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ANNE KATHERINE DE ARAÚJO BARROS
ANÁLISE DIALÉLICA EM GENÓTIPOS DE MELÃO
MOSSORÓ-RN
2005
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ANNE KATHERINE DE ARAÚJO BARROS
ANÁLISE DIALÉLICA EM GENÓTIPOS DE MELÃO
Dissertação apresentada à Escola Superior de
Agricultura de Mossoró, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Agronomia: Fitotecnia.
ORIENTADORA: Profº. D.Sc GLAUBER HENRIQUE DE SOUSA NUNES
MOSSORÓ-RN
2005
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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da ESAM
L732d Lima, Adriana Kaliny da Costa.
Desempenho de sementes de melão em função de seu
peso e tamanho / Adriana Kaliny da Costa Lima. - Mossoró:
2005.
58f.: il.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Escola
Superior de Agricultura de Mossoró. Coordenação de Pesquisa
e Pós-Graduação.
Área de Concentração: Produção e Pós-colheita de
Frutos e Hortaliças Tropicais.
Orientador: Profª. D.Sc. Maria Clarete Cardoso
Ribeiro.
1. Melão. 2.Germinação. 3. Sementes. 4. Peso e
tamanho. I. Título.
CDD 635.611
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa
CRB/4 1254
ANNE KATHERINE DE ARAÚJO BARROS
ANÁLISE DIALÉLICA ENTRE GENÓTIPOS DE MELÃO
Dissertação de Mestrado apresentada à
Escola Superior de Agricultura de
Mossoró, como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre em
Agronomia: Fitotecnia.
DATA DA APROVAÇÃO:_____/______/______
________________________________ ________________________________
Manoel Abílio de Queiroz – Ph.D. Gilmara Mabel dos Santos – D.Sc.
UNEB- Juazeiro-BA EMBRAPA- Petrolina-PE
Conselheiro Conselheira
_______________________________________
Glauber Henrique de Sousa Nunes – D.Sc.
ORIENTADOR
A meus pais Maria do Socorro e José Roberto e
irmãos Ana Luíza, Jean Pablo e Gustavo Adolfo
Ofereço
Dedico
Às três gerações da família representadas
por minha avó Hermenegilda, mãe Maria
do Socorro e sobrinho Felipe e, em
especial, ao meu avô Epaminondas (in
memoriam)
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e despertar da sabedoria.
À ESAM pelas condições propícias ao desenvolvimento de pesquisas.
A CAPES pelo incentivo concedido através de bolsa estudo.
À Fazenda Santa Júlia por todo o apoio e assistência conferidos, sem os quais não seria
possível alcançar o objetivo final.
À Del Monte Fresh Produce Brasil, por ser favorável e ter disponibilizado condições para
conclusão do presente trabalho.
Ao professor orientador Drº Glauber Henrique de Sousa Nunes, pelas horas de atenção e
contribuição dispensadas.
Ao Drº Manoel Abílio de Queiroz, responsável por despertar o interesse pela pesquisa e por
estar sempre disponível e disposto a auxiliar, guiando e orientando.
À Professora Drª Maria Zuleide de Negreiros, por toda a atenção e carinho, bem como pela
ajuda prestada.
Ao coordenador do curso de mestrado, Drº Francisco Bezerra Neto, pelo apoio concedido.
Ao En Agrônomo Aécio Lopez, por toda a dedicação e atenção dedicadas durante o
trabalho, buscando sempre condições propícias para o bom desenvolvimento do mesmo.
A todos os funcionários da Horta comunitária da ESAM, bem como da Fazenda Santa Júlia,
por todo o trabalho prestado.
A todos os colegas de mestrado e estudantes de agronomia que auxiliaram, em especial à
Elaíne, Jean, Haroldo, Jean, Rogério e Lonjoré.
Às amigas Adriana, Andréa e Mayara, bem como Rogério Dias, pela amizade adquirida e
conquistada durante o período do mestrado, que se prolongará por tempo indeterminado.
A toda a minha família por compactuarem com meus anseios e propiciarem base fortalecida
para enfrentar os percalços da vida, em especial minha mãe Maria do Socorro, por ser
sempre companheira e amiga, me auxiliando na caminhada.
Enfim, a todos que contribuíram de forma direta e indireta para a realização do referido
trabalho.
RESUMO
BARROS, Anne Katherine de Araújo. Análise dialélica entre genótpos de melão.
57p. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) Escola Superior de
Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró-RN, 2005.
Este trabalho foi realizado com os seguintes objetivos: a) estimar a divergência
genética entre os genitores; b) estimar as capacidades geral e específica de combinação dos
genitores; c) estimar a heterose e a heterobeltiose dos cruzamentos e d) investigar a
associação entre a capacidade específica de combinação, variância genética, divergência
genética, heterose e heterobeltiose. Com essas informações foi possível identificar as
melhores combinações híbridas para futura extração de linhagens superiores. Foram
avaliados em campo, na Fazenda Santa Júlia, município de Mossoró, estado do Rio Grande
do Norte, os genitores “Meloa”, AF-646, Rochedo, AF-1749, Gold Mine e Hy Mark e suas
quinze combinações híbridas em um delineamento em blocos casualizados com três
repetições. Foram avaliadas as seguintes características: número total de frutos, peso médio
dos frutos, produtividade, diâmetros médios longitudinais e transversais, espessura da
polpa, proporção da cavidade interna e teor de lidos solúveis. Estimou-se a divergência
genética, as capacidades geral e específica de combinação, a heterose, a heterobeltiose e
variância genética dos cruzamentos. Observou-se que dois grupos de genitores, sendo o
primeiro composto apenas pelo genitor Hy Mark e o segundo pelos demais genitores. O
número total de frutos e o peso médio do fruto foram as características que mais
contribuem para a divergência genética. As características número total de frutos,
produtividade, firmeza de polpa e teor de sólidos solúveis foram controladas por efeitos
aditivos e não aditivos, enquanto que as características peso médio do fruto, diâmetros
médios longitudinal e transversal, espessura da polpa e proporção da cavidade interna são
controladas somente por efeitos aditivos. A maior parte das heteroses e heterobeltioses é
negativa para o número total de frutos, produtividade e firmeza da polpa. Para o teor de
sólidos solúveis as estimativas foram positivas na maioria dos cruzamentos. Constatou-se
uma forte associação positiva entre a capacidade específica de combinação (CEC) e a
heterose. Porém, a divergência genética não se correlaciona com a CEC, variância genética,
heterose e hetebeltiose. Os cruzamentos mais apropriados para o melhoramento de melão
dos tipos cantaloupe, honey dew, pele de sapo/meloa e amarelo são respectivamente os
seguintes: Gold Mine x Hy Mark, AF-646 x AF-1749, Meloa x Rochedo e AF-646 e
Rochedo.
Palavras-Chave: Cucumis melo, capacidade de combinação, heterose, heterobeltiose,
variância genética.
ABSTRACT
BARROS, Anne Katherine de Araújo. Diallel analysis among melon genotypes.
57p. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) Escola Superior de
Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró-RN, 2005.
This work was done with the following purposes: a) to estimate the genetic divergence
among the parents; b) to estimated the general and specific ability combinations between
parents; c) to estimate the heterosis and heterobeltiosis of crosses; d) to determine the
correlation among the specific combining ability, genetic variance, heterosis,
heterobeltiosis and genetic divergence and e) to identify the best crosses for melon
breeding. The parents “Meloa”, AF-646, Rochedo, AF-1749, Gold Mine and Hy Mark and
the fifty one crosses were evaluated in randomized block design with three replications in
field at the Santa Julia farm, Mossoró, State of Rio Grande do Norte. The traits evaluated
were: fruit total number, fruit mean weight, longitudinal and transversal diameters, pulp
tchiness, internal cavity proportion and soluble solids content. The genetic divergence,
general and specific ability combinations, heterosis, heterobeltiosis and genetic variance
were estimated. There are two groups of parents, being the first constituted only by Hy
Mark parent and second by for others parents. The total number and fruit weight are the
traits that more contributed for genetic divergence. The traits fruit total number, yield, pulp
firmness and soluble solids content are controlled for additive and non additive effect,
while fruit mean weight, longitudinal and transversal diameters, pulp thickness, internal
cavity proportion are controlled by additive effects. The major part of the heterosis and
heterobeltiosis was negative for fruit total number, yield e pulp firmness, while for soluble
solids content they were positive in the majority of crosses. There was a strong association
between specific combining ability and heterosis, but genetic diversity was not associated
with SCA, genetic variance, heterosis and heterobeltiosis. The most appropriated crosses
for melon breeding (Cantaloupe, Honey Dew, Piel del sapo, “Meloa” and yellow) are: Gold
Mine x Hy Mark, AF-646 x AF 1749, “Meloa” x Rochedo and AF-646 x Rochedo.
Key words: Cucumis melo, combining ability, heterosis, heterobeltiosis, genetic variance.
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1.
Posição original de diferentes continentes antes da derivação. A área
hachurada indica a possível origem do melão ......................................
5
Figura 2.
Dendrograma formado a partir do método UPGMA dos seis
genitores avaliados. Mossoró-RN, 2004.............................................
28
Página
Tabela 1
Características dos genitores utilizados no dialelo. Mossoró-RN,
2004
14
Tabela 2
Análise química do solo da área experimental. Mossoró-RN, 2004
15
Tabela 3
Quantidade de fertilizantes aplicados durante o período de
condução do experimento. Mossoró-RN, 2004
15
Tabela 4
Análise de variância individual de cada característica para um
delineamento em blocos casualizados e esperanças matemáticas
dos quadrados médios. Mossoró-RN, 2004
18
Tabela 5
Esquema da análise de variância do modelo II de Griffing (1956) e
esperanças matemáticas dos quadrados médios. Mossoró-RN,
2004.
19
Tabela 6
Resumo da análise de variância das características número total de
frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF), produtividade (PROD),
diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro longitudinal médio
(DLM), espessura da polpa (EP), proporção da cavidade interna
(PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST)
de vinte e uma populações de melão. Mossoró-RN, 2004
25
Tabela 7
Médias das características número total de frutos (NTF), peso
médio do fruto (PMF), produtividade (PROD), diâmetro
transversal médio (DTM), diâmetro longitudinal médio (DLM),
espessura da polpa (EP), proporção da cavidade interna (PCI),
firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST) dos
tratamentos avaliados (genitores e cruzamentos). Mossoró-RN,
2004
26
Tabel a 8
Estimativas das distâncias de Mahalanobis entre os seis genitores
avaliados. Mossoró-RN, 2004
27
Tabela 9
Agrupamento de genitores de melão formado pelo critério de
27
Tocher. Mossoró-RN, 2004
Tabela 10
Estimativas de S
j
e contribuição relativa de cada característica para
divergência genética dos seis genitores avaliados. Mossoró-RN,
2004
27
Tabela 11
Agrupamento de genitores de melão (sem Hy Mark) formado pelo
critério de Tocher. Mossoró-RN, 2004.
28
Tabela 12
Estimativas de S
j
e contribuição relativa de cada característica para
divergência genética dos genitores avaliados (sem Hy Mark).
Mossoró-RN, 2004
28
Tabela 13
Resumo da análise de variância do dialelo conforme modelo 1,
método II de Griffing (1956) das características número total de
frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF), produtividade (PROD),
diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro longitudinal médio
(DLM), espessura da polpa (EP), proporção da cavidade interna
(PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST)
e estimativas dos componentes quadráticos das capacidades geral e
específica de combinação. Mossoró-RN, 2004.
29
Tabela 14
Estimativas dos efeitos da capacidade geral de combinação (ĝ
i
)
das características número total de frutos (NTF), peso médio do
fruto (PMF), produtividade (PROD), diâmetro transversal médio
(DTM), diâmetro longitudinal médio (DLM), espessura da polpa
(EP), proporção da cavidade interna (PCI), firmeza da polpa (FP) e
teor de sólidos solúveis totais (SST) dos seis genitores avaliados.
Mossoró-RN, 2004
29
Tabela 15
Estimativas da capacidade específica de combinação de seis
genitores e seus cruzamentos para as características número total
de frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF), produtividade
(PROD), diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro
longitudinal médio (DLM), espessura da polpa (EP), proporção da
cavidade interna (PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos
31
solúveis totais (SST). Mossoró-RN, 2004........
Tabela 16
Heterose Heterose média dos genitores e estimativas da heterose e
relação a médias dos pais dos cruzamentos para as características
número total de frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF),
produtividade (PROD), diâmetro transversal médio (DTM),
diâmetro longitudinal médio (DLM), espessura da polpa (EP),
proporção da cavidade interna (PCI), firmeza da polpa (FP) e teor
de sólidos solúveis totais (SST). Mossoró-RN, 2004
32
Tabela 17
Heterosbeltiose média dos genitores e estimativas da
heterobeltiose dos cruzamentos para as características número total
de frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF), produtividade
(PROD), diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro
longitudinal médio (DLM), espessura da polpa (EP), proporção da
cavidade interna (PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos
solúveis totais (SST). Mossoró-RN, 2004.
34
Tabela 18
Coeficientes de correlação de Spearman entre as estimativas da
heterose em relação a média dos genitores (h
g
), heterobeltiose (h
b
),
capacidade específica de combinação (
ij
s
), variância genética e
distência de Mahalanobis das características número total de frutos
(NTF), peso médio do fruto (PMF), produtividade (PROD),
firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST).
Mossoró-RN, 2004
35
Tabela 19
Coeficientes de correlação de Spearman entre a capacidade geral
de combinação e as estimativas da média dos genitores e da
capacidade específica do genitor com ele próprio nas
características número total de frutos (NTF), peso médio do fruto
(PMF), produtividade (PROD), firmeza da polpa (FP) e teor de
sólidos solúveis totais (SST). Mossoró-RN, 2004...
41
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................... 3
2.1. Importãncia do melão .......................................................................... 3
2.2. Origem e diversidade do meloeiro......................................................... 4
2.3. Cruzamentos dialélicos ......................................................................... 6
2.4. Divergência genética ............................................................................. 10
2.5. Heterose e Heterobeltiose ..................................................................... 11
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................. 13
3.2. Avaliação dos genitores e híbridos F1 ................................................... 13
3.2.1.
Caracterização da área experimental ..................................................... 13
3.2.2.
Condução experimental ......................................................................... 15
3.2.3.
Delineamento experimental e características avaliadas......................... 14
3.3. Analises estatística dos dados experimentais ........................................ 17
3.3.1.
Analise de variância .............................................................................. 17
3.3.2.
Analise dialélica .................................................................................... 18
3.3.3.
Heterose e Heterobeltiose .................................................................... 22
3.3.4.
Divergência genética ............................................................................. 23
3.3.5.
Variância genética dentro dos cruzamentos .......................................... 23
3.3.6.
Correlação de Spearman ....................................................................... 24
4. RESULTADOS ..................................................................................... 25
5. DISCUSSÃO ......................................................................................... 36
6. CONCLUSÕES ..................................................................................... 47
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 48
1 INTRODUÇÃO
O meloeiro (Cucumis melo L.) é uma das principais culturas produzidas no Nordeste
brasileiro. Os estados do Rio Grande do Norte e do Ceará são os maiores exportadores
dessa hortaliça e respondem em conjunto por mais de 90% da produção nacional (BRASIL,
2003). Além da relevância econômica a lavoura meloeira possui importância social, uma
vez que mais de 40.000 empregos diretos são gerados por essa atividade.
