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ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE BANDAS DE CISALHAMENTO POR MEIO
DE CORPOS DE PROVA DE TRAÇÃO ESPECIAIS
Árisson Carvalho de Araújo
Belo Horizonte
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA
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i
Árisson Carvalho de Araújo
ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE BANDAS DE CISALHAMENTO POR MEIO
DE CORPOS DE PROVA DE TRAÇÃO ESPECIAIS
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2009
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ii
Árisson Carvalho de Araújo
ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE BANDAS DE DEFORMAÇÃO POR MEIO
DE CORPOS DE PROVA DE TRAÇÃO ESPECIAIS
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas
Gerais, como requisito parcial para a obtenção de título de
Mestre em Engenharia Mecânica.
Orientador: Professor Doutor Haroldo Béria Campos
Área de concentração: Processos de Fabricação Mecânica
.
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2009
iii
ATA DA DEFESA DE DISSERTAÇÃO
UFMG - Carimbo
ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE BANDAS DE DEFORMAÇÃO POR MEIO DE CORPOS
DE PROVA DE TRAÇÃO ESPECIAIS
ÁRISSON CARVALHO DE ARAÚJO
Dissertação apresentada e avaliada em 29 de Maio de 2009, pela banca avaliadora
composta por:
Prof. Haroldo Béria Campos
Orientador – Doutor, Departamento de Engenharia Mecânica, UFMG
Prof. Paulo César de Matos Rodrigues
Examinador – Doutor, Departamento de Engenharia Mecânica, UFMG
Frederico de Castro Magalhães
Examinador – Doutor, FAPEMIG / UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
Curso de Mestrado em Engenharia Mecânica
Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha – 31.270-901 – Belo Horizonte – MG
Tel.: +55 31 3409-5140 – Fax.: +55 31 3409-3783
www.demec.ufmg.br
iv
Dedico à minha esposa Luciana, eterna
companheira, meus queridos pais, Ademir e
Geni, e à minha irmã e amiga, Ariane, que
acreditaram em minha capacidade e me
estimularam na conquista deste objetivo.
v
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Haroldo Béria Campos, pela orientação, pela disponibilidade e pelo
grande apoio nas decisões.
Ao Professor Doutor Paulo César de Matos Rodrigues, pelo apoio, pelas sugestões e por
aceitar o convite para fazer parte da banca.
Ao Doutor Frederico de Castro Magalhães, pelas sugestões, orientações, sempre
disposto em várias etapas deste trabalho, e por aceitar o convite para fazer parte da
banca.
Ao Professor Doutor Alexandre Mendes Abrão, pelos conhecimentos transferidos em uma
etapa deste trabalho.
Aos colegas e amigos conquistados nesses anos do mestrado, em especial, o Mestre
Roberto Oliveira, pelos bons momentos e pelas dificuldades que passamos juntos.
À Heloisa Menezes e ao Sérgio Lourenço pelo apoio e compreensão referente à minha
dedicação ao mestrado. À equipe IEL/NPC pelos pensamentos positivos e dedicação.
Um agradecimento especial aos meus pais Ademir e Geni e à minha irmã Ariane, pelo
incentivo e apoio em todas as etapas da minha vida e também durante essa jornada.
A todos os meus familiares que torceram por mim, em especial à minha tia, afilhada,
madrinha e comadre, Eni, sempre presente com seu carinho.
Aos familiares da Luciana, em especial à Joana Dark, que sempre me incentivaram e
torceram por meu sucesso.
E, finalmente, à Luciana, pelo seu companheirismo e incentivo que sempre me
impulsionam para a conquista dos meus sonhos.
vi
"Existem duas escolhas primordiais na vida:
aceitar as condições como elas existem, ou
aceitar a responsabilidade de mudá-las".
Denis Waitley
vii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ..........................................................................................................ix
LISTA DE GRÁFICOS.......................................................................................................xv
LISTA DE SÍMBOLOS .....................................................................................................xvi
RESUMO.........................................................................................................................xvii
ABSTRACT....................................................................................................................xviii
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................1
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................2
2.1. Objetivo geral ............................................................................................................2
2.2. Objetivos específicos ................................................................................................2
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................3
3.1. Tensão ......................................................................................................................3
3.1.1. Direções e Tensões Principais ...........................................................................7
3.1.2. Tensões Hidrostáticas e Desviadoras ................................................................9
3.1.3. Direções e tensões octaedrais..........................................................................10
3.1.4. Tensão Efetiva ou Equivalente .........................................................................10
3.2. Deformação.............................................................................................................11
3.2.1. O tensor deformação........................................................................................14
3.3. Critérios de Escoamento.........................................................................................16
3.3.1. Teoria de máxima tensão de cisalhamento (Critério de Tresca).......................16
3.3.2. Teoria da Máxima Energia de Distorção (Critério de von Mises)......................20
3.3.3. Comparação entre os Critérios de Tresca e von Mises para Tensão Plana.....23
3.3.4. Critério de Hill ...................................................................................................24
3.4. Bandas de cisalhamento.........................................................................................24
3.5. Critérios de fratura dúctil .........................................................................................28
3.6. Mecânica do dano...................................................................................................29
3.7. Método dos elementos finitos..................................................................................32
3.8. Deform 2D...............................................................................................................34
4. METODOLOGIA............................................................................................................36
4.1. Material Utilizado.....................................................................................................36
4.2. Propriedades Mecânicas do Material ......................................................................36
4.2.1. Anisotropia........................................................................................................36
4.2.2. Curva de Fluxo .................................................................................................39
4.3. Levantamento das bandas de cisalhamento ...........................................................41
viii
4.4. Simulação Numérica ...............................................................................................43
4.5. Ensaio Metalográfico...............................................................................................44
5. RESULTADOS ..............................................................................................................45
5.1. Coeficiente de Anisotropia ......................................................................................45
5.2. Curvas tensão x deformação ..................................................................................46
5.3. Simulação Numérica e ensaio metalográfico ..........................................................49
6. CONCLUSÕES .............................................................................................................78
7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................78
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................79
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 - Área elementar mostrando a força total (a) e as componentes (b)............. 4
Figura 3.2 - Forças e tensões relacionadas aos diferentes conjuntos de eixos............. 4
Figura 3.3 - Forças generalizadas atuando em um corpo de dimensões
pequenas........................................................................................................................ 5
Figura 3.4 - Tensões atuantes nas faces de um elemento de volume orientado
segundo um sistema de eixos ortogonais. Não se representam todas as tensões
que atuam no elemento de volume para maior clareza na interpretação da figura........ 5
Figura 3.5 - Representação esquemática das tensões que atuam num plano
arbitrário IJK, definido pelo vetor normal exterior à superfície, n’................................... 7
Figura 3.6 - Barra de seção circular sujeita a um carregamento axial.......................... 11
Figura 3.7 - Deformação plana envolvendo pequenas distorções................................ 13
Figura 3.8 - Ilustração mostrando que o cisalhamento puro (a e b) está relacionado
ao cisalhamento puro (c) mais uma rotação (d)............................................................ 15
Figura 3.9 - Ensaio de tração........................................................................................ 16
Figura 3.10 - Círculo de Mohr para
1
σ
σ
=
x
e 0
=
y
σ
.................................................... 17
Figura 3.11 - Círculo de Mohr para 0
3
=
σ
e
1
σ
e
2
σ
com mesmo sinal...................... 18
Figura 3.12 - Círculo de Mohr para 0
3
=
σ
e
1
σ
e
2
σ
com sinais opostos................... 18
Figura 3.13 - Representação do critério da tensão máxima de cisalhamento.............. 19
Figura 3.14 - Gráfico para a máxima energia de distorção........................................... 22
Figura 3.15 - Comparação dos critérios de escoamento de Tresca e von Mises......... 23
Figura 3.16 - Bandas de Cisalhamento......................................................................... 24
Figura 3.17 - Representação de bandas de cisalhamento em uma barra de liga
de Fe durante forjamento.............................................................................................. 25
Figura 3.18 - Seção de um corpo de prova do Ti-6Al-2Sn-4Zr-2Mo-0, submetido à
compressão em alta temperatura e alta taxa de deformação para visualização das
bandas de cisalhamento............................................................................................... 25
Figura 3.19 - Mecanismo de fratura dúctil pela formação e coalescimento de
poros............................................................................................................................. 26
Figura 3.20 - Mecanismo de fratura dúctil pelo desenvolvimento de bandas
de cisalhamento............................................................................................................ 27
x
Figura 3.21 - Divisão das bandas de cisalhamento com a formação e
coalescimento de poros................................................................................................ 27
Figura 3.22 - Desenvolvimento da fratura dúctil em forma de zig-zag –
Macroscopicamente uma fratura do tipo “taça-cone”.................................................... 28
Figura 3.23 - Representação esquemática do conceito de dano para um elemento
de volume...................................................................................................................... 30
Figura 3.24 - Representação esquemática da tração uniaxial de um corpo de
prova com dano............................................................................................................. 30
Figura 4.1 - Malha traçada nos corpos de prova para o levantamento da
anisotropia do material utilizado.................................................................................... 35
Figura 4.2 - Medidor ótico Mitutoyo TM do laboratório de metrologia do
Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG, equipado com micrômetro
digital com resolução 0,001 mm.................................................................................... 35
Figura 4.3 - Corpo de prova para levantamento da anisotropia do material................. 36
Figura 4.4 - Corpo de prova para levantamento da curva de fluxo do material............ 38
Figura 4.5 – Máquina de ensaio universal do DEMEC/UFMG...................................... 38
Figura 4.6 – Ensaio de tração com utilização de extensômetro axial eletrônico
SHIMADZU modelo SG50-100 de 50 mm.................................................................... 39
Figura 4.7 – Gráfico
σ
loglog ×
para determinação do coeficiente de
encruamento n.............................................................................................................. 39
Figura 4.8 - Corpo de Prova entalhado 1 para análise da formação de Bandas de
Cisalhamento em tração uniaxial.................................................................................. 40
Figura 4.9 - Corpo de Prova entalhado 2 para análise da formação de Bandas de
Cisalhamento em tração uniaxial.................................................................................. 41
Figura 4.10 - Corpo de Prova entalhado 3 para análise da formação de Bandas de
Cisalhamento em tração uniaxial. ................................................................................ 41
Figura 4.11 – Malha gerada no Deform2D para o CP 3 contendo 3197 elementos
e 3348 nós..................................................................................................................... 42
Figura 5.1 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 50
Figura 5.2 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a deformação efetiva. ....................................................... 50
Figura 5.3 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 51
xi
Figura 5.4 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a deformação efetiva. ....................................................... 51
Figura 5.5 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 52
Figura 5.6 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a deformação efetiva. ....................................................... 52
Figura 5.7 – Corpo de Prova especial 1 com entalhe para análise de formação
das bandas de cisalhamento........................................................................................ 53
Figura 5.8 – Passo 100 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 54
Figura 5.9 – Passo 100 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a deformação efetiva......................................................... 54
Figura 5.10 – Passo 135 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 55
Figura 5.11 – Passo 135 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a deformação efetiva......................................................... 55
Figura 5.12 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 56
Figura 5.13 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a deformação efetiva......................................................... 57
Figura 5.14 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 58
Figura 5.15 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a deformação efetiva......................................................... 58
Figura 5.16 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 59
Figura 5.17 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a deformação efetiva......................................................... 59
Figura 5.18 – Corpo de Prova especial 2 com entalhe para análise de formação
das bandas de cisalhamento........................................................................................ 60
Figura 5.19 - Passo 100 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 61
