Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA APLICADA
KATIENE ROZY SANTOS DO NASCIMENTO
ANÁLISE ACÚSTICO-ARTICULATÓRIA DE SONS
VOCÁLICOS DE PALAVRAS FUNCIONAIS DO INGLÊS
FORTALEZA -CEARÁ
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
KATIENE ROZY SANTOS DO NASCIMENTO
ANÁLISE ACÚSTICO-ARTICULATÓRIA DE SONS VOCÁLICOS DE
PALAVRAS FUNCIONAIS DO INGLÊS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Linguística Aplicada
da Universidade Estadual do Ceará
UECE, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em
Linguística Aplicada (Área de
concentração: Estudos da Linguagem).
Orientador: Prof. Dr. Wilson Júnior de
Araújo Carvalho.
FORTALEZA - CEARÁ
2010
ads:
N244a
B238 Nascimento, Katiene Rozy Santos do
Análise Acústico-articulatória de Sons Vocálicos de
Palavras Funcionais do Inglês / Katiene Rozy Santos do
Nascimento – Fortaleza, 2010.
180 p.
Orientador: Profº Dr. Wilson Júnior de Araújo Carvalho
Dissertação (Programa de Pós-Graduação em
Linguística Aplicada) - Universidade Estadual do Ceará,
Centro de Humanidades.
1. Análise acústico-articulatória 2. Sons vocálicos 3.
Palavras funcionais do inglês 4. Inglês língua estrangeira
I. Universidade Estadual do Ceará, Centro de
Humanidades.
CCDDC CDD: 410:
KATIENE ROZY SANTOS DO NASCIMENTO
ANÁLISE ACÚSTICO-ARTICULATÓRIA DE SONS VOCÁLICOS DE
PALAVRAS FUNCIONAIS DO INGLÊS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Linguística Aplicada
da Universidade Estadual do Ceará
UECE, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em
Linguística Aplicada (Área de
concentração: Estudos da Linguagem).
Dedico o presente trabalho a todos que
contribuíram de algum modo para a sua
concretização.
Em especial, à minha mãe, pelo amor e
dedicação.
Ao meu companheiro, Clerton, pelo apoio
incondicional.
Ao meu filho, Humberto Júnior, por
compreender as minhas ausências.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter ajudado a tornar mais este sonho possível;
Ao meu Professor Orientador, Wilson Júnior de Araújo Carvalho, pelas
inúmeras sugestões e comentários que contribuíram para o desenvolvimento e
concretização da presente pesquisa;
Aos membros da Banca Examinadora por seus comentários, sugestões e
correções: Professora Doutora Elizabeth Reis Teixeira e Professora Doutora Paula
Lenz Costa Lima;
À Professora Doutora Socorro Aragão, pelas importantes considerações
realizadas durante a qualificação do projeto da presente pesquisa;
Aos informantes da presente pesquisa, alunos do Curso de Inglês do Núcleo
de Línguas da Universidade Estadual do Ceará;
À minha família que tanto me incentiva na busca por meus objetivos.
A todos os amigos que, direta ou indiretamente, fizeram parte da realização
deste projeto.
RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo investigar as características acústico-articulatórias de
sons vocálicos de palavras funcionais do Inglês, realizadas por estudantes brasileiros de ILE
em nível intermediário de aprendizagem, em contexto acentuado e não-acentuado. Pesquisas
apontam que estudantes brasileiros de Inglês Língua Estrangeira (ILE) apresentam
dificuldades em realizar as características acústico-articulatórias pertinentes aos sons
vocálicos de palavras funcionais do Inglês, quando realizadas em contexto não-acentuado
(WATKINS, 2006; FRAGOZO, 2010). No referido contexto, esperar-se-ia que os sons
vocálicos presentes em palavras funcionais apresentassem características acústico-
articulatórias de uma vogal reduzida, a vogal /´/ (SILVA, 2005). Fundamentado na Teoria
Acústica da Produção da Fala e na Teoria das Vogais Cardeais, nosso estudo analisa as
características acústico-articulatória - formânticas e de duração - dos sons vocálicos de
palavras funcionais, realizadas por estudantes de ILE, em contexto acentuado e não-acentuado
e, em seguida, compara por meio de análises estatísticas todos dados referentes aos contextos
estudados. Utilizamos como informante um grupo de 20 estudantes de ILE de uma instituição
pública do Ceará, o Núcleo de Línguas da UECE. Foram desenvolvidos dois experimentos
denominados EXP. I e EXP II., contendo as seguintes palavras funcionais: at, but, of, could,
should, that, us, do e does. O EXP. I, que apresenta dados relativos à fala monitorada, utiliza
20 sentenças, 10 contendo as palavras funcionais em contexto acentuado e 10 sentenças
contendo as palavras funcionais em contexto não-acentuado. Ao compararmos as realizações
dos sons vocálicos de palavras funcionais, realizadas em contexto acentuado e não-acentuado
deste experimento, obtivemos os seguintes resultados: a) no tocante às características
formânticas, a realização dos sons vocálicos presentes em at, that, us, should e do, apresentou
diferenças significativas entre os contextos acentuado e não-acentuado; b) as realizações dos
sons vocálicos, presentes em palavras funcionais produzidas por nossos informantes, não
apresentaram um ponto de realização semelhante ao da vogal reduzida /´/, realizada por
falantes do Inglês como língua materna; c) os sons vocálicos presentes nas palavras funcionais
at, does e us foram realizados por nossos informantes de pesquisa sem diferenças de duração
significativas, quando comparadas as realizações em contexto acentuado e não-acentuado. No
EXP. II, utilizamos um pequeno texto contendo as palavras funcionais as, at, that, but e of,
em contexto não-acentuado, que foi recontado por nossos informantes em fala espontânea. O
objetivo deste segundo experimento foi verificar se as realizações dos sons vocálicos em
contexto não-acentuado de fala espontânea diferem daqueles realizados no EXP. I, em
contexto acentuado e o-acentuado de fala monitorada. Ao compararmos a realização em
contexto não-acentuado do EXP. II com as realizações em contexto acentuado e não-
acentuado do EXP. I, concluímos que os sons vocálicos de palavras funcionais realizados em
fala espontânea apresentam semelhanças com aqueles realizados em fala monitorada.
PALAVRAS-CHAVE: análise acústico-articulatória; sons vocálicos; palavras funcionais;
inglês língua estrangeira.
ABSTRACT
The present research has as its main objective to investigate the acoustic-articulatory
characteristics of vowel sounds in English function words, as realized by intermediate
Brazilian English as a foreign language (EFL) students, in stressed and non-stressed contexts.
Previous research pointed out that Brazilian EFL students present difficulties in realizing the
acoustic-articulatory characteristics related to vowel sounds produced in English function
words, when realized in non-stressed context (WATKINS, 2006; FRAGOZO, 2010). In the
aforementioned context, vowel sounds of function words are expected to present acoustic-
articulatory characteristics of a reduced vowel, the vowel /´/ (SILVA, 2005). Grounded on the
Acoustic Theory of Speech Production as well as on the Cardinal Vowels Theory, our study
analyzes the acoustic-articulatory characteristics as regards duration and formants of the
vowel sounds found in function words, realized by Brazilian EFL students, in stressed and
non-stressed contexts and, in addition, compares through statistical procedures, all the data
referring to the studied contexts. We had as informers a group of 20 EFL students of a public
institution in Ceará, Brazil, at UECE’s Language Course. Two experiments were carried out,
called EXP. I and EXP II., involving the following function words: at, but, of, could, should,
that, us, do e does. EXP. I, which presents data regarding controlled speech, makes use of 20
sentences, 10 containing function words in stressed context and 10 in non-stressed context.
When comparing the realizations of vocalic sounds in function words, produced in stressed
and non-stressed contexts for this experiment, we found the following results: a) as regards
the formant characteristics, the realization of vocalic sounds in at, that, us, should and do
presented significant differences between the stressed and non-stressed contexts; b) the
production of vowel sounds, found in function words produced by our informers, did not
present a realization point similar to the reduced vowel /´/, as realized by English native
speakers; c) vowel sounds found in function words at, does and us were produced by our
informers without significant differences, when stressed-context realizations were compared
to non-stressed ones. In EXP. II, we made use of a small text containing the function words,
at, that, but e of, in non-stressed context, which was retold by our informants in spontaneous
speech. The objective of the second experiment was to observe if the realization of vowel
sounds in non-stressed contexts in spontaneous speech are different from those realized in
EXP. I, for stressed and non-stressed contexts in controlled speech. When non-stressed
realizations of EXP. II were compared to stressed and non-stressed ones in EXP. I, it was
found that the vowel sounds of function words in spontaneous speech presented similarities to
those realized in controlled speech.
KEYWORDS: acoustic-articulatory analysis; vowel sounds; function words; English as a
foreign language.
LISTA DE TABELAS
TABELA 01: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em as. ................................................................................................................... 81
TABELA 02: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em at ..................................................................................................................... 83
TABELA 03: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em that. ................................................................................................................ 84
TABELA 04: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em but. ................................................................................................................. 87
TABELA 05: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em does. ............................................................................................................... 88
TABELA 06: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em us. ................................................................................................................... 90
TABELA 07: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em could. .............................................................................................................. 93
TABELA 08: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em should. ............................................................................................................ 94
TABELA 09: Valores de média, mediana e desvio-padrão do som vocálico em do.......... 96
TABELA 10: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Bark) do som
vocálico em of. .................................................................................................................... 99
TABELA 11: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de as. .................................................................................................................... 104
TABELA 12: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de at. ..................................................................................................................... 105
TABELA 13: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de that. .................................................................................................................. 106
TABELA 14: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de but. ................................................................................................................... 108
TABELA 15: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de does. ................................................................................................................ 109
TABELA 16: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de us. .................................................................................................................... 110
TABELA 17: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de could. ............................................................................................................... 111
TABELA 18: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de should. ............................................................................................................. 112
TABELA 19: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de do. .................................................................................................................... 113
TABELA 20: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração do som
vocálico de of. ..................................................................................................................... 115
TABELA 21: Médias, medianas e D.P (em Bark) de F1 e F2 do som vocálico
em as nos EXP. I e II. ......................................................................................................... 118
TABELA 22: Médias, medianas e D.P (em Bark) de F1 e F2 do som vocálico
em that nos EXP. I e II. ...................................................................................................... 119
TABELA 23: Médias, medianas e D.P (em Bark) de F1 e F2 do som vocálico
em at nos EXP. I e II. ......................................................................................................... 121
TABELA 24: Médias, medianas e D.P (em Bark) de F1 e F2 do som vocálico
em but nos EXP. I e II. ....................................................................................................... 123
TABELA 25: Médias, medianas e D.P (em Bark) de F1 e F2 do som vocálico
em of nos EXP. I e II........................................................................................................... 125
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: Três ondas sinusoidais unidas em uma onda complexa
(LADEFOGED, 1962)........................................................................................................ 22
FIGURA 02: Ponto inicial e final do ciclo de uma onda sonora......................................... 23
FIGURA 03: Tubo simulando o trato vocal para produção de vogal (BARBOZA, 2008). 24
FIGURA 04: Posição do trato vocal, dos pontos de constrição e do espectro acústico
das vogais [i, a, u] (THIES, 2005a).................................................................................... 26
FIGURA 05: Espectrograma com indicação dos formantes de oito sons vocálicos
do inglês (LADEFOGED, 2005)......................................................................................... 28
FIGURA 06: Quadrilátero vocálico contendo as oito Vogais Cardeais
(Adaptado de INTERNATIONAL PHONETIC ASSOCIATION, 1999).......................... 30
FIGURA 07: Quadrilátero contendo as oito Vogais Cardeais Secundárias (Adaptado
de INTERNATIONAL PHONETIC ASSOCIATION, 1999)........................................... 32
FIGURA 08: Quadrilátero vocálico contendo todas as Vogais Cardeais
(Adaptado de INTERNATIONAL PHONETIC ASSOCIATION, 1999).......................... 32
FIGURA 09: Seleção do som vocálico presente na palavra should realizada por
um de nosso informantes..................................................................................................... 34
FIGURA 10: Correspondência entre o posicionamento da língua e os valores de F1 e
F2 na produção de sons vocálicos [h], [`] e [u] (THIES, 2005b)........................................ 35
FIGURA 11: Dispersão de schwa em posição medial do RP (MARUSSO, 2003)............ 36
FIGURA 12: Dispersão de schwa em posição medial no PB (MARUSSO, 2003)............ 37
FIGURA 13: Dispersão dos sons vocálicos [گ] do ILE e [e] do PB (BARBOZA, 2008)... 38
FIGURA 14: Quadrilátero vocálico contendo vogais do General American
(Adaptada de WELLS, 1982)............................................................................................. 42
FIGURA 15: Disposição das vogais no espaço vocálico (CLOPPER; PISONI;
JONG, 2005; MARUSSO, 2005) (em Bark)....................................................................... 43
FIGURA 16: Oscilograma (parte superior) e espectrograma (parte inferior)
da palavra at. ...................................................................................................................... 71
FIGURA 17: Seleção do som vocálico presente na palavra us........................................... 72
FIGURA 18: Seleção o som vocálico presente em of, na sentença write ‘of’ two times,
e ponto de extração dos valores formânticos. .................................................................... 73
FIGURA 19: Histograma apresentando a distribuição dos valores de F1 para a
realização de as em contexto acentuado. ............................................................................ 76
FIGURA 20: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em as por
informante. .......................................................................................................................... 82
FIGURA 21: Valores médios de F1 e F2 (em Bark) do som vocálico em at por
informante. ......................................................................................................................... 83
FIGURA 22: Valores médios de F1 e F2 (em Bark) do som vocálico em that por
informante. ......................................................................................................................... 85
FIGURA 23: Comparação entre os sons vocálicos produzidos em as, at e that
comparados à [E], [Q] e [´] dos estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2006) e
Marusso (2003) (F1 e F2 em Barks). ................................................................................. 86
FIGURA 24: Valores médios de F1 e F2 (em Bark) do som vocálico em but por
Informante........................................................................................................................... 88
FIGURA 25: Valores médios de F1 e F2 (em Bark) do som vocálico em does por
informante. ......................................................................................................................... 89
FIGURA 26: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em us por
informante. ......................................................................................................................... 90
FIGURA 27: Comparação entre os sons vocálicos produzidos em but, does e us
comparados à [], [U] e [´] dos estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2006) e
Marusso (2003) (F1 e F2 em Barks). ................................................................................. 91
FIGURA 28: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em
could por informante. ......................................................................................................... 94
FIGURA 29: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em
should por informante. ....................................................................................................... 95
FIGURA 30: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em do
por informante. .................................................................................................................. 96
FIGURA 31: Comparação entre os sons vocálicos produzidos em could,
should e do comparados à [u], [U] e [´] dos estudos de Clopper, Pisoni,
Jong (2006) e Marusso (2003) (F1 e F2 em Barks). ......................................................... 97
FIGURA 32: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em of
por informante. .................................................................................................................. 100
FIGURA 33: Comparação entre os sons vocálicos produzidos em of comparados
à [ç], [] e [´] dos estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2006) e Marusso (2003)
(F1 e F2 em Barks). ........................................................................................................... 101
FIGURA 34: Realização do som vocálico em as por informante, nos
EXP. I e II. ........................................................................................................................ 119
FIGURA 35: Realização do som vocálico em that por informante, nos
EXP. I e II. ........................................................................................................................ 120
FIGURA 36: Realização do som vocálico em at por informante, nos
EXP. I e II. ......................................................................................................................... 122
FIGURA 37: Realização do som vocálico em but por informante, nos
EXP. I e II. ......................................................................................................................... 124
FIGURA 38: Realização do som vocálico em of por informante, nos
EXP. I e II. ......................................................................................................................... 126
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 01: Verificação acústica global (FRAGOZO, 2010)........................................ 59
GRÁFICO 02: Verificação perceptual global (FRAGOZO, 2010)..................................... 59
GRÁFICO 03: Duração do som vocálico em as por grupo de informantes........................ 104
GRÁFICO 04: Duração do som vocálico em at por grupo de informantes........................ 105
GRÁFICO 05: Duração do som vocálico em that por grupo de informantes..................... 106
GRÁFICO 06: Duração do som vocálico em but por grupo de informantes...................... 108
GRÁFICO 07: Duração do som vocálico em does por grupo de informantes.................... 109
GRÁFICO 08: Duração do som vocálico em us por grupo de informantes........................ 110
GRÁFICO 09: Duração do som vocálico em could por grupo de informantes.................. 112
GRÁFICO 10: Duração do som vocálico em should por grupo de informantes................. 113
GRÁFICO 11: Duração do som vocálico em do por grupo de informantes....................... 114
GRÁFICO 12: Duração do som vocálico em of por grupo de informantes........................ 116
GRÁFICO 13: Duração do som vocálico em as por grupo de informantes,
nos EXP. I e II..................................................................................................................... 128
GRÁFICO 14: Duração do som vocálico em at por grupo de informantes,
nos EXP. I e II..................................................................................................................... 129
GRÁFICO 15: Duração do som vocálico em that por grupo de informantes,
nos EXP. I e II..................................................................................................................... 131
GRÁFICO 16: Duração do som vocálico em but por grupo de informantes,
nos EXP. I e II..................................................................................................................... 132
GRÁFICO 17: Duração do som vocálico em of por grupo de informantes,
nos EXP. I e II..................................................................................................................... 133
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01: Categorias gramaticais subdivididas em palavras de conteúdo e
palavras funcionais (Adaptado de CELCE-MURCIA; BRINTON; GOODWIN, 1996)... 45
QUADRO 02: Possíveis realizações de algumas palavras funcionais do Inglês
(Adaptado de SILVA, 2005)............................................................................................... 46
QUADRO 03: Resultados alcançados pela pesquisa realizada por Christiano
(Adaptado de CRISTIANO, 1984)................................................................................. 53
QUADRO 04: Preposições realizadas como weak forms por falantes de ILE
(Adaptado de WATKINS, 2006)........................................................................................ 56
QUADRO 05: Valores de F1 e F2 das vogais possíveis de serem produzidas nas
preposições em análise (FRAGOZO, 2010) .................................................................. 58
QUADRO 06: Sumário dos informantes da pesquisa. ....................................................... 65
QUADRO 07: Sumário dos professores entrevistados. ..................................................... 67
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2 APORTE TEÓRICO .................................................................................................... 20
2.1 Introdução ................................................................................................................... 20
2.2 Teoria Acústica de Produção da Fala ....................................................................... 21
2.3 Teoria das Vogais Cardeais ....................................................................................... 28
2.4 Análise de Sons Vocálicos à Luz da Teoria Acústica de Produção da Fala e da
Teoria das Vogais Cardeais....................................................................................... 33
2.5 Resumo ........................................................................................................................ 38
3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 40
3.1 Introdução.................................................................................................................... 40
3.2 Sistema Vocálico do General American (GA)............................................................ 40
3.3 Palavras Funcionais do Inglês.................................................................................... 44
3.4 O Ritmo Linguístico.................................................................................................... 49
3.5 Pesquisas Desenvolvidas no Brasil sobre a produção de Palavras Funcionais
do Inglês............................................................................................................................. 51
3.5.1 Christiano (1984)....................................................................................................... 52
3.5.2 Watkins (2006)........................................................................................................... 54
3.5.3 Fragozo (2010).......................................................................................................... 57
3.6 Resumo......................................................................................................................... 61
4 METOLOGIA ............................................................................................................... 62
4.1 Introdução ................................................................................................................... 62
4.2 Informantes ................................................................................................................. 62
4.3 Experimentos .............................................................................................................. 67
4.4 Hardware & Software.................................................................................................. 70
4.5 Análise Acústico-Articulatória e Normalização dos Dados..................................... 71
4.6 Tratamento Estatístico................................................................................................ 75
4.7 Resumo ........................................................................................................................ 77
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 79
5.1 Introdução .................................................................................................................. 79
5.2 Análise e Discussão das Características Formânticas dos Sons Vocálicos
Presentes em Palavras Funcionais do Inglês no EXP I ................................................. 79
5.2.1 Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes em as, at e that .......... 80
5.2.2 Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes em but,
does e us ............................................................................................................................. 87
5.2.3 Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes em could,
should e do .......................................................................................................................... 92
5.2.4 Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes em of .......................... 98
5.3 Características de Duração das Vogais Presentes em Palavras Funcionais
do Inglês no EXP. I ........................................................................................................... 102
5.3.1 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em as, at e that ............ 103
5.3.2 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em but, does e us ......... 107
5.3.3 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em could, should
e do ..................................................................................................................................... 111
5.3.4 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em of ............................ 115
5.4 Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes em Palavras
Funcionais do Inglês no EXP.II ....................................................................................... 117
5.5 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em Palavras
Funcionais do Inglês no EXP.II ....................................................................................... 128
5.6 Resumo ........................................................................................................................ 135
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 136
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 142
APÊNDICES ..................................................................................................................... 147
15
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa analisa os sons vocálicos de palavras funcionais
produzidas por estudantes brasileiros do Inglês Língua Estrangeira, doravante ILE, que se
encontram em nível intermediário de aprendizagem, realizadas em contexto acentuado e
não-acentuado.
Nosso interesse em estudar os sons vocálicos presentes em palavras funcionais
surgiu a partir de problemas que evidenciamos enquanto professora de ILE. Identificamos
que durante o processo de aprendizagem os estudantes apresentam dificuldades em aplicar
alguns processos fonológicos característicos da língua-alvo. Como exemplo, temos a
redução vocálica, processo fonológico que ocorre durante a fala em sílabas não-
acentuadas, em que a vogal deixa de ser realizada como uma vogal plena para ser realizada
como uma vogal mais curta e centralizada, o schwa /´/. (SILVA, 2005).
Mesmo em estágios intermediários de aprendizagem, estudantes brasileiros de
ILE dificilmente produzem a vogal reduzida schwa [´] em sílabas não-acentuadas,
fenômeno bastante recorrente entre os falantes nativos da língua inglesa e que caracteriza a
realização não-acentuada de palavras funcionais. De acordo com a literatura relacionada à
fonética-fonologia da língua inglesa, as palavras funcionais realizadas em contexto não-
acentuado devem ser realizadas com uma vogal reduzida (ROACH, 1983) enquanto que
aquelas realizadas em contexto acentuado devem apresentar uma vogal plena
1
. Destarte, a
presente pesquisa visa responder às seguintes questões: Estudantes brasileiros de ILE
realizam os sons vocálicos presentes em palavras funcionais realizadas em contexto não-
acentuado de forma distinta daqueles presentes em palavras funcionais realizadas em
contexto acentuado? As características acústico-articulatórias dos sons vocálicos
produzidos em contexto não-acentuado apresentam alguma semelhança com a vogal
reduzida /´/, realizada por falantes de Inglês como língua materna.
Estudos envolvendo a realização de palavras funcionais por estudantes
brasileiros de ILE foram desenvolvidos no Brasil. Um dos primeiros estudos realizados
1
Uma vogal plena pode ser qualquer vogal da Língua Inglesa, com exceção do schwa (Silva, 2005).
Portanto, esta pesquisa considera apenas o schwa, [´], como vogal reduzida, enquanto que as demais vogais
aqui apresentadas são consideradas como vogais plenas.
16
foi o de Christiano (1984), que investigou a utilização de weak forms (alguns autores usam
essa nomenclatura para referir-se à realização não-acentuada de palavras funcionais) por
estudantes de graduação em língua inglesa. A pesquisadora, no entanto, identificou a
frequência de uso das weak forms por meio de uma análise baseada somente na percepção
auditiva.
A pesquisa de Watkins (2006) investiga a aplicação da redução vocálica em três
palavras funcionais, a saber, to, of e for. Com um grupo de informantes em nível avançado,
o autor procurou identificar os condicionadores linguísticos capazes de interferir na
utilização da redução vocálica em palavras funcionais do ILE. A pesquisa desenvolvida
por Fragozo (2010) teve por objetivo analisar o processo de redução vocálica presente em
palavras funcionais da língua inglesa, realizadas por usuários brasileiros, a fim de
identificar os condicionadores linguísticos e extralinguísticos que contribuem de forma
efetiva para a variação existente neste tipo de fenômeno
2
.
A pesquisa que desenvolvemos difere daquelas acima discutidas em diversos
aspectos. Primeiramente, o presente estudo tem como objetivo geral investigar as
características acústico-articulatórias - formânticas e de duração - de sons vocálicos
presentes em palavras funcionais realizadas por estudantes brasileiros de ILE em nível
intermediário, em contexto acentuado e não-acentuado. Utilizamos dois experimentos: um
em nível monitorado (leitura de sentenças) e outro utilizando a fala espontânea de nossos
informantes de pesquisa. Todos os resultados obtidos foram analisados estatisticamente
para verificarmos se as diferenças ocorridas eram, de fato, significativas. Outro ponto
peculiar está relacionado à região de desenvolvimento de nossa pesquisa. Não tomamos
conhecimento de estudos de cunho acústico-articulatório envolvendo sons vocálicos de
palavras funcionais do Inglês que tenham sido realizados na região nordeste do Brasil.
Desse modo, compreendemos que a pesquisa desenvolvida pode trazer
benefícios importantes para a formação de professores, como também, para o
desenvolvimento do ensino de ILE em nossa região. Primeiro, por ser este um aspecto
pouco estudado e que, talvez por esta razão não receba a devida atenção dos professores de
ILE. Em segundo, a não utilização da vogal reduzida /´/ em palavras funcionais da língua
inglesa, realizadas em contexto não-acentuado, traz como consequência uma mudança de
sentido na frase, causando prejuízos para o processo comunicativo. Destarte, enfatizamos a
2
Os estudos de Christiano (1984), Watkins (2006) e Fragozo (2010) são discutidos detalhadamente na seção
3.5.
17
relevância social da presente pesquisa, assim como para a instituição a que está vinculada,
pelo fato de contribuir para o desenvolvimento científico relacionado ao ensino de ILE,
para o fortalecimento da pesquisa em Fonética-Fonologia, como também para a Linguística
Aplicada de um modo geral.
A seguir, elencamos os objetivos específicos do presente trabalho:
a) descrever e comparar as características formânticas dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais realizadas por estudantes de ILE, em
contexto acentuado e não-acentuado;
b) comparar as características acústico-articulatórias dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais, realizadas por estudantes de ILE em
contexto não-acentuado, com as características acústico-articulatórias da
vogal /´/, realizada por falantes do Inglês como língua materna;
c) descrever e comparar as características de duração dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais realizadas por estudantes de ILE, em
contexto acentuado e não-acentuado.
Considerando o fato de estudantes brasileiros de ILE apresentarem dificuldades
quanto à realização de palavras funcionais do Inglês, levantamos as seguintes hipóteses
acerca dos resultados desta pesquisa:
a) os sons vocálicos presentes em palavras funcionais realizadas em contexto
não-acentuado não apresentam diferenças significativas quanto às
características acústico-articulatórias quando comparados àqueles
presentes em palavras funcionais realizadas em contexto acentuado;
b) os sons vocálicos presentes em palavras funcionais realizados em contexto
não-acentuado não apresentam características acústico-articulatórias
semelhantes às da vogal [´], realizada por falantes do Inglês como língua
materna;
c) os sons vocálicos presentes em palavras funcionais realizadas em contexto
não-acentuado não apresentam diferenças significativas quanto às
características de duração quando comparados àqueles presentes em
palavras funcionais realizadas em contexto acentuado.
Quanto à estrutura retórica, nossa pesquisa está organizada em 6 capítulos.
Neste capítulo - Introdução discutimos, principalmente, os motivos que nos levaram a
desenvolver a presente pesquisa, assim como os objetivos e as hipóteses que a nortearam.
18
O capítulo 2 - Aporte Teórico - apresenta uma discussão detalhada sobre as
teorias que fundamentaram a nossa pesquisa: a Teoria Acústica de Produção da Fala
(LADEFOGED, 1962; CLARCK E YALLOP, 1990; MARUSSO, 2003; BARBOZA,
2008) e a Teoria das Vogais Cardeais (JONES, 1969; ABERCROMBIE, 1967; SILVA,
1999). A primeira considera a correlação acústico-articulatória, uma vez que “as
características do sistema de produção da fala (o trato vocal) podem ser inferidas através da
análise da saída acústica desse sistema” (MARRUSSO, 2003, p. 21). A segunda descreve
um sistema de vogais desenvolvido para servir como ponto de referência na descrição de
sons vocálicos pertencentes à qualquer língua natural (JONES, 1969). Ao final do capítulo
2, apresentamos uma breve discussão sobre algumas pesquisas que fizeram uso das teorias
supramencionadas.
O capítulo 3 - Revisão da Literatura - apresenta uma descrição do sistema
vocálico do General American (GA), uma das variedades utilizada nos Estados Unidos.
Em seguida, promovemos uma discussão a respeito das palavras funcionais do Inglês e
seus processos fonológicos. Discutimos, também, o processo de redução vocálica, assim
como as características pertinentes ao ritmo linguístico do Inglês e do Português Brasileiro,
doravante PB. Concluímos o capítulo apresentando algumas pesquisas, desenvolvidas no
Brasil, sobre a produção de palavras funcionais por estudantes brasileiros de ILE.
O capítulo 4 - Metodologia - descreve os procedimentos metodológicos
utilizados na execução da pesquisa em questão. Discutimos o desenvolvimento e aplicação
dos experimentos empregados na coleta de dados. Apresentamos as características dos
hardwares e softwares, assim como os procedimentos utilizados na análise acústica.
Discutimos, também, os procedimentos de normalização e os testes estatísticos utilizados
na análise dos dados.
O capítulo 5 - Resultados Discussões - apresenta e discute os resultados obtidos
por meio da análise acústica da produção de nossos informantes. Caracterizamos acústico-
articulatoriamente todos os sons vocálicos presentes nas dez palavras funcionais realizadas
por estudantes de ILE e, em seguida, comparamos as características dos sons vocálicos
realizados em contexto não-acentuado com àqueles realizados em contexto acentuado.
Também realizamos comparações entre os dados da nossa pesquisa e os dados das
pesquisas de Clopper, Pisoni e Jong (2005) e Marusso (2003), e analisamos
estatisticamente todos os resultados obtidos.
19
No capítulo 6, - Considerações Finais - retomamos as hipóteses e os resultados
alcançados e apresentamos possíveis desdobramentos para esta pesquisa.
20
2 APORTE TEÓRICO
2.1 Introdução
Segundo Callou e Leite (1990, p. 26), “as vogais são sons produzidos com o
estreitamento da cavidade oral devido à aproximação do corpo da ngua e do palato sem que
haja fricção de ar”, ou seja, o ar que vem dos pulmões passa livremente pelo trato vocal, sem
que haja qualquer contato entre os articuladores. A partir desta definição, é possível
depreender que a metodologia utilizada para analisar e descrever o sistema consonantal de
uma língua não se aplica à descrição de seu sistema vocálico, uma vez que durante a produção
dos sons consonantais ocorre um contato ou uma aproximação entre os articuladores
envolvidos, gerando um obstáculo, no interior do trato vocal, à corrente de ar que vem dos
pulmões, fato que não ocorre durante a produção das vogais.
Na análise de sons vocálicos, os parâmetros articulatórios envolvidos são: o
posicionamento da língua (altura e avanço/recuo do corpo da língua) e a posição dos lábios (a
presença ou ausência de arredondamento). Até o momento, os estudos que analisam e
descrevem sistemas vocálicos com maior precisão utilizam uma metodologia fundamentada
na Teoria Acústica de Produção da Fala e na Teoria das Vogais Cardeais. A primeira analisa o
sinal acústico que está diretamente relacionado com a configuração articulatória do trato
vocal. A segunda apresenta possíveis realizações de sons vocálicos dispostos em um
quadrilátero, cuja função é servir como ponto de referência para os diversos sons vocálicos
das línguas naturais.
Assim, o objetivo do presente capítulo é discutir os princípios que regem as
teorias supramencionadas e, por conseguinte, constituir o aporte teórico de nossa pesquisa.
Primeiramente, na seção 2.2, discutimos a Teoria Acústica de Produção da Fala, seus
conceitos e utilização. Sobre os preceitos da Teoria das Vogais Cardeais, temos a seção 2.3.
Na sequência apresentamos a seção 2.4, em que discutimos a análise de sons vocálicos sob a
luz das teorias apresentadas nas seções anteriores. A seção 2.5 apresenta uma ntese sobre os
principais aspectos discutidos no presente capítulo.
21
2.2 Teoria Acústica de Produção da Fala
A ciência mostrou-nos que a comunicação humana ocorre por meio de uma onda
sonora que, ao ser gerada por seu falante, viaja através de um meio de propagação, nesse caso
o ar, e chega até o ouvinte, momento em que os estímulos auditivos são percebidos e
decodificados pelo cérebro. Este processo é o campo principal dos estudos na área da
Fonética, sendo cada etapa focalizada por uma de suas ramificações. Primeiramente, temos a
Fonética Articulatória, responsável por estudar a maneira como os sons são produzidos pelos
órgãos da fala. Em seguida, temos a Fonética Acústica, responsável por estudar as
propriedades físicas dos sons da fala, mais precisamente, a onda sonora produzida pelo falante
no momento da elocução. Por fim, temos a Fonética Auditiva, cujo domínio é o estudo sobre
como os estímulos produzidos pela onda sonora são percebidos pelo ouvinte.
A pesquisa que desenvolvemos toma como base os pressupostos teóricos de duas
destas ramificações: a Fonética Acústica e a Fonética Articulatória. A Fonética Acústica
possui como teoria de base a Teoria Acústica de Produção da Fala, também conhecida como
Teoria Linear da Fonte e Filtro, tema da presente seção. Segundo Kent e Read (1992), esta
teoria é bastante útil na compreensão da correlação entre Fonética Acústica e Fonética
Articulatória. A discussão ora promovida fundamenta-se, principalmente, em Ladefoged
(1962), Clark e Yallop (1990), Marusso (2003) e Barboza (2008).
Inicialmente desenvolvida por dois japoneses, Chiba e Kajiyama e,
posteriormente aprimorada por Gunnar Fant, em 1960, a Teoria Acústica de Produção da fala
revolucionou os estudos na área da Fonética, que até então se utilizavam, principalmente, dos
preceitos teórico-metodológicos da Fonética Articulatória.
Segundo Marusso (2005, p. 21), a ideia central da teoria acústica é que “as
características do sistema de produção da fala (o trato vocal) podem ser inferidas através da
análise da saída acústica desse sistema”. Considerando esse propósito, a teoria em questão
assume a necessidade de uma fonte de ruído, responsável pelo sinal de entrada, e de um filtro,
encarregado de modular este sinal e de caracterizar o sinal acústico de saída. Dessa forma, a
fala humana resulta da energia produzida pela fonte, que em seu percurso no interior do trato
vocal, é modificada pelos diversos posicionamentos assumidos por este. Portanto, a Teoria
Acústica de Produção da Fala tornou evidente a correlação entre a Fonética Acústica e
Fonética Articulatória, contribuindo para o desenvolvimento de pesquisas capazes de
22
identificar características fonéticas difíceis de serem percebidas em um estudo fundamentado
somente na Fonética Articulatória.
Segundo a teoria em questão, a fonte de ruído pode ser proveniente de:
a) vibração das cordas vocais (vozeamento);
b) ruído turbulento (fricção) do ar originado por constrição;
c) a combinação das duas fontes.
Primeiramente, para compreendermos como os sons são produzidos, se faz
necessário compreendermos alguns conceitos relacionados à natureza de uma onda sonora.
Ao produzirmos os sons da fala, geramos uma onda sonora complexa, formada pela
sobreposição de várias ondas simples ou sinusoidais. A parte superior da FIGURA 01
apresenta três ondas simples ou sinusoidais.
FIGURA 01: Três ondas sinusoidais unidas em uma onda complexa (LADEFOGED, 1962).
As ondas sonoras sinusoidais são geradas todas ao mesmo tempo, resultando em
uma sobreposição de ondas sonoras. Essa sobreposição, por sua vez, forma uma onda sonora
complexa. Na parte inferior da FIGURA 01, temos um exemplo de onda sonora complexa
gerada a partir da sobreposição de três ondas sonoras sinusoidais. A linha mais escura mostra
23
o resultado da sobreposição. O exemplo apresenta uma onda periódica, produzida pela
vibração das cordas vocais.
Podemos classificar a onda sonora apresentada na FIGURA 01 como periódica
pelo simples fato de seus ciclos se repetirem, mantendo a mesma forma. Para
compreendermos melhor o conceito de periodicidade se faz necessário entendermos a
formação dos ciclos. Um ciclo é formado a partir do momento em que a onda parte do eixo
horizontal, subindo a um ponto máximo, voltando a passar pelo eixo horizontal, indo ao ponto
máximo do lado inferior, sendo concluído ao encontrar novamente o eixo horizontal. Na
FIGURA 02, representamos, por meio do software de análise acústica PRAAT, o ponto inicial
e final de um ciclo de onda sonora.
FIGURA 02: Ponto inicial e final do ciclo de uma onda sonora.
Portanto, para um som ser considerado periódico, é preciso que os ciclos que
compõem sua onda sonora mantenham um padrão de repetição, ou seja, é necessário que a
onda sonora apresente padrões de ciclos semelhantes, que se repitam ao longo do tempo
(KENT; READ, 1992, p. 65). O movimento periódico presente em uma onda sonora é
característico de um som produzido com vibração das cordas vocais, ou seja, um som
vozeado. Assim, é possível afirmar que os sons vocálicos apresentam ondas sonoras com
movimentos periódicos, visto que uma das características pertinentes às vogais é o
vozeamento. Sobre esta fonte de ruído, podemos afirmar que:
A vibração periódica das cordas vocais, conhecida como fonação, propicia a fonte
mais importante e acusticamente eficiente do trato vocal. A corrente de ar que sai dos
pulmões é modulada em ciclos vibratórios periódicos; o ambiente de tensão
muscular e a aerodinâmica regula a frequência e a intensidade da produção vocal.
(CLARK; YALLOP, 1990, p. 237, grifo nosso).
24
Os sons que possuem como fonte de ruído apenas a fricção são denominados
desvozeados. Nesse caso, a fricção é gerada pela aproximação dos articuladores (lábios,
dentes, língua...) no momento da passagem da corrente de ar que sai dos pulmões. Nesse
grupo, se enquadram todos os sons produzidos sem a vibração das cordas vocais. Como
resultado, estes sons apresentam uma onda sonora aperiódica, ou seja, sem padrão de
repetição dos ciclos.
ainda os sons que utilizam as duas fontes de ruído: a vibração das cordas
vocais e a fricção. Sons consonantais como /v, z, Ћ/ utilizam as duas fontes de energia. Nesse
caso, por se tratarem de sons consonantais, teremos uma onda sonora aperiódica. Isso explica
o fato de que nem todo som vozeado resulta em uma onda sonora periódica. A periodicidade é
característica exclusiva de sons vocálicos.
O número de ciclos de uma onda sonora também é importante na definição de
uma característica bastante relevante: a frequência fundamental (F0). A partir do número de
ciclos é possível medir em Hertz (Hz) a frequência fundamental, ou seja, a frequência de
vibração das cordas vocais por segundo. Também é possível medir a amplitude da onda
sonora, que diz respeito ao tamanho da vibração ou da extensão desse movimento. Em outras
palavras, quanto menor a amplitude, menos audível o som se torna (CLARK; YALLOP,
1990).
A partir deste momento trataremos das características do filtro, o trato vocal. De
acordo com a teoria aqui discutida, o trato vocal funciona como um filtro que, ao assumir
diversos posicionamentos, modifica a energia gerada pela fonte e seleciona quais frequências
da onda sonora serão enfatizadas.
FIGURA 03: Tubo simulando o trato vocal para produção de vogal (BARBOZA, 2008).
25
A FIGURA 03 representa o trato vocal. No lado esquerdo, temos as linhas
representando as cordas vocais. O lado direito, aberto, representa a boca. O comprimento
médio do filtro de um adulto é de 17,5 cm.
Um tubo como este possui um número infinito de ressonâncias com diferentes
frequências. Cada onda sinusoidal apresenta uma frequência de ressonância. Relembrando o
que dissemos anteriormente, cada onda possui uma frequência de vibração, o número de vezes
em que cada ciclo se repete. No momento em que as ondas se sobrepõem, surge uma nova
onda, agora complexa, apresentando frequências de ressonâncias específicas capazes de
determinar a qualidade do som.
Para determinar o valor de cada frequência de ressonância é necessário aplicar a
seguinte fórmula:
Fn = (2n-1) c/4l onde:
F1 = (2 x 1 – 1) x 35.000 (cm/seg) / 4 x 17,5 (cm) n = número da frequência
F1 = (2 – 1) x 35.000 / 70 c = velocidade do som
F1 = 1 x 500 (aproximadamente 35.000 cm/seg.)
F1 = 500 (Hz) l = comprimento do tubo
Neste exemplo, a fórmula Fn = (2n-1) c/4l foi aplicada para calcular a primeira
frequência de ressonância (F1). É importante lembrar que um tubo ressonador como o trato
vocal possui um número infinito de ressonâncias. De acordo com Kent e Read (1992),
transformando a fórmula em palavras é possível afirmar que o tubo ressoa a uma amplitude
máxima quando o comprimento da onda sonora for quatro vezes o tamanho do tubo.
Um aspecto bastante importante e que não pode deixar de ser comentado diz
respeito ao tamanho do tubo. Observando a fórmula, podemos notar que diferentes
comprimentos do tubo refletirão em diferentes frequências de ressonâncias. Se o comprimento
do tubo for maior, a frequência de ressonância diminuirá, e se o comprimento for menor a
frequência de ressonância aumentará. Isso explica as diferenças existentes na fala de
mulheres, homens e crianças. A frequência fundamental (a frequência de vibração das cordas
vocais por segundo, medida em Hertz (Hz)) de um homem pode variar entre 80 200 Hz, de
uma mulher entre 150 300 Hz e de uma criança entre 200 500 Hz (CLARK; YALLOP,
1990).
