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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO, HEMATOLÓGICA,
BIOQUÍMICA, PARASITOLÓGICA E HISTOPATOLÓGICA DE
BOVINOS DE CORTE EM SISTEMA INTENSIVO DE PRODUÇÃO
Gustavo Lage Costa
Orientadora: Maria Clorinda Soares Fioravanti
GOIÂNIA
2010
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II
GUSTAVO LAGE COSTA
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO, HEMATOLÓGICA,
BIOQUÍMICA, PARASITOLÓGICA E HISTOPATOLÓGICA DE
BOVINOS DE CORTE EM SISTEMA INTENSIVO DE PRODUÇÃO
Dissertação apresentada para obtenção
do grau de Mestre em Ciência Animal
junto à Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Goiás.
Área de Concentração:
Patologia, Clínica e Cirurgia Animal
Orientador (a):
Prof.ª Dr.ª Maria Clorinda Soares Fioravanti – UFG
Comitê de Orientação:
Prof. Dr. Luiz Antônio Franco da Silva – UFG
Prof. Dr. Eugênio Gonçalves de Araújo – UFG
GOIÂNIA
2010
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
GPT/BC/UFG
C837a
Costa, Gustavo Lage.
Avaliação do desempenho, hematológica, bioquímica,
parasitológica e histopatológica de bovinos de corte em sistema
intensivo de produção [manuscrito] / Gustavo Lage Costa. - 2010.
xi, 45 f. : figs, quads, tabs.
Orientadora: Profª. Drª. Maria Clorinda Soares Fioravanti; Co-
orientadores: Luiz Antônio Franco da Silva; Eugênio Gonçalves
de Araújo.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Goiás,
Escola de Veterinária, 2010.
Bibliografia.
Inclui lista de figuras, abreviaturas, siglas, tabelas e quadros.
Apêndices.
1. Bovino – Confinamento. 2. Bovino de corte - Perfil
metabólico. 3. Bovino - Proteínograma. I. Título.
CDU: 636.2.033
III
GUSTAVO LAGE COSTA
Tese defendida e aprovada em 04 de março de 2010, pela seguinte Banca
Examinadora:
IV
Dedico
aos meus avós,
à minha orientadora,
aos meus pais, meus irmãos,
aos meus tios, tias, primos e primas,
por estarem sempre presentes,
transformando as horas difíceis em fáceis,
os momentos tristes em alegres,
as horas sombrias em claras,
tornando a vida mais saborosa.
V
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter iluminado meus passos durante toda essa
caminhada, me ajudando a superar todos os obstáculos e conseguir terminar mais esta etapa.
A Prof.ª Maria Clorinda Soares Fioravanti pela amizade, dedicação e ensinamentos
passados por todos estes anos que temos compartilhado, e principalmente, por ter sido a
minha tutora durante a minha caminhada na vida acadêmica.
Ao amigo Saulo Antônio Gentil Soares pela amizade e companheirismo e por ter sido
um grande colaborador e viabilizador deste projeto.
Aos meus pais, Elio e Sônia, pela dedicação, compreensão e carinho que eles tem me
passado por todos estes anos, sendo o meu maior ponto de apoio nas horas conplicadas e
difíceis de minha vida.
Aos meus avós paternos (in memorium), Arlindo e Ilda, e maternos (in memorium),
Amador e Síria, pela grande amizade existente entre nós e pelos ensinamentos passados, a
nós seus netos, e que tem sido muito valiosa durante o caminho percorrido.
Aos meus irmãos pela grande cumplicidade, amizade, amor e cooperação existentes
entre nós, e sem o qual o cotidiano seria um infurtúnio.
Aos meus tio, tias, primos e primas por terem me propiciado grandes momentos de
alegria, compreensão, carinho. Deixando me fazer parte e fazendo parte daquilo que
chamamos de
“FAMÍLIA
.
Aos amigos Adriana Reis Bittencourt da Silva, Cátia Guimarães de Oliveira, Edilez
Campos Soares, Flávia Gontijo Lima, Isadora Franco Lopes de Araújo, Joyce Rodrigues Lobo,
Leandro Guimarães Franco, Lucas Jacomini Abud, Marcos Fernando Costa, Marcus Rezende
Guimarães, Mariana Batista R. Faleiro, Mayara Fernanda Maggioli, Pedrita Assunção Carvalho
Ferreira, Rodrigo Arruda de Oliveira, Rosamiro Almeida, Saura Nayanne de Souza, Waltuir da
Silva Cardoso por estarem sempre presente, oferecendo ajuda, ou mesmo tornando o dia a dia
mais agradável pela sua companhia.
Aos amigos e grandes companheiros Carolina dos Santos Ribeiro, Daniela Cardoso,
Kamilla Malta Laudares, Nerissa de Alencar de Oliveira, Phablo Augusto Portilho Mendes,
Romário Gonçalves Vaz Júnior, a quem tive a honra de trabalhar, acompanhar e contar com o
incondicional apoio.
Aos Professores, Amigos e Funcionários da Escola de Veterinária da Universidade
Federal de Goiás pela ajuda oferecida durante o curso de pós-graduação.
Ao Grupo Vera Cruz e seus funcionários pelo apoio e compreensão, sem o qual seria
impossível a realização deste projeto.
À coordenação da Pós-graduação da Escola de Veterinária da Universidade Federal de
Goiás e pela oportunidade e apoio geral.
Ao CNPq pela bolsa e financiamento do projeto desenvolvido.
A todos aqueles que me apoiaram nessa caminhada
VI
"A persistência é o caminho do êxito"
Charles Chaplin
VII
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
.............................................................................................................................. 1
2.
REVISÃO DE LITERATURA
................................................................................................. 3
2.1.Confinamento ............................................................................................... 3
2.2.Causas de baixo desempenho produtivo de bovinos ................................... 4
2.3.Avaliação do perfil metabólico ...................................................................... 6
3. OBJETIVO
........................................................................................................................................ 8
3.1.Objetivo geral
................................................................................................................................ 8
3.2. Objetivos específicos ................................................................................... 8
4.
MATERIAL E MÉTODOS
........................................................................................................ 9
4.1. Local de realização do experimento e animais ............................................ 9
4.2. Delineamento experimental e colheita das amostras ................................. 11
4.3. Processamento das amostras .................................................................... 13
4.4. Critérios de avaliação histopatológica ........................................................ 14
4.5. Critério de estabelecimento do escore de lesão dos animais .................... 15
4.6. Análise estatística ...................................................................................... 15
5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
......................................................................................... 16
5.1. Ganho de peso e rendimento de carcaça .................................................. 16
5.2. Variáveis hematológicas ............................................................................ 18
5.3. Avaliação da higidez do fígado e rim e perfil metabólico ........................... 20
5.4. Histopatologia ............................................................................................ 28
5.5. Parasitologia .............................................................................................. 31
REFERÊNCIAS
.................................................................................................................................. 34
VIII
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Bovinos mestiços utilizados neste estudo 9
FIGURA 2 Local de realização do estudo 10
FIGURA 3
Imagens de cortes histológicos de fígado e linfonodo mesentérico
com a presença de macrófagos espumosos
30
IX
LISTA DE TABELAS E QUADROS
TABELA 1 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação(CV)
do peso inicial, peso final, ganho de peso médio diário (GMD),
peso morto e rendimento de carcaça de bovinos cruzados,
Goiânia, 2010.
17
TABELA 2 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV)
das hemácias, hemoglobina, hematócrito e plaqueta de bovinos
cruzados, Goiânia, 2010.
18
TABELA 3 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV)
de leucócitos totais e contagem diferencial de bovinos cruzados,
GOIÂNIA, 2010.
19
TABELA 4 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV)
da atividade das enzimas AST, GGT E ALP de bovinos cruzados,
Goiânia, 2010.
21
TABELA 5 Valor médio, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) de
bilirrubina (total, direta e indireta) de bovinos cruzados, Goiânia,
2010.
22
TABELA 6 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV)
de proteína total, albumina, globulinas, relação A/G e fibrinogênio
de bovinos cruzados, Goiânia, 2010.
23
TABELA 7 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV)
das frações globulínicas alfa1, alfa2, beta e gama de bovinos
cruzados, Goiânia, 2010.
25
TABELA 8 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV)
do triglicérides, colesterol, uréia e creatinina de bovinos cruzados,
Goiânia, 2010.
27
TABELA 9 Escores totais,valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de
variação (CV) da pontuação realizada na avaliação histopatológica
e bioquímica de cada grupo de bovinos cruzados, Goiânia, 2010
31
QUADRO 1
Sistema de pontuação das alterações encontradas em fragmentos
de fígado, linfonodos e rim. Goiânia, 2010.
14
QUADRO 2
Alterações histológicas presentes em bovinos cruzados
terminados em confinamento, Goiânia, 2010.
28
X
RESUMO
Com a busca por eficiência produtiva, o perfil da pecuária brasileira tem
mudado; deixando de ser um empreendimento extrativista e tornando-se capaz
de atingir, cada vez mais, novos patamares no caminho da intensificação,
aumentando a produtividade.
Neste contexto foi realizada a avaliação do perfil
metabólico e parasitológico de 39 bovinos, mestiços de corte, com idade em
torno de 24 meses, no momento de entrada no confinamento e anterior ao
abate, no intuito de avaliar a saúde dos animais terminados neste sistema de
criação. As avaliações realizadas foram: hematologia, bioquímica rica,
histopatológica e parasitológica. A bioquímica sérica consistiu na avaliação da
higidez do fígado e do rim, englobando o balanceamento energético e protéico
destes animais. Os parâmetros utilizados foram: ALP, AST, GGT, bilirrubina
(total, direta e indireta), proteína total, albumina, globulina, uréia, creatinina,
colesterol e triglicérides. As proteínas totais foram fracionadas por meio da
eletroforese em gel de agarose. A avaliação parasitológica foi realizada por
meio do OPG e da coprocultura. Nos exames histopatológicos foram colhidos,
processados e observados fragmentos de fígado, rim, linfonodo (mesentérico,
pré-escapular e pré-crural) e pulmão. Foram encontradas alterações nos
exames bioquímicos e eletroforéticos sugestivos de doença hepática crônica,
que foram constatadas com a presença de macrófagos espumosos no fígado e
no linfonodo mesentérico, porém estes achados não foram relacionados as
diferenças no ganho de peso médio diário encontrada. Na avaliação histológica
não foi observada alteração sugestivas de doenças respiratórias.
