,
seguido por setembro (com 7.746 indivíduos) e agosto (com 5.985 indivíduos), sendo
este o período de estiagem.
Dezembro compreendeu 3.552 indivíduos e novembro 2074, para a
enchente e finalmente fevereiro com 3.223 e março com 2069 indivíduos, sendo a cheia
o perído com menor abundância para a avifauna local. Este também foi um período
bastante chuvoso, onde a maioria das plantas apresentam apenas órgãos vegetativos, a
maior parte do solo estava coberto pelas águas e os peixes dispersos por toda aplánicie
de inudação, dificultando assim a permanência da avifauna no local (Figura 48).
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
3200
3600
BMALH
BBCTP
BRTVL
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BJCRE
BBCMG
BMORRO
BEPC
BMORRI
RIOI
RIOII
RIO III
nº ind.
Mai
Jun
Ago
Set
Nov
Dez
Fev
Mar
120
Figura 48: mero total de indivíduos por coleta durante cada mês (1 e 2 vazante, 3 e 4 estiagem, 5 e 6
enchente e 7 e 8 cheia.
Quanto ao número total de espécies por unidade amostral, o trecho RIO
III, foi o que apresentou maior riqueza específica sendo 163 espécies, BJCRE
apresentou 127 espécies e RIO I apresentou 110. O trecho BJCRE foi favorecido pelo
trecho de caminhada de 3km entre a sede da Fazenda Descalvados e o ponto de
observação, no qual foi realizado levantamento (Figura 49).
O ponto com menor número de espécies foi BJRVL, onde foram
registradas apenas 48 espécies, sendo este também o único ambiente que não é formado
pelo rio Paraguai, mas sim pelo rio Jauru, que possui características completamente
diferentes do outro, sendo mais pobre em nutrientes, tendo sido provavelmente este o
fator decisivo para tal diferença na riqueza deste ambiente.
Figura 49: Número total de espécies por ponto de coleta, durante todo o período de estudo.
0
2000
4000
6000
8000
10000
1
2
3
4
5
6
7
8
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
BMALH
RIO I
BBCTP
BRTVL
RIO II
BTMVR
RIO III
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
121
4.1.2 Expécies Ameaçadas de Extinção
Para caracterizar a avifauna ameaçada de extinção foi utilizado o livro
vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção, de Silveira e Straube (2006), Nunes
et al., (2006), Tomas et al., (2004).
A primeira espécie citada com ocorrência neste esudo foi Tigrisoma
fasciatum, que também foi de ocorrência restrita limitando-se a poucos ambientes.
Mesmo assim na lista a espécie não figura como ameaçada para o estado de Mato
Grosso.
Também é citada a sub-espécie Crax fasciolata pinima estretando, esta é
do centro do estado do Pará, e a sub-espécie que ocorre no Pantanal é Crax fasciolata
fasciolata, que neste estudo foi abundante.
Penelope ochrogaster é espécie citada como ameaçada principalmente no
estado de Minas Gerais. Na área de estudo embora tenha sido identificado poucas vezes,
foram avistados indivíduos jovens e talvez tenham sido pouco avistados, mais por ser
uma espécie tímida do que pela não ocorrência. Além disso, a região do Pantanal é
citada como um dos locais com a maior abundância da espécie.
A ararauna, Anodorhynchus hyacinthinus, talvez seja a espécie ameaçada
mais frequentemente avistada no Pantanal. Neste estudo foi avistada em duas
localidades.
Sporophila maximiliani ou bicudo foi avistado em apenas um ponto neste
estudo, sendo espécie de interesse para tráfico de animais silvestres e para competições
de canto. Foi raro neste estudo.
O arrebita-rabo, Alectrurur tricolor, foi avistado uma única vez, mas sua
ocorrência para o Pantanal havia sido registrada para o Pantanal de Mato Grosso do
Sul. No Brasil encontra-se vúlnerável no Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Segundo a lista da IUCN existem no Pantanal 18 espécies em alguma
categoria de ameaça. Destas, 7 foram observadas neste estudo, sendo elas distribuídas
em três categorias: Nt = quase ameaçada, Rhea americana, ameaçada pela caça e pela
agricultura e pecuária; Tryngites subruficollis, ameaçada pela agricultura e pecuária;
Salvatoria xanthops, ameaçada pelo desmatamento e pelo tráfico ilegal de animais
silvestres; Sporophila ruficollis, ameaçada principalmente pelo avanço da agricultura e
pecuária; Sporophila maximiliani, ameaçada pela agricultura e pecuária e pelo tráfico de
122
animais silvestres, Vu = vulnerável, Penelope ochrogaster, ameaçada pela caça e pelo
desmatamento, Em = ameaçada de extinção, Anodorhynchus hyacinthinus, ameaçada
pela agricultura e pecuária, desmatamento e tráfico ilegal de animais silvestres.
Noventa e sete espécies são citadas pela CITIES e destas 78 foram
observadas neste estudo, perfazendo 80% do total de espécies desta lista. As espécies
foram distribuídas em três categorias de anexos, sendo que para o Pantanal duas
espécies ficaram na categoria I (3%), 55 (71%) na categoria II e 21 (27%) na categoria
III.
A importância de se estar atento à situação das aves raras e ameaçadas é
justificada porque o Pantanal é considerado uma área ainda pouco alterada por
atividades humanas e que, portanto, pode se constituir no último grande refúgio que
abriga populações vigorosas destas espécies. O caso mais conhecido é o do tuiuiú
(Jabiru mycteria), vulnerável em grande parte de sua área de distribuição, mas que no
Pantanal tem uma população de ninhos ativos que foi estimada em cerca de 15 mil
(MOURÃO et al., 2000).
Na listagem nacional de aves ameaçadas elaborada pelo Ministério do
Meio Ambiente (SILVEIRA e STRAUBE, 2006) constam apenas 9 espécies ocorrentes
Pantanal. Espécies como o papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops) e da tesoura-do-
campo (Alectrurus risora) e a maioria das aves listadas pela CITES (2006), estão fora
da lista nacional. As aves Não-Passeriformes são as mais representativas, com 135
espécies (72% da avifauna ameaçada), sendo os Accipitridae (gaviões) a família mais
representativa, com 23 espécies (17% da avifauna), sendo seguida dos Psittacidae
(araras, periquitos e papagaios) e Trochilidae (beija-flores), com 19 espécies (14%) e 17
espécies (12,6%), respectivamente.
Os gaviões, sendo aves de topo de cadeia alimentar, são na maioria
dependentes de ambientes florestais e requerem extensas áreas para estabelecer seus
territórios e se reproduzir. A principal ameaça a este grupo é o desmatamento (SICK,
1997). Araras, periquitos e papagaios (Psittacidae) e tucanos (Ramphastidae) destacam-
se como as aves mais cobiçadas pelo comércio ilegal de animais silvestres (SILVEIRA
e STRAUBE, 2006; RENCTAS, 2006). Galettti e Pizo (2002), alertam para os efeitos
do processo de destruição de habitats naturais pelo homem, que muito provavelmente
colocará em risco as espécies do gênero Ara e Amazona no Pantanal.
123
A avifauna pantaneira carece de estudos e melhor estruturação das listas
de espécies ameaçadas, necessitando de estudos mais aprofundados.
4.1.3 O Pulso de Inundação e a Avifauna
A avifauna aquática exerce importante papel nos corpos dágua onde
vivem, seja pela elevada capacidade de capturar organismos aquáticos como insetos
aquáticos, anfíbios, moluscos e peixes, bem como vegetais, quanto pela rápida
devolução de nutrientes no sistema, aumentando assim o input de nutrientes nos corpos
d’água (SMILEY, 1937, KUSHLAN, 1976; WHITE e JAMES, 1978; ERWIN, 1983).
Estudos desse tipo, passaram a ser considerados com maior seriedade
a partir da década de 70, onde muitos estudos, principalmente nos “everglades”,
demostraram a importância das aves aquáticas para a dinâmica dos sistemas aquáticos,
passando a estudar inclusive a influência de fatores físico-químicos na distribuição e
abundância das mesmas nestes sistemas (BANCROFT, HOFFMAN e SAWICKI, 1992;
KUSHLAN, 1993; CROZIER e GAWLIK, 2002; NUNES et al, 2002; ZEFFER et al,
2003). No Pantanal, praticamente não existem estudos com esta abordagem (ABDO,
1999; ABDO e DA-SILVA, 2004).
Na Figura 49, o eixo espécies por coleta apresentou uma atendência que
também lembra o pulso de inundação, pois a curva varia geralmente no início de cada
período hidrológico tendendo a estabilizar em seguida, voltando a variar conforme o
período varia.
O período hidrológico com maior abundância de aves na região estudada
foi o de vazante, representado pelos meses de maio e junho, sendo na seqüência,
estiagem, enchente e o período com menor abundância foi o de cheia (Figura 50). Cintra
e Yamashita (1990) e Figueira et al. (2006), analisando a avifauna da região de Poconé,
observaram maior abundância e riqueza também nos períodos relacionados à estiagem.
A redução do volume de água no rio faz com que as espécies antes
dispersas por toda a planície de inundação, retornem para as matas ciliares e margens
dos rios, promovendo a migração lateral que também no Pantanal é determinada pelo
movimento da água.
124
Branco (2003) estudando onze lagos no médio Rio Doce em Minas
Gerais e seis reservatórios no médio e baixo Rio Tiête no estado de São Paulo,
observou, de forma diferente deste estudo, que não ocorreu influência direta e
significativa do período hidrológico na ocorrência e distribuição da avifauna aquática, o
que pode ter se dado devido ao fato dos sistemas pertencerem a área modificadas por
usinas hidroelétricas, que minimizam os efeitos do pulso de inundação.
Branco (2008) verificou, como já abordado anteriormente, a influência da
avifauna no processo de eutrofização de lagos localizados na região sudeste, no Brasil.
Tais lagos são utilizados por garças vaqueiras (Bulbucus ibis) como área de pernoite
onde então defecam, aumentando, dessa forma, o aporte de nutrientes.
Figura 50: Nível do rio Paraguai (m), durante o período de jan/08 a jun/09 e número de indivíduos
observados em mai/jun/08 vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e fev/mar/09 cheia.
A baixa precipitação no período de maior abundância de Falconiformes é
evidenciada pela figura 51, sendo que, assim que se inicia o período chuvoso ocorre a
diminuição no número de indivíduos, que migram lateralmente ao Rio Paraguai,
alcançando área que possuem menor profundidade, dentro da área de transição terrestre
aquática (ATTZ) ou para outras regiões do país e mesmo para fora dele.
Com o aumento do volume d’água as espécies ictiófagas passam a ter
mais dificuldade para capturar peixes e mesmo as espécies que apresentam outros
hábitos alimentares precisam procurar alimentos em locais onde o nível d’água é mais
baixo.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun
2008
2008
2008
2008
2008
2008
2009
2009
2009
m
nº indivíduos
nível do rio (m)
125
Figura 51: Precipitação pluviométrica (mm) durante o período de jan/08 a jun/09 e número de indivíduos
observados em mai/jun/08 vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e fev/mar/09 cheia.
O período de vazante e estiagem combina ainda com o período de maior
insolação nesta região do Pantanal, o que faz com que os animais busquem os corpos
d’água tanto para dessedentação quanto para forrageamento, pois nestes locais
concentram-se grande quantidade de organismos vegetais e animais, permitindo intenso
contato entre organismos de diferentes níveis tróficos (Figura 52).
Esse fenômeno foi fortemente verificado neste estudo, onde muitas
espécies florestais ou de sub-bosque puderam finalmente ser observadas neste período,
pois as mesmas dirigiam-se para as margens do Rio Paraguai e principalmente das
baías, para poder alcançar a água. Pode-se perceber também que muitas espécies
tornaram-se vulneráveis neste momento, pois acabavam se expondo aos predadores.
Pode-se observar ainda intensa movimentação das espécies ictiófagas,
capturando os peixes que subiam a flor d’água para respirar.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun
2008
2008
2008
2008
2008
2008
2009
2009
2009
mm
nº indivíduos
Precipitação (mm)
126
Figura 52: Insolação (horas) no rio Paraguai, durante o período de jan/08 a jun/09 e número de indivíduos
observados em mai/jun/08 vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e fev/mar/09 cheia.
A evapotranspiração é outro fator ambiental que coincide principalmente
com a estiagem e começa a subir na enchente aumentando a sensação de calor no
local e fazendo com que os organismos precisem repor água com maior freqüência,
fazendo com que estes passem a ficar próximos aos corpos d’água (Figura 53).
Figura 53: Evapotranspiração (mm), durante o período de jan/08 a jun/09 e número de indivíduos
observados em mai/jun/08 vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e fev/mar/09 cheia.
0
50
100
150
200
250
300
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun
2008
2008
2008
2008
2008
2008
2009
2009
2009
horas
nº indivíduos
insolação total (h)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun
2008
2008
2008
2008
2008
2008
2009
2009
2009
mm
nº indivíduos
evaporação total (mm)
127
A umidade relativa do ar (URA) mantém-se em níveis altos durante todo
o ano já que a região estudada esta no Rio Paraguai e ATTZ. Mesmo assim o período de
menor URA também coincide com o período de maior abundância de aves (Figura 54),
pois os mesmos são novamente levados a aglomerar-se no entorno dos corpos d’água da
região em busca de dessedentar-se e alimentar-se.
Figura 54: Umidade relativa do ar (%) durante o período de jan/08 a jun/09 e número de indivíduos
observados em mai/jun/08 vazante, ago/set/08, estiagem, nov/dez/08 enchente e fev/mar/09 cheia.
4.1.4 Frequência de Ocorrência (FO)
A frequência de corrência acima de 75% (Tabela 03) indica espécies
residentes abundantes, enquanto que FO mais baixas podem indicar espécies que
permanecem poucos dias no local, que são de outro ambiente, forrageando nas
proximidades (ocasionais), ou migratórias.
Outro fator relevante no Pantanal, observado neste estudo, é a migração
lateral das espécies com relação aos rios, que ocorre devido ao pulso de inundação.
Durante o período de estiagem por exemplo, a avifauna se concentra ao longo dos
corpos d´água, que neste momento estão limitados, então elas são frequentemente
encontradas prósimas ao rios e baías, pelo menos, em algum momento do dia. Quando o
Pantanal enche, as espécies passam a distribuir-se de forma homogênea por toda a
planície, podendo então ser observadas longe dos rios e baías.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun
2008
2008
2008
2008
2008
2008
2009
2009
2009
%
número
nº indivíduos
umidade relativa do ar (%)
128
A FO no nível de 100% variou de 0 a 8%, indicando espécies
extremamente abundantes e residentes no ambiente. A categoria 75% a 99% variou de
3% a 12%, indicando ainda espécies residentes e abundantes. 50% a 74% variou de 9%
a 23%, 25% a 49% varoiu entre 20% e 38% e a maioria das espécies ficaram na
categoria <25% que variou de 34% a 51% do total de espécies observadas.
Tabela 03: Número e porcentagem de espécies em diferentes classes de Frequência de Ocorrência (FO)
em relação ao total de cada área estudada.
< 25%
nº spp % spp
25% - 49%
nº spp % spp
50% - 74%
nº spp % spp
75% - 99%
nº spp % spp
100%
nº spp % spp
RIO I
49
45
26
24
14
13
12
11
9
8
RIO II
34
47
23
32
9
13
5
7
1
1
RIO III
69
43
43
27
28
18
16
10
4
3
BMALH
25
34
25
34
17
23
6
9
0
0
BRTVL
32
50
13
20
15
23
3
5
1
2
BBCTP
33
51
19
29
7
11
6
9
0
0
BTMVR
26
39
24
36
12
18
4
6
1
1
BSMNN
38
49
24
31
7
9
7
9
2
3
BCTGD
30
49
22
36
6
10
3
5
0
0
BJRVL
20
47
13
30
6
14
4
9
0
0
BBCNT
36
50
22
31
12
17
2
3
0
0
BEPC
32
49
16
25
11
17
5
8
1
2
BMORRI
43
51
17
20
15
18
10
12
0
0
BMORRO
36
49
20
27
9
12
7
10
1
1
BBCMG
32
38
32
38
12
12
9
11
2
2
BJCRE
60
50
37
31
14
12
9
8
0
0
Neste estudo a maioria das espécies apresentou FO menor que 25% em
todas as áreas e poucas espécies apresentaram FO entre 75% e 99% e raras foram as
espécies que apresentaram FO igual a 100% (Figura 55).
Em estudos realizados no estado de São Paulo em áreas de Cerado ou
mata secundária, Almeida (2002), Poza (2002), Silva (2008) e Atiê (2009) observaram o
mesmo padrão de distribuição encontrado neste estudo.
Merece destaque espécies como: Phalacrocorax brasilianus, Bussarelus
nigrcollis, Ardea alba, Ortalis canicollis, Anhinga anhinga, Ardea cocoi, Butorides
striata, Rosthramus sociabillis, Vanellus chilensis, Brotogeris chiriri, Crotophaga ani,
C. major, Megacerile torquata e Paroaria capitata que estiveram presentes em todo os
pontos de coleta e na maiorias dos dias de coleta.
Em RIO I, 8% das espécies apresentaram frequência de ocorrência igual
a 100%, sendo elas: Bussarelus nigricollis, Cathartes aura, Ardea alba, Chauna
torquata, Ortalis canicollis, Anhinga anhinga, Phalacrocorax brasilianus, Cathartes
129
aura e Phaetusa simplex, todos ligados ao ambiente aquático. As espécies com FO entre
75 e 99% alcançaram 11%, apresentando espécies como: Crotophaga ani, Paroaria
capitata, Caracara plancus, Ardea alba, Pitangus sulphuratus e Megacerile torquata,
sendo que neste grupo começam a surgir espécies que não estão essencialmente ligadas
ao ambiente aquático, mas que residem na região.
As espécies com ocorrência entre 50 e 74% apresentaram 13% do total
estando entre elas: Stelgidopteryx ruficollis, Jacana jacana, Jabiru micteria,
Dendrocigna autumnallis, Pandion haelietus e Ryncops nigra, surgindo nesta
categoria espécies migratórias, que reproduzem no Pantanal matogrossense. De 25 a
49% ocupou 24% do total de espécies, estando entre elas: Crax fasciolata, Aramides
cajanea, Ara nobilis, Pteroglosus castanotis, Tigrisoma lineata, Amazona aestiva e
Columbina talpacoti.
A classe com maior número de espécies é a <25%, sendo 45% do total,
somando 49 espécies, entre elas: Circus buffoni, Elaenia cristata, Saltator similis,
Cacicus solitarius, Cariama cristata, Falco deiroleucus, Columbina squamatta, Tringa
solitaria e Amazoneta brasiliensis.
RIO II apresentou apenas 1% das espécies na classe 100% sendo a única
espécies presente Phalacrocorax brasilianus, espécies aquática presente em todos os
pontos amostrais sendo comumente uma das mais frequente e abundantes no Pantanal.
34 espécies ou 47% do total ficaram na categoria <25%, estando entre elas: Penelope
ochrogaster, Columbina talpacoti, Botaurus pinnatus, Fluvicola pica, Cacicus cela e
Leptodon cayenensis.
A frequência de ocorrência 100% para espécies do trecho rio RIO III, foi
de 3% totalizando quatro espécies, sendo elas Ardea cocoi, Butorides striata, Ortalis
canicollis e Phalacrocorax brasilianus. Exceto por O. canicollis, todas as outras são
aquáticas. A FO <25% totalizou 71 espécies e 43% do total com espécies de diferentes
ordens,incluindo Passeriformes, Ciconiformes, Columbiformes a Cathartiiformes.
A BMALH não apresentou nenhuma espécie com FO de 100% e 34%
das espécies <25%, totalizando 25 espécies com Passeriformes, Psittaciformes e
Cuculiformes entre outros. BTMVR teve em Jacana jacana a única espécies com FO
igual a 100%, enquanto que FO <25% foram 26 espécies sendo 39% do total de
espécies.
130
Figura 55: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Freqüência de Ocorrência (FO%) nas áreas
estudadas.
Foi observada um FO de 51% com 33 espécies nesta classe. Na classe
100% não houve o registro de nenhuma espécie neste ambiente. Em BTMVR, apenas
\Jacana jacana apresentou FO igual a 100%, sendo 2% total. Para FO <25% foram 30
espécies, perfazendo 50% do total. Em BSMNN Rostramus sociabillis e Butorides
striata foram as únicas espécies com 100% de FO. As espécies com FO <25% somam
38, sendo 49% do total. Em BCTGD, a FO <25% foi de 49% sendo 30 espécies. Não
houveram espécies com 100% de FO. Em BJRVL, BBCNT, BEPC, BMORRI,
BMORRO e BJCR observa-se o mesmo padrão descrito acima, sendo sempre maior a
FO <25%, enquanto que das sete restantes, quatro não apresentaram nenhuma espécie
com FO igual a 100%.
0
10
20
30
40
50
60
% spp
% spp
% spp
% spp
% spp
< 25%
25% - 49%
50% - 74%
75% - 99%
100%
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTP
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
131
4.1.5 Indíce Pontual de Abundância (IPA)
No total de amostragens realizadas em 480 horas de observação, foram
registrados 44.300 contatos. No total dos pontos de amostragem foram 15223 contatos,
com uma média de 634,4 contatos por amostra em RIO III, 10522 contatos com uma
média de 438,4 contatos por amostra em RIO I; 3752 contatos com uma média de 156,3
contatos por amostra na BEPC; 1942 contatos com uma média de 81 contatos por
amostra em BJCRE. Em RIO II foram 1945 contatos e 81 contatos por amostra, em
BMALH, foram 1711 contatos com IPA global de 71,3.
BBCMG registrou 1622 contatos com 68 de IPA global, BTMVR, 1467
contatos com IPA global de 61,1, BMORRI, apresentou 1438 contatos com IPA global
de 60, BMORRO, 860 contatos com IPA global de 36, BBCNT teve 791contatos e IPA
global de 33, BBCTP, teve 787 contatos, com IPA global de 32,8. BRTVL, teve 747
contatos sendo que i IPA global foi de 31,1. BSMNN, teve IPA global de 24,6 e 591
contatos. BCTGD, teve 542 contatos e IPA global de 22,6. BJRVL foi o menor número
de contatos obtidos (362) e consequentemente o menor IPA global (15,1), (Tabela 04).
Tabela 04: Número de espécies, número de avistamentos e IPA global de cada área estudada.
N
o
spp
N
o
avistamentos
IPA
global
BJRVL
43
362
15.1
BCTGD
61
542
22.6
BSMNN
78
591
24.6
BRTVL
64
747
31.1
BBCTP
65
787
32.8
BBCNT
72
791
33
BMORRO
73
860
36
BMORRI
86
1438
60
BTMVR
67
1467
61.1
BBCMG
87
1622
68
BMALH
73
1711
71.3
RIO II
73
1945
81
BJCRE
127
1942
81
BEPC
65
3752
156.3
RIO I
110
10522
438.4
RIO III
163
15223
634.4
132
O IPA>1,09 indica espécies que ocupam uma elevada proporção na área
de ocorrência, enquanto que IPA mais baixos podem indicar espécies que ocupem
proporções menores no Pantanal (Tabela 05). Observa-se neste estudo a migração
lateral das espécies com relação aos rios, que ocorre devido ao pulso de inundação.
Durante o período de estiagem por exemplo, a avifauna se concentra ao longo dos
corpos d´água, que neste momento estão limitados, então elas são frequentemente
encontradas próximas ao rios e baías, pelo menos, em algum momento do dia. Quando o
Pantanal enche, as espécies passam a distribuir-se de forma homogênea por toda a
planície, podendo então ser observadas longe dos rios e baías.
Os mesmos padrões observados neste estudo foram observados por
Almeida (2002), Poza (2002), Silva (2008) e Atiê (2009) em áreas de Cerrado ou mata
secundária em estudos realizados no estado de São Paulo, embora os valores da última
classe da figura 55, seja maiores neste estudo que os observados nos outros, indicando
que as espécies que compõem esta escala desempenham um importante papel na
comunidade. Neste estudos muitas espécies apresentaram IPA elevado, sendo que
algumas espécies apresentaram elevado número de contato estando presentes em todas
as coletas.
