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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA
ANÁLISE DE UM PROGRAMA
DE PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO PARA CIRURGIA BARIÁTRICA
COM ENFASE NA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADES FÍSICAS.
JOÃO RÉGIS IVAR CARNEIRO
2009
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ii
ANÁLISE DE UM PROGRAMA
DE PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO PARA CIRURGIA BARIÁTRICA
COM ENFASE NA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADES FÍSICAS
JOÃO RÉGIS IVAR CARNEIRO
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica,
Área de concentração: Nutrologia, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade
de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do Grau de Doutor em Clínica Médica.
ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR JOSÉ EGÍDIO PAULO DE OLIVEIRA
RIO DE JANEIRO
2009
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iii
ANÁLISE DE UM PROGRAMA
DE PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO PARA CIRURGIA BARIÁTRICA
COM ENFASE NA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADES FÍSICAS
JOÃO RÉGIS IVAR CARNEIRO
ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR JOSÉ EGÍDIO PAULO DE OLIVEIRA
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica,
Área de concentração: Nutrologia, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade
de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do Grau de Doutor em Clínica Médica.
Aprovada em ___ de ___________ de 2009 pela banca examinadora
Prof. Dr. ______________________________________________________
Prof. Dr. ______________________________________________________
Prof. Dr. ______________________________________________________
Prof. Dr. ______________________________________________________
Prof. Dr. ______________________________________________________
iv
Carneiro, João Régis Ivar
Análise de um programa de preparo pré-operatório para cirurgia bariátrica com
ênfase na prática regular de atividades físicas / João Regis Ivar
Carneiro, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, 2009.
xvi, 79 p, il
Orientador: José Egídio de Paulo Oliveira
Dissertação: ( Doutorado em Medicina – Área de Concentração em Clínica
Médica – Nutrologia ) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de
Medicina .
1. Obesidade Mórbida 2. Atividade física 3. Teste de seis minutos de
caminhada 4. Qualidade de vida 5. HAQ-DI 6. Moorehead-Ardelt
7 – Nutrologia
I – Tese (Doutorado)- Faculdade de Medicina II – Título
v
Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis”
Bertold Brecht
vi
A Minha esposa Mônica e a meu filho Arthur
vii
AGRADECIMENTOS
Foram muitos os que participaram deste empreendimento. A realização deste
trabalho faz parte de um projeto grandioso que teve início no início dos anos 2000.
Durante pouco mais de dois anos, frequentei como fellow o serviço de cirurgia geral do
Hospital de Ipanema, pioneiro na realização de cirurgias bariátricas no estado do Rio
de Janeiro. O aprendizado no atendimento aos pacientes, adquirido através da estreita
convivência com a maravilhosa equipe cirúrgica daquele hospital foi fundamental para
que pudéssemos trazer para o Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF) um projeto
de atendimento ao obeso mórbido que teve início com uma equipe multidisciplinar
composta apenas por mim, uma nutricionista e uma assistente social. Hoje nosso
grupo é formado por mais de 20 profissionais de saúde das mais diversas áreas.
São sinceros meus agradecimentos aos doutores Fernando Barroso e Marco
Antônio Leite, chefe e subchefe do serviço de cirurgia do Hospital de Ipanema; pela
gentil acolhida, pelos valiosos ensinamentos e pela franca amizade que cultivamos até
os dias de hoje. Também muito importante foi o apoio que recebi quando o projeto
ainda era um sonho. Ele não teria sido possível sem a participação do professor José
Egídio, meu orientador a quem agradeço por toda ajuda e pela ampla confiança
depositada em mim. Também seria impossível chegar ao fim desta etapa sem a
amizade e o apoio do professor Vinícius da Silveira, cirurgião do HUCFF que acreditou
no trabalho desde o seu início. Agradeço também ao professor Adolpho Milech,
sempre um incentivador e à valiosa ajuda da professora Valéria Bender durante a
revisão final deste manuscrito. Não posso deixar de agradecer àqueles que me
auxiliaram na busca de uma correta adequação da metodologia estatística: doutores
Bernardo Tura, e Marco Aurélio Pereira e Mauricio Gama; e também ao doutor Marcio
Aurélio Castro pelo suporte nas dosagens laboratoriais, ao técnico de laboratório
Leomar, por ter cumprido a difícil tarefa de coleta de sangue dos pacientes e à
doutora. Ilana Dines pela ajuda logística. Por fim e não menos importante, serei
sempre grato pela oportunidade de ter encontrado em meu caminho profissionais da
mais alta competência, pelos quais nutro muita admiração, respeito e carinho: Ana
Carolina Nader Messias, Gustavo Gavina, José Quaresma, Denise Xerez, Nelson
Caldas sem esquecer dos que já encerraram sua participação no programa:
Alexandrina Queiróz, Lucy e Naira. Agradeço a secretária da pós graduação Teresa
Gouda pela ajuda logística e também a toda equipe do serviço de Medicina Fisica e
Reabilitação do HUCFF, em especial às senhoras. Rosimeri e Vera do bolo, pelo
maravilhoso e incansável trabalho voluntário que juntas realizam.
viii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ...................................................................................... xi
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................... xii
LISTA DOS ANEXOS .................................................................................... xiii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ......................................................... xiv
RESUMO ........................................................................................................ xv
ABSTRACT ..................................................................................................... xvi
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1
1.1 - Obesidade Mórbida e Qualidade de vida ................................................ 1
1.2 - Teste de 6 minutos de Caminhada .......................................................... 4
1.3 - Questionários de Qualidade de Vida ....................................................... 5
1.3.1 – Stanford Health Assessment Questionnaire
- Disability Index ( HAQ – DI ) .................................................….................. 5
1.3.2 - Moorehead Ardelt Quality of Life
Questionnaire II ( MA QoLQII ) .................................................................... 6
1.4 - Exercício Físico em Grandes Obesos ....................................................... 7
1.5 – Alterações metabólicas associadas à Obesidade mórbida ....................... 9
2 – OBJETIVOS ...............................................................................................
10
2.1 – Geral .................................................................................................. 10
2.2 – Específicos ........................................................................................ 11
3 - PACIENTES E MÉTODOS ........................................................................ 11
3.1 – Aspectos éticos ............................................................................ 11
3.2 – Delineamento do estudo ...................................................................
12
3.3 – Programa de atividades físicas ........................................................
14
3.4 – Orientação nutricional ....................................................................... 14
3.5 - Critérios de inclusão .. ....................................................................... 15
3.6 - Critérios de exclusão ......................................................................... 15
3.7 - Avaliação antropométrica .................................................................. 16
ix
3.8 – Teste de 6 minutos de caminhada........................................................ 17
3.9 – Avaliação de qualidade de vida ........................................................... 18
3.10 - Avaliação da perda de peso ................................................................. 19
3.11 - Dosagens laboratoriais ........................................................................ 19
4 -TRATAMENTO ESTATÍSTICO ................................................................... 23
5 - RESULTADOS ........................................................................................... 24
5.1 - Analises descritivas da amostra inicial de pacientes ...............................
24
5.2 - Analise descritiva do grupo de pacientes que completou o estudo ........ 26
5.3 - Análise dos resultados do programa de preparo pré-operatório ............. 27
5.3.1 - Impacto no peso e no IMC .................................................................... 27
5.3.2 - Impacto no teste de 6 minutos de caminhada .....................................29
5.3.3 - Estudo das correlações entre os parâmetros utilizados
para aferição da perda de peso e as diferenças de
resultados entre o segundo e o primeiro teste
de seis minutos de caminhada. ......................................................... 32
5.3.4 - Impacto do programa nos questionários de qualidade de vida ........... 33
5.3.5 - Estudo do impacto da variação ponderal obtida com o
programa na qualidade de vida dos pacientes. ................................. 39
5.3.6 - Estudo das correlações entre as mudanças no escores das
variáveis de escala – HAQ-DI e MA QoLQII vs
diferenças entre a distância percorrida ao fim do
segundo teste e ao fim do primeiro teste ..............................................40
5.3.7 - Impacto do programa no perfil clínico e bioquímico / metabólico ......... 41
5.3.8 - Estudo do impacto da variação ponderal obtida com
o programa nas diferenças observadas nos valores de
colesterol total, do ldl-colesterol e do fibrinogênio ................................
42
x
6 – DISCUSSÃO .............................................................................................. 43
6.1 - Considerações iniciais sobre o estudo ............................................... 43
6.2 – Discussão dos resultados do T6M .......................................................... 45
6.3 - Discussão dos achados referentes aos
questionários de qualidade de vida.......................................................... 47
6.4 - Discussão dos resultados das análises clinicas e laboratoriais .............. 51
7 - CONCLUSÕES ............................................................................................53
8 – PERSPECTIVAS ........................................................................................
54
9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 56
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Descrição da amostra inicial de pacientes ........................................... 24
Tabela 2 – Características dos pacientes que não terminaram o estudo ........ 25
Tabela 3 - Descrição da amostra que completou o estudo ........................... 26
Tabela 4 - Média do peso e do IMC no início e ao final do programa ..............27
Tabela 5 - Parâmetros do teste de 6 minutos de caminhada no início
e ao final do programa ................................................................ 30
Tabela 6 – Grau de correlação entre variáveis quantitativas –
diferença entre as performances do 2º e do 1
o
teste
de 6 minutos de caminhada vs Perda ponderal. ........................... 32
Tabela 7 - Parametros de avaliação da qualidade de vida – Questionários
HAQ-DI e MAQoLQII antes e após o programa ............................ 34
Tabela 8 - Grau de correlação entre as mudanças no escores das
variáveis de escala – HAQ-DI e MA QoLQII vs medidas
de Perda de peso. ......................................................................... 39
Tabela 9 Grau de correlação entre as mudanças no escores das
variáveis de escala – HAQ-DI e MA QoLQII vs diferença
entre a distância percorrida ao fim do segundo teste e ao
fim do primeiro teste .................................................................. 40
Tabela 10 - Parâmetros Clínicos e bioquímicos antes
e depois do programa .................................................................. 41
Tabela 11 - Grau de correlação entre as diferenças encontradas
nas variáveis quantitativas bioquímicas vs
Perda de peso ............................................................................. 42
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fluxograma do estudo ................................................................... 13
Figura 2 - Razões pelas quais os pacientes não terminaram o estudo .......... 26
Figura 3 – Impacto do programa na perda de peso ....................................... 28
Figura 4 – Aferição de perda de peso obtida através do programa ............. 28
Figura 5 – Classificação do grau de incapacidade física, pelo HAQ-DI
antes do início do programa. ...................................................... 35
Figura 6 – Classificação do grau de incapacidade física pelo HAQ-DI
ao fim do programa ....................................................................... 35
Figura 7 – Classificação dos pacientes com relação a média do escore
do HAQ-DI para população normal, antes do início do programa... 36
Figura 8 – Classificação dos pacientes com relação a média do escore
do HAQ-DI para população normal, ao final do programa .............. 36
Figura 9 - Classificação dos pacientes com relação a média do escore
do MA QoLQII, antes do início do programa. ................................. 37
Figura 10 - Classificação dos pacientes com relação a média do
escore do MA QoLQII, ao final do programa .............................. 38
xiii
LISTA DE ANEXOS
A.1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A.2 - Questionário do Estudo
A.3 - Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II ( MA QoLQII )
A.4- Stanford Health Assessment Questionnaire - Disability Index ( HAQ – DI )
A.5 - Características dos pacientes ao início do estudo, variáveis clinicas e
bioquímicas .
A.6 - Características dos pacientes ao final do estudo, variáveis clinicas e
bioquímicas
A.7 - Parâmetros do teste de 6 minutos de caminhada ao início do estudo de
cada paciente.
A.8 - Parâmetros complementares do teste de 6 minutos de caminhada ao
início do estudo de cada paciente
A.9 - Parâmetros do teste de 6 minutos de caminhada ao final do estudo de
cada paciente.
A.10 - Parâmetros complementares do teste de 6 minutos de caminhada ao
final do estudo de cada paciente
A.11 - Escores dos questionários de qualidade de vida HAQ-DI e MA QoLQII
ao início do estudo para cada paciente
A.12 - Escores dos questionários de qualidade de vida HAQ-DI e MA QoLQII
ao final do estudo para cada paciente
A.13 - Outros Parâmetros estudados
A.14 - Produção científica relacionada à tese
xiv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
IMC - Índice de Massa Corpórea
PROCIBA - Programa de preparo pré-operatório para obesos mórbidos -
UFRJ
DM2 - diabetes tipo 2
T6M - Teste de 6 minutos de caminhada
HAQ – DI - Stanford Health Assessment Questionnaire - Disability Index
MA QoLQII - Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II
TG - triglicerídeos
HDL - Lipoproteina de alta densidade
LDL - Lipoproteína de baixa densidade
PLIN - Percentual do limite inferior da distância previsto para o T6M
LIN - limite inferior da distância previsto para o teste de 6 minutos
% EPP - Percentual de excesso de peso perdido
% EIMCP - Percentual de excesso de IMC perdido
TSH - Hormônio Tireoestimulante
T4 L - fração livre da tiroxina
HB A1C - Hemoglobina glicada
fc - freqüência cardíaca
Sat O2 - Saturação de oxigênio
HOMA-R - “homeostasis model assessment” – R
PAS - Pressão arterial sistólica
PAD - Pressão arterial diastólica
TGO - Transaminase oxaloacética
TGP - Transaminase pirúvica
GGT - Gama glutamil transpeptidase
Ht - Hematócrito
Hb - hemoglobina
xv
RESUMO
Trinta e sete pacientes portadores de obesidade severa, com Índice de Massa
Corpórea (IMC) variando de 38,82 Kg/m
2
a 64,59 Kg/m
2
na fila de espera para
realização de cirurgia bariátrica foram admitidos no Programa de Preparo para
Cirurgia Bariátrica do Hospital Clementino Fraga Filho (PROCIBA),com ênfase
na prática de atividades físicas regulares supervisionadas. Antes de iniciar as
atividades foram avaliados os seguintes parâmetros: Questionários de
qualidade de vida – Stanford Health Assessment Questionnaire - Disability
Index ( HAQ – DI ) e Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II ( MA
QoLQII ); teste de seis minutos de caminhada (T6M) e avaliação clínico
metabólica. Vinte e três pacientes completaram as atividades do programa e
foram reavaliados ao final de 90,39 dias (entre 55 e 123 dias). Dezenove
pacientes (82,6%) perderam peso com o programa. O IMC foi menor ao final do
programa se comparado ao início, respectivamente (47,98 ± 6,10 kg/m
2
vs
49,66 ± 6,93 kg/m
2
, p <0,01). A distância percorrida durante o T6M foi superior
ao final do programa se comparada ao início, respectivamente (556,26 ± 42,27
m. vs 528,34 ± 44,56 m, p <0,01 ). A melhora na performance no T6M não se
correlacionou com a perda de peso obtida com o PROCIBA. O escore do HAQ-
DI foi menor (mais favorável) ao final do programa quando comparado ao seu
início, respectivamente (0,51 ± 0,45 vs 1,04 ± 0,68, p = 0,002). O escore do MA
QoLQII foi superior (mais favorável) ao fim do programa se comparado ao seu
início, respectivamente (1,57 ± 1,0 vs 0,078 ± 1,49, p < 0,01). As melhoras
obtidas na avaliação do HAQ-DI se correlacionaram positivamente com o
percentual de excesso de peso perdido (%EPP), ( rho = 0,51, p = 0,01). Os
valores do colesterol total e do LDL-colesterol foram menores ao final do
programa se comparados ao início deste, respectivamente (166,78 ± 22,47
mg/dl vs 179,52 ± 31,30 mg/dl, p < 0,05 e 87,02 ± 20,21 mg/dl vs 108,73 ±
31,27 mg/dl, p < 0,01). A melhora nos valores de LDL-colesterol se
correlacionou com o %EPP (r = 0,42, p< 0,05). Concluímos que a prática de
atividades físicas por obesos mórbidos é exeqüível e pode se acompanhar de
benefícios no perfil lipídico e na qualidade de vida de seus praticantes. A perda
de peso se correlacionou com a melhora no escore do HAQ-DI e do perfil
lipídico, mas não com a melhora na performance do T6M.
xvi
ABSTRACT
Thirty seven morbidly obese patients – body mass index (BMI) ranging from
38,82 Kg/m
2
to 64,59 Kg/m
2
(medium : 49,44 ± 6,46 Kg/m
2
), waiting for
bariatric surgery were admitted on the Bariatric Preoperative Program of
Hospital Clementino Fraga Filho ( PROCIBA ), focused on supervised and
regular practice of physical activities. Before start on the activities the following
parameters were evaluated: Quality of life questionnaires - Disability Index
( HAQ – DI ) and Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II (MA
QoLQII), six-minute walk test (T6M) and metabolic and clinical evaluation.