A Teoria Acústica de Produção da Fala pressupõe que o sinal acústico é
modulado pelo tubo ressonador, o que implica dizer que, não o comprimento desse tubo,
26
mas também os diferentes posicionamentos assumidos por ele, determinarão quais as
frequências enfatizadas ou suprimidas. Sobre a correlação entre a configuração articulatória e
o sinal acústico, temos a FIGURA 04. Nela, podemos visualizar a ilustração do
posicionamento dos articuladores do aparelho fonador, o modelo do tubo com o ponto de
constrição e o espectro acústico referente ao posicionamento assumido pelo trato vocal no
momento da produção do som vocálico. Temos a representação gráfica da articulação, do
ponto de constrição no trato vocal e do espectro acústico de três vogais, [i, a, u]. Assim, ao
analisarmos as imagens, é possível perceber que as diferentes configurações do trato vocal
resultaram em diferentes espectros acústicos.
FIGURA 04: Posição do trato vocal, dos pontos de constrição e do espectro acústico
das vogais [i, a, u] (THIES, 2005a).
Os diferentes posicionamentos assumidos pelo tubo ressonador servem para
enfatizar diferentes frequências. Por sua vez, as frequências enfatizadas, que são calculadas
pela fórmula que apresentamos, geram os formantes, tecnicamente identificados como F1, F2,
F3 e F4. Os formantes o o resultado da função de transferência do trato vocal (MARUSSO,
27
2003), em outros termos, refletem a configuração articulatória do tubo no momento da
elocução.
Dessa forma, a configuração dos formantes no espectrograma evidencia as
características do sinal acústico, e consequentemente, as características articulatórias do som
produzido, propiciando assim, as pistas necessárias para identificarmos a qualidade do som
produzido. No que diz respeito a estas características, a teoria em questão determina que o
posicionamento dos formantes reflete o posicionamento assumido pelo trato vocal no
momento da elocução. A correlação entre o posicionamento dos formantes e dos articuladores
se apresenta da seguinte forma:
A regra geral para F1 é que sua frequência é inversamente proporcional à altura da
língua. Então, vogais baixas como /A/ m F1 alto; vogais como /i/ têm F1 baixo.
Então, o que chamamos de vogais baixas são abertas no trato anterior mas formam
uma constrição posterior (faríngea), enquanto aquelas que chamamos de vogais altas
são formadas por uma constrição mais anterior. A regra geral para F2 é que sua
frequência abaixa na medida em que o lugar da constrição se move da região
anterior para uma posterior dentro da cavidade oral (MARUSSO, 2003, p. 33).
Em outros termos, o primeiro formante representa o eixo alto/baixo,
caracterizando, assim, um som vocálico como alto, médio ou baixo, o que reflete o
posicionamento da língua no trato vocal. O segundo formante caracteriza o som vocálico
quanto ao seu posicionamento anterior-posterior, ou seja, o som pode ser produzido em um
ponto anterior, central ou posterior do trato vocal
A FIGURA 05, apresentada por Ladefoged (2005), mostra-nos a disposição dos
formantes de oito sons vocálicos da língua inglesa. Ao analisá-la, é possível notar que cada
som vocálico apresenta posicionamentos diferentes de F1, F2 e F3, todos identificados pelas
setas. A distância entre F1 e F2 é facilmente percebida, quando se trata de vogais altas, assim
como a proximidade entre estes formantes quando se trata de vogais baixas. A configuração
dos dois primeiros formantes, F1 e F2, é capaz de determinar a qualidade do som vocálico
produzido.
28
FIGURA 05: Espectrograma com indicação dos formantes de oito sons vocálicos do inglês
(LADEFOGED, 2005).
Destarte, por meio da análise dos formantes, podemos determinar as
características acústico-articulatórias do som produzido, o que nos permite, por exemplo,
analisar os sons vocálicos presentes nas palavras funcionais do inglês, realizados em contexto
acentuado e não-acentuado. Em nossa pesquisa, utilizaremos os valores de F1, F2 e de
duração dos sons vocálicos na análise acústica. Contudo, para uma análise mais acurada,
necessitamos fazer uso de uma teoria de base articulatória, nesse caso, a Teoria das Vogais
Cardeais. Descrever os conceitos fundamentais desta teoria é o objetivo de nossa próxima
seção.
2.3 Teoria das Vogais Cardeais
A Teoria das Vogais Cardeais, inicialmente apresentada por A. J. Elis em 1844,
propõe um sistema abstrato para descrever e classificar os sons vocálicos de qualquer língua
do mundo. Esta teoria, embora desenvolvida ainda no século XIX, veio a ser utilizada no
século seguinte, após ser aprimorada pelo professor Daniel Jones, que então a publicou. Neste
primeiro momento, o método foi empregado para descrever os sons vocálicos da Língua
Inglesa (ABERCROMBIE, 1967).
29
De acordo com a teoria em discussão, um foneticista, ao se utilizar desse sistema
abstrato, é capaz de descrever o sistema vocálico de qualquer língua natural. Segundo Jones
(1969, p. 18), “as vogais cardeais (VCs) são sons vocálicos, especialmente selecionados, que
convenientemente podem ser utilizados como ponto de referência para que outros sons
vocálicos possam ser mensurados”. Diante desta afirmação, podemos depreender que as VCs
representam sons vocálicos que, embora possíveis de serem realizados, não fazem parte do
sistema vocálico de nenhuma língua.
Abercrombie (1967) caracteriza o sistema das Vogais Cardeais, adaptado por
Jones, da seguinte forma:
a) as VC são selecionadas arbitrariamente e servem como recurso descritivo. Elas
não fazem parte do sistema vocálico de nenhuma língua;
b) as VC possuem a qualidade especificamente determinada e invariável;
c) as VC são distribuídas perifericamente na área vocálica;
d) as VC são auditivamente equidistantes;
e) as VC são em número de oito.
Na definição a seguir:
O método das Vogais Cardeais propõe um recurso de descrição das vogais a partir
de parâmetros auditivos que caracterizam uma vogal dentro da área vocálica. A área
vocálica compreende parte da cavidade bucal onde a língua assume diferentes
posições na articulação das vogais sem causar fricção ou obstrução. A área vocálica
é delimitada pela linha periférica. (SILVA, 1999, p.128, grifo do autor).
A linha que delimita o quadrilátero vocálico foi determinada a partir do ponto em
que o posicionamento do corpo da língua gerasse um ruído fricativo, ou seja, um som
consonantal. Portanto, as VCs distribuídas nos pontos periféricos do quadrilátero encontram-
se no ponto-limite da realização de um som vocálico. Caso este ponto seja ultrapassado, será
gerado um som consonantal fricativo.
Sobre a disposição das Vogais Cardeais no quadrilátero vocálico, o sistema
desenvolvido apresentou, primeiramente, 8 símbolos distribuídos em oito pontos diferentes da
área vocálica, determinando, assim, os limites do quadrilátero vocálico. Esses pontos foram
numerados em um sentido anti-horário e nomeados de Vogais Cardeais Primárias. Assim,
temos [i] como VC número 1 e [u] como VC número 8. A FIGURA 06 apresenta a
localização das Vogais Cardeais Primárias no quadrilátero e seus símbolos correspondentes.
FIGURA 06
: Quadrilátero vocálico contendo as oito Vogais Cardeais
INTERNATIONA
As VCs
[i, Ϫ]
posicionamento da língua. Para produzir a VC
posicionada no ponto mais alto e anterior do trato vocal. Este é o ponto extremo da parte
anterior-alta do qua
drilátero que define a área vocálica. Para produzir a VC
q
ue a parte posterior da língua esteja abaixada e recuada em seu ponto máximo, dentro da área
vocálica. Caso o posicionamento da língua ultrapasse a área delimitada pelo quadrilátero
vocálico,
um som consonantal será pro
que
as posições ocupadas por elas são
articulatórios: a qualidade vocálica destas VCs é resultado direto do posicionamen
específico da língua.
Para compreendermos melhor as principais características das VCs, como també
para uma descrição mais detalhada, se faz necessário discutirmos algumas características
pertinentes às vogais. Sabe
da língua e dos lábios. Segundo Avery e Ehrlich (1992) a classificação de uma vogal depende:
a)
da altura da língua: as vogais podem ser produzidas com a ngua em posição alta,
média ou baixa;
b)
do posicionamento anterior/posteri
anterior da língua, com a parte central ou com a parte final do corpo da língua;
c)
do posicionamento dos lábios: a presença
lábios, no
momento da produção das vogais.
: Quadrilátero vocálico contendo as oito Vogais Cardeais
INTERNATIONA
L PHONETIC ASSOCIATION, 199
9
[i, Ϫ]
foram
determinadas articulatoriamente, ou seja, a partir do
posicionamento da língua. Para produzir a VC
[i]
, a parte anterior da ngua precisa estar
posicionada no ponto mais alto e anterior do trato vocal. Este é o ponto extremo da parte
drilátero que define a área vocálica. Para produzir a VC
ue a parte posterior da língua esteja abaixada e recuada em seu ponto máximo, dentro da área
vocálica. Caso o posicionamento da língua ultrapasse a área delimitada pelo quadrilátero
um som consonantal será pro
duzido. Sobre estas VCs
, Abercrombie (1967) afirma
as posições ocupadas por elas são
pontos-limites,
claramente definidas em termos
articulatórios: a qualidade vocálica destas VCs é resultado direto do posicionamen
Para compreendermos melhor as principais características das VCs, como també
para uma descrição mais detalhada, se faz necessário discutirmos algumas características
pertinentes às vogais. Sabe
-se que as vogais podem ser classif
icadas de acordo com a posição
da língua e dos lábios. Segundo Avery e Ehrlich (1992) a classificação de uma vogal depende:
da altura da língua: as vogais podem ser produzidas com a ngua em posição alta,
do posicionamento anterior/posteri
or da língua: há vogais produzidas com a parte
anterior da língua, com a parte central ou com a parte final do corpo da língua;
do posicionamento dos lábios: a presença
ou ausência de arredondamento dos
momento da produção das vogais.
30
: Quadrilátero vocálico contendo as oito Vogais Cardeais
(Adaptado de
9
).
determinadas articulatoriamente, ou seja, a partir do
, a parte anterior da ngua precisa estar
posicionada no ponto mais alto e anterior do trato vocal. Este é o ponto extremo da parte
drilátero que define a área vocálica. Para produzir a VC
[Ϫ] é necessário
ue a parte posterior da língua esteja abaixada e recuada em seu ponto máximo, dentro da área
vocálica. Caso o posicionamento da língua ultrapasse a área delimitada pelo quadrilátero
, Abercrombie (1967) afirma
claramente definidas em termos
articulatórios: a qualidade vocálica destas VCs é resultado direto do posicionamen
to
Para compreendermos melhor as principais características das VCs, como també
m
para uma descrição mais detalhada, se faz necessário discutirmos algumas características
icadas de acordo com a posição
da língua e dos lábios. Segundo Avery e Ehrlich (1992) a classificação de uma vogal depende:
da altura da língua: as vogais podem ser produzidas com a ngua em posição alta,
or da língua: há vogais produzidas com a parte
anterior da língua, com a parte central ou com a parte final do corpo da língua;
ou ausência de arredondamento dos
31
Retomando a discussão a respeito das VCs, temos a VC [i], situada no ponto
mais alto e mais anterior do quadrilátero vocálico. A partir de seu posicionamento, foram
estabelecidos outros três pontos auditivamente equidistantes na parte anterior da área
vocálica. As VCs estabelecidas são [e] em posição média-alta, [ϯ] em posição media-baixa e
[a] em posição baixa. Além do traço
3
[-arredondado], também ocorre um recuo gradativo
desde a primeira VC [i] até a quarta VC [a] na medida em que o corpo da língua vai baixando
para determinar o ponto específico de cada uma.
O mesmo acontece na parte posterior do quadrilátero vocálico. A partir da VC 5
[Ϫ], são determinados outros três pontos auditivamente equidistantes. Neste caso, temos a VC
6 [N] posicionada na parte média-baixa, a VC 7 [o] posicionada na parte média-alta e a VC 8
[u] posicionada no ponto extremo da parte alta do quadrilátero vocálico. Todas possuem o
traço [+ arredondado].
Posteriormente, com o intuito de tornar a Teoria das Vogais Cardeais ainda
mais eficiente e capaz de servir como referência para qualquer vogal pertencente a uma língua
natural, Jones (1969) propôs outros quatorze pontos distribuídos no interior da área vocálica.
Denominadas de Vogais Cardeais Secundárias, estas também são pontos fixos e de qualidade
invariável. Oito das quatorze Vogais Cardeais Secundárias foram fixadas no mesmo ponto das
oito Vogais Cardeais Primárias. A única diferença existente entre elas é a posição dos lábios.
Dessa forma, enquanto as Vogais Cardeais Primárias [i, e, ϯ, a] possuem o traço [-
arredondado], as Vogais Cardeais Secundárias [y, ø, ø, Ø], posicionadas no mesmo ponto
dentro da área vocálica, possuem o traço [+ arredondado].
Ocorre o mesmo com as Vogais Cardeais Secundárias [ѝ, ׹, U, P]+posicionadas
na parte posterior da área vocálica. Estas possuem o traço [-arredondado], enquanto as Vogais
Cardeais Primárias [Ϫ, N, o, u] possuem o traço [+ arredondado]. A FIGURA 07 apresenta a
distribuição das oito Vogais Cardeais Secundárias aqui discutidas.
3
Na teoria dos traços distintivos, o traço é considerado como uma unidade mínima capaz de caracterizar um
fonema. É baseada na presença (+) ou na ausência (-) de uma determinada característica. O traço [- arredondado]
implicar dizer que a vogal deve ser produzida sem o arredondamento dos lábios (CRYSTAL, 1988).
FIGURA 07: Quadrilátero contendo as oito Vogais Cardeais Secundárias
INTERNATIONA
É importante lembrar que a cada vogal também é atribuído um número. A
sequ
ência, como foi dito
horário, sendo [y]
a VC de número 9 e
Por fim, foram fixados mais três pares de Vogais Cardeais Secundárias na parte
central do quadrilátero vocálico. Cada par partilha o
A única diferença existente entre as vogais de cada par está na postura dos lábios. As VCs
[0, á, 2],
respectivamente numeradas de 17, 19 e 21, possuem o traço [
enquanto as VCs [|, 7, à]
, respectivamente numeradas de 18, 20 e 22, possuem o traço [+
arredondado]. A
FIGURA 08
FIGURA 08
: Quadrilátero vocálico contendo todas as Vogais Cardeais
INTERNATIONA
FIGURA 07: Quadrilátero contendo as oito Vogais Cardeais Secundárias
INTERNATIONA
L PHONETIC ASSOCIATION, 199
9
É importante lembrar que a cada vogal também é atribuído um número. A
ência, como foi dito
anteriormente, é sempre estabelecida seguindo o sentido anti
a VC de número 9 e
[ѝ] a VC de número 16.
Por fim, foram fixados mais três pares de Vogais Cardeais Secundárias na parte
central do quadrilátero vocálico. Cada par partilha o
mesmo ponto no centro do quadrilátero.
A única diferença existente entre as vogais de cada par está na postura dos lábios. As VCs
respectivamente numeradas de 17, 19 e 21, possuem o traço [
, respectivamente numeradas de 18, 20 e 22, possuem o traço [+
FIGURA 08
apresenta todas as VCs posicionadas no quadrilátero vocálico.
: Quadrilátero vocálico contendo todas as Vogais Cardeais
INTERNATIONA
L PHONETIC ASSOCIATION, 199
9
.
32
FIGURA 07: Quadrilátero contendo as oito Vogais Cardeais Secundárias
(Adaptado de
9
).
É importante lembrar que a cada vogal também é atribuído um número. A
anteriormente, é sempre estabelecida seguindo o sentido anti
-
Por fim, foram fixados mais três pares de Vogais Cardeais Secundárias na parte
mesmo ponto no centro do quadrilátero.
A única diferença existente entre as vogais de cada par está na postura dos lábios. As VCs
respectivamente numeradas de 17, 19 e 21, possuem o traço [
- arredondado],
, respectivamente numeradas de 18, 20 e 22, possuem o traço [+
apresenta todas as VCs posicionadas no quadrilátero vocálico.
: Quadrilátero vocálico contendo todas as Vogais Cardeais
(Adaptado de
9
).
33
Após a apresentação dos preceitos que regem a Teoria das Vogais Cardeais e a
Teoria Acústica da Produção da Fala, nossa próxima seção visa discutir a utilização destas
teorias na análise e descrição de sons vocálicos. Apresentamos, também, alguns dados
referentes a pesquisas que fizeram uso das teorias ora discutidas para realizarem descrições e
comparações entre sons vocálicos de diferentes línguas.
2.4 Análise de Sons Vocálicos à Luz da Teoria Acústica de Produção da Fala e da Teoria
das Vogais Cardeais
De acordo com a discussão realizada na seção anterior, a Teoria Acústica da
Produção da Fala e a Teoria das Vogais Cardeais, quando utilizadas em conjunto, são as
teorias que melhor fundamentam descrições e comparações entre sons vocálicos. Tal fato
ocorre, principalmente, por haver uma relação entre o sinal acústico e o posicionamento
articulatório no momento da realização dos sons. Outro ponto importante diz respeito à
natureza dos sons vocálicos. Não contato entre os articuladores no momento da produção
de uma vogal, portanto, apenas os preceitos teórico-metodológicos da Fonética Articulatória
não fornecem subsídios para uma descrição tão precisa do sistema vocálico de uma língua
quanto a utilização das teorias em conjunto é capaz de fornecer.
Considerando a correlação entre a Fonética Acústica e a Fonética Articulatória,
partiremos, agora, para os aspectos práticos. O sinal acústico é decodificado através de um
programa de análise acústica. Em nossa pesquisa, utilizamos o PRAAT, versão 5.1.19.
Através da leitura do som realizada por este software, é possível visualizar o oscilograma e o
espectrograma que representam o sinal acústico. A FIGURA 09, produzida com a utilização
deste software, apresenta o oscilograma (na parte superior) e o espectrograma (na parte
inferior) no momento da produção da palavra should.
34
FIGURA 09: Seleção do som vocálico presente na palavra should realizada por um de nosso
informantes.
Esse tipo de visualização é de extrema importância, pois assim podemos
identificar o início e o fim o som vocálico e, consequentemente, sua duração. Para tanto, é
preciso considerar as características pertinentes aos sons vocálicos: a periodicidade na onda
sonora e a maior concentração de energia no espectrograma, representada pelas manchas mais
escuras. Na FIGURA 09, os cortes no início e no final do som vocálico foram realizados
considerando estas características.
O segundo passo na caracterização acústico-articulatória de um som vocálico é
extrair os valores formânticos. Para isso, é necessário que se posicione o cursor na parte
central da vogal, a fim de evitar os efeitos de coarticulação, a sobreposição articulatória dos
sons adjacentes (LADEFOGED, 1962). O software de análise acústica gera os valores de cada
formante automaticamente, a partir do momento em que o ponto de análise é determinado
pelo pesquisador.
Para a análise de sons vocálicos, os valores dos dois primeiros formantes são
suficientes para determinar a qualidade do som realizado. Retomando os preceitos da Teoria
Acústica de Produção da Fala, as frequências de ressonância, especificamente F1 e F2, nos
permitem identificar a qualidade vocálica do som. Assim, com os valores de F1 e F2 podemos
determinar as características articulatórias do som e, consequentemente, o espaço onde este
som se encontra no quadrilátero vocálico.
35
Entretanto, para apresentarmos uma descrição das características articulatórias de
um determinado som, ou ainda, compararmos sons de diferentes línguas utilizando o
quadrilátero vocálico, necessitamos de uma teoria de base articulatória, nesse caso, a Teoria
das Vogais Cardeais. Com a identificação do ponto de articulação dos sons produzidos,
tornam-se evidentes, ao compararmos, a exemplo de nossa pesquisa, as produções de uma
mesma vogal em dois contextos prosódicos distintos, as semelhanças ou diferenças existentes
entre elas.
A FIGURA 10 evidencia a correlação acústico-articulatória através da utilização
das teorias supramencionadas. Ao observarmos a sobreposição dos eixos referentes aos
valores de F1 e F2 sobre posicionamento dos articuladores no interior do trato vocal, como
também, o delineamento do quadrilátero vocálico, podemos perceber como a utilização das
teorias aqui discutidas é de fundamental importância na descrição do sistema vocálico de uma
língua, ou ainda, na comparação de sons vocálicos de diferentes línguas. No que se refere a
FIGURA 10, temos a correspondência entre o posicionamento da língua e os valores de F1 e
F2 na produção dos sons [i], [a] e [u], como também o ponto de realização de cada vogal no
quadrilátero vocálico.
FIGURA 10: Correspondência entre o posicionamento da língua e os valores de F1 e F2 na
produção de sons vocálicos [h], [`] e [u] (THIES, 2005b).
Nos últimos anos, inúmeras pesquisas têm utilizado os preceitos teórico-
metodológicos da Teoria Acústica de Produção da Fala em conjunto com a Teoria das Vogais
36
Cardeais. A título de exemplo, apresentaremos sucintamente alguns pontos discutidos nas
pesquisas de Marusso (2003) e Barboza (2008), a fim de conferirmos como a utilização das
teorias em questão contribuiu sobremaneira para a realização e acurácia destas pesquisas.
A pesquisa realizada por Marusso (2003) apresentou uma descrição de sons
vocálicos pertencentes ao Português Brasileiro (PB) e ao Inglês denominado de Received
Pronounciation (RP), variedade de maior prestigio utilizada na Inglaterra. O foco da análise
foi a realização da vogal reduzida denominada de schwa [ђ], característica de contextos não-
acentuados, tanto no PB como no RP. O estudo utilizou como informantes falantes nativos do
PB e do RP. No tocante às características fonéticas, a autora conclui que a vogal analisada
apresenta características e comportamentos bastante semelhantes nas duas línguas estudadas.
As FIGURAS 11 e 12 apresentam a disposição do schwa, realizado em sílaba não-acentuada e
em posição medial na sentença, no espaço vocálico. Segundo a autora, ao compararmos as
figuras, é possível constatar que a realização fonética do schwa nesse contexto prosódico é
praticamente a mesma nas duas línguas (MARUSSO, 2003).
FIGURA 11: Dispersão de schwa em posição medial do RP
4
(MARUSSO, 2003).
4
As FIGURAS 11 e 12 utilizam 07 mbolos diferentes para representar a realização do schwa no espaço
vocálico,no PB e no RP. Essa variação de símbolos se deve ao fato da pesquisadora também ter investigado a
influência da vogal precedente e posterior sobre a realização do schwa (MARUSSO, 2003).
37
FIGURA 12: Dispersão de schwa em posição medial no PB (MARUSSO, 2003).
Outra pesquisa realizada a partir dos princípios das teorias aqui discutidas foi
desenvolvida por Barboza (2008). Visando analisar e comparar sons vocálicos anteriores do
Inglês Língua Estrangeira (ILE) e do PB, a referida pesquisa apresenta uma descrição
detalhada dos sons vocálicos anteriores realizados por professores brasileiros de ILE. Dentre
os resultados alcançados pela pesquisa, o autor conclui que, na produção de seus informantes
de pesquisa, o espaço vocálico ocupado pelo som [گ] do ILE é também partilhado pelo som
vocálico [e] do PB. É valido salientar que tanto a caracterização fonética quanto a
comparação entre os sons somente tornou-se possível em virtude do suporte teórico-
metodológico adotado pelo autor.
38
FIGURA 13: Dispersão dos sons vocálicos [گ] do ILE e [e] do PB (BARBOZA, 2008).
A FIGURA 13 apresenta espaço de realização dos sons [گ] do ILE e [e] do PB. A
linha em volta de cada símbolo representa a dispersão dos sons produzidos no espaço
vocálico. Ao observarmos a figura, podemos perceber que o mesmo espaço vocálico é
partilhado pelas duas vogais.
Portanto, diante do exposto, consideramos que as duas teorias aqui discutidas, nos
fornecem fundamentos teórico-metodológicos para investigar as características acústico-
articulatórias - formânticas e de duração - de sons vocálicos presentes em palavras funcionais
realizadas por estudantes brasileiros de ILE em nível intermediário, em contexto acentuado e
não-acentuado. A seguir, apresentamos um breve resumo acerca dos pontos principais que
compuseram este capítulo.
2.5 Resumo
Neste capítulo, apresentamos os princípios que regem as teorias que fundamentam
a nossa pesquisa, a Teoria Acústica de Produção da Fala (2.2) e a Teoria das Vogais Cardeais
(2.3). Em seguida, promovemos uma breve discussão acerca da aplicação das referidas teorias
na análise de sons vocálicos.
Na seção 2.2, apresentamos as características pertinentes a fonte e ao filtro,
principais componentes da Teoria Acústica de Produção da Fala. Segundo esta teoria, a fonte
39
de ruído é responsável pelo sinal de entrada, enquanto que o filtro é responsável por modular
este sinal e determinar a qualidade do som produzido.
Sobre a Teoria das Vogais Cardeais, temos a seção 2.3, que apresenta todas as
VCs, assim como, uma descrição detalhada das características pertinentes a cada uma delas.
De acordo com o que discutimos nesta seção, as VCs “podem ser utilizadas como ponto de
referência para que outros sons vocálicos possam ser mensurados” (JONES, 1969, p. 18).
Em nossa última seção, discutimos como a utilização das teorias
supramencionadas, quando utilizadas em conjunto, contribui, de forma eficiente, para a
descrição de sons vocálicos de línguas naturais. Ao final da seção, apresentamos, brevemente,
alguns resultados de pesquisas que utilizaram os preceitos teórico-metodológicos das teorias
em questão.
A seguir, em nosso próximo capítulo, promovemos uma discussão sobre algumas
características pertinentes à ngua inglesa e suas palavras funcionais, assim como, algumas
pesquisas envolvendo a produção de sons vocálicos em palavras funcionais do Inglês.
40
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Introdução
Para compreendemos os resultados obtidos na presente pesquisa, necessário se faz
que tratemos, primeiramente, de algumas características pertinentes à ngua inglesa, às
palavras funcionais e aos diferentes contextos prosódicos em que podem ser realizadas.
Primeiramente, utilizando as premissas da Teoria Acústica de Produção de Fala e
da Teoria das Vogais Cardeais, apresentamos uma descrição das características fonético-
articulatórias pertinentes ao sistema vocálico do General American (3.2), uma das variedades
da língua inglesa utilizada nos Estados Unidos.
Na seção seguinte (3.3), discutimos as principais características das palavras
funcionais do Inglês. Apresentamos, de acordo com a literatura da área, seu contexto de
utilização, suas características fonéticas, assim como os principais fenômenos fonológicos
envolvidos na realização de palavras funcionais do Inglês. Também discutimos, de forma
sucinta, algumas características relacionadas às palavras funcionais do PB.
Em nossa próxima seção (3.4), tratamos do ritmo linguístico do ILE e do PB.
Apresentamos as principais características pertinentes ao ritmo de ambas as línguas.
Na seção posterior (3.5), tratamos de apresentar um panorama sobre os principais
trabalhos desenvolvidos no Brasil relacionados com a temática abordada pela presente
pesquisa: a produção de sons vocálicos palavras funcionais do Inglês. Discutimos os trabalhos
de Christiano (1984) em 3.5.1, Watkins (2006) em 3.5.2 e Fragozo em 3.5.3.
Em nossa última seção (3.6), retomamos os principais pontos discutidos neste
capítulo em um breve sumário.
3.2 Sistema Vocálico do General American (GA)
Nesta seção, discutimos as principais características pertinentes ao sistema
vocálico do GA, uma das variedades da língua inglesa, utilizada nos Estados Unidos.
Optamos por utilizar esta variedade em virtude de ser a mais utilizada pelos informantes desta
41
pesquisa e, também, por ser a variedade utilizada no curso básico de Língua de Inglesa do
Núcleo de Línguas da UECE, instituição onde realizamos a nossa pesquisa. Outro fator
importante diz respeito aos dados de falantes nativos que utilizamos como amostra de
referência (encontrados em outros estudos) e que, em sua maioria, foram extraídos a partir da
produção de falantes do GA.
A descrição aqui apresentada fundamenta-se nas teorias que embasam teórica e
metodologicamente a presente pesquisa, a saber, a Teoria das Vogais Cardeais e a Teoria
Acústica de produção da Fala.
O sistema vocálico do GA é composto pelas vogais abaixo relacionadas. Segundo
Giegerich (1992), as vogais que compõem o GA podem ser classificadas, articulatoriamente,
como:
a) /i/ vogal alta, anterior e não-arredondada, com realização mais baixa e recuada
em relação à VC [i];
b) /I/ vogal alta, anterior e não-arredondada, com realização mais baixa e recuada
em relação à VC [i];
c) /eI/ ditongo com primeira vogal classificada como média-alta, anterior, não
arredondada, com realização semelhante à VC [e], porém um pouco recuada.
A realização da segunda vogal do ditongo é mais baixa e central em relação à
vogal [I] descrita acima;
d) /E/ vogal média-baixa, anterior, não-arredondada, com realização semelhante à
VC [E];
e) /Q/ vogal baixa, anterior, não-arredondada, com realização mais posterior e
alta que a VC [a];
f) /A/ vogal baixa, posterior não-arredondada, com realização menos posterior
que a VC [A];
g) /ç/ vogal média-baixa, posterior, arredondada, com realização mais baixa em
relação à VC [ç];
h) /oU/ ditongo com primeira vogal classificada como média-alta, posterior,
arredondada, com realização semelhante a VC [o]. A segunda vogal do
ditongo é realizada de forma mais centralizada e baixa em relação à vogal [
U];
42
i) /U/ vogal alta, posterior e arredondada, com realização mais baixa e
centralizada em relação à VC [u].
j) /u/ vogal alta, posterior, arredondada, com realização menos posterior em
relação à VC [u];
k) /´/ vogal média, central, não-arredondada, com realização mais alta em
relação à VC [2];
l)
/U/ vogal baixa, central, não-arredondada, com realização mais posterior e
baixa em relação à VC
[2].
A FIGURA 14, logo a seguir, apresenta todas as vogais que acabamos de
caracterizar articulatoriamente dispostas no interior do quadrilátero vocálico. As vogais que
apresentam uma ‘seta’ apontando em direção a outra vogal representam os ditongos /dI/
e /oU/.
FIGURA 14: Quadrilátero vocálico contendo vogais do General American (Adaptada de
WELLS, 1982).
Considerando os parâmetros acústico-articulatórios, temos a FIGURA 15
representando a disposição das vogais no espaço vocálico. Os dados relativos à vogal [´]
foram extraídos a partir da pesquisa de Marusso (2003), enquanto que os dados referentes às
demais vogais foram extraídos a partir da pesquisa de Clopper, Pisoni e Jong (2005) que
43
reúne dados de falantes de seis regiões dos Estados Unidos. Os dados eram compostos por
falantes do sexo masculino e feminino e, por isso, tivemos que normalizá-los por meio da
Escala de Bark, procedimento discutido em nossa metodologia. Embora os dados referentes à
vogal [´] sejam de realizações do RP, resolvemos utilizá-los como referência, na comparação
com os resultados dos nossos experimentos, uma vez que esta vogal está presente em todas as
variedades do Inglês e, segundo a descrição apresentada por Giegerich (1992), o ponto de
realização da vogal [´], no GA, é semelhante ao ponto de realização do [´], no RP. Também
utilizamos os dados de Clopper, Pisoni e Jong (2005) como referência para as vogais plenas.
FIGURA 15: Disposição das vogais no espaço vocálico (CLOPPER; PISONI; JONG, 2005;
MARUSSO, 2005) (em Bark).
Segundo Kreidler (1989), as vogais que acabamos de caracterizar também podem
ser classificadas em termos de duração e tensão muscular. Em relação à duração, o autor
afirma que qualquer vogal pode se tornar mais longa ou mais curta, dependendo da
importância (podemos retomar aqui a questão dos aspectos discursivos e pragmáticos) que o
falante atribui à palavra na frase. Entretanto, é possível observar que algumas vogais têm uma
duração menor que outras. Como exemplo, podemos citar
[i, I], sendo a primeira
relativamente de maior duração que a segunda. Os sons vocálicos [H, D,T, U, ´] são
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
5,007,009,0011,0013,0015,0017,00
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Disposição das Vogais no Espaço Vocálico
i
گ
ϯ
æ
ѩ
Ϫ
ѐ
Ѩ
u
ђ
44
considerados de menor duração, enquanto que [i, eI, Q, A, ç, oU, u] são considerados de
maior duração.
Com relação à tensão muscular, os sons vocálicos do inglês podem ser
classificados em dois grupos: vogais tensas e vogais frouxas. Vogais tensas são aquelas
produzidas com “uma grande tensão muscular, com movimentos mais extremos dos
articuladores, com maior duração e maior pressão subglotal em relação aos correlatos
frouxos” (TRASK, 1996, p. 352). Das vogais apresentadas nesta seção, somente
[I, E, Q, U, U, ´] são consideradas frouxas. As demais vogais são classificadas como tensas.
Outra distinção importante diz respeito às sílabas tônicas e sílabas átonas do
inglês. De acordo com Ladefoged (1962), quase todas as vogais da língua inglesa podem
ocorrer em sílabas tônicas e átonas, tendo como única exceção o som [´]. Este é um som
típico de sílabas não-acentuadas.
Considerando os objetivos de nossa pesquisa, necessário se faz que apresentemos
brevemente a distinção entre vogal plena, também chamada de periférica, e vogal reduzida. A
primeira denominação é utilizada para as vogais que ocupam uma posição periférica no
quadrilátero vocálico, enquanto que vogais reduzidas ocupam a área central do quadrilátero.
Desse modo as palavras funcionais que compõem os nossos experimentos (em 4.3) devem
apresentar, segundo a literatura da área, as vogais plenas [Q, u, U, ç, U], quando realizadas
em contexto acentuado e a vogal reduzida [´], quando realizadas em contexto não-acentuado.
3.3 Palavras Funcionais do Inglês
Na Língua Inglesa, assim como em outras línguas, as categorias gramaticais
podem ser reorganizadas em duas grandes classes: Content Words e Function Words. As
Content Words, que chamaremos, de agora em diante, de palavras de conteúdo, são aquelas
que possuem carga semântica, enquanto que Function Words, doravante palavras funcionais,
são aquelas que servem apenas para expressar a relação gramatical necessária entre as
palavras com carga semântica. Na definição de Dubois, Giacomo, Guespin, Marcellesi,
Mercellesi e Mevel (2004, p. 297)
45
Palavras funcionais são as que indicam certas relações gramaticais entre os
sintagmas que constituem uma frase (preposições), ou entre as frases (conjunções),
ou que marcam a fronteira de um sintagma nominal que elas determinam (artigos).
As palavras funcionais se distinguem dos morfemas lexicais porque são morfemas
não-autônomos, que tem sentido relativamente à estrutura gramatical em que
entram; são também denominados marcadores estruturais, palavras instrumentais
ou instrumentos gramaticais. (grifo dos autores).
Pesquisas sobre palavras funcionais da língua inglesa costumam utilizar o termo
weak forms. Entretanto, em nossa pesquisa, preferimos utilizar a denominação palavras
funcionais, por considerarmos o termo weak form mais apropriado para nomear a forma como
as palavras funcionais são realizadas e não como uma nomenclatura, uma vez que, weak
form é a forma como uma palavra é pronunciada, e ocorre, tipicamente, em posição não-
acentuada” (TRASK, 1996, p. 385).
O QUADRO 01 apresenta os dois grupos, palavras de conteúdo e palavras
funcionais, e as classes gramaticais compreendidas em cada um deles:
Palavras de Conteúdo Palavras Funcionais
Substantivos
Verbos Principais
Adjetivos
Pronomes possessivos
Pronomes demonstrativos
Pronomes Interrogativos
Partículas Negativas/ Contrações
Advérbios / Locuções Adverbiais
Artigos
Verbos Auxiliares
Pronomes Pessoais
Adjetivos Possessivos
Adjetivos Demonstrativos
Preposições
Conjunções
QUADRO 01: Categorias gramaticais subdivididas em palavras de conteúdo e palavras funcionais
(Adaptado de CELCE-MURCIA; BRINTON; GOODWIN, 1996).
Na língua inglesa, as palavras de conteúdo devem ser necessariamente
acentuadas, ou seja, são portadoras do acento frasal. Existem dois níveis acentuais: um no
âmbito da palavra e outro no âmbito do enunciado. O acento frasal se refere ao âmbito do
enunciado. Sobre o acento frasal, Abraçado, Coimbra e Moutinho (2007, p. 105) afirmam que
“entende-se por acento frasal a proeminência que apresentam certas sílabas ao tomarmos
como referência não vocábulos, considerados isoladamente, mas grupos de vocábulos.” Cada
enunciado pode apresentar um ou mais acentos frasais. No caso do Inglês, são as palavras de
carga semântica que geralmente recebem o acento frasal.
46
Quanto às palavras funcionais, duas possibilidades de realização: podem ser
realizadas de forma acentuada ou não-acentuada. De um modo geral, as palavras funcionais
da língua inglesa costumam ser pronunciadas de forma não-acentuada. Nesse caso, entre os
falantes nativos e/ou fluentes da língua, ocorre um fenômeno chamado de redução vocálica, a
substituição de uma vogal plena por outra mais curta e centralizada (TRASK, 1996).
Nos exemplos a seguir, podemos observar as duas realizações possíveis para
algumas palavras funcionais do Inglês:
As palavras funcionais são comumente produzidas de forma não-acentuada.
Entretanto, há situações em que estas podem ser portadoras do acento frasal, em outros
termos, ser produzidas com maior proeminência acentual em relação às outras palavras da
sentença. Segundo Selkirk (1995), a realização como acentuada pode ocorrer em duas
situações: quando a palavra funcional aparecer em posição final na frase ou, quando por
motivos pragmáticos ou discursivos, o falante resolver enfatizá-la. Considerando estas
possibilidades, temos as seguintes sentenças:
a) You can go to the park. (você pode ir ao parque)
b) You can go to the park.
Na sentença a’, somente as palavras de conteúdo foram acentuadas. Isso implica
dizer que a intenção do falante ao produzir o enunciado dessa forma foi enfatizar que o
‘parque’ era o único lugar que seu interlocutor poderia ir. Na sentença ‘b’, o acento atribuído
Palavras Funcionais Realização Acentuada Realização Não-Acentuada
as
[Qz] [´z]
at
[Qt] [´t]
but
[b√t] [b´t]
could
[kUd] [k´d]
do
[du] [d´]
does
[d√z] [d´z]
of
[çv] [´v]
should
[SUd] [S´d]
that
[DQt] [D´t]
us
[√s] [´s]
QUADRO 02: Possíveis realizações de algumas palavras funcionais do Inglês
(Adaptado de SILVA, 2005).
47
ao verbo auxiliar can mudou o sentido do enunciado. Nesse caso, o interlocutor poderia
interpretar a ênfase atribuída ao can como forma de expressar o fato de ele ‘ter permissão’
para ir ao parque.
Confirmando a análise das sentenças acima, temos Orion (1997) afirmando que
além de contribuir para o ritmo acentual, a realização acentuada de uma palavra funcional
provocará diferença semântica ao compararmos sentenças semelhantes. Quanto às mudanças
no ritmo linguístico, discutiremos melhor este aspecto em nossa seção 3.4.
Na realização não-acentuada, as palavras funcionais podem sofrer dois processos
fonológicos, a saber, redução vocálica e elisão. A elisão ocorre quando perda de um ou
mais segmentos, seja vogal ou consoante (GIEGERICH, 1992). A preposição and, por
exemplo, pode ser realizada como [´n], sem a oclusiva final, ou ainda como [n], sem a vogal
inicial e a consoante final.
Na redução vocálica, o que ocorre é a substituição de uma vogal por outra mais
curta e centralizada (TRASK, 1996). No caso da Língua Inglesa, esse fenômeno é bastante
recorrente entre os nativos. Segundo Sudo (2000), a dificuldade que estudantes de ILE
possuem para perceber as palavras funcionais é, em parte, devido à redução vocálica que
comumente ocorre nestas palavras.
No Inglês, as sílabas não-acentuadas tendem a apresentarem uma vogal reduzida.
Tratando-se da vogal reduzida [´], podemos afirmar que esta é uma regra, pois o schwa é uma
vogal característica de sílabas não-acentuadas. Observando novamente o QUADRO 01, é
possível perceber que todas as palavras funcionais citadas, quando realizadas em posição não-
acentuada, apresentam a vogal reduzida [´], enquanto que na realização acentuada apresentam
uma das seguintes vogais plenas [Q, u, U, ç, ].
Para Lemke, Trembley e Tucker (2009), a redução vocálica pode ocorrer em
diferentes pontos de uma sentença, e também pode depender do estilo de fala e da frequência
de uso de cada palavra, sendo que quanto mais utilizada for uma determinada palavra, mais
provável será a redução vocálica. Um discurso mais formal e com pausas frequentes pode
apresentar um menor índice de redução vocálica.
Observando o comportamento das palavras funcionais em nossa língua materna
(PB), percebemos que, prosodicamente, elas são produzidas de forma semelhante ao Inglês,
uma vez que costumam ser realizadas de maneira não-acentuada, salvo situações pragmáticas
e discursivas, como mencionamos anteriormente. Sobre este aspecto, Toneli (2007) afirma
48
que as palavras funcionais, no PB, são geralmente produzidas com características de sílabas
não-acentuadas e com uma forte tendência a apresentarem redução vocálica.
Entretanto, ao compararmos a redução vocálica presente Inglês com o PB,
percebemos algumas diferenças. A redução vocálica não ocorre de forma tão frequente no PB
quanto no Inglês, e a vogal-alvo do desse processo nem sempre é o schwa [´]. Este som
vocálico geralmente ocorre em sílabas postônicas como variante reduzida da vogal /a/. Desse
modo, enquanto no Inglês, o schwa [´] pode ocorrer como variante de qualquer vogal plena,
no PB, esse fato só ocorre como variante da vogal /a/ (MARRUSSO, 2003).
Outra característica do PB em relação à redução vocálica é a taxa de elocução.
