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SHEILA CRISTINA STOLF
AVALIAÇÃO IN VITRO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES
SISTEMAS DE MATRIZES E CUNHAS NO RESTABELECIMENTO
DO CONTATO PROXIMAL DE RESTAURAÇÕES DIRETAS DE
RESINA COMPOSTA EM DENTES POSTERIORES
Florianópolis
2008
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SHEILA CRISTINA STOLF
AVALIAÇÃO IN VITRO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES
SISTEMAS DE MATRIZES E CUNHAS NO RESTABELECIMENTO
DO CONTATO PROXIMAL DE RESTAURAÇÕES DIRETAS DE
RESINA COMPOSTA EM DENTES POSTERIORES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Odontologia da Universidade Federal de Santa
Catarina como requisito para a obtenção do título de
Mestre em Odontologia - Área de concentração:
Dentística.
Orientadora: Prof.ª Dr.
a
Mirian Marly Becker
Co-orientador: Prof. Dr. Élito Araújo
Florianópolis
2008
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Catalogação na fonte por: Vera Ingrid Hobold Sovernigo CRB-14/009
S875a Stolf, Sheila Cristina
Avaliação in vitro da influência de diferentes sistemas de matrizes e
cunhas no restabelecimento do contato proximal de restaurações diretas de
resina composta em dentes posteriores / Sheila Cristina Stolf; orientador
Mirian Marly Becker – Florianópolis, 2008.
117 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina.
Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia.
Opção Dentística.
Inclui bibliografia.
1. Resinas compostas. 2. Restauração dentária permanente. 3. Materiais
dentários. I. Becker, Mirian Marly. II. Universidade Federal de Santa
Catarina. Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU 616.314-089
SHEILA CRISTINA STOLF
AVALIAÇÃO IN VITRO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES
SISTEMAS DE MATRIZES E CUNHAS NO RESTABELECIMENTO
DO CONTATO PROXIMAL DE RESTAURAÇÕES DIRETAS DE
RESINA COMPOSTA EM DENTES POSTERIORES
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de MESTRE EM
ODONTOLOGIA - ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DENTÍSTICA e aprovada em sua
forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal de
Santa Catarina.
Florianópolis, 20 de outubro de 2008.
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Ricardo de Souza Vieira
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________________
Prof.ª Dr.
a
Mirian Marly Becker
Orientadora
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Narciso Baratieri
Membro
______________________________________________________________________
Prof.ª Dr.
a
Paula de Carvalho Cardoso
Membro
“Entrega o teu caminho ao Senhor
Confia Nele e o mais Ele o fará.”
Aos meus pais, Venus e Ilmar, que me inspiram, incentivam e apóiam
nos momentos difíceis. Estão sempre ao meu lado, com proteção e amor
incondicional, desejando felicidade e sucesso. Pelos ensinamentos de educação,
perseverança e honestidade, e por permitir a realização de um sonho. Não há
como expressar com palavras todo o amor que sinto por vocês.
Pai... você é meu herói. É o exemplo de pai correto e trabalhador. Lutou a
vida toda para educar as filhas e para manter íntegra a nossa família.
Mãe... admiro você. Abdicou dos seus sonhos para permitir a realização
dos nossos sonhos. Serei grande se conseguir ser como você é.
Vocês são o sentido da minha vida. Os melhores pais do mundo.
Às minhas irmãs, Daiana Paula e Thamara Soraya: dividimos
segredos, compartilhamos sonhos, multiplicamos risadas e bons momentos.
Somos mais que amigas. Somos irmãs, irmãs de alma e coração. Nascemos para
dividir cada experiência do dia-a-dia. Tão próximas até nos gestos... as manias
se confundem.
Esta conquista é nossa. Vocês são o meu orgulho. Imprescindíveis.
À avó materna, Iria, minha querida madrinha. Obrigada por sempre
cuidar de mim, pelas orações e momentos agradáveis quando posso estar ao seu
lado. Obrigada por compreender a minha ausência. Desejo que continue forte e
dedicada. Estou feliz com a sua recuperação. Sou grata por acreditar em mim.
Também é sua esta vitória.
Ao meu namorado, Adriano, pelas palavras de carinho, incentivo e
paciência... enorme paciência. Estar ao seu lado me faz uma pessoa melhor. A
sua alegria, disposição e otimismo são contagiantes. Obrigada por me fazer
acreditar que no final tudo dará certo. Com você os meus dias se tornaram mais
leves e felizes... muito felizes. Obrigada por ser, antes de tudo, o meu melhor
amigo. Amo você!
A vocês que sempre acreditaram em mim,
dedico este trabalho!
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, professora Dr.
a
Mirian Marly Becker, por estar
sempre disposta a ajudar, pelo carinho e preocupação. O seu incentivo foi
essencial durante toda esta caminhada. Sou grata por acreditar em mim e
compreender as minhas limitações e falhas. Vivemos juntas o desejo de realizar
esta pesquisa. Obrigada pelas longas conversas e valiosos conselhos. Encontrei
em você mais que uma orientadora, encontrei uma amiga. Exemplo de
honestidade, competência e integridade.
Ao meu co-orientador, professor Dr. Élito Araújo, pela experiência
transmitida e dedicação. Quanta generosidade e carinho! Obrigada por estar
presente desde o período da graduação e despertar em mim o amor pela
pesquisa.
Ao professor Dr. Luiz Narciso Baratieri, minha admiração e respeito.
Exemplo de simplicidade, amor à profissão, persistência, entusiasmo e perfeição.
Obrigada por me permitir descobrir novos caminhos... viver experiências que
jamais imaginaria. Pelas palavras sinceras, incentivo e por acreditar nesta
pesquisa. Foram fundamentais para o meu crescimento pessoal e profissional.
Sou grata por confiar em mim e estar sempre por perto. Todas as conquistas
alcançadas com este trabalho também são suas.
Ao professor Dr. Bas A. C. Loomans da Radboud University
Nijmegen Medical Centre, Dept. of Preventive and Restorative
Dentistry, em Nijmegen, na Holanda, pela indispensável orientação, incansável
atenção e confiança. Pela oportunidade de trabalho e por me guiar, permitindo
que encontrasse as respostas. As suas informações foram precisas, no momento
certo. Sem a sua disponibilidade não chegaríamos tão longe.
Ao professor Dr. Sylvio Monteiro Jr., pela confiança e experiência
profissional e didática. Trabalhar ao seu lado no laboratório foi uma experiência
única. Exemplo de seriedade, competência e responsabilidade. Obrigada.
Ao professor Dr. Luiz Clovis Cardoso Vieira, pelos ensinamentos,
sinceridade, além da sua imensa alegria. Obrigada por me receber sempre com
carinho.
Ao professor Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrada, pela
disponibilidade em ajudar, carinho e organização.
Ao professor Dr. Hamilton Pires Maia, pela dedicação, paciência e
valiosos ensinamentos. Obrigada por estar ao meu lado e acreditar no meu
trabalho... sempre.
Ao professor César Alves de Andrade, exemplo de vida e amor ao
ensino.
Aos professores Dr. Gilberto Müller Arcari, Dr. Edson Medeiros de
Araújo Jr., Dr. Guilherme Carpena Lopes e Dr. Cléo Nunes de Souza,
pelo convívio agradável, preocupação e interessantes dicas durante a execução
desta pesquisa.
A professora Dr.
a
Paula de Carvalho Cardoso, por aceitar prontamente
o convite para fazer parte da banca examinadora. Obrigada por dedicar o seu
tempo e contribuir para o enriquecimento desta pesquisa.
Ao professor da disciplina de Prótese Dr. Izo Milton Zani, pelo carinho,
oportunidades concedidas e ensinamentos. Sempre esteve presente na minha
vida acadêmica. Não existem palavras para agradecer tudo o que fez por mim.
Ao professor da disciplina de Ortodontia Dr. Roberto Rocha, pelas
palavras de estímulo, apoio e confiança. Admiro seu profissionalismo. Obrigada.
Aos professores da disciplina de Endodontia Dr.
a
Mara Cristina Santos
Felippe e Dr. Wilson Tadeu Felippe, pelo exemplo de persistência,
perfeccionismo e dedicação ainda demonstrados durante o período da graduação.
O incentivo à pesquisa despertou o interesse pela pós-graduação. Obrigada.
Aos meus colegas de Pós-Graduação Eduardo, Juan, Júnio, Lívia,
Luana, Marcelo, Max, Neimar, Renan e Silvana, com quem compartilhei as
novas descobertas, pela troca de experiências e convívio agradável durante estes
anos. Em especial, ao Neimar e ao Renan, por cederem o seu precioso tempo e
dividirem comigo os seus conhecimentos.
À Silvana e ao Marcelo, pela paciência e competência com que
realizaram as avaliações das restaurações. Antes de tudo, obrigada pela
amizade.
Aos colegas de doutorado Beatriz, Fábio, Fernando, Flávia,
Jackeline, Jussara, Kazuza, Leandro, Letícia, Luciana, Luis, Mônica e
Tiago. Em especial, a Beatriz, Letícia e Luciana, que fizeram parte da banca
da pré-defesa.
Ao amigo Fábio Andretti, pelo convívio agradável e troca de
conhecimentos.
Aos novos colegas Adriano, Cássio, Daniel, Daniel Malta, David,
Eduardo, Greciana e Juliana, pelo início de uma nova amizade.
À amiga Renata Gondo, pelo exemplo de dedicação, competência e amor
à Odontologia. A sua alegria é contagiante.
À Jussara Karina Bernardon, pela amizade desde a graduação.
Obrigada pelas orientações.
Aos amigos mais distantes, que nem por isso se tornaram menos
importantes.
Aos meus tios e primos. Em especial, ao Robertson e ao Rogério, que
sempre me incentivaram e oportunizaram esta conquista.
Ao meu cunhado Alex, pelas conversas agradáveis e valiosos conselhos.
Exemplo de determinação, entusiasmo e sucesso. Obrigada por cuidar da minha
Dai... tão longe.
Ao Eduardo Souza Santos, pela confiança e convívio agradável.
Quantas risadas! Obrigada pelo carinho.
Aos alunos da graduação em Odontologia turma 2005/1, turma em
que realizei pela primeira vez o estágio de docência. Obrigada pela paciência,
respeito e confiança. Lembrarei de vocês sempre com carinho.
Ao colega Guy Nicolas Widmer, pelas dicas durante a elaboração desta
dissertação.
À Rosângela e à Terezinha, funcionárias da Baratieri Clínica
Odontológica, pela atenção e carinho com que sempre me receberam.
À Leila Posenato Garcia, pela amizade sincera, paciência e dedicação
na realização da análise estatística deste trabalho. Você é muito especial.
Ao aluno de doutorado da engenharia elétrica da Universidade Federal de
Santa Catarina João Baggio, pelo auxílio em viabilizar o uso do aparelho de
mensuração.
Ao técnico em usinagem mecânica Joaquim Dutra Coelho, pela
qualidade das peças especialmente desenvolvidas para este trabalho.
Ao técnico em prótese dentária Wilson Alves Cavalheiro, pela paciência
e determinação com que realizou os trabalhos de fundição.
Ao Giovanni Secco, por toda a sua competência durante a revisão deste
trabalho.
À Duplic Gráfica Editora Ltda, em especial ao funcionário John Leno
pela paciência e habilidade com que realizou a impressão deste trabalho.
Ao Ateliê Odontológico Sérgio Araújo, em especial à Márcia, Angélica,
Ana, Felipe e Juliana, pelo carinho, atenção e destreza no trabalho.
Aos funcionários das Disciplinas de Dentística, Dona Léa e Bruno, e da
Clínica Integrada, Dona Talita, pela prontidão com que sempre me atenderam.
À funcionária Ana, da Pós-Graduação em Odontologia, pela atenção
dispensada durante todo o período.
À assistente em Administração da Biblioteca Central - Setor Comutação
Maria de Lourdes, pela presteza na busca de artigos para a revisão
bibliográfica.
A todos os funcionários do curso de Odontologia da Universidade
Federal de Santa Catarina.
À Universidade Federal de Santa Catarina, pela viabilização das
atividades.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta
pesquisa, muito obrigada
.
“...dias inteiros de calmaria, noites de ardência, dedos no leme e olhos
no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que
aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o
mau tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é
bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é
preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.”
Amyr Klink
STOLF, Sheila Cristina. Avaliação in vitro da influência de diferentes sistemas de
matrizes e cunhas no restabelecimento do contato proximal de restaurações diretas de
resina composta em dentes posteriores. 2008. 117 f. Dissertação (Mestrado em
Odontologia - opção: Dentística) - Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
RESUMO
Este estudo, in vitro, avalia a influência de diferentes sistemas de matrizes e cunhas no
restabelecimento do contato proximal em restaurações diretas de resina composta em dentes
posteriores. Foram realizados 120 preparos do tipo mésio-oclusal com dimensões
padronizadas em primeiros molares inferiores esquerdos artificiais posicionados em um
manequim dental e parcial. Os dentes foram divididos em 6 grupos experimentais (n = 20).
Nos grupos G1 e G2, utilizou-se a matriz metálica seccional pré-contornada associada ao
grampo de separação. Nos grupos G3 e G4, a matriz metálica circunferencial pré-
contornada, associada ao porta-matriz Tofflemire Senior, foi utilizada com o formador de
contato. Nos grupos G5 e G6, a matriz metálica circunferencial pré-contornada com o porta-
matriz Tofflemire Senior foi combinada com o grampo de separação. As cunhas de madeira
e elástica foram utilizadas alternadamente em todos os grupos. Todas as cavidades foram
restauradas utilizando-se ácido fosfórico a 35%, Adper
TM
Single Bond 2 e resina composta
Filtek
TM
Z250. O contato proximal foi mensurado por meio do Medidor de Pressão Dental,
seguido da mensuração do diâmetro mésio-distal e da avaliação subjetiva. Os testes Kruskal-
Wallis, ANOVA e Qui-quadrado detectaram diferenças estatisticamente significativas entre
os grupos em relação, respectivamente, à força máxima friccional, ao diâmetro mésio-distal
e à avaliação subjetiva. Para os valores da força máxima friccional e do diâmetro mésio-
distal, o teste de Bonferroni indicou que os grupos G1 e G2 foram estatisticamente diferentes
dos grupos G3, G4, G5 e G6. Na avaliação subjetiva, o teste exato de Fisher indicou que
houve diferenças estatisticamente significativas (p 0,05) entre G1 e G2 de um lado, e entre
G3 e G4 do outro. Porém, não houve diferença estatisticamente significativa entre os outros
grupos. Para os sistemas de matrizes testados, também não houve diferença estatisticamente
significativa entre as cunhas de madeira e elástica. Dessa forma, conclui-se que a utilização
das matrizes metálicas seccionais pré-contornadas associadas aos grampos de separação
proporciona contatos proximais mais justos em relação ao uso das matrizes metálicas
circunferenciais pré-contornadas associadas ao formador de contato ou aos grampos de
separação, independentemente da utilização do tipo de cunha, elástica ou de madeira.
Palavras-chave: Resinas Compostas. Restauração Dentária Permanente. Materiais Dentários.
STOLF, Sheila Cristina. Avaliação in vitro da influência de diferentes sistemas de
matrizes e cunhas no restabelecimento do contato proximal de restaurações diretas de
resina composta em dentes posteriores. 2008. 117 f. Dissertação (Mestrado em
Odontologia - opção: Dentística) - Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ABSTRACT
This in vitro study evaluates the influence of different matrix and wedge systems in
reestablishing the proximal contact in direct composite resin restorations in posterior teeth.
In this study, 120 mesio-occlusal preparations with standardized dimensions were performed
in artificial mandibular first molars placed in a partial dental manikin. Its duplication resulted
in 120 identically prepared teeth divided into six experimental groups (n = 20). A sectional
pre-contoured metal matrix band system combined with separation rings was used for groups
G1 and G2. Groups G3 and G4 received the restorations utilizing the metallic
circumferential pre-contoured matrix bands combined with a Tofflemire Senior retainer and
the contact former instrument. In groups G5 and G6, the metallic circumferential pre-
contoured matrix bands combined with a Tofflemire Senior retainer were applied with
separation rings. Elastic and wooden wedge systems were used alternately in all groups. All
the cavities were restored using 35% phosphoric acid, Adper
TM
Single Bond 2 and the
composite resin Filtek
TM
Z250. The tightness of the proximal contact was measured using
the Tooth Pressure Meter, followed by measurement of the mesio-distal diameter and
subjective evaluation. The results were analyzed using Kruskal-Wallis, ANOVA and Qui-
Square Tests, which determined significant statistical differences among the groups related
to maximal frictional force, mesio-distal diameter and subjective evaluation, respectively.
Regarding the maximal frictional force and the mesio-distal diameter, the Bonferroni Test
indicated that groups G1 and G2 were statistically different from groups G3, G4, G5 and G6.
In the subjective analysis, Fisher’s Exact Test revealed statistically significant differences (p
0,05) between groups G1 and G2 alone and groups G3 and G4 alone. However, no
significant statistical difference was found among the other groups. Concerning the matrix
systems tested, no significant differences were observed between elastic and wooden
wedges. Thus, the use of sectional pre-contoured metal matrices combined with separation
rings results in tighter proximal contacts compared to metallic pre-contoured circumferential
matrix systems associated with the contact former instrument or separation rings. This result
was not influenced by the type of wedge utilized, e.g. elastic or wooden wedges.
Key words: Composite Resins. Permanent Dental Restoration. Dental Materials.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Matriz metálica seccional pré-contornada ............................................................. 54
Figura 2 - Grampo de separação Bi-Tine do tipo I ................................................................. 54
Figura 3 - Matriz metálica circunferencial pré-contornada.....................................................54
Figura 4 - Porta-matriz Tofflemire Senior .............................................................................. 54
Figura 5 - Cunha interdental de madeira ................................................................................ 54
Figura 6 - Cunhas interdentais elásticas ................................................................................. 54
Figura 7 - Formador de contato. ............................................................................................. 54
Figura 8 - Manequim parcial com dentes artificiais. Note os contatos proximais originais do
manequim ............................................................................................................................... 56
Figura 9 - Enceramento das superfícies proximais: mesial do segundo molar, mesial e distal
do primeiro pré-molar e distal do segundo pré-molar inferior esquerdo. Note os contatos
proximais adequados entre os dentes ...................................................................................... 56
Figura 10 - Dentes fundidos e montados na base plástica do manequim. Note o espaço
correspondente ao primeiro molar inferior esquerdo .............................................................. 56
Figura 11 - Parafusos metálicos posicionados a 10,0 mm da região cervical, dois para cada
dente, envolvendo as superfícies vestibular e lingual. Note o preparo mésio-oclusal (MO) no
primeiro molar inferior esquerdo ............................................................................................ 57
Figura 12A - Vista da caixa oclusal do preparo cavitário ...................................................... 58
Figura 12B - Vista da caixa proximal do preparo cavitário .................................................... 58
Figura 13 - Inserção da matriz metálica seccional pré-contornada ........................................ 66
Figura 14 - Inserção da cunha interdental de madeira ............................................................ 66
Figura 15 - Inserção do grampo de separação Bi-Tine do tipo I ............................................ 66
Figura 16 - Brunimento da matriz metálica seccional pré-contornada contra a superfície
proximal do dente adjacente ................................................................................................... 66
Figura 17 - Condicionamento ácido da cavidade ................................................................... 66
Figura 18 - Aplicação do sistema adesivo .............................................................................. 66
Figura 19 - Inserção do incremento horizontal de resina composta para a confecção da caixa
proximal .................................................................................................................................. 67
Figura 20 - Inserção do primeiro incremento oblíquo de resina composta para a confecção da
caixa proximal ........................................................................................................................ 67
Figura 21 - Inserção do segundo incremento oblíquo de resina composta para a confecção da
caixa oclusal ........................................................................................................................... 67
Figura 22 - Inserção dos incrementos de resina composta nas regiões correspondentes a cada
cúspide para a confecção da caixa oclusal ............................................................................. 67
Figura 23 - Inserção dos incrementos finais de resina composta para a confecção da caixa
oclusal .................................................................................................................................... 67
Figura 24 - Restauração final de resina composta .................................................................. 67
Figura 25 - Inserção da matriz metálica seccional pré-contornada no espaço interproximal . 68
Figura 26 - Inserção da cunha interdental elástica .................................................................. 68
Figura 27 - Colocação do grampo de separação Bi-Tine do tipo I ......................................... 68
Figura 28 - Brunimento da matriz metálica seccional pré-contornada ................................... 68
Figura 29 - Inserção da matriz metálica circunferencial pré-contornada associada ao porta-
matriz Tofflemire Senior ........................................................................................................ 69
Figura 30 - Cunha interdental de madeira inserida no espaço inteproximal .......................... 69
Figura 31 - Brunimento da matriz metálica circunferencial pré-contornada em contato com a
superfície proximal do dente contíguo ................................................................................... 69
Figura 32 - Condicionamento ácido do preparo cavitário ...................................................... 69
Figura 33 - Aplicação do sistema adesivo às superfícies da cavidade ................................... 69
Figura 34 - Inserção da resina composta na cavidade ........................................................... 69
Figura 35 - Inserção do primeiro incremento horizontal de resina composta ........................ 70
Figura 36 - Posicionamento do formador de contato. Note que o instrumento pressiona a
resina composta contra a matriz metálica e contra a parede axial da cavidade ...................... 70
Figura 37 - Fotoativação do primeiro incremento de resina composta .................................. 70
Figura 38 - Aspecto do primeiro incremento de resina composta após a utilização do
formador de contato. Note o espaço deixado pelo instrumento que será preenchido por uma
camada adicional de resina composta ..................................................................................... 70
Figura 39 - Inserção da matriz metálica circunferencial pré-contornada associada ao porta-
matriz Tofflemire Senior ........................................................................................................ 71
Figura 40 - Colocação de cunha interdental elástica .............................................................. 71
Figura 41 - Brunimento da matriz metálica circunferencial pré-contornada ......................... 71
Figura 42 - Condicionamento da cavidade com ácido fosfórico a 35% ................................. 71
Figura 43 - Aplicação do sistema adesivo na cavidade .......................................................... 71
Figura 44 - Inserção da resina composta ............................................................................... 71
Figura 45 - Inserção do primeiro incremento de resina composta .......................................... 72
Figura 46 - Posicionamento do formador de contato .............................................................. 72
Figura 47 - Fotoativação do incremento de compósito .......................................................... 72
Figura 48 - Aspecto do incremento de resina composta após a utilização do formador de
contato .................................................................................................................................... 72
Figura 49 - Inserção da matriz metálica circunferencial pré-contornada montada no porta-
matriz Tofflemire Senior ........................................................................................................ 73
Figura 50 - Inserção da cunha interproximal de madeira ....................................................... 73
Figura 51 - Instalação do grampo de separação Bi-Tine do tipo I.......................................... 73
Figura 52 - Brunimento da matriz metálica circunferencial pré-contornada contra o dente
adjacente ................................................................................................................................. 73
Figura 53 - Inserção da matriz metálica circunferencial pré-contornada e do porta-matriz
Tofflemire Senior.................................................................................................................... 74
Figura 54 - Inserção da cunha interproximal elástica ............................................................. 74
Figura 55 - Aplicação do grampo de separação Bi-Tine do tipo I ......................................... 74
Figura 56 - Brunimento da matriz metálica circunferencial pré-contornada contra a face
proximal do dente contíguo .................................................................................................... 74
Figura 57 - Aparelho Medidor de Pressão Dental .................................................................. 75
Figura 58 - Tira metálica com 0,05 mm de espessura (A), que fixa a porção metálica (B) por
meio de parafusos com uma chave de mão (C) resultando no conjunto (D) .......................... 76
Figura 59 - Vista aproximada da região anterior do TPM ...................................................... 76
Figura 60 - Partes constituintes do TPM ................................................................................ 76
Figura 61 - Suporte metálico de bancada ............................................................................... 77
Figura 62 - Detalhe do momento da inserção da tira metálica no espaço interproximal. Note
que a tira metálica foi inserida sempre na direção ocluso-gengival ....................................... 78
Figura 63 - Painel Parâmetros (“Settings”) do programa de mensuração .............................. 79
Figura 64 - Vista aproximada da primeira área da mensuração ............................................. 79
Figura 65 - Vista aproximada da segunda área da mensuração .............................................. 79
Figura 66 - Painel Demonstração (“Display”) do programa de mensuração.......................... 80
Figura 67 - Vista aproximada da caixa de mensagem do painel Demonstração (“Display”)..