Figura 5.20 – Passo 100 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a deformação efetiva......................................................... 61
xii
Figura 5.21 - Passo 150 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 62
Figura 5.22 – Passo 150 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a deformação efetiva......................................................... 62
Figura 5.23 - Passo 200 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 63
Figura 5.24 – Passo 200 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a deformação efetiva......................................................... 63
Figura 5.25 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 64
Figura 5.26 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a deformação efetiva......................................................... 65
Figura 5.27 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 66
Figura 5.28 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a deformação efetiva......................................................... 66
Figura 5.29 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 67
Figura 5.30 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a deformação efetiva......................................................... 67
Figura 5.31 – Passo 100 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 68
Figura 5.32 – Passo 100 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a deformação efetiva......................................................... 68
Figura 5.33 – Corpo de Prova especial 3 com entalhe para análise de formação
das bandas de cisalhamento........................................................................................ 69
Figura 5.34 – Imagem captada durante ensaio macrográfico do CP 3 após
ataque com Iodo........................................................................................................... 69
Figura 5.35 – Microestrutura da região sem formação de bandas cisalhantes do
CP 3 com aumento de 200x após ataque com Nital 2%.............................................. 70
Figura 5.36 – Microestrutura da região com formação de bandas cisalhantes do
CP 3 com aumento de 200x após ataque com Nital 2%.............................................. 70
Figura 5.37 – Passo 150 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 71
Figura 5.38 – Passo 150 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a deformação efetiva....................................................... 71
xiii
Figura 5.39 – Passo 200 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a taxa de deformação efetiva............................................ 72
Figura 5.40 – Passo 200 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a deformação efetiva......................................................... 72
Figura 5.41 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 1, considerando a deformação efetiva......................................................... 73
Figura 5.42 - Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 2, considerando a deformação efetiva......................................................... 74
Figura 5.43 - Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova
entalhado 3, considerando a deformação efetiva......................................................... 74
Figura 5.44 - Comparação das formas de ruptura considerando quando houve
e quando não houve a formação das bandas de cisalhamento: (a) Corpo de Prova
especial 1 com entalhe não apresentando formação de bandas de cisalhamento;
(b) Corpo de Prova especial 2 com entalhe apresentando formação de bandas
de cisalhamento............................................................................................................ 75
Figura 5.45 – Comparação da taxa de deformação efetiva nos três pontos da
curva de fluxo do material do CP 3, sendo os valores de deformação: A = 0,08;
B = 0,14 e C = 0,20....................................................................................................... 76
Figura 5.46 - Comparação da deformação efetiva nos três pontos da curva de
fluxo do material do CP 3, sendo os valores de deformação: A = 0,08; B = 0,14
e C = 0,20..................................................................................................................... 77
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Composição Química do Material............................................................ 34
Tabela 5.1 – Dimensões iniciais e finais da malha traçada nos corpos de prova,
conforme a figura 4.1, medidas antes e após do ensaio de tração.............................. 45
Tabela 5.2 – Cálculo do coeficiente de anisotropia à 0º da direção de laminação...... 45
Tabela 5.3 – Cálculo do coeficiente de anisotropia à 45º da direção de laminação.... 46
Tabela 5.4 – Cálculo do coeficiente de anisotropia à 90º da direção de laminação.... 46
Tabela 5.5 – Valores de k e n do material utilizado...................................................... 49
xv
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 5.1 - Curva de Fluxo do material à 0º, 45º e 90º da direção de laminação
após ensaio de tração................................................................................................... 47
Gráfico 5.2 – Curva Tensão x Deformação Plástica Verdadeira para o cálculo de
k e n do material à 0º da direção de laminação............................................................ 48
Gráfico 5.3 - Curva Tensão x Deformação Plástica Verdadeira para o cálculo de
k e n do material à 45º da direção de laminação.......................................................... 48
Gráfico 5.4 - Curva Tensão x Deformação Plástica Verdadeira para o cálculo de
k e n do material à 90º da direção de laminação.......................................................... 49
Gráfico 5.5 – Curva de fluxo na região plástica do material à 0º da direção de
laminação...................................................................................................................... 75
xvi
LISTA DE SÍMBOLOS
σ
- Tensão normal
n
F - Força normal
A
- S - Área da seção transversal
w - Largura
V - Volume
t
F - Força transversal
τ
- Tensão cisalhante
α
- Ângulo alfa
β
- Ângulo beta
γ
- Ângulo gama
n’ - Vetor normal
I
-
J
- Invariantes
e
- Deformação de engenharia
0
l
- Comprimento inicial
f
l - Comprimento final
l
- Variação do comprimento
l - L - Comprimento total
- Deformação verdadeira
p
- Deformação plástica
&
- Taxa de deformação
ν
- Coeficiente de poison
E
- Módulo de elasticidade
U
- Energia de deformação
G
- Módulo de cisalhamento
n
C - Constantes
D - Variável de dano
CP – Corpo de Prova
k - Coeficiente de resistência
m - Coeficiente de sensibilidade
n - Coeficiente de encruamento
xvii
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar a formação de bandas cisalhantes em
chapas metálicas de aço baixo carbono (SAE 1006) submetidas à tração uniaxial. Esta
verificação foi feita através de análise numérica utilizando o software Deform2D, bem
como a realização dos testes físicos por meio de corpos de prova de tração entalhados
com geometrias variadas. Foi levantada a curva de fluxo e a anisotropia do material
utilizado para a realização da simulação numérica. A partir desta simulação, foram feitas
análises da formação das bandas utilizando vários passos em cada corpo de prova e,
posteriormente, comparando essa mesma formação entre os corpos de prova com
geometrias de entalhes diferentes. Por fim, foi verificado que tanto a formação de bandas
de cisalhamento quanto as características da fratura no material estudado estão
diretamente relacionadas com a forma geométrica do entalhe.
Palavras Chaves: Fluxo plástico heterogêneo, Bandas de Cisalhamento, Método de
elementos finitos.
xviii
ABSTRACT
The present paper has as main purpose analyze the formation of shear bands in metallic
sheets of steel low carbon (SAE 1006) submitted to uniaxial tension test. This verification
has been made through the numerical analysis using the software Deform2D, as well as
the realization of physical tests by the tension’s test specimen notched with varied
geometries. It has been risen the curve of flow and the anisotropy of the material used for
the realization of numerical simulation. After this simulation, formation’s analyses of bands
have been made using many steps in each test specimen and, then, comparing this same
formation between the test specimen with geometries of different notches. At last, it has
been checked that as much the formation of shear bands as the characteristics of fracture
in the studied material are directly related with the geometrical shape of the notch.
Key words: Heterogeneous plastic-flow, Shear bands, Finite element method.
1
1. INTRODUÇÃO
O fenômeno denominado Bandas de Cisalhamento ou de Deformação é estudado há
várias décadas, desde os trabalhos de Zener e Hollomon (1944). No entanto, existem
pesquisadores que defendem que este fenômeno é verificado há mais tempo.
Esse fenômeno tem recebido bastante atenção na literatura por causa da sua
considerável importância tecnológica e principalmente pelo seu caráter como precursor de
falhas catastróficas. As bandas de cisalhamento são facilmente encontradas em regiões
que sofreram um cisalhamento concentrado sob a forma de uma estrutura tipicamente
lamelar (LINS, 2006).
A ocorrência de formação dessas bandas é mais freqüente em metais submetidos a
processamento por compressão, no entanto, em alguns metais submetidos a
processamentos trativos, dependendo das restrições geométricas, podem também ocorrer
a formação de bandas cisalhantes.
As bandas de cisalhamento já foram observadas por diversas maneiras, entretanto este
trabalho propõe a comparação entre ensaios mecânicos e a simulação numérica a fim de
obter uma melhor compreensão da formação dessas bandas de cisalhamento em aço
baixo carbono. Isto foi possível levantando as propriedades mecânicas do material
utilizado, sua curva de fluxo, identificando as bandas de cisalhamento, física e
numericamente, e fazendo uma análise entre os resultados dos ensaios e os resultados
da simulação numérica.
2
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Obter maior compreensão da formação de bandas de cisalhamento em chapas de aço
com baixo teor de carbono (SAE 1006) com entalhe, submetida à tração uniaxial.
2.2. Objetivos específicos
- Identificar bandas de cisalhamento através de experimento utilizando corpos de prova
com entalhes especiais para ensaio de tração.
- Comparar os resultados experimentais com os resultados obtidos por simulação
numérica utilizando o software Deform2D visando verificar se houve a formação das
bandas de cisalhamento.
3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo, é descrita parte da teoria da conformação mecânica visando melhor
entendimento dos fundamentos que este trabalho propõe.
3.1. Tensão
Usualmente, tensão é definida considerando o estado de tensões de um ponto P ,
conforme mostrado na figura 3.1. A força
F
δ
atua no ponto
P
situado na área
A
δ
.
Fazendo 0A
δ
e decompondo a força em componentes normal e tangencial a A
δ
então
se pode definir as componentes normal e de cisalhamento da tensão como:
A
F
n
δ
δ
σ
e
A
F
t
δ
δ
τ
= (3.1.1)
Desde que estas tensões dependam apenas da força e da área, a tensão por se só não é
um vetor conforme figura 3.2.
Com o sistema mostrado, a tensão
y
σ
, que atua na direção paralela a F sob a área A, é
simplificada em F / A. Isto porque F tendo a componente paralela a A, não existe
tensão de escoamento atuando no plano. Mas, considerando um plano localizado a uma
inclinação
θ
define-se um novo eixo de coordenadas em relação ao sistema original
y
x
.
A força F tem componentes '
y
F e '
x
F atuando no plano do qual 'A é igual a
θ
cos/A
.
Portanto, as tensões atuantes no plano inclinado são:
θσθσ
22
'
'
coscos
'
y
y
y
A
F
A
F
=== (3.1.2)
θθσθθτ
cossincossin
'
'
'
y
x
x
A
F
A
F
===
(3.1.3)
(a) (b)
Figura 3.1 - Área elementar mostrando a força total (a) e as componentes (b). Fonte:
Referência 3, p. 2.
4
Figura 3.2 - Forças e tensões relacionadas aos diferentes
conjuntos de eixos. Fonte:
Referência 3, p. 2.
Se o ponto
P
fosse representado em dimensões pequenas ),,( dzdydx que está em
equilíbrio conforme mostrado na figura 3.3, então na maioria dos casos, cada face deve
estar submetida às forças totais
321
,, FFF .
Figura 3.3 - Forças generalizadas atuando em um corpo
de dimensões pequenas. Fonte: Referência 3, p. 3.
5
Cada uma dessas forças deve ser decomposta em componentes que estarão paralelas às
três direções coordenadas, e se cada uma das nove componentes for dividida pela área
da face em que atua, o estado de tensões em P é então descrito pelas nove
componentes da tensão (figura 3.4).
Este conjunto de tensões é chamado de tensor de tensões, representado como
ij
σ
.
Figura 3.4 - Tensões atuantes nas faces de um
elemento de volume orientado segundo um
sistema de eixos ortogonais. Não se representam
todas as tensões que atuam no elemento de
volume para maior clareza na interpretação da
figura. Fonte: Referência 8, p. 70.
O estado de tensão no ponto
P
é definido através do seguinte tensor de tensões:
=
zzzyzx
yzyyyx
xzxyxx
ij
σττ
τστ
ττσ
σ
(3.1.4)
Onde i e
j
são interações de zey
x
, , respectivamente.
A identificação de cada uma das tensões é efetuada por um conjunto de dois índices, em
que o primeiro indica a direção normal ao plano em que a tensão atua e o segundo
identifica o eixo segundo o qual se exerce a tensão.
Neste caso, quando dois índices forem iguais, a tensão em questão será normal ao plano
enquanto que quando diferentes indicarão uma tensão de cizalhamento. Por isso,
normalmente no tensor de tensões, as tensões de cisalhamento são representadas por
τ
.
Ou seja,
xxx
σ
σ
(3.1.5)
xyxy
σ
τ
(3.1.6)
6
Embora as componentes do tensor de tensões serem definidas pela equação (3.1.4),
aspectos físicos importantes não são obtidos facilmente por esta expressão. Em muitas
situações reais, algumas das componentes do tensor de tensões são iguais a zero.
Em estados de tensões ainda mais gerais existe um conjunto de eixos coordenados nos
quais as tensões de cisalhamento desaparecem. As tensões normais
1
σ
,
2
σ
e
3
σ
ao
longo destes eixos são consideradas tensões principais.
Admitindo que as faces do elemento de volume sejam suficientemente pequenas para
que as tensões que nelas atuam posam ser consideradas constantes, o somatório dos
momentos, por exemplo, em relação ao eixo
z
será dado por:
()
()()()()
[]
++
+
dydxdzdxdydz
dx
dxdz
dx
dxdz
dy
dydz
yxxyyyyyxx
ττσσσ
222
(3.1.7)
()()
()()
0
2222
=
+
+
dy
dxdy
dy
dxdy
dx
dxdy
dx
dxdy
zxzxzyzy
ττττ
Onde 2/d é a distância pequena entre a força aplicada e o eixo de referência do
elemento.
Ou seja,
yxxy
τ
τ
= (3.1.8)
Aplicando esta consideração aos três eixos, conclui-se que
jiij
τ
τ
=
, o que significa que o
tensor de tensões
ij
σ
é simétrico, e que, por isso, pode ser descrito com seis
componentes de tensão, onde três são normais e três são de cisalhamento (
xx
σ
,
yy
σ
,
zz
σ
,
xy
τ
,
xz
τ
,
yz
τ
).
Conhecendo-se o tensor de tensões,
ij
σ
, pode ser determinado o vetor tensão,
n
S , que
atua num plano de orientação arbitrária,
IJK , que passe pelo ponto
P
, bastando para o
fenômeno efetuar-se o equilíbrio de forças no tetraedro com vértice no ponto P e cuja
base é o próprio plano IJK , figura 3.5. Designando a área da base IJK por dA, as áreas
das faces projetadas serão então dadas por:
α
cosdAdA
yz
=
, para a face KP
I
,
β
cosdAdA
xz
= , para a face IPJ e
γ
cosdAdA
xy
=
, para a face KPJ, em que
α
,
β
e
γ
são
os ângulos que a normal ao plano IJK faz respectivamente com os eixos x, y e z, e cujos
cossenos definem os cossenos diretores da normal ao plano.
Assim, as condições de equilíbrio no tetraedro estabelecem que,
0coscoscos
=
γ
τ
β
τ
α
σ
zxyxxxnx
dAdAdAS
0coscoscos
=
γ
τ
β
σ
α
τ
zyyyxyny
dAdAdAS (3.1.9)
0coscoscos
=
γ
σ
β
τ
α
τ
zzyzxznz
dAdAdAS
7
Simplificando as expressões (3.1.9) e admitindo que a distância do plano IJK ao ponto P
tende a zero, o vetor tensão,
n
S , será dado na forma matricial por:
=
==
nz
ny
nx
zzzyzx
yzyyyx
xzxyxx
iijn
S
S
S
nS
γ
β
α
σττ
τστ
ττσ
σ
cos
cos
cos
'. (3.10)
Em que n’ representa o vetor da normal exterior ao plano IJK e que
nx
S ,
ny
S
e
nz
S são as
componentes cartesianas do vetor tensão.
