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2. Relato: Contempla verbalizações nas quais o cliente
descreve ou informa ao terapeuta a ocorrência de
eventos, ou aspectos relativos a eventos, respostas
emocionais suas ou de terceiros, seus estados
motivacionais e/ou tendências a ações, sem estabelecer
relações causais ou funcionais entre eles.
Ex1: "Só pra você entender melhor...
Tomo esse medicamento há dois anos... E
antes tomava homeopatia."
3. Concordância: É caracterizada por verbalizações
nas quais o cliente expressa julgamento ou avaliação
favoráveis a respeito de afirmações, sugestões, análises
ou outros comportamentos emitidos pelo terapeuta ou
relata satisfação, esperança ou confiança no terapeuta
e/ou no processo terapêutico. Inclui também
verbalizações nas quais o cliente complementa ou
resume a fala do terapeuta ou episódios nos quais o
cliente sorri em concordância com o terapeuta.
Ex1: "Exatamente... Concordo que não
dá pra ficar com as migalhas."
4. Oposição: É caracterizada por verbalizações nas
quais o cliente expressa discordância, julgamento ou
avaliação desfavoráveis a respeito de afirmações,
sugestões, análise ou outros comportamentos emitidos
pelo terapeuta.
Ex.: "Você não tá me entendendo. Não
foi isso não." Ex2: "Acho que não
concordo com tudo o que disse, é fácil
você me dizer pra fazer assim ou assado,
mas você não tem noção o que é o meu
chefe... E eu tenho dificuldades de me
expor, sendo assim fico nessa..." Ex3: "...
não sei não, acho que já faço isso. Vivo
falando pra ele o que quero."
5. Cliente permanece em silêncio: Esta categoria
deve ser selecionada quando uma resposta verbal do
cliente é encerrada sem que uma nova resposta verbal
do mesmo falante seja iniciada.
Cliente não responde nada após a
emissão de orientação.
6. Auto-orientações: Contempla verbalizações dos
clientes nas quais ele descreve seus projetos, planos ou
estratégias para a solução de problemas trazidos como
queixas para a terapia. Zamignani (2007) nomeou essa
categoria como Meta.
Ex1: "Você tem razão. Hoje vou chegar
em casa e colocar meu plano em
prática... De hoje não passa.”
7. Reprovação: Contempla verbalizações do terapeuta
que sugerem avaliação ou julgamento desfavorável a
respeito de ações, pensamentos, características
específicas do cliente e pressupõe o terapeuta como
alguém que pode selecionar e fortalecer aspectos de
seu comportamento que seriam mais ou menos
apropriados.
Ex1: terapeuta emite uma orientação
(“Talvez se você falasse a verdade a ele
teria uma dupla vantagem: ser mais
confiável e não se sentir ansiosa por
mentir... Pense nisso, ok?”) e logo em
seguida, como consequente a
orientação emitida, reprova o
comportamento do cliente que
provavelmente o levou a emitir a
orientação (“Agora, voltando ao que eu
tava te falando... Não posso concordar
com essa sua idéia de fingir uma
doença...")
Consequentes a orientação emitidas pelos terapeutas
8. Orientação: Contempla verbalizações nas quais o
terapeuta sugere alternativas de ação do cliente ou
solicita o seu engajamento em ações ou tarefas. Deve
ser utilizada quando o terapeuta especifica a resposta a
ser (ou não) emitida pelo cliente. A literatura refere-se
a essa categoria como aconselhamento, recomendação,
comando, ordem.
Ex1: Após a emissão de uma
orientação, ("Além de impor limites ao
seu namorado; você deve essa semana
procurar um novo emprego, ok?”),
terapeuta consequencia esta orientação
com uma nova orientação (“Fora isso,
mudando de foco... essa semana você
deve ir ao ginecologista, não dá mais pra
adiar... vamos dona A... coragem...).