Download PDF
ads:
Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Avaliação horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’, tangerineira
‘Satsuma’ e limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos
Tatiana Eugenia Cantuarias Avilés
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor
em Agronomia. Área de concentração: Fitotecnia
Piracicaba
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Tatiana Eugenia Cantuarias Avilés
Engenheiro Agrônomo
Avaliação horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’, tangerineira ‘Satsuma’ e limeira
ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos
Orientador:
Prof. Dr. FRANCISCO DE ASSIS ALVES MOURÃO FILHO
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Agronomia. Área de concentração: Fitotecnia
Piracicaba
2009
ads:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Cantuarias Avilés, Tatiana Eugenia
Avaliação horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’, tangerineira ‘Satsuma’ e limeira
ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos / Tatiana Eugenia Cantuarias Avilés. - - Piracicaba,
2009.
129 p. : il.
Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2009.
Bibliografia.
1. Laranja 2. Lima 3. Porta-enxertos 4. Tangerina I. Título
CDD 634.3
C233a
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”
Cora Coralina
4
5
AGRADECIMENTOS
A Deus.
A minha mãe, Cora Avilés, pelo exemplo, o amor e apoio que me permitiram chegar até aqui.
A meu pai, Raul Cantuarias e a minha avó, Matilde Silva (in memoriam), pelo amor e amparo.
A meu esposo, Luis Milner, grande amor da minha vida, pelo exemplo, pelo amor e a força, a
paciência e o constante estímulo ao longo de todos estes anos.
A meus filhos, Ilan e Gabriel, pela motivação para melhorar.
Ao Professor Francisco de Assis Alves Mourão Filho, pela oportunidade, a generosa acolhida e o
exemplo.
Ao Doutor Eduardo Sanches Stuchi, pela ajuda, a motivação, o apoio e a amizade.
A Professora Simone Rodrigues da Silva, pela amizade e valiosa ajuda.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, pela concessão da bolsa de
doutorado e dos recursos para auxílio à pesquisa, destinados à realização deste trabalho.
Ao pessoal técnico e administrativo da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro,
especialmente aos técnicos Luiz Gustavo Parolin e Dimas Alves Toledo, e às secretárias Ana
Lúzia, Marlene e Rose, pelo apoio e colaboração nos trabalhos de campo.
Aos meus colegas de Pós-Graduação, Erick Espinoza Núñez e Horst Bremer Neto, pela amizade
sincera, o companherismo e a constante ajuda nos trabalhos.
Ao pessoal da empresa Itacitros, pela colaboração no processamento dos frutos.
Á secretaria da Seção de Pós-Graduação em Fitotecnia do Departamento de Produção Vegetal da
ESALQ/USP, Sra. Luciane Toledo, pela generosa atenção e ajuda.
A todos meus professores e professoras, que ao longo da vida me deram as ferramentas para
construir o caminho profissional.
A todos meus amigos e amigas, próximos e distantes,
Muito obrigado!
6
7
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................ 9
ABSTRACT .................................................................................................................................. 11
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................... 13
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 17
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................. 19
2.1 Caracterização da citricultura brasileira .................................................................................. 19
2.2 A Clorose Variegada dos Citros no Brasil .............................................................................. 21
2.2.1 Etiologia ............................................................................................................................... 25
2.2.2 Diagnóstico e manejo da CVC em pomares ......................................................................... 27
2.3 Influência do porta-enxerto na produtividade e qualidade dos frutos dos citros ..................... 28
2.4 Princípios das medições colorimétricas ................................................................................... 31
2.4.1 Avaliações da coloração dos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’ .............................................. 33
2.4.2 Avaliações colorimétricas das folhas para estimar a tolerância à deficiência hídrica .......... 34
2.5 Material e Métodos .................................................................................................................. 35
2.5.1 Cultivares copa ..................................................................................................................... 35
2.5.2 Cultivares porta-enxerto ....................................................................................................... 39
2.5.3 Sítio experimental ................................................................................................................. 46
2.5.4 Descrição dos experimentos ................................................................................................. 47
2.5.5 Variáveis avaliadas ............................................................................................................... 48
2.5.6 Análises Estatísticas ............................................................................................................. 56
2.6 Resultados ................................................................................................................................ 58
2.6.1 Desenvolvimento vegetativo ................................................................................................ 58
2.6.2 Produção ............................................................................................................................... 59
2.6.3 Qualidade externa dos frutos ................................................................................................ 70
2.6.4 Qualidade interna dos frutos ................................................................................................. 79
2.6.5 Tolerância à deficiência hídrica ............................................................................................ 85
2.6.6 Clorose Variegada dos Citros na laranjeira ‘Folha Murcha’ ................................................ 92
2.6.7 Definhamento de árvores da limeira ácida ‘Tahiti’ .............................................................. 96
2.6.8 Desempenho geral dos porta-enxertos nas três cultivares copa ......................................... 101
8
2.7 Discussão ............................................................................................................................... 105
3 CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 113
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 115
9
RESUMO
Avaliação horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’, tangerineira ‘Satsuma’ e limeira
ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos
A citricultura brasileira está fundamentada predominantemente sobre apenas um cultivar
porta-enxerto, o limoeiro ‘Cravo’, e explora poucos cultivares copa, de uma maneira geral. Desse
modo, o setor citrícola fica limitado na abertura de suas fronteiras de exportação para frutas
frescas por estar baseado em um pequeno número de cultivares. Além disso, ao redor de 80% dos
plantios estão reunidos em uma região compreendida por quase 600 mil ha, de forma
concentrada, no Estado de São Paulo e sul do Triângulo Mineiro. Esses fatos também acarretam
em grande vulnerabilidade fitossanitária, com ameaças crescentes de pragas e doenças, levando à
redução da produtividade e ao acréscimo dos custos de implantação e condução dos pomares. A
Clorose Variegada dos Citros (CVC) ou ‘amarelinho’, causada pela bactéria Xylella fastidiosa, é
um exemplo destas ameaças. De elevada severidade em laranjas doces, causa redução no
tamanho dos frutos, tornando-os inaptos para a comercialização in natura ou para produção de
suco concentrado. Recentemente, as perdas em produção causadas pela CVC têm sido estimadas
em até 10-14% da safra comercializável. Atualmente, o manejo da CVC está baseado na
utilização de mudas sadias, poda de ramos afetados, e controle dos vetores. Além dessas medidas,
é importante manter os tratos culturais exigidos no pomar. Entretanto, a utilização de cultivares
resistentes é estratégia imprescindível para convivência com a doença em longo prazo. Este
trabalho buscou avaliar o desempenho horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’, da tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ e da limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos. Tangerina ‘Satsuma’
cv. ‘Okitsu’ e lima ácida ‘Tahiti’ são espécies não sintomáticas em relação à CVC e tornam-se
opções com potencial de exploração em pequenas propriedades. A laranjeira ‘Folha Murcha’ tem
demonstrado maior tolerância à CVC comparativamente aos demais cultivares de laranja doce.
Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro,
EECB, (SP), e instalados em 2001. Em todos os experimentos foram avaliados o
desenvolvimento vegetativo, produção e qualidade dos frutos (por no mínimo três safras) em
cada combinação copa/porta-enxerto. Avaliações adicionais a respeito da tolerância à CVC foram
realizadas no experimento de laranjeira ‘Folha Murcha’. Nos experimentos conduzidos sem
irrigação, foi avaliada a tolerância ao déficit hídrico das copas usando duas metodologias:
avaliação visual subjetiva e medição direta da coloração das folhas. Na limeira ácida ‘Tahiti’, a
coloração externa dos frutos de exportação foi quantificada em função de variáveis
colorimétricas, definindo-se uma metodologia quantitativa alternativa ao sistema atual de
classificação dos frutos, baseado apenas na apreciação visual subjetiva. A avaliação horticultural
de copas de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’ em doze porta-enxertos permitiu identificar porta-enxertos alternativos ao limoeiro
‘Cravo’, sendo estes os trifoliatas ‘Flying Dragon’, ‘FCAV’ e ‘Rubidoux’.
Palavras-chave: Citrus sinensis L. Osbeck; Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka; Citrus unshiu
Marc.
10
11
ABSTRACT
Horticultural evaluation of ‘Folha Murcha’ sweet orange, ‘Satsuma’ manadarin and
‘Tahiti’ lime on twelve rootstocks
Brazilian citriculture is mainly based on one rootstock cultivar, the ‘Cravo’ Rangpur lime,
exploring a restricted number of scion cultivars. This situation limits the expansion of citrus
production for fresh fruit export, due to the limited number of cultivars in use. Besides, near 80%
of citrus orchards are located in an area of approximately 600,000 ha, in the São Paulo State and
the southern region of the Minas Gerais State. These facts also impose a large phytossanitary
vulnerability to citrus production, due to the increasing threats of pests and diseases outbreaks,
that cause productivity decrease and higher costs for orchard establishment and management. The
Citrus Variegated Chlorosis (CVC), caused by the xylem-limited bacterium, Xylella fastidiosa, is
one example of such threats. This disease is extremely severe in sweet oranges, causing size
reduction ad quality deterioration of fruits, that become unsuitable for fresh consume or juice
processing. The losses associated to CVC have been recently estimated in 10-14% of the total
comercial crop in São Paulo State. CVC management is currently based on the use of healthy
nursery plants, pruning of injured branches and control of the vectors. In addition to these
strategies, it is important to maintain adequate cultural practices for orchard management.
Nonetheless, the utilization of resistant cultivars is an indispensable strategy to co-exist with the
disease in the long term. This study was aimed to evaluate the horticultural performance of
‘Folha Murcha’ sweet orange, ‘Okitsu’ Satsuma mandarin and ‘Tahiti’ lime grafted onto twelve
rootstocks. ‘Okitsu’ Satsuma mandarin and ‘Tahiti’ lime are assymptomatical species in relation
to CVC, with potential to be produced in small areas. The ‘Folha Murcha’ sweet orange has
demonstrated high tolerance to CVC, when compared with other sweet orange cultivars. The
trials were conducted at the Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, (EECB), and
were planted in 2001. Evaluations of plant growth, yield and fruit quality were carried out in all
the trials, during three years. In the ‘Folha Murcha’ trial, additional evaluations of CVC tolerance
were conducted. In the non-irrigated trials, tree water deficit tolerance was evaluated by two
methods: visual assessment of water stress and direct leaf color measurements. In ‘Tahiti’ lime,
peel color of export fruits was measured and a quantitative methodology was defined as an
alternative for current classification criteria, which are based on the subjective visual inspection
of external fruit aspect. The horticultural evaluation of ‘Folha Murcha’ sweet orange, ‘Okitsu’
Satsuma mandarin and ‘Tahiti’ lime onto twelve rootstocks allowed to identify the trifoliate
rootstocks ‘Flying Dragon’, ‘Rubidoux’ and ‘FCAV’ as alternatives to ‘Cravo Limeira’.
Keywords: Citrus sinensis L. Osbeck; Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka; Citrus unshiu Marc.
12
13
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Relação entre Eficiência Produtiva (EP) e Volume de Copa (VC) no período 2006 a
2008 de laranjeira ‘Folha Murcha’ em doze porta-enxertos.
**
Modelo de regressão
altamente significativo (P<0,0001).............................................................................. 63
Figura 2 - Relação entre Eficiência Produtiva (EP) e Volume de Copa (VC) no período 2006 a
2008 em limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos.
*
Modelo de regressão
significativo (P<0,0017)............................................................................................... 63
Figura 3 - Relação entre Eficiência Produtiva (EP) e Volume de Copa (VC) no período 2006 a
2008 em tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos.
*
Modelo de
regressão significativo (P<0,0087)............................................................................... 64
Figura 4 - Produção acumulada até o sétimo ano do plantio, colhida no segundo semestre
(julho a dezembro), em porcentagens relativas ao limoeiro ‘Cravo Limeira’, para
árvores de limeira ácida ‘Tahiti’ sobre 12 porta-enxertos, Bebedouro, SP, 2003-
2008.............................................. ............................................................................... 71
Figura 5 Variação do teor de sólidos solúveis totais (SST) no suco da laranja ‘Folha Murcha’
enxertada sobre doze porta-enxertos, em cinco datas. Bebedouro, SP, 2006............... 84
Figura 6 - Variação do teor de acidez total titulável (ATT) no suco da laranja ‘Folha Murcha’
enxertada sobre doze porta-enxertos, em cinco datas. Bebedouro, SP, 2006............... 85
Figura 7 - Variação do valor de ratio no suco da laranja ‘Folha Murcha’ enxertada sobre doze
porta-enxertos, em cinco datas. Bebedouro, SP, 2006................................................. 85
Figura 8 - Curvas de regressão polinomial ajustadas para a relação entre as variáveis
colorimétricas L, C e h
o
das folhas e as notas de avaliação visual da tolerância à
deficiência hídrica em copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’
sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008................................................ 92
Figura 9 - Percentagem de falhas em distintos porta-enxertos por definhamento das copas no
lote experimental de limeira ácida ‘Tahiti. Bebedouro, SP, 2003-2008....................... 97
Figura 10 - Limeira ácida ‘Tahiti’ sobre: (A) limoeiro ‘Cravo FCAV’, apresentando copa com
definhamento por gomose; (B) limoeiro ‘Cravo FCAV’, com sintomas de gomose
no tronco; (C) limoeiro ‘Cravo Limeira’, apresentando definhamento por gomose.... 98
Figura 11 - Limeira ácida ‘Tahiti sobre: (A) trifoliata ‘FCAV’, com podridão no tronco,
amarelamento da madeira do porta-enxerto, caneluras leves no enxerto e secreção
de goma na parte afetada do tronco; (B) trifoliata ‘FCAV’, apresentando
sobrecrescimento da copa, podridão na base do colo, com secreção de goma; (C)
híbrido ‘Cravo’ x ‘Swingle’, com morte de parte do tronco e posterior recuperação;
(D) tangelo ‘Orlando’, com sintomas característicos de gomose no tronco................. 99
Figura 12 - Limeira ácida ‘Tahiti’ sobre citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’,
apresentando: (A) união irregular na região de enxertia, presença de caneluras e
amarelamento da madeira do enxerto; (B) amarelamento da madeira do enxerto,
tronco sem lesões de gomose; (C) árvore sadia apresentando caneluras no lenho do
porta-enxerto................................................................................................................. 100
Figura 13 - Dendrograma da análise de agrupamentos indicando a similaridade entre grupos de
porta-enxertos segundo o desempenho horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’
em doze porta-enxertos................................................................................................. 103
Figura 14 - Dendrograma da análise de agrupamentos indicando a similaridade entre grupos de
porta-enxertos segundo o desempenho horticultural da limeira ácida ‘Tahiti’ em
doze porta-enxertos....................................................................................................... 104
Figura 15 - Dendrograma da análise de agrupamentos indicando a similaridade entre grupos de
porta-enxertos segundo o desempenho horticultural da tangerineira ‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’ em doze porta-enxertos................................................................................... 105
14
15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Escala utilizada no packing house da empresa Itacitros, em Itajobi, SP, para
definir o calibre segundo o diâmetro dos frutos da lima ácida ‘Tahiti’............. 53
Tabela 2 - Volume de copa médio em plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira
ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-
enxertos, no período 2006-2008………………………………...…………….. 59
Tabela 3 - Produção acumulada da laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro,
SP, 2003-2008.....................................................................................................
60
Tabela 4 - Eficiência produtiva (EP) para laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida
‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos.
Bebedouro, SP, 2006-2008................................................................................. 62
Tabela 5 - Espaçamento e produção projetados para copas de laranjeira ‘Folha Murcha’
e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre trifoliata ‘Flying Dragon’, a partir
dos registros de diâmetro médio de planta e produção no sétimo ano do
plantio (2008) ..................................................................................................... 65
Tabela 6 - Índice de Alternância Produtiva (IAP) para laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira
ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-
enxertos. Bebedouro, SP, 2003-2008................................................................. 66
Tabela 7 - Porcentagem da produção acumulada colhida nas duas primeiras safras para
laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’ em doze porta-enxertos......................................................................... 67
Tabela 8 - Porcentagem média da produção anual colhida de janeiro a março em
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro,
SP, 2005-2007..................................................................................................... 69
Tabela 9 - Massa, diâmetro e altura de frutos de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida
‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos.
Bebedouro, SP.................................................................................................... 72
Tabela 10 - Classificação da produção de frutos da laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre
doze porta-enxertos, em três categorias de tamanho. Bebedouro, SP, 29 out.
2008..................................................................................................................... 73
Tabela 11 - Classificação comercial dos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’ enxertada
sobre doze porta-enxertos. Itacitros, Itajobi, SP, 2007...................................... 74
Tabela 12 - Distribuição percentual de calibres comerciais dos frutos de exportação da
lima ácida ‘Tahiti’ em doze porta-enxertos. Itacitros, Itajobi, SP, 2007............ 75
Tabela 13 - Classificação comercial no packing-house e variáveis colorimétricas dos
frutos de lima ácida ‘Tahiti’ enxertados sobre ‘Flying Dragon’ e ‘Orlando.
Itacitros, Itajobi, SP, 03 mar. 2007..................................................................... 77
Tabela 14 - Variáveis colorimétricas da casca de frutos de lima ácida ‘Tahiti’ para
exportação, colhidos sobre diversos porta-enxertos. Bebedouro, SP, 14 mar.
2007..................................................................................................................... 78
Tabela 15 - Qualidade interna dos frutos de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida
‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos.
Bebedouro, SP..................................................................................................... 81
Tabela 16 - Notas da avaliação visual de tolerância à deficiência hídrica para laranjeira
‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’
em doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008.......................................... 86
16
Tabela 17 - Variáveis colorimétricas das folhas da laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre doze
porta-enxertos, determinadas no período de maior intensidade de deficiência
hídrica. Bebedouro, SP, setembro 2007 e agosto 2008....................................... 88
Tabela 18 - Variáveis colorimétricas das folhas da limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-
enxertos, determinadas no período de maior intensidade de deficiência
hídrica. Bebedouro, SP, setembro 2007 e agosto 2008....................................... 89
Tabela 19 - Valores médios de nota de avaliação visual de CVC obtidos a partir das
avaliações visuais de plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ em doze porta-
enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008.................................................................. 92
Tabela 20 - Incidência e severidade da CVC em plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’
sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008...................................... 93
Tabela 21 - Valores médios de nota, incidência e severidade de CVC das avaliações
visuais em copas de laranjeiras enxertadas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’.
Bebedouro, SP, 25 out. 2008.............................................................................. 94
Tabela 22 - Análise de Regressão Polinomial para a relação entre a produção e a nota
de avaliação de CVC, o porta-enxerto e o ano de avaliação da CVC, em
plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre 12 porta-enxertos. Bebedouro,
SP, 2006-2008. ................................................................................................... 96
17
1 INTRODUÇÃO
O agronegócio citrícola é um dos setores mais competitivos e de maior potencial de
crescimento do Brasil, constituindo uma importante atividade econômica que gera divisas de
aproximadamente 1,2 bilhão de dólares anuais, provenientes principalmente da exportação de
suco de laranja concentrado congelado, além de gerar renda e criar ao redor de 400.000 empregos
diretos e indiretos (NEVES, 2008).
A citricultura paulista destaca-se pela sua notável evolução em importância econômica
(BORGES; MIRANDA COSTA, 2005). No entanto, esta atividade tem se tornado cada vez mais
vulnerável, em virtude das ameaças surgidas do seu próprio desenvolvimento. A escassa
diversificação genética fez com que a citricultura brasileira fosse fundamentada
predominantemente sobre apenas um cultivar porta-enxerto, o limoeiro ‘Cravo’ (Citrus limonia
Osbeck), explorando poucos cultivares copa, de uma maneira geral.
Desse modo, o setor citrícola fica limitado na abertura de suas fronteiras de exportação
para frutas frescas, por estar baseado em um pequeno número de cultivares. Para industrialização
na forma de suco concentrado congelado são empregadas principalmente quatro variedades de
laranjas doces (Citrus sinensis L. Osbeck): ‘Hamlin’, ‘Pêra’, ‘Natal’ e ‘Valência’, e três
variedades de tangerinas ou híbridos assemelhados – as tangerinas ‘Cravo’ e ‘Ponkan’ (Citrus
reticulata Blanco) e o tangor ‘Murcott’ (Citrus reticulata Blanco x Citrus sinensis L. Osbeck).
Para o mercado interno de fruta fresca são empregadas a laranja ‘Pêra’, a tangerina
‘Ponkan’, o tangor ‘Murcott’ e a lima ácida ‘Tahiti’. Portanto, a realização de pesquisas
orientadas à diversificação de copas e porta-enxertos são importantes e urgentes no contexto atual
da citricultura paulista.
Além da baixa diversidade genética, existe uma alta concentração espacial dos pomares,
com ao redor de 80% dos plantios reunidos em uma região de aproximadamente 600 mil
hectares, concentradas no Estado de São Paulo e sul do Triângulo Mineiro (NEVES, 2008). Esses
fatos acarretam em grande vulnerabilidade fitossanitária para a citricultura paulista, ficando
exposta a ameaças crescentes de pragas e doenças, que levam à redução da produtividade e ao
acréscimo dos custos de implantação e condução dos pomares, e colocam em risco a
sustentabilidade do negócio citrícola.
A Clorose Variegada dos Citros (CVC) ou ‘amarelinho’ é um exemplo destas ameaças.
Trata-se de uma doença de elevada severidade em laranjas doces, afetando também algumas
18
tangerinas e híbridos. A doença é provocada pela bactéria Xylella fastidiosa, transmitida por
diversas espécies de cigarrinhas e que é restrita ao xilema, causando o entupimento dos vasos,
desfolha de ramos, subdesenvolvimento da copa, queimaduras de frutos e ramos e redução no
tamanho dos frutos, tornando-os inaptos para a comercialização in natura ou para produção de
suco concentrado. Em pomares de laranja doce severamente afetados por CVC, as perdas de
produção podem chegar a 60-80% (BOVÉ; AYRES, 2007). A incidência média da CVC no
Estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro é de 43,8% das plantas, totalizando 74 a 79 milhões
de plantas infectadas (FUNDECITRUS, 2009). No Estado de São Paulo, aproximadamente 6
milhões de árvores são perdidas a cada ano por CVC, representando um prejuízo de 120 milhões
de dólares (BOVÉ; AYRES, 2007).
Atualmente, o manejo da CVC está baseado na utilização de mudas sadias, poda de ramos
afetados, e controle dos vetores. Além dessas medidas, é importante manter os tratos culturais
exigidos no pomar. Entretanto, a utilização de cultivares resistentes é uma estratégia
imprescindível para convivência com a doença em longo prazo (BOVÉ; AYRES, 2007).
Este trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho horticultural da laranjeira ‘Folha
Murcha’ (Citrus sinensis (L.) Osbeck), da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ (Citrus unshiu
Marc. e da limeira ácida ‘Tahiti’ (Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka) sobre doze porta-
enxertos. Tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ e limeira ácida ‘Tahiti’ são espécies não
sintomáticas em relação à CVC e tornam-se opções com potencial de exploração em pequenas
propriedades. A laranjeira ‘Folha Murcha’ tem demonstrado maior tolerância à CVC
comparativamente às demais cultivares de laranja doce. Nas três cultivares copas foram avaliados
o desenvolvimento vegetativo, a produção e a qualidade dos frutos durante pelo menos três
safras, nos mesmos doze porta-enxertos. A reação à infecção por Xylella fastidiosa nos distintos
porta-enxertos também foi avaliada nas plantas da laranjeira ‘Folha Murcha’. Nos experimentos
não irrigados, foi avaliada a tolerância ao déficit hídrico das copas usando duas metodologias:
avaliação visual subjetiva e medição direta da coloração das folhas. Na limeira ácida ‘Tahiti’, a
coloração externa dos frutos de exportação foi quantificada em função de variáveis
colorimétricas, definindo-se uma metodologia quantitativa alternativa ao sistema atual de
classificação dos frutos, baseado apenas na apreciação visual subjetiva.
19
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Caracterização da citricultura brasileira
A citricultura brasileira destaca-se como a maior do mundo em número de plantas e em
importância econômica. O Brasil é o maior produtor e exportador de suco cítrico concentrado do
mundo, exportando quase 100% do que é produzido, o que corresponde a 1,2 milhão de toneladas
métricas, equivalentes a mais de 80% da produção mundial de suco concentrado congelado (FNP
CONSULTORIA E COMÉRCIO, 2009). O Estado de São Paulo, com 211 milhões de plantas em
2005/2006, responde por 40% da produção mundial de laranja e mais de 80% da produção
nacional de laranja, com média nas últimas cinco safras de 436 milhões de caixas de 40,8 quilos,
constituindo-se o principal produtor e processador desta fruta no país (FNP CONSULTORIA E
COMÉRCIO, 2009).
A citricultura paulista apresenta ainda algumas características peculiares (DE CASTRO
JORGE, 2003): a) os pomares ocupam uma área de aproximadamente 677.716 hectares (FNP
CONSULTORIA E COMÉRCIO, 2009), sem grandes variações de relevo ou barreiras físicas e
com extensas malhas rodoviárias, que facilitam o intenso trânsito de mudas, sementes, borbulhas
e frutos cítricos, favorecendo a continuidade espacial entre os pomares; b) as plantas cítricas são
perenes e, portanto, estão expostas durante todo o ano, e por vários anos, ao ataque de pragas e
doenças, se tornando hospedeiros permanentes para as mesmas; c) os pomares apresentam uma
variabilidade genética muito baixa. As laranjeiras (Citrus sinensis L. Osbeck) ‘Pêra’, ‘Natal’,
‘Valência’ e ‘Hamlin’, multiplicadas vegetativamente, representam 92% da citricultura.
Aproximadamente 85% do parque citrícola paulista está baseado no limoeiro ‘Cravo’ (Citrus
limonia Osbeck), que corresponde a um lemandarin, híbrido natural originário da Índia
(HODGSON, 1967), e que também conhecido pelos nomes de ‘Rosa’, ‘Bravo’, ‘Vinagre’ e
‘Vermelho’. O limoeiro ‘Cravo’ é o porta-enxerto preferido pelos citricultores, pelas suas
características de tolerância ao vírus da tristeza, grande rusticidade, precocidade da produção,
vigor conferido à copa e resistência às condições de deficiência hídrica, que são particularmente
intensas nas regiões Norte e Noroeste do Estado (MATTOS JÚNIOR et al., 2005).
A principal inconveniência da utilização de um único porta-enxerto já foi demonstrada
pela virose da tristeza que, na década de ‘40 destruiu quase toda a citricultura brasileira, então
apoiada sobre o porta-enxerto laranja azeda (Citrus aurantium L.). Mais recentemente, uma nova
20
doença, o declínio dos citros, de etiologia não determinada, constatada na década de ‘70, vem
causando a morte de milhares de plantas enxertadas sobre o limão ‘Cravo’ (MATTOS JÚNIOR
et al., 2005).
O limoeiro ‘Cravo’ chegou a ser utilizado em mais de 90% dos pomares paulistas, mas
como se mostrou susceptível ao declínio houve uma pequena diversificação, oscilando sua
utilização em torno de 70% nas décadas dos ‘80 e ’90. Em 2001, surgiu uma nova doença, a
morte súbita dos citros (MSC), de etiologia ainda não esclarecida, que afeta laranjeiras doces e
algumas tangerineiras enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo’ (GIMENES-FERNANDES;
BASSANEZI, 2001) e limoeiro ‘Volkameriano’ (Citrus volkameriana Ten. e Pasq.)
(BASSANEZI et al., 2003). O surgimento da MSC fez com que a utilização do limoeiro ‘Cravo’
como porta-enxerto caísse drasticamente, ficando em 2004 na faixa de 45%. Neste período,
ocorreu certa diversificação de cultivares de porta-enxertos, com um maior crescimento no uso
do citrumeleiro ‘Swingle’ (Poncirus trifoliata x C. paradisi) (21%) e da tangerineira ‘Cleópatra’
(C. reticulata) (19%), do Poncirus trifoliata (4%) e da tangerineira ‘Sunki’ (Citrus sunki Hort.
ex. Tanaka) (4%) (POMPEU JÚNIOR; SALVA, BLUMER, 2004). Na atualidade, novamente o
limoeiro ‘Cravo’ é o porta-enxerto mais utilizado, em 70,6% das mudas produzidas nos viveiros
do Estado de São Paulo, seguido do citrumeleiro ‘Swingle’, utilizado em 17,2% das mudas
enxertadas (FUNDECITRUS, 2009).
Estas características conduzem a uma alta vulnerabilidade da citricultura à ocorrência de
epidemias de doenças conhecidas, e de novas doenças, com importantes conseqüências para a
sustentabilidade deste agronegócio (DE CASTRO JORGE, 2003). A CVC é um exemplo disto,
por ser uma bacteriose de elevada severidade nas laranjas doces. A obtenção de variedades de
copas de interesse comercial, e resistentes à Xylella fastidiosa e outras doenças, terá um impacto
significativo em todo o setor citrícola e resultará em grande contribuição sócio-econômica ao
país.
Adicionalmente, o uso de novos cultivares de copas e porta-enxertos, complementares ou
substitutos aos atuais, dará maior competitividade à citricultura brasileira, pelo aumento na
produtividade e na qualidade final dos produtos (fruta fresca ou suco concentrado), o que também
contribuirá na redução dos custos de produção. Os usuários diretos serão os citricultores,
comerciantes de frutas cítricas e indústrias de sucos cítricos, que apropriarão os ganhos,
resultando em benefícios para toda a sociedade, pela geração de maior número de empregos
21
diretos e indiretos e pelo aumento nos ingressos de divisas.
2.2 A Clorose Variegada dos Citros no Brasil
A CVC, ou ‘amarelinho’, causada pela bactéria Xylella fastidiosa Wells et al., foi
observada pela primeira vez em 1987 em pomares do Triângulo Mineiro e nas regiões Norte e
Nordeste de São Paulo (ROSETTI; DE NEGRI, 1990) e, desde então têm difundido para as
principais regiões citrícolas do Estado, constituindo-se atualmente num sério problema para a
citricultura brasileira. Recentemente, as perdas em produção causadas pela CVC têm sido
estimadas em até 10-14% da safra comercializável (ANDRADE et al., 2008; BOVÉ; AYRES,
2007).
Os levantamentos anuais realizados pelo Fundecitrus desde 1996 em pomares do Estado
de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro, indicaram um aumento gradual na severidade da
doença até 2001, se estabilizando desde então. Segundo o último levantamento realizado pelo
Fundecitrus, em 2005, a CVC afeta aproximadamente 43,8% das árvores cítricas em produção,
incluindo todas as cultivares copa de laranjas doces. A doença foi também constatada em
pomares de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal
(TUBELIS; BARROS; CAMPOS LEITE, 1993), Sergipe (LARANJEIRA et al., 1996b), Santa
Catarina (LEITE JÚNIOR; HUANG; BUENO, 1997) e na Bahia (SANTOS FILHO et al., 1999).
Em dez anos, constatou-se no Estado de São Paulo um aumento no número de frutos
necessário para encher uma caixa, passando de 270 frutos em 1996 para 300 frutos em 2006,
devido à redução do tamanho dos frutos causada pela CVC. Isto representa uma perda média de
10% no número de caixas de laranja produzidas no decênio, equivalentes a 121,8 milhões de
dólares, considerando uma produção de 348 milhões de caixas de laranja em 2006, a um preço
médio de 3,5 dólares por caixa (BOVÉ; AYRES, 2007).
O gênero Citrus é bastante afetado pela CVC (LARANJEIRA et al., 1996 a,b). Árvores de
outros gêneros da família Rutaceae e relacionados a Citrus, como Fortunella e Poncirus, não se
apresentam sintomáticas ou não têm a bactéria em seus tecidos em condições de transmissão
natural. No entanto, são observadas diferenças na reação das diversas espécies e variedades de
citros em relação à CVC (LI et al., 1996a). Segundo Bové e Ayres (2007), as tangerineiras
‘Nova’, ‘Fortune’, ‘Clementina’, ‘Ellendale’, ‘Wilking’ e a laranja azeda são sensíveis à CVC.
Em kumquats, limão ‘Siciliano’, limas ácidas ‘Galego’ e ‘Tahiti’, pomelos (Citrus paradisi
22
Macfad.) ‘Marsh Seedless’ e ‘Star Ruby’, tangerineiras ‘Ponkan’, ‘Dancy’ e ‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’, não foram observados sintomas típicos nem foi detectada a presença de X. fastidiosa,
classificando-se este grupo de citros como resistente à doença (LI, 1997). No mesmo trabalho, a
cidra (Citrus medica), a toranja ‘Melancia’ (Citrus paradisi Macfad.) e a tangerineira ‘Cravo’
mostraram-se tolerantes à CVC.
No entanto, as laranjas doces são indicadas como os hospedeiras mais suscetíveis à CVC
(LARANJEIRA et al., 1998; LEE et al., 1992). Yamamoto et al. (2004b) encontraram que, entre
as 256 variedades de laranja doce existentes no banco de germoplasma do Instituto Agronômico
de Campinas (IAC) em Cordeirópolis, apenas 20 variedades mantiveram-se sem sintomas de
CVC após quatro anos de avaliação.
Existem claras diferenças na susceptibilidade à doença entre cultivares de laranja doce.
Em ordem decrescente, as variedades mais afetadas são ‘Pêra’, ‘Natal’, ‘Hamlin’ e outras
(LARANJEIRA; PALAZZO, 1999; MACHADO et al., 1992; MALAVOLTA et al., 1993). As
variedades ‘Rubi’, ‘Westin’ e ‘Ovale’ apresentam menos sintomas foliares, com incidência de
cinco a dez vezes menor comparadas às variedades mais suscetíveis. Apesar disso, a intensidade
dos sintomas nas folhas não tem boa correlação com os danos sobre a produção. A cultivar ‘Rubi’
por exemplo, embora apresente poucos sintomas foliares, tem sua produção muito diminuída,
com danos comparáveis aos observados nas laranjas ‘Pêra’ ou ‘Barão’ (LARANJEIRA et al.,
1998). As variedades ‘Westin’ (meia-estação) e ‘Lue Gin Gong’ (tardia) são menos afetadas por
X. fastidiosa, sem decréscimos significativos à produção (LARANJEIRA; POMPEU JÚNIOR,
2002). Por outro lado, há diferenças na severidade da doença entre clones de laranjas doces (LI et
al., 1996b; ROSSETTI; DE NEGRI, 1990; SOUZA et al., 2006). Li; Donadio e Sempionato
(1998) verificaram diferenças na susceptibilidade entre clones de laranja ‘Natal’, em que o clone
‘Natal 1’ mostrou-se menos afetado entre os outros clones testados. A seleção massal de clones
assintomáticos ou com reduzida infecção foi proposta como uma estratégia importante para
prover de material livre, tolerante ou resistente à CVC (MACHADO et al., 1994).
No Brasil, vários estudos têm sido conduzidos para avaliar a reação de genótipos de citros
à CVC (LARANJEIRA et al., 1996a; LI et al., 1996ab). Segundo Machado et al. (1992), laranjas
doces enxertadas sobre tangerineiras ‘Sunki’ e ‘Cleópatra’ desenvolvem fortes sintomas de
clorose, semelhantes à deficiência de zinco, sem formação de goma ou lesões corticais no verso
da folha. No entanto, o porta-enxerto tangeleiro ‘Orlando’ não mostra sintomas de CVC, embora
23
seja portador da bactéria (LARANJEIRA et al., 1998; POZZAN; POMPEU JÚNIOR; GARCIA
JÚNIOR, 2000). Li et al. (1996b) relataram que plantas de laranja doce ‘Pêra’ enxertadas sobre
tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’ e ‘Sunki’, limoeiro ‘Cravo’ e limão ‘Volkameriano’
desenvolveram rapidamente sintomas de CVC após a inoculação com Xylella fastidiosa. Porém,
em mudas enxertadas sobre Poncirus trifoliata e citrangeiro ‘Troyer’ houve aparição tardia dos
sintomas da doença.
No Noroeste do Paraná, Nunes et al. (2006) relataram que a laranjeira doce ‘Folha
Murcha’ desenvolve mais tardiamente os sintomas de CVC, possivelmente devido ao
característico enrolamento das folhas nessa copa, que dificulta a infestação das cigarrinhas
transmissoras da doença. Também no Paraná, Gonçalves et al. (2008) observaram que as copas
de ‘Folha Murcha’ enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo’ estabelecidas em um pomar comercial
foram menos visitadas pelas cigarrinhas transmissoras da CVC do que as laranjeiras ‘Pêra’,
‘Valência’ e ‘Natal’.
Machado et al. (1992) relataram que as variedades copa de tangerineiras ‘Cravo’,
‘Ponkan’ e ‘Parson’ e o tangor ‘Murcott’ desenvolvem lesões semelhantes de CVC, mas que
tendem a desaparecer ou se generalizarem como deficiência nutricional. Li et al. (2000)
avaliaram a resistência de 15 cultivares de tangerinas e seus híbridos à CVC, e encontraram que
as cultivares ‘Cravo’ e ‘Oneco’ eram hospedeiras assintomáticas e que as cultivares ‘Dancy’, a
‘Okitsu’ e a ‘Ponkan’ eram não-hospedeiras. Silva et al. (2004a) descreveram a reação à CVC de
quarenta e seis cultivares de tangerina, três tangores e sete tangeleiros. Mostraram-se hospedeiros
sintomáticos a tangerina ‘Cami’ e os tangores ‘Dweet IVIA C-165’ e ‘Clemelin IVIA 355’.