Figura 3.5 - Representação esquemática das
tensões que atuam num plano arbitrário IJK,
definido pelo vetor normal exterior à superfície, n’.
Fonte: Referência 8, p. 72.
3.1.1. Direções e Tensões Principais
O plano IJK, na figura 3.5, é denominado por plano principal, quando a sua normal e o
vetor tensão,
n
S , que nele atuam forem colineares, ou seja, quando a sua orientação for
tal que as tensões de corte sejam nulas,
0
=
n
τ
e, consequentemente, a tensão normal e
o vetor tensão total sejam coincidentes,
nn
S
=
σ
.
Nestas condições, a direção da normal n’ ao plano IJK e a tensão
n
σ
serão denominadas,
respectivamente, por direção e tensão principal e,
=
==
γ
β
α
λλ
cos
cos
cos
'.
z
y
x
i
S
S
S
nS
(3.1.11)
8
Em que
λ
é o módulo do vetor tensão e n’ a normal ao plano principal. Substituindo a
equação (3.1.10) na (3.1.11), obtém-se,
(
)
0' =
iijij
n
λδ
σ
(3.1.12)
em que
=
=
jipara
jipara
ij
0
1
δ
Nas três equações (3.1.12) existem quatro incógnitas; o valor da tensão principal
λ
e os
três cossenos diretores. Para se obter uma solução diferente da trivial )0'(
=
i
n , o
determinante seguinte deve ser nulo, o que é equivalente a determinar os valores próprios
do tensor das tensões,
0=
ijij
λδσ
(3.1.13)
Considerando os três planos principais mutuamente perpendiculares que se interceptam
no ponto material, P, pode afirmar-se que a resolução do determinante da equação
(3.1.13) envolve a resolução de uma equação cúbica em
λ
, cujas soluções
λ
, são as
tensões principais 3,1, =i
i
σ
. Assim, pode-se reescrever o determinante da forma que a
seguir se indica:
0=
λσττ
τλστ
ττλσ
zzzyzx
yzyyyx
xzxyxx
(3.1.14)
cujo desenvolvimento conduz à seguinte equação do terceiro grau em
λ
,
0
32
2
1
3
= III
λλλ
(3.1.15)
Os termos I
1
, I
2
, I
3
na equação (3.1.15) são conhecidos respectivamente por primeiro,
segundo e terceiro invariantes do tensor de tensões. A designação invariante advém do
fato de seu valor não variar com o sistema de eixos considerado. Os invariantes do tensor
de tensões são calculados a partir das seguintes relações:
3211
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
++
=
++==
zzyyxxii
I
()( )
=+++++==
222
2
2
1
zxyzxyzxzyyxijijjjii
I
τττσσσσσσσσσσ
(3.1.16)
()
133221
σ
σ
σ
σ
σ
σ
++=
321
222
3
2
σσστστστστττσσσσ
=+==
xyzzxyyzxzxyzxyzyxij
I
As três raízes da equação (3.1.15),
ii
σ
λ
=
, (que são sempre reais porque o tensor de
tensões é real e simétrico), são os valores das três tensões principais. Associada a cada
9
uma destas tensões existe uma direção principal, cujos cossenos diretores são solução
das seguintes equações:
(
)
=++
=
1coscoscos
0'
222
iii
iijiij
n
γβα
δλσ
(3.1.17)
Daqui se conclui que o tensor das tensões é uma matriz diagonal, quando referido às
direções principais,
=
3
2
1
00
00
00
σ
σ
σ
σ
IJ
321
σ
σ
σ
(3.1.18)
3.1.2. Tensões Hidrostáticas e Desviadoras
O tensor total das tensões pode ser determinado num tensor hidrostático (
KK
σ
),
envolvendo somente estados puros de tração e compressão, e num tensor desviador
(
IJ
'
σ
) dado por:
+
=+=
zz
zyzx
yz
yy
yx
xzxy
xx
m
m
m
IJ
KKIJIJ
'
'
'
'
00
00
00
3
1
σττ
τστ
ττσ
σ
σ
σ
σσδσ
(3.1.19)
Como,
3
zzyyxx
m
σ
σ
σ
σ
++
=
(3.1.20)
Portanto, o tensor desviador ficará,
==
3
2
3
2
3
2
'
yyxxzz
zyzx
yz
xxzzyy
yx
xzxy
zzyyxx
mijij
ij
σσσ
ττ
τ
σσσ
τ
ττ
σσσ
σδσσ
(3.1.21)
Semelhante ao tensor total, também pode-se definir invariantes para os tensores
hidrostático e desviador das tensões. Os invariantes do tensor desviador das tensões,
referidos às direções principais, serão:
3
'
2
'
1
'
1
σσσ
++=J
(
)
1
'
3
'
3
'
2
'
2
'
1
'
2
σσσσσσ
++=J (3.1.22)
3
'
2
'
1
'
3
σσσ
=J
10
3.1.3. Direções e tensões octaedrais
Para o estudo da teoria da plasticidade, faz-se necessário uma introdução quanto às
direções e tensões octaedrais. Essas tensões atuam em planos octaedrais que são
superfícies que coincidem com as faces de um octaedro regular, cujas normais fazem
ângulos iguais com cada uma das direções principais do tensor tensão (
α
=
β
=
γ
=54,74º).
Então os cossenos diretores da normal externa de um plano octaedral, n
oct
, referidas nos
eixos das direções principais são :
=
3
1
3
1
3
1
'
oct
n (3.1.23)
As tensões, normal e de cisalhamento (
oct
σ
e
oct
τ
), podem ser calculadas analogamente
às tensões principais para o cálculo do vetor tensão numa superfície definida por uma
normal n’, com a única ressalva de que o sistema de eixos coordenados deverá ser o
principal,
==
3
1
3
1
3
1
.
00
00
00
'.
3
2
1
σ
σ
σ
σ
octijoct
nS
()
321
3
1
'.
σσσσ
++==
i
oct
T
oct
nS (3.1.24)
()()()
2
32
2
31
2
21
2
2
3
1
σσσσσσστ
++==
oct
octoct
S
O resultado das equações (3.1.24) mostram, na medida em que a tensão normal
octaedral é igual à componente hidrostática da tensão total, que não produz deformação
plástica em materiais metálicos sólidos, sendo, portanto, a tensão de corte octaedral a
única responsável pela deformação plástica. Alguns critérios de plasticidade derivam
exatamente desta conclusão.
3.1.4. Tensão Efetiva ou Equivalente
Um outro invariante do estado de tensão que é muito utilizado é a tensão efetiva ou
equivalente,
σ
, a qual se define a partir da tensão de cisalhamento octaedral por:
()()()
[]
2/1
2
13
2
32
2
21
2
1
2
3
++==
σσσσσστσ
oct
(3.1.25)
11
3.2. Deformação
Quando um corpo sólido esta sujeito a um sistema de forças, os pontos materiais desse
corpo sofrerão alterações nas suas posições, as quais podem ser fisicamente medidas,
constituindo o que habitualmente se designa por campo de deslocamentos. Será,
portanto, a partir do campo de deslocamentos que o campo de deformações de um corpo,
sujeito a qualquer sistema de forças, poderá ser definido.
O movimento de um corpo pode ser sempre decomposto na soma de duas parcelas de
deslocamento; (i) uma de translação e/ou rotação do corpo como um todo e (ii) uma de
deformação, na qual os pontos materiais do corpo têm movimento relativo entre si. A
translação e/ou rotação do corpo como um todo, denomina-se por movimento de corpo
rígido, uma vez que nenhum destes movimentos origina deformação interna do material.
Ainda assim, a deformação pode ser decomposta em dilatação ou contração, responsável
pela variação do volume do corpo, e em distorção, à qual se deve a variação da forma do
sólido. Então, para caracterizar a deformação de um corpo sólido, que é uma quantidade
geométrica dependente do movimento relativo dos pontos materiais, deve ser excluída a
parcela responsável pelos movimentos de corpo rígido.
Considere-se a figura 3.6 onde se apresenta uma barra de seção circular sujeita a uma
força de tração axial, F. Admitindo que o material seja homogêneo e isotrópico, a
deformação da barra será uniforme, alongando na direção axial e reduzindo a seção
transversal igualmente em todas as direções perpendiculares à axial. Nestas condições, a
direção axial surge como apropriada para se introduzir a noção de deformação normal,
uma vez que esta direção durante a deformação não sofre rotações.
Figura 3.6 - Barra de seção circular sujeita a um
carregamento axial. Fonte: Referência 8, p. 90.
Admitindo que devido à ação da força axial, F, a variação de configuração da barra é
pequena (pequenas deformações) e que o comprimento de referência na geometria
inicial,
0
l , sofre um acréscimo l , define-se deformação nominal ou de engenharia, como:
0
0
0
l
ll
l
l
e
=
=
(3.2.1)
Onde l é o comprimento de referência da barra após deformação, lll +
=
0
.
No caso de se tratar de grandes deformações, usa-se a deformação verdadeira ou
logarítmica,
, para medida das deformações, na qual se considera em cada instante o
incremento (pequeno) de deformação relativamente ao comprimento instantâneo de
referência, ou seja, usando a definição de pequenas deformações,
12
()
l
l
l
lll
e
δ
δ
=
+
= (3.2.2)
Em que o incremento instantâneo, l
δ
, é uma quantidade pequena comparada com o
comprimento de referência imediatamente anterior, l. Nestas condições, a deformação
total será descrita através de,
=
l
l
l
l
0
δ
ε
(3.2.3)
Ou no limite, quando l
δ
for infinitamente pequeno,
==
0
ln
0
l
l
l
dl
l
l
ε
(3.2.4)
É mais conveniente utilizar as deformações verdadeiras,
, do que utilizar as
deformações de engenharia, e, pois:
1) Deformações verdadeiras, para deformação equivalente em tração e compressão,
são idênticas, exceto em movimento;
2) Deformações verdadeiras são aditivas, a deformação total é igual a soma dos
incrementos das deformações;
3) A mudança do volume é relacionada com a soma das três deformações normais, e
com constância no volume relativo à parcela plástica da deformação total.
0=++
zyx
(3.2.5)
Se as deformações são pequenas, então as deformações verdadeiras e de engenharia
terão valores muito próximos, como:
()
e
l
l
l
ll
+=
+=
+
= 1ln1lnln
00
0
ε
(3.2.6)
uma série de expansão resulta em
K++=
!32
32
ee
e
ε
(3.2.7)
então se
0e , e
.
A figura 3.7 mostra um pequeno elemento não deformado, ABCD, e assumindo que este
elemento seja deformado para A’B’C’D’ onde os deslocamentos são mostrados como u e
w.
Deformações normais são relacionadas para tração e deformação ao comprimento inicial,
e deformações de cisalhamento são definidas em termos de distorção angular.
13
A deformação normal na direção x e em definição,
1
''''
=
=
A
C
CA
A
C
ACCA
e
xx
(3.2.8)
Figura 3.7 - Deformação plana envolvendo pequenas distorções. Fonte 3,
p. 16.
Considerando que para pequenas deformações, A’P
A’C’ e ''''tan CPAangleCPA .
11
'
++
=
dx
dx
x
u
uudx
A
C
PA
e
xx
(3.2.9)
ou
x
u
e
xx
=
(3.2.10)
Uma análise similar daria
zwe
zz
= /
e, para situação tridimensional, teríamos
yve
yy
= / onde v é o deslocamento na direção y.
Deformações de cisalhamento são associadas com distorções angulares mostradas como
RA’B’ e PA’C’. Novamente, para pequenas deformações,
dx
x
u
dx
dx
x
w
arc
PA
dx
x
w
arcCPA
+
=
tan
'
tan''
(3.2.11)
14
ou
x
w
CPA
''
, desde que 1<<
x
w
(3.2.12)
Da mesma forma mostraria que o ângulo RA’B’ = du/dz e a deformação de cisalhamento
total é a soma destes ângulos ou,
z
u
x
w
xz
+
=
γ
(3.2.13)
Para a situação tridimensional, e usando uma troca de considerações, as outras
deformações de cisalhamento são,
x
v
y
u
xy
+
=
γ
e
y
w
z
v
yz
+
=
γ
(3.2.14)
3.2.1. O tensor deformação
Como o tensor de tensões mostrado em (3.1.4), uma forma similar pode ser usada para
as deformações, como,
zzyzxz
zyyyxy
zxyxxx
ij
eee
eee
eee
e =
(3.2.15)
Quando deformações são pequenas, como em deformações elásticas, ou se o incremento
d for usado em (3.2.15), deformações verdadeiras formarão vários tensores.
Em grandes deformações, contudo, as distorções causadas em uma componente de
deformação afetam outra componente de deformação ocasionando em erros na análise
do tensor.
Além disso, o tensor de deformação de cisalhamento
xy
e é igual a
xy
γ
2
1
, conforme a figura
3.8.
