tais problemas das instituições de ensino são requeridos redobrados esforços em busca da eficiência
organizacional.
A partir deste novo panorama configurou-se o acirramento competitivo no setor educacional superior nacional,
requerendo das instituições redobrados esforços para a busca de eficiência organizacional. Esta situação tem
colocado em cheque a visão purista comumente existente nas IES, de que a educação deva ser vista como um ato
pedagógico e deixando a margem as ações e implicações econômicas, administrativas e financeiras.
Desta forma, cabe mencionar a necessidade de um equilíbrio entre a visão pedagógica e a visão de negócio de
modo a garantir o desenvolvimento e a longevidade destas instituições.
Neste sentido, Rebechi e Almeida (2005) afirmam que as IES têm aprendido a construir novos formatos
organizacionais em especial os cursos de administração. Estes últimos têm sido fontes ricas de informações e
dados, construindo novas estruturas a partir do conhecimento educacional em conjunto com o conhecimento
empresarial. Os autores questionam ainda a eficácia das organizações acadêmicas, pois, por um lado há uma
indústria do saber, rica em acúmulo de conhecimentos, e por outro, há uma organização frágil em seus processos
e rotinas administrativos. Apesar de nas IES se apregoarem o uso de ferramentas administrativas visando a
melhorar a gestão dos processos acadêmicos e administrativos, por outro estas instituições parece terem
dificuldades de incorporar as boas práticas de gestão. Nesta direção, estudos mostram que boa parte das IES não
utiliza o que ensinam em termo de ferramentas de gestão (RODRIGUES; MACCARI; ALMEIDA 2004).
A boa gestão das organizações acadêmicas é complexa e difícil, especialmente porque requer conjuntos de
ferramentas e estratégias gerenciais específicas para seus cursos de graduação e de pós-graduação. Isto porque os
objetivos e as regras da graduação são diferentes dos objetivos e regras da pós-graduação.
A partir deste contexto, o problema objeto da pesquisa que se pretende abordar neste trabalho é o uso de
ferramentas para gestão estratégica da pós-graduação. Especificamente, trata-se aqui do modelo de
planejamento estratégico utilizado em um programa de pós-graduação stricto sensu em administração, por meio
de uma pesquisa-ação. Para tanto, pretende-se como objetivo evidenciar a relevância do planejamento
estratégico, como ferramenta de gestão estratégica para um programa de pós-graduação em administração
(PPGA), num estudo de caso do PPGA do Centro Universitário Nove de Julho – UNINOVE, usando como base
o modelo proposto por Almeida (2003).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O processo de planejamento pode ser tão importante quanto o plano dele resultante. O planejamento encoraja a
administração a pensar sistemicamente no que aconteceu, está acontecendo e o que acontecerá. Ele força a
empresa a definir melhor seus objetivos e políticas, leva a uma melhor coordenação de seus esforços e oferece
padrões de desempenho mais claros para controle (KOTLER, 2003).
Planejamento Estratégico é uma técnica administrativa que procura ordenar as idéias das pessoas, de forma que
possam criar uma visão do caminho a seguir. Depois de ordenar as idéias, são ordenadas as ações, que é a
implementação do plano estratégico, para que, sem desperdício de esforços, caminhem na direção pretendida
(ALMEIDA, 2003).
No âmbito da conceituação, Maximiano (2004) aduz igualmente que planejamento estratégico é um processo
intelectual, que consiste em estruturar e esclarecer a visão dos caminhos que a organização deve seguir e os
objetivos almejados, aplicando-se tanto à organização em sua totalidade como a cada uma de suas partes. Para
Batman e Snell (1998) o planejamento estratégico envolve as tomadas de decisão sobre os objetivos e estratégias
de longo prazo.
Planos estratégicos, além de sua análise interna, têm uma orientação externa forte e envolvem as partes
principais da organização. Fischmann e Almeida (1991) chamam a atenção para esta dualidade do planejamento
estratégico. Na visão destes autores, o planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, por meio da
análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos
fortes e fracos para o cumprimento da sua missão. A rigor, a partir desta consciência, estabelece o propósito de
direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos.
Anexo à auditoria ambiental como seu fundamento, o processo do planejamento estratégico envolve também o
estabelecimento ou criação da missão e sua interpretação no ambiente futuro de operação da organização.
Wright, Kroll e Parnell (2000) afirmam que para cumprir a missão, a organização necessita explicitar seus
propósitos de maneira genérica, mas duradoura, visando a identificar o alcance de suas operações e como a
organização irá agir com seus vários stakeholders. Adicionalmente, a organização necessita explicitar sua visão
estratégica, que vai além da declaração de missão; é sua projeção no futuro. Isto se faz necessário para prover
uma perspectiva em relação ao direcionamento e em que a organização pode transformar-se. A declaração da
visão idealmente explicita o direcionamento da organização no longo prazo e seu intento estratégico
(BATEMAN; SNELL, 1998). Idealmente, a finalidade da declaração de uma missão / visão estratégica é