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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCar
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA – CCET
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DECiv
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO PARA
EDIFÍCIOS VERTICAIS COM DIFERENTES SISTEMAS
CONSTRUTIVOS
Eng. Maysa Fontoura Barbosa
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós–Graduação em Construção
Civil da Universidade Federal de São
Carlos, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em
Construção Civil.
Área de Concentração: Racionalização,
Avaliação e Gestão de Processos e
Sistemas Construtivos
Orientadora: Prof. Dra. Sheyla Mara
Baptista Serra
São Carlos
2005
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
B238ae
Barbosa, Maysa Fontoura.
Análise de estratégias de execução para edifícios
verticais com diferentes sistemas construtivos / Maysa
Fontoura Barbosa. -- São Carlos : UFSCar, 2006.
124 p.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São
Carlos, 2005.
1. Administração da produção de construções. 2.
Edifícios verticais. 3. Estratégias de produção. 4. Seqüência
de execução. 5. Planejamento de obras. I. Título.
CDD: 624.0685 (20
a
)
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i
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pela vida.
Aos meus pais Moysés e Claudete, que nunca deixaram de me incentivar e não me
deixaram desistir.
À minha querida irmã Elyzabeth.
Aos meus amigos que me apoiaram e muito me ajudaram na força pessoal.
À Analisy’s Gerenciamento de Processos, Consultoria e Planejamento, empresa
que me proporcionou a oportunidade, a base de dados e a experiência profissional
para a realização deste trabalho.
À Professora Dra. Sheyla Mara Baptista Serra.
Aos professores, funcionários e colegas do Mestrado. E aos amigos que fiz durante
esse período.
A todos que de alguma maneira contribuíram para a realização deste trabalho.
ii
PENSAMENTO
“Não basta ao homem uma especialidade. Por que tornará assim uma máquina
utilizável, mas não uma personalidade... Os excessos do sistema de competição e
especialização prematura, sob o pretexto da eficácia, assassinam o espírito,
impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas
ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação,
desenvolver o espírito crítico...”
Albert Einstein
iii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS iv
LISTA DE FOTOGRAFIAS vii
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE CRONOGRAMAS ix
RESUMO x
ABSTRACT xi
CAPÍTULO 1 1
INTRODUÇÃO 1
1.1. JUSTIFICATIVA 3
1.2. OBJETIVOS 5
1.3. METODOLOGIA UTILIZADA NA PESQUISA 5
1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 7
CAPÍTULO 2 9
ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO: APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 9
2.1. A ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA 11
2.2. ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO / EXECUÇÃO 13
2.3. PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO / EXECUÇÃO 16
2.4. PARTICULARIDADES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 21
2.5. TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO 25
2.5.1. WBS - Work Breakdown Structure 25
2.5.2. Redes de precedência 26
2.5.3. Linha de Balanço (LoB) 28
2.5.4. Curva S 31
2.5.5. Planejamento linear (Linear Scheduling Model - LSM) 32
CAPÍTULO 3 35
SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA OBRAS DE EDIFÍCIOS: CONCEITOS
E CARACTERIZAÇÃO 35
3.1. CONCEITO DE SISTEMA E PROCESSO CONSTRUTIVO 36
3.2. AS PARTICULARIDADES DAS OBRAS DE EDIFÍCIOS VERTICAIS 39
3.3. ESTUDO DE CASO 1: SISTEMA TRADICIONAL 44
3.3.1. Descrição do estudo de caso: ciclos de execução e seqüência
tecnológica 45
3.3.2. Vantagens e desvantagens deste sistema construtivo 50
3.3.3. Considerações sobre o sistema construtivo tradicional 53
iv
3.4. ESTUDO DE CASO 2: PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO
IN LOCO 53
3.4.1. Descrição do estudo de caso: ciclos de execução e seqüência
tecnológica 54
3.4.2. Vantagens e desvantagens deste sistema construtivo 60
3.4.3. Considerações sobre o sistema construtivo 64
CAPÍTULO 4 65
O ESTUDO DE ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO PARA EDIFÍCIOS
VERTICAIS ATRAVÉS DE SIMULAÇÕES PARA OS CASOS ESTUDADOS
65
4.1. METODOLOGIA DE ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO 65
4.2. CARACTERIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO DE EDIFÍCIOS VERTICAIS 67
4.3. SIMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO COM CADA UM DOS SISTEMAS
CONSTRUTIVOS ESTUDADOS 69
4.4. ESTUDO DE ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO PARA EDIFÍCIOS VERTICAIS 70
4.4.1. Estudo de caso 1: Tradicional 70
4.4.1.1. Sem inversão de obra 71
4.4.1.2. Inversão total 76
4.4.1.3. Inversão parcial 82
4.4.2. Estudo de caso 2: Paredes externas em concreto armado moldado “in
loco” 88
4.4.2.1. Sem inversão de obra 88
4.4.2.2. Inversão total 96
4.4.2.3. Inversão parcial 102
4.5. ANÁLISE COMPARATIVA 108
4.5.1. Tradicional 109
4.5.2. Paredes externas em concreto armado moldado “in loco 111
4.5.3. Data de entrega de casa de máquinas dos elevadores 113
4.5.4. Considerações sobre as comparações 114
CAPÍTULO 5 118
CONCLUSÕES 118
REFERÊNCIAS 121
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ciclo de Planejamento e Controle (FORMOSO, 1999). .........................18
Figura 2: Modelo de processo de planejamento adaptado à necessidade de
hierarquização (FORMOSO, 1999)..................................................20
Figura 3: Conceituação de etapa, serviço, atividade e tarefa, necessários para a
execução da obra (BARBOSA; SERRA, 2002). ...............................22
Figura 4: Exemplo da representação gráfica através de Diagrama de GANTT.....28
Figura 5: Exemplo da representação gráfica através de Linha de Balanço – LoB.29
Figura 6: Tipos de atividades utilizadas numa Programação Linear - LSM
(HARMELINK; ROWINGS, 1998).....................................................34
Figura 7: Características da obra de um edifício subsistema da Torre
(ASSUMPÇÃO, 1999)......................................................................40
Figura 8: Características da obra de um edifício subsistema da Torre
(ASSUMPÇÃO, 1999)......................................................................41
Figura 9: Fluxograma de serviços com ligações de seqüência e de trajetória para
os pavimentos tipo da obra do edifício (ASSUMPÇÃO, 1999). ........43
Figura 10: Parte do cronograma físico de execução da estrutura, com a utilização
do sistema construtivo tradicional. ...................................................49
Figura 11: Partes do cronograma físico de execução da etapa de obra bruta de um
empreendimento que utiliza sistema construtivo tradicional.............52
Figura 12: Parte do cronograma físico de execução da estrutura, com a utilização
de paredes externas em concreto armado moldado “in loco”...........59
Figura 13: Parte do cronograma físico com os serviços que compoem a etapa de
execução de obra seca num empreendimento de paredes externas
em concreto armado moldado “in loco”. ...........................................62
Figura 14: Parte do cronograma físico de edifício em sistema construtivo
tradicional, sem inversão de obra e programação “ASAP”. ..............71
Figura 15: Parte do cronograma físico de edifício em sistema construtivo
tradicional, sem inversão de obra e programação “ALAP”................73
Figura 16: Curvas: ASAP” e “ALAP” referentes ao empreendimento de sistema
construtivo tradicional executado utilizando a estratégia sem inversão
dos serviços.....................................................................................75
Figura 17: Parte do cronograma físico de edifício em sistema construtivo
tradicional, com inversão total dos serviços e programação “ASAP”.77
Figura 18: Parte do cronograma físico de edifício em sistema construtivo
tradicional, com inversão total dos serviços e programação “ALAP”.79
Figura 19: Curvas: “ASAP” e “ALAP” referentes ao empreendimento com sistema
construtivo tradicional executado utilizando a estratégia de inversão
total dos serviços. ............................................................................81
vi
Figura 20: Parte do cronograma físico de edifício em sistema construtivo
tradicional, com inversão parcial dos serviços e programação
“ASAP”.............................................................................................83
Figura 21: Parte do cronograma físico de edifício em sistema construtivo
tradicional, com inversão parcial dos serviços e programação “ALAP”.85
Figura 22: Curvas: “ASAP” e “ALAP” referentes ao empreendimento executado
com sistema construtivo tradicional e utilizando a estratégia de
inversão parcial dos serviços. ..........................................................86
Figura 23: Parte do cronograma físico de edifício com paredes externas
executadas em concreto armado moldado "in loco", sem inversão dos
serviços e programação “ASAP”. .....................................................90
Figura 24: Parte do cronograma físico de edifício com paredes externas
executadas em concreto armado moldado "in loco", sem inversão dos
serviços e programação “ALAP”.......................................................93
Figura 25: Curvas: “ASAP” e “ALAP” referentes ao empreendimento executado
com paredes externas em concreto armado moldado “in loco”
utilizando a estratégia sem inversão dos serviços............................95
Figura 26: Parte do cronograma físico de edifício com paredes externas
executadas em concreto armado moldado "in loco", com inversão
total dos serviços e programação “ASAP”........................................97
Figura 27: Parte do cronograma físico de edifício com paredes externas
executadas em concreto armado moldado "in loco", com inversão
total dos serviços e programação “ALAP”. .......................................99
Figura 28: Curvas: “ASAP” e “ALAP” referentes ao empreendimento executado
utilizando paredes externas executadas em concreto armado
moldado “in loco” e estratégia de produção com inversão total dos
serviços..........................................................................................101
Figura 29: Parte do cronograma físico de edifício com paredes externas
executadas em concreto armado moldado "in loco", com inversão
parcial dos serviços e programação “ASAP”. .................................103
Figura 30: Parte do cronograma físico de edifício com paredes externas
executadas em concreto armado moldado "in loco", com inversão
parcial dos serviços e programação “ALAP”...................................105
Figura 31: Curvas ASAP e ALAP referentes ao empreendimento executado
utilizando a estratégia de inversão parcial dos serviços. ................107
Figura 32: Curvas S comparativas entre as três estratégias estudadas para o
sistema construtivo tradicional .......................................................115
Figura 33: Curvas S comparativas entre as três estratégias estudadas para o
sistema construtivo de paredes externas em concreto armado
moldado "in loco" ...........................................................................117
vii
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Foto 1: Execução da estrutura utilizando sistema com pilares, vigas e lajes. .......46
Foto 2: Re-escoramento metálico utilizado nas lajes............................................46
Foto 3: Vedações externas executadas com blocos de concreto..........................46
Foto 4: Instalações hidráulicas executadas com a utilização de tubulação rígida,
embutidas nas alvenarias.................................................................46
Foto 5: Alvenaria interna, executada com blocos de concreto, onde ainda será
executado o serviço de fixação da alvenaria....................................46
Foto 6: Distribuição hidro-sanitária nas paredes, executada com tubulação rígida e
embutida na alvenaria......................................................................46
Foto 7: Acabamento do banheiro, sem a utilização de “shaft’s” removíveis..........47
Foto 8: Região da cozinha com todas as instalações embutidas nas paredes......47
Foto 9: Paredes externas em concreto moldado “in loco” (estrutura e vedação
externa)............................................................................................55
Foto 10: Execução de meio andar” das paredes externas em concreto armado
moldado “in loco” de um pavimento tipo...........................................55
Foto 11: Tratamento interno dado nas paredes de concreto moldado “in loco” para
posterior pintura...............................................................................55
Foto 12: Aspecto das fachadas com a execução das paredes em concreto armado
moldado “in loco”. ............................................................................55
Foto 13: Interior de um pavimento tipo, com início da execução das vedações
internas em gesso acartonado.........................................................55
Foto 14: Reforços de madeira e instalações executados internamente às placas de
gesso acartonado para fixação de bancas e armários. ....................55
Foto 15: Empreendimento com estrutura e esquadrias fase de execução............56
Foto 16: O edifício em fase da pintura da fachada sendo finalizada. ....................56
Foto 17: “Shaft” de fibra removível, instalado sobre as prumadas de tubulações
hidro-sanitárias. ...............................................................................63
Foto 18: Carenagem em fibra, removível, instalada sobre a tubulação existente
abaixo da banca do banheiro...........................................................63
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Serviços e tempos de ciclos de execução para o sistema construtivo
tradicional. .......................................................................................47
Tabela 2: Serviços e tempos de ciclos de execução para o sistema construtivo
com paredes externas em concreto armado moldado “in loco”. .......57
Tabela 3: Análise comparativa em edifício que utilizou o sistema construtivo
tradicional. .....................................................................................110
Tabela 4: Análise comparativa em edifício que utilizou o sistema construtivo de
paredes externas em concreto armado moldado “in loco”..............112
Tabela 5: Tempos desde o início da obra até a entrega da casa de máquinas dos
elevadores. ....................................................................................114
ix
LISTA DE CRONOGRAMAS
Cronograma 1: Sistema construtivo tradicional: estratégia sem inversão dos
serviços e programação "ASAP"......................................................72
Cronograma 2: Sistema construtivo tradicional: estratégia sem inversão dos
serviços e programação "ALAP". .....................................................74
Cronograma 3: Sistema construtivo tradicional: estratégia com inversão total dos
serviços e programação "ASAP"......................................................78
Cronograma 4: Sistema construtivo tradicional: estratégia com inversão total dos
serviços e programação "ALAP" ......................................................80
Cronograma 5: Sistema construtivo tradicional: estratégia com inversão parcial dos
serviços e programação "ASAP"......................................................84
Cronograma 6: Sistema construtivo tradicional: estratégia com inversão parcial dos
serviços e programação "ALAP" ......................................................87
Cronograma 7: Sistema construtivo com paredes externas executadas em
concreto armado moldado “in loco”: estratégia sem inversão dos
serviços e programação "ASAP"......................................................92
Cronograma 8: Sistema construtivo com paredes externas executadas em
concreto armado moldado “in loco”: estratégia sem inversão dos
serviços e programação "ALAP" ......................................................94
Cronograma 9: Sistema construtivo com paredes externas em concreto armado
moldado "in loco", com inversão total dos serviços e programação
“ASAP..............................................................................................98
Cronograma 10: Sistema construtivo com paredes externas em concreto armado
moldado "in loco", com inversão total dos serviços e programação
“ALAP"...........................................................................................100
Cronograma 11: Sistema construtivo com paredes externas em concreto armado
moldado "in loco", com inversão parcial dos serviços e programação
“ASAP"...........................................................................................104
Cronograma 12: Sistema construtivo com paredes externas em concreto armado
moldado "in loco", com inversão parcial dos serviços e programação
“ALAP"...........................................................................................106
x
RESUMO
BARBOSA, M. F. Análise de estratégias de execução para edifícios verticais
com diferentes sistemas construtivos. 2005. 135 f. Dissertação (Mestrado em
Construção Civil) Engenharia Civil, Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos.
O gerenciamento em obras de construção civil vem recebendo atenção por parte
das empresas na busca de alternativas para melhorar seus processos de gestão da
produção. Isso ocorre principalmente em empresas que trabalham com construção
de edifícios para o mercado imobiliário, face à competitividade e exigências
estabelecidas por seus investidores. Neste contexto, as estratégias de execução
são fundamentais para o desenvolvimento e sucesso do “negócio”, pois delas
decorrem a forma de como serão aproveitados os recursos físicos e financeiros
disponibilizados. Através de simulações de estratégias de execução são fornecidos
diversos dados de planejamento ao subsetor edificações. Tais estratégias são
representadas pelo planejamento da produção através da geração de informações:
cronogramas, gráficos e relatórios. Dessa forma, este trabalho analisa o
comportamento das variáveis de produção de dois sistemas construtivos através da
proposição de três diferentes estratégias de execução. Os sistemas estudados
foram o sistema construtivo tradicional e o sistema construtivo com paredes
externas em concreto moldado “in loco”. As estratégias de execução simuladas
concentraram-se na análise dos serviços da torre do edifício vertical, sendo
propostas as seguintes seqüências: sem inversão dos serviços, com inversão total
dos serviços e com inversão parcial dos serviços. Os principais resultados desta
pesquisa são apresentados na forma de parâmetros e gráficos que facilitam a
avaliação e seleção de estratégias de execução a serem seguidas pelas empresas
que executam edifícios verticais.
Palavras chave: edifícios verticais, estratégias de produção, seqüência de
execução, planejamento de obras, gerenciamento e administração da
construção.
xi
ABSTRACT
BARBOSA, M. F. Analyze of production strategies for tall buildings with
different construction systems. 2005. 135 p. Master’s thesis. Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos.
The civil construction management has been taken more attention of civil
construction companies in aim alternatives to enhancing theirs management
process, main that work with building construction because the growing competition
and the exigency of their invest. In this set, the strategic planning is fundamental for
the development and success of business because generates data that will guide
the balance between the production planning expectation and the necessary costs
for concluding a project. The supply of planning data and performances of building
construction is get to divide of the simulation of the production strategy. The
planning production represents the strategies because its products are some
information: schedules, graphs and reports to arrive the execution efficiency. This
research presents analyze the conduct of two different construction systems
variables of three construction strategies. The construction systems studied were
traditional construction system and the external walls in reinforced concrete
construction system. The production strategies simulated concentrated in analyse
only the tower and were without inversion of services; with partial inversion of
services; and with total inversion of services. Like product of this research to claim
develop a systematization to value and choose the production strategies to attend
by the tall building construction companies.
Keywords: tall building, production strategy, production sequence, strategic
planning, physical scheduling and administration.
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
As estratégias de execução, nas obras de edifícios verticais, têm por
principal objetivo estabelecer diretrizes macro para o planejamento da obra,
levando em conta as variáveis do negócio, tais como o prazo de entrega do
empreendimento e a disponibilidade de recursos financeiros para realizá-la. Além
das variáveis relacionadas ao negócio, as estratégias de execução levam em conta
variáveis técnicas, tais como as condições de acesso e vizinhança, disponibilidade
de recursos físicos (mão-de-obra e equipamentos), as condições de suprimento e
do sistema de transporte da obra.
Estas diretrizes para o planejamento da obra podem ser
apresentadas graficamente através de técnicas de programação, tais como
cronogramas, linhas de balanço, diagramas de rede, entre outras.
Como resultado destas estratégias podem ser gerados cronogramas
físicos, cronogramas financeiros, cronogramas de mão-de-obra e equipamentos,
agendas / cronogramas de suprimentos, enfim, um conjunto de informações
fundamentais para que a obra seja conduzida de forma a atender aos objetivos do
negócio.
Para que se atinja os objetivos estabelecidos, há necessidade que se
ênfase e se demonstre a todos os agentes envolvidos no processo, de forma
direta ou indireta, as vantagens e benefícios que traz o emprego ou a adoção de
uma determinada estratégia de execução em qualquer empreendimento,
independente da sua forma ou complexidade.
As empresas mais bem estruturadas realizam simulações de
estratégias de execução para verificar as condições de cumprirem os prazos
contratuais, e até mesmo de executar o empreendimento num prazo menor que o
2
programado, adequando a forma de realizar a obra à disponibilidade de recursos
físicos e financeiros.
Deve, também, haver uma sintonia constante entre todos os
envolvidos com a execução do empreendimento, principalmente em relação aos
prazos previamente estabelecidos. Assim, todos devem conhecer e estarem
adaptados ao cumprimento das estratégias estabelecidas, pois, caso contrário,
situações desfavoráveis para a empresa poderão ocorrer, podendo gerar
desembolsos e gastos antecipados ou até mesmo desnecessários, e também
quebra de lógica de execução, o que poderá gerar um descompasso na seqüência
de determinado serviço em relação a serviços sucessores a serem executados.
Face ao que vem acontecendo nos últimos anos, no que se refere ao
grande crescimento da competitividade entre as empresas construtoras e a
conseqüente limitação da lucratividade no subsetor de edificações, as empresas
viram a necessidade da redução dos seus custos, pois até então, dentro do
contexto da realidade vigente, as empresas obtinham margens de lucro atrativas,
sem muita preocupação com os custos. A administração dos custos teve que ser
reformulada, visto que, quando se trabalha com o planejamento físico relacionado
ao financeiro necessidade de implantação de uma estudada estratégia de
execução para se atingir as metas propostas. A realidade no subsetor da
construção civil brasileira não era a preocupação com os custos, por isso a
importância de pesquisas de temas com esta preocupação.
Para que todo esse desenvolvimento da execução atinja seus
objetivos de forma eficiente e com qualidade, é fundamental para o
empreendimento o seu perfeito gerenciamento. Na execução de uma obra, é
necessária a implantação de um sistema de gerenciamento que analise a estratégia
execução mais vantajosa, bem como, verifique a quantidade de serviços a serem
executados no início, meio e fim do empreendimento além de classificar e
quantificar as falhas encontradas na estratégia adotada visando com estes dados a
melhoria das qualificações das estratégias futuras.
Atualmente, as ferramentas computacionais disponíveis no mercado
são fortes aliados no que tange a facilitar o advento e disseminação do
gerenciamento e planejamento de obras. Com o uso desses recursos de
informática, de razoável facilidade de manuseio, é possível efetuar simulações de
3
várias estratégias de execução em pouco tempo, com os resultados rápidos, se
comparados a fazê-los manualmente. Isso é viável tanto para obras de edifícios
verticais, quanto para qualquer tipo de obra. Assim, pode-se fazer comparações
entre as diversas simulações e as empresas têm a possibilidade de escolher qual a
melhor alternativa a ser efetivamente concretizada.
1.1. Justificativa
Com as novas exigências do mercado, o gerenciamento em obras de
construção civil vem recebendo, atualmente, maior atenção por parte das grandes
empresas de construção civil. Tais empresas, cada vez mais, estão procurando
alternativas para melhorar seus processos de gestão, principalmente, aquelas que
trabalham com a construção de edifícios para o mercado imobiliário, face à
competitividade existente neste setor e também às exigências estabelecidas por
investidores nacionais e internacionais, que concorrem em um mercado cada vez
mais globalizado.
Neste contexto, as estratégias de execução são fundamentais para a
alavancagem do negócio em questão, pois dela decorrem a forma de como serão
aproveitados os recursos físicos e financeiros que serão disponibilizados para a
realização do empreendimento. Estas estratégias são determinantes para o
estabelecimento de prazos e padrões de qualidade do empreendimento. A
avaliação econômica do projeto consiste em estimar todos os custos e benefícios
relacionados ao projeto, e a partir daí, verificar a viabilidade de sua execução.