Em razão disso, iniciou-se na Escola Superior de Agricultura de Mossoró um
programa de melhoramento genético do meloeiro, visando obter cultivares híbridas.
Existem razões que justificam a implantação de programas de melhoramento no nordeste
brasileiro. Primeiro, os bridos cultivados no nordeste foram desenvolvidos na Europa ou
América do Norte, portanto, em condições edafo-climáticas diferentes daquelas dos pólos
do Rio Grande do Norte e do Ceará. Segundo, o preço da semente é alto, dificultando a sua
aquisição por parte dos pequenos produtores e aumentado os custo de produção das grandes
empresas. Estima-se que 21% dos custos de produção de um hectare de melão sejam devido
a semente.
Para os melhoristas dessa hortaliça, há germoplasma disponível que contempla
desde acessos coletados em pequenas propriedades a híbridos comerciais desenvolvidos por
grandes companhias produtoras de sementes. Assim sendo, a possibilidade de cruzamentos
entre os genótipos ou mesmo a escolha de híbridos para obtenção de linhagens por
sucessivas autofecundações é ilimitada. Dentro desse contexto, um aspecto fundamental é a
escolha dos genitores para geração das linhagens superiores. Isso porque o processo de
melhoramento é longo e se os genitores forem incorretamente escolhidos não haverá
retorno, perdendo-se por conseguinte tempo e recursos (OLIVEIRA et al., 1996).
As metodologias que o utilizadas na escolha dos genitores podem ser agrupadas
em duas categorias (BAENZIGER e PETERSON, 1991). A primeira envolve
procedimentos que utilizam apenas as informações dos genitores como o seu desempenho
médio, o coefciente de parentesco e a divergência genética por técnicas multivariadas
utilizando dados de características morfológicas ou dados de marcadores moleculares. A
segunda, por sua vez, utiliza informações sobre o comportamento das progênies oriundas de
cruzamentos específicos.
Entre as metodologias do segundo grupo, uma das mais utilizadas são os
cruzamentos dialélicos (RAMALHO et al., 1993). A partir de cruzamentos dialélicos é
possível estimar as capacidades geral e específica de combinação. A capacidade geral de
combinação permite identificar os genitores com maior freqüência de alelos favoráveis,
enquanto que a capacidade específica de combinação indica a possibilita conhecer as
combinações híbridas mais promissoras. Além disso, o dialelo permitir estudar a natureza e
a magnitude dos efeitos gênicos que controlam caracteres de importância econômica
(LYNCH e WALSH, 1998). Nos dialelos nos quais se avaliam genitores e seus
cruzamentos também é possível estimar a heterose em relação a média dos genitores e a
heterose em relação ao melhor genitor, heterose essa conhecida como heterobeltiose
(Maluf, 1994). As estimativas de heterose podem auxiliar no processo de seleção dos
melhores genitores. Ressalta-se que uma população segregante promissora é aquela que
une elevadas média e variabilidade genética (BOS e CALIGARI,1995).
Os cruzamentos dialélicos têm como principal desvantagens a necessidade de
muitos cruzamentos, principalmente quando o número de genitores é elevado (MACHADO
et al., 2000a). Uma técnica muito usada para ajudar a escolha de genitores é o uso de
divergência genética por meio de informações de caracteres morfológicos ou marcadores
moleculares (FERREIRA e GRATTAPAGLIA, 1996). Os estudos de divergência permitem
uma orientação inicial, a qual auxiliará o melhorista na tomada de decisão sobre quais
cruzamentos podem ser realizados. Nesse sentido, as informações da divergência genética
permitem a redução de esforços na obtenção dos híbridos, principalmente quando existir
um número elevado de materiais disponíveis para cruzamentos e quando uma pequena
quantidade de recursos e mão-de-obra, facilitando, dessa forma, a condução do programa
de melhoramento (OLIVEIRA et al., 1996).
Diante dessas considerações, os objetivos do presente trabalho foramo: a) estimar a
divergência genética entre os genitores; b) estimar as capacidades geral e específica de
combinação dos genitores; c) estimar a heterose e a heterobeltiose dos cruzamentos e d)
investigar a associação entre a capacidade específica de combinação, variância genética,
divergência genética, heterose e heterobeltiose. Com essas informações será possível
identificar as melhores combinações híbridas para futura extração de linhagens superiores.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância do melão
O melão (Cucumis melo L.) é uma das hortaliças mais importantes do mundo, com
uma área cultivada em 2000 em torno de 1,15 milhões de hectares e uma produção superior
aos 19,51 milhões de toneladas. A China, com 35% da produção global, é a principal
produtora dessa hortaliça, seguido pela Turquia com 9,22% e Irã com 8,15%. Em 2003 o
Brasil produziu 349.498 toneladas, onde o Estado foi responsável por 192.421 ton,
correspondendo a 55% da produção nacional (IBGE 2004). O melão é a principal olerícola
produzida no Estado do Rio Grande do Norte, tanto em área cultivada quanto em
produtividade (SILVA et al., 2002).
É uma das espécies olerícolas de maior expressão econômica e social para a
Região Nordeste do Brasil. Contudo, até 1975 a maior parte do melão comercializado no
Brasil era importada. No início da década de oitenta surgiu um novo pólo de produção,
situado no município de Mossoró, na Microrregião Salineira do Estado do Rio Grande do
Norte. Foi nesse período que o país começou a atingir a auto-suficiência e, atualmente,
exporta parte de sua produção para a Europa e Estados Unidos (MENEZES et al., 2001a).
De acordo com os dados do Siscomex (1995), citado por Gurgel (2000), em 1994
somente o Rio Grande do Norte exportou cerca de 25,82 milhões de dólares em frutos de
melão, o que equivale a 85% do total exportado pelos cinco Estados produtores do
Nordeste brasileiro. Nos últimos anos a área de cultivo vem sendo expandida, graças ao
aumento das exportações (SALES JÚNIOR et al., 2004). Esse crescimento é justificado
principalmente pelas condições edafoclimáticas favoráveis encontradas na região,
associado às boas cotações do produto no mercado (MENEZES et al., 1998).
O cultivo do melão não proporciona apenas benefícios econômicos, mas também
benefícios sociais, pois garante cerca de 40 mil empregos diretos e indiretos (BRASIL,
2003).
A atividade comercial que envolve a produção do melão no Nordeste apresenta
diferentes perfis. De um lado, existem empresas de grande e médio porte que são
responsáveis por cerca de 90% da produção e da exportação e que, para atender as
exigências do mercado utilizam sementes bridas, geralmente importadas, e tecnologia de
cultivo apropriada para alcançar alta produtividade. De outra parte um número elevado
de pequenos produtores, autônomos ou organizados em associações e cooperativas, muitos
dos quais utiliza materiais segregantes. Em conseqüência, a produção é baixa e os frutos
não têm qualidade comercial. O alto custo da semente híbrida importada é um obstáculo à
inserção dos produtores de baixa renda no mercado. Portanto, é necessário aumentar a
oferta de semente melhorada de cultivares adaptadas às condições do Nordeste.
2.2 Origem e Diversidade do meloeiro
Com relação a origem do meloeiro, a maioria dos autores considera que a forma
selvagem ancestral do meloeiro é originária da África (AKASHI et al., 2001; WHITAKER
e DAVIS, 1962). Conforme comentam MALLICK e MASSUI (1986) a literatura aponta
centros primário e secundário do melão. Os diferentes centros citados foram a Índia, a
Arábia Saudita e a China .
Por outro lado, um estudo conduzido por mais de 25 anos pelo Instituto de Indústria
Vegetal da antiga União Soviética, com 4500 acessos de melões coletados em diferentes
partes do mundo, sugerem que o melão é originário de diferentes regiões como o Irã, a
Ásia menor e a Índia (PITRAT et al., 2000).
No contexto da origem do melão, considerando essa teoria, o sudeste da África e a
península indiana correspondem ao centro do único bloco de terra existente, sendo a África,
a Índia, Arábia e Irã regiões muito próximas (Figura 1). Tomando-se a perspectiva da teoria
supra citada, a região sudeste áfrica e a península indiana seriam os dois centros de origem
do gênero Cucumis. Um fato curioso relacionado com essa teoria, é que conforme as
narrativas do Mosaismo, da Bíblia e do Alcorão, Deus criou um lugar chamado Jardim do
Éden e providenciou todas as coisas para humanidade, representada por Adão e Eva. A
região central do bloco de terra seria o chamado “paraíso” (MALLICK e MASSUI, 1986).
Figura 1. Posição original de diferentes continentes antes da derivação. A área hachurada
indica a possível origem do melão. (Adaptado de Mallick e Massui, 1986).
Todavia, os detalhes da sua domesticação, bem como o relacionamento genético
entre as variedades ou populações locais ainda não estão esclarecidos. Senão necessários
vários estudos que contemplem informações morfológicas associadas com dados de
marcadores moleculares. Esses estudos têm sido feitos com o intuito de conhecer a
domesticação utilizando diferentes tipos de marcadores moleculares tais como como
izoenzimas, microsatélites e RAPD (KERJE e GRUM, 2000).
A espécie Cucumis melo L. é diplóide (2n=2x = 24 cromossomos) e compreende
duas subespécies de acordo a com a pilosidade do ovário: C. melo ssp melo, com ovário
piloso, e C. melo ssp agrestis, com ovário ceroso (JEFREY, 1980). O meloeiro está
distribuído em todo o mundo e é a espécie que possui a maior variabilidade fenotípica no
gênero Cucumis (BATES e ROBSON, 1995). A maior parte da variação é observada em
seus frutos. O meloeiro tem frutos com forma que varia de esféricos a extremante
alongados, com peso de poucas gramas a vários quilogramas, sabor da polpa de amargo a
doce e diferentes colorações de popa e casca (STEPANSKY et al., 1999).
A grande variação fenotípica observada no meloeiro levou os botânicos a proporem
uma classificação intra-específica. Naudin (1859), citado por Pitrat et al. (2000),
trabalhando com uma coleção de 2.000 acessos dividiu a espécie Cucumis melo em dez
variedades. O trabalho pioneiro de Naudin em 1958, serviu de base para todas as outras
classificações subseqüentes como as propostas por Pangalo (1929) e Hammer e al (1986).
No início da década de noventa, MUNGER e ROBINSON (1991) propuseram uma versão
simplificada da classificação de Naudin em 1958. Eles dividiram a espécie Cucumis melo
em uma variedade selvagem denominada de Agrestis e seis variedades cultivadas:
cantaloupensis, inodorus, conomon, dudaim, flexuosus e momordica.
Dentro das variedades estão os tipos de melão, sendo os tipos mais comercializados
no Brasil: Amarelo, Honey Dew, Pele de sapo, Cantaloupe, Gália e Charentais. Os três
primeiros tipos de melão pertencem a variedade botânica inodorus e se caracterizam por
serem frutos sem aroma, boa resistência ao transporte e elevada vida pós-colheita. Os
melões do tipo Cantaloupe (americano) e Charentais (europreu) são aromáticos, têm
elevados valores de sólidos solúveis e baixa conservação pós-colheita. O melão Gália foi
desenvolvido pelos israelenses em meados da década de sessenta. Foi o primeiro híbrido
simples desenvolvido por um programa de melhoramento realizado em Israel. É resultante
do cruzamento de uma linhagem de melão Ogen e outra de melão Honey Dew (ODET.,
1985). Os frutos de melão Gália são esféricos, aromáticos, peso entre 1 a 1.500 g, polpa
esverdeada e teor de sólidos solúveis entre 13 e 15 % (KARCHI, 2000).
Esses tipos de híbridos podem ser cruzados entre si e na verdade existe uma
continuidade entre eles. As diferentes características fenotípicas dos tipos de melão podem
ser combinadas e exploradas nos programas de melhoramento dessa cultura, propiciando a
produção de genótipos superiores.
A divisão em tipos auxilia no processo de classificação e comercialização. Estudos
com marcadores moleculares têm sido realizados com germoplasma de vários países e
continentes buscando a melhor caracterização da grande variabilidade morfológica dessa
espécie (STAUB et al., 1997; STEPANSKY et al., 1999; STAUB et al., 2000; LÓPEZ-
SESÉ et al., 2003).
2.3 Cruzamentos dialélicos
Segundo Kempthorne e Curnow (1961), o emprego de cruzamentos dialélicos teve
origem após Sprague e Tatum (1942) definirem os conceitos de capacidade geral de
combinação (CGC) e capacidade específica de combinação (CEC). A análise dialélica tem
sido amplamente usada no melhoramento de plantas, com o intuito de se avaliar a
capacidade combinatória e o potencial heterótico de linhagens ou cultivares em
cruzamentos, ou para estudos básicos de estrutura genética das populações (GERALDI e
MIRANDA FILHO, 1988).
O sistema de cruzamentos dialélicos corresponde ao intercruzamento de n materiais,
dois a dois, produzindo n
2
combinações possíveis, que correspondem aos n materiais, n(n-
1)/2 híbridos e n(n-1)/2 recíprocos desses híbridos, perfazendo uma tabela dialélica
completa. Todavia, a obtenção da tabela dialélica completa não é o único esquema de
cruzamento utilizado. Variações desse esquema foram introduzidas, com a utilização dos
híbridos e seus recíprocos, isto é, excluindo-se apenas os genitores, totalizando n(n-1)
combinações ou tratamentos experimentais, ou a utilização dos genitores e seus
cruzamentos, sem os recíprocos, perfazendo n(n+1)/2 combinações, e também a utilização
apenas dos n(n-1)/2 cruzamentos em razão da não inclusão dos genitores e dos cruzamentos
recíprocos (CRUZ e REGAZZI,1994).
De acordo com Sprague e Tatum (1942), a capacidade combinatória, em sua forma
mais geral, refere-se ao comportamento de linhagens ou cultivares, quando são usadas em
combinações híbridas em um ou vários sentidos, entre si.
A capacidade combinatória é subdividida, considerando o modo de ação gênica
envolvida, em capacidade geral de combinação (CGC) e capacidade específica de
combinação (CEC). CGC refere-se ao comportamento médio de uma linhagem em uma
série de cruzamentos ou combinações híbridas. Por outro lado, a CEC refere-se , ao
comportamento particular de duas linhagens cruzadas entre si, ou seja, representa o desvio
para melhor ou pior, de um determinado cruzamento, tendo por base a média da CGC dos
pais (GRIFFING, 1956 a,b).
A capacidade combinatória é diferenciada de acordo com o modo de ação gênica
envolvida, sendo que a CGC está associada a genes de efeitos principalmente aditivos, além
de parte dominantes e epistáticos, porém, quando o efeito dos locos é apenas aditivo, a
variância genética total é a soma das variâncias genotípicas separadas para cada loco. Por
outro lado, a CEC depende basicamente dos alelos com efeitos não aditivos (dominância
e/ou epistasia). Para o uso em programas de melhoramento que visam à exploração de
híbridos e seleção de genótipos superiores, são mais indicados os genitores com mais alta
CGC. Porém, quando o objetivo é exploração de híbridos, a CEC passa a ter um
importante valor, juntamente com CGC de um dos pais (CRUZ e VENCOVSKY, 1989).
Segundo Ramalho et al. (1993), baixa estimativa dos efeitos da CGC, positiva ou
negativa, indica que o valor da CGC da cultivar parental não difere muito da média geral da
população dialélica. Por outro lado, quando os valores estimados são altos, positivos ou
negativos, indica que o parental é superior ou inferior aos demais parentais do dialelo.
