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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA
ANÁLISE DA FUNCIONALIDADE
DO PRONTUÁRIO DE ATENDIMENTO
DO GERENCIADOR DE INFORMAÇÕES LOCAL (GIL)
EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA
NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.
Levi Faustino dos Santos
Dissertação apresentada como
requesito parcial para obtenção do
título de Mestre no Programa de
Mestrado Profissionalizante em
Gestão da Informação e
Comunicação em Saúde da Escola
Nacional de Saúde Pública
Fundação Oswaldo Cruz.
Orientadora: Elyne Montenegro Engstrom
Rio de Janeiro
2010
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1
DEDICATÓRIA
À memória de meus pais e avó, que com dificuldades, generosidade
e sabedoria construíram minha base humana.
À minha filha Beatriz, para quem dedico minhas conquistas, pelas
alegrias e imenso orgulho que me proporciona.
À minha companheira Deise, pelo companheirismo exercido nos
diversos momentos de dificuldades e alegrias.
À minha família e aos amigos, que representam e significam
muitíssimo em minha vida, principalmente pelas possibilidades
de trocas existentes nos relacionamentos.
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2
AGRADECIMENTOS
Aos profissionais de Equipe de Saúde da Família do módulo Samora Machel,
Gerência e Coordenação do cuidado do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Farias
(CSEGSF) envolvidos na pesquisa, parceiros fundamentais para o sucesso do trabalho
de campo.
Aos profissionais do SEDIS e no cuidado, apoio e comprometimento para
execução deste trabalho.
Aos amigos de trabalho do Datasus, departamento onde tive privilégio de
suscitar as vidas inquietantes na procura de respostas para as perguntas de ordem
profissional, na busca de um mundo mais justo e equânime.
A minha orientadora Elyne Engstrom, pela paciência e generosidade na
construção conjunta do presente trabalho.
3
Resumo
Este trabalho apresenta o relato e a análise de uma experiência adrede planejada para a
utilização do prontuário de atendimento do gerenciador de informações locais (GIL) –
sistema de informação desenvolvido pelo MS/Datasus que visa processos de trabalho de
estabelecimentos ambulatoriais do SUS – numa unidade de atenção primária do
município do Rio de Janeiro: o Centro de Saúde Germano Sinval Faria, da
ENSP/Fiocruz. Sucintamente, as principais ações em cada setor de trabalho foram: (i)
no setor de atendimento cnico aos pacientes, a coleta de informações ambulatoriais
realizadas diretamente no computador; (ii) no setor de documentação e informação em
saúde, a reorganização dos processos de trabalho visando o alinhamento com a nossa
pesquisa; (iii) no setor de coordenação do cuidado e gerência do nível local, a
verificação do nível de utilização das informações em saúde geradas pelo SI. Uma das
conclues elaboradas é que, com os aperfeiçoamentos sugeridos pelo grupo de estudo,
o prontuário de atendimento do GIL atenderá as necessidades de informações em saúde
para a gestão de estabelecimentos de atenção primária do SUS.
.
Palavras-chaves: Atenção primária, Registro eletrônico, Informação em saúde, SUS
Abstract:.
This paper presents a description and analysis of an experience adrede planned to use
the medical care of the local information manager (GIL) - information system
developed by MS / Datasus designed to work processes of the SUS health clinics - a
unit of primary care facilities in Rio de Janeiro: the Health Center Sinval Germano
Faria, ENSP / Fiocruz. Briefly, the main actions in each sector of employment were: (i)
sector clinical care provided to patients, the data collection procedures performed
directly on the computer, (ii) in the field of documentation and information on health,
the reorganization of work that will align with our research, (iii) sector coordination of
care and management of local government, to verify the level of use of health
information generated by SI. One conclusion drawn is that with the improvements
suggested by the study group, the medical care of GIL meet the needs of health
information for the management of establishments of primary care SUS.
Key-words: Primary, Electronic Registration and Health Information
4
SUMÁRIO
1. Introdução 9
2. Justificativa
2.1 – Política Nacional de Atenção Básica 15
2.2 – Política Nacional de Informação e Informática em Saúde 16
2.3 – O Datasus e a Política Nacional de Informação e
Informática em Saúde 18
2.4 - A importância das informações em saúde no âmbito local 19
2.5 - GIL
2.5.1 - Gênese e potencialidades 22
2.5.2 - Explorando as Potencialidades do GIL 25
2.6 Contexto institucional – Centro de Saúde Escola Germano Sinval
Faria/ENSP 34
3. Objetivos
3.1 Geral 36
3.2 Específicos 36
4. Metodologia 37
5. Resultados 43
6. Discussão 56
7. Referências Bibliográficas 64
5
Lista de siglas
SIGLA DESCRIÇÃO
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACS Agente Comunitário de Saúde
CID Código Internacional de Doenças
CMS Centro Municipal de Saúde
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
CFM Conselho Federal de Medicina
CTI Centro Tecnológico de Informática
COSAB Coordenação de Sistemas de Atenção Básica
CSEGSF Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria/ENSP/FIOCRUZ
DAB Departamento de Atenção Básica
DATASUS Departamento de Informática do SUS
EAS Estabelecimento de Assistência à Saúde
ESF Estratégia de Saúde da Família
GIL Gerenciador de Informações Locais
HIPERDIA Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e
Diabéticos
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
PACS Programa de Agentes Comunitário de Saúde
PNAB Programa Nacional de Atenção Básica
PNI Programa Nacional de Imunizações
PNIIS Potica Nacional de Informação e Informática em Saúde
PSF Programa de Saúde da Família
SEDIS Serviço de Documentação e Informação em Saúde
SIAB Sistema de Atenção Básica
SIASUS Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
SIGAB Sistema de Gerenciamento de Ambulatoriais Básica
SIGTAP Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e
OPM do SUS
SISPRENATAL Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento
SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
SUS Sistema Único de Saúde
6
Lista de Quadros
Quadro 1. Utilização da informação do GIL na rotina gerencial e SEDIS do CSEGSF/ENSP 2009. 46
Quadro 2. Potencialidades das informações do GIL segundo grupo de estudo no CSEGSF. Rio
de Janeiro, 2009
48
Quadro 3, Dificuldade no uso e pontos fracos do GIL segundo grupo de estudo no CSEGSF
(SEDIS). Rio de Janeiro, 2009
50
Quadro 4. Informações que gostaria de obter e sugestões para melhorias do GIL segundo
grupo de estudo no CSEGSF. Rio de Janeiro, 2009.
52
Quadro 5. Prontuário de atendimento do GIL, segundo grupo de estudo no CSEGSF. Rio de
Janeiro, 2009
55
7
Anexos
i. Lista de figuras
Figura 1. Tela de lançamento dos dados de atendimento ao paciente do Sistema GIL
Figura 2. Quantitativo de usuários que fizeram download” do GIL por motivo de implantação,
dezembro de 2009.
Figura 3. Total de municípios e Estabelecimento de Saúde que utilizam o GIL, dezembro de 2009.
Figura 4. Tela de cadastramento de Estabelecimento Assistencial de Saúde do GIL, dezembro de 2009.
Figura 5. Tela de Cadastramento de Profissionais do GIL, dezembro de 2009.
Figura 6. Tela de Cadastramento de usuários do GIL, dezembro de 2009.
Figura 7. Diagrama de Apresentação do GIL
Figura 8. Tela Prontuário de Atendimento do GIL, dezembro de 2009.
Figura 9. Seleção para impressão dos exames solicitados, prescrição de medicamentos, dados do
Prontuário de Atendimento dos usuários do GIL, dezembro de 2009.
Figura 10. Tela de lançamento dos atendimentos individuais do GIL com as abas de dados de
atendimento e Prontuário de Atendimento, dezembro de 2009.
Figura 11. Tela de Impressão de prescrição de medicamentos do GIL, dezembro de 2009.
Figura 12. Tela de Impressão de dados do Prontuário de Atendimento do GIL, dezembro de 2009.
Figura 13. Tela de consulta aos procedimentos Sistema de Gerenciamento da Tabela de
Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS, dezembro de 2009
Figura 14. Tela de Impressão dos dados do Prontuário de Atendimento do GIL, dezembro de 2009.
Figura 15. Tela de Impressão de prescrição de medicamentos do GIL, dezembro 2009.
8
ii. Termo de consentimento livre e esclarecido
iii.Questionários (Coordenadores da atenção sica / Gerente do Centro de Saúde,
Serviço de documentação e informação em saúde e Profissionais do atendimento
ambulatorial)
iv.Orientações para preenchimento do prontuário de atendimento do GIL
v. Listagem dos procedimentos possíveis de serem realizados pelas Especialidades Médico de Saúde
da Família e Enfermeiro de Saúde da Família
9
INTRODUÇÃO
Ao ter como premissa que o uso adequado da tecnologia da informação
possibilita melhorar a saúde da população de um país, a implementação da Potica
brasileira de informação e informática em saúde ime desafios a gestores e
profissionais tais como qualificar, integrar e articular informações em saúde, que
subsidiem a formulação e avaliação de poticas e ações de saúde.
Uma estratégia importante para tal qualificação é o registro eletnico dos
eventos em saúde - em ações individuais e coletivas. Este deve objetivar a melhoria da
qualidade e eficiência dos processos de trabalho, automaticamente alimentando a cadeia
de informações e eliminando todos os demais instrumentos paralelos de coleta relativos
a este evento. (PNIIS, 2006). Segundo Wakers et al (1999), o registro eletrônico em
saúde é qualquer informação relacionada com o passado, presente ou futuro da saúde
física e mental, ou condição de individuo, que reside em um sistema eletrônico usado
para capturar, transmitir, armazenar, disponibilizar, ligar e manipular dados multimídia
com propósito primário de um serviço em saúde.
O registro em saúde, que teve seu início na prática clínica, para
acompanhamento da evolução dos doentes, devem ser completos, acurados, objetivos e
concisos de forma a potencializar o uso de bases de dados administrativas, que têm
prontuários como fonte de dados, na avaliação da qualidade da assistência à saúde
(Vasconcellos, 2008). Segundo os autores, o registro em saúde deve ser considerado
critério de avaliação da qualidade da prestação de serviço de saúde, isto é, a qualidade
dos registros efetuados é reflexo da qualidade da assistência prestada, sendo ponto
chave para informar acerca do processo de trabalho.
No âmbito da atenção a saúde da população, uma fonte importante de registro
em saúde é o prontrio do paciente ou usuário, definido como o documento único,
constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas com
base em fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele
prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre
membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao
indivíduo.
Os registros em saúde são estratégicos para a decisão cnica e gerencial; para a
formulação; implementação e avaliação de poticas públicas; para documentar
demandas legais; para o apoio à pesquisa e formação profissional. Os usuários dos
10
prontuários são, portanto, os profissionais diretamente envolvidos na prestação do
cuidado e na gestão, pesquisadores, docentes, alunos do campo da saúde e o próprio
paciente. (Vasconcellos, 2008)
A utilização das ferramentas e instrumentos da informática no processo do
atendimento de pacientes auxilia os profissionais da saúde no exercício de sua profissão,
facilita à coleta e o armazenamento das informões, a tomada de decisão, a busca da
terapêutica mais adequada, a troca de informações entre profissionais, instituões e
pacientes, a realização de pesquisas, criando assim condições necessárias para melhor
enfrentar os desafios da atenção à saúde no país.
Contudo, os sistemas de informação em saúde brasileiros mantêm os impressos
em papel como instrumento de registro de informações para coleta adicional aos
registros profissionais e administrativos, duplicando o trabalho de registro rotineiro de
dados. Este re-trabalho e a digitão posterior dos dados aumentam a probabilidade de
erros e vieses na informação produzida e utilizada para a tomada de decisão.
As informações coletadas no nível local são importantes para o planejamento de
ações e implementações de políticas desenvolvidas pelo nível central, mas também tem
expressiva importância para o gerenciamento da atenção básica, lócus de produção de
grande número de informações não apenas de usuários, mas de indicadores de saúde e
condições de vida dos moradores de territórios sob responsabilidade da Estratégia de
Saúde da Família.
Para implementar as diretrizes da atenção básica à saúde, que tem como
referencial a Potica Nacional de Ateão Básica (PNAB, 2006), as informações em
saúde são alicerces e instrumentos facilitadores para que este nível de atenção atue
como centro coordenador e porta de entrada do SUS.
A atenção básica é entendida como um conjunto de ações de saúde, no âmbito
individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É
desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e
participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios
bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a
dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. É o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da
universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do nculo e
continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da
11
participação social.
Para desempenhar seu papel de centro de comunicação na rede de um sistema
integrado de serviços de saúde, a atenção básica deve cumprir três papéis essenciais: o
papel resolutivo, intrínseco à sua instrumentalidade como serviço de saúde resolver a
grande maioria dos problemas de saúde da população; o papel organizador relacionado
com sua natureza de centro de comunicação organizar os fluxos e contra-fluxos das
pessoas pelos diversos serviços e o de responsabilização e co-responsabilização pela
saúde dos cidadãos em quaisquer serviços de sde em que estejam dentro ou fora do
terririo.
Para isso, é preciso avançar nos instrumentos de produção e disseminação de
informações do vel local – aqui considerado o espaço do atendimento clínico e
gerencial da atenção básica. Informações com qualidade, ágeis e que respondam às
necessidades locais podem contribuir de forma efetiva na tomada de decisões para
gestão da clínica, para conhecimento do processo de trabalho local, para planejamento,
monitoramento e avaliação de ações de saúde, que resultam na eficiência da gestão e
melhoria da atenção prestada à população.
Moraes (2002) afirma que a informação em saúde vem se constituindo em
espaço estratégico fundamental de disputa entre modelos de gestão e,
conseqüentemente, de organização de informação em saúde; esta vem se constituindo
em um ponto denso de relações em um poder local e, ao mesmo tempo, lugar de registro
e produção de saber.
O uso racional da informação e informática em saúde, em consonância aos
princípios constitucionais, é papel do Datasus, cuja missão é prover os órgãos do SUS
de sistemas de informação e suporte de informática, necessários ao processo de
planejamento, operação e controle do Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto
desenvolve uma gama variada de sistemas tanto na área ambulatorial, quanto na área
hospitalar.
Um dos principais desafios da tecnologia da informação na área da saúde é a
interoperabilidade entre os sistemas de informações existentes, pois são diversos os
aplicativos para os diferentes níveis de complexidade. No Brasil a dificuldade no
consenso de padrões de interoperabilidade, para a área da saúde de certa forma dita a
velocidade para os avanços nas discussões do prontuário eletnico do paciente.
12
Verificam-se escassas experiências sobre esse tema que são voltadas para a atenção
primária à saúde, desenvolvidos por órgãos públicos.
necessidade de se avançar nos instrumentos de produção e disseminação de
informações do atendimento, visando sua utilização na tomada de decisão gerencial,
planejamento de ações de saúde e melhoria da gestão.
O SUS tem 20 anos de existência, mas as discussões para padronização de
registros clínicos tiveram inicio no ano de 1997, com recomendações da Rede
Interangencial de Informações para a Saúde (RIPSA) para a criação do Comi
Temático Interdisciplinar de Padronização do Registro Clínico (Comi PRC). O
Comitê teve o objetivo de estabelecer padrões para a construção de prontuários
informatizados.
Em 1999, o Ministério da Saúde proe um conjunto mínimo de informações
sobre o paciente que devem constar de um prontuário eletrônico, para permitir a sua
integração nos diversos sistemas de informação de saúde nacionais.
Apesar da rapidez dos avanços da informática e tecnologias de informação em
saúde disponíveis nas últimas décadas, ainda uma lacuna de aplicação de tais
tecnologias na atenção clínica: a coleta e processamento de dados ainda registrados de
forma manual, a profusão de papéis e formulários que dificultam o processo de trabalho
e a produção de informações.
Entre os sistemas da área ambulatorial e aplicável a atenção básica, o
Gerenciador de Informações Locais (GIL) tem objetivo de suprir as necessidades dos
estabelecimentos deste nível de complexidade. O GIL vem sofrendo alterações e
melhorias ao longo dos anos, desde sua criação, inclusive com a implementação da
funcionalidade de prontuário de atendimento do paciente.
O estágio atual do GIL possibilita organizar os processos de trabalho dos
estabelecimentos de saúde da atenção básica. Entretanto, neste momento, o aplicativo
encontra-se em fase de reformulação. A adaptação de algumas de suas funcionalidades
para uso local deve ser considerada estratégica para o aperfeiçoamento do sistema,
visando atender às necessidades do nível local.
13
A funcionalidade do prontuário de atendimento permite coletar informações do
atendimento ao paciente, realizado pelo profissional do cuidado, sendo informadas
diretamente no computador. Esses dados são impressos, necessitando da assinatura do
profissional que realizou o atendimento, para posterior arquivamento do prontuário do
paciente.