Tendo em vista a grande necessidade e importância de se dispor de
informações sobre como propor e analisar as diferentes alternativas de execução
para uma mesma obra justifica-se esta pesquisa. Isto se consegue através do
estudo de estratégias de execução, pois a partir delas, todo o percurso” da
execução estará estabelecido, com reflexos importantes na demanda por recursos
físicos e financeiros.
Durante muitos anos, a área de produção dentro das empresas
construtoras ficou isolada de seu processo global como um todo, isso ocorreu
devido a vários fatores entre os quais pode-se destacar a resistência às mudanças
4
de todos que ali exercem suas funções e às condições precárias no ambiente de
trabalho, passando apenas a cumprir ordens.
Felizmente, este cenário vem sendo mudado nos últimos anos com a
valorização da área da produção em função de uma crescente pressão da maior
competitividade e à inclusão de novas tecnologias de processo.
Além dessas observações, o conhecimento das experiências
internacionais também contribuiu para que a indústria da construção civil brasileira
evoluísse, introduzindo novas tecnologias e processos, possibilitando a utilização
de diferentes estratégias de execução, através da variação de seqüências e
trajetórias dos serviços.
Atualmente, muito se fala sobre como as empresas podem obter
vantagem competitiva sustentável. É consenso entre os mais diversos
pesquisadores e autores de que isto somente pode ser obtido através do
conhecimento. Tal conhecimento pode ser adquirido através de informações
contidas e estruturadas em grandes bancos de dados, formatados e organizados
dentro das empresas, por assuntos de negócio, por área de conhecimento e por
registro histórico de informações.
Para WRIGHT; KROLL; PARNEL (2000), vantagem competitiva
sustentável refere-se a estratégias empresariais valiosas que não podem ser
plenamente copiadas pelos concorrentes da empresa, resultando assim em altos
retornos financeiros durante um longo período de tempo.
Para a correta determinação da estratégia de execução de um
edifício, uma das principais diretrizes diz respeito ao reconhecimento da vantagem
competitiva sustentável e adquirida através de experiências anteriores na
consolidação de um empreendimento imobiliário. Para isto, é preciso fazer escolhas
tais como, de quais negócios se deve participar, quais produtos e serviços
oferecem vantagem competitiva, como alocar recursos durante o desenvolvimento
do empreendimento e outras diretrizes de interesse da empresa como um todo.
Essa decisão requer tanto uma análise sistêmica quanto uma capacidade de
síntese dos fatores, os quais acabam por constituir-se num processo analítico e
criativo. Outra diretriz diz respeito ao reconhecimento e análise das estratégias
praticadas pelos concorrentes.
5
A estratégia de execução deve estar focada também nos objetivos,
necessidades e possibilidades das empresas construtoras. O processo de definição
das estratégias resulta da simulação de várias situações de mercado, de onde se
avaliam as informações quanto a prazos de finalização da obra, custo e distribuição
deste custo no tempo, produtividade de serviços, utilização de insumos (materiais e
/ ou mão-de-obra) para que se possa concluir qual a melhor alternativa, para
determinada situação em determinado momento.
Para empreendimentos imobiliários a preço fechado, onde as
receitas são desvinculadas do programa de execução, o estudo das estratégias de
execução é fundamental para assegurar a viabilidade do empreendimento.
1.2. Objetivos
Esta pesquisa tem por objetivo analisar estratégias de execução de
edifícios, através da avaliação do parâmetro de prazo para dois diferentes sistemas
construtivos aplicados em edifícios verticais. Pretende-se ainda, mostrar o
comportamento, principalmente o perfil de desenvolvimento físico de construção
para três diferentes estratégias de execução de obra de edifícios verticais.
Assim, este trabalho visa identificar as características de execução
de dois sistemas construtivos, a saber: [i] tradicional; e [ii] paredes externas em
concreto armado moldado “in loco”, e de três estratégias de execução: [i] sem
inversão dos serviços; [ii] com inversão total dos serviços; e [iii] com inversão
parcial dos serviços.
1.3. Metodologia utilizada na pesquisa
A partir da análise destas variáveis pode-se avaliar as diferentes
demandas por recursos, além dos riscos de não se cumprir prazos de obra.
Tendo em vista que o estudo foi realizado para duas tipologias de
edifícios, que utilizam sistemas construtivos diferentes, a dissertação pretende
também dar subsídios para a comparação dos dois sistemas construtivos, no que
6
tange à demanda por recursos, com os riscos inerentes, juntamente com a variável
“prazo de execução”.
Segundo a teoria estudada e a prática vivenciada através de um
escritório de gerenciamento de obras, esta pesquisa pretende mostrar como as
estratégias de execução de obras de edifícios podem ser utilizadas para adequar a
demanda por recursos físicos e financeiros às necessidades do negócio.
De acordo com SILVA (2001), o trabalho científico é avaliado pela
sua qualidade formal. Qualidade formal diz respeito aos meios e formas usadas na
produção do trabalho. Refere-se ao domínio das técnicas de coleta e interpretação
de dados, manipulação de fontes de informação, conhecimento demonstrado na
apresentação do referencial teórico e apresentação escrita ou oral em
conformidade com os ritos acadêmicos.
Em consideração à conceituação da mesma autora, do ponto de
vista de sua natureza esta pesquisa é aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos
para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas e tem objetivo exploratório,
pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo
explícito. Justamente por seu objetivo exploratório, a pesquisa envolveu o
levantamento bibliográfico e a experiência prática com o problema pesquisado.
Este estudo teve uma abordagem qualitativa, já que existe uma
relação dinâmica com o mundo real, onde técnicas e sistemas de planejamento
foram aplicados a empreendimentos protótipos, que utilizaram os sistemas
construtivos estudados. Foi considerada apenas a questão física da execução
sobre o enfoque das várias alternativas de produção de um edifício, sem o estudo
dos custos dessas escolhas.
Para a criação dos modelos computacionais utilizou-se o programa
Microsoft Project 2000, onde foram simuladas várias estratégias de execução de
edifícios verticais, considerando as características intrínsecas às tecnologias
estudadas. A partir dos estudos de caso, pôde-se obter dados confiáveis, que
servirão de base para as comparações conclusivas deste trabalho.
O método de estudo de caso será o utilizado na elaboração da
pesquisa de YIN (2001). A coleta de dados foi realizada em empresas construtoras
7
da cidade de São Paulo / SP, utilizando-se para isso dados obtidos através de
reuniões com os engenheiros das obras, registro visual e fotográfico da situação
real em obra. Também foi feito o estudo de várias estratégias de execução
alternativas, diferentes das que efetivamente foram adotadas e realizadas.
A revisão bibliográfica baseou-se em textos técnicos disponíveis na
Internet e em bibliotecas universitárias de assuntos referentes ao tema de
estratégias de produção / execução de edifícios verticais. A pesquisa bibliográfica
estendeu-se inicialmente ao estudo de estratégias de produção das empresas
como um todo e, em seguida especificamente direcionada para o setor da
construção civil. A revisão bibliográfica foi feita para o desenvolvimento da
estruturação conceitual da pesquisa, cujo objetivo foi o de demonstrar o que existe
na literatura sobre o tema e quais as lacunas percebidas.
1.4. Estrutura da dissertação
No presente capítulo, tem-se a introdução à importância do estudo
das estratégias de execução de edifícios verticais que utilizam diferentes sistemas
construtivos, com a justificativa do estudo deste assunto, os objetivos da pesquisa e
a metodologia utilizada para a sua realização. Apresentam-se, ainda, os assuntos
referentes a cada capítulo da dissertação.
O Capítulo 2 apresenta a conceituação para o estudo de gestões
estratégicas de execução de edifícios verticais no que se refere ao planejamento e
programação física. Através de revisão da bibliografia existente sobre o assunto,
são apresentadas definições de estratégias de produção / execução, assim como
as vantagens de sua utilização e as particularidades existentes na indústria da
construção civil. Também são abordadas neste capítulo as principais técnicas de
programação aplicadas à construção, tais como: Work Breakdown Structure (WBS),
redes de precedência, linha de balanço, curva S e planejamento linear. Este
capítulo mostra também estratégias do empreendimento como “negócio”, além da
possibilidade da utilização de ferramentas computacionais, para simular estas
estratégias. Salienta-se também que a inserção de novas tecnologias, aliada à
racionalização do processo de produção faz com que a produtividade e qualidade
do produto final sejam um objetivo mais real que utópico.
8
O Capítulo 3 aborda a conceituação e caracterização dos sistemas
construtivos adotados para estudos de caso. São estabelecidas as terminologias
adotadas na elaboração do texto do trabalho, além da descrição das
particularidades das obras de edifícios e estratégias possíveis. Traz a apresentação
dos sistemas construtivos dos dois estudos de caso: [i] tradicional; e [ii] paredes
externas em concreto armado moldado “in loco”, no que tange a descrição de cada
um deles, os ciclos de execução praticados e sua seqüência tecnológica.
Apresentam-se também as vantagens e desvantagens da sua utilização, além de
considerações gerais sobre cada sistema construtivo. Este capítulo também
apresenta, através de estudos de caso, simulações com as estratégias de
execução propostas e a utilização dos sistemas construtivos estudados: no estudo
de caso 01 o sistema construtivo analisado foi o tradicional e no estudo de caso
02 o sistema analisado foi o que utiliza paredes externas em concreto armado
moldado “in loco”.
O Capítulo 4 propõe a caracterização de estratégias de execução de
edifícios, a saber: [i] sem inversão; [ii] com inversão total; e [iii] com inversão
parcial dos serviços. Esta proposta caracteriza-se por ser altamente inovadora para
o setor da construção civil. Ainda neste capítulo são mostradas as curvas S obtidas
para cada uma das estratégias simuladas em cada um dos sistemas construtivos.
Apresenta-se também uma análise comparativa entre as simulações dos estudos
de caso, no que tange sistemas construtivos e / ou estratégias de execução,
através de tabelas comparativas.
O Capítulo 5 descreve as conclusões obtidas após todo estudo
realizado através das pesquisas da bibliografia existente na área, da vivência junto
ao objeto da pesquisa e das várias simulações de estratégias de execução
propostas nos diferentes sistemas construtivos estudados. Por fim, o
apresentadas as sugestões de prosseguimento da pesquisa.
9
CAPÍTULO 2
ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO: APLICAÇÃO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Pôde-se observar, num passado recente, a ocorrência de uma
estagnação na evolução cultural e gerencial do setor da construção, principalmente
no subsetor edificações, quando se deparava no início da década de 90 com
questões, tais como, sistemas de qualidade, necessidade de planejamento
sistêmico, diminuição dos índices de perdas e desperdícios de materiais, trabalho e
prazos de execução.
Segundo PICCHI (1993), existia um pensamento simplista e comum
na construção civil de que melhorar a qualidade acarretaria um aumento do custo e
do prazo de entrega da obra. Entretanto, para este autor, o correto seria pensar que
a execução de um serviço deve ser feita com qualidade desde o início da cadeia de
atividades inter-relacionadas, inclusive durante a concepção do projeto.
Após passada uma década da revolução da qualidade na construção
civil, percebe-se uma grande preocupação por parte das médias e grandes
empresas construtoras com o gerenciamento de suas obras. Tais empresas, cada
vez mais, estão procurando alternativas para melhorar seus processos de gestão.
Nota-se que essa preocupação ocorre, principalmente, com aquelas empresas que
trabalham com a construção de edifícios para o mercado imobiliário, pois existe
uma grande competitividade neste setor. Outro fator condicionante para essa
mudança em prol da qualificação, é gerado através das exigências estabelecidas
por investidores em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo.
Atualmente, percebe-se que existe a mentalidade de que a melhoria
no processo construtivo como um todo gerará maior qualidade, sem que para isso
sejam aumentados os custos - de produção e planejamento - e os prazos de
10
entrega. Porém, ainda é muito comum encontrar na construção civil atraso na
entrega das obras, sempre com justificativa como a falta de dinheiro, atrasos na
entrega dos materiais, mão-de-obra não qualificada, entre outros. Destaca-se que a
falta de planejamento, muitas vezes, não é citada como a causa dos demais
problemas.
Na busca de maior competitividade entre as empresas construtoras,
as principais estratégias referem-se a um novo modo de organização da produção e
do processo de concepção dos empreendimentos.
A identificação dos fatores que influenciam a concorrência torna-se
mais complexa em setores como o da indústria da construção civil. Segundo
SERRA (2001), essa dificuldade se deve a algumas características especiais do
setor, principalmente no subsetor edificações, onde existe uma grande
fragmentação do número de empresas, uma alta volatilidade do mercado
consumidor e uma baixa flexibilidade da produção.
Sabe-se que parte das dificuldades encontradas na construção civil
provém da falta de planejamento estratégico como cultura geral do setor, pois
comumente não se definem metas, não se avalia as próprias capacidades e as dos
concorrentes. Por isso, a análise do ambiente onde a empresa se insere é
fundamental, pois, através de seu auto-conhecimento, das suas forças e fraquezas,
pode-se adquirir vantagem sobre a concorrência.
De acordo com FORMOSO (1999), neste quadro, o processo de
planejamento e controle da construção passa a cumprir um papel fundamental nas
empresas, à medida que o mesmo tem um forte impacto no desempenho da função
produção. Inúmeros estudos realizados no Brasil e no exterior comprovam este
fato, indicando que deficiências no planejamento e controle estão entre as
principais causas da baixa produtividade do setor, das suas elevadas perdas e da
baixa qualidade dos seus produtos. Em que pese o custo relativamente baixo do
planejamento e controle da produção e o fato de que muitos profissionais não têm
consciência da sua importância, poucas são as empresas nas quais este processo
é bem estruturado.
11
Segundo OZBECKHAN apud SACOMANO; GUERRINI (1998)
1
, o
planejamento estratégico envolve a escolha de procedimentos que permitem
visualizar as distinções entre opções conhecidas e suas possíveis conseqüências
alternativas. Define aquelas decisões que determinam o que pode ser feito dado
um intervalo de tempo e uma situação global. Assim, tem-se o seguinte cenário de
metas: [i] seleção de metas com referência para opções que são conhecidas e
avaliadas; [ii] seleção e projeto de recursos para atingir tal meta.
Dessa forma, é objetivo deste capítulo identificar os principais
conceitos de gestão estratégica da produção / execução e sua aplicação na
indústria da construção civil.
2.1. A administração estratégica
Segundo KRONEMBERGER (2003), o termo estratégia, originário da
Grécia, na civilização antiga, estava associado à formulação de manobras
necessárias para se atingir um objetivo relativo ao ato de guerrear. Sendo assim, a
utilização do termo “estratégia” relaciona-se a planos e políticas de ação que visem
o sucesso organizacional em um contexto de competição e uma perspectiva de
futuro.
Ainda segundo este autor, ao longo da história da ciência da
Administração, delineou-se um comportamento racional delimitado por atributos
mecanicistas e limitadores de elementos intrínsecos à criatividade e à inovação.
O surgimento das economias de escala reduções no custo médio
de uma unidade de produção à medida que o volume total cresce – levou os
administradores a lutarem por mais crescimento. Segundo BATEMAN; SNELL
(1998), as oportunidades para produção em massa criadas pela Revolução
Industrial geraram um pensamento intenso e sistemático sobre problemas e
questões administrativas – particularmente eficiência, processos de produção e
reduções de custo.
1
OZBECKHAN. Principles of emerging planning throughs. Digitado 1973.
12
De acordo com KRONEMBERGER (2003), a concepção de
estratégias administrativas esteve atrelada a diferentes situações onde se
contemplou, por muito tempo, o planejamento tradicional como instrumento infalível
às diversidades do contexto organizacional. Entretanto, novos cenários foram
sendo emoldurados com o aumento da competitividade e turbulência dos
mercados. Fez-se necessária, à medida que esta polarização limitou a dinâmica
organizacional e seu processo evolutivo, nascendo daí o planejamento estratégico,
que tem uma visão muito mais ligada ao futuro, à flexibilidade, à inovação, a um
comportamento proativo e, sobretudo à aprendizagem organizacional.
As organizações possuem algumas escolhas estratégicas a fazer na
medida que precisam sobreviver nos mercados competitivos, tais como seleção de
metas, determinação de produtos e serviços a oferecer, a configuração das
políticas para competir e determinar sua posição, e, ainda, a configuração das
estruturas organizacionais, sistemas gerenciais e políticas utilizadas para
coordenação do trabalho. Essas escolhas devem estar integradas, de maneira que
seu conjunto configure uma estratégia, KRONEMBERGER (2003).
O planejamento estratégico surgiu como uma opção racional e
analítica para a criação de cenários futuros alternativos, demandando a formação
de um grupo de especialistas na organização, capacitados a planejar. O sucesso
dessa ferramenta na prática administrativa assumiu grande importância e destaque,
conduzindo muitos estudiosos, consultores e pesquisadores a buscarem
aperfeiçoá-la, na medida que realizavam uma leitura crítica do processo proposto
pelo planejamento estratégico.
Ainda, segundo KRONEMBERGER (2003), estratégia empresarial é
o padrão de decisões em uma empresa que determina e revela seus objetivos,
propósitos ou metas, produz os planos e políticas principais para alcançar os
objetivos, e definir a amplitude do negócio que a empresa está perseguindo, o tipo
de organização econômica que ela é ou pretende ser, e a natureza da contribuição
econômica ou não-econômica que ela pretende fazer para seus stakeholders
(acionistas, colaboradores, clientes, parceiros, comunidade, etc.). A unidade,
coerência, e a consistência interna das decisões estratégicas é que posicionam a
companhia em seu ambiente e conferem sua identidade, seu poder para mobilizar
suas forças e a conseqüente construção de uma vantagem competitiva sustentável.
13
Portanto, num mundo em que as empresa são obrigadas a “mudar
para continuar”, nenhuma organização, seja de que tipo ou tamanho for, pode
imaginar que conseguirá sobreviver sem se valer de um planejamento estratégico
que leve em consideração uma sincera avaliação do seu ambiente interno. Com
isso, a empresa poderá determinar suas forças e fraquezas mostrando as
possibilidades de interação com o ambiente externo a fim de transformar ameaças
em oportunidades buscando renovação, agilidade, flexibilidade, dinamicidade e
liberdade de ação como forma de vencer os novos desafios oriundos de um novo
elenco de demandas.
2.2. Estratégia de produção / execução
Estratégia, no seu sentido mais amplo, diz respeito a posicionar uma
empresa para obter uma vantagem competitiva sustentável. Para isto, é preciso
fazer escolhas sobre de que negócios participar, quais produtos e serviços oferecer
e como alocar recursos para conseguir tal vantagem perante a concorrência. Isto
requer tanto análise quanto síntese, e constitui um processo tanto analítico quanto
criativo. A estratégia deve estar focada na satisfação das necessidades dos
clientes. O processo de elaboração das estratégias pode ser representado pela arte
de observar com novos olhos as chances de criar valor para os clientes.
De acordo com VANTAGEM (2003), a vantagem competitiva está
relacionada ao atendimento correto das necessidades dos clientes e que, em vez
de uma empresa copiar o que os concorrentes estão fazendo, ou mesmo, antes de
ir para a guerra direta contra os concorrentes, tal empresa deve analisar o que o
cliente quer.
As diferentes origens para vantagem competitiva sustentável
encaminham as empresas para diferentes estágios de eficiência. Estas origens são
reflexos das formas e condições de gestão empresarial sustentadas por seus
membros e pela influência do ambiente empresarial ao qual estas empresas
pertencem. As estratégias valiosas que não podem ser plenamente copiadas pelos
concorrentes, por causa das barreiras que dificultam sua imitação por um longo
período de tempo, apresentam-se para direcionar as empresas para uma vantagem
competitiva sustentável, VANTAGEM (2003).
14
No âmbito de um empreendimento, ou mais especificamente de uma
obra, o termo estratégia pode ser utilizado para caracterizar o melhor percurso que
deve ser percorrido para que a obra atinja aos objetivos estabelecidos.
Assim, pode-se conceituar estratégia de produção, segundo
BRUSTEIN; BUZZINI (1998) como sendo as decisões estruturais e infra-estruturais,
que abrangem objetivos de longo prazo, existindo um envolvimento de padrões de
decisões relacionados às principais categorias de um processo de produção,
direcionando, por exemplo, às dimensões competitivas de como atingir os níveis de
qualidade, serviço e flexibilidade que influenciarão nas decisões já tomadas.
A utilização de estratégias de produção / execução previamente
estabelecidas, que não dependem do conhecimento prévio do engenheiro ou do
mestre de obras envolve mudanças conceituais quanto à disponibilidade dos
projetos. A compatibilização entre os projetos deve ser efetuada com antecedência
suficiente para que as contratações dos serviços possam ser realizadas com tempo
suficiente para a ocorrência de negociações vantajosas à empresa construtora, no
que se refere a preço e prazos de pagamento, além da efetiva utilização dos
produtos gerados pelo processo de planejamento.
Para isso, através do planejamento são geradas as mais variadas
informações quanto ao gerenciamento do empreendimento, como cronogramas
macros, que mostram a situação da obra como um todo, com as interferências
existentes entre torre e periferia. Por exemplo, cronogramas consolidados de
determinados serviços para que sejam vinculados aos contratos dos
subempreiteiros de mão-de-obra, assim como datas para que as contratações
sejam realizadas e as datas de início dos serviços a serem contratados.
De acordo com VALLE apud SACOMANO; GUERRINI (1998)
2
, todo
aumento de competitividade depende da modernização das unidades de produção
segundo três dimensões: tecnológica, estratégica e cultural:
Integração computadorizada: a empresa responde facilmente à nova
heterogeneidade dos mercados, pois ela está associada a um aumento de
flexibilidade frente a variações de volume e de variedade;
2 VALLE, R. Tecnologia, estratégia, cultura técnica: três dimensões para a modernização da indústria
brasileira. Rio de Janeiro: Ed. LCNPA – COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1991.
15
Estratégia de produção: compatibilização e condicionamento mútuo entre
sua estratégia de mercado e as características de seu aparelho produtivo.
As decisões estruturais e táticas envolvidas devem estar articuladas e a
estratégia de produção deve ser traçada em função de uma determinada
estratégia de negócio;
Cultura técnica: para atingir todos os níveis da empresa, a cultura técnica
deve seguir os seguintes princípios: valorizar a função Produção, garantindo
a sua homogeneidade com a função Projeto, tornando-a assim
relativamente autônoma; apoiar-se num pessoal bem qualificado e com
participação legitimada; consolidar-se progressivamente através de medidas
de formação contínua e da estabilidade do pessoal de produção.
