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Existem diferentes códigos de conduta e padrões no setor agrícola e no
próprio setor cafeeiro. A maioria deles lida com aspectos ecológicos e sociais, como também
com café específico, regiões específicas ou métodos de produção específicos.
O objetivo é desenvolver dimensões sociais, ecológicas e econômicas
de sustentabilidade da produção, processo e marketing de café verde, por meio de um processo
participatório que servirá como um código de conduta.
A Comissão Brundtland, de 1987, da ONU, “Nosso Futuro Comum”,
define o desenvolvimento sustentável como sendo “aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias
necessidades”. O conceito de desenvolvimento sustentável, expresso dessa maneira, embora
tenha conotação forte, não é operacional. A Agenda 21 é mais específica ao determinar que o
desenvolvimento sustentável deve levar em conta o resultado econômico, a preservação
ambiental e o interesse social. Dessa forma, a diretriz básica do desenvolvimento sustentável,
que deverá estar presente também na cafeicultura, é a de conciliar as três coisas.
A tecnologia de produção de café desenvolvida no Brasil tem todas as
condições para se adaptar a essas novas exigências, mas, para isso, terá que estabelecer o seu
código de conduta, de forma que toda a cadeia produtiva possa receber a necessária
certificação. Assim, a participação no comércio internacional com diversos produtos
agropecuários, inclusive o café, pressupõe, cada vez, mais uma postura correta em relação ao
ambiente, ao trabalhador e à segurança dos produtos ou, em síntese, em relação ao
desenvolvimento sustentável. Embora o café já tenha tradição na busca da garantia de
qualidade, a busca do “café sustentável”, no sentido mais amplo do termo, exige um esforço
bem maior de organização e acompanhamento.
Para produzir dentro das exigências do desenvolvimento sustentável,
podem-se visualizar duas etapas. A primeira consiste em definir as boas práticas de produção,
ou código de conduta, termo também usado, e adotá-las efetivamente. A segunda consiste em
conseguir, por meio de uma terceira parte, certificação de que o café está sendo produzido de
acordo com o que foi estabelecido. A produção integrada é um desses sistemas, visando uma
possível implantação da produção integrada de café (PIC). Trata-se de um sistema que
estabelece boas práticas e permite a certificação, além de apresentar importante conotação
agroecológica. Cabe ressaltar que a produção integrada, como qualquer sistema similar,