Apenas os genótipos ‘Clementina de Nules VCR’ ‘Clementina Caffin SRA 385’ e ‘Mapo SRA
450’ mostraram-se como não-hospedeiros. Os demais foram classificados como hospedeiros
assintomáticos. Souza; Donadio e González-Jaimes (2000) estudaram a reação de genótipos de
citros à CVC. Mostraram-se hospedeiros assintomáticos vinte genótipos de laranja, quarenta e
seis de tangerinas e um híbrido. Três tangerinas e dezenove híbridos mostraram-se como não-
hospedeiros.
Com relação ao efeito do porta-enxerto sobre a manifestação da doença, os resultados têm
sido contrastantes, seja refutando (LARANJEIRA et al., 2001; STUCHI et al., 1998abc) ou
sugerindo alguma influência do porta-enxerto na incidência da CVC (STUCHI; DONADIO;
SEMPIONATO, 2002; STUCHI et al., 2004). Destes estudos, surge a necessidade de realizar
24
avaliações contínuas da CVC, considerando um único cultivar copa enxertado sobre distintos
porta-enxertos. Outro aspecto a ser considerado nesses estudos é o efeito do porta-enxerto na
evolução da doença no tempo, assim como também caracterizar a relação entre a incidência da
CVC e a produção.
No levantamento amostral realizado anualmente entre junho e agosto pelo
FUNDECITRUS, nos pomares do Estado de São Paulo e Sul do Triângulo Mineiro para avaliar a
incidência da CVC, constatou-se que em 2005 não houve aumento na incidência da doença em
relação a 2004 (43,28% das plantas com sintomas em 2005, contra 43,84% em 2004). No
entanto, houve aumento na severidade da doença, com crescimento de 35,98% em 2004 para
37,02% em 2005 das plantas com sintomas em folhas e frutos. A severidade da CVC foi maior
em pomares de 6 a 10 anos (58,61%) e nos períodos mais secos do ano (abril a julho)
(FUNDECITRUS, 2009).
O levantamento apontou também que a incidência da CVC é maior no norte do Estado de
São Paulo e Sul do Triângulo Mineiro. Isto ocorre devido a fatores climáticos e à população de
vetores. Regiões de clima quente e seco são favoráveis à manifestação dos sintomas, e são as que
apresentam a maior população das principais cigarrinhas transmissoras da doença
(FUNDECITRUS, 2004).
A CVC tem um forte impacto econômico, uma vez que afeta principalmente a qualidade
dos frutos, tornando-os de tamanho reduzido para a comercialização in natura e mesmo para
produção de suco cítrico concentrado. Os sintomas caracterizam-se pela clorose pontuada
distribuída ao acaso no limbo foliar, com formação de goma no verso da folha (LIBERATO et
al., 2007). A clorose se apresenta inicialmente em folhas maduras, nas regiões mediana e superior
da copa, podendo ocorrer desfolha dos ramos ponteiros. Em folhas novas, mesmo de plantas
severamente afetadas, não há manifestação da doença. Quando as folhas amadurecem, surgem
pequenas pontuações de cor marrom-claro na face dorsal, em correspondência às áreas cloróticas
na face ventral. Estas lesões tornam-se necróticas, de coloração marrom-escura e ligeiramente
salientes (FUNDECITRUS, 2004).
Ocorre o encurtamento dos entrenós e há um maior brotamento da gemas dos ramos
infectados, que confere um aspecto “envassourado” aos mesmos, acarretando um menor
desenvolvimento das plantas afetadas. Em condições de campo podem ocorrer sintomas de
folhagem murcha em plantas altamente afetadas pela doença, devido ao aumento da resistência
25
ao fluxo de água nos vasos do xilema (AMORIM et al., 1993; LEE; BERETTA; DERRICK,
1991; MACHADO et al., 1992; MALAVOLTA et al., 1990; ROSETTI; DE NEGRI, 1990). Com
o avanço da CVC, observa-se a desfolha dos ramos mais altos da planta, locais mais atacados
pelas cigarrinhas. Os sintomas foliares podem se restringir a alguns setores nas plantas afetadas
ou evoluir, de modo disperso, atingindo toda a copa. Ocorre redução de crescimento, morte de
ramos ponteiros e número excessivo de folhas diminutas, diferindo do padrão das brotações
normais. As folhas jovens podem apresentar redução da expansão, permanecendo afiladas e
encurvadas para cima (acanoadas), com clorose semelhante ao sintoma típico de deficiência de
zinco (FUNDECITRUS, 2004).
A doença causa redução no tamanho e qualidade dos frutos. Ocorre a presença de frutos
miúdos, que são consideravelmente menores, rígidos e mais ácidos que os normais
(LARANJEIRA; PALAZZO, 1999), e que não são aceitos pelo mercado de frutas frescas nem
pelas indústrias processadoras de suco. Pode ocorrer formação de pencas com 4 a 10 frutos
pequenos, característica atípica das variedades de laranja doce. Os frutos de tamanho reduzido
podem ocorrer em ramos com ou sem sintomas foliares. O desenvolvimento anormal dos frutos
favorece a incidência de rachaduras da casca, queimaduras de sol, ataques de insetos e fungos,
fatores que podem provocar sua queda. Assim, árvores com ataque severo de CVC mostram, com
freqüência, galhos salientes, desfolhados ou não, com folhas cloróticas na parte superior da copa,
que conferem um aspecto amarelado à planta, folhas e frutos pequenos, e paralisação ou redução
da velocidade de crescimento da planta.
Técnicos e citricultores do Estado de São Paulo têm observado a ocorrência de árvores
sem qualquer sintoma de CVC bem desenvolvidas, produtivas, com frutos normais e de boa
qualidade, em pomares comerciais onde as demais plantas das mesmas variedades apresentam-se
fortemente afetadas pela doença (BOVÉ; AYRES, 2007; EECB, 2008; LACAVA et al., 2004;
YAMAMOTO et al., 2004a). Essas plantas, denominadas árvores de elite, se forem realmente
resistentes ou tolerantes, poderão representar uma alternativa promissora para a recuperação
futura de pomares atacados por CVC.
2.2.1 Etiologia
O agente causal da CVC é a bactéria Xylella fastidiosa Wells et al., um parasita que
coloniza exclusivamente os elementos de vasos ou traqueídeos constituintes do xilema da planta
26
hospedeira (HARTUNG et al., 1994). A Xylella fastidiosa é gram-negativa, possui parede celular
enrugada, forma de bastonete e requer meios complexos para seu isolamento e cultivo (WELLS
et al., 1987). Restrita ao xilema da planta, a bactéria provoca o entupimento dos vasos
responsáveis por levar água e nutrientes da raiz para a copa da planta (PURCELL; HOPKINS,
1996). Xylella fastidiosa é agente causal de doenças de importância econômica em diversas
plantas cultivadas, tais como a ‘Pierce's disease’ em videira; ‘phony peach’ em pessegueiro;
alfalfa dwarf’ em alfafa; ‘almond leaf scorch’ em amendoeira e cafeeiro e a ‘plum leaf scald’, ou
escaldadura de folha, em ameixeira (BERETTA et al., 1996; HARTUNG et al., 1994; WELLS et
al., 1987; WENDLAND et al., 2003). Quando afetado pela CVC, a produção do pomar cai
rapidamente, os frutos ficam duros, pequenos e amadurecem precocemente. A perda de peso do
fruto pode chegar a 75% (FUNDECITRUS, 2004).
A transmissão da CVC se dá principalmente pelas cigarrinhas vetoras (BRLANSKY;
DAMSTEEGT; HARTUNG, 2002; LOPES, 1996; REDAK et al., 2004), assim como também
pela enxertia de borbulhas contaminadas (LI, 1997; NUNES, 1999; PURCELL; HOPKINS,
1996; ROSETTI et al. 1995), uso de sementes contaminadas (LI et al., 2003; PRIA JÚNIOR et
al., 2002) ou por enxertia natural entre as raízes das árvores (HE et al., 2000).
Experimentalmente, a CVC pode ser transmitida pela encostia de mudas infectadas e sadias
(NUNES, 1999).
O FUNDECITRUS e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP)
identificaram 11 espécies de cigarrinhas transmissoras da CVC (FUNDECITRUS, 1999;
KRUGNER et al., 2000; ROBERTO et al., 1996). Atualmente, as espécies consideradas vetoras
da CVC são: Dilobopterus costalimai Young, Acrogonia citrina Marucci & Carvichioli,
Oncometopia facialis (Signoret), Macugonalia leucomelas (Walker), Macugonalia cavifrons Stal,
Bucephalogonia xanthophis (Berg), Ferrariana trivittata (Signoret), Sonesimia grossa (Signoret),
Homalodisca ignorata (Melichar), Plesiomata corniculata Young, Parathona gratiosa Blanchard
e Hortensia similis Walker (YAMAMOTO et al., 2002).
Entre as cigarrinhas vetoras da CVC, as mais eficientes são as mais comuns: Oncometopia
facialis, Dilobopterus costalimai e Acrogonia citrina. Elas preferem se alimentar de brotações
novas. A Bucephalogonia xanthophis é mais encontrada em mudas novas. Já a Plesiommata
corniculata, a Macugonalia leucomelas, a Ferrariana trivittata e a Sonesimia grossa preferem
gramíneas para se estabelecerem e raramente são encontradas em citros (FUNDECITRUS, 2004).
27
A população das cigarrinhas aumenta gradualmente nos meses de primavera-verão e, ao
se alimentarem do xilema das brotações novas de plantas afetadas, esses insetos podem adquirir a
bactéria, que é posteriormente transmitida às laranjeiras sadias. Outro fator de dispersão do
patógeno para médias e longas distâncias de um foco inicial é a comercialização de mudas
contaminadas (FUNDECITRUS, 2004).
2.2.2 Diagnóstico e manejo da CVC em pomares
A maneira mais simples de diagnosticar a CVC é pelo reconhecimento dos seus sintomas
característicos em plantas no campo. Porém, em algumas situações, tais como a falta de
familiarização do produtor com os sintomas ou a avaliação de plantas matrizes em estágio pré-
sintomático, pode-se fazer uso de técnicas laboratoriais para a constatação da presença de X.
fastidiosa.
O diagnóstico da CVC é realizado por meio de testes imunoenzimáticos como o ELISA
(“enzyme linked immunosorbent assay”), DIBA (“dot immunobinding assay”) e “western-
blotting”. Nestes testes, a presença da bactéria em amostras de citros é constatada através de
reação com anticorpos específicos para X. fastidiosa, obtidos a partir de animais imunizados
contra a mesma. O diagnóstico baseado na amplificação de seqüências específicas do DNA de X.
fastidiosa, através da reação em cadeia da polimerase (“polymerase chain reaction” - PCR),
também pode ser realizado, possibilitando maior sensibilidade e confiabilidade em relação aos
testes imunoenzimáticos (GONZÁLEZ-JAIMES et al., 2002; LIMA, 1986).
O manejo da CVC exige cuidados e dedicação por parte do citricultor. Inspeções do
pomar devem ser feitas preferencialmente entre janeiro e julho, quando os sintomas estão mais
evidentes. A identificação precoce da doença ajuda na recuperação da planta e pode retardar a
disseminação da CVC, ao permitir adotar medidas de controle imediato da doença. O manejo da
CVC está baseado em três estratégias (FUNDECITRUS, 2004): (i) utilização de mudas sadias: a
muda cítrica de alta qualidade é o insumo mais importante na implantação de um pomar
comercial. O caráter perene da cultura dos citros transforma a escolha da muda na chave do
sucesso ou fracasso no plantio do pomar. A partir de 2003, a Secretaria da Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo proibiu, em todo o território do Estado, o comércio e
transporte de porta-enxertos e mudas cítricas produzidas em viveiros abertos, coibindo assim a
entrada de mudas de viveiros abertos vindas de outros Estados. Anteriormente, esse Órgão havia
28
regulamentado que as sementeiras para produção de porta-enxertos de citros deviam ser
instaladas em ambiente telado, para evitar a entrada de insetos transmissores de pragas e doenças,
podendo ser registrados apenas os viveiros que estiverem instalados em uma estufa (MATTOS
JÚNIOR et al., 2005); (ii) Poda de ramos com sintomas iniciais em plantas com mais de dois
anos, e erradicação de plantas afetadas abaixo dessa idade. Nas árvores com sintomas iniciais de
CVC que não são eliminadas ou podadas adequadamente, a doença evolui, servindo de fonte de
contaminação para outras plantas; (iii) Controle do vetor, ou seja, da população de cigarrinhas no
pomar. Monitoramentos periódicos devem ser realizados preferencialmente na primavera e no
verão, período em que aumenta a população de cigarrinhas. Para o monitoramento, podem ser
utilizadas armadilhas amarelas, puçá e observação visual. O controle químico dos vetores deve
ser feito quando for constatado 10% das plantas de um talhão com cigarrinhas, seja qual for a
espécie. As pulverizações devem ser planejadas com base na população de cigarrinhas, cuidando
de não afetar aos inimigos naturais que, sozinhos, são responsáveis pelo controle de 40% da
população de cigarrinhas. Além dessas medidas, é importante manter os tratos culturais exigidos
pelo pomar. Deve-se ressaltar que nenhuma das medidas de convivência poderá ter eficiência
isoladamente.
O uso de variedades resistentes é uma importante medida de controle da doença
(PURCELL, 1994). Deve-se ressaltar que a seleção de mutações é o método que, até hoje, deu
origem à maioria dos cultivares de citros (KOLLER, 1994). Dessa forma, a introdução e a
avaliação de materiais genéticos diferentes, de outros bancos de germoplasma, ampliarão as
chances de obtenção de variedades de laranjas doces ou de seus híbridos com o perfil desejável
em termos de resistência ou tolerância à doença (MOURÃO FILHO et al., 1997).
2.3 Influência do porta-enxerto na produtividade e qualidade dos frutos dos citros
A muda cítrica para cultivo comercial é formada por dois indivíduos unidos por meio da
enxertia: o porta-enxerto (ou cavalo) e o enxerto (ou copa), que se desenvolvem e produzem
como uma única planta. Os chineses praticavam a enxertia cerca de 1000 a.C., e Aristóteles (384-
322 a.C.) descreveu essa técnica em seus manuscritos (INSTITUTO AGRONÔMICO DE
CAMPINAS - IAC, 2009).
O uso da enxertia visa utilizar as características do porta-enxerto para melhorar a
produção e a qualidade dos frutos, aumentar a longevidade das plantas, reduzir a altura da árvore
29
e o tempo necessário para início da produção, e aumentar a resistência das plantas à doenças (ex.:
gomose, nematóides) e estresses (ex.: deficiência hídrica e nutricional). Embora hajam
significativas vantagens do uso dessa técnica, algumas variedades de copas e porta-enxertos são
incompatíveis na união da enxertia (IAC, 2009).
O porta-enxerto pode influenciar mais de 20 características hortícolas e patológicas da
cultivar copa e seus frutos, fazendo da enxertia uma prática essencial na citricultura (SCHÄFER;
BASTIANEL; DORNELLES, 2001). Dentre as características influenciadas pelo porta-enxerto
podem ser citadas a precocidade de início de produção, o aumento da produção das plantas, a
obtenção de frutas de melhor qualidade e a maior resistência das plantas, ou tolerância às
condições desfavoráveis de clima, solo, pragas e doenças (MATTOS JÚNIOR et al., 2005). A
escolha do porta-enxerto para citros pode ser orientada à produção de frutos de melhor tamanho e
qualidade, aptos para exportação de fruta fresca, ou para produção em épocas de melhores preços
no mercado interno (CARLOS; STUCHI; DONADIO, 1997)
Os efeitos do porta-enxerto sobre o tamanho da árvore, precocidade, produção e
maturação dos frutos, são causados por complexas interações entre as raízes e a copa, que variam
para cada tipo de combinação genética. Os porta-enxertos afetam diretamente a capacidade das
plantas de absorver água e nutrientes. Também podem alterar significativamente o padrão de
desenvolvimento da copa e alguns processos fisiológicos, como a fotossíntese (HARTMANN;
KESTER; DAVIES, 1990). Esses autores propõem três mecanismos responsáveis pelos efeitos
interativos entre copa e porta-enxerto: (i) absorção, acumulação e utilização dos nutrientes; (ii)
translocação de nutrientes e água, e (iii) alterações nos níveis de fatores de crescimento
endógenos. O mecanismo de acumulação de nutrientes é exemplificado no caso dos porta-
enxertos ananicantes, que aumentam a produtividade da copa porque permitem maior
acumulação de amido nos ramos, favorecendo assim a iniciação dos primórdios florais. Árvores
inter-enxertadas com material ananicante têm maior teor foliar de açúcares redutores, o que
demonstraria uma alteração no uso das reservas.
Entretanto, o efeito ananicante de alguns porta-enxertos estaria associado, mais do que ao
efeito de absorção pelas raízes, a alterações na translocação de nutrientes e água, seja pelo
bloqueio parcial na região da união cavalo/copa, ou pela redução do transporte de água e
nutrientes à copa (HARTMANN; KESTER; DAVIES, 1990). Esse menor transporte de água
explicaria porque algumas características conferidas pelos cavalos ananicantes à copa são
30
similares aos sintomas de estresse hídrico moderado (folhas pequenas, entrenós curtos, detenção
antecipada do crescimento). Outro mecanismo através do qual os porta-enxertos ananicantes
reduziriam o vigor seria através da menor produção de promotores endógenos de crescimento, ou
pela incapacidade de transportar/utilizar esses fatores produzidos pela copa. Menores teores
endógenos de giberelinas, translocadas desde as raízes do cavalo até a copa, poderiam ter relação
com o efeito ananicante de alguns cavalos. Todavia, os porta-enxertos ananicantes contém maior
teor de enzimas que degradam o ácido indolacético (AIA), como a AIA oxidase, e também
possuem menor teor de promotores e maior teor de inibidores de crescimento (ABA) do que os
porta-enxertos vigorizantes (HARTMANN; KESTER; DAVIES, 1990).
Visando ampliar a base genética da citricultura brasileira e a obtenção de variedades
complementares ou substitutas às existentes, muitos trabalhos vêm sendo realizados no Brasil. No
Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura Tropical (CNPMF), Embrapa Mandioca
e Fruticultura, em Cruz das Almas, estado de Bahia, têm sido desenvolvidos diversos trabalhos de
diversificação varietal de porta-enxertos e copas, sendo identificadas novas variedades de laranjas
de maturação precoce, de meia-estação e tardias, passíveis de serem introduzidas em novos
sistemas de produção citrícola no Nordeste. Em 1988, a CNPMF iniciou um programa de
hibridações objetivando a seleção de genótipos de porta-enxertos resistentes ou tolerantes à
tristeza dos citros e à gomose, além de tolerantes à deficiência hídrica, ao alumínio no solo e
adaptados a altas densidades populacionais (SOARES FILHO et al., 1997).
No Centro Apta Citros ‘Sylvio Moreira’, em Cordeirópolis, SP, vinculado ao IAC, vários
estudos de variedades copas e porta-enxertos foram desenvolvidos, que sustentaram o
estabelecimento da citricultura paulista, hoje a maior do mundo. O BAG (Banco Ativo de
Germoplasma) do Centro reúne mais de 1.700 acessos, representantes de Citrus e gêneros afins
(TEÓFILO SOBRINHO, 1997), servindo de base às outras coleções brasileiras.
Conjuntamente com o trabalho realizado no Centro Apta Citros ‘Sylvio Moreira’-IAC, a
Universidade de São Paulo, através da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” –
ESALQ e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) têm prestado importante
contribuição na condução de estudos dirigidos à obtenção de clones sem sementes de variedades
copa tradicionais, mediante a indução artificial de mutações, bem como à obtenção de híbridos
somáticos com potencial para serem utilizados como porta-enxertos e/ou cultivares copa e a
geração de plantas transgênicas com genes com potencial interesse agronômico, em especial, para
31
tolerância a patógenos (CARDOSO, 2008; MENDES et al., 2001; MENDES-DA-GLÓRIA et al.,
2000; MOURÃO FILHO et al., 2008; PIO, et al., 2006).
Em São Paulo destacam-se os trabalhos realizados na Estação Experimental de
Citricultura de Bebedouro (EECB), com 283 acessos de variedades, híbridos e clones de citros
introduzidos de diversas regiões, assim como também clones pré-imunizados das variedades
‘Pêra’, ‘Natal’, ‘Valência’ e ‘Folha Murcha’ obtidos no IAC (EECB, 2008). Boa parte dos
materiais introduzidos pela EECB tem sido avaliada em condições de casa de vegetação e de
campo com relação à resistência à CVC (GONZALEZ-JAIMES, 2002; SILVA et al., 2004a;
SOUZA; DONADIO; GONZÁLEZ-JAIMES, 2000; SOUZA et al., 2006).
Na região sul, sob condições de clima subtropical a temperado, têm sido realizados
trabalhos de melhoramento de citros no Centro de Pesquisa em Fruticultura de Taquari (CPFT),
em Taquari, Estado do Rio Grande do Sul, e no Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR),
Londrina, Estado do Paraná (FERREIRA; SANTOS, 2002). As coleções do IAPAR e CPFT
contêm principalmente laranjas doces, tangerinas, limões e também Poncirus trifoliata e seus
híbridos.
Outros centros de pesquisa que têm desenvolvido extensos trabalhos de melhoramento de
copas e porta-enxertos de citros, visando à diversificação varietal, são: a Empresa para Pesquisa
na Agricultura de Sergipe (ENSAGRO/SE), com 99 acessos; a Universidade Federal de Viçosa
(UFV/MG), com 50 accesos; o Instituto para Pesquisa na Agricultura de Pernambuco (IPA/PE),
com 44 accesos; a Empresa para Pesquisa em Agricultura do Rio de Janeiro (PESAGRO/RJ),
com 32 accesos e a Embrapa Amazônia Ocidental, com 29 accesos. Estas coleções são mais
especializadas em variedades comerciais, principalmente para laranjas doces e tangerinas, com
importante papel na citricultura regional (PASSOS; SOARES FILHO; DONADIO, 2002).
2.4 Princípios das medições colorimétricas
A avaliação visual da coloração é afetada por muitos fatores, desde as condições de
iluminação e o ângulo de observação, até as diferenças individuais na percepção da cor. A
avaliação instrumental da cor permite a quantificação objetiva deste atributo de qualidade,
permitindo a avaliação subseqüente das diferenças e contrastes de cor entre objetos
(WEATHERALL; LEE, 1991).
A medição colorimétrica é baseada no modelo da visão humana. O olho humano possui
32
receptores para três comprimentos de onda: curta, média e longa, e isso determina que a sensação
que temos da cor possa ser descrita por três coeficientes. Qualquer método específico que permita
associar três valores (valores triestímulo ou tricromátricos) com uma cor determinada, é chamado
de “espaço de cor”. Para cada tipo de material cuja coloração deseja ser avaliada, existe um
espaço de cor mais adequado.
A medição automática da cor é realizada através de colorímetros tri-estímulo, que são
desenhados para reproduzir a sensação psicofísica de visão humana das cores, utilizando sensores
que simulam a forma em que o olho humano percebe e quantifica as diferenças de cor entre uma
amostra e um padrão (Commission Internationale de l’Eclaraige, CIE, 1986). Esses instrumentos
medem as propriedades colorimétricas dos objetos, utilizando uma fonte interna de luz para
iluminar a amostra a ser medida. Com isso, a leitura que produz o equipamento não é afetada pela
condição de iluminação ambiental. A luz refletida pela superfície da amostra passa através de
filtros de vidro vermelho, verde e azul para simular as funções do observador. O colorímetro
possui ainda um sistema de compensação da leitura, constituído de dois sensores internos, um
que mede a luz refletida da superfície do tecido vegetal e outro sensor que mede a luz da fonte de
iluminação. Um sensor ótico localizado além dos filtros detecta a quantidade de luz que passa por
eles e um micro-processador converte automaticamente estes sinais em equações numéricas
(AMARANTE et al., 2008).
Para medição da coloração são utilizadas várias escalas ou espaços de cor. A primeira
delas, a escala de cor X, Y, Z, foi definida em 1931 pela Comissão Internacional de Iluminação
(CIE), sendo desenvolvida a partir de medições diretas das funções de correspondência da cor
para as três cores primárias (vermelho, verde e azul, respectivamente) (CIE, 1986). Com ajuda de
um colorímetro, é possível determinar o espaço de cor X,Y,Z a partir das variáveis Y, x e y que
são medidas pelo sensor ótico do instrumento. Assim, é possível quantificar em forma simples e
objetiva as características da cor de um objeto em particular, sob determinadas condições de
iluminação.
Outros espaços de cor foram desenvolvidos posteriormente, visando melhorar a qualidade
das avaliações colorimétricas. A escala L*, a*, b*, ou CIELAB, foi definida pela CIE em 1976
(JACOMINO; MENDONÇA; KLUGE, 2003). Este sistema é baseado no uso de uma fonte
padrão de iluminação e um observador padrão, sendo obtidas curvas no espectro visível para os
valores triestímulo que interpretam a percepção de cor pelo olho humano (CIE, 1986; McGUIRE,
33
1992). O sistema CIELAB mede o grau de luminosidade da cor (L*), e varia entre 0 (preto) a 100
(branco), o grau de coloração vermelha ou verde (a*), que varia de -100 (verde) a 100
(vermelho), e o grau de coloração amarela ou azul (b*), que varia entre -100 (azul) a 100
(amarelo). Já o sistema de ordenação de cor de Munsell estabelece escalas numéricas para os três
atributos que definem a cor (luminosidade, cor espectral e tonalidade) (JACOMINO;
MENDONÇA; KLUGE, 2003; McGUIRE, 1992).
Posteriormente, foi desenvolvida a escala CIE L*, C*, h*, a partir da representação
matemática do sistema de coordenadas retangulares do espaço de cor CIELAB na forma de
coordenadas polares. Segundo McGuire (1992) e Weatherall e Lee (1991), esse espaço de cor é
considerado mais adequado para estudos colorimétricos, pois, permite quantificar de forma mais
exata a cromaticidade ou croma (C*, expressa o grau de saturação em termos de pigmentos da
cor, equivalente à intensidade da cor) e o ângulo de tonalidade ou ângulo hue (h*, que define a
cor, i.e., verde, amarelo, azul, vermelho, etc.). Valores de C* próximos de zero representam cores
neutras (cinzas), e valores próximos a 60 expressam cores vívidas. Assim, maiores valores de C*
significam maior intensidade da coloração amarela. O h* assume valor 0 para a cor vermelha, 90º
para amarela, 180º para verde e 270º para azul. Assim, valores de h* mais próximos a 180º
representam frutos mais verdes, ao passo que valores mais próximos a 90º indicam frutos mais
amarelos.
2.4.1 Avaliações da coloração dos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’
Das três copas contempladas neste estudo, apenas na limeira ácida ‘Tahiti’ é relevante a
determinação da coloração externa dos frutos, por ser este um dos parâmetros que definem a
qualidade dos frutos destinados à exportação.
Apesar da importância da cor externa dos frutos para sua aceitação ou rejeição pelo
mercado consumidor, constatou-se que a classificação de limas ácidas ‘Tahiti’ nos packing
houses que processam fruta para exportação é feita por simples apreciação visual da cor e
condição externa do fruto. Desta maneira, podem ocorrer eventuais erros na classificação dos
frutos exportáveis, devido às diferenças na percepção da cor entre os avaliadores e à influência
das condições de iluminação. Além disso, a falta de uma quantificação objetiva dos critérios de
classificação da cor da fruta exportável pode prejudicar sua condição de chegada ao destino, além
de aumentar os riscos de rejeição nos mercados recebedores da fruta brasileira. A quantificação
34
colorimétrica da coloração dos frutos de lima ácida ‘Tahiti’ classificados como exportáveis,
permitirá uma melhor definição deste importante atributo da qualidade.
2.4.2 Avaliações colorimétricas das folhas para estimar a tolerância à deficiência hídrica
As medições colorimétricas de folhas podem ser utilizadas para identificar situações de
estresse nutricional ou hídrico em plantas (AMARANTE et al., 2008; MADEIRA et al., 2003).
Em citros, Deidda et al. (1996) relacionaram as variáveis colorimétricas X, Y, e Z definidas em
1931 pela CIE, com o estado hídrico de plantas em vasos de allemow (C. macrophylla) e laranja
doce (C. sinensis) cv. ‘Washington Navel’, colocadas em estufa e no campo. Nesse estudo,
constatou-se que a ocorrência de estresse hídrico nas folhas está associada com um aumento no
fator de luminosidade Y, o que indica uma mudança da cor de verde para o amarelo, associado
também com o aumento na cromaticidade (xy) e no valor do Índice Colorimétrico (IC). No
espaço de cor da CIE de 1931, as magnitudes dos valores triestímulo X, Y e Z são determinadas
mediante as seguintes equações:
Y = Y
x
y
Y
X =
)y-x1(
y
Y
Z =
Em que: Y é o fator de luminosidade, luminância ou brilho da cor, medido pelo
colorímetro; x e y são as coordenadas de cromaticidade, medidas pelo colorímetro. O Índice
Colorimétrico (IC) é calculado mediante a seguinte expressão:
z
y)(x
IC
+
=
No estudo de Deidda et al. (1996), o aumento nos valores de luminosidade (Y),
cromaticidade (xy) e Índice Colorimétrico (IC), estaria associado à mudança da cor de verde para
o amarelo, característica do estresse hídrico das folhas. Maiores valores dos índices
colorimétricos indicariam um maior grau de estresse hídrico foliar.
35
2.5 Material e Métodos
2.5.1 Cultivares copa
Limeira ácida ‘Tahiti’ (Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka)
Originária da coleção de citros da Estação Experimental de Riverside, da Universidade da
Califórnia, é uma das cultivares copa de lima ácida mais plantadas no Brasil (STUCHI; SILVA,
2005). Dentre os clones de lima ácida mais difundidos no Estado de São Paulo estão o ‘IAC-5’
ou ‘Peruano’, utilizado neste experimento, Pré-imunizado contra a tristeza dos citros, e o
‘Quebragalho’, clone velho e contaminado com viróides, de menor vigor.
O clone nucelar ‘IAC-5’ tem maior produtividade e tolerância ao vírus da tristeza dos
citros, apresentando menor incidência de hipertrofia do cálice floral e ausência de fissuras na
casca do tronco e ramos (FIGUEREIDO, 1991 apud MATTOS JÚNIOR et al., 2005). A planta é
vigorosa, de porte elevado e folhas de coloração verde escura. Suas flores possuem cinco pétalas,
com grande número de estames contendo pólen inviável. Seus frutos, geralmente, se
desenvolvem sem a formação de sementes. Somente em casos raros, encontra-se algum fruto com
uma única semente. A floração ocorre, principalmente, nos meses de setembro a outubro,
ocorrendo praticamente o ano todo em plantios irrigados. Os frutos são de tamanho médio, ovais,
obovóides a oblongos, com ligeiro pescoço na região peduncular e arredondados no ápice, sem
sementes, com casca lisa, fina e de coloração esverdeada. A polpa é suculenta e textura firme,
com um conteúdo médio de suco de 50% do peso, com um teor médio de 9% de sólidos solúveis,
6% de acidez e uma relação sólidos solúveis:acidez de 1,5 (FIGUEREIDO; SALIBE, 2003).
O período de safra do limão ‘Tahiti’ varia de janeiro a agosto, concentrando-se,
praticamente, no primeiro semestre do ano. Na entressafra (setembro a dezembro) ocorrem os
maiores preços no mercado interno. A produtividade do ‘Tahiti’ varia de acordo com o
espaçamento da cultura e o porta-enxerto utilizado, com produtividades entre 6 a 21 ton ha
-1
. Em
plantios irrigados, as sucessivas brotações dão origem a várias floradas que, por sua vez, dão
origem a várias colheitas ao longo do ano, podendo atingir períodos de colheita na entressafra da
cultura, o que propicia melhores preços (MATTOS JÚNIOR; DE NEGRI; FIGUEIREDO, 2003).
Embora o principal destino dos frutos seja o mercado interno de fruta fresca e
processamento de suco, as exportações brasileiras de limas ácidas setuplicaram no período 2000-
36
2006, alcançando 44.000 t anuais em 2005 (INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS, IBRAF,
2006), equivalentes a US$ 32 milhões (BOTEON; BRAGA; PUPIN, 2007).
Estudos de avaliação de porta-enxertos para lima ácida ‘Tahiti’ conduzidos no Estado de
São Paulo mostraram que outros porta-enxertos, tais como citrange ‘Morton’ [C. sinensis (L.)
Osbeck x Poncirus trifoliata (L.) Raf.], tangeleiro ‘Orlando’ (C. paradisi Macfad. x C. tangerina
Hort. ex Tanaka), limoeiro ‘Volkameriano’ (C. volkameriana Ten. e Pasq.), citrumeleiro
‘Swingle’ (C. paradisi x P. trifoliata) e o trifoliata ‘EEL’ (P. trifoliata), podem ser alternativos
ao limoeiro ‘Cravo’ (FIGUEIREDO et al., 2000, 2002). No Paraná, o citrange ‘C-13’ apresentou
longevidade maior e produção acumulada similar à verificada no ‘Cravo’ com copa de ‘Tahiti’
(STENZEL; NEVES, 2004).
Estudos de espaçamentos para lima ácida ‘Tahiti’ sobre ‘Flying Dragon’ (Poncirus
trifoliata var. monstrosa) indicaram que houve maior produtividade nos plantios adensados,
devido ao caráter ananicante desse porta-enxerto (MADEMBA-SY et al., 1999; ROOSE, 1986;
STUCHI; DONADIO; SEMPIONATO, 2003). O uso de irrigação localizada em plantios
adensados de lima ácida ‘Tahiti’ enxertados em trifoliata ‘Flying Dragon’ causou o deslocamento
parcial da produção para o segundo semestre e um forte incremento na produtividade (STUCHI;
SILVA, 2005), pelos melhores preços da fruta no mercado interno.
Laranjeira ‘Folha Murcha’ (Citrus sinensis (L.) Osbeck)
Na seleção de novas variedades tardias de laranja doce para ampliar a época de
maturação, destaca-se a variedade ‘Folha Murcha’, obtida a partir de uma mutação natural da
cultivar ‘Seleta’ ou ‘Natal’ (DONADIO; FIGUEIREDO; PIO, 1995), e que é adequada tanto para
indústria como para consumo in natura. Sua característica mais marcante é o aspecto enrolado
das folhas, que confere aparente estado de estresse hídrico às plantas desta cultivar. ‘Folha
Murcha’ apresenta maturação muito tardia, entre os meses de dezembro e abril no Estado de São
Paulo, estendendo o período de safra da laranja em meses de menor oferta de fruta no mercado.
Produz frutos ovalados, de casca ligeiramente espessa e suco de coloração amarelo forte e sabor
adocicado, com boa retenção na planta. O alto teor de sólidos solúveis totais no suco da laranja
‘Folha Murcha’ acrescenta valor industrial a esta cultivar (DONADIO et al., 1999). Plantas de
laranjeira ‘Folha Murcha’ são ainda muito resistentes à deficiência hídrica e são consideradas
entre as mais tolerantes à bactéria causadora do cancro cítrico, Xanthomonas citri pv. citri
37
(AMARAL et al., 2003; DONADIO; FIGUEIREDO; PIO, 1995; MAVRODIEVA; LEVY;
GABRIEL, 2004).
Numa avaliação de seis variedades de laranjas sobre quatro porta-enxertos, na região de
Bebedouro, a variedade ‘Folha Murcha’ destacou-se pela menor susceptibilidade à CVC sobre
todos os porta-enxertos avaliados durante duas safras, embora tenha apresentado baixa
produtividade em comparação com as outras copas (EECB, 2008). O enrolamento das folhas
desta cultivar sugere que seja menos afetada por cigarrinhas, sendo por esta razão, menos
suscetível à CVC.
Em outro estudo de porta-enxertos, a variedade ‘Folha Murcha’ apresentou as maiores
produtividades quando enxertada sobre limoeiro ‘Volkameriano’, seguido de tangerineira ‘Sunki’
e citrumeleiro ‘Swingle’. A variedade ‘Folha Murcha’ teve uma produtividade similar quando
enxertada sobre limão ‘Cravo’, citrange ‘Troyer’ ou limão ‘Rugoso Nacional’ (EECB, 2008).
Em Paranavaí-PR, após avaliação por um período de 14 anos do comportamento de
plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ em sete porta-enxertos, concluiu-se que a tangerineira
‘Cleópatra’ e o limoeiro ‘Rugoso da África’ são porta-enxertos promissores para a laranjeira
‘Folha Murcha’, por induzir maior produção acumulada. Embora a produção individual por copa
tenha sido menor nas plantas enxertadas sobre Poncirus trifoliata, este porta-enxerto conferiu um
teor de sólidos solúveis totais superior aos frutos da copa (STENZEL et al., 2005).
Tangerina ‘Satsuma’ (Citrus unshiu Marc.)
As tangerineiras ‘Satsumas’ pertencem ao grupo das ponkans, tendo como principal
características a maturação fora de safra, em épocas de menor oferta de frutos no mercado interno
(MATTOS JÚNIOR et al., 2005).
A cultivar ‘Okitsu’ pertence ao grupo das ‘Satsumas’ e é originaria do Japão, onde foi
obtida em 1914, a partir de uma semente da ‘Satsuma’ cv. ‘Miyagawa’ por meio da polinização
controlada com Poncirus trifoliata (OLIVEIRA et al., 2005). A árvore da ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’
é vigorosa, de porte médio, com hábito de crescimento aberto. Os ramos apresentam tendência ao
crescimento vertical, com espinhos nos brotos jovens. A árvore é resistente ao frio, com folhagem
pouco densa e de coloração verde intensa. Os grãos de pólen e o saco embrionário das flores são
estéreis (AMORÓS, 1995). O fruto é grande e achatado, de boa qualidade organoléptica e se
caracteriza por não apresentar sementes. Os frutos toleram melhor o transporte e armazenamento,
38
em comparação as outras variedades de ‘Satsumas’ (MATTOS JÚNIOR et al., 2005).
