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ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE
CAIXA COMO UM INSTRUMENTO DE GESTÃO FINANCEIRA
NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL ABERTO DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Alexandre Costa Quintana
1
Valter Saurin
2
Resumo
Este trabalho foi elaborado com o objetivo de analisar se efetivamente a Demonstração
do Fluxo de Caixa está sendo utilizada como um instrumento de gestão financeira,
pelas sociedades anônimas de capital aberto do Estado do Rio Grande do Sul. Em
termos metodológicos, elaborou-se um questionário que procurou atender aos objetivos
da pesquisa e foi enviado às sociedades anônimas de capital aberto do Estado do Rio
Grande do Sul. Além disso, realizou-se uma análise documental nos demonstrativos
contábeis e financeiros dessas sociedades. A partir dos dados dos questionários, foi
feita uma análise, pela qual se concluiu que a Demonstração do Fluxo de Caixa está
sendo utilizada como um instrumento de gestão financeira por um número reduzido de
sociedades anônimas de capital aberto do Estado do Rio Grande do Sul. Concluiu-se,
ainda, que tal Demonstração tem sido mais usada como um demonstrativo comple-
mentar e que, em alguns momentos, ela traz contribuição para a gestão.
Palavras-chave: Demonstração do Fluxo de Caixa. Gestão Financeira. Demonst-
rações Contábeis.
1 INTRODUÇÃO
No início da década de 1980, os órgãos internacionais de regulamentação con-
tábil iniciaram estudos para introduzir a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
1
Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do Instituto de Ciências Econômicas,
Administrativas e Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Endereço: Rua Chefe Carlos Araújo, 166, Cassino,
Rio Grande, RS, CEP 96206-210. E-mail: [email protected].
2
Doutor em Administração de Empresas pela EASP/FGV. Professor do Departamento de Ciências da Administração da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Endereço: Campus da Trindade – CSE CAD SALA 221, CEP: 80090-970, Florianópolis, SC.
E-mail: [email protected]. Artigo recebido em: 10/04/2006. Aceito em: 04/03/2008. Membro do Corpo Editorial Científico
responsável pelo processo editorial: Gilberto de Oliveira Moritz.
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em substituição à Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) nos
demonstrativos contábeis. O primeiro país a oficializar essa substituição foi o Canadá,
em setembro de 1985. Em outros países, a DFC também foi oficializada como, por
exemplo, nos Estados Unidos, em novembro de 1987 e no Reino Unido, em 1991.
No entanto, na França e na Alemanha existe a recomendação de publicação dos dois
demonstrativos (LUSTOSA, 1997).
No Brasil, o Projeto de Lei nº 3.741, que tramita na Câmara dos Deputados,
determina a substituição citada no parágrafo anterior, pois a DFC vem sendo tratada
como um importante instrumento no processo de gestão financeira.
Diante do exposto, o problema de pesquisa foi: “A Demonstração do Fluxo
de Caixa está sendo utilizada como um instrumento de gestão financeira pelas so-
ciedades anônimas de capital aberto do Estado do Rio Grande do Sul?”
O objetivo geral deste estudo foi analisar se efetivamente a Demonstração do
Fluxo de Caixa está sendo utilizada como um instrumento de gestão financeira pelas
sociedades anônimas de capital aberto do Estado do Rio Grande do Sul.
Os objetivos específicos foram:
Identificar se as empresas elaboram a Demonstração do Fluxo de Caixa a)
como um instrumento para tomada de decisão interna ou apenas para di-
vulgação externa.
Verificar quais os tipos de decisões tomadas pelos administradores das em-b)
presas, em função da utilização da Demonstração do Fluxo de Caixa.
Verificar se a Demonstração do Fluxo de Caixa é elaborada pelo método c)
direto ou pelo indireto.
Verificar se as empresas utilizam medidas de desempenho para analisar sua d)
Demonstração do Fluxo de Caixa.
No caso das empresas que não utilizam a Demonstração do Fluxo de Caixa, e)
verificar quais são os instrumentos utilizados na gestão financeira.
Atualmente, a Demonstração do Fluxo de Caixa é utilizada nos Estados Uni-
dos, no Canadá e em vários países como um instrumento importante no processo de
administração financeira e contábil das empresas (LUSTOSA, 1997).
No Brasil, as empresas estão percebendo a importância desse instrumento, pois
várias delas já incorporaram a Demonstração do Fluxo de Caixa como um demons-
trativo contábil a ser anualmente publicado, junto aos relatórios administrativos
elaborados pela empresa.
A intenção deste estudo, em termos de acréscimo ao conhecimento existente,
é mostrar como as empresas estão utilizando a demonstração do fluxo de caixa na
gestão das atividades financeiras, principalmente no sentido de identificar as deci-
sões mais importantes tomadas na área financeira. É importante destacar que este
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trabalho foi elaborado com base nos resultados da pesquisa realizada pelos autores
deste artigo, como parte de dissertação de mestrado defendida e aprovada em 07 de
dezembro de 2004, no curso de Pós-Graduação em Administração da Universidade
Federal de Santa Catarina.
A gestão do fluxo de caixa não se constitui em preocupação exclusiva das
grandes empresas, mas das organizações em geral. Porém, para viabilizar o estudo,
definiu-se a utilização das sociedades anônimas de capital aberto, porque essas or-
ganizações, além de serem obrigadas a publicar as demonstrações, precisam mostrar
aos acionistas e futuros compradores de ações como se apresentam suas condições
financeiras. Por isso, a Demonstração do Fluxo de Caixa pode ser um importante
instrumento de informações para as pessoas ou as empresas.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O fluxo de caixa e sua gestão inserem-se no conjunto de ferramentas que o
administrador financeiro dispõe para realizar sua função.
2.1 Administração financeira
Grande parte dos fatos que ocorrem nas empresas envolve a movimentação
de recursos financeiros. Por isso, a administração financeira acaba tornando-se um
elemento indispensável no processo administrativo das empresas.
A importância da administração financeira encontra-se, conforme Zdanowick
(2000), na responsabilidade pela gerência das operações relativas à formação de re-
cursos financeiros que serão utilizados para o pagamento dos fatores de produção ou
de serviços e a distribuição desses recursos, bem como nas obrigações relacionadas
às transações comerciais e de crédito da empresa.