Não é a ausência do acento que vai determinar a redução, mas também a velocidade de
fala. Um estilo de fala mais formal, com uma pronúncia mais lenta, apresentará menos
redução vocálica do que um estilo informal e de velocidade mais rápida. De acordo com
Marusso (2003), o PB possui dois graus de redução: a redução presente em vogais pretônicas
e postônicas mediais em estilo formal é bastante sutil, apresentando como resultado uma
vogal plena, ou seja, uma vogal que se encontra numa região periférica do quadrilátero
vocálico. A redução presente nas postônicas finais e postônicas mediais em estilo informal é
extrema, ocorrendo, portanto, vogais reduzidas, aquelas posicionadas na região central do
quadrilátero vocálico. Nesse caso, pode ocorre o som vocálico [´].
Quanto às características acústicas do schwa [´], Marusso e Silva (2007), ao
realizarem uma comparação entre o schwa presente no PB e àquele encontrado no Inglês (na
variedade do RP), concluíram que, embora semelhantes, cada língua apresenta suas
particularidades, sendo que o espaço vocálico ocupado pelo schwa do PB se encontra em um
ponto mais anterior do que o espaço ocupado pelo schwa do Inglês. Em relação às
características de duração, o schwa do PB se mostrou mais curto, quando comparado ao
schwa do Inglês.
Portanto, analisando o funcionamento das palavras funcionais, assim como da
redução vocálica, no Inglês e no PB, é possível considerar a possibilidade de uma
interferência da língua materna no processo de aprendizagem do ILE, visto que as
características pertinentes ao PB diferem daquelas pertinentes ao Inglês. Segundo Watkins
(2006) a redução vocálica no PB é mais comum na fala contínua e depende do estilo e
velocidade de fala, diferentemente do inglês, onde este fenômeno acontece regularmente.
Ao encerrarmos nossa discussão acerca das palavras funcionais, a seguir
apresentamos consideração envolvendo questões de ritmo do Inglês e do PB.
49
3.4 O Ritmo Linguístico
Na visão de Christiano (1984), o ritmo linguístico do PB, língua materna de seus
informantes, influencia a produção das palavras funcionais do Inglês, contribuindo para a não
utilização das weak forms. As diferenças rítmicas entre a língua materna e a língua-alvo, o PB
e o Inglês, respectivamente, podem contribuir para a dificuldade que estudantes brasileiros de
ILE possuem para utilizar as weak forms durante a fala. Portanto, considerando esta possível
interferência, desenvolvemos a presente seção com o intuito de caracterizar o ritmo linguístico
de ambas as línguas e compreender melhor essa possível influência do ritmo linguístico do PB
na realização de palavras funcionais do Inglês e, consequentemente, na realização de seus
sons vocálicos.
A caracterização do ritmo de uma língua ainda é um aspecto gerador de muitas
discussões entre seus pesquisadores, devido às diferentes visões sobre como realizar uma
classificação rítmica de uma dada língua. Numa concepção tradicionalista, acredita-se que as
línguas naturais podem ser classificadas como pertencentes a um dos dois ritmos linguísticos,
ao ritmo silábico ou ao ritmo acentual. De acordo com Trask (1996), o ritmo acentual é o tipo
de ritmo linguístico em que sílabas acentuadas ocorrem aproximadamente em intervalos
iguais de tempo seja qual for o número de sílabas não-acentuadas entre elas. Já o ritmo
silábico é o tipo de ritmo em que cada sílaba da sentença leva aproximadamente o mesmo
tempo para ser produzida. Diante desta definição, é possível afirmar que em uma língua de
ritmo acentual a duração da sentença é determinada pela quantidade de sílabas acentuadas.
Nas línguas de ritmo silábico o tempo de elocução é determinado pelo número total de sílabas
que a sentença possui.
Embora a classificação apresentada acima continue sendo utilizada, nos dias de
hoje não se acredita que uma língua seja completamente acentual ou completamente silábica.
Atualmente, a posição defendida por autores como Barbosa (2000), Migliorini (2007), entre
outros, é a de que um contínuo que parte do ritmo silábico até o ritmo acentual, sendo que
qualquer língua do mundo poderia ser posicionada em alguma parte deste contínuo. Seguindo
este paradigma, seria possível considerar uma língua mais ou menos acentual em relação a
outras, ou ainda, a existência de línguas com ritmo misto, que pudessem ser posicionadas em
um ponto central desse contínuo.
Caracterizando o ritmo linguístico do Inglês, a grande maioria dos autores defende
ser esta uma língua de ritmo acentual. Segundo Celce-Murcia, Brinton e Goodwin (1996, p.
50
152), “como em uma música, a Língua Inglesa se movimenta regularmente, uma batida
rítmica a cada sílaba acentuada não importa a quantidade de sílabas não-acentuadas
existente entre elas”. Pode-se dizer que esse ritmo acentual é resultado da combinação de
sílabas acentuadas e não-acentuadas presentes em cada sentença produzida. Para ilustrar a
característica rítmica do ILE, temos o seguinte exemplo:
Birds eat worms.
The birds eat worms.
The birds eat the worms.
The birds will eat the worms.
The birds will have eaten the worms.
As sílabas em negrito devem ser realizadas de forma acentuada, enquanto que o
restante, de forma não-acentuada. Observe que a sentença inicial é composta por três palavras
monossilábicas e que todas elas são acentuadas. Da segunda à quinta sentença, a quantidade
de palavras aumenta consideravelmente, sendo que apenas as sílabas acentuadas na sentença
inicial continuam recebendo o acento. Como resultado, as cinco sentenças acima, quando
produzidas, devem apresentar aproximadamente o mesmo tempo de elocução.
Com relação ao PB, as opiniões dos pesquisadores ainda se encontram bastante
divergentes. De acordo Massini-Cagliari (1992), um dos primeiros estudos sobre o ritmo do
PB foi realizado por Cagliari em 1981, que classificou o PB como sendo uma língua de ritmo
acentual. Compartilhando deste mesmo pensamento, Major (1985) defende que o PB, no nível
da palavra, possui dois níveis acentuais: um acento primário para as sílabas tônicas e um
acento secundário para sílabas pretônicas. As sílabas postônicas seriam consideradas
completamente átonas e apresentariam menor duração em relação às demais. Assim, ao
propor diferentes níveis acentuais para o PB, o autor também sustenta a ideia de que seu ritmo
seja acentual.
Em contrapartida, há autores que defendem veementemente um ritmo misto para o
PB. Bisol (2000, p. 404) concebe “o português brasileiro como uma língua de ritmo acentual e
silábico, com forte propensão para o último”. Neste trabalho, a autora discorre sobre alguns
processos fonológicos como, redução vocálica, haplologia e elisão, analisando como estes
processos ocorrem no PB. A partir desta análise, a autora então conclui que o PB apresenta
características de ritmo acentual e silábico, podendo ser classificado como uma língua de
ritmo misto.
Na visão de Barbosa (2000), é importante considerar variáveis como a taxa de
elocução, tamanho do grupo acentual, estilo de elocução (a fala informal ou formal), entre
51
outros. Dependendo destes fatores, uma língua pode apresentar uma tendência mais acentual
ou mais silábica. Quanto ao PB, o autor também o classifica como uma língua de ritmo misto:
silábico e acentual. Atualmente, é esta a definição mais aceita pelos linguistas que se dedicam
a este aspecto.
Após a caracterização rítmica do PB e do Inglês, torna-se possível compreender
melhor a afirmação de Christiano (1984) apresentada no início desta seção: a possível
influência do ritmo do PB na fala de estudantes brasileiros ao fazerem uso do ILE. Como
consequência, essa mudança no ritmo linguístico pode influenciar a produção de palavras
funcionais do Inglês, uma vez que o PB se caracteriza por ter um ritmo misto, silábico e
acentual, enquanto que o Inglês apresenta um ritmo considerado acentual. Levando em conta
esta possibilidade, Fragozo (2010) afirma que a não utilização da redução vocálica durante a
realização de uma palavra funcional altera o ritmo linguístico que caracteriza a língua inglesa,
o ritmo acentual.
A seguir apresentamos uma revisão dos mais importantes trabalhos envolvendo a
produção de palavras funcionais por estudantes brasileiros de ILE.
3.5 Pesquisas desenvolvidas no Brasil sobre a produção de palavras funcionais do Inglês.
Esta seção resulta das pesquisas em busca de trabalhos relacionados ao objeto de
estudo que nos propomos a investigar, os sons vocálicos presentes nas palavras funcionais,
realizadas por estudantes brasileiros de ILE. Para nossa surpresa, tomamos conhecimento de
poucas pesquisas realizadas sobre a temática em questão, embora a produção de palavra
funcionais da por estudantes brasileiros ILE venha sendo considerada como um problema
bastante tempo (CHRISTIANO, 1984).
Assim, a presente seção tem como objetivo traçar um panorama sobre as
principais pesquisas desenvolvidas no Brasil sobre a produção de palavras funcionais do
Inglês. Primeiramente, temos uma pesquisa desenvolvida por Christiano (1984) na subseção
3.4.1. Em seguida, um artigo de autoria de Watkins (2006) em 2.4.2. Por fim, apresentamos
na subseção 2.4.3 uma pesquisa desenvolvida por Fragozo (2010).
52
3.5.1 Christiano (1984)
De acordo com Christiano (1984) a utilização de weak forms (como explicamos
anteriormente, trata-se de uma nomenclatura utilizada para denominar a realização não-
acentuada de uma palavra funcional) tem sido problema constante para estudantes brasileiros
de ILE. Percebe-se que esses estudantes possuem grandes dificuldades quanto ao uso das
weak forms durante a fala, o que, de certo modo, contribui para a manutenção de um sotaque
estrangeiro e, até mesmo, problemas relacionados ao desempenho comunicativo desses
aprendizes.
Considerando a importância em discutir tal aspecto, a autora se propôs a
investigar a utilização das weak forms por estudantes brasileiros de ILE, para, em seguida,
propor alguns direcionamentos capazes de desenvolver a habilidade destes estudantes no
tocante à utilização das weak forms. Trata-se de um estudo baseado, apenas, na percepção da
autora, uma vez que o acesso às tecnologias apropriadas para estudos acústicos eram de difícil
acesso no momento da execução da pesquisa.
A pesquisadora gravou a produção oral de 80 estudantes, alunos do Curso de
Letras, entre o e ano, da Universidade Federal da Paraíba. Na seleção dos informantes,
foram aplicados alguns critérios. Foram selecionados 20 estudantes de cada ano, sendo
excluídos aqueles que tivessem tido alguma experiência em países de língua inglesa. Foram
selecionados apenas os estudantes que tivessem aprendido a ngua inglesa em ambientes
formais, em cursos de línguas, universidades ou algo semelhante. Quanto à idade, o grupo foi
formado por estudantes entre 17 e 25 anos.
Para que a pesquisa pudesse ser desenvolvida, foram elaboradas 18 sentenças
contendo palavras funcionais da língua inglesa. Nesse caso, todas as palavras funcionais
presentes nas sentenças elaboradas pela autora da pesquisa deveriam ser produzidas como
weak forms, ou seja, de forma não-acentuada.
No momento da aplicação do experimento, os estudantes foram conduzidos para o
laboratório de nguas. Como as sentenças seriam gravadas, era necessário um ambiente onde
não houvesse a interferência de outras pessoas. Antes da gravação, que foi realizada de forma
individual, cada informante recebeu as sentenças impressas em um papel. Houve uma leitura
prévia para que os informantes se familiarizassem com as sentenças. Não foi fornecida
nenhuma transcrição fonética sobre as mesmas. Na sequência, foi solicitado a cada um dos
informantes que lessem as sentenças naturalmente. Após a gravação da leitura realizada por
53
cada informante, as frases foram analisadas de oitiva e, em seguida, transcritas foneticamente
pela pesquisadora.
Cada uma das sentenças gravadas foi analisada e, em seguida, calculada a
porcentagem de erros e acertos quanto ao uso das weak forms. A porcentagem de erros e
acertos foi calculada considerando o período do curso de graduação em que se encontrava
cada informante. Assim, formaram-se quatro subgrupos, sendo cada um deles formado por 20
informantes e correspondendo a um período diferente do curso de graduação. O QUADRO 03
apresenta um sumário dos resultados obtidos pela pesquisa de Christiano (1984).
Palavras
Analisadas
Produzidas como weak forms (%)
Estudantes
do 1º ano
Estudantes do
2 º ano
Estudantes do
3º ano
Estudantes do
4º ano
he, she, we, of,
could, you, me
70% 95%
were, per, her 30% 5%
do, there, are, us,
and, who, sir
30% 60% 70% 90%
be, been, is 20% 10% 10% 50%
at, for, from, to,
can
10% 10% 10% 10%
a 10% 20% 20% -
QUADRO 03: Resultados alcançados pela pesquisa realizada por Christiano (Adaptado de
CRISTIANO, 1984).
Os resultados apresentados no QUADRO 03 dizem respeito apenas às palavras
que mostraram porcentagens mais expressivas quanto à utilização das weak forms. Palavras
como by, upon, till, but, than, as, nor, or, that, was, have, has, does, must, should, shall, will,
him, them, an, them, an, the e so também foram utilizadas na pesquisa. Entretanto, segundo a
autora, praticamente não houve a aplicação de weak forms no momento da produção de tais
palavras. Por esse motivo, elas não figuram no quadro acima apresentado.
Observando o QUADRO 03, nota-se que, na maioria das vezes, os estudantes
pertencentes ao ano do Curso de Letras produziram as palavras funcionais como weak
forms, enquanto que os estudantes pertencentes aos outros anos não o fizeram. Nesse caso, o
nível de proficiência e o tempo de exposição à língua podem ter favorecido a utilização das
54
weak forms. Quando observamos as palavras do, there, are, us, and, who e sir é possível
perceber que a medida em que os anos de estudos aumentam, o grau de utilização de weak
forms também cresce, chegando a 90% de utilização no ano do curso, uma porcentagem
extremamente significativa. Porém, ao produzirem as palavras at, for, from, to, can e a, os
estudantes apresentaram índices baixíssimos de utilização de weak forms, demonstrando que,
até mesmo aqueles estudantes que se encontram em estágios mais avançados de aprendizagem
de ILE também apresentam grandes dificuldades em utilizar as weak forms com frequência.
Após as análises dos dados, a autora apresenta algumas considerações
relacionadas à produção e ao processo de ensino das weak forms. Primeiramente, o fato de
estudantes brasileiros pouco utilizarem as weak forms pode estar diretamente relacionado ao
ritmo linguístico do PB, silábico na visão da autora. Este pode ter sido um dos complicadores,
uma vez que o ritmo linguístico do ILE é acentual. Segundo a autora, é provável que esta
característica da língua materna dos informantes tenha influenciado a produção das weak
forms, colaborando para uma realização acentuada das palavras funcionais da língua inglesa.
Por fim, considerando os resultados alcançados, a pesquisadora apresenta algumas
sugestões que, possivelmente, podem contribuir para um melhor desempenho dos estudantes
com relação à utilização das weak forms. Primeiramente, a autora ressalta que é de extrema
importância que o estudante de ILE compreenda as características relacionadas ao sistema
acentual e ao ritmo linguístico da língua inglesa. No tocante às weak forms, a autora sugere a
utilização de transcrições fonéticas e o uso de atividades envolvendo a percepção/produção
das mesmas. Outro ponto importante é tornar evidente a distinção entre palavras funcionais e
palavras de conteúdo do Inglês e, assim, compreender melhor como tais palavras devem ser
realizadas.
A seguir, promovemos uma breve discussão sobre uma pesquisa realizada por
Watkins (2006).
3.5.2 Watkins (2006)
Em nossa busca por trabalhos realizados no Brasil sobre a produção de palavras
funcionais do Inglês por falantes brasileiros, tivemos acesso a pesquisa realizada por Watkins
(2006). Segundo o referido autor, a redução vocálica, que no PB está diretamente relacionada
ao estilo de fala, faz com que os estudantes brasileiros utilizem uma vogal plena ao
55
produzirem uma palavra funcional, considerando o processo de redução vocálica como
opcional e gradual ao invés de utilizarem uma vogal reduzida, o schwa, como ocorre na fala
de nativos da língua inglesa. Em parte, isso se deve ao fato de estudantes brasileiros de ILE
associarem, erroneamente, a redução vocálica à fala descuidada.
Destarte, o estudo de Watkins (2006) se propôs a investigar o grau de
variabilidade existente no uso de weak forms presentes na fala espontânea de falantes de ILE
em nível avançado de aprendizagem, além dos condicionadores linguísticos capazes de
contribuir para tal variabilidade.
A pesquisa foi desenvolvida a partir da utilização de um único experimento. O
pesquisador gravou uma conversa informal entre ele e cada um dos informantes da pesquisa.
Os tópicos utilizados na conversa foram previamente selecionados de forma que os dados
apresentassem as palavras necessárias para o desenvolvimento da pesquisa. Os dados de
referência foram extraídos a partir da aplicação do mesmo experimento com dois falantes
nativos da língua inglesa, um americano e um inglês. A média de idade do grupo foi de 44
anos.
O foco de análise do estudo, em princípio, foi a produção das seguintes
preposições: to, of, at, for, as, than e from. Após ter verificado que algumas preposições não
foram tão frequentes na fala dos informantes, o autor resolveu restringir sua pesquisa somente
as preposições to, of e for. O grupo de informantes contou com a participação de 16 falantes
de ILE em nível avançado. Foram selecionados apenas aqueles que possuíam o Cambridge
Certificate of Proficiency in English ou o título de mestre em língua inglesa. Todos os
informantes aprenderam a língua inglesa em ambiente formal de instrução.
Após a gravação, procederam-se então as análises. O autor realizou as análises
somente de oitiva, sem o auxílio de programas de análise acústica. O software utilizado para
as análises estatísticas foi o VARBRUL, comumente utilizado em análises variacionistas.
Como variáveis dependentes, o autor coloca o uso da vogal reduzida, nesse caso o schwa, e o
uso de uma vogal plena, e como variável independente, a produção das proposições
selecionadas. Os resultados referentes à variação no uso de weak forms são apresentados no
QUADRO 04:
56
Observando os resultados apresentados, é possível perceber que a preposição to
foi mais suscetível à realização como weak form em relação às demais preposições analisadas.
As preposições of e for apresentaram resultados bem inferiores. Nessa primeira análise, o
autor pode constatar que houve variabilidade na utilização de weak forms de palavras
funcionais na produção de seus informantes de pesquisa. Após essa constatação, o
pesquisador procurou identificar quais os condicionadores linguísticos capazes de contribuir
para esse fenômeno.
Primeiramente, Watkins (2006) afirma que a variabilidade no uso de weak forms
apresentou-se de forma sistemática, sendo que um dos fatores que contribuiu para esse fato foi
a taxa de elocução utilizada pelos informantes durante a gravação do experimento. Quanto
maior a taxa de elocução, maior o número de weak forms.
Outro fator que também contribuiu para o uso de weak forms foi a estrutura
silábica. Sílabas travadas apresentaram maior resistência à redução vocálica. A ausência de
onset
5
, assim como a presença de uma sílaba não-acentuada posterior à preposição analisada
também favoreceram a redução vocálica.
Entre os aspectos investigados pela pesquisa está o segmento posterior às
preposições analisadas. Primeiramente, o autor coloca que o /h/ contribuiu para inibir a
redução vocálica. Watkins (2006) atribui esse fato a um receio inconsciente por parte dos
falantes de ILE em confundir palavras como red/head, ou ainda, a uma interferência causada
pela escrita, uma vez que no PB o grafema ‘h’ não costuma ser pronunciado. Assim como o
/h/, os glides /w/ e /j/ também apresentaram resultados semelhantes, em outros termos,
tornaram as preposições mais resistentes ao processo de redução vocálica.
Em 3.5.3 a seguir, descrevemos uma pesquisa realizada por Fragozo (2010).
5
Uma sílaba é formada por onset, peak e coda. O peak é considerado o elemento mais sonoro da sílaba,
geralmente representado por uma vogal. O onset é formado por uma ou mais consoantes que antecedem o peak.
A coda é formada por uma ou mais consoantes que sucedem o peak (GIEGERICH, 1992).
Preposições
Realização como
weak form %
Total de preposições
analisadas
to 80 1.610
of 74 555
for 68 331
QUADRO 04: Preposições realizadas como weak forms por falantes de
ILE (adaptado de WATKINS, 2006).
57
3.5.3 Fragozo (2010)
Uma das pesquisas mais recentes a que tivemos acesso foi realizada por Fragozo
(2010). Tendo como título ‘A redução vocálica em palavras funcionais produzidas por
falantes brasileiros de inglês como língua estrangeira’ seu principal objetivo foi analisar o
processo de redução vocálica presente em palavras funcionais da língua inglesa, realizadas
por usuários brasileiros. Trata-se de um estudo de cunho acústico e perceptual.
Sabe-se que o processo de redução vocálica, a utilização de uma vogal reduzida
em detrimento de uma vogal plena, é bastante recorrente na fala de nativos da ngua inglesa
no que se refere à realização de palavras funcionais. Entretanto, segundo a autora “falantes
brasileiro de inglês como língua estrangeira, por sua vez, tendem a produzir vogais plenas em
palavras funcionais mesmo quando não há a intenção de ênfase, o que altera o ritmo da língua
e caracteriza a fala com sotaque estrangeiro” (FRAGOZO, 2010, p. 17). Considerando esta
dificuldade enfrentada por estudantes de ILE, a pesquisadora se propôs a descrever e analisar
os sons vocálicos presentes em palavras funcionais a fim de verificar qual a variabilidade
existente na aplicação da redução vocálica na produção de falantes brasileiros de ILE. Em
seguida, como objetivos específicos, a pesquisadora procurou identificar quais os
condicionadores linguísticos e extralingüísticos que contribuem de forma efetiva para a
variação existente neste tipo de fenômeno.
A pesquisa procurou confirmar ou refutar as seguintes hipóteses específicas
(FRAGOZO, 2010, p. 18):
a) a redução vocálica passa a ser mais frequente conforme o tempo de
experiência com a língua estrangeira das falantes aumenta;
b) diferença entre os resultados de verificação perceptual e os da verificação
acústica;
c) os contextos fonético e prosódico influenciam o processo de redução
vocálica;
d) idade, período de início da aquisição da LE e experiência em país falante de
inglês são fatores relevantes no que diz respeito à maior ou menor produção de
vogais reduzidas em palavras funcionais do inglês;
e) a velocidade da fala tem papel na produção e na percepção de vogais
reduzidas.
A pesquisa foi desenvolvida com a participação de 17 informantes do sexo
feminino, em diferentes níveis de aprendizagem e distribuídos da seguinte forma: 04
informantes em nível intermediário (02 a 04 anos de estudo da língua), 04 informantes em
nível avançado (05 a 07 anos de estudo da língua), 04 professoras universitárias de ILE e 01
informante cuja língua materna é o Inglês. O instrumento de coleta de dados foi desenvolvido
58
pela autora e apresentava 12 frases afirmativas que utilizavam as seguintes palavras
funcionais: at, for, from, of e to. As frases foram analisadas acústica e perceptualmente. No
total, foram analisadas 1020 palavras funcionais da língua inglesa.
A partir de uma tabela com valores de F1 e F2 pré-estabelecidos para as vogais
plenas, a autora pode analisar as produções de seus informantes e verificar o grau de
utilização da vogal reduzida [´], comumente utilizada por falantes nativos em contexto de
redução vocálica. O QUADRO 05 apresenta as vogais plenas seguidas pelos valores médios
de F1 e F2.
QUADRO 05: Valores de F1 e F2 das vogais possíveis de serem produzidas nas preposições em
análise (FRAGOZO, 2010).
Os valores formânticos apresentados no QUADRO 05 referem-se às realizações
das vogais plenas do GA, exceto os valores das vogais [a, o], que, segundo a autora, referem-
se às realizações vocálicas do PB, ngua materna do grupo que compõem a amostra. Quanto
ao schwa [´], os valores considerados como alvos foram de 550 para F1 e 1650 para F2.
Na sequência, temos a representação gráfica demonstrando a variação na
utilização de vogais plenas, reduzidas ou, ainda, o apagamento, quando não ocorre nenhum
tipo de vogal.
59
GRÁFICO 01: Verificação acústica global (FRAGOZO, 2010).
O GRÁFICO 01 representa a verificação acústica, ou seja, a variação existente na
aplicação da redução vocálica na produção das informantes da pesquisa. O resultado
alcançado para este tipo de verificação de 24,4% para o schwa, 71,1% para vogais plenas e
4,5% para o apagamento. Enfim, como é possível perceber, menos de ¼ da produção
apresentou a redução vocálica.
Em relação à verificação perceptual, os dados obtidos foram os seguintes: 37% de
ocorrências para o schwa e 63% de ocorrências para as vogais plenas. Não foi percebido
ocorrências de apagamento. O GRÁFICO 02 apresenta os resultados discutidos.
GRÁFICO 02: Verificação perceptual global (FRAGOZO, 2010).
Como dissemos inicialmente, a pesquisa de Fragozo (2010) objetivou verificar
quais os condicionadores linguísticos e extralinguísticos capazes de influenciar na produção
de vogais reduzidas. Portanto, discutimos a partir deste momento os resultados obtidos.
60
Inicialmente, as análises comprovaram a diferença entre a verificação acústica e a
verificação perceptual, sendo 24,4% para a aplicação do schwa na verificação acústica e 37%
de aplicação do schwa na verificação perceptual. Com relação ao tipo de vogal fonológica, a
vogal que mais favoreceu a redução vocálica foi /u/, na produção da preposição to para ambas
as verificações, corroborando os resultados de Watkins (2006).
Quanto à variável acento, verificou-se que o acento primário na sílaba seguinte a
que ocorre a redução vocálica favorece esse tipo de fenômeno. O mesmo ocorre para o acento
frasal na palavra seguinte à preposição analisada, comprovando a influência do contexto
prosódico na aplicação da redução vocálica. Foneticamente, a produção que mais favoreceu a
percepção da redução vocálica foi o apagamento, em seguida o schwa [´] e, por fim, as vogais
[U] e [E]. Estas últimas, segundo Fragozo (2010, p. 165) “por serem frouxas, apresentam
duração mais curta e favorecerem sua classificação como reduzida”.
Ainda sobre os fatores linguísticos, temos a velocidade de fala. Esta variável foi
controlada através da duração das sentenças produzidas por cada informante. Ao final desta
análise, percebeu-se que quanto mais alta a velocidade de fala, mais a redução vocálica se
fazia presente.
Com relação às variáveis extralinguísticas que mais favorecem a redução vocálica,
foram estabelecidas a idade de início da aquisição, experiência em país falante de Inglês,
tempo de estudo formal e idade no momento da coleta de dados. As análises comprovaram
que as informantes que iniciaram os estudos antes dos 13 anos de idade aplicaram mais a
redução vocálica, em relação àquelas que iniciaram o processo de aprendizagem do ILE mais
tardiamente. Outro fator que também favoreceu a produção de vogais reduzidas foi a
experiência em países que possuem o Inglês como língua materna.
Foram consideradas as variáveis idade e tempo de estudo formal apenas na
verificação acústica. Uma das hipóteses foi confirmada, uma vez que as informantes mais
jovens utilizaram mais a redução vocálica do que as informantes mais velhas. No que se
refere ao estudo formal, as análises comprovaram que as docentes universitárias e as falantes
mais jovens em nível avançado empregaram mais a redução vocálica do que as professoras de
cursos de idiomas, o que, segundo a autora, contrariou a expectativa.
Por fim, Fragozo apresenta alguns possíveis desdobramentos para sua pesquisa,
dentre os quais ressaltamos dois: verificar acústica e perceptualmente a produção de palavras
funcionais tanto em fala monitorada quanto em fala espontânea; e a realização de uma análise
individual cujo foco seja a vogal /
/, que é foneticamente semelhante ao schwa. Embora a
61
nossa pesquisa não tenha como objetivo preencher as lacunas deixadas pela referida autora,
discutimos sucintamente estes aspectos, uma vez que realizamos um experimento envolvendo
a fala espontânea e analisamos as vogais presentes nas palavras funcionais but, us e does, que,
quando produzidas de forma acentuada, apresentam a vogal [].
3.6 Resumo
Neste capítulo, discutimos aspectos relacionados ao ILE e ao PB, língua materna
de nossos informantes. Primeiramente, na seção 3.2, caracterizamos o sistema vocálico do
General American, variedade linguística utilizada nos Estados Unidos e por nossos
informantes de pesquisa. A seção apresenta uma descrição acústico-articulatória de cada
vogal do GA, assim como a distinção entre vogais tensas/frouxas, curtas/longas e
periféricas/centralizadas.
Na seção 3.3, definimos palavras funcionais e palavras de conteúdo e
apresentamos as principais características pertinentes a cada uma destas classes. No que se
refere às palavras funcionais do ILE, sabe-se que estas devem ser produzidas de forma não-
acentuada e apresentarem redução vocálica.
Na seção seguinte, 3.4, discutimos brevemente sobre as características do ritmo
linguístico do ILE e do PB. Vimos que na concepção atual sobre o ritmo de uma língua
concebe-se um contínuo que parte do ponto mais acentual para o mais silábico. Sob esse
ponto de vista, qualquer língua natural pode ser posicionada em qualquer ponto desse
contínuo. Com relação à classificação do ritmo do PB e do ILE, o primeiro apresenta o ritmo
misto, ao mesmo tempo silábico e acentual, enquanto que o segundo possui um ritmo
acentual.
Por fim, em nossa seção 3.5, discorremos sobre algumas pesquisas realizadas no
Brasil sobre a produção de palavras funcionais do ILE. As pesquisas aqui resenhadas foram
realizadas por Christiano (1984), Watkins (2006) e Fragozo (2010).
A seguir, temos o capítulo 4, que apresenta a metodologia empregada no
desenvolvimento da presente pesquisa.
62
4 METODOLOGIA
4.1 Introdução
A descrição detalhada das etapas metodológicas de uma pesquisa é, sem dúvida,
de extrema importância, pois além de possibilitar que outros pesquisadores tenham uma
fotografia exata sobre como ocorreu o desenvolvimento da mesma, é também uma forma de
conferir maior cientificidade à pesquisa. Na concepção de Deslandes (1998), a etapa
metodológica não é apenas a descrição formal dos métodos e técnicas utilizados no decorrer
da pesquisa, mas implica também as opções que o pesquisador fez frente ao quadro teórico
adotado.
Seguindo este propósito, o presente capítulo se propõe a apresentar todas as etapas
realizadas no decorrer desta pesquisa. Inicialmente, classificamos nosso estudo como
descritivo-experimental, de natureza quantitativa, que tem como objetivo investigar as
características acústico-articulatórias – formânticas e de duração – de sons vocálicos presentes
em palavras funcionais, realizadas por estudantes de ILE em nível intermediário, em contexto
acentuado e não-acentuado.
Neste capítulo, descrevemos, detalhadamente, o perfil de nossos informantes
(4.2), o desenvolvimento e aplicação dos experimentos utilizados (4.3), os equipamentos de
hardware e software utilizados na gravação e análise dos experimentos (4.4), os
procedimentos referentes à análise acústico-articulatória e à normalização dos dados (4.5),
como também, ao tratamento estatístico (4.6) empregado nas análises. Por fim, apresentamos
um breve resumo do capítulo (4.7).
4.2 Informantes
Nossa pesquisa contou com a participação de 24 estudantes e três professores de
ILE da cidade de Fortaleza-CE. Optamos por realizá-la no Núcleo de Línguas Estrangeiras da
Universidade Estadual do Ceará por ser uma instituição de ensino de línguas bem conceituada
e reconhecida em nível estadual, como também, pelo fácil acesso que teríamos para realizar
63
nossa pesquisa, uma vez que a referida instituição é vinculada à universidade em que
realizamos o curso de Mestrado em Linguística Aplicada. Trata-se de um programa de
extensão oferecido pela universidade, onde estudantes do curso de Letras (línguas
estrangeiras) atuam como professores de línguas, pondo em prática os conhecimentos
adquiridos durante a graduação.
Outro fator importante, que nos fez optar por desenvolver nosso estudo nesta
instituição, diz respeito ao incentivo à pesquisa que a instituição proporciona. Tanto docentes
quanto discentes são incentivados a participar de toda e qualquer pesquisa que venha a ser
realizada, o que facilita o papel do pesquisador que, muitas vezes, encontra obstáculos ao
tentar desenvolver um estudo.
A seguir, apresentaremos o perfil dos nossos informantes de pesquisa, traçado a
partir de um questionário (ver APÊNDICE A), semelhante ao modelo proposto por Rauber
(2006) e Barboza (2008), que aplicamos com cada informante. Cada questionário foi
explicado por nós no ato da entrega, a fim de esclarecermos alguma dúvida quanto às
respostas de nossos informantes.
O grupo de informantes foi composto por estudantes de ILE, pertencentes ao
semestre do Núcleo de Línguas, considerado como nível intermediário pela referida
instituição. Participaram da pesquisa 16 informantes do sexo feminino e 08 informantes do
sexo masculino. Entretanto, devido à qualidade técnica das gravações, utilizamos 13
informantes do sexo feminino e 7 do sexo masculino, totalizando 20 informantes com faixa
etária média de 22 anos.
Como já dissemos anteriormente, todos os informantes se encontravam no mesmo
nível de aprendizado, semestre do curso básico em ILE, correspondente ao nível
intermediário. Porém, é preciso esclarecer que alguns informantes haviam iniciado o curso
de ILE anteriormente em outras instituições. Como não deram continuidade, resolveram
retomar o curso básico a partir do 1º semestre. Devido a esse fato, alguns informantes
apresentam tempo de estudo da língua superior a três anos. O tempo médio de estudo do ILE
pelos informantes foi de 3,4 anos.
Quanto à utilização do ILE em outros ambientes, apenas três informantes
reportaram manter conversas eventuais com amigos ou familiares. Todos os outros
informantes afirmaram utilizar a língua apenas em conversas em sala de aula, em atividades
propostas pelos professores. No que se refere à compreensão auditiva e a produção oral, cada
informante realizou uma auto-avaliação considerando uma escala de 0 a 5, em que 0 significa
que fala/compreende nada; 5 significa que fala/compreende tudo, próximo a um falante nativo
64
do idioma. A média obtida foi de 3,2 para compreensão auditiva e 2,9 para produção oral.
Este resultado está dentro do esperado, uma vez que o grupo se encontra em nível
intermediário de aprendizagem do ILE.
Todos os participantes do grupo de pesquisa estão concluindo ou concluíram o
nível superior, sendo que alguns estão participando de cursos de pós-graduação. Naturais ou
residentes, por no mínimo três anos, no estado do Ceará, todos afirmaram ter estudado a
língua somente em ambientes formais de aprendizagem, ou seja, na sala de aula, e que nunca
participaram de qualquer tipo de intercâmbio ou viagens por um longo período de tempo para
países cuja língua materna fosse a língua inglesa. Dos informantes pesquisados apenas dois
fizeram viagens para países de língua inglesa com estada inferior a 15 dias.
No que se refere a problemas auditivos, nenhum informante nos reportou ter
algum problema de audição ou fala. A seguir, temos o QUADRO 06 (F = informantes do sexo
feminino e M = informantes do sexo masculino) que sumariza as principais informações a
respeito do grupo de informantes utilizados nesta pesquisa.
65
Inf. Idade Tempo de estudo
da língua (anos)
Escolaridade Naturalidade
F1 22 03 Graduando Fortaleza – CE
F2 23 07 Graduando Sobral – CE
F3 26 03 Graduado Fortaleza – CE
F4 25 03 Mestranda Baturité – CE
F5 21 03 Graduando Fortaleza - CE
F6 20 03 Graduando Fortaleza - CE
F7 21 03 Graduando Fortaleza - CE
F8 19 03 Graduando Brasília - DF
F9 23 03 Graduando Fortaleza – CE
F10 25 03 Especialista Fortaleza – CE
F11 21 03 Graduando Fortaleza – CE
F12 23 03 Graduando Fortaleza – CE
F13 22 03 Graduando Fortaleza – CE
M1 19 03 Graduando Fortaleza – CE
M2 20 06 Graduando Fortaleza – CE
M3 21 03 Graduado Juazeiro – CE
M4 21 04 Graduando Fortaleza – CE
M5 22 03 Graduando Fortaleza – CE
M6 25 03 Especialista Belém – PA
M7 21 03 Graduando Fortaleza - CE
QUADRO 06: Sumário dos informantes da pesquisa.
Também aplicamos um questionário com os professores de ILE (APÊNDICE B)
das três turmas de nível intermediário do Núcleo de Línguas da Universidade Estadual do
Ceará. Nosso objetivo foi traçar o perfil dos professores de nossos informantes para
66
verificarmos eventuais diferenças de metodologia utilizada em sala de aula. Considerando o
foco de nossa pesquisa, isso poderia tornar o grupo heterogêneo e conferir ao grupo diferentes
níveis de aprendizagem mesmo estando todos cursando o sexto período do curso de ILE.
Assim, o questionário que desenvolvemos serviu-nos como controle de variável em relação
aos diferentes professores do grupo de informantes que utilizamos em nossa pesquisa.
Todos os professores entrevistados fazem parte do corpo discente da Universidade
Estadual do Ceará, sendo alunos do curso de Letras (licenciatura em língua inglesa) dos
períodos 6º, 7º e 9º. Como dissemos anteriormente, a Universidade Estadual do Ceará mantém
o Núcleo de Línguas como um projeto de extensão, onde graduandos do curso de Letras
(línguas estrangeiras) atuam como professores de línguas, aprimorando sua prática docente.
A média de idade do grupo de professores entrevistados é de 26 anos, enquanto
que a média de atuação do grupo no ensino de ILE é de 04 anos. É válido salientar que um de
nossos entrevistados reportou atuar como professor de ngua inglesa antes de iniciar o curso
de Letras, apresentando um tempo de atuação no magistério bem superior em relação aos
demais, 07 anos. Quanto à variedade de ILE empregado em sala de aula, embora todos os
estudantes tenham afirmado utilizar a variedade falada nos Estados Unidos, um dos
professores reportou utilizar a variedade falada na Inglaterra. Os outros dois utilizam a
variedade falada nos Estados Unidos.
Com relação à metodologia aplicada para ensinar o ILE, prevaleceu técnicas de
ensino características da Abordagem Comunicativa com média 5 (em uma escala de 0 a 5).
Técnicas de ensino característica do método direto, audiolingual e gramática-tradução
obtiveram médias 2,7, 2,3 e 2,3, respectivamente. Para o desenvolvimento das quatro
habilidades, a média de utilização de atividades em sala de aula envolvendo as mesmas foi de
5,0 para speaking, 4,3 para listenning, 3,7 para reading e 3,3 para writing.
Os professores também afirmaram não terem participado de cursos
extracurriculares relacionados aos aspectos fonético-fonológicos da língua inglesa. O
conhecimento que possuem a respeito foi adquirido ao longo das disciplinas cursadas no
curso de Letras. Quanto ao modo como estes aspectos são abordados por eles em sala de aula,
declararam utilizar as Abordagens Intuitiva e Analítica
6
. O QUADRO 07 sumariza as
principais informações relacionadas aos professores entrevistados.
6
Segundo Celce-Murcia, Brinton e Goodwin (1996), duas abordagens para tratar dos aspectos fonético-
fonológicos de uma língua: a Abordagem Intuitiva consiste em ouvir e imitar os sons da língua em
aprendizagem, enquanto que a Abordagem Analítica depende da utilização de informações explícitas sobre o
comportamento fonético-fonológico da língua em aprendizagem.
67
Professor
Idade Formação/ Período
Atuação no
Magistério
Aspectos fonético-
fonológicos
P1 24 Graduando/ 9º 7 anos Abordagem Intuitiva
P2 33 Graduando/ 7º 2 anos Abordagem Analítica
P3 21 Graduando/6º 3 anos Abor. Intuitiva e Analítica
QUADRO 07: Sumário dos professores entrevistados.
4.3 Experimentos
Desenvolvemos dois experimentos para a viabilização desta pesquisa. O primeiro
experimento (EXP. I) (APÊNDICE C) contou com um número de 10 palavras funcionais do
inglês, a saber, at, that, but, us, should, could, of, as, do, e does. Elaboramos 20 sentenças em
que as palavras funcionais selecionadas figurassem contextos prosódicos distintos, ou seja,
todas elas foram utilizadas em contexto acentuado e não-acentuado. Nesse caso, fizeram parte
deste experimento 10 sentenças com as palavras funcionais em contexto acentuado e 10
sentenças com estas mesmas palavras em contexto não-acentuado.
Para selecionarmos as palavras funcionais supracitadas, seguimos alguns critérios
pré-estabelecidos. Em primeiro lugar, buscamos escolher palavras funcionais com um alto
índice de frequência e que fossem comumente utilizadas por estudantes em vel
intermediário. Em segundo lugar, procuramos utilizar palavras de modo a contemplar o maior
número possível de sons vocálicos. Nosso objetivo foi tornar nossa seleção
representativamente significativa, considerando o grande número de palavras funcionais
presentes no Inglês e os diferentes sons vocálicos que elas apresentam.
Por fim, determinamos o contexto fonético. Como o nosso foco de análise é o som
vocálico presente nas palavras funcionais, definimos que estes deveriam ser realizados entre
sons consonantais oclusivos e/ou fricativos. Este procedimento foi extremamente relevante na
identificação dos sons vocálicos analisados, bem como na determinação da duração de cada
um deles. Isso se deve ao fato de sons oclusivos e fricativos possuírem características bem
peculiares capazes de facilitar sua identificação no espectrograma. Discutimos melhor estes
aspectos em nossa seção 4.5.
Em contexto não-acentuado, não foi possível a construção de um único modelo de
frase-veículo portando as diferentes palavras funcionais que selecionamos. Isso se deve a dois
68
fatores: primeiro, as diferentes classes gramaticais a que pertencem; segundo, o contexto
prosódico que determinamos, ou seja, o fato de, necessariamente, estarem em contexto não-
acentuado. Assim, tivemos que elaborar 10 sentenças distintas (ver APÊNDICE C).
Com relação ao contexto acentuado, estabelecemos como frases-veículo Write
__________ two times”. No espaço em branco, acrescentamos as palavras funcionais
selecionadas. Nesse contexto prosódico foi possível a utilização de uma única frase-veículo,
pois as diferenças gramaticais foram neutralizadas.