A cultivar ‘Okitsu’ apresenta maturação muito precoce, e os frutos são colhidos com
casca ainda verde, o que ocorre entre fins de janeiro e início de fevereiro, no norte do Estado de
São Paulo (SILVA et al., 2004b). Nestas condições, a qualidade dos frutos é regular, fato que é
compensado pela precocidade da colheita, coincidindo com uma época de ausência de tangerinas
no mercado (DONADIO et al., 1998). No Norte do Estado de São Paulo, uma segunda colheita
da cultivar ‘Okitsu’ ocorre entre fins de março e meados de abril, coincidindo com a entressafra e
garantindo melhores preços (SILVA et al., 2004b).
Numa avaliação de seis variedades de tangerina ‘Satsuma’ enxertadas sobre Poncirus
trifoliata realizada em Bebedouro, SP, os dois clones da variedade ‘Okitsu’ estudados - A2 60.0 e
IVIA - apresentaram a maior produtividade na segunda safra, em comparação com as outras
variedades (EECB, 2008). A comparação da produtividade de 32 variedades de tangerinas e
híbridos em 3 porta-enxertos, também conduzida em Bebedouro, revelou que, em geral, o
limoeiro ‘Cravo’ conferiu maior precocidade de desenvolvimento às tangerineiras, seguido pelo
citrumeleiro ‘Swingle’ e o citrangeiro ‘Carrizo’ (EECB, 2008).
Os efeitos positivos de alguns porta-enxertos sobre a qualidade de frutos das tangerineiras
‘Satsuma’ têm sido descritos em outros países, principalmente em relação ao aumento dos sólidos
solúveis totais induzido pelos trifoliatas (KOBAYASHI et al., 1995; SAWANO et al., 2004). No
mesmo lote experimental de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ avaliado neste estudo, Silva et
al. (2004b) observaram maior produção nas árvores sobre os porta-enxertos citrandarin
‘Changsha’ x ’English Small’, trifoliata ‘Rubidoux’ e limoeiro ‘Cravo FCAV’, entre o terceiro e
quarto ano após o plantio. Nesse estudo, os frutos apresentaram, em geral, baixos teores de SST e
acidez, coincidindo com os resultados obtidos anteriormente por Cyrillo (2000) para seleções de
tangerina ‘Satsuma’ na região de Jaboticabal.
39
2.5.2 Cultivares porta-enxerto
Limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’ (
Citrus limonia Osbeck)
O limoeiro ‘Cravo’ corresponde a um possível híbrido natural entre limoeiro verdadeiro
[C. limon (L.) Burm. f.] e tangerineira (C. reticulata) (SWINGLE, 1967), que tem sua origem
provavelmente na Índia, onde é conhecido como limeira ‘Rangpur’ (HODGSON, 1967). É o
porta-enxerto mais utilizado para citros no Brasil porque apresenta tolerância ao vírus da tristeza
(CTV), alta resistência à deficiência hídrica, facilidade de obtenção de sementes, compatibilidade
com diversas copas, indução de produção precoce e alta produtividade de frutos às plantas nele
enxertadas, bom pegamento inicial após o plantio e boa adaptação sob distintas condições edafo-
climáticas, embora apresente melhor desempenho em solos arenosos e profundos. No entanto, o
limoeiro ‘Cravo’ apresenta alta susceptibilidade ao declínio dos citros, morte súbita dos citros,
gomose de Phytophthora, verrugose, exocorte e xiloporose. É suscetível à salinidade e pouco
resistente às geadas. As variedades nele enxertadas iniciam a produção dois a três anos após o
plantio (MATTOS JÚNIOR et al., 2005).
Existem diversas seleções de limão ‘Cravo’. Dentre elas, destaca-se o limão ‘Cravo
Limeira’, que foi coletado em pomar da região de Limeira e integrado ao Banco de Germoplasma
(BAG) do Centro APTA Citros "Sylvio Moreira", em Cordeirópolis. É uma árvore vigorosa e
produtiva de tamanho médio, de crescimento aberto e ramos pendentes. Os ramos têm espinhos
pequenos e escassos. A folhagem é de coloração verde acinzentada. Os frutos são de tamanho
médio, de formato globoso, por vezes obovado, e com algum mamilo. Possuem em média 12
sementes, pequenas e com alta poliembrionia (FIGUEREIDO; SALIBE, 2003) e amadurecem de
março a maio.
A seleção de limão ‘Cravo FCAV’ foi obtida pelo Professor Luiz Carlos Donadio na
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal (STUCHI, 2009).
1
1
STUCHI, E, Comunicação pessoal.
40
Citrumeleiro ‘Swingle’ (Poncirus trifoliata (L.) Raf. x Citrus paradisi Macfad.)
Resultado do cruzamento de pomelo ‘Duncan’ com Poncirus trifoliata realizado na
Flórida em 1907, o citrumeleiro ‘Swingle’ ou ‘4475’ mostra bom desempenho em solos arenosos
e argilosos e sob irrigação e fertirrigação. As copas nele enxertadas são de porte mediano,
favorável, portanto, a plantios semi-adensados, e um pouco mais tardias para entrar em produção,
quando comparadas às sobre limoeiro ‘Cravo’, apresentando boa produção e frutos de boa
qualidade tanto para mercado interno quanto para industrialização. Possui tolerância moderada à
deficiência hídrica e às geadas. É tolerante à tristeza, exocorte e xiloporose. É resistente à
gomose, à verrugose, às geadas e aos nematóides (O’BANNON; FORD, 1978, apud MATTOS
JÚNIOR et al., 2005). É tolerante ao declínio (BERETTA et al., 1994) e à morte súbita dos citros
(GIMENES-FERNANDES; BASSANEZI, 2001). O citrumeleiro ‘Swingle’ produz frutos com
média de 20 sementes, com alta freqüência de embriões nucelares, idênticos à planta mãe.
Este porta-enxerto favorece a produção de frutos de alta qualidade. Em copas nele
enxertadas, induz maturação dos frutos mais tardiamente que naquelas sobre limão ‘Cravo’.
Apresenta um diâmetro de tronco maior que a variedade copa enxertada, sendo incompatível com
alguns clones de laranja ‘Pêra’ e com o tangor ‘Murcott’, formando plantas pouco produtivas e de
baixa longevidade. Às vezes, mostra sintomas de incompatibilidade com a laranja ‘Bahia’ e a
lima da Pérsia. As plantas enxertadas sobre citrumeleiro ‘Swingle’ produzem bem em solos
argilosos ou arenosos, porém não apresentam bom comportamento em solos alcalinos ou mal
drenados (WUTSHER, 1979, apud MATTOS JÚNIOR et al., 2005).
O citrumeleiro ‘Swingle’ confere bom desempenho às copas de laranjeiras ‘Baianinha’,
‘Hamlin’ e ‘Valência’ (TEÓFILO SOBRINHO et al., 2000), mas é incompatível com a laranjeira
‘Pêra’ e com o tangor ‘Murcott’ (POMPEU JÚNIOR, 1991). No Rio de Janeiro, árvores da
laranjeira ‘Natal’ enxertados sobre citrumeleiro ‘Swingle’ atingiram maior produtividade que as
enxertadas em limoeiros ‘Cravo’ e ‘Volkameriano’, tangerineira ‘Cleópatra’ e outros porta-
enxertos (GRAÇA et al., 2001). Numa avaliação de porta-enxertos para oito variedades de
tangerinas e híbridos na região de Bebedouro, o limoeiro ‘Cravo’ e o citrumeleiro ‘Swingle’
produziram as maiores produtividades (EECB, 2008).
41
Tangerineira ‘Sunki’ (Citrus sunki (Hayata) Hort. ex Tanaka)
A tangerineira ‘Sunki’ induz à formação de copas vigorosas, com frutos de boa qualidade.
É tolerante à tristeza e à xiloporose, porém intolerante ao exocorte (GRANT; MOREIRA;
SALIBE, 1961; OLSON et al., 1962, apud MATTOS JÚNIOR et al., 2005). Os frutos de ‘Sunki’
amadurecem de abril a maio, e contêm, em média, três sementes por fruto, podendo chegar até 17
sementes por fruto, com média de 27.000 sementes por quilograma de sementes, com alta taxa de
poliembrionia nucelar (BARBASSO, 2005).
A tangerineira ‘Sunki’ é indicada como porta-enxerto para citros em solos leves ou
pesados, embora apresente melhor desempenho em solos argilosos (MEDINA FILHO et al.,
1992; LEITE JÚNIOR, 1992). Induz alta tolerância à deficiência hídrica nas copas (STUCHI et
al., 2000). É suscetível à gomose causada por Phytophthora (AGUILAR-VILDOSO; POMPEU
JÚNIOR, 1997) e ao declínio (MEDINA FILHO et al., 1992), embora seja tolerante à morte
súbita dos citros (BASSANEZI; GIMENES-FERNÁNDES; MASSARI, 2002). As árvores
enxertadas sobre tangerineira ‘Sunki’ iniciam a produção de frutos um a dois anos mais
tardiamente que as plantas enxertadas nos limoeiros ‘Cravo’ e ‘Volkameriano’. Os frutos das
árvores sobre ‘Sunki’ são menores e amadurecem mais tardiamente que os obtidos sobre os
demais porta-enxertos.
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ (Citrus reticulata Blanco)
Originária provavelmente da China, esta tangerineira tem se destacado por produzir um
alto número de sementes, que é uma característica fundamental para seu uso como porta-enxerto
(ARAUJO; SALIBE, 2002). Na Flórida, as avaliações deste porta-enxerto confirmam sua boa
tolerância a solos calcários e ao declínio, induzindo plantas de vigor moderado e boa produção.
Naquela região, a tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ é um porta-enxerto adequado para solos
calcários e argilosos, em lugares não recomendados para citrumeleiro ‘Swingle’, que confere
bom desempenho às copas de laranjeira ‘Hamlin’ e tangor ‘Murcott’ (CASTLE; FERGUSON,
2003). Em testes de campo conduzidos na região de Indian River, na Flórida, as árvores de
laranjeira ‘Valência’ e pomeleiro ‘Marsh Seedlees’ enxertadas sobre ‘Sun Chu Sha Kat’ tiveram
excelente desempenho, sendo superada apenas pelo limão ‘Rugoso da Flórida’ (Citrus jambhiri
Lush.) (CASTLE; FERGUSON, 2003).
No Brasil, a tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ induziu uma produção média às copas de
42
laranjeira ‘Moro’, similar à das árvores sobre tangerineira ‘Cleópatra’, porém inferior às
produções observadas sobre limão ‘Cravo’ e tangerineira ‘Sunki’ (SILVA et al., 2006a). No
entanto, o porta-enxerto ‘Sun Chu Sha Kat’ conferiu baixa produção às copas de laranjeiras
‘Natal’ e ‘Valência’. Este porta-enxerto induziu alta qualidade aos frutos de laranja ‘Valência’
(SILVA et al., 2006b).
Tangeleiro ‘Orlando’ (C. paradisi Macfad. cv. ‘Duncan’ x C. tangerina Hort. ex Tanaka cv.
‘Dancy’ )
Corresponde a um híbrido entre tangerina ‘Dancy’ com pomeleiro ‘Duncan’, obtido em
1897 na Flórida. É um porta-enxerto recomendado para citros em geral. É indicado para solos
areno-argilosos. Produz plantas de tamanho grande, com boa produção, e frutos de boa qualidade.
É tolerante ao CTV (GRANT; MOREIRA; SALIBE, 1961) e suscetível à xiloporose (SALIBE;
MOREIRA, 1965, apud MATTOS JÚNIOR et al., 2005), à gomose de Phytophthora (CASTLE,
1987) e à deficiência hídrica.
Estudos conduzidos em São Paulo em copas de laranjas doces indicaram que o tangeleiro
‘Orlando’ conferiu produções similares às obtidas sobre limoeiro ‘Cravo’ (FIGUEIREDO et al.,
1981; POMPEU JÚNIOR; BLUMER, SALIBE, 2003). No estudo conduzido em Bebedouro por
Figueiredo et al. em 2002, o tangeleiro ‘Orlando’ induziu as maiores produtividades à limeira
ácida ‘Tahiti’, superando aos limoeiros ‘Cravo’ e ‘Volkameriano Catânia-2’, e as copas sobre
este porta-enxerto apresentaram alta sensibilidade à deficiência hídrica. Em outro estudo
conduzido também em Bebedouro por Iriarte-Martel; Donadio e Figueiredo (1999), o tangeleiro
‘Orlando’ induziu maior tamanho às copas de limeira ácida ‘Tahiti’, mas foi avaliado com alta
resistência à deficiência hídrica, similar à induzida pelo limoeiro ‘Cravo’ (IRIARTE- MARTEL
et al., 1999).
Citrange Carrizo (C. sinensis (L.) Osbeck cv. ‘Washington Navel’ x Poncirus trifoliata (L.)
Raf.)
Os citrangeiros foram produzidos a partir da fertilização da laranja ‘Bahia’ com pólen de
trifoliata (MATTOS JÚNIOR et al., 2005). Dentre os citrangeiros, o ‘Troyer’ foi um dos
primeiros porta-enxertos tolerantes ao CTV, sendo vigoroso e produtivo. Posteriormente, foi
introduzido o citrangeiro ‘Carrizo’, muito similar ao anterior, mas com algumas vantagens: é
43
mais resistente à Phytophthora, à asfixia radicular, aos solos alcalinos e nematóides, conferindo
maior produtividade às copas enxertadas sobre ele. Os frutos do citrangeiro apresentam em média
15 sementes, com alta poliembrionia nucelar, superior ao 90%.
O citrangeiro ‘Carrizo’ exerce boa influência sobre a copa, com rápido início de produção
e boa qualidade dos frutos, conseguindo uma maturação mais precoce que sobre a laranja azeda.
Os citrangeiros são tolerantes à sorose (CAMPAGLIA et al., 1976, apud MATTOS JÚNIOR et
al., 2005), à xiloporose (SALIBE; MOREIRA, 1965, apud MATTOS JÚNIOR et al., 2005) e
bastante resistentes à gomose de Phytophthora, mas são sensíveis ao declínio (BERETTA et al.,
1994), à exocorte e ao nematóide dos citros (O’BANNON; FORD, apud MATTOS JÚNIOR et
al., 2005). Não é conhecida sua reação à morte súbita dos citros.
O citrangeiro ‘Carrizo’ é sensível à salinidade, não sendo recomendado seu uso quando a
condutividade elétrica do extrato saturado for superior a 3.0 dS m
-1
e a concentração de Cl for
superior a 350 ppm. Por ser descendente do trifoliata, o porta-enxerto citrangeiro ‘Carrizo’
também apresenta incompatibilidade com copas de laranjeira ‘Pêra’, tangor ‘Murcott’ e limões
verdadeiros (CASTLE, et al., 1993; POMPEU JÚNIOR, 1991).
Trifoliatas (Poncirus trifoliata (L.) Raf.) var. ‘FCAV’, ‘Rubidoux’ e ‘Flying Dragon’
O gênero Poncirus difere em muitos aspectos do gênero Citrus. Contudo, hibridiza
facilmente com diversas espécies cítricas. O trifoliata é um dos porta-enxertos de maior utilização
na citricultura mundial, em função de certas peculiaridades induzidas por esta espécie às
combinações copa/porta-enxerto de que participa, tais como porte anão, tolerância à gomose de
Phytophthora, tolerância ao vírus da tristeza e a nematóides, e produção de frutos de excelente
qualidade, embora com baixa produtividade por árvore e baixa tolerância à deficiência hídrica
(CASTLE et al., 1993). O trifoliata é incompatível com copas de laranja ‘Pêra’, limões
verdadeiros e tangor ‘Murcott’ (CASTLE et al., 1993; POMPEU JÚNIOR, 1991).
Apresenta uma alta resistência ao frio. É suscetível à exocorte e ao declínio (BERETTA et
al., 1994) e tolerante à morte súbita (BASSANEZI et al., 2003). Este porta-enxerto destaca-se
pela alta qualidade conferida aos frutos das copas enxertadas, com um alto conteúdo de sólidos
solúveis totais no suco e boa qualidade de casca (BORDIGNON et al., 2003). O Poncirus
trifoliata produz um diâmetro de tronco maior que o da variedade que nele está enxertada. Como
porta-enxerto, o trifoliata geralmente produz plantas com crescimento mais lento. Os ciclos
44
vegetativos são mais definidos: as copas entram em repouso mais rapidamente no final do outono
e retomam o crescimento mais lentamente no final do inverno.
Contudo, existem seleções de trifoliata que, de fato, induzem tamanhos menores às copas.
Entre eles, o porta-enxerto P. trifoliata (L.) Raf. ‘Rubidoux’, é um genótipo muito usado no
Japão, Uruguai e em países de clima temperado, sendo indicado para combinações com laranjas,
limas ácidas e tangerinas.
Outro clone de trifoliata, chamado ‘Flying Dragon’ (Poncirus trifoliata var. monstrosa),
originado no Japão, reduz o porte das copas para 50% ou menos do tamanho normal, permitindo
um maior número de árvores por área, com conseqüente aumento na produção. Seus numerosos
espinhos curvos e brotações tortuosas são muito característicos. Apresenta baixa taxa de
poliembrionia nucelar, devendo-se selecionar cuidadosamente as plântulas após a emergência. O
trifoliata ‘Flying Dragon’ tem sido utilizado de forma crescente no Brasil na produção de lima
ácida ‘Tahiti’ (STUCHI; SILVA, 2005).
A seleção de trifoliata ‘FCAV’ foi obtida pelo Professor Luiz Carlos Donadio na
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal (STUCHI, 2009).
2
Plantas enxertadas em P. trifoliata são muito suscetíveis à deficiência hídrica. Em outros
países seu cultivo ocorre geralmente com irrigação complementar. No Brasil, entretanto, há
regiões como no Sul do país e pomares individuais em outras regiões, que utilizam este porta-
enxerto sem irrigação com resultados satisfatórios. A susceptibilidade à deficiência hídrica pode
ser favorável por evitar brotações contínuas, que atraem mais pragas e são mais sujeitas às
geadas, e por induzir safras mais tardias, além de contribuir para a redução do tamanho da copa a
níveis de manejo e colheita mais fáceis.
A produtividade de plantas em trifoliata é proporcional ao seu tamanho. Assim, é preciso
aumentar a densidade de plantio para se obter altas produções por área. Obtêm-se desta forma
boas produtividades, com plantas de manejo e colheita mais fáceis. Em anos de estresse hídrico
ou em solos muito arenosos pode haver oscilações na produção. Plantas enxertadas em trifoliata
entram em produção a partir de 2 ou 3 anos no pomar, com produções comerciais a partir dos 4
anos de idade (CITROLIMA, 2005).
2
STUCHI, E, Comunicação pessoal.
45
Passos; Cunha Sobrinho e Coelho (1973) relataram resultados negativos obtidos no
Estado da Bahia com o trifoliata, em competição com porta-enxertos tradicionais para copas de
laranja doce. No entanto, híbridos de P. trifoliata com as tangerineiras ‘Cleópatra’ e ‘Sunki’,
mostraram comportamento comparável ao do limoeiro ‘Cravo’ e de outros porta-enxertos
convencionais, quando enxertados com laranjeira ‘Hamlin’ (CUNHA SOBRINHO; PASSOS;
SOARES FILHO, 1986).
Em estudo de espaçamentos para limeira ácida ‘Tahiti’ sobre trifoliata ‘Flying Dragon’
em Bebedouro, SP, Stuchi; Donadio e Sempionato (2003) observaram maior produtividade nos
plantios mais adensados. Em pomares irrigados de ‘Tahiti’ sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ foi
constatado um forte incremento na produtividade e o deslocamento parcial da produção para o
segundo semestre, garantindo melhores preços na entressafra (STUCHI; SILVA, 2005).
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ (HRS 801)
Os citrandarins são híbridos de microtangerinas com Poncirus trifoliata e constituem uma
nova geração de porta-enxertos, a qual pretende reunir as vantagens apresentadas pelas
tangerinas, como a menor susceptibilidade ao declínio; às dos trifoliatas, como a imunidade à
tristeza e ao nematóide dos citros, grande resistência à gomose de Phytophthora, com poder
ananicante capaz de induzir à formação de plantas compactas e produtivas (BLUMER; POMPEU
JÚNIOR, 2005).
Como as laranjeiras enxertadas sobre as tangerineiras ‘Cleópatra’ e ‘Sunki’ e Poncirus
trifoliata não são afetadas pela morte súbita dos citros, a expectativa é que pelo menos alguns dos
citrandarins venham mostrar tolerância a essa doença. Como a irrigação é prática rotineira na
maioria dos países citrícolas, a tolerância à deficiência hídrica não é um atributo exigido dos
porta-enxertos, sendo este o principal limitante à adoção desses porta-enxertos em São Paulo
(BLUMER; POMPEU JÚNIOR, 2005).
Parte dos citrandarins produzidos pelo United States Horticultural Research Laboratory,
em Fort Pierce, na Flórida, já foram avaliados em São Paulo. Os resultados mostraram que os
mais promissores são citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ e ‘Sunki’ x ‘Benecke’. Ambos
são tolerantes à tristeza e ao declínio, e apresentam boa resistência à gomose de Phytophthora e
ao nematóide dos citros. Induziram a laranjeira ‘Valência’ às maiores produções de frutos e
maiores teores de sólidos solúveis que os obtidos com o trifoliata ‘Davis A’ (POMPEU JÚNIOR;
46
BLUMER, LARANJEIRA, 2002a; POMPEU JÚNIOR; LARANJEIRA, BLUMER, 2002b). O
citrandarin ‘Sunki’ x ‘Benecke’ vem sendo recomendado na Flórida desde 2001 sob a sigla US-
812 (BLUMER; POMPEU JÚNIOR, 2005).
Na avaliação do desempenho de híbridos de trifoliata como porta-enxertos para laranjeira
‘Valência’, Pompeu Júnior; Laranjeira e Blumer (2002b) relataram que o citrandarin ‘Changsha’
x ‘English Small’ conferiu maior altura e diâmetro às copas, seguido dos híbridos limoeiro
‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ A e B. Na Flórida, Castle et al. (2004) avaliaram diversos porta-
enxertos para limeira ácida ‘Tahiti’, e observaram bom desempenho nas árvores enxertadas sobre
o citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’.
Híbrido limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ (HRS 827)
Este híbrido foi desenvolvido pelo United States Horticultural Research Laboratory, em
Fort Pierce, na Flórida, sob a denominação HRS 827. No Brasil foi introduzido por POMPEU
JÚNIOR em 1982 e as sementes deste híbrido deram origem a dois grupos de plântulas,
visualmente diferentes, que foram denominados de A e B (POMPEU JÚNIOR; LARANJEIRA;
BLUMER, 2002b). Em avaliação de vários híbridos de trifoliata como porta-enxertos para laranja
‘Valência’, ambos os híbridos limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ A e B apresentaram
produções semelhantes e alternância de produção e se posicionaram em quarto e quinto lugares
quanto a produção em um período de 5 anos (POMPEU JÚNIOR; LARANJEIRA; BLUMER,
2002b).
Na obtenção de híbridos de limoeiro ‘Cravo’ e citrumeleiro ‘Swingle’ se pretende associar
as características favoráveis que estão presentes nos dois genitores, em termos de resistência à
deficiência hídrica e precocidade produtiva do limoeiro ‘Cravo’ e a resistência à morte súbita dos
citros e ao vírus da tristeza dos citros do citrumeleiro ‘Swingle’.
2.5.3 Sítio experimental
Três experimentos foram instalados na Estação Experimental de Citricultura de
Bebedouro (EECB), localizada no quilômetro 384 da Rodovia Brigadeiro Faria Lima, no Estado
de São Paulo, Brasil. A Estação Experimental ocupa uma área de 112 hectares, e tem latitude de
20° 53’ 16’’S e longitude de 48° 28’ 11’’W e está a 680 m de altitude (EECB, 2008).
O clima predominante da região é subtropical, com inverno moderado e seco e verão
47
quente e chuvoso, correspondente a Cwa na classificação de Köeppen. Os registros
climatológicos coletados na estação indicam que, entre 1983 e 2004, a precipitação anual média
foi de 1.560,1 mm. A média das temperaturas máximas entre 1989 e 2004 foi de 30,8°C, e a
média das temperaturas mínimas no mesmo período foi de 16,8°C (EECB, 2008).
O solo predominante na Estação Experimental e, em particular nos lotes experimentais, é
o Latossolo-Vermelho Distrófico típico (LV1 e LV2), com predominância de texturas médias,
ocupando 93,5% da área total. Os solos de tipo argissolo vermelho-amarelo distrófico (PVA)
ocupam o 6,2% da área, e o 0,3% restante é ocupado por latossolos vermelho-amarelos
distróficos (LVA) (EECB, 2008).
2.5.4 Descrição dos experimentos
Todos os experimentos foram conduzidos com os tratos culturais recomendados para as
culturas comerciais de citros, segundo a espécie em questão (MATTTOS JÚNIOR et al., 2005).
Experimento 1: Avaliação horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre doze porta-
enxertos
O desempenho de um clone de laranjeira ‘Folha Murcha’ pré-imunizado contra a tristeza
dos citros foi estudado sobre os seguintes porta-enxertos: (1) citrangeiro ‘Carrizo’ (Poncirus
trifoliata (L.) Raf. x C. sinensis (L.) Osbeck); (2) híbrido limoeiro ‘Cravo’ (C. limonia Osbeck) x
citrumeleiro ‘Swingle’ (P. trifoliata (L.) Raf. x C. paradisi Macfad.); (3) tangerineira ‘Sun Chu
Sha Kat’ (C. reticulata Blanco); (4) trifoliata ‘Rubidoux’ (P. trifoliata (L.) Raf. seleção
‘Rubidoux’); (5) citrandarin ‘Changsha’ (C. reticulata Blanco) x P. trifoliata seleção ‘English
Small’; (6) limoeiro ‘Cravo Limeira’ (C. limonia Osbeck); (7) citrumeleiro ‘Swingle’ (P.
trifoliata (L.) Raf. x Citrus paradisi Macfad.); (8) tangeleiro ‘Orlando’ (C. reticulata Blanco x C.
paradisi Macfad.); (9) trifoliata ‘FCAV’ (P. trifoliata (L.) Raf. seleção ‘FCAV’);(10) trifoliata
‘Flying Dragon’ (P. trifoliata var. monstrosa); (11) tangerineira ‘Sunki’ (C. sunki (Hayata) Hort.
Ex Tanaka); (12) limoeiro ‘Cravo FCAV’(C. limonia Osbeck).
O plantio do pomar experimental foi realizado em fevereiro de 2001, com espaçamento de
7 x 4 m (357 plantas/hectare), ocupando uma área de 4.032 m
2
. O delineamento experimental
utilizado foi em blocos ao acaso, com 12 tratamentos (porta-enxertos), cinco repetições e duas
plantas por parcela, em um total de 144 plantas úteis. O experimento foi conduzido sem irrigação.
48
Experimento 2: Avaliação horticultural da limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos
O desempenho do clone da limeira ácida ‘Tahiti’ IAC-5-1 pré-imunizado contra a tristeza
dos citros foi estudado sobre os mesmos doze porta-enxertos considerados no experimento da
laranjeira ‘Folha Murcha’.
O lote experimental foi estabelecido em fevereiro de 2001, com espaçamento de 8 x 5 m
(250 plantas/hectare), ocupando uma área de 2.880 m
2
. O número total de plantas sob avaliação
foi de 72 plantas úteis. O experimento foi conduzido sem irrigação. O delineamento do
experimento foi em blocos ao acaso, com seis repetições e uma planta por parcela.
Experimento 3: Avaliação horticultural da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze
porta-enxertos
O desempenho do clone da tangerineira ‘Satsuma’ cultivar ‘Okitsu’ foi estudado sobre os
mesmos doze porta-enxertos considerados nos experimentos anteriores.
A área experimental foi plantada em fevereiro de 2001, com espaçamento de 6 x 3 m (555
plantas/hectare), ocupando uma área de 1.944 m
2
. O número total de plantas sob avaliação foi de
108. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com três repetições e três
plantas por parcela.
O experimento foi conduzido sem irrigação até abril de 2006. Em cada filera foi instalada
uma linha dupla de gotejadores, com emissores de 4,6 L/h de vazão espaçados a 0,75 m em cada
linha. Em 2006 a irrigação foi interrompida no mês de junho, visando aplicar estresse hídrico
para estimular o florescimento. A irrigação manteve-se suspensa até meados de agosto de 2007,
quando o experimento passou a ser irrigado sem interrupções. A safra colhida em 2007 foi
produzida sob condições de sequeiro, portanto foi a última a ser considerada no período não
irrigado. A safra colhida em 2008 foi produzida sob irrigação e não foi incluída nas análises dos
anos anteriores.
2.5.5 Variáveis avaliadas
Em cada uma dos três experimentos foram realizadas três avaliações consecutivas,
correspondentes às safras de 2005/2006, 2006/2007 e 2007/2008. Os registros históricos das
avaliações anteriores conduzidas em cada experimento também foram considerados nas análises
dos dados. No experimento da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ foram consideradas as
49
avaliações realizadas apenas durante o período não irrigado (2003 a 2007). As variáveis avaliadas
são descritas a seguir.
Desenvolvimento vegetativo
O desenvolvimento vegetativo das três espécies foi avaliado no primeiro semestre de cada
ano. De cada árvore em estudo foram medidas a altura, utilizando uma régua graduada em
centímetros, tomada desde o solo até o topo da planta e o diâmetro da copa, medido no sentido
paralelo e perpendicular à linha de plantio e calculada a média. O volume da copa foi calculado
segundo Zekri (2000), mediante a expressão:
VC = π *2/3 * [ ((L
1
+ L
2
)/2)
2
*/4 ] * A
Em que: VC = volume copa (m
3
); L
1
= largura da árvore perpendicular à fileira (m); L
2
=
largura da árvore longitudinal à fileira (m), e A = altura da árvore (m).
Produção
A produção foi avaliada em todos os experimentos pela colheita e pesagem dos frutos de
cada parcela. Considerando-se os registros históricos disponíveis, foi calculada a produção
acumulada de cada lote experimental. Para cada combinação copa/porta-enxerto também foram
estudadas outras variáveis associadas à produção, como precocidade de entrada em produção,
precocidade de maturação dos frutos, eficiência produtiva e alternância produtiva. A precocidade
de entrada em produção foi estimada a partir da percentagem da produção total acumulada que
foi colhida nas primeiras duas safras comerciais. A precocidade de maturação dos frutos foi
estimada a partir da distribuição porcentual da colheita ao longo do ano, para cada uma das três
copas em estudo. O Índice de Alternância Produtiva (IAP) foi calculado segundo a expressão
definida por Pearce e Dobersek-Urbanc (1967):
+
++
+
+
+
=
1
1
...
23
23
12
12
1n
1
IAP
n
a
n
a
n
a
n
a
aa
aa
aa
aa
50
Na equação, n representa o número de anos e a
1
, a
2
... a
n-1
, a
n
são as produções dos anos
correspondentes. Esta expressão permite calcular a redução observada na produção do pomar
depois de um ano de alto rendimento, que se repete em forma cíclica e implica na diminuição no
retorno do produtor, pelo baixo do potencial produtivo do pomar. O valor do índice IAP pode
variar entre 0 e 1; quanto mais próximo de zero, menor é a alternância produtiva entre anos.
Neste estudo, o índice IAP foi calculado para cada copa, considerando-se os registros históricos
de produção.
A eficiência produtiva (EP) foi estimada a partir dos quilos de frutos colhidos por unidade
de volume de copa de cada parcela experimental pela expressão:
/parcela)(mcopadeVolume
rcela)(quilos/paProdução
EP
3
=
Adicionalmente, para cada cultivar copa foi analisada a relação entre a EP e o volume de
copa (VC) através de uma análise de regressão linear simples, visando estudar a influência dos
porta-enxertos sobre ambas as variáveis.
Qualidade externa e interna dos frutos
A qualidade dos frutos foi analisada próxima à colheita principal de cada cultivar copa,
avaliando-se as características físicas e químicas dos frutos. Todas as análises de frutos foram
realizadas nos laboratórios da EECB, em Bebedouro, SP, onde foram avaliados os atributos da
qualidade externa dos frutos (massa, diâmetro e altura) e os atributos associados à qualidade
interna dos frutos, a seguir: o teor dos sólidos solúveis totais (SST), determinado por meio de
leitura direta em refratômetro digital (Atago), com os valores corrigidos para 20°C e expressos
em graus Brix ; a acidez total titulável (ATT), obtida por titulação com hidróxido de sódio 0,3125
N, expressa em porcentagem de ácido cítrico; o
ratio, ou índice de maturação, que é a razão
aritmética entre os sólidos solúveis totais e a acidez; o rendimento em suco (RS), a partir relação
entre a massa do suco e a massa dos frutos e expresso em porcentagem (m/m), e o índice
tecnológico (IT), expresso em kg de sólidos solúveis totais por caixa (kg SST caixa
-1
) e calculado
pela expressão: IT = [RS x SST x 40,8] x 10.000
-1
, onde o valor de 40,8 kg corresponde à da
caixa-padrão industrial de citros (STUCHI et al., 2004).
Para laranjeira ‘Folha Murcha’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ foram consideradas
51
as variáveis RS, SST, ATT, IT e
ratio como descritoras da qualidade interna dos frutos. Nesses
frutos, valores de
ratio entre 9,5 a 10,0
o
Brix são os índices de maturação mínimos aceitáveis
para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, segundo as normas estabelecidas para pelo Programa
Brasileiro para a Modernização da Horticultura (COMPANHIA DE ENTREPOSTOS E
ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO - CEAGESP, 2009). Já para limas ácidas, o valor de
ratio não é um índice de maturação adequado, desde que as variações no teor de acidez destes
frutos ao longo da maturação são pouco significativas (HATTON; REEDER; CHEF, 1983;
BOSQUEZ-MOLINA et al., 2004).
Em 2006, foi avaliada a evolução da maturação dos frutos de laranjeira ‘Folha Murcha’
nos diferentes porta-enxertos, em cinco datas: 28 de setembro, 19 de outubro, 3 de novembro, 24
de novembro e 18 de dezembro. Adicionalmente, no mesmo experimento, foram feitas avaliações
visando caracterizar a redução do tamanho dos frutos devido à incidência da CVC, para cada
porta-enxerto. Para isto, em 29 de outubro de 2008 foi medido o diâmetro individual dos frutos
em uma amostra total de 300 frutos por porta-enxerto, sendo depois classificados em três classes
de diâmetro: (i) inferior a 50 mm; (ii) entre 50 e 60 mm, e (iii) superior a 60 mm. Esta
classificação foi baseada nas categorias de tamanho propostas por Laranjeira e Pompeu Júnior
(2002) e Pria Júnior et al. (2002), que avaliaram a redução no tamanho dos frutos em variedades
de laranja doce afetadas por CVC.
Para caracterização do efeito dos porta-enxertos sobre a qualidade dos frutos da limeira
ácida ‘Tahiti’, foi conduzida uma avaliação específica de coloração e tamanho de frutos. Em
2007, foram realizadas avaliações da coloração externa dos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’,
utilizando-se um colorímetro Minolta modelo CR-300 (coeficientes de calibração: x=0,3136,
y=0,3212, Y=93,6), sob o iluminante D65 (luz do dia incluindo a radiação UV). Na primeira
análise colorimétrica da fruta da limeira ácida ‘Tahiti’, realizada antes da colheita principal do
lote experimental, foram colhidos os frutos das árvores das bordaduras da área experimental,
plantadas com os porta-enxertos ‘Flying Dragon’ e tangeleiro ‘Orlando’. Em 2 de março de 2007,
foi colhida a fruta com qualidade comercial de cada um dos porta-enxertos, sendo levada para
classificação no
packing-house da empresa Itacitros, em Itajobi, SP, no mesmo dia. A
classificação foi realizada visualmente por duas operárias treinadas, e baseou-se na observação da
coloração e aspecto externo da casca e no tamanho dos frutos. Os frutos foram classificados em
duas categorias: mercado interno e exportação.
52
Da fração dos frutos classificados como exportáveis foi medida a coloração da casca, em
3 de março de 2007. Em cada fruto foram realizadas duas leituras em lados opostos, na região
equatorial. Nesta primeira avaliação colorimétrica utilizou-se o espaço de cor
L*, a*, b* ou
CIELAB, definido pela CIE em 1976. Aplicando-se os critérios de classificação subjetiva da fruta
de exportação da limeira ácida ‘Tahiti’ baseada na coloração externa da casca, os frutos aptos
para exportação deveriam apresentar valores altos de
L* (casca escura) e valores mais negativos
dos coeficientes
a* (mais verde) e b* (menos amarelo).
Na mesma avaliação de 3 de março também foram medidos os frutos de uma caixa de
exportação de calibre 54 (51 a 54 mm de diâmetro), colhidos apenas do porta-enxerto ‘Flying
Dragon’, que serviram como referência inicial para a quantificação da coloração dos frutos aptos
para exportação.
