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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
O TRABALHO DOS CONDUTORES LOCAIS DE TURISTAS EM
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – PARQUES NACIONAIS
SERRA DO CIPÓ E CHAPADA DOS VEADEIROS
CYNTHIA REGINA FONTE BOA PINTO
BELO HORIZONTE
2006
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CYNTHIA REGINA FONTE BOA PINTO
O TRABALHO DOS CONDUTORES LOCAIS DE TURISTAS EM
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – PARQUES NACIONAIS
SERRA DO CIPÓ E CHAPADA DOS VEADEIROS
Trabalho Orientado de Conclusão do curso de
Mestrado em Turismo e Meio Ambiente do
Centro Universitário UNA, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Turismo e Meio Ambiente.
Orientador: Professora Eduardo Trindade Bahia
BELO HORIZONTE
2006
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P659t Pinto, Cynthia Regina Fonte Boa
O trabalho dos condutores locais de turistas em unidades de
conservação - Parques Nacionais Serra do Cipó e Chapada dos
Veadeiros / Cynthia Regina Fonte Boa Pinto – 2006
102f.: il.
Orientador: Dr. Eduardo Trindade Bahia
Dissertação (mestrado) – Centro Universitário UNA, Programa
de Mestrado em Turismo e Meio Ambiente.
Bibliografia f. 101 - 102
1. Turismo 2. Serra do Cipó 3. Chapada dos Veadeiros. I. Bahia,
Eduardo Trindade II. Centro Universitário UNA. III. Título
CDU:338.484
Ficha Catalográfica – Biblioteca Padre Geraldo Magela, UNA
Dissertação intitulada "O trabalho dos condutores locais de turistas em unidades de conservação -
Parques Nacionais Serra do Cipó e Chapada dos Veadeiros", de autoria da mestranda Cynthia
Regina Fonte Boa Pinto, aprovada pela Comissão Examinadora constituída pelos seguintes
membros:
Belo Horizonte
Dezembro/2006
Agradeço aos meus pais pelo apoio e
incentivo para mais este passo em minha
vida.
A Luciana pelas correções e por exigir
disciplina e empenho.
Ao professor Eduardo Bahia pela
tranqüilidade e paciência
SUMÁRIO
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
1. INTRODUÇÃO 09
OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
2.2 Objetivos específicos
13
13
13
3. R
EFERENCIAL TEÓRICO
14
3.1 Turismo e Sistema Turístico - Definições 14
3.1.1. Demanda Turística 14
3.1.2. Oferta Turística 15
3.1.3. Produto Turístico 15
3.1.4. Turismo e Desenvolvimento 17
3.2. Turismo em Unidades de Conservação 18
3.2.1.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação
19
3.2.2. Turismo em Unidades de Conservação / Ecoturismo 23
3.3. Interpretação ambiental 26
3.3.1. Princípios da Interpretação 27
3.3.2. Meios de interpretação da natureza 28
3.3.3. Recursos Interpretativos 28
3.3.4. Avaliação da Efetividade da Interpretação 28
3.4. Condutores Locais 28
3.4.1. Condutores locais: Conceitos e Aspectos legais 28
3.4.1.1. Âmbito Nacional 28
3.4.1.2. Âmbito Estadual 35
4. M
ETODOLOGIA
38
4.1 Pesquisa com condutores locais 39
4.2 Pesquisa com turistas 39
4.3 - Pesquisa com gestores das UC’s 40
5. A
NÁLISE E OBTENÇÃO DOS DADOS
42
5.1. Descrição das áreas em estudo 42
5.1.1. Parque Nacional Chapada dos Veadeiros 42
5.1.2. Parque Nacional da Serra do Cipó 44
5.2. Análise dos Questionários aplicados aos CONDUTORES 45
5.3 - Análise dos Questionários aplicados aos TURISTAS 68
5.4 - Entrevista com os gestores 90
CONSIDERAÇÕES FINAIS
97
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANEXOS
101
103
ANEXO 1 – Modelo Questionário aplicado aos Condutores
ANEXO 2 – Modelo Questionário Aplicado aos Turistas
ANEXO 3 – Modelo da entrevista semi-estruturada realizada com os gestores das
UC´s
RESUMO
É proposta desse estudo conhecer a prática da atividade turística
nos Parques nacionais Serra do Cipó e Chapada dos Veadeiros a
partir do trabalho dos condutores locais de visitantes. Estes
profissionais tem influência direta na prestação de serviços turísticos,
porém, sem nenhum tipo de controle e regulamentação. Foram
entrevistados condutores locais, turistas e gestores dos Parques em
estudo para tentar provar que, com seu trabalho reconhecido e
organizado em cada estado da federação, este profissional pode
auxiliar na preservação dos atrativos, na qualidade da experiência do
visitante e na prática adequada da Interpretação Ambiental.
Palavras chave: atividade turística, parques nacionais, serviços
turísticos, condutores locais, interpretação ambiental.
The purpose of this study is to gaining Knowledge of the practice of
tourist activity in the Serra do Cipó and Chapada dos Veadeiros
National Parks after the work of the local guides. These professionals
have direct influence on serving tourist services, but without any kind
of control or rules. Local guides, tourists and parks managers of this
parks were interviewed, objecting to prove that the work of local
guides, if recognized and organized in each Estate of the Federation,
can help in the preservation of naturals comeliness, in the quality of
visitant experience and in the proper practice of the Environmental
Interpretation.
Key words: tourist activity, National Parks, tourist services, Local
guides, Environmental Interpretation.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01
Gráfico 02
Gráfico 03
Gráfico 04
Gráfico 05
Gráfico 06
Gráfico 07
Gráfico 08
Gráfico 09
Gráfico 10
Gráfico 11
Gráfico 12
Gráfico 13
Gráfico 14
Gráfico 15
Gráfico 16
Tempo de atividade de um condutor no Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros
Tempo de atividade de um condutor no Parque Nacional da
Serra do Cipó
Organizações que oferecem Treinamento para os Condutores do
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Organizações que oferecem Treinamento para os Condutores do
Parque Nacional da Serra do Cipó
Responsáveis pelo Treinamento para Condutores do Parque
Nacional da Chapada dos Veadeiros
Responsáveis pelo Treinamento para Condutores do Parque
Nacional da Serra do Cipó
Horas/aula dos Treinamentos para o Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros
Número de Instrutores Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros
Número de Instrutores Parque Nacional da Serra do Cipó
Aspectos dominados pelos Condutores no Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros
Aspectos dominados pelos Condutores no Parque Nacional da
Serra do Cipó
Faixa salarial dos Condutores do Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros
Faixa salarial dos Condutores do Parque Nacional da Serra do
Cipó
Quanto os Condutores ganhavam antes de começar a conduzir
Grupos no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Quanto os Condutores ganhavam antes de conduzir Grupos no
Parque Nacional da Serra do Cipó
Ganho Médio por Mês para Condutores do Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros
45
45
48
48
49
49
50
51
52
54
54
58
58
59
60
60
Gráfico 17
Gráfico 18
Gráfico 19
Gráfico 20
Gráfico 21
Gráfico 22
Gráfico 23
Gráfico 24
Gráfico 25
Gráfico 26
Gráfico 27
Gráfico 28
Gráfico 29
Gráfico 30
Gráfico 31
Gráfico 32
Gráfico 33
Ganho Médio por Mês para Condutores do Parque Nacional da
Serra do Cipó
Incentivadores do Trabalho dos Condutores Locais do Parque
Nacional da Chapada dos Veadeiros
Incentivadores do Trabalho dos Condutores Locais do Parque
Nacional da Serra do Cipó
Avaliação do Comportamento dos Turistas no Parque Nacional
Chapada dos Veadeiros
Avaliação do Comportamento dos Turistas no Parque Nacional
Serra do Cipó
Idade dos Condutores do Parque Nacional Chapada dos
Veadeiros
Idade dos Condutores do Parque Nacional Serra do Cipó
Renda Familiar dos Condutores do Parque Nacional Chapada
dos Veadeiros
Renda Familiar dos Condutores do Parque Nacional Serra do
Cipó
Utilizou o Trabalho de um Condutor no Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros
Utilizou o Trabalho de um Condutor no Parque Nacional da
Serra do Cipó
O que mais interessou no Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros
O que mais interessou no Parque Nacional da Serra do
Cipó
O Trabalho dos Condutores despertou interesse no Parque
Nacional da Chapada dos Veadeiros
O Trabalho dos Condutores despertou interesse no Parque
Nacional da Serra do Cipó
Gasto Médio dos Visitantes do Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros
Gasto Médio dos Visitantes do Parque Nacional da Serra do
Cipó
60
62
62
63
63
66
66
67
67
68
69
69
70
71
71
72
73
Gráfico 34
Gráfico 35
Gráfico 36
Gráfico 37
Gráfico 38
Gráfico 39
Gráfico 40
Gráfico 41
Gráfico 42
Gráfico 43
Gráfico 44
Gráfico 45
Gráfico 46
Gráfico 47
Gráfico 48
Gráfico 49
Valeu pagar pelo Serviço do Condutor? Referente ao Parque
Nacional da Chapada dos Veadeiros
Valeu pagar pelo Serviço do Condutor? Referente ao Parque
Nacional da Serra do Cipó
Como você avalia o Serviço do Condutor no Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros
Como você avalia o Serviço do Condutor no Parque Nacional da
Serra do Cipó
O que deve melhorar no trabalho do Condutor? Referente ao
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
O que deve melhorar no trabalho do Condutor? Referente ao
Parque Nacional da Serra do Cipó
Acham que a Comunidade deveria se envolver? Referente ao
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Acham que a Comunidade deveria se envolver? Referente ao
Parque Nacional da Serra do Cipó
Existência de um Condutor local de Turistas é um fator de
melhoria social? Referente ao Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros
A existência de um Condutor local de Turistas é um fator de
melhoria social? Referente ao Parque Nacional da Serra do Cipó
Locais de Origem dos Turistas do Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros
Locais de Origem dos Turistas do Parque Nacional da Serra do
Cipó
Idade dos Visitantes do Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros
Idade dos Visitantes do Parque Nacional da Serra do Cipó
Renda Familiar dos Turistas do Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros
Renda Familiar dos Turistas do Parque Nacional da Serra do
Cipó
74
74
75
75
76
76
80
80
81
81
86
86
87
88
89
89
LISTA DE FIGURAS
Figura 01
Figura 02
Mapa de Acesso ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Mapa de Acesso ao Parque Nacional da Serra do Cipó
43
44
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 Objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação 20
Quadro 02 Unidades de Proteção Integral 21
Quadro 03 Unidades de Uso Sustentável 22
1. INTRODUÇÃO
A utilização inadequada dos recursos naturais e os desequilíbrios causados por este fator
fizeram com que as sociedades começassem a repensar as formas de uso destes recursos
e buscassem formas de proteção do ambiente natural. Uma das medidas tomadas pelas
sociedades para proteger áreas de significativo valor natural foi a criação de unidades
territoriais com normas rígidas de uso, com o intuito de garantir a integridade destas. A
estas áreas deu-se o nome de unidades de conservação (UC´s) e definiu-se diversos
tipos de modalidades, de acordo com as referidas normas de uso. De acordo com a
IUCN (1991) áreas protegidas correspondem a “área dedicada primariamente à proteção
e usufruto do patrimônio natural ou cultural, ou manutenção da biodiversidade e/ou
serviços de apoio à manutenção da vida ecológica”. O objetivo final destas áreas é a
preservação do ambiente natural. No entanto, outras atividades podem ser desenvolvidas
para se alcançar este fim. O turismo, a educação ambiental, a interpretação dos diversos
tipos de ambientes são atividades relacionadas diretamente a alguns tipos de
UC´s.Irving e Azevedo, (2002, p.37) ressaltam que as UC´s são
[...]o mecanismo mais universalmente adotado para a conservação de
ecossistemas naturais e/ou patrimônio cultural para uma grande abrangência
de valores humanos, em diversas sociedades. Além disso, a implantação de
parques, reservas e outras categorias de manejo funciona como garantia
estratégica de conservação da natureza em países periféricos, caracterizados
por elevada biodiversidade, como é o caso do Brasil.
O turismo vem se desenvolvendo e incorporando diversas possibilidades prática de uso em
UC´s. Segundo o modelo do sistema turístico proposto por Leiper
1
citado por Cooper, et al. (2001)
[...] o turismo pode ser pensado como sendo uma ampla gama de indivíduos,
empresas, organizações e lugares, que se combinam de alguma forma para
propiciar uma experiência de viagem. O turismo é uma atividade
multidimensional e multifacetada, que tem contato com muitas vidas e
atividades econômicas diferentes. (COOPER, et al. 2001, p.41).
1
Leiper, N., The Tourism Syntem, Massey University Press, 1990
9
É crescente a demanda pelo turismo realizado em unidades de conservação. Marinho e
Bruhns, (2003, p.101) enfatizam que:
Países em desenvolvimento como o Brasil vêm sendo assediados por um
expressivo numero de turistas em busca do desfrute de paisagens naturais
ricas em biodiversidade. As extraordinárias belezas paisagísticas de muitos
desses países, associadas à emergência de uma consciência ambiental
mundial e ao agravamento da qualidade do ambiente das grandes cidades
vem levando, na última década pessoas a se deslocarem para áreas naturais
que possibilitem experiências de caráter diversificado como: esporte,
aventura, contemplação, observação e outros. Neste contexto as unidades de
conservação , que permitem atividades de lazer e recreação, são as áreas mais
procuradas por parte dos turistas.
No Brasil existem diversos parques nacionais com características peculiares que
justificam os esforços para conservação destas áreas. A prática do turismo em
áreas naturais é uma tendência mundial, uma vez que as pessoas tentam cada vez mais sair da
rotina de trabalho e da vida em grandes centros urbanos. Quanto mais próximo uma UC
está dos grandes centros maior a demanda em potencial de visitantes para a prática de
atividades turísticas na área.
Existe uma grande discussão acerca de conceitos referentes ao turismo e atividades
turísticas em áreas naturais. O estudo do turismo pode ser considerado recente em
relação a outras áreas do conhecimento o que justifica a necessidade de pesquisas na
área. Segundo Ansarah, (2002 p. 39)
A pesquisa aplicada em turismo visando o desenvolvimento de novo
conteúdos tem sido relegada a segundo plano, comprometendo a evolução
do setor. È fundamental a formatação de um programa educativo que
agregue as instituições de ensino, empresa e demais segmentos envolvidos
focando a inovação e o desenvolvimento do setor em face da realidade local.
A evolução prática dos conceitos e sua conseqüente evolução em termos
conceituais é ferramenta estratégica fundamental para o aprimoramento do
setor turístico.
Formular conceitos e definir com clareza atividades, modalidades, serviços e
segmentos, localidades, empreendimentos, dentre outros facilita o ajuste de ações e
ordenamento da atividade turística em unidades de conservação e apontam diversas
possibilidades para posteriores intervenções científicas na área.
Tanto a atividade turística, como a gestão do meio ambiente necessitam de um órgão
gestor para regular e normatiza suas atividades. O Ministério do Turismo é a unidade
10
gestora, a nível federal, do turismo no Brasil. A legislação turística regulamenta os
diversos setores o turismo e a prestação de serviços ao turista. Quando o turista, em
viagens, sai de seu lugar tradicional de habitação e dirige-se a um parque nacional,
geralmente busca lazer associado ao conhecimento. São poucas as pesquisas e
intervenções científicas sobre referente assunto o que demonstra a necessidade de
conhecer a realidade enfrentada pelos turistas nos Parques Nacionais brasileiros
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural, as Áreas de Proteção Ambiental e os
Parques (nacional, estadual e municipal) são as categorias de unidade de conservação
mais propícias a prática da atividade turística.
[..]é importante notar que as RPPN`s são particulares, o que requer e
depende de interesses privados para o desenvolvimento turístico nessas
áreas; as APA’s, apesar de criadas pelo poder público, podem ou não ser
particulares, no todo ou em parte, o que exige um planejamento conjunto
entre as partes interessadas órgãos governamentais e sociedade civil. Já os
Parques, obrigatoriamente públicos, são hoje objeto de profundas
transformações quanto a sua gestão variando de Estado a Estado,
dependendo da abordagem política para seu desenvolvimento. (Costa,
2002, p. 40):
Os parques tem áreas extensas o que impossibilita, em alguns casos, o deslocamento do
turista sem o acompanhamento de outra pessoa com conhecimento da região. A pessoa
que desempenha esta função deve ter treinamento adequado no que se refere a geografia local,
atrativos turísticos, cultura local e conhecimento das normas de segurança
específicas desta atividade. Este profissional, o condutor local, não é reconhecido e nem
tem seu serviço regulamentado pela legislação turística.
Esta pesquisa visa conhecer a prática da atividade turística assim como as prestações de
serviços relacionados aos condutores de turistas.
Como foco deste estudo prioriza-se o Parque Nacional da Serra do Cipó (PARNA
Cipó), situado a aproximadamente 100 km de Belo Horizonte, capital do estado de
Minas Gerais e o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (PARNA Veadeiros), situado
a 250 km de Brasília, distrito federal. As duas áreas têm características semelhantes no
que tange ao tipo de atrativo aberto a visitação e ao tipo de prestação de serviços oferecidos a seus
visitantes. Nos PARNA Cipó e PARNA Veadeiros, serão estudadas as
11
funções dos condutores locais, ou seja, pessoas da própria região, com conhecimentos e
habilidades específicas para acompanhar os visitantes. No PARNA Veadeiros é
permitida a entrada de visitantes com o acompanhamento de um condutor. No PARNA
Cipó a contratação destes serviços é opcional.
Acredita-se que o trabalho dos condutores agrega valor a experiência do turista,
estimula a prática do turismo ordenado em áreas naturais, traz benefícios para as
unidades de conservação e para as comunidades locais. O trabalho pretende investigar a
atuação destes prestadores de serviço, com o intuito de tecer considerações acerca da
capacitação, organização e gestão destes profissionais e suas relações com as unidades
de conservação em estudo. Visa estudar a legislação turística no que se refere ao
trabalho dos guias especializados em atrativos turísticos. Acredita-se que comparar o
uso público das duas unidades de conservação pode trazer informações importantes para
as duas áreas, contribuindo para a prática do turismo sustentável, responsável.
12
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivos Geral
O Objetivo geral deste trabalho é avaliar o papel dos condutores locais de turistas na
promoção do turismo sustentável em Parques Nacionais a partir da percepção dos turistas, dos
gestores dos Parques e dos próprios condutores locais, tendo como base de
pesquisa os Parques Nacionais Serra do Cipó e Chapada dos Veadeiros.
2.2 Objetivos Específicos
1. Verificar o papel do condutor para os gestores das UC’s e para os turistas;
2. Analisar o processo de uso público da atividade turística nos PARNA’s Cipó e Veadeiros
3. Descrever e analisar as atividades desenvolvidas, bem como os processos de
capacitação e organização destes
Espera- se que cumpridos os objetivos acima este estudo possa contribuir para a
elaboração dos planos de manejo, área de uso público, dos PARNA´s Cipó e Veadeiros,
de outras áreas naturais e de diversos ambientes propícios a prática da atividade turística
e justificar a criação de leis que regulamentem a profissão dos condutores como é
regulamentada a profissão do guia de turismo .
13
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Turismo e Sistema Turístico – Definições
Entende-se como sistema "um conjunto de partes que interagem de modo a atingir um
determinado fim, de acordo com um plano ou princípio; ou conjunto de procedimentos,
doutrinas, idéias ou princípios, logicamente ordenados e coesos com intenção de
descrever, explicar ou dirigir o funcionamento de um todo," (BENI, 1998,p.25). São
diversos modelos propostos como sistemas turísticos, com componentes e forma
diferenciados, sempre considerando os aspectos da oferta, demanda e produto turístico.
O sistema turístico deve ser considerado um sistema aberto, facilitando desta forma
múltiplas trocas, assim como também, análises multidisciplinar e transdisciplinar
relacionadas aos diversos sub setores que compõe este sistema. As relações
estabelecidas a partir deste sistema podem e precisam ser estudadas e trabalhadas nas
mais diversas áreas do conhecimento. O macro ambiente do turismo ainda é pouco
conhecido pela dificuldade de se definir realmente a participação das diversas áreas:
econômica, cultural, ambiental, social e sua relação com a atividade turística.
3.1.1. Demanda Turística
A demanda pode ser medida ou contabilizada pelo total de turistas que entram em um
destino turístico, podendo ser um local, região, zona, país, centro ou atrativo turístico.
Considerando o turismo uma atividade econômica “a demanda turística de um produto
ou serviço é a sua quantidade que, em determinadas condições, um grupo deseja e pode
realmente adquirir” Balanzá e Nadal ( 2003, p. 47).
Pode ser verificada por meio de uma análise mais profunda, identificando como se
distribuem os gastos desses grupos nos destinos turísticos, e os tipos de serviços
utilizados para se estabelecer estratégias de planejamento e marketing.
14
Boullón (1997, p.33) aborda que para realizar um estudo completo sobre a demanda,
deve-se analisar os seguintes tipos de demanda:
1. demanda real : é a quantidade de turistas que existe em um dado
momento em um determinado lugar, e a soma de bens e serviços
utilizados pelos consumidores neste lugar durante o tempo de sua
estadia;
2.
turista real - consumidor potencial : se refere aos gastos adicionais que
podem realizar a demanda real durante sua estadia, e o consumo de bens e
serviços que não estavam previamente programados antes do
deslocamento do turista;
3.
demanda histórica - que são os registros estatísticos ocorridos no
passado;
4.
demanda futura - é o resultado de cálculos feitos a partir de fórmulas
matemáticas para projetar o perfil da demanda turística durante um
período de tempo a partir do presente;
5.
demanda potencial - é a possibilidade de obter um segmento de
mercado emissor não conquistado.
3.1.2. Oferta Turística
De acordo com critérios econômicos entende-se por oferta a quantidade de mercadorias
ou serviços que entra no mercado consumidor, por um preço em um determinado
período de tempo. De acordo com Balanzá e Nadal (2003, p.67):
Oferta turística é o produto turístico que chega até o público que o demanda,
através de uma série de variáveis ou ferramentas de marketing, aplicadas e
relacionadas adequadamente. As variáveis são: o desenvolvimento do
produto global; a aplicação do preço; a distribuição e a comunicação.
A oferta, torna-se realidade a partir do momento que surge o consumidor real, ou seja, o
consumidor deve conhecer o produto turístico oferecido, do contrário este produto não
está sendo ofertado.