Além das 20 sentenças assim elaboradas, elaboramos mais 20 sentenças chamadas
de distratores, cuja função é desviar a atenção dos informantes do real objetivo de nossa
pesquisa. A identificação do objeto de estudo por parte dos investigados poderia contribuir
para uma pronúncia artificial das palavras funcionais.
Por fim, todas as sentenças foram impressas individualmente em papel cartão,
com fonte Times New Roman, tamanho 40 (APÊNDICE E). O objetivo deste procedimento
foi evitar que nossos informantes lessem as sentenças de forma corrida, ou seja, como se
estivessem lendo uma lista, e assim alterassem a entoação no momento da leitura.
O segundo experimento (EXP. II) foi desenvolvido para um contexto de produção
de fala espontânea. Segundo Jurafsky, Bell, Gregory, Raymond (2001), pesquisadores
observaram que uma forte relação entre a taxa de elocução, produção da fala de maneira
informal e o uso de formas reduzidas. Considerando essa possibilidade, elaboramos um
pequeno texto (ver APÊNDICE D) com as seguintes palavras funcionais: as, at, but, of e that.
Selecionamos apenas 5 das 10 palavras funcionais utilizadas no experimento anterior para
facilitar a produção de nossos informantes. Como nesse experimento eles não poderiam ter o
auxílio do texto impresso, tentamos utilizar o menor número de palavras possível.
Destarte, os experimentos que acabamos de descrever nos permitiram observar a
realização dos sons vocálicos presentes nas palavras funcionais do Inglês, realizadas por
estudantes de ILE, em contextos acentuado e não-acentuado. Permitiram-nos, ainda, observar
se diferenças significativas ao compararmos as realizações ocorridas em contexto
controlado (EXP. I) com àquelas ocorridas em contexto de fala espontânea (EXP. II). De
acordo com o que discutimos anteriormente, cada contexto demanda uma realização diferente.
O contexto em que as palavras selecionadas aparecem em posição não-acentuada requer uma
vogal reduzida [´], enquanto que, em posição acentuada, é necessária a presença de vogais
plenas como [Q, u, U, N, U], considerando as palavras funcionais que selecionamos.
69
Discorreremos agora sobre a aplicação dos experimentos acima discutidos. O
primeiro experimento foi realizado num contexto de fala monitorada, uma vez que,
solicitamos a nossos informantes que lessem as 40 sentenças previamente elaboradas. O
experimento foi aplicado com os informantes de forma individual. Gravamos a produção de
cada um deles para posterior análise em um software de análise acústica. As gravações foram
realizadas nas dependências da Universidade Estadual do Ceará. Quanto ao vel de ruído,
tentamos controlá-lo ao máximo para que este não viesse a comprometer a qualidade das
gravações, uma vez que as salas onde realizamos as gravações não tinham tratamento
acústico. Desse modo, optamos por salas onde era possível controlar o fluxo de pessoas e
realizar as gravações sem a interferência de terceiros.
No momento da gravação, solicitamos a cada informante que fizesse uma leitura
prévia das 40 sentenças elaboradas. Essa foi a forma que encontramos para que nossos
informantes se familiarizassem com as sentenças e as produzissem mais naturalmente.
Também foi solicitado que não utilizassem o flap na produção das oclusivas alveolares [t] e
[d], pois isso dificultaria a identificação do ponto inicial e final do som vocálico próximo a
elas. Após a leitura prévia, iniciamos a gravação, sendo que cada informante realizou três
leituras consecutivas das 40 sentenças. Os dados quantitativos que extraímos deste primeiro
experimento representa a média aritmética das três leituras realizadas (ver APÊNDICE E).
Após a gravação do EXP. I, foi entregue, aos nossos informantes, o texto
pertencente ao EXP. II. Solicitamos a cada informante que lesse o texto previamente, quantas
vezes fossem necessárias. Instruímos a todos para que prestassem atenção nas informações
mais importantes do texto, e, logo em seguida, solicitamos que recontassem o que haviam lido
sem o auxílio do texto escrito. Além do texto, elaboramos algumas questões de apoio para
serem utilizadas no caso de nossos informantes não produzirem as palavras funcionais
selecionadas. No momento da aplicação do experimento utilizamos apenas o texto impresso.
As instruções sobre como procederem após a leitura foram dadas verbalmente (ver
APÊNDICE D). Como no primeiro experimento, pedimos para que recontassem o texto por
três vezes, para que pudéssemos trabalhar com a média das três realizações.
Com a aplicação dos experimentos ora discutidos, fomos capazes de determinar as
características acústico-articulatórias e de duração dos sons vocálicos presentes em palavras
funcionais do Inglês, realizadas por estudantes de ILE, em contexto acentuado e não-
acentuado. Foi possível comparar também a produção realizada em fala monitorada (EXP. I)
com aquela realizada em fala espontânea (EXP. II). A partir das análises dos dados, pudemos,
então, confrontar os resultados e verificar se as palavras funcionais realizadas por nossos
70
informantes apresentam diferenças significativas considerando as comparações intra-
experimento e inter-experimento. Trataremos das análises dos dados e do tratamento
estatístico na seção 4.6.
4.4 Hardware & Software
Nesta seção, apresentamos os hardwares e os softwares utilizados na gravação
dos experimentos e análises acústica e estatística dos dados. Na gravação de nossos
experimentos utilizamos um microfone Shure WH20, modelo headset dinâmico unidirecional
que apresenta uma frequência de resposta entre 50 e 15.000Hz. Em conjunto com este
microfone, também utilizamos uma placa de som M-Audio MobilePre USB, configurada para
gravação digital diretamente no Hard Disk de um laptop. Os arquivos obtidos possuem
qualidade de 16 bits, 44.000Hz e foram gravados em frequência mono.
Em relação ao software, utilizamos, primeiramente, o Audacity 1.3.9 (2009), um
programa gratuito e disponível on-line. Trata-se de um software para gravação e edição de
áudio. A partir de sua utilização fizemos a gravação dos experimentos e a seleção dos trechos
que continham as palavras funcionais apresentadas na seção 4.2. Após a seleção, salvamos o
arquivo com extensão WAV, formato suportado pelo software de análise acústica utilizado.
A análise acústica foi realizada no PRAAT, versão 5.1.19 (BOERSMA;
WEENINK, 2009), disponível gratuitamente em www.praat.org. Com este programa é
possível visualizar o oscilograma, a representação gráfica da onda sonora, e espectrograma, a
representação gráfica do espetro acústico, dos áudios analisados. O programa também gera os
valores de cada formante baseado em parâmetros (definimos formante na seção 2.2). Para
extrair os valores relativos à duração, foi realizada uma seleção manual. Descreveremos todos
os procedimentos empregados na análise acústica em nossa seção 4.5.
Como dissemos anteriormente, utilizamos, nas análises estatísticas, os valores
médios referentes às três gravações realizadas por cada informante. Para tabular os dados e
calcular as médias, medianas e o desvio-padrão apresentados pelo grupo, utilizamos o Excel
2007.
Para analisar os dados extraídos com os programas mencionados, utilizamos o
SPSS 16.0 for Windows (SPSS, 2007). Com este programa, realizamos todos os testes
71
estatísticos necessários para a concretização desta pesquisa. O tratamento estatístico aplicado
aos dados é o foco de nossa seção 4.6.
4.5 Análise acústico-articulatória e normalização dos dados
A análise acústico-articulatória foi realizada através da utilização do software
PRAAT. Por meio deste programa, é possível visualizar o espectrograma e o oscilograma do
som em análise. Por meio do espectrograma, é possível visualizar a representação gráfica do
espectro acústico e a configuração dos formantes. Através do oscilograma, visualizamos a
representação gráfica da onda sonora. A FIGURA 16 ilustra o modo como estes aspectos são
disponibilizados pelo programa.
FIGURA 16: Oscilograma (parte superior) e espectrograma (parte inferior) da palavra at.
Para identificarmos a palavra a ser analisada, utilizamos, primeiramente, um
headphone para facilitar a audição das gravações e identificar o ponto exato da frase em que
ocorre a palavra a ser analisada. Em seguida, observamos a disposição dos formantes, no
espectrograma, em conjunto com o oscilograma do som realizado.
No caso da análise de sons vocálicos, de acordo com os preceitos da Teoria
Acústica de Produção da Fala, quando ocorre concentração de energia acústica, o
72
espectrograma a representa na forma de regiões mais enegrecidas. No espectro da FIGURA
17 é possível perceber uma longa área em que concentração de energia formântica. Na
parte centro-esquerda da figura temos a disposição dos formantes. Estes se apresentam de
maneira mais periódica e com valores de hertz mais baixos. Nesse momento, ocorreu a
produção do som vocálico da palavra at. As linhas pontilhadas em vermelho indicam a
posição dos formantes. Desse modo, podemos localizar, no espectrograma, as características
acústicas do som vocálico que foi realizado. Resta-nos, agora, identificar o ponto inicial e
final deste som.
Na parte superior da figura temos o oscilograma. Tratando-se de um som
vocálico, é sabido que uma onda sonora apresenta movimentos periódicos em seus ciclos.
Assim, ao extrairmos os valores referentes à duração, consideramos além da disposição dos
formantes no espectrograma, o ponto inicial e final do movimento periódico presente no
oscilograma. A FIGURA 17 exemplifica como selecionamos o som vocálico das palavras
funcionais analisadas em nossa pesquisa.
FIGURA 17: Seleção do som vocálico presente na palavra us.
Com a imagem apresentada pelo software de análise acústica, torna-se possível
determinar a duração do som produzido, considerando as características pertinentes aos sons
vocálicos que acabamos de discutir. Selecionamos, então, desde o primeiro pulso periódico
73
até o último para determinarmos a duração do som vocálico realizado. A FIGURA 17 mostra
como selecionamos o som vocálico presente na palavra us.
Na seleção do ponto de análise para determinarmos a qualidade do som
produzido, posicionamos o cursor na parte central do som vocálico. Após a seleção do ponto
de análise, extraímos os valores referentes aos dois formantes que utilizamos em nossa
pesquisa, F1 e F2. Este procedimento faz com que efeitos de coarticulação sejam
minimizados. Sobre este processo, Clark e Yallop (1992) afirmam que os movimentos
articulatórios dos sons interagem entre si e se sobrepõem, tanto em movimentos
antecipatórios (quando influência dos segmentos posteriores sobre os segmentos
anteriores) quanto em movimentos perseveratórios (quando há influência dos segmentos
anteriores sobre os segmentos posteriores). Esse fenômeno é conhecido como coarticulação.
Portanto, a fim de evitar os efeitos coarticulatórios dos sons precedente e
posteriores sobre os sons vocálicos nas palavras funcionais realizadas por nossos informantes,
optamos por medir os valores formânticos do ponto central deste som. A FIGURA 18
exemplifica como procedemos durante a análise dos sons vocálicos.
FIGURA 18: Seleção o som vocálico presente em of, na sentença write ‘of’ two times, e ponto de
extração dos valores formânticos.
Na FIGURA 18 é possível observar que antes do início do som vocálico, ou seja,
da maior concentração de energia em forma de barras no espectrograma, assim como do
movimento periódico presente no oscilograma, a disposição de alguns formantes de maneira
74
irregular e uma onda sonora com movimento completamente aperiódico. É o momento da
realização do som [t] da palavra write, produzida antes da palavra of
.
O mesmo ocorre depois
da realização do som vocálico, no momento da realização do som consonantal da palavra
funcional of. Portanto, determinados os pontos iniciais e finais do som vocálico, selecionamos
um ponto na parte central, onde, teoricamente, maior estabilidade dos movimentos
formânticos. O ponto de análise está em vermelho e indicado por uma seta. Após
determinarmos o ponto de análise, o software de análise acústica gera os valores de cada
formante.
Durante as análises, seguimos os critérios descritos acima, tanto para informantes
do sexo masculino como para os informantes do sexo feminino. No entanto, é válido lembrar
que a produção de homens se diferencia significativamente da produção de mulheres devido
às características físicas do filtro, afinal, uma das informações transmitidas quando um som é
produzido, diz respeito, justamente, às características fisiológicas do trato vocal do falante
(LADEFOGED; BROADBENT, 1957 apud ADANK; SMITS; VAN HOUT, 2004). Portanto,
a fim de minimizar as diferenças resultantes das características fisiológicas pertinentes ao
nosso grupo de informantes, necessitamos primeiramente utilizar alguns procedimentos de
normalização.
Segundo Kent e Read (1992), a normalização das diferenças entre falantes refere-
se à aplicação de uma escala cujo objetivo é reduzir a variabilidade das medidas acústicas, por
exemplo, as frequências formânticas. Para normalizar a medidas de F1 e F2 utilizamos a
escala de Bark, aplicando a seguinte formula proposta por Zwicker e Terhandt (1980):
B= 13arctan (0,76f/1000) + 3.5 arctan (f/7500)
2
em que f representa a frequência em hertz
Segundo os autores supramencionados, a fórmula converte os valores formânticos em
valores propostos em uma escala baseados na percepção auditiva, de forma a facilitar a
manipulação efetiva dos dados. De acordo com Kent e Read (1992), trata-se de uma rmula
não-linear que transforma as frequências de hertz para Bark, escala que transforma em valores
numéricos a análise dos estímulos sonoros realizada pela audição humana. Assim, após a
aplicação da escala de Bark, obtivemos os valores de F1 e F2 normalizados. Dessa forma, as
diferenças pertinentes ao gênero de nossos informantes foram minimizadas, tornando nossa
análise homogênea. Somente após a conversão de todos os valores de hertz para bark,
realizamos as análises estatísticas.
75
No que compete ao tratamento estatístico empregado na análise da duração, optamos
por trabalhar com os valores da média aritmética dos indivíduos por grupo, masculino e
feminino, uma vez que não tomamos conhecimento de procedimentos de normalização que se
adequasse à realidade da nossa pesquisa e que fosse semelhante ao procedimento empregado
na normalização dos valores formânticos. Assim, realizamos análises estatísticas comparando
os valores de duração das realizações acentuadas e não-acentuadas, de ambos os
experimentos, obtidos com o grupo masculino e, em seguida, realizamos as mesmas análises
estatísticas comparando os dados das realizações do grupo feminino. Nossa próxima seção
trata dos procedimentos realizados em nossas análises estatísticas.
4.6 Tratamento Estatístico
Todos os dados coletados em nossa pesquisa foram analisados e tratados
estatisticamente. Em princípio, os dados relativos aos formantes (F1, F2) e à duração dos sons
vocálicos analisados foram tabulados de forma individual para cada produção realizada por
cada informante. Retomando o que dissemos anteriormente, cada informante foi solicitado a
produzir por três vezes os experimentos desenvolvidos. Assim, ao final da aplicação dos
experimentos, obtivemos 75 sons vocálicos por informante. Ao final de nossa pesquisa,
analisamos 1500 sons vocálicos presentes em palavras funcionais do Inglês realizadas por
estudantes de ILE.
Após a tabulação dos dados, calculamos os valores da média aritmética das
vogais realizadas por informante e, a seguir, a média aritmética, a mediana e o desvio-padrão
(D.P.) do grupo de informantes. A média aritmética e a mediana são medidas de tendência
central, ou seja, fornecem o escore típico de um determinado conjunto de dados. O desvio-
padrão nos fornece valores de dispersão em relação às medidas de tendência central
(DANCEY; REIDY, 2006).
Assim, consideramos que a apresentação destes dados é de extrema relevância,
uma vez que esses valores representam características do grupo. Outro ponto positivo deste
procedimento diz respeito à distribuição dos dados, uma vez que “conjuntos de valores
numéricos possuidores de médias e medianas aproximadas refletem uma distribuição
simétrica desses conjuntos” (BABBIE; HALLEY; ZAINO, 2003 apud BARBOZA, 2008, p.
92). Para que os dados apresentem uma distribuição considerada como simétrica, é
necessário que os valores se encontrem dentro de uma distribuição normal, formando uma
76
curva em forma de sino, com grande parte dos valores concentrados na parte central, ao
serem representados graficamente por meio de histogramas. Analisar os dados quanto à sua
distribuição é importante, pois, somente através desta análise, somos capazes de determinar
os testes estatísticos apropriados para uma determinada pesquisa.
A FIGURA 19 apresenta um histograma com a disposição dos dados de F1 em
as, realizada em contexto acentuado. Como podemos perceber, a realização do som vocálico
mostra uma distribuição normal, uma vez que grande parte dos informantes, 14 no total,
apresenta valores médios semelhantes, formando um gráfico com uma curva em forma de
sino. Análises semelhantes foram realizadas com os dados das demais palavras funcionais.
.
FIGURA 19: Histograma apresentando a distribuição dos valores de F1 para a realização de as em
contexto acentuado.
Após o cálculo das médias de cada informante, procedemos a realização dos testes
t para amostras pareadas. A utilização do teste t nos possibilitou comparar os valores de F1,
F2 e duração do som vocálico presente nas palavras funcionais do inglês, realizadas em
contexto acentuado e o-acentuado. A aplicação deste teste foi possível porque o nosso
grupo de informantes foi o mesmo para as duas produções. Com a execução deste teste
estatístico foi possível verificar se as diferenças existentes entre os dois contextos de produção
foram significativas ou não. O grau de significância foi estabelecido em 5%, sendo, portanto,
p. ,05.
77
Outro teste estatístico que utilizamos foi a análise de variância (ANOVA) para
medidas repetidas. Este teste é geralmente utilizado para comparar três ou mais variáveis de
uma mesma amostra
(
DANCEY; REIDY, 2006
)
. Para este teste, comparamos as realizações
dos dois experimentos, tendo como variáveis os valores pertencentes às realizações em
contexto acentuado e o-acentuado do EXP. I e a realização em fala espontânea do EXP. II.
O grau de significância para as ANOVAs também foi estabelecido em 5%. Juntamente com as
ANOVAs, realizamos o teste Bonferroni. Este teste estatístico é semelhante ao teste t, porém
sua utilização deve ser considerada em análises múltiplas, com mais de duas variáveis
(
DANCEY; REIDY, 2006
)
. Nosso objetivo ao aplicarmos este teste foi verificar qual das
variáveis analisadas contribuiu para a diferença apresentada nas ANOVAs.
Portanto, foram realizados os seguintes testes estatísticos: testes t para todas as
palavras funcionais objetivando verificar o grau de significância das diferenças entre F1 e F2;
testes t para todas as palavras funcionais e por grupo (masculino e feminino) para verificar o
grau de significância das diferenças encontradas nos valores referentes à duração do som
vocálico de cada palavra funcional; ANOVAs para verificar se as variáveis contexto de
produção alteraram a realização das palavras funcionais por parte de nossos informantes e,
por fim, teste Bonferroni, para os casos em que as ANOVAs apresentaram diferenças
significativa. Estes dois últimos testes foram aplicados somente com as palavras funcionais
as, at, that, but e of.
4.7 Resumo
O presente capítulo descreveu todos os procedimentos metodológicos utilizados
em nossa pesquisa. Na seção 4.2 apresentamos o perfil de nossos informantes de pesquisa,
descrevendo as principais características pertinentes aos integrantes de nosso grupo de
pesquisa.
Também foram discutidos, na seção 4.3, todos os procedimentos envolvidos no
desenvolvimento e aplicação dos experimentos desenvolvidos para a execução de nossa
pesquisa. Em seguida, a seção 4.4 discute as características referentes aos softwares e
hardwares utilizados na gravação dos experimentos que desenvolvemos.
78
Os procedimentos utilizados nas análises acústicas e normalização dos dados
foram apresentados na seção 4.5. Por fim, na seção 4.6, tratamos dos testes estatísticos
empregados em nossas análises.
79
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Introdução
Este capítulo tem como objetivo apresentar os resultados obtidos por nossa
pesquisa, assim como promover uma discussão pautada nos objetivos propostos pela pesquisa
em questão. A fim de facilitar a compreensão de nossos leitores, dividimos o presente capítulo
em três seções.
Na primeira seção (5.2), apresentamos as características formânticas pertencentes
aos sons vocálicos presentes nas palavras funcionais realizadas pelos informantes de nossa
pesquisa. As dez palavras selecionadas foram organizadas em subseções: as, at e that (5.2.1);
but, does e us (5.2.2); could, should e do (5.2.3); of (5.2.4). Os dados analisados
correspondem ao EXP.I.
Na seção seguinte (5.3), discutimos as características de duração pertinentes aos
sons vocálicos, caracterizados acústico-articulatoriamente na seção anterior. Esta seção
também corresponde à análise dos dados coletados no EXP.I. A subdivisão realizada foi: as,
at e that (5.3.1); but, does e us (5.3.2); could, should e do (5.3.3); of (5.3.4).
Discussões envolvendo os dados do EXP.II englobam duas seções. Discorremos,
a princípio, sobre as características formânticas dos sons vocálicos presentes as, at, that, but e
of (5.4) e, em seguida, discutimos sobre as características de duração dos sons vocálicos
realizados neste experimento (5.5).
Ao finalizarmos o presente capítulo, apresentamos um breve sumário (5.6),
retomando os aspectos mais importantes aqui discutidos.
5.2 Análise e Discussão das Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes
em Palavras Funcionais do Inglês no EXP I
A presente seção tem como objetivo analisar e discutir os dados coletados no EXP
I, experimento realizado em fala monitorada. Como descrevemos no capítulo da metodologia,
80
os dados aqui discutidos foram extraídos a partir da leitura de 20 sentenças, realizada por cada
um dos informantes da presente pesquisa.
Em cada subseção, apresentamos as médias, medianas e desvio-padrão (D.P.) das
características formânticas dos sons vocálicos presentes nas palavras funcionais selecionadas.
As palavras funcionais foram agrupadas, nas subseções a seguir, de acordo com o som
vocálico característico da realização acentuada de cada uma delas. Este procedimento nos
ajudou na comparação com os dados que utilizamos como referência, extraídos a partir das
pesquisas de Clopper, Pisoni e Jong (2005) e Marusso (2003).
Desse modo, discutimos as características formânticas dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais do Inglês, realizadas por estudantes brasileiros do ILE em
nível intermediário. De um modo geral, consideramos duas hipóteses, que serão discutidas ao
final desta seção:
a) os sons vocálicos presentes em palavras funcionais realizadas em contexto não-
acentuado não apresentam diferenças significativas quanto às características
acústico-articulatórias quando comparados àqueles presentes em palavras
funcionais realizadas em contexto acentuado;
b) os sons vocálicos presentes em palavras funcionais realizadas em contexto não-
acentuado não apresentam características acústico-articulatórias semelhantes às
da vogal [´], realizada por falantes do Inglês como língua materna.
5.2.1 Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes em as, at e that
Nesta subseção, apresentamos as características formânticas dos sons vocálicos
presentes em as, at e that. Selecionamos estas palavras devido ao fato de todas elas
apresentarem a vogal [Q] em sua forma acentuada. A realização não-acentuada requer a vogal
[´]. Os dados, a seguir, referem-se à F1 e F2, considerado como principal correlato acústico
capaz de determinar a qualidade de um som e refletir seu posicionamento articulatório no
interior do quadrilátero vocálico (KENT; READ, 1992; LADEFOGED, 1962). A TABELA
01 apresenta a média, a mediana e o desvio-padrão (D.P.) da realização em contexto
acentuado e não-acentuado do som vocálico da palavra funcional as. Todos os valores se
apresentam em Barks, conforme explicitamos no capítulo metodológico. Os valores que
compõem a tabela refletem o posicionamento de F1 e F2 no espectrograma.
81
TABELA 01: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em as.
Acentuado Não-acentuado
F1 F2 F1 F2
Média
5,76 12,75 5,88 12,63
Mediana
5,77 12,67 5,85 12,46
D. P.
0,56 0,81 0,83 0,90
Ao compararmos os valores das realizações em contexto acentuado e não-
acentuado, percebemos que as diferenças apresentadas, de um modo geral, são bem pequenas.
Os valores das médias e das medianas de cada produção são bastante próximos e o D.P.
apresentou valores aproximados, mostrando que o grau de dispersão presente nas duas
realizações é semelhante. Apenas os valores da mediana, em F2, apresentaram uma maior
diferença.
Para verificarmos se a aparente semelhança pode ser comprovada por meio de
testes estatísticos, realizamos um teste t
7
para amostras pareadas com as médias de F1 e F2
das realizações em contexto acentuado e não-acentuado. A análise revelou que, para os
valores de F1, obtivemos p. = ,409, para um nível de significância estabelecido em 5%. Na
comparação realizada com os valores do eixo F2, o teste t apresentou p.= ,415, comprovando,
dessa forma, que não houve diferença significativa. Assim, no que se refere às características
formânticas capazes de determinar a qualidade vocálica de um som, podemos afirmar que a
realização do som vocálico da palavra funcional as não apresentou diferença estatisticamente
significativa ao compararmos as realizações em contexto acentuado e não-acentuado.
A FIGURA 20 apresenta a dispersão do som vocálico presente em as no espaço
vocálico. Temos a representação da realização em contexto não-acentuado como as_weake
a reapresentação da realização em contexto acentuado como as_strong’. Utilizamos este
modelo de legenda para as demais figuras apresentadas neste capítulo.
7
Os resultados dos testes estatísticos estão disponíveis no APÊNDICE H.
82
FIGURA 20: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em as por informante.
Os pontos dispersos na FIGURA 20 representam os valores médios de cada
informante do som vocálico realizado. Ao analisarmos a figura em questão, é possível
perceber que o mesmo espaço vocálico é partilhado pelas realizações dos dois contextos,
acentuado e não-acentuado. Embora a realização em contexto não-acentuado apresente uma
dispersão maior em relação ao espaço vocálico ocupado pela realização em contexto
acentuado, esta diferença não foi considerada estatisticamente significativa.
A seguir, temos os dados referentes à análise do som vocálico de at. A TABELA
02 apresenta os valores obtidos nas realizações em contexto acentuado e não-acentuado. Os
dados apresentados na referida tabela são bastante semelhantes, no que se refere ao eixo F1.
Percebemos, apenas, uma diferença muito pequena, ao compararmos os valores das
realizações do som vocálico em contexto acentuado e não-acentuado.
Estatisticamente falando, o teste t resultou em diferença não significativa, com p.=
,490 para F1 . Este resultado nos possibilita afirmar que o som vocálico realizado em contexto
não-acentuado foi articulado de forma semelhante àquele realizado em contexto acentuado, no
que diz respeito ao eixo F1, que corresponde ao posicionamento alto-baixo da língua no trato
vocal.
Para o eixo F2, que corresponde ao posicionamento anterior-posterior da língua
no trato vocal, o teste t realizado apontou diferença significativa entre as realizações em
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (barks)
Dispersão do som vocálico em as
as_weak
as_strong
83
contexto acentuado e não-acentuado. O resultado obtido foi p.= ,020. Essa diferença pode ser
percebida quando comparamos os valores das médias do eixo F2 dispostos na TABELA 02.
TABELA 02: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em at
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2 F1 F2
Média
6,02 12,98 5,96 12,69
Mediana
5,99 12,96 6,06 12,91
D. P.
0,65 0,78 0,72 0,73
A disposição gráfica dos valores de F1 e F2 pode ser visualizada na FIGURA 21.
Ao observarmos a dispersão dos sons no espaço vocálico, é possível notar que a área ocupada
no eixo F1 é praticamente a mesma para as realizações dos dois contextos analisados.
Entretanto, para o eixo F2, percebe-se que área ocupada pela realização em contexto
acentuado é um pouco maior, quando comparada à realização em contexto não-acentuado.
FIGURA 21: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em at por informante.
A seguir, temos os dados referentes à realização do som vocálico de that.
Analisando os valores médios das realizações em contexto acentuado e não-acentuado, é
possível observar que a diferença maior se encontra no eixo F2. Os valores das médias
demonstram a diferença encontrada no eixo F2, que, por sua vez, é confirmada pelos valores
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (barks)
Dispersão do som vocálico em at
at_weak
at_strong
84
das medianas, as duas principais medidas de tendência central, considerando um conjunto de
escores. Os valores de D.P se apresentaram bastante semelhantes, ao compararmos os eixos
F1 e F2 das realizações de cada contexto.
Comparando estatisticamente os dados da TABELA 03, verificamos que a
diferença apresentada no eixo F2 é comprovadamente significativa. O resultado do teste t
apresentou p.< ,001 para este eixo. Com relação aos valores do eixo F1, o teste estatístico
apresentou como resultado p.= ,607, confirmando,assim, que não houve diferença
significativa entre os sons vocálicos realizados em contexto acentuado e não-acentuado, no
que se refere ao eixo F1. Destarte, na realização da palavra that, ocorreu diferença
significativa apenas em um dos eixos, F2, quando comparamos os sons vocálicos realizados
em contexto acentuado e não-acentuado.
TABELA 03: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em that.
Na FIGURA 22, temos a representação gráfica dos dados discutidos acima.
Observando o ponto que representa cada som vocálico produzido, é possível visualizar que o
espaço ocupado pela realização em contexto acentuado é praticamente o mesmo ocupado pela
realização em contexto não-acentuado. Nota-se, apenas, que uma pequena variação na
dispersão dos sons produzidos, no que se refere ao eixo F2, mostrando que a realização em
contexto não-acentuado se concentra um pouco mais à direita em comparação à realização em
contexto acentuado, refletindo, justamente, a diferença encontrada neste eixo.
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2 F1 F2
Média
6,03 12,94 5,99 12,51
Mediana
6,09 13,07 6,01 12,61
D. P.
0,68 0,79 0,67 0,73
85
FIGURA 22: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em that por informante.
Retomando a descrição dos sons vocálicos presente em as, at e that, obtivemos os
seguintes resultados:
a) A comparação entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado do
som vocálico presente em as não apresentou diferenças significativas;
b) A comparação entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado do
som vocálico presente em at apresentou diferença significativa apenas para o
eixo F2;
c) A comparação entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado do
som vocálico presente em that apresentou diferença significativa apenas para
o eixo F2.
Comparando os dados de nossa pesquisa com os dados das pesquisas de Clopper,
Pisoni e Jong (2005) e de Marusso (2003), tornou-se evidente a proximidade entre os sons
vocálicos realizados e a vogal [E] das pesquisas supramencionadas. Na FIGURA 23, é
possível observar que o ponto de realização desta vogal está completamente sobreposto pelos
sons vocálicos realizados por nossos informantes.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em that
that_weak
that_strong
86
FIGURA 23: Comparação entre os sons vocálicos produzidos em as, at e that comparados à [E], [Q] e
[´] dos estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2005) e Marusso (2003) (F1 e F2 em Barks).
Embora não tenha havido diferença significativa para ambos os eixos no que se
refere às realizações acentuada e não-acentuada, a vogal plena [Q], o alvo na realização das
palavras as, at e that, não foi produzida. A FIGURA 23 nos mostra que esta vogal possui uma
realização mais baixa em comparação às vogais produzidas pelos informantes desta pesquisa.
Este fato pode ser reflexo de outra dificuldade de nossos informantes: a não distinção entre as
vogais [E] e [Q] do Inglês. De acordo com Barboza (2008), até mesmo professores de ILE,
que atuam no oeste potiguar, possuem dificuldades em realizar as diferenças fonéticas
necessárias para a distinção destas vogais.
Ao compararmos os sons vocálicos realizados em contexto não-acentuado com os
valores médios para F1 e F2 propostos por Marusso (2003), percebemos que os sons
vocálicos de as at e that apresentaram uma realização mais baixa e ligeiramente anterior em
relação a vogal reduzida [´].
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
5,007,009,0011,0013,0015,0017,00
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Sons vocálicos realizados em as, at e that
ϯ
æ
ђ
as_ weak
as_ strong
at_ weak
at_strong
that_ weak
that_strong
87
5.2.2 Características Formânticas dos Sons Vocálicos Presentes em but, does e us
Para compor esta subseção, selecionamos as palavras but, does e us, que de
acordo com a literatura relacionada à fonética-fonologia da língua inglesa, devem ser
realizadas com a vogal [], quando produzidas em contexto acentuado. Quando produzidas
em contexto não-acentuado, devem apresentar a vogal reduzida [´].
Primeiramente, temos os dados da realização da palavra funcional but na
TABELA 04. Os valores apresentados sugerem que a realização do som vocálico da palavra
but, nos dois contextos prosódicos analisados, foi bastante semelhante. Com valores de
desvio-padrão bem próximos, podemos afirmar que a realização do som vocálico em but
apresenta uma dispersão similar, considerando as realizações em contexto acentuado e não-
acentuado. O resultado do teste t apresentou diferença não significativa para ambos os eixos,
sendo p.= ,062, para F1, e p.= ,407, para F2. Com esse resultado, é possível afirmar que as
realizações do som vocálico em but, nos contextos acentuado e não-acentuado, não diferem de
forma significativa.
TABELA 04: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em but.
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2 F1 F2
Média
5,64 10,93 5,35 11,03
Mediana
5,39 10,84 5,08 10,84
D. P.
1,07 0,73 0,94 0,88
A FIGURA 24 apresenta, graficamente, as realizações do som vocálico da palavra
but, em contexto acentuado e não-acentuado e por informante. Ao observarmos a disposição
dos dados, podemos perceber que o espaço em que ocorre a realização em contexto acentuado
(but_strong) é praticamente o mesmo ocupado pela realização em contexto não-acentuado
(but_weak).
88
FIGURA 24: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em but por informante.
Na sequência, temos os dados relativos à produção de does, na TABELA 05. As
realizações do som vocálico presente em does, nos dois contextos estudados, apresentaram
valores formânticos bastante semelhantes. Os valores de mediana apresentaram-se bem
próximos dos valores obtidos nas médias. Quanto ao D.P., os dados obtidos também
apontaram uma distribuição semelhante para as realizações em contexto acentuado e não-
acentuado
Estatisticamente, ao compararmos os dados de F1 com a utilização do teste t,
verificamos que não houve diferença significativa entre as realizações em contexto acentuado
e não-acentuado do som vocálico em does, sendo p.=,138. Os resultados obtidos com o teste
estatístico produzido com os dados de F2 também apontaram diferenças não significativas,
com p.= ,686.
TABELA 05: Valores de média, mediana e desvio-padrão
(
em
Barks)
do som vocálico em does.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em but
but_weak
but_strong
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2
F1 F2
Média 6,40 11,49 6,70 11,45
Mediana
6,40 11,41 6,71 11,63
D. P. 1,02 0,67 1,17 0,83
89
Na FIGURA 25, temos a representação gráfica dos dados da TABELA 05.
Observando a disposição dos sons vocálicos realizados em does, no que concerne aos
contextos acentuado e não-acentuado, é possível perceber que o espaço ocupado é
praticamente o mesmo, embora também seja visível o nível de dispersão presente. Desse
modo, a imagem corrobora os resultados dos testes estatísticos, nos mostrando que a
realização do som vocálico de does em contexto acentuado não difere significativamente da
realização deste em contexto não-acentuado.
FIGURA 25: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em does por informante.
Prosseguindo nossas análises, temos os dados da realização do som vocálico de
us. Na TABELA 06, visualizamos os valores de F1 e F2 referentes às realizações nos dois
contextos estudados. Observando os valores do eixo F1, podemos perceber a proximidade
entre eles. Tratando do eixo F2, nota-se que há uma pequena diferença. Quanto às medianas,
podemos afirmar que seus valores são semelhantes aos valores das médias. O D.P., para o
eixo F1, apresentou números muito próximos, embora o mesmo não tenha ocorrido com o
eixo F2. Esse fato comprova que a dispersão no eixo F2 se mostrou diferente daquela
apresentada pelo eixo F1.
Comparando estatisticamente os dados de F1, confirmamos a semelhança existente
entre os valores pertinentes a esse eixo, para as realizações do som vocálico em contexto
acentuado e não-acentuado. Quanto ao resultado do teste t, obtivemos p.= ,511, comprovando,
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em does
does_weak
does_ strong
90
assim, que não houve diferença significativa. No tocante ao eixo F2, o teste t resultou em
p.< ,001, apontando que, para este eixo, ocorreu diferença significativa entre as realizações do
som vocálico de us, nos dois contextos prosódicos investigados.
TABELA 06: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em us.
Na FIGURA 26, tem-se a representação gráfica das realizações do som
vocálico presente na palavra funcional us. Comparando as realização em contexto acentuado e
não-acentuado, nota-se uma dispersão, maior no eixo F1, da realização em contexto
acentuado. No eixo F2, uma dispersão maior na realização em contexto não-acentuado,
evidenciando a diferença significativa apresentada no teste t.
FIGURA 26: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em us por informante.
Em suma, a descrição dos sons vocálicos presentes nas palavras but, does e us
apresentaram os seguintes resultados:
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em us
us_weak
us_strong
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2 F1 F2
Média 5,72 11,27 5,63 10,77
Mediana
5,74 11,29 5,88 10,78
D. P. 1,00 0,74 0,99 0,90
91
a) A comparação entre as realizações do som vocálico de but, em contexto
acentuado e não-acentuado, não apresentou diferenças significativas;
b) A comparação entre as realizações do som vocálico de does, em contexto
acentuado e não-acentuado, não apresentou diferenças significativas;
c) A comparação entre as realizações do som vocálico de us, em contexto
acentuado e não-acentuado, apresentou diferença significativa apenas para o
eixo F2.
A seguir, temos a FIGURA 27 apresentando o posicionamento articulatório das
vogais de but, does e us, produzidas por nossos informantes, assim como, o posicionamento
das vogais [], [U] e [´], conforme sugerem os estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2006) e
Marusso (2003).
FIGURA 27: Comparação entre os sons vocálicos produzidos em but, does e us comparados à [], [U]
e [´] dos estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2005) e Marusso (2003) (F1 e F2 em Barks).
As vogais realizadas pelos informantes de nossa pesquisa se mostraram
semelhantes às vogais [] e [U] dos estudos que utilizamos como referência. Analisando a
produção do som vocálico da palavra us e but, observamos que a realização em contexto não-
acentuado de us está em um ponto mais posterior em comparação a realização em contexto
acentuado, mostrando-se mais próximo à vogal [
U], no eixo F2. Na produção de but, a
realização em contexto não-acentuado apresenta uma vogal mais alta em comparação à
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
5,007,009,0011,0013,0015,0017,00
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Sons vocálicos realizados em but, does e us
ѩ
Ѩ
ђ
but_ weak
but_ strong
does_ weak
does_ strong
us_ weak
us_strong
92
realização em contexto acentuado e, novamente, uma proximidade com a vogal [U], no eixo
F1. As nossas expectativas apontavam para uma realização mais próxima da vogal [] para as
palavras funcionais but, does e us, realizadas tanto em contexto acentuado quanto não-
acentuado, por dois motivos: primeiro, as semelhanças fonéticas entre esta e a vogal reduzida
[´]; segundo, pelo fato da literatura apontar a vogal [] para as realizações em contexto
acentuado.
Dado o fato das palavras but e us terem apresentado sons vocálicos próximos a
vogal [U], cogitamos, então, uma possível influência de nossa língua materna, uma vez que
esta apresenta o grafema <u> como representação ortográfica do som [u]. O que nos levou a
refletir sobre esta possibilidade foi o comportamento distinto
dos sons vocálicos realizados
nestas palavras, em comparação com aqueles realizados em does. Teoricamente, as três
palavras funcionais deveriam ser produzidas com a vogal [], em contexto acentuado, ou com
a vogal [´], em contexto não-acentuado. Entretanto, não podemos afirmar categoricamente
que tal interferência tenha ocorrido, uma vez que não investigamos tal aspecto. Este,
provavelmente, será um ponto explorado em estudos posteriores.
Ainda observando as palavras but e us, percebemos que os sons vocálicos
realizados nestas palavras também apresentaram características formânticas semelhantes as da
vogal [], porém com uma realização mais baixa e centralizada. Na visão de Fragozo (2010),
a semelhança articulatória entre às vogais [´] e [] poderia facilitar a aplicação da redução
vocálica em palavras funcionais do Inglês realizadas por estudantes de ILE. Entretanto, as
nossas análises não apontaram para esta direção, uma vez que as vogais aqui discutidas não
apresentaram características semelhantes às do schwa.
5.2.3 Características Formânticas dos Sons Vocálicos
P
resentes em could, should e do
Para compor esta subseção, selecionamos as palavras could, should e do. Para
as duas primeiras palavras, a vogal característica da realização em contexto acentuado é [U].
Na produção da palavra do, a vogal que caracteriza a realização em contexto acentuado é [u].
A vogal [
´] caracteriza a realização em contexto não-acentuado das três palavras.
93
Os dados relativos à realização do som vocálico da palavra could são apresentados
logo a seguir, na TABELA 07. As médias e medianas apresentam valores aproximados.
Quanto ao desvio-padrão, é possível perceber que uma variação maior no eixo F2 da
realização em contexto acentuado, em relação ao mesmo eixo da realização em contexto não-
acentuado. No eixo F1, os valores são semelhantes.
Analisando os resultados estatisticamente, o teste t aplicado revelou que embora
os valores de F1 das realizações dos sons vocálicos em contexto acentuado e não-acentuado
tenham apresentado diferença, esta não foi considerada significativa, sendo p.= ,058. Ao
compararmos os valores do eixo F2, constatamos que os mesmos também não apresentaram
diferenças significativas, uma vez que o resultado do teste t foi p.= ,941. Portanto, podemos
afirmar que a realização do som vocálico da palavra funcional could não apresentou diferença
significativa para os eixos F1 e F2, quando comparadas as realizações em contexto acentuado
e não-acentuado.
TABELA 07: Valores de média, mediana e desvio-padrão
do som vocálico em could. (em Barks)
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2
F1 F2
Média
4,15 8,93
4,34 8,94
Mediana
4,11 8,52
4,28 8,64
D. P.
0,44 0,99
0,52 1,27
Ao analisarmos a FIGURA 28, é possível visualizar que o espaço vocálico onde
ocorreu a realização em contexto acentuado é praticamente o mesmo onde ocorreu a
realização em contexto não-acentuado. Na realização em contexto não-acentuado, apenas dois
informantes produziram o som vocálico em could com valores de F2 mais distantes da média
do grupo, sendo que um deles apresentou uma realização mais posterior e o outro uma
realização mais anterior. Como a maioria do grupo apresentou uma realização em contexto
não-acentuado semelhante à realização em contexto acentuado, essa variação não interferiu no
resultado final.