A segunda análise colorimétrica foi realizada entre dias 12 e 14 de março de 2007. A fruta
colhida em 12 de março dos doze porta-enxertos foi levada no mesmo dia ao
packing-house da
empresa Itacitros, em Itajobi, SP, onde foi classificada na linha de processamento em três
categorias (frutos miúdos, frutos graúdos e frutos exportáveis). Da fruta classificada como
exportável, tomou-se uma amostra composta por 30 frutos, escolhidos aleatoriamente de cada um
de três blocos por porta-enxerto, totalizando 90 frutos por porta-enxerto. A coloração da casca
desses frutos foi medida com colorímetro, seguindo o mesmo procedimento usado na primeira
análise colorimétrica. No entanto, nesta segunda avaliação empregou-se o espaço de cor
L*, C*,
h*, para medição da coloração da casca dos frutos de limeira ácida ‘Tahiti’.
Adicionalmente, foi medido o diâmetro dos frutos avaliados por colorimetria, utilizando
um paquímetro com precisão de 0,01 cm, com o objetivo de acrescentar informação sobre o
efeito dos distintos porta-enxertos na distribuição de calibres da fruta exportável. Para a
classificação da fruta nos distintos calibres, foi considerada a escala utilizada no
packing house,
que relaciona o calibre com o diâmetro do fruto (Tabela 1). Frutos das categorias de baixo calibre
(<46,5 mm) e acima de calibre (>60,0 mm) não são exportados.
53
Tabela 1 - Escala utilizada no packing house da empresa Itacitros, em Itajobi, SP, para definir o calibre
segundo o diâmetro dos frutos da lima ácida ‘Tahiti’
Categoria de calibre
Diâmetro do fruto (mm)
Calibre 64 46,5 a 48,0
Calibre 60 49,0 a 50,0
Calibre 54 51,0 a 54,0
Calibre 48 55,0 a 57,0
Calibre 42 58,0 a 60,0
Fonte: Itacitros (2007
3
).
Tolerância à deficiência hídrica
Para os dois experimentos não irrigados, da laranjeira ‘Folha Murcha’ e da limeira ácida
‘Tahiti’, as avaliações de tolerância à deficiência hídrica foram realizadas durante as primeiras
horas da manhã, durante o segundo semestre de cada ano, em pleno período de estiagem. Para
isso, foram utilizadas duas metodologias: (i) apreciação visual do grau de estresse hídrico das
copas, de acordo com a escala subjetiva proposta por Figueiredo et al. (2002), com notas de 1 a 3
(nota 1 = menor tolerância à deficiência hídrica; nota 2 = tolerância média à deficiência hídrica;
nota 3 = maior tolerância à deficiência hídrica), avaliada durante três anos no período de maior
intensidade de estresse hídrico (17 de agosto de 2006, 30 de agosto de 2007 e 27 de agosto de
2008); (ii) medição da coloração das folhas com um colorímetro, visando quantificar o grau de
tolerância dos porta-enxertos à deficiência hídrica e complementar a avaliação visual. As
avaliações colorimétricas foram realizadas em 14 de setembro de 2007 e 29 de agosto de 2008.
No experimento da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, foi realizada apenas uma avaliação visual
da tolerância à seca, em 17 de agosto 2006, em decorrência do início da irrigação deste
experimento a partir de 2007.
Para as avaliações, foi utilizado um colorímetro marca Minolta modelo CR-300
(coeficientes de calibração: x=0,3136, y=0,3212, Y=93,6), sob o iluminante D65 (luz do dia
incluindo a radiação UV). Os resultados obtidos na avaliação da coloração das folhas foram
comparados com os resultados da avaliação visual da tolerância à deficiência hídrica, visando
melhor investigar os efeitos dos distintos porta-enxertos na tolerância das copas ao estresse
hídrico.
3
ITACITROS, 2007. Comunicação pessoal.
54
A avaliação da coloração das folhas foi planejada a partir do trabalho de Deidda et al.
(1996) conduzido na Itália, no qual foram relacionadas as variáveis colorimétricas XYZ definidas
em 1931 pela CIE, com o estado hídrico de plantas de
Citrus macrophylla e Citrus sinensis cv.
‘Washington Navel’, cultivadas em vasos. No estudo de Deidda et al. (1996), constatou-se que a
ocorrência de estresse hídrico nas folhas, avaliada pela queda no potencial hídrico das folhas,
estaria associada com um aumento no fator de luminosidade (Y), o que indica uma mudança da
cor de verde para o amarelo, e com um aumento na cromaticidade (
xy) e no valor do Índice
Colorimétrico (IC).
Na primeira avaliação da cor de folhas da laranjeira ‘Folha Murcha’, em 14 de setembro
de 2007, foram considerados os seguintes porta-enxertos: híbridos ‘Cravo’ x ‘Swingle’ e
‘Changsha’ x ‘English Small’; trifoliatas ‘Rubidoux’, ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’; limoeiros
‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’, citrumeleiro ‘Swingle’ e tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’ e
‘Sunki’. Estes porta-enxertos foram escolhidos por serem considerados de maior interesse em
uma avaliação quantitativa preliminar da tolerância à deficiência hídrica da laranjeira ‘Folha
Murcha’ (STUCHI, E., informação pessoal)
4
. Para cada porta-enxerto foram amostradas quatro
folhas, que foram coletadas de uma planta por parcela em cada direção cardinal, a uma altura
média de 1,60 m, apanhadas do terço superior dos ramos da última brotação. No total, foram
medidas 20 folhas por porta-enxerto. As folhas foram imediatamente colocadas em sacos de
polietileno, que foram fechados, acondicionados em caixa de isopor e levados ao Laboratório de
Análises Tecnológicas de Frutos da EECB. As folhas foram limpas com um pano seco para
retirada da poeira superficial e, em seguida avaliadas com o Colorímetro Minolta CR-300,
registrando-se os valores das variáveis colorimétricas. A medição foi feita localizando o sensor
ótico no centro da folha, em uma zona de coloração uniforme.
Já na segunda avaliação de cor de folhas, realizada em 29 de agosto 2008, foram medidas
as variáveis colorimétricas
L*, a*, b*, C, e h
o
(escala CIE L*, C*, h*) nos doze porta-enxertos,
utilizando a mesma metodologia de amostragem de 2007. Em 2008, as avaliações colorimétricas
foram realizadas com auxílio do software de colorimetria On Color QC (Minolta), que permitiu a
obtenção simultânea de todas as variáveis colorimétricas para todas as copas, salvando os valores
diretamente no computador para posterior análise, o que facilitou consideravelmente todas as
4
STUCHI, E.S. EMBRAPA/Estação Experimental de Citricultura.
55
avaliações de cor.
Nas mesmas datas que no experimento da laranjeira ‘Folha Murcha’ (14 de setembro de
2007 e em 29 de agosto 2008), também foi avaliado o efeito dos porta-enxertos sobre a tolerância
à deficiência hídrica da limeira ácida ‘Tahiti’ através da coloração das folhas, medida com um
colorímetro. Para avaliação preliminar da cor das folhas da limeira ácida ‘Tahiti’ em 2007 foram
considerados os seguintes porta-enxertos: citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’, citrumeleiro
‘Swingle’, trifoliatas ‘Rubidoux’, ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’, tangerineira ‘Sunki’ e limoeiros
‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’. Esses porta-enxertos foram selecionados por serem
considerados de maior interesse em uma avaliação quantitativa preliminar da tolerância à
deficiência hídrica desta copa (STUCHI, E., informação pessoal
5
). A utilização do software de
colorimetria On Color QC em 2008 possibilitou a medição das variáveis colorimétricas
L*, a*,
b*, C, e h
o
em todos os porta-enxertos.
Clorose Variegada dos Citros na laranjeira ‘Folha Murcha’
A severidade da CVC foi avaliada no primeiro semestre de cada ano pela observação dos
sintomas na copa das árvores, de acordo com uma escala subjetiva de quatro notas proposta por
Salva; Roberto e Carlos (1995): (0) copa sem sintomas visíveis da doença; (1) uma folha até um
ramo da copa com sintomas; (2) mais de um ramo até metade da copa com sintomas e (3) dois ou
mais ramos afetados e frutos com sintomas da doença.
Para esclarecer o efeito do porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ na susceptibilidade das
copas de laranja doce à CVC, foi realizada uma avaliação adicional da severidade da CVC em
2008. Para isto, utilizou-se um lote experimental na mesma EECB, em Bebedouro, que foi
plantado em 1994 com 3 copas de laranja doce (‘Natal’, ‘Valência’ e ‘Hamlin’) enxertadas sobre
trifoliata ‘Flying Dragon’, com irrigação suplementar. O delineamento experimental foi em
blocos ao acaso, com três tratamentos (copas), 6 repetições e 8 plantas por parcela. A avaliação
da severidade da CVC neste lote foi realizada em 25 de outubro de 2008, pouco antes da colheita
do lote, permitindo observar eventuais danos da CVC associados à ocorrência de frutos miúdos e
endurecidos. No mesmo dia foi observado no experimento da laranjeira Folha Murcha sem
irrigação, o comprimento dos brotos nas plantas enxertadas sobre ‘Flying Dragon’ e limão ‘Cravo
5
STUCHI, E.S. EMBRAPA/Estação Experimental de Citricultura.
56
Limeira’.
A relação entre a incidência de CVC e a produção de laranjeira ‘Folha Murcha’ foi
analisada a partir dos dados coletados no triênio 2006 a 2008. Foi utilizado um modelo de
regressão polinomial, sendo definida a produção como a variável dependente e a nota de CVC, os
anos e os porta-enxertos como variáveis independentes. Em 2008, o efeito da CVC sobre a
produção de laranjeira ‘Folha Murcha’ para cada porta-enxerto também foi avaliado pela redução
no tamanho dos frutos, que foi estimada a partir da percentagem de frutos com diâmetro
equatorial inferior a 50 mm, efeito característico de CVC nos frutos de laranja doce e que impede
sua comercialização.
Definhamento de árvores da limeira ácida ‘Tahiti’
O grau de definhamento de árvores devido à gomose de Phytophthora foi avaliado na
limeira ácida ‘Tahiti’, sendo contabilizado o número de falhas ocorridas em cada porta-enxerto
entre 2003 e 2008, ou seja, entre o segundo e o sétimo ano do plantio.
Em 31 de julho de 2008 foi realizada uma inspeção das plantas com definhamento sobre
os porta-enxertos híbrido limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’, citrandarin ‘Changsha’ x
P.
trifoliata cv. ‘English Small’ e trifoliata ‘FCAV’, retirando-se parte da casca do tronco na região
da enxertia para visualizar possíveis causas do definhamento dessas árvores.
2.5.6 Análises Estatísticas
O programa SAS foi utilizado para execução das análises estatísticas dos dados. As
variáveis que satisfizeram os supostos de normalidade dos erros e heterogeneidade das variâncias
foram analisadas utilizando o teste de Fisher, sendo as médias separadas pelo teste de Tukey
(PIMENTEL-GOMES, 2000). No entanto, as variáveis que não cumpriram com os supostos da
análise da variância, como no caso das variáveis de natureza ordinal (notas da avaliação visual de
CVC e tolerância à deficiência hídrica), foram analisadas pelo teste não paramétrico de Friedman
e pelo teste de Tukey-Kramer para separação das médias (CAMPOS, 1983; CENTRO DE
INFORMÁTICA NA AGRICULTURA, CIAGRI, 2008). Em todas as análises, foi considerado o
nível de significância de 5%.
O método estatístico multivariado de análise de agrupamentos foi aplicado em cada
espécie-copa avaliada, visando classificar os porta-enxertos em grupos de maior similaridade
57
com base ao desempenho horticultural geral de cada um deles. Para isso, de cada copa avaliada
foram consideradas apenas as variáveis sobre as quais foi previamente comprovado um efeito
significativo dos porta-enxertos. Utilizou-se a análise de agrupamento hierárquico das médias
estandardizadas dessas variáveis, através do algoritmo de agrupamento baseado na ‘distância do
vizinho mais próximo’, que foi representado graficamente por um dendrograma (MANLY,
2008).
Para laranjeira ‘Folha Murcha’ o conjunto de dados multivariados foi construído
considerando as medias padronizadas das seguintes variáveis: produção acumulada entre 2004 e
2008; porcentagem da produção acumulada colhida até o quarto ano após plantio (2005); IAP no
período 2004-2008; EP e variação do volume de copa no período 2006-2008; nota média da
avaliação de tolerância à deficiência hídrica no período 2006-2008; massa, diâmetro, altura, RS,
ATT, SST,
ratio e IT dos frutos no período 2006-2008.
Para limeira ácida ‘Tahiti’ foram consideradas as seguintes variáveis para análise
multivariada: produção acumulada entre 2003 e 2008; porcentagem da produção acumulada
colhida até o terceiro ano após plantio (2004); porcentagem de frutos exportáveis; IAP no período
2003-2008; porcentagem da produção acumulada colhida no segundo semestre; EP e variação do
volume de copa no período 2006-2008; nota média da avaliação de tolerância à deficiência
hídrica no período 2006-2008; massa, diâmetro, ATT e SST dos frutos no período 2006-2008.
Para tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ o conjunto de dados multivariado incluiu as
seguintes variáveis: produção acumulada entre 2003 e 2007; porcentagem da produção
acumulada colhida até o terceiro ano após plantio (2004); porcentagem da produção anual colhida
na primeira colheita; IAP no período 2003-2008; EP e variação do volume de copa no período
2006-2008; massa, diâmetro, ATT e SST dos frutos no período 2006-2008.
58
2.6 Resultados
2.6.1 Desenvolvimento vegetativo
O volume de copa foi calculado entre 2006 e 2008 para laranjeira ‘Folha Murcha’ e
limeira ácida ‘Tahiti’, e entre 2006 e 2007 para tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze
porta-enxertos (Tabela 2).
Nas três cultivares avaliadas, os resultados apontam um maior volume de copa nas árvores
enxertadas sobre tangeleiro ‘Orlando’. Outros porta-enxertos que também conferiram vigor às
cultivares copa avaliadas foram tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ e citrandarin ‘Changsha’ x
‘English Small’. O trifoliata ‘Rubidoux’ induziu maior tamanho às copas de laranjeira ‘Folha
Murcha’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, porém nas copas de limeira ácida ‘Tahiti’ induziu
reduzido volume de copa.
Por outro lado, o menor volume de copa foi observado nas árvores enxertadas sobre
trifoliata ‘Flying Dragon’, efeito este consistente para as três cultivares copa estudadas. Outro
porta-enxerto que também conferiu menor crescimento vegetativo foi o trifoliata ‘FCAV’,
embora este efeito tenha sido observado apenas para as copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ (Tabela 2). Na laranjeira ‘Folha Murcha’, os porta-enxertos
citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ e limoeiro ‘Cravo FCAV’ conferiram às copas um
volume similar ao daquelas sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’ (Tabela 2). Em limeira ácida ‘Tahiti’,
os porta-enxertos ‘Sunki’, ‘Sun Chu Sha Kat’, híbrido ‘Cravo’ x ‘Swingle’ e citrumeleiro
‘Swingle’, conferiram um vigor de copa similar ao das plantas sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’.
Em tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, as árvores sobre tangerineira ‘Sunki’, limoeiro ‘Cravo
FCAV’, híbrido ‘Cravo’ x ‘Swingle’ e citrumeleiro ‘Swingle’ conferiram um volume de copas
similar ao induzido pelo limoeiro ‘Cravo Limeira’.
59
Tabela 2 – Volume de copa médio em plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos, no período 2006-2008
Volume da copa
Porta-enxerto
Laranjeira ‘Folha
Murcha’
*
Limeira ácida
‘Tahiti’
Tangerineira
‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
*
------------------------- m
3
planta
-1
--------------------------
Tangeleiro ‘Orlando’ 24,46 a 48,55 a 17,07 a
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 22,48 ab 36,87 abc 13,66 abc
Trifoliata ‘Rubidoux’ 20,64 abc 23,22 cd 13,94 abc
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 16,35 bcde 42,58 ab 14,91 abc
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 16,35 bcde 43,75 ab 11,47 bcd
Tangerineira ‘Sunki’ 18,97 abcd 37,42 abc 10,47 bcd
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 14,63 cdef 37,37 abc 10,75 bcd
Citrangeiro ‘Carrizo’ 12,16 def 43,53 ab 14,83 abc
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 12,38 def 36,29 abc 11,06 bcd
Citrumeleiro ‘Swingle’ 11,18 ef 37,11 abc 12,04 bcd
Trifoliata ‘FCAV’ 8,09 fg 31,25 bc 8,67 d
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 2,83 g 9,52 d 2,25 e
CV (%) 20,85 21,21 8,47
Valor P <0,0001 <0,0001 <0,0001
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
*
Os dados correspondem ao
período 2006-2007 e foram transformados (ŷ = log
10
y).
2.6.2 Produção
Nos experimentos da laranjeira ‘Folha Murcha’ e da limeira ácida ‘Tahiti’ foi calculada a
produção acumulada até 2008 (sétimo ano do plantio), a partir dos dados históricos de colheita
dos lotes experimentais. Para o experimento da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ foi calculada
a produção acumulada até 2007 (sexto ano do plantio), correspondente ao período não irrigado
(Tabela 3).
60
Tabela 3 - Produção acumulada da laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2003-2008
Copa
Laranjeira ‘Folha
Murcha’
*
Limeira ácida
‘Tahiti’
*
Tangerineira
‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
**
Porta-enxerto Produção acumulada
------------------------------ ton ha
-1
----------------------------
Trifoliata ‘Rubidoux’ 70,27 a 67,31 bc 117,52 a
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 61,47 ab 124,80 a 98,66 ab
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 54,50 abc 104,68 ab 114,70 a
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 51,34 abc 103,31 ab 76,52 abc
Citrumeleiro ‘Swingle’ 60,62 ab 61,96 bcd 85,74 ab
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 49,09 abc 111,75 a 98,36 ab
Citrangeiro ‘Carrizo’ 47,53 abc 81,58 abc 69,40 abcd
Trifoliata ‘FCAV’ 46,02 abc 85,66 abc 84,61 ab
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 57,20 abc 51,12 cd 57,40 bcd
Tangerineira ‘Sunki’ 54,75 abc 81,97 abc 43,83 cd
Tangeleiro ‘Orlando’ 41,38 c 56,72 bcd 78,52 abc
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 20,33 d 38,75 d 35,82 d
CV (%) 4,72 6,87 4,08
Valor P <0,0001 <0,0001 <0,0001
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
*
Os dados originais foram
transformados (ŷ = log
10
y).
**
Produção acumulada no período 2003 a 2007; os dados originais foram transformados
(ŷ = y
0,2
).
Nas condições experimentais, as árvores de laranjeira ‘Folha Murcha’ enxertadas sobre
trifoliata ‘Rubidoux’ apresentaram maior produção acumulada até o sétimo ano após o plantio,
seguidas das plantas sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’ e citrumeleiro ‘Swingle’. Àrvores desta
cultivar copa enxertadas sobre citrangeiro ‘Carrizo’, trifoliata ‘FCAV’, híbridos limão ‘Cravo’ x
citrumelo ‘Swingle’ e ‘Changsha’ x ‘English Small’ e tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’ e ‘Sunki’,
apresentaram um nível de produção similar ao das plantas enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo
Limeira’. No entanto, as plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ enxertadas sobre trifoliata ‘Flying
Dragon’ apresentaram a menor produção acumulada, seguidas daquelas sobre tangeleiro
‘Orlando’ (Tabela 3).
A produção acumulada das árvores de limeira ácida ‘Tahiti’ até o sétimo ano após o
plantio, foi maior quando enxertadas sobre os limoeiros ‘Cravo FCAV’ e ‘Cravo Limeira’,
seguidas daquelas sobre os híbridos citrandarin ‘Changsha x English Small’ e limoeiro ‘Cravo’ x
citrumeleiro ‘Swingle’ (Tabela 3). De forma similar à laranjeira ‘Folha Murcha’, o porta-enxerto
61
trifoliata ‘Flying Dragon’ também induziu à menor produção acumulada de frutos nas copas da
limeira ácida ‘Tahiti’ (Tabela 3), pelo pequeno porte individual das plantas (Tabela 2).
Na tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, as maiores produções acumuladas no período
2003 a 2007 foram observadas nas árvores enxertadas sobre trifoliata ‘Rubidoux’ e citrandarin
‘Changsha x English Small’, resultados que confirmam estudos prévios em copas de ‘Satsuma’
com relação à superioridade produtiva conferida por esses porta-enxertos (FERGUSON, 2002;
FERGUSON; CHAO, 2000; NESBITT, 2008; SILVA et al., 2004a). Entretanto, os menores
rendimentos acumulados para esta copa foram observados nas plantas sobre trifoliata ‘Flying
Dragon’, seguidas daquelas sobre as tangerineiras ‘Sunki’ e ‘Sun Chu Sha Kat’ (Tabela 3).
Nas três cultivares copa estudadas, os porta-enxertos limoeiro ‘Cravo FCAV’, citrandarin
‘Changsha’ x ‘English Small’ e híbrido limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ induziram
níveis de produção similares aos observado sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’.
Para caracterizar melhor o efeito dos porta-enxertos sobre a produção, foi analisada a
eficiência produtiva, expressa em kilogramas de fruta colhida por metro cúbico de volume de
copa (Tabela 4). Para as copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’, foi calculada
a eficiência produtiva média no triênio 2006 a 2008. Já na tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, foi
calculada a eficiência produtiva média para o período 2006 a 2007.
O tangeleiro ‘Orlando’ induziu menor eficiência produtiva às árvores das três cultivares
copa. O trifoliata ‘Flying Dragon’ e o trifoliata ‘FCAV’ conferiram as três cultivares copa maior
eficiência produtiva em comparação com as plantas sobre os demais porta-enxertos.
As plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ enxertadas sobre tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’
e ‘Sunki’ apresentaram igual nível de eficiência produtiva ao daquelas sobre limoeiro ‘Cravo
Limeira’ (Tabela 4).
Em limeira ácida ‘Tahiti’, os porta-enxertos trifoliatas ‘Rubidoux’, ‘FCAV’ e limoeiro
‘Cravo FCAV’ conferiram uma eficiência produtiva similar à induzida pelo limoeiro ‘Cravo
Limeira’ (Tabela 4).
As plantas de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ enxertadas sobre tangerineiras ‘Sunki’ e
‘Sun Chu Sha Kat’ apresentaram menor eficiência produtiva, similar à induzida pelo tangeleiro
‘Orlando’.
62
Tabela 4 – Eficiência produtiva (EP) para laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008
Copa
Laranjeira
‘Folha Murcha’
*
Limeira ácida
‘Tahiti’
*
Tangerineira
‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
**
Porta-enxerto Eficiência produtiva (EP)
------------------------- kg frutos m
-3
copa -----------------------
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 8,79 a 3,18 a 8,68 a
Trifoliata ‘FCAV’ 7,63 ab 1,98 ab 6,89 ab
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 6,86 ab 1,66 abc 4,74 bcde
Citrumeleiro ‘Swingle’ 6,36 abcd 1,25 bc 5,03 bcde
Citrangeiro ‘Carrizo’ 5,64 abcd 1,55 bc 3,92 cde
Trifoliata ‘Rubidoux’ 5,46 abcd 2,40 ab 5,83 abcd
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 5,77 abcd 1,94 abc 5,56 bcd
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 5,32 bcd 1,84 ab 4,86 bcde
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 3,90 de 2,01 ab 6,37 abc
Tangerineira ‘Sunki’ 4,52 cde 1,41 bc 2,64 e
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 4,15 de 1,27 bc 2,67 e
Tangeleiro ‘Orlando’ 2,83 e 0,79 c 3,17 de
CV (%) 12,89 6,67 17,87
Valor P <0,0001 <0,0001 <0,0001
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
*
Valores médios do período 2006
a 2008; os dados originais foram transformados (ŷ = log
10
y).
**
Valores médios no período 2006 a 2007.
A relação entre a eficiência produtiva (EP) e o volume de copa (VC) foi analisada nas
cultivares copa estudadas (Figuras 1, 2 e 3). Em todos os casos, observou-se uma relação linear
inversamente proporcional e significativa entre ambas as variáveis. Em todas as copas, o porta-
enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ induziu a maior EP em relação ao VC, enquanto que plantas
sobre tangeleiro ‘Orlando’ resultaram em desempenho inferior (Figuras 1, 2 e 3). Para laranjeira
‘Folha Murcha’ (Figura 1) e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ (Figura 3), os porta-enxertos
‘Sunki’ e ‘Sun Chu Sha Kat’ também conferiram baixa EP em relação ao VC. Em copas de
limeira ácida ‘Tahiti’, o trifoliata ‘Rubidoux’ induziu alta EP em relação ao VC (Figura 2).
Nas três cultivares copa avaliadas, os limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’
induziram níveis médios de eficiência produtiva (Figuras 1, 2 e 3).
63
y = -0,2539x + 9,2925
R
2
= 0,8499 **
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
VC (m
3
/parcela)
EP (kg/m
3
/parcela)
'Flying Dragon'
Trifoliata 'FCAV'
'Cravo Limeira'
'Sun Chu Sha Kat'
'Sunki'
'Orlando'
'Cravo FCAV'
Figura 1 – Relação entre Eficiência Produtiva (EP) e Volume de Copa (VC) no período 2006 a 2008 de
laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre doze porta-enxertos.
**
Modelo de regressão altamente
significativo (P<0,0001)
y = -0,0485x + 3,531
R
2
= 0,6802 *
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
VC (m
3
/parcela)
'Flying Dragon'
'Orlando'
EP (kg/m
3
/parcela)
'Rubidoux'
'Cravo Limeira'
'Cravo FCAV'
Figura 2 – Relação entre Eficiência Produtiva (EP) e Volume de Copa (VC) no período 2006 a 2008 em
limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos.
*
Modelo de regressão significativo (P<0,0017)
64
y = -0.116x + 8.8941
R2 = 0.5141 *
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
VC (m
3
/parcela)
Flying Dragon
Sun Chu Sha Ka
t
Changsha x E.Small
Sunki
Orlando
Carrizo
EP (kg/m
3
/parcela)
Figura 3 - Relação entre Eficiência Produtiva (EP) e Volume de Copa (VC) no período 2006 a
2007 em tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos.
*
Modelo de
regressão significativo (P<0,0087)
A alta produtividade e reduzido tamanho das plantas enxertadas sobre trifoliata ‘Flying
Dragon’ permitem sua utilização em condições de plantio adensado. A partir dos dados de
diâmetro de copa e produção coletados em 2008 nos experimentos da laranjeira ‘Folha Murcha’ e
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, foi estimado o espaçamento e a produção projetada para
condição de plantio adensado (Tabela 5). O espaçamento projetado foi calculado a partir de De
Negri e Blasco (1991), que definiram o espaçamento da entrelinha pela adição de 2,5 m ao
diâmetro médio de plantas adultas, enquanto que o espaçamento entre plantas na linha de plantio
foi calculado pela multiplicação do diâmetro médio por 0,85 m, admitindo 15% de superposição
de copa entre as plantas.
65
Tabela 5 - Espaçamento e produção projetados para copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre trifoliata ‘Flying Dragon’, a partir dos registros de diâmetro
médio de planta e produção no sétimo ano do plantio (2008)
Variável
Copa
Laranjeira ‘Folha Murcha’ Tangerineira ‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
Diâmetro médio de planta em 2008 (m) 1,4 1,9
Produção média em 2008 (kg planta
-1
) 17,8 20,4
Espaçamento projetado da entrelinha (m) 4 4
Espaçamento projetado entre plantas (m) 1 1,5
Densidade projetada de plantas 2500 1667
Produção projetada (ton ha
-1
) 44,5 34,0
Considerando o tamanho conferido pelo porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ às copas
de laranjeira ‘Folha Murcha’, o espaçamento projetado para condição de plantio adensado seria
de 4 x 1 m, enquanto que para copa de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ o espaçamento
projetado em plantio adensado seria de 4 x 1,5 m. Esses espaçamentos permitiriam produções
projetadas para essas copas de 44,5 e 34,0 ton ha
-1
, respectivamente, sem irrigação suplementar,
elevando a produtividade destas copas sobre o porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ em
comparação aos espaçamentos utilizados neste estudo, que foram de 7 x 4 m (357 plantas ha
-1
)
para laranjeira ‘Folha Murcha’ e de 6 x 3 m (555 plantas ha
-1
) para tangerineira ‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’.
Uma análise adicional do efeito dos porta-enxertos sobre a produção considerou a
alternância produtiva, através do cálculo do Índice de Alternância Produtiva (IAP) para cada copa
(Tabela 6). As plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ enxertadas sobre híbrido limoeiro ‘Cravo’ x
citrumeleiro ‘Swingle’ e tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ apresentaram maior valor de IAP, ou
seja, maior alternância produtiva ao longo de todo o período considerado (2004 a 2008). Já as
árvores desta copa enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’, apresentaram a menor alternância
produtiva no período analisado. As árvores enxertadas sobre os demais porta-enxertos
apresentaram um nível de alternância produtiva similar entre si (Tabela 5).
No caso da limeira ácida ‘Tahiti’, os maiores valores de IAP médios no período 2003 a
2008 foram observados em plantas sobre tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ e tangeleiro ‘Orlando’.
Por outro lado, árvores da limeira ácida ‘Tahiti’ enxertadas sobre tangerineira ‘Sunki’ e trifoliata
‘Flying Dragon’ apresentaram menor alternância produtiva no período estudado. As plantas
enxertadas sobre citrangeiro ‘Carrizo’, híbrido limoeiro ‘Cravo’ x ‘citrumeleiro ‘Swingle’,
66
citrandarin ‘Changsha’ x ‘Englsih Small’, citrumeleiro ‘Swingle’ e trifoliatas ‘FCAV’ e
‘Rubidoux’, apresentaram um nível de alternância produtiva similar ao das plantas enxertadas
sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’.
Para tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, os maiores valores de alternância produtiva
foram observados nas plantas enxertadas sobre trifoliata ‘FCAV’ e tangeleiro ‘Orlando’,
enquanto que a menor alternância foi observada nas árvores enxertadas sobre limão ‘Cravo
FCAV’, entre o segundo e sexto ano após o plantio (2003 a 2007) (Tabela 6).
Tabela 6 - Índice de Alternância Produtiva (IAP) para laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2003-2008
Copa
Laranjeira ‘Folha
Murcha’
*
Limeira ácida
‘Tahiti’
**
Tangerineira
‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
***
Porta-enxerto ---------------------------- Índice IAP -----------------------------
Citrangeiro ‘Carrizo’ 0,45 ab 0,32 abc 0,53 ab
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 0,48 a 0,33 abc 0,53 ab
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 0,48 a 0,45 a 0,44 ab
Trifoliata ‘Rubidoux’ 0,43 ab 0,38 abc 0,53 ab
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 0,41 ab 0,41 abc 0,57 ab
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 0,30 ab 0,33 abc 0,36 ab
Citrumeleiro ‘Swingle’ 0,33 ab 0,34 abc 0,46 ab
Tangeleiro ‘Orlando’ 0,42 ab 0,45 a 0,55 a
Trifoliata ‘FCAV’ 0,37 ab 0,37 abc 0,56 a
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 0,27 ab 0,40 bc 0,35 ab
Tangerineira ‘Sunki’ 0,28 ab 0,27 c 0,40 ab
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 0,23 b 0,27 ab 0,30 b
CV (%) 28,88 8,33 40,73
Valor P 0,0034 0,0008 0,0328
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
*
Dados para o período 2004-
2008.
**
Os dados originais foram transformados (ŷ = log
10
y).
***
Dados para o período 2003-2007, analisados pelo
teste de Friedman.
Outra análise do efeito dos porta-enxertos sobre a produção de frutos incluiu o cálculo da
porcentagem da produção total acumulada que foi colhida nas duas primeiras safras, a partir dos
registros históricos de produção de cada experimento (Tabela 7). O objetivo desta análise foi
estimar a influência dos porta-enxertos na precocidade de produção das copas.
Em árvores de laranjeira ‘Folha Murcha’, o porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’
produziu maior percentagem de frutos nas duas primeiras safras (anos 2004 e 2005) em relação à
67
colheita total acumulada até o sétimo ano após o plantio (2008), seguido dos porta-enxertos
limoeiro ‘Cravo FCAV’ e ‘Cravo Limeira’. Plantas da laranjeira ‘Folha Murcha’ enxertadas
sobre citrumeleiro ‘Swingle’, trifoliata ‘FCAV’, híbrido limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro
‘Swingle’ e citrangeiro ‘Carrizo’, induziram um efeito similar ao conferido pelos limoeiros
‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’ sobre a precocidade na entrada em produção (Tabela 7).
Tabela 7 - Porcentagem da produção acumulada colhida nas duas primeiras safras para laranjeira ‘Folha
Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ em doze porta-enxertos
Porta-enxerto
Laranjeira
‘Folha Murcha’
*
Limeira ácida
‘Tahiti’
**
Tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’
**
----------------------------------- % --------------------------------
Citrangeiro ‘Carrizo’ 18,42 abcd 12,40 bc 12,33 ab
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 19,51 abcd 13,69 abc 16,49 ab
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 13,03 bcd 8,18 c 14,13 ab
Trifoliata ‘Rubidoux’ 9,33 cd 19,65 ab 15,20 ab
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 11,18 cd 14,63 abc 16,33 ab
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 20,80 abc 17,62 abc 10,08 ab
Citrumeleiro ‘Swingle’ 21,76 abcd 19,47 ab 13,91 ab
Tangeleiro ‘Orlando’ 6,63 d 13,15 bc 4,68 b
Trifoliata ‘FCAV’ 21,31 abcd 13,76 abc 16,74 ab
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 34,52 a 22,61 a 23,71 a
Tangerineira ‘Sunki’ 17,36 abcd 21,11 ab 9,46 ab
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 24,77 ab 18,00 abc 16,21 ab
CV (%) 39,22 26,72 37,86
Valor P 0,0007 <0,0001 0,0441
*
Dados das safras 2004 e 2005, analisados pelo teste de Friedman.
**
Dados das safras 2003 e 2004. Médias com
letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
Para as copas de limeira ácida ‘Tahiti’, a maior porcentagem de fruta colhida até a
segunda safra (2004), em relação à produção total acumulada até o sétimo ano após o plantio, foi
registrada nas árvores sobre trifoliata ‘Flying Dragon’, seguidas daquelas sobre tangerineira
‘Sunki’, trifoliata ‘Rubidoux’ e citrumeleiro ‘Swingle’. No entanto, as menores porcentagens da
produção acumulada colhidas até a segundo safra foram registradas nas árvores enxertadas sobre
tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ e tangeleiro ‘Orlando’. As plantas enxertadas sobre limoeiro
‘Cravo FCAV’, citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’, trifoliata ‘FCAV’ e híbrido limão
‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’, apresentaram um efeito similar ao induzido pelo limoeiro ‘Cravo
Limeira’ sobre a precocidade de entrada de produção das copas de limeira ácida ‘Tahiti (Tabela
68
7).
Nas copas de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, a maior percentagem da produção total
acumulada, que foi colhida até a segunda safra, foi observada nas árvores enxertadas sobre
trifoliata ‘Flying Dragon’, enquanto que o tangeleiro ‘Orlando’ teve menor percentagem da
produção colhida até a segunda safra comercial (Tabela 7).
Os resultados da análise do efeito dos porta-enxertos sobre a precocidade de entrada em
produção nas três cultivares copa avaliadas, apontaram uma maior precocidade no início de
produção nas árvores enxertadas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’. No entanto, as árvores
enxertadas sobre tangeleiro ‘Orlando’ foram mais tardias na entrada em produção (Tabela 7).
A caracterização do efeito dos porta-enxertos sobre a precocidade de maturação dos frutos
é particularmente relevante para copas de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ e da limeira ácida
‘Tahiti’. Para a primeira copa, os maiores preços são pagos no mercado interno pelos frutos
colhidos na entressafra durante os meses de dezembro a março. No caso da limeira ácida ‘Tahiti’,
os melhores preços são pagos pelos frutos colhidos na entressafra no segundo semestre, nos
meses de setembro a dezembro.
Na copa de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ analisou-se a porcentagem da produção
colhida na primeira safra anual entre janeiro a março, durante 2005 a 2007 (quarto a sexto ano do
plantio) (Tabela 8). Nesses meses, os preços de mercado para tangerinas frescas chegam a ser
120-145% superiores que o preço médio anual (FNP COMÉRCIO E CONSULTORIA, 2009).
Para o período 2005 a 2007, as árvores de ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ enxertadas sobre
limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’ produziram maior porcentagem da produção anual
durante a entressafra. No entanto, a menor porcentagem da produção anual colhida na entressafra
foi registrada nas árvores sobre os trifoliatas ‘Flying Dragon’ e ‘FCAV’. A influência do limoeiro
‘Cravo’ na indução de precocidade de maturação aos frutos tem sido extensivamente discutida
para diferentes copas cítricas (POMPEU JÚNIOR, 2005). Já o atraso na maturação dos frutos
induzida pelos trifoliatas foi relatado por Bordignon et al. (2003) para copas de laranja ‘Valência’
e por Richardson et al. (2002) em copas de tangerineira ‘Silverhill’ na Nova Zelândia.
69
Tabela 8 - Porcentagem média da produção anual colhida de janeiro a março em tangerineira ‘Satsuma’
cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2005-2007
Porta-enxerto
Porcentagem da produção anual colhida de
janeiro a março
*
----------------------- % -----------------------
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 73,90 a
Limoeiro ‘Cravo Limeira’
69,44 ab
Tangerineira ‘Sunki’ 54,28 abcd
Citrangeiro ‘Carrizo’
49,20 abc
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 46,14 abcd
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’
43,36 abcd
Tangeleiro ‘Orlando’ 41,20 abcd
Trifoliata ‘Rubidoux’
37,74 abcd
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 36,31 bcd
Citrumeleiro ‘Swingle’
36,90 bcd
Trifoliata ‘FCAV’ 27,72 cd
Trifoliata ‘Flying Dragon’
24,83 d
CV (%)
32,47
Valor P
<0,0001
Médias com letras distintas na coluna indicam diferenças significativas (Tukey).