Atualmente a funcionalidade é utilizada por algumas unidades de saúde do
SUS e seu uso necessita de análise crítica dos usuários locais do sistema, visando
melhorias e correções para sua disseminação em outros equipamentos de saúde da
atenção básica (como Clínicas de Saúde da Família, Núcleos de Apoio A Saúde da
Família, demais Unidades de Saúde).
Existe uma oportunidade no cenário nacional de redefinição dos sistemas da
atenção básica, visto que os implantados até hoje parecem o responder às
necessidades de gestores e profissionais envolvidos do cuidado. O novo Gil, versão
lançada em 2009, é alvo de mudanças para torná-lo o sistema capaz de integrar as
informações e práticas da atenção sica no país.
Portanto, é fundamental evoluir no aproveitamento das potencialidades do
sistema, dentre elas, de ser um sistema para a atenção e gestão da clínica, para uso no
nível local. Pode-se acreditar nas potencialidades deste sistema e investir nas arenas de
discussões das poticas públicas e na formulação técnica para construção e utilização da
funcionalidade do prontuário eletrônico para o vel local voltado às necessidades da
clinica, quebrando a lógica hegemônica de produção principalmente para o faturamento
dos procedimentos realizados.
O presente projeto tem como objeto a avaliação da funcionalidade do prontuário
de atendimento clínico do GIL, como auxilio no acompanhamento das ações de uma
equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de uma unidade de atenção sica de
saúde no município do Rio de Janeiro - Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria
(CSEGSF) - possibilitando a partir de uma realidade local, refletir sobre a transformação
de capacidade de intervenção no mundo real (Moraes, 2002).
Em funcionamento há mais de 40 anos o CSEGSF, departamento da
ENSP/Fiocruz, é a unidade de saúde responsável pela atenção básica da população no
terririo de Manguinhos/Rio de Janeiro, adotando desde 2000, a estratégia de saúde da
família como modelo assistencial principal, além de atuar com o suporte de equipes
14
matriciais. Além disso, esta é uma unidade que desde o ano de 2000, tem utilizado o
GIL, em suas várias versões, como sistema de gerenciamento da atenção básica.
Destaca-se como cenário facilitador do presente estudo, o fato de o CSEGSF ser
uma unidade piloto em diversos projetos do Datasus, sendo lócus privilegiado para
discussões, pesquisas, análises e avanços na melhoria da funcionalidade de prontuário
de atendimento, ampliando as vantagens no uso da ferramenta gerencial.
Com base no exposto, entende-se que com pequenas adaptações no processo de
trabalho do CSEGSF é possível utilizar o prontuário de atendimento do GIL como
instrumento de uso diário e contínuo da atenção clínica no âmbito da atenção primária e
da estratégia de saúde da família.
De acordo com o exposto, o presente estudo objetivou realizar a análise da
utilização da funcionalidade do prontuário de atendimento do GIL pelos profissionais de
saúde, sendo aplicado projeto de intervenção adaptando às funcionalidades ao cenário
local.
15
2. JUSTIFICATIVA
2.1 Política Nacional de Atenção Básica
No Brasil, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido pela
Constituição Federal de 1988 e pela Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, instrumentos
legais que criaram e consolidaram o SUS no país. Tal direito deve ser garantido
mediante Poticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Inúmeros avanços tem se registrado na consolidação do SUS no país ao longo
das últimas décadas, como a ampliação da atenção básica de saúde, considerada como
porta de entrada e ordenadora do cuidado, a incorporação de novas tecnologias
assistenciais, a valorização das informações em saúde para planejamento e avaliação da
efetividade das poticas públicas.
No escopo do presente trabalho por estabelecerem diretrizes nacionais
inovadoras e de ampla aplicação para a implantação da gestão da informação em
serviços de saúde, cabe destacar a Política Nacional de Atenção Básica (Brasil, 2006) e
a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS, 2004).
A Potica Nacional de Atenção Básica (Brasil, 2006:7) teve sua criação com a
portaria 648. de 28 de março de 2006, estando fundamentada nos princípios
assistenciais e organizativos do SUS, consignados na legislação.
A PNAB define a atenção básica como um conjunto de ões de saúde, no
âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da
saúde.
Promoção da saúde neste trabalho segue as bases conceituais e poticas,
entendidas na Primeira Conferência Internacional sobre promoção da saúde, realizada
na cidade Ottawa (MS, 2002), em novembro de 1996, onde ela foi definida como
sendo:
16
“o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação do controle
deste processo”
Neste evento Freire (2002:114) foi um dos norteadores dos princípios de
reorientação da promoção da saúde, destacando que o profissional de saúde deve estar
aberto ao diálogo tendo como objetivo a melhoria da qualidade de vida, devendo ter
consciência que:
“conhecer não é um ato no qual um sujeito, transformado em objeto, recebe
dócil e passivamente os conteúdos que o outro dá, ou lhe impõe. O
conhecimento pelo contrário, exige presença curiosa do sujeito em face do
mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma
busca constante. Implica invenção e reinvenção (1982)
Para atender a definição proposta pela PNAB desenvolve por meio do exercício
de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho
em equipe, dirigida a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária.
O uso do GIL com suas diversas funcionalidades propicia ao gestor local e aos
profissionais de saúde diretamente envolvidos com o cuidado, a melhoria dos processos
de trabalho, otimizando o alcance da longitudinalidade à atenção primária possibilitando
conhecer a história da vida e a integralidade das ações à saúde com seus múltiplos
olhares e saberes, propiciando aos profissionais de saúde ter visões complementares,
desta forma articulando condutas e saberes.
2.2 Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
A Potica Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS, 2004)
construída por um processo participativo têm como objetivo conduzir o processo de
informatização do trabalho de saúde, tanto nos cuidados individuais quanto nas ações de
saúde coletiva, de forma a obter os ganhos de eficiência e qualidade permitidos pela
tecnologia, gerando automaticamente os registros eletrônicos em que serão baseados os
sistemas de informação de âmbito nacional, resultando, pois em informação de maior
confiabilidade para gestão, geração de conhecimento e controle social (Brasil, 2004).
17
A PNIIS destaca a relevância de poticas e estratégias setoriais de comunicação
e informação em saúde, diante de suas possibilidades de geração de novos processos e
produtos, e de mudanças nos modelos institucionais de gestão.
Na implementação da PNIIS, dentre os desafios identificados, destaca-se a
integração e articulação das informações em saúde. Uma das ações estratégicas para
promover esta integração é a padronização do registro eletrônico dos eventos em saúde,
sejam esses individuais ou coletivos, e a capacitação permanente de trabalhadores,
gestores e usuários.
O objetivo maior desta ação é a melhoria da qualidade e a eficiência dos
processos de trabalho, uma vez que, a cadeia de informações será alimentada
automaticamente, o que eliminará instrumentos paralelos de coleta, otimizando a ação
dos profissionais que realizam esses serviços.
Ponto importante mencionado na introdução do documento produzido pela
comissão de sistematização da PNIIS, composta por membros do Ministério da Saúde
(MS), Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) e
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), reflete preocupação quanto à
duplicação na coleta de dados, referentes aos processos de trabalho, onde:
Um processo comum aos sistemas de informação em saúde
brasileiros é a instituição de um instrumento, impresso em papel, para coleta
adicional aos registros profissionais e administrativos, duplicando o trabalho
de registro rotineiro de dados. Este re-trabalho e a digitação posterior dos
dados aumentam a probabilidade de erros e vieses na informação produzida e
utilizada para a tomada de decisão” (MS/PNIIS 2006:6)
Desta forma na medida em que o sistema nacional se aproximar mais dos
estabelecimentos de saúde, novas alternativas poderão ser criadas com mais adequação
e melhores resultados no cotidiano dos serviços e do controle social
18
2.3 O Datasus e a PNIIS
Uma Potica de Informação deve ser entendida como arte do compromisso”,
ou seja, como capacidade de estabelecer compromissos entre interesses competitivos,
o podendo ser classificada como boa ou má (Rowlands, apud Branco, 2006:58).
No Brasil, a PNIIS conta com o Departamento de Informática do SUS (Datasus)
como instituição blica que adota as diretrizes da potica como norteadoras de sua
atuação.
O Datasus teve sua criação vinculada ao decreto n° 100 de 16/04/1991, que
instituiu a Fundação Nacional de Saúde e outras provincias, sendo publicado em
17/04/1991
Dentre as competências atribuídas ao Datasus através do decreto 5.974 de 26
de novembro de 2006, Capitulo III, Seção I, Artigo 7ª, está:
“I – fomentar, regulamentar e avaliar as ações de informatização do SUS,
direcionadas para a manutenção e desenvolvimento do sistema de informações
em saúde e dos sistemas internos de gestão do Ministério;
II – desenvolver, pesquisar e incorporar tecnologias de informática que
possibilitem a implementação de sistemas e a disseminação de informações
necessárias às ações de saúde, em consonância com as diretrizes da Política
Nacional de Saúde;
IV – definir padrões para a captação e transferência de informações em saúde,
visando à integração operacional das bases de dados e dos sistemas
desenvolvidos e implantados no âmbito do SUS”
A missão do Datasus é prover os órgãos do SUS de sistemas de informação e
suporte de informática, necessários ao processo de planejamento, operação e controle do
SUS, através da manuteão de bases de dados nacionais, apoio e consultoria na
implantação de sistemas e coordenação das atividades de informática inerentes ao
funcionamento integrado dos mesmos.
19
É responsável pelo desenvolvimento, manutenção corretiva e evolutiva de
diversos Sistemas voltados para área ambulatorial e hospitalar. Para a atenção básica,
podem ser citados os: Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e
Diabéticos HIPERDIA, Sistema de Informações do Programa Nacional de
Imunizações SI-PNI, Sistema de Informações de Atenção Básica SIAB, Sistema de
Informação de Câncer de Mama SISCAM, Sistema de Acompanhamento de Gestante
– SISPRENATAL, Gerenciador de Informações Locais – GIL e a Solão de Integração
dos Sistemas de Informações em Saúde – INTEGRADOR.
Segundo Marcondes (2008) a importância do Datasus é reconhecida entre
profissionais da gestão e da academia, bem como entre os atores da área de controle
social; a partir de suas informações há a geração de documentos de trabalho,
fiscalização com maior segurança contra fraudes, planejamento fundamentado, linhas de
atuação e novos conhecimentos que se revertem em benefícios para o próprio sistema.
2.4 A importância das informações em saúde no âmbito local
A Norma Operacional Básica (NOB96) define que os estabelecimentos de saúde
municipais têm que estar organizados e coordenados, de modo que o gestor municipal
possa garantir à população o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos
meios para o atendimento integral.
Dentre os diversos tipos de unidades de saúde descritos na NOB 01/96, a
Unidade de Saúde da Família é conceituada como unidade blica que realiza atenção
contínua nas especialidades básicas e com equipe multidisciplinar para desenvolver as
atividades que atendam as diretrizes do Programa de Saúde da Família do MS.
As unidades de saúde da família são prioritárias para organização dos serviços
de saúde no país sendo o lócus estratégico de integração da Potica Nacional de
Atenção Básica e a Potica Nacional de Informação e Infortica na Saúde.
A coleta de dados pririos nas unidades de saúde/ESF por meio de
instrumentos padronizados permite o conhecimento e análises mais refinadas do
desempenho destes serviços.
20
O nível local é considerado porta de entrada do sistema de saúde, espaço de
produção de informação e conseqüentemente, de desenvolvimento de ações oportunas e
resolutivas.
Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da
coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da
responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. (Brasil, 2006).
A aplicação desses princípios está fortemente relacionada à qualidade e
agilidade das informações de saúde da população sob responsabilidade local. As
informações de saúde são primordiais para alcançar os objetivos e atribuições da
vigilância em saúde e epidemiológica.
Vigilância em saúde e epidemiológica, conceitualmente entendida como um
conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle
das doenças ou agravos (Brasil, 2008).
Para Ferreira et al (2002), o termo vigilância epidemiológica surgiu
primeiramente, num documento sobre malária da Organização Mundial de Saúde em
1963, e o termo vigilância da saúde trata-se de uma nova forma de resposta social
organizada aos problemas de saúde, referenciada pelo paradigma da produção social da
saúde” .
No nível local os dados coletados, processados e organizados de forma eficiente
subsidiam o gerenciamento do nível local com relevância e agilidade para tomada de
decisões reforçando a integralidade do cuidado (Branco, 2006:36).
A integralidade também deve ser vista como imagem objetivo (Mattos, 2001),
segundo o qual, uma imagem objetivo não diz de uma por todas como a realidade deve
ser: “ela traz consigo um grande número de possibilidades de realidades futuras a serem
criadas através de nossas lutas, que têm em comum a superação daqueles aspectos que
se criticam na realidade atual que almejamos transformar”.
A transformão da realidade no nível local tem como base a importância das
informações de saúde produzidas pelos diversos setores e profissionais das unidades de
21
saúde. Para Barcellos et al (2007:246), um dos objetivos básicos das informações em
saúde é permitir a análise da situação de saúde no nível local.
Na atenção básica a informação pode ser vista como recurso articulador entre o
dado e o conhecimento, com possibilidade de extrair significado do dado se este estiver
articulado à realidade local (Oliveira, 2005:25).
A informação deve ainda ser vista como: quanto mais complexa a organização,
maior a importância desta informação como recurso estratégico. Ao contrário do capital
ou do trabalho, a informação é um recurso regenerativo, que cresce com o uso, podendo
ser utilizada quantas vezes forem necessárias, em diferentes contextos, com o valor
distinto para cada interlocutor. (Branco, 2006:49)
Segundo a referida autora durante o processo de produção de informação, alguns
elementos como: atualidade da informação, oportunidade, confiabilidade, qualidade,
custo e acessibilidade devem ser valorizados e considerados na organização dos
processos locais.
Tais elementos podem ter uma repercussão positiva na atribuão da relevância,
com enfoque nos critérios de utilidade e qualidade que se refere ao grau de adequação
entre o que se espera de uma informação e o que ela parece ser capaz de proporcionar,
segundo um julgamento fundamentalmente subjetivo e situacional.
A utilização da informação organizadas no nível local segue as principais
vertentes propostas (Wellisch, 1972):
i. como coisa ou objeto, com referencias à representação sica;
ii. como conhecimento, algo inatingível, permitindo agregar algum ganho de
conhecimento;
iii ou como processo, forma de alterar o conhecimento (Branco, 2006).
O uso do GIL e da funcionalidade de Prontuário de Atendimento, coletando os
dados de saúde realizados nos estabelecimentos de assistência à saúde, atende o
proposto pelos autores mencionados neste tópico.
22
2.5. Gênese e Potencialidades do GIL
O GIL tem como característica ser desenvolvido por órgão público, com
objetivo de informatizar a rede ambulatorial básica do SUS auxiliando na administração
de seus processos de trabalho, fornecendo informações sobre a morbidade da populão
atendida, subsidiando os gestores na tomada de decisões. Permite o monitoramento das
ações e o planejamento contínuo do sistema de saúde do município.
O GIL atendendo nesse sentido, o entendimento que o uso da informação e do
conhecimento não está voltado para a competitividade em mercados, mas sim para a
prestação de serviços de saúde em prol da sociedade de determinada localidade
(Oliveira, 2005).
A nese do GIL está diretamente associada ao Sistema de Gerenciamento de
Unidades Ambulatoriais sica (SIGAB). O SIGAB foi desenvolvido pelo Datasus em
parceria com a Secretaria Municipal do Rio de Janeiro (SMS-RJ) no final da década de
80.
O objetivo era atender a informatização das unidades básicas SMS-RJ, tendo
como uma de suas características tecnológicas a instalação do aplicativo em apenas um
computador para atender as necessidades dos EAS. A experiência piloto foi realizada
concomitantemente no Centro Municipal de Saúde (CMS) Maria Augusta Estrela e
Centro Municipal de Saúde Jorge Saldanha Bandeira de Mello.
No decorrer dos anos 90, o SIGAB foi implantado em toda rede ambulatorial
básica da SMS-RJ, tendo o fluxo de produção de dados do nível local, gerando
informações que auxiliavam o gerenciamento das Unidades de Saúde e a gestão
municipal da saúde.
Entretanto, na modelagem inicial deste sistema, não eram contempladas as
variáveis de identificação nominal e o endereço dos pacientes atendidos nos EAS. Os
pacientes no SIGAB eram reconhecidos unicamente através do número de prontuário,
alimentados no sistema, visando posterior exportação dos consultas/atendimentos para o
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIASUS).
23
Vale ressaltar que naquele momento histórico, existia grande preocupação dos
gestores municipais com a produção enviada para o SIASUS. Esta preocupação
hegemônica, de certa forma, impossibilitava melhor aproveitamento qualitativo das
informações produzidas no nível local.
O GIL avançou nos conceitos originais do SIGAB, incluindo a individualização
dos atendimentos e os benefícios do cadastramento dos usuários (anexo). Para a versão
4.0.16 de acordo com informações obtidas com a equipe responsável pelo GIL, para as
ações de manutenção evolutiva, corretiva e disponibilização de executáveis no “site”,
3114 usuários realizaram “download” do aplicativo para todas as Unidades da
Federação do país. Deste total, 872 para conhecimento, 1980 para implantação e 262
por outros motivos (anexo).
Dos números apresentados pode-se afirmar utilizando a conectividade existente
nos EAS, que em nível nacional 569 municípios atualmente, utilizam o GIL para um
total de 1406 EAS (anexo).
Quanto aos números apresentados merece destaque em relação à quantidade de
estabelecimentos de saúde implantados como o GIL e uso das informações gerenciais
para tomada de decisões, as secretarias municipais de saúde:
do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de Janeiro com 154 Unidades de Saúde;
de Manaus, no Estado de Amazonas com 78 Unidades de Saúde;
de Guarujá, no Estado de São Paulo, com 20 Unidades de Saúde
de Caxias do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul com 17 Unidades de Saúde
de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, com 14 Unidades de Saúde
. O GIL foi avaliado, no ano de 2008, pelo Departamento de Atenção Básica
(DAB) do MS, que propôs alterações na versão atual com objetivo de após as
conclues da experiência piloto que está sendo realizada nos municípios de Maracanaú,
no Estado do Ceará e Santa Luzia do Itahy, no Estado de Sergipe, tornar-se a ferramenta
de entrada dos dados da atenção Básica.
24
Inicialmente sendo conhecido como novo GIL, as principais mudanças
solicitadas são:
i. individualização dos registros cadastrais do sistema de Atenção Básica
(SIAB),
ii. geração de número provirio do Cartão Nacional de Saúde (CNS) na
Unidade de Saúde
iii. utilização de Palm top ou Personal Digital Assistant (PDA ou Handheld)
para coleta das ações dos agentes comunitário de saúde (ACS)
iv. a possibilidade de novos tipos de cruzamento de dados a fim de apoiar
decisões governamentais e poticas com a intenção ser o instrumento
oficial de entrada de dados como sistema de atenção primária nas
unidades de saúde do SUS.
Apesar da aparente pouca valorização da funcionalidade de Prontuário de
Atendimento, pode-se constatar que atualmente diversas soluções informatizadas
sendo oferecidas pelo setor privado nacional e internacional para utilização nas
unidades de saúde do SUS.
Pode-se citar como exemplo, programas como Alert ®,Vita-Care ® utilizado
respectivamente nos municípios de Belo Horizonte e em uma Policlínica de Saúde da
Família do Rio de Janeiro em 2009, que teriam dentre algumas vantagens, a
informatização dos processos de trabalho desde o atendimento clínico inicial e seus
desdobramentos (exames, medicamentos, referências), adoção de protocolos, evitar re-
trabalho de digitação, melhorar qualidade dados
Contudo, estes programas m como desvantagens a pouca interoperabilidade
com os sistemas existentes da atenção básica, custo elevado e principalmente, a
dependência de tecnologia privada para prestação de um serviço público e de direito
constitucional – a atenção e a vigilância à saúde.
25
Pode-se concluir que as escolhas para fornecimento de Tecnologia da
Informação nas organizações não são triviais, envolvem interesses complexos e
abrangem desde questões técnicas àquelas comerciais e políticas.
Explorando as Potencialidades do GIL
Os Sistemas de Informação o componentes que trabalham em conjunto para
coletar, processar, armazenar e disseminar a informação em uma organização, sendo
usada para a tomada de decisão, coordenação, controle, análise e visualização. (Laudon
& Laudon, 1996).
O GIL é alicerçado fortemente no binômio dos cadastros do MS. Primeiramente
o Cadastro de Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), que identifica a Unidade
de Saúde através de sua numeração, os serviços/classificação (anexo) e os profissionais
cadastrados (anexo).
O segundo é o Cadastro de Usuários do Sistema Único de Saúde (CADSUS),
que no GIL (anexo) possibilita a importação dos registros existentes no CADSUS
Centralizador municipal e posterior exportão dos cadastramentos/atualizações
realizadas no nível local, respeitando as regras existentes para
cadastramento/atualização do primeiro sistema mencionado.
Interoperabilidade de acordo com o proposto no documento de referencia versão
1.5, do Comitê Executivo de Governo Eletnico (2005:6) para padrões de
interoperabilidade de governo eletrônico, onde quanto à conquista da interoperabilidade
é citada da seguinte forma:
Para que se conquiste a interoperabilidade, as pessoas devem estar engajadas
num esforço contínuo para assegurar que sistemas, processos e culturas de uma
organização sejam gerenciados e direcionados para maximizar oportunidades
de troca e reuso de informações.
O GIL possibilita a interoperabilidade funcional entre os diversos sistemas da
atenção básica, sendo atualmente uma realidade a exportação dos atendimentos
realizados nos Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS) para o sistema
Integrador.
26
O relatório técnico da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/ISO)
20514 define interoperabilidade funcional, como: a habilidade de dois ou mais sistemas
trocarem informações (para que possam ser lidas por seres humanos no receptor).
Com a utilização deste conceito o Integrador possibilita o gestor da informação
em nível municipal acompanhar as ocorrências do mesmo usuário, identificado por um
padrão unívoco do usuário tanto no âmbito ambulatorial como no hospitalar.
O Integrador também conhecido como Solução de Integração dos Sistemas de
Informações de Saúde, é uma aplicação integradora desenvolvida para o nível municipal
utilizando sempre que possível software livre. Esta aplicação é constituída pelos dados
importados via eXtensible Markup Language (XML), referentes aos atendimentos
realizados pela rede Assistencial de Saúde, captados pelos sistemas distribuídos pelo
DATASUS ou por outras organizações. As informações disponíveis estarão compatíveis
com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e Cadastro de
Usuários do SUS (CADSUS).
Os principais recursos do GIL são:
1. única entrada de dados atendendo as demandas de vários sistemas já existentes para a
atenção básica;
Os dados relacionados aos atendimentos de vel superior para as
atividades médicas e não médicas são coletadas com obrigatoriedade de alguns campos,
tais como: identificação do usuário, natureza da procura, ão programática, Código
Internacional de doenças (CID-10) e o procedimento realizado durante o atendimento ao
paciente.
2. carga inicial do cadastro de usuários, o sistema utiliza a identificação unívoca do
cidadão através do uso do Cartão Nacional de Saúde;
O GIL possibilita a importação dos usuários existentes na base municipal
do aplicativo CadSUS multiplataforma Centralizador. O CadSUS Centralizador é o
aplicativo principal da família CadSUS. Além de ser uma ferramenta para
centralizar a digitação de outras máquinas CadSUS (através de conexão em rede ou
através de envio de informações via disquete), é também uma ferramenta para
cadastro de Usuários e Domicílios, controle de versões, correções e manutenção de
cadastros, e disponibilização de informações para outros sistemas (Datasus. 2009).
27
3. agendamento dos atendimentos nos EAS, otimizando a organização do atendimento e
a prestação de saúde para a população;
Permite montagem de agendas para uso local identificando: o
profissional cadastrado; a especialidade em que atua; os dias da semana em que
trabalha; o tipo de consulta e a quantidade de atendimentos por turno de trabalho
realizado. O objetivo da montagem da agenda do profissional visa marcar consultas
para um determinado paciente cadastrado previamente no EAS.
4. registro dos atendimentos realizados por profissionais de saúde;
O GIL coleta informações de todos os profissionais de vel superior e
nível médio do EAS, que estejam relacionados ao cuidado do paciente.
5. registro das aplicações e esquemas de vacinação, capturando todos os dados
necessários para o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-
PNI);
A funcionalidade de registro dos imunos aplicados aos pacientes é
realizada de maneira consolidada e individualizada. Na primeira é informada a data
da aplicação do imuno, a Unidade da Federação e o município, o imuno aplicado, a
dose e a faixa etária do paciente. Para a forma individualizada, é necessário
identificar o paciente através de seu número do paciente e/ou numeração do Cartão
SUS, o imuno, a dose, a data da aplicação, o tipo e o motivo de aplicação do imuno.
Possibilita ainda identificar, caso cadastrado previamente o lote do imuno que está
sendo aplicado ao paciente.
6. cadastramento e acompanhamento das gestantes do Programa de Humanização no
Pré-Natal e Nascimento, gerando as informações para o sistema SISPRENATAL;
Identifica o trimestre de gestação da paciente, o número da gestação atual
com as mesmas regras do SISPRENATAL tanto para o cadastro e o
acompanhamento das gestantes.
7. cadastramento e acompanhamento dos pacientes com Hipertensão Arterial e/ou
Diabetes, gerando as informações para o sistema HIPERDIA;
Realiza o cadastramento e o acompanhamento dos pacientes do
Programa de Hipertensão e Diabetes do MS. Para o cadastramento, são coletadas as
seguintes informações: pressão arterial sistólica e diastólica, fatores de risco e
28
doenças concomitantes, presea de complicações e a prescrição de medicamentos
do atendimento realizado. Para o acompanhamento são coletados dados no
HPERDIA, como: pressão arterial sistólica e diastólica, intercorrências, exames e os
medicamentos prescritos
8. registro dos dados de agravos de notificação obrigatória e local;
O GIL identifica em sua base de dados, a lista nacional de doenças de
notificação compulsória nacional de acordo com a portaria do Serviço de Vigilância
à Saúde (SVS) 5 de 21 de fevereiro de 2006. Além dos agravos mencionados na
Portaria, permite a inclusão de notificações para acompanhamento somente para o
âmbito local, das necessidades da gerência do EAS e setor de vigilância.
9. registro e acompanhamento dos atendimentos odontológicos;
Coleta informações do paciente cadastrado no EAS, o tipo de tratamento,
paciente, demanda, o número do dente e o procedimento realizado pelo profissional.
10. coleta de dados dos atendimentos realizados pelas equipes do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde e do Programa de Saúde da Família (PACS/PSF), gerando
as informações para o Sistema de Informão de Atenção Básica (SIAB);
O GIL possibilita o cadastramento dos segmentos, áreas, equipes e
famílias da área de abrangência das Unidades de Saúde da Estratégia de Saúde da
Família (ESF). Entretanto sendo obrigatório identificar nominalmente cada
componente da família cadastrada.
11. coleta de informações do estado nutricional dos cidadãos atendidos;
Permite coletar informações do estado nutricional das gestantes, nutrizes,
crianças e idosos.
12. faturamento da produção ambulatorial do EAS, gerando as informações para o
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS);
Através das informações coletadas nos atendimentos pelos diversos
profissionais do EAS, realiza o faturamento dos procedimentos da EAS para
posterior envio para o SIASUS. O GIL permite a criação procedimentos para
acompanhamento no âmbito local, das necessidades gerenciais externas ao Sistema
de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS
(SIGTAP)
29
13. geração de informações gerenciais e do perfil de morbidade da populão
atendida para a gerência local, possibilitando sua exportação para o nível
municipal; Disponibiliza para o gerenciamento e setores do EAS cerca de 50
(cinqüenta) relatórios com informações do nível local, como por exemplo:
Geral - perfil de atendimento da unidade de saúde e prontuários
selecionados;
Nível superior - agravos de notificação (individual ou consolidado),
medicamentos prescritos (individual ou consolidado) e usuários
atendidos por bairros;
Nível médio - atendimento complementar por profissional;
Odontologia - produção odontológica e procedimentos executados por
faixa etária,
Vacinação - vacinação por bairro (individualizada), vacina por faixa etária,
faltosos e aprazados e vacinas por lote;
Saúde da mulher - relatório de acompanhamento das gestantes do EAS e
pacientes no último mês de gestação,
Hipertensos / diabéticos - usuários hipertensos e diabéticos, histórico de
dados cnicos, gráficos dos pacientes cadastrados por sexo e freqüência das
patologias,
PACS / PSF - série histórica da produção, série histórica das informações
em saúde, serie histórica dos marcadores de saúde, famílias por microarea e
pessoas por microareas, consolidado do cadastramento das famílias
Agendamento de consultas no nível local - relão dos pacientes
agendados no período e pacientes faltosos ao atendimento
Farmácia - medicamentos dispensados e medicamentos disponíveis
30
14. identificação dos atendimentos realizados a usuários de outros
municípios/Estados.
O sistema evita a duplicidade na coleta dos dados de atendimento (anexo), além
de otimizar as rotinas de trabalho do EAS ao trabalhar com um único instrumento para
os diversos Programas da atenção sica, evitando desta maneira o re-trabalho (Brasil,
2004).
Prontuário de atendimento do GIL
Dentre as várias funcionalidades do GIL, existe no sistema a captura “on-line
dos dados de atendimento do paciente, realizada pelos profissionais médicos e não
dicos, denominada Prontuário de Atendimento (anexo).
De acordo com revisão bibliográfica no Brasil, existem escassas experiências da
utilização do Prontuário de Atendimento voltado para servir de apoio como ferramenta
às clinicas da atenção básica.
Entretanto esta nova proposta de utilização do Prontuário de Atendimento
voltado à clínica e outras soluções similares trazem a tona os enfrentamentos e as
diferenças relacionadas ao processo de trabalho quando comparada com a prática
vigente atual.
De acordo com Moraes (2002), a forma de organização da informação não existe
desde sempre, mas tem uma determinada história, uma gênese, significa que nem
sempre foi assim e, portanto pode ser diferente.
Marins e Cols (2003) afirmam que O prontuário do paciente ou, mais
freqüentemente chamado prontuário médico é um elemento crucial no atendimento à
saúde dos indivíduos, devendo reunir a informação necessária para garantir a
continuidade dos tratamentos prestados ao cliente/paciente.”
O prontuário médico pode ser definido como documento único constituído de
um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos,
acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de
caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da
equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo (CFM
(2003).
31
Para Tucci, a palavra "documento" provém de "documentum,do verbo docere,
que significa ensinar, mostrar, indicar".(1989: 392).
O prontuário do paciente é o documento para o registro da história clinica do
paciente. Quanto à importância deste documento e uso nos Postos e Centro de Saúde,
(Moraes, P.57) afirma:
.. deve-se pela necessidade de enfatizar a importância da existência de prontuário do
paciente nos Postos de Saúde e Centro de Saúde. Pode parecer óbvia tal afirmação, e de
certa maneira o é, mas, infelizmente, ainda persiste um número grande de serviços
ambulatoriais, onde inexistem procedimentos de registros unificados que preservem a
história clinica dos pacientes”.
Experiência quanto à utilização do prontuário do paciente informatizado
integrando os serviços de saúde está sendo aplicada no município de Curitiba (PR).
Xavier et al (2004), afirmam que a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba trabalha
desde 1998, com o uso do sistema Integrado de Serviço de Saúde em 105 Unidades de
Saúde interligando Distritos Sanitários, Central de Regulação e Procedimentos e o
laboratório municipal, com objetivo de melhorar a qualidade da gestão e subsidiando a
tomada de decisão cnica e epidemiológica.
Segundo Sabatini (2002), de acordo como relatado no Congresso Anual da
Associação Americana de Informática Médica, em Washington, DC para o experimento
de centralizar os prontuários eletnicos em um sistema informatizado, na cidade
Providence, no Estado Oregon trouxe vantagens tanto para o profissional médico,
quanto para os pacientes.
Entre as vantagens relacionadas está a questão virtual, onde: “o registro médico
deixa de ser um documento passivo, difícil de entender, afastado do paciente, para ser
um instrumento ativo, uma central de serviços de informação, um promotor de saúde e
de prevenção de problemas, e um poderoso educador de pacientes e divulgador de
informações confiáveis sobre medicina e saúde”.
As informações obtidas na atenção à saúde de cada indivíduo precisam ser
também olhadas e compreendidas em sua dimensão coletiva, ou seja, como componente
que comem características de um dado território alvo do cuidado, conforme diretriz
essencial do modelo de saúde da família.
O conceito de território-processo é proposto como uma das alternativas do
Sistema Único de Saúde (SUS), sendo compreendido do ponto geográfico onde, a
32
sociedade se estrutura e reproduz a vida, organiza a cultura, vive a história” (Junior et
al, 2007: 32)
Sabroza et al (1992), relacionam o sentido do pertencimento, da promoção da
saúde e o espaço, mesclando com a noção de território e o sentido de território-processo,
onde: o espaço:
“é também o habitat, o espaço de reprodução dos indiduos e grupos sociais, reprodução
biológica, cultural, ecológica e de relações econômicas. É onde se manifesta a diversidade da vida como
valor positivo, onde se multiplicam paisagens, modos de existência, saberes e valores estéticos
particulares
Cada ESF trabalha com uma área de abrangência definida e a geração de
informações locais permite conhecer melhor o perfil de saúde doença dos indivíduos
desse território e suas heterogeneidades, suas características epidemiológicas – ajudando
a planejar e cuidar da população de forma mais efetiva.
