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DISCUSSÃO
Os objetivos principais da presente pesquisa foram ampliar as escalas
numéricas e os itens de avaliação do protocolo de avaliação miofuncional orofacial
AMIOFE (Felício, Ferreira, 2008) e analisar a validade de conteúdo e de critério do
protocolo AMIOFE com escalas ampliadas (AMIOFE-A).
Com isso, esta pesquisa foi pertinente aos objetivos apresentados pelo
Comitê de Motricidade Oral da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia em 2002,
isto é, “desenvolver protocolos de avaliação na área de Motricidade Oral, assim
como validá-los”.
Vários autores definiram anteriormente os aspectos que devem ser objeto de
avaliação numa investigação de distúrbios miofuncionais orofaciais e/ou praxis
bucofaciais (Padovan, 1976; Greene, 1979; Robbins, Klee, 1987; Gross et al., 1989;
Altmann, 1992; Marchesan, 1993; Duffy, 1995; Hanson, Barrett, 1995; Braga,
Machado, 1995; Gomes et al., 1996; Neiva, Wertzner, 1996; Altmann et al., 1997;
Guedes, 1998; Junqueira, 1998; 2004; 2005; Wadsworth et al., 1998; Felício, 1994;
1999; Bianchini, 2000; 2001; Ferraz, 2001; Felício, Moraes, 2003; Moraes, Felício,
2004; Costa et al. 2005; Rahal, Krakauer, 2005; Stahl et al. 2007, Whitaker et al.,
2009), sintetizaram propostas de outros autores (Felício, Moraes, 2003; Moraes,
Felício, 2004), definiram protocolos (Guimarães, 1995; Noronha, Duro, 1995b; Neiva,
Werztner, 1996; Felício, 2002; Marchesan, 1997; 1999; 2003; 2004; Val et al., 2005;
Pastana et al., 2007), bem como procuraram transformar as descrições semânticas
em dados numéricos (Robbins, Klee, 1987; Noronha, Duro, 1995; Degan, 2004;
Bakke et al. 2007; Felício, Ferreira, 2008; Genaro et al., 2009).
Robbins e Klee (1987) desenvolveram um protocolo clínico para avaliar
habilidades motoras orofaríngeas em crianças de 2:6-6:11 anos de idade, e
justificaram a necessidade de um instrumento padronizado e de dados normativos,
para o diagnóstico diferencial de crianças com distúrbio específico de linguagem.
Contudo, Dworkin e Culatta (1988) teceram críticas a respeito da metodologia,
dentre outras coisas, quanto às escalas utilizadas e à interpretação dos resultados.
Assim, com exceção dos protocolos AMIOFE (Felício, Ferreira, 2008) e
MBGR (Genaro et al., 2009), que possuem escalas numéricas predefinidas,