De acordo com SLACK apud BARROS NETO (1996)
3
, existem
alguns critérios, a partir dos quais a produção pode contribuir para a
competitividade da organização: custo, qualidade, confiabilidade na entrega e
flexibilidade. Além desses, existe o critério de inovatividade” que diz respeito à
capacidade da empresa de manter-se sempre inovando, ou seja, oferecendo
continuamente novos produtos ao mercado. Tais critérios podem ser relacionados
com estratégias de baixo custo (competição em preço) e diferenciação, onde o
critério custo pode ser encaixado na estratégia genérica de baixo custo e o restante
pode ser relacionado à estratégia genérica de diferenciação.
O planejamento da produção está intimamente relacionado com o
planejamento estratégico empresarial. Ainda, segundo BARROS NETO (2002), a
estratégia empresarial pode ser dividida segundo suas cinco grandes
características: planejamento, padrão, estratagema, posicionamento e perspectiva.
Esses itens são considerados complementares entre si e devem ser estudados de
forma inter-relacionada. No entanto, os dois fatores mais importantes para esse
autor são: planejamento, que determina o conjunto das ações planejadas de acordo
com uma situação particular; e padrão, que surge de uma seqüência ou cadeia de
ações padronizadas e baseadas em um cenário consistente de comportamento
dentro das organizações.
3
SLACK, N. Vantagem Competitiva em Manufatura: Atingindo Competitividade nas Operações
Industriais, São Paulo: Atlas, 1993.
16
Para MOHAMED; McCOWAN (2001), os principais fatores
monetários que devem ser considerados na análise do empreendimento são:
primários (projeto, material, mão-de-obra e custos de construção) e os custos de
manutenção desses pagamentos (rendimento, pagamento de empréstimos, custos
de operação). Os fatores não monetários são: políticos, ambientais, sociais,
tecnológicos e estratégicos. A análise integrada desses fatores é uma ferramenta
potencial para o sucesso do planejamento e tomada de decisões que auxiliem na
definição da estratégia de produção mais adequada.
Ainda de acordo com estes autores, considerando a possibilidade de
investimentos financeiros, é necessária uma sistemática avaliação das
necessidades dos custos de um empreendimento. Para isso, pode ser criado um
modelo de fluxograma de decisões de investimento de um projeto que contenha
uma identificação dos fatores não monetários, pois essa identificação é muito
importante e deve ser utilizada.
2.3. Planejamento e controle da produção / execução
As estratégias são representadas pelo planejamento da produção
porque este deve gerar informações (cronogramas, gráficos e relatórios) para que
se alcance eficiência na execução. Além disso, é capaz de desenvolver dentro das
empresas o conhecimento e a mentalidade para sistematização da gestão da
estratégia escolhida. Dessa forma, o conhecimento das forças dominantes no
mercado concorrente e a correta definição do planejamento da execução do edifício
são informações que decorrem da estratégia adotada.
Pode-se considerar que o planejamento da execução desempenha
papel fundamental também para a distribuição de custos de um empreendimento,
pois gera dados que orientarão o balanceamento entre a expectativa do
planejamento estratégico e os custos necessários de concretização da obra. Pode-
se considerar diretrizes e metas de produção que possibilitem postergar custos sem
prejudicar o prazo de execução das obras, resultando em melhores índices de
rentabilidade e de desembolso.
17
Outra análise diz respeito à gestão da qualidade em todas as fases
do empreendimento. Para a execução, devem ser desenvolvidas formas de
gerenciamento que simplifiquem e mantenham constantemente o controle da
qualidade de materiais, componentes, serviços, fornecedores, projetos, etc..
De acordo com FORMOSO (1999), o conceito de planejamento como
processo pode ser compreendido através do modelo apresentado na Figura 1 a
seguir, segundo o qual o planejamento é subdividido em cinco etapas principais, a
saber:
Preparação do processo de planejamento: Definição de procedimentos e
padrões (principais envolvidos, níveis hierárquicos, grau de detalhamento,
ferramentas e técnicas, Work Breadown Structure (WBS), restrições físicas
de insumos, fluxo de materiais e trabalhos, etc.);
Coleta de informações: Envolve a obtenção de dados, seu processamento
e análise (geração de informações);
Elaboração dos planos: Geração do plano inicial e atualização ao longo da
obra (ações corretivas para solução de problemas e emprego de técnicas de
planejamento);
Difusão das informações: Apresentadas em formatos e períodos
diferentes, entre os usuários do planejamento; e
Avaliação do processo: Avaliação final ou parcial do processo, de forma a
melhorar o desempenho do planejamento e do controle, através de
indicadores.
18
FIGURA 1: CICLO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE (FORMOSO, 1999).
Ainda de acordo com FORMOSO (1999), em função da
complexidade típica de empreendimentos de construção e da variabilidade de seus
processos existe, em geral, a necessidade de dividir o planejamento e controle da
produção em diferentes níveis hierárquicos. Em linhas gerais, podem ser definidos
três grandes níveis hierárquicos de gestão de processos:
Estratégico: refere-se à definição dos objetivos do empreendimento, a partir
do perfil do cliente. Envolve o estabelecimento de algumas estratégias para
atingir os objetivos do empreendimento, tais como a definição do prazo da
obra, fontes de financiamento e parcerias.
Tático: envolve, principalmente, a seleção e a aquisição dos recursos
necessários para atingir os objetivos do empreendimento (por exemplo:
tecnologia, materiais, mão-de-obra, etc.), e a elaboração de um plano geral
para a utilização destes recursos.
Operacional: relacionado, principalmente, à definição detalhada das
atividades a serem realizadas, seus recursos e momento de execução.
Preparação
do processo
de
planejamento
Coleta
de
informações
Elaboração
dos
planos
Difusão
das
informações
Avaliação
do
processo
AÇÃO
19
Dentro de cada nível hierárquico, pode haver a necessidade de se
subdividir em outros níveis, dependendo da natureza do empreendimento. Cada um
destes níveis requer informações em um nível de detalhamento adequado ao seu
destinatário. Se as informações são excessivamente detalhadas, o tomador de
decisão tem dificuldade em compreendê-las, podendo gastar muito tempo
assimilando-as e atualizando-as. Outra análise diz respeito a quando o plano é
gerado sem o nível de detalhe necessário, atrapalhando conseqüentemente sua
utilização e sua função básica de orientação à execução.
A Figura 2 a seguir, apresenta o modelo de processo de
planejamento adaptado à necessidade de hierarquização dos processos gerenciais.
As etapas de preparação e de avaliação do processo produtivo global, em geral,
são comuns a todos os níveis gerenciais. Elas ocorrem tipicamente no início e ao
final do empreendimento, mas também podem ser realizadas ao longo do mesmo,
em função de avaliações intermediárias do processo de planejamento e controle.
As etapas de coleta de informações, preparação do plano e difusão de informações,
por sua vez, ocorrem em diferentes níveis gerenciais, possuindo características
próprias quanto à periodicidade, participação dos intervenientes, técnicas utilizadas,
etc. Para cada nível hierárquico, devem ser definidos os principais intervenientes,
as entradas e as saídas de dados, o nível de detalhe e as ferramentas utilizadas
para a geração de planos.
Ainda segundo FORMOSO (1999), o planejamento estratégico do
empreendimento não faz parte do processo de planejamento e controle da
produção propriamente dito, estando muito mais vinculado às etapas iniciais do
processo de projeto. Entretanto, esse processo gera informações de grande
importância para o planejamento a nível tático, como alguns marcos (milestones)
importantes do processo de produção, como datas de início da obra, de conclusão
da estrutura e de entrega das unidades residenciais.
A preparação de todo processo envolve tanto a definição de
procedimentos e padrões do processo de planejamento e controle, como também
algumas decisões iniciais relativas ao processo de produção. Por exemplo, uma
das principais informações necessárias para a realização desta etapa de
planejamento e controle é originária de outros processos da empresa, tal como o
planejamento estratégico.
20
FIGURA 2: MODELO DE PROCESSO DE PLANEJAMENTO ADAPTADO À NECESSIDADE DE
HIERARQUIZAÇÃO (FORMOSO, 1999).
Nível Estratégico
Nível tático Nível operacional
Preparação do
processo
Coleta de
Informações
Elaboração
de Plano
Difusão de
Informações
AÇÃO
Coleta de
Informações
Elaboração
de Plano
Difusão de
Informações
AÇÃO
Avaliação do
Processo
Coleta de
Informações
Elaboração de
Plano
Difusão de
Informações
AÇÃO
21
2.4. Particularidades da indústria da construção civil
A organização da seqüência lógica de serviços dentro de uma
construção corresponde à maneira de construir de uma determinada empresa. A
construção de um edifício envolve uma complexa interação entre pessoas,
equipamentos e materiais. Respeitando as seqüências tecnológicas, os vários
membros da equipe podem agir com algumas restrições em suas ações, devido à
presença e ações dos demais num mesmo local ao mesmo tempo, por exemplo. A
flexibilidade das seqüências pode variar devido às restrições, tais como: o custo da
construção, prazo e risco.
Esta interação contribui como um dos fatores para a determinação da
seqüência de serviços. Os serviços normalmente representam ações de diferentes
integrantes da equipe. Os subcontratados podem ser introduzidos no contexto da
seqüência em questão.
A utilização de tecnologias racionalizadas possibilita a necessária
flexibilidade dos processos construtivos que possibilitem tanto a redução quanto a
postergação de custos de execução, com vistas a atingir a redução dos custos
diretos e financeiros e ampliar a oferta de produtos.
Seqüência tecnológica é a ordem em que os serviços devem ser
executados, respeitando-se os tempos de esperas necessários entre a finalização
da execução de um serviço e início do seu sucessor, para que no futuro não haja
necessidade de manutenções causadas por patologias.
Segundo ASSUMPÇÃO (1996), a seqüência tecnológica é definida
durante o processo de programação. A representação desta seqüência é feita
através de técnicas de programação, propiciando a construção de modelos que
representem o processo construtivo e que possibilitem avaliar o comportamento da
obra para algumas de suas variáveis e produção (custos, prazos e recursos). Após
a construção destes modelos pode-se simular situações de produção, gerando
diferentes alternativas para análise. Isso significa definir o que deve ser feito
primeiro, o que pode ser feito em paralelo, que serviços devem estar concluídos
para que possam ser executados os subseqüentes, qual o tipo de dependência
entre os serviços, quais as defasagens entre inícios e términos de serviços
dependentes, etc.
22
De acordo com BARBOSA; SERRA (2002), para um melhor
entendimento do planejamento, um dos primeiros procedimentos a ser realizado é a
identificação das etapas, serviços, atividades e tarefas necessárias para a
execução da obra. Esses podem ser subdivididos em:
Etapas: grandes fases em que uma obra pode ser dividida (Estrutura, Obra
Bruta, Obra Seca, Obra Fina...);
Serviços: compreendem um conjunto de operações necessárias para
executar uma parte específica da construção (estrutura, alvenaria,
revestimento, pintura, etc.);
Atividade: refere-se às subdivisões dos serviços em pavimentos (estrutura:
execução do 1
o
ao 17
o
pavimento; alvenaria: do 1
o
ao 17
o
pavimento;
pintura: do 17
o
ao 1
o
pavimento tipo, etc.);
Tarefa: são as operações, envolvendo homens, equipamentos e materiais,
que através de um processo, executam um determinado trabalho dentro da
construção (estrutura: armação, fôrma, concretagem; alvenaria: marcação,
elevação, fixação; pintura: massa PVA, 1
a
demão, pintura final).
Essa conceituação proposta pode ser observada abaixo, na Figura 3.
FIGURA 3: CONCEITUAÇÃO DE ETAPA, SERVIÇO, ATIVIDADE E TAREFA, NECESSÁRIOS
PARA A EXECUÇÃO DA OBRA (BARBOSA; SERRA, 2002).
Atividade
Serviço
Etapa
Tarefa
23
Para JAAFARI (2001), o planejamento do empreendimento está
sujeito a incertezas devido principalmente a três fatores: condicionantes externos, a
pobre definição dos objetivos do negócio e a precária utilização dos métodos de
planejamento. Neste contexto, o tempo de ciclo não significa o tempo necessário
pra execução de determinado serviço, utilizado na programação de obra, mas sim
um completo entendimento dos fatores que influenciam no processo, entendido
como um círculo que precisa ser fechado. Por isso, esse autor sugere que o
empreendimento seja administrado segundo dois ciclos principais.
tempo de ciclo das funções objetivas (LCOF: life cycle objective
functions): conjunto de objetivos estratégicos para a realização do
empreendimento, tais como: financeiro (cronograma de desembolso da
obra, relação custo / preço, etc.), satisfação do cliente (qualidade,
segurança, operacionalidade, etc.) e sustentabilidade ambiental da obra;
tempo de ciclo do gerenciamento de um empreendimento (LCPM: life
cycle project management): determinação da evolução e planejamento de
todas as atividades, em tempo real, com registro e integração das
informações geradas para todos os participantes do empreendimento.
Dessa forma, esse autor menciona que os riscos e incertezas do
gerenciamento podem ser minimizados, se conduzidos de forma dinâmica e a
equipe principal busque soluções criativas que satisfaçam os conflitos existentes.
Com o empenho da equipe em planejar e comunicar qual são os principais alvos do
LCPM, o que se observa é a melhoria no todo, pois todas as partes envolvidas
tentam assegurar o sucesso do projeto, na chamada sensibilidade LCOF para
atrasos.
Um típico risco de gerenciamento de um empreendimento é o fato do
mesmo não ser executado conforme o programado, com conseqüente
probabilidade de que o projeto ultrapasse a sua duração programada. A solução
convencional, nesses casos é a imposição de uma garantia contratual por parte do
contratante de que a equipe técnica fará a liquidação dos prejuízos por atrasos.
Para JAAFARI (2001), a deficiência desse tipo de solução é que eventuais erros de
abordagem podem ser acobertados e esquecidos em papéis e, por isso, não são
atacados. O correto seria um melhor empenho na programação da obra e uma
24
tentativa de conscientização de todos os agentes envolvidos no empreendimento
sobre os riscos de um atraso.
A possibilidade criada através da utilização, do domínio e do efetivo
controle e gerenciamento de uma obra faz com que se possa postergar os
desembolsos, fazendo com que os últimos meses de execução seja o período em
que ocorram os maiores desembolsos.
Tal situação favorece o caixa do empreendimento, principalmente no
caso do empreendimento imobiliário com vendas a partir do lançamento.
O planejamento deve ser um instrumento de viabilização da obra.
Conforme ROSSO (1990), o planejamento é o instrumento de integração entre a
concepção e a produção”, determinando a sua viabilidade técnica, econômica e
administrativa, bem como visualizando todas as atividades da construção, ou seja,
identificando cada fase com as suas respectivas atividades, procurando antecipar,
analisar, definir e conceber abstratamente para que ao ser colocado em prática,
possa ser dominado.
Assim, apesar de existirem as diversas maneiras e processos para
se executar uma obra e seus serviços, deve-se procurar a mais adequada tendo em
vista os fatores específicos a cada situação. As vantagens estão relacionadas aos
custos, aos prazos, à disponibilidade dos recursos, à segurança e à qualidade dos
serviços. Eventualmente, constata-se uma maior facilidade de execução dos
trabalhos.
De acordo com NEVES (1998), o planejamento é iniciado com um
projeto bem definido e detalhado através de um memorial descritivo, com as
especificações de acabamento e normas de execução. Entretanto, para o
planejamento ser eficiente é preciso que ele seja capaz de detectar desvio e
permitir correções rápidas.
A construção dos modelos e a simulação de estratégias de execução
são viabilizadas pelo uso de técnicas de programação: gráficos de barra, rede de
precedência, técnicas de orçamentação, etc., que geram informações na forma de
orçamentos, cronogramas, histogramas e gráficos, para serem utilizadas pelos
diferentes setores da empresa.
25
Vários autores defendem diversas técnicas de programação de acordo
com a complexidade do empreendimento e facilidade de controle da execução dos
serviços. A seguir estão relacionadas algumas técnicas de programação que
podem ser utilizadas para viabilização das obras de edifícios.
2.5. Técnicas de planejamento e programação
Nas últimas décadas foram desenvolvidas várias técnicas de
planejamento e programação utilizáveis não somente no subsetor edificações da
construção civil, como também nos demais subsetores da indústria da construção.
São comumente aplicadas em vários outros setores industriais.
2.5.1. WBS - Work Breakdown Structure
De acordo com ASSUMPÇÃO (1999), um instrumento de apoio à
programação de obras é o WBS - Work Breakdown Structure cujo conceito foi
desenvolvido para a análise de empreendimentos, englobando as etapas de
concepção, projeto e construção. Este procedimento, que antecede à programação,
estabelece regras para análise do empreendimento / obra, dividindo-a em
subsistemas que caracterizam suas etapas, serviços, atividades e tarefas, definindo
uma estrutura analítica que é utilizada por todos os setores e elementos da
empresa envolvidos em sua realização.
Este procedimento permite que se estabeleça uma linguagem
comum sobre a divisão do empreendimento, de modo que, ao se referir a uma de
suas partes ou subsistemas, todos dentro da empresa (setores técnicos,
administrativos, financeiro, etc.) tenham o mesmo entendimento sobre o que este
ou aquele subsistema representa. A partir desta divisão, definem-se
responsabilidades e estabelece-se a estrutura para controle.
Esta técnica apresenta-se, portanto, não como um instrumento de
apoio à programação, mas também como uma ferramenta auxiliar para a
organização e administração do empreendimento.
26
A utilização do WBS para identificação das atividades ou serviços
possibilita a seleção e agrupamento das informações dos diferentes níveis de
detalhamento, facilitando a operação de programas computacionais na definição e
formatação de relatórios.
A utilização do WBS possibilita, segundo ASSUMPÇÃO (1999):
Auxiliar na compreensão do escopo do empreendimento ou obra (conhecer
o todo através de suas partes ou subsistemas);
Definir matriz de responsabilidades (atribuir responsabilidades para os
diferentes níveis de decisão);
Auxiliar na organização e administração do empreendimento (permite
estabelecer uma linguagem comum sobre a divisão e estrutura de
responsabilidades, que é utilizada por todos os setores da organização);
Preparar a lista de atividades e serviços para a programação e controle do
empreendimento ou obra.
2.5.2. Redes de precedência
Uma vez definidas as atividades do projeto
4
e suas respectivas
durações, deve-se empreender a montagem destas atividades em uma seqüência
cronológica, de maneira racional, exeqüível e eficiente, de forma a dispô-las na
melhor ordem para o projeto. Esta montagem deve obedecer às restrições de
precedência, conflito de recursos, fluxos de recursos e janelas de oportunidades. A
esta seqüência, com a utilização de restrições por precedências, chama-se de rede
de precedência.
Segundo ECHEVERRY (1991), é a partir da utilização de redes de
precedência que se a obtenção de um planejamento lógico e que, seguindo um
estudo de seqüência de execução de serviços, se a justificativa para que se
obtenha uma programação dentro da expectativa de qualidade de execução e
utilização dos recursos sem que haja desperdício de materiais e mão-de-obra. Para
4
Projeto aqui deve ser entendido no seu contexto mais amplo – projeto como Empreendimento, ou, no
caso da produção, da obra em si.
27
este estudo, este autor examinou diversos cronogramas de diferentes obras e
identificou algumas relações básicas entre serviços dentro de uma construção que
determina uma seqüência de serviços.
Através da utilização de redes de precedência, pode-se identificar o
caminho crítico da obra, e assim cria-se a possibilidade de prevenir possíveis
fatores que podem acarretar atraso do empreendimento. Acredita-se que a
representação gráfica mais eficiente é através de gráficos de GANTT, como é
demonstrado a seguir na Figura 4, cujo caminho crítico é mostrado na cor
vermelha.
Segundo BORCHERDING; FISK (1979), o motivo para a viabilização
do planejamento da produção é a possibilidade de detalhamento e ajuste nas
barras gráficas para mostrar as sabidas restrições de cada uma em relação às
demais barras. Com isso, espera-se propor soluções e regras para as revisões do
planejamento e para a duração de tempo, “quebrar” cada ação para uma análise
detalhada da rede, procurar acompanhar e monitorar constantemente e inserir
comentários sobre o progresso do planejamento. Obtém-se assim, uma visão total
do planejamento da obra através de uma análise de rede CPM do projeto e da
construção.
Neste trabalho, para a melhor interpretação dos cronogramas foram
utilizadas as seguintes cores, a saber: [i] vermelho para os serviços que fazem
parte do caminho crítico; e [ii] verde para serviços que não fazem parte do caminho
crítico do cronograma físico, conforme pode ser visualizado na Figura 4.
28
FIGURA 4: EXEMPLO DA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ATRAVÉS DE DIAGRAMA DE GANTT.
2.5.3. Linha de Balanço (LoB)
De acordo com HEINECK (2004), Linha de Balanço é uma técnica de
planejamento que considera o caráter repetitivo das atividades de uma edificação.
Por ser uma técnica eminentemente gráfica (visual) torna-se um valioso aliado nas
comunicações em obra. Por meio da Linha de Balanço (Line of Balance - LoB), o
engenheiro da obra passa a ter uma visão mais simples e direta da execução dos
serviços. A LoB serve como ferramenta de apoio na melhoria da produtividade e
qualidade nos canteiros.
A Linha de Balanço associa o serviço ao local onde ele será
executado. Também chamada de Diagrama Espaço-Tempo, são colocados no eixo
vertical os locais de execução, ou seja, os pavimentos ou unidades. No eixo
horizontal são colocados os prazos previstos de duração da obra. Assim cada barra
contínua representa um serviço, ou atividade da obra, porém deixa de ser horizontal
para se ter uma inclinação, que representa o ritmo com que avança o serviço pelos
pavimentos.
Fases Início Fim
30/mar
08/abr
04/abr 04/abr
09/abr 09/abr
04/abr 10/abr
09/abr 04/mai
04/abr 17/abr
09/abr 01/mai
10/abr 28/jun
01/mai 07/jun
28/jun 20/jul
07/jun 03/jul
28/jun 20/jul
07/jun 03/jul
20/jul 10/ago
09/jul 05/ago
10/ago 10/ago
05/ago 05/ago
Serviços previstos
Serviços realizados
CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL SIMPLIFICADA
MESES
LEGENDA
Recebimento da
Obra
março maio junho
Obra
Instalações
Hidráulicas
julho agosto
Instalações
Elétricas
Telhado
Assinatura do
Contrato
abril
Financiamento
de Seguro
Autorizações
Elaboração do
Contrato
01/mar
29
Dessa forma, a Linha de Balanço é deficiente para mostrar o
seqüenciamento dos serviços pelas diversas unidades de repetição da obra. Estas
unidades de repetição podem ser os pavimentos ou os apartamentos, por exemplo.