Twenty three patients completed the program and were re-evaluated after a
period of 90,39 days (between 55 and 123 days). Nineteen patients (82,6%)
had lost weight at the end of the program. BMI were lower at the end of the
program when compared to its start, respectively (47,98 ± 6,10 Kg/m
2
vs 49,66
± 6,93 Kg/m
2
, p <0,01). The distance covered during the T6M were higher at the
end when compared to the start of the program, respectively (556,26 ± 42,27
mts vs 528,34 ± 44,56 mts , p <0,01). The improvement on the performance of
T6M didn’t correlate with the percent excess weight loss (%EWL). The score of
HAQ-DI was lower (better) at the end of the program when compared to its
start, respectively (0,51 ± 0,45 vs 1,04 ± 0,68, p< 0,01 ). The score of MA
QoLQII was higher ( better ) at the end of the program when compared to its
start, respectively (1,57 ± 1,0 vs 0,078 ± 1,49 , p < 0,01). The improvement on
HAQ-DI had a positive correlation with the %EWL (rho = 0,51, p = 0,01).
Cholesterol and LDL-cholesterol levels were lower at the end when compared
to the start of the study, respectively (166,78 ± 22,47 mg/dl vs 179,52 ± 31,30
mg/dl, p < 0,05 and 87,02 ± 20,21 mg/dl vs 108,73 ± 31,27 mg/dl, p < 0,01).
The improvement on LDL-cholesterol correlated with the %EWL ( r = 0,42, p<
0,05 ). We conclude that a program focused on exercises practice is applicable
for morbidly obese patients and can lead to benefic effects on lipid profile and to
an improvement on quality of life of this population. The %EWL correlated with
the improvements on HAQ – DI scores and with the lipid profile, but with the
improvement on T6M performance.
1
1 - INTRODUÇÃO:
1.1 - OBESIDADE MÓRBIDA E QUALIDADE DE VIDA
Nos últimos anos, a obesidade vem ganhando espaço na mídia e no meio
científico. Antes, considerada um distúrbio de pouca importância clinica - a própria
comunidade científica considerava a obesidade um distúrbio relacionado a maus
hábitos e pouca determinação - o obeso seria então um indivíduo sem força de
vontade e totalmente responsável pela sua condição clínica. Hoje, sabe-se que o
excesso de peso é um distúrbio de origem multifatorial
[1]
. Em sua gênese estão
envolvidos fatores genéticos
[2]
; culturais e socioeconômicos
[3]
; metabólicos
[4]
e
psíquicos
[5]
. O excesso ponderal é, portanto uma condição crônica, extremamente
difícil de tratar, sobretudo se considerarmos resultados mantidos após longos
períodos de observação
[6],[7]
.
O conceito de obesidade mórbida, revisto pela Organização Mundial de Saúde
[8]
,
corresponde àqueles que têm seu índice de massa corporal ( IMC em Kg/m
2
)
superior à 40 Kg/m
2
. A partir de 50 e 60 Kg/m
2
, o indivíduo é considerado super-
obeso ou super-super obeso respectivamente
[9]
.
Nos EUA, a prevalência da obesidade mórbida é de aproximadamente 4,8%
[10]
.
No Brasil, observam índices de prevalência mais modestos – 0,3% da população
[11].
Este dado se torna mais significativo quando transformado em número absoluto, o
que corresponderia a um número aproximado de 600 mil obesos mórbidos vivendo
em nosso país. Os obesos mórbidos têm sua expectativa de vida abreviada por sua
condição clínico-metabólica
[12]
. Podem apresentar um risco para mortalidade até 12
vezes superior a indivíduos não obesos, se considerada a faixa etária dos 25 aos 34
anos
[13]
. São mais propensos ao desenvolvimento de hipertensão arterial
[14]
,
2
resistência insulínica e diabetes do tipo 2 ( DM 2 )
[15]
;distúrbios respiratórios
[16]
e
ortopédicos
[17]
e são sabidamente menos sensíveis a terapêutica comportamental
ou medicamentosa
[18]
. Não menos importante é o significativo impacto que o
excesso ponderal pode exercer na qualidade de vida dos grandes obesos, sobretudo
no que se refere às questões de mobilidade e deambulação. Tanto que o hoje
consagrado termo “obesidade mórbida” foi concebido a partir de 1963, quando
Payne e DeWind procuravam uma forma de justificar às seguradoras de saúde
americanas o uso de recursos cirúrgicos para o tratamento de grandes obesos
[18].
Muitos trabalhos já foram publicados celebrando os benefícios clínico-
metabólicos decorrentes da perda de peso obtida com as chamadas cirurgias
bariátricas, entretanto poucos se interessaram por avaliar o impacto da realização de
atividades físicas de forma rotineira neste segmento da população - Talvez pela
dificuldade em se imaginar um grande obeso com todas suas possíveis limitações e
co-morbidades realizando exercícios de maneira segura e obtendo benefícios a
partir desta prática. Entretanto, no início dos anos 2000, durante a fase inicial de
implantação do Programa de Cirurgia Bariátrica do HUCFF / UFRJ (PROCIBA),
observamos nos pacientes que durante a fase de preparo pré-operatório
freqüentaram o programa de exercício físico do serviço de Fisiatria (concebido e
desenvolvido especialmente para obesos mórbidos) uma importante melhora em
vários parâmetros clínico-metabólicos tais como: IMC, níveis de Pressão arterial,
glicemia, além de uma melhora subjetiva na qualidade de vida. A partir destas
observações procuramos desenvolver um trabalho que nos permitisse verificar o
impacto que este modelo de preparo pré-operatório pudesse exercer na qualidade
de vida desses indivíduos.
3
Em fevereiro de 2007 publicamos o primeiro caso na literatura mundial de um
procedimento cirúrgico bariátrico em uma portadora de nanismo acondroplásico;
utilizando o teste de 6 minutos de caminhada como parâmetro de mobilidade e de
qualidade de vida. A paciente em questão, na ocasião de sua primeira avaliação, em
maio de 2004 pesava 144 Kg o que correspondia a um IMC de 95,18 Kg/m
2
. Suas
limitações eram tão grandes que ela precisava do auxílio permanente de um apoio
para manter-se de pé. Após o programa de reabilitação com ênfase em atividades
físicas aquáticas ela perdeu peso suficiente para ter otimizada a deambulação e
pôde ser submetida à gastroplastia sem intercorrências em setembro de 2005, então
com 125 Kg ( IMC – 82,26 Kg/m
2
)
[19]
. Esta paciente encontra-se hoje em
acompanhamento em nosso ambulatório. Em Março de 2007, época de sua última
consulta estava com 70,600 Kg (IMC – 45,55 Kg/m
2
) e demonstrou evolução
favorável nos parâmetros do teste de 6 minutos.
Promover melhorias na qualidade de vida nos portadores de obesidade mórbida
através de medidas não cirúrgicas é de fundamental importância, sobretudo pela
dificuldade que estes indivíduos enfrentam quando procuram o sistema de saúde
público brasileiro visando o tratamento cirúrgico do seu problema. Dados do
ministério da saúde informam que no ano de 2006 o SUS realizou pouco mais de
2500 cirurgias bariátricas em todo o território nacional
[20]
. Ainda que subestimado,
este número é muito pequeno, tendo em vista a crescente prevalência do problema
em nosso país e justifica o porquê da formação de imensas filas de pacientes
aguardando o tratamento cirúrgico nos diversos centros credenciados do Brasil.
Embora carentes de estudos mais detalhados sobre a situação dos pacientes nas
filas de espera para a cirurgia, sabemos que são poucos os serviços que oferecem
4
através de abordagem multidisciplinar uma oportunidade de melhora nas condições
de saúde dos grandes obesos.
1.2 - TESTE DE 6 MINUTOS DE CAMINHADA
O surgimento de testes de caminhada data da década de 60. Por serem mais
precisos do que inquéritos do tipo “self report”, ganharam popularidade no meio
científico como instrumentos de avaliação da capacidade de o indivíduo realizar
atividades do dia-dia, portanto indicativos de qualidade de vida
[21]
. O teste de seis
minutos de caminhada ( T6M ) vem sendo celebrado como uma técnica de fácil
aplicação e reprodutibilidade
[22]
. É considerado também mais bem tolerado pelo
paciente do que seus precursores, que por terem maior duração submetiam
pacientes com limitações respiratórias a uma exaustão desnecessária
[23]
. Ao
submetermos o paciente ao exercício de caminhada, avaliamos a integração de
diversos sistemas: aparelhos respiratório e cardiovascular, equilíbrio e sistema
músculo esquelético; atuando em uma capacidade funcional sub-máxima, que
corresponde justamente aos limites alcançados em nossas atividades rotineiras
[24]
.
Atualmente o teste de 6 minutos de caminhada é utilizado como instrumento de
avaliação do tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e da
insuficiência cardíaca congestiva ( ICC ); em pacientes submetidos a transplante
pulmonar, portadores de doença vascular periférica, fibrose cística e também como
indicativo de qualidade de vida de idosos
[21]
. Pode ainda ter papel preditor de
hospitalização e morte por ICC, DPOC e Hipertensão pulmonar
[21]
. O teste é contra-
indicado em pacientes com angina instável ou naqueles que sofreram evento
coronariano isquêmico há menos de um mês e deve ser evitado nos que
5
apresentarem freqüência cardíaca basal superior a 120 batimentos por minuto (bpm)
ou hipertensão arterial descompensada no momento do exame
[21]
.
O T6M já foi utilizado anteriormente para avaliação da qualidade de vida e
mobilidade em obesos e obesos mórbidos
[25]
. Maniscalco e colaboradores
publicaram recentemente, trabalho avaliando o impacto da perda de peso decorrente
da cirurgia bariátrica em 15 obesos mórbidos, que tiveram sensível melhora na
capacidade funcional após um ano de observação
[26]
.
O excesso de peso pode ser
considerado um fator de má performance no teste
[27]
, o que justifica sua utilização
em grandes obesos, sobretudo como instrumento de avaliação do impacto de
determinada intervenção terapêutica.
1.3 - QUESTIONÁRIOS DE QUALIDADE DE VIDA
1.3.1 – Stanford Health Assessment Questionnaire - Disability Index ( HAQ
– DI )
O HAQ é um questionário previamente validado e traduzido para o português e
exaustivamente utilizado como avaliador de qualidade de vida em portadores de
diversas doenças crônicas, apesar de ter sido concebido para ser aplicado em
pacientes com artrite reumatóide
[28]
. O índice de incapacidade do questionário HAQ
(HAQ-DI) contempla oito parâmetros de atividades: vestir-se, levantar-se, comer,
caminhar, cuidar da higiene pessoal, alcançar objetos e pegá-los e ainda o
desempenho de atividades rotineiras não específicas. A pontuação do questionário
varia de zero (paciente sem comprometimento) a 3 (paciente com o máximo de
incapacidade). Considera-se um escore de “leve incapacidade” de 0 – 1; entre 1 – 2
: moderado a severo ; entre 2 – 3 : severo a muito severo. A média para população
6
normal é de 0,49; para populações com artrose é de 0,80 e para artrite reumatóide é
de 1,20.
Não encontramos na literatura trabalhos visando avaliar pacientes obesos
mórbidos através deste questionário, entretanto Oeser e colaboradores utilizaram
uma versão modificada deste instrumento para avaliar o impacto da obesidade na
capacidade funcional de pacientes com Lupus Eritematoso Sistêmico
[29]
. A
utilização deste questionário em portadores de obesidade mórbida apesar da
carência de estudos prévios pode ser interessante uma vez que é inequívoco o
impacto que o excesso de peso pode trazer na realização de atividades ditas
rotineiras
[30]
.
1.3.2 - Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II ( MA QoLQII )
Em 2003 foi publicado no periódico Obesity Surgery o artigo que estabeleceu a
validação do MA QoLQLII como instrumento de avaliação de qualidade de vida em
obesos mórbidos
[31]
. Desenvolvido a partir do Bariatric Analyses and Reporting
System (BAROS)
[32]
- um instrumento de avaliação dos resultados da cirurgia
implantado a partir de 1998 – o MA QoLQLII tem sido utilizado como instrumento de
avaliação do impacto da cirurgia bariátrica na qualidade de vida dos pacientes
[33],[34]
.
Baseia-se na visualização de uma escala de figuras, é de fácil aplicação, seu
preenchimento é muito simples e não dura muito mais que 1 minuto. Contempla seis
aspectos: 1- auto-avaliação do estado geral, 2 - realização de atividades físicas, 3 -
contato social, 4 - desempenho no trabalho, 5 - prazer em afetividade e/ou sexo; e 6
- relação do paciente com a comida. Ao final, a soma dos resultados é calculada e
considerada para análise. A escala varia de um escore mínimo de 3 pontos
7
negativos, até o máximo de 3 pontos. Classifica-se a qualidade de vida do paciente
como muito ruim quando o somatório dos escores varia entre – 3 a – 2,1. Escores
entre – 2 e –1,1 correspondem a uma qualidade de vida ruim. Entre –1 e 1
satisfatória; entre 1,1 e 2; boa e entre 2,1 e 3; muito boa. Não encontramos relatos
da utilização deste questionário como instrumento de avaliação de medidas não
cirúrgicas para o tratamento da obesidade mórbida. Este questionário já vem sendo
utilizado por alguns grupos no nosso país, porém a versão em português ainda não
foi validada.
1.4 - EXERCÍCIO FÍSICO EM GRANDES OBESOS:
A prática de atividades físicas regulares constitui importante componente de
qualquer estratégia que vise sucesso no controle ponderal de longo prazo. O
exercício otimiza os resultados da fase inicial do tratamento
[35]
e também dificulta o
reganho de peso, comum no acompanhamento crônico
[36]
. A prática regular de
atividades físicas, de fato possibilita melhor controle do peso a longo-prazo, e é
capaz de influenciar na prevenção do ganho ponderal que ocorre com o passar dos
anos na maioria dos indivíduos. Haapanen e colaboradores
[37]
publicaram em 1997
um trabalho que avaliou a variação do peso de mais de 5000 indivíduos após 10
anos de observação (entre 1980 e 1990) e que foram classificados da seguinte
maneira : 1 - aqueles que iniciaram a década de 80 sem atividades físicas e
entraram nos anos 90 praticando exercícios regularmente, 2 - os que iniciaram os
anos 80 praticando e finalizaram a década sedentários, 3 - os que permaneceram
com atividades regulares no decorrer da década e 4 - os que permaneceram
sedentários do início ao fim da década de 80. A análise dos resultados mostrou
importante correlação entre ganho de peso no decorrer desses 10 anos, não
8
somente com a ausência de realização de exercícios, mas especialmente com a
cessação desta prática no decorrer dos anos de estudo. Isto justifica pensar que
para aproveitar o efeito benéfico que o exercício físico pode trazer à saúde, é de
fundamental importância o fomento de estratégias que facilitem a aderência ao
programa de exercícios; promovendo a realização de atividades compatíveis com as
limitações e interesses do paciente evitando o desgaste, estimulando a manutenção
das atividades em casa ou nas proximidades, facilitando e estimulando contato
freqüente com a equipe de apoio.
