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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS:
PSIQUIATRIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
A ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO DO GENE DO FATOR
NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF) E SEU NÍVEL
SÉRICO EM PACIENTES COM TRANSTORNO BIPOLAR
JULIANA FERNANDES TRAMONTINA
ORIENTADOR
PROF. DR. FLÁVIO PEREIRA KAPCZINSKI
FEVEREIRO/2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS:
PSIQUIATRIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
A ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO DO GENE DO FATOR
NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF) E SEU NÍVEL
SÉRICO EM PACIENTES COM TRANSTORNO BIPOLAR
Juliana Fernandes Tramontina
Orientador
Prof. Dr. Flávio Pereira Kapczinski
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Médicas: Psiquiatria,
Faculdade de Medicina, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, como requisito parcial
para a obtenção do título de Mestre.
Porto Alegre, Fevereiro de 2007.
2
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61
T771a Tramontina, Juliana Fernandes
A Associação entre o polimorfismo do gene do fator neurotrófico derivado do cérebro
(BDNF) e seu nível sérico em pacientes com transtorno bipolar / Juliana Fernandes
Tramontina. Porto Alegre, 2007.
67 f.: graf., tab.
Orientador: Flávio Pereira Kapczinski
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de
Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas – Psiquiatria, Porto
Alegre, 2007.
1.Transtorno bipolar. 2. Polimorfismo genético. 3. Fator neurotrófico derivado do
cérebro. I Kapczinski, Flávio Pereira. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas –
Psiquiatria. III. Título
CDU 61
(Bibliotecária responsável: Miriam Velci Barcellos Fernandes – 10/135)
3
Ao Sandro,
meu lar, pelo amor e paciência.
À minha família, em especial à minha mãe.
4
Agradecimentos
Ao professor Flávio Kapczinski pelo exemplo de dedicação, conhecimento e
vibração com a pesquisa. A possibilidade de compartilhar seu convívio tornou
minha formação clínica e acadêmica mais instigante e proveitosa.
A todos os colegas do Laboratório de Psiquiatria Experimental e do
Programa de Atendimento de Transtorno do Humor Bipolar, em especial ao
Benício Frey, Ana Cristina Andreazza e Keila Ceresér. Ao apoio da equipe do
Laboratório de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
principalmente à professora Mara Hutz e Marília Zandoná.
À Márcia Sant’Anna pelo exemplo de competência e por ter me
apresentado ao Professor Flávio Kapczinski.
A todos amigos, colegas e familiares que ao longo desta etapa me
apoiaram e fizeram parte da minha formação profissional e pessoal.
Aos pacientes e voluntários que participaram do estudo, sem os quais esta
pesquisa e minhas dúvidas científicas não teriam sentido.
5
SUMÁRIO
SUMÁRIO...........................................................................................................................................................6
LISTA DE ABREVIATURAS...........................................................................................................................7
LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................................................8
RESUMO.............................................................................................................................................................9
ABSTRACT...................................................................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................................15
2.1 A GENÉTICA DO TRANSTORNO BIPOLAR E O POLIMORFISMO DO GENE DO BDNF.....................................................15
2.2 O FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF)................................................................................ 18
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................ 24
4 OBJETIVOS.................................................................................................................................................. 30
4.1 OBJETIVO PRINCIPAL.................................................................................................................................... 30
4.2 OBJETIVO SECUNDÁRIO................................................................................................................................. 30
.......................................................................................................................................................................... 30
5 PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS...............................................................................................31
6 MÉTODOS.....................................................................................................................................................32
..................................................................................................................................................................... 33
6.1 ANÁLISE DE BDNF SÉRICO...........................................................................................................................33
6.2 ANÁLISE DO DNA.......................................................................................................................................33
................................................................................................................................. 34
7 ARTIGO.........................................................................................................................................................35
7.1 VERSÃO EM PORTUGUÊS...............................................................................................................................35
.................................................................................................................................... 41
7.2 VERSÃO EM INGLÊS...................................................................................................................................... 41
....................................................................................................................................................................... 46
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................47
ANEXO 1 ESCALAS....................................................................................................................................... 53
ANEXO 2 PROTOCOLOS..............................................................................................................................56
ANEXO 3 TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO.....................................................................64
6
LISTA DE ABREVIATURAS
ANOVA análise de variância
BDNF do inglês, brain derived neurotrophic factor - fator neurotrófico
derivado do cérebro
BDNF
Met
presença de heterozigose para o alelo met do BDNF
DNA do inglês, deoxyribonucleic acid - ácido desoxirribo nucléico
DSM-IV do inglês, diagnostic and statistical manual of mental disorders -
manual de diagnóstico e estatística de transtornos mentais, 4ª. ed
DZ gêmeos dizigóticos
Met do inglês, methionine - metionina
MZ gêmeos monozigóticos
NGF do inglês, nerve growth factor - fator de crescimento neural
NT neurotrofina
HDRS do inglês, Hamilton depression rating scale - escala de
depressão de Hamilton
RER retículo endoplasmático rugoso
TB transtorno bipolar
Trk do inglês, tyrosine kinase receptor - receptor tirosina cinase
SNP do inglês, single nucleotide polymorphism - polimorfismo de
nucleotídeo único
Val valina
7
YMRS do inglês, Young mania rating scale - escala de avaliação de
mania de Young
LISTA DE FIGURAS
Fundamentação teórica
Figura 1- Família das neurotrofinas e seus receptores específicos.......................20
Artigo – Versão em Português
Figura1 - Níveis de BDNF sérico em relação ao polimorfismo do BDNF val66met
em pacientes bipolares e controles........................................................................39
Artigo – Versão em Inglês
Figure 1 - The results of serum BDNF levels and val66met polymorphism of BDNF
gene in bipolar and control subjects…………………………………………………...44
Considerações Finais
Tabela 1. Freqüência do sexo feminino, média da idade, média da pontuação das
escalas de depressão (HDRS)/mania (YMRS) e média do vel sérico de BDNF
em 114 pacientes bipolares e 137 controles..........................................................50
Tabela 2. Freqüência do genótipo e dos alelos do SNP val66met do BDNF em 114
pacientes bipolares e 137 controles.......................................................................50
8
Figura1 - Níveis de BDNF sérico em relação ao polimorfismo do BDNF val66met
em pacientes bipolares e controles........................................................................51
Figura 2- Possível influência do BDNF
Met
nos níveis séricos de BDNF..................52
RESUMO
Introdução
Existem fortes evidências de um fator genético estar envolvido na etiologia do
transtorno bipolar (TB), contudo a interação entre polimorfismos genéticos e
alterações bioquímicas permanecem desconhecidas. O fator neurotrófico derivado
do cérebro (BDNF) parece exercer um papel importante na patofisiologia do TB.
Objetivos
O presente estudo tem por objetivo avaliar a associação do polimorfismo
localizado no gene do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e os níveis
séricos desta substância em pacientes com transtorno bipolar.
Material e Métodos
Foram selecionados 114 pacientes com TB tipo I de acordo com critério do DSM-
IV e 137 controles pareados por sexo, idade e anos de estudo para a análise do
polimorfismo val66met do BDNF e do BDNF sérico. Suas associações foram
medidas através da análise de variância (ANOVA).
Resultados
9
Não houve diferenças significativas na freqüência dos genótipos do polimorfismo
val66met do BDNF entre pacientes e controles (p>0.05; teste Qui-quadrado). Não
foi encontrada associação entre o polimorfismo do gene do BDNF e o diagnóstico
de transtorno bipolar(eutímicos) nos níveis séricos de BDNF (p=0.34; ANOVA
Fatorial)
Conclusão
O polimorfismo do BDNF val66met parece não interferir no nível sérico de BDNF
em pacientes bipolares em tratamento e controles sem TB, sugerindo que a
variante BDNF
Met
não diminui a secreção constitutiva; possivelmente este
polimorfismo do BDNF exerça alguma influencia nos níveis séricos do BDNF
durante os episódios agudos da doença.
Palavras-chave: transtorno bipolar, fator neurotrófico derivado do cérebro,
polimorfismo genético.
10
ABSTRACT
Introduction
There is strong evidence demonstrating that genetic inheritance is associated with
higher susceptibility to bipolar disorder (BD) but the interaction between gene
polymorphisms and biochemical changes remains largely unknown. The brain-
derived neurotrophic factor (BDNF) may play a role in the pathophysiology of BD.
Objectives
The aim of the present study was to evaluate the association between BDNF
polymorphism val66met and its serum levels in bipolar patients.
Methods
One hundred and seven Caucasian type-I bipolar patients were recruited from the
Bipolar Disorders Program and underwent Structured Clinical Interview for DSM-
IV-Axis I for diagnosis. The subjects were matched by age, gender and education
with137 controls without BD. The association between BDNF serum levels and
polymorphism was analysed by ANOVA.
Results
No significant differences were found in the frequency of the BDNF val66met
genotype or allele distribution between patients and controls (p>0.05; Chi-square
11
test). We have found no significant interaction between BDNF polymorphism and
diagnostic status (bipolar disorder and controls) on serum BDNF levels (p=0.34;
Factorial ANOVA)
Conclusion
BDNF val66met polymorphism does not affect serum BDNF levels in a sample of
mostly euthymic BD subjects currently on medication. Considering that the
BDNF
Met
variant decreases only the activity-dependent but not the constitutive
BDNF secretion, it is conceivable that BDNF polymorphism may exert some
influence on serum BDNF levels during acute mood episodes.
