A comparação apresentada na Figura 8 indica que os resultados simulados para o polimento
sem o efeito de bandejamento são satisfatórios. A região de maior brilho foi corretamente
simulada, situando-se, assim como ocorre na prática, não ao centro da peça, mas sim a
levemente deslocada, e em ambos os lados. Além disto, na superfície da peça simulada pode-
se ver a direção do polimento. O mesmo ocorre em uma linha de polimento antiga real.
Com a presença do bandejamento, o resultado da simulação mostrou um padrão de zigzag na
distribuição do brilho superficial. Tal como pode ser visto na Figura 9, o mesmo padrão foi
obtido por meio dos dados de brilhos reais. Este padrão de zigzag é muitas vezes conhecido
como sombra de polimento, e é uma conseqüência direta da interação dos movimentos de
avanço da esteira e de bandejamento. Esta interação é bastante sensível, como poderá ser visto
pelo usuário, na tela de “Ver sobreposição de politrizes”.
A obtenção de um modelo quantitativo para a simulação precisa do brilho durante o
polimento exigiria um número muito maior de estudos fenomenológicos, além da alimentação
do programa com uma variedade e número de dados muito maiores do que a feita até o
momento, de modo que o valor médio de brilho indicado pelo programa é apenas qualitativo.
Isto pode ser visto ainda na Figura 9, onde os dados reais obtidos apresentaram um brilho
médio significativamente maior que o valor simulado.
Evidentemente há ainda muitos parâmetros que não foram computados no Polibem, tais como
(a) empenamento da placa cerâmica, que pode causar um brilho maior na borda, (b) desgaste e
falta de horizontalidade no apoio da esteira de produção, que pode causar brilhos assimétricos,
(c) alteração das forcas normais, pois se pode assim obter um outro mecanismo de abrasão, (d)
alteração ou troca de fluído lubrificante, (e) alteração no processo de calibração, (f) alteração
ou troca do tipo de material da placa e/ou abrasivo, (g) alteração da seqüência de abrasivos,
etc. Deste modo, a existência de todas estas variáveis, incondicionalmente associadas ao
processo de polimento, ressalta as limitações do Polibem, bem como a necessidade de estudos
mais aprofundados sobre o processo.
De fato, o próprio uso da Versão 1 do programa Polibem pelas empresas em parceria com a
UFSC, constitui um estudo em si, de maneira o autor solicita à essas empresas a gentileza de
participarem ao mesmo sobre qualquer impressão, comentário, opinião, críticas e sugestões
sobre o uso do Programa.
Como utilizar o programa
O programa Polibem foi desenvolvido visando permitir que o usuário teste várias condições
de polimento diferentes, antes de adotá-las na linha de polimento real. O objetivo principal é
evitar o uso de condições de polimento indicadas como ruins pelo programa, na linha de
polimento real, evitando-se com isso o desperdício de matérias-primas, insumos, e tempo de
ocupação da linha de produção.
A grande utilidade do Polibem consiste no fato de que as diferenças entre condições de
polimento boas ou ruins não podem ser prontamente distinguidas pelo usuário. Isto conforme
visto, devido ao número de variáveis existentes, e principalmente devido às sensíveis relações
entre estas variáveis. A idéia do programa seria, portanto, servir de ferramenta para auxiliar o
usuário nessa classificação.