94
FIGURA 28: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em could por informante.
A seguir, a TABELA 08 apresenta os dados relativos à análise do som vocálico da
palavra should. Analisando os valores das médias de F1, no que se refere às realizações do
som vocálico em contexto acentuado e não-acentuado, é possível visualizar uma pequena
diferença. O mesmo acontece com os valores médios do eixo F2. As medianas apresentaram
resultados semelhantes às médias e os D. P. demonstraram que a dispersão maior ocorreu no
eixo F2, se comparado ao eixo F1, nos dois contextos de realização.
Com relação aos testes estatísticos, o resultado apresentado foi de p.= ,040 para
F1 e p.= ,596 para F2. Estes resultados nos revelam que ocorreu diferença significativa apenas
para um dos eixos, o F1. Os valores de F2 se mostraram semelhantes.
TABELA 08: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em should.
Observando a dispersão dos sons vocálicos realizados por nossos informantes na
FIGURA 29, percebemos que as realizações do som vocálico em contexto não-acentuado
apresentam maior variabilidade em sua produção do que as realizações vocálicas em contexto
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em could
could_weak
could_strong
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2 F1 F2
Média 4,18 10,09 4,32 10,23
Mediana
4,25 10,25 4,30 9,87
D. P. 0,41 1,17 0,55 1,50
95
acentuado. Analisando a dispersão ao longo dos eixos, nota-se que a variação em F2 é bem
maior do que a dispersão ocorrida em F1. Embora a disposição dos sons no espaço vocálico
se mostre semelhante para ambos os eixos, ficou comprovado estatisticamente que no eixo F1
a diferença apresentada é, de fato, significativa. Dessa forma, é possível afirmar que o som
vocálico presente em should foi realizado, por nossos informantes de pesquisa, com diferença
significativa entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado, apenas para o eixo
F1 que corresponde ao posicionamento alto-baixo no espaço vocálico. Observaremos melhor
estas diferenças ao compararmos as realizações do som vocálico presente em should, ao final
desta subseção.
FIGURA 29: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em should por informante.
A TABELA 09 apresenta os valores formânticos para as realizações do som
vocálico presente na palavra do. Comparando os valores referentes às realizações em contexto
acentuado e não-acentuado, evidenciamos que existem diferenças tanto para o eixo F1 quanto
para o eixo F2. As medianas apresentam valores semelhantes aos das médias e os resultados
para o D.P também se mostraram aproximados, comprovando uma dispersão similar nos dois
eixos.
Com a aplicação do teste t, constatamos que as diferenças identificadas a priori,
de fato, se confirmaram significativas. Os testes estatísticos apresentaram os seguintes
resultados: p.= ,035 para F1 e p.= ,016 para F2. Portanto, podemos afirmar que, estaticamente,
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em should
should_weak
should_strong
96
a realização em contexto não-acentuado do som vocálico da palavra funcional do apresentou
diferenças significativas em relação à realização em contexto acentuado, para ambos os
eixos. De todas as palavras funcionais que analisamos, esta foi a única que apresentou
diferenças significativas para os eixos F1 e F2, entre as realizações em contexto acentuado e
não-acentuado.
TABELA 09: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em do.
Acentuado
Não-acentuado
F1 F2
F1 F2
Média
3,88 10,57
4,08 11,29
Mediana
3,98 10,55
3,88 11,23
D. P.
0,39 1,23
0,47 1,12
Os dados acima estão representados na FIGURA 30 que mostra a disposição no
espaço vocálico dos sons produzidos por cada informante. Observando o posicionamento de
cada som vocálico, torna-se evidente que as realizações em contexto acentuado se encontram
em uma posição mais alta e posterior, quando comparadas com as realizações em contexto
não-acentuado. Assim, percebemos, facilmente, as diferenças comprovadas estatisticamente
entre as realizações de cada contexto aqui analisado.
FIGURA 30: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em do por informante.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em do
do_weak
do_strong
97
Resumindo, a descrição dos sons vocálicos presentes nas palavras funcionais
could, should e do apresentaram os seguintes resultados:
a) A comparação entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado do
som vocálico presente em could não apresentou diferença significativa;
b) A comparação entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado do
som vocálico presente em should apresentou diferença significativa apenas
para o eixo F1;
c) A comparação entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado do
som vocálico presente em do apresentou diferença significativa para os eixos
F1 e F2.
Na FIGURA 31, temos a representação gráfica dos sons vocálicos realizados por
nossos informantes e as vogais dos dados de referência que utilizamos.
FIGURA 31: Comparação entre os sons vocálicos produzidos em could, should e do comparados à
[u], [U] e [´] dos estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2005) e Marusso (2003) (F1 e F2 em Barks).
Primeiramente, observemos o ponto de realização do som vocálico presente em
could. Como vimos nos testes estatísticos, o mesmo espaço vocálico é partilhado pelas
realizações em contexto acentuado e não-acentuado. Porém, ao compararmos com as vogais
de referência, percebemos que as vogais produzidas por nossos informantes se localizam em
um ponto mais posterior, em relação às vogais [
U] e [u]. Observando a vogal presente em
should, notamos que sua realização ocorreu em um ponto próximo às vogais [u] e [U].
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
5,007,009,0011,0013,0015,0017,00
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Disposição dos sons vocálicos em could, should, e do
Ѩ
u
ђ
could weak
could_strong
should_ weak
should_strong
do_ weak
do_strong
98
No que se refere à palavra funcional do, percebe-se, claramente, que a vogal
produzida em contexto acentuado se encontra em um ponto bastante próximo da vogal [u], de
acordo com a realização esperada. Com relação à realização em contexto não-acentuado, a
vogal de do tornou-se mais baixa e central, quando comparada à realização em contexto
acentuado. Comparando com a vogal [´], nota-se que a realização de do ainda se encontra
distante de apresentar uma vogal reduzida. Porém, a diferença significativa encontrada entre
as realizações em contexto acentuado e não-acentuado, assim como o ponto mais central e
baixo em que se realizou o som vocálico em do, em contexto não-acentuado, podem ser
indicações de que a aquisição das características pertinentes à vogal [´] esteja em
desenvolvimento. É possível, portanto, que, com o desenvolvimento do processo de
aprendizagem de ILE em que se encontram os informantes desta pesquisa, a redução vocálica
em do passe a ser aplicada.
Por fim, a diferença encontrada na realização dos sons vocálicos das palavras
funcionais aqui discutidas pode estar diretamente relacionada à estrutura silábica. Segundo
Watkins (2006), sílabas travadas, como no caso de should e could, apresentam uma maior
resistência à redução vocálica. Embora a redução vocálica, de fato, não tenha ocorrido em do,
é válido salientar que, de todas as palavras funcionais que investigamos, esta foi a única que
apresentou diferença significativa para os eixos F1 e F2, ao comparamos os dois contextos
prosódicos em que foi realizada.
5.2.4 Características Formânticas dos Sons Vocálicos
P
resentes em of.
Nesta subseção, apresentamos apenas a palavra funcional of. Como dissemos
anteriormente, agrupamos as palavras funcionais de modo que cada subseção fosse composta
por palavras que apresentassem a mesma vogal ou, ao menos, vogais próximas, quando
produzidas em contexto acentuado. Of é a única palavra funcional, dentre as 10 selecionadas
para compor os experimentos que desenvolvemos, que quando realizada em contexto
acentuado, apresenta a vogal [ç]. Desse modo, resolvemos discutir os dados referentes a essa
palavra em uma subseção à parte. A realização de of, em contexto não-acentuado, também
requer a vogal reduzida [
´].
99
Com relação aos dados obtidos, a TABELA 10 apresenta valores médios de F1 e
F2 muito próximos, indicando que as duas realizações do som vocálico presente em of se
apresentaram bastante semelhantes. Para comprovar esta análise, aplicamos um teste t, cujo
resultado foi p.= ,548 para F1 e p.= ,083 para F2. Assim, podemos afirmar que, segundo o
teste estatístico produzido, não houve diferença significativa ao compararmos os sons
vocálicos realizados em contexto acentuado e não-acentuado da palavra funcional em questão.
TABELA 10: Valores de média, mediana e desvio-padrão (em Barks)
do som vocálico em of.
Observando a representação gráfica dos dados acima, é possível visualizar, na
FIGURA 32, que o mesmo espaço vocálico é partilhado tanto pela realização em contexto
acentuado quanto pela realização em contexto não-acentuado, corroborando os resultados
alcançados pelos testes estatísticos que aplicamos. Portanto, podemos afirmar
categoricamente que as realizações do som vocálico presente em of, tanto em contexto
acentuado como em contexto não-acentuado, não diferem de forma significativa.
Acentuado Não-acentuado
F1 F2 F1 F2
Média 6,21 9,47 6,28 9,73
Mediana
6,21 9,62 6,01 9,89
D. P. 0,57 0,54 0,68 0,80
100
FIGURA 32: Valores médios de F1 e F2 (em Barks) do som vocálico em of por informante.
Assim, as realizações do som vocálico presente em of, de acordo com os testes
estatísticos, não apresentaram diferenças significativas para F1 e F2. A seguir, apresentamos a
FIGURA 33, onde podemos comparar a produção da vogal presente em of com as vogais
utilizadas como referência. Observando o ponto de realização do som vocálico de of , tanto
em contexto acentuado quanto não-acentuado, representado na figura abaixo, é possível
afirmar que este foi realizado de forma muito semelhante à vogal [ç]. Comparando a
realização do som vocálico de of em contexto não-acentuado, representado por of_weak, com
a vogal [´], percebemos que não há qualquer semelhança articulatória entre eles, confirmando
que suas realizações são completamente distintas.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico em of
of_weak
of_strong
101
FIGURA 33:
Comparação entre os sons vocálicos produzidos em of comparados à [ç], [] e [´] dos
estudos de Clopper, Pisoni, Jong (2005) e Marusso (2003) (F1 e F2 em Barks).
.
Retomamos, nesse momento, todos os resultados apresentados nesta seção.
Quanto aos testes estatísticos realizados na comparação entre as realizações dos sons
vocálicos de palavras funcionais produzidas em contexto acentuado e não acentuado,
observamos que somente os sons vocálicos presentes em as, but, does, could e of não
apresentaram diferenças significativas. Os sons vocálicos das demais palavras funcionais, at,
that, us, should e do, apresentaram diferenças significativas em um dos eixos, F1 ou F2.
Desse modo, consideramos nossa primeira hipótese, os sons vocálicos presentes em palavras
funcionais realizadas em contexto não-acentuado não apresentam diferenças significativas
quanto às características acústico-articulatórias quando comparados àqueles presentes em
palavras funcionais realizadas em contexto acentuado, como não confirmada.
A segunda hipótese desta pesquisa, os sons vocálicos presentes em palavras funcionais
realizadas em contexto não-acentuado não apresentam características acústico-articulatórias
semelhantes às da vogal [´], realizada por falantes de Inglês como língua materna, foi
confirmada, uma vez que os sons vocálicos presentes em todas as palavras funcionais que
analisamos foram realizados em um espaço vocálico distinto daquele em que se encontra a
vogal /´/, realizada por falantes do Inglês como língua materna.
Como vimos ao longo das discussões realizadas nesta seção, pressupomos que
alguns fatores influenciaram na realização dos sons vocálicos presentes nas palavras
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
5,007,009,0011,0013,0015,0017,00
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Realização do som vocálicos em of
ѩ
ѐ
ђ
of_ weak
of_strong
102
funcionais que analisamos, a saber: a presença/ausência de onset ou coda silábico;
interferência da grafia sobre a realização sonora; como também, a previsibilidade da palavra
funcional promovida pela palavra antecedente. Entretanto, como essas variáveis não foram
controladas, não temos subsídios que nos permitam afirmar se, de fato, elas exerceram algum
tipo de influência sobre os resultados aqui discutidos.
Destarte, é possível concluir que estudantes de ILE em nível intermediário
apresentam uma grande variabilidade quanto à realização das características acústico-
articulatórias de sons vocálicos presentes em palavra funcionais do Inglês.
5.3 Características de Duração das Vogais Presentes em Palavras Funcionais do Inglês
no EXP. I
A presente seção discute as características de duração dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais do Inglês, realizadas em contexto acentuado e não-
acentuado. Em nossas pesquisas, não encontramos um procedimento de normalização
adequado à realidade de nosso estudo para ser aplicado às características de duração dos sons
vocálicos analisados. Desse modo, a análise promovida nesta seção considera os valores
médios, de mediana e D.P por grupos, masculino e feminino.
Segundo Klatt (1976), há uma considerável variação inter e intra-falantes, no que
diz respeito a estudos realizados sobre a duração. Para Marusso (2007), a duração média do
schwa é de 163 milissegundos (ms) em palavras lexicais e de 30 ms em palavras funcionais,
enquanto que para Crosswhite (1999 apud MARUSSO, 2003) a duração do schwa não passa
de 40ms. Considerando a alta variabilidade encontrada em estudos sobre as características de
duração de sons vocálicos do Inglês, o objetivo desta seção é comparar os valores de duração
das realizações dos sons vocálicos em contexto acentuado com aqueles encontrados nas
realizações em contexto não-acentuado do EXP. I, a fim de identificar se existem diferenças
significativas capazes de caracterizar o contexto em que estes sons foram produzidos.
Assim, no tocante às características de duração, não realizamos comparações com
outros dados. Sobre este aspecto, é importante lembrar que os trabalhos que tratam da redução
vocálica em palavras funcionais, e que utilizamos como referência, não discutem as
características de duração das palavras funcionais. Apenas Fragozo (2010) mede a duração
103
das sentenças a fim de encontrar evidências que relacionem a taxa de elocução à aplicação da
redução vocálica.
Sabe-se que, de um modo geral, as vogais realizadas em contexto não- acentuado
apresentam valores de frequência fundamental baixos, menor duração e intensidade, em
relação às vogais realizadas em contexto acentuado (LEE; GUION; HARADA, 2006). De
acordo com Fry (1955) e Klatt (1976), entre outros, a duração pode ser considerada como um
dos principais correlatos da acentuação na língua inglesa.
Desse modo, considerando a dificuldade que estudantes brasileiros de ILE
possuem em produzir as características pertinentes aos sons vocálicos presentes em palavras
funcionais, quando realizadas em contexto acentuado e não-acentuado, é possível pressupor
que as características de duração dos sons vocálicos presentes em tais palavras também sejam
afetadas. Assim, hipoteticamente, afirmamos que os sons vocálicos presentes em palavras
funcionais, realizadas em contexto não-acentuado, não apresentam diferenças significativas
quanto às características de duração, quando comparados àqueles realizados em contexto
acentuado.
5.3.1 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em as, at e that
Nesta subseção, temos as características de duração das vogais presentes em as, at
e that. Como já dissemos anteriormente, tais palavras, quando realizadas em contexto
acentuado, requerem a utilização de uma vogal plena, nesse caso o [Q]. Em contexto não-
acentuado, deve ocorrer a redução vocálica, o que sugere a presença do schwa [´].
Primeiramente, temos os valores de média, mediana e D.P referentes às
realizações do som vocálico em contexto acentuado e não-acentuado na palavra funcional as.
Na TABELA 11, ao observarmos primeiramente o grupo masculino, é possível visualizar que
a realização em contexto acentuado apresentou uma duração bem maior em relação à
realização em contexto não-acentuado. Com o grupo feminino ocorreu o mesmo, entretanto a
diferença entre as duas realizações foi bem menor, se comparada ao grupo masculino.
Na análise estatística, os resultados do teste t foram o seguinte: p.= ,055
para o grupo feminino e p.= ,003 para o grupo masculino. Esses resultados nos levam a
afirmar que houve diferença significativa somente para o grupo masculino, entre a realização
em contexto acentuado e não-acentuado.
TABELA 1
1
O GRÁFICO 03 apresenta os dados relativos à análise das características de
duração
do som vocálico presente n
grupos masculino e feminino. Os valores representam a duração do som vocálico em
milissegundos (ms.).
Como é possível visualizar, a representação gráfica confirma o
resultados dos testes estatístico
acentuado é representado por
semelhante é utilizada nos gráficos seguintes.
GRÁFICO 03: Duração do som vocálico em
A TABELA 1
2
em at
. Para esta palavra funcional, podemos verificar uma aparente diferença entre as
realizações
dos sons vocálicos em contexto acentuado e não
masculino quanto para o feminino. Um aspecto que merece ser mencionado diz respeito ao
D.P. da realização
em contexto
alto, comparado aos demais apresentados na tabela, a realização
acentuado
mostrou uma maior variação para este grupo.
Analisando os dados estatisticamente, obtivemos os seguintes resultados:
p.= ,001,
para o grupo feminino
0
mulheres
homens
Média
Mediana
D. P.
1
: Valores de média, mediana e desvio-
padrão da duração
do som vocálico de as.
O GRÁFICO 03 apresenta os dados relativos à análise das características de
do som vocálico presente n
a palavra funcional as,
realizadas pelos
grupos masculino e feminino. Os valores representam a duração do som vocálico em
Como é possível visualizar, a representação gráfica confirma o
resultados dos testes estatístico
s discutidos acima. A
realização do som vocálico em contexto
acentuado é representado por
as_strong e em contexto não-
acentuado por
semelhante é utilizada nos gráficos seguintes.
GRÁFICO 03: Duração do som vocálico em
as por grupo de i
nformantes.
2
apresenta os dados sobre a realização
do som vocálico presente
. Para esta palavra funcional, podemos verificar uma aparente diferença entre as
dos sons vocálicos em contexto acentuado e não
-
acentuado
masculino quanto para o feminino. Um aspecto que merece ser mencionado diz respeito ao
em contexto
acentuado
do grupo feminino. Com um valor relativamente
alto, comparado aos demais apresentados na tabela, a realização
do som voc
mostrou uma maior variação para este grupo.
Analisando os dados estatisticamente, obtivemos os seguintes resultados:
para o grupo feminino
, e p.= ,043,
para o grupo masculino. Neste caso,
50 100 150 200
163
105
196
178
duração em ms.
Duração do som vocálico em as
mulheres
homens
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
178 196 105 163
Mediana
180 191 98 170
D. P.
45 40 41 32
104
padrão da duração
O GRÁFICO 03 apresenta os dados relativos à análise das características de
realizadas pelos
informantes dos
grupos masculino e feminino. Os valores representam a duração do som vocálico em
Como é possível visualizar, a representação gráfica confirma o
s
realização do som vocálico em contexto
acentuado por
as_weak. Legenda
nformantes.
do som vocálico presente
. Para esta palavra funcional, podemos verificar uma aparente diferença entre as
acentuado
, tanto para o grupo
masculino quanto para o feminino. Um aspecto que merece ser mencionado diz respeito ao
do grupo feminino. Com um valor relativamente
do som voc
álico em contexto
Analisando os dados estatisticamente, obtivemos os seguintes resultados:
para o grupo masculino. Neste caso,
os grupos
as_strong
as_weak
feminino e masculino
realizaram
acentuado, com uma duração significativamente maior em comparação à realização
contexto não-acentuado.
TABELA 1
2
O GRÁFICO 04
ilustra os dados que apresentamos acima. Comparando os dois
grupos, percebemos que a difere
que para o grupo masculino.
perce
ber a diferença significativa entre a
acentuado e àqueles reali
zado
GRÁFICO 04: Duração do som vocálico em
Quanto à realização da palavra
13,
percebemos que as diferenças encontradas entre o contexto acentuado e
apresentam de forma semelhante: os dois grupos diferenciam a realização
contexto acentuado da
realização em contexto
para o grupo
feminino, na realização
valor mais alto, se comparado aos demais. Isso nos mostra uma maior variação para este
grupo, neste contexto.
0
homens
mulheres
Média
Mediana
D. P.
realizaram
o som vocálico d
a palavra funcional
acentuado, com uma duração significativamente maior em comparação à realização
2
: Valores de média, mediana e desvio-
padrão da du
do som vocálico de at.
ilustra os dados que apresentamos acima. Comparando os dois
grupos, percebemos que a difere
nça entre as realizações foi maior para o grupo feminino do
que para o grupo masculino.
Observando
o comportamento dos dois grupos
ber a diferença significativa entre a
s realizações dos sons
vocálico
zado
s em contexto não-centuado.
GRÁFICO 04: Duração do som vocálico em
at
por grupo de informantes.
Quanto à realização da palavra
that, cujos dados são
apresentados na TABELA
percebemos que as diferenças encontradas entre o contexto acentuado e
apresentam de forma semelhante: os dois grupos diferenciam a realização
realização em contexto
não-acentuado
. Como na palavra
feminino, na realização
do som vocálico em contexto a
centuad
valor mais alto, se comparado aos demais. Isso nos mostra uma maior variação para este
50 100 150 200
123
91
178
129
duração em ms.
Duração do som vocálico em at
homens
mulheres
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
129 178 91 123
Mediana
116 166 91 125
D. P.
28 45 18 20
105
a palavra funcional
at, em contexto
acentuado, com uma duração significativamente maior em comparação à realização
em
padrão da du
ração
ilustra os dados que apresentamos acima. Comparando os dois
nça entre as realizações foi maior para o grupo feminino do
o comportamento dos dois grupos
, é possível
vocálico
s em contexto
por grupo de informantes.
apresentados na TABELA
percebemos que as diferenças encontradas entre o contexto acentuado e
não-acentuado se
apresentam de forma semelhante: os dois grupos diferenciam a realização
das vogais em
. Como na palavra
at, o D.P.
centuad
o, apresentou um
valor mais alto, se comparado aos demais. Isso nos mostra uma maior variação para este
at_strong
at_weak
Estatisticamente falando, os resultados alcançad
a priori
, ao analisarmos a tabela: de fat
realizações
do som vocálico em contexto
resultados dos testes t
foram p.< ,001 para o grupo feminino e p.= ,025 para o grupo
masculino.
TABELA 1
3
Graficamente, os resultados são apresentados logo a seguir. Anali
GRÁFICO 05, é possível perceber
estatísticos
, quanto a realização do som vocálico presente em
informantes, em contexto acentuado e n
GRÁFICO 05: Duração d
Resumindo, os resultados apresentados nesta subseção foram:
a) A
realização
as
apresentou duração significativamente menor
contexto acentuado
0
50
homens
mulheres
Média
Mediana
D. P.
Estatisticamente falando, os resultados alcançad
os confirmaram o que observamos
, ao analisarmos a tabela: de fat
o, houve uma variação significativa entre as
do som vocálico em contexto
acentuado e não-
acentuad, para ambos os grupos. Os
foram p.< ,001 para o grupo feminino e p.= ,025 para o grupo
3
: Valores de média, mediana e desvio-
padrão da duração
do som vocálico de that.
Graficamente, os resultados são apresentados logo a seguir. Anali
GRÁFICO 05, é possível perceber
, claramente,
as diferenças indi
, quanto a realização do som vocálico presente em
that,
na produção de
informantes, em contexto acentuado e n
ão-acentuado.
GRÁFICO 05: Duração d
o som vocálico em that
por grupo de informantes.
Resumindo, os resultados apresentados nesta subseção foram:
realização
do som vocálico em contexto não-
acentuado na palavra funcional
apresentou duração significativamente menor
do que a realização de
contexto acentuado
, somente para o grupo masculino;
50
100 150 200
133
104
196
151
duração em ms.
Duração do som vocálico em that
that_strong
that_weak
homens
mulheres
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
151 196 104 133
Mediana
152 187 109 134
D. P.
38 45 23 27
106
os confirmaram o que observamos
o, houve uma variação significativa entre as
acentuad, para ambos os grupos. Os
foram p.< ,001 para o grupo feminino e p.= ,025 para o grupo
padrão da duração
Graficamente, os resultados são apresentados logo a seguir. Anali
sando o
as diferenças indi
cadas pelos testes
na produção de
nossos
por grupo de informantes.
Resumindo, os resultados apresentados nesta subseção foram:
acentuado na palavra funcional
do que a realização de
ste em
that_strong
that_weak
107
b) A realização do som vocálico em contexto não-acentuado na palavra funcional
at apresentou duração significativamente menor do que a realização deste em
contexto acentuado, para os grupos masculino e feminino;
c) A realização do som vocálico em contexto não-acentuado na palavra funcional
that apresentou duração significativamente menor do que a realização deste
em contexto acentuado, para os grupos masculino e feminino.
Portanto, os resultados alcançados comprovam que, na produção das palavras that
e at, a realização do som vocálico em contexto não-acentuado difere, significativamente, em
relação à realização em contexto acentuado. Sobre a realização do grupo feminino, a duração
do som vocálico da palavra as, quando comparados os contextos acentuado e não-acentuado,
não apresentou diferença significativa.
Os resultados alcançados nos levam a refletir sobre o fato de os estudantes de
ILE, em nível intermediário, terem adquirido o traço fonético-fonológico que possibilita a
caracterização de uma sílaba como longa ou curta: a duração. Segundo Lee, Guion, Harada
(2006), o sistema prosódico da língua materna dos estudantes exerce influência sobre a língua
em aprendizagem. Considerando o fato de a duração estar diretamente relacionada com acento
no PB (MASSINI-CAGLIARI, 1992), acreditamos que esta característica da língua materna
tenha facilitado o processo de aquisição da duração no ILE. Entretanto, somente um estudo
aprofundado sobre este aspecto nos permitiria afirmar que tal influência de fato ocorreu. Uma
possibilidade seria desenvolver um estudo envolvendo as características de F0 e duração de
sílabas acentuada e não-acentuadas do PB e do ILE, afim de verificar qual destas variáveis
mais contribui para a distinção entre os dois contextos.
5.3.2 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em but, does e us
A presente subseção analisa e discute as características de duração dos sons
vocálicos presentes nas palavras funcionais but, does e us. Como dissemos anteriormente,
para realizar as diferenças pertinentes aos contextos acentuado e não-acentuado, as palavras
em questão devem ser produzidas com a vogal // em contexto acentuado e /´/ em contexto
não-acentuado.
Na TABELA 14, temos os dados referentes à duração do som vocálico presente
em but, realizado nos dois contextos mencionados. Comparando os dados dispostos na
tabela, identificamos que a realização
ambos os grupos, apresenta uma du
acentuado
. Analisando os dados estatisticamente, o resultado do
significativa entre as realizações
grupo masculino e p.=,0
18 para o grupo feminino.
TABELA 1
4
O
s dados discu
possível observarmos a diferença significativa, encontrada no
som vocálico em but,
realizado
GRÁFICO 06: Duração do som vocálico em
Dando prosseguimento às análises, apresentamos
referentes à realização d
o som vocálico presente na
dados do grupo feminino, percebemos uma pequena diferença en
produção. Entretanto, de acordo com o
em does
não apresentaram diferenças significativas. Comparando as realizações do grupo
masculino, o resultado obtido foi de p.= ,030, apont
realização
do som vocálicos
0
50
homens
mulheres
Média
Mediana
D. P.
tabela, identificamos que a realização
do som vocálico
em contexto
ambos os grupos, apresenta uma du
ração menor, em relação à realização
. Analisando os dados estatisticamente, o resultado do
teste
significativa entre as realizações
em contexto acentuado e não-acentuad
o
18 para o grupo feminino.
4
: Valores de média, mediana e desvio-
padrão da duração
do som vocálico de but.
s dados discu
tidos acima estão representados n
o GRÁFICO 0
possível observarmos a diferença significativa, encontrada no
teste t
, quanto à produção do
realizado
pelos informantes dos dois grupos.
GRÁFICO 06: Duração do som vocálico em
but
por grupo de informantes.
Dando prosseguimento às análises, apresentamos
na TABELA 15
o som vocálico presente na
palavra funcional
does
dados do grupo feminino, percebemos uma pequena diferença en
tre os dois contextos de
produção. Entretanto, de acordo com o
teste t
, com p.= ,075, as realizações
não apresentaram diferenças significativas. Comparando as realizações do grupo
masculino, o resultado obtido foi de p.= ,030, apont
ando diferenças significativas na
do som vocálicos
de does.
50
100 150 200
139
85
182
138
duração em ms
Duração do som vocálico but
but_strong
but_weak
homens
mulheres
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
138 182 85 139
Mediana
136 172 86 151
D. P.
23 44 26 42
108
em contexto
o-acentuado, para
ração menor, em relação à realização
em contexto
teste
t apontou diferença
o
, com p.= ,005 para o
padrão da duração
o GRÁFICO 0
6. Neste, é
, quanto à produção do
por grupo de informantes.
na TABELA 15
os dados
does
. Ao analisarmos os
tre os dois contextos de
, com p.= ,075, as realizações
do som vocálico
não apresentaram diferenças significativas. Comparando as realizações do grupo
ando diferenças significativas na
but_strong
but_weak
TABELA
15
No GRÁFICO 07
estatísticos. As barras que representam a produção feminina apresentam uma pequena
diferença, enquanto que as barras representando a produção do grupo mas
diferença maior na duração do som vocálico, considerando as realizações nos dois contextos.
GRÁFICO 07: Duração do som vocálico em
A última palavra funcional que compõe esta subseção é
dados apresentados na TABELA
tanto para o grupo feminino
contexto não-acentuado
são muito semelhantes àqueles da realização
O grupo masculino traz valores de D.P. relativamente altos,
variação maior na duração
do som vocálico
Quanto aos resultados dos testes estatísticos, a comparação entre os dados do
grupo masculino
apresentou p.= ,143. Na análise do grupo feminino, o teste estatístico
resultou em p.= ,613. Portanto, podemos afirmar que não houve diferença
as realizações do som voc
álico em contexto
femi
nino quanto para o grupo masculino.
0 50
homens
mulheres
Média
Mediana
D. P.
15
: Valores de média, mediana e desvio-padrão da
d
do som vocálico de does.
No GRÁFICO 07
,
é possível visualizar as diferenças apontadas pelos testes
estatísticos. As barras que representam a produção feminina apresentam uma pequena
diferença, enquanto que as barras representando a produção do grupo mas
diferença maior na duração do som vocálico, considerando as realizações nos dois contextos.
GRÁFICO 07: Duração do som vocálico em
does
por grupo de informantes.
A última palavra funcional que compõe esta subseção é
us
dados apresentados na TABELA
16
, notamos que os valores de duração
tanto para o grupo feminino
quanto
para o grupo masculino, referente à realização
são muito semelhantes àqueles da realização
em contexto
O grupo masculino traz valores de D.P. relativamente altos,
demonstrando que houve uma
do som vocálico
de us para este grupo.
Quanto aos resultados dos testes estatísticos, a comparação entre os dados do
apresentou p.= ,143. Na análise do grupo feminino, o teste estatístico
resultou em p.= ,613. Portanto, podemos afirmar que não houve diferença
álico em contexto
acentuado e não-
acentuad
nino quanto para o grupo masculino.
100 150 200 250
186
147
219
186
duração em ms.
Duração do som vocálico em does
does_strong
does_weak
homens
mulheres
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
186 219 147 186
Mediana
175 220 133 180
D. P.
52 34 55 38
109
d
uração
é possível visualizar as diferenças apontadas pelos testes
estatísticos. As barras que representam a produção feminina apresentam uma pequena
diferença, enquanto que as barras representando a produção do grupo mas
culino mostram uma
diferença maior na duração do som vocálico, considerando as realizações nos dois contextos.
por grupo de informantes.
us
. Ao analisarmos os
, notamos que os valores de duração
do som vocálico,
para o grupo masculino, referente à realização
em
em contexto
acentuado.
demonstrando que houve uma
Quanto aos resultados dos testes estatísticos, a comparação entre os dados do
apresentou p.= ,143. Na análise do grupo feminino, o teste estatístico
resultou em p.= ,613. Portanto, podemos afirmar que não houve diferença
significativa entre
acentuad
o, tanto para o grupo
does_strong
does_weak
TABELA
16
O GRÁFICO
08 representa os dados acima. Na realização do grupo masculino, é
visível que houve apenas uma pequena diferença entre as realizações
Quanto ao grupo feminino, a diferença encontrada foi ainda menor,
dos testes
estatísticos de que não houve diferença significativa entre as realizações
vocálico de us
em contexto acentuado
GRÁFICO 08: Duração do som vocálico em
Retomando,
brevemente
a)
A realização do som vocálico
but
apresentou duração significativamente menor
em contexto
b)
A realização
does
apresentou duração significativamente menor
contexto
acentuad
c)
A realização do som vocálico
us não a
presentou
duração, na comparação com a realização
grupos masculino e feminino.
0 50
homens
mulheres
Média
Mediana
D. P.
16
: Valores de média, mediana e desvio-
padrão da duração
do som vocálico de us.
08 representa os dados acima. Na realização do grupo masculino, é
visível que houve apenas uma pequena diferença entre as realizações
Quanto ao grupo feminino, a diferença encontrada foi ainda menor,
ilustrando
estatísticos de que não houve diferença significativa entre as realizações
em contexto acentuado
e não-acentuado.
GRÁFICO 08: Duração do som vocálico em
us
por grupo de informantes.
brevemente
, os resultados aqui disc
utidos, temos:
A realização do som vocálico
em contexto não-
acentuado
apresentou duração significativamente menor
do que
em contexto
acentuado
, para os grupos masculino e feminino;
A realização
do som vocálico em contexto não-
acentuad
apresentou duração significativamente menor
do a
acentuad
o, somente para o grupo masculino;
A realização do som vocálico
em contexto não-
acentuad
presentou
diferenças significativas
, quanto às características de
duração, na comparação com a realização
em contexto
grupos masculino e feminino.
100 150 200 250
207
151
213
176
duração em ms.
Duração do som vocálico em us
us_strong
us_weak
homens
mulheres
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
176 213 151 207
Mediana
149 215 157 209
D. P.
52 27 56 48
110
padrão da duração
08 representa os dados acima. Na realização do grupo masculino, é
visível que houve apenas uma pequena diferença entre as realizações
nos dois contextos.
ilustrando
os resultados
estatísticos de que não houve diferença significativa entre as realizações
do som
por grupo de informantes.
utidos, temos:
acentuado
na palavra funcional
do que
à realização deste
, para os grupos masculino e feminino;
acentuad
o na palavra funcional
do a
realização deste em
acentuad
o na palavra funcional
, quanto às características de
em contexto
acentuado, para os
us_strong
us_weak
111
Considerando os resultados acima, é possível perceber que as características de
duração dos sons vocálicos pertinentes a cada palavra funcional aqui analisada se
apresentaram de forma distinta. Enquanto o som vocálico de but apresentou diferenças na
duração entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado, para os dois grupos de
informantes, o som vocálico de does apresentou comportamento semelhante apenas para um
dos grupos, o masculino. A palavra funcional us se mostrou diferente das demais, uma vez
que não apresentou diferenças significativas, quando comparadas as realizações dos sons
vocálicos em contexto acentuado e não-acentuado.
5.3.3 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em could, should e do
Nesta subseção, temos os dados referentes às realizações dos sons vocálicos
presentes nas palavras funcionais could, should e do. Primeiramente, tratamos de analisar o
som vocálico em could. Observando os dados apresentados na TABELA 17, percebemos que
a produção de nossos informantes nos mostra algumas diferenças, ao compararmos a
realização do som vocálico nos contextos acentuado e não-acentuado. Os valores de mediana,
para a realização acentuada, se mostraram semelhantes aos valores da média, enquanto que o
D.P. apresentou uma maior dispersão para a realização em contexto não-acentuado.
A aparente diferença, no que se refere à realização do som vocálico em could nos
dois contextos analisados, foi confirmada por meio da aplicação do teste t, sendo p.= ,006
para o grupo feminino e p.= ,019 para o grupo masculino. Assim, a realização em contexto
não-acentuado do som vocálico em could se mostrou significativamente diferente da
realização deste em contexto acentuado, para ambos os grupos investigados.
TABELA 17: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração
do som vocálico de could.
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média 153 183 103 134
Mediana
151 182 90 148
D. P. 27 38 44 41
O GRÁFICO 09 representa os dados acima discutidos. A diferença
entre as realizações
do som vocálico em contexto
evide
nte, ao observarmos a extensão das barras referentes a cada
GRÁFICO 09: Duração do som vocálico em
Sobre a palavra funcional
percebemos que o
s valores referentes à duração do som vocálico se mostraram bastante
diferentes,
ao compararmos as realizações
a cada grupo. De um modo geral, o grupo que apresentou uma maior variação foi o grupo
masculino
, com valores de D.P mais altos, comparados aos do grupo feminino. Quanto às
análises estatísticas, obtivemos os seguintes resultados: p.= ,002 na comparação entre as
realizações
em contexto acentuado e não
re
alizações do grupo masculino.
TABELA 18: Valores de média, mediana e desvio
Para
ilustrar os resultados discutidos temos o GRÁFICO 10. Observando o
comprimento das barras, percebemos que a duração do som vocálico presente nas
de should em contexto
acentuad
0
50
Duração do som vocálico em
homens
mulheres
Média
Mediana
D. P.
O GRÁFICO 09 representa os dados acima discutidos. A diferença
do som vocálico em contexto
acentuado
e não
nte, ao observarmos a extensão das barras referentes a cada
contexto de realização.
GRÁFICO 09: Duração do som vocálico em
could
por grupo de informantes.
Sobre a palavra funcional
should,
cujos dados são apresentados na TABELA 18,
s valores referentes à duração do som vocálico se mostraram bastante
ao compararmos as realizações
em contexto acentuado e não
-
a cada grupo. De um modo geral, o grupo que apresentou uma maior variação foi o grupo
, com valores de D.P mais altos, comparados aos do grupo feminino. Quanto às
análises estatísticas, obtivemos os seguintes resultados: p.= ,002 na comparação entre as
em contexto acentuado e não
-acentuado
do grupo feminino e p.= ,034 para as
alizações do grupo masculino.
TABELA 18: Valores de média, mediana e desvio
-
padrão da duração
do som vocálico de should.
ilustrar os resultados discutidos temos o GRÁFICO 10. Observando o
comprimento das barras, percebemos que a duração do som vocálico presente nas
acentuad
o apresenta um valor mais alto
, em relação à realização
50
100 150 200
134
103
183
153
duração em ms.
Duração do som vocálico em
could
could_strong
could_weak
homens
mulheres
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
157 193 105 134
Mediana
136 174 92 134
D. P.
51 49 50 33
112
O GRÁFICO 09 representa os dados acima discutidos. A diferença
encontrada
e não
-acentuado se mostra
contexto de realização.
por grupo de informantes.
cujos dados são apresentados na TABELA 18,
s valores referentes à duração do som vocálico se mostraram bastante
-
acentuado pertinentes
a cada grupo. De um modo geral, o grupo que apresentou uma maior variação foi o grupo
, com valores de D.P mais altos, comparados aos do grupo feminino. Quanto às
análises estatísticas, obtivemos os seguintes resultados: p.= ,002 na comparação entre as
do grupo feminino e p.= ,034 para as
padrão da duração
ilustrar os resultados discutidos temos o GRÁFICO 10. Observando o
comprimento das barras, percebemos que a duração do som vocálico presente nas
realizações
, em relação à realização
em
could_strong
could_weak
contexto não-acentuado.
Sendo assim,
que houve diferença significativa entre as realizações
e não-acentuado
, para ambos os grupos aqui analisados.
GRÁFICO 10: Duração do
Quanto às características de duração
apresentadas na TABELA 19,
acentuado
são muito superiores àqueles
acentuado. O
grupo feminino apresentou valores de D.P. mais altos, em relação ao grupo
masculino, demonstran
do que houve uma maior variação entre seus informantes.
de média e mediana se mostraram sem
do grupo feminino
apresentou uma difer
Para confirmar
amostras pareadas. Ao compararmos os valores referent
acentuado e não-acentuad
o do som vocálico em
masculino e p= ,001 para o grupo feminino. Deste modo, podemos afirmar que
vocálico da palavra do
, na produção dos
de duração significativas, ao compararmos as realizações
acentuado e não-
acentuado.
TABELA
19
0
50
Duração do som vocálico em
homens
mulheres
Média
Mediana
D. P.
Sendo assim,
os testes estatísticos
, assim como, o gráfico
que houve diferença significativa entre as realizações
do som vocálico em contexto
, para ambos os grupos aqui analisados.
GRÁFICO 10: Duração do
som vocálico em should
por grupo de informantes.
Quanto às características de duração
do som vocálico na
apresentadas na TABELA 19,
observa-se que os valores
referentes à realização
são muito superiores àqueles
apresentados pela realização
grupo feminino apresentou valores de D.P. mais altos, em relação ao grupo
do que houve uma maior variação entre seus informantes.
de média e mediana se mostraram sem
elhantes, sendo que a realizaç
ão em contexto acentuado
apresentou uma difer
ença maior
entre estas medidas.
Para confirmar
as diferenças encontradas a priori
, aplicamos um
amostras pareadas. Ao compararmos os valores referent
es às
realizações
o do som vocálico em
do
, encontramos p.= ,001 para o grupo
masculino e p= ,001 para o grupo feminino. Deste modo, podemos afirmar que
, na produção dos
grupos masculino e feminino
, apresentou diferenças
de duração significativas, ao compararmos as realizações
do som vocálico
acentuado.
19
: Valores de média, mediana e desvio-
padrão da duração
do som vocálico de do.
50
100 150 200
134
105
193
157
duração em ms.
Duração do som vocálico em
should
should_strong
should_weak
homens
mulheres
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média
183 195 83 97
Mediana
193 173 75 99
D. P.
49 73 30 30
113
, assim como, o gráfico
confirmam
do som vocálico em contexto
acentuado
por grupo de informantes.
palavra funcional do,
referentes à realização
em contexto
apresentados pela realização
em contexto não-
grupo feminino apresentou valores de D.P. mais altos, em relação ao grupo
do que houve uma maior variação entre seus informantes.
Os valores
ão em contexto acentuado
entre estas medidas.