Na empresa, a administração financeira é exercida por uma pessoa ou por um
grupo de pessoas que pode ter denominações, tais como: vice-presidente de finanças,
diretor ou gerente financeiro e controller. As atividades empresariais desenvolvidas
por essas pessoas envolvem a movimentação de recursos; por isso são definidas as
funções básicas do administrador financeiro de uma empresa que, conforme Hoji
(2000), são: análise, planejamento e controle financeiro; tomada de decisões de
investimentos; tomada de decisões de financiamentos.
2.2 Administração do capital de giro
O capital de giro tem participação relevante no contexto operacional das empre-
sas, representando uma parcela significativa de seus ativos totais investidos.
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Conceitualmente, Neves e Viceconti (1998, p. 243) dizem que capital de giro
“representa o capital circulante (ativo circulante), ou seja, os recursos que possuem
constante movimentação no período”. Por conseqüência, serve para identificar os
recursos próprios e de terceiros, que foram aplicados no ciclo operacional. Nota-se
que esse ciclo representa a aplicação de recursos na atividade da entidade até a for-
mação dos estoques que, mediante venda, voltarão a ser valores disponíveis.
Para Assaf Neto e Silva (1997, p. 15), o capital de giro, também tratado como
capital circulante, “é representado pelo ativo circulante, isto é, pelas aplicações cor-
rentes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques”.
De uma forma mais ampla, todos os recursos demandados por uma empresa para
financiar suas necessidades operacionais são considerados capital de giro.
A administração de capital de giro é um dos elementos mais significativos da
administração financeira. Segundo Gitman (1987, p. 279), “a administração de ca-
pital de giro abrange a administração de contas circulantes da empresa, incluindo
ativos circulantes e passivos circulantes”. Nesse contexto, o capital de giro precisar
manter-se no menor nível necessário para permitir o desempenho do volume atual
e previsto da atividade operacional.
Conforme Hoji (2000), as principais fontes de financiamento do capital de giro
são onerosas, pois são representadas pelos empréstimos e financiamentos bancários
e pelos parcelamentos de impostos vencidos, que normalmente geram valores sig-
nificativos de encargos financeiros.
Para que as empresas alcancem um equilíbrio em seu capital de giro, é preciso
encontrar um equilíbrio financeiro que, conforme o conceito de Assaf Neto e Silva
(1997, p. 24), “é verificado quando suas obrigações financeiras se encontram lastreadas
em ativos com prazos de conversão em caixa similares aos dos passivos”, ou seja, uma
vinculação entre liquidez dos ativos e os desembolsos demandados pelos passivos.
2.3 Administração de disponibilidades
A administração de disponibilidades é um importante elemento para que o admi-
nistrador financeiro analise até que ponto a falta de liquidez possa vir a provocar perdas
para a empresa, pois está inserido na administração do disponível, conforme Zdanowi-
ck (2000, p. 188-189), “o controle da eficiente utilização de recursos da empresa, em
investimentos facilmente conversíveis em numerário e das fontes externas que podem
proporcionar imediatos aportes de recursos financeiros quando necessários”.
O principal componente da administração de disponibilidades é o caixa, e ele
é controlado através da utilização do fluxo de caixa que é um eficiente instrumento
gerencial, ou seja, conforme Frezatti (1997, p. 28) “é aquele que permite apoiar
o processo decisório da organização, de maneira que ela esteja orientada para os
resultados pretendidos”.
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Nesse sentido, Braga (1989, p. 124) afirma que “as projeções dos fluxos de
entradas e de saídas de numerário constituem um instrumento imprescindível na
administração de disponibilidades”, pois é fundamental conhecer antecipadamente
a quantidade de recursos que irá sobrar ou faltar nos próximos dias.
2.4 Conceituação do fluxo de caixa
De uma forma conceitual, de acordo com Zdanowicz (2000, p. 40), “denomina-se
por fluxo de caixa projetado ao conjunto de ingressos e desembolsos de numerário
ao longo de um período projetado”, servindo para representação da situação finan-
ceira de uma empresa, levando em consideração as fontes de recursos e a forma de
aplicação em elementos do ativo.
Para Zdanowicz (2000, p. 125), o fluxo de caixa “é um dos instrumentos mais
eficientes de planejamento e controle financeiro”, constituindo-se, em conseqüência,
em elemento básico e indispensável para o administrador, sendo de grande impor-
tância para avaliar a posição financeira da empresa a longo prazo.
É nesse contexto que Assaf Neto e Silva (1997) destacam o fluxo de caixa como
um instrumento que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financei-
ros de uma empresa, sendo, a nível gerencial, indispensável em todo o processo de
tomada de decisões financeiras.
Para Frezatti (1997), em algumas organizações, o fluxo de caixa serve como um
instrumento tático e, em outras, o alcance é maior, ou seja, sua utilização é estratégica.
A abordagem tática refere-se a um uso restrito e de acompanhamento do fluxo de
caixa, aparecendo como um cumpridor de determinações mais amplas e complexas,
em que a empresa já possui um escopo mais definido em termos estratégicos e quer
apenas manter o rumo. A abordagem estratégica é aquela que afeta o nível de negócios
da empresa no curto prazo e, principalmente no longo prazo, assim o fluxo de caixa
tem efeito sobre questões ligadas às decisões realmente estratégicas da empresa.
A importância do fluxo de caixa também está na abrangência de sua interfe-
rência, pois não só a área financeira deve estar comprometida com os resultados
de caixa, mas também as demais áreas da empresa, conforme destaca Assaf Neto e
Silva (1997):
a área de produção muda os prazos de fabricação dos produtos e, por con-a)
seqüência, promove alterações nas necessidades de caixa; da mesma forma,
os custos de produção têm significativos reflexos sobre o caixa;
as decisões de compras devem estar em sintonia com a existência de saldos b)
disponíveis de caixa, ou seja, deve haver preocupação com a sincronização
dos fluxos de caixa, avaliando-se a relação entre os prazos obtidos para pa-
gamento das compras com os definidos para recebimento das vendas;
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políticas de cobrança mais ágeis e eficientes permitem a disponibilização c)
dos recursos financeiros de uma forma mais rápida, resultando em um im-
portante reforço de caixa;
a área de vendas deve manter um controle mais próximo sobre os prazos d)
concedidos e sobre os hábitos de pagamentos dos clientes, de maneira a não
pressionar negativamente o fluxo de caixa, ou seja, as decisões envolvendo
vendas devem ser tomadas somente após uma prévia avaliação de suas im-
plicações sobre os resultados de caixa; e
a área financeira deve avaliar cuidadosamente o perfil de seu endividamento, e)
de forma que os desembolsos necessários ocorram concomitantemente à
geração de caixa da empresa.