Existem vários métodos de análise dialélica como o método de Jinks e Hayman
(1953), o método de Gardner e Eberhart (1966) e a metodologia proposta por GRIFFING
(1956
a, b). A metodologia de Griffing (1956a,b) é a mais utilizada e sugere oito diferentes
tipos de análise, tendo como base dois modelos, o fixo (quando o material experimental é
escolhido, implicando em que as inferências ficam restritas ao material utilizado) e o
aleatório (quando o material é constituído por uma amostra ao acaso da população), e
quatro métodos experimentais. O método 1 inclui os progenitores, os híbridos F
1
’s e os F
1
’s
recíprocos. O método 2 inclui os progenitores e os híbridos F
1
’s, o método 3 apenas os
híbridos F
1
’s e os recíprocos, enquanto o método 4 inclui somente os F
1
’s.
Existem alguns relatos na literatura sobre cruzamentos dialélicos no meloeiro.
Lippert e Legg (1972), estimaram a capacidade geral e específica de combinação,
utilizando o método de Griffing (Modelo I). Foram utilizados 10 cultivares de melão
(Hale’s Best, PMR 45, Campo, Schoon’s, Honey Rock, SR 91, Spartan Rock, Pride of
Wise, Tip Top e Delicious 51) e seus 45 híbridos F
1
com relação a características
associadas à maturação, dimensões de frutos e produção. A CGC e a CEC foram
significativas para o número de dias para a colheita do primeiro fruto e peso médio dos
primeiros três frutos colhidos em todos os cruzamentos dialélicos realizados.
Kalb e Davis (1984a) estudaram os efeitos da capacidade geral e específica de
combinação, heterose e variância genética para características qualitativas dos frutos de
melão. Foram utilizadas seis linhagens e 15 híbridos obtidos dos cruzamentos entre estas
linhagens. As capacidades geral e específica de combinação foram significativas para todos
os tratamentos, indicando a importância dos efeitos aditivos dos genes. Foram obtidos
valores altos de heterose em relação à média dos pais, para densidade de rendilhamento,
conteúdo de sólidos solúveis, dimensões de polpa, espessura da casca, dimensões da
cavidade interna e teor de umidade no interior da cavidade.
Kalb e Davis (1984b) avaliaram a variância genética e determinaram a
herdabilidade da produtividade, maturação e características das plantas. Diferenças
significativas foram encontradas para a maior parte das características, exceto para
produção total e número de plantas doentes. A CGC foi altamente significativa para todas
as características e conseqüentemente maior que a CEC, indicando a importância do efeito
aditivo dos genes. A CEC foi significativa para produção, peso de fruto, número de
colheitas, número de dias para ocorrência da flor feminina, para frutificação, diâmetro e
altura da planta.
Randhawa e Singh (1990) estudaram os efeitos da hibridação entre diferentes
cultivares de melão, utilizando 21 genótipos. A CGC foi significativa em todas as
características, exceto para número de dias de ocorrência da primeira flor feminina. A CEC
foi também significativa na maior parte das características avaliadas, exceto quanto a
produção de frutos e número de dias para ocorrência da primeira flor feminina.
Singh e Randhawa (1990) avaliaram heterose, CGC e CEC para características
qualitativas em cruzamentos entre quatro linhagens selvagens (Hara Madhu, Punjab
Sunehri, Pusa Madhuras e Durgapura Madhu) e duas variedades exóticas (PMR 5 e WMR
29). Diferenças significativas foram encontradas nos genótipos para todas as características
estudas, assim como para CGC e CEC. Heterose favorável foi observada para peso e
formato de frutos, tamanho de cavidade e espessura de polpa e da casca. Para sólidos
solúveis totais, entretanto, foi observada heterose negativa, o que não é interessante, pois
esta característica é uma da mais importantes comercialmente.
Lopes (1991) avaliou cinco cultivares de melão (Eldorado-300, Fidalgo, Honey
Dew, Hale’s Best Jumbo e Caipira) e seus híbridos, e estimou a heterose, a CGC. e C.E.C.
destes segundo o método de Griffing (Modelo 2 e 1). Observou-se que o caráter monóico
foi dominante sobre o andromonóico. O rendilhamento demonstrou dominância parcial. A
coloração da casca verde foi dominante à amarela em cruzamentos entre genótipos do
grupo inodorus, enquanto que a coloração da casa amarela foi dominante em cruzamentos
entre os genótipos dos grupos inodorus e cantalupensis. A coloração de polpa laranja
dominou a branca. Os genitores 1 e 4 apresentaram elevados valores de CGC, enquanto os
híbridos 1x5 e 2x5 apresentaram os melhores valores de CEC.
Kitroongruang et al. (1992) avaliaram a CGC, CEC, heterose e variabilidade
genética do crescimento de plantas e caracteres referentes à qualidade dos frutos de “Thai
melon” (Cucumis melo var. acidulus Naud.). A CGC dos genitores masculinos foi
significativa para o crescimento da haste principal, firmeza da casca, dimensões da polpa e
ocorrência de rendilhamento. Para os progenitores femininos, a CGC foi altamente
significativa para firmeza da casca, formato do fruto e número de dias para a primeira
colheita. A CEC foi significativa para a maior parte das características, exceto para número
de frutos por planta, peso de frutos e conteúdo de sólidos solúveis.
Rizzo (1999) avaliou a divergência genética, a CGC, a CEC, a ocorrência ou não de
efeitos recíprocos e os efeitos da heterose entre cinco genótipos, seus 10 híbridos F
1
e 10
recíprocos. Os efeitos da CGC revelaram que os genótipos JAB-20, JAB-23 e ‘Bônus 2’
destacaram-se com relação ao número de flores masculinas por planta e produção total de
frutos por m
2
, JAB-22 e JAB-23 para diâmetro médio longitudinal do fruto e ‘Bonus nº 2’,
para diminuição do desprendimento da semente. A melhor combinação híbrida foi JAB-20
x JAB-21 para menor número de flores masculinas por planta e do desprendimento de
sementes, e aumento na produção total de frutos por m
2
e diâmetro médio longitudinal do
fruto. Detectaram-se efeitos recíprocos nas características: produção total de frutos por m
2
,
desprendimento de sementes e coloração do mesocarpo e epicarpo.
2.4 Divergência genética
A divergência genética, com base em caracteres morfo-agronômicos, têm sido
muito utilizada pelos pesquisadores para identificar cruzamentos com potencial de se obter
populações segregantes com alta variabilidade. Os estudos de divergência permitem uma
orientação inicial, a qual auxiliará o melhorista na tomada de decisão sobre quais
cruzamentos podem ser realizados (OLIVEIRA et al., 1996).
Existem várias metodologias utilizadas na escolha de genitores, dentre as quais, está
aquela que se baseia nos próprios cultivares, pela estimativa da divergência genética. Para o
estudo da divergência genética, os procedimentos mais empregados são aqueles que
utilizam técnicas multivariadas como análise por componentes principais, por variáveis
canônicas, análise de fatores, de agrupamento e a distância generalizada de Mahalanobis
(CRUZ e REGAZZI, 1994; MACHADO et al., 2000a; MACHADO et al., 2002).
A utilização destas técnicas multivariadas permite que a avaliação do material se
sobre um conjunto de características que combina as múltiplas informações contidas na
unidade experimental, auxiliando a seleção de materiais promissores, levando em
consideração a contribuição e a importância relativa das características para o total da
variância existente entre as populações (MACHADO et al., 2000a). Outros estudos
consideram dados obtidos por marcadores moleculares para avaliar a divergência entre
genótipos (MACHADO et al., 2000b, MARTINELLO et al., 2003).
Existem muitos relatos sobre estudos de divergência genética em diversas hortaliças
(MALUF et al., 1983; MARTINELLO et al., 2002, GATTI et al., 2003). No entanto, no
caso específico do melão, poucos trabalhos na literatura nacional a respeito desse tema.
Rizzo e Braz (2002) trabalharam com cinco linhagens de melão rendilhado e observaram a
formação de dois grupos. Paiva (2002) estudando a divergência entre as linhagens e a
heterose de seus híbridos verificou que o teor de sólidos solúveis foi a característica que
mais contribuiu para a divergência. Além disso, observou a formação de dois grupos de
linhagens. Braz et al. (2004) avaliando a divergência genética de vinte linhagens de melão
rendilhado obteve sete grupos de similaridade, sendo um formado por 14 genótipos e seis
formados por um genótipo cada.
2.5 Heterose
A heterose é um termo empregado para descrever a superioridade de uma combinação
híbrida em relação à média dos seus genitores (BOS e CALIGARI, 1995). A heterose
também é denominada de vigor de híbrido e é definida pela seguinte expressão adaptada de
Falconer (1981): 2/)(
21
1
PPFh += , em que
1
F é a média da geração filial e
1
P e
2
P
são as médias dos genitores 1 e 2 , respectivamente. A heterose se manifesta quando o a
média fenotípica estimada no híbrido é maior (heterose positiva) ou menor (heterose
negativa) do que a média dos geniotores. Convém ressaltar que os pais não necessariamente
precisam ser linhagens.Pode obter híbridos de variadades (híbridos intervarietal), de
híbridos simples (híbrido duplo) entre outros.
Ainda conforme Falconer (1981), a heterose pode ser definida como o produto entre o
quadrado da divergência (y
2
) genética e a dominância (d). Assim sendo, para a
manifestação da heterose é preciso que os pais sejam divergentes nos locos com
dominância. Se não houver dominância, então a heterose não se manifesta, ou se a
divergência entre os genitores for nula.
A presença de heterose indica a existência de divergência genética entre os
progenitores, porém a ausência de heterose não implica, na falta de divergência genética,
pois pode ocorrer dominância gênica não unidirecional (VENCOVSKY, 1987). Deve
existir um nível ótimo de diversidade genética para a maximização da heterose, uma vez
que esta diminui em cruzamentos muitos divergentes.
Do ponto de vista aplicado, é mais comum o cálculo da heterose em relação ao genitor
superior ou a uma cultivar padrão. A primeira é denominada de heterobeltiose, enquanto
que a última de heterose-padrão.
Em hortaliças têm sido possível explorar a heterose em espécies alógamas como
melancia (FERREIRA,1996) e abóbora (ANIDO et al., 2004) assim como autógamas como
tomate (BRAZ, 1992) e pimentão (SILVA, 2002).
No caso do meloeiro alguns trabalhos realizados fora do país têm evidenciado a
presença de heteroses positivas e negativas para características de importância econômica
tais como produtividade, teor de sólidos solúveis, firmeza da polpa, e espessura da polpa
(LIPPERT e LEGG, 1972; KALB e DAVIS, 1984a,b; ABADIA et al., 1985;
RANDHAWA e SINGH, 1990).
No Brasil, trabalhando cultivares de melão (híbridos e variedades), Lopes (1991)
observou heteroses positivas para a produtividade, peso médio do fruto e o teor de sólidos
solúveis. Rizzo (1999) trabalhando com linhagens de melão rendilhado constatou
principalmente heteroses negtivas para as principais características avaliadas. Paiva (2002)
observou heteroses positivas para a produtividade, teor de sóliodos solúveis e outras
características do fruto e da planta, quando trabalhou com linhagens de vários tipos de
melão.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material genético e obtenção das sementes híbridas
As sementes híbridas foram produzidas na Horta do Departamento de Ciências
Vegetais da Escola Superior de Agricultura de Mossoró ESAM, no período de
Novembro/2003 a Janeiro/2004.
Foram realizados todos os cruzamentos possíveis entre seis genitores, obtendo-se 15
híbridos F
1
. As características de cada genitor estão apresentadas na Tabela 1.
De cada genitor foram cultivadas 30 plantas, no espaçamento de 2,0m entre linhas e
1,0 m entre plantas. As flores masculinas e hermafroditas foram isoladas com saco de papel
no dia anterior a sua antese. No caso das flores hermafroditas, antes do isolamento foi feita
a emasculação, removendo-se a corola, cálice e estames com os dedos. No dia seguinte foi
feita a polinização encostando e friccionando os estames de três flores masculinas sobre o
estigma (ANDRÉS et al., 1987). Após a polinização as flores foram isoladas e identificadas
com fios de lã. Cada genitor apresentou uma cor de fio de diferente. O fio de na flor
polinizada identificou o doador de pólen.
Após a colheita dos frutos polinizados, foram extraídas e identificadas as sementes
de cada combinação híbrida. As sementes foram lavadas e colocadas para secar à sombra
em papel toalha. Posteriormente, as sementes de cada cruzamento foram armazenadas em
câmara fria e seca (15 ± 2 ºC de temperatura e UR 60 ± 5%) até o momento da semeadura.
3.2 Avaliação dos genitores e híbridos F
1
3.2.1 Caracterização da área experimental
O ensaio foi conduzido na área experimental da Fazenda Santa Júlia, no município
de Mossoró-RN, cujas coordenadas são: 5º 11’ de latitude Sul, 37º 21’ de longitude Oeste e
altitude de 18 m. O clima, segundo a classificação de Köppen é BSwh’ que significa muito
seco, com estação de chuva no verão atrasando-se para o outono (CARMO e OLIVEIRA,
1989).
3.2.2 Condução do experimento
O preparo do solo foi realizado com uma aração e uma gradagem realizadas 15 dias
antes do plantio. Posteriormente, com a ajuda de enxadas foram feitos os camalhões e
colocadas as mangueiras do sistema de irrigação.
A semeadura foi realizada em 23/07/04, utilizando-se bandejas de poliestireno
expandido com 128 lulas, preenchidas com substrato comercial (Golden Mix). O
transplantio foi feito quatorze dias após a semeadura.
As adubações de plantio e cobertura foram realizadas com base na análise de solo
(Tabela 2).
Tabela 2. Análise química do solo da área experimental. Mossoró-RN, 2004.
PH em
CaCl
2
M.O. P resina K Ca Mg H+Al
SB T V
(mg/dm
-3
) (mg/dm
-
3
)
(Mmol
c
/dm
3
) (%)
6,5 35 274 8,9 52 7 36 67 98 68
Na Tabela 3 está a aplicação semanal de fertilizantes durante todo o período
experimental.
Tabela 3. Quantidade de fertilizantes aplicados durante o período de condução do
experimento. Mossoró-RN, 2004.
Fertilizantes
Semana
URÉIA
(g)
MAP
(g)
N. AMÔNIA
(g)
CLORETO
POTÁSSIO
(g)
ÁCIDO
NÍTRICO
(1ªaplicação)
(mL)
ÁCIDO
NÍTRICO
(2ªaplicação)
(mL)
1ª (7 dias) - 390 390 230 500 600
2ª semana - 800 700 390 1100 1100
3ª semana - 1100 800 600 1000 1000
4ª semana 390 390 500 800 1000 1000
5ª semana 390 390 600 900 1000 1000
6ª semana 390 - - 900 1000 1000
7ª semana - - - 1000 - -
8ª semana - - - 1000 - -
9ª semana - - - 500 - -
Foram realizadas capinas manuais até trinta dias após o transplantio. As demais
práticas culturais foram realizadas conforme a recomendação de manejo para a cultura no
estado (NUNES et al., 2004).
A colheita foi realizada manualmente com o auxílio de canivetes no período entre
10 e 20/10/04. Os frutos foram colocados em contentores plásticos e levados para o galpão
de embalagem para pesagem em balança eletrônica de 25 kg.
