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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
ANÁLISE DA FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DO QUADRIL EM PORTADORES DE
SÍNDROME DA DOR PATELOFEMURAL
ROBSON ALVES DA SILVA
Natal - RN
2009
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2
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Silva, Robson Alves da.
Análise da função dos músculos do quadril em portadores de síndrome da dor
patelofemural / Robson Alves da Silva. – Natal, RN, 2009.
55 f.
Orientador: Jamilson Simões Brasileiro.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação
em Fisioterapia.
1. Síndrome da dor patelofemural – Dissertação. 2. Quadril – Dissertação. 3. Dinamometria isocinética – Dissertação. 4.
Eletromiografia – Dissertação. I. Brasileiro, Jamilson Simões. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 616.74(043.3)
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3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
ANÁLISE DA FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DO QUADRIL EM PORTADORES DE
SÍNDROME DA DOR PATELOFEMURAL
ROBSON ALVES DA SILVA
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte Programa
de Pós-Graduação em Fisioterapia, para a
obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.
Orientador: Jamilson Simões Brasileiro
Natal - RN
2009
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:
Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Guerra
5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
ANÁLISE DA FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DO QUADRIL EM PORTADORES DE
SÍNDROME DA DOR PATELOFEMURAL
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro UFRN - Presidente
Prof. Dr. Jerônimo Farias de Alencar UFPB
Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito Vieira UFRN
Aprovada em 31 / 07 / 2009
6
Dedicatória
À Deus, que me iluminou e me colocou nessa trajetória acadêmica.
À minha mãe e minha irmã, que muito rezaram para que eu obtivesse sucesso
nessa jornada. Muito obrigado!
7
Agradecimentos
- Ao meu orientador Prof. Jamilson Brasileiro, pela competência de professor,
pesquisador, orientador e amigo. Muito obrigado!
- Aos meus colegas da primeira turma de Mestrado em Fisioterapia da UFRN,
os “Top de Linha”.
- Aos colegas da Base de Pesquisa, Jailson, Isabel e Nícia. Obrigado pelas
discussões produtivas.
- A Denise Dal’Ava, também colega da Base de Pesquisa, mas muito amiga
durante a execução desse trabalho. Muito obrigado!
- A Amanda Josué pela a colaboração nas coletas de dados da pesquisa.
- Ao meu amigo Kimberly Moreira, que além de colaborador da pesquisa, tornou-
se colaborador na minha vida pessoal e profissional.
- Ao meu amigo Andriélio Araújo, o Lello, que aturou meus estresses dessa
jornada e não mediu esforços para me ajudar.
- Aos meus amigos Marciano Henrique e Marcelo Chaves, que muito me
incentivaram na corrida por esse Título.
- Aos meus colegas e amigos da FARN, obrigado pelo incentivo.
- Às voluntárias da pesquisa, sem as quais não teria sido possível a realização
da mesma.
- E, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para esse conquista. MUITO
OBRIGADO!
8
Sumário
Pág.
Dedicatória ___________________________________________________ vi
Agradecimentos _______________________________________________ vii
Listas _______________________________________________________ ix
Resumo _____________________________________________________ xi
Abstract _____________________________________________________ xii
1 INTRODUÇÃO ______________________________________________ 1
2 MATERIAIS E MÉTODOS _____________________________________ 10
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO _________________________________ 20
3.1 Anexação do Artigo _________________________________________ 21
4 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________ 43
5 REFERÊNCIAS _____________________________________________ 45
6 ANEXOS ___________________________________________________ 50
APÊNDICE
9
Lista de Figuras
Pág.
Figura 01: Conversor Analógico/Digital para captação da atividade
eletromiográfica
12
Figura 02: Eletrodos ativos de superfície (A) e eletrodo de referência (B) 12
Figura 03: Foot Swicth usado para sincronização do sinal 13
Figura 04: Step de borracha 13
Figura 05: Dinamômetro Isocinético Computadorizado 14
Figura 06: Posicionamento dos eletrodos ativo de superfície (A) e de
referência (B)
15
Figura 07: Posicionamento para a CIVM 15
Figura 08: Realização da descida do step de borracha 16
Figura 09: Posicionamento do Foot Swicth no antepé dos sujeitos 16
Figura 10: Auto-alongamento dos músculos abdutores/adutores do quadril
(A,B)
17
Figura 11: Posicionamento dos sujeitos para avaliação dos músculos
abdutores/adutores do quadril
18
Figura 12: Posicionamento dos sujeitos para avaliação dos músculos
rotadores medial/lateral do quadril
18
Figura 13 (Figura 01 do Artigo): Posicionamento do eletrodo ativo de
superfície, segundo o SENIAM
29
Figura 14 (Figura 02 do Artigo): Posicionamento dos sujeitos para avaliação
dos músculos abdutores e adutores do quadril
31
Figura 15 (Figura 03 do Artigo): Distribuição dos valores obtidos na
Dinamometria pelos músculos do quadril para a variável Pico de Torque.
33
Figura 16 (Figura 04 do Artigo): Distribuição dos valores obtidos na
Dinamometria pelos músculos do quadril para a variável Pico de Toque pelo
peso corporal.
33
Figura 17 (Figura 05 do Artigo): Distribuição dos valores obtidos na
Dinamometria pelos músculos do quadril para a variável Tempo do Pico de
Torque.
34
10
Lista de Tabelas
Pág.
Tabela 01: Distribuição dos valores obtidos na EMG para o músculo glúteo
médio
35
11
Resumo
A Síndrome da Dor Patelofemural (SDPF) é definida como uma dor anterior ou
retropatelar e possui etiologia multifatorial, onde o mau-alinhamento patelar é a
hipótese mais comumente aceita. Entretanto fatores proximais ao joelho, como a
debilidade dos músculos do quadril, têm sido sugerido como um fator contribuinte ao
surgimento desta síndrome. Objetivo: Avaliar se existe relação entre a performance
dos músculos do quadril e o desenvolvimento da SDPF. Métodos: Participaram do
estudo 30 mulheres alocadas em um grupo controle (15 sujeitos assintomáticos) e
um grupo experimental (15 sujeitos com diagnóstico de SDPF). A performance
muscular foi avaliada em um dinamômetro isocinético, onde verificou-se o Pico de
Torque (PT), PT pelo peso corporal, tempo do PT e a relação agonista/antagonista.
Também foi analisada a atividade eletromiográfica do glúteo médio. Os dados foram
analisados através do teste t não pareado com um nível de significância de 5%.
Resultados: Não houve diferença significativa entre o PT dos músculos abdutores
(p = 0,46) e rotadores laterais do quadril (p = 0,17) entre os grupos. Também não foi
encontrada diferença significativa no PT pelo peso corporal, para esses grupos
musculares (p = 0,10 e p = 0,11, respectivamente). Não houve diferença entre a
amplitude do sinal eletromiográfico (p = 0,05) e o onset do glúteo médio (p = 0,25)
entre os grupos. Conclusão: Nas condições experimentais realizadas, o estudo não
demonstrou relação entre a performance dos músculos do quadril e o
desenvolvimento da SDPF.
Palavras-Chave: Síndrome da Dor Patelofemural. Quadril. Dinamometria
Isocinética. Eletromiografia.
12
Abstract
The Patellofemoral pain syndrome is defined as a fore or retro patellar pain and it
has multifactorial etiology, where the bad patellar alignment is the most acceptable
hypothesis. However proximal factors to the knee, as the debility of the muscles of
the hip, have been demonstrated as a contributing factor to the appearing of that
syndrome. Purpose: To evaluate if exists a relation between the hip muscles
performance and the development of the SDPF. Methods: Thirty women took part in
this study. They were divided in two groups; a control group (fifteen asymptomatic
subjects) and an experimental group (fifteen subjects with the diagnosis of SDPF).
The muscle performance was evaluated in an isokinetic dynamometer, where it was
verified the peak torque (PT), PT to body weight, PT time and the agonist/antagonist
relation. It was also analyzed the electromyographic activity of the middle gluteus.
The data was analyzed by the not paired t test at a significance level of 5%.