A prática regular de atividades físicas pelo portador de obesidade mórbida é um
desafio que merece uma investigação mais profunda. O obeso mórbido apresenta
inúmeros distúrbios clínico-metabólicos, que justificam a procura de medidas
terapêuticas para melhorar sua saúde através da perda de peso; entretanto estes
mesmos problemas podem dificultar sobremaneira a execução de atividades até
mesmo ditas rotineiras. Distúrbios osteoarticulares
[38]
, cardiovasculares
[39]
, diabetes
e dislipidemias
[40]
; são associados ao estado de obesidade mórbida e impõem riscos
à realização de exercícios por este grupo de indivíduos. Portanto é necessário,
quando da concepção de um programa de exercícios específico para obesos
mórbidos, adaptações na maneira de execução das atividades a fim de se respeitar
limitações impostas pelo grande acúmulo de gordura no organismo, estabelecendo
assim expectativas e metas tangíveis, sem abrir mão da segurança. Muitas vezes a
realização de simples caminhada ou de exercícios leves na água podem trazer
grandes benefícios ao paciente. Portanto durante a concepção e condução do
programa de atividades físicas para obesos mórbidos do PROCIBA, procuramos
desenvolver uma programação de exercícios compatíveis com as condições clínicas
de cada paciente e também estimular a realização de atividades leves em casa ou
9
nas proximidades visando aumentar o gasto energético diário. Além disso, contamos
com o apoio de dois cardiologistas, sendo um deles especialista em medicina do
exercício.
1.5 – ALTERAÇÕES METABÓLICAS ASSOCIADAS À OBESIDADE
MÓRBIDA
O impacto do excesso de peso nos níveis de glicemia plasmática já foi
exaustivamente demonstrado. A obesidade interfere sobremaneira na fisiopatologia
do Diabetes Mellitus do tipo 2 (DM2). Elegante estudo longitudinal iniciado na
década de setenta
[41]
mostrou que o risco relativo de apresentar DM2 clinicamente
manifesta em mulheres variou de 0,13 – nas que perderam em média mais de 20 kg
durante os 14 anos de observação; a 12,3 – nas que ganharam mais de 20 kg no
decorrer do mesmo período. Indivíduos obesos, em especial aqueles com
diminuição da sensibilidade à insulina apresentam alterações no metabolismo dos
lipídios, caracterizadas pelo aumento das concentrações de triglicerídeos (TG) e
lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL - colesterol) e redução de lipoproteína
de alta densidade (HDL-colesterol)
[42, 43]
, elevação dos níveis de pressão arterial,
[44],[45],[46]
estando portanto predispostos ao desenvolvimento de coronariopatia
isquêmica
[47]
. A distribuição da gordura corporal merece atenção especial uma vez
que a chamada obesidade andróide (distribuição “central” da gordura) guarda maior
relação com o desenvolvimento de diabetes
[48]
, hipertrigliceridemia e redução dos
níveis plasmáticos de HDL-colesterol
[49]
, hipertensão
[50]
e doença coronariana
[51]
.
Em obesos mórbidos a medida da cintura não parece ter a mesma importância
que em pacientes com índices menores de IMC, quando da sua correlação com as
10
variáveis componentes da chamada “síndrome metabólica”
[52], [53]
. Neste grupo de
pacientes, além da dificuldade técnica na medida e reprodutibilidade, encontramos
uma heterogeneidade que pode ter relação no padrão de distribuição de gordura
troncular, uma vez que pelo menos três importantes sítios de deposição de gordura
– subcutânea, pré-peritoneal e visceral podem interferir significativamente na
aferição do perímetro da cintura de determinado paciente
[53]
.
Recente trabalho mostrou diferença na expressão do RNA mensageiro ( mRNA )
dos peroxisome proliferator-activated receptors ( PPAR) do tipo PPAR β/δ nestes
diferentes reservatórios de gordura em pacientes portadores de obesidade mórbida
submetidos a cirurgia bariátrica
[54]
. Os até então pouco estudados PPAR β/δ podem
modular o aumento do catabolismo de ácidos graxos e a geração de energia no
tecido adiposo e muscular, e são capazes de suprimirem atividade inflamatória
mediada por macrófagos
[55]
.
2 - OBJETIVOS
2.1 – GERAIS:
Avaliar a possibilidade da prática regular de atividades físicas com segurança
por portadores de obesidade mórbida.
Avaliar o efeito de um programa voltado a pratica regular de exercícios físicos
desenvolvido para portadores de obesidade severa em fase preparatória para
cirurgia bariátrica sobre parâmetros metabólicos, de perda de peso, de
capacidade funcional e de qualidade de vida.
11
2.2 – ESPECÍFICOS :
Determinar as alterações decorrentes do programa de exercícios físicos no
peso, no IMC e em parâmetros clínico metabólicos.
Avaliar a qualidade de vida de grandes obesos antes e depois de participarem
do programa de exercícios físicos, através da análise dos escores dos
questionários HAQ-DI e MA QoLQII.
Avaliar os parâmetros do teste de 6 minutos de caminhada em indivíduos com
IMC superior a 35 Kg/m
2
antes e depois de participarem do programa pré-
operatório.
Determinar o grau de associação entre as variáveis estudadas e a evolução
ponderal dos pacientes.
3 - PACIENTES E MÉTODOS :
3.1 ASPECTOS ÉTICOS
O estudo teve início após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Universidade Federal
do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) (Projeto nº CAAE 1041.0.197.000-05). A inclusão
12
de cada paciente no estudo foi feita mediante autorização formal, por meio de
assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A.1), após
esclarecimentos sobre os objetivos e procedimentos do estudo por parte do
pesquisador, de acordo com as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Ética em Pesquisa (CONEP - lei 196/1996) e Conselho Nacional de Saúde (1987).
3.2 – DELINEAMENTO DO ESTUDO
Foram avaliados inicialmente 37 pacientes com IMC entre 35 e 70 Kg/m
2
que
estavam em fila de espera para gastroplastia no Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho (HUCFF – UFRJ) entre 11/05/2005 a 10/07/2006 e que foram incluídos
no trabalho conforme a chegada no serviço. Os 23 pacientes que permaneceram no
estudo até sua conclusão tiveram seus dados coletados na fase inicial do estudo e
em média 90,39 ± 20,53 dias após o primeiro (entre 55 e 123 dias).
Após a avaliação clínica, a coleta do sangue, a realização do teste de seis minutos
de caminhada e a aplicação dos questionários de qualidade de vida, (respeitando-se
um intervalo máximo de 15 dias), iniciou-se o período de atividade física
supervisionada.
Foi estabelecido o prazo mínimo de 50 dias para a participação no programa de
atividade física supervisionada. Este prazo foi instituído uma vez que após a
implantação do programa de preparo físico pré-operatório realizado pelos Serviços
de Fisiatria e de Nutrologia do HUCFF-UFRJ, chamou-nos atenção o bem estar
gerado pela atividade física regular supervisionada com reflexos positivos na perda
13
de peso e na condição clínica pré-operatória nos primeiros pacientes acompanhados
por um período inferior a dois meses.
Em todos os pacientes, foi realizada avaliação prévia pelo cardiologista da
equipe a fim de avaliar a possibilidade de execução do programa de atividade física
proposto. Esta avaliação incluiu eletrocardiograma de repouso e foi repetida
novamente ao final do estudo, com o mesmo examinador. Todos os parâmetros
avaliados antes do início do programa foram reavaliados após seu encerramento,
seguindo a mesma metodologia. Os dados referentes ao fim do programa foram
coletados em um período inferior a 15 dias do término das atividades.
Chegada do paciente
ao servi
ç
o
Avaliação cardiológica,
Eletrocardiograma,
T6M
Avaliação clinica
Coleta de sangue
para análises
laboratoriais
Aplicação dos
questionários de
qualidade de vida
Programa de atividade físicas – PROCIBA
3 palestras com nutricionista
Avaliação cardiológica
Eletrocardiograma,
T6m
Avaliação
clinica
Coleta de sangue
para análises
laboratoriais
Aplicação dos
questionários de
qualidade de vida
Figura 1 – Fluxograma do estudo.
14
3.3 - PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA:
O programa de atividades físicas foi dividido em duas fases. A primeira com
duração média de 30 dias, consistiu em atividades específicas de trabalho e
estímulo da dinâmica respiratória, alongamento e exercícios de flexibilidade. Na
segunda fase do programa, os pacientes realizaram atividades predominantemente
aeróbicas como caminhadas e ginásticas de solo de baixo impacto. As atividades
foram desenvolvidas em grupo com aulas de uma hora de duração, no turno da
manhã, duas vezes por semana no ginásio do serviço de Fisiatria do HUCFF,
sempre com a supervisão de profissionais da fisioterapia e com o apoio da equipe
médica - clínica do serviço. Foram considerados aptos para permanecerem no
estudo e terem seus dados avaliados ao final do programa, aqueles que
freqüentaram pelo menos 2/3 das atividades programadas. Os pacientes receberam
material educativo e foram incentivados a manter a pratica de atividades físicas
enquanto estivessem ausentes do programa.
3.4 - ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Os pacientes participaram de três palestras com a nutricionista do serviço sobre
a adoção de bons hábitos alimentares e orientados no sentido de seguir uma dieta
de aproximadamente 2000 Kcal. As palestras tiveram duração média de 30 minutos.
Estes encontros se repetiram uma vez por mês até o final do estudo.
15
3.5 - CRITÉRIOS DE INCLUSÃO :
* Ter IMC entre 35 e 70 Kg/m
2
.
* Estar inserido no programa de pré-operatório de gastroplastia do Hospital
Clementino Fraga Filho – UFRJ.
* Ter entre 20 e 55 anos.
* Ter freqüentado pelo menos 2/3 das sessões do programa de exercícios.
* Concordância pelo cardiologista da equipe para participação no programa de
exercícios.
* A não realização de atividades físicas regulares pelo menos nos últimos três
meses antecedentes ao início do estudo.
* Participação em pelo menos duas palestras com a nutricionista.
3.6 - CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:
* Paciente que já tenha sido submetido a alguma técnica de cirurgia bariátrica
anteriormente.
16
* Paciente que não tenha completado o programa ou tenha apresentado alguma
intercorrência infecciosa ou inflamatória que possa ter afetado de forma significativa
sua participação no estudo.
* Paciente que tenha tido a necessidade de alterar as doses de medicamentos para
controle de co-morbidades, ou teve suspenso o uso, ou iniciada nova medicação no
curso da programação de exercícios, ou aqueles que por ventura eram tabagistas e
deixaram de fumar durante o estudo.
* Paciente que por algum motivo não tenha aceitado participar do estudo ou não
tenha concordado com o termo de consentimento livre e esclarecido.
3.7- AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA :
O Peso foi aferido em balança pré-calibrada, marca Fillizola com capacidade
para até 300 kg, com subdivisões de 100 gramas. Os pacientes foram pesados pela
manhã, descalços e vestindo roupas de passeio. A estatura foi aferida com a
utilização de um estadiometro modelo Harpender, com subdivisões de até 0,1 cm.
Foi calculado o IMC a partir dos resultados do peso e da altura. A avaliação
antropométrica foi realizada no início e ao final do estudo.
17
3.8 - TESTE DE 6 MINUTOS DE CAMINHADA :
O teste de 6 minutos de caminhada foi realizado em pista de 26 metros, com o
monitoramento de pelo menos 1 médico e 1 profissional de educação física. Durante
o teste, o paciente caminha em linha reta por uma pista, sem inclinação sendo
acompanhado por um profissional que o estimula através de palavras de incentivo, o
que pode fazer diferença de até 30% em sua performance
[21]
. Todos os pacientes
tiveram o teste repetido após 30 minutos de descanso. Consideramos para análise
os dados obtidos do teste de melhor performance. A pressão arterial foi aferida
antes de cada teste e 1 minuto após a sua realização no braço dominante, com o
paciente sentado em repouso e com o braço sob apoio. Foi utilizado manguito marca
Tycos modelo large adult. Os valores da pressão de repouso foram utilizados no
estudo. Em todos os testes foi aferida também a freqüência cardíaca, a saturação de
oxigênio através de oxímetro de pulso calibrado marca Nonin, modelo Onyx Finger
Pulse Oximeter 9500, e a tolerância subjetiva ao esforço físico através da escala de
Borg
[56]
nos tempos: zero, 2 minutos, 4 minutos e 6 minutos e 1 minuto após o teste.
O teste de 6 minutos de caminhada foi realizado no início e ao final do estudo.
Para melhor avaliação do teste foram calculadas as seguintes variáveis:
- Distância percorrida ( em metros ) , Velocidade média ( em km/h ) e o gasto
energético ( em Mets ) após 2, 4 e 6 minutos e entre os intervalos compreendidos
entre o 2
o
e o 4
o
minuto e entre o 4
o
e 6
o
minuto de teste.
18
PLIN = Percentual do limite inferior da distância previsto para o teste de 6 minutos
de caminhada, que é calculado a partir da fórmula
[57]
:
LIN =
Para homens: (7,57 x estatura em cm) – ( 5,02 x idade ) - ( 1,76 x peso em kg ) –
309 metros.
Para mulheres : (2,11 x estatura em cm) – (2,29 x peso em kg ) – ( 5,78 x idade ) +
667 metros.
3.9 - AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA:
Foram aplicados os seguintes questionários de qualidade de vida antes e ao final do
estudo, ambos previamente validados:
* Stanford Health Assessment Questionnaire - Disability Index ( HAQ – DI )
[28]
* Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II ( MA QoLQII )
[31]
.
São questionários auto-explicativos de fácil compreensão e que foram
respondidos pelos pacientes após breve explicação pelo profissional de saúde.
19
3.10 - AVALIAÇÃO DA PERDA DE PESO:
A perda de peso obtida através do cumprimento do período de estudo no
PROCIBA, além da própria medida da quantidade de peso perdido em kg, foi
avaliada segundo as recomendações da International Federation for the Surgery of
Obesity para avaliação de resultado de procedimentos cirúrgicos; através do cálculo
do percentual de excesso de peso perdido ( %EPP ) e também pelo cálculo do
percentual de excesso de IMC perdido ( %EIMCP )
[58]
.
Onde:
%EPP = peso início do programa - peso final do programa x 100
peso início do programa – “peso ideal”
Considera-se “peso ideal” como o peso necessário para o paciente apresentar
um IMC de 25 Kg/m
2
. Peso ideal = 25 x A
2
( A = estatura do paciente em metros )
% EIMCP = IMC pré programa – IMC pós programa
x 100
IMC pré-programa – 25
3.11 - DOSAGENS LABORATORIAIS:
- Foram coletadas amostras de sangue que foram estocadas a menos 70
o
C para
posteriores dosagens.
As dosagens laboratoriais foram realizadas no grupo DNA sob a responsabilidade
do Dr. Marcio Aurélio Pereira de Castro.
20
A hemoglobina glicada foi dosada por cromatografia líquida de alta performance por
troca iônica, fabricado pela Katal Biotecnolócica.
Valores de Referência : entre 5 e 7 % = indivíduos sadios ou diabéticos bem
controlados; entre 7 e 8 % = indivíduos intolerantes;
Acima de 8 % = diabetes descontrolado.
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 3,03 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 3,71 %
A glicemia foi dosada pelo método enzimático colorimétrico automatizado, fabricado
pela Katal Biotecnológica. Unidade : mg/dl
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 1,33 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 2,34 %
O Colesterol total foi dosado pelo método enzimático colorimétrico automatizado,
fabricado pela Katal Biotecnológica. Unidade : mg/dl
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 1,34 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 4,50 %
Os triglicerídeos foram dosados pelo método enzimático colorimétrico automatizado,
fabricado pela Katal Biotecnológica.
Unidade : mg/dl
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 1,37 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 3,12 %
21
A fração HDL do colesterol foi dosada pelo método com precipitação para a
determinação enzimática automatizada, fabricado pela Katal Biotecnológica.
Unidade : mg/dl
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 2,00 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 3,2 %
A Gama glutamil transferase ( Gama-GT ) foi dosada pelo método cinético, fabricado
pela Katal Biotecnológica.
Unidade : U/L
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 2,30 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 3,00 %
Valores de referência (37 graus Celsius): homens de 7 a 45 U/L; mulheres de 5 a 26
U/L.
A Aspartato Amino Transferase (AST/TGO) foi dosada pelo método cinético UV,
fabricado pela Katal Biotecnológica.
Unidade : U/L
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 1,3 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 3,9 %
Valores de referência (37 graus Celsius) : homens até 38 U/L; mulheres até 31 U/L.
A Alanina Amino Transferase (ALT/TGP) foi dosada pelo método cinético UV,
fabricado pela Katal Biotecnológica.
Unidade : U/L
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 1,91 %
Coeficiente de variação inter-ensaio (reprodutibilidade) = 4,5 %
Valores de referência (37 graus Celsius): homens até 38 U/L; mulheres até 31 U/L.
22
O fibrinogênio foi dosado pelo método coagulométrico, fabricado pelos Laboratórios
Wiener.
Unidade : mg/dl
Valor de referência: adultos de 200 a 450 mg/dl; crianças de 150 a 300 mg/dl
Hemograma:
Realizado por sistema automatizado: citometria de fluxo, laser, absorção
espectrofotométrica, dispersão óptica/fluorescência e impedância.
Insulina:
Dosado pelo método de quimioluminescência, fabricado por DPC Laboratories.
Unidade : mcU/ml
Valor de referência : 5,0 a 25,0 mcU/ml
O Hormônio Tireoestimulante ( TSH Ultra – Sensível ) foi dosado pelo método de
quimioluminescência, fabricado por BPC Laboratories.
Unidade : uUI/ml
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 6,4 a 12,5 %
Valores de referência : 0,15 a 7,0 uUI/ml
A fração livre da tiroxina ( T4 L ) foi dosada pelo método de quimioluminescência,
fabricado por BPC Laboratories.
Unidade : ng/dl
Coeficiente de variação intra-ensaio (repetitividade) = 4,8 a 6,3 %
Valor de referência : 0,8 a 2,2 ng/dl
23
Cálculo do índice HOMA R
[59]
:
insulina (mcU/ml) x glicemia (mmol/l) / 22,5. para conversão de mg/dl para mmol/ml;
os resultados da glicemia (mg/dl) foram multiplicados por 0,05551.
4 -TRATAMENTO ESTATÍSTICO:
Os dados coletados de todos os pacientes foram arquivados no programa Excel
e analisados pelo programa SPSS versão 11.0. Para comparações entre grupos
( início vs final do programa) foi utilizado o teste t de Student pareado. Para análise
de variáveis de escala foram aplicados testes não paramétricos – O teste de
Wilcoxon para amostras dependentes. Para análise de correlação foi utilizada a
medida do R de Pearson ou do rho de Spearman segundo o tipo de variável
(paramétrica ou não-paramétrica respectivamente). O coeficiente de determinação
foi calculado para melhor entender o impacto da perda de peso nas eventuais
diferenças encontradas nas correlações estudadas entre variáveis numéricas.
- Considerou-se como significante um valor de p bicaudal < 0,05 .
24
5 - RESULTADOS:
5.1 - ANALISE DESCRITIVA DA AMOSTRA INICIAL DE PACIENTES ( n = 37 ) :
A amostra inicial constituiu-se de 37 pacientes de 24 a 53 anos (36,8 ± 8,0 anos),
com peso entre 99,4 e 209,3 kg ( 133,9 ± 23,1 kg ) e IMC entre 38,8 e 64,6 kg/m
2
(49,5 ± 6,5 kg/m
2
). Da amostra, 29 pacientes (78,4 %) eram do sexo feminino e 8
( 21,6 % ) do sexo masculino; 64,9 % ( 24 ) brancos e 35,1 % ( 13 ) não brancos.
(tabela 1)
Tabela 1 – Descrição da amostra inicial de pacientes ( n = 37 )
Gênero
(feminino/masculino)
Idade
(anos)*
Peso
( kg )*
IMC
( kg/m
2
)*
Cor
( branco/não branco)
29 / 8
36,8 ± 8,0
133,9 ± 23,1
49,5 ± 6,5
24 / 13
* Valores expressos em média ± DP.
Dos pacientes que não completaram o estudo, seis não citaram qualquer motivo
que pudesse ter justificado o abandono, quatro cumpriram o programa na sua
totalidade, mas não retornaram para realização das avaliações finais. Duas
pacientes não completaram o estudo em função da dificuldade em conciliar as
atividades físicas com seus problemas particulares e de família - uma delas é
portadora do vírus de Hepatite C. Uma paciente foi excluída do estudo por ser
portadora de hipotireoidismo que estava descompensado na ocasião da avaliação
inicial e foi tratado no decorrer do programa. Outra paciente abandonou o grupo já
na fase 2 em função de dores decorrentes de osteófito de tração do osso calcâneo.
( Tabela 2 e figura 2 )
25
Tabela 2 – Características dos pacientes que não terminaram o estudo.
Paciente
( iniciais )
Sexo idade
Motivo da exclusão do estudo
A.S.R.
F
26
Abandonou o programa de exercício sem esclarecer os
motivos
M.S.C.N.R. F 50 Abandonou o programa de exercício sem esclarecer os
motivos
L.J.S. F 35 Terminou o programa, mas não compareceu para
avaliações finais.
D.A.S. F 24 Terminou o programa, mas não compareceu para
avaliações finais.
S.R.A. F 44 Terminou o programa, mas não compareceu para
avaliações finais.
W.S.T. F 38 Hipotireoidismo compensado durante o programa
M.S.R. M 43 Abandonou o programa de exercício sem esclarecer os
motivos
K.C.S. F 29 Abandonou por motivos particulares - Hepatite C +
F.P.R F 39 Abandonou o programa de exercício sem esclarecer os
motivos
F.S.M. F 33 Abandonou o programa em função de osteófito de
calcâneo.
M.G F 43 Abandonou o programa de exercício sem esclarecer os
motivos
D.L.S.T. F 24 Terminou o programa, mas não compareceu para
avaliações finais
C.M.L. F 30 Abandonou o programa de exercício sem esclarecer os
motivos
E.G. F 39 Abandonou por motivos particulares
26
faltaram
hipotireoidismo
esporão do
calcâneo
s em motiv o /
motivo particular
4 (28,57% )
1 ( 7,14 % )
1( 7,14 % )
8( 57,14 % )
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Figura 2 – Razões pelas quais os pacientes não terminaram o estudo ( n = 14 ).
5.2 - ANALISE DESCRITIVA DO GRUPO DE PACIENTES QUE COMPLETOU O
ESTUDO ( n = 23 ).
Os 23 pacientes que completaram o programa na sua totalidade constituíram um
grupo com média de idade de 37,6 ± 8,1 anos (24 a 53 anos), sendo 16 (69,5 %) do
sexo feminino e 7 ( 30,4 % ) do sexo masculino; com o peso variando entre 99,4 e
209,3 kg ( 137,2 ± 26,4 kg) e IMC entre 38,8 e 64,5 kg/m
2
(49,6 ± 6,9 kg/m
2
). Neste
grupo, onze pacientes ( 47,8%) tinham hipertensão arterial e apenas um paciente
( 4,3% ) era diabético ( tabela 3 ).
Tabela 3 – Descrição da amostra que completou o estudo ( n = 23 )
Gênero
(feminino/masculino)
Idade
(anos)*
Peso
( kg )*
IMC
( kg/m
2
)*
Hipertensão/diabetes
n ( % )
16 / 7
37,6 ± 8,1
137,2 ± 26,4
49,6 ± 6,9
11 ( 47,8 %) / 1 (4,3%)
* Valores expressos em média ± DP.
27
5.3 – ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PROGRAMA DE PREPARO PRÉ-
OPERATÓRIO:
5.3.1 – IMPACTO NO PESO E NO IMC.
A tabela 4 ilustra a comparação entre as médias do peso e do IMC no início e ao
final do programa.
Tabela 4 – Média do peso e do IMC no início e ao final do programa. ( n = 23 )
Parâmetro Início do
programa
Final do
programa
Valor de p
Peso (kg )
137,20 ± 26,42
132,11 ± 25,28
0,0032
IMC (kg/m
2
)
49,66 ± 6,93 47,98 ± 6,10
0,0038
Valores expressos em média ± DP.
O peso e o IMC dos pacientes foram inferiores ao fim do programa de exercícios
quando comparados ao início deste, respectivamente (132,113 ± 25,28 kg vs
137,208 ± 26,42 kg, p =0,0032) e (47,98 ± 6,10 kg/m
2
vs 49,66 ± 6,93 kg/m
2
, p =
0,0038).
As figura 3 e 4 ilustram o impacto do programa no peso e no IMC dos pacientes
que completaram o estudo, bem como a análise do % EPP e do %EIMCP com o
programa.
28
19 ( 82,6% )
3 ( 13 % )
1 ( 4,4 % )
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
perdeu peso ganhou peso manteve peso
Figura 3 - Impacto do programa na perda de peso.
perda de peso
% EPP
%EIMCP
5,09 ± 7,43
6,91 ± 9,32
6,43 ± 8,73
0
1
2
3
4
5
6
7
Figura 4 - Aferição de perda de peso obtida através do programa.
Legenda : Perda de peso ( em kg )
29
Do grupo de 23 pacientes que completou o estudo, 19 ( 82,6 % ) perderam peso
com o programa, 3 ( 13,04% ) ganharam peso e uma paciente ( 4,44 % ) não
apresentou alteração em seu peso. A média de perda de peso perdido da amostra
foi de 5,09 ± 7,43 kg; variando de um mínimo de – 10,5 kg ( referente ao paciente
que ganhou o maior número de kg durante o preparo ) a um máximo de 23,0 kg
perdidos por uma paciente. Quando avaliamos o %EPP, encontramos uma média de
6,91 ± 9,32 % ( mínimo de – 14,3 % e máximo de 30,10 %). Na avaliação %EIMCP,
encontramos uma média de 6,43 ± 8,73 % (mínimo de – 14,1 % e máximo de
25,51 %).
5.3.2 – IMPACTO NO TESTE DE 6 MINUTOS DE CAMINHADA.
A tabela 5 ilustra o impacto do programa de exercícios nos parâmetros do teste de
6 minutos de caminhada.
30
Tabela 5 - Parâmetros do teste de 6 minutos de caminhada no início e ao final
do programa ( n = 23 )
Parâmetro Início do
programa
Final do
programa
Valor de p
Distância 0 - 2 min ( m )
177,56 ± 15,65 182,04 ± 14,93
0,0002
Distância 2 – 4 min ( m )
173,65 ± 17,15 183,95 ± 14,23
0,0004
Distância 4 min ( m )
351,21 ± 32,44 370 ± 28,13
0,0002
Distância 4 – 6 min ( m )
177,13 ± 15,07 186,26 ± 16,17
0,0056
Distância 0- 6 min ( m )
528,34 ± 44,56 556,26 ± 42,27
0,00006
Velocidade 0- 2 min (km/h)
5,33 ± 0,47 5,58 ± 0,44
0,0002
Velocidade 2 – 4 min(km/h)
5,20 ± 0,51 5,51 ± 0,42
0,0004
Velocidade 0- 4 min ( km/h)
5,26 ± 0,48 5,55 ± 0,42
0,0002
Velocidade 4 - 6 min (km/h)
5,31 ± 0,45 5,58 ± 0,48
0,0056
Velocidade 0 - 6 min (km/h)
5,28 ± 0,44 5,56 ± 0,42
0,00006
Mets 0-2 min
3,54 ± 0,22 3,67 ± 0,21
0,0002
Mets 2 – 4 min
3,49 ± 0,24 3,64 ± 0,20
0,0004
Mets 0-4 min
3,52 ± 0,23 3,65 ± 0,20
0,0002
Mets 4 - 6 min
3,54 ± 0,21 3,67 ± 0,23
0,0056
Mets 0-6 min
3,52 ± 0,21 3,66 ± 0,20
0,00006
PLIN
141,81 ± 17,38 145,24 ± 20,12
0,07
FC basal (bpm) 89,17 ± 13,41 86,91 ± 13,96 0,46
FC 6 min (bpm) 141,82 ± 18,01 139,04 ± 16,77 0,56
FC rebote (bpm) 112 ± 17,20 108,82 ± 18,44 0,46
Queda da FC 1 minuto (bpm) 29,82 ± 13,98 30,21 ± 11,75 0,91
Sat O2 basal ( % ) 97,13 ± 1,45 97,39 ± 1,33 0,37
Sat O2 6 min ( % ) 95,56 ± 2,35 95,65 ± 2,67 0,86
Sat O2 rebote ( % ) 97,30 ± 1,01 97,73 ± 0,91 0,08
Borg basal 0,30 ± 0,61 0,15 ± 0,27 0,37
Borg 6 min 3,15 ± 1,78 2,45 ± 1,61 0,15
Borg rebote 1,97 ± 1,25 1,78 ± 1,52 0,57
Valores expressos em média ± DP
31
Quando comparados resultados do teste de 6 minutos de caminhada antes e
após o cumprimento do programa, encontramos um aumento na distância percorrida
em metros ao final do programa se comparado ao início deste em todos os períodos
de tempo avaliados: entre o início e o segundo minuto de teste; entre o segundo e o
quarto minuto; entre o início e o quarto minuto; entre o quarto e o sexto minuto e
entre o início e o sexto minuto do teste; respectivamente (182,0 ± 14,9 m. vs 177,5 ±
15,6 m, p = 0,0002 ); (183,9 ± 14,2 m. vs 173,6 ± 17,1 m, p = 0,0004 ); ( 370 ± 28,1
m. vs 351,2 ± 32,4 m, p = 0,0002 ); (186,2 ± 16,1 m, vs 177,1 ± 15,07 m, p = 0,0056 )
e (556,2 ± 42,2 m. vs 528,3 ± 44,5 m, p = 0,00006 ). Da mesma forma, a média da
velocidade e o gasto energético em Mets nestes mesmos períodos do teste também
foram superiores ao final do programa quando comparadas ao início deste;
respectivamente: (5,6 ± 0,4 Km/h vs 5,3 ± 0,4 Km/h , p = 0,0002 ); ( 5,5 ± 0,4 Km/h
vs 5,2 ± 0,5 Km/h, p = 0,0004 ); ( 5,5 ± 0,4 Km/h vs 5,2 ± 0,5 Km/h, p = 0,0002 );
(5,6 ± 0,5 Km/h vs 5,3 ± 0,4 Km/h, p = 0,0056 ) ; ( 5,5 ± 0,4 Km/h vs 5,3 ± 0,4 Km/h ,
p = 0,00006 ) e ( 3,6 ± 0,2 Mets vs 3,5 ± 0,2 Mets, p = 0,0002 ) ; ( 3,6 ± 0,2 Mets vs
3,4 ± 0,2 Mets, p = 0,0004 ); ( 3,6 ± 0,2 Mets vs 3,5 ± 0,2 Mets, p = 0,0002 ) ; (3,6 ±
0,2 Mets vs 3,54 ± 0,21 Mets, p = 0,0056 ); ( 3,6 ± 0,20 Mets vs 3,5 ± 0,21 Mets, p =
0,00006 ). Encontramos uma tendência para que o PLIN e a saturação de oxigênio
após 1 minuto de repouso pós-teste tenham sido maiores ao fim do programa se
comparado ao início deste, respectivamente: ( 145,2 ± 20,1 % vs 141,8 ± 17,4 % , p
= 0,07 ) e ( 97,73 ± 0,91 vs 97,30 ± 1,01, p = 0,08 ). Não foram encontradas
diferenças nos outros parâmetros estudados quando comparamos resultados do
inicio e do final do programa.
32
5.3.3 – ESTUDO DAS CORRELAÇÕES ENTRE OS PARÂMETROS UTILIZADOS
PARA AFERIÇÃO DA PERDA DE PESO, E AS DIFERENÇAS DE RESULTADOS
ENTRE O SEGUNDO E O PRIMEIRO TESTE DE SEIS MINUTOS DE
CAMINHADA.
A tabela 6 ilustra os resultados obtidos quando correlacionamos as diferenças de
resultados entre o segundo e o primeiro teste de seis minutos de caminhada com os
parâmetros utilizados para aferição da perda ponderal.
Tabela 6 - Grau de correlação entre variáveis quantitativas – diferença entre as
performances do 2º e do 1
o
teste de 6 minutos de caminhada vs Perda
ponderal.
Variável Perda de peso
R valor de p
% EPP
R valor de p
% EIMCP
R valor de p
Distância 0 –
6 min ( m )
0,21
0,33
0,24
0,26
0,13
0,54
Velocidade
0 -6 min
(km/h)
0,21
0,33
0,24
0,26
0,13
0,54
Mets 0-6 min
0,20 0,34 0,22 0,27 0,13 0,55
Quando analisamos a correlação entre os três parâmetros utilizados para avaliação
da perda ponderal (diferença de peso, % EPP e % EIMCP) e as diferenças
encontradas nos parâmetros do teste de 6 minutos, obtivemos os seguintes
resultados:
33
Para a diferença da distância total percorrida entre os dois testes de 6 minutos
( ao fim e ao início do programa), a relação com o peso perdido, com o %EPP e com
o % EIMCP foram de respectivamente : ( r = 0,21, r
2
= 0,04, p = 0,33 ; r = 0,24; r
2
= 0,05, p = 0,26; r = 0,13, r
2
= 0,007, p = 0,58). Quando calculado o coeficiente de
determinação, vimos que estes parâmetros tiveram muito pouca participação no
aumento da distância percorrida entre os dois testes. Também não encontramos
correlação entre o peso perdido, o % EPP e o %EIMCP e as diferenças observadas
na velocidade média e no gasto energético durante os testes.
5.3.4 – IMPACTO DO PROGRAMA NOS QUESTIONÁRIOS DE QUALIDADE DE
VIDA.
A tabela 7 ilustra o impacto do programa nos escores dos questionários de avaliação
de qualidade de vida.
34
Tabela 7 : Parametros de avaliação da qualidade de vida - Questionários HAQ-
DI e MAQoLQII antes e após o programa (n = 23 )
Parâmetro Início do
programa
Final do
programa
Valor de p
HAQ-DI
1,04 ± 0,68
0,51 ± 0,45
0,002
MA QoLQII ( somatório )
0,078 ± 1,49 1,57 ± 1,0
0,0002
Valores expressos em média ± DP
Quando avaliamos o escore do questionário HAQ-DI, encontramos valores
inferiores e, portanto indicativos de menor gravidade de comprometimento após o
programa se comparado a valores de antes do seu início, respectivamente: (0,51 ±
0,45 vs 1,04 ± 0,68, p = 0,002 ). Quando avaliados a evolução dos escores do
Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II (MA QoLQII) com o programa de
exercícios, encontramos valores superiores ( indicativos de melhora ) ao final do
programa se comparados ao início deste, respectivamente (1,57 ± 1,0 vs 0,078 ±
1,49, p = 0,0002 ).
As figuras de 5 a 8 ilustram a classificação dos pacientes com relação ao grau de
incapacidade física conforme resultados obtidos através da aplicação do
questionário HAQ-DI, bem como as análises comparativas dos resultados deste
grupo de pacientes com escores médios para população normal.
35
12 ( 52,2%)
9( 39,1% )
2 ( 8,7 % )
0
2
4
6
8
10
12
leve moderado grave
Figura 5 : Classificação do grau de incapacidade física, pelo HAQ-DI antes do
início do programa.
22 ( 95,7%)
1 ( 4,3%)
0
0
5
10
15
20
25
leve moderado grave
Figura 6 : Classificação do grau de incapacidade física pelo HAQ-DI ao fim do
programa.
36
6
(
26,1 %
)
17 ( 73,9%)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
abaixo acima
Figura 7 : Classificação dos pacientes com relação a média do escore do
HAQ-DI para população normal, antes do início do programa.
11
(
47,8%
)
12
(
52,2 %
)
10,4
10,6
10,8
11
11,2
11,4
11,6
11,8
12
abaixo acima
Figura 8 : Classificação dos pacientes com relação a média do escore do HAQ-
DI para população normal, ao final do programa.
37
Ao início do programa, 12 ( 52 % ) pacientes foram classificados como
portadores de incapacidade leve, 9 ( 39% ) com moderada incapacidade e 2 ( 8,7% )
com grave incapacidade ( figura 9 ). Ao final do programa, 22 ( 95,7% ) pacientes
foram considerados portadores de incapacidade leve e apenas um ( 4,3 % ) foi
classificado como portador de incapacidade moderada ( p = 0,003 ) (figura 10).
Considerando o escore médio (average) para população normal ( = 0,49 )
[28]
, vimos
que antes do início do programa, 6 pacientes ( 26% ) obtiveram escores inferiores a
este valor ( melhor qualidade de vida ), enquanto que ao fim do programa, 11
pacientes (48 %) obtiveram escores inferiores a este valor .
As figuras 9 e 10 ilustram a classificação dos pacientes com relação ao escore do
questionário MA QoLQII ao início e ao final do programa.
satisfatória
ruim
boa
muito boa
12 ( 52,17%)
5 ( 21,73 %)
2 ( 8,7%)
4 ( 17,3 % )
0
2
4
6
8
10
12
Figura 9 - Classificação dos pacientes com relação à média do escore do MA
QoLQII, antes do início do programa.
38
satisfatória
boa
muito boa
7 ( 30,4%)
8( 34,6% )
8 ( 34,6 % )
6,4
6,6
6,8
7
7,2
7,4
7,6
7,8
8
Figura 10 - Classificação dos pacientes com relação à média do escore do MA
QoLQII, ao final do programa.
Antes do início do programa, 5 pacientes ( 21,73% ) foram classificados como
portadores de uma qualidade de vida ruim. Em 12 pacientes ( 52,77 % ) a qualidade
de vida foi considerada satisfatória; em 2 ( 8,7 % ) boa e em 4 ( 17,3 % ) muito boa.
Ao final do programa, nenhum paciente foi classificado como portador de qualidade
de vida ruim. Em 7 pacientes ( 30,4 % ) a qualidade de vida foi considerada
satisfatória; em 8 ( 34,6 % ) boa e em 8 ( 34,6 % ) muito boa. Na nossa amostra
de pacientes, em nenhum momento da análise os valores dos escores do MA
QoLQII foram suficientemente baixos para indicar uma qualidade de vida muito
ruim.
39
5.3.5 – ESTUDO DO IMPACTO DA VARIAÇÃO PONDERAL OBTIDA COM O
PROGRAMA NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES.
A tabela 8 ilustra os resultados das correlações entre as diferenças nos escores
dos questionários HAQ-DI e MA QoLQII quando comparamos o início e o final do
programa e os parâmetros utilizados para aferição da perda de peso - perda de peso
em kg, percentual de excesso de peso perdido ( % EPP ) e percentual de excesso
de IMC perdido ( % EIMCP ) .
Tabela 8 - Grau de correlação entre as mudanças no escores das variáveis de
escala – HAQ-DI e MA QoLQII vs medidas de Perda de peso.
Variável Perda de
peso (kg)
Rho valor de p
% EPP
Rho valor de p
% EIMCP
Rho valor de p
HAQ-DI
0,52
0,01
0,51
0,01
0,42
0,04
MA QoLQII 0,31 0,14 0,35 0,09 0,21 0,32
Quando analisamos a correlação entre a diferença do escore do questionário
HAQ-DI e o peso perdido com o programa terapêutico, encontramos significativa e
positiva correlação entre a melhora do escore deste questionário e a perda de peso
avaliada através da diferença de peso, do %EPP e do % EIMCP, respectivamente
( rho = 0,52, p = 0,01; rho = 0,51 p = 0,01 e rho = 0,42 p = 0,04). Quando
analisamos a correlação entre a diferenças do escore do questionário MA QoLQII e
o peso perdido com o programa terapêutico, não encontramos correlação entre a
melhora do escore deste questionário e a perda de peso avaliada através da
diferença de peso, do % EPP e do % EIMCP.
40
5.3.6 – ESTUDO DAS CORRELAÇÕES ENTRE AS MUDANÇAS NO ESCORES
DAS VARIÁVEIS DE ESCALA – HAQ-DI E MA QoLQII VS DIFERENÇAS ENTRE
A DISTÂNCIA PERCORRIDA AO FIM DO SEGUNDO TESTE E AO FIM DO
PRIMEIRO TESTE.
A tabela 9 ilustra os resultados das correlações entre as diferenças de
performance no T6MC entre o fim e o início do programa e as diferenças nos
escores dos questionários de qualidade de vida no mesmo período.
Tabela 9 - Grau de correlação entre as mudanças no escores das variáveis de
escala – HAQ-DI e MA QoLQII vs diferença entre a distância percorrida ao fim
do segundo teste e ao fim do primeiro teste
Variável
Diferença entre o escore
da segunda e o da
primeira avaliação
Diferença entre a distância percorrida ao fim
do segundo teste e a distância percorrida ao
fim do primeiro teste
Rho valor de p
HAQ-DI
0,23
0,28
MA QoLQII 0,23 0,28
Não encontramos correlação significativa entre as diferenças de escores dos
questionários HAQ-DI e MA QoLQII e a diferença entre as distâncias percorridas ao
fim dos T6M.
41
5.3.7 – IMPACTO DO PROGRAMA NO PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO /
METABÓLICO.
A tabela 10 ilustra as comparações entre os parâmetros clínicos e laboratoriais
realizados antes do início e ao final do programa de exercícios.
Tabela 10 - Parâmetros Clínicos e bioquímicos antes e depois do programa:
Parâmetro Início do
programa
Final do
programa
Valor de p
PAS ( mmHg )
123,30 ± 14,73
123,56 ± 16,60
0,92
PAD ( mmHg)
84,34 ± 11,60 82,26 ± 12,15
0,28
HB A1C ( % )
6,47 ± 1,04 6,18 ± 0,85
0,27
INSULINA (mcU/ml )
11,84 ± 4,69 13,76 ± 9,00
0,86
Glicose ( mg/dl )
90,69 ± 17,55 91,86 ± 17,95
0,78
Colesterol ( mg/dl )
179,52 ± 31,30 166,78 ± 22,47
0,0364
Triglicerídeos ( mg/dl)
105,56 ± 35,07 98,13 ± 39,20
0,40
LDL – colesterol (mg/dl)
108,73 ± 31,27 87,02 ± 20,21
0,00014
HDL – colesterol (mg/dl)
49,69 ± 11,49 51,92 ± 8,45
0,36
GGT ( U / L )
35,13 ± 26,01 29,56 ± 15,09
0,34
TGO ( U / L )
24,56 ± 14,88 22,82 ± 11,56
0,34
TGP ( U / L )
24,95 ± 14,99 23,30 ± 11,02
0,38
Fibrinogênio ( mg / dl )
253,56 ± 21,87 266,34 ± 23,57
0,0481
Índice HOMA R
2,72 ± 1,67 2,86 ± 1,99
0,78
Valores expressos em média ± DP
Quando comparamos os resultados das avaliações laboratoriais antes e depois
do programa pré-operatório, encontramos valores inferiores de colesterol total e LDL
colesterol ao fim do programa se comparados aos valores de antes do início deste,
respectivamente: (166,8 ± 22,4 mg/dl vs 179,5 ± 31,3 mg/dl, p = 0,0364 ) e ( 87,0 ±
20,2 mg/dl vs 108,7 ± 31,2 mg/dl, p = 0,0001 ). Os valores do fibrinogênio foram
42
superiores ao final do programa se comparados ao início deste, respectivamente
(266,3 ± 23,5 vs 253,5 ± 21,8 mg/dl, p = 0,0481). Não foram encontradas diferenças
quando comparados valores das demais variáveis estudadas ao início do programa
de atividade física.
5.3.8 – ESTUDO DO IMPACTO DA VARIAÇÃO PONDERAL OBTIDA COM O
PROGRAMA NAS DIFERENÇAS OBSERVADAS NOS VALORES DE
COLESTEROL TOTAL, DO LDL-COLESTEROL E DO FIBRINOGÊNIO.
A tabela 11 ilustra os resultados das correlações entre a perda de peso, o %
EPP e o % EIMCP e as diferenças nos valores de colesterol, LDL-colesterol e
fibrinogênio entre o fim e o início do programa.
Tabela 11 - Grau de correlação entre as diferenças encontradas nas variáveis
quantitativas bioquímicas vs Perda de peso.
Diferença entre os
valores no final do
programa e os
valores no início do
programa
Perda de peso
( kg )
R / valor de p
% EPP
R / valor de p
% EIMCP
R / valor de p
Colesterol
0,37
0,07
0,37
0,08
0,36
0,08
LDL-colesterol
0,40 0,05
0,42 0,04 0,41 0,04
Fibrinogênio
- 0,22 0,31 - 0,26 0,22 - 0,13 0,53
43
Nas variáveis que apresentaram mudança entre o início e o fim do programa,
realizamos correlações com as medidas de aferição de perda ponderal:
A diferença observada nos valores do colesterol total entre o fim e o final do
programa correlacionou-se (tendência) com a perda de peso, com o %EPP e com o
%EIMC, respectivamente ( r = 0,37, p = 0,07 ; r = 0,37, p = 0,081 e r = 0,36, p =
0,088 ).
A diferença observada nos valores do LDL-colesterol entre o fim e o final do
programa correlacionou-se com a perda de peso (tendência), com o %EPP e com o
%EIMC, respectivamente ( r = 0,40, p= 0,052 ; r = 0,42, p = 0,043 e r = 0,41, p =
0,047 ).
Não encontramos correlações significativas quando analisamos as diferenças nos
valores de fibrinogênio.
6 – DISCUSSÃO:
6.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O ESTUDO:
O estudo em questão fora concebido e realizado a partir da implantação de um
serviço de assistência ao obeso mórbido visando o preparo para cirurgia bariátrica.
Durante a fase de implantação do Programa de Cirurgia Bariátrica (PROCIBA) do
HUCFF, tivemos a oportunidade de iniciar nossas atividades já com certa
experiência no acompanhamento clínico pré e pós-operatório de gastroplastia, em
função de o autor do trabalho já ter tido vivência prévia de pelo menos dois anos no
serviço de cirurgia bariátrica do Hospital de Ipanema, pioneiro na realização destas
44
técnicas cirúrgicas em nosso estado. O fato de ter acompanhado mais de 300
pacientes antes de iniciar os trabalhos no HUCFF pode ter nos ajudado a
ultrapassar algumas etapas da chamada curva de aprendizado, que é considerada
importante parâmetro na determinação da ocorrência de complicações decorrentes
da cirurgia bariátrica
[60],[61]
. Poucos meses após o início dos trabalhos do PROCIBA,
tivemos a oportunidade de trabalhar em conjunto com o serviço de medicina física e
reabilitação do hospital. Chamou-nos atenção o fato de que o trabalho de
recuperação focado na prática de exercícios respiratórios e motores, aplicado em
alguns poucos pacientes no pré-operatório provocava uma sensível melhora no
quadro clínico e também no humor destas pessoas. Esta observação foi o ponto de
partida para este estudo.
Quando analisamos as características dos pacientes estudados, notamos que
mais de 70 % de nossa amostra conseguiu completar o programa de atividade física
proposto pelo serviço, embora tenhamos perdido da análise quatro pacientes que
não compareceram ao serviço a fim de completar as avaliações referentes ao
estudo. A adesão a programas de atividade física, sobretudo as que contemplam
orientações para a pratica de exercícios a nível domiciliar pode ser
surpreendentemente elevada quando avaliados pacientes obesos
[36]
. A pratica
regular de exercícios tem sido amplamente recomendada e pode interferir
positivamente na expectativa de vida dos seus praticantes e esta constatação
também se estende aos indivíduos obesos
[62]
. Apesar de existirem evidências de
que o excesso de peso pode interferir negativamente na pratica de exercícios
[63]
; até
mesmo obesos mórbidos, apesar de sua condição limitante, podem ter sua
capacidade cardio-respiratória dentro dos limites da normalidade
[64]
, o que justifica a
aplicabilidade de um programa de atividades físicas para este grupo de pacientes.
45
Apenas uma paciente abandonou o estudo em função de problema osteo-muscular.
Na fase inicial, todos os pacientes conseguiram ultrapassar o limite mínimo de
distância ao final do teste estipulado através de cálculo especifico
[57]
.
Quando analisamos a perda de peso atingida ao final do programa, observamos
que a maioria (82,6%) dos pacientes conseguiu perder peso. O papel da pratica
regular de exercícios físicos no tratamento da obesidade já foi citado neste trabalho
[35], [36, 37]
. Até mesmo a realização de atividades físicas envolvendo pequeno gasto
energético, quando sustentada por alguns meses pode ser considerada importante
diferencial em estratégias terapêuticas que visam perda de peso
[65]
. Os efeitos da
pratica de atividades físicas no emagrecimento e também no controle das co-
morbidades associadas à obesidade, são observados em ambos os gêneros
[66],[67]
,
inclusive quando avaliado o impacto na prevenção do ganho de peso
[68]
.
Acreditamos que o exercício físico quando praticado de forma regular e com
segurança pode ser recomendável também aos portadores de obesidade mórbida.
6.2 – RESULTADOS DO TESTE DE 6 MINUTOS DE CAMINHADA (T6M)
Quando analisamos as diferenças encontradas nos parâmetros estudados no
T6M, encontramos melhora significativa na performance dos pacientes ao final do
estudo. A medida do PLIN foi superior no segundo teste (tendência), apesar do limite
mínimo da normalidade (LIN) ter sido maior nos pacientes que perderam peso, uma
vez que a medida do peso é utilizada para o cálculo desta variável
[57]
. Já foi
demonstrado haver relação inversa entre a distância percorrida ao final do T6M e a
mortalidade em portadores de insuficiência cardíaca congestiva
[69]
e hipertensão
pulmonar
[70]
. Apesar de não dispormos na literatura de estudos semelhantes em
46
obesos mórbidos, podemos considerar esta melhora um achado importante, até
porque a otimização da deambulação no pós-operatório imediato de cirurgia
bariátrica pode contribuir favoravelmente para a diminuição da incidência de
trombose venosa profunda
[71],[72],[73]
, fator de risco inequívoco para embolia
pulmonar, uma das complicações mais temidas das técnicas cirúrgicas empregadas
no tratamento da obesidade mórbida
[72],[73]
. Estudo realizado por Maniscalco e
colaboradores
[26]
demonstrou melhora evolutiva dos parâmetros do T6M no pós-
operatório tardio de cirurgia bariátrica. Neste caso observou-se uma positiva
correlação entre a perda de peso decorrente da cirurgia e a melhora dos parâmetros
analisados. Em nosso estudo, encontramos uma fraca correlação entre a perda de
peso, o %EPP e o %EIMCP obtidos com o programa e a melhora dos parâmetros
analisados no T6M; o que justifica pensar que talvez o melhor condicionamento
físico decorrente do treinamento e não a perda de peso poderia ter sido o fator
determinante para a melhora de tais parâmetros. Outrossim, a melhora na distância
percorrida, na velocidade e no gasto energético que observamos quando
comparados o T6M do início com o realizado ao final do programa, não implicou em
mudanças nos valores da frequência cardíaca, e de saturação de oxigênio. Pelo
contrário, encontramos uma tendência para que a saturação de oxigênio ao final do
primeiro minuto de repouso pós-teste tenha sido maior ao final do programa pré-
operatório realizado neste estudo. Acreditamos que um estudo maior e talvez
envolvendo análise comparativa com um grupo controle teria melhor potencial para
confirmar tal suposição.
47
6.3 - ACHADOS REFERENTES AOS QUESTIONÁRIOS DE QUALIDADE DE
VIDA.
Não é difícil imaginar o impacto que o estado de obesidade mórbida pode trazer
à qualidade de vida de seus portadores. Diretamente associado a inúmeros
distúrbios clinico-metabólicos, dentre os quais podem ser citados: hipertensão
arterial, diabetes mellitus, asma brônquica, apnéia do sono dislipidemias e certas
neoplasias (cólon, próstata, endométrio e mama)
[8]
; o excesso de peso também
impõe a quem se encontra nesta situação outras inconveniências não menos
importantes. Nos Estados Unidos das Américas, a obesidade distribui-se
preferencialmente pelas camadas da população de menor poder aquisitivo e
também com menor nível de escolaridade e esta característica é especialmente
notada nas mulheres americanas
[74]
. No estado do Rio de Janeiro, ao fim da
década de 90 já se constatava importantes prevalências de excesso de peso e
obesidade nas camadas menos favorecidas da população
[75]
. O acesso aos
alimentos de menor teor energético e a prática regular de atividade física - fatores
importantes na manutenção de um peso saudável; e indicativos de uma melhor
qualidade de vida - não fazem parte da rotina de grande parte da população do
nosso estado. Interessante também a observação citada por Yach e colaboradores
[76]
, de que elementos associados a prejuízo na qualidade de vida poderiam ser
também considerados fatores implicados no aumento da prevalência da obesidade
nas sociedades modernas. Em seu artigo, foram considerados responsáveis por
este fenômeno: o aumento da jornada de trabalho feminino, o hábito de se alimentar
fora de casa, o aumento do custo de alimentos ditos saudáveis e a redução do gasto
energético com atividades de lazer e do cotidiano.
48
Pessoas obesas geralmente são discriminadas por seus pares
[77],[78]
, e isto
costuma ocorrer desde a infância
[79]
. Grandes obesos têm dificuldade em ingressar
no mercado de trabalho em igualdade de condições das dos indivíduos magros
[80]
.
Já foi demonstrado que a perda de peso decorrente da cirurgia bariátrica é capaz de
otimizar as condições de trabalho e consequentemente levar a um aumento nos
rendimentos financeiros anuais daqueles que passaram por este procedimento
cirúrgico
[81]
.
Outro aspecto que chama atenção é o impacto do excesso de peso na qualidade
da vida sexual. Obesos mórbidos têm sua atividade sexual prejudicada e isto pode
estar associado a uma redução da libido por este grupo de indivíduos
[82]
. Quando
analisamos a qualidade de vida dos pacientes estudados e o impacto do programa
pré-operatório nos escores dos questionários utilizados para avaliar esta questão,
notamos uma significativa melhora nos escores do questionário HAQ-DI após o
programa. No grupo estudado, notamos também uma melhora a classificação do
grau de incapacidade física quando adotado este critério. A perda de peso se
correlacionou positivamente com a melhora obtida no questionário HAQ-DI. Como
se trata de um instrumento de avaliação que se baseia em perguntas que avaliam
dificuldade na execução de tarefas do cotidiano, apesar de não ser específico para
obesos; não nos surpreendeu a constatação de que a perda de peso pôde facilitar o
desempenho de ações simples como: se vestir, tomar banho e se secar sozinho,
entrar e sair de um meio de transporte e caminhar pelas redondezas de sua casa.
De fato, já foi demonstrado que o excesso de peso pode influenciar negativamente
na execução de tarefas do dia-dia, em função de estar associado a uma pior
evolução na sarcopenia que caracteriza o envelhecimento do ser humano
[83]
. Uma
explicação para esta associação poderia residir no estado inflamatório crônico
49
associado à obesidade, caracterizado por índices elevados de Interleucina 6 ( IL-6 ),
fator de necrose tumoral alfa ( TNF-α ), Proteína C reativa ( PCR ) e do inibidor da
ativação do plasminogênio 1 ( PAI – 1 ), neste grupo de pacientes
[84],[85]
.
O questionário MA QoLQLII, conforme já exposto neste trabalho é um
instrumento de avaliação de qualidade de vida específico para aplicação em obesos
mórbidos
[31]
. Os quesitos contemplados neste questionário procuram avaliar de
forma abrangente a qualidade de vida dos grandes obesos, que pode ser
comparada a dos portadores de outras condições clínicas de grande impacto na
saúde, como: artrite reumatóide, neoplasias e lesões da medula espinhal
[86]
. A
pontuação do escore do MA QoLQLII foi significativamente melhor ao final do
programa e em nosso grupo esta melhora não se correlacionou com a perda de
peso.
Já foi demonstrado que a perda de peso decorrente da cirurgia bariátrica acarreta
uma reversão de uma situação desfavorável, ao melhorar a qualidade de vida
daqueles que passaram por este tipo de procedimento
[87],[88],[89]
; principalmente
naqueles submetidos a técnicas ditas mistas ou combinadas (bypass gástrico
associado a gastroplastia)
[88]
.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o ser humano para ter uma boa
saúde, deve estar em equilíbrio com seu estado físico e mental, além de interagir
com a sociedade de forma favorável
[90]
. Uma vez que em tempos atuais as
limitações impostas pelo excesso de peso desviam os obesos mórbidos desta
definição e as aparentes características comportamentais destes indivíduos
conferem-lhes um papel de vilão na atual crise de alimentos que assombra nosso
mundo
[91],[92]
, podemos encontrar justificativa na verdadeira corrida em busca de
soluções para perda de peso pela sociedade moderna. Obesos mórbidos
50
geralmente carregam consigo uma longa história de tratamentos variados muitas
vezes acompanhados de um potencial de risco para sérias complicações
[93]
. A
perspectiva de perda de peso e conseqüente otimização da saúde, se tornou real
para estas pessoas na medida em que se observou um significante aumento do
emprego da cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade mórbida
[60],[94]
.
Entretanto até mesmo em países desenvolvidos esta opção terapêutica não é
acessível à maioria absoluta dos obesos mórbidos
[95],[96]
. Um número significativo de
pacientes, apesar da indicação cirúrgica, não desejam submeter-se a tal
procedimento ou não possuem condições psíquicas ou emocionais para tanto
[97]
. O
Brasil do século 21 convive com uma realidade na qual a prevalência da obesidade
e do excesso de peso supera a da desnutrição
[75]
. Estamos longe de resolver o
problema das enormes filas que se formam nos hospitais credenciados pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), credenciados para a realização de cirurgia bariátrica.
O programa desenvolvido e adotado pelo PROCIBA, pôde melhorar as condições
de vida daqueles que estão aguardando a oportunidade de um tratamento mais
eficaz para sua doença. A promoção da perda de peso e a consequente melhora da
qualidade de vida da população estudada justificam a recomendação da implantação
de programas semelhantes nos serviços/programas que prestam assistência a
obesos mórbidos. Acreditamos que a adoção de hábitos mais saudáveis pelos
pacientes que estão se preparando para cirurgia bariátrica, além do potencial de
redução nos riscos associados ao procedimento cirúrgico, poderá facilitar a
manutenção destes hábitos na fase de pós-operatório. Isto se torna particularmente
importante, uma vez que a pratica regular de exercícios, é considerado importante
fator relacionado à perda ponderal no seguimento de longo prazo deste grupo de
pacientes
[98]
.
51
6.4 - RESULTADOS DAS ANÁLISES CLINICAS E LABORATORIAIS:
Os pacientes estudados compõem um grupo que se caracteriza por uma
prevalência de co-morbidades significativa. Pouco menos da metade (47,82%) eram
hipertensos, e apenas um (4,34%) sabidamente diabético. Entretanto, todos
estavam sob uso de medicamentos, em função do controle de suas doenças
crônicas ter sido pré-condição para a pratica de exercícios com segurança. Não
encontramos alterações nas medidas de pressão arterial sistólica e diastólica
quando comparados valores do início e do fim do programa. A análise do uso de
medicamentos e os ajustes terapêuticos para controle da pressão não foram
detalhados neste estudo, entretanto nenhum paciente precisou de significativo
ajuste, sobretudo pelo fato de que eventuais alterações nas doses foram feitas -
quando necessário – no período de avaliação; realizado antes da liberação para a
participação no estudo.
Quando analisamos o impacto do programa nas variáveis clinicas e metabólicas,
vimos que os níveis de TGO e TGP não se modificaram ao fim do programa. Em
obesos mórbidos, a prevalência de esteatose hepática pode chegar a mais de
90%
[99]
e a presença de diabetes, hipertensão e trigliceridemia são fortemente
associadas a esta condição
[100],[101]
. Não foi analisado o consumo de álcool que
também é importante causa de alteração dos níveis de enzimas hepáticas
[102]
.
Observamos uma redução dos níveis do colesterol total e do LDL-colesterol ao
fim do estudo. Já foi demonstrado anteriormente, que a pratica regular de atividades
físicas pode exercer efeito modulador nos níveis séricos dos lipídeos, favorecendo a
redução dos níveis de triglicerideos, do colesterol e do LDL-colesterol e podendo
levar a um aumento dos níveis de HDL
[103]
. Encontramos uma tendência para
correlação entre a perda de peso e a melhora do perfil lipídico e dependendo da
52
variável de mensuração de perda ponderal a correlação foi significativa com a queda
observada no LDL. Desde a década de 80 é sabido que, apesar dos efeitos
benéficos nos níveis sanguíneos de lipídios, a atividade física apresenta melhores
resultados quando acompanhada da perda de peso
[104]
. Outrossim, apesar do efeito
de uma eventual mudança nos hábitos alimentares que possa ter ocorrido no grupo
de pacientes estudados; sabe-se que a adição do exercício é capaz de otimizar os
resultados da dieta na abordagem terapêutica não medicamentosa das
dislipidemias
[105]
e os resultados do nosso estudo sugere que isto possa acontecer
também nos portadores de obesidade mórbida.
Os valores de fibrinogênio foram superiores ao fim do programa. Não houve
correlação entre as mudanças observadas nos valores desta variável com a perda
de peso obtida com o programa. A dosagem do fibrinogênio tem sido considerada
marcador de risco para doença vascular coronariana, cerebral e periférica
[106],[107]
.
O sedentarismo e o excesso de peso estão associados a valores mais elevados de
fibrinogênio na circulação
[107]
. O fato de termos observado uma elevação dos níveis
deste marcador após o programa de atividade física causou-nos certa surpresa, uma
vez que a pratica de exercícios regulares implica em uma redução dos níveis
plasmáticos deste marcador
[108]
. Em nosso estudo, vários pacientes tiveram a
segunda amostra de sangue colhida alguns dias após determinada atividade do
programa de exercícios e isto pode ter tido influência nos resultados, uma vez que já
foi demonstrada elevação dos níveis de fibrinogênio nos primeiros dias
subseqüentes a pratica de atividade física mais vigorosa
[109]
.
53
7 - CONCLUSÕES
- A pratica de atividade física regular e sob supervisão pode ser aplicada com
segurança a pacientes portadores de obesidade mórbida.
- O programa de preparo pré-operatório resultou na redução do IMC, na melhora da
qualidade de vida, na melhora da performance do T6M e dos valores do colesterol
total e do LDL-colesterol dos pacientes estudados.
- A perda de peso se correlacionou positivamente com a melhora nos escores dos
questionários HAQ-DI e com a redução nos valores de LDL-colesterol. Não houve
correlação da perda ponderal com a melhora na performance do T6M.
54
8 - PERSPECTIVAS:
O programa de preparo pré-operatório para grandes obesos, desenvolvido pelos
serviços de nutrologia e fisiatria do HUCFF-UFRJ em funcionamento desde 2002,
vem se aperfeiçoando a cada ano. A dedicação dos profissionais que compõem
nossa equipe multidisciplinar, hoje composta de 3 médicos com formação em clinica
médica e nutrologia, 2 residentes do serviço de nutrologia, 2 cardiologistas, 1 fisiatra,
3 professores de educação física, 4 fisioterapeutas, 1 psiquiatra, 2 psicólogos e 2
nutricionistas, sem dúvida contribuiu para que apesar de todas as dificuldades que
temos enfrentado na condução de um programa desta natureza, possamos hoje
oferecer ao paciente que busca nosso hospital com o objetivo de se preparar para a
cirurgia bariátrica, uma expectativa de risco cirúrgico comparável a dos melhores
centros de cirurgia do mundo. Apesar de o nosso hospital ter realizado até o término
deste estudo um número ainda pequeno de cirurgias (pouco mais de 100 pacientes
operados), nossa taxa de mortalidade cirúrgica é zero. Apesar de não ter sido este o
objetivo deste estudo, acreditamos que qualquer investimento no sentido de
melhorar as condições de saúde do paciente portador de obesidade mórbida antes
da cirurgia pode ser de grande valia para obter bons resultados no pós-operatório,
reduzindo-se assim riscos de complicações que possam alterar esta estatística até
então favorável, sobretudo considerando-se a cirurgia bariátrica um procedimento de
caráter eletivo. Obesos mórbidos têm sim condições de praticar atividades físicas de
forma regular desde que respeitadas suas limitações e sempre sob supervisão e
sem a necessidade de intervenções radicais no consumo diário de calorias.
Conseqüentemente podem vir a perder peso e melhorar sua qualidade de vida antes
mesmo do procedimento cirúrgico.
55
Sabe-se que o bem estar gerado pelo estímulo das atividades em grupo e
também a expectativa provocada pela participação em estudos desta natureza
podem causar significativa interferência na análise final dos resultados.
[110]
.
Entretanto, não acreditamos que os resultados deste estudo possam ser atribuídos
somente à empolgação decorrente da prática de atividades em grupo. Em especial,
a melhora nos parâmetros do T6M nos levam a crer que a pratica regular de
exercícios pôde contribuir significativamente para uma melhoria na mobilidade e na
qualidade de vida do grupo de obesos mórbidos estudado por nós. Sendo assim,
nossos achados podem servir de estímulo para o desenvolvimento de outros
estudos mais esclarecedores.
Nosso objetivo é insistir na terapêutica da obesidade mórbida utilizando uma
estratégia que contemple a abordagem multidisciplinar destes pacientes, buscando
sempre a melhora dos nossos serviços através de muito trabalho e dedicação e
beneficiados pelo excelente entrosamento entre os profissionais que compõem
nossa equipe.
56
9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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64
10. ANEXOS
A.1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Trabalho:
IMPACTO CLÍNICO-METABÓLICO E NA QUALIDADE DE VIDA DE UM PROGRAMA
DE PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO ESPECÍFICO PARA OBESOS MÓRBIDOS COM
ENFASE NA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADES FÍSICAS.
Pesquisador Responsável: Dr. João Régis Ivar Carneiro
Prezado (a) Paciente
Algumas informações sobre esta pesquisa são importantes e você deve saber: A obesidade
mórbida é um grave problema de saúde pública com importantes conseqüências negativas
na saúde de seus portadores. Obesos mórbidos podem ter maiores possibilidades de
sofrerem de hipertensão, diabetes, além de infarto e derrame. Os riscos para o
desenvolvimento dessas complicações podem ser estimados através da dosagem de
glicose, colesterol, triglicerídeos, além da medida da pressão arterial. Recentemente novos
marcadores de risco foram descobertos, porém não estão disponíveis para utilização em
larga escala. Temos percebido na literatura médica um grande número de trabalhos
mostrando um importante papel do exercício no controle e prevenção dos problemas de
saúde causados pela obesidade. Desde o início de nossas atividades no serviço de cirurgia
bariátrica do HUCFF, notamos uma melhora considerável na saúde e qualidade de vida dos
pacientes que realizam nosso programa de atividade física direcionada para grandes
obesos. A grande maioria perde peso e reduz os riscos para cirurgia além de conseguir um
melhor controle da glicose e da pressão arterial. Não se sabe ainda o impacto desse
programa nos novos marcadores mais recentemente descobertos e tampouco foi avaliado o
impacto do exercício na qualidade de vida dos pacientes obesos. Neste estudo, estaremos
tentando estimar o impacto de um programa de 3 meses de exercício na qualidade de vida,
na realização de atividades do cotidiano; nas dosagens de glicose, colesterol, triglicerídeo e
de novos marcadores metabólicos e na pressão arterial além de avaliar a perda de peso
decorrente desta atividade. Sendo assim todos terão uma amostra de seu sangue colhido no
início e ao final da pesquisa. A coleta será feita por um profissional do HUCFF com material
estéril e descartável. O local da punção pode ficar dolorido por alguns minutos – é
aconselhável exercer uma certa pressão neste local por aproximadamente 3 minutos após a
coleta. Todos vocês serão avaliados clinicamente e também por um cardiologista. A
realização das atividades se dará sob supervisão e após liberação médica que incluirá a
realização de Eletrocardiograma ( Eletro ). Será seguido o protocolo estabelecido pelo
serviço de fisiatria do HUCFF ( Em anexo ), divididos em 2 fases : A primeira de duração de
4 semanas envolve atividades de auto massagem, reconhecimento dos limites corporais,
alongamento e exercícios respiratórios. A segunda, com duração de dois meses envolverá
atividades aeróbicas de baixo impacto. Todos os pacientes receberão instruções com um
manual para realização de exercícios complementares em casa de forma apropriada.
Espera-se que com a realização dos exercícios você melhore sua qualidade de vida e
otimize sua condição metabólica ( o que já tivemos a oportunidade de constatar porém sem
avaliação adequada que é justamente o objetivo deste trabalho ).
65
Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao profissional responsável que pode ser
encontrado no endereço: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho 2
o
andar S. de
Fisiatria telefones : 2562-2390 / 22747545, email : [email protected].br . Se vc tiver
alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê
de Ética em Pesquisa (CEP) – sala 01D - 46- 1
o
andar, fone 2562-2480 – email
.
A sua participação nessa pesquisa é voluntária e saiba que, se por qualquer motivo você
não quiser participar ou tiver que interromper o programa antes de seu término, isso em
nada intervirá no seu atendimento neste hospital. As informações obtidas serão analisadas
em conjunto com informações obtidas de outros pacientes, não sendo divulgada a
identificação de nenhum paciente. Os resultados dos exames e os dados da pesquisa são
de inteira responsabilidade dos pesquisadores e poderão ser publicados em revistas
cientificas.
Não haverá nenhuma remuneração para que você participe do estudo, assim como nada
lhe será cobrado em qualquer fase do estudo. Você também não será discriminado pela sua
condição de obeso mórbido ou por qualquer problema ou dificuldade na realização das
atividades.
Acredito ter sido suficientemente informado(a) a respeito das informações sore o estudo
acima citado, que li ou que foram lidas para mim.
Eu discuti com o Dr. João Régis Ivar Carneiro sobre minha decisão em participar desse
estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a
serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e
esclarecimento permanentes. Ficou claro também que a minha participação é isenta de
despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário.
Concordo voluntariamente em participar desse estudo e poderei retirar meu consentimento a
qualquer momento antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de
qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento nessa instituição.
___________________________________________________
Nome / Assinatura do Paciente
DATA: ______/______/__________
____________________________________________
Pesquisador: Dr. João Régis Ivar Carneiro
Telefone: 2562-2390 - 2274 7545
66
A.2 - Questionário do Estudo
- Identificação :
* Nome: _________________________________________________ * N
o
_________
* Idade: ______ * Sexo : _______ * Cor : _________ * Data : ____ / ____ / _____
- HDA :
* Peso máximo : ________ Kg Quando ? : _______________________________
* Está em seu Peso máximo ? Sim ____ não _____
* Desde quando vc. é obeso ? desde a infância ____ adolescência ____
depois dos 20 anos _____
* Sem atividade física : há + de 3 meses _ há + de 6 meses ___ há + de 1 ano___
HPP –
*HAS ? : S _____ N _____ Δt : _______ * DM ? : S _____ N _____ Δt: _______
* Dor lombar : S _____ N ____ * Artralgia Joelhos : S ____ N ____
* Roncos noturnos : S ____ N ____ * Dificuldade na higiene diária : S ____ N _____
* Tabagismo: S ____ N _____ Ex ______ obs : ___________________________
*Dor no peito : S ___ N ___ obs : _________________________________________
*Dispnéia : S ____ N _____ obs : _____________________________________________
67
- H. familiar :
* Pai obeso : S ____ N _____ * Mãe obesa : S ____ N ____
* Pai diabético : S ____ N ____ * Mãe diabética : S ____ N ____
* Pai HAS : S ____ N ____ * Mãe HAS : S ____ N ____
Hábitos de vida :
* Trabalha : S ____ N ____
* Obesidade interfere :
___ _____ _____
nada pouco muito
* Medicamentos atuais : S ____ N ____ * Quais : ______________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
* Gasto com medicamentos / mês ( em reais ) : ____________________________
- Exame
Físico :
* Peso : ___________ * Estatura : __________ * IMC : ___________
* C. abdominal : ___________ * C. Quadril : ___________
* PAS : ___________ * PAD : ____________ FC : _____________
* Acanthosis : S _____ N _____
68
QUESTIONÁRIO – 3 meses
* Peso : ___________ * IMC : ___________
* C. abdominal : ___________ * C. Quadril : _____________
* PAS : ___________ * PAD : ____________ FC : _____________
* Acanthosis : S _____ N _____
* Dor lombar : S _____ N ____ * Artralgia Joelhos : S ____ N ____
* Roncos noturnos : S ____ N ____
* Tabagismo : S _____ N _____ Ex ______ obs :
___________________________
* Dificuldade na higiene diária : S ____ N _____
69
A.3 - Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II ( MA QoLQII )
70
A.4- Stanford Health Assessment Questionnaire - Disability Index ( HAQ – DI )
HAQ: Questionário de Avaliação de Saúde: Você é capaz de?
Instruções: Para cada um dos 8 itens computa-se 01 valor (a pior performance)
0-faz sem nenhuma dificuldade 1-com alguma dificuldade 2-com muita dificuldade 3- não faz
C1-Vestir-se e cuidar-se 0 / 1 / 2 / 3
1. Vestir-se, inclusive amarrar os cordões dos sapatos e abotoar suas roupas?
2. Lavar sua cabeça e seus cabelos?
C2– Levantar-se 0 / 1 / 2 / 3
3. Levantar-se de maneira ereta de uma cadeira de encosto reto e sem braços?
4. Deitar-se e levantar-se da cama?
C3– Comer 0 / 1 / 2 / 3
5. Cortar um pedaço de carne?
6. Levar à boca um copo ou uma xícara cheia de café, leite ou água?
7. Abrir um saco de leite comum?
C4 – Caminhar 0 / 1 / 2 / 3
8. Caminhar em lugares planos?
9. Subir 5 degraus?
C5– Higiene 0 / 1 / 2 / 3
10. Lavar seu corpo inteiro e secá-lo após o banho?
11. Tomar um banho de chuveiro?
12. Sentar-se e levantar-se de um vaso sanitário?
C6– Alcançar 0 / 1 / 2 / 3
13. Levantar os braços e pegar um objeto de aproximadamente 2,5 quilos que está posicionado
pouco acima da cabeça?
14. Curvar-se para pegar suas roupas no chão?
C7– Preensão 0 / 1 / 2 / 3
15. Segurar-se em pé no ônibus ou metrô?
16. Abrir potes ou vidros de conservas que tenham sido previamente abertos?
17. Abrir e fechar torneiras?
C8 – Outras atividades 0 / 1 / 2 / 3
18. Fazer compras nas redondezas aonde mora?
19. Entrar e sair de um ônibus?
20. Realizar tarefas tais como usar a vassoura para varrer e rodo para puxar a água?
Pontuação: (C1+C2+C3+C4+C5+C6+C7+C8 ÷ 8)
Total: ____________ (0-3)
71
A5 - Características dos pacientes ao início do estudo, variáveis clinicas e bioquímicas .
Paciente
idade
sexo cor estat IMC Peso PAS PAD Ht
Hb
Fibr
Glic
HBA1C
insul
colest
LDL
HDL
TG
TGO
TGP
GGT
TSH
T4L
1 MCN 33 F NB 159 48,0 122,000 120 80 41 13,6 261 99 6,3 7,5 204 147,6 38,8 88 12 14 18 2,59 1,17
2 DMS 31
F
NB 165 50,6 137,500 110 80 40 13,3 231 92 6,4 11,3 149 74 65,2 49 26 34 34 2,3 0,97
3 EBS 33
F
NB 162 53,8 142,000 110 70 42 14 242 100 6,9 7,3 203 146,7 38,1 91 24 28 47 5,32 0,96
4 LNS 27
F
NB 160 42,6 109,200 105 60 42 14 277 87 6,2 10,3 195 139,8 38 86 24 26 52 0,78 1,61
5 FEP 32
F
B 168 57,1 161,000 110 70 37 12,3 292 71 5,7 13,8 262 166,6 68,8 133 16 20 18 3,64 1,16
6 NN 28
F
B 171 47,7 138,700 110 90 46 15,3 252 63 5,4 13,9 210 124,1 66 99 24 27 31 1,2 1,26
7 MFS 30
F
NB 158 58,2 145,500 130
90 46 15,3 261 88 5,6 9,2 156 82,9 58,9 71 16 13 23 2,02 1,31
8 MG 42
M
B 180 64,5 209,300 130 80 46 15,3 256 96 6,4 11,7 173 106,7 40,7 128 22 24 27 0,9 1,49
9 ADZ 33
M
B 169 63,0 180,000 146 100 42 14 232 80 5,2 12 161 93,3 36,9 154 18 22 26 3,06 1,08
10 CAS 24
M
B 179 47,7 153,000 130 90 45 15 241 100 6,8 17,7 131 66,6 46,8 88 34 30 49 2,09 1,11
11 EMM 39
M
B 175 53,8 165,000 140 100 45 15 255 115 8,2 24,9 161 77,7 64,7 93 80 76 50 3,8 1,14
12 CAC 53
M
B 168 43,1 121,800 110 70 50 16,6 211 80 5,4 15,7 164 86,7
61,3 80 41 39 138 1,59 1,28
13 LSM 43
F
B 158 43,7 109,300 110 80 42 14,4 309 96 6,6 11,2 229 176,6 36 82 28 32 57 1,92 1,37
14 JPMS 41
F
B 165 40,8 111,300 115 80 41 13,6 261 88 6,4 11,4 199 135,5 42,1 107 20 22 15 1,54 1,47
15 RSB 39
F
B 158 46,7 117,000 120 80 43 14 227 89 8,2 8,8 183 107,7 57,2 94 17 14 28 2,58 1,29
16 MEG 48
F
B 160 38,8 99,400 120 80 38 12,6 234 101 8,6 8,8 159 99,9 40,3 94 20 22 16 1,76 1,46
17 RSOS 44 F NB 158 47,1 117,700 160 100 39 13 256 74 5,5 10,9 204 117,5 63,1 117 14 12 18 3,66 0,97
18 VLM
44
F
NB 158 57,1 142,800 140 90 38 12,6 268 86 5,3 9 146 71,7 56 91 15 12 19 3,13 1,27
19 AM 52
F
B 167 44,6 124,500 110 70 44 14 231 149 8,6 22 199 120,3 36 213 20 19 23 2,28 1,17
20 MJMS 39
F
B 156 49,5 120,500 140 100 35 11,6 268 74 6,3 10,7 149 89,7 46,3 65 14 10 16 1,43 1,41
21 EFA 45
F
B 160 42,6 115,000 110 90 41 13,6 260 100 6,7 3,7 151 79,4 43,6 140 15 12 23 0,87 1,58
22 VLPSB 37
M
B 174 52,6 159,300 130 100 47 15,6 246 83 6,7 9 184 101,7 56,1 131 47 51 41 2,5 1,18
23 LVAS 28
M
B 180 47,5 154,000 130 90 44
14,6 261 75 5,6 11,7 157 88,3 42 134 18 15 39 2,85 1,14
Legenda : cor
: NB – não branco; B – branco estat : estatura em cm; Fibr: fibrinogênio; Glic : glicose; insul : insulina; colest: colesterol.
72
A.6 - Características dos pacientes ao final do estudo, variáveis clinicas e bioquímicas
Paciente
idade
sexo cor estat IMC Peso PAS PAD Ht
Hb
Fibr
Glic
HBA1C
insul
colest
LDL
HDL
TG
TGO
TGP
GGT
1 MCN 33 F NB 159 47,5 120,200 110 80 38 12,6 284 72 6 6,8 174 99,9 54,4 98 14 18 12
2 DMS 31
F
NB 165 46,5 131,300 125 90 39 13 302 74 6 7,3 145 74,6 55,2 76 18 20 13
3 EBS 33
F
NB 162 46,5 119,000 95 65 43 14,3 248 77 6 4,9 186 102,8 64,2 95 20 24 16
4 LNS 27
F
NB 160 39,7 103,000 100 60 42 13,6 266 95 6,7 9,2 176 106,9 53,3 79 14 16 19
5 FEP 32
F
B 168 51,7 142,000 95 60 37 12,3 271 92 5,5 8,2 185 109,7 53,7 108 18 20 13
6 NN 28
F
B 171 47,7 138,700 120 90 47 15,6 253 109 7,9 29,1 240 142,6 57,8 198 20 23 29
7 MFS 30
F
NB 158 57,3 143,100 150 110 46 15,3 261 86 5,4 7,9 164 66,3 45,1
63 32 33 29
8 MG 42
M
B 180 63,1 204,500 140 80 47 15,6 267 91 5,6 10,2 181 103,2 58,6 96 21 24 52
9 ADZ 33
M
B 169 57,5 164,400 140 100 43 14,3 257 96 7,1 11,6 147 61,2 45,4 202 21 27 14
10 CAS 24
M
B 179 50,9 163,300 130 84 45 15 280 91 5,7 10,6 153 78,9 51,3 64 21 22 36
11 EMM 39
M
B 175 53,6 164,400 160 100 46 15,3 212 105 6,9 18,1 156 70,2 53,8 110 67 63 79
12 CAC 53
M
B 168 42,6 120,400 126 80 48 16 281 102 6,1 26,7 164 87,9 64,1 60 40 38 33
13 LSM 43
F
B 158 42,5 106,300 110 75 44 14,6 316 67 5,9
8 178 109,8 49,2 92 22 26 30
14 JPMS 41
F
B 165 39,4 107,500 122 78 42 14 259 71 5,4 13,9 163 90,9 56,3 79 18 16 23
15 RSB 39
F
B 158 46,0 115,000 115 80 40 13,3 266 77 5,7 10,4 152 71 63,8 96 18 17 21
16 MEG 48
F
B 160 38,4 98,400 120 80 41 13,6 238 111 6,2 9,4 161 89,4 51,6 100 26 22 33
17 RSOS 44 F NB 158 48,1 120,100 150 100 39 13 284 108 7,5 4,4 201 105 63,8 161 15 13 40
18 VLM 44
F
NB 158 52,5 131,300 120 80 97 12,3 230 84 5,6 9,8 159 62,6 43,8 63 17 15 47
19 AM 52
F
B 167 44,8 125,100 120 80 46
15,3 261 148 8,2 21,1 136 74,2 40,2 108 14 10 26
20 MJMS 39
F
B 156 48,6 118,500 120 80 40 13,3 291 89 4,9 11 158 73,4 39,6 75 12 10 22
21 EFA 45
F
B 160 41,7 107,000 124 80 43 14,3 246 79 5,6 9,4 155 80,8 37,6 83 27 25 31
22 VLPSB 37
M
B 174 47,7 144,600 120 80 47 15,6 291 105 6,8 13 140 74,5 53,9 58 23 29 31
23 LVAS 28
M
B 180 46,4 150,500 130 80 47 15,6 262 84 5,6 15,9 162 65,8 37,6 93 27 25 31
Legenda : cor
: NB – não branco; B – branco estat : estatura em cm; Fibr: fibrinogênio; Glic : glicose; insul : insulina; colest: colesterol.