2.5 Demonstração do fluxo de caixa
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) não é, até o momento, uma demons-
tração oficial exigida pela Lei nº 6.404/76, mas é um instrumento muito importante
para a administração financeira, pois, para Perez Júnior e Begalli (1999, p. 178),
essa demonstração “já comprovou ser de extrema utilidade para diversos fins, dada
sua simplicidade e abrangência, principalmente no que diz respeito aos aspectos
financeiros que envolvem o dia-a-dia da entidade”.
O objetivo primário da DFC, segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p.
351), “é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em
dinheiro de uma empresa, ocorridos durante um determinado período”, facilitando
o processo de administração dos recursos disponíveis na empresa.
De uma forma condensada, segundo Marion (1998, p. 380), a DFC “indica a
origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem como a aplicação de todo o
dinheiro que saiu do caixa em determinado período”, o mesmo autor lembra também
que deve apresentar o Resultado do Fluxo Financeiro.
A DFC divide-se em três grupos: fluxos relativos às atividades operacionais,
relativos às atividades de financiamento e relativos às atividades de investimento.
Assim, segundo Salotti e Yamamoto (2004, p. 7), a DFC torna-se “uma valiosa fer-
ramenta para analisar os efeitos das atividades operacionais, de investimento e de
financiamento no fluxo de caixa de um determinado período”.
De acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 352-353), são conside-
radas atividades operacionais:
Entradas:
a) recebimentos pela venda de produtos e serviços a vista, ou das dupli-
catas correspondentes no caso de vendas a prazo. Incluem também os
recebimentos decorrentes dos descontos das duplicatas emitidas contra
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as vendas a prazo efetuadas, de curto ou longo prazo, em bancos;
b) recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e sobre aplicações
financeiras em outras atividades;
c) recebimento de dividendos pela participação no patrimônio de outras
empresas;
d) qualquer outro recebimento que não se origine de transações defini-
das como atividades de investimento ou financiamento, como: recebi-
mentos decorrentes de sentenças judiciais; indenizações por sinistros,
exceto aquelas diretamente relacionadas a atividades de investimento
ou financiamento, como o sinistro em uma edificação, por exemplo; e
reembolso de fornecedores.
Saídas:
a) pagamentos a fornecedores referentes ao suprimento da matéria-
prima para a produção ou de bens para revenda. Se compra a prazo,
pagamento do principal dos títulos de curto e longo prazos a que se
refere a compra;
b) pagamentos aos fornecedores de outros insumos de produção, incluídos
os serviços prestados por terceiros;
c) pagamentos aos governos federal, estadual e municipal, referentes a
impostos, multas, alfândega e outros tributos e taxas;
d) pagamento dos juros (despesas financeiras) dos financiamentos (co-
merciais e bancários) obtidos.
Devem ser consideradas atividades de financiamento, conforme De Santi e
Olinquevitch (1993, p. 168-169):
Fundos de caixa despendidos para:
- remuneração aos proprietários na forma de dividendos ou outras dis-
tribuições;
- pagamento de valores tomados por empréstimos, inclusive emprésti-
mos de curto e longo prazo, obrigações de leasing de capital e resgate
de debêntures;
- reaquisição de ações próprias e outros títulos de emissão própria rela-
tivos ao patrimônio líquido;
Fundos de caixa recebidos de :
- emissão de ações;
- subscrição de debêntures, hipotecas e empréstimos de curto e longo
prazo;
Com relação às atividades de investimento, são elencadas por Iudícibus, Martins
e Gelbcke (2000, p. 353) as seguintes operações:
Entradas:
a) recebimento do principal dos empréstimos concedidos ou da venda
desses ativos a outras entidades, exceto ativos financeiros classificados
como equivalentes-caixa;
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b) recebimento pela venda de títulos de investimento a outras entidades;
c) recebimento pela venda de participações em outras empresas;
d) recebimento pelo resgate de participações pelas entidades investidas;
e) venda de imobilizado e de outros ativos fixos utilizados na produção.
Saídas:
a) desembolso dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento
pela aquisição de títulos de investimento de outras entidades;
b) pagamento pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas;
c) pagamento, no momento da compra ou em data próxima a esta, de
terreno, edificações, equipamentos ou outros ativos fixos utilizados
na produção.
O órgão mundial normatizador da contabilidade é o International Accounting
Standards Board (IASB) que, através da NIC 7 – Norma Internacional de Contabi-
lidade, definiu o objetivo e a forma de utilização da DFC.
De acordo com o IBRACON (1998), nessa norma encontra-se a observação
de que o uso da DFC, juntamente com as demais demonstrações contábeis, pode
proporcionar informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças ocorridas
nos ativos líquidos de uma empresa, na sua estrutura financeira e, ainda, a verificar
o reflexo nas importâncias e nos prazos dos fluxos de caixa.
Para Kroetz (2000, p. 39), a DFC “apresenta a modificação no saldo das dis-
ponibilidades da entidade durante determinado período, por meio dos fluxos de
pagamentos e recebimentos”, ressaltando que essa demonstração agrega valores
constantes no caixa e nos bancos.
Por isso, nota-se que é importante destacar que, na elaboração da DFC, o con-
ceito de caixa é ampliado para também considerar os investimentos qualificados
como equivalentes de caixa. Conforme Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 352),
“equivalentes-caixa são investimentos de altíssima liquidez, prontamente conversíveis
em uma quantia conhecida de dinheiro e que apresentam risco insignificante de alte-
ração de valor”. Deve-se ressaltar que a definição citada é a adotada pelo IASB.
2.6 Formas de apresentação da Demonstração do Fluxo de Caixa
A DFC pode ser elaborada, segundo Neves e Viceconti (1998), por meio de duas
formas: o método direto e o método indireto.
O método direto, conforme descrito por Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p.
355), “explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes
das atividades operacionais, como recebimentos pelas vendas de produtos e serviços
e os pagamentos a fornecedores e empregados”, resultando ao final o volume líquido
de caixa provido ou consumido pelas operações da empresa.
De acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 355), “o método in-
direto faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações”,
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permitindo que o usuário avalie quanto do lucro está sendo transformado em
caixa a cada período.