Um exemplo de representação de Linha de Balanço, com as diversas
possibilidades de ligações entre os diversos serviços, pode ser observada abaixo,
na Figura 5.
FIGURA 5: EXEMPLO DA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ATRAVÉS DE LINHA DE BALANÇO
LOB.
Segundo HEINECK (2004), a LoB é uma técnica simples de
aplicação de uma regra matemática que supõe uma produção constante resultando
numa relação linear entre o tempo e as unidades de produção concluídas em
determinada atividade. A LoB ideal pressupõe que todos os serviços são
executados em seqüência, porém numa obra mais complexa, vários serviços
podem ser executados em paralelo, o que leva a necessidade de usar também a
técnica de rede (como o método do Caminho Crítico - CPM) em conjunto com a
LoB. Mesmo assim, segundo este autor, a LoB é a técnica dominante no processo
de planejamento e controle de obras menores e menos complexas.
Ainda, segundo HEINECK (2004), para que se possa obter o controle
da produção, os gráficos de curvas de produção "realizadas" podem ser traçados
Fim - Icio Icio - Início Fim - Fim
30
ao lado das previstas, de forma a propiciar a comparação. A diferença entre o
número acumulado de unidades de produção concluídas e a quantidade da LoB
num determinado instante pode ser chamada de "criticalidade".
A conceituação proposta por HEINECK (2004) considera definir
criticalidade como sendo a quantidade de serviço que está diferenciando-se da
quantidade de serviço programada para um determinado período, por isso pode ser
positiva ou negativa. A criticalidade é positiva quando a obra executa mais serviços
que a programação e negativa se executa menos serviços que a programação do
período.
A LoB pode ser processada manualmente para poucos serviços. Por
exemplo, pode-se aplicá-la no estudo prévio da estratégia da obra onde ao invés
dos serviços colocam-se as etapas da obra (Estrutura, Obra Bruta,
5
Obra Seca,
6
etc.). Porém para um grande número de serviços sendo executados em paralelo há
a necessidade do uso dos microcomputadores. Justamente esse é um dos fatores
que motivam o pouco uso da LoB, por que não existe no mercado software
específico para LoB. Este problema pode ser contornado utilizando outros
programas com algumas simplificações (programas de gerenciamento de projetos
como MsProject ou planilhas como Excel).
A montagem da LoB é quase um trabalho artesanal, que com
algumas simplificações pode ser apoiado por microcomputador, como frisado
anteriormente. Os passos para a aplicação da LoB podem ser, segundo HEINECK
(2004):
Escolher a unidade básica ou os locais onde os serviços serão realizados
(peças, apartamento, pavimento, fachada, etc.). Um projeto pode ter
unidades básicas diferentes, tornando-o um pouco mais complicado. Como
exceção, estão os serviços de fachada que são calculados como uma
unidade básica fachada;
Definir quais serviços serão envolvidos na execução da unidade(s) básica(s)
escolhida(s) e suas precedências;
5
Obra Bruta caracteriza-se pelo conjunto de serviços executados com a utilização de água, e
geralmente artesanalmente (alvenaria, reboco, contrapiso, entre outros).
6
Obra Seca caracteriza-se pelo conjunto de serviços que não utilizam água para a sua execução
(gesso acartonado, enfiação elétrica, entre outros).
31
Construir uma rede de atividades (PERT / CPM) para uma unidade básica,
se necessário. Quando possível definir os serviços em seqüência, que na
prática não significa nenhuma restrição ao modelo da LoB. Definir as
equipes de trabalho (homens por equipe) na(s) unidade(s) básica(s) e
determinar sua(s) duração(ões);
Calcular o ritmo para cada uma das atividades, chamado de ritmo natural ou
ciclo de execução. Para projetos com poucos serviços e / ou muitas
repetições nas unidades, pode-se conseguir um único ritmo, ou ciclo para
todas, o que determina o ciclo de entrega das unidades. No caso de
edifícios altos isto praticamente não ocorre. O ciclo de execução é o número
de unidades, pavimentos, por exemplo, que se deve concluir por semana,
ou seu inverso, o número de semanas para concluir cada pavimento;
O último passo é desenhar as linhas, tendo suas durações (projeção no eixo
horizontal do tempo) e ritmos, ou ciclos (inclinação da linha) verificando
eventuais cruzamentos. Os cruzamentos não devem ocorrer devido à
quebra da seqüência tecnológica. Neste caso, pode-se simplesmente
retardar todo o serviço ou diminuir o seu ciclo de execução para não
retardar seu término.
Verifica-se que a atualização de um planejamento feito através da
utilização da Linha de Balanço não traz total segurança, principalmente se o projeto
tiver muitos serviços, já que se trata de um método gráfico e não ligações em
rede. Observa-se que uma pequena falha na atualização de um serviço pode
comprometer todo o processo de programação.
2.5.4. Curva S
Segundo ASSUMPÇÃO (1988), a curva S é um instrumento de apoio
à programação de obras através de ferramentas computacionais. É uma ferramenta
gráfica que possibilita a modelagem de custos e / ou recursos em relação ao tempo,
através de um gráfico cartesiano, em que o eixo x representa o progresso do
projeto (obra) e o eixo y, o consumo acumulado de recursos, ou o custo acumulado,
ou ainda os índices de execução atingidos pela obra.
32
Quando a modelagem de tempos é feita através de redes de
precedência, pode-se obter dois desenvolvimentos para a Curva S, que
representam:
Uma curva de custos (ou recursos, ou índices) das atividades programadas
para seu início “cedo”;
Uma curva de custos (ou recursos, ou índices) das atividades programadas
para seu início “tarde”.
ASSUMPÇÃO (1988) segue afirmando que estas curvas são obtidas
mais facilmente quando se utilizam na programação softwares que dispõem da
opção de programação com datas “mais cedo possível” (“ASAP as soon as
possible) e “mais tarde possível(“ALAP” as late as possible), permitindo que as
informações sejam geradas segundo estas duas possibilidades de datas.
2.5.5. Planejamento linear (Linear Scheduling Model - LSM)
Segundo HARMELINK; ROWINGS (1998), existem vários estudos
avançados sobre a aplicação computacional do método CPM (Método do Caminho
Crítico) na construção. Estas aplicações fornecem um rico cenário de capacidades
como recursos e alocação de custos, relatórios de progresso, e planejamento de
atualização, mais a geração de múltiplos relatórios e gráficos.
O planejamento linear pode ser considerado como uma técnica
visual, faltando apenas as qualidades analíticas do planejamento CPM. Ou seja, no
planejamento linear existe a impossibilidade de determinação do caminho crítico.
Esta é a razão para a sua pequena aplicação.
O planejamento linear é visto essencialmente como uma técnica
gráfica que não é facilmente adaptada aos modelos computacionais, como é
mostrada a seguir na Figura 6.
No centro de um modelo de rede, baseado em todos de
planejamento está a habilidade de determinar o caminho crítico. Este “crítico
identifica aquelas atividades que, se sua duração muda, o projeto inteiro muda.
33
Para o planejamento linear ser aceito como uma ferramenta de planejamento e
gerenciamento de projetos, ele pode apenas determinar um cenário de controle das
atividades. Para competir, na indústria da construção, o planejamento linear pode
ser o fornecedor de cenários semelhantes de atividades críticas e como aquelas
calculadas pelo método do caminho crítico (CPM).
Assim, esses autores desenvolveram um método de planejamento
linear (LSM) para fornecer um plano de capacidade analítica para processos de
planejamento. Este modelo identifica um cenário de atividades controladas.
O controle da trajetória da atividade é definido como um caminho
contínuo de longa duração através do projeto e define a seqüência de atividades
que poderá ser completada como planejada para terminar o projeto com a duração
planejada.
34
Linear Contínuo do
início ao fim
Linear Pontilhado com
interruões
Linear Contínuo com
interrupções
Barra
Bloco Parcial
Linear Pontilhado
do início ao fim
Linear Contínuo do
início ao fim
Bloco Contínuo do início ao fim
Localizão (estações)
Tempo (dias)
FIGURA 6: TIPOS DE ATIVIDADES UTILIZADAS NUMA PROGRAMAÇÃO LINEAR - LSM
(HARMELINK; ROWINGS, 1998).
Percebe-se através do estudo das várias técnicas de programação
analíticas destacam-se perante as gráficas. Através de estudos prévios dos
empreendimentos pode-se viabilizar o seu desenvolvimento físico e financeiro no
decorrer do seu tempo de execução, auxiliando na informatização e racionalização
das construções.
35
CAPÍTULO 3
SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA OBRAS DE EDIFÍCIOS:
CONCEITOS E CARACTERIZAÇÃO
Este capítulo tem como objetivo conceituar e caracterizar os
sistemas construtivos que serão objeto dos estudos de caso. Esta conceituação e a
caracterização dos sistemas, que serão apresentados, é necessária face à
importância que a escolha do sistema construtivo tem perante o negócio imobiliário.
A escolha do sistema construtivo interfere tanto em aspectos
mercadológicos e culturais
7
, quanto nos aspectos técnicos, no que tange a prazos,
custos e estratégias de execução e, nos resultados do empreendimento, face às
possibilidades que um sistema construtivo traz, para adequar o fluxo de caixa do
empreendimento.
Assim sendo, a escolha do sistema construtivo mais conveniente ao
que se espera do “negócio” é um fator de grande importância para a obtenção do
seu sucesso.
Neste terceiro capítulo contextualiza-se a pesquisa para o ambiente
da construção civil, mais especificamente, o subsetor de edificações, onde atuam
as empresas objeto deste estudo.
7
É comum encontrar no meio técnico e empresarial, restrições ao uso de determinadas tecnologias
por considerar que as mesmas não serão bem aceitas pelos clientes. Instalações aparentes e o uso
de vedação com gesso acartonado são apenas alguns exemplos de tecnologias que, muitas vezes,
são criticadas sem fundamentos.
36
3.1. Conceito de sistema e processo construtivo
Para conceituar as terminologias utilizadas neste trabalho é
importante partir de dois conceitos básicos apresentados por ROSSO (1990)
referentes à edificação / produto e edificação / processo. Estes conceitos tratam a
edificação de forma estática e setorizada:
Edificação / produto é a definição dos requisitos do produto como um todo
e dos seus componentes intermediários.
Edificação / processo é a visualização da edificação enquanto processo
que se inicia ainda na fase de concepção, no detalhamento, na análise dos
componentes, na sua fabricação, na sua associação e continua na fase de
utilização, com observação, interpretação dos comportamentos do produto,
do seu desempenho no uso, para através da retro-alimentação do processo,
otimizar sua qualidade.
Na bibliografia estudada observou-se que existem várias abordagens
conceituais sobre sistemas e ou processos construtivos, bem como diferentes
abordagens sobre termos correlatos, tais como: subsistema construtivo,
componentes construtivos, e elementos construtivos, e desta forma, adota-se nesta
pesquisa a seguinte definição:
1. Sistema construtivo é um processo construtivo de elevados níveis de
industrialização e de organização, constituído por um conjunto de elementos
e componentes e inter-relacionados, SABBATINI (1989).
Observa-se aqui que este conceito de sistema construtivo não
considera como sistemas construtivos, processos que não tenham elevados níveis
de industrialização e organização, tais como os sistemas artesanais que utilizam
blocos cerâmicos, concreto moldado “in loco”, taipa, madeira, entre outras, já que
estes não possuem elevado grau de industrialização.
2. Subsistema construtivo é o conjunto de elementos e componentes que
possui uma função definida dentro de um sistema construtivo (por exemplo,
subsistema estrutura, subsistema vedações, coberturas, instalações, entre
outros), SABBATINI (1989).
37
3. Componente construtivo é a composição de elementos que definem
partes constituintes de um subsistema construtivo, SABBATINI (1989).
4. Elemento construtivo é a parte integrante de um sistema construtivo que
pode ter uma função definida isoladamente dentro do subsistema construtivo
ou ser parte integrante de um componente de construtivo, SABBATINI
(1989).
5. Tecnologia é o conjunto de técnicas, equipamentos, e instalações, isto é, os
meios que permitem transformar insumos em produtos, ou seja, a matéria-
prima em edificações, ROSSO (1990).
Quanto à divisão do “processo apresentam-se as seguintes
definições:
1. Racionalização construtiva, segundo FRANCO (1992), consiste em uma
melhor utilização dos insumos, ou seja, otimização dos recursos materiais,
humanos, organizacionais, tecnológicos e financeiros que influenciam no
processo produtivo, visando a obtenção de um maior índice de produtividade
e a minimização de custos e prazos, sem com isso diminuir a qualidade final
do objeto.
2. Método de trabalho segundo SABBATINI (1989), é o modo como um
determinado operário (trabalhador) insere no seu agir cotidiano,
apresentando características próprias exercendo suas atividades sobre o
objeto de trabalho, visando a produção.
3. Processo de trabalho, ainda segundo SABBATINI (1989), pode ser
entendido como o conjunto de todas as ações, dentro de uma mesma
tecnologia, que promove modificações no meio ou produza um trabalho.
Quando se deseja caracterizar um específico processo construtivo, deve-se
caracterizar o conjunto de métodos empregados para a produção da
estrutura e das vedações, os elementos que definem a “fronteira” do edifício
e do meio externo e também sua estabilidade.
4. Processo construtivo, segundo FRANCO (1992), é caracterizado por um
conjunto de métodos na execução da estrutura e das vedações de uma
determinada edificação. para MARTUCCI (1990), processo construtivo
3
8
nada mais é do que o processo que define as formas e as capacidades
técnicas e econômicas de se construir. Portanto, os processos construtivos
estabelecem tipologicamente as tecnologias a serem aplicadas, fazendo
com que, por sua vez, nos projetos, surjam os sistemas construtivos. os
sistemas construtivos podem ser divididos em subsistemas, os quais são
definidos segundo suas respectivas características e funções técnicas em
relação ao edifício e ao sistema construtivo como um todo.
5. Produtividade da construção civil, segundo ROSSO (1990), é a relação
entre produtos e insumos, sendo que quanto maior esse índice, melhor é
considerado o rendimento do processo. Em outras palavras pode-se
conceituar que a produtividade é o grau de aplicação ou “entradas” em um
processo construtivo (por exemplo, materiais, mão-de-obra, equipamentos),
com a finalidade de obter um determinado produto, (por exemplo, uma
edificação).
Neste trabalho serão utilizados termos como “obra bruta”, “obra
seca”, “obra fina”, cujos conceitos estão relacionados a seguir:
A etapa de obra bruta caracteriza-se pelo conjunto de serviços de
moldagem e conformação do edifício, em geral caracterizadas pelo uso
intensivo de mão-de-obra, onde se manipulam argamassas, concretos,
blocos de vedação, gesso em pasta, água, etc. Enfim, serviços efetivamente
mais “brutos”, tais como: estrutura, alvenaria, emboço em paredes,
contrapiso, ou seja, de uma forma mais genérica, os serviços considerados
mais “sujos” de uma obra.
A etapa de obra seca, caracterizada pelo conjunto de serviços que não
utilizam água para sua execução, caracteriza-se pela execução dos serviços
relacionados com os painéis de vedação, em gesso acartonado e enfiação
elétrica. Por exemplo, as instalações elétricas utilizam eletrodutos flexíveis,
enquanto as hidráulicas são executadas com a utilização do sistema de
“pex”, ambos embutidos no gesso acartonado das paredes e entre-forros.
Internamente, o tratamento em eventuais imperfeições e / ou nos furos
deixados pelas fôrmas é efetuado com massa de cimento, ficando pronta
para a aplicação da massa PVA e posterior pintura final.
39
A etapa de obra fina consiste na execução dos serviços de acabamento da
edificação, desde o assentamento de azulejo até a revisão final e entrega
das unidades.
Verifica-se que com estas definições pode-se contextualizar de forma
mais segura e objetiva as soluções de planejamento e as estratégias de execução.
Com isso, consegue-se simular diferentes situações, para que exista uma
programação mais segura quanto aos riscos de atraso da obra. Por exemplo, pode-
se inserir folgas internas na etapa de obra fina, para que possíveis fatores externos,
alheios às possibilidades de intervenção da equipe técnica da obra, possam ser
sanados sem que os serviços subseqüentes sejam prejudicados. Essa
possibilidade de ocorrências externas sucede devido principalmente à possibilidade
do adquirente da unidade autônoma solicitar alterações de arquitetura ou
instalações.
3.2. As particularidades das obras de edifícios verticais
As obras de edifícios verticais caracterizam-se por terem ciclos de
repetitividade de sua execução, não existentes em obras com outras características
físicas.
Um mesmo edifício vertical pode ser construído de diferentes formas,
dependendo da estratégia de execução a ser adotada. Define-se como plano de
ataque a estratégia que será utilizada no que se refere à execução dos vários
subsistemas existentes, considerando as restrições tecnológicas que não podem
ser alteradas. Por exemplo, a execução das etapas de estrutura, obra bruta e obra
fina, podem ser realizadas de forma seqüencial ou com alguma simultaneidade
(quando um serviço se inicia, sem que outro tenha sido finalizado). Dentro dessas
restrições tecnológicas, existe a possibilidade de alteração da seqüência dos
serviços, com alternativa de modificação também das ordens nas trajetórias das
atividades.
Para que se tenha um melhor entendimento dessas particularidades,
de acordo com ASSUMPÇÃO (1999), uma obra de construção civil caracteriza-se
por dois grandes subsistemas de produção, a saber: [i] subsistema da torre,
40
ilustrado na Figura 7, abaixo, onde os serviços se desenvolvem na vertical, de
pavimento em pavimento; e [ii] subsistema da periferia, ilustrado na Figura 8, a
seguir, onde os serviços se desenvolvem na horizontal, com as equipes se
deslocando de trecho para trecho. Isso significa que estes subsistemas podem ser
executados de forma simultânea ou seqüencial, considerando as especificações de
cada empreendimento e seu planejamento estratégico.
FIGURA 7: CARACTERÍSTICAS DA OBRA DE UM EDIFÍCIO SUBSISTEMA DA TORRE
(ASSUMPÇÃO, 1999).
TIPO
NÃO TIPO
NÃO TIPO
Subsolo 1
Subsolo 2
Térreo
1
o
Tipo
2
o
Tipo
3
o
Tipo
Cob. Inferior
Cob. Superior
Cx. d’água
C. Maquina
Torre
Periferia
41
FIGURA 8: CARACTERÍSTICAS DA OBRA DE UM EDIFÍCIO SUBSISTEMA DA TORRE
(ASSUMPÇÃO, 1999).
Por sua vez, estes subsistemas subdividem-se em setores,
pavimentos ou trechos, onde toda uma seqüência de serviços é caracterizada e
feita de forma repetitiva.
Em razão desta característica de uma obra de edifícios surgem
diferentes formas de realizá-la, com variações de setorização, sequenciamento e
trajetória de serviços.
No que se refere à programação, o parcelamento do
empreendimento / obra ou quebra de sua estrutura em subsistemas, representa o
primeiro passo dado pelo planejador para elaboração dos planos e programas.
Através de um processo de análise, definem-se os custos, prazos e recursos para
os subsistemas em que o empreendimento foi subdividido e, pelo caminho inverso,
sintetizam-se estas informações para o empreendimento como um todo.
As estratégias de execução são fundamentais para viabilizar o
empreendimento e as possíveis estratégias de serem adotadas, tanto no setor da
torre quanto no setor da periferia.
REGIÃO DA
TORRE
Trecho 01 Trecho 02
Trecho 03 Trecho 04
JUNTAS
REGIÃO DA
PERIFERIA
42
O “plano de ataque é que mostra qual a estratégia, dentre os
subsistemas descritos, será efetivada, se torre e periferia serão executadas
simultaneamente, se a torre será executada anteriormente e logo em seguida
periferia, e assim por diante.
Através da setorização (divisão em setores) em torre e periferia,
independente do sistema construtivo adotado, as alternativas de estratégias são: [i]
execução da torre juntamente com periferia, [ii] execução da torre e posteriormente
a periferia, [iii] execução da periferia, inclusive na projeção da torre, e
posteriormente a execução da torre.
Segundo ASSUMÃO (1999), entende-se por seqüência: a ordem
com que são executados os serviços num mesmo local de trabalho (pavimento ou
trecho da edificação) e trajetória: representa a ordem com que são executados os
serviços de mesma natureza, nos diferentes locais de trabalho (pavimentos ou
trechos da edificação).
Assim, uma outra setorização possível é a que se refere à trajetória
da execução dos setores: na torre [i] de baixo para cima, [ii] de cima para baixo,
[iii] do meio do edifício para baixo e logo em seguida do último pavimento em
direção ao meio do da torre; na periferia, de trecho em trecho [i] de baixo para
cima, ou [ii] de cima para baixo, dependendo da necessidade de travar as
contenções.
A seguir, na Figura 9 pode-se observar um fluxograma modelo de
serviços com ligações de seqüência e trajetória para os pavimentos de uma obra de
edifício.
43
LIGAÇÕES DE SEQUÊNCIA
LIGAÇÕES DE TRAJERIA






ESTRUTURAS
PAV - N
ALVENARIA
PAV - N
C. MARCO
PAV - N
DRY WALL
PAV - N
Lag = 15
ESTRUTURAS
PAV - 01
ALVENARIAS
PAV - 01
C. MARCO
PAV - 01
DRY WALL
PAV - 01
Lag = 15






ESTRUTURAS
PAV - 04
ALVENARIA
PAV - 04
C. MARCO
PAV - 04
DRY WALL
PAV - 04
Lag = 15
ESTRUTURAS
PAV - 02
ALVENARIA
PAV - 02
C. MARCO
PAV - 02
DRY WALL
PAV - 02
Lag = 15
ALVENARIA
PAV
-
03
C. MARCO
PAV
-
03
DRY WALL
PAV
-
03
ALVENARIA
PAV - 03
C. MARCO
PAV - 03
DRY WALL
PAV - 03
Lag = 15
ESTRUTURAS
PAV - 03
FIGURA 9: FLUXOGRAMA DE SERVIÇOS COM LIGAÇÕES DE SEQÜÊNCIA E DE TRAJETÓRIA
PARA OS PAVIMENTOS TIPO DA OBRA DO EDIFÍCIO (ASSUMPÇÃO, 1999).