Key-words: bipolar disorder, brain-derived neurotrophic factor, genetic
polymorphism
12
1 INTRODUÇÃO
O Transtorno Bipolar (TB) é um transtorno do humor grave, crônico,
recorrente e com aumento progressivo da gravidade dos episódios, afetando
igualmente homens e mulheres, com início de sua sintomatologia entre 15-30
anos de idade. É caracterizado por episódios recorrentes de mania e depressão,
podendo ser subdividido em duas entidades diagnósticas: TB tipo I (episódios
depressivos maiores recorrentes com episódios maníacos) e TB tipo II (episódios
depressivos maiores recorrentes com episódios hipomaníacos). Ambos
apresentam sintomas que envolvem alterações no humor, cognição e
comportamento. A intensidade dos sintomas é variável, acarretando prejuízos no
desempenho das atividades diárias e em sofrimento pessoal (1, 2, 3, 4).
A base fundamental do THB é seu caráter cíclico, pois normalmente um
episódio maníaco ou hipomaníaco promove um novo episódio no futuro. Além das
altas taxas de recorrência (50-90%), a persistência dos sintomas é outra
característica desta patologia, pois apesar do tratamento farmacológico, os
pacientes podem apresentar sintomas durante metade das suas vidas (5).
Um estudo multicêntrico realizado no Brasil em 1992, estima a prevalência
de 0,7% da população de Porto Alegre/RS portadora de TB; entretanto, quando
são também consideradas formas mais leves desse transtorno (o assim chamado
espectro bipolar), estudos indicam uma prevalência de até 3 a 6% na população
em geral (6, 7).
13
A causa precisa do TB não foi estabelecida. Sabe-se que múltiplos fatores
podem estar envolvidos (genéticos, bioquímicos, psicodinâmicos e sócio-
ambientais) (7).
Estudos de famílias, gêmeos e adoção mostraram forte evidência de um
componente genético para a etiologia do TB (8, 9).
Sabe-se que o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) possui um
papel relevante na patofisiologia dos transtornos de humor. Este fator neurotrófico
protege o cérebro de dano neuronal e parece afetar a neurogênese no hipocampo,
o qual está envolvido na patogênese dos transtornos de humor. Dessa forma, o
gene do BDNF é um forte candidato que provavelmente deve causar
susceptibilidade ao TB ou influenciar no fenótipo clínico da doença (9, 10).
Estudos que permitam uma melhor especificação do TB poderiam contribuir
para um melhor entendimento desta psicopatologia. Além disso, acredita-se que a
descoberta de alterações genéticas no TB possa auxiliar em uma terapêutica mais
eficaz no futuro.
14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A genética do transtorno bipolar e o polimorfismo do gene do BDNF
Diversas características de padrão de herança familiar do TB indicam um
envolvimento de genes que conferem suscetibilidade a este transtorno. Na prática
clínica observa-se que o TB geralmente ocorre em famílias e com um modo de
herança complexo, não seguindo simplesmente o padrão de herança Mendeliana,
mas provavelmente uma herança multifatorial poligênica. Ocasionalmente
algumas famílias podem ser afetadas com um único gene que confere
suscetibilidade, contudo a maioria dos indivíduos com transtorno bipolar apresenta
um transtorno com transmissão genética mais complexa, como a interação de
múltiplos genes e ambiente. Estas observações clínicas foram confirmadas em
estudos genéticos que indicaram um aumento significativo do risco de TB ao longo
da vida em parentes de primeiro grau de probandos bipolares. Estes resultados
variam, de acordo com a metodologia do estudo, entre um risco de 5 a 10 vezes
maior que o da população em geral (11, 12).
Estudos com gêmeos também demonstram uma maior concordância do TB
em gêmeos monozigóticos (MZ) em comparação com gêmeos dizigóticos (DZ)
(11, 12, 13).
Bertelsen et al (apud 12, 13) primeiramente investigaram 123 pares de
gêmeos e observaram que probandos bipolares tinham uma concordância para TB
de 62% para MZ e de 8% para DZ. Além disso, o TB é mais comum em pais
15
biológicos de crianças bipolares adotadas em comparação com pais adotivos
(apud 12, 13).
Dado que estudos de famílias, gêmeos e adoção nãoo suficientes para a
identificação de um gene específico de vulnerabilidade, estudos de ligação e
associação são realizados para elucidação de bases genéticas mais específicas
do TB.
Os estudos de ligação avaliam a localização de genes vulneráveis através da
análise de fragmentos de cromossomos que são herdados juntamente com a
doença. Estes estudos no TB inicialmente mostraram resultados promissores, mas
que não se confirmaram posteriormente. A variedade de loci potencialmente
relacionados ao TB reflete em parte a heterogeneidade fenotípica e a
complexidade da interação gênica na determinação da suscetibilidade às doenças
mentais (14). Dentre as regiões, até o momento, identificadas mostraram-se
promissoras: 2p, 4p, 4q, 6q, 8q, 11p, 12q, 13q, 16p, 16q, 18p, 18q, 21q, 22q e Xq
(15).
Os estudos de associação examinam se uma variação específica de um
gene está associada à doença. Os genes candidatos hipoteticamente contribuem
para a doença devido a sua participação em um caminho metabólico importante
para o fenótipo.
Vários genes candidatos foram investigados em estudos de associação no
TB. Contudo, até o momento não um gene causador ou um fator de risco
genético determinado para o TB. Alguns genes candidatos, definidos através de
estudos de genética molecular, podem ser citados: PERIOD3, RGS4, DISC1, IL-1
cluster, SST, WFS1, PDLIM5, FAT, DRD1, GRM3, GRM4, NRG1, HSPA5,
16
ARNTL, NCAM1, HTR3B, GRIN2B, TIMELESS, CUX2, FLJ32356, DAO, Citron,
G72(DAOA), GCH1, GABRA5, SLC12A6, NAPG, CHMP1.5, PIK3C3, AD4D2,
TRPM2, BCR, MLC1, SYNGR1, GPR50, mtDNA3644, mtDNA3243, TAAR6,
ADRA1C, CHRNA2, PIP5K2A, ADRA2A, BDNF, TPH1, DRD4, DRD2, FEZ1,
NTF3, TPH2, NOS1, HTR2A, HTT, ERDA1, CTG18.1, SYNJ1, ZDHHC8, XBP1,
MAOA, PCDH11Y (16).
Dentre muitos destes genes candidatos para o fenótipo de transtorno de
humor destaca-se o do BDNF que parece estar envolvido na patofisiologia do TB
(17).
O polimorfismo do BDNF val66met é um polimorfismo de nucleotídeo único
(SNP) que na posição 196/758 produz uma substituição do aminoácido valina por
uma metionina no codon 66 (val66met) do cromossomo 11p13 (NCBI SNP Cluster
ID: rs6265).
Existem algumas evidências da associação deste polimorfismo com doenças
do sistema nervoso central como em um estudo recente de Gratacos et al. (18),
onde foi verificada, através de uma metanálise, a associação entre o polimorfismo
do BDNF val66met com transtornos alimentares, transtorno relacionados a
substâncias e esquizofrenia. Apesar disso, Lee et al. (19) demonstraram em um
estudo post mortem em pacientes com Alzheimer que os níveis cerebrais de
BDNF não diferem entre os diferentes genótipos do polimorfismo.
No TB, Neves–Pereira et al. (20) e Sklar et al. (21) mostraram uma
associação do polimorfismo do BDNF com TB em estudos de associação com
famílias. Estudos posteriores confirmaram tal associação (22).
17
Esta alteração da expressão do BDNF também foi vista em algumas
especificações do TB como em recentes estudos de Green B et al. (23) e de
Muller DJ et al. (24) que demonstraram uma associação do polimorfismo val66met
do BDNF com pacientes cicladores rápidos.
Além disso, outros estudos demonstraram associação deste polimorfismo
com doença de início precoce (25, 26) e alterações cognitivas em TB (27). A
presença de heterozigose em humanos para o alelo Met do BDNF (BDNF
Met
)
demonstrou um prejuízo na memória (28). Este polimorfismo representa a primeira
associação de uma alteração no BDNF com uma disfunção clínica.
Apesar desses achados que fortalecem a associação, existem também
alguns resultados contraditórios negativos que não encontraram esta associação
entre o polimorfismo do alelo val66met e TB. (29, 30, 31, 32). Estes resultados
talvez sejam explicados pela diferença na etnia dos grupos em estudo, pois foram
realizados, na sua maioria, com populações orientais.
2.2 O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)
Apesar de diversas evidências de um fator genético estar envolvido na
etiologia do TB, o papel das alterações bioquímicas na predisposição ao TB não
foi totalmente elucidado. A regulação do humor envolve uma interação de
múltiplos sistemas e a maioria das drogas efetivas provavelmente não atua sobre
um sistema de neurotransmissão particular isoladamente, mas modula o balanço
funcional entre os diversos sistemas que interagem. Evidências experimentais
sugerem uma alteração no sistema de neurotransmissão de monoaminas, na
18
cascata de regulação e transdução sinais, bem como uma modificação da
neuroplasticidade (33).