A diferença efetiva existente entre o método direto e o indireto é a estruturação
do fluxo de caixa das atividades operacionais, pois conforme Perez Jr. e Begalli (1999,
p. 179), “o método indireto parte do resultado das operações sociais, isto é, o lucro
líquido do período, ajustado pelas despesas e receitas que não interferem diretamente
no caixa ou disponibilidades da entidade, tais como depreciações, amortizações,
exaustões”. O método direto demonstra todos os pagamentos e recebimentos relativos
à atividade operacional das empresas.
Em conseqüência pode-se afirmar que os fluxos das atividades de investimento
e de financiamento são iguais, tanto no método direto, como no indireto, pois, con-
forme observa Neves e Viceconti (1998), a diferença entre os métodos está apenas
na forma de apresentar os recursos derivados das operações.
2.7 Medidas de desempenho obtidas da Demonstração do Fluxo de Caixa
A DFC, da mesma forma que as outras demonstrações financeiras, pode ser
analisada com base em índices ou indicadores financeiros. Em função disso, Braga
e Marques (2001) propõem quatro categorias distintas de indicadores para medir o
desempenho da DFC, conforme a seguir: na primeira categoria, os quocientes de
cobertura possibilitam a avaliação da liquidez do empreendimento; a segunda cate-
goria mostra os indicadores de qualidade do resultado; a terceira categoria abrange
as medidas de dispêndios de capital; e na quarta categoria estão os indicadores de
fluxo de caixa por ação e retorno sobre o investimento.
Todas as categorias citadas formam um conjunto de informações que servirão
para analisar a previsão de fluxos futuros e a medição de desempenho dos fluxos
correntes de caixa, que, junto aos demais quocientes tradicionais, poderão representar
um acompanhamento mais detalhado da situação financeira das empresas e, por con-
seqüência, a obtenção de elementos importantes no processo de gestão financeira.
2.8 Instrumentos utilizados no processo de gestão financeira
Além do fluxo de caixa e da DFC, outros instrumentos são utilizados durante o
processo de gestão financeira, servindo também para avaliar essa gestão.
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) não é um demonstrativo obrigató-
rio, mas um grupo seleto de empresas está utilizando e divulgando a DVA, conforme
Neves e Viceconti (1998, p. 261), “como informação adicional nos relatórios de
Administração ou como Nota Explicativa às Demonstrações Financeiras”.
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A DVA vem sendo utilizada como um instrumento de avaliação da gestão fi-
nanceira, pois, de acordo com Blatt (2001, p. 153), esse demonstrativo “tem como
objetivo principal informar o valor da riqueza criado pela empresa e a forma de sua
distribuição”.
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é outro instrumento utilizado
para a avaliação da gestão financeira, pois, conforme Assaf Neto (2001, p. 75), esse
demonstrativo “visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou
prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social”. Assim, esses
resultados mostram como se apresenta a gestão econômica e o reflexo futuro na
gestão financeira, servindo de elemento para comparação com outras empresas.
Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 26), o Balanço Patrimonial
“tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em
determinada data”, representando, assim, uma posição estática da empresa.
O Balanço Patrimonial está estruturado em dois grandes grupos: o ativo e o
passivo. Conforme Perez Jr. e Begalli (1999, p. 62), “o ativo é composto de bens e
direitos de propriedade da sociedade, enquanto o passivo é composto de obrigações
e do patrimônio líquido”.
A análise financeira, de acordo com Blatt (2001, p. 61), “utiliza a informação
contida nos demonstrativos financeiros ou contábeis da entidade; as ferramentas
primárias para análise financeira são os índices financeiros”. Essa análise dedica-
se ao cálculo de índices, de forma a avaliar o desempenho, passado e presente, da
empresa, seja através da comparação com “padrões do ramo” em que atua, seja pela
análise de séries temporais.
O objetivo da análise financeira, segundo Neves e Viceconti (1998), é fornecer
dados numéricos de dois ou mais exercícios, de maneira a contribuir ou instrumentar
acionistas, administradores, fornecedores, clientes, governo, instituições financeiras
e investidores interessados na situação da empresa, ou para tomar decisões.
EBITDA (Earning Before Interest, Taxes, Depreciation/Depletion and Amortiza-
tion) é uma medida financeira utilizada no mercado que corresponde em português a
lucro antes dos juros, impostos (sobre lucros), depreciações/exaustões e amortizações,
equivalendo ao conceito restrito de fluxo de caixa operacional da empresa, apurado
antes do cálculo do imposto de renda.
O EBITDA, denominado no Brasil como LAJIDA (Lucro Antes dos Juros,
Impostos, Depreciação e Amortização), de acordo com Vasconcelos (2002, p. 41),
[...] engloba todos os componentes operacionais e, desta forma, com-
preende grande parte das receitas auferidas e despesas incorridas, o
que destaca a medida em relação ao Lucro Líquido na visualização do
desempenho operacional do negócio [...]
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Sendo assim um importante indicador de desempenho financeiro.
2.9 Tomada de decisão
No dia-a-dia das empresas, a todo instante, o administrador precisa tomar de-
cisões. Essas decisões podem ser extremamente simples ou bastante complicadas
como: decidir qual investimento deve ser feito ou de qual fornecedor deve ser feita
determinada compra. Enfim, essas decisões podem afetar poucas pessoas ou podem
definir o futuro da empresa.
A tomada de decisão na administração, segundo Megginson, Mosley e Pietri Jr.
(1998, p. 194), “pode ser definida como a escolha consciente de um rumo de ação
entre várias alternativas possíveis para se chegar a um resultado desejado”, ressal-
tando que essa decisão não é uma reação involuntária ou inconsciente, mas sim a
busca pela melhor alternativa para alcançar um bom resultado.
Na área financeira, a decisão deve ser tomada com muitos cuidados por parte
dos executivos financeiros, porque, conforme Securato (1996, p. 11), decidir “é a
mais importante função do Administrador e a que envolve a maior relação custo-
benefício, quando se trata do Administrador Financeiro”, pois poderá significar o
fracasso ou o sucesso de toda uma Administração.
2.10 Sociedades anônimas
A sociedade anônima é uma entidade empresarial intangível, criada por lei,
normalmente conhecida por pessoa jurídica e, de acordo com Gitman (1997, p.