15
Figura 3.8 - Ilustração mostrando que o cisalhamento puro (a e b) está
relacionado ao cisalhamento puro (c) mais uma rotação (d). Fonte 3, p. 17.
Se, como em (3.7-a), um elemento for submetido a um estado de cisalhamento puro, a
distorção produzida causa mudanças angulares iguais como mostrado em (3.7-b). Desde
que a deformação de cisalhamento de engenharia for
γ
, a deformação de cisalhamento
associada com as faces adjacentes será
2/
γ
, como mostrado.
A componente de deformação de cisalhamento paralela à
xy
τ
deve ser 2/
γ
e não a
deformação de cisalhamento total
γ
. Outra forma de indicar isto é mostrando em (3.7-c e
3.7-d), onde o cisalhamento simples é equivalente ao cisalhamento puro mais uma
rotação. Mas, uma componente do tensor, como
xy
e da equação (3.2.15), é definida
como,
+
==
x
v
y
u
e
xyxy
2
1
2
1
γ
(3.2.16)
Sendo a notação usada como,
xxx
ee = (normal)
xyxy
e=
γ
2
1
(cisalhamento) (3.2.17)
Sabendo que qualquer tensor de deformação cisalhante é igual a uma vez e meia a
deformação cisalhante de engenharia sempre que transformações de deformações forem
usadas.
16
3.3. Critérios de Escoamento
Os materiais dúcteis possuem uma fase de escoamento bem característica no diagrama
de ensaio de tração. Já num material frágil não há praticamente escoamento (figura 3.9).
Deseja-se estabelecer critérios objetivos que permitam determinar se um corpo de
material dúctil ou frágil irá falhar quando submetidos a quaisquer carregamentos.
Figura 3.9 - Ensaio de tração. Fonte: Referência 2, p. 172.
3.3.1. Teoria de máxima tensão de cisalhamento (Critério de Tresca)
Essa teoria resulta da observação que em materiais dúcteis o escorregamento ocorre
durante o escoamento em planos criticamente orientados. Isso sugere que a máxima
tensão de cisalhamento tem um papel fundamental.
Assume-se, então, que o escoamento do material depende apenas da máxima tensão de
cisalhamento no ponto.
Quando certo valor crítico
cr
τ
é atingido, o escoamento se inicia.
Quando o material está sujeito a uma tração ou compressão simples, ou seja,
1
σ
σ
±
=
x
e
0==
xyy
τ
σ
(figura 3.10), a tensão máxima de cisalhamento ou tensão crítica é dada por,
22
1
esc
crmás
σ
σ
ττ
±== (3.3.1)
Sendo
esc
σ
a tensão de escoamento do material obtida do ensaio de tração.
17
Figura 3.10 - Círculo de Mohr para
1
σ
σ
=
x
e 0
=
y
σ
. Fonte:
Referência 2, p. 172.
Quando um corpo está sujeito a um estado plano de tensão, tem-se duas situações:
1) Para
1
σ
e
2
σ
com mesmo sinal, ambas positivas e 0
3
=
σ
(figura 3.11):
22
1
esc
más
σ
σ
τ
±= (3.3.2)
esc
σσ
1
(3.3.3)
esc
σσ
2
Ou ainda
1
1
±
esc
σ
σ
(3.3.4)
1
2
±
esc
σ
σ
18
Figura 3.11 - Círculo de Mohr para
0
3
=
σ
e
1
σ
e
2
σ
com
mesmo sinal. Fonte: Referência 2, p. 173.
Quando as tensões principais
1
σ
e
2
σ
tiverem sinais opostos e 0
3
=
σ
, conforme a figura
3.12:
Figura 3.12 - Círculo de Mohr para 0
3
=
σ
e
1
σ
e
2
σ
com sinais opostos. Fonte: Referência 2, p. 174.
O maior círculo passa por
1
σ
e
2
σ
e a tensão máxima é,
()
2
21
σσ
τ
+
=
más
(3.3.4)
19
Essa tensão máxima não pode exceder o critério de escoamento no caso de tração
simples, ou seja, (
2
esc
más
σ
τ
). Logo,
22
21
esc
σ
σσ
± (3.3.5)
Então,
1
21
±
escesc
σ
σ
σ
σ
(3.3.6)
Colocando as condições anteriores (3.3.2 a 3.3.4 e 3.3.6) em um gráfico no
plano
escesc
x
σ
σ
σ
σ
21
, como na figura 3.13, tem-se o polígono de Tresca.
Se o estado de tensão no ponto é tal, que o mesmo seja representado dentro da região
do hexaedro de Tresca, o material permanece na fase elástica.
Caso o estado de tensão corresponda a um ponto sobre o contorno do hexaedro, tem-se
que o material vai escoar indefinidamente.
Figura 3.13 - Representação do critério da tensão máxima de
cisalhamento. Fonte: Referência 2, p. 174.
O critério de Tresca é insensível à superposição de um estado hidrostático de tensão
(
321
σ
σ
σ
== ). Ocorre apenas uma translação dos círculos de Mohr.
No caso geral de tensão, deve-se tomar a maior diferença entre as tensões principais e
verificar se a mesma não irá exceder a tensão de escoamento do material.
20
Define-se, então, a tensão equivalente de Tresca da seguinte maneira:
()
323121
,,max
σσσσσσσ
=
tresca
(3.3.7)
O material permanece na fase elástica se:
esctresca
σ
σ
< (3.3.8)
A tensão equivalente de Tresca será:
xy
xx
tresca
2
2
31
22
τ
σσ
σσσ
+
+== (3.3.9)
3.3.2. Teoria da Máxima Energia de Distorção (Critério de von Mises)
Aplica-se também para materiais dúcteis. Considere o estado de tensão em um ponto
dado em função das direções principais,
[]
=
3
2
1
00
00
00
σ
σ
σ
T
(3.3.10)
O tensor acima pode ser reescrito na seguinte forma:
[]
+
=
p
p
p
p
p
p
σσ
σσ
σσ
σ
σ
σ
σ
3
2
1
00
00
00
00
00
00
(3.3.11)
Com
3
321
σ
σ
σ
σ
++
=
p
(3.3.12)
O tensor descrito por
p
σ
é chamado de tensor esférico, hidrostático ou de dilatação.
Lembre-se que a dilatação é dada por:
321
++=e (3.3.13)
Substituindo a Lei de Hooke generalizada, ou seja,
E
E
E
321
1
σ
ν
σ
ν
σ
ε
=
E
E
E
3
12
2
σ
ν
σ
ν
σ
ε
=
(3.3.14)
E
E
E
21
3
3
σ
ν
σ
ν
σ
ε
=
21
tem-se:
()
()
p
E
E
e
σ
ν
σσσ
ν
213
21
321
++
=
(3.3.15)
O tensor dado pela diferença das tensões principais e hidrostática é chamada de tensor
desviador ou de distorção.
A densidade de energia de deformação de um corpo é dada por:
()
xzxzyzyzxyxyzzyyxx
U
γτγτγτεσεσεσ
+++++=
2
1
(3.3.16)
Segundo as direções principais:
()
332211
2
1
εσεσεσ
++=U (3.3.17)
Substituindo a lei de Hooke generalizada na expressão anterior e simplificando:
()
()
133221
2
3
2
2
2
1
2
1
σσσσσσ
ν
σσσ
++++=
E
E
U (3.3.18)
A densidade de energia de deformação da parcela de dilatação do tensor de tensões é
obtida substituindo
P
σ
σ
σ
σ
==
=
321
na expressão anterior. Logo,
()
()
()
2
321
2
6
21
213
σσσ
ν
σ
ν
++
=
=
E
E
U
Pdilat
(3.3.19)
Subtraindo (3.3.19) da energia total dada pela equação (3.3.18), obtem-se a energia de
distorção,
dist
U . Lembrando que
(
)
ν
+
= 12/EG , vem que
()()()
[]
2
23
2
32
2
21
12
1
σσσσσσ
++=
G
U
dist
(3.3.20)
De acordo com a teoria da máxima energia de distorção, o material em um estado geral
de tensão irá escoar quando a energia de distorção anterior for igual a energia de
distorção máxima obtida em um ensaio de tração.
No ensaio uniaxial de tração, tem-se
0
32
=
=
σ
σ
e o escoamento se inicia quando
esc
σ
σ
=
1
. Logo, a energia de distorção máxima no ensaio de tração é:
G
U
esc
d
12
2
2
1
σ
= (3.3.21)
Igualando (3.3.20) e (3.3.21), tem-se:
()()
(
)
esc
2
2
23
2
32
2
21
2
σσσσσσσ
=++ (3.3.22)
22
Para um estado plano de tensão, tem-se que 0
3
=
σ
e a expressão anterior simplifica-se
para:
1.
2
221
2
1
=
+
escescescesc
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
(3.3.23)
A expressão anterior representa a equação de uma elipse no plano
escesc
x
σ
σ
σ
σ
21
conforme
figura 3.14.
Qualquer estado de tensão cuja representação seja um ponto no interior da elipse, tem-se
que o material se comporta elasticamente. Pontos no contorno da elipse implicam que
ocorre escoamento do material. No descarregamento, o material comporta-se
elasticamente.
Essa teoria também não prediz resposta do material quando estados de tensões
hidrostáticos de tensão são adicionados, pois apenas diferenças entre as tensões estão
envolvidas na equação (3.3.20). Assim, adicionando-se tensões constantes não se altera
a condição de escoamento.
A partir de (3.3.22), define-se a tensão equivalente de Von Mises como:
()()()
[]
2
23
2
32
2
21
2
1
σσσσσσσ
++=
eqv
(3.3.24)
Figura 3.14 - Gráfico para a máxima energia de distorção.
Fonte: Referência 2, p. 178.
O material permanece na fase elástica se:
esceqv
σ
σ
= (3.3.25)
23
3.3.3. Comparação entre os Critérios de Tresca e von Mises para Tensão Plana
O critério de Tresca está baseado na máxima tensão de cisalhamento no ponto mais
solicitado do corpo. Enquanto o critério de von Mises considera a energia causada pelas
deformações cisalhantes em um corpo tridimensional.
Como as tensões cisalhantes são os principais parâmetros nos dois critérios, nota-se que
existe uma grande semelhança entre os mesmos. A teoria de Tresca é mais
conservadora.
A figura 3.15 ilustra o hexágono de Tresca e a elipse de von Mises para o caso de tensão
plana. O escoamento do material ocorre quando o estado de tensão está nos contornos
do hexágono ou da elipse.
Figura 3.15 - Comparação dos critérios de escoamento de
Tresca e von Mises. Fonte: Referência 2, p. 179.
As tensões uniaxiais dadas as duas teorias são as mesmas correspondendo à
compressão ou tração simples.
Os critérios de escoamento no segundo e quarto quadrantes indicam menores
resistências ao escoamento do que para tensões uniaxiais.
A maior discrepância ocorre quando duas das tensões principais são iguais, mas com
sinais opostos, ou seja, para
21
σ
σ
m=±
. Esse estado de tensão ocorre, por exemplo, na
torção de tubos de paredes finas.
Pelo critério de Tresca, essas tensões podem atingir no máximo o valor de 2/
esc
σ
.
O critério de von Mises limita essas tensões para
escesc
σσ
577,03/ = .
24
3.3.4. Critério de Hill
Em 1979, Hill propôs um critério genérico de escoamento anisotrópico:
++++
mmmm
ahgf
321211332
2
σσσσσσσσσ
(3.3.26)
122
213132
=++
mm
cb
σσσσσσ
Onde m é um expoente que depende do material. Fazendo uma série de associações,
pode-se expressar o valor do coeficiente de anisotropia,
r
,em função das constantes:
cbga
cbha
r
m
m
22
22
1
1
++
++
=
(3.3.27)
Tanto o coeficiente m quanto o
r
são obtidos experimentalmente. Para o sistema plano de
tensões, onde 0
3
=
σ
, temos:
1
2121
=++
mm
hc
σσσσ
(3.3.28)
Substituindo 12 += rch e
()
hcY
m
+= 1 , o critério poderá ser expresso por:
() ()
m
mm
Yrr 1212
2121
+=+++
σσσσ
(3.3.29)
Quando o critério é alimentado por dados obtidos por ensaio de tração e bulge teste, o
valor do expoente m assume valores entre 1,7 a 2,2.
3.4. Bandas de cisalhamento
Muitos materiais, quando inicialmente deformados, apresentam fluxo plástico uniforme,
mas depois, em alguns pontos as características da deformação muda subitamente de tal
forma que esta se concentra em estreitas lâminas do material, caracterizando um fluxo
consideravelmente heterogêneo. Ao seccionar o material depois de deformado, essas
lâminas apresentam uma aparência de bandas (figura 3.16) (WALLEY, 2007).
Figura 3.16 - Bandas de Cisalhamento. Fonte:
Referência 9, p. 2.
25
Em muitos materiais, estas bandas são muito mais frágeis que o restante do material,
portanto se a deformação continua após a formação dessas bandas, a fratura pode
facilmente ocorrer ao longo delas. O trabalho desenvolvido por Zener e Hollomon em
1944 foi um marco nesse assunto, pois eles propuseram a explicação globalmente aceita
nos dias de hoje dizendo que a curva de tensão-deformação dos materiais desenvolve
uma inclinação negativa durante a deformação e que “para uma região que sofre mais
deformação do que a região em volta, ficando enfraquecida, essa deformação continuará
até que a região periférica não mais se submeta a deformação” (WALLEY, 2007).