Results:. Didn’t have significant difference to the PT of the abductor muscles (p =
0,46) and lateral rotators of the hip (p = 0,17) between groups. Also didn’t have
significant difference to the PT values by the body weight, to these muscle groups
either (p = 0,10 e p = 0,11, respectively). Didn’t have significant difference between
the amplitude of the signal (p = 0,05) and the onset of medium gluteus (p = 0,25)
between the groups. Conclusion: In the experimental conditions realized, the study
didn’t demonstrate a relation between performance the hip muscles behavior and the
development of the SDPF.
Keywords: Patellofemoral pain syndrome. Hip. Isokinetic Dynamometer.
Electromyography
13
1 INTRODUÇÃO
14
1.1 Delimitação do Problema
A Síndrome da Dor Patelofemuoral (SDPF) é uma das desordens ortopédicas
mais comuns e compreende aproximadamente 25% dos diagnósticos ortopédicos. A
mesma é definida como uma dor anterior ou retropatelar, possui etiologia
multifatorial
1,2,3
e acomete prioritariamente mulheres jovens
4,5,6,7,8
. Seu início
geralmente é insidioso, revelando-se como uma dor difusa que é exacerbada ao
subir e descer escadas, na manutenção prolongada de flexão do joelho e posição de
agachamento
3,4,5
.
O mau-alinhamento patelar é a hipótese mais comumente aceita, entretanto a
verdadeira causa para a SDPF, ainda permanece desconhecida
9
. Considera-se
atualmente, o aumento do ângulo quadricipital (Q), a incongruência entre a patela e
o sulco troclear do fêmur, a insuficiência do vasto medial obliquo (VMO), a diferença
entre o início da contração muscular entre VMO e vasto lateral (VL), excessiva
pronação subtalar e a fraqueza dos músculos do quadril como fatores que
contribuem para o aparecimento da dor anterior do joelho
1,4,10,11,12,13,14
.
O ângulo Q é bastante discutido na literatura como uma causa biomecânica
de grande relevância ao aparecimento da SDPF, uma vez que ao se traçar uma
linha imaginária oriunda da Espinha Ilíaca Ântero-Superior (EIAS) ao centro da
patela e outra linha vindo da tuberosidade da tíbia, a interseção dessas retas
formam esse ângulo, que pode variar de 6 a 27 graus. O aumento desse ângulo,
associada à insuficiência do VMO e a hipoplasia do côndilo lateral do fêmur,
favorece a lateralização da patela e pode exacerbar o quadro álgico em portadores
de SDPF
1,10,15
.
Fatores distais ao joelho também tem sido frequentemente sugeridos como
contribuintes para o surgimento da dor patelofemural. Diversos autores têm
explorado a relação entre a pronação excessiva ou prolongada do durante
atividades funcionais e a síndrome de compressão patelar
16
.
Fatores proximais, como a fraqueza dos músculos do quadril também tem
sido recentemente relacionada como um fator predisponente ao aparecimento e
desenvolvimento de dor na articulação patelofemural, pois sendo esses músculos
responsáveis pela estabilização da pelve, seu enfraquecimento pode ocasionar
excessiva adução e rotação medial do quadril e consequentemente um aumento do
ângulo Q
5
.
15
Mascal et al.
17
realizaram um estudo com dois sujeitos onde, após um
programa de fortalecimento do músculo glúteo médio, observaram que os sujeitos
demonstraram uma diminuição na intensidade da dor e obtiveram melhorias
significativas no grau de valgismo do joelho e rotação medial do quadril. Entretanto,
os mesmos relatam a necessidade de novos estudos que definam melhor a relação
da SDPF e a debilidade dos músculos do quadril.
Pesquisas mostram que mulheres, tal como os homens, exibem movimentos
significativos de valgismo do joelho e rotação medial do quadril
18
. A habilidade das
mulheres em controlar estes movimentos pode depender da força dos músculos
proximais do quadril que são antagonistas a estes movimentos tendenciosos. Na
ausência de força proximal suficiente, o fêmur pode aduzir ou rodar medialmente,
além de aumentar a pressão lateral da patela sobre a tróclea femural. Atividades
repetitivas desta natureza podem eventualmente proporcionar um desgaste da
cartilagem articular da patela associada com a SDPF
4,19
.
Embora alguns autores tenham relatado que a fraqueza dos músculos do
quadril pode ter um papel importante na etiologia da dor patelofemural, poucos
estudos têm avaliado esta debilidade muscular em portadores de SDPF
2,14,20
.
Se a fraqueza dos músculos do quadril precipita ou não os sintomas da
síndrome patelofemural, a melhora da força desses músculos pode influenciar
positivamente na apresentação clínica desta síndrome, bem como na medida de
prevenção de riscos para o aumento das injúrias
14
.
Ao se comparar a fraqueza dos músculos do quadril e a cinemática do quadril
e joelho em sujeitos com SDPF, foi observado que sujeitos com esta síndrome
demonstraram debilidade dos músculos rotadores externos e abdutores do quadril
durante a descida de uma escada, entretanto os autores deste trabalho relatam que
novos estudos devem ser realizados
21
.
Durante as atividades funcionais que exigem agachamento, os músculos do
quadril podem ser ativados para estabilizar o fêmur, assim como diminuir a adução
do quadril e reduzir o valgismo do joelho durante o movimento
22
.
A deficiência do músculo glúteo médio (GM) pode resultar numa inclinação
contralateral da pelve ou aumento da rotação medial do quadril, favorecendo uma
maior força vetorial no joelho, contribuindo assim para um aumento do valgo
5,23,24
.
A alteração na atividade mioelétrica do GM também pode afetar a articulação
patelofemural, que o atraso no tempo de início de ativação ou a diminuição na
16
duração de sua atividade poderia provocar um excesso de adução ou rotação medial
do fêmur sob a patela, com consequente aumento do ângulo Q
2,24
.
Existe escassez de estudos clínicos caracterizando a atividade elétrica dos
músculos do quadril durante atividades funcionais. Entretanto, estudos com
eletromiografia do músculo glúteo médio demonstraram atraso no início da ativação
deste músculo durante as atividades de subir e descer escada
24
.
Assim, baseado no fato de que a fraqueza muscular e/ou retardo e diminuição
da atividade elétrica dos músculos do quadril podem contribuir para o surgimento da
SDPF, é que nossa temática aponta para o seguinte questionamento: será que
existe relação entre a performance dos músculos do quadril e sua atividade
eletromiográfica no desenvolvimento da Síndrome da Dor Patelofemural (SDPF)?
1.2 Justificativa
Apesar da prevalência desta síndrome, o tratamento específico da SDPF
permanece vago e controverso
17
. As intervenções são muitas vezes focadas apenas
localmente, através do alongamento do quadríceps, taping patelar, mobilização dos
tecidos moles e fortalecimento dos músculos VMO, vasto medial (VM) e vasto lateral
(VL)
25
.
Pacientes que demonstram debilidade no controle da adução e rotação
medial do quadril durante atividades de suporte de peso como andar e descer
escadas, uma meta a ser alcançada é o aperfeiçoamento da função dos músculos
do quadril no controle desses movimentos
2
. Assim, os estudos devem ser
direcionados também ao controle dos movimentos do quadril e pelve em portadores
de SDPF
17
.
Desta forma, esse estudo busca uma melhor fundamentação para a
intervenção fisioterapêutica nesta síndrome, uma vez que ao compreender a relação
existente entre o desempenho dos músculos do quadril, sua atividade
eletromiográfica e a SDPF, o tratamento fisioterápico passaria a ser mais amplo e
não apenas sobre os músculos Vasto Medial (VO), Vasto Medial Oblíquo (VMO) e
Vasto Lateral Longo (VLL) que já é bastante discutida na literatura
1,4,13,14
.
17
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Avaliar se existe relação entre o desempenho dos músculos do quadril e a
atividade eletromiográfica do glúteo médio no desenvolvimento da Síndrome da Dor
Patelofemural (SDPF).
1.3.2 Objetivos específicos
Analisar o pico de torque, pico de torque pelo peso corporal, tempo do pico
de torque e a relação agonista/antagonista dos músculos
abdutores/adutores e rotadores mediais/laterais do quadril, em sujeitos
saudáveis e portadores de SDPF.
