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Cláudio Camargo Coelho
ANALISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA E
APLICAÇÃO DO MODELO GRAVITACIONAL AOS
FLUXOS TURÍSTICOS PARA O BRASIL
Belo Horizonte
Centro Universitário UNA
Agosto
/
2009
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Cláudio Camargo Coelho
ANALISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA E
APLICAÇÃO DO MODELO GRAVITACIONAL AOS
FLUXOS TURÍSTICOS PARA O BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa
de Mestrado em Turismo e Meio
Ambiente do Centro Universitário UNA,
como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Turismo e Meio
Ambiente.
Orientador:
Dr. José Euclides Alhadas
Cavalcanti
Co
-
orientadora: Dr
a
. Wanyr Romero
Ferreira
Belo Horizonte
Centro Universitário UNA
Agosto
/2009
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Dados
Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C672a Coelho, C
láudio Camargo
Análise estatística multivariada e a
plicação d
o
modelo
gravitaciona
l aos fluxos turísticos para o Brasil
/ Cláudio Camargo
Coelho
2009
64
f.: il.
Orientador: Dr. José Euclides Alhadas Cavalcanti
Dissertação (mestrado)
Centro Uni
versitário UNA, Programa
de Mestrado em Turismo e Meio Ambiente.
Bibliografia f.
61-64
1. Turismo 2. Turismo
Brasil. I. Cavalcanti, José Euclides
Alhadas. II. Centro Universitário UNA. III. Título
CDU:338.482
Esta Dissertação foi julgada adequada para a obtenção do
Título de Mestre em Turismo e Meio Ambiente e aprovada
pelo Programa de Mestrado em Turismo e Meio Ambiente do
Centro Universitário UNA
Aprovada em: _______________________________.
Banca Examinadora:
___________
________________________________
Prof.
Dr. José Euclides Alhadas Cavalcanti
___________________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Wanyr Romero Ferreira
___________________________________________
Prof.
Dr.
Geraldo Moreira da Rocha Filho
Belo H
orizonte
Centro Universitário UNA
Agosto
/2009
A meus
pais
,
irmãs
, à minha eterna companheira
Aline
e a
meu filho
João Cláudio
que me apoiaram com muito
carinho em todos os momentos deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao
s Profs. Dr. José Euclides Alhadas Cavalcanti
e
Dr
a
. Wanyr Romero Ferreira
pelo
competente trabalho de orientação e pela confiança em mim depositada e ao prof. Dr.
Geraldo Moreira da Rocha Filho, avaliador externo
;
Aos amigos do ISE
ED,
Argemiro Afonso D. Lessa, Renato
Valony
, Zenon Batista e
especialmente, Paulo R. Carvalho, Tita, Antônio Baeta, Tirso Tarrau e Marlon Aredes,
pela ajuda e apoio nas horas difíceis, e também à
Prof
a
. Maria de Fátima Mesquita de
Miranda pela ajuda e confiança;
Aos meus pais Osvaldo e Gláuc
ia pelo incentivo aos estudos durante todos estes anos;
Aos Professores e Funcionários do Curso de Mestrado em Turismo e Meio Ambiente que,
de alguma forma, contribuíram para o bom desenvolvimento do trabalho;
Aos meus colegas do programa pela ajuda, carinho, amizade e colaboração em todos os
momento da pesquisa;
Ao amigo Evandro Oliveira pelo apoio material e ajuda junto à Embratur, Carolina pela
revisão e ao comandante Montandon pelas traduções
;
A todos,
inclusive os que porventura eu tenha esquecid
o de citar aqui,
muito obrigado.
RESUMO
As análises e
statística
s e, mais recentemente, a
formulação
de
Model
os
Matemáticos
são
ferrament
as
das mais importantes
para
a
pesquisa
em qualquer área do
conhecimento, porém, ainda pouco explorad
as
em pesquisas da área de Turismo. Este
trabalho
busc
a preencher uma lacuna existente nos estudos quantitativos aplicados ao
Turismo, analizando alguns fatores que contribuem ou prejudicam os fluxos turísticos
internacionais para o Brasil.
Aplicou
-
se
o modelo gravitacional de Issac Newton que é
usado amplamente na Física e que, aos poucos, vem
sendo usado
também
para modelar
quantitativamente
problemas típicos das Ciências Humanas e Sociais. Na pesquisa,
comprovou
-
se
que o modelo gravitacional pode ser aplicado para o estudo dos fluxos
turísticos entre os principais países emissores e o Brasil. A aplicação do modelo
comprovou que a distância
é
um fator que influencia negativamente o fluxo turístico, e
que
a renda e o
PIB dos países emissores
são
fatores que influenciam po
sitivamente.
Palavras
-
chave
: Turismo, Modelo Gravitacional,
Fluxos turísticos
.
ABSTRACT
Statistical analyses and more recently the formulation of some Mathematical
Models
are important
instruments
used as research field in any area, not
properly
exp
lored
so far in tourism research. This work is intended to fill an existing gap in the quantitative
studies related to the tourism, assessing some factors which contribute or cause damage to
the international tourist flow to Brazil. We have applied the Gravitational Model of Isa
ac
Newton which is widely used in Physics and that has been gradually used to shape
quantitatively situations coming from the Human & Social Sciences, as well. In this
research, we have proved that we can apply the gravitational model to the tourist flows
among that main countries and Brazil, taking into account the "distance" as a factor that
affects negatively the tourist flow. On the other hand, "high income" and "GDP (Gross
Domestic Product)" are factors that influence positively.
Key
-
words
: Tourism, Gravitational Model, Tourist Flows
.
LISTA DE
ILUSTRAÇÕES
FIGURA
1
T
OTAL DA DEMANDA TURÍ
STICA EM 2007
(
EM
%)
.......................................24
FIGURA
2
D
EMANDA TOTAL POR VIAGENS E TURISMO NA
A
MÉR
ICA DO
S
UL ...............27
FIGURA
3
E
SQUEMA DO PROCESSO D
E MODELAGEM MATEMÁTI
CA
................................ 35
FIGURA
4
D
IAGRAMA DE FORÇAS
.................................................................................. 39
FIGURA
5
F
LUXO DE TURISTAS PAR
A O
B
RASIL .............................................................47
FIGURA
6
PIB
DOS PAÍSES EMISSORE
S
(
MILHÕES DE
US$)............................................. 47
FIGURA
7
IDH
DOS PAÍSES EMISSORE
S
(
MULTIPLICADO POR
1000) ............................... 48
FIGURA
8
DISTÂNCIA
DOS PAÍSES EMISSORE
S
(
KM
) ................................................... 49
FIGURA
9
POPULAÇÃO
DOS PAÍSES EMISSORE
S.......................................................... 49
FIGURA
10
M
ATRIZ DE DISPERSÃO DE VARIÁVEIS MÉTRICAS......................................... 51
FIGURA
11
D
ENDOGRAMA
(
PAÍSES EMISSORES
)............................................................. 53
LISTA DE TABELAS
TABELA
1
T
OTAL DE DEMANDA TURÍ
STICA EM 2007
EM BILHÕES DE
US$ .................... 24
TABELA
2
C
RESCIMENTO DA DEMAND
A P
OR VIAGENS E TURISMO
NOS ÚLTIMOS 10
ANOS
(
CRESCIMENTO REAL
) ................................................................................................. 26
TABELA
3
D
EMANDA TOTAL POR VIA
GENS E TURISMO.................................................. 27
TABELA
4
F
LU
XO TURÍSTICO DOS PRI
NCIPAIS PAÍSES EMISS
ORES DE TURISTAS PAR
A O
B
RASIL
D
ADOS REFERENTES A 2005........................................................................... 28
TABELA
5
F
LUXO
,
PIB,
IDH,
D
ISTÂNCIA E
P
OPULAÇÃO DOS PRINCIP
AIS EMISSORES DE
TURISTAS PARA O
B
RASIL ...........................................................................................45
TABELA
6
LN
(F
LUXO REAL
)
E LN
(F
LUXO CALCULADO PELO
MODELO
).......................... 55
TABELA
8
LN
(F
LUXO REAL
)
E LN
(F
LUXO CALCULADO PELO
MOD
ELO
,
USANDO
P
OPULAÇÃO
)............................................................................................................... 57
LISTA DE ABREVIATURAS
CST
Conta Satélite do Turismo
EMBRATUR
Instituto
Brasileir
o
de Turismo
IBGE
-
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH
Índice de Desenvolvimento Humano
ILO
International Labour Organization
IMF
International Monetary Fund
OMT
-
Organização Mundial de Turismo
PIB
Produto interno bruto
UNCTAD
United Nations Conference on Trade and Development
UNESCO
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
WTO World Tourism Organization
WTTC
World Travel & Tourism Council
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 11
2. PROPOSTA DE PESQUISA.................................................................................. 12
2.1
OBJETIVOS.................................................................................................. 14
2.1.1
OBJETIVO GERAL.................................................................................. 14
2.1.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................... 14
3. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 16
3.1. O TURISMO NA ATUA
LIDADE..................................................................... 16
3.1.1 O TURISMO INTERNACIONAL............................................................... 17
3.1.2 DADOS ESTATÌSTICOS DO TURISMO INTERNCIONAL.................... 21
3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM OS FLUXOS TURISTICOS....................... 29
3.3 ESTATÍSTICA MULTIVARIADA.................................................................... 32
3.4 MODELAGEM
MATEMÁTICA ....................................................................... 33
3.4.1
O MODELO GRAVITACIONAL ............................................................ 36
4. METODOLOGIA.................................................................................................... 40
4.1 EXAMINANDO OS DADOS............................................................................. 40
4.2 ESTATÍ
STICA MULTIVARIADA E ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS ...... 41
4.3 MODELO GRAVITACIONAL DO TURISMO................................................. 42
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 45
5.1 ANÁLISE EXPLORATÓRIA DOS DADOS..................................................... 45
5.2 ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS.................................................................... 52
5.3 O MODELO GRAVITACIONAL ...................................................................... 54
6. CONCLUSÕES........................................................................................................ 58
7. REFERÊNCIAS....................................................................................................... 59
11
1. INTRODUÇÃO
O turismo é uma atividade
econômica
de vital importância para os países em
desenvolvimento principalmente na geração do PIB, na geração de poupança interna, na
arrecadação de impostos, na geração de empregos, na geração de produção e demanda e
na manutenção do equilíbrio do fluxo populacional entre regiões
e com o exterior
(IBGE,
2005:2
).
Essa
visão é confirmada também por Silva (2004
:9
), quando aponta que
o
turismo pode ser um meio para se atingir o desenvolvimento econômico em regiões
periféricas que o fluxo de turistas ricos dos centros metropolitanos deveria injetar
moeda estrangeira e gerar empregos.
É importante destacar
que o
considerável crescimento dos fluxos
turísticos
internacionais, medidos por instituições internacionais tais como a OMT (Organização
Mundial do Turismo) e WTTC (World Travel & Tourism Council),
traz
à tona a
necessidade de se analisar e
de
interpretar os fatores de atração e repulsão que exer
cem
influência nestes fluxos, tais como: a distância entre os países, a renda per capita do país
emissor, a população do país emissor,
ou o seu PIB
.
Essas
e outras informações sobre os fluxos turísticos o normalmente escassas e
incompletas, o que dificul
ta
, tanto para o setor privado quanto para o governamental, a
formulação de políticas públicas, planejamentos estratégicos e a eficiência nos negócios.
A utilização de um modelo matemático permite tal análise e estudo, além de preencher
algumas lacunas deixadas pelos poucos estudos quantitativos e aplicações da estatística no
turismo
.
12
2. PROPOSTA DE PESQUISA
A utilização de dados estatísticos em estudos no turismo é um campo de pesquisa
dos mais importantes, e, ao mesmo tempo, ainda pouco explorado. Nos pa
íses da América
do Sul encontram-se poucos dados estatísticos ou literatura a respeito, e no caso
específico do Brasil, apesar dos esforços de órgãos governamentais como EMBRATUR e
IBGE, a falta de informações é notável. Muitos dados importantes não são coletados, o
que dificulta qualquer tipo de estudo mais profundo. Além
disso,
boa parte das
informações disponibilizadas pelos setor
es
público e privado é inconsistente, pouco
confiável e, por conseguinte, inútil
(SANTOS, 2003:1). Esta falta de estudos, não no
âmbito estatístico, é confirmada também por Assis (2003:10): convém lembrar também
que, a despeito do boom do turismo no mundo, os estudos acadêmicos no Brasil ainda são
recentes (emb
ora, em expressivo crescimento)
.
Para o turista, as finalidades de sua viagem são basicamente de ordem recreativa
ou em menor escala de natureza profissional, porém, em ambos os casos, as atividades são
eminentemente de natureza econômica, sendo voltadas para a recepção, a prestação de
serviços e a satisfação das necessidades dos turistas. Segundo Lage & Feitosa (2002:3),
todas as viagens, sendo para fins turísticos ou não, motivadas por públicos diferenciados,
têm fundamentação econômica
pela demanda, satisfazem a necessidades ilimitadas, e,
pela oferta, atendem aos interesses da lucratividade gerando riqueza para o país ou região
que o
explora
adequa
damente.
Portanto, as estatísticas no turismo são de vital importância para
que
os
gestores
públicos tomem conhecimento de como ocorrem ou se processam os fluxos turísticos em
seus territórios e possam fazer um correto planejamento e alocação de verbas de
13
investimento no turismo, tão necessário neste setor que se caracteriza por ser
uma
atividade atípica,
na qual o bem não se desloca até o mercado:
Trata
-se de um bem que não se desloca até o local de consumo, sendo antes o
consumidor a deslocar-se a fim de consumir o bem; Trata-se de um bem de
luxo, e, por conseguinte, de um bem cujo consumo aumenta à medida que
aumenta a rendimento dos consumidores; Trata-se de um bem de exportação.
Na verdade, a venda de um produto ou serviço turístico consiste também num
ato de exportação, na medida em que o consumidor-turista vem adquirir a um
país estrangeiro algo não adquirido no seu próprio país, importando assim o
bem em causa (com única diferença de ter sido o consumidor
e não o produto
a deslocar-se até o local de consumo); Trata-se de um bem em que os atos de
aquisição e de consumo não são simultâneos, sendo antes defasados no tempo;
Finalmente, o turismo pode ser encarado como uma transferência espacial de
poder de compra, uma vez que os visitantes auferem os seus rendimentos num
local diferente daquele em que vão despendê-lo, havendo por isso lugar a uma
transferência espacial de rendimentos cada vez que alguém adquire um pr
oduto
turístico. (MATIAS, 2003:8)
Os países da América Latina têm aumentado o seu interesse pelo turismo, pois esta
atividade
dinâmica
pode servir como fonte de geração de renda, emprego, crescimento do
setor privado, aperfeiçoamento da infra-estrutura e, basicamente, para o enriquecimento
dos países e aumento da qualidade de vida das
pessoas
. O turismo também possui a
vantagem de não requerer o mesmo volume de investimentos e desgastes de recursos
para
colocá
-
lo
no mercado internacional que outras atividades requerem, tais como um
carregamento de minerais ou de produtos agricolas.
O incremento turístico é especialmente estimulado nos países em
desenvolvimento como suplementares a outras formas de crescimento
econômico, tais como manufatura ou exportação de recursos naturais
(OMT
2003:17).
Por ser uma atividade atípica, que vai além dos setores convencionais da
economia, abrangendo aspectos econômicos, sociais, religiosos, culturais, etc., o turismo
deve ser compreendido em sua totalidade para que possa vi
r a ser uma importante fonte de
riquezas para o país. Hoje, ele pode ser considerado como uma dimensão vital da
integração global e das atividades comerciais e que poderá vir a ser a maior fonte global
de trocas internacionais (VIETZE, 2008:3).
14
O turismo tem no território, na paisagem natural, no patrimônio histórico e na
cultura popular suas principais matérias-
primas.
Seu estudo abrange áreas tão distintas
como sociologia, história, geografia, administração e economia, dentre outros. Os
métodos quantitativos são ferramentas importantes para auxiliar na compreensão deste
fenômeno complexo. Assim, as análises envolvidas nos estudos de turismo não podem
ficar restrit
as
às ferramentas tradicionais, é necessário fazer uso de instrumentos não
convencionais, dent
re eles a modelagem matemática e a geografia econômica.
2.1
OBJETIVOS
2.1.1
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é a
nalisar
os fluxos turísticos
para
o Brasil d
os
principais países emissores de turistas, utilizando-
se
a
estatística multivariada e
a
modelag
em matemática, mais especificamente o modelo gravitacional do turismo.
2.1.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar se as ferramentas da estatística tradicional e da estatística
multivariada conseguem explicar e analisar as principais características da
distribuição do fluxo de turistas entre o Brasil e os vinte principais países
emissores de turista
s do mundo (origens e destinos).
Determinar as relações de atração e repulsão dos fluxos turísticos dos
principais países emissores em relação ao Brasil, valendo-se de um mo
delo
de relacionamento,
do tipo inverso quadrado (modelo gravitacional).
15
Analisar as causas que podem influenciar os padrões existentes nos fluxos
turísticos atuais
entre os vinte maiores emissores de turistas para o Brasil.
16
3
.
REFERENCIAL TEÓRICO
3.1
. O
TURISMO NA ATUALIDADE
Vive
-se numa época em que as transformações ocorrem num nível de agilidade
cada vez mais intenso. Estas transformações atingem, dentre outras, as áreas de transporte
e de comunicação, que exercem forte
influê
ncia
em todas as atividades humanas, entre
elas, a atividade turística. Com o advento das comunicações via satélite e a Internet, a
lgo
que acontece em algum lugar remoto do planeta chega ao conhecimento de todo o mundo
em poucas horas, isto quando o acontecimento não for em tempo
real
. E também em
poucas horas pode-se chegar ao local, devido ao grande avanço nos meios de transporte
(principalmente com o barateamento do transporte aéreo). Com todas essas
transformações, que provocam o
encurtamento dos espaços,
o turismo
tem sofrido
grandes
mudanças nos últimos anos. Apesar das catástrofes e de todos os problemas mundiais
recentes (gripes aviária e suína, tsunami, guerras, terrorismo), ele vem crescendo como
poucas atividades no mundo, e ajudando no desenvolvimento de diversas localid
ades.
É
uma atividade que tem crescido substancialmente durante o último quarto de século como
um fenômeno econômico e social (IBGE, 2006), mesmo levando-se em conta a queda de
8% entre janeiro e fevereiro de 2009, devido ao impacto da recessão econômica m
undial e
da crise referente à gripe A(H1N1), o que, segundo a OMT (2009) provocará uma
diminuição de 2% ou 3% no movimento turístico do ano de 2009.
17
3.1.
1 O TURISMO INTERNACIONAL
Turismo pode ser entendido de várias formas. Boyer (2003:16) o define como
sendo um conjunto dos fenômenos resultantes da viagem e da estadia temporária de
pessoas fora de seu domicílio, na medida em que este deslocamento satisfaz, no lazer,
uma necessidade cultural da civilização industrial , ou, segundo Massieu,
Como atividade econômica, o turismo, por uma parte, está definido pela
demanda e pelo consumo dos visitantes, sejam eles turistas (quer dizer,
visitantes que pernoitam) ou visitantes de um dia. Por outro lado, o turismo se
refere aos bens e serviços produzidos para atender a referida demanda. [ ],
inclui uma ampla gama de atividades diferentes por exemplo, [ ], alojamento,
abastecimento, compras, serviços de agencias de viajem, operadores de turismo
receptivo e emisor
(MASSIEU
, 2004:34)
1
.
Neste
trabalho adotou-
se
a defini
ção
da Organização Mundial do Turismo (OMT):
são as atividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente
habitual por não mais de um ano consecutivo, para lazer, negócios ou outros objetivos
(OMT 2003:18). o termo viagem é o ato de uma pessoa sair de sua comunidade por
negócio ou prazer, mas não para viajar diariamente indo e vindo do trabalho ou da escola
(GEE
2
et al. apud OMT 2003:18)
.
Segundo Boyer (2003:39), o fenômeno designado, na época romântica, por uma
nova palavra, por um neologismo, decorre de The Tour, fenômeno original, nasceu e se
desenvolveu na Inglaterra do culo 18 que fez todas as
Revoluções
: industrial, agrícola,
financeira
. Acrescenta-
se
a Revolução Turística; os aristocratas, os rendeiros da terra, que
co
ncentravam as honras, ameaçados de perder uma parte de seu poder em proveito da
1
como actividad económica, el turismo, por una parte, está definido por la demanda y el consumo de los
visitantes, ya sean turistas (es decir, visitantes que pernoctan) o visitantes del día. Por otra parte, el turismo
se refiere a los bienes y servicios producidos para atender a dicha demanda. [ ], incluye una amplia gama
de actividades diferentes por ejemplo, [ ] alojamiento, abastecimiento, compras, servicios de agencias de
viaje, operadores de turismo receptivo y emisor.
2
Gee, C.Y, Makens, J. C.
and C
hov, D. J. L.
The travel industry
(2nd Ed.).
New York, NY: Van Nostrand
Reinhold
-
1989
18
burguesia ascendente, entenderam distinguir-se ao exaltar valores da gratuidade: a riqueza
ociosa, uma cultura greco-romana, jogos e esportes com regras complexas (o que
desenc
orajava imitação), viagens sem obrigação e para os jovens educados nos melhores
colégios, a educação recebia seu acabamento com
The Tour
(
BOYER, 2003:39)
.
Pode-
se
dizer que o turismo é uma das invenções humanas voltadas, em suas
origens, para as elites. Ai
nda segundo Boyer:
as primeiras antecipações datam do século 16, com alguns viajantes humanistas
que tiveram curiosidade pela Itália e o apetite pela Antigüidade. (...) As grandes
descobertas datando do século 18: propus chamar o seu conjunto de Revolução
Turística. Surgiu então o amor pelo campo, que se torna lúdico, a transformação
das práticas populares de uso das águas no termalismo mundano das estações
termais que se estendeu até os balneários oceânicos o novo desejo de ir aos
limites e as invenções sucessivas das Geleiras, do Mont Blanc e do alpinismo e,
enfim, a longa temporada de inverno no sul da França
(BOYER, 2003:19)
.
O turismo contemporâneo é herdeiro destas formas elitistas. Passou-se de um
pequeno número às massas sem revolucionar o conteúdo (BOYER, 2003:31), e surgiu
como uma movimentação (de massas ou não), principalmente, internacional. Ele não foi o
resultado de geração
espontânea
. Lanfant (1995:25) diz que seu desenvolvimento foi
impelido por um poderoso aparato de promoção turística, apoiado altamente por grandes
organi
zações internacionais
Nações Unidas, ILO, UNCTAD, IMF, UNESCO, e Banco
Mundial.
De acordo com a OMT (OMT 2003:19), o turismo internacional difere do turismo
doméstico e ocorre quando o viajante cruza a fronteira de um país. Mas não pode s
er
considerado, segundo Lanfant:
como uma simples extensão do turismo doméstico, levado por uma irresistível
propensão para viajar, ou reduzir sua
significância
econômica simplesmente
pela sua contribuição ao comércio internacional. O turismo internacional se
tornou um elo de ligação entre dois mundos, desiguais em seus
desenvolvimentos: a sociedade pós-industrial emissora, e os países em
desenvolvimento
(LANFANT, 1995:28)
.
Lanfant
(1995)
ainda completa que o turismo coloca junto, grupos sociais com
19
discursos contrastantes: países desenvolvidos ou em desenvolvimento, populações
urbanas e rurais, sociedades tecnológicas e t
radicionais;
fenômeno que estabelece n
ova
s
relações sociais.
O interesse pelo estudo do turismo internacional sempre foi grande, sobretudo por
razões econômicas, porque essa forma de deslocamento desempenha importante papel nos
fluxos comercial e monetário entre
as
nações, sendo em alguns casos, a principal fonte de
receitas de uma localidade ou amesmo de um país. Apesar deste interesse maior pelo
turismo internacional, não se pode esquecer que ele se relaciona com o turismo doméstico,
pois as escolhas dos viajantes mudam dependendo das circunstâncias, e o turismo
doméstico pode ser substituído pelo internacional e vice-versa sob a influência de fatores
externos, tais como
o
aumento relativo da renda real,
as
diferenças de preços entre países
e
as
condições políticas internacionais (OMT 2003:19).
A escala do turismo doméstico mundial excede em muito a escala do
tu
rismo
internacional mundial; Em 1975, o total de chegadas de turistas domésticos
atingiu
5,6
bilhões,
enquanto o total de chegadas de turistas internacionais chegou a 567 milhões
uma proporção de 10:1 (OMT 2003:30). Porém, o turismo no mundo é normalmente e
tradicionalmente medido pelo turismo internacional.
Segundo Massieu
(2004:22)
:
O
turismo não apenas inclui os viajantes internacionais (ou seja, turismo
receptor do ponto de vista dos destinos, ou turismo emissor do ponto de vista
dos mercados emissores), mas também inclui o turismo no próprio país de
residência (ou seja, turismo interno). O turismo mundial é medido
tradicionalmente pelas chegadas de turistas internacionais e pelos ingressos na
rubrica Viagens da Balança de Pagamentos.
(MASSIEU, 2004
:22)
3
.
Apesar dessa importância, o turismo internacional não pode ser considerado como
a chave do impulso econômico; quaisquer que sejam os meios para o seu incremento, ele
3
El turismo no sólo incluye los viajes internacionales (es decir, turismo receptor desde el punto de vista de
los destinos, o turismo emisor desde el punto de vista de los mercados emisores), sino también incluye el
turismo en el proprio país de residencia (es decir, turismo interno). El turismo mundial se ha medido
tradicionalmente por las llegadas de turistas internacionales y por los ingresos de la rúbrica Viajes de la
Balanza de Pagos
.
20
exige precauções importantes para que traga os benefícios reais esperados. (SILVA
,
2004
:13
). S
egundo
Callizo Soneiro
4
apud
Silva
(
2004:14)
, integrado com o meio
receptor e eficazmente planejado o turismo pode se tornar um agente dinamizador de
áreas deprimidas. Então, deve-
se
ter em mente que o turismo internacional, apesar de
não ser considerado como o principal fator, pode vir a ser muito importante no
desenvolvimento e na captação de recursos para a economia dos países, que é uma
atividade que possui grande poder de redistribuição espacial de renda, pois os principais
emissores de turistas são
os
países ricos e os receptores nem sempre são
os
países ricos
(IGNARRA, 1988:61). Assim, as análises dos impactos econômicos e culturais do
turismo internacional são de vital importância e a estatística e
os
modelos matemáticos
podem ser ferramentas importantes para medir os fluxos de turistas entre países
emissores
e receptores.
Para isto, a Conta Satélite de Turismo (CST) - documento padronizado pelas
Nações Unidas para avaliar o impacto do turismo na economia, medindo o consumo
pessoa
l, despesas em negócios, capital investido, gastos governamentais, produto interno
bruto, empregos gerados pela atividade turística - é, segundo o World Travel & Tourism
Council (WTTC, 2007), o mais importante passo no sentido de medir e desenvolver a
ativ
idade turística, além de garantir a credibilidade das medições do turismo. De acordo
com a OMT, a Conta Satélite do Turismo é entendida como:
um conjunto de recomendações pormenorizadas, coerentes e flexíveis para
países, relativas a um sistema de base de classificações, definições e agregados,
que está relacionado com os quadros tipo do Sistema de Contas Nacionais das
Nações Unidas de 1993, devendo ser aplicado à economia nacional numa base
anual. Este sistema constitui assim a base para as comparações in
ternacionais
do impacto do tur
ismo na economia (OMT, 1999:i).
A
import
an
cia
da CST é confirmada por Massieu:
4
CALIZZO SONEIRO, Javier.
Aproximación a La geografía Del
turismo
.
Madrid: Sínteses, 1991.
(Espacios y Sociedades, 21)
21
A CST é um instrumento que responde a estas necess
idades
e cara
cterísticas
facilitando (para o total de um país e referidas a um período de um an
o)
um
marco articulado de informações de caráter econô
mico tanto para
os que tomam
decis
ões
políticas como para a
queles
que o fazem em rela
ção
a decis
ões
empresariais
(MA
SSIEU 2004:
31)
5
.
Apesar desta importância, poucos países da América Latina, inclusive o Brasil,
implantaram ou estão implantando essa metodologia. Isto dificulta qualquer tomada de
decisão
e escolha de
polít
icas públicas por parte das autoridades
governamentais,
e
de
investimentos por parte
dos empresários
.
3.1.2
DADOS ESTATÍ
STICOS DO TURI
SMO INTERN
A
CIONAL
Em 2006 foram registradas 843 milhões de chegadas internacionais no mundo
,
representando um aumento de 4,5% em relação ao ano de 2005.
Apesar dos risc
os
que enfrentava o turismo nestes doze meses
em particular
o terrorismo, a preocupação sanitária pela gripe
avi
ária, [ ], 2006 voltou a ser
um bom ano, com um cre
scim
ento
acima
das
previsões de 4,1 % a longo prazo
,
e com o respaldo de um d
os
maiores
periodos
de expansão econô
mica
continuada
(OMT,
2007
:1
)
6
.
Nesse
período, o maior crescimento ocorreu na África, com 8,1%, destacando-
se
um grande desempenho da África Subsaariana. África do Sul, Quênia e Marrocos
continuam com excelentes resultados. Em
seguida
estão
a Ásia
e a região do P
acífico com
um incremento de 7,6%, recuperando-se do tsunami de dezembro de 2004. A América do
Sul teve um crescimento de 7,2%, com Chile, Colômbia, Paraguai e Peru apresentando
crescimento de dois dígitos (OMT, 200
7:1
).
5
La CST es un instrumento que responde a estas necesidades y características facilitando (para el total de
um país y referidas al período de um año) um marco articulado de información de carácter económico tanto
para quienes toman decisiones políticas como para aquellos que lo hacen en relación con decisiones
empresariales
.
6
A pesar de los riesgos a los que se enfrentaba el turismo hace doce meses
en particular el terrorismo, la
preocupación
sanitaria por la gripe
aviar
[ ] , 2006 volvió a ser un buen año, con un crecimiento por
encima de la previsión del 4,1 % a largo plazo, y con el respaldo de uno de los periodos más largos de
expansión económica continuada
.
22
Em 2007, estima-se um aumento de 6% no total das chegadas internacionais em
todo o mundo, o que representaria 900 milhões de chegadas (
OMT
, 2008
:1
).
Também se
espera que
esse
crescimento se torne mais sólido, pois as empresas,
os
consumidores,
os
governos e as instituições internacionais estão mais preparados e com mais experiência
para responder às emergências e às catástrofes e, com o crescimento das redes de
informações, os consumidores se encontram melhor informados e preparados para
escolher os seus destinos. Esses dados estatísticos são um grande indicador do escopo do
fenômeno da mobilidad
e es
pacial internacional de pessoas
(LANFANT, 1995:27)
.
Segundo dados da WTTC (2007), em 2007 espera-se que o turismo contribua com
10,4% para o PIB (Produto interno bruto) mundial, o que significa um total de US$ 5,4
trilhões. Ainda segundo estes dados da WTTC (2007), em relação aos empregos gerados,
a estimativa é que o turismo, no âmbito mundial, gere 8,3% dos empregos (ou um em
cada 12 empregos) em 2007. A região do Caribe é a que tem maior participação de
empregos na área do turismo (são 14,8%), indicando a importância deste setor para a
região. Logo após seguem
a
América do Norte (12,8%) e
a
União Européia (11,8%). Na
América Latina, apenas 6,9% dos empregos estão em áreas relacionadas com o turismo
(sendo melhor apenas que a região do Sul da Ásia com 5,2%). Porém, analisando o
crescimento acumulado dos empregos, nos últimos 10 anos, a América Latina mostra um
crescimento anual de 2,7%, perdendo apenas para o Oriente Médio com 3,0%.
A
União
Européia (1,3%) e a América do Norte (1,2%) por terem mercados
c
onsolidados
ficaram com crescimentos muito baixos, ficando à frente apenas do Nordeste da Ásia que
tev
e um crescimento de apenas 0,7%
(WTTC, 2007)
.
O consumo pessoal
7
mundial
com o turismo é estimado em US$ 2,9 trilhões.
A
7
Inclui todos os gastos pessoai
s dos viajantes na economia local, incluindo bens e serviços (Hotel,
transportes, alimentação, souvenires, etc.) Podem ocorrer antes, durante e depois da viagem.
23
União Européia e a América do Norte, ambas com aproximadamente US$ 1,03 trilhões
,
são as que apresentam maior participação. A América Latina possui uma participação de
US$ 63 bilhões. As viagens de turismo de negócios no mundo são estimadas em US$ 743
bilhões
(WTTC, 2007)
.
Em termos de capitais investidos
8
, têm-se uma expectativa de que os países
invistam US$ 1,1 trilhão, públicos e privados. Os investimentos governamentais são
estimados em US$ 334 bilhões (3,9% do total de gastos governamentais) (WTTC,
2007
:17
). Esses dados são bastante significativos perante os problemas ocorridos nos
últimos anos pelo mundo que poderiam afetar o turismo, tais como terrorismo, fenômenos
naturais e fatores políticos, comprovando que o turismo possui uma resistência
extraordinária e uma habilidade sem precedentes para superar as crises (JIMÉNEZ,
2004:24).
Em termos mundiais, espera-se que o turismo
gere
em 2007, US$ 7,06 trilhões
(d
emanda
total
9
), o que significa um aumento de 3,9% e, entre 2008 e 2017 espera-se um
aumento de 4,3%, em termos reais, por ano (WTTC, 2007:12). Os dados de demanda
turística mundial são apresentados na
Tabela 1,
e ilustrados n
a
FIG 1.
8
Inclui investimentos públicos e privados.
9
Agregado nominal de atividade turística no país
que inclui:
Viagens e turismo pessoal, Viagens de
negóciosl, Gastos governamentais (individual), Visitors Exports, Gastos governamentais (coletivo), Capital
Investido, Exportações (não
-
visitantesr)
24
TABELA 1
Total
de demanda
turística
em 2007 em bilhões de US$
US$
% do total
Mundo
7 060
100,0%
U. Européia
2 486
35,2%
América do Norte 2 040
28,9%
Nordeste da Ásia
1 184
16,8%
Sudeste da Ásia
197
2,8%
América Latina
186
2,6%
Oriente Médio 172
2,4%
Sul da Ásia
82
1,2%
Norte da África
61
0,9%
Caribe
56
0,8%
Fonte: WTTC (2007)
FIGURA 1
Total da
d
emanda
tu
rística
em 2007 (em %)
Fonte: WTTC (2007)
com dados da tabela 1
25
A Tabela 1 e o mapa temático representado na
FI
G
1 mostram que a União
Européia mantém-se no primeiro lugar, seguido da América do Norte, em termos de
demanda turística
. A América Latina
espera contar com apenas 2,6% da demanda mundial
do turismo, ficando muito atrás da União Européia e América do Norte, e próximo do
sudeste asiático (2,8%), mesmo com todos os problemas sofridos por esta região, como o
tsunami de 2004 ou gripe aviária (20
03/2004), o que vem ao encontro de Boyer:
Vemos uma zona de turismo quase de massa, a Europa Ocidental, que reforça
sua primazia e confirma sua tendência a um turismo zonal (no interior da
Europa). Observamos que a América do Norte (Estados Unidos e Canadá) é a
segunda zona turística do mundo, como emissora e receptora (com o Caribe que
a prolonga). Constatamos a existência e o progresso de focos secundários:
Austrália
Nova Zelândia, África do Sul, Japão e alguns outros. Mas não
constatamos ma tendência geral nítida para os intercâmbios turí
sticos
verdadeiramente mundiais
(BOYER 2003:166)
.
Pela Tabela 2, que mostra a evolução de demanda nos últimos 10 anos, verifica-
se
que houve um aumento em todas as regiões, sendo que o maior crescimento foi verificad
o
na Sul da Ásia (7,3%) e o menor na União Européia (3,3%). A América Latina ficou com
um crescimento de 4,7%. Este dado pode ser considerado promissor, pois apresenta um
crescimento
real maior que a União Européia e a América do Norte, mercados já
consoli
dados
. Observa-se que a América Latina ainda é um mercado em construção,
p
orém
seu incremento fica apenas próximo dos outros mercados tais como o Oriente
Médio, região conturbada e abalada por constantes guerras, e muito abaixo da Ásia como
um todo.
26
TABELA 2
Crescimento
da demanda por viagens e turismo nos últimos 10 anos
(crescimento real)
Dados anuais (
%)
Mundo
4,4%
Sul da Ásia
7,3%
Sudeste da Ásia
6,3%
Nordeste da Ásia
5,8%
Norte da África
5,0%
América Latina
4,7%
Oriente Médio
4,5%
América do Norte
4,0%
Caribe
3,4%
U. Européia
3,3%
Fonte: WTTC (2007)
Neste novo milênio resta pouca dúvida de que o turismo continuará a ser um dos
setores de crescimento mais dinâmicos da economia global. A demanda por turismo pode
diminuir em tempos e em áreas de crise, e não obstante as inevitáveis flutuações
ocorridas, a tendência geral do turismo de hoje continua
sendo a de contínuo crescimento
(KELLER
10
apud TRIGO, 2005:3)
.
Considerando apenas a América do Sul (excluindo-se Guianas e Suriname), na
Tabela 3, que apresenta a
demanda
turística
por
países, verifica-se que o Brasil é o país
com maior demanda turística com US$ 79,2 bilhões, representando quase 50% de toda a
demanda da América do Sul, seguido de longe pela Argentina com US$ 26,5 bilhõ
es
(menos da metade da demanda do Brasil). Os demais países estão bem atrás do Brasil e da
Argentina e mesmo do Peru
que
, com toda riqueza e herança Inca, não consegue bons
resultados (apenas US$ 8,7 bilhões), aparecendo inclusive atrás da Venezuela, da
Co
lômbia e do Chile. O pior desempenho fica por conta do Paraguai, com apenas 0,6% da
demanda, o que
representa
um
pouco menos
de US$ 1 bilhão.
10
KELLER, P. Tourism in a
globalized society. Introductory
report
.
Madrid: WTO, 2002.
27
TABELA 3
Demanda total por viagens e turismo
Bilhões US$
%
Brasil
79,2
47,1%
Argentina
26,5
15,8%
Venez
uela
19,2
11,4%
Colômbia
12,8
7,6%
Chile
12,1
7,2%
Peru
8,7
5,2%
Equador
4,5
2,7%
Uruguai
2,7
1,6%
Bolívia
1,3
0,8%
Paraguai
0,943
0,6%
TOTAL > 168,4
Fonte: WTTC (2007)
Uma melhor forma de visualizar estas informações é através do mapa temático
da
FIG 2.
FIGURA 2
Demanda total por viagens e turismo na América do Sul
Fonte:
Dados da t
abela 3
Dentro desse contexto, pode
-
se verificar que o Brasil tem um papel de destaque no
turismo sul-americano, ficando com quase a metade da demanda por viagens e turismo no
28
continente. Segundo a Tabela 4, os maiores fluxos para o Brasil são oriundos da
Argentina com 992.299 turistas, EUA com 793.559, Portugal com 357.640, Uruguai com
341.647 e Alemanha com 308.598 turistas. Esses países totalizam quase 52% de todo
fluxo de turistas internacionais para o Brasil. Os menores fluxos são do Equador, com
15.149 turistas, da China com 18.017 e da Austrália com 20.949 turistas.
TABELA 4
Fluxo turístico dos principais países emissores de turistas para o B
rasil
Dados referentes a 2005
Fluxo de turistas
para o Brasil
1
Argentina
992.299
2
EUA
793.559
3
Portugal
357.640
4
Uruguai
341.647
5
Alemanha
308.598
6
Itália
303.878
7
França
252.099
8
Paraguai
249.030
9
Espanha
172.979
10
Chile
169.953
11
Reino Unido
169.514
12
México
73.118
13
Bolívia
68.670
14
Japão
68.066
15
Peru
60.251
16
Venezuela
48.598
17
Colômbia
47.230
18
Austrália
20.949
19
China
18.017
20
Equador
15.149
Fonte: OMT (2007)
-
Documento:
Chegada de turistas não
-
residentes na fronteira nacional
,
por país
de residência
11
Nota
-
se
que
alguns
países próximos e até mesmo fronteiriços com o Brasil
apresentam fluxos menores do que países mais distantes, como são os casos do Equador e
da Colômbia que apresentam um fluxo muito baixo, enquanto EUA, Portugal e Alemanha
apresentam
fluxos mais altos.
11
Arrivals of non
-
resident tourists at national borders, by country of residence.
29
3.2
FATORES QUE INFLUENCIAM OS FLUXOS TURIS
TICOS
Entender as motivações e
os
fatores que influenciam os f
luxos
turísticos
é uma
tarefa muito complexa que exige pesquisas em diversas fontes e em diversos campos da
ciência.
Andrade
(2007)
afirma que:
dentro do processo de tomada de decisões do consumidor por determinado
produto ou serviço, podemos destacar o consumo de viagens de lazer, que deve
ser aqui entendido como um conceito mais amplo que a simples motivação por
descanso ou recreação, incluindo também os aspectos históricos e culturais. As
viagens de lazer, inseridas na atividade turística, são uma das c
aracterísticas
marcantes da nossa sociedade
(ANDRADE, 2007
:
118
).
O turismo é composto basicamente por um fluxo de pessoas que se deslocam de
seus locais de residência para outros locais. Essa movimentação de turistas entre espaços
de emissão e recepção propicia uma maior integração, o que possibilita a ampliação das
relações políticas, sociais econômicas e culturais entre os diferentes lugares do planeta,
assim como
redefine
a relação espaço
-tempo (ASSIS, 2003
:2
).
Para Vietze (2008
:3
), para que o turismo venha a se tornar um importante fator de
desenvolvimento, um importante questionamento a ser respondido é quais os
fatores
determinantes que empurram a demanda do turismo nos países emissores.
As motivações que levam o turista a se deslocar são muitas e
diversificadas.
P
ara
Santos (2004
:25
), os fluxos turísticos são determinados por nove fatores: população,
sociedade e cultura, aspectos econômicos, motivadores, infra-
estrutura
-geral, serviços
turísticos, deslocamento, sistema de distribuição e aspectos
le
gais.
De
uma forma mais
geral, o comportamento humano, de acordo com a abordagem desenvolvida por Maslow
12
apud Andrade (2007:118) é motivado pela busca de satisfação de cinco grandes
12
MASLOW, A. H. (1989). A Theory of Human Motivation. In LYNE, C. (Ed.).
Leisure travel and
tourism
. Massachusetts: Institute of Certified Trav
el Agents.
30
necessidades:
as
fisiológicas,
as de
segurança,
as de
amor,
as de
estima
e
as de
auto
-
realização.
Para Vietze (2008
:3
), embora a demanda internacional por turismo seja
influenciada por vários fatores, os estudos anteriores de demanda turística se concentram
em fatores econômicos, primariamente
a
renda.
Diferentemente de outros
bens de consumo, a oferta
turística não pode
se
deslocar,
ela
de ser co
nsumida
in loco. Conseqüentemente, o desenvolvimento dos meios de
transporte, principalmente o aéreo, que se tornou mais acessível com o direito a féria
s
remuneradas,
possui um grande destaque como influenciador dos fluxos turísticos. C
omo
afirma Silva (2004
:4):
a necessidade do consumidor ou do produtor
de
se deslocar afeta
setores e atividades como saúde, educação, turismo, cultura
bibliotecas, teatros, museus,
etc., serviços fi
nanceiros, restaurantes e o comé
rcio atacadista.
Não serão abordadas nesta pesquisa as motivações sociológicas e psicológicas
que
influenciam
na escolha de um destino turístico, ou o que motiva o turista a sair de sua
localidade
. Neste estudo, analis
ar
-se-á, como um dos fatores, a influência da distância
nesta
s escolhas. A minimização dos deslocamentos e de seus custos é uma condição
básica para o consumidor do turismo
:
os destinos turísticos tendem a ser cada vez mais longínquos, uma vez que os
avanços
tecnológicos e a concorrência internacional têm reduzido o custo real
de viajar, quer em termos de tempo, quer em termos monetários. Verifica-
se,
aliás, uma crescente atenção aos preços por parte dos turistas. Uma das
conseqüências mais diretas deste fato é que fica cada vez
maior
a importância
das viagens aéreas de mais baixo custo (os designados vôos
charter
),
competindo mesmo com o transporte terrestre e marítimo/fluvial em
distâncias
relativamente curtas
(GODINHO & ALBUQUERQUE, 2001
:19
).
O aumento da renda individual, ou do poder aquisitivo da população,
principalmente nos países emissores,
também
influenciam e determinam os fluxos
turísticos
. O turismo
é uma atividade
econômica
, portanto, é regido pelas mesmas leis que
regem os mercados mundiais, com seus princípios e leis básicas. Nesta perspectiva,
e,
por
31
ser um bem de luxo, o turismo tende a ter uma demanda altamente elástica em relação à
renda
(elasticidade
-
renda)
, ou como descrevem Heilbroner & Thurow (1981
:122
) de que
modo nossa disposição ou capacidade de comprar ou vender responde a uma variação da
renda, em lugar do preço. Ainda segundo Heilbroner & Thurow (1981
:122
)
vendas de
um bem ou serviço elástico em relação à renda elevam-se, proporcionalmente, mais
depressa do que a renda.
Portanto
, p
ode
-se considerar de maneira geral, que o
aumento
da renda
média da população (aumento do PIB) pode gerar um aumento do turismo
.
O orçamento de férias dos distintos grupos e classes sociais é influenciado pelos
fatores
aqui
descritos,
porém,
outros
fato
res podem também influenciar, tais como o
desenvolvimento de produtos competitivos é, no entanto, muitas vezes
dificultado por fatores como acessibilidade, infra-estruturas inadequadas,
insuficiências crônicas nos transportes, inadequação de instalações, falta de
fundos para investimento, tecnologia rudimentar, problemas de gestão e
escassez de pessoal qualificado
(GODINHO & ALBUQUERQUE, 2001
:15
).
Ou
ainda
:
Instabilidade política, dificuldades econômicas e publicidade mal orientada
também podem prejudicar a imagem do destino e reduzir os lucros do sector.
Em termos gerais, pode dizer-se que a procura de turismo é influenciada,
principalmente, por três fa
tores
o rendimento das famílias, o número de dias
de férias e a estrutura etária da população, todos eles diretamente relacionados
com o grau de desenvolvimento econ
ô
mico
(GODINHO & ALBUQUERQUE,
2001
:15
).
Nes
se sentido, considerando que fatores culturais e sociais também se destacam, o
IDH
(Índice de Desenvolvimento H
u
mano)
se evidencia como
uma imp
ortante ferramenta
para medir o desenvolvimento de uma sociedade ao longo do tempo.
Se o conceito de desenvolvimento humano é muito mais vasto do que qualquer
resultado que um índice composto possa oferecer, o IDH oferece uma
alternativa poderosa ao rendimento enquanto medida sumária do bem-
estar
humano. Oferece um ponto de partida útil para a riqueza de informação sobre os
diversos aspectos do desenvolvimen
to humano
(RDH, 2006
:276
).
O IDH é calculado em intervalos de cinco anos. De acordo com o Relatório de
D
esenvolvimento Humano de 2006,
32
é um índice composto que mede as realizações médias num país em três
dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável,
medida pela esperança de vida à nascença; conhecimento, medido pela taxa de
alfabetização de adultos e pela taxa de escolarização bruta combinada dos
ensinos primário, secundário e superior; e um padrão de vida digno, medido
pelo produto interno bruto (PIB) per capita em PPC (paridade do poder de
compra) em dólares. O índice é co
nstruído com base em indicadores disponíveis
a nível mundial através de uma metodologia simples e
transparente
(RDH,
2006
:276
).
Portanto
, neste
trabalho,
leva
m-
se
em conta três fatores influenciadores dos fluxos
turísticos: a
distância
entre os centros e
missores
e receptores, o produto interno bruto
(
PIB
)
dos países emissores e o
seu Índice de Desenvolvimento Humano (
IDH
).
3.3 ESTATÍSTICA MULTIVARIADA
A estatística tradicional sofreu grande impulso com o desenvolvimento das
tecnologias computacionais. Os métodos estatísticos estão sendo levados ao extremo com
o poder dos computadores, sendo possível a criação de métodos novos e mais potentes,
que anteriormente (sem a utilização de computadores) não seriam possíveis. Por isto, a
tarefa de analisar e manipular grandes quantidads de dados está cada vez mais fácil. A
estatística
multivariada constitui um dos métodos estatísticos que simultaneamente
analisam múltiplas medidas sobre cada indivíduo ou objeto sob investigação (
HAIR
et
al
., 2005:26). Ela ainda pode ser entendida como o estudo estatístico no qual
várias
variáveis são analisadas e medidas simultâneamente. Com a estatística univariada
(uma ou
duas variáveis) fica muito difícil analisar várias correlações entre as variáveis, pois a
tendência é que a an
álise e a correlação se torne
m
muito complexa
s.
A estatística multivariada pode ser dividida em dois grupos,
segundo
Mingoti
(
2005:21
), um primeiro consistindo em técnicas exploratórias de sintetização (ou
simplificação) da estrutura de variabilidade dos dados, e um segundo, consistindo em
33
técnicas de inferênci
a estatística.
Ainda segundo Mingoti:
os métodos de estatística multivariada são utilizados com o propósito de
simplificar ou facilitar a interpretação do fenômeno que está sendo estudado
através
da construção de índices ou variáveis alternativas que sintetizem a
informação original dos dados; construir grupos de elementos amostrais que
apresentem similaridade entre si, possibilitando a segmentação do conjunto de
dados original; investigar as relações de dependência entre as variáveis
respostas associadas ao fenômeno e outros fatores (variáveis explicativas),
muitas vezes com objetivos de predição; comparar populações ou validar
suposições através de testes de hipóteses
(MINGOTI, 2005:22)
.
Neste t
rabalho serão utilizadas a técnica
de r
egressão
múltipla
,
apropriad
a
quando
o problema de pesquisa envolve uma única variável dependente métrica considerada
relacionada a duas ou mais variáveis independendes métricas (HAIR, 2005:32) e
a
análise de agrupa
mentos
, que é uma técnica analítica para desenvolver subgrupos
significativos de indivíduos ou objetos
3.4 M
ODELAGEM MATEMÁTICA
A modelagem é uma aplicação da matemática que pode ser utilizada em toda
s
as
áreas
de conhecimento. Ela serve para a criação de modelos matemáticos com o objetivo
de tentar fazer previsões, e pode também ser encarada como um método científico de
pesquisa (B
ASSANEZI,
2004:
16).
Modelo Matemático é um conjunto de símbolos e relações matemáticas que
representam de alguma forma o objeto estudado. A importância do modelo
matemático consiste em se ter uma linguagem concisa que expresse nossas
idéias de maneira clara e sem ambigüidades, além de proporcionar um arsenal
enorme de resultados (teoremas) que propiciam o uso de métodos
computa
cionais para calcular suas soluções numéricas (BASSANEZI,
2004:
20).
Pode-se dizer que as ciências naturais como
a
Física, a
Astrofísica
, a Engenharia e
a Química
estão
hoje amplamente matematizadas em seus aspectos teóricos. As
ciências biológicas, apoiadas inicialmente nos paradigmas da Física e nas analogias
34
conseqüentes
ficaram, com o tempo, cada vez mais matematizadas. Nesta área a
matemática tem servido de base para modelar, por exemplo, os mecanismos que
controlam a dinâmica de populações, a epide
miologia, a ecologia, a neurologia, a genét
ica
e os processos fisiológicos (B
ASSANEZI
, 2004:
19)
.
De acordo com
R
agsdale (2004
:4),
podemos citar como principais características e
benefícios da modelagem:
os modelos são usualmente uma simplificação dos objetos e dos problemas
de decisões;
é
mais barato analisar os problemas de decisão, usando modelos;
o
s modelos oferecem informações em menor tempo;
os modelos freqüentemente ajudam examinar situações que seriam
impossíveis no mundo real;
os modelos proporcionam um entendimento do problema e nos permite
insights
já durante a investigação.
É bem verdade que a modelagem matemática nas ciências sociais ainda não está
devidamente consolidada em termos de uma maior exatidão. Ela ainda não obteve
resultados comparáveis aos que obteve nas ciências exatas. Porém, a simples
interpretação de dados estatísticos tem servido, por exemplo, para direcionar estratégias
de ação nos meios comerciais e políticos (B
ASSANEZI
, 2004:
19).
Genericamente
, pode-se dizer que a matemática e a realidade são dois conjuntos
disjuntos e
que
a modelagem é um meio de fazê-
los
interagir. Pode
-
se
esquematizar a
modelagem matemática de acordo com a
FIG
. 3.
35
FIGURA 3
Esquema do processo de modelagem matemática.
Fonte:
BIEMBENGUT
(
2003
:
13
).
Ainda de acordo com
Bassanezi
(2004), Modelagem Matemática é um processo
dinâmico utilizado para a obtenção e validação de modelos matemáticos. É uma forma de
abstração e generalização com a finalidade de previsões e tendências. A modelagem
consiste, essencialmente, na arte de transformar situações da realidade em problemas
matemáticos cujas soluções devem ser interpretadas na linguagem usual. A modelagem
eficiente permite fazer previsões, tomar decisões, explicar e entender; enfim, participar do
mundo real
com capacidade
de influenciar em suas mudanças (B
ASSANEZI
, 2004:
31).
R
agsdale
(
2004
:
7)
classifica os modelos em três tipos: Prescritivos, são os que
tentam determinar os valores de uma variável (
chamada
independente)
que produzam os
melhores resultados de
outra
variável (
chamada
dependente).
P
reditivos
são os que
tentam predizer ou estimar os valores que uma variável (dependente) assumirá quando
outra variável (independente) assumir determinados valores. E os Descritivos são aqueles
que
, se apoiando em
var
iáveis e
dados
bastante exatos, tentam descrever a relação
existente entre duas ou mais
variáveis.
Neste trabalho, utiliza-se do modelo gravitacional
que é um modelo descritivo. Este modelo é descrito a seguir.
Modelagem
Matemática
Situação
Real
Matemática
modelo
36
3.4.1
O MODELO GRAVITACIONAL
Várias abordagens têm sido sugeridas para o estudo (e previsões) dos fluxos
turísticos. As mais tradicionais utilizam-se de variáveis sócio-econômicas, tais como
idade, renda, nível educacional ou ocupação. Em alguns es
tudos
(MOUTINHO e
TRIMBLE, 1991
13
ou
SMITH
, 1985
14
apud
NYAUPANE
, 2003), aproveitando o
desenvolvimento dos computadores e a facilidade e agilidade de cálculos, procur
ou
-
se
incluir variáveis geográficas e de posição, tais como distância da residência até o destino
turístico,
distribuição espacial dos atrativos turísticos ou urbanização. Dentre estas
variáveis geográficas, a distância é uma das mais importantes e pode ser mais bem
estudada
por meio de um modelo gravitacional. Este modelo pode ser utilizado para
estimativas futuras de fluxos.
Podem
-
se
analisar dados e situações
re
ais, e fazer previsões
para criação de planejamentos.
Foi o britânico Isaac Newton (1642-1727) a enunciar a famosa lei da Gravitação
Universal: Tudo se passa como se matéria atraísse matéria na razão direta do produto das
massas e na razão inversa do quadrado da distância
(C
ARRON
, 2002). Em 1687, com a
publicação do livro Princípios Matemáticos da Filosofia Natural , Newton lançou as
bases da Física Clássica, propondo a lei da gravitação universal para explicar os
movimentos dos planetas em torno do Sol. Os planetas são mantidos em órbita devido a
uma ação mútua, ou seja, devido à força
de atração
entre o Sol e os planetas.
Exaustivamente verificada por processos experimentais, a lei da gravitação
universal de Newton, foi um passo decisivo na Astronomia. Ela p
ermit
e explicar e prever
as trajetórias de todos o
s corpos sob
ação gravitacional
(T
AVALERA
,
2005)
.
13
MOUTINHO, L., & TRIMBLE, J. A probability of revisitation model: The case of winter visits to the
Grand Canyon. 1991. The service Industries Jornal, 11, 439
-
457.
14
SMITH, S. L. J. U.S. vacation travel patterns: Correlates of distance decay and the willingness to travel.
1985. Leisure Sciences, 7, 151
-
174.
37
A fórmula criada por Newton é:
2
21
d
MM
GF
(1)
em
que: F é a força de atração entre as massas de dois corpos, M
1
é a massa de um dos
corpos,
M
2
é a massa do outro corpo, d é a distância entre os dois corpos e G é uma
constante
, c
hamada de constante de gravitação universal.
Na segunda metade do século XIX iniciou-se a aplicação do modelo gravitacional
de Newton em outras áreas do conhecimento que não fosse a Física. Hoje, este modelo
é
muito difundido e aplicado em diversas áreas, principalmente por ser de simples
entendimento.
A primeira aplicação conhecida de modelagem gravitacional para explicar
interações no espaço territorial em atividades humanas deve-se a Carey (1865), ainda que,
neste caso, com uma abordagem de cunho sócio-
econômico
(MATIAS, 2003
:15
).
Recentemente, ainda neste contexto, a modelagem gravitacional ganhou expressão
nomeadamente por parte da geografia econômica, uma vez que sua lógica permite
entre
outras coisas
instrumentalizar o elemento distância no âmbito da análise das relações
comerciais entre países e regiões. Efetivamente, partindo da equação
(1)
e fazendo
algumas adaptações pode-
se
co
nfirmar
teoricamente a noção intuitiva de que
os fluxos
comerciais tendem a ser maiores entre
os
países mais pr
óximos geograficamente.
Em estudos de Tinbergen
15
(1962) e Pöyhönem
16
(1963) apud M
atias
(2003
:15
),
constata
-
se
que a
correlação
negativa entre
os
fluxos comerciais e a distância entre os
mercados de origem e o destino se verifica genericamente para todos os países,
15
Tinbergen (1962)
Shaping the World Economy: Suggestions for an International Economic Policy, New
York, Twentieth Century Fund
16
Pöyhönen, Pentti (1963)
"A Tentative Model for the Volum
e of Trade Between Countries,"
Weltwirtschaftliches Archiv 90 (1
), pp. 93
-99
38
independentemente das suas diferenças de riqueza, graus de desenvolvimento, cultura,
sistema político, história e organização societári
a.
Para Vietze (2008
:4
), em economia, os modelos gravitacionais possuem uma
estabelecida e longa história na análise de fluxos de dados. Além do mais, são motivados
pelo seu sucesso empírico em explicar o com
ér
cio internacional. O mesmo autor afirma
ain
da que, além do comércio internacional, a equação gravitacional
tam
bém pode ser
aplicada a uma gama de interações sociais como imigração, estudos regionais ou
investimentos estrangeiros diretos. A equação gravitacional pode ser aplicada também no
campo d
o turismo.
Nos fenômenos
sociais
, a variável dependente é a força de interação entre dois
elementos sociais que
representariam
as massas no modelo tradicional de Newton.
Estes
el
ementos sociais poderiam ser: a populaç
ão
,
o PIB, as quantidades de leitos d
isponíveis
em hoté
is,
a
quantidade de
empresas
de alimentação,
as
instituições
de ensino, enfim,
qualquer
tipo de elemento com caráter social.
Praticamente qualquer tipo de fenômeno que envolva interações sociais pode
ser descrito pelo modelo gravitacional. A força de interação entre dois
elementos sociais é dada em função da massa dos dois elementos e da força de
atrito entre eles. No modelo de Newton, as massas são medidas em
quilogramas, e nas ciências sociais, essa grandeza deve ser medida em uma
unid
ade de acordo co
m o elemento social considerado
(
SANTOS
, 2004
:93
).
Logo,
como se trata de turismo, a variável dependente se refere aos fluxos
turísticos entre os países, medidos em termos de quantidade de turistas. O modelo
proposto, busca determinar a dinâmica dos fluxos turísticos entre os países emissores e o
Brasil
, partindo de alguns fatores escolhidos.
No modelo, o fluxo de saída de uma localidade emissora é entendido como uma
força repulsiva, que
obriga
o turista a sair de sua localidade para visitar outra. E a
localidade de destino é caracterizada pela força de atração, que
também
obriga
o turista
39
a
sair
de sua localidade, atraindo-o para o destino. Estas forças são maiores ou menores
quanto maiores ou menores
forem
os atrativos turísticos de uma localidade destino, ou
quanto mais estruturados estes destinos estiverem em termos de equipamentos turísticos e
de apoio. Por outro lado, os preços praticados nos destinos podem ser encarados como
uma relação inversa, ou seja, quanto maiores os preços, menos atração esta localidade
exercerá.
Além destas forças de atração e repulsão, os fluxos turísticos sofrem uma força de
atrito
, que é explicada pela força que aproxima ou distanc
ia
duas localidades, dificultando
o fluxo entre elas. As principais determinantes da força de atrito são os aspectos
econômicos comparativos entre origem e destino, a distância geográfica, suas relações
culturais e sociais, a configuração do sistema de distribuição e as relações legais
bilaterais
(
SANTOS
, 2004
:104
)
. A
FIG.
4
apr
esenta este diagrama de forças.
FIGURA 4
Diagrama de forças.
Fonte: SANTOS, 2004
Origem
Destino
forças repulsivas
forças de atração
preços
Infra
-
negócios
outros
atrativos
Qtd pop
Cultura
Renda
Distribuição
Outros
Distânci
a
Relações
Culturais
Sistema de
distribuição
Relações
legais
forças
de atrito
Fluxo de turistas
40
4
. METODOLOGIA
4.1 EXAMINANDO OS DADOS
A tarefa de exame de dados é essencial para uma boa análise multivariada. A
análise cuidadosa dos dados nos leva a uma melhor previsão e a uma avaliação mais
precisa de dimensionalidade (HAIR, 2005:49) e completa ao examinar os dados antes
da aplicação de uma técnica multivariada, o pesquisador passa a ter uma visão crítica e
teórica
.
Os dados utilizados na pesquisa são: FLUXO (Fluxo de turistas a partir do pa
ís
emissor em direção ao Brasil),
PIB
(
Produt
o interno bruto do país emissor), IDH (
Índice
de desenvo
lvimento humano do país emissor),
POPULAÇÃO
(
População a
bsoluta do país
emissor) e
DISTÂNCIA (em km) da capital
do país até Brasília.
Um problema que se apresenta
é como calcular as distâncias entre os países, já que
esta é uma noção questionável. Mesmo com suas limitações, a opção aqui escolhida foi
medir a distância euclidiana entre as capitais dos países e, para tal fim, foi utilizado o
software de geoprocessamento MAPINFO, através de sua ferramenta de medir distâncias
em um mapa mundi digitalizado e registrado. O procedimento de registro informa ao
software as coordenadas geográficas de um mapa digitalizado, permitindo assim obter
as
distâncias como se o pesquisador
estiv
esse
no mundo real, pois agora, cada parte do mapa
digitalizado corresponde a uma coordenada real.
41
4.
2
ESTAT
Í
STICA MULTIVARIADA E ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS
Outro estudo que pode ser feito é a
Análi
se de Agrupamentos, também conhecida
como análise de conglomerados, classificação ou
cluster
(MINGOTI, 2005:155). O seu
objetivo é agrupar elementos similares, de acordo com uma série de variáveis previamente
definidas, ou seja, elementos que fiquem num mesmo agrupamento devem possuir uma
homogeneidade e os elementos que fiquem em grupos diferentes devem possuir uma alta
heterogen
eidade, ou, de acordo com Bussab (1990), é uma variedade de técnicas e de
algorítmos cujo objetivo é separar objetos em grupos
similares.
Segundo Mingoti (
2005:156
) uma questão importante refere-se ao critério a ser
utilizado para se decidir até que ponto os elementos de um conjunto de dados podem ou
não ser considerados como semelhantes.
Para cada elemento amostral têm-se informações de p-variáveis armazenadas
em um vetor, a comparação de diferentes elementos amostrais poderá ser feita
através de medidas matemáticas (métricas, que possibilitem a comparação de
vetores, como as medidas de distância. Assim, podemos calcular as dist
âncias
entre vetores, de observações dos elementos amostrais e agrupar aqueles de
menor distância. (MINGOTI, 2005: 156)
Neste estudo usa-se a Distância Euclidiana como medida de similaridade entre as
observações.
A
análise de agrupamentos é útil quando uma pesquisa possuir uma quantidade
grande de observações que não ap
resentem
significado a não ser agrupadas em subgrupos
semelhantes
(HAIR, 2005:384). Esta análise pode também ser útil no desenvolvimento de
hipóteses relativas à natureza dos dados ou no exame de hipóteses previamente
estabelecidas. Além disto, pode
-
se usar a Análise de Agrupamentos
como uma ferramenta
descritiva dos dados, sem base teórica e não inferencial. É usada principalmente como
uma técnica exploratória (HAIR, 2005:385).
42
A similaridade entre as observações pode ser medida de várias maneiras, dentre
elas a Distância Euclidiana, que é a medida mais usada para representar similaridades
entre duas observações. Essencialmente, é uma medida do comprimento de um segmento
de reta desenhado entre dois objetos
(HAIR, 2005:382). Assim, usando-se os dados da
TAB 5, e o software EXCEL com pacote StatistiXL próprio para análises multivariadas,
pode
-
se criar os agrupamentos
e colocá
-
los n
a forma de
gráfico
s
chamado
s
Dendograma
s.
4.3
MODELO
GRAVI
TACIONAL
APLICADO AO
TURISMO
A equação
(1)
, quando aplicada aos fluxos comerciais,
pode ser
escrita
da seguinte
forma
(MATIAS, 2003
:17
):
ij
ji
ij
D
YcY
E =
ij
ji
DY
cY
(2)
em que E
ij
são as exportações entre os países i e j, c é uma constante, Y
i
é a renda do país
i, Y
j
é a renda do país j, e D
ij
é a distância entre os países i e j, sendo
e ,
parâmetros
a
estimar,
representando as elasticidades d
a
s exportações relativa à renda e à distância.
Linearizan
do
a expressão (2),
obtém
-
se
:
ij
ji
ij
DYYcE
lnlnlnlnln
(3)
Nota
-se na expressão acima que os parâmetros
e
são
precedidos por sinais
positivos, enquanto
é precedido pelo sinal negativo. Como todos os valores destes
parâmetros são positivos, a equação está de acordo com a suposição de que a distância
afeta inversamente
(negativamente)
os fluxos comerciais.
Sendo o turismo um bem econômico, de natureza intrinsecamente exportável,
a
expressão 2 pode ser aplicada ao setor, bastando
para isto considerar em E
ij
as exportações
43
de bens turísticos entre países i e j, passando os parâmetros ,
e
a serem
int
erpretados como as elasticidades das exportações
turísticas
relativamente à renda e à
distância
(M
ATIAS,
2003
:17
).
Ao
aplicar esta e
quação
a
os
fluxos
turísticos
entre o Brasil e alguns países
,
tomando
como variável dependente os fluxos turísticos de um país i oriundo do país j
(E
ij
), enquanto a variável explicativa é a distância entre os países i e j
,
pode
-
se
comprovar
a hipótese de que a distância é um fator relevante para o fluxo
turístico
, usando a equação
(3).
Usou
-se, neste trabalho, uma modelagem gravitacional do tipo descritiva, na qual
são
analisados os fluxos turísticos entre o Brasil e alguns dos principais países emissores
de turistas no mundo. Os países foram escolhidos de modo a
se
ter representantes de todos
os principais continentes, pela relevância nos fluxos turísticos internacionais, e pela
disponibilidade de dados. Foram eles: da América do Norte,
os
EUA e o
México
; d
a
Europa
,
a
Espanha, o
Reino Unido, Portugal,
a
França,
a
Itália e
a
Alemanha
; da Ásia, o
Japão e
a
China
; da Oceania,
a
Aust
rália
e da América do Sul,
a
Argentina, o
Uruguai, o
Chile,
a
Bolívia, o
Paraguai, o
Peru,
a
Colômbia, o
Equador e
a
Venezuela.
Como variável de atrito, usar
-
se
a distância calculada entre as capitais dos países
e a capital
brasileira,
e como massas , o PIB dos países e o IDH. Ao aplicar estas
variáveis na equação
2
tem
-
se:
ij
ii
ij
D
IDH
cPIB
F
(4)
que, lineariza
da
,
fica:
ij
ii
ij
D
IDH
PIB
cF
lnlnlnlnln
(5)
em que, F
ij
representa
o fluxo turístico para o Brasil a partir do país i, D
ij
é a distância do
44
Brasil ao país i
, o
PIB
i
e IDH
i
são respectivamente o
PIB
e o IDH
do país i.
Propõe
-se usar o PIB e o IDH por suas
relev
ân
cias
na
explica
ção
do volume de
turistas que chegam ao Brasil, na medida
em
que constituem uma avaliação de dimensões
como rendimento e qualidade de vida, indispensáveis para a procura de um bem de luxo
como o turismo.
Para estimar os parâmetros e validar o modelo gravitacional aplicado ao turismo,
usam
-se métodos estatísticos de regressão múltipla. Por meio destes métod
os,
se buscou
verificar se os fluxos turísticos realmente dependem negativamente da distância e
positivamente
do PIB do país
de origem
e
de seu IDH
.
A regressão múltipla é usada para analisar a relação entre uma única variável
dependente, n
este
caso
o fluxo turístico, e diversas variáveis independentes, nesse caso o
PIB, o IDH e a Distância. O seu objetivo é usar as variáveis independentes, cujos valores
são conhecidos, para prever os valores da variável dependente, ou para testar algum
modelo, como o grav
itacional
no caso deste trabalho, que se conhecem os possíveis
valores da variável dependente
(o fluxo turístico).
45
5
.
ANÁLISE DOS
RESULTADOS
A Tabela 5 sumariza os dados obtidos por meio do software MAPINFO. Estes
dados foram usados para
testar o modelo gravitacional.
TABELA 5
Fluxo, PIB, IDH, Distância e População dos principais emissores de turistas para o
Brasil
Fluxo
17
para o Brasil
PIB
18
(milhões US$)
IDH
19
População
20
Distância
21
ao Brasil
(km)
Argentina
992.299 183.193 0,863 39.356.000 2.456
EUA
793.559 12.416.505
0,948 302.711.000 6.799
Portugal
357.640 183.305 0,904 10.571.000 7.286
Uruguai
341.647 16.791 0,851 3.200.000 2.308
Alemanha
308.598 2.794.926 0,932 82.200.000 9.600
Itália
303.878 1.762.519 0,940 58.432.000 8.913
França
252.099 2.126.630 0,942 63.363.000 8.733
Paraguai
249.030 7.328 0,757 6.033.000 1.612
Espanha
172.979 1.124.640 0,938 44.871.000 7.745
Chile
169.953 115.248 0,859 16.580.000 3.253
Reino Unido
169.514 2.198.789 0,940 60.836.000 8.802
México
73.118 768.438 0,921 105.200.000 6.838
Bolívia
68.670 9.335 0,692 9.828.000 2.296
Japão
68.066 4.533.965 0,949 127.781.000 17.673
Peru
60.251 79.379 0,767 28.068.000 3.299
Venezuela
48.598 140.192 0,784 27.500.000 3.683
Colômbia
47.230 122.309 0,790 47.517.000 3.930
Austrália
20.949 732.499 0,957 20.908.000 14.145
China
18.017 2.234.297 0,768 1.320.668.000
14.253
Equador
15.149 36.489 0,765 13.730.000 3.991
Fonte: Ver nota de rodapé
Os dados da Tabela 5 mostram que os maiores fluxos turísticos para o Brasil
ocorre
m de países longínquos como os EUA, Portugal, a Alemanha, a Itália e a França.
17
OMT (2007)
-
Documento:
Arrivals of non
-
resident tourists at national
borders, by country of residence
18
http://p
ortalsepin.seplan.go.gov.br
19
Development Programme Report das
Nações Unidas elaborado em 2006
20
http://portalsepin.seplan.go.gov.br
21
Valores calculados com o programa Mapinfo
46
Apenas a Argentina e o Uruguai aparecem como países próximos que possuem grandes
fluxos. A Bolívia (que faz fronteira com o Brasil) e o Peru apresentam fluxos parecidos
com o longínquo Japão. A Colômbia, o Equador e a Venezuela apresentam fluxos
parecidos com a China e a Austrália. A mera observação da tabela então,
não
sugere que a
distância seja um fator importante nestes fluxos turísticos, conforme a hipótese.
Este
primeiro exame dos dados teve como objetivo a simplificação da descrição
dos dados e obtenção de uma visão mais profunda da sua natureza (TRIOLA, 1999:51), e
se presta a explorar os dados em um nível preliminar, com poucas ou nenhuma hipótese a
respeito dos dados
e através de simples histogramas.
5.1 ANÁLISE EXPLORATÓRIA DOS DADOS
Apresentam
-se, a seguir, uma análise baseada em histogramas criados a partir d
os
dados apresentados na Tabela 5.
A
FIG
5 mostra o fluxo de turistas para o Brasil, em 2006, oriundos dos p
aíses
selecionados para esta pesquisa. A FIG. 6, que mostra o PIB para os diferentes países,
permite concluir que a grande maioria deles
possu
i PIB abaixo dos US$ 2 trilhões.
Com
relação ao IDH, mostrado na FIG 7, a distribuição é mais homogênea.
47
FI
GURA 5
Fluxo de
turistas para o Brasil
FONTE: OMT (2007): Arrivals of non
-
resident tourists at national borders,
by country of residence
FIGURA 6
PIB dos países emissores (milhões de US$)
FONTE:
http://portalsepin.seplan.go.gov.br
48
FIGURA 7
IDH
dos países emissores
FONTE: Development Programme Report das Nações Unidas
elaborado em 2006
A FIG 8 se refere às distâncias entre as capitais dos países emissores e Brasília,
medidas no
mapa
e a FIG. 9 mostra que, entre os países analisados existe uma
pr
edominância de países com populações abaixo dos 250 milhões de habitantes (18
países).
49
FIGURA 8
DISTÂNCIA dos países emissores (km)
FONTE: Obtidas no software Mapinfo
FIGURA 9
POPULAÇÃO dos países emissores
FONTE:
http://portalsepin.seplan.go.gov.br
50
Pelos
dados apresentados nas Figuras 5 a 9 , nota-se que a maioria dos países (12)
apresenta fluxos de até 200.000 turistas (FIG 5). Se forem considerados também os 6
países com fluxos abaixo de 400.000, verifica-se que a grande maioria dos países
anali
sados (18 entre 20) enviaram menos de 500.000 turistas para o Brasil no ano de 2006.
Quatorze
países possuem PIB abaixo de 2 trilhões de dólares (FIG 6), enquanto seis deles
(a França, o Reino Unido, a China, a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos)
possue
m
PIB superior. O IDH (FIG 7) apresenta uma distribuição
mais
homogênea, com uma leve
predominância de países com IDH acima de 0,9. Quanto à distância (FIG 8) entre as
capitais dos países emissores e Brasília, medidas no mapa, verifica-se que a maior parte
dos países emissores se encontra mais próxima (17 países com distância menor ou igual a
10.000 km). Finalmente, em relação à população (FIG 9), verifica-se que
19
p
aíses
emissores de turistas
possuem população abaixo
de 250.000.000
de habitantes
.
Outra ferramenta usada nesta fase exploratória é a matriz de dispersão de dados
métricos, que é uma matriz resumo das relações e correlações entre todas as variáveis em
estudo.
A
FIG 10
apresenta a matriz obtida por meio do software
Excel
.
Esta matriz mostra as correlações bivariadas acima da diagonal e os diagramas de
dispersão, abaixo da diagonal. A diagonal representa a distribuição de cada variável.
Todos os valores de R
2
das correlações bivariadas são muito pequenos, mostrando que
não existe uma correlação entre estas variáveis, o que indica que, por exemplo, o IDH
independe do tamanho da população (correlação = 0,011 ou seja, apenas 1,1% dos valores
observados do IDH possuem correlação com a população). Este resultado pode ser
visualizado no diagrama de dispersão (abaixo da diagonal
terceiro gráfico contando a
partir da esquerda, na última linha). Observa-se que os pontos estão dispersos e afastados
da reta de ajuste.
51
FLUXO
0,182
0,0009
0,057
0,008
PIB
0,208
0,13
0,075
IDH
R Sq Linear = 0,208
0,374
0,011
Dist
0,201
Pop
FLUXO
PIB
IDH
Dist.
Pop.
FIGURA 10
Matriz de dispersão de variáveis métricas
FONTE: Dados da pesquisa
Pela matriz de dispersão de variáveis métricas (FIG 10) verifica-se que as
correl
ações obtidas são fracas, consequentemente não existe uma correlação entre as
variáveis. A correlação mais forte
foi
entre o Fluxo e o PIB dos países emissores, que
ficou em 0,182 ou seja, 18% d
os
valores dos f
luxos turísticos pode ser explicado pelo PIB
desses países.
Por esta exploração inicial e pela análise dos histogramas mostrados nas figuras 5
a 9, não se pode inferir que o fluxo turístico para o Brasil possua alguma relação com as
variáveis estudadas.
52
5.2 ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS
Pelo dendograma criado pela análise de agrupamentos (FIG. 1
1)
não se verifica
grupo
s ou agrupamentos
muito
destacado
s, segundo as variáveis consideradas. Apesar
disto,
sete
grupos pouco marcantes podem ser extraídos: o primeiro seria formado por
Equador, Portugal, Bolívia, Paraguai, Chile, Uruguai, Austrália, Venezuela e Peru. Um
segundo grupo,
muito
pouco distante do primeiro seria formado por Espanha, Argentina e
Colômbia. O terceiro grupo, mais destacado dos demais, porém com pouca diferença,
seria formado por Reino Unido, França e Itália. Alemanha estaria sozinha num quarto
grupo. No quinto Japão e xico.
Os
EUA formaria sozinho o grupo seis e a
China
também sozinha, o grupo sete.
Destes grupos, observa-se que os quatro primeiros não possuem
diferenças
significativa
s entre eles, sendo todos muito próximos. Apenas nos três últimos grupos
(Japão e México
EUA
China) é que se pode destacar uma diferença relevante
,
evidenciando que através dos dados escolhidos (PIB, POPULAÇÃO, IDH e
DISTÂNCIA)
não se pode separar ou explicar os fluxos turísticos de maneira
consi
stente
.
53
FIGURA 11
Dendograma (países emissores)
FONTE: Dados da pesquisa
54
5.3
RESULTADO DA APLICAÇÃO DO MODELO GRAVITACIONAL AO
TURISMO
A estimativa pela regressão múltipla, utilizando-se o software EXCEL, pacote
ANALISE DE DADOS
e
ferramenta REGRESS
ÃO
(
onde
a opção intervalo y de
entrada corresponde à coluna FLUXO P/ BRASIL, e a opção intervalo x de entrada
às
colunas PIB, IDH e DISTÂNCIA
)
permite comprovar a hipótese de que a
distância é
uma
força repulsiva do fluxo turístico, enquanto o PIB e o IDH
são
forças atrativas. Esta
regressão apresenta os seguintes valores para os parâmetros - que indicam as
elasticidades -
da equação
(5)
:
= 0,3868, = 9,0161,
= -2,2804
e c =
-
34,36
(6)
o
que leva à equação
final
:
iiii
D
IDH
PIB
F
ln2804
,2
ln0161
,9
ln3868
,036,34
ln
(7)
e
m que:
F
i
= Fluxo turístico do país i ao Brasil
PIB
i
= PIB do país i
IDH
i
= Índice de desenvolvimento humano do país i
D
i
= Distância do país i até Brasília
Através da equação (7), p
ode
-se construir a Tabela 6, na qual são mostrados o
s
valores reais
dos fluxos turísticos
e os calculados pelo modelo.
55
TABELA 6
ln(Fluxo real) e ln(Fluxo calculado pelo modelo)
ln(Fluxo)
REAL
ln(fluxo)
MODELO
Diferença
absoluta
(
real
modelo
)
Desvio (%)
(real
-
modelo)x100
real
1
Argentina
13,81 13,48 0,33 2,4
2
EUA
13,58 13,63 0,05 0,4
3
Portugal
12,79 11,42
1,37 10,7
4
Uruguai
12,74 12,57 0,17 1,3
5
Alemanha
12,64 12,12 0,52 4,1
6
Itália
12,62 12,19 0,44 3,5
7 França
12,44 12,32 0,11 0,9
8
Paraguai
12,43 12,01 0,41 3,3
9
Espanha
12,06 12,31 0,25 2,1
10
Chile
12,04 12,62 0,57 4,8
11
Reino Unido
12,04 12,30 0,26 2,1
12
México
11,20 12,28
1,08 9,7
13
Bolívia
11,14 10,49 0,65 5,8
14
Japão
11,13 11,08 0,05 0,5
15 Peru
11,01 11,42 0,41 3,7
16
Venezuela
10,79 11,59 0,79 7,4
17
Colômbia
10,76 11,45 0,69 6,4
18
Austrália
9,95 10,95
1,00 10,1
19
China
9,80 9,38 0,41 4,2
20
Equador
9,63 10,66
1,03 10,7
Nota
-se que as diferenças entre os fluxos reais e os fluxos calculados pelo mo
delo
são pequenas em quase todos os
casos,
com
exceção de Portugal, do México,
da
Austrália
e do
Equador (diferenças próximas à 10%). Os países cujos fluxos mais se enquadraram
no modelo foram
os
EUA e o Japão (diferenças próximas a 0) além do Uruguai e
da
França.
Este resultado quer dizer que a equação gravitacional encontrada pode explicar
bem os fluxos turísticos entre os países, pois as diferenças entre os fluxos reais e os fluxos
calculados pela equação são pequenas.
Usando este modelo, obtém-se a comprovação empírica da grande relevância dos
fatores distância, PIB e IDH nos fluxos turísticos para o Brasil, ficando explicado do
ponto de vista teórico o grande fluxo de argentinos, norte-americanos e uruguaios,
56
respectivamente primeiro, segundo e quarto maiores fluxos turísticos para o Brasil. No
caso da Argentina e do Uruguai, explica-se pela pouca distância e pelos bons índices de
PIB e IDH, no caso dos EUA, apesar de ter uma distância um pouco maior, ela é
compensada pelo grande valor do PIB.
os casos dos outros países sul-americanos (Peru, Bolívia, Venezuela e Equador)
que possuem pouco fluxo, pode-se considerar que a distância entre eles e o Brasil é
grande em virtude das poucas e precárias vias de ligações existentes entre estes países,
além de seus valores baixos para o PIB e o IDH.
Nas regressões múl
tiplas
, um valor muito importante é o
chamado
R
2
(coeficiente
de determinação). Este valor corresponde ao grau de ajustamento da equação de
regressão múltipla aos dados amostrais
(TRIOLA, 1999:256), ou seja, é um índice que
indica quanto o modelo está
fa
zendo previsões
de forma
correta.
O valor encontrado de R
2
foi
de 0,704
o que indica
um bom ajuste entre a variável dependente F
i
e as
in
dependentes
D
i
, IDH
i
e PIB
i
(70,4% dos fluxos turísticos são explicados diretamente pelo IDH e pelo
PIB do país e inver
samente pela Distância do país até o Brasil).
O modelo revela uma relação positiva entre os índices escolhidos IDH e
PIB
, e o
fluxo turístico. No caso do PIB, a elasticidade calculada foi de 0,3868 e indica que um
aumento de 1% no PIB do país emissor prod
uz um aumento de 0,38
68% no fluxo turistico
para o Brasil. O valor negativo para o parâmetro da distância confirma que
ela
e os fluxos
turísticos estão inversamente correlacionados, ou seja, quanto maior a distância menor o
fluxo turístico.
Mudando
algum p
arâmetro,
como
por exemplo, s
ubstituindo
o IDH
pela
POPULAÇÃO
(Tabela 5
)
do país emissor, os valores mudam conforme a T
abela
8.
Além
disto, o parâmetro R
2
se modifica
, diminuindo seu valor para 0,611 (ou seja, agora, apenas
57
61,1% dos fluxos turísticos são explicados diretamente pela POPULAÇÃO e pelo PIB do
país e inversamente pela Distância do país até o Brasil).
Não se usou a variável população diretamente neste estudo pois, como diz Vietze
(2008)
, a população é uma variável altamente correlacionada pela área do país assim
como o PIB. Ou seja, a utilização do PIB, deve apresentar interrelação com a variável
população
.
De qualquer forma, a mudança de algum parâmetro pode influenciar no modelo e
torná
-lo menos fiel à realidade. Com as atuais facilidades da computação, podem-se testar
vários parâmetros e ajustar o modelo de acordo com os dados originais, de forma a se
encontrar os que melhor se ajustem.
TABELA
8
ln(Fluxo real) e ln(Fluxo calculado pelo modelo, usando População)
PAÍS
ln(F
LUXO
REAL
)
ln(Flu
xo calculado)
MODELO
1
Argentina
13,81 12,95
2
EUA
13,58 13,74
3
Portugal
12,79 11,21
4
Uruguai
12,74 12,17
5
Alemanha
12,64 12,17
6
Itália
12,62 12,08
7
França
12,44 12,31
8
Paraguai
12,43 11,69
9
Espanha
12,06 12,18
10
Chile
12,04 12,39
11
Rei
no Unido
12,04 12,33
12
México
11,20 11,40
13
Bolívia
11,14 10,90
14
Japão
11,13 10,96
15
Peru
11,01 11,58
16
Venezuela
10,79 11,99
17
Colômbia
10,76 11,33
18
Austrália
9,95 10,73
19
China
9,80 9,13
20
Equador
9,63 10,78
58
6
. CONCLUSÕES
Estudos est
atísticos
constituem um elemento fundamental para a tomada de
decisões em qualquer tipo de
empreendimento
e em muitas pesquisas científicas. Eles não
apenas ajudam a identificar o público alvo e
as
suas necessidades,
como
são import
ante
s
também
por abranjer não
somente
os
aspectos econômicos, mas além destes,
os
aspectos
sociais,
os
culturais,
os
geográficos e outros. Dentre os aspectos geográficos, a distância
tem um forte peso, pois o Turismo tem a peculiaridade de possuir uma mercadoria imóvel,
em que o
consumidor
é que deve se deslocar até ela, justificando a utilização da geografia
econômica e os modelos gravitacionais.
Nes
se estudo buscou-se explicar e criar um modelo no qual a variável
distância
tem notadamente uma forte influência nos fluxos de turis
tas. Aplicou
-se o modelo
gravitacional de Issac Newton,
usado
amplamente na Física, para analisar as principais
características da distribuição do fluxo de turistas entre o Brasil e os vinte principais
países emissores de turistas do mundo. Os resultados obtidos a partir da aplicação do
modelo permitiram afirmar que, pelo fato do coeficiente de regressão (R
2
) ter sido alto
(70,4%),
a distância é um fator que influencia negativamente o fluxo turístico, e que a
renda e o PIB dos países emissores são fatores q
ue influenciam positivamente.
Assim, os fluxos turísticos podem ser explicados pela equação que descreve a
interação gravitacional de Newton, usando PIB e IDH como variáveis diretamente
proporcionais e DISTÂNCIA como uma variável inversamente proporcional.
59
7
.
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