No artigo de Walley em 2007 relata alguns processos que também formam bandas de
cisalhamento, porém por deformação a quente. Nele, Walley destaca a afirmação feita por
Jonhson que a primeira observação de linhas de calor (bandas de cisalhamento) foi
relatada por Henri Tresca em 1878, conforme figura 3.17.
Figura 3.17 - Representação de bandas de
cisalhamento em uma barra de liga de Fe
durante forjamento. Fonte: Referência 9, p.2.
Geralmente, verifica-se na literatura, que esse fenômeno é muito estudado considerando
processos de deformação por compressão através de trabalho a quente e altas taxas de
deformação. Um exemplo está exposto na figura 3.18, que mostra um corpo de prova
submetido à compressão com alta taxa de deformação, cuja a secção fica dividida em
regiões que contêm diferentes taxas de deformação, formando as bandas de
cisalhamento.
Figura 3.18 - Seção de um corpo de prova do Ti-
6Al-2Sn-4Zr-2Mo-0, submetido à compressão em
alta temperatura e alta taxa de deformação para
visualização das bandas de cisalhamento. Fonte:
Referência 1, p. 381.
Num corpo tracionado uniaxialmente, a estricção começa numa região de instabilidade
plástica, onde o aumento da resistência devido ao encruamento não é mais suficiente
para compensar a diminuição da área da seção transversal do corpo em questão. Devido
à atuação de uma componente hidrostática de tração no centro da região estrita,
começam a se formar microcavidades a partir ou não de partículas de segunda fase, e
26
que, com a continuação da deformação, crescem e coalescem numa trinca central
(PERTENCE, 1994). A figura 3.19 ilustra o comentário.
Uma vez que a trinca central tenha se desenvolvido, ela pode propagar-se pelo
mecanismo de bandas de cisalhamento, também conhecido por lâmina ou lençol de
cavidades. A concentração de tensões nas pontas da trinca promove deformação plástica
localizada em bandas de cisalhamento que formam ângulos de 30 a 40 graus com o eixo
de tração, como indicado na figura 3.20.
A deformação dentro das bandas de cisalhamento é muito intensa e os poros se
desenvolvem no seu interior. À medida que as microcavidades dessas bandas crescem,
as cavidades maiores eventualmente se unem, levando a uma fratura. Na ponta destas
trincas ocorrem duas novas bandas de cisalhamento (PERTENCE, 1994). A figura 3.21
mostra o exposto acima.
Desta forma a fratura se processa através de bandas de cisalhamento, onde o
mecanismo de coalescimento de poros se faz presente promovendo por sua vez novas
bandas de cisalhamento. Afastando-se do plano de mínima seção transversal, a
deformação plástica tende a se concentrar em novas bandas que tendem a se voltar para
este plano. A fratura prossegue assim ao longo de uma trajetória em zig-zag mantendo-
se, em média, no plano da seção transversal normal ao eixo de tração (PERTENCE,
1994) como mostrado na figura 3.22.
O término da fratura ocorre repidamente ao longo da superfície que faz um ângulo de
aproximadamente 45º com o eixo de tração caracterizando macroscopicamente um tipo
de fratura dúctil conhecida como “taça e cone”.
Figura 3.19 - Mecanismo de fratura dúctil pela
formação e coalescimento de poros. Fonte:
Referência 6, p. 31.
27
Figura 3.20 - Mecanismo de fratura dúctil pelo
desenvolvimento de bandas de cisalhamento. Fonte:
Referência 6, p. 31.
Figura 3.21 - Divisão das bandas de cisalhamento com a formação e
coalescimento de poros. Fonte: Referência 6, p. 32.
28
Figura 3.22 - Desenvolvimento da fratura dúctil em forma de zig-zag
- Macroscopicamente uma fratura do tipo “taça-cone”. Fonte:
Referência 6, p. 32.
3.5. Critérios de fratura dúctil
O nível máximo de deformação que se pode alcançar durante um processo tecnológico de
deformação plástica depende da formação de macrobandas, estricções ou fraturas.
A ocorrência de estricções e fraturas pode ser analisada usando metodologias
fundamentadas ora em tensões, ora em deformações. Uma das formas mais utilizadas
para cumprir este requisito consiste em usar os critérios de fratura dúctil.
Os critérios de fratura dúctil para processos de deformação plástica propõem uma função
capaz de traduzir o valor do dano acumulado e que depende simultaneamente dos
valores da tensão e da deformação. Nestas condições, o início da fratura terá lugar
quando o dano acumulado – resultante da deformação plástica – atingir um valor limite
denominado dano crítico.
Em geral, os critérios que derivam deste conceito são variantes do trabalho plástico por
unidade de volume,
=
εσ
dW
P
(3.5.1)
29
Um destes critérios, proposto por Cockcroft e Latham, procura pôr em evidência a
importância da tensão principal de tração,
1
σ
, no mecanismo de fissuração,
(RODRIGUES e MARTINS, 2005)
0
0
1
Cd
f
=
ε
εσ
(3.5.2)
Do ponto de vista físico-macroscópico, este critério considera que apenas a tensão
principal
1
σ
tem relevância para o início da fratura dúctil. Contudo, esta hipótese poderá
vir a dar origem a previsões desajustadas da realidade, sempre que as direções principais
1, 2 e 3 vão sofrendo alterações ao longo do processo de deformação plástica.
Um critério de fratura dúctil alternativo, que encontra a sua fundamentação na análise do
mecanismo de crescimento de defeitos esféricos num campo de tensões triaxiais, foi
proposto por Rice e Tracey da forma a seguir indicada, (RODRIGUES e MARTINS, 2005)
=
f
Cd
m
ε
ε
σ
σ
0
1
2
3
exp
(3.5.3)
Os critérios de fratura dúctil permitem uma abordagem integrada do problema da
fissuração por incorporação simultânea da influência das tensões e das deformações.
Contudo, os resultados que se conseguem alcançar através da sua utilização são apenas
aproximados, uma vez que os fenômenos microscópicos associados à iniciação e
propagação das trincas são formulados uma vertente macroscópica através de modelos
físico-matemáticos. De fato, a abordagem sistemática do problema da fratura desde a
iniciação da trinca, à sua propagação e ruptura final apenas pode ser concretizada
adotando metodologias que se baseiam na mecânica do dano contínuo.
3.6. Mecânica do dano
A mecânica do dano baseia-se na definição de uma variável interna e contínua de dano
que permita caracterizar a deterioração que o material vai sofrendo com a deformação.
Neste sentido, observa-se a figura 3.23, onde se mostra uma peça sujeita a deformação
plástica, da qual foi isolado um elemento de volume genérico, com uma dimensão
suficientemente grande para que possa conter vestígios de defeitos (fissuras e cavidades)
em que S é a seção do elemento de volume caracterizada pela normal 'n , enquanto que
D
S é a parte dessa seção que somente inclui os defeitos (parte escura).
Tendo em consideração que a área que efetivamente resiste às solicitações aplicadas,
S
~
,
vale,
D
SSS =
~
(3.6.1)
Pode definir-se uma variável local de dano,
n
D , relativamente à normal n’ da seção do
elemento de volume através da seguinte relação,
S
S
D
D
n
=
(3.6.2)
30
Figura 3.23 - Representação esquemática do
conceito de dano para um elemento de volume.
Fonte: Referência 8, p. 617.
Esta definição permite associar o significado físico da variável local de dano à
porcentagem de defeitos que se encontram distribuída na seção do elemento de volume.
Nestas condições:
0=
n
D Elemento de volume sem dano;
10 <<
n
D Elemento de volume com um determinado valor de dano;
1=
n
D Ruptura do elemento de volume em duas partes.
No caso geral do dano ter características anisotrópicas os defeitos possuem orientações
preferenciais e o valor da variável local dano,
n
D não depende da orientação da normal n’
e, portanto,
n
DD = (3.6.3)
Esta definição de dano permite reformular o conceito de tensão efetiva, de modo a
explicar o valor da área que efetivamente resiste aos esforços aplicados. Considere-se,
como exemplo, o caso de tração uniaxial conforme a figura 3.24,
DSS
F
S
F
D
=
==
1
~
~
σ
σ
(3.6.4)
31
Figura 3.24 - Representação esquemática da tração
uniaxial de um corpo de prova com dano. Fonte:
Referência 8, p. 618.
O Símbolo
σ
~
representa a tensão efetiva corrigida pela incorporação de dano. É
importante ressaltar que os estados de tensão compressivos dão valores da área
resistente, S
~
, superiores aos que se obtinham para solicitações equivalentes de tração e,
portanto, podem originar situações em que o dano seja
0
=
D
e
σ
σ
=
~
.
Na reformulação das equações constitutivas, incorporando o dano, começa por se admitir
que a deformação de um material sujeito a dano poderá ser representada por intermédio
das equações constitutivas do material sem dado, em que a tensão convencional é
substituída pela tensão corrigida. Exemplifica-se este pressuposto para o caso particular
das equações constitutivas de elasticidade linear em condições unidimensionais,
()
E
DEE
e
~
1
~
σ
σ
σ
ε
=
== (3.6.5)
Em que
E
representa o módulo de elasticidade linear do material sem dano e
()
DEE = 1
~
pode ser interpretado como o módulo de elasticidade linear do material
sujeito ao dano. O resultado anterior permite representar o valor da variável de dano,
D,
em função do quociente
EE /
~
, através da seguinte igualdade,
E
E
D
~
1= (3.6.6)
e também permite encontrar fundamentação teórica para a determinação experimental do
dano
(
)
p
fD
ε
= através de ensaios de tração uniaxial, onde se medem os valores dos
módulos de elasticidade do material na descarga, realizada a partir de diferentes níveis de
deformação total aplicada.
Finalmente, interessa referir que a reformulação das equações constitutivas de Levy-
Mises com a introdução da variável de dano conduz à seguinte relação entre as tensões e
as velocidades de deformação,
()
ij
p
p
ij
D
'
1
1
2
3
σ
σ
ε
ε
=
&
&
(3.6.7)
32
3.7. Método dos elementos finitos
Com início na década de 50, o método dos elementos finitos foi aplicado basicamente na
área de engenharia civil com os trabalhos de Turner et al (1956), Argyris et al (1960). No
trabalho de Clough (1960) é que foi introduzido o termo Elementos Finitos (LANDRE,
2001).
Na conformação, a aplicação deste método surgiu na década de 60 com os trabalhos de
Zienkiewicz et al (1969, 1972) e os de Kobayashi et al (1970, 1971), sendo aplicado na
resolução de vários problemas elasto-plásticos planos e axissimétricos, tais como a
compressão simples e a extrusão (LANDRE, 2001).
O método consiste em dividir o domínio contínuo em subdomínios, os chamados
elementos, que se conectam através de nós, sendo que cada nó possui um número finito
de graus de liberdade. A contribuição de cada elemento no qual o domínio foi dividido é
posteriormente somada, a fim de estabelecer ao nível do contínuo a solução do problema.
Visando obter resultados mais confiáveis ao estudo da conformação, trabalhos como os
de Kobayashi et al (1973), Zienkiewicz et al (1974) verificaram o fenômeno do
escoamento plástico de forma análoga ao de um fluido viscoso incompressível não
Newtoniano (LANDRE, 2001).
Nesta formulação as deformações elásticas são desprezadas, o que se justifica devido às
elevadas deformações plásticas. Os materiais são descritos por leis rígido-plásticas ou
rígido viscoplásticas e as relações tensão versus velocidade de deformação se baseiam
nas equações constitutivas de Levy Mises, dadas pela relação,
λ
σ
d
d
ij
ij
= (3.7.1)
A formulação de escoamento rígido plástico é muito utilizada na análise de processos de
deformação plástica na massa bidimensionais e tridimensionais e serve de base a alguns
programas de elementos finitos, como por exemplo, o Deform2D.
A vantagem do método dos elementos finitos se baseia na sua versatilidade e
generalidade, possibilitando o estudo de quaisquer peças independentemente da forma
geométrica das matrizes e das condições de atrito existentes entre as mesmas e o
material em deformação. Por outro lado o método dos elementos finitos permite obter as
distribuições das principais variáveis de campo no interior das peças e nas interfaces
destas com as ferramentas, conduzindo a um dimensionamento correto das peças e das
ferramentas (LANDRE, 2001).
Para compreender como o método dos elementos finitos funciona em grandes
deformações, deve ser consideradas equações de equilíbrio de tensões relativas a um
elemento de volume genérico, cujo tensor das tensões é:
0=+
i
j
ij
X
x
σ
(3.7.2)
Onde
i
X representa o vetor da forças de massa.
33
A formulação variacional fraca da equação (3.7.2) é dada por:
∫∫
=+
V
i
V
ii
ij
dVuXdVu
xj
0
δδ
σ
(3.7.4)
em que
i
u
δ
é uma perturbação da velocidade
i
u .