Analisar o comportamento eletromiográfico do músculo glúteo médio, no
que se refere à intensidade e início de ativação, durante a descida de um
step, em sujeitos saudáveis e portadores de SDPF.
1.4 Hipóteses
H
0
: Não existe relação entre a performance e a atividade eletromiográfica
dos músculos do quadril no desenvolvimento da SDPF.
H
1
: Existe relação entre a performance e a atividade eletromiográfica dos
músculos do quadril no desenvolvimento da SDPF.
1.5 Revisão de Literatura
1.5.1 Anatomia e Biomecânica Femuropatelar
A articulação femuropatelar é uma articulação complexa do ponto de vista
cinemático e dinâmico e possui dois elementos ósseos importantes: a patela e a
tróclea femural
26
.
18
A Patela
A patela é o maior osso sesamóide do corpo humano e está situado dentro do
prolongamento do tendão quadricipital. Sua forma é triangular, seu vértice é voltado
para baixo e está situada em frente à tróclea do fêmur
26
.
Sendo a patela um osso sesamóide, a mesma aumenta o braço de alavanca
do quadríceps em 50%, além de melhor distribuir a força de compressão no mur,
pois aumenta a superfície de contato do tendão patelar e a tróclea femural
27,28
.
A face posterior da patela é composta por duas partes importantes; o
quadrante inferior, que é extra-articular, e os três quartos superiores, onde estão
localizadas as facetas articulares da patela (faceta externa e faceta interna). As
facetas da patela são divididas pelo sulco troclear, onde a faceta externa é maior e
mais alta e a faceta interna é menor e mais estreita. O ângulo patelar formado por
essas facetas articulares é de fundamental importância para o desenvolvimento das
síndromes dolorosas da articulação femuropatelar, pois são através delas que a
incongruência articular é observada
26
.
A Tróclea
A tróclea é a zona articular que recebe a face posterior da patela na
articulação femuropatelar. A mesma situa-se na face anterior e distal do fêmur e
projeta-se à frente para formar os côndilos femorais, que são separados pelo sulco
troclear
27
.
Os côndilos femorais alojam a patela através da tróclea e o ângulo de
abertura troclear pode ser medido no plano horizontal, onde Ficat (1973) considera
normal um ângulo de 125°. Esta angulação em conjunto com o ângulo patelar
promove uma harmonia da articulação femuropatelar
27
. Entretanto quando isto não
ocorre, a cartilagem patelar entra em sofrimento e promove as síndromes dolorosas
do joelho
28
.
Os Meios de Contenção
19
Os meios de contenção da articulação femuropatelar são formados pelas
cápsulas articular e sinovial, pelos ligamentos e pelos músculos, sendo esses
últimos os meios de contenção mais estudados nas disfunções femuropatelares
26
.
O trato iliotibial e o quadríceps são os principais estabilizadores da patela,
sendo este último dividido em vasto medial (VM), vasto medial oblíquo (VMO), vasto
lateral (VL), vasto intermédio e reto femoral
29
.
O VMO é o principal estabilizador dinâmico da patela medialmente, enquanto
que o VL e o trato iliotibial são os responsáveis pela força dinâmica lateral da patela.
O desequilíbrio entre o VMO e o VL é um dos fatores predisponentes para o
aparecimento das síndromes dolorosas da articulação femuropatelar
30,31
.
1.5.2 Síndrome da Dor Patelofemural
A Síndrome da Dor Patelofemural (SDPF) é definida como uma dor anterior
ou retropatelar
1
e é responsável por 25% dos diagnósticos ortopédicos
8
. A
manifestação clínica mais evidente da SDPF é a dor difusa e insidiosa no joelho que
se exacerba nos movimentos de subir e descer escadas, agachamento ou na
posição prolongada em flexão do joelho
1
.
Os fatores etiológicos da SDPF não são bem definidos, pois vários são os
fatores predisponentes ao aparecimento da síndrome. Entretanto o mau-alinhamento
da patela é a hipótese mais frequentemente aceita como precursora de patologias
da articulação femuropatelar
5,2
.
Vários são os fatores que contribuem para a SDPF; dentre eles, o aumento do
ângulo Q, a insuficiência do VMO, diferenças no início de contração do VMO e VL,
incongruência da patela sobre a tróclea, pronação subtalar excessiva e a fraqueza
dos músculos do quadril
1,2,5,10
.
A atividade eletromiográfica do VMO e do VL tem sido bastante discutida na
literatura
1
, onde o desequilíbrio de força entre esses músculos podem predispor a
SDPF. Estudos recentes mostram um desequilíbrio no tempo de ativação do VMO e
do VL em sujeitos com SDFP
32
. Atraso do tempo de ativação do VMO em relação ao
VL tem sido encontrado em sujeitos com SDPF comparado a sujeitos saudáveis
1
.
20
A fraqueza dos músculos do quadril também tem sido relacionada como um
dos fator proximal predisponente ao aparecimento e desenvolvimento de dor na
articulação patelofemural, pois sendo esses sculos responsáveis pela
estabilização da pelve, seu enfraquecimento pode ocasionar excessiva adução e
rotação medial do quadril, além de um aumento do ângulo quadricipital
5
.
1.5.3 Avaliação da Articulação Femuropatelar
Avaliação subjetiva da Dor
Sendo a dor o principal sintoma da SDPF, a Escala Visual Analógica (EVA), é
um dos métodos de avaliação mais frequentemente usado para avaliá-la. Na EVA o
indivíduo quantifica de 0-10 a intensidade de sua dor, onde 0 (zero) é a ausência de
dor e 10 (dez) a máxima dor referida
33
.
Além da avaliação subjetiva da dor em pacientes com SDPF, faz-se
necessário também a avaliação dos diversos fatores etiológicos da síndrome, como
o torque muscular e a atividade elétrica dos músculos envolvidos.
Dinamometria Isocinética
O dinamômetro isocinético é um equipamento eletromecânico
computadorizado que avalia a performance muscular por meio de vários parâmetros
como Pico de Torque (PT), Pico de Torque por peso corporal (PT/WB), Relação
agonista/antagonista entre outros. A dinamometria isocinética tem sido usado para
medir a magnitude e o padrão do torque gerado por grupamentos musculares
específicos
34
.
O aparelho isocinético é um recurso valioso, pois pode ser indicado tanto para
a avaliação da performance muscular, como para o treinamento e reabilitação das
lesões do aparelho locomotor
35
.
As vantagens da dinamometria isocinética, referem-se à resistência oferecida
pelo aparelho, que favorece ao paciente trabalhar num valor submáximo ao arco de
movimento doloroso e num valor ximo nas amplitudes não dolorosas. As
21
mensurações são confiáveis, seguras, precisas, objetivas e reprodutíveis, porém o
alto custo do aparelho é sua principal desvantagem
35
.
Poucos o os estudos que utilizam aparelhos isocinéticos na avaliação da
força dos músculos do quadril, entretanto o mesmo é um excelente instrumento para
avaliar a performance muscular de indivíduos portadores de SDPF
36
.
Eletromiografia
Segundo Perry apud Santos
37
a eletromiografia (EMG) é um método de
registro da atividade do músculo que determina tanto o tempo de início da atividade
elétrica muscular (onset) como a intensidade na qual o músculo está ativo, ou seja, a
amplitude da atividade.
Os sculos do quadril também têm sido avaliados através da EMG, onde
para Powers et al.
2
a alteração na atividade eletromiográfica do glúteo médio pode
afetar a articulação patelofemural. Entretanto, existem poucos estudos referentes ao
padrão de ativação eletromiográfica do GM em indivíduos com SDPF e os
resultados são contraditórios
37,38
.
22
2 MATERIAL E MÉTODOS
23
2.1 Caracterização da Pesquisa
A pesquisa se caracterizou como do tipo observacional, analítica e transversal
e foi realizada no Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular, do
Departamento de Fisioterapia da UFRN.
2.2 Sujeitos
O processo de amostragem utilizado foi do tipo não probabilístico intencional,
composto por 30 (trinta) estudantes universitárias portadoras e não portadoras de
Síndrome da Dor Patelofemural SDPF. As mesmas foram avaliadas e
posteriormente inseridas em dois grupos, sendo o controle composto por 15 sujeitos
saudáveis, com idade média de 22,0 2,04) e IMC de 20,2 1,77); e o grupo
SDPF composto também por 15 sujeitos com diagnóstico de SDPF, sendo a idade
média de 21,7 2,71) e IMC de 21,0 1,69). Não foram encontradas diferenças
antropométricas estatisticamente significativas entre os dois grupos (p>0,05).
Foram incluídos no grupo controle, indivíduos sem lesão musculoesquelética
nos MMII nos últimos seis meses, o praticantes de atividade física regular mais
que duas vezes semanais e que tivessem Índice de Massa Corporal (IMC) entre
18,5 24,9 Kg/m
2
, que segundo a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade e da Síndrome Metabólica) são valores normais da relação entre peso e
altura
39
. No grupo SDPF, além desses fatores, foram incluídas as voluntárias que
tiveram diagnóstico clínico de SDPF. Aqueles indivíduos que apresentassem dor
aguda no joelho acometido ou fossem incapazes de realizar os procedimentos
seriam excluídos do estudo, entretanto nenhuma das voluntárias manifestou essas
características.
A pesquisa foi submetida à aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL (Protocolo 267/09), conforme resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde (ANEXO A) e todos os sujeitos foram
informados sobre os objetivos do estudo, bem como assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A) no momento de sua inclusão.
24
2.3 Instrumentação
Os sujeitos foram avaliados por meio de uma ficha (APÊNDICE B) para a
coleta de dados, organizada em identificação e avaliação geral.
A avaliação da atividade eletromiográfica (EMG) do glúteo médio foi realizada
por meio de um conversor analógico-digital A/D (CAD, 12/36-60K EMG System,
Brasil) com resolução de 12 bits e módulo condicionador de sinais (MCS 1000) de 8
canais, o qual para aquisição dos dados, foi utilizado o programa Aqdados, versão
5.0 (EMG System, Brasil) (Figura 01).
Figura 01: Conversor Analógico/Digital para captação da atividade eletromiográfica
Para a captação da atividade elétrica do músculo, foram utilizados eletrodos
ativos de superfície (EMG System, Brasil), compostos por duas barras paralelas
retangulares de Ag/AgCl, com distância de 1cm entre os pólos (Figura 02.A) e um
eletrodo de referência oval, tipo garra (Figura 02.B).
(A) (B)
Figura 02: Eletrodos ativos de superfície (A) e eletrodo de referência (B)
Um Foot Swicth (EMG System, Brasil) foi posicionado na região do antepé
dos indivíduos estudados para determinar o sincronismo do choque do calcanhar
25
com o inicio da gravação do sinal eletromiográfico (Figura 03).
Figura 03: Foot Swicth usado para sincronização do sinal
Um step de borracha foi utilizado para simular a descida de um degrau, o qual foi
ajustado a uma altura de 23 cm, assemelhando-se a altura média do degrau de uma
escada (Figura 04).
Figura 04: Step de borracha
Para a avaliação do desempenho muscular foi utilizado um Dinamômetro
Isocinético Computadorizado (Biodex Multi-joint System 3, Biodex Biomedical
System Inc, New York), o qual consiste de uma cadeira, uma unidade de recepção
de força conectada a um braço de alavanca e de uma unidade de controle, cujo
monitor oferece feedback visual ao sujeito durante a execução dos testes (Figura
05).
23 cm
26
Figura 05: Dinamômetro Isocinético Computadorizado
2.4 Procedimentos
Avaliação Geral
Após tomarem ciência dos objetivos do estudo e assinarem o termo de
consentimento, as voluntárias foram identificadas por meio de uma ficha de
avaliação e avaliadas quanto à altura e peso corporal para identificar o Índice de
Massa Corpórea (IMC).
Avaliação da atividade eletromiográfica (EMG)
No eletromiográfo de superfície, foram avaliados a intensidade (RMS) e o
início de ativação (onset) do músculo glúteo médio, tanto no grupo controle como no
grupo com diagnóstico de SDPF. Para tal, foi necessária a tricotomia e a assepsia
da pele com lâmina de barbear e algodão embebido em álcool a 70% para reduzir a
impedância elétrica da pele e eliminar eventuais interferências. Os elétrodos foram
levemente untados com gel eletrocondutor e posicionados sobre o músculo Glúteo
Médio (GM) do membro inferior a ser estudado, sendo fixados por fita adesiva
micropore (3M do Brasil). Seguindo-se as recomendações do SENIAM - project
(Surface Electromyography for Non-Invasive Assessment of Muscles)
40
, o eletrodo
do GM foi posicionado a 50% da linha entre a crista ilíaca e o grande trocânter do
fêmur (Figura 06.A) e o eletrodo de referência posicionado sobre o maléolo medial
do membro contralateral ao avaliado (Figura 06.B). Uma faixa de velcro foi
posicionada sobre a região do eletrodo ativo para evitar seu deslocamento durante a
realização da descida do step de borracha.
27
(A) (B)
Figura 06: Posicionamento dos eletrodos ativo de superfície (A) e de referência (B)
A normalização do sinal eletromiográfico foi realizada com a voluntária em
decúbito lateral, onde a mesma foi orientada a realizar uma abdução do quadril em
contração isométrica voluntária máxima (CIVM), com resistência manual do
examinador (Figura 07) a fim de se captar o sinal eletromiográfico do glúteo médio,
que foi utilizada como parâmetros de normalização do sinal.
Figura 07: Posicionamento para a CIVM
Após este procedimento, foi solicitada aos sujeitos a realização de três
movimentos de descida do step (Figura 08) e o início da captação da atividade
eletromiográfica foi determinado pela voluntária através do Foot Swicth (Figura 09)
fixado na região plantar do antepé do membro avaliado.
28
Figura 08: Realização da descida do step de borracha
Figura 09: Posicionamento do Foot Swicth no antepé dos sujeitos
Os sinais foram captados numa frequência de aquisição de 1000 Hz e
filtrados entre 20 e 500 Hz, conforme recomendado por DeLuca; Knaflitz
42
. Os
mesmos foram captados por meio de eletrodos de superfície ativos diferenciais
simples (EMGSystem, Brasil), os quais possuem um índice de rejeição superior a 80
dB e um ganho interno de 20 vezes. Como o ganho programado no conversor A/D é
de 50 vezes, o sinal foi amplificado 1000 vezes
41,42,43
.
Aquecimento/Alongamentos
Após a avaliação eletromiográfica, os sujeitos foram submetidos à avaliação
isocinética. Entretanto, anterior a este procedimento os mesmos realizaram um
breve aquecimento em uma bicicleta estacionária por cinco minutos (sem resistência
e com o selim posicionado na altura do trocânter maior do fêmur), bem como o auto-
alongamento dos sculos do tracto iliotibial e adutores do quadril. O alongamento
do tracto iliotibial foi realizado com o sujeito sentado, onde o mesmo deveria
29
flexionar seu quadril levando o membro em direção ao tórax, bem como aduzi-lo
para o lado contralateral (Figura 10.A). Os músculos adutores do quadril foram
alongados com o indivíduo também sentado, estando o quadril abduzido e rodado
lateralmente e joelhos fletidos com os pés unidos (Figura 10.B). Cada manobra de
alongamento foi mantida por trinta segundos e repetida por duas vezes, respeitando
um intervalo de igual valor
44
.