, aplicamos um
teste t para
realizações
em contexto
, encontramos p.= ,001 para o grupo
masculino e p= ,001 para o grupo feminino. Deste modo, podemos afirmar que
o som
, apresentou diferenças
do som vocálico
em contexto
padrão da duração
should_strong
should_weak
Em comparação com
investigamos, a palavra
do
vocálico,
considerando os
salientar diz respeito à semelhança entre os grupos, uma vez que os valores apresentados são
muito próximos. O GRÁFICO 11 evidencia os aspectos aqui discutidos.
GRÁFICO 11: Dur
Retomando os resultados discutidos nesta subseção:
a)
A realização do som vocálico
could
apresentou duração significativamente menor
em contexto
b)
A realização do som vocálico
should
apresentou duração significativamente menor
em contexto
c)
A realização do som vocálico
do
apresentou duração significativamente menor
contexto
acentuad
Destarte,
as característica
funcionais could, should
e
de pesquisa, uma vez que todas as realizações em contexto não
diferenças significativas
daquelas
0
50
homens
mulheres
Em comparação com
os sons vocálicos das
demais palavras funcionais que
do
foi a que apresentou maiores diferenças
considerando os
dois contextos em que foi realizada.
Outro aspecto que vale
salientar diz respeito à semelhança entre os grupos, uma vez que os valores apresentados são
muito próximos. O GRÁFICO 11 evidencia os aspectos aqui discutidos.
GRÁFICO 11: Dur
ação do som vocálico em do
por grupo de informantes.
Retomando os resultados discutidos nesta subseção:
A realização do som vocálico
em contexto não-
acentuado na palavra funcional
apresentou duração significativamente menor
do que a
em contexto
acentuado
, para os grupos masculino e feminino;
A realização do som vocálico
em contexto não-
acentuado na palavra funcional
apresentou duração significativamente menor
do que a
em contexto
acentuado, para os grupos mas
culino e feminino;
A realização do som vocálico
em contexto não-
acentuad
apresentou duração significativamente menor
do que
acentuad
o
, para os grupos masculino e feminino.
as característica
s de duração dos sons vocálicos presentes nas palavras
e
do se mostraram semelhantes, na produç
ão de nossos informantes
de pesquisa, uma vez que todas as realizações em contexto não
-
acentuado
daquelas
em contexto acentuado.
50
100 150 200
97
83
195
182
duração em ms.
Duração do som vocálico em do
homens
mulheres
114
demais palavras funcionais que
foi a que apresentou maiores diferenças
de duração do som
Outro aspecto que vale
salientar diz respeito à semelhança entre os grupos, uma vez que os valores apresentados são
muito próximos. O GRÁFICO 11 evidencia os aspectos aqui discutidos.
por grupo de informantes.
acentuado na palavra funcional
do que a
realização deste
, para os grupos masculino e feminino;
acentuado na palavra funcional
do que a
realização deste
culino e feminino;
acentuad
o na palavra funcional
do que
a realização deste em
, para os grupos masculino e feminino.
s de duração dos sons vocálicos presentes nas palavras
ão de nossos informantes
acentuado
apresentaram
do_strong
do_weak
115
5.3.4 Características de Duração dos Sons Vocálicos Presentes em of.
A presente subseção descreve as características de duração do som vocálico da
palavra of, que apresenta a vogal [ç], quando realizada em contexto acentuado e a vogal
reduzida [´], quando realizada em contexto não-acentuado. Assim, considerando as
características de duração pertinentes a cada vogal apresentada, analisamos os dados
encontrados, com a finalidade de identificar possíveis diferenças entre as realizações do som
vocálico em contexto acentuado e não-acentuado.
Os dados apresentados na TABELA 20 nos mostram que as realizações do som
vocálico em contexto não-acentuado diferem das realizações em contexto acentuado, na
produção dos grupos masculino e feminino. Observando o D.P dos dois grupos, podemos
afirmar que a variação nas realizações, dos dois contextos investigados, se mostraram
semelhantes. As médias e medianas apresentaram valores bem aproximados.
Com a aplicação do teste t, confirmamos que as realizações dos sons vocálicos em
contexto acentuado e não-acentuado apresentaram diferenças significativas entre elas, uma
vez que tivemos p.= ,004 para o grupo feminino e p.= ,008 para o grupo masculino.
TABELA 20: Valores de média, mediana e desvio-padrão da duração
do som vocálico de of.
No GRÁFICO 12, é possível comparar visualmente a duração média dos sons
vocálicos pertinentes às realizações de cada contexto e para cada grupo investigado. A
representação gráfica dos dados referentes a realização do som vocálico de of, em contexto
acentuado e não-acentuado, demonstra, visualmente, as diferenças encontradas nos testes
estatísticos.
Acentuado Não-acentuado
Masc. Fem. Masc. Fem.
Média 142 181 94 133
Mediana
129 179 104 126
D. P. 33 41 21 30
GRÁFICO 12: Duração do som vocálico presente em
Destarte,
a realização
funcional of apresentou
duração significativamente menor do que a realizaç
contexto acentuado
, para ambos os grupos investigados.
Retomando todos os resultado
vocálicos presentes n
as palavras
realizados por nossos informantes de pesqu
quando comparadas as realizaç
as realizações
dos sons vocálicos de
grupos feminino e masculino
diferenças significativas
, segundo os teste
Portanto,
consideramos nossa terceira hipótese,
palavras funcionais realizadas em contexto não
significativas quanto às características de duração quando comparados àqueles presentes em
palavras funcionais realizadas em contexto acentuado
que
os sons vocálicos da maioria das palavra
significativas entre
as realizações em contexto acentuado e não
O fato de
os sons vocálicos realizados em contexto n
apresentado durações
significativamente menor do que àqueles r
acentuado
nos leva a refletir sobre a possibilidade de
uso, principalmente, da duração para sinalizar as diferenças necessárias entre os sons
vocálicos de
palavras funcionais realizad
0
homens
mulheres
GRÁFICO 12: Duração do som vocálico presente em
of
por grupo de informantes.
a realização
do som vocálico em contexto não
-
duração significativamente menor do que a realizaç
, para ambos os grupos investigados.
Retomando todos os resultado
s
discutidos nesta seção, vimos que
as palavras
funcionais as, that, could,
should, do, but
realizados por nossos informantes de pesqu
isa com diferenças de duração significativas,
quando comparadas as realizaç
ões em contexto acentuado e não-
acentuad
dos sons vocálicos de
at e does,
somente para o grupo feminino
grupos feminino e masculino
, nos contextos acentuado e não-
acentuado,
, segundo os teste
s estatísticos realizados.
consideramos nossa terceira hipótese,
os sons vocálicos presentes em
palavras funcionais realizadas em contexto não
-acent
uado não apresentam diferenças
significativas quanto às características de duração quando comparados àqueles presentes em
palavras funcionais realizadas em contexto acentuado
, como não
confirmada
os sons vocálicos da maioria das palavra
s analisadas
apresentaram d
as realizações em contexto acentuado e não
-
acentuado.
os sons vocálicos realizados em contexto n
significativamente menor do que àqueles r
ealizados
nos leva a refletir sobre a possibilidade de
estudantes brasileiros de ILE fazerem
uso, principalmente, da duração para sinalizar as diferenças necessárias entre os sons
palavras funcionais realizad
os em contexto acentuado e
50 100 150 200
133
94
181
142
duração em ms.
Duração do som vocálico em of
homens
mulheres
116
por grupo de informantes.
-
acentuado na palavra
duração significativamente menor do que a realizaç
ão deste em
discutidos nesta seção, vimos que
os sons
should, do, but
e of foram
isa com diferenças de duração significativas,
acentuad
o. Ao compararmos
somente para o grupo feminino
, e us, para os
acentuado,
não obtivemos
os sons vocálicos presentes em
uado não apresentam diferenças
significativas quanto às características de duração quando comparados àqueles presentes em
confirmada
, tendo em vista
apresentaram d
iferenças
acentuado.
os sons vocálicos realizados em contexto n
ão-acentuado terem
ealizados
em contexto
estudantes brasileiros de ILE fazerem
uso, principalmente, da duração para sinalizar as diferenças necessárias entre os sons
aqueles realizados em
of_strong
of_weak
117
contexto não-acentuado, uma vez que a duração é considerada como um dos principais
corelatos do acento na língua inglesa (FRY, 1954; KLATT, 1976).
Também não podemos deixar de cogitar a possibilidade de interferência da língua
materna sobre o processo de aquisição do ILE de nossos informantes. Estudos sobre os
aspectos prosódicos do PB apontam que a duração mantém uma relação direta com o acento.
Entretanto, somente uma pesquisa envolvendo os aspectos prosódicos do PB e do ILE seria
capaz de nos fornecer evidências sobre esta possível influência.
5.4 Características Formânticas dos Sons Vocálicos de Palavras Funcionais do Inglês no
EXP.II.
Nesta seção, descreveremos as características formânticas pertinentes aos sons
vocálicos presentes em algumas das palavras funcionais, realizadas em contexto acentuado e
não-acentuado, que utilizamos no EXP. I. Para compor o EXP. II, selecionamos as seguintes
palavras funcionais: as, at, that, but e of, que foram utilizadas em um pequeno texto de apoio
(APÊNDICE D). Por se tratar de um experimento realizado em contexto de produção livre,
uma vez que gravamos a fala espontânea de nossos informantes de pesquisa, seria inviável a
utilização das 10 palavras funcionais selecionadas para o EXP. I. Como não permitimos a
utilização do texto impresso no momento da gravação, seria possível que nem todas as
palavras funcionais fossem utilizadas pelos sujeitos desta pesquisa.
O objetivo deste experimento é verificar se os resultados obtidos em contexto de
fala espontânea (EXP. II) diferem daqueles alcançados em fala monitorada (EXP. I). Fragozo
(2010) aponta como uma das lacunas de seu trabalho o fato de não ter analisado a fala
espontânea. Segundo Syrdal (2000), o discurso espontâneo é a manifestação mais dinâmica e
real da fala utilizada na comunicação humana. Assim, acreditamos que a utilização do EXP. II
vem a contribuir para a discussão dos dados de nossa pesquisa, na medida em que teremos
condições de avaliar se a fala produzida em condições menos controlada afeta as
características formânticas descritas no EXP.I.
Primeiramente, temos os dados relativos aos dois experimentos realizados com a
palavra as. A TABELA 21 apresenta os valores de média, mediana e D.P, para os dois
experimentos realizados. No EXP. II, as palavras funcionais do Inglês foram utilizadas
118
somente em contexto não-acentuado, uma vez que utilizamos neste experimento somente a
fala espontânea.
Comparando os dados referentes às realizações dos diferentes contextos,
percebemos que as diferenças apresentadas são muito pequenas. Em termos de dispersão do
som realizado, a semelhança também persiste, sendo que os valores de D.P são bastante
próximos. Utilizamos a ANOVA, teste estatístico indicado para analisar a variância
encontrada entre três ou mais variáveis, tendo como amostra um mesmo grupo de
informantes, a fim de identificarmos se as semelhanças percebidas a priori, de fato ocorreram.
Assim, estatisticamente, o resultado dos testes apresentaram p.= ,422 para o eixo F1 e p.=
,449 para F2, comprovando assim, que não houve diferença significativa entre as realizações
do som vocálico na palavra as, nos dois experimentos que executamos.
TABELA 21: Médias, medianas e D.P (em Barks) de F1 e F2 som vocálico
em as nos EXP. I e II.
EXP. I
EXP. II
Acentuado Não-acentuado
Não-acentuado
F1 F2 F1 F2 F1 F2
Média 5,76 12,75 5,88 12,63 5,72 12,58
Mediana
5,77 12,67 5,85 12,46 5,63 12,74
D. P. 0,56 0,81 0,83 0,90 0,82 0,86
A seguir, temos a FIGURA 34, com a representação gráfica das três realizações
do som vocálico da palavra as. Observando a disposição dos sons produzidos, notamos que o
mesmo espaço vocálico é partilhado pelas realizações nos três contextos, como apontaram os
resultados dos testes estatísticos. Utilizamos as_weak para a realização em contexto não-
acentuado do EXP. I, as_strong para a realização em contexto acentuado do EXP. I e as_livre
para a realização em contexto não-acentuado do EXP. II. Modelo de legenda semelhante foi
utilizado para as figuras subsequentes.
119
FIGURA 34: Realização do som vocálico em as por informante nos EXP. I e II.
A seguir, apresentamos os dados relativos à realização do som vocálico da palavra
funcional that. Analisando os dados da TABELA 22, visualizamos valores muito semelhantes
no tocante ao eixo F1. No Eixo F2, aparentemente, uma diferença maior, sendo que a
realização do som vocálico em contexto não-acentuado do EXP. I apresenta uma média mais
alta. Médias e medianas apresentaram valores aproximados e o D.P. se mostrou semelhante
nas realizações dos diferentes contextos.
TABELA 22: Médias, medianas e D.P (em Barks) de F1 e F2 som vocálico
em that nos EXP. I e II.
Ao aplicarmos a ANOVA, obtivemos os seguintes resultados: p.= ,860 para F1 e
p.< ,001 para o eixo anterior-posterior, F2. Portanto, ao compararmos as três realizações do
som vocálico presente em that, os testes estatísticos indicaram diferenças significativas
apenas para F2. Os valores de F1 se mostraram semelhantes. Para identificarmos em qual dos
contextos de realização do som vocálico se apresentou de forma diferente, ou se essas
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (barks)
Dispersão do som vocálico em as em diferentes contextos
as_weak
as_strong
as_livre
EXP. I
EXP. II
Acentuado
Não-acentuado Não-acentuado
F1 F2 F1 F2 F1 F2
Média 6,03 12,94 5,99 12,51 6,02 12,64
Mediana
6,09 13,07 6,01 12,61 5,95 12,89
D. P. 0,68 0,79 0,67 0,73 0,64 0,78
120
diferenças se encontravam apenas entre a realização em contexto acentuado e não-acentuado
do EXP.I, como já havíamos constatado na seção 5.2, realizamos, em conjunto com a
ANOVA, o teste de Bonferroni, análise estatística semelhante ao teste t, porém aplicado na
comparação entre três ou mais variáveis.
Na comparação entre as realizações do som vocálico em contexto não-acentuado
do EXP I e a realização em contexto não-acentuado do EXP. II, obtivemos p.= ,446,
demonstrando que a realização do som vocálico de that se mostrou semelhante nos dois
experimentos que aplicamos. Comparando a realização do som vocálico no EXP. II com a
realização acentuada do EXP.I, o Bonferroni apresentou p.= ,007, confirmando que houve
diferenças significativas entre os contextos realizações. Desse modo, o EXP. II confirmou os
resultados obtidos na comparação entre as realizações do EXP. I, uma vez que a diferenças
entre as realizações em contexto acentuado e não-acentuado, para F2 permaneceram, na
comparação inter-experimentos.
A comparação entre as realizações do som vocálico de that nos diferentes
contextos é apresentada na FIGURA 35. Visualmente, percebe-se que a dispersão no eixo F2
é maior para a realização em contexto acentuado do EXP. I, quando comparada as outras duas
realizações. Entretanto, mesmo com diferenças significativas, ainda é possível perceber a
representação de cada produção do som vocálico ocupando um espaço vocálico semelhante.
FIGURA 35: Realização do som vocálico em that por informante nos EXP. I e II.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico de that em diferentes contextos
that_weak
that_strong
that_livre
121
A TABELA 23 apresenta os dados relativos à realização do som vocálico em at
nos dois experimentos. Comparando os valores apresentados, notamos que, no que se refere
ao eixo F1, os valores apresentados são bastante semelhantes. Quanto aos valores de F2,
visualizamos uma pequena diferença. Para identificarmos se as diferenças apresentadas são,
de fato, significativas, aplicamos uma ANOVA. Os resultados obtidos foram: p.= ,161, na
comparação entre os valores apresentados por F1, e p.= ,011 na comparação realizada para
F2. Portanto, as realizações do som vocálico em at não apresentaram diferenças significativas
para o eixo F1, nos três contextos. Entretanto, na comparação de F2, a ANOVA apresentou
diferença significativa entre as realizações dos diferentes contextos do EXP I e II, sendo p.=
,011. Desse modo, utilizamos, então, o teste Bonferroni para identificar onde se apresenta esta
diferença.
Sabemos que no EXP. I, ao compararmos as realizações em contexto acentuado e
não-acentuado, encontramos diferenças significativas para o eixo F2. Realizando, agora, uma
comparação entre os experimentos, obtivemos p.= , 014 para a comparação entre a realização
em contexto não-acentuado do EXP. I e a realização em contexto não acentuado do EXP. II.
Comparando a realização do EXP. II com a realização em contexto acentuado do EXP. I,
encontramos p.= 1,00.
Destarte, esta comparação evidenciou que a realização do som vocálico em
contexto não-acentuado no EXP. II, no tocante ao eixo F2, é semelhante à realização em
contexto acentuado do EXP. I. No tocante ao eixo F1, observamos que não houve diferenças
significativas entre as realizações dos contextos aqui comparados.
TABELA 23:
Médias, medianas e D.P (em Barks) de F1 e F2 do som vocálico
em at nos EXP. I e II.
EXP. I
EXP. II
Acentuado
Não-acentuado Não-acentuado
F1 F2
F1 F2 F1 F2
Média 6,02 12,98 5,96 12,69 6,12 12,95
Mediana
5,99 12,96 6,06 12,91 6,23 13,20
D. P. 0,65 0,78 0,72 0,73 0,73 0,75
A FIGURA 36 ilustra a discussão apresentada acima. O espaço ocupado pelos
sons realizados por nossos informante é praticamente o mesmo, sendo que a dispersão
apresentada no eixo F2 da realização em contexto acentuado do EXP. I se mostra de forma
diferente, em relação às realizações dos outros contextos. Certamente, refletindo o fato de
diferenças significativas terem sido encontradas neste eixo.
122
FIGURA 36: Realização do som vocálico em at por informante, nos EXP. I e II.
A seguir, apresentamos a TABELA 24 que contém os dados das realizações do
som vocálico na palavra funcional but. Observando os valores que compõem a tabela,
percebemos que as três realizações do som vocálico em but apresentam valores de F1 e F2
muito semelhantes. Comparando os valores de médias e medianas, é possível perceber que a
realização em contexto não-acentuado do EXP. I foi a que apresentou maior diferença. O D.P
apresentou valores aproximados nas realizações de cada contexto aqui discutidos.
Entretanto, ao aplicarmos a ANOVA, chegamos à conclusão de que houve
diferença significativa entre as realizações do som vocálico, sendo p.= ,032 para o eixo F1 e
p.= ,623 para F2. Assim, as realizações do som vocálico em but, considerando os diferentes
contextos analisados, apresentaram diferenças significativas apenas em um dos eixos, no caso
F1.
Com o objetivo de identificarmos qual contexto contribuiu para esta diferença,
utilizamos o teste Bonferroni. Comparando a realização do som vocálico em contexto não-
acentuado do EXP. I com a realização em contexto não-acentuado do EXP. II, encontramos
p.= ,004. Na comparação entre a realização em contexto acentuado do EXP. I e a realização
em contexto não-acentuado EXP. II encontramos p.= 1,00. Esses resultados comprovam que a
realização do EXP II, no que diz respeito ao eixo F1, não apresentou diferença significativa na
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico de at em diferentes contextos
at_weak
at_strong
at_livre
123
comparação com a realização em contexto acentuado do EXP. I. Porém, ocorreu diferença
significativa entre as realizações em contexto não-acentuado dos dois experimentos.
TABELA 24: Médias, medianas e D.P (em Barks) de F1 e F2 do som vocálico
em but nos EXP. I e II.
EXP. I
EXP. II
Acentuado Não-acentuado Não-acentuado
F1 F2 F1 F2 F1 F2
Média 5,64 10,93 5,35 11,03 5,74 11,00
Mediana
5,39 10,84 5,08 10,84 5,59 10,93
D. P. 1,07 0,73 0,94 0,88 0,86 0,77
A disposição dos sons vocálicos produzidos por nossos informantes na realização
de but é ilustrada na FIGURA 37. Visualmente, os sons produzidos ocupam praticamente o
mesmo espaço vocálico, embora os testes estatísticos tenham apresentado diferença
significativa. Outro aspecto que merece ser lembrado diz respeito às análises realizadas com o
EXP. I. Embora a realização em contexto não-acentuado do EXP. II tenha se mostrado
diferente da realização em contexto não-acentuado do EXP. I e semelhante à realização em
contexto acentuado deste mesmo experimento, é válido salientar que na comparação entre
estas últimas não houve diferenças significativa para nenhum dos eixos. Em outros termos, o
som vocálico da palavra but apresentou diferenças acústico-articulatórias entre a realização
em contexto não-acentuado do EXP. I e a realização em contexto não-acentuado do EXP.II.
As realizações nos dois contextos do EXP.I não apresentaram diferenças significativas entre
elas
124
FIGURA 37: Realização do som vocálico em but por informante nos EXP. I e II.
Temos, a seguir, a TABELA 25 composta pelos dados da realização do som
vocálico da palavra funcional of. Relembrando a comparação entre os dados do EXP. I, o som
vocálico da palavra of não apresentou diferenças significativas para ambos os eixos. Na
comparação entre os dados dos dois experimentos, é possível perceber, a priori, que o valor
de F2 da realização em contexto não-acentuado do EXP. II se apresentou bem mais alto do
que aqueles apresentados pelas realizações nos dois contextos do EXP.I. Quanto às médias e
as medianas, seus valores apresentaram-se bem próximos. O D.P. demonstrou uma dispersão
menor para a realização em contexto não-acentuado do EXP.I em comparação com as demais
realizações.
De acordo com a ANOVA, ao compararmos os dados dos três contextos,
obtivemos p.= ,257 para F1 e p.< ,001 para F2. Desse modo, podemos afirmar que,
estatisticamente, as realizações do som vocálico presente em of diferem entre si somente para
o eixo F2. No eixo F1, os valores se apresentaram bastante semelhantes.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico de but em diferentes contextos
but_weak
but_strong
but_livre
125
TABELA 25: Médias, medianas e D.P. (em Barks) de F1 e F2 do som vocálico
em of nos EXP. I e II.
Considerando o fato da produção do som vocálico de ofo ter apresentado
diferença significativa tanto para F1 quanto para F2, na comparação entre os dados do EXP. I,
pressupomos que a diferença se deu entre a realização em contexto acentuado do EXP. I e a
realização em contexto não-acentuado do EXP. II. Para investigar esta pressuposição,
utilizamos os resultados dos testes Bonferroni. Primeiramente, a comparação entre os dados
da realização em contexto não-acentuado do EXP II com a realização em contexto não-
acentuado do EXP. I, apresentou p.= ,012. Em seguida, comparamos a realização do som
vocálico em contexto não-acentuado do EXP.II com a realização deste em contexto acentuado
do EXP. I e obtivemos p.< ,001. Com estes resultados, podemos afirmar que o som vocálico
em of apresentou diferença significativa para F2, quando comparada a realização não-
acentuada do EXP.II com as realizações nos diferentes contextos do EXP.I.
Desse modo, of foi a única palavra que apresentou diferenças significativas na
comparação entre as realizações nos dois contextos do EXP I e a realização em contexto não-
acentuado do EXP. II, apenas em um dos eixos. Este fato nos mostrou um comportamento
diferente do som vocálico presente nesta palavra funcional, em relação aos outros aqui
discutidos. A possibilidade que cogitamos diz respeito à previsibilidade da palavra funcional,
que teria sido proporcionada pela palavra antecedente. No EXP. I, as palavras que
antecederam a preposição of foram friend e write. No texto de apoio que utilizamos no EXP.
II a palavra que antecedeu of foi afraid. Considerando que este adjetivo (afraid)
frequentemente aparece seguido da preposição of, supomos que este fato tenha contribuído
para a diferença encontrada entre o experimento realizado em vel controlado (EXP. I) e
aquele realizado com a fala espontânea (EXP. II). De acordo com Jurafsky, Bell, Gregory,
Raymond (2001), palavras previsíveis possuem uma tendência natural a apresentar redução
vocálica. A redução vocálica, de fato, não ocorreu na realização da palavra of na fala
espontânea de nossos informantes. Contudo, ocorreu uma variação fonética, considerada
estatisticamente significativa, demonstrando que no eixo F2 ocorreu uma diferença acústico-
EXP. I EXP. II
Acentuado Não-acentuado Não-acentuado
F1 F2 F1 F2 F1 F2
Média 6,21
9,47
6,28
9,73
6,12
10,34
Mediana
6,21
9,62
6,01
9,89
6,18
10,31
D. P. 0,57
0,54
0,68
0,80
0,68
0,86
126
articulatória na realização do som vocálico de of, ao compararmos a produção em nível
controlado com a produção em fala espontânea.
A seguir, temos a FIGURA 38 que apresenta a disposição dos sons vocálicos
produzidos nos dois experimentos que realizamos. Ilustrando os resultados apresentados pelos
testes estatísticos, é possível visualizar a diferença encontrada no eixo F2. A realização do
som vocálico de of, no EXP. II, ocupa um espaço muito maior em comparação com as
realizações nos diferentes contextos do EXP. I.
FIGURA 38: Realização do som vocálico em of por informante nos EXP. I e II.
Retomando os resultados discutidos nesta seção, tivemos:
a) A realização do som vocálico na palavra funcional as não apresentou
diferenças significativas, quando comparadas as realizações nos dois
contextos do EXP. I e a realização em contexto não-acentuado do EXP. II;
b) Na comparação entre as realizações do som vocálico na palavra funcional that,
ocorreu diferença significativa apenas para o eixo F2, sendo que os testes
Bonferroni somente apontaram diferenças significativas entre a realização em
contexto acentuado do EXP. I e a realização em contexto não-acentuado do
EXP. II;
c) Na comparação entre as realizações do som vocálico na palavra funcional at,
ocorreu diferença significativa apenas para o eixo F2, sendo que os testes
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0246810121416
F1 (Barks)
F2 (Barks)
Dispersão do som vocálico de of nos EXP. I e II
of_weak
of_strong
of_livre
127
Bonferroni somente apontaram diferenças significativas entre a realização em
contexto não-acentuado do EXP. I e a realização em contexto não-acentuado
do EXP. II;
d) Na comparação entre as realizações do som vocálico na palavra funcional but,
ocorreu diferença significativa apenas para o eixo F1, sendo que os testes
Bonferroni somente apontaram diferenças significativas entre a realização em
contexto não-acentuado do EXP. I e a realização em contexto não-acentuado
do EXP. II;
e) Na comparação entre as realizações do som vocálico na palavra funcional of,
ocorreu diferença significativa apenas para o eixo F2, sendo que os testes
Bonferroni apontaram diferenças significativas entre as realizações nos dois
contextos do EXP. I e a realização em contexto não-acentuado do EXP. II;
Considerando os resultados alcançados por nossa pesquisa, no que se refere ao
EXP. II, percebe-se que na produção de nossos informantes, as realizações em contexto de
fala espontânea não se diferenciaram completamente daquelas realizadas no EXP. I, ocorrido
em contexto de produção monitorado. Como vimos, praticamente todas as realizações dos
sons vocálicos apresentaram semelhanças entre a realização em contexto não-acentuado do
EXP. II e a realização em um dos contextos do EXP. I. O som vocálico da palavra funcional
of foi o único que apresentou diferenças significativas entre as realizações dos contextos
envolvidos no EXP. I e a realização em contexto não-acentuado do EXP. II, apenas para o
eixo F2.
Destarte, as comparações entre os experimentos realizados serviram para
corroborar os resultados obtidos na análise dos dados do EXP. I, uma vez que os nossos
informantes não apresentaram diferenças significativas entre as realizações em contexto
monitorado e àquelas em contexto de fala espontânea. Entretanto, é valido salientar que a fala
espontânea é tida como mais propícia a apresentar redução vocálica (WATKINS, 2006;
FRAGOZO, 2010). Desse modo, os resultados apresentados nos levam a reafirmar a
dificuldade encontrada por estudantes de nível intermediário em aplicar a redução vocálica ao
fazerem uso ILE, seja em fala monitorada ou em fala espontânea.
5.5 Características de D
uração dos
Inglês no EXP.II.
Nesta seção, analisamos e discutimos as características de duração dos sons
vocálicos pres
entes em palavras funcionais do
EXP. II
. As palavras analisadas nesta seção são
anteriormente, utilizamos
facilitar a produção de
nossos informante
informantes poderiam não produzir um
analisarmos as características de duração das palavras funcionais re
acentuado do
EXP. II, comparamos estas característ
realizações dos dois contextos do
corroboram as análises realizadas na seção 5.3 .
Primeiramente, o GRÁFICO 13 apresenta as características de duração do som
vocálico presente em as
. São apresentados os valores referentes às realizações
dos grupos mascul
ino e feminino. Observando o grupo masculino, percebemos que
realização
do som vocálico
em relação à sua
realização
em contexto não-acentuad
o
do
EXP.II se apresentou ligeiramente mais longa.
GRÁFICO 13
: Duração do som vocálico em
0
50
Duração do som vocálico de
Mulheres
homens
uração dos
Sons Vocálicos Presentes em P
alavras
Nesta seção, analisamos e discutimos as características de duração dos sons
entes em palavras funcionais do
Inglês
, realizadas por estudantes de ILE
. As palavras analisadas nesta seção são
as, at, that, but e
of
um número reduzido de palavras funcionais
nossos informante
s. Como utilizamos a
fala
informantes poderiam não produzir um
número maior de palavras
analisarmos as características de duração das palavras funcionais re
alizadas
EXP. II, comparamos estas característ
icas com aquelas apresentadas
realizações dos dois contextos do
EXP.I, a fim de verificarmos se os re
corroboram as análises realizadas na seção 5.3 .
Primeiramente, o GRÁFICO 13 apresenta as características de duração do som
. São apresentados os valores referentes às realizações
ino e feminino. Observando o grupo masculino, percebemos que
do som vocálico
em contexto não-acentuado do
EXP. II apresentou menor duração
realização
em contexto acentuado
do EXP. I. Comparando com
o
do EXP. I, a duração do som vocálico
no contexto não
EXP.II se apresentou ligeiramente mais longa.
: Duração do som vocálico em
as
por grupo de informantes
nos EXP. I e II.
50
100 150 200
163
105
196
178
184
118
duração em ms.
Duração do som vocálico de
as
em diferente
contextos
Mulheres
homens
128
alavras
Funcionais do
Nesta seção, analisamos e discutimos as características de duração dos sons
, realizadas por estudantes de ILE
no
of
. Como dissemos
um número reduzido de palavras funcionais
com o intuito de
fala
espontânea, nossos
funcionais. Além de
alizadas
em contexto não-
icas com aquelas apresentadas
nas
EXP.I, a fim de verificarmos se os re
sultados obtidos
Primeiramente, o GRÁFICO 13 apresenta as características de duração do som
. São apresentados os valores referentes às realizações
do EXP. I e II,
ino e feminino. Observando o grupo masculino, percebemos que
a
EXP. II apresentou menor duração
do EXP. I. Comparando com
a realização
no contexto não
-acentuado
por grupo de informantes
em diferente
as_livre
as_strong
as_weak
Na comparação
p.= ,001, determinando,
identificarmos onde se encontra tal diferença, aplicamos o teste
realização
do som vocálico
não-acentuado
do EXP. II, encontramos p.= ,013, enquanto que , na comparação entre
realização
do som vocálico de
contexto não-acentuado
do EXP.I
masculino, podemos afirmar que as características de
apresentaram de forma semelhante nas
àquela em contexto não-
acentuad
vocálico em contexto
acentuad
EXP. II
se mostrou significativamente
Analisando, agora, os dados
ANOVA
não apontou diferença significativa entre
EXP. I e II
, sendo p.=,264. Portanto, o grupo feminino realizou as características de duração
do som vocálico presente em
dos contextos utilizados n
os EXP. I e II.
A seguir,
no GR
presente em at
. Comparando as realizações do grupo masculino, é possível perceber que
houve variação entre as médias da
não-
acentuado do EXP.I e a realizaç
resultado do teste estatístico apresentou p.=,103, demonstrando que as
apresentadas não são
signifi
GRÁFICO 14: Duração do som vocálico em
0
Duração do som vocálico de
homens
mulheres
Na comparação
entre as realizações dos doi
s experimentos
assim,
que houve diferença significativa entre
identificarmos onde se encontra tal diferença, aplicamos o teste
Bonferroni
do som vocálico
em contexto acentuado do
EXP. I com a realização
do EXP. II, encontramos p.= ,013, enquanto que , na comparação entre
do som vocálico de
as em contexto não-acentuado do
EXP. II e a realização
do EXP.I
, encontramos p.
= 1,00. Assim, com relação ao grupo
masculino, podemos afirmar que as características de
duração do som vocálico em
apresentaram de forma semelhante nas
realizações em contexto não-
acentuado
acentuad
o do EXP. I.
Na comparação com
acentuad
o do EXP.I, a produção
deste em contexto
se mostrou significativamente
diferente.
Analisando, agora, os dados
relativos às realizações do grupo feminino, a
não apontou diferença significativa entre
as realizações
nos diferentes contextos do
, sendo p.=,264. Portanto, o grupo feminino realizou as características de duração
do som vocálico presente em
as sem diferenças significativas
, ao compararmos
os EXP. I e II.
no GR
ÁFICO
14, temos as características de duração do som vocálico
. Comparando as realizações do grupo masculino, é possível perceber que
houve variação entre as médias da
s
realizações do som vocálico nos contextos acentuado e
acentuado do EXP.I e a realizaç
ão em contexto não-
acentuado do EXP.II
resultado do teste estatístico apresentou p.=,103, demonstrando que as
signifi
cativas.
GRÁFICO 14: Duração do som vocálico em
at
por grupo de informantes
nos EXP. I e II.
50 100 150 200
123
91
178
129
143
113
duração em ms.
Duração do som vocálico de
at
em diferentes
contextos
at_livre
at_strong
at_weak
homens
mulheres
129
s experimentos
, a ANOVA revelou
que houve diferença significativa entre
elas. Para
Bonferroni
. Comparando a
EXP. I com a realização
em contexto
do EXP. II, encontramos p.= ,013, enquanto que , na comparação entre
a
EXP. II e a realização
em
= 1,00. Assim, com relação ao grupo
duração do som vocálico em
as se
acentuado
do EXP. II e e
Na comparação com
a realização do som
deste em contexto
não-acentuado do
relativos às realizações do grupo feminino, a
nos diferentes contextos do
, sendo p.=,264. Portanto, o grupo feminino realizou as características de duração
, ao compararmos
as realizações
14, temos as características de duração do som vocálico
. Comparando as realizações do grupo masculino, é possível perceber que
realizações do som vocálico nos contextos acentuado e
acentuado do EXP.II
. Entretanto, o
resultado do teste estatístico apresentou p.=,103, demonstrando que as
diferenças
por grupo de informantes
em diferentes
at_livre
at_strong
at_weak
130
Quanto aos dados do grupo feminino, que apresentou diferenças visivelmente
maiores, a ANOVA revelou p.= ,001. O teste Bonferroni foi aplicado com a finalidade de
encontrar quais as realizações que se mostraram significativamente diferentes. Na comparação
entre a realização em contexto não-acentuado do EXP. II e a realização em contexto
acentuado do EXP. I, obtivemos p.= ,075, enquanto que na comparação entre a realização em
contexto não-acentuado do EXP. II com a realização em contexto não-acentuado do EXP. I,
encontramos p.= ,066. Esses resultados demonstram que o som vocálico presente em at foi
realizado no EXP. II de forma semelhante às duas realizações dos dois contextos utilizados no
EXP. I. Nesse caso, as diferenças encontradas dizem respeito à diferença entre a produção do
som vocálico em contexto acentuado e não-acentuado do EXP. I, já discutida na seção 5.3.
Analisando as características de duração do som vocálico presente em that,
percebemos que o grupo masculino apresenta diferenças entre as realizações dos contextos
aqui analisados. A fim de verificarmos se essas diferenças são, de fato, significativas,
aplicamos a ANOVA. O resultado obtido foi de p.= ,023, comprovando que as diferenças
apresentadas são realmente significativas. Na sequência, utilizamos o teste Bonferroni.
Comparando a realização do som vocálico em contexto não-acentuado do EXP. II com a
realização em contexto não-acentuado do EXP. I, encontramos p.= ,691. Na comparação
entre a realização do som vocálico em contexto não-acentuado do EXP. II e a realização em
contexto acentuado do EXP. I, a análise estatística apresentou p.= ,109. Desse modo,
concluímos que a realização do som vocálico de that em contexto não-acentuado do EXP. II
não difere significativamente daquelas em contexto acentuado e não-acentuado do EXP. I. A
única diferença encontrada ocorreu entre a realização do som vocálico em contexto acentuado
e não-acentuado do EXP. I, também discutidos na seção 5.3.
Para o grupo feminino, é possível perceber, por meio da observação do GRÁFICO
15, que a duração do som vocálico de that, na fala espontânea de nossos informantes, se
apresentou de forma semelhante à realização em contexto acentuado e diferente da realização
em contexto não-acentuado do EXP. I. Com o resultado da ANOVA, confirmamos que houve
diferença significativa, sendo p.= ,015. Com a aplicação do teste Bonferroni, comprovamos
que a realização do som vocálico em contexto não-acentuado EXP. II não apresentou
diferenças significativas, quando comparada às realizações nos diferentes contextos do EXP.
I, tendo apresentado p.=,096 na comparação com a realização em contexto não-acentuado do
EXP. I e p.= 1,00 na comparação com a realização em contexto acentuado, também do EXP.
I. Portanto, a diferença encontrada na ANOVA diz respeito à diferença entre a realização do
som vocálico em contexto acentuado e não-acentuado do EXP. I. Observando o GRÁFICO
15,
que apresenta os resulta
som vocálico
em contexto acentuado
acompanha da realiza
ção em contexto não
em contexto não-ace
ntuado do EXP. I (
GRÁFICO 15
: Duração do som vocálico em
Analisando os dados dispostos no GRÁFICO 16, sobre a realização do som
vocálico presente em but
, not
as realizações de cada contexto aqui analisado
maneira significativa aplicamos a ANOVA, cujo resultado mostrou p.= ,007. Nesse caso,
podemos afirm
ar que há diferenças significativas entre
nos contextos acentuado e não
do EXP.II. Utilizamos,
em seguida
p.= ,568 para a comparação entre
realização em contexto
não
em contexto não-
acentuado
resultados comprovam que a
contexto não-
acentuado do EXP.II
das realizações
em contexto acentuado e não
na ANOVA está relacionada com as realizações do EXP.I, já discutidas anteriormente
Com relação aos dados referentes à produção do grupo feminino, a ANOVA
apresentou p.=,037, indicando que houve variação significativa en
vocálico de but n
os contextos envolvidos no
Bonferroni
, obtivemos os seguintes resultados: a comparação entre
0
50
Duração do som vocálico de
homens
mulheres
que apresenta os resulta
dos referentes aos dois grupos,
percebemos que a realização
em contexto acentuado
do EXP.I (that_strong
) apresenta a m
ção em contexto não
-acentuado do EXP. II (
that_livre
ntuado do EXP. I (
that_weak),
apresentando uma menor duração
: Duração do som vocálico em
that
por grupo de informantes
nos EXP. I e II.
Analisando os dados dispostos no GRÁFICO 16, sobre a realização do som
, not
a-
se que o grupo masculino apresentou durações diferentes para
as realizações de cada contexto aqui analisado
. Para verificarmos se essa variação ocorreu de
maneira significativa aplicamos a ANOVA, cujo resultado mostrou p.= ,007. Nesse caso,
ar que há diferenças significativas entre
as realizações
do
nos contextos acentuado e não
-acentuado do EXP. I e a realização
em contexto não
em seguida
, o teste Bonferroni que apresent
ou o seguinte resu
p.= ,568 para a comparação entre
a realização em contexto não-
acentuado
não
-acentuado do EXP
. I e p.= ,176 na comparação entre
acentuado
do EXP. II e a realização em contexto
acentua
resultados comprovam que a
realização, no grupo masculino,
do som vocálico
acentuado do EXP.II
apresentou características de duração semelhantes àquelas
em contexto acentuado e não
-acentuado do EXP
. I. A diferença apresentada
na ANOVA está relacionada com as realizações do EXP.I, já discutidas anteriormente
Com relação aos dados referentes à produção do grupo feminino, a ANOVA
apresentou p.=,037, indicando que houve variação significativa en
tre
as
os contextos envolvidos no
s EXP.I e EXP.II
. Com a aplicação do
, obtivemos os seguintes resultados: a comparação entre
a realização
50
100 150 200
133
104
196
151
193
132
duração em ms.
Duração do som vocálico de
that
em diferentes
contextos
that_livre
that_strong
that_weak
homens
mulheres
131
percebemos que a realização
do
) apresenta a m
aior duração,
that_livre
) e a realização
apresentando uma menor duração
.
por grupo de informantes
Analisando os dados dispostos no GRÁFICO 16, sobre a realização do som
se que o grupo masculino apresentou durações diferentes para
. Para verificarmos se essa variação ocorreu de
maneira significativa aplicamos a ANOVA, cujo resultado mostrou p.= ,007. Nesse caso,
do
som vocálico em but,
em contexto não
-acentuado
ou o seguinte resu
ltado:
acentuado
do EXP. II e a
. I e p.= ,176 na comparação entre
a realização
acentua
do do EXP. I. Estes
do som vocálico
de but em
apresentou características de duração semelhantes àquelas
. I. A diferença apresentada
na ANOVA está relacionada com as realizações do EXP.I, já discutidas anteriormente
(5.3).
