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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
Adriana Aparecida Oliveira Esteves
Análise de reprodutibilidade da autorreferência de características vocais
do questionário Condições de Produção Vocal CPV
MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA
SÃO PAULO
2010
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ii
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
Adriana Aparecida Oliveira Esteves
Análise de reprodutibilidade da autorreferência de características vocais
do questionário Condições de Produção Vocal CPV
MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA
Dissertação apresentada à Banca Examinadora
como exigência parcial para obtenção do título
de MESTRE em Fonoaudiologia, na área de
concentração Clínica Fonoaudiológica, pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
sob a orientação da Profª. Drª Léslie Piccolotto
Ferreira.
SÃO PAULO
2010
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ix
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21 5º SALVO GIMENO
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36 1º como com
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42 A tabela 1 espaço
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45 1º SIMÕES
parêntese
45
SIMÕES
parêntese
45
KOOIJMAN
parênteses
46
*
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47 3º diversos. diversos;
47 4º quinze 15
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53 3º GIANNINI Giannini
53 3º FIGUEIRA Figueira
53 3º SILVA Silva
53 3º KARMANN Karmann
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53 4º GIANNINI Giannini
53 4º LATORRE Latorre
53 4º ZENARI Zenari
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14 1º SANTOS e
LIMA
referência
bibliográfica
Ferreira LP. Assessoria Fonoaudiológica aos
profissionais da voz. In: Fernandes FDM,
Mendes BCA, Navas ALPGP (Orgs.). Tratado
de Fonaoudiologia. 2d. São Paulo: Rocca:
2009. p. 746-753
Esteves, Adriana Aparecida Oliveira
Alise de reprodutibilidade da autorreferência de características
vocais do questionário Condições de Produção Vocal – CPV / Adriana
Aparecida Oliveira Esteves – São Paulo, 2010.
77 f.
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo – Programa de Pós Graduação em Fonoaudiologia.
Reproducibility analysis of self-reference of vocal characteristics in
the Conditions of the Vocal Production – CPV Questionnaire
1. Reprodutibilidade de testes 2. Questionário 3. Voz 4. Docentes
iii
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a
reprodução total ou parcial dessa dissertação por processo de
fotocopiadoras ou eletrônicos, desde que na reprodução figure
a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
iv
“Existem momentos na vida onde a questão de saber
se pode pensar diferentemente do que se pensa,
é perceber diferentemente do que se vê,
é indispensável para continuar a olhar ou a refletir.”
Michel Foucault
v
Dedico este trabalho
À minha mãe, Cida, pelo amor incondicional,
por caminhar SEMPRE comigo e,
principalmente, por me apoiar e
incentivar a conquistar meus sonhos;
Ao meu pai, Antonio, que é um exemplo de homem
e caráter, por me fazer sentir segura,
amada e por ser o norte em minha vida;
Ao meu irmão, Andi, por ser
meu companheiro de todos os dias,
por me respeitar e me mostrar, de forma sutil,
como a vida pode ser mais leve...
Ao meu sobrinho-afilhado, Brayan,
riqueza da minha vida,
por me mostrar o quanto viver
é maravilhoso, quando existe um amor puro.
vi
AGRADECIMENTOS
São tantos, que não cabem aqui, nem em mim. Foram tantas as
pessoas envolvidas, direta e indiretamente, nesta pesquisa, que, ao citar
qualquer nome, corro o risco de esquecer algum; então, prefiro agradecer a
todos aqueles que se reconhecerem nas páginas que virão.
vii
À Profª. Drª. Léslie Piccolotto Ferreira, minha orientadora, pessoa
que admiro e me inspira, desde a graduação. Pelo desafio proposto,
e arduamente cumprido, de penetrar num caminho desconhecido
que favoreceu, grandemente, meu amadurecimento pessoal e
profissional.
À Profª Drª Marta Assumpção de Andrada e Silva, agradeço por
sempre me possibilitar aprender e refletir em suas aulas, desde a
graduação ao mestrado, além das preciosas críticas e sugestões na
qualificação.
À Profª. Drª Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre, que foi
fundamental no decorrer desta dissertação. Sem seu conhecimento,
suas preciosas críticas e sugestões, ao longo do projeto e na
qualificação, esta pesquisa não poderia ter sido concretizada.
À Profª. Drª Emilse Aparecida Melin Servilha, outro exemplo de
profissional dedicada, obrigada pela forma cuidadosa com que
expôs suas valiosas sugestões e críticas que contribuíram muito na
qualificação e em minha formação.
À Susana Pimentel Pinto Giannini, o que dizer... para alguém que foi
excepcional nesta pesquisa. Demonstrou companheirismo,
dedicação, disponibilidade, esteve sempre de prontidão para me
ajudar, em todos os momentos que precisei. Su, este trabalho
também é seu! Obrigada pelas dicas valiosas na qualificação e em
todo o percurso deste estudo.
À Profª. Drª Maria Laura Wey Märtz, por sua presença marcante e
colaboração, no grupo Laborvox, você é outro exemplo de cuidado
ao lidar conosco, alunos, e de profissionalismo.
Às Profª
s
Drª
s
Regina Freire e Silvia Friedman, agradeço por poder
compartilhar de seus conhecimentos e absorver um pouco do vasto
conhecimento que vocês possuem. Obrigada por sempre me
tratarem com muito respeito e, principalmente, como profissional. Eu
as admiro muito.
À Profª. Drª Ieda Russo, por sempre incentivar todos os alunos e nos
fazer acreditar que com dedicação sempre é possível e que tudo tem
uma solução.
À Profª. Drª Maria Cecília Pérez de Souza e Silva, por me acolher
em seu grupo, dividir momentos difíceis, sempre disponível para me
ensinar.
viii
Às amigas do LAEL, Silvia Inês e Rose, por terem sido presentes em
minha vida, neste percurso do mestrado.
A todos os professores da Pós-Graduação, que contribuíram com a
minha formação.
À secretária Virgínia, do Programa de Pós-Gradução em
Fonoaudiologia, por sempre ser atenciosa, prestativa e competente.
A Clélia Riquino, que foi fundamental no momento final do trabalho.
Obrigada pela disposição, atenção, preocupação, tolerância e
competência em seu trabalho de revisão.
À minha amiga Fabiana Bonfim, que sempre me incentivou a
ingressar no mestrado e sempre esteve disponível em colaborar
comigo.
À querida amiga e companheira de mestrado, Fabiana Cipriano.
Com sua amizade, tudo ficou muito mais fácil. Obrigada por estar
sempre ao meu lado, em todos os momentos, me apoiando e dando
força.
À amiga de mestrado, “Leiloca”, outra companheira que esteve
sempre disponível para mim.
Aos queridos amigos do Laborvox, pelos momentos de alegria,
descontração, festividades e discussões enriquecedoras.
A todo o grupo de alunos que ingressou comigo no mestrado.
Aprendi muito com todos vocês.
À Ligia Ricupero, sem você em minha vida, seria pouco provável que
eu tivesse concluído esta etapa. Você é muito especial para mim.
Aos meus pais, que sempre me incentivam a lutar pela vida e pela
felicidade. Eu os amo muito!
Ao meu grande amigo Juliano, que me inspira em estudar e ser feliz,
obrigada por estar comigo, sempre que possível.
À minha amiga do peito e de todos os momentos, Kelyn Cristina, que
acompanhou todas as etapas difíceis deste trabalho. Você sempre
está comigo, em todas as situações, e sou muito feliz por tê-la como
amiga!
À minha grande amiga Ana Luiza, que sempre me apoia em todos
os momentos.
ix
Aos meus amigos, Renata e Kleber, Luci, Karine, Milena, Edinho,
Eliza, For, Liney, Roseli, Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem
parte da minha vida.
A todas as professoras, que, gentilmente, participaram deste
trabalho.
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior), pela bolsa concedida e apoio à pesquisa.
A todos que, embora não mencionados, participaram desta deste
percurso.
x
RESUMO
Esteves, AAO. Análise de reprodutibilidade da autorreferência de
características vocais do questionário Condições de Produção Vocal CPV.
[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, 2010.
INTRODUÇÃO: No Brasil, não existem instrumentos para avaliar a condição de
produção vocal do professor, devido a isto, desde 1999, vem sendo construído um
instrumento, a partir das queixas destes profissionais, que se propõe a suprir esta
necessidade. Para tanto, é necessário constatar a reprodutibilidade da
autorreferência da dimensão dos aspectos vocais do questionário denominado
Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P). Verificar se um participante
ao relatar que possui sintomas como: rouquidão, cansaço ao falar, falha na voz,
entre outros, irá confirmar estas queixas vocais em um determinado tempo depois.
OBJETIVO: Avaliar a reprodutibilidade das questões referentes à dimensão vocal,
que fazem parte do instrumento CPV-P. MÉTODO: Foi realizado um estudo
transversal observacional com o objetivo de proceder ao teste de reprodutibilidade
de uma das dimensões do instrumento. A amostra foi por conveniência, recrutada
de forma seqüencial, entre professoras com distúrbio de voz que procuraram
tratamento fonoaudiológico em um hospital público da cidade de São Paulo. O
questionário foi preenchido, em dois momentos, com intervalo de 15 dias entre as
aplicações. As variáveis foram analisadas de forma descritiva e comparadas quanto
à situação teste-reteste, por meio do teste Kappa (p <0,05), a fim de avaliar a
concordância entre os resultados das duas aplicações do instrumento.
RESULTADOS: A população foi composta por 36 professoras da rede municipal de
São Paulo, a maioria casada (47,2%), com escolaridade superior (91,7%), entre 11
e 20 anos de profissão (55,7%), que leciona em educação infantil (61,1%), mais de
40h semanais (27,8%), em apenas uma escola (58,3%) e com classe definida
(80,6%). Em relação aos sintomas vocais, a maior medida de confiabilidade foi voz
grossa (k = 0,74) e a menor, rouquidão (k = 0,52). Quanto às sensações
laringofaríngeas, a medida que apresentou maior índice de confiabilidade foi dor ao
falar (k = 0,59) e a menor, o pigarro (k = 0,36). Em hábitos vocais no trabalho, o que
apresentou maior medida de confiabilidade foi beber água durante a aula (k = 0,88)
e o que registrou menor medida de confiabilidade foi falar em lugar aberto (k =
0,41). Nos aspectos vocais de natureza diversa, o maior índice de confiabilidade
registrado foi faltar ao trabalho por problemas de voz (k = 0,86) e o que apresentou
menor índice foi ter recebido orientação sobre saúde vocal (k = 0,54).
CONCLUSÃO: Os resultados indicaram que a dimensão dos aspectos vocais do
questionário (CPV-P) obteve, no estudo de reprodutibilidade teste-reteste, nível de
concordância entre regular e ótimo. A maioria dos coeficientes Kappa, para os itens
analisados do questionário, foram acima de 0,50 e os resultados indicaram que
estes e sintomas/sensações e hábitos são confiáveis para uso em estudos
epidemiológicos.
Palavras-chave: reprodutibilidade dos testes, questionário, voz, docentes.
xi
ABSTRACT
Esteves, AAO. Reproducibility analysis of self-reference of vocal
characteristics in the Conditions of the Vocal Production CPV
Questionnaire. [Master’s Dissertation]. São Paulo: Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, 2010.