(A) (B)
Figura 10: Auto-alongamento dos músculos abdutores/adutores do quadril (A,B)
Avaliação da performance muscular
A performance dos músculos do quadril foi avaliada no dinamômetro
isocinético, onde os sujeitos foram posicionados na cadeira do dinamômetro, com o
encosto posicionado na horizontal para permitir a postura em decúbito lateral. A
cintura, a pelve e o membro inferior não testado foram estabilizados através de
faixas. O alinhamento do eixo do quadril do membro avaliado foi alinhado com o eixo
do aparelho sobre a espinha ilíaca ântero-superior, enquanto que o apoio do braço
de alavanca foi posicionado acima do epicôndilo lateral do fêmur. Em virtude da
amplitude de movimento (ADM) de abdução do quadril ser limitada (em torno de 45º
segundo MILLER apud DVIR
45
), a ADM utilizada foi de 30 graus, para evitar o
tensionamento dos músculos adutores e a báscula realizada pela pelve
46
. A
velocidade angular selecionada para a avaliação dos sculos abdutores/adutores
do quadril foi de 30º/s (Figura 11), onde durante as cinco repetições propostas foram
dados comandos verbais de incentivo. O intervalo entre as repetições foi de 60
segundos.
30
Figura 11: Posicionamento dos sujeitos para avaliação dos músculos
abdutores/adutores do quadril
A avaliação dos movimentos de rotação medial e lateral do quadril foi
realizada com o sujeito sentado, onde o mesmo foi estabilizado na cadeira com o
encosto na vertical, sendo usadas cintas sobre a coxa, as cristas ilíacas e o tronco
para uma maior estabilização do sujeito à cadeira (Figura 12). A amplitude utilizada
para a rotação medial foi de 15 graus e para a rotação lateral, foi de 25 graus, a
partir da posição neutra. A velocidade angular estabelecida foi de 30º/s.
Figura 12: Posicionamento dos sujeitos para avaliação dos músculos rotadores
medial/lateral do quadril
As variáveis analisadas no dinamômetro isocinético foram: o pico do torque
(PT), o pico do torque por peso corporal (PT/WB), tempo do PT e a relação
agonista/antagonista gerados pelos músculos abdutores/adutores e rotadores
31
medial/lateral do quadril. O PT é o ponto de maior torque na amplitude de
movimento, onde o torque ou momento de força representa o resultado da força
aplicada num ponto multiplicada pela distância do ponto de aplicação dessa força ao
centro de rotação do eixo de movimento, medida em newton-metro (Nm)
35
. O pico
de torque pode, também, ser expresso pela percentagem do peso corporal do
indivíduo, com o objetivo de comparar grupo de indivíduos
35
. O tempo do pico de
torque expresso em milisegundos é a variável isocinética que indica o espaço
decorrido entre o início do movimento e o pico de torque atingido
45
. A relação
agonista/antagonista é a divisão entre do valor do agonista e do antagonista, seja
relacionado ao pico de torque, trabalho ou potência, expresso em percentagem
35
.
2.5 Análise dos Dados
A análise estatística foi realizada através do software SPSS 15.0, onde foi
verificada a normalidade na distribuição dos dados por meio do teste Kolmogorov-
Smirnov e realizado procedimentos da estatística descritiva, tais como: medidas de
variabilidade, medidas de tendência central e análise exploratória de dados. Em
seguida foi realizado o Teste t não pareado para verificar se existiu diferença entre
os grupos.
Em relação à performance muscular, foi observado se existe diferença entre
os grupos controle e SDPF para as variáveis PT, PT/WB, tempo de PT e relação
agonista/antagonista dos músculos abdutores/adutores e rotadores medial/lateral do
quadril registrados nos sujeitos, durante as contrações musculares no dinamômetro
isocinético. Para a atividade eletromiográfica (EMG), foi verificado se existe
diferença entre os grupos para as variáveis: intensidade de ativação normalizada do
músculo glúteo médio e início de ativação, dado pela rmula onset do glúteo médio
onset do Foot Swith (em milisegundos). Todos os testes foram realizados
considerando um nível de significância de 5%.
32
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
33
3.1. Anexação do Artigo
Os resultados e discussões a cerca dos achados desse estudo foram
realizados em forma de artigo, o qual foi submetido ao periódico Isokinetics and
Exercise Science com o seguinte título: ANÁLISE DA FUNÇÃO DOS MÚSCULOS
DO QUADRIL EM PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMURAL.
34
ANÁLISE DA FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DO QUADRIL EM PORTADORES
DE SÍNDROME DA DOR PATELOFEMURAL
Resumo
O objetivo desse estudo foi avaliar se existe relação entre a performance dos
músculos do quadril e o desenvolvimento da SDPF. Participaram do estudo 30
mulheres divididas em um grupo controle (15 sujeitos assintomáticos) e um grupo
experimental (15 sujeitos com diagnóstico de SDPF). A performance muscular foi
avaliada em um dinamômetro isocinético, onde verificou-se o Pico de Torque (PT),
PT pelo peso corporal, tempo do PT e a relação agonista/antagonista. Também foi
analisada a atividade eletromiográfica do glúteo médio. Não houve diferença
significativa entre o PT dos músculos abdutores (p = 0.46) e rotadores laterais do
quadril (p = 0.17) entre os grupos. Também não foi encontrada diferença significativa
no PT pelo peso corporal, para esses grupos musculares (p = 0.10 e p = 0.11,
respectivamente). Não houve diferença entre a amplitude do sinal eletromiográfico (p
= 0.05) e o onset do glúteo médio (p = 0.25) entre os grupos. Nas condições
experimentais realizadas, o estudo não demonstrou relação entre a performance dos
músculos do quadril e o desenvolvimento da SDPF.
Palavras-Chave: Síndrome da Dor Patelofemural. Quadril. Dinamometria
Isocinética. Eletromiografia.
35
ANALYSIS OF HIP MUSCLES FUCTION IN SUBJECTS WITH
PATELLOFEMORAL PAIN SYNDROME
Abstract
The purpose of this study was to assess
if exists a relation between the hip muscles
performance and the development of the SDPF. Thirty women took part in this study.
They were divided in two groups; a control group (fifteen asymptomatic subjects) and
an experimental group (fifteen subjects with the diagnosis of SDPF). The muscle
performance was evaluated in an isokinetic dynamometer, where it was verified the
peak torque (PT), PT to body weight, PT time and the agonist/antagonist relation. It
was also analyzed the electromyographic activity of the middle gluteus. Didn’t have
significant difference to the PT of the abductor muscles (p = 0.46) and lateral rotators
of the hip (p = 0.17) between groups. Also didn’t have significant difference to the PT
values by the body weight, to these muscle groups either (p = 0.10 e p = 0.11,
respectively). Didn’t have significant difference between the amplitude of the signal (p
= 0.05) and the onset of medium gluteus (p = 0.25) between the groups. In the
experimental conditions realized, the study didn’t demonstrate a relation between the
hip muscles performance and the development of the SDPF.
Keywords: Patellofemoral pain syndrome. Hip. Isokinetic Dynamometer.
Electromyography
36
1. Introdução
A Síndrome da Dor Patelofemural (SDPF) é uma das desordens ortopédicas
mais comuns e compreende aproximadamente 25% dos diagnósticos ortopédicos. A
mesma é definida como uma dor anterior ou retropatelar, possui etiologia
multifatorial [1,2,3] e acomete prioritariamente mulheres jovens [4,5,6,7,8]. Seu início
geralmente é insidioso, revelando-se como uma dor difusa que é exacerbada ao
subir e descer escadas, na manutenção prolongada de flexão do joelho e na posição
de agachamento [3,4,5].
O mau-alinhamento patelar é a hipótese mais comumente aceita, entretanto a
verdadeira causa para a SDPF, ainda permanece desconhecida [9]. Considera-se
atualmente, o aumento do ângulo quadricipital (Q), a incongruência entre a patela e
o sulco troclear do fêmur, a insuficiência do vasto medial obliquo (VMO), a diferença
entre o início da contração muscular entre VMO e vasto lateral (VL), excessiva
pronação subtalar e a fraqueza dos músculos do quadril como fatores que
contribuem para o aparecimento da dor anterior do joelho [1,4,10,11,12,13,14].
Fatores proximais, como a fraqueza dos músculos do quadril tem sido
recentemente sugerida como um fator predisponente ao aparecimento e
desenvolvimento de dor na articulação patelofemural, pois sendo esses músculos
responsáveis pela estabilização da pelve, seu enfraquecimento poderia ocasionar
excessiva adução e rotação medial do quadril e consequentemente um aumento do
ângulo Q [5].
Mascal et al. [15] realizaram um estudo com dois sujeitos onde, após um
programa de fortalecimento do músculo glúteo médio, observaram que os sujeitos
demonstraram uma diminuição na intensidade da dor e obtiveram melhorias
37
significativas no grau de valgismo do joelho e rotação medial do quadril. Entretanto,
os mesmos relatam a necessidade de novos estudos que definam melhor a relação
da SDPF e a debilidade dos músculos do quadril.
Embora alguns autores tenham relatado que a fraqueza dos músculos do
quadril possa ter um papel importante na etiologia da dor patelofemural, poucos
estudos têm avaliado esta debilidade muscular em portadores de SDPF [2,14,15].
Todavia, sabe-se que os músculos abdutores do quadril são importantes
estabilizadores da pelve durante o apoio unipodal, que ao estarem fracos podem
levar a uma adução e rotação medial do fêmur. Uma vez acontecendo isso, a
articulação patelofemural pode ser sobrecarregada e ocasionar dor ou desconforto
[16].
Ao se comparar a fraqueza dos músculos do quadril e a cinemática do quadril
e joelho em sujeitos com SDPF, foi observado que sujeitos com esta síndrome
demonstraram debilidade dos músculos rotadores externos e abdutores do quadril
durante a descida de uma escada [17].
Durante as atividades funcionais que exigem agachamento, os músculos do
quadril podem ser ativados para estabilizar o fêmur, assim como diminuir a adução
do quadril e reduzir o valgismo do joelho durante o movimento [18].
A deficiência do músculo glúteo médio (GM) pode resultar numa inclinação
contralateral da pelve ou aumento da rotação medial do quadril, favorecendo uma
maior força vetorial no joelho, contribuindo assim para um aumento do valgo
[5,17,18].
A alteração na atividade mioelétrica do GM também poderia afetar a
articulação patelofemural, já que o atraso no tempo de início de ativação ou a
diminuição na duração de sua atividade poderia provocar um excesso de adução ou
38
rotação medial do fêmur sobre a patela, com consequente aumento do ângulo Q [2].
Existe escassez de estudos na literatura clínica em se caracterizar a atividade
elétrica dos músculos do quadril durante atividades funcionais. Entretanto, estudos
com eletromiografia do glúteo médio demonstraram atraso no início da atividade
deste músculo durante as atividades de subir e descer escada [18].
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar se existe relação entre a
performance dos músculos do quadril e a atividade eletromiográfica do glúteo médio
no desenvolvimento da Síndrome da Dor Patelofemural (SDPF).
2. Materiais e Métodos
2.1 Sujeitos
Participaram do estudo 30 estudantes universitárias portadoras e não
portadoras de Síndrome da Dor Patelofemural SDPF. As mesmas foram avaliadas
e posteriormente inseridas em dois grupos, sendo o grupo controle composto por 15
sujeitos saudáveis (idade média de 22.0 ± 2.04 e IMC de 20.2 ± 1.77) e o grupo
SDPF composto também por 15 sujeitos com diagnóstico de SDPF (idade média de
21.7 ± 2.71 e IMC de 21.0 ± 1.69). Não foram encontradas diferenças
antropométricas significativas entre os dois grupos (p > 0.05).
Foram incluídas no grupo controle, indivíduos sem lesão musculoesquelética
no joelho nos últimos seis meses, não praticantes de atividade física mais que duas
vezes semanais e que tivessem Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18.5 24.9
Kg/m
2
. No grupo SDPF, além desses fatores, foram incluídas as voluntárias que
tiveram diagnóstico clínico de SDPF. Aqueles indivíduos que apresentassem dor
39
aguda no joelho acometido ou fossem incapazes de realizar os procedimentos do
estudo seriam excluídos do estudo, entretanto nenhuma das voluntárias manifestou
essas características.
O estudo foi submetido à aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa local
(Protocolo 267/09), conforme resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e
todos os sujeitos foram informados sobre os objetivos do estudo, bem como
assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) no momento de
sua inclusão.
2.2 Instrumentos
A avaliação da atividade eletromiográfica (EMG) do glúteo médio foi realizada
por meio de um conversor analógico-digital A/D (CAD, 12/36-60K EMG System,
Brasil) com resolução de 12 bits e módulo condicionador de sinais (MCS 1000) de 8
canais. Para aquisição e análise dos dados foi utilizado o programa Aqdados, versão
5.0 (EMG System, Brasil). Para a captação da atividade elétrica do músculo, foram
utilizados eletrodos ativos de superfície (EMG System, Brasil), compostos por duas
barras paralelas retangulares de Ag/AgCl (distância intereletrodo de 1 cm) e um
eletrodo de referência oval, tipo garra.
Um Foot Swicth (EMG System, Brasil) foi posicionado na região plantar do
antepé dos indivíduos estudados para determinar o sincronismo do choque do
com o início do registro do sinal eletromiográfico. Um step de borracha foi utilizado
para simular a descida de um degrau, o qual foi ajustado a uma altura de 23 cm,
assemelhando-se a altura média do degrau de uma escada.
40
Para a avaliação da performance muscular foi utilizado um Dinamômetro
Isocinético Computadorizado (Biodex Multi-joint System 3, Biodex Biomedical
System Inc, New York), o qual consiste de uma cadeira, uma unidade de recepção
de força conectada a um braço de alavanca e de uma unidade de controle.
2.3 Procedimentos
Inicialmente, foi realizada uma avaliação antropométrica dos sujeitos seguida
da análise eletromiográfica, onde foram avaliadas a intensidade (RMS) e o início de
ativação (onset) do músculo glúteo médio, em ambos os grupos. Para tal, foi
necessária a tricotomia e a assepsia da pele com algodão embebido em álcool a
70% para reduzir a impedância elétrica da pele. Os eletrodos foram levemente
untados com gel eletrocondutor e posicionados sobre o músculo Glúteo Médio (GM)
do membro inferior a ser estudado, sendo fixados por fita adesiva micropore (3M do
Brasil). Seguindo-se as recomendações do SENIAM [19] - project (Surface
Electromyography for Non-Invasive Assessment of Muscles), o eletrodo do GM foi
posicionado a 50% da linha entre a crista ilíaca e o grande trocânter do fêmur (Fig.
1) e o eletrodo de referência, posicionado sobre o maléolo medial do membro
contralateral ao avaliado. Uma faixa de velcro foi posicionada sobre a região do
eletrodo ativo para evitar seu deslocamento durante a realização da descida do step
de borracha.
41
Fig. 1: Posicionamento do eletrodo ativo de superfície, segundo o SENIAM.
A normalização do sinal eletromiográfico foi realizada com a voluntária em
decúbito lateral, onde a mesma foi orientada a realizar uma abdução do quadril em
contração isométrica voluntária máxima (CIVM), com resistência manual do
examinador a fim de se captar o sinal eletromiográfico do glúteo médio, que foi
utilizada como parâmetros de normalização do sinal. Após este procedimento, foi
solicitada aos sujeitos a realização de três movimentos espontâneos de descida do
step, e o início da captação da atividade eletromiográfica foi determinado quando o
sinal ultrapassasse três desvios padrão do valor de repouso. Uma vez encontrado
esse valor, foi observada a diferença entre o tempo registrado no Foot Swicht e o
onset eletromiográfico do glúteo médio.
Os sinais foram captados numa frequência de aquisição de 1000 Hz e
filtrados entre 20 e 500 Hz, conforme recomendado por DeLuca; Knaflitz [20]. O
sistema possui um índice de rejeição superior a 80 dB e um ganho interno de 20
vezes. Como o ganho programado no conversor A/D é de 50 vezes, o sinal foi
amplificado 1000 vezes [20,21].
Antes de serem realizadas as avaliações da performance dos músculos do
quadril, os sujeitos realizaram um breve aquecimento em uma bicicleta estacionária
por cinco minutos (sem resistência e com o selim posicionado na altura do trocânter
maior do fêmur), bem como o auto-alongamento dos músculos abdutores e adutores
42
do quadril. O alongamento dos abdutores foi realizado com o sujeito sentado, onde o
mesmo deveria flexionar seu quadril levando o membro em direção ao tórax, bem
como aduzi-lo para o lado contralateral. Os músculos adutores do quadril foram
alongados com o indivíduo também sentado, estando o quadril abduzido e rodado
lateralmente e joelhos fletidos com os pés unidos. Cada manobra de alongamento
foi mantida por trinta segundos e repetida por duas vezes, respeitando um intervalo
de igual valor [22].
