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cabeça do parafuso) e o alongamento vertical. Quando o parafuso está em posição, é a
superfície superior das roscas que mantém contato com a superfície interna do implante.
O processo de soltura do parafuso é descrito por Bickford
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em dois estágios.
Inicialmente, a incidência de forças externas, como por exemplo as forças mastigatórias,
causam um deslizamento entre as roscas, aliviando parcialmente o estiramento do parafuso e,
com isso, reduzindo a pré-carga. Neste estágio, quanto maior a pré-carga (dentro de um
determinado limite), maior será a resistência ao afrouxamento, pois as forças friccionais entre
as roscas serão maiores, e será necessária uma força externa de grande magnitude para causar
o deslizamento. O segundo estágio é atingido com a redução gradativa da pré-carga abaixo de
um nível crítico, no qual as forças e vibrações externas causam o giro do parafuso no sentido
anti-horário, e ele perde a sua função. Segundo Patterson e Johns,
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as falhas se devem à
fadiga do metal, e ocorrem sob repetidas cargas em níveis abaixo da resistência máxima do
material. Existem dois principais locais de concentração de estresse no parafuso, onde se
inicia a falha por fadiga: um se localiza na junção entre a haste e a cabeça do parafuso; o
outro, na raiz da primeira rosca completamente carregada. A concentração de cargas
geralmente é maior neste segundo sítio, e é consequência das alterações no passo da rosca
produzidas pela força de tração no parafuso e de compressão nos componentes apertados.
A pré-carga é dependente de muitos fatores, dentre os quais destacam-se o torque
aplicado ao parafuso, a geometria e as propriedades físicas dos materiais em contato, e o
acabamento e a lubrificação de suas superfícies.
9,10,13
Os dois últimos fatores se relacionam
com as forças de fricção ou atrito entre as partes no momento da inserção do parafuso. As
variações na geometria e nas propriedades físicas dos materiais são bem menos importantes
quando comparadas ao coeficiente de atrito, µ, que aumenta com a dureza do material e a
rugosidade das superfícies. Segundo Haack, Sakaguchi, Sun e Coffey,
10
quando as superfícies
das roscas são ásperas e com muitas irregularidades, a energia aplicada com o torque é gasta
mais no sentido de suavizar as irregularidades do que no alongamento do parafuso e geração
da pré-carga. Isto significa que, para um mesmo torque de inserção, se o coeficiente de atrito é
reduzido, aumenta-se a pré-carga.
9
Martin, Woody, Miller e Miller
14
de fato encontraram
valores mais altos de pré-carga em parafusos com tratamentos especiais de superfície, com
coeficientes de atrito reduzidos (TorqueTite,
®
Nobel Biocare AB, Göteborg, Suécia e
GoldTite,
®
Biomet3i, West Palm Beach, EUA), em comparação a parafusos convencionais de
ouro e titânio. Outro experimento, de Stüker, Teixeira, Beck e da Costa,
15
comparou parafusos
de ouro, titânio com superfície tratada (Ti-tite,
®
Conexão Sistemas de Prótese, São Paulo,
Brasil) e titânio convencional e encontrou pré-cargas decrescentes nesta ordem, na qual