Análise da influência do teor de umidade na absorção d’água e sucção dos solos em estudos de erodibilidade.
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Tendo em vista essas relações, Oliveira (2004) afirma que, em geral, a previsão do
comportamento dos solos não-saturados exige a compreensão dos fluxos de água entre solo e
a atmosfera, sendo que inúmeros trabalhos retratam a importância dessa análise nesse tipo de
solo, como os de: Reichardt,1993; Queiroz, 1999; Medeiros, 2001; Naime,2001; Netto, 2004;
Engler, 2004; Gerccovich, 2004; Palma, 2004; Cavalhero, 2005; Burgos, 2005; Cardoso
Júnior, 2006; Mota, 2007; Dourado Neto, 2007.
2.2.3. Potencial da água no solo
A base física dos conceitos isotérmicos dos processos relativos às interações entre a
água e o solo constitui-se dos conhecimentos inicialmente publicados por Buckingham
(1907), citado por Machado (1998), que realizou estudos sobre o movimento da água no solo
e definiu um potencial capilar a um dado teor de umidade e a uma temperatura e massa
específica do solo, como sendo o trabalho reversível, por unidade de massa, necessário para
transferir água de um solo para um reservatório com água pura.
Segundo Vilar (2000), a ocorrência de água em um solo não saturado, pode ser descrita
recorrendo-se à quantificação do estado de energia em que a água se encontra. Reconhecem-
se, classicamente, duas formas de energia: a potencial e a cinética. Nos solos, considerando-se
a reduzida velocidade de fluxo nas situações corriqueiras, a energia cinética é usualmente
desprezada. A energia potencial, ou simplesmente, potencial da água, decorre da interação da
água com campos de força, como por exemplo, o gravitacional.
De acordo com Machado (1998), para que se defina o potencial de água no solo, deve-
se antes se estabelecer um estado de referência padrão, a partir do qual as medidas da água no
solo possam ser retiradas sem ambigüidades. Levando em conta a componente de água no
solo, define-se o estado de referência padrão como sendo uma solução livre da influência da
matriz do solo, pura (sem a presença de solutos), num dado referencial de posição, à uma dada
temperatura e submetida à pressão atmosférica padrão.
Assim sendo, outras definições podem ser expostas como as realizadas por Richards
(1928); Iwata et al. (1988); Brady (1989) apud Pereira (2004); e Röhm (2004),
respectivamente:
“É a mínima energia por unidade de massa, necessária para deslocar um volume
infinitesimal de água de um estado de referência arbitrado, até outro ponto da fase
líquida que permaneça em repouso.”