3.2.3. Delineamento experimental e Características avaliadas
Adotou-se o delineamento experimental em blocos casualizados com três
repetições. Foram utilizados 21 tratamentos (6 genitores e 15 híbridos). Cada parcela foi
constituída de duas linhas de 5,0 metros com 10 plantas. O espaçamento adotado foi de 2,0
m entre linhas e 0,5 m entre plantas.
As características avaliadas foram as seguintes:
a) Número total de frutos: contagem do número de frutos da área útil da parcela para
cada tratamento, sendo estimado por hectare;
b) Peso médio dos frutos: obtido pela pesagem de 20 frutos por parcela, com o uso
de balança de precisão, expresso em kg;
c) Produtividade: obtida através de pesagem e contagem dos frutos produzidos,
expressos em ton/ha.
d) Teor de sólidos solúveis: determinado através de refratometria digital
(PROTRADE, 1995), com compensação de temperatura automática (escala de 0 a 32%),
pela retirada de uma fatia de 20 frutos de cada parcela, cortada longitudinalmente. Foram
retiradas algumas gotas para que fossem feitas duas leituras, através das quais se encontrou
o valor médio do fruto. Os resultados foram expressos em percentagem de graus brix;
e) Firmeza da polpa: o fruto foi dividido longitudinalmente, e em cada parte foi
medida a resistência através de um penetrômetro com pluger de ponta cônica de 8 mm de
diâmetro, na região mediana comestível de cada parte do fruto (duas leituras por fruto em
regiões diferentes), eqüidistante em relação ao comprimento e à espessura da polpa. Os
resultados no aparelho foram expressos em libras (lb), que posteriormente foram
convertidos em Newton (N), onde 1 Newton correspondente a 1 libra x 4,45;
f) Espessura da polpa: mediu-se com uma régua a espessura da polpa de cada um dos
lados de metade do fruto, calculando-se a média dessa duas medidas, em cm;
g) Diâmetros médios longitudinal e transversal: medidos com o auxílio de uma régua
em um dos lados do fruto, em cm;
h) Proporção da cavidade interna: foram medidas por régua graduada a cavidade
interna e o comprimento latitudinal do fruto. A razão entre essas medidas multiplicada por
100 constituiu-se a proporção da cavidade interna, em %.
Foram colhidos, contados e pesados no momento da colheita, todos os frutos da
parcela. Enquanto que, para as análises das características teor de sólidos solúveis, firmeza
da polpa, espessura da polpa, diâmetro médio longitudinal, diâmetro médio transversal e
proporção da cavidade interna, foram amostrados, ao acaso, vinte frutos de cada parcela.
3.3. Análise estatística dos dados experimentais
3.3.1. Análise de variância
A análise de variância de cada característica foi feita conforme o seguinte modelo
estatístico:
y
ij
=
µ
+ t
i
+ b
j
+ e
ij
em que:
y
ji
: observação da parcela que recebeu o tratamento i no bloco k;
µ
: efeito fixo da média geral do experimento, sendo E[
µ
]=
µ
e Var[
µ
]=0;
t
i
: efeito fixo do tratamento i, sendo i=1, 2, ..., I ;
b
j
: efeito aleatório do bloco j, sendo j=1,2, ..., J e b
j
NID ( 0,
σ
2
B
);
e
ij
: efeito aleatório do erro experimental associado à observação y
ij
, sendo e
ij
NID ( 0,
σ
2
);
O esquema geral da análise de variância em blocos casualizados e esperança dos
quadrados médios estão apresentados na Tabela 4.
Tabela 4. Análise de variância individual de cada característica para um delineamento em
blocos casualizados e esperanças matemáticas dos quadrados médios. Mossoró-
RN, 2004.
CV GL QM F E(QM)
Blocos (J-1) Q
1
Q
1
/Q
3
Tratamentos (I-1) Q
2
Q
2
/Q
3
σ
2
+ J
φ
t
Erro (J-1)(K-1) Q
3
σ
2
=
t
φ
)
1
(
1
2
=
I
i
i
I
t
Realizou-se o teste de comparação múltipla das média dos tratamentos conforme
Skott e Knott a 5% de probabilidade. Todas as análises de foram realizadas no programa
SISVAR, desenvolvido no Departamento de Ciências Exatas da Universidade Federal de
Lavras (UFLA).
3.3.2. Análise dialélica
A análise dialélica foi efetuada utilizando os dados médios considerando o modelo
II proposto por Griffing (1956 a,b), o qual utiliza os cruzamentos e os genitores, segundo o
seguinte modelo estatístico:
y
ij
=
µ
+ g
i
+ g
j
+ s
ij
+ e
ij
em que:
y
ji
: observação da parcela que recebeu o cruzamento entre o genitor i e o genitor j ;
µ
: efeito fixo da média geral do experimento, sendo E[
µ
]=
µ
e Var[
µ
]=0;
g
i
: efeito da capacidade geral de combinação do genitor i, sendo i=1, 2, ..., I ;
g
j
: efeito da capacidade geral de combinação do genitor j, sendo i=1, 2, ..., J ;
s
ij
: efeito da capacidade específica do cruzamento entre o genitor i e o genitor j;
e
ij
: efeito aleatório do erro experimental associado às médias da tabela dialélica, sendo e
ij
NID ( 0,
σ
2
);
O esquema da análise de variância do dialelo, considerando os efeitos de genitores
como fixo e as esperanças matemáticas dos quadrados médios de cada fonte de variação
estão apresentados na Tabela 5.
Tabela 5. Esquema da análise de variância do modelo II de Griffing (1956) e esperanças
matemáticas dos quadrados médios. Mossoró-RN, 2004.
CV GL QM F E(QM)
Tratamentos
p(p-1) - 1 Q
1
Q
1
/Q
4
σ
2
+ Jφ T
CGC p -1 Q
2
Q
2
/Q
4
σ
2
+ (p+2)φ g
CEC p(p-1)/2 Q
3
Q
2
/Q
4
σ
2
+ φ s
Erro f
Q
4
σ
2
φ g =
2
)1/(1
i
i
gp
; φ s =
i j
ij
spp
2
)1(/2
CGC e CEC: Capacidades geral e específica de combinação, respectivamente;
p: Corresponde ao número de genitores utilizados no dialelo;
f
:Corresponde ao número de graus de liberdade do resíduo obtido na análise em blocos
casualizados com dados individuais (Vide Tabela 4).
Foram estimados os componentes quadráticos que expressam a variabilidade
genética do material estudado, em termos de capacidades geral e específica de combinação,
pelas seguintes expressões:
=
g
^
φ
(Q
2
– Q
4
)/(p + 2) e =
s
^
φ
(Q
3
– Q
4
)
A relação φ
g
/ (φ
g
+ φ
s
) fornece uma idéia da importância relativa dos efeitos das
capacidades geral e específica de combinação, quando os recíprocos não estão envolvidos
na análise. Quando essa relação for superior a 0,5 a CGC é a mais importante no controle
genético do caráter da característica avaliada, no entanto, se esta relação for inferior a 0,5 a
CEC será a mais importante.
A estimação dos parâmetros do modelo foi realizada pelas seguintes equações
conforme Cruz e Regazzi (1994):
..
)1(
2
y
pp +
=
µ
]
2
[
2
1
])1([
2
1
......
y
p
yy
p
pyy
p
g
iiii
i
+
+
=++
+
=
µ
....
)2)(1(
2
)[(
2
1
)( y
pp
yyyy
p
yggys
jijjiiijj
i
ij
ij
++
++++
+
=++=
µ
Em que:
µ
: estimativa da média geral dos tratamentos (médias dos genitores e cruzamentos);
i
g
: estimativa da capacidade específica de combinação do genitor i;
ij
s
: estimativa da capacidade especifica de combinação do cruzamento entre o genitor i o
genitor j;
p : Número de genitores envolvidos no dialelo;
y
..
: Somatório geral dos tratamentos (médias dos genitores e cruzamentos);
y
i.
: Somatório de todos os cruzamentos envolvendo
o genitor i;
y
.j
: Somatório de todos os cruzamentos envolvendo
o genitor j;
y
ii
e y
jj
: Valores médios dos genitores i e j, respectivamente;
y
ij
: Valores médio do cruzamento entre os genitores i e j;
As restrições necessárias são:
0=
i
i
g
i j
ij
s = 0 e
ii
s
+ 0=
i
ij
s para todo i.
A estimação das somas de quadrados dos efeitos foi realizada segundo as seguintes
expressões:
SQ(CGC) = ]
4
)([
2
1
)(
22
.... iii
i
iii
i
i
y
p
yy
p
yyg +
+
=+
SQ(CEC) =
ij
i j
ij
ys
=
2
..
2
.
2
)2)(1(
2
)(
)2(
1
y
pp
yy
p
y
i
i
iiij
i j
++
++
+
As variâncias dos valores médios de qualquer genitor ou cruzamento, da diferença
entre quaisquer duas médias e dos efeitos e das diferenças entre efeitos, respectivamente,
foram estimadas do seguinte modo:
==
2
)(
σ
ij
yV QM Erro (Q
3
e Q
4
das Tabelas 4 e 5, respectivamente).
2
´´
2)(
σ
=
jiij
yyV
As variâncias dos efeitos e das diferenças entre efeitos foram estimadas pelas
seguintes expressões:
)(
2
)(
2
pp
V
+
=
µ
2
σ
2
2
)2(
)1(
)(
σ
pp
p
gV
i
+
=
2
)2(
2
)(
σ
+
=
p
ggV
ji
2
2
)]2)(1[(
)(
σ
++
=
pp
pp
sV
ii
)]2)(1[(
)2(
)(
2
++
++
=
pp
pp
sV
ij
2
σ
, (i j)
2
2
42
)(
σ
+
=
p
p
ssV
jjii
, (i j)
2
2
22
)(
σ
+
+
=
p
p
ssV
ikîj
, (i j, k; j k)
2
)2(
2
)(
σ
+
=
p
p
ssV
kmij
, (i j, k, m; j k, m; k m)
Todas as análises dialélicas foram realizadas utilizando o programa GENES,
desenvolvido no Setor de Genética da Universidade Federal de Viçosa (UFV) (CRUZ,
1997).
3.3.2. Heterose e Hetrobeltiose
A heterose foi calculada como porcentagem, em relação à média dos genitores, de
acordo com a expressão a seguir:
100]
2
2
[(%)
1
x
GG
GG
F
h
ji
ji
ij
+
+
=
Em que:
h
ij
(%): heterose em porcentagem;
1
F : média do cruzamento entre os genitores i e j;
i
G e
j
G : médias dos genitores i e j;
A heterobeltiose foi calculada como porcentagem, em relação à média do genitor
superior, de acordo com a expressão a seguir:
100][(%)
1
x
G
GF
h
s
s
ij
=
Em que:
h
ij
(%): heterobeltiose em porcentagem;
1
F : média do cruzamento entre os genitores i e j;
Gs : média do genitor superior;
3.3.3. Divergência genética
Utilizando os dados dios das nove características avaliadas no experimento,
realizou-se as análises uni e multi-variada, sendo obtidas as matrizes de médias de cada
característica e covariâncias residuais. A partir dessas matrizes foram calculadas as
distâncias generalizadas de Mahalanobis (D
2
ij
), definida pela seguinte expressão: D
2
ij
= (X
i
X
j
)’E
-1
(X
i
X
j
), em que: X
i
e X
j
são os vetores médios associados aos híbridos i e j,
respectivamente; E
-1
é a matriz de covariâncias residuais (Mahalanobis, 1936). Para o
cálculo da distância generalizada de Mahalanobis, as variáveis foram transformadas por
condensação pivotal, em que D
2
ij
= Σ (Z
ij
– Z
i´j´
)
2
, onde Z
ij
é a média do i-ésimo
genótipo em
relação à j ésima variável com variãncia residual igual a 1.
A análise de agrupamento foi realizada com a matriz de distâncias de Mahalanobis
entre as linhagens, utilizando o método aglomerativo de Tocher, o qual estabelece que a
média das distâncias intragrupos devem ser menores que as distâncias intergrupos (CRUZ e
REGAZZI, 1994). Também utilizou-se o método UPGMA para a construção do
dendrograma.
Foi utilizado o critério de Singh (1981) para identificar à contribuição relativa de
cada caráter para a divergência genética. O critério é baseado na estatística (S.j.) cujos
valores percentuais se constituem na medida da importância relativa da variável j para o
estudo da divergência genética.
Toda a análises de divergência foram realizadas utilizando o programa GENES,
desenvolvido no Setor de Genética da Universidade Federal de Viçosa (UFV) (CRUZ,
1997).
3.3.4. Variância genética dentro dos cruzamentos
Para obter as variâncias genéticas de cada cruzamento foram tomados vinte frutos,
um de cada planta da parcela. Estimou-se a variância fenotípica (
2
f
σ
) a partir da média das
variâncias das três repetições de cada cruzamento. No caso dos genitores, que são híbridos
simples, a estimativa da variância fenotípica corresponde a variância ambiental (
2
e
σ
). No
caso dos cruzamentos, a variância fenotípica contém a variância ambiental e a variância
genética (
2
g
σ
). A variância genética foi calculada pela simples subtração ,
2
g
σ
=
2
f
σ
-
2
e
σ
,
para cada repetição. Posteriormente, calculou-se a média das três repetições. Ressalta-se
que a variância ambiental média para cada cruzamento foi obtida pela média das variâncias
ambientais médias de cada genitor.
3.3.5. Correlação de Spearman
O coeficiente de correlação de Spearman foi calculada a partir da seguinte
expressão:
NN
D
r
N
i
i
s
=
=
3
1
2
6
1
Em que:
r
s
: Correlação de Spearaman;
D
i
: Diferença entre postos;
N: número de pares.
O teste t foi calculado pela seguinte expressão:
s
s
r
N
rt
=
1
2
Utilizou-se o programa BioEstat 3.0 para estimação do coeficiente de correlação de
Spearman (AYRES et al, 2003).
4 RESULTADOS
4.1. Análise de variância e Divergência genética
As populações diferiram para as características número total de frutos,
produtividade, proporção da cavidade interna, firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis
(Tabela 6). O desdobramento dos graus de liberdade de populações revelou que a
heterogeneidade dos tratamentos é devida principalmente ao efeito de genitores, uma vez
que os genitores foram homogêneos apenas nas características diâmetro transversal médio,
espessura da polpa e teor de sólidos solúveis, enquanto que os cruzamentos foram distintos
em cinco das nove características. Por outro lado, o contraste entre genitores e híbridos foi
significativo nas variáveis número total de frutos, produtividade, firmeza da polpa e teor de
sólidos solúveis.
Tabela 6. Resumo da análise de variância das características número total de frutos (NTF), peso
médio do fruto (PMF), produtividade (PROD), diâmetro transversal médio (DTM),
diâmetro longitudinal médio (DLM), espessura da polpa (EP), proporção da cavidade
interna (PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST) de vinte e uma
populações de melão. Mossoró-RN, 2004.
gl QM (Características)
NFT PMF PROD DTM
DLM
EP PCI FP SST
FV
(g) (t/ha) (cm)
(cm) (cm) (%) (N) (%)
Blocos 2 48,47
*
19,60
ns
18,36
ns
0,02
ns
1,25
ns
0,01
ns
49,23
*
13,58
ns
0,49
ns
Tratamentos (20)
483,55
**
60,657
ns
365,92
**
0,53
ns
3,26
ns
0,06
ns
43,01
*
53,71
*
0,92
*
Genitores 5 693,80
**
116,46
*
294,87
**
0,66
ns
7,21
*
0,08
ns
43,86
*
65,11
*
0,32
ns
Cruzamentos 14 441,90
**
44,87
ns
408,00
**
0,51
ns
2,08
ns
0,07
ns
45,52
*
49,03
*
1,02
*
G vs C 1 285,36
*
2,73
ns
131,94
**
0,19
ns
0,08
ns
0,02
ns
3,62
ns
62,20
*
2,57
*
Erro 40 14,44 55,85 43,83 0,67 2,18 0,05 23,43 20,19 0,40
Média 33.612,70
1472,30
30.694,53
13,46
15,29
3,22 66,47 34,54 10,85
CV(%) 11,31 16,05 21,57 6,07 9,65 6,87 7,28 13,01 5,83
*, **: Significatico a 1 e 5% de probabilidade pelo teste F de Snedecor;
ns: Não siginificativo a 5% de probabilidade pelo teste F de Snedecor.