73
A.7- Parâmetros do teste de 6 minutos de caminhada ao início do estudo de cada paciente.
Paciente dist2min1 dist24min dist46min dist4min dist6min
plin
veloc2
min
veloc2-4 min veloc4-6 min
veloc4
min
veloc6
min
met2
min
Met 2-
4 min
Met4-6
min
met4min met6min
1 MCN 177,00 166 144 343 487 126,32 5,30 4,98 4,32 5,15 4,87 3,54 3,38 3,07 3,46 3,33
2 DMS 176 171 176 347 523 137,26 5,30 5,13 5,28 5,21 5,23 3,53 3,46 3,53 3,49 3,50
3 EBS 172 166 164 338 502 143,70 5,20 4,98 4,92 5,07 5,02 3,47 3,38 3,35 3,43 3,40
4 LNS 197 193 194 390 584 128,51 5,90 5,79 5,82 5,85 5,84 3,83 3,77 3,79 3,80 3,79
5 FEP 191 186 182 377 559 166,95 5,70 5,58 5,46 5,66 5,59 3,74 3,67 3,61 3,71 3,68
6 NN 197 188 190 385 575 137,88 5,90 5,64 5,70 5,78 5,75 3,83 3,70 3,73 3,76 3,75
7 MFS 170 168 164 338 502 147,90 5,10 5,04 4,92 5,07 5,02 3,44 3,41 3,35 3,43 3,40
8 MG 144 147 150 291 441 132,36 4,30 4,41 4,50 4,37 4,41 3,07 3,11 3,15 3,09 3,11
9 ADZ 182 185 191 367 558 137,97
5,50 5,55 5,73 5,51 5,58 3,61 3,66 3,74 3,63 3,67
10 CAS 196 194 196 390 586 106,05 5,90 5,82 5,88 5,85 5,86 3,81 3,79 3,81 3,80 3,80
11 EMM 193 189 194 382 576 139,09 5,80 5,67 5,82 5,73 5,76 3,77 3,71 3,79 3,74 3,76
12 CAC 188 182 182 370 552 146,38 5,60 5,46 5,46 5,55 5,52 3,70 3,61 3,61 3,66 3,64
13 LSM 187 184 186 371 557 157,29 5,60 5,52 5,58 5,57 5,57 3,68 3,64 3,67 3,66 3,67
14 JPMS 175 176 175 351 526 137,02 5,30 5,28 5,25 5,27 5,26 3,51 3,53 3,51 3,52 3,52
15 RSB 161 160 171 321 492 137,06 4,80 4,80 5,13 4,82 4,92 3,31 3,30 3,46 3,30 3,35
16 MEG 174 166 168 340 508 142,73 5,20 4,98 5,04 5,10 5,08 3,50 3,38 3,41
3,44 3,43
17 RSOS 182 191 204 373 577 176,30 5,50 5,73 6,12 5,60 5,77 3,61 3,74 3,93 3,68 3,76
18 VLM 138 122 170 260 430 162,50 4,10 3,66 5,10 3,90 4,30 2,98 2,75 3,44 2,87 3,06
19 AM 160 154 159 314 473 159,64 4,80 4,62 4,77 4,71 4,73 3,30 3,21 3,28 3,25 3,26
20 MJMS 182 178 181 360 541 158,33 5,50 5,34 5,43 5,40 5,41 3,61 3,56 3,60 3,58 3,59
21 EFA 169 163 171 332 503 149,99 5,10 4,89 5,13 4,98 5,03 3,43 3,34 3,46 3,38 3,41
22 VLPSB 185 179 174 364 538 123,67 5,60 5,37 5,22 5,46 5,38 3,66 3,57 3,50 3,61 3,57
23 LVAS 188 186 188 374 562 106,84 5,60 5,58 5,64 5,61 5,62 3,70 3,67 3,70 3,68 3,69
74
A.8- Parâmetros complementares do teste de 6 minutos de caminhada ao início do estudo de cada paciente
Paciente Fc basal Fc final Fc rebote Sat O2 basal Sat O2 final Sat O2 rebote Borg basal Borg final Borg rebote
1 MCN 88 143 81 100 94 98 0 4 1
2 DMS 92 119 100 96 93 96 0 1 1
3 EBS 88 150 113 97 96 98 1 7 4
4 LNS 80 145 103 98 98 98 0 2 3
5 FEP 99 117 119 99 98 98 0 5 3
6 NN 106 155 122 97 96 98 0 4 0,5
7 MFS 104 158 126 97 98 97 0 3 2
8 MG 85 134 107 95 95 95 0,5 3 1
9 ADZ 118 138 139 97 95 98 0 3 3
10 CAS 90 143 131 98 90 95 0 5 2
11 EMM 85 174 131 96 95 97 0 1 1
12 CAC 70 134 104 95 89 96 0 3 3
13 LSM 107 168 134 98 96 98 2 4 3
14 JPMS
65 116 89 97 96 98 0 0 0
15 RSB 74 140 110 98 96 98 1 4 2
16 MEG 94 142 102 98 97 98 0 6 0,5
17 RSOS 81 132 95 95 95 98 2 4 3
18 VLM 82 134 100 97 97 98 0,5 4 4
19 AM 98 130 110 97 96 97 0 0,5 0,5
20 MJMS 73 125 98 98 97 97 0 1 1
21 EFA 75 125 91 98 98 98 0 2 2
22 VLPSB 94 154 127 94 95 96 0 4 4
23 LVAS 103 186 144 99 98 98 0 2 1
75
A.9- Parâmetros do teste de 6 minutos de caminhada ao final do estudo de cada paciente.
Paciente dist2min1 dist24min dist46min dist4min dist6min
plin
veloc2
min veloc2-4 min veloc4-6 min
veloc4
min
veloc6
min
met2
min
Met 2-
4 min
Met4-6
min met4min met6min
1 MCN 171 167 171 338 509 130,86 5,13 5,01 5,13 5,07 5,09 3,46 3,40 3,46 3,43 3,44
2 DMS 179 168 175 347 522 128,26 5,37 5,04 5,25 5,21 5,22 3,57 3,41 3,51 3,49 3,50
3 EBS 181 174 173 355 528 133,56 5,43 5,22 5,19 5,33 5,28 3,60 3,50 3,48 3,55 3,53
4 LNS 206 203 199 409 608 128,65 6,18 6,09 5,97 6,14 6,08 3,96 3,91 3,86 3,94 3,91
5 FEP 193 196 196 389 585 158,82 5,79 5,88 5,88 5,84 5,85 3,77 3,81 3,81 3,79 3,80
6 NN 213 204 211 417 628 149,13 6,39 6,12 6,33 6,26 6,28 4,06 3,93 4,03 3,99 4,01
7 MFS 170 162 155 332 487 140,99 5,10 4,86 4,65 4,98 4,87 3,44 3,33 3,23 3,38 3,33
8 MG 156 180 160 336 496 142,38 4,68 5,40 4,80 5,04 4,96 3,24 3,58 3,30 3,41 3,37
9 ADZ 195 193 187 388 575 128,86
5,85 5,79 5,61 5,82 5,75 3,80 3,77 3,68 3,79 3,75
10 CAS 199 198 195 397 592 110,75 5,97 5,94 5,85 5,96 5,92 3,86 3,84 3,80 3,85 3,83
11 EMM 193 196 197 389 586 141,14 5,79 5,88 5,91 5,84 5,86 3,77 3,81 3,83 3,79 3,80
12 CAC 202 194 195 396 591 155,58 6,06 5,82 5,85 5,94 5,91 3,90 3,79 3,80 3,84 3,83
13 LSM 185 184 182 369 551 156,90 5,55 5,52 5,46 5,54 5,51 3,66 3,64 3,61 3,65 3,64
14 JPMS 178 175 203 353 556 142,72 5,34 5,25 6,09 5,30 5,56 3,56 3,51 3,91 3,53 3,66
15 RSB 175 162 162 337 499 136,05 5,25 4,86 4,86 5,06 4,99 3,51 3,33 3,33 3,42 3,39
16 MEG 171 177 204 348 552 154,06 5,13 5,31 6,12 5,22 5,52 3,46 3,54 3,93
3,50 3,64
17 RSOS 189 191 189 380 569 177,11 5,67 5,73 5,67 5,70 5,69 3,71 3,74 3,71 3,73 3,72
18 VLM 162 163 165 325 490 170,46 4,86 4,89 4,95 4,88 4,90 3,33 3,34 3,37 3,33 3,35
19 AM 182 170 176 352 528 179,02 5,46 5,10 5,28 5,28 5,28 3,61 3,44 3,53 3,53 3,53
20 MJMS 208 202 203 410 613 176,77 6,24 6,06 6,09 6,15 6,13 3,99 3,90 3,91 3,94 3,93
21 EFA 189 192 193 381 574 161,76 5,67 5,76 5,79 5,72 5,74 3,71 3,76 3,77 3,74 3,75
22 VLPSB 200 198 204 398 602 132,23 6,00 5,94 6,12 5,97 6,02 3,87 3,84 3,93 3,86 3,88
23 LVAS 182 182 189 364 553 104,5 5,46 5,46 5,67 5,46 5,53 3,61 3,61 3,71 3,61 3,65
76
A.10- Parâmetros complementares do teste de 6 minutos de caminhada ao final do estudo de cada paciente
Paciente Fc basal Fc final Fc rebote Sat O2 basal Sat O2 final Sat O2 rebote Borg basal Borg final Borg rebote
intervalo de dias
entre os testes
1 MCN 62 126 73 99 98 99 0,5 3 2 123
2 DMS 76 132 108 99 99 99 0,5 0 0 123
3 EBS 74 131 94 98 97 98 0 3 2 110
4 LNS 90 154 109 98 96 98 0 2 3 121
5 FEP 87 149 102 97 97 98 0 1 0 103
6 NN 103 153 122 96 95 97 0 3 0,5 89
7 MFS 118 166 132 99 98 98 0,5 4 3 97
8 MG 78 107 91 95 94 97 0 2 1 69
9 ADZ 97 140 126 98 97 97 0 3 2 85
10 CAS 86 133 102 98 93 98 0 0 0 81
11 EMM 98 142 134 95 92 97 0 2 3 69
12 CAC 70 138 106 95 88 95 0 3 3 81
13 LSM
78 133 89 98 95 98 0 3 3 116
14 JPMS 76 114 81 98 97 98 0 0 0 83
15 RSB 63 110 90 96 96 98 0 1 3 62
16 MEG 85 133 99 98 98 98 0,5 4 1 55
17 RSOS 100 169 138 98 97 98 0 6 5 119
18 VLM 85 120 106 98 92 99 0,5 4 2 83
19 AM 91 149 119 96 97 97 0 1 0,5 97
20 MJMS 103 162 138 99 92 99 0 3 1 74
21 EFA 82 149 111 98 97 97 1 5 5 81
22 VLPSB 94 142 103 96 97 97 0 0,5 0 89
23 LVAS 103 146 130 98 98 98 0 3 1 69
77
A.11- Escores dos questionários de qualidade de vida HAQ-DI e MA QoLQII ao início do estudo para cada paciente
Paciente HAQ-DI MA QoLQII
1 MCN 1,375 -0,2
2 DMS 0,5 0,8
3 EBS 2,375 -2
4 LNS 0,125 2,7
5 FEP 1,625 -1,7
6 NN 1,875 -0,8
7 MFS 1,375 -0,8
8 MG 1,125 - 0,6
9 ADZ 1,125 0,6
10 CAS 0 1
11 EMM 0,375 - 0,1
12 CAC 1,875 - 1
13 LSM 0,125 1,2
14 JPMS 0 - 0,8
15 RSB 0,375 2,4
16 MEG 1,25 2,4
17 RSOS 1 0,6
18 VLM 1 2,2
19 AM 1 1,2
20 MJMS 1 - 1,4
21 EFA 2,125 -2
22 VLPSB 0,75 0,1
23 LVAS 1,625 - 2
78
A.12- Escores dos questionários de qualidade de vida HAQ-DI e MA QoLQII ao final do estudo para cada paciente
Paciente HAQ-DI MA QoLQII
1 MCN 0 2,4
2 DMS 0 -0,1
3 EBS 0,625 1,5
4 LNS 0,125 3
5 FEP 0,25 2,4
6 NN 2 0,1
7 MFS 0,625 - 0,5
8 MG 0,75 0,2
9 ADZ 0,875 2,4
10 CAS 0,625 2
11 EMM 0,875 2,5
12 CAC 0,75 -0,2
13 LSM 0,125 2,3
14 JPMS 0 1,5
15 RSB 0,375 2,8
16 MEG 0,625 2
17 RSOS 1 1
18 VLM 0,25 2,5
19 AM 0,625 2
20 MJMS 0,375 1,5
21 EFA 0,75 1,6
22 VLPSB 0 1,7
23 LVAS 0,25 0,8
79
A.13 - Outros Parâmetros estudados
Paciente HOMA R início HOMA R final perda de peso diferença peso % EPP %EIMCP
1 MCN 1,83 1,2 Sim 1,8 3,06 2,38
2 DMS 2,56 1,33 Sim 6,2 8,92 16,19
3 EBS 1,8 0,93 Sim 23 30,1 25,51
4 LNS 2,21 2,15 Sim 6,2 13,71 16,48
5 FEP 2,41 1,86 Sim 19 21 16,7
6 NN 2,14 7,82 manteve 0 0 0
7 MFS 1,61 1,67 Sim 2,4 2,88 2,88
8 MG 2,77 2,28 Sim 4,8 3,89 3,59
9 ADZ 2,52 2,74 Sim 15,6 14,36 14,36
10 CAS 4,36 2,37 Ganhou peso -10,3 -14,13 -14,1
11 EMM 7,06 4,68 Sim 0,6 0,67 0,65
12 CAC 3,33 6,71 Sim 1,4 2,73 2,75
13 LSM 2,65 1,32 Sim 3 6,39 6,38
14 JPMS 2,47 2,43 Sim 3,8 8,79 8,81
15 RSB 1,93 1,97 Sim 2 3,66 3,12
16 MEG 2,17 2,57 Sim 1 2,82 2,82
17 RSOS 1,97 1,17 Ganhou peso -2,4 -4,34 -4,28
18 VLM 1,9 2,03 Sim 11,5
14,3 14,29
19 AM 8,08 7,7 Ganhou peso -0,6 -1,09 -1,06
20 MJMS 1,95 2,41 Sim 2 3,35 3,34
21 EFA 0,91 1,83 sim 8 15,68 4,81
22 VLPSB 1,82 3,36 sim 14,7 17,58 17,59
23 LVAS 2,16 3,29 sim 3,5 4,79 4,79
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