Palavras-chave: Confinamento, OPG, Perfil metabólico, Proteinograma
XI
ABSTRACT
The profile of the Brazilian cattle industry has changed due to the search for
more efficiency. It is transforming form extractive practices to new levels of
intensification and productivity. In this context, the metabolic and parasitological
profile of 39 crossbred animals, aged around 24 months at the time of entering
the feedlot and prior to slaughter were performed, in order to assess the health
of bovine finished in this breeding system. The following evaluations were
carried out: hematology, biochemistry, histopathology and parasitology. The
clinical biochemical evaluation consisted of the higidity assessment of the liver
and kidney, comprising the balance of energy and protein of these animals. The
parameters used were: ALP, AST, GGT, bilirubin (total, conjugated and
unconjugated), total protein, albumin, globulin, urea, creatinine, cholesterol and
triglycerides. Total proteins were fractionated by agarose gel electrophoresis.
Parasitological assessment was done through EPG and stool culture. In
histopathology fragments of liver, kidney, lynph nodes (mesenteric, pre scapular
and pre femoral) and lung were observed. Alterations in biochemical and
electrophoretic tests, suggestive of chronic liver disease, were found. Such
alterations were noticed by the presence of foamy macrophages in the liver and
mesenteric lymph nodes; however, these findings were not related to
differences found in daily weight gain found. Histology did not show alterations
suggestive of respiratory diseases.
Keywords: EPG, Feedlot, Metabolic profile, Proteinogram
1. INTRODUÇÃO
O processo histórico de ocupação do espaço nacional apresenta uma
dinâmica com característica específica para determinadas regiões. No Estado de
Goiás, ocorreu primeiramente na forma de frente de expansão, com o deslocamento
da população para certas áreas. Possuindo como economia local a captura de
índios, a exploração de ouro e a pecuária. Este cenário econômico foi mantido até a
década de 1940, quando começou surgir mudanças na economia. Entretanto a
partir de 1960, durante o Governo do presidente Juscelino Kubstichek, foi instituído o
“Plano de Metas”. Esta nova ação foi a maneira de estimular a produção de
alimentos para os novos centros emergentes na região Centro-Oeste, que traziam
junto a eles uma maior colonização da região (LISITA, 1996; SILVA, 2000;
RODRIGUES & MIZIARA, 2002).
Um dos pacotes econômicos integrantes do plano de metas foi a
“Revolução Verde”, instalando políticas públicas para a expansão da fronteira
agrícola. Dentre os fatores atrativos estavam o baixo preço das terras, o
esgotamento das propriedades produtivas nos grandes centros (Região Sul e
Sudeste), a posição geográfica estratégica da região do Cerrado e as características
físico-ambientais que propiciavam a expansão da produção, de acordo com os
novos padrões da agricultura moderna. Aumentando dessa forma a utilização das
terras do Cerrado pelas monoculturas (SILVA, 2000; RODRIGUES & MIZIARA,
2002).
Essa busca cada vez maior pelo uso da terra para a agricultura,
diminuindo o tamanho das terras destinadas à pecuária, associada à elevação no
consumo de carne condicionado pelo aumento da população brasileira e dos efeitos
da globalização dos últimos anos, forçou a pecuária nacional a procurar novos
rumos que resultassem em maior produtividade (AGNES et al., 2004; PEREIRA,
2004; RODRIGUES & MIZIARA, 2002).
Com a busca por eficiência produtiva, o perfil da pecuária brasileira tem
mudado. Deixando de ser um empreendimento extrativista e tornando-se capaz de
atingir, cada vez mais, novos patamares no caminho da intensificação, aumentando
a produtividade (COSTA et al., 2005).
2
Um fato que constata o aumento da produtividade é a maior participação
da agropecuária no produto interno bruto (PIB) entre meados da década de 90 e
2000 (BRUGNARA & BACHA, 2009). De acordo com o Instituto CEPAE/USP (2009),
a pecuária contribuiu com 225 bilhões de reais para economia, o que representou
7,8% do PIB brasileiro de 2008, calculado em R$ 2.889.718.000.000.
Dentre as técnicas utilizadas para aumentar a produtividade, a
suplementação a pasto e o confinamento foram alternativas capazes de reduzir a
idade ao abate, melhorar a taxa de desfrute dos rebanhos, aumentar o giro de
capital e produzir carcaças de alta qualidade. Minimizando assim “o efeito sanfona”,
uma das maiores causas de perdas na pecuária nacional. Para os autores, estes
são aspectos caracterizadores da evolução pecuária (THIAGO & COSTA, 1994;
HADDAD, 1999; COSTA et al., 2005).
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Confinamento
Entende-se por confinamento um sistema intensivo de criação, em que
lotes de animais ficam alojados em piquetes ou currais com áreas restritas e
condicionados a receberem toda a alimentação e água em cochos e bebedouros.
Este sistema é indicado para a terminação de bovinos, fase da produção que
imediatamente antecede o abate do animal, ou seja, envolve o acabamento da
carcaça que será comercializada. A qualidade da carcaça produzida no
confinamento depende do adequado desempenho na fase de cria e recria. Bons
produtos de confinamento são obtidos a partir de animais sadios, fortes, com
ossatura robusta, satisfatório desenvolvimento muscular e gordura suficiente para
dar sabor à carne e proporcionar boa cobertura da carcaça (CARDOSO, 1996;
SOUZA et al., 2006).
Os primeiros confinamentos de bovinos começaram a surgir no cenário
nacional a partir da década de 1980, sofrendo grande aumento com o decorrer dos
anos (WEDEKIN, et. al, 1994). De acordo com a Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Goiás (FAEG), em 2007, o rebanho nacional terminado neste
tipo de produção quase duplicou durante o período de 1997 a 2007. Quanto ao
Estado de Goiás, houve crescimento de 41,8% do efetivo de bovinos terminados
neste sistema de criação. Permanecendo durante todos estes anos em segundo
lugar, chegando a 2007 com produção de 538.900 bovinos, atrás apenas de São
Paulo (700.300 bovinos). Estes dados demonstram a relevância do sistema de
produção quando é avaliada a taxa de animais abatidos no Brasil (27,6%) por ano e
o efetivo bovino do estado de Goiás, calculado em 20.646.560 cabeças (SOARES,
2005; IBGE, 2006).
As vantagens deste sistema, segundo LOPES & MAGALHÃES (2005),
são a redução da idade de abate do animal, a produção de carne de melhor
qualidade, o aumento do desfrute reduzindo a ociosidade dos frigoríficos na
entressafra, o maior giro de capital, o melhor aproveitamento das áreas de
pastagens para outras categorias animais e a elevada produção de adubo orgânico.
Como desvantagem é citado apenas o custo da arroba de carne produzida, levando
4
produtores a confinarem bovinos exclusivamente na entresafra. Os autores
concluem que a atividade é rentável, podendo melhorar ainda mais se corrigidos
alguns pontos críticos. Dentre estes pontos estão, em ordem decrescente, a
aquisição de animais, a alimentação, as despesas diversas, a mão-de-obra, a
sanidade e os impostos.
LOPES & CARVALHO (2002) afirmam que para o sucesso na atividade, é
necessário diminuir os custos e maximizar os lucros, sendo a diminuição dos pontos
críticos uma das formas de minimizar o custo.
Neste ponto, investigações à cerca de causa de baixo desempenho
representam uma forma de minimizar custos, uma vez que algumas doenças podem
reduzir a capacidade de ganho de peso, podendo causar até a morte do animal,
comprometendo a lucratividade deste sistema de produção (BRANDINI, 1996).
2.2 Causas de baixo desempenho produtivo de bovinos
O baixo desempenho de um rebanho, ou de um animal, pode ser atribuído
à deficiência de alcançar índices produtivos estabelecidos por outro rebanho nas
mesmas condições ambientais e de manejo. Se for concluído que o desempenho se
encontra abaixo dos padrões permitidos, deverá ser conduzida investigação,
incluindo os seguintes grupos de causas possíveis: nutrição, herança genética,
condições de alojamento, medidas de gerenciamento e perda por doenças
(RADOSTITS et. al, 2002).
Assim, os pecuaristas e empresários envolvidos no negócio de
confinamento devem ter atenção especial na escolha dos animais, buscando sempre
os indivíduos com características e potencial para ganho de peso, capazes de
alcançarem o melhor desempenho durante o processo. No Estado de Minas Gerais,
os bovinos disponíveis para o confinamento possuem grande variação genética,
sendo utilizados animais azebuados ou sem raça definida, zebus, cruzamentos com
raças de corte (européia e zebuína) e européias leiteiras.
O baixo desempenho
produtivo dos bovinos em confinamento, mesmo recebendo alimentação em
quantidade suficiente para atender às suas exigências nutricionais, pode estar
relacionado à baixa qualidade dos animais, os quais apresentaram menor conversão
alimentar a níveis nutricionais mais elevados (BARCELOS et. al, 1999).
5
Outro fator que poderá diminuir o desempenho é a perda por doenças,
decorrente de enfermidades clínicas e subclínicas que afetam o estado de higidez
do animal, podendo até causar a morte. Dentre estas enfermidades destacam-se as
que causam problemas hepáticos, como a fotossensibilização hepatógena
(FAGLIARI, 1990; FIORAVANTI, 1999).
As principais doenças relacionadas a bovinos confinados no Brasil são:
botulismo, enterotoxemia, dermatomicose, dermatofilose, timpanismo, intoxicação
por uréia, laminite e intoxicação por uréia (BRANDINI, 1996). LIMA (2006), avaliando
a produção de bovino de corte em sistema de confinamento no Estado de Goiás,
relatou que a principal causa de mortalidade foi decorrente de fraturas causadas por
brigas e lesões por monta.
