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Ross (2003) expõe as mudanças epistemológicas na geomorfologia do
século XX.
A partir da década de 20, os geógrafos alemães como H. Mostensen, J.
Budel, E. Felo e H. Wilhelmy, bem como os franceses representados por De
Martone, Cholley, Dresch, Birot, Cailleux e Tricart, em seus trabalhos, fruto
de pesquisas ou então através da publicação de manuais, passaram a
trabalhar com a concepção da geomorfologia climática. Dentro dessa nova
postura de análise geomorfológica, a erosão normal deixou de ser a base
da interpretação para explicar a evolução do relevo, surgindo outros
elementos de avaliação nos processos geradores das formas (ROSS,
2003).
Neste contexto geral a erosão é classificada, quanto à sua natureza, em
erosão normal, ou em erosão acelerada; a primeira representa a erosão de caráter
natural que vem ocorrendo deste os primórdios da formação geológica da Terra;
enquanto a erosão acelerada decorre pela ação humana, principalmente, em função
das modificações no uso da terra. Este tipo de erosão está intimamente ligado às
características do meio físico e, também, da ação antrópica sobre a vegetação,
geometria do relevo (através de obras de engenharia) e características dos solos,
por exemplo, a compactação dos solos pelo maquinário agrícola (proporcionando
uma redução na infiltração dos solos).
Existem dois tipos de erosão: normal ou geológica, que é causada por
fenômenos naturais tais como a chuva e o vento, que provocam contínuas
mudanças na superfície terrestre e, a erosão acelerada
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ou simplesmente
erosão, que é causada pela interferência do homem nesse processo de
modificação da crosta terrestre podendo diminuir ou, como é mais comum,
acelerar sua intensidade (BAHIA et al.,1992 apud CAVICHIOLO, 2005).
A erosão dos solos, além de ocasionar o assoreamento dos corpos hídricos,
proporciona gradualmente a perda das camadas férteis do solo, ou seja, os
horizontes O e A, no qual se encontra boa parte da matéria orgânica.
De acordo com Conti e Furlan (2001) a capa superior desse pacote
(horizonte), chamada primeiro horizonte, contém uma camada denominada húmus.
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É o aumento da taxa de erosão sobre a erosão geológica ou normal, em decorrência da quebra do
equilíbrio do meio ambiente pelas atividades humanas, principalmente as advindas das alterações
conduzidas na cobertura vegetal, tais como, uso excessivo de pastagens, retirada de madeira por
derrubada ou queima, práticas inadequadas de cultivo, etc (FENDRICH, 1997).