................................................................................................................................................ 80
Figura 68 - Detalhe da caixa de mensagem onde a linha de Status indicava o momento da
coleta e armazenamento dos dados. Note as teclas de posição (Pos.) e de número (Nr.)
modificadas automaticamente à medida que as mensurações eram realizadas ...................... 81
Figura 69 - Detalhe da tabela do programa mostrando os valores máximos e mínimos das
mensurações. Note que apenas a média dos valores mínimos das mensurações originais é
obtida automaticamente pelo programa. Esse valor é corrigido pelo fator de correção
identificado pela mensuração controle (C). ............................................................................ 82
Figura 70 - Exemplo do Gráfico força (N) x tempo (s) da mensuração ................................. 83
Figura 71 - Painel Exportar Dados (“ExportData”) do programa de mensuração ................. 84
Figura 72 - Vista aproximada dos dados coletados na mensuração. Note os valores originais
e corrigidos pelo fator de correção. Em amarelo está o valor real da
mensuração..............................................................................................................................84
Figura 73 - Partes constituintes do micrômetro com intervalo entre 0 mm e 25 mm ............. 85
Figura 74 - Detalhe da escala principal e da escala do tambor do micrômetro com intervalo
entre 0 mm e 25 mm. Note o valor indicado pelo micrômetro: 10,0 + 0,10 = 10,10 mm ...... 86
Figura 75 - Dente restaurado inserido na matriz e entre as esperas móveis do micrômetro
para mensuração do diâmetro mésio-distal ............................................................................ 86
Figuras 76A e 76B - Inserção do fio dental no espaço interproximal .................................... 87
Figura 77 - Remoção do fio dental do espaço interproximal .................................................. 88
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Médias e desvios padrão dos valores da força máxima friccional (N) mensurada
nos dentes dos diferentes grupos (G1-G6). Caracteres idênticos (a, b) indicam que não houve
diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p > 0,05) ..................................... 92
Tabela 2 - Médias e desvios padrão dos valores do diâmetro mésio-distal (mm) mensurado
nos dentes dos diferentes grupos (G1-G6). Caracteres idênticos (a, b) indicam que não houve
diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p > 0,05) ..................................... 93
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Valores médios da força máxima friccional (N) nos diferentes grupos (G1-G6).92
Gráfico 2 - Valores médios do diâmetro mésio-distal (mm) nos diferentes grupos (G1-G6).94
Gráfico 3 - Distribuição percentual dos escores da avaliação subjetiva nos diferentes grupos
(G1-G6). Os valores dentro das barras indicam a quantidade de escores obtidos para cada
critério utilizado na avaliação subjetiva, em cada grupo. ....................................................... 95
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Matrizes e cunhas interdentais utilizadas no estudo e respectivos fabricantes e
lotes ......................................................................................................................................... 53
Quadro 2A - Resumo dos grupos experimentais utilizados no estudo ................................... 58
Quadro 2B - Resumo ilustrativo dos grupos experimentais utilizados no estudo.................. 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
H
o
-
hipótese nula
MO
-
mésio-oclusal
DO
-
distoclusal
MOD
-
mésio-ocluso-distal
TPM
-
Medidor de Pressão Dental - Tooth Pressure Meter
USPHS
-
Programa de Estilos de Vida Saudáveis das Corporações Comissionadas
do Serviço de Saúde Pública dos EUA - Healthy Lifestyles Program of
the Commissioned Corps of the United States Public Health Service
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 23
2 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................... 26
2.1 Contato Proximal .................................................................................................... 26
2.2 Técnicas e Materiais Utilizados para o Restabelecimento do Contato Proximal ... 29
2.3 Métodos de Mensuração do Contato Proximal ...................................................... 41
3 PROPOSIÇÃO ............................................................................................................. 49
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 51
4.1 Material ................................................................................................................... 51
4.2 Equipamentos e Instrumentos ................................................................................. 52
4.3 Métodos .................................................................................................................. 55
4.3.1 Obtenção dos espécimes ...................................................................................... 55
4.3.2 Confecção dos preparos cavitários ...................................................................... 57
4.3.3 Descrição dos grupos experimentais.................................................................... 60
4.3.4 Procedimento restaurador .................................................................................... 61
4.3.4.1 Seleção da cunha interdental ............................................................................ 61
4.3.4.2 Seleção do sistema de matriz ........................................................................... 62
4.3.4.3 Procedimento restaurador propriamente dito ................................................... 63
4.3.4.3.1 Procedimento restaurador do Grupo 1 .......................................................... 63
4.3.4.3.2 Procedimento restaurador do Grupo 2 .......................................................... 64
4.3.4.3.3 Procedimento restaurador do Grupo 3 .......................................................... 64
4.3.4.3.4 Procedimento restaurador do Grupo 4 .......................................................... 64
4.3.4.3.5 Procedimento restaurador do Grupo 5 .......................................................... 65
4.3.4.3.6 Procedimento restaurador do Grupo 6 .......................................................... 65
4.3.5 Mensuração dos contatos proximais .................................................................... 75
4.3.5.1 Força máxima friccional ................................................................................... 75
4.3.5.2 Diâmetro mésio-distal ...................................................................................... 85
4.3.5.3 Avaliação subjetiva .......................................................................................... 87
4.4 Análise Estatística .................................................................................................. 88
5 RESULTADOS ............................................................................................................ 91
5.1 Força Máxima Friccional ....................................................................................... 91
5.2 Diâmetro Mésio-Distal ........................................................................................... 93
5.3 Avaliação Subjetiva ................................................................................................ 94
6 DISCUSSÃO ................................................................................................................. 97
7 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 109
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 111
APÊNDICE ...................................................................................................................... 116
Introdução
23
1 INTRODUÇÃO
Uma maior preocupação com a estética tem conduzido à aplicação de restaurações
diretas de resina composta em dentes posteriores em substituição às restaurações de
amálgama. Além das propriedades estéticas, as restaurações de resina composta preservam a
estrutura dental sadia e reforçam o dente restaurado, devido à capacidade adesiva desse tipo
de material. Entretanto, uma das limitações da aplicação de resinas compostas em dentes
posteriores em restaurações ocluso-proximais consiste na dificuldade em se obter um
contato proximal efetivo (CHRISTENSEN, 1998; LACY, 1987; LIEBENBERG, 2002).
O restabelecimento de um contato proximal fisiológico entre as superfícies dos
dentes adjacentes é um dos principais requisitos para a integridade interdental. Os contatos
proximais são importantes para o equilíbrio mésio-distal da arcada e conferem um
importante papel na manutenção da saúde periodontal. Dessa forma, quando um contato
proximal é perdido, podem ocorrer complicações como movimentação dental, impacção
alimentar, acúmulo de placa bacteriana e, por conseguinte, problemas periodontais
(HANCOCK et al., 1980; JERNBERG; BAKDASH; KEENAN, 1983). No outro extremo,
um contato proximal muito justo pode dificultar a passagem do fio dental através da área de
contato, causando traumas aos tecidos periodontais (ABRAHAMS; KOPCZYK, 1983;
HALLMON et al., 1986).
Um relacionamento proximal com forma e resistência adequadas em restaurações
classe II de resina composta é adquirido por meio do cumprimento de inúmeros requisitos,
os quais diferem de uma restauração de amálgama. Nesta última, o contato proximal pode
ser facilmente obtido pela condensação do material restaurador dentro da cavidade e contra a
superfície proximal do dente adjacente. Já a utilização das resinas compostas apresenta
dificuldades técnicas, como contração de polimerização, consistência passiva do material e
falta de resistência ao escoamento, o que impossibilita a sua condensação dentro da cavidade
devido às suas propriedades viscoelásticas (LOOMANS et al., 2006a, 2006c). Portanto, o
restabelecimento do contorno e dos contatos proximais com materiais restauradores adesivos
diretos representa um procedimento restaurador de elevada relevância clínica.
24
Diversos sistemas estão disponíveis para a confecção de restaurações proximais, tais
como formadores de contato (EL-BADRAWY et al., 2003; PEUMANS et al., 2001),
matrizes metálicas parciais pré-contornadas (LOOMANS et al., 2006a, 2006b) e matrizes
metálicas circunferenciais pré-contornadas utilizadas com um porta-matriz (PEUMANS et
al., 2001), que, associadas a cunhas de madeira (ALBERS, 1985) ou elásticas (LOPES,
2007), ou a grampos de separação, ou a ambos, promovem a adaptação da matriz e a
separação dental, para propiciar o contorno e o contato proximais funcionais. Além disso, a
separação dental é fundamental para compensar a espessura da matriz e a contração de
polimerização da resina composta (LOOMANS et al., 2007b). Desse modo, a seleção
adequada do sistema de matrizes e cunhas pode ser uma influência significativa na
confecção dos contatos proximais.
Como poucos trabalhos têm investigado as técnicas necessárias para o
restabelecimento de um contato proximal adequado e tendo em vista a importância
fisiológica da correta reconstituição proximal, o objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a
influência dos diferentes sistemas de matrizes e cunhas no restabelecimento do contato
proximal em restaurações diretas de resina composta em dentes posteriores.
Revisão da
Literatura
26
2 REVISÃO DA LITERATURA
1
2.1 Contato Proximal
O restabelecimento de um contato proximal adequado é um dos principais requisitos
para a manutenção da saúde periodontal. Lacy (1987), em uma análise crítica sobre as
restaurações de resina composta em dentes posteriores, afirma que vários problemas estão
associados ao uso de compósitos em dentes posteriores, tais como desgaste oclusal,
microinfiltração, cáries recorrentes, dificuldades em se obter um contato proximal adequado
com o dente adjacente, fraturas de istmo em duas ou três superfícies da restauração,
sensibilidade pós-operatória e falta de radiopacidade. Entretanto, muitas dessas dificuldades
podem ser solucionadas durante a seleção do material restaurador e com a realização
meticulosa da técnica durante o procedimento clínico.
Baratieri et al. (1998) descreveram em um caso clínico as características, as
vantagens e as limitações da aplicação das restaurações de resina composta em dentes
posteriores. Afirmam que as resinas compostas são materiais restauradores adesivos que
representam uma opção de tratamento estético, conferem resistência à estrutura dental
enfraquecida e preservam a estrutura dental sadia. Porém, o método de aplicação desse
material é sensível à umidade da cavidade bucal e oferece adesão limitada à dentina.
Juntamente com o estresse gerado pela contração de polimerização, esses são fatores que
podem levar ao insucesso clínico. Enfatizam ainda que a aplicação das resinas compostas em
dentes posteriores apresenta restrições como alto coeficiente de expansão térmica, baixo
módulo de elasticidade, questionável resistência ao desgaste em situações de estresse oclusal
e possibilidade de polimerização incompleta. Os autores acrescentam que a inserção de
cunhas interproximais durante o preparo de cavidade pode ser útil, uma vez que promove a
separação prévia dos dentes, o que favorece a obtenção do contato proximal e protege o
isolamento absoluto e as papilas, impedindo o sangramento gengival, que pode comprometer
a aplicação do sistema adesivo. Ressaltam que as matrizes metálicas parciais pré-
1
Baseada na NBR 10520:2002, da ABNT.
27
contornadas associadas aos grampos de separação são adequadas para a confecção do
contorno e do contato proximal. A seleção da matriz depende da extensão vestibulolingual
da caixa proximal. A sua estabilização com cunhas anatômicas deve ser feita antes da
aplicação e da polimerização do sistema adesivo, de modo a evitar o acúmulo de resina
fluida adjacente à matriz e no ângulo interno da cavidade.
Christensen (1998) comparou os desafios na confecção das restaurações classe II de
resina composta em relação às restaurações de amálgama. Enfatiza que em dentes
posteriores as restaurações de resina composta têm sido utilizadas para substituir as
restaurações de amálgama, uma vez que as restaurações adesivas de resina composta
preservam a estrutura dental sadia e reforçam o dente restaurado. No entanto, limitações na
utilização desse tipo de material restaurador são relacionadas com a dificuldade de obtenção
de contatos proximais adequados, desgaste proximal e oclusal, contração de polimerização e
sensibilidade pós-operatória. Informa que novos materiais e técnicas restauradoras estão
sendo aperfeiçoados para que as restaurações de resina composta em dentes posteriores
possam ser aplicadas com confiabilidade.
Para Liebenberg (2000b), os principais fatores responsáveis pelo sucesso clínico das
restaurações diretas de resina composta em dentes posteriores são seleção correta do caso,
realização cuidadosa do preparo cavitário e execução efetiva dos procedimentos
restauradores. Ressalta que a confecção de um contato proximal funcional é relevante, uma
vez que está na dependência da escolha adequada do sistema matriz e cunha. Acrescenta que
a movimentação dental com cunhas interproximais deve ser maior ou igual à espessura da
matriz selecionada. Além da separação dos dentes, a inserção precisa das cunhas garante a
adaptação da matriz na margem gengival, região crítica para a integridade interdental.
Sugere que os grampos de separação promovem um contato proximal mais consistente, visto
que originam uma movimentação dental paralela. Essa separação é facilmente obtida pelas
pontas do grampo, que envolvem toda a altura axioproximal da coroa clínica. Porém, esse
grampo não está indicado para a restauração de amplos defeitos vestibulolinguais, porque a
matriz pode colapsar dentro da caixa proximal. Conclui recomendando a utilização de
matrizes metálicas seccionais pré-contornadas associadas aos grampos de separação e
suportadas por cunhas de madeira para restaurar cavidades classe II de resina composta.
Liebenberg (2002) estudou sobre o desafio de restaurar a superfície proximal com
forma, função, contorno e contato com o dente adjacente utilizando resinas compostas
diretas. Afirma que o sucesso de uma restauração classe II depende principalmente do acesso
operatório, uma vez que o acesso à área proximal é invariavelmente restrito e os
28
procedimentos restauradores devem ser realizados de maneira meticulosa. A seleção da
matriz também é relevante, visto que proporciona a contenção do material restaurador dentro
da margem cavo-superficial e delimita a forma e o contorno proximais. Para a inserção
adequada da matriz, o autor sugere o afastamento dental prévio, caracterizado pela colocação
de cunhas de madeira ou pela utilização de grampos de separação. Segundo o autor, estes
últimos são capazes de produzir contatos mais consistentes e previsíveis. Além disso, as
matrizes apresentam aproximadamente 0,03 mm de espessura, e o espaço compensatório
para a sua inserção é gerado pela ação da mola do grampo de separação. O autor sugere que,
para a realização de contatos proximais previsíveis, é preciso manter a matriz em contato
passivo com a superfície do dente contíguo, antes da inserção da resina composta.
Acrescenta que um contato proximal preciso é resultado de uma separação dental maior ou
igual à espessura da matriz. Embora apresentem um contorno anatômico, as matrizes
precisam ser contornadas manualmente cuidadosamente, conforme a configuração
fisiológica do contato, para compor o perímetro da restauração. Ademais, sugere que, em
restaurações com extenso defeito vestibulolingual, a inserção de cunhas de madeira, para
estabilizar a matriz, deve ser realizada antes da aplicação dos grampos de separação, de
forma a evitar o colapso da matriz dentro da cavidade proximal. Conclui que o sucesso com
restaurações de resina composta diretas em dentes posteriores é dependente de múltiplos
fatores, e o restabelecimento de um contato proximal fisiológico entre as superfícies dos
dentes adjacentes é um dos principais requisitos para a integridade interdental.
Opdam et al. (2004) investigaram in vivo o desempenho clínico das restaurações de
resina composta em dentes posteriores durante um período de 5 anos. Assim, avaliaram
todas as restaurações de resina composta classe I e II realizadas por estudantes de
Odontologia, do segundo ao quarto ano, da Universidade de Nijmegen. As restaurações
foram confeccionadas sob supervisão dos professores da área. Como critério de inclusão
para a pesquisa, os pacientes deveriam retornar à universidade a cada 6 meses para a
avaliação das restaurações. As informações obtidas em cada retorno eram registradas nas
fichas dos pacientes, especialmente nos casos de indicação de substituição ou reparo das
restaurações. Concluem que a principal razão de falhas das restaurações é a presença de
fraturas, cáries, tratamentos endodônticos, defeitos marginais e contatos proximais
insuficientes.
Lopes (2007) enfatiza que uma das limitações na confecção de restaurações classe II
de resina composta é a obtenção de um contato proximal efetivo. Vários dispositivos estão
disponíveis como: formadores de contato, inserts cerâmicos e matrizes metálicas parciais
29
pré-contornadas. Entretanto, as cunhas elásticas representam uma nova alternativa para
eliminar o problema, visto que apresentam melhor adaptação da matriz junto ao ângulo cavo-
superficial vestibular e linguopalatal, e são materiais de simples aplicabilidade e de baixo
custo.
2.2 Técnicas e Materiais Utilizados para o Restabelecimento do Contato Proximal
Eli et al. (1991) descreveram os princípios e as aplicações das cunhas interproximais
durante os procedimentos restauradores em dentes posteriores. Enfatizam que a forma, o
tamanho, o ângulo de convergência, a largura da base gengival, a altura e a direção de
inserção das cunhas influenciam diretamente na confecção dos contatos proximais, na
preservação da estabilidade do arco e na saúde gengival. Os autores concluem que a seleção
apropriada das cunhas assim como o seu correto posicionamento são fundamentais na
prevenção das iatrogenias periodontais associadas às restaurações de resina composta, uma
vez que a adaptação da matriz metálica na porção gengival é dependente da correta inserção
das cunhas. Ademais, tamanhos e formas variados de cunhas podem ser encontrados, e o
efeito delas no contorno e no contato proximais deve ser cuidadosamente avaliado antes da
inserção do material restaurador.
Slone (1994) apresentou um novo instrumento e descreveu a sua técnica de aplicação
para a confecção de contatos proximais em restaurações classe II de resina composta. Esse
formador de contato foi desenvolvido com material transparente e é inserido na cavidade
antes da fotoativação do primeiro incremento de resina composta. Está indicado para os
casos em que a caixa proximal apresenta tamanho médio, uma vez que medidas maiores
proporcionariam um desafio clínico durante o procedimento restaurador. Além disso,
permite ao operador empurrar a matriz contra o dente adjacente e obter uma separação
adequada entre os dentes, viabilizando a obtenção de um contato proximal desejável. Essa
força produzida pelo instrumento é gerada na localização exata do ponto de contato. Conclui
que, em função das propriedades das resinas compostas, a forma interproximal em
restaurações classe II é totalmente dependente da forma e da posição da matriz utilizada.
Ainda, a aplicação desse instrumento possibilita que esses dois fatores permaneçam sob o
controle direto do operador.
30
Lacy (1996) estudou a associação de dois dispositivos na obtenção de um contato
proximal adequado em restaurações posteriores de resina composta. Para a realização desse
trabalho foi executado um procedimento clínico que evidenciava a substituição de uma
restauração distoclusal (DO) de amálgama. Dessa forma, uma matriz seccional pré-
contornada, biplanar e côncava (Palodent, Darway, San Mateo, CA, EUA) foi posicionada e
estabilizada com uma cunha de madeira. O grampo de separação Bi-Tine não foi utilizado,
porque interferiria na colocação da cunha e impediria o livre movimento da matriz. Após os
procedimentos adesivos, a primeira camada de resina composta foi inserida e condensada na
cavidade para garantir a completa adaptação na parede gengival e nos ângulos internos. Em
seguida, a ponta com luz Light-Tip (Denbur, OakBrook, IL, EUA) foi inserida dentro da
cavidade para pressionar a matriz contra o dente adjacente. Outros incrementos de resina
composta foram necessários para completar a restauração. Os resultados demonstram que o
uso de matriz metálica seccional é um dos pré-requisitos necessários para a obtenção de um
contato proximal firme e consistente nas restaurações classe II de resina composta. O autor
conclui que a durabilidade limitada das restaurações de resina composta está relacionada à
sensibilidade pós-operatória, à infiltração marginal, às cáries recorrentes e à dificuldade na
obtenção de contatos proximais adequados. Entretanto, muitos desses problemas podem ser
superados utilizando-se adequadamente o material restaurador selecionado e respeitando-se
um meticuloso protocolo clínico.
Bagby et al. (2000) compararam in vitro o contato proximal de restaurações classe II
confeccionadas com duas resinas compostas híbridas: Herculite (Kerr Manufacturing Co.,
Romulus, MI, EUA) e Pyramid enamel (Bisco Inc., Schaumburg, IL, EUA); dois compósitos
de alta viscosidade: Alert (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, CT, EUA) e Surefill
(Dentsply/Caulk, Milford, DE, EUA); e o amálgama Tytin (Kerr Manufacturing Co.,
Romulus, MI, EUA). As cavidades foram preparadas com uma caixa proximal ampla para
desafiar a capacidade do material restaurador em estabelecer um contato proximal adequado.
Em seguida, foi realizada uma moldagem do quadrante do dente a ser restaurado com
silicone de adição, e o modelo foi vazado com resina acrílica autopolimerizável. Para
realizar as restaurações, foram utilizados o retentor AutoMatrix II e o porta-matriz
Tofflemire associados às matrizes metálicas de aço inoxidável correspondentes. As resinas
compostas foram inseridas em três incrementos e fotoativadas individualmente por 20 s. Para
a análise dos resultados foram selecionadas três restaurações de cada material. Elas foram
seccionadas no sentido mésio-distal e classificadas quanto à presença de porosidade e
adaptação nas paredes da cavidade. As fendas foram mensuradas em intervalos de 0,125
31
mm, com um manômetro automático. Os resultados demonstraram que não foi encontrada
nenhuma diferença em relação à adaptação do material. Porém, as restaurações de amálgama
e da resina composta Alert apresentaram menor porosidade do que os compósitos Herculite e
Pyramid, os quais, por sua vez, mostraram menor porosidade do que a SureFil. O tipo de
matriz selecionada não teve influência estatísticamente significativa na obtenção dos
contatos proximais. Contatos proximais pobres foram encontrados em todos os compósitos,
exceto nas restaurações de amálgama confeccionadas. Concluem que, com a utilização das
resinas compostas de alta viscosidade, os contatos proximais são mais fortes do que quando
os compósitos híbridos foram utilizados.
Liebenberg (2000a) descreveu sobre os materiais e as técnicas envolvidas nas
restaurações diretas de resina composta. Afirma que a superfície proximal apresenta uma
anatomia limitada, o que confere um difícil acesso para a realização de uma restauração
direta, visto que a integridade interdental depende da colocação cautelosa do sistema de
matriz. Revela ainda que o grampo de separação Bi-Tine do sistema de matriz Palodent
(Darway, San Mateo, CA, EUA) ou o grampo G do sistema de matriz Composi-Tight
(Garrison Dental Solutions, Spring Lake, MI, EUA) permitem uma separação dental
previsível. Esses grampos adaptam e estabilizam a matriz contra o dente adjacente, bem
como permitem uma separação entre os dentes para compensar a espessura da matriz. Apesar
do contorno anatômico individual, as matrizes devem ser brunidas de acordo com a
configuração fisiológica do contato, por meio da ação de um brunidor. O autor afirma que é
preferível formar o perímetro final da restauração com o auxílio de matrizes maleáveis do
que recontornar a resina composta polimerizada por meio de pontas ou discos. Em sua
conclusão assegura que o uso da matriz metálica seccional pré-contornada do sistema
Palodent facilita a formação de uma superfície proximal fisiológica.
Peumans et al. (2001) avaliaram in vitro a influência do tipo de resina composta
(convencional ou de alta viscosidade) e do sistema de matriz na qualidade do contato
proximal de restaurações classe II de resina composta. Para a realização desse estudo foram
confeccionadas cavidades DO com medidas padronizadas em 170 dentes (segundo pré-molar
superior direito). As restaurações foram confeccionadas por dois profissionais, os quais
realizaram 85 restaurações. Para a primeira parte desse estudo foram testadas as resinas
compostas Z100 (3M, Saint Paul, MN, EUA) e Solitaire (Hereaus Kulzer, Wehrheim,
Alemanha), e os sistemas de matrizes Caulk AutoMatrix (Dentisply/Caulk, Milford, DE,
EUA), Palodent (Darway, San Mateo, CA, EUA) e Lucifix (Hawe Neos Dental, Gentilino,
Suíça). Os sistemas AutoMatrix e Lucifix foram utilizados com e sem o instrumento
32
formador de contato Belvedere (American Eagle Instruments, Missaula, MT, EUA). Dessa
forma, 80 dentes foram preparados e subdivididos em 8 grupos: as resinas compostas Z100 e
Solitaire foram utilizadas com cada sistema de matriz; e a Z100 foi usada com os sistemas de
matriz AutoMatrix e Lucifix em combinação com o formador de contato. A segunda parte do
estudo foi desenvolvida com as resinas compostas Surefil (Dentsply, York, PA, EUA) e P60
(3M, Saint Paul, MN, EUA). A resina composta Z100 foi usada como grupo controle e
representou as resinas compostas convencionais. Assim, 90 dentes foram preparados e
subdivididos em 9 grupos: os compósitos Z100, Surefil e P60 foram utilizados com os três
sistemas de matrizes. Cada operador confeccionou 5 restaurações para cada grupo. Cunhas
interdentais de madeira (Hawe Neos Dental, Gentilino, Suíça) foram utilizadas com todas as
matrizes, para evitar a formação de excessos na margem gengival. As cavidades foram
restauradas por meio da técnica incremental. A justeza do contato proximal foi avaliada de
acordo com os seguintes critérios: a) diâmetro máximo mésio-distal (M-D) mensurado em
cada dente com um micrômetro digital (Mitutoyo MFG Co., Shiba 5-chome, Minato-Ku,
Tóquio, Japão). Para que a mensuração do diâmetro fosse obtida sempre na mesma altura,
entre o terço médio e o oclusal, os dentes foram inseridos em uma matriz de silicona; e b)
tiras metálicas padronizadas. Os resultados confirmam que a qualidade da área de contato
proximal em restaurações classe II de resina composta é influenciada pelo tipo de sistema de
matriz utilizado. A matriz do sistema Palodent apresentou um desempenho superior na
confecção do contato proximal. A resina composta de alta viscosidade P60 apresentou
melhores resultados do que a Surefil e a Z100 quando os sistemas AutoMatrix e Lucifix
foram utilizados. Concluem que o tipo de resina composta não influencia significativamente
no restabelecimento do contato proximal quando a matriz do sistema Palodent é utilizada.
Klein et al. (2002) estudaram in vitro a influência de diferentes materiais e técnicas
na resistência do contato proximal em restaurações de resina composta em dentes
posteriores. Para esse estudo foram confeccionadas 360 cavidades mésio-oclusais (MO) em
primeiros molares inferiores direitos. O preparo das cavidades foi realizado de forma
padronizada e apresentava a caixa proximal com 6,7 mm de extensão vestibulolingual; 7,0
mm, ocluso-gengival; e 1,3 mm, mésio-distal. A caixa oclusal apresentava 2,5 mm de
extensão vestibulolingual; 4,0 mm de profundidade; e 6,5 mm de extensão mésio-distal.
Antes do procedimento restaurador, os dentes preparados foram inseridos em um alvéolo
equipado apicalmente com um sistema de ancoragem que permitia uma mobilidade dental,
simulando a movimentação dental fisiológica. Os dentes foram divididos em 8 grupos. No
grupo 1 (grupo controle) os espécimes foram restaurados com amálgama (Dispersaloy, De
33
Trey Dentsply, Konstanz, Alemanha). Nos grupos 2 a 7 as cavidades foram preenchidas com
resina composta de baixa viscosidade (Tetric Flow, Vivadent, Schaan, Liechtenstein), média
(Tetric Ceram, Vivadent, Schaan, Liechtenstein) e alta (Solitaire, Heraeus Kulzer,
Wehrheim, Alemanha). O grupo 8 consistiu de um dente não preparado, que foi considerado
como segundo grupo controle. As restaurações foram confeccionadas pela inserção de um
incremento único e a fotoativação foi realizada por 120 s (Heliolux, Vivadent, Schaan,
Liechtenstein) ou pela colocação de incrementos de 2,0 mm de espessura e pela fotoativação
individual de 60 s (Heliolux, Vivadent, Schaan, Liechtenstein). O contato proximal foi
quantificado pela mensuração da força máxima necessária para passar o fio dental no espaço
interproximal por meio de uma máquina de testes universal (Zwick 1120, Zwick, Ulm,
Alemanha). Para a realização do teste foi selecionado um único tipo de fio dental, do mesmo
fabricante e número de série. A cada mensuração um novo pedaço de fio dental era utilizado.
Os ajustes do fio dental no manequim, bem como a orientação do movimento, a velocidade e
a angulação foram padronizados. Os resultados mostraram que a resistência do contato
proximal variou entre os compósitos híbridos de diferentes viscosidades e está na
dependência da técnica de inserção. Concluem que a utilização da técnica incremental
resulta em contatos proximais estatisticamente mais fortes em relação à técnica de
incremento único e que as resinas compostas de alta viscosidade não oferecem melhores
resultados do que as de média viscosidade. Além disso, a modificação nas partículas de
carga da resina composta aperfeiçoa a manipulação do material, porém não promove
significativamente um contato proximal mais justo.
El-Badrawy et al. (2003) avaliaram in vitro a qualidade do contato proximal de
restaurações de resina composta em dentes posteriores utilizando quatro técnicas
restauradoras. Para o estudo selecionaram 75 dentes artificiais e prepararam cavidades
mésio-ocluso-distais (MOD). O preparo foi confeccionado com um istmo correspondente à
metade da distância intercuspídea. A parede pulpar apresentava 2,5 mm de profundidade, e o
término cervical da caixa proximal ficou 0,5 mm acima da junção amelocementária, com um
afastamento de 1,5 mm do dente adjacente. Os dentes foram divididos em 5 grupos. No
grupo 1, os dentes foram restaurados com a matriz metálica circunferencial associada ao
porta-matriz Tofflemire (Dixieland Band Getz, Prestige Dental Products, Bradford, Reino
Unido). No grupo 2, utilizou-se um acessório especial em forma de cone (Bisco Dental
Products, Schaumburg, IL, EUA), que conecta o cabo a uma unidade de luz. No grupo 3, foi
utilizado o instrumento Contact Pro (London Clinical Research Association, Ontário,
Canadá). No grupo 4, um insert de vidro ceramizado L2 Beta-Quartz (Lee Pharmaceuticals
34
Company, South El Monte, CA, EUA) foi usado para exercer pressão na área de contato. As
restaurações dos grupos 1, 2, 3 e 4 foram realizadas com o sistema adesivo Scotchbond
Multipurpose Plus e com a resina composta Z100 (3M, Saint Paul, MN, EUA). O grupo 5 foi
restaurado com amálgama (Permite C, Southern Dental Industries GmbH, Cologne,
Alemanha) e foi utilizado como grupo controle. A avaliação do contato foi determinada por
meio da comparação simulada de contatos proximais com quatro manequins dentais. Cada
manequim representava um tipo de contato proximal: contatos ausentes, contatos muito
justos, contatos pouco justos e contatos fracos. As restaurações foram cuidadosamente
cobertas com um produto opaco, exceto na área de contato, com o objetivo de ocultar o tipo
de restauração e viabilizar a análise. As avaliações foram executadas por três operadores
independentes, com o auxílio de um fio dental. Nos casos de discordância eram realizadas
avaliações coletivas. Embora os resultados mostrem que as restaurações de amálgama
apresentam uma alta porcentagem de contatos proximais aceitáveis, uma vez que esse
material pode ser condensado dentro da cavidade, quando a mesma técnica foi aplicada com
resina composta, todos os contatos foram julgados inaceitáveis. O uso de inserts resultou em
uma maior quantidade de contatos proximais aceitáveis, visto que são materiais rígidos
usados para pressionar a área de contato e, dessa forma, passam a fazer parte integrante da
restauração, estabelecendo um contato adequado. Concluem que o uso desses dispositivos é
recomendado para a obtenção de contatos proximais adequados em restaurações amplas de
resina composta em dentes posteriores.
Dunn (2004) elaborou um protocolo para obtenção de um contato proximal correto
em restaurações classe II de resina composta com a utilização de insert de resina composta
pré-polimerizado. Um paciente de 39 anos de idade que apresentava necessidade de
restauração MO no primeiro molar inferior foi selecionado para o estudo. A cavidade foi
preparada e restaurada utilizando-se o sistema de matriz metálica seccional com 0,035 mm
de espessura associada ao grampo de separação (Composi-Tight, Garrison Dental Solutions,
Spring Lake, MI, EUA) e cunhas plásticas (Hawe Adapt System Luciwedge, Hawe Neos,
Bioggio, Suíça). Para a restauração foi utilizado um sistema adesivo Self-Etching Primer
(Clearfil Se Bond, Kuraray Co., Osaka, Japão) e a resina composta Gradia (GC America,
Alsip, IL, EUA). Inicialmente, uma pequena quantidade de resina composta não
polimerizada foi inserida na cavidade. Em seguida, o insert pré-polimerizado foi preso na
ponta do condensador e colocado no interior do preparo, deslocando, dessa forma, o material
não polimerizado. O insert foi pressionado apical e lateralmente contra a matriz e contra o
dente adjacente, e então foi realizada a fotoativação. Um novo incremento foi necessário
35
para finalizar a restauração. Posteriormente, foram realizados os procedimentos de
acabamento e polimento, e a aplicação de um selante de superfície (Fortify, BISCO,
Schaumburg, IL, EUA). O autor ressaltou que essa técnica pretende auxiliar a obtenção de
contatos proximais adequados sem a utilização de materiais e instrumentais especiais.
Conclui que o método é de fácil execução e reduz a contração de polimerização volumétrica
do material restaurador dentro da cavidade, bem como do insert de compósito, que é pré-
polimerizado antes da sua inserção.
Prakki et al. (2004) avaliaram clinicamente a efetividade do contato proximal em
restaurações classe II de resina composta utilizando dois tipos de matrizes (metálica e de
poliéster) e dois tipos de técnicas restauradoras (incremental e com partículas pré-
polimerizadas). Para o estudo selecionaram 36 pacientes com saúde bucal satisfatória e com
cáries proximais entre pré-molares ou entre pré-molares e molares. Um total de 88
restaurações classe II foram realizadas utilizando-se a resina composta Prodigy (Kerr
Corporation, Orange, CA, EUA): 44 restaurações foram executadas com a técnica
incremental (22 com matriz metálica e 22 com matriz de poliéster); as outras 44 restaurações
foram realizadas utilizando-se partículas de resina pré-polimerizadas (22 com matriz
metálica e 22 com matriz de poliéster). Em todos os grupos, cunhas interproximais foram
utilizadas para estabilizar as matrizes. As restaurações foram avaliadas clinicamente:
imediatamente, 6, 12 e 18 meses após a confecção das restaurações. Cada restauração foi
avaliada e classificada de acordo com os seguintes critérios: satisfatório (S) para os contatos
justos; aceitável (A) para os contatos fracos; inaceitável (I) para os contatos abertos. Os
autores concluem que todos os contatos proximais obtidos imediatamente após o
procedimento restaurador são considerados satisfatórios. Após 18 meses de avaliação,
nenhuma diferença estatisticamente significativa foi encontrada em relação à efetividade do
contato proximal entre as diferentes técnicas de inserção da resina composta e dos tipos de
matrizes.
Brackett et al. (2005) demonstraram em um caso clínico que as matrizes metálicas
circunferenciais podem ser associadas aos grampos de separação para compensar a
dificuldade na obtenção de um contato proximal adequado em restaurações de resina
composta. Afirmam que um método efetivo para compensar essa falha é a utilização dos
grampos de separação dos sistemas das matrizes metálicas seccionais, visto que esses
dispositivos apresentam características que proporcionam o envolvimento dos ângulos da
cavidade, além de promoverem uma separação dental adicional àquela produzida pelas
cunhas de madeira. Porém, nos casos em que houve extensão vestibular ou lingual da caixa
36
proximal, essas superfícies devem ser restauradas antes da aplicação do grampo. Ressaltam
ainda que os grampos de separação não estão indicados para os casos de restaurações
extensas, porque esses dispositivos não são circunferenciais e nessas situações a reprodução
do contorno vestibular e lingual é complexa. Portanto, a adaptação da matriz em toda a
margem gengival deve ser feita com a inserção de cunhas interproximais. Acrescentam que
as matrizes plásticas permitem uma fotoativação efetiva das resinas compostas, porém não
propiciam um contorno proximal ideal nas variadas situações clínicas encontradas.
Concluem indicando a utilização de matrizes metálicas, mesmo que uma fotoativação
adicional seja necessária após a remoção delas.
González-López, Bolaños-Carmona e Navajas-Rodríguez de Mondelo (2006)
preconizaram uma técnica de preparo individual de cunhas de madeira que permite a
reabilitação do espaço interproximal e da posição original do ponto de contato em
restaurações de resina composta classe II. Após o isolamento absoluto do campo operatório,
uma matriz metálica com 1,0 cm de altura e 0,045 mm de espessura foi selecionada e
adaptada no espaço interproximal. Em seguida, a resina laboratorial de cor azul LC Block-
Out (Ultradent Products Inc., South Jordan, UT, EUA) foi injetada, e, antes da sua
fotoativação, foi adaptada uma cunha de madeira (Hawe Sycamore Interdental Wedges,
Hawe Neos Dental AS). Dessa forma, um sistema matriz e cunha individual foi obtido, e os
procedimentos restauradores foram executados. Concluem que, com essa manobra, é
possível uma perfeita adaptação da matriz nas paredes proximais e gengivais, impedindo a
formação de excessos do material restaurador durante a sua inserção na cavidade. Além
disso, a posição original do ponto de contato é preservada.
Loomans et al. (2006a) avaliaram clinicamente as mudanças do contato proximal em
restaurações classe II de resina composta. Selecionaram para o estudo 63 pacientes com
necessidade de restauração classe II. Após a seleção dos pacientes, 71 cavidades foram
confeccionadas por dois operadores independentes. Subseqüentemente ao preparo cavitário,
a cunha de madeira foi inserida no espaço periodontal pela face palatal. O pré-encunhamento
foi realizado para promover a separação dental e para proteger a papila gengival durante os
procedimentos restauradores. Após o preparo os dentes foram divididos em 3 grupos,
observando-se a largura vestibulolingual e profundidade do preparo, a idade do paciente, a
localização do dente, a superfície tratada e a arcada envolvida. Os grupos foram definidos da
seguinte forma: o grupo 1 foi restaurado com uma matriz metálica circunferencial pré-
contornada (Hawe Neoos 1001c, Bioggio, Suíça) associada ao porta-matriz Tofflemire
(Produits Dentaire AS, Vevey, Suíça) e ao formador de contato (PFI 49, Weybridge, Reino
37
Unido); e os grupos 2 e 3, com duas matrizes metálicas seccionais associadas aos grampos
de separação dos sistemas Palodent (Dentsply, Caulk, Milford, DE, EUA) e Contact Matriz
(Danville Materials, San Ramon, CA, EUA) respectivamente. As cavidades foram
restauradas com um sistema adesivo de três passos (Clearfil AS Primer e Clearfil Photo
Bond, Kuraray Co., Osaka, Japão) ou com um sistema de dois passos self-etching (Clearfil
Se Bond, Kuraray Co., Osaka, Japão), mais a resina composta híbrida (Clearfil AP-X,
Kuraray Co., Osaka, Japão). O contato proximal foi mensurado por meio de um aparelho
denominado Medidor de Pressão Dental (TPM), desenvolvido pela Radboud University
Nijmegen Medical Centre, no departamento Preventive and Restorative Dentistry, em
Nijmegen, na Holanda. Esse aparelho utiliza para a mensuração uma tira metálica de 0,05
mm inserida na região interproximal pela direção ocluso-gengival. A resistência do contato
proximal é quantificada pela força máxima friccional necessária para remover a tira na
direção gengivoclusal. As mensurações foram realizadas antes e imediatamente após a
finalização da restauração entre a superfície proximal do dente restaurado e o dente
adjacente, assim como nos locais dos contatos proximais mesial e distal dos dentes
contíguos. Como controle, os contatos proximais do quadrante contralateral na mesma
localização também foram mensurados. Os autores concluem que, para restaurações classe II
de resina composta, a utilização da matriz metálica seccional associada com os grampos de
separação resultou em contatos proximais mais justos quando comparada a matrizes
metálicas circunferenciais.
Loomans et al. (2006b) avaliaram in vitro a qualidade do contato proximal de
restaurações de resina composta em dentes posteriores utilizando diferentes sistemas de
matrizes. Para o estudo foi selecionado um manequim com dentes artificiais (Kavo, Dental,
Biberach, Alemanha). Um preparo MO foi realizado no primeiro molar inferior para simular
uma situação clínica de substituição de uma restauração de amálgama. A caixa oclusal foi
preparada com 4,5 mm de largura vestibulolingual; 2,5 mm de profundidade; e 6,0 mm de
largura mésio-distal. A caixa proximal foi confeccionada com 5,0 mm de extensão
vestibulolingual; com 6,0 mm de extensão ocluso-gengival; e com 1,3 mm na direção mésio-
distal. O preparo foi reproduzido (Celay, Mikrona Technologie AG, Spreitenbach, Suíça), o
que resultou em 160 dentes com preparos idênticos. Em seguida, os dentes foram montados
em um manequim equipado apicalmente com um sistema de ancoragem que permitia
mobilidade semelhante à mobilidade dental fisiológica normal. Os dentes foram divididos
em 8 grupos: em 2 grupos foi utilizada uma matriz metálica circunferencial (plana ou pré-
contornada) associada a um porta-matriz Tofflemire; e nos outros 6 grupos remanescentes,
38
três diferentes grampos de separação foram utilizados com dois tipos de sistemas de matriz
metálica seccional. Todas as cavidades foram restauradas pelo mesmo operador, usando,
respectivamente, sistema adesivo e resina composta híbrida (Clearfil Photo Bond e Clearfil
AP-X, Kuraray Co., Osaka, Japão). A qualidade do contato proximal foi mensurada com o
TPM. Os resultados demonstram que a utilização do TPM e do manequim artificial para
simular a situação clínica é confiável e produz resultados clínicos representativos. O uso de
matriz metálica seccional associada ao grampo de separação resulta em contatos proximais
mais firmes em comparação com os sistemas de matriz metálica circunferencial tradicional.
Concluem que o uso desses dispositivos é recomendado para a confecção de restaurações de
resina composta em dentes posteriores.
Loomans et al. (2006c) investigaram in vitro a influência da consistência da resina
composta e da técnica de inserção na qualidade do contato proximal de restaurações classe II
de resina composta. Para o desenvolvimento dessa pesquisa, utilizaram um manequim (Kavo
Dental, Biberach, Alemanha) com uma cavidade MO preparada no primeiro molar artificial.
O preparo foi reproduzido 360 vezes de forma padronizada. As cavidades foram restauradas
utilizando-se Clearfil Photo Bond (Kuraray Co., Osaka, Japão) em combinação com três
resinas compostas: baixa viscosidade (X-Flow, Dentsply Caulk, Miford, DE, EUA), média
(Clearfil AP-X, Kuraray Co., Osaka, Japão) e alta (Tetric Ceram HB, Ivoclar Vivadent,
Schaan, Liechtenstein). Cada compósito foi utilizado com seis tipos de matrizes diferentes e
técnicas de separação da seguinte forma: grupos 1 e 2: matriz metálica circunferencial pré-
contornada (KerrHawe SA, Bioggio, Suíça, 1101-c) montada a um porta-matriz Tofflemire
(Produits Dentaire AS, Vevey, Suíça) e associada com um instrumento formador de contato
(OptraContact, Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) ou grampo de separação (Composi-
Tight Gold, Garrison Dental Solutions, Spring Lake, MI, EUA); grupo 3: matriz metálica
seccional pré-contornada (Lite-Flex, Danville Materials, San Ramon, CA, EUA) combinada
com o grampo de separação; grupos 4 e 5: matriz metálica circunferencial pré-contornada
(Adapt SuperCap, KerrHawe SA, Bioggio, Suíça) com e sem grampo de separação; e grupo
6: matriz metálica circunferencial plana (Optramatrix, Ivoclar Vivadent, Schaan,
Liechtenstein) montada em um porta-matriz Tofflemire e associada com um instrumento
formador de contato. A qualidade do contato proximal foi mensurada pelo TPM. Os
resultados mostraram que o grupo 6 não pôde ser mensurado e foi excluído. O uso de resina
composta de média e alta viscosidades resultou em um contato proximal mais justo. O uso
do grampo de separação promoveu um aumento estatisticamente significante na precisão do
contato proximal, enquanto a utilização do instrumento manual evidenciou um pequeno, mas
39
significante aumento. Segundo o estudo, as diferenças na espessura ou nas características da
matriz selecionada parecem não influenciar na qualidade do contato quando o grampo de
separação é utilizado. Ademais, a matriz metálica circunferencial associada ao grampo de
separação favoreceu a confecção de contatos proximais justos, com valores semelhantes aos
obtidos quando a matriz seccional foi utilizada. Concluem que o uso de grampo de separação
ajuda no sucesso da obtenção de um adequado contato proximal quando comparado com a
consistência da resina composta empregada.
Rau et al. (2006) investigaram in vivo as modificações ocorridas na obtenção do
contato proximal com o uso de isolamento absoluto. Para o estudo foram selecionados 74
pacientes com saúde periodontal e com indicação de restauração de resina composta. Todas
as restaurações foram confeccionadas com isolamento absoluto e restauradas com o sistema
adesivo Optibond FL e a resina composta Herculite (Kerr Corporation, Orange, CA, EUA)
usando-se a técnica de inserção incremental oblíqua. Os contatos proximais foram
mensurados nos contatos mesial e distal próximos da restauração. O quadrante contralateral
também foi avaliado. As mensurações foram efetuadas cinco vezes durante o tratamento. A
qualidade do contato proximal foi quantificada indiretamente por meio de valores
provenientes de uma força interproximal obtida durante a remoção de uma tira metálica de
0,05 mm de espessura. Para padronizar o tempo de deslocamento dos tecidos periodontais, a
tira foi removida imediatamente após a sua inserção. Os autores concluem que, embora os
resultados tenham demonstrado que o isolamento absoluto aumenta a possibilidade de
obtenção de contatos proximais mais fracos após o uso de resinas compostas diretas, trata-se
de um dispositivo essencial para o procedimento restaurador.
Loomans et al. (2007a) investigaram clinicamente as alterações na qualidade do
contato proximal 6 meses após o tratamento restaurador. Foram incluídos no estudo 52
pacientes que apresentavam necessidade de restaurações classe II. Após a realização do
preparo cavitário, os dentes foram restaurados com três sistemas de matrizes experimentais:
matriz metálica circunferencial pré-contornada (Hawe Neos, Bioggio, Suíça, 1001-C)
montada em um porta-matriz Tofflemire (Produits Dentaire, AS, Vevey, Suíça); matriz
metálica seccional pré-contornada (Palodent, Dentsply Caulk, Milford, DE, EUA); e matriz
metálica seccional pré-contornada (Contact Matrix System, Danville Materials, San Ramon,
CA, EUA). As cavidades foram restauradas usando-se um sistema adesivo de três passos
(Clearfil AS Primer e Clearfil Photo Bond, Kuraray Co., Osaka, Japão) ou um sistema Self-
Etching Primer de dois passos (Clearfil Se Bond, Kuraray Co., Osaka, Japão) e uma resina
composta híbrida (Clearfil AP-Z, Kuraray Co., Osaka, Japão). A qualidade do contato
40
proximal foi analisada inicialmente por meio de um questionário, que serviu para avaliar a
existência de impacção alimentar ou ocorrência de sensibilidade pós-operatória. Em seguida,
o contato proximal foi mensurado utilizando-se o TPM. Foram comparadas as diferenças no
contato proximal das restaurações obtidas antes e após o tratamento, bem como os resultados
das avaliações imediatamente após o tratamento e 6 meses depois dele. Os resultados
demonstram que os contatos proximais que se apresentaram mais fortes após o tratamento
tendem a perder a justeza 6 meses após a confecção da restauração, porém permanecem mais
firmes do que antes do tratamento. Concluem que a qualidade do contato proximal após o
tratamento restaurador nem sempre permanece estável ao longo do tempo.
Loomans et al. (2007b) investigaram clinicamente o efeito do afastamento dental
obtido com grampos de separação e com cunhas de madeira. Para o estudo foram
selecionados 27 pacientes adultos jovens. O grupo W foi constituído por 11 pacientes,
selecionados para receber a cunha interdental (Hawe-Neos, Bioggio, Suíça), e o grupo S,
constituído por 16 pacientes em que foi adaptado um grampo de separação (Composi-Tight
Gold AU400, Garrison Dental Solutions, Spring Lake, MI, EUA) entre os contatos do
primeiro e segundo pré-molares e entre o segundo pré-molar e o primeiro molar (4/5 e 5/6).
Simultaneamente, a cunha de madeira e o grampo de separação foram adaptados nos
contatos entre os dentes 4/5 e 5/6 para referenciar o grupo W + S. As mensurações foram
realizadas no terceiro e quarto quadrantes, utilizando-se o TPM de acordo com o seguinte
protocolo: antes da aplicação dos dispositivos de separação (T
0
), 5 min após a sua aplicação
(T
1
) e 5 min após a remoção dos dispositivos (T
2
). Os resultados demonstram que a
separação dental obtida no grupo W é significativamente menor do que no grupo S.
Nenhuma diferença foi encontrada entre os grupos S e W + S. Concluem que, quando a
separação dental é necessária durante a confecção de restaurações classe II de resina
composta, os grampos de separação oferecem mais benefícios do que as cunhas de madeira.
Demarco et al. (2007) compararam o desempenho clínico das restaurações de resina
composta confeccionadas com dois tipos de sistemas de matriz e cunha, após o
acompanhamento de 2 anos. Para esse estudo foram selecionados 23 pacientes que
receberam duas restaurações classe II, uma com matriz metálica e cunha de madeira, e outra
com matriz de poliéster e cunha reflexiva. Todas as cavidades foram restauradas utilizando-
se o sistema adesivo Single Bond (3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA) e a resina composta
Filtek P-60 (3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA). No grupo restaurado com a matriz metálica,
a fotoativação foi realizada pela face oclusal, e no grupo com a matriz de poliéster, através
da cunha reflexiva. As restaurações foram avaliadas de acordo com os critérios modificados
41
do Programa de Estilos de Vida Saudáveis das Corporações Comissionadas do Serviço de
Saúde Pública dos Estados Unidos (USPHS), imediatamente, 12 e 24 meses após os
procedimentos restauradores. Os resultados demonstram uma diminuição da justeza dos
contatos proximais em ambos os sistemas de matrizes, porém nenhuma diferença
significativa foi evidenciada. O exame radiográfico não apontou que os contatos proximais
obtidos com as matrizes metálicas foram superiores. Concluem que, apesar de as
restaurações revelarem algum comprometimento clínico, os sistemas de matrizes e cunhas
avaliados apresentam um desempenho clínico semelhante após 2 anos de avaliação clínica.
2.3 Métodos de Mensuração do Contato Proximal
Osborn (1961) investigou o componente da força interdental que atua entre os dentes
do mesmo arco durante a contração dos músculos mastigatórios. As mensurações foram
realizadas em 10 pacientes com os maxilares na posição de repouso e durante a contração
dos músculos da mastigação, por meio do registro da força friccional necessária para
remover uma tira metálica com 0,038 mm de espessura da região interproximal de pré-
molares. Os resultados demonstram que em todos os casos analisados a força friccional
registrada é maior durante a contração dos músculos mastigatórios. Além disso, nos
indivíduos com saúde periodontal e com ausência de cárie dental, as leituras são mais altas.
Concluem que existe uma inter-relação entre as forças mastigatórias e o movimento dos
dentes, visto que, quando os músculos da mastigação contraem-se, cada dente permanece
propenso às forças exercidas tanto pelo seu antagonista, no arco oposto, como pelo dente
adjacente, no mesmo arco. A resultante dessas forças pode ser distribuída em componentes
direcionais, os quais, um a um, agem através de superfícies proximais entre os dentes no
mesmo arco.
Van Beek (1979) avaliou a importância da contração do sistema de fibras transeptais
e da oclusão funcional no movimento mesial dos dentes ao longo do arco dental. Para esse
estudo foram selecionados 4 macacos fêmeas adultos (Macaca irus). Com uma ponta
diamantada foram confeccionados diastemas em dois hemiarcos, um superior e um inferior:
num deles, os desgastes foram confeccionados nas faces mesial e distal dos primeiros
molares e na face distal dos segundos molares e dos segundos pré-molares; no outro, a
modificação foi produzida apenas na face mesial dos primeiros molares e na superfície distal
42
dos segundos molares. As mensurações foram obtidas por meio da inserção de tiras
metálicas de diferentes espessuras no espaço interproximal. Foi registrado o valor da
espessura da tira que, quando introduzida entre os dentes não apresentava interferência. A
localização e a direção das migrações dentais foram controladas por radiografias oclusais
padronizadas em que um marcador de amálgama foi fixo nas superfícies vestibular e lingual
dos dentes avaliados. As observações foram realizadas em 14, 17 e 27 semanas com animais
diferentes, e a média foi calculada. Os resultados mostram que os diastemas variam entre 0,7
mm e 1,0 mm. No lado onde o contato proximal entre o segundo e o primeiro molar foi
mantido intacto, o primeiro molar movimentou-se rapidamente. No lado oposto, o segundo
molar migrou mesialmente mais rápido do que o primeiro molar. Ainda, essa migração foi
menor quando a intercuspidação dental não foi modificada. Concluem que a intercuspidação
impede a movimentação dos dentes no arco. As forças oclusais representam uma influência
significativa no movimento mesial dos dentes em relação à contração das fibras transeptais.
Campagni (1984) demonstrou os passos operatórios para a confecção de restaurações
em dentes posteriores. Evidencia a importância de avaliar critérios como cor, oclusão,
contorno, contato proximal e espaço interdental antes da execução do procedimento
restaurador propriamente dito. Para a avaliação do contato proximal, uma tira metálica com
0,01 mm de espessura deve ser inserida no espaço interproximal. O autor notifica que áreas
interproximais intactas permitem espontaneamente a passagem de uma tira metálica com
0,01 mm de espessura sem oferecer resistência.
Hellie et al. (1985) desenvolveram em um estudo piloto um método para mensurar
com precisão o movimento interproximal dos dentes. Para participar do estudo foram
selecionadas 6 mulheres com faixa etária entre 24 e 45 anos. A mensuração foi realizada
com um sistema de mensuração KD-2611 (Kaman Sciences Corp., Colorado Springs, CO,
EUA). O primeiro molar e segundo pré-molar superior direito foram selecionados para
avaliar o movimento dos dentes posteriores; e os incisivos centrais superiores, para o
movimento anterior. Esse deslocamento foi provocado por uma força correspondente à
inserção de uma cunha interproximal. Os resultados mostram que o deslocamento máximo
dos dentes posteriores após a primeira inserção da cunha de madeira variou de 47 µm a 133
µm, com um valor médio de 84 µm e um desvio padrão de 21 µm. Quando cunhas foram
inseridas consecutivamente, a média do deslocamento aumentou para 12 µm (84 µm vs 96
µm). Portanto, o deslocamento máximo após a inserção de três cunhas foi de 90 µm. Em
relação aos dentes anteriores, a média do deslocamento máximo foi de 149 µm, e a aplicação
das cunhas consecutivamente não afetou a magnitude do deslocamento. Do mesmo modo, o
43
percentual de recuperação do espaço foi de aproximadamente 30 µm durante os primeiros 30
s, o que ocorreu com a cunha em posição. Após a remoção da cunha, tanto nos dentes
anteriores quanto nos posteriores, a taxa de recuperação foi de 90% nos primeiros 30 s. Nos
10% remanescentes, a recuperação adicional ocorreu entre 2 min e 3 min. Os autores
afirmam que as diferenças de deslocamento entre os dentes anteriores e posteriores
ocorreram em função da morfologia da raiz e da configuração do osso alveolar. Concluem
que a inserção consecutiva de três cunhas de madeira durante o procedimento restaurador
proporciona um deslocamento máximo dos dentes posteriores.
Boice, Niles e Dubois (1987) avaliaram clinicamente a integridade do contato
proximal por meio da utilização de fitas metálicas extremamente finas inseridas no espaço
interproximal. Para a realização desse estudo foram selecionados 20 homens e 20 mulheres
com faixa etária entre 21 e 58 anos que apresentavam variação tanto nos tipos quanto no
número de restaurações e não haviam recebido tratamento ortodôntico no último ano. Dessa
forma, uma tira metálica com 0,01 mm de espessura e com tamanho de 6 mm por 4 cm foi
envolvida entre os dedos polegar e indicador e inserida no espaço proximal. Todos os dentes
tiveram os seus contatos verificados, exceto na área dos terceiros molares. Foram
considerados, sem distinção, tanto os contatos em que a tira passava livremente como
aqueles em que a fita encontrava resistência. Os dados obtidos foram analisados e
correlacionados com o número de restaurações presentes, com a idade e o sexo do paciente.
Os resultados mostram que a fita metálica passa em 90% dos contatos naturais e em 80% dos
contatos restaurados. O sexo e a idade não evidenciam uma correlação significativa na
avaliação dos contatos proximais. Concluem que espaços menores que 0,01 mm podem
existir naturalmente em 80 - 90% dos contatos proximais de pacientes adultos, uma vez que
não são reduzidos com a idade. Sugerem que, durante a confecção das restaurações classe II
de resina composta, os contatos proximais devam ser constituídos fisiológica e
anatomicamente, de forma a permitir a passagem de um fita com 0,01 mm de espessura.
Southard, Behrents e Tolley (1989) mensuraram o componente anterior da força
oclusal em um dente sob carga axial predeterminada, além de quantificarem a distribuição e
a dissipação da força anterior. Segundo os autores, o componente anterior da força oclusal é
o resultado da inclinação axial dos dentes posteriores, os quais, sob carga oclusal, são
inclinados para frente. Essa força é subseqüentemente transmitida para os dentes anteriores
através dos contatos proximais. Foram selecionados para o estudo 15 pacientes com saúde
periodontal e ausência de sinais ou sintomas de disfunção temporomandibular. Os indivíduos
foram colocados na posição supina, e a força oclusal produzida pelo segundo molar inferior
44
esquerdo foi calculada pelo registro da força friccional necessária para remover a tira
metálica com 0,038 mm de espessura do contato mesial do primeiro molar, em ambos os
arcos dentais. As mensurações foram realizadas com e sem carga oclusal de
aproximadamente 20 lb aplicada apenas no segundo molar. Os resultados demonstram que,
quando essa carga é colocada sob o dente, a força oclusal progride anteriormente através dos
contatos proximais e, em algumas situações, ultrapassa a linha média, seguindo até o canino
do lado contralateral. Concluem que a magnitude da força oclusal é alta, a sua distribuição e
dissipação aproxima-se de uma função exponencial, e o canino representa uma pequena
influência na dissipação das forças.
Wang et al. (1989) desenvolveram um método intrabucal para a mensuração da
distância interdental, além de conduzirem um estudo clínico piloto para avaliar o efeito de
restaurações de resina composta classe II sobre essa dimensão interdental. O sistema Kaman
Sciences KD-2611 (Kaman Sciences Corporation, Colorado Springs, CO, EUA, 800933) foi
selecionado para a mensuração intrabucal. Para esse estudo foram selecionados 7 pacientes
com necessidade de restaurações classe II em pré-molares. Em seguida, foi realizada uma
moldagem com silicona de adição (President, Coltène/Whale-dent Inc., Hudson, MA, EUA,
01749) do quadrante posterior superior, incluindo o dente a ser restaurado, e a impressão foi
vazada com uma liga de baixa fusão. Os grampos do isolamento absoluto W2 e 00
(Colombus Dental, Mfg Co, St. Louis, MO, EUA, 63102) foram combinados com dois
copings de resina composta para orientar e segurar o sensor, e direcioná-lo para o dente
adjacente. Os copings de resina composta foram adaptados ao redor das faces ocluso-
vestibular e ocluso-lingual das coroas, e fixos com fio ortodôntico. Em seguida, um alvo de
alumínio e um suporte cilíndrico de Plexiglas foram unidos aos grampos com fio ortodôntico
e viabilizaram a mensuração com o sensor. Portanto, o coping de resina composta que
propiciava suporte ao alvo foi posicionado no segundo pré-molar superior; e, da mesma
maneira, um cilindro de Plexiglas foi adaptado ao coping no primeiro pré-molar. Em
seguida, o sensor foi fixado no cilindro, e a distância entre os copings, registrada nos
momentos pré-operatório, pós-operatório, 1 semana e 4 meses e meio após a confecção das
restaurações. Pré-molares hígidos foram utilizados como controle. Os resultados indicam que
a distância inter-coping aumentou após a aplicação de múltiplas cunhas durante o
procedimento restaurador. Porém, após a avaliação de 1 semana, observou-se que essa
distância havia diminuído. As mensurações realizadas após 4 meses e meio mostram uma
diminuição de 15 µm dos espaços interproximais em relação às avaliações pré-operatórias.
Essa distância variou entre 0 µm e 29 µm. Concluem que o sistema de mensuração utilizado
45
nesse estudo permite estabelecer distâncias interdentais com uma precisão de
aproximadamente 10 µm. Além disso, asseguram que a utilização de múltiplas cunhas
durante o procedimento restaurador permite uma separação dental satisfatória, a fim de
estabelecer um contato proximal adequado em restaurações classe II de resina composta.
Southard, Southard e Tolley (1990) investigaram a influência da posição postural na
determinação da qualidade dos contatos proximais posteriores. Foram selecionados 10
pacientes (5 homens e 5 mulheres) com faixa etária entre 29 e 33 anos que apresentavam
dentição completa e saúde periodontal. Inicialmente, os participantes foram colocados na
posição vertical durante 1 h. Em seguida, assumiram a posição horizontal por 2 h e,
finalmente, retornaram à posição inicial por mais 2 h. Os contatos proximais foram
mensurados duas vezes entre o primeiro molar e o segundo pré-molar, entre o segundo e
primeiro pré-molar, e entre o primeiro pré-molar e o canino, em ambos os arcos dentais. A
mensuração foi baseada no princípio da força máxima friccional, que consiste no registro da
força necessária para remover uma tira metálica de 0,038 mm de espessura. Os resultados
indicam uma diminuição da firmeza dos contatos proximais quando os indivíduos são
deslocados da posição vertical para a horizontal. A redução mais significante ocorreu entre
os contatos do primeiro molar e o segundo pré-molar inferior; e a menos significante, entre o
primeiro pré-molar e o canino inferior. Concluem que a justeza dos contatos proximais dos
dentes posteriores varia significativamente em função da posição postural e não deve ser
apontada como uma característica estática da oclusão.
Dubois, Niles e Boice (1993) desenvolveram um estudo para avaliar a magnitude do
espaço interproximal. Para a pesquisa foram selecionados 20 homens e 20 mulheres na faixa
etária entre 20 e 60 anos, com dentição completa e ausência de tratamento ortodôntico. As
áreas proximais foram mensuradas por meio de tiras metálicas de diferentes espessuras
inseridas sucessivamente nas áreas interdentais, até registrar aquela de maior espessura que
proporcionava livre acesso. Os resultados demonstram que os espaços interproximais dos
dentes anteriores foram maiores que os posteriores e evidenciaram um diastema maior entre
o primeiro pré-molar e o canino. Concluem que a posição dos dentes é naturalmente
adaptada para manter os espaços interproximais, uma vez que eles viabilizam os movimentos
fisiológicos necessários para tolerar traumas e aperfeiçoar a sensação tátil.
Dörfer et al. (2000) mensuraram sistematicamente a força do contato proximal na
dentição natural completa de 30 adultos. A qualidade do contato foi mensurada
dinamicamente durante a remoção de uma tira metálica (Meba, Balingen, Alemanha) de 0,05
mm de espessura. A tira foi removida na direção vestibulolingual imediatamente após a sua
46
inserção. Os resultados demonstram que na maxila os contatos proximais apresentam-se
mais fracos do que na mandíbula. Além disso, na maxila a justeza dos contatos proximais é
menor entre o canino e o primeiro pré-molar, e maior entre o segundo pré-molar e o primeiro
molar. A mastigação aumentou a força dos contatos proximais na maxila, porém não
modificou os contatos na mandíbula. Os contatos apresentavam-se significativamente mais
fortes de manhã até o meio-dia e enfraqueciam à tarde. Não foram observadas diferenças
entre homens e mulheres. Concluem que a firmeza dos contatos proximais pode ser
significativamente influenciada pela localização e pelo tipo de dente, pela mastigação e pela
variação do horário do dia. Especulam que a resistência do contato proximal é uma entidade
de origem multifatorial, uma vez que valores diferentes podem ser encontrados nas
mensurações em função da mastigação e do horário do dia. Ainda, se todas essas variáveis
forem consideradas simultaneamente, torna-se difícil mensurar a influência do operador, do
tipo de resina composta e do sistema de matriz na firmeza do contato proximal.
Vardimon et al. (2001) desenvolveram um dispositivo para mensurar a precisão do
contato dental, definiram um padrão de contato proximal para a dentição humana,
evidenciaram a influência dos espaços remanescentes nos contatos proximais e deduziram os
princípios que regulam o padrão do contato proximal. Nesse trabalho duas hipóteses foram
examinadas: o princípio da compressão, pela qual os dentes tocam-se uns com os outros em
um estado compressivo e uma força é requerida para separar um par de dentes do seu contato
ativo; e o princípio da resistência, pela qual os dentes tocam-se sem força e, como cada toque
é firmemente afixado à sua própria posição, uma força é exigida para deslocar cada dente
para longe do seu contato passivo, mesmo que seja um deslocamento mínimo. Portanto, para
o último princípio, o tamanho e o número de raízes são os elementos que determinam a
firmeza do contato proximal. Para esse estudo 60 pacientes (27 homens e 33 mulheres) com
faixa etária de 25 ± 4,3 anos e dentição completa foram selecionados e divididos em 2
grupos: dentição com e sem diastemas. Para cada contato foram realizadas quatro
mensurações, com intervalo de 1 mês, por meio de um dispositivo que consistia de uma tira
de metal com 0,05 mm de espessura inserida no espaço interproximal na direção ocluso-
gengival. As mensurações foram realizadas no momento em que a tira era inserida entre os
dentes, de forma a impedir a adaptação do ligamento periodontal. Os resultados demonstram
uma diminuição contínua da qualidade dos contatos proximais nos dentes posteriores.
Segundo o estudo, os contatos proximais distais dos dentes posteriores são mais fortes do
que os contatos mesiais, uma vez que o tamanho e o número das raízes dos dentes são os
principais fatores no desenvolvimento do contato proximal. Os contatos da maxila e da
47
mandíbula são similares. Em relação aos mecanismos que controlam o padrão do contato
proximal, os autores sugerem que o princípio da resistência norteia esse padrão.
Proposição
49
3 PROPOSIÇÃO
O presente estudo in vitro tem como propósito:
avaliar, por meio da mensuração da força máxima friccional, do diâmetro mésio-
distal e da avaliação subjetiva, a influência de diferentes sistemas de matrizes e
cunhas no restabelecimento do contato proximal em restaurações diretas de resina
composta em dentes posteriores.
Material
Métodos
e
51
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Material
Os materiais utilizados na realização deste estudo foram:
a) ácido fosfórico a 35% (Scotchbond Etchant, 3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA,
Lote 5EU);
b) sistema adesivo (Adper
TM
Single Bond 2, 3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA, Lote
6HM);
c) resina composta híbrida (Filtek
TM
Z250, 3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA, Lote
7JK);
d) microbrush regular 6000 (KG Sorensen Indústria e Comércio Ltda., Barueri, SP,
Brasil, Lote 001-07);
e) cera para escultura (Kota Import’s, São Paulo, SP, Brasil);
f) liga de cromo-cobalto (FIT Flex, Talladium do Brasil Ltda., Curitiba, PR, Brasil);
g) ponta diamantada esférica n° 1012 (KG Sorensen, São Paulo, Brasil, 17002); e
h) broca transmetal n° 1958 (KG Sorensen, São Paulo, Brasil, 17191).
52
4.2 Equipamentos e Instrumentos
Para o desenvolvimento do presente trabalho os seguintes equipamentos e
instrumentos foram utilizados:
a) manequim dental, parcial (NSI, P-Oclusal Produtos Odontológicos Ltda., São
Paulo, SP, Brasil);
b) micrômetro com intervalo entre 0 mm e 25 mm (Zaas Precision, Piracicaba, São
Paulo, Brasil);
c) espátula de aço inoxidável Hu-Friedy mini n
o
3 Goldstein Flexi (Hu-Friedy do
Brasil Ltda., Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Lote BGI51 – W5);
d) condensador Hollemback n
o
6 (Ref. 10660, S.S.White/Duflex, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil, Lote 80149710198);
e) fotopolimerizador com LED Elipar Freelight 2 (3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA,
Lote 227519);
f) pinça porta-grampo do tipo Palmer (Ref. 06675, S.S.White/Duflex, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, Lote 10041120172);
g) fio dental Expansion Plus (Johnson & Johnson Comércio e Distribuição Ltda.,
São José dos Campos, SP, Brasil, Lote 0912059);
h) matriz metálica seccional pré-contornada e grampo de separação Bi-Tine do tipo I
(Palodent, Dentsply, Darway, Milford, DE, EUA, Lote 559110) (FIG. 1 e 2);
i) matriz metálica circunferencial pré-contornada Hawe Tofflemire (Art. 30, nº
1001 C, KerrHawe SA, Bioggio, Suíça, Lote 2853795) (FIG. 3);
j) porta-matriz Tofflemire Senior (Art. nº 1130, KerrHawe SA, Bioggio, Suíça,
Lote 2893666) (FIG. 4);
53
k) cunha interdental de madeira (Ass. nº 830, Hawe Neos Dental, Bioggio, Suíça)
(FIG. 5);
l) cunha interdental elástica (Danville Materials, San Ramon, CA, Lote 11148)
(FIG. 6);
m) formador de contato (LM, LM Multiholder PK II - LM 752-754 XSi, LM-
Instruments Oy, Parainen, Finland, Lote 09012004) (FIG. 7); e
n) Medidor de Pressão Dental - TPM (Radboud University Nijmegen Medical
Centre, Dep. Preventive and Restorative Dentistry, Nijmegen, Holanda).
No Quadro 1 estão descritas as matrizes e as cunhas interdentais utilizadas no
experimento desta pesquisa.
MATERIAL
FABRICANTE
LOTE
Porta-matriz
Tofflemire Senior
Art. nº 1130, KerrHawe SA,
Bioggio, Suíça
2893666
Matriz metálica circunferencial
pré-contornada
Hawe Tofflemire
(0,05 mm)
Art. 30, nº 1001 C, KerrHawe SA,
Bioggio, Suíça
2853795
Matriz metálica seccional
pré-contornada Palodent
(0,04 mm)
Dentsply, Darway, Milford, DE,
EUA
559110
Cunha de madeira
Ass. nº 830, Hawe Neos Dental,
Bioggio, Suíça
-
Cunha elástica
Danville Materials, San Ramon,
CA, EUA
11148
Quadro 1 - Matrizes e cunhas interdentais utilizadas no estudo e respectivos fabricantes e lotes.
54
Figura 1 - Matriz metálica seccional pré-
contornada.
Figura 2 - Grampo de separação Bi-Tine do
tipo I.
Figura 3 - Matriz metálica circunferencial pré-
contornada.
Figura 4 - Porta-matriz Tofflemire Senior.
Figura 5 - Cunha interdental de madeira. Figura 6 - Cunhas interdentais elásticas.
Figura 7 - Formador de contato.
55
4.3 Métodos
Este experimento consistiu na mensuração do contato proximal de restaurações
ocluso-proximais de resina composta.
4.3.1 Obtenção dos espécimes
Com o intuito de padronizar o procedimento restaurador e de simular as condições
clínicas normais, foi utilizado um manequim dental, parcial e comercial (NSI, P-Oclusal
Produtos Odontológicos Ltda., São Paulo, SP, Brasil) (FIG. 8). Os dentes artificiais,
correspondentes ao primeiro pré-molar, ao segundo pré-molar e ao segundo molar inferiores
esquerdos, foram utilizados para simular o contato proximal e permaneceram sempre na
mesma posição. Para garantir um contato proximal adequado entre esses dentes, as
superfícies proximais foram enceradas com cera para escultura dental de cor verde (Kota
Import’s, São Paulo, SP, Brasil) (FIG. 9). Em seguida, os mesmos dentes foram fundidos
com uma liga metálica à base de cromo-cobalto (FIT Flex, Talladium do Brasil Ltda.,
Curitiba, PR, Brasil) com alta resistência ao desgaste (FIG. 10). Dessa forma, foi possível
prevenir o desgaste das superfícies proximais durante os procedimentos restauradores e na
subseqüente mensuração dos contatos proximais (LOOMANS et al., 2006b). Os dentes,
foram adaptados na base plástica do manequim, de forma a estabelecer um contato proximal
satisfatório. Os primeiros molares foram inseridos no manequim apenas no momento do
procedimento restaurador, sendo removidos imediatamente após. Em seguida, um novo
dente foi colocado e restaurado, e assim sucessivamente. Para evitar que os dentes se
deslocassem no sentido vertical, oito perfurações foram realizadas na gengiva artificial, duas
para cada dente, uma na superfície vestibular e a outra na superfície lingual, localizadas a
10,0 mm aquém da margem gengival. Essas perfurações foram realizadas com a ponta
diamantada esférica n° 1012 (KG Sorensen, São Paulo, Brasil, 17002), em alta rotação. Em
seguida, todos os dentes foram perfurados na mesma direção. Nos dentes plásticos e nos
fundidos os orifícios foram realizados, respectivamente, com a ponta diamantada esférica n°
1012 (KG Sorensen, São Paulo, Brasil, 17002) e com a broca transmetal n° 1958 (KG
Sorensen, São Paulo, Brasil, 17191), em alta rotação. Nas perfurações foram adaptados
56
pequenos parafusos metálicos (FIG. 11). Desse modo, os dentes foram mantidos na posição
vertical, porém sofriam uma leve movimentação dentro do alvéolo durante os procedimentos
restauradores e de mensuração, procurando simular a movimentação fisiológica dos dentes
em condições normais na cavidade bucal.
Figura 8 - Manequim parcial com dentes artificiais. Note os contatos
proximais originais do manequim.
Figura 9 - Enceramento das superfícies proximais: mesial do segundo
molar, mesial e distal do primeiro pré-molar, e distal do segundo pré-molar
inferior esquerdo. Note os contatos proximais adequados entre os dentes.
Figura 10 - Dentes fundidos e montados na base plástica do manequim.
Note o espaço correspondente ao primeiro molar inferior esquerdo.
57
Figura 11 - Parafusos metálicos posicionados a 10,0 mm da região
cervical, dois para cada dente, envolvendo as superfícies vestibular e
lingual. Note o preparo mésio-oclusal (MO) no primeiro molar inferior
esquerdo.
4.3.2 Confecção dos preparos cavitários
Para a realização desse experimento selecionou-se o contato proximal entre a distal
do segundo pré-molar e a mesial do primeiro molar inferior esquerdo. O preparo cavitário
mésio-oclusal (MO) no primeiro molar inferior esquerdo foi reproduzido pelo fabricante dos
dentes artificiais (P-Oclusal Produtos Odontológicos Ltda., São Paulo, SP, Brasil) de acordo
com dimensões padronizadas e definidas previamente pelo pesquisador. As cavidades foram
confeccionadas com o objetivo de simular a situação clínica de substituição de uma
restauração de amálgama de tamanho médio e, dessa forma, dificultar a confecção do
contato proximal com resina composta direta (LOOMANS et al., 2006b). A caixa oclusal foi
preparada com largura vestibulolingual de 5,0 mm, 2,5 mm de profundidade e 9,0 mm no
sentido mésio-distal. A caixa proximal apresentava dimensões de 6,0 mm no sentido
vestibulolingual, de 1,5 mm no mésio-distal e de 5,0 mm no ocluso-gengival, e estava
localizada 2,0 mm aquém da junção amelocementária. Isso facilitou os procedimentos de
colocação do sistema de matriz e cunha interdental, e permitiu um adequado selamento e
contorno gengival da restauração. Além disso, o preparo apresentava as paredes pulpar e
gengival planas e lisas, as paredes vestibular e lingual da caixa oclusal paralelas entre si, as
paredes vestibular e lingual da caixa proximal levemente convergentes para a oclusal e
ângulos internos arredondados (FIG. 12A e 12B). Esse preparo com medidas padronizadas
foi utilizado como modelo para a obtenção de 120 preparos dentários idênticos.
58
Figura 12A - Vista da caixa oclusal do
preparo cavitário.
Figura 12B - Vista da caixa proximal do
preparo cavitário.
Em seguida, os espécimes foram divididos aleatoriamente em 6 grupos (n = 20)
(QUADROS 2A e 2B).
GRUPO
DENOMINAÇÃO
DESCRIÇÃO DO GRUPO EXPERIMENTAL
GRUPO 1
G1 Matriz metálica seccional pré-contornada + grampo de
separação + cunha interdental de madeira
GRUPO 2
G2 Matriz metálica seccional pré-contornada + grampo de
separação + cunha interdental elástica
GRUPO 3
G3 Matriz metálica circunferencial pré-contornada + porta-
matriz + formador de contato + cunha interdental de
madeira
GRUPO 4
G4 Matriz metálica circunferencial pré-contornada + porta-
matriz + formador de contato + cunha interdental
elástica
GRUPO 5
G5
Matriz metálica circunferencial pré-contornada + porta-
matriz + grampo de separação + cunha interdental de
madeira
GRUPO 6
G6
Matriz metálica circunferencial pré-contornada + porta-
matriz + grampo de separação + cunha interdental
elástica
Quadro 2A - Resumo dos grupos experimentais utilizados no estudo.
G1
G2
G3
+
+
+
G4
G5
G6
+
+
+
Quadro 2B -
Resumo ilustrativo dos grupos experimentais utilizados no estudo.
+
+
+
59
+
+
+
Resumo ilustrativo dos grupos experimentais utilizados no estudo.
60
4.3.3 Descrição dos grupos experimentais
GRUPO 1 (G1): foi desenvolvido pela inserção de uma matriz metálica seccional
pré-contornada (Palodent, Dentsply, Darway, Milford, DE, EUA, Lote 559110) com 0,04
mm de espessura (FIG. 13), estabilizada com o auxílio da cunha interdental de madeira (Ass.
nº 830, Hawe Neos Dental, Bioggio, Suíça) (FIG. 14) e associada ao grampo de separação
Bi-Tine do tipo I (Palodent, Dentsply, Darway, Milford, DE, EUA, Lote 559110) (FIG. 15).
GRUPO 2 (G2): foi formado pela mesma matriz (FIG. 25) utilizada no G1, porém
esta foi estabilizada com o auxílio da cunha interdental elástica (Danville Materials, San
Ramon, CA, EUA, Lote 11148) (FIG. 26) e associada ao grampo de separação descrito no
grupo anterior (FIG. 27).
GRUPO 3 (G3): foi desenvolvido pela inserção da matriz metálica circunferencial
pré-contornada Hawe Tofflemire (Art. 30, nº 1001 C, KerrHawe SA, Bioggio, Suíça, Lote
2853795) com 0,05 mm de espessura, associada a um porta-matriz Tofflemire Senior (Art. nº
1130, KerrHawe SA, Bioggio, Suíça, Lote 2893666) (FIG. 29). A matriz foi adaptada ao
redor do dente e estabilizada com o auxílio da cunha interdental de madeira (Ass. nº 830,
Hawe Neos Dental, Bioggio, Suíça) (FIG. 30). Além disso, durante a polimerização da
primeira camada de resina composta, foi utilizado o formador de contato (LM, LM
Multiholder PK II - LM 752-754 Xsi, LM-Instruments OY, Parainen, Finlândia, Lote
09012004). O LM é um instrumento que apresenta duas extremidades, onde são encaixadas
pontas cônicas e transparentes de tamanhos variados selecionadas de acordo com o tamanho
da cavidade.
GRUPO 4 (G4): foi estabelecido pela inserção das mesmas matriz e porta-matriz
(FIG. 39) utilizadas no G3, porém a matriz foi colocada ao redor do dente e estabilizada com
o auxílio da cunha interdental elástica (Danville Materials, San Ramon, CA, EUA, Lote
11148) (FIG. 40). Além disso, durante a polimerização da primeira camada de resina
composta, foi utilizado o formador de contato (LM, LM Multiholder PK II - LM 752-754
Xsi, LM-Instruments OY, Parainen, Finlândia, Lote 09012004) (FIG. 45, 46, 47 e 48),
idêntico ao do G3.
61
GRUPO 5 (G5): foi constituído pela mesma matriz e porta-matriz (FIG. 49) usadas
no G4 e estabilizadas pela cunha interdental de madeira (Ass. nº 830, Hawe Neos Dental,
Bioggio, Suíça) (FIG. 50). Diferiu do grupo anterior pela cunha de madeira e pela inserção
do grampo de separação Bi-Tine do tipo I (Palodent, Dentsply, Darway, Milford, DE, EUA,
Lote 559110) (FIG. 51).
GRUPO 6 (G6): foi constituído pela mesma matriz, mesmo porta-matriz (FIG. 53) e
mesmo grampo de separação Bi-Tine do tipo I (Palodent, Dentsply, Darway, Milford, DE,
EUA, Lote 559110) (FIG. 55) utilizados no G5, diferindo do grupo anterior pela
estabilização da matriz com o auxílio de cunha interdental elástica (Danville Materials, San
Ramon, CA, EUA, Lote 11148) (FIG. 54).
Em todos os grupos, antes do procedimento restaurador, a matriz em contato com a
superfície proximal do dente contíguo foi brunida com um condensador Hollemback n
o
6
(Ref. 10660, S.S.White/Duflex, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Lote 09012004), de modo a evitar
a permanência de espaços entre a matriz e o dente adjacente (LOOMANS et al., 2006b).
Esse procedimento está representado nas Figuras 16, 28, 31, 41, 52 e 56.
4.3.4 Procedimento restaurador
Os dentes preparados foram corretamente posicionados no manequim e submetidos
ao seguinte tratamento restaurador: seleção da cunha interproximal; seleção do sistema de
matriz; e procedimento restaurador propriamente dito.
4.3.4.1 Seleção da cunha interdental
Inicialmente, foram selecionadas duas cunhas interdentais: uma de madeira e outra
elástica.
Entre as cunhas de madeira disponíveis foi selecionada uma cunha anatômica de
coloração branca e trapezoidal, que melhor se adaptava na região interproximal (Nº 329.20,
62
Hawe Neos Dental, Bioggio, Suíça). Segundo recomendam Eli et al. (1991) as cunhas foram
inseridas sempre pela face lingual após a colocação da matriz metálica. Uma pinça indicada
pelo fabricante do material foi utilizada para a inserção e remoção da cunha.
Do conjunto de cunhas elásticas foi selecionada aquela com 2,0 mm de espessura e
de coloração verde (Danville Materials, San Ramon, CA, EUA, Lote 11148). A cunha foi
posicionada na região interproximal no sentido ocluso-gengival após a colocação da matriz
metálica e com o auxílio de uma pinça porta-grampo do tipo Palmer (S.S.White/Duflex, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil, Lote 10041120172). Ao final da restauração, a cunha elástica foi
tensionada para o lado, cortada com uma tesoura e removida em porções separadas.
4.3.4.2 Seleção do sistema de matriz
Foram selecionados dois sistemas de matriz metálica: um seccional e outro
circunferencial.
A matriz metálica seccional pré-contornada Palodent (Dentsply, Darway, Milford,
DE, EUA, Lote 559110) foi adaptada na superfície proximal, de modo que sua face convexa
ficasse em contato com o dente adjacente. Em seguida, a matriz foi estabilizada com a cunha
interdental selecionada e com o grampo de separação Bi-Tine do tipo I (Palodent, Dentsply,
Darway, Milford, DE, EUA, Lote 559110). A cada 10 restaurações o grampo de separação
foi substituído.
A matriz metálica circunferencial pré-contornada Hawe Tofflemire (Art. 30, nº 1001
C, KerrHawe SA, Bioggio, Suíça, Lote 2853795) foi associada ao porta-matriz Tofflemire
Senior (Art. nº 1130, KerrHawe SA, Bioggio, Suíça, Lote 2893666) e adaptada ao redor do
dente após a adaptação da matriz. Posteriormente, ela foi estabilizada com a cunha
interdental de madeira ou elástica e associada ao grampo de separação ou ao formador de
contato, dependendo do grupo a ser restaurado. Após a adaptação do sistema matriz e cunha,
o procedimento restaurador propriamente dito foi iniciado.
63
4.3.4.3 Procedimento restaurador propriamente dito
4.3.4.3.1 Procedimento restaurador do Grupo 1
Para simular o protocolo clínico restaurador, foi realizado o condicionamento ácido
da cavidade com aplicação de ácido fosfórico a 35% (Scotchbond Etchant, 3M ESPE, Saint
Paul, EUA, Lote 5EU) (FIG. 17). Em seguida, foram realizadas a lavagem e a secagem com
spray ar/água. O sistema adesivo Adper
TM
Single Bond 2 (3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA,
Lote 6HM) foi aplicado gentilmente na cavidade em duas camadas consecutivas por 15 s
(FIG. 18) e, após, foi seco com um suave jato de ar para permitir a evaporação do solvente.
A fotoativação foi realizada por 10 s com o aparelho fotopolimerizador com LED Elipar
Freelight 2, com intensidade de luz de 1.200 mW/cm
2
(3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA,
Lote 227519). Em seguida, foi realizada a inserção incremental da resina composta Filtek
TM
Z250 cor A 3,5 (3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA, Lote 7JK). Na caixa proximal foram
colocados três incrementos de aproximadamente 2,0 mm de espessura, com uma espátula de
aço inoxidável Hu-Friedy mini n
o
3 Goldstein Flexi (Hu-Friedy do Brasil Ltda., Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, Lote BGI51 - W5), dispostos da seguinte maneira: o primeiro incremento
foi colocado no sentido horizontal (FIG. 19); o segundo e o terceiro, no sentido oblíquo
(FIG. 20 e 21). Cada porção foi fotoativada individualmente por 20 s com o aparelho
fotopolimerizador com LED Elipar Freelight 2, com intensidade de luz de 1.200 mW/cm
2
(3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA, Lote 227519). A calibração do aparelho foi realizada por
meio da verificação da intensidade de luz, pelo radiômetro embutido no próprio aparelho,
proporcionando segurança em sua utilização. Na caixa oclusal foram colocados incrementos
de 2,0 mm de espessura de resina composta na região correspondente a cada cúspide, até que
a anatomia oclusal fosse adequadamente atingida (FIG. 22, 23 e 24). Para finalizar, a
restauração foi fotoativada por 40 s adicionais nas faces vestibular e lingual, simulando o
protocolo clínico utilizado na cavidade bucal.
64
4.3.4.3.2 Procedimento restaurador do Grupo 2
O procedimento restaurador do Grupo 2 foi idêntico ao procedimento restaurador
realizado no G1.
4.3.4.3.3 Procedimento restaurador do Grupo 3
O procedimento adesivo foi semelhante ao do G1 (FIG. 32 e 33). Porém, durante a
polimerização da primeira camada horizontal de resina composta, foi utilizado o formador de
contato (LM, LM Multiholder PK II - LM 752-754 Xsi, LM-Instruments OY, Parainen,
Finlândia, Lote 09012004) (FIG. 34 e 35). Esse dispositivo foi posicionado na primeira
camada de resina composta, de maneira a forçar o compósito contra a matriz metálica e
contra a parede axial da cavidade (FIG. 36). Com o instrumento em posição, foi realizada a
fotoativação por 20 s, com o aparelho fotopolimerizador com LED Elipar Freelight 2, com
intensidade de luz de 1.200 mW/cm
2
(3M ESPE, Saint Paul, MN, EUA, Lote 227519) (FIG.
37). Em seguida, o instrumento foi removido, e o espaço deixado por ele (FIG. 38) foi
preenchido subseqüentemente com resina composta e fotoativado por 20 s adicionais. Os
demais incrementos da caixa proximal e a restauração completa da caixa oclusal foram
realizados de acordo com o mesmo protocolo restaurador definido no G1.
4.3.4.3.4 Procedimento restaurador do Grupo 4
O procedimento restaurador do Grupo 4 foi idêntico ao procedimento restaurador
realizado no G3, e está representado pelas Figuras 42, 43 e 44.
65
4.3.4.3.5 Procedimento restaurador do Grupo 5
O procedimento restaurador do Grupo 5 foi idêntico ao procedimento restaurador
realizado no G1.
4.3.4.3.6 Procedimento restaurador do Grupo 6
O procedimento restaurador do Grupo 6 foi idêntico ao procedimento restaurador
realizado no G1.
Os procedimentos de acabamento e polimento não foram realizados para nenhum dos
grupos experimentais, a fim de evitar possíveis modificações na superfície proximal. Todas
as restaurações foram confeccionadas pelo mesmo operador.
Ao final dos procedimentos restauradores, foi iniciada a mensuração dos contatos
proximais.
Figura 13 - Inserção da matriz metálica seccional pré
-
contornada.*
Figura 15 - Inserção do grampo de separação Bi-Tine d
o
tipo I.
Figura 17 - Condicionamento ácido da cavidade.
* As figuras 13 a 24 ilustram o procedimento restaurador
-
Figura 14 - Inserção da cunha interdental de madeira.
o
Figura 16 - Brunimento da matriz metálica seccional pré-
contornada contra a superfície proximal do dente adjacente.
Figura 18 - Aplicação do sistema adesivo.
66
do Grupo 1.
Figura 19 - Inserção do incremento horizontal de resin
a
composta para a confecção da caixa proximal.
Figura 21 - Inserção do segundo incremento oblíquo d
e
resina composta para a confecção da caixa proximal.
Figura 23 - Inserção dos incrementos finais de resin
a
composta para a confecção da caixa oclusal.
a
Figura 20 - Inserção do primeiro incremento oblíquo de
resina composta para a confecção da caixa proximal.
e
Figura 22 - Inserção dos incrementos de resina composta
nas regiões correspondentes a cada cúspide para a
confecção da caixa oclusal.
a
Figura 24 - Restauração final de resina composta.
67
Figura 25 - Inserção da matriz metálica seccional pré
-
contornada no espaço interproximal. *
Figura 27 - Colocação do grampo de separação Bi-Tine d
o
tipo I.
* As figuras 25 a 28 ilustram o procedimento restaurador
-
Figura 26 - Inserção da cunha interdental elástica.
o
Figura 28 - Brunimento da matriz metálica seccional pré-
contornada.
68
do Grupo 2.
Figura 29 - Inserção da matriz metálica circunferencial pré
-
contornada associada ao porta-matriz Tofflemire Senior. *
Figura 31 - Brunimento da matriz metálica circunferencia
l
pré-contornada em contato com a superfície proximal d
o
dente contíguo.
Figura 33 - Aplicação do sistema adesivo às superfícies
d
cavidade.
* As figuras 29 a 38 ilustram o procedimento restaurador
-
Figura 30 - Cunha interdental de madeira inserida no
espaço interproximal.
l
o
d
a
Figura 32 - Condicionamento ácido do preparo cavitário.
Figura 34 - Inserção da resina composta na cavidade.
69
do Grupo 3.
Figura 35 - Inserção do primeiro incremento horizontal d
e
resina composta.
Figura 37 - Fotoativação do primeiro incremento de resin
a
composta.
e
Figura 36 - Posicionamento do formador de contato. Note
que o instrumento pressiona a resina composta contra a
matriz metálica e contra a parede axial da cavidade.
a
Figura 38 - Aspecto do primeiro incremento de resina
composta após a utilização do formador de contato. Note
o espaço deixado pelo instrumento que será preenchido
por uma camada adicional de resina composta.
70
Figura 39 - Inserção da matriz metálica circunferencia
l
pré-contornada associada ao porta-matriz Tofflemir
e
Senior. *
Figura 41 - Brunimento da matriz metálica circunferencia
l
pré-contornada.
Figura 43 - Aplicação do sistema adesivo na cavidade.
* As figuras 39 a 48 ilustram o procedimento restaurador
l
e
Figura 40 - Colocação de cunha interdental elástica.
l
Figura 42 - Condicionamento da cavidade com ácido
fosfórico a 35%.
Figura 44 - Inserção da resina composta.
71
do Grupo 4.
Figura 47 - Fotoativação do incremento de compósito.
Figura 45 - Inserção do primeiro incremento de resin
a
composta.
a
Figura 46 - Posicionamento do formador de contato.
Figura48-Aspectodoprimeiroincrementoderesina
composta após a utilização do formador de contato.
72
Figura 49 - Inserção da matriz metálica circunferencial pré
-
contornada montada no porta-matriz Tofflemire Senior. *
Figura 51 - Instalação do grampo de separação Bi-Tine d
o
tipo I.
* As figuras 49 a 52 ilustram o procedimento restaurado
r
-
Figura 50 - Inserção da cunha interproximal de madeira.
o
Figura 52 - Brunimento da matriz metálica circunferencial
pré-contornada contra o dente adjacente.
73
r
do Grupo 5.
Figura 53 - Inserção da matriz metálica circunferencial pré
-
contornada e do porta-matriz Tofflemire Senior. *
Figura 55 - Aplicação do grampo de separação Bi-Tine d
o
tipo I.
* As figuras 53 a 56 ilustram o procedimento restaurador
-
Figura 54 - Inserção da cunha interproximal elástica.
o
Figura 56 - Brunimento da matriz metálica circunferencial
pré-contornada contra a face proximal do dente contíguo.
74
do Grupo 6.
75
4.3.5 Mensuração dos contatos proximais
A influência do sistema de matriz e cunha na firmeza do contato proximal dos dentes
restaurados foi avaliada por meio de três critérios: força máxima friccional (N); diâmetro
mésio-distal (mm); e avaliação subjetiva.
4.3.5.1 Força máxima friccional
A mensuração do contato proximal foi realizada por meio do aparelho denominado
Medidor de Pressão Dental (TPM, do inglês Tooth Pressure Meter) (FIG. 57). Esse
dispositivo foi desenvolvido em 12 de abril de 2002 por R. M. A. Van Puffelen, do grupo de
engenharia de controle de sistemas do Dep. Preventive and Restorative Dentistry Radboud,
da University Nijmegen Medical Centre, em Nijmegen, na Holanda. É um aparelho utilizado
para medir a força entre dois dentes quando eles estão em contato. O TPM utiliza uma tira de
metal de 0,05 mm de espessura inserida lentamente no espaço interproximal, na direção
ocluso-gengival (LOOMANS et al., 2006b) (FIG. 58 e 59). O valor da justeza do contato
proximal é registrado pela força máxima friccional, em Newtons, necessária para remover a
tira na direção gengivoclusal.
Figura 57 - Aparelho Medidor de Pressão Dental.
76
Figura 58 - Tira metálica com 0,05 mm de
espessura (a), que fixa a porção metálica
(b) por meio de parafusos com uma chave de
mão (c), resultando no conjunto (d).
Figura 59 - Vista aproximada da região anterior
do TPM.
O TPM é formado por quatro partes (FIG. 60):
a) porção principal, onde é realizada a mensuração propriamente dita;
b) interface que monitora e converte a mensuração, e que permite a comunicação
com o computador. Essa interface é formada por dois LEDs, que determinam o
status da interface: LED verde: pronto para uso; LED vermelho e contínuo:
processando a mensuração; e LED vermelho piscando: erro na comunicação;
c) adaptador serial, para realizar a conexão com o computador; e
d) adaptador 9 VDC.
Para o funcionamento do dispositivo, é recomendado utilizar uma tensão elétrica de 9
V e uma potência mínima de 4,5 W (500 mA). O dispositivo é caracterizado por um sensor
com resistência elétrica, uma vez que é a variação na torção do metal que altera a resistência
do sensor e define os valores da mensuração.
Figura 60 - Partes constituintes do TPM.
a
b
d
c
77
Um software personalizado foi desenvolvido pela Universidade de Tecnologia Delft,
na Holanda, para processar os dados coletados pelo TPM. Para facilitar a obtenção dos
dados, o programa foi desenvolvido no Visual Basic for Applications, para trabalhar com o
programa Microsoft Office Excel (Microsoft Office Excel 2007, Microsoft Windows XP
Professional, Microsoft Corporation). Para seu funcionamento, é necessário no mínimo um
processador Pentium 133 MHz com 128 Mb, MS Windows 98 SE, MS Office 2000 e 10 Mb
de espaço no disco rígido.
Durante as mensurações, o manequim e o TPM foram posicionados em um suporte
metálico de bancada adaptado especialmente para a execução do experimento. Esse suporte é
constituído por: a) uma base de madeira com bordas elevadas que apresenta 13,5 cm de
comprimento, 6,0 cm de largura e 2,0 cm de altura para posicionar e manter o manequim
estável; b) uma garra metálica para fixar o TPM na posição horizontal; e c) uma alavanca
para permitir a padronização das mensurações em todos os grupos testados (FIG. 61). Dessa
forma, ao movimentar a alavanca, a tira metálica foi inserida no espaço interproximal,
paralelamente em relação ao longo eixo do dente e sempre na direção ocluso-gengival
(LOOMANS et al., 2006b) (FIG. 62).
Figura 61 - Suporte metálico de bancada.
c
b
a
78
Figura 62 - Detalhe do momento da inserção da tira metálica no espaço interproximal. Note que a tira
metálica foi inserida sempre na direção ocluso-gengival.
A tira de metal era substituída após três mensurações, ou antes, quando deformações
visíveis eram observadas, uma vez que a presença de deformações na tira ou a remoção não-
paralela dela da área interdental poderiam registrar valores relativamente altos e interferir
nos resultados finais.
Assim, a mensuração foi realizada da seguinte maneira: o manequim e o TPM foram
acoplados à base metálica. Em seguida, foi realizada a conexão com o computador, e o
programa Microsoft Office Excel (Microsoft Office Excel 2007, Microsoft Windows XP
Professional, Microsoft Corporation) foi executado. Nesse momento, a programação da
mensuração foi realizada a partir do painel Parâmetros (“Settings”), onde os dados iniciais
foram coletados em duas áreas específicas (FIG. 63):
a) primeira área: continha os dados administrativos da mensuração, como, por
exemplo, número do paciente, data, número do dente, nome do dentista e
comentários (FIG. 64); e
b) segunda área: utilizada para controlar a mensuração. Nesta área foram definidos o
número de amostras e o intervalo de tempo entre elas. O dispositivo registrava as
mensurações por 5 s (250 amostras num intervalo de 20 ms, ou seja, 250 * 20 /
79
1.000 = 5 s). Além disso, essa área informava o número do adaptador serial e a
velocidade de comunicação com o computador. De acordo com o fabricante, estas
últimas informações já haviam sido previamente configuradas e não deveriam ser
alteradas (FIG. 65).
Figura 63 - Painel Parâmetros (“Settings”) do programa de mensuração.
.
Figura 64 - Vista aproximada da primeira área
da mensuração.
Figura 65 - Vista aproximada da segunda área da
mensuração.
A partir do momento em que os dados foram corretamente inseridos, o painel
Demonstração (“Display”) foi exibido (FIG. 66).
61
80
Figura 66 - Painel Demonstração (“Display”) do programa de mensuração.
Uma caixa de mensagem perguntava se o usuário desejava eliminar ou não os dados
(“Clear Worksheet Data?”) (FIG. 67).
Figura 67 - Vista aproximada da caixa de
mensagem do painel Demonstração (“Display”).
Nesse momento, a luz vermelha na interface do dispositivo acendia e a mensuração
iniciava-se. Em seguida, a linha de Status mostrava o seguinte texto: coletando dados
(“Collecting data”). Todos os dados das amostras eram coletados até que a linha de Status
mostrasse um novo aviso: armazenando dados (“Storing data”) (FIG. 68). Os procedimentos
81
eram acompanhados por uma barra de progresso. Quando as mensurações eram finalizadas, a
luz verde da interface aparecia novamente.
Cada mensuração foi realizada em uma mesma posição previamente definida (Pos.),
uma vez que o programa progride automaticamente para a próxima relação entre a posição
(Pos.) e o número (Nr.) (FIG. 68).
Figura 68 - Detalhe da caixa de mensagem onde a linha de Status indicava o momento da coleta e
armazenamento dos dados. Note as teclas de posição (Pos.) e de número (Nr.) modificadas
automaticamente à medida que as mensurações eram realizadas.
A tabela do programa foi configurada para mostrar o valor mínimo e máximo de cada
mensuração. Os valores máximos (apontados por valores positivos) correspondiam à
inserção da tira metálica no espaço interproximal. Já os valores mínimos (apontados por
valores negativos) indicavam a remoção da tira metálica. Portanto, os valores utilizados para
a análise estatística dos dados foram os valores mínimos. Para viabilizar a análise, o sinal
negativo (-) foi removido (LOOMANS et al., 2006b) (FIG. 69).
Uma mensuração foi considerada falha quando o resultado excedeu a variação
máxima de 0,5 N, predeterminada, entre as três mensurações. Nesses casos, os valores mais
altos foram remensurados. Além disso, para compensar as alterações provenientes do
reposicionamento do dente no manequim e determinar o desvio padrão desse efeito, o
procedimento foi repetido três vezes, e uma média final dos escores foi obtida (LOOMANS
et al., 2006b).
82
Mensurações originais Mensuração Controle
Valores Máximos
Valores Mínimos
Média
Figura 69 - Detalhe da tabela do programa mostrando os valores máximos e mínimos das
mensurações. Note que apenas a média dos valores mínimos das mensurações originais é obtida
automaticamente pelo programa. Esse valor é corrigido pelo fator de correção identificado pela
mensuração controle (C).
Para cada local de contato proximal foram realizadas três mensurações originais e
uma mensuração controle (FIG. 69):
a) primeira mensuração: posição 1 e número 1;
b) segunda mensuração: posição 1 e número 2;
c) terceira mensuração: posição 1 e número 3;
d) mensuração controle: posição 2 e número 1, indicada como C. Esse procedimento
foi realizado para determinar o fator de correção, visto que cada restauração com
sua mensuração tem seu próprio fator de correção. Para obter o valor de C, o
TPM foi posicionado horizontalmente e, sem qualquer movimentação, o
programa foi acionado. Portanto, esse valor corresponde ao erro da mensuração,
e, a partir dele, as mensurações originais precisam ser corrigidas.
1
C
C321
-4,3
5,5 5,3 5,4 0,5
-4,2 -4,3 -4,3 0,2
83
Todos os dados foram convertidos automaticamente em Newtons e apresentados em
gráficos cujo eixo vertical representava a força, em Newtons, e cujo eixo horizontal
representava o tempo da mensuração, em segundos. A linha azul no gráfico corresponde à
profundidade de inserção da tira metálica no espaço interproximal e é utilizada apenas como
referência. Já a linha vermelha refere-se à força mensurada. No início, a força é positiva, o
que indica a inserção da tira. Em seguida, a tira é removida, e a força negativa indica a
remoção dela. A presença de irregularidades no gráfico indicava erro na mensuração, e,
portanto, esta deveria ser repetida (FIG. 70).
Figura 70 - Exemplo do Gráfico força (N) x tempo (s) da mensuração.
Os dados foram armazenados automaticamente no painel Exportar Dados
(“Exportdata”), em cuja célula G5, em amarelo, encontrava-se o valor real da mensuração
utilizado para a análise estatística (FIG. 71 e 72).
84
Figura 71 - Painel Exportar Dados (“ExportData”) do programa de mensuração.
Valor
Corrigido
Valor
Original
G2D8M3 15.01.2008 36 Sheila 1
-4,4 -4,2
2 -4,5 -4,3
3 -4,5 -4,3
Média -4,467
-4,3
Figura 72 - Vista aproximada dos dados coletados na mensuração. Note os valores originais e
corrigidos pelo fator de correção. Em amarelo está o valor real da mensuração
.
Todos os procedimentos de mensuração foram realizados pelo mesmo operador.
85
4.3.5.2 Diâmetro mésio-distal
O diâmetro mésio-distal, em milímetros, de cada dente restaurado foi mensurado com
o auxílio de um micrômetro, com intervalo entre 0 mm e 25 mm (Zaas Precision, Piracicaba,
São Paulo, Brasil). Esse instrumento é constituído da seguinte forma (FIG. 73):
a) um corpo em forma de U, que apresenta uma espera fixa e é denominado de
estribo;
b) um parafuso micrométrico, que exibe uma espera móvel; e
c) um tambor formado por duas escalas: uma escala dividida em 50 partes iguais, e a
outra, em intervalos de 0,5 mm, designada de escala principal. Em uma volta
completa do parafuso, a espera móvel desloca-se 0,5 mm; e quando a
movimentação é a da divisão da escala do tambor, o deslocamento é de 0,01 mm
(FIG. 74).
Figura 73 - Partes constituintes do micrômetro com intervalo entre 0 mm e 25 mm.
c
b
a
86
Figura 74 - Detalhe da escala principal e da escala do tambor do micrômetro com intervalo entre 0
mm e 25 mm. Note o valor indicado pelo micrômetro: 10,0 + 0,10 = 10,10 mm.
Para padronizar a mensuração, o micrômetro ficou fixo no sentido horizontal e foi
confeccionada uma matriz individual para cada amostra. Dessa forma, a mensuração foi
realizada na mesma altura para todos os dentes restaurados, na transição entre o terço médio
e o oclusal. Sucessivamente, cada dente foi inserido na matriz e colocado entre as esperas do
micrômetro, que se mantinham afastadas (PEUMANS et al., 2001). À medida que o tambor
e o ajuste fino começavam a movimentar-se, automaticamente as esperas fechavam-se sobre
o dente, e a leitura era realizada (FIG. 75). Cada dente foi mensurado 6 vezes pelo mesmo
operador, e a média final dos escores foi calculada para cada conjunto de mensuração.
Figura 75 - Dente restaurado inserido na matriz e entre as esperas móveis do micrômetro para
mensuração do diâmetro mésio-distal.
87
4.3.5.3 Avaliação subjetiva
A avaliação subjetiva da superfície proximal restaurada foi realizada com o auxílio de
dois examinadores previamente calibrados (Marcelo Taveira Barbosa e Silvana Batalha
Silva, alunos do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração
Dentística, opção mestrado, da Universidade Federal de Santa Catarina e especialistas em
Dentística). A calibração dos examinadores foi determinada por meio da comparação
simulada dos contatos proximais com três manequins dentais. Cada manequim representava
um tipo de contato proximal: contatos justos, contatos fracos e contatos ausentes. No
momento da avaliação, os examinadores não tinham acesso ao grupo que estava sendo
testado. Para viabilizar o procedimento, o manequim foi acoplado a um dispositivo metálico
especialmente desenvolvido para a pesquisa, que consiste de uma base dotada de
prendedores, entre os quais o manequim permanecia fixo durante a avaliação.
A avaliação de cada dente restaurado foi realizada individualmente com o fio dental
Expansion Plus (Johnson & Johnson Comércio e Distribuição Ltda., São José dos Campos,
SP, Brasil, Lote 0912059) e sempre com a mesma orientação de inserção e remoção (FIG.
76A, 76B e 77). A classificação foi norteada de acordo com os seguintes critérios:
satisfatório (S) para os contatos justos; aceitável (A) para os contatos fracos; e inaceitável (I)
para os contatos ausentes (PRAKKI et al., 2004). O fio dental foi substituído a cada 10
restaurações, ou antes, quando alterações visíveis eram observadas. Nos casos de
discordância entre os examinadores, a decisão final foi obtida por meio de um consenso
entre eles.
Figuras 76A e 76B - Inserção do fio dental no espaço interproximal
88
Figura 77 - Remoção do fio dental do espaço interproximal.
As mensurações foram realizadas imediatamente após a confecção das restaurações.
Inicialmente, foi realizada a mensuração da força máxima friccional, seguida da mensuração
do diâmetro mésio-distal e da avaliação subjetiva. Os resultados de cada uma das três
avaliações foram registrados em uma planilha do programa Microsoft Office Excel
(Microsoft Office Excel 2007, Microsoft Windows XP Professional, Microsoft Corporation),
a fim de viabilizar a análise estatística descritiva (LOOMANS et al., 2006b).
4.4 Análise Estatística
Para comparar os valores da força máxima friccional entre os diferentes grupos e
avaliar as diferenças entre as médias do diâmetro mésio-distal, foi utilizado o teste não-
paramétrico de Kruskal-Wallis e o teste paramétrico de análise de variância (ANOVA)
respectivamente. Em seguida, para ambos os critérios, foi aplicado o teste de comparações
múltiplas de Bonferroni, para localizar as diferenças estatisticamente significativas entre os
grupos.
Para verificar as diferenças entre as proporções das categorias da avaliação subjetiva
entre os grupos, foi aplicado o teste do Qui-quadrado. Em seguida, foi utilizado o teste exato
de Fisher para localizar as diferenças entre as proporções nas diferentes categorias da
89
avaliação subjetiva entre os pares de grupos. O teste Kappa foi utilizado para verificar a
concordância interexaminador.
Foram consideradas estatisticamente significativas as associações com valor p 0,05.
Todas as análises estatísticas foram realizadas com o programa Stata 9.0.
Neste estudo, a qualidade do contato proximal foi avaliada por meio de três critérios
distintos. As hipóteses nulas (H
0
) testadas foram as seguintes:
a) não existe diferença entre as médias da força máxima friccional entre os grupos
testados;
b) não existe diferença entre as médias do diâmetro mésio-distal entre os grupos
testados; e
c) não existe diferença entre as proporções das diferentes categorias da avaliação
subjetiva entre os grupos testados.
Resultados
91
5 RESULTADOS
Os resultados deste estudo sobre a influência de diferentes sistemas de matrizes e
cunhas no restabelecimento do contato proximal em restaurações diretas de resina composta
em dentes posteriores e as respectivas análises descritivas dos critérios de avaliação
utilizados estão apresentados nas Tabelas 1 e 2 e nos Gráficos 1 a 3. Os valores originais
mensurados a partir dos corpos-de-prova avaliados estão descritos, individualmente, nas
tabelas do Apêndice, para cada critério de avaliação utilizado.
5.1 Força Máxima Friccional
A normalidade dos dados foi avaliada por meio de histogramas e do teste de Shapiro-
Wilk. Tendo-se constatado que os dados não apresentavam distribuição normal, para
comparação entre os valores da força máxima friccional (N) entre os grupos, foi utilizado o
teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis.
O resultado do teste Kruskal-Wallis rejeitou a hipótese nula de igualdade entre os
grupos (χ
2
= 42,63; p < 0,001).
Posteriormente, foi aplicado o teste de comparações múltiplas de Bonferroni para
localizar as diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.
Observou-se que os grupos G1 e G2 tiveram os valores da força máxima friccional,
em média, mais elevados do que os grupos G3, G4, G5 e G6, sendo essa diferença
estatisticamente significativa (p 0,05). Não houve diferença estatisticamente significativa
(p > 0,05) entre os grupos G1 e G2 e entre os grupos G3, G4, G5 e G6, como está
representado na Tabela 1.
92
Tabela 1 - Médias e desvios padrão dos valores da força máxima friccional (N) mensurada
nos dentes dos diferentes grupos (G1-G6). Caracteres idênticos (a, b) indicam que não houve
diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p > 0,05).
Grupo* Média Desvio padrão N
G1
3,98 a 1,96 20
G2
3,39 a 0,75 20
G3
1,54 b 1,16 20
G4
1,49 b 0,92 20
G5
1,85 b 1,10 20
G6
2,04 b 1,09 20
* descrição dos grupos experimentais: G1: Matriz metálica seccional pré-contornada associada ao grampo de
separação e à cunha interdental de madeira. G2: Matriz metálica seccional pré-contornada associada ao grampo de
separação e à cunha interdental elástica. G3: Matriz metálica circunferencial pré-contornada associada ao porta-
matriz, ao formador de contato e à cunha interdental de madeira. G4: Matriz metálica circunferencial pré-contornada
associada ao porta-matriz, ao formador de contato e à cunha interdental elástica. G5: Matriz metálica circunferencial
pré-contornada associada ao porta-matriz, ao grampo de separação e à cunha interdental de madeira. G6: Matriz
metálica circunferencial pré-contornada associada ao porta-matriz, ao grampo de separação e à cunha interdental
elástica.
As médias da força máxima friccional para os diferentes grupos (G1-G6) estão
ilustradas no Gráfico 1.
Gráfico 1 - Valores médios da força máxima friccional (N) nos diferentes grupos (G1-G6).
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
G1 G2 G3 G4 G5 G6
a
a
b
b
b
b
Força Máxima Friccional
93
5.2 Diâmetro Mésio-Distal
Após verificar que os dados apresentavam distribuição normal, por meio da aplicação
do teste de Shapiro-Wilk e da avaliação de histogramas, aplicou-se o teste paramétrico de
análise de variância (ANOVA) para avaliar as diferenças entre as médias do diâmetro mésio-
distal (mm) dos diferentes grupos (G1-G6).
O resultado do teste ANOVA rejeitou a hipótese nula de igualdade entre os grupos (F
= 12,98; p < 0,001).
Em seguida, foi aplicado o teste de comparações múltiplas de Bonferroni para
localizar as diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.
Observou-se que os grupos G1 e G2 são homogêneos entre si, bem como os grupos
G3, G4, G5 e G6. Porém, houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos G1
e G2, de um lado, e G3, G4, G5 e G6, de outro. Os grupos G1 e G2 apresentaram, em média,
os valores do diâmetro mésio-distal mais elevados do que os grupos G3, G4, G5 e G6, como
está representado na Tabela 2.
Tabela 2 - Médias e desvios padrão dos valores do diâmetro mésio-distal (mm) mensurado
nos dentes dos diferentes grupos (G1-G6). Caracteres idênticos (a, b) indicam que não houve
diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p > 0,05).
Grupo* Média Desvio padrão N
G1
12,41 a 0,09 20
G2
12,37 a 0,05 20
G3
12,28 b 0,07 20
G4
12,27 b 0,07 20
G5
12,29 b 0,07 20
G6
12,29 b 0,08 20
* descrição dos grupos experimentais: G1: Matriz metálica seccional pré-contornada associada ao grampo de
separação e à cunha interdental de madeira. G2: Matriz metálica seccional pré-contornada associada ao grampo de
separação e à cunha interdental elástica. G3: Matriz metálica circunferencial pré-contornada associada ao porta-
matriz, ao formador de contato e à cunha interdental de madeira. G4: Matriz metálica circunferencial pré-contornada
associada ao porta-matriz, ao formador de contato e à cunha interdental elástica. G5: Matriz metálica circunferencial
pré-contornada associada ao porta-matriz, ao grampo de separação e à cunha interdental de madeira. G6: Matriz
metálica circunferencial pré-contornada associada ao porta-matriz, ao grampo de separação e à cunha interdental
elástica.
94
As médias do diâmetro mésio-distal para os diferentes grupos (G1-G6) estão
ilustradas no Gráfico 2.
Gráfico 2 - Valores médios do diâmetro mésio-distal (mm) nos diferentes grupos (G1-G6).
5.3 Avaliação Subjetiva
Para avaliar a concordância entre os dois examinadores, foi aplicado o teste Kappa. O
Kappa é uma medida de concordância interobservador e mede o grau de concordância além
do que seria esperado tão-somente pelo acaso. Essa medida de concordância tem o 1 (um)
como valor máximo. Nessa avaliação o valor obtido, k = 0,75, indicou um grau de
concordância ótimo ou substancial.
A avaliação subjetiva foi classificada de acordo com os seguintes critérios:
satisfatório (S) para os contatos justos; aceitável (A) para os contatos fracos; e inaceitável (I)
para os contatos ausentes.
O teste do Qui-quadrado foi utilizado para verificar as diferenças entre as proporções
das categorias da avaliação subjetiva entre os grupos. A hipótese nula de igualdade entre os
grupos foi rejeitada, (χ
2
= 19,46; p = 0,035), indicando que existe diferenças estatisticamente
significativas entre as proporções das categorias da avaliação subjetiva nos diferentes grupos
testados.
12,20
12,25
12,30
12,35
12,40
12,45
G1 G2 G3 G4 G5 G6
a
a
b
b
bb
Diâmetro mésio-distal
95
Em seguida, foi aplicado o teste exato de Fisher para localizar as diferenças entre as
proporções nas diferentes categorias da avaliação subjetiva entre os pares de grupos.
Observou-se que houve diferenças estatisticamente significativas (p 0,05) entre as
diferentes proporções nas categorias da avaliação subjetiva entre os grupos G1 e G2, de um
lado, e G3 e G4, de outro. Porém, não houve diferença estatisticamente significativa (p >
0,05) entre as diferentes proporções nas categorias da avaliação subjetiva entre os outros
grupos.
O Gráfico 3 demonstra que os grupos G1 e G2 receberam mais escores satisfatórios
do que os grupos G3 e G4. O desempenho dos grupos G3 e G4 não foi estatisticamente
diferente em relação ao dos grupos G5 e G6. Os grupos G5 e G6 apresentaram desempenho
intermediário entre os grupos.
Gráfico 3 - Distribuição percentual dos escores da avaliação subjetiva nos diferentes grupos (G1-G6).
Os valores dentro das barras indicam a quantidade de escores obtidos para cada critério utilizado na
avaliação subjetiva, em cada grupo.
0% 20% 40% 60% 80% 100%
G1
G2
G3
G4
G5
G6
6
4
2
2
5
5
7
8
9
8
15
15
7
8
9
10
Distribuição percentual das escores da avalião subjetiva
I (Inaceitável) A (Aceitável) S (Satisfatório)
Discussão
97
6 DISCUSSÃO
A odontologia atual baseia-se em medidas preventivas para a promoção de saúde, na
evolução de técnicas adesivas mais seguras e conservadoras, além do desenvolvimento de
resinas compostas com melhores propriedades físico-mecânicas. Essas evidências indicam
que as restaurações adesivas diretas de resina composta podem ser utilizadas para o
restabelecimento da integridade funcional, biológica e estética dos dentes posteriores com
sucesso e previsibilidade.
Porém, uma das limitações na confecção de restaurações ocluso-proximais de resina
composta em dentes posteriores consiste na obtenção de um efetivo contato proximal
(CHRISTENSEN, 1998; LACY, 1987; LIEBENBERG, 2002). A existência de um adequado
ponto de contato é extremamente importante para a saúde periodontal e para a estabilidade
do elemento dental. Ele é responsável pelo equilíbrio mésio-distal da arcada dentária e,
juntamente com as cristas marginais, evita danos à papila gengival. Tal fator de proteção
ocorre devido ao impedimento físico de impacção alimentar no espaço interproximal. Desse
modo, a perda do contato proximal pode ocasionar sérias complicações, como inclinação de
dentes, problemas periodontais, impacção alimentar, acúmulo de placa bacteriana e lesões
cariosas (HANCOCK et al., 1980; JERNBERG; BAKDASH; KEENAN, 1983).
Por esse motivo, a técnica restauradora indicada para as restaurações de amálgama e
de resina composta deve ser enfatizada, uma vez que ambos os materiais apresentam
diferenças nas suas propriedades físicas e nas formas de manipulação. O amálgama
permanece firme durante a fase de condensação, sendo capaz de modificar a forma de uma
matriz plana devido às forças da compactação contra o dente adjacente e, conseqüentemente,
de facilitar a obtenção e a manutenção do contato proximal. Contrariamente, a
viscoelasticidade natural dos compósitos não permite a sua condensação; esses materiais são,
portanto, incapazes de deslocar a matriz contra o dente adjacente quando inseridos na
cavidade (LOOMANS, et al., 2006a, 2006c).
Dessa forma, alguns procedimentos comumente recomendados na literatura para a
reconstrução do contato proximal incluem técnica de inserção incremental da resina
composta em associação com instrumentos formadores de contato (EL-BADRAWY et al.,
98
2003); técnica de separação dental por meio do pré-encunhamento (ALBERS, 1985), da
aplicação de grampos de separação ou ambos (LOOMANS et al., 2007b); uso de matrizes
metálicas seccionais associadas aos grampos de separação (LOOMANS et al., 2006a;
LOOMANS et al., 2006b; PEUMANS et al., 2001); uso de inserts cerâmicos ou resinosos e
pontas com extremidade luminosa para controlar a contração de polimerização do compósito
(DUNN, 2004; EL-BADRAWY et al., 2003); e utilização de resinas compostas com
diferentes viscosidades (KLEIN et al., 2002; LOOMANS et al., 2006c; PEUMANS et al.,
2001). Entretanto, poucos estudos têm sido realizados com a finalidade de investigar o papel
das diferentes técnicas necessárias para o restabelecimento de um contato proximal
adequado.
Diante dessas considerações, neste trabalho in vitro utilizou-se um manequim dental
para restaurar e mensurar os contatos proximais. Segundo Loomans et al. (2006b), um
manequim artificial pode ser utilizado para simular as situações clínicas desde que uma
padronização seja estabelecida e permita a comparação das restaurações após a sua
confecção. Porém, é relevante considerar que o grau de separação que pode ser obtido com
os dentes naturais sob condições clínicas normais é diferente do grau de separação obtido
entre os dentes plásticos montados artificialmente. Estes apresentam um grau constante de
mobilidade, visto que estão fixos com parafusos sempre na mesma posição e sem nenhuma
simulação da membrana periodontal (EL-BADRAWY et al., 2003; PEUMANS et al., 2001).
Na boca, todos os dentes apresentam uma membrana periodontal própria, e a condição
periodontal do dente é fundamental para determinar a resistência do contato proximal
(PEUMANS et al., 2001). Além disso, uma leve separação dental pode ser possível quando
uma cunha de madeira é colocada no espaço interproximal (EL-BADRAWY et al., 2003).
Hellie et al. (1985) afirmam que, quando uma força de 25 kg é utilizada durante a inserção
da cunha de madeira interdental, observa-se um deslocamento dental máximo entre pré-
molares e molares superiores de 90 µm, com reincidência de aproximadamente 30 µm
durante os primeiros 30 s.
Ainda, de acordo com Dörfer et al. (2000), a resistência do contato proximal pode ser
significativamente influenciada pela localização e pelo tipo de dente, além da variação no
horário do dia e da mastigação. Southard, Southard e Tolley (1990) demonstraram que a
justeza do contato proximal pode variar significativamente em função da posição postural e
de acordo com a presença ou não de intercuspidação dental (VAN BEEK, 1979). Desse
modo, se todas essas variáveis forem consideradas simultaneamente, torna-se difícil
mensurar a influência do operador, do tipo de resina composta e do tipo de sistema de matriz
99
na qualidade do contato proximal em condições clínicas normais (PEUMANS et al., 2001).
Portanto, a realização de trabalhos laboratoriais é indispensável.
Com o objetivo de padronizar a confecção das cavidades, os preparos dentais foram
automatizados pelo fabricante dos dentes artificiais. O tamanho da caixa proximal foi
determinado intencionalmente, de maneira a promover um maior desafio clínico durante o
procedimento restaurador (BAGBY et al., 2000; SLONE, 1994), visto que, quanto maior a
extensão da caixa proximal, mais difícil é reconstruir o contorno e o contato proximais
adequados utilizando um material restaurador direto. Para Klein et al. (2002), a confecção do
contorno e de contatos proximais em restaurações pequenas com uma porção remanescente
em esmalte não confere um desafio clínico significativo.
No presente estudo, para a reconstrução do contato proximal foram utilizados
diferentes técnicas e sistemas de matrizes e cunhas. Segundo Lacy (1987), a seleção da
matriz é essencial, uma vez que ela deve conter o material restaurador, a fim de reduzir as
etapas de acabamento e polimento, e assegurar um contato proximal adequado com o dente
adjacente. Além disso, a matriz deve permitir uma fácil manipulação e estar em contato
passivo com a superfície dental contígua antes da aplicação da resina composta. Portanto,
para as restaurações de resina composta é necessária a utilização de uma matriz fina, suave,
que se mantenha estável após a aplicação da cunha interdental. As matrizes metálicas são
preferencialmente utilizadas em relação às matrizes transparentes. Estas últimas são mais
espessas e deformam-se com facilidade na extremidade cervical durante a sua colocação.
Conseqüentemente, uma maior separação interproximal é necessária. Algumas matrizes
plásticas como as do tipo Mylar são flexíveis, mas não se adaptam, simultaneamente, aos
planos mésio-distal e ocluso-gengival, proporcionando um contato proximal plano e amplo;
portanto, não devem ser empregadas (DEMARCO et al., 2007; PRAKKI et al., 2004).
Outro aspecto relevante baseia-se nas afirmações de Klein et al. (2002). Os autores
enfatizaram que o brunimento da matriz pode melhorar o contato proximal. As matrizes
metálicas pré-contornadas também são recomendadas para aperfeiçoar o contorno proximal;
porém, a modificação do seu contorno é essencial para que elas propiciem um resultado
satisfatório. Dessa maneira, seguindo as orientações dos autores e com a finalidade de
confeccionar contatos proximais mais justos, realizou-se em todos os grupos experimentais o
brunimento da matriz contra o dente adjacente imediatamente após a sua aplicação no espaço
interproximal. Uma técnica que permite a manipulação efetiva da matriz é a inserção
incremental da resina composta. Entretanto, a justeza do contato proximal somente será
100
adequada se a matriz for brunida contra o dente adjacente antes da fotoativação do primeiro
incremento de compósito (SLONE, 1994).
Dessa forma, neste estudo utilizou-se a técnica de inserção incremental da resina
composta para minimizar a tensão gerada pela contração de polimerização do compósito na
interface entre o dente e a restauração, para diminuir o Fator C e para favorecer a integridade
marginal. Além disso, em todos os grupos experimentais, três incrementos de compósito
foram inseridos seqüencialmente; o primeiro no sentido horizontal, e o segundo e o terceiro
no sentido oblíquo, de forma a contatar um número menor de paredes da cavidade preparada
e padronizar a forma de inserção deles na caixa proximal, uma vez que nos grupos G3 e G4
o formador de contato foi utilizado e uma camada horizontal de compósito junto à parede
gengival fez-se necessária.
Segundo Liebenberg (2002), a obtenção de um contato proximal preciso é
dependente de uma separação dental maior ou igual à espessura da matriz. Essa separação
pode ser obtida pela inserção de cunhas interdentais no espaço interproximal,com grampos
de separação ou com ambos. Liebenberg (2002) acrescentou que os grampos de separação
são capazes de produzir contatos proximais mais consistentes e previsíveis. Eles consistem
de um par de pontas, uma ao lado da outra, unidas por um anel, que ao serem adaptadas no
espaço interproximal permitem um movimento paralelo dos dentes, uma vez que as pontas
envolvem toda a altura axial da coroa clínica. Dessa forma, como as matrizes apresentam
aproximadamente 0,03 mm de espessura, o espaço compensatório para a sua inserção é
gerado pela ação da mola do grampo. Além disso, esses dispositivos promovem uma
separação dental adicional àquela produzida pelas cunhas de madeira. Contudo, quando
remanescentes frágeis de estrutura dental permanecerem nas faces lingual e vestibular após o
preparo cavitário, eles devem ser restaurados antes da aplicação dos grampos (BRACKETT
et al., 2005).
Ainda, o formato da ponta do grampo de separação pode interferir na confecção do
contato proximal. Liebenberg (2000a) enfatizou que a ponta do grampo de separação Bi-
Tine do sistema de matriz Palodent (Dentsply, Darway, Milford, DE, EUA) é retangular, e o
seu tamanho pode interferir na margem da restauração, uma vez que a ponta pode danificar
as matrizes maleáveis. Já o grampo de separação do tipo G do sistema Composi-Tight
(Garrison Dental Solutions, Spring Lake, MI, EUA) apresenta uma ponta menor e circular, o
que permite acomodar a matriz sem distorcer as suas bordas. Ademais, a ponta desse grampo
termina na forma de um pedículo pequeno e polido, o que confere maior estabilidade à
matriz. Apesar dessas diferenças, os grampos de ambos os sistemas viabilizam uma
101
separação dental previsível. É importante salientar que, na pesquisa de avaliação clínica
realizada por Loomans et al. (2006a), foram testados os grampos de separação dos sistemas
de matriz Palodent (Dentsply, Darway, Milford, DE, EUA) e Contact Matrix (Danville
Materials, San Ramon, CA, EUA), mas nenhuma diferença estatisticamente significativa foi
encontrada entre eles. Já em um estudo laboratorial, Loomans et al. (2006b) demonstraram
que o grampo de separação do sistema Composi-Tight Gold (Garrison Dental Solutions,
Spring Lake, MI, EUA) produziu contatos proximais mais justos em relação aos outros
grampos testados. Contudo, nenhuma diferença estatisticamente significativa foi encontrada
entre os grampos de separação do sistema Palodent e Contact Matrix, confirmando os
resultados da pesquisa anterior. Dessa forma, como todos os grampos avaliados produziram
contatos proximais adequados, o grampo de separação Bi-Tine do tipo I, do sistema de
matriz Palodent (Dentsply, Darway, Milford, DE, EUA), foi selecionado para este estudo.
Os resultados obtidos na presente investigação mostraram que a utilização da matriz
metálica seccional associada aos grampos de separação nos grupos G1 e G2 resultou em um
contato proximal mais justo em relação ao uso das matrizes metálicas circunferenciais nos
grupos G3, G4, G5 e G6. Esses resultados estão de acordo com os achados de Lacy (1996),
que afirmou que as matrizes metálicas circunferenciais resultam freqüentemente em contatos
proximais abertos devido à falta de flexibilidade e não permitem um bom selamento da
margem gengival. Ademais, com a utilização dessas matrizes, o ponto de contato é
facilmente perdido durante os procedimentos de acabamento e polimento da restauração. Os
estudos de Liebenberg (2000a), Liebenberg (2000b), Peumans et al. (2001) e Loomans et al.
(2006a) corroboram com esses resultados, evidenciando que a matriz metálica seccional
permite uma separação suave com o dente adjacente, além da confecção de um contato
proximal apropriado, que acompanha a configuração fisiológica da face proximal.
Uma possível justificativa para os resultados desta pesquisa pode ser fundamentada
nos achados de Loomans et al. (2006b). Os autores enfatizaram que a espessura proximal
total da matriz metálica circunferencial (mesial e distal) é de 0,10 mm. Já a matriz metálica
seccional possui uma espessura de 0,04 mm. Além disso, o sistema de matriz metálica
seccional apresenta um formato assimétrico, que permite a confecção da restauração de
acordo com a forma trapezoidal do dente. Essa assimetria permite a confecção do ponto de
contato de acordo com a localização anatômica do dente a ser restaurado.
Outra explicação para as diferenças encontradas é a aplicação dos grampos de
separação. Usualmente se recomenda a inserção de cunhas de madeira na região
interproximal antes do início do procedimento restaurador (ALBERS, 1985). Essa técnica é
102
denominada de pré-encunhamento ou técnica de múltiplas cunhas. Ela é baseada na
separação dental obtida por meio da colocação de cunhas de madeira no espaço
interproximal antes do procedimento restaurador, permanecendo em posição até a sua
finalização (ALBERS, 1985; ELI et al., 1991; WANG et al., 1989). Porém, Loomans et al.
(2007b) afirmam que o efeito separador das cunhas não pôde ser comprovado, enquanto a
separação dental obtida com os grampos de separação têm produzido contatos proximais
mais justos, devido à pressão contínua gerada pelas pontas do grampo no contato
interproximal. Ao contrário, a pressão exercida pelas cunhas interproximais ocorre de uma
só vez. Além disso, elas absorvem os fluidos bucais, como sangue e saliva, tornando-se mais
fracas e flexíveis, e, conseqüentemente, promovem menor separação interdental. Entretanto,
a separação dental produzida pela cunha pode ser melhorada se durante o procedimento
restaurador ela for constantemente empurrada para dentro da área interproximal. De acordo
com Eli et al. (1991) e Wang et al. (1989), o efeito adicional da cunha é insignificante em
relação ao efeito do grampo de separação. No entanto, as cunhas conferem uma ótima
adaptação à matriz, e o seu uso durante o preparo de cavidade pode auxiliar o operador no
controle da umidade do campo operatório.
Nesse sentido, incluiu-se neste estudo a associação do grampo de separação com a
matriz metálica circunferencial pré-contornada (G5 e G6), para investigar o efeito dessa
combinação. Quando os grupos G5 e G6 foram comparados com os grupos G3 e G4, nos
quais o formador de contato foi utilizado, nenhuma diferença estatisticamente significativa
foi observada, embora valores numéricos mais altos tenham sido encontrados para os grupos
G5 e G6. Por outro lado, os achados de Loomans et al. (2006c) demonstraram que o uso do
grampo de separação combinado com a matriz metálica circunferencial pré-contornada ou
com a matriz metálica seccional pré-contornada produziu contatos proximais mais justos do
que quando o grampo de separação não foi utilizado. Os autores evidenciaram que a
espessura e as características da matriz parecem não influenciar significativamente na
qualidade do contato proximal quando o grampo de separação é utilizado. Portanto, para
esses resultados o efeito desse dispositivo foi mais relevante. Uma das expectativas deste
trabalho era que, apesar de a matriz metálica circunferencial envolver simultaneamente as
duas faces proximais, a pressão contínua do grampo de separação seria suficiente para
compensar a sua espessura proximal total. Portanto, os dados do presente estudo sugerem a
utilização da matriz metálica circunferencial pré-contornada associada com o grampo de
separação como uma das opções de tratamento para restaurações diretas ocluso-proximais de
resina composta.
103
Na avaliação clínica de Loomans et al. (2006a), a associação da matriz metálica
seccional com o grampo de separação conferiu contatos proximais mais firmes em relação à
associação da matriz metálica circunferencial com o instrumento formador de contato. Os
resultados deste estudo e dos trabalhos in vitro realizados por Loomans et al. (2006c) e
Peumans et al. (2001) comprovam esses achados. A variabilidade na espessura e na forma do
sistema de matriz utilizado pode justificar tais resultados, visto que, após a remoção da
matriz, o espaço correspondente a ela precisa ser compensado. Ademais, quando a matriz
metálica circunferencial é utilizada em uma restauração que envolve apenas uma face
proximal, esta abraça tanto o lado a ser restaurado quanto o lado de contato que não foi
envolvido no preparo. A presença da matriz no lado intacto impede a separação dental do
lado preparado, essencial para esse tipo de procedimento. Além disso, quando a matriz
metálica circunferencial é apertada ao redor do dente, ela tende a separar-se do contato
proximal com o dente adjacente (LACY, 1987). Para este estudo, presume-se que o efeito
proporcionado pelo formador de contato não foi suficiente para compensar tal afastamento e,
portanto, interferiu na obtenção de um contato proximal adequado.
Contrariamente, El-Badrawy et al. (2003) e Peumans et al. (2001) afirmam que a
utilização do formador de contato contribui para a obtenção de melhores contatos proximais.
Porém, a ponta ativa do formador de contato pode interferir no controle dos excessos de
resina composta na crista marginal e nas margens oclusais. O uso desse instrumento torna a
técnica restauradora mais sensível, já que pequenos espaços podem ficar incorporados no
interior do compósito durante a sua inserção na caixa proximal e proporcionar problemas de
adaptação marginal. Além disso, o tempo operatório é maior do que quando as matrizes
metálicas seccionais são utilizadas. Essas limitações também foram observadas neste
trabalho. Porém, mais estudos são necessários para avaliar a presença de porosidade na
superfície proximal dessas restaurações.
Em relação às cunhas interdentais, Eli et al. (1991) enfatizaram que a forma, o
tamanho, a posição da cunha e as técnicas de separação interproximal são fundamentais para
a adequada obtenção do contorno e contato proximais, bem como da adaptação marginal. A
separação interdental é necessária para compensar a espessura da matriz e a contração de
polimerização da resina composta, uma vez que proporciona um espaço mésio-distal mais
extenso na área interproximal (LOOMANS et al., 2007b). De acordo com os resultados
obtidos neste estudo, nenhuma diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre
as cunhas de madeira e elástica no restabelecimento da funcionalidade do contato proximal.
Vale ressaltar que esses dados estão relacionados apenas com as matrizes avaliadas neste
104
estudo. Especula-se que a associação dessas cunhas com outros tipos de matrizes possa
apresentar desempenhos diferentes. O desenho experimental avaliou o conjunto de matrizes,
cunhas, grampo de separação e formador de contato, e não o efeito individual deles.
Outro fator a considerar é a manutenção da estabilidade do contato proximal, uma
vez que após o tratamento restaurador a firmeza do contato proximal nem sempre permanece
estável ao longo do tempo. O estudo de Loomans et al. (2007b) demonstrou que os contatos
proximais que se mostraram mais fracos após o tratamento restaurador permaneceram
inalterados após o período de 6 meses de avaliação. Já os contatos proximais que se
apresentaram mais fortes tenderam a perder a firmeza, porém permaneceram mais firmes em
relação ao início do tratamento. Esse efeito pode ser explicado pelo mecanismo de adaptação
dos tecidos periodontais em que uma força adicional aplicada no local de tratamento é
propagada mediante contatos proximais sobre outras áreas de contato, resultando em uma
nova situação de equilíbrio. De acordo com Loomans et al. (2006a), a reconstrução da área
proximal sempre resulta em uma alteração do contato proximal. Alguns fatores como a
inserção de uma restauração, as extrações dentárias e o deslocamento mesial dos dentes em
função da erupção contínua dos terceiros molares ou da pressão redirecionada da mastigação
em dentes inclinados mesialmente podem influenciar na qualidade do contato proximal. Em
contraposição, no estudo de Prakki et al. (2004), em que um fio dental foi utilizado para
avaliar a firmeza do contato proximal, nenhuma alteração foi encontrada durante o período
de 18 meses.
É preciso salientar que a mensuração dos contatos proximais nas situações in vivo e
in vitro é diferente, visto que uma grande variação na firmeza dos contatos proximais pode
existir entre os indivíduos. Segundo Loomans et al. (2006a), essa diferença pode variar entre
0,10 N e 12,43 N. Nos trabalhos clínicos, os contatos proximais são avaliados no local do
tratamento e nos sítios mesial e distal contíguos. Essas mensurações são realizadas antes e
após o procedimento restaurador. Já nos estudos laboratoriais, um manequim é utilizado para
simular as situações clínicas, e as restaurações são confeccionadas em dentes com preparo
cavitário padronizado. Dessa forma, a mensuração é realizada apenas no local de tratamento
e ao final do procedimento restaurador, para estabelecerem-se comparações entre os contatos
proximais dos diferentes grupos avaliados (LOOMANS et al., 2006b).
Ainda, a justeza do contato proximal é definida como a resistência do elemento
dental ao deslocamento mésio-distal quando um material é inserido no contato proximal. A
mensuração dessa resistência é baseada na força friccional paralela que um corpo produz
quando desliza sobre o outro em direção oposta ao movimento. Quando uma tira metálica de
105
0,038 mm é inserida entre os dentes, cada dente é deslocado para a direção contrária à tira,
exercendo uma força normal no contato dental proximal. Assim, os valores da justeza do
contato proximal representam a força necessária para separar os dentes a uma distância de
aproximadamente 0,038 mm, correspondente à espessura da tira metálica (SOUTHARD;
SOUTHARD; TOLLEY, 1990).
Para Osborn (1961) e Southard, Behrents e Tolley (1989), a firmeza dos contatos
proximais foi quantificada pelo registro da força friccional necessária para remover uma tira
metálica com 0,038 mm de espessura do espaço interproximal. De forma oposta, Vardimon
et al. (2001) mensuraram os contatos proximais durante a inserção da tira com 0,05 mm de
espessura. Nesta última, a mensuração é realizada em tempo real, durante a inserção e,
portanto, impede a adaptação do ligamento periodontal em função da sua viscoelasticidade.
Além disso, o pico da mensuração não é afetado pela força friccional e a realização do
procedimento ocorre de forma simples e rápida. Neste estudo utilizou-se o TPM, que mede,
conforme já mencionado, a força friccional necessária para remover uma tira metálica de
0,05 mm de espessura inserida no espaço interproximal. Ambas as técnicas podem ser
consideradas válidas, uma vez que a mensuração do contato proximal é realizada após a
separação dos dentes pela tira metálica. Portanto, a força real anterior ao deslocamento dos
dentes é desconhecida.
De acordo com Osborn (1961), Southard, Behrents e Tolley (1989) e Southard,
Southard e Tolley (1990), a qualidade do contato proximal pode ser considerada adequada se
permitir a passagem de uma fita metálica de 0,038 mm, enquanto para Boice, Niles e Dubois
(1987) a espessura da tira deve ser de 0,01 mm. Para Peumans et al. (2001), as lâminas
metálicas devem ser padronizadas com espessuras que variam entre 0,03 mm e 1,0 mm. Para
este estudo utilizou-se uma tira metálica de 0,05 mm de espessura, corroborando com os
estudos de Vardimon et al. (2001) e Loomans et al. (2006a, 2006b, 2006c, 2007a, 2007b),
que observaram que, no decorrer da fase de mensuração dos contatos proximais, a espessura
de 0,05 mm foi ideal para manter a integridade fisiológica e anatômica da região
interproximal, visto que a utilização de uma tira mais espessa dificultaria a sua inserção entre
os dentes, e o uso de uma tira mais fina resultaria em valores de contatos proximais
insignificantes, em função da sua fragilidade e dificuldade de manipulação. Ainda,
Campagni (1984) notificou que áreas interproximais intactas permitem a passagem
espontânea de uma tira metálica com 0,01 mm de espessura entre os dentes adjacentes de
forma leve ou sem oferecer resistência. É interessante destacar o estudo de Southard,
Southard e Tolley (1990), no qual os autores enfatizam que a inserção de uma tira metálica
106
com 0,038 mm de espessura no espaço interproximal provavelmente provoca alguma
alteração periodontal no elemento dental que está sendo mensurado. No entanto, entre os
métodos de mensuração utilizados neste estudo, a técnica fundamentada na força friccional
ainda é a mais adequada para produzir resultados confiáveis e reprodutíveis na mensuração
da firmeza do contato proximal (DÖRFER et al., 2000; LOOMANS et al., 2006a, 2007a).
Vale ressaltar que uma restauração adequada da área de contato proximal resulta da
similaridade do contorno proximal com o dente natural. Em condições normais, o ponto de
contato está localizado na transição do terço médio para o oclusal do plano proximal na
direção cervicoclusal e na transição do terço médio para o vestibular na direção
vestibulolingual (PEUMANS et al., 2001). No presente estudo, o diâmetro mésio-distal
máximo do primeiro molar inferior restaurado foi mensurado na transição entre o terço
médio e o oclusal. No estudo de Peumans et al. (2001), quando os resultados do TPM e do
diâmetro mésio-distal foram colocados em ordem ascendente, a classificação foi paralela
para ambos os critérios de avaliação. Apenas pequenas diferenças foram observadas entre
ambos os critérios para alguns grupos experimentais. Os valores do dispositivo TPM
parecem ter fornecido mais informações em relação à extensão da área de contato do que o
diâmetro máximo mésio-distal. Neste trabalho, entretanto, os resultados estatísticos do
diâmetro mésio-distal e do TPM foram semelhantes e complementares.
Outro método de mensuração dos contatos proximais foi apresentado por Klein et al.
(2002), em que as mensurações foram realizadas com a passagem do fio dental no espaço
interproximal por meio de um dispositivo que permitia a reprodução e o registro do
movimento vertical. Com a utilização desse dispositivo, foram padronizadas a velocidade e a
angulação da passagem do fio dental pelo espaço proximal. Neste estudo, a avaliação
subjetiva com fio dental foi realizada por meio da sensibilidade tátil. Os avaliadores foram
previamente calibrados, de forma a realizar sempre o mesmo movimento na direção vertical.
Há que se ponderar que entre os examinadores ocorreram algumas alterações na velocidade,
na angulação e na força durante a inserção do fio dental no espaço interproximal. Talvez
essas evidências justifiquem as pequenas diferenças encontradas na análise estatística da
avaliação subjetiva em relação aos outros critérios testados. No entanto, as três formas de
avaliação do contato proximal foram complementares. Além disso, a inclusão da análise
subjetiva como forma de mensuração possibilitou ao operador julgar a justeza dos contatos
proximais por meio da sensibilidade tátil e viabilizar a comparação com os resultados
numéricos representados pela força máxima friccional e pelo diâmetro mésio-distal.
107
É interessante notar que, em condições clínicas normais, é preciso considerar a
presença do ligamento periodontal e a sua capacidade de adaptação em função da
viscoelasticidade. Ainda, a resistência do contato proximal pode ser influenciada
significativamente pela localização e pelo tipo de dente, variação no horário do dia,
mastigação e posição postural. Dessa forma, torna-se difícil mensurar a influência do
operador, do tipo de resina composta e do tipo de sistema de matriz e cunha na qualidade do
contato proximal. Portanto, trabalhos in vitro são imprescindíveis para testar a influência dos
diferentes sistemas de matriz e cunha no restabelecimento do contato proximal, haja vista a
possibilidade de exclusão dessas variáveis. Paralelamente, estudos in vivo seguindo uma
metodologia semelhante à do presente estudo seriam complementares para confirmar estes
resultados.
Conclusão
109
7 CONCLUSÃO
De acordo com a metodologia empregada neste estudo e com base nos resultados, é
possível concluir que:
as matrizes metálicas seccionais pré-contornadas associadas aos grampos de
separação proporcionam contatos proximais mais justos em relação ao uso das
matrizes metálicas circunferenciais pré-contornadas associadas ao formador de
contato e aos grampos de separação, independentemente do tipo de cunha
utilizada, elástica ou de madeira.
Referências
111
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1989.
Apêndice
116
ESPÉCIME
Grupo 1
N
mm
Escore
ESPÉCIME
Grupo 2
N
mm
Escore
ESPÉCIME
Grupo 3
N
mm
Escore
1
4,388667 12,44 S
1
3,877667 12,37 S
1
0,311333 12,21 I
2
6,300000 12,51 S
2
2,567000 12,33 A
2
1,066667 12,29 A
3
5,144333 12,47 S
3
3,033000 12,32 S
3
3,244333 12,28 S
4
4,233333 12,37 S
4
3,722333 12,37 S
4
1,255667 12,26 A
5
4,611000 12,42 S
5
2,955333 12,38 S
5
2,444667 12,39 S
6
5,722333 12,45 S
6
2,366667 12,34 A
6
0,288667 12,18 I
7
4,511000 12,42 S
7
2,278000 12,27 A
7
2,622333 12,35 S
8
4,722333 12,42 S
8
4,189000 12,40 S
8
2,722333 12,36 S
9
4,922333 12,43 S
9
4,111333 12,37 S
9
1,989000 12,33 A
10
1,400000 12,36 A
10
4,322333 12,44 S
10
0,499667 12,25 A
11
4,900333 12,46 S
11
4,822333 12,47 S
11
1,922333 12,26 A
12
3,477667 12,39 S
12
3,355667 12,38 S
12
0,166667 12,25 I
13
5,866667 12,52 S
13
3,344333 12,36 S
13
2,166667 12,37 S
14
5,666667 12,52 S
14
2,677667 12,31 A
14
3,322333 12,28 S
15
6,789000 12,50 S
15
3,066667 12,36 S
15
1,577667 12,28 A
16
3,200000 12,37 S
16
3,655333 12,42 S
16
0,000000 12,15 I
17
0,422333 12,23 A
17
4,433333 12,43 S
17
3,233333 12,36 S
18
0,733667 12,31 A
18
2,422333 12,34 A
18
0,222333 12,23 I
19
0,611333 12,21 A
19
2,933667 12,40 S
19
0,100000 12,17 I
20
2,022000 12,33 A
20
3,800000 12,42 S
20
1,667000 12,31 A
Tabela 1 - Valores da força máxima friccional (N), do diâmetro mésio-distal (mm) e escores da avaliação subjetiva do contato proximal dos
GRUPOS EXPERIMENTAIS 1, 2 e 3. S (Satisfatório); A (Aceitável); I (Insatisfatório).
117
ESPÉCIME
Grupo 4
N
mm
Escore
ESPÉCIME
Grupo 5
N
mm
Escore
ESPÉCIME
Grupo 6
N
mm
Escore
1
1,322000 12,29 A
1
2,000000 12,30 S
1
2,989000 12,27 S
2
0,944667 12,19 A
2
0,000000 12,19 I
2
2,688667 12,30 S
3
2,233333 12,33 S
3
0,200000 12,18 I
3
1,966667 12,25 A
4
1,800333 12,30 S
4
0,689000 12,24 A
4
2,344667 12,28 S
5
3,111000 12,38 S
5
1,133000 12,23 A
5
2,500000 12,29 S
6
1,622333 12,27 A
6
1,533333 12,26 A
6
2,022333 12,29 S
7
1,755333 12,31 S
7
1,344333 12,29 A
7
1,944333 12,29 A
8
1,555667 12,28 A
8
0,988667 12,24 A
8
3,078000 12,42 S
9
2,944333 12,18 S
9
2,566667 12,39 S
9
0,744667 12,24 A
10
1,244333 12,33 A
10
2,800333 12,38 S
10
0,911000 12,25 A
11
2,100000 12,39 S
11
1,522333 12,25 A
11
1,922333 12,27 A
12
0,989000 12,24 A
12
2,800000 12,28 S
12
1,555667 12,28 A
13
2,877667 12,36 S
13
1,178000 12,26 A
13
3,055667 12,37 S
14
0,000000 12,17 I
14
1,644333 12,29 A
14
3,722000 12,45 S
15
2,222333 12,31 S
15
2,300000 12,27 S
15
3,955667 12,45 S
16
0,333333 12,25 I
16
1,322333 12,25 A
16
0,000000 12,17 I
17
0,800333 12,19 A
17
2,089000 12,30 S
17
1,922333 12,24 A
18
0,511000 12,22 I
18
2,955333 12,28 S
18
2,233333 12,31 S
19
1,522333 12,26 A
19
4,489000 12,45 S
19
1,177667 12,26 A
20
0,000000 12,20 I
20
3,344333 12,40 S
20
0,000000 12,18 I
Tabela 2 - Valores da força máxima friccional (N), do diâmetro mésio-distal (mm) e escores da avaliação subjetiva do contato proximal dos
GRUPOS EXPERIMENTAIS 4, 5 e 6. S (Satisfatório); A (Aceitável); I (Insatisfatório).
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