Com relação aos dados referentes à produção do grupo feminino, a ANOVA
as
realizações do som
. Com a aplicação do
teste
a realização
em contexto
em diferentes
that_livre
that_strong
that_weak
não-acentuado
do EXP. II e a realização
,198, enquanto que a comparação entre
a realização em contexto
resultado apresentado pela ANOVA é justificad
do som vocálico em but
nos contextos
GRÁFICO 16, percebemos que a realizaç
EXP.II (but_livre)
apresenta uma dura
acentuado do EXP.I (
but_weak
GRÁFICO 16
: Duração do som vocálico em
A última palavra funcional que compõe esta seção é
apresentado
s no GRAFICO 17, é possível perceber que a realização do som vocálico de
fala espontânea
de nossos informante
quanto para o feminino, apresentou menor duração em relação às realizações
contextos utilizados no
EXP. I.
masculino
referentes aos três contextos
diferenças identificadas
a priori
Bonferroni
, chegamos aos seguintes resultados: a realização
contexto não-acentuado
do EXP. II apresentou diferen
realização em contexto
acentuad
acentuado
do EXP. II não apresentou diferenças significativas
realização em contexto
não
0
50
Duração do som vocálico de
homens
mulheres
do EXP. II e a realização
em contexto acentuado
do EXP
,198, enquanto que a comparação entre
a realização em contexto não-
acentuado
não-acentuado do EXP. I
resultou em p.= 1,00. Desse modo, o
resultado apresentado pela ANOVA é justificad
o pela diferença encontrada entre
nos contextos
acentuado e não-acentuado
do EXP. I.
GRÁFICO 16, percebemos que a realizaç
ão
do som vocálico em contexto não
apresenta uma dura
ç
ão muito aproximada daquela em contexto não
but_weak
).
: Duração do som vocálico em
but
por grupo de informantes
nos EXP. I e II.
A última palavra funcional que compõe esta seção é
of
. Analisando seus dados,
s no GRAFICO 17, é possível perceber que a realização do som vocálico de
de nossos informante
s, relativa ao EXP. II
, tanto para o grupo masculino
quanto para o feminino, apresentou menor duração em relação às realizações
EXP. I.
Ao compararmos estatisticamente
as realizações
referentes aos três contextos
,
a ANOVA apresentou p.< ,001, confirmando
a priori
são realmente significativas. Ao utilizarmos o t
, chegamos aos seguintes resultados: a realização
do som voc
do EXP. II apresentou diferen
ças significativas na co
acentuad
o
do EXP. I, sendo p.= ,003; a realização
do EXP. II não apresentou diferenças significativas
, quando comparada à
não
-acentuado do EXP. I, com p.= ,380.
50
100 150 200
139
85
182
138
141
104
duração em ms.
Duração do som vocálico de
but
em diferentes
contextos
but_livre
but_strong
but_weak
homens
mulheres
132
do EXP
. I resultou em p.=
acentuado
do EXP. II e
resultou em p.= 1,00. Desse modo, o
o pela diferença encontrada entre
a realização
do EXP. I.
Observando o
do som vocálico em contexto não
-acentuado do
ão muito aproximada daquela em contexto não
-
por grupo de informantes
. Analisando seus dados,
s no GRAFICO 17, é possível perceber que a realização do som vocálico de
of, na
, tanto para o grupo masculino
quanto para o feminino, apresentou menor duração em relação às realizações
dos dois
as realizações
do grupo
a ANOVA apresentou p.< ,001, confirmando
que as
são realmente significativas. Ao utilizarmos o t
este
do som voc
álico de of em
ças significativas na co
mparação com a
do EXP. I, sendo p.= ,003; a realização
em contexto não-
, quando comparada à
em diferentes
but_livre
but_strong
but_weak
No tocante aos dados da realização do grupo feminino, a ANOVA apresentou p.<
,001, para a compa
ração entre as médias das três realizações do som vocálico presente em
Com a aplicação do teste
Bonferroni
diferença, encontramos p.= ,084 na comparação entre a
contexto não-acentuado
do EXP. II e a realização
p.= ,002 na comparação entre
EXP. II e a realização
em contexto
análise da produção do grupo feminino revelou que
contexto não-acentuado
do EXP. II
realização
deste em contexto
contexto não-acentuado d
este
GRÁFICO 17
: Duração do som vocálico em
Em suma, as análises realizadas nesta seção apresentaram os resultados a seguir:
a) A
duração do som vocál
EXP. II, apresentou diferenças significativas em
contexto
acentuad
produção do grupo feminino, a duração do
diferenças significativas em comparação às realizações
contextos acentuado e não
b) A
duração do som vocálico
EXP. II, não apresentou diferenças significativas
0
Duração do som vocálico de
homens
mulheres
No tocante aos dados da realização do grupo feminino, a ANOVA apresentou p.<
ração entre as médias das três realizações do som vocálico presente em
Bonferroni
, para identificarmos qual
realização contribuiu para esta
diferença, encontramos p.= ,084 na comparação entre a
realização
do EXP. II e a realização
em contexto não-
acentuad
p.= ,002 na comparação entre
a realização do som voc
álico em contexto não
em contexto
acentuado do EXP. I
. Destarte, podemos afirmar q
análise da produção do grupo feminino revelou que
a realização
do som vocálico em
do EXP. II
apresentou diferenças significativas quando comparada
deste em contexto
acentuado do EXP. I e
se mostrou semelhante
este
mesmo experimento.
: Duração do som vocálico em
of
por grupo de informantes
nos EXP. I e II.
Em suma, as análises realizadas nesta seção apresentaram os resultados a seguir:
duração do som vocál
ico em as, realizado
em contexto não
EXP. II, apresentou diferenças significativas em
comparação
acentuad
o do EXP. I,
para o grupo masculino. Na análise da
produção do grupo feminino, a duração do
som vocálico
diferenças significativas em comparação às realizações
contextos acentuado e não
-acentuado no EXP.I;
duração do som vocálico
em at, realizado
em contexto não
EXP. II, não apresentou diferenças significativas
50 100 150 200
133
94
181
142
118
78
duração em ms.
Duração do som vocálico de
of
em diferentes
contextos
homens
mulheres
133
No tocante aos dados da realização do grupo feminino, a ANOVA apresentou p.<
ração entre as médias das três realizações do som vocálico presente em
of.
realização contribuiu para esta
realização
do som vocálico em
acentuad
o do EXP. I, e
álico em contexto não
-acentuado do
. Destarte, podemos afirmar q
ue a
do som vocálico em
of em
apresentou diferenças significativas quando comparada
à
se mostrou semelhante
à realização em
por grupo de informantes
Em suma, as análises realizadas nesta seção apresentaram os resultados a seguir:
em contexto não
-acentuado no
comparação
à realização em
para o grupo masculino. Na análise da
som vocálico
em as não apresentou
diferenças significativas em comparação às realizações
do som vocálico nos
em contexto não
-acentuado no
EXP. II, não apresentou diferenças significativas
em comparação às
em diferentes
of_livre
of_strong
of_weak
134
realizações do som vocálico nos contextos acentuado e não-acentuado no
EXP.I, para os grupos masculino e feminino;
c) A duração do som vocálico em that, realizado em contexto não-acentuado no
EXP. II, não apresentou diferenças significativas em comparação às
realizações do som vocálico nos contextos acentuado e não-acentuado no
EXP. I, tanto para o grupo masculino quanto para o grupo feminino;
d) A duração do som vocálico em but, realizado em contexto não-acentuado no
EXP. II, não apresentou diferenças significativas em comparação às
realizações do som vocálico nos contextos acentuado e não-acentuado no
EXP.I, tanto para o grupo masculino quanto para o grupo feminino;
e) A duração do som vocálico em of, realizado em contexto não-acentuado no
EXP. II, apresentou diferenças significativas em comparação à realização do
som vocálico no contexto acentuado no EXP.I, para os grupos feminino e
masculino.
Por fim, os resultados obtidos com a comparação inter-experimentos corroboram
os resultados alcançados com a análise dos dados relativos ao EXP. I: os nossos informantes
de pesquisa, por vezes, realizaram as diferenças de duração entre os sons vocálicos de
palavras funcionais produzidas em contexto acentuado e àqueles produzidos em contexto não-
acentuado.
Na visão de autores como Marusso (2003) Watkins (2006) e Fragozo (2010), a
produção em fala espontânea, assim como o registro ou a velocidade de fala interferem na
aplicação da redução vocálica. Pode-se dizer, portanto, que a fala espontânea é, por natureza,
mais propicia a apresentar redução vocálica. Entretanto, a comparação entre os dados
referentes às características de duração dos sons vocálicos presentes nas palavras as (somente
a realização do grupo feminino), at, that, but e of, realizadas em contexto não-acentuado do
EXP. II não se mostraram diferentes daqueles realizados nos contextos envolvidos no EXP. I.
Esse fato nos leva a pressupor que, tratando-se de estudantes em nível intermediário, a fala
espontânea não apresenta grandes diferenças em comparação à fala monitorada.
135
5.6 Resumo
Neste capítulo, apresentamos uma descrição detalhada à respeito das característica
acústico-articulatórias e de duração dos sons vocálicos presentes em palavras funcionais,
realizadas por estudantes brasileiros de ILE. A primeira seção (5.2) descreve e compara, os
sons vocálicos presente em palavras funcionais realizadas em contexto acentuado e não-
acentuado do EXP. I.
Na segunda seção (5.3), descrevemos e comparamos as características de duração
pertinentes aos sons vocálicos presentes em palavras funcionais realizadas em contexto
acentuado e não-acentuado do EXP. I. Nestas duas seções, Foram analisados os sons
vocálicos presentes em as, at, but, could, do, does, should, of, that e us.
Na seção seguinte (5.4), descrevemos as características acústico-articulatórias dos
sons vocálicos de as, at, that, but e of, realizados na fala espontânea (EXP. II) e, em seguida,
comparamos com os dados obtidos pelo EXP. I.
Na seção posterior (5.5), descrevemos as características de duração pertinentes
aos sons vocálicos presentes em as, at, that, but e of, realizados no EXP. II e, em seguida
comparamos com os dados do EXP. I.
Nosso próximo capítulo apresenta as considerações finais da presente pesquisa.
136
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como objetivo geral investigar as características acústico-
articulatórias de sons vocálicos presentes em palavras funcionais, realizadas por
estudantes de ILE, em contexto acentuado e não-acentuado. Considerando a redução
vocálica como o principal fenômeno fonético-fonológico capaz de diferenciar as
palavras funcionais realizadas em contexto não-acentuado daquelas realizadas em
contexto acentuado, nossa pesquisa visou responder as seguintes questões: estudantes
brasileiros de ILE realizam os sons vocálicos presentes em palavras funcionais
realizadas em contexto não-acentuado de forma distinta daqueles presentes em palavras
funcionais realizadas em contexto acentuado? As características acústico-articulatórias
dos sons vocálicos produzidos em contexto não-acentuado apresentam alguma
semelhança com a vogal reduzida /´/, realizada por falantes de Inglês como ngua
materna?
Para atingirmos nosso objetivo, assim como para responder às questões
acima apresentadas, determinamos os seguintes objetivos específicos:
a) descrever e comparar as características formânticas dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais realizadas por estudantes de ILE, em
contexto acentuado e não-acentuado;
b) comparar as características acústico-articulatórias dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais, realizadas por estudantes de ILE em
contexto não-acentuado, com as características acústico-articulatórias
da vogal /´/, realizada por falantes do Inglês como língua materna.
c) descrever e comparar as características de duração dos sons vocálicos
presentes em palavras funcionais realizadas por estudantes de ILE, em
contexto acentuado e não-acentuado;
Para desenvolvermos a pesquisa em questão, selecionamos duas teorias que
nos forneceram o suporte necessário para operacionalizar os objetivos apresentados, a
saber, a Teoria Acústica de Produção da Fala e a Teoria das Vogais Cardeais. Para
promovermos uma discussão a respeito dos preceitos que regem estas teorias, assim
como argumentarmos sobre a aplicabilidade destas na análise de sons vocálicos,
fizemos uso, principalmente, dos trabalhos de Ladefoged (1962), Clark e Yallop (1990),
137
Kent e Read (1992), Marusso (2003) e Barboza (2008). A discussão em torno dessas
teorias é apresentada em nosso aporte teórico.
Em seguida, apresentamos uma descrição acústico-articulatória dos sons
vocálicos da língua inglesa, mais especificamente, da variedade utilizada nos Estados
Unidos, denominada de General American. Quanto aos dados acústicos, utilizamos as
pesquisas de Clopper, Pisoni e Jong (2005) e Marusso (2003). Também definimos e
descrevemos a utilização das palavras funcionais do Inglês e um dos principais
fenômenos fonético-fonológicos envolvidos em sua produção: a redução vocálica.
Discutimos também aspectos relacionados ao ritmo linguístico do Inglês e do PB.
Enfim, apresentamos um panorama sobre as principais pesquisas relacionadas às
palavras funcionais do Inglês. Foram descritas as pesquisas de Christiano (1984),
Watkins (2006) e Fragozo (2010). Todos esses aspectos são discutidos na revisão da
literatura.
Após a composição do aporte teórico e da discussão promovida em torno do
nosso objeto de estudo, delineamos, assim, a metodologia empregada na presente
pesquisa. Foram desenvolvidos dois experimentos envolvendo palavras funcionais do
Inglês. O primeiro (EXP.I) foi composto por 20 sentenças, em que as todas palavras
funcionais selecionadas foram utilizadas em contexto acentuado e não-acentuado.
Fizeram parte deste experimento 10 sentenças com as palavras funcionais em contexto
acentuado e 10 sentenças com estas mesmas palavras funcionais em contexto não-
acentuado. Neste experimento, solicitamos que nossos informantes lessem as sentenças
elaboradas para que pudéssemos gravar a produção oral de cada um deles e,
posteriormente, analisar os sons vocálicos presentes nas palavras funcionais realizadas.
No segundo experimento (EXP. II), selecionamos apenas 5 das 10 palavras
funcionais utilizadas no experimento anterior, a fim de facilitar a produção de nossos
informantes. Seria inviável utilizar um grande número de palavras funcionais, pois
nossos informantes, provavelmente, não as produziriam. Portanto, elaboramos um
pequeno texto, que serviu apenas de apoio, contendo as palavras funcionais as, at, that,
but e of. No momento da gravação do experimento, os informantes recontaram o texto
livremente, fazendo uso da fala espontânea, sem o auxílio do texto escrito.
O desenvolvimento do EXP. I nos permitiu comparar a realização acentuada
com a não-acentuada, a fim de identificarmos se os informantes de nossa pesquisa são
capazes de produzir diferenças significativas entre as realizações dos sons vocálicos de
palavra funcionais em contexto não-acentuado e acentuado. O EXP. II foi utilizado
138
como forma de verificar se a produção dos sons vocálicos de palavras funcionais na fala
espontânea difere daqueles realizados em contexto de fala monitorado, uma vez que
alguns autores (WATKINS, 2006; FRAGOZO, 2010) sugerem que a redução vocálica é
mais propícia na fala espontânea.
Para apresentar os resultados obtidos, retomaremos as hipóteses levantadas.
A primeira hipótese estabelecida afirma que os sons vocálicos presentes em palavras
funcionais realizadas em contexto não-acentuado não apresentam diferenças
significativas quanto às características acústico-articulatórias quando comparados
àqueles presentes em palavras funcionais realizadas em contexto acentuado. Os
resultados obtidos com as análises acústico-articulatórias e com a aplicação dos testes
estatísticos nos levaram a não confirmar esta hipótese.
Como vimos, a realização dos sons vocálicos presentes em at, that, us,
should e do apresentou diferenças significativas em pelo menos um dos eixos, F1 ou F2,
quando comparados os contextos acentuado e não-acentuado do EXP. I. Somente as
palavras funcionais as, but, does, could e of, na comparação envolvendo os dados das
realizações em contexto acentuado e não acentuado do EXP. I, não apresentaram
diferenças estatísticas significativas, para ambos os eixos.
A segunda hipótese apresentada por esta pesquisa afirma que os sons
vocálicos presentes em palavras funcionais, realizadas em contexto não-acentuado, não
apresentam características acústico-articulatórias semelhantes às da vogal [´], realizada
por falantes do Inglês como língua materna. Comparando as características acústico-
articulatórias dos sons vocálicos presentes nas palavras funcionais realizadas em
contexto não-acentuado do EXP. I com as características acústico-articulatórias da
vogal /´/, realizada por falantes do Inglês como língua materna, verificamos que a
hipótese em questão foi confirmada.
O que nos levou a confirmar esta hipótese foi o fato de as realizações dos
sons vocálicos, presentes em palavras funcionais realizadas por nossos informantes, não
apresentaram um ponto de realização semelhante ao da vogal reduzida /´/, realizada por
falantes do Inglês como língua materna. Os sons vocálicos realizados apresentaram
semelhanças com as vogais plenas /Q, E, , ç, u, U/.
A terceira hipótese desta pesquisa afirma que os sons vocálicos presentes
em palavras funcionais realizadas em contexto não-acentuado não apresentam
diferenças significativas quanto às características de duração quando comparados
139
àqueles presentes em palavras funcionais realizadas em contexto acentuado. Ao
analisarmos as características de duração pertinentes aos sons vocálicos das palavras
funcionais utilizadas em nossa pesquisa, verificamos que as realizações dos sons
vocálicos de as, but, could, do, should, that e of, apresentaram diferenças significativas
entre a realizações em contexto acentuado e não-acentuado do EXP.I. Estes resultados
nos levam a concluir, portanto, que esta hipótese também não foi confirmada.
Diante do exposto, os resultados obtidos pela presente pesquisa nos levam a
pressupor que estudantes de ILE em nível intermediário são capazes de produzir
algumas diferenças significativas, no tocante às características formânticas e de duração,
entre as realizações dos sons vocálicos presentes em palavra funcionais do Inglês,
realizadas em contexto acentuado e não-acentuado. Entretanto, as diferenças sinalizadas
demonstram que a vogal reduzida /´/, que caracteriza a produção de palavras funcionais
em contexto não-acentuado, ainda não é realizada por estes estudantes.
Quanto ao EXP. II, os resultados obtidos neste experimento serviram para
corroborar os resultados alcançados no EXP. I. No tocante às características acústico-
articulatórias, a comparação entre os dados das realizações dos sons vocálicos das
palavras funcionais as, at, that, but e of, em contexto acentuado e não-acentuado,
obtidos no EXP. I, e aqueles referentes às realizações em contexto não-acentuado,
obtidos no EXP. II, evidencia que os sons vocálicos produzidos por nossos informantes,
nos dois experimentos, apresentaram-se bastante semelhantes.
Em relação às características de duração, a comparação entre os sons
vocálicos de palavras funcionais produzidas em contexto acentuado e não-acentuado do
EXP. I com aqueles de palavras funcionais produzidas em contexto não-acentuado do
EXP. II, também confirmaram os resultados obtidos pelo primeiro experimento, tendo
em vista que as características de duração dos sons vocálicos de as, at, that, but e of,
realizadas por nossos informantes, mostram-se semelhantes no dois experimentos.
Portanto, os resultados do EXP. II nos levam a observar que a realização em fala
espontânea (EXP. II) de nossos informantes de pesquisa apresentou semelhanças com a
fala monitorada (EXP. I), contrariando o que vem sendo pregado pela literatura, uma
vez que a fala espontânea é, naturalmente, mais propícia a apresentar redução vocálica.
Destarte, os resultados apresentados nos levam a apresentar algumas
implicações pedagógicas pertinentes ao ensino de ILE e aos sons vocálicos presentes em
palavras funcionais do Inglês. Primeiramente, nosso estudo aponta para a necessidade
140
de professores de ILE trabalharem de forma mais enfática as características pertinentes
aos sons vocálicos de palavras funcionais, produzidas em diferentes contextos
prosódicos, afim de que os estudantes de ILE sejam capazes de realizá-las, assim como
compreender a importância de tais características para o processo de ensino-
aprendizagem dos aspectos prosódicos do Inglês. Como discutimos no capítulo 3, a
produção de palavras funcionais com um som vocálico característico de uma realização
em contexto acentuado pode transmitir uma intenção discursiva diferente daquela
desejada por seu falante, assim como causar mudanças no ritmo característico do Inglês,
contribuir para a manutenção de um sotaque estrangeiro e, até mesmo, dificultar o
processo comunicativo.
Outra consideração pedagógica importante diz respeito à vogal reduzida /´/.
Considerando o fato de nossos informantes de pesquisa não terem produzido o [´] na
realização das palavras funcionais em contexto não-acentuado, como também por esta
ser a vogal mais utilizada em sílabas não-acentuadas (GIEGERICH, 1992), se faz
necessário, portanto, um trabalho sistemático por parte dos professores de ILE, a fim de
que seus estudantes adquiram as características fonético-fonológicas pertinentes à
realização da vogal em questão.
Um aspecto que também não podemos deixar de citar é o ritmo linguístico.
Os estudantes de ILE precisam estar cientes da importância das características rítmicas
da língua em aprendizagem, assim como aprender a aplicá-las ao fazer uso do ILE.
Por fim, os dados de nossa pesquisa não nos permitiram esclarecer todas as
questões relativas à realização dos sons vocálicos de palavras funcionais do Inglês.
Desse modo, apontamos as questões suscitadas ao longo de seu desenvolvimento como
sugestões para estudos posteriores:
a) investigar as características acústico-articulatórias de sons vocálicos de
palavras funcionais do Inglês realizadas por estudantes avançados de
ILE, com o objetivo de verificar se as características pertinentes à vogal
reduzida /´/ são realizadas por estudantes em estágios avançados de
aprendizagem da língua;
b) pesquisas envolvendo a aquisição das características de duração dos sons
vocálicos do ILE, observando as possíveis diferenças relacionadas à
variável gênero;
141
c) o desenvolvimento de estudos envolvendo as características de
frequência fundamental (F0) e duração de sílabas acentuada e não-
acentuadas do PB e do ILE, a fim de verificar qual destas variáveis mais
contribui para a distinção entre os dois contextos;
d) investigar a relação grafo-fonêmica do ortográfico na realização de
sílabas acentuadas e não-acentuadas por estudantes de ILE.
Enfim, após os resultados e considerações aqui apresentados, esperamos que
nossa pesquisa venha contribuir para o desenvolvimento dos estudos relacionados à
produção de palavras funcionais do Inglês, assim como para o desenvolvimento dos
estudos na área da fonética acústico-articulatória em nossa região.
142
REFERÊNCIAS
ABERCROMBIE, D. Elements of general phonetics. Edinburg: Edinburg University Press,
1967.
ABRAÇADO, J. ; COIMBRA, R.L. ; MOUTINHO, L. C. Relação entre acento e entoação
numa variedade do PB: análise de caso de um falante do Rio de Janeiro. In: JORNADAS
CIENTÍFICAS AMPER-POR, I, 2007, Aveiro. Actas.... Santiago: Universidade de Aveiro,
2007. p. 101-114.
ADANK, P.; SMITS, R.; VAN HOUT, R. A comparison of vowel normalization procedures
for language variation research. Journal of the Acoustical Society of America, v. 116, n. 5,
p. 3099-3107, 2004
AUDACITY. Versão 1.2.3. Disponível em <http://audacity.sourceforge.net/>. [S.l.]:
Audacity, 2009.
AVERY, P.; EHRLICH, S. Teaching American English pronunciation. Oxford: Oxford
University Press, 1992.
BARBOSA, P. A.. Syllable-timing in Brazilian Portuguese: uma crítica a Roy Major.
DELTA, v.16, n. 2, p. 369-402, 2000
BARBOZA, C. L. F. Descrição acústica dos sons vocálicos anteriores do inglês e do
português realizados por professores de inglês língua estrangeira no oeste potiguar.
183f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Linguística Aplicada) Universidade Estadual
do Ceará, Fortaleza, 2008.
BISOL, L. O troqueu silábico no sistema fonológico (Um adendo ao artigo de Plínio
Barbosa). DELTA, v.16, n. 2, p. 403-413, 2000.
______. Neutralização das átonas. DELTA, v.19, n. 2, p. 267-276, 2003.
BOERSMA, P.; WEENINK, D. Praat: doing phonetics by computer. Versão 5.1.19. [S.l].
Disponível em <www.praat.org>, 2009.
CAGLIARI, C. L. Acento em português. Série linguística. v. 4. Campinas: Edição do autor,
1999.
CALLOU, D; LEITE, Y. Iniciação à fonética e a fonologia. Rio de janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1990.
CELCE-MURCIA, M.; BRINTON, D.; GOODWIN, J. Teaching pronunciation: a reference
of English speakers of other languages. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
CLARK, J.; YALLOP, C. An introduction to phonetics and phonology. 2 ed.
Massachusetts: Blackwell Publishing, 1990.
143
CLOPPER, C. G.; PISONI, D. B.; JONG, K. de. Acoustic characteristics of the vowel
systems of six regional varieties of American English. Journal of the Acoustical Society of
America, v. 118, n. 03, p. 1661-1676, 2005.
CHRISTIANO, M. E. A. Weak forms as a problem area for Brazilian students of English.
99f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 1984.
______. A pronúncia das formas fracas em inglês: um problema para alunos brasileiros.
Boletim da ABRALIN, v. 26, n. Especial – II, p. 417-418, 2001.
CRYSTAL, D. Dicionário de linguística e fonética. São Paulo. Jorge Zahar Editora, 2000.
DANCEY, Christine P.; REIDY, John. Estatística sem matemática para psicologia: usando
SPSS para Windows. Porto Alegre: Artmed, 2006.
DUBOIS, J.; GIACOMO, M.; GUESPIN, L.; MARCELLESI, C.; MARCELLESI, J.;
MEVEL, J. Dicionário de linguística. 9ed. São Paulo: Cultrix, 2004.
DESLANDES, S. F. A construção do projeto de pesquisa. In: MINAYO, Maria Cecília
Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. São Paulo: Vozes, 1998.
FRAGOZO, C. S. A redução vocálica em palavras funcionais produzidas por falantes
brasileiros de inglês como língua estrangeira. 187f. Dissertação (Mestrado em Linguística)
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
FROTA, S.; VIGÁRIO, M.; MARTINS, F. Discriminação entre línguas: evidência para
classes rítmicas. In: XIII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística.
Actas.... Lisboa, p. 51-60, 2001.
FRY, D. B. Duration and Intensity as Physical Correlates of Linguistic Stress. Journal of the
Acoustical Society of America, v. 27, n. 4, p. 765-768 ,1955.
GIEGERICH, H. J. English phonology: an introduction. Cambridge: Cambridge University
Press, 1992.
INTERNATIONAL PHONETIC ASSOCIATION. Handbook of the International
Phonetic Association. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
JONES, D. The pronunciation of English. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.
JURAFSKY, D.; BELL, A.; GREGORY, M.; RAYMOND, W. D. Probabilistic relations
between words: Evidence from reduction in lexical production. In J. Bybee & P. Hopper
(eds.). Frequency and the emergence of linguistic structure. Amsterdam: Benjamins. 229
254, 2001
KENT, R. D.; READ, C. The acoustic analysis of speech. San Diego: Singular, 1992.
144
KLATT, D. H. Linguistic uses of segmental duration in English: acoustic and perceptual
evidence. Journal of the Acoustical Society of America, v. 59, n. 5, p. 1210-1221, 1976.
KREIDLER, W. C. The pronunciation of English: a course book. 2 ed. Massachusetts:
Blackwell Publishing, 1989.
LADEFOGED, P. Elements of acoustic phonetics. Chicago: The University of Chicago
Press, 1962.
______. [A spectrogram of the words heed, hid, head, had, hod, hawed, hood, who’d as
spoken by a male speaker of American English]. 1 figura p&b. 2005. Disponível em:
<http://hctv.humnet.ucla.edu/departments/linguistics/VowelsandConsonants/course/chapter8/
8.3.htm>. Acesso em 02 junho 2009.
LEE, B.; GUION, S. G.; HARADA, T. Acoustic analysis of the production of unstressed
english vowels by early and late korean and japanese bilinguals. Studies in Second
Language Acquisition, v. 28, p. 487-513, 2006.
LEMKE, S.; TREMBLAY, A.; TUCKER, B. V. Function words of lexical bundles: the
relation of frequency and reduction. Proceedings of Meetings on Acoustics, v. 6, p. 1-9,
2009.
MAJOR, R. C. Stress-timing in brazilian portuguese. Journal of phonetics, n. 9, p. 343-351,
1981.
MARUSSO, A. S. Redução vocálica: estudo de caso no português brasileiro e no inglês
britânico. 513f. Tese (Doutorado em Linguística) Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2003.
______. Princípios básicos da teoria acústica de produção da fala. Revista de estudos da
linguagem, v. 13, n. 1, p. 20-43, 2005.
MASSINI-CAGLIARI, G. Acento e ritmo. São Paulo: Contexto, 1992.
MIGLIORINI, L. Considerações sobre o papel dos processos fonológicos lexicais e pós-
lexicais na classificação de ritmo do Português Brasileiro. IN: IX FELIN: IX Fórum de
Estudos Linguísticos: Língua, Educação e Mudança & I Colóquio de Semiótica: Mundos
Semióticos Possíveis. Atas do... [CD-ROM]. 1 ed. Rio de Janeiro: Publicações Dialogarts, v.
1, p. 1-11, 2007.
ORION, G. F. Pronouncing American English: sounds, stress and intonation. 2 ed. New
York: Heinle & Heinle, 1997.
ROACH, P. English Phonology: a practical course. Cambridge: Cambridge University Press,
1983.
RAUBER, A. S. Perception and production of English vowels by Brazilian EFL
speakers. 203f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2006.
145
RICHARDS; J. C.; RODGERS, T. S. Approaches and methods in language teaching: a
description and analysis. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.
SELKIRK, E. The prosodic structure of function words. University of Massachusetts
Occasional Papers, n. 18, 439-470, 1995.
SILVA, T. C. A. O método das vogais cardeais e as vogais do português brasileiro. Revista
de estudos da linguagem, v. 8, n. 2, p. 127-153, 1999.
SIL INTERNATIONAL.
______. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. São
Paulo: Contexto, 2001.
______. Pronúncia do inglês para falantes do português brasileiro: os sons. Belo
Horizonte: FALE/UFMG, 2005.
SILVA, T.; MARUSSO, A. A Contrastive Analysis of Schwa in English and Portuguese. In:
RAUBER, A. S., WATKINS, M. A.; BAPTISTA, B. O. (Eds.). New Sounds 2007:
Proceedings of the Fifth International Symposium on the Acquisition of Second Language
Speech. Florianopolis: UFSC, 2007.
SPSS. SPSS for Windows. Versão: 16.0. [S.l.], 2007.
SUDO, M. M. Acoustic features in the perception of weak forms by Japanese learners of
English. Journal of Health and Sports Science Juntendo University, v. 4, p. 143-149,
2000.
SYRDAL. A. K.
Acoustic variability in spontaneous conversational speech of American
English talkers. In: International Conference on Spoken Language Processing ‘96.
Proceedings of…. Philadelphia, p. 438-441, 1996.
TENANI, L. Considerações sobre a relação entre processos de sândi e ritmo. Estudos da
Língua(gem). v. 2, p. 105-122, 2006.
THIES, A. [Função de transferência do trato vocal]. 1 figura color. 2005a. Disponível em:
<http://www.spectrum.uni-bielefeld.de/~thies/HTHS_WiSe2005-06/session_05.html>.
Acesso em: 30 março 2009.
______. [Relação entre o espaço vocálico acústico e articulatório]. 1 figura color. 2005b.
Disponível em: <http://www.spectrum.uni-bielefeld.de/~thies/HTHS_WiSe2005-
06/session_05.html> Acesso em: 30 março 2009.
TONELI, P.M. A palavra prosódica em português brasileiro: um estudo sobre o estatuto
prosódico das palavras funcionais. In: Seminário de Teses em Andamento. Anais do..., n. 1,
p. 429-434, 2007.
TRASK. R. L. A dictionary of phonetics and phonology. London: Routledge, 1996.
146
WATKINS, M. A. Variability in the use of weak forms of prepositions. In: BAPTISTA, B.
O.; WATKINS, M. A. (Org.). English with a latin beat: studies in Portuguese/Spanish-
English interphonology. Amsterdam: John Benjamins, 2006. p. 171-183.
WELLS, J. C. Accents of English. 3 vol.. Cambridge: Cambridge University Press, 1982.
ZWICKER, E.; TERHANDT, E. Analytical expressions for critical band-rate and critical
bandwidth as a function of frequency. Journal of the Acoustical Society of America, v. 68,
n. 5, p. 1523-1525, 1980.
147
APÊNDICES
148
APÊNDICE A – Questionário Informantes
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
CENTRO DE HUMANIDADES – CH
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA APLICADA - POSLA
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM LINGÜÍSTICA APLICADA
Prezado (a) Estudante (a),
O presente questionário, parte integrante de minha pesquisa de dissertação do Curso
de Mestrado Acadêmico em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará, tem
como objetivo traçar o perfil dos estudantes de Inglês Língua Estrangeira (ILE) do cleo
Línguas da UECE que se encontram em nível intermediário de aprendizagem e que farão
parte do grupo de informantes da presente pesquisa.
Gostaríamos de enfatizar que a sua participação é de extrema importância para o
desenvolvimento da pesquisa em questão.
Antecipadamente agradeço a sua atenção e colaboração.
1- Identificação
Data: _____/_____/_____
Nome: ______________________________________________________
Fone: _______________________________________________________
E-mail: ______________________________________________________
Idade: ________________ Naturalidade: ___________________________
Cidade onde vive:_____________________ Há quanto tempo: __________
Profissão: ____________________________________________________
Se estudante, em que ano/período está: _____________________________
2. É possuidor de algum problema de audição/fala? Sim ____ Não ____
Qual? ____________________________
3. Qual o seu nível de escolaridade?
Ensino Médio completo ( ) Aluno da graduação ( )
Graduado ( ) Aluno de Pós-Graduação ( )Pós-Graduado ( )
Especificar curso: _____________________________________________
149
4. Relacione as cidades e países para os quais você tenha viajado ou nos quais tenha morado
desde que nasceu:
Cidade e país: ___________________ Duração da estada: __________________
Cidade e país: ___________________ Duração da estada: __________________
Cidade e país: ____________________ Duração da estada: __________________
Cidade e país: ____________________ Duração da estada: __________________
Cidade e país: ____________________ Duração da estada: __________________
5. Em caso de estada em país estrangeiro qual o objetivo principal da viagem? _________
6. Onde os seus pais nasceram? Mencione a cidade / estado.
a) Mãe: ______________________ b) Pai: ________________________
7. Na sua casa se fala outro(s) idioma(s) além do Português? ___________
Especifique qual(is) idioma(s): __________________________________________________
8. No momento, você estuda algum idioma? (excluindo-se o Inglês)
Especifique o(s) idioma(s) e nível (iniciante, intermediário, avançado):
Idioma: ________________, Nível: _____________
Idioma: ________________, Nível: _____________
Idioma: ________________, Nível: _____________
9. Por quanto tempo estudou outro(s) idioma(s)?
Idioma: ________________, Anos: _____________
Idioma: ________________, Anos: _____________
Idioma: ________________, Anos: _____________
10. Quantas horas por semana você estuda o(s) idioma(s)?
Idioma: ________________, Horas por semana: _____________
Idioma: ________________, Horas por semana: _____________
11. Indique, marcando o número correspondente, seu nível de compreensão auditiva e
produção oral no(s) outros idioma(s) que você estuda ou estudou. (0 significa que entende
nada; 5 significa que entende tudo)
Compreensão auditiva: 0 1 2 3 4 5
Produção oral: 0 1 2 3 4 5
12. Há quantos anos você estuda Inglês? (desconsiderar colégio) ______________
13. Que idade tinha quando começou a estudar Inglês? (desconsiderar colégio) ___________
14. Quantas horas por semana você estuda Inglês? _____________
150
15. Indique marcando o número correspondente, seu vel de compreensão auditiva e
produção oral em língua inglesa. (0 significa que fala/compreende nada; 5 significa que fala /
compreende tudo, próximo a um falante nativo deste idioma)
Compreensão auditiva: 0 1 2 3 4 5
Produção oral: 0 1 2 3 4 5
16. Costuma interagir oralmente com outros usuários do ILE em outros horários que não seja
o da sala de aula? Em caso positivo, indique a frequência.
17. O tipo de Inglês que você faz uso é mais próximo do falado em que país?
____ Estados Unidos ____ Inglaterra ____ Outro: qual? _________________
151
APÊNDICE B - Questionário Professor
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
CENTRO DE HUMANIDADES – CH
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA APLICADA - POSLA
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM LINGÜÍSTICA APLICADA
Prezado (a) Professor (a),
O presente questionário, parte integrante de minha pesquisa de dissertação do curso de
Mestrado Acadêmico em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará, tem como
objetivo traçar o perfil dos professores de língua inglesa que atuam nas turmas do curso de
Inglês Língua Estrangeira (ILE) do Núcleo de Línguas da UECE que se encontram em nível
intermediário de aprendizagem e cujos estudantes farão parte do grupo de informantes da
presente pesquisa.
Gostaríamos de enfatizar que a sua participação é de extrema importância para o
desenvolvimento da pesquisa em questão. Informamos que as informações contidas neste
questionário serão mantidas no anonimato.
Antecipadamente agradeço a sua atenção e colaboração.
1 - Identificação
Data: _____/_____/_____
Nome: ______________________________________________________
Fone: _______________________________________________________
E-mail: ______________________________________________________
Idade: ________________ Naturalidade: ___________________________
Cidade onde vive:_____________________ Há quanto tempo: __________
2. Formação: ( ) Graduando Qual o período: ____________
( ) Graduação Completa
( ) Especialização Qual área: __________________________
( ) Mestrado
( ) Doutorado
3. Há quanto tempo atua como professor e ILE?
______________________________________________________________________
152
4. Quais os níveis (iniciante, intermediário, avançado) em que atuou como professor de ILE?
______________________________________________________________________
5. Quais as instituições (cursos livres, escolas públicas, universidades) que trabalhou ou
trabalha?
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________
6. Relacione as cidades e países para os quais você tenha viajado ou nos quais tenha morado
desde que nasceu (período superior a dois meses):
Cidade e país: _____________________, Duração da estada: __________________
Cidade e país: _____________________, Duração da estada: __________________
Cidade e país: _____________________, Duração da estada: __________________
Cidade e país: _____________________, Duração da estada: __________________
Cidade e país: _____________________, Duração da estada: __________________
7. Em caso de estada em país estrangeiro, qual o objetivo principal da viagem?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
8. Indique, marcando o número correspondente, seu nível de proficiência oral em língua
inglesa. (0 significa que fala nada; 5 significa que fala praticamente tudo, próximo a um
falante nativo deste idioma)
0 1 2 3 4 5
9. O tipo de Inglês que você faz uso é mais próximo do falado em que país?
____ Estados Unidos ____ Inglaterra ____ Outro: qual? _________________
10. Considerando as características pertinentes a cada metodologia ou abordagem mencionada
abaixo, determine o grau de utilização de cada uma delas em sua sala de aula (a escala abaixo
representa: 0 = não utilizada; 5 = bastante utilizada).
a) Gramática – Tradução 0 1 2 3 4 5
b) Método Direto 0 1 2 3 4 5
c) Audiolingual 0 1 2 3 4 5
d) Abordagem Comunicativa 0 1 2 3 4 5
11. Costuma fornecer ou indicar áudios contendo falantes nativos para seus alunos?
( ) Não ( ) Sim
153
12. Com que frequência utiliza atividades envolvendo as seguintes habilidades? (A escala
abaixo representa: 0 = não utilizada; 5 = utilizada frequentemente).
a) Listening 0 1 2 3 4 5
b) Reading 0 1 2 3 4 5
c) Writing 0 1 2 3 4 5
d) Speaking 0 1 2 3 4 5
13. Utiliza músicas na língua estrangeira em sua sala de aula?
( ) Não ( ) Raramente ( ) Às vezes ( ) Frequentemente
14. Já participou de algum curso cujo foco fosse os aspectos fonético-fonológicos da Língua
Inglesa?
( ) Não ( ) Sim
Em caso positivo, comente sobre a metodologia e os aspectos explorados.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________
15. Com relação aos aspectos fonético-fonológicos da Língua Inglesa:
( ) Utiliza a Abordagem Intuitiva, procurando imitar os sons e ritmo da língua estrangeira sem
explicitar regras.
( ) Utiliza a Abordagem Analítica, apresentando regras, transcrições fonéticas e características
do sistema fonético-fonológicos da Língua Inglesa.
( ) Utiliza as Abordagens Intuitiva e Analítica.
( ) Não trabalha os aspectos fonético-fonológicos da Língua Inglesa.
154
APÊNDICE C - Experimento I (EXP. I)
As sentenças elencadas a seguir compõem o nosso experimento. Elas apresentam
as palavras funcionais do Ingês em dois contextos diferentes: acentuado (coluna da direita) e
não-acentuado (coluna da esquerda). Somente as apalavras sublinhadas e presentes nas
sentenças em negrito tiveram seus sons vocálicos analisados. As demais frases serão
utilizadas como distratores para desviar a atenção dos informantes do nosso objeto de estudo.
No momento da leitura das sentenças, os informantes receberam a seguinte
instrução: Leia atenciosamente e de forma silenciosa todas as sentenças presentes em cada
cartão. Neste momento, você deve se familiarizar com cada uma delas. Observe que algumas
são afirmativas e outras interrogativas. A seguir, leia a sentenças em voz alta e de forma mais
natural possível. Ao concluir a leitura de todas as sentenças, torne a repetir o procedimento
por mais duas vezes.
As sentenças analisadas estão em negrito com a palavra funcional sublinhada.
I know you stayed at home last night. Write at two times.
They know you are right Say right again.
I know that John bought a flat Write that two times.
I agree they must come. Say must again.
I think you brought us the wrong book. Write us two times.
They think Peter is at home Say Peter again.
I agree we should go by plane Write should two times.
What did you do last night? Say last again.
I know you could find a better one Write could two times.
Where are my sneakers? Say sneakers again.
I met a friend of them at the meeting Write of two times.
I believe she told him the truth. Say truth again.
When does she go to New York? Write does two times.
I think you lost your keys. Say your again.
How do they meet each other? Write do two times.
Where did they go last holiday? Say holiday again.
I think he works as
a driver Write as two times.
They know you are going to London. Say London again.
155
I believed she was really nice but she wasn’t. Write but two times.
What’s the right answer? Say answer again.
156
APÊNDICE D - Experimento II (EXP. II)
Instrução: Leia cuidadosamente o texto a seguir quantas vezes achar necessário.
Tente fixar o maior número de palavras que julgar importante. Em seguida, reconte o texto
sobre Kate e Jonh de forma mais natural possível.
Text
Kate’s husband is called John Smith. He worked as a pilot, but now he’s retired.