*
Dados analisados pelo teste de
Friedman.
Na copa de limeira ácida ‘Tahiti’ analisou-se a distribuição anual da produção em função
dos porta-enxertos. A partir de dados históricos de produção deste lote experimental, foi
calculada a porcentagem média da produção da limeira ácida ‘Tahiti’ colhida no segundo
semestre (Figura 4) nos distintos porta-enxertos, em base à produção total colhida no período
2003 a 2008. Os dados foram expressos em porcentagem relativa ao limoeiro ‘Cravo Limeira’,
representada na figura pela linha vermelha (100%). A produção colhida no segundo semestre
representou entre 34% (sobre tangeleiro ‘Orlando’) a 49% (sobre trifoliata ‘Rubidoux’) da
produção total acumulada no período 2003 a 2008 (dados não apresentados). As árvores de
limeira ácida ‘Tahiti’ enxertadas sobre trifoliata ‘Rubidoux’, tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’,
citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ e os trifoliatas ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’ tiveram
maiores percentagens da produção colhida no segundo semestre, em relação ao limoeiro ‘Cravo
Limeira’.
70
Figura 4 - Produção acumulada até o sétimo ano do plantio, colhida no segundo semestre (julho a dezembro), em
porcentagens relativas ao limoeiro ‘Cravo Limeira’, para árvores de limeira ácida ‘Tahiti’ sobre 12 porta-
enxertos, Bebedouro, SP, 2003-2008
2.6.3 Qualidade externa dos frutos
Tamanho dos frutos
Os valores médios de massa, diâmetro e altura dos frutos foram comparados nas três
copas em doze porta-enxertos (Tabela 9). Para laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’,
foram analisados os valores médios das variáveis nas amostragens realizadas entre 2006 e 2008,
enquanto que para tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ foram considerados os valores médios das
amostragens realizadas entre 2005 e 2007.
Para laranjeira ‘Folha Murcha’, o porta-enxerto tangeleiro ‘Orlando’ conferiu menor
tamanho aos frutos, no referente a massa e altura, enquanto que os frutos de maior tamanho
foram obtidos nas árvores enxertadas sobre os limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’
(Tabela 9).
Uma situação similar foi constatada em plantas de limeira ácida ‘Tahiti’ sobre tangeleiro
‘Orlando’, o qual conferiu menor tamanho aos frutos em termos de massa e diâmetro, enquanto
0
20
40
60
80
100
120
140
Carrizo’
Cravo x
Swingle’
Sun Chu Sha
Kat
Rubidoux’
Changsha’ x
‘E.Small’
‘Swingle
Orlando’
Trifoliata
FCAV
‘Flying
Dragon’
‘Sunki’
Cravo FCAV
%
71
que os frutos colhidos de árvores sobre trifoliata ‘Rubidoux’ e limoeiro ‘Cravo Limeira’
atingiram maior massa e diâmetro, respectivamente (Tabela 9).
No entanto, na tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ observou-se a tendência oposta, com
os porta-enxertos tangeleiro ‘Orlando’ e citrangeiro ‘Carrizo’ induzindo maior massa e diâmetro
aos frutos desta copa. Já os menores frutos de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ foram colhidos
das árvores sobre os trifoliatas ‘Flying Dragon’ e ‘FCAV’ (Tabela 9).
Em resumo, árvores enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’
apresentaram consistentemente um maior tamanho de frutos nas copas da laranjeira ‘Folha
Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’, enquanto que o tangeleiro ‘Orlando’ induziu menor tamanho de
frutos em ambas as copas. Por outro lado, as árvores da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre
tangeleiro ‘Orlando’ e citrangeiro ‘Carrizo’ produziram frutos de maior tamanho.
72
Tabela 9 - Massa, diâmetro e altura de frutos de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze
porta-enxertos. Bebedouro, SP
Copa
Laranjeira ‘Folha Murcha’
*
Limeira ácida ‘Tahiti’
*
Tangerineira ‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
**
Porta-enxerto
Massa Diâmetro Altura Massa Diâmetro Altura Massa
*
Diâmetro Altura
---- g --- --- cm --- --- cm -- ---- g --- --- cm --- --- cm -- ---- g --- -- cm --- --- cm --
Citrangeiro ‘Carrizo’ 160,3 ab 6,74 6,60 ab 83,3 ab 5,33 ab 5,93 216,0 a 8,05 a 7,20
Limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ 159,9 ab 6,70 6,50 ab 84,8 ab 5,29 ab 5,86 202,9 abc 7,91 ab 7,14
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 155,5 ab 6,66 6,48 ab 85,8 ab 5,26 ab 5,92 205,2 abc 7,88 ab 7,02
Trifoliata ‘Rubidoux’ 162,9 ab 6,72 6,60 ab 89,4 a 5,33 ab 6,05 204,8 abc 7,90 ab 7,10
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘E.Small’ 160,2 ab 6,70 6,54 ab 85,3 ab 5,24 ab 5,86 203,6 abc 7,97 ab 7,17
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 177,1 a 6,90 6,82 a 87,5 ab 5,33 a 5,84 182,1 bcd 7,68 ab 7,25
Citrumeleiro ‘Swingle’ 154,9 ab 6,62 6,48 ab 86,3 ab 5,32 ab 5,88 202,0 abc 7,96 ab 6,92
Tangeleiro ‘Orlando’ 149,6 b 6,58 6,30 b 80,6 b 5,15 b 5,79 219,2 a 8,13 a 7,29
Trifoliata ‘FCAV’ 156,8 ab 6,70 6,54 ab 87,1 ab 5,32 ab 5,90 174,4 cd 7,47 b 6,93
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 160,6 ab 6,76 6,62 ab 87,3 ab 5,32 ab 5,87 169,1 d 7,43 b 6,93
Tangerineira ‘Sunki’ 169,1 ab 6,82 6,70 ab 84,0 ab 5,21 ab 5,86 208,2 ab 7,92 ab 7,08
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 177,3 a 6,88 6,80 a 84,8 ab 5,29 ab 5,81 211,3 ab 8,07 a 7,31
CV (%) 7,11 2,44 2,82 4,72 1,72 2,28 4,99 2,30 3,10
Valor P 0,0087 0,0966 0,0041 0,0569 0,0210 0,1818 <0,0001 0,0004 0,3907
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
*
Valores médios de 2006 a 2008.
**
Valores médios de 2005 a 2007.
73
No experimento da laranjeira ‘Folha Murcha’, foi realizada uma avaliação específica para
quantificar o efeito dos porta-enxertos sobre o tamanho de frutos, classificando em três classes de
diâmetro (< 50 mm, entre 50 e 60 mm, e > 60 mm), para quantificar o impacto da redução no
tamanho dos frutos causada pela CVC em plantas sobre distintos porta-enxertos (Tabela 10).
Tabela 10 – Classificação da produção de frutos da laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre doze porta-
enxertos, em três categorias de tamanho. Bebedouro, SP, 29 out. 2008
Percentagem de frutos por categoria de diâmetro
Porta-enxerto
< 50 mm
50 a 60 mm
60 mm
------------------------------ % ----------------------------
Trifoliata ‘Rubidoux’ 18,6 59,7 abcd 21,7 c
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 10,7 60,3 abcd 29,0 abc
Trifoliata ‘FCAV’ 11,3 65,8 abc 22,9 bc
Citrangeiro ‘Carrizo’ 9,7 64,3 abc 26,0 abc
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 8,0 46,0 bcd 46,0 abc
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 7,7 53,0 abcd 39,3 abc
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 4,3 84,6 a 11,1 c
Tangeleiro ‘Orlando’ 4,0 58,3 abcd 37,7 abc
Citrumeleiro ‘Swingle’ 3,0 69,0 ab 28,0 abc
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 2,0 28,0 d 70,0 a
Tangerineira ‘Sunki’ 1,7 30,4 cd 67,9 ab
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 2,0 30,0 cd 68,0 ab
CV (%) 51,03 30,43 40,57
Valor P 0,1363 <0,0001 <0,0001
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
Em laranjeira ‘Folha Murcha’ os porta-enxertos não afetaram a produção de frutos de
diâmetro menor que 50 mm, cuja presença é sintoma característico de dano da CVC (Tabela 10).
Por outro lado, nas categorias de maior tamanho de fruto houve diferenças entre as plantas
em função do porta-enxerto. Plantas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ produziram maior
percentagem de frutos com diâmetro entre 50 e 60 mm. Contrariamente, as árvores sobre
limoeiro ‘Cravo Limeira’, Cravo FCAV’ e tangerineira ‘Sunki’, produziram as menores
percentagens de frutos nesta categoria. Esses porta-enxertos também induziram à produção de
maiores percentagens de frutos grandes (diâmetro > 60 mm) nas copas, enquanto que as árvores
sobre trifoliatas ‘Rubidoux’ e ‘Flying Dragon’ produziram as menores percentagens de frutos
nesta categoria.
74
Da avaliação do efeito dos porta-enxertos sobre o tamanho dos frutos da laranjeira ‘Folha
Murcha’ conclui-se que os porta-enxertos limoeiro ‘Cravo Limeira’, limoeiro ‘Cravo FCAV’ e
tangerineira ‘Sunki’ induzem um maior tamanho aos frutos, enquanto que os porta-enxertos
trifoliata ‘Flying Dragon’ e ‘Rubidoux’ produzem menores percentagens de frutos grandes.
Em 2007, foi realizada a classificação comercial dos frutos da lima ácida ‘Tahiti’ em doze
porta-enxertos, no packing house da empresa Itacitros, em Itajobi, SP. Os frutos foram
classificados por apreciação visual, em três categorias comerciais (miúdos, graúdos e
exportáveis) (Tabela 11).
Tabela 11 - Classificação comercial dos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’ enxertada sobre doze porta-
enxertos. Itacitros, Itajobi, SP, 2007
Porta-enxerto
Frutos Miúdos
*
Frutos Graúdos
*
Frutos Exportáveis
*
---------------------------------- % ---------------------------------
Tangeleiro ‘Orlando’ 64,8 a 6,7 b 28,5 abcd
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 62,5 ab 22,6 a 14,9 cd
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 60,3 ab 17,0 ab 22,7 bcd
Tangerineira ‘Sunki’ 51,4 abc 23,3 a 25,3 bcd
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 50,6 abc 37,3 a 12,1 d
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 47,6 abc 14,4 ab 38,0 abc
Citrangeiro ‘Carrizo’ 44,0 abc 16,6 ab 39,4 abc
Citrumeleiro ‘Swingle’ 41,3 abc 22,5 a 36,2 abcd
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 36,3 abc 19,9 a 43,8 ab
Trifoliata ‘FCAV’ 38,2 abc 18,7 a 43,1 ab
Trifoliata ‘Rubidoux’ 34,0 bc 22,6 a 43,4 ab
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 27,0 c 21,9 a 51,1 a
CV (%) 21,9 10,9 25,5
Valor P 0,0017 0,0009 <0,0001
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas ao valor P indicado (Tukey).
*
Classificação por apreciação visual do tamanho dos frutos.
Dentre os doze porta-enxertos avaliados para limeira ácida ‘Tahiti’, as árvores enxertadas
sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ produziram maiores percentagens de frutos de exportação e
graúdos, e menor percentagem de frutos miúdos. No entanto, plantas enxertadas sobre tangeleiro
‘Orlando’ produziram maior percentagem de frutos miúdos e menor percentagem de frutos
graúdos (Tabela 11).
Apesar de produzirem altas percentagens de frutos graúdos, os porta-enxertos limoeiros
75
‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’ produziram as menores percentagens de frutos exportáveis
(Tabela 11). Isto se explica pela maturação adiantada dos frutos sobre esses porta-enxertos, os
quais apresentam mudança de coloração mais precocemente, sendo rejeitados para exportação na
linha de classificação comercial.
A partir das medições individuais de diâmetro, os frutos exportáveis da limeira ácida
‘Tahiti’ foram classificados nas distintas categorias de calibres comercias (Tabela 1), para os
doze porta-enxertos (Tabela 12). Plantas enxertadas em limoeiro ‘Cravo Limeira’ produziram
maiores percentagens de frutos de calibre pequeno (64), enquanto que as árvores enxertadas
sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ produziram maior percentagem de frutos de calibres grandes (48
e 42).
Para facilitar a visualização da influência dos porta-enxertos sobre a distribuição de
calibres nos frutos de exportação, os resultados foram agrupados em dois conjuntos de calibres:
calibres 64+60 (representando os frutos pequenos) e calibres 48+42 (representando os frutos
grandes).
Tabela 12 - Distribuição percentual de calibres comerciais dos frutos de exportação da lima ácida ‘Tahiti’
em doze porta-enxertos. Itacitros, Itajobi, SP, 2007
Categoria de calibre
*
64
60
54
48
42
Calibres
64+60
Calibres
48+42
Porta-enxerto ------------------ Percentagem de frutos (%) ------------------
Citrangeiro ‘Carrizo’ 5,6 14,4 48,9 25,6 4,4 20,0 30,0
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ 10,0 22,2 55,6 11,1 1,1 32,2 12,2
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 5,6 11,1 44,4 33,3 3,3 16,7 36,7
Trifoliata ‘Rubidoux’ 8,9 6,7 41,1 26,7 12,2 15,6 38,9
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘E.Small’ 4,4 17,8 53,3 20,0 4,4 22,2 24,4
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 18,9 22,2 36,7 12,2 4,4 41,1 16,7
Citrumeleiro ‘Swingle’ 4,4 16,7 45,6 24,4 6,7 21,1 31,1
Tangeleiro ‘Orlando’ 7,8 23,3 55,6 12,2 0,0 31,1 12,2
Trifoliata ‘FCAV’ 2,2 18,9 42,2 31,1 5,6 21,1 36,7
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 1,1 4,4 32,2 38,9 21,1 5,6 60,0
Tangerineira ‘Sunki’ 10,0 15,6 45,6 20,0 7,8 25,6 27,8
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 8,9 20,0 57,8 7,8 2,2 28,9 10,0
*
Categorias de calibre: 64: 46,5-48,0 mm; 60: 49-50 mm; 54: 51-54 mm; 48: 55-57 mm; 42: 58-60 mm.
76
O limoeiro ‘Cravo Limeira’, porta-enxerto mais utilizado para limeira ácida ‘Tahiti’
atualmente, induziu à produção de maior percentagem de frutos de calibres pequenos (64+60) em
relação aos outros porta-enxertos. Plantas sobre os porta-enxertos trifoliata ‘Flying Dragon’
produziram menores percentagens de frutos pequenos (calibres 64+60) e maiores percentagens de
frutos grandes (calibres 48+42) (Tabela 12).
Nas plantas enxertadas sobre os trifoliatas ‘Rubidoux’ e ‘FCAV’ a distribuição de calibres
foi bastante similar, porém nas plantas sobre ‘Rubidoux’ houve menor produção de frutos de
calibres pequenos (64+60) e maior percentagem de frutos com calibres grandes (48+42), quando
comparada com os frutos colhidos de plantas sobre trifoliata ‘FCAV’. O efeito dos porta-enxertos
trifoliatas sobre o tamanho dos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’ classificados para exportação é um
critério importante a ser considerado na eleição de um porta-enxerto alternativo para essa fruteira,
pelo fato de ser exportada
in natura.
Plantas sobre citrangeiro ‘Carrizo’, tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ e citrumeleiro
‘Swingle’ produziram maiores percentagens de frutos exportáveis de calibres grandes (48+42),
em comparação com as plantas enxertadas sobre limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’,
tangeleiro ‘Orlando’ e limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ (Tabela 12).
Da avaliação da distribuição de calibres dos frutos exportáveis em plantas de limeira ácida
‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos, pode-se inferir que as plantas sobre os trifoliatas ‘Flying
Dragon’, seguidas daquelas sobre trifoliatas ‘Rubidoux’ e ‘FCAV’ e tangerineira ‘Sun Chu Sha
Kat’ produziram mais frutos exportáveis de calibres grandes, e menor quantidade de frutos
pequenos, quando comparados com as plantas enxertadas sobre limão ‘Cravo Limeira’.
Coloração dos frutos de lima ácida ‘Tahiti’
O efeito dos porta-enxertos sobre a coloração externa dos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’
foi quantificado através de avaliações colorimétricas. Na primeira avaliação, realizada em 3 de
março de 2007, foram medidos os frutos colhidos de plantas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ e
tangeleiro ‘Orlando’, das bordaduras do lote experimental. Esta avaliação preliminar foi baseada
no espaço de cor
L*, a*, b*, ou CIELAB (CIE, 1976), sendo consideradas amostras de 240 frutos
de cada porta-enxerto (Tabela 13).
77
Tabela 13 - Classificação comercial no packing-house e variáveis colorimétricas dos frutos de lima
ácida ‘Tahiti’ enxertados sobre ‘Flying Dragon’ e ‘Orlando. Itajobi, SP, 03 mar. 2007
Variáveis
colorimétricas dos
frutos exportáveis
Porta-enxerto
Trifoliata
‘Flying Dragon’
Tangeleiro
‘Orlando’
CV (%) Valor P
L*
48,52 48,88 8,70 0,3476
a*
-18,53 -18,55 9,60 0,9044
b*
33,15 33,46 16,30 0,5277
*
Por avaliação visual do aspecto, tamanho e coloração dos frutos;
Sem diferenças significativas entre médias
(Teste t-Student, P<0,05).
Não houve efeito dos porta-enxertos nos valores médios das variáveis colorimétricas dos
frutos previamente classificados como aptos para exportação. Em ambos os casos, os frutos
exportáveis da limeira ácida tiveram valores de luminosidade da cor (
L*) entre 48,52 e 48,88,
enquanto que os valores do coeficiente
a* variaram entre -17,72 e -18,55 e os valores do
coeficiente
b* variaram entre 33,15 a 33,46. Os valores de luminosidade da cor (L*) indicam
frutos de casca mais opaca. Os valores mais negativos de
a* denotam frutos mais verdes,
enquanto que os valores mais positivos de
b* caracterizam as frutas de coloração amarela (Tabela
12).
Na primeira avaliação colorimétrica, também foram medidos os coeficientes
L*, a* e b*
dos frutos de limeira ácida ‘Tahiti’ de uma caixa de exportação de calibre 54, colhidos do porta-
enxerto ‘Flying Dragon’, que serviram como referência inicial para a quantificação da coloração
dos frutos aptos para exportação. Em essa avaliação foram obtidos os seguintes valores das
variáveis colorimétricas:
L* = 45,77, a* = -16,65 e b* = 28,71.
Na segunda avaliação da coloração dos frutos, em 12 de março de 2007, avaliaram-se os
frutos classificados como exportáveis, dos colhidos sobre cada porta-enxerto. Na medição
colorimétrica dos frutos foi utilizado o espaço de cor
L*, C*, h* (Tabela 14). As comparações
entre médias foram realizadas pelo teste de Dunnett, considerando o porta-enxerto limão ‘Cravo
Limeira’ como controle.
78
Tabela 14 - Variáveis colorimétricas da casca de frutos de lima ácida ‘Tahiti’ para exportação, colhidos
sobre diversos porta-enxertos. Bebedouro, SP, 14 mar. 2007
Variável colorimétrica
Porta-enxerto
L*
C*
h*
Citrangeiro ‘Carrizo’ 45,35 * 33,27 119,76 *
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 45,56 * 34,10 119,73 *
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 43,50 31,27 * 120,28 *
Citrumeleiro ‘Swingle’ 44,04 32,17 * 119,49 *
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 42,49 32,05 * 120,15 *
Tangerineira ‘Sunki’ 41,50 * 32,39 * 119,42 *
Trifoliata ‘Rubidoux’ 42,91 32,51 120,08 *
Tangeleiro ‘Orlando’ 42,96 32,53 119,53 *
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 41,41 * 32,96 118,98
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 43,90 33,72 118,53
Trifoliata ‘FCAV’ 44,33 33,48 118,93
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 42,78 33,28 118,64
Média Geral 43,39 32,81 119,46
CV (%) 53,85 56,74 54,49
Valor P <0,0001 <0,0001 <0,0001
* A média difere da do limão ‘Cravo Limeira’ pelo teste de Dunnett.
Em relação à luminosidade ou claridade da cor da casca (
L*), os frutos colhidos de plantas
sobre os porta-enxertos citrangeiro ‘Carrizo’ e limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’, tiveram
casca de coloração mais clara (maior valor de
L*) que os frutos colhidos sobre limoeiro ‘Cravo
Limeira’ (Tabela 14).
No entanto, os frutos colhidos de plantas sobre tangerineira ‘Sunki’ e limoeiro ‘Cravo
FCAV’ apresentaram uma casca de coloração significativamente mais escura (menor valor de
L*)
do que os frutos colhidos de plantas sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’. Portanto, esses porta-
enxertos produziriam frutos com melhor aceitação na classificação para exportação, devido à
coloração mais escura que conferem à casca da lima ácida ‘Tahiti’. Em média, a casca dos frutos
de lima ácida ‘Tahiti’ classificados para exportação teve um valor de luminosidade
L* de 43,39,
com uma variação entre 41,41 a 45,56, considerando os frutos produzidos sobre os doze porta-
enxertos (Tabela 14).
Os frutos da limeira ácida ‘Tahiti’ produzidos em árvores sobre citrandarin ‘Changsha’ x
‘English Small’, tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’ e ‘Sunki’ e citrumeleiro ‘Swingle’,
apresentaram coloração menos amarelada (menor croma,
C*) do que os frutos produzidos sobre
79
limoeiro ‘Cravo Limeira’. Os seguintes porta-enxertos conferiram um croma ou intensidade de
cor (
C*) semelhante à dos frutos produzidos nas árvores sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’:
citrangeiro ‘Carrizo’, limoeiro ‘Cravo’ x citrumelero ‘Swingle’, tangeleiro ‘Orlando’, trifoliatas
‘Rubidoux’, ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’ e limoeiro ‘Cravo FCAV’. Os valores de croma (
C*) das
limas ácidas ‘Tahiti’ classificadas para exportação variaram entre 31,27 e 34,10, com uma média
de 32,81 (Tabela 14). Esses valores são próximos aos reportados por Jacomino; Mendonça e
Kluge (2003) para frutos de limão ‘Siciliano’ recém colhidos, com valores médios de croma
C*
de 33,61.
Os valores de ângulo de tonalidade ou hue (
h*) medidos na casca dos frutos de limeira
ácida ‘Tahiti’ para exportação variaram entre 118,53º e 120,28º, com média de 119,46 (Tabela
14). Apenas as árvores sobre trifoliatas ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’ e limão ‘Cravo FCAV’
produziram frutos com ângulo hue (
h*) similar ao dos frutos do limão ‘Cravo Limeira’. Os outros
porta-enxertos conferiram aos frutos da limeira ácida ‘Tahiti’ valores de
h* mais próximos a
180º, ou seja, produziram fruta de coloração mais verde do que o porta-enxerto ‘Cravo Limeira’.
Nos frutos provenientes de plantas sobre ‘Flying Dragon’ observou-se desuniformidade
na coloração externa da casca entre ambos os lados do fruto. Por outro lado, plantas enxertadas
sobre tangerineira ‘Sunki’ produziram frutos com casca de coloração mais escura, menos
amarelada e mais verde do que a dos frutos colhidos sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’. Finalmente,
as árvores sobre citrange ‘Carrizo’, híbridos limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ e
‘Changsha’ x ‘English Small’, trifoliata ‘Rubidoux’, citrumeleiro ‘Swingle’, tangeleiro ‘Orlando’
e tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’ e ‘Sunki’ produziram frutos com casca de coloração mais
verde do que as plantas enxertadas em limoeiro ‘Cravo Limeira’.
Das avaliações colorimétricas realizadas em frutos de limeira ácida ‘Tahiti’ classificados
para exportação, pode-se concluir que os trifoliatas ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’ foram os únicos
porta-enxertos que conferiram a mesma coloração aos frutos que o limão ‘Cravo Limeira’.
2.6.4 Qualidade interna dos frutos
As variáveis que descrevem a qualidade interna dos frutos foram analisadas no período
2006 a 2008 nas colheitas da safra, para as três copas sobre doze porta-enxertos (Tabela 15). Para
copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ são apresentados
resultados de rendimento de suco (RS), sólidos solúveis totais (SST), acidez total titulável (ATT),
80
ratio e índice tecnológico (IT). No entanto, para a limeira ácida ‘Tahiti’ são apresentadas apenas
as três primeiras variáveis, por serem elas as de maior importância para definição da qualidade
interna dos frutos desta copa. Para laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’ foram
analisados os valores médios das amostragens realizadas entre 2006 e 2008, enquanto que para
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ foram considerados os valores médios das amostragens
realizadas entre 2005 e 2007.
Nas três copas, houve diferenças no efeito dos porta-enxertos sobre a maioria das
variáveis associadas à qualidade interna. O porta-enxerto limoeiro ‘Cravo Limeira’ conferiu
maior percentagem de suco aos frutos da laranjeira ‘Folha Murcha’ no período 2006 a 2008,
porém, com os menores teores de SST, acidez do suco e índice tecnológico (Tabela 15). No
entanto, os frutos colhidos de árvores enxertadas sobre trifoliatas ‘Flying Dragon’ e ‘FCAV’
apresentaram maior teor de SST, acidez e IT. A diferença entre ambos os trifoliatas se observa na
percentagem de suco, que é maior nos frutos do trifoliata ‘FCAV’ e menor nos frutos colhidos
sobre ‘Flying Dragon’.
Para a limeira ácida ‘Tahiti’, não foram observadas diferenças no efeito dos porta-
enxertos sobre a percentagem de suco dos frutos (Tabela 15). No entanto, e de modo similar ao
observado nos frutos da laranjeira ‘Folha Murcha’, os porta-enxertos trifoliata ‘Flying Dragon’ e
‘FCAV’ conferiram aos frutos desta copa os maiores teores de SST e acidez, respectivamente.
Na copa de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ observa-se uma situação diferente. Os
porta-enxertos tangeleiro ‘Orlando’ e limoeiro ‘Cravo FCAV induziram a menores conteúdos de
SST aos frutos desta copa. Os teores de ATT também foram menores no suco de fruta colhida
sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’ (Tabela 15). No entanto, os maiores valores de SST foram
registrados em frutos colhidos sobre trifoliata ‘Flying Dragon’, seguido dos frutos colhidos sobre
os porta-enxertos trifoliata ‘FCAV’ e tangerineira ‘Sunki’. O aumento no teor de SST no suco
das ‘Satsumas’ induzido pelo porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ tem sido amplamente
relatado (KOBAYASHI et al., 1995; TAKAHARA et al., 2001; YAHATA al., 2003; SAWANO
et al., 2004).
Da avaliação do efeito dos porta-enxertos sobre a qualidade interna dos frutos nas três
copas conclui-se que os porta-enxertos trifoliata ‘Flying Dragon’ e trifoliata ‘FCAV’ aumentaram
significativamente os teores de SST e acidez nos frutos.
81
Tabela 15 - Qualidade interna dos frutos de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze
porta-enxertos. Bebedouro, SP
(continua)
Copa
Laranjeira
‘Folha
Murcha’
Limeira
ácida
‘Tahiti’
Tangerineira
‘Satsuma’
cv. ‘Okitsu’
*
Laranjeira
‘Folha
Murcha’
Limeira
ácida
‘Tahiti’
Tangeri-neira
‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
*
Laranjeira
‘Folha
Murcha’
Limeira
ácida
‘Tahiti’
Tangerineira
‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
*
Porta-enxerto
Percentagem de suco
SST
ATT
------------------% ----------------- ------------------% ----------------- ------------- % -------------
Citrangeiro ‘Carrizo’ 49,34 ab 46,37 44,93 12,59 a 7,90 bcd 7,94 abc 1,24 ab 6,46 ab 0,73 ab
Limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ 51,31 ab 47,43 42,92 12,29 a 7,86 bcd 7,82 abcd 1,28 a 6,58 ab 0,73 ab
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 50,03 ab 45,48 47,54 12,28 a 8,10 abc 7,81 abcd 1,36 a 6,52 ab 0,74 ab
Trifoliata ‘Rubidoux’ 51,93 ab 47,08 46,07 12,73 a 8,12 abc 7,69 bcd 1,26 a 6,26 b 0,72 ab
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘E.Small’ 50,11 ab 46,69 46,42 12,20 ab 8,13 ab 7,80 abcd 1,14 ab 6,27 ab 0,78 a
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 53,11 a 47,05 39,45 10,98 b 7,76 cd 7,59 abcd 0,99 b 6,36 ab 0,67 ab
Citrumeleiro ‘Swingle’ 52,12 ab 46,19 42,33 12,31 a 7,96 bcd 7,80 abcd 1,26 a 6,44 ab 0,75 a
Tangeleiro ‘Orlando’ 49,56 ab 44,89 43,88 12,21 ab 7,66 d 7,11 d 1,34 a 6,36 ab 0,71 ab
Trifoliata ‘FCAV’ 53,11 a 45,25 45,80 12,69 a 8,21 ab 8,49 ab 1,28 a 6,59 a 0,76 a
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 48,55 b 45,25 42,40 12,47 a 8,42 a 8,65 a 1,27 a 6,37 ab 0,80 a
Tangerineira ‘Sunki’ 52,48 a 47,99 47,06 11,63 ab 7,88 bcd 8,04 ab 1,18 ab 6,56 ab 0,79 a
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 52,04 ab 47,34 43,00 12,35 a 7,78 cd 7,18 cd 1,13 ab 6,38 ab 0,59 b
CV (%) 3,43 4,68 46,85 4,81 2,33 34,35 9,85 32,55 6,91
Valor P 0,0007 0,2493 0,0991 0,0018 <0,0001 0,0106 0,0009 0,0043 0,0030
82
Tabela 15 - Qualidade interna dos frutos de laranjeira ‘Folha Murcha’, de limeira ácida ‘Tahiti’ e de
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP
(conclusão)
Copa
Laranjeira
‘Folha
Murcha’
Tangerineira
‘Satsuma’
cv. ‘Okitsu’
Laranjeira
‘Folha
Murcha’
**
Tangerineira
‘Satsuma’
cv. ‘Okitsu’
***
Porta-enxerto ---- Ratio (SST/ATT) ----- ---- Índice Tecnológico ---
Citrangeiro ‘Carrizo’ 11,20 ab 11,28 2,50 b 1,46
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 10,47 ab 10,95 2,56 ab 1,38
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 9,65 b 10,84 2,50 b 1,52
Trifoliata ‘Rubidoux’ 11,25 ab 11,15 2,58 ab 1,45
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 11,78 a 10,47 2,48 b 1,48
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 11,94 a 11,65 2,45 b 1,23
Citrumeleiro ‘Swingle’ 10,89 ab 10,83 2,61 ab 1,36
Tangeleiro ‘Orlando’ 10,29 ab 10,52 2,46 b 1,30
Trifoliata ‘FCAV’ 11,05 ab 11,30 2,75 a 1,58
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 11,06 ab 10,92 2,47 b 1,51
Tangerineira ‘Sunki’ 10,37 ab 10,68 2,48 b 1,55
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 11,01 ab 12,46 2,48 b 1,27
CV (%) 7,90 6,55 0,87 46,39
Valor P 0,0079 0,1353 0,0063 0,0928
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey).
**
Os dados originais da variável
IT para laranjeira ‘Folha Murcha’ foram transformados (ŷ = y
0.2
).
***
Dados analisados pelo teste de Friedman.
Em 2006, no experimento da laranjeira ‘Folha Murcha’ foram conduzidas avaliações de
qualidade dos frutos em cinco datas entre 28 de setembro e 18 de dezembro de 2006, com o
objetivo de descrever a curva de maturação da laranja ‘Folha Murcha’ em função dos distintos
porta-enxertos. Da variação do teor de SST nas cinco avaliações (Figura 5), observa-se uma
evidente diminuição dos SST com o tempo. Quando comparados os valores da primeira com os
da última data de avaliação nos distintos porta-enxertos, percebe-se que os frutos colhidos das
árvores enxertadas sobre tangeleiro ‘Orlando’, trifoliatas ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’ e citrangeiro
‘Carrizo’ apresentaram as maiores quedas nos teores de SST ao longo do período estudado. A
diminuição do teor de SST no suco com o avanço da maturação dos frutos foi anteriormente
descrita por Stenzel et al. (2006) para laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre quatro porta-enxertos, em
Paranavaí, PR, e pode ser explicada pelo aumento nas precipitações durante o período de
maturação dos frutos, provocando uma diluição dos açúcares no suco (COELHO et al., 1994).
Por outro lado, no mesmo período, os frutos das árvores enxertadas sobre os limoeiros
‘Cravo FCAV’ e ‘Cravo Limeira’ e o citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ apresentaram
83
menor variação de SST no suco (Figura 5). Os máximos teores de SST foram medidos em frutos
colhidos sobre os trifoliatas ‘Flying Dragon’ e ‘FCAV’, enquanto que os porta-enxertos limoeiro
‘Cravo FCAV’, híbridos ‘Cravo’ x ‘Swingle’ e ‘Changsha’ x ‘English Small’ e limoeiro ‘Cravo
Limeira’, conferiram menores teores de SST ao suco da laranja ‘Folha Murcha’, em todas as
datas.
A mesma análise anterior foi realizada com os resultados das avaliações de ATT medida
no suco ao longo do período de maturação (Figura 6). Entre a primeira e a última data de
avaliação, a menor variação na acidez foi observada em frutos produzidos sobre limoeiros ‘Cravo
FCAV’, híbrido ‘Changsha’ x ‘English Small’ e ‘Cravo Limeira’, enquanto que a maior variação
de ATT foi registrada em frutos produzidos sobre tangeleiro ‘Orlando’, tangerineira ‘Sun Chu
Sha Kat’ e trifoliata ‘FCAV’. Os frutos colhidos de plantas enxertadas sobre o híbrido
‘Changsha’ x ‘English Small’ e limoeiros ‘Cravo FCAV’ e ‘Cravo Limeira’ tiveram menor teor
de ATT em todas as datas, enquanto que os maiores valores foram registrados em frutos colhidos
sobre tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ e tangeleiro ‘Orlando’.
0
2
4
6
8
10
12
14
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
DATA
SST (ºBrix)
Carrizo Cravo x Sun Chu Rubidoux Changsha Cravo Trifoliata Flying Cravo
Swingle Sha Kat x E.Small Limeira Swingle Orlando FCAV Dragon Sunki FCAV
Figura 5 - Variação do teor de sólidos solúveis totais (SST) no suco da laranja ‘Folha Murcha’ enxertada
sobre doze porta-enxertos, em cinco datas. Bebedouro, SP, 2006
84
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
DATA
ATT (%)
Cravo x Sun Chu Changsha Cravo Trifol. Flying Cravo
Carrizo Swingle Sha Kat Rubidoux x E.Small Limeira Swingle Orlando FCAV Dragon Sunki FCAV
Figura 6 - Variação do teor de acidez total titulável (ATT) no suco da laranja ‘Folha Murcha’ enxertada
sobre doze porta-enxertos, em cinco datas. Bebedouro, SP, 2006
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
28/9
19/10
3/11
24/11
18/12
DATA
RATIO
Cravo x Sun Chu Changsha Cravo Trifol. Flying Cravo
Carrizo Swingle Sha Kat Rubidoux x E.Small Limeira Swingle Orlando FCAV Dragon Sunki FCAV
Figura 7 - Variação do valor de ratio no suco da laranja ‘Folha Murcha’ enxertada sobre doze porta-
enxertos, em cinco datas. Bebedouro, SP, 2006
85
Quando analisadas a evolução dos valores de ratio no período avaliado (Figura 7),
observa-se uma variabilidade maior nos frutos de plantas enxertadas sobre tangerineira ‘Sun Chu
Sha Kat’, limoeiro ‘Cravo Limeira’ e tangeleiro ‘Orlando’. No entanto, a menor variação no ratio
no período foi medida em frutos produzidos sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’, tangerineira ‘Sunki’ e
trifoliatas ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’. O fato desses porta-enxertos manterem o valor de ratio
durante o período de maturação dos frutos, poderia se relacionar com uma melhor condição de
retenção dos frutos nas copas neles enxertadas, sem prejudicar sua qualidade interna, o que é um
efeito importante do porta-enxerto para variedades de colheita tardia, como a laranjeira ‘Folha
Murcha’.
A precocidade dos frutos foi avaliada considerando um valor 12 de ratio como aceitável
para colheita e consumo de laranjas de maturação tardia (Figura 7). O valor 12 de
ratio no suco
dos frutos foi atingido para a maioria dos porta-enxertos, entre a terceira e quarta data de
amostragem (3 e 24 de novembro de 2006, respectivamente). Os porta-enxertos que atingiram
mais precocemente o valor 12 de
ratio foram o híbrido ‘Changsha’ x ‘English Small’ e os
trifoliatas ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’. Portanto, esses porta-enxertos favoreceriam colheitas
antecipadas dos frutos da laranjeira ‘Folha Murcha’. Pelo contrário, nos frutos colhidos de plantas
enxertadas sobre tangeleiro ‘Orlando’, o valor 12 de
ratio foi atingido mais tardiamente (Figura
7).
2.6.5 Tolerância à deficiência hídrica
Avaliação visual da tolerância à deficiência hídrica
A tolerância à deficiência hídrica foi avaliada entre 2006 e 2008, por apreciação visual do
grau de estresse por deficiência hídrica nas copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida
‘Tahiti’ enxertadas em doze porta-enxertos (Tabela 16). Na tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ a
tolerância à deficiência hídrica foi avaliada apenas em 2006, após a suspensão da irrigação em
abril desse ano.