7), “tem poderes semelhantes aos de uma pessoa, no sentido de que pode acionar
e ser acionada judicialmente, estabelecer contratos e ser parte deles, e adquirir
propriedades em seu próprio nome”. As sociedades anônimas podem ser diferen-
ciadas como sociedades de capital aberto e de capital fechado. Tal classificação é
feita em função da existência ou não de valores mobiliários negociados em bolsa
ou no mercado de balcão.
Por isso, Casagrande Neto (1985, p. 22) conclui que, em função da legislação
atual, “é considerada companhia aberta toda sociedade anônima que tenha registro
na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com conseqüente autorização para
negociação de seus valores mobiliários em Bolsa ou balcão”.
Já com relação à companhia fechada, Casagrande Neto (1985, p. 22) classifica-
a como “aquela que obtém recursos de capital mediante subscrição de ações pelos
próprios acionistas ou por um grupo restrito de pessoas”, sem nenhuma negociação
de valores em bolsa ou balcão.
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3 METODOLOGIA
No tocante à tipologia, essa pesquisa caracteriza-se pelo tipo descritivo. Con-
forme Cervo e Bervian (2002, p. 66), a pesquisa descritiva “procura descobrir, com
a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e cone-
xão com outros, sua natureza e características”. A pesquisa descritiva ocorre mais
freqüentemente nas ciências sociais e humanas, tratando de dados e problemas que
não constam em registro documental.
Quanto à abordagem do problema, o estudo utilizou uma abordagem quantitativa
e qualitativa para análise dos dados dos questionários e para a análise documental.
Para Richardson (1989, p. 29), a abordagem quantitativa “caracteriza-se pelo em-
prego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no
tratamento delas por meio de técnicas estatísticas”.
A pesquisa qualitativa, conforme Godoy (1995, p. 58), “não procura enumerar e/
ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico”. Assim parte de
questões ou focos de interesses amplos vão se definindo no transcorrer do estudo.
O objeto de estudo dessa pesquisa são as sociedades anônimas de capital aberto
do estado do Rio Grande do Sul, correspondendo a aproximadamente 60 empresas.
O estudo foi viabilizado com os dados dos questionários respondidos pelos respon-
sáveis pela área financeira dessas empresas, e com as informações constantes dos
demonstrativos contábeis publicados e registrados junto à Comissão de Valores
Imobiliários (CVM).
O elemento de análise aborda a utilização da DFC e seu estudo documental
como um instrumento de gestão financeira, por meio de sua utilização para a tomada
de decisões financeiras.
A coleta de dados é a etapa inicial do tratamento dos dados. De acordo com
Marconi e Lakatos (1982, p. 30), “é tarefa cansativa e toma, quase sempre, mais
tempo do que se espera”, exigindo paciência, perseverança e esforço pessoal do
pesquisador, além do cuidado no registro dos dados.
Os dados primários, considerados neste trabalho, foram os coletados através
dos questionários respondidos.
Os dados secundários são os documentos que foram publicados no Diário Oficial
e em jornais de circulação das imediações das empresas, bem como por meio do site
da Comissão de Valores Mobiliários que, por ser o órgão normatizador e controla-
dor dessas empresas, disponibiliza documentos do tipo demonstrações financeiras,
relatórios, notas explicativas e outros.
O instrumento utilizado foi um questionário (estruturado), com perguntas
abertas e fechadas para os dados primários, e uma análise documental referente às
publicações dos demonstrativos para os dados secundários.
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Segundo Gil (1994, p. 24), o questionário pode ser definido “como a técnica
de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões
apresentadas por escrito às pessoas”, lembrando que o objetivo dessa investigação
é conhecer opiniões, sentimentos, interesses, expectativas, etc.
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
No decorrer dos meses de maio, junho e julho de 2004 foram enviados os ques-
tionários da pesquisa para todas as Sociedades Anônimas de Capital Aberto do Estado
do Rio Grande do Sul que estavam, no início de maio de 2004, com seu registro em
fase operacional no cadastro da Comissão de Valores Imobiliários, ou seja, com todos
os documentos contábeis e societários atualizados e publicados, podendo realizar
todas as ações permitidas para uma Sociedade Anônima de Capital Aberto.
O número total de questionários remetidos foi de 60, e a forma de envio foi
através do correio e por e-mail. Os questionários foram direcionados ao responsável
pela área financeira de cada empresa.
4.1 Características das empresas
A principal característica exigida nas empresas pesquisadas é a de que todas
fossem Sociedades Anônimas de Capital Aberto. Os questionários só foram enviados
às empresas que estavam com seus registros junto à CVM, em conformidade com
a legislação.
Outra característica observada é a de que, além de possuírem sede jurídica no
Estado do Rio Grande do Sul, verificou-se as atividades administrativas e financeiras
de cada empresa, se eram controladas nessa sede ou não, afim de traçar efetivamente
um perfil das empresas com controle financeiro de suas operações realizado no próprio
estado. Assim, foram excluídas da pesquisa as empresas que possuíam sede jurídica
no estado do Rio Grande do Sul, mas realizavam o controle financeiro fora.
4.2 Análise dos questionários
Do total de questionários remetidos, foram recebidos 48 respostas que repre-
sentaram o universo da pesquisa, pois correspondem a 80% do total.
O instrumento de pesquisa era composto por um questionário com 19 questões
que respondia às perguntas de pesquisa elaboradas neste trabalho. Nesse caso, as
questões foram elaboradas no sentido de verificar qual a utilidade da Demonstração
do Fluxo de Caixa no processo de gestão financeira.
A seguir apresenta-se uma síntese das questões mais relevantes, com as respostas
e as respectivas análises.
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Alexandre Costa Quintana • Valter Saurin
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a) Na empresa, os controles de caixa são subordinados ao:
Tabela 1: Responsável pelo controle de caixa
FUNÇÃO QUANTIDADE %
Diretor Financeiro 14 29,1
Gerente Financeiro 24 50,0
Controller 6 12,5
Chefe de Contabilidade 3 6,3
Outro: Chefe Depto. Financeiro 1 2,1
TOTAL 48 100,0
Fonte: dados da pesquisa
A Tabela 1 indicou que o controle de caixa fica normalmente subordinado ao
gerente financeiro, com 50%, ou ao diretor financeiro, com 29%; também foram
indicados o controller e os chefes de contabilidade e do departamento financeiro,
conforme descrito na Tabela.
b) A empresa elabora a Demonstração do Fluxo de Caixa? (como demons-
trativo contábil)
Tabela 2: Empresas que elaboram a Demonstração do Fluxo de Caixa
FUNÇÃO QUANTIDADE %
Sim 25 52
Não 23 48
TOTAL 48 100
Fonte:dados da pesquisa
A Tabela 2 mostra que 52% das empresas pesquisadas elaboram a Demonstra-
ção do Fluxo de Caixa. Em virtude da proposta do Projeto de Lei nº 3.741, que está
tramitando no Congresso Nacional e que obriga a elaboração desse demonstrativo,
haverá a necessidade de adequação das empresas que ainda não o elaboram, enquanto
as que já usam esse demonstrativo, apenas terão que adaptar-se ao possível modelo
que será proposto, já que no Brasil não existe um modelo oficial de DFC.
c) A empresa publica, em jornal, a Demonstração do Fluxo de Caixa, junto
às demais demonstrações financeiras (contábeis)?
O percentual de empresas que publicam a DFC representa 40% das empre-
sas que elaboram esse demonstrativo. Considerando que o total de empresas que
responderam ao questionário foi de 48, a quantidade que a publica torna-se, em
relação percentual, menos significativa. Foram dez empresas que responderam que
a publicam, representando aproximadamente 21% do universo pesquisado. E, ain-
da, considerando que as empresas pesquisadas são sociedades anônimas de capital
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aberto, que precisam ser amplas em seus demonstrativos, pois assim mostrarão
se é ou não interessante ser acionista de tais empresas, a não elaboração da DFC
representa uma perda em termos de informação.
Além disso, nota-se que 60% das empresas que elaboram a DFC, não a publicam,
ou seja, 15 empresas utilizam esse demonstrativo como um documento interno.
d) A Demonstração do Fluxo de Caixa é elaborada por qual método?
Nessa questão ficou identificado que 56% das empresas que elaboram a DFC
utilizam o método indireto, enquanto que as demais utilizam o direto, ou seja, 44%.
É importante lembrar que o método direto detalha as atividades operacionais através
da descrição de todos os pagamentos e recebimentos, enquanto que o método indireto
é estruturado em função do ajuste do lucro líquido do exercício para reconciliá-lo
ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais.
Nessa questão, outra informação importante obtida é a de que as empresas que
publicam a DFC utilizam o método indireto porque 100% o usam; mas no que se
refere às empresas que o elaboram e não o publicam, a situação se inverte; ou seja, a
maioria das empresas utiliza o método direto, pois 11 empresas entre as 15 que não
publicam a DFC, usam esse método e apenas quatro usam o método indireto.
e) A empresa aplica índices de desempenho na Demonstração do Fluxo de
Caixa?
Essa questão foi direcionada apenas para as empresas que elaboram a DFC, ou
seja, 25 empresas, correspondendo a 52% do total pesquisado. Dessa forma, verificou-
se que poucos são os índices de desempenho aplicados na DFC, não existindo um
padrão comum.
f) Na tomada de decisões na área financeira, a empresa utiliza?
Tabela 3: Instrumento utilizado na tomada de decisão na área financeira
INSTRUMENTO QUANTIDADE %
Fluxo de caixa diário 38 79,2
Demonstração do fluxo de caixa 01 2,1
Os dois instrumentos 09 18,7
TOTAL 48 100,0
Fonte: dados da pesquisa
A Tabela 3 evidencia que o principal instrumento utilizado na tomada de de-
cisões na área financeira é o fluxo de caixa diário, pois 79,2% das empresas que
responderam ao questionário optaram por tal instrumento.
Essa Questão também serviu para identificar que, mesmo as empresas que ela-
boram a DFC, acabam por utilizar o fluxo de caixa como instrumento de tomada de
decisões, pois apenas uma empresa utiliza a DFC como único instrumento e nove
empresas usam a DFC e o fluxo de caixa diário.
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g) Para definir a capacidade de investimentos da empresa, quais são os
instrumentos financeiros utilizados?
Gráfico 1: Instrumento utilizado para definir a capacidade de investimentos da em-
presa
Fonte: dados da pesquisa
Os investimentos representam a aplicação de recursos para manutenção
das atividades operacionais e com fins estratégicos. Considerando que uma das
informações possíveis de ser obtida na Demonstração do Fluxo de Caixa seja a
atividade de investimento da empresa, assim, a questão que está representada pelo
Gráfico 1, questionava qual o instrumento utilizado para definir a capacidade de
investimentos da empresa. O resultado demonstra que o fluxo de caixa diário é o
principal instrumento, com 46%, mas a DFC é utilizada em conjunto com o fluxo
de caixa em 27% das respostas. Novamente verifica-se que a DFC existe mais como
um dado complementar do que efetivamente como um instrumento na definição
da capacidade de investimentos da empresa.
h) Para verificar se a empresa necessitará de recursos, através da obtenção
de financiamento, quais são os instrumentos financeiros utilizados?
Gráfico 2: Instrumento utilizado para verificar se a empresa necessitará de recursos,
através da obtenção de financiamento
Fonte: dados da pesquisa
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Da mesma forma que nas demais questões, o instrumento identificado como
principal verificador de a empresa necessitar de recursos foi o Fluxo de Caixa
diário, com 64%. Percebe-se que, entre as empresas que elaboram a DFC, a
maioria utiliza esse instrumento para definir a obtenção de financiamentos, pois
entre as 25 empresas que elaboram a DFC, 14 delas apontaram o método como
um instrumento auxiliar na verificação da necessidade de recursos, mesmo que
em conjunto com o fluxo de caixa diário.
i) Para projetar a capacidade de honrar seus compromissos com terceiros,
quais são os instrumentos financeiros utilizados?