Today, he’s going to meet Kate at University. After that, they are going to the movies to see
I’m afraid of the dark. It’s a sort of movie that they really love. John usually says that horror
movies are very exciting and more interesting than others.
As perguntas a seguir nos serviram como questões de apoio para os casos em que
os informantes não produziram as palavras grifadas do texto acima.
Questões de apoio:
1) What movie are Jack and Kate going to see?
2) Did john work as a driver?
3) Where’s John going to meet Kate?
4) What does John usually say about horror movies?
157
APÊNDICE E- Modelo de impressão das sentenças utilizadas no EXP. I
158
APÊNDICE F - Dados do EXP. I
Informantes
as_weak as_strong at_weak at_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. F1
628
2094 211 654
1724 216 659
2050 105 622 2144 140
Inf. F2
719
1917 128 710
1857 210 741
1940 139 711 2172 217
Inf. F3
552
2257 209 507
2271 183 698
2076 117 676 2209 234
Inf. F4
649
2072 186 598
2078 152 659
2074 86 668 1929 109
Inf. F5
748
2255 179 639
1853 191 816
2024 116 760 2264 166
Inf. F6
800
1646 172 662
1671 165 737
1973 136 703 1943 185
Inf F7
694
2440 170 630
2381 197 744
2231 125 769 2318 146
Inf. F8
636
1816 171 629
1937 154 593
1944 130 645 2049 149
Inf. F9
574
2132 153 616
2283 210 588
1833 125 598 2377 227
Inf. F10
666
1863 103 655
1959 155 666
1863 103 655 1959 155
Inf F11
928
1707 143 667
2198 178 766
2003 152 749 2134 167
Inf F12
707
1809 124 767
1956 297 663
2136 109 787 1841 264
Inf. F13
672
2131 166 732
2115 235 771
2055 154 741 2089 157
Média 690
2011 163 651
2022 196 700
2016 123 699 2110 178
Mediana 672
2072 170 654
1959 191 698
2024 125 703 2134 166
D. P. 98 238 32 64 221 40 69 108 20 60 162 45
Informantes
as_weak as_strong at_weak at_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. M1
543
1751 190 605
1666 246 547
1615 122 626 1664 131
Inf. M2
578
1712 108 579
1809 152 578
1733 100 596 1834 116
Inf. M3
502
1544 59 614
1675 180 544
1641 84 622 1693 146
Inf. M4
564
1585 104 589
1718 146 541
1737 92 560 1717 112
Inf. M5
544
1706 98 562
1887 199 550
1818 65 549 1951 185
Inf. M6
555
1621 86 497
1591 112 547
1541 91 498 1697 106
Inf. M7
537
1546 88 544
1578 210 568
1516 81 577 1584 109
Média 546
1638 105 570
1703 178 553
1657 91 575 1734 129
Mediana 544
1621 98 579
1675 180 547
1641 91 577 1697 116
D. P. 24 85 41 40 112 45 14 111 18 45 121 28
159
Informantes
but_weak but_strong could_weak could_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. F1
488
1412 195 485 1397 175 426
935 152 419
915 201
Inf. F2
594
1649 90 805 1631 212
440
1415 89 433
1280 209
Inf. F3
548
1394 160 579 1435 193 456
944 166 451
972 181
Inf. F4
575
1770 71 722 1701 140 451
1058 78 410
1228 87
Inf. F5
576
1710 162 575 1760 183 486
1127 148 428
1266 226
Inf. F6
702
1363 139 751 1541 156 554
1017 160 497
994 165
Inf F7
865
1701 151 831 1404 192 461
760 155 510
821 206
Inf. F8
500
1426 126 495 1411 136 426
1197 100 394
1144 171
Inf. F9
487
1417 179 517 1330 277 445
1014 206 410
984 191
Inf. F10
888
1387 172 899 1349 178 534
961 132 509
1009 164
Inf F11
582
1268 116 688 1440 112 564
1024 168 515
994 182
Inf F12
497
1808 69 634 1652 239 477
1835 61 457
1203 236
Inf. F13
576
1662 177 601 1653 170 487
1249 130 459
1152 157
Média 606
1536 139 660 1516 182 478
1118 134 453
1074 183
Mediana 576
1426 151 634 1440 178 461
1024 148 451
1009 182
D. P. 133
183 42 134 146 44 46 270 41 42 146 38
Informantes
but_weak but_strong could_weak could_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. M1
497
1283 129 505 1289 154 418
908 188 475
978 181
Inf. M2
529
1582 86 671 1433 136 392
997 102 382
1098 167
Inf. M3
453
1555 40 479 1463 134 397
1336 57 431
1410 130
Inf. M4
522
1212 92 513 1345 125 403
870 132 420
964 139
Inf. M5
533
1458 86 567 1302 161 384
1070 76 355
903 190
Inf. M6
467
1173 87 454 1163 96 555
1089 79 381
1333 115
Inf. M7
623
1250 78 457 1273 157 366
919 90 353
868 151
Média 517
1359 85 521 1324 138 416
1027 103 400
1079 153
Mediana 522
1283 86 505 1302 136 397
997 90 382
978 151
D. P. 56 169 26 77 101 23 63 159 44 44 213 27
160
Informantes
do_weak do_strong does_weak does_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. F1
450
1498 102 414
998 231 869
1521 222 957
1601 217
Inf. F2
387
1585 72 451
1424 335 631
1776 134 804
1811 291
Inf. F3
397
1948 44 437
1764 121 858
1796 180 687
1708 225
Inf. F4
435
1722 139 389
1761 82 831
1766 163 763
1822 169
Inf. F5
477
1415 97 449
1307 240 940
1696 234 662
1786 204
Inf. F6
472
1664 139 414
1554 149 613
1276 206 569
1413 179
Inf F7
502
1305 106 436
1188 173 987
1567 251 877
1607 238
Inf. F8
368
1884 58 380
1356 159 720
1679 165 690
1597 229
Inf. F9
399
1511 69 422
1427 287 915
1704 183 833
1495 220
Inf. F10
527
1501 99 421
1337 134 860
1751 210 825
1624 188
Inf F11
428
1297 99 447
1203 170 906
1634 177 571
1500 193
Inf F12
494
1811 102 434
1650 267 550
1864 116 609
1829 264
Inf. F13
502
1958 132 442
1582 194 853
1649 172 879
1716 230
Média 449
1623 97 426
1427 195 810
1668 186 748
1655 219
Mediana 450
1585 99 434
1424 173 858
1696 180 763
1624 220
D. P. 51 229 30 22 230 73 137
151 38 126
137 34
Informantes
do_weak do_strong does_weak does_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. M1
378
1626 95 403
1368 225 746
1374 245 724
1365 283
Inf. M2
402
1170 143 347
936 222 737
1456 198 714
1458 175
Inf. M3
344
1309 70 355
1779 130 540
1401 87 563
1493 152
Inf. M4
405
1421 76 402
1534 115 648
1348 134 664
1431 156
Inf. M5
396
1341 75 378
1256 234 694
1515 129 740
1378 217
Inf. M6
397
1085 71 360
1263 158 439
1292 106 443
1474 128
Inf. M7
369
1763 49 288
1046 193 624
1294 133 558
1370 191
Média 384
1388 83 362
1312 182 633
1383 147 629
1424 186
Mediana 396
1341 75 360
1263 193 648
1374 133 664
1431 175
D. P. 22 240 30 39 285 49 111
82 55 111
53 52
161
Informantes
of_weak of_strong should_weak should_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. F1
646
1116 112 669
1090 160 428
1071 162 473
1267 252
Inf. F2
753
1310 132 720
1198 234 498
1648 113 468
1350 203
Inf. F3
771
1159 167 740
1158 202 472
1325 106 445
1071 256
Inf. F4
636
1627 95 687
1294 124 459
1468 81 419
1428 130
Inf. F5
767
1194 140 817
1186 143 436
1110 109 454
1237 174
Inf. F6
744
1314 204 729
1236 182 560
1017 183 516
1276 163
Inf F7
828
1264 126 751
1183 179 502
1089 174 462
919 276
Inf. F8
649
1218 110 619
1092 179 389
958 150 404
1327 167
Inf. F9
656
1012 153 722
1283 157 424
1235 151 427
1003 220
Inf. F10
701
1154 119 707
1151 132 492
1068 130 499
937 169
Inf F11
889
1265 111 650
1267 206 628
1127 166 517
1171 144
Inf F12
694
1341 112 746
1195 269 463
2071 88 456
1528 226
Inf. F13
778
1251 148 773
1272 190 453
1801 134 445
1794 135
Média 732
1248 133 718
1200 181 477
1307 134 460
1255 193
Mediana 744
1251 126 722
1195 179 463
1127 134 456
1267 174
D. P. 77 146 30 53 68 41 62 343 33 35 246 49
Informantes
of_weak of_strong should_weak should_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. M1
648
961 108 629
971 173 465
1049 198 451
1182 239
Inf. M2
630
1268 67 623
1223 119 376
1735 60 377
1448 153
Inf. M3
565
1206 66 645
1095 140 376
1497 52 394
1446 130
Inf. M4
635
1088 117 600
1084 129 448
1280 92 404
1369 97
Inf. M5
628
1283 108 640
1039 200 395
1726 86 375
1544 213
Inf. M6
573
966 104 530
1013 107 415
1227 137 369
1430 130
Inf. M7
580
1270 87 584
1210 126 390
1088 114 381
1048 136
Média 609
1149 94 607
1091 142 409
1372 105 393
1352 157
Mediana 628
1206 104 623
1084 129 395
1280 92 381
1430 136
D. P. 34 143 21 40 96 33 35 285 50 28 174 51
162
Informantes
that_weak that_strong us_weak us_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. F1
649
1978 134 673
2366 215 474
1406 332 481
1489 241
Inf. F2
731
1756 121 701
2094 235 671
1411 203 793
1678 258
Inf. F3
690
1988 101 658
2043 200 570
1251 213 554
1506 219
Inf. F4
632
2028 84 667
2101 144 633
1845 131 793
1823 160
Inf. F5
754
2037 143 760
2172 180 643
1494 197 615
1639 200
Inf. F6
707
1651 166 656
1985 170 677
1214 233 713
1546 211
Inf F7
693
2356 145 738
2435 187 530
1206 227 560
1449 215
Inf. F8
640
1850 122 613
1887 154 717
1429 199 538
1477 174
Inf. F9
655
1928 184 669
2135 280 861
1668 166 877
1807 207
Inf. F10
724
1859 116 683
2109 187 797
1662 209 732
1628 200
Inf F11
772
1918 137 736
1954 145 528
1234 153 576
1316 223
Inf F12
730
1877 116 822
1992 277 659
1685 220 624
1668 244
Inf. F13
776
2022 160 759
2053 178 652
1551 210 680
1650 218
Média 704
1942 133 703
2102 196 647
1466 207 657
1590 213
Mediana 707
1928 134 683
2094 187 652
1429 209 624
1628 215
D. P. 49 168 27 57 154 45 108
208 48 119
144 27
Informantes
that_weak that_strong us_weak us_strong
F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR F1 F2 DUR
Inf. M1
581
1662 136 608
1645 182 611
1110 239 672
1173 279
Inf. M2
570
1776 120 615
1791 152 695
1355 140 633
1445 146
Inf. M3
526
1676 69 623
1691 155 446
1507 73 462
1534 145
Inf. M4
571
1583 95 582
1668 123 473
1430 98 485
1561 103
Inf. M5
567
1755 109 567
1921 205 638
1346 157 695
1387 214
Inf. M6
542
1558 116 459
1726 89 536
1209 193 476
1289 149
Inf. M7
529
1489 85 554
1535 148 367
1386 160 442
1488 198
Média 555
1643 104 573
1711 151 538
1335 151 552
1411 176
Mediana 567
1662 109 582
1691 152 536
1355 157 485
1445 149
D. P. 22 105 23 56 121 38 117
134 56 110
140 58
163
APÊNDICE G - Dados do EXP. II
Informantes
as_livre at_livre but_livre of_livre that_livre
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
Inf. F1
557
1754
215 659
2187
171 516
1340
290 646
1116
95 665
1965
138
Inf. F2
639
1972
355 684
2113
139 569
1669
90 669
1278
152 658
1935
270
Inf. F3
574
2186
281 678
2098
146 612
1482
171 732
1213
147 749
2032
288
Inf. F4
671
2073
111 693
1945
131 589
1772
90 679
1509
87 684
2071
295
Inf. F5
769
2117
210 800
2181
138 648
1601
138 813
1370
95 760
1993
176
Inf. F6
830
1455
186 683
2060
172 829
1340
181 707
1161
198 657
1899
137
Inf. F7
638
1888
160 827
2175
133 781
1577
158 781
1548
102 645
2153
87
Inf. F8
655
1895
134 581
1956
92 571
1445
115 618
1409
68 626
1839
118
Inf. F9
480
2235
125 702
2288
173 525
1393
150 722
1431
150 644
2200
169
Inf.F10
655
2003
181 683
2003
120 902
1439
146 718
1201
131 638
1933
204
Inf. F11
815
2143
155 854
2095
141 691
1483
106 763
1317
107 823
2099
181
Inf. F12
648
1932
107 696
2118
118 572
1804
69 719
1732
105 770
1997
281
Inf. F13
713
2121
174 779
2166
181 641
1657
137 759
1240
89 769
2048
170
Média 665
1983
184 717
2106
143 650
1539
141 718
1348
118 699
2013
193
Mediana 655
2003
174 693
2113
139 612
1483
138 719
1317
105 665
1997
176
D. P. 99 210 70 76 98 26 120
154 56 55 176 36 65 102 69
Informantes
as_livre at_livre but_livre of_livre that_livre
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
F1 F2 DUR
Inf. M1
508
1706
169 609
1678
153 526
1258
187 659
1016
113 621
1608
151
Inf. M2
551
1732
100 612
1780
154 643
1506
106 580
1313
75 551
1724
168
Inf. M3
571
1690
144 591
1665
90 632
1320
111 545
1299
61 592
1571
89
Inf. M4
537
1668
129 539
1778
111 525
1289
79 528
1524
70 577
1620
79
Inf. M5
540
1658
91 554
1876
80 550
1434
88 605
1435
82 560
1806
168
Inf. M6
499
1497
84 531
1572
75 487
1248
80 526
1130
60 551
1512
129
Inf. M7
544
1554
111 623
1619
129 644
1238
77 596
1364
87 577
1513
140
Média 536
1644
118 580
1710
113 572
1328
104 577
1297
78 575
1622
132
Mediana 540
1668
111 591
1678
111 550
1289
88 580
1313
75 577
1608
140
D. P. 25 86 31 38 106 33 66 103 39 48 174 18 25 109 36
164
APÊNDICE H – Resultados dos testes estatísticos.
Test t – F1 e F2 dos sons vocálicos analisados (EXP.I).
Paired Differences
Mean
Std.
Deviation
Std. Error
Mean
95% Confidence
Interval of the
Difference
t df
Sig. (2-
tailed)
Lower Upper
Pair 1
F1_as_weak -
F1_as_strong
,12150
,64363
,14392
-,17973
,42273
,844
19
,409
Pair 2
F2_as_weak -
F2_as_strong
-,11900
,63911
,14291
-,41811
,18011
-,833
19
,415
Pair 3
F1_at_weak -
F1_at_strong
-,05850
,37190
,08316
-,23255
,11555
-,703
19
,490
Pair 4
F2_at_weak -
F2_at_strong
-,28900
,50864
,11374
-,52705
-,05095
-2,541
19
,020
Pair 5
F1_but_weak -
F1_but_strong
-,29350
,66321
,14830
-,60389
,01689
-1,979
19
,062
Pair 6
F2_but_weak -
F2_but_strong
,10000
,52693
,11782
-,14661
,34661
,849
19
,407
Pair 7
F1_could_weak -
F1_could_strong
,19250
,42597
,09525
-,00686
,39186
2,021
19
,058
Pair 8
F2_could_weak -
F2_could_strong
,01500
,89011
,19903
-,40158
,43158
,075
19
,941
Pair 9
F1_do_weak -
F1_do_strong
,20550
,40410
,09036
,01637
,39463
2,274
19
,035
Pair
10
F2_do_weak -
F2_do_strong
,71750
1,21903
,27258
,14698
1,28802
2,632
19
,016
Pair
11
F1_does_weak -
F1_does_strong ,30450
,87882
,19651
-,10680
,71580
1,550
19
,138
Pair
12
F2_does_weak -
F2_does_strong -,04250
,46286
,10350
-,25913
,17413
-,411
19
,686
Pair
13
F1_of_weak -
F1_of_strong
,07050
,51573
,11532
-,17087
,31187
,611
19
,548
Pair
14
F2_of_weak -
F2_of_strong
,26400
,64511
,14425
-,03792
,56592
1,830
19
,083
Pair
15
F1_should_weak -
F1_should_strong
,14300
,28997
,06484
,00729
,27871
2,205
19
,040
Pair
16
F2_should_weak -
F2_should_strong
,13500
1,11883
,25018
-,38863
,65863
,540
19
,596
Pair
17
F1_that_weak -
F1_that_strong
-,04350
,37180
,08314
-,21751
,13051
-,523
19
,607
Pair
18
F2_that_weak -
F2_that_strong
-,43100
,39514
,08836
-,61593
-,24607
-4,878
19
,000
Pair
19
F1_us_weak -
F1_us_strong
-,08800
,58805
,13149
-,36322
,18722
-,669
19
,511
Pair
20
F2_us_weak -
F2_us_strong
-,50850
,47193
,10553
-,72937
-,28763
-4,819
19
,000
165
Test t – Duração dos sons vocálicos analisados por grupo de informantes (EXP.I).
Paired Differences
Mean
Std.
Deviation
Std. Error
Mean
95% Confidence Interval
of the Difference
t df
Sig.
(2-
tailed)
Lower Upper
Pair 1
as_weak -
as_strong
-32,92308
55,95305
15,51858
-66,73517
,88901
-2,122
12
,055
Pair 2
as_weakM -
as_strongM
-73,14286
40,39154
15,26657
-110,49880
-35,78692
-4,791
6
,003
Pair 3
at_weak -
at_strong
-55,30769
45,48880
12,61632
-82,79630
-27,81909
-4,384
12
,001
Pair 4
at_weakM -
at_strongM
-38,57143
39,94937
15,09944
-75,51844
-1,62442
-2,554
6
,043
Pair 5
but_weak -
but_strong
-42,76923
56,62031
15,70365
-76,98454
-8,55392
-2,724
12
,018
Pair 6
but_weakM -
but_strongM
-52,14286
31,53003
11,91723
-81,30327
-22,98244
-4,375
6
,005
Pair 7
could_weak -
could_strong
-48,53846
52,46366
14,55080
-80,24194
-16,83499
-3,336
12
,006
Pair 8
could_weakM -
could_strongM
-49,85714
41,36193
15,63334
-88,11055
-11,60373
-3,189
6
,019
Pair 9
do_weak -
do_strong
-98,76923
85,76436
23,78675
-150,59612
-46,94235
-4,152
12
,001
Pair
10
do_weakM -
do_strongM
-99,71429
45,18006
17,07646
-141,49887
-57,92970
-5,839
6
,001
Pair
11
does_weak -
does_strong
-33,38462
61,58806
17,08146
-70,60191
3,83268
-1,954
12
,074
Pair
12
does_weakM -
does_strongM
-38,57143
36,19326
13,67977
-72,04462
-5,09824
-2,820
6
,030
Pair
13
of_weak -
of_strong
-48,30769
48,41037
13,42662
-77,56179
-19,05360
-3,598
12
,004
Pair
14
of_weak_M -
of_strong_M
-48,14286
32,45216
12,26576
-78,15610
-18,12961
-3,925
6
,008
Pair
15
should_weak -
should_strong
-59,07692
55,42181
15,37124
-92,56799
-25,58586
-3,843
12
,002
Pair
16
Should_weak_M -
Should_strong_M
-51,28571
49,47967
18,70156
-97,04678
-5,52465
-2,742
6
,034
Pair
17
that_weak -
that_strong
-63,30769
46,18330
12,80894
-91,21598
-35,39940
-4,942
12
,000
Pair
18
that_weak_M -
that_strong_M
-46,28571
41,30664
15,61244
-84,48798
-8,08345
-2,965
6
,025
Pair
19
us_weak -
us_strong
-5,92308
41,12068
11,40482
-30,77205
18,92590
-,519
12
,613
Pair
20
us_weak_M -
us_strong_M
-24,85714
39,04881
14,75906
-60,97127
11,25698
-1,684
6
,143
166
ANOVA – F1 e F2 dos sons vocálicos analisados (EXP.I e EXP.II).
Tests of Within-Subjects Effects
F1 - as
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
as Sphericity Assumed ,282
2
,141
,816
,450
,041
Greenhouse-Geisser
,282
1,529
,184
,816
,422
,041
Huynh-Feldt ,282
1,636
,172
,816
,429
,041
Lower-bound ,282
1,000
,282
,816
,378
,041
Error(as) Sphericity Assumed
6,558
38
,173
Greenhouse-Geisser
6,558
29,055
,226
Huynh-Feldt
6,558
31,086
,211
Lower-bound
6,558
19,000
,345
Pairwise Comparisons
F1 - as
(I) as (J) as
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 ,122
,144
1,000
-,256
,499
3 ,161
,088
,252
-,071
,393
2 1 -,122
,144
1,000
-,499
,256
3 ,039
,153
1,000
-,361
,440
3 1 -,161
,088
,252
-,393
,071
2 -,039
,153
1,000
-,440
,361
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within-Subjects Effects
F2 - as
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
as Sphericity Assumed ,290
2
,145
,792
,460
,040
Greenhouse-Geisser
,290
1,794
,162
,792
,449
,040
Huynh-Feldt ,290
1,970
,147
,792
,459
,040
Lower-bound ,290
1,000
,290
,792
,385
,040
Error(as) Sphericity Assumed
6,959
38
,183
Greenhouse-Geisser
6,959
34,093
,204
Huynh-Feldt
6,959
37,422
,186
Lower-bound
6,959
19,000
,366
167
Pairwise
Comparisons
F2 - as
(I) as (J) as
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -,119
,143
1,000
-,494
,256
3 ,046
,149
1,000
-,346
,438
2 1 ,119
,143
1,000
-,256
,494
3 ,165
,110
,455
-,125
,455
3 1 -,046
,149
1,000
-,438
,346
2 -,165
,110
,455
-,455
,125
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
F1 - at
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
at Sphericity Assumed ,266
2
,133
1,923
,160
,092
Greenhouse-Geisser
,266
1,987
,134
1,923
,161
,092
Huynh-Feldt ,266
2,000
,133
1,923
,160
,092
Lower-bound ,266
1,000
,266
1,923
,182
,092
Error(at) Sphericity Assumed
2,625
38
,069
Greenhouse-Geisser
2,625
37,745
,070
Huynh-Feldt
2,625
38,000
,069
Lower-bound
2,625
19,000
,138
Pairwise Comparisons
F1 - at
(I) at (J) at
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -,059
,083
1,000
-,277
,160
3 -,161
,080
,176
-,371
,049
2 1 ,059
,083
1,000
-,160
,277
3 -,103
,086
,744
-,328
,123
3 1 ,161
,080
,176
-,049
,371
2 ,103
,086
,744
-,123
,328
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
168
Tests of Within
-
Subjects Effects
F2 - at
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
at Sphericity Assumed 1,008
2
,504
6,118
,005
,244
Greenhouse-Geisser
1,008
1,502
,672
6,118
,011
,244
Huynh-Feldt 1,008
1,602
,630
6,118
,009
,244
Lower-bound 1,008
1,000
1,008
6,118
,023
,244
Error(at) Sphericity Assumed
3,132
38
,082
Greenhouse-Geisser
3,132
28,529
,110
Huynh-Feldt
3,132
30,436
,103
Lower-bound
3,132
19,000
,165
Pairwise Comparisons
F2 - at
(I) at (J) at
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -,289
,114
,060
-,588
,010
3 -,259
*
,081
,014
-,471
-,046
2 1 ,289
,114
,060
-,010
,588
3 ,030
,073
1,000
-,160
,221
3 1 ,259
*
,081
,014
,046
,471
2 -,030
,073
1,000
-,221
,160
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
Tests of Within
-
Subjects Effects
F1 - but
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
but Sphericity Assumed 1,693
2
,847
4,188
,023
,181
Greenhouse-Geisser
1,693
1,621
1,044
4,188
,032
,181
Huynh-Feldt 1,693
1,751
,967
4,188
,028
,181
Lower-bound 1,693
1,000
1,693
4,188
,055
,181
Error(but) Sphericity Assumed
7,681
38
,202
Greenhouse-Geisser
7,681
30,801
,249
Huynh-Feldt
7,681
33,260
,231
Lower-bound
7,681
19,000
,404
169
Pairwise Comparisons
F1 - but
(I) but (J) but
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -,294
,148
,187
-,683
,096
3 -,397
*
,105
,004
-,672
-,121
2 1 ,294
,148
,187
-,096
,683
3 -,103
,166
1,000
-,539
,333
3 1 ,397
*
,105
,004
,121
,672
2 ,103
,166
1,000
-,333
,539
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
Tests of Within
-
Subjects Effects
F2 - but
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
but Sphericity Assumed ,105
2
,053
,463
,633
,024
Greenhouse-Geisser
,105
1,900
,055
,463
,623
,024
Huynh-Feldt ,105
2,000
,053
,463
,633
,024
Lower-bound ,105
1,000
,105
,463
,504
,024
Error(but) Sphericity Assumed
4,320
38
,114
Greenhouse-Geisser
4,320
36,106
,120
Huynh-Feldt
4,320
38,000
,114
Lower-bound
4,320
19,000
,227
Pairwise Comparisons
F2 - but
(I) but (J) but
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 ,100
,118
1,000
-,209
,409
3 ,030
,098
1,000
-,226
,286
2 1 -,100
,118
1,000
-,409
,209
3 -,070
,103
1,000
-,341
,201
3 1 -,030
,098
1,000
-,286
,226
2 ,070
,103
1,000
-,201
,341
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
170
Tests of Within
-
Subjects Effects
F1 - of
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
of Sphericity Assumed ,252
2
,126
1,412
,256
,069
Greenhouse-Geisser
,252
1,601
,158
1,412
,257
,069
Huynh-Feldt ,252
1,725
,146
1,412
,257
,069
Lower-bound ,252
1,000
,252
1,412
,249
,069
Error(of) Sphericity Assumed
3,394
38
,089
Greenhouse-Geisser
3,394
30,412
,112
Huynh-Feldt
3,394
32,774
,104
Lower-bound
3,394
19,000
,179
Pairwise Comparisons
F1 - of
(I) of (J) of
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 ,071
,115
1,000
-,232
,373
3 ,159
,087
,251
-,069
,386
2 1 -,071
,115
1,000
-,373
,232
3 ,088
,077
,806
-,115
,291
3 1 -,159
,087
,251
-,386
,069
2 -,088
,077
,806
-,291
,115
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
F2 - of
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
of Sphericity Assumed 7,969
2
3,984
13,406
,000
,414
Greenhouse-Geisser
7,969
1,835
4,343
13,406
,000
,414
Huynh-Feldt 7,969
2,000
3,984
13,406
,000
,414
Lower-bound 7,969
1,000
7,969
13,406
,002
,414
Error(of) Sphericity Assumed
11,294
38
,297
Greenhouse-Geisser
11,294
34,863
,324
Huynh-Feldt
11,294
38,000
,297
Lower-bound
11,294
19,000
,594
171
Pairwise Comparisons
F2 - of
(I) of (J) of
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 ,264
,144
,249
-,115
,643
3 -,607
*
,185
,012
-1,093
-,120
2 1 -,264
,144
,249
-,643
,115
3 -,870
*
,184
,000
-1,355
-,386
3 1 ,607
*
,185
,012
,120
1,093
2 ,870
*
,184
,000
,386
1,355
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
Tests of Within
-
Subjects Effects
F1 - that
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
that Sphericity Assumed ,020
2
,010
,147
,863
,008
Greenhouse-Geisser
,020
1,966
,010
,147
,860
,008
Huynh-Feldt ,020
2,000
,010
,147
,863
,008
Lower-bound ,020
1,000
,020
,147
,705
,008
Error(that) Sphericity Assumed
2,638
38
,069
Greenhouse-Geisser
2,638
37,352
,071
Huynh-Feldt
2,638
38,000
,069
Lower-bound
2,638
19,000
,139
Pairwise Comparisons
F1 - that
(I) that (J) that
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -,043
,083
1,000
-,262
,175
3 -,032
,079
1,000
-,239
,174
2 1 ,043
,083
1,000
-,175
,262
3 ,011
,088
1,000
-,220
,242
3 1 ,032
,079
1,000
-,174
,239
2 -,011
,088
1,000
-,242
,220
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
172
Tests of Within
-
Subjects Effects
F2 - that
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
that Sphericity Assumed 1,948
2
,974
12,747
,000
,402
Greenhouse-Geisser
1,948
1,996
,976
12,747
,000
,402
Huynh-Feldt 1,948
2,000
,974
12,747
,000
,402
Lower-bound 1,948
1,000
1,948
12,747
,002
,402
Error(that) Sphericity Assumed
2,904
38
,076
Greenhouse-Geisser
2,904
37,929
,077
Huynh-Feldt
2,904
38,000
,076
Lower-bound
2,904
19,000
,153
Pairwise Comparisons
F2 - that
(I) that (J) that
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -,431
*
,088
,000
-,663
-,199
3 -,133
,088
,446
-,365
,099
2 1 ,431
*
,088
,000
,199
,663
3 ,298
*
,086
,007
,074
,522
3 1 ,133
,088
,446
-,099
,365
2 -,298
*
,086
,007
-,522
-,074
Based on estimated marginal means
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur /as (Feminino)
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
as Sphericity Assumed 7262,205
2
3631,103
1,411
,264
,105
Greenhouse-Geisser
7262,205
1,704
4260,862
1,411
,264
,105
Huynh-Feldt 7262,205
1,958
3709,288
1,411
,264
,105
Lower-bound 7262,205
1,000
7262,205
1,411
,258
,105
Error(as) Sphericity Assumed
61783,795
24
2574,325
Greenhouse-Geisser
61783,795
20,453
3020,802
Huynh-Feldt
61783,795
23,494
2629,756
Lower-bound
61783,795
12,000
5148,650
173
Pairwise Comparisons
Dur /as (Feminino)
(I) as (J) as
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -32,923
15,519
,166
-76,057
10,210
3 -21,462
20,624
,956
-78,787
35,863
2 1 32,923
15,519
,166
-10,210
76,057
3 11,462
22,846
1,000
-52,039
74,962
3 1 21,462
20,624
,956
-35,863
78,787
2 -11,462
22,846
1,000
-74,962
52,039
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / as (Masculino)
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
as Sphericity Assumed 21193,238
2
10596,619
15,221
,001
,717
Greenhouse-Geisser
21193,238
1,943
10909,200
15,221
,001
,717
Huynh-Feldt 21193,238
2,000
10596,619
15,221
,001
,717
Lower-bound 21193,238
1,000
21193,238
15,221
,008
,717
Error(as) Sphericity Assumed
8354,095
12
696,175
Greenhouse-Geisser
8354,095
11,656
716,710
Huynh-Feldt
8354,095
12,000
696,175
Lower-bound
8354,095
6,000
1392,349
Pairwise Comparisons
Dur / as (Masculino)
(I) as (J) as
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -73,143
*
15,267
,009
-123,331
-22,955
3 -13,571
13,494
1,000
-57,932
30,790
2 1 73,143
*
15,267
,009
22,955
123,331
3 59,571
*
13,475
,013
15,274
103,869
3 1 13,571
13,494
1,000
-30,790
57,932
2 -59,571
*
13,475
,013
-103,869
-15,274
Based on estimated marginal means
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
174
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / at (Feminino)
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
at Sphericity Assumed 20411,436
2
10205,718
11,527
,000
,490
Greenhouse-Geisser
20411,436
1,474
13846,915
11,527
,001
,490
Huynh-Feldt 20411,436
1,631
12518,148
11,527
,001
,490
Lower-bound 20411,436
1,000
20411,436
11,527
,005
,490
Error(at) Sphericity Assumed
21249,897
24
885,412
Greenhouse-Geisser
21249,897
17,689
1201,310
Huynh-Feldt
21249,897
19,567
1086,031
Lower-bound
21249,897
12,000
1770,825
Pairwise Comparisons
Dur / at (Feminino)
(I) at (J) at
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -55,308
*
12,616
,003
-90,374
-20,241
3 -19,846
7,559
,066
-40,856
1,164
2 1 55,308
*
12,616
,003
20,241
90,374
3 35,462
13,869
,075
-3,086
74,009
3 1 19,846
7,559
,066
-1,164
40,856
2 -35,462
13,869
,075
-74,009
3,086
Based on estimated marginal means
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / at (Masculino)
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
at Sphericity Assumed 5253,238
2
2626,619
3,290
,073
,354
Greenhouse-Geisser
5253,238
1,307
4020,826
3,290
,103
,354
Huynh-Feldt 5253,238
1,522
3450,544
3,290
,092
,354
Lower-bound 5253,238
1,000
5253,238
3,290
,120
,354
Error(at) Sphericity Assumed
9580,095
12
798,341
Greenhouse-Geisser
9580,095
7,839
1222,100
Huynh-Feldt
9580,095
9,135
1048,767
Lower-bound
9580,095
6,000
1596,683
175
Pairwise Comparisons
Dur / at (Masculino)
(I) at (J) at
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -38,571
15,099
,130
-88,210
11,067
3 -22,429
9,178
,151
-52,600
7,743
2 1 38,571
15,099
,130
-11,067
88,210
3 16,143
19,289
1,000
-47,269
79,555
3 1 22,429
9,178
,151
-7,743
52,600
2 -16,143
19,289
1,000
-79,555
47,269
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / but (Feminino)
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
but Sphericity Assumed 14942,974
2
7471,487
4,671
,019
,280
Greenhouse-Geisser
14942,974
1,345
11111,494
4,671
,037
,280
Huynh-Feldt 14942,974
1,453
10283,755
4,671
,033
,280
Lower-bound 14942,974
1,000
14942,974
4,671
,052
,280
Error(but) Sphericity Assumed
38391,026
24
1599,626
Greenhouse-Geisser
38391,026
16,138
2378,942
Huynh-Feldt
38391,026
17,437
2201,725
Lower-bound
38391,026
12,000
3199,252
Pairwise Compa
risons
Dur / but (Feminino)
(I) but (J) but
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -42,769
15,704
,055
-86,417
,879
3 -2,615
9,853
1,000
-30,002
24,771
2 1 42,769
15,704
,055
-,879
86,417
3 40,154
19,865
,198
-15,059
95,367
3 1 2,615
9,853
1,000
-24,771
30,002
2 -40,154
19,865
,198
-95,367
15,059
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
176
Tests of Within
-
Subjects Eff
ects
Dur / but (Masculino)
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
but Sphericity Assumed 9778,571
2
4889,286
8,260
,006
,579
Greenhouse-Geisser
9778,571
1,895
5159,418
8,260
,007
,579
Huynh-Feldt 9778,571
2,000
4889,286
8,260
,006
,579
Lower-bound 9778,571
1,000
9778,571
8,260
,028
,579
Error(but) Sphericity Assumed
7102,762
12
591,897
Greenhouse-Geisser
7102,762
11,372
624,599
Huynh-Feldt
7102,762
12,000
591,897
Lower-bound
7102,762
6,000
1183,794
Pairwise Comparisons
Dur / but (Masculino)
(I) but (J) but
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -52,143
*
11,917
,014
-91,320
-12,965
3 -18,571
12,549
,568
-59,825
22,682
2 1 52,143
*
11,917
,014
12,965
91,320
3 33,571
14,417
,176
-13,824
80,967
3 1 18,571
12,549
,568
-22,682
59,825
2 -33,571
14,417
,176
-80,967
13,824
Based on estimated marginal means
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / of (Feminino)
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
of Sphericity Assumed 28875,744
2
14437,872
16,195
,000
,574
Greenhouse-Geisser
28875,744
1,320
21869,331
16,195
,000
,574
Huynh-Feldt 28875,744
1,420
20335,266
16,195
,000
,574
Lower-bound 28875,744
1,000
28875,744
16,195
,002
,574
Error(of) Sphericity Assumed
21395,590
24
891,483
Greenhouse-Geisser
21395,590
15,845
1350,347
Huynh-Feldt
21395,590
17,040
1255,624
Lower-bound
21395,590
12,000
1782,966
177
Pairwise Comparisons
Dur / of (Feminino)
(I) of (J) of
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -48,308
*
13,427
,011
-85,627
-10,989
3 15,615
6,245
,084
-1,741
32,972
2 1 48,308
*
13,427
,011
10,989
85,627
3 63,923
*
13,863
,002
25,391
102,455
3 1 -15,615
6,245
,084
-32,972
1,741
2 -63,923
*
13,863
,002
-102,455
-25,391
Based on estimated marginal means
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / of (Masculino)
Source
Type III Sum of
Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
of Sphericity Assumed 15446,000
2
7723,000
19,786
,000
,767
Greenhouse-Geisser
15446,000
1,745
8849,439
19,786
,000
,767
Huynh-Feldt 15446,000
2,000
7723,000
19,786
,000
,767
Lower-bound 15446,000
1,000
15446,000
19,786
,004
,767
Error(of) Sphericity Assumed
4684,000
12
390,333
Greenhouse-Geisser
4684,000
10,473
447,265
Huynh-Feldt
4684,000
12,000
390,333
Lower-bound
4684,000
6,000
780,667
Pairwise Comparisons
Dur / of (Masculino)
(I) of (J) of
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -48,143
*
12,266
,023
-88,466
-7,820
3 15,571
8,780
,380
-13,292
44,435
2 1 48,143
*
12,266
,023
7,820
88,466
3 63,714
*
10,346
,003
29,703
97,725
3 1 -15,571
8,780
,380
-44,435
13,292
2 -63,714
*
10,346
,003
-97,725
-29,703
Based on estimated marginal means
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
178
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / that (Feminino)
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
that Sphericity Assumed 33205,077
2
16602,538
6,412
,006
,348
Greenhouse-Geisser
33205,077
1,390
23893,310
6,412
,015
,348
Huynh-Feldt 33205,077
1,514
21928,693
6,412
,012
,348
Lower-bound 33205,077
1,000
33205,077
6,412
,026
,348
Error(that) Sphericity Assumed
62138,256
24
2589,094
Greenhouse-Geisser
62138,256
16,677
3726,058
Huynh-Feldt
62138,256
18,171
3419,685
Lower-bound
62138,256
12,000
5178,188
Pairwise Comparisons
Dur / that (Feminino)
(I) that (J) that
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -63,308
*
12,809
,001
-98,910
-27,706
3 -60,385
24,916
,096
-129,638
8,868
2 1 63,308
*
12,809
,001
27,706
98,910
3 2,923
20,251
1,000
-53,364
59,210
3 1 60,385
24,916
,096
-8,868
129,638
2 -2,923
20,251
1,000
-59,210
53,364
Based on estimated marginal means
*. The mean difference is significant at the ,05 level.
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
Tests of Within
-
Subjects Effects
Dur / that (Masculino)
Source
Type III Sum
of Squares df Mean Square
F Sig.
Partial Eta
Squared
that Sphericity Assumed 7595,810
2
3797,905
5,984
,016
,499
Greenhouse-Geisser
7595,810
1,674
4537,618
5,984
,023
,499
Huynh-Feldt 7595,810
2,000
3797,905
5,984
,016
,499
Lower-bound 7595,810
1,000
7595,810
5,984
,050
,499
Error(that) Sphericity Assumed
7616,190
12
634,683
Greenhouse-Geisser
7616,190
10,044
758,299
Huynh-Feldt
7616,190
12,000
634,683
Lower-bound
7616,190
6,000
1269,365
179
Pairwise Comparisons
Dur / that (Masculino)
(I) that (J) that
Mean Difference
(I-J) Std. Error Sig.
a
95% Confidence Interval for
Difference
a
Lower Bound Upper Bound
1 2 -46,286
15,612
,075
-97,611
5,039
3 -27,714
10,332
,109
-61,680
6,251
2 1 46,286
15,612
,075
-5,039
97,611
3 18,571
13,911
,691
-27,160
64,303
3 1 27,714
10,332
,109
-6,251
61,680
2 -18,571
13,911
,691
-64,303
27,160
Based on estimated marginal means
a. Adjustment for multiple comparisons: Bonferroni.
180
APÊNDICE I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado (a) Estudante (a),
Estamos desenvolvendo uma pesquisa acadêmica no Núcleo de Línguas
Estrangeiras da Universidade Estadual do Ceará, cujo objetivo é investigar alguns aspectos
pertinentes ao processo de aprendizagem da Língua Inglesa. Para atingirmos esse objetivo,
necessitamos da sua participação em caráter voluntário. Sua tarefa, enquanto participante da
pesquisa, será responder a um questionário de informações pessoais e realizar a leitura de uma
lista de sentenças e um pequeno texto, que em seguida deverá ser recontado de maneira
espontânea.
Asseguramos aos sujeitos da amostra: o sigilo das informações, o anonimato do
participante, a liberdade para desistir da pesquisa e que os mesmos não estarão sujeitos a
quaisquer riscos ou prejuízos e a nenhum tipo de gasto financeiro ou danos morais.
Asseguramos ainda que os dados coletados serão utilizados somente para os objetivos desta
pesquisa e que a mesma poderá trazer benefícios aos sujeitos participantes, considerando que
a identificação de possíveis problemas relacionados à aprendizagem da ngua Inglesa poderá
contribuir para o desenvolvimento do seu ensino dentro da referida instituição.
Pesquisador responsável:
Nome: KATIENE ROZY SANTOS DO NASCIMENTO
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Celular do pesquisador: 8884-4978 E-mail: [email protected]
Declaro que li e compreendi as informações acima e que consinto participar desta
pesquisa.
__________________________________________
Assinatura
Dados Pessoais
Nome:
Documento de identificação: Telefone:
Fortaleza/CE,________de ____________________________de ___________.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo