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LUCIANA CORREIA DO NASCIMENTO COSTA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Orientadora: ANÉSIA BARROS FROTA
São Paulo, 2009
APROVEITAMENTO DA VENTILAÇÃO NATURAL NAS HABITAÇÕES:
um estudo de caso na cidade de Aracaju-
SE
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LUCIANA CORREIA DO NASCIMENTO COSTA
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Dissertação apresentada à Comissão de Pós-
Graduação da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.
Área de concentração: Tecnologia da
Arquitetura
ORIENTADORA: ANÉSIA BARROS FROTA
São Paulo
2009
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E/OU DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL
DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU
ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A
FONTE.
Nome do autor: Luciana Correia do Nascimento Costa
Instituição: Universidade de São Paulo
Costa, Luciana Correia do Nascimento
C837a Aproveitamento da ventilação natural nas habitações:
um estudo de caso na cidade de Aracaju-SE / Luciana
Correia do Nascimento Costa. --São Paulo, 2009.
272 p. : il.
Dissertação (Mestrado - Área de Concentração: Tecnologia
da Arquitetura) - FAUUSP.
Orientadora: Anésia Barros Frota
1.Conforto térmico das construções 2.Ventilação
3. Softwares (Simulação computacional) I.Título
CDU 697
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COSTA, Luciana Correia do Nascimento. Aproveitamento da ventilação
natural nas habitações: um estudo de caso na cidade de Aracaju-
SE. Dissertação apresentada à comissão de Pós-Graduação da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, para obtenção
do título de Mestre.
Área de concentração: Tecnologia da Arquitetura
Aprovado em ___/___/___
Banca Examinadora
1. Prof (
a.
). Dr.(
a.
): Anésia Barros Frota
Titulação: Professora Doutora – Orientadora
Instituição: FAUUSP Assinatura:______________________
2. Prof(
a.
). Dr(
a.
).: _________________________________________
Titulação: ______________________________________________
Instituição: _______________Assinatura:_____________________
3. Prof(
a.
). Dr(
a.
).: _________________________________________
Titulação: ______________________________________________
Instituição: _______________Assinatura:_____________________
...
“Admiro os poetas. O que eles dizem com
duas palavras a gente tem que exprimir com
milhares de tijolos.” (VILANOVAS ARTIGAS)
À minha pequena grande guerreira, Gabriela,
por ter me ensinado a amar da forma mais
pura e intensa que existe.
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À professora Anésia Barros Frota, pela orientação nesta dissertação
de mestrado, pela confiança depositada em mim e pelo apoio carinhoso
em todos os momentos mais complicados.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNPq – pelo financiamento desta pesquisa.
Aos professores da UFRN Virgínia Araújo, que me apresentou
brilhantemente o estudo do Conforto Ambiental, como professora na
graduação e orientadora na iniciação científica, e Fernando Costa por
despertar meu interesse na simulação computacional, me transmitindo
seus primeiros conhecimentos na área.
Aos professores Joana Gonçalves e Dácio Ottoni, pela participação
na banca de qualificação e interesse demonstrado nesta pesquisa.
À todos os professores e colegas do LABAUT, em especial Rafael
Brandão, que com muita paciência me ajudou nas simulações, Alessandra
Prata, pelas valiosas dicas e revisão final, e Daniel Cóstola pelas muitas
discussões, sugestões e incentivo no desenvolvimento deste trabalho.
Ao Laboratório Master do IAG/USP e ao INMET por fornecer dados
climáticos da cidade de Aracaju-SE, fundamentais para a caracterização
do clima local.
À minha mãe, que mesmo longe sempre esteve presente me
apoiando com muito amor e crença no meu sucesso, e ao meu pai, que
me ensinou a sempre lutar pelo meu objetivo dando o melhor de mim.
Ao meu grande amor, Rodolpho, por cuidar de mim com tanto
carinho, reabastecendo minhas forças e doando parte de seu tempo para
me ajudar no desenvolvimento deste trabalho.
Enfim, agradeço à todos que direta ou indiretamente contribuíram
para a realização desta pesquisa. Obrigada!
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COSTA, Luciana Correia do Nascimento. Aproveitamento da ventilação
natural nas habitações: um estudo de caso na cidade de Aracaju-
SE. 2009. 272p. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de São Paulo, 2009.
O estudo da ventilação natural como forma de amenização climática
tem sido tema de diversos trabalhos científicos apresentados em
congressos e encontros da área de conforto ambiental tanto no país como
no exterior. E segundo o Método de Givoni, em 74% das horas do ano, a
ventilação natural é a principal estratégia de projeto para se obter o
conforto térmico dos usuários na cidade de Aracaju SE. Assim sendo,
tem-se como objeto desta pesquisa a ventilação natural nas habitações, e
como objetivo geral um estudo do aproveitamento do vento para
promover a ventilação natural em edificações residenciais na cidade de
Aracaju, a fim de proporcionar melhores condições térmicas ambientais
para os usuários sem a necessidade do condicionamento artificial do ar. O
produto final consiste em recomendações de projeto baseadas nas
pesquisas teóricas e simulações computacionais com o ANSYS CFX –
Computacional Fluid Dynamics Software que serviram de base para
verificar a influência da ventilação natural na edificação por meio de
propostas de alterações no projeto original.
Palavras-chave: ventilação natural, conforto térmico, simulação
computacional, software CFX, cidade de Aracaju.
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COSTA, Luciana Correia do Nascimento. Use of housing natural
ventilation: a case study in Aracaju city. 2009. 272p. Master´s
Thesis, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo,
2009.
Studies of natural ventilation as a way to minimize climate
influences has been theme of several scientific papers presented in
congresses and meetings concerning environmental comfort, in Brazil as
well as in other countries. According to Givoni’s method, in 74% of the
year hours, natural ventilation is the main strategy to obtain thermal
comfort for the inhabitants of Aracaju (Sergipe capital city). Based on that
information, the object of this research is the housing natural ventilation,
and its general objective is a study of wind use to promote housing
natural ventilation and provide better thermal comfort conditions of its
users without the need of artificial air conditioning. The final product of
this research consists in design recommendations based on theoretical
research and computer simulations with ANSYS CFX – Computacional Fluid
Dynamics Software which became the base to verify the influence of
natural ventilation in a building by proposing alterations in the original
project.
Key-words: natural ventilation, thermal comfort, computer simulation,
CFX software, city of Aracaju.
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FIGURA 2.1 - INFLUÊNCIA DO TERRENO SOBRE A VENTILAÇÃO ........................................................... 60
FIGURA 2.2 – GRADIENTE DO VENTO PARA DIFERENTES ÁREAS .......................................................... 61
FIGURA 2.3 – CARTA BIOCLIMÁTICA DE OLGYAY .................................................................................. 66
FIGURA 2.4 – CARTA BIOCLIMÁTICA ADOTADA PARA O BRASIL .......................................................... 70
FIGURA 2.5 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO PARA VENTILAÇÃO CRUZADA DE EDIFICAÇÕES COM
CORREDORES ................................................................................................................................ 73
FIGURA 2.6 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS QUE FAVORECEM TANTO A
VENTILAÇÃO CRUZADA QUANTO A VENTILAÇÃO POR EFEITO CHAMINÉ ................................... 77
FIGURA 2.7 – INCLINAÇÃO DO TELHADO E ALTURA DA EDIFICAÇÃO EM CORTE ................................. 79
FIGURA 2.8 – IMPACTO DA LARGURA DA EDIFICAÇÃO EM PLANTA BAIXA .......................................... 80
FIGURA 2.9 – CONFIGURAÇÃO E ORIENTAÇÃO DA PLANTA BAIXA ...................................................... 81
FIGURA 2.10 DIMENSIONAMENTO DE PATIOS INTERNOS, PARA UMA BOA VENTILAÇÃO
VELOCIDADE MEDIA DOS VENTOS COMO UM PERCENTUAL DO VENTO INCIDENTE E SEM
OBSTRUÇÕES (%) .......................................................................................................................... 83
FIGURA 2.11- VELOCIDADE INTERNA MEDIA EM FUNÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE AS ABERTURAS DE
ENTRADA E SAÍDA DO AR, PARA INCIDÊNCIA DO VENTO A 45º E 90º ......................................... 85
FIGURA 2.12 - DISTRIBUIÇÃO DAS ABERTURAS DE VENTILAÇÃO ......................................................... 88
FIGURA 2.13 INFLUÊNCIA DA LOCALIZAÇÃO E DIMENSÃO DAS ABERTURAS LOCALIZADAS EM
PAREDES ADJACENTES .................................................................................................................. 90
FIGURA 2.14 – PEITORIL VENTILADO .................................................................................................... 95
FIGURA 2.15 – CROQUI DE JANELA DE CORRER EM VISTA E EM PLANTA BAIXA. ................................. 96
FIGURA 2.16 – CROQUI DE JANELA GUILHOTINA EM VISTA E EM CORTE. ........................................... 97
FIGURA 2.17 – CROQUI DE JANELA DE ABRIR DE EIXO VERTICAL EM VISTA E EM CORTE .................... 97
FIGURA 2.18 – CROQUI DE JANELA PROJETANTE OU DE TOMBAR EM VISTA E EM CORTE ................. 98
FIGURA 2.19 – CROQUI DE JANELA PIVOTANTE EM VISTA E EM PLANTA BAIXA .................................. 99
FIGURA 2.20 – CROQUI DE JANELA BASCULANTE OU GELOSIA EM VISTA E EM CORTE ....................... 99
FIGURA 2.21 – CROQUI DE JANELA SANFONADA OU CAMARÃO EM VISTA E EM PLANTA BAIXA ..... 100
FIGURA 2.22 – AS DIVISÕES DO ESPAÇO INTERNO AFETAM A CONFIGURAÇÃO DO FLUXO DE AR. .. 101
2.23 - COMPONENTES VERTICAIS AFETAM O CONJUNTO DE PRESSÕES DESENVOLVIDAS NAS
ENTRADAS DO AR, ALTERANDO O PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DO FLUXO DO AR. .................... 103
FIGURA 2.24 – PROJEÇÕES VERTICAIS PODEM INTERFERIR NO FLUXO DE AR ................................... 103
FIGURA 2.25 – ESTRATÉGIAS DE DESIGN DE WING WALLS ................................................................. 104
FIGURA 2.26 EFEITOS DAS PROJEÇÕES HORIZONTAIS NO FLUXO DE AR NO INTERIOR DOS
AMBIENTES ................................................................................................................................. 105
FIGURA 2.27- EFEITO DE ELEMENTOS HORIZONTAIS NO FLUXO DE AR EM EDIFÍCIOS ...................... 105
FIGURA 3.1 – MAPAS DE LOCALIZAÇÃO DO UNIVERSO DE ANÁLISE .................................................. 107
FIGURA 3.2 – FOTO AÉREA DA CIDADE DE ARACAJU-SE ..................................................................... 108
FIGURA 3.3 - ZONAS BIOCLIMÁTICAS DEFINIDAS PELA NORMA DESEMPENHO TÉRMICO DE ........... 111
FIGURA 3.4 – TABELA DOS DADOS CLIMÁTICOS DE ARACAJU/SE ....................................................... 116
FIGURA 3.5 – CARTA BIOCLIMÁTICA PARA ARACAJU-SE ..................................................................... 118
FIGURA 3.6 – DIAGNÓSTICO CLIMÁTICO PELO MÉTODO DE GIVONI ................................................. 119
FIGURA 4.1 - PLANTA DA SALA COM ABERTURA DE ENTRADA= 1/5 DO PISO, NA FAIXA MÉDIA, E
SAÍDA NA FAIXA ALTA COM VENTO A 90º .................................................................................. 145
FIGURA 4.2 CORTE NO CENTRO DA SALA COM ABERTURA DE ENTRADA=1/5 DO PISO, NA FAIXA
MÉDIA, E SAÍDA NA FAIXA ALTA COM VENTO A 90º .................................................................. 145
FIGURA 4.3 - ETAPAS DA SIMULAÇÃO NO CFX .................................................................................... 150
FIGURA 4.4 – MODELO 1: ÁREA DO ENTORNO ................................................................................... 154
FIGURA 4.5 – ELABORAÇÃO DO DOMÍNIO .......................................................................................... 156
FIGURA 4.6 – CRIAÇÃO DAS PARTES NO ICEM CFD. ............................................................................ 157
FIGURA 4.7 – MALHA NO DOMÍNIO EM PLANTA DO MODELO EXPERIMENTAL ................................ 159
FIGURA 4.8 – AMPLIAÇÃO DA MALHA NO DOMÍNIO EM PLANTA DO MODELO EXPERIMENTAL ...... 160
FIGURA 4.9 – MALHA NOS EDIFÍCIOS EM PERSPECTIVA DO MODELO EXPERIMENTAL ..................... 160
FIGURA 4.10 – DETALHE EM CORTE DA MALHA EM UM EDIFÍCIO DO MODELO EXPERIMENTAL ..... 160
FIGURA 4.11 DOMÍNIO COM DEFINIÇÃO DA CONDIÇÃO DE CONTORNO MODELO EXPERIMENTAL
.................................................................................................................................................... 165
FIGURA 4.12– CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO H1P5 (ORTOGONAL) .......................................... 168
FIGURA 4.13 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO H1P5 (PERSPECTIVA) .......................................... 168
FIGURA 4.14 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO H4P5 (ORTOGONAL) .......................................... 169
FIGURA 4.15 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO H4P5 (PERSP.) .................................................... 169
FIGURA 4.16 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO H37P5 (ORTOGONAL) ........................................ 170
FIGURA 4.17 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO H37P5 (PERSP.) .................................................. 170
FIGURA 4.18 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVL1 (ORTOGONAL) ........................................... 171
FIGURA 4.19 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVL1 (PERSP.) ..................................................... 171
FIGURA 4.20 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVL2 (ORTOGONAL) ........................................... 172
FIGURA 4.21 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVL2 (PERSP.) ..................................................... 172
FIGURA 4.22 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVT1 (ORTOGONAL) ........................................... 173
FIGURA 4.23 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVT1 (PERSP.) ..................................................... 173
FIGURA 4.24 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVT2 (ORTOGONAL) ........................................... 174
FIGURA 4.25 - CONTORNO DA VEL. DO VENTO NO PVT2 (PERSP.) ..................................................... 174
FIGURA 4.26 – VETORES DE VEL. DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL A 1,50M (ORTOGONAL) ....... 175
FIGURA 4.27 – VETORES DE VEL. DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL A 4,5M (ORTOGONAL) ......... 175
FIGURA 4.28 – VETORES DE VEL. DO VENTO NO PLANOS HORIZONTAL A 37,5M (ORTOGONAL) ..... 175
FIGURA 4.29 – VETORES DE VEL. DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL A 1,5M (PERSP.) ................... 176
FIGURA 4.30 – VETORES DA VEL. DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL A 4,5M (PERSP.) ................... 176
FIGURA 4.31 – VETORES DA VEL. DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL A 37,5M (PERSP.) ................. 176
FIGURA 4.32 VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL LONGITUDINAL 01
(ORTOGONAL) ............................................................................................................................. 177
FIGURA 4.33 - VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL LONGITUDINAL 01
(PERSPECTIVA) ............................................................................................................................ 177
FIGURA 4.34 - VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL LONGITUDINAL 02
(ORTOGONAL) ............................................................................................................................. 177
FIGURA 4.35 - VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL LONGITUDINAL 02
(PERSPECTIVA) ............................................................................................................................ 178
FIGURA 4.36 - VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL TRANSVERSAL 01
(ORTOGONAL) ............................................................................................................................. 178
FIGURA 4.37 - VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL TRANSVERSAL 01
(PERSPECTIVA) ............................................................................................................................ 178
FIGURA 4.38 - VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL TRANSVERSAL 02
(ORTOGONAL) ............................................................................................................................. 179
FIGURA 4.39 - VETORES DE VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL TRANSVERSAL 02
(PERSPECTIVA) ............................................................................................................................ 179
FIGURA 4.40 – PRESSÃO DO VENTO NO EDIFÍCIO MONTPARNASSE – FACHADAS LESTE E NORTE .... 180
FIGURA 5.1 – EDIFÍCIO COM DESTAQUE PARA O ESPAÇO DO APARTAMENTO 1102 DEFINIDO. ....... 183
FIGURA 5.2- DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................................... 186
FIGURA 5.3 – EDIFÍCIO MONTPARNASSE ............................................................................................ 186
FIGURA 5.4 – MAPA DA ÁREA DE ESTUDO .......................................................................................... 186
FIGURA 5.5 – PLANTA BAIXA DO PAVTO TIPO E DOS APTOS DA TORRE DE FINAL 2 – SEM ESCALA. . 187
FIGURA 5.6 – PLANTA BAIXA DO MODELO 01 COM ABERTURAS SEM PRESENÇA DE ESQUADRIAS .. 189
FIGURA 5.7 – PERSPECTIVA MODELO 01 ............................................................................................. 189
FIGURA 5.8 – APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 01 ................................................ 189
FIGURA 5.9 – PLANTA BAIXA DO MODELO 02 ..................................................................................... 191
FIGURA 5.10 – PERSPECTIVA MODELO 02 .......................................................................................... 191
FIGURA 5.11 – APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 02 .............................................. 191
FIGURA 5.12 PLANTA BAIXA DO MODELO 03 COM DESTAQUE DAS ÁREAS OBSTRUÍDAS PELAS
ESQUADRIAS ............................................................................................................................... 193
FIGURA 5.13 – PERSPECTIVA DO MODELO 03 .................................................................................... 193
FIGURA 5.14 – APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 03 .............................................. 193
FIGURA 5.15 PLANTA BAIXA DO MODELO 04 COM DESTAQUE PARA AS PORTAS DOS QUARTOS
FECHADAS ................................................................................................................................... 195
FIGURA 5.16 – PERSPECTIVA DO MODELO 04 .................................................................................... 195
FIGURA 5.17 - APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 04 ............................................... 195
FIGURA 5.18 PLANTA BAIXA DO MODELO 05 COM DESTAQUE PARA AS PORTAS DOS QUARTOS
FECHADAS COM BANDEIRAS ACIMA DAS MESMAS COM VÃOS LIVRES DE DIMENSÃO .70M X
.30M ............................................................................................................................................ 197
FIGURA 5.19 – PERSPECTIVA DO MODELO 05 .................................................................................... 197
FIGURA 5.20 - APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 05 ............................................... 197
FIGURA 5.21 PLANTA BAIXA DO MODELO 06 COM DESTAQUE PARA A ALTERAÇÃO DA PLANTA
ORIGINAL .................................................................................................................................... 199
FIGURA 5.22 – PERSPECTIVA DO MODELO 06 .................................................................................... 199
FIGURA 5.23 - APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 06 ............................................... 199
FIGURA 5.24 PLANTA BAIXA DO MODELO 07 COM DESTAQUE PARA A DIMENSÃO DAS ABERTURAS
DOS QUARTOS ............................................................................................................................ 201
FIGURA 5.25 – PERSPECTIVA DO MODELO 07 .................................................................................... 201
FIGURA 5.26 - APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 07 ............................................... 201
FIGURA 5.27 – PLANTA BAIXA DO MODELO 08 COM DESTAQUE NA ALTERAÇÃO DA PORTA DO
QUARTO DO MEIO ...................................................................................................................... 203
FIGURA 5.28 – PERSPECTIVA DO MODELO 08 .................................................................................... 203
FIGURA 5.29 - APARTAMENTO INSERIDO NO EDIFÍCIO – MODELO 08 ............................................... 203
FIGURA 6.1 – CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO ENTORNO DO EDIFÍCIO NO MODELO
EXPERIMENTAL ........................................................................................................................... 211
FIGURA 6.2 CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO ENTORNO DO EDIFÍCIO NO MODELO BASE
.................................................................................................................................................... 211
FIGURA 6.3 – CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO MODELO
01 – PLANO HORIZONTAL H= 1.20M .......................................................................................... 212
FIGURA 6.4 - VETORES DE DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – PLANO HORIZONTAL H= 1.20M ........................................................................... 212
FIGURA 6.5 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO MODELO
01 – PLANO HORIZONTAL H= 2.00M .......................................................................................... 212
FIGURA 6.6 - VETORES DE DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – PLANO HORIZONTAL H= 2.00M ........................................................................... 212
FIGURA 6.7 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO MODELO
01 – H=1.20M.............................................................................................................................. 215
FIGURA 6.8 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – H=1.20M .............................................................................................................. 215
FIGURA 6.9 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO MODELO
02 – H=1.20M.............................................................................................................................. 215
FIGURA 6.10 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 02 – H=1.20M .............................................................................................................. 215
FIGURA 6.11 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 02 – H=2.00M .............................................................................................................. 215
FIGURA 6.12 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 02 – H=1.20M .............................................................................................................. 215
FIGURA 6.13 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – H=1.20M .............................................................................................................. 217
FIGURA 6.14 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – H=1.20M .............................................................................................................. 217
FIGURA 6.15 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 – H=1.20M .............................................................................................................. 217
FIGURA 6.16 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 – H=1.20M .............................................................................................................. 217
FIGURA 6.17 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 – H=2.00M .............................................................................................................. 217
FIGURA 6.18 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 – H=2.00M .............................................................................................................. 217
FIGURA 6.19 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 – H=1.20M .............................................................................................................. 219
FIGURA 6.20 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 ................................................................................................................................ 219
FIGURA 6.21 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 04 – H=1.20M .............................................................................................................. 219
FIGURA 6.22 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 04 – H=1.20M .............................................................................................................. 219
FIGURA 6.23 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 04 – H=2.00M .............................................................................................................. 219
FIGURA 6.24 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 04 – H=2.00M .............................................................................................................. 219
FIGURA 6.25 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 04 – H=1.20M .............................................................................................................. 221
FIGURA 6.26 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 04 – H=1.20M .............................................................................................................. 221
FIGURA 6.27 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 05 – H=1.20M .............................................................................................................. 221
FIGURA 6.28 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 05 – H=1.20M .............................................................................................................. 221
FIGURA 6.29 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 05 – H=2.00M .............................................................................................................. 221
FIGURA 6.30 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 05 – H=2.00M .............................................................................................................. 221
FIGURA 6.31 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 – H=1.20M .............................................................................................................. 223
FIGURA 6.32 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 03 – H=1.20M .............................................................................................................. 223
FIGURA 6.33 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 06 – H=1.20M .............................................................................................................. 223
FIGURA 6.34 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 06 – H=1.20M .............................................................................................................. 223
FIGURA 6.35 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 06 – H=2.00M .............................................................................................................. 223
FIGURA 6.36 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 06 – H=2.00M .............................................................................................................. 223
FIGURA 6.37 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – H=1.20M .............................................................................................................. 227
FIGURA 6.38 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – H=1.20M .............................................................................................................. 227
FIGURA 6.39 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 07 – H=1.20M .............................................................................................................. 227
FIGURA 6.40 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 07 – H=1.20M .............................................................................................................. 227
FIGURA 6.41 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 07 – H=2.00M .............................................................................................................. 227
FIGURA 6.42 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 07 – H=2.00M .............................................................................................................. 227
FIGURA 6.43 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – H=1.20M .............................................................................................................. 230
FIGURA 6.44 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 01 – H=1.20M .............................................................................................................. 230
FIGURA 6.45 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 08 – H=1.20M .............................................................................................................. 230
FIGURA 6.46 – VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 08 – H=1.20M .............................................................................................................. 230
FIGURA 6.47 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 08 – H=2.00M .............................................................................................................. 230
FIGURA 6.48 - VETORES DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO NO INTERIOR DO APARTAMENTO NO
MODELO 08 – H=2.00M .............................................................................................................. 230
FIGURA A.1 – LOCALIZAÇÃO DOS PLANOS VERTICAIS LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS ................. 257
FIGURA A.2 MODELO 01 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 257
FIGURA A.3 – MODELO 01 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 257
FIGURA A.4 MODELO 01 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL
LONGITUDINAL 1 (PVL1) ............................................................................................................. 257
FIGURA A.5 MODELO 01 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO VERTICAL
LONGITUDINAL 1 (PVL1) ............................................................................................................. 257
FIGURA A.6 - MODELO 01 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL
LONGITUDINAL 2 (PVL2) ............................................................................................................. 258
FIGURA A.7 - MODELO 01 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO VERTICAL
LONGITUDINAL 2 (PVL2) ............................................................................................................. 258
FIGURA A.8 - MODELO 01 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL
TRANSVERSAL 1 (PVT1) ............................................................................................................... 258
FIGURA A.9 - MODELO 01 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO VERTICAL
TRANSVERSAL 1 (PVT1) ............................................................................................................... 258
FIGURA A.10 - MODELO 01 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO VERTICAL
TRANSVERSAL 2 (PVT2) ............................................................................................................... 258
FIGURA A.11 - MODELO 01 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO VERTICAL
TRANSVERSAL 2 (PVT2) ............................................................................................................... 258
FIGURA A.12 - MODELO 02 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=1.20M ..................................................................................................................................... 259
FIGURA A.13 - MODELO 02 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=1.20M ............................................................................................................... 259
FIGURA A.14 - MODELO 02 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 259
FIGURA A.15 MODELO 02 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=2.00M ............................................................................................................... 259
FIGURA A.16 – MODELO 02 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL1 .............................. 259
FIGURA A.17 – MODELO 02 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL1 ................ 259
FIGURA A.18 - MODELO 02 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL2 .............................. 260
FIGURA A.19 - MODELO 02 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL2 ................. 260
FIGURA A.20 – MODELO 02 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT1 ............................. 260
FIGURA A.21 – MODELO 02 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT1................ 260
FIGURA A.22 - MODELO 02 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 260
FIGURA A.23 - MODELO 02 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT2 ................ 260
FIGURA A.24 - MODELO 03 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=1.20M ..................................................................................................................................... 261
FIGURA A.25 - MODELO 03 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=1.20M ............................................................................................................... 261
FIGURA A.26 – MODELO 03 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 261
FIGURA A.27 MODELO 03 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=2.00M ............................................................................................................... 261
FIGURA A.28 – MODELO 03 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL1 .............................. 261
FIGURA A.29 - MODELO 03 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL1 ................. 261
FIGURA A.30 - MODELO 03 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL2 .............................. 262
FIGURA A.31 - MODELO 03 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL2 ................. 262
FIGURA A.32 – MODELO 03 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT1 ............................. 262
FIGURA A.33 - MODELO 03 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT1 ................ 262
FIGURA A.34 - MODELO 03 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 262
FIGURA A.35 - MODELO 03 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT2 ................ 262
FIGURA A.36 - MODELO 04 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=1.20M ..................................................................................................................................... 263
FIGURA A.37 - MODELO 04 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=1.20M ............................................................................................................... 263
FIGURA A.38 – MODELO 04 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 263
FIGURA A.39 - MODELO 04 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=2.00M ............................................................................................................... 263
FIGURA A.40 - MODELO 04 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL1 ............................... 263
FIGURA A.41 - MODELO 04 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL1 ................. 263
FIGURA A.42 - MODELO 04 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL2 ............................... 264
FIGURA A.43 - MODELO 04 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL2 ................. 264
FIGURA A.44 - MODELO 04 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT1 .............................. 264
FIGURA A.45 - MODELO 04 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT1 ................. 264
FIGURA A.46 - MODELO 04 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 264
FIGURA A.47 - MODELO 04 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT2 ................. 264
FIGURA A.48 - MODELO 05 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=1.20M ..................................................................................................................................... 265
FIGURA A.49 - MODELO 05 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=1.20M ............................................................................................................... 265
FIGURA A.50 - MODELO 05 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL H=2M
.................................................................................................................................................... 265
FIGURA A.51 - MODELO 05 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=2M .................................................................................................................... 265
FIGURA A.52 - MODELO 05 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL1 ............................... 265
FIGURA A.53 - MODELO 05 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL1 ................. 265
FIGURA A.54 - MODELO 05 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL2 ............................... 266
FIGURA A.55 - MODELO 05 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL2 ................. 266
FIGURA A.56 - MODELO 05 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT1 .............................. 266
FIGURA A.57 - MODELO 05 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT1 ................. 266
FIGURA A.58 - MODELO 05 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 266
FIGURA A.59 - MODELO 05 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT2 ................ 266
FIGURA A.60 - MODELO 06 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=1.20M ..................................................................................................................................... 267
FIGURA A.61 - MODELO 06 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=1.20M ............................................................................................................... 267
FIGURA A.62 - MODELO 06 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 267
FIGURA A.63 - MODELO 06 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=2.00M ............................................................................................................... 267
FIGURA A.64 - MODELO 06 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL1 .............................. 267
FIGURA A.65 - MODELO 06 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL1 ................. 267
FIGURA A.66 - MODELO 06 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL2 .............................. 268
FIGURA A.67 - MODELO 06 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL2 ................. 268
FIGURA A.68 - MODELO 06 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT1 .............................. 268
FIGURA A.69 - MODELO 06 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT1 ................ 268
FIGURA A.70 - MODELO 06 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 268
FIGURA A.71 - MODELO 06 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT2 ................ 268
FIGURA A.72 - MODELO 07 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=1.20M ..................................................................................................................................... 269
FIGURA A.73 - MODELO 07 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=1.20M ............................................................................................................... 269
FIGURA A.74 - MODELO 07 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 269
FIGURA A.75 - MODELO 07 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=2.00M ............................................................................................................... 269
FIGURA A.76 - MODELO 07 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL1 ............................... 269
FIGURA A.77 – MODELO 07 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL1 ................ 269
FIGURA A.78 - MODELO 07 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL2 ............................... 270
FIGURA A.79 - MODELO 07 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL2 ................. 270
FIGURA A.80 - MODELO 07 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT1 .............................. 270
FIGURA A.81 - MODELO 07 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT1 ................. 270
FIGURA A.82 - MODELO 07 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 270
FIGURA A.83 - MODELO 07 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT2 ................. 270
FIGURA A.84 - MODELO 08 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=1.20M ..................................................................................................................................... 271
FIGURA A.85 - MODELO 08 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=1.20M ............................................................................................................... 271
FIGURA A.86 - MODELO 08 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PLANO HORIZONTAL
H=2.00M ..................................................................................................................................... 271
FIGURA A.87 - MODELO 08 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PLANO
HORIZONTAL H=2.00M ............................................................................................................... 271
FIGURA A.88 - MODELO 08 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL1 ............................... 271
FIGURA A.89 - MODELO 08 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL1 ................. 271
FIGURA A.90 - MODELO 08 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVL2 ............................... 272
FIGURA A.91 - MODELO 08 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVL2 ................. 272
FIGURA A.92 - MODELO 08 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT1 .............................. 272
FIGURA A.93 - MODELO 08 - VETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NO PVT1 ................. 272
FIGURA A.94 - MODELO 08 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 272
FIGURA A.95 - MODELO 08 - CONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO PVT2 .............................. 272
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GRÁFICO 2.1 - DIMENSIONAMENTO DA VENTILAÇÃO POR EFEITO CHAMINÉ E DIMENSIONAMENTO
DE ENTRADA E SAÍDA DE AR ......................................................................................................... 75
GRÁFICO 2.2 - DIMENSIONAMENTO DAS ABERTURAS PARA VENTILAÇÃO CRUZADA ......................... 86
GRÁFICO 2.3 - EFEITO DA FORMA DA ABERTURA EM FUNÇÃO DA DIREÇÃO DO VENTO E DA
EXISTÊNCIA DE PROTETORES SOLARES VERTICAIS ....................................................................... 87
GRÁFICO 2.4 - EFICIÊNCIA DE COLETA DOS DIFERENTES TIPOS DE COLETORES DE VENTO ................. 93
GRÁFICO 3.1 – VARIAÇÃO DA TEMPERATURA ANUAL E HORÁRIA ..................................................... 117
GRÁFICO 3.2 – PRECIPITAÇÃO MÁXIMA EM 24H ................................................................................ 117
GRÁFICO 3.3 – PRECIPITAÇÃO MENSAL .............................................................................................. 117
GRÁFICO 3.4 – VARIAÇÃO DA UMIDADE RELATIVA ............................................................................ 118
GRÁFICO 3.5 - MÉDIA MENSAL DA TEMPERATURA DO AR DE BULBO SECO. ..................................... 123
GRÁFICO 3.6 – MÉDIA MENSAL DA UMIDADE RELATIVA DO AR ........................................................ 125
GRÁFICO 3.7- DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS ...................................................................... 126
GRÁFICO 3.8 – VELOCIDADE MÉDIA MENSAL DO VENTO ................................................................... 128
GRÁFICO 3.9 – TEMPERATURA DO AR AO LONGO DO ANO DE REFERÊNCIA (°C) .............................. 129
GRÁFICO 3.10 – MÉDIAS DA TEMPERATURA DO AR (2003 A 2006) ................................................... 130
GRÁFICO 3.11 – TEMPERATURA HORÁRIA ABSOLUTA – MÁXIMAS E MÍNIMAS ................................ 131
GRÁFICO 3.12 – FREQÜÊNCIA DA TEMPERATURA DO AR ENTRE 2003 E 2006 .................................. 131
GRÁFICO 3.13 – UMIDADE RELATIVA DO AR AO LONGO DO ANO DE REFERÊNCIA ........................... 132
GRÁFICO 3.14 – MÉDIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR ( 2003 A 2006) ............................................ 133
GRÁFICO 3.15 – MÊS CRÍTICO DE VERÃO – MARÇO DE 2006 ............................................................. 138
GRÁFICO 3.16 – TEMPERATURA DO AR – 12 DE MARÇO DE 2006 ..................................................... 139
GRÁFICO 3.17 – UMIDADE RELATIVA DO AR – 12 DE MARÇO DE 2006 ............................................. 139
GRÁFICO 3.18 – VELOCIDADE DO VENTO – 12 DE MARÇO DE 2006 .................................................. 139
GRÁFICO 3.19 – DIREÇÃO DOS VENTOS – 12 DE MARÇO DE 2006 ..................................................... 140
GRÁFICO A.1 – MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE JANEIRO ............................ 249
GRÁFICO A.2 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE FEVEREIRO ........................ 249
GRÁFICO A.3 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE MARÇO ............................. 249
GRÁFICO A.4 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE ABRIL ................................. 249
GRÁFICO A.5 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE MAIO ................................. 249
GRÁFICO A.6 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE JUNHO............................... 249
GRÁFICO A.7 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE JULHO ............................... 250
GRÁFICO A.8 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE AGOSTO ............................ 250
GRÁFICO A.9 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE SETEMBRO ........................ 250
GRÁFICO A.10 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE OUTUBRO ....................... 250
GRÁFICO A.11 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE NOVEMBRO .................... 250
GRÁFICO A.12 - MÉDIA DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC) – MÊS DE DEZEMBRO ..................... 250
GRÁFICO A.13 – MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - JANEIRO ................................. 251
GRÁFICO A.14 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - FEVEREIRO .............................. 251
GRÁFICO A.15 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - MARÇO ................................... 251
GRÁFICO A.16 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - ABRIL ....................................... 251
GRÁFICO A.17 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - MAIO ....................................... 251
GRÁFICO A.18 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - JUNHO ..................................... 251
GRÁFICO A.19 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) – JULHO ..................................... 252
GRÁFICO A.20 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) – AGOSTO.................................. 252
GRÁFICO A.21 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) – SETEMBRO ............................. 252
GRÁFICO A.22 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) – OUTUBRO ............................... 252
GRÁFICO A.23 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - NOVEMBRO ............................ 252
GRÁFICO A.24 - MÉDIA DIÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%) - DEZEMBRO .............................. 252
GRÁFICO A.25 – DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - JANEIRO ................................................. 253
GRÁFICO A.26 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - FEVEREIRO ............................................. 253
GRÁFICO A.27 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - MARÇO ................................................... 253
GRÁFICO A.28 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - ABRIL ...................................................... 253
GRÁFICO A.29 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - MAIO ...................................................... 253
GRÁFICO A.30 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - JUNHO .................................................... 253
GRÁFICO A.31 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS – JULHO .................................................... 254
GRÁFICO A.32 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - AGOSTO ................................................. 254
GRÁFICO A.33 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS – SETEMBRO............................................. 254
GRÁFICO A.34 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - OUTUBRO ............................................... 254
GRÁFICO A.35 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - NOVEMBRO............................................ 254
GRÁFICO A.36 - DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS - DEZEMBRO ............................................. 254
GRÁFICO A.37 – VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - JANEIRO .................................................... 255
GRÁFICO A.38 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - FEVEREIRO ................................................. 255
GRÁFICO A.39 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - MARÇO ...................................................... 255
GRÁFICO A.40 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - ABRIL ......................................................... 255
GRÁFICO A.41 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - MAIO ......................................................... 255
GRÁFICO A.42 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - JUNHO ....................................................... 255
GRÁFICO A.43 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) – JULHO ....................................................... 256
GRÁFICO A.44 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) – AGOSTO .................................................... 256
GRÁFICO A.45 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) – SETEMBRO ................................................ 256
GRÁFICO A.46 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) – OUTUBRO ................................................. 256
GRÁFICO A.47 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - NOVEMBRO ............................................... 256
GRÁFICO A.48 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO (M/S) - DEZEMBRO ................................................ 256
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TABELA 2.1 - VEL. MEDIA DO AR NO INTERIOR DE UMA EDIFICAÇÃO COMO PERCENTUAL DA
VELOCIDADE DO AR NO EXTERIOR ÂNGULO DE INCIDÊNCIA VARIANDO ENTRE 45º E
PERPENDICULAR À ABERTURA ...................................................................................................... 91
TABELA 3.1 CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO RMICO PARA CONDIÇÕES DE VERÃO
(ABNT, 2004) ............................................................................................................................... 113
TABELA 3.2 – MÉDIAS DA TEMPERATURA DO AR (2003 A 2006) ........................................................ 130
TABELA 3.3 – MÉDIAS DA UMIDADE RELATIVA DO AR (2003 A 2006) ................................................ 133
TABELA 3.4 – DADOS DOS VENTOS NA CIDADE DE ARACAJU (2003 A 2006)...................................... 135
TABELA 3.5 – DADOS CLIMÁTICOS DE ARACAJU DE 2003 A 2006 ....................................................... 136
TABELA 4.1 – MÓDULO DO CFX COM AS RESPECTIVAS ATIVIDADES .................................................. 151
TABELA 4.2 – PARÂMETROS DA SIMULAÇÃO INSERIDOS NO CFX-PRE ............................................... 161
TABELA 6.1 – QUADRO RESUMO DAS SIMULAÇÕES DOS MODELOS 1 A 8 ......................................... 208
S
S
U
U
M
M
Á
Á
R
R
I
I
O
O
1. INTRODUÇÃO 41
1.1 C
OLOCAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
41
1.2 O
BJETO E OBJETIVOS
49
1.2.1 O
BJETO
49
1.2.2 O
BJETIVO GERAL
50
1.2.3 O
BJETIVOS ESPECÍFICOS
50
1.3 M
ETODOLOGIA DA PESQUISA
51
1.4 E
STRUTURA DO TRABALHO
52
1.5 R
ECURSOS E RESTRIÇÕES
54
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 57
2.1 V
ENTILAÇÃO
N
ATURAL
57
2.1.1 P
RINCÍPIOS DO MOVIMENTO DO AR
57
2.1.2 F
INALIDADES DA VENTILAÇÃO
61
2.1.3 H
IGIENE
62
2.1.4 C
ONFORTO TÉRMICO
62
2.1.5 V
ENTILAÇÃO E AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS DE CONFORTO TÉRMICO
63
2.1.6 Í
NDICES DE CONFORTO TÉRMICO
65
2.2 F
UNDAMENTOS DA VENTILAÇÃO NATURAL
71
2.2.1 V
ENTILAÇÃO POR AÇÃO DOS VENTOS
(
VENTILAÇÃO CRUZADA
) 71
2.2.2 V
ENTILAÇÃO POR EFEITO CHAMINÉ
73
2.2.3 S
IMULTANEIDADE DOS PROCESSOS
75
2.3 V
ENTILAÇÃO E ARQUITETURA
78
2.3.1 L
OCALIZAÇÃO
,
FORMA E ORIENTAÇÃO DO EDIFÍCIO
78
2.3.2 V
ENTILAÇÃO NO INTERIOR DAS EDIFICAÇÕES
84
2.3.3 T
AMANHOS E FORMAS DAS ABERTURAS
85
2.3.4 L
OCALIZAÇÃO DAS ABERTURAS
88
2.3.5 T
IPOLOGIA DAS ABERTURAS
93
2.3.6 E
FEITOS DAS DIVISÕES INTERNAS
100
2.3.7 E
LEMENTOS HORIZONTAIS E VERTICAIS
102
3. O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU - SE 107
3.1 C
ARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
107
3.2 D
ADOS
C
LIMÁTICOS
113
3.2.1 C
LASSIFICAÇÃO
C
LIMÁTICA
114
3.2.2 C
OLETA DE DADOS CLIMÁTICOS
120
3.2.3 A
NO CLIMÁTICO DE REFERÊNCIA
128
3.2.4 D
IA TÍPICO DE PROJETO
136
4. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL 141
4.1 M
ÉTODOS PREDITIVOS DE VENTILAÇÃO NATURAL
141
4.1.1 T
ÚNEIS DE VENTO E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
142
4.1.2 A
PRÁTICA DA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
143
4.2 A
ESCOLHA DO SOFTWARE DE SIMULAÇÃO
148
4.3 M
ÓDULOS DO
CFX 150
4.4 P
RE
-
PROCESSOR
E
LABORAÇÃO DA GEOMETRIA E CRIAÇÃO DA MALHA
151
4.4.1 G
EOMETRY
151
4.4.2 D
EFINIÇÃO DO DOMÍNIO E CONCEPÇÃO DO MODELO
154
4.4.3 M
ESHING
156
4.4.4 CFX-
PRE
161
4.5 S
OLVER
D
EFINIÇÃO DAS CONDIÇÕES INICIAIS E DE CONTORNO
165
4.6 P
OST
-
PROCESSOR
C
ONVERGÊNCIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS
166
4.6.1 C
ONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO
P
LANO
H
ORIZONTAL
H1
P
5
NÍVEL PEDESTRE
(
H
=1,5
M
) 168
4.6.2 C
ONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO DO
P
LANO
H
ORIZONTAL
H4
P
5
ACIMA DAS EDIFICAÇÕES TÉRREAS
(
H
=4,5
M
) 169
4.6.3 C
ONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO
P
LANO
H
ORIZONTAL
H37
P
5
NÍVEL DO MEIO DO APARTAMENTO
DO
11
º ANDAR
(
H
=37,5
M
) 170
4.6.4 C
ONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO
P
LANO
V
ERTICAL LONGITUDINAL
1
PVL1
NO CENTRO DO
APARTAMENTO
171
4.6.5 C
ONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO
P
LANO
V
ERTICAL
L
ONGITUDINAL
2
PVL2
CENTRO DO EDIFÍCIO
172
4.6.6 C
ONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO
P
LANO
V
ERTICAL
T
RANSVERSAL
1
PVT1
CENTRO DE EDIFÍCIO
173
4.6.7 C
ONTORNO DA VELOCIDADE DO VENTO NO
P
LANO
V
ERTICAL
T
RANSVERSAL
2
PVT2
CENTRO DO
APARTAMENTO
174
4.6.8 V
ETORES DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DOS VENTOS
175
4.6.9 C
ONTORNO DA PRESSÃO DO VENTO NA FACHADA
179
5. DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO 183
5.1 D
ELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
185
5.2 M
ODELO
01 188
5.3 M
ODELO
02 190
5.4 M
ODELO
03 192
5.5 M
ODELO
04 194
5.6 M
ODELO
05 196
5.7 M
ODELO
06 198
5.8 M
ODELO
07 200
5.9 M
ODELO
08 202
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES 205
6.1 E
NTORNO DO APARTAMENTO
-
M
ODELO EXPERIMENTAL X
M
ODELO BASE
209
6.2 M
ODELO
01 211
6.3 M
ODELO
01
X
M
ODELO
02 213
6.4 M
ODELO
01
X
M
ODELO
03 216
6.5 M
ODELO
03
X
M
ODELO
04 218
6.6 M
ODELO
04
X
M
ODELO
05 220
6.7 M
ODELO
03
X
M
ODELO
06 222
6.8 M
ODELO
01
X
M
ODELO
07 225
6.9 M
ODELO
01
X
M
ODELO
08 229
7. CONCLUSÃO 233
REFERÊNCIAS 243
ANEXOS 249
A
. ANEXO
1
G
RÁFICOS DA MÉDIA DA TEMPERATURA DO AR MÊS A MÊS ENTRE
2003
E
2006
COM BASE NO
TRATAMENTO DOS DADOS FORNECIDOS PELO
INMET. 249
B
. ANEXO
2
G
RÁFICOS DA MÉDIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR MÊS A MÊS ENTRE
2003
E
2006
COM BASE NO
TRATAMENTO DOS DADOS FORNECIDOS PELO
INMET. 251
C
. ANEXO
3
G
RÁFICOS DA DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS MÊS A MÊS ENTRE
2003
E
2006
COM BASE
NO TRATAMENTO DOS DADOS FORNECIDOS PELO
INMET. 253
D
. ANEXO
4
G
RÁFICOS DA VELOCIDADE MÉDIA DOS VENTOS MÊS A MÊS ENTRE
2003
E
2006
COM BASE NO
TRATAMENTO DOS DADOS FORNECIDOS PELO
INMET. 255
E
. ANEXO
5
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
01 257
F
. ANEXO
6
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
02 259
G
. ANEXO
7
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
03 261
H
. ANEXO
8
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
04 263
I
. ANEXO
9
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
05 265
J
. ANEXO
10
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
06 267
K
. ANEXO
11
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
07 269
L
. ANEXO
12
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
08 271
...
41
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1
1
.
.
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
1.1 C
OLOCAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
O homem sempre buscou, desde os primórdios da história da
civilização humana, um abrigo para se proteger das intempéries,
utilizando os meios que encontrava em sua região. Buscava em suas
construções reduzir o calor, o frio, a umidade, etc., aproveitando as
características desejáveis do clima local enquanto se evitava as
indesejáveis. A esse tipo de arquitetura dá-se o nome de Arquitetura
Vernacular, que nada mais é do que o resultado de uma vivência do
homem com o ambiente que o cerca, por meio de muita observação e
tentativas através dos tempos. É a manifestação de um saber adquirido
graças a uma experiência secular, transmitida e aperfeiçoada de geração
a geração. É conveniente refletir e aprender com ela, assim como
perpetuá-la, mas também é necessário enriquecê-la e melhorá-la.
A grande expansão de técnicas construtivas após a II Guerra
Mundial proporcionou uma mudança radical na arquitetura mundial até o
ponto onde os estilos começaram a ser “importados” de outras regiões
com características climáticas distintas simplesmente por representar
status, ostentar progresso ou simbolizar o poder. Criou-se assim uma
arquitetura globalizada permitindo, por exemplo, que edificações com
fachadas totalmente envidraçadas fossem construídas em locais de clima
tropical, criando verdadeiras estufas urbanas. Ou seja, o homem por um
42
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
tempo se entusiasmou com as descobertas tecnológicas e a possibilidade
de executar praticamente qualquer criação e se esqueceu dos recursos
que a natureza coloca a disposição para o conforto ambiental.
Assim, a forma encontrada pelos profissionais da área de projeto
para solucionar os problemas de conforto ambiental causados pelo
emprego de uma arquitetura não adequada ao clima local, foi criar
sistemas de iluminação e de climatização artificiais cada vez mais
potentes e isso, consequentemente, gerou um aumento cada vez maior do
consumo de energia para suprir essa necessidade, numa época em que
não existia uma consciência sobre os impactos no meio ambiente causado
pelo consumo exagerado de energia.
Na década de 70, com o surgimento da primeira crise mundial de
energia, ressurgiu uma arquitetura integrada ao clima local, objetivando a
melhoria da qualidade de vida das pessoas no ambiente construído e seu
entorno e ao mesmo tempo fornecendo conforto ambiental com menor
consumo de energia e menor impacto ambiental. Em outras palavras,
voltou-se a perceber que conceitos simples como: proteção contra
insolação no verão, amortecimento das variações da temperatura através
do emprego de materiais de grande inércia térmica, aproveitamento da
ventilação natural, aproveitamento da insolação no inverno, entre muitos
outros recursos, além de tornar a arquitetura regional mais criativa e
personalizada, estaria contribuindo para a preservação da natureza
através da redução no consumo de energia.
43
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
No Brasil a questão energética começou a repercutir com mais força
a partir da crise no abastecimento de energia elétrica ocorrida em 2001,
causando o conhecido “apagão” seguido de um racionamento e mostrando
quais as prováveis consequências do consumo desenfreado de energia
elétrica no mundo. A partir de então o tema eficiência energética tornou-
se assunto conhecido em todos os segmentos da população.
Com a necessidade imediata de se economizar energia, surge
também uma renovação na consciência da população e também dos
profissionais que podem e querem contribuir para a mudança do quadro
mundial, ou pelo menos na estagnação do processo crescente de
degradação do meio ambiente.
Na área do conforto ambiental, principalmente no que se refere à
térmica e iluminação, surgem cada vez mais ferramentas que auxiliam o
arquiteto a criar espaços com o uso de tecnologias passivas na busca do
conforto do usuário e o primeiro passo é o estudo do clima local, assim
como acontecia nos primórdios dos tempos. É evidente que nos tempos
atuais não se pretende adotar exclusivamente técnicas passivas para
solucionar problemas ambientais em locais com climas extremos, porém
ao balancear todos os aspectos naturais e tecnológicos, será possível
obter ambientes confortáveis e energeticamente eficientes.
O estudo da ventilação natural, como forma de amenização
climática, tem sido tema de diversos trabalhos científicos apresentados
em congressos e encontros da área de conforto ambiental tanto no país
44
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
como no exterior. A ventilação natural tem como principal vantagem o
baixo custo necessário a sua efetivação. No entanto, conhecimentos
bastante sofisticados podem ser necessários para uma eficaz implantação
dessa estratégia, pelo fato do fluxo de ar ser de difícil previsão e por
envolver certa complexidade de análise e cálculo. De um modo geral é
possível racionalizar o uso de energia elétrica em um edifício por meio da
ventilação natural. Em países em desenvolvimento como o Brasil, o uso
passivo da energia na edificação tem papel fundamental e é meta da
arquitetura bioclimática que tem como objetivo:
“[...] prover um ambiente construído com conforto físico, sadio e
agradável, adaptado ao clima local, que minimize o consumo de
energia convencional e precise da instalação da menor potência
elétrica possível, o que também leva a nima produção de
poluição” (CORBELLA & YANNAS, 2003).
O objeto desta pesquisa é a ventilação natural nas edificações na
cidade de Aracaju. E desde o início desta pesquisa procura-se destacar a
forte necessidade de se analisar cuidadosamente as características
climáticas apresentadas na região objeto de estudo por ser, como citado
em várias referências bibliográficas, altamente importante para se adotar
partidos arquitetônicos adequados ao local.
[...] além dos elementos referentes aos processos de ventilação, é
indispensável que o projetista disponha de dados meteorológicos
relativos ao local onde vai ser construído o edifício, pois analisando
cuidadosamente os dados climáticos, concluirá se e quando a
ventilação deverá ser utilizada para melhoria do conforto térmico
no interior do prédio. (TOLEDO, E. 1999).
1
1
Publicação brasileira do Relatório “Ventilação Natural das Habitações” publicado
pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Lisboa-Portugal, em 1967.
45
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Para a análise dos dados climáticos da cidade de Aracaju, foi
realizada uma pesquisa extensa em busca de arquivos climáticos
disponíveis para uma caracterização climática atual. Os dados da
temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade e direção dos
ventos foram minuciosamente analisados. A disponibilidade e o
tratamento dos dados climáticos da região são importantes para o
conhecimento das condições climáticas da cidade e, por meio de sua
correta interpretação é mais fácil a adoção de partidos arquitetônicos
adequados ao clima. Além disso, esses dados podem ser utilizados em
uma série de simulações computacionais de desempenho térmico da
edificação e de mecânica dos fluidos para análise da ventilação natural.
Porém é sempre importante lembrar que não é apenas um arquivo
climático que garante resultados confiantes em uma simulação
computacional, mas a maneira a qual ele é utilizado e como os resultados
são interpretados.
Segundo o software Climaticus 4.2
2
, o método de Givoni indica que
em 74% das horas do ano a ventilação é a principal estratégia de projeto
para obter o conforto térmico dos usuários na cidade de Aracaju SE,
cidade localizada no litoral nordestino do Brasil, que se destaca por
apresentar uma temperatura na sombra que poucas vezes ultrapassa os
30ºC, mas com umidade relativa com média em torno de 75%, o que
provoca um desconforto acentuado que pode ser amenizado por meio da
2
Software elaborado pelo Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência
Energética sob supervisão da Profa. Dra. Márcia P. Alucci da FAUUSP
46
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
constante presença da ventilação natural. Além disso, o clima dessa
região caracteriza-se também por uma radiação solar intensa e uma
amplitude térmica pequena, tanto diária quanto sazonal, e suas
características são semelhantes à maioria das cidades litorâneas do
nordeste brasileiro, onde os ventos sopram constantemente.
“Por causa do alto nível de umidade nas regiões tropicais, é
difícil o corpo humano perder calor por transpiração. O movimento
do ar, seja ele fresco ou não, produzirá conforto por incrementar a
perda de calor pelo corpo. O resultado desse efeito da ventilação
acarretará uma redução aparente de a aproximadamente 4ºc,
embora normalmente varie 2ºC a 3ºC. Essa redução torna-se
significativa ao se examinar a pequena diferença entre a variação
das temperaturas diurnas nas regiões tropicais a qual não é muito
maior que esse efeito produzido pela ventilação.” (HERTZ, 1998)
A ventilação natural no interior de um edifício ainda é um campo
relativamente pouco explorado no meio acadêmico se comparado à
importância deste tema para o conforto térmico nas habitações localizadas
em climas quentes e úmidos, principalmente, e também para a questão da
eficiência energética na arquitetura.
Esse fato se deve a dificuldade de se prever o comportamento dos
ventos no meio urbano e no interior das edificações, uma vez que fatores
naturais, urbanos e arquitetônicos interferem ao mesmo tempo nesta
resposta.
Estudos sobre a ventilação natural nos edifício podem ser feitos com
base na bibliografia existente, com ensaios em túneis de vento e com o
auxílio de softwares de simulação computacional de dinâmica dos fluidos.
O uso de referências teóricas é de suma importância uma vez que é
47
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
necessário entender a dinâmica do vento e seus assuntos correlatos, para
que se tenha embasamento suficiente para escolher a ferramenta
adequada e para saber interpretar as respostas obtidas.
A simulação computacional é uma ferramenta bastante eficiente
para a análise da interação entre ventos locais, elementos naturais e os
elementos construídos no entorno do sítio onde se pretende intervir na
fase dos estudos preliminares de um projeto. Porém é necessário um
conhecimento especializado para que essas simulações sejam feitas e,
mais do que isso, sejam interpretadas corretamente.
No estudo da ventilação natural, os softwares são de grande
complexidade e em geral utilizados por grupos de pesquisadores ou
profissionais especializados nas áreas de conforto ambiental que buscam
nas simulações a visualização das respostas aos problemas impostos.
Felizmente, vários programas vem sendo desenvolvidos em várias partes
do mundo e se tornam cada vez mais ferramentas bastante úteis na área
da arquitetura e urbanismo.
O software escolhido para a realização da pesquisa experimental
desta dissertação foi o CFX 5.7, um software de dinâmica dos fluídos
adequado ao estudo da ventilação natural ou mecânica, tanto no edifício
quanto no meio urbano. Segundo Prata (2005), “[...] os modelos CFD são
muito poderosos e requerem cálculos intensos, mas fornecem resultados
detalhados que podem mostrar claramente os defeitos em projetos
sugeridos”.
48
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
A escolha deste programa de simulação computacional se baseou
nos seguintes princípios:
Disponibilidade de licença educacional para o LABAUT Laboratório de
Conforto Ambiental e Eficiência Energética da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo;
A experiência no uso deste aplicativo em dissertações de mestrado e
teses de doutorados anteriores, permitindo que os alunos mais
experientes pudessem compartilhar o conhecimento acumulado para a
realização desta pesquisa;
Estuda a mecânica dos fluidos em ambientes ou superfícies e possibilita
a interação entre fluxos internos e externos;
Apresenta os resultados das simulações em imagens 3D, facilitando a
análise e visualização destes resultados;
Permite a simulação de modelos em qualquer escala e em qualquer
condição de contorno.
O universo de análise deste mestrado é a cidade de Aracaju e
buscou-se escolher um tipo de edificação que representasse um dos
modelos padrão de construção que vem sendo explorado nesta cidade nos
últimos anos com a finalidade de aproximar os resultados alcançados nas
simulações da realidade atual. Além disso, a escolha da edificação foi
principalmente baseada nas características dos ventos locais e do entorno
da edificação, pois como a proposta desta pesquisa é realizar um estudo
da ventilação natural no interior da habitação, foi importante escolher
49
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
uma edificação que estivesse inserida numa área ainda pouco
verticalizada da cidade e com boa permeabilidade para os ventos locais
para que as simulações apresentassem respostas claras e com mais
objetividade. Desta forma o modelo utilizado em todas as simulações foi o
apto 1102 do edifício Montparnasse, localizado na Rua Duque de Caxias,
nº 167, Bairro São José. E o entorno considerado foi definido para analisar
a influência que as edificações vizinhas exercem no edifício escolhido, de
forma que a quadra onde o edifício Montparnasse está situado ficou bem
no centro do modelo.
Assim, através dos problemas expostos e das ferramentas e objetos
utilizados nesta pesquisa, pode-se perceber o grande potencial ainda a ser
explorado na elaboração do projeto da edificação, buscando mecanismos
de condicionamento natural, por meio de uma série de critérios que
definem o conforto térmico do usuário. Desse modo, enfatiza-se
novamente, que antes de propor uma solução arquitetônica, o arquiteto
precisa estudar o clima local a fim de verificar a melhor estratégia a ser
empregada na busca do conforto térmico natural, ou seja, quais os
recursos de projeto podem ser utilizados para se obter o melhor
aproveitamento da ventilação natural, produzindo assim, um ambiente
compatível com as exigências humanas e econômicas dos usuários e do
país.
1.2 O
BJETO E OBJETIVOS
1.2.1 Objeto
50
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
O objeto de estudo desta pesquisa é a ventilação natural nas
habitações da cidade de Aracaju – SE.
1.2.2 Objetivo geral
O objetivo geral é realizar um estudo do aproveitamento do vento
para promover a ventilação natural em edificações residenciais na cidade
de Aracaju a fim de proporcionar melhores condições térmicas ambientais
dos usuários sem a necessidade do condicionamento artificial do ar.
1.2.3 Objetivos específicos
São os objetivos específicos desta pesquisa:
Identificar referências sobre ventilação natural no edifício e sua relação
com o conforto térmico em climas quentes e úmidos.
Identificar o perfil climático da cidade de Aracaju - SE.
Caracterizar o clima da região quanto aos aspectos dos ventos
predominantes.
Escolher uma habitação padrão local para verificação do efeito da
ventilação natural nos ambientes internos.
Definir a ferramenta mais apropriada para as simulações
computacionais.
Verificar, por meio da simulação computacional a influência da
ventilação natural na edificação.
Elaborar algumas propostas para intervenção no projeto e estudar as
conseqüências dessas alterações.
Analisar qualitativamente e comparar os resultados obtidos.
51
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.3 M
ETODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia empregada nesta pesquisa foi dividida nas seguintes
etapas metodológicas:
A pesquisa referencial consistiu no levantamento dos dados
secundários por meio de pesquisa bibliográfica sobre ventilação natural
nas edificações e assuntos correlatos e também consultas à especialistas
na área para reunir informações que contribuíssem para o embasamento
teórico e contextual, além de levantamento de mapas, plantas,
documentos e legislação urbanística do município de Aracaju-SE.
A pesquisa de campo consistiu no levantamento de dados
primários com a caracterização climática da cidade de Aracaju – SE,
principalmente no que se refere à velocidade e direção dos ventos
predominantes e também de levantamento fotográfico.
A pesquisa experimental foi a etapa da série de simulações
realizada no programa ANSYS CFX Computacional Fluid Dynamics
Software, desde a simulação do modelo escolhido com suas características
arquitetônicas preservadas até a simulação de cada um do modelos
referentes as alterações propostas para o estudo da ventilação natural no
edifício.
A análise dos dados simulados consistiu na observação e
comparação dos resultados fornecidos pelo programa CFX com o efeito do
vento no entorno e no interior da edificação em sua configuração atual e
com as alterações arquitetônicas propostas.
52
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Por fim, as conclusões finais encerraram o processo metodológico
desta pesquisa, apresentando todas as conclusões obtidas juntamente
com a contribuição que esses resultados proporcionam para o estudo da
ventilação natural no edifício e do conforto térmico dos usuários em locais
de climas semelhantes ao da área de estudo.
1.4 E
STRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho está estruturado da seguinte forma:
Capítulo 1 Introdução: Neste capítulo é feita a colocação do
problema destacando a importância do aproveitamento da ventilação
natural no interior das edificações para promover o conforto térmico
em locais de clima quente e úmido. A pesquisa se justifica
considerando que por meio da escolha de um partido arquitetônico
adequado às características climáticas locais e do estudo prévio dos
ventos locais é possível criar ambientes internos bem ventilados. Além
disso, são relacionados o objeto de estudo e os objetivos geral e
específicos da pesquisa, esclarecendo os limites deste estudo e recorte
feito sobre o tema da ventilação natural. E por fim, a metodologia do
trabalho é apresentada, juntamente com os recursos e restrições da
pesquisa como um todo.
Capítulo 2 Fundamentação teórica: A fundamentação teórica
busca, através de uma revisão bibliográfica, expor os fundamentos,
princípios e finalidades da ventilação natural, além de mostrar a
interferência direta da arquitetura no comportamento da ventilação
53
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
natural nos espaços internos das edificações. Mostra também o papel
fundamental do arquiteto na busca de espaços bem ventilados e a
importância de se conhecer e utilizar os princípios dos ventos, os dados
climáticos e os métodos de simulação na fase de concepção de projeto.
Capítulo 3 O clima da cidade de Aracaju-SE: Neste capítulo se
refere à cidade de Aracaju, buscando, inicialmente, situar o leitor no
ambiente estudado através da apresentação geral de seus aspectos
físico-espaciais. Em seguida, finalizando o capítulo, são abordados
todos os dados climáticos que foram coletados e tratados com a
finalidade de caracterizar o clima local com registros atuais.
Capítulo 4 Simulação Computacional: Neste capítulo é descrito
todo o processo de simulação com CFD realizado na pesquisa. São
explicadas todas as etapas, desde a elaboração do modelo e seus
possíveis ajustes e a definição dos parâmetros, bem como as etapas
PRE, SOLVER e POST do software CFX. Em seguida todos os resultados
obtidos na simulação de um modelo experimental são apresentados,
comparados e analisados.
Capítulo 5 Definição dos modelos para simulação: Com o
objetivo de apresentar todos os modelos criados para o processo de
simulação desta dissertação, o capítulo relaciona todas as
características físicas destes modelos e explica as razões e os critérios
adotados em cada proposta de alteração.
Capítulo 6 Discussão dos Resultados das Simulações: Neste
capítulo, apresentam-se e discutem-se os resultados encontrados em
54
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
todas as simulações, buscando a possibilidade de definir certos
parâmetros de projeto que possam ser aplicados por arquitetos na fase
de concepção de anteprojeto quando a finalidade for o aproveitamento
da ventilação natural em climas quentes e úmidos.
Capítulo 07 Conclusões: Nas conclusões finais, é retomada a
importância da realização de todas as etapas desta pesquisa,
destacando a contribuição dos resultados encontrados para estudos
futuros e para a prática da arquitetura consciente e adequada a região.
1.5 R
ECURSOS E RESTRIÇÕES
A pesquisa foi apoiada pelo CNPq - Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico por meio de uma bolsa de
estudo para auxiliar as principais despesas vinculadas à pesquisa no
período de 01/08/2006 a 30/09/2008.
As principais referências bibliográficas dissertações, teses, artigos
e livros - foram consultados nas bibliotecas da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, em biblioteca da autora, da orientadora e dos pesquisadores
do LABAUT, em coletâneas de eventos científicos e em sistemas de busca
informatizadas de outras universidades. Além disso, com o auxílio de sites
científicos, foi possível ter acesso a inúmeros textos, artigos, teses,
dissertações e documentos que ajudaram nesta pesquisa.
Para ter acesso aos principais dados secundários como: mapas, base
de dados climáticos, e demais documentos necessários, foi importante
consultar o Instituto de Pesquisa Espacial INPE, o Aeroporto
55
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Internacional Santa Maria, da cidade de Aracaju, as bibliotecas das
universidades locais, órgãos municipais, além de sites que dispunham de
informações complementares para o desenvolvimento da pesquisa.
Ao escolher o objeto-concreto, foi considerada também a facilidade
ao acesso para que fosse possível fotografar, analisar, e se houvesse
necessidade, entrevistar os usuários.
O Labaut da FAU-USP dispõe de recursos computacionais para a
realização de simulações, inclusive com licença educacional para o uso de
softwares utilizados para estudos na área da ventilação natural e conforto
térmico, como por exemplo, o CFX e o TAS (além do Energy Plus que não
precisa de licença), devidamente explorados pelos pesquisadores locais.
No caso desta pesquisa foi utilizado o ANSYS CFX Computacional Fluid
Dynamics Software e foi possível contar com a orientação de
pesquisadores familiarizados há mais tempo com esta ferramenta.
56
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
..
57
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2
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2.1 V
ENTILAÇÃO
N
ATURAL
2.1.1 Princípios do movimento do ar
A ventilação é a principal estratégia de projetos para se obter o
conforto térmico dos usuários em construções situadas em locais de clima
quente e úmido, visto que uma boa ventilação natural remove o excesso
de calor nas ruas e promove a ventilação cruzada no interior das
edificações, além do que, a ventilação também é de grande importância
para a higiene geral, promovendo a renovação do ar e a dissipação de
fumaças, odores, poluentes e etc.
Apesar de ser uma ferramenta da extrema importância para a
produção de uma arquitetura adaptada ao clima e às necessidades
humanas, ainda é muito comum que os profissionais estimem o
comportamento do vento sem o real conhecimento sobre o assunto, ou
mesmo ignorem essa ferramenta, produzindo ambientes desconfortáveis
que necessitam de soluções ativas para resfriamento e consequentemente
o consumo desnecessário de energia elétrica para resolver os problemas
de temperaturas elevadas no interior das edificações.
Em geral os dados de ventos a que se tem acesso são fornecidos em
aeroportos e obtidos em torres a uma altura em torno de 10m em campo
aberto, ou seja, sem nenhum tipo de obstrução. No entanto, sabemos que
esses dados não correspondem à realidade em qualquer outro ponto de
58
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
uma determinada cidade, onde o relevo, as construções e até mesmo a
vegetação interferem na velocidade e direção dos ventos medidos. Na
maioria dos casos a velocidade dos ventos na cidade é inferior àquelas
onde são geralmente mensuradas.
O arquiteto que pretende iniciar corretamente um projeto de
qualquer edificação deve ter em mãos dados climáticos da região, o que
inclui, por exemplo, dados sobre os ventos locais, sobretudo se a
utilização de técnicas construtivas e a adoção de um partido arquitetônico
que aproveitem a ventilação natural forem importantes para atingir o
conforto térmico dos usuários.
Os túneis aerodinâmicos são uma ferramenta eficiente para que o
projetista se familiarize com a interação existente entre os ventos locais,
os elementos naturais e os elementos construídos no entorno do sítio
onde se pretende intervir. Contudo, raramente esse recurso pode ser
empregado nos estudos preliminares de um projeto impedindo que grande
parte dos profissionais tenha conhecimento do real comportamento deste
recurso natural.
A simulação computacional é outra ferramenta que vem sendo
utilizada cada vez mais com o mesmo objetivo. Porém é necessário um
conhecimento especializado para que as simulações sejam feitas e, mais
do que isso, sejam interpretadas corretamente. Além, evidentemente, do
alto custo dos softwares.
59
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Assim sendo, Brown e Dekay (2004, p.40) indicam a aplicação de
três princípios do movimento do ar para adaptar os dados de ventilação
coletados em aeroportos ao nível aproximado de ventilação em
determinado sítio e destaca que o fluxo de ar tem comportamento
semelhante a um fluido, como a água, e que é possível visualizar o fluxo
do vento usando os seguintes princípios:
a) A velocidade do vento diminui à medida que se aproxima da
superfície da terra em função do atrito causado pela irregularidade do
terreno;
b) O ar continua movendo-se na mesma direção quando encontra
um obstáculo, da mesma forma que a água flui ao redor de uma rocha;
c) O ar flui de áreas de alta pressão para áreas de baixa pressão.
O diagrama de Influência do terreno sobre a ventilação (figura 2.1),
resultado de testes em neis aerodinâmicos, (MCCLENON & ROBINETTE,
1975, apud BROWN; DEKAY, 2004, p.40)
3
mostra os padrões de fluxo de
ventos para uma variedade de relevos topográficos.
3
MCCLENNON, Charles; ROBINETTE, Gary O. Site Planning for solar energy utilization. McLean, VA:
American Society of Landscape Architects Foundation. 1975.
60
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2.1 - Influência do terreno sobre a ventilação
(McCLENON & ROBINETTE, 1975 adaptado por BROWN E DEKAY, 2004, p.41)
A velocidade do vento pode ser corrigida em função do gradiente do
vento para diferentes tipos de rugosidade de terreno.
“O incremento da velocidade ao longo de um eixo vertical
varia de zero, na superfície terrestre, até uma velocidade igual à
do fluxo livre de obstruções, gerando o que chamamos de
gradiente da velocidade do vento.” (BITTENCOURT e CÂNDIDO,
2005, p. 34).
Assim, entende-se que a velocidade do vento que incide nas
aberturas e nos espaços construídos dependerá diretamente da
configuração do entorno.
A figura 2.2 mostra um gráfico de gradiente de vento que determina
um fator (expoente) para diferentes tipos de áreas que servirá no cálculo
61
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
de correção da velocidade do vento em função do tipo de rugosidade de
cada terreno a ser estudado. Quanto maior a rugosidade, maior seeste
fator de correção e menor será a velocidade do vento no meio urbano.
Figura 2.2 – Gradiente do Vento para diferentes áreas
(JACKMAN, 1980 adaptado por BITTENCOURT E CÂNDICO, 2005, P.34)
2.1.2 Finalidades da ventilação
A ventilação natural a princípio apresenta dois objetivos claros:
atender as questões de conforto térmico removendo a carga térmica do
ambiente e ajudando na dissipação do calor do corpo humano, por
convecção e por evaporação, principalmente em climas quentes e úmidos;
e prover a higiene dos ambientes ao renovar o ar viciado e poluído e ao
evitar o incremento da umidade do ar nos espaços. Ou seja, a ventilação
natural é importante também em locais de clima frio, pois para que se
tenha ambientes saudáveis, um mínimo de taxa de ventilação é
necessário para contínua renovação do ar viciado por igual volume de ar
fresco proveniente do exterior, partindo-se do princípio de que o ar
externo é suficientemente puro. Além disso, com a ventilação natural é
62
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
possível diminuir os gastos de energia com sistemas de aclimatação
artificial.
2.1.3 Higiene
Sendo a higiene o objetivo da ventilação natural, deve-se levar em
consideração o tipo de ambiente e seu volume, a intensidade de produção
de odores e poluentes, a população prevista para a edificação, os hábitos
locais e o clima. Em locais de clima frio, é importante adotar uma
estratégia que proporcione apenas o mínimo de renovação do ar
necessário para higiene local, pois o vento externo pode causar
desconforto térmico aos usuários.
2.1.4 Conforto térmico
A ASHARAE (1993) define conforto térmico como um estado de
espírito que reflete a satisfação com o ambiente térmico que envolve a
pessoa. Em outras palavras, Lamberts et al (2004, p. 41) afirma que “se o
balanço de todas as trocas de calor a que está submetido o corpo for nulo
e a temperatura da pele e suor estiverem dentro de certos limites, pode-
se dizer que o homem sente conforto térmico”.
Se a temperatura do ar for maior que a temperatura da pele, a
evaporação do suor produzido pelo homem é a única forma de manter o
conforto térmico, uma vez que a forma que o homem tem de se defender
do ganho de calor é enviando água para a superfície da pele e com a
presença de movimento do ar, esse suor é evaporado, retirando o calor da
pele e baixando sua temperatura e então dando sensação de conforto. De
63
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
acordo com Corbella & Yannas (2003, p.193), se o ar não estiver em
movimento, a água não evapora, a pele fica molhada, pingando suor, e a
pessoa não conseguirá a sensação de conforto”, daí a importância da
ventilação para o conforto térmico do homem e é por isso que o ventilador
sempre produz uma sensação de alívio mesmo quando o ar apresenta-se
numa condição desagradável.
2.1.5 Ventilação e as variáveis ambientais de conforto
térmico
“É sabido que a sensação de conforto ou desconforto
térmico experimentado pelo homem no interior de um recinto
depende, de um lado, da atividade que está desenvolvendo e do
tipo de roupa que está usando e, de outro lado, da temperatura,
umidade e velocidade do ar em contato com o corpo e das
temperaturas e emissividades das superfícies das paredes, piso,
teto e objetos existentes no interior do recinto.” (TOLEDO, E.
1999, p. 41).
As variáveis do ambiente que influenciam no conforto térmico do
homem são: temperatura, umidade relativa, velocidade e direção do ar,
radiação solar incidente e as características físicas da envoltória do
ambiente, como temperaturas e emissividade das paredes, piso, teto e
objetos existentes no local.
Sabe-se que a temperatura, a umidade e a velocidade do ar são
características climáticas da região e que penetram no ambiente, onde
podem sofrer algum tipo de modificação por meio de utilização de força
mecânica, como os equipamentos de ar condicionado ou de umidificadores
de ar, dependendo do clima em questão.
64
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Muitas vezes é possível obter temperaturas mais baixas ou mais
altas no interior das edificações com estratégias passivas de projeto como
a adequada orientação da edificação, sombreamento das fachadas, uso de
materiais adequados ao clima nas envoltórias e coberturas além de um
estudo dos ventos locais, aproveitando ou barrando os mesmos em função
do objetivo final. Ou seja, utilizar as características climáticas locais em
conjunto com materiais e técnicas construtivas apropriadas pode, em
muitos casos, proporcionar conforto térmico dos usuários sem maiores
gastos de energia elétrica. De acordo com Frota e Schiffer (2003, p.18),
“[…] o conhecimento das exigências humanas de conforto
térmico e do clima, associado ao das características térmicas dos
materiais e das premissas genéricas para o partido arquitetônico
adequado a climas particulares, proporciona condições de projetar
edifícios e espaços urbanos cuja resposta térmica atenda às
exigências de conforto térmico.”
Uma variável de ambiente importante para o conforto térmico é a
velocidade de circulação do ar no interior da edificação, independente das
características climáticas locais. Essa movimentação do ar pode ser
fornecida por processos mecânicos ou naturais, ou até mesmo com a
conjugação dos dois. É importante ressaltar que a velocidade do ar e a
temperatura das superfícies internas, principalmente em épocas e/ou
locais de calor, são variáveis de ambiente com as quais o arquiteto pode
“brincar” dentro de certos limites, sem precisar utilizar equipamentos
mecânicos para promover o conforto térmico. Ou seja, o grande segredo é
trabalhar em conjunto com a natureza em busca do melhor resultado
dentro de uma edificação.
65
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Além das variáveis de ambiente citadas, devem ser consideradas
também variáveis como a atividade desenvolvida pelos indivíduos e sua
vestimenta assim como sexo, idade, biótipo, hábitos alimentares, entre
outros.
“O tipo de vestimenta é um dado importante no fenômeno
da dissipação do calor, em regiões quentes. A transferência, para
regiões tropicais, de hábitos de vestir que se desenvolveram em
países de clima temperado ou frio, é prejudicial ao conforto e à
eficiência dos indivíduos.” (TOLEDO, E. 1999, p.63)
2.1.6 Índices de conforto térmico
Todas as variáveis, citadas anteriormente, em conjunto geraram os
índices de conforto térmico que, segundo Frota e Schiffer (2003, p. 25),
sob a forma de cartas ou nomogramas relacionam todas as variáveis
ambientais e reúnem as diversas condições ambientais que proporcionam
respostas iguais por parte dos indivíduos.
Os índices de conforto térmico englobam diferentes aspectos e são
classificados como biofísicos, fisiológicos ou subjetivos. A escolha do tipo
de índice deve estar relacionada com o tipo de atividade desenvolvida pelo
indivíduo, com as condições ambientais e com as relações entre as
variáveis consideradas na obtenção do índice, entre outros aspectos do
conforto.
Dentre dezenas de índices existentes, Frota e Schiffer (2003)
apresentam apenas três por serem os mais apropriados ao clima brasileiro
e às condições ambientais no interior dos edifícios:
66
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Carta Bioclimática, de Olgay (figura 2.3), que utiliza como
variáveis a temperatura de bulbo seco e a umidade relativa do ar aplicada
para condições externas. Em 1969 Givoni corrigiu essa carta baseando-se
em temperaturas internas do edifício e propondo estratégias de projeto
para adequação da arquitetura ao clima local.
Figura 2.3 – Carta bioclimática de Olgyay
(Lamberts et al, 2004, p.104)
Temperatura Efetiva, de Yaglou e Houghthen; ou Temperatura
Efetiva Corrigida, de Vernon e Warner, que são apresentadas sob a
forma de nomogramas e podem ser utilizadas quando se tem os dados da
temperatura de bulbo seco ou do termômetro de globo, umidade e
velocidade do ar. Esses dados normalmente utilizados em conjunto com a
Carta Psicrométrica que fará a correspondência entre a temperatura de
bulbo seco e a de bulbo úmido a partir da umidade relativa do ar;
Índice de Conforto Equatorial ou Índice de Cingapura, de
Webb, desenvolvido para indivíduos de climas tropicais (quente e úmido)
com base em dados obtidos a partir da psicologia experimental e análise
67
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
de testes aplicados a indivíduos completamente aclimatados na região”.
(FROTA e SCHIFFER, 2003, p. 28).
É importante ressaltar que utilizar índices que foram elaborados
para regiões de climas diferentes e/ou grupos populacionais ambientados
a regiões climáticas diferentes, pode resultar em um diagnóstico
equivocado, visto que a sensação de conforto não é a mesma para todos.
Pode-se afirmar que os habitantes de uma determinada região estão
aclimatados e, portanto sofrem menos com os efeitos causados pelo clima
local e conseqüentemente suas respostas em relação à sensação de
conforto será diferente aos habitantes de regiões com climas diferentes.
Goulart et al. (1994) desenvolveram um estudo onde analisaram a
metodologia proposta por vários autores com o objetivo de selecionar uma
metodologia bioclimática a ser adotada para o Brasil. Concluiu-se então
que o trabalho desenvolvido por Givoni em 1992, onde ele apresenta uma
carta bioclimática adequada aos países em desenvolvimento, com os
limites máximos de conforto expandido em relação ao seu trabalho
apresentado anteriormente, é o mais adequado às condições climática
brasileiras. Os autores explicam que adotaram a carta de Givoni porque:
“● Givoni desenvolveu um trabalho voltado para países
quentes e em desenvolvimento;
Seu trabalho foi baseado na aclimatação das pessoas a
climas quentes e úmidos, e este estudo confirmado por
experimentos realizados na Tailândia;
A metodologia de Givoni adota limites maiores de
velocidade do ar para temperaturas mais elevadas, coerentes com
a realidade dos países de clima quente e úmido;
68
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O espaço interno pode ser resfriado, quando necessário,
com menor consumo de energia, que a temperatura máxima de
conforto estabelecida está mais próxima da temperatura externa
do local”. (GOULART, et al. 1994, p.78).
A Carta bioclimática de Givoni (figura 2.4) foi construída sobre o
diagrama psicométrico e fornece os dados que permitem definir a melhor
estratégia de projeto a ser empregada na busca pelo conforto térmico. Ao
plotar sobre a carta os dados de temperatura e umidade relativa do ar de
certa região serão identificadas as zonas que determinam a estratégia a
ser empregada, conforme a seqüência a seguir:
Zona de conforto: com os dados localizados nesta zona, indica que
provavelmente as pessoas estão em conforto térmico no ambiente
interior.
Ventilação: neste caso, devem-se utilizar estratégias de projeto que
promovam o maior movimento do ar no interior nas edificações para
proporcionar conforto térmico, como a ventilação cruzada, o
sombreamento, o uso de captadores de ventos, entre outras. É a
principal estratégia para climas quentes e úmidos.
Resfriamento evaporativo: significa que o clima é quente e seco e
com a evaporação da água e consequentemente o aumento da
umidade relativa, é possível obter conforto térmico nesta região.
Massa térmica para resfriamento: com o clima que apresenta
condições de temperatura e umidade relativa delimitadas por esta
zona, o uso de massa para aumentar a inércia térmica irá evitar que a
amplitude térmica que ocorre no exterior da edificação entre o dia e a
69
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
noite seja transferida para o interior da edificação e dessa forma a
sensação térmica no ambiente será mais confortável para os usuários.
Ar condicionado
: para as condições climáticas delimitadas por esta
zona, fica claro que apenas com uso de condicionamento artificial do ar
será possível atingir níveis de conforto térmico. Este dado é importante
para que o projeto seja adaptado a esta condição, evitando ganhos
excessivos de calor e assim promover o menor consumo possível de
energia elétrica para resfriar o ambiente interno.
Umidificação: em climas de temperaturas mais amenas, mas umidade
relativa do ar muito baixa, estimular a umidificação do ar melhora a
sensação de conforto térmico.
Massa térmica e aquecimento solar: a proposta aqui é utilizar a
massa térmica para acumular o calor gerado pelo aquecimento solar
durante o dia e liberá-lo para o interior da edificação durante a noite
quando as temperaturas são mais baixas.
Aquecimento solar passivo: quando as temperaturas médias variam
entre 10,5°C e 14°C, o uso de aquecimento solar passivo é a melhor
estratégia para manter a temperatura interna mais agradável, sem
esquecer que o isolamento eficiente evitará que a perda de calor seja
grande.
Aquecimento artificial: quando as temperaturas são muito baixas o
aquecimento solar passivo pode não ser suficiente para o conforto, mas
para melhor eficiência do sistema de aquecimento artificial, essas duas
estratégias devem trabalhar em conjunto sempre que possível.
70
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2.4 – Carta bioclimática adotada para o Brasil
(Lamberts et al, 2004, p. 105)
1- Zona de conforto
2- Zona de ventilação
natural
3- Zona de resfriamento
evaporativo
4- Zona de massa térmica
para resfriamento
5- Zona de ar
condicionado
6- Zona de umidificação
7- Zona de massa térmica
e aquecimento solar
8- Zona de aquecimento
solar passivo
9- Zona de aquecimento
artificial.
É sempre importante destacar que as variações climáticas durante o
ano ou até mesmo durante o dia, como ocorre em várias regiões do país,
podem exigir o uso de mais de uma estratégia para se obter o conforto
térmico. Muitas vezes é possível utilizar estratégias diferentes
simultaneamente para se atingir melhores resultados. Caberá ao arquiteto
definir prioridades, utilizar o bom senso e a criatividade para conseguir os
melhores resultados para cada edificação.
Existe ainda o Método de Fanger, que consiste em um índice de
conforto térmico fisiológico por ser baseado nas reações fisiológicas
originadas de condições ambientais conhecidas (temperatura, umidade e
velocidade do ar). É considerado como o estudo mais completo até hoje
disponível sobre índice de conforto térmico.
Fanger (1972) desenvolveu um critério com a combinação de doze
variáveis relacionadas ao ambiente, ao indivíduo e à roupa, que resultam
71
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
em conforto térmico. Em seu estudo, para conhecer o grau de desconforto
de um grupo de pessoas, ele definiu uma escala de sensação – Voto Médio
Estimado (VME) baseada nas teorias de trocas térmicas e balanço de
calor, e comparou as respostas de 1300 estudantes no interior de uma
sala climatizada, usando roupas padrão e em atividades sedentárias. Os
votos das pessoas foram anotados em uma escala de sete pontos de
sensações térmicas:
+3 Muito Quente
+2 Quente
+1 Levemente quente
0 Neutro
-1 Levemente Frio
-2 Frio
-3 Muito Frio.
Apesar de seu estudo ter sido realizado com estudantes
dinamarqueses e americanos, pode ser aplicado a diferentes grupos e
regiões, e por ser considerado consistente do ponto de vista conceitual
apresenta grande aceitação e recomendação no país.
2.2 F
UNDAMENTOS DA VENTILAÇÃO NATURAL
2.2.1 Ventilação por ação dos ventos (ventilação cruzada)
A ventilação cruzada é muito importante como estratégia de
resfriamento em regiões de clima quente e úmido porque além de
72
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
remover o calor do ambiente, é capaz de aumentar o nível de evaporação
das pessoas, contribuindo para uma melhora na sensação térmica.
A ventilação cruzada será mais eficiente quando as aberturas de
entrada do ar estiverem localizadas em zonas de alta pressão e as de
saída em zonas de baixa pressão, ou área de sucção, uma vez que a taxa
de fluxo de ar depende da diferença de pressão entres as aberturas. Essas
zonas de pressão são criadas pelos ventos que circulam em torno da
edificação, sofrendo ou não influência de seu entorno. A taxa de ar em um
ambiente é função das áreas de entrada e saída do ar, da velocidade do
vento e da direção dos ventos em relação às aberturas.
Brown e Dekay (2004, p.172) afirmam que:
“[…] sempre que o fluxo de ar é barrado por um recinto ou
corredor, três soluções sicas: 1) o uso de janelas com
bandeiras móveis ou de respiradores elevados; 2) o rebaixamento
do teto na área menor, criando um pleno; ou 3) o uso da estrutura
do piso ou do teto como hipocausto
4
.”
Esses autores apresentam ainda uma matriz com estratégias de
organização de edificações com corredores simples, duplos ou com
pavimentos com desníveis para melhor aproveitamento da ventilação
cruzada. (figura 2.5)
4
Segundo dicionário Michaelis, hipocausto significa “câmara de fogo subterrânea,
da qual o calor era distribuído aos aposentos por condutos de cerâmica”. Disponível em:
http://michaelis.uol.com.br/ Acesso em 12 de junho de 2009.
73
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Corredor simples Corredor duplo
Corredor duplo,
pavimentos com desnível
Corredores em todos os
pavimentos
Figura 2.5 – Estratégias de organização para ventilação cruzada de edificações
com corredores
(BROWN E DEKAY, 2004, P.172)
Corredores em pavimentos
alternados
Corredores em cada
três pavimentos
2.2.2 Ventilação por efeito chaminé
Quando não disponibilidade dos ventos em alguns horários do dia
ou quando existem obstáculos que impeçam o acesso do vento às
edificações em função da condição urbana, climática ou arquitetônica, a
ventilação por efeito chaminé pode garantir o mínimo de movimento de ar
74
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
necessário para resfriar um ambiente interno, removendo a carga térmica
ali acumulada sem precisar dos ventos externos pra isso. Toledo, E.
(1999, p.70) reforça lembrando que em tempo calmo, sem vento, é o
efeito de chaminé o único responsável pela renovação do ar os edifícios
não dotados de sistemas mecânicos de ventilação.”
O estudo da ventilação por efeito chaminé é baseado na diferença
de pressão devido à variação entre a temperatura interna e externa ao
edifício. O princípio básico é que o ar quente torna-se menos denso, sobe
e sai pelas aberturas localizadas na parte superior do ambiente e é
substituído pelo ar mais frio que entra através das aberturas localizadas
na parte inferior deste ambiente. Mas esse fenômeno e sua intensidade
dependem da dimensão e distância entre as aberturas de entrada e saída
do ar e da diferença de temperatura externa e interna. Quanto maior a
distância entre as aberturas de entrada e saída do ar e quanto maior a
diferença de temperaturas internas e externas maior será a taxa de
renovação do ar no recinto e consequentemente mais eficiente a
ventilação por efeito chaminé.
Para se obter a máxima taxa de ventilação por efeito chaminé a
abertura de entrada de ar deve ter a mesma dimensão da abertura para
saída do ar. Porém, em função do partido arquitetônico adotado, essa
estratégia nem sempre é possível. Contudo, Brown e Dekay (2004)
lembram que o aumento da área de entradas-de-ar sobre a área de
saídas-de-ar (ou vice-versa) aumenta o fluxo de ar, mas não
propor
cionalmente à área acrescida
gráfico 2.
1 para dimensionar a distância entre as aberturas de entrada e
saída do ar e a área em corte necessária à ventilação por efeito chaminé
em função da carga térmica a ser removida do
de fluxo do ar necessária para resfriar o ambiente.
Gráfico 2.1 -
Dimensionamento da ventilação por efeito chaminé e dimensionamento de
(
ASHRAE, 1997, adaptado por
2.2.3
Simultaneidade dos processos
Em climas quentes onde geralmente o movimento do ar à noite é
mais fraco que durante o dia, a ventilação por efeito chaminé pode
complementar a ventilação cruzada em uma edificação. Também é
possível que a simultaneidade dos processos ocorra em ambientes
d
iferentes de uma mesma edificação em função de suas respectivas
localizações em relação ao fluxo de ar. Dessa forma, os ambientes
localizados em zonas de pressão positiva e em pavimentos mais elevados
CAPÍTULO 2 –
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
cionalmente à área acrescida
.” Os autores sugerem ainda o uso do
1 para dimensionar a distância entre as aberturas de entrada e
saída do ar e a área em corte necessária à ventilação por efeito chaminé
em função da carga térmica a ser removida do
espaço interno ou da taxa
de fluxo do ar necessária para resfriar o ambiente.
Dimensionamento da ventilação por efeito chaminé e dimensionamento de
entrada e saída de ar
ASHRAE, 1997, adaptado por
BROWN e DEKAY, 2004, p.210)
Simultaneidade dos processos
Em climas quentes onde geralmente o movimento do ar à noite é
mais fraco que durante o dia, a ventilação por efeito chaminé pode
complementar a ventilação cruzada em uma edificação. Também é
possível que a simultaneidade dos processos ocorra em ambientes
iferentes de uma mesma edificação em função de suas respectivas
localizações em relação ao fluxo de ar. Dessa forma, os ambientes
localizados em zonas de pressão positiva e em pavimentos mais elevados
75
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
.” Os autores sugerem ainda o uso do
1 para dimensionar a distância entre as aberturas de entrada e
saída do ar e a área em corte necessária à ventilação por efeito chaminé
espaço interno ou da taxa
Dimensionamento da ventilação por efeito chaminé e dimensionamento de
BROWN e DEKAY, 2004, p.210)
Em climas quentes onde geralmente o movimento do ar à noite é
mais fraco que durante o dia, a ventilação por efeito chaminé pode
complementar a ventilação cruzada em uma edificação. Também é
possível que a simultaneidade dos processos ocorra em ambientes
iferentes de uma mesma edificação em função de suas respectivas
localizações em relação ao fluxo de ar. Dessa forma, os ambientes
localizados em zonas de pressão positiva e em pavimentos mais elevados
76
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
podem se beneficiar pela ventilação cruzada enquanto que os recintos
localizados em zonas de pressão negativa ou nos espaços inferiores, da
ventilação por efeito chaminé, independente da hora do dia.
Frota e Schiffer (2003, p.125) reforçam que:
“quando a ventilação natural de um edifício é
criteriosamente estudada verifica-se a conjugação dos dois
processos. No entanto, a simultaneidade dos processos pode
resultar na soma das forças, ou pode agir em contraposição e
prejudicar a ventilação dos ambientes.”
Brown e Dekay (2004, p.170) elaboraram um diagrama com
estratégias de organização dos espaços que favorecem tanto a ventilação
cruzada quanto à ventilação por efeito chaminé (figura 2.6).
No eixo horizontal estão alguns esquemas de plantas baixas que
visam favorecer todos os ambientes com a ventilação cruzada, enquanto
que no eixo vertical eles colocaram cortes esquemáticos com várias
estratégias que permitem a ventilação por efeito chaminé. E por fim, ao
mesclar algumas dessas estratégias, eles apresentam combinações
diagramáticas possíveis que favorecem tanto a ventilação cruzada quanto
a ventilação por efeito chaminé, resfriando todos os ambientes de uma
edificação
Figura 2.6 –
Estratégias de organização dos espaços que favorecem tanto a ventilação cruzada quanto a ventilação por efeito chaminé
CAPÍTULO 2
Estratégias de organização dos espaços que favorecem tanto a ventilação cruzada quanto a ventilação por efeito chaminé
(BROWN e DEKAY, 2004, p.170)
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CAPÍTULO 2
– FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Estratégias de organização dos espaços que favorecem tanto a ventilação cruzada quanto a ventilação por efeito chaminé
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CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.3 V
ENTILAÇÃO E ARQUITETURA
2.3.1 Localização, forma e orientação do edifício
A configuração das ruas e edificações em uma cidade em relação à
direção dos ventos predominantes pode garantir espaços urbanos mais
agradáveis e ventilação natural na maioria das edificações.
As ruas paralelas aos ventos predominantes permitem a maior
velocidade dos ventos, porém as ruas perpendiculares promovem o
deslocamento do fluxo de ar sobre as edificações. Segundo Brown e
Dekay (2004, p.137), uma orientação de ruas oblíquas aos ventos
predominantes resultará em dois lados de edificações com pressão
positiva e dois lados com pressão negativa, otimizando o potencial de
ventilação cruzada das edificações.”
Evans (1957) estudou o fluxo de ventos ao redor das edificações em
túneis aerodinâmicos, e mostrou por meio de gráficos como as formas
construídas podem alterar os padrões eólicos. Ele representou o fluxo dos
ventos com setas, e os redemoinhos, (zona de baixa pressão ou zona de
sucção), com setas circulares.
Analisando os diagramas que mostram a inclinação do telhado
(figura 2.7), percebe-se que quanto maior a inclinação do telhado, mais
para o alto o vento é direcionado e maior é a altura e comprimento da
zona de baixa pressão. Nota-se também, no diagrama em corte da
edificação, que o aumento da zona de baixa pressão é proporcional ao
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CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
aumento da altura da edificação. Dessa maneira, a presença de muros
pode reduzir significativamente o movimento do ar nas edificações,
principalmente se forem altos e fechados.
Figura 2.7 – Inclinação do telhado e altura da edificação em corte
(EVANS, 1957 adaptado por BROWN E DEKAY, 2004, p.43)
80
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Porém, no caso do aumento da largura em edificações da mesma
altura, o padrão de fluxo eólico nas laterais das edificações é semelhante
independente da largura, havendo alteração no comprimento da zona de
sucção, mas não na mesma proporção como ocorre no caso de edificações
de alturas diferentes. (figura 2.8)
Figura 2.8 – Impacto da largura da edificação em planta baixa
(EVANS, 1957 adaptado por BROWN E DEKAY, 2004, p.43)
O fluxo dos ventos também pode ser alterado pela forma e
orientação das edificações de acordo com os estudos de Evans (1957). Por
meio do diagrama (figura 2.9) é possível fazer uma análise criteriosa e
adequar o projeto às características dos ventos locais, protegendo ou
expondo os ambientes externos e internos das edificações.
81
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2.9 – Configuração e orientação da planta baixa
(EVANS, 1957 adaptado por BROWN E DEKAY, 2004, p.43)
Ao avaliar o fluxo de ar no interior de uma edificação não se pode
ignorar o efeito das construções vizinhas no movimento do ar. Além da
altura, largura, forma, tipologia e orientação da edificação, o arranjo das
construções vizinhas e os obstáculos também podem modificar o perfil dos
ventos no interior das edificações. Além disso, a distância entre as
edificações também pode interferir na corrente de ar, portanto algumas
pesquisas demonstraram que para que isso não ocorra, as edificações
devem manter uma distância de cinco a sete vezes a altura do edifício.
Alguns autores pesquisaram as formas que o fluxo de ar ao redor
das edificações pode apresentar nos principais arranjos, o escalonado
82
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
(tabuleiro de xadrez) e o arranjo normal (em grelha), tanto para ventos
que sopram paralelamente a grelha, quanto para os ventos que incidem
obliquamente. Assim como a relação entre as distâncias entre cada bloco
e suas alturas. De acordo com Bittencourt e Cândido (2005), as pesquisas
demonstraram:
“[…] que para o vento que sopra paralelo a grelha, o
arranjo escalonado reduz a área de sombra de vento quando
comparada com o arranjo normal. Para incidência do vento oblíqua
à malha, a situação se inverte.”
O uso de um pátio interno numa edificação também pode ser uma
boa estratégia de resfriamento, porém a ventilação nesse espaço vai
depender da proporção entre a altura da construção e a largura do pátio.
Essa forma em conjunto com a direção dos ventos define a velocidade do
vento no pátio interno.
Segundo Brown e Dekay (2004, p.231),
“[…] em climas quentes onde a ventilação é desejável,
uma orientação do pátio interno de 45° em relação aos ventos
predominantes otimiza tanto os ventos no pátio quanto a
ventilação cruzada nas edificações”.
Esses mesmos autores sugerem num diagrama como dimensionar
os pátios internos para um bom aproveitamento da ventilação natural,
mensurando a velocidade média dos ventos como um percentual do vento
incidente em três ângulos diferentes para pátios de formas e proporções
diversas (figura 2.10).
83
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2.10 – Dimensionamento de patios internos, para uma boa ventilação – Velocidade media dos ventos como um percentual do vento
incidente e sem obstruções (%)
(BROWN E DEKAY, 2004, p.232)
84
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.3.2 Ventilação no interior das edificações
O comportamento do fluxo de ar no interior de uma construção
depende de outros fatores além da forma, orientação e localização do
edifício, como citado anteriormente. Os principais fatores estão
relacionados com as aberturas de entrada e saída de ar dentro de cada
ambiente, bem como a configuração interna e externa dessa construção.
Portanto, para estudar o fluxo de ar no interior das edificações, deve-se
levar em consideração:
O tamanho e a localização das aberturas de entrada e saída do ar;
A tipologia e a configuração dessas aberturas;
A existência e a localização de alguns elementos arquitetônicos que
possam interferir nesse fluxo pela proximidade das aberturas, tais
como divisões internas, elementos horizontais e verticais, entre outros.
Vale salientar que estimar o fluxo de ar no interior das edificações é
uma tarefa bastante complexa e é necessário um amplo conhecimento
sobre o assunto e muita pesquisa na área, visto que o vento é um
elemento que varia constantemente e de difícil análise e previsão. Em
geral, as fontes bibliográficas de maior confiabilidade se basearam em
amplas pesquisas por meio de testes em túneis de vento com modelos
simulando situações reais, como por exemplo, as pesquisas realizadas
pelo Centre Scientifique et Tecnique Du Bâtiment – CSTB, da França.
Em termos gerais, o importante é ter a informação de velocidade e
direção dos ventos externos para que se possa quantificar a velocidade
85
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
média do vento no interior da edificação ainda na fase de projeto. Assim,
todas as possibilidades podem ser analisadas até que a escolha mais
apropriada do partido arquitetônico seja feita.
2.3.3 Tamanhos e formas das aberturas
O tamanho, a forma e a localização das entradas e saídas de ar em
um ambiente determinam a configuração do fluxo de ar no interior da
edificação, interferindo na distribuição do fluxo e na velocidade média
interna do ar.
Givoni (1976) apresentou um estudo que determinou a taxa de
velocidade média do ar no interior das ambientes em função da relação
entre as aberturas de entrada e saída do ar, para ventos com incidência
de 45° e 90° (ver figura 2.11).
Figura 2.11- Velocidade interna media em função da relação entre as aberturas de
entrada e saída do ar, para incidência do vento a 45º e 90º
(GINONI, 1976 adaptado por BITTENCOURT E CÂNDIDO, 2005, p.61)
Concluiu-se então que com aberturas de entrada do ar do mesmo
tamanho, as taxas de ventilação internas são maiores quando as
aberturas de saída do vento são maiores. Outra conclusão é que com as
86
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
entradas de ar maiores que as saídas o fluxo de ar no interior da
edificação é reduzido, porém proporciona uma melhor distribuição.
Brown e Dekay (2004, p.205) apresentam um gráfico que determina
as dimensões da abertura necessária à remoção de calor de uma
edificação, como um percentual da área de piso, considerando-se uma
diferença de temperatura de 1,7°C (3°F) entre o interior e o exterior”.
Para isso é necessário definir a velocidade do vento considerada para o
projeto e sua taxa de ganho térmico para estipular o tamanho mínimo
ideal das tomadas ou saídas de ar por área de piso (%), conforme gráfico
2.2.
Gráfico 2.2 - Dimensionamento das aberturas para ventilação cruzada
(BROWN E DEKAY, 2004, p.205)
O gráfico 2.3 adiante mostra como diferentes formas de aberturas
podem interferir no movimento do ar no interior dos ambientes em função
da direção dos ventos e da existência ou não de elementos verticais. De
87
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
uma maneira geral, considerando a mesma área de abertura, os gráficos
mostram que as entradas de forma horizontal apresentam uma eficiência
maior em relação à velocidade média do vento, principalmente quando o
vento incide obliquamente à fachada. Por isso, é possível afirmar que
“[...] a forma horizontal das aberturas produz uma ampla
circulação do ar, mais apropriada à sensação de conforto rmico
no interior das construções em climas quentes.” (BITTENCOURT e
CÂNDIDO, 2005).
Porém no caso da existência de elementos verticais, o rendimento
da abertura horizontal irá variar de acordo com a relação entre o ângulo
de inclinação do elemento e o ângulo de incidência do vento.
Gráfico 2.3 - Efeito da forma da abertura em função da direção do vento e da existência
de protetores solares verticais
(SOBIN, 1981 adaptado por BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.62)
88
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.3.4 Localização das aberturas
O comportamento do ar dentro da edificação depende de diversos
fatores externos à construção, como vem sendo explanado aqui, porém
saber onde localizar a abertura de entrada do ar na edificação é a
principal estratégia para definir a direção do fluxo do ar ao ingressar no
ambiente. E para que esse fluxo circule dentro do ambiente, é necessária
também uma abertura de saída do ar proporcionando assim uma
ventilação cruzada. Porém, diversos estudos demonstram que a influência
da localização da abertura de saída do ar na distribuição interna desse ar
é menor que a de entrada. Por meio da figura 2.12, nota-se também que
a localização da abertura de saída exerce maior influência na distribuição
interna do ar, contra a influência da localização de entrada do ar.
Aberturas altas Aberturas baixas Aberturas altas e baixas
Abertura única
Duas aberturas na mesma
parede
Duas aberturas com wing
walls
Duas aberturas em paredes adjacentes Duas aberturas em paredes opostas
Figura 2.12 - Distribuição das aberturas de ventilação
(GIVONI, 1976 e MELARAGNO, 1982 adaptado por BROWN E DEKAY, 2004, p.265)
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CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para um resultado satisfatório, a abertura de entrada de ar deve
estar localizada nas fachadas de pressão positiva e a de saída na parede
de pressão negativa. Segundo Bittencourt e Cândido (2005, p.64),
“[…] em uma construção térrea, a diferença máxima de
pressão é obtida se as entradas de ar forem localizadas na região
de maior pressão positiva das fachadas a barlavento, e as saídas
na região de pressão negativa mais intensa nas paredes a
sotavento”.
Desta maneira é interessante analisar as diversas condições de uma
fachada em relação ao vento, para se determinar o coeficiente de pressão
que o vento exerce sobre esta fachada e assim planejar a melhor
localização das aberturas “[...] baseado no princípio de que a diferença de
pressão entre as fachadas a barlavento e a sotavento se constitui na força
motriz para o movimento do ar.” (BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005,
p.64).
Quando o objetivo é aumentar a velocidade do fluxo de ar dentro de
um ambiente, as aberturas em paredes opostas são mais eficazes e
dependendo da localização de cada uma delas o fluxo interno do ar pode
ser diferente, o que deve ser analisado em função da atividade que será
realizada no local. Porém, nem sempre é possível localizar as aberturas de
entrada e saída em paredes opostas e nesse caso a localização e a
dimensão das aberturas influenciam no resultado da velocidade média do
ar interno, como sugere Givoni (1976). aberturas localizadas em
paredes adjacentes promovem certa turbulência dentro do ambiente
proporcionando uma melhor distribuição do ar e conseqüentemente
melhor sensação de resfriamento entre os usuários. Por este motivo
também é importante prever a altura dessas aberturas de acordo com a
função desempenhada no local, pois abertur
teto ou ao chão podem privar a pessoas de receberem os benefícios da
ventilação natural no ambiente. As aberturas localizadas em uma altura
média na parede irão promover maiores velocidades do ar nas
ocupadas.
Figura 2.13 –
Influência da localização e dimensão das aberturas localizadas em paredes
(
GIVONI, 1976 adaptado por
Brown e Dekay (2004, p.265) reuniram alguns estudos reali
por outros pesquisadores e elaboraram uma tabela que mostra a
velocidade média do ar no interior de uma edificação como percentual da
velocidade do ar no exterior quando o vento incide numa variação angular
entre 45 e 90° em relação à abertura e sem
resultados pode-
se afirmar que a velocidade do ar no interior de uma
edificação depende da velocidade do vento externo sem obstrução, do
ângulo de incidência deste vento sobre a abertura de entrada do ar, da
localização desta abertura
CAPÍTULO 2 –
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
melhor sensação de resfriamento entre os usuários. Por este motivo
também é importante prever a altura dessas aberturas de acordo com a
função desempenhada no local, pois abertur
as localizadas próximas ao
teto ou ao chão podem privar a pessoas de receberem os benefícios da
ventilação natural no ambiente. As aberturas localizadas em uma altura
média na parede irão promover maiores velocidades do ar nas
Influência da localização e dimensão das aberturas localizadas em paredes
adjacentes
GIVONI, 1976 adaptado por
BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.66)
Brown e Dekay (2004, p.265) reuniram alguns estudos reali
por outros pesquisadores e elaboraram uma tabela que mostra a
velocidade média do ar no interior de uma edificação como percentual da
velocidade do ar no exterior quando o vento incide numa variação angular
entre 45 e 90° em relação à abertura e sem
obstrução. Por esses
se afirmar que a velocidade do ar no interior de uma
edificação depende da velocidade do vento externo sem obstrução, do
ângulo de incidência deste vento sobre a abertura de entrada do ar, da
localização desta abertura
e sua dimensão. É notável também que a
90
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
melhor sensação de resfriamento entre os usuários. Por este motivo
também é importante prever a altura dessas aberturas de acordo com a
as localizadas próximas ao
teto ou ao chão podem privar a pessoas de receberem os benefícios da
ventilação natural no ambiente. As aberturas localizadas em uma altura
média na parede irão promover maiores velocidades do ar nas
zonas
Influência da localização e dimensão das aberturas localizadas em paredes
BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.66)
Brown e Dekay (2004, p.265) reuniram alguns estudos reali
zados
por outros pesquisadores e elaboraram uma tabela que mostra a
velocidade média do ar no interior de uma edificação como percentual da
velocidade do ar no exterior quando o vento incide numa variação angular
obstrução. Por esses
se afirmar que a velocidade do ar no interior de uma
edificação depende da velocidade do vento externo sem obstrução, do
ângulo de incidência deste vento sobre a abertura de entrada do ar, da
e sua dimensão. É notável também que a
91
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
velocidade média do ar no interior do recinto é maior quando existem
duas aberturas em paredes diferentes, que é provocada pela diferença de
pressão em cada uma dessas aberturas e quanto maior as aberturas,
nesse caso, maior também será a velocidade do ar interno.
Diferentemente do ambiente que apresenta apenas uma abertura para
ventilação, onde a variação da dimensão da janela pouco influencia no
resultado da velocidade do ar interno, como pode ser observado na tabela
2.1.
Tabela 2.1 - Vel. media do ar no interior de uma edificação como percentual da
velocidade do ar no exterior – ângulo de incidência variando entre 45º e perpendicular à
abertura
(adaptada de BROWN e DEKAY, 2004, p.265 - Tabela baseada nos trabalhos de GIVONI,
1976 e MELARAGNO, 1982)
Altura da janela como uma fração da
altura da parede
1/3 1/3 1/3
Largura da janela como uma fração da
largura da parede
1/3 2/3 3/3
Abertura única 12 - 14% 13 - 17% 16 - 23%
Duas aberturas na mesma parede - 22% 23%
Duas aberturas em paredes adjacentes 37 - 45% 37 - 45% 40 - 51%
Duas aberturas em paredes opostas 35 - 42% 37 - 51% 47 - 65%
É importante destacar que ao se falar em aberturas de entrada e
saída de ar, nem sempre se refere a janelas. Dependendo da região, do
projeto e também da estética da construção, outras soluções podem ser
encontradas como, por exemplo, o uso de elementos vazados (tipo
cobogó), que além do baixo custo é muito eficaz em climas quentes e
úmidos, pois protegem da chuva, criam sombra e são permeáveis aos
ventos locais.
Outra solução pode ser o uso de aberturas tipo shed, que se
localizam nos telhados e funcionam como captadores de ventos ou
92
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
exautores (criando o efeito chaminé) em função da direção dos ventos
externos e importantes quando as janelas baixas tem pouco acesso à
ventilação.
Como a velocidade do vento aumenta com a altura, os captadores
podem receber ventos mais fortes e consequentemente podem ter
aberturas menores do que as janelas localizadas ao nível térreo com a
mesma função, além disso, com menos obstáculos esses captadores de
ventos podem, dependendo de sua configuração, receber ventos de
qualquer direção.
Quando essas aberturas funcionam como captadores de vento, seu
projeto deve considerar a direção dos ventos locais, e sua eficiência é
definida como a razão entre a taxa de fluxo dentro da torre e a seção
transversal da torre. Brown e Dekay (2004, p.213) afirmam que para
estarem acima da camada de turbulência e resistência, se possível, as
entradas de ar devem estar pelo menos a 2,4m acima da altura das
edificações do entorno e das obstruções”. Os autores também mostram
através do gráfico 2.4, quais os tipos e de captadores de ventos mais
utilizados e sua eficiência em função da direção dos ventos
predominantes.
É importante salientar que no caso de captadores com aberturas em
mais de uma direção, cada abertura deve ser dimensionada de forma a
atender a retirada de carga térmica total da edificação individualmente.
93
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“Cada entrada de ar voltada para uma direção não deverá
ser maior do que a área da seção transversal da torre, enquanto
as janelas reguláveis usadas como saídas de ar deverão ter
aproximadamente o dobro do tamanho das saídas de ar” (BROWN
e DEKAY, 2004, p.213).
Gráfico 2.4 - Eficiência de coleta dos diferentes tipos de coletores de vento
(AL-MEGREN, 1987 adaptado por BROWN e DEKAY, 2004, p.212)
2.3.5 Tipologia das aberturas
“As janelas o o principal elemento para se efetuar a troca
entre o exterior e o interior de um edifício. Sua influência maior é
no ambiente interno, onde funciona como fonte de luz e de ar,
além de representar um importante papel no aspecto visual. Em
algumas regiões tropicais úmidas a janela é uma abertura sem
vidros. nos climas temperados, ela é totalmente coberta por
vidros e parcialmente manipulável, enquanto nos climas quente-
úmidos é parcialmente coberta por vidros e totalmente operável”.
(HERTZ, 1998, p.71)
As esquadrias se destacam e ocupam amplas áreas nas fachadas
das edificações, mas ao contrário da alvenaria, são por definição, móveis.
Componentes da fachada, com funcionalidade para iluminação e
94
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
ventilação, os caixilhos devem receber atenção especial por parte dos
arquitetos.
Vários fatores devem ser observados antes de se escolher o tipo de
esquadria a ser utilizada em uma edificação, pois tal escolha pode
interferir no conforto térmico, luminoso e acústico dos usuários, além de
influenciar nos aspectos estéticos, na privacidade e na segurança do
ambiente, assim como possibilitam o contato visual com o exterior. Ou
seja, é uma tarefa complexa e de grande importância e depende também
da função de cada espaço.
Componentes das edificações, as janelas incorporam um sistema de
partes fixas e móveis, incluindo acessórios que se encaixam e/ou se
ajustam para permitir o funcionamento. Assim, as janelas são
classificadas de acordo com a movimentação de suas folhas. Para atender
as exigências de circulação do ar e conforto, o especificador dispõe de
meios para combinar diferentes tipologias de janelas, adicionando funções
para iluminação ou ventilação.
Quando a idéia é o aproveitamento da ventilação natural para obter
o conforto térmico, a proposta é planejar esquadrias que permitam que o
vento penetre no ambiente, mas que também seja possível controlar sua
entrada e a direção de seu fluxo. Além disso, é interessante que ao se
fechar uma abertura para o vento, não impeça a entrada de luz natural no
ambiente e vice-versa.
95
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesses casos o mais apropriado seria o uso de esquadria de folhas
duplas, uma com vidro que impeça a passagem do vento, mas não da luz
e outra com venezianas veis, principalmente em climas quentes, pois
permite o controle da privacidade, vento, chuvas, raios solares e
iluminação natural.
De qualquer maneira, quando o assunto é ventilação natural dos
ambientes, a palavra chave ao se tratar de aberturas para passagem do
vento, é a porosidade, seja através de janelas comuns ou com
venezianas, sejam aberturas com elementos vazados, ou qualquer outra
solução apropriada ao clima e a edificação.
Bittencourt e Cândido (2005, p.70) apresentam o peitoril ventilado
proposto pelo arquiteto Glauco Campelo, que obtêm resultados
satisfatórios principalmente quando utilizados em quartos de dormir. O
peitoril ventilado localiza-se abaixo das janelas complementando o
movimento do ar proporcionado pelas esquadrias e produzindo uma
corrente de ar na altura das camas (figura 2.14). Como oferece proteção
contra roubo, invasão e chuvas de vento, pode ser deixado aberto a noite
toda sem impedir o fluxo de ar dentro do ambiente.
Figura 2.14 – Peitoril ventilado
(BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.70)
96
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Quando existe o risco de penetração das chuvas no ambiente, é
importante se prever um tipo de esquadrias que permita o controle de
entrada do vento, evitando a entrada da chuva, mas sem prejudicar o
aproveitamento da ventilação natural no espaço.
O mercado oferece alguns tipos principais de janela, mas que
também podem ser encontrados resultantes de combinação de funções. A
seguir, são indicadas as tipologias de janelas mais comuns, com suas
características funcionais positivas e negativas.
Janela de correr
É a mais utilizada nas edificações em geral. Pode ter uma ou mais
folhas que são movimentas por deslizamento horizontal sem ultrapassar o
limite da janela. É uma esquadria de fácil operação, baixa manutenção e
suas folhas podem ter grandes dimensões. Porém, na abertura libera
apenas 50% do vão, o que pode ser prejudicial para a ventilação natural e
também dificulta a limpeza do lado externo.
Figura 2.15 – Croqui de janela de correr em vista e em planta baixa.
Janela guilhotina
É formada por uma ou mais folhas semelhante à janela de correr, só
que movimentadas no eixo vertical. Por não ultrapassar o limite da janela
97
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
permite a utilização de grades, telas ou persianas. Libera apenas 50% do
vão em sua abertura e necessita de mais manutenção que a anterior
devido à tensão gerada nos cabos que sustentam as folhas.
Figura 2.16 – Croqui de janela guilhotina em vista e em corte.
Janela de abrir de eixo vertical
É formada por uma ou mais folhas e seu movimento se por
rotação em torno de um eixo vertical localizado em uma de suas laterais.
Tem como característica positiva a abertura total do vão, o que facilita a
limpeza externa, porém não possibilita o controle da ventilação e em caso
de chuva oblíqua é necessário o fechamento total.
Figura 2.17 – Croqui de janela de abrir de eixo vertical em vista e em corte
Janela projetante ou de tombar
Podem apresentar uma ou mais folhas. A semelhança entre esses
dois modelos está no movimento de rotação em torno de um eixo
horizontal fixo. No caso da janela projetante, o eixo se localiza na
98
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
extremidade superior e a janela de tombar apresenta o eixo na
extremidade inferior da folha. Ambas permitem uma boa ventilação
mesmo em dias de chuva e apresentam boa estanqueidade ao ar e a
água. Contudo, a limpeza externa é difícil e não permite o uso de grades
ou persianas, além de necessitar de material de custo mais elevado para
proporcionar um bom funcionamento com maior durabilidade.
Figura 2.18 – Croqui de janela projetante ou de tombar em vista e em corte
Janela pivotante
A janela pivotante também apresenta o movimento em torno de um
eixo vertical, porém este não coincide com as extremidades das folhas.
Permite a abertura de grandes vãos mesmo com uma única folha, fácil
limpeza, permite controle da ventilação e permanece aberta com a
utilização de dispositivos de freio da folha. O único aspecto negativo seria
a projeção da folha para dentro do ambiente que dependendo da
dimensão pode atrapalhar a circulação ou aproveitamento do espaço,
além de não permitir o uso de grades ou persianas externas ou internas.
99
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2.19 – Croqui de janela pivotante em vista e em planta baixa
Janela basculante ou gelosia
Possui várias folhas e um eixo de rotação horizontal que não
coincide com as extremidades das folhas. É muito utilizada em paredes
internas porque apresenta pequena projeção para ambos os lados, sem
prejudicar os espaços próximos. Normalmente são mais empregadas em
cozinhas, áreas de serviço, banheiros e outros espaços que também
precisem de ventilação constante como armazéns e escolas. Por
apresentarem folhas de pequena dimensão, oferecem mais segurança ao
ambiente, que não liberam o vão, podendo permanecer abertas todo o
tempo. Permite regulagem da ventilação e proteção contra chuvas.
Figura 2.20 – Croqui de janela basculante ou gelosia em vista e em corte
Janela sanfonada ou camarão
Formada por duas ou mais folhas articuladas entre si que, ao se
abrir, dobra-se uma sobre as outras, por deslizamento horizontal ou
100
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
vertical de seus eixos de rotação. Esses eixos podem coincidir com as
bordas da folha ou se situar em posições intermediárias. No caso de
janela sanfonada de eixo vertical, as vantagens podem ser aproximadas
às da janela de abrir. Já aquela de eixo horizontal pode apresentar
vantagens semelhantes às da projetante.
Figura 2.21 – Croqui de janela sanfonada ou camarão em vista e em planta baixa
Janelas especiais
Constituídas de dois ou mais tipos de janelas citadas. São especiais
aquelas que, por características de forma, uso e funcionamento, não se
enquadram nas tipologias anteriores.
2.3.6 Efeitos das divisões internas
A configuração arquitetônica dos ambientes internos também é
responsável pela alteração da configuração do fluxo de ar dentro dos
ambientes, portanto dependendo da localização das aberturas, divisões
internas podem prejudicar o fluxo e a velocidade da ventilação e até
mesmo bloquear o fluxo de ar nos ambientes.
Em edificações com vários ambientes, em geral, existem ambientes
mais favorecidos e outros menos em função da localização de suas
aberturas, ou até mesmo da existência delas. Dessa forma, a adoção de
101
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
divisórias com alguma permeabilidade ao ar ajuda a circulação mínima do
ar por todos os ambientes.
O uso de bandeiras com venezianas nas portas internas, por
exemplo, podem garantir o mínimo de fluxo de ar entres os ambientes
mesmo com as portas fechadas, mantendo assim a privacidade dos
usuários.
Givoni (1976) mostra como o fluxo de ar é afetado pelas divisões
dos espaços internos em função da velocidade do vento e da direção do
fluxo de ar (figura 2.22). Quanto mais próximo o obstáculo da abertura
para entrada de ar, menor a velocidade do vento em relação ao vento
externo. Além disso, as divisórias internas acabam criando espaços onde
não existe a circulação do ar e dependendo da função que este espaço
terá, o conforto térmico pode ser bastante prejudicado, além do que esses
obstáculos também podem interferir na iluminação natural do ambiente.
Figura 2.22 – As divisões do espaço interno afetam a configuração do fluxo de ar.
(GIVONI, 1976 adaptado por BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, P.77)
102
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.3.7 Elementos horizontais e verticais
São elementos verticais os prolongamentos ou extensões das
paredes internas para o exterior da construção, os protetores solares
verticais ou algum elemento estrutural próximo a abertura de entrada de
ar. os elementos horizontais podem ser protetores solares horizontais,
marquises, beirais e varandas. Cada um desses elementos horizontais
pode ser utilizado individualmente ou em conjunto com algum elemento
vertical.
A influência de cada um desses elementos no fluxo de vento interno
vai depender da posição e dimensão do elemento e também da direção
dos ventos. A ventilação poder ser aumentada como também pode ser
obstruída por elementos mal posicionados ou mal dimensionados. Quando
bem empregados podem alterar a pressão desenvolvidas ao redor das
janelas e mudar a configuração do fluxo interno dos ventos. Bittencourt e
Cândido (2005, p.70) afirmam que “com a incidência oblíqua à abertura, o
painel vertical pode funcionar como um captador de vento, aumentando a
circulação do ar em ambientes de ventilação cruzada.” Mas elementos
vazados empregados nesses elementos verticais podem diminuir esse
efeito, ao reduzir a diferença de pressão gerada por esses elementos.
103
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.23 - Componentes verticais afetam o conjunto de pressões desenvolvidas nas entradas
do ar, alterando o padrão de distribuição do fluxo do ar.
(KOENIGSBERGER et al, 1976 adaptado por BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005,
P.72)
Figura 2.24 – Projeções verticais podem interferir no fluxo de ar
(FLEURY, 1990 adaptado por BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, P.72)
Brown e Dekay (2004, p.206) recomendam o uso de wing walls em
janelas que não estiverem orientadas para os ventos predominantes, com
o objetivo de alterar as zonas de pressão no entorno da edificação e
induzir o fluxo de vento para o interior dos ambientes (figura 2.25).
Porém advertem que este artifício funciona em janelas localizadas no
lado de pressão positiva da construção e a profundidade das saliências
das wing walls deve ser, no mínimo, 0,5-1 vez a largura da janela e o
espaçamento entre as wing walls deve ser, no mínimo, 2 vezes a largura
da janela” para que funcionem positivamente, potencializando a ventilação
natural no interior da edificação.
104
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2.25 – Estratégias de design de wing walls
(BROWN e DEKAY, 2004, P.207)
Grandes beirais e varandas também
que seria desviado acima do edifício para dentro do ambiente, além de
que a sombra proporcionada por esses elementos ajuda a resfriar o ar e
melhorar a sensação de conforto térmico dos usuários.
2.27)
Figura 2.26 –
Efeitos das projeções horizontais no fluxo de ar no interior dos ambientes
(
OLGYAY, 1963 e BOWEN, 1981, adaptado por
Figura 2.27-
Efeito de elementos horizontais no fluxo de ar em edifícios
(BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.74)
CAPÍTULO 2 –
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Grandes beirais e varandas também
ajudam a direcionar o vento
que seria desviado acima do edifício para dentro do ambiente, além de
que a sombra proporcionada por esses elementos ajuda a resfriar o ar e
melhorar a sensação de conforto térmico dos usuários.
Efeitos das projeções horizontais no fluxo de ar no interior dos ambientes
OLGYAY, 1963 e BOWEN, 1981, adaptado por
BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.74)
Efeito de elementos horizontais no fluxo de ar em edifícios
(BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.74)
105
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
ajudam a direcionar o vento
que seria desviado acima do edifício para dentro do ambiente, além de
que a sombra proporcionada por esses elementos ajuda a resfriar o ar e
melhorar a sensação de conforto térmico dos usuários.
(figuras 2.26 e
Efeitos das projeções horizontais no fluxo de ar no interior dos ambientes
BITTENCOURT e CÂNDIDO, 2005, p.74)
Efeito de elementos horizontais no fluxo de ar em edifícios
106
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
...
107
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
3
3
.
.
O
O
C
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L
L
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M
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R
R
A
A
C
C
A
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J
J
U
U
-
-
S
S
E
E
3.1 C
ARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
Fronteira com os estados da Bahia, ao sul e Alagoas, ao norte, e
com uma área de 21.910,3 km², o estado de Sergipe, o menor estado
brasileiro, corresponde a 0,26% do território nacional e 1,4% da região
nordeste. A capital, Aracaju, situa-se no litoral e apresenta uma área de
181,8 km². Aracaju é localizada através das seguintes coordenadas:
latitude 10°54’15” S, longitude 37°02’40” W e apresenta uma altitude de
3m acima do nível do mar.
Figura 3.1 – Mapas de localização do universo de análise
Disponível em: http://www.max.org.br/imgs/mapas/
Acesso em 26 de novembro de 2007
Aracaju, a primeira cidade planejada do Brasil, foi fundada em 1855
para ser a nova capital do Estado. A cidade foi construída numa área cheia
de mangues, lagoas e dunas.
108
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
“Seu arruamento em xadrez, com vias largas e retas, e o
destaque dado às praças centrais, onde foram construídos os
prédios públicos, já mostravam uma nova concepção urbana.
Aracaju foi símbolo de novos tempos e da busca de modernização
e progresso que a economia açucareira impunha ao estado de
Sergipe.”(FRANÇA E CRUZ, 2007)
Figura 3.2 – Foto aérea da cidade de Aracaju-SE
Disponível em: http://www.flickr.com/photos/gilneyfontes/412659361/
Acesso em 26 de novembro de 2007
O digo de Obras e Edificações de Aracaju faz parte do Plano
Diretor da cidade e foi instituído pelo Projeto de Lei Complementar
03/2000 tendo como objetivo básico garantir níveis mínimos de
qualidade nas edificações, através de exigência de padrões de segurança,
conforto ambiental, adequação ao uso e durabilidade”.
Tendo em vista a intenção de se estudar a importância na definição
do partido arquitetônico de se considerar o aproveitamento da ventilação
natural para se atingir o conforto térmico dos usuários, a leitura deste
código ajudou a entender o nível de exigência desta questão, por parte
das autoridades responsáveis pela aprovação dos projetos nesta cidade.
109
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
O Capítulo VI, Seção 1 do código de obras, trata da iluminação e
ventilação no projeto e transcrevendo os principais itens deste capítulo
para esta pesquisa, pode-se dizer que as recomendações para se
aproveitar a ventilação natural nas edificações são:
Art. 95 - Salvo os casos expressos, todo compartimento
deve ter os de iluminação e ventilação para o exterior,
satisfazendo as prescrições deste código.
§ - Os sanitários das edificações poderão ter ventilação
por duto de tiragem e iluminação artificial, dispensando-se
abertura para o exterior
§ - As áreas das aberturas destinadas à iluminação e
ventilação em qualquer compartimento não poderão ser inferiores
a 0,40m² (zero vírgula quarenta metros quadrados), excetuando-
se os sanitários dotados exclusivamente de vasos sanitários e
lavatórios, caso em que a área poderá ser reduzida para até
0,20m² (zero vírgula vinte metros quadrados).
Art. 96 - Os vãos de iluminação dos compartimentos
deverão atender as seguintes áreas mínimas:
I Um sexto (1/6) da área do piso para compartimento de
permanência prolongada, atendido um vão mínimo com 1,00m²
(um metro quadrado);
II Um décimo (1/10) da área do piso para compartimento
de utilização transitória;
III – A iluminação e ventilação dos compartimentos de
permanência especial ou controlada atenderão às suas
especificidades funcionais.
Parágrafo único Os compartimentos de utilização
transitória especificados no Inciso II do Artigo 110 e depósitos
condominiais, poderão ser iluminados e ventilados indiretamente
através de outro compartimento.
Art. 97 - Quando o compartimento dispuser de uma só
abertura de iluminação para o exterior, sua profundidade medida a
partir desta abertura, não poderá exceder de 04 (quatro) vezes
seu pé direito, para que seja considerada como dispositivo de
iluminação e ventilação.
110
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Parágrafo único Em caso de abertura voltada para
varanda, alpendre ou compartimento similar, a profundidade
referida no caput deste Artigo será medida a partir do bordo
externo da varanda ou alpendre.
Art. 98 - Quando o o se localizar sob qualquer tipo de
cobertura, a porção de área externa ao mesmo será somada à
área do compartimento que por ele ventila, para fins de seu
dimensionamento, quando a distância ao exterior da edificação for
superior a 3,00m (três metros)
Percebe-se por meio destes itens, que a ventilação natural é tratada
de forma muito superficial, sem considerar questões mais específicas
como, por exemplo, taxa de renovação do ar, conforto térmico,
resfriamento do edifício, ação dos ventos, diferença de temperaturas,
processo conjugado, localização das aberturas, direção e velocidade dos
ventos predominantes, tipos de ambientes, tempo de permanência,
tipologia das aberturas, coeficiente de pressão, entorno da edificação,
dentre tantos outros requisitos que devem ser analisados em cada projeto
em especial.
Fazendo uma comparação de exigências ou diretrizes para conforto
térmico de projetos residenciais, a parte 3 do Projeto de Norma 02-135:
Desempenho Térmico de Edificações da ABNT, intitulada de Zoneamento
bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações
unifamiliares de interesse social, propôs uma subdivisão do território
brasileiro em oito zonas com características climáticas semelhantes,
definida como Zoneamento Bioclimático Brasileiro e representada pela
figura a seguir:
111
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Figura 3.3 - Zonas bioclimáticas definidas pela Norma Desempenho Térmico de
Edificações
(ABNT, 2003).
Para cada uma dessas zonas, foram elaboradas algumas diretrizes
construtivas com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho térmico das
edificações unifamiliares de interesse social, por meio do estabelecimento
das estratégias de condicionamento térmico passivo e consequente
adequação climática da edificação.
Assim, foram considerados os seguintes parâmetros e condições de
contorno pelo Projeto de Norma 02-135: Desempenho Térmico das
Edificações (ABNT, 2003):
Tamanho das aberturas para ventilação;
Proteção das aberturas;
Vedações externas (tipo de parede externa e tipo de cobertura);
Estratégias de condicionamento térmico passivo.
112
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Como se pode observar pela figura 3.3, Aracaju encontra-se na
Zona 8, dessa maneira, é possível resumir as recomendações de projeto
para essa área por meio dos seguintes tópicos:
Garantir grandes áreas para ventilação;
Sombreamento das aberturas;
Vedações externas (paredes e coberturas) devem ser leves e
refletoras;
Ventilação cruzada permanente com estratégia de condicionamento
térmico passivo.
Segundo a mesma norma:
“A ventilação cruzada é obtida através da circulação de ar
pelos ambientes da edificação. Isto significa que se o ambiente
tem janelas em apenas uma fachada, a porta deveria ser mantida
aberta para permitir a ventilação cruzada. Também se deve
atentar para os ventos predominantes da região e para o entorno,
pois este pode alterar significativamente a direção dos
ventos.”(ABNT, 2007)
De acordo com a Norma da ABNT (2004) - Desempenho de edifícios
habitacionais de até cinco pavimentos - no dia típico de verão as
condições rmicas dentro de uma edificação devem ser iguais ou
melhores as condições encontradas no ambiente externo, à sombra. As
temperaturas máximas diárias encontradas em ambientes de longa
duração (sem a presença de fontes de calor) devem seguir os critérios
estabelecidos na tabela 3.1:
113
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Tabela 3.1 – Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de verão
(ABNT, 2004)
NÍVEL DE
DESEMPENHO
LIMITES DE TEMPERATURA DO AR NO
VERÃO
MÍNIMO
- Valor máximo diário da temperatura do ar
interior valor máximo diário da temperatura do ar
exterior (zonas 1 a 8)
INTERMEDI
ÁRIO
- Valor máximo diário da temperatura do ar
interior ≤ 29°C (zonas 1 a 7)
- Valor máximo diário da temperatura do ar
interior ≤ 28°C (zona 8)
SUPERIOR
- Valor máximo diário da temperatura do ar
interior ≤ 27°C (zonas 1 a 7)
- Valor máximo diário da temperatura do ar
interior ≤ 26°C (zona 8)
Zonas bioclimáticas de acordo com o projeto de norma 02:135.07-003:1998 – Parte 3
Ainda de acordo com a mesma norma, o método de avaliação deve
ser a simulação computacional ou medição “in loco”. E para cidades
localizadas na zona 8, caso de Aracaju, o critério de avaliação de
desempenho térmico para as condições de invernos não precisa ser
verificado.
3.2 D
ADOS
C
LIMÁTICOS
“O Território sergipano é regulado pelas principais zonas de
pressão do globo: Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que
se constitui na linha de convergência de ventos; zona de altas
pressões subtropicais do Atlântico e do Pacífico, bem
individualizada em duas amplas células semifixas e permanentes
sobre os oceanos, e zonas de baixas pressões
subpolares.”(FRANÇA E CRUZ, 2007)
O clima de Aracaju é influenciado pelos aspectos físicos, como baixa
latitude, correntes marinhas ao longo do litoral, topografia e a
continentalidade, todos relacionados aos sistemas de circulação
atmosférica. A pequena amplitude térmica média ao longo do ano –
inferior a 5°C – é o dado mais significativo encontrado na região.
114
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
A queda de temperatura está geralmente associada à nebulosidade,
às chuvas e à intensidade dos ventos. Sendo o verão a estação seca e o
inverno a chuvosa, os meses de julho e agosto apresentam as menores
temperaturas.
Aracaju, por estar localizada no litoral, sofre influência dos ventos
alísios e das brisas, que não são fortes, mas são constantes e bem
sequenciadas, raramente mudando de direção. De acordo com França e
Cruz (2007), as brisas são mais intensas no início da tarde e quando a
insolação aumenta. Desenvolvem-se melhor durante a estação seca. (...)
A brisa litorânea raramente traz chuva, mas traz alívio ao intenso calor do
verão.”
O clima urbano de Aracaju também tem sofrido as consequências do
aumento populacional e da densidade das edificações, tais como poluição,
diminuição de áreas verdes, aquecimento e alagamentos em épocas de
chuvas devido à pavimentação de ruas, bem como a crescente
verticalização na Av. Beira Mar que interfere diretamente na circulação
dos ventos, reduzindo o fluxo no sentido leste-oeste e criando
turbulências próximas aos edifícios.
3.2.1 Classificação Climática
A classificação do clima de Köppen é uma divisão do clima, feita por
Wilhelm Köppen em 1900. Ele classificou os climas em cinco tipos
distintos baseado fundamentalmente na distribuição de valores de
temperatura e precipitação durante as estações do ano, expondo um
115
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
sistema matemático de classificação climática que durante décadas
orientou as técnicas meteorológicas.
Segundo a classificação climática de Köppen, que é baseada em
letras, a cidade de Aracaju apresenta a classificação AS. A primeira letra
representa a característica geral do clima de uma região e a segunda
representa as particularidades do regime de chuva. Assim temos:
A: climas megatérmicos (temperatura média do mês mais frio superior
a 18°C);
S: chuvas de inverno (mês menos chuvoso com precipitação inferior a
60mm).
Isso significa que, segundo a classificação de Köppen, Aracaju
apresenta clima Tropical que é caracterizado por clima quente com chuvas
de inverno.
Outro tipo de classificação climática bastante respeitada é a de
Strahler que se baseia nas áreas da superfície terrestre, controladas ou
dominadas pelas massas de ar. De acordo com essa classificação, Aracaju
apresenta Clima Litorâneo Úmido, que abrange parte do território
brasileiro próximo ao litoral. A massa de ar que exerce maior influência
nesse clima é a tropical atlântica, fazendo com que as médias térmicas e
índices pluviométricos sejam elevados e caracterizando a região como um
clima quente e úmido.
O Climaticus 4.2 é um software elaborado pelo Laboratório de
Conforto Ambiental e Eficiência Energética, sob orientação da Profa. Dra.
Márcia P. Alucci da FAUUSP e conta com um banco de dados climáticos de
58 cidades brasileiras.
Neste software são tratadas as seguintes variáveis climáticas:
temperatura, umidade relati
insolação e iluminância (céu).
Algumas estratégias de projeto, como o diagnóstico climático
(método de Givoni), a geometria ótima e eficiência energética
complementam esses dados e colaboram para uma análise completa do
clima de determinada cidade.
De uma forma geral, inicialmente são apresentados no software
Climaticus 4.2, os dados climáticos d
as médias dos dados climáticos de 1961 a 1990.
Figura 3.4 –
Tabela dos dados climáticos de Aracaju/SE
Fonte: Climaticus 4.2
A partir da
figura 3.4, pode
importantes sobre o clima local. O mês que apresenta a maior
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA
CIDADE DE ARACAJU
Márcia P. Alucci da FAUUSP e conta com um banco de dados climáticos de
Neste software são tratadas as seguintes variáveis climáticas:
temperatura, umidade relati
va, radiação solar
, precipitação, nebulosidade,
insolação e iluminância (céu).
Algumas estratégias de projeto, como o diagnóstico climático
(método de Givoni), a geometria ótima e eficiência energética
complementam esses dados e colaboram para uma análise completa do
clima de determinada cidade.
De uma forma geral, inicialmente são apresentados no software
Climaticus 4.2, os dados climáticos d
e Aracaju em uma tabela, contendo
as médias dos dados climáticos de 1961 a 1990.
Tabela dos dados climáticos de Aracaju/SE
Fonte: Climaticus 4.2
figura 3.4, pode
-
se fazer algumas
importantes sobre o clima local. O mês que apresenta a maior
116
CIDADE DE ARACAJU
-SE
Márcia P. Alucci da FAUUSP e conta com um banco de dados climáticos de
Neste software são tratadas as seguintes variáveis climáticas:
, precipitação, nebulosidade,
Algumas estratégias de projeto, como o diagnóstico climático
(método de Givoni), a geometria ótima e eficiência energética
complementam esses dados e colaboram para uma análise completa do
De uma forma geral, inicialmente são apresentados no software
e Aracaju em uma tabela, contendo
se fazer algumas
observações
importantes sobre o clima local. O mês que apresenta a maior
117
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
temperatura, tanto média quanto absoluta é Março, enquanto que Julho é
o mês mais frio. A amplitude térmica anual é considerada baixa, não
apresentando uma diferença muito significativa ao longo dos meses.
(Gráfico 3.1)
Gráfico 3.1 – Variação da temperatura anual e horária
Fonte: Climaticus 4.2
O período de chuva está associado aos meses de menor
temperatura, assim define-se que o verão é mais seco e o inverno
chuvoso, apresentando um índice de precipitação total maior nos meses
de abril a julho, como pode ser notado também nos gráficos 3.2 e 3.3.
Gráfico 3.2 – Precipitação máxima em
24h
Fonte: Climaticus 4.2
Gráfico 3.3 – Precipitação mensal
Fonte: Climaticus 4.2
Em relação à umidade relativa do ar, por meio dos dados
apresentados pelo Climaticus 4.2, percebe-se que a variação da média
anual é mínima, assim como não uma diferença representativa na
118
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
variação horária da umidade relativa entre os meses mais frios e os mais
quentes do ano, como pode ser visto no gráfico 3.4.
Gráfico 3.4 – Variação da umidade relativa
Fonte: Climaticus 4.2
Em seguida, o software apresenta a carta bioclimática e o
diagnóstico climático feito através do Método de Givoni. (Figura 3.5).
“[…] foi em 1969 que Givoni concebeu uma carta
bioclimática para edifícios que corrigia algumas limitações do
diagrama idealizado por Olgyay. A carta de Givoni se baseia em
temperaturas internas do edifício, propondo estratégias
construtivas para adequação da arquitetura ao clima, enquanto
que Olgyay aplicava seu diagrama estritamente para as condições
externas.”(LAMBERTS E PEREIRA, 2004)
Figura 3.5 – Carta bioclimática para Aracaju-SE
Fonte: Climaticus 4.2
119
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
O diagnóstico climático define, então, que em 5,2% do tempo o
clima da cidade de Aracaju está em Conforto; em 74% a ventilação
natural pode melhorar a sensação térmica; e em 21,2% das horas do ano,
nenhum sistema passivo poderá proporcionar conforto térmico, sendo
necessário o condicionamento artificial do ar.
Para que se possa analisar esse comportamento climático ao longo
das horas do ano, a figura 3.6, extraída do software Climaticus 4.2,
mostra-se mais eficiente:
Figura 3.6 – Diagnóstico climático pelo método de Givoni
Fonte: Climaticus 4.2
Assim é possível perceber que, com a estratégia do aproveitamento
da ventilação natural, é possível se obter conforto térmico durante todo o
ano em Aracaju. Apenas o período da tarde nos meses de verão, quando o
clima fica mais severo, seria necessário o condicionamento artificial do ar.
Porém vale salientar que esse método não leva em consideração os
fatores de aclimatação da população local nem os aspectos culturais, o
que pode interferir nesse diagnóstico. Além disso, os dados obtidos são do
120
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
período de 1961 a 1990, que pode ter sofrido alguma alteração
significativa ao longo dos últimos anos.
Por este motivo, sentiu-se a necessidade de uma análise climática
mais atual e que inserisse também um estudo da velocidade e direção dos
ventos locais, que não existe nenhum dado de vento para a cidade de
Aracaju nas análises do Climaticus, por exemplo. Dessa maneira, foi
necessária um busca de arquivos climáticos para a realização de uma
nova análise que complementasse todas as expostas até aqui e sendo a
ventilação natural a principal estratégia de projeto para se obter o
conforto térmico nesta cidade, essa variável não poderia deixar de ser
verificada e analisada cautelosamente.
3.2.2 Coleta de dados climáticos
Para análise dos dados climáticos da cidade de Aracaju, foi realizada
uma pesquisa extensa em busca de arquivos climáticos disponíveis para
uma caracterização climática atual.
Devido à dificuldade de se encontrar esses arquivos e devido à
análise que se pretendia fazer, foi necessário buscar dados horários de
parâmetros climáticos essenciais por meio de instituições responsáveis
pelas medições climáticas na cidade de Aracaju para em seguida organizá-
los e analisá-los com o objetivo de alimentar todos os estudos e
simulações de desempenho térmico passivo das edificações. Para isso,
seria importante que os dados apresentados estivessem os mais próximos
possíveis da realidade local atual.
121
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Alguns critérios foram estabelecidos para a escolha da base de
dados, entre eles: a localização da estação meteorológica, a periodicidade
dos registros, proporção de falhas, a confiabilidade do órgão responsável
pela estação e o período medido.
Assim, os dados fornecidos pela Estação Meteorológica de
Observação de Superfície Automática A-409 do Instituto Nacional de
Meteorologia INMET, e localizada em Aracaju-SE (Lat. 10°57’S, Long.
37°03’W e Alt. 4.72m) foram os adotados nesta pesquisa por melhor
atender aos critérios estabelecidos.
Segundo informações fornecidas pelo site do INMET,
“uma estação meteorológica de superfície automática é
composta de uma unidade de memória central, ligada a vários
sensores dos parâmetros meteorológicos (pressão atmosférica,
temperatura e umidade relativa do ar, precipitação, radiação solar,
direção e velocidade do vento, etc), que integra os valores
observados minuto a minuto e os registra automaticamente a cada
hora”.
5
Foram fornecidos, pelo INMET, os dados horários de fevereiro de
2003 à dezembro de 2006 da:
Precipitação (mm)
Pressão atmosférica ao nível da estação (mb)
Temperatura do ar - bulbo seco (ºC)
Umidade relativa do ar (%)
Velocidade do vento (m/s)
Direção do vento (graus)
5
http://www.inmet.gov.br/html/rede_obs.php
122
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Além desses dados, também foram fornecidos os dados da
Estação Convencional de janeiro de 1997 à dezembro de 2006, porém tais
dados foram descartados nesse estudo por apresentar registros de apenas
03 medições diárias (0:00, 12:00 e 18:00hs).
Toda a base escolhida foi analisada ano a ano para a
verificação de dados atípicos que pudessem interferir no resultado final.
Porém, por apresentar uma regularidade em todas as medições, nenhum
dado foi descartado, mas como havia algumas falhas, foi necessário fazer
a interpolação dos dados para a construção do ano de referência para
projeto com as 8760 horas para cada parâmetro.
O tratamento dos dados climáticos fornece, entre outras variáveis,
os valores da temperatura média, mínima e máxima de cada período do
ano e assim, proporciona ao arquiteto os dados necessários para o
diagnóstico dos períodos de prováveis desconfortos térmicos, com a
finalidade de uma intervenção por meio de projetos arquitetônicos
adequados ao clima local. Porém, é importante atentar ao fato de que a
sensação de conforto térmico não depende apenas da temperatura do ar,
mas está relacionado a um conjunto de variáveis climáticas, como o vento
e a umidade relativa do ar.
Nota-se por meio do gráfico 3.5 que, para a cidade de Aracaju, em
relação à média mensal da temperatura do ar, houve uma regularidade ao
longo dos anos de 2003 a 2006, o que permite se obter uma análise
média mais segura dos dados disponíveis.
Gráfico 3.5 -
Mas antes de chegar ao resultado apresentado no gráfico anterior,
foram calculadas as médias horárias dos registros obtidos e em seguida as
médias diárias para cada um dos meses do ano até se chegar a uma
média mensal. Dessa maneira, pode
comportamento das médias da temperatura mensal em cada um dos anos
e sua relação com a média geral.
Segundo a classificação climática de Köppen e de Strahler, Aracaju
apresenta clima quente e úmido. Em locais com alta umidade a
transmissão da radi
ação solar é reduzida porque o vapor de água e as
nuvens absorvem
parte d
refletindo uma parte de volta ao espaço.
Lamberts, et al (2004)
locais com alta umidade relativa e
evaporar o suor, o que aumenta a sensação de desconforto térmico da
população. Por este motivo é importante que o arquiteto observe a
relação conjunta entre a temperatura e a umidade local ao longo do ano
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
jan
fev
CAPÍTULO 3 –
O CLIMA DA
Média mensal da Temperatura do ar de bulbo seco
Mas antes de chegar ao resultado apresentado no gráfico anterior,
foram calculadas as médias horárias dos registros obtidos e em seguida as
médias diárias para cada um dos meses do ano até se chegar a uma
média mensal. Dessa maneira, pode
-
se comparar
comportamento das médias da temperatura mensal em cada um dos anos
e sua relação com a média geral.
Segundo a classificação climática de Köppen e de Strahler, Aracaju
apresenta clima quente e úmido. Em locais com alta umidade a
ação solar é reduzida porque o vapor de água e as
parte d
essa radiação e a redistribuem na atmosfera
refletindo uma parte de volta ao espaço.
Lamberts, et al (2004)
afirma que é necessário entender que em
locais com alta umidade relativa e
xiste uma maior dificuldade em
evaporar o suor, o que aumenta a sensação de desconforto térmico da
população. Por este motivo é importante que o arquiteto observe a
relação conjunta entre a temperatura e a umidade local ao longo do ano
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
TEMPERATURA DO AR - BULBO SECO
MÉDIA MENSAL (ºC)
2006 2003 2004 2005
Média
123
O CLIMA DA
CIDADE DE ARACAJU-SE
Média mensal da Temperatura do ar de bulbo seco
.
Mas antes de chegar ao resultado apresentado no gráfico anterior,
foram calculadas as médias horárias dos registros obtidos e em seguida as
médias diárias para cada um dos meses do ano até se chegar a uma
se comparar
melhor o
comportamento das médias da temperatura mensal em cada um dos anos
Segundo a classificação climática de Köppen e de Strahler, Aracaju
apresenta clima quente e úmido. Em locais com alta umidade a
ação solar é reduzida porque o vapor de água e as
essa radiação e a redistribuem na atmosfera
afirma que é necessário entender que em
xiste uma maior dificuldade em
evaporar o suor, o que aumenta a sensação de desconforto térmico da
população. Por este motivo é importante que o arquiteto observe a
relação conjunta entre a temperatura e a umidade local ao longo do ano
nov
dez
Média
124
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
para tentar amenizar o efeito desagradável que esse conjunto pode
proporcionar aliado a uma arquitetura não apropriada ao clima.
Em relação às medições aqui analisadas, entre os meses de abril e
setembro de 2006, por algum motivo não esclarecido pelo INMET,
infelizmente não houve registro dos dados climáticos na cidade de
Aracaju.
Para se obter os resultados relativos a umidade relativa que aqui
serão apresentados, os cálculos foram feitos com o valor da umidade
absoluta inicialmente. As primeiras médias foram feitas com os valores
diários de cada ano. Sendo assim foram encontradas as 8760 médias
diárias da umidade do ar. Em seguida realizou-se as médias mensais, com
valores das máximas absolutas, mínimas absolutas, médias das máximas
e mínimas e médias gerais. Assim, pode-se analisar separadamente cada
resultado encontrado para se entender melhor o comportamento geral
como o apresentado no gráfico 3.6. Depois de achado todos esses
resultados, os valores da umidade absoluta foram transformados em
umidade relativa, como é mais facilmente interpretado.
Apesar da diferença apresentada no ano de 2006, a média da
umidade relativa do ar ao longo do ano apresenta-se com uma variação
pouco significativa, confirmando os dados fornecidos pelo software
Climaticus 4.2. Levando-se em conta as médias dos quatro anos
apresentadas no gráfico 3.6, a média da umidade relativa do ar variou
entre 70 e 80%, nos mostrando que em uma cidade onde o potencial do
vento é bastante significativo, é possível neutralizar o efeito negativo da
umidade relativa
do ar aproveitando
índices de conforto térmico tanto nos espaços urbanos, quanto nas
edificações, desde que haja o mínimo de preocupação
projetar os espaços.
Gráfico
Ter conhecimento da direção dos ventos de uma determinada região
é de extrema importância no momento de decidir a correta forma e
orientação de um projeto arquitetônico que tem como principal estrat
o aproveitamento da ventilação natural como forma de amenização
climática. Dessa maneira, é mais fácil prever o comportamento do fluxo
de ar dentro da edificação e é possível simular diferentes soluções em
busca da mais apropriada para cada caso. Assi
possibilidade de projetar espaços mais fluidos, promover ventilação
vertical, além de criar elementos que direcionam o fluxo de ar para o
interior da edificação.
No caso do estudo da direção dos ventos para a cidade de Aracaju,
tomaram-
se como base as medições realizadas nos anos de 2003 a 2006,
70
72
74
76
78
80
82
84
jan
fev
Umidade relativa do ar
CAPÍTULO 3 –
O CLIMA DA
vento é bastante significativo, é possível neutralizar o efeito negativo da
do ar aproveitando
-
se a ventilação natural para atingir
índices de conforto térmico tanto nos espaços urbanos, quanto nas
edificações, desde que haja o mínimo de preocupação
Gráfico
3.6 –
Média mensal da umidade relativa do ar
Ter conhecimento da direção dos ventos de uma determinada região
é de extrema importância no momento de decidir a correta forma e
orientação de um projeto arquitetônico que tem como principal estrat
o aproveitamento da ventilação natural como forma de amenização
climática. Dessa maneira, é mais fácil prever o comportamento do fluxo
de ar dentro da edificação e é possível simular diferentes soluções em
busca da mais apropriada para cada caso. Assi
m, o projetista ainda tem a
possibilidade de projetar espaços mais fluidos, promover ventilação
vertical, além de criar elementos que direcionam o fluxo de ar para o
interior da edificação.
No caso do estudo da direção dos ventos para a cidade de Aracaju,
se como base as medições realizadas nos anos de 2003 a 2006,
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
Umidade relativa do ar
-
média mensal (%)
2003 2004 2005 2006 Média
125
O CLIMA DA
CIDADE DE ARACAJU-SE
vento é bastante significativo, é possível neutralizar o efeito negativo da
se a ventilação natural para atingir
índices de conforto térmico tanto nos espaços urbanos, quanto nas
edificações, desde que haja o mínimo de preocupação
no momento de
Média mensal da umidade relativa do ar
Ter conhecimento da direção dos ventos de uma determinada região
é de extrema importância no momento de decidir a correta forma e
orientação de um projeto arquitetônico que tem como principal estrat
égia
o aproveitamento da ventilação natural como forma de amenização
climática. Dessa maneira, é mais fácil prever o comportamento do fluxo
de ar dentro da edificação e é possível simular diferentes soluções em
m, o projetista ainda tem a
possibilidade de projetar espaços mais fluidos, promover ventilação
vertical, além de criar elementos que direcionam o fluxo de ar para o
No caso do estudo da direção dos ventos para a cidade de Aracaju,
se como base as medições realizadas nos anos de 2003 a 2006,
dez
média mensal (%)
126
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
onde foi conseguido um total de 28.754 medidas. A partir desses dados,
foi feito um cálculo para determinar a freqüência de cada uma dessas
direções e dessa maneira, poder determinar qual a direção predominante
da direção dos ventos em cada um dos horários de cada ano.
Analisando o gráfico 3.7, é fácil perceber que a direção do vento
mais freqüente para esta cidade é o vento Leste, representado pelo
ângulo de 90°, em todos os quatro anos de medição.
Gráfico 3.7- Direção Predominante dos ventos
Outro fator climático de grande importância para o diagnóstico
climático de uma região é a velocidade dos ventos. Apesar de ser
relativamente fácil obter o registro horário em determinada região, isso
não significa que em qualquer local esse registro será válido, visto que
inúmeros fatores podem interferir na velocidade dos ventos num
determinado local, como a rugosidade, topografia, construções no
entorno, a geometria do edifício, etc.
Apesar disso, sempre é possível se analisar a direção e velocidade
dos ventos no local onde se pretende construir para um diagnóstico mais
preciso, evitando dessa maneira equívocos que possam prejudicar o
0
1000
2000
3000
4000
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
Direção Predominante dos Ventos (graus)
2003
2004
2005
2006
127
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
conforto térmico da edificação, devido a alguma característica particular
de determinado espaço.
No caso desta dissertação, saber o comportamento geral do vento
em uma determinada região, é extremamente importante e permite
que sejam realizados estudos e/ou simulações que contribuirão de
maneira significativa na busca de uma arquitetura adaptada ao clima
local, que consuma menos energia e proporcione o conforto ambiental aos
usuários.
Como descrito anteriormente, foram obtidos registros horários
dos dados climáticos, incluindo também a velocidade do vento. Primeiro
os dados foram organizados de forma a identificar qual a velocidade
referente à primeira e à segunda predominância dos ventos. Feito isso, a
média horária para os anos de 2003 a 2006 foi calculada para em seguida
ser possível obter a velocidade média diária e assim serem elaborados os
gráficos mensais e posteriores análises. Por último, a dia mensal da
velocidade dos ventos também foi calculada e o gráfico 3.8 pôde ser
elaborado facilitando assim uma análise geral anual da velocidade dos
ventos na cidade de Aracaju.
Percebe-se pelo gráfico 3.8 que os meses de setembro a março
apresentam as maiores médias de velocidade dos ventos e que os meses
de maio a agosto as menores velocidades. Numa primeira análise,
juntando dados obtidos até aqui, se pode concluir que os meses mais
frios e chuvosos do ano apresentam
enquanto que os mais quentes apresentam as maiores.
Gráfico 3.
8
Esses dados são bastante favoráveis uma vez que na medida em
que a
temperatura do ar é mais elevada, precisamos de uma velocidade
do vento maior para remoção da carga térmica no ambiente e amenização
do desconforto causado pela alta umidade do ar e elevada temperatura. E,
ao mesmo tempo, a velocidade do vento elevada em é
prejudicial por não permitir a abertura de janelas nas edificações, o que
poderia contribuir para o desconforto dos usuários.
3.2.3
Ano climático de referência
Com a finalidade de alimentar
atuais da cidade de Ara
caju, foi montado um ano climático de referência
com as médias horárias da temperatura do ar, umidade relativa, direção e
velocidade dos ventos para cada uma das 8760 horas dos anos de 2003 a
2006.
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
jan
fev
mar
Velocidade média do vento (m/s)
Velocidade Média do Vento (m/s)
1°
PREDOMINÂNCIA
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA
CIDADE DE ARACAJU
frios e chuvosos do ano apresentam
menores velocidades do vento
enquanto que os mais quentes apresentam as maiores.
8
– Velocidade média mensal do vento
Esses dados são bastante favoráveis uma vez que na medida em
temperatura do ar é mais elevada, precisamos de uma velocidade
do vento maior para remoção da carga térmica no ambiente e amenização
do desconforto causado pela alta umidade do ar e elevada temperatura. E,
ao mesmo tempo, a velocidade do vento elevada em é
pocas chuvosas é
prejudicial por não permitir a abertura de janelas nas edificações, o que
poderia contribuir para o desconforto dos usuários.
Ano climático de referência
Com a finalidade de alimentar
simulações com dados climáticos
caju, foi montado um ano climático de referência
com as médias horárias da temperatura do ar, umidade relativa, direção e
velocidade dos ventos para cada uma das 8760 horas dos anos de 2003 a
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Meses do ano
Velocidade Média do Vento (m/s)
PREDOMINÂNCIA
2° PREDOMINÂNCIA
128
CIDADE DE ARACAJU
-SE
menores velocidades do vento
Esses dados são bastante favoráveis uma vez que na medida em
temperatura do ar é mais elevada, precisamos de uma velocidade
do vento maior para remoção da carga térmica no ambiente e amenização
do desconforto causado pela alta umidade do ar e elevada temperatura. E,
pocas chuvosas é
prejudicial por não permitir a abertura de janelas nas edificações, o que
simulações com dados climáticos
caju, foi montado um ano climático de referência
com as médias horárias da temperatura do ar, umidade relativa, direção e
velocidade dos ventos para cada uma das 8760 horas dos anos de 2003 a
129
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
● Temperatura do ar
Analisando o gráfico 3.9 é possível afirmar que a base de dados dos
registros horários de temperaturas do ar ao longo dos últimos quatro anos
(2003 a 2006), apresentou-se harmonicamente, significando que nesse
período não houve nenhum ano atípico e validando as informações obtidas
com as médias apresentadas aqui.
Gráfico 3.9 – Temperatura do ar ao longo do ano de referência (°C)
Após uma análise minuciosa dos dados de temperatura do ar
durante todas as horas do dia, por quatro anos seguidos, chegamos a
uma média anual de temperatura do ar de 26,5ºC. Porém, como se trata
de uma média esse número poderia não ser muito representativo, então
na tabela 3.2 se mostra um resumo de todas as médias calculadas
referentes à temperatura do ar para cada mês do ano e suas variações
para uma análise mais completa.
As informações inseridas na tabela 3.2 foram transportadas para o
gráfico 3.10, possibilitando outra forma de visualizar e comparar todas as
médias calculadas.
20
22
24
26
28
30
32
Temperatura (°C)
Temperatura ao longo do ano de referência
TEMPERATURA DO AR - BULBO SECO, HORÁRIA (°c)
130
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Tabela 3.2 – Médias da temperatura do ar (2003 a 2006)
Gráfico 3.10 – Médias da temperatura do ar (2003 a 2006)
A seguir estão representadas as temperaturas máximas absolutas e
as temperaturas mínimas absolutas encontradas ao longo dos quatro anos
de registro, para cada hora do dia. Vale salientar que os valores do gráfico
são os extremos encontrados em quatro anos de registros, e são
relacionadas apenas às horas do dia, ignorando o ano e o mês referente.
Dessa maneira, as informações contidas no gráfico 3.11 são meramente
para informar quais as temperaturas máximas e mínimas registradas em
determinado horário no período estudado e serve para complementar as
TEMP. MÁX.
ABSOLUTA (°C)
TEMP. MÍN.
ABSOLUTA (°C)
MÉDIA DAS TEMP.
MÁXIMAS (°C)
MÉDIA DAS TEMP.
MÍNIMAS (°C)
TEMP. MÉDIA
GERAL (°C)
JAN 31,7 21,9 30,4 23,9 27,2
FEV 31,1 22,2 30,5 24,0 27,6
MAR 31,7 22,8 31,0 24,2 27,9
ABR 31,8 21,7 30,7 23,5 27,5
MAI 30,7 20,7 29,5 22,5 26,5
JUN 29,4 20,6 28,6 22,2 25,8
JUL 28,1 19,0 27,5 21,3 24,6
AGO 28,0 18,8 27,3 21,5 24,6
SET 29,2 20,0 28,0 22,1 25,5
OUT 29,7 21,7 29,1 22,9 26,3
NOV 30,5 22,1 29,6 23,6 26,6
DEZ 34,4 22,5 30,3 24,2 27,2
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
JAN
FEV
M
ABR
MAI
JUN
JUL
A
SET
OUT
N
DEZ
Temperatura (°C)
Temperatura do ar - bulbo seco
Registro de 2003 a 2006
TEMP. MÁX. ABSOLUTA (°C)
TEMP. MÍN. ABSOLUTA (°C)
MÉDIA DAS TEMP. MÁXIMAS (°C)
MÉDIA DAS TEMP. MÍNIMAS (°C)
TEMP. MÉDIA GERAL (°C)
131
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
informações fornecidas por meio dos cálculos das médias da temperatura
do ar.
Gráfico 3.11 – Temperatura Horária Absoluta – Máximas e mínimas
Além das médias e do registro das máximas e mínimas absolutas,
saber com que freqüência cada uma dessas temperaturas ocorre também
colabora para uma análise climática mais completa.
Gráfico 3.12 – Freqüência da Temperatura do ar entre 2003 e 2006
O gráfico 3.12 mostra, por exemplo, que em 68,7% dos dados
registrados nos quatro anos analisados a temperatura do ar em Aracaju
esteve entre 24 e 28°C. E em apenas 2,3% dos registros a temperatura
ultrapassou os 30°C, nesta cidade.
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
0:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
TEMPERATURA (°C)
Temperatura Horária Absoluta (de 2003 a 2006)
MÍNIMA MÁXIMA
1,4%
7,9%
30,4%
38,2%
19,7%
2,3%
Frequência da Temperatura
do Ar - Bulbo Seco
(2003 a 2006)
Temp ≤ 20°C
20°C< Temp ≤ 22°C
22°C< Temp ≤ 24°C
24°C< Temp ≤ 26°C
26°C< Temp ≤ 28°C
28°C< Temp ≤ 30°C
30°C< Temp ≤ 32°C
132
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
● Umidade Relativa
Assim como os dados da temperatura do ar, a umidade relativa
registrada nos anos de 2003 a 2006 mostrou valores compatíveis o que
indica que também em relação à umidade do ar esses anos foram típicos
e, portanto válidos para uma análise realista do clima deste universo de
estudo.
No gráfico 3.13 nota-se que a maior parte dos registros horários da
umidade do ar está compreendida no intervalo de 65% a 85%, o que
acaba nos fornecendo uma média geral de 75%.
Gráfico 3.13 – Umidade Relativa do ar ao longo do ano de referência
É claro que ter uma média nos ajuda a ter uma visão geral do
problema, mas é imprescindível detalhar mais os dados para ter real
noção da variação que está por trás de um simples número. Por este
motivo a tabela 3.3 pode esclarecer as variações encontradas na análise
dos registros dos anos de 2003 a 2006.
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Umidade Relativa do Ar (%)
Umidade Relativa do Ar ao longo do ano de referência
Umidade relativa do ar, horária (%)
133
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Tabela 3.3 – Médias da umidade relativa do ar (2003 a 2006)
UMID. REL.
DO AR MÁX.
ABS. (%)
UMID. REL. DO
AR MÍN. ABS.
(%)
UMID. REL.
DO AR MÉDIA
DAS MÁX.(%)
UMID. REL. DO
AR MÉDIA DAS
MÍN.(%)
UMID. REL. DO
AR MÉDIA
GERAL (%)
JAN
90 64 80 72 76
FEV
84 67 80 71 75
MAR
85 66 79 71 75
ABR
89 62 78 69 73
MAI
89 64 81 72 76
JUN
90 61 79 68 74
JUL
91 55 80 69 75
AGO
88 63 81 70 76
SET
91 64 80 69 74
OUT
90 64 80 69 74
NOV
89 64 83 70 76
DEZ
88 66 80 70 75
Porém, no caso de Aracaju, inicialmente citado através dos dados do
Climaticus 4.2 e em seguida pela análise detalhadas dos últimos quatro
anos, a variação da umidade relativa do ar é muito baixa ao longo do ano,
tanto que a variação ao longo do dia pode ser considerada maior (mesmo
que ainda pequena), uma vez que a presença do sol diminui a umidade do
ar, tornando as noites um pouco mais úmidas que os dias.
Gráfico 3.14 – Média da umidade relativa do ar ( 2003 a 2006)
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Umidade Relativa do Ar (%)
Média da Umidade Relativa do Ar
Registro de 2003 a 2006
UMID. REL. DO AR
MÁX. ABS. (%)
UMID. REL. DO AR
MÍN. ABS. (%)
UMID. REL. DO AR
MÉDIA DAS MÁX.(%)
UMID. REL. DO AR
MÉDIA DAS MÍN.(%)
UMID. REL. DO AR
MÉDIA GERAL (%)
134
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Repassando os dados da tabela 3.3 para o gráfico 3.14 é possível
ter outra forma visual de análise dos resultados, sendo inclusive mais
claro perceber a pouquíssima variação das médias de umidade do ar ao
longo do ano.
Levando-se em consideração que a temperatura do ar em Aracaju
apresenta uma média de 26,5º e pouquíssimas vezes (2,3% dos registros
entre 2003 e 2006) ultrapassa os 30ºC e que a média da umidade relativa
do ar é de 75%, é possível afirmar que com o uso de dispositivos de
sombreamento e com o devido aproveitamento da ventilação natural, é
facilmente possível estar em conforto térmico nesta cidade.
● Direção e velocidade dos ventos
Para a análise dos dados de vento, a verificação é feita de hora em
hora e como não se estabelece médias para os dados de direção dos
ventos, os valores registrados foram agrupados em quadrantes com o
objetivo de identificar o quadrante predominante e então se estabelecer a
velocidade do vento média para os quadrantes predominantes, definindo
dessa forma, a primeira e segunda predominância dos ventos locais.
Resumindo todas as análises realizadas, a tabela 3.4 apresenta os
resultados encontrados após estudo completo dos registros realizados em
Aracaju no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2006, dispostos
mês a mês.
135
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Por meio desta tabela pode-se ter uma visão geral do
comportamento dos ventos predominantes na região com sua variação ao
longo do ano de referência.
Tabela 3.4 – Dados dos ventos na cidade de Aracaju (2003 a 2006)
Aqui é fácil perceber que os meses mais quentes do ano apresentam
médias da velocidade do vento mais altas que nos meses mais
frios/chuvosos, o que é altamente favorável ao conforto térmico. Além
disso, assim como os ventos predominantes, os valores referentes à
segunda predominância apresentam uma média de 3,2m/s e uma direção
muito próxima da primeira predominância tornando mais fácil a adoção de
estratégias de projeto que visem o aproveitamento desses ventos.
● Dados Climáticos de Aracaju
Resumindo todas as principais informações apresentadas até aqui
sobre os dados climáticos coletados da cidade de Aracaju, podemos
finalizar com a seguinte tabela 3.5:
DIREÇÃO (°) VELOCIDADE (m/s) DIREÇÃO (°) VELOCIDADE (m/s)
JANEIRO 90 4,4 120 3,3
FEVEREIRO
90 4,4 120 3,0
MARÇO
90 4,5 120 3,1
ABRIL
120 3,4 90 3,4
MAIO 120 2,8 150 2,7
JUNHO 150 2,5 120 2,7
JULHO 150 2,9 180 3,1
AGOSTO 120 2,8 180 3,5
SETEMBRO 90 3,7 120 3,5
OUTUBRO 90 4,9 120 3,4
NOVEMBRO 90 4,8 120 3,2
DEZEMBRO
90 4,7 120 3,3
MÉDIA ANUAL 90 3,8 120 3,2
PRIMEIRA PREDOMINÂNCIA SEGUNDA PREDOMINÂNCIA
136
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Tabela 3.5 – Dados climáticos de Aracaju de 2003 a 2006
Fonte: INMET
ARACAJU
-
SE
Altitude: 4m
Pressão:
101277 PA
Latitude: 10,9 S
Longitude:
37,1 W
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
Temp. Méd.(ºc)
27,2
27,6
27,9
27,5
26,5
25,8
24,6
24,6
25,5
26,3
26,6
27,2
Temp. Máx
(ºc)
30,4
30,5
31,0
30,7
29,5
28,6
27,5
27,3
28,0
29,1
29,6
30,3
Temp. Mín. (ºc)
23,9
24,0
24,2
23,5
22,5
22,2
21,3
21,5
22,1
22,9
23,6
24,2
T. Max.
Abs.(ºc)
31,7
31,1
31,7
31,8
30,7
29,4
28,1
28,0
29,2
29,7
30,5
34,4
T. Mín. Abs.
(ºc)
21,9
22,2
22,8
21,7
20,7
20,6
19
18,8
20,0
21,7
22,1
22,5
Umid
. Rel.
(%)
76
75
75
73
76
74
75
76
74
74
76
75
Vel. Vento
(m/s)
4,4
4,4
4,5
3,4
2,8
2,5
2,9
2,8
3,7
4,9
4,8
4,7
Se compararmos os dados da tabela 3.5 com os dados fornecidos
pelo programa Climaticus 4.2 (de 1961 a 1990) inserido anteriormente,
podemos notar que houve um pequeno aumento nas dias da
temperatura (em torno de C) e uma leve queda na umidade relativa do
ar. Esse fato era esperado, uma vez que vivemos num crescente aumento
de temperatura do ar no planeta, e, justamente com a finalidade de se
avaliar e atualizar esses dados que se fez necessário e se julgou
importante o tratamento dos dados climáticos mais atuais.
3.2.4 Dia típico de projeto
Os dados climáticos devem apresentar um significado estatístico de
um determinado período de tempo para atender os níveis de exigência na
avaliação do projeto arquitetônico. Para isso devem-se estabelecer os
chamados dias típicos de projeto de verão e de inverno.
Seguindo a recomendação da Norma da ABNT (2004) - Desempenho
de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos – para Aracaju apenas é
137
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
necessário analisar o desempenho térmico para as condições de verão,
devido às características climáticas locais.
Existem algumas metodologias para determinar os dias típicos de
projeto. Goulart e Lamberts (1993) descrevem e comparam a metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo (IPT) e a desenvolvida por Miguel Sattler do CIENTEC de Porto
Alegre. Eles definem a metodologia do IPT como mais rigorosa, pois a
definição dos dias típicos está baseada num período de tempo menor que
a metodologia de Sattler. Porém chegam à conclusão que a escolha entre
essas duas metodologias deve se basear na amplitude térmica diária da
região.
“Em locais onde os valores de amplitude diária o
próximos ao valor da amplitude média do período em questão
(média das Tmáx. - média das Tmin.), recomenda-se aplicar a
metodologia desenvolvida por SATTLER. Caro contrário, se os
valores de amplitude diária estão, na maioria das vezes, acima do
valor de amplitude média, recomenda-se, então, a metodologia
desenvolvida pelo IPT.” (GOULART e LAMBERTS, 1993).
No caso desta pesquisa, onde os dados analisados correspondem
apenas a um período de quatro anos e, além disso, apresentam dados
muito equilibrados, será utilizada a metodologia aplicada pelo Laboratório
de Conforto Ambiental e Eficiência Energética da USP (LABAUT), ao
desenvolverem um banco de clima para uma consultoria para o novo
Centro de Pesquisa Tecnológica da Petrobrás (CENPES II), localizado na
Baía de Guanabara.
138
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Assim, para a determinação do mês crítico de verão, identificou-se
na série de dados medidos o mês real mais quente dos últimos quatro
anos, para a realização de simulações das cargas térmicas dos edifícios.
Dentro desse mês, analisaram-se os períodos de maior estabilidade
atmosférica para se extrair o dia de referência de verão, com o objetivo
de fornecer dados para simulações que avaliam o desempenho dos
recintos com diferentes materiais e componentes constritivos.
Então, o mês crítico de verão considerado nesta série histórica foi
março de 2006, que apresentou a maior média da temperatura do ar.
Gráfico 3.15 – Mês crítico de verão – Março de 2006
Já o dia de referência de verão adotado foi 12 de março de 2006,
pelas características estáveis apresentadas nos gráficos a seguir:
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
29,5
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Temperatura do ar (ºC)
MAO - 2006
TEMPERATURA DO AR - BULBO SECO
MÉDIA DIÁRIA (ºC)
139
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
Gráfico 3.16 – Temperatura do ar – 12 de março de 2006
Gráfico 3.17 – Umidade relativa do ar – 12 de março de 2006
Gráfico 3.18 – Velocidade do vento – 12 de março de 2006
Considerando que em relação à direção dos ventos foi estabelecido
que a direção de 90º (leste) compreendia os registros inseridos no
quadrante entre 67,5º e 112,5º, percebemos que no dia 12 de março de
2006 os registros de todos os horários mostraram que a direção dos
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
29,5
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
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11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Temperatura do ar (ºC)
Dia de Refencia de Verão- 12/03/2006
MÉDIA DA TEMPERATURA DO AR (ºC)
65
70
75
80
85
90
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Umidade Relativa (%)
Dia de Refencia de Verão - 12/03/2006
MÉDIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%)
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Velocidade do vento (m/s)
Dia de referência de verão - 12/03/2006
MÉDIA DA VELOCIDADE DO VENTO (m/s)
140
CAPÍTULO 3 – O CLIMA DA CIDADE DE ARACAJU-SE
ventos estava totalmente inserida nesse intervalo, representando bem a
tendência da direção dos ventos para a cidade de Aracaju.
Gráfico 3.19 – Direção dos ventos – 12 de março de 2006
Ao finalizar a análise climática desta cidade, é importante destacar
que o correto seria uma análise dos dados climáticos dos últimos 30 anos,
porém não foi possível conseguir tais dados, sendo disponibilizados
apenas os registros de 2003 a 2006. Entretanto, pôde-se perceber com a
análise detalhada de todas as médias que felizmente esses quatro anos
apresentaram comportamentos compatíveis entre si o que demonstra se
tratar de anos típicos em relação ao comportamento climático, tornando o
resultado encontrado mais próximo da realidade atual do clima desta
cidade.
70
75
80
85
90
95
100
105
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Direção dos ventos (º)
Dia de referência de verão - 12/03/2006
DIREÇÃO DOS VENTOS (º)
141
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
4
4
.
.
S
S
I
I
M
M
U
U
L
L
A
A
Ç
Ç
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C
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M
P
P
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T
T
A
A
C
C
I
I
O
O
N
N
A
A
L
L
Neste capítulo serão expostas, de maneira resumida, todas as
etapas e parâmetros utilizados no processo de simulação computacional
no software escolhido, desde a elaboração do modelo até o tratamento da
imagem com o resultado final.
Tomou-se como base para explicar todas as etapas o modelo
experimental que representa o entorno delimitado para esta pesquisa,
com as edificações inseridas neste espaço, inclusive o edifício objeto de
estudo. Porém, neste modelo experimental ainda não está inserido o
apartamento escolhido.
Nesta simulação é possível avaliar a resposta gerada pelo software
escolhido, estudar a melhor definição dos parâmetros a serem utilizados
nas simulações em função dos resultados obtidos aqui e adequar os
modelos futuros em função das condições iniciais.
4.1 M
ÉTODOS PREDITIVOS DE VENTILAÇÃO NATURAL
“Como deve agir um projetista ante o caso real de um
edifício a ser construído em um determinado local, quando deseja
o efeito do vento nos problemas de ventilação natural? Em
primeiro lugar, é necessário verificar se a ventilação natural
constitui uma questão de vital importância para o edifício e que,
por isto, carece de um estudo rigoroso. Em seguida, cabe decidir
se o vulto da obra justifica as despesas dos ensaios de um modelo
do edifício, em túnel aerodinâmico, ou, em caso contrário, cabe
apenas aplicar no estudo da ventilação os conhecimentos gerais
existentes e colhidos em ensaios de tipos padrões de edifícios.”
(TOLEDO, E. 1999, p. 97)
142
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Existem diversos métodos de predição da ventilação natural por
ação dos ventos nas edificações e sua escolha deve se basear na
importância da ventilação natural para o projeto, sua localização e
tipologia, além, evidentemente da disponibilidade de recursos humanos e
materiais.
4.1.1 Túneis de vento e simulação computacional
Os ensaios em túneis de vento são utilizados com diversas
finalidades, entre as quais: verificação do efeito do vento entre as
edificações no meio urbano; análise da ventilação no interior das
edificações e determinação do coeficiente de pressão sofrida em cada
fachada; análise da dispersão de poluentes; análise estrutural de edifícios;
análise da propagação de emissões veiculares, entre outros. Para isso é
necessária a construção de um modelo em escala reduzida que reproduza
fielmente os objetos a serem pesquisados. Essa escala deve ser a maior
possível para facilitar a reprodução dos detalhes das aberturas.
Segundo Toledo, E. (1999, p.98) praticamente todo o
conhecimento científico sobre a ação do vento nos edifícios foi proveniente
de ensaios de modelos em túneis aerodinâmicos”. Porém, infelizmente,
ensaios em túneis de vento ainda não estão ao alcance da maior parte dos
projetistas que buscam uma análise detalhada dos efeitos da ventilação
natural na edificação. Apesar da tecnologia envolvida na construção de um
túnel de vento ter permanecido a mesma nos últimos cinquenta anos, a
143
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
complexidade e os custos que envolvem uma simulação impedem sua
popularidade.
Para Cóstola (2006) as duas principais aplicações do túnel de vento
no estudo da ventilação no edifício são para validação de modelos teóricos
(como os CFD’s) e para avaliação da ventilação de um edifício específico.
Porém, quando o uso objetiva a avaliação do desempenho de um projeto
é a determinação do coeficiente de pressão a principal abordagem
encontrada nos estudos realizados em túneis de vento.
O ensaio em modelo reduzido em túneis de vento é mais utilizado
para estudos na área do urbanismo. No caso da arquitetura,
principalmente do interior dos edifícios, cada vez mais a simulação
computacional vem sendo empregada nos estudos acadêmicos e na
prática profissional, inclusive em caráter obrigatório em alguns países
europeus e da América do Norte, na busca da eficiência energética das
edificações.
4.1.2 A prática da simulação computacional
O uso de ferramentas computacionais para a análise do desempenho
de edificações e espaços urbanos é uma prática relativamente nova no
Brasil, apesar de já estar sendo explorada há mais de 30 anos na Europa.
Na arquitetura, o uso de tais ferramentas pode auxiliar na avaliação
da relação entre as questões ambientais (clima) e arquitetônicas (formas,
materiais, etc.) e ajudar na conscientização da importância do emprego
de técnicas passivas de condicionamento do ar e da iluminação natural em
144
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
busca de uma maior eficiência energética nas edificações e consequente
ganho ambiental.
No estudo da ventilação natural, os softwares são de grande
complexidade e em geral utilizados por grupos de pesquisadores ou
profissionais especializados nas áreas de conforto ambiental que buscam
nas simulações a visualização das respostas aos problemas impostos. Mas
é importante destacar que os softwares desenvolvidos para simulações de
conforto ambiental e eficiência energética, apesar de elaborados de
acordo com modelos de cálculos reconhecidos pela comunidade científica
internacional, devem ser validados por medições e experimentos físicos.
Felizmente, vários programas vem sendo desenvolvidos em várias
partes do mundo e se tornam cada vez mais ferramentas bastante úteis
na área da arquitetura e urbanismo. Porém, a escolha do software deve
ser baseada principalmente no objetivo do estudo, nos dados existentes e
nas respostas solicitadas, além de que, evidentemente, na disponibilidade
dos equipamentos e licenças necessários.
Em um dos estudos que exemplifica o emprego de um software,
Toledo, A. (1999) questiona o critério de dimensionamento das aberturas
sugerido pelo Modelo IBAM/PROCEL 1997, que se baseia na área de piso,
sem considerar os fatores externos e do edifício. Assim, por meio da
simulação com o software VENTIL.FOR-85, ele simula 5 modelos de
dormitórios, considerando a velocidade do vento, os coeficientes de
pressão e as resistências nas aberturas descartando a variação da
145
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
temperatura para simplificação dos cálculos. Os resultados mostram que
os critérios geométricos adotados, que consideram a ventilação natural
com caráter genérico, não são adequados para o caso de Maceió. Por fim
ele aponta para a necessidade de consideração de outros fatores,
presentes em outros métodos.
Bittencourt e Lôbo (1999) apresentaram um trabalho sobre a
influência da localização das aberturas na ventilação natural de edificações
escolares com o objetivo de investigar a influência conjugada dos
parâmetros arquitetônicos relativos à localização e dimensão das
aberturas de salas de aulas típicas, na ventilação natural no interior
destes espaços, aumentando o conforto ambiental e o rendimento
discente nessas edificações. Foram realizadas simulações utilizando o
programa PHOENICS 2.2.2 e por meio dos resultados, observou-se que,
quando as aberturas de entrada do fluxo de ar se encontram na faixa
média e as aberturas de saída na faixa alta, associadas a uma maior
dimensão das aberturas, obtém-se um melhor padrão de circulação do ar
no interior do ambiente.
Figura 4.1 - Planta da sala com abertura de
entrada= 1/5 do piso, na faixa média, e
saída na faixa alta com vento a 90º
FONTE: Bittencourt e Lôbo (1999)
Figura 4.2 – Corte no centro da sala com
abertura de entrada=1/5 do piso, na faixa
média, e saída na faixa alta com vento a
90º
FONTE: Bittencourt e Lôbo (1999)
146
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Dessa forma, os autores concluem que os resultados apresentados
nas figuras 4.1 e 4.2 mostram que a localização das aberturas exerce
maior influência sobre o padrão de distribuição do ar das salas de aula do
que a variação da dimensão das mesmas.
Em outro estudo, ainda em salas de aula, Bittencourt e Peixoto
(2003) realizaram simulações computacionais com o auxílio do software
PHOENICS 3.3 com a finalidade de verificar o desempenho da ventilação
natural em dois prédios distintos e em seguida propor soluções para
melhorar seu aproveitamento. No final provaram por meio das simulações
realizadas que simples medidas de adequação dos edifícios ao clima local
podem promover edificações energeticamente mais eficientes, destacando
a responsabilidade do arquiteto ao definir os partidos arquitetônicos.
Com o objetivo de investigar o potencial do uso de captadores de
ventos em habitações populares em locais de clima quente e úmido
visando o conforto térmico no interior das edificações, Bittencourt e Lôbo
(2003) realizaram simulações computacionais utilizando o software
PHOENICS 3.2 e verificaram que o uso de captadores de ventos pode
gerar um aumento significativo da velocidade do fluxo de ventilação
natural em alguns ambientes da edificação sem custos adicionais
importantes.
Costa (2001) também utilizou os recursos do programa PHOENICS
3.2 para simular a aplicação das prescrições urbanísticas na cidade de
Natal-RN, analisando os efeitos sobre a ventilação natural e concluiu que a
147
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
redução sucessiva nos índices que definem o afastamento mínimo entre as
edificações reduz a velocidade dos ventos nas áreas mais adensadas e
pode provocar a formação de ilhas de calor.
Por outro lado, AKUTSU et.al. (1998) utilizaram o programa ESP-r
(Energy Simulation Program research) para a análise das condições de
ventilação natural de uma edificação para condições típicas de verão da
cidade de São Paulo e mostrou o quanto a ventilação de uma habitação
pode ser prejudicada no caso de um mau posicionamento em relação à
incidência dos ventos e que a distribuição das janelas nas fachadas é um
parâmetro fundamental na qualidade de ar no interior dos recintos.
Também Figueiredo (2007), em sua dissertação de mestrado, cujo
objetivo foi avaliar o potencial de utilização da ventilação natural em
edifícios de escritórios sob o ponto de vista do conforto térmico, utilizou o
software Energy Plus para avaliar as temperaturas operativas internas no
modelo elaborado e em seguida, em caráter exploratório, a autora
desenvolveu simulações no software CFX 5.7 com o objetivo de estimar se
a temperatura e a velocidade do ar no interior do recinto poderiam gerar
desconforto térmico no mesmo.
Prata (2005) ao estudar a ventilação natural urbana relacionada ao
conforto urbano dos usuários das cidades realizou ensaios em túnel de
vento que comprovaram que o padrão de vento no meio urbano é alterado
pelas mudanças na altura e posicionamento dos edifícios. Em
complemento e para verificar possíveis diferenças nos resultados obtidos,
148
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
também foram elaboradas simulações com o software CFX 5.7 que se
mostrou eficiente na quantificação dos valores de velocidade do ar.
Leite (2008) investigou a relação entre o processo de verticalização
na cidade de São Luís e a ventilação natural de seu entorno por meio da
construção de seis diferentes cenários que foram simulados no software
CFX 5.7 com o objetivo de, comparado a ocupação atual, avaliar a
velocidade e direção do vento no nível do pedestre, destacando como a
metodologia empregada viabiliza pré-determinar o impacto que a
ventilação natural urbana poderá sofrer com as futuras edificações.
Cóstola (2006) em sua dissertação de mestrado formulou um
procedimento para a quantificação da vazão do ar promovida pela ação do
vento no interior do edifício, em climas quentes. Diversas ferramentas
foram apresentadas detalhadamente, como o uso do túnel de vento e
simulação com software de dinâmica dos fluidos, juntamente com o uso e
os parâmetros de entrada necessários. Ao concluir a dissertação, o autor
ressalta a disponibilidade de um conjunto de ferramentas para predição da
ventilação natural no interior das edificações, mas lembra que cabe ao
projetista o uso criterioso destes recursos no projeto arquitetônico.
4.2 A
ESCOLHA DO SOFTWARE DE SIMULAÇÃO
Prata (2005) afirma que os modelos CFD são muito poderosos e
requerem cálculos intensos, mas fornecem resultados detalhados que
podem mostrar claramente os defeitos em projetos sugeridos.” Assim,
149
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
com o auxílio dessa ferramenta novas propostas podem ser analisadas e
sugeridas até que se obtenha um resultado satisfatório.
O programa CFX utiliza as equações fundamentais de fluxo, além de
permitir que o usuário insira outras equações específicas para as diversas
variáveis. Segundo Harries (2005), apud Leite (2008)
6
, para solucionar as
propriedades do escoamento de um fluído, calculando determinados
pontos em um volume de controle, conhecidos como malha, o CFX se vale
das seguintes equações fundamentais de fluxo:
Equação da Conservação de Massa (Equação da Continuidade);
Equação da Conservação de Momento (Equações de Navier-Stokes);
Equação da Conservação de Energia (no caso das simulações
térmicas);
Equação de Conservação Escalar - Dispersão de Fumaça e Poluentes;
Equações para Turbulência.
Para as simulações deste trabalho foi escolhido o software CFX 5.7
pelos seguintes motivos:
Disponibilidade de licença educacional para o Labaut Laboratório de
Conforto Ambiental e Eficiência Energética;
A experiência no uso deste aplicativo em dissertações de mestrado e
teses de doutorado anteriores, permitindo que os alunos mais
experientes pudessem compartilhar o conhecimento acumulado para a
realização desta pesquisa;
6
HARRIES, Alan. Notas de Aula. In: Workshop: CFX – FAUUSP. São Paulo, 2005
150
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Estuda a mecânica dos fluidos em ambientes ou superfícies e possibilita
a interação entre fluxos internos e externos;
Apresenta os resultados das simulações em imagens 3D, facilitando a
análise e visualização destes resultados;
Permite a simulação de modelo em qualquer escala e em qualquer
condição de contorno.
O CFX é uma ferramenta de suma importância na fase de
elaboração do projeto, como também na avaliação de edifícios existentes.
Por ser um software de dinâmica dos fluidos, é adequado ao estudo da
ventilação, natural ou mecânica, tanto do edifício quanto do meio urbano.
4.3 M
ÓDULOS DO
CFX
O processo completo de simulação no software CFX é dividido
basicamente em três etapas, a Pre-Processor, a Solver e a Post-Processor,
que vão desde a confecção do modelo até o tratamento dos resultados
finais.
Figura 4.3 - Etapas da simulação no CFX
Disponível em: http://www.ansys.com/products/cfx.asp
Acesso em 13 de outubro de 2008.
151
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
As atividades de cada etapa do processo de simulação estão
resumidas na tabela 4.1 e o detalhamento completo de cada uma das
etapas da simulação será descrito nos próximos itens deste trabalho.
Tabela 4.1 – Módulo do CFX com as respectivas atividades
(Adaptada de BRANDÃO, 2008, p. 95)
MÓDULO ATIVIDADES
ICEM
- Correções simples na geometria;
- Verificação da qualidade e estanqueidade do modelo;
- Definição das condições de contorno, através da separação das “Parts”;
- Parametrização e elaboração da malha (mesh).
CFX-Pre
- Definição do regime de simulação (permanente ou transiente);
- Definição das condições de contorno (entradas, saídas, aberturas e paredes);
- Definição das equações a serem utilizadas para o cálculo, inclusive as de
parametrização as turbulência;
- Definição dos critérios de convergências e intervalos de iteração;
- Localização dos pontos de monitoramento.
CFX-Solver
- Apresentação dos parâmetros de simulação em arquivo de texto;
- Programação do tipo de simulação (serial ou paralelo);
- Monitoramento da convergência das equações de momento e de massa;
- Geração de resultados.
CFX-Post
- Visualização dos resultados (campos de pressão, velocidade, temperatura, etc.);
- Cálculo de parâmetros (vazão, Yplus, etc.).
4.4 P
RE
-
PROCESSOR
E
LABORAÇÃO DA GEOMETRIA E CRIAÇÃO DA MALHA
Essa etapa inicial reúne duas fases importantes, a elaboração da
geometria do modelo em programa CAD e a confecção da malha no
ANSYS ICEM CFD.
4.4.1 Geometry
A construção da geometria do modelo foi realizada no programa
AutoCAD, da Autodesk. A construção do modelo experimental (com a área
do entorno) foi realizada com base no mapa do sistema viário da cidade
152
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
de Aracaju - anexo VI do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de
Aracaju, fornecido pela SEPLAN (Secretaria Municipal de Planejamento)
com auxílio do Google Earth e realização de levantamento do gabarito da
área.
Com o objetivo de evitar erros na simulação e simplificar a
elaboração do modelo, todas as construções térreas do entorno tiveram
sua altura padronizada em 3m e todos os recuos e distâncias entre as
edificações não foram representados formando um bloco unificado na
dimensão das quadras onde estavam inseridas. As edificações com dois ou
mais pavimentos foram representadas com suas respectivas alturas,
considerando 3m para cada andar. As praças com vegetação de médio
porte e mais densas foram consideradas como um bloco com mesma
dimensão do terreno e altura de 3m. Além disso, como a área apresenta
poucos espaços vazios e os mesmos pouco ou nada influenciarão no
resultado final desta simulação, eles não foram considerados, uma vez
que, ao eliminarmos pequenas dimensões desnecessárias no modelo,
estamos evitando possíveis erros e simplificando o processo de simulação
e consequentemente diminuindo o tempo total do processo.
Evidentemente que todas as simplificações realizadas foram
possíveis em virtude do produto final se tratar de uma simulação no
interior de um apartamento localizado no 11º andar de uma edificação, e
pequenos detalhes como altura de calçadas, espessura de muros,
pequenos recuos, etc. não possuem relevância para os resultados que a
153
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
pesquisa espera obter. Além disso, o nível de detalhe do modelo a ser
utilizado é proporcional à sua proximidade da área de interesse
(BRANDÃO, 2008).
Para a simulação no interior do apartamento escolhido, sua planta
interna original foi inserida no bloco referente ao edifício escolhido,
representando todos os ambientes internos e todas as aberturas voltadas
para o exterior do edifício por onde o vento entra e sai do apartamento.
Em seguida, novos modelos foram confeccionados, com algumas
alterações arquitetônicas propostas com o objetivo de analisar e comparar
os resultados encontrados em relação à distribuição da ventilação natural
no interior da edificação, que serão apresentados, juntamente com seus
detalhes, análises e comparações no próximo capítulo.
É evidente que na realidade, no edifício existem 48 apartamentos
distribuídos nos 12 andares de apartamentos, mais os espaços vazios nos
outros dois pavimentos, porém a confecção de um modelo nesse nível de
detalhamento seria incompatível com a capacidade computacional
disponível para esta pesquisa. Por este motivo optou-se por simplificar o
modelo, inserido apenas o apartamento objeto de estudo e então apostar
numa maior diversidade de propostas e resultados.
Por fim, o resultado gráfico da elaboração do modelo experimental
pode ser visto na figura 4.4.
154
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Figura 4.4 – Modelo 1: Área do entorno
Finalizadas a geometria do modelo, a próxima etapa foi definir a
forma e dimensão do domínio e preparar o modelo final que foi exportado
como bloco único para o ICEM.
4.4.2 Definição do domínio e concepção do modelo
O modelo deve conter todos os objetos de interesse juntamente
com o entorno, além de um volume para representar o domínio fluido
(BRANDÃO, 2008). O domínio nada mais é do que um volume negativo da
área de estudo que representa o espaço disponível para o fluido escoar.
Definir adequadamente a dimensão desse domínio é imprescindível para
se manter a configuração correta do escoamento do fluido no entorno do
edifício. Cost (2004) apud Brandão (2008) recomenda que a distância da
entrada, laterais e topo do domínio seja 5 vezes a altura do maior
155
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
elemento, enquanto que a distância da saída seja 15 vezes, para que o
fluxo possa assumir novamente o perfil original.
Em relação ao formato do domínio, este pode ser retangular ou
circular, de acordo com a área modelada e o interesse da pesquisa. No
caso da forma circular é permitido simular o vento em todas as direções
com uma mesma malha, alterando-se apenas a direção do vento. Porém a
área do domínio deve ser maior, adotando a distancia de 15 vezes a altura
para todos os lados, o que aumenta consideravelmente o número de
elementos da malha e o tempo de simulação. Já a forma retangular
admite uma área menor de domínio e viabiliza uma simulação mais
rápida. No caso desta pesquisa, a predominância da direção do vento na
área de estudo é muito significativa e, portanto justifica a adoção da
forma retangular para o modelo.
Para dimensionar o domínio então, se adotou uma altura H
correspondente a altura do maior edifício que possui 12 pavimentos-tipo +
térreo + playground, totalizando 14 pavimentos. Como foi estipulado que
a altura de cada pavimento seria de 3m, o maior edifício então tem a
altura total de H= 42m. Dessa maneira as dimensões do domínio
adotadas foram de 5H=210m (a barlavento, topo e nas laterais) e de
15H=630m (a sotavento) a partir das extremidades da geometria.
Figura
Após a definição da dimensão e forma do domínio, os edifícios foram
subtraídos do domínio, gerando um negativo volumétrico como dito
anteriormente. Todo e qualquer elemento que não tivesse influência n
simulação foi eliminado e o modelo, como um bloco único exportado no
formato Acis, extensão *.
sat
4.4.3 Meshing
Ao importar a geometria elaborada no AutoCAD, o Icem CFD faz o
reconhecimento desta geometria e em seguida
A primeira etapa para realizar a adaptação do modelo é transformar
cada um de seus elementos em PARTS. Cada face do modelo será
transformada em uma determinada PART.
CAPÍTULO 4 –
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Figura
4.5 – Elaboração do domínio
Após a definição da dimensão e forma do domínio, os edifícios foram
subtraídos do domínio, gerando um negativo volumétrico como dito
anteriormente. Todo e qualquer elemento que não tivesse influência n
simulação foi eliminado e o modelo, como um bloco único exportado no
sat
, compatível para ser aberto no
Icem CFD
Ao importar a geometria elaborada no AutoCAD, o Icem CFD faz o
reconhecimento desta geometria e em seguida
gera a malha (
A primeira etapa para realizar a adaptação do modelo é transformar
cada um de seus elementos em PARTS. Cada face do modelo será
transformada em uma determinada PART.
156
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Após a definição da dimensão e forma do domínio, os edifícios foram
subtraídos do domínio, gerando um negativo volumétrico como dito
anteriormente. Todo e qualquer elemento que não tivesse influência n
a
simulação foi eliminado e o modelo, como um bloco único exportado no
Icem CFD
.
Ao importar a geometria elaborada no AutoCAD, o Icem CFD faz o
gera a malha (
mesh).
A primeira etapa para realizar a adaptação do modelo é transformar
cada um de seus elementos em PARTS. Cada face do modelo será
DOM_ENTRADA e DOM_SAIDA são as PARTS
correspondentes a área de entrad
de ar no domínio. A área de entrada está da direção
de 90º e a saída na direção oposta, de acordo com a
direção dos ventos predominantes da região.
DOM_PISO é a PART correspondente ao piso do
modelo e DOM_PAREDES corresponde às paredes
l
aterais e superior do domínio. EDIFICIOS é a PART
referente a todas as edificações presentes no modelo,
com exceção ao edifício objeto desta pesquisa que
teve cada uma de suas faces representadas em
PARTS diferentes (EDIF_01, ... , EDIF_TETO), com o
objetivo de proporcionar, se for necessário, a leitura de dados
separadamente em cada face da edificação, sem a necessidade de se
reiniciar todas as
etapas da simulação desde o início.
Por fim, todo o espaço por onde o ar escoa dentro deste modelo
está representado pela PART DOMINIO, terminando a etapa de definição
das PARTS para em seguida começar a confecção da malha
creation.
Segundo Brandão
espaço fluido dentro do domínio, definindo os pontos e volumes para os
quais a equações fundamentais serão resolvidas
automaticamente pelo programa após a determinação dos parâmetros
CAPÍTULO 4 –
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
DOM_ENTRADA e DOM_SAIDA são as PARTS
correspondentes a área de entrad
a e saída do fluxo
de ar no domínio. A área de entrada está da direção
de 90º e a saída na direção oposta, de acordo com a
direção dos ventos predominantes da região.
DOM_PISO é a PART correspondente ao piso do
modelo e DOM_PAREDES corresponde às paredes
aterais e superior do domínio. EDIFICIOS é a PART
referente a todas as edificações presentes no modelo,
com exceção ao edifício objeto desta pesquisa que
teve cada uma de suas faces representadas em
PARTS diferentes (EDIF_01, ... , EDIF_TETO), com o
objetivo de proporcionar, se for necessário, a leitura de dados
separadamente em cada face da edificação, sem a necessidade de se
etapas da simulação desde o início.
Por fim, todo o espaço por onde o ar escoa dentro deste modelo
está representado pela PART DOMINIO, terminando a etapa de definição
das PARTS para em seguida começar a confecção da malha
Segundo Brandão
(2008),
a malha (ou mesh) é a discretização do
espaço fluido dentro do domínio, definindo os pontos e volumes para os
quais a equações fundamentais serão resolvidas
”. A malha é criada
automaticamente pelo programa após a determinação dos parâmetros
157
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Figura 4.6 – Criação
das partes no Icem
CFD.
Fonte: CFX
objetivo de proporcionar, se for necessário, a leitura de dados
separadamente em cada face da edificação, sem a necessidade de se
Por fim, todo o espaço por onde o ar escoa dentro deste modelo
está representado pela PART DOMINIO, terminando a etapa de definição
das PARTS para em seguida começar a confecção da malha
mesh
a malha (ou mesh) é a discretização do
espaço fluido dentro do domínio, definindo os pontos e volumes para os
”. A malha é criada
automaticamente pelo programa após a determinação dos parâmetros
158
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
máximos e mínimos dos elementos. Esses elementos são formados por
tetraedros, pirâmides, prismas e hexaedros, distribuídos de forma regular.
São os parâmetros utilizados:
MAXIMUM ELEMENT SIZE: É o tamanho do maior elemento
permitido nas regiões do domínio onde não determinação por parte
da geometria, determinante no número final de elementos da malha.
NATURAL SIZE: É o tamanho do menor elemento permitido.
Recomenda-se que seu valor seja pelo menos a metade da dimensão
do menor elemento geométrico do domínio. Quanto menor o seu valor,
mais refinada se a malha próximo a elementos de pequena
dimensão.
CELLS IN GAP: é o número de lulas distribuídas entre dois
elementos do domínio, seja superfície ou espaço de ar entre os
elementos.
Para estas simulações os parâmetros utilizados foram:
Maximum element size: 64
Natural size: 0.25
Cells in gap: 3
Em seguida, se aplicou os métodos de geração de malha (mesh tet),
definindo o número de interações, ou seja, o número de tentativas para
geração de malha, e a qualidade mínima que esta malha deve apresentar.
Determinou-se 5 interações com qualidade mínima de 0,4.
Com a finalidade de descrever melhor as trocas nas superfícies, o
criadas bordas com prismas (
elementos correspondentes aos
malha são dividas em prismas, refinando ainda mais esta malha. Definidos
todos os parâmetros, deve
elementos que compõe a malha (
que eles
não se sobreponham uns aos outros e garantir a qualidade da
malha.
A combinação desses parâmetros determina o número total de
elementos na malha gerada no domínio. No caso da primeira simulação
(modelo experimental) foram criados 1.484.098 elementos sendo
1.137.325 tetraedros, 346.461 prismas e 312 pirâmides, além de 395.855
nós e 118.057 faces.
Figura 4.7 –
Malha no domínio em planta do modelo experimental
.
CAPÍTULO 4 –
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Com a finalidade de descrever melhor as trocas nas superfícies, o
criadas bordas com prismas (
mesh with prism
). Então, próximo aos
elementos correspondentes aos
edifícios e solo do domínio, as células da
malha são dividas em prismas, refinando ainda mais esta malha. Definidos
todos os parâmetros, deve
-
se realizar a organização de todos os
elementos que compõe a malha (
smooth mesh globally
não se sobreponham uns aos outros e garantir a qualidade da
A combinação desses parâmetros determina o número total de
elementos na malha gerada no domínio. No caso da primeira simulação
(modelo experimental) foram criados 1.484.098 elementos sendo
1.137.325 tetraedros, 346.461 prismas e 312 pirâmides, além de 395.855
nós e 118.057 faces.
Malha no domínio em planta do modelo experimental
Fonte: Software CFX
159
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Com a finalidade de descrever melhor as trocas nas superfícies, o
). Então, próximo aos
edifícios e solo do domínio, as células da
malha são dividas em prismas, refinando ainda mais esta malha. Definidos
se realizar a organização de todos os
smooth mesh globally
), para garantir
não se sobreponham uns aos outros e garantir a qualidade da
A combinação desses parâmetros determina o número total de
elementos na malha gerada no domínio. No caso da primeira simulação
(modelo experimental) foram criados 1.484.098 elementos sendo
1.137.325 tetraedros, 346.461 prismas e 312 pirâmides, além de 395.855
Malha no domínio em planta do modelo experimental
160
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Figura 4.8 – Ampliação da malha no domínio em planta do modelo experimental
Fonte: Software CFX
Figura 4.9 – Malha nos edifícios em perspectiva do modelo experimental
Fonte: Software CFX
.
Figura 4.10 – Detalhe em corte da malha em um edifício do modelo experimental
Fonte: Software CFX
161
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
O refinamento da malha é uma etapa que merece maior atenção,
principalmente próximo a fronteiras sólidas e em modelos com dimensões
muito variadas, pois depende da qualidade da malha o sucesso do
resultado final da simulação.
Uma vez gerada a malha, um arquivo de extensão *.msh é
exportado para o CFX-Pre, próxima etapa da simulação.
4.4.4 CFX-pre
No CFX-Pre ocorre a preparação do processamento da simulação,
por meio da definição das questões físicas envolvidas na simulação. São
determinadas as condições iniciais e as condições de contorno.
As condições iniciais são todas as características referentes ao
fluido, às expressões, às variáveis, às unidades de grandeza, à forma de
apresentação dos resultados e ao regime adotado na simulação. Todos os
parâmetros adotados para as condições iniciais estão inseridos na tabela a
seguir, assim como as condições de contorno (que serão retomadas em
seguida).
Tabela 4.2 – Parâmetros da simulação inseridos no CFX-Pre
SIMULATION TYPE (Regime adotado na simulação)
Option: Steady State (Regime Permanente)
DOMAIN (Características do domínio)
Location Dominio
Domain type Fluid Domain
Fluids List Air at 25ºC
Coord Frame Coord 0
Reference Pressure 1 [atm]
Buoyancy - Option Non Buoyant
Domain motion - Option Stationary
162
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Heat Transfer Model - Option None
Turbulence Model – Option k-Epsilon
Boundary: DOMÍNIO default (características e condições de contorno da PART DOM_PISO)
Boundary Type WALL (parede=superfície sólida)
Location DOM PISO
Wall influence on flow - Option No Slip (com atrito)
Wall roughness - Option Smooth Wall (baixa rugosidade – parede lisa)
Boundary: DOMPAR (características e condições de contorno da PART DOM_PAREDES)
Boundary Type WALL (parede=superfície sólida)
Location DOM PAREDES
Wall influence on flow - Option Free Slip (sem atrito)
Boundary: EDIFICIOP (características e condições de contorno da PART EDIFICIOP)
Boundary Type WALL (parede=superfície sólida)
Location EDIF 01,EDIF 02,EDIF 03,EDIF 04,EDIF
05,EDIF 06,EDIF 07,EDIF 08,EDIF 09,EDIF
10,EDIF 11,EDIF 12,EDIF TETO
WALL INFLUENCE ON FLOW - Option No Slip (com atrito)
WALL ROUGHNESS - Option Smooth Wall (baixa rugosidade – parede lisa)
Boundary: EDIFICIOS (características e condições de contorno da PART EDIFICIOS)
Boundary Type WALL (parede=superfície sólida)
Location EDIFICIOS
WALL INFLUENCE ON FLOW - Option No Slip (com atrito)
WALL ROUGHNESS - Option Smooth Wall (baixa rugosidade – parede lisa)
Boundary: ENTRADA (características e condições de contorno da PART DOM_ENTRADA)
Boundary Type INLET (entrada)
Location DOM ENTRADA
Flow regime - Option Subsonic
Mass and momentum - Option Cartesian Velocity Components
U = u1
V = v1
W = 0 [m s^-1]
Turbulence - Option Medium Intensity and Eddy Viscosity Ratio
Profile Vector Components Cartesian Velocity Components
Boundary: SAIDA (características e condições de contorno da PART DOM_SAIDA)
Boundary Type OPENING (abertura)
Interface Boundary Off
Location DOM SAIDA
Flow regime - Option Subsonic
Mass and momentum - Option Entrainment Condition
Relative Pressure 0 [Pa]
Turbulence - Option Medium Intensity and Eddy Viscosity Ratio
163
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
OUTPUT CONTROL (Forma de apresentação e armazenamento dos resultados)
Result - Option Full
File compression level Default
SOLVER CONTROL (Determina os parâmetros para a solução matemática do modelo pelo
módulo de cálculo)
Advection Scheme – option High Resolution
Convergence Control – timescale control Auto timescale
Max. Nº Iterations 300
7
Lengh sclate option Conservative
Convergence Criteria – Residual Type RMS
Residual Target 1.E-4 (meta principal)
SOLUTION UNITS (Definição das grandezas utilizadas nos cálculos)
Mass Units [kg]
Length Units [m]
Time Units [s]
Temperature Units [k]
Angle Units [rad]
Solid Angle Units [sr]
EXPRESSIONS (Expressões com variáveis que direcionam a simulação)
ak = 0.41 [ ]
dir = 90
dira = (180 + dir)*pi180
pi180 = pi/180
speed = ustara*loge((zmod-zref)/z0)/ak
thetaa = dira
u1 = speed*sin(thetaa)
unitlen = 1. [ m ]
unitvel = 1. [ m^1s^-1 ]
uref = 4.5*unitvel
ustara = ak*uref/loge((zuref-zref)/z0)
v1 = speed*cos(thetaa)
z0 = 0.05*unitlen
zmod = abs(z+0.0005*unitlen )
zref = 0.0*unitlen
zuref = 10*unitlen
7
As 300 interações foram propostas inicialmente esperando que as simulações
convergissem antes deste ponto, como não aconteceu a convergência esperada, alguns
testes foram feitos com 500 ou mais interações, mas notou-se que a resposta final
encontrada não apresentava diferença aumentando-se o numero total de convergências.
Assim, adotaram-se as 300 interações propostas inicialmente em todas as simulações
para diminuir o tempo total do processo de simulação no CFX-Solver.
164
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Todas estas informações da tabela anterior podem ser salvas em um
único arquivo com extensão *.ccl, gerado no CFX-Pre. Este arquivo pode
ser importado de uma simulação anterior e seus dados adaptados a nova
simulação, se necessário. No caso desta pesquisa, este arquivo gerado
nesta primeira simulação será empregado nas próximas simulações por se
tratar do mesmo padrão de modelo, mesmas condições de contorno, e
mesmo objetivo final.
As condições de contorno, ou boundary conditions, são os
parâmetros aplicados a cada uma das PARTS do domínio, determinando as
características de cada uma das faces que influenciarão no escoamento do
ar. As PARTS podem ser definidas como parede (wall), entrada (inlet),
saída (outlet) ou abertura (opening). Definem-se como parede as
fronteiras sólidas que não permitem a entrada nem a saída do fluido.
Neste caso as PARTS DOM_PISO e DOM_PAREDES e EDIFICIOS foram
definidas como parede.
Entrada, saída e abertura, são as PARTS por onde o fluido entra ou
sai do domínio. Nessa simulação a PART DOM_ENTRADA foi definida como
entrada e então foi determinada inicialmente a direção e velocidade do
vento. a PART DOM_SAIDA foi definida como abertura, por onde o
fluido pode entrar ou sair do domínio e para isso define-se a pressão
estática de 0 Pa com a finalidade de não interferir no fluxo do fluido ao
longo do domínio.
Na figura 4.11 pode
estão localizadas a entrada e a abertura do domínio, definidas no
Figura 4.11 –
Domínio com definição da condição de contorno
Finalizando
mais uma etapa, o programa gera um arquivo com
extensão *.cfx
e exporta para o
4.5 S
OLVER
D
EFINIÇÃO DAS CONDIÇÕ
Após todas as etapas de elaboração do modelo, criação da malha,
definição de todos os parâmetros descritos a
processamento no CFX
O tempo necessário para a finalização desta etapa vai depender do
tamanho do domínio, da geometria do modelo, do refinamento da malha,
da capacidade do computador,
No caso desta simulação, o processo de simulação no Solver
demorou 11 horas para realizar todas as interações pedidas no CFX
importante destacar que inicialmente foram determinada 300 interações
totais para finalizar
o processo de simulações, caso o resultado esperado
CAPÍTULO 4 –
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Na figura 4.11 pode
-se perceber por meio das
setas (vetores) onde
estão localizadas a entrada e a abertura do domínio, definidas no
Domínio com definição da condição de contorno
modelo experimental
Fonte: CFX-Pre
mais uma etapa, o programa gera um arquivo com
e exporta para o
CFX-Solver.
EFINIÇÃO DAS CONDIÇÕ
ES INICIAIS E DE CON
TORNO
Após todas as etapas de elaboração do modelo, criação da malha,
definição de todos os parâmetros descritos a
aqui, é a hora iniciar o
processamento no CFX
-
Solver, ou a simulação propriamente dita.
O tempo necessário para a finalização desta etapa vai depender do
tamanho do domínio, da geometria do modelo, do refinamento da malha,
da capacidade do computador,
e todos os parâmetros estimados.
No caso desta simulação, o processo de simulação no Solver
demorou 11 horas para realizar todas as interações pedidas no CFX
importante destacar que inicialmente foram determinada 300 interações
o processo de simulações, caso o resultado esperado
165
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
setas (vetores) onde
estão localizadas a entrada e a abertura do domínio, definidas no
CFX-Pre.
modelo experimental
mais uma etapa, o programa gera um arquivo com
TORNO
Após todas as etapas de elaboração do modelo, criação da malha,
aqui, é a hora iniciar o
Solver, ou a simulação propriamente dita.
O tempo necessário para a finalização desta etapa vai depender do
tamanho do domínio, da geometria do modelo, do refinamento da malha,
e todos os parâmetros estimados.
No caso desta simulação, o processo de simulação no Solver
demorou 11 horas para realizar todas as interações pedidas no CFX
-Pre. É
importante destacar que inicialmente foram determinada 300 interações
o processo de simulações, caso o resultado esperado
166
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
não atingisse antes o valor mínimo do critério de convergência de 1x10
-4
,
ou seja, a simulação deve parar quando atinge um desses dois
parâmetros primeiro. De acordo com o manual do CFX (2003),
convergências de 1x10
-4
são boas convergências e deve ser a meta da
maioria das simulações”. Mas infelizmente nessa simulação esse número
não foi alcançado mesmo após 539 interações
8
, o que não elimina os
resultados alcançados, que segundo o CFX (2003), “convergências
entre 5x10
-4
e 1x10
-4
são regulares e podem ser aplicadase o objetivo
principal dessa primeira simulação (modelo experimental) foi avaliar e se
familiarizar com a ferramenta CFX, para em seguida definir as próximas
simulações para a pesquisa.
No fim do processamento de simulação o CFX gera um arquivo de
resultados de extensão *.res. Esse é o arquivo que contem o resultado de
todas as etapas realizadas e para visualizá-lo em forma de imagens bi ou
tridimensionais, este arquivo é importado para o CFX-Post, última etapa
do processo do CFX.
4.6 P
OST
-
PROCESSOR
C
ONVERGÊNCIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O CFX-Post é onde se podem visualizar os resultados das simulações
de acordo com o interesse do estudo. É possível obter diferentes
informações do escoamento do fluido dentro do domínio, como direção e
8
Quando é necessário dar uma pausa nesta etapa da simulação, ao reiniciar o
programa recomeça a contagem das interações previstas inicialmente, somando as
interações concluídas a, neste caso, todas as 300 previstas na definição dos
parâmetros. Esta pausa no meio da simulação também pode ser útil em casos de
modelos muito complexos, uma vez que um arquivo de resultado é gerado e se evita a
perda de algum resultado já alcançado se algum problema ocorrer.
167
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
velocidade do vento, coeficiente de pressão nas superfícies, diferenças de
temperatura, entre outras.
Inicialmente se define os planos no domínio onde serão visualizados
os resultados. Na simulação do modelo experimental foram gerados três
planos horizontais. O primeiro (H1p5) localizado a uma altura de 1,50m
do solo, altura do pedestre. O segundo (H4p5) foi gerado a 4,5m do solo,
com o objetivo de analisar os resultados num plano acima das edificações
mais baixas, estimadas com 3,0m de altura. E o terceiro (H37p5) e último
plano horizontal foi gerado a 37,5m do solo, correspondendo à altura
média onde está localizado o apartamento do 11º andar, onde ocorrerão
as simulações seguintes.
Também foram definidos quatro planos verticais, sendo dois
transversais (PVT1 e PVT2) e dois longitudinais (PVL1 e PVL2). Nos dois
sentidos os pontos centrais dos planos foram o centro do apartamento
objeto de estudo e o centro do edifício. Embora nesta primeira simulação
a diferença possa não ser muito significativa, mas em seguida, ao inserir
as aberturas do apartamento e propor algumas alterações no projeto do
apartamento, a comparação entre estes planos pode gerar respostas
interessantes para o estudo.
Em cada um dos planos foram analisadas inicialmente a direção e a
velocidade dos ventos. Através de vetores além de podermos avaliar a
velocidade por meio da graduação das cores, a direção do escoamento
pode ser visualizada claramente. a velocidade dos ventos é melhor
168
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
visualizada por contornos. Portanto foram geradas as imagens com
vetores e com contornos em todos os planos, além de imagens ortogonais
e em perspectiva também.
Assim, para a análise da velocidade do vento em todos os planos,
foram geradas imagens de contorno, inseridas a seguir.
4.6.1 Contorno da velocidade do vento no Plano Horizontal
H1p5 – nível pedestre (h=1,5m)
Figura 4.12– Contorno da vel. do vento no H1p5 (ortogonal)
Figura 4.13 - Contorno da vel. do vento no H1p5 (perspectiva)
Na figura 4.12 tem-se uma visão geral de toda a área e notam-se
claramente como as edificações alteram a velocidade dos ventos. De
modo geral, eliminando as áreas onde não existem edificações, neste
plano a velocidade máxima é de 3,7m/s nas ruas no sentido do vento. Na
maior parte a velocidade encontra-se entre 1,6 e 3,2m/s, com exceção
169
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
nas ruas perpendiculares a direção dos ventos, que apresenta velocidade
máxima de 1,6m/s, com pequenos pontos próximos a zero.
Na figura 4.13, pode-se analisar a imagem com as edificações em
perspectiva, em destaque para a quadra central da área de estudo onde
está localizado o edifício Montparnasse (em cinza escuro).
4.6.2 Contorno da velocidade do vento do Plano Horizontal
H4p5 – acima das edificações térreas (h=4,5m)
Figura 4.14 - Contorno da vel. do vento no H4p5 (ortogonal)
Figura 4.15 - Contorno da vel. do vento no H4p5 (persp.)
Nas figuras 4.14 e 4.15, com o plano numa altura acima das
edificações térreas, é mais fácil notar como as edificações altas são uma
barreira para vento, ao notarmos o contorno da velocidade do vento na
parte posterior aos edifícios. Também nota-se que, dependendo da forma
e orientação do edifício em relação à direção do vento, essa “sombra de
170
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
vento” a sotavento é maior ou menor, causando impactos diferentes nas
edificações vizinhas. Na altura deste plano a velocidade máxima atingida
foi de 5,0m/s, mas numa área muito pequena, melhor considerar 3,9m/s,
por apresentar maior destaque nas imagens.
4.6.3 Contorno da velocidade do vento no Plano Horizontal
H37p5 nível do meio do apartamento do 11º andar
(h=37,5m)
Figura 4.16 - Contorno da vel. do vento no H37p5 (ortogonal)
Figura 4.17 - Contorno da vel. do vento no H37p5 (persp.)
A velocidade do vento a 37,5m de altura apresenta uma máxima de
6,0m/s, com poucas áreas de pouca velocidade apenas nas regiões a
sotavento dos edifícios mais altos. Porém, como a verticalização nessa
área ainda não está muito presente, a distância entre os edifícios permite
171
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
uma permeabilidade do vento de forma que nenhuma fachada voltada
para a direção leste receba um vento com velocidade abaixo de 4,0m/s.
É importante destacar que os valores apresentados são referentes
apenas ao plano em que está destacado. Por isso que em cada plano a
velocidade máxima encontrada e inserida na legenda é diferente uma das
outras.
4.6.4 Contorno da velocidade do vento no Plano Vertical
longitudinal 1 – PVL1 – no centro do apartamento
Figura 4.18 - Contorno da vel. do vento no PVL1 (ortogonal)
Figura 4.19 - Contorno da vel. do vento no PVL1 (persp.)
Nas imagens apresentadas nas figuras 4.18 e 4.19, é possível notar
que o programa trabalha com o gradiente de vento como também se pode
perceber como as edificações vizinhas podem ser uma barreira
significativa do vento dependendo da distância entre elas.
172
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
É interessante notar também, que, mesmo que não exista uma
barreira física na frente da edificação, o próprio “caminho” que o vento
percorre ao encontrar uma edificação alta, faz com que sua velocidade
seja diminuída. Porém, não se pode esquecer que neste modelo as
edificações não são permeáveis e à medida que aberturas são inseridas
nos prédios, esse fluxo próximo aos edifícios pode ser alterado. Porém,
nesta primeira simulação procura-se analisar apenas o comportamento da
direção e velocidade do vento na área urbana.
4.6.5 Contorno da velocidade do vento no Plano Vertical
Longitudinal 2 – PVL2 – centro do edifício
Figura 4.20 - Contorno da vel. do vento no PVL2 (ortogonal)
Figura 4.21 - Contorno da vel. do vento no PVL2 (persp.)
As figuras 4.20 e 4.21 representam o contorno da velocidade do
vento no plano com mesmo sentindo do anterior, porém cruzando no
centro do edifício Montparnasse. Interessante notar como apesar da pouca
173
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
distância entre os planos, as respostas apresentam diferenças entre elas,
o que pode ser causada pela forma da edificação, uma vez que esta forma
pode estar causando certa turbulência nessa região.
Isso poderá ser melhor visualizado nas imagens geradas com
vetores que representam a direção dos ventos.
4.6.6 Contorno da velocidade do vento no Plano Vertical
Transversal 1 – PVT1 – centro de edifício
Figura 4.22 - Contorno da vel. do vento no PVT1 (ortogonal)
Figura 4.23 - Contorno da vel. do vento no PVT1 (persp.)
As figuras 4.22 e 4.23 mostram o plano no sentido transversal
passando pelo centro do edifício e sem barreiras físicas em nenhum lado.
Neste sentido o vento que atinge o edifício em velocidades maiores e a
influência da edificação neste fluxo é um pouco menor uma vez que a
direção do vento está perpendicular ao plano apresentado.
174
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Por meio dessas imagens e da comparação com as anteriores, vê-se
a importância do estudo do efeito do vento em todas as direções e todas
as fachadas do edifício, uma vez que o vento pode tomar direções
diferentes e ter a velocidade alterada em função da forma e orientação do
edifício. Esse fato é de difícil predição, uma vez que não apresenta uma
regularidade por toda a extensão da edificação e seu entorno.
4.6.7 Contorno da velocidade do vento no Plano Vertical
Transversal 2 – PVT2 – centro do apartamento
Figura 4.24 - Contorno da vel. do vento no PVT2 (ortogonal)
Figura 4.25 - Contorno da vel. do vento no PVT2 (persp.)
A diferença das figuras 4.24 e 4.25 para as duas anteriores a elas é
a localização do plano. Neste caso ele está passando mais próximo da
extremidade do edifício, onde a forma fica diferenciada, causando um
padrão de vento diferenciado no centro do edifício.
175
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
4.6.8 Vetores da velocidade e direção dos ventos
A seguir estão inseridas as imagens de vetores que mostram a
direção dos ventos nos mesmos planos em que foram vistas as imagens
com contornos. É uma forma de complementar as análises e comparar as
diferentes formas de visualização dos resultados oferecidas pelo CFX.
Figura 4.26 – Vetores de vel. do vento no plano horizontal a 1,50m (ortogonal)
Figura 4.27 – Vetores de vel. do vento no plano horizontal a 4,5m (ortogonal)
Figura 4.28 – Vetores de vel. do vento no planos horizontal a 37,5m (ortogonal)
176
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Notamos pelas figuras 4.26 a 4.28 que a direção do vento se
modifica ao encontrar as barreiras, formando uma sombra de vento e
turbulências a sotavento. Além disso, quanto maior a altura do plano,
maior a velocidade e menos alterações no fluxo pela diminuição de
barreiras físicas. Nas figuras de 4.29 a 4.31, podem-se ver os vetores de
vento nos mesmos planos horizontais, agora em perspectiva.
Figura 4.29 – Vetores de vel. do vento no plano horizontal a 1,5m (persp.)
Figura 4.30 – Vetores da vel. do vento no plano horizontal a 4,5m (persp.)
Figura 4.31 – Vetores da vel. do vento no plano horizontal a 37,5m (persp.)
177
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Figura 4.32 – Vetores de velocidade do vento no
plano vertical longitudinal 01 (ortogonal)
Nas figuras 4.32 e
4.33 é possível ver os
vetores de velocidade e
direção dos ventos
respectivamente em corte
e em perspectiva, no plano
longitudinal que passa no
centro da torre de final 02
do edifício Montparnasse.
Aqui se nota a
alteração da direção dos
vetores causada pela
presença de uma barreira e
a conseqüência disto para
a edificação vizinha.
Figura 4.33 - Vetores de velocidade do vento no
plano vertical longitudinal 01 (perspectiva)
Figura 4.34 - Vetores de velocidade do vento no
plano vertical longitudinal 02 (ortogonal)
È importante a
análise dessas imagens na
hora de definir, por
exemplo, a localização das
aberturas nas fachadas. As
figuras 4.34 e 4.35
mostram também um corte
e uma perspectiva do plano
178
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Figura 4.35 - Vetores de velocidade do vento no
plano vertical longitudinal 02 (perspectiva)
longitudinal que atravessa o
centro do edifício. Nota-se
novamente como a
alteração na forma do
edifício muda a configuração
do vento, tanto em relação
à velocidade quanto à direção. Os dois planos longitudinais estão na
mesma direção do vento, a 90º, direção leste, cortando o eixo y do
domínio.
Figura 4.36 - Vetores de velocidade do vento no plano
vertical transversal 01 (ortogonal)
As figuras 4.36 e
4.37 apresentam o plano
transversal 01 que passa
pelo centro do edifício, no
sentindo perpendicular a
direção do vento simulada
neste caso, por isso
notamos apenas a
presença dos vetores
representando o efeito
causado na mudança de
direção do fluxo de vento
no entorno do edifício.
Figura 4.37 - Vetores de velocidade do vento no plano
vertical transversal 01 (perspectiva)
179
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
São vetores na direção perpendicular a direção do vento
predominante, cuja direção foi alterada exclusivamente pela presença de
uma barreira física.
Figura 4.38 - Vetores de velocidade do vento no plano
vertical transversal 02 (ortogonal)
Nas figuras 4.38 e
4.39, o plano transversal
passa próximo a
extremidade do edifício e
notamos que “a entrada”
na forma da edificação
proporciona um aumento
da velocidade do vento na
área central e também nas
extremidades laterais, os
chamados efeitos de canto
ou de esquina, que
promove a
Figura 4.39 - Vetores de velocidade do vento no plano
vertical transversal 02 (perspectiva)
aceleração da velocidade do vento nos ângulos das edificações.
4.6.9 Contorno da pressão do vento na fachada
Por fim, gerou-se uma imagem com o contorno da pressão do vento
no Edifício Montparnasse na fachada leste e norte, localização do
apartamento da torre 2, que será analisado em outra fase da pesquisa, na
sequência da pesquisa experimental.
180
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Figura 4.40 – Pressão do vento no edifício
Montparnasse – fachadas leste e norte
Nota-se pela figura 4.40
que a maior parte das duas
fachadas em destaque apresenta
coeficiente de pressão positiva,
com maior potencial na fachada
leste, cuja orientação está
coincidente com a direção dos
ventos.
A princípio, o que se
determina é a análise da pressão
dos ventos no volume fechado, tal qual a figura 4.40, para se determinar
a melhor localização das aberturas de entrada e saída do ar. Como esta
edificação possui essa configuração definida e o uso da ferramenta
computacional pode contribuir para esta análise e dependendo do
resultado, estudar novas possibilidades para aumentar o potencial do
vento no interior da edificação.
Após o término dessa simulação foi possível perceber como ocorre a
configuração do vento local num dia típico de projeto. Ao se concluir
anteriormente o levantamento de dados climáticos, chegou-se a um dia
típico de projeto para a cidade de Aracaju, que apresentou uma média da
velocidade do vento de 4,5m/s, medida à 10m de altura, e a direção
predominante do vento a 90º, e foram esses os dados de entrada sobre o
181
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
clima local nesta simulação
9
. Sabe-se que dependendo da época do ano e
da hora do dia, essa velocidade pode aumentar consideravelmente e sem
precisar repetir a simulação, podemos visualizar no CFX-Post esses
mesmos resultados para velocidades menores ou maiores a utilizada e
com isso verificar as possíveis alterações.
Viu-se por meio das figuras apresentadas que a área corresponde
aos requisitos necessários para a realização da pesquisa, onde se tinha
por objetivo escolher uma edificação que estivesse inserida numa área de
bom potencial lico, sem grande interferência por edificações vizinhas,
para que as simulações no interior da edificação apresentassem respostas
satisfatórias no final da pesquisa, sem precisar adotar um modelo fictício
para isso.
Também se confirmou que o software escolhido para este trabalho
atende aos requisitos desta pesquisa e sua forma de visualização dos
resultados contribui na medida em que é de fácil interpretação,
favorecendo não apenas as pesquisas científicas, mas provando ser uma
grande ferramenta de auxílio na elaboração e análise do projeto
arquitetônico e do espaço urbano.
9
Na definição dos parâmetros da simulação no CFX determina-se uma velocidade
de entrada do vento e a altura correspondente a sua medição e então o programa faz os
devidos cálculos de correção para todas as alturas e localizações do domínio.
182
CAPÍTULO 4 – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
...
183
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
5
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Dando continuidade a etapa de simulação desta pesquisa, após a
elaboração e simulação do modelo experimental, neste capítulo será
apresentada a delimitação da área de estudo e os modelos gerados a
partir da análise obtida no capítulo anterior. Inicialmente foi definido o
modelo base, para em seguida serem propostos os demais modelos, todos
eles devidamente apresentados e descritos na sequência deste capítulo.
Figura 5.1 – Edifício com
destaque para o espaço do
apartamento 1102 definido.
Como visto, se utilizou para a
simulação do modelo experimental o entorno
pré-estabelecido com todas as edificações
representadas por blocos maciços. A partir
desta etapa, foi inserida, para a simulação no
interior do apartamento, sua planta interna
no bloco referente ao apartamento escolhido,
representando todos os ambientes internos e
todas as aberturas do apartamento por onde
o vento entra e sai.
Em seguida, novos modelos foram confeccionados, com algumas
alterações arquitetônicas propostas com o objetivo de analisar e comparar
os resultados encontrados em relação à distribuição da ventilação natural
no interior da edificação, que serão apresentados, juntamente com seus
detalhes, análises e comparações na sequência.
184
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
É evidente que na realidade, no edifício existem 48 apartamentos
distribuídos nos 12 andares de apartamentos, mais os espaços referentes
aos outros dois pavimentos térreos, porém a confecção de um modelo
nesse nível de detalhamento seria incompatível com a capacidade
computacional disponível para esta pesquisa. Por este motivo optou-se
por simplificar o modelo, inserindo apenas o apartamento objeto de
estudo e então apostar numa maior diversidade de propostas e
resultados. Assim como também foi eliminado o subsolo, onde se localiza
a área de garagem.
Além disso, é importante destacar que a inserção do apartamento
no edifício foi a única alteração em relação ao modelo experimental, ou
seja, o modelo continua com a mesma escala, mesmos obstáculos
externos, mesma configuração urbana dos ventos locais, de forma a
manter todas as respostas no interior da edificação o mais próxima
possível da realidade.
A princípio tinha-se a idéia de que seria possível realizar as
simulações internas separadamente, mas ao longo do estudo, percebeu-se
que seria impossível determinar, por exemplo, a velocidade, pressão e
direção dos ventos em cada uma das aberturas de forma precisa e realista
se fosse separda a parte interna da externa da edificação. Assim, as
características da ventilação no interior deste apartamento estão
totalmente relacionadas com o seu entorno, assim como acontece em
qualquer edificação existente.
185
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Antes da descrição detalhada de todos os modelos simulados, será
apresentada a área de estudo e sua delimitação espacial.
5.1 D
ELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Como citado, o universo de análise deste mestrado é a cidade de
Aracaju-SE e buscou-se escolher um tipo de edificação que representasse
um dos modelos padrão de construção que vem sendo explorado nesta
cidade nos últimos anos, para um determinado perfil de habitantes, com a
finalidade de aproximar os resultados alcançados da realidade atual.
Como não faz parte desta pesquisa uma análise sobre o
comportamento imobiliário da cidade e nem o perfil sócio econômico da
população, a escolha da edificação foi principalmente baseada nas
características dos ventos locais e do entorno da edificação, ou seja, como
a proposta é realizar um estudo da ventilação natural no interior da
habitação, é importante que esta esteja inserida numa área ainda pouco
verticalizada da cidade e com boa permeabilidade para os ventos locais
para que as simulações nos ambientes internos apresentem respostas
claras e com mais objetividade. Ou seja, se tomássemos como base um
apartamento cujo potencial de vento em seu interior não fosse
significativo, analisar a qualidade da ventilação natural em seu espaço
seria certamente ineficiente e o objetivo da dissertação dificilmente
alcançado.
186
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Figura 5.2- Delimitação da área de estudo
Fonte: Google Earth (acesso em 15 de outubro de 2008)
Figura 5.3 – Edifício
Montparnasse
Fotografia – a autora
O modelo a ser simulado foi baseado no Edifício Montparnasse,
figura 5.2, localizado na Rua Duque de Caxias, 167, Bairro São José, e
o seu entorno, delimitado por:
Av. Ivo do Prado, a leste;
R. Campos, ao norte;
R. Dr. Leonardo Leite, a
oeste;
R. Campo do Brito, ao sul.
Figura 5.4 – Mapa da área de estudo
Fonte: http://maps.google.com.br/
Acesso em 15 de outubro de 2008
Esse entorno foi definido para analisar a influência que as
edificações mais próximas exercem no edifício escolhido para os estudos,
de forma que a quadra onde o edifício Montparnasse está situado ficou
bem no centro do modelo.
187
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Para a realização das simulações no interior da edificação, foi
escolhido o apartamento 1102, no 11º andar. Vale ressaltar que cada
pavimento possui quatro apartamentos com a mesma configuração de
planta baixa, dispostas simetricamente. Na figura 5.5 se tem a
distribuição dos ambientes no pavimento tipo com destaque para o
apartamento que foi objeto de simulações computacionais com o software
CFX.
Figura 5.5 – Planta baixa do pavto tipo e dos aptos da torre de final 2 – sem escala.
Fonte: Manual do proprietário do Edifício Montparnasse.
Assim, escolhidos a área, o edifício e o apartamento, deu-se início
ao processo de confecção do modelo, experimento do software – no
capítulo anterior e finalmente a determinação e simulação dos modelos
propostos com suas devidas alterações, dando início a fase experimental
desta pesquisa.
188
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
5.2 M
ODELO
01
O modelo 01, definido como o “Modelo Base”, consiste da planta
original do apartamento com todas as suas aberturas sem a presença das
esquadrias, ou seja, com 100% das aberturas livres de obstáculos físicos.
Pode-se afirmar que este é um modelo muito importante, pois tem
como principal função servir como base de comparação em relação aos
demais modelos que apresentarão alterações nas principais aberturas.
Optou-se por excluir neste modelo inicial as esquadrias existentes
em todas as aberturas, para posteriormente se analisar a influência que a
obstrução parcial proporcionadas por estas mesmas esquadrias exerce
sobre a qualidade da ventilação natural no interior do apartamento.
Quando se fala de aberturas, a pesquisa refere-se aos espaços
destinados a janelas e portas existentes na edificação. É importante dizer
que pela necessidade de simplificação na confecção do modelo, citada
anteriormente, nenhuma esquadria será desenhada nos modelos que
serão utilizados nas simulações. Quando considerarmos a ausência de
algumas ou todas, a representação se dará pelo vão referente livre de
obstáculos e quando considerarmos a presença de alguma esquadria, o
vão referente estará dimensionado de acordo com o vão livre
proporcionado pela respectiva esquadria quando aberta, ou a inexistência
de vãos quando as esquadrias forem consideradas totalmente fechadas.
Assim, pode-se representar o modelo 01 da seguinte forma:
Figura 5.6 –
Planta baixa do Modelo 01 com aberturas sem pr
Figura 5.7 –
Perspectiva Modelo 01
Como o objetivo no capítulo 05 é apresentar as diferenças dos
modelos na escala do apartamento, optou
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta baixa do Modelo 01 com aberturas sem pr
esença de esquadrias
Perspectiva Modelo 01
Figura 5.8 –
Apartamento inserido no
edifício –
Modelo 01
Como o objetivo no capítulo 05 é apresentar as diferenças dos
modelos na escala do apartamento, optou
-
se por representá
189
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
esença de esquadrias
Apartamento inserido no
Modelo 01
Como o objetivo no capítulo 05 é apresentar as diferenças dos
se por representá
-los neste
190
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
capítulo separando o apartamento do restante do entorno, diferentemente
do que ocorrerá no modelo utilizado nas simulações, como explicado
anteriormente.
5.3 M
ODELO
02
O modelo 02 se caracteriza pela alteração da localização das
aberturas externas dos quartos conforme figura 5.9. O modelo continua
sem considerar as esquadrias, mantendo os vãos totalmente livres.
Ao simular o modelo experimental, constatou-se que as fachadas
leste do edifício apresentam pressão do vento positiva, enquanto que as
demais, pressão negativa. Como visto, um dos princípios básicos da
ventilação natural na edificação é que as aberturas de entrada do ar
devem estar localizadas na fachada de pressão positiva e as aberturas de
saída, nas fachadas de pressão negativa para melhor desempenho por
meio do princípio de ventilação cruzada dentro do espaço interno.
Além disso, uma vez que os ventos predominantes apresentam-se
na direção 90º na maior parte do dia e do ano, várias referências
recomendam as aberturas de entrada do ar voltadas para a direção dos
ventos, de forma a eliminar obstáculos e otimizar o fluxo de ar no interior
do edifício.
Assim sendo, objetivo desta alteração é avaliar a diferença do
padrão do fluxo de vento no interior da edificação no momento em que se
dispõem estas aberturas em uma das fachadas com maior pressão
positiva e na direção dos ventos predominantes.
Figura
Figura 5.10 –
Perspectiva Modelo 02
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
dispõem estas aberturas em uma das fachadas com maior pressão
positiva e na direção dos ventos predominantes.
Figura
5.9 – Planta baixa do Modelo 02
Perspectiva Modelo 02
Figura 5.11 –
Apartamento inserido no
edifício –
Modelo 02
191
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
dispõem estas aberturas em uma das fachadas com maior pressão
Apartamento inserido no
Modelo 02
192
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Outra alteração presente neste modelo e em todos os próximos foi a
eliminação do espaço referente ao banheiro de empregada, localizado na
área de serviço do apartamento, visto que o mesmo apresenta apenas
uma porta como abertura para a passagem do ar, o que impede a
ventilação cruzada neste ambiente. Além disso, este espaço praticamente
não influencia na configuração do vento no restante do apartamento e sua
eliminação fez com que a quantidade total de elementos neste modelo
diminuísse, contribuindo para uma simulação mais ágil.
5.4 M
ODELO
03
No modelo 03 foram inseridas todas as esquadrias nas janelas do
apartamento. As janelas dos quartos, gabinete e a porta da varanda são
compostas por folhas de correr, portanto quando totalmente abertas
ocupam 50% do vão. Assim, estipulou-se um lado de abertura de maneira
a deixar o vão livre na parte mais central de cada ambiente. Porém, é
importante ressaltar que cada usuário determinaria para que lado abrir
tais janelas, o que provavelmente seria influenciado pelo layout de
ocupação adotado em cada espaço, por exemplo.
As janelas dos banheiros são do tipo basculante e a proporção de
abertura está representada na figura 5.12. As janelas da área de serviço e
do quarto de empregada são do tipo pivotante de várias folhas e também
na figura 5.12 pode-se perceber a proporção entre vãos livres e vãos
fechados (representados pela linha de cor laranja) de cada uma delas.
Figura 5.12 –
Planta baixa do Modelo 03 com destaque das área
Figura 5.13 –
Perspectiva do Modelo 03
Todas as portas internas
observado na figura 5.13.
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta baixa do Modelo 03 com destaque das área
s obstruídas pelas
esquadrias
Perspectiva do Modelo 03
Figura 5.14 –
Apartamento inserido no
edifício –
Modelo 03
Todas as portas internas
foram consideradas abertas como
observado na figura 5.13.
193
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
s obstruídas pelas
Apartamento inserido no
Modelo 03
foram consideradas abertas como
194
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
5.5 M
ODELO
04
Quando se pretende adotar em qualquer projeto arquitetônico a
estratégia da ventilação natural com o objetivo de obter conforto térmico
dos usuários, dois princípios básicos devem ser esclarecidos para os
ocupantes do espaço. Primeiro, que o vento é uma variável de difícil
previsão e controle e que ao se adotar dias de velocidade e direção,
não significa que esses dados ocorram todos os dias e horas do ano,
podendo inclusive ocorrer horas de calmaria. Segundo, e mais importante
para esclarecer as alterações deste modelo, para existir um fluxo de vento
no interior de uma edificação, é importante garantir que haja uma
abertura de entrada e outra de saída do ar. Ao abrir ou fechar qualquer
uma desta abertura (parcialmente ou totalmente), o usuário pode
controlar a intensidade e a direção do vento dependendo do tipo de
esquadria – como pode também bloquear totalmente este fluxo, seja
consciente ou inconscientemente.
Para manter a privacidade, muitas vezes os habitantes de uma casa
fecham as portas de seus quartos, por exemplo, e este ato pode
influenciar não apenas a ventilação interna dos quartos, mas também de
todo o apartamento. Pensando em analisar essas possíveis consequências,
o modelo 04 se difere do modelo anterior apenas pelo fato de ter-se
fechado as portas dos três quartos e do gabinete, mantendo todas as
demais portas abertas, assim como também se manteve todas as
características das janelas semelhantes ao modelo anterior, com suas
esquadrias e aberturas totais, na proporção que cada modelo permite.
Figura 5.15 –
Planta baixa do Modelo 04 com destaque para as portas dos quartos
Figura 5.16 –
Perspectiva do modelo 04
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
características das janelas semelhantes ao modelo anterior, com suas
esquadrias e aberturas totais, na proporção que cada modelo permite.
Planta baixa do Modelo 04 com destaque para as portas dos quartos
fechadas
Perspectiva do modelo 04
Figura 5.17 -
Apartamento inserido no
edifício –
Modelo 04
195
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
características das janelas semelhantes ao modelo anterior, com suas
esquadrias e aberturas totais, na proporção que cada modelo permite.
Planta baixa do Modelo 04 com destaque para as portas dos quartos
Apartamento inserido no
Modelo 04
196
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Dessa forma, pode-se dizer que a confecção do modelo 04 foi
baseada num possível hábito de algum usuário e servirá para incentivar o
projetista a prever esse tipo de atitude sempre que se adotar o partido da
ventilação natural nas edificações.
5.6 M
ODELO
05
Ainda baseado na concepção do modelo anterior, o modelo 05 tem
como objetivo propor uma possível solução aos danos causados no fluxo
da ventilação interna pelo fechamento das portas dos quartos e verificar
sua real eficácia. Assim, o modelo 05 se diferenciou do modelo 04 ao
colocar bandeiras nas portas dos quartos, ou seja, criou-se um vão de
0,70m x 0,30m acima das portas que continuaram fechadas, como se
observa na perspectiva do modelo (figura 5.19).
Apenas como forma de enfatizar melhor as demais características do
modelo 05, todas as janelas apresentam as esquadrias com suas
aberturas correspondentes ao modelo e representadas na figura 5.18 com
uma linha na cor laranja; o banheiro de empregada não está inserido no
modelo; e todas as outras portas não citadas apresentam 100% do vão
livre para o escoamento do ar sem a presença de bandeiras.
O uso de bandeiras nas demais portas, além das portas dos quartos,
poderia ser adotado em um modelo, porém, como o objetivo aqui é
comparar os resultados de sua simulação do modelo 05 com a simulação
do modelo 04, onde apenas as portas dos quartos estavam fechadas,
optou-
se por colocar bandeiras apenas nessas portas para evitar
distorções na análise dos resultados alcançados.
Figura 5.18 –
Planta baixa do Modelo 05 com destaque para as portas dos quartos
fechadas com bandeiras acima das mesmas com vãos livres de dimensão .70m x .30m
Figura 5.19 –
Perspectiva do modelo 05
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
se por colocar bandeiras apenas nessas portas para evitar
distorções na análise dos resultados alcançados.
Planta baixa do Modelo 05 com destaque para as portas dos quartos
fechadas com bandeiras acima das mesmas com vãos livres de dimensão .70m x .30m
Perspectiva do modelo 05
Figura 5.20 -
Apartamento inserido
no edifício
197
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
se por colocar bandeiras apenas nessas portas para evitar
Planta baixa do Modelo 05 com destaque para as portas dos quartos
fechadas com bandeiras acima das mesmas com vãos livres de dimensão .70m x .30m
Apartamento inserido
no edifício
– Modelo 05
198
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
5.7 M
ODELO
06
No modelo 06 houve uma alteração na planta arquitetônica, cuja
alternativa foi oferecida aos proprietários quando o edifício ainda estava
em construção. Essa modificação consiste na eliminação do gabinete e
consequente aumento da sala de estar, transformação do lavabo em
banheiro social e alteração da localização da porta do banheiro social de
forma a transformar mais um quarto em suíte todas representadas por
linhas na cor laranja na figura 5.21.
Além deste aspecto, outras configurações continuam implantadas,
como a permanência das esquadrias, todas as portas, inclusive as dos
quartos, abertas e sem bandeiras e a eliminação do banheiro de
empregada.
Neste modelo pretende-se analisar mais especificamente a relação
entre a ventilação no interior de uma edificação e suas divisões internas.
Até que ponto um ambiente mais amplo e com menos barreiras, caso da
nova configuração da sala de estar no modelo 06, pode interferir na
qualidade do fluxo de ar, neste ambiente e nos ambientes adjacentes?
Outro questionamento existente: será que a alteração da localização
da porta do banheiro social vai favorecer ou prejudicar o fluxo de ar no
quarto ao lado e nos demais ambientes, uma vez que neste espaço a
velocidade do ar é intensa quando comparada aos demais ambientes?
Figura 5.21 –
Planta Baixa do modelo 06 com destaque para a alteração da planta
Figura 5.22 –
Perspectiva do modelo 06
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta Baixa do modelo 06 com destaque para a alteração da planta
original
Perspectiva do modelo 06
Figura 5.23 -
Apartamento inserido
no edifício
199
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta Baixa do modelo 06 com destaque para a alteração da planta
Apartamento inserido
no edifício
– Modelo 06
200
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Assim, veremos que se tratando do estudo da ventilação natural,
uma simples alteração da planta arquitetônica pode ser uma questão
muito mais funcional quando se trata de conforto térmico do que uma
questão de estética ou criatividade.
5.8 M
ODELO
07
Comparando o modelo 07 ao modelo 01 (modelo base) a única
alteração é a largura das janelas dos quatros quartos. Optou-se aqui por
ocupar toda a largura da parede onde as aberturas foram previamente
projetadas, mantendo as mesmas alturas do vão e do peitoril. Além disso,
a eliminação do banheiro de empregada também se difere do modelo
base.
Dessa forma, além de compararmos as aberturas das janelas em
sua dimensão original, com e sem as esquadrias de correr, que ocupam
50% do vão livre, ainda poderemos encontrar respostas importantes ao
compararmos esses resultados anteriores com as aberturas ocupando
toda a largura das paredes e novamente sem as esquadrias.
Qual a importância da dimensão de uma janela para a ventilação
natural de um ambiente? Será que um Plano Diretor acerta ao determinar
uma proporção fixa da janela em relação ao tamanho do piso? Será que é
uma solução relevante aumentar as dimensões da janela de qualquer
ambiente, independente de sua localização, por exemplo?
Figura 5.24 –
Planta baixa do Modelo 07 com destaque para a dimensão das aberturas
Figura 5.25 –
Perspectiva do Modelo 07
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta baixa do Modelo 07 com destaque para a dimensão das aberturas
dos quartos
Perspectiva do Modelo 07
Figura 5.26 -
Apartamento inserido
no edifício
201
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta baixa do Modelo 07 com destaque para a dimensão das aberturas
Apartamento inserido
no edifício
– Modelo 07
202
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
5.9 M
ODELO
08
A definição do modelo 08 ocorreu após a realização das simulações
de todos os modelos anteriores, quando se notou que o quarto do meio
apresentava sempre a pior distribuição e velocidade do fluxo de ar em seu
interior, com maiores áreas de ausência de vento em relação aos outros
ambientes, independente do modelo proposto.
Assim sendo, este modelo propõe alterar a localização da porta de
entrada do quarto de maneira a posicioná-la na diagonal em relação à
abertura da janela localizada na parede oposta e estimular uma ventilação
cruzada mais eficiente. Além disso, nessa nova localização, pretende-se
verificar a possibilidade deste ambiente ser favorecido também pela
corrente de vento que atravessa a porta da cozinha em direção a varanda
da sala e do vento proveniente do lavabo também.
Dessa forma, o modelo 08 se difere do modelo base apenas pela
localização da porta do quarto do meio, como sinalizado na figura 5.27 a
seguir, e todas as aberturas também foram igualmente consideradas sem
as esquadrias.
Por fim, o objetivo principal considerado para a elaboração destes
modelos é tentar mostrar como a simulação computacional pode ser uma
ferramenta extremamente útil tanto na fase de concepção do projeto,
quanto na realização de uma reforma que tenha a pretensão de melhorar
a circulação de ar no interior de uma edificação.
Figura 5.27 –
Planta Baixa do modelo 08 com destaque na alteração da porta do quarto
Figura 5.28 –
Perspectiva do Modelo 08
CAPÍTULO 5 –
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta Baixa do modelo 08 com destaque na alteração da porta do quarto
do meio
Perspectiva do Modelo 08
Figura 5.29 -
Apartamento inserido no
edifício –
Modelo 08
203
DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Planta Baixa do modelo 08 com destaque na alteração da porta do quarto
Apartamento inserido no
Modelo 08
204
CAPÍTULO 5 – DEFINIÇÃO DOS MODELOS PARA SIMULAÇÃO
Nem sempre os resultados previstos serão confirmados ou nem
sempre será fácil conseguir soluções simples pra resolver todos os
problemas encontrados numa edificação pronta ou numa primeira
simulação na fase de concepção de projeto. Porém, ao dispormos de uma
ferramenta que nos possibilite analisar o maior número possível de
propostas antes da idealização de um projeto, com certeza a chance de
insatisfação será muito menor, apesar de que ao se trabalhar com uma
variável como a ventilação natural, deve-se ter em mente que o
comportamento do vento é sempre de difícil predição.
No próximo capítulo estarão expostos os resultados alcançados em
todas as simulações realizadas com os oito modelos descritos até aqui,
bem como as comparações realizadas entre eles com a análise qualitativa
do vento no interior do apartamento em cada uma das situações.
205
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
6
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S
S
Após a demonstração do processo de simulação no CFX no capítulo
4 e da apresentação de todos os modelos simulados nesta pesquisa no
capítulo 5, aqui serão analisados qualitativamente os resultados obtidos,
assim como serão discutidas as comparações necessárias entre os
resultados dos modelos sugeridos.
Inicialmente serão demonstradas as imagens dos resultados
referentes ao modelo experimental, cuja edificação principal não possuía
aberturas em toda sua extensão, e o modelo base, cujo apartamento onde
as análises serão feitas foi inserido no modelo, com o objetivo de
comparar as possíveis diferenças e/ou semelhanças entre os dois
resultados.
Em seguida será analisado o resultado da simulação do modelo 01
que, como mencionado, é o modelo base para comparação dos demais
resultados de forma mais clara e precisa. Depois, serão analisados os
resultados de todos os modelos seguintes com suas devidas comparações.
Apenas as imagens mais significativas serão apresentadas neste
capítulo para que todas as análises se tornem mais claras e objetivas.
Desta forma optou-se por apresentar dois planos horizontais uma
imagem com contornos e outra com os vetores referentes à direção e
velocidade do vento para cada uma das alturas sendo um plano
horizontal com altura de 37,40m o que corresponde a uma altura de
206
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
1,20m a partir do piso do apartamento localizado no 11º andar, que se
define aqui como altura do plano de trabalho, e outro com altura de
38,20m referente a uma altura de 2,00m a partir do piso do apartamento.
O primeiro plano corta as principais aberturas em seus pontos
médios, ou seja, corta as principais aberturas passando por seus vãos
livres, enquanto que o segundo plano horizontal corta também as
aberturas mais altas, como as localizadas nos banheiros, área de serviço e
quarto de empregada. É importante salientar que planos horizontais
localizados em alturas diferentes podem apresentar resultados diferentes
já que o fluxo do ar percorre todo o volume do espaço e de acordo com as
características do espaço e as alturas das aberturas, o comportamento ao
longo do eixo vertical e horizontal sofre alterações.
Nos anexos desta pesquisa estão inseridas imagens complementares
de todas as simulações realizadas aqui, inclusive as imagens de quatro
planos verticais que cortam longitudinalmente e transversalmente a área
do apartamento.
Para todas as simulações foram utilizados dois computadores do
LABAUT, em paralelo, para atender a necessidade imposta pelo número
total de elementos de cada um dos modelos confeccionados. Como todos
os modelos geraram mais de 2 milhões de elementos, cada um dos
computadores utilizados dispunham de 2 Gb de memória RAM, sendo
necessário, portanto, pelo menos duas máquinas para cada simulação,
207
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
uma vez que cada 1Gb de memória RAM tem capacidade para rodar no
máximo 1 milhão de elementos.
Apesar da meta inicial em todas as simulações ser atingir
convergências de 1x10
-4
, todas as simulações desta pesquisa
apresentaram convergências entre 5x10
-4
e 1x10
-4
, que são consideradas
pelo manual do programa CFX (2003) como regulares e aplicáveis na
maioria das simulações. Uma convergência melhor não foi conseguida
devido ao grande número de elementos da malha e pela grande diferença
entre as dimenções de todas as faces que compõem o modelo, que vão
desde a espessura das paredes (0,15m) até os grandes vãos dos maiores
edifícios, por exemplo.
O principal obstáculo encontrado ao longo de todo o processo que
envolveu as simulações foi o tempo disponível. Até que se estabeleçam
todos os detalhes como: modelagem, parâmetros para confecção da
malha, qualidade da malha, definição das variáveis envolvidas, número
total de elementos compatível com a capacidade computacional,
convergência apropriada e criação das imagens dos resultados finais, além
do surgimento de alguns imprevistos e do período necessário para se
dominar a ferramenta; muito tempo foi utilizado na etapa de ajustes sem
a geração de nenhum resultado. Quando se encontra algum erro ou se
chega a alguma resposta inadequada, todo o processo é reiniciado a partir
da primeira etapa até que se encontre o resultado adequado e todas as
dúvidas sejam sanadas.
208
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Tabela 6.1 – Quadro resumo das simulações dos modelos 1 a 8
IMAGEM DO
MODELO
Nº DE
ELEMENTOS
INTERAÇÕES TEMPO
MODELO 1
2.285.180 elementos,
sendo 1.435.935
tetraedros, 846.228
prismas e 3.017
pirâmides.
552
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
19 horas
MODELO 2
2.208.305 elementos
sendo, 1.400.725
tetraedros, 805.095
prismas e 2.485
pirâmides.
500
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
18 horas e
17
minutos
MODELO 3
2.142.166 elementos,
sendo 1.352.165
tetraedros, 787.269
prismas e 2.732
pirâmides.
500
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
17 horas e
51
minutos
MODELO 4
2.119.521 elementos,
sendo 1.324.293
tetraedros, 789.861
prismas e 5.367
pirâmides.
500
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
17 horas e
25
minutos
MODELO 5
2.152.970 elementos
sendo 1.343.247
tetraedros, 807.327
prismas e 2.396
pirâmides.
300
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
10 horas e
40
minutos
MODELO 6
2.287.728 elementos
sendo 1.477.782
tetraedros, 807.450
prismas e 2.496
pirâmides.
300
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
11 horas e
22
minutos
MODELO 7
2.191.210 elementos,
sendo 1.399.693
tetraedros, 788.976
prismas e 2.541
pirâmides.
300
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
10 horas e
48
minutos
MODELO 8
2.277.140 elementos,
sendo 1.434.578
tetraedros, 839.487
prismas e 3.075
pirâmides.
300
interações e
convergência regular
com resultados
confiáveis
11 horas e
11
minutos
209
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Vários meses desta pesquisa foram dedicados apenas ao processo
de simulação como um todo, mas os arquivos finais contabilizam o
tempo dispendido na realização da etapa CFX-SOLVER, quando ocorre o
processamento da simulação, como organizado na tabela 6.1 a seguir.
Porém, as etapas anteriores ao SOLVER são as mais trabalhosas e
determinantes para o bom resultado da simulação, uma vez que depende
do usuário para desenvolver cada passo, enquanto que no SOLVER apenas
os computadores trabalham realizando a simulação e caso não se atinja a
convergência adequada ou ocorra algum erro, todo o processo é
reiniciado, como já dito anteriormente.
Após esta fase, cabe ao usuário novamente interferir e gerar todas
as imagens necessárias para a análise final dos resultados, que serão
expostas nos itens a seguir.
6.1 E
NTORNO DO APARTAMENTO
-
M
ODELO EXPERIMENTAL X
M
ODELO BASE
Nas figuras 6.1 e 6.2, a parte preta representa o vazio interno do
edifício por onde o fluxo não passa, com exceção da parte referente ao
apartamento inserido no modelo base.
A comparação entre a figura 6.1 e 6.2 é para analisar quais as
diferenças e semelhanças do perfil do vento no entorno da edificação
entre o modelo totalmente fechado (experimental) e o que apresenta as
aberturas para entrada e saída do vento (base). O ideal seria poder
trabalhar com todas as aberturas dos quatro apartamentos existentes em
210
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
cada andar da edificação, porém inúmeros testes iniciais realizados na
elaboração dos modelos comprovaram que esta opção seria totalmente
impossível pela incompatibilidade entre a geração de um número muito
grande de elementos em cada modelo e a capacidade computacional
disponível para a pesquisa. Dessa forma, após uma sucessão de modelos
descartados, foi determinado o equilíbrio ideal entre a capacidade
computacional disponível e o modelo que pudesse responder a todos as
questões existentes nesta pesquisa de maneira mais realista possível.
Voltando a comparação entre o modelo experimental e o modelo
base, notam-se algumas diferenças no contorno que representa a
velocidade do vento no entorno do edifício, principalmente próximos as
fachadas onde as aberturas foram inseridas, o que, evidentemente, era
esperado. Pois, uma vez que um obstáculo (como um edifício) apresenta
aberturas permeáveis ao vento, o vento tende a apresentar uma
velocidade maior próximo às aberturas quando comparada a uma fachada
cega que tende a desviar a direção do vento e diminuir sua intensidade na
proximidade do limite da barreira, como visto nas figuras 6.1 e 6.2.
Assim sendo, pode-se concluir a existência da compatibilidade
esperada entre a ventilação externa e interna no modelo estudado,
demonstrando que o mesmo corresponde à real correlação entre o
exterior e o interior de um edifício quando o assunto abordado é a
ventilação natural.
211
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.1 – Contorno da velocidade do
vento no entorno do edifício no modelo
experimental
Figura 6.2 – Contorno da velocidade do
vento no entorno do edifício no modelo
base
Como já citado, é possível que se pudéssemos inserir todas as
aberturas e espaços internos ao modelo, obtivéssemos resultados um
pouco diferentes, mas pelas respostas representadas nas figuras 6.1 e
6.2, podem-se considerar os resultados encontrados bastante satisfatórios
e suficientes para realizar todas as análises desta pesquisa.
6.2 M
ODELO
01
O modelo 01 corresponde à planta baixa original do apartamento,
sem as esquadrias e todas as aberturas com vãos 100% livres.
Considerado modelo base, pois servirá como referência na comparação da
maior parte dos modelos.
Alcançado o resultado final da simulação deste modelo, comprovou-
se como pretendido desde o início, que a localização do apartamento
escolhido apresentava um ótimo potencial de ventilação natural em seus
espaços internos favorecendo desta maneira a visualização mais clara dos
212
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
resultados apresentados após todas as interferências arquitetônicas
propostas em seu interior. Isto pode ser visto a seguir nas figuras 6.3 a
6.6 que apresentam os contornos e os vetores da velocidade e direção dos
ventos nos planos horizontais.
Figura 6.3 – Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 01 – Plano horizontal h= 1.20m
Figura 6.4 - Vetores de direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 01 – Plano
horizontal h= 1.20m
Figura 6.5 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 01 – Plano horizontal h= 2.00m
Figura 6.6 - Vetores de direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 01 – Plano
horizontal h= 2.00m
Analisando no geral as figuras 6.3 a 6.6, pode-se perceber que há
uma distribuição regular do ar em todos os ambientes, com poucos
213
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
espaços de estagnação de vento. Na maior parte do espaço a velocidade
do vento varia entre 0,0 e 1,25m/s, apesar da presença de áreas que
apresentam correntes de ar mais forte, podendo chegar a 3,0m/s. Esta
característica pode ser explicada, primeiro, por uma turbulência no final
do corredor, possivelmente gerada pelo encontro de correntes de ar
oriundas de aberturas diferentes e que se cruzam num espaço pequeno.
Em segundo, na área entre a entrada da cozinha e a entrada do gabinete,
o fluxo pode ter sofrido a influência não apenas da diferença de pressão
entre as aberturas de entrada e saída do ar, mas também da ausência de
um obstáculo que pudesse desviar e diminuir esta velocidade final.
É importante esclarecer que os resultados encontrados nestas
simulações referem-se a um determinado perfil de vento definido a partir
do levantamento dos dados climáticos da cidade que apresentou o dia
típico de projeto como citado no capítulo 03. Desta forma em todas as
simulações foi estabelecida a direção dos ventos a 90º e sua velocidade
de 4,5m/s para facilitar e organizar todas as análises.
6.3 M
ODELO
01
X
M
ODELO
02
A alteração realizada no modelo 02 foi a mudança da localização das
janelas dos dois quartos localizados na fachada leste do edifício.
Como explicado no capítulo anterior, ao optar por esta alteração
se buscou verificar como uma decisão tomada na fase de projeto e
baseada no estudo de pressão nas fachadas pode representar uma melhor
qualidade na distribuição do fluxo de ar no interior de uma edificação. Ao
214
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
transferir as aberturas de entrada do ar dos dois quartos para a fachada
que apresentou maior pressão do vento na simulação do modelo
experimental, não apenas estes ambientes apresentaram uma melhora
significativa da distribuição e velocidade do ar, como todos os outros
quartos e a sala do apartamento também apresentaram melhores
resultados, além da diminuição de áreas com ar estagnado neste plano
analisado.
O resultado alcançado após a alteração proposta no modelo 02
demonstra claramente, por meio das figuras 6.7 a 6.12, como uma
simples decisão na fase de projeto, baseada numa simulação do modelo
pode favorecer o conforto térmico natural em áreas com bom potencial
eólico e evitar o uso desnecessário de condicionamento artificial do ar e
consequente aumento no consumo de energia elétrica.
215
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.7 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.8 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.9 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 02 – h=1.20m
Figura 6.10 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 02 – h=1.20m
Figura 6.11 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 02 – h=2.00m
Figura 6.12 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 02 – h=1.20m
216
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
6.4 M
ODELO
01
X
M
ODELO
03
No modelo 03 foram inseridas as esquadrias em todas as janelas, ou
melhor, as aberturas foram dimensionadas para corresponderem aos vãos
livres máximos proporcionais aos modelos de cada uma das esquadrias.
Ao comparar o resultado da simulação do modelo 01 ao modelo 03,
verifica-se que apesar do aumento da velocidade do vento principalmente
próximo as aberturas de entrada e saída do ar do modelo 03, devido ao
aumento da pressão causado pela diminuição do espaço livre para a
passagem do fluxo de vento, o resultado na qualidade da distribuição do
ar no interior do apartamento não é prejudicada na mesma proporção.
É evidente que, em alguns ambientes, houve um aumento das áreas
com ar estagnado. Além disso, a velocidade do vento próximo as paredes
aumentou e no centro dos ambientes diminuiu, mas no geral apresentou
valores que podem ser considerados satisfatórios.
Interessante notar a diferença da uniformidade na distribuição do ar
entre o plano a 1,20m e o plano a 2,00m de altura no modelo 03. No
segundo plano pode-se perceber que ao inserir obstáculos uniformemente
distribuídos no vão das aberturas da área de serviço e quarto de
empregada, referentes às folhas da janela pivotante, ocorreu um aumento
da pressão do ar nestas aberturas, a velocidade do vento ao penetrar o
ambiente aumentou e consequentemente a qualidade do fluxo de ar em
todos os ambientes do apartamento no plano a 2,00m foi melhor,
considerando a distribuição mais uniforme do ar.
217
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.13 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.14 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.15 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 03 – h=1.20m
Figura 6.16 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 03 – h=1.20m
Figura 6.17 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 03 – h=2.00m
Figura 6.18 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 03 – h=2.00m
218
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
6.5 M
ODELO
03
X
M
ODELO
04
O modelo 04 se caracteriza por simular a ventilação natural no
interior do apartamento quando as portas dos quatro quartos estão
fechadas, situação muito comum quando os usuários desejam maior
privacidade em seus quartos.
Assim como esperado, ao comparar o resultado do modelo 04 com o
modelo 03 por apresentar todas as características físicas semelhantes,
com exceção das portas fechadas a resposta encontrada correspondeu
às expectativas, uma vez que não existe uma ventilação eficiente dentro
de uma ambiente onde existe uma abertura. É preciso que haja duas
aberturas, uma de entrada e outra de saída, com diferenças de pressão
entre elas para que o ar circule dentro do espaço.
Apenas na suíte houve algum movimento de ar em seu interior
porque a janela e porta do banheiro permaneceram abertas neste ensaio,
mas ainda assim não privilegiou a ventilação no quarto, que ficou tão
prejudicada como nos outros três, como comparado nas figuras 6.19 a
6.24.
Com a impossibilidade de fazer o ar circular pelos quartos, o fluxo
de ar vindo das aberturas da área de serviço e do quarto de empregada
incrementou a velocidade do ar na parte da sala próxima à varanda e na
própria varanda que acabou sendo a única abertura disponível para a
saída de todo o fluxo de ar do apartamento.
219
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.19 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 03 – h=1.20m
Figura 6.20 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 03
Figura 6.21 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 04 – h=1.20m
Figura 6.22 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 04 – h=1.20m
Figura 6.23 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 04 – h=2.00m
Figura 6.24 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 04 – h=2.00m
220
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Este resultado tem como vantagem poder alertar sobre a
importância de se analisar os costumes dos usuários em seu dia-a-dia
antes de propor uma solução final. Num projeto arquitetônico que
pretenda maximizar a ventilação natural em seu interior é de suma
importância a participação consciente do usuário para que suas atitudes
não prejudiquem o resultado final. Além disso, é importante que todos
possam controlar a intensidade e a direção dos ventos por meio do ajuste
dos vãos de abertura das esquadrias, no caso de ventos muito fortes ou
chuvas com vento.
6.6 M
ODELO
04
X
M
ODELO
05
O modelo 05 difere do modelo 04 apenas por apresentar aberturas –
conhecidas como bandeiras de 0,70 x 0,30m acima das portas dos
quatro quartos que permaneceram fechadas como no modelo anterior.
Comparando as figuras a seguir, notamos que a inserção das
bandeiras na parte superior das portas dos quartos no modelo 05 alterou
a movimentação do ar no interior dos ambientes em relação ao modelo
anterior. Analisando as imagens 6.25 a 6.30 geradas em dois planos
horizontais, nota-se que a velocidade do ar varia de 0,00 a 1,00m/s, com
algumas áreas sem movimentação de ar, mas apresenta melhor resultado
no plano a 2,00m de altura, pela maior proximidade dos vãos livres,
evidentemente.
221
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.25 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 04 – h=1.20m
Figura 6.26 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 04 – h=1.20m
Figura 6.27 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 05 – h=1.20m
Figura 6.28 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 05 – h=1.20m
Figura 6.29 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 05 – h=2.00m
Figura 6.30 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 05 – h=2.00m
222
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Após uma análise com todas as imagens geradas desta simulação
(Anexo 9) pela configuração da localização, direção e intensidade do fluxo
de ar nos quartos, chegou-se a conclusão de que a ventilação natural no
interior destes ambientes neste caso pode ser suficiente para remover a
carga rmica gerada pelos usuários, e prover o conforto térmico,
principalmente nos períodos de descanso uma vez que pode não ser
confortável uma corrente de ar forte na altura das pessoas enquanto
dormem em suas camas durante toda a noite.
Sendo assim, com menor intensidade da velocidade do vento no
interior destes ambientes no período de descanso e uma distribuição do ar
que consiga remover a carga térmica e o excesso de umidade do
ambiente pode ser suficiente para o conforto térmico dos usuários e ainda
assim permitir, neste caso, que as portas permaneçam fechadas desde
que as mesmas possuam bandeiras por onde o ar poderá circular.
6.7 M
ODELO
03
X
M
ODELO
06
O modelo 06 representa uma alteração na planta arquitetônica
original do apartamento que foi proposta pela construtora aos
compradores ainda na fase de execução do projeto e consiste na
eliminação do gabinete e consequente aumento da sala, transformação do
lavabo em banheiro social e a mudança da localização da porta do antigo
banheiro social de forma a transformar mais um quarto em suíte.
223
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.31 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 03 – h=1.20m
Figura 6.32 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 03 – h=1.20m
Figura 6.33 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 06 – h=1.20m
Figura 6.34 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 06 – h=1.20m
Figura 6.35 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 06 – h=2.00m
Figura 6.36 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 06 – h=2.00m
224
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Assim, o resultado da simulação do modelo 06 comparado ao
resultado da simulação do modelo 03 as esquadrias estão sendo
consideradas pode mostrar, em relação à qualidade da ventilação
natural no interior do apartamento, qual a melhor opção de planta
oferecida.
Analisando as imagens dos resultados das duas simulações figuras
6.31 a 6.36 pode-se dizer que em termos da qualidade da ventilação
natural na edificação a alteração do modelo 06 no geral não apresentou
vantagem em relação ao modelo 03.
Nas áreas íntimas do apartamento não aconteceu uma mudança
significativa na distribuição do fluxo de ar, mas houve uma diminuição na
velocidade do ar nestes ambientes, porém não representa um fator
negativo, uma vez que velocidade do vento acima de 1,50m/s em
ambientes fechados principalmente quando o ar está canalizado pode
causar desconforto dependendo da atividade realizada no local.
A diferença mais significativa entre os modelos aconteceu na área
social do apartamento. Com a eliminação das paredes que formavam o
espaço do gabinete, verificamos nas figuras 6.33 e 6.34, referentes ao
plano a 1,20m de altura, que uma grande área com estagnação de ar
apareceu no centro da sala e uma forte corrente de ar com velocidades
que podem ultrapassar os 2m/s se formou paralelamente à parede lateral
entre a porta da cozinha e a janela da sala. Apesar do mesmo fenômeno
225
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
não ter se apresentado no plano superior, isto pode causar certo
desconforto aos usuários.
Diferente do que geralmente é pregado em estudos sobre a
ventilação natural na edificação, nem sempre um ambiente com menos
divisões e com aberturas de entrada e saída do vento em paredes opostas
representam a melhor opção. No modelo 03, com todas as divisões da
planta original, apresentou melhor distribuição do fluxo de ar na sala e na
varanda do que no modelo 06.
A área de serviço do modelo 06 não apresentou nenhuma mudança
significativa na qualidade do fluxo de ar, principalmente no plano a 1,20m
de altura (figuras 6.33 e 6.34), mas se analisássemos o plano a 2m de
altura (figuras 6.35 e 6.36), quando o mesmo corta o meio das aberturas
da área de serviço e quarto de empregada, perceberíamos que houve um
aumento significativo na velocidade do vento na área de serviço, sem
alteração significativa na cozinha, assim como a área de estagnação do ar
na sala diminuiu e o fluxo de vento que forma uma corrente de ar no
plano de trabalho, apresenta-se com menor intensidade.
6.8 M
ODELO
01
X
M
ODELO
07
O modelo 07 voltou a excluir as esquadrias das janelas e aumentou
a largura das janelas dos quartos para toda a extensão da parede onde as
mesmas estão localizadas, ou seja, as larguras das janelas dos quartos
praticamente dobraram de dimensão, mas mantiveram a mesma altura da
abertura e do peitoril.
226
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Pode ser uma tendência acreditar que quanto maior as aberturas de
um ambiente, melhor a qualidade maior velocidade e uniformidade na
distribuição do ar. Por este motivo o resultado da simulação do modelo 07
será comparado ao modelo 01 para a análise desta hipótese.
Retomando a questão da pressão do vento na fachada do edifício,
sabe-se que apenas o quarto do lado esquerdo, no final do corredor, tem
sua janela em uma fachada de pressão positiva e, portanto caracteriza-se
como abertura de entrada do ar, enquanto que os outros três quartos tem
suas janelas localizadas na fachada de pressão negativa e
consequentemente são caracterizadas como aberturas de saída do fluxo
de ar.
Deste modo, ao comparar os resultados apresentados nas figuras
6.37 a 6.42, pode-se claramente concluir que no caso da configuração da
planta deste apartamento que apresenta em seus quartos uma abertura
para o exterior e a outra abertura para o interior aumentando uma das
aberturas de um ambiente e mantendo as demais com a mesma dimensão
e localização, sua resposta será mais expressiva quando esta abertura se
localizar na fachada de pressão positiva da edificação. Ou seja, o único
quarto onde ocorreu uma aceleração na velocidade do ar considerada
proporcional a diferença da largura da janela foi o quarto cuja abertura se
localiza na fachada de pressão positiva, apesar da configuração do fluxo
ter sido pouco afetada.
227
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.37 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.38 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.39 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 07 – h=1.20m
Figura 6.40 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 07 – h=1.20m
Figura 6.41 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 07 – h=2.00m
Figura 6.42 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 07 – h=2.00m
228
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Nos demais quartos, as mudanças verificadas no plano a 1,20m de
altura foram pouco significativas e se analisadas minuciosamente a
qualidade da ventilação interna até piorou pelo fato de ter aumentado a
área com menor velocidade de ar, principalmente no gabinete e no quarto
ao lado. no plano a 2,00m de altura, percebe-se um incremento
significativo na velocidade do ar que entra pelo quarto à esquerda da
planta. Isso ocorre porque na altura deste plano aberturas na fachada
onde estão localizadas as janelas da área de serviço e quarto de
empregada, e com menos obstáculos, o vento apresenta-se com maior
velocidade e permite uma distribuição do ar mais uniforme neste plano em
todos os ambientes do apartamento.
É interessante notar que no capítulo 2 foi citado um estudo de
Givoni (1976) onde se concluiu uma resposta diferente quando analisada
a taxa de ventilação média do ar em função da relação entre as aberturas
de entrada e saída do ar no interior de um ambiente. Em seu estudo, ele
conclui que se a entrada de ar for maior que a saída, o fluxo do ar é
reduzido, porém melhor distribuído. Já quando a abertura de saída do
vento é maior que a de entrada, a taxa de ventilação interna é maior.
Em seu estudo, este autor analisa o ambiente de forma hipotética e
isolado. Ou seja, ele determinou um modelo com todas as paredes de
mesma dimensão e duas aberturas localizadas em paredes opostas
alterando as dimensões da largura dessas aberturas. Não considerou, por
229
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
exemplo, as características do entorno, a pressão do vento nas fachadas,
entre outras variáveis.
Sabe-se que a ventilação natural, seja no meio urbano, seja no
interior de uma edificação, é de difícil predição e controle devido a uma
série de fatores que influenciam direta e indiretamente seu perfil. Assim, a
análise de apenas uma variável, apesar de poder esclarecer algumas
dúvidas na teoria, dificilmente poderá responder precisamente a uma
questão em relação ao vento.
Assim, por meio dos resultados apresentados nas simulações desta
dissertação e outro trabalho de suma importância como o de Givoni
(1976), referência no estudo da ventilação natural, percebe-se como uma
ferramenta computacional atual e complexa pode aproximar cada vez
mais a pesquisa, a prática e a realidade da arquitetura.
6.9 M
ODELO
01
X
M
ODELO
08
Terminadas as simulações dos sete modelos anteriores, percebeu-se
que o ambiente mais prejudicado em relação à qualidade da ventilação
natural foi o quarto do meio. Com exceção do modelo 02, à medida que
novas alterações eram propostas, este ambiente em geral mostrava-se
menos favorecido em relação aos demais. Assim sendo, o modelo 08
propôs uma simples alteração na localização da porta de entrada deste
ambiente para verificar se ao posicionar as aberturas em diagonal seria
possível obter uma qualidade melhor da distribuição do ar e aumento da
velocidade do vento.
230
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Figura 6.43 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.44 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 01 – h=1.20m
Figura 6.45 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 08 – h=1.20m
Figura 6.46 – Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 08 – h=1.20m
Figura 6.47 - Contorno da velocidade do
vento no interior do apartamento no
modelo 08 – h=2.00m
Figura 6.48 - Vetores da direção e
velocidade do vento no interior do
apartamento no modelo 08 – h=2.00m
231
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
Comparando as figuras 6.43 a 6.48 referentes às simulações dos
modelos 01 e 08, nota-se que no plano a 1,20 m de altura a alteração do
quarto do meio influenciou positivamente na qualidade da ventilação da
sala, do corredor e do quarto do final do corredor lado esquerdo da
imagem porém o resultado encontrado no próprio quarto onde houve a
alteração pode ser considerado pior que o anterior obtido no modelo 01,
uma vez que a área com menor velocidade do vento aumentou no modelo
08. Porém, praticamente nenhuma diferença significativa foi notada no
plano a 2,00m de altura.
Várias suposições podem ser citadas para explicar o resultado obtido
nesta última simulação, assim como todas as anteriores. Viu-se que
alguns resultados estavam dentro do esperado enquanto que outros
apresentaram resultados até surpreendentes, de certa forma. Assim, ao
término deste capítulo a resposta mais clara obtida foi a de que, para se
conseguir o melhor resultado possível da ventilação natural dentro de uma
edificação, é aconselhável, além do conhecimento teórico sobre o assunto,
recorrer ao auxílio da simulação computacional, por meio de um software
que reúna o máximo de variáveis possíveis, para se entender e tentar
prever o comportamento do vento na edificação e então poder propor as
devidas estratégias de projetos compatíveis com o objetivo de maximizar
o conforto térmico do usuário.
232
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
...
233
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
7
7
.
.
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Ã
Ã
O
O
A proposta desta dissertação foi unir a pesquisa científica à prática
profissional da arquitetura que defende o conforto ambiental, mais
precisamente o conforto térmico do usuário, utilizando como principal
estratégia de projeto o uso da ventilação natural nas edificações
localizadas em cidades de clima quente e úmido.
A divisão dos capítulos procurou seguir uma sequência lógica de
etapas a serem seguidas no exercício de projetar uma edificação
adequada ao clima local.
Inicialmente, foi apresentada a fundamentação teórica que fez um
apanhado geral sobre a relação entre a ventilação natural e a arquitetura,
dando ênfase a ventilação natural na edificação. Apesar de ser um tema
muito complexo e muito pouco estudado diante da importância que
apresenta, todo profissional que se compromete a estabelecer essa
relação em seu trabalho deve ter conhecimento teórico mínimo para
iniciar qualquer projeto bem sucedido, portanto é fundamental analisar o
que já foi pesquisado e discutido na área.
Passando pela fase teórica, a etapa seguinte foi a apresentação da
cidade universo de análise da pesquisa e o estudo minucioso do clima
local e suas principais variáveis. O levantamento dos dados climáticos dos
anos de 2003 a 2006 possibilitou inicialmente a criação de um ano
climático de referência que reuniu todos os dados climáticos dos quatro
234
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
anos disponibilizados e apresentou o perfil climático de Aracaju ao longo
de um ano, com dados sobre a temperatura do ar, velocidade e direção
dos ventos, além da umidade relativa do ar. Diante deste perfil, foi
estipulado um dia típico de projeto de verão que serviu como dado
importante na etapa de simulação computacional e análise dos resultados
por representar a situação climática mais crítica da cidade. Todo esse
processo foi realizado porque poucos estudos enfatizam de forma
detalhada o clima de Aracaju e a autora achou importante realizar esse
levantamento para poder comparar com as referências existentes. Assim,
o capítulo correspondente a esta etapa poderá colaborar para pesquisas e
trabalhos futuros, uma vez que estará disponibilizando a sistematização
dos principais dados climáticos utilizados na prática da arquitetura,
eliminando esta etapa que demanda de bastante tempo e muita atenção
para tratamento de uma quantidade enorme de dados necessários. Além
disso, a realização desta etapa logo no início mostrou o potencial climático
da cidade e a viabilidade do clima para o estudo da ventilação natural e
permitiu a continuação da pesquisa mantendo-se na mesma linha.
Seguindo o roteiro estipulado pela sequência dos capítulos, após
uma pesquisa sobre qual a ferramenta computacional mais adequada para
atingir aos objetivos estipulados no inicio deste trabalho, foi escolhido o
software CFX. Partiu-se então à etapa de investigação sobre o
funcionamento desta ferramenta e de como vencer todos os obstáculos
impostos na confecção do modelo, na geração da malha, na configuração
235
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
dos parâmetros para simulação e até mesmo da disponibilidade da
capacidade computacional disponível para rodar todas as simulações
pretendidas. Foi uma fase de grande concentração, importantes escolhas
e definições além de muito demorada, mas que no fim apresentou
resultados satisfatórios e reveladores.
À medida que se atingiu o equilíbrio entre todas as restrições
existentes (poucas referências científicas de outras simulações no interior
da edificação, definição de modelo, pouca capacidade computacional
disponível, demanda alta de tempo, busca de convergência, entre outros),
e o processo de simulação realmente se iniciou de forma proveitosa, a
definição de cada alteração proposta ao modelo base foi surgindo em
função da necessidade de se atingir novas respostas e buscar novos
desafios dentro de questões que são constantes e comuns no cotidiano da
vida profissional de um arquiteto.
O modelo escolhido para as simulações apresentava um bom
desempenho de ventilação natural em seu interior desde a primeira
simulação, devido a sua configuração, sua localização e ausência de
obstáculos significativos. Mas isso não significa que este mesmo modelo
sob outras condições externas respondesse da mesma forma. Por isso,
procurou-se deixar claro que sua escolha foi baseada na proposição de
que ele apresentasse grande potencial de ventilação natural em seu
interior justamente para que pudéssemos realmente verificar o resultado
das alterações arquitetônicas propostas. Nunca foi objetivo escolher uma
236
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
edificação com ausência de fluxo de ar interno e provar que mudando
alguma característica da arquitetura seria possível apresentar um
resultado brilhante na qualidade da ventilação natural, mesmo porque é
sabido que existem diversos fatores envolvidos neste processo.
É evidente que nem sempre será possível se conseguir o resultado
desejado numa determinada edificação, por diversos motivos que vai
muito além da tipologia do edifício, mas até nestes casos a contribuição
da simulação computacional no processo de definição de projeto será de
suma importância, pois ao perceber que o uso da estratégia da ventilação
natural não será eficiente para remover a carga térmica e a umidade de
um ambiente e assim prover conforto térmico aos usuários, o partido
arquitetônico adotado poderá ser descartado ou adaptado e então outro
partido surgirá em função da estratégia mais eficiente para atingir o
objetivo pretendido de forma a evitar o gasto desnecessário de energia
elétrica para fornecer um espaço adequado às atividades do local.
É claro que o conforto ambiental não se resume à térmica, ou a
ventilação natural. Várias técnicas e softwares ultimamente são utilizados
por especialistas na área para analisar e aliar o conforto térmico, acústico
e luminoso num mesmo projeto. Todas as estratégias adotadas, sejam
passivas e/ou ativas, devem buscar um equilíbrio entre todas as faces do
conforto ambiental, levando em consideração o uso final da edificação
para se estabelecer prioridades no caso de ser necessário prejudicar um
quesito em função de outro considerado mais importante.
237
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
No caso desta pesquisa, o foco dado foi apenas na ventilação natural
na edificação localizada em regiões de clima quente e úmido. Mas não
diminui a importância de todas as áreas do conforto ambiental e nem se
prega aqui que as soluções devem ser sempre passivas, caso contrário
não seeficiente. O que se pretende incentivar é a análise do clima local,
a definição de estratégias de projeto compatíveis ao clima e à tipologia da
edificação, e o uso de ferramentas de simulação confiáveis que preveja o
resultado final de forma a verificar a eficiência do partido adotado e, se for
o caso, propor alterações necessárias ainda em fase de projeto para se
evitar surpresas desagradáveis no final da construção, o que
provavelmente acarretaria em maior gasto com energia elétrica, maior
gasto na manutenção ou o desconforto dos usuários. Mas, é claro que a
simulação computacional também pode ser utilizada em caso de reformas
que buscam atingir melhores condições ambientais através das escolhas
mais adequadas a cada situação.
Finalizando esta pesquisa as conclusões que merecem destaque são:
Por ser um software de dinâmica dos fluidos, quando se estuda a
ventilação natural o CFX atende perfeitamente aos requisitos impostos
pela arquitetura, fornecendo resultados quanto à velocidade e direção
dos ventos, além da pressão que o vento exerce sobre a edificação;
É necessário analisar e conhecer as condições da ventilação natural no
meio urbano impostas pelas características de seu entorno e condição
238
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
climática local, para se obter uma resposta mais realista da ventilação
natural no interior da edificação;
A construção da geometria do modelo deve ser a mais próxima da
realidade possível, porém é preciso encontrar um equilíbrio entre o
nível de detalhamento deste modelo e a capacidade computacional
necessária, uma vez que quanto mais detalhada a geometria, maior
número de elementos a malha apresentará e consequentemente maior
capacidade computacional será necessária para realizar o processo de
simulação;
Apesar das simulações apresentarem os valores referentes à velocidade
do ar nos planos determinados, a análise feita nesta pesquisa
considerou qualitativamente o nível de uniformidade da distribuição dos
ventos, uma vez que, ao realizar as simulações, um valor fixo da
velocidade do vento na entrada do domínio foi determinado, porém é
sabido que na realidade esse valor varia ao longo do dia e da época do
ano e assim, neste tipo de clima a melhor alternativa é sempre
procurar trabalhar com valores referentes ao dia típico de projeto de
verão (que apresenta condições térmicas mais críticas) e prever uma
forma de controlar o fluxo de ar nas aberturas da edificação quando
necessário. Dessa forma sepossível garantir o mínimo de fluxo de ar
necessário para o conforto térmico na maior parte do ano dentro dos
ambientes analisados;
O estudo prévio da pressão do vento nas fachadas da edificação é
importante no momento de definir a localização das aberturas de
239
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
entrada e saída do ar. Ao posicionar as aberturas de entrada do ar na
fachada de maior pressão positiva do vento, melhor será a qualidade
do fluxo do ar no interior edifício, principalmente quando se tem
aberturas de saída do ar na face oposta à de entrada. E,
consequentemente, posicionando aberturas ao longo das fachadas de
pressão negativa, serão definidas as aberturas de saída do ar. Além
disso, ao simular é possível prever mais precisamente a direção e
velocidade do fluxo do ar, assim como determinar a pressão do vento
em qualquer ponto nas fachadas do edifício;
A tipologia de janelas adotadas influencia a configuração do fluxo de ar
dentro dos ambientes. No caso das janelas de correr, cujo vão livre
máximo representa 50% do total da abertura, a diferença no resultado
final quando comparadas ao fluxo do ar cujas aberturas representam
100% de vão livre não piora a qualidade da ventilação natural interna
na mesma proporção, mas provocam uma maior pressão do vento na
fachada onde se localizam, aumentando a velocidade do ar nas
aberturas e provocando a formação de correntes de ar mais fortes nas
proximidades das paredes e consequentemente pior distribuição deste
ar nos ambientes internos;
O princípio básico, para que se tenha circulação de ar no interior de um
espaço, é que é necessário que haja uma abertura de entrada e outra
de saída para que ocorra a conhecida ventilação cruzada. Nas
simulações se constatou ao se fechar algumas portas internas a
veracidade desta teoria quando analisada na prática. Também se viu
240
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
como uma simples alteração no tipo de esquadria pode solucionar este
fato, como adotar portas internas com bandeiras, por exemplo, fazendo
o ar circular por todos os ambientes mesmo mantendo a privacidade
nos ambientes proporcionada pela porta fechada;
A existência de divisórias dentro do edifício por exemplo, as paredes
limítrofes dos ambientes de um apartamento pode ser uma aliada na
distribuição do fluxo de ar, uma vez que muda a direção do ar
atingindo maior parte do ambiente antes de sair do espaço. Por outro
lado, ambientes maiores e sem divisão, proporcionam maior velocidade
do ar circulante, mas este ar pode se apresentar canalizado próximo
aos limites do ambiente e tende a aumentar as áreas de estagnação de
ar;
Existem alguns autores referência quase unânime no estudo da
ventilação natural, porém nem sempre os resultados apresentados por
eles podem ser aplicados a toda e qualquer edificação, uma vez que
um estudo hipotético e de um espaço isolado dificilmente representará
a realidade. Assim sendo, nos dias atuais é possível e extremamente
importante aliar os conhecimentos científicos e empíricos aos
tecnológicos para se obter uma melhor compreensão de todo o
fenômeno que representa a ventilação natural.
Assim, as simulações exibidas nesta pesquisa são o resultado de
uma ferramenta auxiliar e eficiente que pode ser inserida numa nova
etapa de uma metodologia de projeto arquitetônico. Uma vez que esta
241
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
prática se tornar mais difundida, algumas diferenças, entre várias outras,
poderão ocorrer no futuro:
Existirá uma arquitetura muito mais energeticamente eficiente, mais
confortável termicamente, mais apropriada ao clima local e muito mais
criativa, uma vez que ainda em fase de projeto o arquiteto tentará
buscar as melhores soluções para cada caso isoladamente, pois
entenderá que quando se trata de ventilação natural, cada caso é
único;
Um maior número de escritórios e profissionais especializados na área
surgirá prestando consultoria na área de conforto com o auxílio de
ferramentas de simulação computacional ou mesmo empregando esta
técnica em seus próprios projetos;
As prefeituras poderão utilizar esses recursos tecnológicos no
planejamento urbano de seus municípios, auxiliando melhor nas
futuras revisões ou elaborações de planos diretores;
Será possível estudar não apenas o edifício e a cidade em suas
condições atuais, como também prever como futuras ocupações
poderão influenciar em um determinado ambiente, edifício ou no meio
urbano e assim se possível traçar novas diretrizes de ocupação do
solo mais eficientes, por exemplo.
Algumas das conclusões apresentadas acima podem não representar
grandes novidades em termos teóricos na pesquisa da ventilação natural
na edificação, mas com certeza poderá esclarecer muitas dúvidas ao
242
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO
propor a análise climática juntamente com a prática da simulação
computacional concomitante ao processo de elaboração de qualquer
projeto, de forma a possibilitar a visualização clara do fenômeno antes
que o mesmo ocorra na realidade. Além disso, mostra que intuitivamente
é impossível prever a velocidade e direção dos ventos, sejam urbanos ou
no interior de uma edificação, uma vez que uma infinidade de variáveis e
fatores externos influencia diretamente no resultado final.
Concluindo, pode-se afirmar que esta pesquisa procura resgatar os
princípios básicos de uma arquitetura adequada ao clima local sem,
portanto, propor que sejam esquecidas as inovações tecnológicas
presentes cada vez mais na vida das pessoas. Ou seja, procura-se neste
trabalho reunir o conhecimento empregado na arquitetura vernacular ao
conhecimento científico e tecnológico disponíveis atualmente, para
incentivar que os mesmos sejam empregados pelos projetistas desde os
primeiros esboços do projeto, na criação de edifícios adaptados ao clima
local, com consciência do meio ambiente, proporcionando um aumento na
qualidade de vida dos usuários no interior de um espaço construído e no
seu entorno e criando espaços esteticamente agradáveis, funcionais e
ecologicamente corretos.
243
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249
ANEXOS
A
A
N
N
E
E
X
X
O
O
S
S
a. ANEXO
1
G
RÁFICOS DA MÉDIA DA TEMPERATURA DO AR MÊS A MÊS ENTRE
2003
E
2006
COM BASE NO TRATAMENTO DOS DADOS FORNECIDOS PELO
INMET.
Gráfico A.1 – Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Janeiro
Gráfico A.2 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Fevereiro
Gráfico A.3 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Março
Gráfico A.4 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Abril
Gráfico A.5 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Maio
Gráfico A.6 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Junho
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
JANEIRO
2003
2004
2005
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28
FEVEREIRO
2003
2004
2005
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
29,5
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
MAO
2003 2004 2005
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28
ABRIL
2003 2004 2005
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
MAIO
2003
2004
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
JUNHO
2003
2004
2005
250
ANEXOS
Gráfico A.7 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Julho
Gráfico A.8 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Agosto
Gráfico A.9 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Setembro
Gráfico A.10 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Outubro
Gráfico A.11 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Novembro
Gráfico A.12 - Média diária da temperatura
do ar (ºC) – mês de Dezembro
22,0
22,5
23,0
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
JULHO
2003
2004
2005
22,0
22,5
23,0
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
AGOSTO
2003 2004 2005
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
SETEMBRO
2003 2004 2005
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
OUTUBRO
2003 2004 2005
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28
NOVEMBRO
2003
2004
2005
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
DEZEMBRO
2003
2004
2005
251
ANEXOS
b. ANEXO
2
G
RÁFICOS DA MÉDIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR MÊS A MÊS
ENTRE
2003
E
2006
COM BASE NO TRATAMENTO DOS DADOS FORNECIDOS PELO
INMET.
Gráfico A.13 – Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Janeiro
Gráfico A.14 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Fevereiro
Gráfico A.15 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Março
Gráfico A.16 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Abril
Gráfico A.17 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Maio
Gráfico A.18 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Junho
60
65
70
75
80
85
90
95
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
JANEIRO
2003
2004
2005
65
68
71
74
77
80
83
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27
FEVEREIRO
2003 2004 2005
65
68
71
74
77
80
83
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
MAO
2003
2004
2005
60
65
70
75
80
85
90
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
ABRIL
2003 2004 2005
60
65
70
75
80
85
90
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
MAIO
2003 2004 2005
60
65
70
75
80
85
90
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
JUNHO
2003 2004 2005
252
ANEXOS
Gráfico A.19 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) – Julho
Gráfico A.20 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) – Agosto
Gráfico A.21 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) – Setembro
Gráfico A.22 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) – Outubro
Gráfico A.23 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Novembro
Gráfico A.24 - Média diária da umidade
relativa do ar (%) - Dezembro
55
60
65
70
75
80
85
90
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
JULHO
2003 2004 2005
60
65
70
75
80
85
90
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
AGOSTO
2003 2004 2005
60
65
70
75
80
85
90
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
SETEMBRO
2003
2004
2005
60
65
70
75
80
85
90
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
OUTUBRO
2003
2004
2005
60
65
70
75
80
85
90
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
NOVEMBRO
2003 2004 2005
65
70
75
80
85
90
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
DEZEMBRO
2003
2004
2005
253
ANEXOS
c. ANEXO
3
G
RÁFICOS DA DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS MÊS A MÊS
ENTRE
2003
E
2006
COM BASE NO TRATAMENTO DOS DADOS FORNECIDOS PELO
INMET.
Gráfico A.25 – Direção predominante dos
ventos - Janeiro
Gráfico A.26 - Direção predominante dos
ventos - Fevereiro
Gráfico A.27 - Direção predominante dos
ventos - Março
Gráfico A.28 - Direção predominante dos
ventos - Abril
Gráfico A.29 - Direção predominante dos
ventos - Maio
Gráfico A.30 - Direção predominante dos
ventos - Junho
0
100
200
300
400
500
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2004 2005 2006
0
100
200
300
400
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003
2004
2005
2006
0
200
400
600
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003
2004
2005
2006
0
100
200
300
400
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003
2004
2005
2006
0
100
200
300
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003
2004
2005
0
100
200
300
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003
2004
2005
254
ANEXOS
Gráfico A.31 - Direção predominante dos
ventos – Julho
Gráfico A.32 - Direção predominante dos
ventos - Agosto
Gráfico A.33 - Direção predominante dos
ventos – Setembro
Gráfico A.34 - Direção predominante dos
ventos - Outubro
Gráfico A.35 - Direção predominante dos
ventos - Novembro
Gráfico A.36 - Direção predominante dos
ventos - Dezembro
0
100
200
300
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003 2004 2005
0
100
200
300
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003 2004 2005
0
100
200
300
400
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003
2004
2005
2006
0
200
400
600
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003 2004 2005 2006
0
200
400
600
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003 2004 2005 2006
0
200
400
600
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
2003
2004
2005
2006
d. ANEXO
4
G
RÁFICOS DA VELOCIDAD
2003
E
2006
COM BASE NO TRATAMEN
Gráfico A.37 –
Velocidade média do vento
(m/s) - Janeiro
Gráfico A.39 -
Velocidade média do vento
(m/s) - Março
Gráfico A.41 -
Velocidade média do vento
(m/s) - Maio
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
1 4 7 10 13 16 19
22
JANEIRO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
1 4 7 10 13 16 19
22
MAO
1
°
PREDOMINÂNCIA
2
°
PREDOMINÂNCIA
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
1 4 7 10 13 16 19
22
MAIO
1°
PREDOMINÂNCIA
2°
PREDOMINÂNCIA
RÁFICOS DA VELOCIDAD
E MÉDIA DOS VENTOS M
ÊS A
COM BASE NO TRATAMEN
TO DOS DADOS FORNECI
DOS PELO
Velocidade média do vento
Gráfico A.38 -
Velocidade média do vento
(m/s) -
Fevere
Velocidade média do vento
Gráfico A.40 -
Velocidade média do vento
(m/s) -
Abril
Velocidade média do vento
Gráfico A.42 -
Velocidade média do vento
(m/s) -
Junho
22
25 28 31
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
1
4
7
10
13
16
FEVEREIRO
1°
PREDOMINÂNCIA
2°
PREDOMINÂNCIA
22
25 28 31
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
1 4 7 10 13 16
19
ABRIL
1
°
PREDOMINÂNCIA
2°
PREDOMINÂNCIA
22
25 28 31
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 4 7 10 13 16
19
JUNHO
1°
PREDOMINÂNCIA
2°
PREDOMINÂNCIA
255
ANEXOS
ÊS A
MÊS ENTRE
DOS PELO
INMET.
Velocidade média do vento
Fevere
iro
Velocidade média do vento
Abril
Velocidade média do vento
Junho
19
22
25
28
FEVEREIRO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
19
22 25 28
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
19
22 25 28
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
Gráfico A.43 -
Velocidade média do vento
(m/s) –
Julho
Gráfico A.45 -
Velocidade média do vento
(m/s) –
Setembro
Gráfico A.47 -
Velocidade média do vento
(m/s) -
Novembro
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
1 4 7 10 13 16
JULHO
1°
PREDOMINÂNCIA
2
°
PREDOMINÂNCIA
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
1 4 7 10 13 16
SETEMBRO
1
°
PREDOMINÂNCIA
2°
PREDOMINÂNCIA
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
1 4 7 10 13 16
NOVEMBRO
1°
PREDOMINÂNCIA
2
°
PREDOMINÂNCIA
Velocidade média do vento
Julho
Gráfico A.44 -
Velocidade média do vento
(m/s) –
Velocidade média do vento
Setembro
Gráfico A.46 -
Velocidade média do vento
(m/s) –
Outubro
Velocidade média do vento
Novembro
Gráfico A.48 -
Velocidade média do vento
(m/s) -
Dezembro
19 22 25 28 31
JULHO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
1 4 7 10 13
AGOSTO
1
°
PREDOMINÂNCIA
2
°
PREDOMINÂNCIA
19 22 25 28
SETEMBRO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
1 4 7 10 13
OUTUBRO
1
°
PREDOMINÂNCIA
2
°
PREDOMINÂNCIA
19 22 25 28
NOVEMBRO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
1 4 7 10 13
DEZEMBRO
1°
PREDOMINÂNCIA
2
°
PREDOMINÂNCIA
256
ANEXOS
Velocidade média do vento
Agosto
Velocidade média do vento
Outubro
Velocidade média do vento
Dezembro
16 19 22 25 28 31
AGOSTO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
16 19 22 25 28 31
OUTUBRO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
16 19 22 25 28 31
DEZEMBRO
PREDOMINÂNCIA
PREDOMINÂNCIA
257
ANEXOS
e. ANEXO
5
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
01
Figura A.1 – Localização dos planos verticais longitudinais e transversais
Figura A.2 – Modelo 01 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2.00m
Figura A.3 – Modelo 01 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2.00m
Figura A.4 – Modelo 01 - Contorno da
velocidade do vento no plano vertical
longitudinal 1 (PVL1)
Figura A.5 – Modelo 01 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
vertical longitudinal 1 (PVL1)
258
ANEXOS
Figura A.6 - Modelo 01 - Contorno da
velocidade do vento no plano vertical
longitudinal 2 (PVL2)
Figura A.7 - Modelo 01 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
vertical longitudinal 2 (PVL2)
Figura A.8 - Modelo 01 - Contorno da
velocidade do vento no plano vertical
transversal 1 (PVT1)
Figura A.9 - Modelo 01 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
vertical transversal 1 (PVT1)
Figura A.10 - Modelo 01 - Contorno da
velocidade do vento no plano vertical
transversal 2 (PVT2)
Figura A.11 - Modelo 01 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
vertical transversal 2 (PVT2)
259
ANEXOS
f. ANEXO
6
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
02
Figura A.12 - Modelo 02 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=1.20m
Figura A.13 - Modelo 02 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=1.20m
Figura A.14 - Modelo 02 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2.00m
Figura A.15 – Modelo 02 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2.00m
Figura A.16 – Modelo 02 - Contorno da
velocidade do vento no PVL1
Figura A.17 – Modelo 02 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL1
260
ANEXOS
Figura A.18 - Modelo 02 - Contorno da
velocidade do vento no PVL2
Figura A.19 - Modelo 02 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL2
Figura A.20 – Modelo 02 - Contorno da
velocidade do vento no PVT1
Figura A.21 – Modelo 02 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT1
Figura A.22 - Modelo 02 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
Figura A.23 - Modelo 02 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT2
261
ANEXOS
g. ANEXO
7
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
03
Figura A.24 - Modelo 03 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=1.20m
Figura A.25 - Modelo 03 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=1.20m
Figura A.26 – Modelo 03 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2.00m
Figura A.27 – Modelo 03 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2.00m
Figura A.28 – Modelo 03 - Contorno da
velocidade do vento no PVL1
Figura A.29 - Modelo 03 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL1
262
ANEXOS
Figura A.30 - Modelo 03 - Contorno da
velocidade do vento no PVL2
Figura A.31 - Modelo 03 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL2
Figura A.32 – Modelo 03 - Contorno da
velocidade do vento no PVT1
Figura A.33 - Modelo 03 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT1
Figura A.34 - Modelo 03 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
Figura A.35 - Modelo 03 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT2
263
ANEXOS
h. ANEXO
8
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
04
Figura A.36 - Modelo 04 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=1.20m
Figura A.37 - Modelo 04 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=1.20m
Figura A.38 – Modelo 04 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2.00m
Figura A.39 - Modelo 04 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2.00m
Figura A.40 - Modelo 04 - Contorno da
velocidade do vento no PVL1
Figura A.41 - Modelo 04 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL1
264
ANEXOS
Figura A.42 - Modelo 04 - Contorno da
velocidade do vento no PVL2
Figura A.43 - Modelo 04 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL2
Figura A.44 - Modelo 04 - Contorno da
velocidade do vento no PVT1
Figura A.45 - Modelo 04 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT1
Figura A.46 - Modelo 04 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
Figura A.47 - Modelo 04 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT2
265
ANEXOS
i. ANEXO
9
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
05
Figura A.48 - Modelo 05 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=1.20m
Figura A.49 - Modelo 05 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=1.20m
Figura A.50 - Modelo 05 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2m
Figura A.51 - Modelo 05 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2m
Figura A.52 - Modelo 05 - Contorno da
velocidade do vento no PVL1
Figura A.53 - Modelo 05 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL1
266
ANEXOS
Figura A.54 - Modelo 05 - Contorno da
velocidade do vento no PVL2
Figura A.55 - Modelo 05 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL2
Figura A.56 - Modelo 05 - Contorno da
velocidade do vento no PVT1
Figura A.57 - Modelo 05 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT1
Figura A.58 - Modelo 05 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
Figura A.59 - Modelo 05 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT2
267
ANEXOS
j. ANEXO
10
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
06
Figura A.60 - Modelo 06 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=1.20m
Figura A.61 - Modelo 06 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=1.20m
Figura A.62 - Modelo 06 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2.00m
Figura A.63 - Modelo 06 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2.00m
Figura A.64 - Modelo 06 - Contorno da
velocidade do vento no PVL1
Figura A.65 - Modelo 06 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL1
268
ANEXOS
Figura A.66 - Modelo 06 - Contorno da
velocidade do vento no PVL2
Figura A.67 - Modelo 06 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL2
Figura A.68 - Modelo 06 - Contorno da
velocidade do vento no PVT1
Figura A.69 - Modelo 06 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT1
Figura A.70 - Modelo 06 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
Figura A.71 - Modelo 06 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT2
269
ANEXOS
k. ANEXO
11
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
07
Figura A.72 - Modelo 07 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=1.20m
Figura A.73 - Modelo 07 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=1.20m
Figura A.74 - Modelo 07 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2.00m
Figura A.75 - Modelo 07 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2.00m
Figura A.76 - Modelo 07 - Contorno da
velocidade do vento no PVL1
Figura A.77 – Modelo 07 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL1
270
ANEXOS
Figura A.78 - Modelo 07 - Contorno da
velocidade do vento no PVL2
Figura A.79 - Modelo 07 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL2
Figura A.80 - Modelo 07 - Contorno da
velocidade do vento no PVT1
Figura A.81 - Modelo 07 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT1
Figura A.82 - Modelo 07 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
Figura A.83 - Modelo 07 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT2
271
ANEXOS
l. ANEXO
12
-
I
MAGENS COMPLEMENTARES DA SIMULAÇÃO DO MODELO
08
Figura A.84 - Modelo 08 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=1.20m
Figura A.85 - Modelo 08 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=1.20m
Figura A.86 - Modelo 08 - Contorno da
velocidade do vento no plano horizontal
h=2.00m
Figura A.87 - Modelo 08 - Vetores da
velocidade e direção do vento no plano
horizontal h=2.00m
Figura A.88 - Modelo 08 - Contorno da
velocidade do vento no PVL1
Figura A.89 - Modelo 08 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL1
272
ANEXOS
Figura A.90 - Modelo 08 - Contorno da
velocidade do vento no PVL2
Figura A.91 - Modelo 08 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVL2
Figura A.92 - Modelo 08 - Contorno da
velocidade do vento no PVT1
Figura A.93 - Modelo 08 - Vetores da
velocidade e direção do vento no PVT1
Figura A.94 - Modelo 08 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
Figura A.95 - Modelo 08 - Contorno da
velocidade do vento no PVT2
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