Desprezando as forças de massa
i
X a equação (3.7.4) pode ser escrita na forma:
=
V
i
j
ij
dVu
x
0
δ
σ
(3.7.5)
Ou ainda pode ser escrita como:
()
()
∫∫
=
VV
iij
jj
i
ij
dVu
x
dV
x
u
0
δσ
δ
σ
(3.7.6)
Manipulando matematicamente a equação (3.7.6), ela passa a ser escrita como:
=
T
S
ijij
V
ijij
dSundV 0
δσεδσ
&
(3.7.7)
onde V representa o volume e
T
S a área.
Partindo da condição que
ijij
Tn =
σ
(3.7.8)
E que a tensão
ij
σ
possa ser substituída pelo tensor das tensões mais o tensor desviador,
a equação (3.7.7) passa a ser escrita como:
∫∫
=+
VST
ii
V
Vm
dSutdVdV 0
δεδσεδσ
&
&
(3.7.9)
Partindo da condição de incompressibilidade que pode ser incorporada a equação (3.7.9)
tem-se que:
∫∫
=++
VST
ii
V
Vm
V
Vm
dSutdVdVdV 0
δεδσεδσεδσ
&&
&
(3.7.10)
Admitindo que a solução de problemas rígidos plásticos passa por determinar o campo de
velocidades
i
u cinematicamente admissível que satisfaça a condição de
incompressibilidade, obedecendo as condições de contorno e minimizando o funcional, a
equação (3.7.10) pode ser simplificada como:
=
ST
ii
V
dSutdV
δεσπ
&
(3.7.11)
Ou seja, que resolva a seguinte equação:
34
0==
ST
ii
V
dSutdV
δεδσδπ
&
(3.7.12)
A discretização da equação (3.7.12) em elementos finitos levanta o problema de se
encontrar funções de forma que, simultaneamente assegurem a incompressibilidade do
campo de velocidades e evitem as deformações referentes a movimento de corpo rígido.
Introduzindo-se o multiplicador de Lagrange (
λ
) tem-se:
0=++=
∫∫
ST
ii
VV V
VV
dSutdVdVdV
δεδλελδεδσδπ
&&&
(3.7.13)
Portanto, a técnica de elementos finitos deve ser considerado como um caso de
discretização da equação (3.7.13) através da divisão do volume V em n elementos,
ligados entre si por N pontos nodais (LANDRE, 2001).
3.8. Deform 2D
O DEFORM é uma ferramenta que utiliza o Método dos Elementos Finitos (MEF) baseado
no sistema de simulação desenhado para analisar diversos processos de deformação e
tratamento térmico usado em deformação de metais e processos industriais correlatos.
Através da simulação de processos em computador, esta ferramenta auxilia designers e
engenheiros em:
Reduzir a necessidade de despender ensaios físicos e redesenho de processos;
Melhorar a concepção das ferramentas para otimizar a produção e os custos dos
materiais;
Encurtar o tempo necessário para lançar um novo produto no mercado.
A seguir são conceituados alguns parâmetros utilizados na simulação numérica utilizando
o Deform 2D.
3.8.1. Controles de Iteração
Os controles de iteração especificam o critério para resolver problemas utilizando o
método de elementos finitos, encontrando a solução do problema em cada passo da
simulação. Para a maioria dos problemas, os valores padrão (default) são aceitáveis.
Porém, se com esses valores não ocorrer a convergência necessária, eles deverão ser
trocados.
Os dois principais métodos de interação são o Newton-Raphson e o Direct. O método
Newton-Raphson é recomendado para a maioria dos problemas, pois geralmente ele
converge em menos iterações do que outros métodos disponíveis. E com o método Direct
tem-se uma conversão mais provável do que com o método Newton-Raphson, porém,
geralmente requerem mais iterações para fazê-lo.
35
3.8.2. Dados do Material
Para que uma simulação atinja um alto nível de precisão, é importante ter uma
compreensão das propriedades do material a ser utilizado para especificá-lo no Deform.
As propriedades do material que o usuário necessita especificar estão em função do tipo
de material que irá utilizar na simulação.
Encontra-se no banco de dados de materiais do Deform 145 conjuntos separados por
valores de tensão de escoamento. O material contém apenas dados de tensão de
escoamento (dados para materiais na região plástica).
3.8.3. Fator de Penalidade
Fator de Penalidade é um grande número positivo utilizado para dificultar a velocidade de
penetração de um nó através de uma superfície mestre. O valor padrão é adequado para
a maioria das simulações.
3.8.4. Tempo de integração
O fator tempo de integração é o coeficiente avançado para a integração da temperatura
ao longo do tempo. O seu valor deve ser entre 0,0 e 1,0.
3.8.5. Taxa de Convergência
Adota-se uma iteração da deformação para ter convergência quando os limites dos erros
da velocidade e da força são satisfatórios. Os valores limites de erros da velocidade e
força têm influência direta com a precisão da simulação. Quanto menores os limites,
maior o tempo de simulação, porém maior será a precisão dos resultados.
3.8.6. Número de Passos
O número de passos define a quantidade de passos necessários para executar a
simulação a partir do passo inicial. A simulação irá parar depois deste número de passos
executados, ou se outro controle de parada for acionado para parar a simulação. Assim,
se o passo inicial for -35 (NSTART), e o número de passos for igual a 30 (NSTEP), a
simulação irá parar após 65 passos, a não ser que outro controle de parada seja acionado
primeiro.
3.8.7. Critério de Remalha Automática
O critério de remalha automática é a forma mais conveniente para lidar com a remalha de
objetos submetidos a grandes deformações plásticas. À medida que a simulação for
executada, o programa executa a remalha automaticamente caso seja evidenciado
alguma inconsistência na malha anterior.
3.8.8. Solução Skyline
A solução skyline utiliza o método de escalonamento em conjunto com a eliminação
gaussiana para armazenar os dados da temperatura matriz. Este método é recomendado
para a maioria dos problemas.
36
4. METODOLOGIA
Neste capítulo, está descrita toda a metodologia utilizada no desenvolvimento deste
trabalho, desde a caracterização do material utilizado, suas propriedades mecânicas, o
levantamento das bandas de cisalhamento desse material, bem como a simulação
numérica e o ensaio metalográfico realizado nos corpos de prova especiais.
4.1. Material Utilizado
O material utilizado nos experimentos foi o aço carbono SAE 1006, recebido conforme
mercado sem tratamento de qualquer natureza por meio de corte a laser, cuja
composição química está descrita na tabela 4.1.
Tabela 4.1 - Composição Química do Material.
Item Elemento
Teor (%
peso)
1 C 0,03
2 Si 0,04
3 Mn 0,29
4 P 0,024
5 S 0,010
6 Al 0,080
7 Cu 0,01
8 Nb 0,003
9 V 0,001
10 Ti 0,002
11 Cr 0,02
12 Ni 0,02
13 Mo 0,00
14 Sn 0,002
15 N 0,0050
16 B 0,0002
17 Sb 0,00
Fonte: Certificado de Inspeção nº 1915569
disponibilizado pelo Fabricante.
4.2. Propriedades Mecânicas do Material
Para determinação das propriedades mecânicas do material foram levantados o
coeficiente de anisotropia e a curva de escoamento.
4.2.1. Anisotropia
Para obter o coeficiente de anisotropia do material utilizado foi realizado ensaio de tração
em seis corpos de prova, sendo dois coletados em cada direção de laminação: 0º, 45º e
90º. Para determinar a deformação na largura e comprimento foi adotado o seguinte
procedimento em cada direção de laminação, conforme os passos a seguir.
37
1- Traçagem da malha em cada corpo de prova, conforme a figura 4.1;
Figura 4.1 - Malha traçada nos corpos de prova
para o levantamento da anisotropia do material
utilizado.
2- Medição dos comprimentos e larguras iniciais. As medições foram feitas utilizando
um medidor ótico Mitutoyo TM do laboratório de metrologia do Departamento de
Engenharia Mecânica da UFMG, equipado com micrômetro digital com resolução 0,001
mm, conforme figura 4.2.
Figura 4.2 - Medidor ótico Mitutoyo TM do laboratório de
metrologia do Departamento de Engenharia Mecânica da
UFMG, equipado com micrômetro digital com resolução
0,001 mm.
3- Ensaio de Tração;
4- Medição dos comprimentos e larguras finais;
5- Cálculo das deformações no comprimento e na largura dos corpos de prova; e
6- Cálculo dos coeficientes de anisotropia (r).
38
Considerando, coeficiente 0 (zero) para dimensões iniciais e f para finais temos:
0
ln
wi
wi
f
wi
=
ε
3
321 www
w
ε
ε
ε
ε
+
+
=
0
ln
Li
Li
f
Li
=
ε
2
21 LL
L
ε
ε
ε
+
=
(4.1)
Lw
w
direção
r
εε
ε
=
Sendo:
f
wi
= Larguras finais;
0
wi
= Larguras iniciais;
f
Li
= Comprimentos finais;
0
Li
= Comprimentos iniciais;
w
ε
= Deformação média na largura;
L
ε
= Deformação média no comprimento;
direção
r
= Coeficiente de anisotropia nas direções de laminação.
Os corpos de prova para levantamento da anisotropia em cada direção de laminação
foram construídos de acordo com a figura 4.3.
Figura 4.3 - Corpo de prova para levantamento da anisotropia do material. Todas as dimensões
estão em mm. Fonte: Referência 7, p. 31.
39
4.2.2. Curva de Fluxo
Os corpos de prova para o levantamento da curva de fluxo foram construídos conforme
figura 4.4 submetidos a ensaio de tração a temperatura ambiente com velocidade de
deformação constante igual a 50 mm/min. Os ensaios foram realizados numa máquina de
ensaios universal SHIMADZU do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG,
modelo Autograph AG-IS 100 kN com sistema de controle e aquisição de dados
TRAPEZIUM 2 e extensômetro axial eletrônico SHIMADZU modelo SG50-100 de 50 mm
e célula de carga de 100 kN. As figuras 4.5 e 4.6 mostram a máquina de ensaio e o
extensômetro.
Após os ensaios, foram calculados os valores da deformação plástica verdadeira,
p
e
tensão verdadeira,
σ
para cada corpo de prova. De posse desses valores foi construído o
gráfico
σ
, x
p
denominada curva de fluxo do material.
Figura 4.4 - Corpo de prova para levantamento da curva de fluxo do material. Todas as
dimensões estão em mm. Fonte: Referência 7, p. 31.
Figura 4.5 – Máquina de ensaio universal do
DEMEC/UFMG.
40
Figura 4.6 – Ensaio de tração com utilização de
extensômetro axial eletrônico SHIMADZU modelo SG50-100
de 50 mm.
Após o cálculo de
σ
e
p
pôde-se encontrar o valor de k, coeficiente de resistência, e n,
coeficiente de encruamento através de uma regressão linear dos pontos medidos
experimentalmente, pois n é a inclinação da reta do gráfico com escala logarítmica e k é o
coeficiente de proporcionalidade, conforme figura 4.7.
Figura 4.7 – Gráfico
σ
loglog
×
para determinação
do coeficiente de encruamento n. Fonte: Referência
7, p. 35.
A reta
)(loglog
p
f
σ
= foi obtida utilizando o intervalo a partir de 10% da deformação
plástica até a estricção.
σ
log
p
ε
log
εσεσ
logloglog nkk
n
+==
ε
σ
log
loglog k
n
=
41
Portanto, com a regressão linear para determinação da equação
n
k
εσ
= , foram obtidos
os valores de k e n do material nas três direções de laminação.
4.3. Levantamento das bandas de cisalhamento
Foram propostos pelo autor três corpos de prova com entalhes especiais objetivando
provocar a formação de bandas de cisalhamento, conforme figuras 4.8, 4.9 e 4.10.
Foram realizados os ensaios de tração até a ruptura dos corpos de prova. Após os
ensaios de tração foi realizado o ensaio metalográfico nos corpos de prova rompidos para
identificação das bandas de cisalhamento.
Utilizando os dados referentes à região plástica, coletados nos ensaios de tração, foram
realizadas as simulações numéricas do ensaio, comparando com os resultados obtidos
experimentalmente. Os corpos de prova especiais para o levantamento das bandas de
cisalhamento foram construídos conforme a seguir:
Figura 4.8 - Corpo de Prova entalhado 1 para
análise da formação de Bandas de Cisalhamento
em tração uniaxial. Todas as dimensões estão em
mm.
42
Figura 4.9 - Corpo de Prova entalhado 2 para
análise da formação de Bandas de Cisalhamento
em tração uniaxial. Todas as dimensões estão em
mm.
Figura 4.10 - Corpo de Prova entalhado 3 para
análise da formação de Bandas de Cisalhamento
em tração uniaxial. Todas as dimensões estão em
mm.
43
Após o rompimento dos corpos de prova, foram realizadas medições das larguras dos
entalhes no ponto da ruptura, utilizando paquímetro universal com resolução de 0,05 mm.
As medidas encontradas foram comparadas com as medidas dos modelos em cada
passo da simulação numérica visando definir entre quais passos ocorreu a ruptura.
Espera-se obter melhor visualização das bandas de cisalhamento no CP 2 após a análise
da formação das bandas de cisalhamento nos três tipos de corpos de prova.
Isto porque, provavelmente o CP 1 irá se romper antes da formação das bandas e o CP 3
não deverá direcionar à formação das bandas devido à profundidade do entalhe ser
pequena.
4.4. Simulação Numérica
Os desenhos dos corpos de prova foram feitos utilizando o software comercial Solidworks,
do Laboratório de Projetos Mecânicos do Departamento de Engenharia Mecânica da
UFMG. Esses desenhos foram importados para o software comercial Deform2D, do
Departamento de Metalurgia e Materiais da UFMG.
Após a importação foram feitos pequenos ajustes nos desenhos e os mesmos foram
salvos em uma extensão IGS, compatível com o Deform.
Em seguida, foi gerada uma malha, conforme figura 4.11, com elementos retangulares no
total de 3197 elementos e 3348 nós, podendo ser esses dados conferidos no pré-
processador do programa. A partir do teste de convergência, descobriu-se que essa
malha foi a que melhor gerou resultados, pois esses resultados praticamente não se
alteraram nas próximas malhas.
Figura 4.11 – Malha gerada no
Deform2D para o CP 3 contendo
3197 elementos e 3348 nós.
44
A extremidade inferior apresentou restrição de movimento tanto em x quanto em y,
portanto permanecendo fixa. Entretanto, a extremidade oposta apresentou apenas
velocidade em y, sendo o valor igual à velocidade do cabeçote no ensaio de tração e
restringida velocidade em x.
Para a simulação, foi desprezada a região elástica do material. Além disso, foram
consideradas as curvas de fluxo nas três direções de laminação, importando os dados da
região plástica para o aplicativo numérico.
A seguir, estão indicados alguns dados técnicos utilizados na simulação numérica.
a) Método de Iteração: Newton-Raphson;
b) Tipo de Material: Rígido Plástico;
c) Taxa de Convergência:
i. Limite de erro para a força: 0,01
ii. Limite de erro para velocidade: 0,001
d) Fator de Penalidade: 1,0 x 10
12
;
e) Remalha: Automática;
f) Numero de passos: 200 steps;
g) Tempo de integração: 0,1;
h) Solver empregado: Skyline (Pois, é o mais rápido para modelos com até 30.000
elementos).
4.5. Ensaio Metalográfico
Os corpos de prova após o ensaio de tração até o rompimento foram submetidos ao
ensaio metalográfico realizado no Centro Tecnológico de Fundição de Itaúna – CETEF.
O procedimento foi iniciado com o embutimento das amostras (Corpos de prova 1, 2 e 3)
e o lixamento das mesmas utilizando lixas 200, 400 e 500 e, por fim, o tecido para
polimento (3
m
µ
).
Após o lixamento foi realizado o ataque para revelar a macroestrutura dos corpos de
prova utilizando Iodo e o Nital 2% para revelar a microestrutura.
Após a revelação, foram observadas as estruturas e capturadas as imagens dos corpos
de prova ensaiados.
45
CPs
Grandezas
5. RESULTADOS
Neste capítulo, foram explicitados os resultados obtidos para caracterização do material
utilizado, com o levantamento das curvas de fluxo.
5.1. Coeficiente de Anisotropia
As medições realizadas nos corpos de prova para determinação do coeficiente de
anisotropia do material, conforme a figura 4.1 e a equação (4.1), geraram as seguintes
dimensões demonstradas na tabela 5.1.
Tabela 5.1 – Dimensões iniciais e finais da malha traçada nos corpos de prova, conforme a
figura 4.1, medidas antes e após do ensaio de tração.
Direção
Dimensões/CPs121212
w
1
0
10,390 10,305 10,403 10,418 10,441 10,260
w
2
0
10,372 10,308 10,436 10,452 10,431 10,265
w
3
0
10,395 10,298 10,420 10,462 10,428 10,271
L
1
0
19,723 19,645 19,695 19,723 19,698 19,907
L
2
0
19,848 19,928 19,880 19,922 19,873 19,656
Direção
Dimensões/CPs121212
w
1
f
9,838 9,757 9,920 9,909 9,823 9,700
w
2
f
9,801 9,734 9,876 9,889 9,764 9,620
w
3
f
9,788 9,737 9,881 9,931 9,807 9,653
L
1
f
22,115 22,054 22,056 22,164 22,034 22,277
L
2
f
22,250 22,349 22,273 22,289 22,231 21,993
Dimensões Iniciais
(0)
[mm]
Dimensões Finais
(f)
[mm]
45º 90º
45º 90º
A partir dos dados coletados e cálculos realizados, foram encontrados os valores
descritos nas tabelas 5.2, 5.3 e 5.4.
Tabela 5.2 – Cálculo do coeficiente de anisotropia à 0º
da direção de laminação.
Direção
1 2
w
ε
- 0,057128 - 0,055985
L
ε
0,114355 0,115164
0
r
0,998270 0,946028
46
CPs
Grandezas
CPs
Grandezas
Tabela 5.3 - Cálculo do coeficiente de anisotropia à 45º
da direção de laminação.
Direção 45º
1 2
w
ε
- 0,051936 - 0,052517
L
ε
0,113441 0,114477
45
r
0,844419 0,847595
Tabela 5.4 - Cálculo do coeficiente de anisotropia à 90º
da direção de laminação.
Direção 90º
1 2
w
ε
- 0,062831 - 0,061026
L
ε
0,112098 0,112413
90
r
1,275316 1,225791
5.2. Curvas tensão x deformação
As curvas de fluxo referente a cada direção de laminação, conforme gráfico 5.1 foram
levantadas após o ensaio de tração em cada corpo de prova especial até o rompimento
dos mesmos, bem como as curvas dos gráficos 5.2, 5.3 e 5.4 para determinação dos
coeficientes k e n. Foi verificada uma melhor similaridade entre as curvas dos corpos de
prova a 0º e 45º da direção de laminação.
47
Curvas de Fluxo 0º, 45º e 90º
0
100
200
300
400
500
0,00 0,03 0,06 0,09 0,12 0,15 0,17 0,20
Deformação Plástica Verdadeira
Tensão Verdadeira (MPa)
0 grau 45 graus 90 graus
Gráfico 5.1 - Curva de Fluxo do material à 0º, 45º e 90º da direção de laminação
após ensaio de tração.
48
Cálculo de k e n (0º)
y = 521,65x
0,2118
R
2
= 1
200
300
400
500
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Deformação Plástica Verdadeira
Tensão Verdadeira (Mpa)
Potência (0º)
Gráfico 5.2 – Curva Tensão x Deformação Plástica Verdadeira para o cálculo de k e n
do material à 0º da direção de laminação.
Cálculo de k e n (45º)
y = 578,44x
0,1968
R
2
= 0,9999
200
300
400
500
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Deformação Plástica Verdadeira
Tensão Verdadeira (Mpa)
45º Potência (45º)
Gráfico 5.3 - Curva Tensão x Deformação Plástica Verdadeira para o cálculo de k e n
do material à 45º da direção de laminação.
49
Cálculo de k e n (90º)
y = 563,34x
0,2066
R
2
= 1
200
300
400
500
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Deformação Plástica Verdadeira
Tensão Verdadeira
(Mpa)
90º Potência (9)
Gráfico 5.4 - Curva Tensão x Deformação Plástica Verdadeira para o cálculo de k e
n do material à 90º da direção de laminação.
Na tabela 5.5 foram consolidados os valores de k e n do material nas três direções de
laminação.
Tabela 5.5 – Valores de k e n do material utilizado.
45º 90º
k (MPa) n k (MPa) n k (MPa) n
521,65 0,2118 578,44 0,1968 563,34 0,2066
O coeficiente k quantifica o nível de resistência que o material pode suportar, portanto, o
corpo de prova coletado a 0º da direção de laminação apresenta menor resistência.
O coeficiente n representa a capacidade com que o material distribui a deformação, ou
seja, capacidade de se deformar sem que ocorra a estricção. Portanto, o corpo de prova a
0º também se destaca por ter maior capacidade de se deformar.
Considerando os dois comentários anteriores, foi escolhido o corpo de prova a 0º da
direção de laminação para a comparação entre os resultados obtidos nos ensaios físicos
e na simulação numérica.
5.3. Simulação Numérica e ensaio metalográfico
Neste estudo, as análises se basearão nos formatos em “X” apresentados pelas linhas de
cisalhamento. E para melhor exposição dos resultados da simulação numérica, seguem
as imagens de alguns passos de cada corpo de prova simulado à 0º da direção de
laminação, bem como algumas considerações acerca da formação das bandas de
cisalhamento formadas a partir da análise comparativa entre as taxas de deformação
efetiva e a deformação efetiva nesses corpos de prova.
Os símbolos contidos nas imagens ( e
) são, respectivamente, os valores de máximo e
mínimo da grandeza observada, neste caso, taxa de deformação e deformação efetiva.
50
A) Corpo de Prova 1 a 0º da direção de laminação:
Passo 10:
As figuras 5.1 e 5.2 mostram que ocorreu uma deformação não muito heterogênea em
toda área do entalhe, não caracterizando formação de bandas cisalhantes.
Figura 5.1 – Passo 10 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 1, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.2 – Passo 10 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 1, considerando a
deformação efetiva.
51
Passo 20:
As figuras 5.3 e 5.4 mostram que a situação é semelhante ao passo 10 com uma pequena
concentração da deformação na região central, indicando que a fratura provavelmente se
iniciará mais próxima do centro do entalhe.
Figura 5.3 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração
em corpo de prova entalhado 1, considerando a taxa de
deformação efetiva.
Figura 5.4 – Passo 20 da simulação do ensaio de tração
em corpo de prova entalhado 1, considerando a
deformação efetiva.
52
Passo 50:
As figuras 5.5 e 5.6 mostram que, no passo 50, a deformação atinge o valor limite se
concentrando mais no centro do entalhe.
Figura 5.5 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração
em corpo de prova entalhado 1, considerando a taxa de
deformação efetiva.
Figura 5.6 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração
em corpo de prova entalhado 1, considerando a
deformação efetiva.
Início da
Fratura
próximo à
região
central do
entalhe
53
A figura 5.7 mostra o corpo de prova após o rompimento. Comparando a simulação com a
figura do corpo de prova rompido, observa-se que o rompimento ocorreu entre os passos
20 e 50, na região central do entalhe.
Figura 5.7 – Corpo de Prova especial 1 com entalhe para análise de formação das bandas de
cisalhamento.
As figuras 5.8, 5.9, 5.10 e 5.11 mostram que, nos passos 100 e 135, já ocorreu o
rompimento do corpo de prova. Porém, foram apresentadas as figuras para ilustrar como
seria o comportamento do corpo de prova caso não houvesse o rompimento do material.
Mesmo assim, observa-se um padrão de deformação não muito heterogêneo.
Para o corpo de prova 1 a profundidade do rasgo influenciou diretamente no não
surgimento das bandas ao longo do corpo de prova.
Início da Fratura
próximo à região
central do entalhe
54
Passo 100:
Figura 5.8 – Passo 100 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 1, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.9 – Passo 100 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 1, considerando a
deformação efetiva.
55
Passo 135 – último passo:
Figura 5.10 – Passo 135 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 1, considerando
a taxa de deformação efetiva.
Figura 5.11 – Passo 135 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 1, considerando
a deformação efetiva.
56
B) Corpo de Prova 2 a 0º da direção de laminação:
Passo 10:
Na figura 5.12, analisando a taxa de deformação, mostra a formação das bandas de
cisalhamento, com uma concentração de deformação nas extremidades do entalhe,
mantendo a região central sem ocorrência de deformação. Além disso, nota-se o formato
losangular dessa banda com arestas levemente curvadas. E na figura 5.13, analisando a
deformação efetiva, observa-se o início da formação das bandas no mesmo padrão.
Outra análise importante é a definição de uma região que divide a área deformada de
uma área não deformada. Esta região pode ser observada no ponto onde a banda de
cisalhamento toda a lateral do corpo de prova, conforme mostrado nas figuras 5.12 e
5.13. Este fato pode ser constatado também nos demais passos.
Figura 5.12 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de
prova entalhado 2, considerando a taxa de deformação efetiva.
Área
deformada
Área NÃO
deformada
57
Figura 5.13 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de
prova entalhado 2, considerando a deformação efetiva.
Área
deformada
Área NÃO
deformada
58
Passo 20:
Observando a figura 5.14, taxa de deformação, nota-se a evolução da formação de
bandas de deformação com formato losangular e um pequeno aumento da sua largura.
Além disso, há uma concentração da deformação nos vértices da banda, fenômeno este
mais evidente nas extremidades do entalhe. Na figura 5.15, deformação efetiva, observa-
se a continuidade da formação das bandas de cisalhamento com uma concentração
também nas extremidades do entalhe.
Figura 5.14 – Passo 20 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando
a taxa de deformação efetiva.
Figura 5.15 – Passo 20 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando
a deformação efetiva.
Área deformada
Área NÃO deformada
59
Passo 50:
Nas figuras 5.16 e 5.17, observa-se a formação das bandas de cisalhamento com uma
forte concentração nas extremidades do entalhe e uma diminuição significativa da região
central sem ocorrência de deformação. Além disso, nota-se também a definição de uma
região que divide a área deformada de uma área não deformada, conforme mostrado na
figura 5.16.