A neuroplasticidade refere-se à capacidade dos neurônios de se
transformar e de adaptar a sua estrutura e função em resposta às exigências
externas e internas do organismo.
Os fatores tróficos são substâncias responsáveis pela neuroplasticidade,
estando também envolvidas no processo de formação da sinapse. Estas
moléculas estimulam e permitem que os neurônios recebam nutrição adequada
para que cresçam, se regenerem e se desenvolvam. A ausência destes fatores em
níveis fisiológicos faz com que as células neurais diminuam sua atividade
metabólica e as conexões sinápticas com as células adjacentes (34, 35).
As neurotrofinas são primeiramente sintetizadas como pré-pró neurotrofinas
no reticulo endoplasmático rugoso (RER) e clivadas no complexo de Golgi pela
furina ou nos grânulos secretores pelas pró-proteínas convertases, adquirindo
então sua forma madura de neurotrofinas. Em geral, elas são armazenadas no
trans-Golgi e então transportadas para o terminal axônico pré-sináptico ou
dendritos pós-sinápticos para secreção local. A secreção celular de neurotrofinas
pode ocorrer espontaneamente ou em resposta a um estímulo (36, 37).
As neurotrofinas podem ser liberadas de sítios extra-sinápticos ou
sinápticos, exercendo diferentes funções, dependendo de seu local de secreção.
As pró-neurotrofinas, como por exemplo, pró-NGF se liga ao receptor. p75 NTR e
é a forma predominante na doença de Alzheimer, indicando que existe um balanço
entre a forma pró e a madura e que a descompensação deste equilíbrio pode levar
19
a eliminação das sinapses, degeneração dos neurônios e conseqüentemente a um
estado patológico (36).
A pró e a neurotrofina madura parecem interagir com diferentes receptores
e exercer efeitos biológicos opostos. Diversas propriedades têm demonstrado que
as neurotrofinas participam da plasticidade sináptica: liberação pós-sináptica das
neurotrofinas e pré-sináptica de seus receptores; liberação de neurotrofinas
durante o processo de despolarização; ação preferencial nos neurônios ativos;
indução da sinapse junto com a síntese e liberação de neurotransmissores;
ausência de neurotrofinas em sinapse deficiente (36).
O BDNF pertence à família das neurotrofinas juntamente com o fator de
crescimento neural (NGF), neurotrofina-3 (NT-3), NT-4, NT-5 e NT-6. Elas são
agrupadas em uma mesma família, todas elas se ligam ao receptor p75
NTR
e cada
uma delas se liga com alta afinidade a um receptor específico. O NGF liga-se em
alta afinidade ao receptor Trk-A, o BDNF e o NT-4 ligam-se ao Trk-B e o NT-3 liga-
se ao Trk-C (Fig 1) (36, 37, 38, 40).
Figura-1: Família das neurotrofinas e seus receptores específicos
20
P 75 NTR
Trk-B
Trk-A
Trk-C
BDNF NT-4 NGF NT-3
A estrutura do BDNF em solução observada em espectroscopia (FTIR) é
compatível com a estrutura cristálica, contendo predominantemente fitas beta
(aproximadamente 53%) e relativamente pouca concentração de outras estruturas
secundárias incluindo beta turns (aproximadamente 16%), desordem estrutural
(aproximadamente 12%) e rotações (aproximadamente 18%) e possui deficiência
em alpha helix (39).
No cérebro o BDNF é ativado em algumas regiões como hipocampo, córtex
cerebral e prosencéfalo áreas vitais para o aprendizado e memória. O BDNF
modula a plasticidade sináptica e a liberação de neurotransmissores através de
múltiplos sistemas de neurotransmissão, bem como o sistema intracelular de
transdução de sinais (40).
Podemos resumir alguns efeitos sinápticos importantes do BDNF:
1) Aumenta de forma marcada a freqüência espontânea de potenciais de ação nos
neurônios do hipocampo;
2) Potencia circuitos inibitórios e excitatórios através de mecanismos diferentes;
3) Interfere na neuromodulação de inter-neurônios gabaérgicos, colinérgicos,
dopaminérgicos e noradrenérgicos;
4) Estes efeitos sinápticos acontecem independentemente da sua ação ser aguda
ou prolongada (40).
Ou seja, o BDNF é um fator necessário para sobrevivência, diferenciação e
crescimento neuronal, sendo produzido nas plaquetas periféricas e no sistema
nervoso central (41). Karege F et al. (42) demonstraram uma alta correlação
positiva (r=0,81) entre os níveis séricos e corticais do BDNF, uma vez que esta
21
substância atravessa a barreira hematoencefálica. Desta forma, pode-se
correlacionar os níveis corticais de BDNF com sua concentração sanguínea.
Chen et al. (43) verificaram que a presença do polimorfismo do BDNF altera
o trafego e a regulação da secreção do BDNF em neurônios corticais e células
neurosecretórias, mas sem esta alteração nas células endoteliais ou vasculares.
Este achado é compatível com o prejuízo funcional associado com a presença do
polimorfismo do BDNF em humanos, em que indivíduos BDNF
Met
possuem um
prejuízo em tarefas cognitivas (10).
Alguns estudos apontam um papel importante do BDNF no mecanismo de
ação de estabilizadores do humor, eletroconvulsoterapia e antidepressivos. A
administração repetida de medicamentos antidepressivos aumenta a expressão do
BDNF nas regiões límbicas, principalmente hipocampo, tanto em modelo animal
quanto em humanos, sustentando a hipótese que o BDNF está envolvido na
patogênese dos transtornos do humor e na ação terapêutica de alguns
medicamentos (44, 45, 46, 47, 48). O valproato é capaz de proteger os neurônios
dopaminérgicos em cultura de células neurônio-glia e o provável mecanismo de
proteção é a estimulação de fatores neurotróficos, BDNF e GDNF (49).
Além disso, parece existir uma diminuição do nível sérico de BDNF em
pacientes com depressão unipolar (50, 8). Associado a estes achados, Cunha AB
et al. (51) evidenciaram uma diminuição do BDNF nas fases agudas de mania e
depressão em pacientes bipolares quando comparados a controles; também
Machado-Vieira R et al. (52) avaliaram pacientes bipolares especificamente na
fase maníaca, apoiando esses estudos prévios, identificou, da mesma forma, uma
diminuição dos níveis séricos do BDNF.
22
Todas estas particularidades do BDNF apontam uma contribuição desta
substância na patofisiologia do transtorno bipolar.
23
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29
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Principal
Avaliar a associação entre o polimorfismo val66met do gene do BDNF com o
nível sérico de BDNF em pacientes com TB estabilizados
4.2 Objetivo Secundário
Avaliar a associação entre o polimorfismo val66met do gene do BDNF com a
presença de TB em uma amostra de pacientes do programa de atendimento do
transtorno de humor bipolar
30
5 PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Todos os pacientes assinaram o termo de consentimento informado
(ANEXO 1) previamente ao estudo. Foi assegurada a ausência de vinculação da
concordância em participar do estudo com a continuidade do atendimento no
programa de atendimento de transtorno de humor bipolar (PROTAHBI).
Posteriormente foram coletados dos pacientes 5mL de sangue venoso em
tubos EDTA. As amostras foram armazenadas de forma a assegurar que a
identificação de cada participante fosse possível apenas por um pesquisador.
Este estudo abrangeu os princípios bioéticos de autonomia, beneficência,
não-maleficência, veracidade e confidencialidade, sendo aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre sob o protocolo de
número 05069.
31
6 MÉTODOS
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital de Clínicas de
Porto Alegre, Brasil. Todos os indivíduos deram seu consentimento informado
após uma explicação clara sobre os procedimentos a serem realizados no estudo.
Devido a restrições editoriais do artigo que segue, a metodologia do estudo será
descrita neste item.
Cento e quatorze pacientes caucasianos com transtorno afetivo bipolar tipo I
foram selecionados do Programa do Transtorno de Humor Bipolar (Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, Brasil). Os diagnósticos psiquiátricos foram realizados
através de uma entrevista clínica estruturada de acordo com DSM-IV Eixo I (SCID-
I). Cento e trinta e sete controles sem TB foram pareados por idade, sexo e grau
de escolaridade. Os controles eram o-fumantes, o estavam sob o uso de
medicação e não tinham história prévia e/ou atual de transtornos psiquiátricos,
demência, retardo mental, câncer e não possuíam tais transtornos em familiares
de primeiro grau.
Os sintomas maníacos e depressivos foram avaliados através da Escala de
Mania de Young (YMRS) (53) e da Escala de Depressão de Hamilton (HDRS)
(54), respectivamente.
Foram retirados de cada indivíduo por venopunção 5mL de sangue em um
tubo a vácuo com anticoagulante para análises bioquímicas e 5mL em um tubo a
vácuo com EDTA para análise de DNA.
32
6.1 Análise de BDNF sérico
O sangue foi imediatamente centrifugado a 3000 r.p.m. por 5 minutos e o
soro foi congelado a -80
o
C até a realização das análises bioquímicas. Os níveis
séricos de BDNF foram aferidos através de um kit comercial sandwich-ELISA de
acordo com as instruções do fabricante (Chemicon, USA). Micro placas de
titulação (96-well flat-bottom) foram revestidas por 24h com as amostras diluídas
em 1:2 em diluente de amostras, a curva padrão variou de 7,8 a 5000pg de BDNF.