As diferenças entre os genitores para as características estudadas estão apresentadas
na Tabela 7. O genitor Hy Mark com maior número total de frutos em relação aos demais
genótipos, também foi o mais produtivo, juntamente com o genitor Gold Mine. Todavia, o
Hy Mark possuiu o menor tamanho de fruto, sendo os cultivares Meloa e Gold Mine aqueles
de frutos maiores. O Meloa apresentou o maior diâmetro médio longitudinal.
Com relação à qualidade dos frutos, constatou-se que os genitores Hy Mark, AF-646 e Rochedo apresentaram a menor
proporção de cavidade interna em relação ao diâmetro transversal do fruto. Os genitores com maiores firmezas da polpa foram Gold
Mine, AF-1749 e Rochedo (Tabela 7).
Tabela 7. Médias das características número total de frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF),
produtividade (PROD), diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro longitudinal
médio (DLM), espessura da polpa (EP), proporção da cavidade interna (PCI), firmeza
da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST) dos tratamentos avaliados
(genitores e cruzamentos). Mossoró-RN, 2004.
Média
NFT PMF PROD DTM DLM EP PCI FP SST
População
(g) (ton/ha) (cm) (cm) (cm) (%) (N) (%)
Meloa 15.733,33 d
1
1876,52 a 17.427,17 c 13,79 a 18,09 a 3,45 a 70,91 a 32,95 b 10,43 a
AF-646 33.600,00 c 1457,67 b 30.504,21 b 13,62 a 14,93 b 3,25 a 63,18 b 33,00 b 10,07 a
Rochedo 34.666,67 c 1444,88 b 31.340,82 b 13,51 a 15,17 b 3,16 a 66,18 b 40,07 a 10,52 a
AF-1749 37.333,33 c 1364,00 b 31.825,08 b 13,15 a 14,50 b 2,96 a 70,13 a 40,29 a 11,00 a
G.Mine 39.200,00 c 1633,12 b 40.060,66 a 13,67 a 15,83 b 3,17 a 71,02 a 40,38 a 10,41 a
Hy Mark 61.333,33 a
1220,03 c 46.738,22 a 12,53 a 13,52 b 3,15 a 61,67 c 29,98 c 11,80 a
Meloa x AF-646 40.533,33 b 1803,67 a 45.589,83 a 14,35 a 16,56 b 3,39 a 66,85 b 27,81 b 8,86 b
Meloa x Rochedo 38.933,33 c 1576,00 b 38.400,04 a 13,83 a 15,80 b 3,49 a 64,55 b 32,71 a 10,73 a
Meloa x AF-1749 15.733,33 d
1518,23 b 14.946,68 c 13,75 a 16,06 b 3,03 a 67,67 b 40,13 a 10,34 a
Meloa x G.Mine 16.266,67 d 1541,27 b 15.659,83 c 13,14 a 15,43 b 3,01 a 75,23 a 36,56 b 10,74 a
Meloa x Hy Mark 42.666,67 b 1446,93 b 38.660,75 a 13,37 a 15,51 b 3,35 a 63,62 a 28,71 b 11,06 a
AF-646 x Rochedo 38.666,67 c 1404,32 b 34.120,33 b 13,52 a 16,89 b 3,38 a 57,56 d 33,51 b 12,00 a
AF-646 x AF-1749 41.066,67 b 1348,10 b 34.632,89 b 13,06 a 15,08 b 3,06 a 65,34 b 37,69 b 10,36 a
AF-646 x G. Mine 34.933,33 c 1482,05 b 32.095,13 b 13,73 a 14,71 b 3,28 a 69,84 b 34,74 b 11,29 a
AF-646 x Hy Mark 44.800,00 b 1375,92 b 38.710,33 a 12,99 a 14,20 b 3,10 a 69,04 b 28,83 c 11,02 a
Rochedo x AF-1749 14.400,00 d
1289,31 c 11.781,52 c 13,19 a 13,95 b 3,05 a 63,05 b 27,49 c 11,74 a
Rochedo x G. Mine 36.800,00 c 1350,32 b 31.195,58 b 12,76 a 15,42 b 3,27 a 68,68 b 36,03 b 10,64 a
Rochedo x Hy Mark 18.400,00 d 1466,08 b 17.008,71 c 13,66 a 14,65 b 3,21 a 66,52 b 36,79 b 11,03 a
AF-1749 x G. Mine 17.066,67 d 1458,67 b 15.748,55 c 13,72 a 15,13 b 3,27 a 67,45 b 38,25 a 11,11 a
AF-1749 x Hy Mark 35.466,67 c 1439,18 b 32.161,29 c 13,58 a 14,39 b 3,21 a 64,43 b 35,82 b 11,00 a
G. Mine x Hy Mark 48.266,67 b 1521,82 b 45.977,58 a 13,84 a 15,17 b 3,39 a 64,96 b 33,64 b 11,85 a
Genitores 36.977,78 A
1482,70 A
2
32.982,69 A 13,38 A 15,34 A 3,19 A 66,84 A 36,11 A 10,54 B
Cruzamentos 32.266,67 B 1468,12 A 29.779,27 B 13,50 A 15,26 A 3,23 A 66,31 A 33,91 B 10,98 A
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
2
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si pelo teste de t a 5% de probabilidade.
Estudou-se a divergência genética entre os genitores por meio da Distância de
Mahalanobis e técnicas de agrupamento a partir das características morfológicas avaliadas.
As maiores distâncias envolveram o genitor Hy Mark, sendo a distância máxima aquela
observada entre este genitor Hy Mark e o Meloa (Tabela 8). A segunda maior distância foi
observada entre o par Hy Mark e Rochedo. A menor distância foi observada entre os
genitores AF-646 e Rochedo.
Tabela 8. Estimativas das distâncias de Mahalanobis entre os seis genitores avaliados. Mossoró-RN,
2004.
Meloa AF-646 Rochedo AF-1749 Gold Mine Hy Mark
Meloa 0 54,61 52,46 90,89 90,06 235,50
AF-646 54,61 0 4,62 29,54 31,86 104,55
Rochedo 52,46 4,62 0 17,65 21,81 110,00
AF-1749 90,89 29,54 17,65 0 6,27 92,77
Gold Mine 90,06 31,86 21,81 6,27 0 79,80
Hy Mark 235,50 104,55 110,00 92,77 79,80 0
A técnica de agrupamento de Tocher produziu dois grupos de genitores (Tabela 9). O
primeiro formado pelo genitor Hy Mark e o segundo pelos demais genitores utilizados nos
cruzamentos. Esses grupos foram confirmados pelo agrupamento UPGMA, conforme a
Figura 2. As características que mais contribuíram para a divergência genética entre os
genitores foram o número total de frutos e o peso médio do fruto (Tabela 10).
Tabela 9. Agrupamento de genitores de melão formado pelo critério de Tocher. Mossoró-RN,
2004.
Grupos Genitores
I Meloa, AF-646, Rochedo, AF-1745 e Gold Mine
II Hy Mark
Tabela 10. Estimativas de S
j
e contribuição relativa de cada característica para divergência genética
dos seis genitores avaliados. Mossoró-RN, 2004.
Características Contribuição relativa (S
j
) Contribuição relativa (%)
Número total de frutos (NFT) 478,61 45,8
Peso médio do fruto (PMF) 155,09 14,84
Diâmetro médio longitudinal (DML) 98,45 9,42
Proporção da cavidade interna (PCI) 83,32 7,97
Diâmetro médio transversal (DMT) 75,74 7,25
Teor de sólidos solúveis totais (SST) 66,35 6,35
Espessura da polpa (EP) 59,05 5,65
Firmeza de polpa (FP) 17,13 1,64
Produtividade (PROD) 11,35 1,09
Dissimilaridade (%)
Hy Mark
Gold Mine
AF-1749
Rochedo
AF-646
Meloa
0 20 40 60 80 100
Figura 2. Dendrograma formado a partir do método UPGMA dos seis genitores
avaliados. Mossoró-RN, 2004.
Estudando a divergência genética sem o híbrido Hy Mark, pode-se observar a
formação de dois grupos (Tabela 11). Sendo o primeiro formado pelo Meloa e o segundo
pelos demais híbridos. O peso médio contribuiu com 37,14% da divergência, sendo a
característica de maior expressão para a divergência genética (Tabela 12). A produtividade,
o diâmetro médio transversal, a espessura da polpa e a proporção da cavidade interna
somados contribuíram com 45,8%.
Tabela 11. Agrupamento de genitores de melão (sem Hy Mark) formado pelo critério de
Tocher. Mossoró-RN, 2004.
Grupos Genitores
I AF-646, Rochedo, AF-1749 e Gold Mine
II Meloa
Tabela 12. Estimativas de S
j
e contribuição relativa de cada característica para divergência genética
dos genitores avaliados (sem Hy Mark). Mossoró-RN, 2004.
Características Contribuição relativa (S
j
) Contribuição relativa (%)
Peso médio do fruto (PMF) 170,93 37,14
Espessura da polpa (EP) 57,36 12,47
Produtividade (PROD) 56,26 12,23
Proporção da cavidade interna (PCI) 50,38 10,95
Diâmetro médio longitudinal (DML) 46,73 10,15
Teor de sólidos solúveis totais (SST) 34,5 7,5
Diâmetro médio transversal (DMT) 18,9 4,11
Firmeza de polpa (FP) 13,82 3
Número total de frutos (NFT) 11,32 2,46
4.2. Análise dialélica
Com relação ao estudo do dialelo, observou-se que os genitores diferiram para a
capacidade geral de combinação para todas as características com exceção do diâmetro
transversal médio (Tabela 13). O efeito significativo da capacidade específica de
combinação foi detectado nas características número total de frutos, produtividade, firmeza
da polpa e teor de sólidos solúveis. Além disso, para essas mesmas características observou-
se que o componente da CEC foi superior ao componente da CGC. Nas demais
características, a relação entre os componentes foi nula ou muito próxima da nulidade.
Tabela 13.Resumo da análise de variância do dialelo conforme modelo 1, método II de Griffing
(1956) das características número total de frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF),
produtividade (PROD), diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro longitudinal médio
(DLM), espessura da polpa (EP), proporção da cavidade interna (PCI), firmeza da polpa
(FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST) e estimativas dos componentes quadráticos
das capacidades geral e específica de combinação. Mossoró-RN, 2004.
FV gl QM (Características)
NFT PMF PROD DTM
DLM EP PCI FP SST
(g) (t/ha) (cm)
(cm) (cm) (%) (N) (%)
Tratamentos (20)
483,55
**
60,657
ns
365,92
**
0,53
ns
3,26
ns
0,06
ns
43,01
ns
53,71
*
0,92
*
CGC 5 853,36
**
161,02
**
486,82
**
0,54
ns
9,08
**
0,11
*
81,38
**
87,98
**
0,89
*
CEC 15 366,28
**
27,201
ns
325,62
**
0,53
ns
1,32
ns
0,06
ns
20,22
ns
42,29
*
0,93
*
Erro 40 14,44 55,85 43,83 0,67 2,18 0,05 23,43 20,19 0,40
φ
CGC
104,87 13,15 55,37 0,00 0,86 0,02 7,24 8,47 0,06
φ
CEC
351,84 0,00 281,79 0,00 0,00 0,01 0,00 22,10 0,53
φ
(CGC/CGC+CEC)
0,23 1,00 0,16 - 1,00 0,67 1,00 0,28 0,10
φ CGC e φ CEC: Componentes quadrátidos das capacidades geral e específica de combinação.
*, **: Significatico a 1 e 5% de probabilidade pelo teste F de Snedecor;
ns: Não siginificativo a 5% de probabilidade pelo teste F de Snedecor.
O genitor Hy Mark apresentou a maior capacidade geral de combinação para o
número total de frutos, enquanto que o genitor Meloa apresentou a menor estimativa
(Tabela 14). O mesmo resultado foi observado para a variável produtividade. Todavia, para
o peso médio do fruto e o diâmetro longitudinal médio do fruto verificou-se comportamento
oposto, isto é, a menor estimativa foi aquela do genitor Hy Mark e a maior do genitor
Meloa. Não se constatou-se estimativas significativas para CGC para o diâmetro transversal
médio.
O genitor AF-1749 apresentou a menor estimativa para espessura da polpa, as
demais estimativas para essa característica não diferiram de zero. As maiores estimativas da
CGC para proporção da cavidade interna foram observadas nos genitores Gold Mine e
Meloa, enquanto que os menores valores foram verificados nos genitores Hy Mark e
Rochedo. Os genitores AF-1749, Rochedo e Gold Mine possuíram os maiores valores para
firmeza da polpa, enquanto que os genitores Meloa, AF-646 e Hy Mark apresentaram os
valores mais reduzidos. Com relação ao teor de sólidos solúveis, os genitores Meloa e AF-
646 apresentaram as menores estimativas de CGC, enquanto que o Hy Mark apresentou a
maior estimativa.
Tabela 14. Estimativas dos efeitos da capacidade geral de combinação (ĝ
i
) das características
número total de frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF), produtividade (PROD),
diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro longitudinal médio (DLM), espessura da
polpa (EP), proporção da cavidade interna (PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de
sólidos solúveis totais (SST) dos seis genitores avaliados. Mossoró-RN, 2004.
Genitores
NFT PMF PROD DTM DLM EP PCI FP SST
(g) (t/ha) (cm) (cm) (cm) (%) (N) (%)
Meloa -6,21 141,63 -3,34 0,22 1,07 0,08 2,86 -1,25 -0,30
AF-646 3,98 2,92 3,91 0,08 0,04 0,02 -1,29 -1,65 -0,17
Rochedo -2,34 -41,28 -2,46 -0,04 0,01 0,02 -1,57 2,29 0,15
AF-1749 -4,61 -65,56 -5,24 -0,08 -0,42 -0,13 0,36 2,27 0,07
Gold Mine -0,44 39,29 0,74 0,03 0,06 0,01 1,30 2,27 0,06
Hy Mark 9,62 -77,00 6,40 -0,22 -0,75 0,01 -1,67 -1,91 0,19
DP(G
i
) 0,71 44,04 1,23 0,15 0,28 0,04 0,19 0,84 0,12
DP(G
i
– G
j
) 1,09 68,22 1,91 0,24 0,43 0,06 0,29 1,30 0,18
As estimativas da capacidade especifica de combinação estão apresentadas na
Tabela 15. Serão comentadas apenas aquelas características nas quais a CEC foi
significativa na análise de variância do dialelo (Tabela 13).
Com relação ao número total de frutos e a produtividade, constatou-se que o efeito
da CEC de um genitor quando cruzado com ele mesmo (i = j) foi positivo para os genitores
Rochedo, AF-1749, Gold Mine e Hy Mark.