Figura 5.16 – Passo 50 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.17 – Passo 50 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando a
deformação efetiva.
Início
da
Fratura
no
canto
do
entalhe
60
A figura 5.18 mostra o corpo de prova após o rompimento. Comparando a simulação com
a figura do corpo de prova rompido, observa-se que o rompimento ocorreu próximo ao
passo 50 e que, em ambas as situações, a maior deformação ocorre próximo ao canto do
entalhe, provocando a nucleação do rasgo nessa região, devido à concentração de
deformação nas bandas de cisalhamento.
Figura 5.18 – Corpo de Prova especial 2 com entalhe para análise de formação das bandas de
cisalhamento.
As figuras 5.19 a 5.24 mostram que, nos passos 100, 150 e 200, já ocorreu o rompimento
do corpo de prova. Porém, foram apresentadas as figuras para ilustrar como seria o
comportamento desse corpo de prova caso não houvesse o rompimento do material. No
entanto, observa-se um padrão de deformação heterogêneo.
Início da Fratura no
canto do entalhe
61
Passo 100:
Figura 5.19 - Passo 100 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.20 – Passo 100 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando a
deformação efetiva.
62
Passo 150:
Figura 5.21 - Passo 150 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.22 – Passo 150 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando a
deformação efetiva.
63
Passo 200 – último passo:
Figura 5.23 - Passo 200 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando
a taxa de deformação efetiva.
Figura 5.24 – Passo 200 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 2, considerando
a deformação efetiva.
64
C) Corpo de Prova 3 a 0º da direção de laminação:
Passo 10:
A figura 5.25, da taxa de deformação, mostra a formação das bandas de cisalhamento,
com uma concentração de deformação nas extremidades do entalhe, mantendo a região
central sem ocorrência de deformação. E na figura 5.26, deformação efetiva, observa-se o
início da formação das bandas também em forma losangular e com concentração de
deformação nas extremidades do entalhe.
Além disso, nota-se, também no corpo de prova 3, a definição da região que divide a área
deformada de uma área não deformada, porém no corpo 3 a área deformada é maior que
no corpo de prova 2. Esta região pode ser observada no ponto onde a banda de
cisalhamento toda a lateral do corpo de prova, conforme mostrado nas figuras 5.25 e
5.26. Nos demais passos a área lateral não deformada praticamente não aparece.
Figura 5.25 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de
prova entalhado 3, considerando a taxa de deformação efetiva.
Área
deformada
Área NÃO
deformada
65
Figura 5.26 – Passo 10 da simulação do ensaio de tração em corpo de
prova entalhado 3, considerando a deformação efetiva.
Área
deformada
Área NÃO
deformada
66
Passo 20:
Observando as figuras 5.27 e 5.28, da taxa de deformação e deformação efetiva, nota-se
a continuação da formação de bandas de deformação com formato losangular e o
aumento da sua largura. Além disso, há uma forte concentração da deformação nos
vértices da banda, fenômeno este mais evidente nas extremidades do entalhe.
Figura 5.27 – Passo 20 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.28 – Passo 20 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando a
deformação efetiva.
67
Passo 50:
Na figura 5.29, da taxa de deformação, observa-se um padrão de deformação na forma
losangular em dois dos seus vértices e um padrão na forma de cone nas extremidades do
entalhe. E analisando a figura 5.30, deformação efetiva, nota-se a continuidade da
caracterização da banda de cisalhamento em forma losangular com concentração nas
extremidades do entalhe.
Figura 5.29 – Passo 50 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.30 – Passo 50 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando
a deformação efetiva.
Início da
Fratura
no canto
do
entalhe
68
Passo 100:
A figura 5.31, taxa de deformação, mostra a formação de dois padrões da banda de
cisalhamento, um padrão em V e outro em cone, este localizado nas extremidades do
entalhe. Observando a figura 5.32, deformação efetiva, nota-se uma concentração de
deformação nos dois vértices da banda localizados nas extremidades do entalhe e uma
concentração mais suave nos outros dois vértices. Contudo, observa-se a ausência de
deformação na região central do entalhe.
Figura 5.31 – Passo 100 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando
a taxa de deformação efetiva.
Figura 5.32 – Passo 100 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando
a deformação efetiva.
69
A figura 5.33 mostra o corpo de prova após o rompimento. Comparando a simulação com
a figura do corpo de prova rompido, observa-se que o rompimento ocorreu entre o passo
50 e 100 e que, em ambas as situações, a maior deformação efetiva ocorre próximo ao
canto do entalhe, provocando a nucleação do rasgo nessa região, devido à concentração
de deformação nas bandas de cisalhamento.
Figura 5.33 – Corpo de Prova especial 3 com entalhe para análise de formação das bandas de
cisalhamento.
A figura 5.34 mostra o ensaio macrográfico do CP 3 indicando regiões com o início da
formação de bandas de cisalhamento.
Figura 5.34 – Imagem captada durante ensaio macrográfico do CP 3 após ataque com Iodo.
Início da Fratura
no canto do
entalhe
Regiões indicando a
formação de bandas
cisalhantes
Corpo de Prova
Corpo de Prova
70
Nas figuras 5.35 e 5.36 observa-se que, quando não houve a formação de bandas
cisalhantes, a microestrutura do CP 3 se apresentou de forma mais homogênea,
enquanto que, com a formação dessas bandas, a microestrutura se apresentou de forma
heterogênea, com grãos alongados na direção das bandas.
Figura 5.35 – Microestrutura da região sem
formação de bandas cisalhantes do CP 3 com
aumento de 200x após ataque com Nital 2%.
Figura 5.36 – Microestrutura da região com
formação de bandas cisalhantes do CP 3 com
aumento de 200x após ataque com Nital 2%.
As figuras 5.37 a 5.40 mostram que, nos passos 150 e 200, já ocorreu o rompimento do
corpo de prova. Porém, foram apresentadas as figuras para ilustrar como seria o
comportamento desse corpo de prova caso não houvesse o rompimento do material.
Mesmo assim, observa-se um padrão de deformação bastante heterogêneo, dando
continuidade ao processo descrito no passo 100.
71
Passo 150:
Figura 5.37 – Passo 150 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.38 – Passo 150 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando a
deformação efetiva.
72
Passo 200 – último passo:
Figura 5.39 – Passo 200 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando a
taxa de deformação efetiva.
Figura 5.40 – Passo 200 da simulação do ensaio de
tração em corpo de prova entalhado 3, considerando a
deformação efetiva.
73
Comparando as deformações dos passos 50 de cada corpo de prova, conforme as figuras
5.41, 5.42 e 5.43, observa-se que a formação das bandas de cisalhamento está
diretamente ligada à geometria do entalhe. Quando não houve a formação de bandas de
cisalhamento a fratura ocorre na região mediana do entalhe. Por outro lado, quando há a
formação de bandas a fratura se inicia no canto desse entalhe.
Figura 5.41 – Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova entalhado 1,
considerando a deformação efetiva.
Início da Fratura
na região central
do entalhe.
74
Figura 5.42 - Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova entalhado 2,
considerando a deformação efetiva.
Figura 5.43 - Passo 50 da simulação do ensaio de tração em corpo de prova entalhado 3,
considerando a deformação efetiva.
Início da Fratura
no canto do
entalhe
Início da Fratura
no canto do
entalhe
75
Ressalta-se que, quando não houve a formação das bandas de cisalhamento, a fratura
aconteceu de forma perpendicular ao eixo do corpo de prova (figura 5.44-a) e na região
central do entalhe, enquanto que, quando a formação da banda é evidenciada, a forma da
fratura é inclinada (figura 5.44-b) e nucleada no canto do entalhe.
(a)
(b)
Figura 5.44 - Comparação das formas de ruptura considerando quando houve e quando
não houve a formação das bandas de cisalhamento: (a) Corpo de Prova especial 1 com
entalhe não apresentando formação de bandas de cisalhamento; (b) Corpo de Prova
especial 2 com entalhe apresentando formação de bandas de cisalhamento.
Destacando três pontos da curva de escoamento do material na região plástica a 0º da
direção de laminação, conforme o gráfico 5.5, pode-se observar que, com o aumento da
tensão, há um aumento da largura das bandas de cisalhamento, tanto analisando a taxa
de deformação efetiva quanto a deformação efetiva, conforme as figuras 5.45 e 5.46.
Observando ainda a figura 5.45 nota-se que a formação das bandas de cisalhamento não
é simétrica, pois a extremidade inferior é fixa e, neste caso, a grandeza relacionada é a
taxa de deformação efetiva. Enquanto que, na figura 5.46, deformação efetiva, a formação
das bandas se apresenta de forma simétrica.
Além disso, em ambos os casos, têm-se a concentração da deformação nas
extremidades do entalhe e a diminuição da região central livre de deformação.
Início da
Fratura
próximo à
região
central do
entalhe
Início da
Fratura no
canto do
entalhe
76
Gráfico 5.5 – Curva de fluxo na região plástica do material à 0º da direção de laminação.
Sendo:
Taxa de deformação efetiva
A B C
Figura 5.45 – Comparação da taxa de deformação efetiva nos três pontos da curva de
fluxo do material do CP 3, sendo os valores de deformação: A = 0,08; B = 0,14 e C =
0,20.
77
Deformação efetiva
A B C
Figura 5.46 - Comparação da deformação efetiva nos três pontos da curva de fluxo do
material do CP 3, sendo os valores de deformação: A = 0,08; B = 0,14 e C = 0,20.
Fazendo uma comparação entre os resultados esperados e obtidos, foram comprovados
50% da expectativa, pois foi confirmada a hipótese que o CP 1 iria se romper antes de
formar as bandas de cisalhamento, porém a que o CP 3 não iria apresentar a formação
dessas bandas, devido à profundidade do entalhe ser pequena, não se confirmou,
conforme os resultados apresentados.
78
6. CONCLUSÕES
Corpos de prova entalhados quando tracionados podem apresentar formação de bandas
cisalhantes, entretanto a formação dessas bandas é dependente da geometria do entalhe.
O local de nucleação e a forma da fratura estão relacionados com a formação das bandas
de cisalhamento e, consequentemente, dependem também da geometria do entalhe.
Quando não houve a formação das bandas de cisalhamento, a fratura aconteceu de
forma perpendicular ao eixo do corpo de prova e na região central do entalhe, enquanto
que, quando a formação da banda é evidenciada, a forma da fratura é inclinada e
nucleada no canto do entalhe.
A formação da banda de cisalhamento nos corpos de prova entalhados define uma
separação entre áreas deformadas e áreas não deformadas e o tamanho desta destas
áreas também dependem da geometria do entalhe.
A microestrutura dos corpos de prova entalhados submetidos à tração uniaxial parece se
apresentar de forma heterogênea, com grãos alongados.
7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
9 Introduzir um critério de dano nas simulações numéricas;
9 Utilizar material com elemento liga puro – Ex.: Ti;
9 Utilizar aço inox austenítico e medir a microdureza na superfície do corpo de prova.
79
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- ASM. Metals Handbook, Volume 14: Forming and Forging, 9th ed., Ohio, ASM
International, 1998.
2- CRITÉRIOS de Resistência. Notas de Aula, São Paulo, Aula 24 out. 2002, Aula 25
nov. 2002. Disponível em: < http://www.fem.unicamp.br/~em505/2_sem_2002/ >
Acesso em: 16 mar. 2006.
3- HOSFORD, William F.; CADDELL, Robert M., Metal Forming: Mechanics and
Metallurgy. 2nd ed., New Jersey, PTR Prentice Hall, 1993.
4- LANDRE, Jánes. Fraturas no Forjamento a Frio de Metais. 2001. 194f. Tese de
Doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Minas da Universidade Federal de
Minas Gerais.
5- LINS, J. F. C.; SANDIM, H. R. Z.; KESTENBACH, H. J.; Vecchio, K. S.; Raabe, D..
Caracterização Microestrutural de Grãos Ultrafinos Formados no Interior de Bandas
de Cisalhamento Adiabáticas num Aço IF, Rio de Janeiro, 12 p., nov. 2006.
6- PERTENCE, Antônio Eustáquio de Melo. Uso de Materiais Modelo para a
Simulação da Ductilidade de Metais. 1994. 241f. Tese de Doutorado em
Engenharia Metalúrgica e de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais.
7- ROCHA, A. Barata da; DUARTE, J. Ferreira. Tecnologia da Embutidura. In:
ROCHA, A. Barata da; DUARTE, J. Ferreira. Análise Experimental de Deformações
e Curvas Limite de Embutidura. Portugal, Associação Portuguesa das tecnologias
de Conformação Plástica, 1992. Cap. 7, p. 30-41.
8- RODRIGUES, Jorge; MARTINS, Paulo. Tecnologia Mecânica: Tecnologia da
Deformação Plástica, Vol 1 – Fundamentos Teóricos, Lisboa, Escolar Editora,
2005.
9- RODRIGUES, Jorge; MARTINS, Paulo. Tecnologia Mecânica: Tecnologia da
Deformação Plástica, Vol 2 – Aplicações Industriais, Lisboa, Escolar Editora, 2005.
10- WALLEY, S. M. Shear Localization: A Historical Overview. The Minerals, Metals &
Materials Society and ASM International, Florida, 26 p., mar. 2007.
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