O discurso equivalente à Ideia Central A, da quarta questão, foi composto
dos depoimentos de nove profissionais do CAPSi (sendo seis da SER III –
coordenadora/psicóloga, enfermeiras, psicopedagogo, psicólogo e técnica em
enfermagem e três da SER IV – coordenadora/enfermeira, terapeuta ocupacional e
psicólogo). As falas evidenciam aspectos positivos do CAPSI em seu papel de
facilitador da inserção social destas usuários que sofrem com um transtorno mental.
Os profissionais percebem, na atualidade, um olhar diferenciado da sociedade sobre
essas crianças ou adolescentes e suas famílias. A expressão que melhor retrata
esta opinião encontra-se no seguinte recorte: “Até nos transtornos mentais graves,
severos e persistentes, vemos a questão da convivência na reinserção familiar, pois
passamos que elas podem viver em sociedade. Não como antigamente!”.
IC (A)
O papel do CAPS é muito eficaz
DSC
O CAPSi vem da reforma psiquiátrica é uma perspectiva nova, que está sendo
colocado em prática. Tem contribuído muito para o bem estar social não só no
tratamento clínico, mas, de alguma maneira, lá fora seu papel é realmente muito eficaz.
Observo que ele (CAPSi) tem grande importância na Saúde Pública, é uma
instituição psicossocial muito válida, porque além de atuar na patologia, tem uma
missão de realizar o tratamento e inserir o indivíduo na sociedade como um todo. E
com o conselho local se tem um processo de inserção social mais ativo.
Quando a gente fala em saúde mental, vê que existe certo estigma. O transtorno
psíquico vai levar à dificuldades nas relações com a família, a escola e o meio social
em que a criança e o adolescente vivem... A partir do momento que a gente pensa
nesta perspectiva, temos condições de favorecer a organização das relações destes
com o social. É muito importante a gente esta em contato com esse meio social.
Até nos transtornos mentais graves, severos e persistentes, investimos na
convivência, na reinserção familiar; pois pensamos que elas podem viver em
sociedade.
Nesse contexto, o papel do CAPS se concentra na questão da orientação, do apoio
a família – principalmente quando se tem crises graves, às vezes psicóticas, e a
família não entende, por que, para ela, é uma coisa nova.
A gente está iniciando um trabalho de educação na escola, onde se explica um
pouco o que é o CAPS e qual a sua filosofia, missão e perfil de pacientes. No momento
exatamente da inserção, a gente conversa com os professores acerca do sentimento
de estar recebendo aquele aluno. Já que agora toda escola é obrigada a receber as
crianças ditas especiais... Às vezes a criança ou o adolescente esta afastado a algum
tempo da escola, então a gente favorece retorno dele. Trabalhando sempre na
perspectiva de que o paciente tem que retornar as suas atividades. O retorno a escola
marca muito, é como se fosse um termômetro. Eles dizem: “se eu estou voltando para
a escola é que estou ficando melhor, né doutora?”.
Através das terapias complementares, a gente facilita a inserção da criança em
outras atividades, também, como: o esporte, a arte e o teatro. Assim ela não fica só
aqui dentro. A arte-terapia é muito importante.
Temos muito a ganhar, vemos melhoras dentro de diversas áreas, na terapia
ocupacional, enfermagem, psicologia... Vemos os resultados de uma forma mais rápida