Gráfico 3: Instrumento utilizado para projetar a capacidade de honrar seus compro-
missos com terceiros
Fonte: dados da pesquisa
Nessa questão, percebe-se que a utilização do fluxo de caixa diário é mais
expressiva, pois 62% das empresas responderam que utilizam apenas esse instrumento
para verificar a capacidade de honrar seus compromissos com terceiros e que outros
25% o utilizam em conjunto com a DFC, ou seja, 87% das empresas pesquisadas
usam o fluxo de caixa diário. De outro lado, nessa questão, a DFC teve os menores
percentuais de respostas, pois nenhuma empresa apontou a utilização exclusiva da
DFC, e 25% apontaram a utilização junto a outros instrumentos.
j) Normalmente a projeção de fluxo de caixa é feita para um prazo de:
Gráfico 4: Prazo de projeção do fluxo de caixa
Fonte: dados da pesquisa
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Neste trabalho ficou identificado que a projeção de fluxo de caixa é uma ativida-
de presente em todas as empresas pesquisadas, por meio da análise do fluxo de caixa
diário, da DFC ou da projeção orçamentária. Essas projeções são feitas em espaços de
tempo diferenciados, algumas empresas fazem projeções para um único período e outras
fazem para períodos diferenciados. Por meio dessa questão, obteve-se a informação
de que o período mais utilizado é o anual, com 17 respostas, seguido do mensal, com
16, e do trimestral, com 15; mas as empresas fazem projeções também para períodos
semanais, semestrais e até para mais de um ano, conforme dados do Gráfico 4.
l) O modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa elaborado pela empresa
é baseado:
Com relação aos modelos de DFC utilizados pelas empresas, observou-se que
32% das empresas elaboram modelos baseados em normas internacionais ou em
função do modelo FASB (Financial Accounting Standards Board), e 52% elaboram
modelos próprios. Essa situação deve-se ao fato de que, no Brasil, não existe um
modelo oficial de DFC, em função de que tal demonstração não é obrigatória. Por
isso seria importante que o Conselho Federal de Contabilidade, responsável pela
regulamentação contábil no Brasil, definisse um modelo desse demonstrativo, pois,
como visto nas questões iniciais, 52% das empresas pesquisadas elaboram a DFC
e parte delas a publicam como um demonstrativo contábil. Não existe, porém, um
modelo oficial dessa demonstração. Assim, as empresas acabam confeccionando
modelos próprios que podem não aproveitar o potencial informativa da DFC.
m) Na opinião do responsável pela área financeira da empresa, a Demons-
tração do Fluxo de Caixa deve passar a ser elaborada e publicada como um
demonstrativo contábil de forma obrigatória pelas empresas?
Essa questão foi elaborada no sentido de verificar se as empresas consideravam
importante a obrigatoriedade na elaboração e publicação da DFC, obtendo 52% de
respostas positivas. Também foi solicitada uma justificativa à resposta, pois as res-
postas também serviram para verificar qual o entendimento e qual a importância dada
pelas empresas a esse demonstrativo, pois vários foram os motivos apontados para
tornar a DFC obrigatória e vários foram os argumentos contrários à obrigatoriedade,
conforme será descrito a seguir.
Entre as respostas a favor da obrigatoriedade na elaboração e publicação da DFC,
houve muitas ressaltando a utilidade do demonstrativo como instrumento de transparên-
cia da empresa e, por conseqüência, como ferramenta para análise por parte do público
externo. Outro ponto favorável à elaboração e à publicação da DFC, refere-se à facilidade
de entendimento. Também foi citada a questão da projeção futura da empresa.
Por outro lado, as empresas que responderam não, em um percentual de 48%,
também descreveram os seus motivos. O item mais citado refere-se ao fato de as in-
formações relativas ao caixa serem de interesse exclusivo dos departamentos internos
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da empresa. Outra resposta é a de que os demais demonstrativos já apresentam as
informações fornecidas pela DFC, sendo assim desnecessária a sua elaboração.
n) Cargo do funcionário que respondeu este questionário é:
Essa questão foi elaborada no sentido de verificar se a pessoa que respondeu
ao questionário estava efetivamente relacionada com o controle do fluxo de caixa.
Assim, constatou-se que 83% das pessoas que responderam exercem cargos de dire-
ção ou chefia na área financeira ou contábil, tendo conhecimento para considerar as
respostas adequadas. Além disso, dos 17% que não pertencem a essas áreas, mais da
metade exerce função de gerência, sendo constituída por profissionais que precisam
ter conhecimento da situação administrativa e financeira da empresa.
4.3 Análise dos documentos
A análise documental teve como objetivo verificar como se apresentavam as
informações financeiras das empresas pesquisadas, em suas demonstrações contá-
beis e financeiras publicadas. Para isso foi realizada uma pesquisa junto aos dados
constantes no site da Comissão de Valores Mobiliários, que reproduz todas as in-
formações publicadas pelas Sociedades Anônimas de Capital Aberto, visto que são
informações públicas e, por isso, disponíveis para consulta.
Por meio da análise de documentos das empresas, verificou-se que, além do
fluxo de caixa e da DFC, as empresas utilizam outros instrumentos para descrever
a sua situação financeira.
As informações que foram percebidas com mais constância foram: detalhamento
dos lucros auferidos na Demonstração do Resultado do Exercício, comparativo do
resultado do parâmetro EBITDA, informações relativas aos totais do ativo, passivo
e patrimônio líquido do Balanço Patrimonial, elaboração da Demonstração do Valor
Adicionado e descrição de índices de análise financeira.
A informação relativa aos lucros auferidos na Demonstração do Resultado
do Exercício é utilizada como parâmetro para identificar a situação financeira da
empresa. O detalhamento dos lucros é destacado, normalmente, no relatório de ad-
ministração (documento constante da publicação dos demonstrativos financeiros),
com informações sobre o resultado líquido do exercício, o resultado operacional e
o resultado bruto, bem como sobre a receita bruta e a receita líquida.
O EBITDA, ou lucro antes dos juros, dos impostos (sobre lucros), das deprecia-
ções/exaustões e amortizações é demonstrado também no relatório de administração.
Nota-se que esse parâmetro é utilizado para traçar comparativos de um período para
o outro, e para compará-lo com valores de empresas do setor.
A Demonstração do Valor Adicionado também é um instrumento utilizado como
demonstrativo complementar às informações contábeis e financeiras. Pode-se verificar
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que esse demonstrativo aparece como uma informação financeira, através do valor
adicionado ao negócio e como uma informação social, através do detalhamento da
distribuição desse valor adicionado.
O Balanço Patrimonial é citado pelas empresas, principalmente para identificar
os totais do ativo, do passivo financeiro e do patrimônio líquido, pois dessa forma
pode-se ter uma visão do total de recursos que compõem a estrutura patrimonial
da empresa.
Outro instrumento utilizado para demonstrar a situação da empresa é a análise
financeira por meio de índices. Apesar desse tipo de análise ser normalmente interna,
constata-se que várias empresas descrevem os seus índices no relatório de administra-
ção. Os índices que foram informados nos documentos pesquisados são: margem bruta,
margem operacional, margem líquida, retorno sobre o patrimônio líquido, liquidez
corrente, liquidez geral, grau de endividamento de longo prazo e lucratividade.
Além do exposto até aqui, a análise documental serviu para verificar se as in-
formações relativas à elaboração e à publicação da DFC, que constavam nos ques-
tionários respondidos, eram confirmadas nos demonstrativos publicados.
Percebe-se efetivamente que entre as 48 empresas que responderam aos ques-
tionários, apenas dez o publicam, conforme já apontado na análise dos questionários,
realmente todas as empresas que o publicaram utilizaram o método indireto.
Na análise dos documentos, também foi verificado que as 12 empresas que não
responderam ao questionário não publicam a DFC. Esse dado é importante, pois
apesar dessas empresas não terem fornecido os dados para pesquisa, foi possível
identificar que, do total de sociedades anônimas de capital aberto do estado do Rio
Grande do Sul, que estavam com seu registro na CVM em fase operacional, apenas
dez publicam a DFC. Considerando o universo de 60 empresas, isso representa que
16,7% efetivamente publicam a DFC.
5 CONCLUSÃO
Este trabalho teve com objetivo geral analisar se efetivamente a Demonstração
do Fluxo de Caixa está sendo utilizada como um instrumento de gestão financeira
pelas sociedades anônimas de capital aberto do Estado do Rio Grande do Sul.
Pode-se concluir que 52% das empresas pesquisadas elaboram a DFC, mas a
utilizam como um instrumento “auxiliar” na tomada de decisões internas na área
financeira. Identificou-se, também, que uma parte das empresas pesquisadas, corres-
pondente a 21% do total, publicam o demonstrativo com a intenção de divulgação
externa, mesmo não sendo um demonstrativo obrigatório.
Após identificar-se que a DFC é utilizada como um instrumento “auxiliar”
na tomada de decisão, o próximo momento foi verificar quais os tipos de decisões
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tomadas pelos administradores das empresas, em função da utilização da Demons-
tração de Fluxo de Caixa. Foi constatado que a DFC pode contribuir para definição
da capacidade de investimentos da empresa, para verificar se a empresa necessitará
de recursos, através da obtenção de financiamento e para projetar a capacidade de
honrar seus compromissos com terceiros, ou seja, efetivamente contribuindo para
a tomada de decisões internas na área financeira, mas normalmente sendo utilizada
como instrumento “auxiliar” nessas decisões.
Outro ponto constante da fundamentação teórica do trabalho foi identificar qual
o método de elaboração da DFC. Ficou constatado que as empresas que publicam a
DFC utilizam o método indireto, enquanto as que a elaboram para uso interno, pre-
ferem o método direto. De qualquer forma, essa informação mostra que, no Brasil,
o método indireto é o mais usado nas publicações.
Considerando que parte das empresas pesquisadas elaboram e publicam a DFC,
também foi objetivo deste trabalho verificar se eram utilizadas medidas de desem-
penho para analisar a DFC, mas constatou-se que essas medidas não são aplicadas
sobre o demonstrativo, pois apenas cinco empresas descreveram algum índice utili-
zado na análise financeira e nenhum desses índices eram específicos da DFC, sendo
apenas índices de análise de desempenho financeiro, os quais são obtidos por meio
de outros demonstrativos com utilização parcial da DFC.
Com os dados deste trabalho, pode-se afirmar que, no processo de gestão finan-
ceira, as empresas utilizam diversos instrumentos, como planos de investimentos,
orçamento, projeção de demonstrativos, EBITDA, demonstrações contábeis e outros,
mas que o principal instrumento de gestão financeira usado é o fluxo de caixa diário,
sendo a DFC utilizada como um documento auxiliar. Essa conclusão responde ao
último objetivo específico deste trabalho, que era de verificar, no caso das empresas
que não utilizam a Demonstração do Fluxo de Caixa, quais são os instrumentos
utilizados na gestão financeira.
Por fim, conclui-se que a DFC está sendo utilizada como um instrumento de
Gestão Financeira, por um número reduzido de sociedades anônimas de capital aberto
do Estado do Rio Grande do Sul. Isso tem sido usado mais como um demonstrativo
complementar e, em alguns momentos, traz contribuição para a gestão, respondendo
assim ao objetivo geral deste trabalho que era analisar se efetivamente a Demonstração
de Fluxo de Caixa está sendo utilizada como um instrumento de gestão financeira
pelas sociedades anônimas de capital aberto do Estado do Rio Grande do Sul.
Ainda é oportuno salientar que as limitações do trabalho detêm-se na popula-
ção pesquisada, pois as conclusões foram baseadas em informações de um grupo
específico de empresas, ou seja, sociedades anônimas de capital aberto do Estado
do Rio Grande do Sul. Assim não se pode afirmar que esse seja o resultado de todos
os tipos de empresas do país. Por isso, como recomendação para futuros trabalhos,
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apresenta-se a possibilidade de aplicação da pesquisa em outras regiões do país com
a finalidade de obter uma visão da utilização da DFC em todo o país. Além disso,
seria importante verificar como as empresas que não se classificam como sociedades
anônimas de capital aberto tratam a DFC. Na pesquisa, também foi constatado que,
além da DFC, existem outros instrumentos importantes na gestão financeira. Por isso
é recomendável a realização de estudos desses instrumentos, principalmente no que
se refere ao EBITDA, pois é um instrumento muito utilizado pelas empresas, mas
com poucos artigos e pesquisas realizados sobre o assunto.
ANALYSIS OF THE USE OF CASH FLOW STATEMENT AS A TOOL FOR
FINANCIAL MANAGEMENT IN OPEN CAPITAL CORPORATIONS IN
THE STATE OF RIO GRANDE DO SUL
Abstract
The purpose of this work is to verify whether Cash Flow Statement has really been
employed as a tool for financial management by open capital corporations in the
State of Rio Grande do Sul, Brazil. In procedural terms, in order to accomplish
the purpose of this research a questionnaire was created and sent to open capital
corporations in the State of Rio Grande do Sul. Also a documental analysis of
accounting and financial statements of those corporations was conducted. The
analysis of questionnaire answers shows that the Cash Flow Statement has only
been employed as a tool for financial management by a small number of open
capital corporations in the State of Rio Grande do Sul, and that this Statement has
mainly been employed as a complementary statement, which sometimes provides
some contribution for the management.
Keywords: Cash Flow Statement. Managerial Financing. Accounting Statement.
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ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e
controle financeiros. 8. ed. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 2000.
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