Somente o genitor Rochedo possuiu estimativa negativa de CEC para a firmeza da
polpa. Por outro lado, para o teor de sólidos solúveis, o genitor Meloa possui estimativas
positivas das CEC, contra as estimativas negativas dos demais.
Considerando a CEC das quinze combinações híbridas (i j), verificou-se para o
número total de frutos e a produtividade que as maiores estimativas foram observadas nos
cruzamentos entre o Meloa e os genitores AF-646 e Rochedo, enquanto que as menores
estimativas foram observadas nos cruzamentos entre Rochedo e os genitores AF-1749 e Hy
Mark.
As estimativas da CEC nos cruzamentos Meloa x AF-1749 e Rochedo x Hy Mark
foram as de maior magnitude para a firmeza da polpa. Por outro lado, as menores
estimativas foram observadas nos cruzamentos Rochedo x AF-1749 e Meloa e Hy Mark.
Com relação ao teor de sólidos solúveis, as maiores estimativas foram observadas
nos cruzamentos AF-646 x Rochedo e Gold Mine x Hy Mark. A menores estimativas foram
observadas nos cruzamentos Meloa x AF-646 e Rochedo e Gold Mine.
Tabela 15. Estimativas da capacidade específica de combinação de seis genitores e seus
cruzamentos para as características número total de frutos (NTF), peso médio do fruto
(PMF), produtividade (PROD), diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro
longitudinal médio (DLM), espessura da polpa (EP), proporção da cavidade interna
(PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST). Mossoró-RN,
2004.
S
ij
NFT PMF PROD DTM DLM EP PCI FP SST
População
(g) (ton/ha) (cm) (cm) (cm) (%) (N) (%)
Meloa -5,46 20,95 -6,58 -0,12 0,67 0,07 -0,17 0,9 0,17
AF-646 -7,99 -20,46 -8,01 0 -0,43 -0,01 -0,72 1,76 -0,45
Rochedo 5,74 55,15 5,56 0,11 -0,13 -0,11 2,85 -0,73 -0,63
AF-1749 12,94 22,84 11,62 -0,15 0,06 -0,01 2,93 1,21 0
G.Mine 6,48 82,25 7,88 0,14 0,41 -0,05 -1,17 1,29 -0,56
Hy Mark 8,48 -98,25 3,26 -0,5 -0,26 -0,08 -1,45 4,99 -0,45
Meloa x AF-646 9,14 186,82 14,33 0,58 0,17 0,07 0,36 -3,83 -0,53
Meloa x Rochedo 13,88 3,35 13,51 0,18 -0,56 0,17 -1,65 1,33 0,03
Meloa x AF-1749 -7,06 -30,13 -7,16 0,15 0,13 -0,14 -0,47 4,56 -0,28
Meloa x G.Mine -10,69 -111,95 -12,43 -0,58 -0,99 -0,29 4,59 0,99 0,13
Meloa x Hy Mark 5,64 -89,99 4,92 -0,09 -0,09 0,05 -2,49 -4,85 0,31
AF-646 x Rochedo 3,41 -29,61 1,97 0,01 1,56 0,11 -6,06 2,53 1,16
AF-646 x AF-1749 8,08 -61,54 5,27 -0,4 0,17 -0,05 -0,2 2,53 -0,4
AF-646 x G. Mine -2,22 -32,45 -3,25 0,15 -0,68 0,03 1,8 -0,42 0,54
AF-646 x Hy Mark -2,42 -22,29 -2,29 -0,33 -0,37 -0,14 5,53 -4,32 0,13
Rochedo x AF-1749 -12,26 -76,13 -11,21 -0,16 -0,92 -0,07 -2,21 -7,41 0,67
Rochedo x G. Mine 5,98 -119,98 2,22 -0,71 0,06 0,03 0,92 1,13 -0,42
Rochedo x Hy Mark -22,49 112,08 -17,62 0,45 0,11 -0,03 3,29 3,89 -0,17
AF-1749 x G.Mine -11,49 12,65 -10,45 0,3 0,21 0,17 -2,25 -0,83 0,13
AF-1749 x Hy Mark -3,16 109,46 0,32 0,41 0,29 0,11 -0,73 -1,26 -0,12
G. Mine x Hy Mark 5,48 87,24 8,15 0,56 0,58 0,16 -2,7 -3,44 0,74
DP (S
ii
) 1,61 99,86 2,97 0,35 0,62 0,09 0,42 1,89 0,27
DP(S
ij
) 1,94 120,43 3.29 0,42 0,76 0,11 0,51 2,30 0,33
DP(S
ii
– S
jj
) 2,19 136,44 3,82 0,47 0,85 0,13 0,58 2,60 0,37
DP(S
ij
– S
ik
) 2,90 180,49 5,05 0,63 1,13 0,17 0,76 3,43 0,48
DP(S
ij
– S
kl
)
2,70 167,10 4,68 0,58 1,04 0,16 0,71 3,18 0,45
4.3. Heterose e Heterobeltiose
Na Tabela 16 estão apresentadas as estimativas da heterose média dos genitores e da
heterose em relação a média dos genitores de todas as combinações híbridas.
Os valores das heteroses em relação a média dos genitores foram em grande parte
negativos para as variáveis número total de frutos, produtividade e firmeza da polpa. Para o
teor de sólidos solúveis a maioria das heteroses foi positiva.
Para o número total de frutos e a produtividade, destaques para as heteroses dos
cruzamentos Meloa x AF-646 e Meloa x Rochedo. Nessas duas características os genitores
Meloa e AF-646 sobressaíram-se em razão da maioria dos seus cruzamentos propiciarem
heteroses positivas, proporcionando as maiores heteroses médias do grupo de genitores
avaliados.
Tabela 16. Heterose média dos genitores e estimativas da heterose e relação a médias dos pais dos
cruzamentos para as características número total de frutos (NTF), peso médio do fruto
(PMF), produtividade (PROD), diâmetro transversal médio (DTM), diâmetro longitudinal
médio (DLM), espessura da polpa (EP), proporção da cavidade interna (PCI), firmeza da
polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST). Mossoró-RN, 2004.
Heterose (%)
NFT PMF PROD DTM DLM EP PCI FP SST
População
(g) (ton/ha) (cm)
(cm) (cm) (%) (N) (%)
Meloa
9,61 -1,39 16,68 1,10 -3,41 -1,18 0,84 -4,76 0,51
AF-646
16,75 -0,60 20,58 0,39 2,09 0,81 0,58 -6,56 5,37
Rochedo
-10,85 -3,16 -12,78 -0,25 0,56 3,20 -3,76 -0,79 6,66
AF-1749
-33,68 -1,44 -33,04 1,35 -0,48 0,95 -3,76 -5,08 1,75
G.Mine
-20,91 -4,38 -23,48 -0,37 -2,15 2,04 1,87 -4,94 6,09
Hy Mark
-17,73 -9,58 4,58 3,47 1,24 2,60 3,41 -12,93 5,21
Meloa x AF-646
64,32 11,54 90,23 4,71 0,31 1,09 1,22 -15,66 -3,82
Meloa x Rochedo
54,50 -2,15 57,48 1,32 -5,02 5,60 -4,43 3,96 2,48
Meloa x AF-1749
-40,70 -3,31 -39,31 2,12 -1,44 -5,25 -2,66 9,57 -3,45
Meloa x G.Mine
-40,78 -9,59 -45,52 -4,31 -9,03 -9,06 7,52 -0,30 3,07
Meloa x Hy Mark
10,72 -3,42 20,50 1,64 -1,87 1,72 2,56 -21,37 4,26
AF-646 x Rochedo
13,28 -3,23 10,34 -0,33 12,22 5,36 -11,02 6,40 16,53
AF-646 x AF-1749
15,80 -4,44 11,13 -2,42 2,45 -1,34 -1,97 2,83 -1,66
AF-646 x G. Mine
-4,03 -4,09 -9,03 0,59 -4,36 1,97 4,08 -5,31 10,20
AF-646 x Hy Mark
-5,62 -2,77 0,23 -0,62 -0,16 -3,02 10,60 -21,08 5,60
Rochedo x AF-1749
-60,00 -8,19 -62,69 -1,05 -5,95 -0,33 -7,49 -21,78 9,14
Rochedo x G. Mine
-0,36 -12,26 -12,62 -6,12 -0,54 3,42 0,11 2,42 1,66
Rochedo x Hy Mark
-61,67 10,03 -56,43 4,92 2,09 1,95 4,05 5,03 3,49
AF-1749 x G. Mine
-55,40 -2,66 -56,18 2,32 -0,20 6,58 -4,43 -5,17 3,77
AF-1749 x Hy Mark
-28,11 11,39 -18,13 5,76 2,74 5,08 -2,23 -10,86 0,96
G. Mine x Hy Mark
-3,98 6,68 5,94 5,66 3,39 7,28 2,09 -16,36 11,74
O cruzamento de maior heterose para a firmeza da polpa foi entre Meloa x AF-1749,
seguido dos cruzamentos AF-646 x Rochedo e Rochedo e Hy Mark. As heteroses médias de
todos os genitores foram negativas. Os cruzamentos AF-646 x Rochedo, AF-646 x Gold Mine
e Gold Mine x Hy Mark destacaram-se com as maiores heteroses para o teor de sólidos
solúveis. Os genitores com as maiores heteroses médias foram AF-646, Rochedo e Gold
Mine.
Na Tabela 17 estão apresentadas as estimativas da heterobeltiose média dos
genitores da heterobeltiose de todas as combinações híbridas.
Nas características número total de frutos, produtividade e firmeza da polpa mais de
70% dos valores de heterobeltiose foram negativos. Isso significa que na maioria dos casos
a combinação híbrida não superou o melhor genitor. Para o teor de sólidos solúveis, a
porcentagem de valores negativos foi inferior.
Tabela 17. Heterosbeltiose média dos genitores e estimativas da heterobeltiose dos
cruzamentos para as características número total de frutos (NTF), peso médio
do fruto (PMF), produtividade (PROD), diâmetro transversal médio (DTM),
diâmetro longitudinal médio (DLM), espessura da polpa (EP), proporção da
cavidade interna (PCI), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais
(SST). Mossoró-RN, 2004.
Heterose (%)
NFT PMF PROD DTM DLM EP PCI FP SST
População
(g) (ton/ha) (cm)
(cm) (cm) (%) (N) (%)
Meloa
-22,77 -15,95 -11,85 -0,88 -12,26 -5,68 -4,718 -11,366
-4,47
AF-646
0,87 -5,98 6,02 -0,99 -1,62 -1,46 -3,59 -16,22 -0,99
Rochedo
-22,15 -9,26 -23,47 -1,69 -3,08 1,28 -6,98 -17,19 3,48
AF-1749
-40,99 -8,51 -39,81 -0,65 -4,69 -3,29 -6,94 -11,04 -2,17
G.Mine
-30,65 -12,39 -33,05 -1,83 -6,59 0,28 -2,49 -11,10 2,80
Hy Mark
-38,17 -5,67 -26,18 -0,54 -5,50 0,58 -3,44 -15,49 -5,15
Meloa x AF-646
20,63 -3,88 49,45 4,06 -8,46 -1,74 -5,73 -15,73 -15,05
Meloa x Rochedo
12,31 -16,02 22,52 0,22 -12,66 1,16 -8,98 -18,37 2,00
Meloa x AF-1749
-57,86 -19,09 -53,03 -0,43 -11,22 -12,17 -4,60 -0,40 -6,00
Meloa x G.Mine
-58,50 -17,87 -60,91 -4,92 -14,70 -12,75 6,05 -9,46 2,97
Meloa x Hy Mark
-30,43 -22,89 -17,28 -3,33 -14,26 -2,90 -10,33 -12,87 -6,27
AF-646 x Rochedo
11,54 -3,66 8,87 -0,73 11,34 4,00 -13,03 -16,83 14,07
AF-646 x AF-1749
10,00 -7,52 8,82 -4,11 1,00 -5,85 -6,83 -6,66 -5,82
AF-646 x G. Mine
-10,88 -9,25 -19,88 0,81 -7,08 0,92 -1,66 -13,30 8,45
AF-646 x Hy Mark
-26,96 -5,61 -17,18 -4,97 -4,89 -4,62 9,28 -28,60 -6,61
Rochedo x AF-1749
-58,46 -10,77 -62,98 -2,37 -8,04 -3,48 -10,10 -31,77 6,73
Rochedo x G. Mine
-6,12 -17,32 -22,13 -6,66 -2,59 3,15 -3,29 -10,77 1,14
Rochedo x Hy Mark
-70,00 1,47 -63,61 1,11 -3,43 1,58 0,51 -8,19 -6,53
AF-1749 x G. Mine
-56,46 -10,68 -60,69 0,37 -4,42 3,15 -5,03 -5,27 1,00
AF-1749 x Hy Mark
-42,17 5,51 -31,19 3,27 -0,76 1,90 -8,13 -11,09 -6,78
G.Mine x Hy Mark
-21,30 -6,82 -1,63 1,24 -4,17 6,94 -8,53 -16,69 0,42
Os cruzamentos Meloa x AF-646, Meloa x Rochedo e AF-646 x Rochedo foram
aqueles de maior heterobeltiose para o número total de frutos, enquanto que nos
cruzamentos envolvendo o genitor Hy Mark, todos os valores foram elevados em
magnitude e de sinal negativo em razão do maior número elevado de frutos produzidos por
este genitor (Tabela 7).
Para a produtividade destacaram-se os cruzamentos Meloa x AF-646, Meloa x
Rochedo novamente. Enquanto os cruzamentos Rochedo x AF-1749 e Rochedo x Hy Mark
foram aqueles de piores heterobeltioses.
A totalidade das estimativas de heterobeltiose foram negativas para a firmeza da
polpa, sendo o cruzamento Meloa x AF-1749 aquele de maior estimativa, enquanto os
cruzamentos AF-646 x Hy Mark e Rochedo x AF-1749 foram aqueles de menores valores.
As combinações híbridas AF-646 x Rochedo e AF-646 x G. Mine apresentaram os
maiores valores positivos de heterobeltiose para o teor de sólidos solúveis.
4.4. Correlações
Os coeficientes de correlação entre a heterose em relação a média dos
genitores (h
g
) e a heterobeltiose (h
b
) foram elevados e positivos nas características número
total de frutos e produtividade (Tabela 18). No entanto, para a firmeza da polpa e o teor de
sólidos solúveis as correlações foram positivos e de magnitudes medianas.
A heterose e a capacidade específica de combinação possuem alta e positiva
associação para todas as características. Por outro lado, a heterobeltiose e a capacidade
específica de combinação apresentaram resultados semelhantes apenas para o número total
de frutos e produtividade. Para as outras duas características os valores dos coeficientes de
correlação foram medianos. (Tabela 18).
A variância genética e a distância de Mahalanobis não se correlacionaram com
nenhum dos parâmetros. Um resultado inesperado foi a correlação negativa e elevada (-
0,68) entre a heterobeltiose e a distância de Mahalanobis.
Tabela 18. Coeficientes de correlação de Spearman entre as estimativas da heterose em relação a
média dos genitores (h
g
), heterobeltiose (h
b
), capacidade específica de combinação (
ij
s
),
variância genética e distência de Mahalanobis das características número total de frutos
(NTF), peso médio do fruto (PMF), produtividade (PROD), firmeza da polpa (FP) e teor
de sólidos solúveis totais (SST). Mossoró-RN, 2004.