A periferia pode ter estratégias próprias e independentes da torre.
Segundo PAEK; OCK (1996), a técnica de construção da estrutura de subsolos “de
cima para baixotem um significativo potencial para a redução do tempo total de
duração de execução de um empreendimento e o aumento da viabilidade da
construção de edifícios verticais, obedecendo as exigências e restrições das
condições urbanas.
Eficiente em diminuir o tempo de construção, o método “de cima para
baixo” hoje em dia ainda apresenta várias desvantagens e riscos sob o ponto de
vista dos contratantes, se comparado aos métodos de execução tradicionais. Estas
desvantagens aumentam devido à sua complexidade e à utilização de uma
seqüência de obra não usual, além da falta de informações seguras sobre os custos
e de problemas que podem ocorrer durante a construção.
Continuando PAEK; OCK (1996), o método “de cima para baixo
reduz o impacto que a construção dos subsolos tem na programação da obra,
44
que uma das vantagens da sua utilização é o ganho de tempo que se obtém na
simultaneidade da construção da estrutura dos subsolos e da torre, e conseqüente
aumento da possibilidade da execução de edifícios verticais em menos tempo. Por
outro lado, por utilizar técnicas não usuais tal método é mais caro que o tradicional.
Porém, o método “de cima para baixo” pode ser modificado de várias
maneiras para se adaptar às condições de cada projeto, à experiência em
construção dos seus contratantes e à familiaridade com tal técnica conservando a
sua concepção. A modificação possível é a simplificação de partes do processo e
uma maior aplicação de técnicas tradicionais na execução de partes do “todo”
através do método “de cima para baixo”.
Observa-se que a definição da estratégia de ataque de uma obra
vertical é fundamental para que o planejamento consiga os objetivos visados de
qualidade, custo e prazo.
3.3. Estudo de caso 1: Sistema Tradicional
O edifício, estudo de caso 1, será considerado neste estudo como
construído de sistema construtivo tradicional e caracterizado por:
Subsistema fundações: estacas, tubulões ou mesmo fundações diretas;
Subsistema estrutura: estrutura reticulada (pilares, vigas e lajes), estrutura
com pilares, laje plana (nervurada, protendida ou “cogumelo”) sem vigas ou
somente com vigas de borda, em concreto armado moldado “in loco”;
Subsistema vedações: vedações externas e internas em bloco cerâmico, e
/ ou em bloco de concreto (conforme a especificação do projeto ou custo do
material);
Subsistema fachadas: chapisco, emboço, reboco e pintura;
Subsistema instalações: instalações embutidas na laje, externa à laje,
embutida na vedação, com material flexível ou rígido.
45
3.3.1. Descrição do estudo de caso: ciclos de execução e
seqüência tecnológica
O sistema construtivo tradicional utilizado na obra do estudo de caso
1 é ainda o sistema construtivo mais utilizado nas cidades brasileiras. Mesmo
sendo considerado um sistema tradicional, caracterizado pelo uso intensivo de
mão-de-obra, hoje em dia existe uma crescente preocupação pela busca de mais
racionalização e controle tecnológico. Com o advento das novas tecnologias e
incorporação da racionalização construtiva, este sistema vem proporcionando
vantagens devido à melhoria da qualidade e da produtividade deste sistema e dos
demais que com ele concorrem.
O estudo de caso analisado foi de um edifício construído com:
estrutura em concreto armado moldado “in loco” (laje, vigas e pilares), vedação
interna e externa em alvenaria de blocos de concreto, instalações de gás e água
quente executadas em tubulações rígidas que passam sobre a laje, pelo contra-
piso, a instalação elétrica foi executada com eletrodutos flexíveis e embutida nas
paredes de alvenaria, as instalações hidráulicas foram executadas com material
rígido, também embutido nas alvenarias.
Devido à busca da racionalização no produto e processo da
edificação, adotou-se a utilização de “shaft’s” e elementos pré-fabricados para
facilitar e diminuir os tempos de ciclos de execução dos serviços, na tentativa de
diminuir o número de serviços a serem executados até o encerramento da obra.
São mostradas a seguir, ilustrações
8
de diversas fases da execução
do empreendimento estudado, que utilizou o sistema construtivo tradicional descrito
nesta fase do trabalho.
8
Em algumas das fotografias mostradas neste capítulo pode haver algum tipo de distorção nas
laterais, causada pelo uso de lente objetiva em máquina fotográfica digital.
46
FOTO 1: EXECUÇÃO DA ESTRUTURA
UTILIZANDO SISTEMA COM
PILARES, VIGAS E LAJES.
FOTO 2: RE-ESCORAMENTO METÁLICO
UTILIZADO NAS LAJES.
FOTO 3: VEDAÇÕES EXTERNAS
EXECUTADAS COM BLOCOS
DE CONCRETO.
FOTO 4: INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
EXECUTADAS COM A
UTILIZAÇÃO DE TUBULAÇÃO
RÍGIDA, EMBUTIDAS NAS
ALVENARIAS.
FOTO 5: ALVENARIA INTERNA,
EXECUTADA COM BLOCOS
DE CONCRETO, ONDE AINDA
SERÁ EXECUTADO O
SERVIÇO DE FIXAÇÃO DA
ALVENARIA.
FOTO 6: DISTRIBUIÇÃO HIDRO-
SANITÁRIA NAS PAREDES,
EXECUTADA COM TUBULAÇÃO
RÍGIDA E EMBUTIDA NA
ALVENARIA.
47
FOTO 7: ACABAMENTO DO BANHEIRO,
SEM A UTILIZAÇÃO DE
SHAFTSREMOVÍVEIS.
FOTO 8: REGIÃO DA COZINHA COM
TODAS AS INSTALAÇÕES
EMBUTIDAS NAS PAREDES.
Na Tabela 1, apresentada a seguir, são mostrados os principais
serviços, com os respectivos ciclos de execução usuais na empresa construtora
estudada.
TABELA 1: SERVIÇOS E TEMPOS DE CICLOS DE EXECUÇÃO PARA O SISTEMA
CONSTRUTIVO TRADICIONAL.
Serviço Duração por pavimento tipo
Estrutura 5 dias trabalhados
9
Alvenaria e eletrodutos embutidos 5 dias trabalhados
Contrapiso (áreas secas) 5 dias trabalhados
Contrapiso (cozinhas e áreas de serviço)
5 dias trabalhados
Distribuição hidráulica em paredes 5 dias trabalhados
9
Considera-se como dias trabalhados, aqueles considerados como dias úteis dentro do calendário de
trabalho da empresa.
48
TABELA 1: SERVIÇOS E TEMPOS DE CICLOS DE EXECUÇÃO PARA O SISTEMA
CONSTRUTIVO TRADICIONAL (CONTINUAÇÃO).
Serviço Duração por pavimento tipo
Fixação da alvenaria 3 dias trabalhados
Enfiação elétrica 5 dias trabalhados
Emboço nas áreas frias 5 dias trabalhados
Gesso liso nas áreas secas 5 dias trabalhados
Assentamento de azulejo 5 dias trabalhados
Baguetes e soleiras 3 dias trabalhados
Piso cerâmico 5 dias trabalhados
Forro de gesso e decoração 5 dias trabalhados
1
a
demão de pintura 5 dias trabalhados
Porta-pronta 4 dias trabalhados
Pintura final 2 dias trabalhados
Em todo empreendimento onde se busca a melhor produtividade, é
de primordial importância que os projetos e as especificações sejam bem
elaborados e definidos, que os ciclos de execução podem não ser totalmente
rígidos devido ao grande número de pessoal e serviços artesanais envolvidos para
sua execução. Sabe-se que o cronograma físico de obras utilizam sistemas
construtivos tradicionais pode sofrer muitas alterações nas suas reprogramações.
49
Observa-se que neste tipo de sistema construtivo os primeiros
pavimentos apresentam ciclos de execução maiores que os demais, devido
principalmente ao “efeito aprendizado”. Isto significa que, embora as quantidades
de trabalho sejam as mesmas em todos os tipos, nos primeiros pavimentos as
equipes ainda não estão familiarizadas com o projeto e com os respectivos
processos de trabalho, razão pela qual, nestes pavimentos os ciclos de execução
normalmente são maiores.
Na Figura 10, a seguir é mostrada parte da programação física de
serviços de estrutura da obra do estudo de caso 1.
FIGURA 10: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EXECUÇÃO DA ESTRUTURA, COM A
UTILIZAÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL.
A seqüência tecnológica utilizada para a execução da etapa de
estrutura neste sistema construtivo pode ser determinada da seguinte maneira para
um ciclo de execução de cinco dias trabalhados, sempre para a execução de um
pavimento tipo completo:
50
1
o
dia: inicia-se a montagem das fôrmas e o posicionamento da armação
dos pilares;
2
o
dia: finaliza-se o posicionamento da armação e das fôrmas dos pilares.
Neste dia ocorre a concretagem desses pilares, com a utilização de grua
para o transporte vertical do concreto;
3
o
dia: inicia-se a montagem das fôrmas das lajes, do escoramento metálico
e da marcação dos pontos para as instalações que serão embutidas nas
lajes;
4
o
dia: finaliza-se a montagem das fôrmas e do posicionamento da armação
das lajes. Simultaneamente é executada a passagem das tubulações para
as instalações, com utilização de eletrodutos rígidos, para que os mesmos
não sejam estrangulados no momento da concretagem;
5
o
dia: a concretagem é efetuada, com a utilização de concreto bombeado.
Neste dia são posicionados os arranques dos pilares do pavimento
superior.
Atualmente com a utilização de escoramentos e fôrmas metálicas, a
execução de uma laje de estrutura ficou facilitada, mas este tipo de equipamento
ainda é oneroso para as empresas construtoras, apesar dos benefícios trazidos.
Além deste benefício, o fato das armações chegarem na obra cortadas e
dobradas faz com que a organização do canteiro possa ser otimizada e as áreas de
armazenagem possam ser diminuídas.
Observa-se que cada serviço e atividade deve ser cuidadosamente
estudado e detalhado de forma a tornar o planejamento o mais real possível.
3.3.2. Vantagens e desvantagens deste sistema construtivo
Uma das vantagens da utilização deste sistema construtivo para
execução de obras de edifícios é o fato de que não há necessidade da utilização de
equipamentos especiais para sua execução, tais como gruas e guindastes, entre
outros. Outra vantagem se refere ao fato dos processos e tecnologias utilizadas
51
pelo sistema construtivo serem de domínio do mercado da construção civil
(empresas, subempreiteiros e operários). Trata-se de um sistema construtivo
amplamente aceito pelo consumidor brasileiro.
Em seguida é mostrada na Figura 11, parte da programação física da
etapa de obra bruta, onde são executados todos os serviços que vão desde os
serviços de alvenaria até o serviço de aranhassanitárias, ponto em que a obra
está pronta para que seja iniciada a execução da etapa de obra fina, que se inicia a
partir da execução do serviço de assentamento de azulejos.
A maior desvantagem é o uso intensivo de mão-de-obra, e o grande
número de atividades de conformação (alvenarias, argamassas, contrapisos...).
Estes dois fatores contribuem para abaixar a produtividade e aumentar o
desperdício.
A integração entre os subsistemas normalmente é feita com
antecedência, porém se houver a necessidade de modificações, este sistema
permite que as mesmas sejam realizadas, mas com menos flexibilidade e mais
custo.
52
FIGURA 11: PARTES DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EXECUÇÃO DA ETAPA DE OBRA BRUTA
DE UM EMPREENDIMENTO QUE UTILIZA SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL.
FIGURA 11: PARTE DP CRONOGRAMA FÍSICO DE EXECUÇÃO DA ETAPA DE OBRA BRUTA DE UM EMPREENDIMENTO QUE UTILIZA SISTEM
A
CONSTRUTIVO TRADICIONAL.
53
3.3.3. Considerações sobre o sistema construtivo tradicional
Devido à relativa facilidade na execução e ao prévio “conhecimento”
que as empresas do setor possuem deste sistema, pelo fato de “sempre terem feito
desta maneira”, verifica-se uma certa lentidão na melhoria da construção. Para que
se possa evoluir, sem perder as características principais, deve-se utilizar materiais
com algum avanço tecnológico e de estratégias de execução que permitam a
diminuição de intervenção de fatores externos que atrapalhem no desenvolvimento
da obra.
Observa-se que algumas empresas, quando optam por este sistema
construtivo, introduzem inovações com o objetivo de aumentar a produtividade e
reduzir desperdícios. Soluções como sistema de fôrmas e escoramento
racionalizados, corte e dobra de armação em centrais, concreto usinado e
bombeado, contrapiso zero, shaft’s e porta-pronta são alguns exemplos de
tecnologias cada vez mais utilizadas neste sistema.
3.4. Estudo de caso 2: Paredes externas em concreto armado
moldado “in loco”
Para o estudo de caso 2, será considerado como sistema construtivo
que utiliza paredes externas em concreto armado moldado “in loco”, aquele
caracterizado por:
Subsistema fundações: estacas, tubulões, ou mesmo fundações diretas;
Subsistema estrutura: paredes externas estruturais em concreto armado
moldado “in loco”, lajes planas nervuradas;
Subsistema vedações: vedações internas em gesso acartonado;
Subsistema fachada: pintura sobre as paredes de concreto;
Subsistema instalações: instalações externas à laje, embutida na
vedação, com material flexível ou rígido.
54
Com a crescente necessidade de melhoria de qualidade e a busca
pela redução de custos e prazos houve uma procura, por parte do setor de
empresas da construção civil por novas alternativas de sistemas construtivos, assim
como para as fôrmas e escoramentos, que estes itens chegam a representar
45% dos custos de estrutura, de acordo com FAVERSANI (2003). A busca por
sistemas que possam substituir os chamados sistemas construtivos tradicionais tem
sido implementada com diversas vantagens.
Ainda segundo FAVERSANI (2003), no final da década de 90, um
grande desafio para uma das maiores construtoras de São Paulo era o
desenvolvimento de um projeto que conseguisse viabilizar edifícios voltados para
um público de menor poder aquisitivo, sem que houvesse a perda de desempenho
e qualidade. O sistema construtivo estudado foi observado em Israel e na Itália e
trazido para o Brasil, porém para que a adaptação fosse total, houve a necessidade
de alterações com relação ao que foi observado no exterior.
3.4.1. Descrição do estudo de caso: ciclos de execução e
seqüência tecnológica
O sistema construtivo utiliza paredes externas estruturais em
concreto armado moldado “in loco”, lajes planas nervuradas, executadas com a
utilização de fôrmas plásticas (“cabaças”), esquadrias em PVC e instalações
acessíveis em “shaft’s” e entre forros, ou seja, pelo teto dos apartamentos. A
parede é concretada em gabaritos, que posteriormente são substitdos por
caixilhos, parafusados e colados com silicone estrutural.
A seguir são mostradas algumas ilustrações de diversas fases da
execução de um empreendimento que utilizou o sistema de paredes externas em
concreto armado moldado “in loco”, descrito nesta etapa desta dissertação.
55
FOTO 9: PAREDES EXTERNAS EM
CONCRETO MOLDADO IN
LOCO (ESTRUTURA E
VEDAÇÃO EXTERNA).
FOTO 10: EXECUÇÃO DE MEIO ANDAR
DAS PAREDES EXTERNAS EM
CONCRETO ARMADO
MOLDADO IN LOCO DE UM
PAVIMENTO TIPO.
FOTO 11: TRATAMENTO INTERNO DADO
NAS PAREDES DE
CONCRETO MOLDADO IN
LOCO PARA POSTERIOR
PINTURA.
FOTO 12: ASPECTO DAS FACHADAS
COM A EXECUÇÃO DAS
PAREDES EM CONCRETO
ARMADO MOLDADO IN LOCO”.
FOTO 13: INTERIOR DE UM PAVIMENTO
TIPO, COM INÍCIO DA
EXECUÇÃO DAS VEDAÇÕES
INTERNAS EM GESSO
ACARTONADO.
FOTO 14: REFORÇOS DE MADEIRA E
INSTALAÇÕES EXECUTADOS
INTERNAMENTE ÀS PLACAS DE
GESSO ACARTONADO PARA
FIXAÇÃO DE BANCAS E
ARMÁRIOS.
56
FOTO 15: EMPREENDIMENTO COM
ESTRUTURA E ESQUADRIAS
FASE DE EXECUÇÃO.
FOTO 16: O EDIFÍCIO EM FASE DA
PINTURA DA FACHADA SENDO
FINALIZADA.
De acordo com FAVERSANI (2003), o sistema de paredes de
concreto armado moldadas “in loco” permite reduzir bastante o prazo de conclusão
da obra, o que representa uma economia considerável no custo final do
empreendimento, já que os custos fixos ocorrem em período menor. Ainda segundo
este autor, o sistema permite excelentes resultados em termos de isolamento
térmico e acústico, além da eliminação de problemas de patologias em alvenarias,
haja vista que é eliminada toda a seqüência executiva da vedação externa.
Para que o sistema seja construtivamente viabilizado existe a
necessidade que o concreto tenha suas propriedades físicas e químicas
especificadas de acordo com o projeto. Assim, após observação de construções
semelhantes em Israel e Itália e várias pesquisas realizadas aqui no Brasil, chegou-
se à conclusão que o ideal seria a utilização de concreto com “slump” 12, com brita
1, e não um concreto altamente elástico, com se pensava anteriormente,
FAVERSANI (2003). De acordo com SILVA (2005), entende-se por concreto
altamente elástico aquele em que são adicionados aditivos plastificantes, que
permitem melhorar o seu desempenho. O aditivo plastificante torna o concreto mais
trabalhável, facilitando o seu adensamento, sendo aconselhável sua utilização em
peças esbeltas de difícil concretagem e proporciona ainda melhor acabamento na
superfície concretada.
57
Na Tabela 2 abaixo, são mostrados os principais serviços , com os
respectivos ciclos de execução usuais na construtora estudada.
TABELA 2: SERVIÇOS E TEMPOS DE CICLOS DE EXECUÇÃO PARA O SISTEMA
CONSTRUTIVO COM PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO
IN LOCO”.
Serviço Duração por pavimento tipo
Estrutura (paredes externas em concreto
armado moldado “in loco”)
6 dias trabalhados
Emboço nas áreas frias 2 dias trabalhados
Gesso liso nas áreas secas 2 dias trabalhados
Marcação de gesso acartonado 2 dias trabalhados
Colocação de guias de piso 2 dias trabalhados
Colocação de guias de teto 3 dias trabalhados
Perfilados para gesso acartonado
(montantes)
3 dias trabalhados
Tubulação elétrica 4 dias trabalhados
Colocação de placas de gesso
acartonado
4 dias trabalhados
Colocação de cantoneiras de gesso
acartonado
2 dias trabalhados
58
TABELA 2: SERVIÇOS E TEMPOS DE CICLOS DE EXECUÇÃO PARA O SISTEMA
CONSTRUTIVO COM PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO
IN LOCO” (CONTINUAÇÃO).
Serviço Duração por pavimento tipo
Enfiação elétrica 4 dias trabalhados
Rejuntamento de Placas de gesso
acartonado
2 dias trabalhados
Cerâmica de pisos e paredes 3 dias trabalhados
Montante de forro de gesso acartonado 3 dias trabalhados
Colocação de placas de forro de gesso
acartonado
3 dias trabalhados
1
a
demão de pintura 3 dias trabalhados
Porta-pronta 1 dia trabalhado
Pintura final 3 dias trabalhados
Por se tratar de um sistema construtivo racionalizado, todos os
detalhes são previamente bem definidos durante a fase de projeto. Os ciclos de
execução dos serviços raramente se alteram, salvo quando algum motivo não
controlável, como as intempéries. Respeitando-se as esperas tecnológicas de cura
do concreto, escoramentos e re-escoramentos, não significativas alterações no
cronograma físico de execução.
Em seguida é mostrada a Figura 12 contendo parte do cronograma
físico de execução da etapa de estrutura com paredes externas em concreto
armado moldado “in loco”.
59
FIGURA 12: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EXECUÇÃO DA ESTRUTURA, COM A
UTILIZAÇÃO DE PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO IN
LOCO”.
Para que se possa entender a lógica de execução de tal sistema
construtivo, primeiramente deve-se definir meio-andar com sendo a região referente
a 50% da área em planta do pavimento tipo para que haja um melhor
aproveitamento dos jogos de fôrmas, que existe a necessidade de apenas um
jogo de fôrmas, pois o executados simultaneamente meio pavimento inferior e
meio pavimento superior.
A seqüência tecnológica no caso estudado é a execução de meio
andar para cada concretagem, assim pode-se determiná-la, considerando o prazo
de seis dias, da seguinte maneira:
1
o
dia: inicia-se a montagem de armação e fôrmas da laje de piso do meio-
andar do pavimento n+1;
2
o
dia: inicia-se a montagem de armação e fôrmas das paredes do meio-
andar do pavimento n;
3
o
dia: concretagem de meio-andar (paredes do pavimento n e laje de piso
do pavimento n+1) e início da montagem das fôrmas e ferragens do 2
o
meio-
andar;
4
o
dia: continuidade na montagem de armação e fôrmas das paredes do
meio-andar do pavimento n+2 e laje de piso do pavimento n+1;
60
5
o
dia: posicionamento das escadas e varandas pré-moldadas em concreto
armado;
6
o
dia: concretagem do 2
o
meio-andar (paredes do pavimento n+2 e laje de
piso do pavimento n+1).
Atualmente a maior parte das fôrmas industrializadas utilizadas pelas
empresas construtoras é alugada, e não adquirida, por isso o custo normalmente é
proporcional ao tempo em que permanecem na obra. Tornando como comparação
de preços entre diferentes sistemas, os cálculos devem contemplar além dos custos
de locação, também os recursos físicos envolvidos (mão-de-obra e equipamentos)
e a quantidade viável de reaproveitamentos.
Segundo CORREA (2003), enquanto um painel de madeira pode ser
reutilizado de 10 a 15 vezes, o metálico pode ser reutilizado de 50 a 70 vezes, em
alguns casos, até 100 vezes. Por isso, também que em alguns casos o preço dos
componentes metálicos chega a ser dez vezes superior aos de madeira.