3.1.3. Produto Turístico
A atividade turística no Brasil vem crescendo de forma rápida, porém, ainda pouco
organizada. Hoje trabalha-se os mais variados segmentos de turismo, o que a tempo
atrás ainda não era muito explorado. Em palestras, conferências e congressos fala-se
15
em ecoturismo, turismo rural, agroturismo, turismo cultural, turismo religioso. O país
está aprendendo a diversificar o seu produto, de forma a atender os mais variados
públicos. O produto turístico é a “combinação de bens e serviços, de recursos e infra
estruturas ordenados de forma que ofereçam vantagens ao cliente, que consigam
satisfazer suas motivações e expectativas, e que esteja disponíveis para serem
consumidos pelos turistas.” Balanzá e Nadal (2003, p.68)
O Brasil é um dos países com maior potencial natural e cultural para a prática do
turismo; é preciso agregar valores a essa riqueza para que a atividade turística seja
explorada de forma adequada. A geração de recursos financeiros de forma equilibrada,
tanto para o empreendedor como para a população local pode beneficiar não as
localidades mas a qualidade da prestação de serviços para os turistas e a satisfação de
suas necessidades.
Um dos principais entraves para o desenvolvimento do turismo no Brasil é a falta de
formatação de produtos turísticos e da capacitação profissional do mercado turístico
brasileiro. Atualmente o Ministério do Turismo tem um plano para criação e promoção
para o desenvolvimento de produtos em todas as unidades da federação.
Durante o planejamento de uma viajem ou na compra de um pacote turístico, torna-se
difícil ver ou tocar o produto desejado. Cria-se desta forma algumas imagens produzidas
a partir das informações que são divulgadas principalmente por meio dos materiais
publicitários.
O produto turístico somente é consumido a partir do momento em que o turista/visitante
chega ao destino e utiliza os serviços oferecidos. É constituído por
Atrativo turístico
Os atrativos são considerados a "matéria prima" da atividade turística, ou seja
o principal recurso da atividade turística, e pela qual baseia seu planejamento.
Podem ser: paisagem natural (praia, montanha, rio, deserto, caverna, parques
nacionais, etc.); paisagem construída (cidades, museus, parques temáticos,
etc.) e atrativos culturais e históricos (eventos, ruínas e sítios arqueológicos,
festas, manifestações populares, etc.).
Planta turística, equipamentos e instalações:
Os equipamentos incluem todos os estabelecimentos administrados pelo setor
público e privado que se dedicam a facilitar os serviços básicos, como por
16
exemplo: alojamento, alimentação, transporte, agências de viagens,
informações, etc.
As instalações são todas as construções criadas especialmente para permitir e
facilitar a prática de atividades turísticas, como por exemplo: marinas,
mirantes, teleféricos, piscinas, passarelas, pontes, etc.
Infra-estrutura:
Entende-se por infra-estrutura os bens e serviços de um país para sustentar as
estruturas sociais produtivas, e são formadas por vários subsistemas de
serviço de apoio a comunidade, como: saneamento, água, energia, educação,
sistema de acesso e de transporte, sistema de comunicações e
segurança, e outros. (BOULLÓN, 1997 p. 41)
Existem bens intangíveis que podem ser tratados como produtos, e neste sentido se
inclui qualquer serviço ou idéia que possa satisfazer alguma necessidade ou desejo. As
agências de viagens, as transportadoras, os guias, os hotéis produzem e oferecem
serviços turísticos. Os serviços devem satisfazer e superar as necessidades e
expectativas dos clientes e acompanhar as tendências e desenvolvimento do turismo.
3.1.4. Turismo e desenvolvimento
“A natureza primitiva ou selvagem não demarca a si
mesma, não se nomeia, quem o faz é a sociedade que
assim se apropria do que ocorre na natureza”.
Simon Shama
O turismo de massa que surgiu "após a Segunda Guerra Mundial possibilitado por
fatores políticos, econômicos, educacionais, culturais, sociológicos e trabalhistas"
Rejowsky, (2002. p. 85), através do grande acontecimento que foi denominado de boom
turístico, segundo a mesma autora ocasionou uma "explosão pouco responsável perante
o meio ambiente". Esse turismo massivo gerou "importantes conseqüências sociais,
políticas, culturais, de meio ambiente e financeiras, parte delas benéficas e outras
contribuindo para deflagrar relações conflitivas" (Molina, 2003, p. 24).
O turismo configura como uma atividade complexa, que envolve diversos setores da economia, da
política, da cultura, do ambiente e da sociedade. São diversos os
benefícios advindos da atividade turística, se bem planejada. De acordo com Balanzá e
Nadal, (2003 p.10):
[...] a medida em que cresce o número de turistas que chegam a uma região,
aumentam as necessidades de diversos itens, aumenta o consumo de bens e
serviços, e se reflete em maior produção e em maior crescimento
17
econômico.Em resumo ocorre um efeito dinamizador, um crescimento
econômico.
Este é o efeito multiplicador do turismo e é com ele que aumento de
renda, criação de riquezas, aparição de empresas que apóiam o setor e
portanto um bom número de postos de trabalho
A possibilidade de que os efeitos multiplicadores do turismo possam concretizar-se de
forma efetiva e ordenada são reais, porém é imprescindível que o planejamento da
atividade seja embasado em um modelo de desenvolvimento compatível com as
especificidades de cada local. O primeiro desafio no processo de planejamento turístico,
segundo Rodrigues,
[...] é a conciliação dos interesses de uma população que busca prazer, no
local onde outras pessoas vivem e trabalham. Satisfazer a ambas as partes
não é tarefa fácil considerando que, neste embate, conflitos freqüentes e
inevitáveis, eivados de sentimentos xenófobos pelas comunidades anfitriãs.
As comunidades locais somente poderão compreender os possíveis benefícios da
atividade turística se evidenciados a elas, logicamente, os custos, as atividades e as
técnicas que necessariamente envolvem a prática turística. A partir destas informações a
comunidade de base poderá então desenvolver ou não o turismo como alternativa para
incremento da economia local.
O planejamento do turismo nesse novo milênio está direcionado para uma visão
administrativa moderna, de longo prazo e com uma postura responsável diante da
integridade do meio ambiente e da sociedade, com vistas à sonhada sustentabilidade.
3.2. Turismo em Unidades de Conservação
O primeiro esforço significativo feito no Brasil para participar do movimento
internacional de criação de áreas naturais protegidas aconteceu em 1911. O responsável
foi Luís Felipe Gonzaga de Campos, um cientista brasileiro que escreveu o Mapa
Florestal do Brasil. Tal como vinha ocorrendo em outros países, o Mapa Florestal do
Brasil é o primeiro estudo abrangente feito no Brasil com uma descrição detalhada dos
diferentes ecossistemas e o estágio de conservação de cada um, com o objetivo de
informar as autoridades brasileiras sobre a importância da criação de um conjunto de
18
Unidades de Conservação. Foram os mesmos objetivos que inspiraram a criação do
primeiro parque nacional do mundo, o de Yellowstone, em Montana, nos Estados Unidos.
Em decorrência da publicação do Mapa Florestal do Brasil, decretos foram publicados
na mesma época pela Presidência da República, criando dois parques nacionais no então
território do Acre, hoje estado da federação. A iniciativa era tão avançada para o início
do século, no País, que essas áreas nunca foram implementadas. De acordo com dados
do IBAMA, somente nos anos 30 seria criado o primeiro Parque Nacional. O Parque
Nacional do Itatiaia situado na divisa dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais. Durante a Segunda Guerra Mundial, pouco foi feito em relação à criação de
novas áreas protegidas. Porém, logo após o término do conflito, o Congresso Brasileiro
aprovou a assinatura da Convenção Interamericana de Proteção das Belezas Naturais do
Continente. Vários novos parques e áreas com diferentes especificidades foram criados
desde então e, lentamente, a sociedade vem adquirindo consciência da importância da
conservação destes.
Sob o aspecto legal, no que diz respeito às áreas protegidas, com a promulgação da
Constituição de 1988 as UC’s foram citadas em um texto constitucional. Ficou então
estabelecido que é obrigação do Estado a proteção da biodiversidade brasileira, e que
essa proteção se dará através de, entre outros métodos, a criação de áreas protegidas ao
longo de todo o território nacional. Coloca a Constituição que essas áreas somente
poderão ser alteradas através de lei. Foi criado então o SNUC, Sistema Nacional de
Unidades de Conservação.
3.2.1. Sistema Nacional de Unidades de Conservação
O SNUC foi instituído pela Lei n. ° 9.985, de 18 de julho de 2000 sendo a primeira
compilação e organização das normas para as UC’s brasileiras. De acordo com o artigo
04 tem como objetivos:
19
QUADRO 1 – Objetivos do SNUC
Fonte: Lei n. ° 9.985 de 18 de julho de 2000
È interessante ressaltar a proteção, valorização e recuperação de áreas com apelo natural
bem como a importância da promoção da educação e interpretação ambiental. De
acordo com o art 06 o SNUC é gerenciado por diversas instituições. Seguem estas
instituições e suas atribuições:
I - Órgão consultivo e deliberativo:o Conselho Nacional do Meio Ambiente -
Conama, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de
coordenar o Sistema; e
III - Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - Ibama, os órgãos estaduais e municipais,
com a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e
administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas
respectivas esferas de atuação. Parágrafo único. Podem integrar o SNUC,
excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais
e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou
locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente
atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características
permitam, em relação a estas, uma clara distinção.
I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no
território nacional e nas águas jurisdicionais;
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas
naturais;
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no
processo de desenvolvimento;
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e
monitoramento ambiental;
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a
recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e
promovendo-as social e economicamente.
20
O Capítulo 02 do SNUC define unidades de conservação como
[...]espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo áreas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, na qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
O SNUC estabeleceu critérios e normas para a criação, implantação e gestão das UC’s.
De acordo com o art 07 ficaram definidos dois grupos: Proteção Integral e de Uso
Sustentável
As Unidades de Proteção Integral tem o objetivo básico de preservar a natureza, sendo
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Podem ser: O QUADRO 02
mostra os tipos de Unidades de proteção Integral.
Quadro2 – Unidades de proteção Integral
Estação Biológica: Posse e domínio públicos; visitação pública apenas com objetivos
educacionais.
Reserva Biológica: Posse e domínio públicos; visitação apenas com objetivos educacionais.
Parques Nacional, Estadual e Natural Municipal: Posse e domínio públicos; visitação com
desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato
com a natureza e de turismo ecológico.
Monumento Natural: pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local
pelos proprietários; visitação pública é permitida.
Refúgio de Vida Silvestre: pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local
pelos proprietários; visitação pública é permitida.
Fonte: Lei n. ° 9.985 de 18 de julho de 2000
Unidade de Uso Sustentável: Objetivo básico de compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Compõem esse
grupo as seguintes UC’s, conforme QUADRO 03:
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Quadro 3 – Unidades de uso sustentável
Área de Proteção Ambiental – APA: Terras públicas e/ou particulares: Objetivos de proteger a
diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais. Deve dispor de Conselho Consultivo.
Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE: Terras públicas e/ou privadas. Objetivo de manter os
ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de
modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação.
Floresta Nacional, Estadual e Municipal: Posse e domínio públicos. Objetivo é o uso múltiplo
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração
sustentável de florestas nativas. Visitação pública é permitida. Deve dispor de Conselho Consultivo.
Reserva Particular do Patrimônio Natural: Área privada. Deve ser gravada com perpetuidade, com o
objetivo de conservar a diversidade biológica. Visitação permitida com fins turísticos, recreativos e
educacionais.
Outras
Fonte: Lei n. ° 9.985 de 18 de julho de 2000
O SNUC estabeleceu também que:
[...] A criação de qualquer UC deve ser precedida de estudos técnicos e de
consulta pública, permitindo a localização, a dimensão e os limites
adequados para a Unidade.
Todas as UC’s, exceto as APA’s e RPPN’s, devem possuir zona de
amortecimento, que devem ser implantadas no prazo máximo de cinco anos.
Todas devem dispor de Plano de Manejo, que deverá abranger a área total da
Unidade e sua zona de amortecimento e deve ser elaborado garantindo a
participação popular, no prazo máximo de cinco anos após a sua criação.
De acordo com o art 11 do SNUC:
[...] O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o
que dispõe a lei.
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no
Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão
responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.
A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável
pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por
este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município,
serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural
Municipal.
22
Em âmbito operacional o Ministério do Meio Ambiente,(MMA), é o órgão executivo federal
responsável pela operacionalização do SNUC.
3.2.2. Turismo em Unidades de Conservação / Ecoturismo
A utilização destas UC’s para uso turístico pode incrementar a atividade regional,
nacional e internacionalmente. A distribuição e geração de receitas pela atividade
turística, de acordo com a proposta de se desenvolver o turismo de forma sustentável,
deve envolver as comunidades locais e assegurar qualidade de vida das comunidades
e proteção do ambiente. De acordo com Neiman e Mendonça, (2005 p. 42) “a
sustentabilidade exige equilíbrio entre os fatores econômico, social e ambiental. Esses
três pilares garantem uma base bastante sólida para que a sustentabilidade se estabeleça
efetivamente”. A utilização de prestadores de serviço do local deve ser incentivada e os
recursos para capacitação, treinamento e organização destes serviços devem ser
pesquisados e analisados para posterior disseminação destas informações junto as
instituições capacitadoras.
O Ecoturismo vem se destacando cada vez mais e utilizando as unidades de
conservação como base para seu desenvolvimento. São diversas as concepções,
conceitos e idéias sobre o ecoturismo dificultando o entendimento e o planejamento de
ações voltadas para o tema. Investigações conceituais para tentar focalizar o
entendimento do ecoturismo são realizadas por diversos autores e abrangem diversos
públicos. A partir de análise de diversos conceitos criados por estudiosos das áreas
conservacionista e ambientalista pode-se notar que os pontos fundamentais dos
conceitos, de acordo com Pires, (2002 p.149) são:
a ênfase na natureza, na história natural e nas culturas autóctones dos
destinos caracterizados pela sua originalidade e autenticidade;
a preocupação com os impactos sócioambientais da atividade nos destinos e
com a sustentabilidade dos recursos utilizados;
a prioridade a geração de benefícios advindos da atividade para as
comunidades locais e seu bem-estar; o apoio e engajamento nas ações de
desenvolvimento conservacionista junto aos destinos;
a opção pelo desfrute saudável e pela compreensão dos ambientes visitados
via educação ambiental
23
Esses fatores passam a ser contemplados nas definições adotadas pelas instituições
governamentais encarregados de criar, planejar, executar e gerir políticas na área. São
apresentados também por Pires, (2002 p.151) outros conceitos elaborados por
entidades e organizações do trade turístico:
Ecoturismo é a viagem responsável a áreas naturais, visando preservar
o meio ambiente e o bem estar da população local;
Ecoturismo é toda atividade turística realizada em área natural com o
objetivo de observação e conhecimento da flora, fauna e aspectos cênicos
(com ou sem o sentido de aventura); prática de esportes e realização de
pesquisas científicas;
O ecoturismo é a prática de turismo de lazer, esportivo ou educacional, em
áreas naturais, que se utiliza de forma sustentável dos patrimônios natural e
cultural, incentiva sua conservação, promove a formação de uma
consciência ambientalista e garante o bem estar das populações envolvidas.
Pesquisadores, profissionais e o meio acadêmico utilizam diversos enfoques e
evidenciam aspectos específicos na tentativa de formular um conceito para ecoturismo.
Pires, (2002 p.152) refere-se a um conceito espanhol de 1983,
[...] O ecoturismo chamado de turismo ambiental ou turismo verde
caracteriza-se e distingui-se de outras formas de turismo por equilibrar em
seu conteúdo três aspectos: o aspecto interpretativo [descobrir e conhecer o
meio]; o aspecto de animação [desenvolver a personalidade em grupo]; e o
aspecto desportivo [exercitação física]. O turismo ambiental se desenvolve
em roteiros planejados para proporcionar uma forte integração do
participante com o entorno a ser descoberto. As áreas percorridas possuem
valores ecológicos e culturais notáveis que dão sentido ao roteiro
estabelecido.
Todas as definições acima apresentadas dão ênfase ao meio natural como cenário para a
prática ecoturística. Existem mais uma gama de conceitos e abordagens como os autores
citados por Pires, (2002 p.156):
[...] Entre os conceitos, verifica-se ainda a exposição de alguns aspectos
especiais. Em Tulik surge a menção a influência ambientalista na busca das
atividades ecoturísticas por áreas ecologicamente valorizadas. Em Garcia e
Healy destaca-se o caráter de educação formal, de estudo e de pesquisa que
podem advir da experiência ecoturística. Em Barros II menciona-se a
conservação dos recursos naturais e culturais de cuja promoção o
ecoturismo pode tomar parte.
Em estudos mais recentes é possível encontrar ainda novas definições para esta
atividade tão em voga como em Neiman e Mendonça, (2005 p. 154) que apresentam
uma definição bastante complexa,
24
[...] O ecoturismo representa a busca pelo reconhecimento e pela celebração
de nossa identidade como seres vivos, uma vez que somos hábeis,
inteligentes e providos de capacidade de ter consciência, o que nos
diferencia dos outros seres vivos e torna a humanidade única. Experiência
essencial – visitar o mundo selvagem-, o ecoturismo também nasce entre as
contradições acumuladas por milênios de civilizações e a experiência de
transformação de matérias- primas em artefatos.
Ainda citando Neyman e Mendonça, (2005 p.42) temos que
[...] Qualquer atividade econômica existe a partir de uma necessidade clara.
O ecoturismo baseia-se na inadiável necessidade que o ser humano tem do
contato com o meio natural. Assim qualquer definição de ecoturismo pode
ser simplificada na afirmação: “ecoturismo é o retorno a natureza de uma
forma segura e planejada.
O planejamento e controle das atividades ecoturísticas também exige esforços para criar
metodologias e programas para garantir a integridade das áreas de uso. Estes estudos
devem estar embasados nos parâmetros da sustentabilidade que exige equilíbrio entre
seus vários fatores, para garantir sua efetiva implantação. De acordo com Fennel, (2002
p.25)
[...] O desenvolvimento sustentável foi proposto como um modelo que pode
ser útil na criação do estímulo para mudança estrutural da sociedade, em
modelo que deverá se desviar do foco estritamente socioeconômico para
outro diferente, em que o desenvolvimento alcance as metas do presente
sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer suas
próprias necessidades”.(Comissão Mundial de Meio Ambiente e
Desenvolvimento, 1987:43)
A discussão que sobre ecoturismo ainda exige esforços conceituais e tempo para a
comprovação e avaliação. Neyman e Mendonça, (2005 p.42) enfatizam que
[...] A ética é o ponto de partida da sustentabilidade. Há muita coisa que é
legal, mas não é moral, não é ética. Muitas decisões comerciais são tomadas
em bases legais e não éticas. Ter um negócio legal é uma obrigação ética.
Sua viabilidade depende de muitos fatores que o simples jogo do mercado.
A maior parte dos empreendimentos do ecoturismo não possuí as mínimas
condições éticas de planejamento e de avaliação. Muitos deles são imorais e
alguns se constituem mesmo em casos de polícia. O que os mantém abertos
é a tolerância do visitante, de seus parceiros econômicos e de seus vizinhos,
ou seja, a tolerância do mercado.
Não é possível aceitar, por exemplo, uma pousada que não protege seus
mananciais, ou não trata seus esgotos, ainda que de maneira convencional.
O ecoturismo, na maioria dos casos, está no discurso, nos folhetos.
25
3.3. Interpretação ambiental
O ecoturismo vem se mostrando como uma possível e importante alternativa que
alcance e respeite a sustentabilidade dos recursos naturais e culturais do país, tendo de
vencer, para isso, o desafio da conciliação entre a atração e satisfação do visitante e a
conservação do patrimônio socioambiental, onde as perdas foram muitas. Para isso,
as atividades em ecoturismo pretendem otimizar a apreciação por parte do visitante ao
mesmo tempo em que este é levado à valorização do objeto de interesse.O artigo 12 do
SNUC destaca que Parques nacionais devem possibilitar “o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico”.
O turismo em unidades de conservação, necessariamente, deve ser caracterizado por
este aspecto interpretativo, ou seja, uma [...] atividade turística que utiliza, de forma
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a
formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente,
promovendo o bem-estar das populações envolvidas (EMBRATUR, 1994 p.04)
O termo “interpretação da natureza” ou “interpretação ambiental” refere-se a um
conjunto de princípios e técnicas que visam estimular as pessoas para o entendimento
do ambiente pela experiência prática direta.
Os registros históricos sobre a atividade de interpretação nos levam ao final
do século dezenove, quando guias naturalistas conduziam grupos de turistas
nos primeiros parques nacionais norte-americanos, despertando-lhes a
curiosidade na apresentação da natureza local.(FONTES, 1999 p.03)
A atividade se desenvolveu, ganhou notoriedade e foi formalmente definida por Tilden
(1957), considerado o pai da interpretação da natureza como a revelação de
significados e relações dos fenômenos do ambiente em linguagem entendível às pessoas
comuns, pela experiência prática direta e por meios ilustrativos, não se limitando à
simples comunicação de informações”.
26
Assim, a interpretação caracteriza-se pela informalidade e encantamento (também pelo
humor, muitas vezes), pela provocação de estímulo, curiosidade e reflexão e pelo uso de
interações, comparações e analogias com experiências reais, abordando temas
relevantes em seus aspectos normalmente despercebidos e, ou aparentemente
insignificantes.
Vale ressaltar que a interpretação não é utilizada em ambientes naturais, mas em
qualquer situação onde se pretende facilitar para o indivíduo o entendimento da
complexidade de relações entre ele e o meio que o cerca seja no meio rural ou na cidade,
dentro de uma escola ou de uma indústria direcionando atualmente atenção também para o
patrimônio cultural. [...]A interpretação atende a dois objetivos básicos: acrescenta valor à
experiência do visitante elevando seu nível de satisfação e ao patrimônio visitado
realçando a necessidade de sua conservação” .(FONTES, 1999 p.05)
A satisfação do visitante está relacionada, em grande parte, à experiência de aquisição
de novos conhecimentos ou, em outras palavras, quanto mais novidades captura maior
seu grau de contentamento. O visitante pretende participar ativamente num processo
real e agradável e que lhe desperte o interessante.
Além disso, a interpretação colabora com a promoção do patrimônio junto à população
(o que pode representar uma necessidade futura de maior controle de fluxo de
visitantes) e representa um mecanismo de democratização do conhecimento ambiental,
muitas vezes acessível apenas a classes sociais privilegiadas de alguma maneira.
3.3.1. Princípios da interpretação
São seis os princípios básicos da interpretação da natureza, estabelecidos por Tilden
(1957) citado por FONTES (1999 p. 08):
1- A interpretação deve se relacionar com algo da experiência do visitante:
É importante para o processo interpretativo perceber e conectar a
personalidade do visitante, lembrando que a interpretação envolve o
visitante e o ambiente através de seus sentidos; são utilizados recursos
que levam o visitante a presenciar, experienciar, sentir, tocar etc.