Características
Correlações
NTF PROD
(ton/ha)
FP
(N)
SST
(%)
h
g
e h
s
0,93
**
0,94
**
0,51
*
0,55*
h
g
e
ij
s
0,97
**
0,91
**
0,98
**
0,93
**
h
g
e
2
g
σ
0,17
ns
0,22
ns
-0,21
ns
0,02
ns
h
g
e
ij
D
-0,17
ns
-0,06
ns
-0,19
ns
-0,20
ns
h
b
e
ij
s
0,90
**
0,91
**
0,56
*
0,57
**
h
b
e
2
g
σ
0,12
ns
0,15
ns
-0,19
ns
0,07
ns
h
b
e
ij
D
-0,27
ns
0,16
ns
0,13
ns
-0,68
**
ij
s
e
2
g
σ
0,21
ns
0,26
ns
0,02
ns
0,04
ns
ij
s
e
ij
D
-0,12
ns
-0,08
ns
-0,12
ns
0,19
ns
2
g
σ
e
ij
D
-0,13
ns
-0,21
ns
-0,19
ns
-0,10
ns
*, **: Significatico a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t;
ns: Não siginificativo a 5% de probabilidade pelo teste t.
5 DISCUSSÃO
Em qualquer programa de melhoramento é fundamental que os genótipos ou
populações segregantes sejam avaliadas com a maior precisão possível. Quanto maior a
precisão experimental, maior é a probabilidade de se encontrar diferenças entre os
tratamentos avaliados (RAMALHO et al., 2000). O coeficiente de variação é o parâmetro
mais utilizado como indicativo da qualidade de experimentos. Considerando a classificação
realizada por LIMA et al. (2004) para a cultura do meloeiro, considera-se os CV´s para
número total de frutos e teor de sólidos solúveis como baixos, enquanto que para a
produtividade e firmeza da polpa podem ser considerados como médios (Tabela 6). A
estimativa do CV para o peso médio do fruto é considerada alta segundo os mesmos
autores. Para as demais características não foi feita classificação ainda, todavia os valores
observados estão dentro da faixa observada para a cultura em experimentos realizados no
Agropólo Mossoró-Assu (SILVA et al., 2002, NUNES et al., 2004, NUNES et al., 2005).
A heterogeneidade observada entre os genitores utilizados para a maioria das
características era esperada em razão dos genótipos serem oriundos de empresas produtoras
de sementes distintas (Tabelas 1). Os backgrounds genéticos utilizados nas empresas de
melhoramento de meloeiro são diferentes (MCCREIGHT, 1993). Além disso, metade dos
genitores pertencem ao tipo amarelo e a outra metade diferem entre si quanto ao tipo de
melão. Apesar disso, para as características diâmetro transversal, espessura da polpa e teor
de sólidos solúveis não se verificou heterogeneidade entre os genitores (Tabela 7). Com
relação ao teor de sólidos solúveis, esse resultado não era esperado, uma vez que é notório
o potencial do genitor Hy Mark para produzir elevados valores médios dessa característica
(NUNES et al., 2004).
Por outro lado, sabe-se que apenas o genitor Hy Mark pertence à variedade botânica
cantaloupensis Naud, os demais são agrupados na variedade botânica inodorus Naud. Essa
classificação foi confirmada no estudo de divergência genética realizado. Utilizando
técnicas de agrupamento, foi possível separar os genitores em dois grupos. O primeiro
formado pelo genótipo Hy Mark e o segundo pelos demais genótipos (Tabela 9 e Figura 2).
A utilização de técnicas que consideram ao mesmo tempo várias características tem sido
comum entre os melhoristas. No melão, alguns estudos têm sido feitos, utilizando tanto
características morfológicas como dados binários oriundos de marcadores moleculares.
Quando são consideradas muitas características, é importante saber qual delas mais
contribui para distinção dos materiais. No presente estudo, o número total de frutos e o peso
médio do fruto foram aquelas de maior destaque na divergência (Tabela 10). Um aspecto
importante a ser comentado é que a principal distinção entre os frutos do grupo inodorus e
o do grupo cantaloupensis envolvem o tamanho do fruto, o teor de sólidos solúveis, o
aroma e a conservação pós-colheita (MUNGER e ROBSON, 1991). No presente trabalho,
dentre as características supra citadas, apenas o tamanho do fruto permitiu a separação entre
os genitores, uma vez que as outras não foram avaliadas.
Quando se retirou o genitor Hy Mark do grupo de genótipos avaliados, os grupos
foram formados em função principalmente do peso médio do fruto (Tabela 12). Esse fato
evidencia que a formação dos grupos depende dos genótipos e das variáveis envolvidas no
estudo da divergência, conforme o comentário feito por Cruz et al. (1994). A
heterogeneidade entre os genitores utilizados nos cruzamentos é devida principalmente a
presença dos genitores Hy Mark e Meloa, sendo a variabilidade explicada pelo número de
frutos produzidos e o tamanho do fruto. Braz et al. (2004) trabalhando com vinte linhagens
de melão rendilhado observaram que produção total e o peso médio do fruto foram as
variáveis que mais contribuíram para a divergência genética. Estudando a divergência entre
as linhagens e a heterose de seus híbridos, Paiva (2002) verificou que o teor de sólidos
solúveis foi a característica que mais contribuiu para a diverncia com mais de 38%,
seguida do formato do fruto. Rizzo e Braz (2002) constataram que o teor de sólidos
solúveis foi uma das características de maior contribuição para a divergência genética entre
linhagens de melão rendilhado, com 11,60%.
No estudo do dialelo, a significância das capacidades geral e específica de
combinação indica efeitos aditivos e não aditivos (dominância e epistasia) envolvidos no
controle genético da característica. Esse fato foi constatado nas características número total
de frutos, produtividade, firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis (Tabela 13). Nestas
características, houve predominância dos efeitos quadráticos da capacidade específica de
combinação na composição dos efeitos genéticos quadráticos, uma vez que a relação (Φ
CGC
/ Φ
CGC
+ Φ
CEC
) foi inferior a 0,5, conforme interpretação de Maris (1989). Este resultado
sugere prevalência de efeitos não-aditivos. Com efeito, é viável, para tais características, a
exploração da heterose em programas de produção de sementes híbridas.
Com relação ao número de frutos, os trabalhos realizados Singh e Randhawa (1990)
e Kitroongruang et al. (1992) verificaram que apenas efeitos aditivos estavam presentes,
divergindo, portanto, dos resultados do presente trabalho.
Rizzo (1999) trabalhando com linhagens de melão rendilhado observou que a
produção total é controlada por efeitos aditivos e não aditivos, com predominância do
componente quadrático da capacidade específica de combinação. Este fato também foi
observado por Lippert e Legg (1972), Kalb e Davis (1984b), Abadia et al. (1985) e Lopes
(1991).
Para o teor de sólidos solúveis, existem maiores controvérsias em relação ao
controle genético das características mencionadas. Enquanto Cuarteiro et al. (1985), Kalb e
Davis (1984a), Singh e Randhawa (1990) e Lopes (1991) constataram predominância de
efeitos não aditivos; Lippert e Legg (1972), Kalb e Davis (1984a) e Rizzo (1999) não
detectaram efeito significativo da capacidade específica de combinação.
Para as características peso médio do fruto, diâmetro transversal médio, espessura
da polpa e proporção da cavidade interna apenas efeitos aditivos estavam envolvidos no
controle genético da característica (Tabela 13). Nesse caso, métodos de melhoramento
intra-populacionais podem ser utilizados para incremento das freqüência dos alelos
favoráveis relacionados à essas características.
Contrastando com os resultados do presente trabalho, Lippert e Legg (1972), Kalb e
Davis (1984a), Singh e Randhawa (1990) e Lopes (1991) verificaram efeitos aditivos e não
aditivos para o peso médio dos frutos. Nos trabalhos realizados por Kalb e Davis (1984a),
Singh e Randhawa (1990) e Kitroongruang et al. (1992) também observou-se para a
espessura da polpa e a cavidade interna, significâncias das capacidades geral e específica de
combinação. Por outro lado, Rizzo (1999) não constatou efeito significativo da capacidade
geral de combinação para o diâmetro transversal médio.
Considerando que as estimativas da CGC e da CEC dependem da freqüência alélica
e do nível de dominância, ressalta-se, portanto, que os resultados diferentes entre trabalhos
são função, principalmente, do grupo de genitores utilizado nos experimentos. Em adição o
efeito do ambiente e o método de análise também influenciam as estimativas obtidas.
Na análise dialélica são estimadas as capacidades geral e específica de combinação
dos genitores e/ou cruzamentos. Essas estimativas fornecem informações importantes para
os melhoristas sobre o potencial de genitores para o melhoramento intra-populacional e sua
utilidade para programas inter-populacionais, bem como extração de linhagens para
produção de híbridos (VIANNA, 2000).
A capacidade geral de combinação pode informar dois aspectos de um genitor que
compõe o dialelo. O primeiro está relacionado a freqüência de alelos que aumentam a
expressão do caráter. Nesse sentido, genitores com maior ou menor CGC contribuem para
obtenção de populações segregantes com maior média de linhagens derivadas (OLIVEIRA
et al., 1996, FERREIRA et al., 2004). Ressalta-se que um genitor com elevada CGC não
pode garantir a obtenção da melhor linhagem (OLIVEIRA et al., 1996), o que seria o ideal
do ponto de vista do melhoramento.
Dentro desse primeiro aspecto, os genitores com maiores ou menores estimativas da
CGC possuem mais alelos favoráveis para determinada característica (VIANNA, 2000).
Com efeito, quando o interessante for a maior média para o caráter, então valores elevados
e positivos de CGC indicam maior freqüência de alelos favoráveis. Por outro lado, quando
a menor média da característica for benéfica para o genótipo, valores elevados e negativos
também indicam a maior freqüência de alelos favoráveis.
Assim sendo, os genitores Hy Mark e AF-646 com as maiores CGC´s contribuíram
para aumentar o número total de frutos. Os demais genitores, em especial o Meloa,
contribuíram para redução da característica (Tabela 14).
Com relação à produtividade, também verificou-se que os genitores Hy Mark e AF-
646 foram aqueles que mais contribuíram para o aumento da produtividade. Os genitores
Meloa e AF-1749 atuaram no sentido de reduzir o valor médio da característica (Tabela
14).
Verificou-se que o genitor Meloa contribuiu para aumentar o peso médio do fruto
(Tabela 14). O genitor Hy Mark, por sua vez, com a menor estimativa de CGC, contribuiu
para reduzir o tamanho do fruto, assim como o AF-1749 e o Rochedo. Resultado
semelhante foi observado para o diâmetro longitudinal.
O Meloa aumentou a espessura da polpa, enquanto que o AF-1749 reduziu essa
característica (Tabela 14). Com relação à proporção da cavidade interna, os genitores
Rochedo, AF-1749 e Gold Mine contribuíram para a redução da característica, enquanto
que os demais a aumentaram.
Os genitores Gold Mine e AF-1749 foram os que mais contribuíram para o aumento
da firmeza da polpa, enquanto que os híbridos Meloa, AF-646 e Rochedo reduziram o valor
dessa característica. Os híbridos Hy Mark e Rochedo aumentaram o teor de sólidos
solúveis, enquanto que os híbridos Meloa e AF-646 o reduziram.
A pressuposição de que elevada ou baixa capacidade geral de combinação,
dependendo da característica, está relacionada a um maior número de alelos favoráveis é
corroborada pelas estimativas das médias dos genitores (Tabela 7). Além disso, as elevadas
e positivas correlações entre as médias e a CGC´s para todas as características reforçam
essa idéia (Tabela 19). Todavia, convém ressaltar que não é totalmente seguro apenas por
meio da média inferir sobre o potencial de um genitor em cruzamento, pois essa correlação
nem sempre é elevada (FUZATTO et al., 2002).
O segundo aspecto da capacidade geral de combinação, está relacionado à
freqüência alélica do genitor em relação à freqüência alélica média dos genitores do dialelo
(FERREIRA et al., 2004). Esse comentário é perfeitamente observado na expressão
modificada descrita por Vencovsky (1987):
])1()[( dpappg
ii
+=
, em que
i
p é a
freqüência do alelo favorável no genitor i,
p
é a freqüência média do alelo favorável entre
os genitores,
a
é o desvio dos homozigotos em relação a média (efeito aditivo) e d é o
desvio dos heterozigotos em relação a média (efeito de dominância).
No contexto, a capacidade geral de combinação relaciona-se diretamente com a
divergência genética do genitor em relação aos demais envolvidos na análise do dialelo
(VIANNA, 2000). Além disso, conforme evidenciam Ferreira et al. (2004) por meio de
simulações, a capacidade geral de combinação está estritamente correlacionada com a
capacidade específica de combinação do genitor com ele mesmo (s
ii
). Essa relação é notória
ao se observar o conteúdo genético de s
ii
, pela expressão
dpppps
iiii
)])([(2 =
.
Conforme afirmam Cruz e Vencovsky (1989) a capacidade específica de
combinação de um genitor com ele mesmo, tem importante significado genético, tanto em
seu sinal como em sua magnitude. No modelo aditivo-dominante, o estimador
ii
s
é uma
medida de divergência do genitor i, com relação à média dos outros genitores do dialelo.
Quanto maior o valor absoluto de
ii
s
maior será a divergência genética do genitor i em
relação aos demais, ou seja, mais distante estará a freqüência alélica do genitor i em relação
a freqüência média dos outros genitores.
Assim sendo, para o número total de frutos, o genitor mais divergente seria o AF-
1749, assim como para a produtividade (Tabela 15). O genitor Hy Mark seria o mais
divergente para a firmeza da polpa, enquanto o genitor Rochedo foi o mais divergente para
o teor de sólidos solúveis.
Existe uma estreita relação positiva e elevada entre
i
g e
ii
s , conforme mostra o
trabalho de simulação realizado por Ferreira et al. (2004). Segundo esses autores as
estimativas desses dois parâmetros são complementares pois informam a freqüência de
alelos favoráveis e o nível de heterozigose nos locos do genitor. Todavia, não se verificou
essa tendência no presente trabalho. Para o número total de frutos e firmeza da polpa a
correlação não foi significativa entre esses dois parâmetros (Tabela 19). Para a
produtividade essa relação foi negativa, enquanto que para o teor de sólidos solúveis ela foi
reduzida. Uma possível explicação para esse fato é o pequeno número de genitores
utilizados no dialelo, uma vez que a estimativa do coeficiente de correlação é afetada pelo
número de dados (RAMALHO et al., 2000).
Tabela 19. Coeficientes de correlação de Spearman entre a capacidade geral de combinação
e as estimativas da média dos genitores e da capacidade específica do genitor com ele
próprio nas características número total de frutos (NTF), peso médio do fruto (PMF),
produtividade (PROD), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis totais (SST).
Mossoró-RN, 2004.
Características
Correlações
NTF PROD
(ton/ha)
FP
(N)
SST
(%)
X
e
g
i
0,60
*
0,42
ns
0,75
*
0,89
*
g
i
e
ii
s
0,43
ns
-0,49
ns
-0,81
*
0,29
ns
*: Significatico a 5% de probabilidade pelo teste t; ns: Não siginificativo a 5% de probabilidade pelo teste t.