Apesar de já existir o hábito da utilização das fôrmas industrializadas,
principalmente nas grandes construtoras, falta apoio técnico dos fornecedores em
termos de suporte nos momentos de dificuldades na montagem. Mesmo nos
grandes centros ainda são poucos os fornecedores deste tipo de sistema de
fôrmas, ficando os consumidores à mercê da boa vontade de seus fornecedores, no
que se refere ao cumprimento de prazos e pronto atendimento.
3.4.2. Vantagens e desvantagens deste sistema construtivo
As principais vantagens da utilização deste sistema construtivo são:
[i] bom desempenho em termos de isolamento térmico e acústico; [ii] redução de
prazo de obra; [iii] redução de patologias na fachada, já que existe a eliminação da
execução de toda a seqüência de serviços de alvenaria externa, haja vista que a
estrutura é a própria vedação; [iv] melhoria nas condições de segurança da obra, já
que existe a necessidade de que a mão-de-obra seja qualificada e treinada; além
da [v] redução da diversidade de materiais, como por exemplo, madeira, em grande
quantidade no canteiro de obras. A Figura 13 a seguir, mostra parte do cronograma
físico de execução dos serviços da etapa de obra seca.
61
Por se tratar de um sistema construtivo rígido no que se refere às
paredes externas, as interfaces com os demais subsistemas da edificação também
devem ser previamente resolvidas em projeto. Assim, a análise dos fatores
técnicos, como a compatibilização dos projetos é imprescindível, facilitando a
construtibilidade futura. Segundo PEIXOTO (2000), construtibilidade é o grau de
facilidade com que algo pode ser construído.
Por ser um sistema que não permite alterações, exige uma dose
maior de planejamento e controle da produção para que eventuais problemas
possam ser previamente detectados.
62
FIGURA 13: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO COM OS SERVIÇOS QUE COMPOEM A ETAPA
DE EXECUÇÃO DE OBRA SECA NUM EMPREENDIMENTO DE PAREDES
EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO IN LOCO”.
FIGURA 13: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO COM OS SERVIÇOS QUE COMPOEM A ETAPA DE EXECUÇÃO DE OBRA SECA NUM EMPREENDIM
ENTO
DE PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO IN LOCO”.
63
A integração com os demais subsistemas se dá através da utilização
de vedação interna em gesso acartonado, instalações elétricas totalmente
embutidas no gesso acartonado e instalações hidráulicas flexíveis (sistema pex)
instaladas pelo teto do pavimento inferior. São utilizados shaft’s” e carenagens
para acabamentos das tubulações, como mostrado nas fotos a seguir.
FOTO 17: “SHAFTDE FIBRA REMOVÍVEL,
INSTALADO SOBRE AS
PRUMADAS DE TUBULAÇÕES
HIDRO-SANITÁRIAS.
FOTO 18: CARENAGEM EM FIBRA,
REMOVÍVEL, INSTALADA
SOBRE A TUBULAÇÃO
EXISTENTE ABAIXO DA
BANCA DO BANHEIRO.
As principais empresas que fornecem esse tipo de sistema de fôrmas
estão sediadas na cidade de São Paulo e esse é um dos fatores que faz com que
este tipo de sistema construtivo seja mais utilizado nesta região do país. Além da
proximidade dos fornecedores, é na região sudeste que estão situadas empresas
que buscam, além da melhoria da qualidade de seus produtos, um diferencial junto
aos seus concorrentes.
Como desvantagem da utilização deste tipo de sistema construtivo,
pode-se citar a necessidade obrigatória do uso de gruas. Nos casos acompanhados
verifica-se também que apenas nos casos em que duas torres são executadas
simultaneamente os procedimentos tornam-se viáveis, pois assim otimizam-se os
ciclos de execução.
64
3.4.3. Considerações sobre o sistema construtivo
Atualmente a utilização de paredes em concreto armado moldado “in
loco” como estrutura e vedação externa em edifícios verticais ainda não é muito
difundida, principalmente pelo alto custo inicial devido à necessidade de elaboração
e confecção do sistema de fôrmas específico para cada projeto, o que se
viabiliza para empreendimentos de grande número de torres, nas quais o custo do
sistema pode ser amortizado. Este desembolso ocorre no início das obras, gerando
um custo inicial elevado, se comparado com o sistema tradicional, onde somente o
projeto de estrutura é mais simples de ser executado.
Por outro lado, a utilização deste sistema construtivo é capaz de
trazer à empresa construtora, benefícios quanto à minoração de erros, redução de
interferências externas diversas, diminuição de alterações de prazos e redução de
patologias, principalmente na fachada.
No Brasil, a disseminação deste sistema construtivo vem ocorrendo
com maior intensidade nos grandes centros urbanos, como São Paulo capital,
principalmente pela necessidade de rapidez de execução dos empreendimentos e à
aceitação por parte dos consumidores quanto a inovações tecnológicas.
Além disso, percebe-se que a pouca divulgação do sistema como
proposta para solucionar problemas de prazos de execução, a existência de poucos
fabricantes / fornecedores do sistema de fôrmas e a necessidade de uma equipe
técnica e de mão-de-obra especializada, faz com que haja pouca adesão por parte
das empresas construtoras em adotar tal sistema construtivo. Porém espera-se
que, devido ao aumento da concorrência entre as empresas construtoras faça com
que tais empresas busquem melhores alternativas para a evolução do setor
edificações como um todo, desde o processo até o produto final e a satisfação do
consumidor no período pós-ocupação.
65
CAPÍTULO 4
O ESTUDO DE ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO PARA
EDIFÍCIOS VERTICAIS ATRAVÉS DE SIMULAÇÕES PARA OS
CASOS ESTUDADOS
Pelo fato do gerenciamento e planejamento da execução assumirem
papel cada vez mais importante na viabilidade do negócio, muitas empresas
construtoras têm se utilizado de estratégias diferenciadas para conseguir se
manterem dentro de um mercado cada vez mais competitivo e à frente de suas
concorrentes.
Estas empresas têm se utilizado de diferentes tecnologias para tomar
decisões seguras, tanto para a escolha do sistema construtivo, como para adequar
a estratégia de execução, ao fluxo de caixa do empreendimento.
Assim, torna-se importante que as empresas passem a estudar
formas de implementação de estratégias de execução que as permitam ganhar um
diferencial competitivo e estratégico.
4.1. Metodologia de análise das estratégias de produção
A metodologia utilizada para a realização da análise das estratégias
de execução de edifícios verticais é a de modelar o fluxo de execução através de
sistemas informatizados que operam com redes de precedência (CPM). Estes
sistemas permitem que se realizem simulações de várias alternativas de “ataque” à
obra, através da geração de cronogramas e curvas de evolução física. No Brasil,
utilizam-se em grande escala modelos desenvolvidos através do gerenciador de
projetos MS-Project operando em ambiente Windows, ampliando o poder de
66
manipulação das informações, pelas interfaces com outros aplicativos, tais como:
planilhas eletrônicas, softwares gráficos, banco de dados e outros sistemas.
Os que serão mostrados neste capítulo resultam de aplicações
desenvolvidas com estes sistemas, através dos quais são gerados cronogramas
físicos, curvas de evolução física da obra (Curva S), cronogramas financeiros,
agenda de suprimentos, entre outras informações.
Através da geração de cronogramas físicos observam-se variações
nas curvas S de cada uma das situações simuladas e, a partir daí, pode-se verificar
as características específicas que cada uma das simulações pode impactar no fluxo
de caixa do empreendimento. Exemplos destes impactos são a postergação de
desembolso, ou a sua antecipação, a diminuição de prazo de obra, gerando a
diminuição dos custos fixos, a execução com desembolsos “linear”
10
, ou um
acúmulo de desembolso nos últimos meses de obra.
Conforme exposto, para a realização das simulações foi utilizado
modelo em rede de precedência para a geração de cronogramas físicos. Através
destes cronogramas foi possível gerar o perfil de desenvolvimento físico da obra,
para cada uma das estratégias analisadas, através de curva S.
A curva S é gerada através de índices distribuídos em cada uma das
atividades existentes no cronograma físico. Tais índices podem ter a sua
ponderação através dos custos, duração ou homens-hora, por exemplo. Se a
ponderação é realizada através dos custos, cada um dos itens do orçamento da
obra é distribuído no cronograma físico. Assim, os índices gerados são contados a
partir do momento que um determinado serviço é realizado em obra, independente
se o mesmo já teve seu pagamento realizado ou não.
se o índice é ponderado pela duração das atividades, é realizada
uma distribuição onde a obra vale 100% e cada uma das atividades compõem este
total. Assim, se a execução da estrutura tem um ciclo de execução de 5 dias
trabalhados e a execução do serviço de cerâmica de piso também tem ciclo de
execução de 5 dias trabalhados por pavimento tipo, ambos têm o mesmo “peso
10
Em empreendimentos de condomínio ou a preço de custo, estratégias que levem ao desembolso
“linear” ou mais equilibrado, favorecem o cliente.
67
para o cálculo do índice. E cada um dos ciclos desses serviços vale 5 sobre o total
da soma de todas as durações de todos os serviços e não do tempo total da obra.
Caso a ponderação seja feita através de homem-hora, o raciocínio é
semelhante ao do índice ponderado por duração.
4.2. Caracterização de estratégias de execução de edifícios
verticais
As estratégias de execução são aplicadas na construção de edifícios
verticais, porém são poucas e diversificadas as referências bibliográficas sobre o
assunto até o momento. Assim sendo, aqui será realizada uma conceituação de tais
estratégias, baseando-se em textos e notas de aula de ASSUMPÇÃO (2002).
Anteriormente a esta conceituação é necessário entender os
aspectos que as caracterizam o empreendimento: [i] disponibilidade de recursos
financeiros; [ii] prazo de entrega do empreendimento; [iii] forma de comercialização
ou de encaixe” das receitas (preço fechado ou preço de custo); [iv] necessidade
de “mostrar” a obra, como recurso para alavancar as vendas.
Como variáveis técnicas, as estratégias de execução devem
contemplar: [i] condições de acesso, disponibilidade e segurança do canteiro de
obras; [ii] disponibilidade de recursos físicos, principalmente equipamentos, tais
como grua e guincho; [iii] forma de gestão dao-de-obra de execução (própria ou
terceirizada); [iv] condições específicas da obra (se a fachada será executada por
panos ou por anel, se a impermeabilização da região de periferia será executada
após a finalização da fachada ou não, etc.).
Dessa forma, são apresentadas as estratégias de execução
propostas e estudadas nesta dissertação, considerando diferentes trajetórias de
obra para a execução da torre do edifício vertical:
Sem inversão: Estratégia onde todas as etapas de serviços na região da
torre são executadas de baixo para cima, utilizando a mesma trajetória em
que a estrutura é executada, com a execução partindo do primeiro
pavimento tipo e seguindo para os demais pavimentos superiores;
68
Inversão total: Estratégia na qual, geralmente a partir da etapa de obra
seca (onde se executam serviços de gesso acartonado, ramais de esgoto,
impermeabilizações em geral) e da etapa de obra fina (onde são executados
serviços como colocação de cerâmica, instalação de porta-pronta,
instalação de louças e metais e pintura interna), os serviços são executados
de cima para baixo, ou seja, são iniciados a partir do último pavimento tipo
em direção ao primeiro pavimento tipo;
Inversão parcial: Estratégia em que quando a execução da estrutura
encontra-se na metade do total de pavimentos do edifício, executa-se uma
impermeabilização provisória e inicia-se, a partir daí, a execução dos
serviços das etapas de obra seca e fina de cima para baixo, ou seja, da
metade do edifício para baixo, enquanto a estrutura ainda continua sendo
executada da metade do prédio para cima. Ao término da estrutura, as
equipes de execução de obra seca e fina transferem-se para o último
pavimento e executam os serviços a partir deste até o pavimento onde
existe a impermeabilização provisória. Esta estratégia, geralmente é
utilizada para edifícios muito altos, com prazos apertados.
Entende-se por folgas internas ou de contingências, a definição de
um tempo de ciclo para execução de determinado serviço que antecipadamente já
se sabe que será menor, porém simula-se com tal ciclo maior para que, se ocorrer
qualquer problema, a seqüência de execução não seja prejudicada.
Cada uma das estratégias estudadas tem suas caractesticas
próprias e são adotadas de acordo com a diretriz do negócio buscado pela empresa
construtora / incorporadora.
Se a meta em um determinado empreendimento é a de se fazer a
obra no menor tempo possível, a estratégia mais adequada é de execução dos
serviços sem qualquer tipo de inversão, que todos os serviços são executados
logo na seqüência da finalização dos seus predecessores (tudo subindo), sem
esperas (a não ser as esperas técnicas).
Porém, se a empresa dona do negócio busca a postergação dos
desembolsos e existe a possibilidade de elasticidade de prazo, a estratégia de
execução mais adequada é de inversão de obra, em uma das suas variações, total
69
ou parcial. Tal fato explica-se em situações de negócios em que o prazo do
empreendimento fornecido ao cliente, por exemplo, permite a variação na
estratégia, que o prazo é prolongado e os desembolsos são postergados. Um
exemplo típico desse tipo de estratégia é a inversão dos serviços a partir da etapa
de obra fina, onde são executados os serviços de acabamento da obra, serviços
que detém um dos maiores valores de custos e podem ser executados em seu
tempo “ALAP” na trajetória invertida, ou seja, de cima para baixo.
4.3. Simulação de estratégias de execução com cada um dos
sistemas construtivos estudados
As premissas adotadas para as simulações efetuadas são:
Foram gerados cronogramas, a partir de cronogramas de obras que
efetivamente foram ou estão sendo executadas, onde os ciclos de execução
dos serviços foram considerados constantes, ou seja, executados em
tempos iguais e não com tempos diferentes nos diversos pavimentos, já que
as quantidades de serviços são as mesmas nos vários pavimentos;
Os cronogramas foram gerados considerando-se apenas a torre, sem que a
periferia fosse considerada, por isso justifica-se os serviços de obra fina
fazerem parte do caminho crítico, mesmo nas programações “ASAP” dos
mesmos;
Edifícios com características arquitetônicas e de instalações semelhantes;
Foram utilizados os mesmos ciclos de execução para todas as simulações,
de cada um dos sistemas construtivos estudados, afim de que a data de
conclusão da obra fosse a mais comparável possível;
A execução da obra sempre se na programação ASAP
11
, ou seja, mais
cedo possível, de forma que os serviços não críticos tenham folgas internas.
11
ASAP, do inglês “as soon as possible” é a execução dos serviços no tempo “mais cedo possível”, ou
seja, a partir do momento que há frente de trabalho, executa-se o serviço, independente se
necessidade de execução naquele momento.
70
Se um planejamento é feito considerando as datas mais tarde
ALAP
12
, todas as atividades tornam-se críticas, e sem folgas, qualquer problema
que ocorra pode resultar no atraso da entrega da obra.
Elaborar a programação da obra na situação ASAP” ou “ALAP é
parte da estratégia de programação.
Através da ferramenta computacional adotada (MS-Project), pôde-se
simular o comportamento da estratégia de execução e atuar para que o
empreendimento fosse visto em nível gerencial para que sofresse as intervenções
necessárias.
4.4. Estudo de estratégias de execução para edifícios
verticais
4.4.1. Estudo de caso 1: Tradicional
Foi escolhido para estudo de caso 1, um edifício residencial com 18
pavimentos tipo mais um apartamento duplex de cobertura, executado em 24
meses, na cidade de São Paulo, SP. Foi utilizado como sistema construtivo a
execução da estrutura tradicional em concreto armado moldado “in loco”, com
pilares, vigas e lajes planas, com escoramento metálico.
Para as vedações externas e internas foi um sistema racionalizado
utilizando bloco de concreto, ou seja, a paginação das paredes foi estudada e a
distribuição dos blocos foi racionalizada, minimizando assim as quebras ou perdas
neste subsistema.
As instalações elétricas foram executadas com eletrodutos rígidos
embutidas nas lajes (as de piso) e com eletrodutos flexíveis embutidas nas
paredes. As instalações hidro-sanitárias foram executadas com a utilização de
tubulação de PVC para água fria, esgoto e águas pluviais e cobre para as
tubulações de água quente e gás. Todo o sistema de instalação de gás foi
12
ALAP, do inglês “as late as possible” é a execução dos serviços no tempo “mais tarde possível”, ou
seja, é o último momento em que uma determinada atividade deve ser executada para que se inicie a
execução de sua sucessora.
71
executado sobre a laje, sendo posteriormente protegido e envolvido pelo
contrapiso. Nas paredes, as instalações hidro-sanitárias foram executadas, também
com a utilização de tubulação rígida e embutida na alvenaria.
4.4.1.1. Sem inversão de obra
Utilizando-se a estratégia de execução dos serviços sem inversão
dos serviços, como caracterizado anteriormente, pode-se observar na Figura 14 a
seguir, que os serviços estão programados para serem executados no seu tempo
“ASAP”, ou seja, o “mais cedo possível”. Observa-se ainda que nesta estratégia a
execução de toda a etapa de obra fina tem tempo total de cerca de 9 meses, sendo
que os serviços não críticos possuem folga. O cronograma geral desta estratégia
pode ser observado a seguir, no Cronograma 1.
FIGURA 14: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO EM SISTEMA CONSTRUTIVO
TRADICIONAL, SEM INVERSÃO DE OBRA E PROGRAMAÇÃO “ASAP”.
9 meses
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Serviço Crítico
Atividade Executada
Serviço Executado
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05/11/05
Sistema Construtivo Tradicional
Estratégia sem inversão dos serviços
com programação "ASAP"
73
na Figura 15 a seguir é mostrado parte do cronograma físico da
etapa de obra fina da obra, ainda utilizando-se a estratégia com todos os serviços
subindo, sem inversão, onde todos os serviços estão programados para execução
no seu tempo “mais tarde possível”, “ALAP”. Neste caso, observa-se que a
execução da etapa de obra fina também leva cerca de 9 meses para ser executada,
porém com nenhuma folga entre quaisquer dos serviços e / ou atividades.
Pode-se observar também que existe a possibilidade da postergação
das datas de início, em cerca de 1 mês do início do serviço de colocação de louças
e metais e cerca de 2 meses do início do serviço de acabamentos elétricos e
luminárias em relação à programação “ASAP”, sem que tempo total da etapa seja
alterado. O Cronograma 2 mostra de forma geral esta estratégia de execução e
pode ser observado a seguir.
FIGURA 15: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO EM SISTEMA CONSTRUTIVO
TRADICIONAL, SEM INVERSÃO DE OBRA E PROGRAMAÇÃO “ALAP”.
+/- 2 meses
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Folga
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Serviço
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Serviço Crítico
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Serviço Executado
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Serviços da torre B
VINTAGE
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05/11/05
Sistema Construtivo Tradicional
Estratégia sem inversão dos serviços
com programação "ALAP"
75
A Figura 16 mostra as curvas: “ASAP e “ALAP” referentes ao
empreendimento executado utilizando a estratégia sem a inversão dos serviços
com sistema construtivo tradicional, onde foram calculados os índices de evolução
física, ponderados de acordo com a duração de cada um dos serviços.
A estratégia de execução do edifício escolhido para estudo que
utilizou o sistema construtivo já descrito anteriormente, representa a estratégia
comumente adotada pelas empresas construtoras que não utilizam o trabalho de
planejamento físico de suas obras e suas vantagens intrínsecas. Porém observa-se
uma tendência, mesmo entre as empresas que utilizam apenas este sistema
tradicional, que cada vez mais elas m utilizando o planejamento da execução de
seus empreendimentos.
No caso específico deste sistema construtivo tradicional verifica-se
que esta estratégia não prejudica o andamento da obra como um todo, em termos
de tempo total de execução do empreendimento.
FIGURA 16: CURVAS: “ASAPE “ALAPREFERENTES AO EMPREENDIMENTO DE SISTEMA
CONSTRUTIVO TRADICIONAL EXECUTADO UTILIZANDO A ESTRATÉGIA SEM
INVERSÃO DOS SERVIÇOS.
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76
Observa-se através dessas simulações, realizadas com a estratégia
de execução sem inversão dos serviços, em ASAP” e “ALAP”, que mesmo sendo
executados no mesmo tempo total, cerca de 9 meses, poucos são os serviços que
podem ser executados antecipadamente, principalmente por questões técnicas.
Assim sendo, as curvaso apresentam desenvolvimentos muito
diferentes entre si. Onde se observa a maior discrepância entre o desenvolvimento
das duas curvas é entre o 5
o
e o 7
o
mês de obra. Isso ocorre porque o iniciados
os serviços de obra bruta, pois na programação “ASAP”, a possibilidade da
postergação da data de início dos serviços, que as folgas, nesse momento da
obra, ainda são da ordem de cerca de 30 dias trabalhados.
4.4.1.2. Inversão total
Na Figura 17 a seguir, é mostrado a etapa de obra fina do
empreendimento executado no sistema construtivo tradicional, utilizando-se a
estratégia de execução com a inversão total dos serviços a partir desta etapa e
programação “ASAP”. Observa-se que o tempo total de execução desta etapa,
neste caso é de cerca de 9 meses, porém existem folgas nos serviços a partir da
execução dos acabamentos elétricos e luminárias, que poderiam ser executados
posteriormente, sem sacrifício da data final. Pode-se observar em anexo, o
cronograma na sua totalidade.
77
FIGURA 17: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO EM SISTEMA CONSTRUTIVO
TRADICIONAL, COM INVERSÃO TOTAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO
“ASAP”.
No Cronograma 3 pode-se observar, de forma global todos os
serviços no caso do uso do sistema tradicional, adotando-se a estratégia com
inversão total dos serviços, na sua programação “ASAP”.
9 meses
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Folga
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Serviço Crítico
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Serviço Executado
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Serviços da torre B
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05/11/05
Sistema Construtivo Tradicional
Estratégia com inversão total dos serviços
com programação "ASAP"
79
Com a estratégia de inversão total dos serviços, porém na sua
programação “ALAP”, é possível observar na Figura 18 que a partir do serviço de
colocação de louças e metais, os serviços foram postergados cerca de 1 a 2
meses. Essa análise também pode ser feita em relação ao desembolso para
realização dos serviços. Essa solução resulta em um final de obra conveniente aos
seus financiadores, pois é quando existem desembolsos para a regularização e
finalização do empreendimento. Verifica-se que o tempo total para a execução da
etapa não foi alterado, permanecendo em cerca de 9 meses, porém sem nenhuma
folga nos serviços.
FIGURA 18: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO EM SISTEMA CONSTRUTIVO
TRADICIONAL, COM INVERSÃO TOTAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO
“ALAP”.