Para organização do modelo assistencial a atenção básica deve ser a
coordenadora da rede de cuidados, porta de entrada do sistema de saúde. De acordo
com Starfield (UNESCO, 2002), a essência da coordenação é a disponibilidade de
informações a respeito de problemas e serviços e o reconhecimento e uso de tal
informação na medida em que está relacionada às necessidades dos serviços e usuários.
Faz-se necessário a utilização de ferramentas informatizadas e integradas no
âmbito das unidades de saúde que auxiliem o gestor local, bem como o auxílio na
construção de processos que minimizem os desafios para a Coordenação de AB
(Starfield, 2002:362).
Quanto às informações produzidas visando minimizar os desafios, Mota (2005)
aborda que: “É imprescindível, contundo, que a informão seja precisa, completa,
oportuna e recebida com regularidade e continuidade desejáveis. O tempo gasto, desde a
coleta até o processamento do dado e sua transformação em informação, pode ser
decisivo para a tomada de decisão”.
Para Starfield, (UNESCO, 2002), o desenvolvimento de sistemas organizados de
serviços de saúde, com integração da atenção em diferentes níveis e locais de prestação
de serviços, aumenta a consciência da ausência de uma sólida informação de base, bem
como a necessidade de tentativas mais sistemáticas de desenvolvê-la.
Os prontuários são ferramentas essenciais para a continuidade e qualidade do
cuidado de saúde. Para isso, devem conter todas as informações relevantes á clínica a
respeito dos pacientes, além daquelas administrativas e as úteis à gerência. Ainda
33
segunda Starfield (2002), não padrões completos para prontuários clínicos nos
sistemas de informação computadorizados, exceto para as categorias mais gerais, como
diagnóstico e terapia.
Conclui-se que as informações oriundas dos Prontuários de Atendimentos são
fontes importantes para a construção da base lida da geração e informações. O
registro ou prontuário eletrônico é ferramenta de extrema utilidade para a prática clínica
e gerencial local, para melhorar a qualidade e agilidade da geração de informações e
potencializar a longitudinalidade e integração do cuidado, atributos de uma atenção
primária efetiva.
34
2.6. O Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria/ENSP – cenário do estudo
Criado em 1966, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria
(CSEGSF/ENSP) é um departamento da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio
Arouca (ENSP), unidade técnica científica da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), do
Ministério da Saúde (MS).
Definido como um centro de atenção básica em Saúde, o CSEGSF/ENSP se
caracteriza por ser a principal porta de entrada da população de refencia de
Manguinhos para o SUS. Oferece serviços de promoção, prevenção, cura e reabilitação
visando à saúde e o bem estar dos moradores, buscando a longitudinalidade e
integralidade do cuidado ao longo dos mais de 40 anos de atuação.
O CSEGSF/ENSP faz parte da rede pública de atenção sica em saúde do Rio
de Janeiro, e articula-se com outros setores das poticas blicas em especial com a
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC/RJ) e com a
comunidade local.
Atualmente conta com 8 equipes de Saúde da Família, atendendo as
comunidades de Samora Machel, Monsenhor Brito; Vila São Pedro; Comunidade
Agrícola Higienópolis, Conjunto Habitacional Provisório II (CHP2), Parque Oswaldo
Cruz (POC), Mandela de Pedra. CONAB, Vila Turismo, Nelson Mandela; Parque
Carlos Chagas, Greenville cobrindo aproximadamente 70% dos cerca de 55.000
habitantes.
O GIL está em execução no CSEGSF desde o ano de 2000 e o arquivo da
unidade conta com aproximadamente 61.000 usuários cadastrados, que utilizam as
diversas modalidades de atendimentos do CSESGSF: consultas agendadas e de pronto-
atendimento fornecidas pelas equipes de saúde da família e equipe matricial,
odontologia, imunização, curativos, atividades coletivas, dentre outras. Os atendimentos
e serviços prestados o consolidados no Serviço de Documentação e Informação em
Saúde (SEDIS).
O presente projeto, ao propor uma intervenção na forma de organização dos
registros das informações dos atendimentos cnicos propiciará aos gestores locais e aos
35
profissionais diretamente envolvidos com o cuidado, a melhoria do processo de
trabalho, otimizando o alcance da longitudinalidade à atenção primária possibilitando
conhecer a história da vida e a integralidade das ações à saúde com seus múltiplos
olhares e saberes, com os profissionais podendo ter visões complementares, desta forma
articulando condutas e saberes.
36
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Analisar a funcionalidade do prontuário de atendimento do GIL implantado em
projeto de intervenção piloto em um centro de atenção primária de saúde do município
do Rio de Janeiro Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria
(CSEGSF)/ENSP/Fiocruz.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3.2.1 Realizar análise de viabilidade técnica e gerencial do GIL no âmbito local,
para implementação do projeto de intervenção;
3.2.2 Propor readequações do processo de trabalho relacionados ao registro de
informações locais;
3.2.3 Identificar a funcionalidade do prontuário de atendimento do sistema GIL,
propondo adequações necessárias à sua implementação;
3.2.4 Testar a utilização do Prontuário de Atendimento do Gil na atenção clinica
por uma equipe de saúde da família como experiência piloto.
37
4. METODOLOGIA
No presente estudo foi desenvolvido e implementado um projeto de intervenção
para utilização da funcionalidade de Prontuário de Atendimento do GIL.
O cenário desta intervenção foi uma unidade de atenção primária do município
do Rio de Janeiro – CSEGSF/ENSP/Fiocruz – que adota a estratégia de saúde da família
e o GIL como sistema de informação da atenção básica desde o ano 2000.
A experiência desenvolvida na referida unidade - uso do prontuário de
atendimento do GIL no nível local - servirá como estudo de caso que possibilitará
identificar potencialidades, fragilidades e demandas, visando aperfeiçoar a intervenção
para uso na atenção básica, com perspectivas de utilização em outras realidades.
Para que se pudesse buscar na ESF e na gestão local, os componentes
inovadores, as potencialidades e fragilidades da intervenção proposta, em um modelo
coerente com princípios do SUS foi percorrido um caminho metodológico capaz de
apreender mudanças, percepções, expectativas e demandas.
Para evidenciar como os profissionais estavam trabalhando, foi escolhida a
abordagem qualitativa de coleta e análise de dados, sendo utilizado, como instrumento
de coleta, entrevistas semi-estruturadas que se tornam mais adequadas quando estão
envolvidos atitudes e comportamentos e permite aos atores a externalização do que
fazem como fazem e porque fazem, com que valor e com que opiniões (Minayo et al,
1993) . Os profissionais entrevistados falaram sobre seu processo de trabalho e a prática
clínica da ESF.
As entrevistas foram realizadas com profissionais que atuavam no
CSEGSF/ENSP/Fiocruz no ano de 2009, sendo selecionados atores chaves da gestão
local, do setor de informação em saúde e profissionais diretamente envolvidos com o
atendimento clínico.
Nessa lógica, os sujeitos do estudo foram os profissionais do núcleo de
informação em saúde (SEDIS; n=3), profissionais de saúde de nível superior (médico,
residente médico e enfermeira) de uma Equipe de Saúde da Família (n=3) selecionada
por indicação da gestão local e gestores da unidade (Direção geral e Coordenação do
Cuidado,; n=2).
Total de sujeitos: 08 profissionais.
O período de utilização da funcionalidade foi de 30 (trinta) compreendidos dias
entre os meses de outubro e novembro de 2009.
38
As fontes de dados utilizadas foram: a observação participante, revisão
técnica do GIL realizada pelo pesquisador e a aplicação de entrevistas semi-
estruturada. Os roteiros das entrevistas continham perguntas específicas das categorias
profissionais entrevistadas (gestor, profissional da informão ou diretamente envolvido
com o atendimento clínico) além de um bloco geral sobre percepção dos sujeitos
estudados sobre importância do uso das informações para a gestão e para a clínica,
utilização real das informações e funcionalidades do GIL, expectativas/demandas,
dificuldades encontradas. (Roteiros apresentados em anexo).
A intervenção consistiu de duas fases distintas. A primeira sendo considerada
como fase exploratória e segunda, fase de aplicação do uso da funcionalidade,
descritas a seguir:
4.1 - Fase exploratória
Para conhecer o cenário, as expectativas e necessidades do nível local, procurou-
se nessa fase identificar alguns aspectos do processo de trabalho e o fluxo da
informação nos principais setores relacionados ao atendimento clinico e utilização do
GIL - SEDIS e Gestão.
Além dos setores mencionados, também se observou os processos de trabalho
dos setores de Laboratório, Farmácia, Atendimento de Enfermagem e o uso do
agendamento de pacientes no nível local, por estarem envolvidos indiretamente com a
aplicação da proposta. Entretanto, não foi aprofundado o estudo nestes setores por conta
do curto tempo para execução da proposta.
Nesta fase realizou-se a Análise de viabilidade gerencial e técnica e Análise da
funcionalidade do Prontuário de Atendimento.
4.1.1 - Análise de viabilidade gerencial e técnica
Aproximação da realidade local
Escuta qualificada das demandas e entrevista com a gestão da unidade de
saúde e coordenação do cuidado
realização de reunião visando analisar as expectativas, as condições
político-instituicionais, interesse da gestão, o grau/estágio de utilização do sistema e
viabilidade técnica para execução da proposta;
aplicação de questionário com entrevista semi-estruturada para o gestor
39
da unidade de saúde e coordenação do cuidado,
Sensibilização dos profissionais
apresentação das possibilidades do GIL para os profissionais de saúde do
CSEGSF ajustada as demanda da gestão ;
escolha de uma Equipe de Saúde da Família por adesão e indicação da
chefia
Verificação da Infra-estrutura no SEDIS e na Cnica
observação da infra estrutura (equipamentos e conectividade);
Observação processo trabalho SEDIS e Clínica
verificação das necessidades logísticas e o fluxo do processo de trabalho no
SEDIS e na Clínica;
verificação do processo de trabalho relacionado a abertura de prontuário de
pacientes, codificação dos dados de atendimento clínico e digitação no GIL
aplicação de entrevista para os profissionais selecionados do SEDIS
objetivando conhecer as rotinas existentes no departamento que tivesse
relação direta com a proposta apresentada. A escolha do todo de entrevista segue o
proposto por GIL, onde: “ possibilita ter um contato com a realidade vivida pelos atores
sociais”, tendo como vantagem a possibilidade de análise estatísticas dos dados (2003,
p.37;113)
Observação do processo de trabalho dos Setores: Laboratório, Farmácia e
Atendimento Complementar de Enfermagem e Imunização
observação dos processos de trabalho e os fluxos de documentos destes
setores com a utilização da proposta. Os setores foram incorporados posteriormente a
pesquisa, em face de importância da integração para a informatização dos processos de
trabalho relacionados ao uso do Prontuário de Atendimento do GIL com as rotinas da
Clínica.
Observação do processo de trabalho da Equipe de Saúde da Família
observação dos processos de trabalho da Equipe de Saúde da Família
quanto ao preenchimento dos instrumentos de coleta dos atendimentos do setor,
interferência no tempo gasto na rotina de atendimento ao paciente e o fluxo dos
documentos produzidos quanto ao atendimento clínico com os setores do CSEGSF
40
4.1.2 - Análise da utilização da funcionalidade de Prontuário de Atendimento
Estudo crítico dos campos GIL
analisadas as telas de atendimento dos dados da consulta ao paciente e a
de Prontuário de Atendimento, identificados os campos obrigatórios para
preenchimento no GIL, com o uso da utilização do Prontuário de Atendimento;
verificada compatibilidade entre as tabelas internas do sistema com as do
MS relacionadas diretamente com o uso da funcionalidade
Desenvolvimento de plano de capacitação para o uso da proposta
elaboração de roteiro instrutivo para utilização do Prontuário de
Atendimento pelos profissionais do cuidado.
4.2.- Fase de aplicação do uso da funcionalidade de Prontuário de Atendimento
para a Clinica
Capacitação dos profissionais da ESF
Acompanhamento da utilização do Prontuário de Atendimento do GIL
Analise da utilização do Prontuário de Atendimento do GIL
ao final da utilização da funcionalidade no período estipulado, aplicado
entrevista semi-estruturada com a intenção de analisar o uso proposta, as possíveis
críticas e as sugestões finais para melhorias da funcionalidade.
4.2.1 - Analise dos dados
Para análise dos dados, utilizou-se o estudo do conteúdo da falas dos sujeitos
sobre os fatos de seu dia-a-dia na unidade de saúde, havendo a preocupação de não
interpretá-los no referencial do senso comum, mas articular as palavras ditas, transcritas
e analisadas com as circunstâncias em que esses fatos ocorriam.
Identificar a funcionalidade do GIL e o processo de trabalho de geração de
informações na falas dos entrevistados foi buscado nos relatos, em qualquer momento
das entrevistas, não obedecendo aos limites e a ordem das perguntas e sim identificando
“núcleos de sentido que qualitativamente representavam valores ou modelos de
comportamento referenciado ao terririo.
Estes núcleos de sentido são complementados com a descrição e narrativa inicial
da observação participante feita pelo pesquisador e ainda a análise da funcionalidade
realizada por estudo do próprio observador das telas do sistema.
Sobre os núcleos de sentido, destaca-se a percepção dos sujeitos estudados sobre
41
importância do uso das informações para a gestão e para a clínica, utilização real das
informações e funcionalidades do GIL, expectativas/demandas, dificuldades
encontradas. Realizou-se descrição agregando as respostas dos diversos atores em três
grandes temas:
I. Análise de viabilidade no que se refere a importância do sistema para os profissionais,
condições operacionais (técnica e processo de trabalho) e percepção dos usuários do
GIL
II. Percepção sobre as funcionalidades do Gil em sua lógica estrutural
III. Percepção sobre o Prontuário de Atendimento
4.2.2 - Resultados esperados
O resultado esperado do estudo serão os produtos:
implantação do Prontuário de Atendimento do GIL em uma equipe de
saúde da família no CSEGSF, que servirá de auxilio a atenção básica reforçando o
conceito de território-processo, reconhecendo o desafio das unidades de saúde como
espaço de possibilidades criativas de mudanças na produção de novos saberes. (Moraes,
2002, 74).
análise da utilização do Prontuário de Atendimento do GIL como ferramenta de
auxílio aos processos de trabalho do PSF, com ênfase na coleta dos dados de
atendimento, preenchidos diretamente em um ambiente “desktop”ou na intranet (Costa,
2001, apud Lazzof, 1998) atendendo o primeiro nível evolutivo do Prontuário
Eletrônico do Paciente (PEP), conhecido como registro médico automatizado
(Automated medical record), desta forma rompendo com a lógica da fragmentação.
4.2.3 - Análise Crítica de Riscos e benefícios
O estudo foi conduzido em concordância com as recomendações e requisitos da
Resolução 196/96 do CNS e será submetido à análise do Comide Ética em Pesquisa
com Seres Humanos – CEP/ENSP/Fiocruz.
Não houve riscos previsíveis do estudo. Os pesquisadores garantem a
confidencialidade e sigilo dos dados da observação direta do processo de trabalho,
assim como daqueles extrdos dos sistemas de informação local/ registros eletrônicos
dos prontuários e se comprometem a utilizá-los exclusivamente para a pesquisa.
42
Os profissionais de saúde não foram identificados e será esclarecido que essa
possibilidade para as entrevistas de gestores, porque são sujeitos únicos. Contudo, a
divulgação dos resultados se dará de forma agregada, visando não permitir tal
identificação e há por parte do grupo de gestão dessa unidade, interesse em conhecer as
condições limitantes e favorecedoras da implantação do prontuário eletrônico como
rotina nos atendimentos clínicos.
Os sujeitos do estudo foram abordados de forma a garantir privacidade para as
entrevistas e os procedimentos da pesquisa serão apresentados no TCLE, para anuência
e concordância. Os benefícios visam à reorganização do processo de trabalho dos
profissionais locais e melhoria do registro de informações no CSEGSF, podendo
contribuir de forma mais ampla, para o aperfeiçoamento do registro em outras unidades
de saúde.
43
5. RESULTADOS
Este capítulo aborda a análise dos dados e conteúdos de;
i) Observação participante dos processos de trabalho nos setores do SEDIS,
setores de Laboratório e Farmácia; Gerência e Coordenação do cuidado, uma Equipe de
Saúde da Família, considerados setores prioritários para a execução proposta - estes
dados foram agrupados nas categorias análise de viabilidade gerencial e técnica;
ii) Dados de revisão técnica da funcionalidade de Prontuário de Atendimento do
GIL realizada pelo pesquisador e
iii) Análise dos discursos frutos de aplicação de entrevistas semi-estruturadas.
5.1 -. ANÁLISE DA VIABILIDADE GERENCIAL E TÉCNICA
Procurou-se compreender de que forma o Prontuário de Atendimento e o GIL
OBJETO DO PRESENTE ESTUDO- atendiam as expectativas dos profissionais da
gestão e da clínica.
5.1.1- PARA A GESTÃO LOCAL.
No processo de aproximação com a realidade local verificou-se que o CSEGSF,
atendia em diversos aspectos positivos a utilização da proposta. De acordo com os
gestores, o entendimento é que o GIL é subutilizado em suas potencialidades, tendo
potencial para ser explorado na auxilio à gestão, as informações produzidas auxiliam
principalmente no acompanhamento da produção ambulatorial, planejamento e dos
atendimentos realizados.
Observou-se diferentes estágios quanto ao uso das informações do GIL nos setores
analisados. No SEDIS o GIL está consolidado nos processos de trabalho, sendo
utilizado plenamente nas rotinas do Setor. Entretanto, nos demais setores o sistema vem
sendo sub-utilizado, na grande maioria das vezes por desconhecimento dos profissionais
quanto suas potencialidades. Em todos os setores notou-se grande expectativa quanto ao
uso da funcionalidade de Atendimento para os respectivos processos de trabalho.
Durante a escuta qualificada das demandas e a realização de entrevistas com a
gestão e coordenação do cuidado (Tabela 1), observou-se que na análise das condições
político-gerenciais existente no CSGESF, a implantação do módulo de atendimento
estruturado era entendida como recurso tecnológico que traria benefícios na organização
44
do processo de trabalho, para a produção de informações Para a análise dessas
respostas, para facilitar a descrição e entendimento, optou-se por apresentar as
conclues em dois grandes estratos: se utilizava plenamente (a maioria ou mais da
metade das respostas) ou parcialmente
45
Quadro 1. Utilização da informação do GIL na rotina gerencial e SEDIS do
CSEGSF/ENSP 2009.
Categorias de Resposta
Variáveis referentes
ao Uso da Informação
Aproveitamento pleno das
potencialidades
Aproveitamento parcial das
potencialidades
Tipo de informação
Cadastro de usuários
x
Cadastro de profissionais x
Informação sobre a demanda
x
Produção individual por profissional
x
Informações TABWIN
x
Utiliza informação do:
Relatório perfil de atendimento
x
Relatório de produção por profissional
x
Relatório dinâmico
x
Relatório histórico do usuário x
Destino externo da informação
SMS RJ
x
CAP’ S
x
Pesquisadores externos
x
Destino interno da informação
Vigilância x
Gerência do EAS
x
Coordenação do cuidado x
Setor de Imunização
x
Periodicidade
Diariamente x
46
Por meio das entrevistas aplicadas a gestão, coordenação do cuidado e SEDIS nota-
se que o CSEGSF necessita de um sistema informação que atenda a diversidade e
complexidade de uma unidade básica, como exemplo: atendendo e informando as
demandas por tipo, integrando os diversos processos dos setores e alcaando a
interoperabilidade entre os sistemas da atenção básica.
5.1.2 - VERIFICAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DO SEDIS E CLÍNICA
Na análise das condições da infra-estrutura dos setores que participaram da
proposta, observou-se:
No SEDIS
o setor possui 9 (nove) equipamentos distribuídos da seguinte maneira: 3 (três)
equipamentos para o cadastramento e pesquisa de usuários, 1 (um) equipamento
especifico para cadastramento de novos usuários com identificação do CADSUS, 1
(um) equipamento para atender as demandas das pesquisas internas e externas ao centro
de saúde e 4 (quatro) equipamentos voltados para a digitação dos atendimentos
realizados pelos profissionais de saúde do CSEGSF, 1 (um) equipamento para a chefia
do setor emitir os relatórios e 1 (um) servidor de dados exclusivo para o GIL, com
objetivo de permitir acesso aos diversos equipamentos clientes instalado na unidades
com o sistema. Esta infra estrutura atendia o necessário para o uso da proposta.
Na sala de atendimento clínico
comprovou-se a existência de conectividade do equipamento PC expanion existente
no setor com o servidor de dados do GIL instalado no SEDIS. Entretanto, para o uso da
proposta foi necessário instalar equipamento com características de PC com uma
impressora para imprimir os dados de atendimento, os procedimentos solicitados e os
medicamentos prescritos informados através do uso da funcionalidade de Prontuário de
Atendimento.
5.1.3 - PROCESSOS DE TRABALHO
SEDIS
Apesar das funcionalidades do GIL não serem utilizadas plenamente no SEDIS,
o GIL está integrado praticamente em todas as rotinas do processo de trabalho do
SEDIS sendo mencionada pelos profissionais deste setor a expressiva importância para
47
a utilização das informações do GIL para o cadastramento de pacientes, pesquisa de
informações cadastrais de usuários e profissionais. Os profissionais deste setor
relataram sugestões e expectativas para aperfeiçoamento no sistema (quadro 2).
Quadro 2. Tipo de expectativa quanto melhorias do GIL de acordo funcionários do
SEDIS. CSEGSF. Rio de Janeiro, 2009.
Variáveis
Informações que gostaria de obter do GIL
Relatório nominal dos pacientes atendidos no pronto atendimento
Dados da movimentação de prontuários
Utilização de código de barras nas rotinas dos setores
Sugestões para melhorias do GIL
Avanços na construção do prontrio eletrônico
Atualização dos modelos de relatórios
Geração de informações no formato PDF
Inclusão de módulo laboratorial
Integração informatizada dos processos de trabalho do cuidado com o Setor de Laborario
O processo de trabalho quanto à retirada dos prontuários dos pacientes do SEDIS
para o setor do cuidado segue o seguinte fluxo:
i. o setor do cuidado relaciona quais os pacientes que serão
atendidos pelos profissionais do atendimento da Equipe de Saúde
de Família;
ii. envia relação nominal dos pacientes com antecedência de 24
horas para o SEDIS;
iii. o SEDIS separa os prontuários relacionados das estantes,
formando lotes de acordo com os profissionais que realizarão os
atendimentos;
iv. funcionário do setor de atendimento pega os prontuários em área
reservada do
48
SEDIS para posterior preenchimento dos dados de atendimento
pelos profissionais do cuidado
v. ao final do preenchimento dos dados do atendimento os
prontuários são devolvidos para o SEDIS para arquivamento.
As informações emitidas pelo GIL alimentam fluxo interno e externo à unidade
de saúde. O fluxo interno atende as demandas da coordenação do cuidado, gerência da
unidade e vigilância. Externamente contribui para atender as solicitações de
informações da Coordenação da Área Programática (CAP) e SMS do RJ.
A geração de informação produzida no GIL dos atendimentos de nível superior
forma no sistema histórico dos atendimentos do usuário na Unidade de Saúde. No
processo de trabalho do CSEGSF, as informações deste relatório são amplamente
disseminadas no setor, principalmente para verificar a movimentação do paciente entre
as clínicas.
5.1.4 - Expectativas não atendidas pelo Prontuário de Atendimento e o GIL
Verificou-se a necessidade de controlar e acompanhar os prontuários que são
liberados pelo SEDIS para os setores de atendimento. O acompanhamento e controle da
movimentação de prontuários entre os módulos de atendimento do CSEGSF e o SEDIS
foram considerados pontos importantes para o sucesso futuro da disseminação da
proposta para as outras equipes de saúde da família da unidade de saúde.
Na observação do processo de trabalho do setor de laboratório do CSEGSF,
constatou-se inexistência de sistema de informão que auxilie nas rotinas existentes e
forneça informações dos resultados dos exames realizados. As informações referentes
aos procedimentos realizados no setor são contabilizadas de forma manual.
No setor de Farmácia, o GIL estava instalado tendo conexão com o servidor de
dados do CSEGSF, mas não era utilizado para o controle e dispensação de
medicamentos aos pacientes. Com a utilização da proposta pelos profissionais do
cuidado, passou-se a imprimir na sala do atendimento os exames solicitados para serem
entregues no Setor de Laboratório (anexo).
A ilegibilidade e o preenchimento incorreto das informações coletadas no
atendimento/cuidado são considerados pelos profissionais do SEDIS nó critico para a
codificação dos diagnósticos. Esse critico impacta diretamente no GIL, com a
possibilidade da equipe enganar-se na codificação do CID-10 que é considerado campo
obrigatório de preenchimento.
49
A digitão no GIL das informações codificadas pela equipe do SEDIS é
lançada diariamente no sistema pelos profissionais do setor.
No SEDIS o existe profissional com formação especializada voltada para a
função de analista de sistema, programador ou similar. Nota-se que pequena parte dos
funcionários deste setor não utiliza o sistema por receio ou por “medo do novo
O quantitativo de funciorios que atuam na operacionalização do GIL foi
observado durante a fase dos levantamentos dos processos de trabalho do SEDIS e
considerado satisfatório para o acompanhamento do sistema. Constatou-se que todos os
funcionários do SEDIS, interagem direta ou indiretamente com o sistema.
Notou-se interesse e expectativas quanto ao uso do Prontuário de Atendimento
do GIL, bem como a constatação do desconhecimento das diversas possibilidades do
sistema, como exemplo a não utilização das informações do GIL para auxílio das rotinas
dos profissionais do SEDIS e da clínica
A disseminação das possibilidades do GIL no nível local apresentadas durante a
sensibilização dos profissionais e o diálogo do pesquisador com os profissionais de
saúde respondendo aos diversos questionamentos dos benecios do sistema facilitou a
articulação com os profissionais do cuidado, SEDIS e outros setores do CSEGSF que
o estavam inicialmente selecionados.
Todos os profissionais consideram que as informações geradas pelo GIL são de
qualidades e confiáveis, permitindo utilização ágil para as rotinas. Algumas
considerações para o aperfeiçoamento do sistema foram amplamente citadas e
apresentadas (Quadro 3)
50
Quadro 3. Considerações quanto à qualidade das informações e aspectos positivos do
GIL no CSEGSF.2009
Categorias de respostas
Consideram de qualidades as informações do GIL
Pontos positivos na utilização do GIL
Acompanhamento das portarias do Ministério da Saúde
Rapidez nas respostas dadas pelo Datasus
Facilidade quanto ao uso sistema
Custo zero para a Gestão
Assessoria do Datasus
Alteração democrática e participativa nas mudanças do sistema
Interoperabilidade com os sistemas da atenção básica
Apesar de o sistema estar instalado no CSEGSF desde o ano de 2000, a equipe
que o utiliza o é a mesma desde o início de sua implantação. Com a entrada de novos
funcionários no Setor e conseqüente utilização do GIL, em alguns casos a aprendizagem
para o uso do GIL ocorreu de maneira informal sem capacitação acompanhada, com
objetivo de formar de profissionais que conheçam profundamente o sistema.
No SEDIS existe equipe capacitada com formação específica para codificar com
a Codificação Internacional de Doenças (CID10), os diagnósticos preenchidos no
prontuário em papel pelos profissionais do atendimento, para posteriores lançamentos
no GIL.
5.1.5 - Desconhecimento e subutilização das possibilidades existentes no GIL para
os processos de trabalho do CSEGSF
Na unidade de saúde, o cadastramento de usuário no GIL somente é
concretizado após confirmação dos dados de domicílio do paciente por um agente
comunitário de saúde (ACS). Antes da confirmação dos dados de domicilio, o paciente
é registrado no sistema como um consulta de Pronto Atendimento.
51
No processo de trabalho do SEDIS, foi sugerido pelos profissionais deste setor
que o GIL informasse quais os pacientes atendidos como consulta de Pronto
Atendimento. Essa informação já é disponibilizada no relatório consultas de SPA
Quando perguntado sobre a existência de dificuldades, o relato dos entrevistados
é que não havia tais problemas. Porém, os profissionais identificam fragilidades no
sistema. As principais observações dos profissionais da equipe de codificação do SEDIS
foram: a dificuldade no entendimento da escrita dos profissionais do cuidado e a
ausência de padronização para o preenchimento dos dados do atendimento.
Quadro 4. Fragilidades do GIL segundo profissionais do SEDIS. CSEGSF, 2009
Pontos fracos
Segurança da informação
Inexistência de funcionalidade somente para pesquisa de usuários
Pouco auxilio a clínica
Ausência de integração informatizada com os processos de trabalho do cuidado com o setor de laboratório
Ausência de módulo laboratorial
5.2 - Análise da funcionalidade de Prontuário de Atendimento
No estudo crítico dos campos do GIL (anexo) foram analisadas as informações
obrigatórias que são coletadas durante o atendimento ao paciente, para o uso do
Prontuário de Atendimento pelos profissionais do cuidado.
A entrada de dados do Prontuário de Atendimento encontra-se em aba especifica
diferente aba das informações que são coletadas e exportadas para realização do
faturamento da Unidade.
As informações de preenchimentos obrigatórias na aba dados de atendimento
são: identificação do usuário (número do prontuário ou número CNS), código da ação
programática, CID primário e procedimento realizado.
A coleta das informações do Prontuário de Atendimento no GIL ocorre através
de texto livre preenchido pelos profissionais do atendimento. O preenchimento acontece
selecionando na funcionalidade os botões de: ananmese, exame físico, hipótese
diagnostica, exames complementares e conduta (anexo).
52
O preenchimento desses dados possibilita aos profissionais do atendimento do
CSEGSF, das informações do paciente formando histórico do usuário no sistema
(anexo).
A divergência quanto a nomenclatura das descrições do preenchimento no GIL,
das informações do CID, procedimentos solicitados e realizados, foi considerado nó
critico para o uso da funcionalidade.
A descrição dos exames solicitados no GIL segue a mesma existente no SIGTAP
(anexo). A divergência quanto ao nome usual dos exames solicitados pelos profissionais
do cuidado evidencia a falta de padronização para os itens mencionados.
Quanto aos procedimentos realizados pelos profissionais, no GIL este dado é coletado
de forma obrigatória.
O GIL disponibiliza pesquisa com os procedimentos possíveis de serem
realizados em cada especialidade (anexo). Com a utilização desta pesquisa pelos
profissionais do cuidado, verificou-se que no dia a dia das rotinas do atendimento, esses
mesmos profissionais deixam de informar por desconhecimento dos procedimentos
existentes no SIGTAP, vários procedimentos que realizam cotidianamente.
5.3 - Fase de aplicação do uso da funcionalidade de Prontuário de Atendimento
para a clínica
Na etapa de implantação prática da intervenção, ou seja, na utilização da
funcionalidade informatizada durante a consulta pela ESF, foi importante realizar
sensibilização dos profissionais. Optou-se pela estratégia de apresentar os benecios do
GIL e a existência da funcionalidade de Prontuário de Atendimento para o corpo
funcional do CSEGSF, aproveitando a cultura existente na unidade de debater
semanalmente com os profissionais da Unidade de saúde os temas importantes para a
atenção básica.
Houve boa aceitação e adesão na capacitação dos profissionais do cuidado para
o uso da funcionalidade de Prontuário de Atendimento do GIL. O planejamento inicial
era paralisar as atividades do atendimento, realizar exercícios teóricos e práticos em
espaço diferente da sala de atendimento objetivando o conhecer a funcionalidade.
Entretanto, essa idéia o foi posta em uso e a capacitação ocorreu no próprio ambiente
de trabalho dos profissionais do cuidado, em momento que não ocorria atendimento aos
pacientes.
53
Para retirar possíveisvidas dos profissionais de atendimento, quanto ao uso do
Prontuário de Atendimento optou-se pela criação de instrutivos (anexo).
A supervisão e o acompanhamento do uso da funcionalidade, nos primeiros dias
ocorreram de forma presencial, com o pesquisador estando presente em tempo integral
no CSEGSF para retirada de dúvidas. Com o uso diário da funcionalidade pelos
profissionais do cuidado, o acompanhamento e supervisão foram espaçados para duas
vezes na semana.
O fluxo para o preenchimento das informações coletadas durante o atendimento
aos pacientes sofreu alterações para atender as necessidades para o uso do Prontuário de
Atendimento do GIL. A modificação realizada foi quanto à coleta dos dados de
atendimento, que passaram a ser descritos diretamente no computador instalado no setor
de atendimento, com posterior impressão, assinatura do profissional e inclusão das
informações impressas e assinadas pelos profissionais no prontuário sico do paciente.
Aproveitando a oportunidade da instalação da impressora no setor, decidiu-se
conjuntamente com os profissionais do cuidado, que além dos dados obrigatórios seriam
coletados também dados dos procedimentos solicitados e medicamentos prescritos aos
pacientes.
Criou-se a expectativa que no futuro, existam avanços na integração de forma
automática e instantânea relacionados aos processos de trabalho de duplo registro
manual e informatizado - aos exames solicitados para o laboratório e módulo de
farmácia. (anexo).
O uso da prescrição informatizada dos medicamentos aos pacientes pelos
profissionais do atendimento no GIL possibilitou a impressão desses receituários com
objetivo de serem entregues no setor da Farmácia do CSEGSF, reduzindo o trabalho do
preenchimento manual (anexo).
O prolongamento do tempo da consulta foi considerado ponto negativo na
utilização da proposta. Entretanto, mencionado pelos participantes que esse tempo está
relacionado também a falta de familiaridade com o sistema, e pouco tempo de uso da
funcionalidade.
Os pontos positivos identificados com os profissionais do cuidado variam da
compreensão da escrita à facilidade de acesso as informações dos pacientes no
computador (Tabela 5). Notou-se que a possibilidade de visualização cadastral e de
atendimento são considerados pontos importantes para o grupo de profissionais do
atendimento.
54
A expectativa no uso do Prontuário de Atendimento foi considerada elevada por
todos os profissionais entrevistados. Entretanto não houve consenso quanto à
capacitação, um dos profissionais considerou parcialmente satisfatória, principalmente a
questão do tempo insuficiente. No estágio atual de desenvolvimento do Prontuário de
Atendimento, os profissionais da ESF consideraram que as funcionalidades precisam ser
aperfeiçoadas para a prática clínica e a experiência piloto ainda não gerou benefícios
para a equipe, dado ao pouco uso.
Quadro 5. Aspectos quanto a percepção o Prontuário de Atendimento do GIL no
CSEGSF. 2009
Principais desvantagens prontuário em papel
Ilegibilidade
Preenchimento incorreto
Dificuldade de acesso as informações
Falta de padronização
Dificuldades encontradas
Falta de padronização e divergência nas nomenclaturas de CID e procedimentos solicitados
Navegabilidade
Efeito negativo
Prolongamento do tempo da consulta
Efeitos positivos
Compreensão da escrita
Possibilidade de visualização dos dados na forma eletrônica
Coleta informatizada dos dados de atendimento
Facilidade de acesso às informações do prontuário
Sugestões para satisfazer plenamente as necessidades do atendimento
Visualização dos dados cadastrais no momento dos atendimentos
Visualização componente da família
Inclusão e exclusão de usuário na família
55
Na visão dos profissionais de atendimento, alterações devem ser realizadas no
GIL, visando melhor aproveitamento da funcionalidade. Descreve-se a seguir, algumas
sugestões quanto ao uso da funcionalidade apontado pelos profissionais da cnica:
i. existem dados dos sinais vitais dos pacientes que são informados na aba no
sistema conhecida como dados de atendimento. A localização destes dados
nesta aba e sua o exportação para a aba de Prontrio de Atendimento
acarretam a necessidade de re-digitação destes dados nesta última tela.
ii. a ausência das variáveis: temperatura axilar (T. Ax.), pressão arterial (P.A),
freqüência cardíaca ou batimento cardíaco e freqüência respiratória (F.R),
foram relatadas como imprescindíveis constarem no Prontuário de
Atendimento do GIL.
iii. a ausência no sistema de protocolos de acompanhamento do ciclo de vida e
áreas temáticas especiais sugeridas pelo MS para atender as demandas dos
exames solicitados aos pacientes da atenção sica
iv. Incluir no GIL informações relacionadas à individualização dos dados dos
pacientes das áreas e microáreas sob a responsabilidade da equipe, no
momento do atendimento ao paciente.
A duplicidade da coleta de dados para posterior exportação para os sistemas da
AB foi comprovada no setor de atendimento, com a criação de instrumentos paralelos
preenchidos diariamente e consolidados mensalmente, com o objetivo de alimentar o
sistema de Atenção Básica (SIAB) do MS.
56
6. DISCUSSÃO
Este capítulo está organizado em quatro itens: comentários sobre os achados do
estudo, possibilidade de aplicação para outras EAS, possibilidade de generalização dos
resultados, reflexões quanto à contribuição para ões de saúde blica e considerações
finais.
Os resultados do presente estudo apontam que o GIL e o Prontuário de
Atendimento têm potencial para atender as demandas locais no âmbito da atenção
básica de saúde, superando a dicotomia dos campos da epidemiologia e da clínica, dos
sujeitos individuais e do coletivo.
Destaca-se que a intervenção proposta neste projeto - uso do Prontuário de
Atendimento do GIL no CSEGSF foi implementada com sucesso, com os requisitos
mínimos para operacionalização da proposta presentes: aceitação pela gestão e
profissionais, condições de infra-estrutura passíveis de pequenas adaptações, uso
experimental e análise dos resultados no período previsto. Durante a intervenção e
principalmente na observação dos processos de trabalho dos setores envolvidos com a
proposta, observou-se a sub-utilização de diversas funcionalidades do sistema para as
tomadas de decisões gerenciais e cnicas.
Evidenciou-se que há grande complexidade dos processos de trabalho numa
unidade de atenção primária e ainda que este espaço é produtor de grande quantidade de
informação, que precisam ser processadas e utilizadas.
O Prontuário de Atendimento e demais funcionalidades do GIL contribuem para
qualificar essa produção. Porém, há necessidade de avançar efetivamente no uso e
apropriação dessas informações tanto no nível local para a tomada de decisão, quanto no
nível central, no acompanhamento e monitoramento das ações de saúde oriundas da
porta de entrada dos serviços de saúde.
O rito da intervenção proposta reside no fato de a utilização da
funcionalidade de Prontuário de Atendimento do GIL prover dados do universo de
usuários na porta de entrada do sistema de saúde, em qualquer das categorias de
atendimentos clínico, como a equipe multiprofissional, outros setores envolvidos no
cuidado do usuário, além de prover informações para a gestão.
Os dados gerados de maneira informatizada, são ágeis, evitam duplicidade de
registro, podem ao incorporar protocolos clínicos na tomada de decisão, auxiliar a
57
padronização de condutas e qualificação da atenção e da informação gerada,
contribuindo nas visões complementares e articulando condutas e saberes.
As principais barreiras identificadas no estudo para implantação dos registros
eletrônicos foram ausência de padronização para as informações do atendimento e na
integração com outras funcionalidades do GIL. Além disso, o uso de coletores
eletrônicos, que dispensam a transcrição digital dos dados, não tem solucionado o
problema do re-trabalho por que não coletam os dados necessários aos processos de
trabalho em saúde, requerendo a continuidade dos registros manuais.
A principal limitão do estudo foi quanto à impossibilidade de realização das
alterações e inclusão das sugestões da funcionalidade no sistema. A pesquisa apenas
relacionou as observações do grupo de estudo. As modificações propostas não estão no
âmbito da governabilidade do pesquisador, dependendo de articulações entre o Datasus
e CSEGSF. Desta forma faz-se necessário a criação de um compromisso estratégico
entre as duas Instituições na construção de registro eletrônico de saúde para atenção
básica em busca de melhorias no sistema.
No estudo, em relação à complexidade nos processos de trabalhos dos setores
envolvidos direta ou indiretamente dos processos do CSEGSF, foram identificadas
críticas, sugestões e alterações para melhoria da funcionalidade.
A experiência comprova que a funcionalidade, por ter sua gênese ligada
fortemente a contabilizar os procedimentos realizados em uma unidade de Saúde, para
posterior exportação para o SIASUS, ainda não atende ao esperado. Destaca-se que não
facilidade para a navegabilidade do sistema para as necessidades da clínica.
No momento, mesmo sem a ocorrência de discussões para as futuras alterações
na funcionalidade e no sistema, visando melhorar a navegabilidade do aplicativo, a
quantidade de informações e as possibilidades para criação de um registro eletrônico
para atenção sica podem ser consideras imensuráveis e a disseminação da cultura do
uso do computador nas unidades de saúde básicas do SUS foi considerada um ponto
relevante da experiência.
O uso do Prontuário de Atendimento possibilita gerar informações de saúde no
âmbito individual e coletivo, podendo acompanhar ações de promoção, prevenção,
tratamento e reabilitação dos usuários do sistema, consolidando as atribuições da
resolutividade, integralidade, longitudinalidade do cuidado previstas na PNAB. No
nível local gera outras informações para o âmbito coletivo e notificação de agravos, por
meio, por exemplo, do relatório de doenças notificáveis nacional e local e os
58
diagnósticos com o uso da CID-10. Utilizado juntamente com outras funcionalidades do
GIL permite ainda atender algumas das definições da PNIIS.
O GIL chegou ao quantitativo de estabelecimentos de Saúde implantados até o
momento sem o amparo de uma Potica Pública do MS, não tendo nenhuma portaria
ministerial incentivando o seu uso como outros Programas da atenção básica. As SMS e
EAS realizam suas implantações de forma não obrigatória, ou seja, por adesão, e de
forma não homogênea, o que acarreta dificuldades de acompanhamento da plena
utilização do sistema no país.
Na área de saúde entende-se que não basta ter muita informação: é necessário ser
capaz de discernir o que se ouve e buscar seu significado na construção de cidadania e
da melhoria de qualidade de vida (Fiocruz, 2000).
O quantitativo de EAS com o GIL implantado não significa que as informações
que o sistema oferece estejam sendo utilizadas plenamente.
A ausência de amparo de Política blica na utilização do Prontuário de
Atendimento, associada às indefinições quanto às padronizações para construção do
registro eletrônico em Saúde da atenção básica, podem ser considerados grandes
desafios que dificultam a disseminação da funcionalidade em larga escala, para as
unidades de atenção primária à saúde.
O GIL, como instrumento de fortalecimento da PNIIS, tem potencial de atrair
seus usuários pela capacidade de auxiliar os gestores fornecendo informações para a
tomada de decisões e também, pela forma simples e de baixo custo em sua utilização.
Há necessidade do Ministério da Saúde e Datasus se apropriarem da
funcionalidade de Prontuário de Atendimento do GIL, colocando-a na agenda de ações
estratégicas para disseminação às Unidades de Saúde básicas do SUS, como Potica
Nacional sendo executada em prazo factível e efetivo.
O uso do Prontuário de Atendimento em diversas EAS do mesmo município,
juntamente com a instalação do Integrador implantado no vel municipal, possibilita
que a clínica tenha informações do paciente também de outras unidades de saúde deste
município.
Os produtos das críticas, sugestões e alterações devem ser analisados por um
comitê a ser criado com representantes de profissionais do cuidado, da gestão,
informação e informática, com objetivo de atender também o nível local e auxiliando na
59
construção de ferramenta voltada para o Prontuário de Atendimento que apóie a clínica,
de acordo com as necessidades apontadas pelo grupo de estudo.
Os cenários da cnica e da gestão no nível local estão em constante
transformação, a importância deste comi pode ser mensurada de maneira que, um
sistema nunca está completo ou finalizado, sempre será passível de modificação,
influenciado pelos avanços da ciência, do conhecimento e das prioridades de saúde.
Os resultados apresentados pelo comi devem ser aproveitados para a
reformulação do novo GIL, enquanto decisão potica do Datasus e DAB no
desenvolvimento em conjunto da ferramenta da atenção básica do MS.
Durante as alterações do Prontuário de Atendimento do GIL, algumas questões
foram observadas e discutidas para implementação futura da funcionalidade, como
exemplo:
i. Definir o padrão de vocabulário para as informações em saúde a ser utilizado
ii. Avançar na utilização dos princípios básicos da segurança da informação
(Integridade, Confidencialidade, Disponibilidade e Legalidade);
iii. Aderir as normas da ABNT voltadas para a saúde.
Em paralelo ao avanço tecnológico, existe a necessidade de uma apurada revisão
dos diversos itens que comem o prontuário do paciente, para que as novas
tecnologias da informação não suprem as deficiências de registro por falta,
exclusivamente, de campos essenciais do atendimento clínico ou gerencial mais
apropriado.
Aproveitando o momento das discussões para alterações do Prontuário de
Atendimento, duas outras questões que estão ligadas indiretamente com a proposta
devem ser também observadas: a utilização do conceito de episódio de cuidados da
Classificação Internacional Primária (CIAP2) e o uso do NANDA para a
codificação dos procedimentos de enfermagem.
Segundo Gusso (2009), a CIAP2 tem como principal critério de
sistematização, a pessoa incluindo o contexto social (capítulo Z), e não a doença,
permitindo conhecer melhor a demanda dos pacientes e o trabalho realizado,
transformando cada unidade de saúde em um potente campo de avaliação da própria
prática, qualificando cada vez mais a atenção primária brasileira.
60
O NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) refere-se à
classificação para a padronização dos diagnósticos a serem usados por profissionais
de enfermagem.
A questão do acompanhamento dos prontuários entre os setores do
CSEGSF (fluxo dos prontuários) é considerado critico para o SEDIS e este
problema pode ocorrer em outras unidades de saúde. A solução desta questão pode
ser incorporada ao GIL, com adaptações factíveis no sistema.
A utilização do módulo Agenda do GIL permitirá que os processos de
trabalho entre o Setor do cuidado e o SEDIS estejam integrados e informatizados,
possibilitando maior agilidade das rotinas existentes atualmente.
Sobre o cenário deste estudo, destaca-se que o CSEGSF é lócus
privilegiado para as experiências e aprofundamento de estudos na construção de
ferramentas desenvolvidas pelo Datasus para o MS, voltadas na busca de construção
de Registros eletrônicos de Saúde para as Unidades de atenção Primária.
È desejável que o uso do Prontuário de Atendimento do GIL seja
ampliado para as outras equipes de saúde da família do CSEGSF. A expansão da
experiência permitirá ampliar o projeto aqui iniciado e desta forma, possibilitará
futuramente, novas sugestões e avaliações comparativas do uso da funcionalidade,
sendo executado em diversas equipes de saúde, equipe matricial, módulos de
laboratório e farmácia, simultaneamente e desenvolvendo todas as potencialidades
do sistema.
Padrões para representar e compartilhar a informação em saúde, infra-
estrutura de conectividade, capacitação de recursos humanos na área de informação
e infortica em saúde e, acima de tudo, a garantia de privacidade e
confidencialidade da informação identificada em saúde são diversos para o nível
local.
No âmbito externo, a funcionalidade do Prontuário de Atendimento do
GIL e de outras funcionalidades existentes no sistema deve ser valorizada pela
Gestão das Unidades básicas do SUS dando maior autonomia e agilidade aos
processos de trabalho existentes no nível local.
O estudo possibilita servir de modelo para outras Unidades de Saúde do
SUS com características semelhantes. Para disseminação em larga escala nas
unidades primárias de atenção a saúde, é fundamental que ocorram avanços na
melhoria e segurança da
funcionalidade de Prontuário de Atendimento e no GIL.
61
Sobre a contribuição do estudo para a saúde pública, na fase de construção do
novo GIL, iniciada em 2008, não houve solicitação por parte dos gestores para
adaptações visando adaptar a funcionalidade de prontuário de atendimento.
Portanto, não houve evolução nessa funcionalidade do sistema.
Na formulação dos marcos referenciais do I Plano Diretor para o
desenvolvimento da Informação e Tecnologia da Informação em Saúde (PLaDITIS),
um dos grandes desafios mencionados foi a forte pressão das empresas privadas de
infortica em disputa pelo setor público da saúde, enquanto fatia substantiva de
mercado, onde uma luta pela direcionalidade da Potica de Informação e
Informática em Saúde (PlaDITIS, 2009).
Reflexões devem ser feitas para o avanço da funcionalidade de Prontuário de
Atendimento do GIL, visando atender as unidades de atenção primárias do SUS, a
saber:
i.aumentar o conhecimento ou superar lacunas do desconhecimento dos
Gestores quanto as possibilidades para o nível local da funcionalidade de
Prontuário de Atendimento para a clínica;
ii. diminuir a distância e o descompasso entre as necessidades e prioridades de
quem planeja e quem executa;
iii. divergência da Gestão com base em informações epidemiológicas X a cnica
baseada em informações individuais e coletivas;
iv. baixa capacidade por parte do gestor no investimento para execução da
proposta;
v. ausência de Poticas blicas com incentivo a divulgação de experiências
exitosas voltadas para a construção de registro eletnico de saúde nas
unidades primárias;
vi. dicotomia do vel central (Federal, Estadual, Municipal) X local
(equipamentos/espaços de atenção sica).
É preciso ampliar as reflexões dos tópicos mencionados, discutindo e
superando os paradigmas e entendê-los como complementares interligados
especialmente para um sistema que objetiva captar as informações da atenção básica
entendida nos seus princípios de universalidade, de acesso ampliado, de porta de
entrada do sistema.
62
De acordo com a literatura pesquisada o grau de desenvolvimento tecnológico
dos serviços de saúde brasileiros, principalmente na atenção básica é muito
heterogêneo.
O novo GIL possibilitará o cadastramento do usuário no nível local com a
emissão do número do cartão nacional de saúde, permitindo desta forma, o aumento
expressivo na quantidade de usuários no CADSUS.
Uma preocupação constante em todos os conteúdos revisados diz respeito à
formação e capacitação de recursos humanos, de forma a garantir os conhecimentos e as
habilidades necessárias aos novos paradigmas da atenção à saúde.
Pode-se concluir que dificuldades ao longo dos últimos dez anos para a
implementação de propostas de padronização e interoperabilidade. Ainda não foi
superada a fragmentação existente entre os sistemas; esta integração precisa ser
profundamente analisada em seus determinantes históricos sob pena de não se alcançar
a superação desse status quo (PlaDITIS, 2009, p.11)
O Prontuário de Atendimento do GIL pode contribuir de forma proativa nas
discussões quanto à construção e implementação de registro eletnico para as Unidades
de Saúde básicas do SUS e futuramente avançando nas discussões do uso de Prontuário
Pessoal de Saúde.
O resultado da experiência e seus desdobramentos possibilitam ao MS ter uma
ferramenta desenvolvida por órgão público, de acordo com as necessidades e realidade
do universo local. A pesquisa demonstra a complexidade dos processos de trabalho
envolvidos no universo de uma unidade da atenção básica e podem servir de modelo
para a disseminação da experiência em outras unidades de saúde do SUS com
características semelhantes, devendo ser levadas em consideração as particularidades
dos processos de trabalho de cada local e o GIL pode ser um sistema estratégico e
integrador na atenção básica de saúde no país.
7.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Branco MAF. Informação e Saúde – uma ciência e suas poticas em uma nova era. Rio
de Janeiro, Editora FIOCRUZ.2006.
63
Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em Sistemas de
Saúde.Organização Pan-Americana da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. Brasília.Editora
do Ministério da Saúde.2009.
___ Ministério da Saúde/Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Atenção
Básica.Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma
e Tuberculose. 2ª ed. rev. Brasília.2008.
___ Ministério da Saúde/ Secretaria de Atenção à Saúde/ Departamento de Atenção
Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma
e Tuberculose. Série A, Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de Atenção Básica, n.
21.2ª ed. rev. Brasília.2008.
___ Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único de
Saúde/NOB96.Brasília.1997.
___ Ministério da Saúde/Secretaria de Assistência à Saúde.Portaria nº 35 de 04 de 02 de
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http://w3.datasus.gov.br/APRESENTACAO/PoliticaInformacaoSaude29_03_2004.pdf
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Comitê Internacional de Classificação da WONCA. Classificação Internacional de
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Gustavo Diniz Ferreira Gusso. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e
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64
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inserção competitiva. Rio de Janeiro. Relume Dumará. Brasília. 2004.
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2002. Salvador, BA.
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2002. http://www.sabbatini.com/renato/papers/checkup-10.htm [acessado em 21/06/2009].
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Tucci RL. Curso de Direito Processual Civil. Ed. Saraiva. 1989
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Zancan L, Bodstein R, Marcondes WB. Promoção da saúde como caminho para o
desenvolvimento local: a experiência em Manguinhos-RJ. ABRASCO/FIOCRUZ.
2002.
65
ANEXOS
Figura 1. Tela de lançamento dos dados de atendimento ao paciente do sistema GIL
versão 4.0.16.
66
Figura 2. Quantitativo de usuários que fizeram “download” do GIL versão 4.0.16 por
motivo de implantação (2009).
67
FONTE: Ministério da Saúde, DATASUS, GIL..
http://gil.datasus.gov.br/w3c/cadastrados_consolidados_downloads.php (acessado em 12/12/2009)
Figura 3. Total de municípios e Estabelecimento de Saúde que utilizam o GIL
(Dezembro 2009)
.
68
FONTE: Ministério da Saúde, Datasus, GIL..
http://gil.datasus.gov.br/w3c/cadastro_atividades_municipal_uf.php?uf=RJ(acessado em 12/12/2009)
Figura 4. Tela cadastramento de Estabelecimento Assistencial de Saúde do sistema
GIL, versão 4.0.16. (Dezembro 2009)
69
Figura 5. Tela de Cadastramento de Profissionais do GIL (versão 4.0.16), dezembro
2009.
70
Figura 6. Tela de Cadastramento de usuários do GIL (versão 4.0.16) dezembro 2009.
71
Figura 7 Diagrama de Apresentação do GIL
72
Atendimento
Individual
Atendimento
Odontológico
Atendimento
Complementar
de Enfermagem
Atendimento
de Grupo
Atendimento
Complementar
SADT
VacinaçãoPACS/PSF
CADSUS
CADSUS
CNES
CNES
SIA
SIA
-
-
SUS
SUS
SI
SI
-
-
PNI
PNI
SIAB
SIAB
SISPRENATAL
SISPRENATAL
GIL
BASE - E A S
HIPERDIA
HIPERDIA
BASES MUNICIPAIS
BASES MUNICIPAIS
DIMINUI O RETRABALHO
Interoperabilidade
PRÉ-NATAL
HIPERDIA
PEDIATRIA
GINECOLOGIA
OUTROS
FONTE: Ministério da Saúde, DATASUS, GIL.
http://gil.datasus.gov.br/w3c/gil_download_usuario.php (acessado em 19/04/2009).
Figura 8. Tela de Prontuário de Atendimento do GIL (versão 4.0.16), dezembro 2009
73
74
Figura 9. Selão para impressão dos exames solicitados, prescrição de medicamentos,
dados do Prontuário de Atendimento usuários do sistema GIL, versão 4.0.16.
(Dezembro 2009)
Figura 10. Tela lançamento dos atendimentos individuais do sistema GIL versão 4.0.16
com as abas de dados de atendimento e Prontuário de Atendimento. (Dezembro 2009).
75
Figura 11. Tela Impressão dados do Prontuário de Atendimento do sistema GIL, versão
4.0.16. (Dezembro 2009).
76
77
Figura 12. Tela Impressão dados do Prontuário de Atendimento do sistema GIL,
versão 4.0.16. (Dezembro 2009).
78
Figura 13. Tela Consulta procedimentos SIGTAP. (Dezembro 2009)
79
Figura 14. Tela Consulta procedimentos do sistema GIL, versão 4.0.16. (Dezembro
2009)
80
Figura 15. Tela de Impressão de prescrição de medicamentos do sistema GIL, versão
4.0.16. (Dezembro 2009)
81
Figura 16. Tela Impressão de prescrição de medicamentos do sistema GIL, versão
4.0.16. (Dezembro 2009)
82
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
83
Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria Rio de Janeiro, ____de _____________de 2009.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – Profissionais de
atendimento
Você está sendo convidado para participar da pesquisa sobre a Análise da
funcionalidade do Prontuário de Atendimento do Gerenciador de Informações Locais
(GIL) em uma unidade de atenção primária piloto - o Centro de Saúde Escola Germano
Sinval Faria/ENSP/Fiocruz.
O estudo pretende conhecer o processo de trabalho local e propor uma
metodologia para registro de informações eletrônicas coletadas no durante o
atendimento clínico aos adultos pela equipe de saúde da família e equipe matricial,
assim como o processamento de tais informações pelos profissionais responsáveis.
Você foi selecionado porque é um profissional de saúde que participa de
forma direta do cuidado aos pacientes.
Sua participação nessa pesquisa consistirá em i) participar de reunião
onde discutiremos o processo de registro de informações eletrônicas no atendimento, ii)
utilizar de forma experimental durante 1 mês o registro eletnico, ii) responder a uma
entrevista ao final da proposta para avaliar a ferramenta proposta
Você tem direito a pedir outros esclarecimentos sobre a pesquisa e pode
se recusar a participar ou interromper a sua participação nela a qualquer momento, sem
que isto lhe traga qualquer prejuízo no seu trabalho neste Centro de Saúde. Caso queira,
os resultados podem ser disponibilizados para você.
As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e
asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados em
qualquer hitese ou de forma a possibilitar sua identificação. Como benecios, sua
participação permitirá o desenvolvimento da metodologia de implantação dessa
ferramenta para nesta e outras Unidades Básicas de Saúde do SUS.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o
endereço institucional do pesquisador principal e do Comitê de Ética em Pesquisa,
podendo tirar suas vidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer
momento. Para sua participação na pesquisa, será necessária sua autorização e
assinatura. As a leitura desse termo de consentimento livre e esclarecido, dou meu
consentimento de livre e espontânea vontade, para participar como voluntário, deste
estudo, assinando esse termo em duas vias, pois uma cópia pertencerá a mim e a outra
ao pesquisador.
Nome do Participante: _________________________________________
Assinatura: __________________________________________________
Pesquisador responsável: Levi Faustino dos Santos – Datasus/MS
Assinatura: __________________________________________________
CSEGSF/Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz
End.:Rua Leopoldo Bulhões, 1480 Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria
Térreo – Sala I/ Manguinhos/ Rio de Janeiro, RJ. CEP: 21.041-210. Tel: (21) 2598-2848
Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP
Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Térreo/Manguinhos/ RJ. CEP: 21.041-210.
Tel: (21) 2598-2863
84
Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria Rio de Janeiro, ____de _____________de 2009.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – Profissionais
SEDIS, Coordenadores da Atenção Básica e Gerente do Centro de Saúde
Você está sendo convidado para participar da pesquisa sobre a Análise da
funcionalidade do prontuário de atendimento do Gerenciador de Informações Locais
(GIL) em uma unidade de atenção primária piloto - o Centro de Saúde Escola Germano
Sinval Faria/ENSP/Fiocruz.
O estudo pretende conhecer o processo de trabalho local e propor uma
metodologia para registro de informações eletrônicas coletadas no durante o
atendimento clínico aos adultos pela equipe de saúde da família e equipe matricial,
assim como o processamento de tais informações pelos profissionais responsáveis.
Você foi selecionado porque é um profissional de saúde que participa de
forma direta do cuidado aos pacientes.
Sua participação nessa pesquisa consistirá em i) participar de reunião
onde discutiremos o processo de registro de informações eletrônicas no atendimento, ii)
utilizar de forma experimental durante 1 mês o registro eletnico, ii) responder a uma
entrevista ao final da proposta para avaliar a ferramenta proposta
Você tem direito a pedir outros esclarecimentos sobre a pesquisa e pode
se recusar a participar ou interromper a sua participação nela a qualquer momento, sem
que isto lhe traga qualquer prejuízo no seu trabalho neste Centro de Saúde. Caso queira,
os resultados podem ser disponibilizados para você.
As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e
asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados em
qualquer hitese ou de forma a possibilitar sua identificação. Como benecios, sua
participação permitirá o desenvolvimento da metodologia de implantação dessa
ferramenta para outras Unidades Básicas de Saúde do SUS.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o
endereço institucional do pesquisador principal e do Comitê de Ética em Pesquisa,
podendo tirar suas vidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer
momento. Para sua participação na pesquisa, será necessária sua autorização e
assinatura. As a leitura desse termo de consentimento livre e esclarecido, dou meu
consentimento de livre e espontânea vontade, para participar como voluntário, deste
estudo, assinando esse termo em duas vias, pois uma cópia pertencerá a mim e a outra
ao pesquisador.
Nome do Participante: _________________________________________
Assinatura: __________________________________________________
Pesquisador responsável: Levi Faustino dos Santos – Datasus/MS
Assinatura: __________________________________________________
CSEGSF/Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz
End.:Rua Leopoldo Bulhões, 1480 Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria
Térreo – Sala I/ Manguinhos/ Rio de Janeiro, RJ. CEP: 21.041-210. Tel: (21) 2598-2848
Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP
Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Térreo/Manguinhos/ RJ. CEP: 21.041-210.
Tel: (21) 2598-2863
85
Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria
Rio de Janeiro, ____de _____________de 2009.
GIL – Gerenciador de Informações Locais
ROTEIRO PARA ENTREVISTAS
Coordenadores de Atenção Básica e Gerente do Centro de Saúde
Nome do Entrevistado:
Cargo: Data da entrevista: / / 2009.
1 – Quais e que tipos de informações utiliza no gerenciamento da Unidade de Saúde oriundas do GIL?
2 – Qual a periodicidade das informações geradas pelo GIL?
3 – O GIL auxilia no fluxo das informações para outros departamentos da Instituição?
4 – O GIL auxilia no fluxo das informações para outros departamentos externos à Instituição?
5 – Quais os pontos fracos e criticas do GIL relacionados ao gerenciamento da Unidade?
6 – Quais os pontos fortes do GIL relacionados ao gerenciamento da Unidade?
7 – Quais sugestões para melhoria do Sistema?
8 – Em relação as informações do prontuário em papel quais as principais desvantagens?
Perda de informações
Ilegibilidade
Desorganização
Difícil acesso às informações
Fragilidade do Papel
Preenchimento incorre
Falta de padronização
Outros Quais? ______________________
9 – Qual a expectativa quanto a utilização do prontuário de atendimento do GIL no CSGSF?
Nenhuma
Baixa
Média
Alta
Nome do Participante: _________________________________________
Assinatura: __________________________________________________
Pesquisador responsável:
Levi Faustino dos Santos – Datasus/MS
Assinatura: __________________________________________________
CSEGSF/Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz ou Datasus??
End.:Rua Leopoldo Bulhões, 1480 Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria Térreo
Sala I/ Manguinhos/
Rio de Janeiro, RJ. CEP: 21.041-210. Tel: (21) 2598-2848
Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP
Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Térreo/Manguinhos/ RJ. CEP: 21.041-210. Tel: (21) 2598-2863
86
Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria Rio de Janeiro, ____de _____________de 2009.
GIL – Gerenciador de Informações Locais
ROTEIRO PARA ENTREVISTAS - Serviço de Documentação e Informação em Saúde (SEDIS)
Nome do Entrevistado:
Cargo: Data da entrevista: / / 2009.
1 – Quais e que tipos de informações oriundas do GIL utiliza nos processos de trabalho do Setor?
2 – Qual a periodicidade destas informações geradas pelo GIL?
3 - Encontra alguma dificuldade na utilização do Sistema? Qual?
4 – Foi realizado algum treinamento para utilização do Sistema?
5 – Utiliza alguma informação gerada pelo Sistema?
6 – Qual informação gostaria de obter a partir do Sistema utilizado?
7 – O GIL auxilia no fluxo das informações para outros departamentos da Instituição? Em caso positivo
qual (is) departamento (s).
9 – O GIL auxilia no fluxo das informações para outros departamentos externos à Instituição? Em caso positivo qual (is)
departamento (s)
10 – Quais os pontos fracos e criticas do GIL relacionados aos processos de trabalho do SEDIS?
11 – Quais os pontos fortes do GIL relacionados aos processos de trabalho do SEDIS?
12 – Quais sugestões para melhoria do Sistema?
13 – Em relação às informações do prontuário em papel quais as principais desvantagens?
Perda de informações Ilegibilidade Desorganização Difícil acesso às informações Fragilidade do
Papel Preenchimento incorreto Falta de padronização
Outros Quais? ______________________
14 – Qual a sua expectativa em utilizar no atendimento o prontuário informatizado?
Nenhuma Baixa Média Alta
15 – Como o prontuário informatizado pode melhorar o processo de trabalho do setor?
Nome do Participante: _________________________________________
Assinatura: __________________________________________________
Pesquisador responsável: Levi Faustino dos Santos – Datasus/MS
Assinatura: __________________________________________________
CSEGSF/Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz ou Datasus??
End.:Rua Leopoldo Bulhões, 1480Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria – Térreo
Sala I/ Manguinhos/ Rio de
Janeiro, RJ. CEP: 21.041-210. Tel: (21) 2598-2848
Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP
Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Térreo/Manguinhos/ RJ. CEP: 21.041-210. Tel: (21) 2598-2863
87
Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria Rio de Janeiro, ____de _____de 2009.
GIL – Gerenciador de Informações Locais
ROTEIRO PARA ENTREVISTAS - Profissionais de atendimento ambulatorial
Nome do Entrevistado:
Especialidade: Data da
entrevista: / / 2009.
1 – Em relação às informações do prontuário em papel quais as principais
desvantagens? Pode marcar mais de uma opção
Perda de informações Ilegibilidade Desorganização Difícil
acesso às informações Fragilidade do Papel Preenchimento
incorreto Falta de padronização
Outros Quais? ______________________
2 – Em relação à capacitação para uso do prontuário de atendimento do GIL foi:
Totalmente satisfatória Parcialmente satisfatória Não participei
3 – Encontrou alguma dificuldade na utilização da funcionalidade do
prontuário de atendimento do GIL? Caso afirmativo descrever.
4 – Houve modificações (positivo /negativo) nas rotinas do processo de
trabalho? Descrever.
5 – A experiência gerou benefícios no processo de trabalho relacionado ao
atendimento do paciente? Caso afirmativo descreve
6 – As informações coletadas no Prontuário de atendimento satisfazem às
necessidades relacionadas ao processo de trabalho?
Sim Não Porque?
7 – Além da funcionalidade de prontuário de atendimento do GIL, utiliza outra
informação gerada pelo Sistema?
Sim Não Por quê?
Nome do Participante: _________________________________________
Assinatura: __________________________________________________
Pesquisador responsável: Levi Faustino dos Santos – Datasus/MS
Assinatura: __________________________________________________
DATASUS – Departamento de Informática do SUS
End.:Rua México, 128/7º andar. Rio de Janeiro CEP: 20.031-142. Tel: (21) 3985-
7167
88
ORIENTÕES PARA PREENCHIMENTO PRONTUÁRIO DE ATENDIMENTO
DO GERENCIADOR DE INFORMAÇÕES LOCAIS (GIL)
89
ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO
PRONTUÁRIO DE ATENDIMENTO DO
GERENCIADOR DE INFORMAÇÕES LOCAIS
(GIL)
90
SUMÁRIO
Módulo Atendimento individual
Tela de identificação do usuário
Tela de abertura de capa de lote
Tela de alteração de capa de lote
Tela de lançamento de atendimentos individuais
Aba de dados atendimento
Aba prontuário de atendimento
91
GIL – Gerenciador de Informações Locais
ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO
Os profissionais selecionados para a pesquisa terão acesso aos módulos:
1 - Atendimento
Opção Atendimento individual
Nesta opção são coletados os dados da consulta realizada e os relacionados ao
prontuário de atendimento do paciente.
2 – Relatórios
Disponibiliza para os profissionais do atendimento diversos relatórios do
Sistema (Perfil de atendimento, histórico do usuário, agravos de notificação,
vacinação,....),
Tela Identificação do usuário
Usuário: informar o usuário cadastrado para acesso ao Sistema GIL.
Senha: informar a senha cadastrada para acesso ao Sistema GIL
92
1 – MÓDULO ATENDIMENTO
Tela Abertura do Lote de Atendimento Individual
Matricula: informar a matrícula do profissional.
Data da consulta: data do atendimento no formato dd/mm/aaaa.
Especialidade: informar o código da especialidade cadastrada no CNES para o
profissional
Turno: informar o turno de atendimento do atendimento
Tela de criação de lote de atendimento
Selecionar a opção Sim para iniciar o preenchimento dos dados de atendimento
Tela Alteração Capa de Lote
Horas Trabalhadas: informar a quantidade de horas trabalhadas no turno de
atendimento.
93
Número de Consultas: informar a quantidade de atendimentos realizados no turno de
atendimento.
Tela de Lançamentos dos Atendimentos Individuais
Aba Dados Atendimento
Prontuário: informar o número do prontuário do paciente. Havendo duvidas
utilizar o ícone de pesquisa de usuário ao lado do campo nome.
94
Tela Pesquisa de usuário
Utilizar a pesquisa por: número do CNS / Prontuário ou nome do paciente.
Peso (gramas): informar peso em gramas.
Altura (cm): informar altura em centímetros.
Carater de Atend.: o caráter de atendimento é o mesmo definido na Portaria Nº
719 de 28 de dezembro de 2007, conforme abaixo:
CARATER DE ATENDIMENTO
01 Eletivo
02 Urgência
03 Acidente no local de trabalho ou a serviço da empresa
04 Outros tipos de Acidente de transito
05 Outros tipos de lesões e envenenamentos por agentes químicos
ou físicos
Natureza da Procura: informar conforme tabela abaixo
NATUREZA DA PROCURA
02 Primeira consulta
03 Consulta subseqüente
95
Ação Programática: informar conforme tabela abaixo
AÇÃO PROGRAMÁTICA
02 Integrado à saúde da mulher
09 Controle de tuberculose
12 Controle de SIDA/AIDS
16 Idoso
27 Gestante 1º Trimestre
28 Gestante 2º Trimestre
29 Gestante 3º Trimestre
76 Saúde mental
86 Crianças
87 Adultos
92 Fonoaudiologia
CID Primário: informar o(s) Cid’s relacionados ao atendimento.
Procedimento Realizado: Listagem em anexo
Médico de saúde da família
Enfermeira –
Procedimento Solicitado: informar o código do procedimento solicitado,
havendo necessidade utilizar o botão de pesquisa .
Ao fim de cada inclusão do procedimento, clicar no botão
Medicamentos Prescritos: preencher os seguintes campos
Medicamento prescrito - código do medicamento prescrito, havendo necessidade
utilizar o botão de pesquisa .
Dose/Diária - Informar Dose/Diária do medicamento prescrito
Qtd/Dias – informar a quantidade de dias do medicamento prescrito.
Ao fim de cada inclusão do medicamento prescrito, clicar no botão
Impressão dos procedimentos solicitados e medicamentos prescritos
Selecionar o botão imprimir
Escolher opção a ser impressa (Exame, Prescrição ou Prontuário de atendimento),
escolhendo o ícone abaixo
96
Encaminhamento: informar conforme tabela abaixo
Encaminhamento
1 Alta
2 Retorno
3 Internação
4 Encaminhamento externo para Urg./Emerg
5 Encaminhamento externo
6 Encaminhamento interno
7 Óbito
Dias para retorno: informar a quantidade de dias de retorno para a próxima
consulta
97
Aba Prontuário de Atendimento
Anamnese: informar dados de anamnese do paciente
Exame físico: informar dados de exame sico do paciente
Hitese Diagnóstica: relatar hitese diagnóstica do atendimento
Exames Complementares: havendo exames complementares, informar quais
foram solicitados.
Conduta: informar conduta sugerida para o tratamento
Etapas para finalizar o laamento das informações da Aba Prontuário de Atendimento
selecionar o botão Gravar e Verificar;
Após selecionar botão Verificar, o sistema não permite alteração dos dados
informados.
selecionar o botão imprimir, assinar e anexar às informações no prontuário do
usuário atendido.
As informações lançadas no atendimento, podem ser visualizadas de forma
contínua a qualquer momento no mesmo módulo
Glossário
CNS – Cartão Nacional de Saúde
CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
98
LISTAGEM DOS PROCEDIMENTOS POSSIVEIS DE SEREM REALIZADOS
PELAS ESPECIALIDADES: MÉDICO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E
ENFERMEIRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA (CSEGSF)
99
MS / SE / DATASUS Listagem de Procedimentos GIL Ver. 4.0.16
Emissão : 08/11/2009 gina : 1
CSE GERMANO SINVAL FARIA
SelEspec: MéDICO DE SAúDE DA FAMíLIA; Modal.: 01
ProcedimenDescrição
0101010010 ATIVIDADE EDUCATIVA / ORIENTACAO EM GRUPO NA ATENCAO BASICA
0101010036 PRATICA CORPORAL / ATIVIDADE FISICA EM GRUPO
0101010044 PRATICAS CORPORAIS EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
0101030029 VISITA DOMICILIAR/INSTITUCIONAL EM REABILTACAO -POR
PROFISSI
0101040016 APLICACAO DE SUPLEMENTOS DE MICRONUTRIENTES
0101040024 AVALIACAO ANTROPOMETRICA
0201010640 PUNCAO P/ ESVAZIAMENTO
0201020033 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME CITOPATOLOGICO DE COLO UTERINO
0201020050 COLETA DE SANGUE P/ TRIAGEM NEONATAL
0202031160 TESTES RAPIDOS P/ DIAGNOSTICO DA SIFILIS
0211020036 ELETROCARDIOGRAMA
0301010013 CONSULTA AO PACIENTE CURADO DE TUBERCULOSE (TRATAMENTO
SUPER
0301010021 CONSULTA C/ IDENTIFICACAO DE CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE
0301010064 CONSULTA MEDICA EM ATENCAO BASICA
0301010080 CONSULTA P/ ACOMPANHAMENTO DE CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
0301010099 CONSULTA P/ AVALIACAO CLINICA DO FUMANTE
0301010110 CONSULTA PRE-NATAL
0301010129 CONSULTA PUERPERAL
0301040010 ATENDIMENTO CLINICO P/ INDICACAO E FORNECIMENTO DO
DIAFRAGMA
0301040028 ATENDIMENTO CLINICO P/ INDICACAO, FORNECIMENTO E
INSERCAO DO
0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA
0301060045 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/
OBSERVACAO ATE
0301060053 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/
REMOCAO
0301060100 ATENDIMENTO ORTOPEDICO COM IMOBILIZACAO PROVISORIA
0301080011 ABORDAGEM COGNITIVA COMPORTAMENTAL DO FUMANTE (POR
ATENDIMEN
0301080046 ACOMPANHAMENTO DE PACIENTE EM SAUDE MENTAL (RESIDENCIA
TERAP
0303070030 REMOCAO MANUAL DE FECALOMA
0310010012 ASSISTENCIA AO PARTO S/ DISTOCIA
0401010031 DRENAGEM DE ABSCESSO
0401010058 EXCISAO DE LESAO E/OU SUTURA DE FERIMENTO DA PELE ANEXOSEM
0401010066 EXCISAO E/OU SUTURA SIMPLES DE PEQUENAS LESOES /
FERIMENTOS
0401010074 EXERESE DE TUMOR DE PELE E ANEXOS / CISTO SEBACEO /
LIPOMA
0401010082 FRENECTOMIA
0401010104 INCISAO E DRENAGEM DE ABSCESSO
0401010112 RETIRADA DE CORPO ESTRANHO SUBCUTANEO
0404010075 DRENAGEM DE FURUNCULO NO CONDUTO AUDITIVO EXTERNO
0404010091 DUCHA DE POLITZER (UNI / BILATERAL)
0404010156 INFILTRACAO MEDICAMENTOSA EM CORNETO INFERIOR
0404010245 MIRINGOTOMIA
0404010270 REMOCAO DE CERUMEN DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO UNI /
BILATER
0404010300 RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DA CAVIDADE AUDITIVA E
NASAL
100
MS / SE / DATASUS Listagem de Procedimentos GIL Ver. 4.0.16
Emissão : 08/11/2009 Página : 2
0404010318 RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DE OUVIDO / FARINGE / LARINGE /
N
0404010342 TAMPONAMENTO NASAL ANTERIOR E/OU POSTERIOR
0404020054 DRENAGEM DE ABSCESSO DA BOCA E ANEXOS
0404010156 INFILTRACAO MEDICAMENTOSA EM CORNETO INFERIOR
0404010245 MIRINGOTOMIA
0404010270 REMOCAO DE CERUMEN DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO UNI /
BILATER
0404010300 RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DA CAVIDADE AUDITIVA E NASAL
0404010318 RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DE OUVIDO / FARINGE / LARINGE /
N
0404010342 TAMPONAMENTO NASAL ANTERIOR E/OU POSTERIOR
0404020054 DRENAGEM DE ABSCESSO DA BOCA E ANEXOS
0404020097 EXCISAO E SUTURA DE LESAO NA BOCA
0406020094 DISSECCAO DE VEIA / ARTERIA
0407040218 PNEUMOPERITONIO (POR SESSAO)
0408050195 REDUCAO INCRUENTA DA LUXACAO / FRATURA-LUXACAO METATARSO-FAL
0408050209 REDUCAO INCRUENTA DE FRATURA / LESAO FISARIA DOS
METATARSIAN
0408050217 REDUCAO INCRUENTA DE FRATURA / LUXACAO / FRATURA-
LUXACAO DO
0408050225 REDUCAO INCRUENTA DE FRATURA DIAFISARIA / LESAO FISARIA
DIST
0408050241 REDUCAO INCRUENTA DE FRATURA DOS OSSOS DO TARSO
0408050250 REDUCAO INCRUENTA DE FRATURA OU LESAO FISARIA DO JOELHO
0408050268 REDUCAO INCRUENTA DE LUXACAO / FRATURA-LUXACAO DO JOELHO
0408050284 REDUCAO INCRUENTA DE LUXACAO OU FRATURA / LUXACAO
SUBTALAR E
0408050292 REDUCAO INCRUENTA DE LUXACAO OU FRATURA / LUXACAO TARSO-
META
0409040010 DRENAGEM DE ABSCESSO DA BOLSA ESCROTAL
0409040029 DRENAGEM DE ABSCESSO DO EPIDIDIMO E/OU CANAL DEFERENTE
0409070173 EXTRACAO DE CORPO ESTRANHO DA VAGINA
0411010069 RESSUTURA DE EPISIORRAFIA POS-PARTO
0411010077 SUTURA DE LACERACOES DE TRAJETO PELVICO (NO PARTO ANTES DA
0412010062 PUNCAO DE TRAQUEIA C/ ASPIRACAO
0412030020 DRENAGEM DE PLEURA
0412040140 TORACOCENTESE
0413010023 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM PEQUENO QUEIMADO
0414020170 GLOSSORRAFIA
0415040019 CATETERISMO DE VEIA CENTRAL (POR PUNCAO)
0415040043 DEBRIDAMENTO DE ULCERA / NECROSE
0801010012 ADESAO A ASSISTENCIA PRE-NATAL - INCENTIVO PHPN
(COMPONENTE
0801010020 CONCLUSAO DA ASSISTENCIA PRE-NATAL (INCENTIVO)
0803010095 UNIDADE DE REMUNERACAO P/DESLOCAMENTO DE ACOMPANHANTE POR
TR
0803010109 UNIDADE DE REMUNERACAO P/DESLOCAMENTO DE ACOMPANHANTE POR
TR
03010125 UNIDADE DE REMUNERACAO P/DESLOCAMENTO DE PACIENTE PORTRANSP
101
MS / SE / DATASUS Listagem de Procedimentos GIL Ver. 4.0.16
Emissão : 08/11/2009 Página : 1
CSE GERMANO SINVAL FARIA SelEspec: ENFERMEIRO SAUDE DA FAMILIA;
Modal.: 01
ProcedimenDescrição
0101010010 ATIVIDADE EDUCATIVA / ORIENTACAO EM GRUPO NA ATENCAO BASICA
0101010036 PRATICA CORPORAL / ATIVIDADE FISICA EM GRUPO
0101010044 PRATICAS CORPORAIS EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
0101030029 VISITA DOMICILIAR/INSTITUCIONAL EM REABILTACAO -POR
PROFISSI
0101040016 APLICACAO DE SUPLEMENTOS DE MICRONUTRIENTES
0101040024 AVALIACAO ANTROPOMETRICA
0201020033 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME CITOPATOLOGICO DE COLO UTERINO
0201020041 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME LABORATORIAL
0201020050 COLETA DE SANGUE P/ TRIAGEM NEONATAL
0214010015 GLICEMIA CAPILAR
0301010013 CONSULTA AO PACIENTE CURADO DE TUBERCULOSE (TRATAMENTO
SUPER
0301010021 CONSULTA C/ IDENTIFICACAO DE CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE
0301010030 CONSULTA DE PROFISSIONAIS DE NIVEL SUPERIOR NA ATENCAO
BASIC
0301010080 CONSULTA P/ ACOMPANHAMENTO DE CRESCIMENTO E ESENVOLVIMENTO
0301010099 CONSULTA P/ AVALIACAO CLINICA DO FUMANTE
0301010110 CONSULTA PRE-NATAL
0301010129 CONSULTA PUERPERAL
0301080011 ABORDAGEM COGNITIVA COMPORTAMENTAL DO FUMANTE (POR
ATENDIMEN
0301100020 ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS EM ATENCAO BASICA (POR
PACIENT
0301100039 AFERICAO DE PRESSAO ARTERIAL
0301100047 CATETERISMO VESICAL DE ALIVIO
0301100055 CATETERISMO VESICAL DE DEMORA
0301100101 INALACAO / NEBULIZACAO
0301100136 ORDENHA MAMARIA
0301100152 RETIRADA DE PONTOS DE CIRURGIAS BASICAS (POR PACIENTE)
0301100179 SONDAGEM GASTRICA
0301100187 TERAPIA DE REHIDRATACAO ORAL
0310010012 ASSISTENCIA AO PARTO S/ DISTOCIA
0401010023 CURATIVO GRAU I C/ OU S/ DEBRIDAMENTO (POR PACIENTE)
0801010012 ADESAO A ASSISTENCIA PRE-NATAL - INCENTIVO PHPN(COMPONENTE
0801010020 CONCLUSAO DA ASSISTENCIA PRE-NATAL (INCENTIVO)
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