A magnitude da capacidade específica de combinação (CEC) indica o grau de
complementação dos genitores de um cruzamento. Sua significância evidencia desempenho
heterogêneo entre os genitores, não sendo possível, portanto, prever o seu comportamento
com base apenas na CGC, pois ocorrem interações entre os genitores em função da
divergência nos locos com dominância (MELO, 1997).
Para o número total de frutos, destacaram-se os cruzamentos Meloa x Rochedo,
Meloa x AF-646 e AF-1749 x AF-646 (Tabela 15). Para a produtividade, as maiores CEC´s
foram observadas nos cruzamentos Meloa x Rochedo, Meloa x AF-646 e Gold Mine x Hy
Mark. Os cruzamentos Meloa x AF-1749 e Rochedo e Gold Mine destacaram-se para a
firmeza da polpa, enquanto os cruzamentos AF-646 x Rochedo e Gold Mine e Hy Mark
para o teor de sólidos solúveis.
Observa-se, na maioria dos cruzamentos, que os cruzamentos envolvendo genitores
com elevadas CGC´s produzem cruzamentos com baixas CEC´s, indicando, a priori, uma
grande dificuldade de associar altas estimativas de CGC dos genitores do cruzamento com
valores positivos de CEC. A CEC do cruzamento Hy Mark x AF-646 foi reduzida, embora
as CGC´s desses dois genitores tenham sido as maiores para o número total de frutos e a
produtividade (Tabela 15). O mesmo ocorreu para os cruzamentos Rochedo x AF-1749,
Rochedo x Gold Mine e Gold Mine x AF-1749 para a firmeza da polpa. A estimativa da
CEC do cruzamento entre os genitores Hy Mark e Rochedo foi reduzida, mesmo a CGC´s
de ambos serem as maiores. Esse resultado pode ser explicado pela falta de
complementação nos locos com dominância.
Não obstante, em poucos cruzamentos nos quais os genitores têm mesmo sinal e
magnitudes semelhantes da CGC, foram verificadas estimativas de CEC elevadas, como
por exemplo, o cruzamento Meloa x Rochedo. Esses dois genitores tiveram baixas CGC´s
(Tabela 14), porém produziram uma combinação com a maior estimativa para CEC (Tabela
15). Esse resultado pode ser explicado pelo fato da CEC não depender apenas dos locos em
hetrozigose, mas também do número de locos fixados com alelos favoráveis. Por
conseguinte, a proporção de locos em homozigose favorável em relação aos locos com
homozigose desfavorável é importante na estimativa da CEC, pois representa um desvio em
relação a média (OLIVEIRA, 1995).
Concernente à heterose, verificou-se que a maioria das estimativas foi negativa para
as variáveis número total de frutos, produtividade e firmeza da polpa, enquanto que para o
teor de sólidos solúveis a maioria das heteroses foi positiva (Tabela 16). Considerando que
que o cruzamento de dois híbridos simples dá origem a um híbrido duplo, esse resultado era
esperado, pois dificilmente um híbrido duplo deverá apresentar heterose superior aos seus
genitores, sobretudo quando os híbridos simples envolvidos entre os melhores cultivares
recomendados para a região, como é o caso dos genitores do presente trabalho.
As estimativas obtidas por Paiva (2002) para o número total de frutos foram
semelhantes àquelas observadas no presente estudo.
Com relação à produtividade, Rizzo (1999) observou que 50% dos valores de
heterose foram positivos. Paiva (2002) observou em 40% das estimativas, valores positivos
de heterose, enquanto Lopes (1991) constatou que 80% das heteroses foram positivas. As
estimativas obtidas por Rizzo (1999) e Paiva (2002) foram semelhantes àquelas deste
trabalho. Contudo, Lopes (1991) observou maiores estimativas para heterose em relação a
média dos genitores.
Lopes (1991) e Paiva (2002) observaram que a maioria das estimativas de heterose
para o teor de sólidos solúveis foram positivas, fato comprovado neste trabalho.
Heterose positiva indica superioridade da combinação híbrida em relação à média
dos genitores. A presença de heterose depende da dominância e da divergência genética
(Falconer e McKay, 1996). Observou-se a presença desses dois fatores como pode ser
observado pela significância da capacidade específica de combinação (Tabela 13) e
estimativas
ii
s
(Tabela 15).
O sinal da estimativa de
ii
s
é fundamental para indicar a direção dos desvios de
dominância. Quando o sinal é negativo indica desvios de dominância positivos, quando é
positivo indica desvios de dominância negativos (CRUZ e VENCOSKY, 1989). Assim
sendo, quando os genitores do dialelo diferem quanto ao sinal, indica que a heterose em
relação a média dos genitores em alguns casos é positiva e em outros negativa. Outrossim,
genitores com sinais positivos contribuem para heteroses negativas em relação aos pais,
enquanto que genitores com sinais negativos indicam predominância de heterose positiva
em relação aos pais nos cruzamentos em que participam. Essa tendência foi observada para
o número total de frutos, produtividade e firmeza da polpa (Tabela 16), confirmando o
comentário de Cruz e Vencovsky (1989). Este fato foi observado em melão, por Rizzo
(1999), e em melancia por Ferreira (1996). Para o teor de sólidos solúveis não foi
observada essa tendência, talvez devido aos pequenos valores observados de
ii
s
para os
genitores (Tabela 15). Em alguns trabalhos busca-se estudar a relação existente entre a
heterose.
Vale ressaltar que a heterose com base na média dos genitores deve ser tomada com
ressalva, uma vez que é diretamente dependente da média individual de cada um deles. Se
um dos genitores não possuir média elevada, pode comprometer a estimativa da heterose.
Assim sendo, uma opção mais pragmática do ponto de vista de melhoramento é o uso da
heterobeltiose. Ela corresponde a diferença entre a média do cruzamento e a média do
genitor de melhor desempenho. No presente estudo, foram poucas as combinações que
superaram os melhores genitores nas características nas quais a CEC foi significativa
(Tabela 17).
Rizzo (1999) trabalhando com linhagens de melão rendilhado encontrou apenas
heterobeltioses negativas nos cruzamentos para produtividade, enquanto que Lopes (1991)
trabalhando com diferentes genótipos de melão observou 30% dos valores positivos. Para o
teor de sólidos solúveis, Lopes (1991) observou que 75% das heterobeltioses foram
positivas, enquanto que neste trabalho 53,33% foram positivas (Tabela 17).
A heterose clássica definida por Falconer (1981) depende da divergência na
freqüência alélica e da dominância. A capacidade específica de combinação também
depende desses dois fatores. Assim sendo, era de se esperar uma forte e positiva associação
entre esses parâmetros genéticos, fato confirmado neste trabalho (Tabela 18). Outros
autores observaram essa relação (MACHADO, 1999; Machado et al., 2000a). A associação
entre a heterose em relação a média dos genitores e a heterobeltiose também segue essa
tendência de forte e positiva associação (Tabela 18).
A divergência genética, com base em caracteres morfo-agronômicos, tem sido
muito utilizada pelos pesquisadores para identificar cruzamentos com potencial de se obter
populações segregantes com alta variabilidade e assim se poder explorar a heterose em
híbridos. Fuzatto et al. (2002), trabalhando com populações de milho, observou correlação
positiva e significativa entre a divergência genética e a heterose. Fato também verificado
por Machado et al. (2000) em feijoeiro. No entanto, não necessariamente, os pares mais
divergentes produzirão tais populações, como tem sido comentado por vários autores
(FERREIRA, 1994; SARAWAT et al., 1994; MACHADO et al., 2000). No Melão, Paiva
(2002) observou em cruzamentos entre linhagens divergentes a presença de heteroses
positiva e negativa. Em em alguns cruzamentos entre linhagens com pequenas distâncias
genética ocorreu heterose elevada. No presente trabalho não se detectou associação
significativa entre a divergência genética e os demais parâmetros estimados (Tabela 18).
A capacidade específica e a variância genética não se correlacionaram (Tabela 18).
Em feijoeiro, Oliveira (1995) e Melo (1997) não constataram tendência de associação entre
esses dois parâmetros. Em estudos de simulação Veiga et al. (1998) observaram que a CEC
e a variância genética o altamente correlacionadas. No entanto, Oliveira (1995) também
por meio de simulação, mostrou que a CEC não depende somente da complementação entre
os genitores, mas também da proporção de locos fixados com alelos favoráveis e locos
fixados com alelos desfavoráveis. Isso pode em parte explicar a falta de associação entre a
CEC e a variância genética. Além disso, conforme comentam Ramalho et al. (1993), as
estimativas de variância genética possuem elevados erros associados por ser a variância
uma estatística de segunda ordem. Outro fator que pode contribuir é a próprio tamanho da
amostra coletada para estimar a variância. Neste trabalho como foi retirado de cada planta
um fruto para estimar a variância genética, acredita-se que esse problema tenha sido
superado. Contudo, estudos posteriores de tamanho ideal de amostras são necessários na
cultura do meloeiro.
O meloeiro é a cucurbitácea de maior polimorfismo morfológico (PITRAT et al.,
2000). Existem diversos tipos de melão que constituem as variedades botânicas. No Brasil,
os tipos mais plantados pertencem à variedade inodorus. Os tipos mais comuns dessa
variedade são o tipo amarelo, o pele de sapo e o Honey Dew que corresponderam a mais de
70% do melão exportado no porto de Natal no ano de 2002 (SALES JÚNIOR et al., 2004).
Além desses, os melões cantaloupes amaricanos e o Gália, de Israel, têm ampliado seu
cultivo em razão de sua maior cotação no mercado externo.
Considerando a grande diversidade de melão, os programas de melhoramento
genético podem concentrar esforços em mais de um tipo de melão. Nesse sentido, a escolha
da melhor população no presente trabalho depende também do objetivo do programa. Se o
objetivo for produzir melões do tipo cantaloupe, deve-se, obviamente, escolher o melhor
dos cruzamentos envolvendo o genitor Hy Mark. Igualmente, se o objetivo for um Honey
Dew, deve-se identificar o melhor cruzamento dentre aqueles obtidos com o genitor AF-
1749. Se o objetivo for produzir um melão pele de sapo ou Meloa, então deve-se selecionar
a melhor combinação híbrida envolvendo o genitor Meloa. Para melões amarelos existem
mais opções, uma vez que no dialelo foram contemplados três genitores amarelos (Tabela
1).
Por outro lado, sabe-se que no melhoramento do meloeiro muitas características
são levadas em consideração no memento da seleção. Um bom genótipo deve ter elevada
produtividade, tamanho de fruto aceitável pelo mercado, boa espessura da polpa, pequena
cavidade interna, alta firmeza da polpa e elevado teor de sólidos solúveis (SILVA et al.,
2002). Dessa forma, é difícil identificar um cruzamento que atenda a todos esses requisitos.
Segundo Cruz e Vencovsky (1989), o melhorista deve escolher o cruzamento com
elevada capacidade específica de combinação e que pelo menos um dos genitores tenha
elevada estimativa da capacidade geral de combinação. A idéia é unir grande variabilidade
e alta freqüência de alelos favoráveis, propriedades importantes de uma boa população
segregante (LYNCH e WALSH, 1998). Essas características permitem a obtenção de
linhagens com bom desempenho. Além disso, a média do cruzamento e dos próprios
genitores são importantes para a escolha da melhor combinação híbrida.
Para o caso do melão cantaloupe a melhor combinação seria Gold Mine x Hy
Mark. O genitor Gold Mine é produtivo, tem alta firmeza de polpa e elevado teor de sólidos
solúveis (Tabela 7). O genitor Hy Mark também é produtivo, tem elevado teor de sólidos
solúveis e pequena cavidade interna. O cruzamento entre eles produziu CEC desejadas para
produtividade, proporção da cavidade interna e teor de sólidos solúveis (Tabela 15). No
entanto, a CEC para firmeza da polpa foi negativa. Um aspecto que ameniza esse resultado
é o fato da CGC do Gold Mine ser elevada (Tabela 14). Os alelos favoráveis oriundos desse
genitor podem ser fixados no processo de seleção das linhagens cantaloupe.
No caso do melão Honey Dew, muitas vezes chamado do Orange Flesh pelos
próprios produtores, o cruzamento com maior mero de fenótipos desejados seria AF-646
x AF-1749. Como aspecto positivo dessa combinação está os valores positivos das CEC´s
para número total de frutos, produtividade e firmeza da polpa (Tabela 15). Um aspecto
negativo que poderia pesar na escolha desse cruzamento são os valores negativos da CEC
(Tabela 15), da heterose e da heterobeltiose para o teor de sólidos solúveis (Tabelas 16 e
17), além das reduzidas CGC´s desses genitores (Tabela 14). Contudo, ressalta-se que a
média do cruzamento para essa mesma característica não diferiu das demais (Tabela 7).
Para a produção de híbridos do tipo Pele de Sapo ou do tipo Meloa, o cruzamento
mais recomendado seria Meloa x Rochedo por ter CEC´s elevadas para o número total de
frutos e produtividade (Tabela 15), embora as estimativas de CGC para o número total de
frutos e produtividade tenham sido negativas (Tabela 14), resultado inesperado. Contudo,
ressalta-se que as médias do número total de frutos e produtividade do genitor Rochedo não
foram reduzidas (Tabela 7). As heteroses em relação à média dos pais foram positivas para
as quatro características nas quais os efeitos aditivos e não aditivos foram importantes
(Tabela 16), enquanto que a heterobeltiose foi negativa para a firmeza da polpa (Tabela
17), mas a CGC do Rochedo é positiva e elevada para essa característica (Tabela 14). A
médias dessas quatro características foram elevadas nesse cruzamento (Tabela 7).
Quando o objetivo for gerar híbridos do tipo amarelo o cruzamento mais indicado
é AF-646 x Rochedo pela elevada média de produtividade (Tabela 7), elevadas capacidades
específicas para todas as características com efeito não aditivo (Tabela 15), pelas heteroses
em relação à média serem positivas (Tabela 16), assim como as heterobeltioses, com
exceção da firmeza da polpa (Tabela 17). Além disso, o genitor AF-646 tem CGC positiva
para o número total de frutos e produtividade, enquanto o genitor Rochedo ter valores
positivos para CGC para firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis (Tabela 14).
6 CONCLUSÕES
a) Formaram-se dois grupos de genitores, sendo o primeiro composto apenas pelo
genitor Hy Mark e o segundo pelos demais genitores;
b) O número total de frutos e o peso médio do fruto foram as características que mais
contribuíram para a divergência genética;
c) As características número total de frutos, produtividade, firmeza de polpa e teor de
sólidos solúveis foram controladas por efeitos aditivos e não aditivos, enquanto que
as características peso médio do fruto, diâmetros médios longitudinal e transversal,
espessura da polpa e proporção da cavidade interna foram controladas somente por
efeitos aditivos;
d) A maior parte das heteroses e heterobeltioses foram negativas para o número total
de frutos, produtividade e firmeza da polpa. Para o teor de sólidos solúveis as
estimativas foram positivas na maioria dos cruzamentos;
e) Existiram uma forte associação positiva entre a capacidade específica de
combinação (CEC) e a heterose para as características número total de frutos,
produtividade, firmeza de polpa e teor de sólidos solúveis. Porém, a diverncia
genética não se correlaciou com a CEC, variância genética, heterose e hetebeltiose;
f) Os cruzamentos mais apropriados para o melhoramento de melão dos tipos
cantaloupe, honey dew, pele de sapo/meloa e amarelo foram respectivamente os
seguintes: Gold Mine x Hy Mark, AF-646 x AF-1749, Meloa x Rochedo e AF-646
e Rochedo.
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