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outras regiões como a região sudeste com 20% e centro-oeste 10%. Neste mesmo
período, as maiores taxas de incidência foram observadas nos Estados de Tocantis
(11,68), Maranhão (8,13) e Mato Grosso (7,15)
(10)
. A LV acomete pessoas de todas
as faixas etárias, embora nas áreas endêmicas seja mais encontrada (56%) em
crianças abaixo de 10 anos. A taxa de letalidade da doença no país, em média de
7% nos últimos 5 anos (2003-2007), é alta considerando a disponibilidade de
tratamento eficaz e gratuito no SUS, mediante notificação
(9)
.
No Brasil, a doença se manifesta com sinais e sintomas de infecção sistêmica
persistente, com febre, fadiga, perda de peso, inapetência, fraqueza e sinais de
invasão parasitária do sangue e do sistema retículo-endotelial, com aumento de
linfonodos, baço e fígado. A fadiga e perda de peso são agravadas pela anemia, que
é causada pelo processo de inflamação persistente, hiperesplenismo e algumas
vezes hemorragia. Com a evolução da doença, o baço e o fígado podem aumentar
causando distensão abdominal. Os sintomas podem ser confundidos com os de
outras patologias e frequentemente persistem por várias semanas a meses antes
que o paciente procure assistência médica ou evolua a óbito devido à co-infecção
bacteriana, hemorragia grave ou anemia
(17,18)
.
O diagnóstico é baseado em dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais.
O diagnóstico clínico da leishmaniose visceral deve ser suspeitado quando o
paciente apresentar: febre e esplenomegalia associadas ou não à hepatomegalia.
Entretanto, em áreas endêmicas, a suspeita deve ocorrer em caso de febre
persistente, fraqueza e emagrecimento. Na forma clássica da doença, podem-se
observar várias alterações no hemograma como: anemia, leucopenia e
plaquetopenia. Também podem ser encontradas alterações de enzimas hepáticas e
proteínas plasmáticas, com diminuição de albumina e elevação de globulinas com
aumento específico da fração gama
(9, 17)
.
O diagnóstico laboratorial da LV pode ser feito pela identificação do parasita
e, na prática médica no Brasil, utiliza-se a punção de medula. Com o material obtido
são feitos esfregaços e/ou o material é cultivado em meios de cultura próprios
(9)
.
Além disso, a identificação do DNA do parasito pode ser feita pela reação em cadeia
da polimerase (PCR) em aspirados de medula, baço, linfonodo e em sangue
periférico, com sensibilidade elevada. A pesquisa de anticorpos é utilizada para
diagnóstico da doença, sendo a reação de imunofluorescência indireta, a
metodologia mais aplicada na rotina. A sensibilidade da reação é elevada,
dependendo da fase da doença, variando entre 80 a 95%. Podem ocorrer reações