Em estudos realizados nos Estados Unidos, as principais enfermidades
encontradas foram: abscesso hepático, acidose ruminal, aneurisma pulmonar
embólico, cálculos urinários, clostridiose, colite hemorrágica, diarréia viral bovina,
difteria, edema pulmonar, endocardite, infecções sistêmicas superagudas, injúrias de
viajem, intoxicações, lesões por monta, pneumonia, polioencefalomalacia, reações
anafiláticas, timpanismo, e úlcera abomasal (RADOSTITS & BOOD, 1986; GLOCK &
DEGROOT, 1998; VASCONCELOS & GALYEAN, 2008).
SMITH (1998), também nos EUA, relata que das doenças que mais
ocorrem em bovinos neste sistema de produção, as respiratórias tem a maior
morbidade no rebanho (67% a 82%), seguidas das doenças metabólicas (14% a
28%) e das digestivas (3% a 7%). Quanto à mortalidade, em sistemas com taxa de
lotação acima de 16.000 cabeças, as doenças respiratórias continuam em maior
porcentagem (38,9% a 45,1%), seguida das digestivas (28,1% a 34,9%) e das
demais doenças (26,2% a 27,2%).
A menor ocorrência e a complexidade das doenças digestivas e
metabólicas têm gerado dificuldade no seu diagnóstico, o que começa a ser um
problema, pois esse tipo de doença sofreu um grande aumento a partir do ano 2000
devido à maior utilização de dietas com altas concentrações de carboidratos
fermentáveis, principalmente de amido (WODDY et. al, 1983; VASCONCELOS &
GALYEAN, 2008). Uma boa ferramenta para ser utilizada no diagnóstico das
doenças metabólicas é a avaliação do perfil metabólico (GONZÁLEZ, 1997)
6
2.3 Avaliação do perfil metabólico
O "perfil metabólico" é definido como uma série de testes laboratoriais
específicos executados em conjunto, e usado como um auxílio diagnóstico, podendo
indicar desequilíbrios metabólicos e nutricionais, alterações clínicas e subclínicas,
bem como avaliar a capacidade homeostática de certos metabólitos. O número de
metabólitos utilizados é virtualmente ilimitado, ao ponto que a sua aplicação deve ter
uma limitação criteriosa de acordo com a compreensão dos resultados de cada
componente. (INGRAHAM & KAPPEL, 1988; GONZÁLEZ, 1997).
No estudo dos parâmetros bioquímicos do sangue o β-hidroxibutirato,
ácidos graxos livres, glicose, colesterol e testes de metabolismo ruminal
representam o metabolismo energético; a uréia, proteínas totais, albumina e
globulina representam o metabolismo protéico; cálcio, fósforo, magnésio, sódio,
zinco, cobre e selênio representam os minerais. A atividade das enzimas aspartato
aminotransferase (AST), gama glutamiltransferase (GGT) e fosfatase alcalina (ALP)
e das bilirrubinas (total, direta e indireta) são biomarcadores sangüíneos de grande
valor para avaliar distúrbios metabólicos e funcionamento hepático. A quantificação
da uréia e da creatinina são importantes marcadores do funcionamento renal, que
indiretamente pode ajudar no metabolismo protéico, pois uma das causas de
hipoprotenemia é a doença renal (CARLSON, 1993; CONTRERAS, 2000;
GONZALEZ, 2000a; GONZALEZ, 2000b; WITTWER, 2000a; WITTWER, 2000b
GONZALEZ & SILVA, 2003; MUNDIM et al., 2007; KANEKO, 2008). Adicionalmente
à quantificação das proteínas totais, o fracionamento das proteínas séricas pode
auxiliar a diferenciação de processos inflamatórios (KANEKO, 2008; NAUM, 1999).
Os resultados desses exames, quando avaliados em conjunto, devem ser
utilizados para direcionar ou focar a atenção em um diagnóstico ou para ajudar a
confirmar a presença de um processo da doença do rebanho (VAN SAUN, 2007).
Segundo ADAMS et al. (1978), um critério útil na identificação de problemas
potenciais é quando pelo menos dois componentes do perfil estão fora do intervalo
normal e ou quando 20% ou mais dos animais do rebanho possuem mais de três
componentes fora dos valores recomendados para a espécie.
Considerando a importância da agropecuária para a economia brasileira,
gerando empregos, renda e desenvolvimento. A busca por soluções que minimizem
e previnam os prejuízos na pecuária deve ser constante. Dentre as perdas
7
econômicas em sistemas de confinamento destacam-se os animais com baixo
desempenho. Por este motivo e pela escassez de literatura nacional quanto às
doenças que podem afetar o desempenho de bovinos em confinamento, é
importante o desenvolvimento de estudos nacionais que avaliem possíveis causas
de ineficiências da produção de bovinos, objetivando aumentar o desempenho dos
sistemas intensivos de criação.
8
3. OBJETIVO
3.1. Objetivo geral
Este projeto tem como objetivo geral identificar alterações clínicas e
laboratoriais que possam interferir no desempenho produtivo de bovinos de corte
confinados.
3.2. Objetivos específicos
3.2.1. Descrever as alterações clínicas, laboratoriais e morfológicas dos bovinos, por
meio de:
identificação de sinais clínicos;
avaliação hematológica (hemograma e fibrinogênio);
avaliação bioquímica clínica sérica (ALP, AST, GGT, albumina, globulina,
proteína total, bilirrubinas, colesterol, triglicerídes, creatinina e uréia);
avaliação eletroforética das proteínas totais séricas;
avaliação parasitológica das fezes (OPG e coprocultura);
avaliação histopatológica (fígado, rim, pulmão e linfonodo mesentérico, pré-
escapular e pré-crural).
3.2.2. Determinar o desempenho por meio de:
ganho em peso;
rendimento de carcaça.
9
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Local de realização do experimento e animais
O experimento foi realizado em uma propriedade situada no município de
Goianésia GO, com estrutura para apascentar bovinos com uma capacidade
estática de até 20.000 animais.
Foi acompanhado durante 112 dias (19/08/2009 – 11/12/2009), um lote de
bovinos mestiços (Nelore X Red Angus X Simental X Senepol X Caracu X Bosmara),
com idade aproximada de 24 meses (Figura 1). Os bovinos utilizados eram oriundos
de uma propriedade do grupo confinador localizada à 200 km de distância. Na
propriedade foi realizado um manejo sanitário com antecedência de 15 dias do
embarque dos animais. A profilaxia foi composta por vacinação contra clostridiose e
vermifugação com produto à base de albendazol (Ricobendazole 10 Injetável, Ouro
Fino Agronegócio, Cravinho, SP).
FIGURA 1 – Bovinos mestiços avaliados no estudo
10
Na propriedade de origem dos animais, a composição da alimentação era
capim braquiária suplementada com mistura mineral produzida pelo próprio grupo.
Na chegada ao confinamento, os animais foram identificados e rastreados de acordo
com as normas do serviço de rastreabilidade da cadeia produtiva de bovinos e
bubalinos (SISBOV), estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e
Abastecimento (MAPA), na instrução normativa nº 17/2006, e alojados em piquetes.
Durante o experimento os animais não possuíam um piquete fixo, pois
essa era uma medida de manejo com intuito de diminuir o acúmulo de lama, assim
como o cascalhamento e a drenagem dos piquetes, uma vez que o excesso de lama
pode influir diretamente no consumo do animal, diminuído o ganho de peso. O
tamanho dos piquetes era de 1.600 m², e todos possuíam cochos de alvenaria com
a linha de cocho cimentada. Os bebedouros eram de estrutura metálica e possuíam
um bom fluxo de água, permitindo uma boa ingestão de água (Figura 2).
FIGURA 2 Local de realização do estudo. A) Piquete; B) Cocho de alvenaria; C)
Bebedouro; D) Vista geral do confinamento
A
D
C
B
11
A dieta foi calculada segundo o NRC (1996), objetivando um ganho de
peso médio diário de 1,6kg/animal, estimando um consumo de 2,5kg de matéria
seca (MS) / 100 kg de peso vivo (PV). A relação volumoso:concentrado variou
durante o tempo de permanência, e ficou entre 8:92 e 17:83, com dieta total
contendo 17% de proteína bruta (PB) e 74% de nutrientes digestíveis totais (NDT). A
parte volumosa foi composta por cana (bagaço e/ou in natura). E a parte
concentrada foi composta por casca de soja, gérmen de milho, milho, mistura
mineral, polpa cítrica, sorgo, torta de algodão e uréia. A distribuição da dieta total era
realizada seis vezes ao dia, com a utilização de caminhões misturadores ao longo
das linhas de cocho. Como manejo padrão da propriedade, a ração total era ofertada
em menores quantidades (80% do total de consumo esperado) nos primeiros dias e,
com o decorrer dos dias, a quantidade foi gradativamente aumentada de acordo com
a adaptação dos animais.
4.2. Delineamento experimental e colheita das amostras
Cada um dos lotes padrão da propriedade era composto por 120 bovinos.
Por limitações de tempo e manejo inerentes ao confinamento, foi definido que
seriam avaliados cerca de 30% dos animais. Por sorteio foram selecionados 39
bovinos.
Durante 112 dias os animais foram avaliados, por meio de inspeção
visual, duas vezes ao dia. Os profissionais responsáveis por esta avaliação eram
muito bem treinados e, mediante a percepção de um animal diferente no lote, o
mesmo era separado e avaliado por um dos veterinários que compõem a equipe
técnica do grupo confinador. Quando a alteração era individual esse animal era
tratado e podia voltar para o lote, isso dependeria da gravidade da alteração. Caso a
alteração ocorresse em mais de 20% dos animais, como é freqüente em casos de
suspeita de pneumonia, todo o lote era tratado.
A determinação do peso foi realizada por meio de duas pesagens, a
primeira na entrada dos animais no confinamento e a outra no dia da saída. Com os
dados das pesagens foi calculado o ganho de peso total e o ganho de peso médio
diário (GMD). No frigorífico foi realizada pesagem da carcaça quente, que foi
utilizada para o cálculo do rendimento de carcaça.
12
Ao rmino do período de confinamento os 39 bovinos foram divididos em
três grupos de acordo com a média diária de ganho de peso: Grupo 1 - animais que
ganharam a 1,5 kg (ganho menor do que o esperado); Grupo 2 animais que
ganharam de 1,5 kg até 2,0 Kg (ganho esperado); e Grupo 3 animais que
ganharam mais que 2,0 kg (ganho maior do que o esperado).
Foram realizadas duas colheitas de sangue e fezes, a primeira no dia que
os animais foram confinados e a segunda no dia que foram abatidos. A primeira
colheita de sangue foi realizada por venopunção jugular após contenção, com os
animais em estação, utilizando bretes hidráulicos. A última colheita de sangue foi
realizada durante a sangria na linha de abate do frigorífico.
Foram realizados hemogramas e provas de função e integridade
morfológica do fígado, função renal e proteinograma sérico. Por meio destas
avaliações também foi possível estabelecer o perfil do metabolismo energético e
protéico do animal (GONZÁLEZ, 1997).
Para os exames hematológicos foi obtido 5ml de sangue, em tubo com
anticoagulante EDTA (ácido etilediaminotetracético, sal dissódico) a 10%. Os tubos
foram colocados imediatamente sob refrigeração e as determinações foram
realizadas dentro de um período máximo de 12 horas.
Para a execução das avaliações bioquímicas hepática, renal e
proteinograma, foi obtido sangue em tubo sem anticoagulante, que foi centrifugado
após retração do coágulo. O soro foi separado, no confinamento, em alíquotas e
congelado à –20°C até o momento da realização dos seguintes exames: atividade
sérica da AST (aspartato aminotransferase), GGT (gama glutamiltransferase) e ALP
(fosfatase alcalina), proteína sérica, bilirrubinas, colesterol, triglicérides, uréia,
creatinina e eletroforese das proteínas séricas. As amostras de soro destinadas à
determinação da bilirrubina foram acondicionadas protegidas da luminosidade com
papel alumínio.
As amostras de fezes foram colhidas na ampola retal utilizando sacos
plásticos identificados e foram acondicionadas refrigeradas em caixa isotérmicas até
o momento da análise.
Para a realização do exame histopatológico, foram colhidos fragmentos
de fígado, rim (direito e esquerdo), pulmão e linfonodos (pré-crural, mesentérico e
pré-escapular). Os fragmentos foram acondicionados em recipientes individuais
contendo formalina tamponada à 10% até a chegada ao laboratório.
13
4.3. Processamento das amostras
Os exames hematológicos bioquímicos e parasitários foram realizados no
Laboratório Multiusuário do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
(PPGCA) da Universidade Federal de Goiás.
Os exames hematológicos foram realizados segundo o protocolo padrão
do Laboratório Multiusuário do PPGCA, em equipamento com tecnologia de
automação (ABX Vet) e contagem diferencial de leucócitos manual. Para a
determinação do fibrinogênio plasmático foi utilizada a técnica do micro-hematócrito,
descrita por JAIN (1993).
Os exames bioquímicos foram realizados com reagentes comerciais
padronizados (Labtest, Lagoa Santa, MG) e analisados em espectrofotômetro semi-
automático (Bioplus 2000, Barueri, SP), de acordo com a metodologia descrita pelo
fabricante. As atividades enzimáticas foram determinadas na temperatura de 37ºC.
A atividade sérica da AST foi determinada pelo método ultra-violeta (UV) otimizado,
sem piridoxal fosfato. A atividade sérica da GGT pelo método cinético utilizando-se
como substrato glutamil-p-nitroanilida e a ALP pelo método cinético contínuo, por
hidrólise da timolftaleína monofosfato em meio alcalino. Os teores séricos de
bilirrubina total e direta foram determinados pelo método colorimétrico direto
(Jendrassik-Grof). As proteínas totais séricas foram quantificadas pelo método
colorimétrico de ponto final, por reação com o biureto. A uréia pelo método
enzimático colorimétrico, por reação com a urease e a creatinina pelo método
cinético, por reação com o picrato alcalino. A concentração sérica de colesterol foi
determinada pelo método enzimático colorimétrico, em uma reação catalisada pela
colesterol oxidase.
As separações das frações protéicas albumina e globulinas foram
realizadas pela técnica de eletroforese em gel de agarose (CELMGEL). As leituras
das frações ocorreram em densitômetro (CELM DS35).
As fezes foram avaliadas quantitativamente pela da técnica de Gordon &
Whitlock (OPG - ovos por grama de fezes). Para a coprocultura foi realizada a
mistura fezes e serragem na proporção de 1:1, colocando a mistura em um copo
tampado com uma placa de petri. O recipiente foi umedecido diariamente se
necessário e mantido em temperatura ambiente por 10 dias para a eclosão dos ovos
14
em larvas de nematódeos de estágio L3, para a posterior identificação. Esta
metodologia é a mesma referendada por UENO & GUITIERRES (1983).
A histopatologia foi realizada no Laboratório de Patologia Animal da
Escola de Veterinária da UFG. Os fragmentos dos órgãos destinados à realização
de exames histopatológicos ao chegarem no laboratório, foram recortados e
novamente colocados em formalina tamponada 10% para iniciar o processamento
de acordo com o protocolo de rotina do setor. A coloração utilizada foi a hematoxilina
e eosina.
4.4. Critérios de avaliação histopatológica
Para graduar as lesões histopatológicas os fragmentos foram pontuados
de acordo com as alterações encontradas (Quadro 1).
QUADRO 1 Sistema de pontuação das alterações encontradas em fragmentos de
fígado, linfonodos, rim e pulmão, Goiânia, 2010
FÍGADO
Ateração
Ausência
Infiltrado
inflamatório
Degeneração Necrose Fibrose
Marófago
Espumoso
0 1 1 1 1 1
Distribuição
Localização
Aglomeração de macrófagos
Focal Multifocal
Periacinar
OU
Mediozonal
Periacinar E
Mediozonal
Não Sim
0 1 0 1 0 1
LINFONODO
Ateração
Hiperplásico Reativo Macrófago espumoso
Sim Não Sim Não Sim Não
1 0 1 0 1 0
Aglomerado de macrófago espumoso
Sim Não
1 0
RIM
Alteração
Ausência
Infiltrado Inflamatório
Degeneração Necrose Fibrose
0 1 1 1 1
Distribuição
Localização
Focal Multifocal
Cortical
OU
Medular
Cortical E Medular
0 1 0 1
PULMÃO
Alteração
Ausência
Infiltrado
Inflamatório
Degeneração Necrose Fibrose
0 1 1 1 1
Distribuição
Focal Multifocal
0 1
15
A pontuação de cada órgão de cada um dos animais foi utilizada para
estabelecer a pontuação geral de cada animal, que representou o somatório dos
pontos obtidos por todos os órgãos avaliados. A comparação das dias entre os
grupos foi realizada para verificar se as alterações observadas no exame
histopatológico exerceram alguma influência sobre o GMD.
4.5. Critério de estabelecimento do escore de lesão dos animais
Para a realização da comparação final entre os grupos foi necessário
estabelecer um escore geral de lesão que incluísse as alterações bioquímicas e
histopatológicas. A composição do escore geral do exame bioquímico foi realizada
atribuindo a pontuação 1 para cada exame alterado em cada animal. Valores
normais receberam a pontuação zero. A pontuação dos exames de cada animal foi
somada a fim de formar um escore. Esse escore foi somado ao obtido na pontuação
das alterações histopatológicas de cada animal, formando um escore geral de cada
animal que foi utilizado para a comparação entre os três gupos.
4.6. Análise estatística
Inicialmente a análise dos dados foi realizada pela estatística descritiva:
média, desvio padrão coeficiente de variação dos parâmetros estudados.
Posteriormente, foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificação da
normalidade. Após este teste optou-se por utilizar os testes não-paramétricos, visto
que os dados não apresentaram uma curva normal de distribuição. Para a
comparação das dias entre os grupos o teste utilizado foi o Kruskal-Wallis e para
a comparação entre as duas colheitas o teste de escolha foi o Mann-Whitney. A
verificação da possível correlação entre escore e histopatológico e o escore
bioquímico foi realizado utilizando o coeficiente de Spearman. Nos testes realizados
o grau de significância adotado foi de 5%. As análises estatísticas foram realizadas
utilizando o programa Excel for Windows e o Sigmastat.
16
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o período experimental não foi observada nenhuma alteração
clínica nas unidades experimentais. Nos demais bovinos que compunham o lote foi
necessário eutanásia de dois animais, devido à lesão por monta e/ou briga, sendo
esta uma das causas de mortes em animais confinados (RADOSTITS & BOOD,
1986; COSTA et al., 2003; GAGEA et al., 2006). Segundo COSTA et al. (2003) a
mortalidade ocasionada por doença é baixa (0,22%), correspondendo à 8,53% das
causas de mortes de bovinos.
5.1. Ganho de peso e rendimento de carcaça
O peso inicial médio dos animais ao entrarem no confinamento não
mostrou diferença significativa (p>0,05) entre os grupos (Tabela 1). Isto demonstra
homogeneidade do grupo. PACHECO et al. (2005) e GOTTSCHAL et al. (2009)
relatam pesos iniciais semelhantes aos aqui apresentados, trabalhando com animais
mestiços jovens.
O tempo de permanência dos bovinos no confinamento foi maior que o
relatado por PACHECO et al. (2005) e GOTTSCHAL et al. (2009). O peso final e o
ganho de peso foram significativamente mais elevados no grupo 3, quando
comparados aos obtidas pelo grupo 1 (Tabela 1). Estes valores também foram
superiores aos relatados por PACHECO et al. (2005) e GOTTSCHAL et al. (2009). O
tempo de permanência e o peso dos animais refletem diretamente no acabamento
de carcaça. Os autores acima, trabalhando com animais mestiços, em condições
parecidas, atingiram o acabamento de carcaça necessário para o abate com um
menor tempo de permanência, o que indica que o tempo de permanência em
confinamento dos animais deste estudo foi maior que o período necessário para
promover o adequado acabamento da carcaça.
Mesmo ocorrendo diferença entre os GMD dos grupos 1 e 3, o valor médio
geral do GMD foi de 1,85 ± 0,32 Kg, o que é considerado um ganho satisfatório, pois
foi acima do GMD estimado pela composição da ração (1,70 Kg). GMD próximo a
esse foi obtido por PACHECO et al. (2005) trabalhando com animais em situações
próximas às encontradas neste experimento.
17
TABELA 1 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação do peso
inicial, peso final (kg), ganho de peso médio diário (GMD) (kg), peso
morto (kg) e rendimento de carcaça de bovinos cruzados (%), Goiânia,
2010
Peso Inicial Peso final GMD Peso Morto Rendimento
Grupo 1
n=8
Média 347,63
496,63
a
1,33
a
268,30
a
53,94
S 60,18 55,91 0,11 35,36 1,54
CV 0,17 0,11 0,09 0,13 0,03
Grupo 2
n=17
Média 330,65 535,06
ab
1,83
ab
286,61
ab
53,56
S 25,12 27,92 0,10 17,50 1,32
CV 0,08 0,05 0,06 0,06 0,02
Grupo 3
n=14
Média 321,93 561,87
b
2,14
b
301,48
b
53,66
S 20,93 26,65 0,16 16,35 1,69
CV 0,07 0,05 0,08 0,05 0,03
P 0,6060 0,0079 <0,0001 0,0118 0,9852
*A diferença observada entre as médias dos grupos estão representada por letras diferentes (a,b)
Dentre as variáveis que podem influenciar o crescimento e o ganho de
peso estão a idade, o nível nutricional, a genética, o sexo e a higidez (RADOSTITS,
2002; GOTTSCHALL et al., 2009). EUCLIDES FILHO et al. (2001) comparando a
eficiência bionutricional de animais da raça Nelore e seus mestiços com Simental e
Abeerden Angus sob diferentes dietas, relataram que os animais mestiços de
Abeerden Angus alimentados com a dieta mais energética, obtiveram menor peso
final e um menor tempo de acabamento do que animais mestiços de Simental. Como
todos estes animais eram do mesmo sexo e oriundos de um mesmo rebanho com
estação de monta de dois meses, a variável sexo e nível nutricional foi descartada e
a idade teve menor chance de estar influenciando o ganho de peso destes animais
do que a genética, pois havia animais com diferentes graus de sangue do
cruzamento (Nelore X Red Angus X Simental X Senepol X Caracu X Bosmara).
O GMD diário mais baixo nos animais do grupo 1 pode ter sido resultado
do maior tempo de permanência dos bovinos no confinamento. Provavelmente os
animais destes grupos, apresentaram acabamento de carcaça mais precoce e, como
permaneceram no confinamento, apresentaram menor taxa de crescimento,
aumentando a deposição de gordura, refletindo no menor ganho de peso
(GOTTSCHALL et al., 2009).
18
O rendimento de carcaça foi semelhante entre os grupos e próximo ao
rendimento obtido por COSTA et al. (2002) para a raça Red Angus e por
SUGUISSAWA et al. (2006) para a raça Nelore e cruzamento de Nelore com Angus
e com Simental.
5.2. Variáveis hematológicas
Os valores médios da concentração de hemácias, hemoglobina, volume
globular (VG), plaquetas e leucócitos totais obtidos (Tabela 1) estiveram dentro dos
valores de referência citados por FAGLIARI et al. (1998), OLIVEIRA et. al (2005) e
MOREIRA et. al (2009a). Para estas variáveis não houve diferença significativa
(p>0,05) entre os valores médios dos grupos (Tabela 2).
TABELA 2 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) da
concentração de hemácias (10
6
/mm³), hemoglobina (g/dl), volume
globular (%) e plaqueta (células/mm³) de bovinos cruzados, Goiânia,
2010
Hemácias Hemoglobina Volume Globular Plaquetas
Colheita
Grupo 1
n=8
Média 8,02 9,26 9,7 12,33 32 41 252 207
S 1,08 0,92 1,01 1,55 3 4 94 185
CV 0,14 0,1 0,1 0,13 0,1 0,11 0,37 0,9
p
c
0,065 0,011 0,0003 0,720
Grupo 2
n=17
Média 7,42 8,81 9,15 10,46 30 38 238 138
S 0,96 0,81 0,85 2,58 3 2 60 125
CV 0,13 0,09 0,09 0,25 0,09 0,06 0,25 0,9
p
c
0,0003 0,0001 <0,0001 0,285
Grupo 3
n=14
Média 7,56 8,68 9,31 11,33 30 39 233 124
S 1,19 0,68 1,34 0,92 4 3 65 60
CV 0,16 0,08 0,14 0,08 0,14 0,07 0,28 0,48
p
c
0,006 0,0003 <0,0001 0,5714
p
G
0,471 0,139 0,351 0,066 0,290 0,066 0,838 0.177
p
c
– valor da significância entre os momentos
p
g
– valor da significância entre os grupos
Os valores médios da concentração de hemácias (nos grupos 2 e 3) e de
hemoglobina e o VG nos três grupos aumentaram com o tempo de permanência no
19
confinamento (p<0,05). Porém estes valores permaneceram dentro dos valores
estimados para a espécie, demonstrando que estes animais o estavam
desidratados. Provavelmente essa elevação foi decorrente do maior aporte
nutricional que estes animais passaram ao longo do período de confinamento.
Ao final do período de confinamento houve um aumento do número total de
leucócito no grupo 2 e uma diminuição da contagem de linfócitos em todos os
grupos (p<0,05). A diminuição dos linfócitos provavelmente ocorreu devido a uma
possível resposta inflamatória que estes animais estavam passando. Nas duas
avaliações as contagens médias de segmentados, bastonetes e monócitos (Tabela
2) foram maiores do que os valores considerados normais (FAGLIARI et al., 1998;
OLIVEIRA et al., 2005; FERREIRA et. al., 2009). Esse tipo de inversão é visto
normalmente em respostas inflamatórias de bovino, sendo esta uma particularidade
da espécie (KERR, 2003).
TABELA 3 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) de
leucócitos totais (células/mm³) e contagem diferencial (células/mm³) de
bovinos cruzados, Goiânia, 2010
Leucócitos Segmentados
Bastonetes Linfócitos Eosinófilos Monócito
Colheita
Grupo 1
n=8
Média
10,71
10,39
3678 5482 143 207 5867
3263
465 177 559
1260
S 1,59 8,82 1965 4128 44 185 1243
3500
587 161 283
1435
CV 0,15 0,85 0,53 0,75 0,31 0,9 0,21 1,07 1,26 0,91 0,51
1,14
p
c
0,083 0,382 0,959 0,010 0,573 0,130
Grupo 2
n=17
Média
9,92 10,69
3140 5523 159 138 5783
3936
264 225 563
866
S 2,03 11,86
1486 5271 75 125 1550
5441
340 267 330
968
CV 0,2 1,11 0,47 0,95 0,47 0,9 0,27 1,38 1,29 1,18 0,59
1,12
p
c
0,037 0,008 0,137 <0,0001 0,796 0,138
Grupo 3
n=14
Média
9,83 9,54 3229 5145 131 124 5702
3310
301 223 466
741
S 2,53 4,29 2153 2511 86 60 1872
1767
244 295 248
395
CV 0,26 0,45 0,67 0,49 0,65 0,48 0,33 0,53 0,81 1,33 0,53
0,53
p
c
0,351 0,241 0,803 <0,0001 0,227 0,027
p
G
0,498 0,626 0,554 0,753 0,128
0,789
0,961
0,466 0,521
0,898
0,704 0,563
p
c
– valor da significância entre os momentos
p
g
– valor da significância entre os grupos
Na primeira colheita, os valores médios dos bastonetes estavam
aumentados nos três grupos. Esta alteração aconteceu devido ao aumento do
número de bastonete em 19 bovinos (48,71%). Na segunda colheita, os valores
20
médios de segmentados estavam aumentados nos três grupos (elevação em 21
bovinos - 53,85%) e os valores dios de bastonetes e monócitos estavam
aumentados nos grupos 1 e 2. Esta alteração ocorreu devido ao aumento nas
contagens de bastonetes em 12 bovinos (30,77%) e de monócitos em 11 bovinos
(28,21%).
A alteração de neutrófilos (segmentados e bastonetes) encontrada nas
duas colheitas é chamada de neutrofilia com desvio à esquerda e, em bovinos pode
ser encontrada em qualquer resposta inflamatória (aguda ou crônica), que esses
animais possuem um compartimento de reserva leucocitário limitado, fazendo com
que os neutrófilos imaturos (como os bastonetes) apareçam rapidamente nos
processos inflamatórios. Esse tipo de resposta quando associado, ou não, à
monócitos são característicos de doenças subagudas, podendo ser vistos também
em inflamações crônicas (TIZARD, 1998; KERR, 2003; KANTEK & NAVARRO,
2005; FIELDMAN et al., 2006). Entretanto, LATIMER et al. (2003) relatam que esta
alteração possui importância clínica, quando o número de células jovens
(bastonetes) é superior à 300 células/mm³, o que não ocorreu nestes animais. Então
como esta alteração no leucograma é discreta, provavelmente ocorreu uma resposta
à condição ambiental que estes animais foram submetidos, como o estresse calórico
e a poeira (WILSON et al., 2002; MADER, 2003; MADER et al., 2006; FERREIRA et
al., 2009).
5.3. Avaliação da higidez do fígado e rim e perfil metabólico
As enzimas hepáticas, em condições normais, o eliminadas em baixas
quantidades no organismo do animal, podendo ser mensurada a sua atividade em
soro ou o plasma. Dentre as enzimas de maior importância em bovinos para a
avaliação hepática estão a GGT e a AST. A ALP não tem tanta expressão nesta
espécie porque ela é muito inespecífica, demonstrando uma grande variação entre
resultados obtidos por diferentes autores (KERR, 2003; KANEKO, 2008). Nos
animais avaliados a quantificação da atividade da AST e da GGT em todos os
grupos não sofreu interferência do GMD e do tempo de permanência dos animais no
confinamento, pois não houve diferença significativa (p>0,05) entre os grupos e
entre as colheitas. A ALP sofreu interferência apena do tempo de permanência dos
21
animais no confinamento, pois ela aumentou significativamente (p<0,05) entre a
primeira e a segunda colheita em todos os grupos.
Ao comparar a atividade sérica das enzimas (Tabela 4) com os valores de
normalidade citados por FAGLIARI et al. (1998), OLIVEIRA et al. (2005), BRUM
(2006) e FERREIRA et al. (2009), detectou-se AST normal, GGT e ALP elevadas.
TABELA 4 Valores dios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) da
atividade das enzimas AST (UI/l), GGT (UI/l) e ALP (UI/l) de bovinos
cruzados, Goiânia, 2010
AST GGT ALP
Colheita
Grupo 1
n=8
Média 60,25 36,88 23,91 32,51 61,13 111,88
S 38,64 19,77 2,7 19,5 16,54 37,15
CV 0,64 0,54 0,11 0,6 0,27 0,33
p
c
0,234 0,382 0,007
Grupo 2
n=17
Média 43,24 48,88 26,1 30,6 69,76 128,59
S 33,19 75,35 6,66 26,64 31,91 46,46
CV 0,77 1,54 0,26 0,87 0,46 0,36
p
c
0,986 0,617 0,0003
Grupo 3
n=14
Média 66,21 26,3 24,04 38,25 53,57 110,36
S 45,42 14,53 6,61 21,22 20,69 30,91
CV 0,69 0,55 0,28 0,55 0,39 0,28
p
c
0,054 0,497 <0,0001
p
G
0,286 0,236 0,634 0,465 0,374 0,550
p
c
– valor da significância entre os momentos
p
g
– valor da significância entre os grupos
A atividade da GGT estava aumentada em todos os grupos nas duas
colheitas, indicando alteração hepática crônica. Segundo LÓPEZ et al. (2004) esta é
uma enzima altamente específica em casos de lesões hepáticas de canalículos e
ductos biliares. MOREIRA et al. (2009a) em trabalho com bovinos da raça Nelore
criados na mesma região e com a presença de alteração hepática crônica,
observaram valores da atividade de GGT aumentados, porém menores do que os
valores expostos por este trabalho.
OLIVEIRA et al. (2005) trabalhando com a avaliação dos parâmetros
bioquímicos em bovinos após a ingestão de polpa cítrica, obteve valores de ALP um
pouco maiores do que os expostos neste trabalho. Para os autores a variação deste
valor, comparado ao resultado obtido por FAGLIARI et al. (1998), ocorreu por
22
interferência da ação da isoenzima óssea presente durante o crescimento animal,
ele chegou a esta conclusão por não haver alterações na atividade da AST e da
GGT. Como no estudo aqui descrito foi encontrada a presença de alteração na
atividade de GGT, não se sabe se o aumento da ALP foi por lesão hepática, ou por
interferência da isoenzima óssea. Isso vai ao encontro ao exposto por KANEKO
(2008) quando ele aborda sobre a inespecificidade desta enzima.
A quantificação das bilirrubinas (total, direta e indireta) em todos os grupos
não sofreu interferência do GMD e do tempo de permanência dos animais no
confinamento, pois não houve diferença significativa (p>0,05) entre os grupos e
entre as colheitas (Tabela 5). Quando comparados os valores médios das variáveis
com os valores referendados por KANEKO (2008), não houveram valores alterados.
Esses valores também foram próximos aos valores obtidos por FAGLIARI et al.
(1998), FIORAVANTI (1999), OLIVEIRA et al. (2005).
TABELA 5 – Valor médio, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) de
bilirrubina (total, direta e indireta) (mg/dl) de bovinos cruzados, Goiânia,
2010
Bilirrubina Total Bilirrubina Direta Bilirrubina Indireta
Colheita
Grupo 1
n=8
Média 0,2 0,16 0,07 0,05 0,14 0,11
S 0,06 0,08 0,04 0,03 0,03 0,07
CV 0,29 0,51 0,57 0,54 0,25 0,63
P
c
0,194 0,720 0,194
Grupo 2
n=17
Média 0,16 0,18 0,06 0,05 0,09 0,13
S 0,04 0,09 0,03 0,03 0,04 0,08
CV 0,25 0,5 0,54 0,59 0,47 0,66
P
c
0,717 0,246 0,388
Grupo 3
n=14
Média 0,19 0,16 0,05 0,05 0,14 0,1
S 0,08 0,07 0,02 0,03 0,07 0,08
CV 0,41 0,44 0,4 0,66 0,53 0,77
P
c
0,193 0,734 0,178
P
G
0,1778 0,7083 0,6691
0,9551 0,0640 0,5962
p
c
– valor da significância entre os momentos
p
g
– valor da significância entre os grupos
BACILA (2003) e KERR (2003) sugerem que em situações de obstrução
e/ou lesões de canalículos e ductos biliares, podem ocasionar aumentos dos valores
da quantificação das bilirrubinas que podem ou não vir acompanhado por aumentos
23
de AST e GGT. Como nos bovinos deste estudo não ocorreu bilirrubinemia e a
atividade sérica da GGT estava elevada, é possível que alteração hepática esteja
relacionada a colangite e/ou obstrução intra-hepática.
O proteinograma em todos os grupos não sofreu interferência do GMD e do
tempo de permanência dos animais no confinamento, pois não houve diferença
significativa (p>0,05) entre os grupos e entre as colheitas (Tabela 5).
TABELA 6 Valores dios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) de
proteína total (g/dl), albumina (g/dl), globulinas (g/dl), relação A/G e
fibrinogênio (mg/dl) de bovinos cruzados, Goiânia, 2010
Proteína Total Albumina Globulinas Relação A/G Fibrinogênio
Colheita 2ª
Grupo
1
n=8
Média 7,86 7,73 2,81 2,86 5,05 4,87 0,59 0,63 663 625
S 0,78 1,31 0,43 0,28 0,93 1,33 0,20 0,18 719 271
CV 0,10 0,17 0,15 0,10 0,18 0,27 0,34 0,29 1,09 0,43
p
c
0,573 0,505 0,573 0,645 0,382
Grupo
2
n=17
Média 7,94 7,41 2,89 2,89 5,05 4,51 0,59 0,67 429 682
S 0,82 0,90 0,37 0,43 0,90 0,86 0,16 0,19 199 394
CV 0,10 0,12 0,13 0,15 0,18 0,19 0,27 0,28 0,46 0,58
p
c
0,065 0,408 0,221 0,248 0,215
Grupo
3
n=14
Média 7,67 7,16 2,61 2,65 5,07 4,51 0,54 0,62 679 550
S 0,85 0,81 0,25 0,33 0,94 0,98 0,14 0,20 272 195
CV 0,11 0,11 0,10 0,13 0,19 0,22 0,27 0,32 0,4 0,35
p
c
0,055 0,602 0,125 0,285 0,210
p
G
0,808 0,630 0,074
0,810
0,989
0,928
0,620 0,848 0,373
0.674
p
c
– valor da significância entre os momentos
p
g
– valor da significância entre os grupos
Na primeira colheita os valores da proteína total sérica foram maiores que
os considerados normais (BARROS FILHO, 1995; FAGLIARI et al., 1998;
FIORAVANTI, 1999; BIRGEL JUNIOR et al., 2001 e SILVA et. al, 2008), nos três
grupos. Na segunda colheita a elevação da proteína total sérica foi observada
somente no grupo 1.
As causas de elevação da quantidade de proteína estão relacionadas à
desidratação, doenças inflamatórias e raros casos de paraproteinemia (KERR,
2003). A elevação da proteína por desidratação pode ser descartada devido aos
valores normais obtidos pela avaliação do hematócrito e da albumina sérica. A
paraproteinemia também deve ser desconsiderada, visto que os aumentos
24
observados eram discretos. Portanto, o discreto aumento de proteína está
relacionado aos desafios que os animais passaram anteriormente ou durante o
confinamento (estresse, poeira, infecções), desencadeando uma resposta
inflamatória. Segundo NAUOM (1999) e PAULA E SILVA et al. (2008), para a melhor
elucidar o tipo de resposta inflamatória ocorrida, deve ser realizado o fracionamento
da proteína total.
A concentração média de albumina foi menor que a obtida por SILVA et al.
(2008) trabalhando com animais no mesmo sistema de produção. BARROS FILHO
(1995), FAGLIARI et al. (1998), FIORAVANTI (1999), BIRGEL JUNIOR et al. (2001),
também obtiveram valores maiores trabalhando com bovinos em sistema de
produção extensivo, o que segundo SILVA et al. (2008) é inesperado, uma vez que
estes animais estão recebendo uma alimentação de pior valor nutricional do que
animais em sistemas intensivos.
Entre as causas de diminuição de albumina relacionadas por NAOUM
(1999) estão: defeito de síntese hepática (nas hepatites graves crônicas); perdas
renais (na síndrome nefrótica), intestinais (nas enteropatias protideosdispersivas) e
cutâneas (nas queimaduras extensas); processos inflamatórios; subnutrição; má
absorção e caquexia neoplásica. Para o autor, a causa mais freqüente de
hipoalbuminemia são as hepatopatias. Nos casos de alterações hepáticas, onde
ocorre presença de processo inflamatório, a hipoalbuminemia é acompanhada de
aumento da globulina, particularmente de gama globulina (KERR, 2003; KANEKO,
2008). O que foi evidenciado neste trabalho, pois os valores médios de globulinas
obtidos foram maiores do que os relatados por SILVA et al. (2008) em sistema
intensivo e por FAGLIARI et al. (1998) e FIORAVANTI (1999) em sistema de
produção extensivo.
O aumento de globulinas e a diminuição de albumina verificada o
constatados também pela relação A/G diminuída (KANEKO et al., 2008). Esses
valores também são menores do que os obtidos por BIRGEL JUNIOR et al. (2001) e
por SILVA et al. (2008).
De acordo com BOUDA et al. (2000), a causa mais comum de aumentos
de globulinas é a inflamação crônica. Entretanto NAOUM (1999) afirma que a
maioria das proteínas plasmáticas participa durante a resposta inflamatória e que
para diferenciar o tipo de inflamação (crônica ou aguda) é necessário o
25
fracionamento das proteínas totais. Uma das formas de fracionamento mencionada
pelo autor é a eletroforese.
As frações das proteínas determinadas por eletroforese não sofreram
interferência do GMD dos animais no confinamento, pois não houve diferença
significativa (p>0,05) entre os grupos (Tabela 6).
As frações alfa e gama aumentaram com o tempo de confinamento,
enquanto a fração beta diminuiu. Nos grupos que ganharam mais peso (2 e 3) esse
aumento foi maior, chegando a gerar diferença significativa (p<0,05) entre as duas
colheitas, demonstrando que nestas variáveis houve o efeito do tempo de
permanência destes animais no confinamento (Tabela 7).
TABELA 7 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) das
frações globulínicas alfa1(g/dl), alfa2 (g/dl), beta (g/dl) e gama (g/dl) de
bovinos cruzados, Goiânia, 2010
Alfa1 Alfa2 Beta Gama
Colheita
Grupo 1
n=8
Média 0,56 0,62 0,74 0,76 1,12 0,96 2,43 2,63
S 0,13 0,07 0,17 0,11 0,15 0,12 0,60 0,46
CV 0,22 0,11 0,23 0,15 0,13 0,12 0,25 0,18
p
c
0,278 0,441 0,028 0,441
Grupo 2
n=17
Média 0,51 0,63 0,69 0,82 1,06 0,91 2,23 2,61
S 0,07 0,08 0,11 0,13 0,19 0,12 0,40 0,46
CV 0,14 0,12 0,16 0,16 0,18 0,13 0,18 0,17
p
c
0,0001 0,007 0,008 0,014
Grupo 3
n=14
Média 0,51 0,62 0,70 0,75 1,10 0,93 2,17 2,56
S 0,09 0,12 0,20 0,11 0,17 0,13 0,42 0,37
CV 0,18 0,19 0,29 0,15 0,16 0,14 0,19 0,15
p
c
0,0162 0,055 0,010 0,010
p
G
0,283 0,873 0,577 0,277 0,573 0,673 0,828 0,996
p
c
– valor da significância entre os momentos
p
g
– valor da significância entre os grupos
Os valores médios das frações alfa e gama globulinas também estavam
aumentados em todos os grupos, em todas as colheitas, quando comparados com a
referência (BARROS FILHO, 1995; CANAVESSI et al., 2000; KANEKO, 2008).
CANAVESSI et al. (2000) obtiveram maiores concentrações da fração beta
globulina. Portanto, a concentração elevada das proteínas, anteriormente relatada,
foi resultado da elevação das globulinas e, dentre elas, as principais frações
26
envolvidas foram a alfa e a gama. Aumentos destas frações associados à
hipoalbunemia, como exposto anteriormente, são sugestivos de um processo
inflamatório crônico (NAOUM, 1999; PAULA E SILVA et al., 2008). A redução da
fração beta globulina observada neste estudo também é um evento associado a
processos inflamatórios crônicos (NAOUM, 1999). Estes resultados sugerem que os
animais entraram no confinamento com marcadores de inflamação crônica ativos e o
tempo no confinamento agravou o processo inflamatório, bem como a situação de
estresse.
Os valores médios de fibrinogênio em todos os grupos não sofreram
interferência do GMD e do tempo de permanência dos animais no confinamento,
pois não houve diferença significativa (p>0,05) entre os grupos e entre as colheitas
(Tabela 5).
Os valores médios do fibrinogênio estiveram muito próximos a referência
(KANEKO, 2008, SILVA et al., 2008). Apesar dos valores médios estarem próximos
aos estimados por KANEKO (2008), na primeira colheita 20,51% dos animais
mostraram valores maiores do que os estipulados por este autor e na segunda
colheita a percentagem foi de 38,46%. Estes fatos explicam o grande coeficiente de
variação demonstrado no trabalho. Segundo JAIN (1993) e COLE et al. (1997) a
quantificação de fibrinogênio plasmático, é utilizada como um bom marcador da
resposta inflamatória aguda em bovinos. Em casos de processo inflamatório crônico
ele pode estar aumentado ou com valores normais.
As quantificações dos valores de triglicerídeos e de colesterol em todos os
grupos não sofreram interferência do GMD, pois não houve diferença significativa
(p>0,05) entre os grupos. Quanto ao tempo de permanência dos bovinos no
confinamento, os triglicerídeos não sofreram influência, entretanto o valor do
colesterol nos grupos 2 e 3 aumentou significantemente (p<0,05) com o tempo
(Tabela 7). Os valores médios dessas variáveis quando comparados com os valores
de referência (KANEKO, 2008), estavam aumentados nos grupos 2 e 3.
GONZÁLEZ (1997) relata que em casos de animais alimentados com
dietas ricas em carboidratos ou gorduras, pode ser evidenciado aumento de
triglicerídeos e colesterol séricos. Os maiores valores de triglicerídeos e colesterol
encontrados no presente estudo, também foram verificados por POGLIANI &
BIRGEL JUNIOR (2007) e por MEDEIROS et al. (2010) suplementando bovinos com
dietas ricas em carboidratos. MEDEIROS et al. (2010) trabalhando com bovinos
27
suplementados à pasto obteve correlação positiva entre o ganho de peso e o
colesterol.
TABELA 8 Valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV) do
triglicérides (mg/dl), colesterol (mg/dl), uréia (mg/dl) e creatinina (mg/dl)
de bovinos cruzados, Goiânia, 2010
Triglicérides Colesterol Uréia Creatinina
Colheita
Grupo 1
n=8
Média 7,66 14,46 96,5 117,38 35,38 34,75 1,79 1,64
S 3,46 7,9 17,03 27,36 16 7,61 0,2 0,21
CV 0,45 0,55 0,18 0,23 0,45 0,22 0,11 0,13
p
c
0,1049 0,0650 0,8785 0,2345
Grupo 2
n=17
Média 16,26 15,41 112 131,12 31,12 33,76 1,72 1,56
S 20,49 12,11 75,75 38,2 13,68 9,29 0,25 0,18
CV 1,26 0,79 0,68 0,29 0,44 0,28 0,15 0,12
p
c
0,9999 0,0145 0,4282 0,3840
Grupo 3
n=14
Média 15,51 19,75 95,36 132,21 35,07 33,43 1,7 1,66
S 19,78 27,88 26,34 33,12 14,24 8,81 0,22 0,18
CV 1,28 1,41 0,28 0,25 0,41 0,26 0,13 0,11
p
c
0,6347 0,0049 >0,9999 0,3761
p
G
0,053 0,984 0,985 0,701 0,553 0,789 0,729 0,370
p
c
– valor da significância entre os momentos
p
g
– valor da significância entre os grupos
As quantificações dos valores de uréia e creatinina em todos os grupos não
sofreram interferência do GMD e do tempo de permanência dos animais no
confinamento, pois não houve diferença significativa (p>0,05) entre os grupos e
entre as colheitas (Tabela 7). Os valores médios dessas variáveis estavam dentro da
normalidade, quando comparados a referência para a espécie (KANEKO, 2008).
FAGLIARI et al. (1999) e OLIVEIRA et al. (2005) trabalhando com bovinos da raça
nelore e animais mestiços, respectivamente, no Brasil, também obtiveram resultados
semelhantes de creatinina. Porém os valores de uréia obtidos por estes autores
foram menores do que os obtidos neste trabalho.
Como não ocorreram aumentos de creatinina foi descartado presença de
insuficiência renal (GONZÁLEZ, 1997). Os maiores valores de uréia detectados
nesse estudo provavelmente foi decorrente da maior ingestão ou melhor
aproveitamento de proteínas pelos animais, pois a concentração sangüínea de uréia
tem relação direta com o aporte protéico da dieta, bem como com a relação
28
energia:proteína. Valores baixos de uréia no sangue dos animais são encontrados
em rebanhos que utilizam dietas deficitárias em proteínas e valores altos naqueles
que utilizam dietas com excessivo aporte protéico ou com um déficit de energia
(WITTWER, 2000a). A elevação de uréia também pode estar associada ao
catabolismo tecidual. CONTRERAS et al. (2000) afirmaram que para um animal
entrar em balanço energético negativo ele deveria estar com valores abaixo de
15mg/dl, o que não ocorreu nestes animais.
5.4. Histopatologia
A avaliação histológica não demonstrou alterações relevantes no pulmão
dos bovinos. Esse resultado difere dos relatos da literatura, pois para RADOSTITS &
BOOD (1986), GLOCK & DEGROOT (1998), SMITH (1998), VASCONCELOS &
GALYEAN (2008), as doenças de maior ocorrência em bovinos confinados sãos as
que afetam o sistema respiratório.
Apesar de discordar da literatura, a ausência de lesões nos fragmentos de
pulmão era esperada neste lote, visto que os animais permaneceram todo tempo
no confinamento sem nenhuma alteração clínica e, segundo GAGEA et al. (2006) a
pneumonia normalmente ocorre nos bovinos até o segundo mês após a sua entrada
no confinamento e entre os principais fatores predisponentes estão as condições
climáticas adversas, o transporte, o desmame e a ração.
A avaliação histopatológica demonstrou alterações no fígado, no linfonodo
mesentérico e nos rins, que estão descritas e quantificadas no Quadro 2.
QUADRO 2 - Alterações histológicas presentes em bovinos cruzados
terminados em confinamento, Goiânia, 2010
Tipo de fragmento ALTERAÇÃO %
Fígado
Fibrose 2,56
Colangite 46,15
Macrófagos espumosos 25,64
Linfonodo
Mesentérico
Hipoplasia 30,77
Reativo 25,64
Macrófagos espumosos 87,17
Rim Glomerulonefrite focal 17,94
29
Nos rins a glomerulonefrite observada nos animais foi focal e ocorreu em
17,94% dos animais (Quadro 2). Essa lesão não teve significado clínico, uma vez
que não houve redução da taxa de filtração glomerular detectável pela elevação da
creatinina.
No fígado a alteração mais expressiva foi a presença de colangite, na
maioria dos casos, associada aos macrófagos espumosos (Figura 3). Este tipo de
alteração histopatológica é frequentemente encontrada no fígado de ruminantes
(ALVARIZA, 1993; DRIEMEIER et al., 1998; FIORAVANTI, 1999). No linfonodo
mesentérico a principal alteração foi a presença de macrófagos espumosos (Figura
3), também observada por DREIMEIER et al. (1998), GOMAR (2002), FIORAVANTI
et al. (2003) e MOREIRA et al. (2009b).
Os macrófagos espumosos são células gigantes multinucleadas com
citoplasma abundante e com inúmeros vacúolos pequenos opticamente vazios, que
dão ao citoplasma aparência de espuma (DRIEMEIER et al., 1998; DRIEMEIER et
al., 1999; COTRAN et al., 1999; FIORAVANTI, 1999; LEMOS et al., 2002; TORRES
& COELHO, 2003). Neste estudo, os macrófagos no fígado (Figura 3) foram
observados predominantemente nas regiões periacinar e mediozonal. Estes dados
corroboram os estudos feitos por FIORAVANTI (1999) e MOREIRA et al. (2009), que
relataram maiores quantidades de macrófagos espumosos na região periacinar,
seguida pela mediozonal.
Quanto aos linfonodos, os macrófagos espumosos foram observados
exclusivamente no linfonodo mesentérico (Figura 3) e a região mais acometida foi a
cortical, podendo estar presentes em menores quantidades na zona medular.
DRIEMEIER et al. (1998) e MOREIRA et al. (2009b) relataram a ocorrência destas
células nos linfonodos (mesentéricos e hepáticos) nas regiões cortical, paracortical e
medular. MOREIRA et al. (2009b) descreveram maior quantidade dessas células
nos linfonodos do que no fígado. Resultado semelhante foi observado neste estudo,
pois a prevalência de fragmentos com macrófagos espumosos no linfonodo
mesentérico foi de 84,62% e no fígado de 23%, e de fragmentos com aglomerados
de macrófagos espumosos no linfonodo mesentérico foi de 48,72% e no fígado de
7,69%. DRIEMEIER et al. (1998) e MOREIRA et al. (2009b) relacionam a maior
ocorrência dos macrófagos espumosos no linfonodo mesentérico, principalmente na
região cortical, à absorção entero-hepática de substâncias presentes na alimentação
e à forma de drenagem linfática deste órgão.
30
FIGURA 3 Imagens de cortes histológicos de fígado (A e B) e linfonodo
mesentérico (C e D) com a presença macrófagos espumoso. As
setas estão demonstrando a localização dos macrófagos
espumosos em menor aumento (A e C).
É importante relatar que estes animais foram oriundos de propriedade com
pastagens de braquiária e os achados bioquímicos (elevação da atividade sérica da
GGT) apontaram presença de lesão crônica desde a primeira colheita. Alterações
histopatológicas do fígado e linfonodos, semelhantes às descritas neste trabalho,
vêm sendo associadas à ingestão de braquiária por bovinos e ovinos (SILVA, 1989;
LEMOS et al., 1996; DRIEMEIER et al. 1998; DRIEMEIER et al. 1999; FIORAVANTI,
1999, RIET-CORREA et al., 2002; FIORAVANTI, 2003; MOREIRA et al., 2009b).
Não foi possível relacionar os menores GMD a presença de alterações
hepáticas. Por outro lado, FIORAVANTI (1999) trabalhando com bovinos
aparentemente normais, alimentados prioritariamente com braquiaria, encontrou
correlação negativa entre peso vivo das fêmeas e dos machos e o número de
macrófagos espumosos presentes no fígado. A correlação negativa também foi
significativa entre a intensidade da lesão e o peso vivo das fêmeas.
A
C
D
B
31
Conseqüentemente, apesar de as lesões histopatológicas não provocarem sinais
clínicos e não determinarem alterações macroscopicamente observáveis, o
funcionamento do órgão foi afetado, refletindo-se negativamente no ganho de peso.
Este fato demonstra que apesar dos animais deste estudo possuírem lesões
histológicas e estas não estarem refletindo no GMD, é esperado que a ausência
destas lesões provavelmente acarretariam melhor desenvolvimento ponderal destes
bovinos.
As alterações observadas no histopatológico e a avaliação das lesões não
influenciaram no GMD dos animais, pois não houve diferença entre as pontuações
realizada em cada grupo (p>0,05), como pode ser visualizado na Tabela 9.
TABELA 9 Escores totais,valores médios, desvio padrão (S) e coeficiente de
variação (CV) da pontuação realizada na avaliação histopatológica e
bioquímica de cada grupo, Goiânia, 2010
Escore Histopatológico Escore Bioquímico Escore geral
Grupo 1
n=8
Total 29 120 149
Média 3,63 15,00 18,63
S 2,20 2,14 3,02
CV 0,61 0,14 0,16
Grupo 2
n=17
Total 78 291 369
Média 4,59 17,12 21,71
S 2,58 2,83 3,42
CV 0,56 0,17 0,16
Grupo 3
n=14
Total 58 232 290
Média 4,46 17,85 22
S 1,98 7,94 10
CV 0,44 0,44 0,44
P >0,05 >0,05 >0,05
A correlação realizada entre os exames bioquímicos e os exames
histopatológicos não foi significativa (p>0,05).
5.5. Parasitologia
A interpretação do OPG demonstrou a presença de ovos de nematódeos
gatrointestinais da família Strongylidae com valor médio de entre 0 e 450 ovos por
32
grama de fezes nas duas colheitas, essa é uma quantidade total de ovos
considerada baixa para a espécie bovina (UENO & GUITIERRES, 1983).
Como não houve diferença estatística entre os grupos e entre as colheitas
(p>0,05), o baixo parasitismo desses animais não interferiu no GMD e não sofreu
interferência do tempo de permanência dos animais no confinamento, demonstrando
que o método de vermifugação dos animais foi adequado à criação de bovinos neste
sistema nesta propriedade. O fato dos animais não ter sofrido interferência do
parasitismo no GMD é corroborado por ausência de alteração no hemograma e pelo
ganho de peso satisfatório. NICOLAU et al. (2002) e TOMA et al. (2008) atribuem
que estas características estão relacionadas à presença de parasitas
gastrointestinais.
A coprocultura possibilitou a identificação das larvas de ovos da família
Strongyloidea. Na primeira colheita os nematódeos identificados foram
Trichostrongylus axei (92,3%) e Ostertagia (7,7%), na segunda colheita foi de
Trichostrongylus axei (94,11%) e Bunostomun (5,89%). Este tipo de larva também
foi encontrado por NICOLAU et al. (2002) em fezes em bovinos Nelore colhidas após
o abate.
Os dados demonstrados no exame parasitológico, associados aos exames
hematológicos, bioquímicos e parasitológicos, possibilitam a abordagem geral dos
animais, que demonstram que os animais estavam bem adaptados ao sistema de
criação, pois nenhuma das variáveis estudadas não foi capaz de interferir no GMD
dos bovinos. Entretanto, vale ressalvar que a ausência das lesões hepáticas
constatadas, poderia melhorar ainda mais o desempenho ponderal destes animais.
33
6 CONCLUSÕES
As alterações detectadas nos exames laboratoriais, histopatológicos e
parasitológicos não exercerem influência sobre o ganho de peso. Foi diagnosticado
processo infamatório crônico, caracterizado por hipoalbuminemia (proteína de fase
aguda negativa) e elevação das frações alfa 2 e gama da globulina e redução da
fração beta; e lesão hepática crônica na maioria dos bovinos no momento inicial do
confinamento, confirmado por alteração bioquímica (elevação da atividade sérica da
GGT) e histopatológica (colangite e macrófagos espumosos).
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Anexo
Valores médios, desvio padrão (S), coeficiente de variação (CV) e escore histopatológico das lesões
encontradas em fragmentos de fígado(F), linfonodo mesentérico(LM), linfonodo pré crural (LPC), linfonodo
pré escapular (LPE), rim esquerdo (RE), rim direito (RD), escore histopatológico (EH), escore bioquímico
(EB) e escore geral (EG) de bovinos mestiços, Goiânia, 2010
F LM LPC LPE RE RD EH EB EG
Grupo 1
N=8
Escore 7 14 2 2 3 1 29 120 149
Média 0,88 1,75 0,25 0,25 0,38 0,14 3,63 15,00 18,63
S 0,64 1,04 0,46 0,46 0,52 0,38 2,20 2,14 3,02
CV 0,73 0,59 1,85 1,85 1,38 2,65 0,61 0,14 0,16
Grupo 2
N=17
Escore 19 48 1 4 1 3 78 291 369
Média 1,12 2,82 0,06 0,24 0,06 0,19 4,59 17,12 21,71
S 1,83 1,07 0,24 0,44 0,24 0,40 2,58 2,83 3,42
CV 1,64 0,38 4,12 1,86 4,12 2,15 0,56 0,17 0,16
Grupo 3
N=14
Escore 20 37 0 0 0 1 58 232 290
Média 1,54 2,85 0,00 0,00 0,00 0,08 4,46 17,85 22
S 1,39 1,14 0,00 0,00 0,00 0,28 1,98 7,94 10
CV 0,90 0,40 0,00 0,00 0,00 3,61 0,44 0,44 0,44
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