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atividade incessante, a um tempo restrita a esferas locais de influência e
interagindo com níveis mais “altos” de vizinhança – zona, distrito e
assim por diante. Poderíamos imaginar, talvez, que um apartamento num
prédio de um bloco fosse como um neurônio. A constante atividade no
interior de um edifício qualquer, com as pessoas se movendo inquietas
ou lentamente, descansando, precipitando-se de um ambiente a outro e
para fora em direção ao mundo mais amplo da rua e da própria cidade,
seria similar aos elementos químicos, ou transmissores, que são usados
como mensagens de uma célula nervosa à próxima. Os transmissores são
usados para vencer o hiato, a sinapse, entre os neurônios. Primeiro, um
neurônio gera um sinal elétrico que dura um milésimo de segundo, cuja
amplitude pode ir de algo como sessenta mil a noventa mil avos de um
volt: este é o potencial de ação, um bip elétrico que desce até ao final do
neurônio em velocidades de até 155 quilômetros por hora. Quando ele
atinge o final do neurônio, o impulso elétrico age como um gatilho para
que o transmissor seja liberado. O transmissor rapidamente se espraia
através da estreita sinapse entre as duas células, e se une – num aperto de
mão molecular – a um elemento químico feito sob medida (receptor),
embutido fora do neurônio-alvo. Esse aperto de mão molecular, talvez
mais próximo a uma mão que se acomoda bem numa luva, inicia o passo
final, a geração de um novo potencial de ação na célula-alvo. Este
processo, transmissão neuronal, é o mecanismo mais bem conhecido
através do qual células cerebrais se comunicam umas com as outras; é
considerado a estrutura de base de praticamente todas as operações
cerebrais. (Greenfield, 2000, p.7)
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Ela abandona a comparação com a floresta amazônica em nome de uma
comparação com o espaço construído. O cérebro, em sua imensidão neuronal, pode ser
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“The 100 billion neurons in the adult human brain have been linked previously to the number
of trees currently in the Amazon rain forest. Yet I now think that a bustling metropolis, like
New York City, would be a better analogy. New York City can be divided up on a gross
scale into different boroughs, then into different districts and neighborhoods, and finally into
blocks. But within each block there is an incessant activity both restricted to local spheres of
influence as well as interaction with the “higher” levels of neighborhood – district, borough
and so on. Any one room in a building on a block could, perhaps, be fancifully likened to a
neuron. The constant activity within any building, with people darting, lingering, resting, and
rushing between rooms and out into the wider world of the street and the city itself, would be
similar to the chemichals, or transmitters, that are used as messengers from one brain cell to
the next. Transmitters are used to the bridge the gap, the synapse, between neurons. First,
one neuron generates an electrical signal lasting a thousandth of a second, and of one
amplitude ranging, anywhere from some sixty thousandths to ninety thousandths of a volt:
this is the action potential, an electrical bip that hurtles down to the end of the neuron at
speeds up to 250 miles per hour. Once it reaches the end of the neuron, the electrical impulse
acts as a trigger for the transmitter to be released. The transmitter then diffuses rapidly across
the narrow synapse between the two cells, and joins in a molecular handshake with an
appropriate custom-made chemical (receptor) embedded on the outside of the target neuron.
This molecular handshake, perhaps more akin to a hand fitting in a glove, initiates the final
step, the generation of a new action potential in the target cell. This process, synaptic
transmission, is the best-known mechanism by which brain cells communicate with one
another; it is regarded as the basic building of virtually all brain operations”.