As maiores notas de tolerância à deficiência hídrica observadas nas copas da tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ indicam maior tolerância ao déficit hídrico desta espécie, comparada com
laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’ (Tabela 16).
86
Tabela 16 – Notas da avaliação visual de tolerância à deficiência hídrica para laranjeira ‘Folha Murcha’,
limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ em doze porta-enxertos.
Bebedouro, SP, 2006-2008
Porta-enxerto
Laranjeira
‘Folha Murcha’
**
Limeira ácida
‘Tahiti’
Tangerineira
‘Satsuma’ cv.
‘Okitsu’
***
----------------------------- Nota
*
-----------------------------
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 2,97 a 3,00 a
3,00 a
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 2,75 ab 2,98 a 2,93 ab
Tangerineira ‘Sunki’ 2,35 abc 2,23 ab
2,74 abcd
Citrangeiro ‘Carrizo’ 1,06 fg 1,70 bc 2,68 abcd
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 1,56 def 1,83 bc
2,70 abcd
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 2,01 bcd 1,55 bc 2,52 abcd
Trifoliata ‘Rubidoux’ 2,06 bcd 1,75 bc
2,59 abcd
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 1,69 de 2,25 ab 2,78 abcd
Citrumeleiro ‘Swingle’ 1,63 de 1,55 bc
2,41 bcd
Tangeleiro ‘Orlando’ 1,55 ef 1,58 bc 2,93 ab
Trifoliata ‘FCAV’ 1,26 efg 1,43 bc
2,33 cd
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 1,05 g 1,05 c 2,22 d
CV (%) 18,19 37,04
37,92
Valor P <0,0001 <0,0001 0,0005
*
Nota 1 = menor tolerância à deficiência hídrica; Nota 2 = tolerância média à deficiência hídrica; Nota 3 = maior
tolerância à deficiência hídrica. Dados analisados pelo teste não paramétrico de Friedman ao valor P indicado.
Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey-Kramer).
***
Valores médios para
2006.
Para as três copas avaliadas, os porta-enxertos que conferiram maior tolerância à
deficiência hídrica, representada pelo maior valor médio de nota, foram os limoeiros ‘Cravo
FCAV’ e ‘Cravo Limeira, seguidos de tangerineira ‘Sunki’. Por outro lado, o trifoliata ‘Flying
Dragon’ conferiu a menor tolerância à deficiência hídrica á ambas as copas, seguido do trifoliata
‘FCAV’ (Tabela 16).
As árvores enxertadas sobre citrangeiro ‘Carrizo’, tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’,
citrumeleiro ‘Swingle’, tangeleiro ‘Orlando’ e híbrido limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’
também apresentaram baixa tolerância à deficiência hídrica.
Avaliação da coloração das folhas para estimar a tolerância à deficiência hídrica
A tolerância da laranja ‘Folha Murcha’ (Tabela 17) e da limeira ácida ‘Tahiti’ (Tabela 18)
à deficiência hídrica nos distintos porta-enxertos também foi estudada através da análise da cor
das folhas, amostradas no período de maior intensidade de estresse hídrico (14 de setembro de
87
2007 e 29 de agosto de 2008).
Na primeira avaliação, em 2007, foi utilizado o espaço de cor X, Y, Z, visando comparar
os resultados com os apresentados por Deidda et al. (1996), para avaliações colorimétricas de
folhas de citros sob estresse hídrico na Itália. No entanto, na segunda avaliação de cor realizada
em 2008, trabalhou-se com o espaço de cor CIE L*, C*, h*, por melhor descrever a qualidade da
cor e por ser a mais utilizada para avaliações colorimétricas da coloração externa de frutos
(McGUIRE, 1992; CIE, 1986).
Em 2007, foram observadas diferenças significativas entre porta-enxertos no fator de
luminosidade (Y) e na variável colorimétrica X das folhas da laranjeira ‘Folha Murcha’ (Tabela
17). As folhas amostradas das árvores sobre trifoliatas ‘Flying Dragon’ e ‘FCAV’ apresentaram
maiores valores das variáveis Y e X, indicando uma cor mais clara que nas folhas das plantas
enxertadas sobre híbrido ‘Changsha’ x ‘English Small’ e limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo
FCAV’. A cor mais clara das folhas estaria associada a um maior grau de déficit hídrico.
Esses resultados confirmam parcialmente os da avaliação visual com notas, na qual
também foi observada a sensibilidade do trifoliata ‘Flying Dragon’ e a tolerância do limoeiro
‘Cravo Limeira’ à deficiência hídrica (Tabela 16). Porém, no caso do porta-enxerto citrandarin
‘Changsha’ x ‘English Small’ existe discrepância entre os resultados de ambas as metodologias
utilizadas na avaliação da tolerância à deficiência hídrica. Enquanto que a avaliação com escala
de notas indicou uma baixa tolerância à deficiência hídrica das copas sobre esse porta-enxerto, a
avaliação da cor das folhas indicou uma alta tolerância à deficiência hídrica, semelhante à
conferida pelo limão ‘Cravo Limeira’.
Em 2008, todas as variáveis colorimétricas analisadas indicaram diferenças na coloração
das folhas da laranjeira ‘Folha Murcha’ em função dos porta-enxertos. As folhas coletadas de
árvores sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ apresentaram maior valor das variáveis L*
(luminosidade) e menor valor de h
o
(ângulo de cor), indicando uma coloração mais clara e menor
esverdeada, respectivamente. O trifoliata ‘Flying Dragon’ também induziu maiores valores das
variáveis b* e C nas folhas, indicando uma coloração mais amarelada das folhas. Esses resultados
confirmam a alta susceptibilidade deste porta-enxerto ao déficit hídrico.
Em 2008, tanto as notas de avaliação visual como os valores das variáveis colorimétricas,
indicaram uma maior tolerância à seca da laranjeira ‘Folha Murcha’ induzida pelos limoeiros
‘Cravo FCAV’ e ‘Cravo Limeira’ e a tangerineira ‘Sunki’. Segundo o estudo de Deidda et al.
88
(1996), a coloração mais verde e escura das folhas nas copas sobre esses porta-enxertos estaria
associada a um melhor estado hídrico e uma maior tolerância à deficiência hídrica das árvores.
Tabela 17 - Variáveis colorimétricas das folhas da laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre doze porta-enxertos,
determinadas no período de maior intensidade de deficiência hídrica. Bebedouro, SP, setembro
2007 e agosto 2008.
---------------------------------- 2007 ---------------------------------
Porta-enxerto
Y
Croma
X
Z
Índice de
Cor, IC
Citrangeiro ‘Carrizo’ NA NA NA NA NA
Tangeleiro ‘Orlando’ NA NA NA NA NA
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 8,909 a 0,134 7,347 a 5,759 2,832
Trifoliata ‘FCAV’ 8,734 ab 0,134 7,222 ab 5,731 2,788
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 8,557 ab 0,135 7,054 abc 5,557 2,812
Trifoliata ‘Rubidoux’ 8,436 ab 0,132 6,834 abc 5,548 2,716
Citrumeleiro ‘Swingle’ 8,396 ab 0,133 6,922 abc 5,552 2,761
Tangerineira ‘Sunki’ 8,367 ab 0,133 6,967 abc 5,643 2,718
Limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ 8,224 ab 0,132 6,773 abc 5,569 2,670
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘E.Small’ 8,027 b 0,130 6,521 bc 5,461 2,631
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 8,055 ab 0,130 6,682 bc 5,542 2,663
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 7,994 b 0,130 6,559 c 5,483 2,646
CV (%) 1,03 4,39 9,06 7,52 6,80
Valor P 0,0096 0,1290 0,0010 0,4479 0,1075
---------------------------------- 2008 ---------------------------------
L* a* b* C h
o
Citrangeiro ‘Carrizo’ 35,84 ab -10,11 b 14,14 ab 17,40 ab 125,95 bcd
Tangeleiro ‘Orlando’ 34,13 bc -9,94 b 13,27 ab 16,60 ab 127,13 abc
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 36,74 a -9,88 ab 15,20 a 18,18 a 123,39 d
Trifoliata ‘FCAV’ 35,24 abc -9,82 ab 13,49 ab 16,56 ab 125,22 cd
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 34,25 abc -9,66 ab 12,88 ab 16,11 ab 127,30 abc
Trifoliata ‘Rubidoux’ 33,64 bc -8,55 a 11,53 b 14,37 b 127,00 abc
Citrumeleiro ‘Swingle’ 33,83 bc -8,95 ab 11,66 b 14,71 b 127,62 abc
Tangerineira ‘Sunki’ 32,87 c -9,02 ab 11,54 b 14,65 b 128,24 a
Limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ 33,94 bc -9,81 ab 13,13 ab 16,41 ab 127,18 abc
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘E.Small’ 34,28 abc -8,87 ab 12,36 ab 15,25 ab 126,09 abcd
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 33,74 bc -9,17 ab 12,04 ab 15,15 ab 127,48 ab
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 34,48 abc -10,53 b 14,17 ab 17,68 ab 127,36 ab
CV (%) 6,98 49,81 23,34 20,67 52,24
Valor P <0,0001 0,0003 0,0008 0,0013 <0,0001
NA: Não avaliado. Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey). Os dados
originais das seguintes variáveis foram transformados: Y (ŷ=y
-0.1
), IC (ŷ=y
-1.0
), L (ŷ =y
-2
), b (ŷ =y
-1
) e C (ŷ =y
-1
).
89
Em 2007 e 2008 foram realizadas avaliações colorimétricas em folhas da limeira ácida
‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos (Tabela 18), nas mesmas datas e utilizando a mesma
metodologia descritas para laranjeira ‘Folha Murcha’.
Tabela 18 - Variáveis colorimétricas das folhas da limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos,
determinadas no período de maior intensidade de deficiência hídrica. Bebedouro, SP,
setembro 2007 e agosto 2008.
--------------------------------- 2007 ----------------------------------------
Porta-enxerto
Y
Croma
X
Z
Índice de Cor
IC
Citrangeiro ‘Carrizo’ NA NA NA NA NA
Limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ NA NA NA NA NA
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ NA NA NA NA NA
Tangeleiro ‘Orlando’ NA NA NA NA NA
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 12,334 a 0,151 a 9,971 a 5,298 a 3,535 a
Trifoliata ‘FCAV’ 10,667 b 0,144 abc 8,603 b 5,827 b 3,288 ab
Trifoliata ‘Rubidoux’ 10,092 bc 0,143 bc 8,161 bc 5,628 bc 3,233 ab
Citrumeleiro ‘Swingle’ 10,201 bc 0,144 abc 8,275 b 5,763 bc 3,188 ab
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘E.Small’ 9,056 bc 0,139 bc 7,445 bc 5,472 bc 3,003 b
Tangerineira ‘Sunki’ 9,838 bc 0,141 bc 7,971 bc 5,604 bc 3,172 b
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 9,778 bc 0,140 bc 7,936 bc 5,695 bc 3,105 b
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 8,687 c 0,136 c 7,108 c 5,454 c 2,879 b
CV (%) 16,67 6,07 14,99 3,07 12,58
Valor P <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001
--------------------------------- 2008 ----------------------------------------
L* a* b* C h
o
Citrangeiro ‘Carrizo’ 36,64 bc -10,15 a 15,78 bc 18,80 bc 123,62 ab
Limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’ 36,65 bc -10,60 ab 16,16 bc 19,37 bc 123,84 ab
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 37,32 bc -10,88 ab 17,34 bc 20,52 bc 123,00 ab
Tangeleiro ‘Orlando’ 38,33 abc -11,29 ab 18,49 abc 21,71 abc 122,12 abc
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 39,94 ab -12,03 b 20,69 ab 23,98 ab 120,61 bc
Trifoliata ‘FCAV’ 42,08 a -12,50 b 23,73 a 26,90 a 118,45 c
Trifoliata ‘Rubidoux’ 38,98 abc -11,65 ab 19,29 abc 22,62 abc 122,30 ac
Citrumeleiro ‘Swingle’ 36,91 bc -10,86 ab 16,89 bc 20,12 bc 123,17 ab
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘E.Small’ 35,50 c -9,72 a 14,21 c 17,25 c 125,02 a
Tangerineira ‘Sunki’ 35,67 c -9,88 a 15,10 c 18,08 c 124,06 ab
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 37,60 c -11,25 ab 17,88 abc 21,15 abc 122,87 ab
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 36,36 c -10,60 ab 16,31 c 19,51 c 124,30 ab
CV (%) 2,71 50,36 10,10 8,36 1,59
Valor P <0,0001 0,0002 <0,0001 <0,0001 <0,0001
NA: Não avaliado. Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey). Os dados
originais das seguintes variáveis foram transformados: Y (ŷ =y
-0.5
); L* (ŷ =y
-2
), b (ŷ =y
-1
) e C (ŷ =y
-1
).
90
Na avaliação da cor das folhas da limeira ácida ‘Tahiti’ em 2007, todas as variáveis
colorimétricas indicaram diferenças entre porta-enxertos. Da mesma forma que o observado na
laranjeira ‘Folha Murcha’, as folhas amostradas das copas sobre o porta-enxerto ‘Flying Dragon’
apresentaram maiores valores de Y, croma, X, Z e IC. Isto indica que as folhas amostradas desse
porta-enxerto apresentaram coloração significativamente mais clara. Ainda em 2007, os porta-
enxertos ‘Rubidoux’, ‘Changsha’ x ‘English Small’, ‘Swingle’, ‘Sunki’ e limoeiro ‘Cravo
FCAV’ apresentaram valores muito próximos das variáveis colorimétricas, indicando uma grau
de tolerância à deficiência hídrica similar entre esses porta-enxertos para copas de limeira ácida
‘Tahiti’ (Tabela 18).
As folhas de limeira ácida ‘Tahiti’ enxertadas sobre limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo
FCAV’, tangerineira ‘Sunki’ e citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ apresentaram valores
cromáticos levemente similares entre si, indicando menores valores de luminosidade e
cromaticidade das folhas, que definem uma coloração mais escura. No estudo de Deidda et al.
(1996), a coloração mais escura das folhas dos citros foi associada a um melhor estado hídrico
das árvores, comparado com as plantas com folhas de coloração mais clara. Na avaliação com
escala de notas também foi detectada maior tolerância à deficiência hídrica nas árvores de limeira
ácida ‘Tahiti’ sobe esses porta-enxertos (Tabela 16).
Em 2008, todas as variáveis colorimétricas indicaram um melhor estado hídrico das folhas
coletadas de árvores de limeira ácida ‘Tahiti’ sobre o citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’, a
tangerineira ‘Sunki’ e o limoeiro ‘Cravo Limeira’, cujas folhas mantiveram coloração mais verde
e escura na época de máxima estiagem (Tabela 18). Um maior grau de déficit hídrico foi
observado nas copas enxertadas sobre os trifoliata ‘FCAV’ e ‘Flying Dragon’, que induziram
coloração mais clara, menos esverdeada e mais amarelada às folhas da limeira ácida ‘Tahiti’
(Tabela 18) e laranjeira ‘Folha Murcha’ (Tabela 17), representativas da menor tolerância à
deficiência hídrica induzida às copas pelos porta-enxertos trifoliatas.
A relação entre as avaliações colorimétricas de folhas e as notas das avaliações visuais da
tolerância à seca foi estudada para as copas da limeira ácida ‘Tahiti’ e da laranjeira ‘Folha
Murcha’. Para cada copa, foram calculadas curvas de regressão polinomial entre as variáveis
colorimétricas L*, C e h
o
medidas em 2008 e as notas médias da avaliação visual da deficiência
hídrica no período 2006-2008 (Figura 8).
91
LARANJEIRA 'FOLHA M URCHA'
y = 1,787x
2
- 8,1982x + 42,806
R
2
= 0,8031
32,5
33,0
33,5
34,0
34,5
35,0
35,5
36,0
36,5
37,0
0,00,51,01,52,02,53,03,5
NOTA MÉDIA SECA 2006-2008
L* folhas
LIMEIRA ÁCIDA 'TAHITI'
y = 2,563x
2
- 12,574x + 51,479
R
2
= 0,5007
35,0
36,0
37,0
38,0
39,0
40,0
41,0
42,0
43,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
NOTA MÉDIA 2006-2008 (0 a 3)
L* (2008)
LARANJEIRA 'FOLHA MURCHA
y = 2,0034x
2
- 8,7588x + 24,705
R
2
= 0,4843
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
NOTA MÉDIA SECA 2006-2008
C* folhas
LIMEIRA ÁCIDA 'TAHITI'
y = 4,0351x
2
- 19,284x + 41,607
R
2
= 0,5005
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0,00,51,01,52,02,53,03,5
NOTA M
É
DIA 2006-2008 (0 a 3)
C* (2008)
LARANJEIRA 'FOLHA MURCHA
y = -1,7253x
2
+ 8,2761x + 117,9
R
2
= 0,6807
123,0
124,0
125,0
126,0
127,0
128,0
129,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
NOTA MÉDIA SECA 2006-2008
ho folha
s
LIMEIRA ÁCIDA 'TAHITI'
y = -2,3706x
2
+ 11,755x + 109,76
R
2
= 0,5335
118,0
119,0
120,0
121,0
122,0
123,0
124,0
125,0
126,0
0,00,51,01,52,02,53,03,5
NOTA M
É
DIA 2006-2008 (0 a 3)
ho (2008)
Figura 8 - Curvas de regressão polinomial ajustadas para a relação entre as variáveis colorimétricas L, C e
h
o
das folhas e as notas de avaliação visual da tolerância à deficiência hídrica em copas de
laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’ sobre doze porta-enxertos. Bebedouro, SP,
2006-2008
Em ambas as copas, houve um bom grau de ajuste entre as variáveis colorimétricas das
folhas e as notas da avaliação visual de tolerância à seca em ambas as copas, sendo todos os
coeficientes de regressão significativos. Contudo, o método colorimétrico apresenta a vantagem
de ser uma metodologia não subjetiva, direta e, portanto, mais precisa para avaliar o grau de
deficiência hídrica a partir da coloração das folhas.
92
2.6.6 Clorose Variegada dos Citros na laranjeira ‘Folha Murcha’
Os valores médios de nota obtidos nas avaliações visuais de CVC realizadas entre 2006 e
2008 na copa de laranjeira ‘Folha Murcha’ foram analisados nos doze porta-enxertos (Tabela 19).
No lote experimental, houve aumento do valor da nota média geral de avaliação da CVC
no tempo. Em 2006 e 2007 não houve diferenças na incidência da CVC nas árvores de laranjeira
‘Folha Murcha’ em função dos porta-enxertos. Esses resultados confirmam os estudos de
Laranjeira et al. (2001) e Stuchi et al. (1998abc) sobre a falta de influência do porta-enxerto na
expressão da CVC. No entanto, em 2008 observam-se diferenças significativas, com o porta-
enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ apresentando a menor nota média de CVC, indicando menos
sintomas da doença nas copas sobre este porta-enxerto. Em 2008, as árvores enxertadas sobre
tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’, trifoliata ‘Rubidoux’ e citrangeiro ‘Carrizo’ apresentaram maior
valor de nota média de CVC, ou seja, tiveram sintomas de maior intensidade, comparados com as
árvores sobre outros porta-enxertos (Tabela 19).
Tabela 19 - Valores médios de nota de avaliação visual de CVC obtidos a partir das avaliações visuais de
plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ em doze porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008
Nota média da avaliação visual de CVC
* †
--------------------------- Ano ---------------------------
Porta-enxerto 2006 2007 2008
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 0,40 1,40 2,70 a
Trifoliata ‘Rubidoux’ 0,33 1,00 2,20 a
Citrangeiro ‘Carrizo’ 0,78 1,33 2,10 a
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 0,56 1,56 1,90 ab
Trifoliata ‘FCAV’ 0,56 0,89 1,70 ab
Tangeleiro ‘Orlando’ 0,44 1,20 1,80 ab
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 0,89 1,44 1,60 ab
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 0,78 1,22 1,50 ab
Citrumeleiro ‘Swingle’ 0,38 1,11 1,30 ab
Tangerineira ‘Sunki’ 0,30 0,70 1,30 ab
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 0,20 0,50 1,10 ab
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 0,00 0,20 0,20 b
Média geral 0,47 1,05 1,62
CV (%) 40,25 47,19 44,62
Valor P * 0,2647 0,0839 0,0233
*
Notas baseadas na seguinte escala: 0: sem CVC; 1: sintomas em até 1 ramo da copa ; 2: sintomas em mais de um
ramo e até 50% da copa; 3: danos em mais de três ramos e em frutos.
Teste de Friedman. Médias com letras
distintas nas colunas indicam diferenças significativas (Tukey-Kramer).
93
A incidência e severidade da CVC na laranjeira ‘Folha Murcha’ foram estudadas a partir
das avaliações visuais realizadas entre 2006 e 2008, considerando a percentagem de árvores
avaliadas com nota maior a 0, representado a incidência da doença, e a percentagem de árvores
avaliadas com nota 3, representado a máxima severidade dos sintomas (Tabela 20).
Tabela 20 - Incidência e severidade da CVC em plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre doze porta-
enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008
Incidência de CVC
*
Severidade de CVC
**
-------------- Ano ------------- ------------- Ano -----------
Porta-enxerto 2006 2007 2008 2006 2007 2008
-------------- % ------------- -------------- % -------------
Trifoliata ‘Rubidoux’ 30 60 100 a 0 20 50
Tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ 40 90 100 a 0 0 70
Tangeleiro ‘Orlando’ 40 60 90 ab 0 10 30
Citrangeiro ‘Carrizo’ 60 70 80 ab 10 20 50
Trifoliata ‘FCAV’ 40 60 70 ab 0 10 50
Limoeiro ‘Cravo FCAV’ 40 80 70 ab 0 40 50
Limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ 50 70 70 ab 10 40 40
Tangerineira ‘Sunki’ 20 40 70 ab 0 10 20
Limoeiro ‘Cravo Limeira’ 50 50 60 ab 0 10 40
Citrumeleiro ‘Swingle’ 40 60 50 ab 0 0 30
Citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ 20 30 50 ab 0 0 20
Trifoliata ‘Flying Dragon’ 0 10 10 b 0 0 0
CV (%) 50,0 47,6 43,09 17,04 31,75 46,08
Valor P 0,5270 0,1111 0,0177 0,5578 0,0654 0,1785
Dados analisados pelo teste de Friedman. Médias com letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas
(Tukey-Kramer).
*
Calculada a partir das árvores com nota > 0;
**
Calculada a partir das árvores com nota = 3.
Apenas em 2008, foram constatadas diferenças na incidência média da CVC em função
dos porta-enxertos. Não houve diferenças na severidade média da doença, representada pela
percentagem de árvores avaliadas com nota 3. Plantas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’
apresentaram a menor incidência média de CVC, representada pela menor percentagem de
árvores classificadas com notas visuais maiores que 0. As árvores enxertadas sobre tangerineira
‘Sun Chu Sha Kat’ e trifoliata ‘Rubidoux’ apresentaram a maior incidência média de CVC em
2008, em relação aos outros porta-enxertos. Em plantas de laranja doce ‘Pêra’ enxertadas sobre
tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’ e ‘Sunki’, limoeiro ‘Cravo’ e limão ‘Volkameriano’, Li et al.
(1996b) observaram rápida aparição de sintomas de CVC após a inoculação com
Xylella
94
fastidiosa. Porém, em mudas enxertadas sobre Poncirus trifoliata e citrangeiro ‘Troyer’ houve
aparição mais demorada dos sintomas da doença.
Com exceção das plantas sobre o porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’, em todos os
outros porta-enxertos houve aumento na incidência e severidade de CVC no tempo, sendo este
comportamento esperado em pomares mais adultos (FUNDECITRUS, 2009).
Para esclarecer o efeito do porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ na susceptibilidade das
copas de laranja doce à CVC, foi realizada em 25 de outubro de 2008 uma avaliação adicional da
severidade da CVC em um lote experimental na mesma EECB, plantado com três copas de
laranja doce (‘Natal’, ‘Valência’ e ‘Hamlin’) enxertadas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’, com
irrigação suplementar (Tabela 21).
Tabela 21 - Valores médios de nota, incidência e severidade de CVC das avaliações visuais em copas de
laranjeiras enxertadas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’. Bebedouro, SP, 25 out. 2008
Copa
Nota CVC
Incidência de CVC
*
Severidade de CVC
**
---------------------------- % ---------------------------
‘Hamlin’ 0,09 b 8,63 b 0,00
‘Natal’ 0,02 b 2,08 b 0,00
‘Valência’ 0,72 a 47,62 a 6,85
CV (%) 31,61 20,07 18,26
Valor P <0,0001 0,0093 0,1353
Baseadas na seguinte escala: 0: sem CVC; 1: sintomas em até 1 ramo da copa ; 2: sintomas em mais de um ramo e
até 50% da copa; 3: danos em mais de três ramos e em frutos.
*
Calculada a partir das árvores com nota>0;
**
Calculada a partir das árvores com nota=3. Dados analisados pelo teste de Friedman. Médias com letras distintas nas
colunas indicam diferenças significativas (Tukey-Kramer).
Em condições de irrigação, todas as copas de laranja doce apresentaram sintomas de
incidência de CVC, sendo a copa de laranja ‘Valência’ mais afetada pela doença. Embora, não
houve diferenças na severidade dos sintomas da CVC entre as copas, os resultados confirmam
que as copas de laranja doce enxertadas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ são afetadas por CVC
quando estabelecidas com irrigação suplementar. Portanto, a menor incidência de CVC em
árvores de laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ em condições de sequeiro
não seria uma característica associada ao porta-enxerto, senão à condição ambiental.
Laranjeira et al. (2005b) sugerem a existência de uma sincronização entre o surgimento de
95
picos populacionais de cigarrinhas e a emissão de novas brotações nas plantas, que são a fonte de
alimento preferida dos vetores da CVC (FUNDECITRUS, 2004). Sem irrigação, o trifoliata
‘Flying Dragon’ induziu uma tolerância muito baixa ao estresse hídrico, nas três copas avaliadas.
Em decorrência disto, as árvores sobre ‘Flying Dragon’ tiveram sua brotação atrasada, em
comparação com as árvores sobre outros porta-enxertos mais resistentes à deficiência hídrica. O
atraso na brotação de plantas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ em pomares sem irrigação
favoreceria a falta de coincidência entre o pico populacional das cigarrinhas vetoras no início da
primavera e a presença nas árvores de brotos tenros, susceptíveis de serem atacados. Em 25 de
outubro de 2008, no mesmo dia da avaliação das copas de laranjeira doce sobre trifoliata ‘Flying
Dragon’ com irrigação, foram observados os brotos vegetativos nas plantas de laranjeira ‘Folha
Murcha’ enxertadas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ e limoeiro ‘Cravo Limeira’ no lote
experimental. Os brotos da plantas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ foram mais curtos que aqueles
sobre limão ‘Cravo’ em outubro, época de início do aumento populacional das cigarrinhas. Pelo
seu carácter ananicante, o trifoliata ‘Flying Dragon’ concentra maior número de ramos e flores
em uma copa de menor tamanho, com menor comprimento dos ramos.
Finalmente, foi analisada a relação entre a produção da laranjeira ‘Folha Murcha’ e a
incidência de CVC, no triênio 2006 a 2008. Como mencionado anteriormente, em 2008, foi
avaliado o impacto da CVC sobre o tamanho dos frutos da laranjeira ‘Folha Murcha’, pela
medição do diâmetro de amostras de frutos colhidas de plantas sobre cada porta-enxerto (Tabela
10). Não houve diferenças em função dos porta-enxertos na produção de frutos de diâmetro
menor que 50 mm, que são atribuídos principalmente à incidência da CVC.
Em outra análise da relação entre a nota de avaliação da CVC e a produção por parcela,
foi utilizado um modelo de regressão polinomial, no qual foi definida a produção como a variável
dependente, em função da nota de CVC, dos porta-enxertos e dos anos de avaliação, como
variáveis independentes. No período analisado, a produção da laranjeira ‘Folha Murcha’ variou
significativamente em função dos porta-enxertos e do ano de avaliação, mas não foi afetada pela
nota de avaliação da CVC (Tabela 22).
96
Tabela 22 - Análise de Regressão Polinomial para a relação entre a produção e a nota de avaliação de
CVC, o porta-enxerto e o ano de avaliação da CVC, em plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’
sobre 12 porta-enxertos. Bebedouro, SP, 2006-2008
Variável Parâmetro estimado Valor t Pr > |t|
Intercepto -1206,0457 -7,16 <,0001
Porta-enxerto -0,0522 -3,01 0,0030
Ano de avaliação 0,6017 7,17 <,0001
Nota de CVC -0,0022 -1,30 0,1960
2.6.7 Definhamento de árvores da limeira ácida ‘Tahiti’
Entre o segundo e o sétimo ano do plantio, foram contabilizadas anualmente as árvores
sobre cada porta-enxerto que declinaram devido à gomose de
Phytophthora no lote experimental
da limeira ácida ‘Tahiti’ (Figura 9). O objetivo dessa avaliação foi quantificar a incidência da
doença em cada porta-enxerto, que reduz a vida útil dos pomares de limeira ácida ‘Tahiti’.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
55,0
‘Cravo
Limeira
‘Orlando’ ‘Cravo’ x
‘Swingle’
Trifoliata
‘FCAV’
‘Cravo
FCAV
‘Changsha’ x
‘E.Small
Falhas (%
)
2003 (2º ano) 2004 (3º ano) 2005 (4º ano)
2006 (5º ano) 2007 (6º ano) 2008 (7º ano)
Figura 9 - Percentagem de falhas em distintos porta-enxertos por definhamento das copas no lote
experimental de limeira ácida ‘Tahiti. Bebedouro, SP, 2003-2008
97
As árvores sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’ no lote experimental apresentaram 50,0% de
definhamento até o sétimo ano após o plantio (Figura 10a), devido à gomose de
Phytophthora,
com sintomas característicos dessa doença nas copas e exudação de goma por ferimentos no
tronco (Figura 10b). As copas enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’ (Figura 10c) e
tangeleiro ‘Orlando’ (Figura 11d) apresentaram um grau similar de definhamento por gomose
(17% das árvores no sétimo ano do plantio). Árvores sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’ apresentaram
maior incidência de gomose (50%) do que aquelas sobre limoeiro ‘Cravo Limeira’ (17%) (Figura
9).
As plantas sobre híbrido limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’ (Figura 11c)
apresentaram um aumento na incidência de definhamento de 17% a 33% entre o quinto e sexto
ano após o plantio, mas houve recuperação de uma planta entre o sexto e sétimo ano, reduzindo a
incidência do definhamento novamente a 17% das copas (Figura 9).
Nas plantas de limeira ácida ‘Tahiti’ enxertadas sobre trifoliata ‘FCAV’ foi constatado
33% de definhamento no sétimo ano após o plantio (Figura 9), com sintomas de podridão na
parte central do tronco (Figura 11a) e seca parcial de alguns ramos e folhagem clorótica nas
copas. Houve secreção de goma na parte afetada do tronco. Também nessas árvores foi
observado um leve sobrecrescimento do enxerto, possivelmente indicando algum grau de
incompatibilidade parcial com o porta-enxerto (Figura 11b). Embora a resistência dos trifoliatas à
gomose de
Phytophthora seja conhecida, estudos recentes realizados na Flórida indicam que o
citrumeleiro ‘Swingle’ e outros híbridos de trifoliata são altamente susceptíveis à
Phytophthora
palmivora, uma espécie secundária do patógeno encontrada em solos com drenagem deficiente
(GRAHAM; BRIGHT; McCOY, 2003). Em outro estudo conduzido na Flórida, mudas dos porta-
enxertos citrumeleiro ‘Swingle’, citrangeiro ‘Carrizo’ e trifoliata ‘Flying Dragon’ mostraram-se
menos adaptadas a condições de inundação associadas à presença de
P. nicotianae e P. palmivora
(BOWMAN; ALBANO; GRAHAM, 2002).
Nas plantas enxertadas sobre citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’ constatou-se uma
porcentagem de definhamento de 33% do total de árvores avaliadas a partir do quinto ano após o
plantio, com sintomas de desfolhamento moderado a intenso, até atingir 50% de definhamento
das plantas sobre este porta-enxerto no sétimo ano (Figura 9). Diferentemente do observado nas
árvores de ‘Tahiti’ sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’ e trifoliata ‘FCAV’, na inspeção dos troncos
das árvores sobre ‘Changsha’ x ‘English Small’ não foram constatados sintomas de gomose de
98
Phytophthora. A inspeção dos troncos dessas árvores revelou a presença de união irregular na
região da enxertia (Figura 12a), com caneluras no porta-enxerto e no enxerto, e amarelamento na
madeira do enxerto, sem lesões de gomose no tronco (Figura 12b). No entanto, não foram
observados linhas de separação na região da enxertia. A inspeção do tronco de uma árvore sadia
revelou a presença de caneluras no lenho porta-enxerto (Figura 12c).
Figura 10 - Limeira ácida ‘Tahiti’ sobre: (A) limoeiro ‘Cravo FCAV’, apresentando copa com
definhamento por gomose; (B) limoeiro ‘Cravo FCAV’, com sintomas de gomose no
tronco; (C) limoeiro ‘Cravo Limeira’, apresentando definhamento por gomose.
A
C
B
99
Figura 11 - Limeira ácida ‘Tahiti sobre: (A) trifoliata ‘FCAV’, com podridão no tronco, amarelamento da
madeira do porta-enxerto, caneluras leves no enxerto e secreção de goma na parte afetada do
tronco; (B) trifoliata ‘FCAV’, apresentando sobrecrescimento da copa, podridão na base do
colo, com secreção de goma; (C) híbrido limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’, com
morte de parte do tronco e posterior recuperação; (D) tangeleiro ‘Orlando’, com sintomas
característicos de gomose no tronco.
C
D
A B
100
Figura 12 - Limeira ácida ‘Tahiti’ sobre citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’, apresentando: (A)
união irregular na região de enxertia, presença de caneluras e amarelamento da madeira do
enxerto; (B) amarelamento da madeira do enxerto, tronco sem lesões de gomose; (C) árvore
sadia apresentando caneluras no lenho do porta-enxerto.
A B
C
101
2.6.8 Desempenho geral dos porta-enxertos nas três cultivares copa
A técnica estatística multivariada de análise em agrupamentos foi utilizada para classificar
os porta-enxertos em grupos de maior similaridade, segundo o desempenho horticultural geral de
cada um deles. Para cada copa estudada, foi obtido um dendrograma, que representa os grupos de
porta-enxertos mais similares entre si, considerando o conjunto múltiplo de variáveis incluídas na
análise (MANLY, 2008).
No dendrograma obtido para laranjeira ‘Folha Murcha’ (Figura 13), foram classificados
três grupos de porta-enxertos com efeitos similares, quando avaliadas todas as variáveis
horticulturais incluídas na análise e uma distância de em torno de 0,8, segundo o critério de
aglomeração do ‘vizinho mais próximo’ considerado nesta análise (MANLY, 2008). No primeiro
agrupamento, aparecem os porta-enxertos tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ e tangeleiro ‘Orlando’
induzindo um desempenho horticultural bastante similar à laranjeira ‘Folha Murcha’, que em
geral foi inferior àquele observado sobre outros porta-enxertos. Em um segundo grupo de
similaridade, foram classificados os porta-enxertos tangerineira ‘Sunki’ e limoeiro ‘Cravo
FCAV’. Em um terceiro conjunto, foram agrupados os porta-enxertos citrangeiro ‘Carrizo’,
híbrido limão ‘Cravo’ x citrumelo ‘Swingle’, citrumelo ‘Swingle’, trifoliatas ‘FCAV’ e
‘Rubidoux’ e híbrido tangerineira ‘Changsha’ x trifoliata ‘English Small’. Neste conjunto, os
porta-enxertos híbrido ‘Cravo’ x ‘Swingle’ e citrumeleiro ‘Swingle’ apresentaram um
desempenho horticultural bastante similar, pela proximidade genética entre ambos os porta-
enxertos. Os porta-enxertos ‘Cravo Limeira’ e trifoliata ‘Flying Dragon’ não foram agrupados
com outros porta-enxertos, o que indica que seu efeito no desempenho horticultural da laranjeira
‘Folha Murcha’ foi distinto.
102
Figura 13 - Dendrograma da análise de agrupamentos indicando a similaridade entre grupos de porta-
enxertos segundo o desempenho horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’ em doze porta-
enxertos
Para limeira ácida ‘Tahiti’ também foi obtido o dendrograma da análise de agrupamentos
(Figura 14). Considerando uma distância de 0,6 segundo o critério de aglomeração do ‘vizinho
mais próximo’ utilizada na análise multivariada (MANLY, 2008), foram identificados dois
grupos de porta-enxertos com efeitos similares. No primeiro grupo, foram incluídos os porta-
enxertos limoeiros ‘Cravo Limeira’ e ‘Cravo FCAV’, tangeleiro ‘Orlando’, tangerineira ‘Sunki’ e
híbrido limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’. Dentro desse agrupamento, os porta-enxertos
limoeiros ‘Cravo FCAV’ e ‘Cravo Limeira’ induziram respostas bastante similares entre si às
copas da limeira ácida ‘Tahiti’. Em um segundo grupo de similaridade, foram incluídos os porta-
enxertos citrangeiro ‘Carrizo’, híbrido ‘Changsha’ x ‘English Small’, trifoliata ‘FCAV’,
citrumeleiro ‘Swingle’, tangerineira ‘Sun Chu Sha Kat’ e trifoliata ‘Rubidoux’. Neste conjunto,
os porta-enxertos ‘Changsha’ x ‘English Small’ e trifoliata ‘FCAV’ induziram efeitos muito
similares entre si nas copas de limeira ácida ‘Tahiti’. De forma similar ao observado na análise de
agrupamentos da laranjeira ‘Folha Murcha’, também para limeira ácida ‘Tahiti’ o porta-enxerto
trifoliata ‘Flying Dragon’ teve um efeito único sobre as variáveis de desempenho horticultural,
Distância mínima entre grupos
103
distinto ao dos outros porta-enxertos.