27
2- A interpretação não é informação e sim uma revelação baseada na informação:
No processo interpretativo o objeto de estudo deve ser apresentado em sua forma
real, sem distorções de nenhuma natureza
3- A interpretação é fundamentalmente uma arte de comunicação:
a interpretação é um processo diferenciado de exposição de uma
informação. A criatividade e as habilidades individuais fazem parte dos
aspectos criativos do processo interpretativo. Quando mais criativo melhor
recebido e assimilado.
4- O objetivo fundamental da interpretação não é a instrução, mas sim a
provocação, avivando a curiosidade e o interesse:
Os questionamentos dos visitantes direcionam a interpretação para os
aspectos de seu interesse. A informação não é jogada e sim, a partir de
provocações que despertam sua curiosidade, percebida pelo visitante.
5- A interpretação deve ser dirigida a audiências específicas:
Um fator que pode facilitar o processo interpretativo é a definição de
grupos específicos para as informações. Trabalhar com grupos
homogêneos nem sempre é possível porém garante um melhor aproveitamento das
informações.
6- A interpretação deve apresentar os fenômenos na sua totalidade:
Apresentar os fenômenos de forma sistêmica favorece o entendimento e
garante a assimilação correta dos conceitos trabalhados.
3.3.2. Meios de interpretação da natureza
Vários são os meios de interpretação e a escolha de quais serão usados, em conjunto ou
isoladamente, vai depender das características do local, das características dos visitantes
e dos recursos técnicos e materiais disponíveis.
1) Publicações interpretativas:
São mapas e folhetos que trazem roteiros a ser seguidos e, como atividades
interpretativas, não podem ser maçantes e devem despertar a curiosidade do
visitante com informações especialmente escolhidas que chamem a atenção para o
valor do recurso em questão e atraí-lo para uma experiência direta, evitando-se ao
máximo a criação de falsas expectativas. Um folheto guia pode estar associado
também a sinais ou números instalados no local, como usado em trilhas autoguiadas,
correlacionando informações textuais interpretativas com cenas ou fenômenos reais.
28
2) Placas e painéis interpretativos:
São objetos que, sob os princípios da interpretação, auxiliam o processo de interação
do visitante com o ambiente. As placas trazem desde uma simples sinalização de
orientação para o transeunte até textos, figuras, mapas, fotografias e documentos.
Devem ser atraentes, simples, geralmente com menos de cem palavras, de fácil
entendimento e acessíveis às crianças e deficientes físicos. Além disso, devem ser
resistentes às intempéries e ao vandalismo e não podem contribuir para a poluição
visual do local ou para a obstrução visual da paisagem. Algumas vezes os sinais podem
ser destacados no chão do próprio caminho, com pintura por exemplo. Os painéis
podem ainda exibir imagens ou mapas em baixo relevo, miniaturas e maquetes
compondo, por exemplo, cenas de épocas passadas ou diferentes ecossistemas.
3) Interpretação pessoal:
Neste caso, a interpretação é orientada por um guia treinado, capaz de provocar,
perceber e otimizar as interações do visitante com o ambiente, tratando-se de uma
das formas mais eficientes de interpretação. ainda a representação teatral, onde
são exibidos períodos históricos ou outros fenômenos com a participação de atores,
podendo haver a inserção ativa do próprio visitante ou a exibição de trabalhos
artesanais (como o garimpo ou a fabricação de canoas, entre muitos outros a serem
citados) em locais estrategicamente escolhidos para acesso do visitante.
4) Trilhas ou roteiros interpretativos:
Uma trilha ou roteiro interpretativo é simplesmente um caminho planejado para fins
de interpretação, podendo fazer uso dos diversos meios anteriores. É geralmente
tratado como trilha quando se refere a caminhos demarcados e roteiro quando não,
podendo ambos ser planejados tanto para o meio natural como urbano. Não se
limitam a caminhadas, podendo ser planejadas para atender também a bicicletas,
cavalos ou veículos motorizados. Aqui os dois tipos serão chamados apenas de trilha.
São reconhecidos três tipos básicos, que podem ser combinados entre si:
a) Trilhas guiadas: quando são orientadas por uma interpretação pessoal;
considerado o ideal, geralmente sofre a escassez de pessoal treinado.
b) Trilhas autoguiadas com folhetos: quando o percurso é marcado com
números ou sinais que correspondem a explicações em publicação interpretativa.
29
c) Trilhas autoguiadas com painéis: quando a interpretação se através
de placas apropriadas distribuídas ao longo do percurso; são geralmente
alvos de depredações. .(FONTES, 1999 p.10)
A trilha interpretativa é, para muitos, o meio mais eficiente de interpretação, por atender
facilmente aos seus princípios e objetivos, destacando-se ainda seu baixo custo. Para
isso, recomendam-se algumas “regras” básicas:
a) As rotas devem ser planejadas com ajuda de conhecedores da área,
incluindo-se os recursos interpretativos mais importantes e evitando-se os recursos
frágeis e raros desprotegidos.
b) Sua “construção” deve ser de baixo impacto e deixar poucos vestígios.
c) Devem apresentar uma estética condizente com a “alma” do local, evitando-
se excessos.
d) Devem ser em forma geométrica fechada com local de saída e chegada
coincidentes ou quase.
e) Geralmente são curtas (1 a 4 quilômetros), mas devem ser diversificadas
para as diferentes idades, preferências e habilidades.
f) Devem ser específicas quanto ao tipo de locomoção dos usuários.
g) Devem informar suas características gerais no início, como tempo de
percurso ou grau de dificuldade.
h) Devem ser mantidas limpas.
i) Devem ter sua capacidade de uso estudada e monitorada.
Outras formas mais sofisticadas de interpretação usam aparelhos audiovisuais, como a
ambientação artificial de ecossistemas e épocas, por exemplo, ou recursos eletrônicos
interativos, comuns em museus modernos, onde aparelhos são ativados a partir do toque
dos visitantes.
Todas as atividades devem, de preferência, ser orientadas por um centro de
interpretação ou, como também é conhecido, centro de informações, possibilitando
conhecimento e escolha das atividades pelo visitante.
3.3.3. Recursos interpretativos
Os recursos necessários para um trabalho de interpretação dependem de cada caso em
particular, sendo necessário um aprofundado e contínuo inventário da situação.
Os recursos existentes merecedores de interpretação são levantados e avalizados, digam
respeito aos recursos naturais (fauna, flora, relevo, solos, hidrografia, clima,
30
ecossistemas, fenômenos ecológicos etc.) ou culturais (história, arqueologia, economia,
arquitetura, artesanato, tradições, linguagem etc.). Igualmente importante é avaliar os
recursos técnicos e financeiros disponíveis para um programa de atividades
interpretativas (profissionais disponíveis, orçamento governamental, patrocinadores
etc). Também são levantados e avaliados os visitantes atuais e potenciais, definindo-se o
público-alvo (escolaridade, idade, procedência, motivações, tempo disponível etc). A
partir daí são eleitos os temas mais relevantes a serem interpretados nos diversos locais
e escolhidos os diversos meios interpretativos a serem explorados.
3.3.4. Avaliação da efetividade da interpretação
A avaliação dos resultados atingidos pela interpretação deve se dar como um processo contínuo e
são diversas as formas possíveis e muitas vezes complementares. Busca-se basicamente avaliar o
quanto as atividades estão contribuindo para a conservação do patrimônio socioambiental,
atuando nas mudanças de comportamento dos visitantes, e qual o nível de satisfação destes com a
atividade. Para isso podem ser utilizados questionários abertos ou fechados, pré e pós testes,
entrevistas, depoimentos, diagnósticos participativos e análises de impactos ambientais.
3.4 – Condutores Locais
3.4.1 - Condutores locais: Conceitos e Aspectos legais
Segundo Canani,(1999 p. 105) o guia de turismo “é o elemento que abre, desenvolve e
encerra a viagem turística e que, também, vende a próxima viagem”. O trabalho do
condutor local de turistas é muito semelhante ao trabalho do guia de turismo.
Uma definição internacionalmente aceita para o guia de turismo é a dada pela
Internacional Association of Tour Managers e pela European Federation of Tourist
Guide Associations (EFTGA). Segundo essa definição
31
[...] o guia de turismo é a pessoa responsável pela condução de grupos ou
indivíduos, para outros países ou dentro de seu país de origem, ao redor de
monumentos, lugares e museus de uma ou região, para interpretar de uma
maneira inspiradora e divertida, na linguagem de escolha do turista, os
patrimônios cultural e natural (AP & WONG, 2001 p. 551/553).
A Professional Tour Guide Association of San Antonio, em 1997, definiu o guia de turismo como
[...] a pessoa que deve reunir uma efetiva combinação de entusiasmo,
conhecimentos e qualidades pessoais, além de possuir um alto padrão de
conduta ética para liderar grupos a lugares importantes, enquanto
proporciona interpretação e comentários sobre o local visitado. (AP &
WONG, 2001 p.563).
Esta associação sugere, ainda, que o sucesso do guia de turismo consiste em identificar-
se, positivamente, com o que faz e com as pessoas envolvidas no processo.
3.4.1.1. Âmbito Nacional
A profissão de Guia de Turismo é tutelada pela Lei 8.263, de 28 de janeiro de 1993,
que foi Regulamentada pelo Decreto 946 de 1993, esta lei, seu decreto regulamentar
e outros dispositivos legais, como a Deliberação 326 de 1994, Deliberações 426 e 427
de 2001, além de outros, disciplinam a profissão do Guia de Turismo em Âmbito
Nacional.
Na ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas, não normas técnicas para a
profissão de guia de turismo ou Condutor, dentro das atividades referentes ao turismo.
Em seu artigo 1° esta lei explicita a definição da profissão do Guia de Turismo:
Art. - É considerado Guia de Turismo o profissional que, devidamente
cadastrado na EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo, nos termos da
Lei 8.623, de 28 de janeiro de 1993, exerça as atividades de
acompanhamento, orientação e transmissão de informações a pessoas ou
grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais,
internacionais ou especializadas.
Na mesma lei de âmbito nacional, em seu artigo e incisos, estão definidas as
especialidades de Guias de turismo, dentre os quais, está o Guia especializado em
32
atrativo turístico, profissão que mais se assemelha ao condutor local de turistas, alvo do presente
estudo.
Art. -“Conforme a especialidade de sua a formação profissional e das
atividades desempenhadas, comprovadas perante a EMBRATUR, os guias
de turismo serão cadastrados em uma ou mais das seguintes classes:
I -
guia regional - quando suas atividades compreenderem a recepção, o
traslado, o acompanhamento, a prestação de informações e assistência a
turistas, em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais de uma
determinada unidade da federação, para visita a seus atrativos turísticos;
(...)
IV -
guia especializado em atrativo turístico - quando suas atividades
compreenderem a prestação de informações técnico-especializadas, sobre
determinado tipo de atrativo natural ou cultural de interesse turístico, na
unidade da federação para o qual o mesmo se submeteu a formação
profissional específica.”
O Guia de turismo é qualificado ensejando as diretrizes da qualificação para que o guia
tenha uma ou mais especialidades conforme a função que exerça. O condutor local tem
a mesma função porém o papel e importância deste profissional não são considerados.
No Artigo 10° da Lei Federal anteriormente mencionada restava claro a competência da
EMBRATUR - Instituto Brasileiro do Turismo para disciplinar sobre os preceitos de
cadastramento e classificação dos guias, apesar de hoje ela não possuir capacidade
legislativa:
Art. 10° - A EMBRATUR expedirá normas disciplinando a
operacionalização do cadastramento e classificação dos guias de turismo e
definirá a aplicação das penalidades de que trata o art. 8º, estabelecendo as
circunstâncias atenuantes e agravantes. (g.n.)
Hoje, essa função foi “delegada” ao Ministério do Turismo, criado no Governo atual,
tendo como função, entre outras, a expedição das normas disciplinadoras para as
diversas questões do Turismo. A EMBRATUR teve sua atuação vinculada ao
Ministério do Turismo e concentrou-se na promoção, marketing e apoio à
comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior.
Analisando o artigo da Lei 8.263/93, citado acima, nos deparamos com o gênero
guia de turismo, cujas espécies estão dispostas em seus quatro incisos. Dentre eles
duas espécies de guia que causam certa confusão no entendimento das pessoas devido a
tênue diferença, são guia especializado em atrativo turístico e o guia regional.
33
O guia regional recebe, desloca, acompanha, informa e assiste aos Turistas, em
itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais, de uma determinada unidade da
federação, para visita a seus atrativos turísticos.
O guia especializado em atrativo turístico, assim como o condutor local, objeto do
presente estudo, presta “informações técnico-especializadas, sobre determinado tipo de
atrativo natural ou cultural de interesse turístico, na unidade da federação para o qual o
mesmo se submeteu a formação profissional específica.” Neste caso os condutores são
treinados pelas próprias UC´s para atender aos visitantes dos parques em estudo.
A profissão do condutor local é bem específica, na medida em que ele presta
informações sobre determinado atrativo, geralmente em sua localidade habitual,
enquanto o guia regional, além de prestar a informação, também recepciona o turista e o
acompanha, fornecendo todo o suporte de informações e assistência nos roteiros que
incluem os atrativos locais, dentro da região ou município em que atua, para a visitação
dos atrativos turísticos e utilização dos equipamentos e serviços turísticos.
A deliberação do Ministério do Turismo de 326 do ano de 1994, delegou a
competência para a instituição de normas para as unidades federativas, a fim de que às
mesmas fosse possível complementar a legislação sobre os guias especializados em
atrativo turístico, na medida em que enorme diversidade entre a realidade de cada
Região brasileira.
O parágrafo único do artigo da deliberação, deixa claro quais os profissionais
poderão ser objeto dessas normas estaduais.
Parágrafo Único As normas a serem estabelecidas, na forma deste artigo,
deverão referir-se, prioritária e especialmente, às pessoas físicas prestadoras
de serviços turísticos, cuja atuação profissional, destinada a atender
peculiaridades específicas do patrimônio e da infra-estrutura turísticas locais,
tenha significativa implicação na qualidade dos produtos turísticos estaduais
oferecidos.(g.n.)
O acima mencionado deixa claro a necessidade de se estabelecer normas estaduais para
o estudo das regras referentes aos trabalhadores nos diversos setores que prestam
serviços associados à atividade turística.
34
3.4.1.2. Âmbito Estadual
A deliberação Normativa 326/94 do Ministério do Esporte e Turismo, em suas
considerações iniciais, menciona a possibilidade das Unidades da Federação criarem
preceitos legais próprios para os profissionais que prestam serviços e que não estão
compreendidos na legislação Federal concernente ao turismo, a fim de complementação
aperfeiçoamento da qualidade do produto turístico estadual.
Art. 1º- Recomendar aos Órgãos Oficiais de Turismo, das Unidades da
Federação que, em complemento à. legislação federal de turismo em vigor,
estabeleçam normas próprias para cadastro, classificação, controle e
fiscalização de prestadores de serviços, não abrangidos na referida legislação
federal. (g.n.)
Art. - Considerar-se-ão incluídos no disposto no artigo anterior, entre
outras, as pessoas físicas cuja prática, decorrente do tempo de vivência e
experiência em determinado atrativo ou empreendimento turístico, próprio de
certa região, lhes permita conduzir o turista, com segurança, em seus passeios
e visitas, ao local, prestando-lhes orientação e informação específica e
tornando mais atrativa sua programação. (g.n.)
Parágrafo Único Estão compreendidas neste artigo as pessoas físicas que
conduzam e orientam o turista em passeios e visitas realizados no interior de
determinado atrativo ou empreendimento turístico localizado:
A. na selva amazônica, pantanal,
parques nacionais, ou a outros
locais em equilíbrio ambiental; (g.n.)
B. em dunas, cavernas ou outros atrativos ecológicos específicos;
C. em locais de atrativos náuticos;
D. em empreendimento considerado de valor histórico e artístico, pelas
autoridades governamentais competentes.
Pela diversidade e dinamismo das atividades voltadas para este tipo de serviço os cursos
e metodologias de capacitação e treinamento devem ser diversificados para atender cada
segmento e cada tipo de guia. O guia de turismo não requer a mesma formação que
outros profissionais, como por exemplo, os técnicos e os dirigentes da atividade
hoteleira, pois cada uma guarda suas especificidades. De acordo com o artigo primeiro
da deliberação normativa número 427 de 2001 os estados devem
Adotar, para fins de regulamentação dos artigos 4º, e 10, do Decreto
946, de de outubro de 1993, os critérios a serem apresentados como
subsídio aos órgãos próprios dos sistemas de ensino para apreciação dos
planos de curso para educação profissional de nível técnico Guia de Turismo,
com base na análise das Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas à luz
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 9.394/96, do
Decreto 2.208/97, da Resolução CNE/CEB 04/99 e dos Pareceres
35
CNE/CEB 14/97, nº16/99 e 25/01, os quais devem compor a ÁREA DE
TURISMO E HOSPITALIDADE, possibilitando a adoção de módulos na
educação de nível técnico, bem como a certificação de competências por
módulos.
O artigo segundo da supracitada deliberação aborda as normas para certificação e
cadastro dos guias especializados em atrativos
Art. Para requerer o cadastro na classe de Guia de Turismo Especializado em
Atrativo Natural e na classe de Guia de Turismo Especializado em Atrativo
Cultural, de que trata o artigo 4º do Decreto 946, de 1º de outubro de 1993, o
requerente deve, primeiramente, ser habilitado como Guia de Turismo
Regional, em cursos específicos da Qualificação Profissional ou Habilitação
Profissional.
§ Somente terão validade, para fins de apreciação e cadastro na
EMBRATUR, os cursos de Qualificação, Habilitação e Especialização
Profissional desenvolvidos no nível técnico, uma vez que os cursos de
Qualificação Profissional de nível básico são, essencialmente, nos termos do
Artigo 4º do Decreto Federal n.º 2.208/97, educação não formal, não sujeita à
regulamentação curricular.
Os currículos dos cursos voltados o trabalho do guias especializados em atrativos devem
contemplar focos culturais e ambientais das áreas de atuação, discutir políticas públicas,
comportamentos éticos, técnicas de interpretação e condução de grupos, primeiros
socorros e resgate, dentre outras especificidades locais. Os guias especializados em
atrativos e os condutores locais, geralmente são moradores de áreas de entorno de UC´s
ou com potencial turístico e muitas vezes não tem condições nem financeiras nem
educacionais de fazer um curso técnico como propõe a legislação em vigor.
Beltrão (2001 p.61) divaga sobre as escolas de capacitação dos guias no Brasil:
“existem várias escolas no Brasil credenciadas para ministrar esses cursos,
como é o caso das Escolas Técnicas Federais que podem ser encontradas no
Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo e das escolas
do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e do Serviço de
Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE), com duração de 6 a 12
meses. Após o término do curso, "a pessoa obtém a carteira de guia junto à
EMBRATUR podendo exercer essa função tanto em território nacional
como internacional".
Existem também esforços das próprias associações e ONG’s para a capacitação destes
profissionais. Os guias especializados em atrativos geralmente são treinados pela
própria administração de suas áreas de atuação ou por empresas especializadas.
36
Conforme DE VALLE, 2003 p.37 em dissertação de mestrado sobre guias
“As autoridades locais, tais como a associação local de guias, membros da
indústria e instituições educacionais deveria atuar conjuntamente para
discutir o conteúdo e a duração, tanto dos cursos formais quanto dos cursos
de treinamento. A ausência de ações dessa natureza leva os profissionais a
níveis baixos e variados de profissionalismo e, como conseqüência, resulta na
falta de reconhecimento e na imagem pobre da profissão”.
37
4. Metodologia
Este trabalho trata-se de um estudo de caso relacionado ao trabalho dos condutores
locais em UC’s. Na primeira parte da pesquisa utilizou-se a pesquisa bibliográfica e
exploratória sobre material específico de unidades de conservação, turismo e condução
de grupos, publicações em livros, revistas, jornais, rede eletrônica, visando definir as
UC´s que seriam objetos de estudo. Constituem-se finalidades de uma pesquisa
exploratória, principalmente quando bibliográfica, proporcionar informações mais
detalhadas sobre determinado assunto e, como explica ANDRADE (1999), facilitar a
delimitação de um tema de trabalho, definir ou descobrir novos tipos de enfoque para
futuros trabalhos. A pesquisa exploratória pode se constituir um trabalho preparatório
para outro tipo de pesquisa.
Para compreensão da situação da função e relevância do trabalho dos condutores optou-
se por realizar três tipos de pesquisas de campo: pesquisa com os condutores locais,
pesquisa com turistas que visitaram as UC’s e pesquisa com os gestores das UC’s.
Deve-se também registrar que a observação empírica da autora, que realiza trabalhos
profissionais relacionados ao turismo em UC’s, contribuiu de forma significativa para
concretização do estudo proposto.
As UC’s escolhidas como objetos de estudo foram: Parque Nacional da Serra do Cipó
(PARNA Cipó) e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PARNA Veadeiros).As
UC’s estão localizadas em Minas Gerais e Goiás e foram escolhidas pela importância
que possuem como áreas de conservação e por estarem localizadas a distância
relativamente pequena em relação à dois grandes centro emissores de turistas no caso
Belo Horizonte (PARNA Cipó) e Brasília (PARNA Veadeiros). O fato das duas UC’s
terem regimentos diferentes em relação aos serviços dos condutores locais foi relevante
na escolha pois permitiu a análise comparativa de situações distintas.
38
4.1 Pesquisa com condutores locais
A finalidade da pesquisa com os condutores locais foi obter informações quanto ao
processo de capacitação e organização de seus serviços de acordo com variáveis
ambientais, sociais, econômicas e políticas.
Optou-se pelo questionário como instrumento de pesquisa sendo este elaborado
contendo questões fechadas, em sua maioria, e questões abertas.Após a elaboração dos
questionários de pesquisa realizou-se um pré teste no PARNA Cipó para identificar
deficiências do mesmo. Após as modificações necessárias chegou-se ao modelo de
questionário que pode ser visto no anexo 1.
Procurou-se aplicar o questionário ao maior número de condutores das duas UC’s. Os
condutores locais que participaram da pesquisa foram 53 condutores na PARNA
Veadeiros e 12 no PARNA Cipó. A diferença entre estes números tem como causa às
características das UC’s que se diferem na questão da obrigatoriedade de contratação do
condutor local para visitação nos atrativos.
Os questionários foram aplicados durante o período de novembro de 2005 a março de
2006 no PARNA Cipó e no período de janeiro a março de 2006 no PARNA Veadeiros.
As pesquisas tiveram apoio de estagiários do Centro Universitário UNIEURO de
Brasília, Chapada dos Veadeiros e da Universidade Federal de Minas Gerais de Belo
Horizonte, Serra do Cipó.