INTRODUCTION: In Brazil, there aren’t any instruments to evaluate the condition of
teacher’s voice production. Due to this, since 1999, an instrument has been being
built according to the complaints of these professionals, and proposes to fulfill this
necessity. To do so, it is necessary to check the reproducibility of the self-reference
of the dimension of the vocal aspects in the questionnaire named Conditions of the
Teacher’s Vocal Production (CPV-P). Verify if a participant when stating that he has
symptoms such as: hoarseness, tiredness when speaking, flaw in voice, among
others, will confirm these vocal complaints a while later. OBJECTIVE: Evaluate the
reproducibility of the questions regarding vocal dimension that are part of the
instrument CPV-P. METHOD: A transversal observational study was performed with
the objective of preceding the reproducibility test of one of the dimensions of the
instrument. The sample was, by convenience, recruited in a sequence, among
teachers with vocal disorders that looked for speech therapy treatment in a public
hospital in the city of São Paulo. The questionnaire was filled in during two
moments, with a 15 day interval between its applications. The variables where
analyzed in a descriptive manner compared considering test and re-test through
Kappa (p <0,05), to evaluate the concordance between the results of both
instrument applications. RESULTS: The population was made up of 36 teachers of
the public school of São Paulo city, the majority married (47,2%), with a college
graduation (91,7%), between 11 and 20 years of professional experience (55,7%),
that teach in pre-school (61,1%), work for more than 40 hours a week (27,8%), in
only 1 school (58,3%) and with a defined class (80,6%). Regarding vocal symptoms,
the highest measure of reliability was deep voice (k = 0,74) and the lowest,
hoarseness (k = 0,52). Concerning the laryngopharyngeal sensations, the measure
that presented highest level of reliability was pain while speaking (k = 0,59) and the
lowest was hem (k = 0,36). In vocal habits at work, what presented highest measure
of reliability was drinking water during class (k = 0,88) and what registered lowest
measure of reliability was speaking in an open space (k = 0,41). In the vocal aspects
of diverse nature, the highest level of reliability registered was missing work due to
voice problems (k = 0,86) and what presented the lowest level was having received
orientation about vocal health (k = 0,54). CONCLUSION: The results indicated that
the dimensions of the vocal aspects of the questionnaire (CPV-P) presented in the
reproducibility test and re-test study, concordance level between regular and
excellent. The majority of the Kappa coefficients, for the items analyzed in the
questionnaire, where higher than 0,50 and the results indicated that these
symptoms/sensations and habits are trustworthy for epidemiological studies.
Keywords: reproducibility, questionnaire, voice, teachers.
xii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2. OBJETIVO ............................................................................................................. 19
3. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 20
3.1. REPRODUTIBILIDADE: CONCEITO E APLICAÇÃO...................................... 20
3.2. REPRODUTIBILIDADE NAS ÁREAS DA SAÚDE........................................... 23
4. MÉTODO................................................................................................................ 31
4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO...................................................................... 31
4.2. POPULAÇÃO E LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO............................... 31
4.3. CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA...................................................... 32
4.4. INSTRUMENTO DE PESQUISA..................................................................... 32
4.5. PROCEDIMENTOS......................................................................................... 33
4.6. VARIÁVEIS DE ESTUDO................................................................................ 35
4.6. 1. Variáveis da caracterização da população de estudo ............................. 35
4.6. 1. Variáveis que foram testadas na reprodutibilidade.................................. 35
4.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................. 36
5. RESULTADOS....................................................................................................... 37
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO .......................................................... 37
5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS VOCAIS............................... 39
6. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 44
7. CONCLUSÃO......................................................................................................... 51
8. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 52
9. OBRAS CONSULTADAS....................................................................................... 57
10. ANEXOS .............................................................................................................. 59
10.1. Anexo 1 QUESTIONÁRIO DE AUTORREFERÊNCIA CPV-P............................... 61
10.2. Anexo 2 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA PUC-SP....................................... 73
10.3. Anexo 3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......................... 75
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição da amostra segundo variáveis descritivas.........................................................................38
Tabela 2 Medidas de confiabilidade de sintomas vocais do questionário CPV-P...........................................39
Tabela 3 Medidas de concordância das sensações laringofaríngeas do questionário CPV-P....................40
Tabela 4 Medidas de Concordância de Hábitos Vocais do Questionário CPV-P..........................................41
Tabela 5 Medidas de concordância dos aspectos vocais de natureza diversa do questionário CPV-P....42
Tabela 6 Índice de concordância Kappa da dimensão vocal do questionário CPV-P...................................43
14
1. INTRODUÇÃO
Dentre os chamados profissionais da voz, ou seja, aqueles que têm
na voz um importante instrumento de trabalho, o professor é o mais
pesquisado pela Fonoaudiologia (FERREIRA e OLIVEIRA, 2004; DRAGONE
e BEHLAU, 2006; FERREIRA, SANTOS e LIMA, 2009). A facilidade de
acesso a eles pode ser um dos fatores que explique esta produção, mas,
sem dúvida nenhuma, a mais importante é a ocorrência de distúrbios de voz,
registrada nesta categoria, com índices de prevalência de sintomas vocais
que variam de 29,3% a 92% (LIMA, 2008).
Preocupado com as questões do afastamento e readaptação dos
professores do município de Recife, em 1997, o Conselho Federal de
Fonoaudiologia encaminhou, para um grupo de fonoaudiólogos que atuavam
com distúrbios de voz, um Ofício Circular (15 de maio de 1997 – no. 088/97),
em que solicitava parecer para reconhecer a disfonia como doença
ocupacional. Tal documento partia do relato que considerava que muitas
alterações laríngeas, com consequentes disfonias, poderiam ser
caracterizadas como doenças ocupacionais. Este material apresentava
critérios otorrinolaringológicos e fonoaudiológicos para definir o afastamento
ou a readaptação da função de professor, decorrente de alteração de voz, e
serviu de base para as discussões ocorridas no VII Seminário de Voz da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
, daquele ano.
Neste seminário, ficou evidente, entre os presentes, a necessidade de
dar atenção especial à existência de alterações vocais decorrentes do uso
da voz de forma profissional; sob certos fatores de riscos, provenientes do
ambiente de trabalho; além da constatação da multifatoriedade causal de
tais distúrbios. Como primeira meta, optou-se por realizar um instrumento
para coleta de dados.
Disponível em: <www.pucsp.com.br/laborvox/seminario.htm>. Acesso em: 20/02/2008.
15
Por consequência, a categoria de professores foi a primeira escolhida,
por ser o profissional que há mais tempo procura o fonoaudiólogo para
tratamento da voz, e cujo trabalho requer o seu uso contínuo, em alta
intensidade, exposta a diferentes riscos como: poeira, fumo, produtos
químicos, frio, calor, ruído, iluminação, equipamentos inadequados, entre
outros.
A necessidade de ir a campo mobilizou um grupo formado por
fonoaudiólogos, principalmente da PUC-SP e do Hospital do Servidor
Público Municipal de São Paulo (HSPM), que elaborou o instrumento, hoje
denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P)
(FERREIRA et al., 2007).
O desenvolvimento deste instrumento foi necessário devido à
indisponibilidade de outro que se propusesse a avaliar as condições vocais
dos profissionais da voz, no país. Além disso, é importante ressaltar que
este questionário partiu da queixa dos próprios professores, o que favorece
sua validade, uma vez que foi delineado a partir da realidade destes
profissionais. Vale considerar, ainda, a importância de um instrumento que
se adapte à cultura e à linguagem dos entrevistados, o que beneficia a
intervenção clínica.
A elaboração deste instrumento contou com um levantamento
realizado junto aos arquivos do HSPM, para melhor conhecimento das
queixas dos professores que procuravam esta instituição em busca de
terapia fonoaudiológica. Com base neste material, foi realizada uma primeira
versão, com 87 questões, em sua maioria “sim/não”, que tinham como
objetivo levantar aspectos referentes a dados pessoais; demográficos;
situação funcional; aspectos vocais; aspectos gerais de saúde; hábitos de
vida e antecedentes familiares.
16
Um estudo piloto foi realizado com 169 professores, que serviu para
analisar a possibilidade de auto-resposta e realizar ajustes no instrumento
(LARDARO, 2002).
Após a adaptação necessária, no ano de 1999, o questionário foi
entregue a 460 professores (com retorno de 422), em pesquisa (FERREIRA
et al., 2003) realizada em parceira entre a Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo e a Prefeitura Municipal de São Paulo (Secretaria de
Educação e a Superintendência de Educação do Município).
Esta pesquisa obteve dois resultados importantes: o primeiro,
confirmou que o professor é um profissional com alta porcentagem de
autorreferência à alteração de voz (60%) e, o segundo, apontou que o
educador não possui conhecimento sobre a produção vocal e está exposto a
situações adversas de trabalho.
Na sequência, outras pesquisas, em diversos municípios, foram
realizadas (ALVES, 2002; ORTIZ, LIMA e COSTA, 2004; LIMA, 2008;
CRESPO, 2009, entre outros) com resultados de ocorrência de queixas
vocais que variaram de 30% a 86,5% (FERREIRA et al., 2007). No caso de
professores de alunos surdos, esta porcentagem foi menor, e a queixa recai
sobre a presença de lesão por esforço repetido ou distúrbio osteomuscular
relacionada ao trabalho (LER/DORT), por conta do uso da Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS) (FERREIRA e BENEDETTI, 2007).
A primeira adaptação do questionário foi feita por SIMÕES; LATORRE
e BITAR (2000), para que o instrumento pudesse ser utilizado junto a
educadores de creche. Esta autora também realizou avaliação
fonoaudiológica e constatou similaridade na porcentagem de professores
que autorreferiam alteração vocal no preenchimento do questionário e na
avaliação perceptivo-auditiva da voz, realizada por fonoaudiólogo.
Os resultados do estudo, realizado no ano de 2000, apontaram para a
necessidade de nova adaptação (SIMÕES e LATORRE, 2006), momento em
17
que as respostas passaram do tipo “sim/não” para uma escala ordinal de
frequência, com as opções de registro de “sempre”, “às vezes”, “raramente”,
“nunca” ou “não sei”.
Este instrumento é composto por cinco dimensões, a saber:
identificação do entrevistado; situação funcional; aspectos gerais de saúde;
hábitos e aspectos vocais.
Apesar de ter sido, num primeiro momento, elaborado para avaliar as
condições de vida do professor que poderiam interferir em sua saúde
ocupacional, este questionário tem sido utilizado como base para a
elaboração de outros instrumentos, com o objetivo de conhecer as
condições de produção vocal da população em geral ou de determinados
trabalhadores.
Assim, propostas foram feitas para levantamento de alterações vocais
junto a locutores de varejo (OLIVEIRA, 2002); trabalhadores industriais
(COZE, 2003); população em geral (SANTOS, 2005); trabalhadores da
indústria (ARAKAKI et al., 2006) e trabalhadores de usina de açúcar
(COUTINHO, 2009).
Dentre os recortes realizados nestas pesquisas, especial atenção tem
sido dada ao conjunto de questões que procuram levantar os aspectos
referentes à voz, principalmente a ocorrência de sintomas vocais e
sensações laringofaríngeas.
Dessa forma, para esta dissertação, optou-se por verificar a
reprodutibilidade destes aspectos. Estudos desta natureza se propõem a
avaliar se uma questão, levantada num momento, é confirmada depois de
um determinado tempo, com o objetivo de detectar a consistência da
mesma. Considerando que os sintomas vocais e sensações laringofaríngeas
são queixas constantemente mencionadas, por profissionais da voz, optou-
se por, inicialmente, constatar a reprodutibilidade destas questões em
18
professores, para, em seguida, em outras pesquisas, verificar a ocorrência
em outros grupos de profissionais.
De tal modo, esta pesquisa tem a finalidade de constatar a
reprodutibilidade da autorreferência da dimensão dos aspectos vocais do
questionário CPV-P, ou seja, verificar se um professor ao relatar que possui
sintomas como rouquidão, cansaço ao falar, falha na voz, entre outros, irá
confirmar estas queixas num determinado tempo depois.
19
2. OBJETIVO
O propósito deste estudo é avaliar a reprodutibilidade das questões
referentes à dimensão dos aspectos vocais, que faz parte do instrumento
denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P).
20
3. REVISÃO DE LITERATURA
O capítulo que se inicia será dividido em duas partes: na primeira
Reprodutibilidade: conceito e aplicação o objetivo é apresentar uma breve
revisão da literatura sobre reprodutibilidade, uma vez que este desenho de
estudo não é comum em pesquisas fonoaudiológicas; e, na segunda
Reprodutibilidade nas áreas da saúde apresentar alguns estudos sobre
reprodutibilidade em diferentes áreas da saúde, para entender como
questões sobre sintomas ou hábitos são analisados. Nesta última parte
será seguida a ordem cronológica.
3.1. REPRODUTIBILIDADE: CONCEITO E APLICAÇÃO
A aplicação de questionário como instrumento de pesquisa é um
recurso vantajoso, pois pode ser administrado com mínima dificuldade,
sendo prático para grandes amostras ou, mesmo quando necessária, a
aplicação de mais de um questionário (MENDELSON; MENDELSON e
WHITE, 2001).
A primeira característica que este instrumento deve possuir é a
possibilidade de sua reprodutibilidade. Este é um método estatístico
epidemiológico, que favorece a prática clínica e significa confiabilidade,
fidedignidade, repetibilidade e precisão. Este conceito, segundo PEREIRA
(2005) é fundamental na qualidade da informação, pois, por meio dele, é
possível obter consistência ou concordância de resultados quando a
aplicação do questionário se repete, em condições idênticas.
A confiabilidade será considerada maior quando, em repetidas
mensurações de um atributo, se obtiver uma menor variação (POLIT e
HUNGLER, 1995). Pode-se também dizer que um instrumento é confiável
ao se considerar o grau de precisão, ou seja, quando suas medidas
conseguem refletir, de forma precisa, as medidas reais daquilo que foi
investigado.
21
Dois aspectos da reprodutibilidade são mais frequentemente
avaliados: a reprodutibilidade entre diferentes avaliadores e a
reprodutibilidade teste-reteste (SATO, 2008).
Para sua realização, é necessário que o entrevistador faça
treinamento com o objetivo de padronizar a abordagem e atitude durante a
entrevista, a fim de minimizar os erros frequentes que ocorrem na relação
entre entrevistador e entrevistado, muitas vezes por diferenças quanto à
faixa etária e socioculturais (LESSA, CAVALHEIRO e FERRITE, 2009).
A reprodutibilidade teste-reteste é uma medida de estabilidade do
instrumento, na ausência de mudanças, tanto nos procedimentos de
aplicação quanto nas características a serem avaliadas. Assim, um
instrumento é administrado duas vezes, em um mesmo grupo de sujeitos,
com um lapso de tempo entre uma e outra aplicação (habitualmente, de uma
a duas semanas) e os resultados, ao final, são correlacionados.
Se houver pouca mudança entre as aplicações, a ferramenta é
considerada estável. Como o objetivo é estabelecer o grau com que o
instrumento pode reproduzir os resultados, o intervalo entre as duas
aplicações não pode ser muito próximo, pois o entrevistado pode lembrar as
questões respondidas anteriormente; nem um intervalo longo, para que
prováveis mudanças ocorridas com o participante influenciem nas respostas.
Mudanças biológicas, psicológicas ou sociais, que aconteçam com o
entrevistado, ou mudanças na situação da entrevista e/ou na forma de
entrevistar, ocorrida entre as avaliações, tendem a diminuir a estimativa de
reprodutibilidade (SATO, 2008).
A literatura consultada (SALVO, 2002; LEITE, WAISSMANN e VEGGI
2007a) descreve que para o estudo de reprodutibilidade é necessário
estabelecer a etapa de pré-teste (1ª e 2ª aplicação), com o objetivo de
realizar os ajustes necessários no instrumento, para, em seguida, ocorrer à
22
fase de teste e reteste (1ª e 2ª aplicação), momento em que se dá a
reprodutibilidade.
As medidas de reprodutibilidade são determinadas pelos coeficientes
de confiabilidade, nos quais o grau de concordância entre as avaliações é
quantificado, e podem ser calculados de várias formas, a saber: Kappa,
Kappa ponderado e Coeficiente de Correlação Intraclasse (COHEN, 1960).
A escolha de um destes coeficientes dependerá da natureza do
instrumento que se deseja avaliar. Se este produz medidas categóricas,
como diagnóstico, segundo determinado critério, ou uma medida binária
(como provável caso ou não caso), o coeficiente de confiabilidade utilizado
deve ser o Kappa (k). Se o questionário mede categorias ordenadas (como
o nível de ajustamento social, classificado como: excelente, bom, regular,
ruim ou péssimo), o Kappa ponderado fornece uma estimativa adequada.
Quando o instrumento produz valores numéricos discretos ou contínuos
(como escores totais de psicopatologia), utiliza-se o Coeficiente de
Correlação Intraclasse (MENEZES e NASCIMENTO, 2000).
O Kappa (k) é um indicador de concordância ajustado, utilizado e
indicado por vários autores como o índice mais adequado para medir
variáveis categóricas. Testa a significância estatística da concordância,
informa, ao mesmo tempo, a proporção de concordância além da esperada
pelo acaso (PEREIRA, 2005). A fórmula para o cálculo de K é:
Po – Pe
K =
1 – Pe
Legenda: Po = proporção de concordâncias observadas
Pe = proporção de concordâncias esperadas
23
Exemplo: cálculo de Po e Pe
a + d 62 + 63
Po = = = 0,85
a + b + c + d 100
{(a+b) (a+c)} + {(c+d) (b+d)} 76 x 63 + 24 x 37
Pe = = = 0,57
(a + b + c + d)² (100)²
Logo:
0,85 – 0,57
K = = 0,65
1 – 0,57
A interpretação do Kappa é obtida por meio da proporção de
concordância, após a exclusão das concordâncias ao acaso, entre duas ou
mais medidas de um determinado número de observações. Este índice
compara as diferenças entre as concordâncias observadas e esperadas,
até o máximo valor desta diferença. É indicado para medir a concordância,
pois não aumenta o percentual de discordância, nos casos de populações
homogêneas (LESSA, CAVALHEIRO e FERRITE, 2009).
3.2. REPRODUTIBILIDADE NAS ÁREAS DA SAÚDE
SALERNO et al. (2001) desenvolveram uma pesquisa sobre
confiabilidade teste-reteste de questionário aplicado em 138 digitadores. O
teste-reteste foi realizado por meio da análise estatística Kappa, teste t
pareado e Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) e modelos de
regressão logística foram utilizados para testar o efeito de aspectos
demográficos e fatores relacionados ao trabalho. A média dos entrevistados
eram mulheres brancas, com idade em torno de 35 anos, com alguma
formação universitária, em emprego permanente. Em geral, os relatos de
sintomas foram estáveis e a maioria dos valores de Kappa foram entre 0,60
e 0,89. Este estudo concluiu que a confiabilidade dos itens foram,
24
geralmente, boa a excelente e os aspectos demográficos e de trabalho não
foram estatisticamente significativos.
Em 2002, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de Lowa, nos Estados Unidos (ROSECRANCE et al., 2002),
pesquisaram sobre a confiabilidade teste-reteste dos itens do questionário
relacionado aos sintomas osteomusculares e a confiabilidade dos fatores de
trabalho utilizados na investigação da ergonomia. Empregados de uma
empresa de moldagem de plástico foram convidados a preencher o
questionário de sintoma inicial e de fatores de trabalho e, em seguida,
completar um questionário idêntico, duas ou quatro semanas depois. Dos
216 trabalhadores que participaram da pesquisa inicial, 99 (45,8%)
concordaram em retornar ao reteste. A maioria dos coeficientes Kappa, para
os 58 itens do questionário, foram acima de 0,50, mas variou entre 0,13 e
1,00. E os resultados indicaram que o questionário de sintomas e fatores de
trabalho é confiável para uso em estudos epidemiológicos.
Em estudo realizado por CAMPOS, MANZIANO e ANDRADE (2003),
sobre tradução e validação do questionário de avaliação de gravidade dos
sintomas e do estado funcional na Síndrome do Túnel do Carpo (BCTQ), os
autores relataram que a utilização de questionários como parâmetro de
avaliação é útil, por permitir a padronização, uniformização e
reprodutibilidade das medidas a que se propõe. Acrescentaram que, ao
elaborar um questionário, suas propriedades de medidas precisam ser
testadas e validadas, primeiro, em um grupo de pacientes, para,
posteriormente, serem utilizadas em estudos populacionais. O instrumento
foi aplicado nos primeiros 50 pacientes com queixas de parestesias e/ou
dores nas mãos e/ou punhos, selecionados pela pergunta: “Qual o motivo
que a(o) levou a procurar o médico que fez com ele solicitasse este exame?”
Na primeira consulta, o questionário foi aplicado por dois entrevistadores, e,
após um período de no ximo 15 dias, foi reaplicado por um dos
entrevistadores. A reprodutibilidade inter e intra-examinadores foi comparada
25
pelo coeficiente Kappa, e a avaliação das respostas mostrou que o
questionário teve boa reprodutibilidade, considerando-se os critérios de
LANDIS e KOCH (1977), tanto inter-entrevistadores (o coeficiente Kappa
variou de 0,42 a 0,84, com a maioria dos coeficientes acima de 0,60), quanto
intra-entrevistadores (o coeficiente Kappa variou de 0,35 a 0,84, com a
maioria dos coeficientes acima de 0,55 e apenas um coeficiente abaixo de
0,40).
MATZA et al. (2005) pesquisaram sobre o teste-reteste de quatro
questionários para pacientes com bexiga hiperativa. Os pacientes foram
agendados com duas semanas de intervalo para preenchimento dos
instrumentos. Dos 47 pacientes que participaram do estudo, 74,5% eram do
sexo feminino, com idade média de 66 anos, 46 pacientes concluíram ambas
as etapas e 35 foram classificados estáveis. Não foram observadas
diferenças significativas entre a primeira e segunda visita, e os resultados
demonstraram que as quatro medidas analisadas, neste estudo,
apresentaram reprodutibilidade necessária como medidas de resultados
para o tratamento.
Em 2006, TIBAEK et al. realizaram uma pesquisa com o objetivo de
investigar a confiabilidade teste-reteste do questionário dinamarquês
Prostatic Symptom Score (DAN-PSS-1), em uma amostra de doentes com
Acidente Vascular Cerebral (AVC). O teste de confiabilidade foi feito em dois
aspectos: a) detectar a frequência de cada sintoma e seu fator de incômodo
foi utilizada a estatística Kappa simples; b) detectar a gravidade de cada
sintoma e seu fator de incômodo foi utilizada a estatística Kappa
ponderado. Os resultados obtidos demonstraram que a proporção de
concordância para os escores de frequência dos sintomas variou de 76%
para 97% e o coeficiente Kappa simples variou de fraca (kappa = 0,00) para
excelente (kappa = 0,91). A proporção de concordância para os escores
gravidade e seu fator de incômodo variaram de 76% para 95% e o
coeficiente Kappa simples variou de boa (kappa = 0,61) para excelente
26
(kappa = 0,84). O coeficiente Kappa ponderado, para os escores de
gravidade dos sintomas, variou de moderado [kappa (w) = 0,43], para bom
[kappa (w) = 0,75] e correspondentes escores de incômodo variaram de
Kappa moderado [kappa (w) = 0,48] para bom [kappa (w) = 0,68]. Os autores
concluíram que o questionário DAN-PSS-1 obteve teste-reteste aceitável e
pode ser adequado para medir a frequência e a severidade dos LUTS e seu
fator de incômodo em pacientes com AVC.
MATARAZZO et al. (2006) realizaram uma pesquisa com o objetivo
de verificar a reprodutibilidade e validade do questionário de frequência de
consumo alimentar utilizado no Estudo Latino-Americano sobre Câncer Oral
e de Laringe. A amostra foi composta por 35 pacientes de hospitais públicos
da cidade de São Paulo, contatados por telefone e entrevistados, seguindo
um roteiro de entrevista previamente elaborado. Na entrevista telefônica, os
indivíduos responderam questões de ordem pessoal (idade e data de
nascimento); dados antropométricos autorreferidos (peso e altura);
questionário de frequência de consumo alimentar e um recordatório de 24
horas. O teste Kappa apontou concordância no consumo destes grupos. A
reprodutibilidade das informações demonstrou variabilidade dependente da
frequência de consumo de alimento, sendo que os mais consumidos,
regularmente, têm menor variação do que os menos consumidos.
Consistente com esta assertiva, os piores resultados obtidos neste estudo
foram observados nos alimentos que têm menor relato de ingestão, como
carne de porco, peixe e embutidos.
CHELL APPA e ARAÚJO (2007) investigaram a confiabilidade e a
reprodutibilidade do Questionário de Hábitos do Sono, na identificação das
queixas de transtornos do sono (como insônia e sonolência excessiva), em
pacientes ambulatoriais com transtorno depressivo. Realizou-se um estudo
transversal, com uma amostra de 70 pacientes depressivos, no ambulatório
de psiquiatria de um hospital geral do Rio Grande do Norte, durante o
período de abril a agosto de 2005. Para confirmar a reprodutibilidade e a
confiabilidade do questionário foi realizado o procedimento teste e reteste,
27
com intervalo entre a primeira e segunda aplicação de sete a quarenta dias.
A primeira e a segunda entrevistas foram realizadas com o mesmo
pesquisador e no mesmo horário. As respostas foram analisadas e
estimadas pelo coeficiente Kappa. Na análise de confiabilidade e
reprodutibilidade, o coeficiente Kappa obteve nível de concordância forte,
com variações de 0,71 a 0,80, e a maioria dos coeficientes acima de 0,75, o
que é considerado satisfatório. Apenas três itens relacionados às queixas
de pesadelos, sensação de sufoco e outras queixas de sono alterado
apresentaram coeficiente Kappa moderado. A maior implicação clínica
deste instrumento é que o Questionário de Hábitos do Sono pode avaliar,
de forma confiável e válida, as queixas de insônia e de sonolência
excessiva e, portanto, ser utilizado na avaliação clínica de pacientes
depressivos com queixas de transtornos do sono.
CAMPOS et al. (2007) realizaram uma pesquisa com o objetivo de
estudar a confiabilidade, da versão em português, do questionário para o
diagnóstico psicológico e psicossocial dos indivíduos com distúrbios
temporomandibulares (RDC/TMD). Foram entrevistados 109 indivíduos, de
ambos os sexos, em Araraquara, de janeiro a julho de 2006. Para avaliação
da consistência interna do método, utilizou-se o Coeficiente Alfa de
Cronbach; para análise da reprodutibilidade intra-examinador, o Coeficiente
de Correlação Intraclasse (ρ) e a estatística Kappa (κ), respectivamente, às
variáveis de natureza quantitativa e qualitativa. A percepção de estalos ou
rangidos, pelos indivíduos, apresentou concordância “regular”, bem como a
questão referente à procura de profissional para tratamento da dor. As
demais questões apresentaram reprodutibilidade “boa” e “ótima”, sendo que
a maioria destas apresentou nível máximo de concordância.
LEITE, WAISSMANN e VEGGI (2007b) desenvolveram um estudo,
cujos objetivos foram desenvolver um questionário para avaliar os
conhecimentos, as percepções e práticas em segurança alimentar de
portadores de HIV/AIDS ambulatoriais e medir o nível de reprodutibilidade
do instrumento. Participaram do estudo 40 sujeitos portadores de HIV/AIDS,
28
adultos, em tratamento regular em um hospital na cidade do Rio de Janeiro.
A maioria era do sexo masculino (65%), com idades entre 26-59 anos
(90%), e grau de instrução variando de nível fundamental a médio (90%). A
coleta de dados foi feita por um único pesquisador, utilizando o
procedimento de teste e reteste, com um intervalo de sete dias entre a
primeira e a segunda entrevista. Para estimar o nível de concordância,
optou-se por analisar o coeficiente Kappa simples, tendo em vista que o
formato de respostas para todas as perguntas incluiu a opção “não sei”. Os
resultados mostraram que o estudo de reprodutibilidade do questionário
revelou um nível de concordância considerado substancial (k > 0,61) para
84,6% das questões testadas, e sugeriu uma boa estabilidade, similar a
resultados de inquéritos anteriores. Cinco questões apresentaram um nível
de reprodutibilidade abaixo de 0,60 (k = 0,40 a 0,60). Duas delas situavam-
se no bloco de questões sobre a prevenção da contaminação cruzada:
uma, relacionava-se ao bito de usar esponjas para higienizar superfícies,
após o contato com carnes cruas (k = 0,57); a outra, sobre higiene das
mãos após manipular carnes cruas (k = 0,43). As outras três perguntas
situavam-se nos blocos de questões sobre controle de temperatura e
alimentos de risco. O estudo de reprodutibilidade do questionário mostrou
um nível de concordância forte ou substancial para a maioria das questões,
e sugeriu que o mesmo possui uma estabilidade satisfatória.
Em um estudo sobre autopercepção em higiene bucal de adultos,
PINELLI, TURRIONI e LOFFREDO (2008) aplicaram um questionário
contendo perguntas sobre tipo de escova, frequência de escovação, uso de
fio dental, frequência de visitas ao cirurgião-dentista e autopercepção em
higiene bucal. Este questionário foi aplicado em 110 voluntários, de 35 a 44
anos de idade. Após a entrevista, um cirurgião-dentista, previamente
calibrado e treinado, realizou o exame clínico em higiene bucal. Tanto a
entrevista de autopercepção, quanto a avaliação clínica foram realizadas em
duas ocasiões distintas, com intervalo de uma semana, pelo mesmo
examinador. Não houve instrução de higiene bucal, ou qualquer intuito de
29
modificação de comportamento do indivíduo, no período entre os dois
exames. Em relação aos resultados, a média das idades foi de 39 anos;
62,5% eram mulheres; a maior parte composta por brancos (47,3%) e a
maioria casada ou vivendo em coabitação (74,5%). Quanto aos hábitos de
higiene bucal, a maioria (93,5%) escovava os dentes duas vezes ou mais,
diariamente; a cerda da escova era macia para 43,7% e o uso de fio dental
diário foi relatado em 22,7%. Os resultados apontaram para uma ótima
reprodutibilidade da autopercepção = 0,82), indicando que o relato do
paciente sobre sua condição de higiene bucal é confiável, e a avaliação
clínica foi considerada boa = 0,70). Os autores acreditam que medidas de
autopercepção em saúde bucal possam ser aplicadas em estudos
populacionais, reduzindo custo e tempo de execução, quando comparadas à
avaliação clínica.
GOMES, CONTI e CALDERON (2008) desenvolveram um estudo
sobre a reprodutibilidade entre as diferentes escalas de dor utilizadas em
pacientes que buscaram tratamento para dores dentais, na Faculdade de
Odontologia de Bauru. O uso de escalas de dor para a avaliação da sua
intensidade é fundamental na prática clínica, e as evidências sugerem que
os pacientes são capazes de usá-las para comunicar sua experiência de dor
e sua resposta ao tratamento. A amostra foi composta por 92 pacientes, 50
mulheres e 42 homens, sendo que 58 foram diagnosticados com dor pulpar
e 34 com dor periodontal. Foi aplicado o questionário de qualidade de vida
(OHIP), e as escalas de dor que foram comparadas, neste estudo, são: a
escala de análise visual (EAV); a escala numérica (EN); a escala de faces
(EF) e a escala de avaliação de adjetivos (EA). O OHIP e as escalas foram
preenchidos em dois momentos: no dia do primeiro atendimento, na clínica
de urgência (antes de qualquer intervenção); uma semana após a
intervenção realizada para alívio da dor. O teste t de Student demonstrou
que a origem da dor não teve influência sobre a intensidade da dor (valor
das escalas) nem sobre a qualidade de vida (escore OHIP) (p> 0.05). Os
autores concluíram que a avaliação da reprodutibilidade entre as diferentes
30
escalas demonstrou que todas tendem a seguir um mesmo padrão, porém,
quando se considera o valor selecionado pelo paciente, apenas a EAV, a EF
e a EA são reproduzíveis entre si.
Em pesquisa desenvolvida por FERREIRA e VEIGA (2008), com o
objetivo de avaliar a confiabilidade de um questionário simplificado para
investigar comportamentos de risco para transtornos alimentares (TA), entre
adolescentes, foi aplicado um questionário com duas perguntas, uma delas
subdivida em quatro questões: sobre frequência de episódios de compulsão
alimentar, uso de laxantes, diuréticos e vômitos auto-induzidos e hábito de
consumir dietas restritivas. O questionário foi aplicado em dois momentos
(teste-reteste), com distância de 15 dias. A amostra foi composta por 195
estudantes (70 % meninas) de uma escola pública de Niterói, no estado do
Rio de Janeiro, com idades entre 12 a 19,9 anos. Os valores de Kappa
ajustados para frequência com comportamentos menos frequentes foram:
0,93 para o uso de laxantes, 0,97 para o uso de diuréticos e 0,92 para
vômito auto-induzido. Para os comportamentos de risco mais frequentes,
como episódios de compulsão alimentar e bito de fazer dieta restritiva,
encontrou-se valores de Kappa ponderado 0,50 e 0,61, respectivamente. O
questionário obteve boa confiabilidade, porém com melhores resultados para
investigar comportamentos menos frequentes.
FORD, STORY e MCMEEKEN (2009) realizaram uma pesquisa sobre
a confiabilidade teste-reteste e a validade do questionário de reclamações
simultâneas e queixas subjetivas de dor lombar (LBP). A relação entre o
questionário auto-administrável, em comparação com quando administrado
por um fisioterapeuta, também foi testado, pois este método é a forma mais
comum de recuperar queixas subjetivas, na prática clínica. Foram recrutados
30 participantes com LBP, e, dos 57 itens do questionário, 56 apresentaram
concordância moderada no teste-reteste. Concordância moderada também
foi demonstrada em 51 dos 57 itens na comparação entre o questionário
auto-administrado e em condições administradas por um fisioterapeuta.
31
4. MÉTODO
4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO
Com o objetivo de proceder ao teste de reprodutibilidade de uma das
dimensões do instrumento denominado Condições de Produção Vocal do
Professor (CPV-P), foi realizado um estudo transversal observacional,
recomendado por PEREIRA (2005), para pesquisa desta natureza.
O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa
da PUC-SP e aprovado sob nº. 127/2008 (Anexo 2), com o intuito de garantir
a proteção de direitos humanos, conforme Resolução 196/96 (Brasil, 1996).
Garantiu-se o caráter voluntário do sujeito, no estudo, podendo este, a
qualquer momento, interromper sua participação. As informações coletadas
tiveram caráter sigiloso, com todos os dados tratados de forma individual e
confidencial, sendo que os resultados coletivos serão divulgados
cientificamente, conforme Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Anexo 3).
4.2. POPULAÇÃO E LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO
Foram analisados professores da rede municipal de ensino da cidade
de São Paulo, que procuraram pelo serviço de Fonoaudiologia do Hospital
do Servidor blico Municipal, com queixa vocal. A partir da constatação de
que a maioria dos que procuram por este serviço são do sexo feminino e que
este sexo apresenta maior prevalência de distúrbio vocal em comparação
com o masculino (ROY et al., 2004), optou-se por pesquisar apenas as
professoras.
32
4.3. CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA
Como não existia estudo de literatura para estimar o lculo do
tamanho da amostra, foi estabelecido um convite a todas as professoras que
procuraram o HSPM, no período compreendido entre fevereiro de 2008 e
agosto de 2009.
Foram selecionadas todas as que responderam uma primeira vez ao
questionário e tiveram disponibilidade de retornar, depois de quinze dias,
para responder uma segunda vez. Ao final do período, 36 participantes
fizeram parte da amostra.
4.4. INSTRUMENTO DE PESQUISA
O questionário de autorreferência, denominado Condições de
Produção Vocal do Professor (CPV-P) (FERREIRA et al., 2007),
disponibilizado no Anexo 1, é um instrumento amplo, composto por 84
questões subdivididas em cinco dimensões. Para esta pesquisa, foi
selecionada a dimensão referente à identificação do sujeito e aos aspectos
vocais, conforme explicitado na Introdução.
Da identificação do sujeito fazem parte as questões 1 a 8 (sendo as
questões 1 a 3 identificação da escola e 4 a 8 identificação do entrevistado)
e da dimensão aspectos vocais fazem parte as questões referentes a
sintomas vocais (questão 76); sensações laringofaríngeas (questão 77);
hábitos vocais no trabalho (questão 82) e aspectos vocais de natureza
diversa (questões 78,79,80,83 e 84).
33
As questões do instrumento são, em sua maioria, de múltipla escolha,
com as seguintes modalidades de resposta:
do tipo dicotômico: “sim/não” (questões 78, 79, 80, 84);
do tipo que permite levantar a frequência do aspecto a ser
analisado, por meio de respostas: “nunca”, “raramente”, “às
vezes”, “sempre” e “não sei” (questões 76, 77, 82, 83).
4.5. PROCEDIMENTOS
Após aprovação do Comitê de Ética, a pesquisa contou com
aproximadamente 100 questionários (Anexo1) respondidos por professoras
da rede municipal de São Paulo, que compareceram à Clínica de
Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Municipal, com queixa
de alteração vocal e concordaram em participar do estudo (Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido Anexo 3). Ao ser constatada a
necessidade de terapia fonoaudiológica, foi realizado agendamento, em fila
de espera, conforme a rotina do serviço.
Destas, 36, de fato, compareceram para realizar a fase reteste.
Acredita-se que a redução deste número foi decorrente da necessidade do
participante ter que retornar, após quinze dias, para novo preenchimento do
questionário. Dessa forma, houve perdas e recusas, na coleta de dados, e
muitas professoras, por motivos particulares (distância entre o trabalho e o
hospital, falta de liberação do superior ou recursos financeiros, entre outros),
participaram do teste, mas não compareceram no reteste.
Com o intuito de evitar viés de seleção de amostra, todas as
professoras foram abordadas diretamente pela pesquisadora, de forma
independente, sem conhecimento prévio de sua história clínica e sem
participação ou influência do profissional, no processo de contato com a
participante.
34
A coleta de dados foi realizada com a professora que estivesse na fila
de espera sendo convocada para o atendimento fonoaudiológico. Cada
educadora que comparecia para avaliação fonoaudiológica perceptivo-
auditiva da voz e avaliação otorrinolaringológica foi convidada a participar da
pesquisa.
Foi estabelecido que o sujeito em tratamento fonoaudiológico seria
aceito para este estudo, se tivesse participado em até dois atendimentos,
para dessa forma, o influenciar ou comprometer as respostas do
questionário.
Após explicação de todo o procedimento da pesquisa (teste-reteste),
aquela que consentiu em participar, foi orientada, pela pesquisadora, a
preencher o questionário, conforme seu entendimento. Este procedimento
levou, em média, 35 minutos e as participantes foram orientadas a, em caso
de dúvida, anotá-la em uma folha de papel sulfite e entregá-la, juntamente
com o questionário, pois a pesquisadora não poderia influenciar nas
respostas das participantes.
Ainda assim, quando ocorriam dúvidas sobre o que responder, o
procedimento adotado foi devolver a pergunta feita, e orientá-la, mais uma
vez, que respondesse conforme seu entendimento, para evitar influência na
resposta por parte da pesquisadora.
O reteste (2ª aplicação do questionário) foi realizado, com cada
professora, após 15 dias da aplicação, com as mesmas condições e
procedimentos do teste.
Considerando que o questionário em estudo vem sendo aplicado, por
diversos autores, e diferentes ajustes têm sido realizados (LARDARO 2002,
FERREIRA et al., 2003; SIMÕES e LATORRE, 2006), foi desconsiderada a
etapa pré-teste, e partiu-se diretamente para o procedimento teste-reteste.
35
4.6. VARIÁVEIS DE ESTUDO
4.6.1. Variáveis da caracterização da população de estudo:
I. Identificação da escola: questões 1 a 3 (nome, telefone e
endereço da escola);
II. Identificação do entrevistado: questões 4 a 8 (nome, data
de nascimento, sexo, estado civil e escolaridade);
III. Situação funcional: questões 9, 11, 13, 15 e 17 (há quanto
tempo você é professora; em quantas escolas você trabalha
atualmente; a escola é de Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Superior; qual seu vínculo na
escola; quantas horas por semana você permanece com os
alunos);
4.6.2. Variáveis que foram testadas na reprodutibilidade:
IV. Sintomas vocais: questão 76, quais sintomas você possui
atualmente (rouquidão, perda da voz, falha na voz, falta de ar,
voz fina, voz grossa, voz variando grossa/fina, voz fraca,
outros, quais);
V. Sensações laringofaríngeas: questão 77, quais sensações
na garganta você possui, atualmente (picada na garganta,
areia na garganta, bola na garganta, pigarro, tosse seca, tosse
com catarro, dor ao falar, dor ao engolir);
VI. Aspectos vocais de natureza diversa: questões 78, 79,
80, 83, 84 (já faltou ao trabalho devido a alterações na voz,
quantos dias, em média, ficou afastada; você está satisfeita
com sua voz, se não está satisfeita, o que mudaria; você
recebeu alguma orientação sobre cuidados com a voz; existem
casos de alteração de voz na sua família, se sim, quem, se
sim, qual o problema);
36
VII. Hábitos vocais no trabalho: questão 82, quanto aos seus
hábitos vocais, no trabalho, você costuma (poupar a voz
quando não está como os alunos, gritar, falar muito falar em
lugar aberto, falar realizando atividade física, falar carregando
peso, beber água durante o uso de voz).
4.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Após o procedimento de teste-reteste, os dados coletados foram
digitados, duplamente, utilizando-se o software Epi-Info, versão 6.04, para
DOS. Foi realizada a consistência de dados por meio do comando validate
do mesmo software, e todas as análises estatísticas foram realizadas no
programa SPSS, versão 10.0, para Windows.
As variáveis foram analisadas de forma descritiva e comparadas
quanto à situação teste-reteste, por meio do teste Kappa, com o objetivo de
verificar concordância entre os resultados das duas aplicações do
instrumento. As variáveis que não apresentaram um mínimo de cinco
eventos, em cada casela, não foram submetidas ao cálculo de concordância
Kappa.
Para o cálculo do Kappa, as questões com frequência “nunca”,
“raramente” e “não sei” foram agrupadas no grupo NÃO, e as questões com
frequência “às vezes” e “sempre” foram agrupadas no grupo SIM.
Existem formas diferentes de interpretar os resultados do Kappa,
como medida de concordância. Para esta pesquisa, foram utilizados os
pontos de corte propostos por PEREIRA (2005), a saber: Concordância
perfeita = 1,00; Concordância ótima de 0,81 a 0,99; Concordância boa de
0,61 a 0,80; Concordância regular de 0,41 a 0,60; Concordância sofrível de
0,21 a 0,40; Concordância fraca de 0,00 a 0,20 e Concordância ruim < 0,00.
A análise foi considerada estatisticamente significativa quando p < 0,05.
37
5. RESULTADOS
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
A Tabela 1 apresenta a amostra, segundo as variáveis descritivas. A
população foi composta por 36 professoras da rede municipal de São Paulo,
a maioria com escolaridade superior (91,7%) e atuando em classe definida
(80,6%). Mais da metade tem entre 11 e 20 anos de profissão (55,5%); em
apenas uma escola (58,3%); de educação infantil (61,1%). Um pouco menos
da metade é casada (47,2%) e quase um terço trabalha mais de 40h
semanais (27,8%).
38
Tabela 1 – Distribuição da amostra segundo variáveis descritivas
Variáveis n (%)
Sexo Feminino 36 (100)
Estado civil Solteira 12 (33,3)
Casada 17 (47,2)
Separada 7 (19,4)
Escolaridade Superior completo 33 (91,7)
Superior em andamento 2 (5,6)
outra 1 (2,8)
Tempo de profissão 2 a 10 anos 9 (25)
11 a 20 anos 20 (55,5)
21 a 28 anos 7 (19,5)
Número de escolas em que trabalha Uma escola 21 (58,3)
Duas escolas 15 (41,7)
Carga horária semanal Menos de 10 horas 5 (13,9)
De 10 a 20 horas 6 (16,7)
De 20 a 30 horas 9 (25,0)
De 30 a 40 horas 6 (16,7)
Mais de 40 horas 10 (27,8)
Tipo de escola Educação Infantil Municipal 22 (61,1)
Fundamental Municipal 14 (38,9)
Vínculo com a escola Classe definida 29 (80,6)
Substituta 2 (5,6)
Substituta e com classe definida 4 (11,1)
Substituta e readaptada temporariamente 1 (2,8)
TOTAL 36 (100)
39
5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS VOCAIS
A Tabela 2 apresenta as medidas de confiabilidade dos sintomas
vocais do questionário CPV-P. O sintoma vocal que apresentou maior
medida de confiabilidade foi voz grossa (k = 0,74), seguido de falha na voz
(k = 0,71) e voz fraca (k = 0,64). E o de menor medida de confiabilidade foi
rouquidão (k = 0,52). Algumas variáveis, a saber, perda da voz, falta de ar
ao falar, voz fina e voz variando grossa/fina, não foram submetidas ao
cálculo de concordância Kappa porque não apresentaram um mínimo de
cinco eventos em cada casela.
Tabela 2 – Medidas de confiabilidade de sintomas vocais do questionário CPV-P
Sintoma Concordância Concordância bruta Coeficiente Kappa P
Ausência
n (%)
Presença
n (%)
n (%)
Rouquidão 9 (25) 19 (52,8) 28 (78,8) 0,52 <0,001
Perda da voz 28 (77,8) 1 (2,8) 29 (80,6)
*
Falha na voz 19 (52,8) 12 (33,3) 31 (86,6) 0,71 <0,001
Falta de ar ao falar 35 (97,2) 1 (2,8) 36 (100)
Voz fina 34 (4,4) 1 (2,8) 35 (7,2)
Voz grossa 27 (75) 6 (16,7) 33 (91,7) 0,74 <0,001
Voz grossa/fina 32 (89,9) 3 (8,3) 35 (97,2)
Voz fraca 27 (75) 5 (13,9) 32 (89,9) 0,64 <0,001
* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.
40
A Tabela 3 apresenta as medidas de confiabilidade das sensações
laringofaríngeas que fazem parte da dimensão vocal do questionário CPV-P.
A que apresentou maior medida de confiabilidade foi dor ao falar (k = 0,59);
seguida de esforço ao falar (k = 0,55); ardor na garganta e garganta seca
(ambas com k = 0,52); cansaço ao falar (k = 0,50) e bola na garganta (k =
0,46). A que apresentou menor medida foi o pigarro (k = 0,36). E outras
variáveis, a saber, picada na garganta, areia na garganta, tosse seca, tosse
com catarro, dor ao engolir, dificuldade de engolir e catarro na garganta, não
foram submetidas ao cálculo de concordância Kappa porque não
apresentaram um mínimo de cinco eventos em cada casela.
Tabela 3 – Medidas de concordância das sensações laringofaríngeas do questionário CPV-P
Sensação
Laringofaríngea
Concordância
Concordância
bruta
Coeficiente
Kappa
p
Ausência
n (%)
Presença
n (%)
n (%)
Picada na garganta 29 (80,6) 1 (2,8) 30 (83,4)
– *
Areia na garganta 30 (83,3) 30 (83,3)
Bola na garganta 24 (66,7) 5 (13,9) 29 (80,6) 0,46 <0,001
Pigarro 22 (61,1) 5 (13,9) 27 (75) 0,36 <0,001
Tosse seca 30 (83,3) 2 (5,6) 32 (88,9)
Tosse com catarro 34 (94,4) 34 (94,4)
Dor ao falar 26 (72,2) 5 (13,9) 31 (86,1) 0,59 <0,001
Dor ao engolir 32 (88,9) 32 (88,9)
Dificuldade em engolir 32 (88,9) 32 (88,9)
Ardor na garganta 22 (61,1) 7 (19,4) 29 (80,5) 0,52 <0,001
Catarro garganta 27 (75) 4 (11,1) 31 (86,1)
Garganta seca 18 (50) 10 (27,8) 28 (77,8) 0,52 <0,001
Cansaço ao falar 13 (36,1) 14 (38,9) 27 (75) 0,50 <0,001
Esforço ao falar 13 (36,1) 15 (41,7) 28 (77,8) 0,55 <0,001
* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.
41
A Tabela 4 apresenta as medidas de confiabilidade dos hábitos vocais
no trabalho, que fazem parte da dimensão vocal do questionário CPV-P. O
hábito vocal que apresentou maior medida de confiabilidade foi beber água
durante a aula (k = 0,88), seguido de poupar a voz quando não está com
alunos (k = 0,74). O que registrou menor medida de confiabilidade foi falar
em lugar aberto (k = 0,41). Os demais hábitos vocais no trabalho, a saber,
gritar no trabalho, falar muito durante o trabalho, falar realizando atividade
física e falar carregando peso, não foram submetidos ao cálculo de
concordância Kappa por não apresentarem um mínimo de cinco eventos em
cada casela.
Tabela 4 – Medidas de Concordância de Hábitos Vocais do Questionário CPV-P
Hábitos Vocais Concordância
Concordância
bruta
Coeficiente
Kappa
p
Ausência
n(%)
Presença
n(%)
n(%)
Beber água durante aula 15 (41,7) 19 (52,8) 34 (94,5) 0,88 <0,001
Poupar a voz quando não está com alunos 21 (58,3) 11 (30,6) 32 (88,9) 0,75 <0,001
Gritar no trabalho 33 (91,7) 1 (2,8) 34 (94,5)
*
Falar muito durante no trabalho 4 (11,1) 29 (80,6) 33 (91,7)
Falar em lugar aberto 17(47,2) 9 (25) 26 (72,2) 0,41 <0,001
Falar realizando atividade física 23 (63,9) 2 (5,6) 25 (69,5)
Falar carregando peso 31 (86,1) 2 (5,6) 33 (91,7)
* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.
42
A Tabela 5 apresenta as medidas de confiabilidade dos aspectos vocais de
natureza diversa, que fazem parte da dimensão vocal do questionário CPV-
P. O aspecto vocal que apresentou maior índice de confiabilidade foi faltar
ao trabalho por problemas de voz (k = 0,86) e o que apresentou menor
índice foi ter recebido orientação sobre saúde vocal (k = 0,54). As demais
variáveis, a saber, realizar, fora do trabalho, atividade que exija uso da voz;
estar satisfeita com sua voz; casos de alteração de voz na família não foram
submetidas ao lculo de concordância Kappa por não apresentarem um
mínimo de cinco eventos em cada casela.
Tabela 5 – Medidas de concordância dos aspectos vocais de natureza diversa do questionário CPV-P
Aspectos vocais
de natureza diversa
Concordância
Concordância
bruta
Coeficiente
Kappa
p
Ausência
n(%)
Presença
n(%)
n(%)
Receber orientação saúde vocal 9 (25) 20 (55,6) 29 (80,6) 0,54 <0,001
Fora do trabalho realiza atividade que
exige a voz
27 (75) 4 (11,1) 31 (86,1)
*
Faltar ao trabalho por problema de
voz
9 (25) 25(69,4) 34 (94,5) 0,86 <0,001
Estar satisfeita com sua voz 32 (88,9) 2 (5,6) 34 (94,5)
Existir casos de alteração de voz na
família
32 (88,9) 3 (8,3) 35 (97,2)
* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.
43
A Tabela 6 apresenta o índice de concordância Kappa da dimensão
aspectos vocais do questionário CPV-P. Os resultados das variáveis com
índice de concordância ótima foram: beber água durante a aula e faltar ao
trabalho por problema de voz. As variáveis que tiveram índice de
concordância boa foram: falha na voz, voz grossa, voz fraca e poupar a voz.
As variáveis: rouquidão, bola na garganta, ardor na garganta, dor ao falar,
garganta seca, cansaço ao falar, esforço ao falar e falar em lugar aberto
tiveram medidas de concordância com ponte de corte regular. O resultado
da medida de concordância que teve ponto de corte sofrível foi o pigarro.
Tabela 6 – índice de concordância Kappa da dimensão vocal do questionário CPV-P
Concordância
perfeita
Concordância
ótima
Concordância
boa
Concordância
regular
Concordância
sofrível
Concordância
fraca
*
Beber água Falha na voz Rouquidão Pigarro
Faltar ao
trabalho por
problema de voz
Voz grossa
Bola na
garganta
Voz fraca Ardor na garganta
Poupar a voz Dor ao falar
Garganta seca
Cansaço ao falar
Esforço ao falar
Falar em lugar
aberto
*Não houve cálculo de variável neste ponto de corte.
44
6. DISCUSSÃO
O presente estudo é pioneiro, na Fonoaudiologia, e o primeiro a
investigar a reprodutibilidade de questões referentes às características
vocais.
Considerou, para análise, o instrumento denominado Condições de
Produção Vocal do Professor (CPV-P), questionário de autorreferência,
elaborado no Brasil a partir das queixas dos professores em atendimento
fonoaudiológico de um hospital público de São Paulo (FERREIRA et al.,
2007).
Este questionário tem sido um instrumento utilizado para a realização
de estudos epidemiológicos com profissionais da voz, a fim de caracterizar a
população (SIMÕES, 2001; ZENARI, 2006; LIMA, 2008) e, em alguns casos,
tem subsidiado intervenções preventivas referentes a políticas públicas
(SESI, 2000; SOUZA, 2003).
Apesar de este instrumento ser específico para avaliar a condição
vocal do professor, a dimensão denominada aspectos vocais, pode ser
aplicada em qualquer profissional da voz, e não apenas no professor. Este
foi um dos motivos que mobilizou a realização desta dissertação.
A aplicação deste questionário, como instrumento de pesquisa, é um
recurso bem vantajoso, pois pode ser administrado com a mínima
dificuldade, sendo prático para grandes amostras, ou mesmo quando
necessário a aplicação de mais de um questionário. Em estudos
epidemiológicos, a qualidade dos dados coletados representa um dos
aspectos de maior relevância, bem como a validação do método a ser
empregado (LESSA, CAVALHEIRO e FERRITE, 2009).
Analisar a reprodutibilidade é o primeiro passo para conhecer a
acurácia de um instrumento. Uma das formas de avaliar a reprodutibilidade é
realizar o teste-reteste, e esta técnica permite analisar se resultados
45
semelhantes são obtidos quando o instrumento é aplicado sob as mesmas
condições metodológicas, mas em momentos diferentes (GRIEP et al.,
2003).
Neste estudo, na caracterização da população estudada, percebe-se
que a maioria das professoras era casada, dado também evidenciado em
estudos de (SIMÕES, 2001; LIMA (2002); FERREIRA et al. (2003); ZENARI
(2006) e LIMA (2008), que tiveram como instrumento de coleta o CPV-P.
Com relação à escolaridade, a maioria possuía curso superior,
situação também encontrada nas pesquisas realizadas por FERREIRA et al.
(2003); ZENARI (2006); THOMÉ (2007) e LIMA (2008). Este índice,
provavelmente, é reflexo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei
9.394, de 20/12/1996), que exige que todos os professores possuam nível
superior para atuarem, inclusive na educação básica.
Quanto ao número de escolas em que atuam, as professoras citaram
trabalhar em apenas uma escola, achado semelhante aos estudos
desenvolvidos por SOUZA e FERREIRA (2000); (SIMÕES (2001);
FERREIRA et al. (2003); FERREIRA e BENEDETTI (2007), com
predominância em escola de educação infantil.
As professoras tinham entre 11 e 20 anos de profissão, tempo
semelhante ao encontrado nos estudos realizados, em realidade nacional
(ORTIZ, LIMA e COSTA , 2004; LIMA, 2008) e também internacional por
(KOOIJMAN et al., 2006). Verificou-se, ainda, que 27,7% trabalham mais de
40 horas semanais, resultado que confirma o achado encontrado na
pesquisa de LIMA (2008).
Não houve dúvida, por parte das professoras, em relação às questões
da dimensão vocal, analisadas na reprodutibilidade teste-reteste. O
comentário preenchido na folha de sulfite, e devolvido junto com o
questionário, foi em relação ao número total de questões (84). A maioria
julgou o instrumento extenso.
46
Das 33 questões da dimensão aspectos vocais, que fazem parte do
instrumento denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P), 15
foram analisadas, uma vez que nas demais não houve resposta em número
suficiente que permitisse análise.
Das 15 analisadas, 6 tiveram de ótima a boa concordância, e, destas,
2 são referentes a hábitos, 3 a sintomas e 1 à interferência do problema de
voz na atuação profissional. Outras 8 tiveram concordância regular, 1 de
sintoma vocal, e 7 de sensações laringofaríngeas e apenas uma
concordância sofrível (também de sensação laringofaríngeas).
Ao comentar o hábito de beber água, é importante lembrar que a
Fonoaudiologia, especialmente na área da voz, desde a década de 70, tem
procurado orientar a população em geral sobre o hábito de ingerir água,
apontando esta prática como benéfica para a prevenção de alterações de
voz (FERREIRA, 2009). Tal prática ganhou força na década de 90, quando o
fonoaudiólogo além de se preocupar com a saúde vocal de seus clientes
ampliou sua atuação para atendimento aos “profissionais da voz”.
Dentre as questões analisadas, os hábitos de beber água e poupar a
voz foram os que obtiveram maior concordância. Interessante evidenciar
que, na literatura que aborda a reprodutibilidade na área da saúde, percebe-
se maior concordância quando a questão que está em análise refere-se a
hábitos de vida. As questões de hábitos, pesquisadas por profissionais da
saúde, também costumam apresentar boa concordância, como pode-se
evidenciar nos estudos de MATARAZZO et al. (2006); CHELL APPA e
ARAÚJO (2007) e PINELLI; TURRIONI e LOFFREDO (2008).
Embora hábitos e comportamentos relacionados à saúde sejam
culturalmente mediados, formas pessoais podem fazer parte deste processo
(CHOR, 1999). Um hábito, para ser incorporado ao cotidiano, necessita de
tempo, no qual o sujeito se depara* com dificuldades para mudar padrões
estabelecidos anteriormente. Desta forma, ao ser questionado pela presença
47
de um determinado comportamento habitual, num primeiro momento,
certamente, o mesmo continuará presente 15 dias depois.
Quando a análise das questões de hábitos são comparadas às de
sintomas, a concordância parece ser menor, segundo TIBAEK et al. (2006);
GOMES, CALDERON e CONTI (2008), entre outros.
Os sintomas vocais que tiveram melhor resultado de concordância
Kappa foram: falha na voz, voz grossa e voz fraca, todos com índice de boa
concordância (k = 0,61 a 0,80). Algumas pesquisas, realizadas na área da
saúde, para analisar diferentes sintomas, também chegaram a este índice
SALERNO et al. (2001); TIBAEK et al. (2006); LEITE, WAISSMANN e
VEGGI (2007b); GOMES CALDERON e CONTI (2008).
Por outro lado, outros sintomas/sensações (bola na garganta, ardor
na garganta, dor ao falar, garganta seca, cansaço ao falar, esforço ao falar e
pigarro e o hábito de falar em lugar aberto) apresentaram resultados com
concordância regular (no caso de pigarro, sofrível), fato também apontado
na literatura da área da saúde, que analisa sintomas diversos.
ROSECRANCE et al. (2002) que pesquisaram sintomas osteomusculares;
CAMPOS, MANZIANO e ANDRADE (2003) que estudaram o estado
funcional da Síndrome do Túnel do Carpo e CAMPOS et al. (2007) que
analisaram o diagnóstico psicológico e psicossocial dos indivíduos com
distúrbios temporomandibulares.
Tal fato parece apontar que a análise da reprodutibilidade de
questões referentes a sintomas funcionais leva à instabilidade das
respostas, uma vez que o intervalo de quinze dias período estabelecido
nesta pesquisa e também em outras, como, por exemplo, ROSECRANCE et
al. (2002); SALVO (2002); MATZA et al. (2005); LEITE; WAISSMANN e
VEGGI (2007a e b); FERREIRA e VEIGA (2008) pode determinar a
mudança das sensações percebidas. Em especial no caso de professores,
relatos de situações que podem comprometer, mais ou menos, o uso da
48
voz, como, por exemplo, ambiente e ritmo de trabalho estressantes;
presença de fatores como agressão, indisciplina, brigas e pichações;
material de trabalho insuficiente e inadequado; presença de poeira e fumaça
no local, entre outros. Estes são fatores citados, comumente, em pesquisas
que analisam os fatores de risco para o trabalho docente (FERREIRA et al.,
2003; GIANNINI e PASSOS, 2006).
Vale ressaltar que a variável “voz grossa” pode ter obtido melhor
concordância do que a variável rouquidão”, uma vez que ambas podem ter
o mesmo significado, e o leigo acaba por ter mais facilidade para identificar
uma voz grossa do que rouca.
Assim, pode-se levantar a hipótese de que os resultados de
concordância, obtidos no teste-reteste, não foram melhores porque a maioria
das questões analisadas refere-se a sintomas decorrentes de doenças
funcionais (distúrbio de voz, em especial), que poderiam (ou não) estar
presentes no momento do teste e não confirmadas (ou sim) no reteste.
De acordo com a literatura (SATO, 2008), estas mudanças tendem a
diminuir a estimativa de reprodutibilidade, mesmo considerando o intervalo
estabelecido entre as duas aplicações.
Importante destacar que o questionário CPV-P parece ter servido para
as professoras no momento da coleta, como um instrumento de
sensibilização, uma vez que, muitos dos participantes relataram, no reteste,
que ao responder o teste, ficaram refletindo sobre as questões preenchidas
e sua resposta no reteste não havia sido a mesma, pois, após 15 dias,
estavam mais atentas às questões da dimensão vocal do que no momento
do preenchimento inicial. Assim, num intervalo de 15 dias, a professora,
mais atenta às questões de saúde, respondeu diferente do que no momento
do teste, fato que pode ter interferido no resultado de concordância.
Nesta direção, pode-se destacar o programa da Prefeitura do
Município de São Paulo, denominado Programa Municipal de Saúde Vocal
49
(PMSV), que tem como prática a utilização do CPV-P como uma das formas
de sensibilizar o professor para o trabalho. Ao ingressar na escola municipal,
o professor é convidado a participar do programa, no qual vai preencher o
questionário CPV-P, receber orientação vocal (ação preventiva), participar
de oficinas (se houver necessidade de acompanhamento fonoaudiológico) e,
por último, realizar avaliação periódica (SOUZA, 2009).
CAMPOS, MANZIANO e ANDRADE (2003) sugerem que, ao elaborar
um questionário, suas propriedades de medidas precisam ser testadas e
validadas primeiro em um grupo de pacientes, para que, posteriormente,
possam ser utilizadas em estudos populacionais. E tal sugestão evidencia a
importância de dar continuidade a pesquisas metodológicas de
reprodutibilidade teste-reteste, com o CPV-P, junto a professores e outros
profissionais da voz, ou mesmo com a população em geral. Sugere-se, de
primeiro, a realização de estudo com amostra maior para que haja número
suficiente de respostas que permita a realização da análise estatística.
Na sequencia, recomenda-se a revisão da lista de sintomas e
sensações presentes no mesmo, para, de um lado, minimizar o tempo gasto
no preenchimento das questões, e, de outro, realizar, de fato, um
levantamento efetivo das queixas apresentadas pelos sujeitos.
Ao finalizar esta discussão, pretende-se trazer algumas questões
sobre os procedimentos metodológicos aplicados nesta pesquisa. Pode-se
destacar, inicialmente, a dificuldade na realização de pesquisa desta
natureza. Conforme apontam ROSECRANCE et al. (2002), uma alta
porcentagem de participantes não retorna para o momento do reteste e
estes autores estão se referindo à experiência americana, cuja população
tem mais familiaridade com pesquisas e maior entendimento sobre a
importância de colaborar com elas. O mesmo não é possível dizer com
relação ao Brasil. Infelizmente, perdeu-se muitos participantes que
preencheram, na primeira fase, e que não puderam fazer parte da pesquisa
por não terem retomado na segunda.
50
Foi importante também o pesquisador acompanhar, pessoalmente, os
dois momentos da pesquisa, da mesma forma preconizada por CHELL
APPA e ARAÚJO (2007), para evitar viés na coleta de dados.
51
7. CONCLUSÃO
Ao avaliar a reprodutibilidade das 33 questões da dimensão aspectos
vocais, que fazem parte do instrumento denominado Condições de Produção
Vocal do Professor (CPV-P), 18 não puderam ser analisadas porque não
apresentaram mínimo de 5 eventos. Das 15 analisadas, obteve-se ótima
concordância em 2 delas (beber água no trabalho e faltar ao trabalho por
problema de voz); boa concordância em 4 (falha na voz, voz grossa e voz
fraca, poupar a voz quando não está com alunos); regular concordância em
8 (rouquidão, bola na garganta, ardor na garganta, dor ao falar, garganta
seca, cansaço ao falar, esforço ao falar e falar em lugar aberto) e
concordância sofrível em uma (pigarro).
Os resultados indicaram que a dimensão dos aspectos vocais do
questionário Perfil das Condições Vocais do Professor (CPV-P) obteve, no
estudo de reprodutibilidade teste-reteste, para as questões analisadas, nível
de concordância entre regular e ótimo. A maioria dos coeficientes Kappa,
para os 15 itens do questionário, foram acima de 0,50 e os resultados
indicaram que estes sintomas, sensações e hábitos são confiáveis para uso
em estudos epidemiológicos.
52
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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59
ANEXOS
60
ANEXO 1
61
CONDIÇÃO DE PRODUÇÃO VOCAL DO PROFESSOR – CPV-P
Prezado professor: O questionário abaixo tem como objetivo fazer um levantamento das condições da voz
do professor. Por gentileza, responda todas as questões fazendo um x no local indicado ou completando,
quando solicitado.
I – IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
1
Escola:
2
Endereço:
3
Telefone:
II – IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
4
Nome:
5
Data de nascimento: / /
6
Sexo: 0. ( ) feminino 1. ( ) masculino
Estado Civil:
1. ( ) solteiro 3. ( ) separado, desquitado ou divorciado
7
2. ( ) casado ou qualquer forma de união 4. ( ) viúvo
Escolaridade:
1. ( ) superior completo; curso: 4. ( ) médio completo 6. ( ) fundamental completo
2. ( ) superior em andamento; curso: 5. ( ) médio incompleto 7. ( ) fundamental incompleto
8
3.
( ) superior incompleto
8. ( ) outro:
III – SITUAÇÃO FUNCIONAL
9
Há quanto tempo você é professor?
10
Em quantas escolas você já trabalhou em toda sua carreira?
11
Em quantas escolas você trabalha atualmente?
Além da escola, trabalha em outro local?
0. ( ) não 1. ( ) sim
12
12.1 Se sim; onde trabalha e o que faz?
A escola é
Municipal Estadual Federal Particular
1. ( ) educação infantil
2. ( ) ensino fundamental
3. ( ) ensino médio
13
4. ( ) ensino superior
14
Há quanto tempo você atua nesta escola?
62
Qual o seu vínculo na escola?
1.
( ) Professor com classe definida 5. ( ) Coordenador pedagógico
2. ( ) Professor substituto 6. ( ) Assistente de diretoria
3.
( ) Professor readaptado temporariamente 7. ( ) Diretor
4. ( ) Professor readaptado definitivamente 8. ( ) Outros. Qual?
4.1. Se readaptado, por qual motivo?
15
4.2. Se readaptado, há quanto tempo?
Qual(is) atividade(s) você desempenha atualmente na escola?
1. ( ) leciona
5. ( ) responsável pelo planejamento pedagógico
2. ( ) faz trabalho administrativo 6. ( ) é responsável pela biblioteca
3. ( ) cuida do recreio/entrada 7. ( ) outro. Qual?
16
4. ( ) atende público
Quantas horas por semana você permanece com os alunos?
1.
( ) menos de 10 horas 4. ( ) de 30 a 40 horas
2. ( ) de 10 a 20 horas 5. ( ) mais de 40 horas
17
3. ( ) de 20 a 30 horas 6. ( ) não atuo com alunos
0. nunca 1 raramente
2. às vezes 3. sempre 4. não sei
18
Seu ambiente de trabalho é calmo?
Você tem bom relacionamento com:
1. seus colegas
2. a direção da escola
3. os alunos
19
4. os pais dos alunos
20
Você tem liberdade para planejar e
desenvolver as atividades?
21
Há supervisão constante?
22
O ritmo de trabalho é estressante
?
23
Você tem tempo para desenvolver todas
suas atividades na escola?
24
Você leva trabalho para casa?
25
Existe local adequado para descanso
dos professores na escola?
0. ( ) não 1. ( ) sim
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
26
Em caso de necessidade, você tem
facilidade para se ausentar da sala?
63
Quanto ao ambiente físico da escola:
27
A escola é ruidosa?
Se o local é ruidoso, o barulho vem: (pode indicar mais de um local)
1. ( ) do pátio da escola 4. ( ) de obras na escola 7. ( ) de aparelho de som / TV
2. ( ) da própria sala 5. ( ) da rua 8. ( ) outros:
28
3. ( ) de outras salas 6. ( ) da voz das pessoas
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
29
O ruído observado é forte?
30
O ruído observado é desagradável?
31
A acústica da sala é satisfatória?
32
A sala tem eco?
poeira no local?
33
33. 1. Se sim, de que tipo?
fumaça no local?
34
34.1 Se sim, de que tipo?
35
umidade no local?
A temperatura da escola é agradável?
36
36.1. Por que?
37
O tamanho da sala é adequado ao número de alunos?
0. ( ) não 1. ( ) sim
38
Há espaço suficiente para sua movimentação?
0. ( ) não 1. ( ) sim
39
Os móveis (lousa, mesa) são adequados à sua estatura?
0. ( ) não 1. ( ) sim
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
40
Você realiza esforço físico intenso?
41
Você carrega peso com freqüência?
42
O local tem iluminação adequada?
43
A limpeza da escola é satisfatória?
44
Há condição de higiene adequada nos
banheiros?
Produtos de limpeza utilizados na
escola lhe causam irritação?
45
Se sim, descreva que tipo de irritação:
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
46
comprometimento dos funcionários
com a manutenção e organização?
64
47
material de trabalho adequado?
48
Há material de trabalho suficiente?
49
Você tem satisfação no desempenho
da sua função na escola?
Você considera seu trabalho:
50
1. monótono
51
2. repetitivo
52
estresse em seu trabalho?
Assinale quais das situações de violência, relacionadas abaixo, já ocorreram na escola e com que freqüência:
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. depredações
2. roubo de objetos pessoais
3. roubo de material da escola
4. ameaça ao professor
5. intervenção da polícia
6. manifestação de racismo
7. indisciplina em sala de aula
8. brigas
9. agressões
10. tiros
11. insultos
12. violência à porta da escola
13. violência contra os funcionários
14. problemas com drogas
53
15. pichações
54
Você acha que os fatores do
ambiente de trabalho interferem na
sua vida pessoal ou em sua saúde?
Quanto tempo, em média, você leva (independentemente do transporte):
1. de casa para o trabalho?
2. do trabalho para casa?
55
3. de um trabalho para outro (caso trabalhe em mais de um lugar)?
65
IV – ASPECTOS GERAIS DE SAÚDE
Em relação ao seu estado geral de saúde, você costuma ter:
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. problemas digestivos
1.1. azia
1.2. refluxo
1.3. gastrite
1.4. outro:
2. problemas hormonais
3. problemas na coluna
4. problemas dentários
5. problemas circulatórios
6. problemas emocionais
Se sim, faz tratamento?
7. problemas respiratórios
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
7.1. rinite
7.2. sinusite
7.3. amigdalite
7.4. faringite
7.5. laringite
7.6. bronquite
7.7. asma
7.8. resfriados
7.9. outros
Se sim, qual/quais?
8. problemas de audição
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
8.1. dificuldade para ouvir
8.2. dor de ouvido
56
8.3. incômodo a sons ou ruídos
8.4. zumbido
66
8.5. tonturas/vertigens
9. outros problemas de saúde
Se sim, qual/quais?
Você apresenta problema na fala
?
0. ( ) não 1. ( ) sim
57
Se sim, que problema é esse?
Quanto à sua menstruação
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. você tem tensão pré-menstrual
2. o ciclo é regular
3. você está na menopausa
0. ( ) não 1. ( ) sim 2. ( ) não menstruo por outras razões
58
4. você faz reposição hormonal
0. ( ) não 1. ( ) sim
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
Você toma medicamentos?
Se assinalou sempre, na questão anterior, informe quais são e para que servem os medicamentos que toma?
59
V - HÁBITOS
Você fuma?
0. ( ) não 1. ( ) sim
Se sim, 1. Quantos cigarros consome por dia, em média?
60
2.quanto tempo tem este hábito?
Você já fumou?
0. ( ) não 1. ( ) sim
Se sim, 1. Fumava quantos cigarros por dia?
61
2. quanto tempo parou?
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
Você consome bebida alcoólica?
Se sim, 1. Que tipo de bebida?
62
2. Quanto consome, em média, por semana?
63
Você costuma
beber água
durante o dia?
0. ( ) não 1. ( ) sim
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. Além de água, você costuma beber
outros líquidos (café, chá, suco, etc.)
durante o dia?
67
2. Costuma beber água durante uso da
voz (durante a aula)?
3. Quantos copos ingere, em média, de água ou outros líquidos por dia?
Quanto aos seus hábitos alimentares:
1. Quantas refeições você faz por dia?
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
2. Você costuma se alimentar
em horários regulares?
3.
Você evita algum tipo de alimento?
Se sim, qual (is) dos alimentos relacionados abaixo você costuma evitar?
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
3.1
. alimentos duros (como carne,
cenoura crua)
3.2. alimentos gordurosos
3.3. alimentos condimentados (muito
temperados)
3.4. alimentos derivados do leite
3.5. outros
3.6. Por que?
4. Ao abrir a boca ou mastigar, você nota:
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
4.1. estalos
4.2. sensação de areia
4.3. desvio de queixo
4.4. dificuldade para abrir a boca ou
morder o alimento
64
5. Quanto tempo antes de dormir
você faz sua última refeição?
1. ( ) até 30 minutos 2. ( ) entre 31 e 60 minutos 3. ( ) mais de uma hora
Quanto ao seu sono:
1. Quantas horas, em média, você dorme à noite?
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
2. Você costuma acordar durante a
noite?
65
3. Você acorda descansado?
68
Em relação às atividades de lazer, assinale a freqüência com que costuma freqüentar os locais abaixo:
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. clube
2. casa de amigos
3. shopping center
4. igreja
5. parques
6. cinema ou teatro
7. barzinhos
8. locais para dançar
9. academia de ginástica
10. praia / sítio
66
11. outros
VI – ASPECTOS VOCAIS
67
Você tem ou já teve alteração na sua voz?
0. ( ) não
1. ( ) sim, tive 2. ( ) sim, tenho
68
Se você tem alteração na voz, há
quanto tempo esta alteração está
presente?
1. ( )
0 a 5 meses
2. ( )
6 a 11 meses
3. ( )
1 a 2 anos
4. ( )
3 a 4 anos
5. ( ) mais
de 4 anos
Se você teve/tem alteração de voz, em sua opinião, o que a causou:
1. ( ) uso intensivo da voz 6. ( ) exposição ao frio
2. ( ) infecção respiratória 7. ( ) exposição ao barulho
3. ( ) alergia 8. ( ) não houve causa aparente
4. ( ) estresse 9. ( ) não sei
69
5. ( ) gripe constante 10. ( ) outros, qual/quais?
Se você tem/teve alteração de voz,
realizou/realiza tratamento
especializado para este problema?
0. ( ) não 1. ( ) sim, já realizei 2. ( ) sim, realizo
Se sim, que tipo de tratamento foi/é esse?
1. ( ) terapia fonoaudiológica 3. ( ) cirurgia
2. ( ) uso de medicamentos. 4. ( ) outros. Quais?
70
Se sim, qual/quais?
71
Se você teve/tem alteração de voz, o
início do problema foi
1. ( ) brusco
2. ( ) progressivo 3. ( ) vai e volta
72
Se você teve/tem alteração de voz,
1. ( ) se mantido igual
2. ( ) melhorado 3. ( ) piorado
69
esta tem
73
Se você teve/tem alteração de voz,
como a definiria?
1. ( ) discreta
2. ( ) moderada 3. ( ) severa 4. ( ) não sei
Sua voz, ao longo do dia, costuma estar:
1. ( ) rouca pela manh
ã e vai melhorando
4. ( ) rouca de manhã, vai melhorando e à noite volta a piorar
2. ( ) melhor de manhã e vai piorando
5. ( ) a noite a voz não sai
74
3. ( ) de manhã a voz não sai
6. ( ) sem alteração
Como as pessoas reagem quando escutam você falando?
1. ( ) referem alteração de voz constante 5. ( ) confundem sua idade
2. ( ) se espantam com sua voz 6. ( ) perguntam qual é o problema
3. ( ) não entendem o que você diz 7. ( ) nenhuma reação
75
4. ( ) confundem seu sexo 8. ( ) outros. Quais?
Quais sintomas vocais você tem atualmente?
0. nunca
1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. rouquidão
2. perda da voz
3. falha na voz
4. falta de ar
5. voz fina
6. voz grossa
7. voz variando grossa / fina
8. voz fraca
9. outros
76
Quais?
Quais sensações relacionadas à garganta e à voz você tem atualmente?
0. nunca
1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. picada na garganta
2. areia na garganta
3. bola na garganta
4. pigarro
5. tosse seca
77
6. tosse com catarro
70
7. dor ao falar
8. dor ao engolir
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
9. dificuldade para engolir
10. ardor na garganta
11. secreção / catarro na garganta
12. garganta seca
13. cansaço ao falar
14. esforço ao falar
15. outros
Quais?
faltou ao trabalho devido
alterações na voz?
0. ( ) não 1. ( ) sim
Se sim, quantas vezes?
78
Quantos dias, em média, ficou afastado?
Você está satisfeito com sua voz?
0. ( ) não 1. ( ) sim
79
Se não está satisfeito com sua voz, o que mudaria?
80
Você já recebeu alguma orientação sobre cuidados com a voz?
0. ( ) não 1. ( ) sim
O que você costuma fazer quando sua voz está alterada?
81
Quanto aos seus hábitos vocais no trabalho, você costuma:
0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. poupar a voz quando não está com
os alunos
2. gritar
3. falar muito
4. falar em lugar aberto
5. falar realizando atividades físicas
6. falar carregando peso
82
7. beber água durante uso da voz
Fora do trabalho, você realiza outras atividades que exigem o uso da voz?
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
1. cantar em coral
83
2. cantar profissionalmente
71
3. cantar em igreja
4. fazer leituras públicas
0.
nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei
5. participar de debates
6. cuidar de alunos
7. trabalhar com vendas
8. fazer gravações
9. dar aulas particulares
10. falar ao telefone
11. outros
Existem casos de alteração de voz na sua família?
0. ( ) não 1. ( ) sim
1. Se sim, quem?
2. Se sim, qual o problema?
84
3 Se sim, passou por cirurgia?
0. ( ) não 1. ( ) sim
Gostaria de acrescentar algum comentário?
Quanto tempo levou para preencher este questionário?
Muito obrigada pela sua participação!
72
ANEXO 2
73
74
ANEXO 3
75
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está convidado(a) para participar como voluntário(a) de uma pesquisa.
Caso sinta-se plenamente esclarecido(a) pelas informações a seguir e aceite
fazer parte do estudo, rubrique todas as páginas e assine as duas vias deste
documento (uma sua e a outra do pesquisador). Se tiver alguma dúvida,
procure:
Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital do Servidor Público Municipal
Tel: (11) 3208-2211 r. 394, Rua Castro Alves, 60 Liberdade CEP: 01532-900
Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Tel: (11) 3670-8400 Rua Ministro de Godói 969 - 4º andar - Sala 4A-01
Perdizes CEP: 05015-901
Perfil das Condições Vocais do Professor:
Reprodutibilidade de Instrumento
Pesquisadores Responsáveis:
Prof
a
. Dr
a
. Léslie Piccolotto Ferreira (orientadora)
Fonoaudióloga Adriana Aparecida Oliveira Esteves
Justificativas
As alterações da voz em professores têm sido investigadas nos últimos anos
com objetivo de definir quais são os fatores que contribuem para o
aparecimento desse problema. A categoria profissional de professores é a mais
afetada pelas alterações de voz e que mais procura tratamento para esse
problema, devido ao excesso de uso da voz em um ambiente físico
desfavorável como o encontrado nas escolas. Com base nas queixas relatadas
pelos professores foi elaborado questionário “Perfil das condições vocais do
professor”. Assim, este trabalho pretende levantar o nível de reprodutibilidade
de questionário específico para avaliar as condições de produção vocal dos
professores.
Sua participação constará de duas etapas: 1ª Preenchimento de
questionário com perguntas referentes à sua profissão, saúde, ambiente de
trabalho e hábitos e etapa após (15) quinze dias haverá reaplicação do
mesmo questionário.
Os procedimentos serão realizados no Hospital do Servidor Público
Municipal e podem ser interrompidos em qualquer momento, a seu pedido.
76
Esse estudo poderá auxiliar a identificar as condições do ambiente que
propiciam o desenvolvimento das alterações vocais do professor,
favorecendo a adoção de ações de promoção de saúde do professor.
Todos os participantes serão atendidos na Clínica de Otorrinolaringologia
e de Fonoaudiologia. Não haverá qualquer gasto da sua parte. Você não é
obrigado(a) a participar deste estudo, tem direito a recusar ou desistir do
estudo e a recusa ou desistência de participação na pesquisa, no momento
em que o desejar, não acarretarão qualquer penalidade. Em qualquer
estágio da pesquisa, você poderá pedir seu desligamento do projeto, tendo
a garantia de que seus dados não serão utilizados.
Os registros individuais dos seus dados permanecerão confidenciais e serão
mantidos em sigilo. As informações a respeito dessa pesquisa poderão ser
publicadas em revista científica ou apresentadas em congressos, porém,
apenas os resultados gerais serão divulgados ou, em pequeno número e de
forma ilustrativa, fotografias sem a sua devida identificação. Em hipótese
nenhuma seu nome ou qualquer dado pessoal será revelado.
O preenchimento de questionário têm a duração prevista de 35 minutos e
será realizado na dependência do Hospital do Servidor Público Municipal, com
agendamento prévio.
Se permanecer qualquer dúvida sobre este estudo ou de seus direitos,
entre em contato com os pesquisadores responsáveis. Você seavisado
se alguma nova informação relevante for descoberta durante este estudo.
77
Pesquisa: Perfil das Condições Vocais do Professor
Reprodutibilidade de Instrumento
Para aderir ao estudo, você deverá assinar a seguir este termo de
consentimento livre e esclarecido. Antes de assinar verifique se:
Você leu e entendeu todas as informações contidas nesse termo e teve
tempo para pensar sobre o assunto.
Todas as suas dúvidas foram respondidas a contento. Caso você não tenha
compreendido qualquer uma das palavras, você solicitou ao responsável
pela pesquisa que esclarecesse a você.
Você concordou voluntariamente em fazer parte desta pesquisa, e assim
sendo, realizará os procedimentos para sua realização.
Você compreendeu que poderá decidir interromper sua participação no
estudo a qualquer momento, sem nenhuma penalidade.
Você recebeu uma cópia do termo de Consentimento esclarecido que
permanecerá com você.
Eu,.....................................................................................................................
(letra de forma), concordo em participar do estudo PERFIL DAS CONDIÇOES
VOCAIS DO PROFESSOR: REPRODUTIBILIDADE DE INSTRUMENTO e
declaro ter sido convenientemente esclarecido e fui informado que os
procedimentos a serem adotados respeitam as respectivas declarações e
resoluções que rezam sobre o assunto.
................................................................................................ data: ___/___/___
Assinatura do Participante
Nome:
Código do entrevistado
(não preencher):
..................................
Documento de identidade nº: Sexo:
F( ) M( )
Data de Nascimento:
/ /
Endereço:
Cidade: UF:
Telefone:
CEP:
Escola: Telefone:
Endereço: Bairro:
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