A performance dos músculos do quadril foi avaliada no dinamômetro
isocinético, onde os sujeitos foram posicionados na cadeira do dinamômetro, com o
encosto na horizontal para permitir a postura em decúbito lateral. A cintura, a pelve e
o membro inferior não testado foram estabilizados através de faixas. O eixo do
aparelho foi alinhado com a espinha ilíaca ântero-superior e o apoio do braço de
alavanca foi posicionado acima do epicôndilo lateral do fêmur (Fig. 2). Em virtude da
amplitude de movimento (ADM) de abdução do quadril ser limitada (em torno de 45º
segundo MILLER apud DVIR) [23], a ADM utilizada foi de 30 graus, para evitar o
tensionamento dos músculos adutores e a báscula realizada pela pelve [24]. A
velocidade angular selecionada para a avaliação dos sculos abdutores/adutores
do quadril foi de 30º/s e realizada por cinco repetições.
43
Fig. 2: Posicionamento dos sujeitos para avaliação dos músculos abdutores e
adutores do quadril.
A avaliação dos movimentos de rotação medial e lateral do quadril foi
realizada com o sujeito sentado, onde o mesmo foi estabilizado na cadeira com o
encosto na vertical, sendo usadas cintas sobre a coxa, as cristas ilíacas e o tronco
para uma maior estabilização do sujeito à cadeira. A amplitude utilizada para a
rotação medial foi de 15 graus e para a rotação lateral foi de 25 graus, a partir da
posição neutra. A velocidade angular estabelecida foi de 30º/s.
As variáveis analisadas no dinamômetro isocinético foram o pico de torque
(PT), o pico de torque por peso corporal (PT/WB), tempo do PT e a relação
agonista/antagonista gerados pelos músculos abdutores/adutores e rotadores
medial/lateral do quadril. O PT é o ponto de maior torque na amplitude de
movimento, onde o torque ou momento de força representa o resultado da força
aplicada num ponto multiplicada pela distância do ponto de aplicação dessa força ao
centro de rotação do eixo de movimento, medida em newton-metro (Nm) [25]. O pico
de torque pode, também, ser normalizado pela percentagem do peso corporal do
indivíduo, com o objetivo de comparar grupo de indivíduos [25]. O tempo do pico de
torque expresso em milisegundos é a variável isocinética que indica o espaço de
44
tempo decorrido entre o início do movimento e pico de torque atingido [23]. A relação
agonista/antagonista é a relação entre o valor do agonista e do antagonista,
relacionado ao pico de torque, trabalho ou potência, expresso em percentagem [25].
2.4 Análise estatística
A análise estatística foi realizada através do software SPSS 15.0, onde foi
verificada a normalidade na distribuição dos dados por meio do teste Kolmogorov-
Smirnov e realizados os procedimentos da estatística descritiva. Em seguida foi
realizado o Teste t não pareado para verificar se existiu diferença entre os grupos.
Em relação à performance muscular, foi observado se existiu diferença entre
os grupos controle e com SDPF para as variáveis PT, PT/WB, tempo de PT e
relação agonista/antagonista dos músculos abdutores/adutores e rotadores
medial/lateral do quadril. Para a atividade eletromiográfica (EMG), foi verificado se
existe diferença entre os grupos para as variáveis: intensidade de ativação
normalizada do músculo glúteo médio e início de ativação, dado pela fórmula onset
do glúteo médio onset do Foot Swith (em milisegundos). Todos os testes foram
realizados considerando um nível de significância de 5%.
3. Resultados
Na comparação entre a performance dos músculos do quadril na
dinamometria isocinética, observa-se que a variável Pico de Torque (PT) não
apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos avaliados. Os p
valores obtidos foram: abdução = 0.4601, adução = 0.1943, rotação medial = 0.8771
e rotação lateral = 0.1675 (Fig. 3).
45
Fig. 3: Distribuição dos valores obtidos na Dinamometria pelos músculos do quadril
para a variável Pico de Torque.
Comparando-se os valores obtidos na variável Pico de Torque por Peso
Corporal (PT/WB), os p valores obtidos foram: abdução = 0.1012, adução = 0.0536,
rotação medial = 0.7450 e rotação lateral = 0.1125 (Fig. 4). Observa-se que nenhum
dos valores obtidos teve diferença estatisticamente significativa.
46
Fig. 4: Distribuição dos valores obtidos na Dinamometria pelos músculos do quadril
para a variável Pico de Toque pelo peso corporal.
Ao se comparar a variável Tempo do Pico de Torque (Tempo PT), observa-se
que não houve diferença estatisticamente significativa, pois os valores de p obtidos
foram: abdução = 0.2578, adução = 0.7035, rotação medial = 0.4790 e rotação
lateral = 0.6921 (Fig. 5).
Fig. 5: Distribuição dos valores obtidos na Dinamometria pelos músculos do quadril
para a variável Tempo do Pico de Torque.
Para a variável relação entre os músculos abdutores/adutores e rotadores
mediais/laterais do quadril, também não foi observada diferença estatisticamente
significativa entre os grupos: p valor obtido para ABD/ADD foi 0.2900 e 0.4418 para
os rotadores mediais/laterais.
A tabela 01 apresenta os valores obtidos na EMG do músculo glúteo médio.
Observa-se que o p valor obtido nas varáveis amplitude do sinal e o início do sinal
eletromiográfico (onset) não apresentou diferença estatisticamente significativa entre
os grupos.
47
Tabela 01: Distribuição dos valores obtidos na EMG para o músculo glúteo médio
Variáveis
Grupo
Controle
Grupo
Experimental
p Valor
Amplitude do sinal (%)
135.4 (± 99.1)
84.2 (± 18.7)
0.0564
Onset (ms)
5.7 (± 3.1)
2.8 (± 2.3)
0.2449
4. Discussão
A fraqueza dos músculos do quadril tem sido sugerida como um fator
relacionado ao aparecimento e desenvolvimento de dor na articulação patelofemural
[5]. Entretanto os dados obtidos nesse estudo não demonstraram diferença
estatisticamente significativa no torque dos músculos abdutores do quadril em
sujeitos portadores de SDPF que pudesse justificar o aparecimento dessa síndrome.
Os valores representativos para o quadril são particularmente escassos [23].
Nesse estudo os valores de referência encontrados foram de 56 17) e 87 32)
Nm para os músculos abdutores e adutores do quadril, enquanto que para os
rotadores mediais e laterais esses valores foram de 53 9) e 30 4) Nm,
respectivamente. A proporção de torque encontrada entre os músculos
adutores/abdutores foi de 1.6 e para os músculos rotadores mediais e laterais do
quadril, 1.8. Esses valores são próximos aqueles encontrados por Dvir [23].
Segundo esse autor, em mulheres com idade entre 20 e 40 anos, os valores
de torque encontrados nos músculos do quadril foram: abdutores 66 Nm, adutores
82 Nm, rotadores mediais 47 Nm e rotadores laterais 43 Nm. A proporção de torque
encontrada entre os músculos adutores/abdutores do quadril foi de 1.6 enquanto que
para os músculos rotadores mediais e laterais do quadril esta proporção seria de
48
1.1. Para Dvir [23], deve-se atenção ao tipo de dinamômetro utilizado, bem como
aos diferentes métodos de estabilização e sistemas de medidas.
Em um estudo com dois sujeitos, após um programa de fortalecimento do
músculo glúteo médio, Mascal et al. [15] demonstraram que os indivíduos
diminuíram o grau de intensidade da dor e obtiveram melhorias significativas no grau
de valgismo do joelho e rotação medial do quadril. Os autores sugerem que a
fraqueza dos sculos abdutores do quadril pode favorecer o aparecimento SDPF,
fato este não observado nos sujeitos da presente amostra.
Ao se comparar a fraqueza dos músculos do quadril e a cinemática do quadril
e joelho em sujeitos com SDPF, Lori et al. [16] observaram que sujeitos com esta
síndrome demonstraram debilidade dos músculos rotadores laterais e abdutores do
quadril durante a descida de uma escada.
A deficiência dos músculos abdutores do quadril pode resultar numa
inclinação contralateral da pelve ou aumento da rotação medial do quadril, o que
favorece um aumento do valgismo do joelho e consequentemente da sobrecarga na
articulação patelofemural [5,17,26]. Entretanto, nesse estudo os valores obtidos pelo
PT dos abdutores e rotadores laterais do quadril não demonstraram relação com o
desenvolvimento da SDPF.
O pico de torque também pode ser expresso pela porcentagem do peso
corporal [25], o que para a avaliação de grupos musculares antigravitacionais, como
os abdutores do quadril, a normalização do pico de torque pelo peso corporal se faz
necessário. Todavia, mesmo utilizando esta normalização, os valores obtidos pelos
abdutores e rotadores laterais do quadril também não demonstraram relação com o
desenvolvimento da SDPF.
49
O tempo do pico de torque é a variável isocinética que indica o espaço
decorrido entre o início do movimento e pico de torque atingido [23]. No presente
estudo os valores obtidos não demonstraram diferença estatisticamente significativa,
assim não estaria relacionado com o desenvolvimento da síndrome em questão.
Para Powers et al. [2] a alteração na atividade eletromiográfica do músculo
glúteo médio (GM) pode afetar a articulação patelofemural, pois o atraso no onset ou
a diminuição na duração de sua atividade poderia provocar um excesso de adução
ou rotação medial do fêmur sobre a patela. Brindle et al. [18] relataram em seu
estudo que o sculo glúteo médio demonstrou atraso no onset, durante as
atividades de subir e descer escada. Entretanto não houve diferença
estatisticamente significativa, se comparado essas variáveis, entre os grupos.
Boling et al. [27] encontraram em seu estudo que não existe diferença no
tempo de início ou duração da ativação do GM entre grupos com e sem SDPF
durante as atividades de subida e descida de escada, confirmando assim os
achados deste estudo.
Para Brindle et al. [18], mudanças na atividade neuromuscular padrão,
apresentadas na análise eletromiográfica do GM, pode ser resultante de
compensações estratégicas devido a SDPF. Os mesmos relatam que existe
escassez na literatura clínica em se caracterizar a atividade elétrica dos músculos do
quadril durante atividades funcionais. Segundo Nakagawa [28] existem poucos
estudos referentes ao padrão de ativação eletromiográfica do GM em indivíduos com
SDPF e os resultados são contraditórios.
Uma possível justificativa para essas contradições pode estar no caráter
multifatorial desta síndrome, uma vez que os estudos sugerem o envolvimento de
diferentes articulações (tornozelo, joelho e quadril) e diversas alterações
50
biomecânicas (ângulo Q aumentado, incongruência patelofemural, insuficiências
musculares etc.). Assim, a inclusão de sujeitos com diagnóstico de SDPF por si só,
não indicaria necessariamente um fator patogênico específico. A avaliação dos
sujeitos deveria envolver todo o segmento inferior, incluindo fatores proximais e
distais, considerando tanto aspectos dinâmicos como estáticos. Essa análise se
aplicaria nos critérios de inclusão nos grupos amostrais e também no momento da
seleção dos procedimentos de intervenção fisioterapêutica.
Desta forma, os resultados do presente estudo não suportam a hipótese de
associação entre as alterações da atividade eletromiográfica e da performance
muscular no desenvolvimento da SDPF. Sugerimos que futuros estudos envolvam
um maior número de sujeitos e que um maior número de fatores etiológicos seja
considerado nos critérios de seleção amostral.
51
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no tratamento da síndrome da dor femoropatelar. Dissertação de Mestrado.
São Carlos, 2008.
55
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
56
Nas condições experimentais realizadas, o estudo não demonstrou relação
entre a performance dos músculos do quadril e o desenvolvimento da síndrome da
dor patelofemural (SDPF).
Uma possível justificativa para essas contradições acerca dos estudos que
envolvem sujeitos portadores da SDPF pode estar no caráter multifatorial desta
síndrome. A inclusão de sujeitos com diagnóstico de SDPF por si só, não indicaria
necessariamente um fator patogênico específico e desta forma, uma avaliação dos
sujeitos deveria envolver todo o segmento inferior, considerando fatores proximais e
distais, tanto dinâmicos como estáticos.
Sugerimos que futuros estudos envolvam um maior número de sujeitos e que
um maior número de fatores etiológicos sejam considerados.
57
5 REFERÊNCIAS
58
1. COWAN, S. M. Altered Vastii Recruitament when people with patelofemural pain
syndrome complete a postural task. Archive Physical Medicine Rehabilitation,
v. 83, p. 989-95, 2002.
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46. KAPANDJI, A. I. Fisilogia Articular, 5ª Ed, Guanabara koogan, 2000.
62
ANEXOS
63
ANEXO A – Carta do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre
Lopes - HUOL (Protocolo 267/09)
64
APÊNDICE
65
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome do Projeto: ANÁLISE DO DOS MÚSCULOS DO QUADRIL EM
PORTADORES DE SÍNDROME DA DOR PATELOFEMURAL
Responsável pelo Projeto: Robson Alves da Silva
Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro
Eu, ___________________________________________________________
declaro ser conhecedor das condições sob as quais me submeterei no experimento
acima citado, detalhadas a seguir:
a) Serei submetido a uma avaliação da força dos músculos do quadril através de
contrações musculares usando um aparelho de resistência mecânica, que
envolve a utilização de uma resistência externa durante os movimentos de abrir,
fechar, bem como rodá-la para dentro e para fora;
b) Também serei submetido a uma avaliação da atividade elétrica dos músculos do
quadril, onde serão colocados eletrodos de superfície na região do quadril e,
através de um aparelho de eletromiografia (EMG) serão captadas os sinais
elétricos do músculo durante a descida de um degrau;
c) Minha identidade será preservada em todas as situações que envolvam
discussão, apresentação ou publicação dos resultados da pesquisa, a menos
que haja uma manifestação da minha parte por escrito, autorizando tal
procedimento;
d) Não receberei qualquer forma de gratificação pela minha participação no
experimento, e os resultados obtidos a partir dele serão propriedades exclusivas
66
dos pesquisadores, podendo ser divulgados de qualquer forma, a critério dos
mesmos;
e) Todos os gastos referentes aos procedimentos de avaliação ocorrerão por conta
dos pesquisadores;
f) Os riscos ao qual me exponho no presente experimento envolvem um possível
dolorimento muscular nos dias seguintes às sessões de avaliação, provenientes
do esforço físico realizado durante a prova. No caso de uma possível lesão
muscular, terei o atendimento imediato realizado no local pelos examinadores,
bem como, terei assegurado o acompanhamento fisioterapêutico até o meu total
restabelecimento clínico;
A minha recusa em participar do procedimento não me trará qualquer prejuízo,
estando livre para abandonar o experimento a qualquer momento.
Natal, _____ de ____________________ de 200___.
______________________________________-_________________
Assinatura e RG do voluntário
67
APÊNDICE B Ficha de Avaliação
FICHA DE AVALIAÇÃO PARA PORTADORES DE SÍNDROME
DA DOR PATELOFEMURAL
Data da Avaliação: ____/____/____.
Avaliador: ____________________________
I. IDENTIFICAÇÃO
Nome: ______________________________________________ Idade: __________
Endereço: ___________________________________________________________
Telefone p/ contato: Res.: ( ) _________________ Cel.: ( ) __________________
Médico Responsável: __________________________________________________
Joelho com SDPF: Direito ( ) Esquerdo ( ) Duração dos sintomas: __________
Membro dominante: Direito ( ) Esquerdo ( )
Pratica atividades físicas: ( ) Sim ( ) Não
II. AVALIAÇÃO GERAL
1. Peso: _______________
2. Altura: ______________
2. IMC = __________ Kg/m
2
Livros Grátis
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