4.2 Pesquisa com turistas
A finalidade da pesquisa com os turistas foi obter informações quanto aos serviços
prestados, qualidade e assimilação das informações de acordo com variáveis ambientais,
sociais, econômicas e políticas, informações quanto ao processo de capacitação e
organização de seus serviços.
39
Também neste caso optou-se pelo questionário como instrumento de pesquisa sendo
este elaborado contendo questões fechadas, em sua maioria, e questões abertas. Após a
elaboração dos questionários de pesquisa realizou-se um pré teste no PARNA Cipó para
identificar deficiências do mesmo. Após as modificações necessárias chegou-se ao
modelo de questionário que pode ser visto no anexo 2.
A definição da amostra foi dificultada pela falta de dados seguros a cerca do público
que visita as Unidades de Conservação. Por isto optou-se por e realização de pesquisa
com o maior número de turistas que visitaram as unidades de conservação. Foram questionados 125
turistas no PARNA Veadeiros e 61 no PARNA Cipó. Como as estatísticas com relação ao
número de turistas que visitam as Unidades de Conservação são imprecisas não foi
possível fazer um estudo apurado de representatividade da amostra portanto os turistas
foram escolhidos de forma aleatória.
Um tamanho de amostra de 125 entrevistados garante um intervalo de confiança de 95%
com desvio máximo entre 8 e 9 % de acordo com tabelas de Silva, 2004, p.106.
No caso do PARNA Cipó a amostra de 61 entrevistados garante um intervalo de
confiança de 90% com desvio máximo de 10%. (Silva, 2004, p.106)
Os questionários foram aplicados durante o período de novembro de 2005 a março de
2006 no PARNA Cipó e no período de janeiro a março de 2006 no PARNA Veadeiros
nas mesmas circunstâncias da pesquisa com os condutores locais.
4.3 - Pesquisa com gestores das UC’s
A finalidade da pesquisa com os gestores foi obter informações acerca do trabalho e
organização dos condutores locais, envolvimento da gestão das áreas com o trabalho
dos condutores e normas de uso das áreas.
Para obter as informações desejadas com os gestores dos Parques Nacionais Serra do
Cipó e Chapada dos Veadeiros optou-se por realizar entrevista semi-estruturada como
40
instrumento de pesquisa. O modelo de entrevista pode ser visto no anexo 3.
As entrevistas foram realizadas em fevereiro de 2006 no PARNA Cipó e no PARNA Veadeiros.
5. ANÁLISE E OBTENÇÃO DOS DADOS
Os resultados quantitativos foram processados empregando métodos da estatísticas
clássica o que possibilitou interpretação das informações e cruzamento de dados das
pesquisas.
As questões abertas dos questionários foram subdivididas e tabuladas em itens afins;
desta forma, foram apuradas as informações sobre os temas mais sugeridos e abordados
em relação à questão.
As entrevistas foram analisadas e os resultados destas análises transcritos a seguir.
5.1. Descrição das áreas em estudo
5
.1.1. Parque Nacional Chapada dos Veadeiros
O PARNA Chapada dos Veadeiros localiza-se na parte nordeste do estado de Goiás e
tem área nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcanti e Colinas do Sul. A
Portaria principal localiza-se em São Jorge, distrito de Alto Paraíso de Goiás conforme
fig. 01, a cerca de 260km de Brasília e 480 km de Goiânia.
41
Figura 01 – mapa localização PARNA Veadeiros
Fonte: IBAMA –
De acordo com O IBAMA a UC foi criada para a “...preservação do cerrado de altitude
(estruturação geomorfológica), da fauna característica e endêmica, das belezas cênicas
naturais e das nascentes de vários rios da bacia hidrográfica do Tocantins. Visa
interpretação ambiental, o ecoturismo e a preservação de ecossistemas raros no bioma
cerrado...” Tem área de aproximadamente 65.000 hectares. Inicialmente fazia parte do
Parque Nacional de Tocantins que protegia cerca de 650.000 hectares, teve sua área
reduzida e seu nome alterado para Parque Nacional Chapada dos Veadeiros. Em
dezembro de 2001 foi considerado patrimônio natural mundial pela UNESCO.
Vale ressaltar que “...o parque beneficia, em especial, a vila São Jorge dado a
proximidade de sua portaria e conseqüente fluxo de turistas. As outras cidades na zona
de amortecimento como Cavalcante e Colinas do sul, sentem de maneira mais amena
um aumento do turismo principalmente após o ordenamento da visitação pública no ano
de 1990 e, por conseguinte, a implantação de serviços indiretos, tais como: campings,
42
restaurantes, hotéis e serviço de guias...” ( IBAMA, março de 2006)
As pesquisas foram realizadas em São Jorge.
5.1.2. Parque Nacional da Serra do Cipó
O PARNA Cipó localiza-se na área central de Minas Gerais e abrange os municípios de
Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro fazendo
também divisa com Itabira. Sua portaria principal está no distrito Serra do Cipó,
município de Santana do Riacho. O PARNA é distante cerca de 100 km de Belo
Horizonte conforme fig.02
Santa Luzia – BH- 15 km
Figura 02 – Mapa de localização do PARNA Cipó
Fonte: DER/MG 2001
De acordo com o IBAMA, 2006, o PARNA Cipó foi criado com o objetivo de
“proteger uma área de excepcional beleza cênica, que abriga flora
extremamente rica em espécies e com alta taxa de endemismo, rica fauna,
onde se destacam os insetos e anfíbios e imensa quantidade de nascentes que
alimentam as bacias dos rios São Francisco e Doce. A maior parte da área
protege campos rupestres, mas também áreas de cerrado, matas ciliares e
capões de mata. Pela topografia acidentada, formam-se inúmeras cachoeiras
43
que atraem grande quantidade de visitantes oriundos principalmente da
grande Belo Horizonte, mas também de outras partes do Brasil e do mundo,
sendo fundamental para a preservação deste patrimônio ambiental, o
ordenamento da visitação”. (IBAMA, março de 2006)
Tem área de aproximadamente 33.800 hectares. Foi inicialmente um Parque Estadual
passando a categoria de Parque Nacional em Dezembro de 2004.
5.2. Análise dos Questionários aplicados aos CONDUTORES
Os graf 01 e 02 apresentam os resultados relativos ao tempo de atividade dos condutores locais nos
parques pesquisados
Graf. 1: Tempo de Atividade de um condutor no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 41 questionários.
Graf. 2: Tempo de Atividade de um condutor no Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostra: 12 questionários.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
até 1 ano
1 a 2 anos
2 a 3 anos
3 a 4 anos
4 a 5 anos
mais de 5 anos
N. R.
Total
Nº de Condutores
Tempo de Atividade
100%
17.07%
34.14%
2.43%
17.07%
9.75%
4.87%
14.63%
0 2 4 6 8 10 12 14
até 1 ano
1 a 2 anos
2 a 3 anos
3 a 4 anos
4 a 5 anos
mais de 5 anos
N. R.
Total
Tempo de Atividade
100%
58.33%
25%
16.66%
44
De acordo com os dados apresentados, a maior porcentagem dos condutores (34.14%)
que trabalham no PARNA Veadeiros atuam no parque a mais de 5 anos. No caso do
PARNA Cipó, esta temporalidade (mais de 5 anos) corresponde a 25% dos condutores
entrevistados. Em seqüência 2,43% e 16.66% dos condutores trabalham
respectivamente na Chapada dos Veadeiros e Serra do Cipó, por um período de 4 a 5
anos. Desta forma 36,57% em Veadeiros e 41,66% no Cipó trabalham nas áreas por
mais de quatro anos. Isto pode significar uma certa estabilidade na função exercida.
Vale reforçar que no caso da entrevistas referentes ao PARNA Veadeiros, verifica-se a
presença de proporções correspondentes a todas temporalidades, que variam de até 1
ano a mais de 5 anos; tal fato não se evidencia no PARNA Cipó, talvez pela
expressividade de 58.33% de entrevistados que não responderam a esta questão ou
também por falta de estímulo para atrair novos condutores.
Quando questionados sobre participar de alguma associação todos os condutores
entrevistados do PARNA Veadeiros afirmam participar de alguma das associações de
condutores, enquanto no PARNA Cipó, essa representatividade corresponde a 58.33%.
De acordo com o gestor da UC vários esforços foram feitos para a criação de uma
associação de condutores do local. Atualmente estão sendo realizadas reuniões para tentar
estruturar o melhor tipo de organização para representar o trabalho destes profissionais.
No caso de Veadeiros, essa totalidade se explica pela obrigatoriedade de participar de
uma das associações de condutores para trabalhar no Parque, dado que corresponde a
35.55% das justificativas dadas. Este fato, somado a uma maior facilidade de obter
informações relativas ao Parque, favorece para que os condutores mantenham-se
atualizados nas questões relativas ao Parque (16.27%), além disto, juntamente
com a boa organização da associação (13.95%); contribuem efetivamente para que os
condutores busquem uma associação. O gestor da UC afirma existirem quatro
associações atuando na região e trabalhando legalmente dentro do parque.
no caso da Serra do Cipó, os condutores filiados a Associação apresentam uma
menor representatividade se comparados aos condutores do PARNA Veadeiros, em
função desta não obrigatoriedade em se associar para conduzir visitantes e de nem
45
existir ainda uma associação legalizada. Logo, as principais razões mencionadas pelos
condutores da Serra do Cipó para buscarem uma associação são justificadas pela
melhoria das condições de trabalho (16.66%) e pela contribuição na preservação de tal
parque (16.66%). Quando questionado sobre a possibilidade de garantir a
obrigatoriedade de contratação de um condutor associado ou de manter parceria com
esta associação o gestor do parque diz que é um caso a ser tratado no Plano de Manejo
de UC que está sendo elaborado.
De acordo com as pesquisas, 100% dos condutores entrevistados do PARNA Veadeiros
participam de algum treinamento para conduzirem visitantes neste parque. Esta
característica pode ser justificada em função da obrigatoriedade de filiar-se a
Associação de Condutores para conduzir visitantes e neste sentido, a própria associação
de Condutores é muitas vezes responsável por cursos de treinamentos.
No caso dos condutores do Parque Nacional da Serra do Cipó, 50% participaram de
algum treinamento, enquanto outros 50% não participaram fator que pode influenciar na
qualidade dos serviços prestados e na segurança aos turistas.
O PARNA Veadeiros oferece diversos treinamentos em parceria com as associações de
condutores. De acordo com o gestor do parque para se filiar a uma das associações o
condutor deve ser treinado e estar vinculado a um destes grupos. no PARNA Cipó
não existe nenhum tipo de norma e vínculo do parque com os condutores. Várias
pessoas da região oferecem os trabalhos de condução de turistas sem nenhum tipo de
treinamento o que pode colocar em risco os visitantes e não garantir a proteção da UC e
a qualidade e as experiências da visita.
Quanto as organizações que oferecem treinamento nos parques os resultados estão
evidenciados nos gráficos 03 e 04
46
Graf. 3: Organizações que ofereceram treinamento aos condutores do Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros.
Amostras: 48 repostas.
Graf. 4: Organizações que ofereceram treinamento aos condutores do Parque Nacional da
Serra do Cipó. Amostras: 12 respostas.
No PARNA Veadeiros, 47.91% dos condutores participaram de algum treinamento
oferecido por alguma das associações da região. Como mencionado anteriormente, este
fato pode ser compreendido para o caso de Veadeiros em razão de todos os condutores
estarem filiados a uma das associações de condutores o que facilita então o treinamento.
Em segundo lugar, 39.58% de condutores participaram de treinamento oferecido pelo
próprio parque. Em seguida, 12% de condutores participaram de treinamentos
oferecidos por “outros”, especialmente no caso de Veadeiros, oferecidos pela WWF,
SEBRAE, Bioma Cerrado ( ong que atua em áreas predominantemente de cerrado, ou
por iniciativa própria. È notável a importância das UC´s exigirem guias credenciados e
0 10 20 30 40 50 60
Oferecido pelo Parque
Oferecido pela Prefeitura
Oferecido pela Associação de Condutores
Outros
N.R.
Total
Nº de Condutores
Organizações
100%
12.5%
47.91%
39.58%
0 2 4 6 8 10 12 14
Oferecido pelo Parque
Oferecido pela Prefeitura
Oferecido pela Associação de Condutores
Outros
N.R.
Total
Nº de Condutores
Organizações
100%
50%
8.33%
41.66%
47
bem treinados.
para a Serra do Cipó, dos 50% de condutores que participaram de treinamentos, estes
foram oferecidos principalmente pelo próprio parque (41.66%) e em seguida por
“outros” não explicitados (8.33%).
Uma associação de condutores bem estruturada favorece a manutenção de parcerias
com o parque e outras organizações para o desenvolvimento de treinamentos,
reciclagem, novas técnicas de condução e novos roteiros. Os responsáveis pelos
treinamentos são mencionados conforme os gráficos 05 e 06.
Graf. 5: Responsáveis pelo treinamento para condutores do Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros. Amostras: 50 respostas.
Graf.6: Responsáveis pelo treinamento para condutores do Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostras: 12 respostas.
0 10 20 30 40 50 60
Funcionário do IBAMA
SENAC
Outros
Total
Nº de Condutores
Organizações
24%
22%
100%
2%
16%
36%
0 2 4 6 8 10 12 14
Funcionário do IBAMA
Instituições de Ensino
SENAC
Empresa Privada
Outros
N.R.
Total
Nº de Condutores
Organizações
100%
50%
25%
16.66%
8.33%
48
No que diz respeito aos responsáveis pelo treinamento para condutores de Veadeiros,
36% dos entrevistados participaram de treinamentos cujo órgão responsável foi o
IBAMA. Em segundo lugar, 24% dos entrevistados participaram de treinamentos cujo
responsável foi a categoria “outros”, dentre eles o WWF, o SEBRAE e o Bioma
Cerrado. Em seguida, com 22%, alguns condutores participaram de treinamentos
oferecidos por empresas privadas. Por fim, com aproximadamente 18% de condutores
participaram de treinamentos oferecidos por Instituições de Ensino e pelo SENAC.
Para o Parque Nacional da Serra do Cipó, a maior parte de condutores expressada pelos
25%, participaram dos treinamentos oferecidos pela categoria “outros”, dentre eles
foram mencionados Centro Universitário Newton Paiva e a Cruz Vermelha. Em
seguida, com quase outros 25% de treinamentos foram oferecidos por empresas
privadas (16.66%) e pelo IBAMA, com menor representatividade (8.33%). De acordo
com gestor do parque existe um projeto de se realizar treinamento para condutores em
todas as localidades próximas a UC em parceria com o SEBRAE e SENAC. Vale
ressaltar a maior quantidade de instituições atuando no Parna Veadeiros.
O gráfico 07 refere-se a carga horária dos treinamentos em Veadeiros
Graf. 07: Horas/aula dos treinamentos para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostras: 41 questionários.
A maior parte dos condutores entrevistados em Veadeiros participou de treinamentos
com carga horária entre 90 e 120 h/aula (29.26%). Os demais entrevistados
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
até 15 h/aula
15 a 30 h/aula
30 a 60 h/aula
60 a 90 h/aula
90 a 120 h/aula
120 a 150 h/aula
150 a 180 h/aula
180 a 220 h/aula
220 a 250 h/aula
250 a 300 h/aula
mais de 300 h/aula
N.R.
Total
Nº de Condutores
Horas Aula
100%
7.31%
4.87%
2.43%
2.43%
4.87%
29.26%
9.75%
4.87%
9.75%
21.9%
2.43%
49
participaram, principalmente, de treinamentos com carga horária acima das 120h/aula, cuja soma
dos percentuais corresponde a cerca de 31.7%.
Esta análise não pode ser comparada com a do Parque Nacional da Serra do Cipó,
devido à falta de informações relativas a este parque no quesito de carga horária. A
maioria dos entrevistados não soube responder a questão.
Ainda avaliando os treinamentos, os entrevistados foram questionados sobre o custo dos
treinamentos. Considerando que 100% dos condutores de Veadeiros participaram de algum tipo de
treinamento e deste total 87.80% dos treinamentos foram pagos, apenas
9.75% dos treinamentos não geraram um custo.
No caso da Serra do Cipó, dos condutores que participaram de treinamento apenas
8.33% dos treinamentos foram pagos. Ao contrário do que ocorre em Veadeiros, 50%
dos treinamentos oferecidos na Serra do Cipó foram gratuitos. Apesar de se existir mais
cursos gratuitos na Serra do Cipó existem bem menos condutores no local que na
Chapada dos Veadeiros. Esta análise pode ser evidenciada pela obrigatoriedade de
contratação do condutor e maior exigência do turista o que justifica um estudo mais
aprofundado desta questão.
Os gráficos 08 e 09 demonstram o número de instrutores envolvidos nos treinamentos realizados
nas UC´s em estudo
Graf. 08: Número de Instrutores. Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostras: 41 questionários.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
até 5
10 a 20
acima de 30
Total
Nº de Respostas
Nº de Instrutores
100%
24.39%
7.31%
4.87%
63.41%
50
Graf. 09: Número de Instrutores. Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostras: 12 questionários.
Quanto ao número de instrutores tanto em Veadeiros como na Serra do Cipó, a maior
parte dos treinamentos foram dados por até 5 instrutores representando 63.41% em
Veadeiros e 16.66% na Serra do Cipó.
Neste último, os números de instrutores permaneceram constantes com uma
porcentagem de 8.33%. no PARNA Veadeiros a porcentagem mais representativa,
após os 63.41% referentes até 5 instrutores. Nesta UC os treinamentos compostos por
mais de 30 instrutores representam 7.31%. os entrevistados devem ter entendido mal a
questão ou fizeram mais de um tipo de treinamento e afirmam ter mais de 30
instrutores durante todos eles, que este é um número de instrutores para ministrar um
curso é pouco usual.
Um outro aspecto referente aos conteúdos dos treinamentos realizados produziu 137
respostas para Veadeiros e 20 respostas para o Cipó, observando que cada respondente
poderia dar mais de uma resposta. Deste total, pode-se dizer que tanto em Veadeiros,
quanto no Cipó, o conteúdo mais abordado foi o curso de Primeiros Socorros seguido
por abordagens em Geografia; Ecologia; Geologia; Biologia; História; Condução de
Visitantes; Interpretação de Trilhas; Preservação Ambiental; e outros.
Quanto à segurança que os condutores apresentam para conduzir grupos; em Veadeiros
todos (100%) dizem possuir segurança para realizar tal atividade. Na Serra do Cipó
0 2 4 6 8 10 12 14
até 5
5 a 10
10 a 20
20 a 30
acima de 30
N.R
Total
Nº de Respostas
Instrutores
100%
58.33%
16.66%
8.33%
8.33%
8.33%
51
58.33% dos condutores sentem-se seguros para conduzir grupos, enqu
anto 33.33%
afirmam não possuir segurança. Este fato pode ser explicado considerando a proporção
de condutores que participaram de algum treinamento para conduzir visitantes em
Veadeiros (100%) e na Serra do Cipó (50%), tendo em vista que nestes treinamentos é
comum abordar conteúdos como Primeiros Socorros e condução de visitantes que
auxiliam ao condutor a adquirir certa segurança para desempenhar tal tarefa.
Os entrevistados foram questionados também sobre o significado do termo
Interpretação da Natureza. As respostas geradas por tal questão são bastante
semelhantes para o PARNA Veadeiros e para o PARNA Cipó. De acordo com os
condutores entrevistados em Veadeiros a Interpretação da Natureza é em primeiro lugar
Preservar a Natureza representando 41.46% das repostas, em seguida tudo que é
responsável pela nossa sobrevivência representando 14.63%; em terceiro lugar é
observar e conhecer a natureza (9.75%). Em seqüência representa o contato entre
homens e natureza (7.31%) e na mesma proporção (2.43%) equivale aos Recursos
naturais de nosso meio ambiente e a educação ambiental.
No Cipó, Preservar a Natureza representa o segundo maior número de respostas
14.28%, fica abaixo apenas dos Recursos naturais de nosso meio ambiente com 21.42%
das interpretações e é seguido pela mesma quantidade de respostas (7.14%) de outras
interpretações como: a natureza é a fonte de sobrevivência; Observar, conhecer a
natureza e aceitá-la; Tudo o que você e sente; Tudo o que você tenta transmitir para o
visitante e Tudo o que é real e têm um fundamento para existir.
Os gráficos 10 e 11 referem-se aos aspectos que os condutores das UC´s dominam
52
Graf.10: Aspectos dominados pelos condutores no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostras: 41 respostas.
Graf. 11: Aspectos dominados pelos condutores no Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostras: 12 respostas.
A Fauna representa o conteúdo de maior domínio dos condutores de Veadeiros
representando 20.22% das repostas mencionadas; seguida por Vegetação (19.66%),
Flora (17.97%), Formações Geológicas (12.92%) e outros como Histórico, Clima e
Área.
Diferentemente de Veadeiros, a Vegetação é o conteúdo mais dominado por condutores
na Serra do Cipó representando 24.32 % das respostas mencionadas; seguida pela Fauna
e Histórico (16.21%) Flora e Área (13.51%) e outros como Formações Rochosas e
Clima.
0 5 10 15 20 25 30 35 40
ÁREA
VEGETAÇÃO
FORMAÇÕES GEOLÓGICAS
CLIMA
Total
Nº de Respostas
Aspectos do Parque
100%
10.81%
16.21%
5.40%
13.51%
24.32%
16.21%
13.51%
0 50 100 150 200
ÁREA
FAUNA
VEGETAÇÃO
FLORA
FORMAÇÕES GEOLÓGICAS
HISTÓRICO
CLIMA
N.R.
Total
Nº de Respostas
Aspectos do Parque
100%
8.98%
11.23%
12.92%
17.97%
19.66%
20.22%
8.98%
53
Vale lembrar que as diferenças encontradas entre os parques podem estar ligadas aos
treinamentos ou a falta deles, e ainda, a uma questão de significação de atrativos. Por
exemplo, pode ser que os visitantes que vão ao PARNA Veadeiros tenham maior
es
interesse em conhecer a fauna deste local, justificando maior domínio por aspectos da
fauna. Da mesma forma, pode ser que os visitantes que vão ao PARNA Cipó tenham
maior interesse pela flora do local, justificando o domínio dos condutores por aspectos
da fauna.
Em relação ao conhecimento de trilhas, enquanto a maior parte dos entrevistados
de Veadeiros afirmou conhecer todas as trilhas (92.66%); os entrevistados da Serra do
Cipó em sua maioria (66.66%) afirmaram não conhecer todos os atrativos. Apenas a
metade deste contingente (33.33%) conhece todas as trilhas do Parque Nacional da
Serra do Cipó.
a avaliação dos condutores quanto ao conhecimento de atrativos para Veadeiros é
bastante satisfatória, pois 90.24 % dos condutores conhecem todos os atrativos, apenas
2.43% dos entrevistados não conhecem todos os atrativos. Para a Serra do Cipó a
quantidade de condutores que conhecem todos os atrativos equipara-se a quantidade
daqueles que não conhecem todos (50%).
Segundo os condutores entrevistados em Veadeiros, de um total de amostras de 41
questionários, a comunidade mais envolvida com o Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros é a Comunidade de São Jorge com 85.36% de respostas, nesta comunidade
70.73% acreditam estar envolvidos com o Parque, enquanto outros 2.43% não o
fazem. Em seguida, 2.63% da comunidade de Alto Paraíso também acreditam estarem
envolvidos com o Parque o mesmo acontece na comunidade de Colinas do Sul e
Teresina.
No caso da Serra do Cipó, segundo a avaliação de 12 questionários, a comunidade mais
envolvida com o Parque é a comunidade de Serra do Cipó representando 33.33% dos
entrevistados. Destes condutores, 25% acreditam estar envolvidos com o Parque e
outros 7.33%, entretanto, não se sentem envolvidos para com o Parque.
54
Ainda quanto ao envolvimento das comunidades com os parques, 22.44% dos
entrevistados em Veadeiros acreditam que as comunidades mencionadas estão
envolvidas com o Parque através do auxílio à Proteção e Preservação do Parque. Outros
20.40% de condutores se sentem envolvidos, pois trabalham em atividades geradas pelo
parque ou por que estão ligados ao atendimento ao visitante. Por essa razão 12.24% dos
entrevistados dependem diretamente do parque como fonte de emprego e renda. Os outros
5.12% justificam o envolvimento por diversas formas; apenas 2.04% acreditam que o
envolvimento da comunidade para com o Parque é ainda muito pouco.
Diferentemente do que acontece no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, apenas
7.69% dos condutores do Parque Nacional da Serra do Cipó acreditam que o
envolvimento parque/ comunidade está relacionado com os cursos de treinamento de
condutores, ou outros 17% que acreditaram haver um envolvimento não opinaram sobre
como este envolvimento é dado. Ao contrário, 24% de entrevistados que não
acreditavam haver envolvimento parque/ comunidade argumentaram que esta
inexistência é devida ao descontextualizarão da comunidade no âmbito do Parque, e
ainda pelo fato da comunidade não respeitar as leis ambientais.
Quando questionados sobre os benefícios advindos da criação do parque, 95.12% dos
condutores de Veadeiros acreditam que a criação do PARNA Veadeiros trouxe melhorias
para as comunidades desta localidade. Apenas 2.43% não acreditam em tal juízo.
Metade dos entrevistados (50%) acredita que a criação do PARNA Cipó trouxe benefícios
e melhorias para as comunidades deste local. No entanto, 16.66% de condutores não
acreditam que a criação do Parque foi significativa para tais comunidades.
De acordo com as proposições anteriores, de 54 repostas,observando que cada
respondente poderia dar mais de uma resposta, em Veadeiros 33.33% de condutores
entrevistados acreditam que o principal benefício gerado pela criação do Parque está
relacionado com a geração de emprego e renda. Em segundo lugar, os benefícios são
gerados pelo aumento do fluxo turístico (24.07%); em seguida com 11.11% de
respostas, os benefícios estão relacionados a preservação do meio ambiente; na
seqüência (9.75%) a criação do Parque ajudou a divulgar municípios do entorno; além
55
de outros benefícios mencionados.
Semelhantemente ao que ocorre em Veadeiros, de 16 repostas, o benefício mais
mencionado pelos condutores (25%) do Parque Nacional da Serra do Cipó está
relacionado à geração de emprego e renda; seguido pela contribuição para a preservação
do meio ambiente (18.75%), pela contribuição a divulgação do
s municípios do entorno
(6.75%) e pelo reconhecimento da comunidade (6.75%).
Os condutores que julgam não haver benefícios para as comunidades do Parque da Serra
do Cipó, acreditam que devido a fiscalização am
biental precária e a presença de
conflitos de terras, a criação do parque em nada modificou a vida destas comunidades.
De acordo com as pesquisas, a maior parte dos entrevistados tanto para Veadeiros
(60.29%) quanto para a Serra do Cipó (83.33%), afirmam que ser condutor não
representa a única fonte de renda. Em Veadeiros 39.70% de condutores sobrevivem
apenas desta atividade. na Serra do Cipó apenas 16.66% dos condutores fazem desta
sua única fonte de renda.
Os entrevistados que não sobrevivem apenas da atividade de condutores, no PARNA
Veadeiros 46.34% de condutores acreditam que é possível sobreviver apenas desta
atividade, ou seja, adquirir a renda exclusivamente desta atividade (condução de
grupos). No PARNA apenas 8.33% dos condutores entrevistados afirmam acreditar na
possibilidade da atividade de condução como única fonte de renda. Assim sendo, boa
parte dos condutores do Cipó (50%) e de Veadei
ros (51.21%) ainda não deposita
credibilidade na atividade de condução como o meio único de obtenção de renda.
Para aqueles que acreditam tornar a atividade de condução o único meio de sustento; alguns
condutores apostam na necessidade de aumentar o salário dos condutores como primeira medida
para facilitar esta viabilidade, segundo 7.69% de condutores do Cipó e 4.87% dos condutores de
Veadeiros.
Neste contexto, as principais dificuldades enfrentadas pelos condutores para
sobreviverem apenas da condução de grupos se dão em razão dos baixos rendimentos
gerados pela atividade, segundo 17.07% dos entrevistados em Veadeiros. Soma-se a
56
este fator a falta de turistas em algumas épocas do ano, segundo condutores de ambos os
parques (9.75% de Veadeiros e 7.69% da Serra do Cipó). Além disso, outra dificuldade
é dada pela concorrência existente pelos próprios condutores, como ocorre com 7.69%
dos entrevistados no Parque Nacional da Serra do Cipó. Faz-se necessário um estudo
mais aprofundado sobre a credibilidade do trabalho destes profissionais.
Os gráficos 12 e 13 referem-se a faixa salarial dos condutores. O grande número de
entrevistados que não responderam a questão nos dois parques pode ser justificado pelo
constrangimento em receber baixos salários.
Graf. 12: Faixa salarial dos condutores do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 41 questionários.
Graf.13: Faixa salarial dos condutores do Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostra: 12 questionários.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Até 1/2 salário mínimo
Entre 1/2 e 1 salário mínimo
Entre 1 e 2 salários mínimos
Entre 2 e 3 salários mínimos
mais de 3 salários mínimos
N.R.
TOTAL
Nº de Condutores
Faixa Salarial
100%
48.78%
31.70%
5%
2.43%
9.75%
0 5 10 15
Até 1/2 salário mínimo
Entre 1 e 2 salários mínimos
mais de 3 salários mínimos
TOTAL
Nº de Condutores
Faixa Salarial
100%
8.33%
8.33%
8.33%
75%
57
Complementando os dados anteriores, os gráficos evidenciam a baixa rentabilidade dos
condutores de ambos os parques cuja renda concentra-se especialmente até a faixa de 3
salários mínimos para condutores do PARNA Veadeiros e 2 salários mínimos para
condutores do PARNA Cipó.
No caso de Veadeiros, mesmo considerando a faixa de no máximo 3 salários, a maior
parte dos condutores (31.7%) ganham entre 1 e 2 salários mínimos, em seqüência
9.75% dos entrevistados ganham entre ½ e 1 salário mínimo. Abaixo destas faixas, 5%
dos entrevistados ganham entre 2 e 3 salários mínimos. Em menor porcentagem 2.43%
dos condutores ainda ganha até ½ salário mínimo.
no caso da Serra do Cipó, mesmo considerando a
faixa de no máximo 2 salários,
diferentemente do que acontece no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; a média
dos condutores que ganham até ½ salário mínimo, entre ½ e 1, e entre 1 e 2 é a mesma
representada por 8.33% de condutores.
Como visto, considerando que muitos são os condutores de ambos os parques que
possuem uma renda de predominantemente até 2 salários mínimos (atualmente 600
reais, em abril de 2006), os baixos rendimentos dificultam a sobrevivência exclusiva da
atividade de condução de grupos como fonte de renda.
Aprofundando tal questão, os gráficos 14 a 17 ajudam a compreender as mudanças
provocadas pela atividade de condução de visitantes em Parques Nacionais em níveis de
rentabilidade.
Graf.14: Quanto os condutores ganhavam antes de começara a conduzir grupos no Parque
Nacional da Chapada dos Veadeiros. Amostra: 41 questionários.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Não ganhava nada
Entre 1/2 e 1 salário mínimo
Entre 2 e 3 salários mínimos
N.R.
Nº de Condutores
Faixa Salarial
100%
60.97%
2.43%
17.07%
14
.
63
%
4.87%
58
Graf.15: Quanto os condutores ganhavam antes de conduzir grupos no Parque Nacional
da Serra do Cipó. Amostra: 41 questionários.
Graf. 16: Ganho médio por mês para condutores do Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros. Amostra: 41 questionários.
Graf. 17: Ganho médio por mês para condutores do Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostra: 12 questionários.
Avaliando os gráficos evidencia-se que a maioria dos condutores de Veadeiros ganhava
entre 1/2 e 1 salário mínimo (17.07%). Em segundo lugar, os condutores ganhavam até
0 5 10 15
Até 1/2 salário mínimo
Entre 1/2 e 1 salário mínimo
Entre 1 e 2 salários mínimos
Entre 2 e 3 salários mínimos
mais de 3 salários mínimos
N.R.
Total
Nº de Condutores
Faixa Salarial
8.33%
8.33%
83
.
33
%
100%
0 10 20 30 40 50
Até 1/2 salário mínimo
Entre 1 e 2 salários mínimos
mais de 3 salários mínimos
Total
Nº de Condutores
Renda Média
100%
34.14%
2.43%
12.19%
2.43%
31.70%
17.07%
0 5 10 15
Até 1/2 salário mínimo
Entre 1 e 2 salários mínimos
mais de 3 salários mínimos
TOTAL
Nº de Condutores
Renda Média
8.33%
8.33%
8.33%
75%
100%
59
½ salário mínimo (14.67%).Em terceiro lugar, se enquadram aqueles que não ganhavam
nada representado por (4.87%). Os demais que ganhavam entre 1 e 2 salários mínimos
(2.43%).
Semelhantemente ao que ocorre no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, na
Serra do Cipó evidencia-se que o maior percentual de condutores ganhava até 1 salário
mínimo (16.66%), sendo que deste percentual 8.33% ganhava apenas até ½ salário mínimo.
Após iniciarem as atividades como condutores em Veadeiros, deu-se então uma nova
situação: quase todas as faixas apresentaram crescimento. A faixa que compreende a
renda entre ½ e 1 salário mínimo se manteve constante (17.07%). Em contrapartida a
faixa que compreende entre 1 e 2 salários mínimos apresentou um salto bastante
favorável, representando o maior número de condutores (31.7%). Duas novas faixas
surgiram, a faixa de 2 a 3 salários mínimos e a de mais de 3 salários mínimos,
representado cada uma delas 2.43% de entrevistados. No entanto, a faixa dos que
ganhavam até ½ salário mínimo apresentou uma queda de 14.63% para 12.19% dos
entrevistados.
A situação do Parque Nacional da Serra do Cipó, diferente do que ocorreu em
Veadeiros, poucos foram os aumentos das rendas dos condutores. A faixas de ½ salário
mínimo e de 1 /2 a 1 salário mínimo se mantiveram constantes (8.33%). Entretanto uma
nova faixa entre 1 e 2 salários mínimos- surgiu com a mesma proporção das outras
duas , representando 8.33% dos entrevistados.
Assim, de acordo com os dados avaliados, nota-se que o trabalho dos condutores do
Parque Nacional da Serra dos Veadeiros apresentou uma maior valorização, quando
comparados com os condutores do Parque Nacional da Serra do Cipó.
Os gráficos 18 e 19 demonstram os principais incentivadores ao trabalho dos condutores
na UC’s em estudo.
60
Graf. 18: Incentivadores do trabalho dos condutores locais do Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros. Amostra: 60 respostas.
Graf. 19: Incentivadores do trabalho dos condutores locais do Parque
Nacional da Serra do
Cipó. Amostra: 16 respostas.
Os principais incentivadores do trabalho dos condutores no PARNA Veadeiros e no
PARNA Cipó são os turistas, com 43,3% e 37,5% respectivamente. O gestor do parque
vem em segundo em ambos os casos: no PARNA Veadeiros foram 30% das respostas
enquanto no PARNA Cipó foram 18,75%. A prefeitura municipal e as ONG’s são
citadas apenas no Parque Chapada dos Veadeiros, com 10% e 5% das respostas,
respectivamente. Nos dois casos, as instituições de ensino aparecem timidamente:
Chapada dos Veadeiros 5% e Serra do Cipó 6,25%. Muitos foram os que não
responderam a essa pergunta na Serra do Cipó, 37,5%, na Chapada dos Veadeiros
esse número foi bem menor, 6,66%.
0 10 20 30 40 50 60 70
GESTOR DO PARQUE
TURISTAS
Total
Nº de Condutores
Instituições
100%
6.66%
5%
43.33%
5%
10%
30%
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
0
0
0
0
0
0
0
Nº de Condutores
Instituições
100%
37.5%
6
.
25
%
37
.
5
%
18.75%
61
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
de Condutores
Avaliação
2
.
43
%
58
.
53
%
34.14%
4
.
87
%
100%
Os condutores foram questionados também acerca do comportamento dos turistas nas
visitas as UC’s em estudo, como demonstram os gráficos 20 e 21.
Graf. 20 – Avaliação do comportamento dos turistas no Parque Nacional Chapada dos
Veadeiros. Amostra: 41 questionários.
Graf. 21 – Avaliação do comportamento dos turistas no Parque Nacional Serra do Cipó.
Amostra: 12 questionários.
Comparando os dois gráficos, pode-se perceber que em ambos os parques, os
condutores consideram bom o comportamento dos turistas: no Parque Chapada dos
Veadeiros são 58,53% enquanto na Serra do Cipó são 41,66%. No gráfico 20, a segunda
maior porcentagem dos entrevistados - 34,14% - responderam que o comportamento
dos visitantes é ótimo enquanto no gráfico 21 não houve nenhuma resposta para esse
item. Em contrapartida, 25% dos entrevistados do parque Serra do Cipó não souberam
0
2
4
6
8
10
12
14
Nº de Condutores
Avaliação
100%
16
.
66
%
41.66%
25
%
16.66%
62
responder à pergunta, além de 16,66% não responderem enquanto no Parque Chapada
dos Veadeiros esse número foi bem pequeno, sendo que ninguém respondeu que não
sabia e apenas 4,87% dos entrevistados não responderam. A resposta ruim foi pouco
citada no parque Chapada dos Veadeiros enquanto uma porcentagem considerável do
Parque Serra do Cipó - 16,66% - optaram por essa resposta. Ninguém respondeu que o
comportamento dos turistas é péssimo.
Quando perguntados sobre a obrigatoriedade dos seus serviços, os guias do Parque
Nacional Chapada dos Veadeiros foram unânimes em responder que sim, o serviço deve
ser obrigatório. no Parque Nacional da Serra do Cipó, a grande maioria - 75% -
também respondeu sim. Contudo 8,33%, acham que não deve ser obrigatório e 16,66%
não responderam.
No Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, 33,85% dos que responderam sim disseram
que o serviço de condutor deve ser obrigatório porque promove a segurança dos
visitantes, no Parque Nacional da Serra do Cipó, 14,28% responderam a mesma coisa.
24,52% dos condutores do Parque dos Veadeiros e 14,28% do Parque da Serra do Cipó
disseram que os condutores transmitem aos turistas noções de preservação ambiental
contribuindo, assim, para a preservação do parque. outra resposta que foi
consideravelmente citada nos dois parques foi que o condutor transmite maiores
informações sobre o parque, com 15,09% das repostas do Parque dos Veadeiros e 14,28%
do Parque Serra do Cipó. Outra resposta em comum foi que é importante a
obrigatoriedade do serviço de condutor nos parque pois esta regulamenta as visitas, que
passam ser mais controladas, 5,66% na Chapada dos Veadeiros e 7,14% na Serra do Cipó.
Outras respostas que foram citadas somente no Parque Chapada dos Veadeiros foram:
Contribui para a geração de empregos e aumento da renda dos guias, com 11,32% e
permitem melhor aproveitamento do passeio, com 1,88%.
para os que disseram não, somente justificou a resposta uma pessoa do Parque
Nacional da Serra do Cipó, que disse que os atrativos do parque são de fácil acesso, não
sendo necessário a presença de condutores. Não responderam a pergunta 42,85% do
total de entrevistados nesse parque enquanto no Parque Chapada dos Veadeiros somente
7,54% não responderam.
63
Ao avaliar as atividades turísticas desenvolvidas atualmente, nos dois parques a resposta
mais citada foi que as atividades são boas, com 53,65% do Parque Nacional Chapada
dos Veadeiros e 25% no Parque Nacional Serra do Cipó. Muitos condutores não
responderam a pergunta nos dois parques sendo que no Chapada dos Veadeiros foram
26,82% e no Serra do Cipó foi 41,66%.
No Parque Chapada dos Veadeiros, 9,75% das respostas disseram que as atividades
poderiam ser mais exploradas; 4,87% que elas são avaliadas de acordo com a satisfação do
visitante e 4,87% que elas são avaliadas a partir da importância da preservação do parque.
Entre as outras respostas do Parque Nacional da Serra do Cipó, 8,33% responderam que
as atividades são médias; 16,66% que elas são desorganizadas e 8,33% que elas são
predatórias.
Contribuiram com sugestões ao desenvolvimento de atividades para o futuro 60,97% dos
condutores do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros e 38,46% dos condutores do
Parque Nacional Serra do Cipó. Em número bem menor, 7,31% das respostas da Chapada
dos Veadeitos e 15,38% das da Serra do Cipó responderam que não sugerem atividades
para o futuro. Em ambos os casos, um número grande de condutores não responderam as
respostas: 31,70% na Chapada dos Veadeiros e 46,15% na Serra do Cipó.
Para o PARNA Veadeiros 21,95% das respostas sugeriram os esportes radicais como
uma atividade. Sugeriram o Ecoturismo 7,31% das respostas do mesmo parque, assim
como 7,31% sugeriram a criação de novas trilhas. O PARNA Veadeiros também teve
como sugestões a modificação das trilhas, maiores investimentos para desenvolver o
turismo, maior segurança para os visitantes, a avaliação periódica de guias e condutores
e a criação de novos convênios, todos com 2,43% cada. Não detalharam a sua resposta
63,41% das pessoas que responderam sim.
No PARNA Cipó, 15,38% das respostas dos condutores sugeriram a obrigatoriedade dos
guias pagos para acompanhar as visitas. As demais respostas, com 7,63% do total cada,
responderam que deveria ser aumentada as atividades ligadas ao turismo, sugeriram a
criação de travessias e de um sistema para a conservação e preservação do parque.
64
De acordo com as pesquisas no PARNA Veadeiros, a quantidade de condutores
nascidos no local é apenas um pouco superior aos que não nasceram, sendo as
porcentagens 51,21% e 48,78%, respectivamente. no PARNA Cipó, a maioria não
nasceu no local, sendo 58,33% contra 33,33% dos que nasceram.
Dos condutores do PARNA Veadeiros, 56,09% residem no local, enquanto no
PARNACipó 41,66% dos condutores são residentes. Apenas 4,87% dos condutores do
PARNA Veadeiros não residem no local, no PARNA Cipó, 25% dos condutores não
moram no local. O número de condutores que não responderam em ambos os parques
foi grande: 39,02% em Veadeiros e 33,33% na Serra do Cipó.
Os gráficos 22 e 23 referem-s a faixa etária dos entrevistados
Graf 22 – Idade dos condutores do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 41 questionários.
Graf. 23 – Idade dos condutores do Parque Nacional Serra do Cipó.
Amostra: 12 questionários.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ENTRE 18-25 ANOS
ENTRE 26-35 ANOS
ENTRE 36-45 ANOS
ENTRE 46-55 ANOS
ENTRE 56-65 ANOS
ACIMA DE 66
N.R.
Total
Nº de Condutores
Idade
100%
24.39%
24.39%
4.87%
46.34%
0 2 4 6 8 10 12 14
ENTRE 18-25 ANOS
ENTRE 26-35 ANOS
ENTRE 36-45 ANOS
ENTRE 46-55 ANOS
ENTRE 56-65 ANOS
ACIMA DE 66
N.R.
Total
Nº de Condutores
Idade
25%
66.66%
8.33%
100
%
65
0 10 20 30 40 50
ATÉ 01 SALÁRIO MÍNIMO
ENTRE 3 E 5 SALÁRIOS MÍNIMOS
ENTRE 7 E 10 SALÁRIOS MÍNIMOS
MAIS DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS
Total
Nº de Condutores
Renda Familiar
100%
4.87%
2.43%
9.75%
43.90%.
39.02%
A maior porcentagem dos condutores nos dois parques são mais jovens, sendo que 46,34%
dos do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros têm entre 18 e 25 anos e, nesta faixa de
idade, 66,66% dos condutores do Parque Nacional Serra do Cipó. A quantidade de
respostas de idade entre 26 e 35 anos é 24,39% no Parque Chapada dos Veadeiros e
25% no Parque Serra do Cipó. Acima dessas faixas de idade, somente encontramos
respostas no Parque Chapada dos Veadeiros, onde 24,39% tem entre 36 e 45 anos e
4,87% Entre 46 e 55 anos. Vale ressaltar que esta atividade como exposta é de baixa
remuneração e requer bom condicionamento físico dos profissionais.
Os gráficos 24 e 25 demostram a renda familiar dos entrevistados
Graf. 24 – Renda familiar dos condutores do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 41 questionários.
Graf. 25 – Renda familiar dos condutores do Parque Nacional Serra do Cipó.
Amostra: 12 questionários
0 2 4 6 8 10 12 14
ATÉ 01 SALÁRIO MÍNIMO
ENTRE 3 E 5 SALÁRIOS MÍNIMOS
ENTRE 7 E 10 SALÁRIOS MÍNIMOS
MAIS DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS
Total
Nº de Condutores
Renda Familiar
16.66%
16
.
66
%
8
.
33
%
58.33%
100%
66
Nos dois gráficos, percebe-se que a maior parte dos condutores possuem a renda familiar
entre 1 e 3 salários mínimos: No Parque Chapada dos Veadeiros a porcentagem é
43,90% enquanto no Parque Serra do Cipó é 58,88%. Em segundo lugar, em ambas as
localidades, encontra se o valor até 1 salário mínimo, sendo 39,2% no Chapada dos
Veadeiros e 16,66% no Serra do Cipó. Em terceiro lugar está o entre 3 e 5 salários
mínimos, sendo o Chapada dos Veadeiros com 9,75% e o Serra do Cipó com 8,33%.
Entre 7 e 10 salários mínimos, o Chapada dos Veadeiros possui 2,43% dos seus
condutores com essa renda familiar.
5.3 - Análise dos Questionários aplicados aos TURISTAS
As entrevistas com turistas nas duas UC’s foram aplicadas entre novembro de 2005 a
março de 2006. Foram aplicados, ao todo, 186 questionários. Os turistas foram
abordados na entrada principal das UC´s.Os gráficos 26 e 27 referem-se a utilização do
trabalho de um condutor nas UC´s em estudo.
Graf. 26: Utilizou o trabalho de um condutor no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostra:125 Questionários
80,8%
12%
7,20%
100%
0
20
40
60
80
100
120
140
Sim Não N.R. Total
Nº de Turistas
Respostas
67
Graf. 27: Utilizou o trabalho de um condutor no Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostra: 61 Questionários.
De acordo com os dados apresentados, a maioria dos turistas (80,80%) utilizou o
trabalho de um condutor no PARNA Veadeiros e 12% não utilizou tal serviço. no
PARNA Cipó apenas 18,03% dos visitantes utilizaram o trabalho do condutor, sendo a
grande maioria (81,97%) não utilizou tal serviço. A contratação de um condutor é
obrigatória no PARNA Veadeiros e opcional no PARNA Cipó. Os dois gestores das
UC’s acham que a obrigatoriedade de se contratar um condutor pode auxiliar na
participação e envolvimento das comunidades locais com os parques.
Os gráficos 28 e 29 apresentam os aspectos de maior interesse dos entrevistados durante
as visitas.
18,03%
81,97%
0%
100%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Sim Não N.R. Total
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Cachoeiras
Trilhas
Paisagens
Esportes
Interpretação
Vegetação/Flora
Fauna
Relevo
N. R.
Total
Graf.28: O que mais interessou na visita do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Amostra: 368 respostas.
31,52%
20,11%
19,29%
4,08%
2,45%
12,5%
5,16%
4,62%
0,27%
100%
Nº de Turistas
Interesses
Nº de Turistas
Respostas
68
Graf. 29: O que mais interessou na visita do Parque Nacional da Serra do Cipó
Amostra: 177 respostas.
Sendo que os entrevistados poderiam dar mais de uma resposta, no que diz respeito ao
que mais interessa na visita, 31,52% dos visitantes do PARNA Veadeiros responderam
que as cachoeiras foram o atrativo que despertou maior interesse, seguido das trilhas
com 20,11% e da paisagem com 19,29%. Outro atrativo que despertou interesse foi a
Vegetação/Flora com 12,5%. Atrativos como fauna (5,16%), relevo (4,62%), esportes
(4,08%) foram pouco citados entre os entrevistados. a interpretação feita pelos
condutores interessou apenas 2,45% dos visitantes do parque. Em análise ao Parque
Nacional da Serra do Cipó pode-se observar que as cachoeiras também foram o atrativo
de maior interesse entre os visitantes (32,20%), seguido da paisagem (20,34%), das
trilhas (14,69%) e da Vegetação/Flora com 13,56%. Atrativos como relevo (4,52%),
esportes (4,52%) e fauna (3,39%) continuaram sendo pouco citados pelos entrevistados.
a Interpretação feita pelos condutores despertou o interesse de 6,78% dos
entrevistados, sendo esta uma das principais diferenças entre os dois parques. De acordo
com os gestores das duas UC´s foram realizados treinamentos que abordaram a
interpretação ambiental porém não existe nenhum tipo de monitoramento da efetividade
do processo interpretativo e de reciclagem dos condutores.
Os entrevistados foram questionados se o trabalho dos condutores despertou os interesses
supracitados como mostram os gráficos 30 e 31
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Cachoeiras
Trilhas
Paisagens
Esportes
Interpretação
Vegetação/Flora
Fauna
Relevo
N. R.
Total
100%
32,20%
14,69%
20,34%
4,52%
6,78%
13,56%
3,39%
4,52%
Interesses
Nº de Turistas
69
Graf. 30: O trabalho dos condutores despertou interesse no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros?
Amostra: 125 questões.
Graf. 31: O trabalho dos condutores despertou interesse no Parque Naciona
Amostra: 61 questionários
No que diz respeito ao trabalho dos condutores observa
70,40% dos entrevistados responderam que tal trabalho despertou interesse contra
17,60% que responderam não a questão. Apenas 16,39% dos entrevistados no PARNA
Cipó responderam que tal atividade despertou seu interesse contra 6,56% que
responderam não a questão. Cabe ressaltar que
Veadeiros não utilizaram o serviço de um condutor, enquanto no Parque Nacional da
Serra do Cipó 77,05% dos turistas não utilizaram tal trabalho representando a grande
parcela dos entrevistados. De acordo com o gestor do PARNA Veadeiros nos
treinamentos realizados são abordadas técnicas de interpretação do ambiente.
Quando questionados so
bre o que é um parque nacional
maioria dos visitantes afirma saber o que é um Parque Nacional. Dos entrevistados no
0
20
40
60
80
100
120
140
Sim
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim
Não
Nº de Turistas
Graf. 30: O trabalho dos condutores despertou interesse no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros?
Graf. 31: O trabalho dos condutores despertou interesse no Parque Naciona
l da Serra do Cipó?
No que diz respeito ao trabalho dos condutores observa
-
se que no PARNA Veadeiros,
70,40% dos entrevistados responderam que tal trabalho despertou interesse contra
17,60% que responderam não a questão. Apenas 16,39% dos entrevistados no PARNA
Cipó responderam que tal atividade despertou seu interesse contra 6,56% que
responderam não a questão. Cabe ressaltar que
apenas 6,4% dos visitantes do PARNA
Veadeiros não utilizaram o serviço de um condutor, enquanto no Parque Nacional da
Serra do Cipó 77,05% dos turistas não utilizaram tal trabalho representando a grande
parcela dos entrevistados. De acordo com o gestor do PARNA Veadeiros nos
treinamentos realizados são abordadas técnicas de interpretação do ambiente.
bre o que é um parque nacional
em ambos os p
maioria dos visitantes afirma saber o que é um Parque Nacional. Dos entrevistados no
Não Não utilizou N.R.
Não
Não utilizou N.R.
Respostas
Respostas
Graf. 30: O trabalho dos condutores despertou interesse no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros?
l da Serra do Cipó?
se que no PARNA Veadeiros,
70,40% dos entrevistados responderam que tal trabalho despertou interesse contra
17,60% que responderam não a questão. Apenas 16,39% dos entrevistados no PARNA
Cipó responderam que tal atividade despertou seu interesse contra 6,56% que
apenas 6,4% dos visitantes do PARNA
Veadeiros não utilizaram o serviço de um condutor, enquanto no Parque Nacional da
Serra do Cipó 77,05% dos turistas não utilizaram tal trabalho representando a grande
parcela dos entrevistados. De acordo com o gestor do PARNA Veadeiros nos
treinamentos realizados são abordadas técnicas de interpretação do ambiente.
em ambos os p
arques, a grande
maioria dos visitantes afirma saber o que é um Parque Nacional. Dos entrevistados no
Total
Total
70
PARNA Veadeiros, 90,40% responderam que sabem o que é um Parque Nacional,
sendo que apenas 7,20% responderam que não sabem responder tal questão. no
PARNA Cipó, 88,52% dos entrevistados disseram que sabem o que é um Parque
Nacional contra 11,48% que não sabem responder a questão.
Entre os entrevistados, em questão aberta, no PARNA Veadeiros 10,23% responderam
que interpretação da natureza é a conscientização e preservação dos recursos naturais.
Outros 7,87% dos visitantes responderam que é algo relacionado com espiritualidade
(criação Divina, integração com Deus, algo filosófico, lugar com energia positiva),
seguido de Recursos naturais do meio ambiente (7,08%); Tudo que é vivo e que rodeia o
ser humano (4,72%) , Fonte de vida (3,94%) e Tudo que precisa ser preservado (3,15%).
no PARNA Cipó conhecer a natureza e preservá-la foi a resposta mais citada entre os
visitantes entrevistados (9,83%), seguido de um lugar calmo e tranqüilo (4,92%),
recursos naturais de nosso Meio Ambiente (3,28%), saber respeitar (3,28%) e todo tipo
de vida preservada (3,28%). Cabe ressaltar que 54,09% dos entrevistados não
responderem a esta questão. A interpretação ambiental é um dos objetivos das UC´s e
seu conceito ainda está muito pouco divulgado e compreendido entre as várias áreas do
conhecimento. É importante propor ações e projetos para realmente disseminar a idéia e
utilizar de forma adequada os parques para o turismo.
Os gráficos 32 e 33 referem-se aos gastos médios dos visitantes durate as visitas nas UC´s
Graf. 32: Gasto Médio dos visitantes do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 125 questionários
0 20 40 60 80 100 120 140
Não teve gasto
1 a 10 reais
11 a 20 reais
21 a 30 reais
31 a 40 reais
acima de 40 reais
N. R.
TOTAL
Nº de Turistas
71
Graf. 33: Gasto Médio dos visitantes do Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostra: 61 questionários
De acordo com os dados analisados observa
turistas não tiveram nenhum gasto na visita. 20,8% dos visitantes tiveram um gasto
entre R$1,00 a R$10,00; 25,6% dos entrevistados tiveram suas despesas entre R$11,00
a R$20,00; 9,6% mantiveram seus gastos entre R$21,00 a R$ 30,00 e 12,8% gastaram
entre R$31,00 a R$40,00. Do total de visitantes entrevistados no parque 28%
responderam que tiveram um gasto su
PARNA Cipó observa-
se que 9,84% dos turistas não tiveram nenhum gasto na visita.
Dos entrevistados 44,26% responderam que tiveram um gasto entre R$1,00 a R$10,0
9,84% tiveram suas despesas entre R$11,00 a R$20,00; 14,75% mantiveram seus gastos
e
ntre R$21,00 a R$ 30,00 e 1,64%
visitantes entrevistad
os no parque 18,03% responderam que tiveram um gasto superior a
R$40,00. Os parques nacionais em estudo oferecem infra estrutura, locais de grande
beleza cênica e atrativos turísticos ímpares. Os dados
muito baixo com relação ao porte do atrativo visitado. Estes gastos em questão são
aqueles atribuídos somente no período de utilização das UC´s. Em ambos os parques
não existem lanches, souvenires ou outras formas de proporcionar ao turista
possibilidade de gasto, somente com as taxas de entrada e com a contratação do
condutor.
9,
84
9,84%
14,75%
1,64%
1,64%
0
10
Não teve gasto
1 a 10 reais
11 a 20 reais
21 a 30 reais
31 a 40 reais
acima de 40 reais
N. R.
TOTAL
Graf. 33: Gasto Médio dos visitantes do Parque Nacional da Serra do Cipó.
De acordo com os dados analisados observa
-
se que no PARNA Veadeiros 2,4%
turistas não tiveram nenhum gasto na visita. 20,8% dos visitantes tiveram um gasto
entre R$1,00 a R$10,00; 25,6% dos entrevistados tiveram suas despesas entre R$11,00
a R$20,00; 9,6% mantiveram seus gastos entre R$21,00 a R$ 30,00 e 12,8% gastaram
entre R$31,00 a R$40,00. Do total de visitantes entrevistados no parque 28%
responderam que tiveram um gasto su
perior a R$40,00. na análise dos dados do
se que 9,84% dos turistas não tiveram nenhum gasto na visita.
Dos entrevistados 44,26% responderam que tiveram um gasto entre R$1,00 a R$10,0
9,84% tiveram suas despesas entre R$11,00 a R$20,00; 14,75% mantiveram seus gastos
ntre R$21,00 a R$ 30,00 e 1,64%
gastaram entre R$31,00 a R$40,00. Do total de
os no parque 18,03% responderam que tiveram um gasto superior a
R$40,00. Os parques nacionais em estudo oferecem infra estrutura, locais de grande
beleza cênica e atrativos turísticos ímpares. Os dados
mostram que o gasto dos turistas é
muito baixo com relação ao porte do atrativo visitado. Estes gastos em questão são
aqueles atribuídos somente no período de utilização das UC´s. Em ambos os parques
não existem lanches, souvenires ou outras formas de proporcionar ao turista
possibilidade de gasto, somente com as taxas de entrada e com a contratação do
84
%
44,26%
9,84%
14,75%
18,03%
10
20 30 40 50
60
se que no PARNA Veadeiros 2,4%
dos
turistas não tiveram nenhum gasto na visita. 20,8% dos visitantes tiveram um gasto
entre R$1,00 a R$10,00; 25,6% dos entrevistados tiveram suas despesas entre R$11,00
a R$20,00; 9,6% mantiveram seus gastos entre R$21,00 a R$ 30,00 e 12,8% gastaram
entre R$31,00 a R$40,00. Do total de visitantes entrevistados no parque 28%
perior a R$40,00. na análise dos dados do
se que 9,84% dos turistas não tiveram nenhum gasto na visita.
Dos entrevistados 44,26% responderam que tiveram um gasto entre R$1,00 a R$10,0
0;
9,84% tiveram suas despesas entre R$11,00 a R$20,00; 14,75% mantiveram seus gastos
gastaram entre R$31,00 a R$40,00. Do total de
os no parque 18,03% responderam que tiveram um gasto superior a
R$40,00. Os parques nacionais em estudo oferecem infra estrutura, locais de grande
mostram que o gasto dos turistas é
muito baixo com relação ao porte do atrativo visitado. Estes gastos em questão são
aqueles atribuídos somente no período de utilização das UC´s. Em ambos os parques
não existem lanches, souvenires ou outras formas de proporcionar ao turista
possibilidade de gasto, somente com as taxas de entrada e com a contratação do
100%
60
70
72
Em ambos os parques os visitantes consideraram que seu gasto foi bem aplicado. No
PARNA Veadeiros, 96,80% dos entrevistados responderam sim a questão sendo que
apenas 3,2% consideraram que seu gasto não foi bem aplicado. No PARNA Cipó
85,25% dos entrevistados responderam que seu gasto foi bem aplicado sendo que 6,56%
responderam não a questão. Cabe ressaltar que 8,19% dos entrevistados neste parque
não responderam a esta pergunta.
Os gráficos 34 e 35 demonstram o que os visitantes acharam de pagar pelo serviço de
um condutor.
Graf.34: Valeu pagar pelo serviço do condutor? Referente ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 125 questionários.
Graf.35: Valeu pagar pelo serviço do condutor? Referente ao Parque Nacional da Serra do Cipó.
Amostra: 61 questionários.
A grande maioria dos visitantes entrevistados no Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros, 80,80%, responderam que valeu pagar pelo serviço do condutor e 8,0%
80,8%
8%
8,8%
2,4%
100%
0
20
40
60
80
100
120
140
Sim Não Não utilizou N.R. Total
14,75%
0%
83,61%
1,64%
100%
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não Não utilizou N.R. Total
Nº de Turistas
Nº de Turistas
Respostas
Respostas
73
responderam que não. Cabe ressaltar que 8,80% dos visitantes deste parque não
utilizaram o serviço de um monitor. No Parque Nacional da Serra do Cipó apenas
14,75% dos visitantes responderam que valeu pagar pelo serviço do condutor, porém
83,61% dos entrevistados não utilizaram os serviços de um condutor.
Os entrevistados avaliam os serviços dos condutores de acordo com os gráficos 36 e 37:
Entre os visitantes do PARNA Veadeiros, a maioria 50,40% julgou o serviço do
condutor como bom e outros 27,40% como ótimo. Somando as impressões positivas
0 20 40 60 80 100 120 140
Fraco
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
Não utilizou
N. R.
Total
0,8%
11,2%
50,4%
27,2%
10,4%
100%
0 10 20 30 40 50 60 70
Fraco
Ruim
Regular
Bom
Ótim o
Não utilizou
N. R.
Total
6,56%
9,84%
81,97%
1,64%
100%
Nº de Turistas
Nº de Turistas
AvaliaçãoAvaliação
Graf.36: Como você avalia o serviço do condutor no Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros? Amostra: 125 questionários.
Graf.37: Como você avalia o serviço do condutor no Parque Nacional da Serra do Cipó?
Amostra: 61 questionários.
74
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Pos tura/Comportamento
Inf ormaç ões sobre o parque
Inf ormaç ões sobre o entorno
Capac itação
Organiz aç ão institucional
Preç o
o utilizou
N. R.
Total
1,38%
16,55
14,48
11,03
%
4,83%
21,83%
7,59%
22,76
100%
conceitos bom e ótimo pode-se concluir que 77,8% dos visitantes qualificaram bem os
condutores do parque. Apenas 11,20% dos turistas consideraram o serviço dos
condutores como regular. no PARNA Cipó 6,56 dos visitantes consideraram o
serviço dos condutores bom e 9,84% como ótimo. Cabe ressaltar que 81,97% dos
turistas entrevistados não utilizaram o serviço de um condutor. Os trabalhos dos
condutores está tendo uma boa aprovação de acordo com os entrevistados o que pode
ser fruto de bons processos de capacitação e organização.
Quando questionados ao que deve melhorar no trabalho dos condutores os entrevistados
responderam que, de acordo com os gráficos 38 e 39
0 10 20 30 4 0 50 60 70
Pos tu ra/C o m porta m ento
Info rm açõ e s s ob re o parque
Inform ações s o b re o entorn o
C ap a citaçã o
Organizaçã o ins titu cional
Pre ço
Não u tilizou
N. R .
Tota l
3,28%
1,64%
1,64%
3,28%
4,92%
78,69%
6
,55%
100%
Graf.38: O que deve melhorar no trabalho do condutor? Referente ao Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros. Amostra: 145 respostas.
Graf. 39: O que deve melhorar no trabalho do condutor? Referente ao Parque Nacional da
Serra do Cipó. Amostra: 61 respostas.
75
De acordo com os dados apresentados, a maioria dos visitantes do PARNA Veadeiros
que utilizaram o serviço de um condutor consideram que o preço cobrado pelos mesmos
deve ser melhorado (21,38%), seguido das informações sobre o Parque (16,55%) e das
informações sobre o entorno (14,48%). Outro ponto bem citado que deveria ser
melhorado é a Capacitação dos condutores (11,03%). O ponto menos citado foi a
Organização Institucional com 4,83%. Do total de entrevistados 22,76% não
responderam tal questão. no PARNA Cipó 78,69% dos entrevistados não utilizaram o
serviço de um condutor. Dos visitantes que utilizaram tal serviço 4,92% responderam
que o preço cobrado pelos condutores deve ser melhorado, seguido da Organização
Institucional e da Informação sobre o Parque, ambos com 3,28% das respostas. Dois
pontos pouco citados foram a capacitação e a informação sobre o entorno com apenas
1,64% das respostas. Cabe ressaltar que 6,55% dos entrevistados neste parque não
responderam a questão.
No PARNA Veadeiros, 82,40% dos entrevistados consideram que o parque é bem
gerenciado sendo que 8,80% acreditam não ser. no PARNA Cipó 86,89% dos
visitantes consideram o parque bem gerenciado sendo que 8,19% acreditam não ser. No
que se refere ao gerenciamento do parque, 82,40% dos entrevistados responderam que
consideram que o PARNA Veadeiros é bem gerenciado. Como justificativa a questão as
respostas mais citadas foram a boa conservação do parque (10,56%), seguido da
organização (9,15%), da atuação dos guias e demais funcionários (7,76%), da
preocupação dos órgãos responsáveis (4,94%) e da regulamentação das visitas (4,23%).
Outras questões mencionadas foram a boa estrutura do parque, a consciência de
preservação ambiental e a boa conservação das trilhas, todas com 3,52% das respostas.
Também foram citados pelo turistas a segurança (2,12%), a boa manutenção, o
envolvimento da comunidade, a fonte de renda e o preço justo todos com 0,70% para
justificar o bom gerenciamento do parque. Para os que consideram que o Parque não é
bem gerenciado a principal justificativa foi a intolerância e o desrespeito dos
funcionários com os visitantes (1,41%). Outras repostas citadas foram o custo, a falta de
guias para atender toda a demanda, a falta de incentivo dos gestores com os condutores,
a falta de pontos de descanso nas trilhas, necessidade de capacitar os guias e a pouca
disponibilidade financeira.
76
no PARNA Cipó 86,89% dos entrevistados consideram que o parque é bem
gerenciado. Como justificativa a questão as respostas mais citadas foram a organização
do parque (1,69%), seguido da boa conservação e do bom atendimento (ambos com
10,39%), da boa estrutura (6,49%), da boa sinalização (5,19%). Ainda 2,60% disseram
que o parque é limpo e não possui problemas. Outras respostas citadas foram a boa
direção do parque, o controle, o cuidado na entrada, a boa orientação ao turista, a
população receptiva e a boa preservação. Para os que consideram que o Parque não é
bem gerenciado a principal justificativa foi a falta de sinalização eficiente (2,60%).
Outras repostas citadas foram a falta de informação, a falta de fiscalização, a falta de
meios que facilitem o acesso a todos os tipos de turistas, a grande desorganização e a
falta de trilhas secas ou mal divididas entre pedestres e animais.
Entre os visitantes do PARNA Veadeiros 68,80% responderam que consideram a
comunidade de São José bem envolvida com o parque, sendo que apenas 5,60%
responderam não a questão. Do total de entrevistados 25,60% não responderam a questão.
No caso do PARNA Cipó a comunidade mais envolvida é a da Serra do Cipó / Cardeal
Mota que é a localidade base onde concentra-se a melhor estrutura turística e a portaria
do PARNA. Vale ressaltar que do total de 61 entrevistados 26 não responderam esta
questão. Observa-se que no PARNA Veadeiros a maio
ria dos entrevistados respondeu
que a comunidade é envolvida. Como justificativa para esta questão a maioria
respondeu que o parque gera renda para a comunidade que, em contrapartida, depende
do turismo (19,83%), em seguida responderam que o Parque é bem divulgado na
comunidade (8,12%), ajudam a preservar o meio ambiente, oferece dicas relevantes para
quem visita o parque, porque amam o lugar onde vivem e trabalham em atividades
geradas pelo parque (todas essas ultimas com 2,70% das respostas). A minoria dos
entrevistados considera que a comunidade não é envolvida e como justificativa da
questão responderam que a tal não possui consciência ambiental (1,80%), usam o
parque somente como meio de ganhar dinheiro, não divulgam o parque ou não
observaram participação ( com 0,90% das respostas).
no PARNA Cipó 26,09% dos entrevistados consideram que a comunidade é
envolvida. Como justificativa para esta questão a maioria respondeu que todas as
77
pessoas conhecem o parque e são capazes de dar informações (5,00%), em seguida
responderam que a comunidade é receptiva e atenciosa, ajuda a preservar a natureza, é
sempre informada das decisões sobre o parque, os moradores são mão-de-obra para o
parque e por causa dos atrativos turísticos, todas elas com 2,50% das respostas. Cabe
ressaltar que 15,00% não justificaram sua resposta. Apenas 2,17% dos entrevistados
consideram que a comunidade não é envolvida e justificaram sua resposta relatando que
a comunidade não tem consciência de preservação ambiental (5%). Em seguida
disseram que a comunidade é distante (2,50%), não participam, em alguns casos os
turistas conhecem mais que os moradores (2,50%), falta divulgar os atrativos do Parque
e firmar a Associação de Guias Locais (2,50%) e muitas vezes não possui acesso
(2,50%). Do total de entrevistados 12,50% não responderam a questão. Justificaram
dizendo que o parque gera renda para a comunidade que, em contrapartida, depende do
turismo (19,83%), em seguida responderam que o Parque é bem divulgado na
comunidade (8,12%), ajudam a preservar o meio ambiente, oferece dicas relevantes para
quem visita o parque, porque amam o lugar onde vivem e trabalham em atividades
geradas pelo parque (todas essas ultimas com 2,70% das respostas). Apenas 5,60%
consideram que a comunidade não é envolvida e como justificativa da questão
responderam que a tal não possui consciência ambiental (1,80%), usam o parque
somente como meio de ganhar dinheiro, não divulgam o parque ou não observaram
participação (com 0,90% das respostas).
Os gráficos 40 e 41 referem-se a opinião dos entrevistas sobre o envolvimento das comunidades
78
Graf.40: Acham que a comunidade deveria se envolver? Referente ao Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros. Amostra: 61 respostas
Graf.41: Acham que a comunidade deveria se envolver? Referente ao Parque Nacional da
Serra do Cipó. Amostra: 46 questionários.
Dos visitantes que responderam que a comunidade de São Jorge não é envolvida
PARNA Veadeiros 57,14% acreditam que ela deve se envolver e 14,29% acreditam que
não deve haver este envolvimento. Cabe ressaltar que 28,57% não responderam a
questão. no Parque Nacional da Serra do Cipó 26,09% acreditam que a comunidade
deve se envolver com o Parque e apenas 2,17% acreditam que não. Cabe ressaltar que
19,57% dos entrevistados responderam que não sabem se existe este envolvimento e
52,17% não responderam a esta questão.
57,14%
0%
14,29%
28,57%
100%
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não Não Sabe N.R. Total
26,09%
2%
19,57%
52,17%
100%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não Não Sabe N.R. Total
Nº de TuristasNº de Turistas
Respostas
Respostas
79
Os turistas foram questionados também sobre a relação do trabalho dos condutores com
melhorias sociais nas localidades conforme os gráficos 42 e 43.
Graf.42: A existência de um condutor local de turistas é um fator de melhoria social? Referente
ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Amostra: 125 questionários.
Graf.43: A existência de um condutor local de turistas é um fator de melhoria social: Referente
ao Parque Nacional da Serra do Cipó. Amostra: 61 questionários.
No PARNA Veadeiros 86,40% dos visitantes consideram que a existência de um
condutor local é um fator de melhoria social e apenas 2,40% consideram não ser. no
Parque Nacional da Serra do Cipó 85,25% dos visitantes também consideram a
atividade um fator de melhoria social contra 9,83% dos visitantes que não acreditam.
57,14%
0%
14,29%
28,57%
100%
0
20
40
60
80
100
120
140
Sim Não Não Sabe N.R. Total
85,25%
9,83%
4,92%
100%
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não N.R. Total
Nº de Turistas
Respostas
Respostas
Nº de Turistas
80
Como justificativa a questão a maioria dos entrevistados responderam que ocorre
uma maior geração de renda e empregos (28%), seguido da capacitação e envolvimento da
comunidade (5,6%), além de promover maior segurança ao visitante e transmitir noções
de preservação ao turista (ambos com 4%) e 3,2% responderam que tal atividade
melhora a condição de vida da população. Outras respostas citadas justificando a
questão foram que os condutores estimulam o turismo e transmitem maiores
informações ao turista. Apenas 2,4% dos visitantes acreditam que a existência de um
condutor não traz melhorias sociais sendo as principais respostas citadas para justificar a
questão a melhoria somente da vida do condutor e não da comunidade, os gastos que
não ficariam apenas no local e o desenvolvimento da atividade iria tornar o serviço
mais caro gerando rejeição do turista.
no Parque Nacional da Serra do Cipó 85,25% dos visitantes consideram a atividade
um fator de melhoria social. Como justificativa a questão a maioria dos entrevistados
responderam que tal atividade facilita para quem não conhece o local (9,69%), promove
a geração de empregos (8,07%), envolve a comunidade (4,83%) e promove segurança
para o visitante (3,24%). Outras respostas citadas foram que tal atividade permite ao
jovem se inserir no trabalho e na sociedade, melhora a renda da população local,
informam e educam o turista, concilia a preservação do Meio Ambiente com o bem
estar social, facilita o deslocamento do turista e oferece conhecimento aos moradores.
Apenas 9,83% dos visitantes disseram que não acreditam que a atividade pode ser um
fator de melhoria social. As principais justificativas foram a falta de volume de turistas
para gerar sustentabilidade da atividade, o fato de ser mais um gasto para o visitante e
por forçar o visitante a utilizar o serviço.
De acordo com as informações observadas nas pesquisas percebe-se que a maioria dos
visitantes não sabem diferenciar guias de condutores. No Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros 45,60% dos turistas responderam que sabem diferenciar as duas
atividades guia e condutor sendo que 50,40% responderam não saber fazer essa
diferenciação. no Parque Nacional da Serra do Cipó 44,26% dos turistas
entrevistados responderam saber diferenciar guia de condutor sendo que 50,82%
responderam não saber diferenciar. A divulgação do trabalho destes profissionais ainda
é muito pequena o que não contribui para o reconhecimento e valorização da atividade.
81
Ao serem questionados quanto a obrigatoriedade da utilização de um condutor para
visita nas UC´s, observa-se que no PARNA Veadeiros, a grande maioria dos visitantes,
80,80%, consideram que o serviço do condutor deveria ser obrigatório para utilizar o
parque e apenas 13,60% dos entrevistados disseram que consideram que tal serviço não
deveria ser obrigatório. no Parque Nacional da Serra do Cipó 44,26% dos turistas
consideram que os serviços de condutor deveria ser obrigatório para utilização do
parque e 54,10% acreditam que tal atividade não deva ser obrigatória. È interessante
ressaltar que o turista, no momento da pesquisa acabou de visitar a UC. Em Veadeiros
quase todos utilizaram o serviço de um condutor e a grande maioria acha que deve ser
obrigatória a contratação deste profissional o que demonstra grande aceitação do
trabalho. Como justificativa a questão a maioria das respostas foram que os guias
garantem a segurança do visitante (29,93%), seguido do fato de interpretarem o local
explicando tudo sobre o parque e também por conhecerem bem o caminho (ambas com
6,57%). Outras respostas bastante citadas foram a busca pela sustentabilidade (5,84%),
a preservação da natureza (5,11%), o fato de imporem disciplina (4,38%) e permitir um
melhor aproveitamento do passeio (3,65%). Foram citados ainda o fato de conhecerem a
cultura local, de facilitarem a visita e conservarem melhor o parque. Apenas 13,60% dos
entrevistados disseram que consideram que tal serviço não deveria ser obrigatório e
justificaram sua resposta dizendo que o visitante deve ter opção de escolher se quer
utilizar ou não o serviço de um guia (3,65%). Outras respostas mencionadas foram o
fato das trilhas serem de fácil acesso, os preços dos guias serem altos, a obrigação do
serviço geraria a rejeição e se o visitante possui um bom conhecimento do parque não
precisaria utilizar um condutor.
no Parque Nacional da Serra do Cipó, 44,26% dos turistas consideram que os
serviços de condutor deveria ser obrigatório. Como justificativa da questão a maioria
respondeu que os condutores transmitem segurança (8,19%), seguido do fato de
interpretarem o local explicando tudo e evitar impactos ambientais (ambos com 3,28%).
Outras respostas mencionadas foram que tal atividade aumenta o aproveitamento dos
atrativos e do tempo, não permite que as pessoas se percam, organiza os serviços do
parque, além do condutor saber a localização exata dos atrativos é importante sua
presença na primeira visita. 54,10% dos entrevistados acreditam que tal atividade não
deva ser obrigatória e justificou sua resposta pelo fato de muitas pessoas conhecerem
82
a trilha (8,19%), as trilhas são de fácil acesso não precisando do condutor (4,92%) ou
são bem sinalizadas (3,28%). Outras respostas mencionadas foram que nem sempre é
preciso do condutor, as localidades são fáceis, simples e seguras, algumas pessoas
gostam de privacidade, o visitante exploraria melhor o parque longe de um condutor, o
visitante deve ter a opção de escolher pelo serviço, as informações são abundantes sobre
o parque e os locais de interesse e existem muitos condutores que não são capacitados.
Questionados sobre a avaliação das atividades turísticas desenvolvidas atualmente no
parque, nos dois parques pesquisados, a maioria dos turistas responderam que as
atividades foram boas e/ou muito boas: Parque Nacional Chapada dos Veadeiros com
35,20% das respostas e Parque Nacional Serra do Cipó com 22,95% destas. Em
segundo lugar nos dois parques, as atividades foram consideradas ótimas e/ou
excelentes com 6,40% para Chapada dos Veadeiros e 6,56% para Serra do Cipó. Em
terceiro lugar na Chapada dos Veadeiros, encontra-se resposta sem opções, com 4% dos
votos. na Serra do Cipó ficou em terceiro lugar as respostas em que os turistas diziam
não ter observado atividade turística, com 11, 47% dos votos. Também em terceiro
lugar na Chapada dos Veadeiros ficou a opção regular e/ou razoável, com 4% das
respostas; já o Serra do Cipó teve apenas 1,64% de respostas sobre esse mesmo item.
As outras respostas apresentadas no Chapada dos Veadeiros foram: Interessantes, com
3,20%; cansativas, com 2,4% das respostas e pouco exploradas, com a mesma
porcentagem; e fracas, para 1,6% das respostas. Ficaram com 0,8% as seguintes
respostas: Normais, péssimas, necessárias, adequadas, suficientes, ideais, diversificadas,
bem administradas e atrativas. Não souberam responder 2,6% e não responderam 32%.
Na Serra do Cipó, as outras respostas apresentadas com 1,64% cada uma são: muito
ruim, pouco desenvolvida e mal planejadas. A maioria, 52,46%, não respondeu. Quanto
mais atividades os PARNA´s oferecerem mais necessário se faz o trabalho do condutor.
Disseram que sugerem desenvolvimento de atividades para o futuro 40,8% dos turistas
do PARNA Veadeiros e 22,95% dos do Parque Nacional Serra do Cipó. Em número
menor, 20% das respostas da Chapada dos Veadeitos e 9,84% das da Serra do Cipó
responderam que não sugerem atividades para o futuro. Em ambos os casos, um número
83
grande de turistas não responderam as respostas: 39,2% na Chapada dos Veadeiros e
67,21% na Serra do Cipó.
No Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, a maioria das respostas foi a sugestão de
esportes radicais, com 29,63% das respostas, em segundo lugar aparece a aumento da
quantidade de trilhas, com 12,96% e, em terceiro lugar com 5,56% das respostas cada,
encontram se duas sugestões, a de apresentar informações sobre o entorno e o
treinamento e capacitação dos guias e condutores. A preservação do meio ambiente foi
apresentada por 3,72% das respostas. Com 1,85% aparecem as seguintes sugestões:
atividades sustentáveis que não devem prejudicar o ambiente; cuidado com o lixo;
cuidado com o visitante (informações de segurança); trabalhar a educação ambiental;
maiores informações sobre o passeio para evitar acidentes; maiores investimentos,
tro;has menores; isenção da tava de entrada; inclusão de uma área de camping;
melhorias em todos os aspectos e melhorias na segurança.
no Parque Nacional Serra do Cipó, cada sugestão foi dada por uma pessoa. São essas:
Trilhas menores; mais espaço para a prática de esportes; motocross; investimentos na
educação da população local; maiores opções de cachoeiras; atividades monitoradas em
datas comemorativas; serviços de alimentação a preço acessível; passeios a cavalo com
animais adequados; projetos desenvolvidos por cursos de graduação em turismo;
melhoria dos acessos aos locais de alimentação e passeios planejados com guias
treinados.
Quanto a origem dos visitantes dos PARNA’s pode-se observar uma demanda bem heterogênea
conforme os gráficos 44 e 45
84
Graf. 44 –
Local de origem dos turistas do
Amostra: 125 questionários
Graf. 45 –
Local de origem dos turistas do Parque Nacional Serra do Cipó.
Amostra: 61 questionários
13,6%
5,6%
4%
1,6%
1,6%
0,8%
0,8%
0,8%
0,8%
0,8%
0,8%
0,8%
0,8%
0 20
Brasília
São Paulo
Rio de Janeiro
Salvador
Goiânia
Niquelândia
Sobradinho
São Jorge
Planaltina
Caldas Novas
Anápolis
Cristalina
Carolina
Rio Grande do Sul
N.R.
Total
11,47%
8,2%
4,92%
3,28%
1,64%
1,64%
1,64%
1,64%
1,64%
1,64%
1,64%
1,64%
16
,
0 10
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
Sabará
Campinas
Lagoa Santa
Salvador
Viçosa
Total
Origem
Local de origem dos turistas do
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.
Local de origem dos turistas do Parque Nacional Serra do Cipó.
40%
13,6%
27,2%
40 60 80 100
42,62%
11,47%
,
39%
20 30 40 50
Nº de Turistas
Nº de Turistas
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.
100%
120 140
100%
60 70
85
A maioria dos turistas do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros têm origem em
Brasília 40% - e no Parque Nacional da Serra do Cipó em Belo Horizonte 42,62%.
Logo em seguida, nos dois parques, a segunda maior origem é São Paulo, com 13,6%
no Chapada dos Veadeiros e 11, 47% no Parque Serra do Cipó. Em terceiro, também
em ambos os gráficos, aparece o Rio de Janeiro, com 5,6% no Parque Chapada dos
Veadeiros e 8,2% no Parque Serra do Cipó.
No Parque Chapada dos Veadeiros, aparece em quarto lugar Salvador, com 4% das
respostas e em seguida Goiânia e Niquelândia, municípios de Goiás, com 1,6% cada
um. As outras origens, com porcentagem de 0,8% das respostas citadas são:
Sobradinho, São Jorge e Planaltina, no distrito federal; Caldas Novas, Anápolis,
Cristalina e Carolina, em Goiás; e Rio Grande do Sul.
no Parque Serra do Cipó aparecem: Contagem, município de Minas Gerais aparece
com 4,92% das respostas; Sabará, também em Minas, com 3,28%; Brasília, Salvador e
Campinas, com 1,64% cada um; Carangola, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Serra do
Cipó e Viçosa, todos em Minas Gerais, com 1,64%.
Os gráficos 46 e 47 referem-se a faixa etária dos entrevistados.
Graf. 46 – Idade dos visitantes do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 125 questionários.
37,6%
36%
14,4%
7,2%
0%
0,8%
4%
100
0 50 100 150
Entre 18 e 25 anos
Entre 26 e 35 anos
Entre 36 e 45 anos
Entre 46 e 55 anos
Entre 56 e 65 anos
Acima de 66 anos
N. R.
Total
Idade dos Visitantes
Nº de Turistas
86
Graf. 47 – Idade dos visitantes do Parque Nacional Serra do Cipó.
Amostra: 61 questionários.
Em ambos os gráficos o que possui maior porcentagem é a opção entre 18 e 25 anos,
sendo 37,6% no Parque Chapada dos Veadeiros e 50,82% no Parque Serra do Cipó. Em
segundo lugar, também nos dois gráficos, encontra-se a faixa de idade entre 26 e 35
anos: 36% no Parque Chapada dos Veadeiros e 29,51% no Parque Serra do Cipó. Em
terceiro, a idade entre 36 e 45 anos tem 14,4% no Parque Chapada dos Veadeiros e
14,75% no Parque Serra do Cipó. Em quarto, foi citada a idade entre 46 e 55 anos, com
7,2% de respostas no Chapada dos Veadeiros e 4,92% no Serra do Cipó. Aparece
timidamente a idade acima de 66 anos no Chapada dos Veadeiros, sendo essa
porcentagem somente 0,8%.
Observa-se que 73,6% dos visitantes da Chapada dos Veadeiros e 80,33% da Serra do
Cipó tem até 35 anos o que caracteriza uma demanda bastante jovem. Isto pode estar
ocorrendo pelo fato das UC´s não oferecerem atividades turísticas compatíveis com
idades mais avançadas.
Os gráficos 48 e 49 demonstram a renda familiar dos entrevistados
50,82%
29,51%
14,75%
4,92%
0%
0%
0%
100%
0 20 40 60 80
Entre 18 e 25 anos
Entre 26 e 35 anos
Entre 36 e 45 anos
Entre 46 e 55 anos
Entre 56 e 65 anos
Acima de 66 anos
N. R.
Total
Idade dos Visitantes
Nº de Turistas
87
Graf. 48 –
Renda familiar dos turistas do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.
Amostra: 125 questionários.
Graf. 49 –
Renda familiar dos turistas do Parque Nacional Serra do Cipó.
Amostra: 62 questionários.
Percebe-
se, através dos gráficos, que a renda familiar dos turistas é bem variada, sendo
que no Parque Nacional Cha
4%
3,2%
0
Até 01 salário mínimo
Entre 01 e 03 salários mínimos
Entre 03 e 05 salários mínimos
Entre 05 e 07 salários mínimos
Entre 07 e 10 salários mínimos
Entre 10 e 20 salários mínimos
Mais de 20 salários mínimos
N.R.
Total
4,
84
6
6
0
Até 01 salário mínimo
Entre 01 e 03 salários mínimos
Entre 03 e 05 salários mínimos
Entre 05 e 07 salários mínimos
Entre 07 e 10 salários mínimos
Entre 10 e 20 salários mínimos
Mais de 20 salários mínimos
N.R.
Total
Renda Familiar
Renda familiar dos turistas do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.
Renda familiar dos turistas do Parque Nacional Serra do Cipó.
se, através dos gráficos, que a renda familiar dos turistas é bem variada, sendo
que no Parque Nacional Cha
pada dos Veadeiros as maiores porcentagens estão
4%
3,2%
8%
7,2%
25,6%
22,4%
20%
9,6%
20 40 60 80 100
20,97%
17,74%
19,36%
84
%
11,29%
6
,45%
12,9%
6
,45%
10 20 30 40 50 60
Nº de Turistas
Nº de Turistas
se, através dos gráficos, que a renda familiar dos turistas é bem variada, sendo
pada dos Veadeiros as maiores porcentagens estão
100%
120 140
100%
70
88
concentradas nos valores mais altos. Em primeiro lugar, a opção entre 7 e 10 salários
mínimos 25,6% - foi a mais citada. Em seguida, o valor mais citado foi entre 10 e 20
salários mínimos, com 22,4%. Mais de 20 salários aparece em terceiro com 20%. Os
valores mais baixos aparecem depois, sendo que entre 3 e 5 salários mínimos
apareceu com 8%, entre 5 e 7 salários mínimos com 7,2%, entre 1 e 3 salários 3,2% e
até um salário 4%.
No Parque Nacional Serra do Cipó, os valores foram mais equilibrados: o valor mais
citado foi até 1 salário mínimo, com 20,97%; em segundo, aparece entre 3 e 5 salários
mínimos, com 19,36%; em terceiro entre 1 e 3 salários mínimos, com 17,74%. Mais de
20 salários aparece em seguida com 12,9%; entre 7 e 10 salários com 11,20%; entre 10
e 20 com 6,45% ; e entre 5 e 7 salários com 4,84%.
O sexo dos visitantes de ambos os parques é bem equilibrado. No Parque Nacional
Chapada dos Veadeiros o sexo masculino é citado por 49,61% dos entrevistados
enquanto o sexo feminino é citado por 47,24%. no Parque Nacional Serra do Cipó, o
sexo feminino é maioria com 53,23% das respostas enquanto os homens respondem por 46,77%.
5.4 - Entrevista com os gestores
Foram realizadas entrevistas com os gestores das duas UC´s. O atual gestor do PARNA
Veadeiros trabalha no PARNA desde janeiro de 2004 e do PARNA Cipó desde
setembro de 2003.
Quando questionados quanto ao funcionamento do trabalho dos condutores locais no
parque os gestores responderam que, no PARNA Veadeiros,
“Existe uma associação de condutores em cada município e Alto Paraíso tem
duas. Tem a Acesse que é a aAssociação de Cavalcanti, a TECAM que é
a associação de Teresina, não está institucionalizada, a Servitur e CVCV de
Alto Paraíso e São João da Aliança tem uma. É obrigatória a contratação de
um condutor para visitar o Parque”. ( Alberto Bignelli gestor PARNA
Veadeiros em 02/2006)
89
Já no PARNA CIPÓ,
“Em princípio não teve a exigência de se ter um condutor. Se vem um grupo
com condutor ele trata lá fora, na vila. Com um problema que aconteceu com
uma área ainda não desapropriada, família da dona Odília nós tivemos que
exigir um condutor pois estava dando problema na hora em que o turista
chegava para visitar a cachoeira. Não existe ainda toda documentação de
transferência da área para o IBAMA, posse... o grande problema é que eles
cobravam de pessoas para acampar, prática proibida no Parque e ainda
roubavam as barracas dos turistas. A opção foi colocar um condutor para que
ele venha ao parque, recolha o ingresso e entra com o grupo, sem proibir a
entrada do turista, mas não está funcionando. Os condutores estão em
processo de criação de uma associação, fizeram três reuniões”. ( Henry
Collet – gestor PARNA Cipó em 02/2006)
È interessante ressaltar a quantidade de associações da região da Chapada dos
Veadeiros. Podem ser mais de 200 condutores associados, distribuídos em cinco
associações. Cada uma tem suas normas, preços e uniforme. A direção do Parque não
tem restrições para nenhuma das associações. No PARNA cipó foi utilizado o trabalho
dos condutores para sanar um problema de desapropriação. Uma área em que residia
uma família, ainda não ressarcida pela criação da Unidade de Conservação, cobrava
altas taxas e destratava os visitantes. A direção da UC contratou alguns condutores para
auxiliarem e conduzirem os visitantes até os atrativos próximos a área em processo de
desapropriação. Somente nestes atrativos é recomendada a presença de um condutor,
nos outros as trilhas podem sr feita sem a presença do guia..Atualmente o grupo de
condutores está se unindo para formar uma associação local.
Os condutores da região do PARNA Veadeiros, de acordo com o gestor atual, foram
capacitados em diversos cursos antes de sua gestão. Atualmente,
“É um curso de 220 horas aproximadamente que incluí a parte teórica e a
parte prática. A parte teórica abrange legislação, o próprio conhecimento da
Unidade de Conservação, fauna, flora, geologia, aspectos de associativismo.
É bastante genérico, aspectos regionais, história, geografia e a parte prática.
A parte prática é feita em três etapas. A primeira voltada para como se
caminha dentro do Parque, a segunda etapa com vistas a uma provável
colocação de oportunidades de se acampar dentro do Parque, de se fazer uma
travessia dentro da unidade para avistamento de fauna e flora principalmente,
é feita uma prática de acampamento também e por fim a prática de primeiros
socorros com o envolvimento do corpo de bombeiros. Resgate aquático, em
trilha e primeiros socorros.” ( Alberto Bignelli gestor PARNA Veadeiros
em 02/2006)
Na Serra do Cipó os esforços para capacitação dos condutores aconteceram antes da
gestão atual.
90
“Em 2000 o IBAMA fez vários cursos no parque. O de condutores foi através
da Escola Móvel, programa do IBAMA Brasília em parceria com o Centro
Universitário Newton Paiva. Foram treinados três grupos de vinte pessoas
para o curso de condutores. O secretário de turismo está articulando um curso
para doze condutores de cada cidade do entorno do Parque. Durante um mês
eles vão ficar alojados no parque e rodar toda região. Treinamento do
SENAR via sindicato dos trabalhadores rurais de Jaboticatubas. Deve
acontecer em várias localidades da região.” ”. ( Henry Collet – gestor PARNA
Cipó em 02/2006)
Os gestores das áreas em questão, quando questionados sobre a legislação turística no
que tange aos guias/condutores afirmam que
“Conheço por que lido com isso o tempo todo.Tenho informações da
EMBRATUR, basicamente os guias são formados pela embratur e os nossos
cursos aqui, apesar de voltados inteiramente para a região formam
condutores, não tem o registro da EMBRATUR”. ( Alberto Bignelli gestor
PARNA Veadeiros em 02/2006)
“O guia é aquele que fez o curso, talvez aí de 800 horas, em cima do MEC,
não sei ao certo a carga horária mínima mas eu vejo que ele tem que ter
passado no mínimo por um curso técnico.O condutor é aquele que fez um
curso rápido, tem uns cursos de 40 horas, 25 horas, vários aí e estes seriam
os condutores.” ”. ( Henry Collet – gestor PARNA Cipó em 02/2006)
A questão de diferenciar guias e condutores ainda é bastante complexa. O próprio ministério
do turismo e as leis complicam o entendimento destes conceitos. É necessário garantir que
estes prestadores de serviço sejam realmente capazes de exercer trabalhos de qualidade.
As duas UC´s ainda não tem Plano de Manejo. Os gestores foram questionados sobre
contemplar a participação e envolvimento do trabalho dos condutores nos planos. No
PARNA cipó
“O plano de manejo tem que contemplar o trabalho dos condutores. Ele está
sendo desenvolvido com uma teoria diferente da proposta de Brasília. O
parque tem uma equipe técnica apta a realizar os estudos preliminares para o
manejo. Estamos começando a trabalhar o plano com quem está convivendo
com nosso problema. Já fizemos o encarte 1, 2 e estamos trabalhando o três.
estamos nos reunindo com a associação comercial, comunitária e com os
condutores que é a questão. Estamos incentivando, fizemos uma reunião
no Parque e participamos de mais duas na vila com um grupo que esta se
propondo a criar uma associação dos condutores. Eles vem tentando isto a
mais tempo. Não sabemos ainda se vai ter a obrigatoriedade sempre do
condutor, em qualquer lugar ou se vai ter determinada área que poderão ser
dispensados os trabalhos do condutor. Existem propostas de diferenciação de
preços para trilhas. Nessa diferenciação o controle vai ser essencial e isto
tudo deve estar previsto no plano de Manejo.” ( Henry Collet gestor
PARNA Cipó em 02/2006)
No PARNA Veadeiros
91
“Ainda não existe Plano de Manejo. Existe a obrigatoriedade da utilização
destes profissionais através de um convênio com as associações de guias,
para utilização do condutor local. Isto é corriqueiro com os guias da
EMBRATUR. O guia da EMBRATUR chega aqui e quer entrar sozinho.
Nem sempre assume esta postura de estar contratando o local porém é
obrigatório”. ( Alberto Bignelli – gestor PARNA Veadeiros em 02/2006)
Um grande problema enfrentado pelos gestores das UC´s é a falta do Plano de Manejo,
instrumento que delimita e define as formas de gestão de cada área do parque. É
interessante a iniciativa do PARNA Cipó que, por apresentar em sua equipe técnicos
capazes de criar o plano, está em processo de desenvolvimento, e irá incluir o
papel do condutor local, diferente da realidade de outras UC´s que as vezes tem um gestor
e profissionais terceirizados. A elaboração do Plano de Manejo pela iniciativa privada
é algo caro e complicado, pois, são poucas as empresas que tem condições de elaborar
planos condizentes com a realidade das regiões.
A relação comunidade e parque foi outro tema questionado com os gestores. Eles
afirmam que esta relação
É íntima a partir do momento em que inúmeras pessoas trabalham, quer
dizer, faz seu ganha pão aqui diariamente, além dos próprios funcionários do
IBAMA terceirizados serem daqui da localidade, a maioria deles de São
Jorge e Alto Paraíso a relação é bastante íntima a partir do momento que as
pessoas transitam diariamente dentro da unidade
”. (Alberto Bignelli gestor
PARNA Veadeiros em 02/2006)
“Esta relação logo que eu cheguei era muito complicada. Agente via muito
reflexo da história do início, de uso de arma, de uso de força de retirada
forçada. O trabalho que tem sido feito é diferente. É mostrar para a
comunidade que na realidade a área já foi toda desapropriada, 95% da área já
pertence ao IBAMA os 5% restantes estão delimitados. Em alguns casos
será usada a força policial mas a tentativa é no diálogo, negociar até o último
momento. Temos mostrado para a comunidade que a questão da proteção da
água, da mata, do pouco que ainda resta de fauna e flora ainda é muito
importante para eles então estão começando a pensar. Nas reuniões em todo
entorno nota-se que as pessoas entendendo melhor a nossa função aqui. A
comunidade está participando do Plano de Manejo e do conselho do Parque.”
(Henry Collet – gestor PARNA Cipó em 02/2006)
São diversas as formas de envolvimento de comunidades locais com UC´s. muitas vezes
os processos de desapropriação são dolorosos dificultando essas relações. O trabalho
dos condutores dentro dos parques pode servir como instrumento de inserção e
apropriação dos moradores locais, antigos donos das terras com a UC. De acordo com
um dos gestores entrevistados a obrigatoriedade de contratar um condutor local para
92
entrar no parque
“É uma forma que o IBAMA está estudando para amenizar um pouco a
relação de implementação de uma Unidade de Conservação em qualquer
região. A partir do momento que você impõe uma Unidade de Conservação
em uma área você retira pessoas que estavam alocadas ali no lugar e mudam
elas de posição ou de trabalho você causa um processo conflituoso e esta foi uma das
formas, as vezes não é em todos os locais, a solução mais e na
grande maioria dos locais de estar amenizando, compensando um pouco o impacto
que uma Unidade de Conservação causa em relação ao ser humano e
as comunidades. Hoje nesse momento está sendo implementado no próprio
parque de Iguaçu que tem todo aquele aparato pro turista mas não tem nada
com a comunidade do entorno, ta sendo feito isso em outros pontos do
parque, ta sendo feito em uma UC ainda caçula no Sul do Maranhão, região
de Carolina, uma área relativamente parecida com a nossa aqui e está sendo
uma fórmula de relativo sucesso,em que as pessoas conseguem realmente
implementar, não vai servir pra todas as UC´s, cada lugar tem uma história e uma
relação com a unidade, mais ainda assim é interessante”. (Alberto
Bignelli – gestor PARNA Veadeiros em 02/2006)
Quanto a incentivos advindos do poder público para o trabalho dos condutores no
PARNA Cipó existiram algumas tentativas mas o poder público ainda não se
envolveu. Existe um esforço político enquanto circuito mas não para o PARNA Cipó,
para as cidades que compõe o circuito. Na Chapada dos Veadeiros
“O IBAMA financia uma parte da capacitação e procura parcerias. Quanto às
prefeituras muito pouco incentivo devido a situação atual destas. Cavalcanti
hoje, está um pouco mais empenhada por conta da perspectiva de um portão
em Cavalcanti, realmente mais empenhada. O que se encontra são parcerias
com ONG´s que na verdade subsidiam financeiramente os cursos, dado as
dificuldades que as prefeituras tem. Elas ajudam normalmente com
transporte, alguma coisa relativa a logística enfim mas diretamente muito
pouco”. (Alberto Bignelli – gestor PARNA Veadeiros em 02/2006).
Visando verificar a disseminação de alguns conceitos direcionados ao turismo em UC´s
os gestores foram questionados sobre o que entendem por ecoturismo e por
interpretação ambiental. O domínio conceitual deve ser requisito fundamental para a
gestão adequada da atividade turística em áreas especiais com Parques Nacionais sobre
ecoturismo os gestores responderam que
“O que eu acho que deveria ser é que você faz o turismo ecologicamente,
quer dizer, observando a natureza, o que você tem na natureza, como se pode
tirar proveito com esse turismo. A preocupação é que da maneira que tem
sido não tem nada de eco tem turismo. O que está acontecendo mesmo
hoje é isto. Está no caminho certo, começando a acontecer”. (Henry Collet gestor
PARNA Cipó em 02/2006)
93
“Pra mim é o aproveitamento racional principalmente das belezas cênicas,
forma que se faz aqui na chapada. Existem outras formas de aproveitamento
voltados para outras áreas como a gastronomia, artesanato, muito pouco
existente aqui. Basicamente na Chapada é o aproveitamento da beleza cênica
do território. Alguns locais são aproveitados de maneira errônea, sem
nenhum tipo de segurança para o visitante, nenhum tipo de acompanhamento
quanto a educação ambiental o que é feito através dos guias dentro do parque
mais na região é basicamente isto. É o aproveitamento das belezas cênicas
pra ganhar dinheiro, no caso dos proprietários particulares. Racional está
sendo pois se depredar você deixa de ter a capacidade de apresentar algo
bonito para o visitante”. (Alberto Bignelli gestor PARNA Veadeiros em
02/2006)
Ambos os gestores abordam a questão de utilização para gerar renda, aproveitamento da
receita advinda dos visitantes. O uso racional, ecológico também é abordado. Foi
mencionada também a educação ambiental que é praticada pelos guias. Um dos
instrumentos para a disseminação da educação ambiental em UC´s é a interpretação
ambiental que foi definida pelos gestores como
“A interpretação ambiental é bastante incentivada nestes cursos de
capacitação por que é um dos objetivos de uma Unidade de Conservação tipo
Parque Nacional. Na verdade associar educação ambiental ao lazer, este ó
mote principal da orientação aos guias. Uns fazem melhor que os outros,
conseguem transmitir melhor as informações que os outros mais basicamente
recebem incentivo e capacitação para que minimamente fazer com que o
visitante saia daqui conhecendo mais o cerrado do que ele conhecia ao
entrar”. (Alberto Bignelli – gestor PARNA Veadeiros em 02/2006)
“Eu vejo que a interpretação que tem que estar dentro de todos os condutores,
principalmente na fase em que estamos passando hoje que ninguém conhece
nada do que é, por exemplo uma APP, área de preservação permanente. Você
sai com o turista por aí e ele não conhece, nem quem mora na fazenda sabe.
Na hora de autuar um fazendeiro que roçou a beira do rio pra fazer uma roça
ninguém falou com ele, não é dado a ele o direito de desconhecer a lei.
Aonde ele vai não tem essa interpretação. Pega a lei, nua e crua. Se você
sentar com os técnicos que temos aqui cada um interpreta a lei de uma forma,
cada um tem uma interpretação diferente. Esta interpretação tem que estar
dentro deste contexto do condutor para ele poder explicar pro turista os
recursos e a importância daquilo ser protegido”. ( Henry Collet gestor
PARNA Cipó em 02/2006)
É notável que um dos gestores sabe exatamente definir o tema tratado. Cita ser um dos
objetivos de uma UC tipo Parque nacional e cita educação ambiental aliada ao lazer. A
interpretação certamente tem que ser trabalhada pelos condutores como sendo uma
forma mais interessante de passar uma informação. Aguçar a curiosidade do visitante
com o intuito de informa-lo quanto aos aspectos da UC para que ele entenda a
importância destas áreas e seja mais um aliado no processo de conservação destas. È
94
importante também citar que a interpretação ambiental pode servir como instrumento
para informação ao turista e a comunidade que desconhece as leis e muitas vezes paga
por isso. Pode ser mais uma forma de envolvimento das pessoas do local com as UC´s.
De acordo com os gestores nas duas unidades de conservação as práticas de atividade
ecoturísticas resumem-se ao
treking. No PARNA Veadeiros
“Acho que ficou muito limitado a partir de 1990 as atividades dentro do
parque, são as trilhas dos Cânions, Cânion 1, Cânion 2 e cachoeira Carioca e
a trilha dos Saltos, Salto de 20 de 80 e as corredeiras. Hoje nós estamos
prospectando outras atividades que existem dentro do parque. Algumas
pessoas conhecem e nós temos muitos requerimentos quanto a observação de
fauna principalmente, não de cientistas mas de pessoas interessadas,
alguns estrangeiros até por que Brasília tem muitas embaixadas e existem
muitas belezas dentro da unidade que não ficam restritas a belezas cênicas
como fauna, flora aqui eu acho que teria que ser melhor aproveitado. Agora
estamos estudando a trilha travessia que todo mundo conhece como trilha da
Capela, Capela no município de Cavalcanti é um fragmento do parque e
também o portão de Cavalcanti. Estamos estudando a melhor possibilidade
de se adentrar ao parque por Cavalcanti pra conhecer ou São Domingos ou
Catingueiros, isto tudo está será contemplado no Plano de Manejo”. (Alberto
Bignelli – gestor PARNA Veadeiros em 02/2006)
Já no PARNA Cipó
Atividade turística que temos é o treking, que é caminhada. O pessoal vai até
o canyon e volta, não tem mais nada. Se existisse a obrigatoriedade do
condutor este poderia mostrar várias belezas que não são mostradas. Hoje o
turista gosta da beleza e da conservação mas da visão de cada um , tem muito
mais coisa a ser mostrada. ”. ( Henry Collet gestor PARNA Cipó em
02/2006)
As duas UC´s tem interesse em desenvolver novas atividades porém esperam para
desenvolvê-las de acordo com as informações do plano de manejo.
Os dois gestores se mostraram interessados na questão dos condutores, acreditam na
importância dos serviços prestados e deixam claro que a obrigatoriedade dos condutores
deve ser avaliada para cada caso, cada tipo de atrativo e de prática ecoturística.
95
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho comparou as atividades de condutores locais em duas UC’s: PARNA
Veadeiros e PARNA Cipó. Na primeira é obrigatória a contratação de condutores locais
para visitação turística ao passo que na segunda opcional. Esta diferença influi de
maneira significativa no trabalho dos condutores. No PARNA Veadeiros 100% dos
visitantes utilizam os serviços dos condutores e apenas 16,93% no PARNA Cipó. Em
ambas os visitantes aprovaram os serviços destes profissionais.
De acordo com os visitantes entrevistados na Chapada dos Veadeiros mais de 80%
considera que valeu pagar pelo serviço do condutor, na Serra do Cipó somente 14,75%
respondeu que valeu pagar pelo serviço porém somente 16,93% utilizaram este serviço.
Quem contrata o condutor avalia esta contratação como positiva e ainda afirma que a
contratação destes serviços deve ser obrigatória, tanto em Veadeiros quanto no Cipó.
O turismo em Unidades de Conservação no Brasil ainda é um tema que ainda exige
muitos esforços para definir atividades, práticas e ações a serem implementadas. Os
planos de manejo das UC´s devem ser criados ou revistos e nestes devem ser incluídos
os processos de uso público e as atividades turísticas a serem desenvolvidas. Devem
também incluírem normas para prestação dos serviços, capacitação e monitoramento
nos diversos níveis desde o condutor até o gestor dos Parques.
Para a realização desta pesquisa foram fundamentais o apoio e a participação dos
gestores das UC´s em estudo. Os dois Parques estão em processo de elaboração de
plano de manejo e este estudo poderá contribuir para o desenvolvimento das estratégias
de ação para as áreas de uso público dos parques. Foi possível notar também a
importância de se propor novas intervenções científicas nas UC´s. Não existem
estatísticas relativas ao público que visita as UC´s, pesquisas de perfil de demanda,
dentre outras, elaboradas e interpretadas cientificamente o que dificultou a mensuração
e obtenção de dados para esta pesquisa. No PARNA Serra do Cipó, por não haver a
obrigatoriedade de contratação de um condutor para visitar a área e não existir
96
associação de condutores foi difícil identificar estes profissionais que leva ao pequeno
número de entrevistados.
Pode-se observar com esta pesquisa que tanto no PARNA Veadeiros quanto no PARNA
Cipó as atividades turísticas são restritas a trilhas para caminhadas exigindo
condicionamento físico dos visitantes limitando, com isto, a demanda das UC´s e
restringindo o trabalho dos condutores. Cerca de 73,6% dos visitantes em Veadeiros e
80,33% no Cipó tem idade inferior a 35 anos. De acordo com os gestores existem idéias
para novas práticas porém os Parques estão em processo ou aguardando a criação dos
Planos de Manejo.
Nota-se que, quanto mais atividades oferecidas, mais importante o papel do condutor
local. De acordo com a legislação vigente os estados de federação tem a incumbência de
estabelecer normas próprias para cadastro e capacitação deste prestador de serviços. O
que se pôde observar foi que nem em Minas Gerais, nem em Goiás estes serviços têm
algum tipo de regimento, controle ou normatização para guias especializados em
atrativos turísticos, segmento que tem a mesma função dos condutores locais.
Em alguns lugares pessoas sem o mínimo de experiência e de capacitação conduzem e
expõe ao risco grupos de turistas de todos os lugares do Mundo. Faz-s necessário o
empenho das autoridades visando melhorar a expectativa de trabalho destes prestadores
de serviço, incrementando ainda mais a oferta turística das Unidades da Federação,
criando normas internas para capacitação e credenciando de empresas e instituições a
oferecerem metodologias de treinamento. Atualmente os treinamentos estão restritos ao
SENAC, algumas instituições de ensino e ONG´s, não conseguindo atingir a demanda
de treinamentos para toda as UC´s e destinos turísticos. Existem empresas privadas com
equipes especializadas que podem ser envolvidas no processo de capacitação
beneficiando os prestadores de serviços, os turistas e cumprindo esta lacuna de mercado.
No caso dos condutores os gestores das unidades de conservação são os organizadores
dos treinamentos. A legislação coloca que para se enquadrar no gênero guia
especializado em atrativo turístico deve-se fazer um curso técnico más existe um
97
profissional, na maioria das unidades de conservação do país, que tem gestão do
governo federal, exercendo esta mesma função sem reconhecimento.
Estes fatores justificam uma releitura na legislação, nos critérios para cadastramento. A
EMBRATUR, responsável pela organização destes serviços de acordo com a legislação
vigente, teve sua função desvinculada no atual governo e não se sabe quem cadastra e
responde por este serviço.
A pesquisa mostrou que é pequeno o número de pessoas que vivem somente como
condutores locais e que esta profissão é relativamente mal remunerada. Talvez
investindo em melhor treinamento e conscientização dos turistas isto possa ser
melhorado. È importante observar que 50% dos condutores entrevistados na Serra do
Cipó e 51,21% em Chapada dos Veadeiros ainda não acreditam na atividade de
condução como único meio de obtenção de renda. A pesquisa mostrou que houve uma
pequena melhora na remuneração das pessoas que aderiram a profissão de condutores,
maior em Veadeiros do que na Serra do Cipó.
Pode-se observar também que 100% dos condutores entrevistados no PARNA
Veadeiros conhecem atrativos do Parque e se dizem conduzir grupos com segurança. Na
Serra do Cipó 58.33% dos condutores sentem-se seguros para conduzir grupos,
enquanto 33.33% afirmam não estar seguros para conduzir grupos incitando mais uma
vez a importância da capacitação e organização deste serviço.
A interpretação ambiental, apesar de ser umas das atividades citadas nos objetivos das
UC´s, não é colocada em prática nem existe coerência sobre o significado e importância
desta por gestores, condutores e turistas o que sugere a importância da capacitação de
todas as pessoas envolvidas no processo do turismo nas UC´s. A atividade não é
entendida como um processo moderno de transmissão de conhecimento, de informação,
que provoca a curiosidade do visitante, permitindo que ele vivencie e experimente de
forma agradável e didática os aspectos do ambiente natural em que estão inseridas as
UC´s. A interpretação pode servir de instrumento para garantir o entendimento e
envolvimento do visitante com a preservação das áreas, pode contribuir para a
profissionalização e para realçar a importância do condutor para a UC´s e garantir que
98
estes ganhem com os recursos advindos da atividade turística distribuindo mais a renda
e envolvendo cada vez mais pessoas com este negócio. È necessário a criação de outros
recursos interpretativos como placas, painéis, folheteria para agregar valor a experiência
dos visitantes e ao trabalho dos condutores.
Incentivar o trabalho de jovens moradores de localidades de abrangência de Parques
Nacionais vai de acordo a proposta de se desenvolver a atividade turística de forma mais
justa, garantindo participação às comunidades locais, gerando emprego e distribuindo
renda. A pesquisa demonstra que os turistas, os gestores das unidades de conservação
em estudo e os próprios condutores acreditam na importância deste serviço. Certamente
este profissional pode auxiliar na preservação dos atrativos e garantir segurança aos
visitantes se realmente seu trabalho for reconhecido, incentivado e organizado em cada
estado da federação, de acordo com suas especificidades e necessidades.
99
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Almeida Universidade Estadual de Santa Cruz / Universidade Federal da Bahia Ilhéus,
BA:2004.
101
ANEXOS
ANEXO 1 – Modelo Questionário aplicado aos Condutores
ANEXO 2 – Modelo Questionário aplicado aos Turistas
ANEXO 3 – Modelo da Entrevista Semi-estruturada realizada com os
Gestores das UC’s
102
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