A seguir, no Cronograma 4 pode-se observar a totalidade da obra
que utilizou o sistema construtivo tradicional, com a estratégia de inversão total dos
serviços e programação “ALAP”.
+/- 2 meses
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Folga
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Serviço
Atividade Crítica
Serviço Crítico
Atividade Executada
Serviço Executado
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Pausa na Etapa Executada
Etapa Geral
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Serviços da torre B
VINTAGE
1
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05/11/05
Sistema Construtivo Tradicional
Estratégia com inversão total dos serviços
com programação "ALAP"
81
Na Figura 19 são mostradas as curvas: “ASAPe “ALAPreferentes
ao empreendimento executado com a utilização de sistema construtivo tradicional,
onde foram calculados os índices de evolução física, novamente ponderados de
acordo com a duração de cada um dos serviços, com a utilização da estratégia de
execução dos serviços com inversão total de sua trajetória.
Observa-se através dessas simulações, realizadas com a estratégia
de execução com inversão total dos serviços, em “ASAPe “ALAP”, que também
neste caso, mesmo sendo executados no mesmo tempo total, cerca de 9 meses,
são poucos os serviços que podem ser executados antecipadamente, por questões
técnicas. Porém os serviços que podem ser postergados e o tempo de postergação,
sem prejuízo no tempo total são fatores convenientes ao fluxo de caixa do
empreendimento.
FIGURA 19: CURVAS: “ASAP” E “ALAP” REFERENTES AO EMPREENDIMENTO COM
SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL EXECUTADO UTILIZANDO A ESTRATÉGIA
DE INVERSÃO TOTAL DOS SERVIÇOS.
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7 meses
9 meses
82
Assim sendo, apesar das curvas apresentarem desenvolvimentos
semelhantes, verifica-se que entre o 7
o
e o 9
o
mês de obra, a distância entre as
curvas é de cerca de 20% de índice ao longo de toda a obra. Tal fato, também
neste caso, ocorre devido ao início da execução dos serviços de obra bruta, que na
programação “ASAP” os serviços ainda possuem folgas de cerca de 35 dias
trabalhados.
Porém, observa-se que esta estratégia de execução faz com que o
tempo total de execução do empreendimento se altere em relação à estratégia sem
inversão dos serviços. No caso da adoção da estratégia sem inversão dos serviços
o tempo total de execução do empreendimento é de 462 dias trabalhados,
enquanto se a estratégia com inversão total dos serviços for adotada, esse tempo
total sobe para 480 dias trabalhados, ou seja, cerca de 1 mês a mais, em dias
corridos.
Tal fato ocorre devido ao fato de que para se dar início à execução
dos serviços de obra fina, de onde se inicia a inversão total dos serviços, há
necessidade de que todos os serviços de obra bruta estejam finalizados, além da
impermeabilização da cobertura geral, que esta etapa é de acabamento e a
entrada de água causaria danos aos serviços já executados.
4.4.1.3. Inversão parcial
A estratégia de execução de um edifício vertical, que utiliza a
programação “ASAP” pode ser observada na Figura 20 a seguir, onde os serviços
de acabamento não apresentam-se críticos no cronograma físico. Isso ocorre pelo
fato de que não existe a necessidade de esperas para o início da execução desta
etapa de obra fina, já que é executada uma impermeabilização provisória no
pavimento onde será invertida a obra.
O tempo total de execução desta etapa de obra fina é de cerca de 9
meses, como ocorrido nas estratégias estudadas anteriormente, porém com folgas
de cerca de 45 dias trabalhados, ou 2 meses corridos. Tal fato traduz uma
antecipação de desembolsos para a realização de serviços de acabamento, que
são os mais caros da obra. E mesmo sendo confortável à equipe que executa a
obra, não é nada conveniente a quem é dono do negócio.
83
FIGURA 20: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO EM SISTEMA CONSTRUTIVO
TRADICIONAL, COM INVERSÃO PARCIAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO
“ASAP”.
O cronograma geral da estratégia que utiliza a inversão parcial dos
serviços com programação “ASAP” pode ser observado no Cronograma 5, a seguir.
9 meses
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Folga
Atividade
Serviço
Atividade Crítica
Serviço Crítico
Atividade Executada
Serviço Executado
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Etapa Geral
Serviços da torre A
Serviços da torre B
VINTAGE
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05/11/05
Sistema construtivo tradicional
Estratégia com inversão parcial dos serviços
com programação "ASAP"
85
Na Figura 21 a seguir, pode-se observar a programação “ALAP” na
adoção da estratégia de execução com inversão parcial dos serviços a partir da
etapa de obra fina. Aqui se observa que o tempo total de execução da etapa
também é de cerca de 9 meses, porém defasado de cerca de 2 meses em relação
à programação “ASAP”, que nesse caso, todas as folgas foram consumidas
antes da data de início da execução dos serviços de acabamento.
Outro ponto a ser observado é que dentro da seqüência de serviços
ocorrem ainda mais situações de postergações de datas de início da execução dos
serviços, tais como o início da colocação de louças e metais, que se inicia cerca de
1 mês após o início da execução da 1
a
demão de pintura. Isso não ocorre na
programação “ASAP”, em que a execução de um serviço tem início imediatamente
após o início do outro. Outra análise é referente ao serviço de pintura final, que na
programação “ALAP” tem sua data de início defasada cerca de 4 meses, enquanto
na programação “ASAP”, esta defasagem é de cerca de 2,5 meses.
FIGURA 21: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO EM SISTEMA CONSTRUTIVO
TRADICIONAL, COM INVERSÃO PARCIAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO
“ALAP”.
+/- 2,5 meses
86
Em seguida, no Cronograma 6 pode-se observar de maneira geral a
estratégia com a inversão parcial dos serviços e programação “ALAP”.
A Figura 22 mostra as curvas “ASAP” e “ALAP referentes ao
empreendimento executado com a utilização do sistema construtivo tradicional,
onde foram calculados os índices de evolução física, novamente ponderados de
acordo com a duração de cada um dos serviços, com a utilização da estratégia de
execução de todos os serviços com inversão parcial na sua trajetória.
Observa-se através dessas simulações, realizadas com a estratégia
de execução com inversão parcial dos serviços a partir da etapa de obra fina, em
“ASAP” e “ALAP”, que também neste caso a etapa de obra fina também é
executada no mesmo tempo total, de cerca de 9 meses.
FIGURA 22: CURVAS: “ASAP” E “ALAP” REFERENTES AO EMPREENDIMENTO EXECUTADO
COM SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL E UTILIZANDO A ESTRATÉGIA DE
INVERSÃO PARCIAL DOS SERVIÇOS.
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Atividade
Serviço
Atividade Crítica
Serviço Crítico
Atividade Executada
Serviço Executado
Pausa em Atividade Executada
Pausa na Etapa Executada
Etapa Geral
Serviços da torre A
Serviços da torre B
VINTAGE
1
523<)-<.)$)2)-).
05/11/05
Sistema construtivo tradicional
Estratégia com inversão parcial dos serviços
com programação "ALAP"
88
Observa-se também que a partir do 5
o
mês de obra, as curvas
começam a distanciar-se entre si, do que se pode concluir que as folgas existentes
na programação “ASAP” podem ser consumidas,que a diferença entre as curvas
é de mais de 20% em cerca de 9 meses de obra.
Verifica-se também que esta estratégia de execução faz com que o
tempo total de execução do empreendimento se altere em relação à estratégia com
inversão total dos serviços, porém não se altere em relação à estratégia sem
inversão (tudo subindo). No caso da adoção da estratégia sem inversão dos
serviços o tempo total de execução do empreendimento é de 462 dias trabalhados,
o mesmo prazo total ocorrido se a estratégia com inversão parcial dos serviços for
adotada, ou seja, cerca de 1 mês, em dias corridos, em relação aos 480 dias
trabalhados obtidos na estratégia com inversão total dos serviços.
4.4.2. Estudo de caso 2: Paredes externas em concreto armado
moldado “in loco”
Foi escolhido para estudo de caso 2, um edifício residencial com 17
pavimentos tipo executado em 17 meses, na cidade de São Paulo, capital. Foi
utilizado como sistema construtivo a execução de paredes externas em concreto
armado moldado “in loco”, com a utilização de fôrmas em madeira compensada
plastificada, com travamento metálico, escoramento também metálico, lajes planas
nervuradas em concreto armado, com a utilização de fôrmas plásticas do tipo
“cabaças”. Para as vedações internas foi utilizado gesso acartonado, com exceção
das paredes em alvenaria na frente do elevador e na caixa de escada. As
instalações elétricas foram executadas através de dutos flexíveis fixados pelo teto
do próprio pavimento e as instalações hidráulicas, executadas com sistema PEX,
através de tubulação flexível, localizada no teto do pavimento inferior.
4.4.2.1. Sem inversão de obra
Esta estratégia de execução do edifício sem a inversão dos serviços
é a mais comumente adotada pelas empresas construtoras brasileiras. No caso
específico do sistema construtivo e da estratégia utilizada, verifica-se que existe a
necessidade de esperas em alguns serviços para que ocorra o início da execução
89
de outros, como exemplo é a espera das etapas de obra seca e fina, que somente
são executadas após a impermeabilização da cobertura.
Essa simulação de planejamento adotou a estratégia de execução
seqüencial da estrutura, que é a vedação externa propriamente dita, assim como
para todas as demais etapas subseqüentes da obra. Para que houvesse viabilidade
de execução dos serviços sem a posterior necessidade de paralisação dos mesmos
por falta de frente de trabalho, adotou-se a estratégia de início da etapa de obra
bruta somente após a finalização da laje de concreto armado do 9
o
pavimento tipo.
Com isso, não ocorreram grandes “lags”
13
na execução entre os pavimentos de um
mesmo serviço.
Após a conclusão da estrutura da caixa d’água, executou-se o
serviço “marco”, que foi a "impermeabilização da área descoberta da cobertura e
caixa d’água" a fim de vedar todas as furações existentes na laje. Somente após
este serviço que houve a possibilidade da execução dos demais serviços que não
poderiam ser executados com a presença de água constante, tais como serviços de
gesso, pintura e plaqueamento de gesso acartonado, entre outros, a partir do 1
o
pavimento em direção ao 17
o
pavimento tipo, que a estratégia, neste caso era a
de não inversão dos serviços.
Com a adoção desta estratégia de execução, o tempo total de
execução da obra é de 410 dias trabalhados, já que houve a necessidade de
espera para o início da execução de toda a seqüência executiva, que se iniciou com
o serviço de gesso nas paredes internas e posteriormente os serviços de obra seca
e fina. Não precisou ser utilizado o recurso “melhor aproveitamento das equipes e
trabalho”, com um tempo maior para execução de cada serviço, pois os ciclos de
execução estavam previamente estabelecidos no planejamento.
A adoção de tal sistema construtivo fez também com que os
desembolsos fossem postergados, pois as vedações internas começaram a serem
executadas somente após aproximadamente 14 meses do início da obra, dentro da
etapa de obra seca. Porém, todos os serviços da etapa de obra fina, após o
plaqueamento de gesso acartonado se tornaram críticos após a espera da
13
Esperas ou “lags” são ‘hiatos” de tempo ocorridos quando um serviço é executado anteriormente ao
tempo necessário, e ao ser finalizado, outros serviços necessários para que o seu sucessor seja
executado, ainda não estão finalizados.
90
execução da impermeabilização. Assim, na ocorrência de qualquer imprevisto que
por ventura viesse a ocorrer, mesmo com os serviços sendo executados em sua
programação ASAP”, o prazo final seria atrasado, haja vista que a folga é zero,
quando os serviços fazem parte do caminho crítico.
A seguir, a Figura 23 mostra a etapa de obra fina de parte do
cronograma físico da obra adotada para estudo de caso 2, que utiliza paredes
externas executadas em concreto armado moldado “in loco”, na sua programação
“ASAP”. O tempo destinado à execução de toda a etapa de obra fina utilizando a
estratégia sem inversão de obra é de cerca de 6,5 meses, sendo que o grande
volume de obra concentra-se nos últimos 3,5 meses.
FIGURA 23: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO COM PAREDES EXTERNAS
EXECUTADAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO "IN LOCO", SEM INVERSÃO
DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO “ASAP”.
Observa-se ainda que os serviços de chumbamento de passantes
14
e
ramais em pex e esgoto são executados anteriormente aos demais de suas
14
Chumbamento de passantes é o serviço de colagem de pequenos pedaços de tubos de PVC nos
locais onde foram realizados os furos na laje nervurada. Nesses furos revestidos pelos passantes
passarão as mangueiras da tubulação flexível de água (pex) e a tubulação rígida em PVC destinada
às instalações de esgoto.
+/- 6,5 meses
+/- 3,5 meses
91
seqüências, o que significa que se forem executados nessas datas haverá uma
antecipação de execução e desembolso desnecessários.
Parte dos demais serviços, como colocação de bancas, louças e
metais entre outros (representado pela cor verde no cronograma), também são
executados com folga, o que mostra que existe uma folga de cerca de 10 dias
trabalhados.
No Cronograma 7 pode-se observar, de forma global, a estratégia
sem inversão dos serviços, com programação “ASAP”.
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05/11/05
Sistema com paredes externas em concreto armado moldado "in loco"
Estratégia sem inversão dos serviços
com programação "ASAP"
93
A seguir, na Figura 24 é mostrada a programação “ALAP” utilizada
na estratégia de programação sem inversão dos serviços da etapa de obra fina, que
consiste nos serviços de acabamento da obra, que neste caso tem um tempo de
duração de cerca de 4 meses, ou seja, 2,5 meses a menos que na programação
“ASAP”.
Tal diminuição no tempo total é conseqüência de uma maior
concentração no volume de obra, através da postergação de serviços como
chumbamento de passantes e ramais em pex e esgoto. Nos demais serviços
ocorreram a eliminação das folgas, assim, cada um dos serviços é iniciado
imediatamente após a finalização do(s) seu(s) antecessor(es).
FIGURA 24: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO COM PAREDES EXTERNAS
EXECUTADAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO "IN LOCO", SEM INVERSÃO
DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO “ALAP”.
Em seguida, no Cronograma 8 pode-se observar, de maneira mais
ampla todos os serviços da estratégia sem inversão dos serviços, com
programação “ASAP”.
+/- 4 meses
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05/11/05
Sistema com paredes externas em concreto armado moldado "in loco"
Estratégia sem inversão dos serviços
com programação "ALAP"
95
A Figura 25 mostra as curvas “ASAP e “ALAP referentes ao
empreendimento executado utilizando o sistema construtivo com a execução de
paredes externas em concreto armado moldado “in loco”, onde foram calculados os
índices de evolução física da obra ponderados de acordo com a duração de cada
um dos serviços, com a utilização da estratégia de execução de todos os serviços
sem inversão de trajetória, ou seja, todos os serviços subindo.
FIGURA 25: CURVAS: “ASAP” E “ALAP” REFERENTES AO EMPREENDIMENTO EXECUTADO
COM PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO IN LOCO
UTILIZANDO A ESTRATÉGIA SEM INVERSÃO DOS SERVIÇOS.
Após a observação dos gráficos, pôde-se perceber que os últimos 9
meses de obra, excluindo-se o último mês, a curva apresentou praticamente um
desenvolvimento constante. Não ficou claro, contudo, se houve vantagem de
postergações de desembolsos na sua adoção.
A partir dessa simulação pode-se observar que os índices de
evolução física na sua programação “ASAP e “ALAP” encontrados foram muito
semelhantes aos índices executados até o 7
o
mês de execução do
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a estrutura em concreto armado estava em execução. A partir do 8
o
mês de
execução, ocorreu o início da execução da etapa de obra bruta, levando as curvas
dos índices a se diferenciarem entre si, pois os serviços poderiam ou não ser
postergados, conforme o planejamento estratégico da obra.
A partir do 9
o
mês de execução, o desenvolvimento das curvas dos
índices de produção demonstra um maior ritmo de execução dos serviços. Nessa
fase, mesmo ainda com a estrutura e a etapa de obra bruta em execução, inicia-se
a execução dos serviços de obra seca com os serviços que não são danificados
com a presença de água (marcação para vedação interna em gesso acartonado,
colocação de guias de piso e de teto...). Esses serviços acarretam a necessidade
de um grande desembolso para a obra. Vale ressaltar que a adoção dessa
estratégia para esse sistema construtivo, sem a inversão da trajetória, que os
serviços que puderam ser executados com a presença de água, o foram,
acarretando assim desembolsos antecipados desnecessariamente, que foram
executados com folga.
4.4.2.2. Inversão total
A estratégia de execução de tal edifício que utilizou o mesmo sistema
construtivo da simulação anterior, com a utilização de paredes externas em
concreto armado moldado “in loco” descrito anteriormente, representa uma
estratégia onde também se verifica a necessidade de esperas para que ocorra o
início da execução da etapa de obra seca e fina, após a impermeabilização da
cobertura.
Esse planejamento adotou a estratégia de execução seqüencial da
estrutura (a única possível), que é a vedação externa propriamente dita, e da etapa
de obra bruta. Para que houvesse viabilidade de execução das demais etapas da
obra, sem folgas tecnológicas internas entre as atividades, adotou-se a realização
das etapas de obra seca e de obra fina após a conclusão do serviço “marco” de
"impermeabilização da área descoberta da cobertura e caixa d’água" a fim de vedar
todas as furações existentes na laje. Com isso, pode-se liberar a execução nos
pavimentos inferiores do último serviço de obra bruta, mas o qual necessita de
tamponamento, pois não é resistente à ação de água: gesso liso nas paredes
97
internas. Logo em seguida da execução do serviço de gesso, executado de cima
para baixo, com a inversão total de sua trajetória, libera-se a execução dos serviços
das etapas de obra seca e de obra fina, com todos os serviços iniciando-se do 17
o
pavimento em direção ao 1
o
pavimento tipo.
A adoção deste sistema construtivo combinado com esta estratégia
de execução fez também com que os desembolsos fossem postergados, pois as
vedações internas começaram a serem executadas após aproximadamente 15
meses do início da obra, dentro da etapa de obra seca. Entretanto, mesmo com
toda a obra sendo executada na sua programação “ASAP”, parte dos serviços se
tornaram críticos após a espera da execução da impermeabilização. Assim, da
mesma forma como aconteceu na simulação anterior, qualquer imprevisto que por
ventura viesse a ocorrer, mesmo com os serviços sendo executados o mais cedo
possível, o prazo final da obra também seria atrasado, que neste caso também
todas as folgas são zero. Essas análises podem ser constatadas na Figura 26,
apresentada abaixo e a seguir pode-se observar o Cronograma 9, que mostra todos
os serviços, com estratégia com inversão total dos serviços e programação “ASAP”.
FIGURA 26: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO COM PAREDES EXTERNAS
EXECUTADAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO "IN LOCO", COM INVERSÃO
TOTAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO “ASAP”.
+/- 4 meses
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05/11/05
Sistema com paredes externas em concreto armado moldado "in loco"
Estratégia sem inversão dos serviços
com programação "ASAP"
99
Pode-se observar que a etapa de obra fina, com a utilização da
estratégia de inversão total dos serviços e programação ASAP”, foi realizada em
cerca de 4 meses, o que representa para a empresa construtora um pequeno
período de folga de desembolso dos itens de maior peso no orçamento.
Como resultado desta simulação, o tempo de execução do
empreendimento é de 425 dias trabalhados, que neste caso também houve a
necessidade de espera para o início da execução de toda a seqüência executiva,
que se iniciou com o serviço de gesso nas paredes internas e posteriormente os
serviços de obra seca e fina. Também foi descartada a possibilidade de um melhor
aproveitamento das equipes, com um tempo maior para execução de cada serviço,
mesmo utilizando os ciclos de execução previamente estabelecidos no
planejamento. Em seguida, na Figura 27 pode-se observar que o tempo destinado
para a execução da etapa de obra fina na sua programação “ALAP” é de cerca de
3,5 meses, o que é ainda mais rápido que na programação “ASAP”.
FIGURA 27: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO COM PAREDES EXTERNAS
EXECUTADAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO "IN LOCO", COM INVERSÃO
TOTAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO “ALAP”.
A seguir é mostrado o Cronograma 10 contemplando todos os
serviços, com a estratégia com inversão total dos serviços e programação “ALAP”.
+/- 3,5 meses
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05/11/05
Sistema com paredes externas em concreto armado moldado "in loco"
Estratégia com inversão total dos serviços
com programação "ALAP"
10
1
A Figura 28 mostra as curvas “ASAP e “ALAP referentes ao
empreendimento executado com a utilização da estratégia de execução dos
serviços com inversão total da trajetória dos serviços, onde foram calculados os
índices de evolução física ponderados de acordo com a duração de cada um deles.
A partir dessa simulação pode-se observar que os índices de
evolução física na sua programação “ASAPe “ALAP” encontrados também foram
muito semelhantes aos índices executados até o 6
o
mês de execução do
empreendimento. Isso se deve ao fato de que até essa época praticamente apenas
a estrutura em concreto armado estava em execução. A partir do 7
o
mês de
execução, ocorreu o início da execução da etapa de obra bruta, levando as curvas
dos índices a se diferenciarem entre si, pois os serviços poderiam ou não ser
postergados, conforme o planejamento estratégico da obra.
FIGURA 28: CURVAS: “ASAP” E “ALAP” REFERENTES AO EMPREENDIMENTO EXECUTADO
UTILIZANDO PAREDES EXTERNAS EXECUTADAS EM CONCRETO ARMADO
MOLDADO IN LOCO E ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO COM INVERSÃO TOTAL
DOS SERVIÇOS.
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6 meses
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A partir do 13
o
mês de execução o desenvolvimento das curvas dos
índices de produção demonstra um maior ritmo de execução dos serviços. Nessa
fase, mesmo ainda estando sendo executados serviços pertencentes à etapa de
obra bruta, inicia-se a execução da etapa de obra seca (marcação para vedação
interna em gesso acartonado, colocação de guias de piso e de teto...). Esses
serviços acarretam a necessidade de um grande desembolso para a obra. Porém,
vale ressaltar que a adoção dessa estratégia para esse sistema construtivo fez com
que os custos fossem postergados, que somente após 8 meses do início da
execução da etapa de obra bruta é que se deu início aos serviços da etapa de obra
seca.
Percebe-se uma notável diferença em relação à simulação anterior
no que se refere à inclinação da curva “ASAP”, pois somente nos últimos 5 meses
de obra, com exceção do último é que ocorreu cerca 60% do total dos serviços. A
análise mostra que com a adoção desta estratégia, existe a possibilidade de
postergação de desembolsos da etapa de obra fina, que é a mais onerosa na
construção de um edifício.
4.4.2.3. Inversão parcial
Esse planejamento adotou a estratégia de execução seqüencial da
estrutura e da etapa de obra bruta. Porém, para que houvesse viabilidade de
execução das demais etapas da obra, sem folgas tecnológicas internas entre as
atividades, adotou-se a realização parcial das etapas de obra seca e de obra fina
em duas fases.
Após a conclusão da estrutura no 10
o
pavimento, executou-se o
serviço “marco” de "proteção intermediária" a fim de vedar todas as furações
existentes na laje. Com isso, pode-se liberar a execução nos pavimentos inferiores
da primeira fase dos serviços das etapas de obra seca e de obra fina, enquanto a
estrutura continuava sendo executada nos pavimentos superiores. Após a
finalização da estrutura, é realizada a impermeabilização da cobertura, e as equipes
de operários passam a executar a segunda fase dos serviços do 10
o
pavimento até
o último.
A Figura 29 mostra parte do cronograma físico do edifício que utilizou
paredes externas executadas em concreto armado moldado “in loco” como sistema
103
construtivo e a inversão parcial dos serviços como estratégia de produção, na sua
programação “ASAP”.
O tempo total de execução desta etapa de obra fina é de cerca de
5,5 meses, porém com folgas de cerca de 20 dias trabalhados, ou seja, 1 mês
corrido. Tal fato traduz uma antecipação, sem necessidade, de desembolsos para a
realização de serviços de acabamento, que são os mais caros da obra, o que não é
conveniente à empresa dona do negócio, onde os serviços de acabamento não
se apresentam como críticos no cronograma físico.
FIGURA 29: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO COM PAREDES EXTERNAS
EXECUTADAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO "IN LOCO", COM INVERSÃO
PARCIAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO “ASAP”.
O Cronograma 11 mostra todas as etapas da obra, com a estratégia
de inversão parcial dos serviços na programação “ASAP”.
+/- 5,5 meses
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05/11/05
Sistema com paredes externas em concreto armado moldado "in loco"
Estratégia com inversão parcial dos serviços
com programação "ASAP"
105
Em seguida, na Figura 30 observa-se parte do cronograma físico,
com a mesma estratégia de inversão parcial dos serviços, porém com sua
programação “ALAP” em edifício que utilizou como sistema construtivo a execução
de paredes externas em concreto armado moldado “in loco”.
Na programação “ALAP”, a etapa de obra fina, com a estratégia de
inversão parcial pode ser executada em pouco menos de 5 meses, o que é
resultado do consumo das folgas observadas na programação “ASAP”. Com a
postergação em cerca de 1,5 mês do início dos serviços de acabamento, o
desembolso também é deslocado em cerca de 1,5 mês, o que promove uma certa
“folga” no fluxo de caixa no final da execução do empreendimento.
FIGURA 30: PARTE DO CRONOGRAMA FÍSICO DE EDIFÍCIO COM PAREDES EXTERNAS
EXECUTADAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO "IN LOCO", COM INVERSÃO
PARCIAL DOS SERVIÇOS E PROGRAMAÇÃO “ALAP”.
A seguir, o Cronograma 12 mostra todos os serviços de forma global,
com a estratégia de inversão parcial dos serviços na programação “ALAP”.
+/- 5 meses
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05/11/05
Sistema com paredes externas em concreto armado moldado "in loco"
Estratégia com inversão parcial dos serviços
com programação "ALAP"
107
A seguir, a Figura 31 mostra as curvas “ASAP” e “ALAP” referentes
ao empreendimento executado utilizando a estratégia de inversão parcial da
trajetória de execução dos serviços e o sistema construtivo com paredes externas
em concreto armado moldado “in loco”, onde foram calculados os índices de
evolução física ponderados de acordo com a duração de cada um dos serviços.
A partir dessa simulação pode-se observar que os índices de
produção mais cedo possível “ASAP” e mais tarde possível “ALAP” encontrados
também foram muito semelhantes aos índices executados até o 6
o
mês de
execução do empreendimento, como nas simulações anteriores. Conforme
mencionado, isso se deve ao fato de que até essa época praticamente apenas a
estrutura em concreto armado estava em execução. A partir do 7
o
mês de
execução, ocorreu o início da execução da etapa de obra bruta, levando as curvas
dos índices a se diferenciarem entre si, que a partir daí o planejamento
estratégico da obra pôde se diferenciar.
FIGURA 31: CURVAS ASAP E ALAP REFERENTES AO EMPREENDIMENTO EXECUTADO
UTILIZANDO A ESTRATÉGIA DE INVERSÃO PARCIAL DOS SERVIÇOS.
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10 meses
6 m
eses
108
A partir do 10
o
mês de execução, o desenvolvimento das curvas dos
índices de produção demonstra um maior ritmo de execução dos serviços. Nessa
fase, mesmo ainda estando em execução os serviços de obra bruta, inicia-se a
execução das etapas de fachada (colocação das esquadrias...) e de obra seca
(marcação para o gesso acartonado, colocação de guias de piso e de teto...). Esses
serviços acarretam a necessidade de um grande desembolso para a obra. Porém,
vale ressaltar que a adoção dessa estratégia para esse sistema construtivo fez com
que os custos fossem postergados, já que somente em aproximadamente 7,5
meses, praticamente 80% do total dos serviços foi executado.
Dessa forma, o tempo de execução do empreendimento foi de 406
dias trabalhados, que houve possibilidade de um melhor aproveitamento das
equipes, alcançando os ciclos de execução previamente estabelecidos no
planejamento. A adoção dessa estratégia para tal sistema construtivo fez também
com que os desembolsos fossem postergados, pois as vedações internas
começaram a ser executadas após aproximadamente 11 meses do início da obra,
dentro da etapa de obra seca.
4.5. Análise comparativa
A partir das simulações realizadas pôde-se fazer uma análise
comparativa sob diversos aspectos, que serão explanados em seguida.
Comparando-se o desenvolvimento das obras, separadamente,
percebe-se que cada uma com suas características particulares apresenta suas
vantagens e desvantagens, se comparadas com as simulações efetuadas com as
diversas estratégias de execução dos edifícios e as programações “ASAP e
“ALAP”.
109
4.5.1. Tradicional
Na Tabela 3, a seguir é mostrada a comparação das diversas
estratégias de execução em um empreendimento cujo sistema construtivo é
tradicional, no que se refere ao tempo total de sua execução, além do tempo gasto
para execução de serviços julgados importantes, tais como:
alvenaria: considerados desde a marcação até a sua elevação;
instalações elétricas: considerados desde o posicionamento dos
eletrodutos na alvenaria até a colocação dos acabamentos elétricos e
luminárias;
instalações hidráulicas: considerados desde as prumadas hidro-sanitárias
(nas programações “ASAP”) e distribuição hidráulica em paredes (nas
programações “ALAP”) até a instalação de louças e metais.
110
TABELA 3: : ANÁLISE COMPARATIVA EM EDIFÍCIO QUE UTILIZOU O SISTEMA CONSTRUTIVO
TRADICIONAL.
Sem Inversão
Inversão Total
Inversão Parcial
ASAP ALAP
ASAP
ALAP
ASAP ALAP
Tempo total de obra (em dias
trabalhados)
462 462 480 480 462 462
Tempo de execução dos serviços
de alvenaria (em meses corridos)
6,5 5 6,5 5 6,5 5
Tempo de execução dos serviços
de instalações elétricas (em
meses corridos)
19 18 20 19 17 18
Tempo de execução dos serviços
de instalações hidráulicas (em
meses corridos)
19 15 20 15 17 13
Observa-se que a adoção da estratégia com inversão total dos
serviços neste sistema construtivo requer um tempo total de cerca de 1 mês corrido
a mais de obra, ou seja, os custos fixos são maiores em relação às outras
estratégias estudadas.
Porém, se cada serviço for analisado separadamente, pode-se
observar outros aspectos inerentes. Os serviços de instalações elétricas e
hidráulicas, na estratégia sem inversão de obra levam cerca de 2 meses corridos a
mais que se a estratégia com inversão parcial dos serviços for adotada. Tal fato é
decorrente do consumo das folgas internas existentes nos serviços, de outro modo
pode-se dizer, antecipação de desembolsos desnecessários.
111
Porém, a observação do serviço de alvenaria mostra que este se
trata de um serviço sem folgas internas, pois em qualquer uma das estratégias
utilizadas, na programação “ASAP”, o tempo necessário para sua execução é o
mesmo.
Ressalta-se aqui que nas simulações efetuadas neste estudo que os
tempos de ciclos de execução não foram alterados e as equipes foram
consideradas sempre com o mesmo número de operários.
Analisando-se de maneira global as três estratégias, nas suas
programações “ASAP”, percebe-se que a estratégia com inversão total dos serviços
leva vantagem em relação as outras pelo fato da possibilidade de execução em
menor tempo total (o mesmo que a estratégia sem inversão), sem deixar de que as
folgas inseridas sejam totalmente consumidas, porém postergando desembolsos
antecipados.
4.5.2. Paredes externas em concreto armado moldado “in loco”
Na Tabela 4 a seguir, são mostrados alguns dados que permitem a
comparação entre as diversas estratégias estudadas em um edifício cujo sistema
construtivo utilizado foi o de paredes externas em concreto armado moldado ‘in
loco”.
Os serviços comparados foram:
gesso acartonado: considerados desde a marcação de piso para a
instalação de guias de piso até o rejuntamento das chapas;
instalações elétricas: considerados desde o posicionamento dos
eletrodutos internamente ao gesso acartonado até a colocação dos
acabamentos elétricos (interruptores e tomadas) e luminárias;
instalações hidráulicas: considerados desde as prumadas hidro-santárias
até a instalação de louças e metais.
112
TABELA 4: ANÁLISE COMPARATIVA EM EDIFÍCIO QUE UTILIZOU O SISTEMA CONSTRUTIVO
DE PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO MOLDADO IN LOCO”.
Sem Inversão
Inversão Total
Inversão Parcial
ASAP
ALAP
ASAP
ALAP
ASAP ALAP
Tempo total de obra (em dias
trabalhados)
410 406 425 424 406 406
Tempo de execução dos serviços
de gesso acartonado (em meses
corridos)
6,5 4 4 3,5 4,5 4
Tempo de execução dos serviços
de instalações elétricas (em
meses corridos)
6 4 4 4 5 4
Tempo de execução dos serviços
de instalações hidráulicas (em
meses corridos)
9 8 10 9 7 8
Analisando as várias estratégias estudadas, observa-se que na
programação “ASAP”, todos os serviços podem ser executados com folgas internas
inseridas. Nas estratégias com inversão total e com inversão parcial, as folgas
internas são menores, refletindo-se em tempos totais menores de execução de
cada serviço. Porém entre estas duas estratégias, inversão parcial e inversão total
dos serviços, esta necessita de cerca de 19 dias trabalhados a mais que aquela
para a finalização da obra, refletindo em 1 mês a mais de custos fixos que as outras
estratégias.
Assim, a estratégia com inversão parcial dos serviços mostra
vantagem em relação as demais, pois com o menor tempo total de execução, igual
113
ao da estratégia sem inversão dos serviços, tem-se condições de execução dos
serviços em tempos menores que os da estratégia sem inversão, ou seja,
postergando desembolsos, e não sem nenhuma folga, como na estratégia com
inversão total dos serviços.
4.5.3. Data de entrega de casa de máquinas dos elevadores
Outro fator de importância que se pode comparar é a data de entrega
da casa de máquinas, pois a partir daí se inicia a montagem dos elevadores, que
serão utilizados para o transporte vertical da obra. Dessa forma, pode assim ocorrer
a desmobilização dos equipamentos alugados, tais como guinchos e gruas. A partir
das três estratégias estudadas, tanto em suas programações “ASAP” quanto
“ALAP”, as datas obtidas foram as mesmas, cerca de 11,5 meses do início da obra.
Observando-se os tempos ocorridos desde o início da obra até a
entrega da casa de máquinas dos elevadores, observa-se que no sistema
tradicional não foi alterado em nenhuma das simulações realizadas, porém no
sistema que utilizou paredes externas em concreto armado moldado “in loco”, nas
situações “ALAP”, nas três estratégias estudadas, verificou-se um aumento de
cerca de 1 a 2 meses corridos, como observado na Tabela 5.
Tais situações ocorreram devido ao “lag que se pode observar
quando os serviços são executados “ALAP”.
114
TABELA 5: TEMPOS DESDE O INÍCIO DA OBRA ATÉ A ENTREGA DA CASA DE MÁQUINAS DOS
ELEVADORES.
Sem Inversão
Inversão Total Inversão Parcial
Tempo desde o início da obra até a
entrega da casa de máquinas dos
elevadores (em meses)
ASAP
ALAP
ASAP ALAP ASAP ALAP
Sistema Tradicional 11,5 11,5 11,5 11,5 11,5 11,5
Paredes externas em concreto
armado moldado “in loco
13 14 13 15 13 14
4.5.4. Considerações sobre as comparações
Ao longo do tempo de execução de todo o empreendimento que
utilizou o sistema construtivo tradicional, sob o ponto de vista do tempo total de
execução, se o custo fixo de administração for considerado, as estratégias de
execução sem inversão de obra e a com inversão parcial dos serviços foram as que
apresentaram melhor desempenho, que o mesmo empreendimento, foi realizado
com 18 dias trabalhados a menos que utilizando-se a estratégia com inversão total
dos serviços. Isso significa praticamente 1 mês corrido de economia em termos de
manutenção de canteiro, equipamentos e mão-de-obra administrativa.
Comparativamente, as estratégias sem inversão e de inversão
parcial mostraram-se semelhantes em vários aspectos, mas vale ressaltar que a
estratégia sem inversão, com todos os serviços subindo tem o inconveniente de
que o trânsito de pessoas e materiais ocorre onde os serviços já vão sendo
115
acabados, assim, existe uma maior probabilidade de necessidade de re-trabalhos
para consertar locais onde houve a passagem sem o devido cuidado.
Analisando os cronogramas físicos, assim como os gráficos obtidos
através deles, percebe-se que as principais diferenças entre as estratégias são as
folgas geradas pelas datas de início nas programações “ASAP” e “ALAP”. Outra
característica pertinente é que se é capaz de postergações de desembolsos sem a
alteração na estratégia, mas somente com a mudança da programação de “ASAP”
para “ALAP” somente na etapa de obra fina, que é uma etapa de peso financeiro
para o empreendimento, pois são os acabamentos da obra, que ocorrem em seu
final.
A Figura 32 a seguir, reúne as curvas S obtidas a partir das três
simulações estudadas com o sistema construtivo tradicional. Através da sua
observação, pode-se notar os prazos de execução diferenciados entre as
estratégias de inversão total (maior) e as outras. Além dos aspectos já relacionados
anteriormente, tais como a inclinação das curvas e a diferença percentual entre as
programações “ASAP” e “ALAP”.
FIGURA 32: CURVAS S COMPARATIVAS ENTRE AS TRÊS ESTRATÉGIAS ESTUDADAS PARA
O SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL

"#'$-%' )'$

!
$%"&')
$%"&''
"#$%"&'
"

"
#

116
Para o sistema construtivo que utiliza-se de paredes externas em
concreto armado moldado “in loco”, em relação a prazo de obra, as estratégias sem
inversão dos serviços e com inversão parcial dos serviços se mostraram com
melhor desempenho, pois apresentaram melhores índices de desenvolvimento
físico ao longo do período, já que a estratégia de inversão total dos serviços
apresentou 19 dias trabalhados de acréscimo (cerca de 1 mês corrido).
A adoção da estratégia com inversão total dos serviços para o
sistema de paredes externas em concreto armado moldado in loco” gerou um
acréscimo de 19 dias trabalhados em relação à estratégia com inversão parcial dos
serviços. Se a estratégia de execução dos serviços adotada fosse a sem inversão
dos serviços ou com inversão parcial dos serviços em relação ao prazo da obra
todos os tempos seriam praticamente o mesmo (diferença de apenas 4 dias
corridos na programação “ALAP”), porém levando-se em consideração a logística
de transporte e limpeza da obra, a estratégia mais conveniente é a de inversão
parcial dos serviços.
Pode-se concluir ainda que a estratégia com inversão parcial
apresenta características que possibilitam a melhor qualidade de execução e do
produto final, com maior facilidade de execução dos serviços, sem quebras e a não
necessidade de re-serviços, que podem gerar atrasos e prejudicar a confiabilidade
da entrega do empreendimento, além da facilidade de manutenção. Através da
análise das tabelas e gráficos, pôde-se estabelecer um comparativo para
estabelecer quais os fatores influentes na estratégia a ser escolhida. Pois para
setores competitivos, como o da construção civil, a velocidade de entrega é um
fator considerado como determinante para um “bom negócio”.
A Figura 33 a seguir, mostra as três estratégias estudadas de forma
comparativa, onde pode-se observar as diferenças e semelhanças na adoção de
cada uma das estratégias de execução, com suas vantagens e desvantagens
intrínsecas, no que se refere ao tempo total de execução, ao tempo desde o início
da obra até que ocorra o desembolso mais acentuado, a diferença percentual entre
as programações “ASAP” e “ALAP”, entre outras.
117
FIGURA 33: CURVAS S COMPARATIVAS ENTRE AS TRÊS ESTRATÉGIAS ESTUDADAS PARA
O SISTEMA CONSTRUTIVO DE PAREDES EXTERNAS EM CONCRETO ARMADO
MOLDADO "IN LOCO"

"#)'$-%')'#."" ""/"$"#)'$)"'# '#' '0$')'0
!
$%"&')
$%"&''
"#$%"&'
10 meses
7 meses
9 meses
6 meses
13 meses
118
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
Ao longo de todo o trabalho procurou-se ressaltar a importância de
se definir e discutir as alternativas e as interferências que podem existir no
planejamento estratégico da produção e execução de edifícios verticais. Com isso,
pode-se obter um empreendimento mais adequado aos anseios e condições de
desembolso do cliente.
As conclusões finais deste trabalho foram elaboradas de maneira a
destacar aspectos relacionados ao objetivo principal da pesquisa, ou seja,
comparação entre diversas estratégias de execução de edifícios e entre sistemas
construtivos distintos. É importante salientar que a utilização dos resultados desta
pesquisa para avaliação da estratégia de execução a ser escolhida pela empresa
construtora deve ser feita em conjunto com critérios de custo e avaliações
sistêmicas do negócio.
Vale ressaltar que, além da utilização de uma ferramenta
computacional confiável, também contribuíram para que os prazos fossem
cumpridos, a organização das empresas construtoras pesquisadas, além das
mesmas possuírem procedimentos e ciclos de execução de serviços já definidos.
A partir de ferramentas computacionais, como o Microsoft Project
2000, utilizada nesse trabalho, pôde-se realizar simulações para que se pudesse
comparar diversas situações e encontrar-se a melhor alternativa para cada obra,
com as características próprias de cada empreendimento para cada empresa.
Dentro da empresa pesquisada que utilizou o sistema construtivo
com a execução de paredes externas em concreto armado moldado “in loco” o
objetivo principal era a disseminação e o avanço de novas tecnologias dentro do
setor edificações da construção civil, ou seja, o desenvolvimento tecnológico do
119
sistema construtivo. A longo prazo, o objetivo passa a ser a diminuição do custo e
viabilização do projeto com este sistema construtivo para que esse mesmo projeto
seja executado em diferentes empreendimentos e cada vez mais “bem resolvido”.
Observou-se que para a empresa obter o sucesso na programação
de uma obra, a estratégia adotada deve utilizar uma mistura entre as programações
“ASAP” e “ALAP”. A programação ASAP” deve ser utilizada na maior parte das
etapas da obra, devido aos imprevistos que podem acontecer durante o tempo de
execução e que não são considerados no planejamento. a programação “ALAP”
deve ser utilizada nas etapas finais, já que todas as atividades tornam-se críticas, e
sem folgas internas, qualquer problemas que ocorra pode resultar no atraso da
entrega da obra. Porém, é um risco a ser corrido pelo fato de serem serviços de
rápida execução, que mais dependem de especialização e não estão condicionados
a fatores de intempéries.
Observa-se também que a inserção de novas tecnologias, aliadas
com a introdução de racionalização dentro do processo de execução, como a
utilização de um sistema racionalizado de fôrmas e a utilização de paredes em
gesso acartonado torna a programação mais flexível e coerente com o planejado,
pois são adotadas formas de execução padronizadas, materiais industrializados e
operários mais qualificados.
Porém, pode-se observar também que, mesmo com a utilização de
um sistema construtivo tradicional, a utilização de racionalização no processo
construtivo, com a inovação das técnicas construtivas, utilização de equipamentos
modernos e o treinamento do pessoal, tal sistema também se torna viável, dentro
das suas limitações.
Conclui-se ainda que existe cada vez mais interesse e é dada cada
vez mais importância ao planejamento da execução, pois não podem ser
desprezadas as situações externas de concorrência e a necessidade de se adquirir
conhecimento técnico para execução dos serviços. A mentalidade de se planejar
um empreendimento deve fazer parte da cultura da empresa, assimilando o
aprendizado das novas tecnologias e experiências adquiridas, como forma de
buscar o sucesso do negócio.
120
Com os dados obtidos, as comparações estabelecidas e as
conclusões relatadas, futuras pesquisas deste assunto, poderão ser estudados,
dando prosseguimento à pesquisa e à melhoria da qualidade da construção civil.
Destaca-se que os custos das estratégias e sistemas construtivos não foram
considerados, além da falta de estudos aprofundados neste assunto no Brasil,
diretamente direcionadas exclusivamente para a construção civil.
Espera-se que a realização desta pesquisa possa ser continuada
abordando questões mais complexas, como a inserção do estudo financeiro ao
estudo físico, com suas peculiaridades quanto a contextos de mercado e políticas
governamentais de juros e incentivos de financiamento. Considerando a tendência
à industrialização do subsetor edificações, dentro da indústria da construção civil,
fazer a análise comparativa com outros sistemas construtivos, tais como estruturas
pré-moldadas em concreto armado, fachadas prontas, banheiros prontos e
alvenaria estrutural. Outro tema a ser explorado está relacionado à gestão de
edifícios no conceito da Engenharia Civil se relacionando com a Engenharia de
Produção.
121
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( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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