Tabela 05: Número e porcentagem de espécies em diferentes classes de Índice Pontual de Abundância
(IPA) em relação ao total de cada área estudada.
< 0.20
0.20 - 0.49
0.50 - 0.79
0.80 - 1.09
>1.09
nº spp
% spp
nº spp
% spp
nº spp
% spp
nº spp
% spp
nº spp
% spp
RIO I
45
41
17
15
8
7
3
3
37
34
RIO II
34
47
12
16
8
11
1
1
18
28
RIO III
69
42
22
13
15
9
4
2
53
33
BMALH
22
30
13
18
10
14
8
11
20
27
BRTVL
33
52
10
16
6
9
6
9
9
14
BBCTP
34
52
11
17
6
9
2
3
12
18
BTMVR
30
45
13
19
5
7
10
15
9
13
BSMNN
44
56
15
19
9
12
4
5
6
8
BCTGD
38
62
8
13
6
10
5
8
4
7
BJRVL
25
58
8
19
6
14
0
0
4
9
BBCNT
38
53
13
18
8
11
5
7
8
11
BEPC
31
49
8
12
10
15
4
6
12
18
BMORRI
45
52
13
15
10
12
7
8
11
13
BMORRO
37
51
14
19
7
10
4
5
10
14
BBCMG
38
44
15
17
8
9
5
6
21
24
BJCRE
51
40
26
20
26
20
6
5
19
15
133
A maioria das espécies apresentou IPA <0,20 em todos os pontos de
amostragens o que era esperado. Um fator que difere o Pantanal de outras regiões do
país é olfato de que espécies com IPA >1,09 frequentemente são as menos
representativas, o que não aconteceu neste estudo, onde este grupo ocupou a segunda
posição em importância, O IPA variando entre 0,80 a 1,09 apresentou os menores
valores (Figura 56).
Figura 56: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) nas
áreas estudadas.
Pelos pontos de amostragem do rio Paraguai, as espécies que
apresentaram maior IPA, em RIO I, foram: Coragips atratus, (37,54) Ryncops nigra
(55,67) e Phaetusa simplex (59,08), os menores IPAs foram os de: Circus buffoni
(0,042), Cochlearius cochlearius (0,042) e Cripturelus undulatus (0,042), mais dez
espécies apresentaram esse valor de IPA, Figura 55.
No ponto RIO II, as espécies com maior IPA foram: Anhinga anhinga
(7,667), Phalacrocorax brasilianus (8,708) e Phaetusa simlex (8,792), os menores IPAs
ficaram com Botaurus pinnatus (0,042), Circus buffoni (0,042) e Cripturelus undulatus
(0,042), mais 10 espécies apresentaram IPA com esse valor, Figura 57.
No ponto RIO III, a distribuição dos IPAs ficaram da seguinte forma:
Phaetusa simplex, (37,083), Progne calibea (55,208) e Mycteria americana (186,667),
0
10
20
30
40
50
60
70
% spp
% spp
% spp
% spp
% spp
< 0.20
0.20 - 0.49
0.50 - 0.79
0.80 - 1.09
>1.09
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTP
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
134
os menores com: Actites macularia (0,042), Callidris fuscicollis (0,042) e Circus
buffoni (0,42), mais 16 espécies apresentaram esse mesmo IPA, Figura 57.
135
Figura 57: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) no
trecho RIO I do rio Paraguai.
0 10 20 30 40 50 60 70
Circus buffoni
Cripturelus undulatus
Pachyramphus polychopterus
Phacellodomus ruber
Rostramus sociabilis
Troglodytes aedon
Uropelia campestris
Cariama cristata
Falco deiloleucus
Forpus xanthopterigius
Myiarchus ferox
Pilherodrius pileatus
Reinarda squamata
Synallaxis albilora
Tigrisoma fasciatum
Xolmis cinerea
Myozetetis cayenensis
Podilimbus podyceps
Phimosus infuscatus
Tyrannus melancholicus
Crax fasciolata
Buteo magnirostris
Tigrisoma lineatum
Furnarius rufus
Leptotila verreauxi
Guira guira
Tringa solitaria
Pteroglosus aracari cf
Teristicus caudatus
Siclais flaveola
Charadrius collaris
Chaetura andrei
Amazona aestiva
Columbina talpacoti
Cathartes burrovianus
Pandion haelietus
Cairina moschata
Dendrocigna bicolor
Bulbucus ibis
Brotogeris chiriri
Busarelus nigricolis
Vanelus cayanus
Stelgidopteryx ruficollis cf
Crotophaga ani
Butorides striatus
Tachicineta albiventer
Dendrocigna autumnalis
Chauna torquata
Casmerodius albus
Ardea cocoi
Cerile torquata
Progne calibea???
Mycteria americana
Phalacrocorax brasilianus
Ryncops nigra
IPA
136
Figura 58: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) no
trecho RIO II do rio Paraguai.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Botaurus pinnatus
Circus buffoni
Cripturelus undulatus
Falco deiloleucus
Fluvicola pica
Leptodon cayanensis
Mycteria americana
Nicticorax nicticorax
Pachyramphus validus
Penelope ocrogaster
Piaya minuta
Trogon surucura
Urupelia campestris
Aramides cajanea
Columbina minuta
Columbina talpacoti
Dromococis phasianelus
Herpetoteres cachinans
Leptotila rufaxila
Myiarchus swainsoni
Donacobius atricapilus
Buteo magnirostris
Furnarius rufus
Monasa nigrifrons
Myiozetetes cayenensis
Myiozetetes similis
Sittasomus griseicapillus
Taraba major
Chlorocerile amazona
Furnarius leucopus
Icterus icterus
Traupis palmarum
Cathartes burrovianus
Rostramus sociabilis
Tigrisoma lineatum
Chlorocerile inda
Ramphastos toco
Tachycineta leucorrhoa
Vanelus chilensis
Ara auricolis
Cacicus cela
Columba cayenensis
Busarelus nigricolis
Caracara plancus
Jabiru micteria
Chlorocerile aenea
Cathartes aura
Psacarolius decumanus
Pitangus sulphuratus
Cerile torquata
Pandion haelietus
Paroaria capitata
Crax fasciolata
Machetornis richosus
Stelgidopteryx ruficollis cf
Ortalis canicolis
Brotogereis chiriri
Butorides striatus
Dendrocigna autumnalis
Chauna torquata
Crotophaga ani
Podager nacunda
Tachicineta albiventer
Coragips atratus
Casmerodius albus
Sterna superciliaris
Ardea cocoi
Egretta thula
Crotophaga major
Rincops nigra
Anhinga anhinga
Phalacrocorax brasilianus
Phaetusa simplex
IPA
137
Figura 59: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) no
trecho RIO III do rio Paraguai.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Actites macularia
Contopus cinereus
Gampsonyix swainsoni D
Nyctibius griseus
Pilherodius pileatus
Saltator maximus
Tigrisoma fasciatum
Cathartes burrovianus
Columbina picui
Herpetotheres cachinans
Megarrincus pitangua
Nycticorax nicticorax
Phaetornis petrei
Pionus maxilimiani
Pyrocephalus rubinusD
Sporophila collaris D
Thryothorus leucotis
Glaucidium brasilianum
Caradrius colaris
Bubo virginianus
Elaenia flavogaster D
Tachornis squamata
Columba speciosa
Tyto alba
Amazona amazonica
Cyanocorax cianomelas
Turdus rufiventris D
Amazona xanthops
Turdus amaurocalinus
Tigrisoma lineatum
Leptotila verreauxi
Jacana jacana
Cordeiles pusillus
Pipile pipile
Monasa nigrifrons
Buteo (Rupornis) magnirostris
Busarelus nigricolis D/R
Bulbucus ibis D
Traupis sayaca D
Ramphocelus carbo
Chloroceryle anea
Furnarius rufus D/R
Poliborus plancus D/R
Sicalis flaveola D
Crotophaga ani
Podager nacunda
Brotogeris chiriri
Nendayus nenday D
Anhinga anhinga
Passer domesticus D
Paroaria capitata D
Ardea cocoi D/R
Myopsitta monachus D
Rincops nigra
Mycteria americana
IPA
138
Seguindo os pontos de amostragem nas baías parentais ao rio Paraguai,
chegamos ao ponto BMALH, onde as espécies com maior IPA, foram: Ryncops nigra
(4,333), Phaetusa simplex (5,500) e Phalacrocorax brasilianus (7,375). As espécies
com menor IPA foram: Campephilus malanoleucus (0,042), Cochlearius cochlearius
(0,042) e Galbula ruficauda (0,042), outras quatro espécies apresentaram o mesmo
valor de IPA, Figura 60.
No Ponto BRTVL, os maiores IPAs registrados foram: Coragyps atratus
(1,792), Jacana jacana (2,250) e Ardea alba (3,458). Os menores IPA foram registrados
para as seguitnes espécies: Aramides cajanea (0,042), Aramus guarauna (0,042) e
Campephilus malanoleucus (0,042) outras 13 espécies apresentaram o memo IPA,
Figura 61.
Em BBCTP os três maiores IPAs ficaram com as seguintes espécies:
Crotophaga ani (1,875), Paroaria capitata (2,417) e Phalacrocorax brasilianus
(3,083), sendo 14 com o menor IPA, entre elas: Cecromacra melanaria, Cocccyzus
melacoryphus e Eurypyga helias todos com IPA igual a 0,042, (Figura 62).
Em BTMVR, o IPA ficou distribuído da seguinte forma: Anthus
lutescens (2,667), Ortalis canicollis (4,083) e Podager nacunda (24,667) apresentaram
os maiores valores enquanto 14 espécies apresentaram o menor valor de IPA que é
0,042 entre elas: Calidris fuscicollis, Calidris melanotus e Conirostrum speciosum
(Figura 63).
BSMNN apresentou Ortalis canicolis (1,250), Cacicus cela (1,333) e
Crtophaga major (2,458) com os maiores valores de IPA e 19 com o menor valor de
IPA sendo este 0,042, ficando entre estas espécies: Aramus guarauna, Camphilorynchus
trochilirostris e Celeus lugubris, (Figura 64).
Em BCTGD Cacicus cela (1,500), Brotogeris chiriri (1,958) e
Crotophaga major (4,125), apresentaram os maiores IPAs e 15 espécies os menores
valores, entre elas, Bussarelus nigricollis, Patagioenas cayenensis e Patagioenas
speciosa (Figura 65).
139
Figura 60: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BMALH localizada no rio Paraguai.
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Campephilus malanoleucus
Cochlearius cochlearius
Galbula ruficalda
Gampsonix swansoni
Nycticorax nycticorax
Phacelodromus ruber
Sirigma sibilatrix
Anhima cornuta
Ara chloroptera
Busarelus nigricolis
Columbina talpacoti
Elanoides forficatus
Parula pitiayumi
Campylorhinchus turdinus
Rostrhamus sociabillis
Ciconia maguari
Cairina moschata
Colaptes campestris
Myozetetes cayanensis
Tringa solitaria
Pteroglosus aracari cf
Tyto alba
Cathartes aura
Crotophaga major
Dendrocigna autumnalis
Turdus amarocalinus
Coereba flaveola
Dendrocigna viduata
Saltator coerulescens
Crotophaga ani
Vanelus cayanus
Poliborus plancus
Traupis palmarum
Athene cunicularia
Jabiru micteria
Brotogeris chiriri
Sporophila nigricolis
Amazona xanthops
Amazoneta brasiliensis
Pilherodrius pileatus
Jacana jacana
Traupis sayaca
Coragips atratus
Tyrannus melancholicus
Chauna torquata
Mycteria americana
Furnarius rufus
Mimus saturninus
Tachicineta albiventer
Butorides striatus
Clorocerile inda
Paroaria capitata
Cerile torquata
Bulbucus ibis
Amazona aestiva
Pitangus sulphuratus
Machetornis rixosus
Turdus rufiventris
Progne chalibea
Ardea cocoi
Podager nacunda
Casmerodius albus
Sterna superciliaris
Vanelus chilensis
Columba cayenensis
Columba livia domestica
Egretta thula
Ortalis canicolis
Anhinga anhinga
Passer domesticus
Ryncops nigra
Phaetusa simplex
Phalacrocorax brasilianus
IPA
140
Figura 61: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BRTVL localizada no rio Paraguai.
0 1 1 2 2 3 3 4 4
Aramides cajanea
Aramus guarauna
Campephilus melanoleucus
Caracara plancus
Cariama cristata
Falco deiloleucus
Heliornis fulica
Leptotila verreauxi
Myozetetes cayenensis
Pandion haelietus
Tapera nevia
Tigrisoma fasciatum
Tiranus melancholicus
Trogon curucui
Basileuterus hypoleucus
Buteo magnirostris
Ara ararauna
Ara nobilis
Forpus crassirostris
Nycticorax nicticorax
Platalea ajaja
Synalax albilora
Synalax frontalis
Uropelia campestris
Vanelus chilensis
Volatina jacarina
Cripturelus undulatus
Phaetusa simplex
Rostramus sociabilis
Amazona aestiva
Cathartes burrovianus
Pirrocephalus rubinus
Icterus icterus
Stelgidopiterix ruficolis
Cathartes aura
Donacobius atricapilus
Herpetotheres cachinans
Phimosus infuscatus
Mycteria americana
Egretta thula
Furnarius leucophus
Busarelus nigricolis
Tigrisoma lineatum
Columba cayenensis
Ortalis canicolis
Sterna superciliaris
Columba speciosa
Pitangus sulphuratus
Chauna torquata
Brotogeris chiriri
Butorides striatus
Chlorocerile inda
Zenaida auriculata
Anhinga anhinga
Phalacrocorax brasilianus
Columbina talpacoti
Crotophaga ani
Paroaria capitata
Ceryle torquata
Ardea cocoi
Crotophaga major
Coragips atratus
Jacana jacana
Casmerodius albus
IPA
141
Figura 62: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BBCTP localizada no rio Paraguai.
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Cecromacra melanaria
Eurypyga helis
Gnorimopsar chopi
Miyozetetes cayenensis
Pandion haelietus
Rostramus sociabilis
Tiranus melancholicus
Dryocopus leneatus
Furnarius rufus
Phacelodomus rufifrons
Platalea ajaja
Thamnophilus punctatus
Claravis pretiosa
Bussarelus nigricolis
Herpetotheres cachinans
Pirrocephalus rubinus
Coereba flaveola
Fluvicola pica
Brotogeris chiriri
Piaya minuta
Phimosus infuscatus
Furnarius leucophus
Machetornis rixosus
Molothrus bonariensis
Sterna superciliaris
Zenaida auriculata
Leptotila verreauxi
Crotophaga major
Ardea cocoi
Casmerodius albus
Crotophaga ani
Phalacrocorax brasilianus
IPA
142
Figura 63: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BTMVR localizada no rio Paraguai.
0 5 10 15 20 25 30
Calidris fuscicolis
Calidris melanotos
Conirostrum speciosum
Donacobius atricapilus
Eurypyga helias
Leptotila verreauxi
Myozetetes cayanensis
Nycticorax nicticorax
Nystalus chacuru
Pandion haelietus
Platalea ajaja
Saltator coerulescens
Sirigma sibilatrix
Zebrilus undulatus
Amazoneta brasiliensis
Icterus icterus
Phimosus inphuscatus
Sicalis flaveola
Stelgidopteryx ruficollis cf
Cacicus solitarius
Furnarius leucopus
Busarelus nigricolis
Pyrocephalus rubinus
Caracara plancus
Cathartes burrovianus
Columba cayenensis
Piaya cayana
Tringa solitaria
Jabiru mycteria
Tigriosma lineatum
Dendrocigna autumnalis
Clorocerile americana
Coragips atratus
Tachicineta albiventer
Cacicus cela
Charadrius colaris
Rostramus sociabilis
Pitangus lictor
Cathartes aura
Aratinga aurea
Machetornis rixosus
Crypturelus undulatus
Cerile torquata
Mycteria americana
Rincops niger
Sterna superciliaris
Pitangus sulphuratus
Casmerodius albus
Paroaria capitata
Tryngites subruficollis
Columbina talpacoti
Vanelus chilensis
Chauna torquata
Anhinga anhinga
Jacana jacana
Phaetusa simplex
Egretta thula
Vanelus cayanus
Brothogeris chiriri
Ardea cocoi
Butorides striatus
Phalacrocorax brasilianus
Crotophaga ani
Crotophaga major
Antus lutescens
Ortalis canicolis
Podager nacunda
IPA
143
Figura 64: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BSMNN localizada no rio Paraguai.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Aramus guarauna
Camphilorynchus trochilirostris
Celeus lugubris
Furnarius leucopus
Galbula ruficauda
Icterus jamacai
Melanerpes cruentatus
Miozetes cayenensis
Paroaria coronata
Penelope ocrogaster
Piaya cayana
Piculus chrysochlorus
Pipra fascicaudata
Trogon curucui
Turdus fumigatus
Vireo chivi
Xenops minutus
Xenops rutilans
Certhianax cinanomea
Aramides cajanea
Aratinga aurea
Arremon flavirostris
Chrysoptilus malanchloros
Cranioleica vulpina
Crax fasciolata
Cripturelus undulatus
Leptotila rufaxila
Melanerpes candidus
Nemosia pileata
Pirocephalus rubinus
Tachicineta albiventer
Tityra cayana
Xiphorhyncus picus
Buteo magnirostris
Dromococix phasianelus
Fluvicola pica
Momotus momota
Serpophaga subcristata
Cathartes aura
Xiphocolaptes major
Columbina squamata
Psacarolius ducumanus
Saltator similis
Clorocerile aenea
Egreta thula
Phaetusa simplex
Clorocerile inda
Stelgidopterix ruficolis
Donacobius atricapilus
Pandion haelietus
Vanelus chilensis
Tigrisoma lineatum
Jabiru micteria
Volatina jacarina
Bussarelus nigricolis
Ramphocelus carbo
Cerile torquata
Paroaria capitata
Chauna torquata
Coragips atratus
Anhinga anhinga
Crotophaga ani
Machetornis rixosus
Rostramus sociabilis
Sterna superciliaris
Cyanocorax cyanomelas
Casmerodius albus
Columba cayenensis
Pitangus sulphuratus
Ardea cocoi
Butorides striatus
Brotogeris chiriri
Jacana jacana
Phalacrocorax brasilianus
Ortalis canicolis
Cacicus cela
Crotophaga major
IPA
144
Figura 65: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BCTGD localizada no rio Paraguai.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Bussarelus nigricolis
Columba cayenensis
Columba speciosa
Fluvicola pica
Gallinula choloropus
Herpetotheres cachinanas
Heterospizias meridionalis
Micteria americana
Orizoborus maximiliani
Phacelodromus ruber
Phimosus infuscatus
Pipile pipile
Pipra fascicaudata
Porphyrio martinica
Pteroglosus aracari
Antilophia galeata
Aratinga aurea
Carduelis maelanica
Crax fasciolata
Euphonia chlorotica
Furnarius leucopus
Icterus cayenensis
Jabiru micteria
Casmerodius albus
Crypturellus undulatus
Tigrisoma lineatum
Aramides cajanea
Cathartes aura
Pitangus lictor
Clorocerile inda
Machetornis rixosus
Myiozetetes cayenensis
Volatinia jacarina
Stelgidopteryx ruficollis cf
Tachicineta albiventer
Leptotila rufaxila
Pandion haelietus
Rostramus sociabilis
Vanelus cayanus
Chauna torquata
Saltator coerulescens
Clorocerile aenea
Vanelus chilensis
Ardea cocoi
Cerile torquata
Anhinga anhinga
Paroaria capitata
Coragips atratus
Ortalis canicolis
Crotophaga ani
Donacobius atricapilus
Butorides striatus
Sporophila lineola
Sterna superciliaris
Jacana jacana
Phaetusa simplex
Pitangus sulphuratus
Phalacrocorax brasilianus
Cacicus cela
Brotogeris chiriri
Crotophaga major
IPA
145
BJRVL foi o local com menor número de espécies, as espécies com
maior IPA, foram: Crotophaga major (1,250), Rincops nigra (2,208) e Brotogeris
chiriri (2,417), 12 espécies ficaram com IPA igual a 0,042, estando entre elas, Buteo
magnirostris, Cacicus cela e Cathartes aura, (Figura 66).
BBCNT apresentou Ara auricollis (1,833), Brotogeris chiriri (2,292) e
Ortalis canicollis (3,333), como as espécies com maior IPA, 14 espécies tiveram IPA
igual a 0,042 entre elas: Amblyranphus holoseriuceus, Aramides cajanea e Batramia
longicauda (Figura 67).
BEPC teve como maior IPA as espécies: Anhinga anhinga (1,417),
Phalacrocoras brasilianus (28,833) e Mycteria americana (71,625), 13 espécies
apresentaram IPA igual a 0,042, esntre elas pode-se citar: Aramus guarauna,
Chorocerile aenea e Patagioenas picazuro, (figura 68).
Em BMORRI as espécies com maior IPA foram: Phaetusa simplex
(4,083), Ortalis canicollis (4,542), e Phalacrocorax brasilianus (15,833), 16 espécies
apresetnaram IPA igual a 0,042, entre elas: Agelasticus cyanopus, Buteogallus
urubitinga e Casiornis rufus, (Figura 69).
BMORRO teve Crotophaga ani (2,208), Ortalis canicollis (2,917) e
Egreta thula (4,250), 13 espécies tiveram IPA igual a 0,042 entre elas: Buteo
magnirostris, Cacicus solitarius e Cathartes burrovianus, (Figura 70).
BBCMG teve Ardea alba (3,708), Patagioenas cayenensis (4,792), e
Cacicus cela (7,625), quatro espécies apresentaram IPA igual a 0,042, sendo elas:
Buteogallus urubitinga, Falco femoralis, Falco rufigularis e Volatinia jacarina (Figura
71).
BJCRE teve Crotophaga ani (3,583), Ortalis canicollis (4,875) e
Mesembrinibis cayenensis (7,917), 20 espécies apresentaram IPA igual a 0,042, entre
elas: Buteo platypterus, Buteogalus urubitinga e Charadrius collaris (Figura 72).
146
Figura 66: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BJRVL localizada no rio Paraguai.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Buteo magnirostris
Cacicus cela
Cathartes aura
Cerile torquata
Columba speciosa
Donacobius atricapilus
Empidonomus aurantiotrocristatus
Leptotila rufaxila
Machetornis rixosus
Nyctibius griseus
Phacelodromus ruber
Saltator coerulescens
Chlorocerile aenea
Hylophilus pectoralis
Ramphastos toco
Stelgidopteryx ruficollis cf
Chlorocerile amazona
Heliornis fulica
Tigrisoma lineatum
Pipile pipile
Tachicineta labiventer
Pandion haelietus
Trogon curucui
Chlorocerile inda
Cripturelus undulatus
Aramides cajanea
Busarelus nigricolis
Vanelus chilensis
Sterna superciliaris
Coragips atratus
Phaetusa simplex
Ortalis canicolis
Rostramus sociabilis
Paroaria capitata
Crotophaga ani
Pitangus sulphuratus
Ardea cocoi
Butorides striatus
Aninga anhinga
Phalacrocorax brasilianus
Crotophaga major
Rincops nigra
Brotogeris chiriri
IPA
147
Figura 67: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BBCNT localizada no rio Paraguai.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Amblyranphus holosericeus
Aramides cajanea
Bartramia longicauda
Buteo nitidus
Buteo nitidus
Cacicus solitarius
Crypturelus parvirostris
Crypturelus tataupa
Falco deiloleucus
Micrastur semitorquatus
Molotrus oryzivoros
Pandion haelietus
Phacelodromus ruber
Uropelia campestris
Anodorincus yacintinus
Galbula ruficauda
Heliornis fulica
Pionus maximiliani
Rynchotus rufescens
Saltator coerulescens
Thriotorus genibarbis cf
Thriotorus leucotis
Tyranus melancholicus
Vanelus chilensis
Busarelus nigricolis
Buteo magnirostris
Crypturelus undulatus
Leptotila rufaxilla
Camptosoma obsoletum
Cathartes aura
Ptroglosus aracari
Euripiga helias
Fluvicola pica
Miyozetetis cayenensis
Tigrisoma lineatum
Donacobius atricapilus
Monasa nigrifrons
Cacicus cela
Claravis pretiosa
Penelope ochrogaster
Rhea americana
Cariama cristata
Icterus icterus
Paroaria capitata
Rostramous sociabilis
Clorocerile inda
Columbina picui
Poliborus plancus
Jacana jacana
Egreta thula
Ramphastos toco
Stelgidopteryx ruficollis cf
Cerile torquata
Casmerodius albus
Clorocerile aenea
Columba speciosa
Coragips atratus
Guira guira
Ardea cocoi
Anhinga anhinga
Myopsita monaca
Butorides striatus
Columba picazuro
Chauna torquata
Tachycineta albiventer
Pitangus sulphuratus
Phalacrocorax brasilianus
Crotophaga ani
Crotophaga major
Columba cayenensis
Ara auricolis
Brotogeris chiriri
Ortalis canicolis
IPA
148
Figura 68: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BEPC localizada no rio Paraguai.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Aramus guarauna
Clorocerile aenea
Columba picazuro
Columba speciosa
Cyclarhis gujanensis
Elaenia chiriquensis
Euripiga helias
Icterus icterus
Lepdocolaptes angustirostris
Megarincus pitangua
Phimosus inphuscatus
Rincops niger
Sterna superciliaris
Cacicus solitarius
Casiornis rufa
Crax fasciolata
Dendrocincla fuliginosa
Phacelodomus ruber
Pionus maximiliani
Pipile jacutinga
Sittasomus griseicapillus
Tringa solitaria
Vanelus chilensis
Xolmis velata
Tiyranus melancholicus
Aramides cajanea
Buteogalus urubutinga
Cacicus cela
Taraba major
Triotorus genibarbis
Pandion haelietus
Piaya cayana
Cathartes burrovianus
Columba caieniensis
Galbula ruficauda
Fluvicola pica
Tigrisoma lineatum
Clorocerile inda
Busarelus nigricolis
Saltator coerulescens
Chauna torquata
Brotogeris chiriri
Columbina talpacoti
Nicticorax nicticorax
Crotophaga major
Rostramus sociabilis
Ortalis canicolis
Phaetusa simplex
Donacobius atricapilus
Poliborus plancus
Cerile torquata
Machetornis rixosus
Paroaria capitata
Egreta thula
Crotophaga ani
Pitangus sulphuratus
Jacana jacana
Butorides striatus
Casmerodius albus
Coragips atratus
Platalea ajaja
Ardea cocoi
Anhinga anhinga
Phalacrocorax brasilianus
Mycteria americana
IPA
149
Figura 69: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BMORRI localizada no rio Paraguai.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Agelasticus cyanopus
Casiornis rufus
Cripturelus undulatus
Harpripion coerulescens
Icterus iceterus
Miozetetes cayenensis
Pirrocephalus rubinus
Tigrisoma lineatum
Amazona amazonica
Certhiaxis cinnamomeus
Chlorocerile amazona
Nemosia pileata
Thamnophilus punctatus
Clorocerile aenea
Melanerpes candidus
Poliborus plancus
Cairina moschata
Molotrus bonariensis
Saltator maximus
Taraba major
Heliornis fulica
Fluvicola pica
Cacicus solitarius
Ramphastos toco
Cranioleuca vulpina
Anhinga anhinga
Amazona aestiva
Anser anser
Theristicus caldatus
Columbina talpacoti
Crotophaga major
Rostramus sociabilis
Machetornis rixosus
Vanelus chilensis
Jacana jacana
Miopsita monachus
Paroaria capitata
Ardea cocoi
Casmerodius albus
Butorides striatus
Brotogeris chiriri
Pygochelidon cyanoleuca
Ortalis canicolis
IPA
150
Figura 70: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BMORRO localizada no rio Paraguai.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Buteo magnirostris
Cacicus solitarius
Cathartes burrovianus
Eupetomena macroura
Nistalus chacuru cf
Nycticorax nicticorax
Phimosus infuscatus
Pipile pipile
Rostramus hamatus
Saltator similis
Tigrisoma fasciatum
Tringa solitaria
Tyiranus melancholicus
Aramides cajanea
Basileuterus flaveolus
Formicivora rufa
Himantopus himantpus
Icterus cayenensis
Icterus icterus
Therisitcus caudatum
Tiranus savana
Vanelus cayanus
Vanelus chilensis
Clorocerile inda
Monasa nigrifrons
Pionus maxilimiani
Dromococix phasianelus
Rincops nigra
Amazona amazonica
Cacicus cela
Charadrius colaris
Saltatur coerulescens
Todirostrum cinereum
Chauna torquata
Aramus guarauna
Pandion halietus
Rostramus sociabilis
Jabiru micteria
Columba speciosa
Molotrus badius
Cathartes aura
Fluvicola pica
Tachyphonus rufus
Clorocerile aenea
Furnarius leucopus
Phaetusa simplex
Sterna superciliaris
Ramphastos toco
Tigrisoma lineatum
Poliborus plancus
Machetornis rixosus
Sporophila collaris
Volatina jacarina
Amazona aestiva
Leptotila rufaxila
Cerile torquata
Bussarelus nigricolis
Pitangus sulphuratus
Ramphocelus carbo
Brotogeris chiriri
Ardea cocoi
Butorides striatus
Donacobius atricapilus
Crotophaga major
Anhinga anhinga
Casmerodius albus
Jacana jacana
Phalacrocorax brasilianus
Paroaria capitata
Crotophaga ani
Ortalis canicolis
Egreta thula
IPA
151
Figura 71: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BBCMG localizada no rio Paraguai.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Buteogalus urubutinga
Falco rufigularis
Amazona aestiva
Cairinha moschata
Coriphospingus cuculatus
Gnorimopsar chopi
Molothrus bonariensis
Paroaria coronata
Pitangus lictor
Tyranus melancholicus
Euripiga helias
Sporophila collaris
Ara nobilis
Crax fasciolata
Phaetusa simplex
Todirostrum cinereum
Aramus guarauna
Jabiru micteria
Saltator coerulescens
Tringa flavips
Heterospizia meridionalis
Pilherodius pileatus
Vanelus chilensis
Ramphastos toco
Furnarius leucopus
Myopsita monaka
Clorocerile inda
Buteo magnirostris
Coragips atratus
Rostramus sociabilis
Ardea cocoi
Busarelus nigricolis
Egretha thula
Jacana jacana
Fluvicola pica
Crotophaga major
Phalacrocorax brasilianus
Pitangus sulphuratus
Brotogeris chiriri
Leptotila rufaxila
Butorides striatus
Paroaria capitata
Casmerodius albus
Cacicus cela
IPA
152
Figura 72: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Índice Pontual de Abundância (IPA) em
BJCRE localizada no rio Paraguai.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Buteo platypterus
Charadrius colaris
Circus buffoni
Elanus leucurus
Euptomena macroura
Falco sparverius
Hemitriccus margaritaceiventer
Icterus cayenensis
Myodynastes maculatus
Synalax albilora
Alectrurur tricolor
Cercomacra melanaria
Fluvicola pica
Icterus icterus
Myiophobus fasciatus
Philorridor lictor
Primmolius maracana
Sporophila angolensis
Cairina moschata
Furnarius leucomelas
Platalea ajaja
Aramus guarauna
Phimosus inphuscatus
Ara ararauna
Thriothorus genibarbis
Taraba major
Empidonomus varius
Sirystis sibilator
Sporophila nigricollis
Cnemotricus fuscatus
Penelope ochrogaster
Volatina jacarina
Heteropizia meridionalis
Ara nobilis
Sicalis flaveola
Agelasticus cyanopus
Theristicus caldatus
Sporophila ruficollis
Chloroceryle aenea
Columbina talpacoti
Leptotila rufaxila
Passer domesticus
Cyanocorax cyanomelas
Anhinga anhinga
Ramphastos toco
Amazona amazonica
Jabiru micteria
Ceryle torquata
Egretta thula
Sterna superciliaris
Columbina picui
Poliborus plancus
Butorides striatus
Sporophila coerulescens
Machetornis rixosus
Paroaria capitata
Mycteria americana
Cathartes burrovianus
Coragips atratus
Cathartes aura
Sporophila lineola
Ardea cocoi
Crotophaga ani
Mesembrinibis cayenensis
IPA
153
Nenhuma espécie apresentou IPA elevado em todos os pontos, pois
frequentemente houveram variações de um ponto para outro. A maioria das espécies
obtiveram IPA variado nos pontos de coleta. As figuras 73 a 78 mostram a ocorrência,
abundância e distribuição de Phalacrocorax brasilianus, Phaetusa simplex e Ortalis
canicollis, nos três trechos do rio Paraguai (RIO I, RIO II e RIO III) e nas baías
parentais, evidenciando ainda o IPA e a FO destas três espécies nos pontos.
Phalacrocorax brasilianus esteve presente nos três trechos do rio,
sempre com abundância maior que 100 indivíduos, especificamente: 873 em RIO I, 209
em RIO II e 677 em RIO III. O ponto RIO II apresentou menor abundância e riqueza
para praticamente todos os grupos, enquanto que RIO I e RIO III foram muito
semelhantes para a maioria das espécies. Tanto o IPA quanto FO variaram
consideravelmente para esta espécie (Figura 73).
Nas baías as maiores abundâncias para as espécies foram observadas nos
pontos do tipo DPCR e menos nas do tipo TIR, evidenciando a importância do tipo de
conectividade que as baías possuem com o rio. Entretanto, neste caso, também é
importante perceber o tipo de vegetação que margeia a baía, pois a espécie pesca e
frequentemente procura um poleiro para ingerir a presa. Portanto, corpos d´água com
poucas ou sem árvores e galhos expostos ou secos tornam-se inapropriados para a
espécie (Figura 74).
Para Phaetusa simplex o rio também foi local de ocorrência, distribuição
e abundância, tendo ficado da seguinte forma, para RIO I 1418, RIO II 211 e RIO III
890 registros. Vale ressaltar que a maior abundância em RIO I está ligada ao elevado
número de praias neste trecho, que era onde se concentravam os maiores ninhais da
espécie (Figura 75).
As baías diretamente conectadas (DPCR) também apresentaram maior
abundância, provavelmente devido a estratégia de forrageamento da espécie, de voar
seguindo os corpos d’água, o que fica inviável nas baías isoladas ou com corixos muitos
extensos. O IPA e a FO também variaram muito e esta espécie esteve ausente em alguns
pontos (Figura 76).
Ortalis canicollis apresentou variação na abundância apresentando-se
maior nos trechos RIO I (294) e RIO III (229) e menor em RIO II (30). Embora a
espécie tenha estado presente em todos os pontos seu IPA e FO foi bastante variado
154
(Figura 77). Esta espécie, como é mais terrestre e segue a mata ciliar, teve sua
distribuição mas homogênea nas baías (Figura 78).
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 73: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phalacrocorax brasilianus no rio Paraguai, nos
trechos RIO I, RIO II e RIO III, seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem.
155
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 74: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phalacrocorax brasilianus nas baías parentais
do rio Paraguai, separadas por três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR.
156
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 75: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phaetusa simplex no rio Paraguai, nos trechos
RIO I. RIO II e RIO III seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem.
157
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 76: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Phaetusa simplex nas baías parentais do rio
Paraguai, separadas por três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR.
158
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 77: Ocorrência e abundância de Ortalis canicollis no rio Paraguai, nos trechos RIO I. RIO II e RIO
III, seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem.
159
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 78: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Ortalis canicollis nas baías parentais do rio
Paraguai, separadas por três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR.
160
4.1.6 Índice de Diversidade de Shannon (H’)
A Tabela 06 mostra os valores de diversidade de Shannon para todas as
áreas de amostragem, que variou no três trechos do rio de 3,33 (RIO III) a 3,74 (RIO I).
Nas baías variou de 2,05 (BEPC) a 4,67 (BBCNT).
Apesar de ser uma área bastante degradada, BBCNT apresentou o
segundo maior valor de diversidade das áreas amostradas, BJRVL teve a quarta maior
diversidade (3,91) e foi a área com menor número de espécies, BJCRE apresentou a
maior diversidade (4,77), e BCTGD também apresentou diversidade acima de quatro.
BEPC apresentou a menor diversidade, entretanto nas três últimas coletas
não foi possível a realização de todo o trajeto, pois os corixos e a baía estavam tomados
de aguapé, o que certamente influenciou na diversidade da área. O mesmo aconteceu
com BBCMG durante três coletas e em BMORRO apenas uma vez.
Tabela 06: Valores de H´ em todas as área de coleta no rio Paraguai e baías parentais.
Área
H'
nºspp
BEPC
2,05
65
BMALH
2,67
73
BTMVR
2,79
67
BMORRI
3,27
85
RIO III
3,33
137
RIO II
3,40
72
BRTVL
3,49
64
BBCTD
3,52
65
BSMNN
3,61
78
BBCMG
3,70
85
RIO I
3,74
110
BMORRO
3,86
73
BJRVL
3,91
43
BCTGD
4,11
61
BBCNT
4,67
72
BJCRE
4,77
120
Oliveira (2002) estudando quatro fragmentos de cerrado no interior de
São Paulo encontrou valores intermediários aos registrados neste estudo, tendo sido
maiores que quatro dos pontos registrados neste estudo e o maior valor observado pela
autora foi menor que cinco dos pontos observados neste estudo.
161
Poza (2002), também em estudos em duas áreas no interior de São Paulo,
observou valores de 3,49 e 3,54 de H’, sendo também intermediários aos valores obtidos
neste estudo.
Estudos em fragmentos do sudeste brasileiro registraram diversidade de
3,55 e 3,96 H’ em áreas de tamanho variando de 5 a 8ha, (ATIE, 2009; SANTOS, 2004;
D’ÁNGELO NETO et al., 1998) nas áreas deste estudo que possuem tamanho
aproximado H’ foi igula para fois pontos e maior para um dos pontos.
É preciso, no entanto, cautela nas conclusões sobre os dados que indicam
a diversidade de espécies presentes em uma área. Nem sempre a riqueza e diversidade
das espécies observadas são indicadores da conservação de uma área. Esta afirmação
poderá ser feita após análise criteriosa das espécies que compõem cada fragmento. É
possível que uma área com menor diversidade contenha espécies de maior interesse para
conservação, como espécies endêmicas ou de distribuição restrita, enquanto que outra
área, de maior diversidade, pode conter apenas espécies de distribuição ampla,
facilmente adaptáveis em qualquer tipo de ambiente (ALMEIDA, 2002).
Percebe-se na tabela 07 que áreas grandes com elevado número de
espécies nem sempre apresenta H’ elevado. Outro fator importante a ser considerado é a
heterogeneidade ambiente, que ocorre nas áreas de elevado H’.
162
Tabela 07: Área dos pontos de coleta no rio Paraguai e baías parentais, em m
2
, km
2
e ha. Diversidade de
Shannon, nº de espécies e IPA global.
Área
m
2
Km
2
ha
H'
nºspp
IPA
global
BBCTD
38.950
39
3,9
3,52
65
32,8
BRTVL
104.650
104,7
10,47
3,49
64
31,1
BJCRE
113.300
113,3
11,33
4,77
120
81
BMALH
143.760
143,8
14,38
2,67
73
71,3
BCTGD
151.800
151,8
15,18
4,11
61
22,6
BJRVL
166.400
166,4
16,64
3,91
43
15,1
BBCNT
169.560
169,6
16,96
4,67
72
33
BSMNN
242.400
242,4
24,24
3,61
78
24,6
BTMVR
249.803
249,8
24,98
2,79
67
61.1
BMORRO
339.760
339,8
33,98
3,86
73
36
BEPC
588.000
588
58,8
2,05
65
156,3
BMORRI
616.000
616
61,6
3,27
85
60
BBCMG
962.000
962
96,2
3,70
85
68
RIO I
5.250.000
5.250
525
3,74
110
438,4
RIO II
9.010.000
9.010
901
3,40
72
81
RIO III
13.300.000
13.300
1330
3,33
137
634.4
4.1.7 Equidistribuição (E)
Três pontos de coleta apresentaram valores de equidistribuição igual a
um, o que significa que a diversidade encontrada na área esta bem próxima da
diversidade ideal para a área (BBCNT, BJRVL e BCTGD). Vale ressaltar que BJRVL
foi o local com menor riqueza e o único banhado pelo rio Jauru, rio pobre quando
comparado ao Paraguai. Esse valor de equidistribuição e as características do local nos
faz pensar que mesmo sendo a riqueza, parece que esta é a ideal da área (Tabela 08).
Os pontos BJCRE e BMORRO também ficaram bem próximos de um,
mostrando a proximidade do H’ max ideal para a área.
Quatro pontos apresentaram E na casa de 0,80, sendo eles: BSMNN,
BBCMG, BRTVL e BBCTP. Esse fato nos mostra que tais áreas ainda comportam um
número maior de espécies além do que os amostrados até o momento. Vale ressaltar
quem BBCMG as três últimas coletas foram realizadas parcialmente, pois o canal que
liga a baía estava obstruído pelas macrófitas aquáticas.
163
Tabela 08: Valores de H´, max e equidistribuição em todas as área de coleta no rio Paragui e baías
parentais.
H'
nºspp
Hmax
E
BEPC
2,05
65
4,17
0,491
BMALH
2,67
73
4,29
0,622
BTMVR
2,79
67
4,20
0,664
RIO III
3,33
137
4,92
0,677
BMORRI
3,27
85
4,44
0,736
RIO II
3,40
72
4,28
0,795
RIO I
3,74
110
4,70
0,796
BSMNN
3,61
78
4,36
0,829
BBCMG
3,70
85
4,44
0,833
BRTVL
3,49
64
4,16
0,839
BBCTD
3,52
65
4,17
0,843
BMORRO
3,86
73
4,29
0,900
BJCRE
4,77
120
4,79
0,996
BCTGD
4,11
61
4,11
1,000
BJRVL
3,91
43
3,76
1,040
BBCNT
4,67
72
4,28
1,092
Todas as outras área apresentaram E menor que 0,70, indicando a
possibilidade de maior riqueza de espécies para estas áreas.
Almeida (2002), estudando quatro fragmentos em São Paulo, idenficou
valores de E próximos a um, diferentes deste estudo, onde a maioria dos pontos de
coleta ficou próximo de um. Entretanto alguns não chegaram próximos.
É necessário lembrar que tanto a diversidade quanto a eqüidistribuição
são índices que podem representar a avifauna de uma área, mas nem sempre
demonstram a importância desta para a conservação da biodiversidade. Conforme
discutido anteriormente, nem sempre o índice de diversidade pode indicar o estado de
conservação de uma área, pois áreas com baixa diversidade podem abrigar espécies
endêmicas ou de distribuição restrita de grande importância para a conservação.
Neste sentido, sugere-se que a análise destes índices deve vir sempre
acompanhada da análise qualitativa das espécies que compõem uma comunidade,
incluindo seu comportamento, hábito alimentar, nicho, etc. (ALMEIDA, 2002)
164
4.1.8. Ìndice de Similaridade de Jaccard (J)
O índice de similaridade de Jaccard indica, em porcentagem, a
semelhança de espécies entre duas ou mais comunidades, comparando-se o número de
espécies entre as duas áreas. Para este índice são utilizados os números de espécies
exclusivas para cada área e comuns entre elas.
Nas tabelas de 09 a 12 estão os índices de similaridade de Jaccard (J),
calculando entre eles as áreas com o mesmo tipo de conexão com o rio e os trechos nos
quais foram divididos o rio Paraguai.
A tabela 09 mostra que a maior similaridade encontrada no rio foi entre
os trechos RIO I e RIO II, isso provavelmente se deu devido ao fato de RIO II
apresentar diversidade menor, e a maioria das espécies deste estavam contempladas em
RIO II. RIO II e RIO III também foram relativamente semelhantes. Embora sejam o
mesmo rio as estruturas da vegetação são diferentes e RIO I é meandrático, RIO II
retílineo e RIO II planície.
Tabela 09: Valores de similaridade nas diferentes área de coleta no rio Paraguai e baías parentais.
Área
J (%)
RIO I x RIO II
41,1
RIO III x RIO II
33,5
RIO I x RIO III
40,8
Entre as baías do tipo TIR, que caracteriza o tipo de conexão com o rio, a
maior similaridade foi entre BBCTP e BTMVR. Estas duas baías inclusive se
encontram próximas e dentro do mesmo trecho do rio (RIO I), o que evidencia não a
importância do tipo de conectividade da baía com o rio mas também do tipo de
formação do rio nos diferentes trechos (Tabela 10).
Tabela 10: Valores de similaridade nas diferentes áreas de coleta nas baías parentais do rio Paraguai, que
possuem conexão com o rio classificadas como Temporariamente Isoladas do Rio.
Área
J (%)
BBCTP X BTMVR
34,7
BBCTP X BJCRE
23,8
BJCRE X BTMVR
22,2
165
Entre as baías IPCR, a maior similaridade observada foi entre BMORRO
e BBCMG (45,9%). Novamente vale ressaltar a proximidade destes pontos e o fato de
estarem localizadas no mesmo trecho do rio (RIO III). Outro fator que comprova tal
afirmação é a observação de que os menores valores de J foram entre BJRVL e BEPC,
BMORRO e BBCMG, sendo que a primeira está na porção do rio que é retilínea (RIO
II) e as outras três na porção de planície (RIO III) Tabela 11.
Tabela 11: Valores de similaridade nas diferentes áreas de coleta nas baías parentais do rio Paraguai, que
possuem conexão com o rio, classificadas como Indiretamente e Permanentemente Conectadas ao Rio.
Área
J
(%)
BJRVL XBEPC
38,5
BJRVL X BMORRO
36,5
BJRVL X BBCMG
36,2
BEPC X BMORRO
40,8
BEPC X BBCMG
40,2
BMORRO X BBCMG
45,9
Entre as baías do tipo DPCR, (J) variou de 22,8% a 40,5%. O menor
valor de J ocorreu entre BMALH e BSMNN e embora elas estejam no mesmo trecho do
rio (RIO I) uma encontra-se no início do trecho e outra bem no final. Vale lembrar que
este é o trecho mais longo de todos. A maior similaridade foi entre BSMNN e
BMORRI, que apesar de estarem em diferentes trechos do rio, RIO I e RIO II, ambas
estão nos trechos mais sinuosos e de maior diversidade e possuem o mesmo tipo de
conexão com o rio (Tabela 12).
Os resultados demonstram que não semelhança na composição das
espécies das áreas de coleta estudadas ao longo do rio Paraguai e baías parentais
consideradas nesta análise, ou seja, apesar dos valores do índice de diversidade estarem
próximos, a composição das espécies difere de uma área para outra, o que reforça a
necessidade de uma análise criteriosa das espécies que compõem cada fragmento antes
de se fazer qualquer afirmação a respeito do estado de conservação destas áreas.
Entretanto, a manutenção destes ambientes faz-se necessária, pois o
Pantanal Matogrossense é uma área única no planeta, de elevada diversidade e que vem
ao longo do tempo sofrendo diferentes ameaças, que frente a sua fragilidade, causa
preocupação, fazendo-nos refletir acerca do seu potencial e importância pois o mesmo é
166
de elevado interesse para conservação, uso para o turismo e até mesmo na pecuária
estabelecida a tanto tempo na área.
Oliveira (2002) registrou similaridade variando de 46 a 54%. Neste
estudo houve uma grande variação nos valores de similaridade.
Tabela 12: Valores de similaridade nas diferentes áreas de coleta nas baías parentais do rio Paraguai, que
possuem conexão com o rio classificadas como Diretamente e Permanentemente Conectadas ao Rio.
Área
J (%)
BMALH X BSMNN
22,8
BMALH X BBCNT
26,3
BMALH X BMORRI
26,4
BMALH X BRTVL
28,0
BRTVL X BSMNN
29,1
BSMNN X BBCNT
30,4
BBCNT X BMORRI
32,8
BRTVL X BBCNT
33,3
BRTVL X BCTGD
33,7
BRTVL X BMORRI
35,5
BCTGD X BMORRI
36,4
BCTGD X BBCNT
38,5
BSMNN X CBTGD
39,0
BMALH X BCTGD
39,2
BSMNN X BMORRI
40,5
167
4.1.9 Guildas
Guilda trófica é entendida como um grupo de espécies que exploram a mesma classe de recurso alimentar de modo semelhante,
apresentando sobreposição de nicho sem levar em conta a ordenação taxonômica. Para este estudo foram consideradas oito classes de guilda,
sendo elas: necrófago, nectarívoro, onívoro, frugívoro, granívoro, carnívoro, insetívoro e piscívoro. A categoria carnívora apresentou 43
espécies em toda a área de coleta, perfazendo 14% do total de espécies identificadas, sendo então a segunda com maior número de espécies.
Vale lembrar que esta categoria não inclui insetívoros e piscívoros, que foram separados em vista de sua importância neste tipo de ambiente.
Esta categoria incluiu espécies aquáticas, predadores noturnos como as corujas e a maioria dos Falconiformes, observados na região (Tabela
13) e que foram encontrados ao longo de toda a área de estudo, evidenciando assim as boas condições de captura de alimento para estas
espécies na região.
Tabela 13: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria carnívoro.
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Actitis macularius
X
Aramides cajanea
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Aramus guarauna
X
X
X
X
X
X
X
X
Athene cunicularia
X
Bartramia longicauda
X
Bubo virginianus
X
Buteo nitidus
X
Buteo platypterus
X
Buteogallus urubitinga
X
X
X
X
X
X
Calidris fuscicolis
X
X
Calidris melanotos
X
Cariama cristata
X
X
X
Circus buffoni
X
X
X
Cochlearius cochlearius
X
X
Elanoides forficatus
X
Elanus leucurus
X
Falco deiroleucus
X
X
X
X
X
Falco femoralis
X
X
X
168
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Falco rufigularis
X
X
Falco sparverius
X
X
Gampsonyix swainsonii
X
X
Geranospizia coerulescens
X
Glaucidium brasilianum
X
Helicolestes hamatus
X
Herpetotheres cachinans
X
X
X
X
X
X
Heterospizias meridionalis
X
X
X
X
Leptodon cayenensis
X
Leucopternis albicollis
X
Megascops choliba
X
Micrastur semitorquatus
X
Milvago chimachima
X
Nystalus chacuru
X
X
Platalea ajaja
X
X
X
X
X
X
X
Pulsatrix perspicilata
X
Rostrhamus sociabilis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Rupornis magnirostris
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Theristicus caudatus
X
X
X
X
X
X
Theristicus coerulescens
X
X
X
Tringa flavipes
X
Tringa solitaria
X
X
X
X
X
X
X
Tryngites subruficollis
X
Tyto alba
X
X
Zebrilus undulatus
X
A categoria frugívora apresentou 35 espécies em toda a área de coleta, perfazendo 11% das espécies observadas, sendo a quinta
em número de espécies. Agrega indivíduos das famílias: Cracidae, Psittacidae e da ordem Passeriformes. São organismos importantes pois em
sua maioria são dispersores das espécies das quais se alimentam (Tabela 14). Os frugívoros também foram alistados ao longo de todo o
trajeto, tanto no rio quanto nas baías.
169
Tabela 14: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria frugívoro.
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Aburria cujubi
X
X
X
X
X
X
X
X
Aburria cumanensis
X
X
X
Alipiopsitta xanthops
X
X
X
Amazona aestiva
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Amazona amazonica
X
X
X
X
X
Anodorhynchus hyacinthinus
X
X
Ara ararauna
X
X
Ara chloropterus
X
Aratinga aurea
X
X
X
X
X
Aratinga leucophthalma
X
X
X
Aratinga nenday
X
Brotogeris chiriri
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Conirostrum speciosium
X
Crax fasciolata
X
X
X
X
X
X
X
Diopsittaca nobilis
X
X
X
X
X
Eucometis penicilatta
X
Forpus xanthopterygius
X
X
Myopsitta monachus
X
X
X
X
X
Nemosia pileata
X
X
Ortallis canicollis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pachyramphus polychopterus
X
Pachyramphus validus
X
Penelope ocrogaster
X
X
X
X
X
Pionus maxilimiani
X
X
X
X
Primolius auricollis
X
X
X
X
X
X
X
Primolius maracana
X
X
Pteroglosus castanotis
X
X
X
X
X
X
Ramphastos toco
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Ramphocelus carbo
X
X
X
X
X
X
X
Tachyphonus rufus
X
Thlypopsis sordida
X
Thraupis palmarum
X
X
X
Thraupis sayaca
X
X
X
Tityra cayana
X
Tityra inquisitor
X
A categoria granívoro apresentou 40 espécies em toda a área de coleta, somando 13% do total de espécies, sendo a sexta em
número de espécies. Compõem-se predominantemente de Passeriformes, columbídeos e tinamídeos. Também foram observados ao longo de
todo o trecho, tanto no rio, quanto nas baías (Tabela 15).
170
Tabela 15: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria granívoro.
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Anhima cornuta
X
Arremon flavirostris
X
Carduellis magelanica
X
Chauna torquata
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Claravis pretiosa
X
X
Columba livia domestica
X
Columbina minuta
X
Columbina picui
X
X
X
Columbina squammata
X
X
X
Columbina talpacoti
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Coryphospingus cucullatus
X
X
X
Crypturelus parvirostris
X
X
Crypturelus tataupa
X
Crypturelus undulatus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Euphonia chlorotica
X
Euphonia laniirostris
X
Leptotila rufaxilla
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Leptotila verreauxi
X
X
X
X
X
X
Paroaria capitata
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Paroaria coronata
X
X
X
X
X
Patagioenas cayenensis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Patagioenas picazuro
X
X
Patagioenas speciosa
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Rhynchotus rusfescens
X
Saltator coerulescens
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Saltator maximus
X
X
X
Saltator similis
X
X
X
X
Sicalis flaveola
X
X
X
X
Sicalis luteola
X
Sporophila angolensis
X
Sporophila caerulescens
X
X
Sporophila collaris
X
X
X
X
Sporophila leucoptera
X
Sporophila lineola
X
X
Sporophila maximiliani
X
Sporophila nigricollis
X
Sporophila ruficollis
X
Urupelia campestris
X
X
X
X
Volatinia jacarina
X
X
X
X
X
X
X
X
Zenaida auriculata
X
X
171
A categoria insetívoros apresentou 124 espécies em toda a área de coleta, sendo a categoria que apresentou maior número de
espécies, o que era esperado, pois comporta as famílias: Tyraniidae (n=185), Thamnophilidae (157) e Furnariidae (93), que são as famílias
com maior número de espécies no Brasil. Alcançou o percentual de 39% do total de espécies, ficando em primeiro lugar nesse quesito. Neste
grupo também foram incluidos os Caprimulgiformes, comedores de insetos crepusculares e noturnos, os cuculídeos, algumas espécies
aquáticas, pica-paus e dendrocolaptídeos. Foram observados em todo o trecho, embora sua concentração tenha ficado maior quanto mais
próximos chega-se da plánicie pantaneira, ou na porção final do trecho da área de estudo (Tabela 16).
Tabela 16: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria insetívoro.
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Alectrurus tricolor
X
Anthus lutescens
X
X
Arudinicula leucocephala
X
Attila bollivianus
X
Bubulcus íbis
X
X
X
X
Campephilus malanoleucus
X
X
Camptostoma obsoletum
X
Campyloramphus trochilirostris
X
Campylorhynchus turdinus
X
Cantorchilus leucotis
X
X
Caprimulgus parvulus
X
Caprimulgus rufus
X
Casiornis rufus
X
X
Celeus lugubris
X
Cercomacra melanaria
X
X
Certhiaxis cinnamomeus
X
X
Chaetura (andrei) meridionalis
X
Chordeiles pusillus
X
Cnemotriccus fusccatus
X
Coccyzus euleri
X
Coccyzus melacoryphus
X
Colaptes campestris
X
Colaptes malanochloros
X
Colonia colonus
X
Contopus cinereus
X
Cranioleuca vulpina
X
Crotophaga ani
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Crotophaga major
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
172
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Cyclarhis gujanensis
X
Dendrocincla fuliginosa
X
Dendroplex picus
X
Donacobius atricapilla
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Dromococcys phasianelus
X
X
X
X
Dryocopus lineatus
X
Elaenia chiriquensis
X
Elaenia cristata
X
X
Elaenia flavogaster
X
Empidonomus varius
X
X
Eurypyga helias
X
X
X
X
Fluvicola pica
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Formicivora rufa
X
Furnarius leucopus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Furnarius rufus
X
X
X
X
X
X
Galbula ruficauda
X
X
X
X
X
Gallinula chloropus
X
Griseotyrannus aurantioatrocristatus
X
Guira guira
X
X
X
X
X
X
Heliornis fulica
X
X
X
X
X
X
Hemitriccus margaritaceiventer
X
Hemitriccus striaticollis
X
Herpsilochmus atricapillus
X
Himantopus melanurus
X
X
Hydropsalis torquata
X
Hylophilus pectoralis
X
Hypocnemoides maculicaudata
X
Jacana jacana
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Lathrotricus euleri
X
Legatus leucophaius
X
Lepidocolaptes angustirostris
X
Machetornis rixosa
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Megarynchus pitangua
X
X
Melanerpes candidus
X
X
X
X
Melanerpes cruentatus
X
Mesembrinibis cayennensis
X
X
Monasa nigrifrons
X
X
X
X
X
X
Myiarchus ferox
X
Myiarchus swainsoni
X
Myiarchus tyrannulus
X
Myiodynastes maculatus
X
Myiophobus fasciatus
X
Myozetetes cayanensis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Myozetetes similis
X
X
173
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Nyctibius grandis
X
Nyctibius griseus
X
X
Nyctidromus albicollis
X
Nyctiprocne leucopyga
X
Petrochelidon pyrrhonota
X
Phacelodomus ruber
X
X
X
X
X
X
X
X
Phacelodomus rufifrons
X
X
Pheugopedius genibarbis
X
X
X
Philohydor lictor
X
X
X
X
X
Phimosus infuscatus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Piaya cayana
X
X
X
X
X
X
X
Piaya melanogaster
X
X
X
Piculus chrysochloros
X
X
Picumnus albusquamatus
X
Pitangus sulphuratus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Podager nacunda
X
X
X
X
X
Polioptila dumicola
X
Porphyrio martinica
X
Porzana albicolis
X
Progne chalybea
X
X
X
Progne subis
X
X
Progne tapera
X
Pygochelidon cyanoleuca
X
Pyrocephalus rubinus
X
X
X
X
X
X
X
X
Schoeniophylax phryganophilus
X
Serpophaga subcristata
X
Sirystis sibilator
X
Sittasomus griseicapillus
X
X
Stelgidopteryx ruficollis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Synallaxis albilora
X
X
Synallaxis frontalis
X
Syrigma sibilatrix
X
X
X
X
X
Tachornis squamata
X
Tachycineta albiventer
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Tachycineta leucorrhoa
X
Tapera nevia
X
X
Taraba major
X
X
X
X
Thamnophilus doliatus
X
Thamnophilus punctatus
X
X
Todirostrum cinereum
X
X
X
X
X
Troglodytes musculus
X
Trogon curucui
X
X
X
X
Trogon surrucura
X
Tyrannus melancholicus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
174
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Tyrannus savana
X
X
Veniliornis passerinus
X
Vireo olivaceous
X
Xenops minutus
X
Xenops rutilans
X
Xiphocolaptes major
X
Xolmis cinereus
X
Xolmis velatus
X
A categoria necrófagos apresentou 05 espécies em toda a área de coleta, sendo então 8% do total de espécies estudadas, embora
sejam poucas espécies, desempenham importante papel na natureza e na região e são abundantestambém, ocupam neste estudo a oitava e
útima posição em número de espécies por guilda trófico, com a Família Falconidae com a espécie Caracara plancus e a família Cathartidae
com quatro espécies. Foram observados ao longo de todo a área de estudo, sempre em grande número e bem distribuídos. (Tabela 17).
Tabela 17: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria necrófago.
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Caracara plancus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Cathartes aura
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Cathartes burrovianus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Coragyps atratus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Sarcoranphus papa
X
A categoria nectarívoros apresentou 08 espécies em toda a área de coleta, 7% do total de espécies, são fundamentais para a
manutenção do equilibrio natural, pois desempenham uma das principais funções, que é a polinização das flores das espécies vegetais.
Dificilmente foram avistados ou ouvidos, os locais de maior concentração foram os mais distantes do perímetro urbano. Composto
exclusivamente pelas famílias: Trcochiliidae e Coerebidae (Tabela 18).
175
Tabela 18: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria nectarívoro.
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Amazilia fimbriata
X
Anthracothorax nigricollis
X
Chlorostilbon lucidus
X
Coereba flaveola
X
X
X
Euptomena macroura
X
Hylocaris crisura
X
Phaetornis pretrei
X
Phaetornis ruber
X
A categoria onívoros apresentou 33 espécies em toda a área de coleta, sendo 10% do total, ocupando a quinta posição entre as
categorias. Conmposta pelas famílias: Iceteridae, Anatidae, Corvidae, aves aquáticas e outros Passeriformes. Também estiveram bem
distribuídos ao longo de toda a área estudada (Tabela 19).
Tabela 19: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria onívoro.
Nome do Táxon
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Agelasticus cyanopus
X
X
X
Ageloides badius
X
X
X
Amazonetta brasiliensis
X
X
Amblyranphus holosericeus
X
Antilophia galeata
X
Basileuterus flaveolus
X
Basileuterus hypoleucus
X
Cacicus cela
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Cacicus solitarius
X
X
X
X
X
X
X
X
Cairina moschata
X
X
X
X
X
X
X
Charadrius collaris
X
X
X
X
X
Cyanocorax cyanomelas
X
X
X
X
X
Dendricygna bicolor
X
Dendrocygna autumnalis
X
X
X
X
Dendrocygna viduata
X
X
Gnorimopsar chopi
X
X
X
X
X
Icterus cayanensis
X
X
X
X
X
Icterus croconotus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Mimus saturninus
X
Molothrus bonariensis
X
X
X
X
176
Molothrus oryzivorus
X
Momotus momota
X
Parula pitiayumi
X
Passer domesticus
X
X
X
Pipra fasciicauda
X
X
Psarocolius decumanus
X
X
X
X
Rhea americana
X
x
Turdus amaurocalinus
X
X
Turdus fumigatus
X
X
Turdus leucomelas
X
Turdus rufiventris
X
X
X
Vanellus cayanus
X
X
X
X
Vanellus chilensis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
A categoria píscivoros apresentou 27 espécies em toda a área de coleta, sendo 9% do total, ficando na sexta colocação em
número de espécies. Entrtanto, neste grupo se encrontam as espécies mais facilmente avistadas durante o trabalho. Ocupada exclusivamente
por espécies aquáticas, encontram no Pantanal Matogrossense ambiente ideal para forragear e reproduzir. Esta composta pelas famílias
Anhingidae, Ardeidae, Alcedinidae, Ciconidae, Pandionidae, Accipitridae, Sternidae, Podicepedidae e Ryncopidae (Tabela 20).
Tabela 20: Espécies observadas durante o período de coleta que se agrupam predominantemente na categoria piscívoro.
Nome do Táxon
RIO
I
RIO
II
RIO
III
BMAL
H
BRTV
L
BBCT
D
BTMV
R
BSMN
N
BCTG
D
BJRV
L
BBCN
T
BEP
C
BMORR
I
BMORR
O
BBCM
G
BJCR
E
Anhinga anhinga
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Ardea alba Linnaeus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Ardea cocoi Linnaeus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Botaurus pinnatus
X
Busarellus nigricollis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Butorides striata
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Chloroceryle aenea
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Chloroceryle amazona
X
X
X
X
X
X
Chloroceryle americana
X
Chloroceryle inda
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Ciconia maguari
X
Egretta caerula
X
Egretta thula
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Jabiru mycteria
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Megaceryle torquata
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Mycteria americana
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Nicticorax nycticorax
X
X
X
X
X
X
X
X
177
Pandion haliaetus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Phaetusa simplex
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Phalacrocorax
brasilianus
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pilherodrius pileatus
X
X
X
X
Podilymbus podiceps
X
Rynchops niger
X
X
X
X
X
X
X
X
Sternula superciliaris
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Tachybaptus dominicus
X
Tigrisoma fasciatum
X
X
X
X
Tigrisoma lineatum
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
178
Quando analisado ponto a ponto, percebe-se que a classe, insetívoro
permanece em primeiro lugar, entretanto a classe piscívora passa a ocupar a segunda
posição, sendo que na classificação geral está em sexto. Isso se deve ao fato de que, por
ser um ambiente aquático, as espécies próprias deste ambiente estão presentes em todos
os pontos de amostragem.
Ocorre que a varição de espécies na área de estudo não existe para esse o
grupo piscívoros, enquanto que as espécies não aquáticas variam bastante em função da
vegetação circundante de cada localidade, e quando listadas todas juntas causam grande
variação no número total de espécies, o que não acontece com as aves aquáticas (Tabela
21).
Oliveira (2002) e Poza (2002), estudando áreas no estado de São Paulo,
também obtiveram maior número de espécies insetívoras, embora a composição geral
das espécies dentro das classes de guilda tenha variado.
Silva (2008) e Atie (2009) observaram predominância de espécies
insetívoras e onívoras também em áreas do interior de São Paulo.
Nos pontos BJRVL e BMORRO o número de espécies da classe
piscívora foi maior que insetívoro. Fato interessante é que essas duas baías são
bordejadas por cambarazal, vegetação monodominante, o que diminui a
heterogeneidade no ambiente, sendo que esse fator pode levar a redução de oferta de
insetos para espécies insetívoras.
Nos pontos RIO III, BBCTP, BSMNN, BMORRI, o número de
insetívoros é bem maior que piscívoros no caso de BBCTP, esse fato ocorre devido a
essa baía, secar muito rapidamente, no início de agosto, restando apenas nas outras
amostragens espécies que não dependem de peixes como insetívoros, por exemplo,
BSNN e BMORRI são áreas que possuem pastagens e ambientes variados nas margens
o que pode ter favorecido a presença de espécies insetívoras, além disso, em BSMNN,
foi presenciada queimada que certamente atrai espécies insetívoras, não durante a
queima como no processo de regeneração da vegetação que se segue.
RIO III foi o ponto que apresentou o maior número de espécies, fazendo
com que as espécies piscívoras, que estiveram presentes quase que em sua totalidade
neste local, ficassem distante das espécies insetívoras que no total são mais numerosas.
179
Tabela 21: Número de espécies e porcentagem de guilda por área de estudo.
Frugívoro
Necrófago
Nectarívoro
Piscívoro
Onívoro
Granívoro
Carnívoro
Insetívoro
RIO I
nº spp
15
4
0
24
14
13
12
28
% spp
14
4
0
22
13
12
11
25
RIO II
nº spp
8
4
0
19
5
8
6
23
% spp
11
5
0
26
7
11
8
32
RIO III
nº spp
20
4
7
21
16
20
23
52
% spp
12
2
4
13
10
12
14
32
BMALH
nº spp
8
3
1
16
11
6
7
21
% spp
11
4
1
22
15
8
10
29
BRTVL
nº spp
6
4
0
16
3
10
8
17
% spp
9
6
0
25
5
16
13
27
BBCTP
nº spp
5
3
1
12
5
10
7
22
% spp
8
5
2
18
8
15
11
34
BTMVR
nº spp
4
4
0
17
8
8
8
18
% spp
6
6
0
25
12
12
12
27
BSMNN
nº spp
8
2
0
15
7
10
4
32
% spp
10
3
0
19
9
13
5
41
BCTGD
nº spp
5
2
0
15
5
11
5
18
% spp
8
3
0
25
8
18
8
30
BJRVL
nº spp
4
2
0
14
2
5
3
12
% spp
9
5
0
33
5
12
7
28
BBCNT
nº spp
11
3
0
11
9
13
8
17
% spp
15
4
0
15
13
18
11
24
BEPC
nº spp
6
3
0
16
4
7
6
23
% spp
9
5
0
25
6
11
9
35
BMORRI
nº spp
11
5
0
16
12
7
8
27
% spp
13
6
0
19
14
8
9
31
BMORRO
nº spp
9
3
0
18
9
8
9
17
% spp
12
4
0
25
12
11
12
23
BBCMG
nº spp
14
4
0
16
10
11
9
23
% spp
16
5
0
18
11
13
10
26
BJCRE
nº spp
15
4
1
18
12
23
14
40
% spp
12
3
1
14
9
18
11
31
A figura 79 evidencia que RIO III apresentou, dentre as áreas estudadas,
maiores valores para nectarívoros, carnívoros, frugívoros e insetívoro, enquanto
BMORRI para necrófagos e onívoros enquanto BJCRE apresentou os maiores números
de espécies para granívoros. A classe piscívora não apresentou grandes variações no
número de espécies ao longo de todo o percurso.
180
Figura 79: Distribuição das espécies nas diferentes classes de Guilda trófico nas áreas estudadas.
A figura 80 evidencia que a classe insetívora foi a predominante quando
analisado o número de espécies de todas as áreas, no entanto, deixa evidente que a
diferença é significativa entre a primeira e a segunda classe, pois entre a segunda e
sexta classe, não existe diferença significativa.
Figura 80: Número de espécies por classe de guilda trófico nas áreas estudadas.
A classificação em porcentagem das guildas tróficas, ficaram em:
insetívoros em primeiro lugar com 39% abarcando a maior parte das espécies
identificadas; carnívoros em segundo, com 14%, granívoros em terceiro com 13%,
0
10
20
30
40
50
60
nectarívoro
necrófago
carnívoro
frugívoro
onívoro
granívoro
piscívoro
insetívoro
0
20
40
60
80
100
120
140
necrófago
nectarívoro
píscivoro
onívoro
frugívoro
granívoro
carnívoro
insetívoro
181
frugívoros em quarto com 11%, onívoros em quinto com 10% e piscívoros em sexto
com 9%, não havendo grande diferença exceto com o primeiro colocado, nectarívoros e
necrófagos aparecem sétimo e oitavo com 2% (Figura 81).
Figura 81: Porcentagem de espécies por classe de Guilda trófico nas áreas estudadas.
Determinadas guildas podem indicar o status de uma comunidade em um
determinado ambiente, espécies suscetíveis a mudanças ambientais como os granívoros
de solo tal qual Crypturelus undulatus, são importantes para indicar a condição do
ambiente.
Esta espécie foi registrada em praticamente todos os ambientes, exceto
BMALH, que é área urbana, sendo como consequência altamente antropizada, BBCTP,
área muito baixa, que apesar de secar rápido fica com o solo úmido. BEPC fica em uma
região altamente alágavel em meio a meandros abandonados não permitindo assim a
presença da espécie e em BBCMG, embora haja possibilidade de presença da espécie a
mesma não foi registrada. De qualquer modo a presença da espécie na maioria dos
ambientes aponta para a boa qualidade que ainda persiste nestes ambientes (Figura 82).
Vale ressaltar a grande concentração da espécie em BTMVR, local que também isola do
rio e ainda com muita vegetação nativa.
necrófago
2%
nectarívoro
2%
píscivoro
9%
onívoro
10%
frugívoro
11%
granívoro
13%
carnívoro
14%
insetívoro
39%
182
Figura 82: Distribuição de C. undulatus no rio Paraguai e baías parentais, Pantanal de Cáceres MT,
Entre mai/08 e mar/09.
A presença dos grandes frugívoros também indica boa qualidade
ambiental. Espécies como: Trogon curucui, Ramphastos toco, Aburria cujubi, A.
cumanensis, Crax fasciolata, Penelope ochrogaster, Ortalis canicollis, Amazona
aestiva e A. amazonica tendem a ser os primeiros a desaparecer das matas alteradas, por
não conseguirem suprir suas necessidades alimentares ao longo do ano.
A família Cracidae é composta por espécies que são excelentes
dispersoras e são abundantes no Pantanal Matogrossense, atestando a qualidade
ambiental ainda existente na região.
Crax fasciolata foi avistado em cinco dos 16 pontos, entretanto a
abundância da espécie no trecho RIO III foi de 24 indivíduos, e em RIO II foi de 19
indivíduos. A maioria das vezes que a espécie foi avistada estava nos barrancos do rio,
próximos da água, fato este que nos leva a perceber que não ter sido avistado em outros
locais, não implica na sua não ocorrência, pois principalmente nas baías, muitas vezes
não existe área som solo nú, dificultando sua visualização (Figura 83 e 84).
0
2
4
6
8
10
12
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
nº ind.
Crypturelus undulatus
183
Figura 83: Distribuição de C. fasciolata no rio Paraguai e baías parentais, Pantanal de Cáceres MT,
Entre mai/08 e mar/09.
Figura 84: Macho de C. fasciolata pousado na ponta de um galho em BEPC, setembro de 2008,
estiagem, Fonte: Nunes, JRS.
Aburria cujubi foi avistado em sete dos 16 pontos, a abundância da
espécie em BBCMG foi de 20 indivíduos, e em RIO III, foi de 12 indivíduos, a maioria
das vezes que a espécie foi avistada estava sobrevoando o rio de uma margem para
outra, as vezes aos bandos, mas apenas uma por vez, foi avistada ainda pousada no alto
das árvores da mata ciliar e poucas vezes e principalmente durante a estiagem nos
barrancos do rio, próximos da água, a espécie o é de fácil visualização, mas parece
ainda manter uma população considerável na região (Figura 85).
0
5
10
15
20
25
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Crax fasciolata
184
Figura 85: Distribuição de A. cujubi na área de estudo.
Penelope ochrogaster foi avistado em seis dos 16 pontos, a abundância
da espécie foi de sete indivíduos em BJCRE e em RIO III e de cinco indivíduos, em
BBCNT, a maioria das vezes que a espécie foi avistada, estava andando no solo sob a
proteção de árvores, algumas vezes com filhotes, a espécie não é de fácil visualização,
esta ameaçada na maior parte de sua área de ocorrência, mas parece ainda manter uma
população razoável no Pantanal matogrossense, foi avistada também alimentando-se das
flores da piuva (Tabebuia spp) e foi também visualizada em outros pontos do Pantanal
próximos ou não, mas que não fazem parte da área de estudo deste trabalho (Figura 86).
Figura 86: Distribuição de P. ochrogaster no rio Paraguai e baías parentais, Pantanal de Cáceres MT,
Entre mai/08 e mar/09.
0
5
10
15
20
25
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Aburria cujubi
0
5
10
15
20
25
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Penelope ochrogaster
185
Ortalis canicollis foi avistado nos 16 pontos, a abundância da espécie foi
maior nos trechos RIO I (294) e RIO III (229) do que em qualquer outro ponto, nas
baías a abundância foi maior em BJCRE (117), BMORRI (109) e BTMVR (98) as três
são baías margeadas por terras altas e o primeiro e o segundo ponto estão localizados
nos arredores de fazendas, ou seja área alterada, entretanto esta espécie tem se adaptado
ao convívio humano no Pantanal matogrossense, chegando mesmo a misturar-se com as
galinhas criadas nas fazendas.
A maioria das vezes que a espécie foi avistada, estava sobrevoando a
mata ciliar ou caminhando entre os arbustos da mesma, esporadicamente andando no
solo sob a proteção de árvores, muitas vezes com filhotes ou jovens, sempre em bandos
de poucos a muitos indivíduos, é espécie de fácil visualização e ampla ocorrência,
praticamente não existe ambietnes no Pantanal onde a mesma não seja avistada, também
foi avistada alimentando-se das flores da piuva (Tabebuia spp) figura 87 e 88.
Figura 87: Distribuição de O. canicollis no rio Paraguai e baías parentais, Pantanal de Cáceres MT,
Entre mai/08 e mar/09.
0
50
100
150
200
250
300
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Ortalis canicollis
186
Figura 88: O canicollis criado em fazenda do Pantanal matogrossense sobre um banco e em característica
posição de descansando nos galhos de uma mangueira (Mangifera indica), Fonte: Nunes, JRS (2009).
187
4.1.10 Espécies Migratórias
O Pantanal é considerado uma das áreas mais importantes para espécies
migratórias no país, principalmente para aves aquáticas, entretanto pouco se sabe sobre
a presença e distribuição das espécies migratórias na região pantaneira, carecendo de
financiamento para estudos de longo prazo, tais como monitoramento, descrição do
comportamento, anilhamento, marcação via rádio, etc.
Nunes e Tomas (2008) identificaram 192 espécies nômades ou
migratórias no Pantanal, das quais 105 foram identificadas neste estudo, sendo 54,7%
do total.
Das 315 espécies identificadas neste estudo, 105 são consideradas
migratórias ou nômades dentro do Pantanal isso significa 33,3% do total de espécies
observadas, dando um percentual grande, o que evidencia a importância da região para
as aves migratórias. Cintra e Yamashita (1990) estudando a avifauna da região de
Poconé identificaram 317 espécies das quais, 86 eram migratórias.
Dentre as espécies migratórias observadas 75 (71,4%) migram dentro do
contimente americano, sendo este o grupo mais importante em número dentre as
espécies observadas. Dentre as espécies consideradas nômades, foram registradas 17
(16,2%) para a região de estudo. Entre as espécies que realizam as migrações
intercontinetais foram observadas 13 (12,4%) neste estudo.
Trinta e sete (39%) das espécies foram consideradas aquáticas, outras
cinco habitam entre outros o ambiente aquático, 35 (33,3%) espécies habitam, campos
e/ou cerrados e 29 (27,6%) espécies habitam ambientes florestados. É interessante
observar que uma distribuição similar na distribuição dos ambientes que as espécies
migratórias utilizam no Pantanal Matogrossense.
Entre as guildas das espécies migratórias, a classe onívoros, obteve oito
representantes perfazendo 7,6% do total de espécies que migram para o Pantanal. A
classe insetívora ficou com 60 representantes e 57,1% do total de espécies, 12 espécies
são piscívoras perfazendo 11,4% do total, cinco carnívoros, 4,8% do total, malacófagos
são duas espécies 1,9% do total, granívoros são 13 espécies e 12,4%, frugívoros foram
duas espécies e 1,9%, nectarívoros foi apenas uma espécie e u1% do total (Tabela 22).
Boa parte das espécies migrantes ou nomades que ocorrem no Pantanal,
stão ameaçadas de alguma forma e muitas figuram na lista da CITIES, embora não
188
sejam categorias muito preocupantes, cabe refletir acerca de fatores como o
aquecimento global, que diminui a área de vidas para espécies do ártico, derramamento
de óleo, no Pantanal a construção da hidrovia Paraguai/Paraná, perda de área naturais
para pastagens, perda de mata ciliar, a redução do período chuvas, entre outros
(IBAMA/CEMAVE, 2000).
Tabela 22: Espécies migratórias e mades ocorrentes no Pantanal, no rio Paraguai, região entre a área
urbana do município de Cáceres e a Fazenda Descalvados. A nomenclatura científica, ordenação
taxonômica seguem o CBRO (2008). Deslocamento: inter (migrante intercontinental do Hemisfério
Norte), intra (migrante intracontinental do sul e norte da América do Sul), no (nômade). Habitats: aq
(ambiente aquático), fl (florestal), cp (campos), ce (cerrado). Guilda: on (onívoro), fr (frugívoro), gr
(granívoro), pi (piscívoro), in (insetívoro), ne (nectarívoro), ma (malacófago), ca (carnívoro).
Nome científico
Deslocamento
Habitat
Guilda
Anseriformes
Anatidae
Dendrocygna autumnalis
intra
aq
on
Dendricygna bicolor
intra
aq
on
Dendrocygna viduata
intra
aq
on
Cairina moschata
no
aq
on
Amazonetta brasiliensis
no
aq
on
Podicepediformes
Podicepedidae
Podilymbus podiceps
intra
aq
in
Tachybaptus dominicus
intra
aq
in
Pelecaniformes
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus
intra
aq
pi
Anhingidae
Anhinga anhinga
intra
aq
pi
Ciconiiformes
Ardeidae
Ardea alba
intra
aq
pi
Ardea cocoi
no
aq
pi
Bulbucus ibis
no
cp
in
Egretta caerula
intra
aq
pi
Threskionitidae
Mesembrinibis cayennensis
no
aq
in
Phimosus infuscatus
intra
cp,aq
in
Platalea ajaja
intra
aq
in
Ciconiidae
189
Ciconia maguari
intra
aq
pi
Jabiru mycteria
intra
aq,cp
pi
Mycteria americana
intra
aq
pi
Falconiformes
Pandionidae
Pandion haliaetus
inter
aq
pi
Accipitridae
Busarellus nigricollis
no
aq
ca
Elanoides forficatus
inter
fl,cr
ca
Elanus leucurus
intra
fl,ce,cp
ca
Rostrhamus sociabilis
intra
aq
ma
Falconidae
Falco femoralis
intra
fl
ca
Falco sparverius
intra
fl
ca
Gruiformes
Aramidae
Aramus guarauna
intra
aq
ma
Rallidae
Gallinula chloropus
intra
aq
in
Porphyrio martinica
intra
aq
in
Charadriiformes
Recurvirostridae
Himantopus melanurus
inter
aq
in
Charadriidae
Vanellus cayanus
intra
aq
in
Charadrius collaris
intra
aq
in
Scolopacidae
Bartramia longicauda
inter
cp,aq
in
Actitis macularius
inter
aq
in
Tringa flavipes
inter
aq
in
Tringa solitaria
inter
aq
in
Calidris fuscicolis
inter
aq
in
Calidris melanotos
inter
aq
in
Tryngites subruficollis
inter
aq
in
Sternidae
Sternula superciliaris
intra
aq
pi
Phaetusa simplex
intra
aq
pi
Rynchopidae
Ryncops nigra
intra
aq
pi
190
Columbiformes
Columbidae
Columbinapicui
no
ce,cp
gr
Claravis pertiosa
no
ce,cp
gr
Patagioenas speciosa
no
fl
fr
Patagioenas picazuro
intra
fl,ce,cp
fr
Cuculiformes
Cuculidae
Coccyzus euleri
intra
fl
in
Coccyzus melacoryphus
inter
fl,ce
in
Caprimulgiformes
Caprimulgidae
Chordeiles pusillus
intra
cp
in
Nyctiprocne leucopyga
no
ce,cp
in
Podager nacunda
intra
ce,cp
in
Caprimulgus parvulus
intra
fl,ce,cp
in
Caprimulgus rufus
intra
fl
in
Apodiformes
Apodidae
Chaetura meridionalis
intra
cp
in
Tachornis squamata
no
ce
in
Trochilidae
Anthracothorax nigricollis
intra
fl
ne
Passeriformes
Tyraniidae
Elaenia chiriquensis
intra
ce,cp
in
Elaenia cristata
intra
ce
in
Serpophaga subcristata
intra
fl,ce
in
Myiophobus fasciatus
intra
fl
in
Contopus cinereus
intra
fl
in
Pyrocephalus rubinus
intra
ce,cp
in
Xolmis cinereus
intra
ce,cp
in
Xolmis velatus
intra
ce,cp
in
Arudinicula leucocephala
no
aq
in
Alectrurus tricolor
intra
cp
in
Legatus leucophaius
intra
fl
in
Myozetetes cayanensis
intra
fl
in
Myozetetes similis
intra
fl
in
Myiodynastes maculatus
intra
fl,ce
in
191
Empidonomus varius
intra
fl
in
Griseotyrannus aurantioatrocristatus
intra
ce
in
Tyrannus melancholicus
intra
fl,ce
in
Tyrannus savana
intra
cp,ce
in
Sirystis sibilator
intra
fl
in
Myiarchus swainsoni
intra
fl
in
Tityridae
Tityra cayana
no
fl
in
Pachyramphus validus
intra
fl
in
Vireonidae
Vireo olivaceous
inter
fl
in
Hirundinidae
Tachycineta albiventer
intra
aq
in
Tachycineta leucorrhoa
intra
aq
in
Progne chalybea
intra
ce,cp
in
Progne subis
inter
ce,cp
in
Progne tapera
intra
cp
in
Pygochelidon cyanoleuca
intra
ce,cp
in
Stelgidopteryx ruficollis
intra
cp
in
Petrochelidon pyrrhonota
intra
fl,ce,cp
in
Turdidae
Turdus amaurocalinus
intra
fl,ce
in
Motacillidae
Anthus lutescens
intra
cp
in
Thraupidae
Thlypopsis sordida
intra
fl
fr
Emberezidae
Sicalis luteola
intra
cp,ce
gr
Volatinia jacarina
intra
ce,cp
gr
Sporophila collaris
no
cm
gr
Sporophila lineola
intra
cp,ce
gr
Sporophila caerulescens
intra
cp
gr
Sporophila nigricollis
intra
cp
gr
Sporophila leucoptera
intra
ce
gr
Sporophila ruficollis
intra
cp,ce
gr
Sporophila angolensis
intra
cp,ce
gr
Sporophila maximiliani
intra
cp,ce
gr
Parulidae
Parula pitiayumi
no
fl,ce
in
192
Icteridae
Amblyranphus holosericeus
intra
ce,aq
on
Agelasticus cyanopus
no
ce,aq
on
Molothrus bonariensis
no
cp
on
Fringillidae
Carduellis magelanica
intra
cp
gr
193
4.2 CONSERVAÇÃO E MANEJO
4.2.1. Ameaças a Avifauna
A avifauna das áreas estudadas, estão sujeitas a vários tipos de
perturbação, como fragmentação dos habitats, principalmente para substituição por
pastagens, uso de agrotóxicos, caça, coleta e turismo desordenado entre outros.
A fragmentação é uma das principais causas da perda da biodiversidade
nos ambientes naturais. As populações de aves que vivem nos fragmentos podem ser
drasticamente afetadas pelo tamanho e isolamento da área, efeito de borda, distância
entre um fragmento e outro, mudanças físicas e bióticas, e pela paisagem circundante
(BIERREGARD et al .,1992; ANDRÉN, 1994; CAVALCANTI, 2000; MARINI, 2000;
OREN, 2000 e PIMM, 2000).
Albuquerque (2000) cita ameaças invisíveis à avifauna como
agrotóxicos, metais pesados e emanados de indústrias, defendendo um programa de
monitoramento adequado para avaliar as condições orgânicas dos habitantes dos
fragmentos florestais e encostas, comparando parâmetros hematológicos e bioquímicos
de espécies indicadoras em áreas comprometidas pelas ações antrópicas com os obtidos
nas mesmas espécies em uma área controle.
Estes estudos ofereceriam uma visão geral das condições de saúde das
aves da região estudada, com o objetivo de estabelecer diretrizes que regulem a
utilização de determinados organofosforados e carbamatos na agricultura em áreas
próximas a remanescentes florestais de importância para a conservação da
biodiversidade.
O fogo tem sido uma ameaça constante no Pantanal Mato-grossense,
muitas das áreas estudadas foram queimadas no ano de 2007, 2008, 2009 e em anos
anteriores, durante as coletas foi avistado fogo em BSMNN queimando inclusive um
ninho de tuíuiu (Jabiru mycteria) situado na região e que estava no momento com 3
filhotes, o ninhal do Passo Presidente também teve seus arredores queimados durante o
ano de 2007 e segundo moradores em outros anos também o fogo chegou até o ninhal.
É preciso que se faça um monitoramento cuidadoso nestas regiões para
que o fogo seja controlado, que as fazendas costumam queimar para “limpar o pasto
sujo” faz-se necessário um melhor manejo do fogo ou a proibição do mesmo, outra
194
atividade que pode auxiliar é o levantamento das áreas usadas para reprodução das aves
coloniais e de grande porte como o tuíuiu e mesmo araras, para que se estabeleça uma
distância mínima para a prática do fogo (Figura 89).
Figura 89: Queimada as margens de BSMNN em setembro de 2008, Fonte: Nunes, JRS (2008).
A presença de animais domésticos no Pantanal, é comum, principalmente
nas fazendas sendo que os animais mais frequentes são: gado, cavalos, porcos,
carneiros, cães, galinhas, gatos, patos, gansos, perus e galinhas d’ángola, sendo que a
pomba doméstica o foi comum nas fazendas da área estudada. A presença do gado e
cavalos no Pantanal tem sido alvo de diferentes opiniões, quem acredite que todo o
rebanho deva ser retirado, embora a economia da região seja baseada na criação de
gado, há entretanto os que acreditam que o gado e os cavalos se integraram ao
ambiente e com os animais silvestres. Não se deve esquecer que pode ocorrer a
transmissão de doenças dos domésticos para os silvestres e vice-versa.
A avifauna sofre no caso dos ninhais, quando o gado passa por baixo dos
mesmos, pois assusta os casais fazendo com que estes abandonem os ninhos, deixando-
os vulneráveis aos predadores, bem como derrubando os ninhegos no momento da fuga
desabalada. Outras espécies como a garça vaqueira e alguns tiraniideos aproveitam a
presença do gado para poder obter alimento (Figura 90).
195
Figura 90: Animais domésticos encontrados no Pantanal Mato-grossense, Acima: Cavalo Pantaneiro,
(Eqqus caballus) amplamente criado nas fazendas do Pantanal Matogrossense. Abaixo: Gado nelore (Bos
taurus) criado amplamente em todo o Pantanal Matogrossense, sendo a principal fonte de renda dos
pantaneiros. Nunes, JRS (2008).
É comum ouvir no Pantanal histórias de grandes caçadas onde os cães
desempenham papel fundamental para encontrar os animais para os caçadores, nestes
momentos a interação entre os mesmos é inevitável, quase sempre levando a morte o
animal caçado, entretanto tal atividade aguça nos cães o instinto de caça natural
destes e o que se observa é que mesmo sozinhos estes animais saem para caçar matando
muitos animais muitas vezes apenas por diversão pois não chegam a alimentar-se da
caça (Figura 91).
As galinhas d’angola são criadas também como fonte de proteínas para
complementação alimentar de quem vive na região, estas aves, andam mais que as
196
galinhas domesticas e afastam-se muito das residências, sendo frequentemente predada
por animais silvestres. O fato de estas afastarem-se muito das residências também
permite maior interação com a avifauna local podendo disseminar doenças (Figura 91).
Figura 91: Animais domésticos encontrados no Pantanal Mato-grossense,. Acima: Cão jovem da raça
americano (Canis familiaris) criado para lida com gado e caça na região do Pantanal. Abaixo: Galinhas
d’ángola, (Numida meleagris) também criadas na região. Nunes, JRS (2008).
A figura 92 mostra o sistema de criaçào de galinhas no Pantanal, sendo
que estas são criadas soltas, e dormem empoleiradas nas árvores, em alguns casos elas
pernoitam presas pois são frequentemente atacadas por morcegos. A oferta de alimentos
no quintal para as galinhas atrai aaves silvestres como quero-quero, curicacas, pombas e
muitos passeriformes que passam a alimentar-se junto as mesmas.
197
Figura 92: Animais domésticos encontrados no Pantanal Mato-grossense, Acima e Abaixo: criação de
galinha doméstica (Gallus gallus) em fazenda no Pantanal. Nunes, JRS (2008).
Os carneiros de corte foram introduzidos a menos tempo na região, mas
interagem com a avifauna como registrado na figura 93. Estes carneiros tem sido
utilizados por ocuparem menor área, usarem menos pasto, são menores e mais ceis de
lidar que o gado, no entanto não existe ainda trabalhos que indiquem de forma
apropriada as consequências da introdução desta nova espécie no ambiente pantaneiro.
Os porcos domésticos, são organismos que afetam o ambiente de forma
diferenciada pois, cavam muitos buracos nos campos de pastagens introduzidas ou
198
naturais, criando ambientes diferenciados quando chove ou alaga, os chiqueiros ou
mangueiros como são chamados os locais de criação de porcos, são atrativo especial
para as aves, principalmente pombas, rolinhas e juritis, que são frequentemente
avistadas nestes recintos.
Figura 93: Interação entre avifauna e animais domésticos no Pantanal Mato-grossense. Acima Ovelha
(Ovis aries) criação no Pantanal, surge como nova opção, além da criaçào de gado. Abaixo: Porco
doméstico (Sus domesticus) criado solto no Pantanal Matogrossense. Nunes, JRS (2008).
199
Cães e gatos que são muito criados no Pantanal principalmente os cães,
são animais que caçam muito e que atuam muito sobre os pequenos mamíferos, répteis e
aves que habitam as vizinhanças das fazendas, algumas vezes foram avistados cães
caçando em áreas distantes das sedes das fazendas.
Certamente o animal mais criado no Pantanal são galinhas domésticas, as
mesmas atraem para próximo das casas muitas espécies de aves, que aproximam-se para
alimentar-se do milho ou ração que é ofertado para as galinhas, a figura 94 mostra a
relação harmonica entre quero-quero e galinhas criadas no Pantanal, no entanto é
preciso verificar a questão da trasmissão de doenças entre os grupos.
Estudos de Getinger e Ernest (1995) e Rojas et al. (1999) mostram que
aves podem ter seus níveis de infestação por parasitas aumentados devido ao maior
contato com animais domésticos. Além disso, podem ficar menos resistentes à
infestações por parasitas.
A coleta de animais silvestres no Pantanal Mato-grossense, parece ter
diminuido ao longo do tempo, muitos moradores locais, dizem que não caçam mais,
porque não encontram mais, dizem que animais como: paca, anta, mutuns, jacus e
pombas em geral já diminuiram muito, dizem ainda que estes animais tem a carne muito
boa para consumo, entretanto atribuem o desaparecimento dos animais à caça por quem
não é do Pantanal, ou à substituição de áreas naturais por pastagens, ou ainda à
plantação de soja e cana-de-açucar na região do planalto do entorno do Pantanal.
O fato é que mesmo que não assumam a maioria das comunidades ainda
caçam e coletam animais silvestres para criar como animais domésticos. Praticamente
todas as espécies de aves, foram ou são caçadas, principalmente os cracideos, que
possuem a carne parecida com a das galinha Embora ainda abundantes na região, os
mutuns são muito apreciados como carne de caça, a lista inclui os abundantes aracuãns
e os já escassos e ameaçados jacus, parece que apenas as jacutingas não são tão
apreciadas, embora alguns relatem já haverem consumido a carne das mesmas.
Alguns moradores disseram que as pombas dão boas fritadas ou farofa
da melhor qualidade!´, as técnicas usadas antigamente para captura-las era a choça, tipo
de grade feita com gravetos e amarrada com cipós ou fios de algodão ou nylon, que
eram colocadas inclinadas sobre uma frágil forquilha com alimento em volta da mesma,
quando a ave entra para alimentar-se esbarra na forquilha que cede e a ave fica presa, e
é então capturada (Figura 91), a choça é feita de diferentes tamanhos dependendo da ave
200
que se pretende capturar, é muito usada para crácideos, columbideos e tinamideos,
depois de confecioada é armada nas bordas das roças ou trieiros das aves, atualmente é
muito utilizada por crianças para capturar animais. Hoje em dia o uso da espingarda de
pressão ou até mesmo estilingue esta difundido.
Quando perguntados a cerca de por que caçam?, alguns alegam que ainda
existe muito da espécie no Pantanal, que não faz diferença, outros que caçam, porquê
algumas espécies são ruins, porque estragam a plantação” das pequenas roças de
subsistencia que geralmente possuem, onde plantam principalmente: mandioca, milho,
abóbora, melância, banana, quiabo, maxixe ente outros.
Vale ressaltar que foi dito que em tempos antigos comia-se até a carne
anhuma (Chauna torquata), mas que esta não era muito boa, por ser “esponjosa”, diz-se
que atualmente não se come mais. Outra ave muito citada foi a jaó (Crypturelus
undulatus) como de excelente carne, e fácil de capturar, pois basta imitar o canto que
logo a mesma aparece.
Outro fator que leva a caça de aves, é a predação de animais domésticos,
como no caso dos gaviões que predam frangos e pintinhos e que por isso são mortos a
bala ou com estilingues ou ainda com venenos que são colocados em carcaças para
serem ingeridos pelos gaviões e corujas.
As corujas e curiangos ainda são alvo de discriminação por serem
consideradas aves de mal agouro, juntando à estes os urubus, que são mortos ou
espantados por acreditar que sua presença traga azar.
Outro fator importante relatado por moradores locais é a coleta para
venda ilegal de aves e animais: foi dito que essa prática era mais comum a cerca de 40 a
50 anos atrás quando passavam barcos com muitas gaiolas levando animais e aves para
serem vendidos, alguns afirmaram que isto ainda acontece, principalmente com: araras
(Ara, Anodorynchus), papagaios (Amazona, Alipiopsita), canários (Sicalis), curiós
(Sporophila angolensis), bicudos (Sporophila maximilianii) e joão-pintos (Icterus
croconotus) entre outros.
201
Figura 94: Choça: tipo de armadinlha usada para captura de aves granívoras principalmente, cracídeos e
columbideos, sendo confecionada de vários tamanhos. Nunes, JRS 2010.
Um outro atrativo para as aves e que as deixam vulneráveis na região é a
plantação de espécies vegetais frutíferas nos quintais das fazendas, e que durante o
período de frutificação atraem grande quantidade de aves para as localidades, vale
ressaltar que muitos fazendeiros e até mesmo comunidades tradicionais não permitem
mais a caça e usam os pomares como atraivo turístico para as localidades.
Algumas espécies estão tão habituadas as fazendas, que passam a iteragir
com as pessoas e a procurar alimento entre os pertences de turistas como o são-
joãozinho (Paroaria capitata) visto na figura 95, sobre isopor, tentando apanhar um
pedação de pão ainda dentro da sacola plástica, vale ressaltar que o mesmo conseguiu
abri-la e pegar o pão.
Nas casas no Pantanal é comum que as cozinhas sejam teladas pois,
bicos-de-prata (Ramphocelus carbo), canários-da-terra (Sicalis flaveola), pardais
(Passer domesticus) e são-joãozinhos (Paroaria capitata) voem aos montes para e
consomem tudo o que não estiver bem acondicionado. O fato é que as cozinheiras
202
acostumaram a colocar os restos de comida para as aves domésticas o qu eacaba por
atrair as silvestres também (Figura 95).
Segundo Euliss e Jarvis (1991) espécies que ocorrem em grupos mistos
apresentam vantagens como: redução do risco de predação, aumentar a eficiência no
forrageamento e a aprendizagem social. Nas proximidades das residências esse fato
parece ocorrer, pois poucas espécies ocorrem isoladas, estão sempre aos bandos que
frequentemente são formados por duas ou mais espécies.
Figura 95: Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem no Pantanal Mato-grossense,
Acima: Cavalaria (Paroaria capitata) sobre isopor; Abaixo: Pardal (Passer domesticus) alimentando-se
de restos de alimentos humanos dom galinha doméstica. Nunes, JRS (2008).
203
Na figura 96, pode-se observar um bando de anus brancos (Guira guira),
procurando lagartas em de carambola (Averrhoa carambola), no pátio da fazenda ao
lado da cozinha. Outras espécies como o graveteiro (Phacellodomus ruber) passam
horas a fio limpando o madeiramento interno das casas, consumindo todos os insetos
que encontram entre a madeira e as telhas, sendo inclusive defendido pelos donos das
casas por prestar grande serviço, livrando-os de muitos insetos.
Figura 96: Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem no Pantanal Mato-grossense,
Acima: Anu Branco (Guira guira) sobre pé-de-carambola (Averrhoa carambola); Abaixo: Graveteiro
(Phacelodomus ruber) limpando o telhado da casa de fazenda no Pantanal. Nunes, JRS (2008).
A Figura 97, mostra uma juriti (Leptotila rufaxilla) andando
tranquilamente sobre a calçada que beira o muro da área da fazenda, hábito que
204
costumam repetir todos os dias, quando caminham por cerca de dez minutos nas
calçadas e gramado forrageando. Um casal de andorinha-do-rio (Tachycineta
albiventer) pousada durante a chuva sobre uma coluna de decoração que fica na beira do
rio paraguai.
Figura 97: Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem no Pantanal Mato-grossense,
Acima: Juriti (Leptotila rufaxila) passseando na calçada da fazenda; Abaixo: Andorinha-do-rio
(Tachicineta albiventer) sobre pilastra na margem do rio Paraguai em Fazenda no Pantanal. Nunes, JRS
(2008).
A Figura 98, evidencia um bico-de-prata (Ramphocelus carbo)
alimentando-se de ata (Annona coriacea) plantada no entorno da sede de uma fazenda
no Pantanal, o que comum na região, abaixo um joão-pinto (Icterus croconotus)
alimentando-se no néctar das flores de para-tudo (Tabebuia aurea), remanescente da
205
vegetação original da área, este casal alimentou-se de em média 25 flores por minuto
cada indivíduo, deixando o solo soba árvore coberto de flores amarelas.
Figura 98: Interação entre avifauna e edificações e plantações do homem no Pantanal Mato-grossense,
Acima: Bico-de-prata (Ramphocelus carbo) em pé-de-ata (Annona coriacea) em fazenda no Pantanal;
Abaixo: João-Pinto (Icterus croconotus) em paratudo (Tabebuia aura) no Pantanal no Pátio de Fazenda
no Pantanal. Nunes, JRS (2008).
A proximidade com o homem, depois de algum tempo, também acaba
virando sinônimo de segurança, fazendo com que muitas espécies passem a reproduzir
dentro ou próximo das casas em fruteiras exóticas, como na figura 99 abaixo, pode ser
observado um pica-pauzinho, (Veniliornis passerinus) que fez seu ninho em um
abacateiro (Persea americana), e que durante o período de estudo reproduziu por duas
vezes no mesmo ninho. O periquito-barroso (Myiopsitta monachus) como é conhecido
no Pantanal, reproduz na sete-copas (Terminalia catappa) a cerca de 10 anos, são vários
206
ninhos de diferentes tamanhos na mesma árvore, causando algazarra que pode ser
ouvida em toda a casa, um fato que foi registrado durante o estudo foi o nidoparasitismo
do príncipe-negro (Nandayus nenday) no periquito barroso, quando este tomava alguns
ninhos da espécie e reproduzia nele.
Figura 99: Nidificação de diferentes espécies no Pantanal Mato-grossense próximo a residencias, Acima:
Ninho de periquito barroso (Myiopsitta monachus) em pé-de-sete-copas (Terminalia catappa) no pátio de
fazenda; Abaixo: ninho de pica-pauzinho (Veniliornis passerinus) em tronco de abacateiro (Persea
americana), no em fazenda. Nunes, JRS (2008).
Bem, o que falar de Furnarius rufus, é tradicionalmente conhecido por
viver próximo as habitações humanas, e não é diferente no Pantanal Mato-grossense, em
toda a área de estudo onde havia habitação humana foram encontrados inúmeros ninhos
da espécies como evidenciado na figura 100 outro fator interessante é que muitas
espécies ocupam o ninho do joão-de-barro, neste caso que foi flagrado foi um casal de
207
andorinhas (Progne chalibea), que expulsou o joão-de-barro mesmo antes de terminar o
ninho e passou a usá-lo, por alguns meses.
Figura 100: Nidificação de diferentes espécies no Pantanal Mato-grossense próximo a residencias, Nunes,
JRS (2008).
Praticamente todas as fazendas e comunidades tradicionais no Pantanal
possuem animais silvestres criados como bichos de estimação, as principais aves criadas
são: araras, papagaios, periquitos, mutuns e aracuãns, passeriformes em geral, patos e
marrecas, tuíuiu e em alguns casos anhumas e caracaras (Figura 101).
As aves são capturadas ainda jovens para serem criadas como animais de
estimação, ou para serem vendidas, para turistas inclusive, como os moradores locais
conhecem os locais e o período de reprodução das espécies, deixam muitas vezes
208
combinado para capturar, principalmente periquitos, papagaios e araras, pois estas
espécies nidificam sempre no mesmo ninho. Foi observado por exemplo, de uma só vez,
um local onde estavam criando 17 jovens de Brotogeris chiriri, ao ser questionado o
“proprietário” disse que era para os filhos dele cuidarem! Quatro meses depois, ao
retornar a região nenhum periquito foi encontrado, ao ser questionado o morador disse
que haviam morrido, entretando um de seus filhos comentou que todos foram vendidos!
É incrível a destreza dos ribeirinhos para subir nas palmeiras e apanhar
os filhotes de psitacideos nos ninhos, sendo que os mesmos os criam até ficarem
emplumados em geral com miolo de pão embebido em leite de vaca e segunod eles,
raramente morrem os filhotes.
Outro fato triste, é a forma com que caçam as jovens marrequinas de
diferentes espécies no período de reprodução, como sabem as baías em as mesmas
preferem reproduzir, dirigem-se para e como foi relato pescam os filhotes com redes
de peixe, cercam a baía e arrastam os filhotes para a margem e então levam-nos para
serem criados como animais de extimação.
Em geral os animais são bem tratados e são criados soltos, em alguns
casos têm a asa cortada para não voarem, ficando restritos ao solo ou árvores, muitas
vezes ficam presos em minúsculas gaiolas e apresentam problemas de saúde.
É importante ressaltar que mesmo que não seja o mais correto, é
interessante ver a afeição criada, principalmente entre as crianças e os animais de
estimação das comunidades tradicionais, é comum ve-los durante todo o dia com o
animalzinho para um lado e para outro, sem desgrudar um minuto sequer.
Eu mesmo criei muitos animais, inclusive aves no Pantanal e creio que
em alguns casos essas pessoas atuam com extremo carinho e amor, deixando os animais
livres, sem que esses fujam, e ainda reproduzam normalmente, mesmo estando ligados à
pessoas. Como pude viver e presenciar com seriemas, emas, anhumas, patos-do-mato,
ireres, sinhazinhas, mutuns, aracuãns, tabuiaías, tuíuiu, araras, periquitos, papagaios e
até mesmo com um caracara. Outro fator interessante é que as vezes pode-se obter
dados de sobrevida das espécies em cativeiro, como é o caso dos papagaios, alguns
afirmam que indivíduos da espécie Amazona aestiva viveram em companhia de pessoas
de 8 a 46 anos. E o caso de cinco anhumas (Chauna torquata) que viveram 11 anos em
uma fazenda no Pantanal, onde estas atacavam e afugentavam todas as pessoas
desconhecidas que chegavam na localidade.
209
O aracuã (Ortalis cannicolis) e o mutum (Crax fasciolata) pertencem a
família Cracidae e estão entre as espécies mais criadas por serem dóceis e amansarem
com facilidade, além disso servem como alimento e reproduzem bem em cativeiro
(Figura 101).
Figura 101: Aves criadas como bicho de estimação em fazendas ou comunidades tradicionais no Pantanal
Mato-grossense, a: Ortalis cannicolis Pantanensis (Arancuã do Pantanal) e b: Crax fasciolata (Mutum
Pinima) Nunes, JRS (2008).
As araras, papagaios e periquitos todos da família Psitacidae, são também
muito criados como animais de estimação, estes por sua vez , para companhia e como
ornamentais pela coloraçào vistosa (Figura 102).
210
Figura 102: Aves criadas como bicho de estimação em fazendas ou comunidades tradicionais no Pantanal
Mato-grossense, Nunes, JRS (2008).
A análise dos riscos envolvendo caça e coleta de exemplares da fauna e
flora silvestre em paisagens fragmentadas é extremamente difícil de ser realizada devido
à carência de dados sobre o assunto.
É, pois, recomendável a realização de estudos sobre a problemática da
caça e coleta, com questionários direcionados à população local a fim de se verificar a
presença de colecionadores de aves na cidade, a procedência destes animais, etc.
A questão da Hidrovia Paraguai-Paraná é também uma constatne
preocupação dentro do Pantanal Mato-grossense, pois a passagem das barcaças força e
destroi as margens dos rios, arrastando toneladas de bancos de macrófitas aquáticas, que
é habitat de muitas espécies de aves de outros organismos, além disso, desbarrança o rio
211
e muda a paisagem, colocando em risco as espécies que vivem no local, existe ainda em
funçaõ da presença das barcaças o risco de um acidente e a consequente contaminação
dos corpos d’água, que causaria serio dano ambiental. Essa questão volta a tona com
muita força agora que a Hidrovia Paraguai-Paraná passou a contemplar as obras do PAC
(Plano de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal, em função de interesses de
mega empresários da região e da “pressão” de países do Mercosul.
O turismo que de certa forma tem ajudado a região pantaneira, trazendo
divisas, e fazendo com que inclusive em alguns locais, espécies perseguidas como a
onça pintada (Panthera onca), passasse a ser desejada, pois onde tem onça tem turistas,
por outro lado o turismo feito de forma desordenada e que não vise a manutenção do
ambiente visitado, tem prejudicado a fauna pantaneira, pois lixos que são deixados pelos
turistas, pelo turismo de pesca quando são deixadas varas com peixes nas margens e que
são então ingeridos por saracuras (Aramides cajanea) que agonizam até a morte com o
anzol preso a garganta, pelas visitas a ninhais onde são estourados rojões para provocar
revoada, para tirar fotos, pela proximidade excessiva dos ninhos de araras azuis, pelas
barracas armadas em praias usadas para a reprodução dos talha-mares (Ryncops nigra),
taiamãs (Phaetusa simplex) e gaivotinhas (Sterna superciliaris) (Figura 103).
Figura 103: Acampamento montado em uma das principais praias usadas para reprodução das gaivotas no
rio Paraguai, no Pantanal Mato-grossense, Nunes, JRS (2008).
212
4.2.2. Perda de Espécies
Segundo Pimm (2000) as espécies endêmicas são as primeiras a se
extinguirem em decorrência da fragmentação e perda do habitat. É dificil falar de perda
de espécies na planície pantaneira, que ainda é uma área relativamente bem preservada e
muito carente de estudos com avifauna, é possível que algumas espécies tenham
desaparecido em função da substitiuição da vegetação nativa por pastagens.
Algumas espécies, que eram abundantes tiveram sua população reduzida
ou desapareceram de determinadas áreas, a região que certamente foi mais afetada e que
provavelmente apresentou perda de espécies, foi a região de borda, pois mantém contato
com a agricultura, pecuária, mineração e recebe destas atividades, grande quantidade de
efluentes.
Outras espécies que tiveram sua população aumentada, pois o
desmatamento fez dasaparecer seus presadores e a substituiçào da vegetação privilegiou
estas espécies ampliando a oferta de alimentos, ocasionando aumento da população.
É interessante dizer que os moradores locais apesar de dizer que os
próprios não caçam, dizem que outras pessoas caçavam e caçam ainda e que algumas
espécies eram mais frequentes e agora dificilmente são avistadas, entre elas pode-se
citar: Cairina moschata, Crypturelus undulatus, Aburria cujubi, Sporophila maximiliani
entre outros. Faz-se necessários estudos mais detalhados sobre a ocorrência e
distribuição das aves no plánicie pantaneira e entorno para que se possa avaliar com
maior precisão esta questão.
213
4.2.3 Espécies de Interesse Especial para Conservação (IECO)
Os resultados deste estudo apontaram:
- elevado IPA em espécies de distribuição ampla e espectro ecológico
largo;
baixa densidade de espécies endêmicas e/ou restritas a um único tipo de
ambiente;
- existência de espécies raras e/ou ameaçadas de extinção nas áreas de
estudo;
- fatores de ameaça à avifauna da região (fragmentação/isolamento, fogo,
uso de agrotóxicos, caça, coleta e turismo).
Em função destes resultados, torna-se necessário ampliar o foco de
futuras pesquisas sobre algumas espécies de valor ecológico, de modo a abarcar todas as
espécies pertencentes às áreas estudadas (PIRES, 2001). Portanto, algumas espécies
foram classificadas como IECO.
Considerou-se como IECO as espécies que apresentassem qualquer uma
das seguintes características: estar ameaçada de extinção, possuir distribuição restrita
com populações pequenas, habitar o interior de mata e sofrer pressão de caça e coleta.
Espécies IECO necessitam receber maior atenção dos pesquisadores,
devendo ser mais estudadas em relação a sua biologia e ecologia. Estudos envolvendo
abundância e densidade de suas populações, deslocamento, genética e comportamento,
incluindo análise dos recursos que utilizam, seus ciclos reprodutivos e sua relação com
outras espécies da comunidade devem ser estimulados. Há, também, necessidade de um
monitoramento e acompanhamento destas espécies ao longo dos anos, através de
observações regulares e censos populacionais anuais.
Do total de espécies deste estudo, 19 foram consideradas como sendo
IECO (Tabela 23), destas BJVL, BCTGD, BRTVL e BBCTP apresentaram apenas uma
espécie IECO, BEPC, BTMVR, BBCNT, BMALH e BMORRO, apresentaram duas
espécies IECO, RIO II e BSMNN apresentaram três esplécies IECO, enquanto,
BMORRI, BBCMG e RIO I, apresentaram quatro espécies IECO, já BJCRE apresentou
cinco espécies e RIO III apresentou seis espécies consideradas IECO, sendo o ponto
com maior número de espécies nesta categoria (Figura 96). É interessante salientar que
214
todos os pontos de coleta apresetnaram ao menos umaespécie considerada IECO, o que
evidencia a importância de estudos na região. O ponto RIO III por estar na região de
plánicie alágavel foi o qu eapresentou maior riqueza, abundância e também maior
número de espécies IECO, é um local muito importante para o estudo da avifauna.
As guildas necrófago e nectarívoro, não apresentaram nenhuma espécie
considerada IECO, enquanto as guildas, onívoro e insetívoro apresentaram três espécies
IECO cada, sendo que cada um respondeu por 11% do total de espécies, enquanto
carnívoro e piscívoro apresentaram quatro espécies cada sendo, respondendo então por
14% do total de espécies IECO, Frugívor e granívoro apresentarm sete espécies cada
perfazendo um total de 25% (Figura 97).
Foi feito o mapa de distribuição e abundância de algumas espécies IECO
para melhor visualização da situação da mesma nos pontos de coleta, embora algumas
espécies pareçam se abundantes ou ocorram em todos os pontos, foram consideradas
IECO por estarem sofrendo algum tipo de ameaça.
Durante este estudo, Anodorhynchus hyacinthinus teve sua ocorrência
restrita a área de duas baías, BBCNT e BMORRI, ambas conectadas com a porção mais
retilínea do rio Paraguai, vale ressaltar que em nenhuma coleta, as araras foram
observadas em qualquer trecho do rio., Nas áreas em foram avistadas estavam
frequentemente voando para os ninhos, ou ainda alimentavam-se de folhas de aguapé
(Eichhornia crassipes) pousadas nestes sobre a água ou ainda em barreiros as margens
da baía, comportamento descrito por Yamashita (1997).
Sempre ocorreram em baixa densidade, BBCNT (n=2) e BMORRI (n=5)
e sua presença esteve associada a sítios de reprodução e áreas com presença de
palmeiras, principal item alimentar da espécie.
A FO e o IPA foram maiores em BMORRI onde foi avistada com mais
freqüência e em maior número de indivíduos, vale ressaltar que neste ponto também foi
avistado um jovem, já voando (Figura 104 e 105).
215
Tabela 23: Espécies IECO e sua distribuição.G: Guilda; F= Frugívoro; I= Insetívoro; C= Carnívoro; P= Piscívoro; O= Onívoro; G= Granívoro.
Nome do Táxon
G
RIO I
RIO II
RIO III
BMALH
BRTVL
BBCTD
BTMVR
BSMNN
BCTGD
BJRVL
BBCNT
BEPC
BMORRI
BMORRO
BBCMG
BJCRE
Aburria cumanensis
F
X
X
X
Alectrurus tricolor
I
X
Alipiopsita xanthops
F
X
X
X
Amazona aestiva
F
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Anodorhynchus hyacinthinus
F
X
X
Aramides cajanea
C
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Botaurus pinnatus
P
X
Brotogeris chiriri
F
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Buteo platypterus
C
X
Cairina moschata
O
X
X
X
X
X
X
X
Crax fasciolata
F
X
X
X
X
X
X
X
Crypturelus undulatus
G
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Leptotila rufaxilla
G
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Leptotila verreauxi
G
X
X
X
X
X
X
Melanerpes cruentatus
I
X
Momotus momota
O
X
Penelope ochrogaster
F
X
X
X
X
Podilymbus podiceps
P
X
Rhea americana
O
X
X
Sicalis flaveola
G
X
X
X
X
Sporophila angolensis
G
X
Sporophila maximiliani
G
X
Sporophila ruficollis
G
X
Tachybaptus dominicus
P
X
Tigrisoma fasciatum
P
X
X
X
X
Trogon surucurra
I
X
Tryngites subruficollis
C
X
Zebrilus undulatus
C
X
216
Figura 104: Distribuição de espécies consideradas IECO na área de estudo no rio Paraguai, Pantanal de Cáceres - MT.
Figura 105: Distribuição de espécies consideradas IECO nas guildas tróficas na área de estudo no rio Paraguai, Pantanal de Cáceres - MT.
0
2
4
6
8
BJRVL
BCTGD
BRTVL
BBCTP
BEPC
BTMVR
BBCNT
BMALH
BMORRO
RIO II
BSMNN
BMORRI
BBCMG
RIO I
BJCRE
RIO III
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
necrófago
nectarívoro
píscivoro
onívoro
frugívoro
granívoro
carnívoro
insetívoro
217
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 106: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Anodorhynchus hyacinthinus no rio Paraguai,
nos trechos RIO I. RIO II e RIO III, seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem.
218
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 107: Ocorrência e abundância ( de indivíduos) de Anodorhynchus hyacinthinus nas baías
parentais do rio Paraguai, separadas por três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR.
219
Amazona aestiva é uma espécie relativamente frequente no Pantanal
matogrossense foi observada em nove dos 16 pontos de amostragem, como a maioria
dos organismos não foi avistado no trecho RIO II, tendo ocorrido em baixa densidade
em RIO I e RIO III, o amior número de indivíduos foi registrado em BMALH e BJCRE,
sendo estas baías do tipo: DPCR e TIR respectivamente, outro fator interessante é que
estes dois pontos são os extremos estando o primeiro dentro da cidade de Cáceres e o
último a mais de 100 km de distância, em uma área bem preservada dentro da plánicie
pantaneira, o que mostra a plásticidade da espécie na escolha dos ambientes.
A FO e o IPA variou muito em cada ponto de amostragem. Esta epécie
foi cnsiderada IECO por ser muito procurada para a venda clandestina, dentro e fora do
país (Figuras 108 e 109).
O pato-do-mato (Cairina moschata) entrou nesta listagem, pois embora
careça de estudos mais aprofundados, parece ter sua população diminuída ao longo dos
anos, em função de estar sendo domesticado para consumo humano e mesmo da caça,
soma-se a isso alterações em seu habitat, pois o mesmo parece preferir águas interiores
e rasas, sendo raramente avistados em águas profundas, preferem também corpos
d’água onde a presença de macrófitas aquáticas seja abundante.
É uma espécie timida e no período de broca torna-se presa fácil pois não
cosegue voar. Neste estudo pareceu ter preferência por baías do tipo TIR,
provavelmente por estarem mais distantes e isoladas do rio. Ocorreu em sete ds 16
pontos e sua FO e IPA também foram muito variados (Figuras 110 e 111).
O canário-da-terra (Sicalis flaveola) ocorreu em dois pontos do rio: RIO I
e RIO III, com maior abundância em RIO I, e em duas baías: BTVR e BJCRE, com IPA
baixo, exceto em RIO III onde foi avistado um bando com 57 indivíduos. Vale ressaltar
que a espécie só foi observada em baías TIR, provavelmente por estarem mais afastadas
do rio e apresentarem vegetação predominante de grámineas rasteiras (Figuras 112 e
113).
220
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 108: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Amazona aestiva no rio Paraguai, nos trechos
RIO I. RIO II e RIO III, seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem.
221
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 109: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Amazona aestiva nas baías parentais do rio
Paraguai, separadas por três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR.
222
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 110: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Cairina moschata no rio Paraguai, nos trechos
RIO I. RIO II e RIO III, seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem.
223
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 111: Ocorrência e abundância (de indivíduos) de Cairina moschata nas baías parentais do rio
Paraguai, separadas por três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR.
224
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 112: Ocorrência e abundância (de indivíduos) de Sicalis flaveola no rio Paraguai, nos trechos
RIO I. RIO II e RIO III, seu IPA e FO nos diferentes pontos de amostragem.
225
<20 20 49 50 79 80 100 >100
Figura 113: Ocorrência e abundância (nº de indivíduos) de Sicalis flaveola nas baías parentais do rio
Paraguai, separadas por três tipos de conexão com o rio: TIR, DPCR e IPCR.
226
4.2.4 Sugestão de Manejo
A seguir, são feitas algumas sugestões de medidas necessárias visando a
conservação da avifauna num âmbito regional:
1. Aumentar o número de UC’s na região do Pantanal Mato-
grossense;
2. Identificar outras áreas prioritárias para a conservação, além das
áreas identificadas neste estudo;
3. Identificar e proteger os corredores ecológicos naturais;
4. Identificar, mapear e proteger sítios de reprodução das espécies,
além dos já identificados neste estudo;
5. Fiscalizar a coleta, caça e tráfico de animais silvestres;
6. Observar e fiscalizar a coleta de animais silvestres;
7. Implementar a Educação Ambiental na região visando a
sensibilização nas questões ambientais gerais e relacionadas à
conservação da avifauna pantaneira;
8. Aumentar a fiscalização na região no período de queimada;
9. Realizar estudos prévios a soltura e reintrodução de animais
silvestres na egião;
10. Consultar pesquisadores antes de tomar qualquer decisão que
envolvam o manejo da área;
11. Implementar projetos de pesquisa integrados de longo prazo com
a avifauna da região, visando ampliar e aprofundar o
conhecimento na biologia e conservação das espécies bem como
o monitoramento das mesmas;
12. Implementar programas de turismo ecológico ou para observação
de aves, visto o excelente potencial da região, como opção para
quem vive na região;
13. Criar subsídios para implementação de programas de turismo nas
comunidades tradicionais e UC,s;
14. Capacitar os moradores das comunidades tradicionais para o
receptivo;
227
15. Capacitar os moradores das comunidades tradicionais para
auxiliar no levantamento e monitoramento da avifauna
pantaneira, como forma de renda e conservação da biodiversidade
local.
5 ESTATÍSTICA
Houve diferença altamente significativa p<0,01 para pontos de coleta,
meses, período hidrológico e conectividade, sendo que no agrupamentos para período
hidrológico, o mais significativo foi o de vazante seguido por estiagem, enchente e
cheia, quando considerada frequência de ocorrência e a abundância nos diferentes
pontos de amostragem.
Dentro dos pontos de coleta o fator mais interessante foi o agrupamento
dos trechos RIO I e RIO III, o que era esperado pois estes pontos são trechos do rio
mais sinuosos, lentos e com maior acúmulo de vegetação aquática, permitindo assim
maior diversidade.
Outro fator interessante é a diferença que existe dentro do rio, sendo que
a riqueza e abundância aumentam quanto mais próximo chega-se do interior do
Pantanal, na região da plánicie pantaneira.
Na análise de agrupamento as famílias foram divididas em 16 grupos,
representando a propabilidade de, quando avistado um indivíduos de uma família,
aumenta a chance de ser avistado indíviduos das famílias agrupadas, representando os
resultados desta pesquisa (Figura 114 a 116)
A figura 1114 mostra os seis primeiros agrupamentos. A direção da seta
indica, a partir de sua base, as famílias com maior potencial de serem avistadas
Ardeidae, ficou isolada neste primeiro grupo, como sendo a família com espécies que
foram avistadas com maior frequencia, o que pode ser explicado pelo grande número de
espécies que apresentou neste estudo e pelo fato de ser um ambiente
predominantemente aquático, ambiente preferido pela espécie. O segundo grupo
contempla as famílias Accipitridae e Tyraniidae que tiveram frequência de ocorrência
parecida. O último grupo contempla duas famílias, Furnariidae e Falconiidae.
228
Figura 114: Agrupamento de famílias com possibilidade de serem vistas em campo juntas.
O segundo agrupamento também contemplou seis níveis que comportam
espécies menos frequentes que as do primeiro grupo, mesmo assim algumas famílias
permaneceram isoladas, como Threskiornitidae e Rallidae que apresentaram um padrão
de distribuição diferenciado de todas as outras (Figura 115).
Figura 115: Agrupamento de famílias com possibilidade de serem vistas em campo juntas.
Ardeidae
Accipitridae
Tyraniidae
Phalacrocoracidae
Anhingidae
Alcedinidae
Cuculidae
Psittacidae
Columbidae
Cathartidae
Anhimidae
Cracidae
Sternidae
Iceteridae
Jacanidae
Emberezidae
Furnariidae
Falconidae
Danacobiidae
Ramphastidae
Ciconidae
Pandionidae
Charadriidae
Hirundinidae
Threskiornitidae Rallidae
Aramidae
Thaminophilidae
Turdidae
Caprimulgidae
Picidae
Tinamidae
Thraupidae
Cardinalidae
Rynchopidae
Anatidae
Buconidae
Passeridae
Scolopacidae
Galbulidae
Coerebidae
Strigidae
Tytonidae
Corvidae
Troglodytidae
Heliornitidae
Parulidae
229
No último grupo estão as famílias com menor frequência no estudo,
dentro deste grupo a famílias Dendrocolapitidae foi a única a ficar sozinha dentro de um
grupo, evidenciando o padrão de distribição particular desta família (Figura 116).
Figura 116: Agrupamento de famílias com possibilidade de serem vistas em campo juntas.
Para período hidrológico o teste de Dunkan, demonstrou relação entre a
vazante e estiagem, e entre enchente e cheia, sendo que esta sequência reflete a maior
riqueza e abundância exatamente como demostrado na figura 117, que também
evidencia a força motriz desse sistema, o pulso de inundação, mostra ainda, a relação
existente entre a vazante e a estiagem mais forte (representada pela seta mais larga) e a
relação existente entre enchente e cheia, ainda que esta seja mais fraca (representada
pela seta mais estreita).
Trochilidae
Trogonidae
Euripigidae
Dendrocolapitidae
Nyctibiidae
Vireonidae
Mimidae
Fringilidae
Motacilidae
Apodidae
Cariamidae
Poliptilidae
Rheidae
Momotidae
Pipridae
Recurvirostridae
Tityridae
Podicepedidae
230
Figura 117: Agrupamento por período hidrológico, evidenciando o pulso de inundaçào como força motriz
do sistema.
O agrupamento para pontos de coleta apresentou a seguinte conformação:
RIO I e RIO III, ficaram agrupados no primeiro grupo, provavelmente por serem os
pontos com maior sinuosidade. BJCRE (TIR), BMORRI (IPCR), BBCMG (IPCR), RIO
II e BMALH (DPCR), ficaram agrupados no segundo conjunto, a semelhança neste
grupo esta relacionada a presença ou ausência da família e não a conectividade pois
neste grupo tiveram todos os tipos de conexão com o rio e ainda um dos trechos do rio.
No terceiro gupo: BMORRO (IPCR), BTMVR (TIR) e BSMNN
(DPCR), sendo que também neste grupo ficou uma baía de cada tipo de conexão. No
quarto grupo: BRTVL (DPCR), BEPC (IPCR), BBCNT (DPCR) e BBCTP (TIR), neste
agrupamento também foram encontrados todos os tipos de conexões. No quinto e último
grupo ficaram as baías: BHRVL (IPCR) e BCTGD (DPCR), neste caso a baixa riqueza
e abundância foi o fator responsável por agrupar os pontos (Figura 118).
231
Figura 118: Agrupamento por ponto de coleta no Rio Paraguai, pantanal - MT.
232
6 CONCLUSÃO
A maior riqueza e abundância foram observadas na região de planície,
tanto para o rio quanto para as baías.
A área de estudo como um todo é muito importante para a conservação
da avifauna, dada a riqueza de espécies nelas observadas, incluindo-se, entre estas
espécies, algumas ameaçadas de extinção.
As áreas onde o rio Paraguai é retilíneo coicidem com regiões de menor
heteregeinade ambiental, e menor diversidade e abundância da avifauna.
As áreas de meandro apresentaram riqueza e abundância inermediária
entre a plánicie e a área onde o riose apresentou retílineo e em consequencia disso
menos heterongenêo.
As variáveis ambientais que mais influenciaram na composição da
avifauna foram, nível d’água, precipitação pluviométrica e evapotranspiração.
A região apresenta potencial para o turismo de observação de aves, de
contemplação, científico e ecoturismo entre outras modalidades, pois já é visitada para o
turismo de pesca, apresenta elevada diversidade biológica de espécies e acomodações
para os turismtas além de beleza cênica.
Toda região que é visitada necessita de trabalhos de educação ambiental,
com todos os atores sociais, tanto turistas, quanto donos de pousadas e barcos hotéis,
barqueiros, mateiros, guias de turismo e população em geral.
Ocorrem espécies ameaçadas na região o que aumenta o interesse da
mesma para a conservação e/ou preservação das áreas ainda primárias.
Os resultados deste trabalho apontam a necessidade de novas pesquisas
nas áreas estudadas que possibilitem ampliar o entendimento e caracterização da
avifauna regional como: caracterização da estrutura de vegetação das áreas estudadas,
caracterização da avifauna e vegetação de outras áreas do entorno, monitoramento das
espécies de Interesse Especial para a Conservação (IECO) ao longo do ano, e trabalhos
de educação ambiental visando a conscientização de moradores quanto à caça e coleta.
233
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudos de longa duração poderão detectar a flutuação populacional das
aves, incluindo extinções locais e migrações. A quantificação e monitoramento das
populações ao longo dos anos poderão contribuir para uma melhor compreensão dos
efeitos da fragmentação sobre essas populações.
Tendo em vista o atual padrão de fragmentação de nossos sistemas
naturais, torna-se cada vez mais necessária a utilização de dados de sensoreamento
remoto e técnicas de geo-processamento associados a levantamentos de aves para o
desenvolvimento de planos de manejo e conservação de uma área. Daí a importância da
criação de um Banco de Dados Geo-referenciados da avifauna, caracterizado como um
repositório aberto no qual novas informações sobre a avifauna podem ser adicionadas
progressivamente, visando sua ampliação.
Além de ter sido utilizado como ferramenta para análise dos dados e
caracterização da avifauna das áreas estudadas, o BD-PARAGUAI-AVES é, também,
um produto eletrônico a ser disponibilizado a pesquisadores e educadores, pois poderá
contribuir para: o estabelecimento de critérios para a tomada de decisões de manejo das
áreas estudadas, traçado de trilhas de observação de aves, confecção de mapas
relacionando as espécies e seus ambientes, elaboração de materiais de divulgação e de
educação ambiental, entre outras finalidades.
Os registros fotográficos obtidos durante a pesquisa estão sendo
utilizados para publicação de livros paradidáticos das aves do Pantanal e para um guia
de aves da Bacia do Alto Paraguai.
234
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ABDO, MSA. A. Biomassa, composição química e estoque de nutrientes em
Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes, na baía do Ninhal Corutuba. Município de
Barão de Melgaço, Pantanal Mato Grossense. Dissertação de mestrado. Universidade
Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá, Brazil, 72f. 1999.
ABDO, MSA.; DA SILVA, CJ.,. Limnological characteristics of water bodies of the
Corutuba nesting site in Brazil’s Pantanal, Acta Limnological Brasilien-sia, SP. V4,
n016, p 359-368, 2004.
AB’SABER, AN.; O Pantanal Matogrossense e a teoria dos refúgios, Revista Brasileira
de Geografia, 50n, n. especial, t. 2: 9-57, Rio de Janeiro, RJ, 1988.
ADAMOLI, J.; A dinâmica das inundações no Pantanal, . In: Simpósio sobre Recursos
Naturais e Socioeconômicos do Pantanal. Corumbá, MS. 1986, p.105-106.
ADAMOLI, J.; O Pantanal e suas relações fitogeográficas com os cerrados. Discussão
sobre o conceito de “Complexo do Pantanal”, In: Anais do XXXII Congresso Nacional
de Botânica, Teresina PI, 109-119p, 1982.
ALBUQUERQUE, J.L.B. Avifauna da Floresta Atlântica do Sul do Brasil: Conservação
atual e perspectivas para o futuro. In: ALVES, M.A.S.; SILVA, J.M.C., SLUYS; M.V.,
BERGALHO; H.G. e ROCHA, C.F.D. (Org.). A Ornitologia no Brasil: Pesquisa atual e
perspectivas. Rio de Janeiro: UERJ, 2000. 352p. p. 273-285.
ALEIXO, A.; VIELLIARD, J. Composição e dinâmica da avifauna da mata de Santa
Genebra, Campinas, SP. Revista Brasileira de Zoologia v. 12, n. 3, p. 493-511, 1995.
ALFONSI R. R.; e CAMARGO M. B. P.; Condições climáticas para a região do
Pantanal Mato-grossense, In: Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do
Pantanal. Corumbá, MS. P.29-42, 1986.
ALLEGRINI, M.F. Avifauna como possível indicador biológico dos estádios de
regeneração da Mata Atlântica. 161 f. Dissertação. (Mestrado em Ciência Ambiental)
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.
ALLEN, TFH and HOEKSTRA, TW., Role of heterogeneity in scaling of ecological
systems under analysis, , pp 47-68, In: Ecological heterogeneity, Ecological studies 86,
Editors: kolasa, J. and Pickett, STA. Springer-Verlag, p-332, 1974.
ALMEIDA, ME, Estrutura de comunidades de aves em áreas de cerrado da região
nordeste do estado de São Paulo, Tese de doutorado, UFSCar, 133f. 2002.
ALVARENGA, S. M.; BRASIL, A. E. ; PINHEIRO, R.; KUX, H. J. H.; Estudo
Geomorfológico Aplicado à Bacia do Alto Rio Paraguai e Pantanais Mato-grossenses.
In: Boletim Técnico. Projeto RADAMBRASIL. Série Geomorfologia, 1.Salvador.
1984, p 89-183.
235
ALVES, M.A.S.; SILVA, J.M.C. A Ornitologia no Brasil: Desenvolvimento, tendências
atuais e perspectivas. In: ALVES, M.A.S.; SILVA, J.M.C.; SLUYS, M.V.;
BERGALHO, H.G. & ROCHA, C.F.D. (Org.). A Ornitologia no Brasil: Pesquisa atual
e perspectivas. Rio de Janeiro: UERJ, 2000. 352p. p. 327-344.
AMARAL FILHO, Z. P. Solos do Pantanal Mato-grossense. In: SIMPÓSIO SOBRE
RECURSOS NATURAIS E SOCIOECONOMICOS DO PANTANAL, 1986,
Corumbá: Editora Embrapa, 1986. p. 91-104.
ANDRÉN, H. Effects of habitat fragmentation on birds and mammals in landscapes
with different proportions of suitable habitat: a review. Oikos 71, p. 355-366, 1994.
ANJOS, L., SCHUCHMANN, KL. e BERNDT, R., Avifaunal composition, species
richness, and status in the Tibagi river basin, Parana State, southern Brazil, Ornitologia
neotropical, 8: 145-173, 1997.
ANJOS, L. e BOÇON, R., Birds communities in natural Forest patches in southern
Brazil. Wilson Bulletin 111 (3): 394-414. 1999.
ANTAS, PTZ., 1994, migration and other movements among the lower Paraná river
valley wetlands, Argentina, and the south brazil/Pantanal wetlands. Bird Conservation
International, 4: 181-190.
ANTAS PTZ., PALO-JUNIOR H., Aves da Reserva do SESC Pantanal, Ed. SESC,
2004.
ANTUNES, M. P., Diagnóstico da área de estudo-resumo. In: Boletim Técnico. Projeto
RADAMBRASIL. Série Geomorfologia, Salvador. 1986, p 89-183.
ARMESTO, JJ., PICKETT, STA. and MCDONNELL, RK., Spatial heterogeneity
during succession: a cyclic model of invasion and exclusion, pp 256-269, In: Ecological
heterogeneity, Ecological studies 86, Editors: kolasa, J. and Pickett, STA. Springer-
Verlag, p-332, 1974.
ATIÊ, S.; Composição da avifauna e frugívoria por aves em um mosaico de vegetação
secundária em Rio Claro, Região centro-leste do estado de São Paulo. Dissertação de
mestrado, UFSCar, 166f, 2009.
BANCROFT, GT., HOFFMAN, W. e SAWICKI, RJ., The importance of the water
conservation areas in the ecerglades to the endangered wood stork (Mycteria
Americana), Conservation Biology, vol. 6, nº3, 1992.
BIERREGARD JR., R.O.; LOVEJOY, T.E.; KAPOS, V.; SANTOS, A.A. e
HUTCHINGS, R.W. The biological dynamics of tropical rainforest fragments.
Bioscience, 42 (11), p. 859-866, 1992.
BLONDEL, J.; FERRY, C.; FROCHOT, B. La méthode des indices ponctuels
d’abundance (IPA) ou des relevés d’avifaune par “stations d’écoute”. Alauda v. 38, p.
55-71, 1970.
236
BRANCO, MBC., Comunidade de aves aquáticas e suas interações em sistemas
límnicos do sudeste brasileiro, Tese de doutorado, UFSCar, 2008.
BRANCO, MBC., Diversidade da avifauna aquática nas represas do médio e baixo rio
Tiête (SP) e no sistema de lagos do médio rio Doce (MG) e sua relação com o estado
trófico e a morfometria dos ecossistemas aquáticos. Dissertação de mestrado, UFSCar,
166f. 2003.
BRASIL,. Ministério do Meio Ambiente Programa Nacional da Diversidade
Biológica. Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e
Pantanal. Brasília. PRONABIO/MMA. 26p, 1999.
BROWN-JR., K. S. Zoogeografia da região do Pantanal Mato-grossense. In:
SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SOCIOECONOMICOS DO
PANTANAL, 1986, Corumbá: Editora Embrapa. p. 137-178.
CANDIDO-JUNIOR, JF. Efeito de borda sobre a composição da avifauna em mata
residual em Rio Claro São Paulo. Rio Claro, (Dissertação), Universidade Estadual
Paulista. 110f, 1991.
CARVALHO, K. O. Hidrologia da Bacia do Alto Paraguai, In: Simpósio sobre
Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal. Corumbá, MS. 1986, P.43-49.
CAVALCANTI, RB., Modelagem e monitoramento de estrutura da avifauna em
ambientes fragmentados: Exemplos do Cerrado. In: ALVES, M.A.S.; SILVA, J.M.C.;
SLUYS, M.V.; BERGALHO, H.G. & ROCHA, C.F.D. (Org.). A Ornitologia no Brasil :
Pesquisa atual e perspectivas. Rio de Janeiro: UERJ, 2000, 352p. p. 17-24.
CESTARI, C. Novos registros de aves do nero Sporophila para o Pantanal.
Atualidades Ornitológicas 129:7, 2006a.
CESTARI, C. Primeiro registro documentado de Alectrurus tricolor para o Pantanal.
Revista Brasileira de Ornitologia 14 (2):155-156, 2006b.
CINTRA, R e YAMASHITA, C. Habitats, abundância e ocorrência das espécies de aves
do Pantanal de Poconé: Mato Grosso. Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia. 37(1): 1-21.
1990.
CITES - CONVENTION ON INTERNATIONAL TRADE IN ENDANGERED
SPECIES OF WILD FAUNA AND FLORA. Disponível em:
<http//www.cites.org/eng/resources/species.html>. Acesso em: 04/02/2006.
COX, CB., e MOORE, PD., Biogeography na evolutionary approach, 3
rd
Ed. Blackwell,
234p, 1980.
CROZIER, GE., and GAWLIK, DE., Avian response to nutrient enrichment in an
oligotrophic wetland, the Florida Everglades, The Condor 104: 631-642. 2002.
D’ÁNGELO-NETO, S., VENTURINI, N., OLIVEIRA-FILHO, AT., COSTA, FAF.,
Avifauna de quatro fisionomias florestais de pequeno tamanho 5-8 no campus da
UFLA, Revista Brasileira de Biologia, 58 (3): 463-472. 1998.
237
DA SILVA, C. J. e FIGUEIREDO, D. M. Caracterização limnológica do sistema de
baías Chacororé-Sinhá Mariana.- Rev. Mato Grossense de Geografia ANO 3 : 57-75,
1999.
DA SILVA, C. J.; WANTZEN, K. M.; NUNES DA CUNHA, C. & MACHADO, F. A.
Biodiversity in the Pantanal Wetland, Brazil. In: Gopal, B.; Junk, W. J. e Davis, J. A.
(ed.) Biodiversity in wetlands: assessment, function and conservation. v.2, Leiden:
Backhuys Publ., p.187-215, 2001.
DA SILVA, C.J., Influência da variação do nível d’água sobre a estrutura e
funcionamento de uma área alagável do Pantanal Matogrossense (Pantanal de Barão de
Melgaço, Município de Santo Antônio do Leverger e Barão de Melgaço MT). São
Carlos, SP. (Tese) UFScar, Universidade Federal de São Carlos. 250f, 1990.
DA SILVA, C.J.; O que é o Pantanal?, Série conhecendo o Pantanal, Textos populares,
Cuiabá, MT, nº1, 9p, 1996.
DA SILVA. C.J. Ecological Basis for the Management of the Pantanal Upper
Paraguay River Basin. In: New Approaches to River Management. A. J. M. Smits; P.
Nienhuis and R.S.E.W. Leuven (Eds). p. 97-117, 2000.
DA SILVA, CJ.; ABDO, MS.; NUNES, JRS.; O rio Cuiabá no Pantanal Mato-
grossense, In: Figueiredo, DM. e Salomão, FXT. Bacia do Rio Cuiabá: Uma abordagem
socioambiental, entrelinhas, 126-139, 2009.
DEVELEY, PF., Métodos para estudos com aves, p.153-158, In: Cullen-Jr., L., R.
Rudran e C. Valadares-Paduá (Orgs.) Métodos de estudo em biologia da conservação e
manejo da vida selvagem, Ed. UFPR, 665p. 2004.
DIAS, M. M. Avifauna das Estações Ecológica de Jataí e Experimental de Luiz
Antônio, São Paulo, Brasil. In: SANTOS, J. E. dos e PIRES, J. S. R. (Ed.), Estação
Ecológica de Jataí. São Carlos: RiMa, 2000. 360p. v. 1, p. 285-301.
DOWNING, JA., Biological heterogeneity in aquatic ecosystem, pp 160-180, In:
Ecological heterogeneity, Ecological studies 86, Editors: kolasa, J. and Pickett, STA.
Springer-Verlag, p-332, 1974.
DUBS, B,. Birds of southwester Brazil. Catalogue and guide to the birds of the Pantanal
of Mato Grosso and its border areas. Kusnacht: Beltrona Verlag. 1992.
DUNNING, JS. South American Birds: A photographic aid to identification.
Pennsylvania: Harrowood Books, 351p, 1987.
EBERHARD, A., The Pantanal today, Prospects for tomorrow In: The Pantanal,
Paragon House, St. Paul Minnesota, USA, 77-91p, 2000.
ENDRIGO, E.R. Bird List Pousada Aguapé. 2005. Disponível em:
http://www.aguape.com.br/lista.swf, Acesso em 10 de dezembro de 2009.
ERWIN, RM., Feeding habitats of nesting wading birds: Spatial use and social
influences, The Auk 100: 960-970, 1983.
238
EULISS, N. H. JR., JARVIS, R. L., Feeding ecology of waterfowl wintering on
evapotranspiration ponds in California, The Condor, 93:582-590, 1991.
FIGUEIRA, JEC., CINTRA, R., VIANA, LR., YAMASHITA, C., Spatial and temporal
patterns of bird species diversity in the Pantanal of Mato Grosso,Brazil: Implication for
conservation. Brazilian Journal of Biology, 66(2A): 394-404. 2006.
FRISCH, JD. Aves Brasileiras. São Paulo: Dalgas Ecoltec Ecologia Técnica e Comércio
Ltda., 353 p, 1981.
FRISCH, JD. e FRISCH, CD., Aves brasileiras e plantas que as atraem, 3ªed. Dalgas
Ecoltec, 480p. 2005.
GALETTI, M.; PIZO, M.A. (eds.). Ecologia e conservação de psitacídeos no Brasil.
Belo Horizonte: Melopsittacus Publicações Científicas, 2002.
GALLI, AE.; LECK, CF. e FORMANR, TT.; Avian distribution pattern in forest island
of different size in Central New Jersey, The Aukv. 93, p. 356-364, 1976.
GARDNER, TA., BARLOW, IS., ARAÚJO, IS., ÁVILA-PIRES, TC., BONALDO,
AB., COSTA, JE., ESPOSITO, MC., FERREIRA, LV., HAWES, J., HERNANDEZ,
MIM., HOOGMOED, MS., LEITE, RN., LO-MAN-HUNG, MS., MALCOLM, JR.,
MARTINS, MB., MESTRE, LAM., MIRANDA-SANTOS, R., OVERAL, WL.,
PARRY, L., PETERS, SL., RIBEIRO-JUNIOR, MA., SILVA, MNF., MOTTA, CS. e
PERES, C., The cost-effectiveness of biodiversity surveys in tropical forests. Ecology
Letters. 11 1-12. 2007
GETTINGER, D. & ERNEST, K.A. Small-mammal community structure and the
specificity of ectoparasite associations in central Brazil. Rev. Bras. Biol, v. 55, p. 31-
341, 1995.
GIMENES, MR., e ANJOS, L., Efeito da fragmentação florestal sobre as comunidades
de aves. Acta Scientarium 25 (2): 391-402. 2003.
GIMENES, MR., LOPES, EV., LOURES-RIBEIRO, A., MENDONÇA, LB. e ANJOS,
L., Aves da planície alagável do alto rio Paraná. Ed. UEM. 281p. 2007.
GODOI-FILHO, J. D., Aspectos geológicos do Pantanal Mato-grossense e de sua área
de influência. In: Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal.
Corumbá, MS. p.63-74 1986.
HOFLING, H. Aves no Campus, São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo,
1999.
IBAMA/CEMAVE. 100 anos do anilhamento no mundo: por que anilhar aves? O
Migrante 1(2):1-16, 2000.
IBAMA - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS. Disponível em: <http//www.ibama.org.br>. Acesso em:
04/08/2009.
239
JUNK, W. F.; BAYLEY, P. B.; SPARKS, R. E., The Flood Pulse Concept in River
Floodplains. In: Can. Spec. Publ. Fish. Aquat. Sci. (106): 110-127, 1989.
JUNK, W. J. & DA SILVA, C. J.; O conceito do Pulso de Inundação e suas implicações
para o Pantanal de Mato Grosso, In: II Simpósio sobre Recursos Naturais e
Socioeconômicos do Pantanal. Corumbá, MS. p.17 28, 1996.
JUNK, W.J., The flood pulse concept of large rivers: learning from the tropics,
Archieve hidrobiologie, Vol. 11, nº3, 1999.
KHAL, M. PHILIP., The food ecology of the wood stork. Ecol. Monogr. 34:97-117,
1964.
KUSHLAN, JA., Colonial waterbirds as bioindicators of environmental change,
Colonial waterbirds, 16(2): 223-251, 1993.
KUSHLAN, JA., Wading bird predation in a seasonally fluctuating pond, The Auk, 93:
464-476, 1976.
KWAK, C.H., The Pantanal and the pantaneiros, heartfelt and new opportunities, In:
The Pantanal, Paragon House, St. Paul Minnesota, USA, 279-283p, 2000.
LOURIVAL, R, HARRIS, M e MONTANBAULT, J.R., Introduction to the Pantanal,
Mato Grosso do Sul, Brasil, In: RAP Bulletin of Biological Assessment, Conservation
International, 28-33p, 2000.
MACARTHUR, R.H. e WILSON, E.O. The theory of island biogeography. Princeton
University Press, Princeton, NJ, 1967.
MACHADO, R.B. Padrão de fragmentação da Mata Atlântica em três municípios da
bacia do Rio Doce (Minas Gerais) e suas conseqüências para a avifauna. 1995. 72f.
Dissertação (Mestrado em Ecologia) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
MARINI, MA, Efeitos da fragmentação florestal sobre as aves em Minas Gerais, In:
ALVES, M.A.S.; SILVA, J.M.C.; SLUYS, M.V.; BERGALHO, H.G. & ROCHA,
C.F.D. (Org.). A Ornitologia no Brasil : Pesquisa atual e perspectivas. Rio de Janeiro:
UERJ, 2000, 352p. p.41-54.
MARINI, MA., Effects of Forest fragmentation on birds of the Cerrado region, Brazil.
Bird Conservation International, 11, 11-23, 2001.
MELO, AV. de; SANTOS, E. dos; NUNES, AP. e Tomas, WM. Registro documentado
do gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus) para o Mato Grosso do Sul. Atualidades
Ornitológicas 135, janeiro/fevereiro, página 14, 2007.
MELO, FP. de (Org.). Refúgio Ecológico Caiman (Pantanal, Brasil): listas de fauna e
flora. Miranda, Pousada Caiman, 2006. Disponível em
http://www.caiman.com.br/upload/documentos/LISTA_FAUNA.pdf. Acesso em
10/05/2009.
240
MEYER de SCHAUENSEE, R. A guide to the birds of South America. Pennsylvania:
Livingston, 470 p, 1970.
MORAES, VS., ,mapeamento das áreas prioritárias para conservação de aves costeiras e
oceânicas no litoral do Paraná, In: Congresso Brasileiro de Ornitologia, 4. Belo
Horizonte, Resumos do 6º congresso de ornitologia, p.60. 1997.
MORRISON, RIG., SERRANO, IL., ANTAS, PTZ, e KROSS, K. Aves migratórias no
Pantanal. Ed. WWF, 2008.
MOTTA-JUNIOR, JC. Estrutura trófica e composição da avifauna de três habitas
terrestres na região central do estado de São Paulo, Ararajuba 1, 65/71, 1990.
MOURÃO, RMF., Observação de Aves. Caderno de Subsídios Observação de Aves,
Em: Manual Melhores Práticas para o Ecoturismo, p. 248258. Rio de Janeiro:
Programa MPE Funbio. 1999.
MOURÃO, GM.; COUTINHO, M.; MAURO, R.; CAMPOS, Z.; TOMAS, WM.;
MAGNUSSON, WE. Aerial surveys of caiman, marsh deer and pampas deer in the
Pantanal wetland, Brazil. Biological Conservation, v.92, p.175-183, 2000.
NUNES, AP., TIZIANEL, FAT. e TOMAES, WM. Aves ameaçadas ocorrentes no
Pantanal, Documento 83, Ed. Embrapa Pantanal, 46p, 2006
NUNES, AP., TOMAS, WM. Análise preliminar das relações biogeográficas da
avifauna do Pantanal com biomas adjacentes. In: Anais do IV simpósio sobre recursos
naturais e sócio econômicos do Pantanal Corumbá MS, 2004.
NUNES, AP., TOMAS, WM. Aves migratórias e nômades ocorrentes no Pantanal:
Caracterização e Conservação, Embrapa Pantanal, Corumbá MS, 2008.
NUNES, AP.; TOMAS, WM e TICIANELI, FAT. Aves da Fazenda Nhumirim,
Pantanal de Nhecolândia, MS. Ed. Embrapa, Corumbá, MS, 2005.
NUNES JRS e DA SILVA, CJ., Biomass of Eichhornia crassipes, (Mart) Solms. In the
ChacororéSinhá Mariana, lake System Pantanal of Mato Grosso. (No Prelo).
NUNES JRS e DA SILVA, CJ., Concentração de íons no sistema de baías Chacororé-
Sinhá Mariana, Pantanal de Mato Grosso. Vol. 13, p. 167-190, Uniciências, 2009.
NUNES JRS e DA SILVA, CJ., Variáveis limnológicas sob estandes de Eichhornia
crassipes (Mart) Solms, no Sistema de baías Chacororé-Sinha Mariana, Pantanal de
Mato Grosso. Vol. 9, p. 90-30, Uniciências, 2005.
NUNES, JRS. “Dinâmica temporal e espacial de nutrientes em Eichhornia crassipes
(Mart.) Solms no sistema de baías Chacororé-Sinhá Mariana, Pantanal Mato-Grossense,
Barão de Melgaço,MT”. Dissertação de Mestrado. UFMT. 2003.
NUNES, JRS., Caracterização limnológica e percepção ambiental dos cambarazais,
(Pantanal de Poconé MT), Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal de
Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá, Brasil, 38f, 2001.
241
NUNES, JRS., OKI, Y., CARMIGNOTTO, AP., TELLO, PG., SOUZA, FM. e
ANTUNES, VZ., Distribuição de freqüência de habitats por aves aquáticas piscívoras
do lago Camaleão, Ilha da Marchantaria AM, 55-57. In: Ecologia da Floresta
Amazônica, Ed. Zuanon, J. e Venticinque, E. 2002.
NUNES, JRS.; LOVERDE, S.; PINTO-SILVA, V.; FERRAZ, L.; AAMORIM, A.;
COSTA, CP.; MONDIM, LA.; SILVEIRA, JS.; FAVALESSA, O.; GONÇALVEZ,
CH.; TROY, WP. e URQUIZA, NG., Variação diária das características limnologicas
da baía dos coqueiros, Pantanal de Poconé MT, UNICiências, vol.10, 2006, 31-46p.
OLIVEIRA, DMM., Aves aquáticas do Pantanal Mato-grossense, Série conhecendo o
Pantanal, Textos populares, Cuiabá, MT, nº2, 9p, 1996.
OLIVEIRA, DMM. Efeitos bióticos e abióticos de ambientes alagáveis nas assembléias
de aves aquáticas e piscívoras no Pantanal, Brasil. (Tese de Doutorado). Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, Universidade Federal do Amazonas
UFAM, Manaus, 2006.
OLIVEIRA, DMM., Caracterização da Avifauna, In: Figueiredo, DM. e Salomão, FXT.
Bacia do Rio Cuiabá: Uma abordagem socioambiental, entrelinhas, 167-183, 2009.
OLSON, D.; DINERSTEIN, E.; CANEVARI, P.; DAVIDSON, I.; CASTRO, G.;
MORISET, V.; ABELL, R. AND TOLEDO, V.. Freshwater Biodiversity of Latin
America and the Caribbean: conservation Assessement. Biodiversity Support Program,
Washington, D.C.; 1998, 70p.
OREN, DC, Avaliação Ecológica Rápida: um exemplo com as savanas de Terra Firme
do estado do Amapá, Brasil. In: ALVES, M.A.S.; SILVA, J.M.C.; SLUYS, M.V.;
BERGALHO, H.G. & ROCHA, C.F.D. (Org.). A Ornitologia no Brasil : Pesquisa atual
e perspectivas. Rio de Janeiro: UERJ, 2000, 352p. p.55-64.
PCBAP, Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (Pantanal), Diagnóstico dos
meios Físico e Biótico (Meio Biótico), vol. II, Tomo III, 1997.
PIMM, S.L. Will the Americas lose birds species? If so, Where and When? In: ALVES,
M.A.S.; SILVA, J.M.C.; SLUYS, M.V.; BERGALHO, H.G. & ROCHA, C.F.D. (Org.).
A Ornitologia no Brasil : Pesquisa atual e perspectivas. Rio de Janeiro: UERJ, 2000,
352p. p. 25-39.
PINHO, J.B. Riqueza de espécies, padrão de migração e biologia reprodutiva de aves
em quatro ambientes florestais do Pantanal de Poconé, MT. (Tese de Doutorado).
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005.
PINTO, A. A., DA SILVA C.J, GIRARD, P. SOUZA, M., NOGUEIRA, F. The flood
pulse and the limnological of the Sinhá Mariana baía in the Mato grosso pantanal,
Brazil. Rev. Bol. de Ecol. 6: 19-26, 1999.
PINTO-SILVA, V.; Variações Diurnas de Fatores Ecológicos em Quatro Lagoas
Naturais do “Pantanal Mato-grossense” e seu estudo comparativo com dois lagos da
Amazônia Central e um lago Artificial (Represa do Lobo, “Broa”, o Carlos, SP.
242
(dissertação). UFScar Universidade Federal de São Carlos, departamento de Ciências
Biológicas. 281f, 1980.
PIRES, J.S.R. Diretrizes conceituais e metodológicas sobre a incorporação do tema
Biodiversidade para o ZEE Brasil. Programa Zoneamento Ecológico-Econômico,
Documento: Diretrizes Metodológicas para o ZEE, Ministério do Meio Ambiente,
Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável SDS, Brasília, 2001 (CD-
ROM).
PIVATTO, MAC.; MANÇO, DDG.; STRAUBE, FC.; URBEN-FILHO, A. e MILANO,
M. Aves do Planalto da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, Brasil. Atualidades
Ornitológicas, nº 129, 2006.
PIVATTO, MAC.; SABINO, J., FAVERO, S., MICHELS, IL., Perfil e viabilidade do
turismo de observação de aves no Pantanal Sul e Planalto da Bodoquena (Mato Grosso
do Sul) segundo interesse dos visitantes, Revista Brasileira de Ornitologia, 15 (4): 520-
529. 2007.
PONCE V. M., Impacto Hidrológico e ambiental da Hidrovia Paraná-Paraguai no
Pantanal Mato-Grossense Um estudo de referência. San Diego State University, 132f,
1995.
POULIN, B.; LEFEBVRE, G. e McNEIL, R. Tropical avian phenology in relation to
abundance and exploitation of food resources. Ecology, 73(6), 2295-3209, 1992.
POZZA, DD.; Composição da avifauna da estação ecológica de São Carlos, (Brotas
SP) e reserva ambiental da fazenda Santa Cecília (Patrocínio Paulista SP), Dissertação
de mestrado, UFSCar, 103f, 2002.
RADAMBRASIL, Projeto: levantamento de recursos naturais. Brasil. Boletim Técnico.
Ministério das Minas e Energia. Folha SD. 1 Cuiabá. Rio de Janeiro, 1982. v. 26, p. 25-
175.
RAMOS, CCNGA, Seleção de indicadores biológicos no estado de São Paulo. In:
Congresso Brasileiro de Ornitologia, 4. Belo Horizonte, Resumos do congresso de
ornitologia, p.163. 1997.
RENCTAS - REDE NACIONAL DE COMBATE AO TRÁFICO DE ANIMAIS
SILVESTRES. Disponível em: < http//www.renctas.org.br>. Acesso em: 04/03/2009.
RODRIGUEZ, W.C. DivEs - Diversidade de Espécies - Guia do Usuário.
Seropédica: 2007. Entomologistas do Brasil. 9p. Disponível em:
<http://www.ebras.bio.br/dives/>.
ROJAS, R.; MARINI, M.A.; COUTINHO, M.T.Z . Wild birds as hosts of Amblyomma
cajennense (Fabricius, 1787) (Acari:Ixodidae). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.
94, p. 315-322, 1999.
ROOT, RB., The niche exploitation pattern of the blue-gray gnatcatcher. Ecological
monographs. V. 37, nº 01. P 317-350, 1967.
243
SANTOS, MAR., Comunidades de aves em remanescentes florestais secundários de
uma área rural no sudeste do Brasil, Ararajuba, 12(1), 41-49. 2004.
SEGOVIA, A., Geology of the Pantanal region, In: The Pantanal, Paragon House, St.
Paul Minnesota, USA, 69-72, 2000.
SEIDL, A.F.; SILVA, J.S.V. & MORAES, A.S.; Cattle ranching and deforestation in
the Brazilian Pantanal. Ecological economics, 36, 413,425, 2001.
SICK, H., Ornitologia brasileira, imp. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ, 910p.
1997.
SICK, H., Ornitologia brasileira, imp. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ, 910p.
2001.
SIGRIST, T., Aves do Brasil, uma visão artística, Ed. Avis Brasilis, p672, 2006.
SILVA, MTM.; Riqueza e abundância relativa de aves de dois fragmentos de Cerrado,
na região central do estado de São Paulo, Dissertação de mestrado, UFSCar, 64f, 2008.
SILVA, T. C., Contribuição da geomorfologia para o conhecimento e valorização do
Pantanal. In: Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal.
Corumbá, MS. p.77-90, 1986.
SILVEIRA, LF. e STRAUBE, FC,. Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no
Brasil, IBAMA, 2006.
SIMON, JE. e RIBON, R., Extinção de aves na região de viçosa, zona da mata de Minas
Gerais. In: Congresso Brasileiro de Ornitologia, 4. Belo Horizonte, Resumos do 6º
congresso de ornitologia, p.67. 1997.
SMILEY, DC., Water birds of the boulder dam region, The condor, vol. xxxix, 115-119,
1937.
SOUZA, DGS. Todas as aves do Brasil - Guia de campo para identificação. Feira de
Santana: Editora DALL,258p, 1998.
SPSS 17.0, 2009, SPSS Statistical Package for Social Sciences, base 3.0 user-s guide
SPSS inf. Inc., Chicago, 537p.
STRAUBE, FC.; URBEN-FILHO, A.; NUNES, AP. e TOMAS, WM. Avifauna do
Pantanal de Nabileque (Mato Grosso do Sul, Brasil). Atualidades Ornitológicas On-Line
134, novembro/dezembro:1-22, 2006a. Disponível em
http://www.ao.com.br/download/nabileque.pdf. Acesso em 20/04/2008.
STRAUBE, FC.; URBEN-FILHO, A.; ROCHA, MCV.; NUNES, AP. e TOMAS, WM.
Nova contribuição à Ornitologia do Chaco Brasileiro (Mato Grosso do Sul, Brasil).
Atualidades Ornitológicas On-Line 134, novembro/dezembro:1-27, 2006b. Disponível
em http://www.ao.com.br/download/chaco.pdf. Acesso em 20/04/2008.
SWARTZ, F.A., The Pantanal, Paragon House, St. Paul Minnesota, USA, 301p, 2000.
244
TARIFA, J. R.; O Sistema Climático do Pantanal: Da Compreensão dos Sistema à
definição de prioridade de Pesquisa Climatológica. In: Simpósio sobre Recursos
Naturais e Socioeconômicos do Pantanal. Corumbá, MS. p.7-27, 1986.
TAPPER, R. Wildlife watching and tourism: a study on the benefits and risks of a fast
growing tourism activity and its impacts on species. United Nations Environment
Programme/Secretariat of the Convention on the Conservation of Migratory Species of
Wild Animals. Bonn: United Nations Premisses. 2006.
TOMAS, WM., SOUZA, LL. e TUBELIS, DP. Espécies de aves ameaçadas que
ocorrem no Pantanal. In: IV simpósio sobre recursos naturais e sócio-econômico do
Pantanal, Corumbá-MS, Ed. Embrapa, 2004.
TUBELIS, DP. e TOMAS, WM. Distribuition of birds in a naturally patchy forest
environment in the Pantanal wetland, Brazil. Ararajuba, 7 (2): 81-89, 1999.
TUBELIS, DP. e TOMAS, WM. Birds’ species of the Pantanal wetland, Brazil.
Ararajuba, 11 (1): 5-37, 2003.
VALVERDE, O., Fundamentos geográficos do planejamento do município de
Corumbá. Revista Brasileira de Geografia, v.34, n1, p49-137, 1972.
VASCONCELOS, MF.; LOPES, LS.; HOFFMANN, D.; Silveira, LF. e SCHUNCK, F.
Noteworthy records of birds from the Pantanal, Chiquitano dry forest and Cerrado of
south-western Brazil. Bull. B.O.C., 128(1):57-67, 2008.
VERNER, J.; The guild concept applied to management of bird population,
Environmental management, v8, nº 01, p. 1-14, 1984.
VIELLIARD, J.; SILVA, WR. Nova metodologia de levantamento quantitativo e
primeiros resultados no interior do Estado de São Paulo. In: ENCONTRO NACIONAL
DE ANILHADORES DE AVES, 4, 1990, Recife. Anais... Recife: UFRPe, v. 4, p. 117-
151, 1990.
VIELLIARD, J. Bird community as an indicator of biodiversity: results from
quantitative surveys in Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v.3, n. 72, p.
323-330, 2000.
WANTZEN, KM., DRAGO, E. e DA-SILVA, CJ., Aquatic habitats of the upper
Paraguay river-floodplain-system and parts of the Pantanal (Brazil), Ecohyfrology &
Hydrobiolgy, vol. 6, nº 2, 107-126. 2005.
WEINBERG, LF., Aves do Pantanal do Mato-Grosso do Sul. Boletim FBCN, 19: 81-
88, 1984.
WHEATLEY, N. Where to watch birds in South America. London: Princeton. 1995.
WHITE, DH. e JAMES, D., Differential use of fresh water environment by wintering
waterfowl of coastal Texas, The Wilson Bulletin, vol. 10, nº1, 1978.
245
WILLIS, EO. E ONIKI, Y, Levantamento preliminar das aves de inverno em dez áreas
do sudoeste de Mato Grosso, Brasil. Ararajuba, 1: 19-38, 1990.
WILLIS, EO. The composition of avian communities in reminiscent woodlots in
southern Brazil, Papéis Avulsos de Zoologia, 33 (1): 1-25, 1979.
XARAÉS Xaraés Ecoturismo Bird Cheklist. Edition 2005. Disponível em
http://www.xaraes.com.br/lista_aves_eng.doc. Acesso em 10/05/2008.
YAMASHITA, C., Anodorhynchus macaws as followers of extinct megafauna: a
hypothesis, Ararajuba 5 (2): 176-182. 1997.
YOURTH, H. Observando x Caçando. Revista World Watch, WWI-Worldwatch
Institute/UMA Universidade Livre da Mata Atlântica. http://www.wwiuma.org.
br/observando_cacando.htm (acesso em 10/11/2004). (2001).
ZEFFER, A., JOHANSSON, LC. e MARMEBRO, A., Functional correlation between
habitat use and leg morphology in birds (aves), Biological journal of the linnean society,
79, 461-484. 2003.ub08y
246
ANEXOS
247
Gavião-caboclo, Heterospizia meridionalis.
Bico-de-agulha, Galbula ruficalda.
248
Birro, Melanerpes candidus.
Garça-branca-pequena, Egreta thula.
249
Biguá, Phalacrocorax brasilianus.
Biuatinga, Anhinga anhinga.
250
Socó-boi, Tigrisoma lineatum.
Martim-pescador, Chloroceryle americana.
251
Capivareiro, Donacobius atricapila.
Tucanuçu, Ramphatos toco.
252
Maria faceira, Syrigma sibilatrix.
Coruja buraqueira, Atene cunicularia.
253
Garça-branca-brande, Ardea alba.
Pato-do-mato, Cairina moschata.
254
Bico-de-brasa, Monasa nigrifrons.
Ninho de tuiuiú, Jabiru mycteria.
255
Urubu-de-cabeça-amarela, Cathartes burrovianus.
Urubu-de-cabeça-vermelha, Cathartes aura.
256
Jacutinga, Aburria cujubi.
Periquitão, Aratinga leucophthalmus.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo