56
Revista de Ciências da Administração • v. 12, n. 26, p. 48-71, jan/abril 2010
Marcus Vinicius Andrade de Lima • Carlos Rogério Montenegro de Lima • Ademar Dutra • Ana Lúcia Miranda Lopes
da estrutura de capital dessas empresas. O custo de capital de terceiros foi
obtido através das taxas vigentes praticadas pelos bancos com linha de crédito
específica para o fomento de MPE. Para a estimativa do custo do capital próprio
foi adotado o CAPM, tendo como benchmarking o mercado financeiro dos
EUA, utilizando a taxa livre de risco dos títulos do Governo Norte-Americano
(T-Bonds), o prêmio pelo risco de mercado (ações menos títulos do Governo
Norte-Americano), o risco sistemático (beta) de companhias norte-americanas
do mesmo setor (DAMODARAN, 2002) e atualizando o risco país (C-Bond
menos T-Bond). Usando Relatórios de Inflação de 2007 e 2009 do Banco
Central do Brasil (BACEN) estimou-se a taxa de crescimento constante (g)
para o cálculo da perpetuidade do fluxo de caixa das empresas, tomando
como base o PIB previsto pelo governo brasileiro.
Finalmente, utilizou-se a MCDA para que contribuísse com o método
do FCD na inclusão de variáveis qualitativas e subjetivas consideradas
relevantes pelo avaliador no momento da sua decisão final. A tarefa mais
árdua foi a extração dessas variáveis, as quais não estavam incluídas na
projeção do fluxo de caixa, mas que o avaliador levava em conta no momento
da sua avaliação. Várias foram as entrevistas até que se conseguiu elaborar,
de forma didática, uma estrutura de valor que expressasse esses pontos de
vistas considerados fundamentais para o avaliador.
Definidos esses conjuntos de pontos de vistas fundamentais, passou-se
a descrevê-lo com o objetivo de fornecer um melhor entendimento daquilo
que representa a preocupação do avaliador no contexto decisório. Após a
elaboração desses descritores e com o auxílio do software Macbeth (BANA e
COSTA; VANSNICK, 1995) foram construídas as funções de valor, que são
instrumentos para auxiliar os avaliadores a expressar, de forma numérica, as
suas preferências.
Construídas as funções de valor, a etapa seguinte foi agregar todos os
pontos de vistas fundamentais da estrutura de valor. Para tal, foi necessário
determinar as taxas de compensação. Essas taxas foram necessárias para
agregar, de forma compensatória, as informações locais de modo a obter uma
avaliação global, permitindo, com isso, comparar melhor as alternativas
disponíveis. O software Macbeth (BANA e COSTA; VANSNICK, 1995)
cumpriu essa tarefa.
Para uma melhor visualização do desempenho das empresas, em cada
ponto de vista, traçou-se um perfil de impacto (BELTON, 1990). Esse gráfico,
além de permitir um diagnóstico mais acurado e completo desses