Figura 14 - Dendrograma da análise de agrupamentos indicando a similaridade entre grupos de porta-
enxertos segundo o desempenho horticultural da limeira ácida ‘Tahiti’ em doze porta-enxertos
Finalmente, para tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, o dendrograma da análise de
agrupamentos indica a existência de dois conjuntos de porta-enxertos com efeitos similares sobre
o desempenho horticultural desta copa (Figura 15). Considerando uma distância de 0,7 segundo o
critério de aglomeração do ‘vizinho mais próximo’ na análise multivariada (MANLY, 2008), em
um primeiro agrupamento foram incluídos os porta-enxertos citrangeiro ‘Carrizo’, híbrido
‘Cravo’ x ‘Swingle’, citrumeleiro ‘Swingle’, híbrido ‘Changsha’ x ‘English Small’ e trifoliata
‘Rubidoux’. Dentro deste agrupamento, os porta-enxertos híbrido limão ‘Cravo’ x citrumelo
‘Swingle’ apresentaram maior similaridade em seus efeitos, da mesma forma que observado para
copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ (Figura 13). Em um segundo agrupamento, foram
classificados os porta-enxertos tangerineiras ‘Sun Chu Sha Kat’ e ‘Sunki’ que, em geral,
induziram um desempenho fraco, tanto na produtividade quanto na qualidade dos frutos. No
dendrograma, observa-se também que os porta-enxertos tangeleiro ‘Orlando’, limoeiro ‘Cravo
Limeira’, trifoliata ‘FCAV’, limoeiro ‘Cravo FCAV’ e trifoliata ‘Flying Dragon’ induziram
Distância mínima entre grupos
104
efeitos distintos às copas da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’. Novamente, para esta copa
observa-se o efeito singular do porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’, que destacou-se pela alta
eficiência produtiva e boa qualidade de frutos que induz às copas de ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’.
Figura 15 - Dendrograma da análise de agrupamentos indicando a similaridade entre grupos de porta-
enxertos segundo o desempenho horticultural da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ em doze
porta-enxertos
Distância mínima entre grupos
105
2.7 Discussão
A importância da diversificação de porta-enxertos para a citricultura brasileira é
incontestável no contexto atual em que os pomares estão concentrados em regiões de grande
continuidade espacial, genética e temporal, principalmente no Estado de São Paulo.
A seleção de novas alternativas de porta-enxertos para a citricultura brasileira deve ser
baseada em uma análise conjunta de outras características horticulturais, além das meramente
produtivas. O limoeiro ‘Cravo Limeira’ é um exemplo disto. Nas três cultivares copas estudadas,
este porta-enxerto induziu produções acumuladas moderadas a altas, de frutos de maior tamanho
individual. Esta é uma das principais razões do sucesso deste porta-enxerto entre os citricultores.
No entanto, sua eficiência produtiva, em termos de massa de frutos produzida por unidade de
volume de copa, é muito baixa. Isto implica que as plantas enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo
Limeira’, embora produzam uma quantidade adequada de frutos, não utilizam todo o volume com
potencial produtivo disponível, tornando-se plantas com copas grandes demais, porém
produtivamente menos eficientes. Isto fica evidente na baixa eficiência produtiva induzida pelo
limoeiro ‘Cravo Limeira’ às plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’.
O estudo simultâneo das três cultivares copa cítricas enxertadas nos mesmos doze porta-
enxertos através das distintas variáveis horticulturais analisadas permitiu identificar, para cada
copa, os porta-enxertos que aumentam o valor da produção, seja por aumento na quantidade de
frutos, precocidade de maturação ou pela melhor qualidade dos mesmos.
Dentre os porta-enxertos estudados, destacam-se os trifoliatas e híbridos, com ênfase na
seleção de trifoliata ‘Flying Dragon’, devido à alta eficiência produtiva e boa qualidade de frutos
que confere às copas. A maior eficiência produtiva induzida pelo trifoliata ‘Flying Dragon’ às
três cultivares copa avaliadas é conseqüência do reduzido tamanho que confere às plantas e da
existência de menos pontos improdutivos ao interior das copas sobre esse porta-enxerto,
diferentemente do que acontece em árvores sobre porta-enxertos mais vigorosos (TUCKER;
WEATON; STOVER, 1998). A alta eficiência produtiva e o baixo vigor das árvores enxertadas
sobre trifoliata ‘Flying Dragon’ são vantagens importantes em sistemas de plantio adensado,
visando otimizar a produção de frutos (CASTLE, 1987; CASTLE et al., 1993; ROOSE et al.,
1989; FERGUSON; SAKOVICH; ROOSE, 1990; FERGUSON; CHAPARRO, 2004;
MADEMBA-SY et al., 1999; RICHARSON et al., 2002; STUCHI; DONADIO; SEMPIONATO,
2003; TAKAHARA et al., 2001). Neste estudo, a estimação do espaçamento de plantas de
106
laranjeira ‘Folha Murcha’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ enxertadas sobre trifoliata
‘Flying Dragon’ a partir do tamanho de planta e a produtividade observadas no sétimo ano do
plantio, apontou para um aumento da produtividade dessas combinações, utilizando menores
espaçamentos entre plantas.
No entanto, a análise conjunta dos resultados em todas as copas demonstrou a grande
susceptibilidade à deficiência hídrica nas árvores enxertadas sobre trifoliata ‘Flying Dragon’, o
que determina a necessidade de que este porta-enxerto seja estabelecido em pomares com
irrigação suplementar. Este efeito é particularmente importante em copas de limeira ácida
‘Tahiti’, que sofrem uma drástica redução da produção após períodos de alto déficit hídrico. A
menor tolerância à deficiência hídrica induzida pelo porta-enxerto trifoliata foi anteriormente
descrita por Figueiredo et al. (2002), em avaliações com escala de notas para limeira ácida
‘Tahiti’ sobre onze porta-enxertos na região de Bebedouro, SP. A grande susceptibilidade à
deficiência hídrica induzida pelos porta-enxertos trifoliatas pode ser favorável por evitar
brotações contínuas, que atraem mais pragas e são mais sujeitas às geadas, e por induzir safras
mais tardias, além de contribuir para a redução do tamanho da planta a níveis de manejo e
colheita mais fáceis.
Além da maior eficiência produtiva conferida pelo trifoliata ‘Flying Dragon’ às cultivares
copa avaliadas, este porta-enxerto também induziu início de produção antecipado, com
rendimentos mais estáveis no tempo.
Outra característica horticultural importante do trifoliata ‘Flying Dragon’ especificamente
como porta-enxerto para laranjeira ‘Folha Murcha’ é a baixa incidência de CVC e menor
severidade de sintomas que apresentam as árvores sobre esse porta-enxerto, em pomares não
irrigados. Essas observações confirmam os relatos de Li et al. (1996b) em plantas de laranja doce
‘Pêra’ enxertadas sobre sobre
Poncirus trifoliata e citrangeiro ‘Troyer’, que apresentaram
aparição tardia dos sintomas de CVC, em comparação com as plantas enxertadas sobre ‘Sun Chu
Sha Kat’ e ‘Sunki’, limoeiro ‘Cravo’ e limão Volkameriano’, que desenvolveram rapidamente
sintomas de CVC após a inoculação com
Xylella fastidiosa. Esse efeito seria uma conseqüência
indireta da brotação mais tardia das plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ enxertadas sobre
trifoliata ‘Flying Dragon’, provavelmente relacionada com a sua maior susceptibilidade à
deficiência hídrica. A brotação tardia induzida pelo porta-enxerto
Poncirus trifoliata em plantas
de tangerineira ‘Silverhill’ foi relatada por Richardson et al. (2002). A falta de coincidência entre
107
a fase de brotação e o período de maior presença de cigarrinhas vetoras da CVC nas copas sobre
trifoliata ‘Flying Dragon’ acarretaria em menor ataque dos insetos e na menor susceptibilidade à
CVC das plantas sobre este porta-enxerto.
Outro efeito importante para copas de laranjeira ‘Folha Murcha’ é a maior precocidade de
maturação e alto valor de
ratio que o trifoliata ‘Flying Dragon’ confere aos frutos.
Nas três cultivares copa avaliadas neste estudo, o tangeleiro ‘Orlando’ conferiu baixa
tolerância à deficiência hídrica à laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’, porém em
plantas de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ esse porta-enxerto induziu alta tolerância à
deficiência hídrica. Para limeira ácida ‘Tahiti’, foram relatados resultados contrastantes sobre a
resposta à seca das plantas enxertadas sobre tangeleiro ‘Orlando’ na região de Bebedouro, SP. No
estudo de Figueiredo et al. (2002), plantas de limeira ácida ‘Tahiti’ sobre tangeleiro ‘Orlando’
resultaram ser altamente sensíveis à seca. No entanto, em outro estudo conduzido por Iriarte-
Martel; Donadio e Figueiredo (1999) também na região de Bebedouro, avaliações visuais
apontaram uma alta resistência à deficiência hídrica da limeira ácida ‘Tahiti’ quando enxertada
sobre tangeleiro ‘Orlando’, em escala semelhante àquela sobre limoeiro ‘Cravo’. Os resultados
apresentados para limeira ácida ‘Tahiti’ (Tabela 15) apontam uma tolerância baixa a média à
deficiência hídrica das plantas sobre os porta-enxertos tangeleiro ‘Orlando’ e citrumeleiro
‘Swingle’, confirmando os resultados do estudo de Figueiredo et al. (2002).
O tangeleiro ‘Orlando’ conferiu grande vigor às copas, mas a produção acumulada e
eficiência produtiva que induziu foram muito baixas, particularmente para laranjeira ‘Folha
Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’. Adicionalmente, esse porta-enxerto atrasou a entrada em
produção nas três cultivares copa avaliadas. Um efeito similar foi observado por Pompeu Júnior;
Blumer e Salibe (2003) em copas de laranja doce cv. ‘Hamlin’, que apresentaram início de
produção tardio quando enxertadas sobre tangeleiro ‘Orlando’. Ainda nas copas de laranjeira
‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’, esse porta-enxerto conferiu baixa qualidade e atraso na
maturação dos frutos. Em plantas de ‘Folha Murcha’ enxertadas sobre tangeleiro ‘Orlando’,
constatou-se uma incidência de CVC similar à induzida pelos outros porta-enxertos, resultados
estes distintos aos reportados por Laranjeira et al. (1998) e Pozzan; Pompeu Júnior e Garcia
Júnior (2000), que não observaram sintomas de CVC em copas de laranja doce sobre tangeleiro
‘Orlando’. Por estas razões o tangeleiro ‘Orlando’ não é recomendado como porta-enxerto para
copas de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’.
108
Nas três cultivares copa avaliadas, a tangerineira ‘Sunki’ induziu uma moderada a alta
tolerância à deficiência hídrica. Stuchi et al. (2000) também relataram uma alta tolerância à seca
de laranjeira ‘Folha Murcha’ enxertada sobre tangerineira ‘Sunki’. Porém, esse porta-enxerto
induziu baixas eficiências produtivas às três copas avaliadas (Tabela 4), fator que condiciona sua
utilização nas condições deste estudo.
No estudo da resposta induzida pelos porta-enxertos sobre a tolerância ao déficit hídrico
das plantas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’, comprovou-se que a avaliação
de coloração de folhas no período de máxima estiagem é uma ferramenta simples e útil para
quantificar diferenças na tolerância ao déficit hídrico entre porta-enxertos de citros.
Diferentemente das avaliações visuais subjetivas, a medição da coloração externa das folhas em
período de máxima estiagem permite quantificar o grau de estresse hídrico, podendo ainda ser
relacionada com outras variáveis fisiológicas associadas à deficiência hídrica, como a quantidade
de clorofilas foliares (DEIDDA et al., 1996; MADEIRA et al., 2003).
As avaliações colorimétricas de frutos de lima ácida ‘Tahiti’ classificados como aptos
para exportação, permitiram a determinação quantitativa dos atributos de cor da fruta exportável.
As avaliações do desempenho horticultural da limeira ácida ‘Tahiti’ enxertada em doze
porta-enxertos, conduzidas em Bebedouro, SP, durante um período de sete anos, apontam os
trifoliatas ‘Flying Dragon’ e ‘FCAV’ como porta-enxertos promissórios para essa copa. Ambos
os porta-enxertos induziram uma maior produção de frutos destinados à exportação
in natura, de
maior tamanho e coloração de casca. Neste estudo foi constatado que, inclusive em condições de
sequeiro, os porta-enxertos trifoliatas induziram maior porcentagem da produção anual de limeira
ácida ‘Tahiti’ no segundo semestre, comparados com o limoeiro ‘Cravo Limeira’. Stuchi e Silva
(2005) relataram o aumento da produção no segundo semestre em plantas de limeira ácida
‘Tahiti’ sobre ‘Flying Dragon’ com irrigação suplementar. O aumento na produção de frutos de
lima ácida ‘Tahiti’ no segundo semestre é importante para o produtor, devido aos maiores preços
pagos pela fruta no mercado interno (FNP, 2009).
Embora estivesse sob condições de sequeiro, o trifoliata ‘Flying Dragon’ induziu alta
eficiência produtiva às copas de limeira ácida ‘Tahiti’. A resistência à gomose de
Phytophthora
das plantas de limeira ácida ‘Tahiti’ enxertadas em trifoliata ‘Flying Dragon’, contrasta com a
alta susceptibilidade das plantas sobre limoeiro ‘Cravo FCAV’, e é um fator importante a ser
considerado na escolha do porta-enxerto para esta copa, pela drástica redução da vida produtiva
109
das plantas de limeira ácida ‘Tahiti’ afetadas por gomose. Nas plantas enxertadas sobre trifoliata
‘FCAV’ foi constatada uma baixa tendência (17%) ao definhamento entre o quinto e sexto ano
após o plantio, com sintomas similares aos produzidos por gomose de
Phytophthora. Embora os
trifoliatas e seus híbridos sejam considerados por vários autores como tolerantes à gomose de
Phytophthora (CASTLE, 1987; MATTOS JÚNIOR et al., 2005), há relatos na Flórida do
definhamento de mudas dos porta-enxertos citrumeleiro ‘Swingle’, citrangeiro ‘Carrizo’ e
trifoliata ‘Flying Dragon’ causado por
Phytophthora nicotianae e P. palmivora (BOWMAN;
ALBANO; GRAHAM, 2002; GRAHAM; BRIGHT; McCOY, 2003). Outros estudos também
relataram o definhamento de plantas sobre citrumeleiro ‘Swingle’ e alguns híbridos de trifoliata,
após alguns anos de bom desempenho no campo (STOVER; CASTLE, 2002).
Nas três cultivares copa avaliadas, foi constatada influência significativa dos porta-
enxertos sobre a alternância produtiva.
Em laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’, o porta-enxerto tangerineira ‘Sun
Chu Sha Kat’ conferiu maior alternância às árvores, entre o terceiro e sétimo ano após o plantio.
Em tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, os maiores índices de alternância foram observados nas
árvores enxertadas sobre trifoliata ‘FCAV’ e tangeleiro ‘Orlando’, contrastando com os
resultados obtidos em outras copas de tangerineira, que relataram a falta de efeito do porta-
enxerto sobre a alternância produtiva (MOURÃO FILHO et al., 2007; STUCHI et al., 2008).
O elevado vigor induzido pelos porta-enxertos tangeleiro ‘Orlando’, citrangeiro ‘Carrizo’,
híbridos ‘Changsha’ x ‘English Small’ e limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro ‘Swingle’, citrumeleiro
‘Swingle’ e tangerineiras ‘Sunki’ e ‘Sun Chu Sha Kat’, limita a utilização desses porta-enxertos
em pomares de limeira ácida ‘Tahiti’, nos quais procura-se trabalhar com árvores de tamanho
médio para facilitar os tratos culturais (MATTOS JÚNIOR; DE NEGRI; FIGUEIREDO, 2003).
Ainda em plantas da limeira ácida ‘Tahiti’, o porta-enxerto ‘Changsha’ x ‘English Small’
mostrou alta percentagem de definhamento de copas, que atingiu 50% das copas avaliadas neste
estudo até o sétimo ano do plantio, sem que esses sintomas fossem associados com nenhuma
causa conhecida descrita na bibliografia disponível sobre esse porta-enxerto para citros.
Provavelmente, trata-se uma resposta de incompatibilidade entre esse porta-enxerto e a copa de
limeira ácida ‘Tahiti’. Este efeito deve ser considerado na seleção do citrandarin ‘Changsha’ x
‘English Small’ como porta-enxerto para copas de limeira ácida ‘Tahiti’, considerando que a alta
110
incidência de falhas por definhamento reduz a produtividade por unidade de área e encurta a vida
útil do pomar.
Dos resultados obtidos na avaliação da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ sobre doze
porta-enxertos em Bebedouro, SP, é possível sugerir o porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’
como alternativa para esta copa, pela maior eficiência produtiva e qualidade interna que confere
aos frutos, além do início de produção antecipado que induz às plantas nele enxertadas
(KOBAYASHI et al., 1995; NODA et al., 2001; RICHARDSON et al., 2002; SAWANO et al.,
2004; TAKAHARA et al., 2001; YAHATA al., 2003). Recomenda-se também o porta-enxerto
trifoliata ‘FCAV’, que induz alta eficiência produtiva e boa qualidade interna aos frutos. A maior
eficiência produtiva induzida pelo porta-enxerto ‘Flying Dragon’ às árvores da tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, confirma resultados de estudos anteriores sobre o efeito desse porta-
enxerto na maior eficiência produtiva de tangerineira ‘Satsuma’ (TAKAHARA et al., 2001).
Porém, devido à baixa tolerância à deficiência hídrica induzida às plantas por esse porta-enxerto,
recomenda-se sua utilização com irrigação suplementar.
Adicionalmente, outro fator importante a considerar na utilização dos trifoliatas ‘Flying
Dragon’ e ‘FCAV’ como porta-enxertos para tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ é o atraso na
maturação dos frutos, o que é importante para cultivares de maturação precoce como ‘Satsuma’
cv. ‘Okitsu’. Um efeito similar dos trifoliatas foi observado por Bordignon et al. (2003) em
plantas de laranja doce cv. ‘Valência’. Este atraso na maturação dos frutos induzido pelos
trifoliatas pode estar relacionado com o atraso na brotação e florescimento das árvores sobre
esses porta-enxertos (RICHARDSON et al., 2002).
Já o porta-enxerto limoeiro ‘Cravo FCAV’ destaca-se para copas de tangerineira
‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ pelo bom desempenho, em termos da precocidade do início da produção,
maior produção acumulada e maior tamanho dos frutos que induz nas plantas em condições de
sequeiro. O efeito do porta-enxerto limoeiro ‘Cravo’ sobre a precocidade de maturação das
tangerinas tem sido extensamente abordado (POMPEU JÚNIOR, 2005). No entanto, neste estudo
observou-se um menor teor de acidez e sólidos solúveis no suco das tangerinas colhidas sobre
limoeiro ‘Cravo FCAV’, confirmando a produção de frutos de menor qualidade interna induzida
por esse porta-enxerto, que também foi relatada para outras copas de tangerineiras (MOURÃO
FILHO et al., 2007; STUCHI et al., 2008). Baixos teores de sólidos solúveis também foram
observados nos frutos colhidos de plantas sobre tangeleiro ‘Orlando’, que induziu um maior
111
tamanho de frutos nas copas da tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, em detrimento da qualidade
interna, provavelmente por um efeito de diluição do suco dentro do fruto. Por outro lado, os
frutos de tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ colhidos sobre trifoliata ‘Flying Dragon’
apresentaram menor tamanho e maiores teores de sólidos solúveis no suco, confirmando
resultados anteriormente obtidos para ‘Satsumas’ (KOBAYASHI et al., 1995; NODA et al.,
2001; RICHARDSON et al., 2002; SAWANO et al., 2004; TAKAHARA et al., 2001; YAHATA
al., 2003). Tem sido sugerido que a maior deficiência hídrica induzida pelo porta-enxerto ‘Flying
Dragon’ às copas de ‘Satsuma’ nas etapas de desenvolvimento dos frutos, poderia acelerar a
acumulação de açúcares no suco dos frutos (YAHATA et al., 2003).
A análise multivariada é uma técnica estatística muito utilizada em estudos taxonômicos e
para classificação de genótipos de citros utilizando descritores morfológicos e características de
maturação dos frutos (COLETTA FILHO et al., 1998; DOMINGUES et al., 1997, 1999). No
entanto, essa técnica não tem sido aplicada em estudos de avaliação horticultural de porta-
enxertos para as copas consideradas neste estudo. Nas análises de agrupamentos realizadas para
cada uma três copas sobre os mesmos doze porta-enxertos, houve coincidência no
comportamento dos porta-enxertos citrangeiro ‘Carrizo’, híbridos limoeiro ‘Cravo’ x citrumeleiro
‘Swingle’ e citrandarin ‘Changsha’ x ‘English Small’, citrumeleiro ‘Swingle’ e trifoliata
‘Rubidoux’, que foram classificados dentro de um mesmo agrupamento com desempenho
horticultural similar para as três cultivares copa estudadas. Para copas de laranjeira ‘Folha
Murcha’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, o porta-enxerto limoeiro ‘Cravo Limeira’
apresentou um comportamento diferente ao dos outros porta-enxertos. Porém, para copas de
limeira ácida ‘Tahiti’, este porta-enxerto teve efeito similar ao do limoeiro ‘Cravo FCAV’. Já o
porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ não foi agrupado junto com nenhum outro porta-enxerto,
indicando que seu efeito sobre o desempenho horticultural da laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira
ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ foi único.
112
113
3 CONCLUSÕES
1) A avaliação horticultural de copas de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e
tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ em doze porta-enxertos permitiu identificar porta-enxertos
alternativos ao limoeiro ‘Cravo’, sendo estes os trifoliatas ‘Flying Dragon’, ‘FCAV’ e
‘Rubidoux’.
2) O porta-enxerto trifoliata ‘Flying Dragon’ constitui uma alternativa ao limoeiro ‘Cravo’ para
copas de laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’,
pela maior eficiência produtiva, precocidade no início de produção, melhor qualidade que confere
aos frutos de todas as copas, pela maior produção de frutos exportáveis e resistência à gomose de
Phytophthora que induz às plantas de limeira ácida ‘Tahiti’, e pela menor incidência de CVC
observada em plantas não irrigadas de laranjeira ‘Folha Murcha’.
3) Da estreita relação entre eficiência produtiva e volume de copa observada nas plantas de
laranjeira ‘Folha Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’ enxertadas
sobre trifoliata ‘Flying Dragon’, é possível recomendar a utilização deste porta-enxerto para
situações de plantio adensado, desde que seja providenciada a irrigação suplementar, devido à
alta susceptibilidade à deficiência hídrica que este porta-enxerto induz nas três cultivares copa.
4) O trifoliata ‘FCAV’ também teve um bom desempenho para copas de laranjeira ‘Folha
Murcha’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, induzindo uma alta eficiência produtiva e boa
qualidade de frutos dessas copas. Para maximizar os benefícios com o uso deste porta-enxerto,
recomenda-se o adensamento do plantio sobre estes porta-enxerto e sua utilização com irrigação
suplementar, devido à alta sensibilidade à deficiência hídrica que induz às copas.
5) Para pomares não irrigados de laranjeira ‘Folha Murcha’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu,
o porta-enxerto limoeiro ‘Cravo FCAV’ apresentou melhor desempenho que o limoeiro ‘Cravo
Limeira’, por induzir altas produções de frutos, maior tolerância à deficiência hídrica, com
eficiência produtiva e qualidade de frutos similares às das plantas sobre limoeiro ‘Cravo
114
Limeira’. Contudo, o limoeiro ‘Cravo FCAV’ não é recomendado para copas de limeira ácida
‘Tahiti’, pela alta sensibilidade à gomose de
Phytophthora que apresenta essa combinação.
6) O tangeleiro ‘Orlando’ induziu o pior desempenho horticultural às plantas de laranjeira ‘Folha
Murcha’, limeira ácida ‘Tahiti’ e tangerineira ‘Satsuma’ cv. ‘Okitsu’, não sendo sua recomendada
sua utilização como porta-enxerto para essas copas.
7) As avaliações colorimétricas de folhas de laranjeira ‘Folha Murcha’ e limeira ácida ‘Tahiti’
demonstraram ser uma ferramenta objetiva, prática e precisa para avaliação da tolerância à
deficiência hídrica dessas copas.
8) A análise multivariada, através da técnica de análise de agrupamentos, permitiu diferenciar
grupos de porta-enxertos com efeitos similares nas três variedades copa estudadas, obtendo-se
conclusões mais amplias sobre a influência dos porta-enxertos nas múltiples respostas
horticulturais avaliadas.
115
REFERÊNCIAS
AGUILAR-VILDOSO, C.I.; POMPEU JÚNIOR, J. Inoculação de
Phytophthora parasitica em
caule de variedades cítricas pelo método do palito.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 22,
p. 240, suppl., 1997.
AMARAL, A.M. do; CARVALHO, S.A.; DOMINGUES, A.D.; DEZOTTI, D.F.; BAPTISTA,
J.C.; MACHADO, M.A. Reação de acessos de citros a
Xanthomonas axonopodis pv. citri sob
condições de casa-de-vegetação.
Fitopatologia Brasileira, Uberlândia, v. 8, p. 284, 2003.
AMARANTE, C.V.T.; BISOGNIN, D.A.; STEFFENS, C.A.; ZANARDI, OZ; ALVES, E.O.
Quantificação não destrutiva de clorofilas em folhas através de método colorimétrico.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 26, n. 4, p. 471-475, 2008.
AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; PALAZZO, D.A.; BASSANEZI, R.B.; GODOY, C.V.;
TORRES, G.A.M. Clorose variegada dos citros: uma escala diagramática para avaliação da
severidade da doença.
Fitopatología Brasileira, Brasília, v. 18, n. 2, p. 174-180, jun. 1993.
AMORÓS, C.M.
Producción de agrios. Valencia: Mundi-Prensa, 1995. 286 p.
ANDRADE, L.N.T.; LEAL, M.L.S.; SILVA, A.O.; SANTOS, M.S. dos.
Perda estimada de
laranja Pêra por Clorose Variegada dos Citrus
. DEAGRO/Embrapa Tabuleiros Costeiros.
Disponível em: <http://www.deagro.se.gov.br/modules/wfdownloads/visit.php\>. Acesso em: 20
abr. 2008.
ARAUJO, J.R.G.; SALIBE, A.A. Caracterização físico-morfológica de frutos de microtangerinas
(
Citrus spp.) de potencial utilização como porta-enxertos. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 24, n. 3, p. 618-621, 2002.
BARBASSO, D.V.
Caracterização fenológica e físico-química de variedades de tangerinas
em três porta-enxertos.
2005. 101 p. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e
Subtropical) - Instituto Agronômico de Campinas, Campinas, 2005.
BASSANEZI, R.B.; GIMENES-FERNÁNDES, N.; MASSARI, C.A.
Resultados do
levantamento detalhado da morte súbita dos citros na região afetada - junho a setembro de
2002
. Araraquara: Fundecitrus, 2002. 9p.
BASSANEZI, R.B.; BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L.; GIMENES-FERNANDES, N.;
GOTTWALD, T. R.; BOVÉ, J. M. Spatial and temporal analyses of citrus sudden death, as a tool
to generate hypotheses concerning its ethiology.
Phytopathology, Saint Paul, v. 93, p. 502-512,
2003.
BERETTA, M.J.G.; POMPEU JR., J.; DERRICK, K.S.; LEE, R.F.; HEWITT, B.; BARTHE, G.
Evaluation of roostocks in Brazil for field resistance to declinio. In: INTERNATIONAL CITRUS
CONGRESS, 7., 1992, Acireale.
Proceedings... Acireale: International Society of Citriculture,
116
1994. v. 2, p. 841-843.
BERETTA, M.J.G.; HARAKAVA, R.; CHAGAS, C.M.; DERRICK, K.S.; BARTHE, G.A.;
CECCARDI, T.L.; LEE, F.; PARADELA, O.; SUGIMORI, M.; RIBEIRO, I. First report of
Xylella fastidiosa in coffee. Plant Disease, Saint Paul, v. 80, p. 821, 1996.
BLUMER, S.; POMPEU JÚNIOR, J. Avaliação de citrandarins e outros híbridos de trifoliata
como porta-enxertos para citros em São Paulo.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal,
v. 27, n. 2, p. 264-267, ago. 2005.
BORDIGNON, R.; MEDINA FILHO, H.P.; SIQUEIRA, W.J.; PIO, R.M. Características da
laranjeira ‘Valência’ sobre clones e híbridos de porta-enxertos tolerantes à tristeza.
Bragantia,
Campinas, v. 62, n. 3, p. 381-395, 2003.
BORGES, A.C.G.; MIRANDA COSTA, V.M.H. de. A evolução do agronegócio citrícola
paulista
Revista Uniara, Araraquara, n. 17/18, p. 101-123, 2005.
BOSQUEZ-MOLINA, E.; DOMÍNGUEZ-SOBERANES, J.; PÉREZ-FLORES, L.J.; DIAZ-DE-
LEÓN-SÁNCHEZ, F.; VERNON-CARTER, J. Effect of edible coatings on storage life of
mexican limes (
Citrus aurantifolia Swingle) harvested in two different periods. Acta
Horticulturae
, Wageningem, n. 632, p. 329-335, 2004.
BOTEON, M.; BRAGA, D.; PUPIN, F. Dados econômicos: Mercados interno e externo. In:
Dia
do limão ‘Tahiti’
, 7., 2007, Cordeirópolis. Cordeirópolis: Centro APTA Citros “Sylvio
Moreira”, 2007. Palestra. Disponível em: <www.cepea.esalq.usp.br/citros /?id_page=707&i=8>.
Acesso em: 10 abr. 2008.
BOVÉ, J.M.; AYRES, A.J. Etiology of three recent diseases of citrus in São Paulo State: Sudden
Death, Variegated Chlorosis and Huanglongbing.
IUBMB Life, Oxford, v.59, n. 4/5, p. 346-354,
Apr./May 2007.
BOWMAN, K.D.; ALBANO, J.P.; GRAHAM, J.H. Greenhouse testing of rootsocks for
resistance to
Phytophthora species in flatwoods soil. Proceedings of the Florida State for
Horticultural Science
, Gainesville, v. 115, p. 10-13, 2002.
BRLANSKY. R.H.; DAMSTEEGT, V.D.; HARTUNG, J.S. Transmission of the citrus
variegated chlorosis bacterium
Xylella fastidiosa with the sharpshooter Oncometopia nigricans.
Plant Disease, Saint Paul, v. 86, n. 11, p. 1237-1239, 2002.
CAMPOS, H.
Estatística experimental não-paramétrica. 4. ed. Piracicaba: FEALQ, 1983.
349 p.
CARLOS, E.F.; STUCHI, E.S.; DONADIO, L.C.
Porta-enxertos para a citricultura paulista,
Jaboticabal: FUNEP, 1997. 47 p. (Boletim Citrícola, 1).
CASTLE, W.S. Citrus rootstocks. In: ROM, R.C.; CARLSON, R.F. (Ed.).
Rootstocks for fruit
crops
. New York: J. Wiley, 1987. p. 361-399.
117
CASTLE, W.S.; FERGUSON, J.J.
Citrus rootstocks and their on-site evaluation. Gainesville:
University of Florida, Horticultural Sciences Department, IFAS Extension, 2003. 5 p. (Bulletin,
HS 949).
CASTLE, W.S.; TUCKER, D.P.H.; KREZDORN, A.H.; YOUTSEY, C.O.
Rootstocks for
Florida citrus:
rootstocks selection. The first step to success. 2
nd
ed. Orlando: IFAS, University
of Florida, 1993. 92 p.
CASTLE, W.S.; GROSSER, J.W.; GMITTER JR., F.G.; SCHNELL, R.J.; AYALA-SILVA, T.;
CRANE, J.H.; BOWMAN, K.D. Evaluation of new citrus rootstocks for ‘Tahiti’ lime production
in Southern Florida.
Proceedings of the Florida State for Horticultural Science, Gainesville,
v. 117, p. 174-181, 2004.
CENTRO DE INFORMÁTICA NA AGRICULTURA.
Curso SAS: estatística básica.
Piracicaba: CIAGRI, 2008.
COELHO, Y.S.; POMPEU JR., J.; BASTOS, B.; DORNELLES, C.M.M.; SOUZA, E.S.;
CALDAS, R.C. Maturation and quality of Pera sweet orange in Brazil. . In: INTERNATIONAL
CITRUS CONGRESS, 7., 1992, Acireale.
Proceedings... Acireale: International Society of
Citriculture, 1994. v. 2, p. 517-520.
COLETTA FILHO, H.D.; MACHADO, M.A.; TARGON, M.L.P.N.; MOREIRA, M.C.P.Q.D.G.;
POMPEU JÚNIOR, J. Analysis of the genetic diversity among mandarins (Citrus spp.) using
RAPD Markers.
Euphytica, Berlin, v. 102, p. 133–139, 1998.
COMPANHIA DE ENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO.
Classificação:
conceito
. São Paulo, 2004. Disponível em: <www.ceagesp.com.br>. Acesso em: 10 jan. 2009.
Commission Internationale de l’Eclaraige, CIE.
Colorimetry. 2
nd
ed. Vienna: Central Bureau of
the CIE, 1986. (Publication CIE, 15.2).
CITROLIMA.
Trifoliata. Disponível em: <http://www.citrolima.com.br/portaenxertos
/portaenxertos.htm>. Acesso em: 09 dez. 2005.
CARDOSO, S.C.
Avaliação da resistência a Xylella fastidiosa Wells et al. e Xanthomonas
axonopodis pv. citri Vauterin et al. em plantas transgênicas de Citrus sinensis L. Osbeck
expressando os genes atacina A ou Xa21
. 2008. 99 p. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.
CUNHA SOBRINHO, A.P. da; PASSOS, O.S.; SOARES FILHO, W.S. Diversificação de porta-
enxertos na citricultura do Nordeste. In: SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA AGROPECUÁRIA
INOVADORA PARA O NORDESTE, 1986, Fortaleza.
Anais... Fortaleza, 1986. p. 228-234.
CYRILLO, F.L.L.
Avaliação fenotípica de seleções de tangerina "Satsuma" (Citrus unshiu
Marcovith) nas condições climáticas da região de Jaboticabal
. 2000. 107 p. Dissertação
(Mestrado em Produção Vegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade
Estadual Paulista”Julio de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2000.
118
DE CASTRO JORGE, L.A.
Aeromodelo da Embrapa ajuda mapear Morte Súbita dos Citros
no Triângulo Mineiro e São Paulo
. 2003. Disponível em: <www.portaldoagronegocio.com.
br>. Acesso em: 09 dez. 2005.
DE NEGRI, J.D.; BLASCO, E.E.A. Planejamento e implantação de um pomar cítrico. In:
RODRIGUEZ, O.; VIÉGAS, F.; POMPEU JÚNIOR, J.; AMARO, A.A. (Eds.).
Citricultura
brasileira
, 2 ed. Campinas: Fundação Cargill, 1991. v. 1, p.318-332.
DEIDDA, P.; SPANO, D.; ARCA, B.; VENTURA, A.; DUCE, P. Colorimetric analysis for
determining leaf water status in
Citrus. In: INTERNATIONAL CITRUS CONGRESS, 8., 1996,
Sun City.
Proceedings... Acireale: International Society of Citriculture, 1996. v. 2, p. 1065-1068.
DOMINGUES, E.T.; MATTOS JR., D.; TEÓFILO SOBRINHO, J.; POMPEU JÚNIOR, J.;
FIGUEIREDO, J.O.; SUGAHARA, V.Y. Seleção de clones de laranja Pêra, quanto ao período de
maturação, com o uso da análise de agrupamento.
Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das
Almas, v. 19, n. 1, p. 89-101, 1997.
DOMINGUES, E.T.; SOUZA, V.C.; SAKURAGUI, C.M.; POMPEU JÚNIOR, J.; PIO, R.M.;
TEÓFILO SOBRINHO, J.; SOUZA, J.P. Caracterização morfológica de tangerinas do Banco
Ativo de Germoplasma de Citros do Centro de Citicultura Sylvio Moreira/IAC.
Scientia
Agricola,
Piracicaba, v. 56, p. 197-206, 1999.
DONADIO, L.C.; FIGUEIREDO, J.O.; PIO, R.M.
Variedades cítricas brasileiras. Jaboticabal:
FUNEP, 1995. 228 p.
DONADIO, L.C.; STUCHI, E.S.; LIMA CYRILLO, F.L.
Tangerinas ou mandarinas.
Jaboticabal: FUNEP, 1998. 40 p. (Boletim Citrícola, 5).
DONADIO, L.C.; STUCHI, E.S.; POZZAN, M.; SEMPIONATO, O.R.
Novas variedades e
clones de laranja-doce para indústria
. Jaboticabal: UNESP; FUNEP; EECB, 1999. 42 p.
(Boletim Citrícola).
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE CITRICULTURA DE BEBEDOURO.
Relatório de
Atividades 2007
. Bebedouro: Fundação de Pesquisas Agroindustriais de Bebedouro, 2008. 47 p.
FERGUSON, L.
Satsuma and Clementina variety and rootstock trials. 2002. Disponível em:
<http://www.citrusresearch.org/annual99/ferguson.html>. Acesso em: 10 fev. 2009.
FERGUSON, L., CHAO, C.T. Performance of ‘Okitsu Wasi’ and ‘Dobashi Beni’ Satsuma
mandarins on eight different rootstocks in California’s Central Valley.
Proceedings of the
International Society of Citriculture,
Orlando, v. 1, p. 133, 2000.
FERGUSON, L.; CHAPARRO, J.
Dwarfing and freeze hardening potential of trifoliate
orange rootstocks
. Gainesville: University of Florida, Horticultural Sciences Department,
IFAS Extension, 2004. 6 p. (Bulletin, HS 982).
119
FERGUSON, L.; SAKOVICH, N.; ROOSE, M.
California citrus rootstocks. Riverside:
University of California, Division of Agriculture and Natural Resources, 1990. 18 p. (Publication,
21477).
FERREIRA, F.R.; SANTOS, I.R.I. Recursos genéticos de citros no Brasil. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE CITROS: MELHORAMENTO, 7., 2002. Bebedouro
Anais...
Bebedouro, 2002. p. 17-25.
FIGUEIREDO, J.O.; POMPEU JÚNIOR, J.; RODRIGUEZ, O.; CAETANO, A.A.; ROCHA,
T.R.; IGUE T. Competição de dez porta-enxertos para a laranjeira Barão (
Citrus sinensis L. Osb.)
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 6., 1981, Recife
Anais... Recife:
Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1981. p. 501-516.
FIGUEIREDO, J.O.; POMPEU JR., J.; TEÓFILO SOBRINHO, J.; PIO, R.M.; LARANJEIRA,
F.F.; LIMA, J.E.O.; SALIBE, A.A. Porta-enxertos para a lima ácida ‘Tahiti’ na região de Aguaí,
SP.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 22, p. 435-439, 2000.
FIGUEIREDO, J.O.; STUCHI, E.S.; DONADIO, L.C.; TEÓFILO SOBRINHO, J.;
LARANJEIRA, F.F.; PIO, R.M.; SEMPIONATO, O.R. Porta-enxertos para a lima ácida ‘Tahiti’
na região de Bebedouro, SP.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, p. 155-159,
2002.
FNP CONSULTORIA E COMÉRCIO. Citrus. In: ______.
Agrianual 2009: anuário da
agricultura brasileira, São Paulo: Editora FNP, 2009. p. 267-300.
FUNDECITRUS. Descobertos mais seis vetores da CVC.
Revista do FUNDECITRUS,
Araraquara, v. 14, n. 94, p. 7-8, 1999.
_______.
Manual da CVC. Araraquara: Fundo de Defesa da Citricultura, 2004. 12 p.
_______. Disponível em: <http://www.fundecitrus.com.br>. Acesso em: 09 jan. 2009.
GIMENES-FERNANDES, N.; BASSANEZI, R.B. Doença de causa desconhecida afeta pomares
cítricos no norte de São Paulo e sul do Triângulo Mineiro
. Summa Phytopathologica,
Jaguariúna, v. 27, p. 93, 2001.
GONÇALVES, A.M.O.; MOLINA, R.O.; NUNES, W.M.C.; ZANUTTO, C.A. Incidência de
Dilobopterus costalimai Young e Acrogonia citrina Marucci & Cavicholi, em pomares cítricos
no noroeste paranaense.
Acta Scientia Agronomica, Maringá, v. 30, n. 3, p. 321-324, 2008.
GONZÁLEZ-JAIMES, E.P.; SOUZA, P.S. de; WICKERT, E.; DONADIO, L.C. Avaliação da
resistência à
Xylella fastidiosa em germoplasma de tangerina e híbridos introduzidos da Itália e
Córsega.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 2, p. 579-582, 2002.
GRAÇA, J.; DA SILVA, BARROS, J.C.S.M.; CELESTINO, R.C.A.; VASCONCELLOS, H.O.
Porta-enxertos para laranja Natal no Norte Fluminense.
Laranja, Cordeirópolis, v. 22, p. 449-
456, 2001.
120
GRAHAM, J.H.; BRIGHT, D.B.; McCOY, C.W.
Phytophthora-Diaprepes weevil complex:
Phytophthora spp. relationship with citrus rootstocks. Plant Disease, Saint Paul, v. 87, n. 1,
p. 85-90, 2003.
GRANT, T.J.; MOREIRA, S.; SALIBE, A.A. Citrus variety reaction to tristeza virus in Brazil
when used in various rootstock and scion combinations.
Plant Disease Reporter, Washington, v.
45, p. 416-421, 1961.
HARTMANN, H.T.; KESTER, D.E.; DAVIES JR., F.T.D.
Plant propagation: principles and
practices. 5
th
ed. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1990. p. 305-312.
HARTUNG, J.S.; BERETTA, M.J.G.; BRLANSKY, R.H.; SPISSO, J.; LEE, R.F. Citrus
variegated chlorosis bacterium: axenic culture, pathogenity and sorological relationships with
other strains of
Xylella fastidiosa. Phytopathology, Saint Paul, v. 84, p. 591-597, 1994.
HATTON, T.T.; REEDER, F.; CHEF, V. Some characteristics of Tahiti limes at equal periods of
time after different blooms.
Proceedings of the Florida State for Horticultural Science
Gainesville, v. 96, p. 345-346, 1983.
HE, C. X.; LI, W.B.; AYRES, A.J.; HARTUNG, J.S.; MIRANDA, V.S.; TEIXEIRA, D.C.
Distribution of
Xylella fastidiosa in citrus rootstocks and transmission of citrus variegated
chlorosis between sweet orange (
C. sinensis (L.) Osbeck) plants through natural root-grafts.
Plant Disease, Saint Paul, v. 84, p. 622-626, 2000.
HODGSON, R.W. Horticultural varieties of Citrus. In: REUTHER, W.; BATCHELOR, L.D.;
WEBBER, H.J. (Ed.).
The citrus industry. Berkeley: University of California, 1967. p. 431-591.
INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS.
Citros. 2009. Disponível em:
<http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/Citros/Citros.htm> Acesso em: 10 jan. 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS.
Estatísticas. Disponível em: <http://www.ibraf.org.
br/x-es/f-esta.html> Acesso em: 14 ago. 2006.
IRIARTE-MARTEL, J.H.; DONADIO, L.C.; FIGUEREIDO, J.O. Efeito de onze porta-enxertos
sobre a qualidade dos frutos e desenvolvimento das plantas da lima ácida ‘Tahiti’.
Revista
Brasileira de Fruticultura
, Jaboticabal, v. 21, n. 2, p. 235-238, 1999.
JACOMINO, A.P.; MENDONÇA, K.; KLUGE, R.A. Armazenamento refrigerado de limões
‘Siciliano’ tratados com etileno.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 1,
p. 45-48, 2003.
KOBAYASHI, Y.; OHNO, H.; OKADA, M.; SHIKARO, E.; MAKITA, Y.; KOGAMI, H.;
IGUCHI, I.; HARA, S.; KUROYANAGI, E.; SASAKI, T. Effects of ‘Hiryo’ (‘Flying Dragon’)
rootstock on tree growth, yield and fruit quality of ‘Aoshima Unshiu’.
Bulletin of the Shizuoka
Prefectural Citrus Experiment Station
, Shizuoka, v. 26, p. 23-30, 1995.
KOLLER, O.C. Citricultura: laranja, limão e tangerina. Porto Alegre: Rigel, 1994. 446 p.
121
KRUGNER, R.; LOPES, M.T.V.; DE SANTOS, J.S.; BERETTA, M.J.G.; LOPES, J.R.S.
Transmission efficiency of
Xylella fastidiosa to citrus by sharpshooters and identification of two
new vector species. In: CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ORGANIZATION OF
CITRUS VIROLOGISTS, 14., 1998, Campinas.
Programs and abstracts… Campinas: IOCV,
2000. p. 81.
LACAVA, W.L.; ARAÚJO, J. M.; MACCHERONI JR., W.; AZEVEDO, J.L. Interaction
between endophytic bacteria from citrus plants and the phytopathogenic bacteria
Xylella
fastidiosa, causal agent of citrus-variegated chlorosis. Letters in Applied Microbiology, Oxford,
v. 39, n. 1, p. 55-59, 2004.
LARANJEIRA, F.F.; PALAZZO, D.A. Danos qualitativos à produção de laranja ‘Natal’
causados pela clorose variegada dos citros.
Laranja, Cordeirópolis, v. 20, n. 1, p. 77-91, 1999.
LARANJEIRA, F.F.; POMPEU JÚNIOR, J. Comportamento de quinze cultivares de laranja doce
afetadas pela clorose variegada dos citros.
Laranja, Cordeirópolis, v. 23, n. 2, p. 401-411, 2002.
LARANJEIRA, F.F.; HARAKAVA, R.; CARVALHO, S.A.; POMPEU JR., J.; FIGUEIREDO,
J.O. Avaliação sorológica e sintomatológica da ocorrência de
Xylella fastidiosa e clorose
variegada dos citros (CVC) no Banco Ativo de Germoplasma do IAC.
Fitopatologia Brasileira,
Brasília, v. 21, n. 4, p. 335, 1996a.
LARANJEIRA, F.F.; MÜLLER, G.W.; TRINDADE, J.; SILVA, L.M.S. Constatação da clorose
variegada dos citros (CVC) no Estado de Sergipe.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 21, n. 4,
p. 521, 1996b.
LARANJEIRA, F.F.; MÜLLER, G.W.; VAZ FILHO, D.; POMPEU JÚNIOR, J. Porta-enxertos
não influenciam na expressão da clorose variegada dos citros (CVC) em laranjas-doces.
Revista
Brasileira de Fruticultura
, Jaboticabal, v. 23, n. 1, p. 212-214, abr. 2001.
LARANJEIRA, F.F.; POMPEU JÚNIOR, J.; GARCIA JUNÍOR, A.; VIEIRA, M.;
HARAKAVA, R.; BERETTA, M.J.G. Screening for tolerance of citrus to
Xylella fastidiosa, the
causal agent of citrus variegated chlorosis CVC.
Fruits, Les Ulis Cedex, v. 53, n. 5, p. 345-349,
1998.
LARANJEIRA, F.F.; AMORIM, L.; BERGAMIM FILHO, A.; AGUILAR-VILDOSO, C.I.;
CLETTA FILHO, H.D. Fungos, procariotas e doenças abióticas. In: MATTOS JÚNIOR, D. de
(Ed.).
Citros. Campinas: Instituto Agronômico; Fundag, 2005a. cap. 18, p. 511-566.
LARANJEIRA, F.F.; BERGAMIM FILHO, A.; AMORIM, L.; GOTTWALD, T.R.; BERGER,
R.D.; LOPES, J.R.S. Spatial-temporal dynamics of citrus variegated chlorosis in São Paulo State,
Brazil.
Proceedings of the 9
th
International Workshop on Plant Disease Epidemiology,
Stanford, v. 8, p. 55, 2005b.
LEE, R.F.; BERETTA, M.J.G.; DERRICK, K. Clorose variegada dos citros: uma nova e
destrutiva doença dos citros.
Laranja, Cordeirópolis, v. 12, n. 2, p. 357-363, 1991.
122
LEE, R.F.; BERETTA, M.J.; DE NEGRI, J.D.; DERRICK, K.S.; NETO, J.T. Clorose variegada
dos citros: isolamento da bactéria
Xylella fastidiosa e produção de anticorpo clonal. Laranja,
Cordeirópolis, v. 13, n. 2, p. 533-539, 1992.
LEITE JÚNIOR, R.P. Cultivares de copa e porta-enxertos. In: CARVALHO, S.L.C. (Coord.).
A
citricultura no Paraná
. Londrina: IAPAR, 1992. p. 91-116.
LEITE JÚNIOR, R.P.; HUANG, G.F.; BUENO, B. Ocorrência da clorose variegada dos citros no
Estado de Santa Catarina.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 22, n. 2, p. 214, 1997.
LI, W.B.
Avaliação do comportamento de variedades de copas e porta-enxertos à clorose
variegada dos citros
. 1997. 55 p. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Jaboticabal, 1997.
LI, W.B.; DONADIO, L.C.; BERETTA, M.J.G.; ROSSETTI, V.; SEMPIONATO, O.R.;
LEMOS, E.G.M.; MIRANDA, V.S. Resistance or tolerance of citrus species and varieties to
citrus variegated chlorosis.
Proceedings of the International Society of Citriculture, Nelspruit,
v. 1, p. 216-218, 1996a.
LI, W.B.; DONADIO, L.C.; SEMPIONATO, O.R.; STUCHI, E.S.; ROSSETTI, V.; BERETTA,
M.J.G. Effect of 20 rootstocks on resistance of sweet orange Pêra (
C. sinensis L. Osbeck) to
Citrus Variegated Chlorosis.
Proceedings of the International Society of Citriculture,
Nelspruit, v. 1, p. 286-289, 1996b.
LI, W.B.; DONADIO, L.C.; SEMPIONATO, O.R. Citrus variegated chlorosis: resistance
evaluation of Natal orange clones. In: CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL
ORGANIZATION OF CITRUS VIROLOGISTS, 14., 1998, Campinas.
Programs and
Abstracts…
Campinas: IOCV, 1998. p. 83.
LI, W.B.; HE, C.X.; AYRES, A.J.; DONADIO, L.C. Susceptibility of tangerines to citrus
variegated chlorosis.
Acta Horticulturae, Wageningem, n. 535, p. 253-257, 2000.
LI, W.B.; PRIA, W.D.; Jr.; LACAVA, P.M.; QIN, X.; HARTUNG, J. S. Presence of
Xylella
fastidiosa in sweet orange fruit and seeds and its transmission to seedlings. Phytopathology,
Saint Paul, v. 93, n. 8, p. 953-958, 2003.
LIBERATO, J.R.; QUEIROZ-VOLTAN, R.B.; MATSUOKA, K.; LARANJEIRA, F.F.; MILES,
A.K.
Citrus variegated chlorosis (Xylella fastidiosa). 2007. Pest Disease Image Library.
Disponível em: <http://www.padil.gov.au>. Acesso em: 20 abr. 2008.
LIMA, J.E.O. Novas técnicas de produção de mudas cítricas.
Laranja, Cordeirópolis, v. 7, n. 2,
p. 463-468, 1986.
MACHADO, M.A.; SILVÉRIO, J.L.; BAPTISTA, C.R.; CRISTOFANI, M.; TEÓFILO
SOBRINHO, J. Avaliação da transmissão e seleção de variedades à clorose variegada dos citros.
Laranja, Cordeirópolis, v. 13, n. 2, p. 515-531, 1992.
123
MACHADO, E.C.; QUAGGIO, J.A.; LAGÔA, A.M.M.A. de; TICELLI, M.; FURLANI, P.R.
Trocas gasosas e relações hídricas em laranjeiras com Clorose Variegada dos Citros.
Revista
Brasileira de Fisiologia Vegetal
, Brasília, v. 6, n. 1, p. 53-57, 1994.
MADEIRA, A.C.; FERREIRA, A.; VARENNES, A. de; VIEIRA, M.I. Spad meter versus
triestimulus colorimeter to estimate chlorophyll content and leaf color in sweet pepper.
Communications in Soil Science and Plant Analysis, Oxford, v.34, n. 17/18, p. 2461-2470,
2003.
MADEMBA-SY, F.; LEBEGIN, S.; LEMERRE-DESPREZ, Z. Use of
Poncirus trifoliata Flying
Dragon as dwarfing rootstock for citrus under tropical climatic conditions.
Fruits, Les Ulis
Cedex, v. 54, n. 5, p. 299-310, 1999.
MALAVOLTA, E.; MALAVOLTA, M.L.; CABRAL, C.P.; PRATES, H.S. VITTI, G.C. Nova
anomalia dos citros: estudos preliminares (1).
Laranja, Cordeirópolis, v. 11, n. 1, p. 15-38, 1990.
MALAVOLTA, E.; MALAVOLTA, M.L.; CABRAL, C.P.; PRATES, H.S. Novas observações
sobre o “amarelinho” ou clorose variegada dos citros.
Laranja, Cordeirópolis, v. 14, n. 1, p. 177-
200, 1993.
MATTOS JÚNIOR, D.; DE NEGRI, J.D.; FIGUEIREDO, J.O. (Org.).
Lima ácida ‘Tahiti’.
Campinas: Instituto Agronômico, 2003. 162 p.
MATTOS JÚNIOR, D.; DE NEGRI, J.D.; PIO, R.M.; POMPEU JÚNIOR, J. (Org.).
Citros.
Campinas: Instituto Agronômico e Fapesp, 2005. v. 1, 929 p.
MAVRODIEVA, V.; LEVY, L.; GABRIEL, D.W. Improved sampling methods for real time
polymerase diagnosis of citrus canker from field samples.
Phytopathology, Beltsville, v. 94, n. 1,
p. 61-64, 2004.
McGUIRE, R.G. Reporting of objective color measurements.
HortScience, Alexandria, v. 27,
p. 1254-1255, 1992.
MEDINA FILHO, H.P.; BORDIGNON, R.; BALLVÉ, R.M.L.; CARVALHO, M.R.T. Porta-
enxertos híbridos de citros produzidos no Instituto Agronômico de Campinas.
Laranja,
Cordeirópolis, v. 13, n. 2, p. 777-792, 1992.
MENDES, B.J.M.; MOURÃO FILHO, F.A.A.; FARIAS, P.C.M.; BENEDITO, V.A. Citrus
somatic hybridization with potential for improved blight and CTV resistance.
In vitro Cellular
& Developmental Biology Plant
, Columbia, v. 37, n. 4, p. 256-261, 2001.
MENDES-DA-GLÓRIA, F.J.; MOURÃO FILHO, F.A.A.; MENDES, B.M.J. Plant regeneration
from protoplast of brazilian citrus cultivars.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35,
n. 4, p. 727-732, 2000.
MOURÃO FILHO, F.A.A.; COUTINHO, A.; DONADIO, L.C.; MENDES, B.M.J.; LI, W.
Melhoramento dos citros para resistência à CVC. In: DONADIO, L.C.; MOREIRA, C.S.
Clorose
124
variegada dos citros. Bebedouro: FUNDECITRUS, 1997. p. 54-72.
MOURÃO FILHO, F.A.A., ESPINOZA-NÚÑEZ, E.; STUCHI, E.S.; ORTEGA, E.M.M. Plant
growth, yield, and fruit quality of ‘Fallglo’ and ‘Sunburst’ mandarins on four rootstocks.
Scientia
Horticulture
, Amsterdam, v. 114, p. 45-49, 2007.
MOURÃO FILHO, F.A.A.; PIO, R.; MENDES, B.M.J.; AZEVEDO, F.A.de; SCHINOR, E.V.;
ENTELMANN, F.A..; ALVES, A.S.R.; CANTUARIAS-AVILÉS, T. Evaluation of citrus
somatic hybrids for tolerance to
Phytophthora nicotianae and citrus tristeza vírus. Scientia
Horticulturae
, Amsterdam, v. 115, p. 301-308, 2008.
NEVES, E.M. Situação atual e perspectivas da citricultura no Brasil. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE CITRICULTURA, 3., 2008, Piracicaba.
Palestra... Piracicaba: ESALQ, 2008.
p. 15-20.
NODA, K.; OKUDA, H.; KIHARA, T.; IWAGAKI, I.; KAWASE, K. Effects of rootstocks on
the growth and fruit quality in very early ripening Satsuma mandarin ‘Yamakawa’.
Journal of
the Japanese Society of Horticultural Science
, Tokyo, v. 70, p. 78–82, 2001 (in Japanese with
English summary).
NUNES, W.M.C.
Epidemiologia da clorose variegada dos citros (CVC) avaliada por
sintomas e diagnóstico serológico e molecular de
Xylella fastidiosa. 1999. 144p. Tese
(Doutorado em Proteção de Plantas) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade
Estadual Paulista ”Julio de Mesquita Filho”, Botucatu, 1999.
NUNES W.M.C.; ZANUTTO, C.A.; CORAZZA-NUNES, M.J.; MOLINA, R.O. Análise espaço-
temporal da clorose variegada dos citros no Noroeste de Paraná, com uso de PCR para detecção
de
Xylella fastidiosa. Acta Scientia Agronomica, Maringá, v. 28, n. 3, p. 421-425, 2006.
OLIVEIRA, R.P.; CANTILLANO, R.F.F.; MALGARIM, M.B.; TREPTOW, R.O.;
GONÇALVES, A.S.
Características dos citros apirênicos produzidos no Rio Grande do Sul.
Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2005. 41 p. (EMBRAPA Clima Temperado. Documentos,
141).
PASSOS, O.S.; CUNHA SOBRINHO, A.P.; COELHO, Y.S. O
Poncirus trifoliata (L.) Raf. no
Estado da Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2., 1973, Viçosa.
Anais...Viçosa: SBF, 1973. p. 149-157.
PASSOS, O.S.; SOARES FILHO W.S.; DONADIO, L.C. História do melhoramento genético de
citros. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CITROS, 7., 2002, Bebedouro.
Melhoramento... Bebedouro: EECB, 2002. p. 1-16.
PEARCE, S.C.; DOBERSEK-URBANC, S. The measurements of irregularity in growth and
cropping.
Journal of Horticultural Science, Geneva, v. 42, p. 295-305, 1967.
PIMENTEL-GOMES, F..
Curso de estatística experimental. 14. ed. Piracicaba:ESALQ, 2000.
468 p.
125
PIO, R.; MOURÃO FILHO, F.A.A.; MENDES, B.M.J.; ENTELMANN, F.A.; ALVES, A.S.R.
Propagation of citrus somatic hybrids with potential for utilization as rootstocks.
Fruits, Les Ulis
Cedex, v. 61, n. 1, p. 1-7, 2006.
POMPEU JÚNIOR, J. Porta-enxertos para citros. In: RODRIGUEZ, O.; VIÉGAS, F.; POMPEU
JUNIOR, J.; AMARO, A.A. (Eds.).
Citricultura brasileira. 2. ed. Campinas: Fundação Cargill,
1991. v. 1, p. 265-280.
______. Porta-enxertos para citros. In: MATTOS JÚNIOR, D.; DE NEGRI, J.D.; PIO, R.M.;
POMPEU JÚNIOR, J. (Org.).
Citros. Campinas: Instituto Agronômico e Fapesp, 2005. p. 63-
104.
POMPEU JÚNIOR, J.; BLUMER, S.; LARANJEIRA, F.F. Novos híbridos de trifoliata para a
citricultura paulista.
Laranja, Cordeirópolis, v. 23, n. 2, p. 413-425, 2002a.
POMPEU JÚNIOR, J.; LARANJEIRA, F.F.; BLUMER, S. Laranjeiras ‘Valência’ enxertadas
sobre híbridos de trifoliata.
Scientia Agricola, Piracicaba, v. 59, 93-97, 2002b.
POMPEU JÚNIOR, J.; BLUMER, S.; SALIBE, A.A. Tangerinas e tangelos como porta-enxertos
para a laranja ‘Hamlin’.
Laranja, Cordeirópolis, v. 24, n. 2, p. 413-422, 2003.
POMPEU JÚNIOR, J.; SALVA, R.; BLUMER, S. Copas e porta-enxertos nos viveiros de mudas
cítricas do Estado de São Paulo.
Laranja, Cordeirópolis, v. 25, n.2, p. 413-422, 2004.
POZZAN, M.; POMPEU JÚNIOR, J.; GARCIA JÚNIOR, A. Possibilidades industriais do
tangelo ‘Orlando’.
Laranja, Cordeirópolis, v. 21, n. 2, p. 381-390, 2000.
PRIA JÚNIOR, W.D.; LACAVA, P.M.; LI, W.; MIRANDA, V.S.; DA COSTA, P.I.; FARIAS,
P.R.S; HARTUNG, J.S.; PEREIRA, E.O.; FRANCISCHINI, F.J.B.
Xylella fastidiosa em frutos e
sementes de laranja-doce afetados pela Clorose Variegada dos Citros.
Laranja, Cordeirópolis,
v. 23, n. 1, p. 183-222, 2002.
PURCELL, A.H. Cigarrinhas na cultura de citros. In: DONADIO, L.C.; GRAVENA, S.
Manejo
integrado de pragas dos citros.
Campinas: Fundação Cargill, 1994. p. 195-209.
PURCELL, A.H.; HOPKINS, D.L. Fastidious xylem-limited bacterial plant pathogens.
Annual
Review of Phytopathology,
Palo Alto, v. 34, p. 131-151, 1996.
REDAK, R.A.; PURCELL, A.H.; LOPES, J.R.S.; BLUA, M.J.; RUSELL, F.M.; ANDERSEN,
P.C. The biology of xylem fluid-feeding insect vectors of
Xylella fastidiosa and their relation to
disease epidemiology.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 49, p. 243-270, 2004.
RICHARDSON, A.; MOONYE, P.; ANDERSON, P.; DAWSON, T.; WATSON, M.
How do
rootstocks affect canopy development?
2002. Disponível em: <http://hortnet.co.nz/science
/richardson/rootcan.htm. Acesso em: 10 jan. 2006.
ROBERTO, S.R.; COUTINHO, A.; LIMA, J.E.O. de; MIRANDA, V.S.; CARLOS, E.F.
Transmissão de
Xylella fastidiosa pelas cigarrinhas Dilobopterus costalimai, Acrogonia
126
terminalis e Oncometopia fascialis em citros. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 21,
n. 4, p. 517-518, 1996.
ROOSE, M.L. Dwarfing rootstocks for citrus. In: INTERNATIONAL SOCIETY OF CITRUS
NURSERYMEN, 2., 1986, Riverside.
Proceedings... Riverside: ISC, 1986. p. 1-8.
ROOSE, M.L.; COLE, D.A.; ATKIN, D.; KUPPER, R.S. Yield and tree size of four citrus
cultivars on 21 rootstocks in California.
Journal of the American Society for Horticultural
Science,
Alexandria, v. 114, n. 4, p. 678-684, 1989.
ROSSETTI, V.; DE NEGRI, J.D. Clorose variegada dos citros - revisão.
Laranja, Cordeirópolis,
v. 11, n. 1, p. 1-14, 1990.
SALVA, R.A.; ROBERTO, S.R.; CARLOS, E.F. Situação da clorose variegada dos citros no
Estado de São Paulo.
Laranja, Cordeirópolis, v. 16, n. 2, p. 155-164, 1995.
SANTOS FILHO, H.P.; BARBOSA, C.J.; MATRANGOLO, W.J.R.; RIBEIRO, J.S.;
MEISSNER FILHO, P.E.; MIRANDA, M. Ocorrência da clorose variegada dos citros (CVC) no
Estado da Bahia.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 24, n. 2, p. 190, 1999.
SAWANO, I.; NORIAKI, F.; MITSURU, H.; YASUSHI, K. Tree growth, yield and fruit quality
of Satsuma mandarin cv. ‘Aoshima’ as affected by rootstocks of various trifoliate oranges.
Bulletin of the Shizuoka Prefectural Citrus Experiment Station, Shizuoka, v. 33, p. 7-10,
2004.
SCHÄFER, G.; BASTIANEL, M.; DORNELLES, A.L.C. Porta-enxertos utilizados na
citricultura.
Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n. 4, p. 723-733, 2001.
SILVA, S.R.; OLIVEIRA, J.C. de; STUCHI, E.S.; DONADIO, L.C.; SOUZA, P.S.de;
GONZÁLEZ-JAIMES, E.P. Avaliação de tangerinas, tangores e tangelos em relação à clorose
variegada dos citros.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 57-60,
2004a.
SILVA, S.R.; DE SOUZA, P.S.; STUCHI, E.S.; DE GODOY, R.C.B.; REIFF, E.T.; MARTINS,
A.B.G. Desempenho da tangerineira Satsuma cultivar Okitsu sobre doze porta-enxertos. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 8.,2004, Ilhéus.
Anais... Ilhéus: SBF,
2004b. p. 1-4.
SILVA, S.R.; FRANCO, D.; STUCHI, E.S.; DONADIO, L.C.; SEMPIONATO, O.R.; PERECIN
D. Produção inicial e qualidade dos frutos da laranja Moro em 16 porta-enxertos em Bebedouro
(SP).
Laranja, Cordeirópolis, v. 27, n. 1, p. 83-90, 2006a.
______. Qualidade e produção de frutos das laranjas Natal e Valência em 13 porta-enxertos em
Bebedouro (SP).
Laranja, Cordeirópolis, SP, v. 27, n. 1, p. 91-100, 2006b.
SOARES FILHO, W.S.; VILARINHOS, A.D.; CUNHA SOBRINHO, A.P. da; OLIVEIRA,
A.A.; SOUZA, A. da S.; CRUZ, J.L.; MORAIS, L.S.; CASTRO NETO, M.T. de; GUERRA
FILHO, M. dos S.; CUNHA M.A.P. da; PASSOS, O.S.; MEISSNER FILHO, P.E.; OLIVEIRA,
127
R.P. de.
Programa de melhoramento genético de citros da Embrapa-CNPMF: obtenção de
híbridos. Cruz das Almas: EMBRAPA, CNPMF, 1997. 35 p. (EMBRAPA. CNPMF,
Documentos, 74).
SOUZA, P.S. de; DONADIO, L.C.; GONZÁLEZ-JAIMES, E.P. Avaliação de alguns genótipos
de citros em relação à Clorose Variegada dos Citros (CVC).
Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 22, n. 2., p. 148-152, 2000.
SOUZA, P.S. de; GOES, A. de; STUCHI, E.S.; GONZÁLEZ-JAIMES, E.P.; WICKERT, E.;
SILVA, S.R. da; DONADIO, L.C. Reação de variedades e clones de laranjas a
Xylella fastidiosa.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 28, n. 1, p. 145-147, 2006.
STENZEL, N.M.C.; NEVES, C.S.V.J. Rootstocks for ‘Tahiti’ lime.
Scientia Agricola,
Piracicaba, v. 61, n. 2, p. 151-155, 2004.
STENZEL, N.M.C.; NEVES, C.S.V.J.; SCHOLZ, M.B.S.; GOMES, J.C. Comportamento da
laranjeira ‘Folha Murcha’ em sete porta-enxertos no noroeste do Paraná.
Revista Brasileira de
Fruticultura,
Jaboticabal, v. 27, n. 3, p. 408-411, 2005.
STENZEL, N.M.C.; NEVES, C.S.V.J.; MARUR, C.J.; SCHOLZ, M.B.S.; GOMES, J.C.
Maturation curves and degree-days accumulation for fruits of ‘Folha Murcha’ orange trees.
Scientia Agricola, Piracicaba, v. 63, n. 3, p. 219-225, 2006.
STOVER; E.; CASTLE, W. Citrus rootstock usage, characteristics and selection in the Florida
Indian River Region.
HortTechnology, Alexandria, v. 12, p. 143-147, 2002
STUCHI, E.S.; SILVA, S.R.
Plantio adensado da limeira ácida Tahiti. Cruz das Almas:
EMBRAPA Mandioca e Fruticultura Tropical, 2005. 2 p. (EMBRAPA Mandioca e Fruticultura
Tropical. Citros em Foco, 29).
STUCHI, E.S.; DONADIO, L.C.; SEMPIONATO, O.R. Tolerância à seca da laranjeira ‘Folha
Murcha’ em 10 porta-enxertos.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 22, n. 3, p.
454-457, dez. 2000.
______. Qualidade industrial e produção de frutos de laranjeira ‘Valência’ enxertada em sete
porta-enxertos.
Laranja, Cordeirópolis, v. 23, n. 2, p. 453-471, 2002.
______. Performance of Tahiti lime on
Poncirus trifoliata var. monstrosa Flying Dragon in four
densities.
Fruits, Les Ulis Cedex, v. 58, n. 2, p. 1-5, 2003.
STUCHI, E.S.; DONADIO, L.C.; SEMPIONATO, O.R.; PERECIN, D. Produtividade e
qualidade dos frutos da laranjeira ‘Pêra’ clone IAC em 16 porta-enxertos na região de Bebedouro
– SP.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 2, p. 359-362, ago. 2004.
128
STUCHI, E.S.; NÚÑEZ-ESPINOZA, E.; MOURÃO FILHO, F.A.A.; ORTEGA, E.M.M. Vigor,
produtividade e qualidade de frutos de quatro tangerineiras e híbridos sobre quatro porta-
enxertos.
Revista Brasileira de Fruticultura, v. 30, n. 3, p. 741-747, 2008.
STUCHI, E.S.; DONADIO, L.C.; SEMPIONATO, O.R.; CYRILLO, F.L.L.; SILVA, J.A.A;
SOUZA, P.S. Intensidade da clorose variegada dos citros nas variedades ‘Pêra’, ‘Homosassa’ e
‘Moro’ (
Citrus sinensis L.) enxertadas sobre 16 porta-enxertos em Bebedouro-SP. In:
CONGRESSO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA, 21, 1998, Botucatu.
Resumos… Botucatu:
UNESP, 1998a. p. 49.
______. Influência de porta-enxertos na intensidade da clorose variegada dos citros em laranjeira
‘Valência’ (
Citrus sinensis L.) em Bebedouro, SP. In: CONGRESSO PAULISTA DE
FITOPATOLOGIA, 21., 1998, Botucatu.
Resumos… Botucatu: UNESP, 1998b. p. 119.
SWINGLE, W.T. The botany of Citrus and its wild relatives. In: REUTHER, W.; WEBBER,
H.J.; BATCHELOR, L.D. (Ed.).
The citrus industry. Berkeley: University of California, 1967.
v. 1, cap. 3, p. 190–430.
TAKAHARA, T.; OGATA, T., FUJISAWA, H.; MURAMATSU, N. Effect of rootstocks on tree
growth, yield and fruit quality of ‘Shirawaka’ Satsuma mandarin (Citrus unshiu Marc.).
Bulletin
of the Fruit Tree Research Station,
Nagasaki, v. 35, p. 99-107, 2001. (in Japanese with English
summary).
TEÓFILO SOBRINHO, J. Centro de Citricultura “Sylvio Moreira”: resultados de um trabalho de
integração com a cadeia produtiva dos citros.
Laranja, Cordeirópolis, v. 18, n. 1, p. 189-204,
1997.
TEÓFILO SOBRINHO, J.; POMPEU JÚNIOR, J.; FIGUEIREDO, J.O.; LARANJEIRA, F.F.;
SALIBE, A.A. Produção e qualidade de frutos da laranjeira ‘Valência’ sobre trifoliata ‘Limeira’
em cinco densidades de plantio.
Laranja, Cordeirópolis, v. 21, n. 2, p. 345-357, 2000.
TUBELIS, A.; BARROS, J.C.S.M.; CAMPOS LEITE, R.M.V.B. Difusão da clorose variegada
dos citros em pomares comerciais de laranja no Brasil.
Laranja, Cordeirópolis, v. 14, n. 1,
p. 239-254, 1993.
TUCKER, D.P.H.; WEATON, T.A.; STOVER, E.W. Manejo do tamanho e da forma da árvore
cítrica na Flórida. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CITROS – TRATOS CULTURAIS,
5., 1998, Bebedouro.
Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1998, p.370-408.
WELLS, J.M.; RAJU, B.C.; HUNG, H.Y.; WEISBURG, W.G.; MANDELCO-PAUL, L.;
BRENNER, D.J.
Xylella fastidiosa new-genus, new-species, Gram-negative xylem-limited
fastidious plant bacteria related to
Xanthomonas spp. International Journal Systematic
Bacteriology
, Praga, v. 37, n. 2, p.1 36-143, 1987.
WENDLAND, A.; TRUFFI, D.; LEITE JR., R.P.; CAMARGO, L.E.A. Sequenciamento e
variabilidade do fragmento genômico de
Xylella fastidiosa amplificado pelos iniciadores
RST31/33.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 28, n. 3, p. 298-301, 2003.
129
YAMAMOTO, P.T.; ROBERTO, S.R.; PRIA JR., W.D.; FELIPPE, M.R.; MIRANDA, V.S.;
TEIXEIRA, D.C.; LOPES, J.R.S. Transmissão de
Xylella fastidiosa por cigarrinhas Acrogonia
virescens e Homalodisca ignorata (Hemiptera: Cicadellidae) em plantas cítricas. Summa
Phytopathologica
, Jaboticabal, v. 28, p. 178-181, 2002.
YAMAMOTO, P.T. AYRES, A.J.; MENDES, M.A.; DONADIO L.C.; STUCHI, E.S.;
SEMPIONATO, O.R.; LI, W.B. Field selection and evaluation of sweet orange resistance to
citrus variegated chlorosis. In: CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ORGANIZATION
OF CITRUS VIROLOGISTS, 16., 2004, Monterrey.
Programs and Abstracts… Monterrey:
IOCV, 2004a. p. 170.
YAMAMOTO, P.T.; AYRES, A.J.; MENDES, M.A.; DONADIO L.C.; STUCHI, E.S.;
SEMPIONATO, O.R.; LI, W.B.; LARANJEIRA, F.F.; POMPEU JR., J. Assesment of the
resistance of sweet orange varieties from the citrus germoplasm resources to the citrus variegated
chlorosis. In: CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ORGANIZATION OF CITRUS
VIROLOGISTS, 16., 2004, Monterrey.
Programs and Abstracts… Monterrey: IOCV, 2004b. p.
171.
WEATHERALL, I.L.; LEE, W.G. Instrumental evaluation of some New Zealand fruit colours
using CIELAB values.
New Zealand Journal of Botany, Wellington, v. 29, p.197-205, 1991.
ZEKRI, M. Citrus rootstocks affect scion nutrition, fruit quality, growth, yield and economical
return.
Fruits, Les Ulis Cedex, v. 55, n. 4, p. 231–239, 2000.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo