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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
ANÁLISE DO BANCO DE SEMENTES VIÁVEIS DE UM
REMANESCENTE FLORESTAL LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE
CHAPECÓ-SC, BRASIL
Manuela Gazzoni dos Passos
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação da Universidade Comunitária
Regional de Chapecó, como parte dos pré-
requisitos para obtenção do título de Mestre em
Ciências Ambientais.
Orientadora: Profª. Drª. Rosiane Berenice
Nicoloso Denardin
Chapecó – SC, outubro, 2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
631.521 Passos, Manuela Gazzoni dos
P289a Análise do banco de sementes viáveis de um remanescente
florestal localizado no Município de Chapecó – SC, Brasil / Manuela
Gazzoni dos Passos. – Chapecó, 2007.
70 p.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Comunitária
Regional de Chapecó, 2007.
Orientadora: Profª. Drª. Rosiane Berenice Nicoloso Denardin.
1. Sementes - Regeneração . 2. Sementes pioneiras - Chapecó
- SC . I. Denardin, Rosiane Berenice Nicoloso. II. Título
CDD 631.521
Catalogação elaborada por Paola Cappelletti CRB 9/1482
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Manuela Gazzoni dos Passos
ANÁLISE DO BANCO DE SEMENTES VIÁVEIS DE UM
REMANESCENTE FLORESTAL LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE
CHAPECÓ-SC, BRASIL
Chapecó – SC, 2007
ii
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
ANÁLISE DO BANCO DE SEMENTES VIÁVEIS DE UM
REMANESCENTE FLORESTAL LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE
CHAPECÓ-SC, BRASIL
Manuela Gazzoni dos Passos
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do grau de
Mestre em Ciências Ambientais
sendo aprovado em sua forma final.
_______________________________________
Rosiane Berenice Nicoloso Denardin, Doutora
Orientadora
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Antonio Carlos de Souza Medeiros, Doutor
_________________________________
Solon Jonas Longhi, Doutor
Chapecó, 25 de outubro de 2007.
iii
DEDICATÓRIA
iv
Aos meus pais e ao meu esposo, que
sempre foram a base concreta para a
realização de meus sonhos.
"Tudo posso naquele que me fortalece" (Fl 4,13).
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida, pela sua proteção e por permanecer comigo em todos momentos.
A meus pais, Idelar e Elena, por tudo que tiveram que abrir mão em suas vidas em
prol das minhas realizações. Por tudo que a mim fizeram, principalmente pelos
princípios morais e éticos que me ensinaram, pelo amor e pela vida.
A meu esposo Alexandre, pela estrutura segura para meus passos, pelo amor
incondicional que me fortalece e me encoraja para mais um desafio. A ti meu amor,
meu eterno agradecimento.
A minha orientadora Rosiane, pela amizade, pela paciência, pela oportunidade na
realização deste trabalho.
As minhas amigas, Fernanda, Magali e Thaís que compartilharam minhas angústias,
minhas preocupações, minhas frustrações, e estiveram sempre ao meu lado quando
precisei. Pelo incentivo, pela sincera e eterna amizade.
Aos estagiários Leidimara e Giovani, pela dedicação e tempo disponível para auxiliar
em meu trabalho.
Ao Sr. João, ao Engenheiro Agrônomo Alencar Belotti e ao colega Robison
Fumagalli Lima pela disponibilidade, sugestões e auxílio nas identificações das
espécies.
Ao professores e colegas do Mestrado em Ciências Ambientais, da UNOCHAPECÓ
pela amizade e colaboração.
vi
RESUMO
PASSOS, Manuela Gazzoni dos. Análise do Banco de sementes viáveis de um
remanescente florestal localizado no município de Chapecó-SC. Dissertação
(Mestrado em Ciências Ambientais). Universidade Comunitária Regional de
Chapecó, 2007. 78 p.
O banco de sementes é um estoque de sementes viáveis presentes no solo sendo
importante conhecê-lo para entender a dinâmica de regeneração de uma floresta.
Este estudo foi realizado em uma propriedade particular com área de
aproximadamente 25 ha, localizada no município de Chapecó, SC com o objetivo de
quantificar e qualificar o banco de sementes do solo e verificar o potencial de
regeneração desta área. Foram coletadas 80 amostras em julho de 2006, que
permaneceram em bandejas na casa de vegetação com temperatura controlada
(25ºC) por 180 dias. As amostras foram divididas, sendo que 40 amostras
permaneceram sob luz constante e o restante sob sombrite com 50% de restrição de
luz. O método utilizado para quantificar o banco de sementes foi o de emergência de
plântulas. Na composição florística do banco foram encontradas 50 espécies, 41
gêneros e 26 famílias, representando um total de 779 indivíduos amostrados. As
famílias que apresentaram maior número de espécies foram Asteraceae, Myrtaceae,
Lauraceae, Fabaceae e Solanaceae. As espécies que apresentaram maior
ocorrência foram Conyza bonariensis (buva), Trema micrantha (grandiuva), Solanum
mauritianum (Fumo-bravo) e Tabernaemontana fuchsiaefolia (leiteiro). Do total de
indivíduos, 329 são arbóreas, 1 arbustiva, 272 herbáceas e 177 cipós. Quanto a
densidade, o valor total do banco de sementes foi de 86,09 sem/m² e o índice de
Shannon (H’) foi de 3,23, ou seja, o banco apresentou uma baixa densidade mas um
alto índice de diversidade. Muitas espécies consideradas invasoras de lavouras
germinaram no banco de sementes, demonstrando ser uma área afetada pela
intensa atividade agrícola que ocorre nas redondezas da área. Das espécies
presentes no banco de sementes do solo apenas 9 espécies foram encontradas no
levantamento florístico do estrato arbóreo. Verificou-se predominância na
germinação das sementes de espécies pioneiras, indicando que diante de um
distúrbio natural essa área apresenta boas condições de regeneração.
Palavras-chave: dormência, pioneiras, regeneração.
vii
ABSTRACT
PASSOS, Manuela Gazzoni dos. Analysis of seed bank viable in the remaining forest
located in Chapecó - SC. Thesis (Mestrado em Ciências Ambientais). Universidade
Comunitária Regional de Chapecó, 2007. 78 p.
The soil seed bank is a supply of available seeds in the soil and it is important to
know it in order to understand the regeneration dynamics of a forest. This study was
located in a private property with an area of approximately 25 h, in Chapecó, SC. Its
main goal was to quantify and to qualify the soil seed bank and also to verify the po-
tential of regeneration of this area. It was collected 80 samples in July 2006, which
remained in trays at the ‘house of vegetation’ with a controlled temperature of 25ºC
for 180 days. Theses samples were divided and 40 of them remained in constant
light and the other 40 ones remained under sombrite with a 50% restriction of light. It
was used the emergency seedling method to quantify the seed bank. It was found in
the floristic composition of the bank, 50 species, 41 sorts and 26 families, represent-
ing a total of 779 individuals sampled. The families that showed a greater number
were Asteraceae, Myrtaceae, Lauraceae, Fabaceae and Solanaceae. The species
that showed a greater number were Conyza bonariensis (buva), Trema micrantha
(grandiuva), Solanum mauritianum (fumo bravo) and Tabernaemontana fuchsiaefolia
(leiteiro). From this total number, 329 are trees, 1 is a shrub, 272 are herbaceous and
177 are lianas. Regarding the density, the total value of the bank was 86,09 seeds
per and the number of Shannon (H') was 3,23. This means that the bank showed
a low density but a high number of diversity. Many of the considered invader species
at agriculture germinated in the seed bank, and this result showed us that it was an
affected area by the intensive agricultural activity that occurred around that area.
From the species in the soil seed bank, only 9 were found in the floral survey of the
arboreal stratum. We noticed predominance in the germination of pioneering species,
showing that in face of a natural riot this area has good conditions of regeneration.
Keywords: dormancy, regeneration, pioneers.
LISTA DE FIGURAS
viii
Figura 1 - Formações vegetais e ecossistemas associados da Mata
Atlântica........................................................................................... 19
Figura 2 - Esquema de dinämica do banco de sementes do solo. Adaptado
de Almeida – Cortez (2004)........................................... .................. 23
Figura 3 - Vista parcial da área de estudo. Chapecó, SC............................... 32
Figura 4 - Vista parcial da área de estudo. Chapecó, SC............................... 33
Figura 5 - Vista do afloramento de rochas na área de estudo. Chapecó, SC. 33
Figura 6 - Domínio original de Mata Atlântica no Município de Chapecó, SC. 35
Figura 7 - Remanescentes atuais de Mata Atlântica no Município de
Chapecó, SC................................................................................... 35
Figura 8 - Bandeja utilizada para padronização das amostras de coleta do
banco de sementes do solo. Chapecó, SC................................... 37
Figura 9 - Separação das sementes da serapilheira para a análise do
banco de sementes do solo. Chapecó, SC................................... 37
Figura 10 - Bandejas sob luz constante para germinação do banco de
sementes do solo. Chapecó, SC..................................................... 38
Figura 11 - Bandejas que permaneceram sob sombrite (50%) para
germinação do banco de sementes do solo, Chapecó, SC............ 39
Figura 12 - Curva de suficiência amostral do banco de sementes do solo.
Chapecó, SC................................................................................... 43
Figura 13 - Número de indivíduos por família, germinados no banco de
sementes do solo. Chapecó, SC..................................................... 46
Figura 14 - Espécies com maior número de indivíduos no banco de
sementes do solo. Chapecó, SC..................................................... 47
Figura 15 - de indivíduos germinados no banco de sementes do solo nas
diferentes formas de vida. Chapecó, SC......................................... 57
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Composição florística total do banco de sementes, com
respectivo de indivíduos, classificação ecológica e hábito das
espécies. Chapecó, SC................................................................... 44
Tabela 2 - Contribuição das espécies no banco de sementes (%).Chapecó,
SC .................................................................................................. 46
Tabela 3 - Cálculos da Densidade absoluta (DA), Densidade relativa (DR),
Frequencia Absoluta (FA), Frequência relativa (FR) e índice de
Importância (VIB) do banco de sementes do solo. Chapecó, SC... 48
Tabela 4 - Composição florística total do banco de sementes do solo, de
acordo com a forma de vida das espécies. Chapecó, SC.............. 55
Tabela 5 - Espécies do banco de sementes do solo que germinaram em
condições de plena luz. Chapecó, SC............................................ 60
Tabela 6 - Espécies que germinaram do banco de sementes do solo sob
condições de sombreamento (50%). Chapecó, SC........................ 61
Tabela 7- Porcentagem de germinação nas condições de sombreamento e
luz constante. Chapecó, SC............................................................ 62
Tabela 8 - Composição florística da área estudada, Chapecó – SC............... 65
Tabela 9 - Espécies que não constaram nas parcelas do levantamento
florístico mas que estavam presentes na área. Chapecó, SC........ 66
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
x
CCS – Índice de similariedade de Sorensen
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
DA – Densidade Absoluta
DAP - Diâmetro a altura do peito
DR – Densidade Relativa
FA – Frequência Absoluta
FR – Frequência Relativa
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
MMA – Ministério do Meio Ambiente
Sem/m² - Sementes por metro quadrado
VIB – Valor de Importância do banco de sementes
SUMÁRIO
xi
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ vi
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. x
1 INTRODUÇÃO
A superfície da terra encontra-se em constante processo de transformação e
ao longo dos seus 4,5 bilhões de anos, o planeta vem registrando grandes
alterações ambientais. O desmatamento para a exploração madeireira ou energética
e a substituição da mata por pastos e culturas agrícolas contribuiram para reduzir
consideravelmente as áreas florestais.
Nos últimos anos a preocupação com a conservação da natureza vem se
acentuando em função das atividades humanas, que tem ocasionado sérios
problemas, a ponto de comprometer os recursos naturais e, consequentemente,
toda vida futura do planeta.
Embora as questões ambientais tenham surgido desde a antiguidade, o
reconhecimento da importância de sua conservação, como meio natural dos seres
vivos e o interesse por sua garantia, inicia a partir do momento que o homem se
pressionado a preservar os bens não renováveis.
Com a Revolução Industrial as empresas do primeiro setor conseguiram êxito
de crescimento econômico, enquanto o meio ambiente era considerado apenas
fonte de exploração dos recursos naturais necessário para a produção, não havendo
nenhuma preocupação de que esses recursos pudessem se esgotar.
Apesar de não ser possível frear o desenvolvimento econômico, que é
conseqüência do próprio desenvolvimento social e crescimento da população, é
possível porém, decidir a que ponto pode-se permitir uma degradação ambiental
socialmente aceitável, e que assegure um desenvolvimento sustentável para
xii
gerações futuras.
A variedade de biomas reflete a riqueza da flora e fauna brasileira, tornando-
as as mais diversas do mundo, sendo que a maioria das espécies brasileiras o
endêmicas (FUNDAÇÃO SOS Mata Atlântica, 2006). O Brasil é o país com a maior
biodiversidade do mundo, contando com mais de 20% do número total de espécies
do planeta (BRASIL, 2006). Porém, a falta de conscientização ecológica têm
acarretado prejuízos imensuráveis, pois não espécies da flora brasileira estão em
vias de extinção, como também representantes da fauna (LORENZI, 1992).
Entre os biomas brasileiros está a Mata Atlântica que, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA,
2005), é uma das florestas mais ricas do mundo em biodiversidade e em
endemismo, porém, está também entre as florestas mais ameaçados do mundo,
tendo perdido 93% de sua cobertura original.
De acordo com Araujo et al. (2001), as florestas tropicais são reconhecidas
por apresentarem elevada diversidade de flora e fauna. No entanto, constantes
processos de corte e queima da vegetação alteram a estrutura natural dos
ecossistemas, conduzindo ao desaparecimento de espécies no ambiente.
Segundo Branco (1988), a manutenção do meio ambiente depende do
equilíbrio entre os seres vivos que formam um sistema perfeitamente integrado, visto
que o simples desequilíbrio pode ocasionar um dano muito maior que consiste na
perda de todo o sistema. A extinção de uma ou de poucas espécies atingidas
diretamente pelo desequilíbrio pode levar a reação em cadeia, acabando por levar a
extinção de todo um ecossistema.
Miles (2005) concorda que em virtude do incontrolável avanço do progresso
tecnológico o meio ambiente acaba sofrendo modificações profundas em suas
características originais, conduzindo à degradação ambiental. Afirma ainda que,
esse progresso é inconseqüente por não haver, na maior parte dos casos, um
estudo prévio de impacto ambiental sobre a área que virá a sofrer as alterações
introduzidas pelo homem.
Singer (1994) complementa que a perda de um determinado ecossistema
vem acompanhada de conseqüências irreversíveis sobre as gerações futuras. Em
contrapartida, as vantagens econômicas que certamente seriam obtidas por meio de
eventual destruição de um meio ambiente natural são vantagens a curto prazo, as
quais se tornariam ineficientes com o passar de alguns anos. Ainda, segundo o au-
xiii
tor, a preservação e manutenção das condições naturais do meio ambiente se cons-
titui como condição indispensável para a qualidade de vida das gerações futuras,
bem como para a sua própria permanência neste planeta. A destruição do meio am-
biente, por meio de impactos constantes, pode tornar inviável a preservação da vida
dos seres humanos. Dessa maneira, é fundamental que todas as atividades realiza-
das por meio da ação humana sejam realizadas de tal forma que possam ser ambi-
entalmente sustentáveis.
Para Assad (2000), o potencial de uso sustentável da diversidade biológica
brasileira é muito grande, embora pouco explorado. Existe, portanto, um constante
trabalho de pesquisa a ser feito para a identificação e classificação de espécies,
conhecimento dos diferentes ecossistemas e, principalmente, para indicar o melhor
uso econômico dessa riqueza.
As florestas de ocorrência natural guardam segredos que se tornam desafios
a serem desvendados pelos pesquisadores. Esses desafios são de grande
importância, uma vez que as florestas estão diretamente ligadas à vida do homem.
E, embora, ainda muito pouco se saiba sobre a gama de processos físicos e
biológicos que se passam num ciclo de vida dos indivíduos que compõem essas
florestas, algumas especulações são possíveis, necessitando, portanto, de mais
embasamento para serem melhor entendidos (DIAS et al., 2002).
Uma forma de conhecer melhor a dinâmica da floresta é através da análise do
banco de sementes do solo, que é um estoque de sementes não germinadas, mas
potencialmente capazes de substituir as plantas adultas que tivessem desaparecido
pela morte natural ou não, e pelas plantas perenes que são suscetíveis às doenças,
distúrbios e consumo por animais, incluindo o homem (BAKER, 1989).
Na região, provavelmente o único trabalho conduzido sobre banco de
sementes foi o estudo na Reserva Genética de Caçador SC, realizada por Caldato
et al. (1996), que analisaram as relações quali-quantitativas existentes entre
regeneração natural, banco de sementes no solo e chuva de sementes.
Assim, justifica-se a condução deste estudo, pois analisando o banco de
sementes do solo e quais espécies que apresentam maior potencial de regeneração
natural será possível fornecer subsídios necessários para auxiliar no manejo e
proteção ambiental da área pesquisada, bem como de outras áreas com vegetação
similar na região. Além disso, poderá contribuir para a ampliação do conhecimento
sobre banco de sementes, que são escassas a bibliografia disponível sobre o
xiv
assunto e também ampliar o conhecimento sobre as florestas da região Oeste
Catarinense. Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivos quantificar e qualificar
o banco de sementes do solo desta floresta e verificar o potencial de regeneração
desta área diante de um distúrbio natural ou antrópico.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Meio ambiente e a Biodiversidade Brasileira
O conceito legal de meio ambiente, segundo a o Art. 3º da Lei 6.938/81, que
instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas (BRASIL, 1981).
Sato (1995), relata que a questão ambiental passou para o campo legal a
partir de 1965, com a edição do novo Código Florestal, e ganhou ímpeto com a
Constituição Federal de 1988 (BRASIL,1988), que lhe dedica todo um capítulo.
Portanto, o surgimento dessa matéria no Direito Brasileiro é recente, como foi a
preocupação da própria humanidade a seu respeito.
A proteção ambiental, abrangendo a preservação da natureza em todos os
seus elementos essenciais à vida humana e à manutenção do equilíbrio ecológico,
visa tutelar a qualidade do meio ambiente em função da qualidade de vida, como
forma de direito fundamental da pessoa humana, em cuja nova projeção do direito à
vida se de inserir (SILVA, 1994). A Constituição Federal esclarece esse fato
garantindo em seu art. 225 que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações”.
A Política Nacional do Meio Ambiente, também enaltece em seu art. 2º, a
questão da qualidade de vida, expondo que esta Lei tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental, visando assegurar, no País,
condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
O Código Florestal instituído por meio da Lei 4.771/65 (BRASIL, 1965),
também destaca a importância da proteção ao meio ambiente, apresentando
diretrizes e critérios legais, para proteger, preservar e conservar a maior
xv
variabilidade ambiental existente no território nacional, patrimônio de imenso valor
ambiental, histórico e cultural.
Porém, apesar de existir um aparato legal capaz de defender e tutelar
juridicamente o meio ambiente, Mourão (2004) presenciava a degradação ambiental
de forma crescente, com a conseqüente redução dos recursos naturais,
demonstrando assim a fragilidade do ordenamento jurídico que foi concebido com o
fim de coibir os excessos cometidos ao meio ambiente. A Lei 9.985, de 18 de
julho de 2000 que Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza, define em seu Art. que diversidade biológica é a variabilidade de
organismos vivos de todas as origens, abrange, dentre outros, os ecossistemas
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de
que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre
espécies e de ecossistemas (BRASIL, 1999).
Em 1992, a Convenção sobre a diversidade biológica foi aprovada durante a
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente passando a ser uma nova
forma de abordagem e tratamento dos recursos biológicos. Constitui-se como
instrumento legal que estabelece as regras e obrigações entre os países, tendo por
princípio a conservação e uso sustentável da biodiversidade (ASSAD, 2000).
No art. da Política Nacional do Meio Ambiente são apresentados os objeti-
vos que visaram preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à
sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manuten-
ção do equilíbrio ecológico propício à vida.
Branco (1988) afirma que a manutenção do meio ambiente depende do
equilíbrio do conjunto de seres vivos que formam um sistema perfeitamente
integrado, uma vez que um simples desequilíbrio pode ocasionar dano maior que
consiste na perda de todo o sistema.
A perda de um determinado ecossistema vem acompanhada de
conseqüências irreversíveis sobre as gerações futuras. Em contrapartida, as
vantagens econômicas que certamente seriam obtidas por meio de eventual
destruição de um meio ambiente natural são vantagens a curto prazo, as quais se
tornariam ineficientes com o passar de alguns anos (SINGER, 1994). Ainda,
segundo o autor, a preservação e manutenção das condições naturais do meio
ambiente se constitui como condição indispensável para a qualidade de vida das
gerações futuras, bem como para a sua própria permanência neste planeta. A
xvi
destruição do meio ambiente, por meio de impactos constantes, pode tornar inviável
a preservação da vida dos seres humanos. Dessa maneira, é fundamental que todas
as atividades realizadas por meio da ação humana sejam realizadas de tal forma
que possam ser ambientalmente sustentáveis.
Para Assad (2000), o potencial de uso sustentável da diversidade biológica
brasileira é grande, embora pouco explorado. Existe, portanto, demanda para
realização de trabalhos de pesquisa a serem conduzidos visando a identificação e
classificação de espécies, ampliação do conhecimento de diferentes ecossistemas
e, principalmente, para indicar o melhor uso econômico dessa riqueza.
2.2 Mata Atlântica
Entre os biomas brasileiros está a Mata Atlântica que, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é a
formação mais devastada do país, considerada a quinta área mais ameaçada do
planeta. Possui a maior diversidade botânica do mundo para plantas lenhosas e
chegou a cobrir 15% do território nacional, ou 1.290.692,4 quilômetros quadrados.
Duas grandes florestas, formadas por verdadeiros mosaicos, foram
encontradas pelos europeus quando se iniciou o processo da colonização. A maior
delas é a Floresta Amazônica, que ocupa toda a região Norte do Brasil e se estende
pela bacia hidrográfica do Rio Amazonas. A segunda, a Mata Atlântica, menor em
dimensão, porém ocupava 15% do território brasileiro e ocorria ao longo da costa e
se estendia centenas de quilômetros país adentro, no Sudeste e Sul, chegando à
Argentina e Paraguai (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 1993).
Segundo Capobianco (2001), apesar de originalmente formar uma floresta
contínua, arecentemente existiam diferentes denominações para a Mata Atlântica.
Estas denominações eram baseadas em diversos pesquisadores que agrupavam as
formações florestais de acordo com seus próprios critérios de considerações
fitofisionômicas e florísticas.
Atualmente, a Lei n.11.428/06 (BRASIL, 2006), que dispõe sobre a utilização
e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, no art. 2
o
considera
integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e
ecossistemas associados: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista,
também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta
Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais,
xvii
as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves
florestais do Nordeste.
A Mata Atlântica abrange total ou parcialmente 3.409 municípios em 17
Estados brasileiros (RS, SC, PR, SP, GO, MS, RJ, MG, ES, BA, AL, SE, PB, PE,
RN, CE, PI), situados ao longo da costa atlântica, do Rio Grande do Sul ao Rio
Grande do Norte, além de parte dos Estados de Mato Grosso do Sul e Goiás
(CAPOBIANCO, 2001)(Figura 1).
xvii
i
Figura 1- Formações vegetais e ecossistemas associados da Mata Atlântica.
De acordo com Pinto e Brito (2005), nas últimas três décadas, a perda e a
fragmentação de hábitats alteraram seriamente a maior parte da Mata Atlântica,
levando à extinção local de muitas espécies. Ainda assim, o bioma provou ser
xix
extremamente resiliente, como comprovam a recuperação de algumas áreas e a
contínua descoberta de novas espécies.
O Brasil se tornou o centro das atenções internacionais, de forma muito
negativa, pois conquistou o título de campeão mundial em desmatamentos. A Mata
Atlântica é um dos ecossistemas que vem sofrendo diariamente com esta
destruição, sendo classificado pela UNESCO, órgão da ONU, como o ecossistema
mais ameaçado do planeta (NEIMAN, 1989).
Em virtude de sua riqueza biológica e níveis de ameaça, a Mata Atlântica, ao
lado de outras 33 regiões localizadas em diferentes partes do planeta, foi apontada
como uma das prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o mundo
(MYERS et al., 2000). Distribuída ao longo de mais de 27 graus de latitude no Brasil,
incluindo partes da Argentina e do Paraguai, a Mata Atlântica apresenta grandes
variações no relevo, nos regimes pluviométricos e nos mosaicos de unidades
fitogegráficas, as quais contribuiem para a grande biodiversidade encontrada nesse
hotspot (PINTO et al., 1997).
Ao longo do tempo os habitats foram progressivamente transformados em
pequenos pedaços remanescentes, isolados uns dos outros e mergulhados em
paisagens em mosaico alteradas pelo homem. Este processo, conhecido como
fragmentação de habitats (lato sensu), é considerado atualmente uma das maiores
ameaças à biodiversidade global (PIRES et al., 2006).
A grande maioria dos remanescentes de Mata Atlântica ainda existentes nas
pequenas e médias propriedades agrícolas são secundárias. Em função das poucas
áreas remanescentes de florestas primárias na Mata Atlântica, as florestas
secundárias exercem hoje algumas funções ou serviços ambientais cruciais no
equilíbrio do clima, no seqüestro de carbono, na manutenção dos mananciais de
água que abastecem as cidades, no controle de pragas e doenças na agricultura e
na manutenção e sobrevivência das muitas espécies da flora e fauna
(COPABIANCO, 2001).
Schaffer e Prochnow (2002), relataram que em Santa Catarina restavam
apenas 17,46% (área equivalente a 1.662.000 hectares) da vegetação original que
recobria o estado e, desse montante, podem ser consideradas florestas primárias
apenas 280.000 ha, enquanto o restante, 1.382.000 ha, é considerado como
florestas secundárias.
De acordo com Pinto e Brito (2005), as ameaças à biodiversidade da Mata
xx
Atlântica agravam-se devido ao fato de que a região abriga aproximadamente 70%
dos 169 milhões de brasileiros. A maioria deles vive em grandes metrópoles, como
São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, cerca de 80% do Produto Interno Bruto
brasileiro é gerado na região da Mata Atlântica, que abriga os maiores centros
industriais e de silvicultura do Brasil.
Para garantir a proteção de sua biodiversidade no longo prazo, o futuro da
Mata Atlântica dependerá do manejo de suas espécies e ecossistema. No entanto, a
conservação e a recuperação desse hotspot constituem grande desafio, visto que
as estratégias, ações e intervenções necessárias esbarram em dificuldades
impostas pelo estado fragmentado do conhecimento sobre o funcionamento dos
seus ecossistemas, num ambiente sob forte pressão antrópica, marcado pela
complexidade nas relações sociais e econômicas (PINTO et al., 2006).
Devido à complexidade da biodiversidade e dos fatores socioeconômicos, na
Mata Atlântica brasileira um complexo mosaico de situações biológicas e sociais é
produzido, e os pesquisadores precisam responder com planos de conservação que
reflitam o estado de cada região. Florestas do interior diferem consideravelmente
daquelas da costa, e a riqueza da biodiversidade, assim como as ameaças a ela,
não se restringem aos ecossistemas terrestres (PINTO e BRITO, 2005).
Galindo-Leal et al. (2005) acreditam que apesar dos desafios, existem razões
para ter esperanças quanto ao futuro da Mata Atlântica. Ao contrário do que ocorre
em vários hotspots, sabe-se muito sobre onde as ações de conservação são mais
necessárias nas áreas de risco ao longo de toda a Mata Atlântica no Brasil, na
Argentina e no Paraguai.
2.3 Banco de Sementes do Solo
De acordo com Hyatt (1999), o termo banco de sementes pode ser
compreendido como a comunidade de sementes ou diásporos viáveis presentes no
solo, em um dado momento, sem considerar a época de sua incorporação. Garwood
(1989) complementa que o banco de sementes do solo é um depósito de elevada
densidade de sementes de muitas espécies em estado de latência, armazenando,
principalmente, espécies pioneiras.
Segundo Roberts (1981), os primeiros estudos sobre bancos de sementes do
solo começaram por Darwin, em 1859. Porém, a primeira pesquisa científica foi
xxi
publicada por Putersen em 1882, na qual estudou a ocorrência de sementes em
diferentes profundidades do solo.
A análise do banco de sementes do solo é uma forma de conhecer as
espécies vegetais. De acordo com Viana (1990), sementes no solo podem atuar
como forma de regeneração no manejo sustentável e na recuperação da floresta. O
banco de sementes pode ser usado para restabelecer espécies existentes, melhorar
ambientes onde eles existiram ou para aumentar a diversidade e a população
geneticamente esgotada (SCHOEN e BROWN, 2001).
Campos e Souza (2003) destacam que conhecer a composição do banco de
sementes é importante para entender a dinâmica da vegetação. Butler e Chazdon
(1998), citam que a identificação da flora e a determinação da abundância de
sementes estocadas no solo fornecem indicações do potencial de regeneração de
uma determinada comunidade.
Em ecossistemas naturais, o estudo dos bancos de sementes é utilizado para
entender e acompanhar os efeitos de interferências humanas, animais ou climáticas
no seu equilíbrio (Martins e Silva, 1994) e portanto, o acúmulo de sementes no
banco varia de acordo com a entrada (dispersão) e saída (germinação, morte) de
sementes (Figura 2). As entradas e saídas do banco controlam diretamente a
densidade, a composição de espécies e a reserva genética (ALMEIDA-CORTEZ,
2004).
As clareiras são áreas temporariamente abertas na vegetação e fazem parte
de um processo dinâmico nas comunidades vegetais tropicais. O tamanho de uma
clareira afeta o microclima e conseqüentemente as condições de estabelecimento de
plântulas e o crescimento vegetal. Considerando que o sucesso da ocupação
depende das interações entre os fatores abióticos (físicos e químicos) e bióticos, tais
interações podem ser favoráveis ou prejudiciais à ocupação das espécies
(WHITMORE, 1989).
As sementes que entram na composição do banco de sementes no solo são
introduzidas através da chuva de sementes, por intermédio da dispersão de
sementes de espécies presentes na área ou de áreas circunvizinhas. Durante a
chuva de sementes podem ocorrer dois eventos. Parte das sementes pode ser
predada, antes mesmo de participar do banco de sementes no solo, enquanto a
outra parte irá formar o banco de sementes (BUDOWSKI, 1965).
xxii
Figura 2 - Esquema de dinämica do banco de sementes do solo.
Adaptada de Almeida – Cortez (2004).
A saída de sementes do banco pode ocorrer por meio de um estímulo,
desencadeado para que ocorra a superação de dormência das sementes e posterior
germinação, pela deterioração e morte através da perda de viabilidade e em
decorrência da predação exercida pelos animais (FENNER, 1985). Segundo
Carmona (1995), a variabilidade e riqueza botânica de um povoamento de sementes
no solo, em um dado momento, são o resultado do balanço entre entrada de novas
sementes e perdas por germinação, deterioração, parasitismo, predação e
transporte.
O banco de sementes em florestas tropicais está envolvido em, pelo menos,
quatro processos nos níveis de população e de comunidade. São estes: o
estabelecimento de populações, a manutenção da diversidade de espécies, o
estabelecimento de grupos ecológicos e a restauração da riqueza de espécies
durante a regeneração da floresta após distúrbios naturais ou antrópicos (HARPER,
1977).
Chuva de sementes
Banco de sementes
Germinação
Perda de viabilidade
Danos
físicos
xxii
i
Segundo Uhl et al. (1990) distúrbio, para florestas, é qualquer evento, natural
ou antrópico, que cria uma abertura no dossel. Quando um ecossistema reage aos
distúrbios, absorvendo os seus impactos, de forma a regular a variação na sua
estrutura e nos processos ecológicos, este ecossistema é dito estável, sendo capaz
de manter-se num estado de equilíbrio dinâmico (TIVY, 1993).
Entretanto, nas florestas tropicais, os distúrbios antrópicos geralmente são de
maior escala, maior intensidade e freqüência do que os distúrbios naturais sob os
quais elas evoluíram, o que compromete a estabilidade dos ecossistemas a partir do
momento que ocorrem mudanças drásticas no seu regime de distúrbios
característico, onde as flutuações ambientais ultrapassam o seu limite homeostático,
tornando a sua recuperação muito lenta ou incerta (UHL et al., 1990; EGEL e
PARROTTA, 2003).
Baider et al. (1999) confirmam que a importância do banco de sementes para
a regeneração das florestas tropicais relaciona-se ao estabelecimento de grupos
ecológicos, como o das pioneiras, e com a restauração da riqueza de espécies
arbóreo-arbustivas.
Do vasto número de sementes dispersas e presentes no banco de sementes
do solo, somente uma pequena fração germina e atinge o estágio de plântula. É
nesse estágio inicial, denominado de plântula que o indivíduo apresenta maior
susceptibilidade a vários fatores interferentes na sua sobrevivência. Desse modo,
somente aquelas que estiverem em “sítios seguros”, onde as condições ambientais
são favoráveis e os riscos biológicos ausentes, serão recrutadas (HARPER, 1977).
A auto-renovação das florestas tropicais se através de clareiras pelo
processo de sucessão secundária, que ocorre desde que haja disponibilidade de
sementes de espécies pioneiras no solo e pioneiras e não pioneiras em formações
florestais adjacentes (BARBOSA, 2000). O recrutamento de novos indivíduos
depende, em parte, do banco de sementes que pode permanecer dormente aque
surjam condições favoráveis para a sua germinação e estabelecimento (YOUNG et
al., 1987).
Os bancos de sementes possuem múltiplas funções, tais como: atuam na
recuperação florística e estrutural da vegetação em locais perturbados; influenciam
nas mudanças evolucionárias na comunidade vegetal; armazenam informações
sobre as variações espacial e temporal da estrutura genética das populações e
fornecem indicações sobre o passado e o futuro da composição vegetal, o que
xxi
v
auxilia nas ações e estratégias de manejo de áreas com distintos graus de
degradação (FALISKA, 1999).
No banco de sementes do solo é possível encontrar espécies que apresentam
diferentes períodos de longevidade e porcentagem de viabilidade. Sendo assim,
Simpson et al. (1989), classificaram os bancos de sementes em transitório, quando
as sementes germinam num período de até um ano após a dispersão e, persistente
quando as sementes permanecem viáveis por um período superior a um ano.
Thompson (1992) admite outra classificação, na qual a permanência da
semente no solo além de ser transicional (menos de 1 ano no solo), pode ser pouco
persistente ( entre 1-5 anos) ou muito persistente (no mínimo 5 anos). Ou seja, o
banco é formado por uma mistura de sementes de diferentes idades, acumuladas
por vários anos, mostrando as espécies presentes no passado e que afetam a
composição populacional das espécies presentes (GRIME, 1989).
Gandolfi e Rodrigues (1996), classificam o banco de sementes do solo
quanto à origem, ou seja quando existe um estoque de sementes presente no solo
do próprio local que se tem interesse em preservar ou recuperar, denominado
autóctone e, quando é importado de outra localidade junto com o solo, como
alóctone.
É importante determinar a proporção entre espécies nativas e invasoras num
banco de sementes. Um banco rico em sementes de espécies invasoras ou ruderais
sugere que, frente a um distúrbio natural, como a abertura de clareiras, estas
espécies poderão vir a colonizar a área, podendo competir com as espécies nativas,
afetando a sustentabilidade da floresta (MARTINS, 2001).
2.3.1 Utilização do banco de sementes do solo na recuperação de áreas
degradadas
A recuperação de áreas degradadas pode ser conceituada como um conjunto
de ações que visam proporcionar o restabelecimento de condições e
sustentabilidade existentes em ecossistemas naturais, sendo uma atividade que
exige uma abordagem sistemática de planejamento e visão a longo prazo (DIAS e
GRIFFITH, 1998) eo apenas uma tentativa limitada de remediar um dano que, na
maioria das vezes, poderia ter sido evitado (RODRIGUES e GANDOLFI, 2000).
xxv
De acordo com Almeida (2000), a utilização de métodos biológicos na
recuperação de áreas degradadas constitui a maneira mais econômica e eficiente de
recuperação destas áreas. Métodos mecânicos e obras civis representam custos
elevados e nem sempre são alternativas eficientes para a recuperação de áreas.
As interferências humanas em áreas alteradas buscando restabelecer
funções biológicas, estéticas, funcionais ou de outro tipo, requerem esforços
diferenciados, dependentes dos graus de degradação em que se encontram os
ecossistemas envolvidos (MANTOVANI, 1998).
O uso da serapilheira e do banco de sementes do solo é útil na recuperação
de áreas degradadas e apresenta como principal vantagem a possibilidade de
restabelecer no local degradado um ecossistema que se assemelha, pelas espécies
contidas, àquele que existia antes de sua perturbação.
A serapilheira é formada pelo material solto encontrado no solo da floresta,
que contém sementes de plantas herbáceas, arbustivas e arbóreas (IBAMA, 1990).
Outra vantagem da utilização deste material, é que a serapilheira e o banco
de sementes do solo podem ser retirados da própria área a ser impactada ou de
áreas remanescentes próximas, o que torna o processo de revegetação mais barato
e eficiente. O sucesso desse processo depende da capacidade das espécies
contidas na serapilheira e no banco de sementes de germinarem e se
estabelecerem em áreas impactadas (SOUZA et al., 2006).
O banco de sementes se contitui em uma fonte primária de indivíduos a
serem recrutados nos processos de regeneração natural, o que torna a avaliação do
estoque de sementes no solo o passo inicial a ser dado na determinação de qual
estratégia de manejo deve ser empregada, tanto nas atividades de manejo, como na
recomposição de florestas nativas (GROMBONE-GUARATINI, 1999).
Segundo Schmitz (1992), a recolonização da vegetação em um ambiente
perturbado ocorre principalmente através do banco de sementes no solo, mantendo
este um papel fundamental no equilíbrio dinâmico da área. O primeiro passo para a
escolha de um modelo de restauração é a verificação da presença do banco de
sementes, pois, se o mesmo estiver presente não é necessária à introdução de
espécies e a regeneração natural é a mais indicada na área (KAJEYAMA e
GANDARA, 2001).
Leal Filho (1992), explica que a composição do banco de sementes não
reflete a composição florística da mata primária uma vez que as espécies pioneiras
xxv
i
geralmente dominam o banco de sementes em áreas tropicais onde a maioria das
espécies produz sementes que permanecem longos períodos no solo por apresentar
algum tipo de dormência.
O grupo de pioneiras é considerado como a chave para o processo de
recuperação, pois estas espécies o responsáveis pelo arranque inicial, rápido
recobrimento do solo e criação das condições necessárias para as outras espécies
se estabelecerem (ALMEIDA, 2000).
A transposição de pequenas porções de solo não degradado representa
probabilidades de recolonização da área com microorganismos, sementes e
propágulos de espécies vegetais pioneiras. Essa técnica consiste na utilização da
camada superficial do solo (serapilheira e mais os primeiros 5 cm de solo) de uma
área com sucessão mais avançada (REIS et al., 2003).
Rodrigues e Gandolfi (2000), sugerem que diante de um área de vegetação
nativa prestes a ser destruída por implantação de áreas de mineração, construção
de estradas e represas para geração de energia, pode ser retirada uma camada
superficial do solo (primeiros 20 cm) e reposta nas áreas degradadas com a
intenção de recompor o solo com o aporte de matéria orgânica, sementes,
propágulos, micro e macro fauna e flora. Este método reduz custos, com produção
de mudas, com a recuperação do solo, com a eficiência do plantio, além de garantir
uma maior diversidade florística e genética da restauração, obtida com espécies
locais.
O conhecimento da distribuição, quantificação e composição populacional do
banco de sementes do solo, resulta em valiosa ferramenta para o entendimento da
evolução das espécies, permitindo que sejam feitas várias inferências sobre o
processo de regeneração natural, assim como a adoção de técnicas de manejo para
conservação da diversidade biológica ou recuperação de áreas degradadas
(MARTINS e SILVA, 1994).
Garwood (1989) justifica que quando se trata de recomposição florestal é
importante a presença de dispersores que as espécies em amostras de solo que
germinam, geralmente estão ausentes ou são raras na vegetação local e provêm de
diferentes locais e épocas.
Porém, o objetivo final da restauração ecológica, que é o retorno do
ecossistema a uma situação mais próxima possível do seu estado original ou
anterior à degradação, é difícil de ser alcançado. Por esta razão é necessário que se
xxv
ii
estabeleça uma definição prévia de qual é o produto desejado ou ecossitema-alvo a
ser atingido, o que permitirá avaliar o sucesso de um projeto de restauração
ecológica (ENGEL e PARROTTA, 2003).
2.3.2 Fatores que interferem na germinação do banco de sementes do solo
As sementes, na maioria das espécies, germinam quando lhes são oferecidas
condições ambientais favoráveis. Porém, diversos fatores internos e externos podem
impedir a germinação dessas sementes. De acordo com Fernández-Quintanilla et al.
(1991), entre os fatores internos estão a presença de alguma barreira à penetração
da água e do oxigênio; presença de inibidor bioquímico na semente; e imaturidade
do embrião. Entre os fatores externos, os mais comuns são a água e a temperatura.
O conhecimento de como os fatores internos e externos influenciam a
germinação e a dormência das sementes de cada espécie é que permite controlar o
armazenamento e a germinação. A dormência é um processo que distribui a
germinação no tempo como resultado da estratégia evolutiva das espécies para
garantir que algumas encontrem condições ambientais favoráveis para desenvolver
plantas adultas, bloqueando a germinação sob condições desfavoráveis imediatas
em diferentes graus dentro de uma população. Protege as sementes da deterioração
e pode ser superada ao longo do tempo e sob condições naturais de clima ou de
alterações climáticas (BIANCHETTI, 1989).
Vieira e Fernandes (1997), caracterizam a dormência pela incapacidade de
germinação de sementes mesmo quando são expostas a condições ambientais
favoráveis. Ocorre de forma primária, quando está presente nas sementes
colhidas, e de forma secundária, quando é causada por alterações fisiológicas
provocadas por exposição a condições desfavoráveis à germinação após a colheita.
Cerca de um terço das espécies germinam imediatamente em condições favoráveis,
mas as demais apresentam algum grau de dormência (KRAMER e KOZLOWSKI,
1972).
Conforme Vieira e Fernandes (1997), a evolução das sementes permitiu que
se adaptassem no sentido de permanecerem ou não no banco de sementes. Para
permanecerem, desenvolveram a característica de dormentes, ou seja, não germinar
e manter sua viabilidade
Essa habilidade das espécies em permanecerem dormentes no banco é uma
xxv
iii
importante estratégia biológica para a dinâmica de suas populações, permitindo que
acompanhem a abertura de clareiras na floresta ou mudanças drásticas em
comunidades. Desse modo, quando ocorre abertura de clareiras, a colonização das
mesmas é dada pela ativação do banco de sementes, associado com a chuva de
sementes que cai sobre essas áreas (RICHARDS, 1998).
Vázquez-Yanes e Onozco-Segovia (1994), explicam que fatores intrínsecos
aos propágulos (tipo de dormência, sensibilidade à desidratação) e fatores
ambientais como umidade, temperatura, ácidos, luminosidade, gases, predadores e
patógenos determinam sua viabilidade e longevidade ecológica em um banco.
Garwood (1989) afirma que o período de tempo em que a semente permanece
viável no solo, depende de seus atributos fisiológicos (tipo de dormência), das
interações bióticas (existência de parasitas e predadores) e das condições abióticas
(disponibilidade de água, luz e oxigênio).
As plantas não crescem na mesma taxa durante o seu ciclo de vida. Nas
estações desfavoráveis, elas limitam ou cessam inteiramente o crescimento. Esta
capacidade possibilita que as plantas sobrevivam sob condições de déficit hídrico ou
baixas temperaturas. A dormência é uma condição especial de parada temporária do
crescimento vegetal (RAVEN, 2001).
As espécies diferem nas respostas, não somente quanto à abertura do
dossel, mas também em relação à suscetibilidade a patógenos, herbívoros e
predadores. Essas variações no comportamento das espécies reduzem a exclusão
competitiva no âmbito de comunidades e têm sido consideradas como fatores que
contribuem para a manutenção da biodiversidade em riqueza de espécies florestais
(HUSTON, 1945, e JANZEN, 1970, apud GRAU, 2000).
Predação, patógenos e envelhecimento natural podem ocasionar a
mortalidade de sementes, reduzindo assim, a densidade no banco. O banco de
sementes é portanto, produto dos eventos bióticos e abióticos que ocorrem no
ambiente. As entradas e as saídas do banco controlam diretamente a densidade, a
composição de espécies e a reserva genética (ALMEIDA-CORTEZ, 2004).
A presença de serapilheira também pode afetar o banco de sementes, pois
reduz a amplitude térmica do solo e a evaporação de água, aumenta a umidade
local e também impede que a água das chuvas atinja diretamente o solo. Além
disso, funciona como um filtro na presença de luz solar direta e feixes de luz que
penetram o dossel, podendo desse modo interferir na germinação de sementes
xxi
x
fotoblásticas positivas (SANTOS e VÁLIO, 2002).
Molofsky e Augspurger (1992) complementam, relatando que a serapilheira
afeta a germinação das sementes e o estabelecimento das plântulas diretamente,
pela barreira física que causa ao desenvolvimento, pelo sombreamento, redução da
amplitude térmica ou por efeitos bioquímicos e alelopáticos. Indiretamente pode
afetar, pela redução da competição inter-específica de plântulas arbóreas com
herbáceas adjacentes, ou pelo aumento da predação de sementes e/ou plântulas,
principalmente por artrópodes (FACELLI, 1994). Assim, a relação entre serapilheira
e a germinação das sementes é altamente específica, variando de condições
negativas até situações positivas que favorecem a germinação e o recrutamento.
2.3.3 Parâmetros para análise do banco de sementes do solo
Diferentes metodologiaso utilizadas nos trabalhos que avaliam o banco de
sementes.
Quanto ao tamanho e profundidade das amostras, Martins (2001) salienta que
a coleta deva ser realizada utilizando-se uma moldura de 0,5 x 0,5 m, lançada na
superfície do solo. Deve-se coletar toda a serapilheira e o solo, numa profundidade
de 0–5 cm, que retém a maior parte das sementes. Ainda conforme o autor, essas
amostras devem ser transferidas para uma casa de vegetação, livre de
contaminações externas, onde são fornecidas as condições de luz e de umidade
necessárias para a germinação das sementes. Após determinado tempo, as
sementes germinadas são contadas e as plântulas identificadas.
Araujo et al. (2001), coletaram amostras adotando um transecto no interior da
floresta, reunindo 25 amostras em cada estágio sucessional, utilizando gabaritos de
0,5 x 0,5 m, e 8 cm de profundidade. As amostras foram armazenadas em sacos
plásticos e colocadas para germinação em uma casa de vegetação. Caldato et al.
(1996), utilizaram como metodologia a coleta da camada de solo e serapilheira em
até 3 cm de profundidade em 40 pontos amostrais de 0,5 m x 0,5 m .
Alguns trabalhos indicam apenas uma coleta, como citado por Costa e Araújo
(2003), que no final da estação seca (outubro e novembro) numa área de 1 ha,
sortearam 100 parcelas de 20 x 20 cm. No interior de cada parcela retiraram
separadamente, 100 amostras em três profundidades: serapilheira, solo de 0-5 cm e
5-10 cm. Distribuíram as amostras em bandejas plásticas (45 x 30 x 7 cm) colocadas
xxx
em casa de vegetação e irrigadas diariamente.
Por outro lado, Silva e Schessl (2005), além de compararem a borda e o
interior da mata, escolhendo três habitats: o interior da mata, a zona da borda da
mata e a vegetação do tampão vegetal. Coletaram amostras em duas estações, uma
no início da estação seca (setembro) e outra no início do período das chuvas (abril) .
Garwood (1989) justifica que a composição do banco de sementes apresenta
variações espaciais e temporais, cujos resultados podem variar com as épocas do
ano nas quais foram realizadas as amostragens, pois existem sementes que podem
ser incluídas ou excluídas, de acordo com a data da coleta.
Tres e Sant’anna (2005), utilizaram coletas aleatórias de 6 amostras de solo
preservado de 1m² e profundidade de 8-10 cm em parcelas de 10 x 50 m. As
amostras foram peneiradas com malha de 5 mm, despejadas em bandejas e levadas
à casa de vegetação. O método de avaliação adotado foi o emergência de plântulas,
qualificando e quantificando semanalmente as espécies que germinaram.
Quanto à profundidade, a proporção de sementes viáveis diminui à medida
em que se aprofunda no solo. Existem mais sementes viáveis nas camadas
superficiais (até 5 cm) do que nas camadas mais profundas do solo, pois as
sementes mais superficiais germinam mais facilmente que aquelas encontradas
abaixo de 10 cm (LEAL FILHO, 1992).
Quanto a quantificação do banco, as sementes podem ser separadas com o
auxílio de lupas ou por flutuação, ou ainda, pelo estímulo à germinação no próprio
solo coletado (HARPER, 1977).
Em alguns trabalhos os autores sugerem separar as amostras sob diferentes
condições de luz, sob sombrite (tela para restrição de luz) e outras em luz direta.
Baider et al. (1999), com o objetivo de estimular a germinação do maior número de
espécies, colocaram as amostras em vasos plásticos dispostos sobre mesas
recobertas com três telas diferentes: uma com tela em náilon branco, uma com
sombrite 30% e uma com sombrite 80%,
O tratamento mais adequado para os trabalhos de banco de sementes,
segundo Daniel e Jankauskis (1989), foi a colocação do material em viveiro,
expostas a 30% de sombreamento, com duração de 160 dias, visando a
quantificação do seu estoque de sementes.
3 MATERIAL E MÉTODOS
xxx
i
O presente estudo foi realizado em um fragmento florestal de uma
propriedade particular localizada no município de Chapecó - SC. Este
remanescente, com área aproximada de 25 hectares, apresenta um bom grau de
preservação, apesar da intensa atividade agrícola no entorno da área (Figura 3 e 4).
Figura 3 - Vista parcial da área de estudo. Chapecó, SC.
Esta floresta apresenta uma formação secundária, com solos classificados
parte como Cambissolo e parte Neossolo, com evidente afloramento de rochas,
como pode ser observado na Figura 5.
xxx
ii
Figura 4 - Vista parcial da área de estudo. Chapecó, SC.
Figura 5 - Vista do afloramento de rochas na área de estudo. Chapecó, SC.
xxx
iii
O município de Chapecó está situado entre as coordenadas geográficas
27°05’03” de latitude sul e 52°53’53” de longitude oeste. O clima da região é do tipo
Cfa, segundo a classificação de Köeppen, ou seja, subtropical úmido mesotérmico,
verões quentes e invernos apresentando geadas freqüentes, com tendência de
concentração das chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida (SANTA
CATARINA, 1991). A temperatura máxima média anual é de 23 °C e a mínima
média anual 14,1 °C e precipitação média anual de 2.039 mm (Dados médios
fornecidos pela Estação meteorológica da EPAGRI/CEPAF, em Chapecó – SC).
O estado de Santa Catarina apresenta-se na transição entre o domínio
tropical ao norte para o domínio sub-tropical a temperado ao sul. A região oeste de
Santa Catarina também pertence ao bioma Mata Atlântica. A área de estudo
apresenta-se originalmente como um ecótono ou zona de contato entre duas
formações florestais, Floresta Ombrófila Mista (montanha) e Floresta Estacional
Decidual (Sub-montanha e montanha) (MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG,
1974).
Na região e mais especificamente no município de Chapecó, o desmatamento
ocorreu em função da exploração madeireira quando foram consideravelmente
reduzidas as áreas florestais.
Na Figura 6 apresenta-se o domínio original de Mata Atlântica no município
de Chapecó e entorno, apresentando um ecótono de Floresta Estacional Decidual e
Floresta Ombrófila Mista. Já na Figura 7, estão representados os poucos
remanescentes florestais atuais de Mata Atlântica no município de Chapecó,
confirmando a intensa devastação ocorrida.
A Floresta Estacional Decidual tem como principal característica a completa
ausência de pinheiros, que segundo Klein (1978) levou os colonizadores a chamá-la
de “mata branca”. As espécies do estrato superior deste tipo florestal, normalmente
perdem mais de 50% as folhas durante o inverno. É comum a ocorrência de epífitas
e samambaias nos locais mais úmidos, podendo também ocorrer cipós (trepadeiras).
Antes da exploração e degradação pelo homem, a Floresta Estacional Decidual
ocorria a oeste das Florestas Ombrófilas da encosta atlântica, entrando pelo Planalto
Brasileiro até as margens do Rio Paraná (KLEIN, 1978).
Este autor relatou em 1978 que a Floresta Estacional Decidual encontrava-se
bastante reduzida com número restrito de espécies arbóreas e com poucas espécies
xxx
iv
no estrato emergente. A situação atual é pior, considerando que a exploração e
degradação destas áreas foi contínua.
Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica (2006)
Flor. Estacional Decidual
Flor. Ombrófila Mista
Figura 6- Domínio original de Mata Atlântica no Municipio de Chapecó, SC.
Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica (2006)
Domínio da Mata Atlântica
Remanescentes
Zona Urbana
Figura 7 - Remanescentes atuais de Mata Atlântica no Município de Chapecó, SC.
A Floresta Ombrófila Mista é conhecida como Mata de Araucárias, pois o
xxx
v
pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia) constitui o estrato superior da floresta. É
característica do Planalto Meridional, onde ocorria com maior freqüência abrangendo
cerca de 70% da área, representada pela submata de Ocotea pulchella e Ilex
paraguariensis acompanhada por Cryptocarya aschersoniana e Nectandra
megapotamica. pequenas áreas com remanescentes desta formação florestal
restringindo-se a poucas reservas particulares ou a pequenas manchas que dividem
a terra com culturas cíclicas, pastagens e solos abandonados (KLEIN, 1978).
3.1 Banco de sementes do solo
Para caracterizar a composição do banco de sementes do solo foi realizada
uma coleta de amostras de solo e serapilheira durante o mês de julho de 2006.
Foram coletadas 80 amostras em pontos distribuídos de forma aleatória com
distância mínima de 10 m entre uma e outra amostra.
O número de amostras coletadas foi definido com base em outros trabalhos
(ARAÚJO, 2004; BAIDER,1999; CALDATO,1996; DANIEL e JANKAUSKIS, 1989),
entretanto, considerando a grande diversidade de metodologias utilizadas, optou-se
por coletar 80 amostras.
Para padronizar o tamanho das amostras, foram utilizadas bandejas plásticas
com dimensão de 39 x 29 x 7 cm (Figura 8), sendo esta área demarcada e a
serapilheira colhida juntamente com uma camada de aproximadamente 5 cm de
solo. Este foi cortado e coletado com auxílio de pás de corte e colocadas
diretamente nas bandejas.
Como em alguns pontos a serapilheira era volumosa, foi coletado nas
bandejas apenas o solo e em um saco separado foi coletada a serapilheira contida
nesta amostra. Posteriormente, em laboratório, foi realizada uma triagem para
separar as sementes presentes na serapilheira e incorporá-las às suas respectivas
bandejas (Figura 9).
xxx
vi
Figura 8 - Bandeja utilizada para padronização das amostras de coleta do banco de
sementes do solo. Chapecó, SC.
Figura 9 - Separação das sementes da serapilheira para a análise do banco de
sementes do solo. Chapecó, SC.
xxx
vii
As amostras coletadas nas bandejas plásticas foram condicionadas em sala
de germinação com temperatura controlada, de 25º C ± C e umidade relativa em
torno de 85%. As bandejas foram irrigadas duas vezes por semana. As amostras
foram divididas, permanecendo 50% (40 bandejas) com luz direita (Figura 10) e o
restante sob sombrite com 50% de restrição de luz (Figura 11).
Figura 10 - Bandejas sob luz constante para germinação do banco de sementes do
solo. Chapecó, SC.
Periodicamente as bandejas foram trocadas de lugar na casa de vegetação
para garantir que ficassem expostas às mesmas condições ambientais.
O método utilizado para quantificar o número de sementes foi o de
emergência de plântulas ou germinação. Além da contagem, a cada 60 dias, foi feita
a identificação das plântulas, sendo realizadas 3 identificações, totalizando 180 dias
de experimento. Após a segunda identificação, o solo foi revolvido para estimular a
germinação das sementes e todas as bandejas foram colocadas em plena luz. Fotos
das contagens podem ser observadas no Anexo 1.
xxx
viii
Figura 11 - Bandejas que permaneceram sob sombrite (50%) para germinação do
banco de sementes do solo. Chapecó, SC.
A identificação foi analisada com a colaboração de professores de Botânica
do Centro de Agro - Ambientais e de Alimentos, pelo Engenheiro Agrônomo Alencar
Belloti, pelo Sr. João, funcionário do IBAMA e por meio de pesquisa bibliográfica
(BACKES e IRGANG, 2002; CARVALHO, 2003; LORENZI, 1992; LORENZI, 1998;
LORENZI, 2000; SOBRAL, 2006;). As plântulas na qual houve dificuldade de
identificação, permaneceram nas bandejas por um período maior até
desenvolverem-se a ponto de possibilitar seu reconhecimento.
Foram estimados alguns dados empregando-se as seguintes equações
descritas por CURTIS e McINTOSH (1951).
1. Densidade Absoluta:
hanDA
/
=
Equação (3.1)
onde : n/ha significa número de indivíduos de cada espécie por hectare.
xxx
ix
2. Densidade Relativa:
100.
/
/
haN
han
DR
=
Equação (3.2)
onde: n/ha significa o número de indivíduos de uma determinada espécie por ha
encontrados na soma das amostragens de cada tratamento e N é o número total
de indivíduos amostrados por ha no respectivo tratamento.
3. Freqüência Absoluta:
FA= Nae / Nat . 100 Equação (3.3)
onde: Nae significa o número de amostragens em que ocorreu uma determinada
espécie em cada tratamento e Nat é o número total de amostragens efetuadas
por tratamento.
4. Freqüência Relativa:
100.
=
FA
FA
FR
Equação (3.4)
onde: FA e refere-se a freqüência absoluta de uma determinada espécie.
Para Mueller-Dombois e Ellenberg (1974), a densidade refere-se ao número
de indivíduos de uma espécie por unidade de área ou de volume. A Densidade
Absoluta (DA) trata do número de indivíduos de uma espécie por unidade de área
considerada, enquanto que a Densidade Relativa é a proporção entre o número de
indivíduos de uma determinada espécie, em relação ao número total de indivíduos
amostrados.
A Freqüência Relativa (FR), segundo Lamprecht (1962), indica a uniformidade
de distribuição de uma espécie sobre uma determinada área, ou seja, a sua
dispersão média. A Freqüência Absoluta (FA), é a proporção entre o número de
unidades amostrais onde a espécie ocorre e o número total de unidades amostrais,
expressa em porcentagem. A Freqüência Relativa (FR) é a proporção expressa em
porcentagem, entre a freqüência de cada espécie e a freqüência total por hectare
xl
(MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974).
Foi utilizado o Índice de Diversidade de Shannon, para análise da diversidade
florística do banco de sementes que é calculado com base na relação entre o
número de indivíduos por espécie e o número total de indivíduos amostrados
(MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974). Segundo Magurran (1989), o índice
de Shannon considera que os indivíduos são amostrados ao acaso a partir de uma
população infinita de distribuição aleatória.
A diversidade florística foi calculada pela equação:
s
H’ = ∑ p
i
x ln p
i
Equação (3.5)
i=1
Onde:
H’ = índice de Shannon (quanto maior o H’ maior a diversidade);
p
i
= ni/N
n
i
= número de indivíduos amostrado da i-ésima espécie.
ln = logaritmo neperiano.
N = número total de indivíduos amostrados.
Para calcular o Valor de Importância do Banco de Sementes (VIB) foi utilizada
a seguinte equação:
VIB = DR + FR Equação (3.6)
Onde:
DR = densidade relativa;
FR = freqüência relativa
A similaridade entre os dois tratamentos de luz, foi calculada pelo índice de
similaridade de Sorensen (CC
S
), que relaciona o número de espécies comuns com a
soma das espécies específicas das amostras (MATTEUCCI e COLMA, 1982) e foi
calculada pela equação:
xli
CC
S
=2a/(2a+b+c) Equação (3.7)
Onde:
a = número de espécies comuns nas duas comunidades;
b = número de espécies da comunidade A;
c = número de espécies da comunidade B.
3.2 Florística do estrato arbóreo
Para permitir a comparação da vegetação local com os dados encontrados no
banco de sementes foi realizado o levantamento florístico do estrato arbóreo em
março de 2007, considerando que não existiam estudos nesta área. Foram alocadas
14 parcelas de 100m
2
(5m x 20m) com distribuição aleatória, de aproximadamente
30 metros de distância entre elas. Foram consideradas apenas as espécies arbóreas
com DAP maior que 8 cm.
Além das espécies contidas nas parcelas, também foram observadas outras
espécies que se apresentavam na área, sendo estas citadas separadamente nos
resultados.
xlii
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1Composição do banco de sementes do solo
Após o período experimental, elaborou-se uma curva de análise de suficiência
amostral (Figura 12) baseado em Mueller-Dombois e Ellenberg (1974), relacionando
o número de amostras com a diversidade de espécies levantadas. Verificou-se que
40 amostras seriam suficientes para o estudo, que nesse ponto a curva
estabilizou, em função de não acrescer novas espécies na contagem.
0
10
20
30
40
50
60
70
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76
nº de amostras
nº de espécies d
Figura 12 - Curva de suficiência amostral do banco de sementes do solo.
Chapecó, SC.
Na composição florística total do banco de sementes do solo, foram
identificadas 50 espécies, 41 gêneros e 26 famílias, representando um total de 779
indivíduos amostrados (Tabela 1). Do total amostrado 9 espécies não foram
identificadas. Todavia, seus nomes comuns e hábitos de crescimento foram
relacionados. Outras 3 espécies não foram identificadas, nem definido seu hábito.
A nomenclatura das famílias citadas segue a proposta do APG II (2003).
Segundo Sobral et al. (2006), o APG (Angiosperm Philogeneny Group) é uma
reorganização de diversas famílias realizada por um grupo de botânicos que vêm
trabalhando intensamente na análise e compilação de dados oriundos de todas as
áreas de pesquisa. Essa reorganização está proposta em duas publicações (APG
1998 e APG II 2003) cuja delimitação em várias publicações anteriores é bem
diversa da proposta mais recente. Embora as delimitações propostas pelo APG não
sejam um sistema de classificação definitivo e muitas modificações venham a surgir,
esta proposta é uma coerente síntese do conhecimento atual da Taxonomia
Botânica.
Tabela 1 - Composição florística total do banco de sementes, com respectivo nº de
indivíduos, classificação ecológica e hábito das espécies. Chapecó, SC.
Família Nome científico nome comum
ind.
classificação ecoló-
gica hábito
Amaranthaceae Amaranthus deflexus L. caruru 22 - herbácea
Amaranthus hybridus L. caruru-branco 1 - herbácea
Anacardiaceae Lithraea brasiliensis March. aroeira-bugre 1 pioneira arbóreo
Apocynaceae Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC. leiteiro 59 pioneira arbóreo
Asclepiadaceae Oxypetalum banksii Roem. & Schult cipó-leiteiro 10 - cipó
Asteraceae Coniza bonariensis L. Cronq. buva 115 - herbácea
Coniza canadensis (L.) Cronq. buva-preta 9 - herbácea
Cosmos sp. bem-me-quer 3 - herbácea
Senecio sp. maria-mole-roxa 2 - herbácea
Emilia sonchifolia (L.) DC. cravinho-do- campo 1 - herbácea
Sonchus oleraceus L. serralha 29 - herbácea
Begoniaceae Begonia sp. begônia 1 - herbácea
Bignoniaceae Pyrostegia venusta Baill cipó-são-joao 24 - ci
Jacaranda micrantha Cham. caroba 1 pioneira arbóreo
Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume grandiuva 80 arbóreo
Caprifoliaceae Cleomi sp. cleomi 1 - herbácea
Caricaceae Vasconcella quercifolia A. St.-Hil. mamão-do-mato 3 pioneira arbóreo
Commelinaceae Commelina benghalensis L. trapoeiraba 2 - herbácea
Convolvulaceae Dichondra sp. orelha-de-rato 5 - herbácea
Cucubitaceae Cayaponia sp. pepino-do-mato 3 - herbácea
Fabaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. grápia 15 pioneira e climax arbóreo
Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart angico-branco 2 pioneira arbóreo
Holocalyx balansae Micheli alecrim 2 clímax arbóreo
Lonchocarpus campestris Mart. Ex Benth.
rabo-de-bugiu 1 pioneira arbóreo
Lauraceae
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
canela-preta 11 pioneira e secundária arbóreo
Nectandra oppositifolia Ness canela-folha larga 1 pioneira e secundária arbóreo
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez canela 1 pioniera e secundária arbóreo
Ocotea pulchella (Nees) Mez canela-do-brejo 3 pioneira e secundária arbóreo
Ocotea sp. canela 1 pioneira e secundária arbóreo
Melastomatace-
ae Tibouchina candolleana Cong. primavera 1 secundária arbórea
Moraceae Ficus citrifolia Mill. figueira 7 pioneira e secundária arbóreo
Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg guamirim 5 pioneira arbóreo
continua...
Família Nome científico nome comum
ind.
classificação ecoló-
gica hábito
Eugenia pyriformis Cambess. uvaia 1 clímax arbóreo
Eugenia uruguayensis Cambess. batinga 1 pioneira arbóreo
Myrcia glabra (O. Berg) D. Legrand guamirim-preto 1 pioneira arbóreo
Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand guabiju 1 pioneira arbóreo
Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz maria-mole 21 pioneira arbórea
Phytolaccaceae Petiveria alliacea L. guiné 27 - herbácea
Piperaceae Piper sp. flor-de-morcego 1 - arbustiva
Pothomorphe umbellata (L.) Miq. pariparoba 10 - herbácea
Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Eng.) Engl. guatambú 3 pioneira arbóreo
Helietta apiculata Benth. canela-de-veado 26 - arbóreo
Salicaceae
Casearia decandra Jacq.
guaçatunga-branca 5 secundária arbóreo
Casearia sylvestris Sw. chá-de-bugre 6 pioneira arbóreo
Sapindaceae Allophylus edulis (St.Hil.) Radlk vacum 2 pioneira e climax arbóreo
Solanaceae
Solanum americanum Mill.
pimenta-de-galinha 25 - herbácea
Solanum mauritianum. Scop.
fumo-bravo 63 pioneira arbóreo
Solanum sisymbriifolium Lam. juá (espinho) 4 - herbácea
Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. urtigão 5 - arbórea
Urtica dioica L. urtiga 12 - herbácea
NI NI cipó 13 - cipó
NI cipó-da-água 63 - cipó
NI
cipó-da-água-folha
redonda 3 - cipó
NI maracujá-do-mato 3 - cipó
NI cipó-mole 25 - cipó
NI cipó-pau 20 - cipó
NI cipó-tingidor 1 - cipó
NI malva-do-mato 1 - NI
NI urtiga-de-cipó 1 - cipó
NI ni (1) 8 - NI
NI ni (2) 3 - NI
NI ni (3) 2 - NI
TOTAL 779
As famílias que apresentaram maior ocorrência (nº de espécies) foram
Asteraceae (6 espécies), Myrtaceae (5 espécies), Lauraceae (5 espécies), Fabaceae
(4 espécies) e Solanaceae (4 espécies). A família que apresentou maior número de
indivíduos foi Asteraceae, ao todo 159, seguida da família Solanaceae,
Cannabaceae e Apocynaceae (Figura 13).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Asteraceae
Solanaceae
Cannabaceae
Apocynaceae
Rutaceae
Begoniaceae
Amaranthaceae
Nyctaginaceae
Fabaceae
Lauraceae
Urticaceae
Piperaceae
Salicaceae
Asclepiadaceae
Myrtaceae
Moraceae
Convolvulaceae
Caricaceae
Cucubitaceae
Comm elinaceae
Sapindaceae
Anacardiaceae
Bignoniaceae
Caprifoliaceae
Phytolacaceae
Melastom aceae
nº indivíduosss
Famílias
Figura 13 - Número de indivíduos por família, germinados no banco de sementes do
solo. Chapecó, SC.
As espécies que apresentaram maior número de indivíduos no banco de
sementes foram Conyza bonariensis (buva), Trema micrantha (grandiuva), Solanum
mauritianum (fumo-bravo), Tabernaemontana fuchsiaefolia (leiteiro) e cipó-da-água.
(Tabela 2 e 3).
Tabela 2 - Contribuição das espécies no banco de sementes (%). Chapecó, SC.
Nome científico Nome vulgar %
Coniza bonariensis
buva 14,76
Trema micrantha
grandiuva 10,27
Solanum mauritianum
fumo bravo 8,08
NI
cipó d’água 8,08
Tabernaemontana fuchsiaefolia
leiteiro 7,57
Outras espécies
51,23
TOTAL 100
0 20 40 60 80 100 120
nº de indivíduos
Coniza bonariensis
Trema micrantha
Cipógua
Solanum mauritianum
Tabernaemontana fuchsiaefolia
Sonchus oleraceus
Petiveria alliacea
Helietta apiculata
Cipó mole
Solanum americanum
Essas espécies formam 48,77% do número de indivíduos de todas as espéci-
es encontradas, demonstrando um grande domínio sobre as demais espécies (Tabe-
las 2 e 3).
Na Figura 14 estão apresentadas o número de indivíduos das dez espécies
mais frequentes encontradas no banco, destacando Coniza bonariensis com 115
indivíduos, Trema micrantha com 80 indivíduos, Solanum mauritianum e cipó d’água
com 63 indivíduos cada.
Figura 14 - Espécies com maior número de indivíduos no banco de sementes do
solo. Chapecó, SC.
A tabela a seguir (Tabela 3) apresenta os resultados da Densidade Relativa e
absoluta por m², Frequência Relativa e Absoluta e o Valor de Importância do banco
de sementes.
Tabela 3 - Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR), Frequencia Absoluta
(FA), Frequência Relativa (FR) e Valor de Importância (VIB) do banco de sementes
do solo. Chapecó, SC.
Nome científico nome comum nº ind. DA/m² DR FA FR IVB
1 Albizia niopoides (Spruce ex Benth) Burkart angico-branco 2 0,22 0,25 3,22 0,25 0,51
2 Allophylus edulis (St.Hil.) Radlk vacum 2 0,22 0,25 3,22 0,25 0,51
3 Amaranthus deflexus L. caruru 22 2,43 2,82 35,48 2,82 5,65
4 Amaranthus hybridus L. caruru-branco 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,26
5 Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. grápia 15 1,65 1,92 24,19 1,92 3,90
6 Balfouradendron riedelianum (Engl.) Engl. guatambu 3 0,33 0,38 4,83 0,38 0,77
7 Begonia sp. begônia 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,26
8 Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg guamirim 5 0,55 0,64 8,06 0,64 1,30
9 Carica quercifolia (St. Hil) Hieron mamão-do-mato 3 0,33 0,38 4,83 0,38 0,80
10 Casearia decandra Jacq. guaçatunga-branca 5 0,55 0,64 8,06 0,64 1,30
11 Casearia sylvestris Sw. chá-de-bugre 6 0,66 0,77 9,67 0,77 1,54
12 Cayaponia sp. pepino-do-mato 3 0,33 0,38 4,83 0,38 0,77
13 Cleomi sp. cleomi 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
14 Commelina benghalensis L. trapoeiraba 2 0,22 0,25 3,22 0,25 0,51
15 Coniza bonariensis L. Cronq. buva 115 12,70 14,76 185,44 14,76 29,52
16 Coniza canadensis (L.) Cronq. buva-preta 9 0,99 1,15 14,51 1,155 2,32
17 Cosmos sp. bem-me-quer 3 0,33 0,38 4,83 0,38 0,77
18 Dichondra sp. orelha-de-rato 5 0,55 0,64 8,06 0,64 1,29
19 Emilia sonchifolia (L.) DC. cravinho-do-campo 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
20 Eugenia pyriformis Camb. uvaia 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
21 Eugenia uruguayensis Cambess. batinga 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
22 Fícus citrifolia Mill. figueira 7 0,77 0,89 11,29 0,89 1,80
23 Helietta apiculata Benth. canela-de-veado 26 2,87 3,33 41,93 3,33 6,67
24 Holocalyx balansae Micheli alecrim 2 0,22 0,25 3,22 0,25 0,51
25 Jacaranda micrantha Cham. caroba 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
26 Lithraea brasiliensis March. aroeira-bugre 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
27 Lonchocarpus campestris Mart. Ex Benth. rabo-de-bugiu 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
28 Myrcia glabra (O. Berg) guamirim-preto 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
29 Myrcianthes pungens (O. Berg) Legrand guabiju 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
30 Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez canela-preta 11 1,21 1,41 17,74 1,41 2,82
continua...
Nome científico nome comum nº ind. DA/m² DR FA FR IVB
31 Nectandra rigida (H. B. K.) Nees canela-folha-larga 1 0,12 0,13 1,61 0,12 0,25
32 Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez canela 1 0,12 0,13 1,61 0,12 0,25
33 Ocotea pulchella (Nees) Mez canela-do-brejo 3 0,33 0,41 4,83 0,38 0,77
34 Ocotea sp. canela 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
35 Oxypetalum banksii Roem. & Schult cipó-leiteiro 10 1,10 1,28 16,12 1,28 2,56
36 Peschieria fuchsiaefolia Miers. leiteiro 59 6,52 7,57 95,16 7,57 15,14
37 Petiveria alliacea L. guiné 27 2,98 3,46 43,54 3,46 6,93
38 Phytolacca americana L. maria-mole 21 2,32 2,69 33,87 2,69 5,39
39 Piper sp. flor-de-morcego 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
40 Pothomorphe umbellata (L.) Miq. pariparoba 10 1,10 1,28 16,12 1,28 2,56
41 Pyrostegia venusta Baill cipó-são-joao 24 2,65 3,08 38,71 3,08 6,16
42 Senecio sp. maria-mole-roxa 2 0,22 0,25 3,22 0,25 0,51
43 Solanum americanum Mill. pimenta-de-galinha 25 2,76 3,20 40,32 3,20 6,41
44 Solanum mauritianum Scop. fumo-bravo 63 6,96 8,08 101,61 8,08 16,17
45 Solanum sisymbriifolium Lam. juá 4 0,44 0,51 6,45 0,51 1,02
46 Sonchus oleraceus L. serralha 29 3,20 3,72 46,77 3,72 7,44
47 Tibouchina candolleana Cong. primavera 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
48 Trema micrantha (L.) Blume grandiúva 80 8,84 10,27 129,03 10,27 20,53
49 Urera baccifera (L.) Gaudich. urtigão 5 0,55 0,64 8,06 0,64 1,28
50 Urtica dioica L. urtiga 12 1,32 1,54 19,35 1,54 3,08
51 NI cipó 13 1,43 1,66 20,96 1,66 3,33
52 NI cipó-da-água 63 6,96 8,08 101,61 8,08 16,17
53 NI cipó-da-água folha redonda 3 0,33 0,38 4,83 0,38 0,77
54 NI maracujá –do-mato 3 0,33 0,38 4,83 0,38 0,77
55 NI cipó-mole 25 2,76 3,20 40,32 3,20 6,41
56 NI cipó-pau 20 2,21 2,56 32,25 2,56 5,13
57 NI cipó-tingidor 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
58 NI malva-do-mato 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
59 NI urtiga-de-cipó 1 0,11 0,12 1,61 0,12 0,25
60 NI ni (1) 8 0,88 1,02 12,90 1,02 2,05
61 NI ni (2) 3 0,33 0,38 4,83 0,38 0,77
62 NI ni (3) 2 0,22 0,25 3,22 0,25 0,51
TOTAL 779 86,09 100,00 1256,45 100,00 200,00
A espécie com maior ocorrência, Conyza bonariensis (buva), é uma planta
daninha freqüentemente encontrada em lavouras perenes, pastagens, beira de
estradas, carreadores e terrenos baldios. Também é empregada na medicina
caseira (LORENZI, 2000).
a espécie Trema micrantha (grandiuva), a segunda espécie com maior
ocorrência, é uma das pioneiras mais importantes no sul do Brasil e também a mais
amplamente distribuída. Em derrubadas, queimadas ou outras alterações que
permitam a penetração da luz nas florestas, faz surgir imediatamente essa espécie
(BACKES e IRGANG, 2002). Scherer e Jarenkow (2006), avaliando o banco de
sementes de uma Floresta Estacional no Rio Grande do Sul, encontraram entre as
pioneiras, Trema micrantha também com o segundo maior número de indivíduos na
amostragem total, apresentando o maior número de sementes germinadas na
profundidade entre 5cm e 10cm.
Souza et al. (2006) avaliando o banco de sementes contido na serapilheira de
um fragmento florestal, verificaram que a espécie arbórea Trema micrantha se
apresentou entre as três mais freqüentes. De acordo com Rodrigues e Gandolfi
(2000), Trema micrantha apresenta baixa densidade no interior de clareiras,
dividindo a função de pioneira com outras espécies. Lorenzi (2000) a considera
como pioneira, de rápido crescimento, que ocorre em todos os tipos de ambientes,
exceto nos muito úmidos, o que explica sua vasta dispersão. É uma das primeiras
espécies arbóreas que ocorrem em áreas abandonadas, continuando a existir em
todos os estágios da sucessão secundária, exceto na floresta clímax. Produz
anualmente grande quantidade de sementes, sendo amplamente disseminada por
pássaros.
Por ser uma espécie de crescimento rápido e de grande versatilidade
ecológica, Ferreira et al. (1976) recomendam a sua utilização em programas de
plantios florestais, recuperação de áreas degradadas por mineração e restauração
de matas ciliares.
No trabalho de Caldato et al. (1996), realizado na Floresta Genética de
Caçador SC, houve predomínio no banco de sementes do solo de espécies de
estágios iniciais de sucessão, destacando-se Mimosa scabrella (bracatinga) e
Solanum sp. (fumo-bravo). Em comparação com este trabalho, não foi encontrado
nenhum exemplar de bracatinga, mas o fumo-bravo foi a terceira espécie mais
observada no banco de sementes. De acordo com Sobral et al. (2006), o fumo-bravo
ocorre em bordas de florestas em todas as formações florestais.
Outra espécie que esteve presente entre as dez mais freqüentes foi a
Tabernaemontana fuchsiaefolia (leiteiro). Lorenzi (2000) considera que esta espécie
não pode faltar na composição de reflorestamentos heterogêneos planejados para
recuperação de áreas degradadas de preservação permanente por possuirem frutos
que o avidamente procurados por pássaros que consomem o arilo vermelho que
envolve as sementes. Além disso, apresenta intensa regeneração espontânea em
formações vegetais abertas e capoeiras.
Os resultados desse estudo evidenciaram que a maioria das sementes
presentes no solo pertence a espécies colonizadoras de áreas abertas (pioneiras e
secundárias iniciais). Segundo Leite e Klein (1990) a expressão formação pioneira é
usada para denominar o tipo de cobertura vegetal formado por espécies
colonizadoras de ambientes novos, isto é, de áreas subtraídas naturalmente à outros
ecossistemas ou surgidos em função da atuação recente ou atual dos agentes
morfodinâmicos e pedogenéticos. As espécies, ditas pioneiras, desempenham
importante papel na preparação do meio à instalação subseqüente de espécies mais
exigentes ou menos adaptadas às condições de instabilidade ambiental.
Plantas pioneiras ou intolerantes à sombra são aquelas que necessitam de
clareiras naturais como sítio de regeneração (HARTSHORN, 1978). Nesse grupo
estão incluídas as árvores e os arbustos pioneiros de ciclo de vida curto (< 50 anos
de idade) e as pioneiras de ciclo de vida longo (> 50 anos), também classificadas
como grandes pioneiras (SWAINE e WHITMORE, 1988).
Rodrigues (1995) salienta que espécies pioneiras têm a função de atuarem
como cicatrizadoras de ambientes perturbados e apresentam como características
ecológicas a distribuição de sementes por toda a floresta, que podem estar
dormentes no solo (banco de sementes) ou então sendo continuamente dispersas
pelos animais entre clareiras de diferentes idades.
Quanto a densidade (Tabela 3), o valor total do banco de sementes foi de
86,09 sem/m², valor considerado baixo em relação a outros trabalhos (BAIDER et
al., 1999; SENA et al., 2006).
Sena et al. (2006), avaliando o banco de sementes de uma floresta tropical
úmida amazônica, encontraram as densidades médias de 1132 (ago/04); 1111
(out/04); 1215 (dez/04); 1336 (fev/05); 1133 (abr/05) e 970 sem/m² (jun/05). Baider
et al. (1999), analisando o banco de sementes de um trecho de floresta Atlântica
madura no Sudeste do Brasil, encontraram uma densidade de 872 sem/m².
Melo et al. (2005), avaliando os efeitos do fogo sobre o banco de sementes na
Estação Ecológica dos Caetetus, SP, encontraram uma densidade de 533 sem/m²
na floresta íntegra e 217 sem/m² na área queimada.
Porém, Araujo et al. (2004), analisando o banco de sementes de uma Floresta
Estacional Decidual ripária em Cachoeira do Sul RS, também encontraram uma
densidade baixa, de 146 sem/m². Mas esta baixa densidade pode ser explicada pelo
fato que o estudo foi realizado na margem do rio Jacuí onde fica periodicamente ala-
gada, inviabilizando muitas sementes.
Guedes et al. (2005), avaliando o banco de sementes de fragmentos de flo-
resta de restinga no município de Bertioga, SP, encontraram valores ainda mais bai-
xos. A densidade total do banco de sementes da coleta de agosto de 2001 foi de
4,16 sem/m² para a floresta de restinga inundável e 1,04 sem/m² para a floresta de
restinga não inundável; na coleta de março de 2002 estes valores foram de 21,87
sem/m² e 3,12 sem/m² .
Scherer e Jarenkow (2006) avaliando o banco de sementes em Floresta
Estacional Decidual no Rio Grande do Sul, encontraram densidades de 74 a 78
sem/². Cabe salientar que o trabalho dos autores apresentou aproximada densidade
da encontrada pelo presente estudo (86,09 sem/m²), fato este relevante, pois apre-
senta metodologia similar, além da área também pertencer a Floresta Estacional De-
cidual. Porém, deve-se destacar que os autores avaliaram apenas o banco de se-
mentes das espécies arbóreas, sem considerar as espécies herbáceas, arbustivas e
os cipós.
Balun (1993), estudando vários tipos de vegetação na Papua, Nova Guiné,
observou que o número de sementes foi muito variável entre tipos de vegetação e
que, geralmente, a densidade de sementes foi maior em locais de distúrbios do que
em locais não perturbados.
Baider et al. (2001), explicam que a medida que a floresta amadurece, ocorre
redução na densidade de sementes viáveis, bem como na densidade de sementes
herbáceas e, finalmente um aumento na densidade de sementes arbustivas e
arbóreas.
Por outro lado, muita diversidade com relação às metodologias para
avaliação de banco de sementes, sendo difícil a comparação dos dados obtidos com
os dados dos diferentes trabalhos publicados.
A densidade de sementes nos solos pode variar muito, dependendo da região
de estudo, histórico da área, tipo de vegetação e profundidade de coleta. As maiores
densidades de indivíduos encontradas em banco de sementes ocorrem em florestas
secundárias. Em florestas tropicais e temperadas maduras , em média, menos de
500 sem/m², que são, quase exclusivamente, de espécies ausentes ou raras na ve-
getação local, provindas de diferentes locais e épocas (GARWOOD, 1989).
Segundo Costalonga et al. (2006), as diferenças na densidade de sementes
também podem ser devido ao tamanho da amostra e época do ano em que foi
realizada a amostragem, bem como ao estágio de sucessão e de degradação da
área estudada, a posição topográfica e a declividade do terreno em que foi realizada
a amostragem, dentre outros aspectos.
Cabe registrar que nos meses antecedentes a coleta, que foi realizada em
julho/ 2006, houve um longo período de estiagem, conforme demonstrado no Anexo
2 referente às médias de chuva mensais. Esse fator pode ter interferido quando
relacionado com a baixa densidade das sementes no banco desta área. No Anexo 3
encontra-se os dados das médias mensais de temperatura, sendo que de um modo
geral as temperaturas ocorridas foram um pouco superiores as médias históricas.
Outra justificativa para a baixa densidade, se deve ao fato de que o
experimento foi realizado em duas condições (50% de sombreamento e luz
constante). A intenção de dispor bandejas que permaneceram com sombreamento
foi de proporcionar as condições próximas da floresta para avaliar como se daria a
germinação. Nestas bandejas encontrou-se um número menor de espécies
germinadas e as que apresentaram número maior de indivíduos foram os cipós e as
espécies não pioneiras, além da grande quantidade de pteridófitas germinadas que
podem ter interferido na germinação de outras espécies. Portanto, na condição de
sombreamento, o menor número de espécies arbóreas germinadas, provavelmente
foi influenciada pelo fator luz. Ao contrário, na presença de luz estas espécies
arbóreas germinaram em maior número e demonstraram o seu potencial para
regeneração no caso de um distúrbio.
Outro fator relevante é que as amostras de solo foram retiradas em apenas
uma profundidade, de 0–5 cm, enquanto em outros trabalhos as coletas de solo fo-
ram realizadas em diversas profundidades. As espécies Coniza bonariensis e Trema
micrantha tiveram os maiores Valores de Importância, 29,53% e 20,54% respectiva-
mente. Esses valores demonstram a importância dessas espécies no conglomerado
de todo banco de sementes. Caldato et al. (1996) avaliando o VIB do banco de se-
mentes na Reserva Genética de Caçador, destaca as espécies Solanum sp.
(83,92%), Mimosa scabrella (21,46%) e Prunus sellowii (21,62%) com os maiores
valores.
Na diversidade florística, o valor encontrado para o índice de Shannon foi de
3,23, considerado alto, pois segundo Brena e Longhi (2002), este índice
normalmente situa-se entre 1,5 a 3,5, sendo que quanto mais próximo de 1 menor a
diversidade.
No trabalho de Scherer e Jarenkow (2006), realizado em Floresta Estacional
no Rio Grande do Sul, o índice de Shannon encontrado no Banco 1 foi de 1,642 e
no Banco 2 foi de 1,717, valor considerado baixo pelos autores. Longhi et al.
(2005), avaliando o banco de sementes em três estágios sucessionais (capoeirão,
floresta secundária e floresta madura), de uma Floresta Estacional Decidual em
Santa Tereza RS, encontraram na floresta madura o maior índice, correspondente
a 1,87. Porém nestes dois trabalhos citados foi avaliado apenas as espécies
árboreas, dificultando a comparação com o presente trabalho na qual considerou-se
para o cálculo de diversidade as herbáceas, arbustivas, arboreas e cipós.
Caldato et al. (1996) estudando a regeneração natural, chuva de sementes e
banco de sementes na Reserva Genética Florestal de Caçador – SC, avaliaram dois
tipos florestais: I- com predominância da araucária no estrato superior e II- com
predominância de outras espécies nativas. Os valores encontrados também foram
baixos. No tipo florestal I o índice de diversidade de Shannon foi de 1,68 e o no tipo
florestal II de 1,86, sendo que para os cálculos foi consideradas as plântulas
arbóreas e também as arbustivas.
A presença de uma gama de espécies e genótipos, a variação na longevidade
das espécies pioneiras presentes no banco e a existência de diferentes nichos de
regeneração, fortemente influenciados pelas flutuações ambientais e pela
alternância de anos favoráveis para cada espécie, faz com que o processo de
germinação de sementes e estabelecimento de plântulas oriundas do banco de
sementes presentes no solo seja altamente dinâmico e variável no tempo e espaço
(DE STEVEN, 1994).
Os indivíduos identificados foram classificados por forma de vida em árboreo,
herbáceo, arbustivo e cipós, conforme Font-Quer (1989) (Tabela 4).
Tabela 4 - Composição florística total do banco de sementes do solo, de acordo com
a forma de vida das espécies. Chapecó, SC.
Arbóreas
Família Nome científico nome comum
Nº de indi-
víduos
Anacardiaceae Lithraea brasiliensis Marchand aroeira-bugre 1
Apocynaceae Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC. leiteiro 59
Bignoniaceae Jacaranda micrantha Cham. caroba 1
Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume grandiuva 80
Caricaceae Vasconcella quercifolia A. St..-Hil. mamão-do-mato 3
Fabaceae Albizia niopoides (Spruce ex Benth) Burkart angico-branco 2
Holocalyx balansae Micheli alecrim 2
Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr grápia 15
Lonchocarpus campestris Mart. Ex Benth. rabo-de-bugiu 1
Lauraceae Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez canela-preta 11
Nectandra oppositifolia Nees canela-folha-larga 1
Ocotea diospyrifolia (Meisn.)Mez canela 1
Ocotea pulchella (Nees) Mez canela-do-brejo 3
Ocotea sp. canela 1
Melastomataceae Tibouchina candolleana Cong. primavera 1
Moraceae Ficus citrifolia Mill. figueira 7
Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg guamirim 5
Eugenia pyriformis Cambess. uvaia 1
Eugenia uruguayensis Cambess. batinga 1
Myrcia glabra (O. Berg) D. Legrand guamirim-preto 1
Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand guabiju 1
Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz maria-mole 21
Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. guatambu 3
Helietta apiculata Benth. canela-de-veado 26
Salicaceae Casearia decandra Jacq. graçatunga-branca 5
Casearia sylvestris Sw. chá-de-bugre 6
Sapindaceae Allophylus edulis (St.Hil.) Radlk vacum 2
Solanaceae Solanum mauritianum Scop. fumo-bravo 63
Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. urtigão 5
TOTAL 329
Arbustivas
Família Nome científico nome comum
Nº indiví-
duos
Piperaceae Piper sp. flor-de-morcego 1
TOTAL 01
Herbáceas
Família Nome científico nome comum
Nº indiví-
duos
Amaranthaceae Amaranthus deflexus L. caruru 22
Amaranthus hybridus L. caruru-branco 1
Asteraceae Coniza bonariensis L. Cronq buva 115
Coniza canadensis (L.) Cronq. buva-preta 9
Cosmos sp. bem-me-quer 3
Emilia sonchifolia (L.) DC. cravinho-do-campo 1
Sonchus oleraceus L. serralha 29
Senecio sp. maria-mole-roxa 2
continua...
Herbáceas
Família Nome científico nome comum
Nº indiví-
duos
Begoniaceae Begonia sp. begônia 1
Caprifoliaceae Cleomi sp. cleomi 1
Commelinaceae Commelina benghalensis L. trapoeiraba 2
Convolvulaceae Dichondra sp. orelha-de-rato 5
Cucubitaceae Cayaponia sp. pepino-do-mato 3
Phytolaccacea Petiveria alliacea L. guiné 27
Piperaceae Pothomorphe umbellata (L.) Miq. pariparoba 10
Solanaceae Solanum americanum Mill. pimenta-de-galinha 25
Solanum sisymbriifolium Lam. juá (espinho) 4
Urticaceae Urtica dioica L. urtiga 12
NI malva-do-mato 1
TOTAL 273
Cipós
Famílias Nome científico nome comum
Nº indiví-
duos
Asclepiadaceae Oxypetalum banksii cipó-leiteiro 10
Bignoniaceae Pyrostegia venusta cipó-são-joão 24
NI NI cipó 13
NI cipó-da-água 63
NI cipó-da-agua folha redonda 3
NI maracujá-do-mato 3
NI cipó-mole 25
NI cipó-pau 20
NI cipó-tingidor 1
NI urtiga-de-cipó 1
TOTAL 163
Do total de indivíduos, 329 são arbóreas, 01 arbustiva, 273 herbáceas e 163
cipós (Figura 15).
Dentre os indivíduos de hábito arbóreo predominaram Trema micrantha
(grandiuva), Solanum mauritianum (fumo-bravo) e Tabernaemontana fuchsiaefolia
(leiteiro). No hábito herbáceo predominaram Coniza bonariensis (buva), Sonchus
oleraceus (serralha) e Petiveria alliacea (guiné).
Foi verificado que o banco de sementes estudado apresenta maior número de
espécies arbóreas, do que espécies herbáceas.
Isso pode estar relacionado ao tempo de permanência dessas sementes no
solo, sendo que em estudos realizados por Gorresio-Roizman (1993) no banco de
sementes, em trechos de florestas pluviais tropicais em São Paulo, econtraram que,
no banco de sementes transitório havia um predomínio de sementes grandes, com
curta longevidade, altas taxas de recrutamento de plântulas e elevada taxa de
mortalidade, enquanto o banco persistente era composto predominantemente por
sementes de espécies árboreas.
0
50
100
150
200
250
300
350
nº de indivíduosss
arbórea herbácea cipós arbustiva
formas de vida
Figura 15 - Número de indivíduos germinados no banco de sementes do solo nas
diferentes formas de vida. Chapecó, SC.
Conforme Araujo et al. (2001), a forma de vida predominante num ambiente
depende principalmente do tipo de pressão sofrida, não somente na área mas na
micro região. Complementam que necessidade de se ter maior densidade de
sementes arbustivas e arbóreas para aumentar as chances de seu estabelecimento,
uma vez que são importantes para iniciar a formação das ilhas de vegetação.
Segundo Souza et al. (2006) a grande quantidade de sementes de espécies
herbáceas pode estar relacionada com o ciclo de vida dessas espécies, a
produtividade de sementes, a ausência ou não da continuidade do dossel, que
facilitaria a entrada de suas sementes e sua incorporação no solo.
Portanto, neste estudo, o número elevado de indivíduos árboreos se torna
favorável para iniciar o processo de restabelecimento da área.
Foram também encontradas diversas espécies de cipós, mas não foi possível
sua identificação, e por apresentarem um número significativo de espécies são
apresentadas apenas com o nome comum.
Os cipós apresentaram um número de 163 indivíduos, incluindo as duas
espécies identificadas. Dos cipós identificados, encontra-se a espécie Pyrostegia
venusta (Ker.) Miers, conhecida popularmente como cipó-flor-de-São-João, que é
uma liana com expressiva dispersão em quase todo o sul do Brasil, sendo
encontrada nas orlas das matas, nos campos, no litoral e na beira das estradas. É
uma planta infestante muito comum em pastagens, culturas perenes, cercas e
terrenos baldios, principalmente em solos arenosos e pobres. Também é uma planta
muito ornamental e utilizada na medicina popular (LORENZI, 2000).
uma fase da regeneração das clareiras de florestas tropicais na qual as
lianas predominam e permanecem por vários anos formando um dossel baixo e
bastante fechado. A escassez de árvores pode ser devida à proliferação rápida das
lianas, que além de reduzir o crescimento de outras plantas, aumentam a
mortalidade de árvores (SCHNITZER et al., 2000).
Embora não quantificado, foi encontrado um grande número de pteridófitas,
que germinaram em maior densidade sob condições de sombreamento. Dentre as
pteridóficas observadas pode-se citar: Acrostichum sp., Adiantum sp., Blechnum sp.,
Cyathea schanschin, Dicksonia sellowiana, Dryopteris sp., Polypodium sp.,
Pterydium sp., Pterydoblechnum sp., Pteris sp. e Trachypteris sp.
Essas espécies eram periodicamente retiradas das bandejas, de modo a não
interferir na germinação e desenvolvimento das demais espécies, pois além da
competição por luz e nutrientes, também podem apresentar alelopatia. No anexo 1
pode-se observar o aspecto das bandejas ao final do período experimental, sendo
que algumas encontravam-se cobertas por samambaias.
Dentre as espécies herbáceas foram identificadas aquelas consideradas
invasoras de áreas de lavouras como Coniza bonariensis (buva), Amaranthus
deflexus (caruru), Solanum sisymbriifolium (juá), Sonchus oleraceus (serralha),
Senecio sp. (maria-mole), etc.
Essa situação se deve ao fato de que no entorno da área de estudo se
encontram lavouras de soja e milho no verão e pastagens de azevém e aveia no
inverno, que abrigam essas espécies. É provável que a dispersão pelo vento ou por
animais tenha favorecido a entrada destas sementes na floresta e estas
permanecido no banco de sementes, juntamente com as demais. Em geral,
sementes de espécies invasoras permanecem viáveis no solo por longos períodos.
Conforme Hopkins e Graham (1984) e Vásquez-Yanes e Orozco-Segovia
(1994), espécies herbáceas pioneiras não são componentes das florestas tropicais,
mas aparecem no banco de sementes. Geralmente, apresentam dormência
facultativa, além de possuírem mecanismos eficientes de dispersão.
Além disso, Harris (1984) explica que, apesar da população de sementes de
espécies invasoras, em geral, ser maior em campos agrícolas do que em solos de
vegetação tropical natural, primária ou secundária, fragmentos remanescentes de
ecossistema naturais, são altamente vulneráveis a invasão por estas espécies.
Por outro lado, apesar das herbáceas geralmente serem vistas como
invasoras, são fundamentais no processo de sucessão, atuando no primeiro estágio
de colonização do ambiente alterado. As sementes de espécies herbáceas
espontâneas têm a função de iniciar a ocupação dos espaços abertos na
comunidade de plantas, reiniciando o processo de sucessão, atuando desde os
primeiros estágios de colonização do ambiente alterado (ARAUJO et al., 2004).
Porém, esse processo inicial de sucessão é lento, uma vez que as plantas
herbáceas em sucessão secundária dificultam o estabelecimento de espécies
arbustivas e arbóreas.
Por ocasião do preparo das amostras de solo, quando se retirou o excesso de
serapilheira e se realizou a triagem das sementes ali presentes, foi observado
grande número de sementes de Cedro (Cedrella fissilis), porém, não foi observada
a germinação de nenhuma destas sementes ao longo do período experimental. Este
fato poderia ser explicado por diversos fatores, como, a luminosidade e a
temperatura utilizada, a umidade ou doenças que podem ter acometido estas
sementes. Mas como não foi possível a realização do teste de tetrazólio em
sementes de Cedrela fissilis e nem nas demais para avaliar a viabilidade, não se
pode afirmar que algum destes fatores possam estar relacionados a não-
germinação. Assim, apesar da presença destas sementes, elas poderiam estar
mortas.
Em condições de plena luz, as espécie que mais germinaram foram Coniza
bonariensis (18,51%) e Trema micrantha (18,30%). O maior número de espécies
pioneiras também germinaram nesta condição (Tabela 5). De acordo com Whitmore
(1990), árvores e arbustos pioneiros necessitam de altas intensidades luminosas e
de temperaturas elevadas para a germinação de suas sementes, estabelecimento
das plântulas e crescimento.
Em condições de sombreamento (Tabela 6), prevaleceu Coniza bonariensis e
Solanum mauritianum, sendo observado um número significativo de cipó- d’água (63
indivíduos).
Tabela 5 - Espécies do banco de sementes do solo que germinaram em condições
de plena luz. Chapecó, SC.
Nome comum Nºtotal sp. 1ª ident. 2ª ident. 3ª ident.
Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart 1 1
Allophylus edulis (A. St.Hil.) Radlk 2 2
Amaranthus deflexus L. 3 3
Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. 7 3 2 2
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. 1 1
Begonia sp. 1 1
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg 2 1 1
Casearia decandra Jacq. 4 4
Casearia sylvestris Sw. 3 3
Cayaponia sp. 2 1 1
Commelina benghalensis L. 1 1
Coniza bonariensis L. Cronq. 62 19 26 17
Coniza canadensis (L.) Cronq. 4 4
Dichondra sp. 3 3
Eugenia pyriformis Cambess. 1 1
Eugenia uruguayensis Cambess. 1 1
Ficus citrifolia Mill. 6 6
Helietta apiculata Benth. 14 1 6 7
Holocalyx balansae Micheli 1 1
Jacaranda micrantha Cham. 1 1
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez 2 2
Nectandra oppositifolia Nees 1 1
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez 1 1
Ocotea pulchella (Ness) Mez 2 2
Ocotea sp. 1 1
Oxypetalum banksii Roem. & Schult 7 4 3
Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC 39 7 31 1
Petiveria alliacea L. 7 6 1
Guapira apposita (Vell.) Reitz 13 7 1 5
Piper sp. 1 1
Pothomorphe umbellata (L.) Miq. 2 1 1
Pyrostegia venusta Baill 21 20 1
Solanum americanum Mill. 10 4 6
Solanum mauritianum Scop. 31 9 8 14
Solanum sisymbriifolium Lam. 2 2
Sonchus oleraceus L. 10 5 3 2
Trema micrantha (L.) Blume 61 27 16 18
Urera baccifera (L.) Gaudich. 2 2
Urtica dioica L. 5 3 1 1
cipó 13 5 6 2
cipó-da-água 6 1 4 1
cipó-mole 13 13
cipó-pau 8 6 2
cipó- tingidor 1 1
urtiga-de-cipó 1 1
maracujá-do-mato 1 1
NI (1) 8 8
NI (2) 3 3
NI (3) 2 2
TOTAL
394 136 138 120
Tabela 6 - Espécies do banco de sementes do solo que germinaram sob condições
de sombreamento (50%). Chapecó, SC.
Nome científico total nº sp. 1ª ident. 2ª ident. 3ª ident.
Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart 1 1
Amaranthus deflexus L. 19 19
Amaranthus hybridus L. 1 1
Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. 8 1 6 1
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. 2 1 1
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg 3 3
Vasconcella quercifolia A.St. –Hil. 3 1 2
Casearia decandra Jacq. 1 1
Casearia sylvestris Sw. 3 3
Cayaponia sp. 1 1
Cleomi sp. 1 1
Commelina benghalensis L. 1 1
Coniza bonariensis L. Cronq. 53 4 45 4
Coniza canadensis (L.) Cronq. 5 5
Cosmos sp. 3 1 2
Dichondra sp. 2 2
Emilia sonchifolia (L.) DC. 1 1
Ficus citrifolia Mill. 1 1
Helietta apiculata Benth. 12 2 10
Holocalyx balansae Micheli 1 1
Lithraea brasiliensis Marchand 1 1
Lonchocarpus campestris Mart. ex Benth. 1 1
Myrcia glabra (O. Berg) D. Legrand 1 1
Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand 1 1
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez 9 9
Ocotea pulchella (Nees) Mez 1 1
Oxypetalum banksii Roem. & Schult 3 3
Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC. 20 20
Petiveria alliacea L. 20 18 2
Guapira apposita (Vell.) Reitz 8 8
Pothomorphe umbellata (L.) Miq. 8 1 7
Pyrostegia venusta Baill 3 3
Senesio sp. 2 2
Solanum americanum Mill. 15 2 9 4
Solanum mauritianum Scop. 32 4 16 12
Solanum sisymbriifolium Lam. 2 2
Sonchus oleraceus L. 19 2 10 7
Tibouchina candolleana Cong. 1 1
Trema micrantha (L.) Blume 19 6 9 4
Urera baccifera (L.) Gaudich. 3 3
Urtica dioica L. 7 5 2
cipó- da- agua 57 57
cipó-da-agua folha redonda 3 3
cipó-mole 12 12
cipó-pau 12 12
malva- do- mato 1 1
maracujá–do-mato 2 1 1
TOTAL 385 171 145 69
Muitas pteridófitas foram observadas na condição de sombreamento e,
apesar de terem sido retiradas periodicamente das bandejas, podem ter interferido
na germinação de outras espécies.
O maior número de sementes germinadas foi observado na segunda
contagem, ou seja, 120 dias após o início do experimento, ou da coleta das
amostras de solo. Já na terceira contagem foi possível observar significativa redução
de espécies germinadas, sendo que as bandejas sob sombreamento apresentavam
muitas pteridófitas e apenas 12 diferentes espécies germinaram.
Nos dois tratamentos, bandejas que permaneceram sob luz constante (Tabela
5) e bandejas que permaneceram sob sombrite (Tabela 6), verificou-se similariedade
de apenas 34 espécies. Este valor é confirmado ao calcular o índice de Sorensen
(CCS) para avaliar a similariedade nos dois tratamentos, sendo encontrado valor de
0,49. Através deste dado percebe-se que nos dois tratamentos há pouca
similariedade de espécies. No trabalho de Araújo et al. (2001), avaliando o banco de
sementes da Amazônia Oriental, também encontrou baixa similariedade (0,61, 0,62
e 0,68) entre os ambientes estudados.
As sementes que permaneceram em condições de plena luz germinaram em
média, 47%, enquanto aquelas submetidas ao sombreamento, apresentaram germi-
nação média de 53% (Tabela 7).
Tabela 7 - Porcentagem de germinação nas condições de sombreamento e
sob luz constante. Chapecó, SC.
Espécies
Germinação das sementes (%)
Em sombreamento Sob luz constante
Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart
50 50
Allophylus edulis (St.Hil.) Radlk
- 100
Amaranthus deflexus L.
86 14
Amaranthus hybridus L.
100 -
Apuleia leiocarpa (Vogell) J. F. Macbr.
53 47
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
67 33
Commelina benghalensis L.
50 50
Coniza bonariensis (L.) Cronq.
46 54
Coniza canadensis (L.) Cronq.
56 44
continua...
Cosmos sp.
100 -
Dichondra sp.
40 60
Emilia sonchifolia (L.) DC.
100 -
Eugenia pyriformis Camb.
- 100
Eugenia uruguayensis
100 -
Ficus citrifolia Mill.
14 86
Guapira opposita (Vell.)
38 62
Helietta apiculata Benth.
46 54
Holocalyx balansae Micheli
50 50
Jacaranda micrantha Cham.
- 100
Lithraea brasiliensis March.
100 -
Lonchocarpus campestris Mart. Ex Benth.
100 -
Myrcia glabra (O. Berg)
100 -
Myrcianthes pungens (O. Berg) Legrand
100 -
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
82 18
Nectandra oppositifolia Ness
- 100
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez - 100
Ocotea pulchella (Ness) Mez 33 67
Ocotea sp.
- 100
Oxypetalum banksii Roem. & Schult
30 70
Petiveria alliacea L.
74 26
Piper sp.
- 100
Pothomorphe umbellata (L.) Miq.
80 20
Pyrostegia venusta Baill
13 88
Senecio sp.
100 -
Solanum americanum Mill.
60 40
Solanum mauritianum Scop.
51 49
Solanum sisymbriifolium Lam.
50 50
Sonchus oleraceus L.
66 34
Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC.
34 66
Tibouchina candolleana Cong.
100 -
Trema micrantha (L.) Blume
24 76
Urera baccifera (L.) Gaudich.
60 40
Urtica dioica L.
58 42
Vasconcella quercifolia A. St.-Hil.
100 -
Begonia sp.
100 -
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg
60 40
Casearia decandra Jacq.
20 80
Casearia sylvestris Sw.
50 50
Cayaponia sp.
33 67
Cleomi sp.
100 -
Espécies
Germinação das sementes (%)
Em sombreamento Sob luz constante
cipó
100 -
cipó-da-agua folha oposta
90 10
cipó-da-agua folha redonda
100 -
cipó-mole
48 52
cipó-pau
60 40
cipó-tingidor
100 -
malva-do-mato
100 -
maracujá-do-mato
67 33
NI (1)
- 100
NI (2)
- 100
NI (3)
- 100
urtiga-de-cipó
- 100
Média
53 47
Esperava-se maior germinação de sementes em condições ambientais
favoráveis, ou seja, luminosidade, temperatura, etc. Porém neste caso, a condição
de sombreamento apresentou um número maior de germinação pela grande
quantidade de cipós, elevando consideravelmente o número total de espécies que
germinaram nesta condição. Se consideradas somente as espécies arbóreas, estas
apresentaram maior germinação em condições de plena luz.
Poucos estudos utilizam mais de um tratamento, prevalecendo os que
trabalham sob condição de luz natural. Os resultados do estudo de Caldato et al.
(1996), que também usaram dois tratamentos, demostram maior número de
indivíduos germinados na condição de sombreamento (sombrite 70%), bem como o
trabalho de Scherer e Jarenkow (2006) que atribuem a maior germinação em
condições de sombrite às altas temperaturas no interior da casa de germinação,
visto que o experimento ocorreu durante o final da primavera e todo o verão,
propiciando às espécies que permaneceram no sombrite temperatura mais amena.
4.2 Composição florística do estrato arbóreo
No levantamento florístico do estrato arbóreo, foram identificados 240
indivíduos, sendo 40 espécies, distribuídas em 37 neros e 21 famílias (Tabela 8).
As famílias com maior número de indivíduos foram: Fabaceae, Lauraceae,
Sapindaceae e Myrtaceae.
A espécie com maior número de indivíduos foi Sorocea bonplandii (24
indivíduos), seguida de Esenbeckia febrifuga e Myrciaria sp. (21 indivíduos cada).
A espécie Sorocea bonplandii vive na sombra, o que lhe confere uma
condição especial, pois poucas árvores se adaptam em ambientes de pouca luz,
muito comum no interior de florestas (BACKES e IRGANG, 2002).
Algumas espécies são comuns na floresta analisada, embora não tenham
sido amostradas nas parcelas utilizadas para o levantamento florístico. Estas
espécies foram listadas e podem ser obsevadas na tabela a seguir (Tabela 9 ).
Tabela 8 - Composição florística da área estudada. Chapecó – SC.
Família Nome científico nome comum de ind.
Apocynaceae Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC. leiteiro 8
Arecaceae Syagrus romanzofiana (Cham.) Glassman jerivá 2
Asteraceae Piptocarpha angustifolia Dusen ex Malme vassourinha 4
Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Stend. louro 3
Cordia americana (l.) Gottschiling EJ. E. Mill. guajuvira 1
Cannabaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sargent esporão-de-galo 9
Clusiacea Garcinia gardneriana (Plauch. & Triana) Zappi canela-de-cotia 1
Euphorbiaceae Sapium glandulosum (L.) Morong. leiteirinho 9
Fabaceae Calliandra tweedii Benth. cabelo-de-anjo 1
Erytrina falcata Benth. corticera 3
Machaerium brasiliensis Vog. canela-de-canga 5
Peltophorum dubium (Spreng.). Taub. canafístula 2
Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. grápia 1
Copaifera trapezifolia Hayne olho-de-pomba 6
Holocalyx balansae Micheli alecrim 5
Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkar angico-branco 1
Myrocarpus frondosus Allemão cabriuva 5
Lauraceae Nectandra grandiflora Nees canela-amarela 4
Nectandra lanceolata Nees canela-amarela grande 15
Nectandra megapotanica (Spreng.) Mez canela-preta 12
Ocotea catharinensis Mez canela-preta folha miuda 2
Ocotea pulchella (Nees ) Mez canela-do-brejo 1
Malvaceae Luehea divaricata Mart.& Zucc. açoita-cavalo 14
Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. canjerana 10
Cedrela fissilis Vell. cedro 5
Myrsinaceae Myrcine umbellata Mart. capororoca 4
Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) B. Lanjow & Boer cincho 24
Myrtaceae Eugenia rostrifolia D. Legrand batinga 13
Myrcia glabra O. Berg) D. Legrand araçá-do-mato 2
Myrciaria sp. cortiguá 21
Phytolaccaceae Phytolacca dioica L. umbuzeiro 1
Rosaceae Prunus sellowii Koehne pessegueiro-do-mato 1
Rutaceae Esenbeckia febrifuga A. Juss. laranjeira-do-mato 21
Salicaceae Casearia sylvestris Sw. chá-de-bugre 5
Sapindaceae Allophylus edulis (Cambess. E St.Hil.) Radlk. vacum 3
Cupania vernallis Cambess. camboatã-vermelho 5
Diatenopteryx sorbifolia Radlk. maria-preta 2
Matayba elaeagnoides Radlk. camboatã-branco 2
Styraceae Styrax leprosus Hook. & Arn. canela-carne-de-vaca 6
Verbenaceae Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke tarumã 1
TOTAL 240
Na composição florística da vegetação arbórea adulta no mesmo fragmento
florestal em que foi realizada a amostragem do banco de sementes do solo, houve
também predomínio de espécies pioneiras.
Tabela 9 - Espécies que não constaram nas parcelas do levantamento florístico mas
que estavam presentes na área. Chapecó, SC.
Família
Nome científico nome comum
Annonaceae
Rollinia sylvatica (A St. Hil) Mart. araticum
Araucariaceae
Araucaria augustifolia (Bertol.) Kuntze araucária
Cannabaceae
Trema micrantha (L.) Blume grandiuva
Rutaceae
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. guatambú
Fabaceae
Inga vera Willd. ingá
Rutaceae
Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-cadela
Das 27 espécies arbóreas presentes no banco de sementes do solo, apenas
9 espécies foram encontradas no levantamento florístico realizado na área. São
elas: Tabernaemontana fuschiaefolia, Apuleia leiocarpa, Albizia niopoides, Holocalix
balansae, Nectandra megapotamica, Ocotea pulchella, Eugenia rostrifolia, Casearia
sylvestris e Allophylus edulis.
Scherer e Jarenkow (2006), também não encontraram similaridade entre o
banco de sementes e o levantento fitossociológico do componente árboreo, assim
como das pioneiras que estão presentes no solo mas não foram amostrados na
área.
Essa situação é confirmada por Thompson (1992), que afirma que tanto em
florestas temperadas como tropicais, raramente encontra-se similaridade florística
entre o estoque de sementes e a vegetação local. O banco de sementes, na verdade
expressa a composição potencial após perturbações, como por exemplo, a formação
de clareiras. Alguns autores têm demonstrado baixo índice de correlação existente
entre o banco e a vegetação já estabelecida (THOMPSON e GRIME, 1979).
Este resultado de baixa similaridade, entre o banco de sementes avaliado e a
composição florística, sugere que este seja um banco de sementes persistente.
Assim sendo, essas espécies germinadas no banco estiveram presentes em outro
momento nessa área e suas sementes permaneceram dormentes no banco. Essa
inferência torna-se positiva, visto que a presença dessas sementes de espécies
pioneiras, que permaneceram dormentes, serão fator primordial para a regeneração
da floresta.
5 CONCLUSÕES
Com base nos dados obtidos concluiu-se que:
As famílias com maior ocorrência foram Asteraceae, Myrtaceae, Lauraceae,
Fabaceae e Solanaceae.
A maior parte do banco de sementes é composta por espécies arbóreas.
A área, apesar de se apresentar com bom grau de preservação, apresenta
muitas espécies consideradas invasoras de lavouras, demonstrando ser uma
área afetada pela intensa atividade agrícola que ocorre no seu entorno.
A diversidade florística encontrada foi de 3,23 e a densidade do banco de
sementes foi de 86,09 sem/m².
Das espécies presentes no banco de sementes do solo apenas 9 espécies
foram encontradas no levantamento florístico do estrato arbóreo.
As espécies Trema micrantha, Solanum mauritianum e Tabernaemontana
fuchsiaefolia foram as arbóreas mais frequentes no banco de sementes.
A área apresenta possibilidade de regeneração diante de um distúrbio natural
ou antrópico.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O banco de sementes do solo, avaliado neste trabalho, apresentou uma baixa
densidade por isso, considera-se importante que seja realizada no mínimo duas co-
letas do solo em diferentes estações do ano e em várias profundidades. Faz-se ne-
cessário considerar que, para trabalhos futuros relacionados a banco de sementes,
torna-se importante também avaliar a chuva de sementes, com o intuito de obter
maior embasamento informacional sobre a dinâmica de regeneração da floresta.
A temperatura também pode ser um fator determinante na germinação das
sementes contidas no banco, de tal forma que a utilização de diferentes temperatu-
ras, durante o período experimental, poderia estimular a germinação de diferentes
espécies.
Ainda, com relação ao período de avaliação, pode-se supor que o período uti-
lizado de 180 dias tenha sido insuficiente para permitir a germinação de todas as se-
mentes presentes no banco. Abordagens que utilizem diferentes períodos de germi-
nação são positivas para contraposição e validação de resultados.
Buscando ressaltar a necessidade de trabalhos sobre banco de sementes do
solo, sugere-se que seja utilizada a presente metodologia para novas pesquisas no
Sul do Brasil a fim de permitir efetuar análises e comparativos dos resultados, visto
que esta foi uma das dificuldades deste trabalho.
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ANEXOS
Anexo 1- Fotos ilustrativas do período experimental
Casa de germinação onde permaneceram as bandejas.
Bandejas dois meses após o início do experimento.
Bandejas quatro meses após início do experimento (2ª identificação)
Aspecto das bandejas na última identificação, com grande incidência de pteridófitas.
Terceira contagem e identificação das plântulas
ANEXO 2- Médias mensais de precipitação (mm) ocorridas durante o período
experimental, e médias históricas registradas pela Estação Meteorológica do Centro
de Pesquisa para a Agricultura Familiar – Epagri/Cepaf, Chapecó, SC. 2006.
Média ocorrida
(mm)
Média histórica
(últimos 30 anos)
(mm)
set/05
210 179,3
out/05
312,5 226,1
nov/05
72 164,9
dez/05
48,3 169,5
jan/06
285,6 187,7
fev/06
88,1 191,4
mar/06
151,1 123,9
abr/06
46,7 163,6
mai/06
15,1 175,2
jun/06
114,3 176,9
ANEXO 3- Médias mensais das Temperaturas ocorridas durante o período
experimental, e médias históricas registradas pela Estação
Meteorológica do Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar
Epagri/Cepaf, Chapecó, SC. 2006.
Média ocorrida
ºC
Média histórica
(últimos 30 anos)
ºC
set/05
14,8 17,2
out/05
20,5 19,7
nov/05
23 21,3
dez/05
23,7 22,8
jan/06
25,2 23,5
fev/06
23,9 23,1
mar/06
23,2 22,2
abr/06
19,7 19,4
mai/06
15,4 16,2
jun/06
17,9 14,7
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