As placas foram, então, lavadas quatro vezes com solução tampão, sendo
adicionado anticorpo monoclonal anti-BDNF de coelho (dissolvido 1:1000 com
diluente de amostra) e incubados por 3h a temperatura ambiente. Após a lavagem,
foi realizada uma segunda incubação com anticorpo anti-rabbit peroxidase
conjugada (diluído em 1:1000) por 1h a temperatura ambiente. Após a adição de
enzima-estreptavidina, substrato e solução de parada a concentração de BDNF foi
determinada (absorbância definida em 450 nm). A curva padrão demonstrou uma
relação direta entre a densidade óptica e a concentração de BDNF. A
concentração de proteínas total foi quantificada pela técnica de Lowry, usando
albumina bovina sérica como padrão.
6.2 Análise do DNA
O DNA foi extraído conforme o protocolo de Miller et al. (55). O DNA
genômico purificado foi mantido à temperatura de -20ºC até a amplificação por
PCR. Um fragmento de 113 pares de bases do gene do BDNF foi amplificado por
33
PCR com o primer descrito conforme Neves-Pereira et al. (20) em um termo
ciclador PTC-200 (MJ Research, Watertown, MA, USA). Uma solução amplificada
de 20 µL contendo 150–300ng de DNA genômico, 0.3 µM de cada primer, 0.17
mM de cada dNTP, 1.5 mM de MgCl2, 75 mM de Tris-HCl, 20 mM de (NH4)2SO4,
0.01% Tween 20 and 0.4 U de Taq DNA polimerase (MBI Fermentas, Vilnius,
Lithuania). As condições de ciclagem foram as seguintes: desnaturação inicial a
95
o
C por 2min seguido de 35 ciclos a 94ºC por 30 s, 60ºC por 30 s, 72ºC por 30 s,
e extensão final a 72ºC por 5min. Um volume de 6,5lL do produto do PCR foi
digerido overnight em um volume total de 10 lL a 37ºC com 0.7 U da
endonuclease de restrição Eco72I (MBI Fermentas). Os produtos da digestão
foram separados em gel de agarose 2,5% (Prona, Spain) a 90 V e visualizado pela
coração do brometo de etídio. O tamanho das bandas foi comparado ao DNA
ladder pUC19DNA/MspI (MBI Fermentas). O produto media 113 pb (alelo A) para
metionina. O alelo G (valina) correspondia a bandas de 78 e 35 pb. Testes para
homozigose Met/Met foram repetidos para diminuir possíveis erros de
genotipagem no momento da digestão. Todas as análises foram realizadas com o
cegamento do estado dos indivíduos.
34
7 ARTIGO
7.1 Versão em Português
O polimorfismo val66met do fator neurotrófico derivado do cérebro e seus
níveis séricos no transtorno bipolar
Molecular Psychiatry
Submetido em Dezembro 2006, aceito em Dezembro 2006
Juliana F Tramontina; Benício N Frey; Ana C Andreazza; Marília Zandona; Aida
Santin; Flávio Kapczinski
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Psiquiatria, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
2
Programa de Transtorno Bipolar, Centro de Pesquisas, Hospital de Clínicas de
Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil
3
Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
4
Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS, Brasil
Palavras-chave: transtorno bipolar, fator neurotrófico derivado do cérebro,
polimorfismo genético.
35
Existem fortes evidências que demonstram uma associação da herança
genética com uma maior suscetibilidade ao transtorno bipolar (TB), contudo a
interação entre polimorfismos genéticos e alterações bioquímicas permanecem
desconhecidas. Um polimorfismo único do gene do fator neurotrófico derivado do
cérebro (BDNF) que substitui uma valina por uma metionina no códon 66
(val66met) parece estar envolvido no TB
1
. Especificamente, o polimorfismo do
BDNF val66met foi associado com pacientes bipolares cicladores rápidos
2
e com
alterações cognitivas no funcionamento
3
.
Achados recentes do nosso grupo mostraram que os níveis séricos de
BDNF estão diminuídos durante as fases agudas de mania e depressão,
sugerindo que a regulação do BDNF pode estar envolvida na estabilização do
humor
4
. Uma vez que o polimorfismo val66met do BDNF interfere no
empacotamento e na secreção atividade-dependente do BDNF
5
e que existe uma
forte correlação positiva entre os níveis séricos e cerebrais do BDNF
6
, foi
investigado neste trabalho se o polimorfismo val66met está associado com
alterações nos níveis séricos de BDNF em pacientes bipolares e controles. A
hipótese inicial foi que sujeitos portadores do alelo met (met/met + val/met
genótipos) apresentariam níveis mais baixos de BDNF sérico em relação ao grupo
val/val.
Cento e quatorze pacientes caucasianos com transtorno afetivo bipolar tipo
I foram selecionados do Programa do Transtorno de Humor Bipolar (Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, Brasil). Os diagnósticos psiquiátricos foram realizados
através de uma entrevista clínica estruturada de acordo com DSM-IV Eixo I (SCID-
I) e os sintomas maníacos e depressivos foram avaliados através da Escala de
36
Mania de Young (YMRS) e da Escala de Depressão de Hamilton (HDRS),
respectivamente. Cento e trinta e sete controles sem TB foram pareados por
idade, sexo e grau de escolaridade. Os controles eram não-fumantes, o
estavam sob o uso de medicação e não tinham história prévia e/ou atual de
transtornos psiquiátricos, demência, retardo mental, câncer e não possuíam tais
transtornos em familiares de primeiro grau.
Foram retirados de cada indivíduo por venopunção 5mL de sangue em um
tubo a vácuo com anticoagulante para análises bioquímicas e 5mL em um tubo a
vácuo com EDTA para análise de DNA. Os níveis séricos de BDNF foram aferidos
através de um kit comercial sandwich-ELISA de acordo com as instruções do
fabricante (Chemicon, USA). A curva padrão demonstrou uma relação direta entre
a densidade óptica e a concentração de BDNF. A proteína total foi medida pelo
método de Lowry, sendo utilizada albumina sérica bovina como padrão. O DNA foi
extraído utilizando-se procedimento padrão e o polimorfismo do BDNF val66met
foi genotipado de acordo com Neves-Pereira et al.
7
. Todas as análises foram
realizadas com o cegamento do estado dos indivíduos.
Não foi detectado desvio do equilíbrio de Hardy-Weinberg nos grupos de
pacientes nem de controles (p>0.05; teste Qui-quadrado). A freqüência dos alelos
foi a mesma freqüência apresentada previamente para população caucasiana
[pacientes bipolares: val/val=73 (64%); val/met=37 (32.5%); met/met=4 (3.5%);
controles: val/val=95 (69.3%); val/met = 40 (29.2%); met/met=2 (1.5%)]. Não
houve diferenças significativas na freqüência dos genótipos do polimorfismo
val66met do BDNF entre pacientes e controles (p>0.05; teste Qui-quadrado). Não
foi encontrada associação entre o polimorfismo do gene do BDNF e o diagnóstico
37
de transtorno bipolar nos níveis séricos de BDNF (p=0.34; ANOVA Fatorial; Figura
1), indicando desta forma que o polimorfismo do BDNF val66met não interfere no
nível sérico de BDNF em pacientes bipolares e controles sem TB. Os resultados
foram mantidos após controle estatístico para os resultados da YMRS e da HDRS.
Estudos recentes demonstraram que os níveis séricos de BDNF estão
diminuídos durante episódios agudos do TB
4,8
e durante o transtorno depressivo
maior
9
. Além disso, a regulação dos níveis séricos de BDNF tem uma correlação
negativa com a gravidade dos sintomas maníacos e depressivos
4,8
, sendo também
associada à resposta clínica do tratamento com antidepressivos
9
, sugerindo que a
medida de BDNF periférico possa ter um papel de marcador biológico nos
transtornos de humor. Este estudo demonstra que o polimorfismo do BDNF
val66met não afeta os níveis séricos do BDNF em uma amostra de indivíduos com
TB eutímicos (média YMRS = 3.92; dia HDRS = 9.27). Desta forma, podemos
considerar que a variante BDNF
Met
diminui apenas a atividade dependente do
BDNF, mas não a secreção constitutiva
5,10
; possivelmente este polimorfismo do
BDNF exerça alguma influencia nos níveis séricos do BDNF durante os episódios
agudos da doença.
38
Figura 1 - Níveis de BDNF sérico em relação ao polimorfismo do BDNF val66met
em pacientes bipolares e controles
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,2
Met/Met+Val/Met Val/Val
Bipolar
Healthy Controls
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40
7.2 Versão em Inglês
Brain-derived neurotrophic factor val66met polymorphism and serum
levels in bipolar disorder
Molecular Psychiatry
Submitted in December 2006, accepted in December 2006
Juliana Tramontina
1,2
, Benício N Frey
2,3
, Ana C Andreazza
2,3
, Marília Zandona
4
,
Aida Santin
2
, Flávio Kapczinski
1,2,3
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Psiquiatria, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil
2
Programa de Transtorno Bipolar, Centro de Pesquisas, Hospital de Clínicas de
Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brazil
3
Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil
4
Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS, Brazil
Key-words: bipolar disorder, brain-derived neurotrophic factor, genetic-
polymorphism, biologic marker
41
There is strong evidence demonstrating that genetic inheritance is
associated with higher susceptibility to bipolar disorder (BD) but the interaction
between gene polymorphisms and biochemical changes remains largely unknown.
A common polymorphism in the brain-derived neurotrophic factor (BDNF) gene,
which substitutes a valine for a methionine at the codon 66 (val66met), has been
implicated to play a role in BD.
1
Specifically, the BDNF val66met polymorphism is
associated with susceptibility to rapid-cycling
2
and altered cognitive performance in
BD subjects
3
. Our group has recently reported that serum BDNF levels are
decreased during acute manic and depressive BD patients, suggesting that the
regulation of BDNF might be implicated in mood stabilization.
4
Considering that the
val66met polymorphism affects intracellular packaging and activity-dependent
secretion of BDNF
5
and that there is a strong positive correlation between brain
and serum BDNF levels
6
, we have investigated whether the val66met
polymorphism is associated with changes in serum BDNF levels in BD patients and
controls without BD. We hypothesized a priori that met carriers (met/met + val/met
genotypes) would present lower levels of serum BDNF than the val/val group.
One hundred and fourteen Caucasian type-I bipolar patients were recruited
from the Bipolar Disorders Program (Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Brazil).
Psychiatric diagnoses were carried out using the Structured Clinical Interview for
DSM-IV-Axis I, and manic and depressive symptoms were assessed using the
Young Mania Rating Scale (YMRS) and the Hamilton Depression Rating Scale
(HDRS), respectively. One hundred thirty-seven controls without BD were matched
by age, gender and education. Control subjects were non-smokers, were not on
medication, and had no history of major psychiatric disorders, dementia, mental
42
retardation, cancer or tumor, and no such disorders in their first-degree relatives.
Ten milliliters of blood were withdrawn from each subject by venipuncture into a
free-anticoagulant vacuum tube for biochemical analyses and 5mL into an EDTA
vacuum tube for DNA analyses. BDNF serum levels were measured using a
commercial kit of sandwich-ELISA according to the manufacturer’s instruction
(Chemicon, USA). The standard curve demonstrated a direct relationship between
optical density and BDNF concentration. Total protein was measured by Lowry’s
method using bovine serum albumin as a standard. The genomic DNA was
extracted using standard procedures, and the BDNF val66met polymorphism was
genotyped according to Neves-Pereira et al.
7
. All the assays were performed blind
to the subject’s status.
There were no significant deviations of patients and control groups from
Hardy-Weinberg equilibrium (p>0.05; Chi-square test), and the prevalence of allele
frequencies were consistent with those previously reported for Caucasian
population [bipolar patients: val/val=73(64%); val/met=37(32.5%);
met/met=4(3.5%); controls: val/val=95(69.3%); val/met=40(29.2%);
met/met=2(1.5%)]. No significant differences were found in the frequency of the
BDNF val66met genotype or allele distribution between patients and controls
(p>0.05; Chi-square test). We have found no significant interaction between BDNF
polymorphism and diagnostic status (bipolar disorder and controls) on serum
BDNF levels (p=0.34; Factorial ANOVA; Figure 1), indicating that the BDNF
val66met polymorphism does not affect serum BDNF levels in bipolar subjects and
controls without BD. Results were kept unchanged when YMRS and HDRS scores
were controlled for.
43
Recent studies showed that serum BDNF levels are decreased during acute
major mood episodes in BD
4,8
and in major depressive disorder
9
. In addition the
regulation of serum BDNF levels is negatively correlated to the severity of manic
and depressive symptoms
4,8
, and is associated with clinical response to
antidepressant treatment
9
, suggesting that peripheral BDNF measure could play a
role as a neurobiological marker in major mood disorders. Here we demonstrate
that the BDNF val66met polymorphism does not affect serum BDNF levels in a
sample of mostly euthymic BD subjects (mean YMRS = 3.92; mean HDRS = 9.27).
Considering that the BDNFmet variant decreases only the activity-dependent but
not the constitutive BDNF secretion
5,10
, it is possible that this polymorphism may
exert some influence on serum BDNF levels during acute mood episodes.
Figure 1 - The results of serum BDNF levels and val66met polymorphism of BDNF
gene in bipolar and control subjects
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,2
Met/Met+Val/Met Val/Val
BDNF serum levels / ug protein
Bipolar
Healthy Controls
44
REFERENCES
1. Craddock N et al. The genetics of schizophrenia and bipolar disorder: dissecting
psychosis. J Med Genet 2005; 42:193–204.
2. Green EK et al. Genetic variation of brain-derived neurotrophic factor (BDNF) in
bipolar disorder: case-control study of over 3000 individuals from the UK. Br J
Psychiatry 2006; 188:21-25.
3. Rybakowski JK et al. Illness-specific association of val66met BDNF
polymorphism with performance on Wisconsin Card Sorting Test in bipolar mood
disorder. Mol Psychiatry 2006; 11(2):122-124.
4. Cunha ABM et al. Serum brain-derived neurotrophic factor is decreased in
bipolar disorder during depressive and manic episodes. Neurosci Lett 2006;
398:215-219.
5. Chen ZY et al. Variant brain-derived neurotrophic factor (BDNF) (Met66) alters
the intracellular trafficking and activity-dependent secretion of wild-type BDNF in
neurosecretory cells and cortical neurons. J Neurosci 2004; 24(18):4401-4411.
6. Karege F et al. Postnatal developmental profile of brain-derived neurotrophic
factor in rat brain and platelets. Neurosci Lett 2002; 328:261-264.
7. Neves-Pereira M et al. The brain-derived neurotrophic factor gene confers
susceptibility to bipolar disorder: evidence from a family based association study.
Am J Hum Genet 2002; 71:651-665.
8. Machado-Vieira R et al. Decreased Plasma Brain Derived Neurotrophic Factor
Levels in Unmedicated Bipolar Patients During Manic Episode. Biol Psychiatry, in
press.
45
9. Gonul AS et al. Effect of treatment on serum brain-derived neurotrophic factor
levels in depressed patients. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci 2005; 255(6):381-
386.
10. Egan MF et al. The BDNF val66met polymorphism affects activity-dependent
secretion of BDNF and human memory and hippocampal function. Cell 2003;
112(2):257-269.
46
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo demonstra que o polimorfismo do BDNF val66met não afeta os
níveis séricos do BDNF em uma amostra de indivíduos com TB eutímicos (média
YMRS = 3.92; média HDRS = 9.27) (Figura 1). Não houve diferença
estatisticamente significativa entre a idade e freqüência do sexo feminino na
amostra estudada (Tabela 1). Até onde sabemos, não outro estudo publicado
que tenha demonstrado que o polimorfismo val66met do BDNF altera as
concentrações séricas do BDNF em indivíduos bipolares nem em indivíduos sem
TB. Lee et al. (19) demonstraram em um estudo post mortem em pacientes com
Alzheimer que os níveis cerebrais de BDNF não diferem entre os diferentes
genótipos. Curiosamente, o TB tem sido associado tanto com a presença do
polimorfismo do BDNF como com baixas concentrações de BDNF rico. Estudos
recentes mostraram que os níveis ricos de BDNF estão diminuídos nos
episódios agudos do humor no TB e no Transtorno Depressivo Maior. Além disso,
os níveis séricos de BDNF possuem uma correlação negativa com a gravidade
dos sintomas maníacos (51) e depressivos (10, 50) sugerindo que a medida de
BDNF periférico possa ter um papel de marcador neurobiológico nos transtornos
do humor.
Talvez a interferência do polimorfismo seja percebida clinicamente apenas
nos momentos de episódios do humor em que a produção deste fator neurotrófico
não compensa os danos causados em tal estado, possivelmente desencadeando
os sintomas clínicos associados com a diminuição do BDNF. Ou seja, é possível
47
que este polimorfismo exerça alguma influência nos níveis séricos de BDNF
apenas durante os episódios agudos da doença, em que existe uma grande
necessidade de ativação da plasticidade neuronal e possivelmente os BDNF
Met
carriers não conseguem suprir (Figura 2). Esta hipótese pode ser auxiliada pelo
fato de que a variante BDNF
Met
diminui apenas a atividade dependente do BDNF,
mas não a secreção constitutiva como revisado em estudo prévio de Chen et al.
(42).
Além deste achado, vimos que não houve diferença significativa na
freqüência dos genótipos do polimorfismo val66met do BDNF entre pacientes e
controles. Os grupos BDNF
Val/Met
e BDNF
Met/Met
foram unidos em um mesmo grupo,
denominado BDNF Met carriers, uma vez que não houve diferença entre os
grupos (p > 0,05) em cálculo de análise de resíduos. Este dado está de acordo
com as especulações atuais de que este polimorfismo provavelmente não está
associado com o TB como um todo, mas provavelmente com subtipos de doença,
como início precoce e cicladores rápidos, que provavelmente não foram vistos
neste estudo devido ao baixo poder do tamanho amostral destes subgrupos
(Tabela 2).
Algumas limitações do estudo devem ser levadas em consideração. Neste
estudo todos os pacientes bipolares estavam em tratamento medicamentoso e
não foram analisadas as diferentes categorias das medicações devido à
variabilidade de esquemas terapêuticos utilizados; sendo, na maioria das vezes,
mais de uma medicação. Desta forma, não podemos excluir a possibilidade do
nível sérico do BDNF estar sendo influenciado pelo uso de antidepressivos e
estabilizadores do humor. Alguns estudos demonstraram que os níveis de BDNF
48
podem ser alterados pelo uso de antidepressivos e estabilizadores de humor; esta
situação poderia, assim, mascarar uma possível diferença entre indivíduos
bipolares e controles neste estudo. Apesar disto, pode-se observar neste estudo a
ausência da associação do BDNF
Met
com alteração dos níveis séricos em
indivíduos normais. Deve-se também levar em consideração o fato dos pacientes
selecionados estarem em diferentes estágios da doença, apesar do controle para
os sintomas maníacos e depressivos, os diferentes números de episódios e
duração de doença podem influenciar nos níveis séricos de BDNF. Uma afinidade
diferente por diferentes genótipos (BDNF
Val
e BDNF
Met
) nos anticorpos do ELISA
do BDNF poderia ser uma limitação, contudo epitopos genéricos englobam
diferenças muito pequenas nos diversos aminoácidos da seqüência do BDNF que
esta não seria detectada pelo anticorpo.
Ou seja, o polimorfismo val66met do BDNF não afeta o nível sérico do
BDNF em uma amostra de indivíduos bipolares tratados, possivelmente este
polimorfismo possa exercer alguma influência no nível sérico do BDNF apenas
durante os episódios agudos do transtorno de humor. Este estudo sugere uma
integração dos achados genéticos aos achados bioquímicos no TB. Estudos
futuros que avaliem esta integração entre genética e alterações bioquímicas
poderiam esclarecer a possível influência do polimorfismo do BDNF em relação ao
seu nível sérico. O recrutamento de indivíduos bipolares sem medicação é um
desafio na maioria dos estudos. A realização de estudos com pacientes não-
medicados ou na mesma população de bipolares em episódio agudo da doença,
poderia esclarecer esta questão, sendo de extrema utilidade para esta hipótese.
49
Além disso, poderiam ser comparadas diferentes patologias com a população de
bipolares, para um melhor entendimento da patofisiologia destas doenças.
Tabela 1. Freqüência do sexo feminino, média da idade, média da pontuação das
escalas de depressão (HDRS)/mania (YMRS) e média do vel sérico de BDNF
em 114 pacientes bipolares e 137 controles.
Grupo Controle Pacientes Bipolares P
Idade 44,08(13,81) 42,54 (11,51) 0,866*
Sexo
Feminino
Masculino
67,2%
32,8%
72,0%
28,0%
0,677**
Média da HDRS - 9.27 -
Média da YMRS - 3.92 -
Média da concentração
sérica do BDNF (DP)
Pg/µl protein
0,16 (0,08) 0,1473 (0,08) 0,34*
* Teste t
**Qui-quadrado
Tabela 2. Freqüência do genótipo e dos alelos do SNP val66met do BDNF em 114
pacientes bipolares e 137 controles
N
Freqüência de Genótipos
Val/Val Val/Met Met/Met
P
Freqüência
dos alelos
Val Met P
Bipolares 114 73 (64%) 37 (32.5%) 4 (3.5%)
Controles 137 95 (69.3%) 40 (29.2%) 2 (1.5%)
0.456* 183 45
230 44
0.4761
**
* Qui-quadrado
** P de Fischer
50
Figura 1 Resultados do nível sérico e do polimorfismo val66met do BDNF em
pacientes bipolares e controles
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,2
Met/Met+Val/Met Val/Val
BDNF serum levels / ug protein
Bipolar
Healthy Controls
p = 0.34
51
Figura 2- Possível influência do BDNF
Met
nos níveis séricos de BDNF. A.
Indivíduos com transtorno bipolar eutímicos e sem transtorno bipolar com BDNF
Met
,
apresentam uma diminuição da secreção do BDNF atividade-dependente que,
através de um possível mecanismo de compensação, apresentam o nível sérico
de BDNF inalterado. B. Indivíduos com transtorno bipolar com BDNF
Met,
em
episódio agudo do humor, apresentam uma diminuição da secreção do BDNF
atividade-dependente com um possível mecanismo de compensação ineficiente,
diminuindo os níveis séricos de BDNF.
A.
B.
52
da secreção do
BDNF atividade-
dependente
BDNF
Met
Indivíduos com transtorno bipolar eutímicos e
indivíduos sem transtorno bipolar
Mecanismo de
Mecanismo de
compensação?
compensação?
(bipolares em
(bipolares em
medicação?)
medicação?)
BDNF
sérico
inalterado
da secreção do
BDNF atividade-
dependente
BDNF
Met
Indivíduos com transtorno bipolar eutímicos e
indivíduos sem transtorno bipolar
Mecanismo de
Mecanismo de
compensação?
compensação?
(bipolares em
(bipolares em
medicação?)
medicação?)
BDNF
sérico
inalterado
da secreção do
BDNF atividade
-
dependente
BDNF
Met
Indivíduos com transtorno bipolar em
episódio agudo
Mecanismo de
compensação
ineficiente?
do BDNF
sérico
PRESENÇA DE EPISÓDIO DO HUMOR
ANEXO 1 Escalas
Escala de Hamilton - Depressão
Todos os itens devem ser preenchidos. Assinalar o número apropriado.
1. HUMOR DEPRIMIDO (Tristeza, desesperança, desamparo, inutilidade)
0. Ausente.
1. Sentimentos relatados apenas ao ser inquirido.
2. Sentimentos relatados espontaneamente com palavras.
3. Comunica os sentimentos não com palavras, isto é, com a expressão
facial, a postura, a voz e a tendência ao choro.
4. Sentimentos deduzidos da comunicação verbal e não-verbal do paciente.
2. SENTIMENTOS DE CULPA
0. Ausente
1. Auto-recriminação; sente que decepcionou os outros.
2. Idéias de culpa ou ruminação sobre erros passados ou más ações.
3. A doença atual é um castigo.
4. Ouve vozes de acusação ou denúncia e/ou tem alucinações visuais
ameaçadoras.
3. SUICÍDIO
0. Ausente.
1. Sente que a vida não vale a pena.
2. Desejaria estar morto ou pensa na probabilidade de sua própria morte.
3. Idéias ou gestos suicidas.
4. Tentativa de suicídio ( qualquer tentativa séria, marcar 4).
4. INSÔNIA INICIAL
0. Sem dificuldades para conciliar o sono.
1. Queixa-se de dificuldade ocasional para conciliar o sono, isto é, mais de
meia hora.
2. Queixa-se de dificuldade para conciliar o sono todas as noites.
5. INSÔNIA INTERMEDIÁRIA
0. Sem dificuldades.
1. O paciente se queixa de inquietude e perturbação durante a noite.
2. Acorda à noite - qualquer saída da cama marcar 2(exceto p/ urinar).
6. INSÔNIA TARDIA
0. Sem dificuldades.
1. Acorda de madrugada, mas volta a dormir
2. Incapaz de voltar a conciliar o sono se deixar a cama.
53
7. TRABALHO E ATIVIDADES
0. Sem dificuldades.
1. Pensamento e sentimentos de incapacidade, fadiga ou fraqueza
relacionada a atividades, trabalho ou passatempos.
2. Perda de interesse por atividades (passatempos ou trabalho) quer
diretamente relatada pelo paciente, quer indiretamente por desatenção,
indecisão e vacilação (sente que precisa esforçar-se para o trabalho ou
atividade).
3. Diminuição do tempo gasto em atividades ou queda de produtividade. No
hospital, marcar 3 se o paciente não passar ao menos 3 horas por dia em
atividades externas (trabalho hospitalar ou passatempo).
4. Parou de trabalhar devido à doença atual. No hospital, marcar 4 se o
paciente não se ocupar com outras atividades, além de pequenas tarefas
do leito, ou for incapaz de realizá-las sem ajuda.
8. RETARDO (lentidão de idéias e fala; dificuldade de concentração; atividade
motora diminuída)
0. Pensamento e fala normais.
1. Leve retardo à entrevista.
2. Retardo óbvio à entrevista.
3. Entrevista difícil.
4. Estupor completo.
9. AGITAÇÃO
0. Nenhuma.
1. Inquietude.
2. Brinca com as mãos, com os cabelos, etc.
3. Mexe-se, não consegue sentar quieto.
4. Torce as mãos, rói as unhas, puxa os cabelos, morde os lábios.
10. ANSIEDADE PSÍQUICA
0. Sem dificuldade.
1. Tensão e irritabilidade subjetivas.
2. Preocupação com trivialidades.
3. Atitude apreensiva aparente no rosto ou na fala.
4. Medos expressos sem serem inquiridos.
11. ANSIEDADE SOMÁTICA
Concomitantes fisiológicos de ansiedade, tais como:
Gastrointestinais: boca seca, flatulência, indigestão, diarréia, cólicas, eructação;
Cardiovasculares: palpitações, cefaléia;
Respiratórios: hiperventilação, suspiros; Freqüência urinária; Sudorese
0. Ausente :
1. Leve
2. Moderada
3. Grave
4. Incapacitante
54
12. SINTOMAS SOMÁTICOS GASTRINTESTINAIS
0. Nenhum
1. Perda de apetite, mas alimenta-se voluntariamente. Sensações de peso
no abdomen
2. Dificuldade de comer se não insistirem. Solicita ou exige laxativos ou
medicações para os intestinos ou para sintomas digestivos.
13. SINTOMAS SOMÁTICOS EM GERAL
0. Nenhum
1. Peso nos membros, nas costas ou na cabeça. Dores nas costas,
cefaléia, mialgias.Perda de energia e cansaço.
2. Qualquer sintoma bem caracterizado e nítido, marcar 2.
14. SINTOMAS GENITAIS
Sintomas como: perda da libido, distúrbios menstruais
0. Ausentes
1. Leves
2. Intensos
15. HIPOCONDRIA
0. Ausente
1. Auto-observação aumentada (com relação ao corpo)
2. Preocupação com a saúde
3. Queixas freqüentes, pedidos de ajuda,etc.
4. Idéias delirantes hipocondríacas.
16. PERDA DE PESO (Marcar A ou B)
A - Quando avaliada pela história clínica:
0. Sem perda de peso.
1. Provável perda de peso associada à moléstia atual.
2. Perda de peso definida ( de acordo com o paciente)
3. Não avaliada.
B - Avaliada semanalmente pelo psiquiatra responsável, quando são medidas
alterações reais de peso:
0. Menos de 0,5 Kg de perda por semana.
1. Mais de 0,5 Kg de perda por semana.
2. Mais de 1 Kg de perda por semana.
3. Não avaliada.
17. CONSCIÊNCIA
0. Reconhece que está deprimido e doente.
1. Reconhece a doença, mas atribui-lhe a causa à má alimentação, ao
clima, ao excesso de trabalho, a vírus, à necessidade de repouso, etc.
2. Nega estar doente.
55
ANEXO 2 Protocolos
Protocolo de pacientes
Data do preenchimento: _____/_____/_____
Entrevistador: ________________________
1. Identificação
1.1. Prontuário HCPA: ________________________
1.2. Nome Completo:_______________________________________________________
1.3. Sexo: 1- masculino 2- feminino
1.4. Data de nascimento: _____/_____/_____
1.5. Idade: ______ anos
1.6. Etnia: 1- branco 2- não-branco
1.7. Situação Conjugal: 1- solteiro 2- casado ou companheiro fixo
3- separado ou divorciado 4- viúvo
1.8. Ocupação: 1- estudante 2- com ocupação (remunerada): _____________________
3- sem ocupação (não aposentado) 4- dona de casa
5- em auxílio-doença 6- aposentado por invalidez
7- aposentado por tempo serviço
1.9. Renda Individual: 1- sim 2- não
1.10. Renda Familiar: R$ _________________ (U$ ________________)
1.11. Escolaridade: _____Grau 1-Completo 2- Incompleto
( ____ anos de estudo completos)
1.12. Repetência escolar:________ anos repetidos
1.13. Sabe ler e escrever? 1- sim 2- Não
1.14. Endereço : ____________________________________________________
1.15. Cidade: ___________________________________CEP: ___________-____
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Serviço de Psiquiatria
Programa de Tratamento do Transtorno de Humor Bipolar
Laboratório de Psiquiatria Experimental
Protocolo n°
56
1.16. Telefone para contato: 1- _________________________
2 - _________________________
1.17. Peso atual (medido): ________ Kg Altura (medida):_________ m
IMC: _________ [Peso ÷ (altura)
2
]
1.18. Menor peso da vida adulta (acima 18 anos): __________Kg / idade _______
1.19. Maior peso ao longo da vida: ____________Kg / idade _______
1.20. Mudança no tamanho da roupa antes e depois do tratamento psiquiátrico:
1-sim 2-não 9-não sei Se sim, do tamanho ______ para tamanho_____
2. Características da Doença
2.1. Idade do 1º episódio: ________ anos (Tempo de evolução da doença: ________anos)
2.2. Tipo do 1° episódio: 1 – Mania 2 – Depressão 3 – Misto
4- Hipomania 9- Não sabe
2.3. Idade que recebeu diagnóstico médico: _______ anos
2.4. Idade que usou medicação psiquiátrica pela primeira vez: ________ anos
(com indicação médica) Qual: ______________________________________
2.5. Idade que usou estabilizador do humor pela primeira vez: ________ anos
(com indicação médica) Qual: ______________________________________
2.6. Presença psicose no 1° episódio: 1-Sim 2-Não 9- Não sabe
2.7. 1° crise desencadeada por substância: 1- Sim 2- Não
Se sim: 1- Antidepressivo, Qual:
2- Maconha
3- Cocaína
4- Álcool
5 - Anorexígeno, qual: ( ) Anfetamina ( ) Sibutramina
6- Estimulantes (energéticos)
7- Hormônios, qual: ( ) anabolizantes ( ) tireóide
7- Outros, Qual: ____________________________
57
2.8. Hospitalizações Psiquiátricas: 1- sim 2- não Se sim, quantas: _______
2.9. Idade na 1ª hospitalização psiquiátrica: ________ anos
Tipo de episódio(DSM-IV): 1 – Mania 2 – Depressão 3 – Misto
4- Hipomania 9- Não sabe
2.10. Idade na última hospitalização: _______ anos
Tipo de episódio (DSM-IV): 1 – Mania 2 – Depressão 3 – Misto
4- Hipomania 9- Não sabe
2.11. Ciclador rápido (4 ou mais episódios em um ano): 1- sim 2- não
2.12. Realizou ECT: 1-sim 2- não
Se sim, quantas séries: ______
2.13. Tentativa de suicídio: 1-sim 2-não
Se sim, número: __________vezes
Tipo tentativa: 1- arma fogo 2- enforcamento 3-cortar pulsos 4- medicação
5- pular de local alto 6-outro, qual: _____________
3. Hábitos
3.1. Tabagismo Passado: 1- sim 2- não Se sim, tempo uso: __________anos
Tabagismo Atual: 1 – sim 2 - não Se sim, maior n° cigarros/dia: _________
3.2. Uso Atual Chá: 1 – sim 2 – não
Chimarrão: 1 – sim 2 – não
Café: 1 – sim 2 – não
4. Tratamento Psiquiátrico
58
4.1. Você já foi submetido a algum tratamento psiquiátrico?  Sim  Não
Quais medicamentos você tomou para qualquer dos comportamentos/ problemas psiquiátricos?
Nome da Medicação
Já usou alguma vez?
Uso Atual Dose Atual (total/dia)
Alprazolan (Frontal) Sim Não Sim Não
Ac. Valpróico (Depakene) /
Divalproato (Depakote)
Sim Não Sim Não
Amitriptilina (Tryptanol) Sim Não Sim Não
Biperideno (Akineton) Sim Não Sim Não
Bupropiona (Zyban) Sim Não Sim Não
Carbamazepina (Tegretol) Sim Não Sim Não
Citalopram (Cipramil) Sim Não Sim Não
Clomipramina (Anafranil) Sim Não Sim Não
Clonazepan (Rivotril) Sim Não Sim Não
Clonidina (Atensina) Sim Não Sim Não
Clorpromazina (Amplictil) Sim Não Sim Não
Clozapina (Leponex) Sim Não Sim Não
Diazepan (Valium) Sim Não Sim Não
Escitalopram (Lexapro) Sim Não Sim Não
Fluoxetina (Prozac) Sim Não Sim Não
Haloperidol (Haldol) Sim Não Sim Não
Imipramina (Tofranil) Sim Não Sim Não
Lítio (Carbolitium) Sim Não Sim Não
Levomepromazina
(Neozine)
Sim Não Sim Não
Lamotrigina (Lamictal) Sim Não Sim Não
Metilfenidato (Ritalina) Sim Não Sim Não
Mirtazapina (Remeron) Sim Não Sim Não
Olanzapina (Zyprexa) Sim Não Sim Não
Paroxetina (Aropax) Sim Não Sim Não
Pimozida (Orap) Sim Não Sim Não
Quetiapina (Seroquel) Sim Não Sim Não
Risperidona (Risperdal) Sim Não Sim Não
Sertralina (Zoloft) Sim Não Sim Não
Sulpirida (Equilid;Sulpan) Sim Não Sim Não
Venlafaxina (Efexor) Sim Não Sim Não
Outras: Sim Não Sim Não
Sim Não Sim Não
5. História Familiar de Doença Psiquiátrica:
1- BipV: com diagnóstico de TH Bipolar validado 5- Alucinações / “ficou louco”
59
2- Internações psiquiátricas 6- Suicídio
3- Uso de Lítio 7- Tentativas de suicídio
4- Uso de antipsicótico 8- Álcool e drogas
Parentes + - ? Transtorno psiquiátrico
Mãe
Pai
Irmãos
N° Total:
Filhos
N° Total:
Avó materna
Avô materno
Avó paterna
Avô paterno
Tios maternos
N° Total:
Tios paternos
N° Total
Primos Maternos
Primos Paternos
5.1. N° familiares de 1° grau acometidos por Transtorno Bipolar (BipV): ______membros
5.2. N° familiares de 1° grau acometidos por outras doenças psiquiátricas: ______membros
6. Fatores relacionados ao sexo feminino
(Obs: codificar para sexo masculino: 9- não se aplica)
6.1. Uso atual de método anticoncepcional: 1-sim 2-não
Se sim, Qual (is): 1-Anticoncepcional oral (pílula) 2- DIU
3-Camisinha 4- Diafragma 5- coito interrompido 6- L.Tubária
7- Vasectomia do marido 8- tabelinha _10- outro, qual: ________
60
6.2. Gestações: ________
6.3. Partos Normais: _________
6.4. Partos cesáreos: __________
6.5. Abortos: _________ espontâneos
__________ provocados
6.6. Menopausa: 1-sim 2-não Se sim, idade: ______anos.
6.7. Terapia de Reposição Hormonal (atual): 1-sim 2-não
7. História de Doenças Clínicas (atual e passada)
Use Quadro.
7.1. Você já teve alguma destas doenças? Marcar com um X
(Por favor, não deixe nada em branco)
1
sim Não não sei
Quando Infecção SNC (Poliomielite, encefalite,
meningite)
2
sim Não não sei
Quando Infecção freqüente da garganta
3
sim Não não sei
Quando Coma
4 sim Não não sei Quando Convulsão/ataques
61
5
sim Não não sei
Quando Ferimentos na cabeça (com perda de
consciência)
6
sim Não não sei
Quando
Enxaqueca
7
sim Não não sei
Quando
Asma
8
sim Não não sei
Quando Diabetes
9
sim Não não sei
Quando Hipotireoidismo
1
0
sim Não não sei
Quando Hipertireoidismo
1
1 sim
Não não sei
Quando
Febre Reumática
1
2
sim Não não sei
Quando
Derrame cerebral
1
3
sim Não não sei
Quando
1
4
sim Não não sei
Quando
Se SIM para qualquer dos itens acima,
Qual (is) doença (s) foi (ram) diagnosticada(s) por um médico?
Anote o (s) n° correspondentes (linhas acima):
______,______,______,______,______
Você é portador de alguma doença não perguntada?
Qual?_______________________________
8. Desenvolvimento
8.1. Qual a idade da sua mãe quando você nasceu? _______ (marque 99 se não souber)
8.2. Existiu alguma intercorrência durante a sua gestação? (infecções, traumas)
( ) sim ( ) não ( ) não sei
Se sim, qual? ___________________________________________________________
8.3. Durante a sua gestação sua mãe fez uso de
Medicações? ( ) sim ( ) não ( ) não sei
62
Se sim, qual? ___________________________________________________________
Drogas? ( ) sim ( ) não ( ) não sei
Se sim, qual? ___________________________________________________________
Cigarro? ( ) sim ( ) não ( ) não sei
Álcool? ( ) sim ( ) não ( ) não sei
8.6.Seu parto foi 1-normal ou 2- cesariana ?
8.7. Existiu alguma complicação durante o seu nascimento como
Prematuridade ( ) sim ( ) não ( ) não sei
Circular de cordão ( ) sim ( ) não ( ) não sei
Uso de fórceps ( ) sim ( ) não ( ) não sei
8.8. Você teve alguma complicação após o nascimento, necessitando hospitalização?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
8.9. Você teve algum atraso no desenvolvimento? (sentar, caminhar, falar)
( ) sim ( ) não ( ) não sei
Protocolo de controles
Nome completo: _________________________________________________
63
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Serviço de Psiquiatria
Programa de Tratamento do Transtorno de Humor Bipolar
Laboratório de Psiquiatria Experimental
Protocolo
controle n
o
.
Sexo: feminino Idade: ____________
masculino
Endereço: ______________________________________________________
Cidade: ________________________________________________________
Telefones para contato: 1) ________________________________________
2) ________________________________________
Etnia: branco
não branco
Renda familiar: R$ ____________________ (U$ ___________________)
Uso atual de medicamentos psiquiátricos? sim não
Uso atual de drogas (cocaína, crack, maconha, etc.)? sim não
Uso atual de cigarro? sim não
Diagnóstico pelo SCID de Transtorno Bipolar I ou II? sim não
Doença neurológica? sim não
História familiar de doença neurológica? sim não
ANEXO 3 Termo de Consentimento Informado
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO:
Nome: Data de Nascimento:
Médico Supervisor: Juliana Tramontina
Antes de participar deste estudo, gostaríamos que você tomasse conhecimento do
que ele envolve. Damos abaixo alguns esclarecimentos sobre dúvidas que você
possa ter. Em caso de qualquer outra dúvida quanto ao estudo e o que ele
envolve e sobre os seus direitos, você deverá contatar a médica Juliana
Tramontina pelo telefone (051)84013233, segundas e sextas-feiras.
64
Qual o objetivo desta pesquisa?
Conhecer características clínicas dos pacientes e sua possível relação com
alterações genética. Existe uma possibilidade de associação dessa alteração
genética com o transtorno bipolar, mas mais estudos devem ser feitos para
constatar tal afirmação. Ou seja, este estudo tem por objetivo, de uma forma geral,
conhecer um pouco melhor como “funciona” o transtorno bipolar.
O que acontecerá neste estudo?
Após os pacientes responderem às questões em estudo através de questionários
será feito um exame de sangue. Este exame será utilizado apenas para observar
uma alteração chamada polimorfismo em um local do gene chamado val66met.
Quais os benefícios em participar deste estudo?
A sua participação neste estudo poderá proporcionar, no âmbito pessoal, a
identificação de algum problema não antes conhecido, e no âmbito coletivo,
poderá ajudar no desenvolvimento de maior conhecimento do transtorno bipolar
principalmente em relação às causas da doença e como ela funciona.
Quais são os direitos dos participantes?
Os pesquisadores deste estudo podem precisar examinar os seus registros, a fim
de verificar as informações para o objetivo deste estudo. No entanto, os seus
registros médicos serão sempre tratados confidencialmente. Os resultados deste
estudo poderão ser enviados para publicação em um jornal científico, mas você
não será identificado por nome. Sua participação no estudo é voluntária, de forma
que caso vodecida não participar, isto não afetao tratamento normal ao qual
você tem direito.
Quais são os riscos que envolvem este estudo?
Este estudo possui riscos mínimos que o inerentes do procedimento de punção
venosa.
Quais são as responsabilidades dos participantes?
Os participantes deste estudo comprometem-se a comparecer às consultas
marcadas, bem como responder fidedignamente as escalas aplicadas pelos
médicos pesquisadores e as escalas auto-aplicáveis.
1. Recebi uma explicação completa do objetivo do estudo, dos procedimentos
envolvidos e o que se espera de minha pessoa.
2. Estou ciente de que tenho total liberdade de desistir do estudo a qualquer
momento e que esta desistência não irá, de forma alguma, afetar meu
tratamento ou administração médica futura na instituição.
65
3. Estou ciente de que a informação nos meus registros médicos é essencial para
a avaliação dos resultados do estudo. Concordo em liberar esta informação
sob o entendimento de que ela será tratada confidencialmente, ou seja, não
serei referido por nome em qualquer relatório relacionado a este estudo. Da
minha parte, não devo restringir, de forma alguma, o uso dos resultados que
possam surgir deste estudo.
4. Concordo total e voluntariamente em fazer parte deste estudo; tenho mais de
18 anos.
Assinatura do Paciente Assinatura do Médico Supervisor
Ass: Ass:
Data: Data:
Assinatura do Familiar Responsável pelo Paciente
Ass:
Data:
Se você tiver qualquer dúvida poderá ligar para a médica Juliana Tramontina no telefone
(051)84013233, segundas ou sextas-feiras, das 16hs às 20hs.
Data:
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO PARA VOLUNTÁRIOS:
Nome: Número do protocolo:
Pesquisador:
Esta é uma pesquisa para identificar substâncias que podem estar alteradas no sangue de
indivíduos portadores de Transtorno de Humor Bipolar. Nesta pesquisa os voluntários
serão convidados a participar através da coleta de uma amostra de sangue e do
66
preenchimento de algumas questões. O sangue coletado será armazenado e essas
substâncias serão avaliadas em conjunto com alguns dados coletados de pacientes.
Esta pesquisa é considerada como de risco mínimo para a saúde, podendo
ocorrer apenas um mal-estar passageiro ou manchas roxas no local da coleta de
sangue. Seu nome e seus dados serão mantidos em sigilo pelos pesquisadores do
PROTAHBI, sendo estes dados utilizados somente para pesquisa.
Eu, _________________________________________________________,
fui informado(a) dos objetivos especificados acima e da justificativa desta
pesquisa, de forma clara e detalhada. Recebi informações específicas sobre cada
procedimento no qual estarei envolvido, dos desconfortos ou riscos previstos,
tanto quanto dos benefícios esperados. Todas as minhas dúvidas foram
respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento. Além disso, sei que terei liberdade de retirar meu
consentimento de participação na pesquisa de acordo com essas informações,
sem que isto me traga prejuízos.
Assinatura do voluntário Assinatura do pesquisador
Local e data
Em caso de qualquer outra dúvida quanto ao estudo e o que ele envolve e sobre os seus
direitos, você deverá contatar a médica Juliana Tramontina pelo telefone (051)84013233
ou o Dr. Flávio Kapczinski pelo telefone (51)32227309.
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